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CEEBJA – CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO
BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS
P R O Fª. M A R I A D E O N D E L I R A
Av. Mal. Floriano Peixoto, 7719 - � (041) 3284-3713
CEP 81.650-000 – Boqueirão - Curitiba – Paraná
PROPOSTA PEDAGÓGICA /
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
CEEBJA PROFESSORA MARIA DEON DE LIRA
Ensino Fundamental e Médio
CURITIBA - 2012
CEEBJA – CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS P R O Fª. M A R I A D E O N D E L I R A Av. Mal. Floriano Peixoto, 7719 - � (041) 3284-3713 CEP 81.650-000 – Boqueirão - Curitiba – Paraná
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INDICE
1. FORMA DE ORGANIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO ....................................................1
1.1. Histórico............................................................................................................1
1.1.1. Histórico do CEEBJA Professora Maria Deon de Lira................................1
1.2. Identificação do estabelecimento de ensino .....................................................5
1.2.1. Nome do estabelecimento, mantenedora e localização .............................5
1.3. Objetivos do estabelecimento de ensino ..........................................................6
1.4. Oferta de ensino ...............................................................................................8
1.4.1. Níveis e modalidades .................................................................................8
1.4.1.1. Ensino Fundamental – Fase II .............................................................8
1.4.1.2. Ensino Médio .......................................................................................8
1.4.1.3. Educação Especial ..............................................................................8
1.4.2. Formas de atendimento .............................................................................9
1.4.3. Objetivos de cada Nível, Modalidade e Formas de Ensino ......................10
1.4.3.1. Organização coletiva .........................................................................10
1.4.3.2. Organização individual ......................................................................11
1.4.3.3. APED´s..............................................................................................11
2. CARACTERÍSTICAS DA COMUNIDADE ESCOLAR ...........................................11
3. PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS E PEDAGÓGICOS .................................................13
4. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO................................................17
4.1. Da Gestão Escolar..........................................................................................17
4.1.1. Conselho Escolar e/ou Mantenedora (Objetivos).....................................18
4.1.2. Equipe de Direção....................................................................................21
4.1.3. Equipe Pedagógica ..................................................................................23
4.1.4 Coordenador (es) de Ações Pedagógicas Descentralizadas.................25
4.1.4.1. Coordenador geral.............................................................................25
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4.1.4.2. Coordenador Itinerante......................................................................26
4.1.4.3. Coordenador de Exames Supletivos .................................................26
4.1.5. Equipe Docente........................................................................................27
4.1.6. Equipe Administrativa...............................................................................29
4.1.7. Equipe de Serviços Gerais.......................................................................31
4.1.8. Conselho de Avaliação.............................................................................31
4.1.9. Órgãos Colegiados...................................................................................33
4.2. Espaços Pedagógicos ....................................................................................34
4.2.1. Biblioteca escolar .....................................................................................34
4.2.2. Laboratório ...............................................................................................35
4.2.3. Recursos tecnológicos .............................................................................35
4.2.4. Sala de recursos ......................................................................................36
4.3. Avaliação institucional.....................................................................................37
5. ORGANIZAÇÃO E REGIME DE FUNCIONAMENTO...........................................39
5.1 Oferta e Horário ...............................................................................................39
III garantia de uma Educação Básica igualitária e de qualidade. ..............................39
5.2. Calendário escolar ..........................................................................................41
6. PROJETOS E AÇÕES COMPLEMENTARES ......................................................42
6.1. Ação complementar de aula de campo nas diferentes áreas .........................42
6.2. Projeto na forma de Leitura Literária como prática social ...............................42
6.2.1. Conceitos e referências teóricas ..............................................................42
6.2.2. Justificativa...............................................................................................43
6.2.3. Estratégias ...............................................................................................43
6.2.4. Estratégias ...............................................................................................44
6.2.5. Resultados esperados..............................................................................44
6.2.6. Referências bibliográficas ........................................................................44
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6.3. Projeto na forma de Concurso de Redação....................................................45
6.3.1. Conceitos e referências teóricas ..............................................................45
6.3.2. Conteúdo e temática ................................................................................45
6.3.3. Justificativa...............................................................................................46
6.3.4. Encaminhamento metodológico ...............................................................46
6.3.5. Instrumentos e recursos...........................................................................47
6.3.6. Referências bibliográficas ........................................................................47
6.4. Projeto na forma de Campanha Institucional Contra o Preconceito Racial.....47
6.4.1. Conceito e Referências Teóricas .............................................................47
6.4.2. Conteúdo da temática ..............................................................................48
6.4.3. Justificativa...............................................................................................48
6.4.4. Estratégias ...............................................................................................48
6.4.5. Recursos ..................................................................................................49
6.4.6. Resultados esperados..............................................................................49
6.4.7. Referências bibliográficas ........................................................................49
6.5 Projeto da disciplina de Matemática ................................................................50
6.5.1 Título: Xadrez na Matemática ...................................................................50
6.5.2 Justificativa................................................................................................50
6.5.3 Conteúdos.................................................................................................51
6.5.4 Objetivos ...................................................................................................52
6.5.5 Encaminhamento Metodológico ................................................................52
6.5.6 Resultados esperados...............................................................................53
6.5.7 Referências ...............................................................................................54
7. MATRÍCULA..........................................................................................................54
8. CLASSIFICAÇÃO, RECLASSIFICAÇÃO, ADAPTAÇÃO, APROVEITAMENTO DE
ESTUDOS E REVALIDAÇÃO ...................................................................................56
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9. INSTRUMENTOS E REGISTROS OFICIAIS PRÓPRIOS ....................................56
10. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ....................................................................57
10.1. Sistema de avaliação....................................................................................57
10.2. Recuperação ................................................................................................58
10.3. Promoção .....................................................................................................60
10.3.1. Procedimentos e critérios para atribuição de notas................................60
11. FREQUÊNCIA.....................................................................................................61
12. AÇÕES PEDAGÓGICAS ....................................................................................62
13. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR .........................................................................63
13.1 Matriz Curricular ............................................................................................63
13.1.1. Ensino Fundamental - Fase II ................................................................63
13.1.2. Ensino Médio .........................................................................................64
13.2. Proposta Pedagógica Curricular ...................................................................65
13.2.1 Arte..........................................................................................................65
13.2.1.1. Fundamentos teóricos .....................................................................65
13.2.1.2. Objetivo geral...................................................................................66
13.2.1.3. Metodologia .....................................................................................67
13.2.1.4. Avaliação .........................................................................................67
13.2.1.5. Conteúdos curriculares....................................................................68
13.2.1.6. Referências bibliográficas................................................................71
13.2.2. Biologia ..................................................................................................71
13.2.2.1. FUNDAMENTOS TEÓRICOS .........................................................71
13.2.2.2. Objetivos específicos.......................................................................73
13.2.2.3. Conteúdos estruturantes / básicos ..................................................74
13.2.2.3.1. Conteúdos estruturantes da disciplina de biologia ....................74
13.2.2.3.2. Conteúdos Básicos ...................................................................75
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13.2.2.4. Desafios educacionais contemporâneos e a diversidade ................79
13.2.2.5. Encaminhamento metodológico.......................................................79
13.2.2.5. Avaliação .........................................................................................82
13.2.2.6. Referências bibliográficas................................................................83
13.2.3. Ciências .................................................................................................85
13.2.3.1. Fundamentos teóricos .....................................................................85
13.2.3.2. Objetivos gerais ...............................................................................86
13.2.3.3. Metodologia .....................................................................................86
13.2.3.4. Avaliação .........................................................................................87
13.2.3.5. Conteúdos curriculares....................................................................89
13.2.3.5.1. Noções de astronomia ..............................................................89
13.2.3.5.2. Transformação e interação da matéria e energia......................89
13.2.3.5.3. Saúde e melhoria da qualidade de vida ....................................90
13.2.3.6. Referências bibliográficas................................................................90
13.2.4. Educação física ......................................................................................91
13.2.4.1. Ensino fundamental e médio ...........................................................91
13.2.4.1.1. Fundamentação teórica.............................................................91
13.2.4.1.2. A Educação Física ....................................................................92
13.2.4.1.2. Encaminhamento metodológico ................................................94
13.2.4.1.3. Objetivo geral ............................................................................95
13.2.4.1.4. Objetivos específicos ................................................................95
13.2.4.1.5. Conteúdo estruturante ..............................................................96
13.2.4.1.6. Conteúdos estruturantes e básicos do ensino fundamental......98
13.2.4.1.7. Conteúdos estruturantes e básicos do ensino médio................98
13.2.4.1.8. Avaliação...................................................................................98
13.2.4.1.9. Referências bibliográficas .......................................................100
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13.2.5. Filosofia.........................................................................................100
13.2.5.1. Fundamentos teóricos ...................................................................100
13.2.5.2. Objetivo geral.................................................................................102
13.2.5.3. Metodologia ...................................................................................105
13.2.5.4. Avaliação .......................................................................................106
13.2.5.4. Conteúdos curriculares..................................................................107
13.2.5.5. Referências bibliográficas..............................................................110
13.2.6. Física....................................................................................................110
13.2.6.1. Fundamentos teóricos ...................................................................111
13.2.6.2. Objetivo geral.................................................................................118
13.2.6.3. Metodologia ...................................................................................118
13.2.6.4. Avaliação .......................................................................................119
13.2.6.5. Conteúdos .....................................................................................120
13.2.6.5.1. Movimento...............................................................................121
13.2.6.5.2. Termodinâmica .......................................................................121
13.2.6.5.3. Eletromagnetismo ...................................................................122
13.2.6.5.4. Conteúdos obrigatórios ...........................................................122
13.2.6.5.4.1. Lei nº 9.795 de 27 de abril de 1999 – Educação ambiental
..............................................................................................................122
13.2.6.5.4.2. Lei nº 13.381 de 18 de dezembro de 2001 – História do
Paraná...................................................................................................123
13.2.6.5.4.3. Lei nº 11.645 de 10 de março de 2008 - História e cultura
afro brasileira e indígena .......................................................................123
13.2.6.6. Referências bibliográficas..............................................................124
13.2.7. Geografia .............................................................................................126
13.2.7.1. Encaminhamento metodológico.....................................................130
13.2.7.2. Objetivo geral.................................................................................132
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13.2.7.3. Avaliação .......................................................................................132
13.2.7.4. Conteúdos curriculares..................................................................133
13.2.7.5. Referências bibliográficas..............................................................135
13.2.8. História .................................................................................................135
13.2.8.1. Fundamentação teórica .................................................................135
13.2.8.2. Objetivo geral.................................................................................137
13.2.8.3. Encaminhamentos metodológicos e recursos didáticos ................137
13.2.8.4. Conteúdos curriculares: específicos e/ou obrigatórios ..................138
13.2.8.4.1. Ensino fundamental ................................................................138
13.2.8.4.2. Ensino médio ..........................................................................140
13.2.8.5. Avaliação .......................................................................................141
13.2.8.6. Referências bibliográficas..............................................................142
13.2.9. Língua Estrangeira Moderna (LEM) – Inglês........................................143
13.2.9.1. Fundamentos teóricos ...................................................................143
13.2.9.2. Objetivo geral.................................................................................144
13.2.9.3. Metodologia ...................................................................................144
13.2.9.4. Avaliação .......................................................................................145
13.2.9.5. Conteúdo .......................................................................................148
13.2.9.5.1. Ensino fundamental – Fase II..................................................148
13.2.9.5.2. Ensino médio ..........................................................................149
13.2.9.6. Referências bibliográficas..............................................................150
13.2.10. Língua portuguesa .............................................................................151
13.2.10.1. Fundamentação teórica ...............................................................151
13.2.10.2. Objetivo geral...............................................................................156
13.2.10.3. Objetivos específicos...................................................................156
13.2.10.4. Conteúdo estruturante .................................................................157
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13.2.10.5. Encaminhamentos metodológicos ...............................................164
13.2.10.5.1. Oralidade...............................................................................164
13.2.10.5.2. Escrita ...................................................................................165
13.2.10.5.3. Leitura ...................................................................................166
13.2.10.5.4. Conhecimento da situação comunicativa ..............................168
13.2.10.5.5. Conhecimentos sobre o texto escrito ....................................169
13.2.10.5.6. Conhecimentos sobre o mundo ............................................169
13.2.10.6. Análise lingüística ........................................................................169
13.2.10.6.1. Aspectos da oralidade...........................................................171
13.2.10.6.2. Aspectos de leitura................................................................171
13.2.10.6.3. Aspectos da escrita...............................................................172
13.2.10.7. Literatura......................................................................................174
13.2.10.8. Avaliação .....................................................................................176
13.2.10.9. Referências bibliográficas............................................................179
13.2.11. Matemática.........................................................................................180
13.2.11.1. Fundamentação teórica ...........................................................180
13.2.11.2. Encaminhamento metodológico...................................................185
13.2.11.3. Organização dos conteúdos curriculares.....................................189
13.2.11.3.1. Ensino fundamental ..............................................................189
13.2.11.3.2. Ensino médio ........................................................................190
13.2.11.4. Referências bibliográficas............................................................192
13.2.12. Química..............................................................................................194
13.2.12.1. Fundamentação teórica ...............................................................194
13.2.12.2. Objetivos específicos...................................................................199
13.2.12.3. Encaminhamento metodológico...................................................200
13.2.12.4. Avaliação .....................................................................................203
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13.2.12.5. Organização Curricular segundo a Resolução Nº 2, de 30 de
janeiro de 2012, que define Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino
Médio............................................................................................................207
13.2.12.6. Referências bibliográficas............................................................209
13.2.13. Sociologia...........................................................................................211
13.2.13.1. Fundamentação teórica ...............................................................211
13.2.13.2. Objetivo geral...............................................................................214
13.2.13.3. Encaminhamentos metodológicos e recursos didáticos ..............215
13.2.13.4. Conteúdos Curriculares: Específicos e/ou Obrigatórios ..............219
13.2.13.5. Avaliação .....................................................................................221
13.2.13.6. Referências bibliográficas............................................................223
14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................224
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1. FORMA DE ORGANIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
1.1. Histórico
1.1.1. Histórico do CEEBJA Professora Maria Deon de Lira
O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos Professora
Maria Deon de Lira, CEEBJA, entidade mantida pelo Governo do Estado do Paraná
teve início em 10 de Março de 1983, na Escola Estadual Polivalente, nesta Capital,
como Núcleo Avançado de Estudos Supletivos Polivalente, NAES – Polivalente, sob
a Direção da Professora Elfrida Maria Honório da Silva, implantado através da
Resolução 5126/86 e autorizado pela 1ª resolução 591/86.
Esta escola surgiu da necessidade de atender ao grande número de alunos
trabalhadores com escolaridade interrompida ou não escolarizados, com idade
superior a quatorze anos e com pouca disponibilidade de tempo para estudo efetivo.
O funcionamento inicial estava vinculado ao Centro de Estudos Supletivos de
Curitiba, CES Curitiba, que era responsável pela documentação escolar e
regulamentação regimental. A supervisão pedagógica estava a cargo do
Departamento do Ensino Supletivo (DESU/SEED). Contava com o espaço físico de
duas salas de 40m2 cada, sendo uma destinada à orientação de aprendizagem e
outra destinada à Direção e à secretaria.
No ano de 1988, o número de alunos matriculados chegou a duzentos e
setenta e quatro. Em 1989, o NAES já contava com 701 alunos matriculados. Em
1990 iniciou-se o processo de alfabetização, com 97 alunos da 1ª e 2ª Fase do 1º
Grau (hoje Ensino Fundamental) e 756 candidatos aos Exames de Equivalência.
Em 1991 foi criado o “Termo de Cooperação Técnica”, TCC, que é um tipo de
ação pedagógica em que as empresas interessadas fornecem as salas de aula, o
material didático e os professores orientadores, cabendo à Escola avaliar o
conhecimento do aluno através de provas, na própria empresa, sob a supervisão da
Secretaria de Educação do Paraná.
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Com a resolução 416/91, de 03 de dezembro de 1991, o nome da escola foi
alterado para Núcleo Avançado de Estudos Supletivos (NAES) Professora Maria
Deon de Lira.
A partir de março de 1993, registrou-se um significativo aumento na demanda
de alunos matriculados. Diante disso, verificou-se a necessidade de se conseguir um
espaço físico maior.
Dessa forma, o NAES foi transferido para as dependências da Igreja
Assembléia de Deus, localizada nas imediações do terminal rodoviário do Boqueirão,
mediante um termo de comodato assinado pelo Secretário de Educação da época,
Profº Elias Abraão e pelos representantes da Igreja mencionada.
Durante o período que a escola esteve funcionando neste local, registrou-se
um crescente número de alunos matriculados e frequentando a escola. Com isso, o
espaço físico não oferecia mais condições para um atendimento de qualidade à
comunidade escolar, bem como para o desenvolvimento de um trabalho de
qualidade por parte da equipe de professores e de funcionários.
A partir de 1996, com uma nova Direção da escola a cargo da Profª. Risoleta
Chaves Haize e do Diretor Auxiliar o Profº. Túlio de Domenico passou-se a procurar
um novo espaço para acomodar a escola. Iniciativas foram tomadas no sentido de
encontrar um novo espaço físico que atendesse à demanda registrada naquela
época e também a criação do 2º Grau, hoje Ensino Médio, possibilitando a
continuidade dos estudos dos alunos.
Em setembro de 1996, um novo endereço para a Escola. Agora localizada na
Av. Marechal Floriano Peixoto nº 7.719, no bairro Boqueirão.
No dia 28 novembro de 1996, para comemorar os dez anos de sua criação e
festejar a implantação do 2º Grau, a Escola recebeu a denominação de Centro de
Estudos Supletivos Professora Maria Deon de Lira, CES Professora Maria Deon de
Lira. Nessa oportunidade, foi criada a bandeira da escola. Por contar com um
número aproximado de 4.300 alunos, passou a ser considerada uma Escola de porte
médio.
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De acordo com a Lei 5692/71 (LDB), a Escola ofertava estudos
correspondentes à 1ª e 2ª Fases do 1º Grau, 2º Grau Supletivo, Função Suplência
de Educação Geral e Exames de Equivalência de 1ª à 4ª séries. Contava, ainda,
com turmas do CELEM – Centro de Línguas Estrangeiras Modernas – Inglesa e
Espanhola, Oficina de Textos, Laboratório de Informática e Sala Audiovisual.
Em vinte e nove de maio de 1998, assumiu a Direção da escola o Profº. Túlio
de Domenico e como Diretor Auxiliar, o Profº. Alcides Martinelli. Iniciou-se, nesse
período, uma reestruturação dos trabalhos para melhor atender à demanda,
buscando agilizar e melhorar o processo de atendimento aos alunos.
Através da Resolução nº 3120, de 31 de agosto de 1998, foi alterada a
denominação de CES (Centro de Estudos Supletivos), para CEAD (Centro de
Educação Aberta à Distância) Professora Maria Deon de Lira. A Escola permaneceu
com tal denominação até o dia 22 de dezembro de 1999, quando passou a ser
denominada CEEBJA (Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos)
Professora Maria Deon de Lira, conforme determinação da Deliberação 12/99, do
Conselho Estadual de Educação.
A partir de 2002, assumiu a Direção deste Estabelecimento de Ensino o Profº.
Jacó Alberto Fröhlich e como Diretora Auxiliar, a Profª. Christiane Monteiro D’Avilla
Scremin. Em 2004, foi reeleito como Diretor o Profª. Jacó, e assumiu como Diretor
Auxiliar o Profº. Alcides Martinelli. O mesmo ocorreu nas eleições de 2008. Nas
eleições de 2011 foram eleitos: Profº. Anderson Muniz Canizella como Diretor e
Profª. Pedagoga Luciana Luchetti como Diretora Auxiliar para um mandato de três
anos.
Nesse período houve a implantação dos Postos Avançados dos CEEBJA’s,
os conhecidos PAC’s, num total de 8 escolas e 37 turmas. A criação desses PAC’s
objetivou atender à necessidade de escolarização de alunos em regiões mais
afastadas evitando, assim, o deslocamento dos educandos para a sede. Em 2004, a
oferta dessa modalidade quase triplicou, passando-se a atender 23 escolas e 82
turmas. Em 2008 eram 26 escolas e 82 turmas. No início de 2009, eram 25 escolas,
denominadas de APED’s (Ações Pedagógicas Descentralizadas do CEEBJA) e
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totalizavam 79 turmas, englobando do Ensino Fundamental, Fase II e Médio.
Atualmente, em 2012, são 16 escolas e 48 turmas.
Enfim, mesmo que esta Escola tenha mudado de nome e de lugar ao longo
de sua história, o foco principal continua sempre mantido: criar as condições
necessárias para atender o aluno jovem, adulto e idoso, por meio de uma
metodologia adequada, visando o desenvolvimento cultural e a formação cidadã.
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1.2. Identificação do estabelecimento de ensino
1.2.1. Nome do estabelecimento, mantenedora e local ização
CEEBJA PROFESSORA MARIA DEON DE LIRA
Ensino Fundamental e Médio
Identificação da instituição
Denominação da instituição
CEEBJA PROFª. MARIA DEON DE LIRA - Ensino Fundament al e Médio
Endereço completo
Av. Mal. Floriano Peixoto, 7719
Bairro/Distrito
Boqueirão
Cidade
Curitiba
NRE
Curitiba
CEP
81.650-000
DDD
041
Telefone
3276.24.97 – 3376-5233
Fax
3376.52.33
Site
www.ctaceebjamariadeonlira.seed.
pr.gov.br
Entidade mantenedora
Governo do Estado do Paraná
CNPJ/MF
76.416.965/0001-21
Local e data
Curitiba, 11 de abril de 2012.
Assinatura
Direção
CEEBJA – CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS P R O Fª. M A R I A D E O N D E L I R A Av. Mal. Floriano Peixoto, 7719 - � (041) 3284-3713 CEP 81.650-000 – Boqueirão - Curitiba – Paraná
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1.3. Objetivos do estabelecimento de ensino
Proporcionar, além do conhecimento científico, o desenvolvimento da
formação humana, respeitando as diferenças e possibilitando o exercício da
cidadania, de modo que o educando participe das relações sociais, com
compromisso ético e político.
“Se o homem aceitasse sempre o mundo como ele é, e, se o outro lado
aceitasse sempre a si mesmo em seu estado atual, não sentiria a necessidade de
transformar o mundo nem de transformar-se” (VASQUEZ, 1968,192).
A necessidade de transformar a si e ao mundo leva o homem à busca,
incessante, do conhecimento, possibilitando essa transformação. Isso implica na
construção de uma proposta pedagógica transformadora e emancipadora para uma
sociedade onde haja respeito à vida, compreensão entre os homens e que o
conhecimento seja motivo de promoção e não de exclusão.
A Educação compreendida como processo de construção humana, que se dá
nas relações sociais e históricas, exige que a escola de hoje não conte, apenas e
unicamente, com o imediato da sala de aula, cumprindo a função de encaminhar a
transmissão e assimilação do conhecimento, pois no contexto da sociedade na qual
a escola se insere, ela tem um compromisso muito mais amplo e histórico: através
da construção da cidadania, possibilita a melhoria e a transformação da sociedade.
Nessa perspectiva, a escola é um espaço vital, compatível com a dimensão
de formação do homem que se quer: um homem com formação integral e com
compreensão da realidade.
As relações sociais, na sociedade capitalista, favorecem as disparidades
entre os homens: as injustiças, a exclusão, a fome, o descompromisso com a
maioria da população brasileira, que se vê excluída dos direitos básicos de cidadão.
Sendo assim, a escola, como instituição social, também reflete as determinações e
contradições dessa sociedade. Portanto, deve preocupar-se em instaurar uma forma
de organização do trabalho pedagógico que supere tais conflitos, buscando eliminar
as relações competitivas, corporativas e autoritárias. A construção de uma proposta
pedagógica fundamentada na ação/compreensão/compreensão/ação coletiva que
possibilita o resgate da escola como espaço público, lugar de debate e de diálogo.
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O eixo da educação básica, contemplada na LDB 9394/96, é o resgate da
cidadania, assim sendo, torna-se necessário estabelecer os princípios norteadores
que garantam a construção de uma proposta pedagógica de formação humana e a
consciência crítica ao direito à cidadania.
Do ponto de vista político, a cidadania só pode ser entendida, plenamente, na
medida em que possa ser traduzida em reconhecimento dos direitos humanos,
prática da igualdade de acesso aos bens naturais e sociais, atitude tolerante e na
luta por uma sociedade mais justa.
O compromisso pedagógico e político do CEEBJA Profª Maria Deon de Lira
para com o seu educando é efetivar a consciência crítica e a prática da cidadania,
possibilitando a oportunidade para que ele siga em busca do saber e da exigência
dos direitos e deveres individuais e coletivos, da justiça, com engajamento social
concreto, para uma sociedade democrática, humana, mais igualitária e participativa.
O educador democrático não pode negar-se o dever de, na sua prática
docente, reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua
insubmissão (...). É exatamente neste sentido que ensinar não se esgota
“no tratamento” do objeto ou do conteúdo, superficialmente feito, mas se
alonga à produção das condições em que aprender criticamente é possível.
E essas condições implicam ou exigem a presença de educadores e
educandos criadores, instigadores, inquietos, rigorosamente curiosos,
humildes e persistentes (FREIRE, Pedagogia da Autonomia).
É preciso que o desejo de transformação não desconsidere o saber trazido
por nossos educandos, jovens, adultos e idosos. Assim, deve-se aproveitar a
vivência dos alunos e construir o conhecimento que será proveniente da consciência
e do senso crítico a ser desenvolvido no transcorrer dessa “construção”.
Refletir sobre o dia-a-dia da nossa vida, olhar em nossa volta e enxergar o
que está acontecendo de verdade, resolver e enfrentar problemas são questões
fundamentais do homem do século XXI.
Por isso mesmo pensar certo coloca ao professor ou, mais amplamente, à
escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos,
sobretudo os das classes populares, chegam a ela – saberes socialmente
construídos na prática comunitária – mas também, como há mais de trinta
anos venho sugerindo, discutir com os alunos a razão de ser de alguns
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desses saberes em relação com o ensino dos conteúdos (FREIRE,
Pedagogia da Autonomia).
1.4. Oferta de ensino
1.4.1. Níveis e modalidades
1.4.1.1. Ensino Fundamental – Fase II
Ao se ofertar estudos referentes ao Ensino Fundamental – Fase II, este
estabelecimento escolar terá como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais e
Estaduais, que consideram os conteúdos como meios para que os educandos
possam produzir bens culturais, sociais, econômicos e deles usufruírem.
Visa, ainda, o encaminhamento para a conclusão do Ensino Fundamental e
possibilita a continuidade dos estudos para o Ensino Médio.
1.4.1.2. Ensino Médio
O Ensino Médio no Estabelecimento Escolar terá como referência em sua
oferta, os princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução n.º02 de
07 de abril de 1998/CNE, nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de
Jovens e Adultos e nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica.
1.4.1.3. Educação Especial
A EJA contempla, também, o atendimento a educandos com necessidades
educacionais especiais. Considerando a situação, em que se encontram
individualmente estes educandos, deve-se priorizar ações educacionais específicas
e que oportunizem o acesso, a permanência e o êxito destes no espaço escolar.
Uma vez que esta terminologia pode ser atribuída a diferentes grupos de
educandos, desde aqueles que apresentam deficiências permanentes até aqueles
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que, por razões diversas, fracassam em seu processo de aprendizagem escolar, a
legislação assegura a oferta de atendimento educacional especializado aos
educandos que apresentam necessidades educacionais especiais decorrentes de:
deficiências intelectual, física/neuromotora, visual e auditiva; condutas típicas de
síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos; e
superdotação/altas habilidades.
“É importante destacar que “especiais” devem ser consideradas as
alternativas e as estratégias que a prática pedagógica deve assumir para remover
barreiras para a aprendizagem e participação de todos os alunos” (CARVALHO,
2001).
Desse modo, desloca-se o enfoque do especial ligado ao educando para o
enfoque do especial atribuído à educação. Mesmo que os educandos apresentem
características diferenciadas decorrentes não apenas de deficiências, mas, também,
de condições sócio-culturais diversas e econômicas desfavoráveis, eles terão direito
a receber apoios diferenciados daqueles normalmente oferecidos pela educação
escolar.
Garante-se, dessa forma, que a inclusão educacional realize-se, assegurando
o direito à igualdade com equidade de oportunidades. Isso não significa o modo
igual de educar a todos, mas uma forma de garantir os apoios e serviços
especializados para que cada um aprenda, resguardando-se suas singularidades.
1.4.2. Formas de atendimento
A educação neste Estabelecimento Escolar é de forma presencial, com as
seguintes ofertas:
a) Organização Coletiva e Individual para o Ensino Fundamental – fase II e Ensino
Médio, em todas as disciplinas sendo priorizadas as vagas para a matrícula na
organização coletiva;
b) A disciplina de Língua Espanhola será ofertada somente na organização coletiva.
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1.4.3. Objetivos de cada Nível, Modalidade e Formas de Ensino
Este estabelecimento de ensino tem como uma das finalidades, a oferta de
escolarização de jovens, adultos e idosos que buscam dar continuidade aos seus
estudos no ensino fundamental ou médio, assegurando-lhes oportunidades
apropriadas, consideradas suas características, interesses, condições de vida e de
trabalho, mediante ações didático-pedagógicas coletivas e/ou individuais. Portanto,
este estabelecimento escolar oferta educação de jovens e adultos - presencial, que
contempla o total de carga horária estabelecida na legislação vigente nos níveis do
ensino fundamental e médio, com avaliação no processo.
Os cursos são caracterizados por estudos presenciais desenvolvidos de modo
a viabilizar processos pedagógicos, tais como: pesquisa e problematização na
produção do conhecimento; desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e
argumentar; registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações,
fotografias, ilustrações, textos individuais e coletivos), permitindo a sistematização e
socialização dos conhecimentos; vivências culturais diversificadas que expressem a
cultura dos educandos, bem como a reflexão sobre outras formas de expressão
cultural.
Para que o processo seja executado a contento, serão estabelecidos planos
de estudos e atividades. O Guia de Estudos estará disponível ao educando, a fim de
que este tenha acesso a todas as informações sobre a organização da modalidade.
1.4.3.1. Organização coletiva
Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um
cronograma que estipula o período, dias e horários das aulas, com previsão de início
e término de cada disciplina, oportunizando ao educando a integralização do
currículo. A mediação pedagógica ocorrerá priorizando o encaminhamento dos
conteúdos de forma coletiva, na relação professores-educandos e considerando os
saberes adquiridos na história de vida de cada educando.
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A organização coletiva destina-se, preferencialmente, àqueles que têm
possibilidade de frequentar com regularidade as aulas, a partir de um cronograma
pré-estabelecido.
1.4.3.2. Organização individual
A organização individual destina-se àqueles educandos trabalhadores que
não tem possibilidade de frequentar com regularidade as aulas, devido às condições
de horários alternados de trabalho e para os que foram matriculados mediante
classificação, aproveitamento de estudos ou que foram reclassificados ou
desistentes quando não há, no momento em que sua matrícula é reativada, turma
organizada coletivamente para sua inserção.
Será programada pela escola e oferecida aos educandos, por meio de um
cronograma que estipula os dias e horário das aulas, contemplando o ritmo próprio
do educando, nas suas condições de vinculação à escolarização e nos saberes já
apropriados.
1.4.3.3. APED´s
Este Estabelecimento Escolar também desenvolverá ações pedagógicas
descentralizadas (APEDs), efetivadas em situações de evidente necessidade,
dirigidas a grupos sociais com perfis e necessidades próprias e onde não haja oferta
de escolarização para jovens, adultos e idosos, respeitada a proposta pedagógica e
o regimento escolar, desde que autorizado pela SEED/PR, segundo critérios
estabelecidos pela mesma Secretaria em instrução própria e com funcionamento em
escolas municipais ou estaduais.
2. CARACTERÍSTICAS DA COMUNIDADE ESCOLAR
A equipe pedagógica do Centro Estadual de Educação Básica de Jovens e
Adultos – CEEBJA Profª Maria Deon de Lira com o objetivo de conhecer melhor os
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educandos e delinear ações e metas para adequar o sistema de ensino e
aprendizagem traçou o perfil dos seus educandos.
Para embasar tal estudo foi realizado um levantamento histórico e constatado
que a instituição atende aos mais variados públicos, pois, a faixa etária dos
estudantes varia de 15 à 66 anos das mais diversas classes sociais.
Ainda, deste público, por se tratar também de uma instituição de ensino de
inclusão social, observou-se que há um grande número de alunos que apresentam
necessidades educacionais especiais, das quais se destaca a deficiência intelectual.
A grande maioria dos alunos que procuram à instituição, principalmente do
período noturno, já estão inseridos no mercado de trabalho.
São trabalhadores assalariados, que buscam uma elevação no seu nível
cultural com a aquisição de conhecimentos básicos ou adicionais, que possibilitem
uma evolução na sua prática profissional e os tornem aptos a galgar uma melhor
condição de vida e inserção do indivíduo como cidadão na sociedade.
Com os esforços individuais e coletivos houve uma maior busca para a
aquisição do conhecimento, fato esse que pode ser observado e comprovado pelo
grande aumento nos anos de 2011/2012 na utilização do espaço da biblioteca, da
pesquisa on-line e da retirada de livros para empréstimo.
Devido às dificuldades da vida cotidiana, onde os jovens são apresentados
precocemente ao mercado de trabalho e, muitas vezes, abandonam ou postergam
os estudos, está havendo uma grande procura e inserção dos adolescentes na
modalidade do Ensino de Jovens e Adultos (EJA), que tentam recuperar o tempo
perdido, adiantar-se nos estudos ou colocá-los em dia.
Estes esforços, dos educandos e educadores, têm sido recompensados
positivamente se forem avaliados os resultados dos índices de aprovação em
concursos vestibulares que apresentaram um nível satisfatório, considerando os
históricos e as trajetórias dos alunos.
Um fator determinante que influencia todo esse processo é, certamente, a
figura do professor que ao se aproximar do jovem e adulto, ajuda-o a melhorar a sua
auto-estima, bem como encontrar a melhor maneira para que o educando possa
apropriar-se do conhecimento e obter, assim, resultados positivos.
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Por tudo isso, há de se garantir aos jovens, adultos, idosos e a todos os
excluídos, oportunidades educacionais adequadas às suas necessidades,
expectativas e especificidades, mas essas oportunidades por si só não serão
suficientes para garantir o êxito dos alunos, precisa-se de políticas públicas que
respeitem e atendam às diferenças sociais.
Para tanto, é necessário que o Projeto Político Pedagógico seja um contrato
entre gestores, professores e alunos, fruto de uma discussão sobre a importância do
comprometimento de todos na construção de uma proposta educativa que torne a
aprendizagem mais significativa e crítica dentro desse contrato. Um Projeto Político
Pedagógico democrático, com base em uma identidade política e pedagógica para a
educação escolar norteada pelos novos paradigmas emergentes de educação, os
saberes docentes e os compromissos de gestão em educação.
O desafio passa por criar e permitir uma nova ação docente, na qual tanto
professores quanto alunos participam de um processo para aprender de forma
criativa, dinâmica, encorajadora, que tenha como base o diálogo e as descobertas.
Esse processo deve permitir ao professor e aos alunos aprender a pensar
num processo coletivo para produção do conhecimento, colocando como foco o
aprendiz em um sistema aberto, que permita a percepção e integração de um
currículo vivo, no qual o ensino-aprendizagem se dê nas relações interdisciplinares e
que o conhecimento seja tomado como um bem renovável em que educadores e
educandos estejam comprometidos com a produção do mesmo dentro de um
contexto que vá além da escola, assim a socialização do conhecimento, por meio da
escolarização, passa a ser, nesse projeto formativo, um desafio curricular frente à
seleção da cultura, uma vez que se pretende oferecer aos educandos saberes que
lhes permitirão uma participação mais consciente e crítica na sociedade.
3. PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS E PEDAGÓGICOS
A educação de adultos exige uma inclusão que tome por base o
reconhecimento do jovem adulto como sujeito. Coloca-nos o desafio de pautar o
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processo educativo pela compreensão e pelo respeito do diferente e da diversidade:
ter o direito a ser igual quando a diferença nos inferioriza e o de ser diferente quando
a igualdade nos descaracteriza. Ao pensar no desafio de construirmos princípios que
regem a educação de adultos, há de buscar-se uma educação qualitativamente
diferente, que tem como perspectiva uma sociedade tolerante e igualitária, que a
reconhece ao longo da vida como direito inalienável de todos (SANTOS, 2004).
A Educação de Jovens e Adultos – EJA, enquanto modalidade educacional
que atende a educandos-trabalhadores, tem como finalidade e objetivos o
compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo a
que os educandos venham a participar política e produtivamente das relações
sociais, com comportamento ético e compromisso político, através do
desenvolvimento da autonomia intelectual e moral.
Tendo em vista este papel, a educação deve voltar-se para uma formação
na qual os educandos-trabalhadores possam: aprender permanentemente,
refletir criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva;
participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária;
acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas
novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez, a partir da
utilização metodologicamente adequada de conhecimentos científicos,
tecnológicos e sócio-históricos (KUENZER, 2000, p. 40).
Sendo assim, para a concretização de uma prática administrativa e
pedagógica verdadeiramente voltada à formação humana, é necessário que o
processo ensino-aprendizagem, na Educação de Jovens e Adultos seja coerente
com o seu papel na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que
os levem à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural; o exercício de
uma cidadania democrática, reflexo de um processo cognitivo, crítico e
emancipatório, com base em valores como respeito mútuo, solidariedade e justiça;
os três eixos articuladores do trabalho pedagógico com jovens, adultos e idosos –
cultura, trabalho e tempo.
Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA (2006), as relações
entre cultura, conhecimento e currículo, oportunizam uma proposta pedagógica
pensada e estabelecida a partir de reflexões sobre a diversidade cultural, tornando-a
mais próxima da realidade e garantindo sua função socializadora – promotora do
acesso ao conhecimento capaz de ampliar o universo cultural do educando – e, sua
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função antropológica - que considera e valoriza a produção humana ao longo da
história.
A compreensão de que o educando da EJA relaciona-se com o mundo do
trabalho e que através deste, busca melhorar a sua qualidade de vida e ter acesso
aos bens produzidos pelo homem, significa contemplar, na organização curricular, as
reflexões sobre a função do trabalho na vida humana.
É inerente a organização pedagógico-curricular da EJA, a valorização dos
diferentes tempos necessários à aprendizagem dos educandos de EJA,
considerando os saberes adquiridos na informalidade das suas vivências e do
mundo do trabalho, face à diversidade de suas características.
E ainda, conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais de Educação de
Jovens e Adultos no Estado do Paraná (2006):
- A EJA deve constituir-se de uma estrutura flexível, pois há um tempo diferenciado
de aprendizagem e não um tempo único para todos os educandos, bem como os
mesmos possuem diferentes possibilidades e condições de reinserção nos
processos educativos formais;
- O tempo que o educando jovem, adulto e idoso permanecerá no processo
educativo tem valor próprio e significativo, assim sendo, à escola cabe superar um
ensino de caráter enciclopédico, centrado mais na quantidade de informações do
que na relação qualitativa com o conhecimento;
- Os conteúdos específicos de cada disciplina deverão estar articulados à realidade,
considerando sua dimensão sócio-histórica, vinculada ao mundo do trabalho, à
ciência, às novas tecnologias, dentre outros;
- A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a capacidade de
pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio da atividade reflexiva. A
ação da escola será de mediação entre o educando e os saberes, de forma a que o
mesmo assimile estes conhecimentos como instrumentos de transformação de sua
realidade social;
- O currículo na EJA não deve ser entendido, como na pedagogia tradicional, que
fragmenta o processo de conhecimento e o hierarquiza nas matérias escolares, mas
sim, como uma forma de organização abrangente, na qual os conteúdos culturais
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relevantes estão articulados à realidade na qual o educando se encontra,
viabilizando um processo integrador dos diferentes saberes, a partir da contribuição
das diferentes áreas/disciplinas do conhecimento.
Por isso, a presente proposta e o seu currículo incluirão o desenvolvimento de
conteúdos e formas de tratamento metodológico que busquem chegar às finalidades
da educação de jovens e adultos, a saber:
- Traduzir a compreensão de que jovens e adultos não são atrasados em seu
processo de formação, mas são sujeitos sócio-histórico-culturais, com
conhecimentos e experiências acumuladas, com tempo próprio de formação e
aprendizagem;
- Contribuir para a re-significação da concepção de mundo e dos próprios
educandos;
- O processo educativo deve trabalhar no sentido de ser síntese entre a objetividade
das relações sociais e a subjetividade, de modo que as diferentes linguagens
desenvolvam o raciocínio lógico e a capacidade de utilizar conhecimentos científicos,
tecnológicos e sócio-históricos;
- Possibilitar trajetórias de aprendizado individuais, baseadas na referência, nos
interesses do educando e nos conteúdos necessários ao exercício da cidadania e do
trabalho;
- Fornecer subsídios para que os educandos tornem-se ativos, criativos, críticos e
democráticos;
- Em síntese, o atendimento a escolarização de jovens, adultos e idosos, não refere-
se exclusivamente a uma característica etária, mas a articulação desta modalidade
com a diversidade sócio-cultural de seu público, composta, dentre outros, por
populações do campo, em privação de liberdade, com necessidades educacionais
especiais, indígenas, que demandam uma proposta pedagógico-curricular que
considere o tempo/espaço e a cultura desses grupos.
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4. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO
4.1. Da Gestão Escolar
Gestão pedagógica é um tema amplo, no qual o gestor tem que estar coeso
com sua equipe pedagógica e atento para o cumprimento, pois além de ser
desenvolvida no coletivo escolar como é o caso do PPP, PTD e a Avaliação, esses
instrumentos tem que objetivar o aprendizado do nosso aluno. Parte daí a
conscientização da importância da elaboração da proposta pedagógica, esta deve
ser contextualizada na discussão para a construção da identidade da escola através
de um processo dinâmico de reflexão e elaboração contínua. Esse processo deve
contar com a participação de toda a equipe pedagógica, buscando o
comprometimento de todos com o trabalho realizado, com os propósitos discutidos e
com a adequação às características sociais e culturais da realidade da escola.
O PPP da escola é, antes de tudo, o reflexo de sua identidade e de seus
propósitos. É o roteiro de sua atuação formativa singular. O projeto político-
pedagógico da escola precisa situar-se num horizonte de possibilidades na
caminhada, no cotidiano, imprimindo uma direção que busque respostas a um leque
de questionamentos, tais como: que educação se quer? Que tipo de cidadão se
deseja? Para qual projeto de sociedade? A direção se fará ao se entender e propor
uma organização que se funda no entendimento compartilhado dos professores, dos
alunos e demais interessados em educação. A organização do trabalho pedagógico
juntamente com o planejamento é entendida como instrumentos pelos quais se
estima o modo de elaborar, executar e avaliar os planos de ensino que organizam o
trabalho docente. Da maneira que o planejamento norteia as possibilidades do
processo de ensino e aprendizagem, visto que ao falar de planejamento devem-se
inferir como suas características principais, a reflexão e as respectivas
considerações de controle e projeções indicativas de intervenções diárias realizadas
pelos educadores. Para isso é necessário que a gestão escolar seja participativa e
represente a possibilidade da comunidade participar mais ativamente da escola,
auxiliando nas decisões relativas aos rumos a serem seguidos pela instituição, as
diretrizes organizacionais que nortearão as atuação dos educadores, servindo como
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uma forma da comunidade opinar sobre os elementos que são relevantes para a
implementação de um ensino de qualidade.
Para que os gestores das escolas efetivem um trabalho articulado com sua
equipe de trabalho, devem ter como objetivo principal, criar um ambiente de
solidariedade humana e de responsabilidade mútua, sem paternalismo, sendo justo
e firme nas situações do cotidiano escolar, dividindo a autoridade entre os vários
setores da escola. O diretor não estará perdendo poder, mas dividindo
responsabilidades e assim a escola estará ganhando poder. O papel de gestor
escolar é de suma importância para direcionar, fiscalizar e delegar o funcionamento
do processo gestão pedagógica escolar.
4.1.1. Conselho Escolar e/ou Mantenedora (Objetivos )
O Conselho Escolar, órgão colegiado, de natureza deliberativa, consultiva e
fiscal, tem como principal atribuição estabelecer e garantir a implementação da
Proposta Pedagógica do Centro, eixo de toda e qualquer ação a ser desenvolvida.
Será constituído de acordo com o princípio da representatividade, devendo abranger
toda a comunidade escolar, cujos representantes nele terão, necessariamente, voz e
voto.
Poderão participar do Conselho Escolar representantes dos movimentos
sociais organizados, comprometidos com a escola pública, assegurando-se que sua
representação não ultrapasse 1/5 (um quinto) do colegiado. O Conselho Escolar
será presidido pelo diretor do estabelecimento, na qualidade de dirigente da
proposta pedagógica.
O Conselho Escolar será constituído pelas seguintes categorias: Diretor;
representante da Supervisão Escolar ou da Orientação Educacional; representante
da Equipe Administrativa; representante de Professores para cada segmento do
Ensino Fundamental e do Ensino Médio, com atividade na Sede do
Estabelecimento; representante dos Coordenadores das Ações Pedagógicas
Descentralizadas; representante de alunos, para cada segmento do Ensino
Fundamental e do Ensino Médio, com matrículas ativas; representante(s)
indicado(s) pelos segmentos organizados da sociedade, com um máximo 1/5(um
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quinto) da somatória das alíneas anteriores, designados pelo Núcleo Regional de
Educação, em ato próprio.
O número de representantes da escola (alíneas "b", "c", "d", e "e"), deverá ser
igual ao número dos demais representantes de alunos e segmentos organizados da
sociedade, obedecendo ao critério de paridade.
Caso haja maior número de membros entre as categorias, contidas nas
alíneas "b", "c", "d", e "e", a paridade se confirmará com igual número de alunos,
completando-se com o segmento, com maior número de alunos matriculados.
Quando o estabelecimento de ensino não puder contar com representação de
uma ou mais categorias, o Conselho Escolar prescindirá desta, devendo, entretanto,
manter a paridade.
Os membros do Conselho Escolar, bem como seus suplentes, serão
indicados por seus pares, nos termos das categorias contidas no caput do artigo
anterior, exceto na alínea “g”, que será por meio de reuniões, convocadas para este
fim, pelo diretor do estabelecimento de ensino.
A convocação para reunião acontecerá com antecedência mínima de cinco
dias úteis; por meio de convite e/ou edital de convocação, contendo local, data e
horário da reunião; em primeira convocação, com a presença de 1/3 (um terço) de
seus pares ou, em segunda convocação, após meia hora, com qualquer quorum.
A presidência do Conselho Escolar será exercida pelo Diretor do
Estabelecimento de Ensino, na qualidade de membro nato, e na sua ausência, pelo
Diretor(a) Auxiliar ou Orientador(a) Educacional.
O mandato dos integrantes do Conselho Escolar terá duração de dois anos,
independente do mandato do Diretor. O mandato dos alunos coincidirá com sua
respectiva permanência na escola.
Os membros do Conselho Escolar não receberão qualquer tipo de
remuneração e nem os representantes das categorias contidas nas alíneas "f" e "g",
terão qualquer vínculo empregatício com o Estado.
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Caso a atuação do Conselho Escolar não seja condizente com as normas
deste regimento ou compatível com a dignidade de funções, a Secretaria de Estado
da Educação, no uso de suas atribuições, poderá destituí-lo como um todo,
mediante instauração de processo administrativo, devendo ser constituído um novo
Conselho Escolar.
São atribuições do Conselho Escolar:
- Analisar e aprovar o Plano Anual do Estabelecimento de ensino;
- Acompanhar e avaliar o desempenho da escola face às diretrizes, prioridades e
metas estabelecidas na Proposta Pedagógica;
- Analisar projetos propostos por todas as categorias que compõem a comunidade
escolar, no sentido de avaliar sua necessidade de implantação, e aprovar, se for o
caso;
- Apreciar e julgar casos de alunos que não cumpram seus deveres ou que infrinjam
as normas expressas neste regimento;
- Apreciar e emitir parecer sobre reivindicações e consultas da Comunidade Escolar
sobre o Regimento Escolar; apreciar e aprovar o Plano de Aplicação e Prestação de
Contas de Recursos Financeiros;
- Deliberar sobre outros assuntos encaminhados pela direção, pertinentes ao âmbito
de ação da escola;
- Apreciar e emitir parecer sobre desligamento de um ou mais membros do Conselho
Escolar, quando do não cumprimento das normas estabelecidas neste regimento
e/ou procedimento incompatível com a dignidade da função, encaminhando parecer
para ao NRE;
- Apreciar e emitir parecer sobre o desempenho profissional de professores,
especialistas e funcionários que não cumprirem, a contento, as normas
estabelecidas neste Regimento ou que venham apresentar um comportamento
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incompatível com a ética, encaminhando para as medidas cabíveis ao órgão
competente.
O funcionamento do Conselho Escolar ocorrerá por meio de reuniões
ordinárias bimestrais convocadas pelo presidente, com 72 (setenta e duas) horas, no
mínimo, de antecedência, com pauta claramente definida no ato de convocação;
reuniões extraordinárias sempre, que necessário; por convocação do presidente do
Conselho Escolar; a pedido de 1/3 (um terço) de seus membros, em requerimento
dirigido ao presidente, especificando o motivo da convocação.
As reuniões ordinárias e extraordinárias realizar-se-ão, em primeira
convocação, com 1/3 (um terço) dos membros do Conselho Escolar ou, em segunda
convocação, meia hora após, com qualquer quorum e serão lavradas em livro ata,
próprio para esta finalidade e para registro, comunicação ou divulgação, por
Secretário ad hoc. As ausências injustificadas em 3 (três) reuniões consecutivas ou
5 (cinco) alternadas, no período correspondente a 1 (um) ano, acarretará a
substituição do membro, sendo o cargo de representação preenchido de acordo com
as categorias mencionadas, mediante nova indicação.
4.1.2. Equipe de Direção
A Equipe de Direção cabe a gestão dos serviços escolares, no sentido de
garantir o alcance dos objetivos educacionais do estabelecimento de ensino
definidos na Proposta Pedagógica, eixo de toda e qualquer ação a ser desenvolvida
pelo CEEBJA. A Equipe de Direção mencionada é composta por Diretor e Diretor(a)
Auxiliar, designação por ato próprio.
O diretor exercerá a função de liderança na escola, com base no modelo
participativo, e deverá ser capaz de dividir o poder de decisão dos assuntos
escolares com toda a equipe, criando e estimulando a participação de todos, o que
requer um profissional que possua comunicação; ética; empreendedorismo;
informação; capacidade de informação; acessibilidade; construção de cadeias de
relacionamentos; motivação; compromisso e agilidade.
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O diretor deve ainda agregar as competências de saber agir; saber mobilizar;
saber transferir; saber aprender; saber engajar; ter visão estratégica e assumir
responsabilidades.
Compete ao Diretor:
- Convocar integrantes da comunidade escolar para a elaboração do Plano Anual de
Trabalho do Estabelecimento, submetendo-o à apreciação e aprovação do Conselho
Escolar;
- Elaborar os planos de aplicação financeira, a respectiva prestação de contas e
submeter à apreciação do Conselho Escolar;
- Elaborar e submeter à aprovação do Conselho Escolar as diretrizes específicas de
administração deste Estabelecimento, em consonância com as normas e
orientações gerais da Secretaria de Estado da Educação;
- Coordenar a implementação das Diretrizes Pedagógicas;
- Aplicar normas, procedimentos e medidas administrativas, de acordo com
instruções da Secretaria de Estado da Educação;
- Supervisionar as atividades dos órgãos de apoio, administrativo e pedagógico do
Estabelecimento;
- Coordenar e supervisionar os serviços da secretaria escolar;
- Abrir espaço para discussão, avaliação e intercâmbio, interno e externo das
experiências de sucesso;
- Implementar uma gestão participativa, estimulando o desenvolvimento das
responsabilidades individuais e promovendo o trabalho coletivo do CEEBJA;
- Gerenciar toda a equipe escolar, tendo em vista a racionalização e eficácia dos
resultados;
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- Coordenar a equipe pedagógica (diretor auxiliar, coordenadores, supervisores,
orientadores e professores) para a elaboração e implementação do plano de
trabalho;
- Administrar os serviços de apoio às atividades escolares, de modo a estimular a
participação desses serviços nos processos decisórios da escola;
- Negociar, com competência, para harmonizar interesses divergentes e estabelecer
relacionamentos nutrientes, levando em conta as necessidades de todos os
envolvidos direta ou indiretamente;
- Solicitar ao NRE, suprimento e cancelamento de demanda de funcionários e
professores do estabelecimento, observando a legislação vigente;
- Elaborar e controlar a frequência de professores e funcionários;
- Adquirir e controlar o material de consumo e permanente;
- Acompanhar e validar a Avaliação da Apropriação de Conteúdos por Disciplina.
4.1.3. Equipe Pedagógica
Segundo LIBÂNEO (2000, p.54), “A atuação do pedagogo escolar é
imprescindível na ajuda aos professores no aprimoramento do seu desempenho na
sala de aula (...), na análise e compreensão das situações de ensino com base nos
conhecimentos teóricos, ou seja, na vinculação entre as áreas do conhecimento
pedagógico e trabalho em sala de aula”.
O pedagogo deve articular, intervir, buscar novos desafios para contribuir na
construção de novos conhecimentos e práticas libertadoras, pode atuar na docência;
na organização e gestão de sistemas, unidades, projetos e experiências educativas
e na produção e difusão do conhecimento científico e tecnológico do campo
educacional em contextos escolares e não escolares.
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Nesse contexto, o pedagogo deve ser um profissional inovador e criativo na
sua atuação, capaz de analisar, compreender e lidar com as mudanças da e na vida
social e suas implicações na escola e no seu âmbito.
Portanto, cabe ao pedagogo organizar momentos de debate, para alimentar o
trabalho e práticas pedagógicas, procurando vincular a construção cotidiana aos
saberes construídos historicamente de forma coletiva e transparente, buscando
coerência entre teoria e prática na perspectiva da formação humana.
O professor pedagogo tem funções no contexto pedagógico e também no
administrativo, tais como:
- Orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos de cada disciplina;
- Coordenar e acompanhar ações pedagógicas descentralizadas;
- Coordenar e acompanhar os exames supletivos quando, no estabelecimento, não
houver coordenação (ões) específica(s) dessa(s) ação (ões);
- Acompanhar o estágio não remunerado;
- Orientar e acompanhar o trabalho pedagógico dos docentes;
- Orientar os docentes quanto ao adequado preenchimento dos livros de registros de
classe;
- Auxiliar os discentes em relação a todas as situações que envolvem o seu
desempenho acadêmico, bem como seu relacionamento e cumprimento de normas
escolares previstas no regimento escolar;
- Ministrar palestras aos educandos, orientando-os sobre o funcionamento do
CEEBJA.
As Coordenações de Ações Pedagógicas Descentralizadas – Coordenação
Geral e Coordenação Itinerante, bem como a Coordenação de Exames Supletivos,
têm como finalidade a execução dessas ações pelo Estabelecimento Escolar,
quando autorizadas e regulamentadas pela mantenedora.
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4.1.4 Coordenador (es) de Ações Pedagógicas Descent ralizadas
As atribuições do(s) Coordenador(es) de Ações Pedagógicas
Descentralizadas são descritas abaixo.
4.1.4.1. Coordenador geral
- Receber e organizar as solicitações de Ações Pedagógicas Descentralizadas;
- Organizar os processos dessas Ações para análise pelo respectivo NRE;
- Elaborar os cronogramas de funcionamento de cada turma da Ação;
- Digitar os processos no Sistema e encaminhar para justificativa da direção do
Estabelecimento;
- Acompanhar o funcionamento de todas as turmas de Ações Pedagógicas
Descentralizadas vinculados ao Estabelecimento;
- Acompanhar a matrícula dos educandos e a inserção das mesmas no Sistema;
- Repassar informação aos educandos quanto à documentação necessária para a
matrícula;
- Organizar as listas de frequência e de notas dos educandos.;
- Enviar material de apoio didático para as turmas das Ações Pedagógicas
Descentralizadas;
- Responder ao NRE sobre todas as situações dessas turmas;
- Organizar o rodízio dos professores nas diversas disciplinas, garantindo o
atendimento aos educandos de todas as turmas;
- Orientar e acompanhar o cumprimento das atividades a serem executadas durante
a hora-atividade dos professores;
- Realizar reuniões periódicas de estudo que promovam o intercâmbio de
experiências pedagógicas e a avaliação do processo ensino-aprendizagem;
- Elaborar materiais de divulgação e chamamento de matrículas em comunidades
que necessitam de escolarização;
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- Acompanhar a ação dos Coordenadores Itinerantes;
- Tomar ciência e fazer cumprir a legislação vigente;
- Prestar à Direção, à Equipe Pedagógica do Estabelecimento e ao NRE, quando
solicitado, quaisquer esclarecimentos sobre a execução da escolarização pelas
Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua coordenação.
4.1.4.2. Coordenador Itinerante
- Acompanhar o funcionamento in loco das Ações Pedagógicas Descentralizadas;
- Atender e/ou encaminhar as demandas dos professores e dos educandos;
- Verificar o cumprimento do horário de funcionamento das turmas;
- Observar e registrar a presença dos professores;
- Atender à comunidade nas solicitações de matrícula;
- Solicitar e distribuir o material de apoio pedagógico;
- Solicitar e distribuir as listas de frequência e de nota dos educandos;
- Encaminhar as notas e frequências dos educandos para digitação;
- Acompanhar o rodízio de professores, comunicando à Coordenação Geral qualquer
problema neste procedimento;
- Repassar informação aos educandos quanto à documentação necessária para a
matrícula;
- Acompanhar o funcionamento pedagógico e administrativo de todas as turmas das
Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua responsabilidade; e
- Participar das reuniões pedagógicas e da hora atividade, juntamente com os
professores.
4.1.4.3. Coordenador de Exames Supletivos
- Acompanhar e viabilizar todas as ações referentes aos Exames Supletivos;
- Tomar conhecimento do edital de exames;
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- Fazer as inscrições dos candidatos, conforme datas determinadas no edital;
- Verificar o número mínimo de candidatos inscritos para que os exames- possam
ser executados;
- Digitar, no sistema, a inscrição dos candidatos;
- Conferir a inserção das inscrições dos candidatos no Sistema por meio da emissão
de Relatório de Inscritos.
- Solicitar credenciamento de outros espaços escolares, quando necessário, para
execução dos exames;
- Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, as provas em Braille e
as ampliadas, das etapas a serem realizadas, quando for o caso;
- Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, para o
DET/CEJA/SEED, autorização para a realização de quaisquer bancas especiais;
- Comunicar ao NRE todos os procedimentos tomados para realização dos Exames;
- Receber os materiais dos Exames Supletivos nos NREs;
- Capacitar a(s) equipe(s) de trabalho do Estabelecimento para a realização dos
Exames Supletivos, quanto ao cumprimento dos procedimentos, em especial a
organização e o preenchimento dos cartões-resposta;
- Acompanhar a aplicação das provas, para que transcorram com segurança e
tranquilidade, em conformidade com os procedimentos inerentes aos Exames;
- Divulgar as atas de resultado;
- Acompanhar e executar todas as ações referentes aos Exames ‘On Line’.
4.1.5. Equipe Docente
Segundo LUCKESI (1991, p.115) “em primeiro lugar, é um ser humano e, é
construtor de si mesmo e da história através da ação; é determinado pelas
condições e circunstâncias que o envolvem. É criador e criatura ao mesmo tempo.
Sofre as influências do meio em que vive e com elas se auto-constrói. Em segundo
lugar, além de ser condicionado e condicionador da História, ele tem um papel
específico na relação pedagógica, que é a relação de docência”.
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O educador tem como responsabilidade dar a direção ao ensino, formando-se
tanto como sujeito ativo de sua história pessoal quanto da história humana. O papel
do educador é discutir as relações de poder, intervir no processo de
desenvolvimento social, assumir um compromisso com a sociedade. Portanto, é um
ser político.
O professor não pode estar alheio às transformações da sociedade global, se
quer mudança, tem que realizá-la dentro e fora da escola, assumindo seu papel de
educador ao de cidadão, deixando de ser um mero instrumento das elites.
Para FREIRE (1987), “o educador deve ter visão prática educativa
progressista e ter coerência com esta opção política, de natureza crítica de
educador, além de ter humildade, amorosidade, coragem, ética e justiça para
contribuir a criar uma escola feliz”.
Aos docentes cabe também:
- Definir e desenvolver o seu plano de ensino, conforme orientações das Diretrizes
Curriculares Nacionais e Estaduais de EJA e da proposta pedagógica deste
Estabelecimento Escolar;
- Conhecer o perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos;
- Utilizar adequadamente os espaços e materiais didático-pedagógicos disponíveis,
tornando-os meios para implementar uma metodologia de ensino que respeite o
processo de aquisição do conhecimento de cada educando jovem, adulto e idoso
deste Estabelecimento;
- Apresentar comprometimento na elaboração dos materiais tanto para a
organização coletiva quanto para a individual, bem como no correto preenchimento
dos livros de registro;
- Cumprir as datas estabelecidas em cronograma interno do estabelecimento para
entrega de projetos, atividades, livros de registro de classe, avaliações, dentre
outros;
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- Utilizar a hora-atividade como meio de aprimoramento de seus conhecimentos,
trocas de experiências, produção de materiais didático-pedagógicos, bem como
esclarecimento de dúvidas com a equipe pedagógica.
O docente suprido neste Estabelecimento de Ensino deverá atuar na sede e
nas Ações Pedagógicas Descentralizadas, bem como nos exames supletivos.
Deverá atuar em todas as formas de organização do curso: aulas presenciais
coletivas e individuais.
4.1.6. Equipe Administrativa
A organização administrativa será instituída de forma a atender às finalidades
da escola, expressas na proposta pedagógica, subordinando-se à direção, sendo
constituída por: secretário(a); agente educacional II; agente educacional I.
O serviço do(a) secretário(a) é coordenado e supervisionado pela Direção,
ficando a ela subordinado.
Compete ao(a) Secretário(a):
- Distribuir as tarefas decorrentes dos encargos da Secretaria aos seus auxiliares;
- Organizar e manter em dia a coletânea de leis, regulamentos, diretrizes, ordens de
serviço, circulares, resoluções e demais documentos;
- Rever todo o expediente a ser submetido a despacho do diretor;
- Apresentar ao diretor, em tempo hábil, todos os documentos que devam ser
assinados;
- Executar os registros na documentação escolar referentes à matrícula, à
transferência, à classificação, à reclassificação, ao aproveitamento de estudos e à
conclusão de cursos;
- Manter organizado o arquivo ativo e inativo da vida escolar do educando;
- Comunicar à Direção toda a irregularidade que venha ocorrer na Secretaria;
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- Manter atualizados os registros escolares dos educandos no sistema informatizado;
- Manter atualizado o sistema de acompanhamento do educando, considerando a
organização da EJA prevista nesta proposta.
A organização, a minúcia, a seriedade daqueles que ocupam o ambiente da
secretaria têm, obrigatoriamente que fazer parte de todas as suas ações.
Aos profissionais que executam esta função, secretários e auxiliares
administrativos, cabe a tarefa de:
- Conhecer a Proposta Pedagógica, o Regimento Escolar e a legislação que rege o
registro de documentação escolar do educando;
- Efetuar os registros sobre o processo escolar e arquivar a documentação em
pastas individualizadas, expedindo toda a documentação:declarações; fichas de
controle de notas e frequência individual e coletivo;certificados; históricos escolares;
transferências; relatórios finais; estatísticas; e outros documentos, sempre que
necessário;
- Atender os alunos, professores e o público em geral informando sobre o processo
educativo, veiculado pelo Estabelecimento de Ensino;
- Utilizar somente as matrizes curriculares autorizadas pelo órgão competente;
- Participar de reuniões, encontros e/ou cursos, sempre que convocados e por
iniciativa própria, com o intuito de aprimoramento profissional;
- Auxiliar em todas atividades desenvolvidas pela escola;
- Atender às solicitações do Diretor;
A escala de trabalho dos funcionários será estabelecida de forma que o
expediente da Secretaria conte sempre com a presença de um responsável,
independentemente da duração do ano letivo, em todos os turnos de funcionamento
do Estabelecimento.
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4.1.7. Equipe de Serviços Gerais
Os profissionais de Serviços Gerais têm a seu encargo o serviço de
manutenção, preservação, segurança e merenda escolar do Estabelecimento de
Ensino, sendo coordenados e supervisionados pela Direção, e ficando a ela
subordinado.
Compete ao agente educacional I:
- Efetuar a limpeza e manter em ordem as instalações escolares, providenciando o
material e produtos necessários;
- Efetuar tarefas correlatas à sua função;
- Cumprir as determinações de caráter regulamentar, transmitidas pelo Diretor;
- Aceitar e cumprir a escala de trabalho que lhe for apresentada pela mantenedora;
- Zelar pela conservação do prédio, pátio, jardins, mantendo-os em seu perfeito
estado e asseio;
- Não permitir a entrada de pessoas estranhas ao ensino, nas dependências da
Escola, sem prévia permissão do Diretor;
- Comparecer em atividades extras organizadas pelo estabelecimento, prestando
nessas ocasiões os serviços que lhe forem determinados;
- Cuidar do material de uso, não esbanjando e mantendo-o em boas condições para
o trabalho e propor medidas para melhoria do setor.
4.1.8. Conselho de Avaliação
O Conselho de Avaliação é órgão colegiado de natureza consultiva e
deliberativa em assuntos didático-pedagógicos, fundamentado no Projeto Político-
Pedagógico da escola e no Regimento Escolar, com a responsabilidade de analisar
as ações educacionais, indicando alternativas que busquem garantir a efetivação do
processo ensino e aprendizagem.
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A finalidade da reunião do Conselho de Avaliação, após analisar as
informações e dados apresentados, é a de intervir em tempo hábil no processo
ensino e aprendizagem, oportunizando ao aluno formas diferenciadas de apropriar-
se dos conteúdos curriculares estabelecidos. É da responsabilidade da equipe
pedagógica organizar as informações e dados coletados a serem analisados no
Conselho de Avaliação.
Ao Conselho de Avaliação cabe verificar se os objetivos, conteúdos,
procedimentos metodológicos, avaliativos e relações estabelecidas na ação
pedagógico-educativa, estão sendo cumpridos de maneira coerente com o Projeto
Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino.
O Conselho de Avaliação constitui-se em um espaço de reflexão pedagógica,
onde todos os sujeitos do processo educativo, de forma coletiva, discutem
alternativas e propõem ações educativas eficazes que possam vir a sanar
necessidades/dificuldades apontadas no processo ensino e aprendizagem.
O Conselho de Avaliação é constituído pelo(a) diretor(a) e/ou diretor(a)
auxiliar, pela equipe pedagógica, por todos os docentes e os alunos representantes
( pelo menos dois de cada turma/disciplina/ nível de ensino).
A convocação, pela direção, das reuniões ordinárias ou extraordinárias do
Conselho de Avaliação, deve ser divulgada em edital, com antecedência de 48
(quarenta e oito) horas.
O Conselho de Avaliação irá reunir-se ordinariamente em datas previstas em
calendário escolar e, extraordinariamente, sempre que se fizer necessário.
As reuniões do Conselho de Avaliação serão lavradas em Ata, pelo(a)
secretário(a) da escola ou por um conselheiro ad hoc, como forma de registro das
decisões tomadas.
São atribuições do Conselho de Avaliação:
- Emitir parecer sobre assuntos referentes ao aproveitamento pedagógico dos
educandos, respondendo a consultas feitas pelo Diretor, pela Equipe Pedagógica ou
pelo Educando interessado;
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- Analisar as informações apresentadas pelos diversos professores sobre cada
educando, quanto às atitudes e domínio dos conteúdos, que afetem o rendimento
escolar na(s) disciplina(s) em curso;
- Analisar o desempenho dos educandos e dos professores, face aos conteúdos e
aos encaminhamentos metodológicos;
- Propor medidas para melhoria do aproveitamento, integração e relacionamento dos
educandos e professores;
- Estabelecer projetos viáveis de recuperação dos educandos, em consonância com
a proposta curricular;
- Opinar sobre os procedimentos a serem utilizados nas diversas áreas do
conhecimento.
4.1.9. Órgãos Colegiados
Os segmentos sociais organizados e reconhecidos como Órgãos Colegiados
de representação da comunidade escolar estão legalmente instituídos por Estatutos
e Regulamentos próprios.
A Associação de Pais, Mestres e Funcionários – APMF ou similar, pessoa
jurídica de direito privado, é um órgão de representação dos Pais, Mestres e
Funcionários do estabelecimento de ensino, sem caráter político partidário, religioso,
racial e sem fins lucrativos, não sendo remunerados os seus dirigentes e conse-
lheiros, sendo constituída por prazo indeterminado. A Associação de Pais, Mestres
e Funcionários é regida por Estatuto próprio, aprovado e homologado em
Assembleia Geral, convocada especificamente para este fim.
O Grêmio Estudantil é o órgão máximo de representação dos estudantes do
estabelecimento de ensino, com o objetivo de defender os interesses individuais e
coletivos dos alunos, incentivando a cultura literária, artística e desportiva de seus
membros. O Grêmio Estudantil é regido por Estatuto próprio, aprovado e
homologado em Assembléia Geral, convocada especificamente para este fim.
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4.2. Espaços Pedagógicos
4.2.1. Biblioteca escolar
A biblioteca é uma importante transmissora de informação e cultura. A
informação está presente no arquivo físico em suportes variados: multimídia, digital,
periódica, visual... etc. Uma biblioteca traz em si a habilidade e a necessidade de
selecionar e oferece informação adequada à sua comunidade escolar. A cultura,
por outro lado, é o agente que transforma socialmente. A informação constrói cultura
e a cultura transforma a realidade, ambas funcionam como elementos cognitivos e
da cidadania. O principal papel pedagógico da biblioteca é este – oferecer elementos
(informação) que possibilitem ao usuário ser agente independente e construtor de
cultura.
Vale garantir à classe trabalhadora jovem, adultos e idosos a apropriação da
herança cultural e a consequente elaboração de uma teoria que sustente a condição
de serem sujeitos na e da transformação social. Dessa forma é que se propõe a
necessidade de uma proposta para a Biblioteca desta Instituição que é da
socialização do saber produzido historicamente por todos os homens nas relações
sociais propiciadas pelo trabalho.
Ao propor um fazer pedagógico que garanta a socialização do saber, há que
se considerar novas práticas em relação aos conteúdos, livros, pesquisas, trabalhos,
histórias, literatura... tudo que faz parte do processo ensino e aprendizagem numa
nova concepção de educação, que leve a uma nova concepção de cada ciência.
Nesse enfoque destacam-se como prioridade: incentivar o gosto pela
pesquisa; despertar no aluno o interesse e o prazer pela leitura; proporcionar
atividades e projetos a fim de transformar a biblioteca em um ambiente agradável e
prazeroso; melhorar o acervo através de campanhas de doação de livros e aquisição
constante para atualização.
A biblioteca do CEEBJA Profª Maria Deon de Lira possui um acervo de 9.253
títulos, entre didáticos e paradidáticos, como também 1000 títulos direcionados para
professores. Possui quatro computadores com internet para uso dos alunos. A
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videoteca consta com 96 didáticos e 62 vídeos paradidáticos. A estrutura física foi
reestruturada no ano de 2011, proporcionando aos educandos um ambiente propício
para os estudos e pesquisas.
4.2.2. Laboratório
O uso do laboratório ressalta o caráter da não dissociação entre teoria e
prática. As atividades experimentais despertam o interesse e curiosidade dos alunos,
possibilitando ao professor trabalhar situações de investigação, coleta de dados,
análise e interpretação dos resultados obtidos.
Um experimento é rico por preparar o educando para a compreensão dos conceitos,
leis e teorias, também evidencia a importância da montagem, do controle e do
método científico, proporcionando situações únicas de ensino onde o professor será
um orientador crítico da aprendizagem. Portanto, o laboratório deve ser visto como o
local onde se reúnem as condições indispensáveis à experimentação científica e a
comprovação dos conhecimentos expostos teoricamente. Nessa escola funciona
apenas o Laboratório de Informática.
As práticas de laboratório de Ciências, Física e Biologia têm ocorrido em sala
de aula. Isso porque nesta Escola não há lugar apropriado para que se instale um
laboratório dentro dos padrões recomendados. Assim, tem-se feito demonstração de
vidraria e de reagentes. Só é possível realizar algumas reações que utilizam
reagentes não tóxicos, em razão da falta de água dentro da sala de aula, o perigo de
incêndio e os odores exalados em algumas reações. Para compensar essa questão
são realizadas visitas ao Projeto FIBRA, da UFPR, ao Parque Newton Freire Maia
(Parque de Ciências) e ao Laboratório de Anatomia da UFPR.
4.2.3. Recursos tecnológicos
A filosofia dessa Escola é a inclusão do educando trabalhador, tendo por
objetivo oportunizar o saber elaborado, o aprender em todos os momentos da vida,
a formação cidadã sempre respeitando as diferenças e articulando com as
necessidades do mundo do trabalho.
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É fato, hoje, que a tecnologia é parte integrante do nosso cotidiano, ela está
no caixa eletrônico de um banco, no telefone celular, nos mais modernos
eletrodomésticos e até mesmo numa consulta a uma biblioteca informatizada.
Estando dessa maneira tão relacionada ao nosso dia-a-dia que não se é mais capaz
de pensar a vida sem alguns ou vários desses produtos tecnológicos.
O CEEBJA Profª Maria Deon de Lira possui como recurso tecnológico um
laboratório de informática que faz parte do Programa Paraná Digital, que conta com
16 (dezesseis) computadores, para uso dos professores na elaboração de seus
materiais didáticosm ou uma alternativa metodológica diferenciada em suas aulas,
com a finalidade de auxiliar a compreensão dos conteúdos trabalhados nas
diferentes disciplinas do Ensino Fundamental e Médio.
A secretaria se encontra informatizada, contando com 06 (seis)
computadores, sendo que outros 07 (sete) computadores estão na sala da direção,
no setor pedagógico, na sala do professor e na sala da coordenação das APEDs.
Também conta com 02 (dois) projetores de imagens (‘datashows’) para o
enriquecimento das aulas dos educadores, 01 (um) notebook, 01 (uma) câmera
digital, 14 (quatorze) TV´s multimídias, 05 (cinco) DVD’s, 01 (uma) caixa de som, 03
(três) microfones, 02 (dois) aparelhos microsystem e 08 (oito) impressoras.
4.2.4. Sala de recursos
Sala de Recursos Multifuncionais (SRMF) são espaços físicos localizados nas
escolas públicas onde se realiza o Atendimento Educacional Especializado - AEE.
As SRMF possuem mobiliário, materiais didáticos e pedagógicos, recursos de
acessibilidade e equipamentos específicos para o atendimento dos alunos que são
público alvo da Educação Especial e que necessitam do AEE no contra turno
escolar, ou no período mais adequado.
A organização e a administração deste espaço são de responsabilidade da
gestão escolar e o professor que atua neste serviço educacional deve ter formação
para o exercício do magistério de nível básico e conhecimentos específicos de
Educação Especial, adquiridos em cursos de aperfeiçoamento e de especialização.
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O atendimento educacional especializado (AEE) é um serviço da educação
especial que identifica, elabora, e organiza recursos pedagógicos e de
acessibilidade, que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos,
considerando suas necessidades específicas" (SEESP/MEC, 2008).
O ensino oferecido no atendimento educacional especializado é
necessariamente diferente do ensino escolar e não pode caracterizar-se como um
espaço de reforço escolar ou complementação das atividades escolares. São
exemplos práticos de atendimento educacional especializado: o ensino da Língua
Brasileira de Sinais (LIBRAS) e do código BRAILLE, a introdução e formação do
aluno na utilização de recursos de tecnologia assistiva, como a comunicação
alternativa e os recursos de acessibilidade ao computador, a orientação e
mobilidade, a preparação e disponibilização ao aluno de material pedagógico
acessível, entre outros.
O CEEBJA Profª Maria Deon de Lira possui uma Sala de Recursos
Multifuncional Tipo I, na EJA, Área da Deficiência Intelectual, Deficiência Física
Neuromotora, Transtornos Globais do Desenvolvimento e Transtornos Funcionais
Específicos, para os três turnos em decorrência do grande número de casos de
alunos com necessidades educacionais especiais. Para esses alunos será
oportunizado um currículo adaptado conforme suas reais necessidades.
4.3. Avaliação institucional
A concepção de avaliação institucional explicitada pela SEED/Paraná afirma
que esta “deve ser construída de forma coletiva, sendo capaz de identificar as
qualidades e as fragilidades das instituições e do sistema, subsidiando as políticas
educacionais comprometidas com a transformação social e o aperfeiçoamento da
gestão escolar e da educação pública ofertada na rede estadual”. (SEED, 2004, p
11)
Neste sentido, a avaliação não se restringe às escolas, mas inclui também os
gestores da sede e dos Núcleos Regionais de Educação, ou seja, possibilita a todos
a identificação dos fatores que facilitam e aqueles que dificultam a oferta, o acesso e
a permanência dos educandos numa educação pública de qualidade.
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Aliado a identificação destes fatores deve estar obrigatoriamente o
compromisso e a efetiva implementação das mudanças necessárias.
Assim, a avaliação das políticas e das práticas educacionais enquanto
responsabilidade coletiva pressupõe a clareza das finalidades essenciais da
educação, dos seus impactos sociais, econômicos, culturais e políticos, bem como a
reelaboração e a implementação de novos rumos que garantam suas finalidades e
impactos positivos à população que demanda escolarização.
A avaliação institucional, vinculada a esta proposta pedagógico-curricular,
abrange todas as escolas que ofertam a modalidade Educação de Jovens e Adultos,
ou seja, tanto a construção dos instrumentos de avaliação quanto os indicadores
dele resultantes envolverão, obrigatoriamente, porém de formas distintas, todos os
sujeitos que fazem a educação na Rede Pública Estadual. Na escola – professores,
direção, equipe pedagógica e administrativa, de serviços gerais e demais membros
da comunidade escolar. Na SEED, de forma mais direta, a equipe do Departamento
de Educação de Jovens e Adultos e dos respectivos NRE’s.
A mantenedora se apropriará dos resultados da constituição destes
instrumentos para avaliar e reavaliar as políticas desenvolvidas principalmente
aquelas relacionadas à capacitação continuada dos profissionais da educação, bem
como estabelecer o diálogo com as escolas no sentido de contribuir para a reflexão
e as mudanças necessárias na prática pedagógica.
Considerando o que se afirma no documento as Diretrizes Curriculares
Estaduais de EJA que “...o processo avaliativo é parte integrante da práxis
pedagógica e deve estar voltado para atender as necessidades dos educandos,
considerando seu perfil e a função social da EJA, isto é, o seu papel na formação da
cidadania e na construção da autonomia”.
Esta avaliação institucional da proposta pedagógica-curricular implementada,
deverá servir para a reflexão permanente sobre a prática pedagógica e
administrativa das escolas (SEED, 2005, p 44).
Os instrumentos da avaliação institucional serão produzidos em regime de
colaboração com as escolas de EJA, considerando as diferenças entre as diversas
áreas de conteúdo que integram o currículo, bem como as especificidades regionais
vinculadas basicamente ao perfil dos educandos da modalidade. Os instrumentos
avaliativos a serem produzidos guardam alguma semelhança com a experiência
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acumulada pela EJA na produção e aplicação do Banco de Itens, porém sem o
caráter de composição da nota do aluno para fins de conclusão. A normatização,
desta Avaliação Institucional da Proposta Pedagógica Curricular será efetuada por
meio de instrução própria da SEED.
Como se afirma no Caderno Temático “Avaliação Institucional”, “cada escola
deve ser vista e tratada como uma totalidade ainda que relativamente, mas
dinâmica, única, interdependente e inserida num sistema maior de educação. Todo o
esforço de melhoria da qualidade da educação empreendido por cada escola deve
estar conectado com o esforço empreendido pelo sistema ao qual pertence”. (SEED,
2005, p 17)
Em síntese, repensar a práxis educativa da escola e da rede como um todo
especificamente na modalidade EJA, pressupõe responder a função social da
educação de jovens e adultos na oferta qualitativa da escolarização de jovens,
adultos e idosos.
5. ORGANIZAÇÃO E REGIME DE FUNCIONAMENTO
5.1 Oferta e Horário
Este estabelecimento de ensino oferta: Educação de Jovens e Adultos,
Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio. Oferece a Educação Básica com
base nos seguintes princípios das Constituições Federal e Estadual:
I. igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, vedada
qualquer forma de discriminação e segregação;
II. gratuidade de ensino, com isenção de taxas e contribuições de qualquer natureza
vinculadas à matrícula;
III garantia de uma Educação Básica igualitária e de qualidade.
A organização do trabalho pedagógico em todos os níveis e modalidades de
ensino segue as orientações expressas nas Diretrizes Curriculares Nacionais e
Estaduais.
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O regime da oferta da Educação Básica é de forma presencial, com a
organização por disciplina, no Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio, na
modalidade Educação de Jovens e Adultos.
Os conteúdos curriculares na Educação Básica observam a difusão de
valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de
respeito ao bem comum e à ordem democrática; ao respeito à diversidade e à
orientação para o trabalho.
A Educação de Jovens e Adultos, o Ensino Fundamental – Fase II e o Ensino
Médio é ofertada de forma presencial, com a seguinte organização:
I. coletiva e individual, no Ensino Fundamental – Fase II e no Ensino Médio;
II. componentes curriculares organizados por disciplina;
III. 1.600 horas (1.932 horas-aula) para o Ensino Fundamental – Fase II, distribuídas
entre as disciplinas conforme consta na Matriz Curricular;
IV. 1.200 horas (1.440 horas-aula) para o Ensino Médio, distribuídas entre as
disciplinas conforme consta na Matriz Curricular.
O estabelecimento de ensino ofertará os Exames Supletivos , quando
credenciado pela Secretaria de Estado da Educação, que compreenderão a Base
Nacional Comum do currículo, habilitando o prosseguimento de estudos. Os
Exames Supletivos serão realizados:
a) para a conclusão do Ensino Fundamental, aos maiores de quinze anos;
b) para a conclusão do Ensino Médio, aos maiores de dezoito anos.
Os critérios utilizados para a aplicação dos Exames seguirão as normas
complementares emanadas pelo Conselho Estadual de Educação e instruções da
Secretaria do Estado da Educação.
O estabelecimento de ensino desenvolverá Ações Pedagógicas
Descentralizadas – APEDs, efetivadas em situações de evidente necessidade,
dirigidas a grupos sociais com perfis e necessidades próprias e onde não haja oferta
de escolarização para jovens, adultos e idosos, respeitada a Proposta Pedagógica
Curricular e o Regimento Escolar, desde que autorizado pela Secretaria de Estado
da Educação, seguindo instrução própria. As aulas acontecem de segunda a quinta-
feira, com oferta de 04 (quatro) horas-aulas diárias, no período noturno.
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Os conteúdos e componentes curriculares, na modalidade Educação de
Jovens e Adultos, estão organizados de acordo com a Matriz Curricular. Os
conteúdos curriculares para o Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio estão
organizados por disciplinas.
As temáticas História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, Prevenção ao Uso
Indevido de Drogas, Sexualidade Humana, Educação Ambiental, Educação Fiscal e
Enfrentamento à Violência contra a Criança e o Adolescente serão trabalhados ao
longo do ano letivo, em todas as disciplinas. Os conteúdos curriculares de História
do Paraná estão incluídos na disciplina de História. A disciplina de Ensino Religioso,
no Ensino Fundamental – Fase II, será ofertada somente na organização coletiva.
Este estabelecimento de ensino funciona nos três períodos, sendo matutino
das 7h40 às 12h, vespertino das 13h30 às 17h50 e noturno das 18h30 às 22h30,
com oferta de 05 (cinco) horas-aulas diária, por turno.
5.2. Calendário escolar
Para o ano de 2012 o calendário escolar foi organizado em dois semestres.
No primeiro semestre, o início das aulas ocorreu no dia 08/02/12 e o término será no
dia 04/07/12. No dia 01/02/12 foi realizado o Planejamento. A Semana Pedagógica
aconteceu no período de 02 a 07/02/12. Os recessos serão nos dias 30/04 e 08/06.
Os feriados ocorrem nos dias 20-21-22/02 - 06/04 – 21/04 – 01/05 e 07/06. O
replanejamento foi realizado no dia 21/03 e a Formação Continuada, nos dias 22-
23/03 e 06/06. Dois dias foram utilizados para Reunião Pedagógica: 21/05 e 02/07.
No segundo semestre o início será no dia 23/07/12 e o término no dia
19/12/12. A Semana Pedagógica acontecerá nos dias 19 e 20/07/12. Os recessos
serão nos dias 05/07 à 18/07 – 16/11 e 20/12 à 31/12. Os feriados ocorrerão nos
dias 07e 08/09 – 12/10 – 15/10 – 02/11 – 15/11 e a Formação Continuada, nos dias:
23-24/08 e 31/10. Dois dias serão utilizados para Reunião Pedagógica: 15/08 e
01/11. A Semana Cultural acontecerá no período de 08 a 11 de outubro.
O ano letivo de 2012 consta com 203 (duzentos e três) dias letivos, e carga
horária de 1015 (um mil e quinze) horas por período.
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6. PROJETOS E AÇÕES COMPLEMENTARES
6.1. Ação complementar de aula de campo nas diferen tes áreas
Este estabelecimento de ensino oportuniza aos seus educandos aulas de
campo com o objetivo de estimular o relacionamento interpessoal, como também
aprimorar os conhecimentos adquiridos durante as aulas, através de experiências
práticas com visitação, permitindo que a comunidade escolar do CEEBJA Profª
Maria Deon de Lira, tenha contato com diferentes ambientes/espaços, pois sabemos
que “só se preserva aquilo que se conhece e respeita”. Para desenvolver os
conteúdos teóricos trabalhados em sala de aula, oportuniza-se aos alunos a
execução de projetos práticos a serem vivenciados durante a Semana Cultural.
6.2. Projeto na forma de Leitura Literária como prá tica social
6.2.1. Conceitos e referências teóricas
A leitura faz parte do cotidiano dos seres humanos: lê-se para ampliar
conhecimentos, obter informações simples ou complexas, por diversão ou
descontração, ou seja, ao ler estamos alcançando alguma finalidade. O ato de ler é,
antes de tudo, uma atividade que se processa entre autor/texto/leitor, é através da
interação desses elementos que se atribui um significado ao que se lê. Embora o
conteúdo do texto seja o mesmo, duas pessoas com objetivos diferenciados podem
dele extrair informações distintas, pois como observa Smith (1991, p.43) “o
significado real sempre está além das palavras”. Este pensamento vai ao encontro
do que pensa Bakhtin (1992) quando afirma que o significado não está nas palavras,
mas na interação que é feita entre os interlocutores.
Para Jouve (2002, p.18) após a percepção e decifração dos signos pelo leitor
há um importante esforço de abstração em vários níveis, já que pode passar de uma
compreensão mínima, que lhe possibilita enfocar-se apenas no encadeamento dos
fatos (por exemplo, leitura de romances policiais ou de aventura) ou dedicar-se a
uma interpretação mais densa onde tenta entender todas as nuances e implicações
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do escrito. Para que essa compreensão aconteça, no entanto, ressalta o autor,
torna-se necessário que o leitor deva possuir uma bagagem leitora que lhe permita
acompanhar a leitura.
Outra importante observação de Jouve (2002) é a do sentido que o leitor tira
do que lê, já que as representações de mundo que tem estão intrinsecamente
ligadas ao contexto histórico e social em que está inserido, e essas representações
determinam as práticas sociais nas quais estão presentes as crenças, os costumes e
os valores, pois conforme alerta Bakhtin:
Tudo o que me diz respeito, a começar por meu nome, e que penetra em
minha consciência, vem-me do mundo exterior, da boca dos outros (da
mãe), etc. e me é dado com a entonação, com o tom emotivo dos valores
deles. Tomo consciência de mim, originalmente, através dos outros: deles
recebo a palavra, a forma e o tom que servirão à formação original da
representação que terei de mim mesmo (BAKHTIN, 1992, p. 278).
6.2.2. Justificativa
É necessário ler. Ler é transformar a escrita em fala, ler é decodificar
mensagens é dar respostas a sinais gráficos, é extrair novas ideias, é interagir, é
produzir sentido, compreender e interpretar.
Além disso, em um mundo globalizado a leitura da linguagem verbal é
competência de fundamental importância para a sobrevivência do cidadão.
Para tanto se acredita ser imprescindível que a escola tenha uma participação
ativa na ampliação dos horizontes de leitura dos educandos, estimulando e
incentivando a leitura de livros literários.
6.2.3. Estratégias
- Os alunos e o professor farão uma visita à biblioteca, na qual serão recepcionados
pela bibliotecária que discorrerá sobre as obras disponíveis e explicará sobre o
acervo e o funcionamento da biblioteca;
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- Em um segundo momento os alunos tomarão contato com o acervo e escolherão
um livro que mais lhe aprouver, é importante ressaltar nesse ponto, que não haverá
direcionamento de leitura pelo professor podendo o aluno optar por título e gênero;
- Após estarem de posse das obras, os educandos deverão ler a obra escolhida, em
um tempo pré-determinado pelo professor, tendo o direito de devolver e pegar outro
título se não gostar do enredo;
- Cabe à bibliotecária nesta etapa estar disponível para que o aluno se sinta à
vontade em trocar o livro que pegou e seja orientado para outras opções que a
biblioteca oferece;
- Os alunos apresentarão a obra lida à turma, discorrendo sobre os personagens
principais e secundários, enredo, clima e ambiente. Darão ainda informações sobre
o autor e a importância da obra.
6.2.4. Estratégias
Livros disponíveis no acervo da biblioteca da escola.
6.2.5. Resultados esperados
Em um primeiro momento que os alunos mostrem-se interessados e
sensibilizados com a leitura de livros literários, interagindo em o livro lido e com os
colegas, discorrendo sobre o que leu e expondo seu ponto de vista sobre a obra.
Espera-se também com esse trabalho que seja estabelecido um contato entre
o educando, o acervo da biblioteca e a figura do bibliotecário, resultando com isso
que ele se sinta motivado a votar outras vezes e ler outras obras.
6.2.6. Referências bibliográficas
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
JOUVE, V. A leitura , São Paulo: Editora Unesp, 2002.
SMITH, F. Compreendendo a leitura : um analise psicolingüística da leitura e do aprender a ler. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.
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6.3. Projeto na forma de Concurso de Redação
6.3.1. Conceitos e referências teóricas
Acredita-se que o ato de escrever pressupõe envolvimento entre sujeitos,
para que aconteça uma comunhão de idéias, das informações e das intenções
pretendidas. Entende-se que se alguém selecionou pensamentos que quer repartir
com outro alguém por meio da escrita, este tem em vista algum objetivo.
Conforme Antunes (2002), a atividade da escrita é uma atividade interativa de
expressão (ex-, ”para fora”) no qual acontecem manifestações verbais de idéias,
informações, intenções, crenças ou sentimentos que se quer partilhar com alguém,
com vistas a uma interação. As palavras, nesse sentido, são apenas uma ponte
entre quem fala e quem escuta, entre quem escreve e quem lê.
A verbalização de exemplos de convivência pacífica entre as diferenças por
meio da escrita é duplamente vantajosa, primeiro porque demonstra que é possível
aceitar o outro como ele é, e segundo porque a escrita de redação é um exercício de
linguagem que serve à comunicação entre sujeitos, os quais cooperativa e
mutuamente, se ajustam e se condicionam (ANTUNES, 2002).
6.3.2. Conteúdo e temática
Aos alunos do Ensino Médio foi pedido que escrevessem um texto
dissertativo, isto é, que definissem um ponto de vista e os sustentassem mediante
argumentos consistentes e que apresentassem uma reflexão acerca de um dos
seguintes temas:
1. As possibilidades oferecidas pela EJA ao aluno socialmente desfavorecido;
2. As possibilidades oferecidas pela EJA ao aluno com deficiência física e intelectual;
3. A EJA como fator de superação de preconceitos de raça e de gênero;
4. A EJA como possibilidade de ascensão social e profissional.
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6.3.3. Justificativa
Baseando-se em uma perspectiva interacionista, pensa-se que estimular o
exercício de criação de textos sobre os temas: comunhão entre a diversidade e
superação de preconceitos seja um excelente meio para levar o aluno à reflexão de
suas atitudes e pré-conceitos sobre esses temas, além de estimular a boa
convivência.
6.3.4. Encaminhamento metodológico
Divulga-se um edital indicando quais os procedimentos que deveriam ser
seguidos pelos educandos na participação do concurso:
a) No cabeçalho haverá um espaço destinado ao número do tema que será
desenvolvido pelo aluno;
b) O aluno deverá criar um título para o texto e escrevê-lo na linha destinada a este
fim;
c) As redações que fugirem ao tema desenvolvido pelo aluno serão
desconsideradas;
d) A redação deverá ter a extensão mínima de 25 (vinte e cinco) linhas e no máximo
de 30 (trinta), excluindo o título e considerando-se letra de tamanho regular;
e) Será aceita somente 01 (uma) redação por participante;
f) Não terão validade as redações que não preencham as condições pré-
estabelecidas do concurso, ou que não estejam adequadas aos temas propostos.
Oferecem-se para os primeiros lugares prêmios significativos, a fim de que
eles se sintam valorizados pela produção textual.
A análise dos trabalhos é feita em uma primeira etapa pelos professores de
Língua Portuguesa, e, numa segunda etapa por professores e pedagogos
escolhidos aleatoriamente pela comissão do Concurso.
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6.3.5. Instrumentos e recursos
Utilizadas folhas xerocadas específicas para participação do concurso. Os
prêmios serão providenciados pela direção da escola conjuntamente com os
membros da APAF do estabelecimento.
6.3.6. Referências bibliográficas
ANTUNES IRANDÉ. Aula de Português . 2ªed. Contexto 2002.
6.4. Projeto na forma de Campanha Institucional Con tra o Preconceito Racial
6.4.1. Conceito e Referências Teóricas
O gênero publicitário é na atual sociedade Pós-Moderna um eficaz
mantenedor da hegemonia de um determinado grupo, essa relação hegemônica é
marcada linguisticamente por meio do léxico, fórmulas fixas e terminologias. Esse
gênero interage com outras variáveis contextuais na qual a raça branca representa
um status social superior, enquanto as demais raças ou são ignoradas, ou surgem
estereotipadas.
Além disso, a publicidade demonstra antes de tudo, um discurso, uma
linguagem, sustentando uma argumentação icônico-lingüística com fins de
convencimento consciente ou inconsciente do público-alvo. Nesse âmbito, relevante
é a manutenção de todo um conjunto de recursos estilísticos, relações semânticas e
seleção lexical que operam na tessitura da mensagem publicitária (CARVALHO,
1996).
É importante levar o aluno à reflexão sobre o tema, uma vez que os textos
publicitários apresentam uma realidade bem particular da realidade visando presumir
atitudes e valores do público que deseja atingir, distorcendo valores e a
compreensão do mundo do potencial consumidor, já que ele recebe diariamente
uma verdadeira “enxurrada” de imagens publicitárias, quer seja pela TV ou ainda
pela Internet.
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Na confecção de cartazes publicitários contra o preconceito racial, o aluno
fará o caminho inverso daquele que está habituado, ou seja, comporá uma
campanha institucional na qual ele deverá utilizar os recursos utilizados pelos
anúncios publicitários para compor um cartaz: escolha de público alvo,
argumentação e linguagem adequada a esse público, utilização de slogan, frase
chamariz, etc.
6.4.2. Conteúdo da temática
Aliar o ensino do gênero publicitário à temática racial é uma forma de levar o
educando a perceber os recursos utilizados em uma propaganda, a qual pode trazer
em seu bojo ideias racistas e preconceituosas. Além disso, fazê-lo compor uma
campanha institucional contra o racismo é uma forma eficiente para desenvolver
uma argumentação em favor das minorias étnicas, e, dessa forma, modificar
pensamentos racistas muitas vezes cristalizados em sua mente desde a mais tenra
infância.
6.4.3. Justificativa
A escola é um espaço de sociabilização do conhecimento e também
formadora de cidadãos, por essa razão não pode furtar-se de provocar o debate
sobre a alteridade, contribuindo dessa maneira na formação de pessoas conscientes
de seu papel na sociedade.
As questões que dizem respeito à temática afro-brasileira e indígena são de
grande relevância no plano social que no momento atual vem se difundindo por toda
a sociedade. Por isso é fundamental levar o aluno a refletir e perceber a importância
da relativização cultural na constituição de cidadania e o respeito à diversidade para
evitar uma sociedade xenófoba e racista.
6.4.4. Estratégias
- Leitura e análise do poema Navio Negreiro de Castro Alves;
- Debate sobre o poema;
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- Apresentação de vídeos com a temática histórica da escravidão negra;
- Reflexão sobre o papel do negro e do índio na sociedade brasileira;
- Análise do gênero publicitário e seus recursos textuais e estilísticos.
- Composição de cartazes institucionais contra o racismo.
6.4.5. Recursos
- TV pendrive;
- Xerox de textos.
6.4.6. Resultados esperados
Os alunos mostrarem - se interessados e sensibilizados com a temática do
preconceito e refletirem a respeito de ideias racistas.
Acredita-se ser uma atividade válida, porém sabe-se que não pode ser uma
ação isolada e sim parte de um conjunto de iniciativas nesse sentido para
alcançarem-se resultados mais sólidos e efetivos.
6.4.7. Referências bibliográficas
CARVALHO, N. Publicidade: a linguagem da sedução . 2. ed. São Paulo: Ática,
1998.
FARACO, C. A. Português: língua e cultura. Ensino Médio, 3ª série. Curitiba: Base Editora, 2005.
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6.5 Projeto da disciplina de Matemática
6.5.1 Título: Xadrez na Matemática
6.5.2 Justificativa
Nas últimas décadas o xadrez vem sendo inserido na educação devido aos
benefícios pedagógicos da sua prática, na integração social e na articulação das
atividades interdisciplinares. O xadrez uma modalidade esportiva que pode ser
jogado e desfrutado por toda vida, impulsiona a imaginação e contribui para o
desenvolvimento da memória, da capacidade de concentração e da velocidade de
raciocínio.
Exige tempo e mais tempo, é preciso ser muito paciente para triunfar, é
preciso parar, pensar, analisar, especular, prever os acontecimentos, as
conseqüências, os benefícios, e só depois executar após um grande esforço de
memória. No xadrez o educando aprende a importâncias das atitudes previamente
analisadas e calculadas, desenvolvendo o hábito de refletir antes de agir, tornando
os educandos mais prudentes e responsáveis. Além de contribuir na formação e
desenvolvimento do educando, o xadrez também pode contribuir para a educação
voltada a interação social na busca pela formação integral do cidadão; despertar o
espírito reflexivo e critico; ampliar a capacidade para tomada de decisões;
desenvolver a inteligência espacial; desenvolver a disciplina na execução de uma
tarefa; estimular o desenvolvimento das operações do intelecto; desenvolver a
capacidade de comunicação; de aprender; de formular hipóteses e prever
resultados; de elaborar estratégias de enfrentamento das questões; de interpretar e
criticar resultados a partir de experimentos e demonstrações. Com relação à
matemática o xadrez é um dispositivo eficaz para a aprendizagem, tanto com
relação ao tabuleiro quantos aos movimentos das peças, segue alguns conteúdos
que podem ser explorados durante a aprendizagem do xadrez:
Contagem e comparação de quantidades, figuras geométricas. Coordenadas
algébricas sobre um plano cartesiano. Localização espacial em um plano, Conceito
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do domínio espacial em uma determinada posição, Simplificação, Cálculo de áreas,
Potenciações, Lateralidade, Equações, probabilidades, PG.
6.5.3 Conteúdos
Atualmente o xadrez é amplamente empregado em atividades educacionais
com o objetivo de aprimorar algumas atitudes, habilidades e competências que são
inerentes ao processo ensino-aprendizagem. Segundo Partos, professor
pesquisador do Departamento de Instrução Pública do Cantão de Valais na Suíça,
(apud Sá, 1988), o xadrez é particularmente formador, desenvolvendo várias
qualidades: a atenção e a concentração; o julgamento e o planejamento; a
imaginação e a previsão; a memória; a vontade de vencer, a paciência e o
autocontrole; o espírito de decisão e a coragem; a lógica matemática, o raciocínio
analítico e a síntese; a criatividade; a inteligência; organização metódica do estudo e
o interesse pelas línguas estrangeiras. Sá (1988) destaca ainda que o grande mérito
do jogo de xadrez é o de permitir uma resposta a uma das preocupações
fundamentais do ensino atual: oportunizar a cada aluno a possibilidade de progredir
segundo seu ritmo próprio, o que é muito importante para a motivação. Para o
Burger ( 1992 p.9) o jovem que aprende a jogar xadrez está mais apto a enfrentar a
vida. Argumenta que numa partida intensas emoções podem estar envolvidas na
disputa gerando um perfeito laboratório para a vida. Às vezes, você pensa que está
perdido e de repente, a coisa vira e você ganha!Lição: lutar até o fim sem desanimar;
acreditar em si mesmo; o seu potencial é maior do que imagina. Você sente que seu
adversário é inferior e começa a menosprezá-lo, desconcentrando-se. Pode errar e
perder a partida. Lição: manter a humildade; não facilitar; completar as situações.
Você tem um plano de ação e seu adversário lhe obriga a mudar completamente de
plano. Lição: flexibilidade; persistência. Às vezes [...] você ganha , empata, perde. Às
vezes, joga bem, às vezes, mal. Às vezes, tem sorte, às vezes, nada dá certo. Lição:
aceitar a vida como ela é! É importante saber ganhar e saber perder com dignidade!
Com relação à matemática o xadrez é um dispositivo eficaz para a aprendizagem,
tanto com relação ao tabuleiro quanto às movimentações das peças, segue alguns
conteúdos que podem ser explorados durante a aprendizagem do xadrez: Contagem
e comparação de quantidade, figuras geométricas. Coordenadas algébricas sobre
um plano cartesiano. Localização espacial em um plano. Conceito do domínio
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espacial em uma determinada posição, Simplificação, Cálculo de áreas,
Potenciações Lateralidade, Equações, probabilidade, PG.
6.5.4 Objetivos
Proporcionar aos educandos jovens e adultos da rede publica estadual a
oportunidade de conhecer e aprender o jogo de xadrez, permitindo ao mesmo
desenvolver suas habilidades cognitivas, melhorando assim a sua aprendizagem e
provocando uma melhora na qualidade de ensino. Motivar os educandos ao
aprendizado e à apreciação do jogo de xadrez. Ensinar movimentos e regras básicas
do jogo de xadrez obtendo total noção das exigências do mesmo, adquirindo, assim,
conhecimento para formar estratégias e táticas de jogo, bem como conceitos
matemáticos relacionados ao xadrez. Desenvolver no educando: atenção e
concentração, criatividade, a imaginação, a memória, a acuidade visual, a paciência,
o raciocínio lógico, habilidade de observação, reflexão, analise e síntese,
necessários à tomada de decisões. Melhorar o desempenho do educando nos
estudos, auxiliando-os a superar as dificuldades ou a defasagem de aprendizagem
em alguma(s) disciplina(s) curricular(es).
6.5.5 Encaminhamento Metodológico
A apresentação da historia do xadrez, desde a sua origem até aos nossos
dias, será feita mediante aulas expositivas e vídeos, com solicitação posterior de
pesquisas na internet. Ao ensinar passo a passo os movimentos de cada peça a
algumas jogadas clássicas as aulas serão expositivas teóricas e praticas. O xadrez,
por ser um jogo de regras, impõe ao aprendiz normas de planejamento e estratégias,
além de uma série de julgamento que o jogador deve fazer, pois existe um limitador
que se relaciona a interdependência entre as jogadas ( anteriores e do adversário).
Ao jogar uma partida o educando é totalmente responsável por suas decisões na
escolha dos lances, sendo assim é levado, a aprender que, na estratégia de jogo,
não se pode pensar em apenas dar xeque-mate e sim, em problemas estratégicos
que envolvam ganho de peças ou vantagem posicional, forçando-o a descentralizar
seus pontos de vista em relação ao que está acontecendo no tabuleiro. A mediação
do professor em momentos oportunos contribuirá para o desenvolvimento no aluno
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da capacidade de análise da partida que, por meio de reflexão e comunicação com
adversário e com o professor, detecta erros de estratégia, de raciocínio, entre outros.
O trabalho será desenvolvido em varias etapas: - Apresentação do jogo e das peças:
os educandos serão apresentados ao xadrez. Conhecerão a história e evolução do
mesmo até nossos dias, para que possam entender o porquê do formato do
tabuleiro e das peças. – Movimentação das peças: Num segundo momento, os
educandos começarão a movimentar as peças. Esta é a etapa mais demorada, pois
são vários movimentos diferentes, é necessário que o educando aprenda, sem
decorar. – Regras: as noções de algumas regras que são básicas serão
apresentadas tão logo o educando domine os movimentos, pois como o jogo é
composto de muitas regras é inviável ensinar todas de uma vez. – Desenvolvimento
do jogo: Nesta fase os educandos serão convidados a jogar, neste momento os
educandos começam a desenvolver o raciocínio lógico e criatividade. A partir deste
nível etapas novas serão passadas levando em conta o ritmo de cada aluno. Neste
ponto do trabalho as aulas serão mais individualizadas, o educando passa a ter
noção da complexidade do jogo.
6.5.6 Resultados esperados
Espera-se, ao longo do ano, desenvolver nos educandos a atenção, o que os
tornará observadores qualificados, mais cuidadosos com os detalhes, mais
criteriosos e capazes em suas decisões. Formar seres humanos mais preparados,
com habilidades novas, com uma visão renovada, um modo de pensar ampliado. Ao
final do projeto o educando terá a seu favor dois fatores mais que importantes na
solução de qualquer questão da vida; a lógica que o ensinará a sistematizar e
organizar uma questão antes de tentar resolvê-la, e a versatilidade de uma mente
aberta, que está sempre disposta a experimentar as novas possibilidades, além
daquelas já existentes, para solucionar uma mesma questão. O enxadrista,
orientado para partir do todo para se chegar à parte, terá desenvolvido a capacidade
de antecipar situações possíveis de criar problemas. Logo ele se torna mais capaz
de solucionar problemas, não apenas os de natureza lógica, mas de qualquer
natureza.
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6.5.7 Referências
SEIRAWAN, YASSER & JEREMY SILMAN. Xadrez Vitorioso: Estratégias . Ed.
Artmed, 2007.
ZANELLA, I. A. Xadrez: Um Recurso para o ensino da matemática . Universidade
Estadual do Oeste do Paraná- Unioeste, 2006.
7. MATRÍCULA
Para a matrícula no Estabelecimento Escolar de Educação de Jovens e
Adultos:
a) a idade para ingresso respeitará a legislação vigente;
b) será respeitada instrução própria de matrícula expedida pela mantenedora;
c) o educando do Ensino Fundamental – Fase II e do Ensino Médio, poderá
matricular-se de uma a quatro disciplinas simultaneamente;
d) no ensino fundamental – Fase II, a disciplina de ensino religioso é de matrícula
facultativa para o educando;
e) no ensino médio, a disciplina de língua espanhola é de matrícula facultativa para
o educando e entrará no cômputo das quatro disciplinas que podem ser cursadas
concomitantemente;
f) poderão ser aproveitadas integralmente disciplinas concluídas com êxito por meio
de cursos organizados por disciplina, por exames supletivos, série(s) e de período(s)
/ etapa(s) / semestre(s) equivalente(s) à conclusão de série(s) do ensino regular,
mediante apresentação de comprovante de conclusão, conforme regulamentado no
Regimento Escolar;
g) para os educandos que não participaram do processo de escolarização
formal/escolar bem como o educando desistente do processo de escolarização
formal/escolar, em anos letivos anteriores, poderão ter seus conhecimentos aferidos
por processo de classificação, definidos no Regimento Escolar;
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h) será considerado desistente, na disciplina, na organização individual, o educando
que se ausentar por mais de 02 (dois) meses consecutivos, devendo a escola, no
seu retorno, reativar sua matrícula para dar continuidade aos seus estudos,
aproveitando a carga horária cursada e os registros de notas obtidos, desde que o
prazo de desistência não ultrapasse 02 (dois) anos, a partir da data da matrícula
inicial;
i) será considerado desistente, na disciplina, na organização coletiva, o aluno que
não tiver ultrapassado o limite de 25% de faltas da carga horária a ser cumprida e
que por algum motivo necessitar interromper o seu comparecimento às aulas,
devendo a escola, no seu retorno, reativar sua matrícula para dar continuidade aos
seus estudos, aproveitando a carga horária cursada e os registros de notas obtidos,
desde que o prazo de desistência não ultrapasse 02 (dois) anos, a partir da data da
matrícula inicial;
j) o educando desistente, por mais de dois anos, a partir da data de matrícula inicial
na disciplina, no seu retorno, deverá fazer rematrícula na disciplina, podendo
participar do processo de reclassificação e
k) o educando desistente da disciplina de língua espanhola por mais de dois meses
consecutivos ou por mais de dois anos a contar da data de matrícula inicial, no seu
retorno deverá reiniciar a disciplina sem aproveitamento da carga horária cursada e
os registros de notas obtidos caso opte novamente por cursar essa disciplina.
No ato da matrícula, conforme instrução própria da mantenedora, o educando
será orientado por equipe de professor-pedagogo sobre a organização dos cursos, o
funcionamento do estabelecimento (horários, calendário, regimento escolar, a
duração e a carga horária das disciplinas).
O educando será orientado pelos professores das diferentes disciplinas, que
os receberá individualmente ou em grupos agendados, efetuando as orientações
metodológicas, bem como as devidas explicações sobre os seguintes itens que
compõem o Guia de Estudos:
- a organização dos cursos;
- o funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar;
- a dinâmica de atendimento ao educando;
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- a duração e a carga horária das disciplinas;
- os conteúdos e os encaminhamentos metodológicos;
- o material de apoio didático;
- as sugestões bibliográficas para consulta;
- a avaliação;
- outras informações necessárias.
8. CLASSIFICAÇÃO, RECLASSIFICAÇÃO, ADAPTAÇÃO, APROV EITAMENTO
DE ESTUDOS E REVALIDAÇÃO
Para a classificação e reclassificação este estabelecimento de ensino utilizará
o previsto na legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar.
O aluno poderá requerer aproveitamento de estudos realizados com êxito
equivalente às disciplinas ofertadas neste Estabelecimento Escolar, amparado pela
legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar, por meio de
cursos ou de exames supletivos, nos casos de matrícula inicial, transferência e
prosseguimento de estudos.
9. INSTRUMENTOS E REGISTROS OFICIAIS PRÓPRIOS
Este estabelecimento de ensino cumpre a deliberação 05/10 da
SEED/Paraná, aprovada em 03/12/10, que estabelece Normas para a Educação de
Jovens e Adultos no ensino fundamental e médio do sistema de ensino do Paraná.
Também segue a instrução nº 032/2010 – SUED/SEED, que regulamenta a
carga horária do curso do ensino fundamental – fase II e idade para ingresso na
modalidade de Educação de Jovens e Adultos.
Estes registros oficiais encontram-se no anexo.
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10. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
10.1. Sistema de avaliação
A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a
intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se
estuda e interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de acompanhar e
aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos e diagnosticar os
resultados atribuindo-lhes valor. A avaliação será realizada em função dos
conteúdos expressos na proposta pedagógica.
Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de
reflexão dos educandos frente às suas próprias experiências. E, portanto, deve ser
entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza uma
atitude crítico-reflexiva frente à realidade concreta.
A avaliação educacional, neste Estabelecimento Escolar, seguirá orientações
contidas no artigo 24, da LDBEN 9394/96, e compreende os seguintes princípios:
- investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações necessárias
para propor atividades e gerar novos conhecimentos;
- contínua: permite a observação permanente do processo ensino-aprendizagem e
possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica;
- sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando, utilizando
instrumentos diversos para o registro do processo;
- abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo-escola do
educando;
- permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos pelo
educando no decorrer do seu tempo no ambiente escolar, bem como do trabalho
pedagógico da escola.
Os conhecimentos básicos definidos nesta proposta serão desenvolvidos ao
longo da carga horária total estabelecida para cada disciplina, conforme a matriz
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curricular, com oferta diária de cinco (5) horas aula por turno, com avaliação
presencial ao longo do processo ensino-aprendizagem.
Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser respeitados
como ponto de partida real do processo pedagógico, a avaliação contemplará,
necessariamente, as experiências acumuladas e as transformações que marcaram o
seu trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso na educação formal, como durante
o atual processo de escolarização. A avaliação processual, na organização coletiva,
utilizará técnicas e instrumentos diversificados, tais como: provas escritas, trabalhos
práticos, debates, seminários, experiências e pesquisas, participação em trabalhos
coletivos e/ou individuais, atividades complementares propostas pelo professor que
possam elevar o grau de aprendizado dos educandos e avaliar os conteúdos
desenvolvidos. A avaliação processual, na organização individual, utilizará provas
escritas e atividades avaliativas.
É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma única
oportunidade de aferição. O resultado das atividades avaliativas será analisado pelo
educando e pelo professor, em conjunto, observando quais são os seus avanços e
necessidades, e as consequentes demandas para aperfeiçoar a prática pedagógica.
O sistema de avaliação no CEEBJA Profª Maria Deon de Lira deve
contemplar no mínimo três (3) e no máximo seis (6) instrumentos avaliativos por
registro de nota, sendo destinado 40% do total da nota para atividades avaliativas e
60% do total da nota para provas escritas.
10.2. Recuperação
A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de
construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da aprendizagem,
possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará concomitantemente ao
processo ensino-aprendizagem, considerando a apropriação dos conhecimentos
básicos, sendo direito de todos os educandos, independentemente do nível de
apropriação dos mesmos.
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A recuperação será também individualizada, organizada com atividades
significativas, com indicação de roteiro de estudos diagnosticando o nível de
aprendizagem de cada educando.
Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos
conteúdos básicos, ou seja, que não atingirem pelo menos 60% da nota de cada
instrumento avaliativo, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de
exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos
instrumentos de avaliação, conforme o descrito no Regimento Escolar.
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10.3. Promoção
10.3.1. Procedimentos e critérios para atribuição d e notas
a) as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com
finalidade educativa;
b) para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06 (seis)
notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e também a
outros instrumentos avaliativos adotados, durante o processo de ensino, a que,
obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor, conforme
descrito no regimento escolar. Na disciplina de ensino religioso, as avaliações
realizadas no decorrer do processo ensino/aprendizagem não terão registro de nota
para fins de promoção e certificação.
c) a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os
resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero); para fins
de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis vírgula zero), de
acordo com a Resolução n.º 3794/04 – SEED; e frequência mínima de 75% (setenta
e cinco por cento) do total da carga horária de cada disciplina na organização
coletiva e 100% (cem por cento) na organização individual.
d) para prosseguimento dos estudos, o educando deverá atingir, pelo menos a nota
6,0 (seis vírgula zero) em cada registro da avaliação processual, caso contrário e
também por acréscimo ao processo de apropriação dos conhecimentos, o educando
terá direito à recuperação de estudos, conforme explicitada na sequência;
e) para os educandos que cursarem 100% da carga horária da disciplina, a média
final corresponderá à média aritmética das avaliações processuais, devendo os
mesmos atingir pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero);
f) os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em
documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e
autenticidade da vida escolar do educando;
g) o educando com necessidades educacionais especiais, será avaliado não por
seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver;
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h) na disciplina de Língua Espanhola as avaliações serão realizadas no decorrer do
processo ensino-aprendizagem, sendo registrada nota 4,0 (quatro) para fins de
cálculo da média final e
i) no ensino fundamental-fase II, a disciplina de ensino religioso será avaliada no
processo de ensino-aprendizagem, não tendo registro de notas na documentação
escolar, por não ser objeto de retenção.
11. FREQUÊNCIA
A carga horária prevista para as organizações individual e coletiva é de 100%
(cem por cento) presencial no Ensino Fundamental – Fase II e no Ensino Médio,
sendo que a frequência mínima na organização coletiva é de 75%(setenta e cinco
por cento) e na organização individual é de 100% ( cem por cento ) em sala de
aula.
Na organização coletiva, tem-se alguns abonos de falta amparados
legalmente, conforme descrição a seguir:
- DECRETO - LEI FEDERAL n.º 1.044, de 21 de outubro de 1969, que "Dispõe sobre
o tratamento excepcional para os alunos portadores das afecções que indica";
- DECRETO - LEI FEDERAL n.º 715, de 30 de julho de 1969, que "Altera dispositivo
da Lei do Serviço Militar n.º 4.375, de 17 de agosto de 1964" e "Dispõe sobre abono
de faltas para alunos em prestação de serviço militar";
- LEI FEDERAL N.º 6.202, DE 17 DE ABRIL DE 1975, que "Atribui a estudante em
estado de gestação o regime de exercícios domiciliares instituído pelo Decreto - Lei
n.º 1.044, de 21 de outubro de 1969, e dá outras providências".
Nos casos previstos nas legislações supracitadas, os alunos tem garantido o
direito de se ausentarem das aulas, mas, devem realizar os trabalhos e avaliações
que por ventura tenham sido solicitadas pelo professor da disciplina.
Na organização individual estes casos não ocorrem, por se tratar de um
horário flexível.
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12. AÇÕES PEDAGÓGICAS
As Ações Educativas, Pedagógicas e Disciplinares a serem aplicadas pela
autoridade escolar no caso de não cumprimento de obrigações e deveres dos alunos
podem ser:
I – orientação disciplinar com ações pedagógicas dos professores, equipe
pedagógica e direção;
II – registro dos fatos ocorridos envolvendo o aluno, com assinatura;
III – comunicado por escrito, com ciência e assinatura dos pais ou responsáveis,
quando adolescente;
IV – convocação dos pais ou responsáveis, quando adolescente, para ciência das
transgressões com registros e assinatura, e/ou termo de compromisso;
V- mudança de turma, mudança de turno, retratação e
VI– esgotadas as possibilidades no âmbito do estabelecimento de ensino, inclusive
do Conselho Escolar, será encaminhado ao Conselho Tutelar, quando adolescente,
para a tomada de providências.
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13. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
13.1 Matriz Curricular
13.1.1. Ensino Fundamental - Fase II
MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II
ESTABELECIMENTO: CEEBJA Professora Maria Deon de Lira
ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná
MUNICÍPIO: Curitiba NRE:Curitiba
ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2011 FORMA: Simultânea
CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1600/1610 HORAS ou 1920/1932 HORAS/AULA
DISCIPLINAS Total de Horas Total de horas/aula
LÍNGUA PORTUGUESA 280 336
ARTES 94 112
LEM - INGLÊS 213 256
EDUCAÇÃO FÍSICA 94 112
MATEMÁTICA 280 336
CIÊNCIAS NATURAIS 213 256
HISTÓRIA 213 256
GEOGRAFIA 213 256
ENSINO RELIGIOSO* 10 12
Total de Carga Horária do Curso 1 600/1610 horas ou 1920/1932 h/a
*DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E DE
MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO.
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13.1.2. Ensino Médio
MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
ENSINO MÉDIO
ESTABELECIMENTO: CEEBJA Professora Maria Deon de Lira
ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná
MUNICÍPIO: Curitiba NRE: Curitiba
ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2007 FORMA: Simultânea
CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440 H/A ou 1200 HORAS
DISCIPLINAS Total de Horas Total de Horas /aula
LÍNGUA PORT. E
LITERATURA
174 208
LEM – INGLÊS 106 128
ARTE 54 64
FILOSOFIA 54 64
SOCIOLOGIA 54 64
EDUCAÇÃO FÍSICA 54 64
MATEMÁTICA 174 208
QUÍMICA 106 128
FÍSICA 106 128
BIOLOGIA 106 128
HISTÓRIA 106 128
GEOGRAFIA 106 128
TOTAL 1200 1440
Total de Carga Horária do Curso 1 200 horas ou 1440 h/a
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13.2. Proposta Pedagógica Curricular
13.2.1 Arte
13.2.1.1. Fundamentos teóricos
O ensino da arte passou por transformações significativas ao longo do tempo.
Os novos rumos tomados pelo ensino da arte no Brasil ocorrem a partir da década
de oitenta, quando a arte passa a fazer parte do conteúdo específico desta disciplina
nas práticas escolares. Silva e Araújo em estudos sobre as tendências e concepções
do ensino da arte no Brasil, constatam a presença de três tendências, sendo cada
uma marcada por determinada concepção de ensino.
Na Tendência Pré-Modernista, encontraremos a concepção de Ensino da
Arte como Técnica; já na Tendência Modernista, vamos encontrar a
concepção de Ensino da Arte como Expressão e também como Atividade;
e finalmente na Tendência Pós-Modernista, a concepção de ensino da
Arte como Conhecimento. (2007, p. 4).
O ensino da arte como conhecimento insere as obras de arte no contexto
escolar. Dessa forma o conhecimento artístico caracteriza-se pelo trabalho criador.
Entendendo-o não somente pelo viés de quem produz, mas também de quem
aprecia, o artista Marcel Duchamp afirmou que a obra só se consolida enquanto tal
pela intervenção do/a espectador/a, porque "[...] há o pólo daquele que faz uma obra
e o pólo daquele que a vê. Dou tanta importância àquele que a vê quanto àquele
que a faz" (CABANNE, 1987, p. 122).
Essa característica da arte ser criação é um elemento fundamental para a
educação, pois a escola é, a um só tempo, o espaço do conhecimento
historicamente produzido pelo homem e espaço de construção de novos
conhecimentos, no qual é imprescindível o processo de criação. Assim, o
desenvolvimento da capacidade criativa dos alunos, inerentes à dimensão artística,
tem uma direta relação com a produção do conhecimento nas diversas disciplinas.
Considerando que "o ato criador abrange, portanto, a capacidade de
compreender; e esta, por sua vez, a de relacionar, ordenar, configurar, significar"
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(OSTROWER, 1987, p. 9). A criação, de acordo com a mesma autora (1987, p. 148)
ocorre através de processos seletivos de estruturação, "[...] cada um de nós absorve
aquilo que de uma maneira ou outra, por uma razão ou outra, se torne relevante
para nosso ser. [...] cada um de nós absorve, normalmente, das influências apenas
aquilo com que já tem afinidade".
Dessa forma as Diretrizes (2008) consideram que a dimensão artística vem
contribuir significativamente para humanização dos sentidos, para a superação da
condição de alienação e repressão a qual os sentidos humanos são submetidos.
13.2.1.2. Objetivo geral
Os alunos devem adquirir conhecimentos sobre a diversidade de pensamento
e de criação artística para expandir sua capacidade de criação e desenvolver o
pensamento crítico através do conhecimento em arte e na relação entre o estético e
artístico, materializada nas representações artísticas.
Conforme as Diretrizes (2008, p. 53) “[...] os conteúdos devem ser
selecionados a partir de uma análise histórica, abordados por meio do conhecimento
estético e da produção artística, de maneira crítica […]”. Entende-se que ao
conhecimento histórico o cabedal cultural do educando também deve ser levado em
consideração uma vez que o mesmo está inserido em uma sociedade cujas
manifestações artísticas encontram-se disponíveis em diversos meios.
Desta forma, [...] o objetivo maior não é propiciar contato para que todos os
aprendizes conheçam este ou aquele artista, mas sim que eles possam
perceber como o homem e a mulher, em tempos e lugares diferentes,
puderam falar de seus sonhos e seus desejos, de sua cultura, de sua
realidade, da natureza à sua volta e de suas esperanças e desesperanças,
de seu modo singular de pesquisar a materialidade através da linguagem
da arte. Martins (2005, p. 17).
O ensino da arte irá possibilitar uma relação entre as manifestações culturais
do passado e presente com o objetivo de “[…] expandir os sentidos, a visão de
mundo, aguçar o espírito crítico, para que o aluno possa situar-se como sujeito de
sua realidade histórica”. Diretrizes (2008, p. 56). Entendendo que o educando não é
apenas um espectador passivo da arte, mas que ela pertence ao seu mundo.
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O objetivo do ensino da arte centra-se na possibilidade de “[…] um novo
olhar, um ouvir mais crítico, um interpretar da realidade além das aparências, com a
criação de uma nova realidade, bem como a ampliação das possibilidades de
fruição”. Diretrizes (2008, p. 56).
13.2.1.3. Metodologia
Na disciplina de Arte, a apresentação dos conteúdos é orientada por um
encaminhamento metodológico que abrange o conhecimento, a fruição e a produção
artística que se alternam e se entrelaçam durante a prática pedagógica. Essa tríade
é sugerida pelas diretrizes (2008), assim o aprendizado em arte é construído de
forma dinâmica envolvendo teoria, apreciação e experiência artística.
O estudo teórico fundamenta o aluno para apropriar-se do conhecimento da
produção artística. Tal conhecimento será atingido “pelo trabalho com os conteúdos
estruturantes, elementos formais, composição, movimentos e períodos, abordados
nas Artes Visuais, Dança, Música e Teatro”. Diretrizes (2008, p. 68).
Para a experiência de fruição de obras de Arte, os alunos terão oportunidade
de apreciar e analisar obras de Música, Teatro, Dança e Artes Visuais para que
percebam as diferentes formas de produção em Arte. A análise de uma obra permite
ao aluno perceber que em cada composição, o artista expressa seu entendimento
do mundo, bem como, o seu contexto histórico. Por isso, a Arte se torna uma
importante e confiável fonte de informação sobre a sociedade em que foi produzida,
oportunizando o conhecimento do passado e do presente.
O momento de produção artística permite ao aluno o exercício de imaginação
e criação em diferentes técnicas e linguagens. Essa parte do estudo é fundamental,
pois complementa o aprendizado com uma experiência concreta.
A cognição em arte se dará pela intersecção entre as experiências com o
conhecimento em Arte, a apreciação e a produção artística.
13.2.1.4. Avaliação
A avaliação se fará presente como um meio de diagnosticar o processo de
ensino-aprendizagem dos educandos quanto a apreensão do conhecimento e
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também no que se refere à prática pedagógica. Com o objetivo de fazer com que o
conhecimento escolar se aproxime da realidade do educando a avaliação será um
instrumento dinâmico, se adaptando tanto ao objeto da aprendizagem quanto às
necessidades dos alunos.
Na medida do possível e principalmente na modalidade coletiva, os
instrumentos de avaliação se farão de forma diversificada justamente para promover
a expressão do conhecimento apreendido pelo educando e a superação das
dificuldades bem como o desenvolvimento de várias habilidades.
As avaliações seguem os critérios estabelecidos pelo CEEBJA Maria Deon de
Lira, realizadas em 2 registros tanto na modalidade individual quanto coletiva.
No que se refere à especificidade do conhecimento em arte a avaliação levará
em consideração a percepção do aluno em relação às transformações ocorridas na
arte ao longo do tempo, sua leitura considerando seu contexto, seu processo de
criação e sua capacidade de se perguntar mediante as obras. Sendo que sua
capacidade de inquietar-se mediante toda e qualquer obra ou perante sua própria
produção será a válvula propulsora em todo processo avaliativo.
13.2.1.5. Conteúdos curriculares
Os conteúdos são uma seleção das diretrizes (2008), que entende a
construção do conhecimento em arte a partir dos conteúdos estruturantes. Os
conteúdos relacionados podem ser associados com outras temáticas, dependendo
do contexto de cada turma.
Haverá adaptações dependendo da área de formação de cada professor,
conforme com as Diretrizes (2008, p. 54) é possível que o/a professor/a “trabalhe a
partir de sua área de formação (Artes Visuais, Música, Teatro ou Dança), de usar
pesquisas e experiências artísticas, estabelecendo relações com os conteúdos e
saberes das outras áreas da disciplina de Arte, nas quais tiver algum domínio”.
Desta forma na modalidade coletiva haverá possibilidade dos encaminhamentos
serem diferentes de um professor para outro. Na modalidade individual, na medida
do possível, haverá material das diferentes áreas.
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ENSINO FUNDAMENTAL - Modalidades: individual e coletiva
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS
FORMAIS
ELEMENTOS DA
COMPOSIÇÃO
MOVIMENTOS
E PERÍODOS
CARGA
HORÁRIA
112 h/a
CONTEÚDOS BÁSICOS
Pré história
Egito e arte africana
(lei nº 11645)
1º REGISTRO
28 h/a
Grécia
Roma
Idade média
1º REGISTRO
28 h/a
Renascimento
Barroco
Rococó
Brasil: barroco e
rococó e arte
africana (lei nº
11645)
2º REGISTRO
28 h/a
Elementos Formais
das Artes Visuais,
Teatro,
Música e Dança
Elementos de
Composição das
Artes Visuais,
Teatro,
Música e Dança
Brasil missão
artística francesa
Paraná séc. XX (lei
nº 13381)
2º REGISTRO
28 h/a
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ENSINO MÉDIO - Modalidades: individual e coletiva
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS
FORMAIS
ELEMENTOS DA
COMPOSIÇÃO
MOVIMENTOS E
PERÍODOS
CARGA
HORÁRIA
64 h/a
CONTEÚDOS BÁSICOS
Neoclassicismo
Romantismo
Realismo
1º
REGISTRO
16h/a
Impressionismo
Pós-impressionismo
Expressionismo
Cubismo e arte
africana (lei nº 11645)
1º
REGISTRO
16 h/a
Fovismo
Abstracionismo
Dadá
Surrealismo
2º
REGISTRO
16 h/a
Elementos Formais
das Artes Visuais,
Teatro,
Música e Dança
Elementos de
Composição das
Artes Visuais,
Teatro,
Música e Dança
Arte Brasileira
Semana de 22
Pós semana de 22
Arte contemporânea
(lei nº 9795)
Arte no Paraná
Anos 50 a 90 (lei nº
13381)
2º
REGISTRO
16 h/a
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71
Museus (lei nº 13381)
13.2.1.6. Referências bibliográficas
CABANNE, P. Marcel Duchamp: engenheiro do tempo perdido . São Paulo: PERSPECTIVA, 1987.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná. Arte. Versão Preliminar. 2008.
MARTINS, M.C. Mediação: provocações estéticas . 2005, v. 1, n. 1. Pós-
graduação. Universidade Estadual Paulista – Instituto de Artes. São Paulo, 2005.
OSTROWER, F. Criatividade e processos de criação . Rio de Janeiro - Petrópolis:
VOZES, 1987.
SILVA, E.M.A.; ARAÚJO, C.M. Tendências e Concepções do Ensino de Arte na
Educação Escolar Brasileira: um estudo a partir da trajetória histórica e sócio-
epistemológica da arte/educação. In: 30ª REUNIÃO ANUAL DA ANPED. 2007.
Disponível em http://www.anped.org.br/reunioes/30ra/grupo_estudos/GE01-3073--
Int.pdf. Acesso em 30 mar. 2011.
13.2.2. Biologia
13.2.2.1. FUNDAMENTOS TEÓRICOS
A Educação de Jovens e Adultos - EJA, no Estado do Paraná, de acordo com
suas Diretrizes Curriculares (2008) e em consonância com o documento
apresentado como a segunda proposta preliminar das Diretrizes Curriculares
Estaduais para o ensino Médio de Biologia da Rede Estadual de Ensino do Paraná,
apresenta os fundamentos teóricos, metodológicos e avaliativos do ensino de
Biologia, que norteiam a elaboração da proposta curricular desta disciplina.
Partindo do pressuposto que a ciência não se constitui numa verdade
absoluta, pronta e acabada, é indispensável rever o processo de ensino e
aprendizagem da Biologia no contexto escolar, de modo que o modelo tradicional de
ensino dessa disciplina, no qual se prioriza a memorização dos conteúdos, sem a
devida reflexão, seja superado por um modelo que desenvolva a capacidade dos
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educandos em buscar explicações científicas para os fatos, através de posturas
críticas, referenciadas pelo conhecimento científico.
É necessário distinguir os campos de atuação da ciência, seus contextos e
valores, como também, os objetivos dispensados à disciplina de Biologia no contexto
escolar.
Segundo as Diretrizes Curriculares de Biologia - Ensino Médio, desta Secretaria de
Estado da Educação, “é objeto de estudo da Biologia o fenômeno vida em toda sua
diversidade de manifestações. Esse fenômeno se caracteriza por um conjunto de
processos organizados e integrados, quer no nível de uma célula, de um indivíduo,
ou ainda, de organismos no seu meio. Um sistema vivo é sempre fruto da interação
entre seus elementos constituintes e da interação entre esse mesmo sistema e os
demais componentes de seu meio. As diferentes formas de vida estão sujeitas a
transformações que ocorrem no tempo e no espaço, sendo, ao mesmo tempo,
transformadas e transformadoras do ambiente”.
Nas Diretrizes, ainda, afirma-se que “ao longo da história da humanidade
várias foram as explicações para o surgimento e a diversidade da vida, de modo que
os modelos científicos conviveram e convivem com outros sistemas explicativos
como, por exemplo, os de inspiração filosófica ou religiosa. Elementos da História e
da Filosofia tornam possível, aos alunos, a compreensão de que há uma ampla rede
de relações entre a produção científica e os contextos sociais, econômicos e
políticos. É possível verificar que a formulação, a validade ou não das diferentes
teorias científicas está associada a seu momento histórico.”
As Diretrizes do Ensino Médio para a disciplina de Biologia consideram que “o
conhecimento do campo da Biologia deve subsidiar a análise e reflexão de questões
polêmicas que dizem respeito ao desenvolvimento, ao aproveitamento de recursos
naturais e a utilização de tecnologias que implicam em intensa intervenção humana
no ambiente, levando-se em conta a dinâmica dos ecossistemas, dos organismos,
enfim, o modo como a natureza se comporta e a vida se processa. Sabe-se que
desde o surgimento do planeta Terra, a espécie humana, ou Homo sapiens, não foi
o ser predominante, e muito menos, o ser vivo mais importante dentre todos os
diversos seres vivos que por aqui passaram. Por outro lado, ao longo deste processo
de humanização, que durou aproximadamente três milhões de anos, o homem criou
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a linguagem, a escrita e a fala, diferenciando-se de todas as demais formas de vida.
Isso possibilitou ao homem a socialização, a organização dos espaços físicos, a
fabricação de instrumentos utilitários e o início das atividades agrícolas”.
Ressaltam também, “o papel da Ciência e da sociedade como pontos
articuladores entre a realidade social e o saber científico. Cabe aos seres humanos,
enquanto sujeitos históricos atuantes num determinado grupo social, reconhecerem
suas fragilidades e buscarem novas concepções sobre a natureza (...) É preciso que
estes sujeitos percebam que sua sobrevivência, enquanto espécie, depende do
equilíbrio e do respeito a todas as formas de vida que fazem do planeta o maior ser
vivo conhecido”.
É importante que o educando jovem e adulto tenha acesso ao conhecimento
científico a fim de compreender conceitos e relações existentes entre o ambiente, os
seres vivos e o universo, numa concepção flexível e processual, por meio do saber
questionador e reflexivo. Da mesma forma, se faz necessário que perceba os
aspectos positivos e negativos da ciência e da tecnologia, para que possa atuar de
forma consciente em seu meio social e interferir no ambiente, considerando a ética e
os valores sociais, morais e políticos que sustentam a vida.
13.2.2.2. Objetivos específicos
- Reconhecer que a humanidade sempre se envolveu com o conhecimento da
natureza e que a ciência, uma forma de desenvolver esse conhecimento, se
relaciona com outras atividades humanas.
- Valorizar a disseminação de informações socialmente relevantes aos membros da
sua comunidade.
- Ampliar o conhecimento sobre os organismos e suas modificações ao longo dos
tempos.
- Identificar e resolver problemas que envolvam a compreensão de conceitos
fundamentais aplicados a Biologia.
- Identificar em situações reais, as propriedades do corpo humano e estabelecer a
distinção entre o reino animal e vegetal.
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- Identificar em situações reais, as propriedades do meio ambiente e estabelecer a
distinção entre os diferentes reinos na natureza.
- Valorizar a vida em sua diversidade e conservação dos ambientes.
- Compreender e exemplificar como as necessidades humanas,de caráter social,
cultural ou prático contribuem para o desenvolvimento do conhecimento científico.
- Reconhecer formas de compreensão sobre a evolução dos seres vivos.
- Investigar fenômenos de transformação em situações de experimentação quanto a
variabilidade genética.
13.2.2.3. Conteúdos estruturantes / básicos
13.2.2.3.1. Conteúdos estruturantes da disciplina d e biologia
Conteúdos estruturantes são saberes, conhecimentos de grande amplitude,
que organizam e identificam-se os estudos de uma disciplina escolar, considerados
fundamentais para as abordagens pedagógicas dos conteúdos específicos e
consequente compreensão de seu objeto de estudo e ensino.
Nessa proposta, são apresentados quatro modelos interpretativos do
fenômeno Vida, como base estrutural para o currículo de biologia no ensino médio.
Os conteúdos estruturantes foram assim definidos:
- Organização dos Seres Vivos;
- Mecanismos Biológicos;
- Biodiversidade;
- Manipulação Genética.
A disciplina de biologia deve ser capaz de relacionar diversos conhecimentos
específicos entre si e com outras áreas de conhecimentos; deve priorizar o
desenvolvimento de conceitos cientificamente produzidos, e propiciar reflexão
constante sobre as mudanças dos tais conceitos em decorrência de questões
emergentes.
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13.2.2.3.2. Conteúdos Básicos
A proposta de sugestão de conteúdos básicos para a elaboração do currículo
da disciplina de Biologia na Educação de Jovens e Adultos – EJA, fundamenta-se
nas “Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio”, da Secretaria de Estado da
Educação do Paraná– SEED – PR.
1ª ETAPA- QUADRO GERAL DE CONTEUDOS NA DISCIPLINA D E BIOLOGIA
ETAPA CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDO BÁSICO CONTEÚDO ESPECÍFICO
1º Registro
Organização dos seres
vivos
Mecanismos biológicos
Biodiversidade
Manipulação genética
Introdução ao estudo das
Ciências Biológicas.
Níveis de organização e
características gerais dos seres
vivos;
Origem da vida no Planeta Terra
Biologia Celular;
Reprodução dos seres vivos;
Reprodução Humana.
Introdução ao estudo dos vírus e
Reino Monera.
Núcleo da Célula
Áreas de estudo da Biologia, definição de ser
vivo através de suas características, hipóteses
de origem da vida e o surgimento dos seres
eucariontes e procariontes.
A teoria celular, envoltórios celulares,
citoplasma e organelas celulares, divisão
celular, reprodução sexuada e assexuada,
sistema genital masculino e feminino.
Estrutura viral e material genético, doenças
sexualmente transmissíveis por vírus e
bactérias.
O DNA e RNA, cromossomos e genes,
clonagem
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2ª ETAPA- QUADRO GERAL DE CONTEUDOS NA DISCIPLINA D E BIOLOGIA
ETAPA CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDO BÁSICO CONTEÚDO ESPECÍFICO
2º Registro
Organização dos seres vivos
Mecanismos biológicos
Biodiversidade
Manipulação genética
Noções básicas de Embriologia e
Histologia
Humana.
Anatomia, morfologia e fisiologia
comparada dos sistemas
digestório, respiratório, urinário,
cardiovascular, nervoso,
endócrino, esquelético e
muscular.
Células-Tronco embrionárias e
adultas.
Fases do desenvolvimento
embrionário e anexos.
Características gerais e função dos
tecidos epitelial, conjuntivo, muscular
e nervoso.
Funções de nutrição, respiração,
excreção, circulação, locomoção e
coordenação.
O que são as Células-Tronco e quais
questões éticas estão envolvidas.
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3ª ETAPA- QUADRO GERAL DE CONTEUDOS NA DISCIPLINA D E BIOLOGIA
ETAPA CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDO BÁSICO CONTEÚDO ESPECÍFICO
3º Registro
Organização dos seres vivos
Mecanismos biológicos
Biodiversidade
Manipulação genética
Taxonomia e sistemática.
Anatomia, morfologia e fisiologia
dos sistemas biológicos dos
protozoários,algas, fungos, plantas
e animais.
Ecologia
Adaptação dos seres vivos.
Classificação dos seres vivos através
de critérios filogenéticos e
taxonômicos.
Características gerais e sistemas
biológicos dos protozoários, algas,
fungos, plantas e animais
invertebrados e vertebrados.
Dinâmica dos ecossistemas: relações
entre os seres vivos e a
interdependência com o ambiente.
Equilíbrio e desequilíbrio ecológico.
Lei 9795.
As mutações, a extinção das
espécies e o surgimento natural e
induzido de novos seres vivos.
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4ª ETAPA- QUADRO GERAL DE CONTEUDOS NA DISCIPLINA D E BIOLOGIA
ETAPA CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDO BÁSICO CONTEÚDO ESPECÍFICO
4º Registro
Organização dos seres vivos
Mecanismos biológicos
Biodiversidade
Manipulação genética
Genética Mendeliana.
Evolução.
Evolução do Homem e a
diversidade étnica. Lei 10.639/03
Biotecnologia
Primeira Lei de Mendel, sistema ABO
e Fator Rh.
As ideias de Lamarck, a teoria de
seleção natural, evidencias da
evolução.
Teorias e hipóteses da ancestralidade
do homem.
A evolução da cultura Humana.
Valorização da diversidade entre os
diferentes tipos humanos.
O DNA recombinante e o projeto
genoma, a identificação de pessoas.
Transgênicos
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13.2.2.4. Desafios educacionais contemporâneos e a diversidade
Lei 10.639/03-Historia e cultura Afro-brasileira; Gênero e diversidade sexual e
a lei 9795 – Educação Ambiental farão parte dos conteúdos básicos e serão
trabalhados de forma integrada com os demais conteúdos.
Prevenção do Uso de Drogas, educação Fiscal e Enfrentamento a violência
contra a criança e os adolescentes serão trabalhados através de palestras em sala
de aula, após reflexão e debate.
13.2.2.5. Encaminhamento metodológico
O conjunto de saberes do educando deve ser considerado o ponto de partida
para o processo de ensino e aprendizagem, estabelecendo relações com o mundo
do trabalho e com outras dimensões do meio social.
Conforme as Diretrizes Curriculares para a disciplina de Biologia- Ensino
Médio – SEED-PR, “ na escola, a Biologia deve ir além das funções que já
desempenha no currículo escolar. Ela deve discutir com os jovens
instrumentalizando-os para resolver problemas que atingem direta ou indiretamente
sua perspectiva de futuro”.
As Diretrizes, ainda, consideram que
para a discussão de todas estas características socioambientais e do papel
do ensino formal de Biologia, as relações estabelecidas entre professor-
aluno e aluno-aluno são determinantes na efetivação do processo ensino-
aprendizagem, e para isto, há necessidade de leitura e conhecimento sobre
metodologia de ensino para que as aulas de Biologia sejam dinâmicas,
interessantes, produtivas, e resultem em verdadeira aprendizagem.
Ressaltam também que, “pensar criticamente, ser capaz de analisar fatos e
fenômenos ocorridos no ambiente, relacionar fatores sociais, políticos, econômicos e
ambientais exige do aluno investigação, leitura, pesquisa. No ensino de Biologia,
diferentes metodologias podem ser utilizadas com este propósito. A metodologia de
investigação, por exemplo, permite ao aluno investigar a realidade buscando
respostas para solucionar determinados problemas”.
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Na medida em que se acredita numa Ciência aberta, inacabada, produto da
ação de seres humanos inseridos num contexto próprio relativo ao seu tempo e
espaço e, ainda na disciplina de Biologia, como forma de resgate e de construção de
melhores possibilidades de vidas individuais e coletivas, há que se optar por uma
metodologia de ensino e aprendizagem adequada à realidade do aluno da EJA.
Segundo RIBEIRO (1999, p.8),
criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da
organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais
nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de
instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois
para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de
agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o
maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que
inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos.
Nessa perspectiva, destaca-se a importância de propiciar aos educandos, a
compreensão dos conceitos científicos de forma significativa, ou seja, que o
conhecimento possa ser percebido em seu contexto mais amplo, não somente nos
afazeres diários, mas na forma de perceber a realidade local e global, o que lhe
permitirá posicionar-se e interferir na sociedade de forma crítica e autônoma. Para
tanto, o educador da EJA deve partir dos saberes adquiridos previamente pelos
educandos, respeitando seu tempo próprio de construção da aprendizagem,
considerando:
- que o educador é mediador e estimulador do processo, respeitando, de forma real,
como ponto de partida o conjunto de saberes trazidos pelos educandos;
- as experiências dos educandos no mundo do trabalho;
- a necessária acomodação entre o tempo e o espaço do educando, o tempo
pedagógico e o físico, visto que os mesmos interferem na sua “formação” científica;
- as relações entre o cotidiano dos educandos e o conhecimento científico.
Nesse contexto, ressalta-se a importância de trabalhar a disciplina de forma
contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem e adulto a
inter-relação dos vínculos do conteúdo estudado com as diferentes situações com
que se deparam no seu dia-a-dia. Essa contextualização pode-se dar a partir de
uma problematização, ou seja, em lançar desafios que necessitem de respostas
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para determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade (...), um
obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma
dúvida que não pode deixar de ser dissipada” (SAVIANI, 1993, p.26)”. As dúvidas
são muito comuns na disciplina de Biologia, devendo ser aproveitadas para reflexão
sobre o problema a ser analisado, e assim, para o educador, o desafio consiste em
realizar esta contextualização, sem reduzir os conteúdos apenas à sua aplicação
prática, deixando de lado o saber acadêmico.
Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina de
Biologia é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do
pensamento da Ciência, propiciando condições para que o educando perceba o
significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua linguagem
própria e da cultura científica e tecnológica oriundas desse processo.
É importante salientar o uso criativo das metodologias pelo educador, que
será indispensável em todos os momentos do seu trabalho, bem como o olhar atento
e crítico sobre a realidade trazida pelos educandos.
A busca de soluções para as problematizações constitui-se em referência
fundamental no ensino de Biologia. Quando elaborada individual ou coletivamente
deve ser registrada, sendo valorizados os saberes trazidos pelos educandos e a
evolução do processo de aprendizagem. É importante lembrar que a cultura
científica deve ser incentivada mesmo que de forma gradual, respeitando o tempo de
cada grupo ou indivíduo.
Uma estratégia comum em Biologia é a utilização de experimentos e práticas
realizadas em laboratório. É importante que seja definido com clareza o sentido e o
objetivo dessa alternativa metodológica, visto que muitas vezes, situações muito
ricas do cotidiano são deixadas de lado em detrimento do uso do laboratório. Deve-
se considerar a possibilidade de aproveitamento de materiais do cotidiano, assim
como espaços alternativos, situações ou eventos para se desenvolver uma atividade
científica. A utilização de experimentos e práticas realizadas em laboratório devem
ser vistas como uma atividade comum e diversificada e que não abrem mão do rigor
científico, devendo ser acompanhada pelo professor. Segundo BIZZO (2002, p.75),
é importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento
essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom
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aprendizado. (...) a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não
dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são
as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É
comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação
encontrada pelos alunos.
Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do
material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma
que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. A respeito do livro
didático, BIZZO (2002, p. 66) propõe que ele deve ser utilizado como um dos
materiais de apoio, como outros que se fazem necessários, cabendo ao professor,
selecionar o melhor material disponível diante de sua própria realidade, onde as
informações devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos alunos.
Ao pensar na organização dos conteúdos, o educador deve priorizar aqueles
que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os
conteúdos devem possibilitar aos mesmos a percepção de que existem diversas
visões sobre um determinado fenômeno e, a partir das relações entre os diversos
saberes, estimular a autonomia intelectual. Os conteúdos podem ser organizados
sem a rígida seqüência linear proposta nos livros didáticos. Para tanto, deve ser
avaliada a relevância e a necessidade dos mesmos, bem como a coerência dos
mesmos no processo educativo.
13.2.2.5. Avaliação
O processo avaliativo precisa ser reconhecido como meio de desenvolver a
reflexão, de como vem ocorrendo o processo de aquisição do conhecimento por
parte do educando. A verificação da aquisição do conhecimento deve ser ponto de
partida para a revisão e reconstrução do caminho metodológico percorrido pelo
educando e, principalmente, pelo educador.
O ensino de Biologia na EJA deve propiciar o questionamento reflexivo tanto
de educandos como de educadores, a fim de que reflitam sobre o processo de
ensino e aprendizagem. Desta forma, o educador terá condições de dialogar sobre a
sua prática a fim de retomar o conteúdo com enfoque metodológico diferenciado e
estratégias diversificadas, sendo essencial valorizar os acertos, considerando o erro
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como ponto de partida para que o educando e o educador compreendam e ajam
sobre o processo de construção do conhecimento, caracterizando-o como um
exercício de aprendizagem.
Partindo da ideia de que a metodologia deve respeitar o conjunto de saberes
do educando, o processo avaliativo deve ser diagnóstico no sentido de resgatar o
conhecimento já adquirido pelo educando permitindo estabelecer relações entre
esses conhecimentos. Desta forma, o educador terá possibilidades de perceber e
valorizar as transformações ocorridas na forma de pensar e de agir dos educandos,
antes, durante e depois do processo.
A avaliação não pode ter caráter exclusivamente mensurável ou
classificatório, visto que o ensino de Biologia deve respeitar e valorizar a realidade
do educando em todos os seus aspectos, principalmente naqueles que deram
origem à sua exclusão do processo educativo.
13.2.2.6. Referências bibliográficas
BAPTISTA, G.C.S. Jornal a Página da Educação , ano 11, nº 118, dez 2002, p.19
BASTOS, F. História da Ciência e pesquisa em ensino de ciências. In: NARDI,R.
Questões Atuais no Ensino de Ciências . São Paulo: Escrituras,1998.
BIZZO, Nélio. Ciências : fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002.
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CARRETRO, Mario. Construir y enseñar las ciencias experimentales . Aique
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FRIGOTTO, Gaudêncio, CIAVATTA, Maria. Ensino Médio : ciência, cultura e
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2004.
KRASILCHIK, Myriam. Prática de Ensino de Biologia . 4ª ed. revisado e ampliado.
– São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004.
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O professor e o currículo das ciências . São Paulo: Editora da Universidade de
São Paulo, 1987.
KUENZER,A . Z. Ensino Médio: Construindo uma proposta para os que vivem
do trabalho . São Paulo: Cortez, 2002.
MEC/SEB – Orientações Curriculares Nacionais do Ensino Médio . Brasília, 2004.
MORIN,E. O Pensar Complexo e a Crise da Modernidade . In: GUIMARÃES,M. A
formação de Educadores a Ambientais Campinas, São Paulo: Papirus, 2004.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Diretrizes Curriculares da
Educação Básica do Estado do Paraná : Biologia. Versão Preliminar. 2008.
RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da
educação de jovens e adultos como campo pedagógico . Educação & Sociedade.
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SAVIANI, Dermeval. Do senso comum à consciência filosófica . Campinas:
Autores associados, 1993, p.20-28.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Departamento de
Ensino Médio. Texto elaborado pelos participantes do “I e II Enco ntro de
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SIDEKUM,A. Bioética : como interlúdio interdisciplinar . Revista Centro de
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www.ufsm.br/ce/revista/index.htm
BRASIL. Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para
incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História
e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder
Executivo, Brasília, DF, 10 jan. 2003.
BRASIL. Lei 9.975, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental,
institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Diário
Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 28 abr. 1999.
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13.2.3. Ciências
13.2.3.1. Fundamentos teóricos
Historicamente o ensino de Ciências objetivou preparar o indivíduo
cientificamente para prosseguimento de estudos nas universidades e na formação
de novos cientistas. A necessidade da educação científica fez o preparar os
cidadãos em série, padronizando o ensino de Ciências. Ao longo do tempo,
ocorreram outras reformas, inserindo novos métodos e concepções. As mudanças
não mostraram eficiência nos objetivos a serem implantados na prática pedagógica,
não sendo considerado no próprio processo de produção do conhecimento científico
e nem nas novas demandas curriculares apresentadas. O ensino de Ciências até
hoje, muitas vezes, é apresentado como matéria descritiva,com ênfase em
definições resumidas as quais normalmente são retiradas de livros didáticos que
empregam termos técnicos, apresentam classificações fundadas nas nomenclaturas,
alheias aos interesses dos alunos e sendo em alguns casos, exigências da própria
sociedade que valoriza, de forma exacerbada, o conhecimento tecnológico.
Para superar esta concepção de ensino, é preciso compreender o processo
histórico, as relações do ser humano com a natureza e dos seres humanos entre si,
tendo como implicação o entendimento do mundo em que vivemos. Isto se justifica,
porque o acesso ao conhecimento científico, histórico e socialmente acumulado,
parte dos fatos concretos, da prática social e da compreensão do dinamismo com
que se processam as transformações na natureza.
Então, o ensino de Ciências, tem o desafio de oportunizar a todos os alunos,
por meio dos conteúdos, noções e conceitos que propiciem a leitura crítica de fatos e
fenômenos relacionados a vida, a diversidade cultural, social e da produção
científica. Isso faz pensar que os conteúdos de ensino têm natureza mais
abrangente, relacionados com atitudes e valores sociais, e devem ser vistos de
forma holística.
Em uma concepção atual, o educando-cidadão, terá elementos para
questionar até que ponto os conhecimentos científicos estão a serviço do bem-
comum, não ficando assim, vulnerável a influência da mídia e da política.
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13.2.3.2. Objetivos gerais
Os temas de Ciências devem ser organizados para que os alunos ganhem
progressivamente as seguintes capacidades:
- Compreender a Ciência como um processo de produção de conhecimento e uma
atividade humana, histórica, associada aos aspectos de ordem social, econômica,
política e cultural;
- Identificar relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia e
condições de vida, no mundo de hoje e em sua evolução histórica e compreender a
tecnologia como meio para suprir necessidades humanas, mas sabendo elaborar
juízo sobre riscos e benefícios das práticas tecnológicas;
- Compreender a saúde pessoal, social e ambiental como bens individuais e
coletivos que devem ser promovidos pela ação de diferentes agentes;
- Formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a partir de
elementos das ciências, colocando em prática conceitos, procedimento e atitudes
desenvolvidos no aprendizado escolar;
- Saber utilizar conceitos científicos básicos, associados a energia, matéria,
transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida;
- Saber combinar leituras, observações, experimentações e registros para coleta,
organização, comunicação e discussão de fatos e informações;
- Valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação crítica e cooperativa para a
construção coletiva do conhecimento;
- Contribuir para o questionamento do que se vê e se ouve, para a compreensão da
sociedade.
13.2.3.3. Metodologia
Os conteúdos devem possibilitar os descobrimentos das relações dentro de
um mesmo eixo e com os demais eixos permitindo formar-se um encadeamento do
conteúdo, na perspectiva mais abrangente da realidade. Perspectiva esta entendida
aqui, não apenas como um conjunto de relações de causa e efeito, relativas ao
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entendimento dos fenômenos, das leis, e dos princípios, mas estabelecer uma
abertura para outras relações postas pelas necessidades atuais.
O entendimento e a sintetização desse conhecimento constituem o propósito
da Ciência da Natureza.
O ensino de Ciências, nesta perspectiva, nas quais o aluno discute, deve ser
um meio de entendimento crítico às inter-relações, fenômenos e objetos da Ciência.
Oportunizando, portanto, ao aluno, abertura para discussões, expressão de suas
opiniões e críticas, formação de hipóteses e construção de novos conceitos,
estimulando assim, o aluno a participar ativamente do processo ensino-
aprendizagem, buscando respostas e aprendendo a pensar.
É de fundamental importância propiciar ao estudante situações em que ele
possa explorar o mundo que o cerca, re-elaborar seus conhecimentos, ampliando-os
e aperfeiçoando-os, reexaminar suas convicções, podendo ter oportunidade de
confirmá-las ou modificá-las, adotando uma postura de reflexão diante da realidade.
No CEEBJA, os educandos constituem-se de jovens, adultos e idosos que
trazem uma bagagem de conhecimentos muito grande e que pode e devem ser
utilizados como ponto de partida para o desenvolvimento das atividades escolares.
Os trabalhos serão desenvolvidos na modalidade individual e coletiva, onde serão
utilizadas atividades complementares para que os educandos possam melhor
entender os conteúdos apresentados.
Os conteúdos dos eixos temáticos deverão ser explorados a partir de aulas
expositivas, interpretação de textos, debates, entrevistas, realização de
experimentos, pesquisas bibliográficas, painéis, vídeos, leitura de textos atualizados
de revistas ou jornais e aulas de campo.
13.2.3.4. Avaliação
Segundo Luckesi (2000), a avaliação da aprendizagem, é um recurso
pedagógico útil e necessário para auxiliara cada educador e cada educando na
busca e na construção de si mesmo e do seu melhor modo de ser na vida.
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A avaliação é parte integrante do processo ensino-aprendizagem, deve
considerar o desenvolvimento das capacidades dos alunos em relação à
aprendizagem de conceitos, procedimentos e "atitudes".
Avaliar equivale a muito mais do que simplesmente saber o resultado final do
processo de aprendizagem de um conjunto de conteúdos, mas diz respeito ao
acompanhamento desse processo e suas múltiplas etapas e facetas, avaliando o
acompanhamento das dificuldades e progressos dos educandos à luz da realidade
local.
A avaliação, segundo Dilvo Ristoff, precisa ser espelho e lâmpada, precisa
não apenas refletir a realidade, mas eliminá-la. Criando enfoques e perspectivas,
mostrando relações e atribuindo significados às ações e os resultados.
Fazer é compreender em ação uma dada situação em grau suficiente para
atingir os fins propostos, e compreender é conseguir dominar, em
pensamento, as mesmas situações até poder rever os problemas por ela
levantados em relação ao porquê e ao como das ligações constatadas e,
por outro lado, utilizadas na ação" (Piaget apud Hofmann, p.72).
Nesse processo, pode-se perceber a importância da aquisição do saber
sistematizado, para que o indivíduo participe do debate e possa fazer suas opções e
tomada de decisão. Portanto, a educação deve desenvolver no indivíduo o interesse
por problemas coletivos e que tenha compromisso para com a sociedade, como
também auxiliar o aluno a discernir e a refletir sobre valores que lhe são
significativos (solidariedade, respeito) transformando-o em cidadãos ativos.
A ciência tanto tem trazido contribuições para a participação do cidadão,
como também tem limitado a sua participação. O ensino das ciências caracterizado
apenas pela memorização de termos e nomes científicos e cálculos sem qualquer
significado tem reduzido a ciência a um estudo de nomes e fórmulas distanciado da
realidade.
O ensino de ciências deve estar intimamente ligado à tecnologia e à
sociedade, com base em conhecimentos adquiridos em contextos diversos (escola,
museus, revistas, etc.); atitudes públicas sobre a ciência e tecnologia e informações
obtidas em meios de divulgação científica e tecnológica.
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13.2.3.5. Conteúdos curriculares
Os conteúdos da disciplina de Ciências estarão organizados em três eixos
temáticos, que serão contemplados com aulas práticas, realizadas dentro do
contexto do educando. Os eixos temáticos estarão integrados, numa perspectiva de
totalidade, enriquecidos com constante acompanhamento do processo ensino-
aprendizagem dentro do momento histórico-sócioambiental, visando a formação de
cidadãos críticos, providos de competências que os levarão a atuar como sujeitos
ativos na sociedade.
13.2.3.5.1. Noções de astronomia
a) O homem na natureza: - História da humanidade; - A Teoria da origem humana na
África; - Ciência e tecnologia; - Dados estatísticos da pobreza mundial;
b) Astronomia: - Uma breve história da Terra; - O universo e o sistema solar; -
Movimentos terrestres; - Gravitação.
13.2.3.5.2. Transformação e interação da matéria e energia
a) Matéria e sua estrutura: - Um breve histórico; - Concepção moderna do átomo; -
Distribuição eletrônica; - Elementos químicos e sua classificação; - Ligações e
Reações químicas; - Produtos Biodegradáveis; - Movimento; - Leis de Newton; -
Calor,Ondas, Luz, Eletricidade e Magnetismo; - Energia nuclear - necessidades
humanas X consequências ambientais (Lei nº9.795\99);
b) A estrutura da Terra: - Formato e camadas da Terra; - Litosfera: Minerais e
rochas; - Solo: Composição e cuidados; Solo e energia; - Hidrosfera: A água no
planeta; - A Química da água; - Estudos físicos da água; - Pressão da água; -
Flutuação dos corpos; - Água e saúde; - Água e energia; - Atmosfera: Existência do
ar; - Camadas da atmosfera; - Pressão atmosférica; - Composição do ar; - Ar e
saúde; - Ar e energia; - Formação arenito em Vila Velha\Pr e Canion de Guartelá,Pr
(Lei nº13.381\01);
c) Diversidade da vida no planeta: - Noções básicas de ecologia (Lei nº9.795\99); -
Cadeia e Teia alimentar; - Relações entre os seres vivos; - Ações antrópicas sobre o
meio ambiente (Lei nº 9.795\99);
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d) Os seres vivos no ecossistema: - Organização e características; - Reinos da
natureza.
13.2.3.5.3. Saúde e melhoria da qualidade de vida
a) O corpo humano: - Células: conceitos e divisões; - Tecidos;
b) Anatomia e Fisiologia I: - Sistema nervoso; - Sistema sensorial; - Sistema
hormonal; - Sistema locomotor; - Obtenção de nutrientes e o processo da digestão; -
Conservação dos alimentos; - Transgênicos e Clonagem; - Biotecnologia; - Projeto
Genoma Humano e a inexistência de Raças (Lei nº11645\08).
c) Anatomia e Fisiologia II: - Respiração; - Circulação Excreção; - Reprodução;
d) Primeiros socorros.
13.2.3.6. Referências bibliográficas
HOFFMANN, J. Avaliação: mito e desafio. Uma perspectiva construt ivista .
Eduacação e Realidade Revistas e Livros. Porto Alegre, 1991.
Krasilchik,M. O professor e o currículo de Ciências . São Paulo. EPU-Edusp. 1987.
BRASIL. LEI Nº 9795 de 27 de abril de 1999. Institui a Política Nacional de
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Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9795.htm . Acesso
em:16\05\2012.
PARANÁ. LEI Nº 13381 de 18 de dezembro de 2001. Torna obrigatório, no Ensino
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BRASIL. LEI Nº 11845, de 10 de Março de 2008. Conteúdos referentes a história e
cultura afro-brasileira e indígena. Congresso Nacional. Brasília, 2008. Disponível em:
http:\\www.jusbrasil.com.br\legislação\93966\lei-11645-08, acesso em: 16\05\2012.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Diretrizes Curriculares da
Educação Básica do Estado do Paraná : Ciências. Versão Preliminar. 2008.
13.2.4. Educação física
13.2.4.1. Ensino fundamental e médio
13.2.4.1.1. Fundamentação teórica
Desde o início do século XVI, cada corpo tende a ser considerado uma
máquina, cujo funcionamento independe dos movimentos do cosmo. Mas a partir do
século XVIII, a Educação Física começa a funcionar como um meio capaz de
promover a Educação Moral e consequentemente a ordem social. Do individual,
passa-se rapidamente a investir no coletivo. Médicos e educadores despertam a
necessidade de ampliar a autonomia do corpo em relação às possibilidades de
transformá-lo.
Por meio da Educação Física, o corpo humano passa a ser considerado um
organismo que precisa receber uma formação para bem orientar seus gestos,
corrigir o que é julgado defeituoso e transformar potências em virtudes. Acreditava-
se desde então que através do corpo se educaria o caráter e, a seguir, se formaria
uma nação.
No final do século XVIII, o corpo já não é considerado algo passivo e começa
a ser pensado e tratado como um conjunto heterogêneo de forças ativas. Iniciou-se
um maior investimento na ginástica capaz de educar os movimentos do corpo e os
da alma.
No decorrer do século XIX, uma íntima associação entre Educação Física e
Ciência culmina com a valorização do tratamento científico dado à ginástica e ao
esporte. É neste século que se forma de um modo mais preciso uma pedagogia do
gesto e da vontade, se configurando assim numa educação do corpo.
A partir do século XX, o corpo humano passa a ser visto como produtor de
informação e o desenvolvimento das técnicas psicomotoras ganham perfis
inovadores. Nos anos 60, sobretudo, o corpo se torna uma espécie de melhor parte
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do indivíduo, florescendo por todos os lados uma grande preocupação com sua
saúde, o bem estar e a beleza física. O corpo que antes era contido agora deve
liberar, soltar as amarras e dar vazão a seus sentimentos.
No Brasil as práticas pedagógicas escolares de Educação Física foram
influenciadas inicialmente pela instituição militar atendendo aos objetivos de adquirir,
conservar, promover e restabelecer a saúde por meio dos exercícios físicos. A
Educação Física se consolidou no contexto escolar a partir da constituição de 1937,
sendo utilizada com o objetivo de doutrinação, dominação e contenção dos ímpetos
da classe popular, enaltecendo o patriotismo, a hierarquia e a ordem. Além disso,
seguiu os princípios higienistas para um corpo forte e saudável. Nesta década
também o esporte se popularizou confundindo-se com a Educação Física. Criaram-
se grandes centros esportivos e importaram-se especialistas de algumas
modalidades esportivas.
Com a reforma Capanema de 1942, e Educação Física tornou-se obrigatória
até os 21 anos de idade, visando formar mão de obra fisicamente adestrada e
capacitada para o mercado de trabalho. A partir da lei 5692/71 a Educação Física
passou a ser disciplina obrigatória no currículo de todos os cursos e níveis de
ensino.
Na área pedagógica, uma das primeiras referências foi a psicomotricidade a
fim de valorizar a formação integral da criança, centrada na educação pelo
movimento.
Com a LDB na década de 90 e os PCN’s, buscaram romper com as
perspectivas da aptidão física nos aspectos técnicos e fisiológicos, destacando
outras questões relacionadas às dimensões culturais, sociais, políticas e afetivas
discutindo o corpo e movimento.
13.2.4.1.2. A Educação Física
A Educação Física tem como objeto de estudo o corpo em movimento e suas
diferentes formas de manifestação. O movimento humano é a expressão objetivada
da consciência corporal, formada pelo conjunto das relações que compõe uma
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determinada sociedade e dos saberes sistematizados pela classe dominante sobre
esta consciência corporal.
É necessário tomar como ponto de partida a concepção de corpo que a
sociedade tem produzido historicamente, levando os alunos a se situarem na
contemporaneidade, dialogando com o passado e visando as suas consciências
corporais, proporcionando condições de análise e reflexão para re-elaboração do
seu saber, consciência e da cultura corporal.
A Educação Física permite abordagens biológicas, antropológicas,
sociológicas, psicológicas, filosóficas e política das práticas corporais por sua
constituição interdisciplinar. Devemos considerar a disciplina de forma mais
abrangente, propiciando uma educação voltada para uma consciência crítica.
A Educação Física por seu reconhecimento como componente curricular da
Educação Básica, mostra o caráter essencial de sua prática, que é o de integrar-se
com outras disciplinas do Ensino Básico. A Educação Física deve propiciar uma
aprendizagem que mobiliza aspectos afetivos, sociais, éticos, entre outros. A
proposta é que os alunos sejam capazes de participar de atividades corporais,
respeitar o próximo, repudiar a violência, adotar hábitos saudáveis de higiene e de
alimentação e ter espírito crítico em relação à imposição de padrões de saúde,
beleza e estética.
As DCE's versão 2008 propõe a valorização da educação em prol da
formação humana, articula a construção crítica da Cultura Corporal com as variadas
dimensões da vida humana interagindo num contexto muito mais amplo que apenas
o comportamento motor. Pressupõem a formação da atitude crítica diante da Cultura
Corporal em todas as suas manifestações o que sugere uma superação e uma
transformação das formas de atuação da Educação Física no âmbito escolar público
do Paraná. “Essa concepção permite ao educando ampliar sua visão de mundo por
meio da Cultura Corporal, de modo que supere a perspectiva pautada no tecnicismo
e na desportivização das práticas corporais” (p. 72), que ressalta a importância de
todas as manifestações corporais proporcionando uma equivalência entre elas, não
supervalorizando ou depreciando qualquer uma que seja, o que nos leva a refletir
também sobre a distribuição quantitativa dos conteúdos. Não privilegiando este ou
aquele, mas equiparando-os e dispondo-os com equidade.
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13.2.4.1.2. Encaminhamento metodológico
A Educação Física, por meio dos Conteúdos Estruturantes propostos –
esporte, dança, ginástica, lutas, jogos e brincadeiras têm a função social de
contribuir para que os alunos se tornem sujeitos capazes de reconhecer o próprio
corpo, adquirir uma expressividade corporal consciente e refletir sobre as práticas
corporais.
A reflexão, a organização, o registro do professor e do aluno são elementos
fundamentais para o estabelecimento da relação teórica e prática no ensino desta
disciplina.
Sendo assim, o primeiro passo é reconhecer que a ênfase não pode ser mais
sobre a perfeição dos movimentos, mas sim, nas diferentes formas de expressão,
construindo uma relação com os alunos e entre eles, favorecendo um ambiente
onde se respeite às diferenças e se ouça as ideias uns dos outros. Depois disso,
compreender que não existe movimento melhor ou pior e sim o movimento humano
dotado de significado e expressão. Essa concepção permite ao educando ampliar
sua visão de mundo por meio da cultura corporal, de modo que supere a perspectiva
pautada no tecnicismo e na desportivização das práticas corporais. É fundamental
que a disciplina de Educação Física subsidie aos alunos conhecimentos teóricos
práticos que possibilite um desempenho em situações cotidianas, resoluções de
problemas e também descobertas de novas formas de aprender, e de estruturar o
seu ambiente no mundo do movimento.
Os encaminhamentos metodológicos prescritos nas DCE's 2008 indicam que
a Educação Física tem a função social de contribuir para que os alunos se tornem
sujeitos capazes de reconhecer o próprio corpo, adquirir uma expressividade
corporal consciente e refletir criticamente sobre as práticas corporais e que essa
metodologia
tenha como eixo central a construção do conhecimento pela práxis, isto é,
proporcionar, ao mesmo tempo, a expressão corporal, o aprendizado das
técnicas próprias dos conteúdos propostos e a reflexão sobre o movimento
corporal, tudo isso segundo o princípio da complexidade crescente, ... (p.
72-73).
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Referenda em diversos momentos do seu discurso a realidade regional e
cultural do grupo, valorizando o ambiente no qual está inserido e respeitando a
identidade e autonomia. Afirma que “é preciso levar em conta, inicialmente, aquilo
que o aluno traz como referência acerca do conteúdo proposto...” (p. 73) e que o “o
professor deve buscar conhecer as experiências individuais e coletivas advindas das
diferentes realidades dos alunos, problematizando-as” (p. 77).
13.2.4.1.3. Objetivo geral
Conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da pluralidade das manifestações de
cultura corporal do Brasil e do mundo, percebendo-as como recurso valioso para a
integração entre pessoas e entre diferentes grupos sociais oferecendo ao aluno uma
diversidade de experiências motoras, conhecimentos conceituais, técnicos e
científicos da Educação Física, a possibilidade de agir de forma consciente em
relação às suas capacidades e limitações explorando-as da melhor forma possível,
ao mesmo tempo em que interage com a sociedade que o cerca sem complexos
nem frustrações de forma harmoniosa, autônoma, crítica e criativa. Analisando
criticamente todo o contexto que envolve as manifestações corporais, observando a
relação das mesmas com o contexto social, cultural, político e econômico e vivenciar
democraticamente as atividades de recreação e lazer.
13.2.4.1.4. Objetivos específicos
- Participar de atividades de natureza relacional, reconhecendo o respeito e suas
características físicas e de desempenho motor, bem como a de seus colegas sem
discriminar por características pessoais, físicas, sexuais ou sociais;
- Apropriar-se de processos de aperfeiçoamento das capacidades físicas, das
habilidades motoras das situações relacionadas, aplicando o discernimento em
situação problema que surjam no cotidiano;
- Adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade nas práticas dos
jogos e brincadeiras, lutas, ginástica, dança e dos esportes, buscando encaminhar
os conflitos de forma não violenta pelo diálogo;
- Saber diferenciar os contextos amadores, recreativos, escolar e profissional,
reconhecendo e evitando o caráter excessivamente competitivo em quaisquer
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desses contextos;
- Conhecer, valorizar, apreciar e desfrutar de algumas das diferentes manifestações
da cultura corporal, adotando uma postura despojada de preconceitos ou
discriminações por razões sociais, sexuais ou culturais;
- Reconhecer e valorizar as diferenças e desempenho, linguagem e expressividade
decorrente, inclusive dessas mesmas diferenças culturais, sexuais e sociais;
- Relacionar a diversidade de manifestações da cultura corporal de seu ambiente e
de outros, com os contextos em que são produzidas e valorizadas;
- Aprofundar-se no conhecimento dos limites das possibilidades do próprio corpo de
forma a poder controlar algumas de suas posturas e atividades corporais com
autonomia e a valorizá-las com recurso para melhoria de suas aptidões;
- Organizar e praticar atividades corporais, valorizando-as como recurso para
usufruto do tempo disponível, bem como ter a capacidade de alterar ou interferir nas
regras convencionais, como o intuito de torná-las mais adequadas ao momento do
grupo, favorecendo a inclusão dos praticantes. Analisar, compreender e manipular
os elementos que compõem as regras como instrumentos de criação e
transformação;
- Analisar alguns padrões de beleza, saúde e desempenho presentes no cotidiano, e
compreender sua inserção no contexto sociocultural em que são produzidos,
despertando para o senso crítico e relacionando-os com as práticas da cultura
corporal de movimento;
- Conhecer, organizar e interferir no espaço de forma autônoma, bem como
reivindicar locais adequados para a promoção de atividades corporais e de lazer,
reconhecendo-as como uma necessidade do ser humano e um direito do cidadão,
em busca de uma melhor qualidade de vida.
13.2.4.1.5. Conteúdo estruturante
O objeto de estudo da Educação Física é o corpo humano em movimento e a
análise deste movimento está diretamente ligada com os temas da cultura corporal.
Entende-se cultura corporal como produto da sociedade, da coletividade, das ações
e interações entre as pessoas. Desse modo, todas essas interações devem ser
sistematizadas pedagogicamente na escola.
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Os conteúdos estruturantes da Educação Física (esporte, dança, ginástica,
lutas, jogos e brincadeiras) devem ser elaborados em complexidade crescente, isto
porque, em cada um dos níveis de ensino os alunos trazem consigo múltiplas
experiências relativas ao conhecimento sistematizado, que devem ser consideradas
no processo de ensino/aprendizagem.
A intenção da pedagogia do movimento é oportunizar ao aluno usufruir
benefícios relativos aos jogos, esportes, danças, ginásticas e lutas em benefício dos
hábitos saudáveis de vida. Esse usufruir pode estar relacionado ou não com a
prática, isto é, objetivam-se atividades culturais de movimento praticados com
finalidades de lazer, expressão de sentimentos, afetos e emoções, como
manutenção e melhoria da saúde.
Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro Brasileira e Indígena (Lei
11.645 / 2008), à História do Paraná (Lei 13.381 / 2001) e à Educação Ambiental
(Lei 9.795 / 1999) serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar. Dentro da
disciplina de Educação Física estes conteúdos serão abordados no momento em
que trabalharmos algumas das manifestações corporais. Como exemplo, a capoeira
é uma prática corporal da cultura afro-brasileira, cujos elementos são importantes
para entender a história do Brasil. Pela capoeira podemos pensar nossa história
também sob o olhar dos afrodescendentes. Também no mês de novembro os
professores da disciplina intensificarão as ações visto que no dia 20 a lei prevê o
“Dia Nacional da Consciência Negra”. Quanto à História do Paraná temos o exemplo
das danças folclóricas que possibilitam o estudo da diversidade da cultura
Paranaense. Na Educação Ambiental podemos contemplá-la junto aos esportes
radicais, que praticados na natureza exigem seu cuidado e preservação.
Ainda interligando de forma reflexiva e contextualizada os conteúdos do
Ensino fundamental e Médio temos os elementos articuladores (Cultura Corporal e
Corpo; Cultura Corporal e Ludicidade; Cultura Corporal e Saúde; Cultura Corporal e
Mundo do Trabalho; Cultura Corporal e Desportivização; Cultura Corporal – Técnica
e Tática; Cultura Corporal e Lazer; Cultura Corporal e Diversidade; Cultura Corporal
e Mídia), que alargam a compreensão das práticas corporais, indicam múltiplas
possibilidades de intervenção pedagógica em situações que surgem no cotidiano
escolar. São, ao mesmo tempo, fins e meios do processo de ensino/aprendizagem,
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pois devem transitar pelos Conteúdos Estruturantes e específicos de modo a
articulá-los o tempo todo, conforme dita as DCE's 2008 (p. 53).
13.2.4.1.6. Conteúdos estruturantes e básicos do en sino fundamental
- Esportes: coletivos, individuais e radicais;
- Danças: folclóricas, criativas, circulares e de rua;
- Ginástica: geral, circense, rítmica;
- Lutas: de aproximação e com instrumento mediador;
- Jogos e Brincadeiras: populares, cantigas de roda, cooperativos, dramáticos, de
tabuleiro.
13.2.4.1.7. Conteúdos estruturantes e básicos do en sino médio
- Esportes: coletivos, individuais e radicais;
- Danças: folclóricas, de salão e de rua;
- Ginástica: artística/olímpica, condicionamento físico e geral;
- Lutas: de aproximação, com instrumento mediador e que mantém a distância;
- Jogos e Brincadeiras: de tabuleiro, cooperativos e dramáticos.
13.2.4.1.8. Avaliação
A avaliação é entendida como um processo contínuo, permanente e
cumulativo, como preconiza a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB), vinculada ao Projeto Político Pedagógico (PPP), relacionada aos
encaminhamentos metodológicos e considerando o comprometimento e
envolvimento dos alunos,
se os alunos entregam as atividades propostas pelo professor; se houve
assimilação dos conteúdos propostos, por meio da recriação de jogos e
regras; se o aluno consegue resolver, de maneira criativa, situações
problemas sem desconsiderar a opinião do outro, respeitando o
posicionamento do grupo e propondo soluções para as divergências; se o
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aluno se mostra envolvido nas atividades, seja através de participação nas
atividades práticas ou realizando relatórios. (p. 77).
Objetivam favorecer a busca da coerência entre a concepção defendida e as
práticas avaliativas que integram o processo de ensino aprendizagem. Nesta
perspectiva, a avaliação deve estar colocada a serviço da aprendizagem de todos os
alunos, de modo que permeie o conjunto de ações pedagógicas. A fim de priorizar a
qualidade e o processo de ensino e aprendizagem, a avaliação deve ter critérios
estabelecidos de forma clara, sendo contínua e identificando os progressos do aluno
durante o ano letivo. Ao estabelecer relações cada vez mais complexas entre as
informações disponíveis, o aluno age construindo suas funções cognitivas que lhe
permitem pensar e atuar de maneira criativa e independente, propiciando o
desenvolvimento do exercício autônomo da reflexão pelo aluno.
A partir da avaliação, tanto o professor quanto os alunos poderão revisar o
processo desenvolvido até então para identificar lacunas no processo de ensino e de
aprendizagem, bem como planejar e propor outros encaminhamentos que
proporcionem a superação das dificuldades constatadas.
Será um processo em que o professor organizará e reorganizará o seu
trabalho visando as diversas manifestações corporais, evidenciadas nos conteúdos
aplicados, possibilitando assim que os alunos reflitam e se posicionem criticamente
com intuito de construir uma suposta relação com o mundo.
Há de se considerar que na avaliação em processo, tanto o professor quanto
o aluno tem ações conjuntas, ao mesmo tempo em que o professor re-elabora sua
prática pedagógica, o aluno visualiza e identifica seus avanços e recuos com vistas
às novas conquistas em sua trajetória escolar.
Um fator importante é ressaltar que o processo de avaliação não se restringe
em estabelecer uma nota. A nota poderá adquirir um significado a mais quando
torna-se uma referência qualitativa ou quantitativa, que expressa e faz parte do
próprio processo de ensino e aprendizagem.
A avaliação deve considerar todas as possibilidades e tentativas do aluno em
explicitar, à sua maneira, de que forma compreende os conteúdos abordados.
Um dos aspectos que precisa ser garantido é a não exclusão, isto é, a
avaliação deve estar a serviço da aprendizagem de todos os alunos.
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Em síntese, os critérios de avaliação deverão ser claros o suficiente para que
o aluno saiba o que, como e quando será avaliado reconhecendo o desenvolvimento
individual, valorizando o aluno e contribuindo com a sua auto-estima.
Enfim, a avaliação deve ser de utilidade, tanto para o aluno como para o
professor, para que ambos possam dimensionar os avanços e as dificuldades dentro
do processo de ensino e aprendizagem e torná-lo cada vez mais produtivo.
13.2.4.1.9. Referências bibliográficas
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo. Cortez. 1992
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Diretrizes Curriculares da
Educação Básica do Estado do Paraná : Educação Física. Versão Preliminar.
2008.
13.2.5. Filosofia
13.2.5.1. Fundamentos teóricos
Desde os anos de 1980 debate-se a inclusão de Filosofia como disciplina do
Ensino Médio. Em 20 de Dezembro de 1996 foi aprovada a Lei Nº 9394, em seu
artigo primeiro estabelece que “A educação abrange os processos formativos que se
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana (...)”, portanto, no artigo 36 da
Lei 9394/96 coloca como um dos objetivos do ensino de Filosofia “o aprimoramento
do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento
da autonomia intelectual e do pensamento crítico”. Porém, somente em 2006 o
Conselho Nacional de Educação aprovou a resolução, obrigando que esses
conhecimentos fossem disciplinarmente inseridos no currículo. Contudo, somente
com a Lei Nº 11.684 de Dois de Junho de 2008, que passa constar como
obrigatoriedade a disciplina de filosofia em todas as séries do ensino Médio.
Portanto, pensar um currículo com conteúdos de modo contextualizado exige um
grande esforço por parte do docente. Mas afinal, como ter um currículo em mente
que possa suprir as necessidades dos educandos? Na visão de Sacristán podemos
visualizar de modo mais simplificado de como deve ser um currículo
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[...] o currículo como conjunto de conhecimentos ou matérias a serem superadas pelo aluno dentro de um ciclo – nível educativo ou modalidade de ensino é a acepção mais clássica e desenvolvida; o currículo como programa de atividades planejadas, devidamente sequencializadas, ordenadas metodologicamente tal como se mostram num manual ou num guia do professor; o currículo, também foi entendido, às vezes, como resultados pretendidos de aprendizagem; o currículo como concretização do plano reprodutor para a escola de determinada sociedade, contendo conhecimentos, valores e atitudes; o currículo como experiência recriada nos alunos por meio da qual podem desenvolver-se; o currículo como tarefa e habilidade a serem dominadas como é o caso da formação profissional; o currículo como programa que proporciona conteúdos e valores para que os alunos melhorem a sociedade em relação à reconstrução social da mesma (SACRISTAN, 2000, p. 14).
Trata-se, portanto, de saber elaborar de forma concisa o currículo que
propicie aos educandos uma melhor compreensão da disciplina de filosofia.
A História da Filosofia divide os conteúdos nos períodos históricos e, em
geral, por filósofo. Assim, tem-se os quatro grandes períodos, que podem ainda ser
subdivididos em outros. Nesse sentido, a história da Filosofia medieval pode ser
apresentada em dois períodos: Patrística e Escolástica; a Filosofia Moderna, exposta
de forma geral e o Iluminismo, de modo particular, como um fenômeno da Filosofia a
moderna. Em geral, quaisquer que sejam as divisões estudam-se as obras de alguns
filósofos que o professor escolheu para ensinar.
Os conteúdos da Filosofia abordam o ensino com fundamento nas grandes
áreas da Filosofia: Ética, Estética, Filosofia da Ciência, Filosofia política, Lógica,
Metafísica, Teoria do Conhecimento e outras. Nesse caso, uma vez tomado um eixo,
por exemplo, a Metafísica, ela é subdividida nos períodos da História da Filosofia:
Metafísica em Platão e Aristóteles; Metafísica Medieval; Metafísica de Descartes e
Leibniz.
A Temática orienta o curso de Filosofia por temas: verdade, conhecimento,
silogismo, bem, ser, essência, aparência etc. Facilmente se percebe que ela também
lança mão da história para apresentar as diferentes teorias dos filósofos
relativamente aos mesmos temas: a verdade em Tomás de Aquino; a verdade em
Heidegger.
A filosofia por si só, sem uma fundamentação teórica não possibilita uma
aprendizagem adequada ao cotidiano dos alunos. Cada ação no dia a dia, na
maioria das vezes, só adquire significado depois de certo tempo. Isso por vezes
ocorre quando o agir passa a ser orientado. Portanto, o educando é um ser que está
em constante reconstrução, seja como pessoa, ou como membro de um grupo
social.
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A obrigatoriedade da filosofia no ensino médio não se trata de uma formação
meramente intelectual, mas que é parte de uma proposta de ensino que pretende
desenvolver a capacidade para responder às questões advindas das mais variadas
situações vivenciadas em nosso contexto contemporâneo.
O ser humano, como ser racional, questiona-se sobre tudo o que o rodeia.
Para isso é preciso conceber um ensino ativo, em que o educando não é
condenado apenas a assimilar conteúdos, mas a fazer, ele mesmo, a experiência do
pensamento. Faz-se necessário que o “dar-se conta disso” possibilite um olhar de
revisão dos modelos socioculturais que estão representados na sociedade.
13.2.5.2. Objetivo geral
Em primeiro lugar, não se trata simplesmente de transmitir informações, como
se fosse tarefa mecânica ensinar problemas, teorias e argumentos; em segundo
lugar, como se fosse tarefa menor o aluno compreender esses problemas, tais
teorias e os argumentos que os filósofos registraram, em suas obras. A educação
no espaço escolar deve proporcionar aos educandos contínua transformação
possibilitando a reconstrução social. Como afirmava Aristóteles, no início de sua
Metafísica, “o homem tem, por natureza, o desejo de conhecer”. Contudo, o
conhecimento, ao longo da história da humanidade, passou e continua passando por
diversas concepções e formulações. Por isso, o conhecer como atividade humana,
segundo a visão de Aristóteles, se caracteriza em fazer conjecturas e buscar suas
refutações.
Tal conjectura fica a cargo da filosofia, o de buscar explicação aos problemas
que nos cercam. Portanto, o objetivo geral da disciplina de filosofia é fornecer
fundamentação teórica analítica básica que instrumentalize o educando a
compreender a sociedade, bem como fomentar o pensamento crítico e a formação
da cidadania, assim sendo, é tarefa da filosofia permitir ao educando um novo olhar
sobre circunstâncias já existentes.
Por fim, além de demonstrar que o ensino de Filosofia significa ensinar os
conceitos dos filósofos e ensinar a filosofar. Segundo as DCE de Filosofia do
Paraná, “A criação de conceitos só é possível na Filosofia quando os problemas
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103
para os quais eles são as respostas são considerados ruins ou mal elaborados. (...)
Essa ideia de criação de conceitos como resultado da atividade filosófica no Ensino
Médio não deve ser confundida com a perspectiva acadêmica de alta
especialização, ou seja, o que se pretende é o trabalho com o conceito na dimensão
pedagógica (DCE de Filosofia,2008, pg. 52)”.
Portanto, cabe à disciplina de filosofia despertar nos educandos a
curiosidade, a sede de conhecimento indicando um caminho seguro para as
preocupações humanas. Segundo Edgar Morin (2000, pg. 16) em “Os Sete Saberes
Necessários à Educação do Futuro”
“(...) O conhecimento deve aparecer como necessidade primeira, que
serviria de preparação para enfrentar os riscos permanentes de erro e de
ilusão, que não cessam de parasitar a mente humana (...)”. Portanto,
segundo a visão do autor citado acima “A educação deve contribuir não
somente para a tomada de consciência de nossa Terra-Pátria, mas
também permitir que esta consciência se traduza em vontade de realizar a
cidadania terrena”.
A filosofia como disciplina obrigatória no ensino médio tem uma tarefa árdua,
a de possibilitar um conhecimento consciencioso onde os educandos possam
melhorar sua posição na sociedade. Elencada nas Diretrizes Curriculares da
Educação de Filosofia na qual propõem que “Um projeto educativo, nessa direção,
precisa atender igualmente aos sujeitos, seja qual sua condição social e econômica,
seu pertencimento étnico e cultural e às possíveis necessidades especiais para a
aprendizagem. Essas características devem ser tomadas como potencialidades para
promover a aprendizagem dos conhecimentos que cabe à escola ensinar, para
todos”. (DCE, 2008, pg, 15)
Os conteúdos devem ser tratados de modo contextualizado e religados aos
conhecimentos desses educandos. Relacionado aos conteúdos, faz-se necessário
religar conhecimentos que está previsto em lei, tais como: Lei Nº 9.795, de 27 de
Abril de 1999, Da Educação Ambiental, Lei Nº 13381, de 18 de Dezembro de 2001,
Da História do Paraná, Lei Nº 10.639, de 09 de Janeiro de 2003, História e Cultura
Afro-Brasileira e Lei Nº 11.645, de 10 de Março de 2008, História e Cultura Afro-
Brasileira e Indígena.
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Ao trabalhar as questões ambientais na disciplina de filosofia, o educador
pode buscar nos primeiros filósofos, os chamados filósofos da natureza, expondo
como esses filósofos observavam as mudanças na natureza. Com isso, o professor
abre um leque de possibilidades para os alunos refletir as grandes transformações
que ocorrem na natureza.
Na construção de uma educação democrática, os planos precisam ser
elaborados pelo conjunto da sociedade. A escola, como uma das mais importantes
instituições sociais, precisa incorporar, em sua estrutura e em sua prática
pedagógica, a educação para a participação cidadã. A discussão em torno da
promoção da igualdade racial vem ganhando espaço no contexto social brasileiro.
Assim sendo, a disciplina de filosofia não fica alheia às questões de cunho
racial, muito pelo contrário, ela só vem a contribuir com a discussão apontando para
uma compreensão crítica as contradições sociais.
Uma outra questão que a filosofia tem como desafio, é discutir a História do
Paraná, sem que, com isso fuja aos temas filosóficos, mas adapte em seus
conteúdos específicos a formação política do Estado do Paraná.
Pensando nisso, as Diretrizes curriculares de Filosofia procurou desenvolver
um currículo que abordasse essa temática, destacando em seu texto a seguinte
estrutura, “Desta perspectiva, estabelecer relações interdisciplinares não é uma
tarefa que se reduz a uma readequação metodológica curricular, como foi entendido,
no passado, pela pedagogia dos projetos. A interdisciplinaridade é uma questão
epistemológica e está na abordagem teórica e conceitual dada ao conteúdo em
estudo, concretizando-se na articulação das disciplinas cujos conceitos, teorias e
práticas enriquecem a compreensão desse conteúdo (DCE,2008, Pg. 27).”
E com esse pensamento pode-se concluir que discutir tais questões segundo
as Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Filosofia “propõe-se que tais
conhecimentos contribuam para a crítica às contradições sociais, políticas e
econômicas presentes nas estruturas sociais contemporâneas propiciando a
compreensão da produção cientifica, filosófica e artística, nos contextos em que se
constituem (DCE,2008, Pg14).”
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13.2.5.3. Metodologia
Já no âmbito metodológico, é de suma importância que as aulas de filosofia
propiciem aos educandos a prática da leitura e da análise de textos filosóficos.
Assim sendo, o papel fundamental do educador é, então, o de ajudar o educando a
caminhar nesse sentido, despertando sua cooperação para que ele consiga por si
próprio despertar sua inteligência e sua consciência.
A disciplina de filosofia, com atividades diferenciadas visa o desenvolvimento
das habilidades através da construção do saber dos educandos. Estudar os
fundamentos teóricos, filosóficos e conceituais, bem como sua aplicabilidade como
recurso analítico ao contexto nacional e internacional para a compreensão dos
fenômenos sociais, políticos e culturais no mundo do trabalho.
Ao contemplar a educação do CEEBJA, considera-se uma diversidade sócio-
cultural, que se dá a partir dos sujeitos, ou seja, requer conhecer a sua história,
cultura e costumes, entendendo-o como um sujeito histórico com diferentes
experiências de vida e que em algum momento afastou-se da escola devido a
fatores sociais, econômicos, políticos e/ou culturais.
A metodologia aplicada se dará respeitando cada área especifica da filosofia.
O curso está proposto em bloco com atividades diferenciadas que visam o
desenvolvimento das habilidades através da construção do saber. Apresentação do
conteúdo programático “Organização Filosófica: Ser – O homem, Saber – O mundo
e Fazer a Sociedade”. Estudar os fundamentos teóricos, filosóficos e conceituais,
bem como sua aplicabilidade como recurso analítico ao contexto nacional e
internacional para a compreensão dos fenômenos sociais, políticos e culturais no
mundo do trabalho.
Religar o universo do educando aos temas propostos, traçando um paralelo
entre teoria e sua realidade circundante. O material didático e complementar
escolhidos visam o desenvolvimento do pensamento crítico do aluno. Aula
expositiva-dialogada e esquema no quadro. Será utilizado proposições de
problemáticas, contextualização, investigação e análises realizadas a partir dos
seguintes recursos: leitura e análises de texto, áudio-visuais propiciarão maior
dinâmica e aporte às explanações sistemático-expositivas; promover debate entre os
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educandos. Refletir acerca da história do pensamento crítico humano desde sua
origem até o império científico atual.
Desenvolver o pensamento científico do educando através de explicitação
metodológica base própria da ciência moderna. Portando, por meio da reflexão
filosófica, o educando possa crescer cada vez mais, na consciência de si mesmo e
do mundo em que vive.
Os conteúdos devem ser tratados de modo contextualizado, religando com os
conhecimentos desses educandos, contribuindo para a crítica às contradições
sociais, políticas e econômicas, presentes nas estruturas da sociedade
contemporânea e propiciem compreender a produção cientifica, a reflexão filosófica,
a criação artística, nos contextos em que se constituem.
13.2.5.4. Avaliação
Segundo Luckesi, “a avaliação da aprendizagem na escola configura-se como
um ato de investigar a qualidade do desempenho dos educandos, tendo por base
dados relevantes, decorrentes de sua aprendizagem e, se necessário, numa
intervenção, a fim de corrigir os rumos da ação (Luckesi, 2011, pg. 265)”.
Conforme a LDB n. 9394/96, no seu artigo 24, avaliação deve ser concebida
na sua função diagnóstica e processual, isto é, tem a função de subsidiar e mesmo
redirecionar o curso da ação no processo ensino-aprendizagem. (...) A avaliação de
filosofia se inicia com a mobilização para o conhecimento, por meio da analise
comparativa do que o educando pensava antes e do que pensa após o estudo (DCE
de Filosofia, 2008. Pg.62). No que se segue, é preciso, por parte do docente,
conhecer seus educandos, a fim de definir como atuar com eles para auxiliá-los em
seu processo de aprendizagem; e dê subsidio para que se possa fazer uma
avaliação conscienciosa. Nas Diretrizes Curriculares de Filosofia deixa explícito que
para uma boa avaliação “o professor deve ter profundo respeito pelas posições do
estudante, mesmo que não concorde com elas, pois o que está em questão é a
capacidade de argumentar e de identificar os limites dessas posições”. (DCE de
Filosofia, 2008, pg. 62). Nesta perspectiva Luckesi afirma que “Não há como
trabalhar com conceito e com a prática da avaliação de acompanhamento da
aprendizagem – que é dinâmica – no seio de uma pedagogia que compreende o
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educando como um ser dado pronto. Se o ser humano é “dado pronto”, não faz
sentido investir na sua autoconstrução (Luckesi, 2011. pg. 21)”.
A avaliação será contínua através de atividades escritas e orais: descritiva,
participação e contribuições, interpretação de textos e trabalho em grupo. Portanto,
a avaliação desta proposta será considerada como momento de investigação acerca
do conteúdo desenvolvido pelo educando, adotando-se a observação livre ao
considerar o envolvimento dos participantes no decorrer das aulas, respeitando os
limites linguísticos do educando em sua própria capacidade hermenêutico-
semântica. “Com isso, torna-se possível entender a avaliação como um processo de
construção do saber”. (DCE de Filosofia, 2008, pg. 62).
13.2.5.4. Conteúdos curriculares
Os Conteúdos Estruturantes e o material didático complementar visam o
desenvolvimento do pensamento crítico do educando. Assim sendo, o CEEBJA,
constitui numa estrutura flexível, capaz de contemplar inovações que tenham
conteúdos significativos. (Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos,
2003, pg. 29). Segundo Philippe Perrenoud (2000, pg, 65),”conhecer os conteúdos a
serem ensinados é a menor das coisas, quando se pretende instruir alguém. Porém,
a verdadeira competência pedagógica não está aí; ela consiste, de um lado, em
relacionar os conteúdos a objetivos e, de outro, a situações de aprendizagem (…) A
escola não constrói a partir do zero, nem o aprendiz não é uma tábula rasa, uma
mente vazia; ele sabe, ao contrário, muitas coisas”.
Conteúdos estruturantes são conhecimentos basilares de uma disciplina, que
se constituíram historicamente, em contextos e sociedades diferentes, mas, que
neste momento ganham sentido político, social e educacional e tendo em vista o
educando do CEEBJA (Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos),
propõem a organização do ensino de filosofia embasado nas Diretrizes Curriculares
por meio dos seguintes conteúdos estruturantes e específicos:
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Conteúdos
Estruturantes
Conteúdos básicos Conteúdos específicos
MITO E FILOSOFIA Saber mítico e o saber
filosófico; mito ontem e
hoje; mito e filosofia e o
que é filosofia. Os
filósofos da natureza
Mitologia Grega;
passagem do mito ao
pensamento crítico.
Educação ambiental na
perspectiva da filosofia (
Lei Nº 9.795, de 27 de Abril
de 1999).
TEORIA DO
CONHECIMENTO
Formas de conhecimento
e possibilidade do
conhecimento; a questão
do método e o
conhecimento lógico.
O que é conhecimento e
o conhecimento apriori e
a posteriori; Descartes e
a questão do método;
sujeito e objeto como
elemento do
conhecimento
ÉTICA Ética e moral; ética e a
violência; as questões da
liberdade; razão desejo e
vontade e os valores
éticos.
O que é moral; virtude
versus vícios; a ética na
política; liberdade com
responsabilidade
FILOSOFIA POLÍTICA Comunidade e a relação
do poder; liberdade e
igualdade e as
ideologias políticas;
História política do
Paraná (Lei Nº 13381, de
18 de Dezembro de 2001)
esfera pública e privada.
Nascimento da política e
a pólis grega;
democracia e o sujeito
político; liberdade
política; política e poder.
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Cidadania.
FILOSOFIA DA
CIÊNCIA
Concepção de ciência; o
método cientifico;
contribuições e limites da
ciência e a ética.
A transitoriedade das
teorias cientificas.
Dogmatismo, ceticismo;
ESTÉTICA Natureza da arte;
filosofia da arte; estética
e sociedade e a questão
do belo. A beleza do
ponto de vista étnico
racial(Lei Nº 11.645, de 10
de Março de 2008)
Conceito de belo; arte e
sociedade e o
conhecimento através
dos sentidos; a arte
como expressão meta-
linguistica. A beleza dos
povos negro e indígena.
Áreas fundamentais a cerca da história do pensamento filosófico-científico e
da relação interpessoal humana.
Tais conteúdos estruturantes propiciam estimular o trabalho da mediação
intelectual, o pensar, a busca da profundidade dos conceitos e das suas relações
históricas, em oposição ao caráter imediatista que assedia e permeia a experiência
do conhecimento e as ações dela resultantes. Dada a sua formação, sua
especialização, suas leituras, o trabalho com os conteúdos estruturantes não exclui,
de forma alguma, Conceito e significado de filosofia: origem; períodos; métodos, etc.
O conhecimento humano e suas formas de manifestação: senso comum, mítico,
filosófico, artístico, religioso e cientifico. Contudo, “para que cada aluno progrida
rumo aos domínios visados, convém colocá-lo, com bastante frequência, em uma
situação de aprendizagem ótima para ele (Perrenoud. 2000. pg. 65).”
A filosofia e o homem como ser histórico: cultura, trabalho e sociedade, ética
e ciência; valores e sociedade; tecnologia e o homem; globalização e a era da
informação (mídia); conhecimento crítico e a alienação e ideologia; problemas da
sociedade moderna: racismo, pluralidade cultural, violência urbana, drogas, doenças
sexualmente transmissíveis, preconceitos, cidadania e qualidade de vida.
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Notadamente, a Filosofia é o espaço da crítica a todo conhecimento
dogmático, e, por ter como fundamento o exame da própria razão, não se furta à
discussão nem à superação das filosofias de cunho eurocêntrico.
Os conteúdos estruturantes não devem ser entendidos isoladamente, de
modo estanque, sem comunicação. Eles são dimensões da realidade que dialogam
entre si, com as ciências, com a arte, história, cultura e com as demais disciplinas.
Para Sócrates, filósofo grego, “só o conhecimento (ou seja, o saber, e não simples
informações isoladas) conduz à prática da virtude em si mesma, que tem caráter uno
e indivisível”. “Portanto, esses educandos possuem uma bagagem de
conhecimentos adquiridos em outras instâncias sociais, visto que, a escola não é o
único espaço de produção e socialização dos saberes”. (Diretrizes Curriculares,
2008).
13.2.5.5. Referências bibliográficas
LUCKESI, Cipriano Carlos, Avaliação da aprendizagem componente do ato
pedagógico, 1º ed. - São Paulo: Cortez, 2011.
MORIN, Edgar, A religação dos saberes, tradução e notas, Flávia Nascimento. - 3º
ed. - Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Antologia de textos filosóficos –
Curitiba: SEED Pr.,2009.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Diretrizes Curriculares da
Educação Básica do Estado do Paraná : Arte. Versão Preliminar. 2008.
PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar , tradução Patricia
Chittoni. - Porto Alegre: Artmed, 2000.
SACRISTÁN, J. G., apud Diretrizes Curriculares de Filosofia . A Educação
Obrigatória: seu sentido educativo e social. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.
13.2.6. Física
A Física é uma ciência cuja importância está no esclarecimento do universo
para o desenvolvimento das forças produtivas da sociedade. Esta ciência consiste
em descobrir as leis gerais da natureza e, com base nessas leis, esclarecer
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processos concretos de aplicação no desenvolvimento de novas tecnologias. Neste
aspecto, a Física contribui para a formação de uma cultura científica do educando.
13.2.6.1. Fundamentos teóricos
O processo ensino-aprendizagem em Física tem sido objeto de pesquisas por
aqueles que se interessam ou se identificam com esse objeto. Parece haver um
certo consenso que "... a preocupação central tem estado na identificação do
estudante com o objeto de estudo. Em outras palavras, a questão emergente na
investigação dos pesquisadores está relacionada à busca por um real significado
para o estudo dessa Ciência na educação básica - ensino médio" (ROSA & ROSA,
2005, p.2).
Os livros didáticos, de uma maneira geral, apresentam um discurso que
mostra uma preocupação com a Física como uma ciência que permite compreender
uma imensidade de fenômenos físicos naturais, que seriam indispensáveis para a
formação profissional ou como subsídio para a preparação para o vestibular e a
compreensão e interpretação do mundo pelos sujeitos-educandos. No entanto, neles
a ênfase recai nos aspectos quantitativos em detrimento dos qualitativos e
conceituais, privilegiando a resolução de “Problemas de Física” que, quase sempre,
se traduzem em exercícios matemáticos com respostas prontas. Esse discurso tem
norteado o trabalho de muitos professores e, mais que isso, as estruturas
curriculares por eles organizadas.
Não é leviano afirmar que as estruturas curriculares se valem dos livros
didáticos para se organizarem. A opção de tal e tal livro didático
determinará, a princípio, a constituição das disciplinas que assumem seu
espaço curricular, demarcado pelo tempo (número de aulas) e
profundidade. Mesmo que o discurso didático do professor seja amplo,
abrangente e propicie contextualizações, em geral, ele fará uso de
exercícios e problemas do livro didático e sua avaliação terá como base a
literatura disciplinar do livro adotado. É importante lembrar que os livros
didáticos dirigidos ao Ensino Médio refletem o mesmo enfoque disciplinar
presente no meio universitário, levando os professores a consolidarem, na
sua prática pedagógica, o estilo reprodutivista e disciplinar adquirido em
sua formação. (...) Os currículos de Física nos cursos de graduação
também colaboram para a manutenção do conhecimento físico ensinado
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nos moldes ditados internamente pelas disciplinas. (...) Certamente este
indicador pode ser estendido, sem muitas ressalvas, à maioria dos cursos
de formação de professores de Física e para a maioria das licenciaturas
em ciências. O peso de uma tradição disciplinar, historicamente
constituída, se impõe fortemente aos currículos dos cursos universitários,
entre outros motivos, pela sua proximidade (mesmo que virtual) com as
comunidades de produtores de conhecimento. (PIETROCOLA; ALVES;
PINHEIRO, s/d, p. 6-7)
Nessa perspectiva, "... via de regra, os conteúdos acabam por ser
desenvolvidos como se estabelecessem relações com eles mesmos, sendo
desconsideradas as diversas relações com outros tópicos da própria Física e de
outros campos de conhecimento" (GARCIA; ROCHA; COSTA, 2001, p. 138).
Essa concepção faz com que o ensino de física se transforme num ensino
livresco, descontextualizado em sua história, não permitindo a compreensão de que
a ciência é uma construção humana, com todas as implicações que isso possa ter,
inclusive os erros e acertos decorrentes das atividades humanas, levando o
estudante
... a ter uma idéia distorcida do que é a Física e quase sempre ao
desinteresse pela matéria. Os estudantes devem ser levados a perceber
que os modelos dos quais os pesquisadores lançam mão para descrever a
natureza são aproximações válidas em determinados contextos, mas que
não constituem uma verdade absoluta. Muitas vezes idéias como as de
partícula, gás ideal, queda livre, potencial elétrico e muitas outras são
apresentadas sem nenhuma referência à realidade que representam,
levando o estudante a julgá-los sem utilidade prática. Outras vezes
modelos como o de um raio luminoso, de átomo, de campo, de onda
eletromagnética, etc., são apresentados como se fossem entes reais.
(ALVARES, 1991, p. 42).
Assim, a Física deixa de ser mais um instrumento para a compreensão do
mundo, não permitindo ao aluno o acesso à compreensão conceitual e ao
formalismo próprio deste campo de conhecimentos, essencial para o
desenvolvimento de uma cultura em ciência, tendo em vista que "... um número
elevado dos estudantes brasileiros, ou, não tem acesso aos estudos superiores, ou,
segue cursos para os quais a Física não tem caráter propedêutico" (ALVARES,
1991, p. 25). Além disso, apesar do incentivo que deve ser dado à carreira
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universitária, esta deveria ser mais uma possibilidade e não o objetivo principal do
ensino desta disciplina no nível médio.
Também parece haver um consenso entre os professores em torno da idéia
de que a Física é uma ciência experimental. No entanto, apesar de enfatizarem esse
caráter experimental da matéria e a importância dessa consideração no sentido de
contribuir para uma melhor compreensão dos fenômenos físicos, é comum
... adotarem textos que, além de não apresentarem uma só sugestão de
experimento a ser realizado pelo professor ou pelos seus alunos, tratam os
assuntos sem nenhuma preocupação com seu desenvolvimento
experimental. Ou, outros, que se dizem preocupados com um curso voltado
para a compreensão dos conceitos, escolherem textos que tratam
matematicamente os tópicos abordados, sem trabalharem aspectos
cognitivos da aprendizagem. (Ibidem, 1991, p. 25)
Assim,
... como um empreendimento humano, a ciência é falível, ela pode
degenerar ou pode responder as supremas aspirações dos homens. Como
parte da sociedade, a Ciência também está aberta a influências externas,
como qualquer atividade social, pode ser bem ou mal usada. (KNELLER,
1980, prefácio da obra)
Deriva-se daí que a Ciência não é neutra visto que o cientista faz parte de um
contexto social, econômico e cultural, influenciando e sendo influenciado por esse
contexto, fato que não pode ser ocultado de nossos estudantes. Isso significa
mostrar que a ciência não está pronta nem acabada e não é absoluta, mas, revelar
aos nossos estudantes “... como é penoso, lento, sinuoso e, por vezes, violento, o
processo de evolução das idéias científicas (PONCZEK, 2002, p. 22)”.
Se o conhecimento físico é ou foi produzido pelos sujeitos sociais que vivem
ou que viveram num determinado contexto histórico, então, ele faz parte da cultura
social humana e, portanto, é um direito dos estudantes conhecê-lo.
Além disso, se queremos contribuir para a formação de sujeitos que sejam
capazes de refletir e influenciar de forma consciente nas tomadas de decisões, não
podemos deixá-los alheios às questões relativas à Ciência e à tecnologia. Por isto é
importante buscarmos o entendimento das possíveis relações entre o
desenvolvimento da Ciência e da tecnologia e as diversas transformações culturais,
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sociais e econômicas na humanidade decorrentes deste desenvolvimento que, em
muitos aspectos, depende de uma percepção histórica de como estas relações
foram sendo estabelecidas ao longo do tempo.
Mas, considerando que também as tecnologias são historicamente
construídas e entendendo que
... tecnologia refere-se à forma específica da relação entre o ser humano e
a matéria, no processo de trabalho, que envolve o uso de meios de
produção para agir sobre a matéria, com base em energia, conhecimento e
informação. (...) refere-se a arranjos materiais e sociais que envolvem
processos físicos e organizacionais, referidos ao conhecimento científico
aplicável. No entanto, a tecnologia não é propriedade neutra ligada à
eficiência produtivista, e não determina a sociedade, da mesma forma que
esta não escreve o curso da transformação tecnológica. Ao contrário, as
tecnologias são produtos da ação humana, historicamente construídos,
expressando relações sociais das quais dependem, mas que também são
influenciados por eles. Os produtos e processos tecnológicos são
considerados artefatos sociais e culturais, que carregam consigo relações
de poder, intenções e interesses diversos. (OLIVEIRA,2001, p. 101-102)
Incontestavelmente a evolução tecnológica cresce a cada dia, influenciando a
vida das pessoas de forma direta ou indireta, independente da idade, escolaridade
ou condição socioeconômica. Não se pode ignorar a necessidade de apropriação do
conhecimento estabelecido pelas tecnologias digitais, bem como as novas formas de
interação, proporcionadas pela utilização destas.
Para Adriana Capellão, o professor é um mediador do conhecimento, e deve
educar em ambiente motivador, o qual exige a criação de situações de
aprendizagem diversificadas, situações de simulação, o desenvolvimento de
projetos, com acesso a diferentes tipos de tecnologias.
É indiscutível que o uso das tecnologias no âmbito educacional altera a forma
com que os sujeitos envolvidos no processo se relacionam. As transformações no
processo ensino/aprendizagem, em função do uso de tecnologias refletem no
relacionamento entre os alunos e entre estes e os professores.
O professor para poder utilizar as ferramentas tecnológicas que estão a sua
disposição de forma correta em sua prática, precisa dedicar-se ao domínio destas.
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Deve-se estar atento para as mudanças, e principalmente, não se pode correr
o risco do distanciamento da realidade.
O uso das tecnologias em sala de aula permite mais agilidade na elaboração
de atividades e conseqüentemente ampliam-se as opções para o professor, que
além de diversificar as atividades trabalhadas, pode apresentar determinado
conteúdo através de diferentes formas, atingindo eficazmente o maior número de
alunos.
Considerando ainda que, como nos ensina Paulo Freire, ensinar exige
respeito aos saberes dos educandos, o processo de ensino-aprendizagem em Física
deve partir do conhecimento prévio dos alunos respeitando seu contexto social e
suas concepções espontâneas a respeito de ciência.
Em primeiro lugar, de acordo com MOREIRA (s/d, p.2), devemos abandonar o
papel de ser apenas transmissores de conhecimentos e passarmos a ver, de fato, os
sujeitos como elaboradores do saber físico, mas que precisam do professor como
mediador. O autor parte do pressuposto que o objetivo do ensino é compartilhar,
professor e aluno, significados e promover a aprendizagem significativa. Mas, isso
acontecerá somente quando o educando internalizar esses significados de maneira
não arbitrária e não literal, quando as novas informações adquirirem significado por
interação com o conhecimento prévio do aluno e, simultaneamente, derem
significados adicionais, diferenciarem, integrarem, modificarem e enriquecerem o
conhecimento já existente.
Em segundo, é preciso considerar que os sujeitos constroem suas idéias, sua
visão do mundo tendo em vista os objetos a que têm acesso nas suas experiências
diárias e nas suas relações afetivas. Segundo Novak, citado por MOREIRA (1999),
os seres humanos fazem três coisas: pensam, sentem e atuam (fazem). Ou seja, ao
se pensar uma metodologia de ensino para a Física é preciso ter em vista o que os
estudantes já conhecem. Esta idéia remete aos estudos das concepções
espontâneas ou idéias alternativas dos sujeitos:
(...) Os estudos realizados sob essa perspectiva revelaram que as idéias
alternativas de crianças e adolescentes são pessoais, fortemente
influenciadas pelo contexto do problema e bastante estáveis e resistentes à
mudança, de modo que é possível encontrá-las mesmo entre estudantes
universitários (...). Realizadas em diferentes partes do mundo, as
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pesquisas mostraram o mesmo padrão de idéias em relação a cada
conceito investigado. (MORTINER, 1996, p.2)
Na perspectiva crítica, para a aprendizagem significativa é imprescindível que
os significados sejam captados criticamente, e, não simplesmente acolhidos, no
contexto.
Para que isto ocorra efetivamente, consideramos imprescindível que o
professor, não só perceba o seu aluno como sujeito ativo do processo educacional,
mas também esteja consciente de que: "ele próprio está contido como participante
do mesmo contexto social e cultural em que se dá o ensino, submerso nos mesmos
valores, linguagens, conceitos de seu aluno." (MASINI, 2008. p.66)
O educando será apresentado a princípios, concepções, linguagem, entre
outros elementos utilizados pela Física, em que o discurso do professor deve
permitir que ele perceba as diferenças entre a sua forma e a forma utilizada pela
ciência para explicar um determinado fenômeno. Esse processo contribuirá para que
o educando reformule as suas idéias tendo em vista a concepção científica. Assim,
espera-se que esteja reelaborando seus conceitos, mas não necessariamente, que
abandone suas idéias espontâneas. Poderá estar negociando ou adequando sua
interpretação e linguagem ao contexto de utilização. Ou seja, seus conceitos serão
mais elaborados ou menos elaborados, ou mais próximos do científico quanto maior
for a necessidade ou interesse deste sujeito em utilizar esses conhecimentos no
contexto da comunidade científica.
Entendemos, então, que a Física deve educar para cidadania, contribuindo
para o desenvolvimento de um sujeito crítico, "... capaz de compreender o papel da
ciência no desenvolvimento da tecnologia. (...) capaz de compreender a cultura
científica e tecnológica de seu tempo" (CHAVES & SHELLARD, 2005, p. 233).
Cabe colocar aqui que a cidadania da qual estamos falando não é a cidadania
para o consumo, não é a cidadania construída através de intervenções externas,
doações da burguesia e do Estado moderno, mas, a cidadania que se constrói no
interior da prática social e política de classes. Estamos entendendo que a
... nossa maneira de estar no mundo e com o mundo, como seres
históricos, é a capacidade de, intervindo no mundo, conhecer o mundo.
Mas, histórico como nós, o nosso conhecimento do mundo tem
historicidade. (...) Daí que seja tão fundamental conhecer o conhecimento
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existente quanto saber que estamos abertos e aptos à produção do
conhecimento ainda não existente. (FREIRE, 1996, p.31)
Por isso entendemos que a contribuição da Física no Ensino Médio é a
contribuição para a formação dos sujeitos através das
... lutas pela escola e pelo saber, tão legítimos e urgentes (...). Por este
caminho nos aproximamos de uma possível redefinição da relação entre
cidadania e educação (...) a luta pela cidadania, pelo legítimo, pelos
direitos, é o espaço pedagógico onde se dá o verdadeiro processo de
formação e constituição do cidadão. A educação não é uma precondição
da democracia e da participação, mas é parte, fruto e expressão do
processo de sua constituição. (ARROYO, 1995, p.79)
Para trabalhar com o aluno da EJA, é necessário que o professor consiga,
além de aproveitar os saberes trazidos pelos alunos, articular os conteúdos de tal
forma que possa relacionar com situações reais do dia a dia, e, ao mesmo tempo
consiga abranger um número significativo de conteúdos, já que precisa "ganhar
tempo" em virtude da carga horária.
O aluno adulto participa com muito interesse quando o assunto tem relevância
no seu cotidiano. Geralmente detém saberes adquiridos por sua interação na
sociedade, como parte integrante e transformadora do meio em que vive, ou seja,
pela sua vivência. São jovens, adultos e idosos, que retornam à escola para concluir
a Educação Básica, depois de sentirem a necessidade de educação formal.
Cumprem a carga horária presencial de 128 horas aula, divididas em quatro
registros de 32 horas aula cada um. Optam por estudar na Organização Coletiva ou
Individual, de acordo com suas possibilidades.
O aluno adulto que, por inúmeros motivos não freqüentou a escola na época
correta, com toda certeza já se sentiu excluído muitas vezes. Quando decide voltar a
estudar enfrenta muitas dificuldades de adaptação. Compete aos professores
acolher esse aluno e fazer com que o mesmo sinta satisfação em participar das
aulas que devem ser voltadas para que o aluno e assimile e consiga transferir aquilo
que aprende.
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13.2.6.2. Objetivo geral
Permitir ao educando a interpretação de fatos, fenômenos e processos
naturais, redimensionando sua relação com a natureza em transformação, e através
dessa relação compreender melhor o mundo. Sendo assim, o saber físico entendido
como construção do conhecimento ligado ao contexto social, oportuniza a condição
para a consciência social e ética do educando.
13.2.6.3. Metodologia
Procuramos diversificar a metodologia do ensino de Física, no sentido de que,
ao abordar os conteúdos, estes deverão ser prioritariamente relacionados com a
realidade, possibilitando ao aluno a análise e conseqüente compreensão dos
resultados obtidos de forma qualitativa e quantitativa, quando for o caso. O
aprendizado de física deve estimular os alunos a pesquisar e acompanhar as
notícias científicas, orientando-os para a identificação sobre o assunto que está
sendo tratado e promovendo meios para a interpretação de seus significados. O
trabalho do professor deve ser de interação com o aluno, no sentido de que estes
sejam participativos e críticos.
Aulas expositivas: dialogadas, escritas e visualizadas, elaboradas a partir de
livros didáticos, e material pesquisado junto aos sites indicados pela equipe
pedagógica do Núcleo Regional da Educação e no Portal Educacional do Estado do
Paraná, Laboratório de Ciências, Física e Química, TV Multimídia/ Pen-drive,
Revistas, Jornais e Outros.
Laboratório: Os alunos realizam coletivamente a construção de experimentos
e os utilizam na demonstração da experiência proposta.
Os alunos visualizam através dos modelos previamente preparados, e, dos
instrumentos de medidas utilizados, as relações entre o conteúdo apresentado de
forma teórica com suas aplicações no dia a dia. A análise dos resultados qualitativos
e quantitativos dar-se-á através de relatórios, sistematizando desta forma a
aprendizagem.
Laboratório de Informática: Utilizaremos o laboratório de informática para
pesquisas de temas atuais, assistir vídeos disponíveis na rede, e, de importância
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para a compreensão de alguns conteúdos, realização de atividades e simulações,
bem como para a elaboração de apresentações de trabalhos.
Trabalhos em Equipe: Na realização de atividades coletivas a participação do
aluno é efetiva, no sentido de que existe a flexibilidade para que pesquisem,
discutam e questionem as informações obtidas. O trabalho de pesquisa elaborado
em equipes será orientado e corrigido previamente, possibilitando a apresentação
dos mesmos, e a disponibilização de atividades para a turma. Ao final de cada
apresentação haverá a discussão e complementação do conteúdo.
As atividades deverão ser prioritariamente realizadas e corrigidas em sala de
aula.
13.2.6.4. Avaliação
O objetivo principal de avaliar é fornecer informações sobre o processo de
ensino-aprendizagem. A avaliação deve ser tratada como estratégia de ensino,
permitindo ao professor não só a promoção do aluno, mas também para avaliar e
nortear o seu trabalho. Ou seja, a avaliação deve subsidiar o trabalho pedagógico,
reestruturando o processo sempre que necessário.
Para avaliar os alunos, levaremos em consideração principalmente a
participação nos debates realizados em sala de aula, o interesse pelas pesquisas e
leituras sugeridas, o respeito aos prazos estabelecidos, a responsabilidade individual
e coletiva para a realização das apresentações solicitadas, além da coerência e
objetividade nas mesmas, a resolução de exercícios contextualizados, sejam estes
realizados individual ou coletivamente. Além da participação do aluno, serão
realizadas avaliações escritas, individuais e coletivas, com e sem consulta.
O aluno deve compreender os conceitos e suas aplicações em situações reais
e ser capaz de demonstrar ter se apropriado dos conteúdos estudados. A
recuperação de conteúdos ocorrerá imediatamente após a realização de avaliação,
na qual seja detectada a deficiência na aquisição do conteúdo.
Seria contraditório, inovar em estratégias, utilizar recursos tecnológicos, levar
em consideração o tempo pedagógico, os saberes adquiridos socialmente pelo
aluno, e, o respeito à sua autonomia, se continuássemos avaliando-o de forma
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tradicional. Precisamos estar à frente das necessidades dos nossos alunos, para
que estes participem de forma consciente e crítica do processo ensino-
aprendizagem, bem sabemos que: "a avaliação tem que ser o indicativo para o
repensar das práticas, respeitando o educando como sujeito da relação."
Considerando que, "as metodologias são um meio e não um fim", e, para que
alcancemos êxito, ou mesmo, para que possamos fazer os ajustes necessários, é
indispensável que estejamos atentos às nossas práticas metodológicas que devem
ser flexíveis e adaptáveis.
13.2.6.5. Conteúdos
Considerando-se a amplitude dos conhecimentos físicos, é necessário pensar
a importância e essencialidade dos conteúdos, visando contemplar aprendizagens
significativas aos educandos da EJA.
Para isso, é indispensável que a organização dos conteúdos na proposta
curricular esteja vinculada ao espaço e ao tempo de estudo dos educandos e a
experiência cotidiana destes, procurando apresentar esses conteúdos como
instrumentos de melhor compreensão e atuação na realidade. Para a maioria dos
educandos da EJA, como também
... para uma grande parte da população, os conhecimentos de Física do
Ensino Médio têm grande possibilidade de serem os únicos dessa
disciplina aos quais os alunos terão acesso pela via escolar. Percebemos,
então, a pertinência e necessidade de reorganização dos componentes
curriculares de física - entendida aqui a idéia de currículo como sendo algo
muito mais amplo do que mera listagem de conteúdos de tal forma que
possam dar conta, tanto das demandas de continuidade dos estudos e das
de natureza profissional como, e principalmente, daquelas exigidas pela
vida no seu dia-a-dia. (GARCIA; ROCHA; COSTA, 2000, p. 139-140)
Ao pensar os conteúdos a serem trabalhados, o educador deve priorizar os
essenciais, ou seja, àqueles que possam ter significado real à vida dos educandos.
Os conteúdos devem possibilitar a percepção das diversas abrangências sobre um
determinado fenômeno, portanto, o ensino não pode se restringir apenas ao livro
didático ou ao material de apoio. “A seleção de conteúdos é tarefa do professor; ele
pode produzir uma unidade de ensino que não existe no livro ou deixar de abordar
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um de seus capítulos, pode realizar retificações ou propor uma abordagem diferente”
(BIZZO, 2000, p.66).
Considerando-se ainda as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação
de Jovens e Adultos e as especificidades desta modalidade de ensino,
principalmente no que tange ao tempo de ensino do educador e o tempo da
aprendizagem dos educandos, a proposta de conteúdos básicos da disciplina de
Física, segue o disposto a seguir.
13.2.6.5.1. Movimento
- Introdução a Física e a sua importância no cotidiano do aluno;
- A importância da compreensão da Física;
- Grandezas Escalares e Vetoriais;
- Referencial, Posição, Trajetória, Deslocamento, Tempo;
-Velocidade Média;
- Movimento Retilíneo e Uniforme (MRU);
- Aceleração;
- Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV);
- Leis de Newton;
- Trabalho;
- Potência;
- Conservação da Energia;
- Quantidade de Movimento;
- Gravitação;
- Mecânica dos Fluídos.
13.2.6.5.2. Termodinâmica
- Calor e Temperatura;
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- Escalas Termométricas;
- Energia Interna do Gás;
- Leis da Termodinâmica;
- Dilatação dos Sólidos e dos Líquidos;
- Calor Específico;
- Capacidade Térmica;
- Maquinas Térmicas;
- Oscilações, Ondas, Acústica;
- Óptica Geométrica.
13.2.6.5.3. Eletromagnetismo
- Eletrostática;
- Corrente Elétrica;
- Resistores;
- Capacitores;
- Lei de Ohm;
- Geradores e Receptores;
- Magnetismo;
- Indução da Corrente Elétrica;
- Campo Magnético criado por uma Corrente Elétrica;
- Introdução a Física Moderna.
13.2.6.5.4. Conteúdos obrigatórios
13.2.6.5.4.1. Lei nº 9.795 de 27 de abril de 1999 – Educação ambiental
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Na Física, as questões ambientais podem ser trabalhadas em muitos dos
conteúdos curriculares, tais como: energia, calor, temperatura, máquinas térmicas,
magnetismo e outros.
Como exemplo, podemos citar na questão do estudo da energia, a relação
com as fontes renováveis de energia que devem ser discutidas, além de aspectos
relativos a impactos ambientais.
Cabe ao professor da EJA, ao incluir as questões ambientais conseguir que o
aluno perceba-se como sujeito ativo do processo educacional e, tenha consciência
de que suas ações individuais fazem a diferença na comunidade, e, portanto
todos tem a responsabilidade sobre o meio ambiente.
13.2.6.5.4.2. Lei nº 13.381 de 18 de dezembro de 20 01 – História do Paraná
Com relação a essa Lei podemos inserir a bibliografia de Cesare Mansueto
Giulio Lattes, conhecido como Cesar Lattes, físico reconhecido mundialmente e
natural do Paraná, ao trabalhar o conteúdo de Introdução a Física Moderna.
Afim de, estabelecer relações de conteúdos de física com situações do dia a
dia, podemos ainda, abordar na história recente do Paraná, as questões ligadas às
tecnologias envolvidas no maior ônibus biarticulado em circulação no mundo, que
entrou em funcionamento no ano de 2011 em Curitiba, mais especificamente no
Bairro Boqueirão onde está localizado o CEEBJA Professora Maria Deon de Lira.
Além das inovações tecnológicas presentes no veículo automotor citado,
podemos observar também muitas inovações na área de fiscalização de trânsito,
como por exemplo, os radares que estão presentes na maioria das cidades
brasileiras.
13.2.6.5.4.3. Lei nº 11.645 de 10 de março de 2008 - História e cultura afro
brasileira e indígena
Para inserir a referida lei nos conteúdos curriculares, existem muitas
possibilidades. Podemos promover discussões sobre a questão da valorização da
cultura científica africana e indígena, enfatizando a participação de afro-
descendentes e indígenas como cientistas.
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No conteúdo de óptica geométrica, podemos trabalhar a questão da pesca
indígena. Desde pequenos os índios aprendem que ao pescar devem direcionar o
arpão de forma a fazer um desvio na trajetória, para desta forma acertar o peixe,
relativo ao conteúdo específico da refração.
Outro conteúdo que pode ser trabalhado, diz respeito aos instrumentos
musicais inseridos em nossa cultura pelos afro-descendentes. Neste quesito, os
conteúdos curriculares correspondentes são: oscilações, ondas e acústica.
13.2.6.6. Referências bibliográficas
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13.2.7. Geografia
Estabelecer relações com a Natureza fez parte das estratégias de
sobrevivência dos grupos humanos desde suas primeiras formas de organização.
Na Antiguidade Oriental, a atividade comercial levou à intensa navegação
pelos mares Mediterrâneo e Vermelho, à expansão do mundo conhecido e, com
isso, a maior produção de conhecimento geográfico (ANDRADE, 1987).
Na Antiguidade Clássica, muito se avançou na elaboração dos saberes
geográficos, onde se desenvolveu estudos descritivos de áreas conquistadas.
Na Idade Média, a forma do planeta voltou a ser discutida a partir do século
XII quando os mercadores precisavam representar o espaço com detalhes para
registrar as rotas marítimas.
Na Idade Moderna, a partir do século XVI os viajantes colonialistas passaram
a descrever elementos do espaço como: rios, lagos e montanhas.
No século XVII, começaram pelo “olhar objetivador da ciência”. Nessa época
o reconhecimento do método indutivo como método científico deu mais legitimidade
a pesquisa geográfica. (ARAÚJO, 2003 p.24).
No século XIX alguns países europeus, em função dos interesses do
capitalismo emergente criam sociedades geográficas que organizam expedições
científicas para a Africa, América do Sul e Ásia, a fim de conhecer as condições
naturais desses continentes.
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Ainda no século XIX, Ratzel (fundador da Geografia sistematizada) e a escola
alemã, influenciava o que ele denominava “conquistas cultas” de um povo, ou seja,
as condições naturais do meio em que vivia determinado povo, estabeleciam uma
relação direta com seu nível de vida. Assim ele cria o conceito de espaço vital.
Em busca de estatuto científico, a Geografia Clássica criou princípios, regras
de procedimento que balizavam o método. Entre os mais expressivos, estão: o
princípio da unidade terrestre que pressupõe a Terra como um todo, compreendida
tão somente numa visão de conjunto; o princípio da individualidade, o qual afirma
que as características próprias de cada lugar se reproduzem em outro lugar; o
princípio da atividade que afirma que tudo na natureza é dinâmico e está em
constante atividade; o princípio da conexão que pressupõe a inter-relação entre
todos os elementos da superfície terrestre; o princípio da comparação que
condiciona a compreensão dos lugares à contraposição das características
individuais de cada um deles; o princípio da extensão, o qual determina que todo
fenômeno manifesta- se numa porção variável do planeta; e o princípio da
localização, pelo qual todo fenômeno é passível de ser delimitado (MORAES, 1987,
p. 25-26).
A institucionalização da Geografia no Brasil consolidou-se apenas a partir da
década de 1930, quando as pesquisas desenvolvidas buscavam compreender e
descrever o território brasileiro com o objetivo de servir aos interesses políticos do
Estado. O foco do ensino de Geografia estava na descrição do espaço, na formação
e fortalecimento do nacionalismo.
Esse modo de ensinar ficou conhecido como Geografia Tradicional e,
permaneceu, como prevalente, durante grande parte do século XX, pelo menos até
o final da década de 1970 e início dos anos de 1980.
Outros enfoques desenvolveram-se, com destaque, no Brasil, para o que se
denominou como Geografia Teorética ou Quantitativa e Geografia da Percepção.
Do ponto de vista econômico e político, a internacionalização da economia,
trouxe para as discussões geográficas assuntos ligados a(s):
a) Degradação da natureza;
b) As desigualdades e injustiças decorrentes da produção do espaço geográfico;
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c) As questões culturais e demográficas mundiais afetadas pela internacionalização.
Nesse movimento, de renovação do pensamento geográfico, surge a
denominada geografia crítica.
No Brasil, o percurso das mudanças desencadeadas no pós-guerra foi
afetado pelas tensões políticas dos anos de 1960 que trouxeram modificações no
ensino de Geografia.
O golpe militar de 1964 provocou mudanças substanciais em todos os setores
sociais, inclusive no âmbito educacional. No 1º Grau, essa área envolveria os
conteúdos de Geografia e História. No 2ºGrau, foram criadas as disciplinas de OSPB
e Moral e Cívica, excluindo do currículo as disciplinas de Filosofia e Sociologia.
O ensino da área de estudo, transformada na disciplina de Estudos Sociais,
tornava essa disciplina meramente ilustrativa e superficial.
Nos anos de 1980, ocorreram movimentos visando ao desmembramento da
disciplina de Estudos Sociais e o retorno da Geografia e da História.
No Paraná o Parecer no. 332/84 do Conselho Estadual de Educação, permitiu
que as escolas pudessem optar por ensinar Estudos Sociais ou as disciplinas de
Geografia e História. O desmembramento em disciplinas autônomas só ocorreu após
a resolução no. 06 de 1986 do Conselho Federal de Educação (PENTEADO, 1994;
MARTINS, 2002).
Nessa contraposição teórica, o então emergente movimento da Geografia
Crítica no Brasil estabelecia embates com as demais correntes de pensamento,
quais sejam: a Geografia Clássica ou Tradicional e o método positivista; a Geografia
Teorética e o método neopositivista ou positivista lógico; a Geografia da Percepção e
a Geografia Humanística.
Alguns fatos históricos destacam-se como emblemáticos e precursores do
que se denominou Geografia Crítica no Brasil. O principal deles foi o Encontro
Nacional de Geógrafos Brasileiros, em 1978, promovido pela Associação dos
Geógrafos Brasileiros (AGB), em Fortaleza. Esse evento foi marcado pela volta do
professor Milton Santos ao Brasil, após os anos de exílio por causa da ditadura e
teve como principal tema de discussão a Geografia Crítica, baseada na publicação
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do livro de Yves Lacoste, “A Geografia: Isso serve, em primeiro lugar, para fazer a
guerra”.
Esse movimento era baseado na dialética marxista e os aspectos empíricos
deixaram de ser determinantes para a pesquisa geográfica.
O método usado no estudo da geografia crítica é o da dialética no qual
nenhum fenômeno pode ser entendido isoladamente.
Segundo Santos (1985) o espaço pode ser entendido como um produto social
em permanente transformação. Os objetos construídos sobre o espaço são datados
e vão incorporando novas tecnologias e novas formas de produzir.
No Paraná, as discussões sobre a emergente Geografia Crítica ocorreram no
final da década de 1980, em cursos de formação continuada e em discussões sobre
reformulação curricular, promovidos pela Secretaria de Estado da Educação, que
publicou, em 1990, o Currículo Básico para a Escola Pública do Paraná.
Na abordagem teórico crítica proposta para o Ensino da Geografia naqueles
documentos baseava-se na compreensão do espaço geográfico como social
produzido e reproduzido pela sociedade humana. Ocorre uma ruptura dessa
Geografia com a chamada Geografia Tradicional.
Encontros e conferências realizadas em âmbito mundial, desde o início dos
anos 90, priorizavam a Educação, inclusive a Educação Básica, como alvo das
reformas consideradas necessárias para a formação de um trabalhador adequado às
necessidades do capitalismo no atual período histórico.
Referente aos PCN de Geografia, as críticas recaíram sobre as linhas de
pensamento Tradicional e Crítica. Ambas foram acusadas de terem negligenciado a
dimensão sensível de perceber o mundo, e a Geografia Crítica de enfatizar a
economia e de fazer política militante (BRASIL, 2002, p. 22).
Tal documento desconsiderou o esforço de aprimoramento teórico-conceitual
que o movimento da Geografia Crítica fazia, ao tomá-la unicamente pela perspectiva
economicista. Por sua vez, os PCN não apresentaram uma alternativa teórica
consistente, ao contrário, assumiram um ecletismo ancorado numa concepção
filosófica, no mínimo, pouco clara e confusa.
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Entre as mudanças provocadas pelos PCN, destaca-se a inserção de temas
vinculados às discussões ambientais e multiculturais. Essa reorganização estrutural
da produção e do mercado envolveu e afetou os ambientes naturais, as culturas e as
relações socioespaciais em alguns”espaços da globalização”, situados em todos os
continentes.
No Paraná, essa concepção teórica, associada a uma política neoliberal, que
interpretou a autonomia da escola como não-responsabilidade do Estado, resultou
numa ampla variedade de disciplinas ofertadas na parte diversificada do currículo da
Educação Básica. Algumas se relacionavam com os saberes geográficos, mas sem
clareza do seu objeto de estudo, nem rigor teórico-conceitual. Como efeito daquela
política, o objeto da Geografia, seus conceitos e perspectivas analíticas foram
vulgarizados (OLIVEIRA, 1999).
13.2.7.1. Encaminhamento metodológico
A prática metodológica do ensino da geografia, tendo como objetivo a
memorização dos conteúdos tem se mostrado insuficiente para a construção do
conhecimento geográfico.
É preciso que o educando se perceba como agente transformador do espaço,
para tanto, é necessário valorizar os saberes que os educandos acumulam ao longo
de suas existências. Como diz CAVALCANTE , 1998 “ O processo de apropriação e
construção dos conceitos fundamentais do conhecimento geográfico se dá a partir
da intervenção intencional própria do ato docente, mediante um planejamento que
articule a abordagem dos conteúdos com a avaliação”.
No ensino de Geografia, tal abordagem deve considerar o conhecimento
espacial prévio dos alunos para relacioná-lo ao conhecimento científico no sentido
de superar o senso comum.
A metodologia deve tornar os conteúdos significativos, desenvolvendo assim,
um olhar geográfico do mundo vivido. Ao invés de simplesmente apresentar o
conteúdo que será trabalhado, recomenda-se que o professor crie uma situação
problema, instigante e provocativa. Essa problematização inicial tem por objetivo
mobilizar o aluno para o conhecimento. Por isso, deve se constituir de questões que
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estimulem o raciocínio, a reflexão e a crítica, de modo que se torne sujeito do seu
processo de aprendizagem (VASCONCELOS, 1993). A problematização surge como
metodologia para a abordagem dos conteúdos ou temas.
O encaminhamento metodológico de Geografia deve se pautar em três
grandes eixos: Espaço, Relações Sociais e Natureza.
A compreensão da totalidade do espaço geográfico deve ser trabalhado nas
suas inter-relações dos conteúdos expostos nos eixos. Serão abordados, com a
mesma ênfase, nas dimensões geográficas da realidade - econômica, política, sócio
ambiental e cultural-demográfica – aqui denominadas de conteúdos estruturantes.
Em algumas situações, a depender do destaque que o professor considerar
necessário, um dos conteúdos estruturantes poderá ser mais enfatizado, porém os
demais não deixarão de ser contemplados.
Cabe ao educador tomar como ponto de partida, para a construção do
conhecimento, as experiências concretas dos educandos em seu local de vivência.
Na perspectiva teórica destas Diretrizes, contextualizar o conteúdo é mais do
que relacioná-lo à realidade vivida do aluno, é, principalmente, situá-lo
historicamente e nas relações políticas, sociais, econômicas, culturais, em
manifestações espaciais concretas, nas diversas escalas geográficas.
Sempre que possível deve-se estabelecer relações interdisciplinares
dos conteúdos geográficos em estudo, porém, sem perder a especificidade da
Geografia. Nas relações interdisciplinares, as ferramentas teóricas próprias de cada
disciplina escolar devem fundamentar a abordagem do conteúdo em estudo, de
modo que o aluno perceba que o conhecimento sobre esse assunto ultrapassa os
campos de estudo das diversas disciplinas, mas que cada uma delas tem um foco
de análise próprio.
Dessa forma, o educador deve encaminhar suas ações possibilitando a
construção de conceitos e, ao mesmo tempo, acompanhando o desenvolvimento da
aprendizagem dos educandos, para que, de fato, possa se efetivar a construção de
sua autonomia e cidadania plena.
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13.2.7.2. Objetivo geral
Analisar e interpretar o espaço geográfico, partindo da compreensão de que o
espaço é entendido como produto da múltiplas, reais e complexas relações, pois
como mostra SANTOS (2001 p. 174) “vive-se em um mundo de indefinição entre o
real e o que imagina-se dele”. Onde a partir da experiencia vivenciada das diferentes
comunidades esta analisa, produz e reproduz este espaço. E, em conformidade com
RESENDE ( 1986, p.181) “é preciso reconhecer a existência de um fazer geográfico,
que é próprio do educando trabalhador, um saber que está diretamente ligado com
sua atitude intelectiva, respondendo sempre ao seu caráter social, objetivo, de um
todo integrado, num espaço real.
Compreender as contradições presentes no espaço é o objetivo do
conhecimento geográfico, ou seja, perceber além da paisagem visível.
Desse modo à Geografia escolar cabe fornecer subsídios que permitam aos
educandos compreenderem a realidade que os cercam em sua dimensão espacial,
em sua complexidade e em sua velocidade, onde o espaço seja entendido como o
produto das relações reais, que a sociedade estabelece entre si e com a natureza a
partir de sua visão critica desta realidade vivenciada por este.
13.2.7.3. Avaliação
Segundo a LDBEN, a avaliação do processo de ensino-aprendizagem deve
ser formativa, diagnóstica e processual. Assim o processo de avaliação deve
considerar, na mudança de pensamento e atitude do aluno, alguns elementos que
demonstram o êxito do processo de ensino/ aprendizagem, quais sejam: a
aprendizagem, a compreensão, o questionamento e a participação dos alunos. Ao
destacar tais elementos como parâmetros de qualidade do ensino e da
aprendizagem, rompe-se a concepção pedagógica da escola tradicional que
destacava tão somente a memorização, a obediência e a passividade (HOFFMANN,
1993).
A avaliação do ensino de Geografia baseado nos fundamentos teórico-
metodológico deverá contribuir para a formação de um aluno critico, o qual atuará no
meio natural e cultural, sendo capaz de aceitar, rejeitar ou transformar este meio.
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A avaliação utilizará em diferentes momentos as seguintes estratégias:
- Interpretação e produção de textos;
- Leitura de fotos, imagens, tabelas e mapas;
- Pesquisas;
-Apresentação de seminários;
- Avaliação escrita;
- Construção de painéis;
- Relatórios de visitas e filmes.
O resultado das avaliações do processo pedagógico deve acompanhar a
aprendizagem dos alunos e nortear o trabalho do educador e se necessário
redimensionar seu trabalho pedagógico.
13.2.7.4. Conteúdos curriculares
Entendem-se, por conteúdos estruturantes, os conhecimentos de grande
amplitude que identificam e organizam os campos de estudos de uma disciplina
escolar, considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e
ensino. São, neste caso, dimensões geográficas da realidade a partir das quais os
conteúdos específicos devem ser abordados.
Embora ultrapassem o campo da pesquisa geográfica e perpassem outras
áreas do conhecimento, tais conteúdos são constitutivos da disciplina de Geografia,
porque demarcam e articulam o que é próprio do conhecimento geográfico escolar.
Essa especificidade geográfica é alcançada quando os conteúdos são
especializados e tratados sob o quadro teórico conceitual de referência da disciplina.
Nestas Diretrizes Curriculares, os conteúdos estruturantes da Geografia são:
- Dimensão econômica do espaço geográfico:
Indústria;
Energia e recursos minerais;
Sistemas Agrícolas em países ricos e
pobres;
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Transportes e comunicações;
Países emergentes;
Comércio Internacional;
Trabalho no campo;
Problemas no espaço agrário;
Solos (lei 9795/99);
Transgênicos (lei 9795/99);
- Dimensão política do espaço geográfico:
Fronteiras
Regionalização brasileira
Poder político e o Estado
Nova Ordem Mundial
Conflitos
Países desenvolvidos e
subdesenvolvidos.
- Dimensão socioambiental do espaço geográfico:
Consequência da exploração dos
recursos naturais no espaço geográfico
(lei 9795/99);
O uso de novas tecnologias na
exploração dos recursos naturais;
Desenvolvimento Sustentável;
Qualidade de vida;
Degradação Ambiental (lei 9795/99);
Documentos Ecológicos;
Questão sócio ambiental Curitiba e
Paraná ( lei 13.381/2001).;
Conceito de paisagem natural;
Conceito de paisagem cultural
Camadas da Biosfera;
Ecossistema Brasileiro;
Fronteiras
- Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico:
Cidades e meio ambiente (lei 9795/99);
Urbanização em Curitiba e Paraná;
Movimentos populacionais;
Migrações Internacionais;
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Formação do povo brasileiro(lei
11.645/08);
População Brasileira ;
Desemprego e subemprego;
Questão populacional Curitiba
e Paraná ( lei 3.381/2001).
13.2.7.5. Referências bibliográficas
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Diretrizes Curriculares da
Educação Básica do Estado do Paraná : Geografia. Versão Preliminar. 2008.
13.2.8. História
13.2.8.1. Fundamentação teórica
Na Educação de Jovens e Adultos, procurou-se pensar numa História que
articule a inserção do adulto numa perspectiva de classe trabalhadora
estabelecendo relações sociais na construção do conhecimento.
À escola cabe a função de viabilizar, sistematizar e socializar o saber
elaborado, saber este acumulado historicamente e construído pelos homens
socialmente. Esse saber, deverá ampliar as possibilidades de mostrar a realidade
em que vivem os alunos, desenvolvendo o germe de mudança. Segundo Delors, a
educação necessária ao século 21, que podemos sintetizar em um dos seus
parágrafos:
para poder dar respostas ao conjunto de suas missões, a educação deve
organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao
longo de toda a vida, serão de algum modo para cada indivíduo os pilares
do conhecimento: aprender a conhecer, isto é adquirir os instrumentos da
compreensão: aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente;
aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em
todas as atividades humanas, finalmente aprender a ser, via essencial que
integra os três precedentes. Estas quatro vias do saber constituem apenas
uma, dado que existem entre elas múltiplos pontos de contato de
relacionamento e de permuta. (Delors)
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Na declaração de Hamburgo fala-se sobre os desafios da Educação de
adultos e a democracia
É indispensável apelar para a criatividade e as competências dos cidadãos
de todas as idades para enfrentar o desafio do século XXI, isto é, atenuar a
pobreza, consolidar os processos democráticos, fortalecer e proteger os
direitos humanos, promover uma cultura de paz, estimular uma cidadania
ativa, reforçar o papel da sociedade civil, garantir a equidade e a igualdade
entre os gêneros, promover o fortalecimento das mulheres, reconhecer a
diversidade cultural (especialmente na utilização das línguas e no
fortalecimento da justiça e da igualdade para as minorias e os povos
autóctones) e estabelecer uma nova parceria entre o Estado e a sociedade
civil. Para fortificar a democracia, é com efeito indispensável consolidar o
contexto educativo, reforçar a participação dos cidadãos, criar condições
propícias ao crescimento da produtividade e à implantação de uma cultura
de equidade e da paz. (CONFITEA – 1977).
Assim os conteúdos deverão estar organizados segundo uma lógica que
supõe, que a história é composta de fatos, identificados e isolados pelo historiador e
encadeados pela narrativa. Para Jacques Le Goff, na fase do ensino médio é “que a
história pode produzir todos os seus efeitos de fundamentar as ações humanas e de
tornar as pessoas conscientes da sua condição de seres sociais e agentes do
processo histórico”. Nessa perspectiva, história é a ciência que investiga, explica e
imprime suas marcas sobre o tempo e em todos os lugares, que mostra
características de acordo com a diversidade cultural desse mesmo tempo em
diferentes espaços. A História busca apreender os múltiplos aspectos da vida e
portanto, é o inventário que explica o nosso mundo.
(…) não é possível aos educadores pensar apenas os procedimentos
didáticos e os conteúdos a serem ensinados aos grupos populares. Os
próprios conteúdos a serem ensinados não podem ser totalmente
estranhos àquela cotidianidade. O que acontece, no meio popular, nas
periferias das cidades, nos campos, trabalhadores urbanos e rurais,
reunindo-se para rezar ou para discutir os seus direitos, nada pode escapar
à curiosidade arguta dos educadores envolvidos na prática da Educação
Popular. (FREIRE, in GADOTTI, ROMÃO, 2000, p. 1-2)
Na história encontramos os instrumentos para entender as realizações
humanas, não importando onde começa ou termina, a cronologia e o lugar, é
somente uma questão cultural. A cultura compreende “toda a forma de produção da
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vida material e imaterial que compõe um sistema de significações envolvido em
todas as formas de atividade social” (WILLIANS, 1992)
(…) desde a mais sublime música ou obra literária, até as formas de
destruir-se a si mesmo e as técnicas de tortura, a arte, a ciência, a
linguagem, os costumes, os hábitos de vida, os sistemas morais, as
instituições sociais, as crenças, as formas de trabalhar (SACRISTAN,
2001)
A cultura é um dos elementos essenciais para a compreensão da construção
das sociedades e da formação humana. Dessa maneira a cultura se traduz na
escola em atividade curricular.
A História é resultado da construção desenvolvida pela atividade coletiva e
produtiva que por excelência contribui na estruturação de uma civilização. Dessa
forma a história deve dar importância à própria experiência dos alunos
trabalhadores, relacionando-os com os meios produtivos da sociedade em que vive,
dando ênfase ao trabalho enquanto principio educativo.
Assim sendo, é necessária uma abordagem que problematize os conteúdos
de História e propicie aos educandos e educadores, condições de pensar,
argumentar e fundamentar suas opiniões através de conteúdos socialmente
significativos e relacionados ao contrato político e social, reconhecendo a pluralidade
étnica e cultural onde esses sujeitos estão inseridos.
13.2.8.2. Objetivo geral
Possibilitar ao educando se reconhecer como sujeito histórico, conhecendo e
respeitando as diferenças e o direito à acessibilidade, em diversos tempos e
espaços, em suas manifestações culturais, econômicas, políticas e sociais, bem
como semelhanças e diferenças, continuidades e descontinuidades, conflitos e
contradições sociais.
13.2.8.3. Encaminhamentos metodológicos e recursos didáticos
O encaminhamento metodológico da Disciplina, na modalidade individual, é
dividido em 4 módulos, para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. Estes
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módulos são subdivididos em duas partes correspondentes à metade da carga
horária a ser cumprida. Para o desenvolvimento, de cada etapa do módulo, há uma
atividade de leitura e compreensão do livro didático, através de questões
dissertativas, seguidas de atividades complementares como: interpretação de textos,
trabalhos com documentos e filmes relacionadas aos conteúdos de cada módulo. Ao
completar a carga horária necessária, o educando faz uma avaliação dos conteúdos
trabalhados. Atingindo a média exigida, passa para a etapa seguinte. O processo se
repete em todos os módulos.
Na modalidade coletiva, o educando mantém a mesma organização
curricular, porém tendo o apoio de aulas expositivas e com uso de tecnologias
multimídia, como:TV pendrive, aparelhos DVD e laboratório de informática, sob a
orientação do professor da turma.
13.2.8.4. Conteúdos curriculares: específicos e/ou obrigatórios
13.2.8.4.1. Ensino fundamental
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos
- Relações de poder
- Relações de trabalho
- Relações culturais.
- Introdução à História
- Pré-história
- Antigas Civilizações
- Feudalismo
- Absolutismo
-Mercantilismo
-Renascimento
- Reforma religiosa
- África
- América Pré-colombiana
- O Brasil no contexto mercantil europeu
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- Os indígenas paranaenses
- A ação espanhola e portuguesa na ocupação do
Paraná
- A escravidão africana no Paraná;
- O Iluminismo
- A Revolução Industrial
- Revolução Francesa
- Movimentos anticolonial na América portuguesa
- O movimento operário e as ideias socialistas e
anarquistas.
- O imperialismo na África e na Ásia.
-D. João VI no Brasil
- D. Pedro I e as regências.
- D. Pedro II e a crise do império.
- Brasil: a República das Oligarquias.
- A Primeira Guerra Mundial
- A Revolução Russa.
- O Período entre guerras.
- A Segunda Guerra Mundial
- O Governo de Getúlio Vargas
- A Guerra Fria
- Os governos populistas no Brasil (1945-1964)
- A descolonização da África e da Ásia
- Os governos militares.
- A crise no socialismo.
- O neoliberalismo e a globalização.
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- A Nova República: a redemocratização do Brasil.
13.2.8.4.2. Ensino médio
Conteúdos Estruturantes Conteúdo Básico
- Relações de poder
- Relações de trabalho
- Relações culturais
- Introdução à História
- Pré-História
- Antigas Civilizações
- Feudalismo
- Absolutismo
- Mercantilismo
- Renascimento
- Reforma Religiosa
- Grupos indígenas
- Colonização do Paraná
- Iluminismo
- Independência dos Estados Unidos
- Revolução Francesa
- Revolução Industrial
- Processo de Independência do Brasil
- Brasil Império
- Proclamação da República
- Colonização do Paraná
- Movimento operário europeu e brasileiro
- Imperialismo
- Primeira Guerra Mundial
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- Revolução Russa
- Brasil: República Velha
- Período entre guerras
- Brasil: Era Vargas
- Segunda Guerra Mundial
- Brasil: Populismo
- Guerra Fria
- Militares no poder
- Brasil: nova República
- Neoliberalismo e globalização
13.2.8.5. Avaliação
A avaliação tem de ser pensada como um diagnóstico contínuo e sistemático,
o qual procurará analisar a relevância do conhecimento a ser ensinado e a eficácia
do conhecimento apreendido. Nessa perspectiva, a avaliação nunca pode ter um fim
em si mesma, mas deve ser vista como meio que funcionará muito mais para
resolver sanar dificuldades de ensino e aprendizagem que para classificar o
educando, apontar seus erros ou reprová-lo.
Para o professor de história, os critérios de avaliação devem estar associados
às atividades que permitam ao aluno expressar e desenvolver ideias e conceitos
relativos ao conhecimento histórico. Atividades essas indiscutivelmente importantes,
tais como leitura, interpretação e análise de textos, mapas e documentos históricos
(fotografias, registros, pinturas, objetos, gravuras), como também pesquisa e
apresentação de trabalhos como discussão no pequeno ou grande grupo, produção
de narrativas históricas, entre outros.
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13.2.8.6. Referências bibliográficas
BERUTTI, FLÁVIO - MARQUES ADHEMAR. Ensinar e Aprender História . RHJ
editora, 2009.
BITTENCOURT, CIRCE MARIA FERNANDES. Ensino de História – fundamentos
e métodos , Cortez Editora, 2009.
Brasi. MEC – Parâmetros Curriculares Nacionais: História e Geografia. Brasília,
1997.
BURKE, PETER. Abertura: a nova história, seu passado e seu futuro . A escrita
da História: novas perspectivas . São Paulo: UNESP, 1992.
Confitea V. V Conferência Internacional sobre Educação de Adultos.
Declaração de Hamburgo Agenda para o futuro. Sesi Unesco, 1997.
DELORS, JACQUES. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para Unesco da
Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Diretrizes Curriculares da
Educação Básica do Estado do Paraná : História. Versão Preliminar. 2008.
PINSKY, BASSANEZI CARLA – Novos temas nas aulas de história , Editora
Contexto, 2010.
SACRISTAN, J. G., GOMES, A. I. PEREZ. Compreender e transformar o ensino.
Porto Alegre: Artmaed, 1998.
SACRISTAN, JOSÉ G. O currículo: uma reflexão sobre a prática . Porte Alegre:
Artmed, 2000.
SCHMIDT, MARIA AUXILIADORA, CAINELLI MARLENE. Ensinar História . Editora
Scipione, 2005.
WILLIANS, RAYMOND. Cultura . Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1992.
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13.2.9. Língua Estrangeira Moderna (LEM) – Inglês
13.2.9.1. Fundamentos teóricos
A Língua Estrangeira Moderna - LEM - é um espaço em que se pode ampliar
o contato com outras formas de perceber, conhecer e entender a realidade, tendo
em vista que a percepção do mundo está, também, intimamente ligada às línguas
que se conhece. Ela se apresenta também como um espaço de construções
discursivas contextualizadas que refletem a ideologia das comunidades que a
produzem. Desta maneira, o trabalho com LEM parte do entendimento do papel das
línguas nas sociedades como mais do que meros instrumentos de acesso à
informação: as LEMs são também possibilidades de conhecer, expressar e
transformar modos de entender o mundo e construir significados. (SEED, 2005)
É um instrumento de inclusão social a partir do momento em que oportuniza o
acesso a outras comunidades e conhecimentos, permitindo o alargamento de
horizontes e a expansão das capacidades interpretativas e cognitivas dos
educandos. Através da LEM se reconhece a diversidade cultural e torna-se possível
oportunizar o educando a vivenciar criticamente a cultura do outro ao mesmo tempo
em que valoriza a própria.
A LDB 9394/96, estabelece o caráter compulsório de uma língua estrangeira a
partir da 6º ano do Ensino Fundamental, facultando ao Ensino Médio a possibilidade
da inclusão de uma segunda língua estrangeira.
Segundo Gimenez (2005), a língua se constitui como um espaço de
comunicação intercultural, exercendo “o papel de mediadora das relações entre
pessoas de diferentes línguas maternas”, tendo em vista que existem,
aproximadamente mais de 300 milhões de falantes nativos e mais de 1 bilhão de
usuários no mundo todo, é importante que se aprenda o Inglês.
Partindo desse pressuposto, a LEM é um instrumento para que o educando
seja capaz de construir e não somente consumir o conhecimento oferecido por
outros, propiciando “reflexões sobre a relação entre língua e sociedade e,
consequentemente, sobre as motivações subjacentes às escolhas lingüísticas em
situações de comunicação (oral e escrita).” (PARANÁ, 2005). Ao serem expostos às
diversas manifestações da língua na sociedade, os educandos podem entender as
implicações político-ideológicas.
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13.2.9.2. Objetivo geral
Discurso como prática social.
13.2.9.3. Metodologia
O trabalho a ser desenvolvido com a língua segue uma abordagem onde a
língua é vista como instrumento de interação, investigação, interpretação, reflexão e
construção, norteada pelos três eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo. Nessa
concepção, levar-se-á em consideração a realidade do educando, valorizando sua
bagagem de conhecimentos e respeitando suas necessidades e características
individuais, na certeza de que o adulto aprende melhor e desenvolve maior
autonomia e responsabilidade quando se vê envolvido no processo ensino-
aprendizagem.
Há que se pensar que ao ensinar uma LEM deve-se buscar a autenticidade
da Língua, a articulação com as demais disciplinas e a relevância dos saberes
escolares frente à experiência social construída historicamente pelos educandos.
Para a definição das metodologias a serem utilizadas, é necessário levar em
conta que o educando é parte integrante do processo e deve ser considerado como
agente ativo da aprendizagem, visto que ele traz saberes e estes vão interagir com
os saberes que ele vai adquirir.
Na busca dessa interação, deve-se colocar em prática uma metodologia que
leve em consideração que as habilidades da LEM – leitura, escrita, compreensão
oral e auditiva – não são únicas, elas interagem de acordo com o contexto e
precisam ser vistas como plurais, complexas e dependentes de contextos
específicos.
Deve-se levar em conta, ainda, que a língua não pode ser entendida como
algo fechado ou abstrato, na forma de uma gramática, onde toda a transformação, o
aspecto vivo da LEM, sua capacidade de se transformar em contextos diferentes,
toda diversidade da LEM se perde.
Portanto, as metodologias a serem aplicadas devem levar em conta,
principalmente, o contexto em que estão sendo aplicadas, de acordo com as
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necessidades regionais, que levem o educando a criar significados, posto que estes
não vêm prontos na linguagem.
13.2.9.4. Avaliação
No processo educativo, a avaliação deve se fazer presente, tanto como meio
de diagnóstico do processo ensino-aprendizagem quanto como instrumento de
investigação da prática pedagógica. Assim a avaliação assume uma dimensão
formadora, uma vez que, o fim desse processo é a aprendizagem, ou a verificação
dela, mas também permitir que haja uma reflexão sobre a ação da prática
pedagógica.
Para cumprir essa função, a avaliação deve possibilitar o trabalho com o
novo, numa dimensão criadora e criativa que envolva o ensino e a aprendizagem.
Desta forma, estabelecer-se-á o verdadeiro sentido da avaliação: acompanhar o
desempenho no presente, orientar as possibilidades de desempenho futuro e mudar
as práticas insuficientes, apontando novos caminhos para superar problemas e fazer
emergir novas práticas educativas (LIMA, 2002).
No cotidiano escolar, a avaliação é parte do trabalho dos professores. Tem
por objetivo proporcionar-lhes subsídios para as decisões a serem tomadas a
respeito do processo educativo que envolve professor e aluno no acesso ao
conhecimento.
É importante ressaltar que a avaliação se concretiza de acordo com o que se
estabelece nos documentos escolares como o Projeto Político Pedagógico e, mais
especificamente, a Proposta Pedagógica Curricular e o Plano de Trabalho Docente,
documentos necessariamente fundamentados nas Diretrizes Curriculares.
Esse projeto e sua realização explicitam, assim, a concepção de escola e de
sociedade com que se trabalha e indicam que sujeitos se quer formar para a
sociedade que se quer construir.
Nas Diretrizes Curriculares para a Educação Básica, propõe-se formar
sujeitos que construam sentidos para o mundo, que compreendam criticamente o
contexto social e histórico de que são frutos e que, pelo acesso ao conhecimento,
sejam capazes de uma inserção cidadã e transformadora na sociedade.
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A avaliação, nessa perspectiva, visa contribuir para a compreensão das
dificuldades de aprendizagem dos alunos, com vistas às mudanças necessárias para
que essa aprendizagem se concretize e a escola se faça mais próxima da
comunidade, da sociedade como um todo, no atual contexto histórico e no espaço
onde os alunos estão inseridos.
Não há sentido em processos avaliativos que apenas constatam o que o
aluno aprendeu ou não aprendeu e o fazem refém dessas constatações, tomadas
como sentenças definitivas. Se a proposição curricular visa à formação de sujeitos
que se apropriam do conhecimento para compreender as relações humanas em
suas contradições e conflitos, então a ação pedagógica que se realiza em sala de
aula precisa contribuir para essa formação.
Para concretizar esse objetivo, a avaliação escolar deve constituir um projeto
de futuro social, pela intervenção da experiência do passado e compreensão do
presente, num esforço coletivo a serviço da ação pedagógica, em movimentos na
direção da aprendizagem do aluno, da qualificação do professor e da escola.
Nas salas de aula, o professor é quem compreende a avaliação e a executa
como um projeto intencional e planejado, que deve contemplar a expressão de
conhecimento do aluno como referência uma aprendizagem continuada.
No cotidiano das aulas, isso significa que:
- é importante a compreensão de que uma atividade de avaliação situa-se entre a
intenção e o resultado e que não se diferencia da atividade de ensino, porque ambas
têm o intuito de ensinar;
- no Plano de Trabalho Docente, ao definir os conteúdos específicos trabalhados
naquele período de tempo, já se definem os critérios, estratégias e instrumentos de
avaliação, para que professor e alunos conheçam os avanços e as dificuldades,
tendo em vista a reorganização do trabalho docente;
- os critérios de avaliação devem ser definidos pela intenção que orienta o ensino e
explicitar os propósitos e a dimensão do que se avalia. Assim, os critérios de
avaliação são um elemento de grande importância no processo avaliativo, pois
articulam todas as etapas da ação pedagógica;
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- os enunciados de atividades avaliativas devem ser claros e objetivos. Uma
resposta insatisfatória, em muitos casos, não revela, em princípio, que o estudante
não aprendeu o conteúdo, mas simplesmente que ele não entendeu o que lhe foi
perguntado. Nesta circunstância, o difícil não é desempenhar a tarefa solicitada, mas
sim compreender o que se pede;
- os instrumentos de avaliação devem ser pensados e definidos de acordo com as
possibilidades teórico-metodológicas que oferecem para avaliar os critérios
estabelecidos. Por exemplo, para avaliar a capacidade e a qualidade argumentativa,
a realização de um debate ou a produção de um texto serão mais adequados do que
uma prova objetiva;
- a utilização repetida e exclusiva de um mesmo tipo de instrumento de avaliação
reduz a possibilidade de observar os diversos processos cognitivos dos alunos, tais
como: memorização, observação, percepção, descrição, argumentação, análise
crítica, interpretação, criatividade, formulação de hipóteses, entre outros;
- uma atividade avaliativa representa, tão somente, um determinado momento e não
todo processo de ensino-aprendizagem;
- a recuperação de estudos deve acontecer a partir de uma lógica simples: os
conteúdos selecionados para o ensino são importantes para a formação do aluno,
então, é preciso investir em todas as estratégias e recursos possíveis para que ele
aprenda. A recuperação é justamente isso: o esforço de retomar, de voltar ao
conteúdo, de modificar os encaminhamentos metodológicos, para assegurar a
possibilidade de aprendizagem. Nesse sentido, a recuperação da nota é simples
decorrência da recuperação de conteúdo.
Assim, a avaliação do processo ensino-aprendizagem, entendida como
questão metodológica, de responsabilidade do professor, é determinada pela
perspectiva de investigar para intervir. A seleção de conteúdos, os
encaminhamentos metodológicos e a clareza dos critérios de avaliação elucidam a
intencionalidade do ensino, enquanto a diversidade de instrumentos e técnicas de
avaliação possibilita aos estudantes variadas oportunidades e maneiras de
expressar seu conhecimento. Ao professor, cabe acompanhar a aprendizagem dos
seus alunos e o desenvolvimento dos processos cognitivos.
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Por fim, destaca-se que a concepção de avaliação que permeia o currículo
não pode ser uma escolha solitária do professor. A discussão sobre a avaliação
deve envolver o coletivo da escola, para que todos (direção, equipe pedagógica,
alunos) assumam seus papéis e se concretize um trabalho pedagógico relevante
para a formação dos alunos.
13.2.9.5. Conteúdo
No caso do ensino da Língua Inglesa na EJA, dadas as suas características,
o trabalho parte da exploração de diversos gêneros textuais que propiciam a
exposição do educando à língua dentro de um contexto, possibilitando a análise e
estudo de sua estrutura, servindo também como ponte para criar a interação entre
as habilidades em cada contexto.
13.2.9.5.1. Ensino fundamental – Fase II
a) Textos (Escritos, orais, visuais, dentre outros):
- Identificação de diferentes gêneros textuais, tais como: informativos, narrações,
descrições, poesias, tiras, correspondência, receitas, bulas de remédios, folders,
outdoors, placas de sinalização, etc;
- Identificação da idéia principal de textos. (skimming);
- Identificação de informações específicas em textos. (scanning);
- Identificação de informações expressas em diferentes formas de linguagem (verbal
e não verbal);
- Inferência de significados a partir de um contexto;
- Trabalho com cognatos, falsos cognatos, afixos, grupos nominais, etc.
a.1) . Foco lingüístico
- Substantivos;
- Adjetivos;
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- Pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos e interrogativos;
- Verbo to be e there to be. (afirmativa, interrogativa e negativa);
- Tempos verbais: presente simples e contínuo, passado simples (regular e irregular
de verbos mais comuns) e futuro com will;
- Imperativo: afirmativa e negativa;
- Preposições (in, on, at, from, to…);
- Advérbios de tempo, lugar e freqüência.
a.2) Vocabulário básico
- saudações, apresentações, horas, família, partes do corpo, cores, dias da semana,
meses do ano, estações do ano, profissões, roupas, animais, locais públicos,
condições do tempo (rainy, sunny, windy, cloudy / cold, hot, cool, warm), partes da
casa, refeições, adjetivos, numerais (cardinal e ordinal).
13.2.9.5.2. Ensino médio
a) Textos (Escritos, orais, visuais, dentre outros):
- Identificação de diferentes gêneros textuais tais como: informativos, narrações,
descrições, poesias, tiras, correspondência, receitas, bulas de remédios, folders,
outdoors, placas de sinalização, etc;
- Identificação da idéia principal de textos. (skimming);
-Identificação de informações específicas em textos. (scanning);
- Identificação de informações expressas em diferentes formas de linguagem (verbal
e não verbal);
- Inferência de significados a partir de um contexto;
- Trabalho com cognatos, falsos cognatos, afixos, grupos nominais, etc;
- Inferência de significados das palavras a partir de um contexto. (cognatos, etc...).
a.1) Foco Linguístico
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- Tempos verbais: presente simples e contínuo, passado simples (regular e irregular)
e contínuo e futuro com will e going to, nas formas afirmativa, interrogativa e
negativa;
- Comparativo e superlativo. (graus dos adjetivos);
- Verbos Modais: Can, may, could, should, must;
- Substantivos contáveis e incontáveis;
- Some, any, no e derivados.
a.2) Vocabulário
- O vocabulário relacionado aos temas abordados nas unidades de estudo.
Os textos selecionados para as atividades enfocarão, principalmente,
assuntos relativos a História do Paraná (Lei nº13.381-01), a História e Cultura Afro-
Brasileira e Indígena (Lei nº 11.645/08) e Educação Ambiental (Lei nº 9795/99).
Também serão considerados outros temas de interesse de jovens e adultos.
13.2.9.6. Referências bibliográficas
GIMENEZ, Telma. Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental: Línguas
Estrangeiras Modernas – Questões para Debate. In: PARANÁ. Secretaria de Estado
da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de
Educação Básica do Estado do Paraná : Língua Estrangeira Moderna.
LIMA, E. S. Avaliação na Escola. São Paulo: Sobradinho 107, 2002.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Diretrizes Curriculares da
Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná :
Língua Estrangeira Moderna. Versão Preliminar. 2005.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Diretrizes Curriculares da
Educação Básica do Estado do Paraná : Língua Estrangeira Moderna. Versão
Preliminar. 2008.
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PENNYCOOK, Alastair. English and the discourses of Colonialism . London:
Routledge. 1999.
13.2.10. Língua portuguesa
13.2.10.1. Fundamentação teórica
A realidade brasileira em relação à Lingua Materna é desoladora. De acordo
com resultado do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), a
capacidade linguística de um estudante brasileiro corresponde à de um europeu com
quatro anos a menos de escolaridade. Corrobora essa informação o último resultado
da Prova Brasil segundo o qual um aluno pode concluir o Ensino Fundamental como
candidato a analfabeto funcional.
Além disso, o Indicador de Analfabetismo Funcional (INAF), em 2007 divulgou
que a grande maioria (68%) dos quase 31 milhões de brasileiros entre 15 e 64 anos
que estudaram até a quarta série atingia, no máximo, o grau rudimentar de
alfabetismo, o que significa dizer que possuíam a habilidade de localizar informações
explícitas em textos curtos, como um anúncio ou uma carta, mas não eram capazes
de compreender textos longos ou localizar informações que exigissem alguma
reflexão.
O INAF mostrou também que embora a escolarização da população brasileira
com idade entre 15 a 64 anos tenha aumentado, não garantiu melhoria em termos
de alfabetismo funcional.
Esses dados não são só desanimadores, são também alarmantes se se
considerar que a sociedade atual é baseada na informação. Neste sentido não
restam dúvidas de que quem tem acesso a ela e melhor a decodifica, detêm o poder.
De fato a separação entre leitores e não-leitores, esclarece Foucambert (1994,
p.138), “reproduz a divisão social entre poder e impotência, entre classes que
dominam e as que executam, entre os que aproveitam as riquezas e os dela
excluídos”.
Dividindo assim perversamente a sociedade em letrada a quem pertencem
todas as oportunidades e a iletrada, que necessita que alguém “esclareça” as
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“mensagens” mais corriqueiras como os avisos nos postos de atendimento público
ou na utilização de um cartão magnético no banco (YUNES, 2002, p.15)
Num balanço geral, reflete Lajolo (2006), na história curricular da disciplina de
Língua Portuguesa em território nacional, as críticas sempre foram superiores aos
aplausos, quer pela utilização de livros didáticos sem qualidade que subestimam os
alunos e alienam os professores, quer pelo uso de métodos quase sempre
importados e tomados fora do contexto em que foram formulados, os quais buscam
como num passe de mágica resolver os problemas com a leitura e a escrita.
Lajolo (2006) afirma também que os professores atuais são herdeiros de uma
“educação pobre e improvisada” a qual precisa ser levada em consideração para se
determinar o que se fará daqui para adiante.
Para ela não há métodos milagrosos para resolver o problema da leitura e da
escrita, mas sim um esforço por parte do professor no sentido de familiarizar-se com
noções amplas de linguagem, incluindo aspectos sociais, psicológicos, biológicos,
políticos e antropológicos. Aliados, é claro, a um conhecimento de obras de literatura
brasileira, portuguesa e africana. E afirma:
(...) o professor de Português deve estar familiarizado com a história do
ensino da Língua Portuguesa no Brasil, com a história da alfabetização, da
leitura e da literatura na escola brasileira. Pois só assim poderá perceber-
se num processo que não começa e nem se encerra nele, e poderá, no
mesmo gesto, tanto dar sentido aos esforços dos educadores que os
precederam, como ainda sinalizar o caminho para aqueles que os
sucederão (LAJOLO, 2006, p.21,).
A preocupação de Lajolo com novos caminhos para o ensino da língua
materna se deve ao fato de no ambiente escolar o conceito de conhecimento e de
aprendizagem ter se modificado muito, uma vez que o que se espera dos alunos e
dos professores é muito diferente do que há poucos anos atrás, graças às novas
tecnologias de comunicação e informação.
De fato, atualmente, o professor não é o único a transmitir conhecimentos e o
aluno não é mais o “receptáculo” a deixar-se rechear por eles, a grande questão que
se põe para a escola hoje, principalmente aos professores de Língua Portuguesa, é
ensinar não só como obter informações, mas também como avaliá-las e gerenciá-las
transformando-as em conhecimento sistematizado (ALARCÃO, 2008).
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Educar para compreender exige reforma das mentalidades e deve ser
primordial na educação do futuro, ou seja, em vez de uma “cabeça bem cheia” é
necessário que o educando tenha uma “cabeça bem feita” (MORIN, 2000, apud
ALARCÃO, 2008, p.14).
Quando se pensa em Educação de jovens, adultos e idosos há um olhar
preconceituoso e negativo por parte da sociedade, que relaciona essa modalidade a
um ensino aligeirado, apenas reparador e de segunda categoria, destinado às
camadas mais pobres da esfera social cuja função é apenas minimizar a
inferioridade cognitiva de trabalhadores que nunca se compararão à superioridade
cognitiva das pessoas que freqüentam o ensino regular e terminaram seus estudos
no tempo previsto.
Nesse sentido, acredita-se que o aprimoramento da competência linguística
do aluno socialmente desfavorecido acontecerá com maior propriedade se lhe for
dado conhecer, nas práticas de leitura, escrita e oralidade, o caráter dinâmico dos
gêneros discursivos. O trânsito pelas diferentes esferas de comunicação possibilitará
ao educando uma inserção social mais produtiva no sentido de poder formular seu
próprio discurso e interferir na sociedade em que está inserido. Bakhtin (1992, p.
285) afirma que “quanto melhor dominamos os gêneros tanto mais livremente os
empregamos, tanto mais plena e nitidamente descobrimos neles a nossa
individualidade (onde isso é possível e necessário) (...)”.
Bakhtin entende o ato da comunicação como um ato social, histórico e
socialmente construído, por sujeitos inseridos em um momento também histórico e
social, cuja compreensão ativa e responsiva só é possível quando “opõe ao outro
uma contrapalavra”. (BAKHTIN, 1997, p.137).
Segundo ele “O diálogo, no sentido estrito do termo, não constitui, é claro,
senão uma das formas é verdade que das mais importantes da interação verbal”
(BAKHTIN, 1997, p. 123). Entretanto, pode-se compreender a palavra “diálogo” em
um sentido mais amplo, isto é, não apenas como a comunicação em voz alta, de
pessoas colocadas face a face, mas como todo o ato de comunicação verbal, de
qualquer tipo que seja.
O autor esclarece que o verdadeiro significado da comunicação não está na
palavra nem na alma do falante, assim como também não está na alma do
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interlocutor, mas no “efeito da interação do locutor e do receptor produzido através
do material de um determinado complexo sonoro”. (BAKHTIN, 1997, p.137)
Deslocando o significado da comunicação externamente ao locutor e ao
interlocutor, Bakhtin coloca em cheque toda a forma de se pensar o ensino da língua
materna, uma vez que, para ele, os lingüistas da época tais como Vossler e
Saussere, não consideravam a presença do outro no diálogo, ou quando faziam
referência a um receptor, este era passivo, não tendo nenhuma, ou quase nenhuma,
função na comunicação.
Argumenta que os linguistas tradicionais tendem a fazer toda a análise da
comunicação a partir do locutor e o objeto de seu discurso, no que considera:
“Não se pode dizer que esses esquemas são errados e não correspondem
a certos aspectos reais, mas quando estes esquemas pretendem
representar o todo real da comunicação verbal se transforma em ficção
científica". (BAKHTIN, 1997, p. 290).
De acordo com esta perspectiva, estudar a língua materna aplicando uma
compreensão totalmente passiva que não comporta nem o esboço de uma resposta
como seria exigida em um ato autêntico da fala, é como estudar uma língua morta,
ou uma língua estrangeira.
Assim, argumenta ele, a Gramática da Academia subdivide o discurso em
orações que podem, por sua vez, ser subdivididas em unidades fônicas menores, as
sílabas e as sílabas em sons distintos ou fonemas, dão a língua uma forma
fragmentária, pois não possui o principal: a transmissão de uma idéia, ou um
pensamento que é a unidade real da comunicação.
A oração, muito utilizada para o ensino da língua pela pedagogia tradicional
foi alvo de reflexões do estudioso que observou:
A oração, assim como a palavra é uma unidade significante da língua; por
isso, considerada isoladamente. Não é possível adotar uma atitude
responsiva-ativa a não ser que se saiba o que o locutor, mediante essa
oração, disse tudo que queria dizer e que essa não é precedida e nem
seguida de outras orações provenientes do mesmo locutor (BAKHTIN,
1997, p. 306)
Para Bakhtin a unidade real da comunicação discursiva é o enunciado que
para ele é “um elo de uma cadeia muito complexa de outros enunciados” (BAKHTIN,
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1997, p. 311), toda enunciação completa é constituída de significação, de tema ou
sentido. Esses elementos se integram formando um todo, e sua compreensão só é
possível através da interação. Cada esfera de utilização da língua elabora seus tipos
relativamente estáveis de enunciado constituindo assim os gêneros do discurso.
Afirma que “se não existissem os gêneros do discurso e não os dominássemos, se
tivéssemos de criá-los pela primeira vez no processo da fala, se tivéssemos de
construir cada um dos nossos enunciados, a comunicação verbal seria quase
impossível” (BAKHTIN,1997 p. 302).
Nesta perspectiva Bakhtin, ao pensar o ensino da língua materna, não a
dissocia de interações reais do ato da fala, pois para ele a verdadeira essência do
sentido do discurso não está nas palavras que não são boas ou más, nem na sua
essência, nem nos interlocutores, mas na interação social que é estabelecida no ato
da fala:
La vida és dialógica por su naturaleza. Vivir significa participar en un
diálogo... El hombre participa en este diálogo todo y con toda su vida: con
ojos, labios, manos, alma, espírito, con todo el cuerpo, con sus actos.
(BAKHTIN, 1982, apud FARACO, 2007).
Dessa forma, ao embasar o ensino da língua na perspectiva bakhtiniana, os
professores envolvidos no processo de ensino-aprendizagem deixarão de pautar sua
prática em exercícios estruturais, técnicas de redação e treinamento para habilidade
de leitura que não preparam o aluno para as situações reais do ato da fala.
É na escola que um imenso contingente de alunos que frequentam as redes
públicas de ensino tem a oportunidade de acesso à norma culta da língua, ao
conhecimento social e historicamente construído e à instrumentalização que
favoreça sua inserção social e exercício da cidadania. Contudo, a escola não pode
trabalhar só com a norma culta, porque não seria democrática, seria a-histórica e
elitista.
O que precisa ficar claro é que não se propõe o abandono do conhecimento
gramatical e tampouco se impede que o professor apresente regras gramaticais para
os alunos, visto que toda língua é constituída de uma gramática e de um léxico
(ANTUNES, 2003). Vale considerar que, ao utilizar uma língua, usamos normas
fonológicas, morfológicas, sintáticas e semânticas. Contudo, é importante esclarecer
a diferença entre regras de gramática e o ensino de nomenclaturas e classificações.
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As regras, segundo Antunes (2003), servem para orientar o uso das unidades da
língua, são normas.
Já as nomenclaturas e classificações não são regras de uso da língua, mas
apenas questões “metalinguísticas” como reitera Antunes (2003, p. 87). Assim, é
necessário que ocorra um trabalho paralelo entre as atividades metalinguísticas e
epilinguísticas que segundo Geraldi (1997), são reflexões sobre o que forma os
próprios recursos expressivos como seu objeto.
O estudo dos conhecimentos linguísticos, sob esse enfoque, deve propiciar
ao aluno a reflexão sobre as normas de uso das unidades da língua, de como elas
são combinadas para produzirem determinados efeitos de sentido, profundamente
vinculados a contextos e adequados às finalidades pretendidas no ato da linguagem.
13.2.10.2. Objetivo geral
Empregar a língua oral e escrita em diferentes situações de uso, saber
adequá-la a cada contexto e interlocutor, reconhecer as intenções implícitas nos
discursos do cotidiano e propiciar a possibilidade de um posicionamento diante
deles.
13.2.10.3. Objetivos específicos
- Desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas por meio de práticas
sociais que considerem os interlocutores, seus objetivos, o assunto tratado, além do
contexto de produção;
- Analisar os textos produzidos, lidos e/ou ouvidos, possibilitando que o aluno
amplie seus conhecimentos linguístico-discursivos;
- Aprofundar, por meio da leitura de textos literários, a capacidade de pensamento
crítico e a sensibilidade estética, permitindo a expansão lúdica da oralidade, da
leitura e da escrita;
- Aprimorar os conhecimentos linguísticos, de maneira a propiciar acesso às
ferramentas de expressão e compreensão de processos discursivos, proporcionando
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ao aluno condições para adequar a linguagem aos diferentes contextos sociais,
apropriando-se, também, da norma padrão.
É importante ressaltar que tais objetivos e as práticas deles decorrentes
supõem um processo longitudinal de ensino e aprendizagem que se inicia na
alfabetização, consolida-se no decurso da vida acadêmica e não se esgota no
período escolar, mas se estende por toda a vida.
13.2.10.4. Conteúdo estruturante
Durante muito tempo, o ensino de Língua Portuguesa foi ministrado por meio
de conteúdos legitimados no âmbito de uma classe social dominante e pela tradição
acadêmica/escolar. Esses conteúdos, entretanto, não conseguiram universalizar o
domínio das práticas linguísticas, notadamente as referentes à norma padrão, que
constitui a norma legitimada e prestigiada no contexto da sociedade brasileira. Na
tentativa de mudar esse quadro, no Brasil, na década de 1980, algumas pesquisas
na área da linguística foram realizadas e apresentaram abordagens pedagógicas
pautando-se na concepção interacionista de linguagem para o ensino/aprendizagem
de Língua Materna.
Entende-se por Conteúdo Estruturante, em todas as disciplinas, o conjunto de
saberes e conhecimentos de grande dimensão, os quais identificam e organizam
uma disciplina escolar. A partir dele, advêm os conteúdos a serem trabalhados no
dia a dia da sala de aula.
A seleção do Conteúdo Estruturante está relacionada com o momento
histórico-social. Na disciplina de Língua Portuguesa, assume-se a concepção de
linguagem como prática que se efetiva nas diferentes instâncias sociais, sendo
assim, o Conteúdo Estruturante da disciplina que atende a essa perspectiva é o
discurso como prática social.
A seguir elenca-se os conteúdos destinados ao Ensino Fundamental e
Médio de Língua Portuguesa deste estabelecimento:
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FUNDAMENTAL
Registro Conteúdo
estruturante
Conteúdo básico Conteúdo específico
1ºRegistro
(42h/a)
2ºRegistro
(42h/a)
Discurso como
prática social
Discurso como
prática social
Leitura
Oralidade
Escrita
Leitura
Oralidade
Escrita
Interpretação e produção de crônica narrativa e letra de
música.
Ortografia - Uso de (ch,x)
(z,g), (g e j).
Acentuação - Novas regras
Pronomes pessoais e de tratamento.
Lei Federal 11.645 de 10/03/08 – Lei da Cultura Africana Afro Brasileira.
Tema gerador: Cidadania
Notícia e relato de experiência.
Figuras de linguagem
Preposição
Uso dos porquês
�Forma e grafia de palavras e expressões.
Lei Estadual 13.381 de 18/12/01 – História do Paraná.
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3ºRegistro
(84h/a)
4ºRegistro
Discurso como
prática social
Discurso como
prática social
Leitura
Oralidade
Escrita
Leitura
Tema gerador: Violência
Texto poético
Tipos de sujeito
Tipos de predicado
Complementos acessórios (adjunto adnominal, Adjunto adverbial, vocativo
e aposto)
Tema gerador: Espiritualidade
Anúncio publicitário e textos prescritivos.
Tempo e modo dos verbos
Concordância verbal
Formas nominais
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160
(84h/a)
5 ºRegistro
(42h/a)
6ºRegistro
(42h/a)
Discurso como
prática social
Discurso como
prática social
Oralidade
Escrita
Leitura
Oralidade
Escrita
Leitura
Oralidade
Escrita
Lei Federal 9.795 de 29/04/99 Lei da Educação ambiental.
Tema gerador: Meio ambiente
Cartum, Charge e tiras jornalísticas
Concordância nominal
Crase
Pluralidade Cultural
Tema gerador: Diversidade Cultural
Debate e artigo de opinião
Pontuação
Conjunção
Lei Federal 9.795 de 29/04/99 Lei da Educação ambiental.
Lei Estadual 13.381 de 18/12/01 – História do Paraná.
Lei Federal 11.645 de 10/03/08 – Lei da Cultura Africana Afro Brasileira.
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161
ENSINO MÉDIO
Tema gerador: Redes Sociais
Registro Conteúdo
estruturante
Conteúdo básico Conteúdo específico
1º Registro
Discurso como
pratica social
Leitura
Oralidade
Escrita
Literatura Brasileira
Linguagem Literária
As formas literárias
Gêneros Literários
Quinhentismo
Verso e Prosa
Figuras de Linguagem:
Comparação, Metáfora, Metonímia, Eufemismo,
Catacrese, Hipérbole, Antítese, Ironia, Zeugma
Elipse, Onomatopéia, Personificação, Prosopopéia e
Perífrase.
Lei da Cultura Africana e Afro-brasileira número 11.645 de
10/03/08.
Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa
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162
2º Registro
3º Registro
Discurso como
pratica social
Discurso como
pratica social
Leitura
Oralidade
Escrita
Literatura Brasileira
Leitura
Oralidade
Escrita
Literatura Brasileira
Barroco
Arcadismo
Elementos da narrativa:
Personagens,Foco Narrativo, Tempo, Ambiente, Conflito,
Clímax, Desfecho.
Estrutura da narrativa
Sujeito e predicado Predicação Verbal
Lei Federal nº 9.795 de 27/04/99
Romantismo/ Prosa
Romantismo/ Poesia
Texto descritivo
Termos integrantes da oração:
Sujeito, Verbo, Predicado.
Termos acessórios da oração:Complemento Nominal,
Adjunto Adnominal, Adjunto Adverbial.
Termos independentes da oração:
Aposto, Vocativo, Agente da Passiva
Realismo
Naturalismo
Parnasianismo
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163
4º Registro
5º Registro
6º Registro
Discurso como
pratica social
Discurso como
pratica social
Discurso como
pratica social
Leitura
Oralidade
Escrita
Literatura Brasileira
Leitura
Oralidade
Escrita
Literatura Brasileira
Leitura
Oralidade
Escrita
Literatura Brasileira
Simbolismo
Pré- Modernismo
Modernismo
Texto Publicitário
Flexão dos verbos irregulares
Modernismo Primeira fase
Modernismo Segunda Fase
Estrutura do texto dissertativo: Introdução,
Desenvolvimento, Conclusão.
Texto Argumentativo.
Regência Verbal
Regência Nominal
Lei Estadual 13.381 de 18/12/01 – História do
Paraná
Modernismo Terceira fase
Charges, Cartuns, Tiras, Quadrinhos
Concordância Verbal
Concordância Nominal
Contos e Crônicas
Diversidade Cultural
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164
13.2.10.5. Encaminhamentos metodológicos
No processo de ensino-aprendizagem, é importante ter claro que quanto
maior o contato com a linguagem, nas diferentes esferas sociais, mais possibilidades
se tem de entender o texto, seus sentidos, suas intenções e visões de mundo.
A ação pedagógica referente à linguagem, portanto, precisa pautar-se na
interlocução, em atividades planejadas que possibilitem ao aluno a leitura e a
produção oral e escrita, bem como a reflexão e o uso da linguagem em diferentes
situações. Desse modo, sugere-se um trabalho pedagógico que priorize as práticas
sociais.
Tradicionalmente, a escola tem agido como se a escrita fosse a língua, ou
como se todos os que nela ingressam falassem da mesma forma. No ambiente
escolar, a racionalidade se exercita com a escrita, de modo que a oralidade, em
alguns contextos educacionais, não é muito valorizada; entretanto, é rica e permite
muitas possibilidades de trabalho a serem pautadas em situações reais de uso da
fala e na produção de discursos nos quais o aluno se constitui como sujeito do
processo interativo.
13.2.10.5.1. Oralidade
Se a escola, constitucionalmente, é democrática e garante a socialização do
conhecimento, deve, então, acolher alunos independentemente de origem quanto à
variação linguística de que dispõem para sua expressão e compreensão do mundo.
A acolhida democrática da escola às variações linguísticas toma como ponto
de partida os conhecimentos linguísticos dos alunos, para promover situações que
os incentivem a falar, ou seja, fazer uso da variedade de linguagem que eles
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165
empregam em suas relações sociais, mostrando que as diferenças de registro não
constituem, científica e legalmente, objeto de classificação e que é importante a
adequação do registro nas diferentes instâncias discursivas.
Ao apresentar a hegemonia da norma culta, a escola muitas vezes
desconsidera os fatores que geram a imensa diversidade linguística: localização
geográfica, faixa etária, situação socioeconômica, escolaridade, etc. (POSSENTI,
1996).
O professor precisa ter clareza de que tanto a norma padrão quanto as outras
variedades, embora apresentem diferenças entre si, são igualmente lógicas e bem
estruturadas.
A Sociolinguística não classifica as diferentes variantes linguísticas como
boas ou ruins, melhores ou piores, primitivas ou elaboradas, pois constituem
sistemas linguísticos eficazes, falares que atendem a diferentes propósitos
comunicativos, dadas as práticas sociais e os hábitos culturais das comunidades.
Com relação à oralidade é importante observar ainda que embora o
estudo/ensino da língua falada na escola ainda ocupe um espaço muito limitado, não
é mais possível ignorar que a língua falada ganha a cada dia status mais definido no
universo dos estudos da linguagem.
Segundo Schneuwly e Dolz (2004), os diversos usos da palavra em público,
especialmente em situações que fogem às interlocuções orais mais informais tais
como palestras, apresentações, negociações, entrevistas, etc. garantem o sucesso
em muitas profissões e espaços sociais, mas até hoje são negligenciados no
ambiente escolar, esse fato resulta na dificuldade do uso da palavra em público pelo
aluno.
Se essa carência precisa ser suprida no ensino regular, o que se dirá no
ensino de jovens e adultos, no qual é formado em sua grande maioria de
trabalhadores.
13.2.10.5.2. Escrita
Em relação à escrita, ressalte-se que as condições em que a produção
acontece determinam o texto. Antunes (2003) salienta a importância de o professor
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166
desenvolver uma prática de escrita escolar que considere o leitor, uma escrita que
tenha um destinatário e finalidades, para então se decidir sobre o que será escrito,
tendo visto que “a escrita, na diversidade de seus usos, cumpre funções
comunicativas socialmente específicas e relevantes” (ANTUNES, 2003, p. 47).
Além disso, cada gênero discursivo tem suas peculiaridades: a composição, a
estrutura e o estilo variam conforme se produza um poema, um bilhete, uma receita,
um texto de opinião ou científico. Essas e outras composições precisam circular na
sala de aula em ações de uso, e não a partir de conceitos e definições de diferentes
modelos de textos.
O aperfeiçoamento da escrita se faz a partir da produção de diferentes
gêneros, por meio das experiências sociais, tanto singular quanto coletivamente
vividas. O que se sugere, sobretudo, é a noção de uma escrita como formadora de
subjetividades, podendo ter um papel de resistência aos valores prescritos
socialmente. A possibilidade da criação, no exercício desta prática, permite ao
educando ampliar o próprio conceito de gênero discursivo.
É preciso que o aluno se envolva com os textos que produz e assuma a
autoria do que escreve, visto que ele é um sujeito que tem o que dizer. Quando
escreve, ele diz de si, de sua leitura de mundo. Bakhtin (1992, p. 289) afirma que
“todo enunciado é um elo na cadeia da comunicação discursiva. É a posição do
falante nesse ou naquele campo do objeto de sentido.” A produção escrita possibilita
que o sujeito se posicione, tenha voz em seu texto, interagindo com as práticas de
linguagem da sociedade.
13.2.10.5.3. Leitura
Trabalhar a leitura na perspectiva bakhtiniana significa levar em conta a
construção dialógica de sentidos entre interlocutores (leitores e escritores) e ao texto
em si e não só à consideração das descrições dos níveis lingüísticos tão comuns ao
processo de ensino-aprendizagem da pedagogia tradicional. Nesse sentido Faraco
reflete:
O caráter dialógico é o fator unificador de todas as atividades linguageiras,
havendo também uma rica dialogia entre os gêneros cotidianos do discurso
e os gêneros elaborados (os gêneros primários e os gêneros secundários,
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167
na terminologia que aparece no texto “Os gêneros dos discursos”).
(FARACO, 2007 p.104) grifos do autor.
Ao construir sentidos, leitores e escritores interagem com o texto fazendo as
suas inferências pessoais trazidas de experiências com outros textos, pois conforme
Bakhtin (1992) “Portanto, ler não é necessariamente um ato solitário, mas ir ao
encontro de muitas vozes emudecidas nos textos que só terão oportunidade de se
manifestar através do encontro marcado entre leitor e texto”.
Nessa perspectiva, o professor ajudará o aluno a refletir sobre o que o texto
“diz” a ele, aluno, sujeito histórico e social que possui vivência e visão de mundo
únicas, que farão toda a diferença na interpretação, ou não, do significado,
possibilitando que concorde ou discorde das idéias do autor, pois conforme Freire:
Cada um de nós é um ser no mundo, com o mundo e com os outros. Viver
ou encarnar esta constatação evidente, enquanto educador ou educadora,
significa reconhecer nos outros não importa se alfabetizandos ou
participantes de cursos universitários; se alunos de escolas do primeiro
grau ou se membros de uma assembléia popular o direito de dizer a sua
palavra.Direito deles de falar a que corresponde nosso dever de escutá-los.
(FREIRE, 2006, p.26)
Um exemplo muito comum é o professor perguntar a uma classe inteira “o que
o autor quis dizer” com aquele texto e em seguida responder a partir do seu próprio
ponto de vista, negando ao aluno a oportunidade do diálogo com o texto e consigo
mesmo, com a sua visão de mundo.
Ao privilegiar-se o dialogismo e a alteridade no ensino da leitura, portanto,
estar-se-á possibilitando atividades lingüísticas nas quais o aluno socialmente
desfavorecido possa apropriar-se da língua que a classe dominante considera
“legítima” sem com isso menosprezar a linguagem cotidiana dele, estar-se-á
realmente instrumentalizando-o para uma ampla participação política na luta contra
as desigualdades sociais e econômicas, estar-se-á, conforme Freire, (2006, p. 19),
dando a oportunidade de saírem do mutismo, superarem a cultura do silêncio ou
“tomar a palavra”.
Por outro lado, Colomer e Camps argumentam que a melhor maneira de se
ensinar a compreensão na leitura é a partir das estratégias utilizadas pelos bons
leitores, dessa forma torna-se importante determinar as divergências nos processos
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utilizados pelos bons leitores e os aprendizes, pois ajuda a definir em quais frentes
precisaremos trabalhar para que os alunos consigam atingir uma boa interpretação
textual. Vários são os fatores que podem dificultar ou facilitar a compreensão leitora.
Embora o conteúdo do texto seja o mesmo, duas pessoas com objetivos
totalmente diferentes podem extrair informações distintas do mesmo, pois como
observa Smith (1991, p.43) “o significado real está além das palavras”.
Segundo ele a leitura pode ser vista como uma atividade construtiva e
criativa, pois as pessoas lêem motivadas por uma razão e só prestam atenção àquilo
que é relevante para os seus objetivos particulares.
De acordo com Colomer e Camps (2002, p. 48) as quais se basearam por sua
vez nas observações de Foucambert (1976), as intenções de leituras podem variar
entre:
- Leitura silenciosa integral : Quando lemos um texto por inteiro. Ex: leitura de um
romance;
- Leitura seletiva, orientada por um propósito de o rdenação : Quando lemos de
forma rápida algumas passagens e mais atentamente em outras;
- Leitura exploratória : Leitura destinada a encontrar alguma informação do texto;
- Leitura lenta : Na qual desfrutamos dos aspectos formais do texto, para recriar
características suas;
- Leitura informativa : De busca rápida de uma determinada informação, como um
telefone em uma lista telefônica, uma palavra no dicionário, etc. Ainda segundo
Colomer e Camps (2002), o leitor em suas estratégias recorre a seus conhecimentos
prévios que podem apresentar diversos aspectos, que serão elencados a seguir:
13.2.10.5.4. Conhecimento da situação comunicativa
Neste conhecimento o leitor tem que aprender a contextualizar o texto a partir
dos elementos nele presentes no escrito, ou seja, terá que entender o tipo de
interação social utilizada pelo autor.
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13.2.10.5.5. Conhecimentos sobre o texto escrito
Correspondem a diferentes níveis:
a.1) Conhecimentos paralinguísticos : Os leitores recorrem a uma grande
quantidade de elementos que variam desde os tipográficos até convenções na
organização da informação de cada tipo de texto (índice, prólogo,fórmulas de
introdução e finalização, etc.)
a.2) Conhecimentos das relações grafofônicas : Para ler é necessário ter
conhecimento das letras e de como se relacionam com as diferentes unidades
fônicas.
a.3) Conhecimentos morfológicos, sintáticos e semânticos : A atribuição de
significado das palavras será orientada pelas relações de significado com as outras
palavras do texto.
a.4) Conhecimento textuais: Determinados elementos das frases (como pronomes,
por exemplo) dependem muito das informações que vão além de frases simples,
seja no interior do discurso ou do contexto comunicativo. Além disso, o leitor deverá
detectar o grau de coesão, as relações entre diferentes níveis de estrutura do texto.
13.2.10.5.6. Conhecimentos sobre o mundo
Em uma leitura os conhecimentos de mundo que o leitor possui possibilitam a
ele preencher os espaços vazios que não são fornecidos pelo autor. Muitas vezes a
má utilização desses conhecimentos podem levar a inferências errôneas ou uma
interpretação que nada tem a ver com o texto original.
Portanto, cabe ao professor ter claro que tipo de leitura está oportunizando
para os seus alunos e, também, quais os objetivos que deseja alcançar com os
textos que emprega em sala de aula. Entende-se que somente dessa maneira
estará realmente aprimorando as estratégias leitoras dos educandos.
13.2.10.6. Análise lingüística
A análise linguística é uma prática didática complementar às práticas de
leitura, oralidade e escrita faz parte do letramento escolar, visto que possibilita “a
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170
reflexão consciente sobre fenômenos gramaticais e textual-discursivos que
perpassam os usos linguísticos, seja no momento de ler/escutar, de produzir textos
ou de refletir sobre esses mesmos usos da língua” (MENDONÇA, 2006, p. 204).
Essa prática abre espaço para as atividades de reflexão dos recursos
linguísticos e seus efeitos de sentido nos textos. Antunes (2007, p. 130) ressalta que
o texto é a única forma de se usar a língua: “A gramática é constitutiva do texto, e o
texto é constitutivo da atividade da linguagem. [...] Tudo o que nos deve interessar
no estudo da língua culmina com a exploração das atividades textuais e discursivas”.
Partindo desse pressuposto, faz-se necessário deter-se um pouco nas
diferentes formas de entender as estruturas de uma língua e, consequentemente, as
gramáticas que procuram sistematizá-la. Diante de tantos conceitos, Travaglia
(2000, p. 30-33) traz as concepções de gramática e salienta que, ao abordá-la, é
importante conhecer os seus vários tipos. A partir dessas noções, o autor apresenta
alguns tipos de gramática mais diretamente ligados às questões pedagógicas:
- Gramática normativa : estuda os fatos da língua culta, em especial da língua
escrita. Considera a língua uma série de regras que devem ser seguidas e
obedecidas, regras essas do falar e escrever bem;
- Gramática descritiva : descreve qualquer variante linguística a partir do seu uso,
não apenas a variedade culta. Dá preferência à manifestação oral da língua;
- Gramática internalizada : é o conjunto de regras dominadas pelo falante, é o
próprio “mecanismo”;
- Gramática reflexiva : volta-se para as atividades de observação e reflexão da
língua. Essa gramática se preocupa mais com o processo do que com o resultado,
está relacionada com as atividades epilinguísticas.
Considerando a interlocução como ponto de partida para o trabalho com o
texto, os conteúdos gramaticais devem ser estudados a partir de seus aspectos
funcionais na constituição da unidade de sentido dos enunciados. Daí a importância
de considerar não somente a gramática normativa, mas também as outras, como a
descritiva, a internalizada e, em especial, a reflexiva no processo de ensino de
Língua Portuguesa.
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171
O professor poderá instigar, no aluno, a compreensão das semelhanças e
diferenças, dependendo do gênero, do contexto de uso e da situação de interação,
dos textos orais e escritos; a percepção da multiplicidade de usos e funções da
língua; o reconhecimento das diferentes possibilidades de ligações e de construções
textuais; a reflexão sobre essas e outras particularidades linguísticas observadas no
texto, conduzindo-o às atividades epilinguísticas e metalinguísticas, à construção
gradativa de um saber linguístico mais elaborado, a um falar sobre a língua.
Dessa forma, quanto mais variado for o contato do aluno com diferentes
gêneros discursivos (orais e escritos), mais fácil será assimilar as regularidades que
determinam o uso da língua em diferentes esferas sociais (BAKHTIN, 1992).
Tendo em vista que o estudo/reflexão da análise linguística acontece por meio
das práticas de oralidade, leitura e escrita, propõem-se alguns encaminhamentos.
No entanto, é necessário que o professor selecione o gênero que pretende trabalhar
e, depois de discutir sobre o conteúdo temático e o contexto de produção/circulação,
prepare atividades sobre a análise das marcas linguístico-enunciativas, entre elas:
13.2.10.6.1. Aspectos da oralidade
- as variedades linguísticas e a adequação da linguagem ao contexto de uso:
diferentes registros, grau de formalidade em relação ao gênero discursivo;
- os procedimentos e as marcas linguísticas típicas da conversação (como a
repetição, o uso das gírias, a entonação), entre outros;
- as diferenças lexicais, sintáticas e discursivas que caracterizam a fala formal e a
informal;
- os conectivos como mecanismos que colaboram com a coesão e coerência do
texto, uma vez que tais conectivos são marcadores orais e, portanto, devem ser
utilizados conforme o grau de formalidade/informalidade do gênero, etc.
13.2.10.6.2. Aspectos de leitura
- as particularidades (lexicais, sintáticas e textuais) do texto em registro formal e do
texto em registro informal;
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172
- a repetição de palavras (que alguns gêneros permitem) e o efeito produzido;
- o efeito de uso das figuras de linguagem e de pensamento (efeitos de humor,
ironia, ambiguidade, exagero, expressividade, etc);
- léxico;
- progressão referencial no texto;
- os discursos direto, indireto e indireto livre na manifestação das vozes que falam no
texto.
Nessa perspectiva, o texto não serve apenas para o aluno identificar, por
exemplo, os adjetivos e classificá-los; considera-se que o texto tem o que dizer, há
ideologias, vozes, e para atingir a sua intenção, utiliza-se de vários recursos que a
língua possibilita. No caso do trabalho com um gênero discursivo que se utiliza de
muitos adjetivos, o aluno precisa perceber que “a adjetivação pode ser construída
por meio de várias estratégias e recursos, criando diferentes efeitos de sentidos”
(MENDONÇA, 2006, p. 211); além disso, alguns gêneros admitem certas
adjetivações e não outras; e o processo de adjetivação pode revelar-se pelo uso de
um verbo (como esbravejou) e não só pelo uso do adjetivo, exemplifica Mendonça
(2006). Compreender os recursos que o texto usa e o sentido que ele expressa é
refletir com e sobre a língua, numa dimensão dialógica da linguagem.
13.2.10.6.3. Aspectos da escrita
Por meio do texto dos alunos, num trabalho de reescrita do texto ou de partes
do texto, o professor pode selecionar atividades que reflitam e analisam os aspectos:
- discursivos (argumentos, vocabulário, grau de formalidade do gênero);
- textuais (coesão, coerência, modalizadores, operadores argumentativos,
ambiguidades, intertextualidade, processo de referenciação);
- estruturais (composição do gênero proposto para a escrita/oralidade.
Ainda nas atividades de leitura e escrita, ao que se refere à análise linguística,
partindo das sugestões de Antunes (2007, p. 134), ressaltam-se algumas propostas
que focalizam o texto como parte da atividade discursiva, tais como análise:
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- dos recursos gráficos e efeitos de uso, como: aspas, travessão, negrito, itálico,
sublinhado, parênteses, etc.;
- da pontuação como recurso sintático e estilístico em função dos efeitos de sentido,
entonação e ritmo, intenção, significação e objetivos do texto;
- do papel sintático e estilístico dos pronomes na organização, retomadas e
sequenciação do texto;
- do valor sintático e estilístico dos modos e tempos verbais em função dos
propósitos do texto, estilo composicional e natureza do gênero discursivo;
- do efeito do uso de certas expressões que revelam a posição do falante em relação
ao que diz – expressões modalizadoras (ex: felizmente, comovedoramente, etc.);
- da associação semântica entre as palavras de um texto e seus efeitos para coesão
e coerência pretendidas;
- dos procedimentos de concordância verbal e nominal;
- da função da conjunção, das preposições, dos advérbios na conexão do sentido
entre o que vem antes e o que vem depois em um texto.Cabe ao professor planejar
e desenvolver atividades que possibilitem aos alunos a reflexão sobre o seu próprio
texto, tais como atividades de revisão, de reestruturação ou refacção, de análise
coletiva de um texto selecionado e sobre outros textos, de diversos gêneros que
circulam no contexto escolar e extraescolar.
O estudo do texto e da sua organização sintático-semântica permite ao
professor explorar as categorias gramaticais, conforme cada texto em análise. Mas,
nesse estudo, o que vale não é a categoria em si: é a função que ela desempenha
para os sentidos do texto. Como afirma Antunes, “mesmo quando se está fazendo a
análise linguística de categorias gramaticais, o objeto de estudo é o texto”
(ANTUNES, 2003, p. 121).
Definida a intenção para o trabalho com a Língua Portuguesa, o aluno
também pode passar a fazer demandas, elaborar perguntas, considerar hipóteses,
questionar-se, ampliando sua capacidade linguístico-discursiva em atividades de uso
da língua.
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174
13.2.10.7. Literatura
É inegável o valor do texto literário na promoção e no desenvolvimento da
intelectualidade do ser humano, na medida em que o horizonte de quem lê é
ampliado através dos olhos de quem escreve. Ao concordar-se ou discordar-se do
texto lido, estar-se-á travando um diálogo interior possibilitando uma outra forma de
observar a realidade.
Ao refletir sobre o romance, Bakhtin (1998, p. 73) o caracteriza como “um
fenômeno pluriestílistico, plurilíngüe e plurivocal, englobando diversas formas
literárias através do discurso do autor que pode se valer de escritos morais,
filosóficos, científicos, além de estilizações de diversas formas de narrativas escritas
consideradas semiliterárias, tais como cartas e diários e tudo isso somado ao
discurso dos personagens ”estilisticamente individualizados” confere-lhe uma
originalidade estilística.
Para o teórico russo o romance retrata a diversidade social da linguagem
organizada de forma ímpar que permite desvelar
a estratificação interna de uma língua nacional única em dialetos sociais,
maneirismos de grupos, jargões profissionais, linguagens de gêneros, fala
das gerações, das idades, das tendências, das autoridades, dos círculos e
das modas passageiras, das linguagens de certos dias e mesmo de certas
horas (cada dia tem sua palavra de ordem, seu vocabulário, seus acentos),
enfim toda a estratificação interna de cada língua em cada momento dado
de sua existência histórica. (BAKHTIN, 1998, p.74).
O estilo romanesco conta, conforme o autor, da intercalação de discursos do
narrador e dos personagens (dialogizados em maior ou em menor grau). Com
relação à linguagem literária Bakhtin destaca que mesmo sendo sua essência
freqüentemente homogênea e identificando-se com a linguagem falada e escrita de
um grupo social dominante, conserva a diversidade da estratificação social que,
segundo ele, pode ser bem expressiva em determinadas épocas históricas.
O romance admite a adição de outros gêneros que podem ser introduzidos na
sua estrutura tais como “a confissão, o diário, o relato de viagens, a biografia, as
cartas e outros gêneros” (BAKHTIN, 1998, p. 124), que entram como elemento
estrutural determinando-lhe a forma e o transformando em “romance-epistolar,
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romance-diário, romance confissão, etc”. Conferindo-lhe o que o autor denominou de
plurilingüismo.
Plurilingüismo, aliás, que é definido por ele como “o discurso de outrem na
linguagem de outrem, que serve para refratar a expressão das intenções do autor”.
(BAKHTIN, 1998, p.127). O discurso exprime ao mesmo tempo duas intenções
diferentes: a intenção daquele que escreve e da personagem que fala, criando-se
dessa forma vozes dialogicamente relacionadas, “como se conhecessem uma à
outra... como se conversassem entre si”.
Cereja e Magalhães (2010) refletem que no ensino de literatura há mais de
um século vem sendo feito de um modo “engessado”, isto é, por meio de práticas de
ensino cristalizadas, que apenas privilegiam o aspecto cronológico da história
literária em detrimento da leitura direta de textos literários.
Além disso, no livro didático do Ensino Médio “o ensino de literatura se
restringe a uma equívoca coleção de informações de história literária em que o texto
propriamente dito aparece como simples exemplo.” (BUENO, 2002, p. 3) O autor
afirma que o historicismo norteia todo ensino de literatura cabendo ao professor
trabalhar os movimentos literários seguindo a linha do tempo, recheando-os com
datas, autores e obras.
Some-se o fato apontado por Colomer e Camps (2002) as quais afirmam que
há ambigüidade na definição dos objetivos dados aos textos literários pela escola
que, por um lado insiste para que os alunos adquiram “prazer” na atividade de leitura
e de outro a converte em ponto de partida para exercícios e trabalhos escolares. De
fato, a leitura literária escolarizada tem sido marcada por exigências dos professores
que querem mensurá-la de todas as formas, seja através de fichas de leitura, seja
através de resumos ou análises de obras lidas, servindo de pretexto para
memorização de regras gramaticais ou conteúdos fragmentados, reproduzindo
apenas superficialmente a intenção do autor.
Há um outro tipo de leitura muito utilizada nas práticas escolares, apontada
como igualmente ineficaz: aquela com data marcada, antes de um exame de
vestibular ou em datas comemorativas. A crítica se estende àquela leitura
quantitativa, na qual o aluno deve demonstrar que leu uma quantidade considerável
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de livros para que o professor, conforme seus critérios pessoais, possa considerá-lo
leitor.
Este procedimento só cumpre o papel do retorno de leitura dado ao professor
e ponto, pois dificilmente o aluno achará prazer em responder perguntas e mais
perguntas sobre o que leu, ou ler somente para mostrar ao professor que leu. Este
conceito equivocado da escola leva o educando muitas vezes a sentir-se fracassado
nessa atividade, pois não consegue converter-se em um leitor entusiasta.
Com tantos entraves, qual seria o caminho mais correto no ensino de
literatura? Cereja e Magalhães (2010) respondem este questionamento, tomando
por base as idéias de Antonio Candido quanto às relações entre literatura e
sociedade, as de Mikhail Baktin quanto ao dialogismo e as de Hans Robert Jauss
quanto às relações entre diacronia e sincronia, e indicam uma abordagem que, sem
eliminar a história da literatura, o qual consideram o fio condutor do trabalho com
literatura, crie diferentes cruzamentos, aproximando autores de diferentes línguas e
culturas, oportunizando diferentes diálogos com linguagens diferentes, tais como o
cinema e a música popular brasileira.
O ensino de literatura, portanto, não se fixa apenas em fatos históricos, mas
principalmente na conversa entre textos históricos e atuais, na intertextualidade,
oferecendo assim um sentido de vida e permanência, que difere do engessamento
da historiografia descritiva e classificatória. (CEREJA, MAGALHÃES, 2010)
13.2.10.8. Avaliação
É imprescindível que a avaliação em Língua Portuguesa e Literatura seja um
processo de aprendizagem contínuo e dê prioridade à qualidade e ao desempenho
do aluno Jovem, adulto e idoso.
Em uma concepção tradicional, a avaliação da aprendizagem é vivenciada
como o processo de toma-lá-dá-cá. Ou seja, o aluno precisa devolver ao professor o
que dele recebeu e, de preferência, exatamente como recebeu. No entanto, a Lei n.
9394/96, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), destaca a chamada
avaliação formativa (capítulo II, artigo 24, inciso V, item a: “avaliação contínua e
cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos
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sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais
provas finais”), vista como mais adequada ao dia-a-dia da sala de aula e como
grande avanço em relação à avaliação tradicional, que se restringe tão somente ao
somativo ou classificatório.
Para tanto o professor deve usar a observação diária e instrumentos variados,
selecionados de acordo com cada conteúdo e/ou objetivo. Observando que a
avaliação formativa considera que os alunos possuem ritmos e processos de
aprendizagem diferentes e, por ser contínua e diagnóstica, aponta dificuldades,
possibilitando que a intervenção pedagógica aconteça a todo tempo. Informa ao
professor e ao aluno acerca do ponto em que se encontram e contribui com a busca
de estratégias para que os alunos aprendam e participem mais das aulas.
Sob essa perspectiva, recomenda-se que a avaliação considere que:
- Na oralidade, os educandos sejam avaliados em função da adequação do
discurso/texto aos diferentes interlocutores e situações. Num seminário, num debate,
numa troca informal de ideias, numa entrevista, num relato de história, as exigências
de adequação da fala são diferentes e isso deve ser considerado numa análise da
produção oral. Assim, o professor verificará a participação do aluno nos diálogos,
relatos e discussões, a clareza que ele mostra ao expor suas ideias, a fluência da
sua fala, a argumentação que apresenta ao defender seus pontos de vista. O aluno
também deve se posicionar como avaliador de textos orais com os quais convive,
como: noticiários, discursos políticos, programas televisivos, e de suas próprias
falas, formais ou informais, tendo em vista o resultado esperado. Secretaria de
Estado da Educação do Paraná;
- Com relação à leitura os educandos sejam avaliados pelas estratégias que os
empregam para a compreensão do texto lido, o sentido construído, as relações
dialógicas entre textos, relações de causa e consequência entre as partes do texto,
o reconhecimento de posicionamentos ideológicos no texto, a identificação dos
efeitos de ironia e humor em textos variados, a localização das informações tanto
explícitas quanto implícitas, o argumento principal, entre outros.
É importante avaliar se, ao ler, o aluno ativa os conhecimentos prévios; se
compreende o significado das palavras desconhecidas a partir do contexto; se faz
inferências corretas; se reconhece o gênero e o suporte textual. Tendo em vista o
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multiletramento, também é preciso avaliar a capacidade de se colocar diante do
texto, seja ele oral, escrito, gráficos, infográficos, imagens, etc. Não é demais
lembrar que é importante considerar as diferenças de leituras de mundo e o
repertório de experiências dos alunos, avaliando assim a ampliaçãodo horizonte de
expectativas. O professor pode propor questões abertas, discussões, debates e
outras atividades que lhe permitam avaliar a reflexão que o aluno faz a partir do
texto.
Com relação à escrita, é preciso ver o texto do aluno como uma fase do
processo de produção, nunca como produto final. O que determina a adequação do
texto escrito são as circunstâncias de sua produção e o resultado dessa ação. É a
partir daí que o texto escrito será avaliado nos seus aspectos discursivotextuais,
verificando: a adequação à proposta e ao gênero solicitado, se a linguagem está de
acordo com o contexto exigido, a elaboração de argumentos consistentes, a coesão
e coerência textual, a organização dos parágrafos. Tal como na oralidade, o aluno
deve se posicionar como avaliador tanto dos textos que o rodeiam quanto de seu
próprio. No momento da refacção textual, é pertinente observar, por exemplo: se a
intenção do texto foi alcançada, se há relação entre partes do texto, se há
necessidade de cortes, devido às repetições, se é necessário substituir parágrafos,
ideias ou conectivos.
Na análise linguística: é no texto – oral e escrito – que a língua se manifesta
em todos os seus aspectos discursivos, textuais e gramaticais. Por isso, nessa
prática pedagógica, os elementos linguísticos usados nos diferentes gêneros
precisam ser avaliados sob uma prática reflexiva e contextualizada que lhes
possibilitem compreender esses elementos no interior do texto. Dessa forma, o
professor poderá avaliar, por exemplo, o uso da linguagem formal e informal, a
ampliação lexical, a percepção dos efeitos de sentidos causados pelo uso de
recursos linguísticos e estilísticos, as relações estabelecidas pelo uso de operadores
argumentativos e modalizadores, bem como as relações semânticas entre as partes
do texto (causa, tempo, comparação, etc.). Uma vez entendidos estes mecanismos,
os alunos podem incluí-los em outras operações linguísticas, de reestruturação do
texto, inclusive. Com o uso da língua oral e escrita em práticas sociais, os alunos
são avaliados continuamente em termos desse uso, pois efetuam operações com a
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linguagem e refletem sobre as diferentes possibilidades de uso da língua, o que lhes
permite o aperfeiçoamento linguístico constante, o letramento.
O trabalho com a língua oral e escrita supõe uma formação inicial e
continuada que possibilite ao professor estabelecer as devidas articulações entre
teoria e prática, na condição de sujeito que usa o estudo e a reflexão como alicerces
para sua ação pedagógica e que, simultaneamente, parte dessa ação para o sempre
necessário aprofundamento teórico.
Para que as propostas das Diretrizes de Língua Portuguesa se efetivem na
sala de aula, é imprescindível a participação pró-ativa do professor. Engajado com
as questões de seu tempo, tal professor respeitará as diferenças e promoverá uma
ação pedagógica de qualidade a todos os alunos, tanto para derrubar mitos que
sustentam o pensamento único, padrões pré-estabelecidos e conceitos
tradicionalmente aceitos, como para construir relações sociais mais generosas e
includentes.
13.2.10.9. Referências bibliográficas
ANTUNES, I. Aula de português : encontro & interação. São Paulo: Parábola, 2003.
BAKHTIN, M. (VOLOSHINOV). Marxismo e filosofia da linguagem . 3. ed. São
Paulo: Hucitec, 1986.
Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
Questões de literatura e estética: a teoria do romance. São Paulo: Unesp:
Hucitec,1998.
CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, T. C. Português Linguagens in: manual do
professor . São Paulo: Saraiva, 2010.
COLOMER, T. e CAMPS, A. Ensinar a ler, ensinar a compreender . Porto Alegre:
Artes Médicas, 2002.
GERALDI, J. W. Concepções de linguagem e ensino de Português. In: O texto na
sala de aula . 5. ed. Cascavel: Assoeste, 1990.
LAJOLO, M. Do Mundo da leitura para a leitura do mundo . 6ª ed. São Paulo,
Atica, 2006.
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180
MENDONÇA, M. Análise lingüística no ensino médio: um novo olhar, um outro
objeto. In: BUNZEN, Clécio; MENDONÇA, Márcia [orgs.]. Português no ensino
médio e formação do professor . 2 ed. São Paulo: Parábola, 2006.
YUNES, E. Leitura, complexidade do simples: do mundo à letra e de volta ao
mundo . In: Pensar a leitura : complexidade. Rio de Janeiro: Loyola, 2002, p.13-51.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Educação Básica da Disciplina de Língua Portuguesa . Curitiba: SEED, 2008.
POSSENTI, S. Por que (não) ensinar gramática . 4 ed. Campinas, SP: Mercado
das Letras, 1996.
TRAVAGLIA, L. C. Gramática e Interação: uma proposta para o ensino de
gramática no 1o e 2o graus. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
13.2.11. Matemática
13.2.11.1. Fundamentação teórica
O ensino de matemática é um importante ramo do conhecimento humano, a
sua origem remonta à antiguidade clássica greco-romana. Os gregos conceberam a
Matemática como um dos conteúdos da filosofia, portanto, como um dos
instrumentos da arte de conhecer o mundo em sua totalidade.
Dessa forma, o educador além de dominar os conteúdos matemáticos, deve
também conhecer os fundamentos histórico-filósoficos da Matemática, contemplando
também o(s) processo(s) pelo(s) qual(is) o educando adquire conhecimento.
Nesse sentido, torna-se relevante que o educador tenha conhecimento das
práticas pedagógicas que norteiam o ensino da Matemática na atualidade. Para
tanto, é necessário resgatar o processo educacional vivenciado, a partir da década
de 60 do século passado, época onde ocorreram alterações significativas na sua
forma de organização de tal disciplina.
Historicamente destacam-se as seguintes fases: até meados de 1960,
prevaleceu a chamada “Matemática Tradicional”, em que predominava a valorização
do conteúdo desvinculado da prática e com ênfase na memorização de regras.
Depois, surgiu o “Movimento da Matemática Moderna”, o seu grande objetivo era o
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trabalho pedagógico por meio da linguagem dos conjuntos, mas que ficou reduzida a
um simbolismo exagerado a ser memorizado pelo aluno.
Os membros da comissão do Movimento da Matemática Moderna, por sua
vez, assinalaram vários defeitos no currículo tradicional difundido, afirmando a
importância de se abandonar o conteúdo tradicional em favor dos novos conteúdos,
entre eles a álgebra abstrata, a topologia, a lógica simbólica e a álgebra de Boyle.
Vejamos como Morris Kline exemplifica, como sugestão, uma aula de
Matemática, nos moldes da Matemática Moderna:
“A professora pergunta:
― Por que 2 + 3 = 3 + 2 ?
― Porque ambos são iguais a 5 – respondem os alunos sem hesitar.
― Não, a resposta exata é porque a propriedade comutativa da soma assim o
sustenta.
― A segunda pergunta é: Porque 9 + 2 = 11 ?
Novamente os alunos se apressam a responder:
― 9 e 1 são 10 e mais um é 11.
― Está errado! – exclama a professora. – A resposta exata é que pela definição 2,
9 + 2 = 9 + (1 + 1) [...] .
Verifica-se acima que as propriedades dos Números Naturais se sobrepõem a
resolução do algoritmo da adição. Tal sobreposição faz com que a professora
classifique as respostas indicadas pelos alunos como erradas, e, logo a seguir, a
mesma reforça novamente a resposta correta através da propriedade comutativa.
Com o advento da Lei 5692/71, a ênfase passou a ser a metodologia,
justificada pela necessidade do aluno poder desenvolver toda sua potencialidade, ou
seja, valorizou-se a manipulação de materiais concretos, relegando-se a segundo
plano a fase de automação, priorizando-se o atendimento à criança em sua fase de
desenvolvimento, mas descuidando-se da sistematização dos conhecimentos
matemáticos sócio-históricos acumulados pela humanidade. A grande dificuldade
dos professores foi, então, a passagem do concreto para o abstrato, o que é
fundamental para a matemática.
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Na atual proposta pedagógica para a EJA, procura-se a interação entre o
conteúdo e as formas. A perspectiva, nesse sentido, é estabelecer uma relação
dialética - teoria e prática - entre o conhecimento matemático aplicado no processo
de produção da base material de existência humana e as manifestações teórico-
metodológicas que estruturam o campo científico da própria Matemática. Dessa
forma, o ensino da Matemática deve ser concebido de modo a favorecer as
necessidades sociais, tais como: a formação do pensamento dialético, a
compreensão do mundo social e natural.
Ao revelar a Matemática como uma produção humana, demonstrando as
necessidades e preocupações das diferentes culturas em diferentes épocas e ao
relacionar os conceitos matemáticos de hoje com os construídos no passado, o
educador permite que o educando reflita sobre as condições e necessidades que
levaram o homem a chegar até determinados conceitos, ou seja, o educador estará
proporcionando no processo de ensino-aprendizagem a reflexão da construção da
sobrevivência dos homens e da exploração do universo, dessa forma, estará
caracterizando a relação do homem com o próprio homem e do homem com a
natureza. Baseado nessa relação surge no novo campo para o ensino de
Matemática, conhecido como Educação Matemática.
A Educação Matemática desempenha um papel fundamental na aquisição da
reflexão filosófica por parte dos educandos, isto é, da consciência crítica que supera
o senso comum que toma a aparência das coisas como sendo verdades absolutas,
ou seja, a Matemática deve ser vista, como uma ciência viva e dinâmica, produto
histórico, cultural e social da humanidade.
O produto do desenvolvimento da humanidade pode ser demonstrado através
da historicidade. Isto indica que ao trabalhar nos bancos escolares a abstração, o
conhecimento sistematizado e teórico, o educando entenderá o avanço tecnológico,
a elaboração da ciência, a produção da vida em sociedade.
Portanto, a abordagem histórica da matemática permite ao educando a
compreender que o atual avanço tecnológico não seria possível sem a herança
cultural de gerações passadas. Entretanto, essa abordagem não deve restringir-se a
informações relativas a nomes, locais e datas de descobertas, e sim ao processo
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histórico, viabilizando com isso a compreensão do significado das idéias
matemáticas e sociais.
Mas, além de compreender que o conhecimento matemático é sócio-histórico,
faz-se necessário que o educando estabeleça relações entre os elementos internos
da própria Matemática - conteúdos escolares - e os conceitos sociais.
Esse conhecimento prescinde de um tratamento metodológico que considere
a especificidade da Educação de Jovens e Adultos - EJA e deve constituir o ponto
de partida para todo o ensino-aprendizagem da Matemática, ou seja, os educandos
devem ter oportunidades de contar suas histórias de vida, expor os conhecimentos
informais que têm sobre os assuntos, suas necessidades cotidianas, suas
expectativas em relação à escola e às aprendizagens em matemática.
Embora, os jovens, adultos e idosos, com nenhuma ou pouca escolaridade,
dominem algumas noções básicas dos conteúdos matemáticos que foram
apreendidas de maneira informal nas suas vivências, a EJA tem a função de
transformar essas noções elementares, conceitos espontâneos, em conceitos
científicos, fazendo o educando dominar a Linguagem Matemática e suas
representações.
A compreensão e apreensão desses pressupostos metodológicos por parte
dos educandos e dos educadores, dão significado aos conteúdos escolares a serem
ensinados e estudados. Embora seja importante considerar que esses significados
também devem ser explorados em outros contextos.
A Educação Matemática deve ter, então, os seus pressupostos bem definidos
e delimitados, uma vez que a teoria se desdobra em “prática científica”:
Ao professor , como um profissional do ensino, é dada a responsabilidade
não só de dominar a teoria como a de inscrevê-la no universo de um
cotidiano que a justificaria(...). As abstrações reunidas na teoria,
organicamente dispostas em definições e conceitos , devem transitar
por um caminho inverso. O professor precisa demonstrar a utilidade ou
funcionamento do sistema teórico no real . A teoria precisa transmutar-se
em dados ou exemplos concretos, que garantam, justifiquem ou expliquem
o já defendido (hipoteticamente) no discurso. Nesse sentido, a teoria
precisa desmembrar-se, na voz do professor, no relato de múltiplas
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interações ou mediações que repõem o problema no rastro de sua
solução(NAGEL, pp. 3-4, 2003). (Grifos nossos)
Nessa perspectiva, há de se considerar como ponto de partida a construção
do conhecimento, os saberes desenvolvidos no decorrer da vivência dos educandos,
que se manifestam em suas interações sociais e compõem suas bagagens culturais,
que são frequentemente desconsiderados na prática pedagógica da EJA. No
entanto, a superação desses saberes e a incorporação dos conceitos científicos são
trabalhos que a escola deve planejar e executar.
É importante enfatizar que, os conteúdos matemáticos quando abordados de
forma isolada, não são efetivamente compreendidos nem incorporados pelos
educandos como ferramentas eficazes para resolver problemas e para construir
novos conceitos, pois, é perceptível que o conhecimento só se constrói plenamente
quando é mobilizado em situações diferentes daquelas que lhe deram origem, isto é,
quando é transferível para novas situações. Isto significa que os conhecimentos
devem ser descontextualizados, abstraídos, para serem novamente
contextualizados, isto é, fazer a transposição didática.
Nesse sentido, a educação matemática para o educando jovem, adultos e
idoso deve ter como objetivo a reversão do atual quadro em que se encontra o
ensino da Matemática, ou seja, a definição dos conteúdos anteriormente
fragmentados deve ser visto em sua totalidade, sem o qual não é possível querer
mudar qualquer prática pedagógica consistente.
Dessa forma, é necessário que o ensino de Matemática e o seu significado
sejam restabelecidos, visto que, o ensino e a aprendizagem de Matemática devem
contribuir para o desenvolvimento do raciocínio crítico, da lógica formal e dialética,
da coerência e consistência teórica da Ciência – o que transcende os aspectos
práticos. Com isso faz-se necessário repensar o ensino de Matemática, pois o
processo de emancipação política e social da humanidade estão diretamente ligados
ao domínio do conhecimento. Ele é parte constitutiva da elaboração do pensamento
reflexivo.
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13.2.11.2. Encaminhamento metodológico
Para dimensionar o papel da Matemática na formação do jovem, adulto e
idoso é importante que se discuta a natureza desse conhecimento, suas principais
características e seus métodos particulares, e ainda, é fundamental discutir suas
articulações com outras áreas do conhecimento.
As diversas contingências históricas têm levado os professores a deixar de
lado a importância do conhecimento teórico, no entanto, é de fundamental
importância que o(a) educador(a) tenha clareza que, sem o qual, não é possível
mudar qualquer prática pedagógica de forma significativa. Com isso, só se tem
conseguido mudanças superficiais no que se refere à reposição de conteúdos, por
meio de estratégias metodológicas tradicionais que não levem os educandos a uma
transposição didática.
É perceptível que, a mera seleção de conteúdos não assegura o
desenvolvimento da prática educativa consistente. É necessário garantirmos, como
dissemos anteriormente, a relação entre a teoria e a prática, entre o conteúdo e as
formas, entre o lógico e o histórico.
Portanto, é de suma importância que o educador se aproprie dos
encaminhamentos metodológicos do ensino da Matemática, e acrescente, esses
elementos a reflexão pedagógica da Educação de Jovens e Adultos.
Nessa perspectiva, a
contextualização do saber é uma das mais importantes noções
pedagógicas que deve ocupar um lugar de maior destaque na análise da
didática contemporânea. Trata-se de um conceito didático fundamental
para a expansão do significado da educação escolar. O valor educacional
de uma disciplina expande na medida em que o aluno compreende os
vínculos do conteúdo estudado com uma contextualização compreensível
por ele(...). O desafio didático consiste em fazer essa contextualização sem
reduzir o significado da idéias matemáticas que deram ao saber ensinado.”
(PAIS, 2001, pp. 26-27).
Em virtude das necessidades de contextualizações colocadas acima, também
se torna relevantes os artigos elaborados pela lei 9795/99 do governo federal, onde
se faz necessário incluir na abordagem metodológica dos conteúdos de matemática
assuntos referentes ao meio ambiente, baseado nos seguintes artigos:
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Art. 1º Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos
quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à
sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Art. 2º A educação ambiental é um componente essencial e permanente da
educação nacional, devendo estar presente de forma articulada, em todos
os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-
formal.
Nesse contexto, a noção de contextualização permite ao educador uma
postura crítica priorizando os valores educativos, sem reduzir o seu aspecto
acadêmico (PAIS, 2001, p.27).
O processo de seleção dos conteúdos matemáticos escolares, envolve um
desafio, que implica na identificação dos diversos campos da Matemática e o seu
objeto de estudo; processo de quantificação da relação do homem com a natureza e
do homem com o próprio homem.
No entanto, não devemos deixar de identificar os conteúdos escolares
matemáticos que são socialmente relevantes para a EJA, pois os mesmos devem
contribuir para o desenvolvimento intelectual dos educandos.
As Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de
Estado da Educação do Paraná, versão preliminar, em seu capítulo “Orientações
Metodológicas”, aponta quatro critérios para a seleção de conteúdos e das práticas
educativas. São eles:
- a relevância dos saberes escolares frente à experiência social construída
historicamente;
- os processos de ensino e aprendizagem, mediatizados pela ação docente junto
aos educandos;
- a organização do processo ensino-aprendizagem, dando ênfase às atividades que
permitem a integração entre os diferentes saberes;
- as diferentes possibilidades dos alunos articularem singularidade e totalidade no
processo de elaboração do conhecimento.
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Nessa forma de organização curricular, as metodologias são um meio e não
um fim para se efetivar o processo educativo. É preciso que essas práticas
metodológicas sejam flexíveis, e que adotem procedimentos que possam ser
alterados e adaptados às especificidades da comunidade escolar.
Nessa perspectiva, é de suma importância evidenciar que o ensino-
aprendizagem de Matemática sejam permeados pela(os): História da Matemática;
Resolução de Problemas; Conceitos Matemáticos e Sociais; Linguagem Matemática
e suas Representações; Cálculos e/ou Algoritmos; Jogos & Desafios. Estes
elementos devem permear a Metodologia de Ensino da Matemática, pois eles
expressam a articulação entre a teoria e a prática, explicitando no ato pedagógico a
relação entre o signo, o significado e o sentido dos conteúdos escolares nos
diversos contextos sociais e históricos.
É importante enfatizar que a relação de conteúdos não deve ser seguida
linearmente, mas desenvolvida em conjunto e de forma articulada, proporcionando
ao educando a possibilidade de desenvolver a capacidade de observar, pensar,
estabelecer relações, analisar, interpretar justificar, argumentar, verificar,
generalizar, concluir e abstrair. Dessa forma, serão estimulados a intuição, a
analogia e as formas de raciocínio indutivo e dedutivo.
Os conteúdos matemáticos presentes no Ensino Fundamental, a serem
ensinados nas escolas de EJA, estão organizados por quatro eixos que são:
Números e Álgebra, Espaço e Forma, Grandezas e Medidas e Tratamento de
Informação, que compreendem os elementos essenciais da organização curricular.
É importante ter clareza da especificidade de cada eixo, bem como, que estes
não devem ser trabalhados de maneira isolada pois, é na inter-relação entre os
conteúdos de cada eixo, entre os eixos de conteúdos e entre os eixos
metodológicos, que as idéias matemáticas ganham significado. Por isso os
conteúdos devem ser trabalhados de forma articulada.
Os conteúdos matemáticos presentes no Ensino Médio a serem ensinados
nas escolas de EJA propiciam o desenvolvimento de conceitos numéricos,
algébricos, geométricos e gráficos e precisam ser trabalhados como um conjunto
articulado. Isso significa que o tratamento dos conteúdos em compartimentos
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estanques deve dar lugar a uma abordagem em que as conexões sejam favorecidas
e destacadas.
Nesse contexto, a avaliação em Matemática na EJA deve permitir ao
educador fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos da
apreensão do conhecimento pelo educando, estabelecendo inter-relações entre o
conhecimento matemático e o contexto social.
É fundamental que a avaliação seja coerente com a metodologia utilizada
pelo educador, bem como, com os objetivos que se pretende alcançar, visto que,
esta tem a finalidade de fornecer informações do processo de desenvolvimento do
educando - a ele mesmo e ao educador. Essas informações permitem ao educador,
uma reflexão crítica sobre a sua prática pedagógica, no sentido de captar seus
avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão
sobre o que fazer para superar os obstáculos, uma vez que os educandos possuem
diferentes tempos de aprendizagem.
O processo avaliativo deve ser um recurso pedagógico, que considera erros e
acertos como elementos sinalizadores para seu replanejamento, ou seja, toma o erro
como ponto de partida para rever caminhos, para compreender e agir sobre o
processo de construção do conhecimento matemático.
No que se refere à avaliação em matemática, considerando o perfil do
educando jovem, adulto e idoso, pontua-se alguns indicativos a serem contemplados
pelos educadores:
- considerar todas as formas de raciocínio, ou seja, os procedimentos/métodos
utilizados pelo educando para resolver uma determinada situação-problema;
- resultado não é o único elemento a ser contemplado na avaliação matemática,
pois, mesmo que este não esteja de acordo, ele pode ter utilizado-se de métodos
coerentes, equivocando-se em apenas parte do processo de desenvolvimento do
raciocínio matemático;
- erro deve ser considerado como ponto de partida para rever caminhos,
compreendendo todo o processo de construção do conhecimento matemático.
Portanto, a avaliação da aprendizagem matemática considerada como
mecanismo diagnóstico, deverá englobar todas as instâncias que compõem a
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escola: currículo, planejamento, metodologia, conteúdos, o educando, o educador e
a própria escola.
Entendida como processo, a avaliação possibilita uma constante elaboração e
reelaboração não só do conhecimento produzido, mas da ação pedagógica como
um todo.
13.2.11.3. Organização dos conteúdos curriculares
13.2.11.3.1. Ensino fundamental
A) Números e álgebra
Para o Ensino Fundamental, o Conteúdo Estruturante Números e Álgebra se
desdobra nos seguintes conteúdos:
- conjuntos numéricos e operações;
- equações e inequações;
- polinômios;
- proporcionalidade.
B) Grandezas e medidas
Para o Ensino Fundamental, o Conteúdo Estruturante Grandezas e Medidas
englobam os seguintes conteúdos:
- sistema monetário;
- medidas de comprimento;
- medidas de massa;
- medidas de tempo;
- medidas derivadas: áreas e volumes;
- medidas de ângulos;
- medidas de temperatura;
- medidas de velocidade;
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- trigonometria: relações métricas no triângulo retângulo e relações trigonométricas
nos triângulos.
C) Geometrias
Para o Ensino Fundamental, o Conteúdo Estruturante Geometrias se
desdobra nos seguintes conteúdos:
- geometria plana;
- geometria espacial;
- geometria analítica;
- noções básicas de geometrias não-euclidianas.
D) Funções
Para o Ensino Fundamental, o Conteúdo Estruturante Funções engloba os
seguintes conteúdos:
- função afim, com explorações voltadas para a Educação Ambiental (Lei Federal
9795/99, 27 de abril de 1999);
- função quadrática;
E) Tratamento da informação
Para o Ensino Fundamental, o Conteúdo Estruturante Tratamento da
Informação engloba os seguintes conteúdos:
- noções de probabilidade;
- estatística relacionada a Afro-descendente(Lei Federal 11645/08, 10 de Março de
2008);
- Análise de gráficos com ênfase na história do Paraná ( Lei Estadual 13381/01, 18
de dezembro de 2001);
- matemática financeira;
- noções de análise combinatória.
13.2.11.3.2. Ensino médio
A) Números e álgebra
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Para o Ensino Médio, o Conteúdo Estruturante Números e Álgebra se desdobra nos
seguintes conteúdos:
- números reais;
- matrizes e determinantes;
- equações e inequações exponenciais, logarítmicas e modulares;
- polinômios.
B) Grandezas e medidas
Para o Ensino Médio, o Conteúdo Estruturante Grandezas e Medidas
aprofunda e amplia os conteúdos do Ensino Fundamental:
- medidas de massa;
- medidas derivadas: área e volume;
- medidas de informática;
- medidas de energia;
- trigonometria: relações métricas e trigonométricas no triângulo retângulo e a
trigonometria na circunferência.
C) Geometrias
Para o Ensino Médio, o Conteúdo Estruturante Geometrias se desdobra nos
seguintes conteúdos:
- geometria plana;
- geometria espacial;
- geometria analítica;
- noções básicas de geometrias não-euclidianas.
D) Funções
Para o Ensino Médio, o Conteúdo Estruturante Funções engloba os
conteúdos:
- função afim, explorando aspectos voltados para a Educação ambiental segundo a
lei 9795/99;
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- função quadrática;
- função polinomial;
- função exponencial;
- função logarítmica;
- função trigonométrica;
- progressão aritmética;
- progressão geométrica.
E) Tratamento da informação
Para o Ensino Médio, o Conteúdo Estruturante Tratamento da Informação
engloba os conteúdos:
- análise combinatória;
- Gráficos e porcentagens voltados para a análise da História do Paraná de acordo
com a Lei 13381/01 e análise de aspectos ambientais de acordo com a lei 9795/99;
- probabilidade;
- matemática financeira;
- estatística relacionada a Afro-descendente(Lei Federal 11645/08, 10 de Março de
2008);
- análise de gráficos com ênfase na história do Paraná ( Lei Estadual 13381/01, 18
de dezembro de 2001).
13.2.11.4. Referências bibliográficas
BICUDO, M. A. V. e GARNICA, A. V. M. Filosofia da Educação Matemática. Belo
Horizonte: Autêntica, 2001.
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193
Matemática: livro do estudante: ensino fundamental/coordenação Zuleika de Felice
Murrie, 2002.
Matemática: matemática e suas tecnologias: livro do professor: ensino fundamental e
médio/ coordenação Zuleika de Felice Murrie, 2002
DUARTE, Newton. O ensino de matemática na educação de adultos. São Paulo:
Cortez, 1994.
FONSECA, Maria da Conceição F.R. Educação Matemática de Jovens e Adultos:
especificidades, desafios e contribuições. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
MATO GROSSO DO SUL, Secretária de Estado de Educação. Subsídios de
matemática. V, 8ª: 1 ed. Campo Grande: 2000.
MIORIM, Maria Ângela. Introdução à história da matemática. São Paulo: Graal,
1973.
PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da
Educação Básica , 2008.
PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da
Educação de jovens e adultos no Estado do Paraná – DCE. Versão preliminar.
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PAIS, L. C. Didática da matemática – uma análise da influência francesa. Belo
Horizonte: Autêntica, 2001.
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NAGEL, Lízia Helena. Em questão: profissionalismo no ensino . Maringá: UEM,
2003(texto digitado)
PETRONZELLI, Vera Lúcia Lúcio. Educação Matemática e a aquisição do
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(Dissertação de Mestrado, UTP) 166p.
Resolução CNE/CEB 2/2012.Diário Oficial da União, Brasília, 31 de janeiro de 2012,
Seção 1, p.20.
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194
BRASIL. Lei 11645, de Março de 2008/08. Inclusão conteúdos da História e Cultura
Afro-Brasileira Indígena.
PARANÁ, Secretaria do Estado da Educação. Lei Nº 13381 de 18 de dezembro de
2001. Inclusão de conteúdos da História da Paraná.
BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Política Nacional de Educação
Ambiental.
13.2.12. Química
13.2.12.1. Fundamentação teórica
Certamente, a tríade que se estabelece entre o currículo, a avaliação e o
ensino são essenciais para o alcance dos objetivos formativos dos estudantes.
De certo modo, os currículos envolvem processos de seleção e de
organização do conhecimento escolar e educacional (formal, não-formal e informal)
e está em constante transformação com rupturas e descontinuidades. É, portanto,
um artefato social, histórico e cultural com interesses, lutas, concepções, conflitos,
objetivos de escolarização, aspirações, subjetividades e que é construído para ter
efeitos sobre as pessoas levando às diferenças individuais e sociais. Nessa visão, o
currículo é uma construção peculiar de um determinado contexto e que está ligado à
avaliação e aos aspectos pedagógicos, com o poder de determinar e diferenciar os
sujeitos (GOODSON, 1995). Além disso, concordamos com Castilho Arredondo e
Diago (2009, p.95) de que a avaliação tem um papel fundamental no
desenvolvimento do projeto curricular escolar e pedagógico, e que o currículo é
importante para o processo avaliativo e para as práticas pedagógicas. Os autores
argumentam que a avaliação permite o diálogo comunicativo das pretensões dos
professores, as potencialidades dos estudantes diante de um projeto curricular
específico, e as práticas pedagógicas, de modo que “deve utilizar a avaliação não
como uma ação unilateral e terminal”, mas sim em reciprocidade, integrando três
dimensões: do currículo, das práticas pedagógicas e da avaliação.
Desse modo, o processo avaliativo é parte integrante do projeto curricular e
busca a compreensão e melhoria do ensino. Não visa apenas à constatar o que foi
ensinado, mas também beneficiar a aprendizagem e, por esta razão, é fundamental
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que haja um tratamento institucional e docente mais de acordo com a relevância da
avaliação para a tomada de decisões sobre o projeto curricular e à ação docente,
considerando o contexto, as características e os objetivos gerais da escola e da
comunidade (CASTILHO ARREDONDO, DIAGO, 2009).
Sobre as orientações ao ensino de Química e acerca da construção e do
desenvolvimento curricular, consideramos necessário destacar os seguintes
documentos: os Parâmetros Curriculares do Ensino Médio (PCNEM) (BRASIL,
2000); as Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN+) (BRASIL, 2002); as Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Ensino Médio (DCNEM) (BRASIL, 1998) e as Orientações Curriculares para o
Ensino Médio (OCEM) (BRASIL, 2006); além das Diretrizes Estaduais da Educação
Básica do Paraná (PARANÁ, 2008) e das Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação de Jovens e Adultos (DCNEJA) (BRASIL, 2000c), a Resolução nº2, de 30
de janeiro de 2012 /CEB (BRASIL,2012)
Em linhas gerais, as orientações curriculares para o Ensino Médio - e
especificamente para a disciplina de Química - em nível nacional e estadual –
destacam a necessidade de uma proposta pedagógica diversa e coesa para a
terminalidade da Educação Básica. Também enfatizam a necessidade da superação
do ensino linear, fragmentado e descontextualizado; do tratamento estanque das
disciplinas e da dualidade que historicamente tem marcado este nível de ensino.
O objetivo deste nível é propiciar ao estudante uma formação geral, básica e
integral que articule a ciência, a tecnologia, os aspectos sociais e históricos, as artes
e o trabalho, contribuindo para o desenvolvimento da pessoa, a formação ética, a
autonomia intelectual, o pensamento crítico, a contribuição nas decisões e escolhas
da vida e a significação do conhecimento socialmente construído. [PCNEM (BRASIL,
2000), os PCN+ (BRASIL, 2002), as DCNEM (BRASIL, 1998) e as OCEM (BRASIL,
2006)]
Estes documentos sugerem que seja construída uma proposta de
organização curricular em áreas de conhecimento com a justificativa de que os
componentes curriculares apresentem objetos de estudos comuns, para facilitar a
abordagem interdisciplinar e para a investigação sobre a natureza considerando as
dimensões científicas, tecnológica, social, histórica, política, entre outras. Desse
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modo, consideram que a proposta pedagógica do Ensino Médio deve ser construída
pelas escolas, mediante discussões coletivas e o envolvimento entre os estudantes,
os profissionais da Educação e a comunidade. Acrescentam ainda ser relevante
para a organização e o desenvolvimento do currículo para o Ensino Médio
considerar os princípios da Interdisciplinaridade, da contextualização, da autonomia,
da identidade e da diversidade (BRASIL, 1998). Enfatizam que a
Interdisciplinaridade permite a articulação entre as disciplinas escolares para
“resolver um problema concreto ou compreender um determinado fenômeno sob
diferentes pontos de vista” (BRASIL, 2000, p.21) e o reconhecimento da
historicidade e da diversidade de dimensões no processo de produção do
conhecimento. Avaliam que este princípio permite o reconhecimento de que as
disciplinas escolares são recortes de áreas de conhecimentos que não esgotam
isoladamente a realidade dos fatos físicos e sociais, sendo necessária a busca pelas
interações para uma compreensão mais ampla de mundo e para um
desenvolvimento intelectual, social e afetivo mais completo e integrado (BRASIL,
2000; BRASIL, 1998). Quanto à contextualização, as orientações curriculares
nacionais enfatizam que este princípio possibilita a significação do conhecimento
escolar, relacionando o que é aprendido com as experiências vivenciais e por este
motivo é necessário que os professores considerem as situações de aprendizagem
diversificadas e que partam de problemas reais e familiares aos estudantes
(BRASIL, 1998; BRASIL, 2000; BRASIL, 2002).
Além disso, a escola e os professores necessitam ter a autonomia para
buscar a melhor adequação do projeto pedagógico almejado para o Ensino Médio,
atendendo às necessidades e aos interesses também da comunidade. Sendo assim,
buscar-se-á a consolidação dos objetivos formativos deste nível de ensino,
valorizando a diversidade da cultura brasileira e dos aspectos culturais, sociais,
econômicos e políticos no qual a escola está inserida com o intuito de permitir um
ensino articulado com a realidade, a unidade, as abstrações mais amplas e desta
forma, conferir sentido às disciplinas escolares (BRASIL, 1998; BRASIL, 2000;
BRASIL, 2002; BRASIL, 2006).
As orientações também destacam o papel da avaliação no processo de
ensino como possibilidade de conferir a coerência pedagógica, permitir a análise
pelos estudantes e professores do processo de aprendizagem, das dificuldades, das
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necessidades e a autoavaliação. Argumentam que os instrumentos de avaliação não
podem contemplar somente os dados, mas contribuir para o redirecionamento do
ensino, com a intervenção no trabalho docente, para a aproximação aos objetivos
formativos definidos, devendo ser contínua, formativa e parte permanente da
interação professor - estudante (BRASIL, 1998).
Segundo estas orientações oficiais, os objetivos da área de Ciências da
Natureza são: a apropriação e a construção de sistemas de pensamento mais
abstratos e significativos que tratem das concepções de Ciência, de Tecnologia; a
compreensão do mundo físico e natural; e a investigação científica e tecnológica de
problemas concretos considerando tanto os aspectos sociais, históricos como outras
dimensões para uma formação de ciência útil à vida e ao trabalho (BRASIL, 2000b;
BRASIL, 2002; BRASIL, 2006).
Especificamente para a Química, estas orientações destacam que o
estudante compreenda as transformações e as propriedades da matéria, os
conceitos, os métodos, os códigos, as linguagens e os procedimentos próprios da
disciplina. Sendo assim, é necessário que os processos químicos sejam
relacionados aos aspectos ambientais, culturais, sociais, históricos, políticos,
econômicos e tecnológicos, contribuindo para uma visão crítica da ciência e da
química. Além disso, salientam a importância da valorização da História da Química,
da experimentação, da linguagem, do estudo a partir dos problemas reais dos
estudantes e da articulação entre os conhecimentos para uma formação cidadã,
responsável e autônoma (BRASIL, 2000b).
Destacam ainda a necessidade dos estudantes em compreenderem as
ciências como construções humanas, relacionando-as com as transformações
sociais e a capacidade do estudante em intervir no mundo em que está inserido.
Também destacam que os estudantes devem compreender o impacto da Ciência e
da Tecnologia na vida, nos processos produtivos, no desenvolvimento do
conhecimento e na escola (BRASIL, 1998).
Afirmam a necessidade da abordagem contextual e interdisciplinar para a
significação conceitual, o estímulo ao pensamento analítico do mundo, a
compreensão da tecnologia, a maior capacidade de abstração pelos estudantes para
a produção de um pensamento coerente e fundamentado em argumentos sobre um
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determinado contexto. O objetivo da área é a investigação sobre a natureza e o
desenvolvimento tecnológico para articulações e mediações capazes de produzir o
conhecimento escolar, na inter-relação dinâmica de conceitos cotidianos e científicos
diversificados, que incluem o universo cultural da ciência Química, articulando os
temas sociais, os conceitos e os conteúdos associados à formação humano-social,
na abordagem de situações reais facilitadoras de novas ações conjuntas para o
desenvolvimento das novas capacidades humanas (BRASIL, 2006).
As Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná vinculam-se à
concepção dialética1, considerando o currículo como “configurador da prática,
produto de ampla discussão entre os sujeitos da educação, fundamentado nas
teorias críticas e com organização disciplinar” (PARANÁ, 2008, p.19).
Para a Educação de Jovens e Adultos, necessitamos considerar ainda as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos (DCNEJA)
(BRASIL, 2000c). Tais diretrizes destacam a importância de situações de
aprendizagem que permitam a significação e a integração do conhecimento com
uma proposta em áreas a fim de que haja a superação do ensino enciclopédico e
sem relação com as vivências dos estudantes. Estes apontamentos são relevantes,
visto que o Ensino Médio deve possibilitar uma formação sólida, com conhecimentos
significativos para os jovens.
Assim sendo, espera-se que haja, para o Ensino de Química, a superação do
tratamento estanque, fragmentado e descontextualizado dos conhecimentos “tanto
do mundo da vida como do seu próprio processo de constituição pela via da ciência
e da história”, mas sim partir das questões vivenciais dos estudantes com o intuito
de auxiliá-los na interpretação das coisas do mundo bem como para a resolução dos
problemas de vida (MORAES, 2008, p.31).
Com isso, a aprendizagem deve estar centrada em situações que permitam
conferir significação ao objeto, estabelecendo relações entre o estudante com seu
meio físico e social (DELIZOICOV, ANGOTTI, PERNAMBUCO, 2007).
Por isso, precisamos estimulá-la para que os estudantes possam reconhecer
a importância de o conhecimento escolar e para que este tenha uma estreita relação
com as vivências dos jovens a fim de superarmos o ensino meramente propedêutico
e com escopo na memorização de informações e na aplicação de fórmulas.
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Dessa forma, espera-se que a Educação Química tenha como escopo uma
formação voltada para a cidadania. Uma formação que possibilite a compreensão
científica para todos como um direito do acesso aos bens culturais, do pleno
desenvolvimento humano, de valores, de atitudes, com o escopo na reflexão, na
crítica, no questionamento e que permita aos sujeitos a tomada de decisão diante
dos problemas que acometem a sociedade para que possam fazer escolhas
melhores, considerando não só o interesse pessoal, mas também coletivo.
13.2.12.2. Objetivos específicos
O ensino de Química tem como finalidades educacionais uma formação
básica voltada para a cidadania, a compreensão sobre o mundo físico e natural e
dos problemas sociais. Sendo assim, tem como objetivo possibilitar ao estudante a
compreensão científica e tecnológica para todos como um direito do acesso aos
bens culturais e do pleno desenvolvimento humano.
Também é de interesse no ensino de Química o estímulo à curiosidade, à
reflexão, a crítica e o questionamento a fim de possibilitar aos sujeitos em formação
sua participação e intervenção na sociedade na medida em que toma suas decisões
diante dos problemas reais. Para isso, é de nossa responsabilidade formar pessoas
para que possam fazer melhores escolhas, considerando não só seu interesse
pessoal, mas também o coletivo.
Como é o propósito da própria área de conhecimento Ciências da Natureza,
espera-se alcançar uma integração entre os métodos, os procedimentos, as
informações, as representações, as propriedades bio-físico-químicas, além da
Educação Ambiental e da visão crítica das ciências e dos avanços tecnológicos.
Especificamente para a Química, almeja-se que o estudante possa compreender
seus conhecimentos, linguagens, métodos, história e procedimentos próprios, além
da compreensão dos materiais, das substâncias, das transformações e dos
processos produtivos para visões mais enriquecidas de mundo.
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13.2.12.3. Encaminhamento metodológico
Para o primeiro registro, será enfatizado o conteúdo estruturante Matéria e
sua Natureza e deverá ser explorada a inter-relação entre a Ciência, a Tecnologia e
Sociedade; a ênfase na Educação Ambiental; na experimentação investigativa; nos
aspectos históricos da Química e a valorização da linguagem para a socialização
dos saberes.
Para a compreensão sobre a atomística, deverão ser destacados os modelos,
as representações, as linguagens e as fórmulas próprias da Química. Também serão
desenvolvidas as atividades significativas e com relevância para o desenvolvimento
do senso crítico por parte do educando, e para isso, serão considerados os
princípios da interdisciplinaridade e da contextualização no desenvolvimento
curricular.
Especificamente para o conteúdo estruturante, Matéria e sua Natureza,
espera-se que o estudante entenda os aspectos microscópicos e macroscópicos dos
materiais e substâncias, suas características, propriedades e principais usos.
Os conteúdos básicos enfatizariam o entendimento sobre a importância e as
implicações da Química e a compreensão sobre a constituição, propriedades e sobre
a transformação da matéria. Os objetivos conteúdos específicos a serem
trabalhados são: matéria e energia; sistemas, substâncias puras e misturas;
separação de misturas; modelos atômicos e características dos átomos;
propriedades e transformações da matéria; elementos químicos; substâncias iônicas,
moleculares e metálicas.
Os objetivos específicos pretendidos seriam:
- Conhecer a história, o contexto social e progresso na construção de modelos
atômicos;
- Entender os aspectos microscópicos e macroscópicos dos materiais;
- Identificar e compreender as características, organização, periodicidades da Tabela
periódica;
- Conhecer os elementos químicos e suas principais características e usos;
- Diferenciar substâncias puras, compostas e misturas;
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- Estudar as transformações da matéria.
Em relação ao segundo registro, deverá ser considerado o mesmo conteúdo
estruturante, aonde serão explorados os diferentes conceitos da química inorgânica
e a partir deles entender o comportamento de muitas substâncias presentes no
nosso cotidiano; situações que ocorrem no corpo humano, funcionamento das
células por meio de reações essenciais. Outras situações são o controle da acidez
do solo, o tratamento da água, os conservantes usados na indústria dos alimentos, e
as questões ambientais (chuva ácida, destruição da camada de ozônio, efeito estufa,
dentre outras).
Como conteúdos básicos seriam desenvolvidos os tipos de substâncias
compostas, suas características e aplicações importantes e como conteúdos
específicos seriam estudados: funções inorgânicas(ácidos, bases, sais, óxidos); a
Teoria de Arrhenius e o Potencial de Hidrogênio.
Os objetivos específicos propostos seriam:
- Identificar as diferentes funções inorgânicas;
- Definir, classificar, nomear e formular as funções inorgânicas;
- Estudar as suas propriedades;
- Apresentar as funções da química e o cotidiano;
- Conhecer a escala de acidez e basicidade;
- Estudar e Classificar as soluções;
- Distinguir as soluções concentradas e diluídas;
- Entender o coeficiente de solubilidade;
- Estudar as reações químicas que originam as substâncias inorgânicas.
Quanto ao terceiro registro, deverá ser abordado o conteúdo estruturante
Biogeoquímica, aonde serão explorados os diferentes tipos de reações, suas
equações químicas, variações de energia, velocidades e aplicabilidades. Para isso,
serão enfatizadas as relações e interações entre a hidrosfera, a litosfera e a
atmosfera, entre a matéria viva e não viva, além da composição química da Terra e
os ciclos biogeoquímicos. Para isso, serão destacadas as relações entre as
disciplinas de Química, Biologia, Geologia e Geografia, além da articulação com as
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202
complexas situações cotidianas, envolvendo a matéria e a energia. Serão
valorizadas as discussões sobre a Química e as reações que ocorrem no mundo
físico e natural. Serão enfatizadas a experimentação, a problematização, e a
abordagem de aspectos sociológicos, éticos, políticos, históricos, filosóficos e de
outras naturezas.
Quanto aos conteúdos específicos a serem abordados seriam: os tipos de
reações químicas; as relações estequiométricas nas transformações químicas; a
energia e as transformações químicas da matéria; as reações nucleares; a
velocidade das reações químicas e fatores interferentes; pilhas, corrosão de metais
e eletrólise.
Os objetivos específicos propostos seriam:
- Identificar os diferentes tipos de reações;
- Realizar os acertos de coeficientes e relações estequiométricas das reações
químicas;
- Classificar as reações químicas de acordo com o conteúdo calorífico envolvido;
- Diferenciar as reações exotérmicas e endotérmicas;
- Conceituar a velocidade de uma reação química;
- Conhecer os fenômenos eletroquímicos;
- Entender as reações nucleares.
Para o quarto registro, deverá ser abordado o conteúdo estruturante Química
Sintética, que tem como finalidade o estudo da síntese de produtos químicos, tais
como os farmacêuticos, alimentícios, fertilizantes, derivados do petróleo e
defensores agrícolas. Envolve ainda as noções sobre os processos produtivos e a
inter-relação entre a Química e a Tecnologia. Serão explorados os processos de
produção de materiais artificiais, a História da Química Orgânica, além dos aspectos
econômicos e as implicações da Química e da Tecnologia para a sociedade.
Pretende-se que o estudante seja capaz de compreender as características,
propriedades, o ser humano e o ambiente; a aplicabilidade, usos, nomenclatura e
transformações de compostos de Carbono. Os conteúdos específicos seriam: o ser
humano e o ambiente; o carbono e seus compostos; características, nomenclatura,
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fontes e principais usos dos hidrocarbonetos [alcanos, alcenos, alcinos, aromáticos];
características, nomenclatura, fontes e principais usos das funções orgânicas
oxigenadas [alcoóis, aldeídos, cetonas, ácidos carboxílicos], características,
nomenclatura, fontes e principais usos das funções orgânicas com nitrogenadas
[aminas, amidas, aminoácidos]; os aditivos químicos; as características,
nomenclatura, fontes e principais usos dos plásticos e polímeros.
Os objetivos propostos seriam:
- Conhecer a História da Química Orgânica;
-Entender os postulados do átomo de Carbono;
- Conceituar a Química Orgânica;
- Classificar e identificar os diferentes tipos de cadeias e funções orgânicas;
- Compreender e identificar as principais características, nomenclatura, fontes e usos
das Funções orgânicas no dia a dia.
13.2.12.4. Avaliação
Sobre isso, Guba e Lincoln (1989) destacam que a avaliação é uma produção
ligada inevitavelmente a um determinado contexto físico, cultural, social, psicológico
e que partiu de um consenso entre as pessoas que o produziram. Como o consenso
é um conceito ligado a uma situação particular humana e que pode ajudar outras
pessoas, a avaliação é uma construção subjetiva que não pode ser tomada como
“verdade”. Dessa forma, a avaliação permite orientar, estimular, apoiar e se tornar
um processo de negociação que envolve os humanos e por tal razão deve ser
cuidadosa e ética, como também afirma Dias Sobrinho (2004). Assim sendo,
partimos do pressuposto que a avaliação pode assumir enfoques e significados
diversos e trata de uma construção social, onde há a negociação entre os
avaliadores e os avaliados para o processo de construção da avaliação.
A preocupação está no fato de que cada sujeito tem suas visões de mundo,
pois se reconhece que a realidade é complexa e que conhecemos também pela
interação com os outros num processo dialético e que exige uma intensa
comunicação. Assim, a resposta para os problemas virão do consenso entre os
sujeitos informados e não da realidade objetiva ou da observação atenta da
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natureza: supõe-se que o fenômeno só será compreendido se o contexto for tomado
como estudo, pois os casos singulares não podem ser generalizados e por tal razão,
uma intervenção na escola não é estável ou única, pois depende das situações
peculiares daquele espaço (GUBA, LINCOLN, 1989).
Castilho Arredondo e Diago (2009) complementam que na lógica
Interpretativa de avaliação há o interesse no erro, nos significados, nas
interpretações, nos processos e na relação entre a avaliação e o contexto estudado.
Dessa forma, interessam os métodos qualitativos, a exploração, a investigação, as
particularidades, considerando que a realidade é dinâmica. Também requer que
todos os sujeitos envolvidos sejam partícipes em todo o processo e que a avaliação
trata-se de um conceito multidimensional e polissêmico. Esta afirmação também é
compartilhada por Fernandes (2009):
(...) a avaliação é uma prática e uma construção social, é um processo
desenvolvido por e para seres humanos que envolve valores morais e
éticos, juízos de valor e questões de natureza sociocultural, psicológica e
também política. No entanto, também me
parece que, não sendo matéria exata, pode basear-se em sólidas e
significativas evidências e, neste sentido, não será uma questão de
convicção, crença ou persuasão (FERNANDES, 2009, p.64).
Dias Sobrinho (2004) argumenta que os instrumentos por si só não garantem
a avaliação, pois para isso é necessária a valorização da linguagem, da reflexão, da
cooperação entre os sujeitos nas ações educativas, a comunicação e o respeito à
autonomia de cada um. Sendo assim:
A melhora da qualidade educativa é uma construção coletiva. É a
participação ativa de sujeitos em processos sociais de comunicação que
gera os princípios democráticos fundamentais para a construção das bases
de entendimento comum e de interesse público. Esse processo social
também é potencialmente rico de sentido formativo, inclusive para os
sujeitos que a ele se dedicam (DIAS SOBRINHO, 2004, p.722).
Depreendemos deste trecho que se faz necessária a superação de noções
estreitas da avaliação, pois ela é orientada por valores e sentidos para uma
sociedade democrática, para a formação de cidadãos. Desta forma, podemos
resumir que a lógica Interpretativa de avaliação destaca a valorização da reflexão e
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das trocas entre pessoas com vistas à melhoria educativa, mas também constitui um
processo de exercício da cidadania.
Com isso, a avaliação é educativa, pois permite a eles o exercício da
cidadania e o respeito à sua autonomia para expressar, socializar e compartilhar
seus pontos de vista, suas reivindicações, suas angústias ou dificuldades. Também
é uma oportunidade de aprender e na medida em que compartilhamos saberes,
pensamos em contribuir com o progresso do outro. Por tais razões, a avaliação
necessita:
(...) articular em um processo global e compreensivo os diversos aspectos
constitutivos da educação (...) Então, não pode restringir-se a meros
instrumentos estáticos (...) nem há de ser simples controle e medida do já-
feito. É processo dinâmico de comunicação, em que avaliadores e
avaliados se constituem mutuamente (...) deve ser um patrimônio público a
ser apropriado e exercido como instrumento de consolidação da educação
como bem público; uma prática participativa e um empreendimento ético a
serviço do fortalecimento da responsabilidade social da educação,
entendida principalmente como o cumprimento científica e socialmente
relevante dos processos de produção de conhecimentos e de formação de
sujeitos com autonomia epistêmica, moral, social e política (DIAS
SOBRINHO, 2008, p.193-194).
Diante do exposto, consideramos essencial repensarmos os critérios de
avaliação para que estejam afinados com as necessidades formativas e para
favorecer o exercício da cidadania conforme proposto.
Especificamente para cada registro, destacamos a seguir os
encaminhamentos a respeito da avaliação:
1º Registro:
Os critérios de avaliação que serão contemplados pretendem que o
estudante:
- Entenda sobre a natureza química da matéria;
- Aprenda através dos modelos a evolução dos conceitos da atomística;
- Diferencie os tipos de ligações químicas;
Analise as diferentes substâncias que se formam a partir das ligações. A avaliação
ocorrerá de forma contínua, com a prevalência dos dados qualitativos sobre os
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quantitativos e com o objetivo de contribuir para a formação dos estudantes e
também para a reflexão e investigação sobre a prática pedagógica. Os principais
instrumentos de avaliação a serem utilizados serão: a produção de textos, a
apresentação de trabalhos, a realização de experimentos, o desenvolvimento de
pesquisas, as apresentações, os questionários, as provas orais e escritas.
2º Registro:
Pretende-se que o estudante:
- Compreenda os diversos tipos de substâncias químicas;
- Reconheça as propriedades de cada tipo de composto inorgânico;
- Relacione a substância química que a constitui com o produto do cotidiano.
A avaliação será de caráter contínuo em diferentes momentos e com
estratégias a partir dos seguintes instrumentos de avaliação: leitura e interpretação
de textos, atividades escritas, pesquisas, produção de gráficos, mapas, cartazes.
3º Registro:
Os principais instrumentos de avaliação a serem utilizados serão: a produção
de textos, painéis, cartazes, a apresentação de trabalhos, a realização de
experimentos, o desenvolvimento de pesquisas, as apresentações, os questionários,
as atividades orais e escritas; a interpretação de gráficos; a resolução de exercícios;
os trabalhos e discussões em equipe; a leitura e interpretação de textos.
- Essas ações pretendem que o estudante:
- Analise os tipos de reações químicas envolvidas nos experimentos;
- Reconheça os fatores que alteram a velocidade das reações químicas;
- Diferencie as reações endotérmicas das exotérmicas;
- Identifique as reações que ocorrem na pilha e na bateria;
- Diferencie eletrólise de galvanização.
4º Registro:
Os principais instrumentos de avaliação a serem utilizados serão: a leitura e
produção de textos e imagens, a apresentação de trabalhos, a realização de
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experimentos, o desenvolvimento de pesquisas, as atividades orais e escritas em
grupo e individual e os seminários.
Essas ações pretendem que o estudante:
- Reconheça os hidrocarbonetos e sua principal aplicação;
- Identifique os tipos de cadeias carbônicas;
- Reconheça os grupos funcionais característicos da cada função orgânica;
- Relacione graficamente os elementos químicos no corpo humano.
13.2.12.5. Organização Curricular segundo a Resoluç ão Nº 2, de 30 de janeiro
de 2012, que define Diretrizes Curriculares Naciona is para o Ensino Médio
A matriz curricular tem uma base nacional comum e uma parte diversificada
que não devem constituir blocos distintos, mas um todo integrado de modo a garantir
tanto conhecimentos e saberes comuns, necessários a todos os estudantes, bem
como uma formação que considere a diversidade e as características locais e
especificas da região.
Para a área de Ciências da Natureza na disciplina de Química as atividades
devem ser integradoras, envolvendo tanto os aspectos tecnológicos, ambientais,
culturais e relacionados com a prática social.
Para atender a esta Resolução e seus dispositivos considerar-se -á a Lei
9795/99 que diz respeito a Educação Ambiental, assim como a Lei 11645/08 sobre a
História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena e a Lei Nº 13.381/01 sobre a História do
Paraná.
1 - Quadro demonstrativo dos encaminhamentos metodológicos que visam atender
as leis supracitadas.
História e Cultura afro-
descendente -Discussão e reflexão sobre a forma de como ela é representada nos
livros didáticos e na mídia.
-apresentação e discussão do tema os “Tigreiros” no período da
escravidão, relacionando a disciplina com a questão dos escravos a
fim de possibilitar uma reflexão sobre eles.
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Conteúdo específico de
Química - Discussão sobre a produção da amônia por meio da uréia,
ocasionando queimaduras na pele dos escravos, que passaram a ser
chamados de “Tigreiros”.
Cultura Indígena
-Resgate sobre os aspectos étnicos, históricos culturais, políticos e
econômicos dos indígenas para a história do Brasil, vinculando a ética,
a educação, o trabalho e as pŕaticas sociais.
Conteúdo específico de
Química - Discussão da fabricação de tintas para a pintura na pele
Educação Ambiental -Disseminação de informações e práticas educativas sobre o meio
ambiente, a preservação, a identificação e a solução de problemas
ambientais, considerando a interdependência entre o meio natural, o
sócioeconômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade.
Conteúdo específico de
Química - Analogia do equilíbrio químico e o equilíbrio na natureza, além da
chuva ácida, efeito estuda, Protocolo de Kyoto e as mudanças
climáticas.
História do Paraná -Discussão e reflexão sobre questões que contribuam com o exercício
da cidadania, autodeterminação do povo paranaense e solidariedade
como fundamentos para o futuro e a valorização de nosso Estado, no
que diz respeito a sua identidade e potencialidades
Conteúdo específico de
Química - Discussão da composição dos sambaquis nas tribos do estado –
Kaingang, Guaranis, Xetás.
Fonte: Steca e Flores (2008).
Além disso, buscar-se-á nas atividades e práticas educativas a
poblematização como instrumento de incentivo à curiosidade, à pesquisa e o
desenvolvimento do espirito investigativo. Para isso, serão propostas situações de
aprendizagem que possibilitem a apropriação significativa dos conhecimentos; a
valorização da leitura, da escrita e da fala; o comportamento ético como ponto de
partida para o reconhecimento dos direitos humanos e da cidadania.
Tais atividades deverão contemplar ainda a articulação entre teoria e prática,
com o mundo do trabalho reconhecendo a capacidade permanente de aprender dos
estudantes. Além disso, deverão ser considerados encaminhamentos de
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experimentação, de diferentes mídias, que estimulem o convívio humano e atendam
a diversidade cultural.
Nos encaminhamentos metodológicos, também deverá ser considerada a
valorização e promoção dos direitos humanos mediante temas relativos a gênero,
raça, etnia, orientação sexual, inclusão e identidade.
13.2.12.6. Referências bibliográficas
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Presidência da República, Casa Civil, Subchefia de Assuntos Jurídicos. Lei n.11.645,
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20.
13.2.13. Sociologia
13.2.13.1. Fundamentação teórica
A educação de Jovens e Adultos e Idosos possui características próprias que
a distingue das demais atividades educacionais devido a modalidade específica e
especial de ensino. Uma atenção especial faz-se necessário devido ao perfil do
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educando e um preparo específico do educador. Seguindo as Diretrizes Curriculares
da Educação de Jovens e Adultos e buscando uma formação integral dos alunos
(as) ao longo do processo de escolarização as disciplinas da Educação Básica
devem-se criar critérios específicos visando adaptar a especificidade do aluno da
EJA: jovens, adultos e idosos, como sujeitos de conhecimento e aprendizagem, de
sua história e condição socioeconômica, sua posição nas relações de poder, sua
diversidade étnico-racial, territorial, geracional e cultural, dentre outras.
Os eixos norteadores que articulam no Paraná a Educação de Jovens e
Adultos, cultura, o trabalho e o tempo devem estar articulados na disciplina de
Sociologia de modo que propicie ao educando vivenciar os símbolos culturais que
os seres humanos criaram para interagir e organizar a sociedade e articule a
inserção do adulto numa perspectiva de classe trabalhadora estabelecendo relações
sociais na construção do conhecimento e analisar a influência na temporalidade no
seu cotidiano.
À escola cabe a função de viabilizar, sistematizar e socializar o saber
elaborado, saber este acumulado sociologicamente e construído pelos teóricos
clássicos da sociologia e também os teóricos sociológicos contemporâneos. Esse
saber, deverá ampliar as possibilidades de mostrar a realidade em que vivem os
alunos, desenvolvendo o germe da mudança alçado na perspectiva de compreensão
do social. Segundo Sacristán fala de impressões que, “tal como imagens, trazem à
mente o conceito de currículo”. Em algumas dessas impressões, a ideia de que o
currículo é construído para ter efeitos sobre as pessoas fica reduzida ao seu caráter
estrutural prescritivo. Nelas, parece não haver destaque para a discussão sobre
como se dá, historicamente, a seleção do conhecimento, sobre a maneira como
esse conhecimento se organiza e se relaciona na estrutura curricular e,
consequência disso, o modo como pessoas que poderão compreender o mundo e
atuar nele.
(…) o currículo como conjunto de conhecimentos ou matérias a serem superadas pelo aluno dentro de um ciclo – nível educativo ou modalidade de ensino é a acepção mais clássica e desenvolvida: o currículo como programa de atividades planejadas, devidamente sequencializadas, ordenadas metodologicamente tal como se mostram num manual ou num guia do professor; o currículo também foi entendido, às vezes
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213
como resultados pretendidos de aprendizagem; o currículo como concretização do plano reprodutor para a escola de determinada sociedade, contendo conhecimentos, valores e atitudes; o currículo como experiência recriada nos alunos por meio da qual podem desenvolver-se; o currículo como tarefa e habilidade a serem dominadas como é o caso da formação profissional; o currículo como programa que proporciona conteúdos e valores para que os alunos melhorem a sociedade em ralação à reconstrução social da mesma (SACRISTAN, 2000,p.14).
O conhecimento científico é um produto histórico no sentido de estar sempre
em construção e se vale do conhecimento acumulado pelos intelectuais clássicos
que lançaram as bases teóricas para pensar a realidade. O conhecimento
sociológico parte desses clássicos como forma de “iluminar” e provocar diferentes
reflexões ao conteúdo estudado.
Para apreciar a contribuição desses autores em estabelecer um corpo de conhecimento da Sociologia, parte-se da premissa que a produção teórica é um constructo e corresponde a uma interpretação da realidade vivida e observada. Logo, há uma implicação intrínseca entre teoria e metodologia científica, por trás das ideias de cada autor há que se reconhecer uma concepção de ciência, uma concepção de realidade, uma concepção da sociedade histórica sobre a qual se debruçaram (Diretrizes Curriculares Sociologia Ensino Médio p. 21)
Por clássicos em Sociologia poderemos citar Émile Durkheim, Max Weber,
Karl Marx, Charles Tocqueville, Herbert Spencer, Vilfredo Pareto. Na Sociologia
brasileira temos outros como Sérgio Buarque de Holanda, Nelson Werneck Sodré,
Fernando de Azevedo, Octávio Ianni, Caio Prado Junior, Florestan Fernandes. Outra
plêiade de pensadores modernos e contemporâneos são citados nesta
fundamentação histórica como Francisco Welfort, Celso Furtado, Michel Foucault,
Jürgen Habermas, Claude Lévi-Strauss, Norbert Elias, Melanie Klein, Roland
Barthes e Edward Said, Zygmunt Bauman e outros.
Acerca da influência dos clássicos nas aulas de sociologia busca garantir a
correta aplicação de um método científico com procedimentos, técnicas, à maneira
como será abordado o objeto de estudo. A definição desses elementos –
procedimentos, técnica, abordagem – garante a legitimidade do conhecimento
científico. O aluno deve ser constantemente estimulado a ler os textos dos clássicos
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como instrumento para enriquecer uma reflexão e a criação de um conhecimento
criticamente elaborado. Um desafio se faz presente neste momento, é de superar as
abordagens conteudistas, que focam quase exclusivamente conceitos sociológicos
de difícil apreensão, a leitura dos clássicos objetiva levar os alunos a relacionarem a
Sociologia com o cotidiano e a cultivarem o importante hábito da análise crítica da
realidade. O momento em que o aluno se percebe parte de algo maior e se vê
dependente de seus semelhantes constitui um instrumento relevante no combate
aos preconceitos e naturalizações que acompanham toda a história das sociedades
e são utilizados para justificar situações e arranjos descabidos.
A Sociologia se desenvolve na vertente do materialismo histórico toma a
contradição como principio metodológico. Os clássicos da Sociologia (Marx –
materialismo histórico, Weber – método compreensivo, Durkheim – método
funcionalista) lidam com questões da mudança social sejam com a preocupação da
manutenção da ordem, seja admitindo o conflito como inerente à sociedade a
metodologia aplicada será responsável pela explicação de um modo de analisar
a realidade, logo, não há como formular teorias explicativas sobre aspectos da
realidade sem o amparo de uma metodologia. No início a Sociologia se amparou no
positivismo ao comparar a sociedade aos organismos biológicos até a primeira
metade o século XX, atualmente utilizamos a sociologia critica como recurso
científico a serviço do ensino. A Sociologia crítica procura separar-se de uma
Sociologia positiva onde o senso comum e a rotina diária são fontes de informação e
medida última da verdade produzindo um conhecimento genuíno e privilegiado.
Conhecer é desenvolver o espírito crítico a ciência crítica não acontece sem
uma crítica social. Na proposta sociológica crítica, pela crítica chega-se a
emancipação, ao tomar consciência das relações existentes entre a forma de como
a sociedade se organiza e os acontecimentos individuais cotidianos, abrem-se
caminhos para a crítica e a possível superação da sociedade estabelecida como tal.
13.2.13.2. Objetivo geral
O ensino de Sociologia, no Ensino Médio, tem por objetivo compreender os
processos de formação, transformação e funcionamento das sociedades
contemporâneas. Trata-se de um modo de interpretar as contradições, os conflitos,
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as ambivalências e continuidades que configuram a vida cotidiana de cada um e da
sociedade envolvente.
Elaborar um estudo do comportamento social e das interações e organizações
humanas. Nesse contexto procura entender os fenômenos sociais, tentando explica-
los, analisando os homens nas suas relações de interdependência. Explora todas as
estruturas sociais que ditam a vida em sociedade, examina todos os processos
sociais resultantes da ordem estabelecida socialmente e busca entender as
transformações que esses processos provocam na cultura e estrutura social.
13.2.13.3. Encaminhamentos metodológicos e recursos didáticos
A prática metodológica do ensino de sociologia, tendo como objetivo a
memorização dos conteúdos tem se mostrado insuficiente para a construção do
conhecimento sociológico.
É preciso que o educando se perceba como agente transformador da
realidade social, para tanto, é necessário valorizar os saberes que os educandos
acumulam ao longo de suas existências. Como diz CAVALCANTE , 1998 “ O
processo de apropriação e construção dos conceitos fundamentais do conhecimento
geográfico se dá a partir da intervenção intencional própria do ato docente, mediante
um planejamento que articule a abordagem dos conteúdos com a avaliação”.
No ensino de Sociologia, tal abordagem deve considerar o conhecimento
espacial prévio dos alunos para relacioná-lo ao conhecimento científico no sentido
de superar o senso comum.
A metodologia deve tornar os conteúdos significativos, desenvolvendo assim,
um olhar sociológico ao estudo de diversidades sociais. Ao invés de simplesmente
apresentar o conteúdo que será trabalhado, recomenda-se que o professor crie uma
situação problema, instigante e provocativa. Essa problematização inicial tem por
objetivo mobilizar o aluno para o conhecimento. Por isso, deve se constituir de
questões que estimulem o raciocínio, a reflexão e a crítica, de modo que se torne
sujeito do seu processo de aprendizagem (VASCONCELOS, 1993). A
problematização surge como metodologia para a abordagem dos conteúdos ou
temas.
Em algumas situações, a depender do destaque que o professor considerar
necessário, um dos conteúdos estruturantes poderá ser mais enfatizado, porém os
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demais não deixarão de ser contemplados. Cabe ao educador tomar como ponto de
partida, para a construção do conhecimento, as experiências concretas dos
educandos em seu local de vivência.
Na perspectiva teórica destas Diretrizes, contextualizar o conteúdo é mais
do que relacioná-lo à realidade vivida do aluno, é, principalmente, situá-lo
historicamente e nas relações políticas, sociais, econômicas, culturais, nas diversas
escalas sociológicas.
Dessa forma, o educador deve encaminhar suas ações possibilitando a
construção de conceitos e, ao mesmo tempo, acompanhando o desenvolvimento da
aprendizagem dos educandos, para que, de fato, possa se efetivar a construção de
sua autonomia e cidadania plena.
Valendo-se da variedade de ideias e interpretações da realidade social , a
Sociologia faz uso de múltiplas metodologias no ajuste à singularidade do seu
objetivo.
O ensino de Sociologia, no Ensino Médio, tem por objetivo compreender os
processos de formação, transformação e funcionamento das sociedades
contemporâneas. Trata-se de um modo de interpretar as contradições, os conflitos,
as ambivalências e continuidades que configuram a vida cotidiana de cada um e da
sociedade envolvente.
Esta compreensão depende do contato do aluno com teorias que se propõem
a explicar processos e relações sociais constituintes de nosso tempo para que sejam
desnaturalizadas práticas e saberes prévios.
Entretanto, para o aluno se apropriar de modo efetivo do conhecimento
sociológico, o professor deve iniciar os estudos por meio de uma abordagem
histórica e contextualizada sobre o surgimento do pensamento social, apresentando
seus autores clássicos, suas principais perspectivas teóricas e sua importância para
a compreensão da realidade. Tal abordagem, além de apresentar os pensamentos
fundantes da sociologia, responsáveis por inaugurar o entendimento da dimensão
social da realidade, propicia que se estabeleçam relações entre esses clássicos e as
discussões sociológicas mais recentes e contribui para a análise crítica da realidade
social. O estudo da sociologia deve obrigatoriamente iniciar-se pelo estudo deste
panorama e de uma análise dos clássicos que devem permear todo os demais
conteúdos estruturantes a seguir.
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A estrutura teórico metodológica de estudos dos clássicos deve seguir
inicialmente o pensamento de Émile Durkheim e o principio da integração social,
Max Weber e o princípio da racionalização social, Karl Marx e o princípio da
contradição social, a partir da análise dessas três matrizes deparamo-nos com
grandes campos teórico metodológicos que são materialismo histórico (Marx),
método compreensivo histórico (racionalização do social de Weber) e funcionalismo
(Durkheim).
Todos os clássicos lidam com questões da mudança social, seja com a
preocupação de manutenção da ordem, seja admitindo ser o conflito ser inerente a
ela, conforme a metodologia proposta. O estudo desses procura dar elementos
metodológicos para que o aluno formule teorias explicativas sobre aspectos da
realidade.
A divisão entre pesquisas empíricas e teóricas em sociologia ganhou um
tratamento especial com a intenção dos sociólogos de tornar a disciplina uma
ciência. Uma das mais importantes contribuições na elaboração de metodologias
aplicadas à sociologia foi proposta por Florestan Fernandes, elaborando uma teoria
da investigação sociológica posta em prática no Brasil.
O conhecimento sociológico, através dos seus conceitos, teorias e métodos
torna-se um excelente instrumento de compreensão das mais diferentes situações
com que os indivíduos se defrontam na vida cotidiana, nas suas mais variadas
relações sociais e, como consequência, de si mesmas como seres sociais.
A metodologia na ciência sociológica baseia-se nas técnicas qualitativas de
pesquisa social para descrever padrões generalizados nas relações sociais para
desenvolver modelos que possam entender e assimilar as mudanças ou
transformações sociais e como o indivíduo responderá à essas mudanças.
Em longo processo de formação, a sociologia respondeu aos
parâmetros científicos ditados pelas necessidades mais urgentes demandadas pelas
mais graves situações impostas pelas mazelas sociais.
Como disciplina científica, a Sociologia tem seu primeiro impulso na lógica
positivista, tentando de todas as formas de eliminar a subjetividade e a visão de
mundo do investigador que possa “contaminar” o conhecimento objetivo,
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principalmente levando em consideração qualquer formas de defesa de interesses
individuais ou de grupos.
No Paraná, segundo orientação das Diretrizes Curriculares da Educação
Básica de Sociologia o uso da Sociologia Crítica é utilizada como orientação
metodológica durante as aulas de Sociologia durante o Ensino Médio. A Sociologia
crítica procura separa-se de uma Sociologia positiva onde o senso comum e a rotina
diária são fontes de informação e medida última da verdade. A Sociologia crítica
procura colher da sociedade os elementos de não racionalidade presentes nas
sociedades capitalistas, sobretudo do capitalismo avançado em níveis de alto
consumismo, característicos da indústria cultural e da cultura de massa.
Sobretudo no Brasil através do estudo da Sociologia crítica do sociólogo
Florestan Fernandes o conhecimento sociológico crítico configura-se em uma
autoconsciência científica da sociedade, com a sociologia assumindo o caráter de
uma técnica racional de consciência e de explicação das condições de existência e
do curso dos eventos histórico-sociais.
O encaminhamento metodológico da Disciplina, na modalidade individual, é
dividido em 2 módulos, para o Ensino Médio. Estes módulos são subdivididos em
duas partes correspondentes à metade da carga horária a ser cumprida. Trata-se de
2 módulos de 32 horas/aula, somando-se ao total de 64 horas/aula. Para o
desenvolvimento, de cada etapa do módulo, há uma atividade de leitura e
compreensão do livro didático, através de questões dissertativas, seguidas de
atividades complementares como: interpretação de textos, trabalhos com
documentos e filmes relacionados aos conteúdos de cada módulo. Ao completar a
carga horária necessária, o educando faz uma avaliação dos conteúdos trabalhados.
Atingindo a média exigida, passa para a etapa seguinte. O processo se repete nos
dois módulos.
Na modalidade coletiva, o educando mantém a mesma organização
curricular, porém tendo o apoio de aulas expositivas e com uso de tecnologias
multimídia, como: TV pendrive, aparelhos DVD e laboratório de informática, sob a
orientação do professor da turma.
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13.2.13.4. Conteúdos Curriculares: Específicos e/ou Obrigatórios
Antes de explicitar a necessidade de uma organização dos conteúdos nas
séries faz-se necessário organizar os conteúdos estruturantes concomitante com as
linhas mestras solicitadas nas Diretrizes Curriculares da EJA. Três são as linhas de
estudo que poderíamos ser trabalhadas desse modo de acordo com os conteúdos
estruturantes de Sociologia.
Eixos Norteadores da EJA no Paraná Conteúdos estruturantes de
Sociologia
- Cultura - Estudos de clássicos da sociologia
relativo a formação da sociologia e ao
eixo
norteador relacionado.
- A cultura e a indústria cultural
- Trabalho - Estudos de clássicos da sociologia
relativo a formação da sociologia e ao
eixo norteador relacionado.
- Trabalho, produção e classes sociais
- Direitos, cidadania e movimentos
sociais
- Tempo - Estudos de clássicos da sociologia
relativo a formação da sociologia e ao
eixo norteador relacionado.
- O processo de socialização e as
instituições sociais.
- Poder, política e ideologia.
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Conteúdos Curriculares de acordo com as Diretrizes Curriculares da
Educação Básica de Sociologia.
Conteúdos Estruturantes Conteúdo Básico
- O surgimento da sociologia e as teorias
sociológicas.
- O Processo de Socialização e as
Instituições Sociais.
- Cultura e Indústria Cultural.
• Trabalho; Antagonismo de Classes;
Classes Sociais;
- Surgimento histórico da Sociologia.
- Teóricos da sociologia (clássicos,
modernos e contemporâneos)
- Processos de Socialização
- Instituições de reinserção (prisões,
manicômios, educandários, asilos, etc)
-Instituições Sociais: família, escola e
Igreja (religião).
- Desenvolvimento Antropológico do
conceito de cultura
- Diversidade Cultural.
- Identidade Cultural.
- Indústria Cultural.
- Meios de Comunição de massa.
- Sociedade de consumo.
- Cultura afro-brasileira (Lei n° 1.645)
- História do Paraná (Lei n° 13381)
- Meios de comunicação de massa
- Consumismo e alienação
- O conceito de trabalho e o trabalho nas
diferentes sociedades
- Globalização e Neoliberalismo
- Trabalho no Brasil
Desigualdades Sociais, estamentos e
classes sociais.
- Divisão de classes; relações de
exploração;
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- Poder, Política e Ideologia
- Direitos, Cidadania e Movimentos
Sociais.
- Formação e desenvolvimento do
Estado Moderno.
- Democracia, autoritarismo,
totalitarismo.
- Estado no Brasil.
- Conceitos de dominação e legitimidade.
- As expressões da violência nas
sociedades contemporâneas.
- Diferentes formas de governo
- Cidadania, direitos e deveres
(participação política)
- Direitos Humanos.
- Conceito de cidadania.
- Movimentos Sociais no Brasil.
- A questão ambiental e os movimentos
ambientalistas.
- Educação Ambiental (Lei n° 9.795)
- A questão das ONG´s.
- Educação Fiscal.
13.2.13.5. Avaliação
A avaliação durante o processo de ensino-aprendizagem deverá ser
formativa, diagnóstica e processual, não podendo ser estanque dentro da sua vida
escolar do aluno. Este processo deverá levar o educando a uma continuidade e
somatória, não podendo ser um momento final dentro da dinâmica de aprendizado e
sim um mecanismo, um instrumento de ambos os constituintes do processo
educativo, tanto para educadores e alunos, para que ambos construam o
conhecimento perante as dificuldades encontradas a partir de cada realidade em
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que se encontram. Nas avaliações propostas pela disciplina serão considerados os
seguintes critérios:
• Destaca as principais características do conhecimento da idade moderna e
contemporânea;
• Identifica-se como ser eminentemente social;
• Compreende a organização e a influência das instituições sociais em seu
processo de socialização e as contradições do mesmo;
• Reflete sobre suas ações individuais e percebe que as ações em sociedade são
interdependentes ;
• Identifica e compreende a diversidade cultural, étnica, religiosa, as diferenças
sexuais, e de gênero presentes nas sociedades;
• Compreende como a cultura e a ideologia podem ser utilizadas como formas de
dominação na sociedade contemporânea; engloba os mecanismos que transformam
os meios de comunicação de massa em poderosos instrumentos de formação e
padronização de opiniões, gostos e comportamentos;
• Entende o consumismo como um dos produtos de uma cultura de massa que
está relacionada a um determinado sistema econômico, político e social;
• Compreende a diversidade das formas de trabalho em várias sociedades ao
longo da história, tal como a sociedade capitalista e a permanência da forma de
organização do trabalho diversa a ela e as especificidades do trabalho na sociedade
capitalista;
• Entende que o Estado é uma construção histórica e que o mesmo apresenta
contradições no seu processo de formação;
• Identificam que existe na sociedade minorias que precisam ter os direitos básicos
garantidos;
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• Relaciona o conceito de cidadania nos diferentes contextos históricos brasileiros;
• Reconhece que os movimentos sociais são produtos de lutas, demandas
coletivas na busca da garantia de direitos e cidadania.
13.2.13.6. Referências bibliográficas
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v.XLVIII.São Paulo: Editor Victor Civita, 1975.
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ANEXOS