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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS PROFESSOR DOMINGOS CAVALLI - ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO CAMPO LARGO 2010 3

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - CEEBJA PROF ...‡ÃO A construção do Projeto Político Pedagógico, aqui proposto foi delineada com a participação de todos os professores, direção,

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

PROFESSOR DOMINGOS CAVALLI - ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

CAMPO LARGO

2010

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ÍNDICE

APRESENTAÇÃO

1 IDENTIFICAÇÃO 1.1 IDENTIFICAÇÃO1.2 CURSOS AUTORIZADOS/RECONHECIDOS1.3 MATRIZES CURRICULARES1.4 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS1.5 HISTÓRICO DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO1.6 CARACTERIZAÇÃO DO ATENDIMENTO1.7 RELAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS1.7.1 Pessoal em funções de apoio/técnico pedagógicas1.7.2 Docentes1.8 RELAÇÃO DE RECURSOS FÍSICOS1.9 RELAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS1.10 BIBLIOTECA ESCOLAR1.11 LABORATÓRIO1.12 RECURSOS TECNOLÓGICOS2 OBJETIVOS GERAIS3 PERFIL DOS EDUCANDOS4 MARCO SITUACIONAL5 MARCO CONCEITUAL6 MARCO OPERACIONAL7 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO8 REFERÊNCIAS 9 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

9.1 ARTE9.2 BIOLOGIA9.3 CIÊNCIAS9.4 EDUCAÇÃO FÍSICA9.5 ENSINO RELIGIOSO9.6 FILOSOFIA9.7 FÍSICA9.8 GEOGRAFIA9.9 HISTÓRIA9.10 LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – ESPANHOL9.11 LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – INGLÊS9.12 LÍNGUA PORTUGUESA9.13 MATEMÁTICA9.14 QUÍMICA9.15 SOCIOLOGIA

3

334579

1114141518192526262829313746495051

51596674829095101109118127134151158166

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APRESENTAÇÃO

A construção do Projeto Político Pedagógico, aqui proposto foi delineada com

a participação de todos os professores, direção, pedagogos, coordenadores,

funcionários e educandos da escola, a partir de estudos, reflexões e discussões

sobre os problemas, desafios e concepções da sociedade e da educação; houve a

busca do envolvimento e comprometimento coletivo necessário para fundamentar o

trabalho pedagógico enquanto processo de construção coletiva.

O referido Projeto Político Pedagógico visa explicitar a organização do

trabalho pedagógico escolar, na modalidade de EJA, atendendo os níveis

Fundamental Fase II e Ensino Médio – Presencial.

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1 IDENTIFICAÇÃO

1.1 IDENTIFICAÇÃO

Identificação da instituição Formulário 01

1 – Denominação da instituição

Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos Professor Domingos

Cavalli – Ensino Fundamental e Médio

2 – Endereço completo

Rua Domingos Cavalli, s/ nº

3 – Bairro/Distrito

Centro

4 – Município

Campo Largo

5 – NRE

Área Metropolitana Sul

6 – CEP

83601-115

7 –Caixa Postal 8 – DDD

41

9 – Telefone

3292-2828

10 – Fax

3292-2828

11 – E-mail

[email protected]

12 – Site

www.eja-campolargo.netescola.pr.gov.br

13 – Entidade mantenedora

Governo do Estado do Paraná

14 – CNPJ/MF

76.416.965/0001-21

15 – Horário de funcionamento:

Manhã – 7h30' às 11h50'

Tarde – 13h às 17h20'

Noturno – 18h10' às 22h20’

16 – Local e data

Campo Largo, 30 de setembro de 2010.

17 – Assinatura

Direção

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1.2 CURSOS AUTORIZADOS/RECONHECIDOS

Cursos autorizados / reconhecidos Formulário 02

1 – Cursos autorizados

Cursos autorizados Número das autorizações

Ensino Fundamental 2988/2001, DOE de 30/01/2002

Ensino Médio 2988/2001, DOE de 30/01/2002

2 – Cursos reconhecidos

Cursos reconhecidos Número dos reconhecimentos

Ensino Fundamental 2988/2001, DOE de 30/01/2002

Ensino Médio 2988/2001, DOE de 30/01/2002

3 – Observações

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1.3 MATRIZES CURRICULARES

Ensino Fundamental – Fase II

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II

ESTABELECIMENTO: CEEBJA Professor Domingos Cavalli – EFMENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do ParanáMUNICÍPIO: Campo Largo NRE: Área Metropolitana SulANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2009 FORMA: SimultâneaCARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440/1452 H/A ou 1200/1210 HORAS

DISCIPLINASTotal de

Horas

Total de

horas/aula

LÍNGUA PORTUGUESA 226 272ARTE 54 64LEM - INGLÊS 160 192EDUCAÇÃO FÍSICA 54 64MATEMÁTICA 226 272CIÊNCIAS NATURAIS 160 192HISTÓRIA 160 192GEOGRAFIA 160 192ENSINO RELIGIOSO* 10 12

Total de Carga Horária do Curso 1200/1210 horas ou 1440/1452 h/a

*DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO

E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO.

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Ensino Médio

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ENSINO MÉDIOESTABELECIMENTO: CEEBJA Professor Domingos Cavalli – EFMENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do ParanáMUNICÍPIO: Campo Largo NRE: Área Metropolitana SulANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2009 FORMA: SimultâneaCARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440 H/A ou 1200 HORAS

DISCIPLINASTotal de

Horas

Total de

horas/aula

LÍNGUA PORT. E

LITERATURA174 208

LEM – INGLÊS 106 128ARTE 54 64FILOSOFIA 54 64SOCIOLOGIA 54 64EDUCAÇÃO FÍSICA 54 64MATEMÁTICA 174 208QUÍMICA 106 128FÍSICA 106 128BIOLOGIA 106 128HISTÓRIA 106 128GEOGRAFIA 106 128LEM – ESPANHOL * 106 128

TOTAL 1200/1306 1440/1568

* LEM – ESPANHOL, DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA E DE MATRÍCULA

FACULTATIVA PARA O EDUCANDO.

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1.4 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Avanços significativos ocorreram na EJA com a promulgação da Constituição

Federal de 1988, que, em seu art. 208, garante o ensino fundamental, com

progressiva extensão ao ensino médio, público e gratuito a todos, inclusive aos que

a ela não tiveram acesso em idade própria, independentemente da faixa etária, pois

é direito público subjetivo.

O parecer da Câmara de Educação Básica n.º 11/2000 do Conselho Nacional

de Educação (CNE) reconceitua a EJA enfatizando a necessidade de se criar um

modelo pedagógico específico, que promova situações pedagógicas que atendam

às necessidades de aprendizagem de jovens e adultos, reconhecendo e valorizando

suas experiências de vida.

A EJA, no Estado do Paraná foi institucionalizada em 1972, com a criação do

Departamento de Educação Complementar que veio a transformar-se no

Departamento de Ensino Supletivo. Em acordo com pressupostos tecnicistas,

adequado aos moldes da época, via-se na escolarização de adultos, concebida

como suplência, uma estratégia para potencialização da preparação de mão-de-obra

e sua inserção no mercado de trabalho.

Ampliando a rede estadual de ensino público para jovens e adultos, foram

criados na década de 80 os primeiros Centros de Estudos Supletivos, nas principais

cidades do Paraná: Curitiba, Cascavel, Ponta Grossa, Londrina e Maringá. Tinham

como proposta o ensino asseriado, atendimento individualizado, flexibilidade no

horário para o educando e requeriam uma prática quase autodidata. O CES oferecia

monitoramento e acompanhamento ao educando.

Durante a década de 90, as exigências de escolarização e de melhor

qualificação da mão-de-obra dos trabalhadores fizeram crescer a procura nos

Centros de Estudos Supletivos, que foram respondidas, em parte, pela criação de

outros Centros e pela ampliação do número de professores.

Buscou-se responder a esse novo quadro também com mudanças na forma

de atendimento dessas escolas: maior presença dos educandos na escola,

organização de horários de estudos, combinação de momentos individuais e

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coletivos no atendimento ao educando, atendimento a educandos com necessidades

específicas e atendimento descentralizado.

Com o advento da LDBEN 9394/96, a Educação de Jovens e Adultos aparece

com mais vigor no cenário educacional, exigindo regulamentações específicas. A

nova legislação possibilita a evolução do sistema educativo e impulsiona a

modernização da escola. A importância dessas ações, agora acopladas a outros

meios mais modernos de interação entre aquele que orienta e quem precisa ser

orientado, justifica a necessidade dos Centros Estaduais de Educação Básica para

Jovens e Adultos serem potencializados pela oferta de educação presencial, dirigido

aos segmentos da sociedade, que permanecem, até o momento, alheios às

oportunidades de educação.

A sociedade brasileira convive com inúmeras situações de injustiça, má

distribuição de renda e os avanços dos ideais neoliberais da década de 90,

acentuaram o distanciamento de condições financeiras entre a classe dominante,

que é minoria e detém maior concentração de renda e o proletariado. A sociedade

passou a valorizar mais o ter, o consumismo, o individualismo e a competitividade.

Desta forma, na escola se refletem todas essas situações.

O Brasil teve intervenções de instituições, como o FMI e o Banco Mundial,

que repercutiram de forma decisiva nas políticas por ele adotadas para diversos

setores da sociedade.

Na educação foram implementados projetos visando o direcionamento da

linha de atuação das escolas, um exemplo foi à elaboração dos PCN, que por um

lado abordaram questões sociais com os temas transversais e por outro o caráter de

unidade priorizando a questão da qualidade total. Apesar das várias tentativas das

políticas educacionais implementadas no país, a atuação coerente e socialmente

comprometida na educação parece cada vez mais difícil de executar como política

educacional efetiva, visando à mudança social.

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1.5 HISTÓRICO DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO

O Núcleo Avançado de Estudos Supletivos de Campo Largo foi criado em 02

de setembro de 1993, amparado pela Resolução Secretarial nº 4552/93, a qual

autorizou o funcionamento do Curso de 1º Grau (Ensino Fundamental) e o vinculou

ao Centro de Estudos Supletivos de Curitiba. A inauguração oficial ocorreu no dia 8

de setembro de 1993, na Rua Osvaldo Cruz, nº 363, prédio do Sindicato Rural de

Campo Largo e contou com a participação do então Secretário de Estado da

Educação, Senhor Elias Abraão (in memorian), entre outras autoridades.

Em maio de 1994, a escola foi transferida para prédio próprio, situado à Rua

Domingos Cavalli, s/ nº, no Centro da cidade e, através da Resolução Secretarial nº

2221/96, de 04/06/96, o Núcleo Avançado de Estudos Supletivos foi transformado

em Centro de estudos Supletivos de Campo Largo, autorizando, assim, o

funcionamento do 2º Grau (Ensino Médio) e desvinculando-os do CES de Curitiba.

Pelo ato de implantação nº 356 de 01/09/1994, foi criado o Programa de Educação

Supletiva Especial. As atividades foram iniciadas em 1995, atendendo alunos com

deficiência mental, auditiva e visual.

Por solicitação, a escola sofreu nova alteração em sua nomenclatura,

denominando-se Centro de Estudos Supletivos Professor Domingos Cavalli, através

da Resolução Secretarial nº 723/97, de 13/03/97, homenageando o professor

campolarguense Domingos Cavalli, que exerceu por muitos anos o cargo de

Inspetor de Ensino no interior do município e também foi quem doou o terreno para a

construção de uma escola primária na época, onde hoje funciona a educação de

jovens e adultos.

Em 11/09/1998, pela Resolução da Secretaria de Estado da Educação

nº 3120/98 o estabelecimento passou a denominar-se Centro de Educação Aberta,

Continuada, à Distância Professor Domingos Cavalli – Ensino Fundamental e Médio,

com a sigla CEAD, visando uma maior abrangência de escolarização.

O reconhecimento dos cursos aconteceu em seguida: a Resolução Secretarial

nº 3199/98, de 05/10/98 reconheceu o Curso de 1º Grau (Ensino Fundamental) –

Função Suplência de Educação Geral, decorrendo daí também o reconhecimento do

estabelecimento. A Resolução Secretarial nº 3482/98, de 06/11/1998, reconheceu o

Curso de 2º Grau (Ensino Médio).

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Com a Resolução Secretarial nº 4561/99, de 27/12/99, o estabelecimento

sofreu nova alteração na nomenclatura: Centro Estadual de Educação Básica para

Jovens e Adultos Professor Domingos Cavalli – Ensino Fundamental e Médio. Em

seguida, a Resolução Secretarial nº 2988/01, de 30/01/2002, cessou o Ensino

Supletivo dos CEEBJAs e autorizou o funcionamento da modalidade de Educação

de Jovens e Adultos e, automaticamente, reconheceu os níveis de ensino

Fundamental e Médio.

A partir do ano de 2005, este Centro de Educação para EJA passou por

mudanças que implicaram em uma nova organização da proposta pedagógica

curricular, que, com o aumento de 70% na carga-horária, passou de semipresencial

para presencial, sendo exigida a frequência mínima de 75% da carga horária para a

organização coletiva e 100% da carga horária para a organização individual em cada

disciplina do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, conforme consta na Grade

Curricular da Proposta Pedagógica.

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1.6 CARACTERIZAÇÃO DO ATENDIMENTO

O Centro De Educação Professor Domingos Cavalli oferta a Educação de

Jovens e Adultos – Presencial, organizada por disciplinas para o Ensino

Fundamental – Fase II e o Ensino Médio, contemplando o total de carga horária

estabelecida na legislação vigente.

No Ensino Fundamental – Fase II, este estabelecimento escolar tem como

referência as Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais, que consideram os

conteúdos como meios para que os educandos possam produzir bens culturais,

sociais, econômicos e deles usufruírem. Visa, ainda, o encaminhamento para a

conclusão do Ensino Fundamental e possibilita a continuidade dos estudos para o

Ensino Médio.

No Ensino Médio o Estabelecimento Escolar terá como referência em sua

oferta, os princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes

Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução n.º 02 de

07 de abril de 1998/CNE e nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de

Jovens e Adultos.

A carga horária prevista para as disciplinas é de 100% presencial no Ensino

Fundamental - Fase II e no Ensino Médio, sendo que a frequência mínima na

organização coletiva é 75% e na organização individual é de 100%, em sala de aula.

A Escola atende aos educandos nos períodos da manhã (das 7h30’ às

11h50’), à tarde (das 13h às 17h20”) e à noite (das 18h10' às 22h20’).

Este estabelecimento tem atendido no último ano aproximadamente

quatrocentos educandos no Ensino Fundamental Fase II e seiscentos educandos no

Ensino Médio.

O aluno poderá requerer aproveitamento de estudos realizados com êxito,

amparado pela legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar,

por meio de cursos ou de exames supletivos, nos casos de matrícula inicial,

transferência e prosseguimento de estudos.

Para a classificação e reclassificação este Estabelecimento de Ensino

utilizará o previsto na legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento

Escolar.

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A escolarização, em todas as disciplinas, é ofertada nas formas de

organização coletiva e individual, ficando a critério do educando escolher a maneira

que melhor se adapte às suas condições e necessidades, podendo cursar até quatro

disciplinas concomitantemente.

A organização coletiva é programada pela escola e oferecida aos educandos

por meio de um cronograma que estipula o período, dias e horários das aulas, com

previsão de início e término de cada disciplina, oportunizando ao educando a

integralização do currículo. Destina-se, preferencialmente aos educandos que tem

possibilidade de frequentar com regularidade as aulas, a partir de um cronograma

pré estabelecido.

A organização individual, também é programada pela escola e oferecida aos

educandos por meio de um cronograma que estipula o período, dias e horário das

aulas, contemplando mais intensamente a relação pedagógica individualizada e o

ritmo próprio do educando, nas suas condições de vinculação à escolarização e nos

saberes já apropriados. É ofertada aos alunos que não tem possibilidade de

frequentar com regularidade as aulas, devido às condições de horários alternados

de trabalho e para os que forma matriculados mediante classificação,

aproveitamento de estudos ou que foram reclassificados ou desistentes quando não

há, no momento de sua matrícula/rematrícula, turma organizada coletivamente para

sua inserção.

Este Estabelecimento Escolar desenvolve Ações Pedagógicas

Descentralizadas, efetivadas em situações de evidente necessidade, dirigidas a

grupos sociais com perfis e necessidades próprias e onde não haja oferta de

escolarização para jovens, adultos e idosos, respeitada a proposta pedagógica e o

regimento escolar, desde que autorizadas pela SEED/PR, segundo critérios

estabelecidos pela mesma Secretaria em instrução própria.

Este Estabelecimento Escolar oferta Exames Supletivos, atendendo ao

disposto na Lei n.º 9394/96, desde que autorizado e credenciado pela Secretaria de

Estado da Educação, por meio de Edital próprio emitido pelo Departamento de

Educação e Trabalho através da coordenação da Educação de Jovens e Adultos.

A EJA contempla, também, o atendimento a educandos com necessidades

educacionais especiais. Considerando a situação em que se encontram

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individualmente estes educandos, priorizam-se ações educacionais específicas e

que oportunizem o acesso, a permanência e o êxito destes no espaço escolar.

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1.7 RELAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS

1.7.1 Pessoal em funções de apoio/técnico pedagógicas

Funcionário Função Habilitação

ANGELO ANTONIO CEQUINEL Diretor Química

ELIZANDRA DO ROCIO ELIAS Professora Pedagoga Pedagogia

MARIA DE LOURDES

JASZCZERSKIProfessora Pedagoga

Pedagogia

SIMONE DO CARMO MOJUSKI Professora Pedagoga Pedagogia

DRIELI CAROLINE LOPES Professora Pedagoga Pedagogia

MARIA ELIZABETH XAVIER DE

OLIVEIRAProfessora Pedagoga

Pedagogia

EDINEIA MARIA FABRI Professora Pedagoga Pedagogia

SANDRA CATARINA BERTON

Coordenadora APED’s e

professora de Língua

Portuguesa

Língua Portuguesa

ANTONIO CARLOS B. FRITZSCHE Coordenador de APED’s Ciências

DENISE ANTONIA PERUSSOLO

Coordenadora de Exames

Supletivos e Professora de

História

História

ROSSANA NUNES FERREIRA Secretária Ensino Médio

CRISTIANE NUNES FERREIRAAssistente técnico

administrativo

Pedagogia

SUELY M. P. DOS SANTOSAssistente técnico

administrativo

Ensino Médio

MIRIAN TAMAR LÖFFLERAssistente técnico

administrativo

Ensino Médio

ROMILDA BRITO KIERAS

MAGATON

Assistente técnico

administrativo

Ensino Médio

VERA LUCIA OLEINIKAssistente técnico

administrativo

Ensino Médio

FERNANDA GONÇALVESAssistente técnico

administrativo

Artes Visuais

CRISTIANE DA SILVA LIMAAssistente técnico

administrativo

Ensino Médio

MARILENE JOANA DALAGRANA

BISCOUTOAuxiliar de serviços gerais

Ensino Médio

WILMA CAMILO GARRETT

STDREZKAuxiliar de serviços gerais

Ensino Médio

ROSANI DO ROCIO B. SANTOS Auxiliar de serviços gerais Ensino Médio

ERENI DE JESUS FABIANI Auxiliar de serviços gerais Ensino Médio

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SIRLEI FAVORETO DO PRADO Auxiliar de serviços gerais Cursando Ensino Médio

CACILDA CLARA MORAES DE

PAULAAuxiliar de serviços gerais

Ensino Médio

MARLI DA APARECIDA RAMOS DE

SOUZAAuxiliar de serviços gerais

Ensino Médio

1.7. 2 Docentes

PROFESSOR DISCIPLINA HABILITAÇÃO

ACLISSON RIBEIRO DAMASCENA SEDE Matemática Matemática

ADRIANA DO CARMO STANICHESKI SEDE Ciências Ciências Biológicas

ALBERTO BIANCO SEDE História Filosofia

ALCIMARI DE LOURDES HUFFNER SEDE Química Química

ALESSANDRO IAVORSKI SEDE Matemática Matemática

ALICE PADILHA DE OLIVEIRA SEDE Geografia Geografia

ALLYSSON KEITI TAKAHASHI SEDE Ed. Física Ed. Física

ANGELITA MARIA MACHADO SEDE Química Biologia

ARIANE LOPES APEDLíngua Portuguesa

Letras Português

CANDIDA MARINA SANCHES HOFFMANN

SEDE Biologia Biologia

CATIA GONCALVES BICHIBICHI SEDE Filosofia Pedagogia

CELIA MARIA BARAUSE VENSKI SEDE Geografia Geografia

CLARICE FOSTER SEDE Biologia Biologia

CLEUZA DO ROCIO VALOMIN SEDE Docência 1ª a 4ª Normal Superior

DANIELE SIMONE RORBACKER SEDE Educação Física Educação Física

DEBORA GISELE GULAK SEDELíngua Portuguesa

Letras Port/Inglês

DENISE ANTONIA PERUSSOLO SEDE História História

DENISE ROTBAND MARCHTEIN SEDE Inglês Letras Port/Inglês

EDI IZABEL RAMOS DA CRUZ SEDEEducação Especial

Ed. Especial

EDINEA APARECIDA TIMPORINI SEDE Matemática Matemática

EDNA DA SILVA SEDE História História

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ELIETE DO ROCIO VIDAL BRONHOLO SEDE Geografia Geografia

ELMAR CASTRO DA CRUZ SEDELíngua Portuguesa

Letras

EVERTON LUIS BASTOS SEDELíngua Portuguesa

Letras

FERNANDO LUIZ SCARPIN SEDE Física Engenharia Cartográfica

FERNANDO PEDRON FONTANA APED Geografia História

FRANCIELE CAMARGO DA SILVA BORON

SEDE Matemática Matemática

IZABEL ALEKSEVECZ SEDE Matemática Matemática

JANE MAXIMO MORAWSKI APEDLíngua Portuguesa

Língua Portuguesa

JAQUELINE BERTON APED Química Acadêmica de Biologia

JEZIEL ISAQUE SILVA APED Geografia História

JOÃO CARLOS BARUMBY SEDE Física Física

JUCIMARI LEAL APED Inglês Letras

JULIANE VIRGINIA MARTINS APED Biologia Biologia

KARINE CARMINATI DE CASTRO APED Biologia Biologia

LAURA VERIDIANA ZANLORENSI PORTELA

SEDE Biologia Biologia

LOURIS DA PIEDADE SAVIO SEDE Matemática Matemática

LUCIANE COSTA SEDE Docência 1ª a 4ª Normal Superior

LUCIMAR PRELHACOSKI CARDOSO SEDEEducação Especial

Ed. Especial/ Normal Superior

MÁRCIA BATTISTI ARCHER SEDE Matemática Matemática

MARCOS ROBERTO BARBOSA APED Geografia História

MARIA DA LUZ KLEMES FERNANDES SEDELíngua Portuguesa

Letras Português

MARIA IZABEL CORDEIRO DA SILVA PIRES

SEDE Inglês Inglês

MARIBEL MARTINS SILVA SCHRODER SEDE Artes Artes

MARILENA GOLDBACH CERMIDI SEDELíngua Portuguesa

Letras Português

MÔNICA AGUIAR FERREIRA SEDEEducação Especial

Letras Port/Esp. /Ed. Especial

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NANCI LOPES PORTELA GASPARELLO SEDELíngua Portuguesa

Língua Port.

NEIVA MARGARIDA ZAMBONI SEDE História História

PATRÍCIA HELENA DA SILVA APED Ciências Ciências biológicas

PATRÍCIA MAGATÃO DOS SANTOS APED Inglês Letras

PONCIANO MUNHOZ VIDAL SEDE Ed. Física Ed. Física

RAFAEL NORILLER SEDE Ed. Física Ed. Física

RAQUEL MARIA DE OLIVEIRA SEDE Arte História

SABRINA AMORIN VIEIRA CAPISTRANO PITTARELLO

SEDE Ciências Biologia

SABRINA SORIANO DA CRUZ SEDE Inglês Inglês

SELMA GORETE DE OLIVERIRA SEDE Artes Artes Visuais

SIMONE TREMBULAK SEDE Biologia Ciências Biológicas

SUELEN DOS SANTOS APED Inglês Letras Port/Inglês

TATIANE DE MOURA SEDE Filosofia Pedagogia

VANDERLEI HERMES MACHADO SEDE Sociologia Ciências Sociais

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1.8 RELAÇÃO DE RECURSOS FÍSICOS

Recursos físicos Formulário 03

1 – Número de ambientes

pedagógicos

- Salas de aula: 11

- Direção: 1

- Equipe Pedagógica: 1

- Coordenação: 1

1 – Área destinada à ambientes

pedagógicos (m²)

473 m²

2

3 – Número de ambientes

administrativos

- Secretaria: 2

3 – Área destinada a ambientes

administrativos (m²) 52m²

4

5 – Relação dos ambientes administrativos

Ambiente Área (m²)

Secretaria Geral 40 m²

Secretaria Matrícula 12 m²

6 – Área destinada à biblioteca

(m²)

28 m²

7 - Área destinada ao laboratório de

informática e ciências

22 m²

8 - Área livre para educação

física: 73,42 m²

9 – Complexo higiênico sanitário

Banheiro Sexo ao qual se

destina

Pias

Mictórios

Nº Vasos Sanitários

Banheiro nº

1

[ x ] Masculino

[ ] Feminino1 - 3

Banheiro nº

2

[ ] Masculino

[ x ] Feminino1 - 4

Banheiro nº

3

[ x ] Masculino 1 - 1

18

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[ ] Feminino

Banheiro nº

4

[ ] Masculino

[ x ] Feminino1 - 1

1.9 RELAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

MOBILIÁRIO E EQUIPAMENTOS

Arquivos de aço: 15

Armários: 16

Estantes de aço: 14

Carteiras: 166

Cadeiras: 197

Conjunto escolar: 120

Extintores de incêndio: 6

Ventiladores de parede: 11

Obs.: Todos os itens descritos acima estão funcionando perfeitamente

RELAÇÃO ATUALIZADA DOS EQUIPAMENTOS DOS LABORATÓRIOS INFORMÁTICA

CPU: 6IMPRESSORA: 3MONITOR: 24MOUSE: 24TECLADO: 24

RELAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DO LABORATÓRIO DE FÍSICA, QUÍMICA E BIOLOGIA

ITEM QUANTIDADE

Acetona com 100 ml, QPR 2 frascos

Ácido acético glacial 100 ml, QPR 2 frascos

Ácido clorídrico conc. 32% 100 ml, QPR 2 frascos

Ácido nítrico conc. 100 ml, QPR 2 frascos

Ácido salicílico pa 100 gr, QPR 2 frascos

Ácido sulfúrico conc. 100 ml, QPR 2 frascos

Alaranjado metila 10 gr, QPR 2 frascos

Álcool de cereais 100 ml, QPR 2 frascos

Álcool etílico 70% 100 ml, QPR 2 frascos

Álcool etílico conc. 100 ml, QPR 2 frascos

19

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Álcool isopropílico 100 ml, QPR 2 frascos

Almofariz com pistola 180 ml 1 unidade

Alumínio em aparas 100 gr, QPR 2 frascos

Azul de bromotimol 20 gr, QPR 2 frascos

Azul metileno 100 ml, QPR 2 frascos

Balão vol. vidro c/ rolha poliet. 250 ml 5 unidades

Bálsamo do Canadá 100 ml, QPR 2 frascos

Bastão de vidro de 5 mm x 300 ml 8 unidades

Becker de vidro forma baixa 100 ml 20 unidades

Becker de vidro forma baixa 600 ml 2 unidades

Bico de bunsen c/ regul. Espelh. Botijão 2 peças

Brometo de potássio pa 100 gr, QPR 2 frascos

Brometo de sódio pa 100 gr, QPR 2 frascos

Bureta graduada de 50 ml c/ torn. Teflon 1 peça

Bússola de mão tipo escolar 2 unidades

Caixa etiqueta crom. média 70 x 32 c/ 120 um 2 unidades

Caixa etiqueta crom. pequena 70 x 23 c/ 120 un 2 unidades

Cap de evaporação de porcelana 1 unidade

Carbonato de cálcio técnico 50 gr, QPR 2 frascos

Carbonato de magnésio técnico 100 gr, QPR 2 frascos

Carbonato de sódio pa 10 gr, QPR 2 frascos

Cloreto de amônia pa 100 gr, QPR 2 frascos

Cloreto de bário 100 gr, QPR 2 frascos

Cloreto de ferro II 50 gr, QPR 2 frascos

Cloreto de sódio pa 100 gr, QPR 2 frascos

Clorofórmio 100 ml, QPR 2 frascos

Cobre em aparas 100 gr,QPR 2 frascos

Condensador para destilação com serpentina 1 peça

Conexão de filtros flexíveis 5 unidades

Conjunto de medidas 1 kit

Conjunto de mov. cinemática e dinâmica 1 unidade

Conjunto de ótica e ondas 1 unidade

Conjunto de roldanas 1 unidade

Conjunto de termologia 1 unidade

Cromato de potássio p.a 50 gr, QPR 2 frascos

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Densimetro de 1500 a 2000 1 unidade

Densimetro de 700 a 1000 1 unidade

Dinamômetro de 10 newtons 3 unidades

Dinamômetro tubular 3 unidades

Dióxido de manganês p.a 100 gr, QPR 2 frascos

Enxofre em pó 50 gr, QPR 2 frascos

Erlenemeyer de vd grad boca estreita 250 ml 3 unidades

Erlenmeyer de vd grad boca estreita 125 ml 5 unidades

Escova de ensaio 2,5 x 20 cm 5 peças

Esqueleto humano em resina de 85 cm 1 peça

Estanho em aparas 50 gr, QPR 2 frascos

Estante metálica c/ revestimento plástico c/ 40 tubos de ensaio 1,5 x 15 cm

3 unidades

Estante metálica c/ revestimento plástico p/ tubo de ensaio 3 unidades

Fenolftaleína 50 gr.,QPR 2 frascos

Fixador Bouin 100 ml, QPR 2 frascos

Formol pa conc. 44% 100 ml, QPR 2 frascos

Funil analítico haste Ig liso 100 mm 3 unidades

Funil de decantação 250 ml c/ rolha teflon 2 unidades

Funil liso H.L. diam. 100 mm 2 unidades

Furador de rolha 1 unidade

Garra universal adapt. P/ bureta 7 unidades

Gelatina tingida 100 gr 2 frascos

Glicerina neutra 50% 100 ml, QPR 2 frascos

Graxa de silicone 50 gr 2 frascos

Hidróxido de amônia p.a 100 ml , QPR 2 frascos

Hidróxido de bário pa 50 gr, QPR 2 frascos

Hidróxido de cálcio pa 50 gr, QPR 2 frascos

Hidróxido de sódio conc. 98% 100 gr, QPR 2 frascos

Iodeto de potássio pa 50 gr, QPR 2 frascos

Jogo anéis m3 c/ 7 cm, 3/9 e 3 c/ 12 cm 1 unidade

Jogo de massas aferridas 8 unidades

Jogo esferas c/ diâmetro de 2 cm 8 unidades

Kitassato de 150 ml saída superior 2 unidades

Lâminas p/ microscopia 26x6mmx1,2 mm 50 un 3 unidades

Lamínulas para microscopia caixa c/ 100 un 2 peças

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Lugol forte 100 ml, QPR 2 frascos

Luvas de látex 5 pares

Magnésio em aparas 50 gr, QPR 2 frascos

Microscópio binocular 1000x bivolt 2 unidades

Mola metálica 2 cm diam x 2 cm comprimento 1 unidade

Nitrato de chumbo II 100 gr, QPR 2 frascos

Nitrato de cobre 100 gr, QPR 2 frascos

Nitrato de zinco 100 gr, QPR 2 frascos

Orceína acética 50 ml, QPR 2 frascos

Óxido de alumínio 100 gr 2 frascos

Óxido de cobre II 100 gr 2 frascos

Papel filtro qualitativo caixa c/ 100 discos 3 unidades

Papel indicador PH 0-14, C. Erba 2 caixas

Papel tornassol azul c/ 100 tiras 2 caixas

Papel tornassol vermelho c/ 100 tiras 2 caixas

Permanganato de potássio 50 gr, QPR 2 frascos

Pincel de pêlo fino nº 2 1 unidade

Pipeta graduada 10 ml 15 unidades

Pipeta graduada 5 ml 5 unidades

Pipeta Pasteur 10 unidades

Pipeta volumétrica de 10 ml 5 unidades

Pipeta volumétrica de 5 ml 5 unidades

Placas de petri 100x20 c/ tampa 13 unidades

Plano inclinado completo 1 unidade

Proveta de vidro grad. s/ tampa de 100 ml 5 unidades

Proveta de vidro grad. s/ tampa de 250 ml 5 unidades

Proveta de vidro grad. s/ tampa de 50 ml 2 unidades

Rolha bor. Furo p/ termômetro 10º+110º bal vol 5 unidades

Rolha borracha c/ diam. c/ dis. p/ balão de 250ml 8 unidades

Rolha borracha c/ diam. c/ dis. p/ erlenm 125ml 10 unidades

Rolha borracha c/ diam. c/ furo p/ cond.400ml 5 unidades

Rolha borracha c/ diam. p/ condensador 400mm 10 unidades

Rolha cortiça c/ diam. p/ balão vol 500 ml 5 unidades

Rolha cortiça c/ diam. p/ erlenm de 250 ml 5 unidades

Rolos de pavio p/ lamparina álcool 1m 1 unidade

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Solução Ringer 100 ml 2 frascos

Soro fisiológico 100 ml, QPR 2 frascos

Sulfato de cobre II 100 gr 2 frascos

Sulfato de magnésio 100 gr, QPR 2 frascos

Sulfato de sódio 100 gr, QPR 2 frascos

Sulfato de zinco 100 gr 2 frascos

Suporte universal de haste vertical base reta 4 peças

Termômetro clínico 2 unidades

Torso humano assexuado de 50 cm 1 peça

Tripé metálico c/ 12 cm diam. e 20 cm altura 5 peças

Tubo de ensaio 1,5 x 15 cm 50 unidades

Tubo de ensaio 2,5 x 20 cm 30 unidades

Unidade Leis de Hom 1 unidade

Vara de vidro 6 x 500 mm 10 unidades

Vaselina líquida 100 ml, QPR 2 frascos

Vidro de relógio 80 mm 2 unidades

Zinco em Aparas 100 gr, QPR 2 frascos

Obs.: Todos os itens acima estão em perfeitas condições de uso

RELAÇÃO DE RECURSOS AUDIOVISUAIS E TECNOLÓGICOS

Equipamento Quantidade

Antena parabólica 2

Computadores 24

Duplicadora 1

DVD 8

Episcópio 1

FAX 1

Impressora fita 1

Impressora laser 4

Impressora tinta 5

Projetor 1

Rádio 4

Retroprojetor 2

Scanner 1

Tela de projeção 1

23

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Televisor 19

Vídeo Cassete 4

Obs.: Todos os equipamentos supracitados estão funcionando corretamente

RELAÇÃO DO ACERVO BIBLIOGRÁFICO

Obras/Coleções: Disciplinas Quantidade

Arte 50

Ciências 268

Biologia 18

Educação Física 38

Espanhol 9

Filosofia 5

Física 32

Geografia 212

História 304

Inglês 182

Língua Portuguesa 320

Literatura 1867

Matemática 202

Química 27

Sociologia 21

Diversos 601

24

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1.10 BIBLIOTECA ESCOLAR

A biblioteca escolar é um espaço onde os alunos, professores e a comunidade

escolar têm acesso à leitura e informação, sendo um local privilegiado para a prática

pedagógica. É organizada para se integrar com a sala de aula no desenvolvimento

do currículo escolar.

Para que seu funcionamento seja efetivo e eficaz, é necessária a cooperação de

todos, no sentido de garantir seu objetivo, seu espaço e acervo.

A biblioteca é responsável pela execução de atividades que buscam a

identidade cultural de nossa escola, assim como priorizar aspectos significativos da

estética, da sensibilidade, da ética e da igualdade de cada educando. Para tanto, é

importante a atuação do professor, incentivando e transformando a biblioteca num

espaço dinâmico de trabalho.

Serão atribuições do profissional dinamizador da Biblioteca:

• constituir um espaço de contato com a leitura e a pesquisa para professores e

alunos, além de local de acesso fácil à comunidade;

• viabilizar o empréstimo de livros para os alunos através da criação de sistema

integrado.

• promover, em cooperação com o corpo docente, atividades que estimulem a

cultura com incremento da textoteca, videoteca, cinemateca, grupo de teatro,

clube de leitores, contação de histórias e outras;

• constituir um espaço de contato com a leitura e a pesquisa para professores e

educandos, além de local de acesso fácil à comunidade;

• elaborar e executar a programação das atividades da Biblioteca, mantendo-a

articulada com o plano de trabalho da equipe técnica e docente;

• assegurar a organização e funcionamento da Biblioteca;

• organizar uma listagem dos livros e materiais de pesquisa disponíveis na

Biblioteca;

• propor o enriquecimento do acervo, a partir das necessidades indicadas pelo

pessoal técnico e docente;

• consultar os professores sobre novas aquisições de livros e publicações;

• manter intercâmbio com outras bibliotecas e centros de documentação;

• divulgar, periodicamente, no âmbito escolar, o acervo atualizado aos

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usuários;

• manter o controle e avaliação das atividades realizadas, apresentando um

relatório anual à Direção;

• efetuar tombamento, classificação e codificação do acervo da Biblioteca.

1.11 LABORATÓRIO

A escola deve ser um lugar que, além de possibilitar a apropriação de

conhecimento dos métodos e das técnicas para adquirir, produzir e divulgar saberes

deve propiciar ao educando, além dos instrumentos básicos (ler, escrever e contar),

outros instrumentos importantes como pesquisar, discutir, argumentar, ampliar o

raciocínio.

O uso do laboratório contribui para o processo de ensino aprendizagem,

possibilitando de forma significativa e dialética a apropriação do conhecimento

científico.

A ciência e a tecnologia são elementos essenciais para a transformação e

desenvolvimento da sociedade atual. Esta, por sua vez, tem exigido um volume de

informações muito maior do que em qualquer época do passado, quer seja para o

acesso ao mundo do trabalho, quer para o exercício consciente da cidadania e para

as atividades do cotidiano.

O laboratório seguirá as normas estabelecidas no Regimento Escolar.

A articulação entre os aspectos epistemológicos e didáticos em uma pesquisa

permite o diálogo entre o conhecimento explícito e o conhecimento no contexto entre

a relação do aluno e professor, ou seja, em uma situação didática. Para tanto, faz-se

necessário a mediação do professor, para que o educando desenvolva uma análise

crítica.

1.12 RECURSOS TECNOLÓGICOS

As tecnologias sempre tiveram papel importante na organização das

sociedades, na forma de interação entre o homem e a natureza, entre o homem e

sua cultura, particularmente as tecnologias da informação, ou seja, as tecnologias

que permitem o armazenamento, a difusão e a elaboração de conhecimento. Estas

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propiciam um novo debate em torno da filosofia do conhecimento. Por serem

responsáveis por novas formas de elaboração e distribuição do saber, portanto, de

comunicação, é necessário que a escola acompanhe e proporcione, senão o

acesso, ao menos informações destes avanços tecnológicos.

A informática na escola possibilita a construção de estratégias e habilidades

necessárias para a compreensão e inserção no mundo atual. Os diferentes recursos

garantem novas formas de expressão e comunicação, ampliando a qualidade do

processo ensino-aprendizagem.

O trabalho com os recursos tecnológicos faz com que o aluno desenvolva seu

senso de investigação, apropriando-se de conhecimentos que contribuam para a

ampliação das possibilidades de respostas aos problemas do dia-a-dia.

27

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2 OBJETIVOS GERAIS

Este Estabelecimento de Ensino atendendo ao disposto nas Constituições

Federal e Estadual, na Lei nº 9.394/96, nas Diretrizes Curriculares Nacionais de

Educação de Jovens e Adultos, instituídas pelo parecer 011/2000 CNE, destinadas

à preparação do jovem, do adulto e do idoso, que não puderam efetuar os estudos

na idade apropriada, mediante cursos e exames supletivos nos níveis do Ensino

Fundamental e Médio por meio de metodologia adequada ao desenvolvimento

cultural e formação da vida cidadã dos educandos, com base nos seguintes

princípios das Constituições Federal e Estadual:

- Da igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, vedada

qualquer forma de discriminação e segregação;

- Gratuidade do ensino, com isenção de taxas e contribuições de qualquer

natureza, vinculadas à matrícula;

- Garantia de uma educação básica igualitária e de qualidade.

Sendo assim, esta escola tem como objetivos:

- Comprometer-se com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de

modo a que os educandos venham a participar política e produtivamente das

relações sociais, com comportamento ético e compromisso político, através

do desenvolvimento da autonomia intelectual e moral.

- Efetivar um ensino de qualidade que busque a formação integral de seus

educandos, através de práticas pedagógicas democráticas pautadas nos

conceitos de cooperação, participação, cultura, diversidade e de inclusão que

possibilite a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Levando

em consideração os eixos articuladores do trabalho pedagógico com jovens

adultos e idosos – cultura, trabalho e tempo, conforme as Diretrizes

Curriculares Estaduais de Educação de Jovens e Adultos

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- Proporcionar aos profissionais deste estabelecimento momentos de estudos,

reflexões acerca das questões pedagógicas que envolvem o processo

educacional e a melhoria do ensino-aprendizagem.

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3 PERFIL DO EDUCANDO

Vive-se numa sociedade capitalista, em processo de globalização,

ocasionando grandes mudanças sobre a vida das pessoas, modos de agir, pensar e,

principalmente, na educação. Assim, quanto mais se acentua a crise econômica e

social, mais a EJA assume relevância política.

A educação de jovens e adultos ocorre num cenário de desafios que exige

uma concepção de educação para além da escolarização formal, exige nova

fronteira, uma educação baseada na construção do conhecimento, que aponte para

a resolução de problemas, para aprendizagem, para o desenvolvimento da

autonomia e para o exercício da cidadania, necessitando uma reflexão e

aprimoramento constante de sua prática.

Os educandos do Centro Estadual de Educação Básica de Jovens e Adultos

Professor Domingos Cavalli são homens e mulheres, trabalhadores/as,

empregados/as e desempregados/as ou em busca do primeiro emprego; filhos, pais

e mães; moradores urbanos, rurais e de periferias, com diferentes níveis sócio-

econômicos, diferentes idades, cultura, interesses, expectativas, dotados de sonhos

e desejos. São sujeitos sociais e culturais, marginalizados nas esferas

socioeconômicas e educacionais, privados do acesso à cultura letrada e aos bens

culturais e sociais, comprometendo uma participação mais ativa no mundo do

trabalho, da política e da cultura. Vivem no mundo urbano, industrializado,

burocratizado e escolarizado, em geral trabalhando em ocupações não qualificadas.

Esta instituição contempla ainda, o atendimento a educandos portadores de

necessidades educacionais especiais e de pessoas idosas que desejam além da

escolarização, ampliar a convivência social. A escola presta um atendimento

diferenciado, adequado às necessidades destes educandos.

Atualmente, percebe-se um grande aumento na demanda de alunos menores

de idade (entre 15 a 17 anos) que por diferentes motivos tem uma defasagem em

relação à idade-série e procuram a escola de EJA ou mesmo são orientadas pelas

demais escolas ou outras instâncias sociais para que concluam os seus estudos.

Diante da diversidade de perfis dos educandos, inclusive a de gênero, faz-se

necessário um ambiente escolar que possibilite o crescimento, o respeito, a troca de

experiências e aceitação mútua para que as dificuldades apresentadas como a baixa

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auto-estima, insegurança, falta de apoio familiar, readaptações ao processo de

escolarização não sejam obstáculos que impeçam seu sucesso escolar.

A escola, segundo os educandos, possibilita ao final do processo dar uma

resposta às suas expectativas com relação ao ensino-aprendizagem, ascensão

profissional, ao convívio social e a realização pessoal, pois atende às diferentes

necessidades que vão desde a socialização até a concretização dos objetivos dos

alunos.

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4 MARCO SITUACIONAL

Atualmente a escola possui algumas necessidades e, dentre estas, a

estrutura física é a mais evidente, pois em determinados momentos, o espaço torna-

se insuficiente e inadequado para atender a demanda, principalmente no período

noturno. Se houvesse um espaço físico maior possibilitaria maior oferta de

disciplinas.

Quanto aos recursos humanos, conta-se com número adequado de

professores e funcionários em geral. Faz-se necessário também um inspetor de

alunos para melhor atendimento aos educandos e funcionários, principalmente no

período noturno.

A comunidade escolar atendida é proveniente de todas as classes sociais,

sendo a maioria de classe média e baixa. Os educandos são operários, lavradores,

donas de casa, motoristas, enfermeiras, comerciários, seguranças, mecânicos,

industriários, pedreiros, carpinteiros, aposentados, zeladoras, autônomos,

domésticas e há um alto índice de desempregados.

A localização do Estabelecimento no município é central e atende não só os

educandos das proximidades, como também de diversos bairros, distritos e cidades

vizinhas, como Balsa Nova. Alguns educandos vêm à escola a pé ou utilizam meios

de transportes diversos: carros, ônibus, motos e bicicletas.

O CEEBJA atende aos educandos de localidades mais distantes, onde não há

oferta de Ensino Regular noturno, a escola oferece oportunidade de estudo através

de Ações Pedagógicas Descentralizadas, oportunizando aos educandos o acesso à

escolarização, uma vez que a escola fica próxima às suas residências. Há ainda,

para os educandos que têm dificuldade de frequentar a escola, a oferta dos Exames

de Suplência, que são aplicados pela escola conforme edital próprio.

Com relação à aprendizagem, busca-se efetivar a concepção de ensino e

metodologias constantes na Proposta Pedagógica, através de seu estudo e

planejamento, onde são discutidas e escolhidas as formas metodológicas que

melhor viabilizem a sistematização dos conteúdos e atendam ao perfil dos

educandos, tanto na organização coletiva como na individual. A organização

individual requer um planejamento bem elaborado e organizado, porque é o

educando que faz e organiza seu horário de aula e turno, podendo estudar com

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vários professores de uma mesma disciplina e a organização coletiva necessita de

metodologias dinâmicas que envolvam os educandos e desperte a vontade de

aprender.

O educando da EJA, no âmbito escolar, apresenta uma riqueza de

experiências vividas que é relevante no processo de ensino-aprendizagem, pois

através da mediação do professor na sistematização do conhecimento é possível

transformar essa experiência vivida em experiência compreendida, possibilitando a

conquista da sua autonomia no agir e no pensar. Considerando esta experiência,

encontram-se alguns desafios quanto à aprendizagem dos educandos, que vêm com

muitos conhecimentos de senso-comum, pois há certa resistência por parte de

alguns em converter este saber em conhecimento científico, além de apresentarem

ritmos e níveis de aprendizagem diferentes, percebe-se, também que a

aprendizagem é comprometida devido a problemas sociais, pessoais e profissionais

que impedem a complementação de estudos e a dedicação nas atividades.

Outro aspecto a ser considerado no processo ensino-aprendizagem da escola

é o aumento da demanda de alunos menores de idade, que exigem um esforço de

toda equipe escolar para que os mesmos se adaptem a realidade educacional de

EJA, uma vez que é difícil mantê-los assíduos na escola, além da falta de interesse

e entendimento da importância da escolarização para a sua formação. Diante desta

situação, observou-se, também, um aumento de “tribos jovens ou urbanas” (emos,

ripes, góticos, etc).

Diante da diversidade de perfis dos educandos, inclusive a de gênero, faz-se

necessário um ambiente escolar que possibilite o crescimento, o respeito, a troca de

experiências e aceitação mútua para que as dificuldades apresentadas como a baixa

auto-estima, insegurança, falta de apoio familiar, readaptações ao processo de

escolarização não sejam obstáculos que impeçam seu sucesso escolar.

A avaliação é formativa, qualitativa e cumulativa, sendo diversificadas as

formas de realizá-las (pesquisa, trabalhos em sala, exercícios, trabalhos em grupos

e individuais, atividades extraclasse, provas e outros). A recuperação ocorre

paralelamente ao processo de aprendizagem, onde cada professor direciona as

atividades e busca a superação das dificuldades e o sucesso do educando.

Quanto à evasão, há um índice de aproximadamente 30% de educandos que

deixam de frequentar a escola por diversos motivos: problemas relacionados ao

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trabalho; falta de flexibilidade em cursar mais disciplinas concomitantemente; limite

de carga horária da organização individual; falta de interesse; e outros. Percebe-se

que os alunos acabam retornando à escola, em média, um ano depois. De acordo

com esta realidade os professores se preocupam e buscam ajudar e orientar ao

máximo os alunos, incentivando-os, trabalhando a auto-estima e a valorização dos

estudos.

O Regimento Escolar é o norteador da disciplina na escola e por se tratar de

jovens, adultos e idosos, as normas e determinações são consideradas e adotadas

por todos. Os professores e funcionários são considerados exemplos de seriedade,

mantêm o diálogo e o respeito no relacionamento entre todos na escola, ocorre

poucos problemas de indisciplina com os educandos, devido o perfil dos mesmos.

As relações de trabalho que se estabelecem no ambiente escolar se fazem de

forma compartilhada, onde a democracia é o princípio norteador de todas as ações

da escola. Nestas relações, todos os que participam da instituição – escola sejam

eles, educandos, pais, professores, diretor, pedagogos e funcionários são dados à

condição de igualdade e participação. O trabalho é realizado a partir de decisões

coletivas e de uma organização que considera a autonomia e a diversidade de todos

os profissionais, possibilitando a resolução positiva de conflitos, através do diálogo,

da ética, da responsabilidade profissional, favorecendo e permitindo a realização de

objetivos coletivos.

Apesar das dificuldades em relação à estrutura física da escola, os

funcionários desenvolvem seu trabalho de forma a atender os educandos e

professores com atenção, promovendo um ambiente agradável e favorável para que

o processo de ensino-aprendizagem ocorra com qualidade.

Os professores estabelecem relações horizontais com seus estudantes,

propiciando o diálogo entre conteúdos e vivências, conseguem concretizar

intervenções que atendem às questões individuais e coletivas, respeitando as

condições e possibilidades de cada um, propiciando o êxito do processo ensino-

aprendizagem.

Na EJA, pela especificidade da demanda há pouco contato com os pais,

exceto no caso dos alunos menores, com liberdade assistida e inclusos, onde os

profissionais que os atendem, mantêm contato frequente com a família para o

acompanhamento e desenvolvimento da aprendizagem. 34

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A equipe docente é comprometida, assídua, pontual, cumpre as normas da

escola, tem uma boa organização e planejamento no que compete a sua disciplina,

porém há necessidade de mais subsídios para o tratamento de questões referentes

às relações que se estabelecem entre a teoria e a prática, como a inclusão, as

metodologias apropriadas para atender as limitações de alguns alunos. É importante

ressaltar que os profissionais da escola sentem algumas dificuldades em suas

práticas, mas procuram desenvolvê-las de forma dinâmica e contextualizada, a fim

de propiciar ao educando uma nova compreensão da realidade em que está

inserido.

Quanto à estrutura e organização da escola, algumas decisões ainda ocorrem

de forma centralizada, mas há um esforço de se realizar uma gestão democrática,

participativa e atuante.

A equipe pedagógica procura organizar o trabalho pedagógico a fim de

promover um ambiente colaborativo e de interação entre os professores das áreas,

como também de articular todas as questões pedagógicas que surgem, procura

desenvolver nas reuniões pedagógicas determinadas temáticas que venham ao

encontro das reais necessidades da escola como um todo, dentre inúmeras

dificuldades as mais evidentes é a burocracia que envolve a organização da

modalidade de EJA e também a não concentração das áreas e dos professores para

melhorar a qualidade do trabalho pedagógico e de formação continuada em serviço.

O atendimento da secretaria zela pelo cumprimento das atribuições que lhe

compete. Atende os educandos com atenção e prontidão, orientando os alunos nas

matrículas das disciplinas e auxiliando na organização dos horários que melhor se

adapte em sua realidade.

A escola possui uma Biblioteca com um acervo bom de livros literários, porém

necessita de livros científicos e materiais atualizados para pesquisas de alunos e

professores.

Os recursos financeiros são geridos e organizados através de planejamento e

prestação de contas. Os recursos recebidos do governo são destinados às

prioridades da escola. A Associação de Pais, Professores, Alunos e Funcionários e o

Conselho Escolar são órgãos constituídos através de eleições democráticas,

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conforme o Regimento da escola, e buscam uma representatividade e participação

maior de educandos e professores.

Em relação ao atendimento dos educandos com necessidades especiais, os

professores têm apoio de professoras especialistas nas áreas de Deficiência Visual,

Deficiência Auditiva e Deficiência Mental, que procuram, na medida do possível,

orientar os demais professores quanto à melhor forma de atender esses educandos.

Outra necessidade destes educandos é a de recursos para a implementação de

reformas na adequação do ambiente escolar.

Em relação à formação inicial e continuada, os todos os professores são

formados em sua área de atuação, destes, 6 possuem mestrado e um com título de

doutorado, ambos em suas disciplinas. Os funcionários em geral, também possuem

a formação inicial requerida para a função que exercem.

Quanto à formação continuada, a escola possibilita momentos de leitura,

reflexão e troca de experiências entre os professores das mesmas áreas e de

outras. Também, na medida do possível investe em palestras com outros

profissionais para esclarecimento de temas pedagógicos específicos. Os

professores sentem a necessidade de maior oportunidade para a participação em

eventos, cursos e capacitações promovidas pela SEED ou não, além de, às vezes,

os cursos ou capacitação não serem divulgados em tempo hábil.

Com relação à Proposta Curricular das disciplinas, a escola oferece ao

educando a possibilidade de cursar o Espanhol e o Ensino Religioso, porém como

são facultativas, há a necessidade de aguardar a demanda discente para poder abrir

as turmas. Percebe-se pouco interesse dos educandos em cursar devido ao tempo

escolar e a urgência que tem com relação à certificação.

Quanto à organização de tempo/espaço, a escola organiza-se através do

planejamento anual das disciplinas contribuindo para o encaminhamento destas

tanto na organização do coletivo quanto no individual. Esta forma de organizar o

tempo e espaço permite que o professor, no planejamento semanal, possa subsidiar

seu trabalho levando em consideração os materiais e atividades que poderão ser

utilizados na sistematização do conhecimento para que o educando participe

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ativamente do processo. Os alunos que são limítrofes também recebem uma

atenção especial, uma vez que possuem um tempo de aprendizagem diferente.

Os critérios de organização e distribuição de turmas se dão através da

matrícula, onde o educando recebe a orientação da secretaria sobre os horários

disponíveis e os dias da semana que são ofertadas as disciplinas. O educando

consulta o edital de horários organiza a sua própria carga horária semanal e

matricula-se conforme sua disponibilidade de tempo e preferência de organização

(coletiva ou individual).

A hora-atividade é muito importante para todos os professores, pois é um dos

momentos para a troca de experiências, planejamento semanal, aprofundar

conhecimentos por meio de estudos e reflexões. É realizada no período de

suprimento do professor. Os professores da mesma disciplina, pedagogos e direção

procuram desenvolver um trabalho coletivo, porém não é possível reunir todos os

professores da mesma disciplina semanalmente dificultando a organização e

aproveitamento do trabalho em geral. Porém, o grupo mantém o diálogo para a

superação das dificuldades que se apresentam.

Quanto às reuniões pedagógicas, essas são realizadas conforme o calendário

escolar e sempre que necessárias. O grupo considera de fundamental importância a

realização destas, pois são momentos de discussão e estudos abordando diversos

assuntos pertinentes à prática pedagógica.

O Calendário Escolar é organizado no início do ano, respeitados os dias

letivos de acordo com a legislação vigente e carga horária destinada a cada

disciplina, conforme consta na Proposta Pedagógica. São ofertadas todas as

disciplinas em cada turno de atendimento (vespertino e noturno). Os dias destinados

às reuniões pedagógicas e capacitação também são incluídos.

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5 MARCO CONCEITUAL

O Projeto Político Pedagógico pressupõe sua construção de forma coletiva

através da reflexão e discussão crítica sobre os problemas da sociedade e da

educação, a fim de encontrar as possibilidades de intervenção na realidade,

buscando a transformação da realidade social, econômica e política.

A educação exige uma inclusão que tome por base o reconhecimento do

educando como sujeito. Coloca-nos o desafio de pautar o processo educativo pela

compreensão e pelo respeito do diferente e da diversidade. Ao construirmos

princípios que regem a educação de adultos, há de se buscar uma educação

qualitativamente diferente, que tem como perspectiva uma sociedade tolerante e

igualitária, que a reconhece ao longo da vida como direito inalienável de todos.

Kuenzer (2000) afirma que ao final da educação básica os educandos devem

ter se apropriado dos conhecimentos para compreender e intervir na vida social e

produtiva de forma crítica e criativa, construindo identidades autônomas intelectual e

eticamente capazes de continuar aprendendo ao longo de suas vidas.

Assim, escolarização possui um caráter socializador e deve ser valorizado na

demonstração do poder que cada um tem como cidadão, reintegrando o indivíduo na

sociedade na qual está inserido, resgatando a sua identidade, marcando a melhoria

na sua auto-imagem, possibilitando a descoberta de novas culturas, buscando meios

para superar a defasagem de conhecimentos e proporcionando-lhe uma

escolarização efetiva de acordo com as suas necessidades.

O mundo, enquanto uma dimensão histórico-cultural e, portanto inacabado,

encontra-se em uma relação permanente com o ser humano, sofre os efeitos de sua

própria transformação. A educação busca levar ao educando a descobrir-se como

construtor deste mundo, possibilitando o desenvolvimento de suas potencialidades,

valorizando a qualidade da ação reflexiva frente às diferentes situações sociais,

levando o educando a perceber-se como um sujeito da sua própria história, inserido

em uma sociedade pluralista.

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O ser humano vive constantemente em relação com o mundo, com o seu

meio, organizado por homens e mulheres que, por força e/ou persuasão,

privilegiaram alguns princípios e ideias que nos desafiam constantemente a refletir e

repensar este cotidiano. A necessidade do surgimento de uma nova sociedade

propõe a superação, a sensibilização, compreensão e análise crítica da realidade

em que se vive, contribuindo para a reflexão e a construção de uma sociedade mais

justa e democrática, que dê condições reais ao exercício da cidadania.

O trabalho, neste contexto aparece como base de todas as relações humanas

determinando e condicionando a vida, como atividade humana intencional

envolvendo as formas de organização. O trabalho é um dos principais meios de

interferência social, as condições dos meios de produção é que determinam o

desenvolvimento e as mudanças sociais. Segundo a concepção do materialismo

histórico dialético o trabalho “é a primeira condição fundamental de toda vida

humana; e o é em tal grau que, em certo sentido, devemos dizer: o trabalho criou o

próprio homem” (Engels, Vigostki e Lúria in: SILVA). Assim, a existência do homem

não é dada pela natureza, mas é criada e produzida pelo próprio homem, diferente

dos animais, o homem precisa dominar e transformar a natureza para sobreviver.

O homem é um ser racional e social, relaciona-se com os demais, pois não

vive isoladamente; atua sobre a natureza interagindo, modificando e retirando dela a

satisfação de suas necessidades, num processo social de produção, sendo esta

modificação intencional e planejada. Ele acumula experiências passadas e as utiliza

em novas situações, assim não se limita a imediaticidade das situações produzindo

para além de sua sobrevivência pessoal, ou seja, vai além do aqui e agora. É um ser

crítico, participativo, responsável e criativo. Todavia, a produção da existência

humana implica na possibilidade de conhecer o hoje e de direcionar a construção do

futuro de modo crítico e consciente – papel relevante da educação neste processo.

A educação é uma atividade própria dos seres humanos. Garantida através

da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9394 de 20 de dezembro

de 1996. O artigo 2º diz que “a educação é dever da família e do Estado, inspirada

nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade

o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e

sua qualificação para o trabalho”.

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Segundo SAVIANI (1992), a educação é entendida como ato de produzir,

direta e intencionalmente em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida

histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens. A prática social se põe como

ponto de partida e ponto de chegada da prática educativa.

Desta forma, a educação deve possibilitar ao indivíduo a apropriação do

conhecimento, para que ele possa intervir na realidade, de forma autônoma,

participando conscientemente na construção da linguagem, cultura e sociedade,

intervindo, melhorando e transformando a sociedade em que ele vive.

A escola é um espaço social responsável pela apropriação do saber universal;

socialização do saber elaborado, entendendo a apropriação crítica e histórica do

conhecimento enquanto instrumento de compreensão da realidade social para a sua

transformação; estabelece uma relação entre a teoria e a prática. É através da

intervenção mediadora do professor e das relações estabelecidas no processo

educativo que a escola poderá preparar o educando para o mundo e suas

contradições, possibilitando a construção do saber para que possa participar de

forma organizada e ativa na democratização da sociedade.

O conhecimento é uma produção histórico-social. Sua construção está

diretamente vinculada ao processo de ação-reflexão sobre as práxis social, a partir

de uma problematização, da análise e compreensão teórica dos elementos e suas

inter-relações. A produção de novos conhecimentos pressupõe a superação dos

anteriores. Neste sentido, o conhecimento socializado no espaço escolar deve

oportunizar condições ao educando de ser cidadão, valorizando sua cultura de

referência, juntando a esses novos conhecimentos.

Segundo Acácia Kuenzer (2000) é necessário ter uma concepção metodológica para o trabalho com o conhecimento, que pode ser sistematizada desta forma:

- o ponto de partida é sincrético, pouco elaborado, senso comum; o ponto de chegada é uma totalidade concreta, em que o pensamento re-capta e compreende o conteúdo inicialmente separado e isolado do todo; posto que sempre síntese provisória, essa totalidade parcial será novo ponto de partida para outros conhecimentos;

- os significados vão sendo construídos através do deslocamento incessante do pensamento das primeiras e precárias abstrações que constituem o senso comum para o conhecimento elaborado através da práxis, que resulta não só da articulação entre teoria e prática, entre sujeito e objeto, mas também entre o indivíduo e a sociedade em um dado momento histórico;

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- o percurso vai do ponto de partida ao ponto de chegada, possuindo uma determinação, finita ou infinita; pode-se buscar o caminho mais curto ou se perder, marchar em linha reta, seguir uma espiral ou manter-se no labirinto; ou seja, construir o caminho metodológico é parte fundamental do processo de elaboração do conhecimento.

Essa concepção compreende o processo de produção do conhecimento como resultante da relação entre o homem e as relações sociais em seu conjunto, através da atividade humana.

A aprendizagem constitui-se do desenvolvimento da capacidade de

organização/compreensão e apreensão do conhecimento a partir de experiências

vivenciadas. Assim, como afirma Libâneo aprender é um ato de conhecimento da

realidade concreta, isto é, da situação real vivida pelo educando, e só tem sentido se

resulta de uma aproximação crítica desta realidade. Também, considera-se que o

princípio da aprendizagem significativa deve partir do que o aluno já sabe. A

transferência da aprendizagem só se realiza no momento da síntese, isto é, quando

o aluno supera sua visão parcial e confusa e adquire uma visão mais clara e

unificadora.

Paulo Freire, em seu livro Pedagogia da Autonomia (1996), adverte que saber

ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria

produção ou a sua construção e que quanto mais criticamente se exerce a

capacidade de aprender, mais se constrói a “curiosidade epistemológica” (isto é, a

vontade de saber e de indagar o conhecimento e a pensar a realidade).

O processo pedagógico se dá na interação educando/professor/conhecimento

e contexto social, tendo o professor como mediador. Desta forma, há uma

colaboração mútua entre as partes, onde o professor interfere e cria condições

necessárias à apropriação do conhecimento enquanto especificidade da relação

pedagógica.

LUCKESI (1993), explica que o educador tem um papel específico na relação

pedagógica

Na práxis pedagógica, o educador é aquele que, tendo adquirido o nível de cultura necessário para o desempenho de sua atividade, dá direção ao ensino e à aprendizagem. Ele assume o papel de mediador entre a cultura elaborada, acumulada e em processo de acumulação pela humanidade, e o educando. O professor fará a mediação entre o coletivo da sociedade (os resultados da cultura) e o individual do aluno. Ele exerce o papel de um dos

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mediadores sociais entre o universal da sociedade e o particular do educando.

A função do professor deve ser a de um articulador do movimento formativo,

onde o professor e educando são sujeitos interativos do processo ensino-

aprendizagem, e no processo de construção do conhecimento, o valor pedagógico

da interação humana é evidente, pois, através dela que o conhecimento vai se

construindo. O educador, na sua relação com o educando, estimula e ativa o

interesse do aluno e orienta o seu esforço individual para aprender.

A avaliação, com base na LDB nº 9.394/96 e na Deliberação 007/99 CEE, é

compreendida como uma prática que alimenta e orienta a intervenção pedagógica.

Deve ser entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo, diagnóstico

e formativo, pois é um dos principais componentes do ensino, pelo qual se estuda e

interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de acompanhar e

aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos quanto nortear o trabalho

do professor. Para isso, deve-se ter uma contínua ação reflexiva sobre a prática

pedagógica para que a avaliação sirva a democratização do ensino.

Diante da complexidade do ato de avaliar, é importante compreender que o

ato de avaliar não se encerra na configuração do valor ou qualidade atribuído ao

objeto em questão. Avaliar exige uma tomada de posição favorável ou desfavorável

ao objeto de avaliação com uma consequente decisão de ação. Segundo LUCKESI

(2001) para desenvolvermos o processo avaliativo necessariamente temos que

verificar mas posteriormente precisamos tomar uma atitude no sentido de modificar

a situação verificada, aí sim estaremos avaliando.

Diante disto, o professor e alunos precisam entender que os pressupostos da

avaliação, tais como finalidades, objetivos, critérios e instrumentos, podem permitir

rever o que precisa ser melhorado ou que já foi apreendido. De acordo com

LUCKESI (2001), o professor pode utilizar várias formas avaliativas, como:

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA - é aquela que permite ao professor, dado à

diversidade de saberes, identificar o conhecimento prévio dos educandos com a

finalidade de constatar os pré-requisitos necessários de conhecimento de que os

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mesmos possuem para o preparo de novas aprendizagens. É o ponto de partida

para o todo o trabalho a ser desenvolvido como também contribui no decorrer do

processo ensino-aprendizagem sendo utilizada para identificar as causas das falhas

de aprendizagem e possibilitar a implementação de recursos para corrigí-las. “A

avaliação diagnóstica não se propõe e nem existe uma forma solta isolada. É

condição de sua existência e articulação com uma concepção pedagógica

progressista”. (Luckesi 2001, p.82)

AVALIAÇÃO FORMATIVA – ocorre durante o processo pedagógico e tem por

finalidade retomar os objetivos de ensino propostos para, a partir dos mesmos,

identificar a aprendizagem alcançada desde o início até ao momento avaliado. Logo,

a avaliação formativa visa, basicamente, avaliar se o aluno domina gradativamente e

hierarquicamente cada etapa da aprendizagem, antes de prosseguir para outra

etapa subsequente de ensino-aprendizagem, dos objetivos em questão. É através

da avaliação formativa que o aluno toma conhecimento dos seus erros e acertos e

encontra estímulo para um estudo sistemático. Também, prevê que os educandos

possuem processos e ritmos de aprendizagem diferentes.

Neste processo, é importante ter claro a intencionalidade no recorte que se

faz de um conhecimento, ou seja, na seleção de conteúdos a serem trabalhados,

nos objetivos e critérios avaliativos que norteiam o processo de ensino-

aprendizagem.

Os critérios decorrem dos conteúdos, cabe ao professor definir os critérios

que serão utilizados para avaliar o conhecimento do aluno. Para tanto, eles devem

ser pensados no momento da elaboração do plano de trabalho docente e devem

acompanhar a prática pedagógica desde os conceitos e os conteúdos que serão

trabalhados até a forma (metodologia) e o momento em que forem valorados (peso)

pelo respectivo sistema de avaliação. Portanto, o estabelecimento de critérios tem

por finalidade auxiliar a prática pedagógica do professor, posto que seja necessária

uma constante apreciação do processo de ensino/aprendizagem. (BATISTA, 2008)

Assim, é essencial estabelecer a relação entre os conteúdos que se pretende ensinar, o objetivo para este ensino, a forma de sistematização destes conteúdos, para então, estabelecer instrumentos e critérios de avaliação

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claros e específicos que serão utilizados no processo avaliativo. {...} Não basta, apenas, a divisão dos conteúdos, mas é fundamental que se tenha clareza do que se quer com este ou aquele conteúdo (objetivos) e a forma como serão sistematizados (metodologia) e também o modo que estes conteúdos serão avaliados, ou seja, a definição de alguns instrumentos para avaliações pontuais da aprendizagem e o estabelecimento de critérios de avaliação pertinentes e coerentes com os conteúdos determinados”.(BATISTA, 2008)

Sendo assim, de acordo com as orientações da Secretaria de Educação

Estadual, os critérios de avaliação devem revelar na sua prática a relação coerente

com as Diretrizes Curriculares Estaduais e o Projeto Político Pedagógico da escola

devendo ser previamente elaborados pelo professor a partir dos conteúdos

estruturantes e específicos, propostos no Plano de Trabalho Docente, e, se

necessário adequá-los às necessidades educativas apresentadas no contexto do

processo pedagógico.

AVALIAÇÃO SOMATIVA- objetiva avaliar de maneira geral o grau em que os

resultados mais amplos têm sido alcançados ao longo e final de um período ou

curso. É uma decisão que leva em conta a soma de um ou mais resultados,

pretende ajuizar o progresso realizado pelo aluno no final de

uma unidade de aprendizagem, no sentido de aferir resultados já colhidos por

avaliações do tipo formativa e obter indicadores que permitem aperfeiçoar o

processo de ensino.

Outro aspecto a ser considerado no processo de avaliação é a diversidade de

instrumentos e técnicas avaliativas, destacadas pela LDB e pelo Regimento escolar,

considerando que o que valor de um instrumento ou técnica de avaliação reside em

sua capacidade de fornecer subsídios que auxiliem tanto ao professor como ao

aluno a desencadearem uma melhora no processo de aprendizagem.

Diante da complexidade que envolve a avaliação, é preciso conduzir o

processo educativo, como parte da ação pedagógica, de forma organizada e

estruturada a partir da seleção dos conteúdos, justificativa, encaminhamentos

metodológicos e critérios avaliativos, considerando a diversidade dos instrumentos e

técnicas/estratégias/metodologias de ensino.

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Assim, com base na concepção e nos conteúdos expressos na Proposta

Pedagógica Curricular, considera-se que o papel da avaliação deve voltar-se para

uma formação na qual os educandos possam:

“Aprender permanentemente, refletir criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez, a partir da utilização metodologicamente adequada de conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos; ter utopia a orientar a construção de seu projeto de vida e de sociedade”. (KUENZER, 2000, p.40)

A recuperação também deve estar ao mesmo tempo, implícita e explícita ao

longo do processo avaliativo como parte articulada do plano de ação, pois esta não

deverá servir apenas para recuperar a nota, mas sim para que o docente possa

atuar no processo de aprendizagem, pois encarar o erro como hipótese de

construção do conhecimento, significa aceitá-lo como parte integrante da

aprendizagem. A recuperação de estudos possibilita a reorientação dos estudos.

Democracia é o principal caminho para a emancipação dos cidadãos e para a

concretização de uma sociedade na qual eles são livres e determinam a si mesmos,

individual e coletivamente. Portanto, o CEEBJA Professor Domingos Cavalli tem

como principio norteador do trabalho a gestão democrática que busca a participação

cidadã da comunidade escolar, compreendida pelos estudantes, pais, professores,

funcionários, direção e, da comunidade local, compreendida por entidades e

organizações da sociedade civil que compõem o entorno da escola na gestão da

escola pública.

Ao efetivar um ensino de qualidade, instrumento de emancipação, a

instituição escolar assume a responsabilidade social em formar integralmente seus

educandos. Desse modo, o desenvolvimento de práticas pedagógicas democráticas

é parte da construção de um sistema político que respeita os direitos individuais e

coletivos de todos os cidadãos. Isso ocorre por meio de ações pautadas nos

conceitos de cooperação, participação, autonomia, cultura, diversidade e de inclusão

que possibilitarão a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Se se pretende, com a educação escolar, concorrer para a emancipação do indivíduo enquanto cidadão partícipe de uma sociedade democrática e, ao mesmo tempo, dar-lhe meios, não apenas para sobreviver, mas para viver

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bem e melhor no usufruto de bens culturais que hoje são privilégio de poucos, então a gestão escolar deve fazer-se de modo a estar em plena coerência com esses objetivos. (Vitor Henrique Paro, 1998, p 5)

Uma sociedade democrática se caracteriza pela igualdade de direitos de seus

cidadãos e pela valorização das identidades culturais e individuais, num ambiente de

pluralidade e de convívio com a diversidade. Mudanças são necessárias para que os

segmentos historicamente excluídos (mulheres, homossexuais, afrodescendentes,

indígenas, pessoas com deficiência ou com superdotação, com distúrbios de

comportamento, entre outros) tenham seus direitos garantidos.

Incluir significa olhar o diferente com respeito. Não significa fingir que as

diferenças não existem, mas compreendê-las e aceitá-las como inerentes às

dinâmicas socioambientais, quando se configuram manifestações de desigualdade

de renda e de acesso aos bens produzidos pela sociedade.

"A filosofia da inclusão defende uma educação eficaz para todos, sustentada em que as escolas, enquanto comunidades educativas devem satisfazer as necessidades de todos os alunos, sejam quais forem as suas características pessoais, psicológicas ou sociais (com independência de ter ou não deficiência). Trata-se de estabelecer os alicerces para que a escola possa educar com êxito a diversidade de seu alunado e colaborar com a erradicação da ampla desigualdade e injustiça social." (SANCHEZ, 2005).

A inclusão de estudantes de qualquer raça, religião, nacionalidade, classe

socioeconômica, cultura ou capacidade em ambientes escolares de aprendizagem

desenvolve o respeito mútuo e o aproveitamento das diferenças para melhorar as

relações na nossa sociedade, em seus diferentes subsistemas.

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6 MARCO OPERACIONAL

As considerações apresentadas no marco situacional definem ações e

objetivos a serem alcançados, considerando a realidade diagnosticada num tempo

presente na escola, para que essa realidade possa ser modificada num tempo

futuro, através da transformação de ideias fundamentadas na análise e discussões

coletivas em ações procedimentais, que devem ser avaliadas continuamente.

Para atingir uma educação de qualidade, é necessário um trabalho de mútuo

comprometimento entre todos os órgãos gestores e entre todos os atores do

processo de ensino-aprendizagem.

A escola, juntamente com as instâncias colegiadas, buscará fortalecer a

participação dos representantes do Conselho Escolar, Conselho de Avaliação e

Associação de Pais, Professores, Alunos e Funcionários, a fim de viabilizar os

recursos financeiros junto à mantenedora para a ampliação da estrutura física e

material; reunir-se para reflexões e avaliação do trabalho pedagógico, além de

sugerir ações que auxiliem no enfrentamento de situações que exijam uma

interferência positiva, assegurando, cotidianamente, a qualidade do trabalho

pedagógico da escola; melhorar a divulgação das datas e pautas das reuniões e

estudar o Estatuto do Conselho Escolar com todos os profissionais para que possam

estar cientes das atribuições destas instâncias e para efetivar a representatividade

dos setores da escola.

Quanto à perspectiva pedagógica, é necessário organizar o trabalho

pedagógico através das novas orientações sobre o planejamento que envolve a

atualização do Plano de Trabalho Docente e a definição dos critérios de avaliação

do processo de aprendizagem dos educandos. Também, orientar os professores

quanto à parte burocrática – Livro Registro e Ficha Individual. Acolher e orientar

novos professores e educandos que ingressam na modalidade de EJA. Realizar

reuniões com os professores das diversas áreas do conhecimento para promover a

integração entre as disciplinas.

Quanto à formação continuada, os professores e funcionários serão

incentivados a atualização em eventos educativos, cursos, seminários, e também

solicitaremos a mantenedora capacitação voltada à modalidade da EJA.

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Na perspectiva humana de formação integral, tendo em vista a complexidade

do desenvolvimento humano, é preciso considerar os sentimentos, as emoções e a

harmonia interna e externa, bem como a reflexão sobre os valores presentes na

sociedade atual. Neste sentido, os professores buscam resgatar os valores

humanos, promovendo discussões e reflexões entre educandos e professores para

que assim possam compreender e respeitar o ser humano perante a diversidade

existente na sociedade e em nossa escola.

Acolher e incluir os educandos com necessidades educacionais especiais e

orientar professores quanto à inclusão e atendimento a este aluno, tanto na

aprendizagem quanto à responsabilidade social que nos é atribuída, são objetivos

que a escola busca atingir, além de sensibilizar os demais educandos através de

palestras sobre a questão da inclusão e aprimorar o contato com os profissionais

dos Centros Especializados e familiares, buscando o comprometimento de todos os

envolvidos no desenvolvimento integral desses educandos.

Face ao aumento da diversidade de perfis na escola, principalmente em

relação aos menores, ao gênero e aos grupos (“tribos urbanas”) é imprescindível

que a equipe escolar busque formação continuada a fim contribuir com as questões

metodológicas que possam subsidiar o trabalho pedagógico atendendo as

necessidades que se fazem presentes.

A diminuição da desistência escolar é uma meta que o grupo de profissionais

da escola pretende atingir através de incentivo aos educandos para que continuem

seus estudos, mantendo um diálogo “acolhedor”, orientando-os e adaptando

horários e a forma de organização da disciplina que melhor se ajustem às

necessidades familiares e profissionais dos educandos.

Com relação à avaliação, faz-se necessário aprofundar os estudos sobre os

diferentes instrumentos avaliativos para que estes estejam coerentes com os

critérios de avaliação estabelecidos pelos professores das disciplinas.

Os educandos têm a possibilidade de requerer o aproveitamento de estudos

onde conseguem reduzir a carga horária da disciplina a ser cursada de acordo com

o seu Histórico Escolar e com as orientações constantes no Regimento Escolar.

A escola possibilita ainda, aos educandos, o processo de classificação e

reclassificação, os quais permitem avanço na carga horária, caso o educando

demonstre ter conhecimentos para tanto. Os processos de classificação e

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reclassificação seguem as orientações constantes no Regimento Escolar. Estes

procedimentos permitem uma adequação da proposta ao perfil dos educandos.

O Cronograma de oferta de disciplinas é organizado no início do ano, onde a

escola pode fazer uma previsão de ofertas das disciplinas tanto na organização

coletiva quanto individual, alternando os dias da semana para que o educando tenha

mais opções de horários e de turmas, respeitando os dias letivos de acordo com a

legislação vigente e carga horária destinada a cada disciplina.

Tendo em vista a política de continuidade e inovação da mantenedora, ou

seja, manutenção do atendimento no local/região, otimização na gestão e

reorganização para atendimento com maior qualidade e ampliação da oferta, o

CEEBJA Professor Domingos Cavalli, entende que a oferta de oportunidades

educacionais apropriadas às características do educando, de seus interesses, de

suas propostas de vida e de trabalho, deve marcar esta nova fase de atuação do

Centro que, ao realizar o processo de ensino-aprendizagem, executa ações

calcadas nos princípios de qualidade e aprimoramento constante do processo.

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7 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Para que a escola, realmente alcance os seus objetivos, é de fundamental

importância que a construção e o acompanhamento do Projeto Político Pedagógico

estejam alicerçados em uma administração participativa, coletiva, em que as

decisões sejam democratizadas e que o seu processo de avaliação e revisão sejam

a oportunidade de reflexão para mudanças de direção e de caminhos.

Portanto, se estabelece uma periodicidade anual para a avaliação da prática

do Projeto Político Pedagógico que será realizada através de questionário com

todos, para que se tenha mais subsídio de compreendê-lo, planejá-lo e modificá-lo

conforme a necessidade e interesses da comunidade escolar.

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8 REFERÊNCIAS

ARROYO, Miguel G. Ofício de Mestre: imagens e auto-imagens. 9ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, p.027833, col 1, 23 dez.1996.

CURITIBA. SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares para a Educação Municipal de Curitiba. Curitiba, 2006.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996

KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: Construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000.

LIBANEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 2004.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez, 1993._______, Avaliação da Aprendizagem Escolar. 11. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos do Paraná.

PARO, Vitor Henrique. A GESTÃO DA EDUCAÇÃO ANTE AS EXIGÊNCIAS DE QUALIDADE E PRODUTIVIDADE DA ESCOLA PÚBLICA. São Paulo: 1998

SÁNCHEZ, Pilar Arnaiza. Educação Inclusiva: um meio de construir escolas para todos no século XXI. in INCLUSÃO: REVISTA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL. Brasília. v. 1, n. 1, p. 7-18, 2005.

SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 3ªed, São Paulo: Cortez: 1992.

VIGOTSKI, Lev Semenovch. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores; organizadores Michael Cole...(et al.); tradução José Cipolla Neto, Luís Silveira Menna Barreto, Solange Castro Afeche. 6ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

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9 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

9.1 ARTE

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA.

A disciplina busca contemplar concepções gerais sobre História da Arte,

suas relações no tempo e espaço, apreciação de obras, fazer artístico, a partir de

experimentações práticas. Concepções sobre o belo, estética, movimentos

artísticos, técnicas.

O ensino de Arte no Brasil iniciou- no período colonial, onde ensinava-se a

arte Ibérica e Medieval, esta foi, portanto nossa matriz cultural. Em seguida a

Missão Artística Francesa, responsável por educar a corte portuguesa locada no

Brasil, foi responsável pelo academicismo, um dos fatos importantes foi a fundação

da Academia de Belas Artes. Já no Paraná, em 1846 fundou-se o Liceu de Ofícios

de Curitiba, hoje Colégio Estadual do Paraná.

O ensino de artes sempre esteve vinculado às modificações históricas, por

exemplo, no Movimento da Escola Nova, onde o conhecimento era fundamentado

na livre expressão, e estruturado nos interesses das classes sociais, às classes mais

abastadas ensinava-se o erudito, já as classes populares, o necessário para inserir-

se no mercado de trabalho: as técnicas e artes manuais também eram abordadas no

período do ideário positivista, e atender a demanda do mercado de trabalho era a

meta. Já influências das idéias modernistas (Semana de Arte de 1922) buscavam

valorizar a cultura popular, também valorizada pela Escola Nova.

No Paraná, Alfredo Andersen, Guido Viaro, Ema Koch (criadora do

Departamento de Educação Artística) também marcaram a história no ensino de

artes no estado.

Em 1971 foi promulgada a Lei que tornou obrigatório o ensino de Arte no

Brasil, a Lei 5692/71, focado nas habilidades e técnicas. Em seguida, outro marco foi

a Teoria da Libertação, num período de movimentos sociais pela redemocratização

Paulo Freire propunha o aprendizado da cultura para transformação social.

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O Currículo Básico (1990) era fundamentado na pedagogia histórico-crítica, e

os Parâmetros Curriculares Nacionais baseavam-se na Proposta Triangular, de Ana

Mãe Barbosa.

A disciplina de arte contribui para a crítica às condições sociais, políticos e

econômica presentes nas estruturas da sociedade contemporânea, capacita a

produção científica, reflexão filosófica, criação artística.

2 OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA

O ser humano deverá entender-se como ser social, compreender a relação

entre arte, sociedade e cultura. Interpretar o mundo através da expansão dos

sentidos, aguçar o espírito crítico, perceber a arte como forma de conhecimento,

ideologia e trabalho criador.

3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTE/ BÁSICOS.

De acordo com a DCE, os conteúdos estruturantes são os elementos formais,

composição e movimentos e períodos, que articulam os conhecimentos das áreas

de artes visuais, dança, música e teatro.

4 CONTEÚDOS BÁSICOS

ENSINO FUNDAMENTAL

MÚSICA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS

COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS

AlturaDuração Timbre

IntensidadeDensidade

Ritmo Melodia

Escalas: diatônica pentatônicacromática

ImprovisaçãoRitmo

Melodiaescalas

Greco-romanaOriental

OcidentalAfricana

Música Popular e étnica (ocidental e oriental)

Indústria culturalEletrônicaMinimalita

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Gêneros: folclórico, indígena, popular e

étnicoTécnicas: vocal, instrumental, e

mista

Tonal, modal e a fusão de ambos

Rap, Rock, TecnoMúsica engajada

Música Popular BrasileiraMúsica Contemporânea

ARTES VISUAIS

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS

PontoLinha Plano TexturaFormaSuperfícieVolumeCorLuz

BidimensionalFigurativa

Geométrica, simétricaTécnicas: Pintura,

escultura, arquitetura...Gêneros: cenas da

mitologia...Proporção

TridimensionalFigura e fundo

AbstrataPerspectiva

Gêneros: paisagem, retrato, natureza morta

Semelhançascontrastesrimo visualestilização

deformaçãotécnicas: desenho,

fotografia, audiovisual e mista...

bidimensionalTridimensional

figura-fundo

Arte greco-RomanaArte africanaArte orientalArte pré-HistóricaArte indígenaArte popularBrasileira e ParanaenseRenascimentoBarrocoIndústria CulturalArte no séc. XXArte ContemporâneaRealismoVanguardasMuralismo e Arte Latino-AmericanaHip HoP

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TEATRO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇAO MOVIMENTOS E PERÍODOS

Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais

e faciaisAção

Espaço

Enredo, roteiro, espaço cênico, adereços

Técnicas: jogos teatrais, teatro indireto e direto,

improvisação, manipulação, máscara,

formas animadas, sombra, adaptação cênica,

monólogo, direção, ensaio, Teatro-Fórum.

Gêneros: tragédia, comédia e circo

Rua e arenaCaracterização

Greco-RomanaTeatro Oriental, Medieval,

RenascimentoComédi dell'arteTeatro Popular

Brasileiro e ParanaenseTeatro Africano

Indústria CulturalRealismo

ExpressionismoCinema Novo

Teatro Engajado, do Oprimido, teatro Pobre

Teatro do absuroVanguardas

DANÇA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS

Movimento corporal

Tempo

Espaço

KinesferaEixo

Ponto de apoioRotação

CoreografiaSalto e queda

Peso (leve e pesado)Movimentos articulares

Fluxo (livre e interrompido)Rápido e lento

FormaçãoNíveis (alto, médio e baixo)

DeslocamentoDimensões

Técnica: ImprovisaçãoGênero: Circular,

Folclórica, popular e étnica

Pré – históriaGreco-RomanaRenascimentoDança ClássicaDança Popular

Dança BrasileiraParanaense

AfricanaindígenaHip HopMusicais

ExpressionismoIndústria CulturalDança Moderna

VanguardasContemporânea

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ENSINO MÉDIO

MÚSICA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS

AlturaDuraçãoTimbre

IntensidadeDensidade

Ritmomelodia

harmoniaEscalas

Modal, tonal e fusão de ambos.

Gêneros: erudito, clássico, popular, étnico, folclórico,

Pop..Técnicas:

vocal,instrumental, eletrônica, informática e

mistaImprovisação

Música PopularBrasileira

ParanaensePopular

Indústria CulturalEngajada

VanguardasOcidentalOrientalAfricana

Latino-Americana

ARTES VISUAIS

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E EPERÍODOS

PontoLinhaPlanoFormaTextura

SuperfícieVolume

CorLuz

BidimensionalTridimensionalFigura e Fundo

FigurativoAbstrato

PerspectivaSemelhanças

ContrastesRitmo Visual

SimetriaDeformaçãoEstilizaçãoTécnica: pintura,

desenho, modelagem, instalação,

performancefotografia,

gravura, escultura,

Arte OcidentalArte OrientalArte AfricanaArte Brasileira

Arte ParanaenseArte Popular

Arte de VanguardasIndústria Cultural

Arte ContemporâneaArte Latino Americana

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arquiteturahistória em quadrinhos...

Gêneros: paisagem, natureza-morta, Cenas do

cotidiano, Histórica, Religiosa, da Mitologia...

TEATRO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS

Personagem: Expressões corporais,

vocais,gestuais e faciais

Ação

Espaço

Técnicas: jogos teatrais, teatro indireto e direto, mímica, ensaio, Teatro-

fórum,Roteiro,

Encenação e leitura dramática

Gêneros: Tragédia, comédia, drama, e épico,

DramaturgiaRepresentação nas mídias

CaracterizaçãoCenografia, sonoplastia,

figurino e iluminação,Direção

Produção

Teatro Greco- RomanoMedievalBrasileiro

ParanaensePopular

Indústria CulturalTeatro Engajado

DialéticoEssencial

Teatro do oprimidoTeatro Pobre

Teatro de vanguardasTeatro Renascentista

Teatro Latino-AmericanoTeatro Realista

Teatro Simbolista

5 METODOLOGIA

Para o trabalho com a EJA, é importante destacar três aspectos que

caracterizam a modalidade. O primeiro aspecto é o perfil dos educandos que a

escola atende, explicitado no Projeto Político Pedagógico:

O educando da EJA, no âmbito escolar, apresenta uma riqueza de experiências vividas que é relevante no processo de ensino-aprendizagem, pois através da mediação do professor na sistematização do conhecimento é possível transformar essa experiência vivida em experiência compreendida, possibilitando a conquista da sua autonomia no agir e no pensar. Considerando esta experiência, encontram-se alguns desafios quanto à aprendizagem dos educandos, que vêm com muitos conhecimentos de senso-comum, pois há certa resistência por parte de alguns em converter este saber em conhecimento científico, além de apresentarem ritmos e níveis de aprendizagem diferentes, percebe-se, também que a aprendizagem é

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comprometida devido a problemas sociais, pessoais e profissionais que impedem a complementação de estudos e a dedicação nas atividades.

Assim, considerar as particularidades e o perfil do aluno que retoma os

estudos e vem de diferentes realidades, o levar a reconhecer-se como sujeito

histórico, capaz de ler o mundo à sua volta, interpretá-lo e transformá-lo de modo

crítico e responsável. A bagagem cultural e conhecimentos adquiridos em outras

experiências que não a escola, não devem ser desprezadas, mas articuladas e

somadas aos novos conhecimentos.

O segundo aspecto é a organização da modalidade que atende os alunos na

organização coletiva ou na individual, pois estas necessitam de um planejamento

bem estruturado, elaborado e organizado, porque é o educando que faz e organiza

seu horário de aula e turno e a organização coletiva necessita de metodologias

dinâmicas que envolvam os educandos e desperte a vontade de aprender.

E, por fim considerar dentro das práticas metodológicas os três eixos

articuladores da Diretrizes de EJA, que são: cultura, trabalho e tempo. Neste

sentido, a Disciplina de Arte deverá aguçar e despertar no aluno a percepção

estética, histórica e filosófica dos conhecimentos baseando-se nas concepções de

arte como mímesis e representação, como expressão ou como técnica.

A concepção de mímesis, por influenciar na formação de indivíduos

submissos, deve antes ser abordada de maneira que não apresente a ele apenas

modelos prontos, pois há a necessidade de fazê-lo conhecer a realidade para

transformá-la.

A concepção de arte como expressão tem características subjetivas,

liberdade de temas e composições inspiradas em sentimentos e estados de alma. O

expressar, o livre fazer, entretanto, não representam o sentimento social existente.

A arte como técnica ou formalismo, fundamentada na composição, estrutura

e organização da obra. O processo de criação ( ação/pensamento/ação).

A disciplina desenvolverá suas aulas com diversas metodologias e recursos,

como: Imagens, desenhos, atividades práticas, uso de exemplos de obras de artes,

vídeos informativos, TV pen-drive, power point, atividades com músicas, danças,

teatros, apresentações, trabalhos em grupos, e diversas atividades de produções

artísticas com diferentes materiais (tinta, papéis, argila, revistas, massa de modelar,

sucatas, etc).

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6 AVALIAÇÃO

A avaliação será diagnóstica e processual, deve-se levar em conta o

processo, a produção dos alunos, individual ou coletiva, baseando-se na reflexão e

no questionamento da práxis artística que foi desenvolvida no encaminhamento

metodológico pelo professor. Também, cabe ao docente avaliar o ensinar e o

aprender durante o processo de desenvolvimento do trabalho pedagógico da

disciplina arte, tornando consciente ao aluno o que foi aprendido e ao professor o

que foi ensinado.

No processo avaliativo são utilizados diversos instrumentos , como: Trabalhos

artísticos individuais e em grupo; pesquisa bibliográfica e de campo; debate; provas

teóricas e práticas (devido à organização individual); relatórios, portfólios que

contém diversas atividades de construção e outras.

Na disciplina, a avaliação pode ser: descritiva e por meio de registro. A

avaliação descritiva comunica o andamento do processo ensino-aprendizagem,

comparando-se o que o aluno sabia no início do processo e os saberes que adquiriu

durante este movimento. Já na avaliação por registro, tudo o que é vivenciado e

produzido pelo aluno é registrado de forma concreta e material, por exemplo: fotos,

portfólio, obras artísticas produzidas e gravações de vídeo e áudio, entre outras.

7 REFERÊNCIAS

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Paraná, 2008.

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos - Paraná, 2008.

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9.2 BIOLOGIA

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Como o objeto de estudo da disciplina de Biologia é a VIDA, se faz necessário

compreender os diferentes conceitos já pensados historicamente.

A construção de diferentes concepções referentes ao fenômeno vida sofre,

como historicamente sofreu influências religiosas, econômicas, políticas e sociais. A

sociedade atual discute, a partir de conceitos já adquiridos sobre princípios corretos

ou não referente a esse fenômeno. Temas atuais e pertinentes à sociedade fazem

novos conceitos em Biologia serem discutidos, como por exemplo o que marca o

início da vida. Pergunta que pode influenciar no uso ou não de células tronco

embrionária, ser favorável ou não ao aborto e até mesmo a processo de clonagem.

Historicamente, também percebemos que fatos marcaram o caminho desta área,

pois os conceitos vida já era discutido na antiguidade, sendo um dos principais

pensadores e filósofo Aristóteles (384 a.C – 322 a. C). Após um período marcado

por concepções teocêntricas para explicar fenômenos da natureza o rompimento

vem com o surgimento das universidades medievais, nos séculos IX e X.

A Biologia como uma ciência sempre esteve sujeita a interferências da

sociedade, por isso deve ser vista como uma produção histórico-cultural. Assim, ao

mesmo tempo que sofre interferências do homem, agrega ao mesmo novos

conceitos, pensamentos ideológicos e necessidades pertinentes ao seu cotidiano.

A disciplina de Biologia procura sensibilizar o educando da importância do

estudo da mesma, uma vez que esta estuda os seres vivos, os mecanismos que

regulam suas atividades, as interações entre os seres vivos e o ambiente.

Compreende a complexidade das relações bem como a importância do conhecer

para respeitar os seres vivos e os fenômenos que permitam a sobrevivência dos

mesmos, tanto no estudo da biodiversidade de processos biológicos de variabilidade

genética, hereditariedade e relações ecológicas, quanto na análise da manipulação

genética.

2 OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA

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De acordo com a DCE, a disciplina de Biologia deve ser capaz de relacionar

diversos conhecimentos específicos entre si e com outras áreas de conhecimento,

deve priorizar o desenvolvimento de conceitos cientificamente produzido e propiciar

reflexões constantes sobre as mudanças de tais conceitos em decorrência de

questões emergentes. Ensinar Biologia incorpora a ideia de ensinar sobre a ciência

a partir dela, o desenvolvimento da metodologia de ensino sofre influência de

reflexões produzidas pela filosofia da ciência e pelo contexto histórico, político, social

e cultural do desenvolvimento.(DCEs).

Integrando as DCEs à realidade da nossa escola propomos como objetivos

gerais da disciplina de Biologia conforme análise dos conteúdos estruturantes:

• Despertar o interesse por temas relacionados ao cotidiano do aluno e da

mídia levando o educando à alfabetização científica.

• Perceber a interdependência dos conteúdos estruturantes para aprimorar o

conhecimento científico para relacioná-los ao senso comum para uma

mudança de atitudes e melhoria na qualidade de vida.

• Apreender o conhecimento de Biologia como forma de superar seu

conhecimento próprio com aproximação das concepções científicas

procurando relacionar o conceito de Genética, da Evolução , da Ecologia

como forma de explicar a diversidade biológica.

• Compreender os sistemas vivos como fruto da interação entre os elementos

constituintes e da interação destes com os demais componentes do meio.

“No ensino de Biologia, o ato de observar extrapola o olhar descomprometido ou o simples registro, pois inclui a identificação de variáveis relevantes e de medidas adequadas para o uso de instrumentais. Entretanto, considera-se a intencionalidade do observador, uma vez que ele é o sujeito do processo de observação, o que implica reconhecer a sua subjetividade (DCEs)”.

Os educandos do ensino de EJA, possuem um perfil característico da

modalidade que é composta por educandos jovens, adultos e idosos que por algum

motivo deixaram de estudar e voltam em busca do conhecimento científico. É

importante nesta modalidade, considerar o conhecimento já adquirido pelo aluno

cabendo aos docentes valorizar suas experiências e o seu conhecimento que,

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muitas vezes, é de senso comum, possibilitando o acesso ao conhecimento

científico de forma significativa e formativa.

3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Os conteúdos estruturantes são interdependentes e não devem ser seriados

nem hierarquizados, esses conteúdos estruturantes são: organização dos seres

vivos, mecanismos biológicos, biodiversidade e manipulação genética. Eles devem

ser abordados de forma integrada, com ênfase nos aspectos essenciais do objeto de

estudo da disciplina, relacionados a conceitos oriundos das diversas ciências de

referência da Biologia.

• Organização dos seres vivos

Este conteúdo possibilita conhecer os modelos teóricos, historicamente

construídos que propões a organização dos seres vivos de acordo com sua

ancestralidade comum e , a partir desse conhecimento, entender a diversidade

biológica e sua classificação.

• Mecanismos biológicos:

Mecanismos Biológicos possibilita o estudo dos mecanismos que explicam

como os sistemas orgânicos dos seres vivos funcionam e se organizam. É de

fundamental importância , o conhecimento histórico da disciplina, pois sem a busca

do conhecimento e o aperfeiçoamento do microscópio tornaria fragmentada a

análise das estruturas dos seres e estruturas macroscópicas.

• Biodiversidade:

Através do conhecimento da Biodiversidade pode-se ampliar e integrar os

conhecimentos relacionados aos mecanismos biológicos porque para entender a

classificação dos seres vivos , antes é necessário conhecer suas características

para que entenda como funciona a dinâmica da biodiversidade. Somente

conhecendo a Biodiversidade é que o educando será capaz de sensibilizar-se e

buscar preservar e respeitar a natureza.

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• Manipulação genética.

A partir desse conhecimento básico, o aluno poderá relacioná-lo com os

avanços que estão acontecendo no campo das Ciências Biológicas, em seu

organismo (bioquímica) e bem como valorizar o trabalho dos cientistas que

contribuíram e contribuem para o avanço no campo da Genética.

“A ciência e a tecnologia são conhecimentos produzidos pelos seres humanos e interferem no contexto

de vida da humanidade (DCEs)”.

4 CONTEÚDOS BÁSICOS

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

ORGANIZAÇÃO DOS SERES

VIVOS

Classificação dos seres vivos: critérios

taxonômicos e filogenéticos.

MECANISMOS BIOLÓGICOS Sistemas biológicos: anatomia , morfologia e

fisiologia.

Mecanismos de desenvolvimento embriológico.

Mecanismos celulares biofísicos e bioquímicos.

BIODIVERSIDADE Dinâmica dos ecossistemas: relações entre os

seres vivos e interdependência com o

ambiente.

Teorias evolutivas.

MANIPULAÇÃO GENÉTICA Transmissão das características hereditárias.

Organismos geneticamente modificados.

5 METODOLOGIA

A metodologia de ensino de Biologia da EJA, baseado nos eixos norteadores:

cultura, trabalho e tempo, busca-se efetivar a concepção de ensino e metodologia

constantes na Proposta Pedagógica da escola, através do estudo e planejamento,

onde são discutidas e escolhidas as formas metodológicas que melhor viabilizem a

sistematização dos conteúdos e atendam ao perfil dos educandos, tanto na

organização coletiva como na individual.

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Para que o desenvolvimento do trabalho aconteça de forma significativa,

principalmente na modalidade de EJA, é importante considerar o perfil do educando,

como retrata o Projeto Político Pedagógico da escola:

“O educando da EJA, no âmbito escolar, apresenta uma riqueza de experiências vividas que é relevante no processo de ensino-aprendizagem, pois através da mediação do professor na sistematização do conhecimento é possível transformar essa experiência vivida em experiência compreendida, possibilitando a conquista da sua autonomia no agir e no pensar. Considerando esta experiência, encontram-se alguns desafios quanto à aprendizagem dos educandos, que vêm com muitos conhecimentos de senso-comum, pois há certa resistência por parte de alguns em converter este saber em conhecimento científico, além de apresentarem ritmos e níveis de aprendizagem diferentes, percebe-se, também que a aprendizagem é comprometida devido a problemas sociais, pessoais e profissionais que impedem a complementação de estudos e a dedicação nas atividades”.

Desta forma, considerando os conhecimentos prévios dos educandos,

adquirido por meio da profissão, religião, ideologias e cotidiano, integrando a ele os

conhecimentos científicos, a disciplina de Biologia busca desenvolver os conteúdos

de forma que os mesmos percebam que os processos organizados e integrados,

quer no nível celular, tecidual e de organismo no meio, estão relacionados ao ser

humano e a natureza no âmbito social, político, econômico e cultural.

Diante da diversidade de perfis dos educandos, faz-se necessário um

ambiente escolar que possibilite o crescimento, o respeito, a troca de experiencias e

aceitação mútua para que as dificuldades apresentadas como a baixa auto-estima,

insegurança, falta de apoio familiar, readaptações ao processo de escolarização não

sejam obstáculos que impeçam seu sucesso escolar.

Baseado no perfil do educando e nos eixos norteadores da EJA, os

encaminhamentos metodológicos sugeridos são:

• Aulas expositivas, dialogadas e experimentais;

• Leituras, discussões e produção de textos,

• Confecção de cartazes, folders, jornais, informativos, painéis e modelos

didáticos;

• Uso da TV multi meios e laboratório de informática;

• Debates e seminários;

• Visitas externas e jogos didáticos.

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6 AVALIAÇÃO

O instrumento de investigação da prática pedagógica atua como uma

dimensão formadora por meio de um processo avaliativo que tem como princípio

obter um diagnóstico do processo ensino-aprendizagem, permitir que haja uma

reflexão sobre a ação da prática pedagógica, acompanhar o desempenho no

presente e buscando práticas alternativas e modificando as insuficientes, tendo

como embasamento as Diretrizes Curriculares :

Na disciplina de Biologia, avaliar implica um processo cuja finalidade é obter informações necessárias sobre o desenvolvimento da prática pedagógica para nela intervir e reformular os processos de ensino-aprendizagem. Pressupõe-se uma tomada de decisão, em que o aluno também tome conhecimento dos resultados de sua aprendizagem e organize-se para mudanças necessárias”.

O educador deve valorizar as condições histórico-culturais do educando a fim

de formar pessoas críticas e reflexivas, capazes de adquirirem um desenvolvimento

intelectual gerando cidadãos com autonomia em suas próprias ações.

No contexto da EJA, é necessário que os instrumentos de avaliação sejam

repensados em conjunto pelo professor e pelos alunos (coletivo ou individual), já que

estes apresentam um perfil singular, para que os objetivos possam ser atingidos de

forma reflexiva e não apenas por memorização, podendo ser por meio de uma aula

teórico-prática, experimental, expositiva dialogada, entre outros.

Segundo DCEs, a avaliação deve ser um instrumento analítico do processo

de ensino aprendizagem que se baseia em um conjunto de ações pedagógicas

pensada e realizadas ao longo do ano letivo, de modo que professores e alunos

tornam-se observadores dos avanços e dificuldades com o objetivo de

ultrapassarem os obstáculos existentes.

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7 REFERÊNCIAS

BERTONI, D.; SANTOS, E.; ROCHA, M.; TONON, R. J.; CABRAL, T. M.. Diretrizes curriculares da Educação Básica de Biologia do Paraná. Secretaria de Estado da Educação do Paraná, 2008.

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Paraná, 2008.

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos - Paraná, 2008.

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9.3 CIÊNCIAS

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A disciplina de Ciências tem como objeto de estudo o conhecimento

científico que resulta da investigação da Natureza. Ao ser humano cabe interpretar

racionalmente os fenômenos apresentados na Natureza, resultantes das relações

entre elementos fundamentais como tempo, espaço, matéria, movimento, força,

campo, energia e vida.

A história e a filosofia da ciência mostram que a sistematização do

conhecimento científico evoluiu pela observação de regularidades percebidas na

Natureza, o que permitiu sua apropriação por meio da compreensão dos fenômenos

que nela ocorrem.

Alguns exemplos que demonstram o aspecto descontínuo da validade dos

modelos científicos são: a superação do modelo geocêntrico pelo heliocêntrico; a

substituição do modelo organicista pelo modelo dos sistemas para explicação das

funções do corpo humano; a superação das ideias de criação pela teoria da

evolução; a refutação da teoria do calórico pelas noções de energia; a detecção da

inexistência do éter e a afirmação da constituição e conservação da matéria; a

dualidade onda-partícula da luz e do elétron; a transição da mecânica newtoniana

para a relativística e muitos outros.

O pensamento pré-científico representa, segundo Bachelard (1996), um

período marcado pela construção racional e empírica do conhecimento científico.

Muitas civilizações, ao longo do tempo, criaram mitos e divindades como

estratégias para explicar fenômenos da Natureza. Tais relatos simbólicos tentavam

explicar a origem da Natureza mais do que contar a realidade dos fatos (FREIRE-

MAIA, 2000). O modelo aristotélico do universo pressupunha a existência de um

quinto elemento da Natureza, o éter, constituinte da lua, dos planetas e das estrelas

fixas, esferas superiores à esfera da Terra que era a referência imóvel e central

(geocentrismo) desse modelo.

O pensamento grego também influenciou na descrição das funções dos

órgãos do corpo humano. Partia-se do princípio que o ar era necessário para manter

o “fogo da vida”.

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No período do estado científico buscou-se a universalidade do método

cartesiano de investigação dos fenômenos da natureza, com maior divulgação do

conhecimento científico em obras caracterizadas por uma linguagem simples. Dois

outros trabalhos se destacaram durante o século XIX e modificaram a compreensão

do funcionamento dos sistemas do organismo: a teoria da célula e os estudos sobre

a geração espontânea da vida. É possível selecionar alguns aspectos da ciência do

século XX e traçar seu desenvolvimento.

O que se sabe sobre ciências é que ela é uma ciência em processo de

constante modificação, vários são os fatores que contribuem para esta mudança; os

seres vivos, os fenômenos naturais, tudo de certa forma altera o ambiente em que

vivemos.

A disciplina de Ciências tem como objeto de estudo o conhecimento científico

que resulta da investigação da Natureza. Do ponto de vista científico, entende-se por

Natureza o conjunto de elementos integradores que constitui o Universo em toda

sua complexidade. Ao Homem cabe interpretar racionalmente os fenômenos

observados na Natureza, resultantes das relações entre elementos fundamentais

como tempo, espaço, matéria, movimento, força, campo, energia e vida.

O ensino de ciências é fundamental para que o educando conheça e

compreenda os fenômenos que acontecem em seu cotidiano e que sua ação pode

interferir sobre os mesmos e, assim, possa agir conscientemente, melhorando a sua

qualidade de vida e a da comunidade em que vive.

2 OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA

O ensino de Ciências Naturais visa a conscientização do educando sobre a

importância do estudo de Ciências, tendo em vista que estuda os seres vivos, suas

atividades, bem como as interações entre estes e o ambiente. Afirmar a importância

do conhecimento e respeito aos seres vivos e suas condições de sobrevivência.

Ressaltar a integração do homem com o meio ambiente, através de conhecimento

de Desenvolvimento Sustentável.

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3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

De acordo com a DCE de Ciências, os conteúdos estruturantes são:

Astronomia; Sistemas biológicos, Biodiversidade, Energia e Matéria.

3.1 ASTRONOMIA

A Astronomia tem um papel importante no Ensino Fundamental, pois é uma

das ciências de referência para os conhecimentos sobre a dinâmica dos corpos

celestes, os quais são de grande interesse dos estudantes porque por meio deles

buscam-se explicações alternativas para acontecimentos regulares da realidade,

como o movimento aparente do sol, as fases da lua, as estações do ano, as viagens

espaciais, entre outros.

Este conteúdo estruturante possibilita estudos e discussões sobre a origem e

a evolução do Universo. Sugere, a seguir, alguns conteúdos básicos que envolvem

conceitos científicos minimamente necessários para o entendimento de questões

astronômicas e suas relações com o objeto de estudo da disciplina de Ciências:

• universo;

• sistema solar;

• movimentos celestes e terrestres;

• astros;

• origem e evolução do universo;

• gravitação universal.

3.2 MATÉRIA

No conteúdo estruturante Matéria propõe-se a abordagem de conteúdos

específicos que privilegiem o estudo da constituição dos corpos, entendidos

tradicionalmente como objetos materiais quaisquer que se apresentam à nossa

percepção.

Sugere alguns conteúdos básicos que envolvem conceitos científicos

essenciais para o entendimento da constituição e propriedades da matéria e suas

relações com o objeto de estudo da disciplina de Ciências:

• constituição da matéria;

• propriedades da matéria.

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3.3 SISTEMAS BIOLÓGICOS

O conteúdo estruturante Sistemas Biológicos aborda a constituição dos

sistemas orgânicos e fisiológicos, bem como suas características específicas de

funcionamento, desde os componentes celulares e suas respectivas funções até o

funcionamento dos sistemas que constituem os diferentes grupos de seres vivos,

como por exemplo, a locomoção, a digestão e a respiração.

Neste conteúdo estruturante, sugere alguns conteúdos básicos que envolvem

conceitos científicos escolares para o entendimento de questões sobre os sistemas

biológicos de funcionamento dos seres vivos e suas relações com o objeto de

estudo da disciplina de Ciências:

• níveis de organização;

• célula;

• morfologia e fisiologia dos seres vivos;

• mecanismos de herança genética.

3.4 ENERGIA

Este Conteúdo Estruturante propõe o trabalho que possibilita a discussão do

conceito de energia, relativamente novo a se considerar a história da ciência desde

a Antiguidade. Discute tal conceito a partir de um modelo explicativo fundamentado

nas ideias do calórico, que representava as mudanças de temperatura entre objetos

ou sistemas. Ao propor o calor em substituição à teoria do calórico, a pesquisa

científica concebeu uma das leis mais importantes da ciência: a lei da conservação

da energia.

Neste conteúdo estruturante, sugere alguns conteúdos básicos que envolvem

conceitos científicos essenciais para o entendimento de questões sobre a

conservação e a transformação de uma forma de energia em outra e suas relações

com o objeto de estudo da disciplina de Ciências:

• formas de energia;

• conversão de energia;

• transmissão de energia.

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3.5 BIODIVERSIDADE

O conceito de biodiversidade, nos dias atuais, deve ser entendido para além

da mera diversidade de seres vivos. Reduzir o conceito de biodiversidade ao

número de espécies seria o mesmo que considerar a classificação dos seres vivos

limitada ao entendimento de que eles são organizados fora do ambiente em que

vivem.

Esse conteúdo estruturante visa, por meio dos conteúdos específicos de

Ciências,a compreensão do conceito de biodiversidade e demais

conceitos intra-relacionados.

Sugere, para este conteúdo estruturante, alguns conteúdos básicos

que envolvem conceitos científicos para o entendimento de questões sobre a

biodiversidade e suas relações com o objeto de estudo da disciplina de Ciências:

• organização dos seres vivos;

• sistemática;

• ecossistemas;

• interações ecológicas;

• origem da vida;

• evolução dos seres vivos.

Tais conteúdos básicos não se esgotam nas sugestões apresentadas e

podem ser ampliados pelo professor em função de interesses regionais ou do

avanço na produção do conhecimento científico. Assim, como, em cada um deles

devem ser selecionados conteúdos mais específicos.

4 CONTEÚDOS BÁSICOS

Os conteúdos estruturantes, acima destacados, abaixo relacionados com os

conteúdos básicos segundo as diretrizes curriculares do ensino de Ciências.

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Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos

Astronomia

universo;

sistema solar;

movimentos celestes e terrestres;

astros;

origem e evolução do universo;

gravitação universal.

Matéria

constituição da matéria;

propriedades da matéria.

Sistemas Biológicos

níveis de organização;

célula;

morfologia e fisiologia dos seres vivos;

mecanismos de herança genética.

Energia

formas de energia;

conversão de energia;

transmissão de energia.

Biodiversidade

organização dos seres vivos;

sistemática;

ecossistemas;

interações ecológicas;

origem da vida;

evolução dos seres vivos.

5 METODOLOGIA

A metodologia de ensino das Ciências Naturais na educação de jovens e

adultos, deve levar em consideração o perfil diferenciado desses educandos, para

assim termos um encaminhamento metodológico adequado.

A aprendizagem significativa no ensino de Ciências implica no entendimento

de que o estudante aprende conteúdos científicos escolares quando a eles atribuem

significados. Isso põe o processo de construção de significados como elemento

central do processo de ensino-aprendizagem.

As relações que se estabelecem entre o que o estudante já sabe e o

conhecimento específico a ser ensinado pela mediação do professor, não são

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arbitrárias, pois dependem da organização dos conteúdos; de estratégias

metodológicas adequadas; de material didático de apoio potencialmente

significativo; e da “ancoragem” em conhecimentos especificamente relevantes já

existentes na estrutura cognitiva do estudante (MOREIRA,1999).

O estudante é o responsável final pela aprendizagem ao atribuir sentido e

significado aos conteúdos científicos escolares percebendo neles situações antes

observadas no ambiente, mas que até então não tinham significado. Como exemplo,

pode-se citar: cuidados com a saúde, com o ambiente em que vivemos, entre outras.

É do professor, também, a responsabilidade por orientar e direcionar tal processo de

construção. Em síntese, pode-se dizer que o ensino significativo de conhecimentos

científicos escolares está à frente do desenvolvimento cognitivo do estudante e o

dirige. Da mesma forma, a aprendizagem significativa de conhecimentos científicos

escolares está avançada em relação ao desenvolvimento das suas estruturas

cognitivas.

As Diretrizes Curriculares para o ensino de Ciências propõem uma prática

pedagógica que leve à integração dos conceitos científicos e valorize o

pluralismo metodológico. O professor pode usar de vários recursos pedagógicos e

entende-se que a opção por uma delas, tão somente, não contribui para um trabalho

pedagógico de qualidade.

Alguns aspectos são considerados essenciais tanto para a formação do

professor quanto para a atividade pedagógica:

A história da ciência é fundamental para o professor de Ciências, pois ele

não apenas transmite aos seus alunos os conteúdos (resultados) dessa ciência,

mas também (consciente ou inconscientemente) uma concepção sobre o que é

Ciência. E ainda contribui para a melhoria do ensino de Ciências porque propicia

melhor integração dos conceitos científicos escolares, prioritariamente sob duas

perspectivas: como conteúdo específico em si mesmo e como fonte de estudo que

permite ao professor compreender melhor os conceitos científicos, assim,

enriquecendo suas estratégias de ensino.

Outro fator interessante é a pratica experimental, contextualizada com o

conteúdo específico de Ciências, bem como da discussão da história da ciência e

das possíveis relações conceituais, interdisciplinares e contextuais.

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O processo ensino-aprendizagem pode ser mais bem articulado com o uso

de: recursos pedagógicos/tecnológicos que enriquecem a prática docente, tais

como: livro didático, texto de jornal, revista científica, figuras, revista em quadrinhos,

música, quadro de giz, mapa (geográficos, sistemas biológicos, entre outros),

globo, modelo didático (torso, esqueleto, célula, olho, desenvolvimento embrionário,

entre outros), microscópio, lupa, jogo, telescópio, televisor, computador,

retroprojetor, entre outros;

As estratégias de ensino e os recursos pedagógico-tecnológicos e

instrucionais são fundamentais para a prática docente do professor de Ciências.

Além disso, contribuem de forma significativa para melhorar as condições de

aprendizagem aos estudantes.

A interdisciplinaridade é fundamental quando se trata de qualquer disciplina,

dai a importância da abordagem de temas como a Lei 10639/03 História e cultura

Afro Brasileira e a 11645/08 História e cultura afro indígena em diversos momentos

durante o trabalho docente. Sem falar da Lei 9795/99 que trata de Educação

Ambiental, que é trabalhado em todos os momentos da disciplina, vendo que este é

o único caminho para a sustentabilidade.

Diante de todas essas considerações propõem-se alguns encaminhamentos

metodológicos a serem valorizados no ensino de Ciências, tais como: a

problematização, a contextualização, a interdisciplinaridade, a pesquisa, a leitura

científica, a atividade em grupo, a observação, a atividade experimental, os

recursos instrucionais e o lúdico.

6. AVALIAÇÃO

A avaliação é atividade essencial do processo ensino-aprendizagem dos

conteúdos científicos e, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96 deve

ser contínua e cumulativa em relação ao desempenho do estudante, com

prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.

A ação avaliativa é importante no processo ensino-aprendizagem, pois

pode propiciar um momento de interação e construção de significados.

Será preciso respeitar o estudante como um ser humano inserido no contexto das

relações que permeiam a construção do conhecimento científico escolar. O

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diagnóstico permite saber como os conceitos científicos estão sendo

compreendidos pelo estudante, corrigir os “erros” conceituais para a necessária

retomada do ensino dos conceitos ainda não apropriados, diversificando-se

recursos e estratégias para que ocorra a aprendizagem dos conceitos que

envolvem:

• origem e evolução do universo;

• constituição e propriedades da matéria;

• sistemas biológicos de funcionamento dos seres vivos;

• conservação e transformação de energia;

• diversidade de espécies em relação dinâmica com o ambiente em

que vivem bem como os processos evolutivos envolvidos.

Quando se trata de avaliação não se pode esquecer do processo

fundamental da reavaliação de acontece de forma paralela e contínua buscando o

entendimento do conteúdo por parte do educando. A reavaliação ocorre após o

processo de recuperação, retomada do conteúdo com metodologia diferenciada

proporcionando ao educando um novo momento para rever aquele conteúdo e

permitir maior assimilação.

Nestes termos, avaliar no ensino de Ciências implica intervir no processo

ensino-aprendizagem do estudante, para que ele compreenda o real significado dos

conteúdos científicos escolares e do objeto de estudo de Ciências,

visando uma aprendizagem realmente significativa para sua vida.

7 REFERÊNCIAS

BERTONI, D.; SANTOS, E.; ROCHA, M.; TONON, R. J.; CABRAL, T. M.. Diretrizes curriculares da Educação Básica de Ciências do Paraná. Secretaria de Estado da Educação do Paraná, 2008.

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Paraná, 2008.

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos - Paraná, 2008.

FREIRE, P. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006.

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9.4 EDUCAÇÃO FÍSICA

1 APRESENTAÇÃO

Os primeiros habitantes, os índios, deram pouca contribuição a não ser os

movimentos rústicos naturais tais como nadar, correr atrás da caça, lançar, e o arco

e flecha. Na suas tradições incluem-se as danças, cada uma com significado

diferente: homenageando o sol, a lua, os Deuses da guerra e da paz, os casamentos

etc. Entre os jogos incluem-se as lutas, a peteca, a corrida de troncos entre outras

que não foram absorvidas pelos colonizadores. Os índios não eram muito fortes e

não se adaptavam ao trabalho escravo.

Os negros que vieram para o Brasil para o trabalho escravo e as fugas para

os Quilombos os obrigava a lutar sem armas contra os capitães-do-mato, homens a

mando dos senhores de engenho que entravam mato a dentro para recapturar os

escravos. Com o instinto natural, os negros descobriram ser o próprio corpo uma

arma poderosa e o elemento surpresa criando assim a capoeira. A inspiração veio

da observação da briga dos animais e das raízes culturais africanas. O nome

capoeira veio do mato onde entrincheiravam-se para treinar.

Contudo, a capoeira ficou conhecida na época como "Um estranho jogo de

corpo dos escravos desferindo coices e marradas, como se fossem verdadeiros

animais indomáveis". São algumas das citações de capitães-do-mato e

comandantes de expedições descritas nos poucos alfarrábios que restaram.

Naquela época Rui Barbosa mandou queimar tudo relacionado à escravidão,

inclusive a qualquer registro que evidenciasse a utilização, o significado, as formas

sobre esta prática.

No Brasil Império, em 1851, a lei de n.º 630 inclui a ginástica nos currículos

escolares. Embora Rui Barbosa não quisesse que o povo soubesse da história dos

negros, preconizava a obrigatoriedade da Educação Física nas escolas primárias de

secundárias praticada 4 vezes por semana durante 30 minutos.

No Brasil República, foi uma época onde começou a profissionalização da

Educação Física, onde as políticas públicas, até os anos 60, ficaram limitadas ao

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desenvolvimento das estruturas organizacionais e administrativas específicas tais

como: Divisão de Educação Física e o Conselho Nacional de Desportos.

Nos anos 70, marcado pela ditadura militar, a Educação Física era usada, não

para fins educativos, mas de propaganda do governo sendo todos os ramos e níveis

de ensino voltada para os esportes de alto rendimento.

Nos anos 80 a Educação Física vive uma crise existencial à procura de

propósitos voltados à sociedade. No esporte de alto rendimento a mudança nas

estruturas de poder e os incentivos fiscais deram origem aos patrocínios e empresas

podendo contratar atletas funcionários fazendo surgir uma boa geração de

campeões das equipes Atlântica, Boa Vista, Bradesco, Pirelli, entre outras.

Nos anos 90, o esporte passa a ser visto como meio de promoção à saúde

acessível a todos manifestada de três formas: esporte educação, esporte

participação e esporte performance. O que deveria ser um referencial curricular

tornou-se um currículo mínimo, para além da ideia de parâmetros, e propôs

objetivos, conteúdos, métodos, avaliação e temas transversais.

Para a disciplina de Educação Física, a introdução dos temas transversais

acarretou, sobretudo, num esvaziamento dos conteúdos próprios da disciplina.

Temas como ética, meio ambiente, saúde e educação sexual tornaram- se

prioridade no currículo, em detrimento do conhecimento e reflexão sobre as práticas

corporais historicamente produzidas pela humanidade, entendidos aqui como objeto

principal da Educação Física.

Atualmente, a Educação Física seleciona e problematiza temas da cultura

corporal de movimento tendo em vista sua intencionalidade pedagógica (que decorre

da escolha por determinados valores), aqui delimitada pela intenção de propiciar aos

alunos a apropriação crítica da cultura corporal de movimento, associando

organicamente ao saber movimentar-se, o sentir movimentar-se e o saber sobre

esse movimentar-se.

A Educação Física enquanto componente curricular da Educação básica

possbilita um novo entendimento em relação ao movimento humano, como

expressão da identidade corporal, como prática social e como uma forma do homem

se relacionar com o mundo. Deve viabilizar, integrar e valorizar o aluno na cultura

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corporal de movimento, na produção histórica e cultural dos povos, relativa à

ginastica, à dança, aos esportes, aos jogos e as atividades que correspondem às

características regionais formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e

transformá-la, instrumentalizando para usufruir do jogo, do esporte, das atividades

rítmicas e dança, das ginásticas e práticas de aptidão física, em benefício da

qualidade de vida.

2 OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA

Contribuir para que os alunos se tornem sujeitos capazes de compreender a

educação física, como parte de inúmeras interações que se estabelecem nas

relações sociais, políticas, econômicas e culturais dos povos e que estas são

exteriorizadas pela pela expressão corporal em jogos e brincadeiras, danças, lutas,

ginásticas e esportes, como também possibilitar que o educando reconheça o

próprio corpo, adquira uma expressividade corporal consciente e reflita criticamente

sobre as práticas corporais, sobre o movimento humano, a utilização de

potencialidades para movimentar-se, genérica ou especificamente, de forma

habilidosa e, em correspondência, a capacitação para, em relação ao meio em que

vive, agir (interagir, adaptar-se, transformar ...), na busca de benefícios para a

qualidade de vida.

3 CONTEÚDO ESTRUTURANTES

De acordo com a DCE, os Conteúdos Estruturantes propostos para a

Educação Física são: o esporte, os jogos e brincadeiras, dança, ginástica e lutas.

• O esporte: Propiciar aos alunos o direito ao conhecimento teórico das

modalidades esportivas, adaptando o esporte a realidade escolar, devendo ser ação

cotidiana dos professores da rede publica. Os valores que privilegiem o coletivo em

detrimento do individual pressupõem o compromisso com a solidariedade e o

respeito humano, a compreensão de que o jogo se faz a dois, e que é diferente de

jogar com o companheiro e jogar contra o adversário.

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• Os jogos e brincadeiras: Os jogos são importantes no desenvolvimento

do ser humano uma vez que, resgatando aspectos da sua infância, possibilita a

compreensão da realidade através do imaginário e servem ao reconhecimento das

relações que o cercam. Para o ensino médio, o jogo, além de seu aspecto lúdico,

contribui na discussão a respeito das regras, reconhecendo as possibilidades de

ação e organização coletiva.

• A ginástica: a ginástica deve dar condições ao aluno de reconhecer as

possibilidades de seu corpo, afastando-se da ginástica meramente competitiva,

como movimentos obrigatórios, presos a perspectiva técnica e até mesmo da

imposição feita pela mídia em relação aos padrões estéticos. A ginástica

compreende uma gama de possibilidades, desde a ginástica imitativa de animais,

ginástica geral, até as esportivizadas: ginástica olímpica e rítmica.

• As lutas: Trabalhar a teoria das lutas na escola deve ser constituído no

momento em que os alunos possam, a partir das mais variadas formas de

conhecimento da cultura humana, historicamente produzidas e repletas de

simbologias.

• Dança: Na escola, deve-se ofertar as mais diversas modalidades de

dança privilegiando a experiência de maneira livre e espontânea. A técnica deve

servir como instrumental, para possibilitar a recriação coreográfica coletiva a partir

de tematizações, de acorde com as necessidades da realidade.

4 CONTEÚDOS BÁSICOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Conteúdo Estruturantes Ensino Fundamental Ensino Médio

Esportes Coletivo

Individual

Radicais

Coletivos

Individuais

Radicais

Jogos e brincadeiras Jogos e Brincadeiras

Populares

Brincadeiras e cantigas de

roda

Jogos de tabuleiro

Jogos de tabuleiro

Jogos dramáticos

Jogos cooperativos

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Jogos Cooperativos

Jogos Dramáticos

Dança Danças folclóricas

Danças de rua

danças criativas

Danças circulares

Danças folclóricas

Danças de salão

Danças de rua

Ginásticas Ginástica Rítmica

Ginástica Circense

Ginástica geral

Ginastica artística /

Olimpíca

Ginastica de academia

Ginastica Geral

Lutas Lutas de aproximação

Lutas com instrumento

mediador

Capoeira

Lutas com aproximação

Lutas que mantem a

distancia

Lutas com instrumento

mediador

Capoeira

5 METODOLOGIA

Na aprendizagem e no ensino da cultura corporal de movimentos, trata-se

basicamente de acompanhar a experiência prática e reflexiva dos conteúdos na

aplicação de contextos significativos, principalmente na Educação de jovens de

adultos, onde o educando apresenta uma riqueza de experiências vividas que é

relevante no processo de ensino-aprendizagem, e é através da mediação do

professor na sistematização do conhecimento que é possível transformar essa

experiência vivida em experiência compreendida, possibilitando a conquista da sua

autonomia no agir e no pensar. Desta forma, a metodologia deve considerar os eixos

articuladores da EJA: trabalho, cultura e tempo.

Para as aulas de educação física, o espaço ainda é insuficiente e inadequado

para atender a demanda, mesmo assim é possível através do planejamento, escolher

as formas metodológicas que melhor viabilizem a sistematização dos conteúdos e

atendam ao perfil dos educandos, tanto na organização coletiva como na individual.

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Visando romper com a maneira tradicional como os conteúdos têm sido

tratados na Educação Física, faz se necessário integrar e interligar as práticas

corporais de forma mais reflexiva e contextualizada, utilizando de diversos

encaminhamentos metodológicos. Na escola são utilizados vídeos informativos,

aulas expositivas e dialogadas, TV pen-drive para exemplificar alguns conteúdos,

textos informativos e científicos, atividades práticas de jogos e brincadeiras,

esportes, jogos lúdicos, atividades escritas, pesquisa, trabalhos em grupos e outras

metodologias que atendam as necessidades dos educandos, tanto na organização

individual e coletiva) e contribuam para a sua formação e apropriação dos

conhecimentos.

6 AVALIAÇÃO

Os instrumentos de avaliação deverão atender à demanda dos objetivos

educativos expressos na seleção dos conteúdos. A predominância das intenções

avaliativas ocorrerá dentro de uma perspectiva processual, ou seja, facilitará a

observação do aluno no processo de construção do conhecimento. Essa avaliação

contínua compreende as fases que se convencionou denominar diagnóstica ou

inicial; formativa ou concomitante; somativa ou final.

A avaliação diagnóstica ou inicial fornecerá os dados para a elaboração de

um projeto de desenvolvimento dos conteúdos, a partir da consideração dos

conhecimentos prévios do aluno.

Em síntese, os instrumentos de avaliação deverão:

- Explicitar os objetivos específicos propostos pelo programa de ensino;

- Situar os alunos e professores dentro do processo de ensino-aprendizagem;

- Ser claros o suficiente para que o aluno saiba o quê, como e quando será

avaliado;

- Reconhecer o desenvolvimento individual, valorizando o aluno contribuindo com a

auto-estima;

- Avaliar a construção do conhecimento como um processo;

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Os instrumentos de avaliação estão diretamente relacionados com o grau de

abordagem dos conteúdos em função dos objetivos propostos e da organização a

qual o aluno estará inserido.

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BETTI. M. Rev. bras. Educ. Fís. Esp., São Paulo, v.19, n.3, p.188, 2005.

Betti. M. Zuliani, L. R. Educação Física escolar: uma proposta de diretrizes pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte - Ano 1, Número 1, p. 75 2002.

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Paraná, 2008.

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos - Paraná, 2008.

Mariz de Oliveira, G. Da educação física a Cinesiologia Humana. MOVIMENTAR-SE, ano 3, n.2, 2006.

Mariz de Oliveira, G. Da educação física a Cinesiologia Humana. MOVIMENTAR-SE, ano 3, n.2, 2006.

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9.5 ENSINO RELIGIOSO

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

“Ao repensar nos dados concretos da realidade, sendo vivida, o pensamento profético, que é também utópico, implica a denúncia de como estamos vivendo e o anúncio de como poderíamos viver.”“É essencial que os enfoques da educação de adultos estejam baseados no patrimônio, na cultura, nos valores e nas experiências anteriores das pessoas, e que as distintas maneiras de pôr em prática estes enfoques facilitem e estimulem a ativa participação e expressão do educando” (FREIRE, Paulo. Declaração de Hamburgo sobre Educação de Adultos. Item 5, 1997).

Considerando as indicações das Diretrizes Curriculares da Educação de

Jovens e Adultos, que propõem o compromisso com a formação humana e com o

acesso à cultura geral, de modo que os educandos aprimorem sua consciência

crítica, e adotem atitudes éticas e compromisso político, para o desenvolvimento de

sua autonomia intelectual. Desse modo, a disciplina de Ensino Religioso possui o

desafio de efetivar uma prática de ensino voltada para a superação do preconceito

religioso, como também desprender-se do seu histórico confessional catequético,

para a construção e consolidação do respeito à diversidade cultural e religiosa.

Esta concepção, que deve reger o Ensino Religioso, pautou-se na

necessidade de superação de uma situação historicamente constituída, que se

perfazia no ensino do catolicismo, o qual expressava a proximidade desde o Império

com a Igreja Católica. Depois, com o advento da República, a nova constituição

separou o Estado da Igreja e o ensino passou a ser laico. Mesmo assim, a presença

das aulas de Ensino Religioso mantinham seu caráter confessional , face ao poder

da Igreja Católica junto ao Estado brasileiro.

Tal influência pode ser constatada em todas as Constituições do Brasil, nas

quais o Ensino Religioso foi citado, com a representatividade hegemonicamente

cristã no processo de definição dos preceitos legais. Em consequência, desde a

época do Império, a doutrina cristã tem sido preferida na organização do currículo de

Ensino Religioso.

Apesar do que acontecia no Brasil, mundialmente os impulsos contrários à

perspectiva confessional de ensino se tornavam mais fortes. A Declaração Universal

dos Direitos Humanos, promulgada em 1948, afirmava em seu artigo XVIII: “Toda

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pessoa tem o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião, este direito

inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa

religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância isolada ou

coletivamente, em público ou particular.”

No Brasil, a força desses posicionamentos só foi sentida em meados da

década de 60, quando o aspecto confessional do Ensino Religioso foi suprimido

abrindo possibilidade de re-elaboração da disciplina em função de uma perspectiva

aconfessional de ensino. Esta possibilidade só se concretizou legalmente pela Lei

das Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, que propôs um modelo laico

e pluralista com a intenção de impedir qualquer forma de prática catequética nas

escolas públicas.

No Paraná, a disciplina de Ensino Religioso sofreu grandes influências do

contexto político, social e econômico nacional e no início da implantação dos

Parâmetros Curriculares Nacionais pelo MEC, a mesma foi praticamente extinta do

do currículo das escolas. No início da gestão 2003-2006 o Estado retomou a

responsabilidade sobre a oferta e organização curricular da disciplina no que se

refere à composição do corpo docente, dos conteúdos, da metodologia, da avaliação

e da formação continuada de professores.

Com a aprovação da Deliberação nº01/06 pelo Conselho Estadual de

Educação foram instituídas novas formas para o Ensino Religioso no Sistema

Estadual de Ensino do Paraná, das quais destacam-se:

• o repensar do objeto de estudo da disciplina;

• o compromisso com a formação continuada dos docentes;

• a consideração da diversidade religiosa no Estado frente à superação das

tradicionais aulas de religião;

• a necessidade do diálogo e do estudo na escola sobre as diferenças leituras

do Sagrado na sociedade;

• o ensino da disciplina em cuja base se reconhece a expressão das diferentes

manifestações culturais e religiosas.

No ambiente escolar, as religiões interessam como objeto de conhecimento a

ser tratado nas aulas de Ensino Religioso, por meio do estudo das manifestações

religiosas que delas decorrem e as constituem. As diferenças culturais são

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abordadas para ampliar a compreensão da diversidade religiosa como expressão da

cultura, construída historicamente e, portanto, são marcadas por aspectos

econômicos, políticos e sociais.

O objeto de estudo da disciplina de Ensino Religioso é o Sagrado, o qual é

interpretado dentro das Diretrizes Curriculares como foco do fenômeno religioso por

contemplar algo presente em todas as manifestações religiosas. No contexto da

educação laica e republicana, as interpretações e as experiências do Sagrado

devem ser compreendidas racionalmente como resultado de representações

construídas historicamente no âmbito das diversas culturas e das tradições

religiosas e filosóficas. Esta concepção favorece o estudo das diferentes

manifestações do Sagrado e possibilitam sua análise e compreensão como o cerne

da experiência religiosa que se expressa no universo cultural de diferentes grupos

sociais.

Assim, a definição do Sagrado como objeto de estudo no Ensino Religioso

tem como objetivo a compreensão, o conhecimento e o respeito das expressões

religiosas advindas de culturas diferentes, inclusive das que não se organizam em

instituições, e suas elaborações sobre o fenômeno religioso.

2 OBJETIVOS GERAIS

• Superar as tradicionais aulas de religião e entender esta disciplina escolar como

processo pedagógico, cujo objetivo é o conhecimento: o entendimento sobre os

cultos (culturas) e sobre o Sagrado, de uma forma que a diversidade cultural e

religiosa sejam respeitadas e que a sociedade, em seu sentido lato, efetive-se.

• Propiciar aos educandos entenderem os movimentos específicos das

diversas culturas e para que o elemento religioso colabore na constituição do

sujeito.

• Contribuir para o desenvolvimento humano, possibilitando o respeito e a

compreensão de que a nossa sociedade é formada de diversas

manifestações culturais e religiosas.

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3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES / CONTEÚDOS BÁSICOS

Os conteúdos estruturantes compõem os saberes, os conhecimentos de

grande amplitude, os conceitos ou práticas que identificam e organizam os campos

de estudos a serem contemplados no Ensino Religioso.

Apropriados das instâncias que contribuem para compreender o Sagrado, os

conteúdos estruturantes propostos para o Ensino Religioso, conforme as Diretrizes

Estaduais, são:

- A paisagem religiosa;

- Universo Simbólico Religioso;

- Texto sagrado.

PAISAGEM RELIGIOSA

Refere-se à materialidade fenomênica do Sagrado, apreendida por meio dos

sentidos. É a exterioridade do Sagrado e sua concretude, constituindo os espaços

Sagrados.

Uma paisagem religiosa define-se pela combinação de elementos culturais e

naturais que remetem as experiências com o Sagrado, e a uma série de

representações sobre o transcendente e o imanente, presentes nas diversas

tradições culturais e religiosas.

Os lugares considerados sagrados são simbolicamente onde o Sagrado se

manifesta. A paisagem religiosa pode ser constituída por elementos naturais) astros,

montanhas, florestas, rios, grutas, etc.) ou por elementos arquitetônicos (templos,

cidades sagradas, monumentos,etc) e está carregada de um valor Sagrado.

A paisagem religiosa é fruto do espaço social e cultural construído

historicamente, em vivências dos inúmeros grupos humanos, os quais utilizam este

espaço para manifestar sua fé.

UNIVERSO SIMBÓLICO RELIGIOSO

Entendida como a apreensão conceitual dada pela razão para se conceber o

Sagrado, pelos seus predicados, reconhecendo sua lógica simbólica. É entendido

como sistema simbólico e projeção comunicativa cultural.

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A complexa realidade que configura o universo simbólico tem como chave de

leitura as diferentes manifestações do Sagrado no coletivo, cujas significações se

sustentam em determinados símbolos religiosos.

De modo geral, a cultura se sustenta por meio de símbolos, que são criações

humanas cuja função é comunicar ideias. Os símbolos são parte essencial da vida

humana, todo sujeito se constitui e se constrói por meio de inúmeras linguagens

simbólicas. Ao abranger a linguagem do Sagrado, os símbolos são a base da

comunicação e constituem o veículo que aproxima o mundo vivido, cotidianamente,

do mundo misterioso dos deuses, deusas, encantados, enfim, da linhagem de seres

suprassensíveis que habitam o território do inefável. O símbolo é um elemento

importante porque para o estudo do Sagrado também o é.

TEXTO SAGRADO

É a tradição e a natureza assumida do Sagrado como fenômeno. Pode ser

manifestado de forma material (escrito) ou imaterial (oral). É reconhecido por meio

das Escrituras Sagradas, das tradições orais sagradas e dos mitos.

Os textos sagrados expressam ideias e são meios de dar viabilidade à

disseminação e à preservação dos ensinamentos de diferentes tradições e

manifestações religiosas, o que ocorre de diversas maneiras, como: dança sagrada,

pinturas sacras, textos orais e escritos, entre outras.

Como conteúdo estruturante, o texto sagrado é uma referência importante

para o Ensino Religioso, pois permite identificar como a tradição e a manifestação

atribuem às práticas religiosas o caráter sagrado e em que medida orientam ou

estão presentes nos ritos, nas festas, na organização das religiões, nas explicações

da morte e da vida.

Somente depois de trabalhar a composição e o significado atribuído a esses

espaços sagrados, por seus adeptos, serão tratados os espaços sagrados já

conhecidos pelos educandos, que então terão mais elementos para analisar as

configurações e significados dos espaços sagrados que lhes são familiares. Tal

organização curricular se repete nos demais conteúdos, conforme o quadro

apresentado a seguir:

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CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

Paisagem Religiosa

Universo Simbólico Religioso

Texto Sagrado

Organizações Religiosas

Lugares Sagrados

Textos Sagrados orais ou escritos

Símbolos Religiosos

Temporalidade Sagrada

Festas Religiosas

Ritos

Vida e Morte

4 METODOLOGIA

Propor o encaminhamento metodológico da disciplina de Ensino Religioso

para Educação de Jovens e Adultos, não se reduz a determinar formas, métodos,

conteúdos ou materiais a serem adotados em sala de aula, mas pressupõe um

constante repensar das ações que subsidiarão esse trabalho. Logo, as práticas

pedagógicas desenvolvidas pelo educador da disciplina poderão fomentar o respeito

às diversas manifestações religiosas, o que amplia e valoriza o universo cultural dos

educandos.

Segundo as DCEs, a abordagem teórica do conteúdo pressupõe sua

contextualização, pois o conhecimento só faz sentido quando associado ao contexto

histórico, político e social. Para se efetivar a contextualização do conteúdo, a

interdisciplinariedade torna-se fundamental, pois articulam-se os conhecimentos de

diferentes disciplinas e, ao mesmo tempo, assegura-se a especificidade dos campos

de estudo do Ensino Religioso.

Para efetivar esse processo de ensino-aprendizagem com êxito faz-se

necessário abordar cada expressão do Sagrado do ponto de vista laico,

desvinculando-a das aulas de religião, seja em relação aos fundamentos teóricos, ao

objeto de estudos, aos conteúdos selecionados, ou, ainda, em relação ao

encaminhamento metodológico adotado pelo educador. Assim, o professor

estabelecerá uma relação pedagógica frente ao universo das manifestações

religiosas, considerando-o como construção histórico-social e patrimônio cultural da

humanidade.

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5 AVALIAÇÃO

Para efetivar o processo de avaliação no Ensino Religioso, é necessário

estabelecer os instrumentos e definir os critérios que explicitem o quanto o aluno se

apropriou do conteúdo e foi capaz de relacioná-lo com outras disciplinas. A

avaliação pode revelar também como a prática pedagógica, fundamentada no

pressuposto do respeito à diversidade cultural e religiosa, contribui para a

transformação social.

Dentre as orientações metodológicas para a disciplina de Ensino Religioso,

faz-se necessário destacar os procedimentos avaliativos a serem adotados, uma vez

que este componente curricular não tem a mesma orientação que a maioria das

disciplinas no que se refere a atribuição de notas e ou conceitos. Ou seja, o Ensino

Religioso não se constitui como objeto de reprovação, bem como não terá registro

de notas ou conceitos na documentação escolar, isso se justifica pelo caráter

facultativo da matrícula na disciplina.

Mesmo com essas particularidades, a avaliação não deixa de ser um dos

elementos integrantes do processo educativo na disciplina do Ensino Religioso na

modalidade de Educação de Jovens e Adultos. Assim, cabe ao educador a

implementação de práticas avaliativas que permitam acompanhar o processo de

apropriação de conhecimentos pelo educando e pela classe, tendo como parâmetro

os conteúdos tratados e os seus objetivos bem como a realidade e a experiência de

vida de cada educando.

É importante lembrar que a disciplina de Ensino Religioso está num processo

recente de implementação nas escolas e que, o ato de avaliar é um dos fatores que

poderá contribuir para a sua legitimação como um dos componentes curriculares.

Com a prática avaliativa será possível retomar os conteúdos, como também

perceber que a apropriação dos conhecimentos dessa disciplina possibilita conhecer

e compreender melhor a diversidade cultural da qual a religiosidade é parte

integrante, bem como possibilitará a articulação desta disciplina com os demais

componentes curriculares, os quais também abordam aspectos relativos à cultura.

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6 REFERÊNCIAS

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação Básica, Paraná, 2008.

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos - Paraná, 2008.

COSTELLA, D. O fundamento epistemológico do ensino religioso. In JUQUEIRA,S.; WAGNER, R. (Orgs.) O Ensino Religioso no Brasil. Curitiba: Champagnat,2004.

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9.6 FILOSOFIA

1 APRESENTAÇAO DA DISCIPLINA

Na atual polêmica mundial acerca dos possíveis sentidos dos valores éticos,

políticos, estéticos e epistemológicos, a Filosofia têm um espaço a ocupar e muito a

contribuir. Seus esforços dizem respeito, basicamente aos problemas e conceitos

criados no decorrer de sua longa história, os quais por sua vez geram decisões

promissoras e criativas que desencadeiam, muitas vezes, ações e transformações.

Por isso, permanecem atuais.

A história da filosofia e as ideias dos filósofos que nos precederam

construíram, assim,uma fonte inesgotável de inspiração e devem alimentar

constantemente as decisões realizadas pelo professor e pelos estudantes em sala

de aula. Os problemas, as ideias, os conceitos e os conteúdos estruturantes devem

ser desenvolvidos portanto, de tal forma que os diversos períodos da história da

filosofia e as diversas maneiras através das quais eles discutem as questões

filosóficas sejam levados em consideração.

Entendendo, assim, que existem concepções filosóficas diversas, cabe a

cada professor o desafio constante de definir para si mesmo o lugar de onde pensa

e fala a partir do resgate histórico da disciplina e da militância por sua inclusão e

permanência na escola. Ensinar Filosofia no Ensino Médio, no Paraná, no Brasil, na

América Latina, não é o mesmo que ensiná-la em outro lugar. Isso exige do

professor um claro posicionamento em relação aos sujeitos desse ensino e das

questões históricas atuais que lhes são colocadas com cidadãos de um país. Nesse

sentido, é preciso levar em conta as contradições próprias da nossa sociedade que

é, ao mesmo tempo,capitalista e dependente, rica e explorada, consciente e

alienada.

Ao pensar o ensino de filosofia, vemos que não há propriamente ofício

filosófico sem sujeitos democráticos e não há como atuar no campo politico e

cultural, avançar e consolidar a democracia quando se perde o direito de pensar a

capacidade de discernimento e o uso autônomo da razão. Quem pensa opõe

resistência.

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A Filosofia tem sua origem vincula à politica. Uma Filosofia sem

compromissos com a humanidade e distante da política, seria por si só uma

contradição insuperável. Esse vínculo histórico se fortalece na medida em que a

Filosofia desenvolve as potencialidades que a caracterizam: capacidade de

indagação e crítica; qualidades de sistematização, de fundamentação; rigor

conceitual; combate a qualquer forma de dogmatismo e autoritarismo; disposição

para levantar novas questões, para repensar, imaginar e construir conceitos, alem

da sua defesa radical da emancipação humana, do pensamento e da ação, livres de

qualquer forma de dominação. Não se pode deixar de observar que tais

características desautorizam qualquer aproximação entre a Filosofia e certas

perspectivas messiânicas ou salvíficas, por mais sedutoras que possam parecer.

Enfim, precisamos da Filosofia para o exercício da capacidade humana de se

interrogar e para uma participação maia ativa na comunidade em que vivemos.

2 OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA

Um dos objetivos do Ensino Médio é a formação pluridimensional e

democrática, capaz de oferecer aos estudantes a possibilidade de compreender a

complexidade do mundo contemporâneo, suas múltiplas particularidades e

especializações. Nesse mundo, que se manifesta quase sempre de forma

fragmentada, o estudante não pode prescindir de um saber que opere por

questionamentos, conceitos e categorias e que busque articular o espaço-temporal e

sócio-histórico em que se da o pensamento e a experiência humana.

Um outro objetivo é promover o senso crítico, para que o educando, através

de reflexões, faça uma análise mais profunda da realidade de seu cotidiano, e assim

possa crescer cada vez mais, como ser humano, como cidadão e como ser

pensante, tendo consciência de si mesmo e do mundo em que vive.

Como disciplina na matriz curricular do Ensino Médio, considera-se que a

Filosofia pode viabilizar interfaces com as outras disciplinas para a compreensão do

mundo da linguagem, da literatura, da história, das ciências e da arte.

3 CONTEUDOS ESTRUTURANTES E CONTEÚDOS BÁSICOS

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Os conteúdos estruturantes e básicos relativos a disciplina Filosofia, podem

ser explicitados de acordo com a organização da tabela referencial abaixo:

Conteúdos

Estruturantes

Conteúdos

Básicos

Mito e Filosofia

Saber mítico;

Saber Filosófico;

Relação Mito e Filosofia;

Atualidade do Mito;

O que é Filosofia?

Teoria do Conhecimento

Possibilidade do Conhecimento;

As formas de conhecimento;

O problema da verdade;

A questão do método;

Conhecimento e logica.

Ética

Ética e moral;

Pluralidade ética;

Ética e violência;

Razão,desejo e vontade;

Liberdade:

Autonomia do sujeito e a

necessidade das normas.

Filosofia Politica

Relação entre comunidade e

poder;

Liberdade e igualdade politica;

Politica e ideológica;

Esfera publica e privada;

Cidadania formal e/ou participativa.

Filosofia da Ciência

Concepções de ciência;

A questão do método cientifico;

Contribuições e limites da ciência;

Ciência e ideologia;

Ciência e ética.

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Estética

Natureza da Filosofia e arte;

Categorias Estéticas- feio,

belo, sublime,trágico, cômico,

Grotesco,gosto,etc.;

Estética e sociedade.

4 METODOLOGIA

A proposta metodológica das práticas pedagógicas da EJA deve considerar

os três eixos articuladores propostos para as Diretrizes Curriculares: cultura,

trabalho e tempo, os quais deverão estar inter-relacionados.

A escola deve ter também como princípio metodológico a valorização dos

diferentes tempos necessários à aprendizagem do educando da EJA, devendo

assim ser considerados os saberes adquiridos na informalidade das suas vivências e

do mundo do trabalho, face à diversidade de suas características.

Outro fator importante na metodologia, que deve ser considerado é a

organização da modalidade de EJA, explicitada no marco situacional do Projeto

Político Pedagógico:

“Com relação à aprendizagem, busca-se efetivar a concepção de ensino e metodologia constantes na Proposta Pedagógica, através de seu estudo e planejamento, onde são discutidas e escolhidas as formas metodológicas que melhor viabilizem a sistematização dos conteúdos e atendam ao perfil dos educandos, tanto na organização coletiva como na individual. A organização individual requer um planejamento bem elaborado e organizado, porque é o educando que faz e organiza seu horário de aula e turno, podendo estudar com vários professores de uma mesma disciplina e a organização coletiva necessita de metodologias dinâmicas que envolvam os educandos e desperte a vontade de aprender”.

A partir do conteúdo filosófico, inicia-se o trabalho observando os passos: a

problematização, a investigação e a criação de conceitos.

A problematização ocorre quando professor e estudantes levantam questões,

identificam problemas e investigam o conteúdo. É importante ressaltar que os

recursos escolhidos para tal mobilização (filmes, música, textos e outros) podem ser

retomados a qualquer momento do processo de aprendizagem.

O ensino de Filosofia deve estar na perspectiva de quem dialoga com a vida,

por isso é importante que , na busca da resolução do problema, haja preocupação

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também com uma análise da atualidade, com uma abordagem que remeta o

estudante à sua própria realidade.

O Livro Didático Público de Filosofia, tem como objetivo auxiliar professores e

estudantes para que o ensino de Filosofia se faça com conteúdo filosófico, sendo

assim, um ponto de partida e não um fim em si mesmo. Além dele, muitos outros

recursos poderão ser aproveitados para enriquecer a investigação filosófica, como,

por exemplo, a consulta ao acervo da Biblioteca do Professor e à Antologia de

Textos Filosóficos, disponíveis em todas as escolas de Ensino Médio do Estado do

Parana, alem de outras fontes. Ou , ainda, o professor poderá pesquisar e explorar

os recursos de estudo e pesquisas disponíveis no Portal Dia- a –Dia Educação.

5 AVALIAÇAO

A avaliação para o ensino de Filosofia não deve se restringir ao mero

cumprimento de exigências legais, para mensuração de notas. A avaliação deve

estar no contexto da própria aula de Filosofia e sua especificidade.

A avaliação deve ser concebida na sua função diagnóstica, isto é, ela não

possui uma finalidade em si mesma, mas tem função de subsidiar e mesmo

redirecionar o curso da ação do processo ensino-aprendizagem, tendo em vista

garantir a qualidade do processo educacional, que professores, estudantes e a

própria instituição de ensino estão construindo coletivamente. No ensino de

Filosofia, a avaliação não se trata meramente de perceber o quanto o aluno

assimilou o conteúdo presente na história da filosofia, os problemas dos

filósofos,nem tao pouco sua capacidade de tratar deste ou daquele tema. Portanto, o

pensamento crítico não surge apenas das discussões sobre questões pertinentes

aos problemas culturais, históricos e vivenciais, pela simples confrontação de

posições divergentes, nem da reprodução das soluções apresentadas pelo

professor.

O professor pode considerar também para avaliação os trabalhos em grupos

realizados em sala de aula como atividade de pesquisar e capacidade de expor, por

escrito, de forma clara as suas ideias. Os debates orais sobre temas pertinentes aos

conteúdos programáticos desenvolvidos de forma sistemática, nos quais se procura

levar em conta a participação do aluno, poderá ser um outro ponto para avaliação.

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Enfim, o professor organizará os instrumentos de avaliação dos conteúdos de

Filosofia, procurando constatar se o aluno reelaborou os conhecimentos adquiridos,

avaliando a capacidade do aluno em reformular questões de maneira organizada e

estruturada, procedendo de forma sistemática, com conteúdos determinados,

procurando as raízes e examinando as diversas dimensões do problema num todos

articulado. Através de exercícios do “estilo reflexivo” nas aulas, nos trabalhos de

pesquisas, nas discussões, nas leituras de textos e comentários escritos, o professor

poderá avaliar o grau de inteligibilidade alcançada pelos educandos, no sentido de

diagnosticar as dificuldades e intervir no processo para que possa atingir uma maior

qualidade de reflexão. Neste sentido é possível entender a avaliação com um

processo que se dá no interior da própria aula de Filosofia e não um momento em

separado destinado a avaliar.

7 REFERÊNCIAS

CHAUI, M. O retorno teológico-político. In: Sérgio Cardoso (org). Retorno ao republicanismo. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2004.

LANGON M. Filosofia do ensino de Filosofia. In: Gallo, S.;CORNELLI,G.; DANELLON, M. (org) Filosofia do ensino de Filosofia. Petrópolis: Vozes, 2003.

RUSSEL, B. Os problemas da Filosofia. Tradução Antonio Sérgio. Coimbra: Almedina, 2001.

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Paraná, 2008.

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos - Paraná, 2008.

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9.7 FÍSICA

1 APRESENTAÇÃO

A Física é a ciência das propriedades da matéria e das forças naturais. A

introdução da investigação experimental e a aplicação do método matemático

contribuíram para a distinção entre Física, filosofia e religião, que , originalmente,

tinham como objetivo comum compreender a origem e a constituição do Universo.

A Física se desenvolve em função da necessidade do homem de conhecer o

mundo natural e controlar e reproduzir as forças da natureza em seu benefício.

A cidadania, o ser humano faz parte de uma sociedade mais globalizada, com

o acesso a qualquer tipo de informação. Novos desafios são impostos à vida

cotidiana e torna-se necessário desenvolver capacidades que possibilitem, a

qualquer indivíduo, a buscar soluções criativas para resolver seus problemas.

Dessa forma, a escola deve estar organizada de modo a estar centrada em

conteúdo e metodologia capacitada de levar aos estudantes, uma reflexão sobre o

mundo das ciências sob a ótica de que esta não é somente fruto da racionalidade

científica.

Um fato importante a ser considerado é de que a Ciência e a Técnica não são

neutras e nem tão pouco desprovidas de historicidade. Desse modo, a ciência está

atrelada aos processos econômicos, políticos e sociais da produção e reprodução

humana. Sabe-se que não há como o indivíduo participar de uma sociedade,

atuando em sua transformação, sem ciência básica.

2 OBJETIVOS GERAIS

O objetivo da disciplina de Física é levar o aluno a aquisição dos

conhecimentos básicos de física, bem como, dar-lhe subsídios para que possa

interpretar os fenômenos físicos da natureza e utilizar-se disso como meio de

transformação de sua realidade. De uma forma geral é importante que a pesquisa

faça parte do processo educacional, ou seja, que cada professor ao preparar suas

aulas, estude e fundamente na História e na Epistemologia da Física e incentive os

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alunos a pesquisar e buscar informações para que a sua aprendizagem seja de

maior qualidade.

3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES / CONTEÚDOS BÁSICOS

Os conteúdos estruturantes e básicos básicos da disciplina de Física, podem

ser explicitados de acordo com a organização da tabela referencial abaixo:

Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos

1. Movimento. . Cinemática;

. Queda dos corpos;

. Dinâmica;

. Leis de Newton;

. Trabalho e Energia;

. Princípio da conservação da energia.

2. Termodinâmica. . Termologia;

. Calor e Temperatura;

. Dilatação térmica dos corpos;

. Princípios das trocas de calor;

. Teoria dos gases ideais;

. Leis da Termodinâmica.

3. Eletromagnetismo . Movimento ondulatório e acústico;

. Teoria ondulatória e corpuscular.

. Ópticas;

. Princípios fundamentais da óptica

geométrica;

. Leis da Reflexão;

. Estudo dos espelhos;

. Leis da Refração;

. Estudo das lentes;

. Eletrostática;

. Eletrodinâmica;

. Fenômenos magnéticos;

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4 METODOLOGIA

A proposta metodológica da disciplina de Física, a partir das Diretrizes da da

Educação de Jovens e Adultos que têm como eixos articuladores: cultura, trabalho

e tempo, deve considerar o perfil dos educandos da EJA, suas experiências vividas

e os conhecimentos construídos a partir do senso comum, não-científico, constituído

no cotidiano, em relações com o outro e com o meio e através da mediação do

professor na sistematização do conhecimento, transformar essa experiência vivida

em experiência compreendida, possibilitando a conquista da sua autonomia no agir

e no pensar, buscando de modo contínuo o diálogo dos conhecimentos entre essas

bases do senso comum, não-científico com o saber científico e histórico.

Desta forma, faz se necessário uma metodologia de ensino que possa

contribuir com a relação teoria-prática e que parta do conhecimento prévio dos

estudantes, rumo uma aprendizagem significativa onde se faz presente o valor social

construído e sistematizado. Também é importante considerar o que o Projeto

Político Pedagógico da escola explicita com relação a metodologias na organização

individual e coletiva:

Com relação à aprendizagem, busca-se efetivar a concepção de ensino e metodologia constantes na Proposta Pedagógica, através de seu estudo e planejamento, onde são discutidas e escolhidas as formas metodológicas que melhor viabilizem a sistematização dos conteúdos e atendam ao perfil dos educandos, tanto na organização coletiva como na individual. A organização individual requer um planejamento bem elaborado e organizado, porque é o educando que faz e organiza seu horário de aula e turno, podendo estudar com vários professores de uma mesma disciplina e a organização coletiva necessita de metodologias dinâmicas que envolvam os educandos e desperte a vontade de aprender.

Em geral, a disciplina desenvolverá suas aulas por meio de aulas expositivas

e dialogados, pesquisas, resolução de atividades em grupo, práticas em laboratório,

seminário e outras que possam contribuir para a abordagem dos conteúdos.

A proposta de Física se contrapõe aos velhos métodos que priorizam os

conhecimentos como fragmentos desligados da realidade dos alunos, cuja ênfase

recaia nos aspectos quantitativos e conceituais, onde a resolução de problemas de

Física, traduzidas em aplicações de fórmulas matemáticas prevalecia.

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5 AVALIAÇÃO

No processo educativo, a avaliação deve se fazer presente, tanto como meio

de diagnóstico do processo ensino-aprendizagem quanto como instrumento de

investigação da prática pedagógica. Assim a avaliação assume uma dimensão

formadora, uma vez que, o fim desse processo é a aprendizagem, ou a verificação

dela, mas também permitir que haja uma reflexão sobre a ação da prática

pedagógica.

No cotidiano escolar, a avaliação é parte do trabalho dos professores. Tem por

objetivo proporcionar-lhes subsídios para as decisões a serem tomadas a respeito

do processo educativo que envolve professor e aluno no acesso ao conhecimento.

Segundo as DCE'S para o ensino da Física faz-se necessário o resgate

histórico do estudo das observações feitas pelos físicos como Galileu, Newton,

Maxwell. Einstein, etc e o que cada observação destes físicos propiciou para o

desenvolvimento da Física e o impacto que estas descobertas tiveram na nossa

sociedade.

É importante ressaltar que a avaliação se concretiza de acordo com o que se

estabelece nos documentos escolares como o Projeto Político Pedagógico e, mais

especificamente, a Proposta Pedagógica Curricular e o Plano de Trabalho Docente,

documentos necessariamente fundamentados nas Diretrizes Curriculares.

Esse projeto e sua realização explicitam, assim, a concepção de escola e de

sociedade com que se trabalha e indicam que sujeitos se quer formar para a

sociedade que se quer construir.

A avaliação visa contribuir para a compreensão das dificuldades de

aprendizagem dos alunos, com vistas às mudanças necessárias para que essa

aprendizagem se concretize e a escola se faça mais próxima da comunidade, da

sociedade como um todo, no atual contexto histórico e no espaço onde os alunos

estão inseridos.

Não há sentido em processos avaliativos que apenas constatam o que o

aluno aprendeu ou não aprendeu e o fazem refém dessas constatações, tomadas

como sentenças definitivas. Se a proposição curricular visa à formação de sujeitos

que se apropriam do conhecimento para compreender as relações humanas em

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suas contradições e conflitos, então a ação pedagógica que se realiza em sala de

aula precisa contribuir para essa formação.

O conhecimento da Física “em si mesma” não basta, é imprescindível

considerar o mundo dos alunos, suas realizadas próximas ou distantes, os objetivos

com que efetivamente lidam, problemas e indagações que movem sua curiosidade.

Ela visa contribuir para a compreensão das dificuldades de aprendizagem dos

alunos, com vistas às mudanças necessárias para que essa aprendizagem se

concretize e a escola se faça mais próxima da comunidade, da sociedade como um

todo, no atual contexto histórico e no espaço onde os alunos estão inseridos. A

avaliação é o resultado de um processo diagnóstico, de apropriação do

conhecimento construído e adquirido pelo aluno, quanto da forma como ocorreu

essa construção, transformação num registro contínuo, integral e dinâmico que

permita acompanhar e comprovar o grau de aquisição de aprendizagem tornando se

também uma referência para a reflexão e conscientização do aluno e do professor.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Paraná, 2008.

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos - Paraná, 2008.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino de Primeiro Grau. Currículo Básico para a Escola Pública do Paraná. Curitiba: SEED/DEPG, 1992.

CHIQUETO, Marcos. Aprendendo Física. São Paulo. Scipione, 1996 Vol. 2 e 3.

Grupo de Reelaboração do ensino de Física (GREEF), Vol 2 e 3.

PARANÁ, Djalma. Física para o Ensino Médio. Volume Único.

RAMALHO, Francisco. Os Fundamentos de Física, FDT, Sexta Edição. Vol 2 e 3 São Paulo, Moderna, 1998.

101

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9.8 GEOGRAFIA

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A Geografia é um dos saberes mais antigos que existem seu início coincide

com o advento dos primeiros mapas, na antiguidade, pois a elaboração de um mapa

já pressupõe um estudo geográfico. A palavra Geografia (geo, Terra; grafia,

descrição, escrita) foi criada pelo filósofo grego Eratóstenes no século III a.C.

Até o século XVI o conhecimento geográfico estava veiculado a outros

campos do conhecimento, ou seja, à filosofia, pois filosofia e a ciência formavam um

único campo racional.

A partir do século XVI os viajantes colonialistas passaram a descrever alguns

elementos do espaço. Estas descrições constituíram parte do conhecimento

disciplinar da Geografia tornando-se preocupação de Estados, sociedades e

pensadores interessados em conhecer o espaço geográfico. Somente no século XIX

que a Geografia se tornou uma ciência específica, tendo se separado da filosofia,

astronomia, da geologia e outros saberes. Desta forma ela torna-se mais restrita e

passa a se ocupar especificamente do espaço geográfico, ou seja, a superfície

terrestre, que é o lugar onde a humanidade vive e no qual produz modificações.

O mundo passa por muitas transformações e atualmente a Geografia é o

estudo do espaço onde os seres humanos habitam e estabelecem relações com a

natureza.

A Geografia escolar tem procurado pensar o seu papel nesta sociedade em

mudança, indicando novos conteúdos, reafirmando outros, reatualizando alguns

outros, questionando métodos convencionais postulando novos métodos. O ensino

da geografia na escola consiste oferecer subsídios ao desenvolvimento da

cidadania, fazendo com que o aluno compreenda criticamente o mundo em que vive

desde a escala local até a escola global ou planetária, além das escalas regionais e

nacionais.

O objeto de estudo geográfico na escola é, pois, o espaço geográfico,

entendido como um espaço social, concreto em movimento, o que requer uma

análise da sociedade e da natureza, e da dinâmica resultante da relação entre

ambas.

102

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De acordo com as DCE os conceitos básicos para o ensino da Geografia são:

Paisagem, Região, Lugar, Território, Natureza e Sociedade.

2 OBJETIVO GERAL DA DISCIPLINA

Contribuir com a formação de um aluno capaz de compreender o espaço

geográfico, nas mais diversas escalas, levando-o a compreender-se como agente na

construção e transformação de paisagens e lugares para que assim possa atuar de

maneira crítica na produção socioespacial do seu lugar, território, região, enfim, de

seu espaço.

3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Os conteúdos estruturantes da Geografia segundo as DCE são:

• Dimensão econômica do espaço geográfico

Enfatiza a apropriação do meio natural pela sociedade, por das relações

sociais e de trabalho para a construção de objetos técnicos que compõem as redes

de produção e circulação de mercadorias, pessoas, informações e capitais, o que

tem causado uma intensa mudança na construção do espaço.

Deve possibilitar ao aluno a compreensão sócio-histórica das relações de

produção capitalista, para que ele reflita sobre as questões socioambientais,

políticas, econômicas e culturais, materializadas no espaço geográfico. Sob tal

perspectiva considera-se que o aluno é agente da construção do espaço

• Dimensão política do espaço geográfico

Engloba os interesses relativos aos territórios e às relações de poder que os

envolvem, possibilitando que o aluno compreenda o espaço onde vive a partir das

relações estabelecidas entre os territórios institucionais e entre os territórios que a

eles se sobrepõem como campos de forças sociais e políticas.

• Dimensão socioambiental do espaço geográfico

Tratam da abordagem referente à interdependência das relações entre

sociedade, elementos naturais, aspectos econômicos, sociais e culturais. Este

conteúdo estruturante perpassa outros campos do conhecimento, o que remete à

necessidade de situá-lo de modo a especificar qual seja o olhar geográfico de que

103

Page 105: PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - CEEBJA PROF ...‡ÃO A construção do Projeto Político Pedagógico, aqui proposto foi delineada com a participação de todos os professores, direção,

se trata. A questão socioambiental é um subcampo da geografia e, como tal, não

constitui mais uma linha teórica dessa ciência/disciplina. Permite abordagem

complexa do temário geográfico, porque não se restringe aos estudos da flora e da

fauna, mas à interdependência das relações entre sociedade, elementos naturais,

aspectos econômicos, sociais e culturais.

• Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico

Permite a análise do espaço geográfico sob a ótica das relações culturais,

bem como da constituição, distribuição e mobilidade demográfica. Contribuindo para

a compreensão desse momento de intensa circulação de intensa circulação de

informações, mercadorias, dinheiro, pessoas e modo de vida e em meio a essa

circulação está a construção singular e também coletiva que pode caracterizar-se

tanto pela massificação da cultura quanto pelas manifestações culturais de

resistência.

4 CONTEÚDOS BÁSICOS

Conteúdos

Estruturantes

Ensino Fundamental Ensino Médio

Dimensão

Econômica do

Espaço

geográfico

Dimensão

Política do

Espaço

Geográfico

Dimensão

Cultural e

demográfica

do Espaço

geográfico

Conceito e importância da

Geografia

Produção e espaço

Orientação

Biosfera (Litosfera,

Hidrosfera e Atmosfera)

Zonas Climáticas

Movimentos da Terra

Coordenadas Geográficas

(Latitude e Longitude)

Mapas: tipos e elementos

Tabelas e gráficos

Fusos horários

Continentes e oceanos

Brasil Continental

Brasil na América

Geografia e a formação do

cidadão

Produção e espaço: paisagens

terrestres

Orientação

Movimentos da Terra

Zonas Climáticas

Latitude e Longitude

Tabelas e gráficos

Projeções Cartográficas

Das ideias ao poder: grau de

hierarquia

Organização política e

administrativa do Brasil

Continentes e Oceanos

Regionalização Mundial104

Page 106: PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - CEEBJA PROF ...‡ÃO A construção do Projeto Político Pedagógico, aqui proposto foi delineada com a participação de todos os professores, direção,

Dimensão

socioambiental

do espaço

geográfica

Divisão política do Brasil

Divisão regional (IBGE) do

Brasil

Divisão Geoeconômica do

Brasil

Brasil: estado-nação

Organização política

administrativa brasileira nas

esferas municipal, estadual

e federal.

Constituição Federal

Grandes Paisagens

Naturais

Biodiversidade brasileira

Espaço da produção:

Extrativismo

Agropecuária

Biotecnologia e técnicas

agrícolas.

Estrutura Fundiária

Brasileira

Indústria: classificação e

elementos da produção

industrial

Fontes de energia

Legislação Trabalhista

Distribuição da População

no mundo.

Crescimento Demográfico e

Vegetativo

Migrações Internas e

Externas

Estrutura da população

A multipolarização

Sistemas socioeconômicos

Agropecuária e Sistemas

Agrícolas

Revolução verde à

Biotecnologia

Inovações tecnológicas na

agropecuária

Questões climáticas na

agricultura

Estrutura fundiária brasileira

Impactos ambientais em

ecossistemas agrícolas

Biodiversidade brasileira

As Revoluções Industriais

Mercado de trabalho

Desenvolvimento social e

econômico mundial

Classificação das Indústrias

Países Emergentes na

industrialização

Fontes de energia

Industrialização brasileira

A globalização e a

industrialização no Brasil atual

Os Novos Tigres Asiáticos

Consumismo

Indústria e transformação no

espaço geográfico

A Nova Divisão Internacional do

Trabalho

Principais problemas urbanos

População e Sociedade

105

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Formação do povo

brasileiro

Setores da Economia

Índice de desenvolvimento

humano

Regionalização do espaço

mundial

Organismos Internacionais

Globalização

Blocos econômicos

Relações Políticas

Comerciais Internacionais

Questões ambientais no

mundo globalizado.

Continentes: principais

aspectos físicos políticos,

sociais e econômicos da

Europa, Ásia, América,

Oceania, África e Antártida

Crescimento da população

mundial

Elementos da dinâmica

populacional

Teorias demográficas

Migrações

Crescimento demográfico

Estrutura da população

Pirâmide etária

A vida em sociedade

Distribuição de renda no Brasil

População economicamente

ativa e inativa

Economia formal e informal

Setores da economia

A questão étnica no Brasil os

índios e os negros

Distribuição da PEA nos setores

econômicos nos países

desenvolvidos e

subdesenvolvidos

A mulher no mercado de

trabalho

A tecnologia e a cidadania

Índice de desenvolvimento

Humano

Cidades Mundiais e polos

tecnológicos

Inovações tecnológicas e o

trabalho humano

Organizações não

governamentais

Relações de trabalho na

106

Page 108: PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - CEEBJA PROF ...‡ÃO A construção do Projeto Político Pedagógico, aqui proposto foi delineada com a participação de todos os professores, direção,

terceirização

O processo de globalização,

tendências do comércio

internacional

Organizações econômicas

internacionais

Os fluxos de informações na

globalização

Mídia, consumo, propaganda na

sociedade global

Fusos horários

Globalização e

fundamentalismo Islâmico

Oriente Médio

Política internacional e nacional

do meio ambiente

Principais conferências da ONU

para os problemas ambientais

5 METODOLOGIA

A metodologia de ensino de Geografia considerando os três eixos

articuladores propostos para as Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e

Adultos: cultura, trabalho e tempo, devem permitir que os alunos se apropriem dos

conceitos fundamentais da disciplina e compreendam o processo de produção e

transformação do espaço geográfico.

Os conteúdos da Geografia devem ser trabalhados de forma crítica e

dinâmica, interligados com a realidade próxima e distante dos alunos considerando o

seu conhecimento espacial prévio para relacioná-lo ao conhecimento científico no

sentido de superar o senso comum.

Na modalidade EJA os educandos são trabalhadores ou desempregados,

adolescentes, adultos e idosos, moradores urbanos e ou rurais, alunos de inclusão,

com diferentes níveis socioeconômicos. Diante desta diversidade o professor deve 107

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conduzir o processo de aprendizagem de forma dialogada, possibilitando o

questionamento, a pesquisa, a autonomia, a participação dos alunos para que a

compreensão dos conteúdos e a aprendizagem aconteçam. Também é importante

considerar a flexibilidade e adequação das metodologias em relação a organização

individual e coletiva, a qual a modalidade é organizada.

Respeitando a heterogeneidade das classes de EJA e de forma a favorecer a

aprendizagem são oferecidos diferentes práticas metodológicas tais como: aulas

expositivas, pesquisa, atividades em equipes, atividades cartográficas, trechos de

filmes, reportagens, leituras, uso de imagens como fotografias, slides, charges,

ilustrações, cartões postais, maquetes, aulas de campo, debate, entrevistas, leituras,

músicas, uso das mídias (computador, televisão multimídia, rádio, jornais e revistas).

6 AVALIAÇÃO

Segundo as DCE as atividades desenvolvidas ao longo do ano letivo devem

possibilitar ao aluno a apropriação dos conteúdos e posicionamento crítico frente

aos diferentes contextos sociais.

A avaliação é diagnóstica, formativa, qualitativa e cumulativa. Com caráter

investigativo e processual permitindo o acompanhamento da aprendizagem dos

alunos.

Para este acompanhamento será necessário diversificar as técnicas e instrumentos

de avaliação, como avaliações formais, interpretação e produção de textos de

Geografia, interpretação de imagens, gráficos, tabelas e mapas, pesquisas

bibliográficas, apresentação e discussão de temas em seminários, construção

representação e análise do espaço através de maquetes, entre outros.

A avaliação deve auxiliar educador e educando num repensar do processo

ensino aprendizagem identificando os conhecimentos já adquiridos e dando abertura

a outros questionamentos para construção de novos conhecimentos tornando a

avaliação não como ponto final, mas como um processo dinâmico na relação

pedagógica.

108

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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Paraná, 2008.

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos - Paraná, 2008.

VESENTINI, José Willian. Geografia Série Brasil. São Paulo: Editora Ática, 2004.

FILIZOLA, Roberto. Geografia para o Ensino Médio. São Paulo: IBEP, 2006.

MOREIRA, Ruy. O que é Geografia . São Paulo: Brasiliense, 2006.

Coleção Araribá obra coletiva1. ed – São Paulo: Moderna, 2006.

109

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9.9 HISTÓRIA

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A História é um conhecimento construído pelo ser humano em diferentes

tempos e espaços. É a memória que se tornou pública, em geral, expressão das

relações de poder. De acordo com BEZERRA ( 2003 pg. 42 ) “ o objeto primeiro do

conhecimento histórico é a compreensão dos processos e dos sujeitos históricos, o

desvendamento das relações que se estabelecem entre os grupos humanos em

diferentes tempos e espaços”.

Diferentes historiadores e sujeitos históricos contam a história a partir de sua

visão de mundo. Nesse sentido não há uma verdade única, mas sim aquela que foi

tecida por um grupo social. Trata-se de um conhecimento científico, que precisa ser

interpretado.

Hoje, por exemplo, a História busca os diversos aspectos que compõem a

realidade histórica e têm nisso o seu objeto de estudo, deixando de lado uma

História que a partir do século XIX privilegiada o fato político, os grandes feitos e os

heróis em direção a um progresso pautado pela invenção do estado - nação que

precisava ser limitado. Nesse contexto, é criada a disciplina de História que tinha

como função legitimar a identidade nacional.

Até a década de 80, do século XX, a disciplina de História manteve seu

conteúdo eurocêntrico e sua divisão quadripartite, até hoje presente no currículo de

muitos cursos universitários. Numa outra perspectiva algumas universidades,

começaram a abrir espaço ao estudo da História Oriental e da História da África. No

entanto, essa é uma prática bem recente.

Na nova História e em outras correntes historiográficas, logo surgiram

inúmeras críticas ao relativismo da terceira variante da história das mentalidades

que, ao abrir o seu campo de investigação, para aproximar-se de outras áreas do

conhecimento, levou ao que François Dosse ( 1992, p. 251-259 ) chamou de

“história em migalhas”, ou seja, houve um estilhaçamento dos objetos, métodos e

abordagens do conhecimento histórico.

Contudo, quais foram às contribuições trazidas pela Nova História para o

pensamento histórico moderno? A primeira contribuição foi a abertura para novos

110

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problemas, novas perspectivas teóricas e novos objetos desenvolvidos a partir das

novas propostas historiográficas das gerações anteriores do Annales.

Essa corrente também se contrapõe a uma racionalidade histórica linear, com

a introdução de novas temporalidades ligadas ás durações (curtas, médias e

longas)e à valorização das estruturas que determinam a ação humana e suas

relações, bem como suas transformações. Isso permitiu a construção de contextos

espaços-temporais que delimitam os objetos de estudo abordados sem levar em

conta uma linha do tempo sequencial e universal.

Os limites desta historiografia estão relacionados, primeiramente, à

desvalorização das investigações ligadas ás ações produzidas pelos sujeitos e ás

suas respectivas significações históricas e o consequente abandono da análise das

estruturas políticas. Alem disso, essa historiografia, ao criar grandes contextos

espaço – temporais, acabou reforçando a divisão quadripartite europeia. Outro limite

foi a fragmentação dos objetos, métodos e perspectivas teóricas ligadas ao

pensamento histórico com poucas tentativas de articulação e organização de

sínteses entre a historia local e a historia global.

A partir das críticas, alguns historiadores migraram para a Nova História

Cultural, a qual foi o campo de investigação resultante das tendências advindas dos

estudos do historiador italiano Carlo Ginzburg e do francês Roger Chartier.

A História trata de toda ação humana no tempo em seus múltiplos aspectos:

econômicos, culturais, políticos da vida cotidiana, de gênero, etc. Para se perceber

como sujeito da história, o educando precisa reconhecer que essa ação transforma a

sociedade, movimenta um espiral de mudanças, na qual há permanências e

rupturas.

O homem/mulher como sujeitos da História, deve ser conhecedor dos

porquês, dos problemas das ideias , das ideologias e que só com uma visão

holística do mundo e da sociedade ele se entenderá como cidadão ativo e

conhecedor de seus direitos e de seus deveres.

Reconhecer que esses sujeitos são produtores de signos e utopias,capazes

de transformar a natureza e escrever sua própria História. Portanto,a História é uma

construção coletiva em que todos os sujeitos tem um papel principal e suas ações

são de suma importância para uma participação consciente na transformação da

sociedade e do mundo em que vivem.

111

Page 113: PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - CEEBJA PROF ...‡ÃO A construção do Projeto Político Pedagógico, aqui proposto foi delineada com a participação de todos os professores, direção,

A finalidade da História é a busca da superação das carências humanas

fundamentada por meio de um conhecimento constituído por interpretações

históricas. Essas interpretações são compostas por teorias que diagnosticam as

necessidades dos sujeitos históricos e propõem ações no presente e projetos de

futuro. Já a finalidade do ensino de História é a formação de um pensamento

histórico a partir da produção de conhecimento.

A educação de jovens e adultos, atende jovens, adultos e idosos, que em sua

idade apropriada não tiveram a oportunidade de escolarização. São adultos

trabalhadores, donas de casa, pessoas da terceira idade, que sentem necessidade

de uma formação educacional, para voltar ao mercado de trabalho, servindo de

exemplo aos jovens.

2 OBJETIVO GERAL DA DISCIPLINA:

Compreender a importância do estudo da História, entendê-la como uma

ciência que estuda os homens ao longo do tempo e contribuir para o

desenvolvimento do espírito crítico e sensibilização do aluno quanto à sua

participação como cidadão,construtor da história.

3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES / CONTEÚDOS BÁSICOS

De acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais os conteúdos

estruturantes são:

Relações de Trabalho: As relações de trabalho permitem diversas formas de

organização social. No mundo capitalista, o trabalho assumiu historicamente um

estatuto muito específico, qual seja, do emprego assalariado.

Relações de poder: As relações de poder são exercidas nas diversas instâncias

sócio- históricas, como o mundo do trabalho,as políticas públicas e as diversas

instituições, permite ao aluno perceber que tais relações estão em seu cotidiano.

112

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Relações culturais: O estudo das relações culturais deve considerar a

especificidade de cada sociedade e as relações entre elas. O processo histórico

constituído nesta relação pode ser chamado de cultura comum.

Conteúdos Estruturantes

Conteúdos Básicos

Relações de trabalho

Relações de poder

Relações culturais

ENS.FUNDAMENTAL ENS.MÉDIO

A experiência humana no tempo.

Religiosidade africana.

O povo indígena no Paraná e sua cultura. Os sujeitos e suas relações com o outro no tempo.

As culturas locais e a cultura comum.

As relações de propriedade.

A constituição histórica do mundo do campo e do mundo da cidade.

As relações entre o campo e a cidade.

Conflitos e resistências e produção cultural campo/cidade.

História das relações da humanidade com o trabalho.

O trabalho e a vida em sociedade.

O trabalho e as contradições da modernidade.

Os trabalhadores e as conquistas de direito.

Tema 1Trabalho Escravo, Servil, Assalariado e o Trabalho Livre

Tema 2Urbanização e Industrialização

Tema 3O Estado e as relações de poder

Tema 4Os sujeitos, as revoltas e as guerras.

Tema 5Movimentos sociais, políticos e culturais e as guerras e revoluções.

Tema 6Cultura e religião

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A constituição das instituições sociais.

A formação do Estado.

Sujeitos, guerras e revoluções.

4 METODOLOGIA

Na Educação de Jovens e Adultos deve-se levar em consideração os eixos

articuladores das Diretrizes De EJA que são: cultura, trabalho e tempo. E também

efetivar a concepção de ensino e metodologia constantes na Proposta Pedagógica,

que explicita a importância de discutir e escolher as formas metodológicas que

melhor viabilizem a sistematização dos conteúdos e atendam ao perfil dos

educandos, tanto na organização coletiva como na individual.

O fato de que os educandos possuem maiores experiências de vida e que

essa modalidade tem como finalidade e objetos o compromisso com a formação

humana e o acesso à cultura geral. A diversidade presente na sala de aula, a partir

dos diferentes perfis sociais, deve ser utilizada a favor do trabalho pedagógico no

ensino da História. Pode-se recorrer às diferenças para estabelecer comparações,

levantar diferentes concepções de mundo e ainda buscar trabalhar com o respeito e

a aceitação das diferenças.

É preciso que o ensino de História na Educação de Jovens e Adultos seja

dinâmico e que o educando perceba que a História não está sepultada, mas em

constante transformação. Nesse sentido, pode-se tomar sempre como ponto de

partida o próprio presente, onde estão inseridos educandos e educadores. Há que

se considerar que o passado explica o presente, mas também o presente explica o

passado. Isso não significa, no entanto, que se possa abrir mão do rigor na

interpretação do passado, pois não se pode incorrer em anacronismos ou posturas

teleológicas. É preciso estimular o interminável dialogo entre o presente e o passado

levando em consideração as especificidades de cada contexto histórico

É fundamental que o educador de História não atue como reprodutor de um

conhecimento pronto, de uma coleção inesgotável de fatos do passado. Mas,que

torne possível desconstruir na sala de aula os múltiplos olhares da História ,criar

114

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argumentos que possam concordar ou discordar de um autor, tomar posição diante

do que já ocorreu e ainda está ocorrendo. Não se pode ser um cidadão pleno sem

que se realize uma análise critica dos caminhos percorridos pelo homem/mulher ao

longo da história .

De acordo com as contribuições da historiografia, nas últimas décadas a

aprendizagem histórica se efetiva quando o conhecimento passa a ser experiência

para o educando no sentido de que ele se aproprie do que aprendeu para ler e

explicar o seu mundo.

No mundo contemporâneo um constante (re) pensar sobre a cultura escolar é

fundamental para acompanhar as mudanças que ocorrem quotidianamente e que

implicam diretamente na vida de educandos e educadores. Nesse sentido,a partir de

discussões teórico-metodológicas significativas e que colocam o educador na

centralidade do processo ensino-aprendizagem, pretende-se contribuir para uma

prática de qualidade e de reflexão nas ações pedagógicas .

Para isso, propõem-se abordagem dos conteúdos para os educandos (as) da

Educação de Jovens e Adultos rompendo, desta forma, com a narrativa linear e

factual num dialogo permanente com a realidade imediata sobre a qual se

constituem os diversos saberes, priorizando uma prática pautada na associação

ensino-pesquisa e no uso de diferentes fontes e linguagens.

Nessa perspectiva, exige-se uma abordagem problematizadora dos

conteúdos de História,em que educadores e educandos possam dialogar e nesse

diálogo, propiciar condições de pensar , argumentar e fundamentar suas opiniões

através dos conteúdos socialmente significativos relacionados ao contexto político e

social, conhecendo a pluralidade étnica e cultural onde esses sujeitos estão

inseridos.

Sob uma perspectiva de inclusão social a proposta considera a diversidade

cultural e a memória paranaense, de modo que busca contemplar demandas em que

também se situam os movimentos sociais organizados e destacam os seguintes

aspectos:

• o cumprimento da Lei n. 13381/01 que torna obrigatório, no ensino

fundamental e médio da rede pública estadual, os conteúdos de História do

Paraná;

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• o cumprimento da Lei n. 10639/03, que inclui no currículo oficial a

obrigatoriedade da História e Cultura Afro-Brasileira, seguida das Diretrizes

Curriculares Nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o

ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana;

• o cumprimento da Lei n. 11645/08, que inclui no currículo oficial a

obrigatoriedade do ensino da História e Cultura dos povos indígenas do

Brasil.

É impossível, ensinar tudo a todos, desta forma se faz necessário a seleção

e a escolha de conteúdos essenciais que possibilitem o êxito no processo ensino-

aprendizagem e permitam satisfazer as necessidades dos educandos, respeitando

suas especificidades, objetivando sua formação humanista e a busca de sua

autonomia intelectual e moral.

5 AVALIAÇÃO

A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a

intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se

estuda e interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de acompanhar e

aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos, diagnosticar os resultados

atribuindo-lhes valor.

Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de

reflexão dos educandos frente as suas próprias experiências. E, portanto, deve ser

entendido como processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza uma

atitude crítico-reflexivo, frente à realidade concreta.

Ao considerar os conteúdos de História efetivamente tratados em aula,

essenciais para o desenvolvimento da consciência histórica é necessário ter clareza

que avaliar é sempre um ato de valor. Diante disto, professor e alunos precisam

entender que os pressupostos da avaliação, tais como finalidades, objetivos,

critérios e instrumentos, podem permitir rever o que precisa ser melhorado ou o que

já foi aprendido.

É importante o desenvolvimento de múltiplas e diferentes atividades de

avaliação tais como:

116

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*Atividades realizadas em sala de aula – trata-se de avaliar diariamente, se possível,

a participação e o esforço do aluno em sala de aula. Nesse caso, incluem-se os

trabalhos produzidos individualmente ou em grupo, os quais são apresentados em

sala de aula, sejam oralmente, sejam escritos.

* Atividades que indiquem capacidades de síntese e redação – nesse caso, são

definidos, essencialmente, os aspectos formativos dos critérios, ou seja, a

capacidade do aluno para organizar e produzir sua narrativa histórica.

* Atividades que expressem o domínio do conteúdo – trata-se de verificar a

capacidade do aluno de comunicar o conteúdo que domina e o grau em que

desempenha essa comunicação

* Atividades que expressem a aprendizagem – procura-se, aqui, analisar o

desenvolvimento das capacidades cognitivas do aluno, por exemplo, quando a

proposta de avaliação se referir a um tema tratado no curso, pode ser solicitado ao

aluno que:

- faça uma apresentação o mais geral possível do tema, a qual pode ser empregada

para avaliar sua capacidade de explicação e conceituação;

- referencie o tema estudado do ponto de vista temporal, aplicando noções de tempo

como duração, sucessão e simultaneidade;

- faça uma analise do tema proposto, partindo de questões mais gerais para outras

mais específicas e avaliando o estabelecimento de relações de causalidade;

*Atividades que explicitem procedimentos- trata-se de evidenciar procedimentos com

aqueles que permitem verificar se o aluno adquiriu a capacidade de leitura de

linguagens contemporâneas, como o cinema, a fotografia e a televisão.

Essa perspectiva da avaliação permite, inclusive, que se analise a capacidade

do aluno para lidar com os processos de produção do conhecimento histórico. Trata-

se, por exemplo, de avaliar se ele compreende um documento, ou seja, se ele sabe

identificar tipos de documento, explicar seus conteúdos, analisar a forma como o

documento apresenta o tema e elaborar questões baseadas no documento, sugerir

outras fontes ou documentos que possam ser utilizados para completar o tema e

elaborar conclusões pessoais com base nos documentos.

É importante que se construam procedimentos e estratégias para avaliar se o

aluno adquiriu conteúdos e construiu procedimentos e estratégias relativas ao

conhecimento histórico. Ademais, torna-se necessário verificar se ele aprendeu a

117

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formular hipóteses historicamente corretas; processar fonte em função de uma

temática e segundo as hipóteses levantadas; situar e ordenar acontecimentos em

uma temporalidade histórica;levantar em consideração os pontos de vista, os

sentimentos em uma temporalidade histórica; levar em consideração os pontos de

vista, os sentimentos e as imagens próprias de um passado; aplicar e classificar

documentos históricos segundo a natureza de cada um;usar vocabulário conceitual

adequado; e construir narrativas históricas baseadas em marcos explicativos (de

semelhanças e diferenças, de mudança e permanência, de causas e consequências,

de relações de dominação e insubordinação).

Para o Ensino Fundamental e médio, a avaliação da disciplina de História, de

acordo com as Diretrizes Curriculares, considera três aspectos:

*A investigação e a apropriação de conceitos históricos pelos estudantes;

*A compreensão das relações da vida humana (conteúdos Estruturantes);

*O aprendizado dos conteúdos básicos de temas históricos e específicos. Esses três

aspectos são entendidos como complementares e indissociáveis os quais são

desenvolvidos através de diferentes atividades como: literatura,interpretação e

análise de narrativas historiográficas, mapas e documentos históricos, produção de

narrativas históricas, pesquisas bibliográficas, sistematização de conceitos

históricos, apresentação de seminários.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BITTENCOURT, M. C. ENSINO DE HISTÓRIA: fundamentos e métodos . São Paulo: Cortez, 2004.

CARDOSO, C. F.; VAINFAS, R. (org.) Domínios da História. Campinas: Campus; 1997

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Paraná, 2008.

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos - Paraná, 2008.

SCHIMIDT, M.A.; CAINELLI, M.; Ensinar História. São Paulo: Scipione,2004 (Pensamento e Ação no magistério).

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9.10 LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – ESPANHOL

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

No Brasil, o currículo e as metodologias de ensino de Línguas Estrangeiras

tiveram muitas mudanças de acordo com o contexto social, político e econômico ao

longo da história.

Foi a partir do ano de 1809, quando em 22 de junho, D. João VI assinou o

decreto para criar as cadeiras de inglês e francês, com o objetivo de melhorar a

instrução pública e de atender às demandas advindas da abertura dos portos ao

comércio, que o ensino das línguas modernas começou a ser valorizado.

O Colégio Pedro II, fundado em 1837 tinha em seu currículo sete anos de

Francês, cinco de Inglês e três de alemão e foi referência curricular para outras

escolas por quase um século. O Francês era priorizado por representar um ideal de

cultura e civilização, seguido do Inglês e depois do Alemão, por possibilitarem o

acesso a obras importantes e serem consideradas línguas vivas. A partir de 1929

até 1931, o italiano também fez parte do currículo.

Ao final do século XIX e início do XX, intensificou-se a vinda de imigrantes

europeus ao Brasil, e em muitas escolas de imigrantes, o currículo priorizava o

ensini da língua e cultura dos ascendentes das crianças, e ainda hoje é possível

encontrar, no Paraná comunidades bilíngues.

Com objetivos nacionalistas,em 1917, o governo federal fechou as escolas de

imigrantes e, em 1918, criou as escolas primárias. A solidificação dos ideais

nacionalistas apareceu com muita evidência na Reforma Capanema, em 1942, ao

atribuir ao ensino secundário um caráter patriótico por excelência. O curso

secundário foi organizado em dois níveis: ginasial de quatro anos, e colegial de três.

Este era dividido em duas modalidades: o clássico e o científico, procurados pela

elite, possibilitavam o ingresso na universidade, e o técnico profissionalizante que

não dava acesso ao ensino superior.

Naquele contexto, o prestígio das línguas estrangeiras foi mantido no ginásio.

O Francês ainda era priorizado, seguido do Inglês e o Espanhol foi incluído como

matéria obrigatória alternativa ao ensino do Alemão. Além disso, o Latim

permaneceu como Língua Clássica. Nesta época, foi designado ao Ministério de

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Educação e Saúde, que indicava aos estabelecimentos o idioma a ser ministrado

nas escolas, a metodologia e programa curricular para cada série. Ainda orientava

que o ensino de Línguas Estrangeiras deveria contribuir tanto para a formação do

aprendiz quanto para o acesso ao conhecimento e à reflexão sobre as civilizações

estrangeiras e tradições de outros povos.

Como a presença de imigrantes espanhóis era restrita no Brasil, o ensino

desta língua era valorizado por representar para o governo um modelo de

patriotismo e respeito daquele povo às suas tradições e à história nacional. Mesmo

com esta valorização, o Inglês teve espaço garantido por ser o idioma mais usado

nas transações comerciais, enquanto o Francês era mantido pela sua tradição

curricular.

A Lei 5692/71 desobrigou a inclusão de línguas estrangeiras nos currículos de

primeiro e segundo graus sob o argumento de que assim seria evitado o aumento

da dominação ideológica de outras sociedades e do colonialismo cultural no país.

Em 1976, voltou a obrigatoriedade do ensino de Língua Estrangeira no

segundo grau e recomendado para o primeiro desde que a escola tivesse condições

de oferecer. Isso fez com que muitas escolas reduzissem a carga horária ou até

excluíssem a disciplina de seus currículos.

No Estado do Paraná,, a partir da década de 1970, tais questões

impulsionaram professores insatisfeitos com a reforma do ensino, a fazerem

movimentos que ecoaram no Colégio Estadual do Paraná, fundado em 1946, que

possuía professores de Latim, Grego, Francês, Inglês e Espanhol. A criação do

Centro de Línguas Estrangeiras neste Colégio foi uma das formas encontradas para

manter a oferta do ensino de línguas estrangeiras nas escolas públicas, bem como a

tentativa de superar a hegemonia de um único idioma ensinado nas escolas.

Com a redemocratização do país, em meados de 1980, A Secretaria de

Estado da Educação criou , oficialmente os Centros de Línguas Estrangeiras

Modernas, em 15 de agosto de 1896, como forma de valorizar o plurilinguismo e a

diversidade étnica que marca a história paranaense.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394, de 1996,

determina a oferta de pelo menos uma Língua Estrangeira Moderna no Ensino

Fundamental, a partir da 5ª série e para o Ensino Médio uma Língua Estrangeira

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Moderna como disciplina obrigatória e uma segunda como optativa, dentro das

disponibilidades da instituição.

Com o objetivo de destacar e Brasil no Mercosul e atender aos interesses

político-econômicos para melhorar as relações comerciais do Brasil com países de

Língua Espanhola , em 5 de agosto de 2005, foi criada a lei 11.161, que tornou

obrigatória a oferta de Língua Espanhola nos estabelecimentos de Ensino Médio.

A oferta dessa disciplina é obrigatória para a escola e de matrícula facultativa

para o aluno.

Conforme as Diretrizes, o ensino de Língua Estrangeira Moderna será

norteado para um propósito maior de educação, considerando as contribuições de

Giroux (2004) “ao rastrear as relações entre língua, texto e sociedade, as novas

tecnologias e as estruturas de poder que lhes subjazem”,. Para este educador, é

fundamental que os professores reconheçam a importância da relação entre língua e

pedagogia crítica no atual contexto global educativo, pedagógico e discursivo, na

medida em que as questões de uso da língua, do diálogo, da comunicação, da

cultura, do poder, e as questões da política e da pedagogia não se separam.

Isso implica superar uma visão de ensino apenas como meio para se atingir

fins comunicativos que restringem as possibilidades de sua aprendizagem como

experiência de identificação social e cultural, ao postular os significados como

externos aos sujeitos.

2 OBJETIVOS GERAIS DA DSICIPLINA

Com o intuito de ampliar a função social do ensino da Língua Estrangeira

Moderna, que não está restrito a fins comunicativos onde os significados estão

externos ao sujeito, é estabelecido o objetivo de resgatar a função social baseando-

se na corrente sociológica e nas teorias do Círculo de Bakhtin, que concebem a

língua como discurso norteada pela pedagogia crítica para que o ensino da língua

estrangeira moderna constitua um espaço para que o aluno compreenda a

diversidade linguística e cultural, e construa significados relacionados ao mundo em

que vive.

Conforme as Diretrizes Curriculares para o ensino da língua estrangeira, a

língua, objeto de estudo, aborda as relações com a cultura, o sujeito e a identidade.

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Sendo assim, o ensino e a aprendizagem não estão restritas apenas a um

idioma, mas sim as percepções de mundo e as diversas maneiras de lhe atribuir

sentido, a fim de reconhecer no uso da língua os diferentes propósitos

comunicativos, independente do grau de proficiência atingido. Nestes aspectos é

esperado que o aluno use a língua em situações de comunicação oral e escrita,

vivencie formas de participação que estabeleçam ações individuais e

coletivas,compreenda significados sociais e esteja ciente de sua transformação

pelas práticas sociais, além de reconhecer a diversidade linguística e cultural.

3 CONTEÚDO ESTRUTURANTE / CONTEÚDOS BÁSICOS:

De acordo com a DCE de língua estrangeira moderna, o conteúdo

estruturante é o discurso como prática social.

Entende-se como conteúdo estruturante quando a língua é tratada de forma

dinâmica, por meio de leitura, de oralidade e de escrita que são as práticas que

efetivam o discurso, ou seja, sempre em movimento. Assim, o professor criará

oportunidades para que os alunos percebam a inter discursividade, as condições de

produção dos diferentes discursos, das vozes que permeiam as relações sociais e

de poder .

Compreende-se por conteúdos básicos os conhecimentos fundamentais para

o Ensino Médio, considerados essenciais nas diversas disciplinas da Educação

Básica. Os conteúdos básicos se articulam com os conteúdos estruturantes da

disciplina.

O professor deve considerar a diversidade de gêneros existentes e a

especificidade do tratamento da Língua Estrangeira Moderna na prática pedagógica,

a fim de estabelecer critérios para definir os conteúdos específicos para o ensino,

levando em conta a complexidade e a riqueza da mesma.

LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA - ESPANHOL

Gêneros Discursivos e seus elementos composicionais.

Leitura

Identificação do tema;

Intertextualidade;

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Intencionalidade;

Vozes sociais presentes no texto;

Léxico;

Coesão e coerência;

Marcadores do discurso;

Funções das classes gramaticais no texto;

Elementos semânticos;

Discurso direto e indireto;

Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;

Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos, (como

aspas, travessão, negrito)

Variedade linguística;

Acentuação gráfica;

Ortografia.

Oralidade

Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos,etc...

Adequação do discurso ao gênero;

Turnos de fala;

Vozes sociais presentes no texto;

Variações linguísticas;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito;

Adequação da fala ao contexto;

Pronúncia.

Escrita

Tema do texto;

Interlocutor;

Finalidade do texto;

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Intertextualidade;

Condições de produção;

Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);

Vozes sociais presentes no texto;

Vozes verbais;

Discurso direto e indireto;

Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;

Léxico;

Coesão e coerência;

Funções das classes gramaticais no texto;

Elementos semânticos;

Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos, (como

aspas, travessão, negrito);

Variedade linguística;

Acentuação gráfica.

4 METODOLOGIA

A proposta pedagógica curricular para o ensino de Língua Estrangeira

Moderna – Espanhol na EJA, está embasada nos fundamentos teórico-

metodológicos que norteiam as Diretrizes Curriculares da Educação Básica para o

ensino da LEM – Espanhol nas escolas públicas do Estado do Paraná, assim como

nas Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos que deverão levar em

consideração na metodologia os eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo. No

caso do ensino da Língua Espanhola na EJA, dadas as suas características, o

trabalho parte da exploração de diversos gêneros textuais verbais ou não verbais

que propiciam a exposição do educando à língua dentro de um contexto,

possibilitando a análise e estudo de sua estrutura, servindo também como ponte

para o criar a interação entre as habilidades em cada contexto.

Ao selecionar esses textos, o docente precisa se preocupar com a qualidade

do conteúdo dos textos escolhidos no que se refere às informações, e verificar se

estes levam o aluno à pesquisa e à discussão. As características do gênero a que o

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texto pertence serão evidenciadas no desenvolvimento do trabalhado pedagógico.

Os elementos linguístico-discursivos, neles presentes, serão analisados na medida

em que colaborem para a compreensão dos mesmos. É importante, ainda, trabalhar

com diversos gêneros discursivos – apresentando, também, diferentes graus de

complexidade da estrutura linguística. Fazendo com que os próprios alunos façam a

escolha de seus textos e os conteúdos de cada um deles devem viabilizar os

resultados pretendidos de acordo com os objetivos específicos propostos no

planejamento do professor.

O professor deve criar diferentes estratégias para que os alunos percebam a

heterogeneidade da língua , pois, há muitas possibilidades de leitura, que não traz

em si um sentido pré estabelecido pelo seu autor. Para a abordagem da leitura

discursiva, a inferência é um processo relevante por possibilitar a construção de

novos conhecimentos, a partir daqueles existentes na memória do leitor.

Segundo Vygotsky (1989), o conhecimento linguístico é condição necessária

para que se possa compreender um texto,mas além disso, o leitor precisa executar

um processo de construção de sentidos e também relacionar a informação nova aos

saberes.

Propiciar os alunos a conhecer novas culturas constatando que uma cultura

não é necessariamente melhor nem pior que outra, porém diferente. É reconhecer

que as novas palavras não são simplesmente novos rótulos para os velhos

conceitos.

O maior objetivo da leitura é trazer um conhecimento de mundo que permita

ao leitor elaborar um novo modo de ver a realidade. Para que uma leitura em Língua

Estrangeira se transforme realmente em uma situação de interação, é fundamental

que o aluno seja subsidiado com conhecimentos linguísticos, sociopragmáticos,

culturais e discursivos.

A oralidade tem como objetivo expor os alunos a textos orais, pertencentes

aos diferentes discursos, pois, a oralidade é muito mais do que o uso funcional da

língua, é aprender a expressar ideias em Língua Estrangeira mesmo que com

limitações.

Com relação à escrita, não se pode esquecer que ela deve ser vista como

uma atividade significativa. É importante que o docente direcione as atividades de

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produção textual definindo qual o objetivo da produção e para quem se escreve, em

situações reais de uso.

Quando o professor propor uma tarefa de escrita, é essencial que seja

disponibilizado recursos pedagógicos, como livros didáticos, dicionários, livros

paradidáticos, vídeos, DVD, CD-ROM, Internet, TV multimídia, etc. É importante a

intervenção do próprio professor, oferecendo assim, ao aluno elementos discursivos,

linguísticos, sociopragmáticos e culturais para que ele melhore sua produção.

6 AVALIAÇÃO

As reflexões sobre as práticas avaliativas propostas pelas Diretrizes

Curriculares podem ser entendidas como ferramentas que auxiliam os professores

durante o processo de ensino-aprendizagem, assim como, propiciam ao aluno uma

dimensão de seu rendimento na escola. Sendo a avaliação processual, diagnóstica

e formativa, esta deve ser realizada paralelamente ao processo de ensino-

aprendizagem.

A avaliação da aprendizagem necessita para cumprir o seu verdadeiro

significado, assumir a função de subsidiar a construção da aprendizagem bem

sucedida. Depreende, portanto que avaliação da aprendizagem da Língua

Estrangeira precisa superar a concepção do mero instrumento de mediação da

apreensão de conteúdos, visto que ela se configura como processual e, como tal,

objetiva subsidiar discussões acerca das dificuldades e avanços dos alunos sujeitos,

a partir de suas produções, no processo de ensino aprendizagem.

Nessa perspectiva, o envolvimento dos sujeitos alunos na construção do

significado nas práticas discursivas será a base para o planejamento das avaliações

ao longo do processo de aprendizagem.

Para tanto, é um desafio construir uma avaliação com critérios de

entendimento reflexivo, conectado, compartilhado e autonomizador no processo

ensino/aprendizagem, que nos permita formar cidadãos conscientes, críticos,

criativos, solidários e autônomos.

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7 REFERÊNCIAS

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Paraná, 2008.

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos - Paraná, 2008.

GIMENEZ, Telma. Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental: Línguas Estrangeiras Modernas – Questões para Debate. In: PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação.

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9.11 LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – INGLÊS

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O ensino da Língua Inglesa teve espaço garantido nos currículos oficiais por

ser o idioma mais usado nas transações comerciais.

Com a dependência econômica do Brasil em relação aos Estados Unidos

acentuada durante e após a Segunda Guerra Mundial, intensificou-se a necessidade

de aprender Inglês. Na década de 1940, professores universitários, militares,

cientistas, artistas, imbuídos por missões norte-americanas, vieram para o Brasil e,

com eles, a produção cultural daquele país. Assim, falar Inglês passou a ser um

anseio das populações urbanas, de modo que o ensino dessa língua ganhou cada

vez mais espaço no currículo.

Desde a década de 1950, o sistema educacional brasileiro se viu responsável

pela formação de seus alunos para o mundo do trabalho. Essa mudança nos rumos

da educação gerou uma crise que se intensificou nas décadas seguintes, exigindo a

ampliação da rede escolar. Diante das exigências do mercado, o ensino das

humanidades foi substituído, paulatinamente, por um currículo cada vez mais

técnico, o que fez diminuir a carga horária das Línguas Estrangeiras, no entanto a

valorização da Língua Inglesa tornou-se evidente, devido às demandas do mercado

de trabalho que, então, se expandiam no período.

Atualmente, de acordo com as Diretrizes Curriculares, podemos afirmar que

ao contextualizar o ensino da Língua Estrangeira no currículo escolar, pretende-se

problematizar as questões que envolvem o ensino da disciplina nos aspectos que a

tem marcado, sejam eles políticos, econômicos, sociais, culturais e educacionais.

2 OBJETIVO DE ESTUDO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA

Com o intuito de ampliar a função social do ensino da Língua Estrangeira

Moderna, que não está restrito a fins comunicativos onde os significados estão

externos ao sujeito, é estabelecido o objetivo de resgatar a função social de acordo

com a corrente sociológica e nas teorias do Círculo de Bakhtin, que concebem a

língua como discurso norteada pela pedagogia crítica para que o ensino da língua

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estrangeira moderna constitua um espaço para que o aluno compreenda a

diversidade linguística e cultural, e construa significados relacionados ao mundo em

que vive.

Conforme as Diretrizes Curriculares para o ensino da língua estrangeira, a

língua, objeto de estudo, aborda as relações com a cultura, o sujeito e a identidade.

Sendo assim o ensino e a aprendizagem não estão restritas apenas a um idioma,

mas sim de percepções de mundo e as diversas maneiras de lhe atribuir sentido, a

fim de reconhecer no uso da língua os diferentes propósitos comunicativos,

independente do grau de proficiência atingido. Nestes aspectos é esperado que o

aluno use a língua em situações de comunicação oral e escrita, vivencie formas de

participação que estabeleçam ações individuais e coletivas,compreenda significados

sociais e esteja ciente de sua transformação pelas práticas sociais, além de

reconhecer a diversidade linguística e cultural.

3 CONTEÚDO ESTRUTURANTE

De acordo com a DCE de língua estrangeira moderna, o conteúdo

estruturante é o discurso como prática social.

Entende-se como conteúdo estruturante quando a língua é tratada de forma

dinâmica, por meio de leitura, de oralidade e de escrita que são as práticas que

efetivam o discurso, ou seja, sempre em movimento. Assim, o professor criará

oportunidades para que os alunos percebam a interdiscursividade, as condições de

produção dos diferentes discursos, das vozes que permeiam as relações sociais e

de poder .

O professor deve considerar a diversidade de gêneros existentes e a

especificidade do tratamento da Língua Estrangeira na prática pedagógica, a fim de

estabelecer critérios para definir os conteúdos específicos para o ensino, levando

em conta a complexidade e a riqueza da Língua Estrangeira.

4 CONTEÚDOS BÁSICOS

Compreende-se por conteúdos básicos os conhecimentos fundamentais para

as etapas do Ensino Fundamental e Médio, considerados essenciais nas diversas

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disciplinas da Educação Básica. Os conteúdos básicos se articulam com os

conteúdos estruturantes da disciplina.

LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – INGLÊS

Ensino Fundamental Ensino Médio

Leitura

Identificação do tema, do argumento

principal e dos secundários;

Interpretação textual observando:

conteúdo veiculado, fonte,

intencionalidade e intertextualidade;

Inferências;

Linguagem não-verbal;

Marcas Linguísticas;

Realização de leitura não linear dos

diversos textos.

Leitura

Identificação do tema, do argumento

principal e dos secundários;

Interpretação textual observando:

conteúdo veiculado, fonte,

intencionalidade e intertextualidade;

Inferências;

Linguagem não-verbal;

Marcas linguísticas;

Realização de leitura não linear dos

diversos textos;

As particularidades do texto em registro

formal e informal;

Finalidades do texto;

Estética do texto;

Estética do texto literário.

Oralidade

Variedades linguísticas;

Intencionalidade do texto;

Exemplos de pronúncias e do uso de

vocábulos da língua estudada em

diferentes países;

Finalidade do texto oral;

Elementos extralinguísticos: entonação,

pausas, gestos.

Oralidade

Variedades linguísticas;

Intencionalidade do texto;

Particularidade de pronúncias da língua

estudada em diferentes países;

Finalidade do texto oral;

Elementos extralinguísticos: entonação,

pausas, gestos.

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Escrita

Adequação ao gênero: elementos

composicionais, formais e marcas

linguísticas;

Paragrafação;

Clareza de ideias;

Ortografia;

Adequar o conhecimento adquirido à

norma padrão.

Escrita

Adequação ao gênero: elementos

composicionais, formais e marcas

linguísticas;

Paragrafação;

Clareza de ideias;

Ortografia;

Adequar o conhecimento adquirido à

norma padrão.

Análise Linguística perpassando pela

Leitura, Oralidade e Escrita

Substantivos;

Adjetivos;

Pronomes pessoais, possessivos,

demonstrativos e interrogativos;

Verbo to be e there to be. (afirmativa,

interrogativa e negativa);

Tempos verbais: presente simples e

contínuo, passado simples (regular e

irregular de verbos mais comuns) e

futuro com will;

Imperativo: afirmativa e negativa;

Preposições (in, on, at, from, to...);

Advérbios de tempo, lugar e freqüência;

Vocabulário básico.

Análise linguística perpassando pela

Leitura, Oralidade e Escrita

Tempos verbais: presente simples e

contínuo, passado simples (regular e

irregular) e contínuo e futuro com will e

going to, nas formas afirmativa,

interrogativa e negativa;

Comparativo e superlativo. (graus dos

adjetivos);

Verbos Modais: Can, may, could, should,

must;

Substantivos contáveis e incontáveis;

Some, any, no e derivados;

Vocabulário relacionado aos temas

abordados nas unidades de estudo.

5 METODOLOGIA

A proposta pedagógica curricular para o ensino de Língua Estrangeira

Moderna – Inglês na EJA, está embasada nos fundamentos teórico-metodológicos

que norteiam as diretrizes curriculares para o ensino da LEM – Inglês nas escolas

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públicas do Estado do Paraná, assim como nas diretrizes destinadas aos educandos

jovens, adultos e idosos por meio dos eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo.

Outro fator importante, que deve ser considerado dentro das práticas

metodológicas é a organização individual e coletiva que requerem estudo e

planejamento, para que se escolha as formas metodológicas que melhor viabilizem a

sistematização dos conteúdos e atendam ao perfil dos educandos.

No caso do ensino da Língua Inglesa na EJA, dadas as suas características,

o trabalho parte da exploração de diversos gêneros textuais que propiciam a

exposição do educando à língua dentro de um contexto, possibilitando a análise e

estudo de sua estrutura, servindo também como ponte para o criar a interação entre

as habilidades em cada contexto.

Ao selecionar esses textos, o docente precisa se preocupar com a qualidade

do conteúdo dos textos escolhidos no que se refere às informações, e verificar se

estes levam o aluno à pesquisa e à discussão. As características do gênero a que o

texto pertence serão evidenciadas no desenvolvimento do trabalhado pedagógico.

Os elementos linguístico-discursivos, neles presentes, serão analisados na medida

em que colaborem para a compreensão dos mesmos. É importante, ainda, trabalhar

com diversos gêneros discursivos – apresentando, também, diferentes graus de

complexidade da estrutura linguística. Fazendo com que os próprios alunos façam a

escolha de seus textos e os conteúdos de cada um deles devem viabilizar os

resultados pretendidos nas diferentes séries de acordo com os objetivos específicos

propostos no planejamento do professor.

O professor deve criar diferentes estratégias para que os alunos percebam a

heterogeneidade da língua , pois, há muitas possibilidades de leitura, que não traz

em si um sentido pré-estabelecido

pelo seu autor .Para a abordagem da leitura discursiva, a inferência é um processo

relevante por possibilitar a construção de novos conhecimentos, a partir daqueles

existentes na memória do leitor.

Segundo Vygotsky (1989), o conhecimento linguístico é condição necessária

para que se possa compreender um texto,mas além disso, o leitor precisa executar

um processo de construção de sentidos e também relacionar a informação nova aos

saberes.

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Propiciar os alunos a conhecer novas culturas constatando que uma cultura

não é necessariamente melhor nem pior que outra, porém diferente. É reconhecer

que as novas palavras não são simplesmente novos rótulos para os velhos

conceitos.

O maior objetivo da leitura é trazer um conhecimento de mundo que permita

ao leitor elaborar um novo modo de ver a realidade. Para que uma leitura em Língua

Estrangeira se transforme realmente em uma situação de interação, é fundamental

que o aluno seja subsidiado com conhecimentos linguísticos, sociopragmáticos,

culturais e discursivos.

A oralidade têm como objetivo expor os alunos a textos orais, pertencentes

aos diferentes discursos, pois, a oralidade é muito mais do que o uso funcional da

língua, é aprender a expressar ideias em Língua Estrangeira mesmo que com

limitações.

De acordo com à escrita, não se pode esquecer que ela deve ser vista como

uma atividade significativa. É importante que o docente direcione as atividades de

produção textual definindo qual o objetivo da produção e para quem se escreve, em

situações reais de uso.

Quando o professor propor uma tarefa de escrita, é essencial que seja

disponibilizado recursos pedagógicos, assim como materiais disponíveis na escola:

livros didáticos, dicionários, livros paradidáticos, vídeos, DVD, CD-ROM, Internet, TV

multimídia, etc. É importante a intervenção do próprio professor, oferecendo assim,

ao aluno elementos discursivos, linguísticos, sociopragmáticos e culturais para que

ele melhore sua produção.

6 AVALIAÇÃO

As reflexões sobre as práticas avaliativas propostas pelas Diretrizes

Curriculares podem ser entendidas como ferramentas que auxiliam os professores

durante o processo de ensino-aprendizagem, assim como, propiciam ao aluno uma

dimensão de seu rendimento na escola. Sendo a avaliação processual, diagnóstica

e formativa, esta deve ser realizada paralelamente ao aprendizado do educando e

não como instrumento avaliativo único.

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A avaliação da aprendizagem necessita para cumprir o seu verdadeiro

significado, assumir a função de subsidiar a construção da aprendizagem bem

sucedida. Depreende, portanto que avaliação da aprendizagem da Língua

Estrangeira precisa superar a concepção do mero instrumento de mediação da

apreensão de conteúdos, visto que ela se configura como processual e, como tal,

objetiva subsidiar discussões acerca das dificuldades e avanços dos alunos sujeitos,

a partir de suas produções, no processo de ensino aprendizagem.

Nessa perspectiva, o envolvimento dos sujeitos alunos na construção do

significado nas práticas discursivas será a base para o planejamento das avaliações

ao longo do processo de aprendizagem. Sendo assim, a avaliação será diagnóstica,

somativa e cumulativa. A avaliação da aprendizagem será um processo constante

tendo medida de observação no desempenho nas atividades propostas que serão

analisadas e consideradas como subsídios.

7 REFERÊNCIAS

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Paraná, 2008.

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos - Paraná, 2008.

PENNYCOOK, Alastair. English and the discourses of Colonialism. London:

Routledge. 1999.

GIMENEZ, Telma. Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental: Línguas

Estrangeiras Modernas – Questões para Debate. In: PARANÁ. Secretaria de

Estado da Educação.

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9.12 LÍNGUA PORTUGUESA

1 APRESENTAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA

A Língua Portuguesa tem como objetivo a própria língua em seus vários

aspectos linguísticos ou gramaticais, descrevendo os seus longínquos antecedentes

e as subsequentes alterações fonética, estilística, morfológica, sintaxe e semântica.

Por meio do conhecimento da língua, o aluno deve ser capaz de integrar-se

de forma plena no mundo que o cerca. O acesso ao padrão culto deverá capacitá-lo

a ler, entender e questionar os diversos níveis de comunicação verbal.

A finalidade da prática da produção de texto, para que haja uma efetiva

comunicação, é registrar de forma clara e objetiva as suas ideias. No entanto, a falta

de leitura dificulta esta prática. Além da leitura que é a base para que se produza um

bom texto, é fundamental a prática da escrita. Por isso, deve-se propiciar

oportunidades variadas para que o aluno escreva, seja qual for a tipologia textual.

O indivíduo que tem como hábito a leitura, lê, interpreta e se expressa bem

por escrito e oralmente. Aprender a organizar o pensamento e conseguir manifestá-

lo, também engloba a interpretação de diversos textos, desde os literários até

aqueles produzidos pela oralidade de escritos diversos.

As atividade que visam a prática da língua de uma maneira não artificializada,

permitem aos alunos a expansão das possibilidades de uso da linguagem e a

intensificação de suas relações pessoais.

O ensino da gramática não deve ser excluído, porém o desenvolvimento da

linguística abriu novos caminhos e mostrou que a língua se constitui de diversos

níveis e que cada nível tem uma gramática própria, com regras e signos, segundo

SILVA, 2004, p. 27, “qualquer trabalho de ensino da língua materna se constitui em

um processo de enriquecimento do potencial linguístico do falante nativo, não se

perdendo de vista a multiplicidade de comunidades de fala que compõe o universo

de qualquer língua natural, multiplicidade que variará, a depender das características

de cada uma, enquanto língua histórica, isto é, língua inserida tanto sincrônica como

diacronicamente no contexto histórico em que se constitui...”

Não se pode esquecer, porém que a função da escola é garantir ao aluno o

acesso à variante culta da língua para que ele esteja inteirado plenamente nas

esferas sociais.

135

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Fundamental, também é levar o aluno a perceber que a língua é dinâmica em

permanente transformação e que ela reflete a história do próprio homem.

1.1 Histórico

O processo de ensino da Língua Portuguesa foi introduzido no Brasil através

dos jesuítas, com a finalidade de formar a elite colonial, além de alfabetizar e

catequizar os indígenas. “ A concepção de educação e trabalho de escolarização

dos indígenas estavam vinculados ao entendimento de que a linguagem reproduzia

o modo de pensar”. (DCE 2008, p. 263)

Empregando por cerca de 85% dos falantes do português, o padrão brasileiro

é hoje o mais falado, escrito, lido e estudado do mundo. É, demais, amplamente

estudado nos países da América do Sul, devido a grande importância econômica do

Brasil no Mercosul.

As variações do português da Europa e do Brasil estão no vocabulário, na

pronúncia e na sintaxe, especialmente nas variedades vernáculas, enquanto nos

textos formais essas diferenças diminuem bastante. Ambas as variedades são, sem

dúvida, dialetos da mesma língua e os falantes de ambas as variedades podem

entender-se apenas com pequenas dificuldades pontuais.

O tupi-guarani, considerada língua geral, era a língua mais utilizada no

período colonial entre colonizadores e colonizados ao lado do português, graças

aos padres jesuítas que haviam estudado e difundido a língua, porém, o ensino

restringia-se ao aprendizado da leitura e da escrita.

Em 1759, com a Reforma Pombalina, estabeleceu-se que a Língua

Portuguesa seria o idioma-base do ensino, o que tornou-a um componente

curricular. Posteriormente, com a expulsão dos jesuítas, o português fixou-se

definitivamente como idioma do Brasil. Das línguas indígenas, o português herdou

palavras ligadas à flora e à fauna, bem como nomes próprios e geográficos.

Com o fluxo de escravos trazidos da África, a língua falada na colônia

recebeu novas contribuições. A influência africana no português do Brasil, que em

alguns casos chegou também à Europa, veio principalmente do iorubá, falado pelos

negros vindos da Nigéria, e do quimbundo angolano.

Após a Independência em 1822, o português falado no Brasil sofreu

influências de imigrantes europeus que se instalaram no centro sul do país. Isso

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explica certas modalidades de pronúncia e algumas mudanças superficiais de léxico

que existem entre as regiões do Brasil, que variam de acordo com o fluxo migratório

que cada uma recebeu.

Em 1869, a Língua Portuguesa torna-se obrigatória para ingresso nas

faculdades de direito, começando, a partir disso, a ser valorizada.

No século XX, a distância entre as variantes portuguesas e brasileira do

português aumentou em razão dos avanços tecnológicos do período: não existindo

um procedimento unificado para a incorporação de novos termos à língua, certas

palavras passaram a ter formas diferentes nos dois países. Além disso, o

individualismo e nacionalismo que caracterizam o movimento romântico do início do

século intensificaram o projeto de criação de uma literatura nacional expressa na

variedade brasileira da Língua Portuguesa, argumento retomado pelos modernistas

que defendiam, em 1922, a necessidade de romper com os modelos tradicionais

portugueses e privilegiar as peculiaridades do falar brasileiro. A abertura

conquistada pelos modernistas consagrou literalmente a norma brasileira.

Considerando-se os aspectos históricos da constituição da Língua Portuguesa

enquanto disciplina escolar , salienta-se que até meados do século XIX o ensino de

Língua Portuguesa no Brasil compunha-se de três disciplinas: Retórica, Poética e

Gramática. Isso se deve ao fato de que nesta época, a escola servia aos únicos

grupos que tinham acesso a ela: as classes sociais privilegiadas que já possuíam

um certo domínio da língua culta.A gramática latina e retórica e o estudo dos grandes

autores clássicos eram os conteúdos dos cursos chamados secundários.

As disciplinas Retórica, Poética e Gramática foram fundidas numa única

disciplina, ainda na década de 40 do século XX, mas os três conteúdos continuaram

independentes.

Foi só a partir de 1950 que ocorreram alterações significativas no conteúdo da

disciplina de Português , fruto da visão de que o ensino devia ser para todos e não

apenas para a elite.

Outra alteração consistente na disciplina de Língua Portuguesa aconteceu

durante o período do governo militar iniciada em 1964, quando até mesmo o nome

da disciplina sofreu alteração: Comunicação e Expressão nas séries iniciais e

Comunicação em Língua Portuguesa nas séries iniciais de primeiro grau.

O caráter da mudança foi eminentemente político e ideológico.

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Na década de 70 e 80 surgiu uma corrente partidária do estudo da gramática

na escola regular, propondo o uso da gramática alternativa. Porém, todas elas

concordavam na defesa da legitimidade do ensino sistemático de gramática e

também eram consoantes, em relação à modalidade linguística que deveria ser

estudada: o português, utilizado pela elite, falado e escrito em seu registro formal,

pois a linguagem é entendida como forma de interação e já, nos primeiros anos da

década de 80, havia uma proposta de ensino que considerava, como unidades

básicas do ensino de Português, a leitura, a produção textual e a análise linguística.

Diante da complexidade do analfabetismo funcional, da dificuldade de leitura

compreensiva e produção de textos apresentada pelos alunos, exigem mudanças

urgentes na prática de ensino , para tanto, os professores devem assumir um

envolvimento mais efetivo na busca por alternativas de maior eficácia, possibilitando

aos alunos participar de diferentes práticas sociais onde utilizem a leitura, a escrita e

a oralidade, inserindo-os nas diversas esferas da interação, visto que a língua é a

base para toda e qualquer comunicação, daí a importância de uma base sólida.

O ponto central do trabalho pedagógico deve ser voltado à língua viva,

dialógica, permanentemente reflexiva, produtiva, uma vez que está em em constante

movimentação.

Conforme diz Rodrigues, essas novas concepções sobre o trabalho com

Língua Portuguesa na escola “apontam para um estudo mais funcional, centrado no

estudo do texto, nos processos de leitura e escrita e em uma nova metodologia do

estudo da língua, voltado para o trabalho de análise linguística”. (Rodrigues, 1990,

p.96)

Além disso, todo trabalho pedagógico reforçará o que se propõem nas

Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná quando se defende “um currículo

baseado nas dimensões científica, artística e filosófica do conhecimento. A produção

científica, as manifestações artísticas e o legado filosófico da humanidade, como

dimensões para as diversas disciplinas do currículo, possibilitam um trabalho

pedagógico que aponte na direção da totalidade do conhecimento e sua relação com

o cotidiano.” (DCEs, p. 21)

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2 OBJETIVO GERAL

Proporcionar aos alunos, através de textos com diferentes funções sociais, o

acesso à língua na sua modalidade padrão, levando-os a se envolverem com a

leitura, escrita e oralidade. Possibilitando-lhes a percepção da grandiosidade da

língua nos seus vários aspectos, entendendo seu uso social e contextualizado.

3 FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS

É no processo de interação social que a oralidade, a leitura e a escrita se

constituem como base indispensável para o ensino da Língua Portuguesa /

Literatura, como defende Bakhtin:

“A verdadeira substância da língua não é constituída por um sistema abstrato de formas linguísticas nem pela enunciação monológica isolada, nem pelo ato psicofisiológico de sua produção, mas pelo fenômeno social da interação verbal, realizada através da enunciação ou das enunciações. A interação verbal constitui assim a realidade fundamental da língua.”

(BAKHTIN/VOLOCHINOV, 1999, p.123)

O Ensino da Língua Portuguesa e da Literatura Brasileira implica pensar e

trabalhar as práticas de oralidade, leitura e escrita em seus diversos níveis de

complexidade. Essas práticas levam os(as) alunos(as) a interagir com textos de

diferentes tipologias, ampliando-lhes a capacidade de comunicação e de ultrapassar

o mero senso comum.

Democratizar o saber é oportunizar aos(às) alunos(as) o acesso à leitura,

tornando-os(as) capazes de ler nas linhas e entrelinhas; de captar as subjetividades

presentes nos textos; de perceber a presença da ideologia e da intencionalidade

do(a) autor(a); de aprimorar o discurso linguístico, tornando a norma padrão mais

acessível.

Organizar um trabalho pautado em práticas que respeitem o conhecimento

que o(a) aluno(a) já possui da língua materna e ampliar suas capacidades de

compreensão e interpretação textuais – a partir da organização estrutural da

linguagem verbal sem que a gramática normativa seja o centro das atividades de

ensino-aprendizagem

O Ensino da Língua Portuguesa / Literatura deve ser entendido como um

processo histórico dinâmico, não estanque, pois suas relações se dão em uma

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sociedade em que os indivíduos estão envolvidos em processos sociais, políticos,

econômicos, culturais, etc. Esse ensino, baseado numa perspectiva sócio-

interacionista, exige abordar as variações lingüísticas que caracterizam a linguagem

na manifestação verbal dos diferentes grupos sociais dos falantes.

O professor de Língua Portuguesa deve propiciar ao educando a prática, a

discussão, a leitura de textos de diferentes esferas sociais (jornalística, literária,

publicitária, digital e outros), garantindo-lhe um envolvimento efetivo com as práticas

discursivas.

Dessa forma, o texto não é trabalhado apenas em um momento, mas pode

dialogar com outros textos em momentos diferentes, como propõe Bakhtin em sua

teoria sobre o discurso. O texto, seja ele literário ou não, conduzirá e perpassará por

todas as práticas propostas para o ensino da Língua Portuguesa e da Literatura.

Portanto, refletir sobre a linguagem verbal, sugere uma interpretação dos

conceitos de texto e de leitura que abrangem além da linguagem escrita e oral a

interação com outras linguagens: [...] (as artes visuais, a música, o cinema, a

fotografia, a semiologia gráfica, o vídeo, a televisão, o rádio, a publicidade, os

quadrinhos, as charges, a multimídia e todas as formas infográficas ou qualquer

outro meio linguageiro criado pelo homem, percebendo seu chão comum ( são todas

práticas sociais discursivas) e suas especificidades (seus diferentes suportes

tecnológicos, seus diferentes modos de composição e de geração de significados).

(FARACO,2002,p. 101)

4 CONTEÚDO ESTRUTURANTE

De acordo com a DCE o conteúdo estruturante é o discurso como prática

social.

5 CONTEÚDOS BÁSICOS

ENSINO FUNDAMENTAL

Prática da leitura Prática da oralidade Prática da escrita

- Tema do texto;

- Interlocutor;

- Finalidade;

- Tema do texto;

- Finalidade;

- Argumentatividade;

- Tema do texto;

- Interlocutor;

- Finalidade do texto;

140

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- Aceitabilidade do texto;

- Informatividade;

- Discurso direto e indireto;

-Elementos

composicionais do gênero;

- Léxico;

-Marcas linguísticas;

coesão, coerência, função

das classes gramaticais do

texto, pontuação, recursos

gráficos (como aspas,

travessão, negrito), figuras

de linguagem.

- Intertextualidade;

-Informações explícitas e

implícitas;

- Repetição proposital de

palavras;

- Intencionalidade do texto;

- Situacionalidade;

- Vozes sociais presentes

no texto;

-Relação de causa e

consequência entre as

partes e elementos do

texto;

-Semântica: operadores

argumentativos;

polissemia, sentido

denotativo e conotativo

das palavras no texto,

expressões que denotam

ironia e humor no texto;

-Papel do locutor e

interlocutor;

-Elementos

extralinguísticos:

entonação, expressão

facial, gestual e corporal,

pausas, gestos...;

- Adequação do discurso

ao gênero;

- Turnos de fala;

-Variações linguísticas

(lexicais, semânticas,

prosódicas, entre outras);

-Marcas linguísticas:

coesão, coerência, gírias,

repetição, recursos

semânticos;

- Semântica;

- Aceitabilidade do texto;

- Informatividade;

- Elementos semânticos;

- Adequação da fala ao

contexto (uso de

conectivos, gírias,

repetições, etc);

- Diferenças e

semelhanças entre o

discurso oral e o escrito;

- Vícios de linguagem;

Literatura Juvenil,

Brasileira, Paranaense,

Portuguesa, Indígena e

Africana.

- Informatividade;

- Argumentatividade;

- Discurso direto e indireto;

- Elementos

composicionais do gênero;

- Divisão do texto em

parágrafos;

-Marcas linguísticas:

coesão, coerência, função

das classes gramaticais no

texto, pontuação, recursos

gráficos( aspas, travessão,

negrito), figuras de

linguagem.

- Processo de formação de

palavras;

- Acentuação gráfica;

- Ortografia;

- Concordância

verbal/nominal;

- Conteúdo temático;

- Intencionalidade do texto;

- Aceitabilidade do texto;

- Situacionalidade;

- Intertextualidade;

- Vozes sociais presentes

no texto;

- Relação de causa e

consequência entre as

partes e elementos do

texto;

- Semântica: operadores

argumentativos;

141

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modalizadores, figuras de

linguagem, ambiguidade;

- Temporalidade;

-Discurso ideológico

presente no texto;

-Partículas conectivas do

texto;

-Progressão referencial no

texto;

-Literatura Infanto-juvenil,

Brasileira, Paranaense,

Portuguesa, Indígena e

Africana.

ambiguidade;

modalizadores; polissemia;

sentido conotativo e

denotativo das palavras no

texto; expressões que

denotam ironia e humor no

texto;

- Papel sintático e

estilístico dos pronomes na

organização, retomadas e

sequenciação do texto;

- Temporalidade;

- Partículas conectivas do

texto;

- Progressão referencial no

texto;

- Sintaxe de concordância;

- Sintaxe de regência;

- Processo de formação de

palavras;

- Literatura Infanto-Juvenil,

Brasileira, Paranaense,

Portuguesa, Indígena e

Africana.

142

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ENSINO MÉDIO

Prática da leitura Prática da oralidade Prática da escrita

- Conteúdo temático;

- Interlocutor;

- Finalidade do texto;

- Aceitabilidade do texto;

- Informatividade;

- Discurso direto e indireto;

- Elementos

composicionais do gênero;

- Léxico;

- Marcas linguísticas;

coesão, coerência, função

das classes gramaticais do

texto, pontuação, recursos

gráficos (como aspas,

travessão, negrito), figuras

de linguagem.

- Intertextualidade;

- Informações explícitas e

implícitas;

- Repetição proposital de

palavras;

- Intencionalidade do texto;

- Situacionalidade;

- Vozes sociais presentes

no texto;

- Relação de causa e

consequência entre as

partes e elementos do

texto;

- Semântica: operadores

- Conteúdo temático;

- Finalidade;

- Argumentatividade;

- Papel do locutor e

interlocutor;

- Elementos

extralinguísticos:

entonação, expressões

facial, gestual e corporal,

pausas, gestos...;

- Adequação do discurso

ao gênero;

- Turnos de fala;

- Variações linguísticas

( lexicais, semânticas,

prosódicas, entre outras);

- Marcas linguísticas:

coesão, coerência, gírias,

repetição, recursos

semânticos;

- Semântica;

- Aceitabilidade do texto;

- Informatividade;

- Elementos semânticos;

- Adequação da fala ao

contexto (uso de

conectivos, gírias,

repetições, etc);

- Diferenças e

semelhanças entre o

- Conteúdo temático;

- Interlocutor;

- Finalidade do texto;

- Informatividade;

- Argumentatividade;

- Discurso direto e indireto;

- Elementos

composicionais do gênero;

- Divisão do texto em

parágrafos;

- Marcas linguísticas:

coesão, coerência, função

das classes gramaticais no

texto, pontuação, recursos

gráficos( aspas, travessão,

negrito), figuras de

linguagem.

- Processo de formação de

palavras;

- Acentuação gráfica;

- Ortografia;

- Concordância

verbal/nominal;

- Conteúdo temático;

- Intencionalidade do texto;

- Aceitabilidade do texto;

- Situacionalidade;

- Intertextualidade;

- Vozes sociais presentes

no texto;

143

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argumentativos;

polissemia, sentido

denotativo e conotativo

das palavras no texto,

expressões que denotam

ironia e humor no texto;

modalizadores, figuras de

linguagem, ambiguidade;

- Temporalidade;

- Discurso ideológico

presente no texto;

- Partículas conectivas do

texto;

- Progressão referencial no

texto;

- Literatura Paranaense,

Portuguesa, Indígena e

Africana.

discurso oral e o escrito;

- Vícios de linguagem;

- Intencionalidade;

- Literatura Paranaense,

Portuguesa, Indígena e

Africana.

- Relação de causa e

consequência entre as

partes e elementos do

texto;

- Semântica: operadores

argumentativos;

ambiguidade;

modalizadores; polissemia;

sentido conotativo e

denotativo das palavras no

texto; expressões que

denotam ironia e humor no

texto;

- Papel sintático e

estilístico dos pronomes na

organização, retomadas e

sequenciação do texto;

- Temporalidade;

- Partículas conectivas do

texto;

- Progressão referencial no

texto;

- Sintaxe de concordância;

- Sintaxe de regência;

- Processo de formação de

palavras;

- Referência textual;

- Ideologia presente no

texto;

- Literatura Brasileira,

Paranaense, Portuguesa,

Indígena e Africana.

144

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6 METODOLOGIA

A escola não é o único espaço de produção e socialização de saberes, por-

tanto, o público de EJA que já possui uma bagagem cultural e de conhecimentos

adquiridos em outras instâncias sociais, deve ter um encaminhamento metodológico

diferenciado de acordo com a trajetória percorrida. A essa bagagem deve ser

acrescentados os saberes científicos, possibilitando-lhes um aprimoramento de sua

consciência crítica; tornando-os capazes de adotar atitudes éticas e compromisso

político; fornecendo-lhes subsídios para que se afirmem como sujeitos ativos, críti-

cos, criativos e democráticos; favorecendo o desenvolvimento de sua autonomia in-

telectual e tendo capacidade de ressignificar suas experiências socioculturais.

Um aspecto importante a ser considerado dentro das práticas metodológicas

é a organização da modalidade da EJ, que pressupõe de acordo com o Projeto Polí-

tico Pedagógico, a efetivação da concepção de ensino que deve-se estudar e plane-

jar as formas metodológicas que melhor viabilizem a sistematização dos conteúdos

e atendam ao perfil dos educandos, tanto na organização coletiva como na indivi-

dual.

PRÁTICA DA ORALIDADE

Partido do pressuposto que a prática discursiva mais utilizada é a fala, as ati-

vidades orais trabalhadas pela escola devem dar condições ao aluno de falar fluen-

temente em situações formais, fazendo com que usufrua dos abundantes recursos

expressivos da língua e, acima de tudo, perceba a importância que está no saber fa-

lar e ouvir.

Num país onde as variantes linguísticas são tantas, não há como uniformizar

o falar. Ele, sem dúvida, sofrerá influências dos fatos.

Portanto, a função do professor deve ser de, gradativamente, permitir ao alu-

no que conheça e faça uso da língua padrão através de debates; seminários; conta-

ção de histórias; declamação de poemas; troca de opiniões; júris-simulados; depoi-

mentos de situações vivenciadas por eles ou outros; apresentação de temas diver-

sos como livros, filmes, fatos relacionados à família, possibilitando-lhe o desenvolvi-

mento da argumentação e levando-o a reconhecer a necessidade desse uso em de-

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terminados contextos sociais, tornando-o capaz de se posicionar de forma crítica

diante de uma sociedade de classes, com tantas contradições.

PRÁTICA DE LEITURA

A prática da leitura é o elemento central em torno do qual devem ser

pensadas e organizadas as atividades de trabalho com a língua materna. Encarar o

texto como o centro do sistema tem sua justificativa: é nele que a linguagem se

materializa, adquire várias configurações e, assim, exerce sua função social.

Trabalhar com a leitura torna a reflexão sobre os usos e as funções da linguagem

algo contextualizado e, desse modo, coerente para o aluno, que consegue enxergar

ali um propósito para as reflexões que irá realizar nas aulas de Língua Portuguesa.

Sendo assim, as atividades relacionadas à leitura proporcionam ao aluno

oportunidades de explorar a compreensão (tanto na esfera lexical, quanto

gramatical), a interpretação e a expansão dos sentidos atribuídos à leitura; fazer

analogias com outras disciplinas; imaginar situações relacionadas à temática,

estratégias estas que permitem estabelecer relações intertextuais e ampliar as

possibilidades interpretativas, fazendo com que o ato de ler não fique restrito ao

contexto escolar. É o ato de ler com expediente para a vida e não para a escola.

Tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio, serão propostas

atividades diversificadas com os gêneros orais, como: apresentação de temas

variados (histórias de família, da comunidade, filmes, livros); depoimentos sobre

situações significativas vivenciadas pelo aluno ou pessoas do seu convívio;

dramatização; debates, seminários, júris-simulados e outras atividades que

possibilitem o desenvolvimento da argumentação; troca de opiniões; recado; elogio;

explicação; contação de histórias; declamação de poemas; escuta de gravações de

telejornais para posterior análise do discurso oral usado, exposição oral sobre temas

estudados por quem expõe, discursos políticos, entre outros. A escola deve ser um

ambiente rico em textos e suportes de textos de modo que o aluno experimente de

maneira concreta e ativa , as múltiplas possibilidades de interlocução com os

mesmos.

As atividades de interpretação e compreensão de um texto devem servir

como norteador do trabalho a ser desenvolvido, pois através dessas atividades o

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professor poderá perceber os conhecimentos de mundo do aluno e os

conhecimentos linguísticos que ele domina.

PRÁTICA DE ESCRITA

O sujeito capaz de expressar-se adequadamente através de um texto escrito

estará apto ao exercício de sua cidadania, tornar-se-á um cidadão íntegro, com

consciência humanista e espírito crítico, preparado para intervir na sociedade, além

de ser capaz de estabelecer parâmetros de avaliação para a imensa quantidade de

informação que está ao seu alcance.

O mundo mudou, as crianças e os jovens que frequentam a escola mudaram,

transformou-se profundamente a relação com o conhecimento e é impossível não

pensar no ensino e na aprendizagem da Língua Portuguesa dentro desse novo

cenário.

As atividades buscam realizar um trabalho contextualizado e funcional com os

conhecimentos linguísticos, articulando-os às leituras de diversos gêneros, levando-

os às reflexões que essas leituras propiciam em termos de uso da linguagem, tendo

em vista que as informações são interligadas e o funcionamento cognitivo se dá em

rede.

É interessante pensar no ensino de língua na forma como propõe Marcuschi:

Partindo do princípio que são os usos que fundam a língua e não o contrário, defende-se a ideia de que falar ou escrever bem não é ser capaz de adequar-se às regras da língua, mas é usar adequadamente a língua para produzir um efeito de sentido pretendido numa dada situação. Portanto, é a intenção comunicativa que funda o uso da língua e não a morfologia ou a gramática. Não se trata de saber como se chega a um texto ideal pelo emprego de formas, mas como se chega a um discurso significativo pelo uso adequado às práticas e à situação a que se destina. (MARCUSCHI, 2007, p. 9)

Essa prática abrirá espaço para as atividades de reflexão dos recursos

linguísticos e seus efeitos de sentido nos textos. Os conteúdos gramaticais serão

estudados a partir de seus aspectos funcionais na constituição da unidade de

sentido dos enunciados. Por isso, o professor levará em consideração não somente

a gramática normativa, mas também as outras, como a descritiva e a internalizada

no processo de ensino da Língua Portuguesa.

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[...]o texto é um construto histórico e social, extremamente complexo e multifacetado, cujos segredos (quase ia dizendo mistérios) é preciso desvendar para compreender melhor esse “milagre” que se repete cada nova interlocução – a interação pela linguagem, linguagem que, como dizia Carlos Franchi, é atividade construtiva.(KOCH, 2003, p. 9)

Tomar o texto como objeto de estudo é, portanto, uma necessidade

metodológica para um ensino que pretenda ser significativo e formador, evitando a

mera exposição de conteúdos estanques, saberes fragmentados, classificações de

terminologias desconectadas de um contexto de uso.

Acolhendo conceito de textos como representando gêneros, e não tipos, o ensino da língua materna passa a reconhecer e desenvolver diferentes práticas discursivas – aos gêneros literários, únicos admitidos até então nas salas de aula[sobretudo até a segunda metade do século passado, e aos gêneros de circulação exclusivamente escolar, acrescentam-se aqueles muitos outros gêneros pertencentes a outros domínios discursivos, gêneros que circulam nas práticas sociais fora das paredes da escola.(SOARES, 2008, p. 8)

O professor instigará, no aluno, a compreensão das semelhanças e

diferenças, dependendo do gênero, do contexto de uso e da situação de interação,

dos textos orais e escritos, a percepção da multiplicidade de usos e funções da

língua, o reconhecimento das diferentes possibilidades de ligações e de construções

textuais, a reflexão sobre essas e outras particularidades linguísticas observadas no

texto, conduzindo-o às atividades epilinguísticas e metalinguísticas, à construção

gradativa de um saber linguístico mais elaborado, a um falar sobre a língua.

É fundamental para a disciplina de Língua Portuguesa a utilização da

abordagem descrita para o sucesso das práticas pedagógicas em sala de aula.

A prática de reescrita como ferramenta fundamental para o ensino da

modalidade escrita da língua, também é um procedimento de correção textual. Ao

reescrever um texto, o autor se debruça sobre sua própria produção e reflete sobre

ela, podendo assim desenvolver o potencial de refletir metalinguisticamente, ou seja,

sobre a linguagem.

No ato de reescrita, o autor do texto passa da condição de produtor à de leitor

e analista de seu texto. Nessa mudança de posição, muitos aspectos textuais podem

vir à tona, sobretudo àqueles ligados à coesão e à coerência textuais.

O raciocínio de reescrita deve caminhar sempre no sentido de melhoria global

da produção, é fazer com que o aluno trabalhe tanto com a noção de adequação

quanto com a noção de correção. Nesta alternância de papéis – produtor/leitor, e

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com a imprescindível mediação do professor, o aluno desenvolve autonomia em

relação àquilo que ele produz, condição essencial à construção efetiva do

conhecimento.

Em resumo, seja na reescrita, seja na retextualização (nos termos de

MARCUSCHI), a mediação do professor é crucial. Tornar-se leitor do próprio texto

não é uma transição automática, ao contrário, é um exercício que o aluno precisa

aprender a fazer.

ANÁLISE LINGUÍSTICA

A análise linguística será uma prática complementar às práticas de

leitura, oralidade e escrita, visto que possibilitará “a reflexão consciente sobre

fenômenos gramaticais e textual-discursivos que perpassam os usos linguísticos,

seja no momento de ler/escutar, de produzir textos ou de refletir sobre esses

mesmos usos da língua.” (MENDONÇA, 2006, p. 204).

Partindo do pressuposto, faz-se necessário deter-se nas diferentes formas de

entender as estruturas de uma língua e, consequentemente, as gramáticas que

procuram sistematizá-la.

Considerando a interlocução como ponto de partida para o trabalho com o

texto, os conteúdos gramaticais devem ser estudados a partir de seus aspectos

funcionais na constituição da unidade de sentido dos enunciados. Daí a importância

de considerar não somente a gramática normativa, mas também as outras, como a

descritiva, a internalizada e, em especial, a reflexiva no processo de ensino de

Língua Portuguesa.

Dessa forma, quanto mais variado for o contato do aluno com

diferentes gêneros discursivos (orais e escritos), mais fácil será assimilar as

regularidades que determinam o uso da língua em diferentes esferas sociais.

(BAKHTIN, 1992)

Compreender os recursos que o texto usa e o sentido que ele expressa é

refletir com e sobre a língua, numa dimensão dialógica da linguagem.

7 AVALIAÇÃO

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Pelo fato da Língua Portuguesa ser uma disciplina que oferece riquezas e

atividades, proporciona variedades orais comuns no seu cotidiano, como:

programas televisivos, discursos políticos e suas próprias falas.

A avaliação deverá condizer com os fundamentos da proposta atual, isto é,

ser contínua, cumulativa, diagnóstica e formativa para que não haja fragmentação

do processo de domínio práticas discursivas, que envolve tempo e variedade de

práticas para se concretizar e nunca deve resultar da simples exposição de

conteúdos ao aluno.

Sendo a avaliação como parte integrante do trabalho realizado em sala de

aula, as atividades desenvolvidas devem refletir o processo de ensino e seus

resultados, sendo esse um importante aspecto da avaliação em que será

observado o processo de ensino-aprendizagem, verificando não só o

desenvolvimento do aluno, mas também o desempenho do docente e suas práticas.

Isso fará com que o professor reveja sua metodologia, podendo redirecioná-la para

atingir os objetivos propostos.

Na escrita, os textos produzidos devem ser avaliados de forma clara, com

critérios explícitos : adequação à proposta, conteúdo satisfatório, obediência à

norma padrão, coesão, coerência.... É importante também que o aluno seja um

avaliador de textos, inclusive do seu.

A oralidade será avaliada em função da adequação do discurso/texto aos

diferentes interlocutores e situações. Assim, o professor verificará a participação do

aluno em seminários, debates, troca informal de ideias, entrevista, relato histórico,

tendo em vista que a adequação da fala será diferente e isso deve ser considerado

na análise de produção oral.

A avaliação da análise linguística será realizada como uma prática reflexiva e

contextualizada, considerando os elementos linguísticos utilizados nos diferentes

gêneros.

O docente deverá posicionar-se como um contínuo observador das

dificuldades de maior incidência na expressão linguística dos alunos e, com base

nos resultados dessa observação, outras estratégias serão estabelecidas,

redefinindo objetivos.

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A avaliação na disciplina de Língua Portuguesa, quer na oralidade, na leitura,

na escrita ou na análise linguística, deverá ser realizada continuamente buscando o

constante aperfeiçoamento linguístico.

8 REFERÊNCIAS

BAKHTIN, Michail (Volochinov). Marxismo e Filosofia da Linguagem. Trad. de Michel Lahud e Yara Frateschi. 9 ed.São Paulo: Hucitec, 1999

BRANDÃO; MICHELETTI. A leitura numa visão histórico-científica ( algumas considerações). 2007, p. 18. Recanto das Letras.

CEREJA, William Roberto Cereja. Ensino de Literatura: Uma proposta Dialógica para o trabalho com literatura. São Paulo: Atual, 2005.

DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO PARANÁ – EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS.

MARCUSCHI, Luis Antonio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2005.

MENDONÇA, Márcia. Análise linguística no ensino médio: um novo olhar, um outro objeto. IN: BUNZEN, Clécio; MENDONÇA, Márcia [orgs.]. Português no ensino médio e formação do professor. 2 ed. São Paulo: Parábola, 2006.

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Paraná, 2008.

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos - Paraná, 2008.

SOARES, M.(1998) Letramento – um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Ceale/Autêntica

YUNES, Eliana. Pelo Avesso: a leitura e o leitor. Revista de Letras. Curitiba: Editora da UFPR, 1995, nº 44, p.185-196.

ZAPPONE, Mirian Hisae Yaegashi. Estética da Recepção. In: BONNICI, Thomas; ZOLIN, Lúcia Osana (org). Teoria Literária: Abordagens históricas e tendências contemporâneas. Maringá: UEM, 2004.

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9.13 MATEMÁTICA

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

“Em todos os lugares do mundo, independente de raças, credos ou sistemas políticos, desde os primeiros anos da escolaridade, a Matemática faz parte dos currículos escolares, ao lado da Linguagem Natural, como uma disciplina básica. Parece haver um consenso com relação ao fato de que seu ensino é indispensável e sem ele é como se a alfabetização não se tivesse completado”. (MACHADO, 1993)

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica, a matemática

é uma atividade humana em construção. Pela Educação Matemática, almeja-se um

ensino que possibilite aos estudantes análises,discussões,conjecturas, apropriação

de conceitos e formulação de idéias. Aprende-se Matemática não somente por sua

beleza ou pela consistência de suas teorias, mas, para que, a partir dela, o homem

amplie seu conhecimento e, por conseguinte, contribua para o desenvolvimento da

sociedade. É necessário que o processo pedagógico em Matemática contribua para

que o estudante tenha condições de constatar regularidades, generalizações e

apropriação de linguagem adequada para descrever e interpretar fenômenos

matemáticos e de outras áreas do conhecimento. A matemática é vista como um

saber vivo, dinâmico, construído para atender às necessidades sociais, econômicas

e teóricas ao longo dos vários períodos históricos que a humanidade passou. É

necessário que o processo pedagógico em Matemática contribua para que o

estudante tenha condições de constatar regularidades, generalizações e apropriação

de linguagem adequada para descrever e interpretar fenômenos matemáticos e de

outras áreas do conhecimento. Apontar a perspectiva da Educação Matemática para

a elaboração destas Diretrizes implica em pensar na transposição didática que

regula a ligação entre a Matemática como campo de conhecimento e disciplina

escolar.

2 OBJETIVO GERAL

Segundo as diretrizes curriculares da educação básica, pode-se explicitar que

o maior objetivo da disciplina é que o educando possa compreender os conceitos e

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princípios matemáticos, raciocinar claramente e comunicar ideias matemáticas,

reconhecer suas aplicações e abordar problemas matemáticos com segurança.

3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/ CONTEÚDOS BÁSICOS

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica os Conteúdos

Estruturantes propostos são:

Conteúdos

Estruturantes

Ensino Fundamental Ensino Médio

NÚMEROS

E ÁLGEBRA

• Sistemas de numeração;

• Números Naturais;

• Múltiplos e divisores;

• Potenciação e radiciação;

• Números fracionários;

• Números decimais.

• Números Inteiros;

• Números Racionais;

• Equação e Inequação do 1o

grau;

• Razão e proporção;

• Regra de três simples.

• Números Racionais e

Irracionais;

• Sistemas de Equações do 1o

grau;

• Potências;

• Monômios e Polinômios;

• Produtos Notáveis.

• Números Reais;

• Propriedades dos radicais;

• Equação do 2o grau;

• Teorema de Pitágoras;

• Números Reais;

• Números Complexos;

• Sistemas lineares;

• Matrizes e Determinantes;

• Polinômios;

• Equações e Inequações

Exponenciais, Logarítmicas e

Modulares.

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• Equações Irracionais;

• Equações Biquadradas;

• Regra de Três Composta.

GRANDEZAS E

MEDIDAS

• Medidas de comprimento;

• Medidas de massa;

• Medidas de área;

• Medidas de volume;

• Medidas de tempo;

• Medidas de ângulos;

• Sistema monetário.

• Medidas de temperatura;

• Medidas de ângulos.

• Medidas de comprimento;

• Medidas de área;

• Medidas de volume;

• Medidas de ângulos.

• Relações Métricas no

Triângulo Retângulo;

• Trigonometria no Triângulo

Retângulo.

• Medidas de Área;

• Medidas de Volume;

• Medidas de Grandezas

Vetoriais;

• Medidas de Informática;

• Medidas de Energia;

• Trigonometria.

FUNÇÕES

• Função Afim;

• Função Quadrática;

• Função Polinomial;

• Função Exponencial;

• Função Logarítmica;

• Função Trigonométrica;

• Função Modular;

• Progressão Aritmética;

• Progressão Geométrica.

GEOMETRIAS • Geometria Plana;

• Geometria Espacial.

• Geometria Plana;

• Geometria Plana;

• Geometria Espacial;

• Geometria Analítica;

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• Geometria Espacial;

• Geometrias não-euclidianas.

• Geometria Plana;

• Geometria Espacial;

• Geometria Analítica;

• Geometrias não- euclidianas.

• Geometria Plana;

• Geometria Espacial;

• Geometria Analítica;

• Geometrias não- euclidianas.

• Geometrias não-euclidianas

TRATAMENTO DA

INFORMAÇÃO

• Dados, tabelas e gráficos;

• Porcentagem.

• Pesquisa Estatística;

• Média Aritmética;

• Moda e mediana;

• Juros simples.

• Gráfico e Informação;

• População e amostra.

• Noções de Análise

Combinatória;

• Noções de Probabilidade;

• Estatística;

• Juros Compostos.

• Análise Combinatória;

• Binômio de Newton;

• Estudo das Probabilidades;

• Estatística;

• Matemática Financeira.

4 METODOLOGIA

De acordo com as Diretrizes Curriculares de EJA consideramos os três eixos

articuladores: cultura, trabalho e tempo, no encaminhamento metodológico da

disciplina que deverão estar inter-relacionados. É necessário levar em consideração

o perfil dos nossos educandos, quer na faixa etária, sendo de idades variadas,

desde quinze anos até setenta anos, quer nos conhecimentos adquiridos, quer na

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experiência educativa de cada um. Também é importante destacar o que pressupõe

o Projeto Político Pedagógico:

Com relação à aprendizagem, busca-se efetivar a concepção de ensino e metodologia constantes na Proposta Pedagógica, através de seu estudo e planejamento, onde são discutidas e escolhidas as formas metodológicas que melhor viabilizem a sistematização dos conteúdos e atendam ao perfil dos educandos, tanto na organização coletiva como na individual. A organização individual requer um planejamento bem elaborado e organizado, porque é o educando que faz e organiza seu horário de aula e turno, podendo estudar com vários professores de uma mesma disciplina e a organização coletiva necessita de metodologias dinâmicas que envolvam os educandos e desperte a vontade de aprender.

Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação Básica, os

conteúdos propostos devem ser abordados por meio de tendências metodológicas

da Educação Matemática que fundamentam a prática docente, das quais

destacamos:

• resolução de problemas;

• modelagem matemática;

• mídias tecnológicas;

• etnomatemática;

• história da Matemática;

• investigações matemáticas.

Dentro dos recursos didáticos e tecnológicos utilizados estão: o quadro de giz,

a TV pen drive, vídeos , cds, vários materiais didáticos , o laboratório de informática

e outros eventuais.

Convém destacar a abordagem das leis: 10639/03 História e Cultura Afro-

Brasileira, 11645/08 História e Cultura Afro-Indigina e a lei 9795/99 Educação

Ambiental por meio de pesquisas, interpretações gráficas e citações de

contribuições das referidas raças para nossa disciplina sendo abordadas também

várias situações que envolvem o meio ambiente.

5 AVALIAÇÃO

A finalidade da avaliação é proporcionar aos alunos novas oportunidades para

aprender e possibilitar ao professor refletir sobre seu próprio trabalho, bem como

fornecer dados sobre as dificuldades de cada aluno (ABRANTES, 1994, p. 15).

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De acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação Básica

no processo avaliativo, é necessário que o professor faça uso da observação

sistemática para diagnosticar as dificuldades dos alunos e criar oportunidades

diversificadas para que possam expressar seu conhecimento. Tais oportunidades

devem incluir manifestação escritas, orais e de demonstração, inclusive por meio de

ferramentas e equipamentos, tais como materiais manipuláveis, computador e

calculadora.

De acordo com as Diretrizes Curriculares da EJA, os instrumentos de avaliação

devem ser repensados, reavaliados e ressignificados para que, de fato, possam

atingir seus objetivos, tendo significado para o educando, não sendo somente

memorização ou conteúdo específico para uma prova, mas que sejam reflexivos,

relacionais e compreensíveis. Devendo levar em conta os saberes e a cultura do

educando e voltada para a cidadania e autonomia dos educandos deixando de ser

um processo técnico

6 REFERÊNCIAS

ABRANTES, P. Avaliação e educação matemática. Série reflexão em educação

matemática. Rio de Janeiro: MEM/USU/GEPEM, 1994.

BURIASCO, R. L. C. de. Análise da produção escrita: a busca do conhecimento escondido. In: ROMANOWSKI, J. P.; MARTINS, P. L. O.;JUNQUEIRA, S. R. A. (orgs.) Conhecimento local e conhecimento universal: a aula, aulas nas ciências naturaise exatas, aulas nas letras e nas artes. Curitiba: Champagnat, 2004.

MACHADO, N. J. Interdisciplinaridade e Matemática. Revista Quadrimestral da Faculdade de Educação - Unicamp - Proposições. Campinas, n. 1 [10], p. 25-34, mar. 1993.

PAVANELO, R. M. ; NOGUEIRA, C. M. I. Avaliação em Matemática: algumas considerações. Avaliação Educacional. 2006, v. 17, n. 33. Disponível em: www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/eae/arqivos/1275/arquivoAnexado.pdf>. Acesso em: 21 jan. 2008.

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Paraná, 2008.

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos - Paraná, 2008.

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MACHADO, Arthur Versiani. Métodos e meios de ensino: Categorias Básicas da

tecnologia educacional. Disponível em:<

www.ufmt.br/revista/arquivo/rev16/machado.htm >. Acesso em: 5 set. 2010.

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9.14 QUÍMICA

1 APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

A química é o estudo dos materiais, suas transformações naturais ou

influenciadas pela interferência humana e deve ser demonstrada aos nossos alunos

de forma que amplie a visão sobre a origem, evolução, importância e campo atual de

estudo da mesma, em que a aprendizagem dos conceitos químicos constitua

apropriação de parte do conhecimento científico.

Historicamente o homem desde a sua trajetória primitiva, vem acumulando

conhecimentos necessários para sua sobrevivência, o que proporcionou a trajetória

atual em que a química vai percorrendo e avançando cada vez mais acompanhando

o desenvolvimento da humanidade. Segundo Chassot (2004, p. 119),

A busca de novos materiais para o fabrico de vestuário e para construção de habitações se assemelha ao que faziam os alquimistas, que com a evaporação dos líquidos ou com a recalcinação de sólidos procuravam melhorar a qualidade das substâncias. As retortas, os cresóis, os alambiques de então estão nos modernos laboratórios de hoje, sob a forma de sofisticada aparelhagem de vidros especiais.

A história da química acompanha muitos fatos políticos sociais , culturais e,

principalmente as transformações ambientais decorrentes da extração e modificação

provocadas pelo próprio desenvolvimento da humanidade. A maioria das

descobertas até hoje, só foi possível graças aos acidentes ocasionais e não por

somente uma preocupação científica.

Assim,o curso da vida moderna mantém uma relação com as recentes

conquistas da química e é impulsionada pelos interesses econômicos, sociais,

culturais e até religiosos. As novas substâncias descobertas e sintetizadas nos

laboratórios permitem o surgimento de novos produtos fabricados pelas indústrias.

Iniciamos o século XXI com a atenção voltada para as rápidas transformações

ambientais resultantes de um consumismo exagerado e da falta de conhecimento e

controle da produção de substâncias químicas, as quais, tem gerado inúmeros

problemas de ordem social e econômica.

Passamos a conviver com catástrofes na natureza e sendo desafiados diariamente

a entender todos esses fenômenos de impacto mundial.

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O impacto sobre o meio ambiente é decorrente ... à ânsia consumista que o capitalismo conseguiu disseminar na consciência da humanidade e que se identifica na busca ... acelerada, sendo a própria razão ontológica do processo civilizatório. (MALDANER apud BUARQUE, 1990, p. 120)

Percebemos a urgência e eminência da humanização do ensino da química

em detrimento de uma sociedade que respeite o ser humano, preserve os recursos

naturais, tão importantes para sua sobrevivência, e que aprenda a administrá-los

dentro de um desenvolvimento sustentável.

O ensino de Química deve ser abordado de forma que sejam dados

significados aos conceitos científicos construídos e reconstruí-los dando significado

em diferentes contextos, por meio da inserção do aluno na cultura científica, seja no

desenvolvimento de práticas experimentais, na análise de situações cotidianas. A

experimentação é a metodologia que aproxima o aprendiz ao objeto de estudo

químico para que a compreensão e a apropriação do conhecimento químico

aconteça.

...devemos criar condições favoráveis e agradáveis para o ensino e aprendizagem da disciplina, aproveitando, no primeiro momento, a vivencia dos alunos, os fatos do dia-a-dia, a tradição cultural e a mídia, buscando com isso reconstruir os conhecimentos químicos para que o aluno possa refazer a leitura de seu mundo. (BERNARDELLI, 2004, p. 2).

2 OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA

A disciplina de Química tem como objetivo principal desenvolver com os

alunos assuntos que sejam relevantes por serem significativos, reafirmando a

importância dos contextos escolares para a formação de cidadãos. Afinal, é nesta

instituição social chamada escola que, por meio da mediação docente, os alunos

poderão ter acesso a e se apropriar de conhecimento historicamente construídos

pela cultura humana – conhecimentos científicos/químicos – que lhes permitem

outras leituras críticas do mundo no qual estão inseridos. [Schnetzler, Roseli P.,

Química Nova Na Escola, no 20, novembro 2004].

3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES / CONTEÚDOS BÁSICOS

São conteúdos estruturantes de química segundo descrito nas DCEs:

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• Matéria e sua natureza;

• Biogeoquímica;

• Química sintética.

Com base na proposta de Mortimer e Machado (2000), apresenta-se o

esquema a seguir, em cujo centro está o objeto de estudo da Química (Substâncias

e Materiais) sustentado pela tríade Composição, Propriedades e Transformações,

presente nos conteúdos estruturantes Matéria e sua natureza, Biogeoquímica e

Química Sintética.

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS

MATÉRIA E SUA

NATUREZA

BIOGEOQUÍMICA

MATÉRIA

Constituição da matéria;

- Estados de agregação;

- Natureza elétrica da matéria;

- Modelos atômicos (Rutherford, Thomson,

Dalton, Bohr);

- Estudo dos metais;

- Tabela Periódica.

SOLUÇÃO

- Substâncias simples e composta;

- Mistura;

- Dispersão e suspensão;

- Métodos de separação; Solubilidade

GASES

- Estados físicos;

- Tabela periódica;

- Propriedades dos gases;

- Misturas gasosas;

LIGAÇÕES

QUÍMICAS

- Tabela periódica;

- Propriedade dos materiais;

- Tipos de ligações químicas;

- solubilidade;

- interações intermoleculares e

propriedades das substâncias moleculares;

- Ligações de hidrogênio;

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QUÍMICA

SINTÉTICAFUNÇÕES

QUÍMICAS

- Funções inorgânicas

Ácidos, bases, sais e óxidos (identificação,

nomenclatura e formulação)

REAÇÕES

QUÍMICAS

- Representação das reações químicas;

- Reações de neutralização;

- Reações de decomposição;

- Reações de síntese;

- Reações de simples troca;

- Reações de dupla troca;

- Reações de oxi-redução;

- Balanceamento de reações.

MATÉRIA E SUA

NATUREZA

BIOGEOQUÍMICA

QUÍMICA

SINTÉTICA

REAÇÕES

QUÍMICAS

- Grandezas Químicas (massa atômica,

mol,

massa molar, número de átomos, volume

molar)

- Cálculos químicos (relação entre as

grandezas

químicas);

- Estequiometria de reação

REAÇÕES

QUÍMICAS

- Reações endotérmicas e exotérmicas;

- Diagrama das reações exotérmicas e

endotérmicas;

- Variação de entalpia;

- Calorias;

- Equações termoquímicas;

- Princípios da termodinâmica;

- Lei de Hess;

SOLUÇÕES

- Dispersão e suspensão;

- Solubilidade;

- Concentração.

- Reações químicas;

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VELOCIDADE DAS

REAÇÕES

- Lei das reações químicas;

- Representação das reações químicas;

- Condições fundamentais para a

ocorrência das reações químicas

(natureza dos reagentes,

contato entre os reagentes, teoria de

colisão)

- Fatores que interferem na velocidade

das reações (superfície de contato,

temperatura, catalisador, concentração

dos reagentes, inibidores) ;

- Lei da velocidade das reações químicas.

EQUILÍBRIO

QUÍMICO

- Reações químicas reversíveis;

- Relações matemáticas e o Equilíbrio

Químico

(constante de equilíbrio);

- Deslocamento de equilíbrio (príncipio

de Le Chatelier)

MATÉRIA E SUA

NATUREZA

BIOGEOQUÍMICA

QUÍMICA

ORGÂNICA

- Importância;

- Ocorrência, abundância;

- Propriedades do carbono;

- Classificação do carbono;

- Classificação da cadeia;

- Derivados do petróleo.

FUNÇÕES

QUÍMICAS

- Identificação, ocorrência, nomenclatura e

formulação das funções químicas orgânicas

(hidrocarbonetos, fenóis, álcoois, ácidos

carboxílicos, sais orgânicos, aldeídos,

cetonas, éteres, ésteres, aminas, amidas);

ISOMERIA

- Isomeria Plana;

- Isomeria Geométrica;

- Isomeria Óptica.

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QUÍMICA

SINTÉTICA

ELETROQUÍMICA - Reações de oxi-redução;

- Pilhas;

- Eletrólise.

RADIOATIVIDADE

- Definição;

- Decaimentos radioativos (emissão de

partículas alfa e beta);

- Fusão nuclear;

- Fissão nuclear.

4 METODOLOGIA

Direcionar a abordagem teórico-metodológica para o cotidiano dos alunos. O

conhecimento adquirido durante a sua experiência de vida ou até mesmo aos

saberes populares devem ser considerados para a construção do conhecimento.

Deve ser dado a esses conhecimentos um significado científico e determinados

conceitos químicos poderão ser construídos por meio de modelos que explicam

determinados assuntos abstratos, atividades experimentais que explicam e/ou

ilustram o conhecimento científico e fenômenos observados no cotidiano bem como

propriedades de determinados materiais.

De acordo com as Diretrizes da EJA que considera três eixos articuladores,

cultura, trabalho e tempo, é importante que o trabalho dos alunos, conhecimentos

previamente adquiridos e a experiência, sejam considerados para a lidar com o

conhecimento científico historicamente produzido.

Outro aspecto a ser considerado dentro das práticas metodológicas é a

organização da modalidade de EJA que pressupõe dois tipos de organização: a

individual e a coletiva. Os conteúdos são abordados visando uma prática flexível e

que melhor se adaptam a necessidade dos educandos.

Os conteúdos químicos relacionados com o Conteúdo Estruturante Matéria e

Sua Natureza podem ser representados com modelos trazendo do mundo

microscópico para o macroscópico. Os Conteúdos Estruturantes Matéria e Sua

Natureza devem ser abordados de forma histórica, sociológica, ambiental,

representacional.

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Os Conteúdos Estruturantes Biogeoquímica e Química Sintética também

poderão ser abordados de forma ambiental, representacional e experimental. Neste

conteúdo estruturante, os fenômenos químicos podem ser explorados por meio de

representações (fórmulas químicas e modelos).

Na Química Sintética será abordada a produção de novos materiais e a

transformação de outros , na formação de compostos artificiais.

O conteúdo básico funções inorgânicas pode explorado partindo de exemplos

de substâncias utilizadas no cotidiano, por meio de rótulos de produtos

comercializados (produtos de limpeza e alimentos). explorando a parte de primeiros

socorros em caso de acidentes causados por ácidos ou bases que eventualmente

venham acontecer no ambiente de trabalho ou em casa. Este assunto também será

explorado de forma descritivamente e classificatoriamente.

Ao abordar os conteúdos estruturantes citados acima, utilizar maneiras

diferenciadas para atrair a atenção e aguçar a curiosidade do aluno com aulas

expositivas, dialogadas, dinâmicas, discussão em grupo, atividades laboratoriais,

atividades desenvolvidas no ambiente escolar, utilizando os recursos tecnológicos

como vídeos, slides imagens da TV Multimídia, acompanhando o desenvolvimento e

a trans formação da sociedade e meio ambiente através das informações

atualizadas em notícias, reportagens, leis que regem a humanidade. Segundo

CHASSOT, (1995, p. 68)

“A ciência já não é mais considerada objetiva, nem neutra, mas preparada e orientada por teorias e/ou modelos que, por serem construções humanas com propósitos explicativos e previstos, são provisórios”

Desta maneira proporciona-se ao aluno um ambiente menos formal e mais

interessante. Adotando-se a avaliação contínua, diagnóstica e formativa para

averiguar o acompanhamento do aluno em relação à aprendizagem. Estas

avaliações são mediadas por atividades em classe e extra classe, aplicações de

teste oral e descritivo no decorrer do desenvolvimento do conteúdo e correção de

exercícios considerando as ligações com atividades cotidianas.

5 AVALIAÇÃO

Num primeiro momento da aprendizagem de Química prevalece a construção

dos conceitos a partir dos fatos científicos e teorias. Num segundo momento,

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prevalece o conhecimento de informações ligadas à sobrevivência do ser humano

aprendendo permanentemente mediante a compreensão dos processos de trabalho,

de criação, de produção e de cultura. Como esses dois momentos visam uma

aprendizagem ativa e significativa que permitam a construção e a apropriação de

conhecimentos para o mundo do trabalho e o exercício da cidadania, as avaliações

dos temas devem ser feitas através de atividades elaboradas para provocar a

especulação, a construção e a reconstrução de ideias. Os dados serão obtidos

através de avaliações, trabalhos, participação, exercícios em classe e extraclasse,

atividades laboratoriais.

Deste modo de acordo com as Diretrizes, a avaliação deve ser concebida de

forma processual e formativa, sob os condicionantes do diagnóstico e da

continuidade. Esse processo ocorre em interações recíprocas, no dia-a-dia, no

transcorrer da própria aula e não apenas de modo pontual, portanto, está sujeita a

alterações no seu desenvolvimento.

6 REFERÊNCIAS

RUSSELL, B. John. Química geral. 2ª edição volume 1. Pearson Makron Books, São Paulo,1994.

USBERCO & SALVADOR. Química Essencial. 1ªedição. Saraiva, São Paulo, 2001.

BARROS Carlos , PAULINO Wilson Roberto. Ciências, Física e Química – Química. Ática, São Paulo, 2002.

SARDELLA. Química. Edição reformulada. Ática, São Paulo, 2005.

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Paraná, 2008.

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos - Paraná, 2008.

SCHNETZLER, Roseli P., Química Nova Na Escola, no 20, novembro 2004.

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9.15 SOCIOLOGIA

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A Sociologia enquanto ciência, possui como objeto de estudo as relações

sociais, compreendidas como as interações entre os indivíduos no meio social em

que vivem, considerando as mais diversas sociedades e os mais diversos períodos

históricos. A importância histórica desta disciplina remonta as primeiras obras

introdutórias relativas ao conhecimento sociológico, intitulados manuais, datadas de

19301. De acordo com a autora Simone Meucci, as teorias sociológicas presentes

nestes trabalhos, enfatizam os países onde as mesmas foram concebidas,

principalmente França e Estados Unidos, justamente por sugerir que os

elaboradores dos primeiros manuais acreditariam que os conceitos e teorias

elaborados nesses países auxiliariam na formação de um conjunto de

conhecimentos sobre a realidade social brasileira2. Neste sentido, autores brasileiros

desejavam utilizar o conhecimento sociológico expresso de modos distintos nas

páginas dos primeiros manuais de sociologia, no sentido de organizar sob novas

bases a vida nacional. Dessa forma, a sociologia era entendida em alguns manuais,

como disciplina normativa, cuja principal tarefa seria a fixação de certos princípios

de organização da sociedade, através da definição das funções de instituições

sociais como a família, a escola, a igreja, os sindicatos. Em outros manuais, a

sociologia possuía uma visão mais acadêmica, cujos autores procuravam a

identificação entre suas pesquisas e fundamentos sociológicos já realizados em

outros lugares, principalmente nos Estados Unidos. De acordo com a autora,

poderíamos considerar que a constituição da sociologia no Brasil, está intimamente

associada à perspectiva de formação social da nação. A recente instituição da

Sociologia como disciplina obrigatória no Ensino Médio, justifica-se pela

necessidade de reflexão em relação aos alunos, acerca da realidade social múltipla

e complexa. Neste sentido, esta disciplina utiliza-se de conteúdos fundamentados

em pesquisas empíricas, conceitos e teorias explicativas, visando a construção de

1MEUCCI, Simone. A institucionalização da Sociologia no Brasil. Os primeiros manuais didáticos de Sociologia no Brasil. Dissertação de Mestrado. Unicamp. 2000. p. 122.2 Idem. p. 126.

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um conhecimento sociológico crítico, não apenas na compreensão dos desafios que

se apresentam às novas gerações, mas também para viabilizar na medida do

possível, uma sociedade de inclusão, justa e solidária3.

2 OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA

Contribuir para o desenvolvimento da consciência social, principalmente

através do ensino do questionamento crítico relativo ao processo de transformação

positiva da realidade social em que o corpo discente se insere e atua ao mesmo

tempo como agente e paciente. Incentivar reflexões pertinentes as relações sociais

que se apresentam aos indivíduos em suas múltiplas dimensões, oferecendo assim,

recursos para o desenvolvimento de uma crítica social própria e característica de

uma formação humanística que almeja capacitar os alunos a construírem suas

estruturas intelectuais. A disciplina visa também auxiliar a compreensão de

demandas que envolvem o cotidiano, sejam elas de caráter pessoal, grupal, ou

ainda, relativas à sociedade a qual pertencemos ou a todas as sociedades. Em

síntese, a disciplina almeja propiciar ao aluno do Ensino Médio conhecimentos

sociológicos de forma que alcance um nível de compreensão mais elaborado em

relação às determinações históricas nas quais se situa, bem como fornecendo-lhe

elementos para pensar possíveis mudanças a partir do esclarecimento de questões

acerca das desigualdades sociais, políticas e culturais.

3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

De acordo com a DCE de Sociologia, os conteúdos estruturantes são: O

Processo de Socialização e as Instituições Sociais; Cultura e Indústria Cultural;

Trabalho, Produção e Classes Sociais; Poder, Política e Ideologia; Direitos,

Cidadania e Movimentos Sociais.

4 OS CONTEÚDOS BÁSICOS

3 ARAUJO, Silvia Maria; BRIDI, Maria Aparecida; MOTIM, Benilde Lenzi. Ensinar e Aprender Sociologia. São Paulo: Contexto. 2009. pp. 10-12.

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De acordo com a DCE, os conteúdos básicos relativos a disciplina Sociologia,

podem ser explicitados de acordo com a organização da tabela referencial abaixo:

Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos

1. O Processo de Socialização e as Instituições Sociais.

• Processo de Socialização; • Instituições sociais: Familiares; Escolares; Religiosas; • Instituições de Reinserção (prisões, manicômios, educandários, asilos, etc).

2.Cultura e Indústria Cultural. • Desenvolvimento antropológico do conceito de cultura e sua contribuição na análise das diferentes sociedades; • Diversidade cultural; • Identidade; • Indústria cultural; • Meios de comunicação de massa; • Sociedade de consumo; • Indústria cultural no Brasil; • Questões de gênero; • Culturas afro brasileiras e africanas; • Culturas indígenas.

3.Trabalho, Produção e Classes Sociais.

• O conceito de trabalho e o trabalho nas diferentes sociedades; • Desigualdades sociais: estamentos, castas, classes sociais • Organização do trabalho nas sociedades capitalistas e suas contradições; • Globalização e Neoliberalismo; • Relações de trabalho; • Trabalho no Brasil.

4. Poder, Política e Ideologia. • Formação e desenvolvimento do Estado Moderno; • Democracia, autoritarismo, totalitarismo • Estado no Brasil; • Conceitos de Poder; • Conceitos de Ideologia; • Conceitos de dominação e legitimidade; • As expressões da violência nas sociedades contemporâneas.

5. Direitos, Cidadania e Movimentos Sociais.

• Direitos: civis, políticos e sociais; • Direitos Humanos; • Conceito de cidadania; • Movimentos Sociais; • Movimentos Sociais no Brasil; • A questão ambiental e os movimentos ambientalistas; • A questão das ONG’s.

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5 METODOLOGIA

A metodologia deve considerar o aluno da EJA como sujeito no processo de

ensino-aprendizagem, capaz de agir prática e intelectualmente na aquisição do

saber. De acordo com os eixos articuladores – cultura, trabalho e tempo – e

também considerando a organização desta modalidade, que pressupõe dois tipos de

organização: a individual e a coletiva.

Para a EJA, os conteúdos trabalhados no decorrer da disciplina requerem a

necessidade de compreender-se as várias dimensões da realidade, como a política,

a econômica, cultural, ideológica, científica, religiosa, considerando diferentes visões

interpretativas das mesmas. Neste cenário diverso e complexo, traduzido pela

variedade de questões e respostas suscitadas, podemos ressaltar alguns métodos

de ensino que auxiliam na apreensão do mesmo, como o desenvolvimento de

dinâmicas de grupo enfatizando temas que gerem argumentação e contra-

argumentação, debates em relação a temas históricos e contemporâneos, painéis

produzidos como representação das diversas realidades sociais, seminários

expondo variadas visões sobre determinado (s) assunto (s), leituras de textos e

elaborações de pesquisas teórico-empíricas. Importante também neste processo a

utilização de recursos didáticos, como músicas, filmes, charges, poesias, que

retratem determinado período histórico-social, mensagens de determinados grupos

sociais, bem como conteúdos ideológicos que os permeiam. Neste conjunto

inserem-se a análise de diversas produções culturais, como a literatura, a pintura, a

fotografia e a escultura como importantes elementos tradutores da realidade, que ao

trazerem consigo impressões individuais, revelam também acontecimentos sociais

que as influenciaram. A análise da produção midiática, como jornais, revistas,

conteúdos televisivos, vídeos, filmes, músicas e sites da internet, também se faz

relevante, uma vez que possuem subsídios para a compreensão da realidade social

cujos aspectos muitas vezes se fazem presentes na vida do corpo discente.

Constituem também uma oportunidade de reconhecimento de sua experiência de

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vida, propiciando o debate crítico através da intermediação do professor ao longo do

processo de ensino-aprendizagem4.

6 AVALIAÇÃO

Com base numa concepção de avaliação diagnóstica, formativa, contínua e

concebendo a avaliação como mecanismo de transformação social articulada aos

objetivos da disciplina, pretende-se a efetivação de uma prática avaliativa que vise

“desnaturalizar” conceitos tomados historicamente como irrefutáveis, propiciando o

aperfeiçoamento do senso crítico e a conquista de uma maior participação na

sociedade. Através da possibilidade oferecida pelo diálogo em sala de aula e com

base na leitura teórica e ilustrada dos conteúdos sociológicos, a avaliação da

disciplina constitui-se num processo contínuo de crescimento da percepção da

realidade em que o aluno está inserido. Dessa forma, a avaliação percebida como

instrumento dialético da identificação de novos rumos, deve considerar critérios

como a apreensão dos conceitos básicos e dos conteúdos clássicos e

contemporâneos da Sociologia. Portanto, a avaliação visa contribuir para a

construção da autonomia do educando, sobretudo na sua expressão oral e escrita

relacionada a percepção de mundo. Neste contexto, os métodos avaliativos devem

distanciar-se, na medida do possível, das características de um ensino meramente

“enciclopédico”, ou seja, voltado para a acumulação de conhecimentos, do

predomínio do aspecto aquisitivo, estático, que visa unicamente a conservação da

ordem social, incapaz, portanto, de proporcionar uma educação dinâmica5. A

avaliação por estar presente em todos os momentos da prática pedagógica,

possibilitando assim a constante intervenção para a melhoria do processo de ensino

e aprendizagem.

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAUJO, Silvia Maria; BRIDI, Maria Aparecida; MOTIM, Benilde Lenzi. Ensinar e Aprender Sociologia. São Paulo: Contexto. 2009.

4 PEREIRA, Helena Luiza. Qualificando o ensino da Sociologia. XIII CONGRESSO BRASILEIR0 DE SOCIOLOGIA - 29 de maio a 1 de junho de 2007, UFPE, Recife (PE). p. 8.

5 FERNANDES, Florestan. A Sociologia no Brasil. Petrópolis: Rio de Janeiro: Vozes, 1977. p. 107.171

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PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Paraná, 2008.

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos - Paraná, 2008.

FERNANDES, Florestan. A Sociologia no Brasil. Petrópolis: Rio de Janeiro: Vozes, 1977.

MEUCCI, Simone. A institucionalização da Sociologia no Brasil. Os primeiros manuais didáticos de Sociologia no Brasil. Dissertação de Mestrado. Unicamp. 2000.

PEREIRA, Helena Luiza. Qualificando o ensino da Sociologia. XIII CONGRESSO BRASILEIR0 DE SOCIOLOGIA - 29 de maio a 1 de junho de 2007, UFPE, Recife (PE).

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