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MAR/ABR DE 2007 ANO XX nº 759 SEG 26 TER 27 QUA 28 QUI 29 SEX 30 SÁB 31 DOM 1 sintufrj.org.br [email protected] Jornal mais cedo na internet Desde o início de março a versão on line do Jornal do SINTUFRJ passou a entrar na rede na manhã de sábado. Por meio do boletim eletrônico, o leitor pode receber o jornal no seu e-mail. É só se cadastrar na página do Sindicato: www.sintufrj.org.br. A comunidade da UFRJ se prepara para ir às urnas. Nos dias 2, 3 e 4 de abril (próxima semana) funcionários, professores e estudantes participam da pesquisa num pleito com chapa única para a Reitoria: Aloísio Teixeira e Sylvia Vargas são candidatos à recondução ao cargo de reitor e vice-reitor. De modo silmutâneo, quase 9 mil técnicos-administrativos estão habilitados ao voto para eleger os seus representantes no CEG, CEPG e Consuni. Os dois fatos têm significação simbólica de importância ímpar para a oxigenação democrática de uma das mais importantes universidades públicas do país. Na sexta-feira, dia 30, os candidatos Aloísio e Sylvia têm um encontro marcado com a categoria numa reunião na subsede do Sindicato do HU. O objetivo do encontro é estabelecer compromissos do comando da Universidade com os servidores nos próximos quatro anos. A eleição de representantes da categoria para os conselhos superiores é, por sua vez, a afirmação de uma das mais significativas conquistas da categoria quando se trata de disputar influência nas decisões institucionais. Páginas 6, 7, 8 e 9 A UFRJ vai às urnas CAMPANHAS PARA A REITORIA E PARA OS CONSELHOS ENTRAM NA RETA FINAL CUT-RJ discute PAC Preocupação se volta para os prejuízos salariais do funcionalismo público. Páginas 3, 4 e 5 Preconceito contra homossexuais Escritório modelo da Faculdade Nacional de Direito é utilizado para estimular discriminação. Página 11 Funcionário homenageado Melquisedequi Climério foi homenageado pela turma de formandos em Filosofia no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais. Página 2 Meia tonelada de lixo Os detritos foram recolhidos na orla do Fundão na manhã de quinta-feira, dia 22, Dia Mundial da Água. Página 12

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MAR/ABR DE 2007 ANO XX nº 759 SEG 26 TER 27 QUA 28 QUI 29 SEX 30 SÁB 31 DOM 1 sintufrj.org.br [email protected]

Jornal mais cedo

na internetDesde o início de março a versão on line do Jornal

do SINTUFRJ passou a entrar na rede na manhã desábado. Por meio do boletim eletrônico, o leitor podereceber o jornal no seu e-mail. É só se cadastrar napágina do Sindicato: www.sintufrj.org.br.

A comunidade da UFRJ se prepara para ir às urnas.Nos dias 2, 3 e 4 de abril (próxima semana) funcionários,professores e estudantes participam da pesquisa num pleitocom chapa única para a Reitoria: Aloísio Teixeira e SylviaVargas são candidatos à recondução ao cargo de reitor evice-reitor.

De modo silmutâneo, quase 9 mil técnicos-administrativosestão habilitados ao voto para eleger os seus representantesno CEG, CEPG e Consuni. Os dois fatos têm significaçãosimbólica de importância ímpar para a oxigenaçãodemocrática de uma das mais importantes universidadespúblicas do país.

Na sexta-feira, dia 30, os candidatos Aloísio e Sylvia têmum encontro marcado com a categoria numa reunião nasubsede do Sindicato do HU. O objetivo do encontro éestabelecer compromissos do comando da Universidadecom os servidores nos próximos quatro anos.

A eleição de representantes da categoria para osconselhos superiores é, por sua vez, a afirmação de umadas mais significativas conquistas da categoria quando setrata de disputar influência nas decisões institucionais.Páginas 6, 7, 8 e 9

A UFRJ vai às urnasCAMPANHAS PARA A REITORIA E PARA OS CONSELHOS ENTRAM NA RETA FINAL

CUT-RJ discute PACPreocupação se volta para os prejuízos salariais do funcionalismo público.Páginas 3, 4 e 5

Preconceito contra homossexuaisEscritório modelo da Faculdade Nacional de Direito é utilizado para estimulardiscriminação. Página 11

Funcionário homenageadoMelquisedequi Climério foi homenageado pela turma de formandos emFilosofia no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais. Página 2

Meia tonelada

de lixo Os detritos foram recolhidos na orla

do Fundão na manhã de quinta-feira,dia 22, Dia Mundial da Água.

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JORNAL DO SINDICATODOS TRABALHADORESEM EDUCAÇÃO DA UFRJ

Coordenação de Comunicação Sindical: Denise Francisco Góes, Jeferson Mota Salazar e Odilon Campinas Filho / Conselho Editorial: Coordenação Geral e Coordenaçãode Comunicação / Edição: L.C. Maranhão / Reportagem: Ana de Angelis, Lili Amaral e Regina Rocha. / Estagiária: Renata Souza / Secretária: Katia Barbieri / ProjetoGráfico: Luís Fernando Couto / Diagramação: Luís Fernando Couto e Jamil Malafaia / Ilustração: André Amaral / Fotografia: Niko Júnior / Revisão: RobertoAzul / Tiragem: 11 mil exemplares / As matérias não assinadas deste jornal são de responsabilidade da Coordenação de Comunicação Sindical / Correspondência:aos cuidados da Coordenação de Comunicação. Fax: 21 2260-9343. Tels.: 2560-8615/2590-7209, ramais 214 e 215.

Cidade Universitária - Ilha do Fundão - Rio de Janeiro - RJCx Postal 68030 - Cep 21944-970 - CGC:42126300/0001-61

doispontos

Prédio inadequado prejudicaatendimento na DVST

Por conta das precáriascondições do prédio ondeestá instalada (assunto da edi-ção nº 750 do Jornal do SIN-TUFRJ) a Divisão de Saúde doTrabalhador (DVST), a PR-4adotou uma medida, no mí-nimo, curiosa: reduziu o ho-rário de funcionamento da di-visão. O atendimento, agora,só é realizado até as 13h, oque provoca prejuízos aosusuários. Segundo o pró-rei-tor de Pessoal, Luiz AfonsoMariz, a iniciativa foi tomadaporque as instalações elétri-cas estão precárias. E a dis-cussão para a construção danova sede da DVST será reto-mada.

“A Prefeitura Universitária

já fez o diagnóstico e o mate-rial para melhorar o sistemaelétrico foi solicitado à Supe-rintendência Geral de Admi-nistração e Finanças (SG-6).Concordo que o atendimentofoi prejudicado, mas a princi-pal demanda é no horário damanhã. Além disso, a situa-ção atual da DVST já é melhordo que a de janeiro, pois háuma condição mínima de tra-balho. Melhoramos a refrige-ração e a informação, com aaquisição de novos computa-dores”, disse.

Além de funcionar numprédio sem condições ade-quadas, a DVST ainda é obri-gada a conviver com um vizi-nho incômodo: a Rodocon,

Plantão FGTS

Dia 28, a partir das 11h, na sede do SINTUFRJ, haverá plantão do FGTS.

Depois de 15 anos dedicados à área da coordenação de graduação doInstituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS), o técnico-administrativoMelquisedequi Climério foi homenageado pela turma de formandos emFilosofia. A solenidade foi realizada no dia 22, no Salão Nobre do IFCS.“Foi uma grande surpresa essa homenagem. Normalmente, são escolhi-dos professores ilustres e não um funcionário”, disse Melquisedequi, quenomeará a turma dos formandos em Filosofia de 2007.

Políticas urbanas em debate

empresa terceirizada que re-colhe lixo hospitalar e lava osseus caminhões num terrenoem frente à Divisão de Saúde.

Quanto à construção dasede da DVST, prevista peloconvênio com o Corpo deBombeiros, Mariz diz que,com a mudança do governoestadual, será necessária umanova negociação. “Esse as-sunto já foi levado ao reitor.Agora temos que conversarcom o Sérgio Cabral e partirpara a execução do projeto.Lembramos que a diretora daDVST, Vânia Glória, participa-rá ativamente do projeto, quenão será simplesmente arqui-tetônico por conta de suas ati-vidades de atendimento.”

Formandos homenageiamfuncionário

Notas >>>Foto: Niko Júnior

CUT convoca pela defesa

do veto à Emenda 3Todos os sindicatos filiados à Cen-

tral Única dos Trabalhadores (CUT)estão convocados a participar da ma-nifestação em defesa do veto já dadopelo presidente da República à Emen-da 3, nesta terça-feira, 27, às 10h, noauditório Nereu Ramos, Câmara dosDeputados, em Brasília. Todas as ou-tras centrais sindicais, federações econfederações de trabalhadores es-tarão presentes ao protesto contra apressão do empresariado, da mídia e

da direita para derrubar o veto.A Emenda 3 foi colocada de con-

trabando no projeto da Super Receitae a CUT entende que é um ataque aosdireitos elementares dos trabalhado-res. A Emenda 3 transforma funcioná-rios em pessoas jurídicas, abrindocaminho para acabar com férias, 13ºsalário, descanso semanal remune-rado, FGTS, licença-maternidade,vale-transporte, vale-alimentação eassistência médica e previdenciária.

O ProLUGAR-PROARQ realiza-rá no dia 27, às 10h30, no auditórioArchimedes Memória, da Faculda-de de Arquitetura e Urbanismo, umdebate sobre políticas públicas ur-banas. Na mesa do evento estará oprofessor da Universidade Estadu-

al de San Diego, Lawrence Herzog.Autor do livro Return to the Center,Herzog desafia o pensamento atu-al sobre políticas urbanas e espa-ço público, globalização e o futurode comunidades privatizadas.

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O FUTURO DO SEU SALÁRIO

Seminário na CUT-RJ discute PACCrítica maior tem como foco as conseqüências do plano para os salários do funcionalismo

Programa não toca nos juros

O congelamento salarial imposto aos ser-vidores públicos no Programa de Aceleraçãodo Crescimento (PAC) foi o assunto que des-pertou a crítica de dirigentes e participantesno final do Seminário sobre o PAC, realizadona tarde do dia 21 de março no auditório doSindicato dos Bancários, centro do Rio. Comose sabe, a proposta é limitar o crescimento dafolha a 1,5% ao ano, já descontada a inflação.O evento, promovido pela CUT-Rio e peloSindicato dos Bancários, teve como objetivoavaliar a proposta do governo e divulgar aJornada pelo Desenvolvimento Nacional queserá realizada pela CUT nacional em con-junto com as demais centrais sindicais.

Batalha noCongressoNacionalvai ser dura

O economista do Depar-tamento Intersindical de Es-tatística e Estudos Socioeco-nômicos (Dieese), Carlos Jar-del Leal, e o professor deEconomia da Unicamp e pes-quisador do Centro de Estu-dos Sindicais e do Trabalho(Cesip), Eduardo Fagnani, fo-ram os palestrantes convida-dos. Entre avaliações positi-vas e negativas sobre o PAC,a conclusão é a de que a ba-talha no Congresso Nacional– a CUT está propondo asubstituição do artigo sobreo funcionalismo pelo Proje-to de Lei Complementar dodeputado Vicentinho (PT-SP), que prevê reajuste supe-rior à inflação – será muitodura. O seminário, com cercade 70 pessoas, contou com apresença dos diretores daExecutiva nacional AdeilsonTelles, Julio Turra e LúciaReis. Pela CUT-RJ, estava apresidente Neuza Luzia e ovice-presidente Darby Igaya-ra, assim como diretores e di-rigentes do Sindicato dosBancários.

No que se refere ao fun-cionalismo, a crítica dos pa-lestrantes corroborou com ada platéia. “O PAC tem pon-tos positivos e negativos. Umponto muito negativo é o sa-lário dos servidores. Isso temque ser objeto de luta, e a jor-nada das centrais é um bommomento, aliada à propostada CUT para que esta luta serealize”, afirmou Fagnani. O

professor de economia expli-cou que a retórica conserva-dora que defende a reduçãodos gastos públicos imperouno PAC, atingindo especifi-camente os trabalhadores daUnião.

Jardel chamou a atençãopara a lógica defendida naépoca da reforma da Previ-dência: “Ao que me pareceestão querendo fazer a mes-ma coisa com o funcionalis-mo público.” Ele chamouatenção para a visão precon-ceituosa e conservadora so-bre o serviço público e desta-cou a necessidade de os tra-balhadores saírem em defe-sa da educação e da saúdepúblicas: “Não são só os con-servadores que são contra.Muitos de nós reforçamosessa visão e contribuímospara isso quando fazemos detudo para colocarmos nossosfilhos nas escolas privadas.Perdemos a oportunidade debrigar por uma escola decen-te e não defendemos o ensi-no público.”

As críticas levantadas no seminário tam-bém foram as das contradições do PAC,entre elas a de não tocar na questão dosjuros e de o programa ter sido elaboradosem diálogo com o movimento sindical. Odirigente Julio Turra, da CUT nacional, foiveemente ao criticar a proposta para o fun-cionalismo. “É um absurdo limitar o cres-cimento da folha a 1,5% ao ano. É criar umasituação salarial insustentável e sucatear oserviço público”, avaliou. Marcelo Azeve-do, diretor do Sindicato dos Bancários doRio e da CUT-RJ, criticou também a restri-ção de gastos com o funcionalismo federal.Ele destacou a isenção do sistema finan-ceiro: “É um setor com lucratividade recor-de a cada ano, do qual se deveria exigircontrapartidas, como mais investimentos emenos juros.” Segundo Marcelo, os traba-

lhadores não têm espaço para disputas den-tro do governo, e se os sindicatos não con-seguirem mobilizar a sociedade e suas pró-prias bases, o PAC saíra do Congresso piordo que entrou.

Paulo Sérgio Farias, secretário de PolíticasSociais da CUT-2RJ, defendeu mudanças emvários pontos do PAC, e mostrou preocupa-ção com o fato do plano vir a ser votado porum Congresso Nacional conservador. “Vamosprecisar de muita mobilização para garantir asmudanças que queremos”, afirmou. NeuzaLuzia, presidente da CUT, que concorda comos aspectos do PAC para induzir o crescimen-to econômico, criticou a forma como foi con-cebido o plano, sem consulta ao movimentosocial. “Esta falta de diálogo vai obrigar o mo-vimento social a se mobilizar para exigir asmudanças necessárias”, avaliou.

JARDEL LEAL E EDUARDO FAGNANI (ABAIXO). Críticas ao PAC apresentado pelo governo

Fotos: Niko Júnior

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O FUTURO DO SEU SALÁRIO

Diálogo difícilDirigente aponta as dificuldades nas conversas com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo

Lúcia Reis, da CUT nacio-nal, apesar de afirmar que oprograma do governo trazuma sinalização positiva, la-mentou a dificuldade daCUT, até agora, em discutircom o governo a retirada dolimitador de despesas: “Tive-mos duas reuniões com oministro do Planejamento,Paulo Bernardo, para discu-tir a retirada da restrição dosgastos, mas até agora sempropostas concretas. Mas es-tamos investindo neste pon-to cada vez mais.” A dirigen-te, que é responsável pelaárea do funcionalismo nasnegociações com o governo,afirmou que a experiência noCongresso tem sido dura.

Outro dirigente da Cen-tral, Adeilson Telles, aprovei-tou para falar da organização,com as demais centrais, deuma Jornada pelo Desenvol-vimento Nacional, que prevêum grande seminário em SãoPaulo, nos dias 3 e 4 de abril,ao final do qual será produ-zido documento a ser enca-minhado ao governo. Ele afir-mou que a CUT fez uma am-pla avaliação do PAC, solici-tou mudanças ao governo evem organizando debates

sobre o assunto em váriosestados, para mobilizar ostrabalhadores.

VISÃO MACRO – Os pa-lestrantes concentraram-seem uma avaliação geral so-bre o PAC, destacando a ini-ciativa do governo de fomen-tar, mesmo com limitações, aquestão do desenvolvimen-to e do papel do Estado naeconomia – política esta aban-donada nos anos de ouro do

neoliberalismo. Segundoeles, a discussão é mais polí-tica do que técnica.

Eduardo Fagnani disseque o PAC mostra uma infle-xão no modelo econômicoaté aqui implementado, ba-seado no ajuste fiscal: “Esteé, para mim, o dado mais po-sitivo do PAC: o plano sinali-za um início de mudança nomodelo econômico por par-te do governo.” Para ele, o

Fasubra cobra negociaçãocom governo

Em reunião com o MECdia 21 de março, em Brasí-lia, representantes da Fasu-bra reivindicaram a retoma-da das negociações para re-solver as questões penden-tes da categoria, principal-mente a situação do Venci-mento Básico Complemen-tar (VBC), que congelou osalário de parcela significa-tiva da categoria.

Apesar de o MEC afirmarestar preocupado em resol-ver o problema - ainda mais

em relação ao piso do nívelsuperior que vem dificultan-do a contratação de pessoalnas universidades –, aindanão se pôde avançar na dis-cussão diante da indefiniçãoda equipe interna do Minis-tério e da formalização do mi-nistro Fernando Haddad nocargo.

PAC - Para o secretárioAndré Lázaro, que se reuniucom a Fasubra, a questão doPAC não impede a discussãodo avanço da tabela salarial

e a retomada do processo denegociação, pois há espaçopara a negociação. Os diri-gentes destacaram que, mes-mo lutando pela retirada dolimitador de despesas compessoal, querem a garantiado governo de que os acor-dos firmados até 2006 serãorespeitados. Em 2004 a fede-ração firmou um Acordo deGreve no qual consta o com-promisso do MEC em dar“continuidade ao processode implantação plena da

Carreira, a partir dos parâ-metros apresentados na ne-gociação, como piso e stephistóricos”.

SAÚDE – O MEC foi clarona reunião: não existem re-cursos no Orçamento para oplano de saúde suplemen-tar. Mas a representação doMinistério disse que irá co-brar a verba na reunião como Ministério do Planejamen-to. A informação oficial é ade que o único recurso queexiste é na rubrica de OCC

mais importante não é o PAC,“mas a mudança no segundomandato do governo Lulapara a percepção de uma po-lítica de desenvolvimento”. Oeconomista defende a cons-trução de um “projeto nacio-nal adequado à luta dos tra-balhadores e à construção deuma nação”. E afirmou no fi-nal de sua fala: “O PAC não éa salvação da lavoura, temque avançar muito, e a CUT e

o movimento sindical têmmuito que contribuir paraele.”

Jardel Leal defendeu aparticipação efetiva dos tra-balhadores nas mudançasnecessárias para o país eacredita que o PAC abre umaperspectiva histórica paraisso. No entanto, alertou paraa falta de debate e para a ne-cessidade de conhecer a pro-posta do governo. “Nós te-mos andado para trás de for-ma significativa. Esse é o pon-to! Nosso PIB (produto inter-no bruto – soma da riquezade uma nação) vem caindo.Nós estamos patinando emcomparação com outras eco-nomias. A questão econômi-ca não é tudo, mas é o centralpara que recuperemos o ca-minho do desenvolvimentoiniciado a partir dos anos 30.Também não é apenas pen-sar só do ponto de vista eco-nômico. É preciso repensar opaís para construir um novomodelo e uma nova socieda-de”, defendeu Jardel Leal. Esentenciou: o modelo de con-centração de renda se apro-fundou e o capitalismo en-trou na sua era de acumula-ção financeira.

(Outros Custeios e Capi-tais), assim como a de queo custo do benefício con-sumiria um terço do valordestinado nessa rubrica,que sustenta os investi-mentos e custeio das uni-versidades.

Uma nova reunião deveser marcada para o mês deabril, e o secretário com-prometeu-se a discutir asquestões com as instânciasde governo para responderà Fasubra.

NO DEBATE. Mesa do seminário realizado na CUT-RJ na semana passada

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O FUTURO DO SEU SALÁRIO

Projeto de Vicentinho propõeaumento acima da inflação

Enquanto com os sindicalistas o ministro do Pla-nejamento, Paulo Bernardo já teve duas reuniões enão acenou com propostas concretas quanto ao limi-tador de despesas imposto ao funcionalismo públicofederal, considerou razoável o reajuste de 26,5% paraparlamentares, ministros e para o presidente da Repú-blica aprovado pela Comissão de Finanças e Tributa-ção da Câmara na quinta-feira, dia 22.

“O aumento é baseado num critério razoável: rea-juste pela inflação”, disse o ministro na sexta-feira. Oreajuste leva em conta a inflação acumulada entrefevereiro de 2003 e fevereiro deste ano medida peloIPCA. Os vencimentos dos deputados federais e sena-dores sobem de R$ 12.800 para R$ 16.250, o do presi-dente da República de R$ 8.885,48 para R$ 11.239,24, edos ministros de R$ 8.362,80 para R$ 10.578,11.

Para ser concretizado, o reajuste precisa passar pe-los plenários da Câmara e do Senado e pelos comis-sões permanentes de senadores. A previsão é que oimpacto anual do reajuste seja de R$ 566 milhões.Paulo Bernardo esquivou-se de responder se há re-cursos nos cofres públicos para bancar o aumento:“Essa pergunta deve ser feita para quem aprovou oprojeto.”

Proposta, que contraria a limitação salarial imposta pelo PAC, é encampada pelo movimento

O deputado federal Vicen-te Paulo da Silva, o Vicenti-nho (PT-SP) elaborou umprojeto de lei complementar(PLC) que propõe reajustesuperior à variação inflacio-nária do ano anterior para ofuncionalismo público e de-fine uma política salarialpara o funcionalismo. EstePLC está sendo a alternativapara contrapor o artigo doPrograma de Aceleração doCrescimento (PAC) que limi-ta a folha dos servidores daUnião. A retirada deste artigoé a luta principal da catego-ria, que vai travar ao lado daCUT uma difícil batalha noCongresso Nacional para amudança na proposta apre-sentada pelo governo.

Segundo a Fasubra, o pro-jeto de lei complementar PLCdo deputado Vicentinho tra-duz a posição política dos ser-vidores públicos sobre a po-lítica salarial para o conjuntoda categoria. Por isso, a dire-ção da federação alerta para aconstrução de uma atuação

forte no Congresso a fim depressionar os parlamentarespara a aprovação do PLC. Ossindicatos devem também emseus estados procurar os par-lamentares para explicar aproblemática do limitador dedespesas e o conseqüentecongelamento dos salários,pedindo apoio ao PLC.

DISTORÇÕES – Em sua jus-tificativa o deputado afirmaque os servidores do Executi-vo são aqueles que apresen-tam maiores distorções, comotambém têm os menores salá-rios em relação aos demaissetores. Vicentinho defendeainda que o projeto de lei tempor finalidade possibilitar que

ocorram reposições das per-das salariais ocorridas no pe-ríodo de 1995 a 2006, que hajaainda a incorporação das gra-tificações salariais com corre-ção das distorções, assimcomo isonomia salarial com adefinição de reajustes anuaispela inflação acrescidos deganho real.

Segundo Vicentinho, aproposta é viável, haja vistaque os gastos com pessoalnão têm subido nos últimosanos; ao contrário, vêm di-minuindo: a participaçãodas despesas com pessoalno total da receita correntelíquida da União caiu de56,2% em 1995 para 30,9%em 2005. Ele finaliza sua jus-tificativa chamando a aten-ção para a questão da valo-rização do serviço público ede seus trabalhadores: “Pen-sando-se na qualidade dosserviços públicos prestadosà população bem como nofortalecimento do Estadobrasileiro como principalator do desenvolvimento doPaís, é necessário que o de-bate passe, também, pelavalorização dos servidorespúblicos federais, procuran-do-se, inclusive, rediscutir abrutal diferenciação salari-al atualmente existente, so-bretudo no caso do PoderExecutivo.”

Conheça o

projetoEnquanto isso...

Projeto de Lei ComplementarAcresce dispositivo à Lei Comple-

mentar nº 101, de 4 de maio de 2000

Art-1º - A Lei Complementar nº 101,de 4 de maio de 2000, passa a vigoraracrescida do seguinte artigo:

“Art. 71-A – A revisão geral anual daremuneração dos servidores públicos edo subsídio de que trata o inciso X doart. 37 da Constituição Federal, deveráassegurar o reajuste superior à varia-ção inflacionária do ano anterior”.

§ 1º Não estão contidos no cálculoda revisão, as despesas relativas às no-vas contratações bem como substitui-ção por servidor público concursado damão-de-obra terceirizada, como tam-bém as correções das distorções salari-ais, reposição salarial das perdas de1995 a 2006 e ainda as incorporaçõesdas gratificações.”

MINISTRO. Condescendente com aumento dosparlamentares

CONTRARIANDO O PAC. Emenda de Vicentinho, ex-sindicalista, quer preservar salários

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COMPROMISSO INADIÁVEL

O chamado das urnasNa próxima semana os técnicos-administrativos votam para eleger os seus representantes nos conselhos

Nos dias 2, 3 e 4 de abrilos técnicos-administrativos têmum compromissoinadiável a cumprir: iràs urnas e eleger seusnovos representantesnos ConselhosUniversitário(Consuni), de Ensino eGraduação (CEG) e deEnsino para Graduados(CEPG). Ter voz e votonos órgãos colegiadosfoi uma das maissignificativasconquistas da categoriaem nível institucionaldentro da UFRJ. Porqueas mais importantesdecisões, deliberações eencaminhamentostomados pelasinstâncias superiores dauniversidade têm quepassar por todos nós,trabalhadores emeducação.A conquista desseespaço institucionaltambém garantiu àcategoria o respeitonecessário e devido nauniversidade. Foiresultado de uma lutainiciada nos anos 80,cuja primeira vitóriacomemoramos em 1998,assumindo uma vagano ConselhoUniversitário. Em 2002ampliamos nossarepresentação aosoutros dois órgãoscolegiados. Nestaeleição, 14 técnicos-administrativos quetêm demonstradocompromisso com auniversidade pública,gratuita, autônoma,democrática e dequalidade se colocaramà disposição pararepresentá-la noConsuni, CEG e CEPG.Participe, companheiro.Vote na Chapa 200.

Desta vez não haverá

disputas, porque só uma

chapa, a Chapa 200, reúne

todos os postulantes aos

órgãos colegiados. São cin-

co titulares com suplentes

para o Conselho

Universitário e

um titular e um

suplente para o

CEG e o CEPG. A

Chapa 200 pro-

duziu e assinou

um documento

de compromisso

de atuação nos

órgãos colegia-

dos. Eis os prin-

cipais pontos:

1- Defender a elabora-

ção anual do orçamento

com todas as fontes de re-

cursos da UFRJ e com ple-

na discussão nos órgãos

colegiados, para que o

mesmo retrate as necessi-

dades institucionais do

conjunto da universidade.

Sendo, portanto, necessá-

rio que nas unidades os

técnico-administrat ivos

sejam chamados a partici-

par da elaboração do orça-

mento, bem como todos os

demais segmentos da co-

munidade universitária,

que são os docentes e es-

tudantes, pondo um ponto

final na política de trata-

mento do tema apenas nos

Documento-compromisso dos candidatos

gabinetes de diretores.

2- Trabalhar em conjun-

to com o SINTUFRJ na pers-

pectiva de conscientizar a

categoria da importância

dela participar dos fóruns de

decisões das unidades, de-

canias e colegiados supe-

riores.

3- Defender a aplicação

do artigo 207 da Constitui-

ção: Autonomia universitá-

ria.

4- Lutar pela revogação

da Lei nº 9.192/96 e do De-

creto-Lei nº 1.916/96, e das

leis que estabelecem os 70%

para docentes e a lista trí-

plice. Nossa defesa é pela

eleição direta e, no mínimo,

paritária da comunidade

universitária.

5- Construir junto à di-

reção do SINTUFRJ políti-

cas de defesa da universi-

dade pública e gratuita, e

propor o debate nos Conse-

lhos Superiores a respeito

dos cursos pagos existentes

na UFRJ, o uso desses re-

cursos assim como do fun-

cionamento das fundações

universitárias.

6- Defender a inclusão

da discussão nos colegiados

do Plano de Carreira dos

Técnicos-Administrativos

em Educação. Para garantir

a construção dos Programas

de Avaliação e Capacitação.

Como também garantir nos

colegiados a discussão do

dimensionamento para de-

finição de vagas de técnico-

administrativo nos concur-

sos públicos, mas respeitan-

do o debate no movimento

e na Comissão In-

terna de Supervi-

são da Carreira da

UFRJ (CIS).

7- Defender os

hospitais de ensi-

no na estrutura ins-

titucional e orça-

mentária da uni-

versidade e como

instituições públicas, e a ne-

cessidade urgente de con-

curso público.

8- Defender a criação de

comissão paritária para co-

C h a p a 2 0 0

ordenar a discussão da

construção do Plano de

Desenvolvimento Institu-

cional (PDI), com definição

de prazos, metodologia e

plena participação. Para

democratização do debate

e tratando o PDI como um

plano institucional e não

de gestão administrativa.

9- Lutar para que a UFRJ

consolide os princípios de

Ensino, Pesquisa e Exten-

são, mas sempre direcio-

nando a Universidade para

as questões sociais e às ne-

cessidades e reivindica-

ções da maioria da popu-

lação.

Por tudo isso, compa-

nheiros, é que precisamos

ter uma bancada com au-

toridade, compromissada

com as lutas da nossa cate-

goria e capaz de intervir

com firmeza nos colegia-

dos superiores na defesa

das nossas reivindicações.

Defender aelaboração anual doorçamento comtodas as fontes derecursos da UFRJ ecom plenadiscussão.

Construir junto àdireção doSINTUFRJ políticasde defesa dauniversidade públicae gratuita.

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C O M P R O M I S S O I N A D I Á V E L

Quase 9 mil eleitores habilitados ao votoComissão quer colaboração de companheiros para trabalharem no pleito

Conselho Universitário – CHAPA 200

TITULARMilton S. S. Madeira

HUCFF/CCS

TITULARRoberto de M. Gomes

HUCFF/CCS

TITULARJeferson Salazar

FAU/CLA

TITULARIzaias Gonçalves Bastos

F. Farmácia/CCS

TITULAR Agnaldo Fernandes

CCJE

SUPLENTEAntonio Gutemberg

Alves do TraçoPU/Reitoria

SUPLENTEJulio D’Assunção

Barros JuniorCOPPE/CT

SUPLENTECláudio HeitorTavares Gress

I. Neurologia/CCS

SUPLENTERisaneide A. Cordeiro

I. Biologia/CCS

SUPLENTEJosé Carlos Pereira

CT

TITULARSergio Guedes

NCE/CCMN

TITULARClaudia L. R. da Motta

NCE/CCMN

Conselho de Ensino

de Graduação - CEG

Conselho de Ensino para

Graduados - CEPG

SUPLENTEAna Maria de Almeida

IDT-ICES/CCS

SUPLENTELucia H. Á. Salis

HUCFF/CCS

A comissão responsávelpor organizar oprocesso de escolhados representantes dostécnicos-administrativos aosórgãos colegiadossuperiores informouque 8.790 eleitoresvotarão nos dias 2, 3 e 4de abril. Esse totalcorresponde à categoriaem atividade que serádistribuída em 43seções. Os votos serãocoletados em urnasconvencionais, porqueo Tribunal RegionalEleitoral indeferiu opedido da comissão deempréstimo das urnaseletrônicas.APELO – A comissão fazum apelo aos técnicos-administrativos paraque colaborem com oprocesso inscrevendo-se para trabalhar nosdias de eleição. Estãofaltando mesários. Osque se dispuserem aajudar devem entrarem contato com acomissão, que estáinstalada no 2º andardo prédio da Reitoria.Telefone 2598-1619, fax2598-1605. E-mail:[email protected] próxima edição doJornal do SINTUFRJ vaitrazer o mapa completode votação para escolhados representantes dostécnicos-administrativos aosórgãos colegiados:seções, localização ehorários de abertura efechamento das urnas,a cada dia.

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Frente a frente com AloísioCandidato único a reitor, Aloísio Teixeira debate nesta sexta-feira

com a categoria na subsede do Sindicato no HU

VOCÊ NÃO PODE FALTAR

Aloísio Teixeira e Syl-via Vargas – candida-tos à recondução aoscargos de reitor e vice-reitor da UFRJ – têm umencontro marcado comos trabalhadores daUFRJ às 10h desta sex-ta-feira na subsede doSindicato no HospitalUniversitário. O objeti-vo da reunião é estabe-lecer compromissos docomando da UFRJ comos funcionários para ospróximos quatro anos.A mobilização é funda-mental para construira pressão política ne-cessária para que sejaincluída na agenda dopróximo mandato aimplementação de rei-vindicações já consoli-dadas e aprovadas, porexemplo, no ConselhoUniversitário.

“Queremos que assuntos recor-rentes da Universidade, discutidose com aprovação no Consuni, se-jam implementados”, explica a co-ordenadora Denise Góes.

Na reunião de sexta-feira pode-rão constar da pauta a concessão debolsas para técnicos-administrativos,a reserva de vagas nos cursos de gra-duação para a categoria, a questãodo atendimento no Hospital Univer-sitário Clementino Fraga Filho ou doplano de saúde, que já foi motivo deresolução. “Portanto queremos quea PR-4 e a Reitoria pressionem o go-verno para tentar garantir isso”, dizDenise. A dirigente citou, ainda, entreoutros pontos, a regularização dacessão do terreno para a nossa sedesocial, decisão já aprovada pelo Con-selho Superior de Coordenação Exe-cutiva (CSCE), e a necessidade deuma política de habitação para seusfuncionários com base na cessão deterrenos ociosos para construção decasas (isso sem tocar na Vila Resi-dencial).

A direção pretende formularuma pauta concisa, mas baseada narealidade, com pontos já conquis-tados e ainda não implementados.A pauta será elaborada na reuniãode diretoria segunda-feira, dia 26.

Foto: NikoJúnior

Reitor ficou devendoHá quatro anos, no curso

da campanha, o então candi-dato Aloísio Teixeira assumiuvários compromissos expres-sos na sua plataforma. Mui-tos dos quais, por causas di-versas, não foram cumpridos.Veja as promessas feitas naocasião.

Aloísio Teixeira disseque o Fundão deveria serocupado como um espaçoefetivo de atividades e cultu-ra. Não aconteceu.

Que o sistema de ad-ministração deve ser refor-mado, com participação de-mocrática, com a adoção deuma Ouvidoria releita pelovoto direto. Não aconteceu.

A Reitoria estará com-

prometida com o restabele-cimento da autonomia dagestão financeira. Trata-se deluta política mais ampla.

Há que atuar paragarantir a permanência dosestudantes nos campi, coma reabertura dos restauran-tes universitários e a am-pliação e melhoria dos alo-jamentos. O bandejão sóagora está saindo do papele o alojamento não recebeumelhorias.

Mas a evasão possuicausas estritamente acadê-micas, além de outras, quedevem ser equacionadas eatacadas. Entre elas, situa-se a questão dos novos cur-sos, que devem ser criados

não para atender a eventu-ais demandas do “merca-do”, mas para atender àsverdadeiras exigências dasociedade. A universidadefoi tímida na criação de no-vos cursos.

As carências da Uni-versidade em seu quadrotécnico-administrativo sãoimensas. O questão dos hos-pitais chega a ser dramática,porque é impossível ampliaros serviços sem pessoal. De-vemos, mais uma vez, apor-tar soluções para o proble-ma, apresentando propostasde mudanças nos mecanis-mos de financiamento doshospitais universitários. Nãoaconteceu.

Outra questão impor-tante é rediscutir e atualizaro Plano de Atenção à Saúdedo Trabalhador da UFRJ, ela-borado em 1994, e nunca apli-cado. Não aconteceu.

O problema da segu-rança é particularmente gra-ve na Ilha do Fundão. Deve-mos adotar políticas de mé-dio e longo prazo, visandomelhorar a ocupação da Ilha,resolver determinados pro-blemas de infra-estrutura eaumentar a densidade davida social. Não aconteceu.

São registros que só refor-çam a importância da reu-nião desta sexta-feira para sefazer cobranças e estabelecercompromissos.

Votoserá em

cédulasO TRE não cedeu asurnas eletrônicas paraa UFRJ, alegandoquestões defuncionamentointerno, informouChantal Russi, daComissão Eleitoral.Portanto, os eleitoresvotam mesmo nasconhecidas cédulas.No papel constará onome dos candidatosda chapa 10, e umquadrado ao lado,onde o eleitormarcará o voto.

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Na última sessão realiza-da na quarta-feira, 21 demarço, o Conselho de Ensi-no e Graduação (CEG) dis-cutiu a proposta Universida-de Nova. A reunião foi presi-dida pelo pró-reitor de Ensi-no e Graduação, José Rober-to Meyer, que já havia pre-visto que a discussão não seencerraria em apenas umencontro. A representantedos técnico-administrativosno CEG, Ana Maria Ribeiro,destacou que as leis existem,no estado democrático, eque ter que cumpri-las nãosignifica que aderimos aelas, quando não concorda-mos, mas que devemos lu-tar nos espaços públicospela sua mudança. Ela fezessa introdução para desta-car o fato da LDB prevercomo finalidade da educa-ção superior a formaçãoprofissional e o discurso dosdefensores da UniversidadeNova de que a universidadenão deve ser o espaço para

CEG debate Universidade NovaConselheiros identificaram a necessidade de um maior amadurecimento dos debates

CONSELHO

No último dia 21 de março comemorou-se o Dia Internacional pela Eliminação da Dis-

criminação Racial. Para muitos podeparecer que não haja necessidadedeste dia, pois como dizem que vive-mos em uma democracia racial, nãohá nenhum tipo de distinção, exclu-são, restrição ou preferência baseadana cor, ascendência ou origem étnica.

Entretanto, é importante resgatar,para que fique sempre na memória,que neste dia, no ano de 1960, na ci-dade de Johannesburgo, capital daÁfrica do Sul, 20 mil negros protesta-vam contra a Lei do Passe, que osobrigava a portar cartões de identifi-cação, especificando os locais poronde eles podiam circular.

formação profissional.O diretor da Escola Poli-

técnica, Ericson Almendra,iniciou o debate assinalan-do que a exposição do reitorda Universidade Federal daBahia, Naomar de Almeida,na Aula Magna realizada nodia 14, não foi muito convin-cente. Uma de suas críticaspassa pela proposta de Ci-clo Básico. Segundo ele, esteCiclo faz uma mistura com-pleta dos cursos e não é fun-cional. Além de apresentarsuas observações à propos-ta de Universidade Nova, Al-mendra diagnosticou a atu-al situação da UFRJ como deextrema ineficiência. Segun-do ele, a carga didática po-deria ser melhor distribuídae o número de vagas ofere-cidas aumentado. O assun-to será retomado na próxi-ma reunião do Conselho.

PROCESSO DE SELEÇÃO– O processo de seleção, parao ingresso na UniversidadeNova, proposto pelo projeto

se diz democrático e inclu-dente. Apresenta o ExameNacional dos Estudantes doEnsino Médio (ENEM) comoo melhor exemplo de pro-cesso seletivo. Segundo oprofessor de engenharia me-cânica, Fernando CastroPinto, nunca será possívelconseguir um processo deseleção sem exclusão, poisesta é inerente ao sistema, jáque as vagas são insuficien-tes para a demanda. “A ex-clusão seria resolvida se ti-véssemos um ensino públi-co de boa qualidade paratodo mundo”, afirmou. Cas-tro acredita que a formaçãonão pode se pautar nas ne-cessidades do mercado,como propõe o projeto, masdisse que a idéia da interdis-ciplinaridade é interessante.

CARGA HORÁRIA – Eric-son Almendra propôs a re-dução da carga horária doscursos de Engenharia, hojede 5 anos, como já fazem ou-tros países. “Nos Estados

Unidos a duração do curso éde 4 anos porque a especia-lização ocorre nas própriasempresas. Já em Portugalsua duração é de 3 anos.Nesses países a ordem dosengenheiros é a responsávelpor diplomar o graduado enão as universidades. Mui-tos dos nossos estudantes jásaem do curso empregados.Por isso, acho que 3 anos sãoo suficiente e os outros doisanos desnecessários. É jogardinheiro fora”, disse.

Segundo Ana Maria Ribei-ro, para assemelhar o Ensi-no Superior brasileiro como europeu deve-se distinguiras diferentes realidades so-ciais, destacando que na Eu-ropa o ensino obrigatório éde 12 anos e que a nota doENEM deles é que determi-na em que curso poderáconcorrer a uma vaga. A re-presentação dos estudantesno CEG se colocou contra oprojeto por considerar que aproposta pontua somente o

mercado de trabalho e es-quece a função social da uni-versidade.

Vários conselheiros se po-sicionaram no sentido deamadurecer mais o debate eda necessidade de mudançasna estrutura e organizaçãoacadêmica da universidade.Ao final foi aprovada a reda-ção de uma nota de esclareci-mento à comunidade sobre aimportância da decisão porunanimidade de suspensãoda sessão do Conselho no dia14/3 para assistir à Aula Mag-na, em função de notícias vin-culadas em orgãos de comu-nicação na comunidade uni-vesitária.

Após a sessão do CEG/CEPG realizada dia 23/3, oCEG aprovou a ida de trêsconselheiros ao II Seminá-rio Universidade Nova quese realizará nos dias 29, 30 e31/3 na UnB. Serão as Pro-fas. Sylvia (CCJE), Marcia(CFCH) e a representantesdos TAEs, Ana Maria.

Dia Internacional pela eliminaçãoda discriminação racial

OPINIÃO

Por isso, articulou-se uma mani-festação pacífica, onde o exército con-tra-atacou atirando sobre a multidão,matando 69 pessoas e ferindo outras186. Esta terrível ação ficou conhecidacomo o Massacre de Shaperville, e emmemória a esta tragédia a ONU insti-tuiu o 21 de Março como o Dia Interna-cional de Luta pela Eliminação da Dis-criminação Racial.

De 1960 até os dias de hoje muitacoisa realmente mudou, mas não po-demos afirmar que vivemos numa so-ciedade que aboliu definitivamente oracismo de sua estrutura; as desigual-dades ainda permanecem marcando atrajetória do negro no Brasil em váriosaspectos.

Precisamos continuar na luta por

um programa de ações afirmativas,que possa delinear um conjunto deações governamentais que proporci-onem igualdade de oportunidades,que visualize as condições em que onegro foi lançado na sociedade porconta da abolição da escravidão – semcasa, sem dinheiro, sem nenhumaqualificação, enfim, sem nenhumacondição de se estabelecer.

Precisamos deixar de considerareste dia como um dia qualquer, por-que não é. Precisamos ser propaga-dores da importância da existênciadeste dia, como um marco importan-te na luta negra.

Denise Francisco GóesMilitante do Movimento Negro

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CARREIRA

CIS: seminário nacionalReunião em Brasília reúne representantes o de todo país para tornar mais eficiente o trabalho das comissões

Mais de 150 pessoas par-ticiparam do encontro nacio-nal das Comissões Internasde Supervisão, dias 21 e 22,em Brasília, promovido pelaCoordenação Jurídica e deRelações de Trabalho da Fa-subra. Estiveram presentesrepresentantes das Ifes detodo o país, Fasubra, Sinase-fe, MEC, das CIS, dos setoresde Recursos Humanos e sin-dicatos filiados.

A proposta foi discutirproblemas que as Comissõesenfrentam e apontar cami-nhos, como explicou FátimaReis, da Coordenação deEducação.

O temário do seminárioconstou um painel da reali-dade das CIS, Programa deAvaliação de Desempenho,Concepções de Avaliação, asdiretrizes sob a concepção deavaliação de desempenhoque queremos, programa dedimensionamento.

Representando a UFRJ,foram para o seminário daCIS Francisco de Assis, NilceCorrea, Carmem Coelho, Hil-da Martins, Vanda Souza, Ni-valdo Holmes, Roberto Go-mes, Arnaldo, Francisco Car-los e Terezinha.

Nivaldo, coordenador daCIS da UFRJ, explica que, peloque pôde observar, a situa-ção nacional está estaciona-da porque a Comissão Naci-onal de Supervisão (CNS) nãotem se reunido.

O tema que tomou o pri-meiro dia do encontro foi aavaliação de desempenho.“Há muitas dúvidas que osparticipantes levantaram. Foiimportante para nivelar asinformações”. Há perspecti-va, segundo o coordenador,de realização de outro semi-nário, só para discutir dimen-sionamento de pessoal – por-que a avaliação tornou-se otema principal com a proxi-midade do prazo-limite dadopela legislação – 1o de junho.

A primeira mesa, de infor-

mes e reivindicações, possi-bilitou aos participantes aoportunidade de debatercom a coordenadora de Ges-tão de Pessoas do MEC, Ma-ria do Socorro, Nina e apro-veitaram para cobrar situa-ções pendentes e a reanima-ção da CNS.

No segundo dia do even-to, segundo o coordenador,os participantes se dedica-ram ao trabalho de grupocom o objetivo de prepararuma diretriz em relação àavaliação de desempenho.

A reunião do GT-Educação em Brasília se transformou numseminário com as coordenações de Aposentados e Políticas Soci-ais da Fasubra. As entidades de base mandaram representantesdestas coordenações. O número total chegou a 60, e os integran-tes do GT acabaram tendo a tarefa de esclarecer diversas dúvi-das.

Segundo a coordenadora-geral do SINTUFRJ, Ana Maria Ri-beiro, que integra o GT-Educação da Fasubra e participou do en-contro, a reunião serviu para explicar que a folha de pagamentodos aposentados não será desvinculada da Universidade. “Hámuito confusão de informação sobre esta questão e esclarecemoso ponto. Isso não acontecerá, e uma prova disso é que a desvincu-lação quebraria por completo o plano de carreira nas universida-

Nos dias 19 e 20, houve a reunião doGT-Carreira nacional, na qual foram deba-tidos temas de interesse categoria. Foramrepresentantes do GT local Francisco deAssis, Nilce Correa e Juscelino Souza.

Segundo Francisco de Assis, o GT sedeteve na questão da racionalização. Ospresentes buscaram amadurecer a argu-mentação que dará sustentação à reivindi-cação de solução para situações penden-tes para as quais a plenária já aprovou

GT-Carreiramudanças. A discussão vai ser remetida àbase – que deverá contribuir para a funda-mentação das reivindicações – e à próximaplenária nacional.

Segundo Nilce Correa, o trabalho do GTfinaliza o processo de racionalização: o gru-po preparou justificativa de alguns cargospendentes e outros ainda serão remetidos àplenária. Está prevista a realização de reu-nião com o MEC sobre o tema da racionali-zação, em abril.

Seminário esclarece dúvidas

A luta dostrabalhadores

em livroO lançamento do livro A luta dos traba-

lhadores no Brasil, de Vito Giannotti, publi-cado pela Editora Mauad, será dia 27, terça-feira, às 18h30, no Sindicato dos Metroviá-rio do Rio de Janeiro (Avenida Rio Branco,277, sala 410, Cinelância). O livro é resulta-do de dez anos de pesquisa e prima poruma linguagem simples e acessível.

Seminário sobre Universidade NovaA UnB organiza entre os dias 21 e 31 de março o Segundo Semi-

nário Universidade Nova: Anísio Teixeira e a Universidade do Sé-culo 21. Durante esses dias, serão apresentadas as diretrizes doProjeto Universidade Nova com palestras e debates entre profissi-

des”, explicou.No dia 16 o seminário tratou do artigo 50 do Projeto Universi-

dade Cidadã para os Trabalhadores. O artigo garante que as des-pesas com aposentados e pensionistas das universidades públi-cas sejam pagas pela União, através do Tesouro Nacional, assimcomo ratifica a sua manutenção na folha de pagamento das insti-tuições. No dia seguinte, pela manhã, o reitor da UnB, TimothyMulholland, apresentou o Projeto Universidade Nova aos partici-pantes. Este projeto propõe mudanças na forma de ingresso nasuniversidades federais e alterações na estrutura curricular doscursos. O GT da Fasubra ainda não discutiu a proposta. Na parteda tarde o artigo 50 voltou novamente à pauta. No último dia, nodomingo, 18, a pauta tratou dos hospitais universitários.

onais de educação de todo o país. As atividades ocorrerão no Audi-tório Dois Candangos do campus Darcy Ribeiro. O reitor da UnB,Timothy Mulholland, convidou formalmente a categoria dos técni-cos-administrativos no seminário conjunto da Fasubra.

Notas >>>

I Semana de Jornalismo da UFRJ

Vigilância – Os vigilantes estão convocados para reunião dia 30 de março, sexta-feira, às 14h,no Espaço Cultural do SINTUFRJ. Em pauta a realização do Seminário Local de Segurança.

Entre os dias 27 e 30 será realizada “A meioa Meios – I Semana de Jornalismo da UFRJ”, nocampus da Praia Vermelha. Organizado peloPrograma de Educação Tutorial da Escola deComunicação da UFRJ (PET-ECO), o eventocontará com a presença de profissionais reno-mados da comunicação alternativa e jornalis-tas como Caco Barcelos, Arthur Dapieve. Have-

rá ainda, exposições de trabalhos impressos, au-diovisuais e artísticos, que deverão ser envia-dos, entre os dias 15 e 26, para o e-mailinscriçõ[email protected]. As inscrições paraparticipar do encontro também podem ser fei-tas através do e-mail inscriçõ[email protected]. Informações através do te-lefone (21) 3873-5080.

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DISCRIMINAÇÃO

Vergonha!Escritório-modelo da Faculdade de Direito é utilizado para estimular preconceito

Congregação age com firmeza

Punição

rigorosa“Na minha opinião nem era caso de

sindicância. Eu sugeri que fosse abertoprocesso administrativo, que poderia darem demissão, dependendo da gravida-de da falta. Mas entendo o excesso dezelo da Congregação no trato da ques-tão”, afirmou a diretora da FND, JulianaMagalhães. Para ela, a própria sentençajudicial já é bastante esclarecedora e otermo homofobia utilizado pela magis-trada na análise da petição já expõe opreconceito incutido na ação, “o que éincompatível com a ordem constitucio-nal vigente”, acentuou.

Outro agravante contra Agnelo Me-deiros, segundo Juliana Magalhães, foi autilização de uma estrutura de prestaçãode serviço à população, cuja prioridadeé garantir direitos dos cidadãos e não ocontrário. Ela espera que a sindicânciaadministrativa apure se há co-responsá-veis pela ação preconceituosa. Julianainformou que está consultando a lei paraconstituir a comissão de sindicância ad-ministrativa aprovada pela Congregação.

Questão vai

ao ConsuniO decano do Centro de Ciências Jurí-

dicas e Econômicas (CCJE), Alcino Fer-reira Câmara, vai propor ao ConselhoUniversitário, consultar depois de dire-ção da FND, que aprove resolução proi-bindo a qualquer órgão de representa-ção jurídica da UFRJ, seja de ensino, pes-quisa ou extensão, de propor ou promo-ver ações que signifiquem o cerceamen-to da liberdade de expressão de grupossociais organizados.

“É um absurdo que este processo te-nha prosseguido. Eu proibi, em 2003,quando era o diretor interino da FND,que o Escritório Modelo desse continui-dade ao processo”, informou o decano.Mas Alcino Câmara reconhece que hojeexiste um enorme esforço da direção dafaculdade e da Congregação em adequaro serviço do Escritório-Modelo ao quehá de mais avançado em direitos huma-nos, e ele próprio justificou o que podeter ocorrido: “Às vezes as coisas ocorremnuma unidade sem termos informaçõesprecisas a respeito.”

A Congregação da Faculdade Na-cional de Direito, reunida no dia 15de março, aprovou nota pública derepúdio à utilização indevida do Es-critório-Modelo para patrocinar “aação popular proposta por EduardoBanks dos Santos Pinheiro, patroci-nada pelo advogado e professor daFND Agnelo Maia Borges de Medei-ros contra a realização da VIII Paradado Orgulho Gay”, e conclui determi-nando a “instauração de sindicânciaadministrativa para apuração dos fa-tos e definição das responsabilida-des funcionais”.

Para os membros da Congrega-ção, a indevida utilização do Escritó-rio Modelo foi uma iniciativa de“afrontar as mais elementares liber-dades de manifestação de opção se-xual, impregnada de preconceito ehomofobia”. O advogado e ex-alunoda FND Técio Lins e Silva envioumensagem de solidariedade e de con-gratulações aos membros da Congre-gação da FND.

INCONSTITUCIONAL – O repre-sentante dos docentes adjuntos na

Congregação, Flávio Martins, afir-mou que o Escritório-Modelo éum ambiente público, portanto, ja-mais poderia patrocinar causas queestejam ao arrepio da lei. “Nós, bra-sileiros”, ensinou o professor, “te-mos dois princípios constitucio-nais: o direito de realização e deque seja respeitada qualquer ma-nifestação pacífica e que repudia-mos qualquer tipo de discrimina-ção em função de raça, cor, condi-ção social, religiosa e opção se-xual. E as expressões contidas napetição da ação popular tinha car-ga muito forte de preconceito con-tra opção sexual, o que contraria odireito constitucional.”

Segundo o professor, o autor terentrado com a ação é legal. A ques-tão foi ele utilizar a estrutura de umambiente público para fazer isso.Ele considerou como “equivocada”a atitude do professor que patroci-nou esse tipo de ação popular. “Pre-cisamos apurar as responsabilida-des, então, abre-se um processo ad-ministrativo para aplicação de pe-

nalidades, mas preservando o di-reito de defesa”, avisou. Quanto aodesdobramento por conta da juí-za, explicou que caberá ao Tribu-nal de Ética da OAB/RJ decidir sepune ou não o advogado e profes-sor, e que pena aplicará: advertên-cia, suspensão ou até cassação deregistro.

SOBERANA – O atual respon-sável pelo Escritório-Modelo daFND, professor Roberto Litrento,manifestou apoio à atitude daCongregação, reconhecendo suasoberania para tomar decisões,principalmente em se tratando dehomofobia. “Uma ação populardessa natureza além de inconsti-tucional acirra os ânimos contraos homossexuais”, alertou.

Ele, no entanto, considera legíti-mo que um cidadão exerça seu di-reito de propor qualquer ação. Elenão vê, no entanto, inconvenientede o Escritório Modelo analisar asproposições antes de seguir com oprocesso, embora caiba ao magis-trado avaliar o mérito.

A juíza do Tribunal de Justiça doRio de Janeiro, Alessandra CristinaTufversson Peixoto, julgou improce-dente a ação popular (processo nº2003.001.05026-8) de autoria deEduardo Banks dos Santos e patroci-nada pelo professor auxiliar da Fa-culdade Nacional de Direito, AgneloMaia Borges de Medeiros, por inter-médio do Escritório-Modelo da insti-tuição. A ação é de 2003 e era contraa realização da VIII Parada do Or-gulho Gay.

No entendimento da magistrada, aação popular em questão “é ofensivaà dignidade da Justiça”. Além de con-denar Eduardo Banks ao pagamentodas custas proces-suais, ela recomen-dou à seção re-gional da Ordem dosAdvogados do Brasil (OAB-RJ) e aoMinistério Público adoção de “provi-dências cabíveis contra os advogadossignatários e o autor da ação”. FND. Escritório usado como instrumento de discriminação

Page 12: CAMPANHAS PARA A REITORIA E PARA OS CONSELHOS …sintufrj.org.br/wp-content/uploads/2018/12/jornal759.pdf · adotou uma medida, no mí-nimo, curiosa: reduziu o ho-rário de funcionamento

MEIO AMBIENTE

Catadores recolhem meiatonelada de lixo no campus

Manifestação Vai Dar Praia no Fundão marcou o Dia Mundial da Água

Mais de meia tonelada delixo sólido foi recolhida da orlado Fundão na manhã de quin-ta-feira, 22, Dia Mundial daÁgua, e depositada no hall daReitoria da UFRJ. Os grandessacos, que deixavam à mostrauma variedade de detritos,chamavam a atenção de todosque passavam pelo local. Eragrande a quantidade de garra-fas pets, pneus, utensílios eobjetos de plástico, até mate-rial hospitalar (como seringase comadres). Este foi o segun-do ano que integrantes e vo-luntários de seis cooperativasde catadores realizaram a ma-nifestação Vai Dar Praia noFundão. Dessa vez, os mani-festantes foram até a sessão doConselho Universitário, fala-ram e foram aplaudidos.

O objetivo do ato foi mos-trar que as cooperativas estão

prontas para receber o resul-tado da coleta seletiva da UFRJ,conforme determina o Decre-to-Lei nº 5.940 (de 16/10/2006). Pela lei, qualquer insti-tuição pública federal, estadu-al ou municipal deve ceder aoscatadores todo material reci-clável que produz, para queestes se encarreguem da tria-gem, separação e destino fi-nal. Foi esse apoio que o pre-sidente da Coop Fundão, Hé-lio dos Santos, foi pedir aoConsuni, em nome dos coo-perativados presentes ao ato,todos oriundos de comunida-des como Maré, Jacarezinho,Alemão, Mesquita. Fez parte damanifestação no térreo da Rei-toria a exibição do vídeo de 10minutos produzido pela Incu-badora Tecnológica de Coope-rativas Populares (ITCP) sobreo evento do ano passado.

Responsável pelo laboratório de Gestão do Ter-ritório, do Instituto de Geociência e membro daAcademia Brasileira de Ciência, a professora emé-rita do curso de Geografia da UFRJ, Berta Becker,aproveitou o movimento Vai Dar Praia no Fundão– organizado exatamente no Dia Mundial da Água– para fazer um alertar em defesa dos mananciais

brasileiros. “A água está se transformando num recurso escasso no planetaem função do crescente consumo e da irrigação. É o ouro azul do séculoXXI”, alertou.

Embora no conjunto o Brasil ocupe nesse ranking posição privilegiada,porque detém na Amazônia 20% das águas doces do planeta, Berta nãodescarta possíveis problemas futuros. O Brasil, segundo a pesquisadora,tem problemas de escassez relativa nas metrópoles e no Nordeste, que ésemi-árido, mas não tem dúvidas de que “se souber administrar e fazer boagestão desses recursos”, a reserva de água possui é um trunfo para o seudesenvolvimento.

Água, o ouro azul

MANIFESTAÇÃO. O lixo recolhido na orla do Fundão foi exposto no hall da Reitoria

Foto: Niko Júnior

CONSELHO – Para a pesquisadora, o importante a partir de agora éinvestir no conhecimento sobre recursos hídricos e identificar quais osproblemas existentes relacionados a esses recursos nas diferentes regiõesdo país, para elaboração de políticas específicas. “Nas metrópoles, a gestãotem que ser mais urgente e qualificada de como usar e conservar mananci-ais”, disse. Ela citou o Rio de Janeiro como exemplo de região que passoupor um processo de metropolização muito rápida, portanto, uma das cida-des que corre grande risco de falta de abastecimento. “As matas dos morrosforam destruídas para dar lugar a moradias de quem não tinha onde morar.E, com isso, veio a poluição, que destrói mananciais”, explicou Berta Becker.

CONTRADIÇÃO – Uma das grandes contradições do Brasil, segundo aprofessora e pesquisadora, é que mesmo com abundância de água, inclusi-ve com imensos reservatórios subterrâneos – denominados aqüíferos,que foram recentemente descobertos —, ainda é grande a parcela de brasi-leiros sem acesso ao precioso líquido. “O desafio”, afirmou, “é conhecer,gerir e promover distribuição eqüitativa à população, e saber como conser-var os mananciais.”