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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ
FACULDADE CEARENSE
CURSO DE DIREITO
LUÍS GUSTAVO FERNANDES BARBOSA
A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO DA PENSÃO POR MORTE A
COMPANHEIRA
FORTALEZA
2014
LUÍS GUSTAVO FERNANDES BARBOSA
A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO DA PENSÃO POR MORTE A
COMPANHEIRA
Monografia submetida à aprovação
da Coordenação do Curso de
Direito do Centro Superior do
Ceará, como registro parcial para a
obtenção do grau de Graduação,
sob a orientação da Professora
Marina Lima Maia Rodrigues.
FORTALEZA
2014
LUÍS GUSTAVO FERNANDES BARBOSA
A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO DA PENSÃO POR MORTE A
COMPANHEIRA
Monografia como pré-requisito
para a obtenção do título de
Bacharelado em Direito, outorgado
pela Faculdade Cearense-FaC,
tendo sido aprovada pela banca
examinadora composta pelos
professores.
Data da aprovação:___/___/____
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________
Professora Esp. Marina Lima Maia Rodrigues
_______________________________________________________
Professor Esp. Felipe de Albuquerque Bezerra
_______________________________________________________
Professora Esp. Lara Pinheiro Bezerra
A toda a espiritualidade que me deste a direção
e a força necessária para a subida de mais um
degrau e a consequente conquista.
A memória de meu Pai e os agradecimentos à
minha Mãe.
A minha esposa que sempre me incentivou em
todos os momentos.
AGRADECIMENTOS
A minha orientadora, a professora Marina Lima Maia Rodrigues, a minha
admiração e o meu apreço. O meu sincero agradecimento por aceitar a árdua tarefa de orientar,
que além de me mostrar os caminhos para a realização deste trabalho, foi uma grande
incentivadora.
Ao professor José Lenho Silva Diógenes, o meu apreço e sincero agradecimento
pela forma tranquila como orientou o desenvolvimento metodológico que deu forma a este
trabalho científico.
Aos professores que aceitaram participar da banca examinadora desta monografia,
o meu apreço e sinceros agradecimentos.
A todos os meus colegas de sala, aos colegas de trabalho do Fórum da Comarca
de Maracanaú e ao escritório Montenegro e Sabóya, em especial Dr. Joufre Montenegro, Dr.
Dmitri Montenegro e Dr. Adagvan Fernandes, pelo apoio e ensinamentos prestados a mim,
por fazerem parte da minha vida profissional e no momento da realização dessa conquista.
“Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma
qualquer. A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um
específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de
comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou
inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio atingido,
porque representa insurgência contra todo o sistema, subversão de
seus valores fundamentais, contumélia irremissível a seu arcabouço
lógico e corrosão de sua estrutura mestra.”
(Bandeira de Mello – Jurista Brasileiro)
RESUMO
A relevância da pesquisa científica sobre “A concessão do benefício previdenciário da pensão
por morte a companheira” está em expor os pontos importantes sobre o assunto do estudo a
fim de possibilitar maiores esclarecimentos à sociedade, além de dirimir dúvidas acerca da
concessão desse benefício ao convivente do falecido. Através deste trabalho de pesquisa
busca-se relatar a possibilidade de concessão do benefício da pensão por morte dando enfoque
ao seu surgimento na previdência social do Brasil, aos princípios constitucionais que lhes são
aplicáveis, bem como os requisitos para a sua concessão à companheira como dependente do
falecido segurado.
Palavras–chave: Previdência social. Concessão. Benefícios. Pensão por morte. Companheira.
ABSTRACT
The relevant scientific research on "The granting of the social security benefit of pension for
death companion" is to expose the important points on the subject, in order to provide further
clarification to society, and resolve doubts about the granting of this benefit to the deceased
cohabitant . What is sought through this research study is to report the possibility of granting
the benefit of the death benefit focusing on your emergence of social security in Brazil, the
constitutional principles that apply to them as well as the requirements for granting the partner
as a dependent of the deceased.
Keywords: Social security. Concession. Benefits. Death pension. companion.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 10
2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ............................................... 12
2.1 A evolução histórica da pensão previdenciária no mundo ............................................... 12
2.2 A evolução histórica da previdenciária social no brasil ................................................... 13
2.3 A pensão por morte nas constituições brasileiras ............................................................ 17
3 PRINCÍPIOS QUE REGEM O INSTITUTO .................................................................... 20
3.1 Princípio da solidariedade .............................................................................................. 20
3.2 Princípio da universalidade da cobertura e do atendimento ............................................. 22
3.3 Princípio da universalidade e da equivalência dos beneficios e serviços entre os
trabalhadores urbans e rurais ................................................................................................ 23
3.4 Princípio da da seletividade e distribuição na proteção dos benefícios e serviços ............ 24
3.5 Princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios previdenciários .............................. 24
3.6 Princípio da dignidade da pessoa humana ....................................................................... 25
3.7 Princípio da obrigatoriedade da filiação .......................................................................... 26
3.8 Princípio da proteção à família ....................................................................................... 27
4 O BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO DA PENSÃO POR MORTE ................................... 28
4.1 Pensão por morte ........................................................................................................... 28
4.2 Requisitos para a concessão do benefício ....................................................................... 29
4.3 Da qualidade de segurado ............................................................................................... 35
4.4 Companheira versus esposa ............................................................................................ 36
4.5 Do valor mensal e da concessão do benefício ................................................................. 38
5 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 40
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 42
10
1 INTRODUÇÃO
A previdência social é um dos institutos da seguridade social que se diferencia da
saúde e da assistência social por seu caráter de filiação obrigatória. Diante disso, o
contribuinte que desenvolve atividade laboral pela primeira vez terá sua filiação compulsória
ao instituto da previdência social, uma vez que tanto o contribuinte como os seus dependentes
só farão jus aos benefícios se estiverem contribuindo com o regime e ressalvado o prazo de
carência.
No Brasil, a primeira Constituição Federal que trouxe diretamente em seu bojo o
benefício de pensão por morte foi a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil
promulgada em 16 de julho de 1934. Nesta, os trabalhadores tiveram grandes conquistas no
âmbito do trabalho, o artigo 5º, inciso XIX, alínea c, desta Constituição tratou pela primeira
vez do termo Assistência Social. Mais adiante, em seu Título IV, Da Ordem Econômica e
Social, precisamente no artigo 121, §1º, alínea h, foi elencada a instituição da previdência,
garantindo benefícios em favor dos trabalhadores contribuintes em caso de velhice ou
invalidez, no afastamento devido à maternidade, nos acidentes de trabalho e no evento morte.
Atualmente a previdência social tem percebido que muitos dos benefícios
concedidos têm um perfil peculiar, como no caso, de o de cujus ser de idade bastante
avançada e o beneficiário por sua vez ser bastante jovem, porém dentro da legalidade e a
notícia divulgada na internet, bastante repercutida nas redes sociais como facebook, onde
existem debates que entendem que tal concessão onera bastante os custos da previdência
social, por entender que tal benefício, em tese, deverá ser pago durante muitos anos e em
razão disso os custos para o Estado serão elevados.
Há ainda um entendimento de que tais benefícios concedidos a pessoas bastante
jovens serviriam de incentivo aos beneficiários a não ingressarem no mercado de trabalho,
pois já possuindo renda não iriam, em tese, desenvolver nenhuma atividade laboral.
Em meio às diversas críticas sobre a concessão do benefício previdenciário da
pensão por morte, o presente trabalho tem por objetivo demonstrar os requisitos para sua
concessão pelo cônjuge sobrevivente, em especial, a companheira.
Para tanto, foram desenvolvidos três capítulos mediante um estudo de pesquisa
em bibliografias e materiais afim, com intuito de buscar maiores informações sobre o tema em
foco.
11
Assim, no primeiro capítulo será abordada a evolução histórica da previdência
social no mundo, onde se apresentou seu surgimento e evolução no contexto mundial no
ordenamento jurídico. Trata-se também, neste mesmo capítulo, sobre a evolução histórica da
previdência social no Brasil, onde será demonstrado o surgimento e a evolução do instituto no
âmbito jurídico e como o mesmo foi positivado em no ordenamento jurídico pátrio.
O segundo capítulo trata dos princípios constitucionais aplicáveis à previdência
social, em específico, ao benefício de pensão por morte, desenvolvendo seu entendimento
conforme a Constituição Federal.
Por fim, no terceiro capítulo, será abordado o conceito e os requisitos para a
concessão do benefício da pensão por morte no âmbito geral e mais especificamente aos
classificados como companheiros, assim como as possibilidades de divisão do benefício
quando houver mais de um beneficiário pleiteando seu direito.
Desse modo, no presente trabalho científico, serão abordados pontos
fundamentais para concessão do benefício previdenciário da pensão por morte.
12
2 EVOLUÇÃO HISTÓRIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
2.1 Evolução história da Pensão Previdenciária no Mundo.
No ano de 1601, a partir das lutas dos trabalhadores por melhores condições de
trabalho e garantias iniciou-se, de forma bem rude, o Instituto da Seguridade Social.
Nesse período cogitava-se a possibilidade de haver uma garantia de sustento no
futuro para os trabalhadores visando sua velhice ou uma garantia para seus dependentes, caso
viesse a ocorrer com o trabalhador o evento morte, assim os dependentes não ficariam
desamparados, ocorrendo a manutenção do seu benefício social, porém sendo cabível apenas
para os que estivessem efetivamente contribuindo.
As primeiras normas legais acerca do assunto tiveram como foco não deixar o
trabalhador desamparado. Aquele trabalhador que já não se encontrava com disposição para o
labor devido já possuir uma idade avançada ou por conta de alguma fatalidade como uma
impossibilidade definitiva para o trabalho ou falecimento, tendo com isso um caráter protetivo
cujas normas eram de ordem basicamente assistencialistas.
Na Inglaterra foi editada a primeira legislação sobre o assunto, esta tratou
basicamente das formas de assistencialismo tendo como foco crianças, idosos, inválidos e
desempregados.
Tal lei recebeu o nome de Poor Relier Act (Lei dos Pobres) visto que a mesma
instituiu alguns auxílios de ordem pública para os mais necessitados, com isso traria um
pouco de dignidade aquelas pessoas que estavam a depender da própria sorte, ou seja,
financiamento dos desamparados. Nesse contexto também surgiram outras revoluções
importantes como, por exemplo, a Declaração dos Direito dos Homens e dos Cidadãos
ocorrida em 1789.
Vale ressaltar que a Alemanha foi o primeiro país a redigir um ordenamento legal
acerca do assunto, tendo como preceptor Otto Von Bismark, que em meados 1883 viu a
necessidade da regulamentação dos males decorrentes do dia-a-dia laboral, introduzindo no
ordenamento jurídico a figura do auxílio-doença.
13
No ano seguinte a Alemanha deu início à cobertura compulsória para acidentes de
trabalho, com isso iniciava-se o uso do auxílio-acidente decorrente do trabalho, algo bem
corriqueiro na época, pois não havia políticas de segurança do trabalho.
No ano de 1889 a Alemanha avançou ainda mais com a criação do seguro de
invalidez e do seguro velhice. Essa foi a primeira vez que o estado ficou responsável por toda
a administração de um benefício de seguridade social, sem a ocorrência de gastos extras para
o Ente Público. Tudo ficou a encargo das empresas com contribuições compulsórias.
Em decorrência dos avanços na Alemanha outros países da Europa, como
Inglaterra, seguiram no mesmo sentido e publicaram sua legislação Workmens Compensation
Act (ato de compensação), estabelecendo seguro obrigatório em decorrência de acidentes de
trabalho.
Todavia, foi na América do Norte, mais exatamente no México, onde houve a
primeira inclusão Constitucional (carta magna mexicana) de temas previdenciários, o que
ocorreu em 1917. Logo em seguida, a Alemanha incluiu o tema em sua Constituição de
Weimar de 1919, que foi seguido pelos demais países da Europa e do mundo.
2.2 A Evolução Histórica da Previdência Social no Brasil
A história da seguridade social no Brasil se deu início em unidades da Santa Casa
de Misericórdia do município de Santos em São Paulo, em meados de 1553, que prestavam
serviço de Assistência Social.
Depois de muitos anos, devido ao caráter mutualista, criou-se em 1835 o
denominado Montepio Geral dos Servidores Públicos do Estado, conhecido como Mogeral,
sendo essa a primeira entidade a administrar a gestão da previdência privada no Brasil.
Após isso, o assunto foi tratado timidamente nas constituições federais, até chegar
à Constituição Federal de 1988 que expandiu o alcance da seguridade social. A Constituição
de 1824, em seu artigo 179 e incisos, tratou dos socorros públicos que eram o auxílio-acidente
e o auxílio-doença, iniciando o primeiro ato securitário previsto na Constituição.
Já a Constituição de 1891 previa diretamente o benefício previdenciário em seu
artigo 75, o qual garantia o benefício de aposentadoria por invalidez apenas para os
funcionários da iniciativa privada, restringindo o alcance do benefício aos funcionários
públicos que por ventura e infelicidade viessem a se tornar inválidos mediante o exercício da
atividade laboral.
14
Vale ressaltar que nessa época havia um grande contingente de trabalhadores na
categoria de servidores públicos. Devido ao imenso número conseguiram pressionar o
Governo Federal, a fim de que tal benefício fosse aplicado a eles, o que conseguiram.
Depois disso, algumas outras categorias também conseguiram se guarnecer desse
direito no âmbito previdenciário. No dia 30 de dezembro do ano de 1911, foi publicado o
Decreto nº 9.284/1911, que instituiu a Caixa de Aposentadoria e Pensão dos Operadores da
Casa da Moeda, observando que as benesses eram somente para a categoria de funcionários
públicos federais. Logo em seguida o Decreto nº 9.517 criou a Caixa de Pensão e
Empréstimos para os funcionários da Capatazia da Alfândega do Rio de Janeiro.
Em 15 de janeiro de 1919 foi publicada a Lei de nº 3.724, que instituía um seguro
obrigatório e uma indenização a serem pagas pelos trabalhadores e, em caso de acidente
decorrente do trabalho, estes ficariam assegurados quando ocorresse alguma eventualidade no
âmbito do trabalho.
Tem-se como marco da história da previdência social no Brasil a publicação do
Decreto nº 4.682 de 24 de janeiro de 1923, conhecido como Eloy Chaves. Por meio deste
criou-se as Caixas de Aposentadoria e Pensões que ficaram conhecidos como CAP’s, tendo
como abrangência os empregados ferroviários que passaram a pagar uma contribuição para
que pudessem ter direito ao benefício da aposentadoria no futuro. Este benefício se estenderia
aos seus dependentes quando o beneficiário viesse a faltar, o que se assemelha ao nosso
sistema previdenciário atual.
Ressalta-se esse ponto como o momento onde foi visto pela primeira vez a figura
dos dependentes no nosso ordenamento jurídico, que agora estariam amparados por uma
norma previdenciária no Brasil, onde até então só se protegia a figura do trabalhador, não
estendendo os benefícios aos dependentes, o que foi muito importante, pois trouxe amparo.
Devido ao fato relatado acima, comemora-se o dia da Previdência Social no Brasil
no dia 24 de janeiro, em menção a inclusão desse dispositivo legislativo em nosso
ordenamento jurídico, que trouxe grandes garantias para os trabalhadores brasileiros e seus
cônjuges e dependentes.
Posteriormente a edição da Lei Eloy Chaves, ainda no século XXI, Caixas de
Aposentadoria e Pensão foram ampliadas para outras categorias de empresas, chegando a um
total de 183 empresas, tais como empresas portuárias, marítimas e várias outras.
Essas Caixas de Aposentadoria, de modo lento, tinham a administração própria. Já
que cada categoria tinha a sua caixa de aposentadoria não havia a participação pecuniária de
15
nenhum ente público, pelo menos até naquele momento, onde cada caixa de aposentadoria
atendia somente aos trabalhadores daquela classe.
No ano de 1930, no governo Vargas, foram criados os Ministérios do Trabalho,
Indústria e Comércio, iniciando a organização da Previdência Social Brasileira. O Primeiro
Ministro do Trabalho foi Lindolfo Collor, avô do ex-presidente Fernando Collor de Melo.
Na década de trinta essas Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAP’s) reuniram-se,
criando o Instituto de Aposentadoria e Pensão, que ficaram conhecidos como Institutos de
Aposentadoria e Pensões (IAP’s). Tais institutos estavam organizados por categorias
profissionais, facilitando sua administração, dando maior solidez ao sistema previdenciário,
que por sua vez passou a ter um número de filiados bem maior que cada CAP’s isolado,
tornando-se mais consistente.
Vejamos alguns Institutos de Aposentadoria e Pensão que foram criados na época:
IAPM - Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Marítimos- 1933; IAPC – Instituto de
Aposentadoria e Pensão dos Comerciários- 1934; IAPB - Instituto de Aposentadoria e Pensão
dos Industriários – 1936; IAPI - Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários;
IAPTEC - Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Empregados em Transportes de Cargas-
1938. Os movimentos duraram até meados dos anos cinquenta, havendo vários processos de
unificação das CAP’s por todo o país.
A Constituição Federal de 1934 foi a primeira que tratou em seu bojo da tríplice
forma de custeio, tendo como participantes o governo, os empregadores e os trabalhadores. Já
na Constituição Federal de 1937, foi introduzido o termo seguro social sem trazer grandes
modificações, evoluções ou securitárias aos empregados.
No âmbito da assistência social foi criada em 1942 a Legião Brasileira da
Assistência Social - LBA, normatizado pelo Decreto nº 4.890 de 21 de novembro de 1.942.
A Constituição Federal de 1946 utilizou a expressão previdência social pela
primeira vez, garantindo em seu bojo eventos de doenças, invalidez, idade avançada e evento
morte, este último sendo um benefício para seus dependentes. Neste momento tentava-se
sistematizar as normas de proteção social.
Em 1960 foi criada o Ministério da Previdência Social por meio da Lei Orgânica
da Previdência Social – LOPS, marcando assim a unificação dos diversos IAP’s existentes até
então. Nessa época os trabalhadores rurais e domésticos ainda não eram contemplados,
ficando excluídos de qualquer garantia.
16
No ano de 1967 todos os IAP’s, quais sejam os Institutos de Aposentadoria e
Pensão que foram criados na época: IAPM - Instituto de Aposentadoria e Pensão dos
Marítimos- 1933; IAPC – Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários- 1934; IAPB
- Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários – 1936; IAPI - Instituto de
Aposentadoria e Pensão dos Industriários; IAPTEC - Instituto de Aposentadoria e Pensão dos
Empregados em Transportes de Cargas- 1938. Estavam unificados, criando assim os INPS –
Instituto Nacional da Previdência Social, consolidando no Brasil o sistema da previdência
social, ocasião em que foi instituído o benefício do auxílio-doença.
Todavia, foi somente no ano de 1971 que os trabalhadores rurais passaram a ter
direitos previdenciários, o que ocorreu com o advento do Funrural, inserido em nosso
ordenamento jurídico por meio da Lei Complementar 11 de 25 de maio de 1971. Já os direitos
previdenciários dos trabalhadores domésticos só foram incluídos ao sistema no ano seguinte
com a instituição da Lei 5.859 de 11 de dezembro de 1972.
O SINPAS – Sistema Nacional da Previdência e Assistência Social ficava
responsável pela integração de algumas áreas, tais como assistência social, previdência social,
assistência médica e gestão das entidades ligadas ao Ministério da Previdência e Assistência
Social, onde os órgãos a seguir indicados formavam o SINPAS: INPS- Instituto Nacional de
Previdência Social, autarquia responsável pela administração dos benefícios; IAPS- Instituto
de Administração Financeira da Previdência Social, autarquia responsável pela arrecadação,
fiscalização e cobrança de contribuições e se houvesse mais recursos, também ficaria a cargo
dela; INAMPS- Instituto de Assistência Médica da Previdência Social, autarquia responsável
pela área da saúde; LBA- Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor- fundação responsável
pela promoção de política social em relação ao menor, hoje a denominação utilizada é a
criança e o adolescente; CEME- Central de Medicamentos, órgão da administração pública,
que estaria encarregada de distribuir os medicamentos que a população precisasse;
DATAPREV- Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social, empresa pública
que estava encarregada com atribuição de gerenciar os sistemas de informação da previdência
social, hoje denominada de área de TI - Tecnologia da Informação.
De todos esses sistemas que foram criados, atualmente o único que permanece em
pleno funcionamento é o DATAPREV - Empresa de Processamento de Dados da Previdência
Social, por ser utilizado pelo Ministério da Fazenda. Ressalta-se que após a instituição da Lei
11.457 de 16 de março de 2007, o DATAPREV ficou prestando serviço de tecnologia da
informação para a Receita Federal.
17
Na atual Constituição Federal de 1988 foi vislumbrada a reunião das três
atividades da seguridade social: a saúde, a previdência social e assistência social, todas em
pleno funcionamento e atividade.
No ano de 1990 foi criado o INSS – Instituto Nacional de Previdência Social, o
qual foi instituído com a junção do INPS com o IAPAS, numa tentativa de melhorar os
serviços prestados a sociedade.
Devido a Carta Magna abranger saúde, previdência social e assistência social,
todos estes contidos de responsabilidades do Ministério da Previdência Social têm algumas
Leis bastante importantes, como: Lei 8212 de 24 de julho de 1991, que tratou do Plano de
Organização e custeio da Seguridade Social; Lei 8213 de 24 de julho de 1991 que tratou do
Plano de Benefícios da Seguridade Social e Lei 8742 de 07 de dezembro de 1993 que tratou
da Lei Orgânica da Assistência Social, conhecido como LOAS. Tem-se ainda o Decreto de nº
3.048 06 de maio de 1999, que aprovou o regulamento da previdência social.
2.3 A Pensão por Morte nas Constituições Brasileiras
Na Constituição Política do Império do Brasil promulgada em 25 de março de 1824, onde
o país se encontrava sob o regime de império, tínhamos 4 poderes, o Executivo, o Legislativo, o
Judiciário e o Moderador. Este último exercido pelo Imperador Dom Pedro I, não se tratou de
nenhuma garantia com relação à Previdência Social e muito menos a Pensão por Morte.
Na Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil outorgada em 24 de
Fevereiro de 1891, a qual organizou o Brasil em estado democrático, tinha apenas três poderes como
hoje o conhecemos. Não tratou de nenhuma garantia com relação à Previdência Social e sobre tudo a
Pensão por Morte.
Na Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, promulgada em 16 de julho
de 1934, os trabalhadores tiveram grandes conquistas no âmbito do trabalho. No art. 5º, inciso XIX,
alínea c, tratou pela primeira vez do termo Assistência Social. Mais a frente, em seu Título IV, Da
Ordem Econômica e Social, mais precisamente no art.121, §1º, alínea h, foi elencada a instituição de
previdência, garantindo benefícios em favor dos trabalhadores contribuintes, em caso de velhice ou
invalidez, no afastamento devido à maternidade e nos casos de acidente de trabalho e no evento morte.
Na Constituição dos Estados Unidos do Brasil, outorgada em 10 de novembro de 1937,
esta Carta Maior teve como inspiração o fascista instituído pelo então presidente Getúlio Vargas.
Nesta Constituição, em seu art. 156, alíneas “d”,”e”, tratou da aposentadoria compulsória ou por
invalidez no âmbito do funcionalismo público, para aqueles que ingressaram e seguiram carreira,
18
organizado pelo Poder Legislativo, mas com relação à Pensão por Morte, não houve nenhuma menção
ao benefício nesta Carta.
Na Constituição dos Estados Unidos do Brasil, promulgada 18 de setembro de 1946,
tratou em seu art. 5º, inciso XV, alínea b, assevera que compete a União legislar sobre a previdência
social. E em seu art.157, inciso XVI, nota-se que se encontra disposto benefícios em favor da
maternidade, doenças, velhice, acidente de trabalho, invalidez e, por fim, morte. Nessa Carta Política,
encontra-se a garantia aos dependentes, pelo evento morte.
Na Constituição da República Federativa do Brasil, de 24 de janeiro de 1967, em seu art.
8º, inciso XVII, alínea c, encontrava-se previsto que compete a União legislar sobre a previdência
social. Mais adiante, no seu Título III da Ordem Social, em seu art. 158, inciso XVI, descreve da
mesma forma da constituição anterior, prevendo adentre outros situações o evento morte.
Na Constituição da República Federativa do Brasil promulgada em 5 de outubro de 1988,
traz em vários momentos de seu texto regulamentações acerca da previdência social. A começar pelo
Capítulo II, dos Direitos Sociais, no art.6º, caput, prevê como direito social a previdência social. Já o
art. 7º, inciso IV, prevê salário mínimo, fixado em Lei, com reajustes periódicos preservando-se o
poder aquisitivo.
Em seu art. 24, inciso XII, dispõe que são competentes para legislar sobre a previdência
social, a União, os Estados e os municípios. Ademais, até as instituições financeiras dispõem de
previdências privadas, onde são autorizadas e regulamentadas e fiscalizadas, observando a Lei
Complementar de nº 109, de 29 de maio de 2001, que dispõe sobre o Regime de Previdência
Complementar e dá outras providências.
No art. 38, inciso V, da Constituição Federal de 1988, assevera que o servidor da
administração pública direta, no caso de afastamento, receberá os valores como se no exercício
estivesse. No art. 40, inciso III, §6º, é vedado recebimento de mais de uma aposentadoria à conta do
regime previdenciário previsto neste artigo, dos servidores públicos da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios.
Percebe-se que o limite máximo para a aposentadoria está disposto no art. 37, inciso XI,
da atual Carta. Ainda esse mesmo artigo o §7º, assevera que a Lei disporá sobre o benefício de pensão
por morte, pois cada órgão de funcionário público disporá sobre sua previdência, com relação aos
trabalhadores da iniciativa privada serão regidos pelas regras da Previdência Social. Mais adiante, o
art.201, inciso V,da Constituição Federal, dispõe que:
19
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de
caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)[...]
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e
dependentes, observado o disposto no § 2º. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
Ressalta-se que existem regras claras para que o trabalhador esteja na situação de
segurado. Também o art.53, inciso IV, da Constituição Federal de 1988, ao se tratar de ex-
combatente, em caso de morte é devido à viúva ou a companheira ou ao dependente.
Percebe-se que a legislação sempre tratou os dependentes, uma vez que muitos
casais não casam formalmente, vivem em união estável, onde os quais têm os mesmos direitos
do casamento em comunhão parcial de bens e mesmo nessa condição deixam dependentes que
devem ser amparados pelo benefício de pensão por morte.
20
3 PRINCÍPIOS NORTEADORES DO INSTITUTO
Os princípios constitucionais da Previdência Social servem de norte para que o
ente público trace suas políticas de atuação e objetivos, tentando sempre suprir e não
desamparar aqueles que se encontram segurados pela previdência, tendo em vista os atuais
riscos que os trabalhadores correm todos os dias.
Observa-se que a Previdência Social será organizada num sistema contributivo e
de filiação obrigatória e facultativa, onde serão concedidos benefícios aos contribuintes que
estiverem com os períodos de carência ultrapassados. Nesse norte, terá a missão de cobrir
eventuais riscos, como: doenças, invalidez, morte, idade avançada, proteção à maternidade e à
família.
Na Constituição Federal estão elencados os principais princípios norteadores da
Seguridade Social, e sendo assim, traz-se o conceito de Princípio. Pode-se conceituá-lo como
sendo uma ideia de universalidade que se compreende e se aceita mesmo sem estar escrito em
outro prisma, seria uma diretriz que se torna determinante na elaboração de interpretação das
normas.
3.1 Princípio da Solidariedade
O princípio da Solidariedade Social é o alicerce mais importante da previdência
social, o qual se encontra no art. 3º, inciso I e no art. 194, da Constituição Federal de 1988,
que assevera que a sociedade brasileira é pautada, dentre outros princípios, na solidariedade.
Assim, aqueles que podem trabalhar independente de um dia se utilizarem ou não dos
benefícios ofertados pela previdência social, assistirem com suas contribuições àqueles que
não podem ou se encontram impossibilitados, por um motivo ou por outro, de se manterem e
manterem suas famílias com o mínimo de dignidade humana.
Percebe-se que a população em geral, desde as classes mais elevadas às mais
humildes, consomem produtos que neles estão embutidos impostos como PIS e COFINS.
Esses impostos ajudam a custear os benefícios da previdência social. Em alguns serviços
disponibilizados para a população em geral como transporte público, luz e telefone, também
estão inseridos tais impostos, todos com o intuito de arrecadar recursos para manter a
previdência social. Com isso, é possibilitado o mínimo de dignidade a quem não tem
capacidade laborativa temporária ou permanente.
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Observa-se que o espírito do legislador é o de proteção à coletividade e não ao
indivíduo isolado, sendo necessária paridade nas contribuições previdenciárias e nas
contraprestações securitárias. Desse modo, os que possuem força laborativa podem custear as
assistências sociais de quem não possui, como também custear a previdência social e a saúde.
Nesse sentido, entende-se que tal princípio pode ser analisado de duas formas,
horizontalmente e verticalmente. O primeiro ocorre quando há redistribuição de renda entre as
populações, já o segundo ocorre quando uma geração desempenha atividade remunerada para
custear benefícios e assistências de outra geração mais idosa, tendo em vista o sistema de
repartição simples.
O princípio da solidariedade determina que os trabalhadores revertam parte de
seus ganhos econômicos para o sustento do regime protetivo, mesmo havendo possibilidade
de nunca se utilizarem de nenhum benefício ou serviço. Vale observar que não é pelo fato de
ser contribuinte que obrigatoriamente se terá direito há algum benefício ou serviço, observa-se
também que é necessário que se preencha de cada benefício ou serviço para poder ter direito a
poder gozá-los.
A situação delineada ocorrerá quando um trabalhador contribui por 30 anos e vier
a falecer, não tendo nenhum companheiro, cônjuge ou outros dependentes dos fixados em Lei,
não terá ninguém que venha a adquirir tal benefício em vida. O contribuinte não gozou de
nenhum benefício previdenciário e estará impossibilitado do gozo do mesmo após a morte.
Por outra ótica, esse lapso temporal das contribuições vai permitir que os
trabalhadores impossibilitados de desempenhar qualquer atividade laborativa nessa situação,
não tendo como prover seu próprio sustento não fiquem desamparados. A própria sorte é que
essa contribuição garante o mínimo de dignidade humana para esse grupo de pessoas em
idade de trabalho. Haverá casos em que o contribuinte em vida usufruirá de benefício
previdenciário, como exemplo, em acidente de trabalho ou auxílio doença, terá direito ao
gozo de benefício enquanto perdurar a incapacidade.
Este princípio é mais utilizado na previdência social, o qual é o ramo da
seguridade que se faz essencial o regime de contribuição do trabalhador ou pessoa que venha
a aferir renda de alguma forma, uma geração para custear as outras gerações, que se
encontram impossibilitadas ou incapacitadas temporariamente de obter seu próprio sustento,
de sua família e dependentes.
Através do princípio da solidariedade social é que se pode financiar como um
todo a seguridade social, pois se não fosse assim ficaria inviável garantir o sistema, tendo em
22
vista que a união de milhares de contribuintes é que dá possibilidade de levar a cobertura para
tantas pessoas que assim necessitam.
3.2 Princípio da Universalidade da Cobertura e do Atendimento
No art. 194, parágrafo único, inciso I da Constituição Federal, assevera que todos
deveram estar cobertos pela proteção social. Essa proteção é a disponibilidade de ter acesso à
saúde e a assistência social para todos aqueles que precisarem ou necessitarem de seus
atendimentos e serviços. O ente público teve estar atento às ações que devem gerir, atingindo
necessidades individuais e coletivas, e mais, prestando serviços reparadores e preventivos nas
novas situações que surgem a cada dia com o trabalhador e a população em geral.
A cobertura para os trabalhadores que desenvolvem atividade lícita formal
enquadra-se, além da saúde e da assistência social, a previdência social, onde se fazem
necessárias a filiação e a contribuição, sendo esta obrigatória ou facultativa. Esses são
requisitos básicos para estarem amparados pela previdência social com seus serviços e
benefícios.
Além da situação narrada, o princípio da universalidade permite que as pessoas
que não desenvolvem atividade lícita formal e queiram contribuir para a previdência social,
tenham essa possibilidade e com isso tornem-se segurados da previdência social. Nesse norte,
criou-se a classe do contribuinte facultativo, permitindo uma maior possibilidade das pessoas
estarem seguradas contra imprevistos e mais pessoas contribuindo e garantindo
financeiramente a previdência social.
Por outra ótica, o princípio da universalidade da cobertura tem o condão de
segurar a todos os imprevistos e riscos sociais, observando benefícios que supram estas
eventuais necessidades. Deve-se que observar que existe a universalidade subjetiva onde o
sujeito da relação jurídica é o segurado da previdência social ou no caso da saúde e da
assistência social, o usuário já na universalidade objetiva, o ente público ao prestar ao público
o atendimento, serviço ou o benefício previdenciário, prestará ao mesmo a assistência nos
termos da, a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS).
Essas prestações de serviços e benefícios oferecidos pela seguridade social devem
atingir o máximo de situações possíveis de doenças e acidentes e até mesmo o evento morte,
para que possa dar a proteção social devida ao trabalhador e a seus familiares dependentes,
tendo em vista que suas contribuições lhe garantem o mínimo de dignidade de sobrevivência e
23
nos casos de evento morte, a sobrevivência de seus familiares dependentes.
Vale salientar que este princípio tem por maior finalidade possibilitar o mínimo de
condição de sobrevivência para que as pessoas tenham como se manter, não permitindo que
cheguem à miséria, evitando com isso que se tornem pedintes e até partindo para a
criminalidade, causando assim vários problemas sociais.
3.3 Princípio da Universalidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços entre Trabalhadores
Urbanos e Rurais
O art.194, parágrafo único, inciso II, da Constituição Federal, igualou os direitos
das populações urbanas e rurais. Antes da constituição de 1988 as populações rurais recebiam
benefícios menores que o salário mínimo, mas com o advindo da última Carta Política tratou
de igualar os benefícios, de abrangência rural e urbana, para no mínimo de um salário mínimo
e com isso onerou mais ainda os gastos da previdência social, tendo em vista que teve que
pagar aos beneficiários que contribuíram com cotas ínfimas, os mesmos valores daqueles que
contribuíram com índices maiores, porém de todo modo foi um avanço para a população rural.
Observa-se que até poderá haver diferença entre os benefícios urbanos e rurais,
porém deve ser previsto em lei ordinária sob pena de ferir a constituição e ser declarada
inconstitucional. Pois se deve dar o mesmo direito as populações rurais como preceitua a
Constituição Federal, onde todos são iguais perante a Lei.
Percebe-se que com essa paridade aconteceu uma grande evolução, pois sempre
houve grandes distinções entre as populações rurais e as populações urbanas, como se
houvesse uma diferenciação entre os povos, algo que não existe e nunca existiu. Com essa
atitude, traz-se de forma desdobrada o princípio da igualdade, evitando propagar mais ainda
as migrações dos povos rurais para as cidades grandes.
Existe diferença entre o trabalho rural e o trabalho urbano, o espírito do legislador
percebendo isto, tratou de forma desigual esses trabalhadores no seguinte aspecto; no tempo
mínimo de trabalho para fazer jus à aposentadoria por tempo de serviço, asseverando que os
trabalhadores rurais deveriam trabalhar, se homem 60 anos e se mulher 55 anos. Os
trabalhadores urbanos, se homem trabalhariam 65 anos e se mulher 60 anos, com isso de justa
tempo de trabalho a ambos, tendo em vista que o trabalho rural é bem mais desgastante do
que o labor urbano.
24
3.4 Princípio da Seletividade e Distribuição na Prestação dos Benefícios e Serviços
No art.194, parágrafo único, inciso III, da Constituição Federal, assevera que os
benefícios devem ser pagos a quem realmente merece ou carece, nos quais a Lei determina os
requisitos para adquiri-los ou solicitá-los, tendo em vista que havendo pagamentos em
desacordo da Lei acarretarão prejuízos a toda a sociedade e diminuirão os recursos para
aqueles que realmente precisam de tais benefícios, ademais, procedendo assim estará passivo
de ser responsabilizado penalmente, tendo em vista que estará cometendo crime de fraude
contra a previdência social.
Noutro norte, este princípio serve de contra peso ao princípio da universalidade de
cobertura, pois se de um lado tem-se de prestar atendimento e serviços a todos, por outro,
deve-se selecionar os casos que irá prestar os serviços e os benefícios, tendo em vista que os
recursos não são ilimitados.
Percebe-se que para haver a distributividade necessariamente deverá existir
solidariedade, onde dará possibilidade de distribuição de recursos a quem precisar. Um dos
objetivos do princípio de distribuição é a pulverização de renda, possibilitando um mínimo de
dignidade a quem mais precisa e que infelizmente não possui meios para se manter.
3.5 Princípio da Irredutibilidade do Valor dos Benefícios Previdenciários
No art. 194, inciso IV da Constituição Federal, encontra-se esculpido a vedação
da redução dos benefícios previdenciários, pelo contrário, o que se deve e é o que se percebe,
é a atualização monetária do valor dos benefícios, tendo em vista que com o passar do tempo
os benefícios perdem o seu poder econômico devido à inflação.
Ademais, no art. 201, §4º, da Carta Maior, está disposto que é assegurado o
reajuste dos benefícios para preservar e garantir o caráter permanente do valor real e o poder
de compra do benefício previdenciário. Observa-se com isso, que se concedem reajustes
anuais periodicamente corrigidos para suprir as perdas inflacionarias.
Atualmente, a Previdência Social utiliza como índice de reajuste o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que incorporado pela Lei de nº 8.213 de 24 de
junho de 1991, que em seu art. 41-A, determinou que o IBGE tem a responsabilidade pela a
pesquisa no âmbito dos rendimentos das famílias para se chegar ao percentual de reajuste,
conforme prescrito na Lei 11.430, de 26 de dezembro de 2006.
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Atualmente, não existe mais vinculação entre os reajustes dos benefícios da
seguridade social e o salário mínimo vigente. Os benefícios deverão ser corrigidos pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), como dito acima e terão o condão de recuperar
essas perdas inflacionárias.
3.6 Princípio da Dignidade da Pessoa Humana
A Dignidade da Pessoa Humana passou a ter uma fundamental importância
universal nas Constituições de vários países democráticos, este tira o foco do Estado e passa a
visualizar com maior importância o indivíduo. Com isso, o espírito do legislador foi o de tirar
os olhos do Estado e destacar o indivíduo:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito e tem como fundamentos: I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Nesse norte, o legislador deixou bem definido que a dignidade da pessoa humana
seria um pilar, fundamento principal do estado democrático de direito brasileiro. Ademais, o
Brasil é signatário de alguns tratados internacionais que visam a proteção ao ser humano.
Em comparação com os outros animais, o ser humano possui uma peculiaridade
única, é um ser dotado de inteligência e devido a isso possui naturalmente uma posição
privilegiada perante os outros animais, tendo em vista possuir racionalidade e o livre arbítrio.
A natureza jurídica da dignidade da pessoa humana está calcada no valor ínsito do
homem. O ser humano por possuir esse caráter único, viabiliza a elevação de sua posição com
relação aos outros diversos temas que a Constituição Federal Brasileira aborda em bojo.
Nesse contexto, para alguns juristas, a dignidade da pessoa humana é um valor e para outros
vai muito além, considerando-a como um princípio.
A dignidade da pessoa humana pode-se elevar a um caráter tão absoluto que pode
chegar a se sobrepor a todos os bens, valores e princípios constitucionais, o qual não é
suscetível de se confrontar com ele, mas se caso ocorrer, haverá o sopesamento, onde em caso
26
concreto irá demonstrar ao julgador qual deverá prevalecer. Segundo Alexandre Moraes este
princípio representa:
[…] um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se manifesta singularmente
na autodeterminação consciente e responsável da própria vida e que traz consigo a
pretensão ao respeito por parte das demais pessoas, constituindo-se um mínimo
invulnerável que todo estatuto jurídico deve assegurar, de modo que, somente
excepcionalmente, possam ser feitas limitações ao exercício dos direitos fundamentais, mas sempre sem menosprezar a necessária estima que merecem todas
as pessoas enquanto seres humanos...” (MORAES, 2011, p. 24)
No âmbito da previdência social o espírito do legislador demonstra que o estado
deve oferecer o mínimo de condição de sobrevivência para o indivíduo, não permitindo que
venha a viver ou estar em condição sub-humana. O estado deve possibilitar meios de inclusão
desse indivíduo a sociedade, oferecer meios de reinclusão ao meio social, tendo em vista o
princípio da solidariedade.
No que se refere ao benefício de pensão por morte, o princípio da dignidade
humana tem por finalidade assegurar aos dependentes do contribuinte segurado o mínimo de
condições mínimas de sobrevivência, uma vez que o provedor de seus dependentes ter
falecido.
3.7. Princípio da Obrigatoriedade da Filiação
A obrigatoriedade de filiação é um princípio fundamental em nosso ordenamento
jurídico, tendo em vista que ajuda enormemente na receita da previdência social e possibilita,
em caso de alguma eventualidade, como o evento morte, guarnecer os dependentes do
contribuinte segurado.
Dessa forma, sendo obrigatória a filiação do trabalhador, evita que nos casos de
eventualidade o trabalhador não segurado venha a onerar mais ainda os gastos do estado, pois
seus dependentes desassistidos se socorreriam dos benefícios de assistenciais, aumentando as
pessoas que se encontrariam em total miséria.
A luz da Constituição Federal o benefício de pensão por morte é justificável e
necessário, tendo em vista que se encontra em consonância com os princípios fundamentais
da nossa Carta Política.
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3.8 Princípio da Proteção à Família
O princípio de proteção à família está fincado no art. 226, da Constituição Federal
de 1988. Com relação à previdência social é garantida para a família a proteção por meio dos
benefícios previdenciários, no caso, o benefício de pensão por morte que dará direito aos
dependentes do contribuinte segurado o benefício supramencionado.
Algumas vezes os dependentes do contribuinte segurado dependem
economicamente do de cujus e por essa razão, com a sua falta, passam por grandes
dificuldades. Mediante essa situação, o benefício previdenciário de pensão por morte se presta
a suprir a falta econômica do provedor, ao qual o falecido provia e com esse benefício seus
dependentes não se encontrariam a própria sorte.
Nesse sentido, o benefício previdenciário de pensão por morte tem como objetivo
amparar os dependentes do contribuinte segurado no momento do evento morte, dando
condições mínimas de sobrevivência para os mesmo. Logo, este princípio tem o condão de
amparar a família, como também seus dependentes, proporcionando assim sua manutenção.
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4 O BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO DA PENSÃO POR MORTE
4.1 Pensão por Morte
Um dos benefícios da previdência social é o benefício de pensão por morte, a qual
será devida ao dependente, ou ao conjunto de dependentes do indivíduo ex-contribuinte da
previdência social e agora falecido. Observe que este benefício não dará oportunidade ao
contribuinte de usufruir do mesmo, como ocorre em alguns outros benefícios, ficando o
benefício a ser desfrutado pelos seus dependentes sobreviventes.
Vale observar que se o segurado que trabalhava e auferia renda para o seu
sustento e o de seus familiares e dependentes vier a falecer, algo natural e provável a todos,
seus dependentes não ficarão a própria sorte, uma vez que a previdência social a qual ele é
contribuinte, efetuará pagamentos em pecúnia, substituindo a renda de labor do ex-
contribuinte. Tal direito está previsto no art. 201, caput da Constituição Federal:
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de
caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Ainda nos arts. 74 à 79 da lei 8.213 de 24 de junho 1991, os quais fazem
disposição sobre os planos de benefício da previdência social, mais precisamente sobre
pensão por morte:
Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado
que falecer, aposentado ou não, a contar da data: (Redação dada pela Lei nº 9.528,
de 1997)
I - do óbito, quando requerida até trinta dias depois deste; (Incluído pela Lei nº
9.528, de 1997)
II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso
anterior; (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)
III - da decisão judicial, no caso de morte presumida. (Incluído pela Lei nº 9.528, de
1997) Art. 75. O valor mensal da pensão por morte será de cem por cento do valor da
aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse
aposentado por invalidez na data de seu falecimento, observado o disposto no art. 33
desta lei. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997)
Art. 76. A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de
habilitação de outro possível dependente, e qualquer inscrição ou habilitação
posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependente só produzirá efeito a
contar da data da inscrição ou habilitação.
29
§ 1º O cônjuge ausente não exclui do direito à pensão por morte o companheiro ou a
companheira, que somente fará jus ao benefício a partir da data de sua habilitação e
mediante prova de dependência econômica.
§ 2º O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato que recebia pensão
de alimentos concorrerá em igualdade de condições com os dependentes referidos no
inciso I do art. 16 desta Lei.
Art. 77. A pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será rateada entre
todos em parte iguais. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
§ 1º Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito à pensão cessar. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
§ 2º A parte individual da pensão extingue-se: (Redação dada pela Lei nº 9.032, de
1995)
I - pela morte do pensionista; (Incluído pela Lei nº 9.032, de 1995)
II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de ambos os sexos, pela
emancipação ou ao completar 21 (vinte e um) anos de idade, salvo se for inválido ou
com deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz,
assim declarado judicialmente; (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011)
III - para o pensionista inválido pela cessação da invalidez e para o pensionista com
deficiência intelectual ou mental, pelo levantamento da interdição. (Redação dada
pela Lei nº 12.470, de 2011) § 3º Com a extinção da parte do último pensionista a pensão extinguir-se-
á. (Incluído pela Lei nº 9.032, de 1995)
§ 4º A parte individual da pensão do dependente com deficiência intelectual ou
mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado
judicialmente, que exerça atividade remunerada, será reduzida em 30% (trinta por
cento), devendo ser integralmente restabelecida em face da extinção da relação de
trabalho ou da atividade empreendedora. (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011)
Art. 78. Por morte presumida do segurado, declarada pela autoridade judicial
competente, depois de 6 (seis) meses de ausência, será concedida pensão provisória,
na forma desta Subseção.
§ 1º Mediante prova do desaparecimento do segurado em conseqüência de acidente, desastre ou catástrofe, seus dependentes farão jus à pensão provisória
independentemente da declaração e do prazo deste artigo.
§ 2º Verificado o reaparecimento do segurado, o pagamento da pensão cessará
imediatamente, desobrigados os dependentes da reposição dos valores recebidos,
salvo má-fé.
Art. 79. Não se aplica o disposto no art. 103 desta Lei ao pensionista menor, incapaz
ou ausente, na forma da lei.
Diante do exposto, vale salientar que o recebimento deste benefício pode ser
acumulável com outros benefícios como, por exemplo, auxílio-doença, auxílio-acidente,
aposentadoria por invalidez e aposentadoria por tempo de contribuição; não proibindo o
trabalhador, se esse estiver contribuindo e consequentemente na qualidade de segurado, de
obter o direito a outros benefícios previdenciários, como também seus dependentes, no caso
do benefício pensão por morte.
4.2 Requisitos para a Concessão do Benefício
Conforme disposto no art. 74, mencionado acima, pode-se observar quais são os
requisitos necessários para que o órgão pagador, o Instituto Nacional de Seguridade Social,
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efetue a concessão do benefício por morte. Os requisitos são: o contribuinte estar em dia com
as contribuições previdenciárias, a existência de beneficiários, observando se estão na
condição de dependente do de cujus.
O art. 16 da Lei 8.213 de 24 de junho de 1991 traz as classes de dependentes do
segurado contribuinte os quais farão jus, no caso do evento morte, ao benefício de pensão por
morte:
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de
dependentes do segurado: I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer
condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência
intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado
judicialmente; (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011)
II - os pais;
II - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos
ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou
relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; (Redação dada pela Lei nº
12.470, de 2011)
§ 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do
direito às prestações os das classes seguintes.
§ 2º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida
no Regulamento. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997)
§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada,
mantém união estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do
art. 226 da Constituição Federal.
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das
demais deve ser comprovada.
A relação de dependência no direito previdenciário brasileiro se distingue da
relação de dependência do direito civil, pois se deve ter em vista que no primeiro existem
regras próprias e devido a isso, em nada possui semelhança com o segundo que possui suas
próprias regras de dependência e que em nada se assemelham. Mesmo com o advento em 10
de janeiro de 2002 do novo Código Civil Pátrio, nada muda nas relações de dependência no
âmbito do direito previdenciário.
No direito previdenciário temos que ter em vista que o requisito mais importante é
a relação de dependência econômica entre o de cujus e seus dependentes segurados. No art. 16,
inciso I, assevera que o cônjuge, o companheiro ou companheira e os filhos - sendo o último
menor ou deficiente mental ou físico, onde esteja impossibilitado para o trabalho - possuem
dependência econômica presumida, algo que não ocorre nos outros casos de dependência
econômica, portanto os outros dependentes relacionados no referido artigo devem provar o
vínculo e sua relação de dependência econômica.
Depois de passar por todo o grifo do órgão previdenciário, o benefício deve ser
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pago aos dependentes do segurado. Deve-se observar que esse benefício não pode ser inferior
ao salário mínimo vigente, tendo em vista que este benefício tem natureza remuneratória e
com pretensão de substituição de renda laboral do de cujus. No caso de existir mais de um
dependente beneficiado, este valor deve ser rateado entre eles.
Duas regras são importantes para a meação ou divisão do benefício previdenciário
de pensão por morte: a existência de algum dependente beneficiário na classe anterior excluirá
as posteriores e os dependentes beneficiários de classes iguais, concorrerão de forma
igualitária ao rateio do benefício pensão por morte.
Nota-se que se o de cujus tiver perdido a condição de contribuinte segurado, mas
em contra partida já tenha adquirido uma aposentadoria, seja ela aposentadoria por tempo de
contribuição ou por invalidez, os dependentes econômicos dos beneficiários terão direito ao
benefício pensão por morte e havendo mais de um beneficiário, a sua meação ou rateio.
Se o cônjuge sobrevivente se encontrar em pleno vigor do casamento ou se estiver
separado de fato ou judicialmente, mas se estiver recebendo alimentos, devido a essa situação
demonstrará dependência econômica do falecido. Porém, se estiver na condição de separado
de fato ou judicialmente e não estiver recebendo alimentos, estiver divorciado e sem o
recebimento de alimentos, se tiver realizado a anulação do casamento ou óbito do cônjuge,
companheiro ou companheira, não fará jus ao benefício previdenciário de pensão por morte,
por não ter a possibilidade de comprovar a dependência econômica, conforme assevera o art.
76 da Lei 8.213 de 24 de junho de 1991.
O momento ideal de comprovação de dependência econômica para fins de
requerimento de benefício de pensão por morte é após seu evento, tendo em vista que não há
como requerer o benefício previdenciário de pensão por morte de contribuinte segurado vivo.
Sobre o assunto o Superior Tribunal de Justiça (STJ) firmou entendimento sobre
uma situação bastante polêmica, se a esposa que renuncia aos alimentos teria ou não direito ao
benefício previdenciário pensão por morte. Para entendimento do firmado da Nobre Corte:
STJ Súmula nº 336 - 25/04/2007 - DJ 07.05.2007
Renúncia aos Alimentos da Mulher na Separação Judicial - Direito à Pensão
Previdenciária por Morte do Ex-Marido A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensão
previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica
superveniente.
O companheiro ou companheira que nesse caso será o cônjuge sobrevivente é o
que mantém união estável com o contribuinte segurado nos moldes do art. 226, parágrafo §3º,
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da Constituição Federal, onde o Decreto de nº 3.048 de 06 de maio de 1999 assevera sobre o
regulamento da previdência social e considera a união estável como ente familiar estando o
casal, ambos solteiros, separados de fato ou judicialmente, divorciados, viúvos ou tiverem
desse relacionamento, filhos em comum.
Abaixo, um julgado do Superior Tribunal de Justiça, onde aduz em caso concreto,
que o conjunto probatório faz a demonstração do direito ao benefício de pensão por morte:
RECURSO ESPECIAL Nº 1.473.899 - RS (2014/0200487-3) RELATOR :
MINISTRO HERMAN BENJAMIN RECORRENTE : INSS INSTITUTO
NACIONAL DO SEGURO SOCIAL PROCURADOR : PROCURADORIA-
GERAL FEDERAL - PGF RECORRIDO : TEREZA SOARES MACHADO
ADVOGADO : ONEIDE SMIT DECISÃO Trata-se de Recurso Especial (art. 105, III, a, da CF) interposto contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região
assim ementado: PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. CONCESSÃO.
QUALIDADE DE DEPENDENTE. UNIÃO ESTÁVEL. QUALIDADE DE
SEGURADO DO "DE CUJUS". 1. A concessão do benefício de pensão por morte
depende da ocorrência do evento morte, da demonstração da qualidade de segurado
do de cujus e da condição de dependente de quem objetiva a pensão. 2. É presumida
a condição de dependência do companheiro, face às disposições contidas no artigo
16, I e § 4º, da Lei 8.213/91. 3. Necessidade de comprovação da união estável, para
fim de caracterizar a dependência econômica da companheira, face às disposições
contidas no artigo 16, I e § 4º, da Lei 8.213/91. 4. Não será concedida a pensão aos
dependentes do instituidor que falecer após a perda da qualidade de segurado, salvo
se preenchidos, à época do falecimento, os requisitos para obtenção da aposentadoria segundo as normas então em vigor. 5. A sentença trabalhista não pode ser estendida
para o âmbito previdenciário quando o INSS for estranho à reclamatória trabalhista,
mas é apta como início de prova material para demonstrar o vínculo de segurado -
quando verificado que aquele processo visava efetivamente dirimir controvérsia
entre empregado e empregador -, desde que complementada por outras provas. 6.
Considerando que o falecido ostentava a condição de segurado na data do óbito,
devida a concessão de pensão por morte às dependentes. Os Embargos de
Declaração foram parcialmente acolhidos para fins de prequestionamento (fls. 134-
141, e-STJ). O recorrente, nas razões do Recurso Especial, sustenta que ocorreu
violação dos arts. 535 do CPC; 15 e 55, § 3º, da Lei 8.213/1991, sob o argumento de
que o falecido perdeu a qualidade de segurado por ter deixado de contribuir para a Previdência Social. É o relatório. Decido. Os autos foram recebidos neste Gabinete
em 18.8.2014. A irresignação não merece prosperar. Inicialmente, constato que não
se configura a ofensa ao art. 535 do Código de Processo Civil, uma vez que o
Tribunal de origem julgou integralmente a lide e solucionou a controvérsia, tal como
lhe foi apresentada. Não é o órgão julgador obrigado a rebater, um a um, todos os
argumentos trazidos pelas partes em defesa da tese que apresentaram. Deve apenas
enfrentar a demanda, observando as questões relevantes e imprescindíveis à sua
resolução. Nesse sentido: REsp 927.216/RS, Segunda Turma, Relatora Ministra
Eliana Calmon, DJ de 13/8/2007; e REsp 855.073/SC, Primeira Turma, Relator
Ministro Teori Albino Zavascki, DJ de 28/6/2007. Na hipótese dos autos, o Tribunal
a quo consignou: Do caso concreto O óbito de Paulo Porte da Silva ocorreu em 22/09/2005 (fl. 12). No caso dos autos, entendo existir início suficiente de prova
material no sentido de que a autora viveu em união estável com o de cujus até seu
óbito, bem como sua efetiva dependência econômica, na condição de companheira
do falecido. Neste sentido, cito os seguintes documentos: a) Certidão de nascimento
de Márcia da Silva, Angelita Machado da Silva filhos da autora e do finado (fl.
18/19). Ademais, a prova documental foi corroborada pelo depoimento das
testemunhas ouvidas, as quais afirmaram a existência de convivência marital entre a
33
autora e o falecido. O conjunto probatório, portanto, faz concluir que a demandante
viveu em união estável com o falecido até a data do óbito, de onde se presume
dependência econômica para fins previdenciários. Da qualidade de segurado Já a
manutenção da qualidade de segurado tem previsão no artigo 15 da Lei nº 8.213/91,
in verbis: Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de
contribuições: I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício; II - até 12
(doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer
atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou
licenciado sem remuneração; (...) § 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte)
contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de
segurado. § 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses
para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no
órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. § 3º Durante os
prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência
Social. § 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do
término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para
recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final
dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos. Assim, o período de graça de
12/24 meses, estabelecido no artigo 15, II e § 1º, da Lei nº 8.213/91, consoante as disposições do § 2º, pode ser ampliado em mais doze meses, na eventualidade de o
segurado estar desempregado, desde que comprovada essa condição. Saliente-se que
não será concedida a pensão aos dependentes do instituidor que falecer após a perda
da qualidade de segurado, salvo se preenchidos os requisitos para obtenção da
aposentadoria segundo as normas em vigor à época do falecimento. Do caso
concreto Na hipótese, a autora sustenta que o de cujus era segurado da Previdência
Social por ocasião do óbito, já que laborava como empregado para Clademir
Griebler, na função de carpinteiro na construção de galpões de estufa, no período
compreendido entre 01/06/2005 a 22/09/2005, conforme se depreende da
documentação acostada, bem como da cópia de reclamatória Trabalhista em que foi
reconhecido referido vínculo laboral. Em relação ao reconhecimento do tempo de serviço por meio de reclamatória trabalhista, a Terceira Seção do Egrégio STJ tem
reiteradamente decidido que "a sentença trabalhista será admitida como início de
prova material apta a comprovar o tempo de serviço, caso ela tenha sido fundada em
elementos que evidenciem o labor exercido na função e o período alegado pelo
trabalhador na ação previdenciária." (EREsp n. 616.242/RN, Rel.ª Min.ª Laurita
Vaz, DJ de 24-10-2005). No mesmo sentido vem entendendo este Tribunal,
consoante demonstram os julgados abaixo: PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR
MORTE. SENTENÇA TRABALHISTA. INÍCIO DE PROVA MATERIAL.
POSSIBILIDADE. QUALIDADE DE SEGURADO DO DE CUJUS.
COMPROVAÇÃO. TERMO INICIAL. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL.
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. 1. A sentença trabalhista não pode ser estendida
para o âmbito previdenciário onde o INSS é estranho à reclamatória trabalhista, mas é apta como início de prova material, desde que complementada por outras provas,
caso dos autos. 2. Restando comprovado nos autos, mediante início de prova
material corroborada por prova testemunhal idônea, a qualidade de segurado do de
cujus, é de ser concedido o benefício de pensão por morte à sua esposa. 3. O marco
inicial da pensão por morte é a data do óbito, sendo devidas as parcelas anteriores ao
quinquênio que antecedeu o ajuizamento da ação, tendo em vista o reconhecimento
da prescrição quinquenal. 4. Preenchidos os requisitos do artigo 273 do CPC, é de
ser deferida a tutela antecipada. (TRF4, AC 2004.70.04.003968-3, Sexta Turma,
Relator Luís Alberto D"azevedo Aurvalle, D.E. 14/05/2010) PREVIDENCIÁRIO.
CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE. COMPROVAÇÃO DA QUALIDADE
DE SEGURADO. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO DE EMPREGO POR MEIO DE SENTENÇA TRABALHISTA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 1. O
vínculo de emprego reconhecido em reclamatória trabalhista pode demonstrar a
qualidade de segurado em ação previdenciária quando as circunstâncias do caso
indicarem que aquele processo visava a dirimir controvérsia entre empregado e
34
empregador, por meio da produção de prova razoável, sob efetivo contraditório. No
caso concreto, a sentença proferida no processo trabalhista não é meio hábil a
comprovar a qualidade de segurado do de cujus, uma vez que não foi fundada em
documentos que efetivamente demonstrassem o vínculo empregatício no período
alegado. Ademais, não há nos autos prova oral que demonstre a alegação da autora,
havendo apenas depoimento do suposto empregador do de cujus, em sentido
contrário ao sustentado pela parte autora. 2. Quanto aos honorários advocatícios,
merece provimento o apelo para fixá-los em R$ 465,00. (TRF4, AC
2007.70.12.000498-4, Sexta Turma, Relator Celso Kipper, D.E. 05/10/2009) Portanto, havendo sentença condenatória, fundada em prova material do vínculo
trabalhista alegado, resta comprovada a qualidade de segurado do instituidor da
pensão, nos termos do art. 15, II e § 2º, da Lei 8.213/91. Para comprovar o alegado
labor, a requerente apresentou cópia da Reclamatória Trabalhista nº 00165-2007-
333-04-00-0, ajuizada pelos sucessores do falecido, oportunidade em que restou
reconhecido através de decisão judicial o vínculo laboral entre o falecido e a
reclamada, no período alegado (fls. 15/16). Tal decisão foi proferida em face de
confissão ficta do reclamado. Acostou, igualmente, certidão de óbito em que o
finado foi qualificado como carpinteiro (fl. 12). De regra, considera-se a decisão
trabalhista como um início de prova material, merecendo ser corroborada por outros
elementos probatórios. Contudo, também devem ser ponderadas as circunstâncias do caso concreto no reconhecimento do labor e vínculo previdenciário. No caso,
realizada audiência de instrução e julgamento foram ouvidas as testemunhas Ari
Silvestre Flores e Silvana Alff, as quais ratificaram os argumentos apresentados,
confirmando que o falecido trabalhava como empregado para Clademir Griebler,
residindo na propriedade deste, no período imediatamente anterior ao seu
passamento. Logo, pelo curso da instrução processual nestes autos, inclusive com
produção de prova testemunhal, bem como pela documentação apresentada,
inclusive decisão judicial proferida pela Justiça Especializada do Trabalho, tem-se
que, pelas circunstâncias especiais e particulares do caso, restou caracterizado o
vínculo profissional e previdenciário e, consequentemente, a qualidade de segurado
do de cujus. Portanto, preenchidos todos os requisitos legais, conclui-se que a demandante faz jus ao benefício de pensão por morte, razão pela qual não merece
reforma a sentença impugnada. Verifica-se que o Tribunal a quo dirimiu a
controvérsia com base no contexto fático-probatório dos autos. Conclusão diversa da
alcançada pelo julgado exige o reexame das provas e dos fatos, o que, a rigor, é
vedado pela Súmula 7/STJ. Nesse sentido: PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR
MORTE. QUALIDADE DE SEGURADO. PERÍODO DE GRAÇA. ART. 15, § 2º,
DA LEI Nº 8.213/1991. SEGURADO DESEMPREGADO. SITUAÇÃO QUE
PODE SER DEMONSTRADA NÃO SÓ POR MEIO DO REGISTRO PERANTE
O ÓRGÃO PRÓPRIO DO MINISTÉRIO DO TRABALHO, MAS TAMBÉM POR
OUTRAS PROVAS EXISTENTES NOS AUTOS. COMPROVAÇÃO. SÚMULA
Nº 7/STJ. 1. As instâncias ordinárias concluíram que as provas contidas nos autos,
demonstraram a qualidade de segurado do de cujus na data do óbito, em virtude da comprovação da situação de desemprego, tendo, assim, deferido a extensão do
período de graça previsto no art. 15, § 2º, da Lei nº 8.213/1991. 2. Para verificar a
qualidade de segurado do de cujus na data do óbito, em virtude da extensão do
período de graça, com a devida comprovação da situação de desemprego por outras
provas constantes dos autos, seria necessário o reexame da matéria probatória,
vedado nesta instância especial, em virtude do óbice da Súmula nº 7/STJ. 3. Agravo
regimental a que se nega provimento. (AgRg nos EDcl no Ag 1401530/PR, Rel.
Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, DJe 28/06/2012).
Diante do exposto, nos termos do art. 557, caput, do CPC, nego seguimento ao
Recurso Especial. Publique-se. Intimem-se. Brasília-DF, 05 de setembro de 2014.
MINISTRO HERMAN BENJAMIN Relator (STJ - REsp: 1473899 RS 2014/0200487-3, Relator: Ministro HERMAN
BENJAMIN, Data de Publicação: DJ 28/11/2014)
35
Com relação aos filhos, descendentes em 1º grau, onde também recebem outros
termos como descendentes direitos, legítimos, adulterinos ou adotivos, estão em mesmo grau
de direitos, conforme assevera o art.226, §6º da Constituição Federal. Nesse diapasão,
também estão equiparados a filhos os enteados e os tutelados, sendo que o primeiro é devido à
convivência em familiar, do segurado falecido com a esposa ou companheira e o segundo é
mediante decisão judicial.
4.3 Da Qualidade de Segurado
O trabalhador ao se filiar, obrigatoriamente ou facultativamente, ao Regime Geral
de Previdência Social encontrar-se-á protegido pelo sistema Previdenciário. A filiação
obrigatória é devida ao sistema protetivo que foi determinado pela Constituição Federal.
Dessa forma, o contribuinte só poderá se filiar uma única vez, podendo se encontrar segurado
e depois perder esse status, mas se voltar a contribuir poderá se encontrar segurado
novamente, já com o contribuinte facultativo poderá passar pela mesma situação relatada.
Perceba que em alguns momentos o contribuinte poderá, por alguma
eventualidade, deixar de contribuir com o Regime Geral da Previdência Social, mas neste
momento, ainda não perderá o status de segurado, permanecendo nesta condição por mais 3
meses, 6 meses, 12 meses ou 24 meses. Dependendo do caso, se encontrar-se desempregado e
comprovar tal situação por registro perante a Previdência Social e ao Ministério do Trabalho,
poderá prorrogar por mais 12 meses, chegando ao máximo de 36 meses o status de segurado,
como determina, no art. 15, da Lei 8.213 de 24 de julho de 1991:
Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:
I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;
II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de
exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso
ou licenciado sem remuneração;
III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença
de segregação compulsória;
IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso;
V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças
Armadas para prestar serviço militar;
VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo. § 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o
segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem
interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado.
§ 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o
segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão
próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social.
36
§ 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos
perante a Previdência Social.
§ 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do
prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da
contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos
fixados neste artigo e seus parágrafos”.
A qualidade de contribuinte segurado, com o evento morte, configura-se quando
estiver contribuindo com o Regime Geral de Previdência Social, ou nas situações
mencionadas acima, ensejando o direito aos beneficiários do benefício de pensão por morte.
Note, que se o contribuinte não se encontrar segurado pelo Regime Geral da
Previdência Social, não será devido o benefício previdenciário de pensão por morte aos
beneficiários do de cujus, sendo assim, não terão a oportunidade de gozar desse benefício
previdenciário.
Porém, se o contribuinte que não se encontrar segurado pela Previdência Social,
mas já tiver direito a algum benefício previdenciário, que por algum motivo de cunho
subjetivo não o requereu antes do evento morte, nesse caso estará na qualidade de segurado,
dando ensejo à possibilidade dos beneficiários do falecido de requererem o benefício de
pensão por morte.
4.4 Companheira versus Esposa
Atualmente os casais têm preferido viver em união estável, onde passam a viver
sobre o mesmo teto e passa a formar uma família, somando receitas e dividindo despesas.
Seguindo este caminho, o casal poderá se dirigir ao cartório e formalizar a sua união estável,
mas, se não o fizer continua nos moldes da referida união estável, para o mundo jurídico o que
realmente irá pesar será a real condição do casal, se realmente havia uma relação séria e com
propósito de duração:
PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. UNIÃO ESTÁVEL.
CONVIVÊNCIA DURADOURA DEMONSTRADA POR PROVA HARMÔNICA
E SUFICIENTE. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA PRESUMIDA. BENEFÍCIO
DEVIDO. 1. A exigência de prévio requerimento administrativo como condição ao
ajuizamento de ação judicial para a obtenção de benefício previdenciário não se coaduna com a garantia constitucional (art. 5º, XXXV) de que a lei não excluirá da
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. 2. É possível a concessão
de tutela antecipada, ainda que de ofício, em ações de natureza previdenciária, tendo
em vista a natureza alimentar do benefício previdenciário e por se encontrarem
presentes os requisitos específicos do art. 273 do CPC. Precedentes. 3 Os
documentos produzidos constituem prova material convincente do status de união
estável, corroborada pelos depoimentos pessoal e testemunhais indicam a existência
37
de relacionamento público, contínuo e duradouro, situação que demonstra a
condição de companheirismo da parte Autora. 4. Comprovada a união estável com
segurado (falecido) da Previdência Social, por prova suficiente, nos termos do artigo
226, § 3º, da Constituição Federal, a demandante tem direito ao reconhecimento
judicial da relação more uxório, para fins previdenciários. 5. A Lei 8.213/91, em seu
artigo 74, com a redação dada pela Lei n 9.528/97, dispõe que a pensão por morte
será devida a contar da data: (I) do óbito, quando requerida até trinta dias depois
deste; (II) do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso
anterior; ou (III) da decisão judicial, no caso de morte presumida. 6. Nos termos da legislação estadual de Minas Gerais (Lei Estadual 14.939/2003), de Goiás (Lei
Estadual n. 14.376/2002), de Mato Grosso (Lei 7.603/2001), de Rondônia (Lei
Estadual 301/1990), e do Acre (Lei Estadual 1.422/2001), o INSS está isento do
pagamento de custas processuais nas ações ajuizadas naquelas unidades da
Federação. 7. Os juros moratórios e a correção monetária incidentes sobre as
parcelas atrasadas devem observar as orientações do Manual de Cálculos da Justiça
Federal, aprovado pela Resolução/CJF 134, de 21.12.2010. 8. Conforme reiterados
precedentes desta Corte, em ações de natureza previdenciária, a verba honorária
deve ser fixada no percentual de 10% (dez por cento) incidentes apenas sobre as
parcelas vencidas até a prolação da sentença, nos termos da Súmula nº 111 do STJ,
bem como em atendimento ao disposto no art. 20, § 4º, do Código de Processo Civil. 9. Apelação a que se nega provimento; Remessa oficial a que se dá parcial
provimento para determinar que a atualização das parcelas atrasadas observe as
orientações do Manual de Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução/CJF
134, de 21.12.2010, e para isentar o INSS do pagamento das despesas processuais.
(TRF-1 - AC: 124535620134019199 GO 0012453-56.2013.4.01.9199, Relator:
DESEMBARGADOR FEDERAL KASSIO NUNES MARQUES, Data de
Julgamento: 11/06/2013, PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: e-DJF1 p.877
de 19/08/2013).
Nesse sentido, para a comprovação da união estável, basta convivência duradoura,
continuidade da relação, o relacionamento ser público, dependência econômica, poderá
utilizar-se de todos os meios de prova admitidos para a comprovação da união estável do casal.
Já com relação aos casais que se unem através do casamento, possuindo assim,
certidão de casamento, a comprovação da dependência econômica é presumida, e sendo assim,
fica mais fácil a prova de convivência marital, nada impede que o casal já tenha se separado
de fato e não tenha ingressado com a ação de divórcio, podendo até ter uma outra relação
conjugal ou podendo viver maritalmente com duas mulheres, vale salientar que é bem
corriqueiro esse tipo de situação:
PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. ESPOSO. CERTIDÃO DE
CASAMENTO. PROVA TESTEMUNHAL. ATIVIDADE RURÍCOLA DO
CÔNJUGE FALECIDO. PRESSUPOSTOS CONFIGURADOS. TERMO INICIAL.
JUROS DE MORA. CONTAGEM. TERMO INICIAL DO BENEFÍCIO.
CORREÇÃO MONETÁRIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. I - Ao cônjuge de
rurícola, na qualidade de dependente previdenciário, é dado pleitear a pensão por
morte, sendo certo que sua dependência econômica é presumida (art. 16, I e § 4º, e art. 74 da Lei nº 8.213/91). II - Comprovada a condição de rurícola do cônjuge
falecido do autor pelo período correspondente à carência do benefício, conforme
Tabela Progressiva do art. 142 da Lei nº 8.213/91, ainda que de forma descontínua,
por prova testemunhal baseada em início de prova documental, o autor tem direito
38
ao benefício de Pensão por Morte. III - Existindo início de prova material,
atendendo o disposto no art. 55, § 3º, da Lei nº 8.213/91, uma vez que apresentada
Certidão de Casamento que comprova a condição de trabalhadora rural do cônjuge
do autor, corroborada pela prova testemunhal, é devido o benefício de pensão por
morte. IV - "A pensão por morte de trabalhador rural, ocorrida após a entrada em
vigor da Lei Complementar n. 11, de 1971, não requerida na via administrativa, é
devida a partir da citação" (Súmula nº 197 do extinto TFR). V - Os juros moratórios,
em se tratando de ações previdenciárias, são devidos no percentual de 1% (um por
cento) ao mês (precedentes do e. STJ e da 1ª Turma deste Tribunal - AC nº 2001.38.00.041051-1/MG), contados a partir da citação os relativos às parcelas
vencidas antes dela e a partir de cada mês de referência os incidentes sobre as
parcelas vencidas após a data da citação. VI - Correção monetária pelos índices
oficiais, de acordo com a Lei nº 6.899/81 e legislação posterior pertinente, de
conformidade com o Manual de Cálculos do colendo Conselho da Justiça Federal,
incidindo a partir de cada mês de referência. VII - Honorários advocatícios fixados
em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, definindo-o como a soma das
parcelas vencidas até a data em que iniciado o julgamento deste recurso, em simetria
com a Súmula nº 111/STJ, já que a condenação surge neste momento. VIII -
Apelação do autor provida. Sentença reformada.
(TRF-1 - AC: 64323 GO 2005.01.99.064323-9, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL JIRAIR ARAM MEGUERIAN, Data de Julgamento: 16/11/2005,
SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: 09/12/2005 DJ p.40)
Fica assim demonstrado que o cônjuge sobrevivente, mediante apresentação de
certidão de casamento, prove sua relação marital com a consequente presunção da sua
dependência econômica, passando assim a ter direito ao benefício de pensão por morte.
4.5 Do Valor Mensal e da Data da concessão do Benefício
Será devido o valor mensal ao conjunto de dependentes, de 100% dos proventos
do que o falecido percebia a época de seu falecimento, o benefício previdenciário de pensão
por morte terá seu valor fixado em equiparação ao valor se viesse a se aposentar por invalidez,
observando que não poderá ser inferior ao salário mínimo vigente e nem além ao salário de
contribuição, todos esses cálculos serão efetuados tendo por base a data do óbito.
O benefício previdenciário será devido a partir do evento morte, onde será
requerida pelo conjunto de beneficiários dependentes. Abaixo, apresenta-se o que determina o
art. 74, da Lei 8.213 de 24 de julho de 1991:
Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado
que falecer, aposentado ou não, a contar da data: (Redação dada pela Lei nº 9.528,
de 1997)
I - do óbito, quando requerida até trinta dias depois deste; (Incluído pela Lei nº
9.528, de 1997)
II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso
anterior; (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)
III - da decisão judicial, no caso de morte presumida. (Incluído pela Lei nº 9.528, de
1997)
39
No caso de ocorrer o falecimento de alguns dos pensionistas, extinguindo assim o
seu percentual, a sua cota parte do benefício previdenciário e irá compor o percentual dos
demais. Se o último beneficiário falecer, o que determina o art. 77, da Lei 8.213 de 24 de
julho de 1991:
Art. 77. A pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será rateada entre
todos em parte iguais. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
§ 1º Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito à pensão
cessar. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
§ 2º A parte individual da pensão extingue-se: (Redação dada pela Lei nº 9.032, de
1995)
I - pela morte do pensionista; (Incluído pela Lei nº 9.032, de 1995)
II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de ambos os sexos, pela
emancipação ou ao completar 21 (vinte e um) anos de idade, salvo se for inválido ou
com deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011)
III - para o pensionista inválido pela cessação da invalidez e para o pensionista com
deficiência intelectual ou mental, pelo levantamento da interdição. (Redação dada
pela Lei nº 12.470, de 2011)
§ 3º Com a extinção da parte do último pensionista a pensão extinguir-se-
á. (Incluído pela Lei nº 9.032, de 1995)
§ 4º A parte individual da pensão do dependente com deficiência intelectual ou
mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado
judicialmente, que exerça atividade remunerada, será reduzida em 30% (trinta por
cento), devendo ser integralmente restabelecida em face da extinção da relação de
trabalho ou da atividade empreendedora. (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011)
Conforme relatado, a Lei de nº 8.213 de 24 de junho de 1991, deixa bem cristalino
como será dividido o benefício previdenciário e quem terá o referido direito a esse benefício.
Demonstra também como se chega ao valor devido do benefício.
40
5 CONCLUSÃO
O benefício previdenciário de pensão por morte encontra-se previsto no art. 201,
inciso V, da Constituição Federal de 1988, como também está regulamentado em Legislação
específica, o art. 18, inciso II, alínea “a”, da Lei 8.213 de 24 de julho de 1991, e o art. 105 ao
art. 115 do Decreto 3.048 de 06 de maio de 1999.
O benefício previdenciário de pensão por morte é devido ao conjunto de
dependentes do contribuinte segurado, que comprovem essa situação, a fim de terem direito
ao recebimento do benefício.
Aqui foi demonstrado como se chega ao conjunto de dependentes do contribuinte
segurado e como se deve comprovar a relação de dependência, pois se trata de benefício
previdenciário disponibilizado apenas para esse seleto grupo e para não deixar seus
dependentes a própria sorte, deverão requerer o benefício apresentado.
Constatou-se que dentre os princípios elencados da previdência social, destaca-se
o princípio da obrigatoriedade da filiação, o qual viabiliza o sistema previdenciário,
garantindo a todos os seus contribuintes segurados à proteção no momento do evento morte.
Dessa forma, somente é possível a concessão do benefício previdenciário ao conjunto de
dependentes estipulados por lei, tendo em vista que o contribuinte passou pelo período de
carência e habilitando assim seus dependentes a requererem o benefício.
Verificou-se também que a data de início do benefício previdenciário pensão por
morte é da data do evento morte, salvo se a data do requerimento feito na via administrativa
pelo conjunto de dependentes superior a 30 dias, ocasião em que se contará da data do pedido
no órgão autárquico, com as devidas peculiaridades que foram aqui amplamente abordadas.
Compreende-se a importante figura desse instituto abordado no Estado
democrático de direito, tendo em vista que sua retirada constituiria uma imensa afronta aos
direitos humanos e sociais já conquistados. Nesse sentido, espera-se a diminuição da
burocracia do órgão autárquico, o Instituto Nacional de Previdência Social, para a concessão
do benefício de pensão por morte ao conjunto de dependentes.
Percebe-se que tem havido uma grande mudança nos lares de nosso país, no qual
o provedor da família já não é mais o mesmo, onde em muitos lares onde o homem tem
permanecido em casa, cuidando do lar e filhos em detrimento da mulher encontrar-se inserida
no mercado de trabalho. Ocorre que as mulheres, em muito dos casos, possuem um salário
maior frente ao do marido e, em comum acordo, preferem que a mulher fique desenvolvendo
41
sua atividade laboral enquanto o homem assume as tarefas domésticas.
Ressalta-se, se por ventura, ocorrer o evento morte da mulher que provia o lar, o
companheiro sobrevivente fará jus, mediante comprovação da união estável, comprovação
esta feita por documentos ou testemunhas, de requerer juto ao Instituto Nacional da
Previdência Social, o benefício previdenciário de pensão por morte.
Outra situação bem corriqueira é o companheiro, na maioria das vezes, ter mais de
uma união estável, pasmem, o homem consegue ter mais de uma companheira. O que ocorre
na situação narrada é que quando as companheiras vão requerer o benefício previdenciário de
pensão por morte, o órgão autárquico, de forma precavida, indefere o benefício de pensão por
morte, chegando até mesmo a orientar à procurar um advogado, pois somente irá resolver essa
querela em vias judiciais.
Observamos que o entendimento dos tribunais ante a situação acima é a de ratear
o benefício previdenciário, mediante comprovação da união estável e dependência econômica,
para que as companheiras sobreviventes façam jus ao referido benefício.
Averiguou-se também outra situação bastante peculiar e corriqueira, é aquela na
qual o indivíduo apesar de encontrar-se formalmente casado com aquela que chama de esposa,
vive em união estável com outra pessoa a qual chama de companheira e dessa união estável
advém um filho inválido. Caso ocorra a morte desse indivíduo, tanto a esposa, como a
companheira, terão direito ao recebimento do benefício da pensão por morte.
Verificou-se ainda que depois do reconhecimento da união homoafetiva, poderá
ocorrer o evento morte de um dos companheiros, diante dessa situação o companheiro
sobrevivente poderá requerer ao Instituto Nacional de Previdência Social o benefício
previdenciário de pensão por morte. Observa-se que essa situação vale para ambos os casais
homoafetivos, seja casais formados por dois homens ou casais formados por duas mulheres.
Por fim, observa-se que a sociedade está em constante evolução e crescimento,
com uma maior expectativa de vida, o que acaba por onerar ainda mais a previdência social e
devido a tal situação, deve o Estado estabelecer políticas públicas de esclarecimento das
regras do Regime Geral de Previdência Social e alíquotas acessíveis para que a balança
financeira do Ministério da Previdência Social venha a ser favorável. Isso ocorrerá quando o
foco do Estado for a arrecadação, o que se dará por meio de novos contribuintes, pois assim a
tanto a Previdência Social como a Assistência Social ficaram desafogadas financeiramente, já
que isso aumentaria a arrecadação, podendo assim dar mais garantias aos cidadãos de nossa
sociedade.
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REFERÊNCIAS
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