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RIO DE JANEIRO Stefano Figalo / Brasil de Fato Stefano Figalo / Brasil de Fato Ano 3 | edição 127 8 a 14 de outubro de 2015 distribuição gratuita Receba a versão digital do Brasil de Fato RJ Gregório Duvivier: “Ricos nunca vão tolerar conviver com pessoas pobres” Entrevista | pág.4 O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que “não há a menor possibilidade” de renunciar. Denúncias mostram que ele possui contas secretas em seu nome na Suíça com saldo de US$ 5 milhões. A Operação Lava Jato investiga a possibilidade de esse valor ter sido fruto de pro- pina desviada de contratos da Petrobrás. Brasil l pág. 9 Bispo incentiva a tolerância religiosa Pablo Vergara / Brasil de Fato ENTREVISTA EXCLUSIVA Ator e roteirista do Porta dos Fundos também critica a bancada conservadora do Congresso | pág. 5 AGROECOLOGIA 70% dos alimentos consumidos no Brasil são produzidos por pequenos agricultores. Erica Sena, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), planta em Nova Iguaçu alimentos sem agrotóxicos. Cidades | pág. 7 Suíça confirma contas, mas Cunha diz que não renuncia Dom Luciano também fala sobre Estatuto da Família e redução da maioridade

Brasil de Fato RJ - 127

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Page 1: Brasil de Fato RJ - 127

RIO DE JANEIRO

Stefano Figalo / Brasil de Fato

Stefano Figalo / Brasil de Fato

Ano 3 | edição 127

8 a 14 de outubro de 2015 distribuição gratuita

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Gregório Duvivier: “Ricos nunca vão tolerar conviver com pessoas pobres”

Entrevista | pág.4

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que “não há a menor possibilidade” de renunciar. Denúncias mostram que ele possui contas secretas em seu nome na

Suíça com saldo de US$ 5 milhões. A Operação Lava Jato investiga a possibilidade de esse valor ter sido fruto de pro-pina desviada de contratos da Petrobrás. Brasil l pág. 9

Bispo incentiva a tolerância

religiosa

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ENtREvIstA ExclusIvA

Ator e roteirista do Porta dos Fundos também critica a bancada conservadora do Congresso | pág. 5

AGROEcOlOGIA 70% dos alimentos consumidos no Brasil são produzidos por pequenos agricultores. Erica sena, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), planta em Nova Iguaçu alimentos sem agrotóxicos. Cidades | pág. 7

suíça confirma contas, mas cunha diz que não renuncia

Dom Luciano também fala sobre Estatuto da Família e

redução da maioridade

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“Nós Por Nós”: se eles lá não fazem nada, nós fazemos por aqui!

É expressivo o nú-mero de jovens, so-bretudo negros, víti-mas de homicídio no Brasil. Esse índice, em geral, decorre da ação do Estado e da polí-cia, que vem realizan-do um extermínio da juventude negra. Os nossos jovens enfren-tam atualmente um grande desafio nas áreas periféricas. Alvos principais da violên-cia urbana, eles têm na cor da pele a marca da marginalização como desafio de sobrevivên-cia. É um desafio pa-ra os jovens negros do Rio de Janeiro enfren-tar no cotidiano a rea-lidade da periferia.

Vemos um cenário de vio-lência, pobreza e desigualda-de, que cria muitas barreiras para o seu desenvolvimen-to. Mas como superar isso e construir estratégias para es-capar da violência do tráfico de drogas, da polícia, da eva-são escolar, dos subempre-gos? Organizando-se! Jun-tando-se a outros jovens que querem lutar para transfor-mar a realidade.

cHE GuEvARAÉ isso que estão fazendo os jovens do Levante Popular

No dia 8 de outubro, data em que foi capturado che Guevara, jovens de todo o Brasil vão denunciar a violência sofrida pela juventude

EDItORIAl

Quinta-feira, 8 de outubro, Rio de Janeiro, Brasil

º C | F24Pancada de chuva

PREvIsÃO DO tEMPO

ExPEDIENtE

Desde 1º de maio de 2013

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. O Brasil de Fato RJ circula todas as segundas e quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

CONSELHO EDITORIAL:Alexania Rossato,Antonio Neiva (in memoriam), Joaquín Piñero, Kleybson Andra-de, Mario Augusto Jakobskind, Nicolle Berti, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam)

EDIÇÃO:Vivian Virissimo (MTb 13.344)

SUB-EDIÇÃO:André Vieira e Fania Rodrigues

REPORTAGEM:Bruno Porpetta e Pedro Rafael Vilela

REVISÃO: Sheila Jacob

COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago

FOTÓGRAFO: Stefano Figalo

ESTAGIÁRIO: Victor Ohana

ADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani

DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade

DIAGRAMAÇÃO: Juliana Braga

TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares

(21) 4062 [email protected]

tina para realizar a ativida-de “Nós por Nós”. No dia 8 de outubro, data em que foi capturado Che Guevara, lu-tador que inspira a nossa ge-ração, jovens de todo o Bra-sil vão denunciar a violên-cia sofrida pela juventude brasileira e realizar uma se-mana de solidariedade, com atividades culturais e traba-lho voluntário nas perife-rias. O objetivo é resgatar o sentimento de solidarieda-de e expressar que há resis-tência a esse projeto de mor-te que está imposto a nós.

OutRO MuNDO É POssÍvElExpor o que sonhamos e acreditamos que ou-tro mundo é possível. Sabemos que a trans-formação da socieda-de só será possível se enfrentarmos os gran-des inimigos da hu-manidade e da juven-tude. Portanto, os de-safios que temos como juventude são enor-mes. Com a esperança, coragem e ousadia de mudar o mundo, con-vocamos todas e to-dos os jovens de todos os cantos do planeta para se somarem a es-se amplo processo de construção coletiva e participativa. E lem-

bramos que estamos ape-nas começando a trilhar um caminho para a cons-trução de um novo tempo para a juventude. Um tem-po em que os jovens não carreguem um peso sobre sua existência, mas se apre-sentem como solução para o futuro.

Levante.org.brFacebook.com/levantepopulardajuventude

da Juventude, que estão so-mando forças com outros militantes da América La-

2 | Opinião Rio de Janeiro, 8 a 14 de outubro de 2015

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Uma delas foi o atra-so no repasse de re-cursos para a Caixa Econômica Federal e o Banco do Bra-sil, referentes a des-pesas com progra-mas sociais do governo, o que configura-ria operação de crédito.

O outro ponto, ques-tionado

Renan Brandão

Divulgação

Os professores da Uni-versidade Federal Flumi-nense (UFF) retornaram nesta segunda-feira (5) às atividades depois de qua-tro meses em greve. Os servidores técnico-admi-nistrativos continuam pa-rados, devido aos cortes nos orçamentos das uni-versidades federais.

Os professores da insti-tuição concordaram, em assembleia no dia 30 de setembro, com a propos-ta do Comando Local de Greve (CLG). Eles vão ga-rantir aos estudantes o di-reito à reposição integral das aulas interrompidas, tanto na graduação quan-to na pós-graduação. Mas, mesmo com a normaliza-ção das atividades, a ca-tegoria mantém o pedido das melhorias das condi-ções de trabalho e de rea-juste salarial.

sINDIcAlpor claudia santiago

Lula MarquesVitor Soares / Alerj

Divulgação

tcu rejeita contas de Dilma O Tribunal de Contas da

União (TCU) recomendou nesta quarta-feira (7), por unanimidade, a rejeição das contas de 2014 do governo Dilma Rousseff. Os ministros acompanharam o voto do re-lator do processo, ministro Augusto Nardes. Com isso, o tribunal apresenta sua reco-mendação ao Congresso Na-cional, que deverá aprovar ou não as contas do governo.

A análise do TCU ocor-reu sobre duas questões.

O fotógrafo brasileiro se-bastião salgado conhe-ce de perto a situação da crise migratória. Ele foto-grafou refugiados em 41 pa-íses no livro Êxodos (2000). Segundo ele, a culpa dessa crise é dos Estados Unidos e dos países da Europa.

O deputado estadual Flávio Bolsonaro apoiou os policiais que agredi-ram fisicamente a juíza Daniela de Souza no Ba-talhão Prisional Especial de Benfica. Segundo ele, a juíza tratou os detentos como bandidos.

mandoumal

mandoubem

sOlIDARIEDADE João Pedro stedile, da coordenação do Mst, participou de um debate sobre a conjuntura política e econômica na câmara de vereadores do Rio. Na ocasião, políticos prestaram solidariedade à liderança, que foi hostilizada recentemente em Fortaleza.

Disse o jornalista caco Barcellos. “Nem quando descobrem que foi o policial

fardado que matou respeitam a família”, completou.

“Quando matam um pobre ou um negro, desqualificam

a vítima moralmente”.

FRAsE DA sEMANA

Div

ulga

ção

pelo Ministério Público, tratou de cinco decretos envolvendo créditos su-plementares assinados pela presidenta Dilma

Rousseff, sem autoriza-ção do Congresso

Nacional. (ABr)

Professores da uFF retomam aulas

Geral | 3Rio de Janeiro, 8 a 14 de outubro de 2015

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Apesar de ser livre o direi-to de escolha da religião, ou de não ter nenhuma, no Bra-sil ainda existem grupos que, por se acharem superiores, atacam verbal e fisicamente outras religiões. O Brasil de Fato RJ entrevistou Dom Lu-ciano Bergamin, de 71 anos, bispo diocesano de Nova Iguaçu, que falou sobre into-lerância, família e redução da maioridade penal. Confira.

Brasil de Fato - O Brasil abri-ga uma diversidade de reli-giões. É possível que essas várias crenças convivam em harmonia?Dom Luciano - Não só é pos-sível, como é também dese-jável. Quando se fala que um país é laico quer dizer que o governo e a população respei-tam todas as religiões. Signifi-ca que o Estado não tem uma religião própria, mas acolhe e respeita todas as religiões.

Brasil de Fato - Religiões de matrizes africanas, como o Candomblé e a Umbanda, são vítimas das ações de al-guns grupos fundamenta-listas. Como o senhor vê es-sa questão?Vejo essa realidade como fruto do pecado, do mal. No Brasil tivemos casos recen-tes dessa intolerância reli-giosa, pessoas que não acei-

“Precisamos construir a tolerância religiosa”Líder religioso Dom Luciano fala sobre religião, família e discriminação

André Vieirado Rio de Janeiro (RJ)

Stefano Figalo / Brasil de Fato

Para Dom Luciano, é preciso respeitar as diferenças entre as religiões

tam práticas de outras religi-ões que sejam diferentes das delas. Intolerância, sobre-tudo, com as religiões afro-brasileiras. Deus é pai de to-dos, nós somos irmãos. Este pai nunca vai querer que os filhos dele se matem ou im-peçam o outro de exercer sua liberdade religiosa.

Brasil de Fato - O senhor acredita que a Igreja Ca-tólica tem avançado para respeitar as diferenças?A Igreja é obra de Deus, mas é fundada sobre pessoas hu-manas. E o pensamento hu-mano evoluiu. Hoje com-preendemos certas questões melhor que no passado. An-tes se pensava, não só dentro da Igreja, que a condenação à morte seria uma coisa que poderia trazer o bem de to-dos. Hoje já acreditamos que a condenação à morte é con-tra o ser humano.

Brasil de Fato - Uma comis-são da Câmara dos Depu-

tados definiu que uma fa-mília pode ser constituí-da apenas por um casal de um homem e uma mulher. O senhor concorda?Para nós da Igreja, primei-ro pela lei natural e depois pela lei divina, a família é formada por um homem e uma mulher. Dois homens ou duas mulheres que ado-tem uma criança não cha-mamos de família, mas en-tendemos que são formas de relações humanas pos-síveis. Não vamos celebrar o matrimônio para dois ho-mens ou duas mulheres, mas a gente aceita que exis-tam outras formas de união.

Brasil de Fato - O Congres-so também analisa um projeto que reduz a maio-

ridade penal de 18 para 16 anos. O que o senhor pen-sa dessa proposta?Para a Igreja Católica e outras religiões, se formos nessa li-nha vamos voltar atrás. Tive-mos um avanço e toda uma luta para aprovar o Estatuto da Criança e do Adolescente. Eu faço visita aos presidiários e acredito que o sistema pri-sional não ajuda na restaura-ção das pessoas. Eles ficam ali com o sentimento de que-rer sair, isso é bom. Mas sa-em com o desejo de vingan-ça, ódio, aí não é bom. Se isso vale para os adultos, imagina para os jovens.

Brasil de Fato - Algum reca-do para os leitores do Bra-sil de Fato?Somos todos filhos de Deus,

somos irmãos. Se somos ir-mãos, existem diferenças, mas as nossas maneiras di-ferentes de ver as coisas não podem se tornar uma into-lerância. Tem que ser o in-verso. Precisamos construir a tolerância religiosa.

Deus nunca vai querer que os filhos dele se matem ou impeçam o outro de exercer sua liberdade religiosa

ERRAtA Erramos na edição 126. Na série sobre Intolerância reli-giosa, na matéria “As crian-ças são menos preconceituo-sas”, classificamos “Kelê” ou “Quelê” como o pano usa-do na cabeça por candomb-lecistas. Na verdade, quelê é uma espécie de colar, con-feccionado por miçangas e pedras, utilizado pelo recém criado filho de santo.

4 | Entrevista Rio de Janeiro, 8 a 14 de outubro de 2015

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Brasil de Fato – Qual é o pa-pel do humor e da arte no de-bate político da sociedade?Gregório Duvivier - O artis-ta é parte da sociedade, mas também é um agente trans-formador. Um dos deveres do artista é contribuir para uma sociedade melhor. A ar-te é muito poderosa. Quan-do alguém escreve um livro está criando um mundo. Is-so pode ser transformador. E um dos papéis mais impor-tante do humor é puxar o ta-pete das certezas.

Brasil de Fato – Você tem uma coluna na Folha de S. Paulo e faz trabalhos na Globo. Acha que é possível romper o discurso conser-vador da grande mídia?É muito difícil. Em alguns meios mais que em outros. Na Globo é mais difícil que na Folha. Um programa na Globo passa por 12 pesso-as (antes de ser aprovado), em geral todas de interes-ses conservadores. Todas as etapas são conservadoras dentro da Globo. A Folha, ainda que seja uma empre-sa conservadora, também abriga várias pessoas de es-querda lá dentro. Na Folha nunca fui censurado.

Brasil de Fato - Em sua opi-nião, o conservadorismo es-tá melhorando ou piorando?Está piorando. No congres-so os conservadores têm uma bancada muito orga-

Gregório Duvivier: “Muita gente morre por causa do conservadorismo”Duvivier é ator e roteirista do canal de humor na internet Porta dos Fundos

Fania Rodrigues do Rio de Janeiro (RJ)

nizada. A sociedade sempre foi conservadora, mas anti-gamente não estava tão bem aparelhada. Hoje a gente tem a bancada dos BBBs: do boi, bala e bíblia, que são os rura-listas, militaristas e evangéli-cos. Essas três bancadas es-tão unidas. Existe uma esca-

lada do pensamento conser-vador e isso é muito perigoso.

Brasil de Fato - Perigoso em que sentido?As pessoas acham que é mais seguro ser conservador. Mas, muita gente morre por causa do conservadorismo. Ele in-centiva a homofobia, o ma-chismo e uma série de coi-sas que são letais. O Brasil é o país com o maior número de assassinatos do mundo. Uma das críticas que tenho ao PT é o incentivo à indústria bé-lica. Somos um dos maiores produtores de armas leves, como o revólver. A Primave-

ra Árabe foi sufocada com ar-mas brasileiras.

Brasil de Fato - Você acha que a sociedade pode re-gredir ainda mais?Esse perigo existe. O Brasil está virando um país mais careta. Estamos indo na con-tramão do mundo. Os Es-tados Unidos, um país que sempre foi moralmente con-servador, aprovou o casa-mento gay e liberou o uso da maconha em alguns esta-dos. E não tem mais gays ou maconheiros por causa dis-so. As coisas não deixam de existir porque são proibidas, como o aborto, que expõe a mulher ao risco de morte. Nesse caso, a mulher pobre.

Brasil de Fato - Tem uma parte da classe média que odeia o PT. Qual é a razão desse ódio?Acho que as críticas ao PT são fundadas, na maioria das vezes, na ignorância. O que me incomoda não são essas pessoas estarem criticando o PT, mas sim o fato de estarem criticando pelas razões erra-das. Não estão batendo no PT por ele ser militarista, an-ti-ambientalista, anti-indíge-na. Isso a direita não diz. Vejo a direita dizendo que o Bra-sil vai virar Cuba. Definitiva-mente, se tem uma coisa que o governo Dilma não está fa-zendo é transformar o Bra-sil em Cuba. Qual é a princi-pal crítica ao PT, é a corrup-

ção? Até agora os maiores es-cândalos de corrupção não são do PT, são do Eduardo Cunha e do Renan Calheiros, os dois do PMDB, que tam-bém compôs o governo Fer-nando Henrique.

Brasil de Fato - E também tem a questão do ódio de classe.O ódio ao PT é um ódio de classe. O pobre tem mais acesso a bens de consumo e a lugares que antes não ti-nha. Os pobres começaram a ocupar os lugares. Isso aí os ricos nunca vão tolerar, ter que conviver com pesso-as pobres. Além disso, a Ve-ja e a Globo não elegem mais o presidente da República. Olha o ódio que isso deve causar. A mídia estava acos-tumada a colocar e a tirar do poder quem ela quisesse. Hoje não é mais assim não.

Brasil de Fato - Por que a so-ciedade tolera políticos co-mo Eduardo Cunha?As pessoas toleram aquilo que a mídia diz que é aceitável. Acabaram de descobrir uma conta do Eduardo Cunha de 5 milhões de dólares, na Suí-ça, e não foi capa de nenhuma revista ou jornal. Não foi capa da Veja, que está super indig-nada com a corrupção. Essa revelação é muito mais grave que qualquer outra coisa que já acusaram a Dilma. A indig-nação do povo é muito pauta-da pela mídia.

Ricos nunca vão tolerar ter que conviver com pessoas pobres

A Veja e a Globo não elegem mais o presidente da República

Me incomoda a crítica ao Pt pelas razões erradas

Pablo Vergara / Brasil de Fato

“Papel do humor é puxar o tapete das certezas”

Entrevista | 5Rio de Janeiro, 8 a 14 de outubro de 2015

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A coalizão de centro-di-reita venceu as eleições le-gislativas de Portugal, no último domingo (4), com 38% dos votos, contra 32% da oposição socialis-ta, mas perdeu a maioria absoluta no Parlamento.

A Frente, formada pelo Partido Social Democrata (PSD) e pelo Partido Po-pular (CDS-PP), a mais votada, elegeu 104 depu-tados, enquanto o Partido Socialista (PS) ficou com 85 parlamentares.

A porta-voz do Bloco de Esquerda (BE), Cata-rina Martins, deixou as portas abertas para um eventual diálogo com os socialistas, de modo a impedir um governo da direita. (Abr)

EM FOcO

Divulgação

Doctors Without Borders / MSF

Reprodução

cHE GuEvARA Em 8 de outubro é comemorado o Dia do Guerrilheiro Heroico em toda a América latina. A data marca a captura de Ernesto che Guevara, na Bolívia. Ele foi assassinado, pela cIA, no dia 9 de outubro de 1967.

Em relatório divulgado es-sa semana, o Banco Mundial informou que, pela primeira vez na história, menos de 10% da população mundial vai vi-ver abaixo da linha da pobre-za em 2015, ou seja, com me-nos de 2 dólares por dia.

“Esta é a melhor notícia no mundo de hoje. Somos a pri-meira geração da História que pode acabar com a po-breza extrema”, disse o pre-sidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim.

Entretanto, cerca de 702 milhões de pessoas, ou se-

Pobreza atinge menos de 10% da humanidade

No Haiti, o símbolo da miséria é um biscoito feito de barro e manteiga

ja, 9,6% da população mun-dial, ainda vivem abaixo da linha da pobreza. Elas es-tão concentradas princi-palmente na África Subsa-ariana e na Ásia. Em 2012, o total era de 902 milhões, ou seja, cerca de 13% da po-pulação mundial. Em 1999, o percentual era 29%.

A diminuição da pobre-za está ligada às metas do milênio da ONU, em que lí-deres mundiais assumiram o compromisso de acabar com a pobreza em um pra-zo de 15 anos. (Abr)

Mar

cello

Cas

al Jr

/ A

Br

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) anun-ciou o encerramento das ati-vidades em Kunduz, no Afe-ganistão, depois que seu hospital foi bombardeado por um avião dos Estados Unidos. MSF exigiu uma in-vestigação independente.

Segundo a organização, 22 pessoas morreram, algumas das quais queimadas nas ca-mas, devido ao bombardeio, que durou mais de uma hora.

Os ataques não pararam mesmo depois de a organiza-ção informar as autoridades norte-americanas e afegãs que o hospital havia sido atingido.

Esse hospital era a única instalação médica em todo o nordeste do Afeganistão, com capacidade para lidar com grandes ferimentos de guerra. Seu fechamento, ain-da que temporário, poderá ter um impacto devastador sobre os civis da região. (ABr)

Hospital é fechado depois de ser atacado por EuA

Portugal: direita perde hegemonia

Equipe dos Médicos Sem Fronteiras e pacientes são feridos em explosões de hospital

6 | Mundo Rio de Janeiro, 8 a 14 de outubro de 2015

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André Vieirado Rio de Janeiro (RJ)

se o campo não planta, a cidade não janta70% dos alimentos consumidos em todo o Brasil vêm da agricultura familiar

Nunca usei nada de agrotóxico aqui. A diferença é que eu tenho um alimento saudável para vender para a sociedade

Erica Sena, agricultora

minense, ela cultiva de tudo um pouco: tomate, abóbora, pimentão, acerola, manga, e por aí vai. Seu forte, no en-tanto, é o aipim, espalhado em cinco mil pés. O alimento que Erica produz tem um di-ferencial: ela não usa veneno em sua plantação, também chamado de agrotóxico.

“Nunca usei nada de agro-tóxico aqui. A diferença é que

zemos três encontros na-cionais e entendemos que estava na hora de fazer o primeiro congresso nacio-nal do movimento. Que-remos dialogar com a po-pulação urbana, por isso a escolha do estado de São Paulo, onde está grande parte da população. Enten-demos que os problemas dos trabalhadores do cam-po só serão resolvidos em parceria com os trabalha-dores da cidade”, adianta Humberto Ribeiro, da co-ordenação do MPA.

do Rio de Janeiro (RJ)

Erica Sena, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), não usa veneno em sua plantação em Nova Iguaçu

Mais de quatro mil pessoas são esperadas

No próximo ano, o Movi-mento dos Pequenos Agri-cultores (MPA) completará 20 anos de existência. Como forma de marcar a data e or-ganizar a luta dos trabalha-dores da agricultura, o mo-vimento realizará seu pri-meiro congresso nacional na próxima semana, entre os dias 12 e 16 de outubro em São Bernardo do Cam-po, no estado de São Paulo.

“Nos últimos 20 anos fi-

A cidade é um espaço povo-ado por muita gente e dividi-do por zonas residenciais, in-dustriais e comerciais. Cam-po é um espaço onde moram menos pessoas que na cida-de e é destinado a atividades de agricultura, pecuária, den-tre outras. Para comer, a cida-de depende do campo. Mais precisamente, dos pequenos agricultores que dedicam su-as vidas a alimentar a socie-dade. Segundo o governo fe-deral, 70% dos alimentos con-sumidos em todo o Brasil vêm da agricultura familiar.

Erica Sena, de 46 anos, é uma das muitas mulheres que colocam a comida nas mesas do brasileiro. Em seu sítio no município de No-va Iguaçu, na Baixada Flu-

Pequenos agricultores realizam congresso

eu tenho um alimento saudá-vel para dar para o meu filho, para trocar com meu vizinho, para vender para a sociedade que vai comer e não vai pas-sar mal depois. Com agrotó-xico, você vai comer hoje, não vai sentir nada, mas depois de alguns anos pode dar cân-cer”, conta a agricultora, que mora no sítio com seu esposo e um de seus filhos.

AGROEcOlOGIASeu filho mais novo, Feli-pe Mota, de 24 anos, valori-za a dedicação de sua mãe em sua produção agroecoló-gica. “Apesar de não ter muito tempo para ajudar, eu admiro muito o que faz minha mãe. Alguns amigos têm curiosida-de quando falo que os produ-tos são sem agrotóxicos. Ten-to falar sempre com eles sobre

isso”, conta o jovem, que tra-balha como bombeiro militar.

Pouco a pouco, Erica está or-ganizando outros pequenos agricultores para incentivar a produção de alimentos livres de agrotóxico. “Estamos visi-tando sítio por sítio para fa-zer um mapeamento do que as famílias plantam para fa-cilitar que esse produto che-gue à cidade sem atravessa-dores”, revela Erica, que inte-gra o Movimento dos Peque-nos Agricultores (MPA).

Stefano Figalo / Brasil de Fato

Cidades | 7Rio de Janeiro, 8 a 14 de outubro de 2015

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Lula Marques

O presidente da Câma-ra dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou na última quarta-feira (7) que “não há a menor possibilida-de” de renunciar ou se licen-ciar do cargo frente às graves denúncias de que possui con-tas bancárias secretas em seu nome e em nome de familia-res na Suíça. Perguntado no-vamente se possuía contas, ele respondeu a jornalistas, durante evento de empresá-rios de rádio e televisão, que não comentaria o caso.

O saldo nas contas, segun-do investigação da Opera-ção Lava Jato, pode ter sido fruto de propina desviada de contratos da Petrobrás. Em abril, durante depoimento à CPI da Petrobrás, Cunha ha-via dito que não tinha con-ta no exterior. O Ministério Público da Suíça não apenas confirmou a titularidade das contas, como comunicou o

Anunciado Plano safra da Agricultura Familiar no RJPlano pretende disponibilizar R$28,9 bilhões para pequenos agricultores

O ministro do Desen-volvimento Agrário, Pa-trus Ananias, lançou nes-ta quarta-feira (7) no plená-rio da Alerj o Plano Safra da Agricultura Familiar no Rio de Janeiro. O plano que o governo federal vai disponi-bilizar para ajudar as famí-lias é de R$ 28,9 bilhões pa-ra os pequenos agricultores.

Patrus Ananias anunciou que a meta do governo é a de acabar com os assentamen-tos e avançar com a reforma agrária, dentro da ordem constitucional, até 2018. O evento contou com um ple-nário lotado de agriculto-res e com a presença do se-cretário de Estado de Agri-cultura e Pecuária, Christi-no Áureo, e com integrantes da Federação da Agricultu-ra, Pecuária e Pesca do Es-tado do Rio (Faerj) e de mo-vimentos sociais. Participa-ram também as deputadas Ana Paula Reichuan e Mar-cia Jeovani.

“Vamos estimular a agroe-cologia também, que está na

suíça confirma contas, mas cunha diz que não renuncia

do Rio de Janeiro (RJ)

de Brasília (DF)

ordem do dia. O próprio Papa Francisco na Encí-clica Laudato Si propõe expressamente o debate sobre agrotóxico e trans-gênico. Essa discussão so-bre alimentação hoje é es-tratégica e fundamental”, disse o ministro.

A deputada Zeidan apro-veitou para anunciar tam-bém a criação da Frente Parlamentar em Defesa da Reforma Agrária e da Agri-cultura Familiar, no dia 10 de novembro, na Alerj. A frente parlamentar da-rá mais apoio aos peque-nos agricultores, aos inte-grantes do MST e àqueles que lutam pela terra, atu-ando em apoio ao gover-no federal no Estado.

“A vinda do minis-tro Patrus Ananias nos enche de esperança de que um tema tão funda-mental como a da pos-se da terra, e do investi-mento na vida dos agri-cultores, não vai sofrer cortes com o ajuste fis-cal e que terá no minis-tro um grande defen-sor”, disse Zeidan.

Segundo investigação da Operação Lava Jato, saldo de US$ 5 milhões pode ter sido fruto de propina

congelamento das mesmas ao próprio Eduardo Cunha. A documentação e os pro-cessos foram remetidos ao

Brasil para que o Ministério Público daqui dê prossegui-mento às investigações. Essa acusação pode agravar ain-da mais a delicada situação do parlamentar, já proces-

sado pela Procuradoria Ge-ral da República por ser acu-sado de receber propina de 5 milhões de dólares.

Um grupo de parlamenta-res de partidos como PSOL, PT, Rede, PSB e até do próprio PMDB deve ingressar com uma representação na Cor-regedoria da Câmara contra Eduardo Cunha, alegando que o deputado mentiu para seus pares durante a CPI da Petrobrás, quando afirmou que não possuía conta fora do país. O pedido pode dar início à abertura de um pro-cesso de cassação do manda-to do peemedebista. (Com in-formações da Agência Brasil).

Em depoimento à cPI da Petrobrás, cunha havia dito que não tinha conta no exterior

Parlamentares articulam pedido

de cassação de Eduardo Cunha

(PMDB)

Brasil | 9Rio de Janeiro, 8 a 14 de outubro de 2015

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“Zé Pereira” era uma típica brincadeira carnavalesca de Portugal

Quem nunca ouviu os versos “Viva o Zé Perei-ra, viva o carnaval”, que ecoam nos blocos de rua durante os dias do reina-do de Momo? Mas que personagem será esse, e qual sua importância pa-ra a folia carioca?

Em meados do século 19, um comerciante portu-guês de nome José Noguei-ra de Azevedo Paredes saiu pelas ruas do Rio de Janei-ro tocando um bumbo na segunda-feira de carna-val, e arrastando consi-go um grupo de foliões. Era a reprodução de uma tra-dição portuguesa, que nos anos seguintes acaba-ria revolucionando os dias de folia na cidade. Come-çava a nascer ali o que um dia seriam os “blocos de su-jo”, antecessores dos blocos que hoje arrastam milhões de pessoas pelas ruas no Rio de Janeiro.

ZABuMBAHá muitas pessoas, porém, que erroneamente atri-buem o nome Zé Pereira a um simples apelido do co-merciante português José Parede. Parte da historio-grafia do carnaval cario-ca reforça esse equívoco. Mas “Zé Pereira”, na verda-de, era o nome de uma típi-ca brincadeira carnavales-

NA cADÊNcIA | Diogo Coelho

viva o Zé Pereira!

ca que ocorria em Portu-gal, onde as pessoas saíam às ruas tocando anarquica-mente bumbos, zabumbas e tambores.

Curiosamente, no Rio es-se hábito consolida seu su-cesso depois de 1969, quan-do uma companhia teatral

Div

ulga

ção

AGENDA DA sEMANA

O quê: Filme conta a história de Charlie, um vagabundo que pede que a filha de um fazendeiro fuja com ele roubando dinheiro do pai. Onde: Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Primeiro de Março, 66 – Centro.Quando: Quinta (8), às 18h30. Quanto: R$ 4 (R$2 meia)

O quê: Com estreia no dia das crianças, a mostra reúne ambientes recriados para contar a história do antigo programa de TV.Onde: Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Primeiro de Março, 66 – Centro.Quando: De quarta a segunda, das 9h às 21h.Quanto: 0800

O quê: Na exposição, o artista Rossini Perez apresenta um olhar atento às ordenações geopolíticas das cidades e do mundo.Onde: Museu de Arte do Rio (MAR) – Praça Mauá, 5, Centro. Quando: De ter a dom, das 10h às 17h. Quanto: 0800 nas terças, R$ 8 nos demais dias.

O quê: A exposição comemora o cinquentenário de inauguração do Parque do Flamengo e reúne quase uma centena de reproduções fotográficas.Onde: Centro Cultural Correios - Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro.Quando: De ter a dom, das 12h às 19h. Quanto: 0800

O quê: Festa do CCBB com sons de diversos estilos, do maracatu ao rock, incluindo apresentações musicais e intervenções de drag queens. Onde: Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Primeiro de Março, 66 – Centro.Quando: Domingo (11), às 23h.Quanto: 0800

O quê: O espetáculo é composto por cenas independentes que formam um mosaico de situações, misturando política, consumo desenfreado, igualdade, ética, etc.Onde: Espaço SESC - R. Domingos Ferreira, 160 – Copacabana.Quando: Qui a sáb, 21h. Dom 20h.Quanto: R$ 20 (R$10 meia)

Projeto brasil

Carlitos, o inesquecível

Madrugada no Centro

Rossini Perez, entre o Morro da Saúde e a África

Parque do Flamengo 50 anos

Castelo Rá-Tim-Bum

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resolve representar no car-naval a paródia de uma pe-ça francesa, chamada “Os bombeiros de Nanterre”. A adaptação da canção fran-cesa da peça traz os versos: “E viva o Zé Pereira / Pois que a ninguém faz mal / E viva a bebedeira / nos dias de carnaval”, anos mais tarde simplificada e imor-talizada para “Viva o Zé Pe-reira / Viva o Zé Pereira / Viva o Zé Pereira / Viva o carnaval”.

Marcava-se assim uma pouco conhecida influência europeia no carnaval de rua do Rio de Janeiro. Extinto no começo do século 20, o Zé Pereira, além do bumbo, deixa como herança a cuí-ca, o tamborim, o reco-re-co, o pandeiro e a frigideira.

Zé Pereira mostra influência europeia no carnaval de rua do Rio

suGEstÕEs:[email protected]

10 | Cultura Rio de Janeiro, 8 a 14 de outubro de 2015

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Jovem e talentoso, o char-gista Matheus Ribs, 21 anos, está dando o que falar nas redes sociais. O olhar crítico do artista já rendeu milhares de cliques a seus desenhos publicados na internet. Só no Facebook, Ribs conta com 46 mil curtidas e dezenas de compartilhamentos.

Uma das charges que mais se destacaram nos últimos tempos foi uma que fazia re-ferência à discriminação so-frida pela jornalista Maju Trindade, garota do tempo do Jornal Nacional. Ribs foi um dos poucos chargistas conhecidos que se manifes-taram sobre o racismo sofri-do por Maju. Seu desenho bombou na internet. “Esse é um tema que me sensibili-za. Sou negro, minha famí-lia é negra, então não tinha como não me pronunciar sobre o que aconteceu”, diz o chargista.

Entre os temas recorrentes em sua arte, sempre com vi-és crítico, estão o preconcei-to, a economia, a sociedade, a desigualdade social, o con-servadorismo político, en-tre outros. Para Ribs, o pa-pel do artista vai além da be-leza dos traços. “A arte con-ta a história de um povo. Eu escolhi contar a história da classe trabalhadora, dos ne-gros, LGBTs e marginaliza-dos”, destaca.

O principal objetivo, segun-do Ribs, é provocar o debate. “Vivemos em um país em que a informação é controlada pe-los monopólios da mídia. Por isso a arte é tão importante.

crítica política em forma de arteMatheus Ribs se destaca como um dos novos talentos da charge brasileira

Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

vivemos em um país em que a informação é controlada pelos monopólios da mídia. Por isso a arte é tão importante

Ela pode despertar a crítica e romper com essa hegemo-nia”, aponta o chargista.

AMEAÇAsEstudante de Ciência Políti-ca, o artista é um verdadei-ro militante das causas jus-tas. Mas suas charges, críti-cas e claramente à esquer-da, também despertaram a fúria de setores radicais. Re-centemente sofreu ameaças na internet. “Recebi men-sagens do tipo: ‘sua hora vai chegar’. Algo sem muito pro-pósito, mas que não deixa de ser ameaça”, denuncia Ribs.

Contudo, ele garante que o radicalismo não o intimi-da e que continua pautando temas tão polêmicos quan-to necessários. “As pesso-as acham que têm o direi-to de oprimir e, quando nos manifestamos contra essa opressão, elas reagem dessa forma. Porém, as ameaças acabaram dando mais força para eu continuar fazendo o que gosto”, afirmou.

Desde 2013, quando co-meçou a divulgar as char-ges, Ribs deu grandes contri-buições para o debate social. Seu sonho mesmo é ver as charges saindo da internet e indo para a rua através de exposições, murais, carta-zes, o que for, mas ao alcan-ce de mais e mais pessoas.

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Cultura | 11Rio de Janeiro, 8 a 14 de outubro de 2015

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A Globo News chamou o perito Mauro Ricart pa-ra dar sua opinião sobre imagens de Policiais Mili-tares simulando uma troca de tiros no Morro da Pro-vidência ao lado de um jo-vem morto. O perito dis-se o que as imagens já es-tavam mostrando, ou seja, uma tentativa clara de for-jar o que aconteceu.

O repórter então pergun-ta a ele se esse crime ficaria difícil de ser solucionado caso não houvesse as ima-gens comprovando a frau-de. O perito respondeu as-sim: “Eu acho que esses po-liciais estão vendo muita série na televisão”.

PERÍcIA sÉRIA? ONDE?Ele continuou dizendo que uma perícia séria desmas-cararia facilmente a “trapa-lhada” feita pelos policiais, mesmo sem as imagens.

O que me chama a aten-ção é o fato do perito não dizer que não existe peri-cia séria na grande maioria desses tipos de casos. Aliás, acho que quem está assis-tindo muito filme é ele.

A FIM DE PAPO | Mc LeonardoBepe Damasco

Embora desfrute da cum-plicidade de boa parte do cartel da mídia, haja vista a canalhice de suas contas na Suíça serem ignoradas pelas revistas semanais, Eduar-do Cunha sabe que sua der-rocada está próxima. Tanto que não esconde de parla-mentares próximos que fará de tudo para morrer abraça-do à Dilma.

Só que querer não é poder. A couraça de proteção midi-ática de que dispõe ajuda a adiar o desenlace do seu ca-so, mas não é capaz de apa-gar os documentos envia-dos pela justiça suíça ao Mi-nistério Público do Brasil.

Mesmo dispondo de prer-rogativa de foro por ser par-lamentar, sua situação cer-tamente ficará insustentá-vel à frente da Câmara dos Deputados assim que o STF aceitar as denúncias. A par-tir daí só lhe restará o ca-minho de renunciar à pre-sidência da Casa e lutar pa-ra não perder o mandato.

Numa tacada de mestre, o governo, via Advocacia-Ge-ral da União, fez o que de-via ter feito há muito tem-po, e questionou a legitimi-dade do relator do proces-so das “pedaladas fiscais”, no TCU, ministro Augusto Nardes. A AGU pediu o afas-tamento do relator, com ba-se em mais de 2 mil recortes de notícias de jornais, nos quais Nardes rasga a Lei Or-gânica da Magistratura an-tecipando seu voto.

IMPEAcHMENtIsso tentou adiar o julgamen-to das contas, já que o plená-rio do TCU rejeitou o afasta-mento de Nardes e votou pe-la rejeição das contas de 2014

situação de cunha certamente ficará insustentável à frente da câmara dos Deputados assim que o stF aceitar as denúncias

A população está cansada de saber como age boa parte das corporações policiais depois de trocar tiros em favelas

Perícia de enganar otário é tudo igual...

A população brasileira está cansada de saber co-mo age boa parte das cor-porações policiais depois de trocar tiros em favelas e periferia por todo o Brasil.

Os policiais não estão as-sistindo a filme algum. Eles estão vivendo uma realida-de em que vale tudo, só não pode ser filmado.

Se a população quiser saber realmente o que se passa dentro de qualquer favela depois de uma tro-ca de tiros entre polícia e traficante, só há uma ma-neira: lutar para tirar a pe-rícia das mãos da polícia. Perito não pode ser poli-cial, pois a polícia é parte do confronto.

de Dilma. E Cunha planeja justamente pegar carona no clima negativo causado pela rejeição das contas para pôr em tramitação um dos pedi-dos de impeachment.

Portanto, é provável que, mesmo sob pau e pedra, ele dê início ao rito do impeach-ment. E que se dane se não há

Desesperado, cunha parte para o tudo ou nada

fundamento jurídico. O im-portante é criar uma cortina de fumaça que possa ofuscar sua condição de paciente po-lítico terminal.

cuNHA NO cADAFAlsOMas suas chances de der-rota são grandes. A reforma ministerial feita pela pre-sidenta Dilma foi um pas-so decisivo para a reunifica-ção da base de apoio ao go-verno no Congresso. Tro-cando em miúdos, Dilma hoje tem voto para barrar o golpe. No fundo, Cunha sa-be disso, mas, como está no cadafalso, age desesperada-mente para adiar a chegada do carrasco.

Bepe Damasco é jornalista

Policiais não podem fazer perícias pois são parte do confronto

Diego Reis / Polícia Civil

12 | Opinião Rio de Janeiro, 8 a 14 de outubro de 2015

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tortão de FrangoBOA E BARATA

Ingredientes

Massa:• 1 xícara de farinha

de trigo

• 1 xícara de amido de milho

• 4 colheres de margarina

• 1 ovo

• 1/2 xicara de leite

• 1 pitada de sal

• 1 colher de fermento em pó

• Queijo ralado se quiser

Modo de preparo

Para a massa, você pre-cisa amassar todos os in-gredientes e colocar a massa para descansar na geladeira por 20 minu-tos. Em seguida, abrir a massa e forrar o fundo e as laterais da assadei-ra com o resto da massa para decorar. Para o re-cheio, cozinhe e desfie o frango, tempere a gosto, misture todos os demais ingredientes e coloque na massa. Cubra, deco-re e pincele com gema.

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Amiga da saúde, por que a dor do parto é tão forte?

Paula Vitória, 22 anos, estudante universitária

AMIGA DA SAÚDE

Dúvidas sobre saúde? Encaminhe e-mail para [email protected]

Tempo de preparo1 hora

Rendimento8 porções

MANDE suA [email protected]

Querida Paula, a dor é for-te porque a passagem do bebê pelo canal do parto exige uma abertura muito maior que a largura origi-nal da vagina. Mas não há só dor no parto. Há tam-bém o prazer.

Infelizmente, na nossa sociedade machista, o pra-zer foi negado às mulheres e por isso somente a dor é cultivada. O parto esti-mula os órgãos sexuais da mulher, inclusive o ponto G, além de liberar ocitoci-na (conhecido como o hor-mônio do amor) e endorfi-nas, hormônios do prazer e analgésicos naturais.

O estímulo ao ponto G faz com que a mulher consiga suportar mais dor que o ha-

bitual, ainda tendo prazer. Há algumas mulheres que conseguem ter até orgasmos durante o trabalho de parto.

Entretanto, o desprepa-ro faz com que um momen-to que poderia ser lindo se transforme num pesadelo.

Precisamos revolucio-nar as práticas obstétricas e construir uma outra cultu-ra do parto, mais humana, mais leve e mais feliz.

Divulgação

Recheio:• 1 peito de frango

• 1 lata de milho verde

• 1 vidro de palmito

• 4 tomates picados

• 1 lata de creme de leite

• Cheiro verde e sal a gosto

Variedades | 13Rio de Janeiro, 8 a 14 de outubro de 2015

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14 | Variedades

Nova 12/10

LUA DA SEMANAMINGUANTE

Crescente 20/10

Minguante Até 11/10

Cheia 27/10

FASES DA LUA

Valorize-se e ame-se, em primeiro lugar, para poder desfrutar do melhor que há na sua vida.

Boa hora para as relações no geral e para se afirmar de um modo mais autêntico e individualizado.

Boa hora para relacionamentos, para mostrar a sua originalidade e o seu modo único e leve de ser.

Nova confiança, alegria e fé vêm ao seu encontro. No entanto, tenha cuidado ao criar expectativas.

Tem estado em um momento de grande abundância de experiências em vários níveis. Esteja atento aos seus sonhos.

Poderá haver alguma dificuldade na comunicação dos seus sentimentos e das necessidades emocionais.

É hora de mudar, de rever o seu conceito de liberdade e individualidade num relacionamento.

Reveja qual a sua responsabilidade num relacionamento e qual é a do outro. Expresse-se.

Ótima hora para se sentir mais vivo, alegre e amado, principalmente por si, refletindo seu bem-estar.

No setor sentimental, reveja o seu conceito de prazer e intimidade. Entregue-se e viva mais o momento.

Boa hora para expressar mais os seus sentimentos e fazer o que lhe dá mais prazer agora.

Cuidado com ilusões, principalmente em relação a si mesmo. Está na hora de ser mais empático.

Rio de Janeiro, 8 a 14 de outubro de 2015

Page 15: Brasil de Fato RJ - 127

O uso de imagens em lances polêmicos só fará bem ao futebol

tOQuEs cuRtOs | Bruno Porpetta

legalize já!Omar Freire / GEMG

Rafael Ribeiro / CBF Diante da sucessão de

escândalos envolvendo homens fortes da Federa-ção Internacional de Fu-tebol (FIFA), uma entida-de “limpa” se coloca co-mo exemplo, torcendo pa-ra que o mesmo processo que a “transformou” acon-teça na direção do futebol no mundo.

O presidente do Comi-tê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, afir-mou em coletiva na Áus-tria que a FIFA deveria se-guir o exemplo de sua en-tidade no que diz respeito a investigações de casos de corrupção.

O COI passou por tudo is-so em 1998, com o Departa-mento de Estado America-no dos EUA investigando esquemas de suborno na escolha de sedes para os Jo-gos Olímpicos.

BINÓculO

Quem assistiu à última rodada do Brasileirão se espantou, mais uma vez, com a arbitragem. Dois jo-gos chamaram bastante a atenção neste quesito. Os dois em Santa Catarina, por coincidência.

Um foi no estádio da Res-sacada. Além de não bastar

também recordam.Dois lances, um em ca-

da jogo, chamaram ain-da mais a atenção. Aqueles em que a arbitragem con-sulta o oráculo para definir o que vai marcar. E quem é o oráculo? Boa pergunta, sem resposta convincente.

O referido Egídio foi ex-pulso e “desexpulso”. Além disso, supostamente por-que os rádios falharam, a partida levou seis minutos para recomeçar. Já no jogo da Ressacada, o Avaí teve um pênalti mal marcado, e levaram-se cinco minu-tos para confirmar o erro.

O uso de recursos ele-trônicos para auxiliar a arbitragem a não cometer tantas bobagens é proibi-do no futebol.

Mas essa proibição é si-milar ao uso da maconha. Está fora da lei, mas se usa mesmo assim. Quando não é, dá no pênalti contra o Vasco. Quando é, ninguém pode assumir, mas se corri-gem as bobagens à surdina.

O uso de imagens em lan-ces polêmicos só fará bem ao futebol, assim como o uso medicinal da planta faz aos seus pacientes.

Dirigentes, legalizem já! Porque a arbitragem não pode nos prejudicar.

A Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF, sigla em inglês), atra-vés de seu presidente recém-eleito Sebastian Coe, anun-ciou medidas em defesa de quem compete “limpo”.

Após os inúmeros casos recentes de doping, o ex-cor-redor, bicampeão olímpico nos 1500m, declarou que se-

Federação quer proteger “limpos” do atletismo

Entidade quer criar medidas protetivas para atletas que não se dopam

rão feitos testes antidoping mais rápidos, para garantir que os atletas “limpos” não se vejam envolvidos em ru-mores por muito tempo, pre-servando suas carreiras.

Coe ainda está disposto a criar um Comitê de Ética, responsável por conscienti-zar atletas sobre o doping.

Em agosto, veículos de im-prensa tiveram acesso a 12 mil exames antidoping e concluíram, analisando seus dados, que um terço das me-dalhas conquistadas entre 2010 e 2012 poderia ser fruto de doping. (BP)

Pelo uso sem moderação da

tecnologia pela arbitragem de futebol

O Flamengo enfrentará o Orlando Magic, da liga es-tadunidense de basquete, pelo NBA Global Games, no dia 17 de outubro, na Arena da Barra. É a segunda vez que os times se enfrentam. A primeira foi em Orlando (EUA), em outubro de 2014.

Oladipo chama torcedores rivais do FlamengoPivô do Orlando Magic convoca torcedores rivais para “dividir” Arena da Barra

Na ocasião, Oladipo ob-servou uma boa presença de torcedores do Fla no gi-násio, além da forma como empurravam o time. Es-te apoio fez com que o pivô dos Magic pedisse uma aju-da para o jogo no Rio: a pre-sença de torcedores rivais

o estado do gramado, onde poderiam gravar aquele re-ality show “A Fazenda”, o jogo entre Avaí e Vasco teve uma porção de lances que não podem ser chamados de duvidosos.

Eles só se tornam duvi-dosos graças à arbitragem. Tirando o árbitro, não ha-via dúvida nenhuma.

Outro jogo digno de no-ta é o da Arena Condá, em Chapecó (SC). Além de vol-tar a ver a Avenida Egídio, que os rubro-negros bem lembram, provavelmente assistimos à maior atuação da vida de William Bar-bio, o que os vascaínos

Sebastian Coe foi eleito presidente da IAAF no final de agosto

Fernando Frazão / Agência Brasil

dos rubro-negros.Oladipo, em entrevista ao

site Globoesporte.com, afir-mou gostar muito de outros esportes. Nascido nos Esta-dos Unidos e filho de nige-rianos, ele lamentou a situa-ção da Nigéria no futebol, al-vo da atenção do pivô. (BP)

Piada?

Esportes | 15Rio de Janeiro, 8 a 14 de outubro de 2015

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16 | Esportes

comitê de Ética quer suspensão de Blatter

Dunga quer Brasil “pugilista” contra o chile

R10 fala em “guerra política” no Fluminense

O ex-jogador do Flumi-nense, Ronaldinho Gaú-cho, concedeu entrevista à emissora de rádio Rede Atlântica, de Porto Alegre, na qual comentou sua saí-da do tricolor carioca e os planos para o futuro.

O craque se vê em boas

condições físicas para con-tinuar sua carreira e afir-mou receber propostas de clubes todos os dias, dizen-do que continuará jogando “por mais um tempo”.

Ao ser perguntado acerca de supostas declarações de diri-gentes do Flu sobre excessos do

jogador com bebidas alcoó-licas, Ronaldinho foi categó-rico ao afirmar que “as pes-soas inventam muitas coi-sas (...) principalmente no Fluminense, onde há uma guerra política muito gran-de”. Porém, o craque não re-velou nenhum nome. (BP)

Treinador da seleção brasileira deu entrevista coletiva nesta quarta-feira (7)

O treinador Dunga, em entrevista coletiva concedi-da nesta quarta-feira (7), em Santiago (CHI), defendeu que a seleção brasileira te-nha uma postura de “pugi-lista” na partida contra a se-leção chilena. O jogo marca a estreia das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018.

Essa postura foi defini-da por Dunga como a de um time que não se limita a apenas defender, sob ris-co de, em algum momento, ser acertado por um golpe.

Além de falar da postu-ra do time diante do Chile, Dunga abordou outras ques-tões sobre o jogo na coleti-va. Entre elas, a análise so-bre o adversário, a presença de campeões mundiais na comissão técnica brasilei-ra, a pressão para a estreia e a polêmica sobre o treino de reconhecimento de grama-do do Estádio Nacional. Algo que o Brasil não fez.

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

Sobre o Chile, o treinador disse que, na estreia ou não, o Brasil teria que enfrentá-lo em Santiago. Ele lamen-tou apenas o pouco tempo para treinamentos diante de um jogo tão difícil.

Dunga também criticou o regulamento, que não per-mite o uso de chuteiras para o reconhecimento do grama-do. Dado o pouco tempo para treinos, a ideia seria usar esse

Brasileirão 201530a RODADA

classificação série A

Rafael Ribeiro / CBF

tempo para uma preparação mais intensa, o que não seria possível de tênis.

Sobre a presença de cam-peões mundiais na comis-são técnica, diante da pres-são que a seleção sofre, a ideia era passar a experiên-cia destes ex-jogadores pa-ra os mais novos, que nun-ca disputaram as Elimina-tórias. O Brasil estreia nes-ta quinta-feira (8), às 20h30.

Dunga não quer um time que apenas se defenda contra o Chile

O Comitê de Ética da FI-FA (Federação Internacio-nal de Futebol) recomen-dou a suspensão provisó-ria do presidente da enti-dade Joseph Blatter por 90 dias, para averiguação das denúncias que recaem so-bre o dirigente.

Após reunião na tarde desta quarta-feira (7), se-gundo o canal de TV Sky Sports, o órgão teria deli-berado a suspensão por conta das investigações do Ministério Público da Suíça sobre Blatter. No entanto, o caráter é provi-sório, visto que ainda não há nenhuma comprova-ção das denúncias.

A informação não é ofi-cial e foi dada por um amigo pessoal de Blatter, cujos advogados aguar-dam notificação para se pronunciarem. (BP)

Zona de classificação para Libertadores Zona de rebaixamento para Série B

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P J V SG1o Corinthians 61 29 18 262o Atlético-MG 56 29 17 213o Grêmio 52 29 15 164o Santos 46 29 13 145o São Paulo 46 29 13 66o Palmeiras 45 29 13 147o Flamengo 44 29 14 08o Internacional 44 29 12 -29o Ponte Preta 41 29 10 110o Sport 40 29 9 911o Atlético-PR 38 29 11 -312o Fluminense 37 29 11 -813o Cruzeiro 37 29 10 114o Chapecoense 34 29 9 -815o Avaí 33 29 9 -1616o Coritiba 33 29 8 -917o Goiás 31 29 8 -118o Figueirense 31 29 8 -1619o Vasco 27 29 7 -2920o Joinville 24 29 5 -16

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xQua. 14/10

22h

Qua. 14/1022h

Qua. 14/1021h

Qui. 15/1019h30

Qua. 14/1021h

Qua. 14/1021h

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Qui. 15/1021h

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O ex-treinador do São Paulo, o colombiano Ju-an Carlos Osorio, deu um pronunciamento à im-prensa nesta quarta-feira (7) para comunicar sua sa-ída do clube e sua ida para a seleção do México.

Agradeceu a jogadores, funcionários, comissão técnica e um dirigente em especial, Ataíde Gil Guer-reiro, ex-vice presiden-te de futebol. No discurso, Osorio sequer citou o pre-sidente do clube, Carlos Miguel Aidar, com quem tinha péssima relação.

O ex-treinador do Vas-co, Doriva, foi contratado para o seu lugar. (BP)

Ao sair, Osorio “esquece” de Aidar

Rio de Janeiro, 8 a 14 de outubro de 2015