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CENTRO DE REABILITAÇÃO RENASCER Centro Universitário Toledo Araçatuba 2015 SAÚDE FÍSICA E MENTAL Caroline Brandão Elias

CENTRO DE REABILITAÇÃO RENASCER

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CENTRO DE REABILITAÇÃO RENASCER

Centro Universitário Toledo

Araçatuba

2015

SAÚDE FÍSICA E MENTAL

Caroline Brandão Elias

CENTRO DE REABILITAÇÃO RENASCER

Centro Universitário Toledo

Araçatuba

2015

SAÚDE FÍSICA E MENTAL

Caroline Brandão Elias

Trabalho Final de Graduação do

curso de Arquitetura e Urbanismo -

Pesquisa, sob orientação do Professor

Sergio Ballassoni.

Elias, Caroline Brandão.

Centro de Reabilitação Renascer – Saúde Física e Mental, Caroline Brandão Elias,

2015.

53 f. : il.

Orientador: Sergio Ballassoni

Trabalho Final de Graduação – Universidade Toledo. Faculdade de Arquitetura e

Urbanismo, Araçatuba, 2015.

1. 1. Leitura (Ensino superior). 2. Livros e leitura. 3. Leitura – Meios

auxiliares. 4. Projetos Arquitetônicos. I. Universidade Toledo. Faculdade de

Arquitetura e Urbanismo. II. Título.

CENTRO DE REABILITAÇÃO RENASCER

Aprovada em: ___/___/_____

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________

Prof. Ana Paula Cabral Sader

__________________________________________________

Prof. Sergio Ballassoni

__________________________________________________

Arqta. e Urbanista Silvia Helena S. Valdiviezo de Camargo

SAÚDE FÍSCA E MENTAL

Caroline Brandão Elias

Trabalho Final de Graduação do

curso de Arquitetura e Urbanismo -

Pesquisa, sob orientação do Professor

Sergio Balassoni.

Dedico este trabalho a Ana, Paulo, Elizabeth,

Guilherme e Selma.

“Agradeço ao meu orientador Sergio Ballassoni, por ensinar com paciência e me auxiliar nas dificuldades encontradas ao longo do ano.

Agradeço à coordenadora Ana Paula Cabral Sader, pelo zelo, ensinamentos, paciência, e principalmente por ter me mostrado o caminho certo em tempos difíceis.

Agradeço à Arquiteta e amiga Natália Grenge, que me agraciou com seus conselhos sábios e seu conhecimento.

Agradeço ao meu companheiro de trabalho e também de vida, o Eng. Civil Guilherme Ernica, pela paciência em dias difíceis, pelo amor, dedicação, incentivo, auxílio e companheirismo.

Agradeço aos meus pais, pois me ensinaram o significado da persistência, do trabalho, da paciência e principalmente da honestidade e da simplicidade.

Agradeço à Selma, por ser uma segunda mãe em tempos difíceis. Obrigada por me dar amor incondicional e acreditar que posso fazer sempre o melhor de mim. Você é um exemplo e inspiração

de garra, trabalho duro e vontade.

Agradeço à minha madrinha Elizabeth, por sempre acreditar no meu potencial, e confiar que posso ser a profissional que sempre sonhei ser. Você é meu maior exemplo de vida.

Por fim, agradeço às minhas colegas de turma Gabriela Caselato e Taís Pinati, por serem amigas nas horas mais necessárias e pelos conhecimentos compartilhados.”

“Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer”

Gandhi

RESUMO

O homem é a peça fundamental para garantir o bom funcionamento de uma

sociedade. Porém, a cada dia que passa, crescem números indesejados como

violência, acidentes, afastamentos e aposentadoria por doenças mentais, uso

de drogas e álcool, doenças físicas incapacitantes, dentre outros. Perante uma

sociedade que se mostra problemática em relação à saúde mental e física dos

indivíduos, há a real necessidade de se construir centros públicos

especializados em lidar com estes conflitos. Atualmente, os hospitais e

centros de saúde estão sendo repensados com o intuito de melhorar e

incentivar os pacientes, através de ambientes mais humanos. Assim sendo, o

intuito deste trabalho é apresentar o projeto arquitetônico de um centro de

reabilitação, onde a arquitetura tenha um papel positivo e influenciador nos

tratamentos dos pacientes, bem como fornecer um ambiente confortável e

familiar.

Palavras chave: Arquitetura. Projeto Arquitetônico. Centro de Reabilitação. Saúde.

Hospitais. Centros de Saúde. Centros Especializados. Saúde Física e Mental.

ABSTRACT

Man is the cornerstone to ensure the proper functioning of a society. But with

each passing day, unwanted numbers grow as violence, accidents, leave and

retirement due to mental illness, use of drugs and alcohol, physical disabling

diseases, among others. Faced with a society that proves problematic in

relation to mental and physical health of individuals, there is a real need to

build public centers specialized in dealing with these conflicts. Currently,

hospitals and health centers are being rethought in order to improve and

encourage patients through more human environments. Therefore, the

purpose of this paper is to present the architectural design of a rehabilitation

center, where the architecture has a positive and influencing role in the

treatment of patients as well as provide a comfortable and familiar

environment.

Keywords: Architecture. Architectural project. Rehabilitation Center. Health.

Hospitals. Health centers. Specialized Centers. Physical and Mental Health.

Centro de Reabilitação Renascer

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 15 – Foto Aérea do Terreno Proposto, Avenida

Abraão Buchala.................................................................37

FIGURA 16 – Terreno Proposto ao Projeto CR.

Renascer.............................................................................38

FIGURA 17 – Diagnóstico de Entorno, Pontos Principais

Adjacentes ao Terreno......................................................39

FIGURA 18 – Dimensões do Terreno..............................40

FIGURA 19 – Mapa Planialtimétrico..............................40

FIGURA 20 – Fachada do Hospital St. John s Rehab;

Elevação e Entorno do Projeto.........................................43

FIGURA 21 – Imagens Internas do Hospital St. John’s

Rehab, 1..............................................................................44

FIGURA 22 – Imagens Internas do Hospital St. John’s

Rehab, 2..............................................................................44

FIGURA 23 – Planta do Primeiro Pavimento, St. John’s

Rehab..................................................................................44

FIGURA 24 – Fachada Principal do Hospital St. John’s

Rehab..................................................................................45

FIGURA 25 – Vista e Área Externa do Hospital St.

John’s Rehab......................................................................45

FIGURA 26 – Implantação do Hospital St. John’s

Rehab..................................................................................45

FIGURA 27 – Fachada; Community Hospital of

Monterey Peninsula……………………………………...47

FIGURA 1 – A Importância da Fisioterapia.....................20

FIGURA 2 – Hospital Benedita Fernandes.......................24

FIGURA 3 – Hospital Neurológico Ritinha Prates..........25

FIGURA 4 – APAE..............................................................25

FIGURA 5 – AACD – Unidade São José do Rio

Preto.....................................................................................27

FIGURA 6 – Rede Lucy Montoro; Unidades distribuídas

pelo Estado de São Paulo....................................................28

FIGURA 7 – AACD , Espaços Internos e Padrões

Arquitetônicos, Foto 1.........................................................29

FIGURA 8 – AACD , Espaços Internos e Padrões

Arquitetônicos, Foto 2.........................................................29

FIGURA 9 – Rede Lucy Montoro , Espaços Internos e

Padrões Arquitetônicos, Foto 1..........................................29

FIGURA 10 – Rede Lucy Montoro , Espaços Internos e

Padrões Arquitetônicos, Foto 2..........................................29

FIGURA 11 – Hospital Santa Casa Saúde,

Araçatuba.............................................................................35

FIGURA 12 – Hospital Unimed, Araçatuba.....................35

FIGURA 13 – Foto Aérea do Município de

Araçatuba.............................................................................36

FIGURA 14 – Foto Panorâmica do Terreno Proposto,

Avenida Abraão Buchala....................................................37

FIGURA 41 – Exemplo do Conceito de Design do Prédio

II; Recepção.......................................................................62

FIGURA 42 – Exemplo do Conceito de Design do Prédio

II; Biblioteca......................................................................62

FIGURA 43 – Exemplo do Conceito de Design do Prédio

II; Ateliê de Artes...............................................................62

FIGURA 44 – Exemplo do Conceito de Design do Prédio

II; Espaço Kids..................................................................62

FIGURA 45 – Prédio I, Fachada Frontal........................74

FIGURA 46 – Prédio I, Vistas 1.......................................75

FIGURA 47 – Prédio I, Vistas 2......................................76

FIGURA 48 – Prédio I, Vistas 3.......................................77

FIGURA 49 – Prédio II, Fachada Frontal......................84

FIGURA 50 – Prédio II, Vistas 1......................................85

FIGURA 51 – Prédio II, Vistas 2......................................86

FIGURA 52 – Prédio II, Vistas 3......................................87

FIGURA 28 – Imagem Interna; Community Hospital of

Monterey Peninsula……………………………………...47

FIGURA 29 – Jardim Interno; Community Hospital of

Monterey Peninsula……………………………………...48

FIGURA 30 – Fachada Posterior; Community Hospital

of Monterey Peninsula…………………………………..48

FIGURA 31 – IMREA, Lucy Montoro; São José do Rio

Preto....................................................................................50

FIGURA 32 – Exemplo de Vidro Utilizado nas

Fachadas.............................................................................54

FIGURA 33 – Piso Porcelanato com Aplicação de

Epóxi...................................................................................55

FIGURA 34 – Exemplo de Escada em Balanço,

Revestida com Madeira....................................................56

FIGURA 35 – Exemplo de Escada em Balanço,

Revestida com Madeira....................................................56

FIGURA 36 – Exemplo de Pergolado Utilizado no

Projeto................................................................................57

FIGURA 37 – Exemplo do Conceito de Design do Prédio

I; Recepção.........................................................................59

FIGURA 38 – Exemplo do Conceito de Design do Prédio

I; Consultórios...................................................................59

FIGURA 39 – Exemplo do Conceito de Design do Prédio

I; Sala de Pilates................................................................59

FIGURA 40 – Exemplo do Conceito de Design do Prédio

I; Academia........................................................................59

Centro de Reabilitação Renascer

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Centros de Saúde Mental Distribuídos

Dentro do Estado de São Paulo.........................................23

TABELA 2 - Centros de Saúde Mental Distribuídos ao

Redor da Cidade de Araçatuba.........................................23

LISTA DE ABREVIAÇÕES

AACD – Associação de Assistência à Criança Deficiente

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

CAPS – Centros de Atenção Psicossocial

CHOMP – Community Hospital of Monterey Peninsula

CR. RENASCER – Centro de Reabilitação Renascer

IMREA – Instituto de Medicina Física e Reabilitação

IPQ – Instituto de Psiquiatria

OMS – Organização Mundial de Saúde

SRT – Serviços Residênciais Terapêuticos

SUS – Sistema Único de Saúde

TUA – Transportes Urbanos Araçatuba

Centro de Reabilitação Renascer

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................................................................................................17

2. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO TEMA....................................................................................................................................18

2.1 O Impacto da Modernização – As Doenças Mentais..............................................................................................................................18

2.2 O Importante Papel da Fisioterapia para a Comunidade.....................................................................................................................20

3. PROBLEMÁTICA......................................................................................................................................................................................21

3.1 Os Atuais Centros de Reabilitação dentro do Estado de São Paulo.....................................................................................................21

3.1.1 Centros de Reabilitação Mental............................................................................................................................................................21

3.1.1.2 As Instituições Circundantes ao Município de Araçatuba...............................................................................................................22

3.1.1.3 Instituições Atuantes no Município de Araçatuba............................................................................................................................24

3.1.1.4 Conclusão sobre as Instituições de Reabilitação Mental..................................................................................................................26

3.1.2 Centros de Reabilitação Física..............................................................................................................................................................26

3.1.2.1 AACD - Associação de Assistência à Criança Deficiente.................................................................................................................26

3.1.2.2 Rede Lucy Montoro.............................................................................................................................................................................27

3.1.2.3 Conclusão sobre as Instituições de Assistência Física......................................................................................................................28

4. UMA CONVERSA INICIAL SOBRE O PROJETO..............................................................................................................................30

4.1 Centro de Reabilitação Renascer.............................................................................................................................................................30

4.2 Objetivos e Finalidades Sociais do Projeto..............................................................................................................................................30

4.3 Objetivos e Finalidades Arquitetônicas do Projeto................................................................................................................................31

Centro de Reabilitação Renascer

5. A CIDADE DE ARAÇATUBA..................................................................................................................................................................32

5.1 Breve História da Cidade..........................................................................................................................................................................32

5.2 Demografia.................................................................................................................................................................................................32

5.3 Economia....................................................................................................................................................................................................33

5.4 Estrutura Urbana......................................................................................................................................................................................34

5.4.1 Saúde.......................................................................................................................................................................................................34

5.4.2 Transporte..............................................................................................................................................................................................34

5.5 Importância da Cidade.............................................................................................................................................................................35

6. LOCAL DE IMPLANTAÇÃO DO PROJETO........................................................................................................................................37

6.1 Implantação, Entorno e Sistema Viário...................................................................................................................................................37

6.2 Dimensões do Terreno...............................................................................................................................................................................40

6.3 Clima, Solo, Vegetação e Ventos Dominantes.........................................................................................................................................40

7. RELEVÂNCIA DA LOCALIZAÇÃO PARA O PROJETO..................................................................................................................41

8. ESTADO DA ARTE....................................................................................................................................................................................41

8.1 Referências Projetuais...............................................................................................................................................................................41

8.1.1 St. John’s Rehab, Toronto, Canadá......................................................................................................................................................42

8.1.2 Community Hospital of Monterey Peninsula, Monterey, California.................................................................................................46

8.1.3 IMREA, Rede Lucy Montoro, Rio Preto, São Paulo...........................................................................................................................49

8.2 Partido Arquitetônico – O Projeto dos Cinco Sentidos..........................................................................................................................51

Centro de Reabilitação Renascer

9. TÉCNICAS E MATERIAIS PROPOSTOS AO PROJETO..................................................................................................................51

9.1 Materiais e suas Características...............................................................................................................................................................51

9.2 Materiais de Estrutura..............................................................................................................................................................................51

9.2.1 Fundação.................................................................................................................................................................................................51

9.2.2 Alvenaria.................................................................................................................................................................................................52

9.2.3 Estrutura de Concreto Armado: Lajes, Vigas e Pilares......................................................................................................................53

9.3 Materiais de Acabamento.........................................................................................................................................................................53

9.3.1 Esquadrias...............................................................................................................................................................................................53

9.3.2 Revestimentos Internos – Pisos..............................................................................................................................................................54

9.3.3 Revestimentos Internos – Paredes, Tintas e Texturas.........................................................................................................................55

9.3.4 Revestimentos Internos – Escada, Pilares e Divisórias.......................................................................................................................55

9.3.5 Revestimentos Externos – Pisos e Texturas ........................................................................................................................................56

9.4 Materiais de Paisagismo...........................................................................................................................................................................56

9.5 Técnicas Sustentáveis Aplicadas ao Projeto...........................................................................................................................................57

10. CONCEITOS E PROPOSTAS DE DESIGN..........................................................................................................................................58

10.1 Design para os Espaços Internos do Prédio I........................................................................................................................................58

10.2 Design para os Espaços Internos do Prédio II.....................................................................................................................................60

10.3 O Uso de Atrativos no Prédio Infantil...................................................................................................................................................60

10.4 Cromoterapia - A Importância das Cores.............................................................................................................................................61

Centro de Reabilitação Renascer

11. PROGRAMA DE NECESSIDADES.....................................................................................................................................63

11.1 Prédio I ..................................................................................................................................................................................63

11.1.1 Pavimento Térreo – Ala de Fisioterapia ..........................................................................................................................63

11.1.2 Pavimento Superior – Ala de Saúde Mental ...................................................................................................................64

11.2 Prédio II ................................................................................................................................................................................64

12. O PROJETO ...........................................................................................................................................................................66

12.1 Prédio I – Planta Baixa do Térreo .....................................................................................................................................66

12.1.1 Prédio I – Planta Baixa do Pavimento Superior ...........................................................................................................67

12.1.2 Prédio I – Fachadas .........................................................................................................................................................68

12.1.3 Prédio I – Cortes ..............................................................................................................................................................70

12.1.4 Prédio I – Planta de Cobertura .......................................................................................................................................71

12.1.5 Prédio I – Setorização, Térreo ........................................................................................................................................72

12.1.6 Prédio I – Setorização, Pavimento Superior ..................................................................................................................73

12.2 Prédio II – Planta Baixa .....................................................................................................................................................78

12.2.1 Prédio II – Fachadas ........................................................................................................................................................79

12.2.2 Prédio II – Cortes .............................................................................................................................................................81

12.2.3 Prédio II – Planta de Cobertura .....................................................................................................................................82

12.2.4 Prédio I – Setorização ......................................................................................................................................................83

13. CONCLUSÕES FINAIS ........................................................................................................................................................88

Centro de Reabilitação Renascer

17

1. INTRODUÇÃO

O século XXI trouxe à humanidade grandes mudanças. A

tecnologia se revigora a cada dia; há uma facilidade na

comunicação; surgem descobertas de novas técnicas, novos

tratamentos, avanços medicinais, e acima de tudo, novos

conceitos. Esta era apresenta-se com números melhores em âmbito

mundial: taxa de natalidade alta, aumento na expectativa de vida,

saúde e saneamento básico melhores. Inúmeros foram os

benefícios e transformações desde o Século XX.

A modernidade exibe suas grandes vantagens, mas traz

consigo, algumas consequências. Dentre elas, seria o aumento da

expectativa de vida uma vicissitude. Isso porque, de modo

generalista, os seres humanos funcionam como uma máquina de

desejos, e assim sendo, ele se moverá em direção às suas

necessidades, sejam elas de razão existencial que garantam a sua

sobrevivência, ou de razão emocional. Visto que o homem

moderno possui menos preocupação com fatores que garantam a

sua sobrevivência, o que se intensifica são as suas necessidades

emocionais.

Os filhos da modernidade se vêem com uma voracidade

consumista; são mais compulsivos, mais críticos, mais

controladores, mais atarefados; se tornam reféns de seus próprios

desejos e muitas vezes, criam expectativas inalcançáveis em

relação ao dinheiro, aos bens, ao amor e à família.

Neste contexto vale expor a obra “O Mal-Estar da Pós-

Modernidade, 1997”, de Zygmunt Bauman, que expõe a ideia de

que os mal-estares do homem são frutos da modernização, onde

uma civilização em que se predomina o excesso de ordem e limita

a liberdade, têm a tendência de cada vez mais criar mal-estares.

Em atual realidade, observa-se uma crescente variedade de

conflitos sociais, e junto a isso, a real necessidade de se melhorar a

saúde mental e física dos indivíduos, que são peças fundamentais

ao bom desenvolvimento de uma sociedade.

Tendo a arquitetura um papel fundamental para a

civilização, onde o arquiteto se torna responsável pela construção

de ambientes que possibilite o bem-estar dos indivíduos, é de

imensa relevância que esta ciência seja utilizada para combater os

males fatuais.

Por conseguinte, este trabalho de conclusão de curso tem a

intenção de pleitear a importância de se ter um local especializado

para lidar com os conflitos da sociedade, bem como fornecer

através do projeto proposto, um conceito de arquitetura que auxilie

e potencialize os tratamentos que serão oferecidos.

O objetivo maior deste projeto é de unir conhecimentos das áreas

da saúde mental e áreas fisioterápicas, a fim de auxiliar o governo

do Estado de São Paulo, na diminuição de índices de dependências

químicas, transtornos, violência, afastamentos por auxílio-doença,

dentro outros que serão discutidos adiante.

Centro de Reabilitação Renascer

18

2. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO TEMA

2.1 O Impacto da Modernização – As Doenças Mentais

O impacto das mudanças trazidas pela modernidade na

população se evidencia no alto índice de doenças mentais. Em

geral houve um significativo aumento de quadros de depressão,

ansiedade, transtornos emocionais ou compulsivos, dependências

químicas e alcoolismo.

Nos últimos anos, as doenças psíquicas estão sendo notadas

e analisadas com mais cautela. Trata-se de uma situação global.

O peso da doença mental na saúde e na produtividade das

populações tem sido, há longa data, profundamente subestimado.

Dados obtidos através do amplo estudo Global Burden of Disease

(A Carga Global da Doença), conduzido pela Organização

Mundial de Saúde, Banco Mundial e Universidade de Harvard,

revelaram que as doenças mentais, incluindo o suicídio, ocupam o

segundo lugar no peso do grupo das doenças que atingem diversos

países. Este estudo avaliou as principais causas de

incapacitação, contando anos perdidos de vida saudável nas idades

de 15 a 44 anos. Foram elas: transtorno depressivo maior, abuso de

álcool, acidentes de tráfego, esquizofrenia, injúrias auto infligidas,

transtorno bipolar, uso de drogas, transtorno obsessivo

compulsivo, osteoartrite e violência

(Fonte: The Global Burden of Disease" by C.J.L. Murray and A.D.

Lopez, World Health Organization, 1996, Table 5.4 page 270)

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), os

transtornos mentais atingem cerca de 700 milhões de pessoas no

mundo, representando 13% do total de todas as doenças. E apesar

de doenças como esquizofrenia e psicose serem as primeiras

lembradas ao se falar no assunto, elas não são as mais frequentes.

No topo da lista estão a depressão e a ansiedade.

Pesquisas recentes revelam que cerca de 20% da população

mundial tem um ou mais episódios de depressão grave durante a

vida, e que esta ocupará o segundo lugar entre as causas de doenças

e incapacidade no mundo no ano de 2020.

No Brasil, dados da Previdência Social de 2011, relatam um

crescimento de 19,6% nos afastamentos por auxílio-doença

acidentário por transtornos mentais e comportamentais. Tomando

como exemplo a classe trabalhista de professores a análise foi de

4.900 afastamentos por transtornos mentais ou comportamentais,

para uma categoria com 55.000 profissionais, o que equivale a

quase 10% dos trabalhadores.

Já na categoria de dependentes químicos, uma pesquisa da

Secretaria do Estado de Saúde de São Paulo aponta um estudo

realizado com 1,3 mil pacientes tratados nos últimos três anos na

Unidade Estadual de Álcool e Drogas do Hospital Lacan, em São

Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Foi constatado que 50%

dos pacientes com dependência química têm doenças psíquicas

associadas. Entre as mulheres, o percentual é ainda maior: 56%

apresentaram doenças como depressão, bipolaridade e transtorno

Centro de Reabilitação Renascer

19

obsessivo-compulsivo. Entre os homens o índice foi de 50,1%.

Essa pesquisa confirmou estudos internacionais sobre o

mesmo tema e aponta para a necessidade de desenvolver uma

assistência especializada para estes pacientes.

“Não é um perfil de população desprezível.

É necessário um ambiente mais protegido e

profissionais que tenham especialização em

droga dependência, mas também têm que

estar familiarizados com o atendimento de

pacientes com esses outros transtornos

psiquiátricos”. (Sérgio Tamai – coordenador

da área mental da Secretaria do Estado de

Saúde de São Paulo).

A capital paulista é a cidade com o índice mais alto de

habitantes com transtornos mentais. Isso é o que aponta o projeto

São Paulo Megacity, estudo realizado pelo IPq (Instituto de

Psiquiatria) do Hospital das Clínicas de São Paulo, em 2012.

Pela análise geral das pesquisas, é de se notar que as

doenças mentais possuem um alto impacto dentro de uma

civilização. A classe trabalhista sofre quando há esse tipo de

conflito, uma vez que todo indivíduo é um ser indispensável na

organização de uma comunidade. E não somente por esta razão,

também sofrem as famílias, que necessitam de uma estruturação

adequada, educação e zelo.

Veja, há diversas pessoas que encontram dificuldades em seu

caminho: um ex-presidiário que sofre de exclusão social; um jovem

usuário de drogas que quer se recuperar; um estupro que gera uma

gravidez indesejada; um trauma de abuso infantil; uma perda

inesperada na família. Estes são meros exemplos de uma realidade

atual e que prejudicam a sociedade como um todo, pois estes

indivíduos não estarão aptos ao trabalho, nem ao zelo ou formação

de uma família.

Prestando-se a devida atenção a estas questões, consegue-se

diminuir os índices de violência, suicídios, acidentes, overdoses,

etc. Consegue-se através da estruturação familiar, uma melhoria na

educação dos jovens; aumenta-se a capacidade trabalhista, dentre

tantos outros benefícios.

Portanto, é de extrema relevância que seja realizado um

projeto de cunho social, que possibilite a reabilitação destes

indivíduos, garantindo-lhes uma melhor qualidade de vida.

Centro de Reabilitação Renascer

20

2.2 O Importante Papel da Fisioterapia para a Comunidade

Assim como os tratamentos psiquiátricos são de suma

importância para o desenvolvimento de uma sociedade, a

Fisioterapia também possui um papel fundamental nesta equação.

Ela é atualmente, uma vertente importante na área da saúde,

e que vêm evoluindo nos últimos anos. Atua com majestosa

eficiência nas áreas preventiva e terapêutica e também na

manutenção do quadro clínico, mesmo após a reabilitação. O

profissional fisioterapeuta se utiliza de métodos e técnicas que têm

como finalidade restaurar, desenvolver e conservar a capacidade

física do paciente, de acordo com cada caso em específico.As áreas

de Atuação da Fisioterapia são:

Traumato-ortopédica: Para casos onde há uma fratura ou

uma patologia, óssea, muscular ou articular, prevenindo contra as

sequelas e preparando a musculatura envolvida para o retorno às

suas funções normais. Importante tanto no pré-operatório, como no

pós-operatório e tem o objetivo de diminuir as dores e inflamações

e reabilitar o indivíduo, para que retorne normalmente às suas

atividades diárias.

Neurológica: Os exercícios são em caráter de manutenção e

progressão das atividades diárias, e também de incentivo por meio

de estímulos sensoriais.

Possibilita uma melhor qualidade de vida e integração com a

sociedade para pacientes com agravantes neurológicos.

Respiratória: A fisioterapia pneumofuncional é realizada

através de manobras que incentivam à eliminação de secreções e

melhor mecânica respiratória, facilitando a respiração e fortalecendo

a musculatura envolvida.

Cardiológica: Em pacientes com problemas cardiológicos, a

fisioterapia é iniciada no período pré-operatório, num preparo

cardiopulmonar, visando uma rápida recuperação do indivíduo após

a cirurgia. Em pacientes em estado grave ou potencialmente grave,

os cuidados do fisioterapeuta começam ainda na unidade de terapia

intensiva.

Figura 1 – A Importância da Fisioterapia

Fonte: http://seguindoadica.blogspot.com.br

Centro de Reabilitação Renascer

21

Saúde da Mulher: Algumas doenças que acometem as

mulheres, como câncer de mama, incontinência urinária,

fibromialgia, entre outras, merecem atenção especial por parte da

fisioterapia. Ela possui um importante papel na manutenção e

prevenção de complicações, inclusive no pré e pós-operatório.

Saúde do Idoso: Neste caso, a fisioterapia contribui de

maneira significativa e tem um papel fundamental para o cuidado e

assistência da pessoa idosa, visto que sua atuação pode tanto

prevenir o adoecimento como propiciar a redução de

incapacidades e deficiências na terceira idade, promovendo

significativa melhoria da qualidade de vida da população idosa.

3. PROBLEMÁTICA

3.1 Os Atuais Centros de Reabilitação do Estado de São Paulo

3.1.1 Centros de Reabilitação Mental

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde do Governo de

São Paulo, a saúde mental também é um direito de todos e um

dever do Estado (previsto na Constituição Federal de 1988). Os

sistemas atuantes na área são: o SUS (Sistema Único de Saúde), os

Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os Serviços Residenciais

Terapêuticos (SRT), os Centros de Convivência e Cultura, e os

leitos de atenção integral (em Hospitais Gerais).

Eis uma declaração da Secretaria de Estado da Saúde do

Governo de São Paulo:

“Esse sistema alicerça-se nos princípios de

acesso universal, público e gratuito às ações e

serviços de saúde; integralidade das ações,

cuidando do indivíduo como um todo e não

como um amontoado de partes; equidade,

como o dever de atender igualmente o direito

de cada um, respeitando suas diferenças;

descentralização dos recursos de saúde,

garantindo cuidado de boa qualidade o mais

próximo dos usuários que dele necessitam;

controle social exercido pelos Conselhos

Municipais, Estaduais e Nacional de Saúde

com representação dos usuários,

trabalhadores, prestadores, organizações da

sociedade civil e instituições formadoras.

A Política Nacional de Saúde Mental, apoiada

na lei 10.216/02, busca consolidar um modelo

de atenção à saúde mental aberto e de base

comunitária. Isto é, mudança do modelo de

tratamento: no lugar do isolamento, o

convívio com a família e a comunidade.

Garante a livre circulação das pessoas com

transtornos mentais pelos serviços,

comunidade e cidade, e

oferece cuidados com base nos recursos que a

comunidade oferece.

Os CAPS são instituições destinadas a acolher

os pacientes com transtornos mentais,

estimular sua integração social e familiar,

apoiá-los em suas iniciativas de busca da

autonomia, oferecer-lhes atendimento médico

e psicológico. Sua característica principal é

buscar integrá-los a um ambiente social e

cultural concreto, designado como seu

“território”, o espaço da cidade onde se

desenvolve a vida cotidiana de usuários e

familiares. Os CAPS constituem a principal

estratégia do processo de reforma

psiquiátrica.”

(Fonte:http://www.saúde.sp.gov.br)

Centro de Reabilitação Renascer

22

Existem atualmente 58 unidades públicas de saúde mental

em todo o Estado de São Paulo (Ver tabela I). São em geral,

instituições filantrópicas, ONGs, hospitais municipais ou

sanatórios que oferecem serviços variados, desde assistência social

até problemas psiquiátricos graves. A grande maioria ainda oferece

aos pacientes, internação permanente.

A grande problemática é que, no geral, estes equipamentos

foram instalados em locais já existentes, muitos cedidos

pelopróprio município ou doados por entidades filantrópicas,

sendo construções que não favorecem o bem-estar e o conforto dos

pacientes. Tampouco estes lugares atraem pessoas comuns que por

ventura estão passando por situações que necessitem de auxílio

profissional.

É necessária uma arquitetura que além de funcional, possa

auxiliar e influenciar de forma direta no êxito dos pacientes; e que

esta traga um conceito familiar, sendo confortável e bela,

oferecendo experiências agradáveis, bem como proporcionar

facilidade ao egresso de todos os tipos de pessoas.

“A percepção deste tipo de equipamento

como componente integrante do processo da

cura leva a uma progressiva especialização

de seus espaços. Questões relativas à

distribuição espacial de seu programa e de

seus fluxos tornam-se, paulatinamente, as de

resolução mais prementes na prática

projetual da arquitetura hospitalar.”

(SILVA, Kleber. “A ideia da função para a

arquitetura: o hospital e o século XVIII,

parte 1/6)

3.1.1.2 As Instituições Circundantes ao Município de Araçatuba

Quanto ao Noroeste Paulista e especificamente a região

circundante à cidade de Araçatuba, área de inserção do projeto que

visa este trabalho de conclusão de curso, analisa-se as seguintes

situações:

São ao todo 15 unidades públicas distribuídas pela região,

inseridas em cidades vizinhas, com máximo de 250 quilômetros de

distância do município de Araçatuba (Ver tabela II).

A maioria são entidades filantrópicas, ou seja sem fins

lucrativos.

Somente uma instituição, na cidade de Jaú, se classifica como

ONG de Saúde.

Somente quatro destas unidades são conveniadas ao SUS;

duas destas unidades,a de Catanduva e a de São José do Rio Preto,

passam por problemas financeiros que comprometem o seu futuro.

A maioria dos centros apresenta construções simples, nem

sempre pensadas exclusivamente para todos os tipos de tratamentos

ou pacientes, uma vez que a sua realização depende da verba do

governo ou doações; tampouco possuem todos os equipamentos ou

espaços essenciais para realização de tratamentos ou terapias atuais.

Os profissionais atuantes nestes centros são remunerados, ou

pelo governo quando a instituição é de domínio público ou

municipal, ou através de doações.

Muitos funcionários são colaboradores, e portanto nada

recebem pelo trabalho realizado.

Centro de Reabilitação Renascer

23

Tabela 1 – Centros de Saúde Mental Distribuídos Dentro do Estado de São Paulo

Fonte: http://www.ccs.saude.gov.br

Tabela 1I – Centros de Saúde Mental Distribuídos ao Redor da Cidade de Araçatuba

Fonte: http://www.ccs.saude.gov.br

Centro de Reabilitação Renascer

24

3.1.1.3 Instituições Atuantes no Município de Araçatuba

O município conta atualmente com 3 instituições públicas

que atuam na área da Saúde Mental. São elas, o Sanatório

Benedita Fernandes, a Associação de Amparo aos Excepcionais

Ritinha Prates, e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

de Araçatuba (APAE).

O Hospital Benedita Fernandes, mais conhecido como o

sanatório do município, é coordenado pela Associação das

Senhoras Cristãs, sendo uma instituição sem fins lucrativos que

atende cerca de 160 pacientes, dentre psicóticos e dependentes de

álcool e drogas.

O sistema é somente de internação, possuindo 150 (cento e

cinquenta) leitos conveniados ao SUS, e 10(dez) leitos para

particulares ou outros convênios. O Atendimento aos pacientes é

feito através de três grupos: Grupo de Morador e Ordem Judicial,

Grupo de Transtorno Mental e Grupo de Dependente Químico. Há

acompanhamento psiquiátrico, que pode ser individual ou familiar.

A instituição oferece uma programação básica, contendo

grupos de terapia ocupacional, educação física, oficinas

terapêuticas e atividades extra hospitalares.

O Hospital Benedita Fernandes conta com trabalhos da

Doutrina Espírita, realizados pelo Núcleo Espírita Benedita

Fernandes, em salão próprio do hospital.

Quanto ao Hospital Neurológico Ritinha Prates, uma das

mais importantes instituições de suporte na área da saúde a pessoas

com deficiência neurológicas de Araçatuba, é administrado pela

AAERP (Associação de Amparo ao Excepcional Ritinha Prates).

Além do sistema de internações, é oferecido programas de

assistência social, enfermagem, terapia ocupacional, farmácia,

nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, odontologia e

medicina especializada. Somam 60(sessenta) o número de internos

da instituição. Sua equipe atual conta com aproximadamente

200(duzentos) profissionais capacitados.

Em 2010, o Hospital ganhou uma área especial para pessoas

com deficiências auditivas, o Ambulatório de Saúde Auditiva, que

Figura 2 – Hospital Benedita Fernandes

Fonte: Reprodução, Portal de Notícias de Andradina

Centro de Reabilitação Renascer

25

oferece suporte médico a todos os pacientes que necessitam, por

meio de consultas e disponibilização de aparelhos auditivos, de

forma gratuita.

Programa de Oficinas - oferece atendimento para jovens e adultos,

com intenção de capacitar, ampliar e garantir seu desenvolvimento

e inclusão no mundo do trabalho, com atividades práticas,

monitoradas por profissionais; o Programa Casa Lar - abrigo para

pessoas com deficiência em condição de orfandade, abandono e

vulnerabilidade social; e por fim o Programa de Estimulação

Precoce - oferece atendimento para crianças de 0 a 7 anos, por

uma equipe de fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais,

fonoaudiólogas, assistentes sociais, psicólogos, pedagogas e

médicos.

Figura 3– Hospital Neurológico Ritinha Prates

Por último, a APAE, Associação de Pais e Amigos dos

Excepcionais de Araçatuba, é também uma entidade filantrópica, e

atende somente a pessoas portadoras de deficiência mental. A

instituição desenvolve ações na área da saúde, assistência,

educação, e preparação para o trabalho. Atende 537 (quinhentas e

trinta e sete) pessoas entre crianças, adolescentes e adultos.

O sistema é dividido em 4(quatro) programas: O Programa

Educacional - promove a educação e tem por objetivo desenvolver

o potencial do educando com deficiência mental, em relação as

suas capacidades de aprendizagem e habilidades, direcionando-os

à inclusão social e educacional e ao exercício da cidadania; o

Figura 4 - APAE

Fonte: Acervo Pessoal

Fonte: http://aracatuba.apaebrasil.org

Centro de Reabilitação Renascer

26

3.1.1.4 Conclusão sobre as Instituições de Reabilitação Mental

Alguns problemas importantes entram em cena ao analisar

as Instituições de Reabilitação Mental de Araçatuba.

Primeiramente, observados os hospitais da área da Saúde

Mental, da cidade, percebe-se que eles não oferecem tratamentos à

todos os tipos de pessoas. O Sanatório Benedita Fernandes por

exemplo, trabalha somente com sistema de leitos, e não possui

qualquer tecnologia, inovação em tratamentos ou ambientes

favoráveis à família e aos pacientes.

O Hospital Neurológico Ritinha Prates é fundamental e

indispensável no município pela determinação em cuidar de

pessoas com deficiência neurológica, contudo o atendimento é

restrito a um pequeno número de pacientes que apresentam

patologias neurológicas. O hospital peca pela qualidade de seus

ambientes e seus tratamentos são comuns, não oferecendo

nenhuma novidade do mercado atual.

Por fim, a APAE, instituição que atende somente pessoas

excepcionais,, também carece de ambientes planejados, novos

tratamentos, além de oferecer ajuda à somente uma pequena

parcela da população e região.

Em resumo, o número de pessoas que precisam de auxílio

equivalem à quase 10% da população, porém nem 2% são

atendidas por estas Instituições. Araçatuba carece de um local

especializado, moderno e que atenda a todos os tipos de pessoas.

3.1.2 Centros de Reabilitação Física

Ao analisar os centros especializados em reabilitação física

dentro do Estado de São Paulo, observa-se que há uma boa

quantidade de instituições, porém a grande maioria de cunho

particular e muitas vezes inacessível a muitos em termos

financeiros. Somente duas instituições públicas ganham destaque

dentro do Estado. São elas a AACD - Associação de Assistência à

Criança Deficiente, e a Rede Lucy Montoro.

3.1.2.1 AACD - Associação de Assistência à Criança Deficiente

Inspirado na evolução tecnológica dos centros de reabilitação

no exterior, o visionário Dr. Renato da Costa Bomfim, criou em

1950 a AACD - Associação de Assistência à Criança Deficiente.

Para garantir a autonomia da Associação bem como seus

ideais de compromisso e qualidade, foram criados diversos canais

de captação de recursos, entre eles o Teleton, um programa

televisivo que tem como objetivo principal arrecadar dinheiro de

doadores.

Entretanto, a AACD não está voltada exclusivamente para a

área da reabilitação física. Diversas outras atividades, como projetos

de capacitação profissional, programas de sustento para pessoas

Centro de Reabilitação Renascer

27

com deficiência física e seus familiares, a inserção no esporte

paraolímpico, além do empenho em assegurar a plena integração

social aos pacientes, fazem parte da atual gestão da Entidade.

São ao todo 15 (quinze) centros de reabilitação e seis

oficinas ortopédicas. O Estado de São Paulo provém oito destas

unidades. São elas:

Unidade Ibirapuera; São Paulo.

Unidade Campo Grande; São Paulo.

Unidade Mooca; São Paulo.

Unidade Santana; São Paulo.

Unidade Lar Escola; São Paulo.

Unidade Osasco; Osasco.

Unidade Mogi das Cruzes; Mogi das Cruzes.

Unidade São José do Rio Preto; São José do Rio Preto.

3.1.2.2 Rede Lucy Montoro

Criada pelo Governo do Estado de São Paulo, pelo decreto

52.973, de 2008, regulamentada pelo decreto 55.739, de 2010 e

alterada pelo decreto 58.050, de 2012, a Rede de Reabilitação

Lucy Montoro tem como objetivo proporcionar o melhor e mais

avançado tratamento de reabilitação para pacientes com

deficiências físicas incapacitantes, motoras e sensório-motoras.

A Rede realiza programas de reabilitação específicos, de

acordo com as características de cada paciente. Os tratamentos são

realizados por equipes multidisciplinares, composta por

profissionais especializados em reabilitação, entre médicos

fisiatras, enfermeiras, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos,

terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, educadores físicos e

fonoaudiólogos.

Atualmente, a Rede de Reabilitação Lucy Montoro conta

com 16 unidades em funcionamento em todo o Estado e realiza

mais de 100 mil atendimentos por mês. Estão em funcionamento

as unidades Campinas, Clínicas, Fernandópolis, Jaú, Lapa,

Marília, Mogi Mirim, Morumbi, Pariquera-Açu, Presidente

Prudente, Ribeirão Preto, Santos, São José do Rio Preto, São José

dos Campos, Umarizal e Vila Mariana.

Para ser atendido pela Rede de Reabilitação Lucy Montoro é

necessário que o paciente receba do médico da rede pública de

saúde o encaminhamento para a reabilitação.

Figura 5 - AACD – Unidade São José do Rio Preto

Fonte: http://aacdriopreto.org.br

Centro de Reabilitação Renascer

28

3.1.2.3 Conclusão sobre as Instituições de Assistência Física

É inquestionável a importância destas instituições para o

Estado. Elas fornecem alta qualidade de serviços, sendo estruturas

bem organizadas em quesito administrativo. Porém um dos focos

de estudo deste trabalho de conclusão de curso é observar a

arquitetura destas instituições e as soluções que oferecem.

Neste ponto, as unidades da AACD pecam pela falta de

adequação a novos conceitos de construção para clinicas de

reabilitação; no geral foram construídas dentro de um mesmo

padrão arquitetônico, sem nenhuma originalidade, atração visual

ou sensorial para os pacientes. Contudo, salienta-se que a

instituição se mantém através de doações, tendo como prioridade a

qualidade dos atendimentos e tratamentos, e por este motivo, o

orçamento para investir na arquitetura é baixo.

A Rede Lucy Montoro, por outro lado fornece os mais

novos tipos de tratamentos, é inovadora no quesito tecnológico,

porém também não possui uma arquitetura excepcional, nem

ambientes que atraiam os pacientes ou auxilie-os nos tratamentos.

É uma estrutura simples, padronizada, ou seja são unidades iguais

para todo o Estado, e nenhuma possuía características

arquitetônicas marcantes ou convidativas.

Um fator crucial para a construção de um Centro de

Reabilitação em Araçatuba, é a quantidade de pessoas da cidade de

Araçatuba que são encaminhadas à São José do Rio Preto, na

unidade da Rede Lucy Montoro, para receberem atendimento

fisioterápico, no geral um universo de quase 20.000 pessoas por

ano.

Fonte: http://redelucymontoro.org.br

Figura 6 - Rede Lucy Montoro; Unidades distribuídas

pelo Estado de São Paulo.

Centro de Reabilitação Renascer

29

Fonte: http://www.aacdriopreto.org.br

Figura 9 – Rede Lucy Montoro , Espaços Internos e

Padrões Arquitetônicos, Foto 1

Figura 8 – AACD , Espaços Internos e Padrões

Arquitetônicos, Foto 2

Fonte: http://saopaulo.sp.gov.br

Figura 7 – AACD , Espaços Internos e Padrões

Arquitetônicos, Foto 1

Fonte: http://www.aacdriopreto.org.br Fonte: http://g1.globo.com

Figura 10 – Rede Lucy Montoro , Espaços Internos e

Padrões Arquitetônicos, Foto 2

Centro de Reabilitação Renascer

30

4. UMA CONVERSA INICIAL SOBRE O PROJETO

4.1 Centro de Reabilitação Renascer

O Centro de Reabilitação Renascer é um projeto que integra

as áreas da saúde de Psiquiatria, Psicologia, Psicologia Infantil e

Fisioterapia.

O projeto compreende a criação de um complexo não-

hospitalar¹, com toda a amplitude e equipamentos necessários ao

atendimento de pacientes que apresentarem doenças psíquicas,

neurológicas, motoras e ortopédicas, dentre outras. Além disso,

este empreendimento apresentará alas para exames laboratoriais,

ala de estudos e estágio para estudantes da área, assistência social,

e trará as mais novas terapias alternativas e ocupacionais.

Estará localizado no município de Araçatuba – interior de

São Paulo, e sendo um órgão público estadual, será

disponibilizado à população e aos profissionais de Araçatuba, e

demais municípios do Estado de São Paulo.

O CR. Renascer traz consigo um conceito inovador, pois

permite a junção da saúde mental e física, e fornece ao interior do

Estado de São Paulo, uma nova forma de ajudar seus cidadãos, de

auxiliá-los e torná-los aptos ao pleno emprego, ao convívio em

sociedade e à reintegração física.

4.2 Objetivos e Finalidades Sociais do Projeto

Dentre as finalidades sociais do projeto, busca-se atingir

objetivos como:

Diminuir os índices de criminalidade

Diminuir os índices de suicídio

Auxiliar na reabilitação de usuários de drogas

Auxiliar famílias para o combate às drogas

Auxiliar transtornos compulsivos ou obsessivos

Integrar deficientes na sociedade atual

Aumentar a capacidade física das pessoas portadoras de

deficiências

Melhorar a qualidade de vida para portadores de doenças

neurológicas ou respiratórias

Auxiliar no tratamento de crianças com deficiências

neurológicas ou respiratórias

Atender e melhorar a qualidade de vida da população idosa

Diminuir os índices de afastamento do trabalho por auxílio-

doença por transtornos mentais e comportamentais

Diminuir o tempo de recuperação do pós-operatório

Auxiliar o pré-operatório

Melhorar a qualidade de vida para pacientes em estado

terminal

Auxiliar na reeducação familiar

Tratar transtornos de ansiedade e traumas adquiridos

Nota: ¹ Compreende-se o termo complexo não-hospitalar como local onde não há internação dos pacientes ou procedimentos cirúrgicos.

Centro de Reabilitação Renascer

31

Dentre as finalidades sociais secundárias do projeto, busca-

se atingir objetivos como:

Oferecer programas de estágios para estudantes da área

Promover cursos e palestras para melhorar o desempenho

dos profissionais da área

Oferecer acervo bibliotecário para estudantes e profissionais

Oferecer oportunidade de programas sociais

4.3 Objetivos e Finalidades Arquitetônicas do Projeto

A intenção crucial deste trabalho é de tornar o equipamento

um elemento familiar, agradável e confortável. Por isto, a sua

arquitetura terá a função maior de envolver e incentivar os

pacientes e suas famílias, implantando a imagem mental de um

complexo construído para a renovação espiritual dos indivíduos.

Tomando como partido, a delicadeza da natureza junto aos

sentidos humanos (audição, olfato, visão, paladar e tato), a ideia

central é conceber uma arquitetura fluida, leve e atemporal. Para

que isto se torne possível, algumas proposições projetuais são

necessárias: as construções serão modernas e contarão com

materiais de aspecto naturais, para que possam interagir com a

natureza sem causar efeitos visuais contrastantes; e o paisagismo

terá papel fundamental na equação, uma vez que o grande objetivo

é atingir a melhoria dos pacientes através da beleza.

“[...] Ninguém se cura somente da dor

física, tem de curar a dor espiritual também.

Acho que os centros de saúde que temos

feito provam ser possível existir um hospital

mais humano, sem abrir mão da

funcionalidade. Passamos a pensar a

funcionalidade como uma palavra mais

abrangente: é funcional criar ambientes em

que o paciente esteja à vontade, que

possibilitem sua cura psíquica. Porque a

beleza pode não alimentar a barriga, mas

alimenta o espírito.”

(LIMA, João Filgueiras. O que é ser

arquiteto: memórias profissionais de Lelé,

João Filgueiras Lima. Depoimento a Cynara

Menezes. Rio de Janeiro, Record, 2004, p.

50)

Centro de Reabilitação Renascer

32

5. A CIDADE DE ARAÇATUBA

5.1 Uma Breve História da Cidade

A história de Araçatuba está ligada intrinsecamente à

construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Esta estrada,

que, no início do século XX, fez parte de uma política que visava à

interiorização do país e sua ligação com outros países da América

do Sul, teve seus trabalhos iniciados no dia 15 de novembro de

1904, com a construção do trecho que ligava Bauru à cidade de

Itapura, localizada nas barrancas do Rio Paraná.

No dia 2 de dezembro de 1908, os trilhos chegaram até o

quilômetro 280, onde foi montado um acampamento. Um vagão

deixado nesse local serviu provisoriamente como estação. Deste

acampamento, nasceu a atual cidade de Araçatuba. Pela boa

qualidade das terras dessa região, muitas famílias de agricultores aí

se instalaram. No início dos anos 1920, Araçatuba, apesar do bom

desenvolvimento, ainda pertencia à comarca de Penápolis.

Em 8 de dezembro de 1921, foi promulgada a Lei Estadual

1.812, que concretizava o sonho de autonomia daqueles que já

habitavam o novo e progressista município.

Em 19 de fevereiro de 1922, às 20 horas, em sessão solene,

deu-se a instalação da Comarca Municipal e a posse dos primeiros

vereadores.

O município foi se desenvolvendo e passou por vários ciclos

econômicos. O primeiro foi o do café, a seguir o do algodão e, a

partir dos anos 1950, veio o da pecuária, que predomina até os dias

de hoje, dividindo sua importância, atualmente, com o setor sucro-

alcooleiro.

Nas análises de economistas e de vários empresários,

Araçatuba é a região que apresenta o maior potencial para

desenvolvimento em todo o estado de São Paulo. Esta perspectiva,

reforçada pela presença de inúmeros fatores de desenvolvimento,

tais como o Gasoduto Brasil-Bolívia, a Hidrovia Tietê-Paraná, a

duplicação da rodovia Marechal Rondon, o Aeroporto de padrão

internacional e a Ferrovia Novo Oeste. Fonte: Wikipédia

5.2 Demografia

Em 2010, a população do município foi contada pelo

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 181.618

habitantes, sendo o quadragésimo segundo mais populoso do

estado e apresentando uma densidade populacional de 155,54

habitantes por km². A estimativa do IBGE-2013 é de 190.536,00

habitantes.

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M)

de Araçatuba,considerado elevado pelo Programa das Nações

Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), é de 0,788, sendo o 40°

maior de todo estado de São Paulo. Considerando apenas a

Centro de Reabilitação Renascer

33

educação o índice é de 0, 744. A renda per capita 2010 é de

1.036,09 reais. O coeficiente de Gini, que mede a

desigualdade social, é de 0,52, sendo que 1,00 é o pior

número e 0,00 é o melhor. . Fonte: Wikipédia

5.3 Economia

Sua economia é historicamente ligada à pecuária, sendo

conhecida como a „Cidade do Boi Gordo‟ e, posteriormente,

cidade do asfalto.

O setor sulcroalcooleiro está em crescimento acelerado e

precisa de novas áreas para se expandir. O Noroeste Paulista é uma

das últimas áreas viáveis e disponíveis no estado de São Paulo

para esta necessidade que o setor demanda.

A topografia, solo e clima favoráveis ao cultivo da cana-de-

açúcar, mão-de-obra especializada, facilidades de escoamento da

produção e sede de um dos maiores terminais sucroalcooleiros do

estado de São Paulo, favorecem a região.

Em 2008 era o 28° município do Estado de São Paulo em

número de empresas atuantes. No ranking brasileiro ficou na 89ª

posição com 7.267 unidades.

Em 2010, dados do IPC Target, indicavam que Araçatuba

teria um consumo de R$ 2,63 bilhões ao ano, 18% maior que os

dados de 2009 (R$ 2,22 bilhões) colocando assim Araçatuba no

39° no estado em capacidade de consumo. Em 2009 os habitantes

da Classe E, com renda até R$ 410 no município representavam

1,1% da população total, sendo que em 2010 esse número foi

reduzido para 0,7%. Para 2011 o potencial de consumo subiu para

R$ 3,14 bilhões, uma alta de 19,25% em relação ao ano anterior.

Dados da Secretaria de Estado de Desenvolvimento

divulgados em maio de 2010, apontam o município com potencial

de desenvolvimento em todos os seguimentos da economia

(agropecuária, indústria, comércio e serviços), em virtude da mão-

de-obra qualificada, transporte e infra-estrutura. Todavia, ainda

apresenta lentidão na questão imobiliária e turística.

No Índice Paulista de Responsabilidade Social ficou

classificada como n° 2 (intermediária), numa classificação de 5

(piores condições) a 1 (melhores condições), que leva em conta a

saúde, educação e renda da população.

Com relação à geração de empregos, Araçatuba ocupava em

abril de 2010, de acordo com Cadastro Geral de Empregados e

Desempregados, a 41ª posição no Estado de São Paulo em geração

de empregos, obtendo o melhor índice da região a que pertence. O

número de empresas com mais de 100 funcionários em 2011 é de

29, sendo que destas 18 cumprem a Lei de Cotas para deficientes

físicos. Fonte: Wikipédia

Centro de Reabilitação Renascer

34

5.4 Estrutura Urbana

5.4.1 Saúde

Para atendimento da população, estão disponíveis o Pronto

Socorro Municipal, Pronto Atendimento São João, Pronto Socorro

Odontológico, a Santa Casa de Araçatuba, Hospital da Mulher, o

Núcleo de Hemoterapia e Hematologia de Araçatuba

(Hemocentro), 1.770 Unidades Básicas de Saúde, Núcleos de

Gestão Ambulatorial e o Ambulatório Médico de Especialidades,

que atendem pelo Sistema Único de Saúde.Em construção estão

mais 4 Unidades Básicas de Saúde e 2 UPAS.

Para serviços de resgate e emergência, conta com

ambulâncias do SAMU, sendo uma de suporte avançado e duas de

suporte básico, além das viaturas de transporte

comum) com regulação médica no próprio município e do resgate

do Corpo de Bombeiros. Possui 2,71 leitos para cada mil

habitantes, totalizando 495 lugares.

A Santa Casa de Araçatuba recebeu em 2010, nota 8,79 na

Pesquisa de Satisfação dos Usuários do SUS realizada no ano

anterior. Outro destaque é para o hospital particular da Unimed.

Dados do censo realizado em 2010 pelo IBGE mostram que

Araçatuba possui 21% de sua população com algum tipo de

deficiência. Em 2.000 a taxa era de 13%. Fonte: Wikipédia

5.4.2 Transporte

Araçatuba apresenta, em sua topologia, relevo

predominantemente plano, o que favorece o tráfego de bicicletas,

com uma frota de aproximadamente 60 mil unidades, apesar de

existir apenas uma ciclo-faixa no município.

O centro da cidade, antigamente ocupado pelos trilhos da

Rede Ferroviária Federal, deu lugar à Avenida dos Araçás,

importante pólo econômico e de circulação de automóveis da

cidade.

Neste mesmo local da cidade existe um terminal de ônibus

que centraliza os destinos para diversos bairros da cidade,

controlados pela única empresa de transportes urbanos do

município, a Transportes Urbanos Araçatuba (TUA).

Junto ao prédio da administração municipal fica localizada a

rodoviária, com diversas empresas rodoviárias, além de pontos de

ônibus da TUA.

As rodovias que passam próximo ao município ou o cortam

são as rodovias SP-300 - Via Marechal Rondon e SP-463 -

Rodovia Elyeser Monte Negro Magalhães. Possui ainda um

aeroporto, o Dario Guarita, que está em quarto lugar no número de

movimentação no interior do Estado de São Paulo, atrás dos

aeroportos de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Presidente

Prudente. Fonte: Wikipédia

Centro de Reabilitação Renascer

35

5.5 Importância da Cidade

Araçatuba apresenta oferta abundante de energia elétrica

para as atividades empresariais. Possui uma excelente infra-

estrutura de transportes de carga, com caráter multimodal: porto

fluvial, ramal ferroviário, aeroporto regional e rodovias.

É a sede da Nona Região Administrativa, localizada a oeste

do Estado de São Paulo, que compreende 43 municípios, com 673

mil habitantes. Além de ser a segunda maior cidade do oeste

paulista.

A região abriga um dos maiores complexos hidroelétricos

do mundo, composto pelas usinas de Ilha Solteira, Engenheiro

Souza Dias, no município de Castilho, e Três Irmãos, no

município de Pereira Barreto. Essa infra-estrutura faz com que a

região seja responsável pela geração de 47% de energia do Estado.

Fonte:http://cidadespaulistas.com.br

É uma cidade que vêm se mostrando promissora, uma vez

que o PIB da região aumentou em mais de 60% entre 2009 e 2012.

A soma das riquezas produzidas no Município chegou a R$ 4,8

bilhões em 2012, crescimento de 60,6% em relação a 2009, que

terminou com o resultado de R$ 3 bilhões.

Fonte: Prefeitura Municipal de Araçatuba

Figura 11 – Hospital Santa Casa Saúde, Araçatuba

Fonte: http://unimedaracatuba.com.br

Fonte: http://folhadaregiao.com.br

Figura 12– Hospital Unimed, Araçatuba

Centro de Reabilitação Renascer

36

Figura 13 – Foto Aérea do Município de Araçatuba

Fonte: http://epil.com.br

Centro de Reabilitação Renascer

37

6. LOCAL DE IMPLANTAÇÃO DO PROJETO

6.1 Implantação, Entorno e Sistema Viário

O local escolhido para construção do Centro de Reabilitação

Renascer localiza-se na Avenida Abraão Buchala, no Bairro

Jardim Panorama em Araçatuba, São Paulo. É um bairro de

classificação mista, ou seja, de uso residencial e comercial.

Dentre os pontos principais do entorno, o Hospital da

Unimed, o Asilo São João e a Universidade Paulista (UNIP),

ganham destaque, uma vez que possuem interesses mútuos com o

Centro de Reabilitação, tanto com pacientes que necessitam dos

tratamentos, quanto para os estudantes da área da saúde.

O terreno encontra-se em uma área de fácil acesso à

população do município ou visitantes. Está a poucas quadras da

Rua Baguaçu, uma via que se interliga com pontos cruciais da

cidade, como a Avenida Pompeu de Toledo, Avenida Waldir

Felizola de Moraes, e a Rua Luiz Pereira Barreto, que se interliga

ao centro da cidade. Pela direção oposta ao município, a Rua

Baguaçu, transforma-se na Vicinal Teotônio Viléla, que divisa a

cidade de Araçatuba e o município de Birigui.

As vias secundárias e adjacentes ao terreno são as ruas:

Francisco Vilela, Panorama e a Avenida Umuarama.

Fonte: Alex Tristante, http://panoramio.com

Figura 15– Foto Aérea do Terreno Proposto, Avenida

Abraão Buchala

Figura 14– Foto Panorâmica do Terreno Proposto,

Avenida Abraão Buchala

Fonte: Google Maps, ano de atualização 2012

Centro de Reabilitação Renascer

38

Figura 16 – Terreno Proposto ao Projeto CR. Renascer

Fonte: Google Maps, 2012; edição de foto: autoria própria

Centro de Reabilitação Renascer

39

Figura 17 – Diagnóstico de Entorno, Pontos Principais

Adjacentes ao Terreno

Fonte: Foto Central: Google Maps, 2012; Fotos do Entorno: Acervo Pessoal

Condomínio Residencial Horizontes Condomínio Residencial CDHU Condomínio Residencial Em Obra

Condomínio Residencial Alta Vista 1 Ponto de Vendas da MRV

Terreno Sem Uso Canteiro Central

Terreno Sem Uso Terreno da Unip

Centro de Reabilitação Renascer

40

6.2 Dimensões do Terreno

O terreno possui em sua totalidade 93.427,1412 m², sendo

seu perímetro de 1.265,10 metros. As dimensões do terreno são:

Face Norte – 391,40 m; Face Leste – 253,75 m; Face Sul – 394,75

m; Face Oeste – 225,20 m.

Os ventos dominantes de Araçatuba, tem sentido sudoeste para

noroeste.

O solo da cidade é caracterizado por ser sílico argiloso, com

depósitos de húmus nas baixas de terreno. O terreno apresenta um

desnível de aproximadamente 15 (quinze) metros.

A vegetação encontrada é em sua maior extensão, um

campo sulino, ou seja, há somente vegetação rasteira, com

predominância de capins e gramíneas. As poucas espécies

existentes são árvores de pouca idade; algumas se encontram em

estado de deteorização, e por esse motivo serão substituídas, as

demais serão retiradas e replantadas nos futuros jardins do projeto.

Figura 18 – Dimensões do Terreno

Fonte: Mapa:Prefeitura Municipal; edição de autoria própria

6.3 Clima, Solo, Vegetação e Ventos Dominantes

O clima de Araçatuba é tropical semi-úmido, sendo uma

região quente e seca. A temperatura máxima média é de 30,2ºC e a

mínima média é de 17ºC (Fonte: Instituto Nacional de

Meteorologia, dados referentes ao período de 1961 a 1990).

Figura 19 – Mapa Planialtimétrico

Fonte: Mapa:Prefeitura Municipal; edição de autoria própria

Centro de Reabilitação Renascer

41

7. RELEVÂNCIA DA LOCALIZAÇÃO PARA O

PROJETO

Pelas muitas especificidades do projeto, a escolha do lote

para a realização deste, contava com algumas questões

importantes.

Primeiramente, o terreno deveria estar localizado em uma

área de fácil acesso à população araçatubense e também aos

visitantes.

A segunda questão para a escolha do local era a de encontrar

um terreno dentro da cidade com dimensões suficientes para

abrigar um complexo relativamente grande, pois este contaria com

a inserção de dois prédios e áreas comunitárias.

A terceira questão tratava-se de escolher um local com boa

estrutura urbana, e neste caso, o entorno do terreno foi reformado

recentemente pela prefeitura, visto que o local cresceu muito ao

longo dos últimos anos e está sendo visado para implantação de

novos empreendimentos. Portanto, a pavimentação é nova, as

guias e bocas de lobo estão em excelentes condições, e há

fornecimento de água e esgoto necessários.

Assim, este terreno torna-se ideal quando responde a estas

questões. Localizado em um ponto importante da cidade, seu

entorno atinge as necessidades do projeto, e suas dimensões são

satisfatórias.

A proximidade com o Hospital da Unimed é um ponto positivo da

localização.

8. ESTADO DA ARTE

8.1 Referências Projetuais

Para realização deste trabalho de conclusão de curso, foram

utilizados como estudo e tidos como referência três instituições,

sendo duas destas internacionais e uma nacional.

Salvo as individualidades do projeto proposto, cada uma

destas instituições forneceu uma base sólida de estudo, materiais,

técnicas, noções acerca de acessibilidade e funcionalidade;

informações fundamentais à criação com qualidade e eficiência.

Centro de Reabilitação Renascer

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8.1.1 St. John‟s Rehab, Toronto, Canadá

O St. John‟s Rehab é um centro de reabilitação localizado

na cidade de Toronto, na província de Ontario no Canadá. A

construção deste complexo adicional é do ano de 2011, e tira

proveito de um local notável, conhecido como “Toronto Ravine

System” – lugar distintivo da geografia do Canadá, sendo uma

rede de ravinas profundas que formam uma grande floresta urbana

percorrendo a cidade - reconectando os espaços públicos principais

do edifício com a paisagem natural do entorno.

O ambiente clínico interno foi transformado em um espaço

fresco, convidativo que contribui à reabilitação dos pacientes e sua

recuperação. Ao entrar no edifício, o indivíduo se depara com a

visão de um barranco totalmente arborizado, que segundo os

arquitetos, é o bem mais precioso do hospital.

Esta adição é composta por dois grandes ginásios de

reabilitação, consultórios clínicos associados e uma nova e

moderna piscina terapêutica. Há um notório corredor, único, que

provê a circulação primária para ambos os níveis, que não só dá

acesso a uma gama extensiva de espaços de tratamento

multidisciplinar, como oferece visões aos jardins terapêuticos. É o

cenário ideal para que os pacientes possam agir e trabalhar em sua

reabilitação com independência e gradualmente recuperar a

mobilidade e a confiança.

Este projeto ilustra o potencial para que hospitais possam

ser mais do que apenas definições clínicas. O conjunto dos Centros

de Reabilitação St. John‟s Rehab é um grande exemplo de como

incorporar à edifícios de saúde, conforto, bem-estar e beleza – que

neste caso está associada ao ecossistema natural tão precioso para

a cidade.

Deste projeto, as referências projetuais foram o uso dos

materiais, a estrutura e a forma como os ambientes integram-se ao

exterior, pelo uso de grandes vidraças, e estruturas lineares, que

fazem com que o prédio seja somente mais uma extensão da

natureza. Os materiais usados como a madeira, vidro e cores

neutras, bem como a própria estrutura dão leveza o projeto St.

John‟s Rehab.

Alguns Dados do Projeto:

Arquitetos: Montgomery Sisam Architects + Farrow

Partnership Architects

Localização: Toronto, ON, Canada

Engenharia Estrutural: Halcrow Yolles

Engenharia Mecânica e Elétrica: MMM Group

Paisagismo: Vertech Design Inc.

Área do Local: 23 acres

Ano do Projeto: 2011

Fotografia: Tom Arban

Centro de Reabilitação Renascer

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Figura 20 – Fachada do Hospital St. John s Rehab; Elevação e Entorno do Projeto

Fonte: http://montgomerysisam.com

Fonte: http://archdaily.com

Centro de Reabilitação Renascer

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Figura 21– Imagens Internas do Hospital St. John’s Rehab, 1

Figura 22– Imagens Internas do Hospital St. John’s Rehab, 2

Figura 23 – Planta do Primeiro Pavimento, St. John’s Rehab

Fonte: http://montgomerysisam.com

Fonte: http://montgomerysisam.com

Fonte: http://archdaily.com

Centro de Reabilitação Renascer

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Figura 24– Fachada Principal do Hospital St. John’s Rehab

Fonte: http://montgomerysisam.com

Figura 26- Implantação do Hospital St. John’s Rehab

Figura 25– Vista e Área Externa do Hospital St. John’s Rehab

Fonte: http://montgomerysisam.com

Fonte: http://archdaily.com

Centro de Reabilitação Renascer

46

8.1.2 Community Hospital of Monterey Peninsula, Monterey,

California

O Hospital comunitário da Península de Monterey

(Community Hospital of Monterey Peninsula, conhecido como

CHOMP) foi fundado em 1934 e está localizado na estrada

Holman, em Monterey, na Califórnia, Estados Unidos.

Atualmente, o Hospital tem ao todo 15 ambientes diversos,

que incluem o hospital principal, ambulatórios, laboratórios, uma

clínica de saúde mental, uma casa de repouso de curto prazo, um

centro de sono, um centro para cuidados da mulher (Mama Center

Care), além de escritórios comerciais.

Sua história começa com a iniciativa de Graça Deere Velie

Harris em 1934, fundadora do CHOMP. O hospital era

originalmente um hospital geral de 30 leitos nomeado Península

Community Hospital, mas na década de 1950, os descendentes do

inventor do telégrafo, Samuel FB. Morse, doaram 22 acres (8,9

hectares) para o hospital, o que permitiu sua expansão.

Em 28 de Junho de 1962, um novo prédio foi inaugurado ao

lado da cidade de Pebble Beach, projetado pelo arquiteto Edward

Durell Pedra.

Em 1971, mais 72 quartos foram adicionados, e uma grande

cúpula sobre o Tribunal Fountain, foi construída. Expansões

adicionais foram realizadas em 1980 e 1990, incluindo a conclusão

de um ambulatório de cirurgia. Outras adições incluem um Centro

de Parto e a construção de outros laboratórios e instalações em

outros lugares na região de Monterey.

Em 2003, o CHOMP ganhou novamente uma ampliação:

foram construídos sob sua entrada principal, três andares

subterrâneos de estacionamento, o que equivale a uma área com

espaço para 316 carros.

Uma notória característica é que grande parte do hospital

tem sido feita de acordo com o feng shui, uma prática tradicional

chinesa de colocação e arranjo do espaço destinado a alcançar a

harmonia com o meio ambiente.

O projeto destaca-se como referência projetual, pela forma

magnífica com que interage com a natureza. Suas principais

inspirações ao CR. Renascer são os jardins internos e externos, e

as áreas comunitárias, que possuem decks, lagos artificiais e é

também referência de paisagismo e materiais naturais como pedras

naturais e madeiras de reflorestamento.

Centro de Reabilitação Renascer

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Figura 27– Fachada; Community Hospital of Monterey Peninsula

Fonte: http://hermanmiller.com

Figura 28– Imagem Interna; Community Hospital of Monterey Peninsula

Fonte: http://chomp.org

Centro de Reabilitação Renascer

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Figura 29– Jardim Interno; Community Hospital of Monterey Peninsula

Fonte: http://hermanmiller.com

Fonte: http://hok.com

Figura 30– Fachada Posterior; Community Hospital of Monterey Peninsula

Centro de Reabilitação Renascer

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8.1.3 IMREA, Rede Lucy Montoro, Rio Preto, São Paulo

O Instituto de Medicina Física e Reabilitação do Hospital

das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São

Paulo – IMREA HC FMUSP é uma entidade do governo do

Estado, cujo objetivo é servir às pessoas com deficiência física,

transitória ou definitiva, que precisam de atendimento de

reabilitação, desenvolvendo seu potencial físico, psicológico,

social e profissional.

O IMREA foi criado em 1975 como uma Divisão de

Reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina

da USP. Em sua trajetória, tornou-se um centro de referência em

reabilitação, participando do desenvolvimento de políticas públicas

para a promoção da inclusão da pessoa com deficiência em todas

as esferas de sociedade.

Em 2009 adquiriu a condição de Instituto, por meio do

decreto n° 53.979, de 29 de janeiro de 2009, do Governo do

Estado de São Paulo. Atualmente o IMREA possui cinco unidades

de tratamento e coordena o Comitê Gestor da Rede de Reabilitação

Lucy Montoro, que conta com onze unidades em funcionamento

distribuídas em cidades do interior de São Paulo, e uma Unidade

Móvel.

A assistência à saúde promovida pelo IMREA tem caráter

multiprofissional e interdisciplinar, especializada na área da

Medicina de Reabilitação, com o objetivo de

atingir o maior nível de independência física e funcional do

paciente, considerando as características e grau de deficiência

apresentada.

O IMREA integra a estrutura acadêmica da Faculdade de

Medicina da USP através do Departamento de Medicina Legal,

Ética Médica, Medicina Social e do Trabalho e também integra a

Rede Lucy Montoro de Reabilitação criada pelo decreto nº 55.739

de 28 de abril de 2010.

O IMREA participa dos programas de residência médica,

promove cursos para especialização de profissionais da saúde em

reabilitação e atua na Graduação e pós-graduação além de

atividades relacionadas ao desenvolvimento de pesquisas clínicas.

O Governo do Estado de São Paulo, por meio das

Secretarias de Saúde e dos Direitos da Pessoa com Deficiência,

criou a Rede de Reabilitação Lucy Montoro para atender pessoas

com deficiência física ou doenças potencialmente incapacitantes.

A unidade de referência projetual é a de São José do Rio

Preto, que foi inaugurada no dia 28 de julho de 2011 e iniciou suas

atividades em setembro do mesmo ano. A instituição é referência

nacional no tratamento de vítimas de traumatismo craniano, dor

crônica, lesão medular, doenças incapacitantes, paralisia cerebral e

más formações.

Centro de Reabilitação Renascer

50

A rede conta com a parceria da FUNFARME/HB, e

abrange mais de 160 cidades nas Divisões Regionais de Saúde de

Rio Preto, Barretos e Araçatuba, prestando atendimento às pessoas

com deficiência física e doenças potencialmente incapacitantes,

sem limite de idade e com equipamentos de alta tecnologia.

O Instituto Lucy Montoro é administrado pela Funfarme e

presta atendimento gratuito, com ênfase em três áreas: auxílio ao

paciente, para que aceite a deficiência, atuar para alcançar a

melhor recuperação possível e, posteriormente, inseri-lo no

mercado de trabalho.

O Instituto de Reabilitação engloba todas as etapas do

tratamento. O paciente é primeiramente avaliado por uma equipe

multidisciplinar, incluindo psicólogo, que também atua junto à

família. Depois, o paciente é encaminhado à fisiatria, serviço

social, terapia ocupacional, condicionamento físico,

fonoaudiologia e nutrição.

A instituição possui equipamentos de última geração e conta

com simuladores de marcha e de equitação, equipamentos

robóticos e uso de videogame para tratamento, além de um centro

de aplicação de toxina botulínica (botox).

O local também conta com oficina profissionalizante e lazer,

com encaminhamento para o mercado de trabalho e centro de

formação de residente na área de reabilitação, curso para

cuidadores e comunidade, além de oficina de prótese.

As referências projetuais da Unidade de São José do Rio

Preto, foram de suma importância para a construção do programa

de necessidades do CR. Renascer. A Unidade possui recursos

inovadores e de alta qualidade, e forneceu uma base teórica sólida,

uma vez que o projeto tem a intenção de implantar na cidade de

Araçatuba, um Centro inovador e moderno, para abranger o que há

de mais novo no mercado, no quesito tecnológico e no quesito de

prestação de serviços.

Também é referência para as Normas de Acessibilidade

usadas no Projeto CR. Renascer, bem como fonte de informações

de cunho teórico dos tratamentos que serão oferecidos.

Fonte: http://redelucymontoro.org.br

Figura 31 – IMREA, Lucy Montoro; São José do Rio Preto

Centro de Reabilitação Renascer

51

8.2 Partido Arquitetônico – O Projeto dos Cinco Sentidos.

Ao definir o estilo de projeto como Contemporâneo, e

posteriormente fazer a análise das obras de referência citadas

anteriormente, seria o partido arquitetônico o próximo passo para a

construção do pensamento e ideias que iriam determinar o rumo do

projeto.

Ao pensar na necessidade dos futuros pacientes, surge a

idealização de tratamentos que pudessem se potencializar através

dos ambientes, da arquitetura.

Seria esta arquitetura, bela, natural e leve. Seria como

respirar, sentir ou ouvir. Diante deste pensamento, forma-se o

partido arquitetônico deste projeto, que durante todo o processo de

construção, foi chamado de projeto dos Cinco Sentidos.

A ideia central era fazer com que os pacientes utilizassem

todos os seus cinco sentidos: olfato, audição, visão, paladar e tato,

que foram propostos da seguinte maneira: o olfato se daria através

dos jardins, do cheiro das flores; a audição viria pelo som das

águas, provenientes de uma cascata em um lago natural nos jardins

e do próprio ambiente de terapia aquática; a visão se voltaria para

os elegantes Prédios e para o entorno, cheio de vegetação; o

paladar viria através da horta terapêutica, e por fim o tato, pelo

contato e zelo dos próprios profissionais.

9. TÉCNICAS E MATERIAIS PROPOSTOS AO

PROJETO

9.1 Materiais e suas Características

Os materiais propostos ao Projeto do Centro de Reabilitação

Renascer serão classificados exclusivamente para este trabalho de

conclusão de curso, como Materiais de Estrutura, Materiais de

Acabamento e Materiais de Paisagismo.

9.2 Materiais de Estrutura

Os Materiais de Estrutura são todos aqueles que serão

utilizados na estrutura geral do empreendimento, ou seja, os

materiais utilizados na fundação, na alvenaria, nas lajes, vigas e

pilares.

9.2.1 Fundação

Para essa fundação, considerada uma fundação profunda, o

método escolhido foi o de Estacas, que são elementos estruturais

que podem ser de madeira, aço, concreto pré-moldado ou concreto

moldado in situ ou misto.

A maior vantagem de se utilizar estacas pré-moldadas é que

podem ser fabricadas em qualquer dimensão para serem adaptadas

ao bate-estacas disponível e a qualquer carga de trabalho. Por este

motivo, neste empreendimento, serão utilizadas estacas de

Centro de Reabilitação Renascer

52

concreto pré-moldado, uma vez que este tipo de estrutura é

submetido a um severo controle de qualidade na sua fabricação e

cravação.

As estacas serão fabricadas no tipo protendidas, e são

fundidas com concreto com fck maior ou igual a 40 MPa,

estruturadas com aço CP RN 150 e R‐175 com bitolas de 5.0, 6.0 e

8.0 m, e dependendo do fornecedor, a seção transversal da estaca

pode ser: quadrada, redonda, sextavada, octogonal ou estrela.

Ela pode ser executada, com auxílio de ferramentas ou

equipamentos, de quatro maneiras: por cravação a percussão

(utilizando pilões de queda livre ou automáticos), prensagem

(utilizando macacos hidráulicos que reagem contra uma plataforma

com sobrecarga ou contra a própria estrutura), vibração (utilizando

martelo dotado de garras de fixação com massas excêntricas que,

ao girarem em alta rotação, produzem uma vibração de alta

freqüência à estaca) ou por escavação.

Outro material utilizado para a fundação são os blocos feitos de

concreto e aço que vão sobre as estacas.

9.2.2 Alvenaria

Podemos definir a alvenaria como o processo construtivo

constituído de pedras, tijolos ou blocos de concreto, ligados ou não

por meio de argamassa e capaz de oferecer condições de

resistência, durabilidade e impermeabilidade.

A proposta para o CR. Renascer é a utilização de uma

alvenaria de vedação, que nada mais é do que o processo

construtivo que se caracteriza pelo uso de paredes somente

com a função de dividir e de delimitar os ambientes, ou seja,

elas não têm de suportar cargas de elementos estruturais.

A alvenaria de vedação é constituída por componentes

que são os tijolos ou blocos. Entre os componentes mais

utilizados, estão diversos tipos de blocos, tais como o

cerâmico, o de concreto, o de concreto celular, o sílico-

calcário, entre outros. Cada um deles apresenta

características próprias que influenciam no comportamento

da alvenaria como um todo.

As alvenarias de vedação não têm função estrutural,

mas estão sujeitas às seguintes cargas acidentais:

deformação da estrutura de concreto; recalques de fundação

e movimentações térmicas.

Os materiais utilizados na alvenaria serão: argamassas,

cimento e agregados; tijolos cerâmicos e blocos de concreto;

tijolo de vidro nas paredes decorativas internas e pedras

naturais em algumas áreas externas. Além destes, também

serão utilizados materiais necessários à uma

impermeabilização eficiente e de qualidade.

Centro de Reabilitação Renascer

53

9.2.3 Estrutura de Concreto Armado: Lajes, Vigas e Pilares

A estrutura de concreto armado é um tipo de estrutura

composta de barras de aço, chamadas de armaduras, que são

inseridas no concreto, formando assim o esqueleto da edificação,

composto de lajes, vigas e pilares, que sustentarão as cargas dos

elementos estruturais.

As lajes podem ser consideradas elementos estruturais

bidimensionais, uma vez que duas de suas dimensões são bem

maiores que a terceira. Agem sobre a laje as ações permanentes

como peso próprio do piso, revestimento e paredes.

Nas estruturas, elas têm importância preponderante no consumo de

concreto, pois representam aproximadamente 50% do volume total

consumido.

No projeto, será utilizada a chamada laje maciça, que é uma

laje de concreto com espessura constante, moldada in loco a partir

do lançamento do concreto fresco sobre um sistema de formas

planas.

As vigas são os elementos da estrutura que recebem a carga

advinda das lajes e de outras vigas e repassam a mesma aos

pilares, que, por consequência, irão transmitir esses esforços para a

fundação. Amplamente utilizadas na engenharia, as vigas

possuemdiferentes formas de seção, denominadas perfis. Os perfis

mais utilizados são o perfil “I” e o perfil “T”.

O pilar por sua vez, recebe os esforços da viga e transmite

os mesmos para a fundação. Dessa forma, é considerado o

elemento estrutural de maior importância dentro do sistema de

estruturas.

Portanto os materiais utilizados para construção da laje,

vigas e pilares são: vergalhões e arames para concreto armado

(barras e fios); telas de aço soldado; fios e cordoalhas para

concreto protendido; barras para concreto protendido; fibras de aço

e o concreto (mistura de água ,cimento e agregados).

9.3 Materiais de Acabamento

Os Materiais de Acabamento são todos aqueles que serão

utilizados no acabamento geral do empreendimento, ou seja, os

materiais utilizados nas esquadrias e revestimentos internos ou

externos.

9.3.1 Esquadrias

Todas as janelas, (basculantes ou fixas), do projeto possuem

um padrão único, tendo sua estrutura em ferro, e folhas em vidro.

As dimensões e cores irão variar de acordo com o ambiente (Ver

tabela de detalhamento de esquadrias nos impressos).

Centro de Reabilitação Renascer

54

Os vidros são da marca Blindex®, e possuem espessuras

que variam de 10mm a 18mm. As fachadas principais do Prédio

Adulto e Infantil são revestidas de vidro duplo, dentro de um

sistema anti-choque e anti-incêndio, fornecidas pelo fabricante.

As portas por sua vez, contam com outros tipos de materiais

como madeira, aço e vidro, sendo o vidro também da marca

Blindex® e nas mesmas espessuras do fabricante. Ressalta-se que

as portas das entradas principais contam com sistema de

deslizamento automático.

9.3.2 Revestimentos Internos – Pisos

Os revestimentos de piso do Centro de Reabilitação

Renascer devem estar dentro das normas brasileiras e uma em

específico, a RDC 50/2002 da ANVISA, que corresponde às

normas de vigilância sanitária. Por este motivo, determinou-se a

utilização de pisos de alta durabilidade, resistência e de fácil

limpeza. A resolução determina ainda que os materiais, cerâmicos

ou não, quando usados nas áreas críticas, não podem possuir índice

de absorção de água superior a 4% individualmente ou depois de

instalados no ambiente. Além do que, o rejunte de suas peças,

quando existir, também deve ser de material com esse mesmo

índice de absorção.

Quanto ao Prédio I, e Prédio II do CR. Renascer, os pisos

escolhidos foram os seguintes:

Para as Recepções e Restaurantes/Cafés – Piso de

Porcelanato com Aplicação de Epóxi.

Para Áreas de Circulação e Tráfego de Pacientes – Piso

Vinílico

Para Áreas de Academia, Alongamento e Pilates – Piso

Vinílico

Para Consultórios e Salas de Descanso – Piso Vinílico

Para Acessos e Rampas Internas – Piso Vinílico

Antiderrapante

Para Varandas – Piso Cerâmico Antiderrapante

Para Áreas molhadas como Jardins Internos, Piscinas e

Cozinhas – Piso Cerâmico Antiderrapante

Fonte: http://decorsalteado.com

Figura 32 – Exemplo de Vidro Utilizado nas Fachadas

Centro de Reabilitação Renascer

55

Para Setor Administrativo – Piso de Porcelanato

Para Bibliotecas e Auditórios – Piso Vinílico

Para Depósitos – Piso Monolítico

Para Ambientes Infantis como Área Kids e Sala de Dança –

Piso Vinílico

Para Salas de Reuniões Diversas – Piso Porcelanato com

Aplicação de Epóxi

muita utilização, tintas de alta temperatura, que são esmaltes

sintéticos automotivos, que possibilitam a limpeza pesada.

Nos ambientes de Terapia Aquática dos Prédios I e II, há

duas paredes decorativas que serão revestidas com painéis de

madeira, sendo que o material deverá ser corretamente

impermeabilizado.

Algumas paredes dos ambientes do Restaurante e dos

Sanitários terão sua estrutura em tijolos de vidro, para receberem

maior incidência de luz.

9.3.4 Revestimentos Internos – Escada e Divisórias

Os revestimentos utilizados na Escada em Balanço, do

Prédio I, são os degraus em madeira, os parapeitos da escada em

vidro temperado e anti-choque, e o corrimão em aço inoxidável. A

base da escada será feita de ferro.

As divisórias, vistas nos sanitários, bebedouros, consultórios

e outros, serão de vidro serigrafado, de mármore travertino ou de

madeira.

Fonte: http://aecweb.com.br

Figura 33 – Piso Porcelanato com Aplicação de Epóxi

9.3.3 Revestimentos Internos – Paredes, Tintas e Texturas

Como requisito nas normas da ANVISA, as paredes de

áreas de saúde devem ser de material lavável. Por isto, as tintas

utilizadas nos Prédios I e II, serão tintas acrílicas laváveis de boa

qualidade em áreas não-críticas, e em áreas críticas e áreas de

Centro de Reabilitação Renascer

56

A fachada do Prédio II, contará com grandes varandões, com

sacadas de vidro temperado e pilares revestidos de madeira.

Fonte: http://assimeugosto.com

Figura 34 – Exemplo de Escada em Balanço, Revestida

com Madeira

9.3.5 Revestimentos Externos – Pisos e Texturas

Para áreas de translado externo, os pisos serão de concreto,

que são blocos intertravados, os chamados pisos paver. Além de

serem ecologicamente corretos por não impermeabilizarem o solo

e fazerem com que a água escorra naturalmente, são pisos de fácil

manutenção, alta resistência e durabilidade. Também serão

utilizados pisos táteis, garantindo acessibilidade à toda extensão.

A fachada do Prédio I contará com um deck de madeira,

modulado e feito sob medida com um sistema de tamponamento,

para abrigar mudas de plantas „trepadeiras‟ (ver tipologia em

projeto de paisagismo nos impressos).

Figura 35 – Exemplo de Escada em Balanço, Revestida

com Madeira

Fonte: http://paviforte.com.br

9.4 Materiais de Paisagismo

O Paisagismo terá papel fundamental na equação final do

CR. Renascer, e estará presente em quase toda a extensão do

terreno, inclusive dentro dos prédios. É ele quem dará vida ao

espaço, e fornecerá experiências sensoriais aos pacientes.

Centro de Reabilitação Renascer

57

9.5 Técnicas Sustentáveis Aplicadas ao Projeto

Para um projeto ser considerado ambientalmente sustentável,

ele deve se preocupar com todos os processos da obra: durante a

sua construção, o seu futuro e também com o seu entorno. Dizer

que um projeto será construído com sustentabilidade, significa

dizer que há a preocupação com a qualidade de vida, buscando

conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação

ambiental, sempre levando em consideração os aspectos sociais. A

construção sustentável eficiente esta correlacionada à sinergia do

todo.

Atualmente o modelo mais utilizado para as construções

sustentáveis é o da ecoeficiência. O termo relaciona-se com a

adequação das atividades humanas com o meio ambiente, seja ele

interno ou no entorno do empreendimento. É atualmente

considerado uma poderosa uma ferramenta estratégica para a

competitividade no meio empreendedor.

O cuidado ambiental, junto à adequação com a legislação

vigente, proporciona ao empreendimento um excelente padrão de

desenvolvimento de métodos e técnicas de produção mais limpa.

Em resumo, o projeto CR. Renascer utilizará algumas

técnicas sustentáveis. São elas:

Reduzir o impacto da obra e da operação das edificações. Para

que isto ocorra, é necessário o total planejamento, o uso racional

dos recursos, o uso de técnicas e materiais menos degradantes e

com maior durabilidade;

O piso dos jardins será composto por pedras naturais e

ornamentais, porém em alguns lugares de trânsito mais intenso,

serão utilizados blocos de concreto intertravados, já citados

anteriormente.

As pedras propostas aos caminhos dos jardins são: Cacos de

Goiana Amarela, Granito jateado, pedriscos brancos e seixos.

Para os bancos e pergolados, serão utilizados materiais

como o concreto e madeira de reflorestamento.

Fonte: http://construindo.org

Figura 36 – Exemplo de Pergolado Utilizado no Projeto

Centro de Reabilitação Renascer

58

Empregar técnicas capazes de manter a boa qualidade do ar e

o conforto térmico-acústico dos ambientes;

Captar e utilizar a água da chuva, pelo uso de cisternas;

Realizar o tratamento individual de esgoto, com o sistema de

fossa séptica, sumidouro e caixa de gordura;

Utilizar de técnicas construtivas com o uso de materiais

como tijolos em solo cimento.

10. CONCEITOS E PROPOSTAS DE DESIGN

10.1 Design para os Espaços Internos do Prédio I

O Prédio I, destinado a oferecer tratamentos de cunho

fisioterápico e mental, será um complexo que atenderá pacientes de

faixa etária acima dos 18 anos.

A intenção de design para este complexo é de criar um

ambiente moderno, calmo, acolhedor e com aspecto natural. Para

isto, todos os ambientes são amplos, arejados, claros e iluminados

pela luz solar. As cores dos materiais e da pintura serão neutras e

claras, mantendo um ar aconchegante ao prédio.

O mobiliário será contemporâneo e minimalista, e a madeira,

sempre em tons naturais e claros, será um elemento muito presente

nos ambientes.

Contemplar as necessidades dos usuários, adequando-as às

condições do meio ambiente local, promovendo a saúde e bem

estar do ser humano;

Envolver a sociedade, com o emprego de materiais, técnicas

e mão de obra locais;

Fazer do empreendimento, um instrumento de educação

ambiental e melhoria da consciência ambiental dos envolvidos;

Analisar e considerar todas as condições locais, abordando

aspectos naturais, como vegetação, relevo e condição climática

(chuva, sol e vento);

Analisar e considerar as condições socioeconômicas locais;

Realizar treinamentos e conscientização dos operários,

demonstrando-lhes sua responsabilidade na minimização dos

impactos da obra;

Aplicar uma gestão eficiente de resíduos sólidos na obra,

baseada nos princípios dos 3 R‟s (redução, reutilização e

reciclagem);

Empregar técnicas e materiais que possibilitem a redução

do consumo energético (como aquecedores solares ou ambientes

favorecidos de luz natural) e hidráulico (como descargas e

torneiras mais eficientes);

Usar Madeira certificada, atentando aos aspectos ambientais

desde seu plantio até o fornecimento ao consumidor;

Priorizar o uso de materiais não tóxicos, não nocivos ao ser

humano e à natureza;

Utilizar ecoprodutos, que são materiais com baixo impacto

ambiental;

Centro de Reabilitação Renascer

59

Fonte: http://unimedsorocabanofuturo.com.br

Figura 37– Exemplo do Conceito de Design do Prédio I;

Recepção

Figura 38– Exemplo do Conceito de Design do Prédio I;

Consultórios

Fonte: http://griffearquitetura.com.br

Figura 39– Exemplo do Conceito de Design do Prédio I;

Sala de Pilates

Fonte: http://polorealestate.com.br

Figura 40 - Exemplo do Conceito de Design do Prédio I;

Academia

Fonte: http://mulherbeleza.com.br

Centro de Reabilitação Renascer

60

10.3 O Uso de Atrativos no Prédio Infantil

O século XX foi marcado por grandes transformações no

campo das ciências médicas e nos sistemas nacionais de atenção à

saúde. Essas mudanças nem sempre foram de caráter tecnológico,

devido ao acelerado desenvolvimento científico e tecnológico do

período. Os centros de saúde eram somente pensados para

atenderem a procedimentos médicos, e não visavam a motivação

psíquica dos pacientes.

Nesta época, a arquitetura hospitalar era avaliada não pela

beleza ou estilo adotado pelo arquiteto e sim pela capacidade de

combater um dos maiores problemas da medicina hospitalar, que é

a propagação das infecções.

A partir do século XXI, a visão da arquitetura para ambientes

de saúde se modificou. Várias pesquisas foram desenvolvidas para

demonstrar a importância dos ambientes para os pacientes, e como

estas afetavam diretamente no êxito dos tratamentos.

No caso de um ambiente de saúde que visa o tratamento de

crianças, a importância das atividades lúdicas e do ambiente é

indispensável, uma vez que é o meio pelo qual as crianças são

instigadas a realizarem suas atividades com mais motivação,

resultando em melhores resultados.

10.2 Design para os Espaços Internos do Prédio II

O Prédio II é um complexo voltado para crianças e

adolescentes, com faixa etária de até 18 anos. Embora mantenha os

mesmos padrões externos do Prédio I, internamente, contará com

um design divertido, alegre, bem colorido e cheio de atrativos.

Os ambientes contarão com pinturas intensas e materiais de

texturas diferentes, como papéis de parede e revestimentos em alto

relevo.

O mobiliário também será contemporâneo e minimalista,

contendo elementos de madeira em tons claros, em laca branca e

coloridos.

O destaque é para o Espaço Kids, um ambiente

montessoriano - adequado para o desenvolvimento da criança,

capaz de permitir a livre expressão de suas capacidades pelo ato de

explorar-, e para a Biblioteca Infantil, que terá uma ala mobiliada

exclusivamente para as crianças.

Os elementos de maior destaque do Prédio II serão os

grandes aquários, “recebendo” os pacientes no Hall Social.

Centro de Reabilitação Renascer

61

10.4 Cromoterapia - A Importância das Cores no Ambiente de

Saúde

A cromoterapia consiste na utilização das cores de modo que

seja possível induzir ou inibir determinados estados fisiológicos ou

psicológicos do indivíduo. A cromoterapia hospitalar é uma técnica

que apesar de não substituir os tratamentos convencionais,

complementa e acelera o processo de

recuperação do paciente.

É importante destacar que a utilização da cromoterapia

dentro do ambiente hospitalar deve ser utilizada em ambientes de

recuperação, para que não haja interferência no padrão de cores

exigido pelas normas brasileiras.

Nos ambientes do CR. Renascer, cores alegres em salas de

recuperação do prédio II e a utilização de cores relaxantes como

tons claros de azul no prédio I.

O ambiente atrativo faz com que o medo e ansiedade da

criança diminuam, e isto influência diretamente na forma como a

criança interage com os profissionais, facilitando assim o processo

de tratamento, muitas vezes árduo e doloroso.

A grande maioria das crianças e adolescentes, acometidas

por doenças ou incapacidades, se encontram com grande carência

emocional. Por este motivo, elas devem ser dirigidas por meio de

práticas que proporcionem momentos de lazer e ludicidade. Isto

contribui para o desenvolvimento cognitivo e o tratamento.

“[...] para a criança doente o lúdico tem três

funções diferentes: recreativa, terapêutica e

educacional. A primeira refere-se a brincar

como momento de diversão, seria o brincar

livremente; a função terapêutica estaria

relacionada com o desenvolvimento

neuromotor, social e emocional; por fim, a

educacional representaria o ensino-

aprendizagem.” (Novaes, apud Cardoso,

2011, p. 55)

Centro de Reabilitação Renascer

62

Fonte: http://obviusmag.org

Figura 41– Exemplo do Conceito de

Design do Prédio II; Recepção

Figura 42– Exemplo do Conceito de

Design do Prédio II; Biblioteca

Fonte: http://archdaily.com.br

Figura 44– Exemplo do Conceito de

Design do Prédio II; Espaço Kids

Fonte: http://disneybabble.uol.com.br

Figura 43 - Exemplo do Conceito de

Design do Prédio II; Ateliê de Artes

Fonte: http://viaempreendimentos.com.br

Centro de Reabilitação Renascer

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1 Sala de espera privada para familiares - 45.75 m²

1 Jardim interno - 114.35 m²

1 Cafeteria/restaurante - 90.90 m²

1 Cafeteria – área dos funcionários - 43.20m²

1 Loja de produtors especializados - 40.95 m²

2 Sanitários tipo 1- 55 m²

2 Sanitários tipo 2 - 54.72 m²

1 Sala de recursos humanos - 12.60 m²

1 Sala de gerência - 12.60 m²

1 Sala administração - 12.60 m²

1 Sala de treinamentos e cursos - 49 m²

1 Pequeno auditório - 106.125 m²

1 Sala de pilates - 112.50 m²

1 Sala de alongamento - 36.37 m²

1 Ala de fisioterapia/ academia - 475.20 m²

1 Ambiente aquático - 955.37 m²

2 Sanitários da área da piscina - 117.00 m²

1 Depósito geral - 95 m²

1 Jardim de inverno da piscina - 189,10 m²

1 Depósito/ sala de manutenção para funcionários - 32.00 m²

Dados Gerais:

Área Construída: 4.186,165 m²

Área de Atividade: 3.190,385 m²

Área de Circulação: 829,1336 m²

11. PROGRAMA DE NECESSIDADES

11.1 Prédio I

O Prédio I detém aproximadamente 6,60% da utilização

total do terreno, com uma área construída de 6.184,300 m²

distribuídos em 2 (dois) pavimentos: térreo e 1º andar.

O programa de necessidades foi elaborado a partir de

análises dos programas de necessidades dos estabelecimentos da

rede Lucy Montoro, já citados anteriormente.

11.1.1 Pavimento Térreo – Ala de Fisioterapia

O Pavimento Térreo possui o total de 4.186.165 m² de área

construída. Em área útil possui 4.019,5186 m². O programa é o

seguinte:

1 Recepção e acesso ao pavimento superior - 179.62 m²

1 Sala de atendimento ao público - 41.83 m²

3 Consultórios de fisioterapia - 63.45 m²

3 Consultórios de ortopedia - 63.45 m²

1 Consultório de nutrição - 21.15m²

1 Consultório de fonoaudiologia - 21.15 m²

1 Sala de procedimentos - 21.15m²

1 Sala de laboratório e pesquisa para funcionários - 20.25 m²

2 Salas de avaliação física - 88.20 m²

1 Depósito para equipamentos aos pacientes - 10,80 m²

Centro de Reabilitação Renascer

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Dados Gerais:

Área Construída: 1.998.135 m²

Área de Atividade: 1.258,447 m²

Área de Circulação: 559,995 m²

11.2 Prédio II

O Prédio II detém aproximadamente 6,90% da utilização

total do terreno, com uma área construída de 6.439,1013 m²

distribuídos em um pavimento único.

O programa de necessidades foi elaborado a partir de

análises dos programas de necessidades dos estabelecimentos da

rede Lucy Montoro junto à uma inserção de ambientes para o

público infantil. O programa se define com:

1 Recepção + hall social - 242,5055 m²

3 Salas psicologia - 36,75 m²

1 Consultório especial familiar - 25,025 m²

4 Consultórios de psiquiatria - 49 m²

2 Salas de procedimentos - 24,50 m²

2 Consultórios de ortopedia - 24,50 m²

2 Consultórios de fisioterapia - 24,50 m²

1 Consultório de nutrição - 12.25 m²

2 Consultórios de fonoaudiologia - 49,50 m²

1 Cala de leitura e mídia para fonoaudiologia - 24,75

11.1.2 Pavimento Superior – Ala de Saúde Mental

O Piso superior possui o total de 1.998,135 m² de área

construída. Em área útil possui 1.845,1732 m². O programa é o

seguinte:

1 Hall Social + Recepção + Acesso pav. térreo - 236.030 m²

4 Salas de psicologia - 84.60 m²

1 Consultório especial familiar - 41,125 m²

3 Consultórios de psiquiatria - 63.45 m²

1 Sala de procedimentos - 20,25 m²

1 Sala de contenção e emergência - 77,175 m²

1 Sala de procedimentos emergência - 20,25 m²

1 Sala de espera privada - 29,50 m²

1 Cafeteria - 87,367 m²

1 Cafeteria – área dos funcionários - 22,275 m²

2 Sanitários tipo 1 - 55 m²

2 Sanitários tipo 2 - 54,72 m²

1 Sala de terapia - ateliê de artes - 53,43 m²

1 Sala de terapia - musicoterapia - 58,45 m²

1 Biblioteca - 106,125 m²

2 Salas de terapia multifuncional - 120 m²

2 Salas de reuniões diversas - 87,75 m²

1 Sala de assistência social - 40,95 m²

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Dados Gerais:

Área Construída: 6.439,1013 m²

Área Coberta: 5.857,1013 m²

Área Aberta: 582,00 m²

Área de Atividade: 4.188.2405 m²

Área de Circulação: 2.250,8608 m²

2 Salas de avaliação física - 50,05 m²

1 Ambiente para Fisioterapia/ academia - 307,5625 m²

1 Sala de pilates - 238,6875 m²

1 Sala de Dança - 120,105 m²

1 Cafeteria/ refeitório - 158,79 m²

1 Cafeteria - área para funcionários - 45,225 m²

2 Sanitários tipo 4 - 64 m²

1 Ambiente espaço kids/ brinquedoteca - 186,4675 m²

2 Sanitários tipo 2 - 54,72 m²

1 Depósito / manutenção para funcionários - 11,16 m²

1 Sala de espera privada - 74,8725 m²

2 Salas de terapia - ateliê de artes - 79,20 m²

1 Sala de terapia - musicoterapia - 79,95 m²

1 Biblioteca - 160,5325 m²

2 Salas de reuniões diversas - 49,50 m²

2 Salas de assistência social - 49,50 m²

1 Sala de recursos humanos - 24,75 m²

1 Sala de administração - 24,75 m²

1 Sala de gerência - 24,75 m²

1 Sala para reuniões - 24,75 m²

1 Sala para palestras e cursos - 50,2425 m²

1 Sala de treinamentos e reuniões - 50,2425 m²

1 Ambiente aquático - 1.256,0225 m²

1 Sala de espera privada - 56 m²

2 Sanitários da área da piscina - 117.00 m²

1 Depósito geral - 95 m²

1 Jardim de inverno da piscina - 189,10 m²

1 Depósito/ manutenção - para funcionários - 32.00 m²

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12. O PROJETO

12.1 Prédio I – Planta Baixa do Térreo

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12.1.1 Prédio I – Planta Baixa do Pavimento Superior

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68

12.1.2 Prédio I – Fachadas

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Centro de Reabilitação Renascer

70

12.1.3 Prédio I – Cortes

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12.1.4 Prédio I – Planta de Cobertura

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72

12.1.5 Prédio I – Setorização, Térreo

Centro de Reabilitação Renascer

73

12.1.6 Prédio I – Setorização, Pavimento Superior

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Figura 45– Prédio I, Fachada Frontal

Fonte: Autoria própria

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75

Figura 46– Prédio I, Vistas 1

Fonte: Autoria própria

Centro de Reabilitação Renascer

76

Figura 47– Prédio I, Vistas 2

Fonte: Autoria própria

Centro de Reabilitação Renascer

77

Figura 48– Prédio I, Vistas 3

Fonte: Autoria própria

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78

12.2 Prédio II – Planta Baixa

Centro de Reabilitação Renascer

79

12.2.1 Prédio II – Fachadas

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81

12.2.2 Prédio II – Cortes

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12.2.3 Prédio II – Planta de Cobertura

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83

12.2.4 Prédio I – Setorização

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Figura 49– Prédio II, Fachada Frontal

Fonte: Autoria própria

Centro de Reabilitação Renascer

85

Figura 50– Prédio II, Vistas 1

Fonte: Autoria própria

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86

Figura 51– Prédio II, Vistas 2

Fonte: Autoria própria

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87

Figura 52 - Prédio II, Vistas 3

Fonte: Autoria própria

Centro de Reabilitação Renascer

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13. CONCLUSÕES FINAIS

É inegável que o sistema brasileiro necessita de reformas, tanto mentais quanto arquitetônicas, no que abrange os sistemas de saúde

pública. Somando-se à isto, há uma real necessidade de construir novos centros de reabilitação para auxiliar os males fatuais da sociedade.

O Centro de Reabilitação Renascer foi projetado para atingir a esses objetivos e fornecer uma arquitetura contemporânea e pensada

para o bem-estar dos indivíduos; uma arquitetura que não somente sirva para tratar, mas para auxiliar nos tratamentos. É possível inserir o

belo nestas edificações, dar conforto e fornecer alegria e prazer aos pacientes.

Os projetos foram desenvolvidos através do partido arquitetônico dos cinco sentidos, que é o de utilizar todos os sentidos dos

pacientes: olfato, audição, tato, paladar e visão. Assim, na extensão do terreno não somente há as edificações, como muitos espaços ao ar

livre como jardins, quadra poliesportiva, estufa, viveiro de pássaros, parque infantil e áreas de leitura e descanso. Em suma são prédios

eficientes, com muitas alas terapêuticas que abrangeram todo tipo de atividade existente no mercado atual.

Centro de Reabilitação Renascer

REFERÊNCIAS

ARAÇATUBA, Câmara Municipal de. Plano diretor de Araçatuba. Lei complementar n.º 168. 6 de outubro de 2006, ano de atualização

2012.

ASCEVI, publicação da. REVISTA VITRÔ. Ano 6. Edição 30. 2012.

BITTENCOURT, HOEHNE. Zélia Zilda Lourenço de Camargo, Eduardo Luiz. Qualidade de vida de familiares de pessoas surdas

atendidas em um centro de reabilitação. Artigo. 2007.

BRASIL, A. C.; BRANDÃO, J. A. M.; SILVA, M. O. N.; FILHO, V. C. G. O papel do fisioterapeuta do programa saúde da família do

município de Sobral - Ceará. RBPS. 2005; 18 (1): 3-6.

BRASIL, Cartilha do direito a saúde mental. Ministério público federal, Procuradoria federal dos direitos dos cidadãos. 2010.

BRASIL, Conselho Federal de Medicina. Resolução CFM nº 2.057/2013. Consolida as diversas resoluções da área da Psiquiatria e reitera

os princípios universais de proteção ao ser humano. 2013.

BRASIL, Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde/DAPE. Saúde mental no SUS: acesso ao tratamento e mudança do modelo

de atenção. Relatório de Gestão 2003-2006. Brasília: Ministério da Saúde. 2007.

BRASIL. Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e

redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Brasília: Ministério da Saúde. 2001.

BRASIL, Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde/DAPE. Saúde mental no SUS: acesso ao tratamento e mudança do modelo

de atenção. Relatório de Gestão 2003-2006. Brasília: Ministério da Saúde. 2007.

CARDOSO, G. A.; CARDOSO, M. D. T. Avaliação Funcional em Idosos na Estratégia Saúde da Família, Volta Redonda (SP), ano III,

edição especial, outubro. 2008.

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Centro de Reabilitação Renascer

REFERÊNCIAS

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Universidade de Brasília. Dissertação. (Pós graduação em educação). 134. p. 2011.

CRUZ, BARRETO. Luciana Riemer da, Sidirley de Jesus. Artigo. A importância do lazer na inclusão da pessoa portadora de

deficiência mental na sociedade. Associação Educacional Leonardo da Vinci, Curso de Especialização em Psicopedagogia.

FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização. Edição Standard

GENTIL V. Manicômio, asilo ou hospital psiquiátrico? Jornal Psiquiatria Hoje.

Associação Brasileira de Psiquiatria. Ano XXII, número 1, 2000-10-18.

LITTLEFIELD, David. Manual do arquiteto : planejamento, dimensionamento e projeto. 3. Ed, Porto Alegre : Bookman.

2011.

MENDES, E. C.; MORAIS, M. I. D. M. O Papel do Fisioterapeuta em Saúde Pública no Século XXI – Uma Abordagem em

Parasitologia. In: Barros FBM, organizador. O Fisioterapeuta na Saúde da População: Atuação Transformadora. Rio de

Janeiro: Fisiobrasil; 2002.

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NORMA, ABNT NBR 9050, Acessibilidade a edificações, mobiliário, Espaços e equipamentos urbanos. Segunda edição.

31.05.2004.

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REFERÊNCIAS

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atenção integral em saúde mental no brasil. Associação brasileira de psiquiatria - abp, associação médica brasileira – amb, conselho

federal de medicina – cfm, federação nacional de médicos – fenam, sociedade brasileira de neuropsicologia – sbnp. 2014.

RUAS, PAULA, FARIA. Maria Fernanda Loiola, Ricardo Fernandes de, Enio Thalles Batista de. Artigo. Importância da inserção do

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SÃO PAULO, O mundo da Saúde. Revista, Artigo. A atuação da fisioterapia na inclusão de crianças deficientes físicas em escolas

regulares: uma revisão da literatura. Edição Jan-mar, 30 (1) – 156 a 159, 2006.

SCHWINGEL, G.A. Fisioterapia na Saúde Pública – Um Agir Técnico, Político e Transformador. In: Barros FBM, organizador. O

Fisioterapeuta na Saúde da População: Atuação Transformadora. Rio de Janeiro: Fisiobrasil; 2002.

TOZZI, Adriana Regina. Sistemas construtivos nos empreendimentos imobiliários. Adriana Regina Tozzi, Carlos Eduardo Curi Gallego,

Rafael Fernando Tozzi. - 1.ed., rev. Curitiba, PR : IESDE. Brasil, 2012.

VIZIOLI, MARCELO. Simone Helena Tanoue, Virgínia Célia Costa. Desenho arquitetônico básico. São Paulo : Pini. 2009.

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ANEXOS

1. PRANCHA 1 – DIAGNÓSTICO DO LOCAL DE IMPLANTAÇÃO. IMPRESSO, TAMANHO : 594 × 841 mm

2. PRANCHA 2 – IMPLANTAÇÃO E VEGETAÇÃO PROPOSTA AO PROJETO. IMPRESSO. TAMANHO : 594 × 841 mm

3. PRANCHA 3 – PRÉDIO I; PLANTA BAIXA, LAYOUT. IMPRESSO. TAMANHO : 594× 841 mm

4. PRANCHA 4 – PRÉDIO I; FACHADAS, CORTES, COBERTURA E SETORIZAÇÃO. IMPRESSO. TAMANHO : 594 × 841 mm

5. PRANCHA 5 – PRÉDIO II; PLANTA BAIXA, LAYOUT. IMPRESSO. TAMANHO : 594 × 841mm

6. PRANCHA 6 – PRÉDIO II; FACHADAS, CORTES, COBERTURA E SETORIZAÇÃO. TAMANHO : 594 × 841mm

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