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1 CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE FAC PÓS GRADUAÇÃO EM AUDITORIA E CONTROLADORIA AUDITORIA INTERNA COMO MEIO DE CONTROLE GERENCIAL Renato Gomes Monte Orientação Profa. Dra. Marcia Maria Machado Freitas Artigo apresentado ao Curso Graduação em Auditoria e Controladoria pela Faculdade Cearense - FAC, como pré-requisito para obtenção do título de Especialista em Auditoria e Controladoria, sob orientação da Profa. Dra. Marcia Maria Machado Freitas. Fortaleza - Ce 2014

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

FACULDADE CEARENSE – FAC

PÓS GRADUAÇÃO EM AUDITORIA E CONTROLADORIA

AUDITORIA INTERNA COMO MEIO DE CONTROLE GERENCIAL

Renato Gomes Monte

Orientação Profa. Dra. Marcia Maria Machado Freitas

Artigo apresentado ao Curso Graduação em

Auditoria e Controladoria pela Faculdade Cearense -

FAC, como pré-requisito para obtenção do título de

Especialista em Auditoria e Controladoria, sob

orientação da Profa. Dra. Marcia Maria Machado

Freitas.

Fortaleza - Ce

2014

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AUDITORIA INTERNA COMO MEIO DE CONTROLE GERENCIAL

Renato Gomes Monte1 Marcia Maria Machado Freitas2

RESUMO.

A auditoria interna serve como meio de controle gerencial, auxiliando os

administradores, investidores e sócios na tomada de decisões. A sua implantação dentro

das organizações irá auxiliar, prevenir e detectar possíveis fraudes, erros, ou omissões;

como também, comprovar a veracidade dos relatórios contábeis, financeiros ou

operacionais, e estimular um aumento na qualidade dos controles internos. A

problemática apresentada teve como questão: Como a Auditoria Interna pode contribuir

nas organizações como meio de controle gerencial? Para responder ao questionamento

tem-se como objetivo geral analisar a importância da auditoria interna para a tomada de

decisões gerenciais. Os objetivos específicos consistem em: demonstrar que a auditoria

interna possui mecanismos eficazes de controle interno; analisar a veracidade das

informações no auxilio na obtenção de resultados mais confiáveis; analisar figura do

auditor em relação à sua contribuição na melhoria da eficácia dos controles internos. A

metodologia foi utilizada as interpretações e posicionamentos de autores, com base em

pesquisas literárias e bibliográficas. Concluí-se que a auditoria interna é um meio de

gestão e controle para auxiliar as decisões com base em exames confiáveis repassadas a

um parecer que demonstra uma opinião abalizada de um profissional habilitado.

Palavras Chaves: Auditoria, Auditoria interna, controle gerencial, tomada de decisão.

ABSTRACT. Internal auditing serves as a means of management control, assisting managers,

investors and shareholders in making decisions. Its implementation within organizations

will help to prevent and detect potential fraud, errors, or omissions; as well, proving the

veracity of accounting, financial and operational reports, and stimulate an increase in

the quality of internal controls. The problem was How Internal Audit can help in

organizations as a means of management control? To answer the question has as main

objective to analyze the importance of internal audit for managerial decision making.

The specific objectives are to: demonstrate that internal audit has effective internal

control mechanisms; examine the veracity of the information as an aid in obtaining

more reliable results; Figure examine the auditor in relation to their contribution in

improving the effectiveness of internal controls. The methodology interpretations and

positions of the authors, based on literary and bibliographical research was used. It is

concluded that internal audit is a means of managing and controlling to assist decisions

based on reliable tests passed on to an opinion that demonstrates an expert opinion of a

qualified professional.

Key Words: Audit , Internal audit , management control , decision making .

1 Contador. Bacharel em Direito pela Universidade de Fortaleza. Cursando Pós-Graduação em Auditoria

e Controladoria na Faculdade Cearense – FAC. Sócio-Administrador da R&M Contabilidade e Assessoria. Executivo da WA Empreendimentos Imobiliários Ltda. E_mail: [email protected]. 2 Doutora em Educação pela Universidade Del Mar -Chile. Mestre em Controladoria pela Universidade

Federal do Ceará. Professora dos Cursos de Graduação e Pós Graduação da Faculdade Cearense

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SUMÁRIO: 1. Introdução; 2. A Importância Histórica e

Evolutiva da Auditoria 2.1. Auditoria – Objetivos e

Finalidades; 2.2. Planejamento de Auditoria Interna; 3.

Papel do Auditor interno; 4. Auditoria Interna como meio

de controle gerencial; 5. Principais Áreas Auditadas nas

Entidades; 5.1. Tesouraria; 5.2. Estoque; 5.3. Folha de

Pagamento; 6. Conclusão.

1 INTRODUÇÃO

O trabalho tem a intenção de levantar a importância da auditoria interna,

frente às informações coletadas, verificadas e fiscalizadas, dentro das organizações

empresarias. Também quer demonstrar aos gestores, a necessidade de se obter

informações confiáveis, úteis e eficientes, que possam norteá-los na tomadas de

decisões coerentes. Nesta busca incessante em obter informações confiáveis, cada vez

mais relevantes ao controle gerencial. A auditoria acaba exercendo um papel

fiscalizatório, frente aos sistemas de controle interno, onde se pode verificar se os

objetivos traçados pela gestão estão sendo seguindo ou alcançados pelos métodos

traçados ou planejados. No escopo do trabalho procura-se trazer definições de auditoria;

a diferenciação entre auditoria externa e interna; os principais tipos, formas e

comunicações de auditoria; as vantagens de uma empresa auditada em relação à outra

não auditada; e principalmente a importância da auditoria interna como meio de

controle gerencial.

Os vários tipos de tarefas disponibilizadas pela auditoria interna têm como

principio básico auxiliar ao gestor em evitar prejuízos de ordem econômica

irrecuperáveis, como também conseguir recursos financeiros com qualidade e precisão

através das informações prestadas através de seus relatórios.

A auditoria surgiu da real necessidade de confirmação e averiguação por

parte dos investidores, terceiros e gestores, dos valores (cifras) retratados nas

demonstrações contábeis, referente ao patrimônio das empresas ou as que pretendiam

realizar seus investimentos, ocasionado pelo crescimento econômico-financeiro e

fragilizado pelo aparecimento das chamadas empresas multinacionais.

Portanto, nesta época apareceu uma ramificação dentro da área contábil,

denominada de auditoria interna, que possuía a tarefa de avaliar de forma independente,

dentro da entidade, os controles contábeis, financeiros e operacionais, no sentido de

auxiliar a administração e emitir ao final um relatório.

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O presente artigo tem a pretensão de responder a seguinte pergunta: Como a

Auditoria Interna pode contribuir nas organizações como meio de controle gerencial?

O objetivo geral é analisar a importância da auditoria interna para a tomada

de decisões gerenciais. Para atingir o objetivo geral têm-se os seguintes objetivos

específicos: demonstrar que a auditoria interna possui mecanismos eficazes de controle

interno; analisar a veracidade das informações no auxilio na obtenção de resultados

mais confiáveis; analisar figura do auditor em relação à sua contribuição na melhoria da

eficácia dos controles internos.

Ao longo deste artigo serão analisados os seguintes tópicos: Importância da

Auditoria; Conceitos e Objetivos; Diferenciação entre Auditoria Externa e Auditoria

Interna; Normas de Auditoria Interna; Papel do Auditor Interno; Vantagens que a

Auditoria Interna Oferece, e a Importância da Auditoria Interna no Processo de Tomada

de decisão.

A metodologia utilizada para elaboração do estudo foi explicativo, avaliado

através de pesquisas bibliográficas, livros de auditoria, sites relacionados com artigos de

auditoria interna, que contribuíram para desenvolvimento do tema proposto.

2 A ORIGEM EVOLUTIVA DA AUDITORIA

Em virtude da crescente globalização e expansão do mercado e o

acirramento da concorrência, as organizações tiveram que buscar novas tecnologias.

Nesta crescente, a auditoria interna ganhou o seu espaço de destaque nas empresas.

Surgiu pelas necessidades sócias de comprovação dos registros contábeis, devido a

escândalos forjados nas demonstrações contábeis e financeiras.

De acordo com Crepaldi (2011, p.201) a auditoria “surgiu da necessidade de

confirmação dos registros contábeis, em virtude do aparecimento das grandes empresas

e da taxação do imposto de renda, baseado nos resultados apurados em balanço”.

Neste contexto, a auditoria veio para reduzir os riscos, custos, verificar e

auxiliar na busca por informações e suas autenticidades, adequando-as, a fim de ser

obter um resultado propício e aceitável acerca das decisões tomadas.

Sá (2002: p.14) nos diz que, “(...) o termo auditor, evidenciado o titulo de

quem pratica essa técnica, tenha aparecido nos fins do século XIII, na Inglaterra durante

o reinado de Eduardo I”. No entanto, existem provas arqueológicas de inspeções e

verificações de registros realizadas entre a família real de Urukagina e o templo

sacerdotal sumeriano e que datam de mais de 4.500 anos antes de Cristo.

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Para Attie (2011: p.07), a origem do termo auditor em português, muito

embora perfeitamente representado pela origem latina (aquele que ouve o ouvinte), na

realidade provem da palavra inglesa to audit (examinar, ajustar, corrigir, certificar).

Segundo Marion (2012), atualmente o International Accounting Standards

Board (IASB) é considerado o principal organismo que emite normas contábeis

internacionais. Tem realizado esforços para alcançar a convergência contábil que

unificará a linguagem financeira dos negócios internacionais, reduzindo custos de

elaboração, divulgação e auditoria de demonstrações financeiras, viabilizando

investimentos estrangeiros, melhorando a comunicação entre empresas e a seus

investidores.

Nesta evolução historia, a auditoria está sendo uma das principais peças

propulsoras para ocorrer à integração contábil, tendo em vista, que as normas

internacionais possuem regras parecidas com as que utilizamos, hoje, no país. Outro

fato relevante está nos investimentos estrangeiros que se utilizam da auditoria interna

para colher informações confiável através das demonstrações contábeis publicadas.

Sendo assim, a auditoria sempre será uma ferramenta útil e necessária para

se obter veracidade de informações para auxiliar na tomada de decisões.

Araújo, Arruda e Barreto (2008), acreditam que o surgimento e a evolução

das teorias e práticas de auditoria se confundem com o desenvolvimento das ciências

econômicas, contábeis e da administração, juntamente com a Revolução Industrial do

século XIX.

Almeida (2012, p.31) ressalta que os principais órgãos relacionados com os

auditores são os seguintes:

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), criada pela Lei nº.6.385/76, é

uma entidade autárquica e vinculada ao Ministério da Fazenda, que funciona

como um órgão fiscalizador do mercado de capitais no Brasil. O Instituto de

Auditores Independentes do Brasil (IBRACON), foi fundado em 13/12/1971,

com o objetivos de fixar princípios de contabilidade, elaborar normas e

procedimentos relacionados com auditoria (externa e interna) e perícias

contábeis. O Conselho Federal de Contabilidade e os Conselhos Regionais

de Contabilidade (CFC e CRC), foram criados pelo Decreto-lei nº.9.295 de

27/5/1946, que representam entidades de classe dos contadores, ou seja, é o

local onde o aluno, após concluir o curso de Ciências Contábeis na

universidade, presta um exame de suficiência e registra-se na categoria de

contador.

Nesta evolução crescente, o Código Processo Civil (CPC) também

estabelece a responsabilidade do auditor, como sendo de altíssima responsabilidade civil

e criminal, porque seus erros por negligência, dolo ou má-fé, podem induzir a justiça ou

a terceiros, a um julgamento consciente e justo, conforme o art.147:

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Art. 147. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas,

responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por 2 (dois)

anos, a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal

estabelecer.

O trabalho do auditor, no âmbito do mercado de valores mobiliários, são

também disciplinados e fiscalizados pela CVM a quem cabe puni-los. O artigo 16 por

sua vez, define a responsabilidade civil dos auditores, onde diz no seu parágrafo 2º: As

empresas de auditoria contábil ou auditores contábeis independentes responderão

civilmente pelos prejuízos que causarem a terceiros em virtude de culpa ou dolo no

exercício das funções previstas neste artigo. O artigo 297 do Código Penal (DL

2848/40) prevê pena de reclusão de 2 a 6 anos, mais multa, para quem falsificar ou

alterar documento público, nele incluso os livros mercantis.

Antes de inicio o próximo tópico, se faz necessário explanar algumas

diferenciações básicas entre a auditoria interna e externa, tais como: Na auditoria

externa a analise e feita nas demonstrações contábeis ou uma conta especifica pré-

determinada; Na auditoria interna o trabalho é realizado para melhoria dos sistemas de

controle interno. Ressalta-se por esse motivo que o cargo é ocupado por um funcionário

da própria empresa, sendo um cargo de confiança, auxiliando e colaborado na tomada

de decisões gerenciais. A execução do trabalho na auditoria externa é exercida por

profissional liberal independente ou pessoa jurídica, contratada através de um contrato

particular, com a finalidade de prestar serviços contábeis de auditoria, com o objetivo da

emissão de um parecer.

2.1 AUDITÓRIA - OBJETIVOS E FINALIDADES

A auditoria é um exame cuidadoso e independente das atividades

desenvolvidas em determinada empresa ou setor, cujo objetivo é averiguar se elas estão

de acordo com as disposições planejadas ou estabelecidas previamente, e se estão sendo

eficazes e adequadas com os objetivos traçados pela organização. (MADEIRA, 2011)

De acordo com Gil (1879, p.59), a auditoria também pode ser definida

como:

Uma função administrativa que exerce a verificação/ constatação/validação,

via testes e analises dos resultados dos testes, com conseqüente emissão de

opinião, em momento independente das demais três funções administrativas

(planejamento, execução, controle), consoante os três níveis empresariais

principais (operacional, tático e estratégico).

Entram nesta lista, o exame de documentos, livros e registros, inspeções e

obtenção de informações e confirmações, internas e externas, relacionados com o

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controle do patrimônio, objetivando mensurar a exatidão desses registros e das

demonstrações contábeis deles decorrentes. (FRANCO E MARRA, 2001, p. 28)

Então, Pode-se definir que o objetivo e expressar uma opinião sobre as

demonstrações contábeis, e assegurar que elas representem em seu conjunto

adequadamente a posição patrimonial e financeira, o resultado de suas operações, as

mutações do seu patrimônio líquido e os demais demonstrativos correspondentes aos

períodos em exame, de acordo com as práticas contábeis no Brasil. (ATTIE, 2011, p.

12).

De acordo com Attie (2011), a auditoria é uma especialização voltada a

testar a eficiência e eficácia do controle patrimonial implantado, com o objetivo de

expressar uma opinião sobre determinado dado. O exame de auditoria deve ser efetuado

de acordo com as normas de auditoria, inclusive o planejamento do trabalho, a

constatação dos registros dos eventos contábeis e as avaliações das práticas e

estimativas adotadas pela empresa auditada e sua atividade é fundamentalmente crítica,

voltada às regras em vigor por força das normas implantadas para o controle do

patrimônio, testando sua atividade e cerceando as possibilidades de riscos e erros.

Segundo o mesmo autor, as demonstrações financeiras precisam ser

preparadas com clareza, mostrando a real situação da empresa, em termos dos direitos,

obrigações e resultados das operações realizadas, incluindo os critérios e procedimentos

contábeis adotados em sua elaboração e segundo os princípios de contabilidade de

forma a proporcionar a interpretação uniforme e de fácil compreensão para os

administradores.

Neste processo de verificação é importante ressaltar que a auditora interna

deve possuir autonomia necessária dentro da organização. Conhecido o porquê da

auditoria ou objetivo, se faz necessário estabelecer à finalidade da mesma.

Franco e Marra (2001: p. 26), afirmam que “a finalidade da auditoria não é

apenas a de confirmar a existência dos registros e a veracidade dos comprovantes, mais

vai além, julgando da moralidade e do ato praticado”. A finalidade da auditoria,

portanto não se restringe apenas ao simples ato de verificar, mas também em

“fiscalizar” de certa forma os atos registrais estão de acordo com normas vigentes.

Sá (2002, p. 40), ressalta ainda que algumas empresas tentam limitar os

objetivos da auditoria interna - "a auditoria interna é erroneamente vista como uma

profissão voltada somente para os sistemas de organização da empresa". Em sua

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opinião, "limitar a auditoria interna só a tal função é limitar um serviço que pode ter

melhor e maior profundidade e utilidade".

Neste entendimento podemos definir que a finalidade da auditoria e apoiar a

administração em averiguar de forma precisa e clara, se as determinações e

planejamentos estão sendo executadas de forma coerente com as determinações

traçadas. Porem, algumas pessoas ligadas à administrativa da empresa tenta dificultar

esse tipo de serviço. Haja vista, que se houverem erros ou equívocos, estes serão

apontados ou expostos aos membros da instituição. Cabe então aos administradores

entender que o auditor não esta apenas para apontar as fraudes ou equívocos, mas

apontar os erros que podem ser corrigidos por existir falhas ou equívocos, no

planejamento estratégico definido para aquele tipo de empresa ou atividade.

Não adianta a empresa implantar um excelente sistema de controle interno

sem que alguém verifique periodicamente se os funcionários estão cumprindo o que foi

determinado ou se o sistema não deveria ser adaptado às novas circunstâncias

(ALMEIDA, 2012, p.70).

Neste caso acima, o autor faz referência à figura do auditor interno nas

empresas, pois determinam com exatidão se as normas e o sistema de controle interno

nos quais foram implantados, estão sendo cumpridos de forma a satisfazer os anseios

dos gestores, para que estes estabeleçam o sucesso ou tomem a decisão de modificá-los,

adaptando-os de forma a executarem os propósitos pelos quais foram traçados.

Pode-se avaliar que a auditoria interna, é um importante apoio a

administração, auxiliando na tomada de decisões, dando assim subsídios para que a

empresa permaneça dentro dos seus objetivos traçados anteriormente.

Segundo Almeida (2012, p.29) a auditoria interna surgiu por uma

necessidade de um acompanhamento periódico das rotinas laborais para melhoria da

qualidade.

O auditor externo passava um período de tempo muito curto na empresa e seu

trabalho estava totalmente direcionado para o exame das demonstrações

contábeis. Para atender a administração da empresa, seria necessária uma

auditoria mais periódica, com maior grau de profundidade e visando também

as outras áreas não relacionadas com a contabilidade (sistema de controle de

qualidade, administração de pessoal entre outros).

Crepaldi (2011) ressalta ainda que a auditoria interna possuiu um papel

relevante em diversas áreas da empresa, mais principalmente na avaliação da eficácia

dos controles internos, os quais controlam todos os processos da empresa.

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Nos dias atuais a atividade de auditoria interna tem evoluído tecnicamente

na obtenção de informações, que possibilite a empresa a buscar mais rapidamente os

seus resultados. Contudo, ainda existem gestores que se utilizam desta ferramenta

apenas como meio de verificação.

As técnicas utilizadas tanto pela Auditoria Externa, como pela Auditoria

Interna, são as mesmas. Entretanto, a auditoria em geral procura-se voltar ao controle

interno das empresas.

Segundo Crepaldi (2011, p.33), comparando-se os dois tipos de auditoria,

podem-se traçar as seguintes características marcantes: Auditor externo é independente,

contratado para determinada tarefa de auditoria, enquanto o auditor interno é empregado

da empresa sem independência; As tarefas do auditor externo são delimitadas no

contrato, enquanto as tarefas do auditor interno são tão abrangentes quanto forem às

operações da empresa; A auditoria externa é eventual, enquanto a auditoria interna é

periódica; O processo utilizado em ambas é analítico e as técnicas assemelham-se; As

bases em que se assentam os exames são as mesmas: a escrituração, os documentos e os

controles; Os resultados assemelham-se.

No entanto, Ferreira (2013), apresenta como principal diferença entre

auditoria interna e externa o princípio da finalidade empregada na contratação. Na

auditoria das demonstrações contábeis, executada pelo auditor independente, o objetivo

é a elaboração de um relatório ou parecer sobre as demonstrações contábeis no sentido

de traduzirem ou não em todos os seus aspectos relevantes, a situação do patrimônio da

entidade na data do encerramento do exercício, o resultado das suas operações, as

mutações de seu patrimônio líquido, seus fluxos de caixa e seus valores adicionados no

período auditado, de acordo com as normas brasileiras de contabilidade. Na auditoria

interna, executada por empregados da companhia, o objetivo é a elaboração de um

relatório por meio do qual o auditor interno comunica à administração os trabalhos

realizados, as conclusões obtidas e as recomendações e providências a serem tomadas

com vistas ao aprimoramento do sistema contábil e de controle interno.

Do exposto, pode-se dizer que a auditoria interna foi incorporada pela

administração para dar mais transparência às atividades que se desenvolvem dentro da

empresa, ou seja, é um instrumento da administração para certificar-se que os processos

internos estão operando conforme o planejamento.

Alguns autores como Crepaldi e Almeida estabelecem que a “figura” do

auditor no exercício de sua atividade deve manter uma atitude de independência que

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assegure imparcialidade no seu julgamento, nas fases de planejamento, execução e

emissão de seu parecer, bem como nos demais aspectos relacionados com sua atividade

profissional.

Há algumas diferenciações na contratação do profissional da auditoria

externa e interna: Na auditoria externa o trabalho é realizado por contratação de

profissional independente, o qual possui o objetivo de atender a necessidade dos

interessados na empresa, verificando se as informações contábeis, tanto das contas

patrimoniais, como das demonstrações de resultados, estão conviventes com a real

situação da empresa. Na auditoria interna o trabalho é realizado por funcionários/

colaboradores da própria empresa, onde este possui o objetivo de satisfazer as

necessidades da administração, realizando a revisão das operações, como também do

controle interno, com o intuito maior de aperfeiçoar estas operações e/ou induzir as

normas estabelecidas pela empresa.

A auditoria interna visa a realizar uma revisão para que seja constatada a

veracidade das informações fornecidas aos investidores, nos quais se encontram

relacionados abaixo, com suas respectivas definições segundo (FERREIRA, 2013):

Acionistas: Aqueles que têm ação de sociedade anônima, acionário;

Donos: São os proprietários, aqueles que têm controle absolutamente

sobre a empresa;

Investidores: aqueles que aplicam ou empregam capitais, recursos ou

meios na empresa;

Empregados: Aqueles que exercem emprego ou função na empresa;

Clientes: Aqueles que compram, fregueses;

Fornecedores: Aqueles que fornecem ou se comprometem em fornecer

mercadorias;

Sindicatos: Associação de pessoas de uma mesma categoria

profissional;

Governo: Ato ou efeito de governar-se, domínio, controle, regime

político de um estado.

A auditoria interna tem como princípio básico a verificação de todos os

processos laborais, tais como: contábeis, administrativos e de produção. Permitindo

assim um acompanhamento constante e eficiente destes processos, que podem a vim

expor erros e/ou falhas motivados por equívocos no procedimento ou execução dos

controles internos da organização.

A auditoria interna tem como dever realizar exames detalhados de todos os

documentos para emissão de um parecer. No entanto, a forma de executar esse exame

ainda não é bem aceita por um grupo de classe empresarial. Nesta evidenciação a norma

veio para esclarecer quais os procedimentos que o auditor deve exercer para que o

trabalho tenha o máximo de clareza, eficiente e rapidez. A aplicação uniforme das

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normas ajuda a manter a alta qualidade do trabalho frente às tais pressões. (CREPALDI,

2010, p. 216).

A auditoria interna possui regras estabelecidas pelos órgãos reguladores da

profissão, que determinam os padrões técnicos que devem ser seguidos, a fim de

padronizar e qualificar as atividades desenvolvidas. A auditoria em geral também pode

ser classificada por sua natureza ou necessidade:

Permanente – executado de forma rotineira na organização -

executada em sua maioria pela auditoria interna (periódico);

Eventual – realizada por programação - executada em sua maioria

pela auditoria externa (agendamento); e para fins específicos, ocorrendo nas

demonstrações contábeis (Balanço, DRE, entre outros) – executada apenas

pela Auditoria Externa, que irar emitir uma parecer.

Tanto a auditoria interna como externa pode se realizada das duas formas

indicadas. Contudo, o fato da permanente ser executada de forma rotineira não quer

dizer que uma auditoria externa não possa ser realizar de forma programada, ou seja,

uma empresa auditada pode contratar uma auditoria externa para em determinados dias

do ano, realizar uma auditoria em suas contas. Neste caso, a empresa está sendo

prudente em manter uma auditoria de forma rotineira, pois consegue verificar se esta

ocorrendo alguma irregularidade na forma de executar ou realizar uma operação.

Já na auditoria externa, Crepaldi (2010, p.286), ressalta:

O auditor independente necessita planejar adequadamente seu trabalho,

avaliar o sistema de controle interno relacionado com a parte contábil e

proceder à revisão analítica das contas do ativo, passivo, despesas e receitas,

a fim de estabelecer a natureza, datas e extensão dos procedimentos de

auditoria, colher as evidências comprobatórias das informações das

demonstrações financeiras e avaliar essas evidências.

A auditoria externa é exercida por um profissional totalmente independente

(autônomo) da empresa auditada. Sua atuação é determinada através de um contrato de

prestação de serviço. O objetivo do auditor externo é emitir uma opinião (chamada

parecer) sobre as demonstrações financeiras. Pode também ser executado em caráter

permanente, o que ocorre quando o auditor externo faz uma programação de visitas

constantes à empresa.

A auditoria externa das demonstrações contábeis constitui o conjunto de

procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a adequação

com que estas representam à posição patrimonial e financeira, o resultado das

operações, as mutações do patrimônio líquido e as origens e

aplicações de recursos da entidade auditada, seguindo as Normas Brasileiras de

Contabilidade e a legislação específica. (FRANCO e MARRA, 2001, p.211).

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O trabalho do auditor não é detectar fraudes, erros ou interferir na

administração da empresa, ou ainda, reorganizar o processo produtivo ou demitir

pessoas ineficientes. Contudo, no decorrer dos trabalhos, o auditor pode encontrar erros

ou fraudes, sendo, no entanto apontados nos papeis de trabalho, sendo importante

destacar que a finalidade se prende as demonstrações contábeis.

A auditoria pode ser classificada conforme demonstrada no Quadro 1.

Auditoria Independente Externa Auditoria Interna ou Operacional

Sujeito Profissional independente Funcionários da empresa

Vínculo com a empresa

auditada Contrato de prestação de serviço Contrato de trabalho

Ação e objetivo

Exame das demonstrações ou de

alguma área especifica ou

procedimento predefinido como objeto

de trabalho especial

Exame dos controles internos e

avaliação da eficiência e eficácia da

gestão

Finalidade

Principalmente, emitir parecer sobre a

adequação das Demonstrações

Contábeis

Promover melhoria nos controles

operacionais e na gestão de

recursos

Relatório principal Parecer do Auditor Independente

Recomendações para melhoria dos

controles internos e eficiência

administrativa

Usuários do trabalho A empresa e o publico em geral A empresa

Responsabilidade Profissional, civil e criminal Trabalhista

Quadro 1: Classificação da Auditória.

Fonte: Hernandez (2006, p. 13)

De acordo com Franco e Marra (2001, p. 56) por normas de auditoria são

regras estabelecidas pelos órgãos reguladores, com o objetivo de regular a profissão no

exercício de suas funções. Elas estabelecem conceitos básicos sobre as exigências em

relação à pessoa do auditor, à execução de seu trabalho e ao parecer que deverá ser por

ele emitido.

Ressalta-se que as normas de auditoria não constituem necessariamente um

manual de procedimentos a ser seguido. Franco e Marra (2001) corroboram ressaltando

que são orientações, que de forma geral deixam claro os limites de responsabilidade e

norteiam o comportamento do auditor. Os mesmos autores ainda destacam que as

normas são gerais e não específicas, sendo este o motivo pela qual são semelhantes em

todos os países, sendo apenas mais detalhado em uns do que em outros, devido à

evolução profissional e novas situações que são incorporadas no exercício da atividade.

Segundo Almeida (2012, p. 37), as normas de auditoria representam as

condições necessárias a serem observadas pelos auditores no desenvolvimento do

serviço de auditoria. A maneira de proceder reflete na execução do trabalho como um

modelo para se seguido a fim de poder ter uma boa eficácia e eficiência, ou seja,

alcançar seus objetivos racionalmente. As normas usuais de auditoria, aprovados pelo

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Conselho Federal de Contabilidade (CFC), segundo a resolução n 828/98, são: Normas

relativas à pessoa do auditor, Normas relativas à execução do trabalho, Normas relativas

ao parecer.

Cada um dos três tipos de processos, o auditor tem que proceder de forma

uniforme conforme requer o conteúdo da norma, a fim de trazer mais clareza em suas

funções. Segundo Almeida (2012, p.39/40), pode-se elencar da seguinte forma e

maneira: com relação à pessoa do auditor, Competência Profissional; Independência;

Responsabilidade do auditor na execução dos trabalhos; Honorários; Guarda de

documentos; Sigilo; Responsabilidade do auditor interno; Responsabilidade pela

utilização do trabalho de especialistas; Informações anuais aos conselhos de

contabilidade; Exame de competência profissional. Com relação à execução do trabalho,

requer: Planejamento do trabalho; Metodologia dos exames; Supervisão e controle de

qualidade; Avaliação dos controles internos; Elementos comprobatórios. Com relação

ao parecer, requer: Esclareça bem o que foi examinado e a época que se refere; Afirme

que o examinado seguia critérios uniformes com relação à contabilidade; Informe se

existe ressalvas negativas de opinião ou restrições; Esclareça se a matéria examinada

convenceu o auditor para que emitisse opinião; Caracterize a responsabilidade assumida

por meio de opinião clara.

Portanto, a norma estabelece diretrizes que o auditor deve seguir para

transparecer clareza em suas ações. O processo e formalizado através de planejamento

que também e chamado de plano de trabalho.

2.2 PLANEJAMENTO DE AUDITORIA INTERNA

As normas de auditoria geralmente aceitas exigem que o trabalho da

auditoria seja adequadamente planejado. A palavra Planejar significa estabelecer metas

para que o serviço de auditoria seja de excelente qualidade e ao menor custo possível

(ALMEIDA, 2012, p. 154).

Ao se iniciar o trabalho da auditoria recomenda realizar um planejamento,

ou seja, um roteiro como forma de cumprir todas as etapas do processo (exames e

verificações), como forma de alcançar o objetivo traçado, que são as metas

estabelecidas.

Franco e Marra (2001) estabelece que a criação do planejamento da

auditoria deve-se ter inicio a realização de um plano de trabalho no qual se denomina de

programa da auditoria.

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O programa de auditoria consiste no plano de trabalho para exame de área

especifica. Ele prevê os procedimentos que deverão será aplicados para que

se possa alcançar o resultado desejado. Deve, entretanto, ser bastante amplo e

flexível, para permitir alterações durante o andamento das verificações,

segundo aconselham as circunstâncias, isto é, a maior ou menor eficiência

dos controles internos do cliente.

No plano de trabalho o auditor deve identificar os procedimentos

necessários que servirão como guia na execução e organização do trabalho da auditoria;

tendo o auditor que registrar os resultados e observações analisadas e aplicada,

constituindo, assim, os papeis de trabalho que deverão ser avaliados por outros

auditores.

3 PAPEL DO AUDITOR INTERNO

A auditoria interna possui como objetivo principal a análise da integridade,

adequação e eficácia do sistema de controle interno. Devendo o auditor considerar na

sua programação de trabalho, o conhecimento detalhado dos sistemas contábeis e

controle interno, o grau de confiabilidade, e o conhecimento das atividades

operacionais, visando identificar a existência de desvios em relação aos procedimentos e

rotinas estabelecidas gerencialmente.

Na realização deste estudo, Attie (2011) ressalta que o levantamento do

controle interno, do ponto de vista da auditoria interna, deve cobrir as seguintes áreas da

empresa auditada:

Sistêmica: compreende a forma como a empresa está organizada para

o cumprimento dos objetivos do controle interno.

Contábil: está relacionada à contabilidade em si, a estrutura do plano

de contas e da operacionalização da contabilidade.

Do registro legal: está relacionada ao registro contábil dos fatos

econômicos.

Jurídica: relaciona-se à forma e conteúdo das informações do ponto de

vista jurídico.

Legal: diz respeito ao registro legal da empresa, para que a mesma

possa operar.

Fiscal: relaciona-se aos tributos devidos pela empresa, sua correta

apuração e pagamento.

Na execução o auditor interno deve analisar interpretar e documentar as

informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais para dar amparo aos

resultados de seu trabalho (NBCT 12, 2010).

Neste entendimento faz parte do trabalho do auditor interno a busca

incessante por segurança nas informações interna para perfeito funcionamento da

empresa auditada, tentando identificar se os controles internos estão funcionando de

acordo com o que diretrizes traçadas pela administração da empresa.

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A mesma regulamentação diz que o auditor interno deve assessorar a

administração da empresa no trabalho de identificação e prevenção de erros e fraudes,

obrigando-se a mantê-la informada, de forma reservada, sobre quaisquer indícios ou

confirmações de erros ou fraudes que forem identificadas. Como se vê uma das grandes

preocupações da auditoria interna é quanto à eficácia dos controles internos na

prevenção e identificação de erros e fraudes. O que é e como distinguir-los?

A NBCT 12 (2010) traz em seu corpo a definição de erro e fraude, como

sendo: Fraude - aplica-se a ato de intencional omissão e/ou manipulação de transações e

operações, adulteração de registros, relatórios, informações e demonstrações contábeis,

tanto em termos físicos quanto monetários. Erro - aplica-se a ato não-intencional de

omissão, desatenção, desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de

registros, informações e demonstrações contábeis, bem como de transações e operações

da entidade, tanto em termos físicos quanto monetários.

A auditoria interna fornecer informações úteis aos gestores no cumprimento

de suas funções, desenvolvendo atividades de assessoramento e sugerindo mudanças

operacionais. Em outras palavras pode-se dizer que o auditor fornece meios, condições e

informações, para que o gestor decida a melhor alternativa de mudanças a serem

tomadas para garantir a segurança das operações internas, pois não possuir autonomia

para executar tais medidas.

Pode-se constatar que a auditoria deixou de ser para algumas empresas

apenas um instrumento criado para informar a administração; passou a exercer um papel

significativo de controle para a expansão dos negócios, ocorreu à necessidade de dar

maior ênfase e importância às normas e procedimentos internos da auditoria.

Franco (2007, p.34) corrobora,

Auditoria atualmente é meio indispensável de confirmação da eficiência dos

controles e fator de maior tranqüilidade para a administração e de maior

garantia para investidores, bem como para o próprio fisco, que tem na

auditoria o colaborador eficiente e insuspeito, que contribui indiretamente

para melhor aplicação das leis fiscais.

Utilizando-se deste instrumento a empresa auditada possui mecanismos

eficientes e ágeis que poderão auxiliar-los na melhor adaptação no cenário de mudanças

econômicas em que as empresas estão expostas no mundo atual. O desempenho deste

trabalho permite uma análise dos controles e das rotinas internas, se estão de acordo

com a expectativa, ou se precisam ser realinhados para um novo objetivo. Neste caso, a

auditoria interna permite que os administradores identifiquem em que ponto a empresa

está, sugerindo possíveis ações para que a mesmo continue no foco proposto.

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A auditoria interna por convicção possui caráter permanente, é denominada

de auditoria continuada, pois esta é realizada dentro da empresa de forma continuada,

realizando a verificação de todos os controles contábeis e administrativos, detectando

falhas e deficiências destes controles, trazendo vantagens relevantes à empresa e ao

auditor, vantagens às quais (FRANCO e MARRA, 2001, p.211), citam:

Vantagens para a empresa auditada: O auditor faz uma só vez o

levantamento do sistema de organização e controles internos da empresa,

para sua avaliação e conseqüente programação da auditoria. Se a empresa

contrata esporadicamente auditores, cada um deles deve proceder,

antecipadamente, esses levantamentos, onerando o custo do serviço. A

atualização dos programas de auditoria, já executados anteriormente, é mais

simples do que a elaboração de novos programas; Conhecidas as falhas e as

deficiências da organização e dos controles da empresa, o auditor não

somente aponta essas anomalias, mas também tem interesse em sua

regularização, para facilitar seu trabalho futuro.

Para o auditor, a auditoria permanente oferece as seguintes vantagens:

Realiza os elementos prévios, para programação da auditoria, apenas uma

vez, limitando-se a fazer modificações futuras no programa, somente em caso

de alteração nas condições da organização e controles da empresa; A

familiarização com as operações os controles e a organização da empresa

simplifica seu trabalho, permitindo-lhe maior grau de segurança nos

elementos de convicção que recolhe para julgamento;

A auditoria interna traz uma maior segurança aos gestores, pois exercer

várias frentes de trabalho, auxiliando, checando e verificando, todas as informações

passadas e recebidas, objetivando a melhoria dos controles internos na busca de

alcançar as metas traçadas, sem interferir na missão da empresa.

4 AUDITORIA INTERNA COMO MEIO DE CONTROLE GERENCIAL

No processo de tomada de decisão, existe um grau elevado de incerteza e

insegurança no momento da execução a ser tomada, mas esta instabilidade pode ser

controlada ou diminuída por medidas internas que iram auxiliar os gestores nas

informações fidedignas, adequadas e oportunas, a fim de oferecer uma base confiável e

sustentável, ocorrendo assim uma decisão coerente para planejamento do plano

operacional da empresa. A auditoria interna realiza um papel de auxiliar aos gestores no

cumprimento de seu plano gerencial para tomada de decisão com base nas informações

coletadas e recebidas, sendo estas avaliadas diariamente para constatar se estão

adequadas e fidedignas, para tomada de decisão.

Já Beuren (2000, p.21), faz uma concepção como sendo:

Um sistema de informações que auxilie o gestor a melhorar as suas decisões

não depende apenas da identificação dos modelos decisórios dos gestores e

das suas necessidades informativas. Muitas vezes, torna-se necessário

repensar o próprio modelo de decisão, além de utilizar informação adicional

para determinar a probabilidade de ocorrência de cada estado da natureza, a

fim de reduzir o problema da incerteza.

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Quando autor cita “(…) informação adicional (…)”, pode-se incluir a

informação da auditoria interna como informação adicional de qualidade para alimentar

o modelo de decisão. E, também, quando destaca no texto “(…) a fim de reduzir o

problema da incerteza”, pode-se remeter ao trabalho da auditoria interna que executa as

suas tarefas a fim de aumentar o padrão de eficiência, o que resultará numa informação

fidedigna e real para o gestor no seu modelo de decisão.

Neste cenário a auditoria interna deve conhecer o modelo de gestão para

levantar informações quantitativas, qualitativas e úteis, para o objetivo pretendido, para

que com estas informações a tomada de decisão conduza a uma gestão eficaz. Portanto,

cabe à auditoria interna desempenhar o seu papel no auxilio a administração gerencial

na busca de informações úteis que possam desempenhar um resultado satisfatório.

Os gestores virão na auditoria interna um meio e/ou mecanismo confiável de

verificação das informações internas, que lhes proporcionaria um melhor

gerencialmente das informações. A auditoria interna deixou de ser apenas um meio de

controle interno, que tinha a tarefa de verificar, avaliar e detectar, erros ou fraudes

dentro dos controles internos da empresa, para exercer a função de auxiliar os

administradores no planejamento estratégico e na missão determinada pelo dono da

empresa.

5 PRINCIPAIS ÁREAS AUDITADAS NAS ENTIDADES

Com o objetivo de demonstrar a importância da implantação dos controles

internos nas empresas, destacamos as principais áreas de riscos que as empresas ficam

sujeitas quando do seu não acompanhamento.

5.1 – Tesouraria

Responsável pelo armazenamento do dinheiro, pelos pagamentos e

recebimentos. Os principais problemas que a organização pode ter nesta área são os

desvios ou o uso indevido dos recursos disponíveis. Dessa forma, citamos como

exemplos de controles aplicáveis a esta área:

Conferência física entre o saldo em espécie com o registro do caixa,

(rotina realizada diariamente); / Ocorrendo de forma imprevisível um

conferencia de por um superior.

Todo recurso recebido no caixa dever ser registrado. / Fixar um valor

máximo a disposição no caixa.

O responsável pelo caixa não deve aprovar pagamentos;

Realizar pagamentos com a devida quitação do documento fiscal; /

Utilização (carimbo, data, valor e assinatura do caixa);

Emissão de cheques nominais; / Controles de cheques cancelados;

Sempre manter um rodízio de funcionários;

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5.2 – Estoques

O estoque é vital manter um controle interno dos produtos. Haja vista, a

quantidade divisões do estoque, é observável que seu controle deve ser rigoroso e

eficiente. Os principais procedimentos no controle dos estoques são:

Registro de entradas de mercadorias via nota fiscal e conferência dos

itens, simultaneamente;

Saída de mercadorias mediante requisição assinada;

Acesso restrito ao local do estoque;

Estoques em poder de terceiros devem ser controlados a parte do estoque

existente na empresa;

Levantamento de inventários periódicos;

Organização do almoxarifado, facilitando o atendimento interno e

externo;

Confronto com os dados contábeis.

5.3 – Folha de pagamento

O funcionamento apropriado de um sistema de controle interno depende não

apenas de um planejamento eficaz, mas de funcionários aptos e capaz de cumprir os

procedimentos estabelecidos, de forma eficiente e econômica. As atividades das

organizações são executadas por pessoas que estão propicias as falhas ou omissões por

erro ou negligencia. Portanto querer uma atenção em especial; no intuito de evitando

riscos de fraudes e erros. Seguem os principais meios de controles internos deste setor:

Registros de pessoal – ficha de empregados;

Separação de quem elabora a folha de pagamento com a que autoriza os

pagamentos;

Controle de ponto, contendo: nome do empregado; carga horária;

intervalos;

As Horas Extras; manter um controle com assinatura do responsável

solicitante;

O reajuste salarial do setor pessoal, somente com assinatura de dois (02)

superiores;

Acompanhamento de férias, evitando pagamentos em dobro;

Confronto das guias a serem pagas com o resumo da folha;

Adequação e cumprimento da legislação trabalhista e tributária.

6 CONCLUSÃO

Analisando o cenário atual observaram-se as constantes mudanças de

mercado, onde as empresas tornam-se cada vez mais competitivas sendo necessário que

estejam sempre atualizadas e com informações precisas, o que somente é possível a

partir do momento em que houver uma constante verificação nas suas informações

internas.

A Auditoria Interna veio para auxiliar a administração gerencial, uma vez

que colabora para que a eficácia e eficiência das rotinas sejam constantes e satisfatórias.

O foco do trabalho do auditor interno está nos processos de controle. Podendo ocorrer

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através de análises contábeis e outras, avalia não só a situação da empresa, bem como se

os procedimentos internos estão sendo realizados corretamente. Sendo que através desse

processo permite uma visão mais objetiva da empresa.

A figura do auditor interno possui independência na emissão de seus

relatórios que possuem caráter de imparcialidade e objetividade. Sendo importante

instrumento para orientar e sugerir procedimentos, os quais podem ser de grande valia

no gerenciamento de riscos.

Os profissionais de auditoria são de extrema importância para o cenário

econômico, uma vez que a influência de seus “pareceres” pode afetar nas decisões de

investimento, financiamento e ações dentro das empresas. A revisão das demonstrações

contábeis das empresas, bem como a emissão de uma opinião técnica e isenta sobre as

mesmas permite que o mercado tenha uma confiança maior em relação a estas

empresas.

O artigo alcançou o seu objetivo ao expor os benefícios e vantagens que

uma empresa auditada possui em relação à uma outra que não se utiliza deste tipo de

ferramenta para um maior controle gerencial. Os objetivos geral e específicos também

foram alcançados aos se expor que a auditoria interna tem a possibilidade de auxiliar

essas entidades a controlar os seus recursos financeiros e patrimoniais, reduzindo os

custos, riscos e irregularidades. Neste mesmo sistema de gestão os administradores

virão na auditoria interna uma ferramenta que possibilitava a obtenção informações

confiáveis e necessárias para tomadas de decisão no intuito de alcançar os objetivos

traçados

Neste caso para que as empresas possuam informações precisas para a

tomada de decisão é necessário que a auditória interna atue na organização de forma

independente. A auditoria interna proporciona um melhor controle do patrimônio da

empresa, ajudando a eliminar desperdícios; o controle da auditoria interna mantém aos

administradores informações confiáveis da situação patrimonial e financeira da

empresa.

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

FACULDADE CEARENSE – FAC

PÓS GRADUAÇÃO EM AUDITORIA E CONTROLADORIA

AUDITORIA INTERNA COMO MEIO DE CONTROLE GERENCIAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Curso de Pós Graduação em Auditoria e

Controladoria da Faculdade Cearense – FAC, como

pré-requisito para obtenção do título de Especialista

em Auditoria e Controladoria, sob orientação do

Profa. Dra. Marcia Maria Machado Freitas.

Renato Gomes Monte

________________________________________

Profa. Dra. Marcia Maria Machado Freitas

Orientadora

________________________________________

Profª Dra. Liliana Farias Lacerda

Membro I

________________________________________

Prof. Esp. José Maria Alexandre Silva.

Membro II

Fortaleza –Ce

2014