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PROVÍNCIA PORTUGUESA DA SOCIEDADE SALESIANA EQUIPA PROVINCIAL DE ANIMAÇÃO VOCACIONAL N.º 31 DEZEMBRO 2014 bússola > PE. ARTUR PEREIRA, SDB Há alguns anos atrás falava-se da ge- ração zapping. Aquela que se caracteriza pela mu- dança contínua, pela hiperligação, pelo imediato, por um certo egoísmo que se manifesta no querer tudo e já, no pos- suir tudo, no estar ao mesmo tempo em toda a parte. Parece que se perdeu a capacidade de esperar… A nossa sociedade de consumo em- purra-nos de tal modo que ainda não começou o tempo de Advento propria- mente dito e já nos envolvem todos os sinais que apontam para o Natal: o co- mércio, o ambiente festivo, as luzes, os presépios, os presentes… Tudo isto é uma grande opor tunidade a saber aproveitar. Afinal não é nosso objetivo celebrar o Natal? O tempo de Advento caracteriza-se como um tempo de “espera fecunda”. Um tempo que deve criar em nós um lu- gar privilegiado para acolher o Salvador. E se até o exterior nos mover para tal celebração tanto melhor. Depois façamos festa, embelezem-se as ruas e as casas, haja luz e cor, por- que Deus continua a amar toda a Hu- manidade, cada um de nós. Também este ano na celebração do Na- tal, Deus recorda que com a presença de seu Filho, a solidariedade, a atenção ao próximo, a solicitude e o amor parti- lhado, são um sinal visível da presença de Deus no meio do seu Povo em Jesus Cristo nosso Salvador. Santo e Feliz Natal. ZAPPING, ADVENTO, NATAL em dia ser felizes CIRCULANDO PELA CIDADE, TODOS NOS DAMOS CONTA DE QUE JÁ “CHEIR A” A NATAL: SÃO AS ILUMINAÇÕES DAS RUAS, AS MONTRAS ENFEITADAS, A PUBLICIDADE, AS PESSOAS ÀS COMPRAS, ETC. O Natal está à porta… > MICHAEL FERNANDES Todos procuram preparar uma linda festa de Natal, melhorando os ambientes, comprando coisas, imaginando uma suculenta ceia... É sinal de que todos sentimos que é uma festa muito impor tante, que deve ser preparada da melhor maneira possível. Só que essa preparação não deve ser feita apenas de aspetos exteriores, de coisas materiais... É que, muitas vezes, na confusão da festa, esquecemo-nos porque é que estamos a fazer festa! No Natal celebramos a vinda de Jesus: aconteceu há cerca de dois mil anos, e pode acontecer sempre, se o quisermos acolher no nosso coração, se quisermos acolher a Sua mensagem de amor. © STEPHEN J. SULLIVAN, STOCK.XCHNG © Roxana Anghel, Stock.xchng Estamos no tempo do Advento: é o tempo de preparação para o Natal. O Advento é o tempo de sentir sede de Deus, como se fôssemos uma terra seca, sem água. Deus quer saciar-nos por meio do seu Filho, Jesus. Talvez já andemos atarefados em saber o que receber, ou o que dar neste natal, mas importa que não nos esqueçamos de oferecer o essencial, o melhor que temos para doar.

Bússola n.º 31 - Dezembro 2014

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Jornal da Equipa de Pastoral Vocacional da Província Portuguesa da Sociedade Salesiana.

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PROVÍNCIA PORTUGUESA DA SOCIEDADE SALESIANA

EQUIPA PROVINCIAL DE ANIMAÇÃO VOCACIONAL

N.º 31DEZEMBRO 2014

bússola

> PE. ARTUR PEREIRA, SDB

Há alguns anos atrás falava-se da ge-ração zapping. Aquela que se caracteriza pela mu-dança contínua, pela hiperligação, pelo imediato, por um certo egoísmo que se manifesta no querer tudo e já, no pos-suir tudo, no estar ao mesmo tempo em toda a parte.Parece que se perdeu a capacidade de esperar…A nossa sociedade de consumo em-purra-nos de tal modo que ainda não começou o tempo de Advento propria-mente dito e já nos envolvem todos os sinais que apontam para o Natal: o co-mércio, o ambiente festivo, as luzes, os presépios, os presentes… Tudo isto é uma grande oportunidade a saber aproveitar. Afinal não é nosso objetivo celebrar o Natal? O tempo de Advento caracteriza-se como um tempo de “espera fecunda”. Um tempo que deve criar em nós um lu-gar privilegiado para acolher o Salvador. E se até o exterior nos mover para tal celebração tanto melhor. Depois façamos festa, embelezem-se as ruas e as casas, haja luz e cor, por-que Deus continua a amar toda a Hu-manidade, cada um de nós.Também este ano na celebração do Na-tal, Deus recorda que com a presença de seu Filho, a solidariedade, a atenção ao próximo, a solicitude e o amor parti-lhado, são um sinal visível da presença de Deus no meio do seu Povo em Jesus Cristo nosso Salvador.

Santo e Feliz Natal.

ZAPPING, ADVENTO,

NATAL

em dia

ser felizes

� CIRCULANDO PELA CIDADE, TODOS NOS DAMOS CONTA DE QUE JÁ “CHEIRA” A NATAL: SÃO AS ILUMINAÇÕES DAS RUAS, AS MONTRAS ENFEITADAS, A PUBLICIDADE, AS PESSOAS ÀS COMPRAS, ETC.

O Natal está à porta…

> MICHAEL FERNANDES

Todos procuram preparar uma linda festa de Natal, melhorando os ambientes, comprando coisas, imaginando uma suculenta ceia... É sinal de que todos sentimos que é uma festa muito importante, que deve ser preparada da melhor maneira possível.Só que essa preparação não deve ser feita apenas de aspetos exteriores, de coisas materiais... É que, muitas vezes, na confusão da festa, esquecemo-nos porque é que estamos a fazer festa!No Natal celebramos a vinda de Jesus: aconteceu há cerca de dois mil anos, e pode acontecer sempre, se o quisermos acolher no nosso coração, se quisermos acolher a Sua mensagem de amor.

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Estamos no tempo do Advento: é o tempo de preparação para o Natal. O Advento é o tempo de sentir sede de Deus, como se fôssemos uma terra seca, sem água. Deus quer saciar-nos por meio do seu Filho, Jesus. Talvez já andemos atarefados em saber o que receber, ou o que dar neste natal, mas importa que não nos esqueçamos de oferecer o essencial, o melhor que temos para doar.

página 2n.º 31 Dezembro 2014

papa francisco fala contigo

a estimar-se, a ajudar-se, por vezes também suportar-se”, por isso – frisa –, “convido-os a aceitar este aprendizado da fraternidade com todo o ardor de vocês”.

Segundo ponto, a “oração”. A imagem evocada é a do Cenáculo, onde os discípulos rezam com Maria à espera do Espírito Santo. Disso, se deduz que na base da formação dos seminaristas, sublinha o Papa Francisco, “está a Palavra de Deus, que chega ao vos-so íntimo, vos alimenta, vos ilumina”.Portanto, aconselha o Papa aos semina-ristas, tenham “todos os dias longas horas de oração” e “deixem que a oração seja um convite ao Espírito”, do qual depende a construção da Igreja, o guia dos discípulos e o dom da “caridade pastoral”. Desse modo,

OS ANOS DE SEMINÁRIO SÃO APRENDIZAGEM DE FRATERNIDADEPapa Francisco a um grupo de seminaristas franceses em peregrinação a Lourdes.

> RÁDIO VATICANA

contemplar

QUEM TE FEZ TÃO PEQUENINO? SÓ O AMOR!

> IR. LINDA VIEIRA, FMA

assegura o Pontífice, indo àqueles aos quais são convidados, poderão ser aqueles “ho-mens de Deus” que o povo quer que os sa-cerdotes sejam.

Por fim, o terceiro ponto, a “missão”. Os anos de seminário, indica o Papa Francisco, não são senão uma preparação com o “úni-co objetivo” de se tornarem discípulos “hu-mildes”, capazes de se dedicarem preferen-cilaente às “pessoas mais marginalizadas”, aquelas das “periferias”.“A missão é inseparável da oração, porque a oração abre ao Espírito e o Espírito vos guiará na missão. E a missão – escreve ain-da o Papa –, cuja alma é o amor, é a de levar aqueles que encontrarão a acolher a ternura” de Cristo, mediante os Sacramentos.

O sacerdócio não é um ministério a ser vivido solitário e nem tão pouco de modo individualista. O Papa Francisco aproveitou a ocasião de uma Mensa-gem aos seminaristas franceses que partiram na tarde deste domingo em peregrinação a Lourdes, para esclare-cer os três pontos fundamentais sobre os quais todo futuro presbítero deve re-fletir para poder traduzi-los na prática.

O primeiro diz respeito à “fraternida-de”. A fraternidade dos discípulos “expressa a unidade dos corações, é parte integrante do chamamento que vocês receberam”, afir-ma o Santo Padre.No seminário, escreve o Pontífice, “vocês vi-vem juntos para aprender a se conhecerem,

O Natal é um encontro com a simplicidade. O único excesso é a multidão de anjos que cantam glória a Deus nos céus a paz sobre a terra. Em Belém tudo é simplicidade e po-breza. Quando os ilustres sábios do oriente procuram o lugar do nascimento do Messias, vão a Jerusalém, ao palácio de Herodes. Parecia-lhes natural procurar o Messias num lugar de poder e de riqueza. Mas de forma surpreendente afastam-se do palácio e das luzes da capital para O procurar pelas pe-riferias, onde brilham as estrelas no silêncio da noite. À pergunta que também hoje nos é feita - “onde encontrar o Messias?”-, o Natal de Jesus responde-nos com sinais de simpli-

cidade e de pobreza. É preciso procurar o Deus Menino na imensa fragilidade de um recém-nascido, sinal de quem depende dos cuidados de outros. E, como um dia escreveu Edith Stein, “Durante semanas e meses, um rio de amor espalha-se pela terra.” (E. Stein, O Mistério do Natal)

Jesus, Deus Menino do presépio, Quem Te fez tão pequenino? Só o Amor!No Teu Amor encontre eu a criatividade para a minha vida ser dom, oração,

silêncio e coragem.Que tudo o que faça, diga ou cale, seja sinal da abundância que me habita, de um olhar feliz capaz de ver o Invisível.

Pormenor de “O nascimento de Jesus em Belém”

© Jean Marie Pirot (Arcabas)

página 3n.º 31 Dezembro 2014

eis-me aqui

Os Salesianos de Évora acolheram este ano os estudantes salesianos de filosofia e de teologia. Somos quatro: o Salvador, o Casimiro, o Diogo e o Fabrício. Frequentamos o Instituto de Teologia de Évora. Com certeza que tens curiosidade em nos conhecer. Em poucas palavras vamo-nos apresentar.

«Chamo-me Salvador. Sou timorense. Porque sou salesiano? Porque duran-te os meus estudos do básico e do secundário, apesar de ter andado num colégio dos jesuítas, senti-me cativado pelos salesianos quando os conheci. Gostei da sua dedicação to-tal e sempre alegre aos jovens. Hoje sou salesiano e a verdade é que não consigo esconder a alegria e a felici-dade que sinto em ser salesiano de D. Bosco».

«Sou o Diogo. A minha vocação des-pertou numa visita ao seminário de Lamego, onde senti o desejo de ser padre. Aos 15 anos fui estudar Artes Gráficas nos salesianos do Porto. Entusiasmei-me com o estilo dos sa-lesianos e nasceu em mim a vontade de ser como eles. Fiz o noviciado em Espanha. Sou agora um salesiano fe-liz, porque realizado, preparando-me para ser um padre salesiano, para fa-zer felizes os jovens».

> SALVADOR, DIOGO, CASIMIRO E FABRÍCIO

QUEM SOMOS: OS ESTUDANTES SALESIANOS DE FILOSOFIA E DE TEOLOGIA

«Casimiro é o meu nome. Sou timoren-se. Foi num centro juvenil que conheci os salesianos. Pertenci ao grupo de acólitos. Admirava os salesianos e a alegria com que trabalhavam com os jovens. Surgiu em mim a vontade de também ser salesiano. Entrei então em contacto com um padre salesia-no. Fiz o noviciado e a filosofia. Em Portugal fiz o estágio em Poiares e Mirandela. Agora, em Évora, preparo--me para ser padre e trabalhar como D. Bosco».

«Eu sou o Fabrício. Sou brasileiro. Já no Brasil, desde criança que sentia um grande desejo de ser padre e de trabalhar com a juventude. Numa via-gem que fiz a Portugal para visitar a minha mãe, conheci os Salesianos do Estoril e… descobri o que me faltava: a pedagogia de D. Bosco, o estilo de vida dos salesianos, a sua entrega aos jovens cativaram-me. Hoje sou salesiano. Sou feliz, porque me sinto realizado no trabalho com os jovens».

página 4n.º 31 Dezembro 2014

No Instituto Penal de Menores ‘Ferrante Aporti’, de Turim, uma lápide recorda as visitas feitas por Dom Bosco aos jovens detidos. Desde que foi aberto – em 1845 – os capelães que se sucederam foram quase todos salesianos. O P. Do-mingos Ricca está lá desde 1979; e a re-vista “Notícias” – da região do Piemon-te –, num dossiê que publicou acerca dos Salesianos por ocasião do Bicen-tenário de Dom Bosco, entrevistou-o para compreender melhor quer as difi-culdades dos jovens delinquentes quer a resposta salesiana a tais problemas.

Quais são os menores com mais dificul-dades em integrar-se no território?Em geral os italianos pouco acompanhados e os estrangeiros, demasiado abandonados a si mesmos. Frequentemente invisíveis às instituições, à escola e às comunidades cris-

tãs, são deixados à margem, porque, sen-do temperamentalmente imprevisíveis, criam problemas aos outros.

Quais as satisfações e as dificuldades nesse trabalho?As respostas que os rapazes sabem dar às oportunidades educativas deixam-nos por vezes agradavelmente surpresos, assim como o facto de aceitarem o outro, indepen-dentemente da situação e da proveniência. Por outro lado, as dificuldades são com fre-quência resultado da carência de um traba-lho de prevenção; de um clima familiar que não teve, ou não pode ter, tempo para eles; de instituições incapazes de acolhê-los só porque são imigrantes.

Quais seriam as prioridades para Dom Bosco hoje?Sem dúvida, o trabalho, o acolhimento dos imigrantes e uma especial atenção aos jo-vens que vivem desocupados, sem estudo e sem trabalho. Dinamizaria as Escolas de Formação Profissional e os percursos de recuperação. Acredito que gastaria o seu tempo, muito tempo mesmo, a dar cultura. E não admitiria de forma nenhuma que tantos jovens pudessem ser excluídos da vida ao serem excluídos da escola.

vem aí� 8 DE DEZEMBRO

IMACULADA CONCEIÇÃO

� 16 A 24 DE DEZEMBRO NOVENA DE NATAL

� 18 E 19 DE DEZEMBRO ENCONTRO COM DOM BOSCO «ESPECIAL DE NATAL» POIARES

� 25 DE DEZEMBRO NATAL

� 1 DE JANEIRO SANTA MARIA MÃE DE DEUS

� 10 E 11 DE JANEIRO FLASHBOSCO - NORTE, PORTO - SUL, VENDAS NOVAS

BússolaJornal da Equipa

de Animação Vocacional

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Pe. Domingos Ricca