RIO DE JANEIRO

Ano 4 | edição 188

23 a 26 de junho de 2016 distribuição gratuita

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Verba da saúde e da educação poderá ser usada nas Olimpíadas

UTOPIAEntre os dias 22 e 26 de junho ocorre, na cidade de Maricá (RJ), o Festival Internacional da Utopia. O evento é fruto da parceria da prefeitura com movimentos populares. A proposta do festival é pensar um novo mundo não-capitalista, que ainda parece utópico, mas é mais do que necessário. Opinião, pág.11

Número de refugiados chega a 65,8 milhõesDado foi divulgado pela ONU nesta semana

Mundo, pág.6

Bolsonaro vira réu no SupremoParlamentar é acusado de incitar o crime de estupro

Brasil, pág.4

EDIÇÃO EM TRÊS LÍNGUAS SOBRE O GOLPEO Brasil de Fato preparou um material especial sobre o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. A venda do pré-sal é um dos principais motivos do atentado à democracia. Especial, pág.7,8,9,10

O estado de calamidade decretado por Francisco Dornelles pode piorar as dificuldades enfrentadas há meses pelos trabalhadores do Rio de Janeiro. A medida, que entrou em vigor na última semana, autoriza a racionalização de todos os serviços públicos para a realização dos Jogos Olímpicos. Isso quer dizer que as verbas destinadas aos serviços essenciais, como saúde, segurança e educação, podem ser

desviadas para executar ações voltadas ao megaevento. | Cidades, pág.5

Divulgação

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O ator Paulo Gusta-vo mandou bem ao pe-dir desculpas por ter feito um “black face” para compor um per-sonagem. “Black face” é quando um ator bran-co usa maquiagem para simular traços negros. Após ser acusado de ra-cismo nas redes sociais, o artista mudou a ca-racterização da perso-nagem Ivonete.

O governador em exer-cício, Francisco Dor-nelles, afirmou que não vai priorizar o pa-gamento do salário de maio dos servidores pú-blicos. Os R$ 3 bilhões postos à disposição do governo estadual pela União serão gastos para a conclusão das obras da Linha 4 do metrô e para reforçar a área de Segurança Pública.

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O governador em exercício, Francisco Dornelles, de uma forma totalmente irresponsável decre-

tou estado de calamidade pública. O Estado já vive em situação de penúria, pelo menos desde a gestão da dupla Pezão & Cabral. Quando aqui se vivia a farra do petróleo, a irresponsabilidade era rotina. E seguiu assim até os dias atuais. O fato é que o estado não se preparou para a possibilidade da baixa do preço do barril do petróleo. Não deu outra.

Cabral & Pezão jogavam para a plateia prometendo mundos e fundos, sem nenhum tipo de planejamen-to para uma eventualidade. Os peemedebistas só se preparavam para a eleição de outubro de 2014, nes-te momento reforçados pelo PP com Francisco Dor-nelles de vice e apoiando o então candidato Aécio Neves, do PSDB.

PARCELAMENTOA situação foi se degradando a tal ponto que os salários dos servidores públicos, da ativa ou aposentados, deixa-ram de ser pagos. E por intervenção da justiça o Governo do Estado foi obrigado a cumprir a obrigação, mas mes-mo assim pagando de forma parcelada.

E agora Dornelles decidiu baixar o decreto de calami-dade pública, não para pagar os servidores ou melhorar os serviços de saúde, mas para conseguir dinheiro para as obras em andamento para os Jogos Olímpicos.

O governo golpista de Michel Temer, tão ou mais ir-responsável que os responsáveis pelo estado de pe-núria no Estado do Rio, cedeu o pedido de imediato, não escondendo que o fazia para evitar o “vexame” internacional nas Olimpíadas.

PÓS OLIMPÍADASMas a população do Estado propriamente dita deve ficar ainda mais preocupada com o que poderá ocor-rer depois de agosto com o término dos jogos. As pers-pectivas são realmente sombrias. O Estado estará em recesso, inclusive a Assembleia Legislativa. A saúde poderá ficar ainda pior do que está atualmente e os servidores podem ter a situação agravada. Até porque nada está sendo planejado para depois de agosto.

E no meio de toda a irresponsabilidade vem o pre-feito Eduardo Paes, do PMDB, dizendo que tudo na sua gestão está em ordem. Será? Ou tudo não passa-ria de discurso de antevéspera de eleição?

Em tempo de irresponsabilidade

EDITORIALEXPEDIENTE

Desde 1º de maio de 2013

CONSELHO EDITORIAL:Alexania Rossato,Antonio Neiva (in memoriam), Joaquín Piñero, Kleybson Andrade, Mario Augusto Jakobskind, Nicolle Berti, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam)

EDIÇÃO:Vivian Virissimo (MTb 13.344)

SUB-EDIÇÃO:Fania Rodrigues

REPORTAGEM:André Vieira, Bruno Porpetta, Mariana Pitasse e Pedro Rafael Vilela

ESTAGIÁRIO: Victor Ohana

REVISÃO: Sheila Jacob

COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago

ADMINISTRAÇÃO: Angela Bernardino e Marcos Araújo

DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade

DIAGRAMAÇÃO: Juliana Braga

TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares/mês

(21) 4062 7105redacaorj@brasildefato.com.br

O jornal Brasil de Fato circula com edições regionais nos seguintes estados: Ceará, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Pernambuco. O Brasil de Fato RJ circula todas as segundas e quintas-feiras.

Rio de Janeiro, 23 a 26 de junho de 20162 | Opinião

Enxergar um Rio de Janei-ro que não aparece nos car-tões-postais, mas que nem por isso é menos interessan-te e fascinante. Esta é a ambi-ção do projeto Alter Rio – um guia incompleto para um Rio de Janeiro quase secreto, feito por moradores de diferentes partes da cidade. O material reúne cenas do dia a dia ca-rioca, regiões e personagens que não estão estampados nas imagens turísticas, mas que ajudam a fazer do Rio a cidade que encanta e intriga brasileiros e estrangeiros.

“A ideia era poder traba-lhar com os cariocas das di-ferentes regiões um olhar que pudesse encontrar esse Rio de todos os dias, do coti-

Projeto cria guia alternativo do Rio sem clichês turísticos

diano, que muitas vezes faz parte de imagens da infân-cia, mas que não é uma re-presentação do Rio”, expli-ca o idealizador do projeto, o artista português Miguel Pinheiro, que mora no Rio de Janeiro há pouco mais de três anos.

Selecionado pela Secreta-ria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro para a progra-mação cultural da Rio 2016, o projeto será exposto durante o mês de agosto na Casa Por-to, na Praça Mauá, zona por-tuária. Pinheiro acredita que o fato de ser estrangeiro e es-tar há pouco tempo no Rio o ajudou a ter um olhar mais apurado para situações e lu-gares corriqueiros. (ABr)

FRASES DA SEMANA

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Divulgação / Alter Rio

Disse o prefeito Eduardo Paes sobre o decreto de calamidade pública instituído na semana passada pelo governador interino Francisco Dornelles.

Afeta em zero os Jogos. O que afeta é a prestação de serviços durante os Jogos

O secretário estadual de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, quer apresentar ao governo uma proposta para que presos te-nham o atendimento médico apenas em hospitais peniten-ciários. A ideia foi apresentada durante reunião do Gabinete de Gestão de Crise, realiza-da para discutir o resgate de Nicolas Labre Pereira deJesus,

Atendimento para presos apenas em penitenciárias, defende secretário Beltrame

EBC Memória

RIO 2016Ingressos para os Jogos começaram a ser vendidos em duas bilheterias da cidade, nos shoppings Leblon e Via Parque, de segunda-feira a sábado, das 10h às 22h. Nos domingos, o horário será das 13h às 21h.

Divulgação

Funcionários do Hospi-tal Universitário Pedro Er-nesto (Hupe) fizeram uma paralisação de 24 horas para cobrar verbas neces-sárias para o funcionamen-to da unidade. Vinculado à UERJ, o hospital passa por dificuldades financeiras e precisa de R$ 7 milhões para pagar fornecedores e manutenção.

Segundo a assessoria de imprensa, a verba deveria ter sido depositada no dia 27 de maio, mas apenas R$ 4 milhões foram pagos. A assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia in-formou que o repasse in-tegral não foi feito devido à crise financeira.

HUPEHospital faz paralisação para cobrar verbas

EM FOCO

conhecido como Fat Fa-mily, por homens arma-dos dentro do Hospital Souza Aguiar.

O sistema penitenciário fluminense tem dois hos-pitais penais, a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Dr. Hamilton Agos-

tinho Vieira de Castro, em Bangu, zona oeste, e o Hospital Penal de Niterói. Além disso, há o Hospital Psiquiátrico

Roberto Medeiros, em Bangu. (ABr)

Material reúne cenas do dia a dia que não aparecem nos postais

Rio de Janeiro, 23 a 26 de junho de 2016 Geral l 3

Rute Pinade São Paulo (SP)

Mesmo com frentes de esquerda constituídas

contra o processo de impea-chment da presidente Dilma Rousseff (PT), movimentos populares e partidos não têm consenso sobre a proposta de novas eleições. Em entre-vista a veículos estrangeiros na terça-feira passada (14), a presidente afastada demons-trou apoio à realização de um plebiscito para questionar a população sobre o tema.

Valter Pomar, professor do departamento de Relações Internacionais da Universi-dade Federal do ABC (UFA-BC), classifica a proposta como uma “solução mági-ca” e “armadilha imensa”. “O nosso argumento é que só pode ocorrer um impeach-ment se houver crime de res-ponsabilidade. Mesmo que se diga que seria um proces-so democrático, através de uma eleição extraordinária (…) o que está sendo propos-to é decidir se o mandato de

O que pensa a esquerda sobre um plebiscito para novas eleições?Com pouca viabilidade técnica e política sobre a proposta do plebiscito, ‘Fora Temer’ ganha fôlego após o golpe

ENTREVISTA COLETIVAEduardo Cunha nega renúncia e a intenção de delação

O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a afirmar nesta terça-feira (21) que não vai renunciar ao cargo e afastou qualquer intenção de fazer delação premiada. Ele minimizou rumores de que estivesse consideran-do esta saída para tentar um acordo que pudesse, caso seja condenado, abrandar sua pena. Sema-na passada o Conselho de Ética aprovou, por 11 votos a nove, a perda do seu mandato. Ele dei-xou o local sob gritos de “Fora Cunha!” e “Bandi-do!” de um grupo de manifestantes que, duran-te toda a entrevista coletiva, protestou com vu-vuzelas do lado de fora do hotel.

SUPREMO TRIBUNALBolsonaro vira réu por incitação ao crime de estupro

O Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou na terça-feira (21) denúncia apresentada pela Pro-curadoria-Geral da República (PGR) e queixa-cri-me da deputada Maria do Rosário (PT-RS) contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Com a decisão, Bolsonaro passa à condição de réu por incitação ao crime de estupro e por injúria. No dia 9 de dezembro de 2014, em discurso no plenário, Bolsonaro disse que só não estupraria a deputada Maria do Rosário porque ela não merecia. O mi-nistro Luiz Fux entendeu que a manifestação de Bolsonaro teve potencial de incitar homens à prá-tica de crimes contra as mulheres em geral.

Dilma vai ser exercido até o final ou não. É o plebiscito do impeachment”, sentencia.

Já Joaquim Soriano, da di-reção da Democracia Socia-lista (DS), corrente interna do Partido dos Trabalhado-res (PT), defende a propos-ta. O grito em torno do Fora Temer, diz Soriano, é “abso-lutamente insuficiente” para atingir este público, que não se identifica com o governo interino nem com a presi-dente afastada. Na sua visão, o plebiscito seria “um pro-cesso democrático de devol-ver a soberania popular”.

O Movimento dos Traba-lhadores Rurais Sem Ter-ra (MST) já afirmou acredi-tar que propor novas eleições legitimaria o golpe. Já o Mo-vimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ainda não se posicionou publicamente sobre o assunto.

INDECISOSA proposta de plebiscito visa obter votos de senadores in-decisos na segunda votação no Senado e, dessa forma,

atingir a maioria simples na Casa contra o processo de im-peachment. Haveria, ao me-nos, 15 senadores que ten-dem a mudar o voto, como Romário (PSB-RJ) e Cristo-vam Buarque (PPS-DF).

Encabeçando a proposta no Congresso, o senador Ro-berto Requião (PDMB-PR) afirma que existe uma “pré-disposição” de ao menos 30 senadores com quem vem dialogando sobre o plebiscito.

QUESTÕES TÉCNICASO advogado Ricardo Ge-brim, da direção nacional da Consulta Popular, con-dena a solução que, a seu ver, seria “uma conciliação por cima, tão característica da história do Brasil”. Para ele, além de ser “desmobili-zadora”, a proposta é inviá-vel política, temporal e juri-dicamente. Ele explica que a antecipação das eleições, caso tramitasse dentro de uma prevista normalida-de do Congresso Nacional, só ocorreria no final de 2017 (veja o infográfico ao lado).

O esquema de lavagem de dinheiro formado por uma rede de empresas e cerca de 30 pessoas de Per-nambuco e Goiás, alvo da Operação Turbulência, pode ter atuado no financiamento das campanhas do ex-governador de Pernambuco Eduardo Cam-pos (PSB) de 2010 e de 2014, e também no desvio de recursos da Petrobrás e das obras de transposi-ção do Rio São Francisco. De acordo com a PF, a or-ganização criminosa teria movimentado mais de R$ 600 milhões desde 2010. “Nós detectamos o envol-vimento de políticos, pelo menos no sentido de se-rem beneficiários de recursos”, aponta a delegada de Combate à Corrupção, Andréa Pinho.

LAVAGEM DE DINHEIROPF investiga campanhas de Eduardo Campos

Rio de Janeiro, 23 a 26 de junho de 20164 | Brasil

Mariana Pitassedo Rio de Janeiro (RJ)

O estado de calamidade de-cretado pelo governador

em exercício, Francisco Dor-nelles, pode piorar as dificul-dades enfrentadas há meses pelos trabalhadores do Rio de Janeiro. A medida, que en-trou em vigor na última se-mana, autoriza a racionaliza-ção de todos os serviços públi-cos para a realização dos Jogos Olímpicos. Isso quer dizer que as verbas destinadas aos ser-viços essenciais, como saúde, segurança e educação, podem ser desviadas para executar ações voltadas ao megaevento.

Em entrevista, Dornelles afirmou que o objetivo do de-creto é “abrir caminho para

Decreto de calamidade afetará serviços públicos no RJ

medidas duras no campo fi-nanceiro para que as Olimpía-das sejam realizadas”. Além disso, a decisão também ga-rante que o estado tenha aces-so a mais um empréstimo do governo federal, no valor de R$ 3 bilhões. O montante, po-rém, não será gasto para pagar salários atrasados dos servi-dores, e sim para a conclusão das obras da Linha 4 do metrô e para reforçar a área de Segu-rança Pública.

Na última semana, o go-verno estadual pagou pouco mais da metade dos salários de 393 mil servidores públi-cos. O restante dos pagamen-tos ainda não tem uma data certa para o depósito. O valor total que resta para quitar a folha é de R$ 468 milhões.

DINHEIRO NÃO SERVIRÁ AO POVOPara o professor Ricardo Pe-reira, que também é dire-tor do Sindicato Estadual dos Profissionais de Edu-

cação do Rio, o decreto re-presenta a formalização de uma política de calamidade que vem sendo exercida há anos no estado e que piorou nos últimos meses.

“Está claro que essa é mais uma manobra para conse-guir dinheiro do governo fe-deral. E esse dinheiro não vai servir ao povo e sim às Olimpíadas. É um jogo de cartas marcadas, que favo-rece a quem já é favorecido e prejudica os trabalhadores cada vez mais”, afirma.

Para explicar o decre-to de estado de calamida-de, além da crise econômi-ca, Dornelles disse que “o que aconteceu pertence à história”. Renato Santos, da Rede de Médicas e Médicos Populares do Rio, concorda com a afirmativa. Para ele, as Olimpíadas são apenas a ponta do iceberg.

“Também estamos pagan-do a conta desse megaeven-to, mas a crise do estado do Rio está relacionada a um conjunto de situações ante-riores, ligadas às péssimas gestões, principalmente de Cabral e Pezão, ambos do PMDB. Há uma crise econô-mica no Brasil e no mundo, além da queda de arrecada-ção dos royalties do petró-leo, mas sem sombra de dú-vida o que estamos viven-do está muito mais ligado à gestão corrupta dos últimos governos”, acrescenta.

Na terça-feira (21), a ban-cada de deputados esta-duais do PSOL entrou com

um pedido de decreto para anular a decisão de Dor-nelles. Os deputados justi-ficaram a ação pela incons-titucionalidade da medida do governador, por colocar a realização das Olimpíadas acima dos serviços públicos e também por abrir espa-ço para novos empréstimos sem transparência.

“O governador tomou a de-cisão sem consultar a popu-lação e nem os deputados, achando que pode fazer o que bem entender, mas não vai conseguir sucatear ain-da mais os serviços a que a população tem direito”, con-cluiu Renato Santos.

Tânia Rêgo / Agência Brasil

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A crise do estado do Rio está relacionada a um conjunto de situações anteriores, ligadas às péssimas gestões, principalmente de Cabral e PezãoRenato Santos, médico

Com a medida, estado conseguiu empréstimo de R$ 3 bi para cobrir gastos com os jogos

Verba da saúde e da educação pode ser desviada para os jogos

Empréstimo não quitará salários atrasados dos servidores

Rio de Janeiro, 23 a 26 de junho de 2016 Cidades l 5

Divulgação / Opera Mundi

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Manu Gomez / Fotomovimento

Cinco professores morrem após repressão no MéxicoTrabalhadores da Con-

federação Nacional de Trabalhadores da Educação (CNTE) do México iniciaram, no último dia 15 de maio, após três anos de luta, uma greve geral. A mobilização ocorre em repúdio à reforma educacional proposta pelo presidente Enrique Peña Nieto, que prevê cortes nos direitos trabalhistas. Segun-do Graciela Rangel Santiago, responsável de relações ex-teriores da CNTE, a luta dos docentes é contra uma re-forma que “não tem nada de educativa”. Em contato com o Brasil de Fato, Graciela ex-plicou que a CNTE resistirá incansavelmente contra essa proposta, que pretende ata-car os direitos conquistados.

policiais portando armas de fogo, bombas de gás lacrimo-gêneo, helicópteros e cen-tenas de agentes, fez da es-trada um campo de batalha. Os manifestantes resistiram, com o apoio de pais, alunos e pessoas contrárias à refor-ma, que ajudaram a cons-truir barricadas para evitar a aproximação dos policiais.

A CNTE informou que cin-co dos mortos eram profes-sores (Andrés Aguilar, de 29 anos; Yalid Jiménez, de 22; Óscar Santiago, de 22; Jesús Cadena, de 19 e Anselmo Cruz, sem idade divulgada). O outro morto durante o ata-que foi o repórter local Elpi-dio Ramos, que fazia a cober-tura do confronto para o jor-nal regional El Sur.

O fundador do Wikileaks, Julian Assange, completou, no último domingo (19), quatro anos de reclusão na embaixada do Equador, em Londres. Capitais de di-versos países realizaram manifestações em apoio ao australiano. Desde 2010 Assange é perseguido pela Suécia, onde é acusado de crimes sexuais.

Assange teme ser extra-ditado para a Suécia por-que considera que a acu-sação de assédio sexual é um pretexto para enviá-lo

rência ao termo exit (saída em inglês) e as iniciais de Britain (Grã-bretanha).

De acordo com uma sonda-gem realizada pelo site britâni-co YouGov, 42% dos entrevis-tados querem permanecer no bloco europeu, enquanto 44%

Assange completa quatro anos na embaixada do Equador

aos Estados Unidos, onde é acusado por ter revelado mi-lhares de documentos secre-tos deste país, e onde pode ser condenado à prisão per-pétua pelo crime de espiona-gem. (Opera Mundi)

apoiam a saída da UE. Outro estudo de opinião, da agência Survation, mostra tendência inversa: 45% dos entrevista-dos são a favor de permane-cer no bloco, contra 44% dos que defendem a saída. Os de-mais estão indecisos. (ABr)

A greve dos professores atinge 28 dos 32 estados me-xicanos, mas se concentra nos estados do sul, em Chia-pas, Oaxaca e Michoacan. No domingo (19), forças da polícia estadual de Oaxaca e a polícia federal mexica-na se dirigiram à Asunción Nochixtlán, município pró-ximo à capital oaxaqueña, para despejar os professores que bloqueavam a estrada Oaxaca-México como for-ma de protesto.

De acordo com o jornal La Jornada, a operação repres-siva começou por volta das 10h30 e se estendeu até o iní-cio da noite, deixando como saldo 6 mortos, mais de 90 fe-ridos e 21 detidos. A ação po-licial, que contou com 800

REFUGIADOSO total de pessoas deslocadas chegou, em 2015, a 65,3 milhões em todo o mundo, de acordo com as Nações Unidas. São pessoas forçadas a deixar suas casas em razão da guerra ou de perseguições.Trata-se da maior migração desde a 2ª Guerra Mundial.

Forças policiais atacam manifestantes, em greve desde o último dia 15 de maio

Britânicos estão divididos entre ficar ou sair da União Europeia

Nesta quinta-feira (23), os britânicos vão às urnas votar no referendo Brexit, que vai de-cidir se o Reino Unido perma-nece na União Europeia (UE). O resultado deve ser divulgado nas primeiras horas do dia se-guinte. O nome Brexit faz refe-

Rio de Janeiro, 23 a 26 de junho de 20166 | Mundo

Brasil de Fato RJ | Edição: Vivian Virissimo | Textos: Fania Rodrigues | Diagramação: Juliana Braga | Revisão: Sheila Jacob | Tradução: Maria Julia Gimenez e Brown Scavarda

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Manifestações de rua, ocupações e atos culturais têm sido as formas de resistên-

cia dos trabalhadores brasileiros ao golpe con-tra a democracia. Desde o início do processo, diversos movimentos populares, sindicatos de trabalhadores, estudantes e ativistas políticos se uniram em duas grandes organizações: as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Jun-tas elas reúnem mais de 100 entidades.

Essa união resultou em massivas mobiliza-ções em todos os estados brasileiros. São mu-lheres, homens, jovens e estudantes que deci-diram lutar contra a ruptura do processo de-mocrático.

As ocupações, que também são formas de protesto, se espalharam. Prédios ligados ao Ministério da Cultura foram ocupados em to-dos os 26 Estados brasileiros e Distrito Fede-ral. No Rio de Janeiro, o edifício do Ministé-rio da Saúde também está ocupado. Em Brasí-lia, manifestantes ocuparam, no final de maio, o edifício do Ministério do Desenvolvimen-to Agrário, que foi fundido ao do Desenvolvi-mento Social e perdeu o status de ministério.

POVO NA RUATodas as semanas são registradas manifesta-ções contra o governo interino e o processo de impeachment, considerados ilegítimos. No dia 18 de março foi realizada a maior jornada de protesto contra o golpe, em todos os estados brasileiros. Foram mais 1,3 milhões de mani-festantes em defesa da democracia. Só na Ave-nida Paulista foram cerca de 500 mil pessoas.

Mas não para por aí. No último dia 10 de ju-nho, mais de cerca de 100 mil pessoas protes-taram contra o governo interino em São Paulo. No Rio foram mais de 30 mil. Apesar de massi-vas, as mobilizações contra o golpe são invia-bilizadas pela grande imprensa.

Os próximos protestos estão previstos para o dia 5 de agosto, na abertura dos Jogos Olímpi-cos do Rio de Janeiro.

Trabalhadores não aceitam o golpe e vão resistirSó esse ano, foram realizadas cinco jornadas de protesto nacional contra o golpe

Workers do not follow the coup and will stand firm on their groundFive national protest moves against the coup were held just this year

Street protests, building occupations and cultural acts have been the forms of resistance by Brazilian workers to the coup

against democracy. Since the beginning of the process, several popular movements, workers’ unions, students and political ac-tivists united in two major organizations : the Frentes Brasil Po-pular (Brazil’s People’s Fronts) and the Povo Sem Medo (Peo-ple Without Fear). Both bring together more than 100 entities.

This coming together led to massive mobilization throu-ghout all Brazilian states : they are women, men, young people and students who decided to fight against the brea-ching of the democratic process.

Building occupations, which are also forms of protests have spread out. Buildings linked to the Ministry of Cultu-re were occupied in all 26 Brazilian states and in the Fede-ral District . In Rio de Janeiro, the Ministry of Health buil-ding was also occupied. In Brasilia, manifestants occupied , at the end of May, the Land Development Ministry building , which was merged to that of Social Development and thus lost its status as ministry.

THE PEOPLE ON THE STREETSManifestations are held every week against the interim go-vernment and the impeachment process. More than 1.3 million manifestants spoke out in defense of democracy. More than 500 thousand people were present only at the Avenida Paulista.

But things do not stop there. More than 100 thousand peo-ple protested against the interim,in São Paulo, on June 10th last, There more than 30 thousand protesters in Rio de Janei-ro. Despite being massive , mobilizations against the coup are made unfeasible by the major press .

The next protests are scheduled for August 5th, upon the opening of the Olympic Games of Rio de Janeiro.

Trabajadores no aceptan el golpe y van a resistir Sólo en este año, fueron realizadas cinco jornadas de protesta nacional contra el golpe

Manifestaciones de calle, ocupaciones y actos culturales han sido las formas de resistencia de los trabajadores

brasileños al golpe contra la democracia. Desde el inicio del proceso, diversos movimientos populares, sindicatos de tra-bajadores, estudiantes y activistas políticos se unieron en dos grandes organizaciones: el Frente Brasil popular y el Frente Pueblo Sin Miedo. Juntas reúnen más de 100 entidades.

De esas uniones resultaron masivas movilizaciones en to-dos los estados brasileños. Son mujeres, hombres, jóvenes y estudiantes que decidieron luchar contra la ruptura del pro-ceso democrático.

Las ocupaciones, que también son formas de protesta, se expandieron. Predios vinculados al Ministerio de Cultura fueron ocupados en todos los estados brasileños y el Distrito Federal. En Rio de Janeiro, el edificio del Ministerio de Sald también está ocupado. En Brasilia, manifestantes ocupa-ron, a fines de mayo, el edificio del ministerio del Desarrollo Agrario, que fue unificado al de Desarrollo Social y perdió estatus ministerial.

EL PUEBLO EN LA CALLETodas las semanas son registradas manifestaciones contra el gobierno interino y el proceso de impeachment, conside-rados ilegítimos. El día 18 de marzo fue realizada la mayor jornada de protestas contra el golpe, en todos los estados de Brasil. Fueron más de 1,3 millones de manifestantes en de-fensa de la democracia. Sólo en la Avenida Paulista -centro de la ciudad de São Paulo- fueron cerca de 500 mil personas.

Pero no termina ahí. El último 10 de junio, más de 100 mil personas protestaron contra el gobierno interino en São Paulo. En Rio fueron más de 30 mil. A pesar de la masividad, las movilizaciones contra el golpe son invisibilizadas por los grandes medios de comunicación

Las próximas protestas están previstas para el día 5 de agos-to, en la apertura de los Juegos Olímpicos de Rio de Janeiro

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O programa de governo que o presidente interi-no tenta colocar em prática foi o mesmo que

perdeu as eleições para os governos Lula e Dilma. Trata-se de um programa que prevê menos servi-ços públicos e mais privados.

Isso significa menos políticas sociais e mais me-didas econômicas que favoreçam o mercado, os bancos e os empresários.

TEMER QUER VENDER O PRÉ-SALCom a descoberta do pré-sal, o Brasil dobrou suas reservas de petróleo e aumentou significativa-mente sua capacidade de produção.

Nessa época, houve um longo debate político e venceu a tese de que o dinheiro do pré-sal deveria ser investido em saúde e educação, para melhorar a vida do povo brasileiro.

Entretanto, agora o senador José Serra (PSDB), do partido que perdeu as eleições, apresentou um projeto de lei para abrir o pré-sal para a explora-ção de empresas estrangeiras.

Documentos secretos dos Estados Unidos, vaza-dos em 2010, mostram que o senador tucano, que nessa época era candidato à Presidência da Repú-blica contra Dilma Rousseff, prometeu alterar regras da exploração do pré-sal, caso vencesse as eleições.

A conversa entre Serra e uma diretora executi-va da Chevron, empresa de petróleo norte-ame-ricana, foi divulgada pelo site Wikileaks e vários meios da imprensa nacional e internacional.

Serra perdeu as eleições para Dilma, mas agora o governo Temer o nomeou chefe do Ministério das Relações Exteriores. Desse modo ele fica mais próximo da comunidade internacional e das em-presas que querem explorar o pré-sal.

Para o presidente da Federação Única dos Pe-troleiros (FUP), José Maria Rangel, esse é um dos temas que motivaram a crise política. “A mudança da lei do pré-sal é um ponto central do golpe”, ga-rante. Ele afirma que Temer tem pressa na apro-vação dessa alteração. “Prova disso é que o pro-jeto está tramitando e o governo já articula para votar rápido essa lei”, explica o presidente da FUP.

What is behind the coup?The government program which interim president at-

tempts to put in practice was the same which lost the elections for the Lula and Dilma government. This is a program which contemplates fewer public services and more private services.

This means fewer social policies and more economic measures which favor the market, the banks and the en-trepreneurs.

TEMER WISHES TO SELL THE PRE-SALTBrazil doubled its petroleum reserves and significantly increased its productive capacity , with the discovery of the pre-salt.

There was, at the time, a long political debate , with the thesis that the pre-salt money should be invested in heal-th and education, to improve the Brazilian’s standard of living winning the dispute.

However, senator José Serra (PSDB), belonging to the party which lost the elections, has now, has proposed a Bill to open the pre-salt for exploration by foreign companies .

Secret USA documents, leaked in 2010, show that Se-nator Serra, who was then a candidate to the post of Pre-sident of the Republic , against Dilma Rousseff , had pro-mised to change the rules for pre-salt exploration, in case he won the elections .

The talks between Serra and an executive director from Chevron, a North American petroleum company, were disclosed by the Wikileaks site as well as by several national and international press vehicles .

Serra lost the elections to Dilma, but now the Temer government has appointed his as Foreign Affairs Minis-ter. Thus, he is closer to the international community and to the companies which seek to exploit the pre-salt.

To the president of the Federação Única dos Petrolei-ros (FUP) (the Sole Petroleum Workers Federation), José Maria Rangel, this is one of the themes which has moti-vated the political crisis. “The change to the pre-salt law is a central point of the coup”, he assures. He states that Temer is in a hurry to approve such change. “A proof of this is that the Bill is ongoing in Congress and that the government is articulating to quickly vote this into law ”, Explains FUP’s president.

¿Qué está por detrás del golpe?El programa de gobierno que el presidente interno in-

tenta poner en práctica fue el mismo que perdió las elecciones frente a Lula y Dilma en los últimos comicios. Se trata de un programa que prevé menos servicios pú-blicos y más privados.

Eso significa menos políticas sociales y más medidas económicas que favorecen al mercado, los bancos y los empresarios.

¿TEMER QUIERE VENDER EL PRÉ-SAL? Tras el descubrimiento del pré-sal, Brasil duplicó sus re-servas de petróleo y aumentó significativamente su ca-pacidad de producción.

En aquella época, hubo un largo debate político y ven-ció la tesis de que el dinero de pré-sal debería ser inver-tido en salud y educación, para mejorar la vida del pue-blo brasileño.

Ahora, el senador José Serra (PSDB), del partido que perdió las elecciones presentó un proyecto de ley para abrir el pré-sal para la explotación de empresas extrajeras.

Documentos secretos de los Estados Unidos, filtrados en 2010, muestran que el senador, que en aquella época era candidato a la Presidencia de la Republica contra Dil-ma Rousseff, prometió alterar las reglas de explotación del pré-sal, caso él venciese las elecciones.

La conversación de Sierra y una directora ejecutiva de la Chevron, empresa petrolera norteamericana, fue di-vulgada por el site Wikileaks y varios medios de comuni-cación nacional e internacional.

Serra perdió las elecciones contra Dilma, pero ahora el gobierno de Temer lo nombró jefe del Ministerio de Rela-ciones Exteriores. De ese modo él queda más próximo de la comunidad internacional de las empresas que quieren explotar el pré-sal.

Para el presidente de la Federación Única de los Pe-troleros (FUP), José Maria Rangel, ese es uno de los te-mas que motivaron la crisis política. “El cambio de la ley del pré-sal es un punto central del golpe”, afirma. Para el petrolero, Temer tiene apuros en aprobar esa alteración. “Prueba de eso es que el proyecto está siendo tramitado y el gobierno ya articula para otra rápido esa ley”, explica el presidente de la FUP.

O que está por trás do golpe?

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Rio de Janeiro, 23 a 26 de junho de 20168 | Especial

O premiado jornalista Glenn Greenwald revelou ao mundo o esquema de espionagem dos

Estados Unidos. Nascido nos EUA, Glenn atual-mente é correspondente do jornal The Intercept no Rio de Janeiro.

Há documentos do site Wikileaks que mostram que Temer foi passar informações à embaixada dos EUA. Isso é normal em outros países?Isso não é nada normal. Esse documento mostrou um comportamento muito raro, muito estranho, muito suspeito. Isso mostra que Temer é muito pró-ximo dos EUA. Querem o país longe da China e mais próximo dos EUA. Na realidade ele estava passando informação não pública a um governo estrangeiro. Acho que pelo menos isso deve ser investigado.

Você acha que o governo dos Estados Unidos apoiou o golpe no Brasil?Não sei se apoiou, mas a verdade é que o gover-no Temer oferece muito mais benefícios aos EUA, aos bancos estadunidenses e ao mercado finan-ceiro. Um dia após a votação na Câmara dos

ENTREVISTA

Wikileaks muestra que Temer es aún más próximo de los EUAEl periodista Glenn Greenwald critica la cobertura del impeachment realizada por los medios brasileños

El premiado periodista, Glenn Greenwald reveló al mun-do el esquema de espionaje estadounidense. Nacido en

los Estados Unidos, Glenn actualmente es corresponsal del diario The Intercept en Rio de Janeiro.

Hay documentos del site Wikileak que muestran que Te-mer fue a pasar informaciones a la embajada de los Esta-dos Unidos. ¿Eso es normal en otros países? Eso no es nada normal. Ese documento mostró un com-portamiento muy raro, muy extraño, muy sospechoso. Eso muestra que Temer es muy próximo de los Estados Unidos. Quieren al país lejos de China y más próximo de los Estados Unidos. En realidad ellos estaban pasando información no pública a un gobierno extranjero. Creo que, al menos eso, debe ser investigado.

¿Usted que cree que el gobierno de los Estados Unidos apoyó el golpe en Brasil?

ESPAÑOL

ENGLISH

Deputados, o líder do PSDB, o senador Aloysio Nunes, foi para Washington encontrar com polí-ticos do alto escalão do governo dos EUA. Quan-do um líder da oposição faz isso, nesse momento tão delicado, levanta suspeita sobre o papel dos EUA nesse processo.

O que acha da imprensa brasileira?Eu fiz reportagens em muitos países do mundo nos últimos oito anos e eu nunca vi uma mídia se comportando assim como a brasileira. Três fa-mílias ricas são donas de quase todos os grandes meios de comunicação. Quase todos unidos con-tra o PT, contra o governo de Dilma, apoiando o impeachment. Qual sua opinião sobre o processo de impeach-ment contra Dilma Rousseff?Acho que agora está muito mais claro que o im-peachment não tem nada a ver com corrupção. O PT ganhou quatro eleições seguidas e os mais ri-cos, as pessoas mais poderosas, não conseguiram derrotar o PT dentro da democracia.

ENTREVISTA

Wikileaks mostra que Temer é ainda mais próximo dos EUA, diz Greenwald

INTERVIEW

Wikileaks shows that Temer is even closer to the USAJournalist Glenn Greenwald criticizes Brazilian media coverage on the impeachment

A celebrated journalist, Glenn Greenwald has revealed the USA spionage scheme to the world . Born in the USA,

Glenn is currently a correspondent for The Intercept news-paper in Rio de Janeiro.

There are documents in the Wikileaks site which show that Temer provided information to the USA embassy. Is this a normal practice in other countries ?This is not a normal practice at all . This document showed a very rare, very strange , very suspicious behavior. This ac-tion demonstrates that Temer is very close to the USA. They want the country away from China and closer to the USA. Actually he was conveying non-public information to a fo-reign government. I think that at least this fact should be in-vestigated.

Do you think that the USA government has supported the coup in Brazil?I don’t know if they supported the coup, but the truth is that the Temer government offers many more benefits to the USA, to the North American banks and financial market. One day after the vote at the House of Representatives, PSDB’s leader, senator Aloysio Nunes, went to Washington to meet with hi-gh-level members of the USA government. When an opposi-tion leader does so, at such a sensitive moment, he raises sus-picions on the USA’s role in this process.

What do you think of the Brazilian press ?I have made reports in several countries in the world in the last eight years , and I have never seen media beha-ving like the Brazilian press. Three wealthy families own almost all the major communication media. Almost all united against the PT, against the Dilma government, and supporting the impeachment.

What is your opinion about the impeachment process against Dilma Rousseff?I think it is much clearer now that the impeachment has nothing to do with corruption. The PT party won four consecutive elections and the wealthies, the most powerful persons were not able to defeat the PT within democracy.

No se si apoyó, pero la verdad es que el gobierno de Temer ofrece muchos más beneficios a los Estados Unidos, a los bancos estadounidenses y al mercado financiero. Un día después de la votación en la Cámara de Diputados, e líder del PSDB, el senador Aloysio Nunes, fue para Washington para encontrarse con políticos de alto escalón del gobier-no de los Estado Unidos. Cuand un líder de a oposición hace eso, en un momento tan delicado, levanta sospechas sobre el papel estadounidense en ese proceso.

¿Qué opina sobre los medios de comunicación brasileños?Yo hice reportajes en muchos países del mundo en los úl-timos ocho años y nunca vi medios comportándose así como los brasileños. Tres familias ricas son dueñas de casi todos los grandes medios de comunicación. Casi todos unidos contra el PT, contra el gobierno de Dilma, apoyan-do el impeachment.

¿Qué opina del proceso de impeachment contra Dilma Rousseff? Creo que ahora está mucho más claro que el impeach-ment no tiene nada que ver con la corrupción. El PT ganó cuatro elecciones seguidas y los más ricos, as personas más poderosas, no consiguieron derrotar al PT dentro de la democracia.

Jornalista critica cobertura da mídia brasileira sobre o impeachment

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Rio de Janeiro, 23 a 26 de junho de 2016 Especial l 9

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Temer coloca em prática programa de governo derrotado nas eleições

Líderes populares e políticos são unânimes em dizer que o atual programa do governo

interino de Michel Temer nunca venceria uma eleição. “O programa é muito ruim, jamais ga-nharia eleições no Brasil com o voto popular”, disse o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos.

Temer: 30 dias de retrocesso30 days of reversalTemer puts in practice a government program defeated in the elections

Popular and political leaders are unanimous in sayting that the current government program of Michel Temer’s

interim governemt would never win an election. “The pro-gram is very bad, and would never win elections in Brazil with a popular vote”, says the leader of the Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) (the Homeless Workers’ Movement), Guilherme Boulos.

30 días de retrocesoTemer pone en práctica el programa de gobierno derrotado en las elecciones

Lideres populares y políticos son unánimes en decir que el actual programa del gobierno interino de Mi-

chel Temer nunca ganaría una elección. “El programa es muy malo, jamás ganaría elecciones en Brasil con el voto popular”, dice el líder del Movimiento de Trabaja-dores Sin Techo (MSTS), Guilherme Boulos.

ENGLISH ESPAÑOL

O governo interino acabou com o Ministério da Cultura e só voltou atrás depois de muita mobi-lização. Pastas importantes, como Desenvolvi-mento Social e Combate à Fome, foram fundi-das com outras secretarias e ministérios.

RETROCESOS

El gobierno interino acabó con el Ministerio de Cultu-ra y sólo volvió atrás después de las grandes moviliza-ciones. Carteras importantes, como Desarrollo Social y Combate al hambre, se fundieron con otras secreta-rias y ministerios.

REVERSALS

The interim government extinguished the Ministry of Culture, and only went back after a great deal of mobilization. Important ministries ,such as Social Development and Fight against Hunger, were mer-ged to other secretariats and ministries.

CORTE PARA OS MAIS POBRES CORRUPÇÃO

RETROCESSOS

BOLSA FAMÍLIA– Em seu programa de meta fiscal, o governo interino já anunciou que vai cortar o Programa Bolsa Família (PBF). Mais de 10 milhões de famílias pobres deixarão de receber o benefício.MINHA CASA MINHA VIDA – O maior pro-grama de construção de casas populares do Brasil foi o primeiro a sofrer cortes. O novo governo barrou a construção de 11 mil casas populares, aprovadas pelo governo Dilma.SAÚDE – O novo ministro da Saúde, Ricardo Barros, chegou a anunciar que cortaria ver-bas do Sistema Único de Saúde (SUS) e pro-gramas importantes, como a Farmácia Popu-lar. Depois voltou atrás.

CORTES PARA LOS MÁS POBRES

BOLSA FAMILIA – En su programa de meta fiscal, el go-bierno interino ya anunció que va a cortar el Programa Bolsa Familia (PBF). Más de 10 millones de familias po-bres dejarán de recibir el beneficio. MI CASA MI VIDA – El mayor programa de construcción de viviendas populares de Brasil fue el primero en sufrir corte. El nuevo gobierno frenó la construcción de 11 mil casas populares, aprobadas por el gobierno de Dilma. SALUD- El nuevo ministro de Salud, Ricardo Barros, lle-gó a anunciar que cortaría verbas del Sistema Único de Salud (SUS) y programas importantes, como la Farmacia Popular. Después volvió atrás.

CUTS AGAINST THE POOREST

BOLSA FAMÍLIA (FAMILY SUPPORT)– In its fiscal pro-gram, the interim government has already announced that it will call off the Programa Bolsa Família (PBF) (the Family Support Program). More than 10 million of poor families will stop receiving the benefit.MINHA CASA MINHA VIDA (MY HOME MY LIFE) – Brazil’s biggest popular housing construction program was the first to undergo cuts. The new government has barred construction of 11 thousand popular houses, approved by Dilma’s government .HEALTH – The new Health minister, Ricardo Barros, even announced that he would cut back on the Sistema Único de Saúde (SUS) (Sole Health System) budget, as well as im-portant programs, such as the Farmácia Popular (the Po-pular Pharmacy). Later he went back on his initiative.

MINISTROS CORRUPTOS – Temer disse que queria acabar com a corrupção, mas nomeou ministros investigados na Operação Lava Jato e também por outros crimes. Mais da metade dos ministros respondem por crimes na Justiça.CONSPIRAÇÃO – Áudios vazados à imprensa mostram que ministros de Temer tramavam acabar com a Lava Jato e o primeiro passo para isso era derrubar a presidente Dilma Rousseff.IMPUNIDADE – Ministro da Justiça afir-mou que pensa em reduzir os poderes da Procuradoria Geral da República, órgão que denuncia crimes contra políticos com foro privilegiado.

CORRUPCIÓN

MINISTROS CORRUPTOS – Temer dijo que quería aca-bar con la corrupción, pero nombró ministros investi-gados en la Operación Lava Jato [que investiga casos de corrupción en la petrolera nacional Petrobras] y tam-bién por otros crímenes. Más de la mitad de los minis-tros responden por crímenes en la Justicia. CONSPIRACIÓN – Escuchas telefónicas que circula-ron por medios de comunicación, muestran que mi-nistros de Temer tramaban acabar con la Operación Lava Jato y el primer paso para eso era derrocar a la presidenta Dilma Rousseff.IMPUNIDAD- Ministros de Justicia afirmó que pien-sa en reducir los poderes de la Procuraduría General de la Republica, órgano que denuncia crímenes con-tra políticos con foro privilegiado.

CORRUPTION

CORRUPT MINISTERS – Temer said that he wanted to put an end to corruption, but he appointed ministers under investigation of the Operação Lava Jato (the Car Wash Operation), as well as for other crimes. More than half of the ministers face crimes in Court.CONSPIRACY – Audio material leaked to the press show that Temer’s ministers were plotting to put an end to the Lava Jato operation, and the first step toward this was ousting president Dilma Rousseff.IMPUNITY – The Minister of Justice has stated that he plans to reduce the powers of the General Attorney’s Office of the Republic, the body which denounces cri-mes against politicians with privileged status in court.

Rio de Janeiro, 23 a 26 de junho de 201610 | Especial

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A FIM DE PAPO | MC Leonardo

Diante de tanta per-seguição ao movimen-to funk, que ano a ano fez com que o ritmo perdes-se espaços históricos em todo o estado, surgiu o Rio Parada Funk, carinhosa-mente chamado por todos os envolvidos na organiza-ção do evento de “RPF”.

A importância do traba-lho de Mateus Aragão (pro-dutor do “RPF”) e seus par-ceiros só vai ter seu reco-nhecimento real daqui a muitos anos, mas pra quem gosta de funk essa importância já é real.

O encontro das maiores equipes de som do Rio de Janeiro com o seu público é, pra mim, o que há de maior e melhor na realização desse evento, que já é o maior bai-le funk de todos os tempos.

O funk atingiu um grau de diversificação que fica praticamente impossível agradar a todos os funkei-ros presentes em eventos onde toca o ritmo na ci-dade. Esse problema não existe no “RPF”. Com 9 ho-ras de duração, doze equi-pes de som, e mais de 300 atrações entre DJs e MCs,

Mais de 300 atrações no Rio Parada Funk

a pluralidade estará mais uma vez garantida na 6ª edição do “RPF”.

DOMINGO FUNKEIROTudo isso vai acontecer si-multaneamente, incluin-do dois palcos acústicos. O “RPF” iniciou no Largo da Carioca, foi pra Lapa, pas-sou pela Marquês de Sapu-caí e agora chegou ao Aterro do Flamengo. Junte sua ga-

lera, avise a todos os aman-tes do funk que você conhe-ça e venha curtir um domin-go funkeiro com a gente.

Sim, como todo ano, eu estarei lá acompanhado dos meus amigos batuquei-ros do Bloco da APAFUNK. Portanto, espero vocês lá, a partir das 9 horas da ma-nhã. Traga a sua família e “vamu que vamu”!

Divulgação / Festival Internacional da Utopia

Entre os dias 22 e 26 de ju-nho se realizará, na cida-

de de Maricá (RJ), o Festival Internacional da Utopia, fru-to da parceria da prefeitura com movimentos populares. A cidade se transformará, du-rante esses dias, no centro in-ternacional de debates, refle-xões e cultura para pensar um novo mundo, não-capitalis-ta, que ainda parece utópico, mas é mais do que necessário.

O município, sob a lide-rança do prefeito Washing-ton Quaquá, vem aplican-do diversas políticas públi-cas revolucionárias a favor de sua população. É uma das primeiras cidades a apli-car a tarifa zero no transpor-te público. Criou um progra-ma de bolsa família próprio, com uma “moeda” local, que obriga os beneficiários a gas-tarem o benefício do crédi-to somente em estabeleci-mentos comerciais do muni-cípio, incentivando a econo-mia solidária. Construiu um enorme conjunto residencial para mais de 5 mil famílias e teve a coragem de homena-gear ninguém menos do que Carlos Marighella. E está em construção um enorme hos-pital municipal, que já leva o nome de Hospital Doutor Er-nesto Che Guevara.

É nesse ambiente, com tantas ideias de esquerda para resolver os problemas do povo, que Maricá recebe pensadores e líderes de todo o mundo: Aleida Guevara, Tariq Ali, Domenico de Masi, Danny Glover, entre outros.

João Pedro Stedile

Maricá organiza o Festival Internacional da Utopia

O acampamento da ju-ventude, com a participa-ção de delegações de mais de 50 países, lembrará a luta das mulheres de Ko-bane; e o fundador do Tea-tro do Oprimido, Augus-to Boal, será homenageado

pelo Festival Internacional do Teatro Político.

Durante todas as noites, o Festival Latinoamericano de Música, em memória ao can-

tor chileno assassinado pela ditadura militar Victor Jara, contará com a participação de músicos e cantores de ex-pressão internacional e di-versos artistas brasileiros.

FEIRAS PERMANENTESPara completar, durante o dia, haverá duas feiras permanen-tes: a do livro, com a presença de mais de 20 editoras, e a fei-ra de produtos orgânicos ori-ginários dos assentamentos de reforma agrária.

Em tempos de crise econô-mica, política, social e am-biental, em que a esperan-ça esmorece e parecem faltar rumos, é mais do que urgen-te e necessário que nos en-contremos para a reflexão e para alimentar a mística da mudança. Vamos à luta, com ideias e utopias!

João Pedro Stedile é da di-reção nacional do Movi-

mento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

Maricá se transformará, durante esses dias, no centro internacional de debates, reflexões e cultura para pensar um novo mundo, não-capitalista

Com 9 horas de duração e mais de 300 atrações, a pluralidade do funk estará garantida

Festival é fruto da parceria da prefeitura com movimentos populares

Evento no Aterro promete ser o maior baile funk de todos os tempos

Rio de Janeiro, 23 a 26 de junho de 2016 Opinião l 11

O quê: Festa junina promete agitar o público com apresentação de quadrilhas, comidas e bebidas típicas, muito brilho e gente animada.Onde: Lona Cultural Municipal Terra – Rua Marcos de Macedo, s/n, Guadalupe.Quando: Sexta-feira (24), 18h.Quanto: 0800

O quê: Feira de produtos agroecológicos valoriza a agricultura familiar e comercializa alimentos sem agrotóxicos.Onde: Rua Elói Teixeira, s/n, Centro de Queimados (passarela sob a linha férrea).Quando: Toda quinta-feira, das 8h às 14h.Quanto: 0800

O quê: Parque musical proporciona instrumentos ao ar livre para uso do público. Onde: Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas – Rua Murtinho Nobre, 169, Santa Teresa.Quando: Inauguração no domingo (26). De terça a domingo, de 8h às 18h.Quanto: 0800

O quê: Festa tem performances, poesia, exposições, bazar, show e DJ, promovendo a igualdade entre mulheres e homens, LGBTs e heterossexuais.Onde: Praça dos Direitos Humanos – Via Light, s/n, Centro, Nova Iguaçu. Quando: Sábado (25), 19h.Quanto: 0800

O quê: Evento é composto por show de músicas instrumentais e cantadas, com grupos independentes, e oficinas de instrumentos musicais com sucatas. Onde: Calçadão de Campo Grande – Rua Coronel Agostinho, Campo Grande.Quando: Sexta (24), 10h.Quanto: 0800

O quê: Espetáculo infantil conta a história de uma aluna nova no colégio que conhece o inseto mais temido da infância: o piolho.Onde: Areninha Carioca Gilberto Gil – Avenida Marechal Fontenelle, 5000, Realengo. Quando: Sexta (24) e domingo (26), 14h.Quanto: 0800

O quê: Arena recebe apresentação musical do grupo chileno Calila Lila, além de quadrilha junina, dança de rua e oficinas educativas.Onde: Arena Carioca Dicró – Parque Ary Barroso, Penha. Entrada pela Rua Flora Lobo.Quando: Domingo (26), 10h. Quanto: 0800

Aniversário Arena Dicró

É São Jão! Lata na Rua

Patrícia Piolho

Parque Musical Baphos PeriféricosFeira da Roça de Queimados

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Agência Brasil

O quê: A Pandorga Companhia de Teatro apresenta duas peças infantis: “Cabeça de Vento”, sobre um menino apaixonado por pipas, e “Juvenal, Pita e o Velocípede”, sobre uma dupla de crianças aventureiras.

Onde: Arena Jovelina Pérola Negra – Praça Ênio, s/n, Pavuna.

Quando: Quinta (23) e sexta (24), às 10h e 14h.

Quanto: R$ 5

Ocupação Pandorga

AGENDA CULTURAL DA SEMANA | agendarj@brasildefato.com.br

RECEBA O BRASIL DE FATO RJ POR E-MAIL WWW.E.EITA.ORG.BR/ASSINEBRASILDEFATORJ

Band

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Lila

Renato Mangolin

Rio de Janeiro, 23 a 26 de junho de 201612 | Cultura

Claudio Medeiros

PAVUNAMúsica na biblioteca

Em sua 14ª edição, o Sa-rau Jovelina traz como pano de fundo a cultura nordesti-na, celebrando a literatura arretada e o ritmo quente do sertão. O evento será nesta quinta (23), às 19h, na Are-na Jovelina Peróla Negra, que fica na Praça Ênio, no bairro da Pavuna. O palco será aberto para apresenta-ções culturais e participan-tes também realizarão uma exposição de cordéis, fo-lhetos populares típicos do Nordeste, com poesias ri-madas e histórias incríveis. O evento é gratuito.

Imagine um grupo que mis-tura teatro, artes plásticas,

literatura e música. Essa é a essência da Companhia Cos-turando Histórias, que exi-birá dois espetáculos infan-tis na sexta-feira (24), às 10h e 14h, e no sábado (25), às 16h. Tudo de graça. As peças serão apresentadas na Lona Cultu-ral Municipal Carlos Zéfiro, que fica na Estrada Marechal Alencastro, no bairro de An-chieta, na zona norte.

O espetáculo de sexta-fei-ra se chama “Embarcando na Arca – Retalhos de Noé e os Bichos”. A peça conta a histó-ria do dilúvio retratado na Bí-blia, durante a passagem da

Grupo Costurando Histórias apresenta espetáculos infantis de graça em AnchietaCompanhia de teatro apresentará peça bíblica na sexta-feira (24) e histórias misteriosas no sábado (25)

Victor Ohanado Rio de Janeiro (RJ)

Arca de Noé. Segundo a tra-ma, contada em Gênesis, a arca foi um grande navio construído por Noé, a mando de Deus, para salvar um casal de cada espécie de animais

no mundo. Versos dos poetas Carlos Drummond de Andra-de, Cecília Meirelles e Tatia-na Belinky ajudam a embalar essa viagem cheia de magia.

Já o espetáculo de sába-

do, “Retalhos de Arrepiar II: O Baile”, vem cheio de música para a criançada. A peça brinca com o som da viola caipira, as batidas do tambor e os dedilhados do violão. Criaturas arre-piantes e enigmáticas bai-lam livres. Numa história repleta de mistérios, os ato-res contam novos enredos de medo e humor, lendas que nos apavoram, mas, ao mesmo tempo, nos atraem.

INTERAÇÃOA Companhia Costurando Histórias comemora 15 anos em 2016 com uma trajetória cheia de apresentações lúdi-cas e interativas. Além de que-rer encantar as crianças com muita imaginação, as peças

têm o objetivo de fazer o pú-blico participar e estar em contato com os atores.

A companhia também gosta de usar vários auto-res para narrar suas aven-turas. Entre os escritores já trabalhados estão Guima-rães Rosa, Vinícius de Mo-raes, Ruth Rocha, Ana Ma-ria Machado e Leonardo Boff, tudo contado com um jeitinho bem especial para as crianças.

Embarcando na Arca – Retalhos de Noé e os Bichos | Sexta-feira (24), 10 e 14h

Retalhos de Arrepiar II: O BaileSábado (25), 16h

Local: Lona Cultural Mu-nicipal Carlos Zéfiro - Es-trada Marechal Alencas-tro, s/n, Anchieta. GRÁTIS

Grupo mistura teatro, música, literatura e

artes plásticas em seus espetáculos

Espetáculos gratuitos para a criançada da zona norte ocorrem sexta e sábado

CAXIASRock na Baixada

Na sexta (24), às 22h, o co-letivo Fábrica de Apoio à Lin-guagem Artística (F.A.L.A.) vai realizar o “Morro de Rock”, um evento gratuito de apresentações de ban-das de punk rock e har-dcore. Além disso, have-rá intervenções poéticas e arrecadação de doações para a organização Ben-dita Adoção, que resgata animais de rua. O even-to acontecerá na Rua De-sembargador Arthur He-ráclito Gomes, 183, no bairro de Parque Muisa, em Duque de Caxias.

SÃO JOÃO DE MERITIGuerra do Paraguai

Ambientado em 1868, no contexto da Guerra do Paraguai, o espetáculo “Caranguejo Overdrive” conta a história de Cos-me, um combatente que recebe baixa do exército brasileiro após ter uma crise de loucura em ple-no campo de batalha. A peça será apresentada no Sesc da cidade de São João de Meriti, na aveni-da Automóvel Clube, 66. O ingresso custa R$ 8. A sessão será no sábado (25), às 20h30.

Rio de Janeiro, 23 a 26 de junho de 2016 Cultura l 13

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Amiga, por que sinto tanta fome e sono no inverno? Nesses dias de muito frio tem sido difícil manter minhas atividades normais, como trabalho e estudo.

Vivian Mendes, 28 anos, fotógrafa.

Dúvidas? amigadasaude@brasildefato.com.br Sofia Barbosa | Coren MG 159621-Enf

Cara Vivian, chegada a es-tação fria, é comum as pes-soas sentirem muita fome. Isso acontece porque gas-tamos mais energia para manter a temperatura cor-poral nos níveis normais. As pessoas mais magrinhas tendem a sofrer mais com isso, pois têm pouca reser-va de energia. O sono tam-bém é consequência dis-so, pois, se falta energia, o corpo pede descanso. Des-sa forma, no frio, a maioria das pessoas dá preferência para alimentos mais calóri-cos no lugar das saladinhas preferidas no verão. Isso é bom para garantir energia,

de saciedade por mais tem-po, abusar dos chás e so-pas de legumes, além de se agasalhar bem para man-ter o corpo quentinho.

mas os exageros podem levar ao aumento de peso e dos ní-veis de colesterol.  O ideal é ingerir alimentos integrais, que garantem uma sensação

Ingredientes• 100g de mostarda em grão

• Cerveja (puro malte) suficiente para cobrir a mostarda

• 1 colher de sopa de sal

• 2 colheres de sopa de vinagre

• 1 pitada de mostarda em pó

OPCIONAL:• 1 colher de chá de curry

• 2 colheres de sopa de mel

Alan Tygel

Mostarda Caseira

Modo de preparoDeixe os grãos de mostarda de molho por 2 dias na cerveja. Se a mostarda absorver todo o líquido, coloque mais cerveja. No liquidificador, misture com o vinagre, sal e a mostarda em pó, e opcionalmente o curry e o mel. Bata até adquirir uma consistência cremosa. Servir no dia seguinte ao preparo para diminuir o amargor.

SEM CONSERVANTES ARTIFICIAISFazer a própria mostarda em casa nos permite soltar a criatividade nos temperos. Depois de pegar o jeito, é possível viajar em outros sabores, colocando ervas, grãos e o que mais quiser. Melhor ainda é se livrar dos conservantes artificiais, sempre presentes na mostarda industrializada. Eles mantêm os produtos embalados por mais tempo, mas provocam alergias, problemas gástricos e até doenças mais graves, como câncer. O vinagre, o sal e o açúcar são conservantes naturais, e vão garantir nossa mostarda caseira pelo tempo suficiente, em geladeira. E com isso nos livramos de nomes estranhos como sorbato de potássio (ácido sórbico), benzonato de sódio (ácido benzoico), dióxido de enxofre, nitratos, nitritos, parabenos, nisina e natamicina.

Enviada pelos leitores Rosana Kirsch e Tiago Eduardo, do Espaço Sideral - Novo Hamburgo (RS)

Rio de Janeiro, 23 a 26 de junho de 201614 | Variedades

DICAS MASTIGADAS | Alan Tygel ANDRÉ DAHMER | malvados.com.br

AMIGA DA SAÚDE

Tomaz Silva / Agência Brasil

Obras na Baía de Guanabara sob investigaçãoMPF investiga improbidade administrativa em obras da CEDAE

O Comitê Olímpico In-ternacional (COI) decidiu antecipar o aporte de US$ 30 milhões (cerca de R$ 100 milhões) para o Comitê Or-ganizador dos Jogos Olím-picos e Paralímpicos do Rio 2016 (CO-Rio), inicialmen-te previsto para agosto.

COI antecipa verba para conclusão de obras

A verba será destinada à conclusão das obras ainda inacabadas para os Jogos, além de atender a interesses das federações internacio-nais, que estão preocupadas com as instalações e a gera-ção de energia nos locais de competição.

O COI previu o repasse de US$ 731 milhões (cerca de R$ 2,4 bilhões) para os Jogos. Deste montante, já repassou US$ 436 milhões. Os US$ 295 milhões restantes serão re-passados até dezembro des-te ano, em três parcelas com valores diversos. (BP)

Descaso e resistência

O poeta, ator e cineasta francês Jean Cocteau dizia que “não sabendo que era impossível, foi lá e fez”.

Das várias coisas im-possíveis conquistadas pelo Cleveland Cavaliers, pode-se dizer que exis-tem, fundamentalmen-te, dois grandes responsá-veis. O armador Kyrie Ir-ving e o ala, lenda, mito, monstro, gênio e ídolo Le-Bron James.

Coube a Irving a cesta decisiva, de três pontos a pouco mais de 50 segun-dos do fim da partida, de-sempatando o placar.

Mas o título de MVP (si-gla em inglês para o jo-gador mais valioso) ficou para LeBron. O cara que deu cinco tocos nas finais no MVP da temporada, Stephen Curry, o cara que foi um traidor do estado de Ohio quando se mudou para Miami, para ser duas vezes campeão por lá, o cara que voltou a Cleve-land para realizar o sonho de ser campeão no seu es-tado, o cara que usou o tí-tulo para ajudar seu povo.

Ele foi fundamental para dar a Cleveland um títu-lo esportivo depois de 52 anos, o primeiro no bas-

quete. Foi imprescindível para uma virada épica, que aconteceu apenas quatro vezes na história da NBA, de uma equipe que perdia a série por 3 a 1.

Foi importante justa-mente nas finais, onde pas-

sou toda a carreira com imprensa e opinião públi-ca dizendo que “amarela-va”. Foi um monstro que li-derou o time que parou os recordistas de vitórias na temporada regular.

LeBron derrotou a des-confiança, as estatísticas, a história e os seus pró-prios limites. Ele foi além do que poderia imaginar, dando a Cleveland um or-gulho que a cidade toda ja-mais imaginou que teria.

Ele é o cara!

Foi importante justamente nas finais, onde passou toda a carreira com imprensa e opinião pública dizendo que “amarelava”

O jornalista Ema-nuel Alencar lança nes-ta quinta-feira (23) o li-vro Baía de Guanabara – Descaso e resistência, em uma parceria com a Fundação Heinrich Böll e a editora Mórula, no Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), às 18h30, no Flamengo.

O livro fala da insufi-ciência dos programas vol-tados à despoluição das águas do local, em espe-cial o Programa de Des-poluição da Baía de Gua-nabara (PDBG) que durou 20 anos e trouxe resulta-dos inexpressivos. Segun-do os depoimentos dados ao autor, o ambiente po-lítico sempre foi um vilão e os Jogos do Rio 2016 fo-ram uma oportunidade perdida nesse sentido.

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O Ministério Público Fede-ral está investigando as

obras realizadas pela Com-panhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE) para o tratamento do esgoto despejado na Baía de Guanabara.

Os alvos das investigações são construções de estações e elevatórios de água no en-torno da Baía que funcionam parcialmente ou simples-mente não funcionam. As es-tações de tratamento do es-

O cara: LeBron

goto foram construídas sem as ligações com as redes de água, comprometendo o ob-jetivo das obras.

O MPF quer verificar se houve improbidade admi-nistrativa por parte da CE-DAE, com dano ao erário público pelo desperdício de recursos em obras que fi-zeram com que o Rio não cumprisse as próprias me-tas para a despoluição da Baía de Guanabara até os Jogos Olímpicos. (BP)

MPF apura desperdício de dinheiro público na despoluição da Baía

LeBron deu a Cleveland um orgulho

que a cidade toda jamais

imaginou que teria

Rio de Janeiro, 23 a 26 de junho de 2016 Esportes l 15

TOQUES CURTOS | Bruno PorpettaBINÓCULO

BRASILEIRÃO 2016

10a RODADA

CASSIFICAÇÃO SÉRIE A

Zona de classificação para Libertadores Zona de rebaixamento para Série B

Ter 21/06 21:30

2 X 0

Qua. 22/619h30

0 X 4

Qua. 22/621h00

0 X 1

Qua. 22/621h45

2 X 1

Qui 23/621h

X

Qua. 22/619h30

X*

Qua. 22/621h00

0 X 0

Qua. 22/621h45

2 X 4

Qui 23/619h15

X

Qui 23/621h30

X

CAM

CAPCHA

COR

CFC

CRU

FIG

FLA

FLU

GRE

INT

PAL

PON

SAN

SAO SPO

O Flamengo foi ao Recife (PE) enfrentar o San-

ta Cruz, no gigantesco, e sempre com bom público, estádio do Arruda, onde já havia sido derrotado por 3 a 1, durante a pré-temporada.

Apesar da pressão ini-cial dos donos da casa, o Flamengo soube manter a tranquilidade e encai-xar alguns contra-ataques. Ao passar a tocar a bola no meio-campo, o Fla chegou ao primeiro gol.

Aos 14 minutos, Alan Patrick toca para Willian Arão, com liberdade para armar o chute quase da intermediária e fazer um golaço. A curva da bola ti-rou o goleiro Tiago Cardo-so da jogada.

Fla vence fora e chega ao G-4Vitória por 1 a 0 sobre o Santa Cruz, no Arruda, levou o Fla aos 17 pontos

Willian Arão fez um golaço e deu vitória ao Flamengo

Divulgação / Flamengo

O gol deu ainda mais tranquilidade ao Flamen-go, que marcou muito no meio-campo e trocava pas-ses por um bom tempo. No fim da primeira etapa, o Flamengo parecia sentir a intensidade na marcação e passou a dar espaços.

O Santinha criou duas boas chances no fim do primeiro tempo, com Keno e Grafite.

Após o intervalo, o Santa Cruz continuou pressionan-do a saída de bola do Fla-mengo. O time rubro-negro tinha dificuldade para arti-cular jogadas ofensivas. As-sim, quase Grafite empa-ta o jogo, após bobeira de Cuellar na defesa.

Com Alan Patrick cansa-do, o Flamengo não criava. Mesmo a entrada de Man-cuello não mudou esse pa-norama. Por conta disso, o rubro-negro se limitou a ga-rantir o resultado e sair de campo com os três pontos.

A vitória por 1 a 0 fez o Fla entrar no G-4, sendo a primeira derrota do Santa Cruz em casa.

O Botafogo recebeu o Fi-gueirense, em Volta Re-donda (RJ), e não saiu do 0 a 0, permanecendo na zona de rebaixamento do Brasileirão.

O alvinegro carioca can-sou de perder gols, justifi-cando o baixo desempenho ofensivo em todo o campeo-nato. Mesmo bem organi-zado, o aspecto ofensivo do time falha muito.

O Figueirense ainda per-deu uma grande chance, já no final do jogo. Mas garan-tiu um ponto fora de casa.

O Fluminense enfrentou o Santos em Cariacica (ES) e ambos fizeram um grande jogo de seis gols. O alvinegro da Vila Belmiro saiu vence-dor por 4 a 2.

Com bom público, a arqui-bancada empurrou o time tricolor, que saiu na frente, aos 13 minutos, com Marcos Júnior empurrando a bola de carrinho para o gol. O Santos equilibrou as ações e chegou ao empate aos 38, com o es-treante Rodrigão.

Nos acréscimos da pri-meira etapa começou a bri-

Bota repete erros e só empata

Fluminense perde em jogaço com o Santos

COPA AMÉRICAA partida entre Chile e Co-lômbia, pela semifinal da Copa América Centenário, foi interrompida no intervalo em virtude de uma tempestade que caiu sobre o estádio Sol-dier Field, em Chicago (EUA).

Até o encerramento desta edição, o árbitro e a organi-zação não haviam decidido se o jogo retornaria à 1h (ho-rário de Brasília) ou em ou-tra data. O Chile vencia por 2 a 0, gols de Aranguiz e Fuen-zalida. O vencedor enfrenta a Argentina na final. (BP)

lhar a estrela do santista Ga-briel, que marcou aos 47, vi-rando a partida. Logo no iní-cio da etapa final, o mesmo Gabriel fez o terceiro do Pei-xe, aos cinco minutos.

A necessidade do Flu de partir para cima do Santos deixou o jogo mais aberto, com chances de lado a lado.

Marcos Júnior fez um belo gol para diminuir o placar, aos 20 minutos. Mas o San-tos ampliou de novo aos 27, com a cabeça do zagueiro Luiz Felipe, e deu números finais ao jogo.(BP)

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

PG J V SG1° Palmeiras 22 10 7 112° Internacional 19 9 6 63° Grêmio 18 9 5 84° Flamengo 17 10 5 25° Santos 16 10 5 66° Corinthians 16 10 5 57° São Paulo 14 9 4 28° Chapecoense 14 9 3 39° Atlético-PR 13 9 4 -310° Ponte Preta 13 10 4 -811° Figueirense 13 10 3 012° Atlético-MG 13 10 3 -113° Fluminense 13 10 3 -214° Santa Cruz-PE 11 10 3 015° Cruzeiro 11 10 3 -216° Vitória 9 9 2 -517° Botafogo 9 10 2 -518° Coritiba 8 9 2 -419° Sport 8 9 2 -520° América-MG 8 10 2 -8

*Jog

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