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Cultura | págs. 8 e 9 Cultura | págs. 11 Esportes | pág. 15 RIO DE JANEIRO Ano 3 | edição 154 15 a 17 de fevereiro de 2016 distribuição gratuita Beyoncé exalta orgulho negro Quem me chamou? Em programa de maior audiência dos EUA, cantora criticou violência policial Conheça um pouco da história da Mangueira, a escola campeã de 2016 Divulgação Gabriel Santos/Riotur Roberto Stuckert Filho Curta nossa página no Facebook Falta de ar condicionado, equipamentos sem manutenção, limpeza insuficiente e proliferação de baratas em uma enfermaria. Esse foi o cenário encontrado pelo Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais (Sintuperj) no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) em visita durante o carnaval. A entidade entregou um relatório para o reitor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Cidades | pág. 5 Crise na saúde atinge Hospital Pedro Ernesto O que o futebol inglês tem a ensinar Divisão igualitária das cotas de TV poderia funcionar para os campeonatos no Brasil No Dia Nacional de Mobilização contra o Aedes Aegypti, a presidenta Dilma Rousseff visitou uma comunidade em Santa Cruz, na zona oeste. Em todo o país, cerca de 3 milhões de casas foram vistoriadas por integrantes das Forças Armadas e agentes de saúde neste sábado (13). Cidades | pág. 12 ZIKA

Brasil de Fato RJ - 154

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Cultura | págs. 8 e 9

Cultura | págs. 11

Esportes | pág. 15

RIO DE JANEIRO

Ano 3 | edição 154

15 a 17 de fevereiro de 2016 distribuição gratuita

Beyoncé exalta orgulho negroQuem me

chamou? Em programa de maior audiência dos EUA, cantora criticou violência policial Conheça um pouco da

história da Mangueira, a escola campeã de 2016

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ção

Gabriel Santos/Riotur

Roberto Stuckert Filho

Curta nossa página no Facebook

Falta de ar condicionado, equipamentos sem manutenção, limpeza insuficiente e proliferação de baratas em uma enfermaria. Esse foi o cenário encontrado pelo Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais (Sintuperj) no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) em visita durante o carnaval. A entidade entregou um

relatório para o reitor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Cidades | pág. 5

Crise na saúde atinge Hospital Pedro Ernesto

O que o futebol inglês tem a ensinar

Divisão igualitária das cotas de TV poderia funcionar para os campeonatos no Brasil

No Dia Nacional de Mobilização contra o Aedes Aegypti, a presidenta Dilma Rousseff visitou uma comunidade em Santa Cruz, na zona oeste. Em todo o país, cerca de 3 milhões de casas foram vistoriadas por integrantes das Forças Armadas e agentes de saúde neste sábado (13).

Cidades | pág. 12

ZIKA

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EXPEDIENTE

Desde 1º de maio de 2013

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. O Brasil de Fato RJ circula todas as segundas e quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

CONSELHO EDITORIAL:Alexania Rossato,Antonio Neiva (in memoriam), Joaquín Piñero, Kleybson Andrade, Mario Au-gusto Jakobskind, Nicolle Berti, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam)

EDIÇÃO:Vivian Virissimo (MTb 13.344)

SUB-EDIÇÃO:Fania Rodrigues

REPORTAGEM:André Vieira, Bruno Porpetta e Pedro Rafael Vilela

REVISÃO: Sheila Jacob

COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago

FOTÓGRAFO: Stefano Figalo

ESTAGIÁRIO: Victor Ohana

ADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani

DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade

DIAGRAMAÇÃO: Juliana Braga

TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares

(21) 4062 [email protected]

EDITORIAL

Segunda-feira, 15 de fevereiro, Rio de Janeiro, Brasil

º C | F34Tempestades

com raios

PREVISÃO DO TEMPO

Font

e: G

oogl

e

O uso de máscaras é quase tão antigo quanto a histó-

ria da humanidade. Elas foram utilizadas para os fins mais dis-tintos de acordo com a cultura e religiosidade de cada povo. A primeira máscara a ser en-contrada remonta a um tem-po antes de 30.000 a.C. Foi na Itália que o uso de máscaras se tornou intimamente liga-do às festas e ao carnaval, pois elas permitiam o disfarce, as-sim como a possibilidade de ser outra pessoa durante al-gumas horas.

O desenvolvimento do siste-ma político do Brasil permite o uso desta metáfora. As heran-ças da colonização, como a di-tadura, encontraram uma ma-neira de permanecer nas prá-ticas políticas, na estrutura ju-rídica, e na violência cotidia-na a partir de um processo de mascaramento do sistema de poder. Partidos que se apre-sentam como trabalhistas, so-cialistas ou democráticos reto-maram pautas elitistas, impe-rialistas e autoritárias com o início da sessão legislativa de 2016 do Congresso Nacional.

Dentre os principais projetos que continuarão em votação em 2016 pelos representantes “democraticamente” eleitos pelo povo brasileiro, se desta-cam: o PL 5069, que prevê res-trição ao atendimento às mu-lheres vítimas de estupro; a re-

A principal vítima deste baile de máscaras é o povo brasileiro, pois observa somente a aparência do disfarce

dução da maioridade penal; o Código da Mineração, que in-centiva a exploração e simplifi-ca as licenças; a lei Antiterroris-mo, que criminaliza as mani-festações populares; a lei da terceirização, que flexibiliza a legislação trabalhista e re-duz os direitos dos trabalha-dores; a restrição da rotula-gem de transgênicos; emen-da constitucional que difi-culta fiscalização do traba-lho escravo e projetos de leis que visam à privatização de

Baile de máscaras

34° 25° 33° 25° 32° 25°

seg ter qua

33 32

29

setores da Petrobrás.Além de tantas pautas de re-

trocessos democráticos, segue

a história do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, su-postamente fundamentado nas contas do exercício de 2014.

Além do conservadorismo do Congresso, a grande mí-dia atua para encobrir os inte-resses escondidos por trás de cada um destes projetos, difi-cultando a interpretação do cenário político brasileiro. A principal vítima deste baile de máscaras é o povo brasi-leiro, pois observa somente a aparência do disfarce.

Rio de Janeiro, 15 a 17 de fevereiro de 20162 | Editorial

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SINDICALpor Claudia Santiago

Reprodução

EBC

Victor Soares/EBC

Após uma publicação do periódico americano The

New England Journal of Medi-cine, que confirma a relação entre o vírus zika e a microce-falia em bebês, o debate sobre o aborto voltou à tona.

Um grupo de advogados, acadêmicos e ativistas entra-rá com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para ce-der o direito às mulheres de interromper a gravidez nos casos de microcefalia relacio-nados à epidemia.

No início do mês, a Organiza-ção das Nações Unidas (ONU)

Ao participar de uma Conferência Internacional – Com todos e para o bem de todos, dedicada a José Mar-tí, o patriarca da indepen-dência de Cuba, Frei Be-to disse que uma das causas principais de retrocessos em governos progressistas na América Latina é o descui-do na formação ideológi-ca da sociedade.

A socialite Val Marchiori mandou muito mal ao fazer uma crítica racista ao cabelo da cantora Ludmilla, na Rede TV!. A ricaça disse, ao vivo: “A fantasia está bonita ao meu ver, a maquiagem também, mas esse cabelo dela está pa-recendo um Bombril, gente”.

mandoumal

mandoubem

DIÁLOGO Em Cuba, o Papa Francisco esteve, na última sexta-feira (12), com o patriarca ortodoxo russo Cirilo I. Este foi o primeiro encontro entre os primados da Igreja Católica e ortodoxa desde 1054.

FRASE DA SEMANA

já havia defendido a legalização do aborto em meio à epidemia. A entidade também apoia a de-cisão de países que permitirem

Ismael Francisco / Cubadebate

EBC

Div

ulga

ção

Especialistas defendem autonomia de mulheres sobre aborto

‘Aborto já é livre no Brasil. Proibir é punir quem não tem dinheiro’,

Correios vão abrir 4 mil vagas

Os Correios abrirão quase 4 mil vagas no Programa Jovem Aprendiz. As inscri-ções vão de 25/02 a 13/03. O cadastro deve ser fei-to pelo site dos Correios. É necessário ter entre 15 e 22 anos e estar matricula-do, no mínimo, no 9º ano do ensino fundamental. A bolsa é de R$ 413, com vale transporte e refeição.

Folic demite e não paga rescisão

O Sindicato dos Comer-ciários do Rio entrou com ações trabalhistas para bus-car o pagamento das dívi-das da Folic com mais de 400 trabalhadores demi-tidos. A empresa dispensou quase todos os emprega-dos sem fazer o pagamen-to das verbas rescisórias. A maioria não conseguiu sa-car todo o dinheiro do FGTS porque os depósitos no Fun-do deixaram de ser feitos pela empresa entre 2013 e 2014. O Ministério Público do Trabalho está trabalhan-do nesta fraude trabalhista.

o aborto em circunstâncias mais amplas, seguindo pa-drões de aplicação interna-cional. (ABr)

disse o médico Drauzio Varella em entrevista à BBC. “Todo resto é hipocrisia”, completou.

Rio de Janeiro, 15 a 17 de fevereiro de 2016 Geral l 3

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Durante o último carnaval, a diretoria do Sindicato dos

Trabalhadores das Universida-des Públicas Estaduais (Sintu-perj) visitou o Hospital Univer-sitário Pedro Ernesto (HUPE), ligado à Universidade do Esta-do do Rio de Janeiro (UERJ) para verificar as condições da unidade. O Sindicato produ-ziu um relatório, protocola-do no último dia 11 de feverei-ro, que foi entregue tanto ao di-retor-geral do hospital,   quan-to ao reitor da UERJ, Ruy Garcia.

Durante a visita, o Sintuperj identificou alguns pontos con-siderados graves para a entida-de:  o serviço de radiologia esta-va sem ar condicionado e com dois tomógrafos parados por

André Vieira do Rio de Janeiro (RJ)

falta de conserto e manutenção; o laboratório central também estava sem ar condicionado, co-locando em risco a vida útil dos aparelhos, das amostras cole-tadas para exames e da própria saúde dos servidores lotados na unidade; no CTI Geral o o apa-relho de ar condicionado era in-suficiente para suprir o espa-ço, com o agravante de não ter ar condicionado no isola-

Os docentes estão denunciando as condições precá-rias do Hupe, que está sucateadoGuilherme Abelha, do Andes

Visita à unidade de saúde ocorreu durante o carnaval e constatou graves erros

Sindicato denuncia irregularidades no Pedro Ernesto

mento da referida unidade. E os problemas não param

por aí. Nas enfermarias, ou-tros agravantes chamaram a atenção do Sintuperj. Em uma delas, a Enfermaria 18, além de estar sem ar condicionado, havia ainda a proliferação de baratas. Outro ponto denun-ciado pelo Sindicato foi a lim-peza insuficiente em todas as unidades do hospital.

FALTA DIÁLOGOPara o médico Renato Santos, do Centro de Estudo Brasilei-ro em Saúde (CEBS), a situa-ção do Hospital Universitá-rio Pedro Ernesto não é nova e acontece, dentre outros mo-tivos, pela  falta de interlocu-

Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, ambos do PMDB. Re-nato alertou ainda para uma falta de capacidade de gestão por parte do poder estadual e a falta de soluções para os mo-mentos de crise.

Outro ponto que vem sen-do bastante criticado por pro-fissionais e estudantes é a pro-posta de Pezão de transferir a administração do Hospital Pe-dro Ernesto para a secretaria estadual de saúde. “Os docen-tes estão denunciando as con-dições precárias do Hupe, que está muito sucateado, e lutan-do contra a proposta do gover-no de gestão compartilhada entre o governo do estado e a administração da Uerj. A pro-posta fere autonomia univer-sitária e não resolve o proble-ma, que é a falta de recursos. É um hospital de alta complexi-dade e precisa de uma gestão acadêmica”, alertou Guilher-me Abelha, da Associação Na-cional dos Docentes do Ensi-no Superior (Andes-SN).

Nos últimos meses a unida-de de saúde vem ganhando destaque nos noticiários devi-do a seus problemas estrutu-rais, ao roubo de equipamen-tos, como o que aconteceu no final do mês de janeiro, além da diminuição no repasses de ver-bas, atrasos nos pagamentos dos profissionais terceirizados, dentre outros.

Fotos: Stefano Figalo / Brasil de Fato

ção entre o governo do esta-do e entidades representan-tes dos profissionais e da so-ciedade em geral. “O diálo-go com o governo do esta-do não é um dos melhores. Entidades como o CEBS, a Rede de Médicos Populares, o Fórum de Saúde, o Conse-lho Regional de Medicina, encontram dificuldades em conversar com o governo”, critica o médico.

O profissional de saúde aponta ainda que outro erro do governo do estado é não tratar a saúde como uma das prioridades das gestões de

Trabalhadores e funcionários do Hospital Universitário Pedro Ernesto criticam precariedade das instalações da unidade de saúde

Sindicato denuncia limpeza insuficiente no HUPE

Rio de Janeiro, 15 a 17 de fevereiro de 2016 Cidades l 5

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Ditadura: Itália aceita denúncia contra militares brasileirosOs militares brasileiros João

Oswaldo Leivas Job, Car-los Alberto Ponzi, Átila Rohr-setzer e Marco Aurélio da Silva Reis serão processados na Itá-lia pelo assassinato do cidadão ítalo-argentino Lorenzo Vinãs Gigli, cometido durante o pe-ríodo de atuação da Opera-ção Condor. O juiz Alessandro Arturi, do Tribunal de Roma, aceitou a denúncia do procu-rador Carlos Capaldo e fixou a primeira audiência para o dia 26 de fevereiro. Se condena-

Divulgação

Leandro Silva/Brasil de Fato

Alonso Garibay/Anistia Internacional

Div

ulg

ação

CLIMA O Supremo Tribunal dos Estados Unidos suspendeu na última semana um programa de redução de emissões de poluentes por centrais térmicas proposto pelo presidente norte-americano, Barack Obama.

Mais de 50 pessoas mor-reram e pelo menos 78 fi-caram feridas em um du-plo atentado suicida em um campo de refugiados em Dikwa, no estado de Borno, noroeste da Nigéria. O ata-que foi reivindicado pelo grupo Boko Haram, que nos últimos anos provocou a morte de milhares de pes-soas. Conflitos forçaram 2,5 milhões a deixar suas casas.

Segundo a imprensa lo-cal, terroristas suicidas se in-filtraram no campo quando as autoridades distribuíam o almoço. Apesar de não ha-ver números oficiais, as pes-soas do campo asseguram que 51 corpos foram enter-rados em uma cova coletiva, a maioria mulheres e crian-ças. O grupo Boko Haram quer instaurar um califado no norte da Nigéria, maiori-tariamente muçulmano, ao contrário do sul, de maioria cristã. (Agência Lusa)

Anistia alerta para crise de direitos humanos no México

NIGÉRIA

Ataque terrorista na Nigéria

O México enfrenta uma cri-se de direitos humanos “de pro-porções epidêmicas” e os desa-parecimentos de pessoas, a tor-tura e os homicídios brutais es-tão se tornando “símbolos” do país. A informação foi divulgada pela Anistia Internacional (AI).

A organização fez a advertên-cia em função da visita do papa Francisco ao México que ocorre- Anistia denuncia tortura e desaparecimento de pessoas no México

Levante Popular da Juventude já realizou escracho para denunciar Ponzi

dos, os militares brasileiros po-dem pegar prisão perpétua.

Segundo o procurador Car-los Capaldo, na primeira au-diência será decidido se o pro-cesso será anexado a um já existente. “Serão processados e isso é já uma vitória para os familiares da vítima e para a procuradoria, que, durante 15 anos, investigou os crimes cometidos contra cidadãos de origem italiana durante as ditaduras do Cone Sul”, diz. (Opera Mundi)

rá até 17 de fevereiro. “Devido às dezenas de milhares de pessoas que despareceram, ao uso da tortura, aos crescentes números de assassinatos de mulheres e à total falta de capacidade para in-vestigar crimes, os abusos con-tra os direitos humanos trans-formaram-se em símbolos do México”, acrescentou Erika Gue-vara-Rosas. (Agência Lusa)

Rio de Janeiro, 15 a 17 de fevereiro de 20166 | Mundo

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Reforma na Previdência vai aumentar desigualdade, afirmam especialistas

DIivulgação

DIivulgação

Proposta de Dilma de reforma no sistema de aposentadorias é alvo de críticas

No momento em que o Brasil atravessa uma das

maiores crises econômicas das últimas décadas, com aumento do desemprego e da inflação, a principal alternativa apresenta-da pelo governo Dilma é uma velha conhecida da população: a reforma da previdência.

A proposta foi destaque no discurso da presidenta na rea-bertura dos trabalhos legislati-vos deste ano, mas ainda não foi apresentada oficialmen-te. A tendência é que se esta-beleça uma idade mínima para aposentadoria igual para homens e mulheres.

Além disso, a proposta deve unificar todos os regimes de previdência (geral, de servi-dores públicos, militares e trabalhadores rurais). Atual-mente, enquanto os servido-res públicos têm idade mí-nima de 55 anos (mulheres) e 60 anos (homens) para se aposentar, os servidores do regime geral têm como única exigência o tempo de contri-buição, que pode ser combi-nado à idade para aumentar o valor do benefício.

IDOSOSO principal objetivo dessa re-forma é diminuir gastos públi-cos frente a um suposto déficit da previdência, que seria agra-vado no futuro com o aumento do número de idosos, por cau-sa do crescimento da expecta-tiva de vida da população. Esse argumento, no entanto, é re-chaçado por diversos especia-listas. Para eles, a reforma im-

to, que dá déficit. Há outras fon-tes de receita da previdência que não são computadas nesse cálculo, como recursos da lote-ria, Cofins e CSLL”, argumenta a professora em entrevista ao Jor-nal da UFRJ.

“Nós precisamos denun-ciar veementemente a forma como são divulgadas as contas da previdência, idealizada sob medida para sustentar essa fa-

plica em maiores restrições para aposentadoria e no au-mento da desigualdade social, especialmente na velhice.

PREVIDÊNCIA TEM SALDO POSITIVOUma dessas vozes críticas é da professora da UFRJ Deni-se Gentil. Em audiência pú-blica no Senado, ela mostrou, com dados oficiais, que o siste-ma de seguridade, na verdade, gera superávit, ao contrário do que alega o governo. O levanta-mento realizado ao longo de 16 anos (1990-2006) mostra que o excedente de recursos do orça-mento da seguridade social foi de R$ 72,2 bilhões, sendo que boa parte acabou sendo des-viada para outras áreas.

O governo alega déficit, se-gundo Denise, porque sim-

Pedro Rafael Vilela*de Brasília (DF)

lácia, repetida como mantra pela imprensa, de que ela é de-ficitária”, afirmou o presiden-te do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Cen-tral, Marcos Piffer.

Ainda segundo Denise Gen-til, a previdência não pode ser entendida apenas como um gasto público e uma transfe-rência de renda aos mais ne-cessitados (aposentados e pen-sionistas), mas também como um fator de desenvolvimento da própria economia.

Os benefícios previdenciários têm um papel importantíssimo para alavancar a economia”Denise Gentil, professora da UFRJ

plesmente ignora outras fontes de receita previstas na Consti-tuição. “O cálculo do resultado previdenciário [feito pelo go-verno] leva em consideração apenas a receita de contribui-ção ao Instituto Nacional de Se-guridade Social (INSS) que in-cide sobre a folha de pagamen-

A tendência é que se estabeleça uma idade mínima para aposentadoria igual para homens e mulheres

Proposta de Dilma para combater crise econômica pretende mudar regras da Previdência

“É um gasto autônomo, quer dizer, é uma transferência que se converte integralmente em consumo de alimentos, de ser-viços, de produtos essenciais e que, portanto, retorna das mãos dos beneficiários para o merca-do, dinamizando a produção, estimulando o emprego e mul-tiplicando a renda. Os benefí-cios previdenciários têm um papel importantíssimo para ala-vancar a economia”, sustenta.

*(Com informações da Carta Maior e do Jornal da UFRJ).

Rio de Janeiro, 15 a 17 de fevereiro de 2016 Brasil l 7

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Mangueira teu cenário é uma belezaAgremiação não era campeã do carnaval carioca desde 2002

André Vieirado Rio de Janeiro (RJ)

Em cena, a vida de Maria Bethânia, celebrando os 50 anos de carreira da cantora

“Quem me chamou? Man-gueira. Chegou a hora

não dá mais pra segurar”, di-zia a letra. E estavam cer-tos. Ninguém foi capaz de se-gurar a poderosa verde e rosa que esse ano veio para a aveni-da com o enredo “Maria Be-thânia: a Menina dos Olhos de Oyá” e conquistou pela 18ª vez o título de campeã do carna-val carioca com 269,8 pontos. Na noite deste domingo (14), a escola voltou à Sapucaí no desfile das campeãs ao lado da Unidos da Tijuca (269,7), Por-tela (269,7), Salgueiro (269,6), Beija-Flor (269,3) e Imperatriz Leopoldinense (269,2).

Logo após o resultado, o pre-sidente da escola, Chiquinho da Mangueira, não conteve a emoção ao falar da vitória. “A campeã voltou, porque me-recia voltar. A Mangueira tem uma história e não pode ficar fora desta disputa. Ganhar é uma consequência, mas ficar fora do desfile das Campeãs a Mangueira não pode. A Man-gueira resgatou o que tem de mais importante, que é a sua comunidade e o respeito de todo aquele morro e de todos os fundadores da Mangueira”, disse à Agência Brasil.

ESPETÁCULOQuem foi à Sapucaí, tanto no dia 8 quanto no dia 14 de feve-reiro, viu um verdadeiro show de samba. A beleza da Man-gueira contagiou até aqueles que são de outras escolas. A perfeição e o cuidado do carna-valesco Leandro Vieira, de 31 anos, rendeu o título de cam-peão em sua estreia na verde

e rosa. Em cena, a vida de Ma-ria Bethânia, celebrando os 50 anos de carreira da cantora.

Na comissão de frente, 15 bai-larinas negras representavam a guerreira Oyá, orixá da valentia. Já o carro abre-alas represen-tou Oyá e Oxum, orixás presen-tes na vida da cantora homena-geada, que veio acompanhada de suas duas afilhadas no últi-mo carro da escola. Outro des-taque também foram a porta-bandeira Squel, que desfilou “careca” com uma touca de lá-tex na cabeça e com toda a sua beleza e samba no pé represen-tou o Axé do candomblé.

A rainha de bateria Evelyn Bastos encantou a avenida com seu gingado. Além de óti-ma dançarina, Evelyn se des-taca por ser da própria favela da Mangueira. Conhece e vive de perto a realidade de seu lu-gar. Bem diferente de outras escolas que preferem colocar no posto famosas que apare-cem de tempos em tempos de carnaval.

MANGUEIRA É TRADIÇÃOA história do Grêmio Recreati-vo Escola de Samba Estação Pri-meira de Mangueira começa no ano de 1928 no Morro da Man-gueira, localizado na zona nor-te do Rio de Janeiro em frente ao estádio Maracanã. Fundada pelos sambistas Carlos Cacha-ça, Cartola, Zé Espinguela, entre outros, foi a primeira escola que criou a ala dos compositores,

Menina dos Olhos de Oyá:

Maria Bethânia

A porta-bandeira Squel representou o

Axé do candomblé

A rainha de bateria Evelyn Bastos se destaca por ser da própria favela

Cantora veio acompanhada de suas duas afilhadas no último carro

Tata Barreto/Riotur

Tata Barreto/Riotur

Rio de Janeiro, 15 a 17 de fevereiro de 20168 | Cultura

Page 9: Brasil de Fato RJ - 154

Mangueira teu cenário é uma beleza

Uma das figuras de maior referência da escola foi o músico Jamelão, falecido em 2008

que foi incorporada às outras escolas ao longo dos tempos.

Uma das figuras de maior re-ferência da escola foi o músico Jamelão, falecido em 2008, que interpretou os sambas da esco-la entre os anos de 1949 e 2006. A última vez que a Mangueira saiu campeã do carnaval cario-ca foi no ano de 2002 com o en-redo “Brazil com ‘Z’ é pra Cabra da Peste, Brasil com ‘S’ é a Na-ção do Nordeste”, do carnava-lesco Max Lopes e defendi-da pelo intérprete Jamelão.

Fernando Grilli/Riotur

A Mangueira resgatou o que tem de mais importante, que é a sua comunidadeChiquinho da Mangueira

Santos da Igreja Católica também foram

representados no desfile em homenagem a Bethânia

Raphael David/Riotur

Marco Antônio Cavalcanti/Riotur

Tomaz Silva/Riotur

Rio de Janeiro, 15 a 17 de fevereiro de 2016 Cultura l 9

Page 10: Brasil de Fato RJ - 154

Candinho e seu burro Policarpo passam por bons perrengues

Escrita por Walcyr Car-rasco, dramaturgo com ex-periência em histórias de época, a novela “Êta mundo bom!” parece ter tudo para dar certo. Não apenas por retratar a década de 1940, ter um cenário rural e uma atmosfera caipira, mas so-bretudo pelo elenco de peso que dá vida aos persona-gens. Inclusive, vários atores que costumam seguir Wal-cyr em suas novelas fazem parte da nova história.

O protagonista da vez é Candinho (Carlos Guizé), que foi inspirado no conto do filósofo francês Voltaire, intitulado “Candido”, o qual, grosso modo, fala de otimis-mos e desilusões na vida. Na novela, o rapaz foi abando-nado por sua mãe biológica quando era bebê e acolhido pelo casal Cunegundes (Eli-zabeth Savalla) e Quinzinho (Ary Fontoura).

Depois de adotar a crian-ça, os pais adotivos têm ou-tros três filhos. Quando adul-to, Candinho passa a ser em-pregado da casa, e se apai-xona pela irmã, Filó (Débo-ra Nascimento). Quando os dois são vistos se beijan-do pela família, Candinho é expulso de casa. Nesse mo-

SEMPRE VI NOVELA | Joaquim Vela

“Êta mundo bom!” me deixa otimista

ele nunca perde seu otimis-mo. Quando reencontra Filó na capital, que fugira de casa por causa do temperamento de seu pai, o moço descobre ser herdeiro de uma grande fortuna, em função do amu-leto que ele leva no peito des-de que foi encontrado no rio. O que Candinho e Anastácia não sabem é que Sandra (Flá-via Alessandra), sobrinha da viúva, fará de tudo para atra-palhar esse encontro, pois não quer deixar de ser herdei-ra da fortuna de sua tia.

Divulgação

O quê: Seminário debate a concentração dos meios de comunicação, reunindo jornalistas, professores e integrantes do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social. Onde: Escola de Comunicação da UFRJ – Av. Pasteur, 250, Urca. Quando: Sexta (19), 14h.Quanto: 0800

O quê: Baile “pirigótico” promete tocar hits para fazer todo mundo rebolar bastante. Evento sugere que os interessados vistam roupas pretas. Onde: Gafieira Elite – Rua Frei Caneca, 4, Centro. Quando: Sexta (19), 22h.Quanto: 0800 até 23h, R$ 10 até meia-noite

O quê: Curso de cinema tem enfoque na realização de documentários, com didática fácil para qualquer um aprender a fazer um filme. Voltado para idosos a partir de 60 anos.Onde: Sesc Madureira – Rua Ewbanck da Câmara, 90. Quando: Terças (16 e 23), 10h.Quanto: 0800

O quê: Festa reúne músicas de cantores como Chico Buarque, Gaby Amarantos, Elis Regina, Anitta, Caetano Veloso, Raça Negra, Novos Baianos, É o Tchan, Cazuza e Valesca Popozuda, entre outros.Onde: Rua do Ouvidor, 12. Quando: Sexta (19), 22h. Quanto: 0800

O quê: A Arena Dicró entra no clima dos bailes de dança de salão, animando as noites dos dançarinos da cidade com muita música boa.Onde: Arena Carioca Dicró – Parque Ary Barroso, Penha. Entrada pela Rua Flora Lobo.Quando: Quarta (17), às 19h.Quanto: 0800

O quê: Exposição reúne cerca de cem obras de Frida Kahlo e outras pintoras. Para visitar, é necessário agendar no link http://frida.ingresse.com/#/ Onde: Caixa Cultural – Avenida Almirante Barroso, 25. Quando: De terça a domingo, de 10h às 21h. Quanto: 0800

Frida Kahlo

Donos da Mídia: dados e impactos

Bailão do Ary

Curso de cinema

Pseudo Cult

Baile das Mina

AGENDA DA SEMANA

Divulgação

Divulgação

Reprodução/Tv Globo

Divulgação

Divulgação

Divulgação

mento, ele é aconselhado por Pancrácio (Marco Nani-ni), seu grande mentor, a ir para São Paulo, procurar a sua mãe biológica Anastácia (Eliane Giardini), que tam-bém está a sua procura sem ele saber.

POLICARPONa cidade grande, Candinho e seu burro Policarpo passam por bons perrengues, mas

Novela escrita por Walcyr Carrasco parece ter tudo para dar certo

Rio de Janeiro, 15 a 17 de fevereiro de 201610 | Cultura

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Muitos vibraram com a sua performance, muitos passaram a incitar um boicote à Beyoncé e ao Super Bowl

Fotos Divulgação

A cantora americana Beyon-cé lançou um single cha-

mado “Formation” (formação, em inglês) e um videoclipe su-per produzido recentemente. Com a mesma música, a “Rai-nha Bey”, como é chamada, se apresentou no intervalo do Super Bowl, o jogo da final do campeonato de futebol ameri-cano que se tornou o evento es-portivo de maior audiência na televisão (são 114 milhões de TVs ligadas).

Mas o que seria apenas mais uma apresentação grandio-sa da artista virou polêmica. As expectativas antes e depois do show despertaram reações de todos os lados: muitos vibra-ram com a sua performan-ce, muitos passaram a in-citar um boicote à can-tora e ao Super Bowl.

Isso porque a mú-sica e a performan-ce de Beyoncé exaltam o ne-gro america-no e criticam a violência po-licial em um momento em que os Esta-dos Unidos passam por tensões so-ciais após di-versos casos de morte de negros por policiais brancos.

Um desses casos foi o de Michael Brown, de 18 anos, morto com dois tiros na cabeça em Fer-guson, no Missouri, em 2014. Depois disso hou-ve o caso de Walter Sco-tt, de 50 anos, morto com um tiro nas costas quando fugia desarmado de um po-

Beyoncé tratou de violência policial no programa mais visto da TV nos EUAMúsica e a performance da cantora exaltaram o negro e criticaram a violência policial no Super Bowl

Murilo RoncolatoDo Nexo*

licial, em North Charleston, na Carolina do Sul, em 2015; e Freddie Gray, de 25 anos, morto após sofrer uma rup-tura de vértebra enquanto era detido por policiais em Balti-more, em Maryland, em abril do ano passado.

O QUE DIZ A LETRAA letra é fundamentalmente sobre o orgulho negro. Exal-ta mulheres, a origem do ne-gro americano, os Estados do sul do país (Beyoncé é de um deles: o Texas), cita estereóti-pos sobre negros de forma or-gulhosa (o de ir ao restaurante Red Lobster, ou de andar com molho de pimenta na bolsa), e, sobretudo, fala sobre a capa-cidade de todo negro nos EUA de assumir poder.

PANTERAS NEGRASBeyoncé aparece no grama-do do estádio da final do Su-per Bowl vestida com uma ja-queta inspirada naquela usada por Michael Jackson, logo após uma banda militar abrir alas para ela entrar. Suas dançari-nas estão todas vestidas de pre-to com boinas também pretas,

em referência aos Panteras Ne-gras, organização política negra ativa nos anos 1960 e 70, famo-sa por sua atuação armada de-fendendo guetos negros da vio-lência da polícia.

POLÊMICAA união de letra, clipe e apre-sentação revoltou os defenso-res da polícia e quem, em geral, não vê no racismo o fato que motiva as mortes de negros po-bres nos Estados Unidos.

Após o show, publicações no Facebook e no Twitter passaram a pedir o boicote à artista, ao campeonato de futebol ameri-cano e à empresa patrocinado-ra dos shows no Super Bowl.

Do outro lado, “Formation” parece ter sido bem recebida pelos fãs. Poucos minutos de-pois da apresentação, foi anun-

ciada a turnê “The Formation World Tour”, com a qual Beyon-cé deve viajar pela América do Norte e Europa a partir do dia 27

“Eu vejo algo, eu quero (...) Eu sonho, Eu trabalho duro Eu me esforço até tê-lo”“Você pode ser um Bill Gates negro em formação, porque eu destruo Eu posso ser uma Bill Gates negra em formação Okay meninas, agora entremos em formação, eu destruo”

de abril. Interessados se apres-saram em acessar o site de ven-das de ingressos que, devido ao volume excessivo de visitantes, chegou a ficar fora do ar.

*www.nexojornal.com.br/

Formation/ Beyoncé

Dançarina usa boina preta em referência aos Panteras Negras

Cantora pop lança

música que critica vio-

lência poli-cial contra

negros e negras

nos EUA

Rio de Janeiro, 15 a 17 de fevereiro de 2016 Cultura l 11

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12 | Cidades

Líder em pesquisa no Brasil, a Fundação Oswal-do Cruz (Fiocruz) - órgão vinculado ao Ministério da Saúde - divulgou um estu-do inédito que constatou a presença do vírus zika ati-vo (com potencial de pro-vocar a transmissão da do-ença) em amostras de sali-va e de urina.

Foram analisadas amos-tras de dois pacientes que apresentaram sintomas da doença. E a evidência abre ca-minho para estudos de ou-

220 mil militares do exérci-to, marinha e aeronáutica

estão ajudando no comba-te ao mosquito Aedes aegyp-ti, que transmite os vírus da dengue e da zika. Até a pre-sidenta Dilma Rousseff bo-tou a mão na massa. Sába-do passado ela participou do mutirão no Dia Nacional de Mobilização contra o Aedes Aegypti, no bairro de Santa Cruz, no Rio.

OLIMPÍADAA presidenta Dilma Rousseff disse que, apesar do grande número de casos de zika no país, isso vai não comprome-ter a realização dos Jogos Olím-picos no Rio de Janeiro, marca-dos para agosto deste ano.

“Nós conseguiremos, até a Olimpíada, ter um suces-so bastante considerável no extermínio dos mosquitos. Apelamos para a consciên-

Roberto Stuckert Filho

Divulgação

tras fontes de transmissão do zika, que vão além da picada do mosquito Aedes aegypti.

“Já se sabia que o vírus poderia estar presente tan-to em urina quanto em sa-liva. Mas, esta é a primeira vez que demonstramos que o vírus está ativo, ou seja, com potencial de provocar a infecção, o que abre novos paradigmas para o enten-dimento das rotas de trans-missão do vírus Zika”, aler-ta a chefe da pesquisa Myr-na Bonaldo.

Zika pode ser transmitido pela saliva e urina

Dilma comanda ação contra Zika

Brasil oferece treinamento internacional

Mitos e verdades sobre a zika O ministério da Saúde vai oferecer capacitação para profissionais dos países da América do Sul e para a rea-lização de testes para detec-ção do vírus zika.

O objetivo é reforçar a ca-pacidade de vigilância na re-gião e monitorar o compor-tamento do vírus em outros países. No mês de janeiro, técnicos do Paraguai, Peru, Uruguai e Equador recebe-

ram treinamento do Institu-to Evandro Chagas (IEC), ór-gão vinculado ao Ministério da Saúde.

Além disso, o governo fe-deral está realizando treina-mento para técnicos brasilei-ros através de 24 laboratórios estaduais, para a realização dos exames. Eles vão receber kits prontos para testes e de-tectar rapidamente a presen-ça do vírus.

cia de cada um dos cariocas, homens, mulheres, crianças, para que nos ajudem nessa função”, disse Dilma.

De acordo com a Secreta-ria Estadual de Saúde do Rio, o combate ao mosquito terá prio-ridade em regiões com grande número de contágio das doen-ças transmitidas pelo Aedes. É o caso dos municípios de Ara-ruama, Rio das Ostras, Duque de Caxias e Belford roxo.

A relação da doença da zika com os casos da microce-falia não significa que todas as gestantes que foram afe-tadas pelo vírus zika desen-volveram ou desenvolverão, em suas gestações, a micro-cefalia. Isso ainda está sendo estudado, para entender por que ocorreram as situações de microcefalia.

É falsa a informação de que

o surto de microcefalia estaria relacionado com uma suposta vacinação contra a rubéola cujo lote estaria vencido, e não com o zika vírus. A vacina con-tra rubéola não é aplicada em gestantes e sim em crianças de 12 a 15 anos. Além disso, não há registros de que vacinas contra a rubéola tenham sido utilizadas após o vencimento no País

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Variedades l 13

Suco desintoxicante e energético

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Ingredientes

• Suco de 1 limão

• 4 cenouras

• 1 maçã

• 2 laranjas

• 1 pedaço de gengibre

Modo de preparo

Bata todos os ingredientes em um liquidificador ou em uma centrífuga, adicionando um pouco de água filtrada ou água de coco. Para deixar o suco mais cremoso, utilize a medida de meio copo. Evite usar açúcar e adoçantes.

Tempo de preparo15 minutos

Rendimento800 ml

Divulgação

Gostaria de saber se tem algo na ciência que explica: por que todos os homens são iguais? 

Jaqueline Bouzada, 23 anos, estudante universitária.

Dúvidas? [email protected] Sofia Barbosa | Coren MG 159621-Enf

Cara Jaqueline, na ver-dade, cada homem tem

a sua singularidade, assim como as mulheres são di-versas. Entretanto, as ques-tões que fazem com que o comportamento dos ho-mens seja parecido diz res-peito aos fatores histórico-culturais. O patriarcado, sis-tema de dominação dos ho-mens sobre as mulheres, embora pareça ser coisa do passado, está presente até hoje. Ele apenas se transfor-mou para se adaptar às mu-danças do mundo. Esse sis-tema beneficia os homens de diversas formas: coloca o

BOMBOU NA INTERNET AMIGA DA SAÚDE

lação aos cuidados com os filhos, idosos e doentes; bene-ficia economicamente os ho-mens com melhores remu-nerações e postos de trabalho, naturaliza o comportamento infiel dos homens, etc. Nessas circunstâncias, mesmo aque-les que se dizem avançados e condenam o machismo, uma hora ou outra, acabam se dei-xando levar pelos benefícios que o patriarcado lhes con-fere. Por isso é muito impor-tante que as mulheres se or-ganizem para combater esse sistema de dominação coti-dianamente, o que chama-mos de feminismo.

peso das tarefas domésticas sobre as mulheres; responsa-biliza mais as mulheres em re-

Rio de Janeiro, 15 a 17 de fevereiro de 2016 Variedades l 13

Receita

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14 | Variedades

Áries (21/3 a 20/4)Andará muito distraído. Todo o cuidado é pouco, já que estará mais sensível a pequenas complicações.

Touro (21/4 a 20/5)Será muito prático e terá uma conjuntura favorável que dará força suficiente para conduzir a sua vida.

Gêmeos (21/5 a 20/6)Terá um mês sereno e favorável, tendo algumas oportunidades de resolver determinados problemas.

Câncer (21/6 a 22/7)Estará cheio de energia e provavelmente vai conseguir aproveitar tudo o que surgir para melhorar a sua vida.

Leão (23/7 a 22/8)A conjuntura é positiva, muitos assuntos podem passar pela sua mão e tudo terá um desfecho favorável.

Virgem (23/8 a 22/9)O período é calmo, em que não deve tomar decisões rápidas, tudo deve ser ponderado antes de avançar.

Libra (23/9 a 22/10)Vai alcançar pequenas vitórias que o vão deixar cheio de força para enfrentar os próximos tempos.

Escorpião (23/10 a 21/11)Poderá contar com novidades positivas que vão dar mais força para dar o melhor de si em tudo.

Sagitário (22/11 a 21/12)Está num momento forte em que vai conseguir dar o melhor de si nas situações e estará muito empolgado.

Capricórnio (22/12 a 20/1)A época é calma, pondere bem os passos a dar, pois tudo vai acontecer apenas quando você refletir bem.

Aquário (21/1 a 19/2)Terá um mês positivo e otimista em que vão surgir oportunidades boas para conseguir o que quer.

Peixes (20/2 a 20/3)Terá um período de compromissos e de tempos a tempos pode sentir-se cansado devido ao ritmo intenso.

HORÓSCOPO FASES DA LUACheia 22/2

Minguante 1/3

Crescente 15/2

Nova 8/3

Rio de Janeiro, 15 a 17 de fevereiro de 201614 | Variedades

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Risco do zika vírus preocupa delegaçõesApesar da aparente tranquilidade da organização, vírus assusta estrangeiros

A lutadora de UFC Ronda Rousey, que há cerca de três meses perdeu o título dos pe-sos-galos feminino para Holly Holm, após sofrer um nocaute em apenas 34 segundos, foi vis-ta pela primeira vez treinando depois da luta.

Ronda fazia manopla com seu treinador Edmund Tarver-

Ronda volta aos treinos após derrotaLutadora é vista treinando pela primeira vez desde derrota para Holly Holm

dyan, na academia Glenda-le, em Los Angeles (EUA), em fotos divulgadas pelo site es-pecializado em celebridades TMZ. Desde sua primeira derrota na carreira, a lutadora evitou aparições públicas, de-dicando-se apenas a alguns projetos no cinema.

Apesar de Ronda ter decla-

rado, em uma das poucas en-trevistas que deu neste perío-do, que desejava uma revanche contra Holly Holm, o UFC já confirmou que a primeira defesa de título da nova cam-peã será contra Miesha Tate, no dia 5 de março. Ronda de-verá enfrentar a vencedora desta luta. (BP)

Splitter fora?

Não falaremos nesta edi-ção sobre nenhum time do Rio de Janeiro. Tampouco do Brasil. Uma história, que ainda está sendo contada, tem tudo para se tornar uma das grandes histórias do fu-tebol em todos os tempos.

Graças aos preços absur-dos que as operadoras de TV a cabo cobram de seus assi-nantes, só tem acesso aos jo-gos do Campeonato Inglês ou quem tem uma boa con-dição de grana, ou quem puxa aquele gato maroto.

Quando tratamos do tema da distribuição da grana dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, con-siderando o modelo inglês como um exemplo a ser, pelo menos, levado em conta, é porque este modelo produz possibilidades mais interes-santes para o próprio futebol.

A Inglaterra possui algu-mas equipes que figuram entre as mais milionárias do mundo. Manchester United, Manchester City, Chelsea, Ar-senal e Liverpool dispõem de centenas de milhões de reais, em valores converti-dos para libras, para contra-tação de jogadores e, assim, montam verdadeiras sele-ções internacionais.

A simples transposição des-se modelo para o Brasil não é

válida. Nossos clubes não são propriedade de árabes, russos, estadunidenses e afins. Ainda bem, diga-se de passagem.

Mas a questão das cotas de TV é particularmente interes-sante. Esta divisão mais igual da bufunfa proporciona mo-mentos como o que estamos observando por lá. O Leicester

O Leicester City, algo como a Ponte Preta britânica, lidera o campeonato e pode se tornar campeão inglês

O pivô brasileiro Thia-go Splitter, que atua pelo Atlanta Hawks da NBA, tornou a sentir fortes dores no quadril durante derrota de sua equipe para o Mia-mi Heat por 105 a 87, no dia 31 de janeiro.

A equipe médica da fran-quia de Atlanta ainda avalia a lesão de Splitter, mas não descarta a possibilidade de uma cirurgia para corre-ção do problema. Caso seja necessário o procedimen-to cirúrgico, o brasileiro es-tará fora dos Jogos Olímpi-cos do Rio 2016, em agosto, pois não haverá tempo há-bil para recuperação.

City, algo como a Ponte Preta britânica, lidera o campeona-to e pode se tornar campeão inglês de futebol.

Algo impensável por aqui, onde Corinthians e Flamen-go ganham quase três vezes o que ganha um gigante como o Botafogo, por exemplo.

A atual divisão das cotas é absurda porque, em mé-dio prazo, tende a transfor-mar gigantes do nosso futebol em meros coadjuvantes nas competições. Estabelece uma casta de clubes ricos, determi-nados pela própria TV.

Divulgação

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Jessica Ennis, atual campeã olímpica do heptatlo, pode se preparar fora do Brasil

Após as supostas orienta-ções do Comitê Olímpico

dos Estados Unidos (USOC, sigla em inglês) que os atletas que não queiram correr o ris-co de contrair doenças, pode-riam pedir dispensa dos Jogos do Rio, outras manifestações ocorrem pelo mundo.

O treinador da britânica Jes-sica Ennis, atual campeã olím-pica do heptatlo, cogita mudar o local de treinamentos às vés-peras dos Jogos, de Belo Ho-

Revolução inglesa

rizonte (MG) para outro país próximo e mais “seguro”.

O presidente do Comitê Olím-pico do Quênia chegou a exigir garantias de segurança por parte do Brasil, caso contrário não leva-ria a delegação do país ao evento.

Horas depois, o chefe da mis-são olímpica do país adotou um tom mais ameno em co-municado, onde afirma que não há nenhuma definição so-bre o status do vírus com seis meses de antecedência. (BP)

O Leicester City venceu o poderoso Manchester City fora de casa e abriu vantagem

Rio de Janeiro, 15 a 17 de fevereiro de 2016 Esportes l 15

TOQUES CURTOS | Bruno PorpettaBINÓCULO

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O Vasco e Flamengo fize-ram o primeiro grande

clássico do Campeonato Ca-rioca, após uma semana de muita polêmica por causa do local da partida.

A confirmação do São Januário fez com que a Po-lícia Militar do Rio, através do GEPE (Grupo Especial de Policiamento em Estádios), aumentasse o efetivo para 700 homens.

O clima nas arquibanca-das ficou mais carregado após a notícia de que a torcida do Flamengo depredou um ba-nheiro no estádio.

Além disso, um rojão foi arremessado contra a torcida do Vasco, fazendo com que a PMERJ ampliasse o espaço que dividia as duas torcidas.

O jogo, contaminado pelo clima quente das arquiban-cadas e pelo enorme calor neste domingo (14), foi bas-tante tenso. Jogadores im-portantes como Guerrero,

Vasco vence Fla na ColinaGol de Rafael Vaz, nos acréscimos da etapa final, decidiu o confronto contra o Flamengo

Vascaínos tiveram motivos para sorrir na volta do clássico ao São Januário

do Fla, e Rodrigo, do Vasco, levaram cartão amarelo. O vascaíno, inclusive, está sus-penso para a próxima parti-da pela terceira advertência.

No primeiro tempo, as duas equipes criaram chan-ces apenas em jogadas de bola parada. A única exceção foi uma oportunidade des-perdiçada por Riascos, após falha de Juan, que o atacante não conseguiu concluir.

O jogo melhorou no se-gundo tempo, mas o for-

te calor prejudicou as equi-pes do ponto de vista físico. As entradas de Éder Luís, no Vasco, e de Everton, no Fla-mengo, buscavam dar mais velocidade aos times.

Depois de um jogo fra-co tecnicamente, venceu quem teve mais vontade. O Vasco, em jogada de bola parada, encontrou o gol aos 46 da etapa final, após bola ajeitada de cabeça por Ro-drigo e finalizada por Rafael Vaz. Festa na Colina! (BP)

O Bangu venceu o clás-sico do subúrbio contra o Bonsucesso por 3 a 0, no es-tádio Luso-Brasileiro, na Ilha do Governador.

Os três gols foram mar-cados por Almir, que já jo-gou no Botafogo e mais re-centemente no Flamengo.

Bangu vence clássico do subúrbio contra o BonsuçaO primeiro saiu aos 16 da

etapa inicial, após falha do go-leiro Léo que Almir aprovei-tou de cabeça. Aos 28, Almir recebeu passe de Ives e bateu na saída do goleiro para am-pliar. Já no segundo tempo, aos 45, o mesmo Almir fez um belíssimo gol de fora da área.

Com a vitória, o Bangu as-sume o terceiro lugar do gru-po A, com nove pontos, atrás apenas do Vasco, com 12, e do Boavista, com 10. Já são três vitórias e apenas uma derrota, que ocorreu na es-treia contra o Botafogo, por 2 a 0, em São Januário. (BP)

O Fluminense enfren-tou o Tigres pela quarta rodada do Campeonato Carioca, no estádio Rau-lino de Oliveira, em Volta Redonda, tentando en-contrar o bom futebol que ainda não apresen-tou neste ano.

No entanto, o time tri-color fez um primeiro tempo muito ruim. O pla-car de 1 a 0, com gol de bicicleta de Cícero logo aos seis minutos da eta-pa inicial, não escondeu o pobre futebol apresen-tado. Tanto que o time foi para o vestiário, no inter-valo, sob vaias da torcida.

Na segunda etapa, a substituição de Gustavo Scarpa por Osvaldo dei-

João Carlos Gomes / Bangu AC

Paulo Fernandes / Vasco

Nelson Perez/Fluminense FC

Flu goleia com boa atuação de Diego Souza

xou o time mais rápido no ataque, enquanto o Tigres pouco ameaçava sua defesa.

A maior movimentação ofensiva surtiu efeito.

Neste momento, apa-receu o brilho da grande contratação do Flu. Diego Souza aproveitou cobrança de escanteio e fez de cabeça, aos 10 minutos, aliviando a pressão sobre a equipe.

Daí em diante o time des-lanchou. Osvaldo ampliou aos 23, após tabela entre Fred e Diego Souza, que estava impe-dido na construção do lance.

O meia Diego Souza ainda cobrou falta lateral e pôs a bola na cabeça de Henrique que, aos 36, deu números finais ao jogo. Apesar dos 4 a 0, o futebol ainda não convenceu a torcida. (BP)

Diego Souza foi o destaque da goleada tricolor contra o Tigres

Almir foi o destaque da boa vitória do Bangu sobre o Bonsucesso

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Rio de Janeiro, 15 a 17 de fevereiro de 2016