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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA INSTITUTO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA E PESQUISA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO WALDEVIQUE FRANCO BORGES JÚNIOR REDE DE EMPRESAS NO REGIME DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÃO (RDC): ESTUDO DE CASO DA OBRA NA BR-381/MG, REGIÃO DE BELO HORIZONTE Belo Horizonte - MG 2015

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA E PESQUISA

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

WALDEVIQUE FRANCO BORGES JÚNIOR

REDE DE EMPRESAS NO REGIME DIFERENCIADO DE

CONTRATAÇÃO (RDC): ESTUDO DE CASO DA OBRA NA BR-381/MG, REGIÃO

DE BELO HORIZONTE

Belo Horizonte - MG

2015

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA E PESQUISA

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

WALDEVIQUE FRANCO BORGES JÚNIOR

REDE DE EMPRESAS NO REGIME DIFERENCIADO DE

CONTRATAÇÃO (RDC): ESTUDO DE CASO DA OBRA NA BR-381/MG, REGIÃO

DE BELO HORIZONTE

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado

Profissional em Administração de Empresas

do Centro Universitário UNA, como requisito

parcial para obtenção do título de Mestre.

Linha de Pesquisa: Inovação, Redes

Empresariais e Competitividade.

Orientador: Prof. Dr. Poueri do Carmo Mário

Belo Horizonte - MG

2015

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Ficha catalográfica desenvolvida pela Biblioteca UNA campus Guajajaras

B732r

Borges Júnior, Waldevique Franco

Rede de empresas no regime diferenciado de contratação (RDC): estudo de

caso da obra na BR-381/MG, região de Belo Horizonte. / Waldevique Franco

Borges Júnior. – 2015.

193f.

Orientador: Prof. Dr. Poueri do Carmo Mário

Dissertação (Mestrado) – Centro Universitário UNA, 2014. Programa de

Pós-graduação em Administração.

Inclui bibliografia.

1. Contratos de construção de rodovias. 2. Licitação pública. I. Mário, Poueri

do Carmo. II. Centro Universitário UNA. III. Título.

CDU: 658

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Dedico esta dissertação à minha maior fonte

de inspiração: minha amiga, parceira e

esposa, Adriana Pio Adedo Franco Borges.

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AGRADECIMENTOS

Esta dissertação é o produto da atuação de muitos colaboradores. O seu melhor valor é fruto

da participação dos professores e colegas do curso de Mestrado Profissional em

Administração do Centro Universitário-UNA, com destaque para os componentes da banca de

avaliação: orientador Dr. Poueri do Carmo Mário, Dra. Fernanda Carla Wasner Vasconcelos,

Dra. Gisele Tessari Santos.

Agradeço às empresas e aos profissionais que participaram desta pesquisa, que muito

contribuíram para a sua realização, pelas horas de diálogos com rica troca de informações que

foram além das respostas dadas ao questionário.

À minha esposa Adriana Pio Adedo Franco Borges, que direciona minha vida, pela paciência

com minhas ausências, o meu incondicional amor, carinho e reconhecimento.

Aos meus pais, Waldevique Franco Borges e Auta Ercília Ribeiro Borges, pela dedicação e

valorização da instrução e da moral.

Ao meu querido tio Anaur Franco Borges, que sempre aparece ao lado da figura paterna e que

é minha fonte de inspiração para a formação do caráter. E a sua esposa, minha tia Luzia

Divina Borges.

Aos meus avós, João Inácio e América Ribeiro, Manoel Teodoro Ribeiro e Luiza Borges, a

minha eterna gratidão.

A meu tio Elmo Teodoro Ribeiro, por ter me proporcionado os melhores desafios

profissionais.

E a Deus.

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“O aprendizado é um maravilhoso quarto de

espelho. Parabéns a você, corajoso e sem pré-

conceito, que entrou neste quarto, puro, e

agora completamente diferente, amando esta

arte mesmo que inacabada, tenha certeza que

chegou mais perto do infinito”.

Adriana Pio Adedo Franco Borges

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RESUMO

Os eventos relacionados com a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e as Olimpíadas do Rio

de Janeiro em 2016 demandaram uma infraestrutura apropriada para atender às necessidades

de suas dimensões. Nesse contexto, o governo brasileiro instituiu o Regime Diferenciado de

Contratação (RDC), buscando dar maior rapidez aos processos de contratações e à

implantação das obras. O surgimento de uma nova forma de contratação de obras gerou a

oportunidade para esta pesquisa, que buscou esclarecer os efeitos do RDC nos procedimentos

de contratações e nos contratos formalizados, com foco em redes de empresas, processo de

licitação e cadeia de suprimento de construção. Para tanto, foram estudadas as parcerias em

redes de consórcios de empresas para atender as exigências do RDC, as inovações em relação

à Lei de Licitação nº 8.666/1993 e os efeitos do RDC na cadeia de suprimento das obras em

execução. Foi realizada uma pesquisa descritiva, com abordagem quali-quantitativa para

determinação do grau de concordância dos resultados, por meio de um estudo de caso, tendo

como unidade de análise o Edital de Licitação nº 165/2013 do DNIT e respectivos contratos,

em um corte transversal do início da obra, na Região de Belo Horizonte - Minas Gerais.

Como instrumento de coleta de dados, recorreu-se à observação direta, pesquisa documental e

aplicação de questionário, além de uma entrevista com um gestor do contrato estudado. A

partir da coleta e análise das informações, foi possível criar um desenho esquemático do fluxo

de bens e serviços e da configuração dos atores e dos recursos necessários para a execução

dos trabalhos na fase inicial do projeto. Dentre os principais resultados alcançados,

identificou-se que 40 empresas participaram da licitação, por meio de 13 redes de cooperação

em consórcio, sendo oito do tipo vertical e horizontal e cinco do tipo vertical. As empresas

projetistas foram fundamentais na composição dos consórcios no atendimento aos requisitos

desse Edital, para gerir e elaborar os projetos técnicos, dando mais agilidade à obra. Foi

verificada inovação incremental no sistema de contratação quanto ao Método de Entrega de

Projeto, por meio da contratação integrada de projeto e construção (design/Build-DB), que

alterou a relação na cadeia de suprimento da obra, ao mover o fornecedor de projeto para o

interior do consórcio contratado. A cadeia de suprimento foi afetada pelo limite de 30% para

as terceirizações. A contratação integrada melhorou a gestão da cadeia de suprimento, pela

relação direta entre projetistas e construtores, impedindo paradas de obra por necessidade de

adequações de projeto. Os resultados obtidos indicam que a aplicação do Regime

Diferenciado de Contratação pode contribuir para melhorar a eficácia nos contratos de obras

públicas em geral, e não somente para as obras relacionadas aos eventos esportivos que

originaram o RDC.

Palavras-chave: Consórcio de Construção. Licitação. Obras Rodoviárias. Contratação

Integrada.

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ABSTRACT

The events related to Soccer World Cup in 2014 and the Olympics Games in Rio de Janeiro,

2016 demanded an appropriate infrastructure to meet your size requirements. In this context,

the Brazilian government instituted the Differentiated Contracting Regime (DCR) seeking to

give greater speed in the hiring process and deployment of the works. The rise of a new form

of construction contract has created an opportunity for this research, which aims to clarify the

effects of the DCR in the procedure of contracting and contracts formalized, focusing on

enterprise networks, on hiring processes and on construction supply chain. Thus, forms of

partnerships in business consortia networks have been studied to satisfy the requirements of

the DCR, the innovations in relation to the bidding law nº 8.666/1993 and the effects of the

DCR in the supply chain, of the works in progress. A descriptive study was conducted with a

quali-quantitative approach to determine the degree of concordance of results of a case study,

in which the analysis unit was the invitation to bid nº 165/2013 DNIT and contracts, in a

cross-section in the beginning of the works, in the region of Belo Horizonte - Minas Gerais.

As data collection instrument, we used direct observation, documental research and a

questionnaire, as well as an interview with a manager from one of contract investigated. From

the collection and analysis of information, it was possible create a schematic drawing of flow

of goods and services and the configuration of actors and resources needed to implement the

project in the initial phase. The main results obtained are: 40 firms participated in the bidding

through 13 networks of cooperation in consortium, eight Vertical and Horizontal types and

five Vertical types. The design companies were instrumental in composition of the consortium

to satisfy the bidding requirements, to manage and develop technical designs, providing

agility in the built. It was verified the occurrence of incremental innovation in the hiring

system referred to the project delivery method, through the use of integrated contracting of

project and construction (design/Build - DB), which changed the relationship in the supply

chain members, moving the design provider into the contracted consortium. The supply chain

was affected by the 30% limit for subcontracting. The integrated contracting allowed better

manage the supply chain, by direct relationship between designers and builders, preventing

stoppage of work by design adjusts. The results indicate that the application of the

Differentiated Contracting Regime can improve the effectiveness in public works contracts in

general, not only for projects related to sports events that originated the DCR.

Key words: Construction Consortium. Bidding. Highway Works. Integrated Contracting.

Design Build Contract.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figuras

Figura 1 - Tipos de alianças estratégicas .................................................................................. 39

Figura 2 - Matriz de Inovação .................................................................................................. 45

Figura 3- Método de Entrega de Projeto (Design)/Licitação/Construção (DBB) .................... 52

Figura 4 - Método de Entrega de Projeto (Design)/Construção (DB) ...................................... 53

Figura 5 - Método de entrega de projeto por gerenciamento da construção sem risco para o

gestor (CM) .............................................................................................................................. 53

Figura 6- Método de entrega de projeto por gerenciamento da construção com risco para ..... 53

Figura 7 - Cadeia de valor de Michel Porter ............................................................................ 65

Figura 8 - Sistema de Valor ...................................................................................................... 66

Figura 9 - Cadeia de valor para a construção civil ................................................................... 67

Figura 10 - Estrutura conceitual para desenvolvimento de Modelo de Referência .................. 70

Figura 11 - Agrupamento das entidades do Modelo de Conceitos para a Operacionalização e

Reconfiguração em Redes de Construção Civil ....................................................................... 71

Figura 12 - Modelo de Conceitos para a Colaboração em Redes na Construção Civil ............ 72

Figura 13 - Modelo de Atores e Recursos para Operacionalização e Reconfiguração de Rede

de Construção Civil .................................................................................................................. 73

Figura 14 - Modelo de Atores e Recursos para Operacionalização e Reconfiguração de Rede

de Construção Civil .................................................................................................................. 87

Figura 15 - Método de Investigação ......................................................................................... 88

Figura 16 - Componentes da análise de dados - Modelo Interativo ......................................... 89

Figura 17 - Mapa de localização dos trechos de cada contrato de obra ................................... 98

Figura 18 - Origem da demanda e fluxo de bens e serviços de produção da obra ................. 150

Figura 19 - Representação de atores e recursos para operacionalização da obra na BR–

381/MG ................................................................................................................................... 156

Figura 20 - Impressão de telas do arquivo eletrônico do Produto Técnico da Dissertação ... 160

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Gráficos

Gráfico 1 - Comparativo da variação percentual anual entre o PIB Brasil e o PIB da

Construção ................................................................................................................................ 27

Gráfico 2 - Concordância das questões fechadas 9 e 10 que confirmam a Inferência 2 ........ 113

Gráfico 3 - Concordância das questões fechadas 11 e 21 que confirmam a Inferência 3 ...... 114

Gráfico 4 - Concordância das questões fechadas 1 e 13 que confirmam a Inferência 4 ........ 115

Gráfico 5 - Concordância das questões fechadas 4, 8, 12, 15, 16, 19 e 20, que confirmam a

Inferência 5 ............................................................................................................................. 139

Gráfico 6 - Concordância das questões fechadas 5, 17 e 22, que confirmam a Inferência 6 . 140

Gráfico 7 - Concordância da questão fechada 6, que confirma a Inferência 7 ....................... 141

Gráfico 8 - Concordância da questão fechada 7, que confirma a Inferência 8 ....................... 142

Gráfico 9 - Concordância das questões fechadas 14 e 18, que confirmam a Inferência 9 ..... 143

Gráfico 10 - Concordância da questão fechada 2, que confirma a Inferência 10 ................... 153

Gráfico 11 - Concordância da questão fechada 3, que confirma a Inferência 11 ................... 154

Quadros

Quadro 1 - Taxonomia de acordos entre firmas ....................................................................... 35

Quadro 2 - As principais formas de colaboração e suas características dominantes ................ 36

Quadro 3 - Relações básicas entre agentes dos modelos de “distritos industriais” .................. 37

Quadro 4 - Tipos de alianças estratégicas e seus domínios ...................................................... 38

Quadro 5 - As alavancas para os três tipos de inovação ........................................................... 46

Quadro 6 - Método de entrega de projeto e a forma de pagamento mais usual ....................... 51

Quadro 7 - Abrangência da aplicação das Leis nº 12.462/2011 e nº 8.666/93 ......................... 61

Quadro 8 - Resumo da Fundamentação Teórica dos temas da dissertação .............................. 75

Quadro 9 - Categorias dos métodos de pesquisas .................................................................... 76

Quadro 10 - Definição das variáveis de estudo ........................................................................ 79

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Quadro 11 - Modelo Analítico da Pesquisa .............................................................................. 80

Quadro 12 - Método de obtenção de dados da pesquisa........................................................... 81

Quadro 13 - Interpretação da intensidade do grau de concordância da proposição ................. 84

Quadro 14 - Resumo das informações dos contratos da BR 381/MG Norte ............................ 94

Quadro 15- Empresas e consórcios participantes da licitação, Edital nº 165/2013-DNIT ....... 99

Quadro 16 - Abrangência da aplicação das Leis nº 12.462/2011 e nº 8.666/93 ..................... 155

Quadro 17 - Documento de Análise de Editais ...................................................................... 161

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Percentual dos tipos de consórcios formados ......................................................... 104

Tabela 2 - Redes de Empresas: relação entre as questões abertas e fechadas, e o grau de

concordância ........................................................................................................................... 111

Tabela 3 - Redes de Empresas: triangulação dos resultados das análises .............................. 112

Tabela 4 - Sistema de Licitação: relação entre as questões abertas e fechadas, e o grau de

concordância ........................................................................................................................... 136

Tabela 5 - Redes de Empresas: triangulação dos resultados das análises .............................. 138

Tabela 6 - Cadeia de Suprimentos: relação entre as questões abertas e fechadas, e o grau de

concordância ........................................................................................................................... 151

Tabela 7 - Redes de Empresas: triangulação dos resultados das análises .............................. 152

Tabela 8 - Resumo das inferências resultantes das análises das evidências ........................... 158

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Art – Artigo

BIM – Modelagem da Informação da Construção

BR – Brasil

CAD – Computer Aided Design

CB – Concordo Bastante

CM – Construction Management

CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômicas

CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica.

CP – Concordo Pouco

Cpr – Concordantes da Proposição

CT – Concordo Totalmente

DB – Design e Construção (Design/Build)

DBa – Discordo Bastante

DBB – Design, Licitação e Construção (Design Bid Build)

DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.

DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte

DOU – Diário Oficial da União

DP – Discordo Pouco

Dpr – Discordantes da proposição

DT – Discordo Totalmente

EKD – Enterprise Knowledge Development

ERP – Enterprise Resource Planning

FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais

FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais.

GCp – Grau de Concordantes da Proposição

GIS – Geographic Information System

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPEA – Instituto de Pesquisas Econômicas Avançadas

LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias

MG – Minas Gerais

MPVO – Menor Preço Válido Ofertado

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NCND – Não Concordo Nem Discordo

NF – Nota Final

NPP – Nota da Proposta de Preço

NPT – Nota da Proposta Técnica

NTC – Não Tenho Conhecimento

OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico

P – Valor da Proposta em Exame

P&D – Pesquisa e Desenvolvimento

PAC – Programa de Aceleração do Crescimento

PAC 2 – Programa de Aceleração do Crescimento etapa 2

PIB – Produto Interno Bruto

RDC – Regime Diferenciado de Contratação

RFID – Radio-Frequency Identification

RJ – Rio de Janeiro

SCM – Supply Chain Management

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 17

1.1 Problematização.................................................................................................................. 23 1.2 Objetivos ............................................................................................................................. 24 1.2.1 Objetivo geral .................................................................................................................. 24 1.2.2 Objetivos específicos ....................................................................................................... 24 1.3 Justificativa ......................................................................................................................... 25

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 31

2.1 Redes entre empresas.......................................................................................................... 32

2.1.1 Conceito/definição de redes entre empresas .................................................................... 32 2.1.2 Classificação de redes entre empresas ............................................................................. 34 2.1.3 Redes e vantagens competitivas ...................................................................................... 40 2.1.4 Redes entre empresas na construção civil ....................................................................... 42 2.2 Inovação no tipo de licitação e na forma de contratos ....................................................... 43

2.2.1 Conceito e tipos de inovação ........................................................................................... 44

2.2.2 Sistema de licitação e a inovação na contratação integrada Design/Build ...................... 48 2.2.3 Lei nº 12.462/2011-RDC e as inovações em relação à Lei de Geral de Licitações nº

8.666/1993 ................................................................................................................................ 55 2.3 Gestão de cadeia de suprimento ......................................................................................... 63 2.3.1 Definição de cadeia de suprimentos ................................................................................ 64

2.3.2 Definição de cadeia de valor ........................................................................................... 65 2.3.3 Definição de sistema de valor .......................................................................................... 66

2.3.4 Definição de cadeia produtiva ......................................................................................... 68 2.4 Modelo de representação de atores e recursos para operacionalização e reconfiguração de

rede de construção civil ............................................................................................................ 68

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................................................... 76

3.1 Caracterização da pesquisa ................................................................................................. 76 3.1.1 A pesquisa quanto aos seus fins ...................................................................................... 76

3.1.2 Os meios utilizados na pesquisa - Procedimentos ........................................................... 76 3.1.3 Abordagem da pesquisa ................................................................................................... 77

3.2 Unidade de análise, variáveis de estudo, unidade de coleta dados e técnicas de coleta

dados do estudo de caso ........................................................................................................... 78 3.2.1 Definição das variáveis de estudo ................................................................................... 78

3.2.2 Técnica de coleta dos dados e unidade de coleta de dados ............................................. 79 3.3 Instrumentos de coleta de dados e condução da pesquisa .................................................. 80 3.4 Técnica de análise de resultado .......................................................................................... 88 3.4.1 Redução de dados, apresentação e organização dos dados e interpretação e verificação

das conclusões .......................................................................................................................... 89 3.4.2 Validade e confiabilidade do projeto de pesquisa ........................................................... 90

4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ................................................ 92

4.1 Categoria de Análise 1: Tipos de Redes entre Empresas ................................................... 99 4.2 Categoria de Análise 2: Inovação no Sistema de Licitação.............................................. 116 4.2.1 Tipo de Licitação (critérios de seleção de empresa)...................................................... 121

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4.2.2 Regime de Execução (forma de medir e pagar os serviços realizados)......................... 126 4.2.3 Método de Entrega de Projeto (escopo do projeto) ....................................................... 129

4.3 Categoria de Análise 3: Cadeia de Suprimentos .............................................................. 144 4.4 Categoria de Análise 4: Modelo de Representação de Recursos e Atores de Rede de

Construção Civil ..................................................................................................................... 154

5 PRODUTO TÉCNICO DA DISSERTAÇÃO ................................................................. 159

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 164

5.1 Limitações dos procedimentos metodológicos ................................................................. 170 5.2 Sugestões para estudos futuros ......................................................................................... 171

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 172

APÊNDICE A- ROTEIRO DO QUESTIONÁRIO........................................................... 181

APÊNDICE B- PRODUTO TÉCNICO COM DADOS DO EDITAL Nº 165/2013 ....... 189

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1 INTRODUÇÃO

A internacionalização da economia provocou alterações na forma de gestão das empresas que

buscam alcançar uma configuração de organização adequada à nova realidade estabelecida. A

formação de redes entre empresas é uma das estratégias adotadas para a obtenção dos novos

padrões exigidos de produtividade e qualidade. Essa rede de cooperação entre empresas

permite criar alianças estratégicas, dentre elas o consórcio, com o objetivo de complementar

suas competências para conquistar mercados dentro do novo cenário mundial (OLAVE;

AMATO NETO, 2001).

Grandes projetos pedem a formação de parcerias entre empresas, que unem suas competências

para atingir as capacidades técnicas exigidas dos empreendimentos. Várias formas de

parcerias interempresariais permitem a entrada nos mercados externos, principalmente nos

blocos econômicos, formados por grupos de países (MIRANDA, 2010). As empresas

participam de redes de cooperação para conquistar novos mercados e manter ou melhorar a

posição em mercados estabelecidos. Assim, criam vantagens competitivas por meio da

potencialização das capacidades dos parceiros envolvidos (JORDE; TEECE, 1989; ARAÚJO;

GUERRINI, 2010).

Os relatos dos acordos de cooperação entre empresas coincidem com a história das

organizações. Entretanto foi a partir da década de 1980 que começaram a surgir estudos mais

frequentes e aprofundados sobre os efeitos benéficos das cooperações, em contraponto aos

efeitos negativos das formações dos cartéis, que eram as formas de acordos mais mencionados

nas pesquisas (JORDE; TEECE, 1989). Esses autores afirmam ainda que os objetivos dos

estudos das cooperações entre firmas foram direcionados para os benefícios da adaptação ao

novo cenário internacional, que é de mudanças em intervalos de tempo cada vez menores.

As redes de cooperação são uma opção atraente para as pequenas empresas que enfrentam

incertezas e necessitam de muitos recursos para as tomadas de decisões em cada cenário.

Nessas condições, as cooperações são atrativas inclusive para as grandes empresas. Assim,

não é surpreendente que existam tantas alianças de cooperação, tais como as joint ventures, os

consórcios, as participações de capital minoritário e os acordos de cooperação para pesquisa

ou produção (WERNERFELT; KARNANI, 1987).

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As redes de empresas são maneiras de organizações colaborativas, que envolvem transações

de bens e serviços e permuta de informações entre os participantes, em que a proximidade

geográfica das empresas integrantes não é um fator essencial para a sua formação (LASTRES;

CASSIOLATO, 2003).

As alianças estratégicas por meio de rede entre empresas podem ser subdivididas em dois

grupos, de acordo com a criação da sociedade formal que representa a parceria. O primeiro

grupo se refere aos tipos de redes de cooperação entre empresas que envolvem participações

acionárias, em particular, os consórcios. O outro grupo é relativo às redes de cooperações

formalizadas por contratos, sem a criação de uma entidade com participação societária dos

membros da rede, tais como os pactos de pesquisas conjuntas, os acordos de desenvolvimento

conjunto, as licenças de direitos de patentes e as terceirizações (HAGEDOORN; NARULA,

1996).

Consórcio é a modalidade de rede de cooperação entre duas ou mais firmas que buscam

complementar suas capacidades e competências para a implantação de um projeto técnico de

grande porte e com um prazo conhecido, por exemplo, a construção de uma rodovia ou ponte.

O consórcio pode continuar a existir após a conclusão do objeto para o qual foi criado, e o

sucesso de um projeto pode ser o agente motivador para a continuidade da cooperação do

consórcio (EIRIZ, 2001).

No Brasil, os consórcios são autorizados pela Lei nº 6.404/1976. A lei autoriza as empresas

que estão ou não sob o mesmo controle a organizar consórcios com o objetivo de executar

determinado empreendimento. Os parágrafos 1º e 2º do artigo 278 estabelecem que o

consórcio não possua personalidade jurídica; assim, as empresas consorciadas estão obrigadas

apenas às condições previstas nos respectivos contratos de suas formações, e os membros

respondem apenas por suas obrigações, não se podendo pressupor a solidariedade nas

responsabilidades, sem que isso esteja devidamente formalizado no contrato de sua

constituição (BRASIL, 1976).

A lei determina que, no contrato de constituição do consórcio, conste a discriminação do

objeto que motivou a sua criação, com a identificação da duração e do local da obra; definição

das obrigações e responsabilidade de cada sociedade consorciada; normas de distribuição e

recebimento de receitas e partilha de resultados; administração do consórcio; contabilização;

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representação das sociedades consorciadas e taxa de administração, se houver. A falência de

uma consorciada não se estende às demais, subsistindo o consórcio com as outras

contratantes; os créditos que a falida porventura tiver serão apurados e pagos na forma

prevista no contrato de consórcio. Os consórcios constituídos na forma dos artigos 278 e 279

da Lei nº 6.404/1976 são obrigados a se inscrever no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

(BRASIL, 1976).

No Brasil, a Lei nº 6.404/1976 determina que a formação de um consórcio seja condicionada

à existência de um empreendimento, por exemplo, uma obra de infraestrutura rodoviária, cuja

natureza se enquadra nas condicionantes legais de empreendimento temporal, com local

definido.

Conforme evidenciado anteriormente, a literatura aponta para as vantagens estratégicas das

redes de cooperação, todavia também destaca os cuidados com a possibilidade de ocorrências

de situações desfavoráveis para os integrantes das redes. Um levantamento da Organização

para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre as práticas nacionais

relacionadas com a cooperação internacional aponta para a necessidade de se observarem

algumas desvantagens para os participantes de redes regionais.

Estudos da OCDE (2013) indicam que as principais desvantagens potenciais são relacionadas

a problemas com a comunicação e com os custos, a dificuldades de coordenação das ações e

na obtenção de informações confidenciais, a baixa disposição para cooperar, a

indisponibilidade de recursos e o tempo dedicado. Não obstante a existência de um potencial

para o surgimento das desvantagens apontadas nos estudos da OCDE, a formação de

consórcio entre empresas para a realização de um empreendimento propicia vantagens para

potencializar as competências dos participantes, conforme afirmam Jorde e Teece (1989),

Araújo e Guerrini (2010) e Miranda (2010).

Para a formação de consórcios entre empresas, os interessados devem focar nas possibilidades

de cooperações com concorrentes e empresas parceiras a montante e a jusante na cadeia de

suprimentos. Os empreendimentos do setor da construção civil são dependentes de uma

Cadeia de Suprimentos bem definida, necessária para a consecução da obra. As empresas que

integram essa cadeia podem formar alianças na busca pela flexibilidade e agilidade dessas

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organizações. As parcerias entre algumas dessas empresas são feitas, geralmente, na forma de

consórcios, com o objetivo de aumentar a competitividade (CASSAROTTO, 2002).

A cadeia de suprimento diz respeito às relações entre os agentes pertencentes a uma rede

formada pelas organizações interessadas e responsáveis pelo ciclo completo, que envolve

concepção, desenvolvimento, produção, distribuição e consumo do produto, que pode ser um

bem ou serviço. A identificação e gestão das atividades da Cadeia de suprimento são

essenciais para a obtenção de vantagem competitiva (BRONZO, 2004).

As alianças estratégicas de redes empresariais, dentre elas os consórcios, são, muitas vezes,

uma forma de alcançar a efetividade na maneira de as empresas se organizarem em direção à

inovação, principalmente, quando a cadeia produtiva de uma indústria é fragmentada

(JORDE; TEECE, 1989).

A coordenação das atividades de interação entre as empresas de uma cadeia de suprimento e a

definição dos limites de atuação de cada empresa é objeto de estudo das teorias para a

obtenção de vantagens competitivas por meio das competências centrais, principalmente,

quanto à definição do local em que cada atividade deve ser executada, com a identificação das

vantagens de realizar internamente ou de transferir para terceiros, certas atividades e etapas

produtivas, o que permite a uma determinada empresa priorizar suas competências essenciais

(BRONZO, 2004).

Uma das características da indústria da construção é a sua cadeia de suprimentos altamente

fragmentada, em que os recursos estão distribuídos em organizações diferentes. Vários

estudos têm destacado que a fragmentação da indústria da construção, em combinação com a

falta de cooperação entre as empresas, dificulta a inovação no setor (RUTTEN; DORÉE;

HALMAN, 2009).

O setor da construção civil desenvolve atividades de grande importância para a economia de

qualquer país, dentre as quais, as obras de infraestrutura e os seus serviços relacionados. Os

países em desenvolvimento realizam, nos tempos atuais, altos investimentos em construção de

obras de infraestrutura, com uma significativa participação na geração de empregos. Essas

obras, em virtude de seu porte, propiciam a formação de consórcios, aumentando as

capacidades construtivas das empresas, o que não seria atingido por uma empresa isolada.

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Isso confirma a viabilidade de obtenção de vantagens competitivas com as parcerias para a

execução de grandes obras de infraestrutura (ARAÚJO; GUERRINI, 2012).

Conforme descrido por Cassarotto (2002), os empreendimentos de obras de infraestrutura que

motivam a formação de consórcios surgem no mercado por meio de programas de governo,

que buscam adequar as construções de obras às necessidades do cenário nacional.

Nesse sentido, o programa do governo brasileiro foi impactado pela demanda por obras de

infraestrutura em razão de o Brasil ter sido escolhido como o país-sede de eventos esportivos

de proporções mundiais. Esses eventos geraram demandas de obras de infraestrutura

apropriadas e relacionadas diretamente com a realização das competições, tais como: os

estádios, as obras de infraestrutura básica como aeroportos e rodovias, compatíveis com a

dimensão dos jogos, além de obras em portos, aeroportos, rodoviárias, transporte público,

acomodação pública e privada, dentre outras (CAMMAROSANO; POZZO; VALIM, 2014).

Os eventos mencionados são relativos aos jogos esportivos no período entre 2013 e 2016. Em

2013, a Copa das Confederações; em 2014, a Copa do Mundo de Futebol e, em 2016, os

Jogos Olímpicos na cidade do Rio de Janeiro, que demandaram a construção de unidades

esportivas e infraestrutura básicas adequadas para a ocasião.

Para o atendimento dessa demanda por obras, o governo brasileiro institui a Lei nº

12.462/2011, que criou o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), com o

propósito de alcançar as metas de construções da infraestrutura exigida, conforme descrito em

seu artigo 1º (BRASIL, 2011).

A princípio, conforme as cláusulas legais, o RDC deveria ser aplicado exclusivamente aos

processos de licitações e contratações necessários para a realização dos três eventos

esportivos discriminados. Entretanto, em 2012, a aplicação da lei foi estendida para os

projetos integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O PAC foi criado

pela Lei nº 11.578/2007, visando ao crescimento e desenvolvimento econômico brasileiro. O

Art. 3º define que uma das prioridades do PAC é o investimento em obras de infraestrutura,

entre as quais as requeridas no subsetor de transporte rodoviário (BRASIL, 2007).

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As obras rodoviárias do PAC são licitadas pelo Departamento de Infraestrutura de Transporte

(DNIT) que tem utilizado amplamente o RDC nos seus processos de licitação, inclusive no

caso do Edital de licitação nº 165/2013 para o aumento da capacidade de tráfego da rodovia

BR-381/MG, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, uma das cidades-sede da Copa das

Confederações e da Copa do Mundo de Futebol (BRASIL, 2013).

O RDC aplicado às contratações de obras rodoviárias permite que o edital de licitação inclua

em seu objeto a contratação de empresas para a elaboração dos projetos técnicos de

engenharia (design) e a construção (produção) do empreendimento. Assim, o Art. 2º da Lei nº

12.462/2011 prevê a possibilidade de uma contratação integrada do projeto executivo de

engenharia e da execução da obra, inclusive das obras de edificações para a realocação de

famílias que estivessem ocupando as áreas públicas onde as obras rodoviárias seriam

construídas (BRASIL, 2011).

Antes do advento dos processos de contratação pelo RDC, as licitações eram regidas,

prioritariamente, pela Lei nº 8.666/1993. O Art. 9º dessa lei prioriza processos licitatórios

separados, objetivando a seleção de empresas distintas – uma para a elaboração de projetos

técnicos (design) e outra para a construção das obras rodoviárias (BRASIL, 1993).

Pela Lei nº 8.666/1993, nos processos de contratação de empresas para a construção das

obras, é vedada a participação das empresas responsáveis pela elaboração dos projetos

técnicos das respectivas construções. Por causa desse critério, foram criados dois segmentos

distintos de empresas para os contratos de empreendimentos de infraestrutura: as

especializadas em elaboração de projetos técnicos de engenharia (design) e as especializadas

na construção dos empreendimentos.

No início de um processo de contratação de obras de infraestrutura básica, para divulgar as

regras de seleção da melhor oferta, o governo promove a convocação pública para a captação

de firmas interessadas na participação do procedimento. O Edital de Licitação é o documento

formal que contém as regras detalhadas para que as empresas possam elaborar suas propostas,

cuja oferta mais vantajosa resultará na conquista do contrato para fornecimento do objeto

licitado.

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O governo federal, por intermédio do DNIT, divulgou o aviso de licitação pública nos meios

de comunicação adequados, para que as empresas interessadas pudessem formular e

apresentar suas propostas para a construção das obras rodoviárias na BR-381/MG.

Para o caso da BR-381/MG, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi adotado o

processo de contratação do tipo RDC integrada, com o objetivo de obter um único contrato

para a elaboração de projeto técnico e construção. Dessa forma, os documentos de licitação do

Edital nº 165/2013 exigiram que as empresas interessadas na contratação comprovassem

capacidade técnica para elaboração de projetos e construção de obras (BRASIL, 2013).

A formação de consórcio entre as empresas especializadas em projetos e as especializadas em

construção tornou-se uma opção importante para o atendimento às exigências do edital de

licitação. Para o caso deste estudo, as empresas buscaram a formação de consórcios, conforme

permitido pela Lei que instituiu o RDC, procurando atingir os critérios de habilitação técnica

para a oferta de propostas para as obras licitadas pelo Edital nº 165/2013 (BRASIL, 2013).

Este estudo de caso está relacionado com as novas necessidades geradas pela utilização do

RDC integrado nos processos de contratação das obras e as consequentes formações de redes

de colaboração entre empresas construtoras concorrentes e empresas projetistas pertencentes à

Cadeia de Suprimento de construção rodoviária, especialmente constituídas com o propósito

de obter capacitação técnica para a conquista do contrato e desenvolver competências para

execução do objeto contratado.

1.1 Problematização

As empresas interessadas em contratar obras de infraestrutura com o governo federal

precisam se submeter a um determinado processo de licitação, cujo encerramento ocorre com

a homologação do contrato pretendido. Durante o processo de contratação, as empresas

podem comprovar isoladamente as capacidades técnicas exigidas, ou então terão que recorrer

à formação de rede de empresas, conforme permitido pelo edital, para conseguirem atingir os

parâmetros de suas exigências.

O problema identificado nesta pesquisa diz respeito à formação de rede de cooperação

necessária para atender aos critérios de habilitação técnica exigida pelo Edital de Licitação nº

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165/2013 e atingir as competências técnicas adequadas para a efetiva construção das obras de

infraestrutura rodoviária. O processo de licitação, as contratações e o início das obras na

Região Metropolitana de Belo Horizonte ocorreram no ano de 2013. O encerramento das

obras está previsto para 2016.

A Lei nº 12.462/2011, em seu Art. 1º, afirma, em seus objetivos, o propósito de melhorar a

eficiência nos processos de contratações públicas; aumentar a competitividade entre as firmas

interessadas em contratar com o governo federal; incentivar a inovação tecnológica; gerar a

troca de experiências e de tecnologias, melhorando a relação custos e benefícios para o erário

(BRASIL, 2011).

Nesse contexto, o problema de pesquisa é assim formulado: Quais os tipos de redes

empresariais formadas para atender às exigências estabelecidas pelo Regime Diferenciado de

Contratação na BR-381/MG Região de Belo Horizonte e seus efeitos na cadeia de

suprimentos?

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo geral desta pesquisa é: Descrever os tipos de redes empresariais formadas para

atender às exigências estabelecidas pelo Regime Diferenciado de Contratação e o seu efeito

na cadeia de suprimentos.

1.2.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos são:

– Identificar o tipo de rede formada entre as empresas especializadas na elaboração de

projetos (design) e construção rodoviária, a fim de atender às exigências estabelecidas pelo

Regime Diferenciado de Contratação.

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– Identificar as inovações no processo de contratação pelo RDC quanto ao Tipo de Licitação

(critério de seleção de empresas), ao Regime de Execução (forma de pagamento) e ao Método

de Entrega de Projeto (escopo do projeto).

– Analisar em que aspectos o RDC afetou a cadeia de suprimentos para construção da obra

rodoviária, na perspectiva dos envolvidos, e elaborar a sua representação esquemática.

– Apresentar a obra estudada segundo o Modelo de Representação de Atores e Recursos para

Operacionalização e Reconfiguração de Rede de Construção Civil, conforme proposto por

Araújo (2012).

- Criar uma ferramenta em mídia eletrônica que auxilie a análise dos editais de licitações.

1.3 Justificativa

Estudos relacionados às redes de cooperação entre empresas vêm aumentando desde os anos

de 1990. As revistas Organization Studies, Academy of Management Journal e International

Management publicaram edições especiais dedicadas ao assunto. Eventos científicos como o

da Association Internationale de Management Stratégique chamaram a atenção para a

importância do tema das redes de empresas. O congresso da Academy of International

Business apresentou o tema sobre o desenvolvimento de conhecimento nas redes de negócios

internacionais. O European Group for Organizational Studies promoveu estudos

organizacionais com subárea dedicada a estudos das redes organizacionais. No Brasil,

observa-se um aumento de publicações referentes ao tema “redes de cooperação entre

empresas”, com pesquisas qualitativas e quantitativas (BALESTRIN; VERSCHOORE; REYS

JÚNIOR et al., 2010).

O estudo de redes empresariais apresenta destaque nos estudos acadêmicos desde a década de

1970, valorizado em congressos nacionais e internacionais, com ênfase para os estudos sobre

o gerenciamento das redes e os estudos das tipologias das redes entre empresas. Os assuntos

de maior relevância nos estudos são os referentes às avaliações da correlação entre as redes e

a competitividade das empresas (HOFFMANN; MORALES; FERNÁNDEZ, 2007).

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Para Mattana, Noro e Estrada (2008), mesmo diante de um grande número de pesquisas

realizadas, é importante a elaboração de novos estudos que demonstrem os motivos pelos

quais as redes se formam e as circunstâncias relativas ao processo de sua formação.

Outro aspecto abordado nos estudos acadêmicos são as oportunidades exploradas com a

formação de redes de empresas, por exemplo, as pequenas empresas que se agrupam para

aumentar suas capacidades competitivas por meio de redução de custos de produção e

comercialização, complementados com estudos de comprometimento entre os participantes de

uma rede (HOFFMANN; MORALES; FERNÁNDEZ, 2007).

As formações de redes entre empresas que atuam no setor de construção de infraestrutura é

uma maneira de associar competências com o objetivo de conseguir alcançar as capacidades

técnicas exigidas que permitam apresentar propostas em licitações públicas destinadas à

construção de obras de infraestrutura. Grande número de projetos de larga escala é executado

por meio da consolidação de redes entre empresas, principalmente por meio de consórcios.

Estudos realizados entre 1996-2006 apontam que as maiores empresas da construção

perderam mercado para empresas de menor porte, indicando a necessidade de pesquisas sobre

o tema relacionado com as redes empresariais (ARAÚJO, 2012).

A necessidade de estudos de alianças entre empresas pode ser evidenciada pelos exemplos das

várias redes formadas que não conseguiram alcançar os objetivos definidos, que podem estar

relacionados com os riscos compartilhados ou com outros elementos que não tenham sido

objeto de estudos anteriores (MATTANA; NORO; ESTRADA, 2008).

Quanto à relevância econômica, o setor da construção representa um importante componente

que eleva a média do crescimento do PIB nacional. Conforme estudos do Departamento

Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), a indústria da construção

no Brasil apresenta um crescimento acumulado maior que o crescimento do Produto Interno

Bruto (PIB). Apresenta-se no GRAF. 1, a seguir, o comparativo do comportamento do

crescimento do PIB do Brasil e o da construção entre os anos de 2004 e 2013 (DIEESE,

2014).

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Gráfico 1 - Comparativo da variação percentual anual entre o PIB Brasil e o PIB da

Construção

Em 2010, foi registrado o melhor resultado do setor da construção com um crescimento de

11,6%, enquanto o PIB nacional cresceu 7,5 %. A atividade na construção cresceu menos em

2011, porém ainda se manteve acima do crescimento do PIB do Brasil. Em 2012, o PIB da

construção manteve um crescimento maior que o nacional, de 1,4% contra 0,9%. Em 2013,

houve uma inversão, o PIB Brasil aumentou 2,5% e o da construção foi de 1,6% (DIEESE,

2013).

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Classificação Nacional

de Atividade Econômica – CNAE 2.0, define que a atividade de construção é dividida em três

segmentos. O da construção de edifícios, o da construção pesada ou obras de infraestrutura e o

de serviços especializados, conforme as divisões 41, 42 e 43, respectivamente, constantes no

CNAE 2.0 (IBGE, 2007).

Fonte: Adaptado de DIEESE, 2013, 2014.

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O segmento da construção pesada, do qual as rodovias fazem parte, cresceu por causa do

aumento da aplicação de recursos públicos e privados em construção de infraestrutura nos

últimos anos. O Brasil depende desses investimentos para o seu desenvolvimento. O

percentual de investimento atingiu 2,5% do PIB, cerca de R$ 20 bilhões/mês (DIEESE,

2013).

O consumo de material da cadeia de suprimento da construção cresceu 7,5% em 2012,

atingindo um montante de 55 bilhões de reais. Em março de 2013, foi verificado um aumento

de 8% em relação a fevereiro do mesmo ano. As obras de acesso para a Copa do Mundo de

2014 contribuíram para atingir os mesmos valores de investimentos de 2012, aplicados na

infraestrutura do Brasil (DIEESE, 2013). Em 2012, a mão de obra formal empregada nessa

cadeia produtiva foi de 2,8 milhões de trabalhadores e atinge 7,8 milhões se forem

considerados os trabalhadores informais (DIEESE, 2013).

Kopczak e Johnson (2003) demonstraram a importância dos estudos que exploram aspectos

relevantes relacionados à gestão integrada dos processos, à gestão de cadeia de suprimento e

logística, além dos efeitos de tal gestão sobre a competitividade empresarial e sobre a criação

de valor. Esses autores demonstram que a gestão integrada da cadeia de suprimentos está

relacionada às mudanças no pensamento empresarial. As melhores práticas estariam sendo

redirecionadas, em busca da conquista de vantagens competitivas, por meio da eficácia na

coordenação das atividades de gestão da cadeia de suprimento, e apontam para a necessidade

de estudos da integração dessa gestão com áreas de decisão nas empresas, como finanças,

marketing e engenharia de processos e produto.

Quanto aos processos de contratações, destaca-se a importância do estudo sobre a adoção do

Regime Diferenciado de Licitação (RDC), instituído no Brasil pela Lei nº 12.462/2011, que

criou um novo processo de licitação visando à maior eficiência nas contratações de empresas

para a construção dos empreendimentos necessários para a realização de eventos esportivos

internacionais de grande porte, no Brasil, entre os anos de 2013 e 2016.

O RDC permite a contratação integrada de produtos distintos do subsetor de infraestrutura

rodoviária em um único contrato, por exemplo, a elaboração dos projetos técnicos de

engenharia; a construção de edificações para o reassentamento das famílias que ocupem as

áreas públicas indicadas no projeto destinadas à implantação das obras e à construção

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(produção) das obras de infraestrutura rodoviária (BRASIL, 2011). Antes do advento do RDC

integrado, cada um desses objetos era contratado por processos distintos, originando contratos

independentes com empresas diferentes (BRASIL, 1993).

Como já explicitado, o RDC integrado admite que os editais de licitação de obras de

infraestrutura formalizem um único contrato para a elaboração de projetos técnicos e para a

execução das obras. A empresa construtora interessada no processo de licitação poderá optar

por terceirizar a etapa de elaboração do projeto técnico (design), ou então formar uma rede de

cooperação, de consórcio com empresas especializadas, ainda durante o processo de licitação.

Também poderá internalizar as competências por meio de aquisições de novos recursos e

processos (MORANO, 2013). Essas três possibilidades são dependentes das condições das

cláusulas editalícias. As opções utilizadas pelas empresas nos contratos das obras da BR-

381/MG foram objeto deste estudo.

A contratação integrada prevista no RDC criou uma nova configuração nas relações da cadeia

de suprimento do subsetor de infraestrutura rodoviária, que merece uma análise de como as

empresas irão gerenciar as novas competências exigidas para a entrega de um escopo mais

amplo de projetos técnicos e de construção. O governo não mais realiza contratações distintas

para projetos e construções e transfere as obrigações dos designs técnicos para as empresas

contratadas para a execução das obras (HEINEN, 2014).

Esse novo cenário criado pelo RDC é o ambiente que justifica o estudo de caso do processo

de contratação de obras de infraestrutura rodoviária da BR-381/MG, Região de Belo

Horizonte, uma das cidades-sede para dois dos eventos relacionados nas cláusulas da Lei do

RDC, buscando descrever os tipos de cooperações entre as empresas licitantes e os efeitos

produzidos na cadeia de suprimento para atendimento da contratação integrada.

As informações disponíveis em documentos e ambiente de obra em geral foram suficientes

para identificar os tipos de redes de cooperações constituídas pelas empresas para conquistar

os empreendimentos licitados. Essas informações também foram importantes para que se

observasse a cadeia de suprimento da obra contratada (ARAÚJO, 2012).

Quanto à relevância das obras rodoviárias, enfatiza-se que elas são a base para o

desenvolvimento econômico e social do país e devem ser capazes de sustentar as mudanças

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decorrentes dos movimentos de crescimento dos diversos tipos de indústrias. A relação de

complementação entre crescimento e necessidade de infraestrutura apropriada é evidenciada

pelos riscos associados a esses dois componentes, de maneira que as mudanças que visam

inovar produtos, serviços, processos, tecnologias capacitantes e modelos de negócios das

organizações carregam riscos relacionados às infraestruturas básicas disponíveis no país

(MERTON, 2013).

A velocidade com que as indústrias inovam suas tecnologias e seus modelos de negócios

requer um investimento adequado nas infraestruturas essenciais de suporte para essas

inovações, tais como rodovias, ferrovias, portos, sistemas de comunicação, energia,

saneamento, vias urbanas e barragens, de modo que as organizações inovadoras e as

infraestruturas básicas disponíveis sejam complementares. As infraestruturas essenciais para a

sociedade são fornecidas por meio de obras executadas por empresas de engenharia

especialmente contratadas para as suas implantações (MONTES; REIS, 2011; MERTON,

2013).

No âmbito pessoal, e em perfeita consonância com o propósito de um Mestrado Profissional,

a justificativa deste trabalho está fundamentada no fato de o autor ser um participante direto

da elaboração de estudos prévios de viabilidade, atuando como responsável técnico pela

elaboração do plano de execução e orçamento de uma obra também localizada na BR-

381/MG, no Anel Rodoviário de Belo Horizonte, adjacente ao trecho estudado nesta pesquisa.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Os fundamentos teóricos pesquisados na literatura buscam identificar os tipos de formação de

redes entre empresas, os tipos de contratos formalizados para as construções de obras de

infraestrutura básicas sob a tutela dos governos e os processos de licitações utilizados para a

efetivação desses contratos.

Neste referencial foram abordadas as formas de contratação e os tipos de contratos,

juntamente com o Regime Diferenciado de Contratação (RDC) instituído pela Lei

12.462/2011. Essa lei possibilitou efetivar contratações com escopo mais abrangentes,

incluídos os projetos técnicos e a construção dos empreendimentos, denominadas contratações

integradas.

O embasamento teórico deste trabalho também buscou fornecer subsídios para identificar a

existência de inovação com a utilização do RDC, no que se refere ao sistema de licitação,

quanto ao Tipo de Licitação (critério de seleção de proposta mais vantajosa), ao Regime de

Execução (forma de pagamento dos serviços executados) e ao Método de Entrega de Projeto

(abrangência do escopo do projeto).

Posteriormente, foram destacadas as teorias de cadeia de suprimento destinadas à execução de

obras de infraestrutura e, finalmente, apresentou-se o Modelo de Representação de Atores e

Recursos, para Execução de Obras de Engenharia.

Para o estudo de caso, o referencial teórico deu subsídios para a pesquisa no processo de

contratação de empresas para execução dos serviços necessários para a ampliação da

capacidade de tráfego da rodovia BR-381/MG, na Região de Belo Horizonte, no que se refere

aos seguintes aspectos:

Descrever o tipo de rede formada entre as empresas, segundo a literatura existente.

Identificar as inovações no Sistema de Contratação com a utilização do RDC.

Descrever o que influenciou a cadeia de suprimentos e exibir a sua representação

esquemática.

Apresentar a obra estudada segundo o Modelo de Representação de Atores e

Recursos para Operacionalização e Reconfiguração de Rede de Construção Civil.

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2.1 Redes entre empresas

As empresas recorrem à formação de redes de cooperação de forma deliberada, motivadas por

aspectos particulares envolvidos em determinadas condições mercadológicas. Notadamente,

algumas situações motivam empresas para a formação de rede de cooperações, tais como: a

necessidade de atender às condições regulatórias, aos dispositivos legais, às normas de

agências regulamentadoras e à reciprocidade nas parcerias que buscam ganhos equilibrados

para as partes integrantes da aliança (OLIVER, 1990).

2.1.1 Conceito/definição de redes entre empresas

As redes entre empresas e as alianças estratégicas são vistas como formas de relacionamento

que objetivam fornecer algum tipo de benefício para os seus membros. As redes de empresas

são formatos mais gerais de relacionamento entre organizações. As alianças estratégicas são

maneiras mais particulares de colaboração em rede, em que os principais motivadores seriam

os ganhos mais bem definidos entre as partes. As alianças estratégicas visam atingir um

objetivo bem definido de desenvolvimento de produtos, de capacidades e de mercados. Nesse

sentido, alianças estratégicas podem ocorrer dentro de redes de empresa já existentes ou entre

empresas de diferentes redes ou entre empresas que buscam iniciar algum tipo de rede de

colaboração (CAMPOS; LIMA, 2009).

As relações de colaboração entre empresas envolvem as transações, os fluxos e ligações que

ocorrem entre empresas, podendo envolver duas ou mais organização de um único ou de

vários setores da economia (OLIVER, 1990).

Uma rede entre empresas pode ser definida como um acordo de cooperação espontânea

iniciada entre as empresas interessadas, que envolve troca, compartilhamento ou

desenvolvimento em parceiras, incluindo contribuições financeiras, tecnológicas ou de ativos

de cada um dos parceiros participantes (GULATI; SINGH, 1998).

Segundo Olave e Amato Neto (2001), na literatura não há uma igualdade de conceitos para

que se possa definir de forma única o que é uma rede de empresas. Entretanto um aspecto

amplamente aceito é que a operacionalização das redes ocorre por meio de colaboração entre

os seus integrantes, originada nas necessidades que justificam a sua criação. As redes de

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empresa constituem uma forma de colaboração em que os diferentes participantes buscam

meios de suprir suas necessidades (GRAY; WOOD, 1991).

A rede de cooperação entre empresas é uma forma de cada participante superar suas fraquezas

na busca de soluções para sua atuação no mercado, como um grupo de pequenas e médias

empresas buscando conquistar oportunidades no mercado das grandes empresas, por meio de

cooperação de recursos humanos, financeiros e técnicos (HÖHER; TATSCH, 2011).

Os primeiros estudos relacionados às alianças estratégicas focavam prioritariamente nas joint

ventures e, em especial, nas que criavam uma nova entidade com ou sem personalidade

jurídica (GULATI, 1998).

Klotzle (2002) afirma que rede de colaboração entre empresas, como as alianças estratégicas,

tem variadas definições na literatura, todavia pode-se notar que as definições incluem as joint

ventures como um importante tipo de aliança. As joint ventures podem ser do tipo corporate e

non corporate (com e sem personalidade jurídica), sendo que as sem personalidade jurídica

são os consórcios entre empresas (MORO; GLITZ, 2013).

As alianças estratégicas foram inicialmente abordadas na literatura como uma relação entre

duas empresas, principalmente, como forma de uma empresa entrar em uma rede ao

estabelecer uma relação de colaboração com uma firma pertencente à rede pretendida

(GULATI, 1998).

Jorde e Teece (1989) definem as alianças estratégicas como uma relação bilateral,

caracterizada pelo compromisso de duas ou mais empresas parceiras para atingir um objetivo

comum e que implica a partilha de meios e capacidades especializadas.

O consórcio é um tipo de rede devidamente regulamentado no Brasil e é uma forma de

cooperação entre empresas que constitui uma sociedade sem personalidade jurídica, com o

propósito de alcançar um dado objetivo em um prazo estabelecido (MIRANDA; MALUF,

2013; MORO; GLITZ, 2013).

A regulamentação legal do consórcio no Brasil surgiu em consequência das necessidades

encontradas nas contratações de empresas para a execução de obras públicas de grandes

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investimentos, cuja fundamentação básica veio das joint ventures norte-americanas

(MIRANDA; MALUF, 2013).

2.1.2 Classificação de redes entre empresas

As motivações para as redes de empresas podem ser o acesso a informações e a recursos; a

conquista de mercados e novas tecnologias; a conquista de vantagens por meio de

aprendizado; a economia de escala e escopo; o compartilhamento de riscos e a terceirização

de etapas da cadeia de valor e atividades organizacionais (GULATI; SINGH, 1998).

São vários os tipos de cooperação entre empresas, que podem ir de uma simples relação

comercial de troca de dinheiro por produto ou envolver uma complexa integração de bens,

serviços, finanças e informações sistematicamente gerenciadas. As diversas formas de

classificação dos tipos de redes buscam identificar o grau de interação entre as empresas, os

setores aos quais as empresas pertencem, os critérios jurídicos por tipo de contrato ou os

critérios econômicos, geográficos, tamanho das empresas, forma de administrar. Entretanto

algumas tipologias são mais frequentemente abordadas na literatura (EIRIZ, 2001).

As parcerias estratégicas entre empresas podem contemplar relações horizontais ou verticais

em relação à posição da empresa na cadeia de suprimento, objetivando ter acesso a recursos

críticos de ativos complementares, com a finalidade de gerir as incertezas do ambiente. Os

recursos controlados por mais de uma empresa são complementares se, quando combinados,

resultem em valor maior que o valor de cada uma separadamente (GULATI; SINGH, 1998).

Jorde e Teece (1989) descrevem uma tipologia em que identificam o que é uma aliança

estratégia e a diferenciam de outros tipos de cooperações. Para esses autores, uma aliança

estratégica pode incluir troca de tecnologia, pesquisa e desenvolvimento (P&D) em conjunto e

compartilhamento de ativos complementares, por exemplo, uma parte se encarrega da

fabricação, e a outra, da distribuição para um produto desenvolvido em parceria, conforme

descrito no QUADRO 1.

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35

Quadro 1 - Taxonomia de acordos entre firmas

Sem capital próprio Capital próprio

Permuta Contratos de curto prazo baseados

no lucro

Participação social passiva;

diversificação da carteira.

Aliança Contratos bilaterais com prazo

médio (não baseado em lucro)

Joint venture (operacional ou não

operacional), consórcio,

participações minoritárias e

participações cruzadas.

Fusão - Filial ou subsidiária integral.

Cartel Preço fixo e/ou fixação de

acordos restritivos

Preço fixo e/ou fixação de acordos

restritivos.

Fonte: Adaptado de JORDE; TEECE, 1989, p. 31.

Permutas são baseadas em transações que sempre envolvem fluxo monetário em um dos lados

da troca, como contratos de compra e venda com fornecedores da cadeia de suprimentos ou

acordo de licenciamento simples com royalties. Uma aliança estratégica, por definição, não

permite que um dos lados receba dinheiro da outra parte. Fusões também não são alianças

estratégicas, porque, por definição, as alianças não podem envolver aquisição de ativos de

outra empresa ou participação majoritária nas ações da outra empresa. Quanto ao cartel, é a

utilização de parcerias de forma indevida, objetivando manipular e monopolizar o mercado

(JORDE; TEECE, 1989).

Alianças podem ser caracterizadas de várias maneiras diferentes, por exemplo, podem ser

horizontais ou verticais. As cooperações horizontais incluem licenciamento cruzado,

consórcios e colaboração com os potenciais concorrentes. As cooperações verticais incluem

subcontratação e alianças com fornecedores ou clientes. Alianças horizontais visam alcançar

as competências complementares, enquanto o principal motivo para alianças verticais é a

redução de custos (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2005). Observa-se, no QUADRO 2, um

resumo das principais classificações e definições desses autores, descrevendo os tipos de

colaboração em razão de sua duração e apontam as suas principais vantagens e desvantagens.

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36

Quadro 2 - As principais formas de colaboração e suas características dominantes

Tipologia

Tipo de colaboração Duração

típica Vantagens (razões)

Terceirização e

relacionamentos com

fornecedores e clientes

(Prevalência Vertical)

Curto prazo Redução de custo e risco;

redução do tempo de

lançamento.

Licenciamento

(Prevalência Horizontal)

Prazo pré‐

fixado Aquisição de tecnologia.

Consórcio de pesquisa

(Prevalência Horizontal) Médio prazo

Especialização, padronização e

financiamento compartilhado.

4 Aliança estratégica

4.1 Joint venture

4.2. Trabalho em rede

(Horizontal e Vertical)

4 Flexível

4.1 Longo prazo

4.2 Longo prazo

4 Baixo comprometimento e acesso ao

mercado.

4.1 Dinamismo e aprendizagem potencial.

4.2 Know‐how complementar e gestão

dedicada.

Fonte: Adaptado de TIDD; BESSANT; PAVITT, 2005, p. 292.

A terceirização e as parcerias com fornecedores e clientes são as típicas cooperações verticais

na cadeia de suprimentos de uma empresa. Os licenciamentos e consórcios de pesquisas são

parcerias que podem ser feitas entre empresas concorrentes, buscando o desenvolvimento de

novas tecnologias ou de novos mercados. As alianças estratégicas são as joint venture e as

redes de empresas do tipo “arranjos produtivos locais”. As joint ventures são as cooperações

com objetivos e cronograma determinado, incluído o consórcio entre empresa para a

realização de empreendimentos e obras de engenharia (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2005).

Nas relações entre empresas, identifica-se a posição de uma em relação às outras, nas relações

econômicas dentro da cadeia de produção necessárias para que se realize a produção de bens e

serviços (BRITTO, 2000), conforme apresentado no QUADRO 3.

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Quadro 3 - Relações básicas entre agentes dos modelos de “distritos industriais”

Tipologia

Ligações

verticais à

montante

Fornecedores de

matérias-primas,

componentes e

serviços

Fornecedores de

equipamentos

Firmas especializadas

em etapas do

processo

Ligações

horizontais

Outras firmas

produtoras PRODUTORES

PRINCIPAIS

Associações

empresariais

Ligações

verticais à

jusante

Agentes de

distribuição e

comercialização

(dealers)

Compradores diretos Consórcios de vendas

Fonte: Adaptado de BRITTO, 2000, p. 8.

Pela posição ocupada, podem-se identificar as empresas que se localizam à montante e à

jusante na cadeia de suprimentos e também as empresas que estão no mesmo nível da empresa

focal. As empresas focais são os produtores principais descritos no QUADRO 3.

No primeiro nível, estariam as empresas à jusante dos produtores principais, ou seja, as

“ligações para trás” na cadeia de suprimentos, que promovem cooperações verticais à jusante

com os produtores principais. No segundo nível, estão as empresas designadas “produtores

principais”, que se encontram no mesmo estágio na cadeia de produção e que promovem as

cooperações horizontais entre si. No terceiro nível, estão as empresas à montante dos

produtores principais, ou seja, a “ligações para a frente” na cadeia de suprimento, que também

promovem cooperações verticais com os produtores principais (BRITTO, 2000).

Empresas concorrentes podem formar consórcios por meio de redes horizontais de

cooperação, em decorrência de necessidades mútuas de competências complementares para

atingir os objetivos pretendidos, que, separadamente, não seriam capazes de alcançar, ou para

criar sinergia nas eficácias de suas competências isoladas. Há também os consórcios de redes

de cooperação vertical, quando empresas não concorrentes estabelecidas em diferentes níveis

da cadeia de suprimentos formam alianças, buscando o atendimento aos objetivos de um

determinado empreendimento (BRITTO, 2000; MORO; GLITZ, 2013).

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As alianças também podem ser classificadas pelos tipos de atividades principais

desenvolvidas na cooperação. As atividades podem ser divididas em três domínios distintos:

domínio comercial, domínio técnico ou de produção e domínio financeiro. O QUADRO 4

apresenta cada um dos domínios e as atividades a eles relacionadas (EIRIZ, 2001).

Quadro 4 - Tipos de alianças estratégicas e seus domínios

Comercial

Grupo de exportadores Cooperam para atingir mercados externos.

Acordo de distribuição Relação entre produtora e detentora dos canais de

distribuição.

Acordo de representação Representante de produtos e marcas de outra empresa

para atender ao mercado (cliente).

Central de compras Representante de produtos e marcas de empresas junto a

fornecedores.

Franquia Direito de explorar marcas, produtos, processos ou

técnicas, com certas condições contratuais.

Assistência comercial Assistência em ações de marketing, vendas, etc.

Técnico/

produção

Consócio Empresas com capacidades e competências

complementares no desenvolvimento de projetos.

Formação e/ou

assistência técnica Tem como base a cooperação tecnológica.

Subcontratação Empresa (contratante) subcontrata para outra

(subcontratada) uma parte do seu processo de produção.

Acordo de produção

conjunta Empresas produzem conjuntamente os mesmos produtos.

Acordo de investigação e

desenvolvimento

Empresas procuram desenvolver conjuntamente novos

produtos ou processos produtivos.

Licenciamento de

patentes Concede o direito de exploração de uma patente.

Financeiro

Aquisição de empresa Adquire uma posição majoritária de outra empresa.

Participação minoritária

em empresa

Adquire uma posição inferior a 50% do capital de outra

empresa.

Joint venture Empresas formam uma nova entidade.

Fusão Grau máximo de integração de duas ou mais empresas

que decidem se fundir.

Fonte: Elaborado pelo autor, segundo Eiriz, 2001.

Pelas informações contidas no QUADRO 4, pode-se verificar que, no domínio comercial, são

compreendidas as alianças estratégicas que são criadas para o desenvolvimento das atividades

relacionadas com as ações de compras, marketing e vendas, distribuição de produtos acabados

e serviços pós-vendas. No domínio técnico ou de produção, estão as alianças estratégicas que

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conduzem o desenvolvimento das atividades de produção, gestão de recursos humanos,

investigação e desenvolvimento tecnológico. E, por fim, no domínio financeiro, são

classificadas as alianças em decorrência do capital envolvido e do grau de integração entre as

partes.

Na categorização de Eiriz (2001), as parcerias na forma de consórcios entre empresas

pertencem ao domínio qualificado como técnico ou de produção e são tipos de cooperações

destinadas a contribuir para a complementaridade das capacidades e competências no

desenvolvimento de projetos.

A FIG. 1 mostra os tipos de cooperação que podem ser qualificados como alianças

estratégicas, ou seja, as distintas possibilidades que uma aliança estratégica pode assumir na

classificação da literatura internacional especializada (KLOTZLE, 2002).

Figura 1 - Tipos de alianças estratégicas

Fonte: Adaptado de KLOTZLE, 2002, p. 90.

Para alguns autores, como Jorde e Teece (1989) e Klotzle (2002), o termo “alianças

estratégicas” se aplica a determinados tipos de cooperação entre empresas, ficando restrita às

alianças que proporcionam ganhos de alguma natureza para todas as empresas participantes.

Para Eiriz (2001), as alianças estratégicas são mais amplas, incluindo as fusões e participações

Tip

os d

e A

lian

ça

s E

str

até

gic

as Contratos Unilaterais

Licenças

Acordos de distribuição

Contratos de P&DParticipação Acionária Minoritária

Joint Venture

Contratos Bilaterais

P&D conjunta

Marketing e promoção conjunta

Produção conjunta

Parcerias avançadas com fornecedores

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majoritárias, que podem ser classificadas como estratégicas para uma das partes envolvidas,

mesmo que uma delas seja inteiramente incorporada pela outra.

Não existe uma definição única de alianças estratégicas na literatura, entretanto todas as

definições referenciadas incluem as joint ventures como um importante tipo de aliança

estratégica, e são apresentadas duas formas principais de joint ventures, quanto a ter ou não

uma personalidade jurídica (KLOTZLE, 2002).

As joint ventures são formas de cooperação para atender um objetivo específico. O termo

nasceu das práticas mercadológicas internacionais de alianças entre empresas e foi

introduzido no Brasil em consequência da internacionalização dos termos jurídico e

empresarial, como resultado da globalização (MORO; GLITZ, 2013).

A legislação brasileira não trata de forma específica das joints ventures, que podem

representar parcerias de empresas com ou sem personalidade jurídica. Entretanto existe o

dispositivo legal que trata especificamente dos consórcios, que é o tipo particular de joints

ventures, sem personalidade jurídica, conforme dispositivo previsto na Lei nº. 6.404/1976

(MARTINS, 2009; MORO; GLITZ, 2013). “A Joint venture não configura per si uma forma

legal na legislação societária. No Brasil verifica-se a tendência de joint ventures [...] via

consórcio de empresas” (MARTINS, 2009, p. 3).

A incorporação da definição e do termo ocorreu quando os juízes, estudiosos do assunto,

enquadraram o termo joint venture nas formas da legislação nacional existente sobre a

constituição de empresas, em relação aos assuntos legais em que o termo foi adotado. As

joints ventures temporárias apresentam as mesmas características e podem ser igualadas ao

consórcio tratado na legislação brasileira (GAMBORO, 2000).

2.1.3 Redes e vantagens competitivas

Redes de empresas na construção civil são formadas com o principal propósito de obter

competências complementares e melhorar a posição das empresas participantes em relação

aos concorrentes do setor. Nesse sentido, tem-se que

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Estas redes, além de promover vantagens no âmbito competitivo, promovem um

estreitamento de relações de seus participantes. É imprescindível que a coordenação

dos diversos parceiros seja feita de forma eficiente para a maximização de suas

capacidades, ante o objetivo da rede (ARAUJO; GUERRINI, 2010, p. 1).

Para Barbosa, Zilber e Toledo (2009), as cooperações entre empresas para obtenção de

vantagens competitivas têm sido amplamente estudadas por pesquisadores. As conclusões

desses estudos apontam para o entendimento de que as diversas formas de cooperação geram

alianças estratégicas que fomentam as vantagens competitivas para os membros constituintes.

A revisão de literatura indica que alianças estratégicas são potenciais fontes geradoras de

vantagens competitivas "por propiciar flexibilidade, redução dos custos de transação,

manutenção do enfoque da empresa nas competências essenciais, redução da necessidade da

verticalização e economias diversas" (BARBOSA; ZILBER; TOLEDO, 2009, p. 45).

Child, Faulkner e Tallman (2005) também identificaram as motivações para a formação de

alianças, dentre elas, a necessidade de lidar com mudanças nos estatutos ou barreiras de

investimentos e como forma de alcançar vantagens de integração vertical, buscando as

contribuições dos parceiros numa cadeia de valor.

Os consórcios para realizações de empreendimentos são exemplos das formas de cooperações

que proporcionam melhores chances de obtenção de sucesso no alcance dos seus objetivos. A

cooperação permite desenvolver capacidades para criar novos produtos, processos de

produção, modelos organizacionais e mercados (JORDE; TEECE, 1989).

Empresas que se encontram no mesmo nível da cadeia de produtiva podem formar consórcios

no formato de redes de cooperações horizontais para a realização de um empreendimento bem

definido quanto a escopo e prazo. Empresas de diferentes níveis da cadeia produtiva do

empreendimento podem formar consórcios no formato de redes de cooperações verticais que

complementam e melhoram as competências para o alcance de determinado objetivo

(BRITTO, 2000).

Para Jorde e Teece (1989), as redes horizontais, quando as empresas atuam simultaneamente

de forma competitiva e colaborativa, são capazes de manter a competitividade em relação aos

seus concorrentes, visto que obtêm novos conhecimentos e tecnologias, aprendizagem

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organizacional, produtos complementares, o que permite ampliar a capacidade tecnológica e o

processo de inovação.

2.1.4 Redes entre empresas na construção civil

As empresas responsáveis pela realização de obras na construção civil precisam transpor suas

fronteiras na busca da criação de uma cadeia de fornecedores de produtos e serviços que

possibilite a realização dos empreendimentos. A formação de uma rede de empresas dentro da

cadeia de suprimento da construção e de consórcios com outras firmas do mesmo setor de

atuação pode fornecer vantagens para as organizações individuais participantes da rede

(TUCKER et al., 2001).

No setor de construção de obras, a legislação brasileira regulamentou a formação de redes

entre empresas por meio dos consórcios, conforme a Lei nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976.

“Consórcio significa o agrupamento de sociedades, feito através de um contrato, com a

finalidade de executar determinado empreendimento” (MIRANDA, 2010, p. 4).

O relacionamento entre as empresas da cadeia produtiva da construção é, na maior parte das

vezes, apenas de comércio, sem a ênfase nos benefícios característicos das redes de empresas.

Por outro lado, a formação de rede de empresas na cadeia produtiva pode criar vantagens

competitivas para a conquista de novos empreendimentos, para os parceiros da rede ou para

melhorar o desempenho das obras em execução (CASAROTTO, 2002).

No subsetor de infraestrutura rodoviária, as cooperações entre firmas podem ser estabelecidas

por meio de acordos entre as empresas que atuam de forma concorrente em uma determinada

indústria, entre empresas que atuam em indústrias diferentes, ou ainda entre empresas que

atuam em níveis distintos em uma cadeia de produção. Nesse sentido, a indústria da

construção civil é campo de intensa formação de redes de cooperação entre empresas, e as

formações de consórcios para realização de empreendimentos públicos e privados são

exemplos das formas de cooperações que proporcionam melhores chances de obtenção de

sucesso no alcance de objetivos bem definidos (ARAÚJO; GUERRINI, 2012).

A construção de infraestrutura rodoviária requer a participação de uma variedade de empresas

fornecedoras e executoras de serviços para a implantação do projeto técnico de engenharia,

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uma vez que o “Projeto de Construção envolve várias disciplinas de engenharia e uma rede de

entidades para a execução de um trabalho de qualidade” (TIWARI; SHEPHERD; PANDEY,

2014, p. 7).

Nesse contexto, os fundamentos teóricos expostos, referentes aos tipos de cooperação entre

empresas e ao conceito de alianças estratégicas englobando as redes de consórcios verticais e

horizontais, são suficientes para sua aplicação no estudo de caso objetivando a identificação e

a classificação dos tipos rede em formato de consórcios observados nos contratos das obras de

infraestrutura rodoviária da BR-381/MG, na Região de Belo Horizonte.

As formações de redes de empresas em formato de consórcio para a execuções de obras de

infraestrutura são cada vez mais comuns. Entretanto não foi possível encontrar, sobre esses

consórcios, estudos específicos suficientes para categorizar o seu tipo mais frequente ou a

forma mais recorrente de sua gestão. Isso pode ser devido ao seu caráter temporário, muitas

vezes com duração inferior ao tempo necessário para o desenvolvimento de pesquisas.

2.2 Inovação no tipo de licitação e na forma de contratos

Heinen (2014) afirma que o Regime Diferenciado de Contratação é uma forma de tentar uma

mudança no atual processo de contratação para fornecimento de bens e serviços em relação à

maneira pela qual se procede atualmente. Segundo esse autor, as novidades trazidas pelo RDC

são práticas existentes em entidades internacionais públicas e privadas e na iniciativa privada

no Brasil, entretanto ele se mostra inovador em relação à Lei Geral de Licitações nº

8.666/1993. “O estado está entregando ao particular uma tarefa que tradicionalmente era sua,

qual seja, a confecção do projeto básico” (HEINEN, 2014, p. 40).

O novo regime de licitação instituído pela Lei nº 12.462/2011 permite transferir para as firmas

contratadas as responsabilidades relacionadas com o projeto. Os órgãos licitantes apresentam,

na forma de anteprojeto, um esboço do produto final desejado, ficando a cargo das empresas a

elaboração dos projetos técnicos de engenharia, o que transfere para estas muitos dos riscos

antes de responsabilidade das contratantes (TORRES; DOTTI, 2013).

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Cada vez mais, o RDC vem substituindo a Lei Geral de Licitação nº 8.666/1993 nos processos

de contratação, e são nos critérios que definem o processo de licitação que se percebe, mais

acentuadamente, as inovações do novo regime (SCHWIND, 2014).

2.2.1 Conceito e tipos de inovação

É importante entender a diferença entre invenção e inovação. A invenção é a criação de

produtos ou serviços, processos ou técnicas novas ou com melhorias inéditas. Um produto ou

serviço, um processo ou uma técnica são tecnologicamente novos se apresentam

características diferentes das já existentes. A inovação é caracterizada pela efetiva aplicação

comercial de uma invenção. A diferença conceitual entre técnica e tecnologia é que a técnica

pode ser entendida como a aplicação prática de uma tecnologia (TIGRE, 2006).

Além das inovações tecnológicas de produtos/serviços, processos e técnicas (tecnologia

capacitante), existem também as inovações organizacionais (modelo de negócio). Estas

ocorrem na forma como as empresas são gerenciadas, não abrangendo os processos

produtivos tratados como inovação em processos. As inovações no nível organizacional estão

relacionadas com o formato no qual a empresa estrutura o seu negócio, como são gerenciadas

as relações externas e internas à organização (SCHUMPETER, 1943; TIGRE, 2006).

Quanto à sua origem, a inovação ocorre com o surgimento de novos produtos, processos,

mercados e na própria organização. “O impulso fundamental que põe e mantém em

funcionamento a máquina capitalista procede dos novos bens de consumo, dos novos métodos

de produção ou transporte, dos novos mercados e das novas formas de organização industrial

criadas pela empresa capitalista” (SCHUMPETER, 1943, p.108).

A inovação não tem uma relação estreita apenas com invenções grandiosas, geniais, produto

de habilidades específicas de indivíduos que nasceram com uma capacidade para obter

inspirações de origem indefinida. No âmbito da empresa, para implantar as atividades de

inovação, não são necessárias promoções de mudanças extraordinárias no seu interior. A meta

não é a exclusiva busca por novas tecnologias. Os processos de inovação podem ser

gerenciados por instrumentos, regras e disciplinas aplicados às unidades funcionais da

organização envolvidas na estratégia de inovação (DAVILA; EPSTEIN; SHELTON, 2006).

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Existem vários tipos de inovação. As inovações dos produtos ou processos são chamadas de

inovações tecnológicas. Existem as inovações relacionadas aos novos mercados, novos

modelos de negócio, novos processos e métodos organizacionais, incluídas novas fontes de

suprimentos (ALVES; FREITAS; ROLON, 2014).

Para alavancar a inovação em uma organização, é necessário gerenciar os processos e as

atividades promotoras de inovação. É preciso mapear o estágio atual do potencial de inovação

em tecnologias e modelos de negócio organizacional. Dessa forma, uma inovação pode ser

uma pequena melhoria do que está em funcionamento na organização em termos das

alavancas de tecnologia e modelo de negócio. Pode ocorrer de uma das alavancas ser nova e a

outra constituir uma melhoria do que já existe na empresa. Ou ainda, simultaneamente, uma

nova tecnologia e um novo modelo de negócio. Essas inovações são denominadas,

respectivamente, de inovações incrementais, semirradicais e radicais (DAVILA; EPSTEIN;

SHELTON, 2006). A FIG. 2 mostra as possibilidades de inovação relacionadas por esses

autores. Ela indica que a inovação incremental é decorrente de pequenas mudanças no modelo

de negócio ou na tecnologia estabelecida. Essas melhorias são capazes de prolongar o

posicionamento atual da empresa ou até mesmo de produzir um avanço no atual desempenho

dela (DAVILA; EPSTEIN; SHELTON, 2006).

Figura 2 - Matriz de Inovação

A inovação semirradical é a combinação de uma inovação radical (significativa) com uma

incremental. Pode ser semirradical, voltada para tecnologia ou para o modelo de negócio,

dependendo se for significativa para a tecnologia ou para o modelo de negócio, conforme

caracterizado no QUADRO 5.

A inovação radical é a ocorrência de mudanças significativas na tecnologia e no modelo de

negócio. A interface entre nova tecnologia e novo modelo de negócio é capaz de dar novos

Nova SEMIRRADICAL RADICAL

Semelhante

a existenteINCREMENTAL SEMIRRADICAL

Semelhante ao existente Novo

TE

CN

OLO

GIA

MODELO DE NEGÓCIO

Fonte: DAVILA; EPSTEIN; SHELTON, 2006, p 58.

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rumos à indústria em que a organização atua, proporcionando lideranças vantajosas em

relação aos concorrentes. O planejamento estratégico de futuras inovações, mesmo

incrementais, nas tecnologias e nos modelos de negócios, pode garantir o prolongamento da

vantagem competitiva, desde que tais inovações sejam corretamente gerenciadas (DAVILA;

EPSTEIN; SHELTON, 2006).

Sosna, Rodríguez e Velamuri (2010) afirmam que várias pesquisas sobre inovações

apresentam indicadores de que as mudanças do modelo de negócios das organizações estão

entre as formas mais sustentáveis de inovar.

O QUADRO 5, a seguir, mostra as seis alavancas para a mudança. Três delas estão

relacionadas ao modelo de negócios: a proposta de valor da organização, a cadeia de

suprimento e o cliente-alvo. As outras três estão relacionadas à tecnologia: os produtos ou

serviços, os processos e as tecnologias capacitantes da organização. A inovação está

relacionada com as mudanças em um ou mais desses seis componentes, em que poderá

ocorrer inovação incremental, semirradical e radical (DAVILA; EPSTEIN; SHELTON,

2006).

Quadro 5 - As alavancas para os três tipos de inovação

Alavancas

Tipos de inovação

Alavancas dos Modelos de

Negócios Alavancas Tecnológicas

Proposição

de valor

Cadeia de

Suprimentos

(valor)

Cliente

-alvo

Produtos

e

serviços

Processos Tecnologias

capacitantes

Incrementais Mudanças pequenas em uma ou mais das seis alavancas

Semirradicais

orientadas por

modelo de negócios

Mudanças significativas em

uma ou mais das três alavancas

Mudanças pequenas em uma ou

mais das três alavancas

Semirradicais

orientadas por

tecnologia

Mudanças pequenas em uma ou

mais das três alavancas

Mudanças significativas em uma

ou mais das três alavancas

Radicais Mudanças significativas em

uma ou mais das três alavancas

Mudanças significativas em uma

ou mais das três alavancas

Fonte: DAVILA; EPSTEIN; SHELTON, 2006, p. 59.

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Um dos conceitos de inovação mais adequados é o proposto por Nicholas Donofrio, ex-vice-

presidente executivo de Inovação e Tecnologia da IBM. Segundo ele, inovação é uma

“capacidade de criar novo valor na intercessão entre modelo de negócio e tecnologia.”

(DONOFRIO1 apud DAVILA; EPSTEIN; SHELTON, 2006, p. 59).

As inovações radicais são decorrentes de produtos, serviços e processos com características

nunca antes percebidas e com expressivas melhorias de desempenho ou de custo, capazes de

mudar significativamente os mercados existentes ou de criar novos mercados e nova maneira

de comercializar, como é o caso do surgimento de computadores e telefones celulares. As

inovações incrementais estão relacionadas aos pequenos avanços tecnológicos desses itens

(RICE; LEIFER; O’CONNOR, 2002).

“Modelo de negócios” é um termo utilizado para designar a forma como a empresa irá

operacionalizar todos os seus recursos na sua proposta de criação de valor para o cliente e a

forma como irá gerar valor para a própria empresa. Consiste em identificar o consumidor e o

que ele valoriza e, em seguida, identificar como obter resultados com esse consumidor. É a

lógica econômica fundamental que explica como poderá capturar e entregar valor, com um

custo apropriado (MAGRETTA, 2002). O surgimento da internet possibilitou a criação de um

modelo de negócio inovador com o comercio eletrônico (WIRTZ; SCHILKE; ULLRICH,

2010).

De acordo com Carayannis, Stavros e Walter (2014), o conceito de inovação em modelos de

negócios e o modelo de negócio em si têm o seu fundamento na prática corporativa, gestão

estratégica e economia industrial. No entanto os modelos de negócios não são uma estratégia,

mas constituem o núcleo orientador para uma estratégia, bem como o mapa para decodificar

onde e quando inovar em uma organização. Os autores acima citados explicam que o modelo

de negócio está relacionado com a maneira como uma empresa gera valor para si e seus

clientes, envolvendo os processos gerenciais e toda a cadeia de suprimento para a entrega de

produtos e serviço. O desenho do modelo de negócio de uma organização aponta as alavancas

de maior potencial para a inovação em um dado mercado.

1 CANE, Alan. The brain behind the brains at Big Blue. The Financial Times, 2005.

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Neste estudo de caso, os esforços foram focados na identificação das possíveis inovações

ocorridas em consequência da instituição do RDC. Foram examinadas as mudanças no

sistema de contratação de empresas que podem ter gerado inovações tecnológicas (produtos e

serviços, processos ou técnicas) ou no modelo de negócio (proposta de valor, cadeia de

suprimento, cliente) dos consórcios contratados, conforme classificação vista no QUADRO 5.

2.2.2 Sistema de licitação e a inovação na contratação integrada Design/Build

Sistemas de entrega do projeto abrangem três domínios fundamentais: a organização de

projetos (método de entrega de projeto), a forma de operacionalização e os termos comerciais

(tipo de contrato e regime de remuneração), cada um dos quais deve apoiar-se mutuamente

(DARRINGTON; LICHTIG, 2010).

Cada caso em particular requer escolhas próprias para o sistema de entrega do projeto

(Project Delivery System). O sistema de entrega de projeto engloba o tipo de licitação, o

regime de execução e o método de entrega de projeto. O Tipo de Licitação é relativo ao

método de seleção de empresa, que pode ser do tipo menor preço, melhor técnica ou melhores

técnica e preço. O Regime de Execução é relacionado com a maneira de medir e remunerar a

contratada pelos serviços executados. O Método de Entrega de Projeto diz respeito ao

escopo do projeto, que engloba o escopo do produto a ser entregue e a forma de gerenciar o

projeto e o relacionamento com o proprietário do projeto (AZEVEDO, 2005; THOMSEN,

2013).

Para efetivar a contratação de empresas com o objetivo de implantação de obras de

infraestrutura, o contratante deve estabelecer as regras do processo de seleção das firmas

interessadas. A literatura acadêmica faz referência a três aspectos importantes nos processos

de contratações das empresas executoras de obras de infraestrutura quanto ao:

- Método de entrega de projeto (delivery project method), referente ao escopo do projeto a ser

entregue, que pode ser a entrega do design (projeto técnico), a entrega da construção ou a

entrega do design e da construção integrados.

- Tipo de licitação, referente aos critérios adotados para a escolha da proposta mais vantajosa,

que pode ser a de menor preço global, melhor técnica, ou a de melhores técnica e preço.

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- Regime de execução, está relacionado à forma de medição e pagamento dos serviços

concluídos para fins de remuneração das etapas de implantação do empreendimento.

O Método de Entrega de Projeto (delivery project method) determina as condições de contrato

usadas em um projeto quanto à combinação do design com a construção. O contrato pode

privilegiar a contratação do design separado da construção (Desing-Bid-Build) ou a

contratação integrada, com uma firma ou consórcio, do design e da construção (Design-Build)

(KOPPINEN; LAHDENPERÄ, 2007).

O delivery project method diz respeito às obrigações e ao escopo daquilo que o contratado

deve entregar ao cliente, ou seja, a abrangência do objeto licitado. É um termo utilizado para

descrever os processos de design e construção, incluindo várias formas de acordos destinados

à sua conclusão bem sucedida (GORDON, 1994; DORSEY, 1997; BAI; HEZAM, 2003;

IBBS et al., 2003; WIRAHADIKUSUMAH; ABDUH, 2010; VELLALOS; GORDON,

2012).

O Método de Entrega de Projeto é, principalmente, dividido entre os métodos Design e

Construção (Design/Build - DB) e o método Design, Licitação e Construção (Design Bid

Build - DBB). O método de entrega de DB ocorre quando se verifica a contratação simultânea

dos projetos técnicos de engenharia e da execução, que ficam sob a responsabilidade de um

mesmo contratado (IBBS et al., 2003). Trata-se de uma abordagem antiga que está sendo

considerada como uma nova alternativa de entrega de projeto, visto que, na Mesopotâmia e na

Grécia antiga, os mestres de obras eram responsáveis pelo design e pela construção de todo o

projeto. Esse foi o método mais utilizado até o final do século XIX, quando os avanços

permitiram a separação das áreas de conhecimento de arquitetura e engenharia, e que agora

retorna como uma alternativa ao método DBB (Design Bid Build) (SONGER; MOLENAAR,

1996).

O método de entrega tradicional e mais comumente utilizado nos Estados Unidos é o Design,

Licitação e Construção (Design Bid Build - DBB). Nesse método, observam-se duas fases

distintas bastante nítidas. Primeiro, a fase de contratação e desenvolvimento do design;

posteriormente, a licitação e a contratação da construção do empreendimento (IBBS et al.,

2003).

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O método de entrega de projeto Design-Construção (DB) tem sido cada vez mais adotado por

muitas organizações privadas e do setor público em todo o mundo, graças às suas muitas

vantagens. Entretanto muitos projetos de infraestrutura rodoviária na Indonésia ainda adotam

o método tradicional de Design, Licitação e Construção (DBB), apesar de ser ele considerado,

muitas vezes, incapaz de criar valor para o proprietário da infraestrutura e responsável por

gerar resultados menos desejáveis, tais como custos excessivos, falta de qualidade e atrasos, o

que indica uma desvantagem desse modelo de entrega (DEWI; TOO; TRIGUNARSYAH,

2011).

O método Design e Construção (DB) é uma forma de contrato em que um único contratado é

responsável pelo design e pela construção, e tem se apresentado como um método de entrega

eficaz, que vem ganhado popularidade em todo o mundo (BALSON; GRAY; XIA, 2012). As

partes interessadas optam por contratos segundo o modelo Design e Construção (DB) por

múltiplas razões, como: possibilidade de reduzir o prazo de implantação do projeto, maior

precisão no cálculo do custo inicial, redução do risco, redução no número de responsáveis

envolvidos no projeto e incentivo à inovação nas formas de construção (GRANSBERG;

WINDEL, 2008).

De acordo com Ibbs et al. (2003), um grande número de estudos demonstra que o método de

entrega integrado de Design e Construção (DB) tem sido privilegiado em relação ao método

tradicional de Design, Licitação e Construção (DBB), mesmo que nem sempre o primeiro

tenha se mostrado mais eficaz.

Os clientes, proprietários das obras, em sua maioria, têm uma forma predominante para o

sistema de licitação quanto aos critérios de Tipo de Licitação (seleção de propostas), ao

Regime de Execução (forma de pagamento) e ao Método de Entrega de Projeto (escopo do

projeto). Apesar da grande possibilidade de combinações, não há muitas variações dos tipos

de contratos, porém existem algumas diferenças que favorecem mais uma forma que a outra.

Apresentam-se no QUADRO 6, os diferentes tipos de contratos e alguns dos seus benefícios e

desvantagens gerais (PAKKALA, 2012).

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Quadro 6 - Método de entrega de projeto e a forma de pagamento mais usual

Critério de seleção (Tipo de Licitação) poderá ser o de Menor Valor Global ou a combinação

entre Menor Valor Global e Melhor Técnica, para qualquer que seja a combinação do

método de entrega de projeto e o regime de execução escolhidos.

Método

Entrega

Regime de Execução

(Forma de pagamento) Vantagens Desvantagens

DBB

Preço Fixo (Slump Sum)

Única quantia estipulada de

pagamento para o fornecimento de bens e serviços.

Preferido pelas empresas. As mais eficazes têm melhores margens de lucro. O cliente conhece os preços sem conhecer as possíveis alterações. Ambiente competitivo. Preço de mercado confiável. Potencial de inovação se usado com métodos alternativos de entrega.

Os custos podem exceder a estimativa do projetista. Potencial de reivindicações.

DBB

Preço unitário

Um sistema de pagamento feito em termos de

custos por unidade especificada.

Bom quando quantidades são desconhecidas. Geralmente tem preços mais baixos.

Pode complicar o processo de licitação. Pode causar maiores lances.

DB e

CM

Preço máximo

garantido

Preço máximo pago por bens e

serviços. Normalmente,

usado em DB e métodos CM.

Cliente sabe orçamento. Qualquer economia pode ser compartilhada.

Pode resultar em custos mais elevados, a menos que a economia seja compartilhada.

CM

Custo acrescido de uma taxa fixa

O contratado é pago por todos os custos reais mais

uma taxa acordada.

Contratado garante um lucro fixado e custo indireto. Bom para projetos que têm critérios incertos.

Sem incentivo à inovação e redução de custos. Sem riscos compartilhados.

Fonte: Adaptado de PAKKALA, 2012, p. 63.

Nota: DBB- Método de Entrega de Projeto design, licitação e construção.

DB- Método de Entrega de Projeto design-construção.

CM- Construction Management.

Para a maioria dos projetos com método de entrega de Design, Licitação e Construção (DBB),

a forma de pagamento predominante é por preço unitário das quantidades efetivamente

executadas em um determinado período, geralmente mensal, ou então por preço fixo para

fornecimento de bens e serviços específicos. A maioria dos projetos com método de entrega

Design-Construção (DB) estabelece um preço máximo garantido (GMP), podendo ter critério

de seleção de empresas com previsão de incentivos, com a finalidade de estimular uma

entrega mais rápida ou buscando reduzir os efeitos de possíveis atrasos na interdição das

rodovias durante as obras. Na maioria dos projetos com modelo de entrega de Design-

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Construção, raramente são usados pagamentos por preço unitários (PAKKALA, 2012; KLEE,

2013).

As combinações mais usuais de método de entrega de projeto e regime de execução são

ratificadas pelos estudos publicados pela Construction Management Association of America

(2012), no manual denominado Owner’s Guide to Project Delivery Methods.

Alternativamente, pode-se empregar o modelo de entrega de projetos denominado

Gerenciamento da Construção (Construction Management - CM). É um processo similar ao

modelo tradicional DBB. Nesse caso, o proprietário (contratante) é o responsável pelo design,

pela licitação e pela contratação da construção do empreendimento. No modelo de entrega

CM, o proprietário contrata um gestor que assume a responsabilidade pela administração e

gestão das questões de construção, das atividades do dia a dia e também assume um papel

consultivo do proprietário, porém não tem a obrigação contratual de design e construção. O

proprietário é responsável pela operação e manutenção do projeto, bem como pelos aspectos

de financiamento (PAKKALA, 2012).

Segundo Bastias e Molenaar (2010), os dois métodos de entregas mais comumente utilizados

nas contratações de obras no setor público dos Estados Unidos são o tipo Projeto, Licitação e

Construção (Design/Bid/Build - DBB) e o tipo Projeto e Construção (Design/Build - BD), que

estão esquematicamente representados nas FIG. 3 e 4, respectivamente. Todavia o método de

entrega de projeto de Design (projeto técnicos) e construção (BD), no setor público

americano, começou a ser mais frequentemente usado durante os anos de 1980 e 1990.

Figura 3- Método de Entrega de Projeto (Design)/Licitação/Construção (DBB)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Proprietário da Obra (cliente)

Contrato de Design(Plantas,

Especificações)

Contrato de Construção

Subcontratados

Fornecedores

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Figura 4 - Método de Entrega de Projeto (Design)/Construção (DB)

Fonte: Elaborado pelo autor.

As FIG. 5 e 6 representam os modelos alternativos de entrega de projetos denominados

“gerenciamento da construção” (Construction Management - CM). A FIG. 5 representa o

método de entrega de projeto por gerenciamento da construção sem risco para o gestor (CM).

A FIG. 6 representa o método de entrega de projeto por gerenciamento da construção com

risco para o gestor (CM at Risk).

Figura 5 - Método de entrega de projeto por gerenciamento da construção sem risco para o

gestor (CM)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 6- Método de entrega de projeto por gerenciamento da construção com risco para

o gestor (CM at Risk)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Qualquer tipo de licitação, quanto aos critérios de escolha de proposta mais vantajosa, e

qualquer regime de execução, quanto à forma de pagamento, podem ser usados em conjunto

Proprietário da obra (cliente)

Contrato de Design (plantas, especificações)

Subcontratados

FornecedoresGerenciadora

Proprietário da obra (cliente)

Contrato de Design(plantas,

especificações)

Gerenciadora

Subcontratados

Fornecedores

Proprietário da Obra (cliente)

Contrato de Design (Plantas, Especificações)

Contrato de Construção

Subcontratados

Fornecedores

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com um dos quatro métodos de entrega de projeto que combinam formas de entregar projetos

técnicos e construção, conforme apresentados nas FIG. de 3 a 6.

As especificidades das licitações quanto aos critérios de seleção (menor preço global e melhor

técnica e preço) e o regime de remuneração (preço global fixo e preços unitários) variam de

acordo com os conteúdos dos documentos da solicitação de proposta (request for proposals)

dos agentes contratantes (MOLENAAR; SONGER; BARASH, 1999; IBBS et al., 2003).

Um projeto de construção é uma combinação única de processos que envolvem vários

participantes com diferentes tarefas, que estão sob a influência de vários fatores, incluindo os

riscos relacionados. Não é possível eleger uma única combinação dos requisitos do contrato.

As condições de financiamento, as prioridades do cliente, a dificuldade do projeto, as

circunstâncias sociais e outros fatores são vitais para a seleção das empresas quanto aos

critérios de responsabilidade pelo design e quanto à determinação do melhor valor do

contrato, à forma de remuneração e à alocação de riscos (KLEE, 2013).

É essencial a escolha do tipo de contrato mais adequado quanto ao critério de pagamento à

empresa executora. Ao fazer uma opção, os tomadores de decisões usam seu próprio

conhecimento, sua experiência e sua intuição de acordo com os critérios de seleção

específicos que pretendem adotar para a formalização do contrato (ANTONIOU et al., 2013).

No caso dos processos de contratação de obras públicas, o Regime de Execução diz respeito

aos critérios de medições e pagamentos dos avanços físicos do empreendimento contratado, e

os editais de licitação devem trazer as regras devidamente discriminadas (MOLENAAR;

SONGER; BARASH, 1999).

O proprietário do empreendimento, além de escolher os métodos de entrega de projeto, deve

determinar qual é o método de pagamento a ser aplicado a um contrato, e essa escolha

influencia o desempenho geral do projeto (WIRAHADIKUSUMAH; ABDUH, 2010). A

revisão literária mostra a importância da escolha do tipo de contrato, principalmente no que se

refere à forma de remuneração (ANTONIOU et al., 2013).

Na implantação de uma rodovia, o custo da construção é o de maior valor entre todas as

etapas do projeto. É por essa razão que o critério de seleção das empresas, dos tipos de

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contratos escolhidos e das formas de pagamento é de fundamental importância para garantir

os custos de construção dentro dos limites de financiamento aprovados (VELLALOS;

GORDON, 2012).

O tipo de licitação é o critério adotado para a seleção da proposta mais vantajosa e diz

respeito às regras estabelecidas para a determinação da empresa vencedora, tais como: as

licitações do tipo menor preço global ou a combinação de melhor técnica e preço

(MOLENAAR; SONGER; BARASH, 1999).

Tradicionalmente, as obras de infraestrutura rodoviária são concedidas aos licitantes que

apresentam a proposta de menor preço total. Muitas vezes, focar nessa proposta reduz a

atenção para os critérios de qualidade e prazo de conclusão, fatores que afetam o desempenho

do projeto (WIRAHADIKUSUMAH; ABDUH, 2010).

A opção pela contratação integrada do design e construção por meio de um mesmo processo

de licitação foi caracterizada, na literatura acadêmica, como uma forma de inovação no

modelo de contratação entre o poder público e os construtores. A utilização de um anteprojeto

referencial para a contratação simultânea do projeto executivo e da construção constitui

eficácia e inovação na integração entre design/construção (design/build), em contraponto à

prática comum do setor público de primeiramente concluir os projetos técnicos executivos,

para posteriormente contratar os serviços de construção (MOLENAAR; SONGER;

BARASH, 1999).

Os órgãos públicos ainda são resistentes quanto a abrir mão do controle do design na forma

tradicional de primeiro contratar e concluir o design executivo para depois, separadamente,

contratar os serviços de construção (SONGER; IBBS, 1995).

2.2.3 Lei nº 12.462/2011-RDC e as inovações em relação à Lei de Geral de Licitações nº

8.666/1993

A importância dos investimentos em obras públicas pode ser verificada pelos seus efeitos.

Uma das consequências dos investimentos em infraestrutura básica de utilidade pública é a

sua capacidade de motivar novos investimentos, que, feitos em determinados setores, geram

reservas por meio da expansão da economia, as quais acomodam as novas capacidades criadas

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em decorrência desse crescimento, e essas reservas podem ser a origem de novos

investimentos (MONTES; REIS, 2011).

Os investimentos em infraestrutura rodoviária são de responsabilidade do governo devido à

sua função de utilidade pública e a sua importância como setor-chave para o desenvolvimento

da Nação. Assim, os investimentos na ampliação da malha rodoviária, o aumento da

capacidade de fluxo das rodovias existentes e a manutenção dessas rodovias na fase de

operação integram os programas de governo para desenvolvimento e crescimento econômico

local, regional e do País. Tidd, Bessant e Pavitt (2005) indicam a importância dos

investimentos públicos nas estratégias de inovação das empresas.

No Brasil, em 1993, o governo federal instituiu a Lei Geral de Licitações n° 8.666/1993, que

trata dos processos de contratações com a administração pública, inclusive a contratação de

empresas para a implantação das infraestruturas básicas (BRASIL, 1993).

Em 2011, instituiu-se a Lei nº 12.462/2011, que trata especificamente de contratações

relacionadas aos eventos esportivos da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. Essa lei

propiciou a oportunidade de formalização de contratos com características semelhantes aos

observados em outros países, conforme registrado na literatura internacional sobre o tema e

mencionado no capítulo anterior (BRASIL, 2011).

É de responsabilidade da União elaborar a legislação sobre normas gerais de licitação e

contrato com o Poder Público, de acordo com o que está determinado no inciso XXVII, do art.

22, da Constituição Federal (BRASIL, 1988). Dessa forma, dadas as condições de urgência

para a construção das infraestruturas demandadas pelos eventos da Copa do Mundo de

Futebol de 2014, incluindo a Copa das Confederações de 2013, e das Olímpiadas de 2016, na

cidade do Rio de Janeiro/RJ, o governo brasileiro, em 2011, instituiu o Regime Diferenciado

de Contratações Públicas (RDC), com o propósito de alcançar as metas de construções

necessárias para atender aos eventos (QUINTELLA, 2014).

Além das obras diretamente relacionadas aos eventos, também podem ser contratadas pelo

regime da Lei do RDC, as obras de infraestrutura situadas a uma distância de até 350 km do

local dos eventos, conforme prevê o conteúdo da Lei nº 12.462, em seu inciso II, do artigo 1º

(BRASIL, 2011).

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O Regime Diferenciado de Contratação é uma lei que vem complementar e apresentar

alternativas inovadoras em relação à Lei nº 8.666/1993 e à Lei do Pregão. A “condição de lei

especial não revoga qualquer disposição das leis existentes, mas, inovando o sistema jurídico,

confere especial tratamento para as situações de fato que regula” (FERREIRA; SANTOS,

2012, p. 174). “A Lei nº 12.462/2011 é norma geral de licitações, responsável por prever

aquilo que é essencial acerca do Regime Diferenciado de Contratações e aplicável por todos

os entes da federação. Crê-se, ainda, na possibilidade jurídica de sua coexistência com a Lei

nº 8.666/1993” (QUINTELLA, 2014, p. 7).

A criação do RDC foi motivada pela urgente necessidade da administração pública de ter um

instrumento capaz de proporcionar maneiras mais ágeis, econômicas e eficientes de

contratação pública, predominantemente para as obras de infraestrutura destinadas a abrigar

os eventos esportivos, haja vista a morosidade dos processos de contratação fundamentados

na Lei nº 8.666/1993 (KRAWCZYK, 2012; QUINTELLA, 2014).

A responsabilidade de ser a sede de eventos de proporções mundial motivou a necessidade de

se repensarem os habituais processos de contratação pública, de onde se conclui ser

indispensável alterar o regime tradicional de licitatório, “apresentando-se outro modelo, que

foca em resolver os problemas desses acontecimentos esportivos” (HEINEN, 2014, p. 37).

Ainda quanto à necessidade de novas formas de contratação pública, Quintella (2014, p. 2)

entende que

O tempo é exíguo, as adequações necessárias diversas e a prerrogativa de ser sede é

também o dever de bem sediar os eventos. Tornou-se deveras importante a

contratação eficaz, sobretudo, de obras e serviços para aprimoramento da estrutura

interna brasileira.

Os objetivos do RDC estão descritos no art. 1º, §1º da Lei nº 12.462/2011: a) ampliação da

eficiência nas contratações e competitividade entre os licitantes; b) troca de experiências e

tecnologias e uma melhor relação custo/benefício para o setor público; c) fomento à inovação

tecnológica; e d) tratamento isonômico dos licitantes e seleção da proposta mais vantajosa.

Uma importante inovação, quando comparada com a tradicional Lei de Licitações, é a

possibilidade da contratação integrada, que permitirá ao contratado elaborar soluções mais

adequadas, técnica e economicamente mais viáveis (OLIVEIRA; FREITAS, 2011).

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De acordo com Bicalho (2013), O RDC também inova ao privilegiar a inversão de fase nos

processos de licitação em que, tradicionalmente, todos os documentos de habilitação de todas

as empresas são analisados para, posteriormente, os preços apresentados serem avaliados.

Apesar de prevista na Lei nº 8666/1993 (BRASIL, 1993), o RDC passa a privilegiar a

inversão de fase (BRASIL, 2011).

A fase de apreciação de preços precederá a fase de habilitação, o que conduz a uma maior

agilidade no processo de licitação, visto que a administração analisará somente os documentos

formais de habilitação do licitante vencedor. De forma extraordinária, a fase de habilitação

poderá anteceder a fase do preço, hipótese que deverá ter a previsão no edital de licitação

(OLIVEIRA; FREITAS, 2011; BICALHO, 2013).

A inversão das fases nos processos de licitações favorece a eficiência durante as etapas de

contratações por meio do RDC, “afinal o dispêndio de tempo e recursos para o exame dos

requisitos de habilitação de um licitante que, ao final, não apresentará a melhor proposta à

Administração Púbica vai de encontro às diretrizes emanadas dos princípios da eficiência”

(OLIVEIRA; FREITAS, 2011, p. 14).

Na implantação de um projeto, ultrapassada a etapa de licitação e formalização da

contratação, de forma mais ágil com a utilização da inversão da fase de análise da proposta

comercial e da documentação das empresas concorrentes, o RDC também possibilita maior

rapidez na fase de implantação da infraestrutura, por meio da contratação integrada. A

contratação integrada de design e construção (DB) é um tipo de contrato já utilizado em

outros países, como Espanha, Portugal, Inglaterra, Estados Unidos. “O Estado está entregando

ao particular uma tarefa que tradicionalmente era sua, qual seja, a confecção do projeto

básico” (HEINEN, 2014, p. 40). Caberá a uma única contratada o dever de elaborar os designs

executivos e a construção da obra.

Se comparado aos métodos previstos pela Lei nº 8.666/1993, o RDC inovou na forma de

contratar as empresas responsáveis pela implantação das obras ao possibilitar um novo

método de entrega de projeto denominado Contratação Integrada. A diferença inovadora entre

o RDC e os demais dispositivos legais de contratação é a possibilidade dessa contratação

integrada, sem a necessidade da elaboração prévia dos designs executivos aprovados pela

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administração pública, de forma que, no caso da contratação integrada, a empresa vencedora

assume a responsabilidade por sua elaboração (OLIVEIRA; FREITAS, 2011).

A contratação integrada é aquela referente à existência de um único contrato para a entrega do

design e da construção, por meio do método de entrega de projeto DB (Design/Build). A

contratação integrada é condicionada ao Regime de Execução por preço global, haja vista a

incompatibilidade de se atribuir a elaboração do design à mesma empresa responsável pela

construção da obra, em um contrato com o Regime de Execução (critério de pagamento) por

preço unitário (PAKKALA, 2012).

A contratação integrada, conceitualmente, é o tipo de contrato que engloba o Design/Build e o

lump sum (montante fixo), ou seja, o projeto técnico de engenharia (design) e a construção

pelo regime de preço global, que, no cenário internacional, conquistou espaços em vários

países nas últimas duas décadas (França, Inglaterra, Grécia, Suécia, México, EUA, Austrália,

Tailândia, Cingapura, Croácia, Indonésia), em obras de edificações, creches/escolas,

hospitais, rodovias e ferrovias e instalações industriais (BRUTO, 2013).

As soluções de design originam as quantidades a serem executadas e o Método de Entrega

Integrado (BD) deve favorecer a eficácia do projeto por meio de soluções técnicas que

minimizem as quantidades, consequentemente, os custos do empreendimento. Assim, o RDC

possibilita a contratação integrada para obras e serviços de engenharia (art. 9º da Lei nº

12.462/2011), com a condição de se adotar a forma de pagamento (Regime de Execução) de

empreitada integral ou por preço global.

O artigo 9º da Lei nº 12.462/2011 define que a Contratação Integrada “compreende a

elaboração e o desenvolvimento dos projetos básico e executivo, a execução de obras e

serviços de engenharia, a montagem, a realização de testes, a pré-operação e todas as demais

operações necessárias e suficientes para a entrega final do objeto” (BRASIL, 2011).

A Lei nº 12.462/2011, em seu artigo 2º, estabelece que Empreitada Integral é “quando se

contrata um empreendimento em sua integralidade, compreendendo a totalidade das etapas de

obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua

entrega ao contratante em condições de entrada em operação” (BRASIL, 2011).

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O artigo 2º da Lei nº 12.462/2011 define que Empreitada por Preço Global é “quando se

contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total” (BRASIL, 2011).

Existe uma semelhança entre a contratação integrada e a empreitada integral. A contratação

integrada é uma espécie de empreitada integral, a diferença é que, na primeira, a

administração pública não tem a responsabilidade de elaborar os designs executivos, ou seja,

na empreitada integral os designs podem ser de competência do poder público (HEINEN,

2014).

Para os processos licitatórios de contratação integrada, deverá ser apresentado, no instrumento

convocatório, o anteprojeto de engenharia com informações suficientes para garantir a

igualdade de condições entre os licitantes. Ele deverá conter as seguintes informações,

conforme consta na Lei nº 12.462/2011 em seu art. 9º, § 2º, inciso I: a) a demonstração e a

justificativa do programa de necessidades, a visão global dos investimentos e as definições

quanto ao nível de serviço desejado; b) as condições de solidez, segurança, durabilidade e

prazo de entrega; c) a estética do projeto arquitetônico; e d) os parâmetros de adequação ao

interesse público, à economia na utilização, à facilidade na execução, aos impactos ambientais

e à acessibilidade (OLIVEIRA; FREITAS, 2011).

A transferência da elaboração dos designs para as empresas contratadas produz uma economia

de esforço e de tempo para a administração pública durante a fase interna do processo de

contratação. O RDC insere uma inovação ao permitir que o próprio vencedor da licitação

prepare os projetos básico e executivo (designs), tendo como referencial o anteprojeto

preparado pela administração, fazendo com que a empresa contratada assuma os riscos

inerentes aos projetos técnicos de sua responsabilidade, inclusive as suas ocasionais

imperfeições (TORRES; DOTTI, 2013).

O RDC está em processo de evolução e a sua consolidação ainda não pode ser vislumbrada

em um horizonte próximo, assim, “não podemos nos enganar ao pensar que ele tenha chegado

à fase adulta. Ao contrário, acredita-se que viva a mais pulsante adolescência, repleto de

conflitos, dúvidas, acertos e erros, [...] que esta fase deste ciclo da existência revela.”

(HEINEN, 2014, p. 45).

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61

Apesar da nítida fase evolucionária da Lei do RDC, é possível traçar diferenças nítidas entre

ela e a Lei Geral de Licitações nº 8.666/93. O comparativo dos conteúdos de suas cláusulas

evidencia os aspectos de cada uma, conforme paralelo apresentado no QUADRO 7.

Quadro 7 - Abrangência da aplicação das Leis nº 12.462/2011 e nº 8.666/93

Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011 Lei Geral de Licitações nº

8.666/93

Art. 1º É instituído o Regime Diferenciado de Contratações

Públicas (RDC), aplicável exclusivamente às licitações e

contratos necessários à realização:

I - Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016;

II - Copa das Confederações da - FIFA 2013 e da Copa do Mundo

FIFA 2014;

III - Obras de infraestrutura e de serviços para os aeroportos das

capitais dos Estados distantes até 350 km das sedes dos eventos

referidos nos incisos I e II.

IV - Ações integrantes do Programa de Aceleração do

Crescimento (PAC);

V - Obras e serviços de engenharia no âmbito do Sistema Único

de Saúde - SUS;

VI - Das obras e serviços de engenharia para construção,

ampliação e reforma de estabelecimentos penais e unidades de

atendimento socioeducativo;

VII – Obras estaduais e serviços de engenharia relacionados a

melhorias na mobilidade urbana ou ampliação de infraestrutura

logística;

VIII – Obras estaduais e serviços de engenharia relacionados a

projetos financiados por Bancos Oficiais.

Nova redação do Projeto de conversão: Art. 1º Fica instituído o

Regime Diferenciado de Contratações Públicas - RDC aplicável a

licitações e contratos administrativos no âmbito da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, poderá contemplar

ainda os serviços de manutenção e/ou operação do objeto

executado por prazo não superior a 5 (cinco) anos, contado da

data da entrega da obra (isto revoga os incisos anteriores).

Art. 1º Esta Lei estabelece

normas gerais sobre licitações e

contratos administrativos

pertinentes a obras, serviços,

inclusive de publicidade,

compras, alienações e locações

no âmbito dos Poderes da União,

dos Estados, do Distrito Federal

e dos Municípios.

Parágrafo único. Subordinam-se

ao regime desta Lei, além dos

órgãos da administração direta,

os fundos especiais, as

autarquias, as fundações

públicas, as empresas públicas,

as sociedades de economia mista

e demais entidades controladas

direta ou indiretamente pela

União, Estados, Distrito Federal

e Municípios.

Art. 1º, § 2º A opção pelo RDC deverá constar de forma expressa

do instrumento convocatório e resultará no afastamento das

normas contidas na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, exceto

nos casos expressamente previstos nesta Lei.

Sem correspondente.

Art. 4º, inciso III - Busca da maior vantagem para a

administração pública, considerando custos e benefícios, diretos e

indiretos, de natureza econômica, social ou ambiental, inclusive

os relativos à manutenção, ao desfazimento de bens e resíduos, ao

índice de depreciação econômica e a outros fatores de igual

relevância.

Sem correspondente.

(Continua)

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62

Quadro 7 - Abrangência da aplicação das Leis nº 12.462/2011 e nº 8.666/93

Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011 Lei Geral de Licitações nº

8.666/93

Art. 6º Observado o disposto no § 3º, o orçamento previamente

estimado para a contratação será tornado público apenas e

imediatamente após o encerramento da licitação, sem prejuízo da

divulgação do detalhamento dos quantitativos e das demais

informações necessárias para a elaboração das propostas.

Sem correspondente.

Art. 8º Na execução indireta de obras e serviços de engenharia

são admitidos os seguintes regimes:

I - empreitada por preço unitário;

II - empreitada por preço global;

III - contratação por tarefa;

IV - empreitada integral;

V - contratação integrada.

Art. 10º As obras e serviços

poderão ser executados nas

seguintes formas:

II - execução indireta, nos

seguintes regimes:

a) empreitada por preço global;

b) empreitada por preço unitário;

c) (Vetado).

d) tarefa;

e) empreitada integral.

Art. 8º, § 3º O custo global de obras e serviços de engenharia

deverá ser obtido a partir de custos unitários de insumos ou

serviços menores ou iguais à mediana de seus correspondentes ao

Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção

Civil (Sinapi), no caso de construção civil em geral, ou na tabela

do Sistema de Custos de Obras Rodoviárias (Sicro), no caso de

obras e serviços rodoviários.

Sem correspondente, porém esta

redação era incluída anualmente

nas Leis de Diretrizes

Orçamentárias (LDO).

Art. 9º Nas licitações de obras e serviços de engenharia, no

âmbito do RDC, poderá ser utilizada a contratação integrada,

desde que técnica e economicamente justificada e cujo objeto

envolva, pelo menos, uma das seguintes condições:

I – inovação tecnológica ou técnica;

II – possibilidade de execução com diferentes metodologias; ou

III – possibilidade de execução com tecnologias de domínio

restrito no mercado.

1º A contratação integrada compreende a elaboração e o

desenvolvimento dos projetos básico e executivo, a execução de

obras e serviços de engenharia, a montagem, a realização de

testes, a pré-operação e todas as demais operações necessárias e

suficientes para a entrega final do objeto.

Sem correspondente.

Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado das Leis nº 12.462/2011 e nº 8.666/1993.

A Lei nº 12.462/2011 é um conjunto de normas em evolução, ainda em processo de

consolidação (BICALHO, 2013). Em 2014, o Congresso Nacional propôs uma reformulação

dessa lei, buscando contemplar, de forma generalizada, o domínio de aplicação do RDC,

transformando-o em uma lei geral de licitações para todos os tipos de contrato, para todas as

(Continua) (Conclusão)

ua)

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63

esferas administrativas da Federação (ALMEIDA, 2014). Essa atualização do RDC ocorrida

em 2014 ampliou a sua utilização, porém limitada aos casos previstos no Art. 1º, da Lei nº

12.462/2011, conforme descrito no QUADRO 7.

O referencial teórico referente aos tipos de inovações, ao sistema de contratação utilizado nas

obras de infraestrutura e ao Regime Diferenciado de Contratação possibilita a categorização

do Método de Entrega de Projeto (escopo do projeto), do Tipo de Licitação (critério de

escolha do vencedor), do Regime de Execução (forma de pagamento), além da identificação

de eventuais inovações decorrentes do RDC.

A nova redação Lei nº 12.462/2011 ampliou a possibilidade de aplicação do RDC, incluindo

contratos para obras socioculturais e penitenciárias. Dessa forma, o RDC, de uma abrangência

inicial restrita vinculada à Copa do Mundo Futebol de 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016,

com a nova redação poderá ser utilizado nas licitações e contratações públicas de forma mais

abrangente, nos moldes de um regime geral de licitações (QUINTELLA, 2014).

2.3 Gestão de cadeia de suprimento

Muitas organizações redefinem suas fronteiras com base em suas competências e na forma de

se relacionar com os agentes à montante e à jusante em suas cadeias de suprimento. A fixação

das fronteiras da empresa está relacionada às suas competências centrais e às decisões de

fazer internamente ou comprar de fornecedores. As fronteiras são estabelecidas ao definir as

atividades realizadas internamente que geram mais valor agregado ao cliente, com o objetivo

de conquistar uma vantagem competitiva sustentável (HAMEL; PRAHALAD, 1990; QUINN;

HILMER, 1994).

As empresas focais passaram a dar atenção à sua cadeia de suprimento, objetivando criar

parcerias com os seus fornecedores e compradores para melhor se adequar à realidade

concorrencial estabelecida nos mercados globalizados, com a intenção de aumentar a

competitividade, o que faz com que a concorrência, algumas vezes, aconteça entre cadeias de

suprimento (DI SERIO; SAMPAIO, 2001).

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64

2.3.1 Definição de cadeia de suprimentos

Segundo Kaare e Koppel (2012, p. 258), a Cadeia de Suprimentos é “a rede de organizações

que estão envolvidas, através de ligações à montante e à jusante, em vários processos e

atividades que produzem valor na forma de produtos e serviços”. A cadeia de suprimentos

para construção de rodovias é considerada uma fonte integradora na busca de soluções para as

restrições sobrevindas de sua natureza temporária e de sua complexidade técnica e executiva.

A gestão da cadeia de suprimento (Supply Chain Management - SCM) abrange todos os

participantes da cadeia e não apenas suas partes, níveis ou agentes, individualmente. Tem

como objetivo aumentar a transparência, o alinhamento e a configuração da cadeia de

suprimentos, independentemente das fronteiras funcionais ou corporativas, com uma visão

global do fluxo da produção (COOPER; ELLRAM, 1993).

A SCM na construção requer que o gestor tenha habilidade de adequar a cadeia de

suprimentos a cada ambiente particular de obra, visto que os projetos de construção têm

exigências altamente personalizadas e a cadeia de suprimento tem de se adaptar de acordo

com as prioridades do cliente (TIWARI; SHEPHERD; PANDEY, 2014).

Na área acadêmica, grande parte dos estudos e pesquisas de SCM é realizada na indústria de

transformação. A aplicação de gestão da cadeia de suprimentos na construção civil é

relativamente nova, com poucas pesquisas realizadas, principalmente em estudos de caso. Um

dos primeiros relatos documentados acerca da cadeia de suprimento da construção data de

1985, aplicada para melhorar o custo, controle e coordenação da construção (TIWARI,

SHEPHERD e PANDEY, 2014).

A maioria das definições de cadeia de suprimento destaca o componente econômico das

relações entre as organizações que a compõem. “Uma cadeia de suprimentos é um sistema

composto por múltiplas empresas conectadas através de ligações econômicas com o propósito

de produzir um bem ou serviço a um usuário final” (ISATTO, 2005, p. 40). Esse autor destaca

a necessidade de identificar o que não é cadeia de suprimento, prioritariamente em relação à

distinção entre as definições de cadeia de valor e cadeia de produção.

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65

2.3.2 Definição de cadeia de valor

A cadeia de valor propõe descrever a empresa por meio de suas atividades. Para Barney

(1991), o conceito de cadeia de valor foi introduzido por Porter, em 1985, para auxiliar os

gestores a isolar potenciais recursos vantajosos das empresas. Para este autor, a cadeia de

valor é a representação interna da organização por meio de suas atividades, sobre a qual são

aplicados os esforços indicados na estratégia das 5 forças de Porter. É o momento em que a

teoria de Porter analisa interior da organização para a sua reordenação, orientada pela

estratégia das 5 forças, objetivando alcançar o posicionamento estratégico único que lhe

confira vantagem competitiva (BARNEY, 1991).

Para Porter (1985), a análise, a identificação e o foco nas principais atividades de criação de

valor de uma empresa poderiam criar vantagem competitiva em relação aos concorrentes. A

cadeia de valor é o grupo de atividades principais e secundárias que uma organização realiza

para criar valor para os seus clientes, incluindo as atividades de apoio, conforme representado

na FIG. 7.

Figura 7 - Cadeia de valor de Michel Porter

Apesar de se mostrar semelhante ao conceito de cadeia de suprimento, o conceito de cadeia de

valor, criado por Porter (1985), analisa o interior da organização, enquanto a cadeia de

Fonte: PORTER, 1985, p. 35.

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suprimento abrange o exterior da organização em direção aos fornecedores e clientes

(ISATTO, 2005).

Cadeia de valor é o conjunto das atividades internas à empresa que convertem recursos em

produtos, em que o foco nas atividades permite perceber o modo como uma firma aplica seu

tempo e recursos para alcançar os objetivos empresariais. São os processos de que as

organizações dispõem para criar um produto que terá um determinado valor percebido pelo

cliente. A margem indicada na FIG. 7 é a diferença entre esse valor percebido para o produto

e os custos das atividades realizadas para a produção (SANTOS et al., 2010).

Segundo Hexsel et al. (2008), as estratégias de empresas orientadas pela visão baseada em

recursos buscam explorar as competências essenciais da cadeia de valor para alcançar

vantagem competitiva no mercado de atuação. As firmas com enfoque nas estratégias

genéricas de adaptação aos efeitos do ambiente externo procuram reestruturar a sua cadeia de

valor em virtude das exigências dos mercados. Esses autores afirmam que, nas duas visões

estratégicas, o objeto de atenção dos gestores é a cadeia de valor da organização.

2.3.3 Definição de sistema de valor

A teoria da reestruturação da cadeia de valor para encontrar uma posição no mercado foca na

analise individual da empresa e não da indústria como um todo. Entretanto Porter (1985)

propõe visualizar a empresa dentro da indústria através do Sistema de Cadeia de Valores, por

meio da representação conjunta da Cadeia de Valor da Empresa Focal e dos fornecedores e

compradores (FIG. 8).

Figura 8 - Sistema de Valor

Fonte: PORTER, 1985.

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A Empresa Focal pode executar apenas algumas atividades da criação do produto, enquanto

as demais são realizadas por outras empresas de seu relacionamento, de maneira que as

atividades podem ocorrer em diferentes locais. As terceirizações podem transferir algumas

atividades que originalmente são realizadas pelas empresas focais para outras empresas,

reduzindo ainda mais as atividades executadas internamente (SANTOS et al., 2010).

Certamente, o agrupamento de todas as atividades principais e de apoio do sistema de valor

em uma única representação resultará na cadeia de valor da indústria analisada. Ao adaptar

uma cadeia de valor genérica para a indústria da construção civil, é possível indicar as

atividades operacionais (funções de operações) e as tendências à formação de consórcios com

empresas situadas à montante e à jusante das atividades de produção (CASAROTTO, 2002),

conforme observado na FIG. 9, adiante.

Nessa perspectiva, em que a cadeia de valor genérica é representada pelo agrupamento de

todas as atividades principais e de apoio de todas as empresas envolvidas no sistema de valor

para a criação de produtos, a cadeia de suprimento seria um subconjunto dessa cadeia de valor

estendida (sistema de valor), visto que a cadeia de suprimento analisa os fluxos de materiais,

de informações e financeiro das atividades principais, com pouca ou nenhuma atenção para as

atividades de apoio (SANTOS et al., 2010).

Fonte: CASAROTTO, 2002, p. 78.

Marketing: -Promoção -Marca -Feiras -Assist. Técnica

Funções Opera-

cionais

Infraestru tura

Logística Aquisição: -Compras; -Estocagem; -Transporte de matérias- primas; -Projetos.

Produção -Construção -Custos -Logística da obra -Subcon-

tratações

Comercialização/ Logística no exterior: -Vendas de serviços e produtos -Concorrências -Obras no

exterior

REPASSE CONSÓRCIO

P&D: -Atuação setorial -Desenvolvi-mento de produtos -Tecnologia de processo

Tecnologia de Gestão: RH, qualidade, planejamento, gestão financeira, etc.

M

A

R

G

E

M

Figura 9 - Cadeia de valor para a construção civil

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2.3.4 Definição de cadeia produtiva

Merece destaque a diferenciação dos conceitos de cadeia de suprimento e cadeia produtiva. A

cadeia produtiva analisa a empresa de acordo com a etapa de transformação da qual faz parte.

A unidade focal ainda é a empresa, porém a análise da cadeia produtiva prioriza as relações

entre os setores econômicos das etapas de transformação, enquanto a cadeia de suprimento

prioriza as relações econômicas individuais entre empresas da cadeia (ISATTO, 2005).

De acordo com o Instituto de Pesquisas Econômicas Avançadas – IPEA (2000), a cadeia

produtiva é o conjunto articulado de atividades/operações econômicas, técnicas comerciais e

logísticas, das quais resultam um produto ou serviço final; ou, ainda, a sucessão das relações

fornecedor/cliente, estabelecidas em todas as operações de produção e comercialização

necessárias à transformação de insumos em produtos ou serviços usados pelo cliente final.

Neste estudo de caso, dentro das definições apresentadas no referencial teórico, destaca-se a

cadeia de suprimento das atividades de execução da obra de um dos contratos de

infraestrutura rodoviário da BR-381/MG, na Região de Belo Horizonte, em sua fase inicial.

2.4 Modelo de representação de atores e recursos para operacionalização e

reconfiguração de rede de construção civil

O modelo de representação de obras de construção civil busca reproduzir os componentes da

rede, mostrando os recursos e os atores que são necessários para operar os processos e as

atividades de construção do empreendimento. A criação de um modelo de representação tem

por objetivo apontar os processos e as atividades das etapas de uma obra e as relações entre os

seus vários componentes, o que propicia estabelecer orientações para a obtenção de sucesso

para as redes de cooperação em consórcio de construção de obra de grande porte (SALMAN

et al., 2007).

As redes de empresa constituídas para a implantação de obras de infraestrutura permanecem

pelo período de tempo que durar a sua construção. O ciclo de vida da rede é constituído pelas

etapas de criação, operação, reconfiguração e dissolução. “Entende-se que a rede opera como

uma empresa virtual, cujo ciclo de vida é delimitado, já que a obra de grande porte também

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tem essa delimitação temporal, passando pelas fases de criação, operacionalização e

reconfiguração e dissolução.” (ARAÚJO, 2012, p. 23).

Para Araújo e Guerrini (2010, p. 6), “a operacionalização é a real fase de geração de valores.

O processo de negócio ‘Produzir’, no caso da construção civil, ‘Construir’, é verificado na

fase de operacionalização”.

O objetivo do modelo de representação é proporcionar uma rotina para os processos de

operacionalização e de reconfiguração das relações entre os atores e os recursos de uma

maneira eficaz para as etapas de execução de uma obra. Sistematiza-se o processo de

reconfiguração da rede de acordo com a necessidade de mudanças na forma de

operacionalização das atividades de construção (ARAÚJO, 2012).

As representações conceituais (FIG. 10, 11 e 12) mostram os fundamentos utilizados para a

construção do Modelo de Atores e Recursos para Operacionalização da Rede, e, segundo a

autora acima citada,

Todas as seções do trabalho que apresentam resultados que auxiliam o alcance do

objetivo da pesquisa utilizam a metodologia de modelagem EKD (Enterprise

Knowledge Development) apresentada por Bubenko2 Jr. et al. (2001), tentando

elucidar as questões das fases da pesquisa. O EKD é uma coleção integrada de

métodos, técnicas e ferramentas para apoiar o processo de análise, planejamento,

projeto e mudanças de um negócio (ARAÚJO, 2012, p. 20).

A FIG. 10 apresenta a estrutura conceitual para desenvolvimento de modelo de referência

criado conforme a metodologia de modelagem EKD (Enterprise Knowledge Development) e

mostra o encadeamento lógico dos tópicos referenciados como fundamentação para o

desenvolvimento do modelo. Os aspectos apontados na FIG. 10 foram os que deram suporte

ao objetivo principal do modelo e delimitaram o escopo nas áreas de conhecimento abordadas

(ARAÚJO, 2012).

As redes de colaboração, no contexto da construção civil, são essenciais para a condução e

conclusão dos projetos. Para a elaboração do modelo, foram identificados e pesquisados os

2 BUBENKO JR., J. A.; BRASH, D.; STIRNA, J. EKD User guide. Department of Computer and Systems

Sciences. Stockholm: Royal Institute of Technology, 2001.

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resultados de estudos de redes de construção realizados na Suíça, Alemanha e Inglaterra

(ARAÚJO, 2012).

Figura 10 - Estrutura conceitual para desenvolvimento de Modelo de Referência

A partir dos estudos realizados nos países citados, a autora elaborou a estrutura conceitual,

apresentada na FIG. 10, indicando o agrupamento dos componentes dos conceitos que

ajudaram a criar o modelo de recursos e atores.

Araújo (2012) criou um modelo de integração a partir do mapeamento dos atores e recursos

dentro da construção civil, tendo como objeto de estudo uma obra de ampliação da linha

subterrânea do metrô de São Paulo.

Na FIG. 11, a seguir, evidencia-se o modelo de conceitos para colaboração em redes de

construção de obras, que ajudou a fundamentar a criação do modelo de recursos e atores para

a fase de operacionalização nessas redes.

Fonte: ARAÚJO, 2012, p. 23.

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Figura 11 - Agrupamento das entidades do Modelo de Conceitos para a

Operacionalização e Reconfiguração em Redes de Construção Civil

Fonte: ARAÚJO, 2012, p. 67.

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O principal aspecto mostrado na FIG. 11 é o esboço da possibilidade de agrupamento de

processos relacionados a um mesmo conceito para a criação do modelo final. Araújo (2012)

demonstrou a integração dos componentes e descreveu as motivações ligadas aos

agrupamentos de processos.

Nas figuras apresentadas, é possível observar a evolução do mapeamento prévio do Modelo

de Representação de Atores e Recursos para Operacionalização e Reconfiguração de Rede de

Construção Civil, criado pela autora acima citada, identificando uma importante e substancial

relação entre todos os processos integrantes.

Reconhece-se, no entanto, que cada canteiro de obra possui seu quadro de processos

peculiares, que, embora não diversifique dos processos fundamentais elucidados por Araújo e

Guerrini (2010) e Araújo (2012), estão sujeitos a aplicações particulares dentro do modelo

exposto pelos autores citados. A estrutura conceitual mostrada na FIG. 10 e o agrupamento de

conceitos exibidos na FIG. 11 deram origem ao Modelo de Conceitos para a Colaboração em

Redes na Construção Civil apresentado na FIG. 12.

Figura 12 - Modelo de Conceitos para a Colaboração em Redes na Construção Civil

Fonte: ARAÚJO, 2012, p. 68.

Princípios enxutos e novas tecnologias

Apoia Conceito 5- Gestão da Cadeia de

Suprimentos

Apoia Confiança e parcerias para a colaboração

Incentiva

Inovação e melhorias contínuas

Influencia

Metas baseadas em projetos

Direciona

Conceito 1- Medição de

Desempenho

Requisito dos clientes

Estratégia do negócio / Tomada de decisão

Competências essenciais

Conceito 4- Gestão de Recursos

Aloca

Identifica

Conceito 3- Gestão do

Conhecimento

Controla

Finanças e

ativos

Utiliza

Soluções e ferramentas individuais

Gestão de Processos

Conceito 6- Tecnologia de Informação e Comunicação

Utiliza

Conceito 2- Planejamento e Controle da

produção Plataforma de colaboração

Utilizam como referência

Facilita Utiliza

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73

Representa-se na FIG. 13, o Modelo de Atores e Recursos para Operacionalização e

Reconfiguração de Rede de Construção Civil, que constituiu um dos resultados da pesquisa

elaborada por Araújo (2014).

Figura 13 - Modelo de Atores e Recursos para Operacionalização e Reconfiguração de Rede

de Construção Civil

Fonte: ARAÚJO, 2012, p. 91.

Nota: un. Org- Unidade Organizacional.

un.- Unidade.

OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO

Papel 1 Determinar Requisitos

Un. Individual de 1 a n

CLIENTES

Un. Org. 1

CONSÓRCIO (Empresa Virtual)

Inovação e Melhoria Contínua

Estratégia

de Negócio

Recurso 1

Plataforma De

Colaboração

Motiva Constituição

Visa

Contribui Utiliza

Possui

Atende Norteiam

Apoia

Compõem e Colaboram

Compartilham Informações e

Recursos

Un. Org. 1.1

EMPRESA 1

PAPEL 2 Competências e capacidades

específicas

Un. Org. 1.2

EMPRESA 2

PAPEL 3 Competências e capacidades

específicas

Un. Org. 1.3

EMPRESA 3

PAPEL 4

Exerce governança

PAPEL 5

Competências e capacidades específicas

Recurso 2

Recurso específico

Un. Org. 1.4

EMPRESA 4

Un. Org. 1.5

EMPRESA 5

Un. Org. 1.6

EMPRESA 6

PAPEL 6

Competências e capacidades específicas

PAPEL 8 Competências e capacidades

específicas

PAPEL 7 Competências e

capacidades específicas

Recurso 3

Recurso específico

Requisito 1 Medição de

Desempenho

Requisito 3 Gestão de Cadeia de

Suprimentos

Requisito 2 Planejamento de Controle de Produção

Requisito 4 Gestão do

Conhecimento

Requisito 6 Tecnologia

da Informação

e Comunicaç

ão

Requisito 5 Gestão dos Recursos

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A partir das FIG. 12 e 13, é possível observar que os atores e recursos para operacionalização

e reconfiguração da rede de construção civil devem ser considerados como um dos pontos

essenciais na organização e visualização do processo de construção da obra, bem como seus

valores principais. Os demais aspectos do processo de execução podem ser considerados

como secundários, sendo que cada obra tem o seu desenho (ARAÚJO; GUERRINI, 2010).

O modelo indica o surgimento de uma rede de empresas a partir de uma oportunidade de

negócio proposta por um cliente que inicia um processo para seleção de interessados na

execução de um determinado empreendimento. Os elementos que constituem o modelo de

representação são descritos por Araújo (2012, p. 92):

A configuração da rede é iniciada pelos Clientes, representados no modelo pela

Organização Individual de 1 a n, que possuem e determinam requisitos específicos

(Papel 1) e permitem a identificação de uma Oportunidade de Negócio. A

Oportunidade de Negócio motiva a constituição da rede colaborativa de empresas

nos moldes da Empresa Virtual (Unidade Organizacional 1), [...] Empresa Virtual é

composta de n Empresas (Unidades Organizacionais de 1.1 a 1.n) que colaboram

para o alcance de um objetivo comum. [...] Essas empresas compartilham

informações e recursos que estão contidos em uma Plataforma de Colaboração

(Recurso 1).

O modelo mostra também os requisitos de 1 a 6 – dentre eles, a Cadeia de Suprimentos – que

apoiam a plataforma de colaboração da rede. Aponta ainda as unidades organizacionais e os

respectivos recursos que compõem o consórcio e colaboram com ele e compartilham

informações e recursos para a plataforma de colaboração da rede (ARAÚJO, 2012).

Araújo (2012, p. 79) explica que a “maior parte dos conceitos identificados está relacionada à

Estrutura da Unidade Organizacional de Gerenciamento do Projeto, contando com iniciativas

aplicáveis ao escopo das atividades realizadas pelo próprio Consórcio”, em que são

considerados requisitos relacionados com as seguintes áreas de conhecimento:

- Medição de Desempenho;

- Planejamento e Controle de Produção;

- Gestão do Conhecimento;

- Gestão dos Recursos;

- Gestão da Cadeia de Suprimentos;

- Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação.

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No QUADRO 8, a seguir, apresenta-se o resumo indicativo da Fundamentação Teórica

quanto aos assuntos relativos a esta dissertação, em que foram descritos os autores estudados

e os tópicos de contribuição de cada uma das teorias analisadas por estes autores.

Quadro 8 - Resumo da Fundamentação Teórica dos temas da dissertação

Temas Tópicos ou

Contribuições Fontes/Referências

Rede entre Empresas

Conceitos; Características; Análise Histórica

Jorde e Teece (1989), Britto (2000), Eiriz, (2001), Klotzle (2002), Tidd, Bessant e Pavitt (2005).

Rede na Construção

Civil

Vantagem Competitiva

Casarotto (2002), Araújo e Guerrini (2010), Araújo (2012), Araújo e Guerrini (2012).

LEI N.º 12.462

Processo e Sistema de Licitação

Cammarosano, Pozzo e Valim (2014), Oliveira e Freitas (2011), Bicalho (2013), Krawczyk (2014), Quintella (2014).

Inovação no Sistema de Licitação

Tipo de Licitação; Regime de Execução;

Método de Entrega

Gordon (1994), Dorsey (1997), Bai e Hezam (2003), Ibbs et al. (2003), Songer e Ibbs (2005), Rutten, Dorée e Halman (2009),

Wirahadikusumah e Abduh (2010), Pakkala (2012), Vellalos e Gordon (2012).

Inovação Conceito;

Tipos Schumpeter (1943), Tigre (2006), Davila, Epstein e Shelton (2006).

Cadeia de Suprimento

Diferenciação de Cadeia de

Suprimento, Cadeia de Valor e Cadeia

de Produção

Porter (1985), Barney (2001), Casarotto (2002), Santos et al. (2010).

Modelo de Representação de Recursos e Atores de Obras de

Infraestrutura

Araújo e Guerrini (2010), Araújo (2012), Araújo e Guerrini (2012).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Na sequência, será apresentada a metodologia utilizada na execução desta pesquisa, tendo

como embasamento autores especialistas em metodologia da pesquisa como Beuren (2006) e

Yin (2010) e, para análise e interpretação de dados, Miles e Huberman (1994). Também serão

observadas as indicações constantes na tese de Araújo (2012).

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Beuren (2006) menciona a importância de identificar três categorias para que o pesquisador

possa situar seu estudo em relação às teorias existentes. Quanto aos meios, foi utilizado o

estudo de caso. Quanto à abordagem do problema, a pesquisa foi quali-quantitativa. Quanto

aos fins, foi realizada uma pesquisa descritiva, conforme representado no QUADRO 9.

Quadro 9 - Categorias dos métodos de pesquisas

Pesquisa Classificação Modalidade

Tipo

Quanto aos fins (Objetivos) Descritiva

Quanto aos meios (Procedimentos) Estudo de Caso

Quanto à forma de abordagem Quali-Quantitativa

Fonte: Adaptado de Beuren, 2006.

3.1 Caracterização da pesquisa

3.1.1 A pesquisa quanto aos seus fins

Quanto aos fins, esta pesquisa caracterizou-se como descritiva, com o propósito de identificar

os tipos de redes de empresas formados no processo de licitação pelo RDC, o sistema de

licitação, a cadeia de suprimento e os atores e recursos para execução de uma obra contratada.

Para tanto, utilizaram-se a observação direta, os registros e a descrição dos fatos, sem

influenciá-la.

As pesquisas descritivas são aplicadas para descrever as características dos fenômenos,

objetos, comportamento de grupos e dos mais diversos aspectos demográficos, incluindo

também as relações entre variáveis intervenientes nos aspectos estudados. “A pesquisa

descritiva preocupa-se em observar os fatos, registrá-los, analisá-los, classificá-los e

interpretá-los, e o pesquisador não interfere neles” (BEUREN, 2006, p. 81).

3.1.2 Os meios utilizados na pesquisa - Procedimentos

Quanto aos meios, utilizou-se o estudo de caso, visto tratar-se de um estudo relacionado com

o processo de contratação de obra de infraestrutura rodoviária, cuja unidade de análise é o

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processo de licitação do Edital de Licitação nº 165/2013 do DNIT (BRASIL, 2013). Foram

desenvolvidos estudos em um dos contratos decorrentes dessa licitação, para a execução das

obras de infraestrutura rodoviária na BR 381/MG, na Região de Belo Horizonte–MG. Nesse

contrato, foi realizado um estudo transversal, no início da implantação das obras, em que foi

mostrada a cadeia de suprimentos e representados os atores e recursos para a

operacionalização da rede de construção.

Empregou-se o método de investigação de estudo de caso, por tratar-se de uma pesquisa

empírica que avalia ocorrências contemporâneas de forma aprofundada e que estão presentes

em um cenário da realidade observada. “Como método de pesquisa, o estudo de caso é usado

em muitas situações, para contribuir para o nosso conhecimento dos fenômenos individuais,

grupais, organizacionais, sociais, políticos e relacionados” (YIN, 2010, p. 24).

O autor acima citado afirma, ainda, que o estudo de caso é um importante método de pesquisa

e, assim como outros métodos, é uma maneira de investigar um tópico empírico seguindo um

conjunto de procedimentos pré-estabelecidos. A articulação desses procedimentos

influenciará no resultado da pesquisa.

3.1.3 Abordagem da pesquisa

Esta dissertação enquadra-se na abordagem quali-quantitativa. O aspecto qualitativo da

pesquisa foi evidenciado ao propor descrever o tipo de rede formada entre empresas,

decorrentes da utilização do RDC no processo de contratação, delinear os fatores que

influenciaram na formação dos consórcios e na cadeia de suprimentos para a construção do

empreendimento. A abordagem qualitativa diz respeito a um fenômeno social complexo,

conforme descrito por Vergara e Calda (2005), pois trata de estudar a organização formada

por diferentes atores, em termos de suas razões explícitas e implícitas, visto que os

documentos formais do acordo de formação da rede podem não explicitar todos os fatores

envolvidos.

A abordagem quantitativa foi evidenciada com a utilização da escala Likert, em que foi

solicitado aos participantes da pesquisa que manifestassem sua concordância ou discordância

com as proposições formuladas no questionário aplicado, dentro de uma escala definida. O

instrumento de medida proposto por Likert objetiva examinar o nível de concordância dos

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pesquisados em relação a uma série de proposições (SANCHES; MEIRELES; DE SORDI,

2011).

3.2 Unidade de análise, variáveis de estudo, unidade de coleta dados e técnicas de coleta

dados do estudo de caso

A proposta de pesquisa viabilizou-se pela condução do estudo de caso, no qual a unidade de

análise foi o processo de licitação decorrente do Edital do DNIT nº 165/2013. As unidades de

coleta de dados foram os gestores das empresas e órgãos envolvidos no processo de licitação,

os documentos oficiais do processo e o local de obras de um dos contratos firmados, por meio

de pesquisas realizadas no local de implantação da infraestrutura rodoviária da BR-381/MG,

na Região de Belo Horizonte/MG. A unidade de análise foi escolhida de maneira intencional e

por conveniência do pesquisador, o que, segundo Malhotra et al. (2005), caracteriza uma

amostra não probabilista por critério de acesso e conveniência.

3.2.1 Definição das variáveis de estudo

De acordo com Yin (2010, p. 165), “Se o estudo de caso for descritivo, a combinação de

padrão ainda é relevante, desde que o padrão previsto de variáveis específicas seja definido

antes da coleta de dados.”. Dessa forma, atendendo às elucidações de Yin (2010), as variáveis

deste estudo foram condicionadas às categorias previamente discutidas no Referencial

Teórico, apresentadas no QUADRO 10. São elas:

Categoria 1 - Tipos de redes entre empresas: Investigação: Quais as formas de redes entre

empresas e por que elas foram formadas? Variável 1 (V1) - Tipos de Redes de Empresas,

Competências Complementares, Terceirizações, Vantagens Competitivas.

Categoria 2 - Inovação no sistema de licitação: Investigação: Quais os processos inovativos

no sistema de licitação e como esse processo foi identificado no estudo de caso? Variável 2

(V2) - Tipo de Licitação, Regime de Execução, Método de Entrega de Projeto.

Categoria 3 - Cadeia de suprimentos: Investigação: A cadeia de suprimentos identificada

foi influenciada pelo RDC? Como foi influenciada? Variável 3 (V3) - Fluxo de Bens e

Serviços da Cadeia de Suprimento, Partes Integrantes da Cadeia de Suprimentos.

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Categoria 4 - Modelo de Representação de Atores e Recursos para Operacionalização e

Reconfiguração de Rede na Construção Civil: Investigação: Representação da

configuração da obra no Modelo de Atores e Recursos para Operacionalização. Variável 4

(V4) - Atores e Recursos, Operacionalização da Rede de Construção.

Conforme apresentado no Quadro 10, criaram-se quatro categorias de análise em consonância

com os objetivos propostos para esta pesquisa, com a finalidade de facilitar a identificação das

relações entre as variáveis pesquisadas e os objetivos específicos indicados.

Quadro 10 - Definição das variáveis de estudo

Base Teórica Categorias de Análise Variáveis

Subcapítulos: 2.1.1 2.1.2 2.1.3 2.1.4

Formação de Rede de

Empresa

Tipos de redes de empresas; competências

complementares; terceirizações; vantagens

competitivas.

Subcapítulos: 2.2.1 2.2.2 2.2.3

Sistema de Contratação Tipo de licitação; regime de execução; método de

entrega.

Subcapítulos: 2.3.1 2.3.2 2.3.3 2.3.4

Cadeia de Suprimento Fluxo de bens e serviços; representação da cadeia de

suprimentos.

Subcapítulo: 2.4

Modelo de Recursos e

Atores de Rede de

Construção Civil

Configuração da representação dos atores e recursos

para operacionalização na construção civil.

Fonte: Elaborado pelo autor.

3.2.2 Técnica de coleta dos dados e unidade de coleta de dados

No desenvolvimento da pesquisa, as unidades de coleta de dados foi a documentação do

processo administrativo 50600.011160/2013-16 do Departamento Nacional de Infraestrutura

de Transportes (DNIT), incluído o Edital de Licitação Nº 165/2013 do DNIT e o Termo de

Constituição de Consórcio, além dos gestores dos contratos e a unidade de produção de um

dos contratos.

O QUADRO 11 apresenta o modelo analítico da pesquisa que auxiliou no procedimento de

análise e interpretação dos dados. Mostra a associação dos objetivos específicos da pesquisa

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com as categorias de análises e suas respectivas variáveis, além das técnicas de coleta dos

dados, as unidades de coleta e as questões da pesquisa ligadas ao questionário. Podem

também ser identificados os referenciais teóricos relacionados com as suas respectivas

variáveis pesquisadas.

Quadro 11 - Modelo Analítico da Pesquisa

OBJETIVO GERAL

Descrever os tipos de redes empresariais formadas para atender às exigências estabelecidas pelo Regime Diferenciado de Contratação e o seu efeito na cadeia de suprimentos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS Base

Teórica Categorias de Análise

Variáveis Técnica de Coleta dos

Dados

Unidade de Coleta de Dados

Questões do Roteiro

– Identificar o tipo de rede formada entre as empresas especializadas na elaboração de projetos (design) e construção rodoviária, a fim de atender às exigências estabelecidas pelo Regime Diferenciado de Contratação.

Sub capítulos:

2.1.1 2.1.2 2.1.3 2.1.4

Formação de Rede de Empresa

Tipos de Redes de Empresas;

Competências Complementares;

Terceirizações; Vantagens

Competitivas.

Documen- tação

Edital de Licitação Nº 165/2013 do

DNIT Abertas: 1,2 e 6.

Fechadas:1,9,10,11, 13 e 21.

Documen- tação

Termo de constituição de

consórcio

Questio- nário

Gestor do contrato

– Identificar as inovações no processo de contratação pelo RDC quanto ao Tipo de Licitação (critério de seleção de empresas), ao Regime de Execução (forma de pagamento) e ao Método de Entrega de Projeto (escopo do projeto).

Sub capítulos:

2.2.1 2.2.2 2.2.3

Sistema de Contratação

Tipo de Licitação; Regime de

Execução; Método de Entrega de

Projeto.

Documen- tação

Edital de Licitação Nº 165/2013 do

DNIT

Abertas: 4,5,7,8 e 9. Fechadas: 4,5,6,7,8, 12,14,15, 16,17,18,

19,20 e 22.

Questio- nário

Gestor do contrato

– Analisar em que aspectos o RDC afetou a cadeia de suprimentos para construção da obra rodoviária, na perspectiva dos envolvidos, e elaborar a sua representação esquemática.

Sub capítulos

2.3.1 2.3.2 2.3.3 2.3.4

Cadeia de Suprimento

Fluxo de Bens e Serviços;

Melhorias nas Partes Integrantes

da Cadeia.

Observa-- ção Direta

Unidades de Produção

Abertas: 3 e 10

Fechadas: 2 e 3.

Questio- nário

Gestor do contrato

– Apresentar a obra estudada segundo o Modelo de Representação de Atores e Recursos para Operacionalização e Reconfiguração de Rede de Construção Civil, conforme proposto por Araújo (2012).

Sub capítulos:

2.4

Modelo de Recursos e Atores de Rede de

Construção Civil.

Atores e Recursos, Operacionalização

na Construção Civil.

Observa- ção Direta

Unidades de Produção

-

Produto Técnico: criar uma ferramenta em mídia eletrônica que possa gerar um documento com o resumo da análise de editais de licitações.

- - - - - -

Fonte: Elaborado pelo autor.

3.3 Instrumentos de coleta de dados e condução da pesquisa

O instrumento de coleta de dados foi o constante no Apêndice A, referente ao questionário

com questões abertas e ao questionário com questões fechadas. Os questionários foram

elaborados com questões relacionadas às categorias de análise indicadas no QUADRO 11,

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diretamente ligadas aos objetivos específicos desta pesquisa e utilizados como orientador na

obtenção dos dados desta dissertação.

Yin (2010, p. 95) afirma que “a coleta de dados no estudo de caso obedece a um protocolo

formal, mas a informação específica, que pode se tornar relevante ao estudo de caso, não é

facilmente previsível”. A cada evidência coletada, o pesquisador deve se perguntar por que os

eventos, os fatos ou os fenômenos são conforme se apresentam, em uma contínua

reformulação das questões, em que “uma tática essencial é a de usar múltiplas fontes de

evidências, de forma que os dados convirjam de modo triangular” (YIN, 2010, p. 22).

Outro aspecto mencionado por Beuren (2006) é a importância que se deve dar à modalidade

utilizada na obtenção dos dados da pesquisa. O QUADRO 12 apresenta os métodos de

obtenção de dados utilizados nesta pesquisa.

Quadro 12 - Método de obtenção de dados da pesquisa

Pesquisa Classificação Modalidade

Técnica Quanto aos meios de

obtenção de dados

Coleta Documental

Questionário

Entrevista

Observação Direta

Fonte: Adaptado de BEUREN, 2006.

Os respondentes do questionário tiveram seus nomes e os das organizações em que atuam

resguardados. Os questionários foram enviados aos profissionais das empresas que

participaram do processo de licitação e aos profissionais de empresas e escritórios que

estiveram envolvidos em assuntos do Edital do DNIT nº 165/2013.

Todos os profissionais foram contatados por telefone, e-mail ou pessoalmente. Apesar da

restrição quanto à divulgação dos nomes das empresas, dos consórcios e dos gestores, ocorreu

uma total adesão ao trabalho de pesquisa. Vale destacar o interesse que os respondentes

demonstraram durante todo o processo de coleta de dados.

A coleta de dados por questionário e entrevista foi realizada com os gestores das empresas

construtoras e projetistas das obras estudadas, gestores do DNIT, gestores de empresas que

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participaram do processo de licitação, mesmo as que não ofertaram as propostas vencedoras, e

escritórios de advocacia que apoiaram as empresas durante o processo de licitação.

Os profissionais participantes da pesquisa foram os de expressiva representatividade em suas

áreas de conhecimento, com publicações e pesquisas em seus campos de atuação, de grande

reconhecimento no mercado. Eles têm pesquisas recentes apresentadas em congressos

internacionais e são autores de normas e especificações técnicas de obras rodoviárias.

Organizaram-se grupos de respondentes constituídos por gestores das empresas dos

consórcios orginalmente constituídos que participaram do processo de licitação, inclusive os

consórcios que foram dissolvidos por não terem sido declarados vencedores.

Os gestores das empresas dos consórcios desfeitos, mesmo que fisicamente distantes,

estabeleceram comunicação de maneira a constituírem um grupo de respondentes para o

questionário das questões abertas.

Complementarmente, realizou-se uma entrevista com um dos gestores do contrato da obra do

estudo de caso. Essa entrevista ocorreu na sede da empresa participante do consórcio.

A entrevista foi realizada conforme orientação do protocolo do estudo de caso, utilizando-se a

mesma estrutura das questões abertas do questionário aplicado. Ela foi digitalmente gravada

pelo próprio entrevistado, que providenciou a transcrição e, posteriormente, enviou-a em texto

digitado para o entrevistador. Algumas declarações consideradas relevantes foram anotadas

no momento da entrevista por pessoa autorizada pelo entrevistado. A entrevista gerou dez

páginas transcritas.

No intuito de alcançar a confiabilidade do protocolo de estudo de caso, adotaram-se os

procedimentos descritos a seguir.

O questionário foi aplicado a dois gestores qualificados, atuantes na área de gestão de

consórcio de obras de engenharia, o que resultou em contribuição para a melhoria na

formulação das perguntas do questionário, com o propósito de garantir o correto entendimento

do enunciado das questões.

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Na fase de coleta de dados, aplicou-se um questionário semiestruturado com 10 questões

abertas a 11 grupos de respondentes. Os grupos foram constituídos por membros de empresas

de construção e de projeto que se consorciaram para a participação no processo de licitação e

por escritórios de advocacia que auxiliaram as empresas durante a licitação. Também se

constituiu um grupo dos gestores do órgão contratante (DNIT).

As respostas ao questionário das questões abertas trouxeram padrões de respostas dos

participantes que puderam ser destacadas. Esses padrões foram identificados e descritos no

capítulo da Análise e Interpretação dos Resultados desta pesquisa.

Apesar das respostas às questões abertas representarem a opinião da maioria de cada grupo,

optou-se por aplicar um questionário com 22 questões fechadas a cada um dos membros dos

11 grupos constituídos, com o objetivo de verificar o grau de concordância das respostas das

questões abertas.

Ao todo, aplicaram-se 50 questionários com as questões fechadas aos membros dos 11 grupos

de respondentes das questões abertas e, ao final, foram retornados 42 questionários com

questões fechadas devidamente respondidas.

As questões fechadas do questionário foram formuladas, propositalmente, de modo a se

relacionarem com os padrões inferidos na análise e interpretação das respostas às questões

abertas, com o objetivo de verificar o grau de concordância dos respondentes em relação às

inferências. No QUADRO 12, apresentou-se a relação das questões abertas e fechadas

relacionadas a cada um dos objetivos específicos.

As questões fechadas foram elaboradas utilizando a escala Likert de 7 pontos, com as opções

de Concordo Totalmente (CT), Concordo Bastante (CBa), Concordo Pouco (CP), Não

Concordo, Nem Discordo (NCND), Discordo Pouco (DP), Discordo Bastante (DBa),

Discordo Totalmente (DT). Disponibilizou-se também a opção Não Tenho Conhecimentos

(NTC) para os respondentes que se consideraram inaptos a opinar sobre a questão.

O resultado dos questionários das questões fechadas na escala Likert propiciou determinar a

Mediana Observada, os Discordantes da Proposição (Dpr), os Concordantes da Proposição

(Cpr) e o Grau de Concordantes da Proposição (GCp) das respostas às questões.

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A mediana observada é a coluna dentro da escala intervalar do tipo Likert utilizada na

pesquisa, na qual se encontra o participante da pesquisa que representa 50% dos respondentes;

Dpr=Discordantes da proposição é a quantidade de respondentes que discordaram da

proposição dada pela equação DP+DB+DT+NDNC÷2; Cpr=Concordantes da proposição é a

quantidade de respondentes que concordaram com a proposição dada pela equação

CPR+CB+CT+NCND÷2 (SANCHES; MEIRELES; DE SORDI, 2011).

O grau de concordância da proposição (GCp) é o percentual dos concordantes da proposição

(Cpr) para as proposições com sentido direto. Para as proposições com sentido invertido, isto

é, construídas para que o valor mais desejado esteja na coluna de Discordo Totalmente (DT),

o grau de concordância é referente ao percentual de discordantes da proposição (Dpr)

(SANCHES; MEIRELES; DE SORDI, 2011).

Calculou-se o grau de concordância para cada uma das 22 questões fechadas. Como as

inferências foram consequências das questões abertas, e estas estão correlacionadas com um

determinado grupo de questões fechadas, a média do grau de concordância do grupo de

questões fechadas determina o grau de concordância da inferência.

Dessa forma, estabelecidas essas relações entre as questões abertas e fechadas, foi possível

evidenciar o grau de concordância médio das proposições fechadas relacionadas a uma

determinada inferência da questão aberta. Para a interpretação do Grau de Concordância

calculado, é apropriado que haja um referencial de julgamento bem definido do que é grau

forte ou fraco, conforme proposto por Davis (1976), que recomenda uma interpretação cujas

intensidades serão adotadas para a nossa análise.

Quadro 13 - Interpretação da intensidade do grau de concordância da proposição

Valor de GCp Intensidade

90 ou mais Uma concordância muito forte

80 a + 89,99 Uma concordância substancial

70 a + 79,99 Uma concordância moderada

60 a + 69,99 Uma concordância baixa

50 a + 59,99 Uma concordância desprezível

40 a + 49,99 Uma discordância desprezível

30 a + 39,99 Uma discordância baixa

20 a + 29,99 Uma discordância moderada

10 a + 19.99 Uma discordância substancial

9,99 ou menos Uma discordância muito forte

Fonte: Adaptado de DAVIS, 1976, p. 70.

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Com fundamento na escala de intensidade do grau de concordância da proposição definido

por Davis (1976), apresentou-se o resultado da análise das categorias definidas no QUADRO

13.

A pesquisa documental e as observações diretas iniciaram-se em abril de 2014 e foram

encerradas em janeiro de 2015. A entrevista e a aplicação do questionário aos gestores

ocorreram entre os meses de dezembro de 2014 e janeiro de 2015.

Seguindo as etapas descritas na FIG. 15, todo o material transcrito da entrevista, as respostas

aos questionários, os registros de campo e os registros dos documentos consultados foram

agrupados em arquivos eletrônicos de anotações e registros. Posteriormente, aplicou-se o

modelo proposto por Miles e Huberman (1984) nesse material consolidado, no qual se

promoveu a redução da massa de dados, o que possibilitou a construção de sentido das

informações. Estas foram a base para a construção das análises, a discussão e a interpretação

que deram origens às inferências, conforme Bardin (2004).

Na coleta documental, obteve-se uma cópia do processo administrativo 50600.011160/2013-

16, do DNIT, que deu origem aos contratos estudados, no qual constam todos os consórcios

constituídos que apresentaram propostas na intenção de conquistar as obras. Esses

documentos foram estudados com o rigor das técnicas de pesquisa documental, no propósito

de capturar evidências, que foram confirmadas pelas observações diretas, pelos questionários

e pela entrevista.

Para a representação da cadeia de suprimentos e da configuração da rede de construção civil,

em termos de atores e recursos, no momento do início de sua operacionalização, os dados

foram obtidos por meio das observações diretas. Para a apresentação da cadeia de suprimento,

foi elaborado seu desenho esquemático. Os atores e recursos foram apresentados de acordo

com o modelo desenvolvido por Araújo (2012) para a representação de atores e recursos para

rede de construção.

As reconfigurações das redes e suas motivações não foram objeto desta pesquisa, visto que

este estudo busca identificar o retrato da rede de uma obra que se encontra no estágio inicial

de construção. Os registros das motivações e das ocorrências de reconfigurações pressupõem

o acompanhamento de todo o período de execução da obra (ARAÚJO; GUERRINI, 2010).

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O modelo da FIG. 14, utilizado para apresentar o resultado desta pesquisa, foi construído a

partir do Modelo de Atores e Recursos para Operacionalização e Reconfiguração de Rede de

Construção Civil idealizado por Araújo (2012), apresentado na FIG. 13. Os componentes do

modelo que foram abordados na pesquisa são os seguintes:

- Papel 1 - Determinar Requisito: corresponde ao Edital de Licitação, que contém as

regras para a constituição de consórcios de empresas interessadas na apresentação

de propostas, além dos critérios relacionados com o Tipo de Licitação, o Regime de

Execução e o Modelo de Entrega de Projeto. Corresponde ao item 2.2 do

Referencial Teórico desta dissertação.

- Oportunidade de Negócio: corresponde ao processo de licitação, que é a etapa de

tomada de decisão de formações de consórcios e apresentação de propostas nos

moldes ditados pelas regras editalícias. Corresponde ao item 2.2.2 do Referencial

Teórico.

- Unidade Organizacional 1: corresponde ao consórcio de empresas que apresentou a

proposta mais vantajosa para o cliente e se sagrou vencedor da licitação.

Corresponde ao item 2.1 do Referencial Teórico.

- Requisito 3 - Cadeia de Suprimentos: corresponde ao fluxo de bens e serviços ao

longo das atividades de produção da obra estudada. Corresponde ao item 2.4 do

Referencial Teórico.

- O modelo em si também é um componente, que guarda correspondência com o item

2.4 do Referencial Teórico.

Representou-se, na FIG. 14, o modelo de Araújo (2012), apenas com os componentes que são

objetos desta pesquisa. É o modelo adaptado para este caso, no qual foram indicados os

componentes estudados e apresentados alguns dos resultados obtidos na pesquisa, no que se

refere a descrever o tipo de rede formada entre empresas, identificar as eventuais inovações

no processo de contratação pelo RDC e descrever o que influenciou na gestão dos fluxos de

bens e serviços da cadeia de suprimentos para construção do empreendimento.

Na FIG. 14, indicou-se também o capítulo do Referencial Teórico que está relacionado aos

componentes do modelo original de Araújo (2012) e apontou-se o fluxo do eventual efeito do

RDC nos componentes estudados do modelo.

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Figura 14 - Modelo de Atores e Recursos para Operacionalização e Reconfiguração de Rede

de Construção Civil

A elaboração do produto técnico foi resultado da necessidade de organização sumarizada das

informações do conteúdo do Edital de Licitação nº 165/2013 do DNIT. Em qualquer processo

de licitação, para que uma empresa possa se habilitar a apresentar uma proposta, é necessário

que consiga atender a um conjunto de critérios previsto na lei.

Elaborou-se, juntamente com os gestores das empresas, um formulário com campos de

preenchimento para as principais exigências recorrentes nos editais. Previram-se campos para

informações relacionadas às principais providências a serem tomadas durante o processo

licitatório.

As sugestões dos gestores foram anotadas e inseridas no formulário. Elegeram-se para o

modelo final do formulário os campos que foram recorrentes em outros editais de licitação

consultados no endereço eletrônico do DNIT.

Apoia

UNIDADE INDIVIDUAL 1

CLIENTE: DNIT

(2.1) UNIDADE ORGANIZACIONAL 1.

CONSÓRCIO

(2.2) RDC (2.2.2) PROCESSO DE LICITAÇÃO

(2.3) GESTÃO DA CADEIA DE

SUPRIMENTO

PLATAFORMA DE COLABORAÇÃO

Motiva Constituição

Utiliza

UNIDADE ORGANIZACIONAL

1.1

UNIDADE ORGANIZACIONAL

1.2

UNIDADE ORGANIZACIONAL

1.3

UNIDADE ORGANIZACIONAL

1.n

Compartilham informação e

recursos Compõe e Colabora

Descrever tipo de redes e

participantes

Identificar efeito na cadeia de suprimento

Identificar efeito na cadeia de suprimento

Fonte: Adaptado de ARAÚJO, 2012 p. 91.

Identificar inovações no sistema de licitação pelo

RDC

Efeito Produzido Pelo RDC (2.4) Modelo Adaptado

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Consultaram-se os editais de nº 102/2013; nº 144/2014 e nº 456/2014, todos relativos a obras

rodoviárias do DNIT e disponíveis para consulta pública no endereço eletrônico:

<http://www1.dnit.gov.br/editais/consulta/editais_sede.asp?modalidade=6>.

O formato final do formulário deu origem ao modelo padrão do Documento de Análise de

Edital, criado em arquivos eletrônicos para os aplicativos Word e Excel, da Microsoft. Os

arquivos foram compartilhados com as empresas participantes desta pesquisa.

3.4 Técnica de análise de resultado

Com base na metodologia de pesquisa descritiva, por meio de estudo de caso, foi possível

demonstrar o desenho do processo aplicado na condução deste estudo, relatado até aqui,

conforme FIG. 15, na qual é possível perceber a dimensão dos processos realizados para a

obtenção dos dados e desenvolvimento do estudo, demonstrando que os procedimentos

metodológicos em todas as etapas foram rigorosamente respeitados, faltando agora esclarecer

os procedimentos que foram adotados para atender ao item 9 da FIG. 15.

Figura 15 - Método de Investigação

Definição Projeção

• 1- Seleção do caso

• 2 -Projeção do protocolo de estudo de caso

Preparação ColetaAnálise

• 3- Condução do estudo de caso

• 4 -Coleta de materiais teóricos

• 5- Viabilização dos métodos de análise do estudo de caso

• 6- Redação dos relalatórios prévios das coletas efetuadas

Análise Conclusão

• 7- Analisar profundamente o caso

• 8- Comparar com a teoria

• 9- Reduzir dados, organizar dados e interpretar

Fonte: Adaptado de YIN, 2010, p. 82.

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3.4.1 Redução de dados, apresentação e organização dos dados e interpretação e verificação

das conclusões

Para análise e interpretação dos dados desta pesquisa, selecionou-se a técnica do modelo

interativo de análise de dados de Miles e Huberman (1994). O modelo recomenda que as

análises qualitativas sejam constituídas por três fluxos simultâneos de atividades, conforme

apresentado na FIG. 16, na qual são indicadas as atividades de redução de dados, de

apresentação (organização dos dados) e de interpretação/verificação, originalmente descritas

como as atividades de “data reduction, data display and conclusion drawing verification”

(MILES; HUBERMAN, 1994, p. 12).

Figura 16 - Componentes da análise de dados - Modelo Interativo

Os documentos obtidos do processo administrativo 50600.011160/2013-16, do Departamento

Nacional de Infraestrutura de Transportes, somaram mais de 10 mil páginas de dados que

foram analisados. A pesquisa dos documentos resultou na seleção das informações relevantes

para esta pesquisa. As páginas de interesse foram digitalizadas e armazenadas em arquivos

eletrônicos. As informações extraídas dos dados foram reduzidas em formulários que

apresentados nos resultados nesta dissertação.

As respostadas aos questionários e à entrevista também originaram dados de interesse da

pesquisa. Após as atividades de análise das respostas, os aspectos relevantes foram

selecionados, reduzidos e organizados em formulários apresentados nos resultados deste

trabalho.

Coleta de

dados Apresentação

(organização dos dados)

Redução de

dados Interpretação/Verificação (com

base em inferência a partir de

evidências ou premissas)

Fonte: MILES; HUBERMAN, 1994, p. 12.

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As observações diretas deram origem às informações necessárias para a apresentação

esquemática da cadeia de suprimentos e da configuração dos atores e recursos para a

execução das obras do contrato estudado. Isso auxiliou no planejamento das outras atividades

de análises e na comparação entre diferentes conjuntos de dados. A exibição dos dados

permitiu o confronto das informações, a percepção de regularidades, padrões e relações

conexas e permitiu a aplicação dos dados na elaboração do relatório final dos resultados,

conforme recomendado por Miles e Huberman (1994).

Depois de realizadas as etapas de coleta, redução e organização, na análise de Miles e

Huberman (1994), foram realizadas as interpretações e a verificações das conclusões. Os

significados foram extraídos e foi apresentada uma síntese das principais inferências, que

foram descritas nas Considerações Finais da pesquisa.

3.4.2 Validade e confiabilidade do projeto de pesquisa

Alguns autores e pesquisadores, conforme afirma Yin (2010), consideram que os processos

que envolvem o estudo de caso são relativamente frágeis, porém nota-se que, nesse método de

pesquisa, existe a possibilidade de esclarecer aspectos peculiares do contexto estudado sobre

uma determinada questão ainda não abordada na literatura.

Para aumentar a confiabilidade e a validade deste estudo de caso, no desenvolvimento da

pesquisa foram estabelecidos procedimentos que buscaram melhorar a qualidade dos

resultados obtidos. Segundo Yin (2010, p. 106), “o protocolo é uma maneira importante de

aumentar a confiabilidade da pesquisa de estudo de caso e se destina a orientar o investigador

na realização da coleta de dados de um caso único”.

Para o desenvolvimento e para melhor conduzir esta pesquisa, foi construído um protocolo

compatibilizado com todos os passos indicados pelo autor, conforme apresentado a seguir:

- Propósito do estudo de caso: descrever os tipos de redes empresariais formadas

para atender as exigências estabelecidas pelo RDC integrado, o seu efeito na gestão

de cadeia de suprimentos e apresentar a obra estudada no Modelo de Representação

de Atores e Recursos para Operacionalização e Reconfiguração de Rede de

Construção Civil, em uma obra da BR-381/MG, na Região de Belo Horizonte.

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- Fontes de evidências: para viabilizar as análises desta pesquisa, utilizaram-se as

seguintes fontes de evidências: a) questionário semiestruturado aplicado aos gestores

das organizações estudadas e uma entrevista com um dos gestores; b) pesquisa

documental do Edital de Licitação nº 165/2013 do DNIT e os contratos decorrentes

da licitação, constantes no processo administrativo 50600.011160/2013-16 do DNIT;

c) observações diretas feitas pelo pesquisador no desenvolvimento dos estudos de

campo para identificação da estrutura funcional da cadeia de suprimentos e da

configuração dos atores e recursos para a fase inicial da obra.

- Procedimento do estudo de caso: na primeira fase da pesquisa, fez-se um contato

pessoal e por telefone com diretores das organizações pesquisadas, com o objetivo de

mostrar o escopo geral da pesquisa e obter uma prévia autorização para a condução

dos estudos. Foram contatados os gestores do DNIT para a obtenção de cópia dos

documentos do processo administrativo dos contratos estudados.

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4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

A expectativa desta dissertação é de que o leitor, a partir da lógica de encadeamento dos

conceitos apresentados neste texto, seja dirigido para o cerne da pesquisa, que aborda o

conceito de formação de redes entre empresas do setor de construção de infraestrutura

rodoviária e que estuda o conceito de inovação nas contratações de obras no Brasil por meio

do Regime Diferenciado de Contratação e sua influência na cadeia de suprimento de obras

rodoviárias. E, a partir daí, esse leitor seja capaz de interpretar o desenho da representação de

atores e recursos da obra do estudo de caso.

Os conceitos abordados nesta dissertação foram correlacionados tendo como interesse

principal o novo processo de contratação instituído pela Lei nº 12.462, de 4 de agosto de

2011. Essa lei só foi efetivamente utilizada a partir de 2013, em processos licitatórios de

contratação de obras. Então, como se trata de uma lei relativamente nova, as suas

consequências na maneira como as empresas se organizam em redes de cooperação para

conquistar os contratos e os seus efeitos na cadeia de suprimento para implantação da obra são

temas pouco explorados.

A pesquisa inicial foi no sentido de obter informações sobre o histórico da rodovia BR-

381/MG e dos registos oficiais dos atos administrativo do processo de contratação das obras

do objeto de pesquisa.

As informações do histórico da rodovia foram obtidas a partir de levantamentos realizados

nos documentos de divulgação pública, do Movimento Nova 381, uma iniciativa do setor

empresarial de Minas Gerais, coordenado pela FIEMG, com o objetivo de promover o

desenvolvimento socioeconômico do estado de Minas Gerais.

Os relatórios pesquisados informam que a história da rodovia BR-381 tem início na época dos

Bandeirantes, no século XVII. O bandeirante Fernão Dias Paes Leme percorreu os estados de

São Paulo e Minas Gerais e foi o responsável pelo primeiro traçado que deu origem à rodovia

Fernão Dias, BR-381, entre as cidades de Belo Horizonte e São Paulo. O trecho de Belo

Horizonte até a cidade de João Monlevade começou a ser construído em 1952 e foi

inaugurado em 1960. Inicialmente, era conhecida como BR-31. Em 1971, chegou até à cidade

de Governador Valadares.

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93

A BR-381 é uma rodovia importante para a economia do país, integrando os estados

brasileiros do Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo. A rodovia inicia-se na cidade de São

Mateus, no Espírito Santo, no entroncamento com a BR-101, chegando até a cidade de São

Paulo, no entroncamento com a BR-116 (Rodovia Presidente Dutra). No trajeto atual, ela

possui ao todo 1181 quilômetros, dos quais 95 são no Estado de em São Paulo, 950 em Minas

Gerais e 136 no Espírito Santo.

No trecho entre Belo Horizonte e a divisa dos estados de Minas Gerais com Espírito Santo, a

rodovia permanece administrada pelo Governo Federal e é conhecida como BR-381 Norte.

Possui um traçado sinuoso em pistas predominantemente simples, com intenso volume de

tráfego, o que a torna uma das rodovias mais perigosas do país. No trecho entre Belo

Horizonte e São Paulo, a BR-381 foi duplicada entre 1995 e 2005 e está em contrato de

concessão com particulares. No trecho do estado do Espirito Santo, a Rodovia é administrada

pelo Governo Estadual.

No ano de 2008, o governo federal incluiu a obra de duplicação da BR-381 Norte no

Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no momento em que surgiu o debate sobre

diferentes modelos de contratação das obras, apresentados pelo DNIT.

O projeto do DNIT propôs a duplicação da rodovia, com a retirada da maior parte das curvas

e a construção de uma pista paralela de aproximadamente 46 quilômetros no trecho entre São

Gonçalo do Rio Abaixo e Nova Era, conhecida como Variante Santa Bárbara. O projeto do

DNIT foi apresentado à Casa Civil, em 2009, que assegurou recursos do PAC para a obra. No

final de 2009, o Governo Federal autorizou a contratação de estudos conforme diretrizes do

DNIT. Em 2010, houve a inclusão da obra no PAC-2. No final do mesmo ano, foi anunciada a

previsão de início dos trabalhos para 2013.

Em 31 de outubro de 2012, o DNIT lançou o primeiro conjunto de editais para a realização

das obras, que foi suspenso após os questionamentos técnicos realizados por empresas

participantes do edital. Em 28 de março de 2013, o DNIT lançou um novo edital com modelo

de licitação pelo Regime Diferenciado de Contratações – RDC, na modalidade Contratação

Integrada.

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Em 21 de março de 2013, criou-se o Movimento Nova 381, sob a coordenação da FIEMG,

com a finalidade de apoiar e monitorar as obras da duplicação da BR-381 Norte, até sua

conclusão, e promover o desenvolvimento socioeconômico de Minas Gerais com as

oportunidades geradas.

Para apresentar o resumo das informações dos contratos e dos respectivos históricos do

processo de contratação, foi elaborado o QUADRO 14, que mostra os valores dos contratos

firmados para a execução das obras, o trecho da rodovia a que se refere cada obra e a

indicação de que todos são regidos pelo RDC.

Quadro 14 - Resumo das informações dos contratos da BR 381/MG Norte

Edital Lote da

Obra Descrição

Valor do Contrato

(R$)

Prazo de Realização

da Obra

Modalidade de Contratação

Situação

165/2013 1

SP; Subtrecho: Entrº. BR-

116/MG - Entrº. Acesso a Belo

Oriente; Segmento: Km

155,4 – Km 228,2; Extensão:

72,8km;

210.855.658,73

810 dias (12/05/2014

a 30/07/2016)

RDC, Contratação Integrada,

Empreitada Por Preço Global.

Edital nº 165/2013 publicado no DOU em 28/03/2013, com sessão de abertura realizada em 13/06/2013 às 09h00min e sessão de resultados em 14/08/2013 às 09h30min. Decisão do recurso em 05/09/2013, publicada em 09/09/2013. DOU de 10/09/2013 homologou como vencedor o Consórcio Isolux-Corsán/Engevix com melhor pontuação final e proposta no valor de. R$ 210.855.658,73. Ordem de Serviço assinada em 12/05/2014.

165/2013 2

Entrº.Acesso a Belo Oriente – Entrº MG- 320 (p/Jaguaraçu); Segmento: Km

228,2– Km 288,4;Extensão:

60,2km;.

237.000.000,00

810 Dias (12/05/2014

a 30/07/2016)

RDC, Contratação Integrada,

Empreitada Por Preço Global.

Edital 165/2013 publicado no DOU em 28/03/2013, com sessão de abertura realizada em 13/06/2013 às11h00min e sessão de resultados em 14/08/2013 às09h30min. Decisão do recurso em 05/09/2013, publicada em 09/09/2013. DOU de 10/09/2013 homologou como vencedor o Consórcio Isolux-Corsán/Engevix com melhor pontuação final e proposta no valor de R$237.000.000,00. Ordem de Serviço assinada em 12/05/2014.

165/2013 3.1

Subtrecho: Entrº.MG-

320(p/Jaguaraçu) – Ribeirão Prainha;

Segmento: Km 288,4– Km

317,0;Extensão: 28,6km

298.300.000,00

1170 Dias (12/05/2014

a 25/07/2017)

RDC, Contratação Integrada,

Empreitada Por Preço Global.

Edital nº 165/2013 publicado no DOU em 28/03/2013, com sessão de abertura realizada em 13/06/2013 às14h00min e sessão de resultados em 14/08/2013 às 09h30min. DOU de 16/08/2013 homologou como vencedor o Consórcio Isolux-Corsán/Engevix com melhor pontuação final e proposta no valor de R$ 298.300.000,00. Ordem de Serviço assinada em 12/05/2014.

(Continua)

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95

Quadro 14 - Resumo das informações dos contratos da BR 381/MG Norte

Edital Lote da

Obra Descrição

Valor do Contrato

(R$)

Prazo de Realização

da Obra

Modalidade de Contratação

Situação

165/2013 3.2

Subtrecho: Entrº.MG-

320(p/Jaguaraçu) – Ribeirão Prainha;

Segmento: Túneis Rio

Piracicaba (Pista da direita e da

esquerda); Extensão: 825m.

56.950.000,00

1170 Dias (26/03/2014

a 08/06/2017)

RDC, Contratação Integrada,

Empreitada Por Preço Global.

Edital nº 165/2013 publicado no DOU em 28/03/2013, com sessão de abertura realizada em 13/06/2013 às 15h30min, 1ª sessão de resultados em 14/08/2013 às 09h30min e 2ª. Sessão de resultados em 27/08/2013 às 09h30min. DOU de 28/08/2013 homologou como vencedor o Consórcio J.Dantas/SOTEPA com melhor pontuação final e proposta no valor de R$ 56.950.000,00. Ordem de Serviço assinada em 26/03/2014.

165/2013 3.3

Subtrecho: Entrº.MG -

320(p/Jaguaraçu) –Ribeirão Prainha;

Segmento: Túneis Antônio Dias e Prainha;

Extensão: 1.280m

76.600.000,00 1170 Dias

RDC, Contratação Integrada,

Empreitada Por Preço Global.

Edital nº 165/2013 publicado no DOU em 28/03/2013, com sessão de abertura realizada em 13/06/2013 às 15h30min e sessão de resultados em 14/08/2013 às 09h30min. DOU de 16/08/2013 homologou como vencedor o Consórcio Cons.Toniolo Busnello/GP Consultoria com melhor pontuação final e proposta no valor de R$ 76.600.000,00. Ordem de Serviço ainda não foi dada.

165/2013 e

102/2014 4

Subtrecho: Ribeirão Prainha – Entrº. Acesso

Sul de Nova Era; Segmento: Km

317,0 – Km 335,8; Extensão:

18,8km.

129.000.000,00 810 Dias

RDC, Contratação Integrada,

Empreitada Por Preço Global.

Edital nº 165/2013 publicado no DOU em 28/03/2013, com abertura em 14/06/2013 às 14h00min conforme errata n°4 publicada no DOU em 30/04/2013 e sessão de resultados em 14/08/2013 às 09h30min. Sessão declarada fracassada por ter ficado acima do orçamento. Edital 0102/14-00 publicado no DOU em 26/02/2014 com abertura em 15/04/2014 às 10h00min, adiada para 08/05/2014 às 10h00min, conforme DOU de 14/04/2014. RDC Eletrônico conduzido no dia 08/05/2014 homologou como menor preço o valor ofertado pela Isolux Projetos e Instalações Ltda. no valor de R$ 129.000.000,00, conforme DOU de 16/06/2014. Ordem de Serviço ainda não foi dada.

(Continua) (Continuação)

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96

Quadro 14 - Resumo das informações dos contratos da BR 381/MG Norte

Edital Lote da

Obra Descrição

Valor do Contrato

(R$)

Prazo de Realização

da Obra

Modalidade de Contratação

Situação

165/2013 e

102/2014 5

Subtrecho: Entrº. Acesso Sul de

Nova Era – João Monlevade;

Segmento: Km 335,8 - Km 356,5

Extensão: 20,7km.

Não informado 810 Dias

RDC, Contratação Integrada,

Empreitada Por Preço Global.

Edital nº 165/2013 publicado no DOU em 28/03/2013, com abertura em 14/06/2013 às 17h00min conforme errata n°4 publicada no DOU em 30/04/2013 e sessão de resultados em 14/08/2013 às 09h30min. Sessão declarada fracassada por ter ficado acima do orçamento. Edital 0102/14-00 publicado no DOU em 26/02/2014 com abertura em 15/04/2014 às 10h00min, adiada para 08/05/2014 às 10h00min, conforme DOU de 14/04/2014. RDC Eletrônico conduzido no dia 08/05/2014 homologou como menor preço o valor ofertado pela Isolux Projetos e Instalações Ltda. no valor de R$ 130.000.000,00, conforme DOU de 16/06/2014. Ordem de Serviço ainda não foi dada.

165/2013 6

Subtrecho: João Monlevade – Rio Una; Segmento: Km 356,5 – Km

389,5; Extensão: 33,0km.

380.809.000,00

1170 Dias (12/05/2014

a 25/07/2017)

RDC, Contratação Integrada,

Empreitada Por Preço Global.

Edital nº 165/2013 publicado no DOU em 28/03/2013, com abertura em 17/06/2013 às 09h00min conforme errata n°4 publicada no DOU em 30/04/2013 e sessão de resultados em 14/08/2013 às 09h30min. Melhor pontuação final: Consórcio Isolux/Corsan/Engevix. DOU de 24/09/2013 homologou como vencedor o Consórcio Isolux-Corsán/Engevix com melhor pontuação final e proposta no valor de R$ 380.809.000,00. Ordem de Serviço assinada em 12/05/2014.

165/2013 7

Subtrecho: Rio Una – Entrº. MG-

435 (Caeté); Segmento: Km

389,5 – Km 427,0; Extensão:

37,5km.

530.000.000,00

1170 Dias (12/05/2014

a 25/07/2017)

RDC, Contratação Integrada,

Empreitada Por Preço Global.

Edital nº 165/2013 publicado no DOU em 28/03/2013, com abertura em 17/06/2013 às 11h00min conforme errata n°4 publicada no DOU em 30/04/2013 e sessão de resultados em 14/08/2013 às 09h30min. DOU de 16/08/2013 homologou como vencedor o Consórcio Brasil/Mota/Engesur com melhor pontuação final e proposta no valor de R$ 530.000.000,00. Ordem de Serviço assinada em 12/05/2014.

(Continua) (Continuação)

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97

Quadro 14 - Resumo das informações dos contratos da BR 381/MG Norte

Edital Lote da

Obra Descrição

Valor do Contrato

(R$)

Prazo de Realização

da Obra

Modalidade de Contratação

Situação

165/2013 e

102/2014 8A

Subtrecho: Entrº. MG-435 (Caeté) -

Entr. MG-020; Segmento: Km 427 – Km 445; Extensão: 18,0

km.

Não informado 1170 Dias

RDC, Contratação Integrada,

Empreitada Por Preço Global.

Edital nº 165/2013 publicado no DOU em 28/03/2013, com abertura em 17/06/2013 às 14h00min conforme errata n°4 publicada no DOU em 30/04/2013 e sessão de resultados em 14/08/2013 às 09h30min. Sessão de negociação realizada em 22/08/2013. Sessão declarada fracassada por ter ficado acima do orçamento. Edital 0102/14-00 publicado no DOU em 26/02/2014 com abertura em 15/04/2014 às 10h00min, adiada para 08/05/2014 às 10h00min, conforme DOU de 14/04/2014. RDC Eletrônico conduzido no dia 08/05/2014 Construtora Brasil SA no valor de R$ 210.000.000,00. DNIT alegou estar acima do valor alvo e abriu negociação com a empresa até 15/05/2014 às 10h00min. Sessão declarada fracassada por ter ficado acima do orçamento.

165/2013 e

144/2014 8B

Subtrecho: Entr. MG-435 (Caeté) -

Entrº MG-020 (Av. Cristiano Machado/Belo

Horizonte); Segmento: Km

445 – Km 458,4; Extensão: 13,4km.

Não informado 1170 Dias

RDC, Contratação Integrada,

Empreitada Por Preço Global.

Edital nº 165/2013 publicado no DOU em 28/03/2013, com abertura em 17/06/2013 às 17:00h conforme errata n°4 publicada no DOU em 30/04/2013 e sessão de resultados em 14/08/2013 às 09h30min. Sessão de negociação realizada em 22/08/2013. Sessão declarada fracassada por ter ficado acima do orçamento. Edital 0144/14-00 publicado no DOU em 24/03/2014 com abertura em 15/04/2014 às 15h00min, adiada para 08/05/2014 às 11h00min, conforme DOU de 14/04/2014. RDC Eletrônico conduzido no dia 08/05/2014 teve como menor preço o valor ofertado pela Empresa Construtora Brasil SA o valor de R$ 330.000.000,00. DNIT alegou estar acima do valor-alvo. Sessão declarada fracassada por ter ficado acima do orçamento.

Fonte: Adaptado do relatório Movimento Nova 381, FIEMG, 2014.

A FIG. 17 mostra o mapa de localização dos trechos de cada contrato de obra, indicando os

que estão com os contratos formalizados (Lotes 01, 02, 3.1, 3.2, 3.3, 04, 05, 06, 07), os que

estão com processo de licitação em andamento (09 e 10 – Variante Santa Barbara) e os

trechos que estão aguardando a publicação do Edital de Licitação (08A e 08B – próximos ao

Anel Rodoviário de Belo Horizonte).

(Continua) (Conclusão)

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98

Fonte: Adaptado de FIEMG, 2014.

Figura 17 - Mapa de localização dos trechos de cada contrato de

obra

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99

4.1 Categoria de Análise 1: Tipos de Redes entre Empresas

Conforme indicado no QUADRO 12, apresentado no capítulo dos Procedimentos

Metodológicos, os dados para a identificação dos tipos de redes foram obtidos por meio da

análise da documentação do processo de licitação conduzido pelo Edital nº 165/2013 do

DNIT, no qual constam os consórcios de empresas formalmente constituídos para

participarem do processo de contratação.

O Quadro 15, a seguir, mostra os consórcios de empresas formados para a participação no

processo de seleção de propostas mais vantajosas, indicando a área de atuação de cada

empresa, se em projetos (designs) ou construção.

As informações contidas no QUADRO 15 foram obtidas a partir da análise dos documentos

públicos do processo administrativo nº 50600.011160/2013-16, do Departamento Nacional de

Infraestrutura de Transportes, do procedimento licitatório do Edital nº 165/2013 – DNIT.

Quadro 15- Empresas e consórcios participantes da licitação, Edital nº 165/2013-DNIT

Consórcios Empresas Tipo de Consórcio

Nome do Consórcio Empresas Área de

Atuação CNPJ

1 Empresa isolada

Construcap CCPS Engenharia e Comércio S.A.

Construcap CCPS Engenharia e Comercio S.A.- FOCAL

Construção 61.584.223/

0018-86

1

2

Vertical Consórcio Grupo Isolux-Corsán / Engevix

Isolux Projetos e Instalações Ltda/Corsán – FOCAL

Construção 07.356.815/

0001-57

3 Engevix - Engenharia S.A. Projeto 00.103.582/

0001-31

2

4

Vertical Consórcio J Dantas/ Sotepa

J. Dantas Engenharia e Construções Ltda - FOCAL

Construção 17.168.907/

0001-67

5 Sotepa - Sociedade Tec. de Est. Projeto e Assessoria Ltda.

Projeto 82.515.834/

0001-02

3

6

Vertical Consórcio Toniolo, Busnelo/ GP Consultoria.

Toniolo Busnello S/A Tuneis Terraplen e Paviment - FOCAL

Construção 89.723.977/

0001-40

7 GP Consultoria em Projetos de Engenharia Civil Ltda.

Projeto 07.086.008/

0001-61

(Continua)

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100

Quadro 15- Empresas e consórcios participantes da licitação, Edital nº 165/2013-DNIT

Consórcios Empresas Tipo de Consórcio

Nome do Consórcio Empresas Área de

Atuação CNPJ

4 8

Vertical

Consórcio CGL/ Spazio Urbanismo Engenharia

Spazio Construtora e Estudos Técnicos Ltda. – FOCAL

Construção 10.280.409/

0001-62

9 Construtora Gomes Lourenço Ltda. Projeto 61.069.050/

0001-10

5

10

Vertical Consórcio Emsa/ Astep

Emsa - Empresa Sul Americana de Montagens S.A. – FOCAL

Construção 17.393.547/

0002-88

11 Astep - Engenharia Ltda. Projeto 10.778.470/

0001-34

6

12

Horizontal e Vertical

Consórcio Brasil/ Mota/ Engesur

Empresa Construtora Brasil S.A. – FOCAL

Construção 17.164.435/

0001-74

13 Mota Engil, Engenharia e Construção S.A.

Cnstrução/ Projeto

15.321.765/0001-09

14 Engesur Consultoria e Estudos Técnicos Ltda.

Projeto 33.104.175/

0001-06

7

15

Horizontal e Vertical

Consórcio CBM/ Carioca/ Direção

Construtora Barbosa Melo S.A. – FOCAL

Construção 17.185.786/

0001-61

16 Carioca Christiani-Nielsen Engenharia S.A.

Construção 40.450.769/

0001-26

17 Direção Consultoria e Engenharia Ltda.

Projeto 32.963.001/

0001-28

8

18

Horizontal e Vertical

Consórcio Cowan/ ARG/ Strata

Construtora Cowan S.A. – FOCAL Construção 68.528.017/

0001-50

19 A.R.G. Ltda. Construção 20.520.862I

0001-52

20 Strata Engenharia Ltda. Projeto 38.743.357/

0001-32

9

21

Horizontal e Vertical

Consorcio Pavotec/ MAC/ Vilasa/ Euler

Pavotec - Pavimentação e Terraplenagem Ltda. – FOCAL

Construção 27.394.840/

0001-32

22 MAC - Engenharia Ltda. Construção 10.537.537/

0001-49

23 Vilasa - Construtora Ltda. Construção 17.551.250/

0001-12

24 Euler - Engenharia e Consultoria Ltda.

Projeto 30.069.462/

0001-26

(Continua) (Continuação)

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Quadro 15- Empresas e consórcios participantes da licitação, Edital nº 165/2013-DNIT

Consórcios Empresas Tipo de Consórcio

Nome do Consórcio Empresas Área de

Atuação CNPJ

10

25

Horizontal e Vertical

Consórcio Cetenco/ Ferreira Guedes/ Encalso/ Iguatemi

Cetenco-Engenharia S/A FOCAL Construção 61.550.497/

0001-06

26 Construtora Ferreira Guedes S.A. Construção 61.0998.260

/001-44

27 Encalso - Construções Ltda. Construção 55.333.769/

0010-04

28 Iguatemi - Consultoria e Serviços de Engenharia Ltda.

Projeto 83.256.172/

0001-58

11

29

Horizontal e Vertical

Consórcio HAP/ Parsons (CT MAIN)/ Convap/ Planex

HAP - Engenharia Ltda – FOCAL Construção 38.664.140/

0001-37

30 Convap -Engenharia e Construção S.A.

Construção 17.250.986/

0001-50

31 Planex S/A Consultoria de Planejamento e Execução

Construção 17.453.978/

0001-01

32 Parsons Projetos de Infraestrut. Sociedade Simples Ltda.

Projeto 02.102.368/

0001-96

12

33

Horizontal e Vertical

Consórcio Aterpa M. Martins/ Servix/ Ivaí/ Concresolo

Construtora Aterpa M. Martins S.A. Construção 17.162.983/

0001-65

34 Servix Engenharia S.A. - FOCAL Construção 61.467.379/

0001-39

35 Ivaí Engenharia de Obras S.A. Construção 76.592.542/

0001-62

36 Concresolo Engenharia Ltda. Projeto 24.059.917/

0001-20

13

37

Horizontal e Vertical

Consórcio Queiroz Galvão/ Mendes Junior/ Serveng/ Consol

Construtora Queiroz Galvão S.A. – FOCAL. Construção 33.412.792/

0001-60

38 Mendez Junior Trading e Engenharia S.A. Construção 19.394.808/

0001-29

39 Serveng Civilsan S.A. Empresas Associadas de Engenharia. Construção 48.540.421/

0001-31

40 Consol Engenheiros Consultores Projeto 17.210.063/0001-75

Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos documentos do processo de licitação.

(Continua) (Conclusão)

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102

É importante resgatar o conceito descrito no referencial teórico desta dissertação, com relação

à definição dada por Britto (2000) e Gulati e Singh (1998) para as redes de cooperação entre

empresas, objetivando dar acesso a recursos críticos de ativos complementares, que, segundo

esses autores, podem ser horizontais e verticais em relação à posição da Empresa Focal na

cadeia de suprimento.

A partir do QUADRO 15, pode-se inferir que 40 empresas participaram efetivamente do

processo de licitação do Edital nº 165/2013 – DNIT. Por meio da análise documental,

evidenciou-se que essas 40 empresas se agruparam em 13 redes no formato de consórcios.

Verificou-se que cinco desses consórcios foram constituídos por redes de empresas do tipo

vertical à montante da cadeia de suprimentos (fornecedores de projeto), e oito deles foram

constituídos por rede de empresas do tipo vertical (fornecedores de projeto) e horizontal

(concorrentes) simultaneamente. Também foi constatada a participação de uma empesa

isolada.

Para a identificação do tipo de consórcio, conforme definido no referencial teórico, foram

observados os critérios adotados pelo Edital de Licitação nº 165/2013 – DNIT, que

estabeleceu a obrigatoriedade da indicação de uma Empresa Líder, em caso de constituição de

consórcio para participação no certame licitatório, e também definiu que a Empresa Líder

deveria, necessariamente, ser atuante na área de construção de obras, conforme parte do edital

reproduzido a seguir.

4. DA PARTICIPAÇÃO.

4.1. Respeitadas as demais condições normativas e as constantes deste Edital e seus

Anexos, poderá participar desta licitação:

4.1.1. Qualquer pessoa jurídica legalmente estabelecida no País e que atenda às

exigências deste Edital e seus Anexos;

4.1.2. Consórcio:

4.1.2.1. Nesta licitação será admitida a possibilidade de Consórcio, limitado a 04

(quatro) empresas por lote, pelo fato de permitir a participação de empresa de

projeto, além de reforçar a capacidade técnica e financeira do licitante,

proporcionando maior disponibilidade de equipamento e pessoal especializado,

ensejando, novamente, a participação de maior número de empresas, possibilitando

à participação de empresas regionais com aumento na competitividade, devendo ser

apresentada a comprovação do compromisso público ou particular de constituição de

consórcio, subscrito pelos consorciados, sendo a líder, necessariamente, empresa

de Construção Rodoviária, atendidas as condições previstas no Art. 51 do Decreto

nº 7.581 de 11 de outubro de 2011 e aquelas estabelecidas neste Edital; (grifo nosso)

[...]

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103

4.1.2.4. as pessoas jurídicas que participarem organizadas em consórcio deverão

apresentar, além dos demais documentos exigidos neste Edital, compromisso de

constituição do consórcio, por escritura pública ou documento particular registrado

em Cartório de Registro de Títulos e Documentos, discriminando a empresa líder,

estabelecendo responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados pelo

consórcio; (grifo nosso).

4.1.2.5. o prazo de duração do consórcio deve, no mínimo, coincidir com o prazo de

conclusão do objeto licitatório, até sua aceitação definitiva;

4.1.2.6. os consorciados deverão apresentar compromisso de que não alterarão a

constituição ou composição do consórcio, visando manter válidas as premissas que

asseguram a sua habilitação, salvo aprovação pelo DNIT;

4.1.2.7. os consorciados deverão apresentar compromisso de que não se constituem

nem se constituirão, para fins do consórcio, em pessoa jurídica e de que o consórcio

não adotará denominação própria, diferente de seus integrantes (BRASIL, 2013).

Conforme exigido no item 4.1.2.4 do Edital, o documento de constituição de cada consórcio

indicou a sua Empresa Líder. Para esta pesquisa, a Empresa Líder de cada consórcio foi

considerada como sendo a Empresa Focal para a identificação dos tipos de redes formadas

pelos consórcios participantes da licitação deste estudo de caso.

O conteúdo dos documentos do processo de licitação apresenta todos os compromissos de

constituição de consórcios dos participantes, em que foi possível identificar cada uma das

empresas envolvidas no certame licitatório, os consórcios formados, as empresas líderes e,

consequentemente, os tipos de redes formadas, segundo o referencial teórico.

Apresenta-se na TAB. 1, a análise percentual dos tipos de consórcios constituídos quanto às

formações de parceiras entre empresas concorrentes da área de construção de obras e as

parcerias com empresas especializadas em elaborar e fornecer os projetos técnicos de

engenharia.

Para o caso do processo de licitação conduzido pelo Edital nº 165/2013 do DNIT, observa-se

a predominância de consórcios de empresas simultaneamente verticais e horizontais,

representando um total de 61,54% em relação ao total dos consórcios formados. Isto evidencia

que as empresas focais procuraram constituir redes em formato de consórcio com as empresas

de projetos pertencentes à cadeia de suprimentos da obra, e, ao mesmo tempo, com empresas

normalmente concorrentes no mercado de construção de obras, buscando complementar os

seus ativos.

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104

Tabela 1- Percentual dos tipos de consórcios formados

Tipo de

Consórcio Característica

Quanti-

dade

% em relação

ao total de

consórcios

% em relação

ao total de

participantes

Horizontal e

Vertical

Empresas concorrentes e empresas

pertencente à cadeia de suprimento

em relação a Empresa Focal

8 61,54% 57,14%

Vertical à

Montante

Empresas pertencentes à cadeia de

suprimento em relação à Empresa

Focal

5 38,46% 35,71%

TOTAL DE CONSÓRCIOS 13 100% 92,86%

Empresa

Isolada Apenas a Empresa Focal 1 - 7,14%

TOTAL DE PARTICIPANTES 14 - 100,00%

Fonte: Elaborada pelo autor.

Evidencia-se também que 38,46% do total dos consórcios constituídos foram do tipo vertical,

formados pela Empresa Focal e por uma empresa fornecedora de projetos técnicos de

engenharia (designs), pertencente à cadeia de suprimentos da obra. Isso caracteriza o tipo de

rede vertical à montante em relação ao fluxo de bens e serviços da cadeia de suprimentos,

conforme definido por Britto (2000) e apresentado no QUADRO 3.

Quanto aos questionários, as informações contidas nas respostas dadas às questões aplicadas

aos gestores das empresas envolvidas no processo de licitação confirmaram e

complementaram as informações obtidas nos documentos pesquisados.

Foram analisados os conteúdos dos questionários respondidos, cujas questões abertas sobre

este tema são as de números 1, 2 e 6, e as questões fechadas são as de números 1, 9, 10, 11,

13, 21. A seguir, foram reproduzidos alguns trechos relevantes das respostas às questões

abertas fornecidas pelos pesquisados.

Os respondentes foram questionados sobre quais os tipos redes empresariais formadas para

atender às exigências estabelecidas pelo RDC, na fase de licitação, no que se refere à parceria

com empresas concorrentes e empresas fornecedoras, nas obras de infraestrutura licitadas pelo

poder público (Questão 1 - aberta).

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105

A seguir, foram reproduzidas as partes relevantes das respostas da Questão 1 - aberta e da

entrevista, identificando as variáveis analisadas, os respondentes e, na sequência, os trechos

reproduzidos, nos quais os pesquisados afirmaram que:

Vantagens

Competitivas

Respondente 4 “Buscamos por empresas, historicamente nossas concorrentes, que

pudessem ajudar a alcançar a pontuação máxima para a nossa proposta

técnica, para a comprovação da experiência em execução de obras,

exigida pelo edital, o que, consequentemente, aumentou os nossos ativos

de bens de produção. Da mesma forma, procuramos parceiros

projetistas, historicamente nossos fornecedores de projetos de

engenharia, que complementassem nossas competências de modo a

obtermos a nota técnica máxima em experiências em criação de

projetos.”

Vantagens

Competitivas

Respondente 6 “Com o RDC passou a ser possível a participação de empresas

concorrentes e de projetos em consórcio, com isso suas

responsabilidades tanto técnicas e financeiras são amenizadas e, caso

venham a ser vencedoras do processo licitatório, se aproveita a expertise

de cada um.”

Tipo de Redes

de Empresas

Respondente 8 “Existe a formação redes de empresa do tipo consórcio, com empresas

que normalmente são concorrentes em outras licitações e com

empresa capacitada na produção de projetos [...].”

Tipo de Redes

de Empresas

Respondente 1 “A maior parte dos consórcios tem em sua composição uma empresa

projetista para o fornecimento dos projetos. Não é uma exigência, já

que algumas empresas possuem em sua estrutura setores de projeto, mas

essas empresas representam uma minoria. Está havendo mudanças no

mercado, empresas melhorando seus setores de projeto (já que o projeto

passa a ser uma disciplina de elevada importância na execução do

escopo).”

Tipo de Redes

de Empresas

Respondente 3 “Em função dos vários RDC’s de rodovias em que tenho atuado,

observo: - Os consórcios são formados por empresas que

normalmente são concorrentes em outras licitações. - e noutros casos

que sei, não existe a formação consórcio com projetistas na fase de

licitação [...].”

Competências

Complementares

Respondente 7 “Nas obras de infraestrutura rodoviárias promovidas pelo PAC neste

período entre os jogos, os consórcios entre projetistas e executoras

concorrentes no mercado nacional têm sido a rede de cooperação

dominante, é a que melhor atende as possibilidades de ações efetivas

desses participantes nos empreendimento, bem como a formação de uma

cadeia de suprimentos competente a atender as exigências do poder

público.”

Competências

Complementares

Respondente 8 “A formação dos consórcios é motivada pela busca de maiores

competências, entretanto, para o caso deste contrato, dado o nível de

exigência para atendimento dos requisitos do edital de licitação, a

prioridade foi a de encontrar empresa para formarmos parceria que

atendesse ao que estava solicitado no edital.”

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106

Vantagens

Competitivas

e

Terceirização

Respondente 9 “Como a contratação integrada pressupõe que o contratado elabore o

projeto básico, a formação de consórcio entre construtoras e projetistas é

condição natural para a própria participação na licitação (atestação do

licitante em projetos). Tem sido observada uma resistência das

empresas projetistas quanto a esse consorciamento “forçado”, uma

vez que a responsabilidade das consorciadas perante a

Administração é solidária, pelo todo. A internalização pela construtora

licitante, da competência em projeto, nem sempre é viável, uma vez que

a contratação integrada é usada para obras de grande porte, em razão da

especialização técnica; a opção de internalização tende a encarecer o

projeto e depende de arranjos comerciais talvez mais sofisticados.”

Vantagens

Competitivas

Respondente 11 “As redes de empresas do tipo consórcio têm atuado mais quando o RDC

é do tipo integrado, em que a empresa/consórcio é contratada para o

desenvolvimento dos projetos básico e executivo, a execução das obras e

todas as demais operações necessárias e suficientes para a entrega final

do empreendimento. Tendo em vista o objeto da contratação (projeto

e obra), está acontecendo a formação de redes de empresas

projetistas e construtoras.”

Competências

Complementares

Entrevista “Assim que adquirimos o edital de licitação percebemos que teríamos

que procurar parceiros. As exigências técnicas mínimas de alguns itens

eram superiores aos atestados que tínhamos. Notamos que não bastava

procurar pelas empresas com que estávamos acostumados a nos

relacionar para criar consórcios de execução de obra. Havia um

novo elemento que nos criou a necessidade de buscar por empresas

de projeto.”

Competências

Complementares

Entrevista “Formamos um consórcio de duas empresas com atestação em

execução de obras e uma empresa com atestação em projetos.

Empresa de médio porte em projeto já foi suficiente para que os

atestados técnicos atendessem.”

Ficou evidenciado nas respostas que os tipos de redes, na forma de consórcios, foram do tipo

vertical e horizontal em relação à Empresa Focal. Foram constituídos consórcios entre

empresas concorrentes e empresas fornecedoras de projeto.

Um aspecto importante a ser observado é a visão do projetista que se manifesta forçado a

participar de um consórcio, caso queria obter o contrato de projeto da obra, e depois fica

responsável, solidariamente, inclusive pela execução da obra: “Tem sido observada uma

resistência das empresas projetistas quanto a esse consorciamento ‘forçado’, uma vez que a

responsabilidade das consorciadas perante a Administração é solidária, pelo todo”

(Respondente 11).

Os participantes da pesquisa foram questionados sobre quais os tipos redes empresariais

formadas para atender as necessidades da obra, em sua fase de execução, quanto à parceria

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107

com empresas concorrentes e empresas fornecedoras, nos contratos de obras de infraestrutura

firmados com o poder público (Questão 2 - aberta).

A seguir, foram reproduzidas as partes relevantes das respostas da Questão 2 - aberta e da

entrevista, identificando as variáveis analisadas, os respondentes e, na sequência, os trechos

reproduzidos, nos quais os pesquisados afirmaram que:

Competências

Complementares

Respondente 1 “A intenção primeira da formação dos consórcios é atender às

exigências de comprovação de capacidade técnica do Edital de

licitação. Esse cenário pode mudar em médio prazo, mas em curto prazo

o cenário é este: empresas se consorciando para atingir a meta de ‘pegar

o contrato’. A inclusão de empresas projetistas nas redes não

necessariamente significa que aquela empresa fará os projetos.”

Terceirização Respondente 8 “[...] Após a assinatura do contrato são formalizadas novas parcerias

com fornecedores e firmas especializadas, entretanto não são dadas

exclusividades para que não ocorra do consórcio ficar dependendo de

um único fornecedor ou especialista.”

Competências

Complementares

Respondente 3 “[...] por efeito legal uma empresa de consultoria (projetista) formal,

que detém atestados que atendem à qualificação exigida no Edital,

faz parte do consórcio, mas apenas VENDE seus atestados e irá ter

uma participação em torno de 1% do contrato. Mas os projetos

executivos são elaborados por consultores especializados, não pela

consultora (projetista) que faz parte do consórcio.”

Terceirização Respondente 4 “Depois de assinado o contrato, a rede formada anteriormente deve

estender seus braços, na contratação de parceiros com as expertises

‘sintonia fina’, necessários para os ‘detalhes’ do empreendimento, sem

dar exclusividade para não ficarmos na dependência de um

fornecedor.”

Competências

Complementares

Respondente 3 “[...] A formação dos consórcios NÃO é motivada para a busca de

maiores competências, e objetiva apenas atingir as exigências de

comprovação de capacidade técnica do Edital de licitação.”

Terceirização Respondente 5 “Anteriormente ao RDC, nunca trabalhei com empresa projetista

participante de consórcio: sempre como subcontratada. Acredito que a

formação dos consórcios tende a procurar reduzir os riscos do

negócio. O tamanho e o escopo de um contrato RDC reduz o risco das

interfaces de escopo e contrato.”

Competências

Complementares

e

Terceirização

Respondente 6 “A empresa ou consórcio vencedor deverá analisar todos os aspectos do

seu contrato e planejar não só financeiramente, mas tudo aquilo que

envolve o que se tem de melhor, os subempreiteiros, os melhores

fornecedores de matéria-prima e evitar o máximo possível de retrabalho,

e a presença do projetista no corpo do consórcio fará a diferença

para que se atinja está meta.”

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108

Terceirização

e

Cadeia de

Suprimentos

Respondente 7 “As parcerias empresariais com fornecedores de insumos de

qualidade e com capacidade de atendimento ao empreendimento do

contrato são fundamentais ao cronograma do contrato, são as

principais e iniciais formalizações a serem feitas, tanto de materiais,

equipamentos e mão de obra como de serviços especializados ou

tecnologias que forneçam excelentes atendimentos às exigências do

contrato. Todavia não promovemos contratos de exclusividade com

fornecedores.”

Terceirização

e

Vantagens

Competitivas

Respondente 11 “O RDC do tipo contratação integrada veio em busca também de deixar

as empresas apresentarem novas tecnologias. Sendo assim, a avaliação

do poder público é se os projetos atendem às normas e diretrizes dos

órgãos responsáveis, não influenciando nas parceiras das empresas

com subcontratações, nem com fornecedores. As empresas têm a

liberdade de procurar o melhor fornecedor, que oferte o menor preço,

sem que isso influencie em seu preço global acordado com o

contratante.”

Competências

Complementares

Entrevista “Os consórcios que foram criados na etapa de licitação tiveram que ser

mantidos para a etapa de execução da obra. A constituição inicial do

consórcio só pode ser alterada com o aval do DNIT.”

Vantagens

Competitivas

Entrevista “O nosso consórcio foi criado antes da apresentação da proposta. Na

formação inicial, procuramos uma combinação que obtivesse a nota

técnica máxima na qualificação técnica. O foco inicial, e podemos dizer

principal, foi o de criar um consórcio que desse a melhor chance de

obter o contrato. Buscamos uma vantagem competitiva que fosse no

mínimo igual à dos nossos melhores concorrentes.”

Competências

Complementares

e

Vantagens

Competitivas

Entrevista “Na fase de execução, cada membro participa com suas melhores

competências. Porém essas melhores competências não estabeleceram a

base de formação inicial do consórcio. Os atestados de obras

executadas no passado, devidamente documentados e registrados,

foram o alicerce para a combinação das empresas em consórcio, em

detrimento de suas melhores competências atuais.”

Terceirização

e

Cadeia de

Suprimentos

Entrevista “Temos bom relacionamento com empresas de Belo Horizonte que

podem nos atender, mas não podemos ficar dependentes de um só

fornecedor. Esses materiais são estratégicos para a obra. Então, estamos

gerindo as aquisições de maneira que pelo menos dois fornecedores

atendam nossos pedidos sem, contudo, para o caso de brita e areia, por

exemplo, deixar que qualquer um deles fique com suas capacidades

produtivas ociosas por conta de poucos pedidos de nossa parte.”

Terceirização

e

Cadeia de

Suprimentos

Entrevista “Também tem que haver um equilíbrio entre o atendimento ao mercado

local, que é quem vai continuar a sustentar esses nossos fornecedores

quando a nossa obra acabar, e a nossa demanda. Muitas vezes temos

que cuidar dos assuntos de nossos fornecedores, para que eles não se

descuidem do mercado que vai garantir a sua existência no futuro.

Cuidamos de nossa cadeia de fornecedores, assim teremos parceiros

para futuros empreendimentos nesta região.”

Vantagens

Competitivas

Entrevista “Uma vantagem observada em nosso contrato é a participação dos

projetistas no cotidiano da obra. Demandas de projeto sempre foram um

gargalo na continuidade da obra. Esse tipo de contrato facilita as

decisões de projeto com soluções rápidas que são refletidas no

andamento da obra.”

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109

Notadamente, os pesquisados indicaram que a preocupação primeira das empresas focais das

redes foi com o atendimento aos requisitos do edital, quanto à obtenção da Nota Técnica

máxima.

O projeto executivo da obra poderá ou não ser elaborado pela empresa projetista do consórcio,

porém ficou nítida a importância da projetista na constituição do consórcio durante a

execução das obras, mesmo que atue como gestora da terceirização do projeto.

Foi observado também que, durante a execução das obras, o consórcio inicialmente

constituído não pode ser modificado. Novas parcerias são feitas por meio de contratos de

fornecimentos e contratações de empresas especializadas sem, contudo, firmar contrato de

exclusividade com novos parceiros.

Os pesquisados foram indagados a respeito de como os consórcios podem influenciar na

qualidade e agilidade dos serviços prestados em obras de infraestrutura firmados com o poder

público (Questão 6 - aberta).

A seguir, foram reproduzidas as partes relevantes das respostas da Questão 6 - aberta e da

entrevista, identificando as variáveis analisadas, os respondentes e, na sequência, os trechos

reproduzidos, nos quais os pesquisados afirmaram que:

Competências

Complementares

Respondente 7 “Essas parcerias possuem objetivos de somar competências, na qual a

qualidade do produto e o lucro desejado só serão alcançados por

participantes que dominem suas áreas técnicas, e somente assim obter

suas metas e, consequentemente, produzirão serviços de qualidade ao

poder público.”

Terceirização

e

Vantagens

Competitivas

Respondente 1 “[...] A inclusão de empresas projetistas nas redes não necessariamente

significa que aquela empresa fará os projetos, mas é fundamental para

a agilidade e produtividade da obra, tendo em vista que o DNIT

deixou de ser intermediário entre o executor e o projetista. Agora a

relação é direta entre construtor e projetista.”

Competências

Complementares

Respondente 3 “A formação dos consórcios NÃO é motivada pela busca de maiores

competências e objetiva apenas atingir as exigências de comprovação de

capacidade técnica do Edital de licitação, mas é claro que as parcerias,

principalmente o relacionamento direto com os consultores de

projeto, trouxeram agilidades.”

Competências

Complementares

Respondente 4 “Uma motivação é, sem duvida, a busca de competência e agilidade

para um produto final mais qualificado, principalmente com a parceira

em projeto sem interferência do DNIT.”

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110

Vantagem

Competitiva

e

Tipos de Redes

Respondente 5 “Observei, na minha experiência, a formação de consórcio de grandes

construtoras (empreiteiras) que subcontratam fornecedores de menor

tamanho, como no caso, projetistas e de alguns serviços auxiliares como

topografia, controle de qualidade e inspeção. A nova possibilidade de

ter o projetista no núcleo do consórcio é uma vantagem para a

melhoria de desempenho.”

Competências

Complementares

e

Vantagem

Competitiva

Respondente 6 “O consórcio bem montando é aquele formado com as maiores virtudes

de cada um dos componentes, só assim será um consórcio pleno,

competitivo e eficiente. Naturalmente que o consórcio que valoriza e

aplica o que cada membro tem de melhor aumenta a produtividade e

qualidade da obra.”

Competências

Complementares

Respondente 11 “Entendo que a formação do consórcio por si só não garante

qualidade, no entanto, a formação de consórcios agiliza o andamento

do empreendimento, pois une competências de diferentes empresas.”

Competências

Complementares

Entrevista “A presença da empresa projetista tem provido um diferencial em relação

aos contratos em que o DNIT é o responsável por contratar empresas que

vão elaborar o projeto. Essa vantagem é a de poder tomar decisões de

soluções de projetos sem ter que passar pelo trâmite de aprovação de

adequação do DNIT. Em contratos de obras, cujo objeto é a construção

da obra, para que se possa promover uma adequação de projeto devem-se

seguir os ritos normativos estabelecidos pelo DNIT, em que o tempo de

aprovação chega facilmente a seis meses. A presença do projetista,

como um membro do consórcio, faz com que as soluções de projetos

sejam imediatas.”

Vantagem

Competitiva

Entrevista “Não tenho dúvida de que, na etapa de construção da obra, o consórcio

explora as melhores capacidades de seus consorciados. Entretanto repito

que a origem da composição do grupo de empresas foi o atendimento

às exigências de comprovação técnica demandadas pelo do edital de

licitação, sem o qual não teria sido possível conquistar o contrato.”

A análise dos conteúdos das respostas do questionário indica claramente que a participação

das empresas projetistas na constituição dos consórcios melhorou a agilidade nas soluções de

adequação dos projetos, o que elimina paralizações de obras por causa de possíveis

indefinições relacionadas a questões técnicas.

Relacionadas a este assunto foram analisadas as questões fechadas de números 1, 9, 10, 11, 13

e 21. Na sequência, apresentam-se os resultados obtidos da análise das respostas enviadas

pelos pesquisados.

Na TAB. 2, são apresentadas as questões fechadas que tratam de assuntos relacionados às

redes de colaboração entre empresas e apresenta-se a análise da pesquisa para essas questões.

Foram utilizados os critérios e equações descritos por Sanches, Meireles e De Sordi (2011),

descritos no capítulo referente à metodologia, para a apuração do grau de concordância da

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111

proposição (GCp) de cada uma das questões respondidas pelos pesquisados, conforme

também descrito no capítulo referente à metodologia.

Tabela 2 - Redes de Empresas: relação entre as questões abertas e fechadas, e o grau de concordância

Qu

estã

o N

úm

ero

Questões

Não

ten

ho

co

nh

e-

cim

ento

(N

TC

) C

on

cord

o T

ota

lmen

te

(CT

) C

on

cord

o b

asta

nte

(C

Ba)

C

on

cord

o P

ou

co (

CP

) N

ão c

on

cord

o, n

em

dis

cord

o (

NC

ND

)

Dis

cord

o P

ou

co (

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)

Dis

cord

o B

asta

nte

(D

Ba)

D

isco

rdo

To

talm

ente

(D

T)

Med

ian

a O

bse

rvad

a

Dis

cord

ante

s d

a p

rop

osi

ção

(D

pr)

Co

nco

rdan

tes

com

a

Pro

po

siçã

o (

Cp

r)

Gra

u d

e C

on

cord

ânci

a d

a p

rop

osi

ção

(G

Cp

)

7 6 5 4 3 2 1 0

9 As redes visam a uma aliança estratégica para as comprovações técnicas exigidas no Edital. 3,

03%

39,3

9%

45,4

5%

3,03

%

3,03

%

3,03

%

3,03

%

-

CBa

7,58

%

89,3

9%

89,3

9%

10

As redes visam a mais alianças estratégicas para obter atestados técnicos de exigência do Edital do que competência para execução da obra.

3,03

%

36,3

6%

36,3

6%

3,03

%

6,06

%

6,06

%

6,06

%

3,03

%

CBa

18,1

8%

78,7

9%

78,7

9%

MÉDIAS DAS QUESTÕES 9 e 10

3,03

%

37,8

8%

40,9

1%

3,03

%

4,55

%

4,55

%

4,55

%

1,52

%

CBa

12,8

8%

84,0

9%

84,0

9%

11

As redes (consórcios) satisfazem as necessidades dos envolvidos (contratante e contratado) sem a inclusão de novos consorciados no decorrer da obra.

-

27,2

7%

39,3

9%

12,1

2%

3,03

%

6,06

%

9,09

%

3,03

%

CBa

19,7

0%

80,3

0%

80,3

0%

21

Nas novas parcerias para a construção da cadeia de suprimentos não são firmados contratos que obrigam à aquisição de insumos com um único fornecedor.

-

27,2

7%

42,4

2%

12,1

2%

12,1

2%

3,03

%

3,03

%

-

CBa

12,1

2%

87,8

8%

87,8

8%

MÉDIAS DAS QUESTÕES 11 e 21 -

27,2

7%

40,9

1%

12,1

2%

7,58

%

4,55

%

6,06

%

1,52

%

CBa

15,9

1%

84,0

9%

84,0

9%

1 Acredito que a inclusão dos projetistas nas redes entre empresas propicia atender ao RDC de forma mais ágil e com maior qualidade.

-

48,4

8%

45,4

5%

3,03

%

3,03

%

-

-

-

CBa

1,52

%

98,4

8%

98,4

8%

13

A transferência do Estado para o particular da gestão e elaboração dos projetos técnicos foi uma opção acertada que garante agilidade nos processos de licitação e execução do contratado.

-

30,3

0%

54,5

5%

6,06

%

3,03

%

3,03

%

3,03

%

-

CBa

7,58

%

92,4

2%

92,4

2%

MÉDIAS DAS QUESTÕES 1 e 13 -

39,3

9%

50,0

0%

4,55

%

3,03

%

1,52

%

1,52

%

-

CBa

4,55

%

95,4

5%

95,4

5%

Fonte: Elaborada pelo autor.

Agora é possível estabelecer relações entre as inferências provenientes das questões abertas e

as respostas às fechadas. As questões fechadas do questionário foram formuladas,

propositalmente, de modo a se relacionarem com as abertas. Para o assunto das redes de

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112

empresas, apresentam-se na TAB. 3 as questões fechadas que são referentes aos assuntos

abordados em cada um dos temas das questões abertas.

Estabelecidas essas relações entre as questões, foi possível evidenciar o grau de concordância

médio das inferências derivadas das proposições fechadas relacionado a uma questão aberta.

Com fundamento na escala de intensidade do grau de concordância da proposição definido

por Davis (1976), apresenta-se, na TAB. 3, o resumo do resultado da análise da categoria 1 –

Formação de Rede de Empresa.

Tabela 3 - Redes de Empresas: triangulação dos resultados das análises

Dimensão Inferências das Questões Abertas e da

Entrevista Questões Abertas

Documentos que

Confirmam

Questões Fechadas

que Confirmam

Grau de Concordân -cia Médio

Intensidade

Formação de Rede

de Empresa

Inferência 1: Das 13 redes de cooperação em consórcio que participaram do processo de licitação, 5 foram do tipo vertical à montante da cadeia de suprimentos, e 8 foram simultaneamente do tipo vertical e horizontal.

1 Processo

Adm. Edital nº 165/2013

- - -

Inferência 2: Os consórcios visaram inicialmente atender às exigências de comprovação de experiência técnica para obtenção da Nota Técnica máxima como uma vantagem competitiva, em atendimento às regras do Edital nº 165/2013 – DNIT.

2 Processo

Adm. Edital nº 165/2013

9 e 10 84,09% Uma

concordância substancial

Inferência 3: Os consórcios inicialmente formados são mantidos ao longo da obra e são formadas novas parcerias com fornecedores e empresas especializadas. Entretanto não são firmados contratos de exclusividades com os novos parceiros da Cadeia de Suprimentos da obra.

2 Observação

Direta 11 e 21 84,09%

Uma concordância substancial

Inferência 4: As empresas projetistas foram fundamentais na composição dos consórcios, tanto para atendimento aos requisitos do Edital como para a gestão e elaboração dos projetos técnicos executivos, com especial importância na obtenção de agilidade e qualidade na obra.

2 e 6

Processo Adm. Edital

nº 165/2013 e Observação

Direta

1 e 13 95,45% Uma

concordância forte

Fonte: Elaborada pelo autor.

Verifica-se na TAB. 3 que a Inferência 4, proveniente das questões abertas, apresentou

intensidade forte para o grau de concordância (GCp) dos pesquisados nas respectivas

proposições fechadas. As inferências 2 e 3 apresentaram intensidade substancial para o grau

de concordância dos pesquisados nas respectivas proposições fechadas.

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113

Especificamente sobre a Inferência 1, indicada na TAB. 3, relacionada às redes em

consórcios, os tipos observados foram evidenciados pela relação entre o referencial teórico e

os documentos analisados, sem ter sido verificada a percepção dos pesquisados, dada a

natureza teórica empregada nesta pesquisa sobre este tema.

Com base nos dados coletados, analisados e compilados, relativos à Inferência 2, descrita na

TAB. 3, notou-se que 37,88% dos participantes responderam que concordam totalmente e

40.91% responderam que concordam bastante nas questões fechadas 9 e 10. Isso confirma que

os consórcios visaram inicialmente atender às exigências de comprovação de experiência

técnica para obtenção da Nota Técnica máxima como uma forma de vantagem competitiva,

em atendimento às regras do Edital nº 165/2013 – DNIT, em detrimento de uma busca inicial

por vantagem em competências complementares, conforme pode ser observado no GRAF. 2,

a seguir.

Gráfico 2 - Concordância das questões fechadas 9 e 10 que confirmam a Inferência 2

003%

038%

041%

003%

005%005%

005% 002%

Não Tenho Conhecimento (NTC)Concordo Totalmente (CT)Concordo Bastante (CBa)Concordo Pouco (CP)Não Concordo, Nem Discordo (NCND)Discordo Pouco (DP)Discordo Bastante (DBa)Discordo Totalmente (DT)

013%

084%

Grau de Concordância

Discordantes da Proposição (Dpr)

Concordantes com a Proposição (Cpr)

Fonte: Dados da pesquisa dispostos nas TAB. 2 e 3.

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O grau de concordância dos pesquisados para as questões fechadas 9 e 10 foi de 84,09%, o

que corrobora a Inferência 1 no que se refere à priorização da nota técnica sobre as

competências complementares, como critério de formação dos consórcios.

Tendo por fundamentos a análise e a avaliação dos dados relativos à Inferência 3, descrita na

TAB. 3, notou-se que 27,27% dos participantes responderam que concordam totalmente e

40.91% responderam que concordam bastante com as questões fechadas 11 e 21. Isso

confirma que os consórcios inicialmente formados são mantidos ao longo da obra, que

atendem satisfatoriamente às necessidades do contrato e que são formadas novas parcerias

com fornecedores e empresas especializadas. Entretanto não são firmados contratos de

exclusividades com os novos parceiros da cadeia de suprimentos da obra, conforme pode ser

observado no GRAF. 3, a seguir.

Gráfico 3 - Concordância das questões fechadas 11 e 21 que confirmam a Inferência 3

Os pesquisados destacaram a importância dos contratos de fornecimentos de produtos e

serviços para a obra, sem a cláusula de exclusividade. Por meio das questões fechadas 11 e

027%

041%

012%

008%

005%006% 002%

Concordo Totalmente (CT)

Concordo Bastante (CBa)

Concordo Pouco (CP)

Não Concordo, Nem Discordo (NCND)

Discordo Pouco (DP)

Discordo Bastante (DBa)

Discordo Totalmente (DT)

016%

084%

Grau de Concordância

Discordantes da Proposição (Dpr)

Concordantes com a Proposição (Cpr)

Fonte: Dado Fonte: Dados da pesquisa dispostos nas TAB. 2 e 3.

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115

21, os pesquisados responderam, com um grau de concordância de 84,09%, que os consórcios

constituídos no momento da licitação são mantidos no decorrer da obra e satisfazem as

necessidades das partes interessadas. Além disso, evidenciaram a importância da criação de

uma cadeia de suprimentos formada por empresas com a função de parceria, não apenas de

fornecimento de insumos.

Relativamente à Inferência 4, descrita na TAB. 3, depois de analisadas as questões fechadas 1

e 13, notou-se que 39,39% dos participantes responderam que concordam totalmente e

50,00% responderam que concordam bastante com a proposição de que as empresas

projetistas foram fundamentais na composição dos consórcios, tanto para atendimento aos

requisitos do Edital, como para a gestão e elaboração dos projetos técnicos executivos, com

especial importância para a obtenção de agilidade e qualidade na obra, conforme pode ser

observado no GRAF. 4.

Gráfico 4 - Concordância das questões fechadas 1 e 13 que confirmam a Inferência 4

Em qualquer projeto, é importante que haja uma efetiva gestão para o atendimento às

expectativas das partes envolvidas quanto a escopo, prazo, preço, qualidade, fluxo de

informações e aquisições. Dessa forma, verificou-se com os participantes, com um grau de

039%

050%

005% 003% 002% 002%

Concordo Totalmente (CT)

Concordo Bastante (CBa)

Concordo Pouco (CP)

Não Concordo, Nem Discordo (NCND)

Discordo Pouco (DP)

Discordo Bastante (DBa)

005%

095%

Grau de Concordância

Discordantes da Proposição (Dpr)

Concordantes com a Proposição (Cpr)

Fonte: Dados da pesquisa dispostos nas TAB. 2 e 3.

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concordância de 95,45%, que a transferência do Estado para o particular da gestão e

elaboração dos projetos técnicos de engenharia (design) de obras de infraestrutura é uma

opção acertada para garantir agilidade nas fases dos processos de licitação e execução do

objeto contratado.

4.2 Categoria de Análise 2: Inovação no Sistema de Licitação

As potenciais inovações nos processos de contratações de obras de infraestrutura estão

relacionadas com o Tipo de Licitação (critérios de seleção de empresa), o Regime de

Execução (forma de medição e pagamento dos serviços realizados) e o Método de Entrega

(escopo do projeto), conforme afirmado no Referencial Teórico por Ferreira e Santos (2012),

Bicalho (2013), Heinen (2014) e Quintella (2014).

De acordo com o indicado no QUADRO 12, apresentado no capítulo dos Procedimentos

Metodológicos desta dissertação, a técnica de coleta dos dados foi o da análise documental,

com o propósito de identificar as inovações proporcionadas pelo novo Regime Diferenciado

de Contratação. O tema também foi abordado no questionário aplicado.

Os documentos analisados foram os pertencentes ao processo de licitação regido pelo Edital

nº 165/2013 do DNIT. O referido Edital mostra em seu conteúdo quais foram os critérios

estabelecidos para o Tipo de Licitação, o Regime de Execução e o Método de Entrega de

Projeto.

Antes de analisar as informações relacionadas às inovações e aos aspectos relevantes do Tipo

de Licitação, Método de Entrega de Projeto (delivery project method) e Regime de Execução,

analisaram-se as questões relacionadas aos aspectos mais gerais do RDC. As questões abertas

de números 4 e 5 propuseram-se a abordar características mais gerais relacionadas ao RDC.

Aos profissionais participantes, por meio da aplicação do questionário e da entrevista,

perguntou-se qual a motivação ou o diferencial que eles consideram mais relevante para que o

RDC seja a opção mais adequada para os contratos de obras de infraestrutura firmados com o

poder público (Questão 4 - aberta).

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117

As principais informações foram reproduzidas a seguir, identificando as variáveis analisadas,

os respondentes e o trecho reproduzido, nos quais os pesquisados afirmaram que:

Método de

Entrega

Respondente 1 “A contratação por RDC traz maior dinamicidade ao contrato e à

execução da obra. Não existe a antiga ‘amarração’ ao projeto do edital ou

às metodologias construtivas contidas no edital, mesmo que as soluções

adotadas ainda tenham que seguir as especificações do DNIT. Dessa

forma, as obras terão maior agilidade e menos burocracias que travam

o processo/obra.”

Método de

Entrega

Respondente 3 “Mais agilidade na fase de licitação, até a efetiva contratação da

execução. Maior rapidez na conclusão dos projetos (designs). Maior

rapidez de adequação dos projetos (designs) às realidades encontradas

no momento da execução das diversas fases da obra, atendimento ao

prazo de entrega do objeto contratado.”

Método de

Entrega

Respondente 4 “O grande diferencial é que se consegue ter no bojo do ‘projeto / obra /

suprimentos / prazo / valor / etc.’ uma única responsabilidade que faz

com que o foco principal seja o produto final entregue no prazo, com

qualidade e celeridade de execução e de engenharia.”

Método de

Entrega

Respondente 6 “Depende do tipo de RDC a ser licitado, mas o maior ganho sem dúvida

é a velocidade de contratação, elaboração de projeto e execução da

obra.”

Regime de

Execução

e

Método de

Entrega

Respondente 7 “Tendo a condensação em uma só licitação das etapas que eram

anteriormente subdivididas, complementa-se esse novo processo de

contratação de projetos prioritários. Cria-se uma realidade mais segura à

administração que pelo maior comprometimento administrativo e técnico

dos executores, surge uma nova postura em eficiência executiva, tanto

física como financeira, por parte dos contratados do projeto público

reduzindo os riscos de acréscimos financeiros ao orçamento inicial.”

Regime de

Execução

Respondente 8 “Maior facilidade de adequação dos projetos (designs) às realidades

encontradas no momento da execução das diversas fases da obra, o que

produz maior precisão na conclusão do contrato. Menor possibilidade

de aditivos por alteração de projeto (design) quando for o caso de

contratação integrada.”

Método de

Entrega

Respondente 9 “Vejo a contratação integrada como um avanço em termos de

contratações públicas no Brasil, em todos os aspectos, em especial como

solução eficaz para a Administração Pública ser mais bem atendida

quanto ao produto final buscado. O atingimento desse objetivo parte,

contudo e necessariamente, de um bom planejamento na fase interna,

prosseguido em boa gestão/fiscalização do contrato. Vejo que as

potencialidades do RDC ainda estão subaproveitadas.”

Método de

Entrega

Entrevista “[...] Alteração de um projeto de um contrato já concluído pode provocar

grandes atrasos na condução da obra. Com o projetista deixando de ser

fornecedor e passando a parceiro, as soluções de questões de projetos

passaram a ser mais ágeis.”

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Regime de

Execução

e

Método de

Entrega

Respondente 2 “A maior agilidade no funcionamento dos contratos de licitação

aliados a uma nova forma de concepção que favorece a ambas as partes

de forma segura e eficaz. Porque o foco nos resultados torna o

mecanismo de RDC mais interessante para os sistemas atuais de

economia globalizada.”

Método de

Entrega

Respondente 11 “O maior ganho no RDC é o prazo. Alguns levantamentos do

Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes [mostram] que

se levava aproximadamente de cinco a seis anos desde o início do termo

de referência para contratação do empreendimento até a conclusão da

obra. Já começamos a receber obras contratadas pelo RDC, sendo que

algumas tiveram a data de entrega antecipada.”

Regime de

Execução

Respondente 11 “Outra vantagem é que, com a impossibilidade de acréscimo de valor por

conta de revisão de projeto em fase de obra, onde a empresa tinha que

aguardar os trâmites burocráticos para a aceitação das alterações, os

problemas que surgem são resolvidos com maior rapidez.”

Método de

Entrega

Respondente 11 “E, ainda, como a projetista está consorciada ou contratada pela

construtora, os projetos já são elaborados em comum acordo,

aproveitando o know-how da construtora.”

Tipo de

Licitação

Entrevista “Com a utilização do Regime Diferenciado de Contratação para as obras

públicas, fica dispensado o modelo da tradicional lei geral de licitação.

Então aparece uma nova sistemática nos processos de seleção de

empresas. Nesse novo sistema de contratação é possível observar uma

maior rapidez para percorrer todas as fases de contratação.”

Tipo de

Licitação

Entrevista “No nosso caso foi possível observar um prazo menor do que

normalmente ocorria em licitação pela Lei nº 8.666/1993, apesar de

ter sido adotado um critério de julgamento por técnica e preço, em uma

seção onde os representantes das empresas estavam presentes. Isso foi

possível em função da inversão de fase.”

Tipo de

Licitação

Entrevista “Primeiramente foram analisadas as propostas de preços, conjuntamente

com a análise dos atestados de comprovação técnica para a apuração da

combinação de técnica e preço. Ao final foi analisada apenas a

proposta da empresa vencedora. Com isto foi economizado o prazo

de análise das demais documentações, que era o que acontecia antes

da inversão de fase, com a Lei nº 8.666/1993.”

Tipo de

Licitação

Entrevista “Esta nova dinâmica de inversão de fase é um dos fatores mais

importante para que o Regime Diferenciado de Contratação se torne

um dos procedimentos mais utilizados em contratações de obras

públicas. Principalmente nas contratações integradas, que dispensam a

elaboração dos projetos básicos e executivos, onde a obra é contratada

com o anteprojeto de engenharia. Nesse caso, também ocorre uma

economia processual da necessidade de uma licitação para a

contratação de projeto, além de todo o trâmite de sua aprovação,

para apenas depois ocorrer a contratação da obra, com o agravante

de que toda adequação de projeto deve ser de responsabilidade do

DNIT.”

Da análise das informações contidas nas respostas fornecidas pelos profissionais pesquisados

foi constatado que o maior motivador para a adoção do RDC é a agilidade desde a fase de

licitação, passando pela efetivação do contrato, pela elaboração dos projetos executivos e

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execução, até a conclusão da obra. A eliminação dos procedimentos exclusivos para

contratação e elaboração dos projetos executivos representa uma economia processual

proporcionado pelo RDC.

Foi solicitado aos participantes da pesquisa que manifestassem sobre quais as exigências do

RDC podem ser identificadas como relevantes na execução de uma obra de infraestrutura

(Questão 5 - aberta).

A seguir foram reproduzidas as partes relevantes das respostas da Questão 5 - aberta e da

entrevista, identificando as variáveis analisadas, os respondentes e, na sequência, os trechos

reportados, nos quais os pesquisados afirmaram que:

Regime de

Execução

Respondente 1 Existe ainda hoje uma grande deficiência na definição da matriz de

risco nos editais. A matriz de risco que deixa aberto alguns assuntos traz

um risco muito grande ao contrato, para ambos os lados

(contratante/contratado). O mesmo acontece com o objeto do contrato,

que deixa aberturas para interpretações. E um objeto mal definido,

juntamente com uma matriz de risco mal elaborada, eleva

exponencialmente o risco do contrato.

Regime de

Execução

Respondente 3 “O fato de o preço ser global, sem possibilidade de aditivos contratuais.

Também poderão ser considerados fatores como a matriz de risco bem

definida para as partes do contrato, o que, a nosso ver, não vem

acontecendo.”

Regime de

Execução

Respondente 4 “O importante é a rede contratada poder tomar decisões em todas as fases

do empreendimento, e o preço global.”

Regime de

Execução

Respondente 4 “Você consegue ter uma matriz de risco bem definida, porém existe

uma falha na importância dada a esse documento, quase tudo passou

a ser responsabilidade das empresas.”

Regime de

Execução

Respondente 6 “Todos os fatores são relevantes numa contratação na forma de RDC. O

que se precisa fazer é cumprir todos os requisitos definidos no contrato e

para isso precisamos de projetos bem feitos, matriz de risco clara,

preço global que contempla todas as atividades e, o mais importante, o

pagamento em dia.”

Regime de

Execução

Respondente 7 “Essas novas características de contratação exigidas pelo RDC

aprimoram o controle orçamentário e a fixação do valor total do

contrato, cronogramas e a qualidade do projeto. Os riscos de falhas e

atrasos nos projetos passam a ser priorizados pelos próprios executores

em evitá-los com um projeto de qualidade, mas ainda restam os riscos

das obrigações do DNIT.”

Regime de

Execução

Respondente 8 “A forma de pagamento, que, no caso do RDC, é predominantemente

contratação integrada por preço global. Não faz sentido uma licitação

ser para contratação integrada, sem que seja por preço global.”

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Regime de

Execução

e

Tipo de

Licitação

Respondente 9 “[...] Há um entendimento equivocado de que a integrada funciona

como forma de transferir ao contratado todo o risco, o que não reflete

a realidade do direito administrativo. Na verdade, como a estrutura da

contratação é formada no momento do julgamento, um resultado

contratual exitoso depende, antes de mais nada, da adequada conciliação

do critério de julgamento e modo de disputa [...]”

Método de

Entrega

Respondente 9 “[...] Tenho observado uma simplificação inadmissível na fase interna

das integradas, com excessos na transferência de risco via matriz

[...].”

Regime de

Execução

Respondente 9 “[...] fomos contra a alteração legislativa que dispensou o critério de

técnica e preço obrigatório para julgamento das integradas e, nesses

casos, sugerimos inversão de fases ou pré-qualificação, como forma de

compensação da lacuna; matriz de risco equilibrada (não procede a

crença de transferir todos os riscos à empresa, sob o argumento da

‘vedação’ a aditivos, que deve ser devidamente compreendida no

sistema; temos exemplos de grandes obras licitadas com matrizes

inviáveis, não respondidas ou mal atendidas); critérios de medição e

pagamento claros e compatíveis com o regime de execução do contrato;

orçamento parametrizado; cálculo da taxa de risco; seguros e garantia de

execução.”

Método de

Entrega

e

Regime de

Execução

Respondente 2 “Risco por conta da empresa contratada de integração. O contratante

fiscaliza o contratado e fornece projeto anteprojeto básico. O contratante

define o que deve ser feito. Cabe ao contratado a concepção do projeto

(design), a construção (build) e a operação dos ativos (operate), os quais

são transferidos para o contratado ao final do contrato (transfer). O

contrato garante receita suficiente para cobrir o investimento e os custos

de operação do negócio.”

Método de

Entrega

e

Regime de

Execução

Respondente 11 “A princípio, para o sucesso do empreendimento, é uma clara definição

do objeto do contrato, pois tem havido discussões se esse ou aquele

serviço estava contemplado ou não no anteprojeto do instrumento

convocatório. A matriz de risco também é fundamental para indicar

as responsabilidades do contratante e da contratada.”

Regime de

Execução

Respondente 11 “A forma de pagamento no RDC do tipo integrada não tem como ser

por preço unitário, uma vez que a vencedora não apresenta orçamento

detalhado dos projetos por ela desenvolvido”.

Método de

Entrega

e

Regime de

Execução

Entrevista “RDC, para o nosso caso, permitiu a contratação integrada por

preço global das atividades de elaboração de projeto básico, projeto

executivo e das obras para a implantação das melhorias rodoviárias.

Assim, o projeto e a construção estão fazendo parte do mesmo contrato.

Penso que a contratação integrada combinada com a execução por

preço global é um dos aspectos mais importantes para a obra,

trazidos pelo RDC.”

Método de

Entrega

Entrevista “Ao adquirir a responsabilidade pela elaboração dos projetos básico

e executivo, o consórcio contratado também se responsabiliza por

maior parte dos riscos relacionados com a execução dos serviços para a

completa conclusão da obra.”

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Regime de

Execução

Entrevista “Faz parte do contrato a matriz de risco. Nessa matriz, a

responsabilidade do DNIT se restringe a, praticamente, paralisações

decorrentes de atrasos nas desapropriações, interferência com serviços de

concessionárias de redes de água, energia, gás, telefonia e outros. E

também, se houver solicitação de ampliação de escopo do contrato, para

além do que havia sido solicitado no anteprojeto de engenharia, como a

solicitação de inclusão de rua lateral em áreas urbanas.”

Notadamente, as exigências do RDC identificadas como relevantes para a execução da obra

foram o Regime de Execução por preço global e as responsabilidades exigidas para as partes

do contrato, que são representadas pela matriz de risco que determina quais as

responsabilidades exigidas das empresas e as do DNIT.

4.2.1 Tipo de Licitação (critérios de seleção de empresa)

O Edital de Licitação nº 165/2013, do DNIT (BRASIL, 2013), evidencia que o Tipo de

Licitação foi a do tipo técnica e preço, conforme disposto nos itens do Edital, conforme

apresentado a seguir.

3. DO FUNDAMENTO LEGAL, DA FORMA DE EXECUÇÃO DA LICITAÇÃO,

DO MODO DE DISPUTA, DO REGIME DE CONTRATAÇÃO E DO CRITÉRIO

DE JULGAMENTO:

3.1. A presente licitação reger-se-á pelo disposto neste Edital e seus Anexos, pela

Lei nº 12.462, de 05 de Agosto de 2011, pelo Decreto nº 7.581, de 11 de outubro de

2011 pelo fato da obra objeto ter sido incluída no PAC;

3.2. Fundamento legal: INCISO IV, ART. 1º, DA LEI Nº 12.462, DE 2011;

3.3. Forma de Execução da Licitação: PRESENCIAL;

3.4. Modo de Disputa: ABERTO;

3.5. Regime de Contratação: CONTRATAÇÃO INTEGRADA;

3.6. Critério de julgamento: TÉCNICA E PREÇO (grifo nosso).

Dessa forma, verifica-se que consta no Edital deste estudo de caso, em seu subitem 3.6, a

evidência de que o critério de julgamento é por técnica e preço. Assim, para que o gestor

representante do DNIT pudesse efetivar a escolha da proposta mais vantajosa, foi considerado

o preço total ofertado por cada participante, combinado com a sua nota técnica das

competências comprovadas.

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Pelo critério do tipo Técnica e Preço, utilizado no julgamento, foi escolhida a melhor proposta

aquela que alcançou a melhor Nota Final, após o somatório das Notas da Proposta Técnica

(NPT) das competências comprovadas dos participantes e da Nota da Proposta de Preço

(NPP). A Nota da Proposta de Preço entrou com o peso de 70%, e a Nota da Proposta Técnica

entrou na equação com um peso de 30%.

A Nota da Proposta de Preços foi de no máximo 100 pontos, tendo como critério para

avaliação o custo total dos serviços, em que a proposta que apresentou o menor valor obteve a

melhor nota, conforme a equação:

NPP=(100 x MPVO)/P (1)

em que:

NPP = Nota da Proposta de Preço

MPVO = Menor Preço Válido Ofertado

P = Valor da Proposta em Exame

Fica evidente que a Nota da Proposta de Preço (NPP) de cada proponente foi o percentual do

preço da proposta em relação ao menor valor ofertado, de forma que a de menor preço

correspondeu a 100%, visto ter sido o percentual do menor valor em relação a ele mesmo.

Para a apuração da Nota da Proposta Técnica (NPT), o Edital estabeleceu os valores de

comprovação por meio de atestado de execução de obras anteriores. Foram estabelecidos

valores de extensões de construção ou restauração de rodovias, quantidades dos principais

serviços a serem executados. Os participantes que comprovaram ter executado tais serviços

em obras anteriores, valores iguais ou acima dos valores estabelecidos no edital, conquistaram

a nota máxima. Aqueles que comprovaram abaixo desse valor tiveram sua nota apurada por

meio de uma faixa de pontuação determinadas pelo Edital.

A Nota Final (NF) dos proponentes é calculada de acordo com a média ponderada das

valorizações das Propostas Técnicas e de Preço, conforme a equação:

𝑁𝐹 = 30 𝑥 𝑁𝑃𝑇 + 70 𝑥 𝑁𝑃𝑃 /100 (2)

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em que:

NF = Nota Final

NPT = Nota da Proposta Técnica

NPP = Nota da Proposta de Preço

Pelo exposto, ficou evidenciado o critério de seleção de proposta mais vantajosa do tipo

técnica e preço, como também ficaram evidentes os critérios de pontuação da proposta de

preço e da proposta técnica.

As manifestações dos respondentes para as questões do questionário de pesquisa relacionadas

a este tema trazem alguns aspectos importantes sobre a utilização da licitação do tipo técnica e

preço nos processos de contratação de obras de infraestrutura, conforme foi indicado pelos

respondentes.

As informações contidas nas respostas do questionário aplicado aos gestores das empresas

envolvidas no processo de licitação confirmam e complementam as informações obtidas nos

documentos pesquisados.

Foram analisados os conteúdos dos questionários respondidos, cujas questões abertas sobre

este tema são as de números 4, 5, 7, 8 e 9. As questões fechadas são as de números 4, 5, 6, 7,

8, 12, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20 e 22.

A Questão 7 - aberta trata especificamente do Tipo de Licitação adotado pelo Edital e

solicitou aos respondentes a identificação das inovações introduzidas pelo processo de

contratação do RDC quanto ao Tipo de Licitação (critério de seleção de empresas).

Foram reproduzidos, a seguir, alguns trechos relevantes das respostas à Questão 7 - aberta

fornecidas pelos pesquisados do questionário e da entrevista, em que foram identificadas as

variáveis analisadas, os respondentes e os trechos reproduzidos.

Tipo de

Licitação

Respondente 1 “Não existe grande inovação quanto ao critério. Esses critérios já

existiam na 8/666/93. A inovação é a forma de contratação e a

transferência de riscos da contratante para a contratada.”

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Tipo de

Licitação

Respondente 4 “O critério de seleção por técnica e preço já era previsto na lei geral

de licitação. No caso deste edital, cada proponente sabia

antecipadamente se conseguiria atingir ou não as competências técnicas

mínimas exigidas. O estudo para a constituição do nosso consórcio foi no

sentido de conseguir obter a nota máxima. Não podíamos nos ariscar a

apresentar o menor preço e depois perder o contrato por não ter

conseguido atingir a Nota Técnica máxima.”

Tipo de

Licitação

Respondente 5 “Acredito que o pregão eletrônico em obras de grande porte seja

uma inovação. No entanto, na prática, a escolha de menor preço global,

menor preço e melhor técnica ou apenas melhor técnica tem sido, na

minha experiência, uma utopia, visto que é muito difícil justificar melhor

técnica em detrimento de menor preço. A não ser em casos de serviços

específicos.”

Tipo de

Licitação

Respondente 7 “Em 2014, foi aprovada uma lei em complementação à lei do Regime

Diferenciado de Licitação, na qual fica desobrigada a utilização do

critério de seleção de proposta mais vantajoso do tipo técnica e preço para a contratação das obras de infraestrutura.”

De fato, a Lei do RDC nº 12.462/2011 traz em seu conteúdo a atualização determinada pela

Lei nº 12.980/2014, que altera algumas cláusulas da Lei do RDC e, especificamente,

estabelece que “Fica revogado o inciso III do § 2o do art. 9o da Lei no 12.462, de 4 de agosto

de 2011”. Com isso, não existe mais a obrigatoriedade de utilização do critério combinado de

técnica e preço, para escolha da melhor proposta, utilizada pelos órgãos públicos contratantes,

nas licitações de obras de infraestrutura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Os respondentes afirmaram também que:

Regime de

Execução

e

Tipo de

Licitação

Respondente 6 “O RDC contempla, essencialmente, normas sobre licitações. A maior

inovação foi no âmbito das contratações é a “contratação integrada”,

inversão de fase dando maior agilidade à contratação e vedado a

celebração de termos aditivos. O critério de seleção por técnica e preço

não e uma novidade nas licitações em geral.”

Tipo de

Licitação

Respondente 7 “[...] Em suma a administração adotará o critério que satisfará seus

interesses, menor preço ou maior desconto, técnica e preço, melhor

técnica ou conteúdo artístico, maior oferta de preço ou maior retorno

econômico. Todas elas visando não somente à natureza do objeto

licitado como ocorria na Lei nº 8.666/1993.”

Tipo de

Licitação

Entrevista “A meu ver, os valores mínimos exigidos no Edital para a obtenção

das notas técnicas máximas foi uma forma que o DNIT teve para

orientar a formação dos consórcios. Foi um indicador a ser seguido. As

empresas buscaram uma combinação de suas competências de maneira a

garantir a nota máxima.”

A afirmação de que “os valores mínimos exigidos no Edital para a obtenção das notas técnicas

máximas foi uma forma que o DNIT teve para orientar a formação dos consórcios”, feita pelo

entrevistado, foi avalizada por meio da análise da documentação de processo de licitação, em

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que todos os consórcios obtiverem notas técnicas máximas. Então, o que de fato determinou a

proposta vencedora foi o valor total de proposta de preço, tendo em vista que todos os

consórcios obtiveram o máximo dos 30% previstos para a Nota Técnica.

Isso corrobora a afirmação de que as competências exigidas pelo Edital de Licitação serviram

de indicadores para a combinação dos ativos capacitantes mínimos das empresas para a

constituição dos consórcios proponentes. Os respondentes afirmaram também que:

Tipo de

Licitação

e

Regime de

Execução

Entrevista “Concordo com a modificação da Lei proibindo o critério de seleção

por meio da combinação de menor preço e melhor técnica.

Estabelecer notas que diferenciem a capacidade das empresas por

critérios subjetivos não é uma forma justa de competição. Uma empresa

que comprova a construção de 50 km de estrada não deveria ser

considerada menos competente do que uma que constrói 75 km. Os

atestados que comprovam o histórico de atuação de uma empresa,

emitidos pelos contratantes aos contratados, e registados no Conselho

Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), atestam apenas

quantidades executadas. Não existe um atestado de atestação de

qualidade, produtividade, atendimento aos requisitos de normas, etc. O

uso de quantidades executadas com um parâmetro para definir o que é ou

não melhor técnica de fato não é um bom indicador de uma empresa ser

melhor ou pior que outra.”

Tipo de

Licitação

Entrevista “O uso de parâmetros quantitativos em detrimento dos qualitativos, do

modo como foi utilizado no processo de contratação do Edital 165, é um

critério nada adequado para a determinação de qual empresa é a melhor

para a execução das obras contratadas. Antes a desobrigação do critério

por técnica e preço do que a sua utilização da forma como foi feito.”

Tipo de

Licitação

e

Regime de

Execução

Respondente 9 “Os critérios de julgamento são os mesmos da LNL (8.666/1993): em

obras destacam-se o menor preço e a técnica e preço. A inovação

encontra-se na extinção das modalidades (prosseguida no PL 559/2013);

na inversão de fases (já adotada nas delegações e pregão); fase recursal

única ao final; e nas combinações (a nosso ver eficazes) dos modos de

disputa, aberta, fechada ou combinada. Mas atenção: RDC não é pregão

e não é leilão! E não pode ser assim, sobretudo nas integradas. Vemos,

por exemplo, que se não for adotado o critério de técnica e preço nas

integradas, esse fator deve ser compensado pela inversão de fases

(sistema tradicional da LNL) ou pré-qualificação/RDC, como forma de

assegurar a capacidade do licitante. Temos visto integradas licitadas

como obras simples, no estilo pregão/leilão, e isso não atende o sistema

moderno e eficaz criado pelo RDC. Repetimos: o RDC não está ainda

tendo suas potencialidades totalmente aproveitadas. O modelo é

muito bom e deve ser utilizado de forma a fazer jus à eficácia que pode

proporcionar em termos de processo/procedimento e de contratação. Os

mecanismos auxiliares (registro de preços, inclusive para obras,

cadastramento, pré-qualificação) são úteis. Outra “novidade” ainda de

limitada utilização foi a importação da remuneração variável vinculada

ao desempenho, na linha das delegações, que nos parece excelente,

embora enfrente o limite orçamentário, pois essa variação deve estar

pertinente com o valor do contrato, e como rotina temos os orçamentos

sempre muito apertados.”

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Notadamente, os respondentes afirmam que o RDC não inovou no Tipo de Licitação, quanto

ao critério de seleção de proposta mais vantajosa. Existiu, por um curto período, uma

novidade com potencial de uma inovação por meio da obrigação legal da combinação das

contratações integradas com a licitação do tipo melhor técnica e preço. Entretanto, essa

obrigatoriedade foi revogada.

Restou evidenciado que não existiu uma inovação no Tipo de Licitação (critério de seleção),

visto que todos os critérios previstos pelo RDC fazem perto dos critérios previstos na Lei nº

8.666/1993.

4.2.2 Regime de Execução (forma de medir e pagar os serviços realizados)

O Edital de Licitação nº 165/2013 adotou o Regime de Execução por Preço Global. Isso

significa que foi instituído nas cláusulas dos contratos o critério de pagamento por medições

mensais do percentual físico de avanço da obra, na proporção do preço global contratado. A

cada mês, é promovida a verificação do percentual físico concluído de cada etapa, e então

efetuada a remuneração, para o contratado, no montante obtido do produto do percentual

executado no mês pelo preço global do contrato.

Pela análise do edital de licitação, verificou-se, na página 48 do Anexo I, do Edital nº

165/2013 – DNIT (BRASIL, 2013), que:

3.2 DO ORÇAMENTO E PREÇO DE REFERÊNCIA, REMUNERAÇÃO OU

PRÊMIO CONFORME CRITÉRIO DE JULGAMENTO ADOTADO.

(...)

É necessário que o licitante apresente também o Quadro 01 - Cronograma Físico-

Financeiro e o Quadro 02 - Critério de Pagamento (Anexo II), adaptados à proposta.

O Cronograma Físico-Financeiro, de cada lote deverá levar em conta a seguinte

estrutura, no que couber:

Grupo 01 – Projetos de Engenharia

Grupo 02 – Terraplenagem

Grupo 03 – Drenagem e Obras de Arte Correntes;

Grupo 04 – Pavimentação;

Grupo 05 – Obras Complementares;

Grupo 06 – Interseções e OAE’s;

Grupo 07 – Sinalização

Grupo 08 – Iluminação Viária

Grupo 09 – Componente Ambiental e Paisagismo

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[...]

De acordo com o proposto no Quadro 02, independente do critério de elaboração da

proposta pelo contratado, o DNIT se propõe a realizar os pagamentos em cada

grupo de serviços, limitados a um percentual sobre o preço global ofertado,

respeitando também o plano de execução das obras. (grifo nosso)

O item 10.2 do Anexo I do Edital de Licitação nº 165/2013 – DNIT trata da forma como os

serviços serão medidos mensalmente, conforme reproduzido a seguir.

10.2 Medições dos serviços.

Os serviços serão medidos, de acordo com os grupos preestabelecidos no Quadro 02

– Critérios de Pagamento, após sua devida conclusão. Será admitido o pagamento de

parcela de uma etapa, de acordo com a Instrução de Serviço IS nº. 02/2004-DNIT.

As medições serão feitas mensalmente, sempre que as etapas de serviços forem

concluídas.

Os percentuais máximos admitidos para remuneração de cada serviço serão

aqueles estabelecidos pelo DNIT, no Quadro 02, e não poderão ser modificados

pela Contratada. (grifo nosso)

[...]

Nenhuma medição será processada se a ela não estiver anexado um relatório de

controle da qualidade, contendo os resultados dos ensaios devidamente

interpretados, caracterizando a qualidade do serviço executado. Ainda, não serão

considerados quantitativos de serviços superiores aos indicados na contratação

(Quadro 02 – Anexo II).

O item 10.3 do Anexo I do Edital de Licitação nº 165/2013 – DNIT trata da forma como os

serviços serão pagos mensalmente, conforme reproduzido a seguir.

10.3 Forma de pagamento.

O DNIT pagará à contratada, pelos serviços contratados e executados, o preço

integrante da proposta aprovada, ressalvada a incidência de reajustamento e a

ocorrência de imprevistos, conforme Art. 9, parágrafo 4°, itens I e II da Lei 12.462,

de 05/08/11. Fica expressamente estabelecido que os preços por solução

globalizada incluam a sinalização provisória, todos os insumos e transportes, bem

como impostos, taxas, custos financeiros, lucros e bonificações, de acordo com as

condições previstas nas Especificações e nas Normas indicadas no Edital e demais

documentos da licitação, constituindo assim sua única remuneração pelos trabalhos

contratados e executados. (grifo nosso)

Ficou evidenciado, no Edital de Licitação nº 165/2013 do DNIT, que o Regime de Execução

adotado foi o de pagamento por preço global, com obediência aos percentuais máximos por

grupos de serviços. Não existiu nos contratos analisados a tradicional figura dos preços

unitários dos serviços nem das medições mensais das quantidades efetivamente executados a

serem remuneradas pelos respectivos preços unitários.

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Foram analisados os conteúdos dos questionários respondidos, cujas questões abertas sobre

este tema são as de números 4, 5, 7, 8 e 9. As questões fechadas são as de números 4, 5, 6, 7,

8, 12, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20 e 22.

A Questão 8 - aberta trata especificamente sobre o Tipo de Licitação adotado pelo Edital e

nela foi solicitado aos participantes da pesquisa que identificassem as inovações introduzidas

pelo processo de contratação do RDC quanto ao Regime de Execução (forma de pagamento).

A seguir, foram reproduzidos alguns trechos relevantes das respostas à Questão 8 - aberta

fornecidas pelas pesquisados do questionário e pela entrevista, em que foram identificadas as

variáveis analisadas, os respondentes e os trechos reproduzidos.

Regime de

Execução

Respondente 1 “É uma inovação quanto a sua aplicação em obras rodoviárias.

Apesar de já ser prevista na Lei 8.66/93, não era efetivamente

utilizado. E isso já traz grande modificação na forma de pensamento das

empresas. Não existe a antiga filosofia de preços unitários, amarrações

em volumes de terraplenagem para o recebimento. O recebimento foi

simplificado por avanço. Esses critérios de medição são definidos dentro

da obra, em conjunto, contratante/contratada.”

Regime de

Execução

Respondente 4 “O regime de execução definido pelo edital é o de Preço Global que

sempre fez parte das leis de licitação no Brasil, entretanto esse edital

também impôs outra condição que não é habitual nos contratos de obra

de infraestrutura. O Edital dividiu as obras em seus principais serviços,

tais como terraplenagem, pavimentação, drenagem, sinalização, pontes e

viadutos. Para cada uma desses grupos de trabalho, o Edital estipulou um

percentual máximo de remuneração, cujo somatório resulta no total de

100%.”

Regime de

Execução

Respondente 5 “Na minha experiência, pagamento proporcional ao avanço físico é

algo normalmente já utilizado. O problema daí advém de como medir e

distribuir o avanço físico.”

Regime de

Execução

Respondente 6 “O maior desafio do poder público é saber avaliar quando para o regime

é melhor usar o critério de preço global com a medição por evento e não

por preços unitários. Os dois modelos de contratação, o RDC e a Lei

nº 8.666/1993, se complementam.”

Regime de

Execução

Respondente 7 “O sistema RDC permite remuneração como bônus de acordo com

desempenho e metas estabelecidas, o que não ocorre na Lei nº

8.666/1993, tornando o RDC flexível conforme satisfação do poder

público. Todavia este tipo ainda não utilizado nos contratos do RDC. O

que temos em abundância é a forma de pagamento por preço global

que tem previsão na Lei nº 8.666/1993.”

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129

Regime de

Execução

Entrevista “O Edital nº 165/2013 apresenta todos os percentuais máximos dos

grupos de serviços para cada lote de obra. Para esse Edital, o regime de

execução foi por preço global com os percentuais de cada grupo de

serviço definido pelo DNIT. Esse regime de execução também era

previsto na Lei de 1993. Com esse critério, o DNIT garantiu que os

descontos fossem dados de forma linear para todos os grupos de serviços.

Isso evitou que algum proponente desse um desconto muito grande em

um determinado item e que, durante a execução da obra, tentasse mudar

a solução de projeto, o que anularia o desconto ofertado.”

Regime de

Execução

Respondente 9 “Os regimes são os mesmos da LNL (8.666/1993), mas a cultura dos

unitários está por demais arraigadas no sistema. Os regimes preferenciais

do RDC (integrada, integral e preço global), ficando unitários como

exceção forçam uma evolução. Temos visto RDC licitado num regime

(integrada e integral), com critério de pagamento e remuneração de

unitários, ou seja, vesgo. Falta compreensão do conceito e estudo para

construir contratos lógicos e amarrados aos termos da licitação,

diminuindo as distâncias da comunicação equivocada – os conceitos

devem ser mais bem exercitados.”

Os respondentes foram categóricos em afirmar que os regimes de execução (critérios de

pagamento) previstos e utilizados pelo RDC também fazem parte do conjunto dos tipos

aplicados pela Lei nº 8.666/1993, não ocorrendo inovações nesses critérios. O que ficou

evidenciado foi uma maior utilização de forma de pagamento por preço global para as

contratações integradas do tipo DB.

4.2.3 Método de Entrega de Projeto (escopo do projeto)

O Método de Entrega de Projeto diz respeito ao escopo do projeto, que engloba o escopo do

produto a ser entregue e a forma de gerenciar o relacionamento com o cliente (THOMSEN,

2013). Este estudo de caso focaliza o escopo da obra e as relações entre cliente, projeto e

construção, que pode ser a entrega do design (projeto técnico), a entrega da construção ou a

entrega do design e construção integrados, conforme definido e representado nas

possibilidades mostradas nas FIG. 3 e 4, no capítulo do Referencial Teórico.

A análise comparativa entre o RDC e a Lei nº 8.666/1993 é o primeiro indício de inovação no

Método de Entrega, conforme descrito no QUADRO 7 do capítulo do Referencial Teórico,

que sumariza e compara algumas das abrangências da aplicação da Lei nº 12.462/2011 (RDC)

e da Lei nº 8.666/1993 (geral de licitações). O comparativo indica claramente que o Método

de Entrega de Projeto DB (design/build) é um método novo em relação aos métodos previstos

na lei estabelecida.

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130

O RDC denominou o Método de Entrega de Projeto DB (design/build) como sendo a

Contratação Integrada de Projeto e Construção. A Contratação Integrada descrita no RDC é a

formalização de um único instrumento contratual para a entrega dos projetos técnicos de

engenharia e da execução dos serviços da obra.

No Edital nº 165/2013, os lotes de obras foram contratados pelo método de entrega DB

(design/build), ou seja, Contratação Integrada de Projeto (design) e Construção, o que

evidencia uma inovação.

Consta na página 3 do Edital nº 165/2013 a informação sobre o escopo a ser contratado para

os lotes de obra, conforme Item 1, que trata do objeto do Edital, que informa:

O objeto da presente licitação é a contratação de empresas para Elaboração dos

Projetos Básico e Executivo e Execução das Obras de Adequação de

Capacidade da Rodovia BR- 381/MG (Norte), incluindo Duplicação,

Melhoramentos e Ampliação de Capacidade e Segurança de segmentos do trecho

Div. ES/MG – Div. MG/SP, subtrecho Entrº BR-116/MG (Governador Valadares) –

Entrº MG-020 (Av. Cristiano Machado /Belo Horizonte), segmento Km 155,4 – Km

458,4, 11 (onze). Lotes, conforme adiante descrito, com fundamento legal no inciso

IV, art. 1º, da Lei nº 12.462, de 05 de agosto de 2011, de acordo com as exigências e

demais condições e especificações expressas neste Edital e em seus Anexos (grifo

nosso).

O item 1 do Edital evidenciou a responsabilidade da contratada pela elaboração dos projetos

técnicos e pela construção da obra. Isso caracteriza o Método de Entrega de Projeto do tipo

DB (Design/Buid). Um único contrato foi firmado entre o particular (consórcio) e o órgão

público (DNIT) para a elaboração do projeto (design) e construção. Esse tipo de contrato foi

apresentado no Referencial Teórico pela FIG. 4.

Da análise documental, ficou evidenciado que o Método de Entrega de Projeto adotado não

era previsto na Lei Geral de Licitações nº 8.666/1993, em que foi possível inferir que ocorreu

uma inovação com a utilização do RDC no Edital de licitação nº 165/2013, quanto ao escopo

dos contratos de obras (Método de Entrega de Projeto).

Os respondentes do questionário informaram que o Método de Entrega de Projeto DB foi o

agente motivador da formação de redes verticais nos consórcios constituídos, entre a Empresa

Focal e a empresa da cadeia de suprimentos fornecedora de projetos.

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131

Foram analisados os conteúdos dos questionários respondidos, cujas questões abertas sobre

este tema são as de números 4, 5, 7, 8 e 9. As questões fechadas são as de números 4, 5, 6, 7,

8, 12, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20 e 22.

A Questão 9 - aberta trata especificamente do Tipo de Licitação adotado pelo Edital e nela foi

solicitado aos respondentes que identificassem as inovações introduzidas no processo de

contratação pelo RDC quanto ao Método de Entrega de Projeto (escopo do projeto).

A seguir, foram reproduzidas as partes relevantes das respostas da Questão 9 - aberta e da

entrevista, em que foram identificadas as variáveis analisadas, os respondentes e os trechos

reproduzidos.

Método de

Entrega

Respondente 1 “A inovação está na contratação integrada, que não era prevista na

Lei nº 8.666/1993. É a liberdade no dimensionamento dos projetos. Na

teoria, a contratante não tem que ‘aprovar’ o projeto, tem apenas que

‘aceitar’. Aprovação implica responsabilidade técnica compartilhada. A

aceitação não.”

Método de

Entrega

Respondente 3 “Nos casos em que atuei, sempre tem sido feita a contratação

integrada, que é uma novidade para as obras de infraestrutura.”

Método de

Entrega

e

Tipo de

Licitação

Respondente 4 “A Lei Geral de Licitações não prevê no rol de suas modalidades a

Contratação Integrada. Existe apenas a figura da Contratação Integral,

que diz respeito a contratos que podem abranger desde a construção até a

operação de uma Rodovia, por exemplo. Entretanto os projetos de

engenharia sempre são contratados por outro processo de licitação,

anterior ao processo de licitação de obras. Nesse caso, a empresa que

elaborou os projetos fica impedida de participar da licitação para

construção, cujo processo de contratação só pode ser iniciado após a

conclusão do projeto. Isso implica afirmar que, no processo conduzido

pela Lei de Geral de Licitações, temos dois processos de licitação e duas

contratações, enquanto no RDC temos uma licitação e uma contratação.”

Método de

Entrega

Respondente 5 “Embora possa ocorrer o risco de alterações on field do projeto ao longo

da fase de construção, acredito que um projeto (design) licitado na fase

de construção pode vir a reduzir custos. É preciso dar mais importância à

fase de planejamento, incluindo o design. Projeto e construção em um

mesmo contrato é uma nova maneira de se contratar.”

Método de

Entrega

Respondente 6 “A engenharia e os processos licitatórios no Brasil passam por

transformações e, para isso, tanto o poder público como os empresários

precisam inovar suas ideias e paradigmas, apresentando projetos para o

futuro, condizentes com a necessidade do mundo moderno. Não adianta

o empresário inovar e correr risco, sendo que grande parte do risco

assumido depende do poder público e sua ineficiência, ou seja, licenças

ambientais, desapropriação, concessionárias, etc. Inovamos em

transferir o projeto executivo para o contratado e perdemos em

critérios de riscos em vários pontos.”

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132

Método de

Entrega

Respondente 7 “A contratação integrada é a principal inovação, capaz de conferir

maior agilidade às contratações de bens e serviços, reduzindo os

procedimentos burocráticos da licitação, reduzir fraudes, reduzindo

ocorrência de projetos mal elaborados que comprometam prazos e

custos, comprometendo o licitante a comprovar competências, e

gerenciamento em riscos controlados, gerando eficiência governamental

ao poder público.”

Método de

Entrega

e

Regime de

Execução

Respondente 9 “O projeto apenas está incluído na contratação se for o regime de

contratação integrada. Atenção, pois a integrada foi banalizada, o que

ensejou a alteração do art. 9 para melhor delimitar seu cabimento. Em

regra, os regimes preferenciais do RDC (integral, integrada e preço

global) são, em tese, mais onerosos, diante dos riscos assumidos pelo

particular – o que não significa que sejam menos vantajosos. A escolha

do regime não é discricionária, mas motivada em fatores técnicos e

econômicos. Nos demais regimes, o fluxo é o mesmo da LNL

(8.66/93).”

Método de

Entrega

Respondente 11 “RDC do tipo integrado, em que a empresa/consórcio é contratada

para o desenvolvimento dos projetos básico e executivo, a execução

das obras e todas as demais operações necessárias e suficientes para a

entrega final do empreendimento. Após ordem de início, a

empresa/consórcio tem um prazo de 180 dias para entrega do projeto, no

entanto, em acordo com o contratante, a empresa pode fracionar a

entrega do projeto, e ele é desenvolvido concomitantemente com a obra,

entretanto os serviços só podem ser executados com projetos executivos

aprovados pelo órgão.”

Sobre o tipo de inovação, relacionado ao novo Método de Entrega de Projeto, utilizado no

Edital nº 165/2013 - DNIT, os respondentes afirmaram que:

Método de

Entrega

Entrevista “Coube ao nosso consórcio elaborar o projeto executivo, que foi

submetido a aprovação do DNIT. Depois de aprovado, fomos autorizados

a iniciar a execução das obras projetadas. No entanto não foi dada

liberdade para criar um projeto com soluções técnicas e executivas

novas. Todas as soluções autorizadas já eram velhas conhecidas de

nossa engenharia. O produto a ser entregue possui especificações e

métodos executivos tradicionais no DNIT. A única novidade foi a

contratação integrada de projeto e construção.”

Método de

Entrega

e

Regime de

Execução

Entrevista “Nenhum produto ou método executivo novo puderam ser criados,

tivemos que utilizar o que estava previsto no anteprojeto licitado. Não

houve como aplicar criatividade de engenharia em nosso projeto. A

vantagem que notamos é que o projeto também é nosso, e a qualquer

necessidade de adequação do projeto à realidade do local, não temos que

esperar por atuação de terceiros. É nossa responsabilidade fornecer o

projeto executivo e construir a rodovia, e é isso o que de fato pode

ser caracterizado com uma novidade dessa obra.”

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133

Método de

Entrega

Entrevista “O projeto executivo teve que ser elaborado para os serviços já indicados

no anteprojeto do edital, segundo as especificações do DNIT, que trazem

em seu corpo a descrição de como os serviços dever ser executados, os

materiais a serem aplicados, os equipamentos a serem utilizados e os

processos de execução. Não foram introduzidas novidades em termo

do que devíamos executar e nem de como executar, haja vista que as

soluções foram dadas no anteprojeto.”

Método de

Entrega

Entrevista “Com esse tipo de contrato, temos que gerenciar projeto e construção,

que, apesar de ser uma novidade, está relacionado com a maneira de

conduzir o contrato e não com os processos executivos.”

Pelos relatos dos respondentes, pode-se inferir que a inovação percebida por eles foi

concernente ao modo de gerenciamento do contrato “relacionado com a maneira de conduzir

o contrato”, conforme afirmou o entrevistado da pesquisa. Não foi constatada inovação nos

processos de produção nem em produtos criados e nem nas tecnologias aplicadas.

Segundo o que foi relatado, o anteprojeto do edital definiu quais serviços serão entregues e os

processos produtivos para a sua construção, cujas características foram previamente definidas

nas especificações do DNIT, para os serviços indicados no anteprojeto. E também ficou

evidente que as especificações determinaram os bens de produção aplicados na execução de

cada serviço definido, que, acumulados, constituirão o produto final a ser entregue. O Edital

nº 165/2013 estabelece que o anteprojeto deve “[...] preparar elementos necessários e

suficientes, com nível de precisão adequado, a fim de caracterizar os serviços que serão

contratados, estabelecer normas, especificações e procedimentos, elaborar documentos

necessários do objeto a ser licitado” (BRASIL, 2013, p.41).

Observam-se no QUADRO 5 as seis alavancas para a inovação, segundo Davila, Epstein e

Shelton (2006, p. 59).

Três alavancas são relacionadas com a tecnologia: produto ou serviços, processo de

produção e tecnologia dos bens de produção aplicada.

Três alavancas são relacionadas com o modelo de negócio: proposta de valor

ofertado e obtido, a Cadeia De Suprimento e o público-alvo.

De acordo com o referencial teórico adotado nesta dissertação, a inovação na nova forma de

gerenciar, na qual o fornecedor dos projetos técnicos compõe o Consórcio do contrato

principal, evidencia a inovação da cadeia de suprimentos do modelo de negócio.

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134

Mudou-se a forma de gerir o contrato ao deslocar o fornecedor da cadeia de suprimentos para

o consórcio contratado. O projetista assumiu papéis e responsabilidades em todo o escopo do

contrato. A formação da rede vertical de empresas em consórcio teve como consequência a

modificação na cadeia de suprimento da Empresa Focal, visto que alterou a relação com um

dos seus tradicionais fornecedores.

No presente estudo de caso, ficou constatado que a rede vertical à montante, na forma de

consórcio de empresas, deslocou o projetista situado à montante na cadeia dos fornecedores,

para dentro do consórcio responsável pelo contrato principal com o cliente, modificando a

cadeia de suprimento da Empresa Focal, conforme foi confirmado pelos respondentes da

pesquisa.

Método de

Entrega e

Tipo de Redes

Entrevista “Os nossos fornecedores de projeto passaram a fazer parte do

consócio, que, antes do RDC, eram constituídos apenas por empresas

construtoras. Consideramos isso um fator positivo na velocidade de

solução de problemas relacionados com projetos.”

Método de

Entrega e

Tipo de Redes

Entrevista “Sem dúvida, o fornecedor de projeto era o gargalo de nossa cadeia

de produção. Quando o projeto era de responsabilidade de empresa fora

do consórcio, tudo era mais lento para se resolver.”

Método de

Entrega e

Tipo de Redes

Entrevista “Nos moldes da Lei nº 8.666/1993, quando a obra era iniciada, o

contrato de elaboração do projeto executivo já havia sido encerrado.

Demorava muito a adequar o projeto, se houvesse a necessidade de

uma modificação a uma nova realidade física do local de

implantação da obra, o que é normal acontecer em obras rodoviárias.”

Método de

Entrega e

Tipo de Redes

Entrevista “Alteração de um projeto de um contrato já concluído pode provocar

grandes atrasos na condução da obra. Com o projetista deixando de ser

fornecedor e passando a parceiro, as soluções de questões de projetos

passaram a ser mais ágeis.”

Pelas evidências encontradas, pode-se inferir a ocorrência de uma inovação no sistema de

contratação por meio do novo Método de Entrega de Projeto, a partir da utilização da

contratação integrada de projeto (design) e construção DB, que modificou a relação na cadeia

de suprimento da obra, ao deslocar o fornecedor de projeto para o interior do consórcio

contratado.

Na configuração da contratação integrada DB, o projetista assumiu uma relação direta com o

construtor por meio do consórcio constituído e ainda com as firmas especializadas

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135

subcontratadas e fornecedores, melhorando a agilidade nas soluções de eventuais problemas

técnicos surgidos. As empresas de projeto, quando alocadas como fornecedores na cadeia de

suprimentos, foram identificadas como o elemento de restrição da cadeia, nos casos de

necessidade de adequações do projeto. As obras se tornavam tão ágeis quanto a agilidade dos

projetistas na elaboração das soluções de adequação.

Quanto à inovação percebida, não foi entendida pelos respondentes como uma modificação

radical em relação ao formato anterior. Foram relatadas melhorias no componente de restrição

da cadeia de suprimento, que não chegaram a ser tratadas como algo que pudesse modificar

ou criar novos mercados, característicos das inovações radicais descritas no Referencial

Teórico, conforme expuseram Davila, Epstein e Shelton (2006). Dessa forma, ficou

evidenciada a ocorrência de uma inovação incremental na cadeia de suprimento, na

alavanca modelo de negócio.

A inovação incremental pressupõe melhorias no modelo de negócio ou na tecnologia

estabelecida. Essas melhorias são capazes de prolongar o posicionamento atual da empresa,

ou até mesmo produzir um avanço no presente desempenho (DAVILA; EPSTEIN;

SHELTON, 2006).

Relacionadas a esse assunto, foram analisadas as questões fechadas de número 4, 5, 6, 7, 8,

12, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20 e 22. Na sequência, foram apresentados os resultados obtidos da

análise das respostas enviadas pelos pesquisados. Todas essas questões são relacionadas com

o sistema de licitação.

Na TAB. 4, mostraram-se as proposições das questões fechadas, que tratam dos assuntos

relacionados ao sistema de licitação quanto ao Tipo de Licitação, Regime de Execução e

Método de Entrega de Projeto deste estudo. Foi apresentada a análise da pesquisa para essas

questões, utilizando os critérios e equações descritos por Sanches, Meireles e De Sordi

(2011), para a apuração do grau de concordância da proposição (GCp) de cada uma das

proposições respondidas pelos pesquisados.

Cada uma das inferências feitas a partir das respostas às questões abertas foi confirmada por

um conjunto das questões fechadas, com o objetivo de verificar o grau de concordância em

relação a todos os pesquisados.

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136

A TAB. 4 contém a indicação do grupo de questões fechadas relacionadas a cada uma das

inferências feitas a partir das questões abertas. Para a verificação do grau de concordância dos

pesquisados em relação às inferências, foram calculadas as médias das concordâncias das

proposições das questões fechadas correlacionadas a cada inferência.

O conteúdo da TAB. 5 indica o grau de concordância dos pesquisados para cada uma das

inferências feitas sobre o Sistema de Licitação previsto pelo RDC, provenientes das médias de

cada grupo de questões fechadas que confirmam as inferências.

Tabela 4 - Sistema de Licitação: relação entre as questões abertas e fechadas, e o grau de

concordância

Qu

estã

o N

úm

ero

Questões

Não

ten

ho

co

nh

ecim

ento

(N

TC

) C

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cord

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ota

lmen

te

(CT

)

Co

nco

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bas

tan

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CB

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Co

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Po

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(C

P)

Não

co

nco

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, nem

d

isco

rdo

(N

CN

D)

Dis

cord

o P

ou

co (

DP

)

Dis

cord

o B

asta

nte

(D

Ba)

Dis

cord

o T

ota

lmen

te

(DT

)

Med

ian

a O

bse

rvad

a

Dis

cord

ante

s d

a p

rop

osi

ção

(D

pr)

Co

nco

rdan

tes

com

a

Pro

po

siçã

o (

Cp

r)

Gra

u d

e C

on

cord

ânci

a d

a p

rop

osi

ção

(G

Cp

)

7 6 5 4 3 2 1 0

4 As empresas de projetos técnicos, participantes dos consórcios ou terceirizadas, são eficazes nas exigências do RDC.

-

21,2

1%

42,4

2%

24,2

4%

6,06

%

-

3,03

%

3,03

%

CBa

9,09

%

90,9

1%

90,9

1%

8 O Método de Entrega de Projeto (Contratação Integrada de Projeto e Construção) é atendido pela contratada, conforme as exigências do RDC.

-

54,5

5%

33,3

3%

6,06

%

6,06

%

- - - CT

3,03

%

96,9

7%

96,9

7%

12 A inversão de fase durante a licitação produz a esperada redução do prazo total do processo licitatório.

-

45,4

5%

39,3

9%

6,06

%

3,03

%

3,03

%

3,03

%

- CBa

7,58

%

92,4

2%

92,4

2%

15 Considerando as exigências impostas pelo RDC, o modelo de entrega design e construção tem se apresentado eficaz em obras de infraestrutura.

-

33,3

3%

39,3

9%

15,1

5%

3,03

%

9,09

%

- - CBa

10,6

1%

89,3

9%

89,3

9%

16 O RDC criou formas ágeis, econômicas e eficientes nos processos de contratação pública de obras.

-

36,3

6%

42,4

2%

12,1

2%

3,03

%

3,03

%

3,03

%

- CBa

7,58

%

92,4

2%

92,4

2%

19

Os projetos técnicos e a construção no mesmo contrato produz uma economia de prazo durante a fase interna dos órgãos públicos no processo de contratação.

-

45,4

5%

33,3

3%

9,09

%

3,03

%

-

6,06

%

3,03

%

CBa

10,6

1%

89,3

9%

89,3

9%

20 A contratação integrada, sem necessidade prévia dos projetos executivos, torna o RDC eficaz e apto para ser adotado em obras de infraestrutura.

-

39,3

9%

42,4

2%

3,03

%

3,03

%

3,03

%

6,06

%

3,03

%

CBa

13,6

4%

86,3

6%

86,3

6%

MÉDIAS DAS QUESTÕES 4, 8, 12, 15, 16, 19 e 20 -

39,3

9%

38,9

6%

10,8

2%

3,90

%

2,60

%

3,03

%

1,30

%

CBa

8,87

%

91,1

3%

91,1

3%

(Continua)

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137

Tabela 4 - Sistema de Licitação: relação entre as questões abertas e fechadas, e o grau de

concordância

Qu

estã

o N

úm

ero

Questões

Não

ten

ho

co

nh

ecim

ento

(N

TC

) C

on

cord

o T

ota

lmen

te

(CT

)

Co

nco

rdo

bas

tan

te (

CB

a)

Co

nco

rdo

Po

uco

(C

P)

Não

co

nco

rdo

, nem

d

isco

rdo

(N

CN

D)

Dis

cord

o P

ou

co (

DP

)

Dis

cord

o B

asta

nte

(D

Ba)

Dis

cord

o T

ota

lmen

te

(DT

)

Med

ian

a O

bse

rvad

a

Dis

cord

ante

s d

a p

rop

osi

ção

(D

pr)

Co

nco

rdan

tes

com

a

Pro

po

siçã

o (

Cp

r)

Gra

u d

e C

on

cord

ânci

a d

a p

rop

osi

ção

(G

Cp

)

7 6 5 4 3 2 1 0

5 As empresas contratadas, em consórcio ou isoladas, atendem às exigências de preço e matriz de responsabilidades do RDC.

-

33,3

3%

42,4

2%

15,1

5%

3,03

%

6,06

%

- - CBa

7,58

%

92,4

2%

92,4

2%

17

Os objetivos do RDC são todos alcançados e atendidos quando aplicado em obras de infraestrutura.

- -

6,06

%

6,06

%

9,09

%

30,3

0%

36,3

6%

12,1

2%

DP

83,3

3%

16,6

7%

83,3

3%

Inversão de sentido da proposição 17 para o cálculo da média

-

12,1

2%

36,3

6%

30,3

0%

9,09

%

6,06

%

6,06

%

CP

16,6

7%

83,3

3%

83,3

3%

22

A utilização do pregão eletrônico para oferta de proposta de preço melhora a eficácia do valor proposto, abaixo do limite máximo estabelecido e não divulgado previamente pelo órgão licitante.

-

9,09

%

9,09

%

6,06

%

21,2

1%

24,2

4%

24,2

4%

6,06

%

DP

65,1

5%

34,8

5%

65,1

5%

Inversão de sentido da proposição 22 para o cálculo da média

-

6,06

%

24,2

4%

24,2

4%

21,2

1%

6,06

%

9,09

%

9,09

%

CP

34,8

5%

65,1

5%

65,1

5%

MÉDIAS DAS QUESTÕES 5, 17 e 22 -

17,1

7%

34,3

4%

23,2

3%

11,1

1%

6,06

%

5,05

%

3,03

%

CBa

19,7

0%

80,3

0%

80,3

0%

6

Noto uma inovação na contratação pelo RDC quanto ao Tipo de Licitação (critério de seleção de empresas: menor preço global, preço e técnica), que tem apresentado resultado satisfatório.

- - -

3,03

%

6,06

%

18,1

8%

51,5

2%

21,2

1%

DBa 93

,94%

6,06

%

93,9

4%

7 Ocorreu inovação no Regime de Execução (forma de pagamento: preço unitário; preço global; preço global integrado) nos contratos de obra do RDC.

- - - -

3,03

%

18,1

8%

48,4

8%

30,3

0%

DBa

98,4

8%

1,52

%

98,4

8%

14 A opção pela contratação integrada do projeto e construção em um único processo de licitação e contrato é uma inovação na forma de contratação.

-

54,5

5%

39,3

9%

3,03

%

3,03

%

-

-

- CT

1,52

%

98,4

8%

98,4

8%

18 Os métodos previstos na Lei 8.666/1993 foram inovados pelo RDC quanto à forma de contratar as empresas responsáveis pelas implantações das obras

-

57,5

8%

33,3

3%

6,06

%

3,03

%

- - - CT

1,52

%

98,4

8%

98,4

8%

MÉDIAS DAS QUESTÕES 14 e 18 -

56,0

6%

36,3

6%

4,55

%

3,03

%

- - - CT

1,52

%

98,4

8%

98,4

8%

Fonte: Elaborado pelo autor.

(Continua) (Conclusão)

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138

Agora é possível estabelecer relações entre as inferências provenientes das questões abertas e

as respostas às fechadas. As questões fechadas do questionário foram formuladas,

propositalmente, de modo a se relacionarem com as questões abertas. Para o tema Sistema de

Licitação, mostram-se na TAB. 5 as questões fechadas referentes aos assuntos abordados em

cada uma das inferências das questões abertas.

Estabelecidas essas relações entre as questões, é possível evidenciar o grau de concordância

médio das proposições fechadas relacionado a uma questão aberta. Com fundamento na escala

de intensidade do grau de concordância da proposição definido por Davis (1976), apresentou-

se, na TAB. 5, o resumo do resultado da análise da Categoria 2 – Sistema de Licitação.

Tabela 5 - Redes de Empresas: triangulação dos resultados das análises

Dimensão Inferências das Questões Abertas e da

Entrevista Questão Aberta

Documentos que

Confirmam

Questões Fechadas

que Confirmam

Grau de Concordân -cia Médio

Intensidade

Sistema de contratação

Inferência 5: A motivação para a aplicação do RDC foi, predominantemente, a agilidade nas fases de licitação e eficácia na produção do objeto do contrato.

4 - 4, 8, 12, 15, 16, 19 e 20

91,13% Uma

concordância forte

Inferência 6: As exigências contidas no RDC e que são relevantes para a obra, é o Regime de Execução por preço global e a responsabilidades exigidas das partes contratantes.

5 Processo

Adm Edital nº 165/2013

5, 17 e 22 80,30% Uma

concordância substancial

Inferência 7: Não foi identificada inovação no Tipo de Licitação (critério de seleção), visto que todos os critérios previstos pelo RDC fazem parte dos critérios previstos na Lei nº 8.666/1993.

7 Processo

Adm Edital nº 165/2013

6 93,94% Uma

concordância forte

Inferência 8: Não foi identificada inovação no Regime de Execução (critérios de pagamento), visto que o RDC aplica os mesmos critérios utilizados na Lei nº 8.666/1993.

8 Processo

Adm Edital nº 165/2013

7 98,48% Uma

concordância forte

Inferência 9: Foi identificada inovação incremental no sistema de contratação quanto ao Método de Entrega de Projeto, com a utilização da contratação integrada de projeto e construção - (design/Build – DB), que modifica a relação na cadeia de suprimento da obra, ao deslocar o fornecedor de projeto para o interior do consórcio contratado.

9 Processo

Adm Edital nº 165/2013

14 e 18 98,48% Uma

concordância forte

Fonte: Elaborada pelo autor.

Observa-se na TAB. 5, para as inferências 5, 7, 8 e 9, provenientes das questões abertas, uma

intensidade forte para o grau de concordância (GCp) dos pesquisados nas respectivas

proposições fechadas. A Inferência 6 apresenta intensidade substancial para o grau de

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139

concordância dos pesquisados nas respectivas proposições fechadas. Isso mostra um alto grau

de adesão dos pesquisados às inferências feitas a partir das questões abertas e da entrevista

realizada.

Em relação à Inferência 5, descrita na TAB. 5, os resultados alcançados permitem evidenciar

que 39,39% dos participantes responderam que concordam totalmente, e 38.96% responderam

que concordam bastante com as questões fechadas 4, 8, 12, 15, 16, 19 e 20. Isso confirma que

a motivação para a aplicação do RDC foi, predominantemente, a agilidade nas fases de

licitação e eficácia na produção do objeto do contrato, conforme pode ser observado no

GRAF. 5.

Gráfico 5 - Concordância das questões fechadas 4, 8, 12, 15, 16, 19 e 20, que confirmam a

Inferência 5

De acordo com a análise das respostas, os participantes consideram que o atendimento das

empresas aos projetos técnicos de engenharia e à construção da obra é eficaz em relação às

exigências do RDC. Foi de 91,13%, o grau de concordância dos pesquisados para as questões

fechadas 4, 8, 12, 15, 16, 19 e 20, relacionadas à Inferência 5.

039%

039%

011%

004%003%

003%001%

Concordo Totalmente (CT)

Concordo Bastante (CBa)

Concordo Pouco (CP)

Não Concordo, Nem Discordo (NCND)

Discordo Pouco (DP)

Discordo Bastante (DBa)

Discordo Totalmente (DT)

009%

091%

Grau de Concordância

Discordantes da Proposição (Dpr)

Concordantes com a Proposição (Cpr)

Fonte: Dados da pesquisa dispostos nas TAB. 4 e 5.

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140

Essa verificação é certificada na literatura por Quintella (2014), ao afirmar que, com a criação

do RDC, a administração pública tem tido suas necessidades atendidas de forma mais urgente,

pois, a partir de então, passou a ter uma ferramenta que lhe oferece agilidade, economia e

eficiência na contratação pública em obras de infraestruturas. Os pesquisados afirmaram que a

transferência da elaboração dos projetos de engenharia para os consórcios construtores é

capaz de proporcionar uma economia de prazo nos processo do RDC.

Tendo como fundamento a análise e avaliação dos dados, relativamente à Inferência 6,

descrita na TAB. 5, notou-se que 17,17% dos participantes responderam que concordam

totalmente, 34,34% responderam que concordam bastante e 23,23% responderam que

concordam um pouco com as questões fechadas 5, 17 e 22. Isso confirma que as exigências

contidas no RDC e que são relevantes para a obra são o Regime de Execução (por preço

global) e as responsabilidades exigidas das partes contratantes, conforme pode ser observado

no GRAF. 6.

Gráfico 6 - Concordância das questões fechadas 5, 17 e 22, que confirmam a Inferência 6

Os respondentes afirmaram que as empresas contratadas em consórcio ou isoladas

reconhecem a importância das exigências dos contratos por preço global e da matriz de

017%

034%023%

011%

006%

005%003%

Concordo Totalmente (CT)

Concordo Bastante (CBa)

Concordo Pouco (CP)

Não Concordo, Nem Discordo (NCND)

Discordo Pouco (DP)

Discordo Bastante (DBa)

Discordo Totalmente (DT)

020%

080%

Grau de Concordância

Discordantes da Proposição (Dpr)

Concordantes com a Proposição (Cpr)

Fonte: Dados da pesquisa dispostos nas TAB. 4 e 5.

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141

responsabilidades do RDC. O grau de concordância dos pesquisados para as questões

fechadas 5 e 17 e 22 foi de 94,45% para a Inferência 6.

Entretanto os objetivos do RDC ainda não são todos alcançados quando utilizado em obras de

infraestrutura, estando ainda em processo de evolução. O respondente 9 destaca que “o

atingimento desse objetivo parte, contudo e necessariamente, de um bom planejamento na

fase interna, prosseguido em boa gestão/fiscalização do contrato. Vejo que as potencialidades

do RDC ainda estão subaproveitadas”.

Na literatura, Bicalho (2013), Almeida (2014) e Heinen (2014) afirmam que a Lei do RDC é

um conjunto de normas ainda em evolução, que precisa passar por um processo de

consolidação.

Relativamente à Inferência 7, descrita na TAB. 5, depois de analisada a questão fechada 6,

notou-se que 21,21% dos participantes responderam que discordam totalmente, 51,52%

responderam que discordam bastante e 18,18% responderam que discordam um pouco da

proposição de que foi identificada inovação no Tipo de Licitação (critério de seleção),

conforme pode ser observado no GRAF. 7.

Gráfico 7 - Concordância da questão fechada 6, que confirma a Inferência 7

003% 006%

018%

052%

021%

Concordo Pouco (CP)

Não Concordo, Nem Discordo (NCND)

Discordo Pouco (DP)

Discordo Bastante (DBa)

Discordo Totalmente (DT)

Fonte: Dados da pesquisa dispostos nas TAB. 4 e 5.

094%

006%

Grau de Concordância

Discordantes da Proposição (Dpr)

Concordantes com a Proposição (Cpr)

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142

Verificou-se com os participantes da pesquisa que não foi observada a ocorrência de inovação

no processo de contratação pelo RDC quanto ao Tipo de Licitação (critério de seleção de

empresas com proposta mais vantajosa: menor preço global, preço e técnica). O grau de

concordância dos pesquisados para as questões fechadas 5 e 17 e 22 foi de 94,45% para a

Inferência 7.

As proposições 17 e 22 têm o sentido invertido, isto é, foram construídas para que os valores

mais desejados estejam na coluna de Discordo Totalmente (DT). Assim, seus valores de

concordâncias foram invertidos para o cálculo das médias, conforme indica a TAB. 4.

A partir da análise da resposta à questão fechada 7, referente à Inferência 8, descrita na TAB.

5, percebeu-se que 30,30% dos participantes responderam que discordam totalmente, 48,48%

responderam que discordam bastante e 18,18% responderam discordar um pouco da

proposição de que foi identificada inovação no Regime de Execução (critérios de pagamento),

conforme pode ser observado no GRAF. 8.

Gráfico 8 - Concordância da questão fechada 7, que confirma a Inferência 8

003%

018%

048%

030%

Não Concordo, Nem Discordo (NCND)

Discordo Pouco (DP)

Discordo Bastante (DBa)

Discordo Totalmente (DT)

098%

002%

Grau de Concordância

Discordantes da Proposição (Dpr)

Concordantes com a Proposição (Cpr)

Fonte: Dados da pesquisa dispostos nas TAB. 4 e 5.

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143

Nota-se que, pelo grau de concordância, 98,48% dos pesquisados admitem não terem sido

introduzidas inovações no Regime de Execução das obras de infraestrutura e, considerando tal

resultado, entende-se que esse é um fator que precisa ser analisado e revisto pela

Administração Geral, de modo a haver nos contratos critérios de pagamentos que possibilitem

que as economias conquistadas sejam revertidas em benefício das partes, e não apenas para o

erário. Conforme citado pelo respondente 2, “a utilização dos contratos por peço global com

ajuste de economia para as partes, o que motiva a busca por economias revertidas para o

contratado e o contratante, não apenas para o contratante. Esse tipo de contrato não é previsto

para contratações de obras públicas no Brasil.”

Com base na análise e avaliação dos dados, relativamente à Inferência 9, descrita na TAB. 5,

verificou-se que 56,06% dos participantes responderam que concordam totalmente e 36,36%

responderam que concordam bastante com as questões fechadas 14 e 18, conforme indica o

conteúdo do GRAF. 9. Isso confirma que foi identificada inovação incremental no sistema de

contratação quanto ao Método de Entrega de Projeto, com a utilização da contratação

integrada de projeto e construção - (design/Build – DB), que modifica a relação na cadeia de

suprimento da obra, ao deslocar o fornecedor de projeto para o interior do consórcio

contratado.

Gráfico 9 - Concordância das questões fechadas 14 e 18, que confirmam a Inferência 9

056%036%

005% 003%

Concordo Totalmente (CT)

Concordo Bastante (CBa)

Concordo Pouco (CP)

Não Concordo, Nem Discordo (NCND)

002%

098%

Grau de Concordância

Discordantes da Proposição (Dpr)

Concordantes com a Proposição (Cpr)

Fonte: Dados da pesquisa dispostos nas TAB. 4 e 5.

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144

De acordo com o entendimento da resposta, os participantes consideram que houve inovação

no Método de Entrega de Projeto por meio dos contratos integrados de projeto e construção.

Em relação à inferência 9, foi de 98,48% o grau de concordância dos pesquisados com as

questões fechadas 14 e 18, conforme indicado no GRAF. 9.

Para Molenaar, Songer e Barash (1999), os contratos integrados de projeto e construção do

tipo D/B foram caracterizados com uma forma de inovação no modelo de contratação entre o

poder público e os construtores no mercado internacional. Entretanto, no Brasil, esse Método

de Entrega de Projeto foi previsto e utilizado apenas com o advento do RDC.

4.3 Categoria de Análise 3: Cadeia de Suprimentos

Esta categoria de análise identificou o que influenciou a cadeia de suprimentos da obra com

maior peso, em consequência da utilização do Regime Diferenciado de Contratação (RDC),

na visão dos profissionais participantes, conforme investigação pretendida nos objetivos

específicos desta pesquisa.

Complementarmente, foi desenhada a cadeia de suprimentos de maneira a representar o fluxo

de bens e serviços do contrato de obra deste estudo de caso. Para tanto, foi feita a observação

direta dos trabalhos executados em um dos contratos originados da licitação do Edital nº

165/2013 - DNIT.

Em conjunto, foram analisadas as informações contidas nas respostas da entrevista e dos

questionários aplicados aos gestores das empresas envolvidas no processo de licitação,

também com a finalidade de identificar de que maneira o RDC afetou a cadeia de suprimentos

da obra.

As questões abertas referentes a esse tema são as de números 3 e 10. As questões fechadas são

as de números 2 e 3. A seguir, foram reproduzidos alguns trechos relevantes das respostas às

perguntas abertas fornecidas pelos pesquisados.

A Questão 3 - aberta aborda os efeitos na cadeia de suprimentos, e a Questão 10 - aberta

aborda o que influenciou a cadeia de suprimentos, ambos – efeitos e influência – em

consequência da utilização do RDC nos contratos de obras de infraestrutura firmados com o

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145

poder público. Sobre esses temas, foram identificados as variáveis analisadas, os respondentes

e os trechos reproduzidos dos questionários e da entrevista.

Cadeia de

Suprimentos e

Terceirização

Respondente 1 “As subcontratações continuam limitadas, assim como na Lei 8666 é

limitada. O que acontece é uma extrapolação desses percentuais por

necessidade e por não haver fiscalização eficiente.”

Cadeia de

Suprimentos

Respondente 1 “Com os projetos técnicos executivos sendo criados e gerenciados

diretamente pelo construtor, ficou mais fácil interferir nos eventos que

normalmente obrigam a paralisação das obras por motivos técnicos; com

isso os fornecedores e prestadores de serviços mostraram-se mais

confiantes na continuidade das atividades sem interrupções.”

Cadeia de

Suprimentos e

Terceirização

Respondente 4 “As limitações impostas pelo RDC/contrato, são interessantes para o

empreendimento para garantir que a responsabilidade de “entrega” esteja

sempre lastreada pela rede detentora do contrato, e evita a pulverização.

Todavia o estabelecimento de um percentual (30%) para contrato de

terceirização pode ser inferior à necessidade de contratação de

empresas especializadas.”

Cadeia de

Suprimentos

Respondente 4 “Você consegue ter uma matriz de risco bem definida, porém existe uma

falha na importância dada a esse documento, quase tudo passou a ser

responsabilidade das empresas. Nem tudo pode ser resolvido com

adequações de projeto, que agora é de controle das empresas, mesmo

que seja um facilitador para que a cadeia de suprimentos esteja

constantemente operacional.”

Cadeia de

Suprimentos e

Terceirização

Respondente 5 “O limite é estabelecido pelo contrato com as empresas no sistema da

contratante. Geralmente, a subcontratação é limitada de acordo com o

contrato específico, mas em geral proíbe a execução da atividade final da

obra. Essa atividade final é menor que 70% do contrato, fazendo com

que a limitação de 30% seja desnecessária”

Cadeia de

Suprimentos e

Terceirização

Respondente 5 “O tamanho e o escopo de um contrato RDC reduz o risco das

interfaces de escopo e contrato. Também permite a formação de

parcerias diretas entre a contratada e seus subfornecedores, desde

que devidamente autorizadas pela contratante. Todavia a gestão de

riscos ocorre meio que sem muita transparência.”

Cadeia de

Suprimentos e

Terceirização

Respondente 5 “As empresas deveriam ter mais liberdade de contratação sem o

limite de 30% exigido pelo contratante. A responsabilidade pela

execução e a garantia da obra independe do executor; essa

responsabilidade sempre será da empresa que assinar o contrato e

comprovar as garantias necessárias.”

Cadeia de

Suprimentos e

Terceirização

Respondente 6 “A gestão de todos os recursos necessários para um contrato era muito

penalizada pela instabilidade na relação construtora-DNIT-projetista.

Com a relação direta construtora-projetista, os imprevistos são

reduzidos. Nos contratos por preço global é muito difícil a contratação

de subempreiteiro, a insegurança é enorme e o risco é muito grande.”

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146

Cadeia de

Suprimentos e

Terceirização

Respondente 6 “As exigências do RDC mantêm restrito o percentual de

subcontratação evitando subdividir excessivamente o empreendimento,

fator preventivo aos compromissos de responsabilidades técnicas, porém

há empreendimentos de grande complexidade e destaca-se a

necessidade de percentual maior de subcontratação ao praticado, o

que restringe as amplas cadeias de suprimento.”

Cadeia de

Suprimentos

Respondente 7 “Em atendimento às exigências do RDC, onde as parcerias de

competências distintas foram formalizadas, a qualidade dessa cadeia de

suprimento requer uma gestão complexa, mapear e priorizar com

estratégias para lidar com as demandas específicas, ela não pode ter

fatores desconhecidos e comprometedores dos fluxos da cadeia. Essa

redução de riscos através da gestão bem planejada de projeto e

construção é uma consequência importante em atender contratos

públicos pelo RDC.”

Cadeia de

Suprimentos e

Terceirização

Respondente 7 “O edital limita a contratação de subempreiteiros em 30%. Para o

nosso contrato, seria oportuno que não existisse este limite. Os serviços

com necessidade de contração de firmas especializadas são

superiores ao limite colocado.”

Cadeia de

Suprimentos

Respondente 8 “O regime de execução por Preço Global com contratação integrada

facilita a parceria com subempreiteiros que podem ajudar nas soluções

em caso de impasse técnico entre realidade e projeto executivo.

Passamos para os fornecedores maior segurança de continuidade da

obra quando a projeto é de nossa responsabilidade.”

Cadeia de

Suprimentos e

Terceirização

Respondente 8 “[...] O edital deve estabelecer o limite passível de subcontratação,

que não deve incidir sobre o objeto central de capacidade técnica

comprovada na fase de licitação. O subcontratado deve comprovar

capacidade técnica.”

Cadeia de

Suprimentos e

Terceirização

Respondente 9 “A forma como o orçamento (do poder público) foi elaborado é fator

determinante para a resposta. Certamente a segurança da proposta estará

tão mais protegidas quanto maiores forem as informações do edital, de

forma que o licitante tem visão do conjunto. É nesse momento (de

precificação) que ele se compromete a executar por tal preço –

portanto, nesse momento, deve ter controle das possíveis

subcontratações, fornecedores, etc. Formular proposta em RDC

pressupõe estudo do projeto, e não apenas preenchimento das planilhas

com referências.”

Cadeia de

Suprimentos e

Terceirização

Entrevista “Não percebemos implicações provocadas pelo Regime Diferenciado de

Contratação nas relações com os nossos fornecedores de materiais.

Também não percebemos influência do Regime Diferenciado de

Contratação no relacionamento com os nossos prestadores de serviços

para as atividades mais especializadas. A limitação imposta pelo RDC é

o que achamos ter tido maior consequência nas nossas relações com

as empresas parceiras do nosso consórcio. Gostaríamos de formar

mais parceria que o estabelecido pelo limite do contrato.”

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147

Cadeia de

Suprimentos e

Terceirização

Entrevista “O nosso contrato tem muitos serviços que são executados por firma

especializada. O percentual de serviços especializado é em torno de

45%. Estamos firmando contrato com empresas de proteção de cabo de

aço como se fossem fornecimentos, para não caracterizar subempreitada.

Assim, evitamos estourar os 30% limitados pelo contrato.”

Cadeia de

Suprimentos e

Terceirização

Entrevista “A internalização dos projetos executivos, além de dar maior agilidade

nas soluções de eventuais necessidades de correção, permite maior

participação de todos os colaboradores, que podem ter contato direto

com os responsáveis pelas soluções técnicas. Em um exemplo prático,

posso citar a caso de necessidade de reforço de fundação, em que foi

preciso mudar a solução de projeto de tubulão para fundação profunda

em estacas. Em contratos tradicionais, teríamos que paralisar a

construção da ponte, nos contratos apenas de construção, em que o

projeto é por conta do DNIT. O DNIT e o TCU proíbem a execução de

serviços que não estejam com os projetos devidamente aprovados e com

os aditivos de preços novos aprovados. Sabemos que este processo leva

no mínimo 4 meses para terminar. Em nosso contrato integrado a solução

foi dada em 24 horas, o prazo do cálculo estrutural para a nova solução.

Nesse tipo de contrato não temos que aprovar preços novos, as

responsabilidades técnicas são conjuntas entre projetistas e

construtores.”

Pela análise do que foi exposto pelos respondentes, pode-se inferir que os maiores efeitos

produzidos na cadeia de suprimentos têm origem na limitação em 30% para as

subcontratações. Também, verificou-se que o RDC influenciou na gestão dos fluxos de bens e

serviços por meio da contratação integrada de projeto e construção (DB). A contratação

integrada foi identificada pelos pesquisados e nos documentos analisados como uma inovação

derivada da utilização do RDC.

Para a representação da cadeia de suprimento da obra rodoviária estudada, foi realizada a

observação direta nos locais de execução dos serviços, objetivando identificar como os bens e

serviços transitam para que cada elemento da obra possa ser executado. Na ocasião, foi

possível verificar diretamente vários aspectos de todas as respostas fornecidas pelos

profissionais no questionário aplicado.

Identificaram-se como os processos de gestão e produção são realizados, desde a origem das

demandas, seguido pelas solicitações de atendimento das necessidades demandadas e, na

sequência, os atendimentos às requisições.

O propósito desta pesquisa foi obter informações suficientes para representar um desenho

esquemático do fluxo dos principais componentes da cadeia de suprimentos da obra em

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148

estudo, sem abordar nos detalhes das eficácias na gestão do fluxo de informações, financeiro e

de bens e serviços.

A representação esquemática da cadeia de suprimento da obra foi suficientemente detalhada

para mostrar os principais aspectos encontrados na pesquisa, tal como a relação direta entre

projetista e construtor e, consequentemente, entre projetistas, fornecedores e subempreiteiros.

Não foram abordados, em profundidade, os tipos de cadeia de suprimento, nem os conceitos

das melhores gestões nem a verificação da eficácia de operação do fluxo de insumos da

cadeia.

No momento em que se realizou a presente pesquisa, a obra encontrava-se na fase inicial de

execução dos serviços contratados, mas em plena operação. As instalações de produção de

insumos – por exemplo, britagem, massa asfáltica e concreto – estavam mobilizadas e em

processo de produção. Isso permitiu obter as informações das etapas produtivas, inclusive

verificar como foram geradas e percebidas as demandas por insumos da cadeia de

suprimentos de cada um dos serviços em execução.

A observação das atividades de produção e de gerenciamento da obra evidenciou como o

fluxo de informações inicia o processo de fornecimento de insumos da cadeia de suprimentos.

Os gestores da obra elaboram programações semanais dos trabalhos. As necessidades

demandadas pela cadeia de suprimentos foram obtidas a partir das informações geradas dessas

programações dos trabalhos.

A origem da demanda é a programação do que será executado no próximo período semanal. A

programação é sempre elaborada para a semana seguinte em relação à semana corrente em

execução. Observa-se, na FIG. 18, que a programação tem origem no planejamento mensal,

que, por sua vez, é retirado do planejamento global para a conclusão da obra, e engloba todas

as atividades relacionadas aos serviços que serão executadas no período seguinte, inclusive as

ações de gerenciamento.

Cada quantidade de serviço programado tem um vínculo com todos os insumos necessários

para a sua completa execução, inclusive as ações de gerenciamento, como a necessidade de

solicitar pedidos a um determinado fornecedor, caso não exista estoque suficiente, ou a

necessidade de encontrar fornecedores para novos insumos.

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149

Toda a demanda é gerada automaticamente a partir da conclusão da programação semanal,

por meio de um software de gestão Planejamento de Recursos Empresariais (Enterprise

Resource Planning - ERP), sendo uma de suas funções a gestão da cadeia de suprimento

(Supply Chain Management - SCM).

A partir da representação esquemática na FIG. 19, pode-se observar a origem das demandas e

o fluxo de bens e serviços das principais atividades de produção. As atividades de

planejamento contam com a participação direta do projetista da obra, que tem informações em

tempo real das necessidades de adequação de projeto, o que proporciona agilidade nas

soluções em caso de imprevistos, conforme foi relatado pelos respondentes do questionário e

por meio de observação direta dos serviços executados.

As informações contidas na FIG. 18 mostram que, anteriormente ao advento do RDC, os

projetos eram de responsabilidade do contratante (DNIT), o que impedia a participação dos

projetistas nas atividades de gestão da construção da obra. Antes do RDC, diante de qualquer

necessidade de alteração do projeto, o fato deveria ser comunicado ao DNIT, que se

encarregava de notificar o projetista e solicitar as devidas modificações. Não havia o contato

direto entre construtor e projetista, o que provocava demoras de até 6 meses na solução da

questão de projeto.

Método de

Entrega

Entrevista “Nos contratos apenas de construção, em que o projeto é por conta do

DNIT, o DNIT e o TCU proíbem a execução de serviços que não estejam

com os projetos devidamente aprovados e com os aditivos de preços

novos aprovados. Sabemos que esse processo leva no mínimo 4 meses

para terminar. Em nosso contrato integrado a solução foi dada em 24

horas, o prazo do cálculo estrutural para a nova solução. Nesse tipo de

contrato não temos que aprovar preços novos, as responsabilidades

técnicas são conjuntas entre projetistas e construtores.”

Foi notado que a presença do projetista no cotidiano da obra propiciou agilidade nas ações de

correções das necessidades de adequações dos projetos, conforme foi inferido pela análise das

respostas dos participantes da pesquisa e pela observação direta nos locais de execução dos

serviços.

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150

AREAL BRITADOR

FORNECIMENTO DE MATERIAL BETUMINOSO

FORNECIMENTO DE CIMENTO

SILOS

AQUECEDOR DE AGREGADOS

MISTURADOR

TANQUE DE ESTOCAGEM DE ASFALTO

TRANSPORTE DE MASSA ASFÁLTICA

TRANSPORTE

CENTRAL DE CONCRETO

FRENTES DE SERVIÇO

PLANELAMENTO MENSAL DA OBRA

PROGRAMAÇÃO SEMANAL

PLANELAMENTO GERAL DA OBRA

Fluxo de bens e serviços da obra

SUBEMPREITEIROSLIMITE DE 30% DOVALOR DO CONTRATO

DEMANDA DE MATERIAIS,

EQUIPAMENTOS E MÃO DE OBRA

EVENTUAIS NECESSIDADES DE

ADEQUAÇÃO DE PROJETO(EFEITO DO RDC)

CLIENTE CONTRATANTE (DNIT)

ANTERIORMENTE AO RDC, PELA LEI 8.666/93, A

RESPONSABILIDADE PELO PROJETO ERA DO DNIT

CONSÓRCIO: - CONTRUTORA A-CONTRUTORA B-EMPRESA PROJETISTA

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 18 - Origem da demanda e fluxo de bens e serviços de produção da obra

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151

Relacionadas a esse assunto, analisaram-se as questões fechadas de números 2 e 3. Na

sequência, foram apresentados os resultados obtidos da análise das respostas enviadas pelos

pesquisados. Todas essas questões são relacionadas com o sistema de licitação.

Apresentam-se, na TAB. 6, as proposições das questões fechadas que tratam dos assuntos

relacionados com a cadeia de suprimentos do caso estudado. Foi feita a análise dessas

questões, utilizando os critérios e equações descritas por Sanches, Meireles e De Sordi (2011),

para a apuração do grau de concordância da proposição (GCp) de cada uma das proposições

respondidas pelos pesquisados.

Tabela 6 - Cadeia de Suprimentos: relação entre as questões abertas e fechadas, e o grau de

concordância

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2

Os efeitos do RDC na cadeia de suprimentos das obras, tais como a integração dos projetos técnicos e da construção em um mesmo contrato, a limitação de terceirização em no máximo 30% do valor do contrato, são atendidos pelos consórcios contratadas para a execução das obras.

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As ações dos consórcios são efetivas para a gestão da cadeia e suprimentos das obras quanto a gerir a capacidade produtiva, os fornecedores e as expectativas do cliente contratante.

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Fonte: Elaborada pelo autor.

Dessa forma, é possível estabelecer relações entre as análises das questões abertas e fechadas.

As questões fechadas do questionário foram formuladas, propositalmente, de modo a se

relacionarem com as questões abertas. Para o tema “Cadeia de Suprimentos”, observam-se na

TAB. 7 quais questões fechadas são referentes aos assuntos abordados em cada um dos temas

das questões abertas.

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152

Estabelecidas essas relações entre as questões, é possível evidenciar o grau de concordância

médio das proposições fechadas relacionadas a uma questão aberta, conforme apresentado na

TAB. 7.

Tabela 7 - Redes de Empresas: triangulação dos resultados das análises

Dimensão Inferências das Questões Abertas e da

Entrevista Questões Abertas

Documentos que

Confirmam

Questões Fechadas

que Confirmam

Grau de Concordân -cia Médio

Intensidade

Cadeia de Suprimento

Inferência 10: A cadeia de suprimento foi notadamente afetada pelo limite de 30% para as subcontratações.

3 Observação

Direta 2 96,97%

Uma concordância

forte

Inferência 11: A contratação integrada permitiu um melhor gerenciamento da cadeia de suprimento, pela relação direta entre o projetista e construtores, impedindo paralisação de obra por necessidade de adequações de projeto.

10 Observação

Direta 3 96,97%

Uma concordância

forte

Inferência 12: A representação esquemática da cadeia de suprimento da obra pode ser visualizada na FIG. 18.

Observação

Direta - - -

Fonte: Elaborada pelo autor.

Diante da escala da intensidade do grau de concordância da proposição definida por Davis

(1976), apresentou-se, na TAB. 7, o resumo do resultado da análise da Categoria 3 – Cadeia

de Suprimentos.

Observa-se, na TAB. 7, que as inferências 10 e 11, feitas a partir das questões abertas, uma

intensidade forte para o grau de concordância (GCp) dos pesquisados nas respectivas

proposições fechadas. Especificamente sobre a Inferência 12, que trata da representação

esquemática da cadeia de suprimentos, as relações percebidas foram evidenciadas pela

observação direta dos componentes. Para este estudo, não houve uma investigação da

percepção dos pesquisados.

Os resultados alcançados relativamente à Inferência 10, descrita na TAB. 7, permitem

evidenciar que 30,30% dos participantes responderam que concordam totalmente e 60,61%

responderam que concordam bastante com a questão fechada 2. Isso confirma que a cadeia de

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153

suprimento foi notadamente afetada pelo limite de 30% para as subcontratações, conforme

pode ser observado no GRAF. 10.

Gráfico 10 - Concordância da questão fechada 2, que confirma a Inferência 10

Na obra estudada, foi verificado que os serviços altamente especializados ultrapassaram os

30% de terceirização permitida pelo contrato. Dessa forma, por se tratar de serviços ainda a

serem executados, após o encerramento desta pesquisa, caberá ao consórcio a internalização

das competências necessárias para uma séria de serviços especializados.

Nota-se que os participantes da pesquisa afirmaram que a limitação de terceirização de, no

máximo, 30% do valor do contrato vem sendo atendida pelos consórcios contratados para a

execução das obras, com um grau de concordância de 96,97%, conforme indicado no GRAF.

10.

Os resultados obtidos da análise relacionada à Inferência 10, descrita na TAB. 7, permitem

evidenciar que 24,24% dos participantes responderam que concordam totalmente, e 60,61%

responderam que concordam bastante com a questão fechada 3. Isso confirma que a

contratação integrada permitiu um melhor gerenciamento da cadeia de suprimento, pela

relação direta entre o projetista e construtores, impedindo paralisação de obra por necessidade

de adequações de projeto, conforme pode ser observado no GRAF. 11.

030%

061%

006% 003%

Concordo Totalmente (CT)

Concordo Bastante (CBa)

Concordo Pouco (CP)

Não Concordo, Nem Discordo (NCND)

003%

097%

Grau de Concordância

Discordantes da proposição (Dpr)

Concordantes com a Proposição (Cpr)

Fonte: Dados da pesquisa dispostos nas TAB. 6 e 7.

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154

Gráfico 11 - Concordância da questão fechada 3, que confirma a Inferência 11

Nota-se que os participantes da pesquisa afirmaram que as ações dos consórcios são efetivas

para a gestão da cadeia e suprimentos das obras, quanto a gerir a capacidade produtiva, os

fornecedores e as expectativas do cliente contratante, com um grau de concordância de

96,97%, conforme indicado no GRAF. 11.

Considerando o resultado acima observado, pode-se afirmar que a gestão integrada dos

processos, bem como a gestão de cadeia de suprimento e logística, tem se tornado

fundamental para que uma empresa possa desenvolver uma gestão que a torne competitiva.

Nesse aspecto, Kopczak e Johnson (2003) sinalizaram que a gestão integrada da cadeia de

suprimentos é uma forma de promover mudanças no pensamento empresarial, pois poderá

desenvolver melhores práticas na conquista de vantagens competitivas.

4.4 Categoria de Análise 4: Modelo de Representação de Recursos e Atores de Rede de

Construção Civil

Este item trata da categoria de análise do Modelo de Representação de Atores e Recursos para

Operacionalização e Reconfiguração de Rede de Construção Civil, cujo objetivo é o de criar

uma representação esquemática das principais unidades que compõem a estrutura

024%

061%

012%

003%

Concordo Totalmente (CT)

Concordo Bastante (CBa)

Concordo Pouco (CP)

Não Concordo, Nem Discordo (NCND)

003%

097%

Grau de Concordância

Discordantes da proposição (Dpr)

Concordantes com a Proposição (Cpr)

Fonte: Dados da pesquisa dispostos nas TAB. 6 e 7.

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155

organizacional da obra, incluindo as divisões funcionais e seus papéis, além dos recursos

necessários para a produção do objeto contratado.

As informações foram obtidas pela observação direta nas unidades de gestão e produção da

obra, conforme previsto no capítulo dos procedimentos metodológicos, e com a total adesão e

colaboração dos participantes da obra pesquisada. Por se tratar de um estudo de caso, a

representação não pode ser generalizada, todavia serve de referência para a criação de

modelos de representação de outros empreendimentos.

A pesquisa mostrou a representação da configuração inicial dos atores e recursos para a

execução dos trabalhas contratados. As informações da FIG. 19, adiante, exibem o corte

transversal que representa a situação da obra depois de concluído 6% do total. “O modelo de

atores e recursos evidencia a similaridade do modus operandi da execução de

empreendimento no subsetor da construção” (GUERRINI; VERGNAB, 2011, p. 17). Essa

representação deverá ser reconfigurada no decorre da obra, à medida que surgem necessidades

de mudanças em seus componentes, principalmente nas atividades de produção.

Para o comparativo entre a Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011 e a Lei Geral de Licitações

nº 8.666/93, verificou-se a inovação relacionada ao inciso V do art. 8, da lei do RDC,

relacionada com as Contratações Integradas e Construção e Projeto (Design), conforme

destacado no QUADRO 16.

Quadro 16 - Abrangência da aplicação das Leis nº 12.462/2011 e nº 8.666/93

Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011 Lei Geral de Licitações nº

8.666/93

Art. 8º Na execução indireta de obras e serviços de engenharia

são admitidos os seguintes regimes:

I - empreitada por preço unitário;

II - empreitada por preço global;

III - contratação por tarefa;

IV - empreitada integral;

V - contratação integrada.

Art. 10º As obras e serviços

poderão ser executados nas

seguintes formas:

II - execução indireta, nos

seguintes regimes:

a) empreitada por preço global;

b) empreitada por preço unitário;

c) (Vetado).

d) tarefa;

e) empreitada integral. Fonte: Elaborado pelo Autor.

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156

Figura 19 - Representação de atores e recursos para operacionalização da obra na BR–381/MG

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Fonte: Adaptado pelo autor de ARAÚJO, 2012, p. 77.

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157

A operacionalização é a etapa de geração de valores por meio do processo de produção, que

deve ser reconfigurada a cada nova necessidade ou início e término de etapas produtivas.

(ARAÚJO; GUERRINI, 2010).

As redes de empresas constituídas para a implantação de obra de infraestrutura são

temporárias, e o tempo de duração delas será o mesmo da construção do objeto contratado. O

ciclo de vida da rede percorre as etapas de criação, operação, reconfiguração e dissolução da

obra (ARAÚJO, 2012).

Os componentes constituintes da representação mostrada na FIG. 19 foram obtidos por meio

de observação direta dos processos de produção e dos procedimentos de gestão para o

conjunto de atividades em execução e para as etapas programadas, no período de realização

da pesquisa, a qual evidencia o consórcio constituído por duas empresas de construção

(Empresas B e C) e uma de projeto (Empresa A) e indica que o consórcio foi contratado pelo

DNIT para a execução das obras com recursos financeiros do Governo Federal.

Fica evidenciado que a empresa projetista participa de todas as atividades de gestão, incluindo

as programações dos trabalhos de produção. O projetista executa ações diretas para controlar

e influenciar o atendimento às demandas por equipamentos, materiais, mão de obra e

subcontratações especializadas. Os gestores da projetista recebem informações diretamente

das equipes de produção sobre a ocorrência de eventuais necessidades de adequação para uma

realidade de obra diferente da observada na fase de elaboração do projeto.

As informações contidas na FIG. 19 confirmam as inferências da análise do conteúdo da FIG.

18. Ficou evidenciado que, anteriormente ao advento do RDC, os projetos eram de

responsabilidade do contratante (DNIT), o que impedia a participação dos projetistas nas

atividades de gestão da construção da obra. Com a configuração dada pelo RDC, as demandas

de projetos passaram a ter soluções mais ágeis, imediatamente depois do seu surgimento.

Na TAB. 8, a seguir, representaram-se as várias fontes pesquisadas para obtenção de

informações válidas e confiáveis dos resultados da pesquisa, o que é uma das principais

preocupações relacionadas aos estudos de caso, e resumiram-se as inferências resultantes das

análises das evidências.

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Tabela 8 - Resumo das inferências resultantes das análises das evidências

Dimensão Inferências das Questões Abertas e da

Entrevista Questões Abertas

Documentos que

Confirmam

Questões Fechadas

que Confirmam

Grau de Concordân -cia Médio

Intensidade

Formação de Rede

de Empresa

Das 13 redes de cooperação em consórcio que participaram do processo de licitação, 5 foram do tipo vertical à montante da cadeia de suprimentos e 8 foram simultaneamente vertical e horizontal.

1 Processo

Adm. Edital nº 165/2013

- - -

Os consórcios visaram inicialmente atender às exigências de comprovação de experiência técnica para obtenção da Nota Técnica máxima como uma vantagem competitiva, em atendimento às regras do Edital nº 165/2013 – DNIT.

2 Processo

Adm. Edital nº 165/2013

9 e 10 84,09% Uma

concordância substancial

Os consórcios inicialmente formados são mantidos ao longo da obra e são formadas novas parcerias com fornecedores e empresas especializadas. Entretanto, não são firmados contratos de exclusividades com os novos parceiros da cadeia de suprimentos da obra.

2 Observação

Direta 21 e 11 84,85%

Uma concordância substancial

As empresas projetistas foram fundamentais na composição dos consórcios, tanto para atendimento aos requisitos do Edital, como para a gestão e elaboração dos projetos técnicos executivos, tendo especial importância, na obtenção de agilidade e qualidade na obra.

2 e 6

Processo Adm. Edital

nº 165/2013 e Observação

Direta

1 e 13 95,45% Uma

concordância forte

Sistema de

Licitação

A motivação para a aplicação do RDC foi, predominantemente, a agilidade nas fases de licitação e a eficácia na produção do objeto do contrato.

4 - 4, 8, 12, 16,

19 e 20 91,41%

Uma concordância

forte

As exigências contidas no RDC e que são relevantes para a obra são o Regime de Execução por preço global e as responsabilidades exigidas das partes contratantes.

5 Processo

Adm. Edital nº 165/2013

5 e 22 78,79% Uma

concordância moderada

Não foi identificada inovação no Tipo de Licitação (critério de seleção), visto que todos os critérios previstos pelo RDC fazem parte dos critérios previstos na Lei nº 8.666/1993.

7 Processo

Adm. Edital nº 165/2013

6 93,94% Uma

concordância forte

Não foi identificada inovação no Regime de Execução (critérios de pagamento), visto que o RDC aplica os mesmos critérios utilizados na Lei nº 8.666/1993.

8 Processo

Adm. Edital nº 165/2013

7 98,48% Uma

concordância forte

Foi identificada inovação incremental no sistema de contratação quanto ao Método de Entrega de Projeto, com a utilização da contratação integrada de projeto e construção - (design/Build – DB), que modifica a relação na cadeia de suprimento da obra, ao deslocar o fornecedor de projeto para o interior do consórcio contratado.

9 Processo

Adm. Edital nº 165/2013

14 e 18 98,48% Uma

concordância forte

Cadeia de Suprimen-

to

A cadeia de suprimento foi notadamente afetada pelo limite de 30% para as subcontratações.

3 Observação

Direta 2 96,97%

Uma concordância

forte A contratação integrada permitiu um melhor gerenciamento da cadeia de suprimento, pela relação direta entre o projetista e construtores, impedindo paralisação de obra por necessidade de adequações de projeto.

10 Observação

Direta 3 96,97%

Uma concordância

forte

A representação esquemática da cadeia do suprimento da obra pode ser visualizada na FIG. 19.

Observação

Direta - - -

Atores e Recursos

A representação esquemática do Modelo de Operacionalização de Atores e Recursos, na fase inicial da obra, pode ser visualizada na FIG. 20.

Observação

Direta - - -

Fonte: Elaborada pelo autor.

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5 PRODUTO TÉCNICO DA DISSERTAÇÃO

O Documento de Análise de Edital é o produto técnico desta dissertação. Ele foi criado a

partir da necessidade de se ter acesso rápido às informações mais relevantes dos documentos

dos editais de licitação.

É um documento elaborado para resumir as exigências técnicas e financeiras contidas nos

editais. Sintetiza também a forma e o conteúdo das propostas que as empresas deverão

preparar e apresentar para os clientes licitantes, que poderão ser órgãos públicos ou

organizações privadas.

O Documento de Análise de Edital traz em seu corpo os campos a serem preenchidos pelos

interessados. Dessa forma, pode-se ter fácil acesso aos critérios de elegibilidade para

apresentação de proposta dos interessados em conquistar os contratos das obras que sejam de

interesse das empresas. Tem o propósito de ajudar as empresas nas tomadas de decisão. A

análise do conteúdo sumarizado dos editais ajuda na decisão de participação das licitações e

propicia obter informações rápidas a qualquer momento do processo.

Para ajudar no preenchimento do Documento de Análise de Edital, foram cadastradas opções

de seleção dos critérios normalmente utilizados nos editais de licitação. Porém, caso sejam

verificados critérios diferentes dos previamente cadastrados, os valores efetivamente

utilizados pelos editais poderão ser digitados.

Na FIG. 20, a seguir, apresentam-se as impressões das telas do arquivo eletrônico do

Documento de Análise de Edital. As telas impressas evidenciam os principais valores pré-

cadastrados no arquivo que poderão ser selecionados no momento do preenchimento.

É apresentado no Apêndice B o Documento de Análise de Edital devidamente preenchido

com as informações do Edital nº 165/2013 do DNIT, objeto de pesquisa desta dissertação.

No QUADRO 17, adiante, apresenta-se o modelo-padrão do Documento de Análise de Edital,

que tem versões em arquivos eletrônicos para os aplicativos Word e Excel, da Microsoft. Os

arquivos foram entregues às empresas que participaram desta pesquisa.

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Figura 20 - Impressão de telas do arquivo eletrônico do Produto Técnico da Dissertação

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Quadro 17 - Documento de Análise de Editais

RDC

RESPONSÁVEL PELA ANÁLISE:

EDITAL N: DATA AQUISIÇÃO

ÓRGÃO / CLIENTE: PÁGINA

OBJETO:

ORIGEM DO RECURSO: FEDERAL

PRAZO DE EXECUÇÃO: Lote 01 DIAS

Lote 02 DIAS

Lote 03 DIAS

ORÇAMENTO: R$ DATA BASE DO ORÇAMENTO

REGIME DE EXECUÇÃO:

TIPO DE LICITAÇÃO:

MÉTODO DE ENTREGA

DOCUMENTOS ADQUIRIDOS

MIDIA DIGITAL

MÍDIA IMPRESSA

COMPROVANTE DE AQUISIÇÃO DE EDITAL: RECIBO

ENTREGA DA PROPOSTA - DATA ABERTURA DA PROPOSTA -

DATA

DATA HORA DATA HORA

Lote 01 Lote 01

Lote 02 Lote 02

Lote 03 Lote 03

ENDEREÇO DA ENTREGA ENDEREÇO DA ABERTURA

CIDADE / ESTADO CIDADE / ESTADO

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Quadro 17 - Documento de Análise de Editais

RDC

PROVIDÊNCIAS IMPORTANTES

VISITA TÉCNICA: É OBRIGATÓRIA?

DATA: LOCAL

AGENDADA COM:

LOCAL:

QUALIFICAÇÃO TÉCNICA:

DOCUMENTOS:

GARANTIA DA PROPOSTA:

LOCAL:

DATA LIMITE:

VALOR:

TIPO: VALIDADE:

ESCLARECIMENTO DE DÚVIDAS - DATA

DATA LIMITE

RESPONSÁVEL: TELEFONE:

E-MAIL:

ENDEREÇO:

CONDIÇÃO DE PARTICIPAÇÃO

CAPACIDADE TÉCNICA

ATESTADOS:

NÚMERO DE ATESTADOS:

CONSÓRCIO: PERMITIDO

CRITÉRIO PARA CONSÓRCIO:

NÚMERO LIMITE DE EMPRESAS

PARTICIPAÇÃO:

FINANCEIRA: LÍDER

TÉCNICA: LÍDER

ATESTADO DE VISITA: LÍDER

GARANTIA DA PROPOSTA: LÍDER

OBSERVAÇÕES:

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Quadro 17 - Documento de Análise de Editais

RDC

CAPACIDADE FINANCEIRA

ÍNDICE FÓRMULA EDITAL

LG LG = (AC + RLP)/(PC+PNC) >= 1,00

SG SG = AT/(PC+PNC) >= 1,00

LC LC = AC/PC >= 1,00

ABREVIAÇÃO NOMENCLATURA

AC ATIVO CIRCULANTE

RLP REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

PC PASSIVO CIRCULANTE

PNC PASSIVO NÃO CIRCULANTE

AT ATIVO TOTAL

LG ÍNDICE DE LIQUIDEZ GERAL

SG ÍNDICE DE SOLVÊNCIA GERAL

LC ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE

HABILITADA

APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA

1) HABILITAÇÃO - NÚMERO DE VIAS:

COMPLETA

2) COMERCIAL - NÚMERO DE VIAS:

COMPLETA

3) TÉCNICA: SIM

COMPLETA

3) PLANO DE TRABALHO

ANALISADO POR:

COMENTÁRIOS:

Fonte: Elaborado pelo autor.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este capítulo apresenta um resumo dos principais resultados desta dissertação de mestrado,

que teve o propósito de investigar o seguinte problema de pesquisa: Quais os tipos de redes

empresariais formadas para atender às exigências estabelecidas pelo Regime

Diferenciado de Contratação e seus efeitos na cadeia de suprimentos?

O aprofundamento da questão de pesquisa foi direcionado pelo seguinte objetivo geral:

descrever os tipos de redes empresariais formadas para atender às exigências

estabelecidas pelo Regime Diferenciado de Contratação e o seu efeito na Cadeia de

Suprimentos.

A presente pesquisa não tem o anseio nem a finalidade de apresentar resultados que possam

ser generalizados para outros processos de licitação e para outros contratos de obras

originados do Regime Diferenciado de Contratação nem para outras redes de cooperação

entre empresas na forma de consórcio. Entretanto exibe procedimentos e critérios que poderão

ser utilizados em estudos futuros.

Para alcançar o objetivo geral da pesquisa foram propostos quatro objetivos específicos. A

seguir passa-se a apresentar os resultados obtidos na pesquisa, para os objetivos específicos

estudados, conforme discriminado:

- Identificar o tipo de rede formada entre as empresas especializadas na elaboração de

projetos (design) e construção rodoviária a fim de atender às exigências estabelecidas

pelo Regime Diferenciado de Contratação.

A análise dos documentos da licitação evidenciou todos os termos de compromissos de

constituição dos consórcios que participaram do processo de contratação, de onde foi possível

identificar cada uma das empresas e os tipos de redes formados, o que, em conjunto com a

análise dos conteúdos das respostas do questionário, da entrevista e da observação direta de

um dos contratos, permitiu inferir os seguintes aspectos dos consórcios:

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Inferência 1: Das 13 redes de cooperação em consórcio que participaram do processo de

licitação, 5 foram do tipo vertical à montante da cadeia de suprimentos, e 8 foram

simultaneamente do tipo vertical e horizontal.

Inferência 2: Os consórcios visaram inicialmente atender às exigências de comprovação

de experiência técnica para obtenção da Nota Técnica máxima como uma vantagem

competitiva, em atendimento às regras do Edital nº 165/2013 – DNIT.

Inferência 3: Os consórcios inicialmente formados são mantidos ao longo da obra e são

formadas novas parcerias com fornecedores e empresas especializadas. Entretanto não

são firmados contratos de exclusividades com os novos parceiros da cadeia de

suprimentos da obra.

Inferência 4: As empresas projetistas foram fundamentais na composição dos

consórcios, tanto para atendimento aos requisitos do Edital como para a gestão e

elaboração dos projetos técnicos executivos, com especial importância na obtenção de

agilidade e qualidade na obra.

A priorização da nota técnica máxima, em atendimento às exigências do Edital, em

detrimento de competências complementares, na busca de parceiros para a constituição dos

consórcios, pode ser um indício de que as empresas estão deixando de formar parcerias com

um potencial para ofertar propostas com preços globais menores que as apresentadas para o

Edital de Licitação nº 163/2013.

Pelos relatos, ficou evidente que existiu uma dissonância entre o que foi exigido no Edital

para a formação dos consórcios e a possibilidade de parcerias que aproveitassem as

especializações complementares das empresas. O esperado seria um conjunto de critérios de

exigibilidade que, naturalmente, induzisse a parceria entre empresas que potencializam suas

capacidades técnicas.

Os gestores das empresas são fontes de informações capacitadas para identificar os critérios

de exigência dos editais de licitação, para formação de consórcios que possam atender aos

requisitos do RDC e, ao mesmo tempo, garantam a formação de parcerias que potencializem

as competências dos integrantes, criando a possibilidade de ofertar benefícios para o erário, na

forma de menores preços para a execução das obras.

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A inexistência de fornecedores exclusivos de insumos proporciona uma cadeia de suprimento

que não é dependente de um único fornecedor. Isso facilita a gestão da cadeia de suprimentos

da obra. Os fornecedores de insumos, como o cimento e os materiais betuminosos, têm um

potencial poder de negociação suficiente para conseguirem firmar contratos de fornecimento

com cláusula de exclusividade, o que limitaria a flexibilidade da cadeia de suprimentos da

obra.

- Identificar as inovações no processo de contratação pelo RDC quanto ao Tipo de

Licitação (critério de seleção de empresas), ao Regime de Execução (forma de

pagamento) e ao Método de Entrega de Projeto (escopo do projeto).

Com base nas evidências apresentadas nas respostas ao questionário sobre o Regime

Diferenciado de Contratação, juntamente com o que foi observado diretamente em um dos

contratos de obra e da entrevista, podem-se destacar os seguintes resultados:

Inferência 5: A motivação para a aplicação do RDC foi, predominantemente, a agilidade

nas fases de licitação e a produção do objeto do contrato.

Inferência 6: As exigências contidas no RDC e que são relevantes para a obra são o

Regime de Execução por preço global e as responsabilidades exigidas das partes

contratantes.

Inferência 7: Não foi identificada inovação no Tipo de Licitação (critério de seleção),

visto que todos os critérios previstos pelo RDC fazem parte dos critérios previstos na Lei

nº 8.666/1993.

Inferência 8: Não foi identificada inovação no Regime de Execução (critérios de

pagamento), visto que o RDC aplica os mesmos critérios utilizados na nº Lei 8.666/1993.

Inferência 9: Foi identificada inovação incremental no sistema de contratação quanto ao

Método de Entrega de Projeto, com a utilização da contratação integrada de projeto e

construção - (design/Build – DB), que modifica a relação na cadeia de suprimento da

obra, ao deslocar o fornecedor de projeto para o interior do consórcio contratado.

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No Sistema de Licitação, foi identificada inovação no Método de Entrega de Projeto por meio

da utilização da contratação integrada de Design e Biuld (projeto e construção). Não foram

identificadas inovações no Regime de Execução (forma de medição e pagamento dos

serviços) e no de Tipo de Licitação (critério de seleção de proposta mais vantajosa).

A inovação que permitiu um escopo mais abrangente dos contratos, englobando projetos e

construção, combinados com o Regime de Execução por preço global e maiores agilidades

dos processos de contratação e execução de obras, abre a possibilidade de redução dos custos

totais dos empreendimentos. Essa redução, caso venha a se confirmar, poderá ser percebida,

mais nitidamente, com a evolução do RDC, principalmente se os benefícios das economias

forem compartilhados entre as partes do contrato, o que seria um agente motivador na busca

por produtos, processos e tecnologias mais econômicos para as obras de infraestrutura.

Além disso, o RDC criou formas ágeis, econômicas e eficientes para os processos de

contratação pública de obras. Na fase de licitação, a inversão de fase reduz o prazo do

processo de licitação, a contratação integrada elimina o prazo dos procedimentos necessários

para a contratação de empresas projetistas e a efetiva elaboração do projeto antes da licitação

da construção. Na fase de execução da obra, a contratação integrada torna mais ágeis as

soluções de adequações de projetos técnicos de engenharia.

A agilidade percebida no processo de contratação pelo RDC é um fator fundamental que

poderá sustentar a continuidade de sua utilização e do seu amadurecimento. Os demais

objetivos pretendidos pela Lei do RDC, relacionados às melhorias na competitividade, em

inovações tecnológicas e no tratamento dos passivos ambientais, são aspectos a serem tratados

com o amadurecimento do RDC, conforme mencionado pela respondente 9: “As diretrizes

do art. 4º devem ser mais bem aproveitadas; os aspectos de sustentabilidade ambiental,

entre outros. Quanto ao demais, citaria o conteúdo do anteprojeto de engenharia; a definição

adequada do critério de julgamento e do modo de disputa na licitação; o exame da capacidade

da licitante”.

- Analisar em que aspectos o RDC afetou a cadeia de suprimentos para construção da

obra rodoviária, na perspectiva dos envolvidos, e elaborar a sua representação

esquemática.

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Foram obtidas evidências a partir da análise das respostas dadas ao questionário, da entrevista

e da observação direta de um dos contratos de obras, das quais se inferiu que os maiores

efeitos produzidos na cadeia de suprimentos são derivados do limite estabelecido de 30% para

as subcontratações. E também se verificou que o RDC influenciou a gestão dos fluxos de bens

e serviços por meio da contratação integrada de projeto e construção (Design/Build-DB).

Dessa forma, foram evidenciados os seguintes aspectos na cadeia de suprimento, gerados pelo

RDC.

Inferência 10: A cadeia de suprimento foi notadamente afetada pelo limite de 30% para

as subcontratações.

Inferência 11: A contratação integrada permitiu um melhor gerenciamento da cadeia de

suprimento, pela relação direta entre o projetista e construtores, impedindo paralisação de

obra por necessidade de adequações de projeto.

O deslocamento dos projetistas, de sua posição de fornecedores de projetos para o interior do

consórcio responsável pela implantação das obras, foi percebido como uma melhoria

significativa que produz maior agilidade nas soluções de adequações de projetos para as reais

necessidades de obra, tendo como consequência a efetiva redução de prazo de conclusão do

projeto.

Os pesquisados apontaram que a limitação de 30% para as terceirizações é um fator que

afetou a cadeia de suprimentos. Para a obra estudada, poderão ser terceirizados serviços para

empresas especializadas até o limite estabelecido. Assim, 70% das dos serviços deverão ser

executados com recursos próprios dos consórcios contratados. A verificação de que a cadeia

de suprimento foi notadamente afetada pelo limite de 30% para as subcontratações foi em

decorrência do reconhecimento de que os serviços especializados extrapolam o limite

contratual de 30%.

Essa limitação pode gerar custos de capacitação interna das competências necessárias para a

execução das atividades de produção dos serviços especializados. Esse aspecto deverá ser

avaliado pelos gestores do órgão contratante e dos consórcios executores, para que não sejam

incorridos custos desnecessários, por questões puramente burocráticas e pelos impedimentos

impostos pelas cláusulas contratuais. Lembrando que, até o encerramento desta pesquisa,

haviam sido executadas menos de 10% do total dos serviços contratados.

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A representação dos principais componentes da cadeia de suprimentos da obra estudada foi

concebida a partir da observação direta, no local, dos procedimentos gerenciais e processos

produtivos para a execução dos serviços contratados.

A partir da análise da representação esquemática da FIG. 18, ficou evidente a origem da

demanda e o fluxo de bens e serviços das principais atividades de produção. Ficou

demonstrado que as atividades de planejamento contam com a participação direta do

projetista da obra, que tem informações em tempo real das necessidades de adequação de

projeto, o que proporciona agilidade nas soluções em caso de imprevistos.

- Apresentar a obra estudada segundo Modelo de Representação de Atores e Recursos

para Operacionalização e Reconfiguração de Rede de Construção Civil, conforme

proposto por Araújo (2012).

Os componentes constituintes da representação mostrada na FIG. 19 foram obtidos por meio

de observação direta dos processos de produção e dos procedimentos de gestão para o

conjunto de atividades em execução e para as etapas programadas durante a pesquisa.

A configuração representada na FIG. 19 mostra o consórcio constituído por duas empresas de

construção (Empresas B e C) e uma empresa de projeto (Empresa A) e indica que esse

consórcio foi contratado pelo DNIT para a execução das obras com recursos financeiros do

governo federal.

Ficou evidenciado que a empresa projetista participa de todas as atividades de gestão,

incluindo as programações dos trabalhos de produção do objeto do contrato. O projetista

executa ações diretas para controlar e influenciar o atendimento às necessidades de recursos

de equipamentos, materiais, mão de obra e subcontratações especializadas da obra. Além

disso, recebe informações diretas das equipes de produção sobre a ocorrência de eventuais

necessidades de adequação do projeto para a realidade da obra.

Por fim, o conteúdo da TAB. 8 é um resumo de todas as inferências obtidas nesta pesquisa,

decorrentes das análises documentais do conteúdo do processo administrativo

50600.011160/2013-16, do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, do

questionário aplicado, da entrevista realizada com um dos gestores e das observações diretas

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nos locais de realização das obras de um dos contratos formalizados para construção de

infraestrutura rodoviária, na BR 381/MG, originário do processo de licitação do Edital nº

165/2013 – DNIT.

5.1 Limitações dos procedimentos metodológicos

Aplicou-se o rigor das recomendações técnicas e acadêmicas nos procedimentos

metodológicos e nas análises realizadas nesta pesquisa. Todavia vale destacar as limitações

naturais das pesquisas qualitativas de estudo de caso.

O estudo de caso apresenta limitações relacionadas às particularidades do objeto estudado, o

que implica a impossibilidade de generalização dos resultados. Outros casos, em época e

cenário diferentes, podem apresentar resultados diferentes. Todavia os roteiros, as fontes de

pesquisas, as unidades pesquisadas e a evolução do Regime Diferenciado de Contratação e a

contratação integrada podem servir de referencial de comparação para outras pesquisas.

Foram sobrepostas várias fontes de evidências para a análise e obtenção de resultados. Para

um mesmo aspecto estudado, pesquisaram-se os documentos do processo de licitação de

contratação das empresas, foi aplicado questionário aos gestores das organizações e realizada

uma entrevista. Além disso, efetivou-se a observação direta da obra estudada. Porém cabe

mencionar que as pesquisas qualitativas de estudo de caso devem se preocupar com a validade

das observações e dos seus aspectos subjetivos. A utilização de múltiplas fontes de evidência

proporciona maior confiabilidade aos resultados apurados (YIN, 2010).

A delimitação temporal do corte transversal, particularmente em alguns estudos, como

ocorreu no caso da presente dissertação, pode acarretar limitações nas pesquisas de

abordagem qualitativa. A pesquisa foi desenvolvida no início da execução de uma das obras

contratadas. Apesar da plena atividade dos setores de produção da obra, uma fase mais

avançada poderia mostrar que algumas atividades da representação de atores e recursos,

exibida na FIG. 19, foram encerradas e outras iniciadas.

Este estudo abrangeu um número significativo de empresas, porém identifica-se uma restrição

gerencial relacionada ao fato de ter sido estudada uma das várias obras executadas pelas

empresas dos gestores pesquisados.

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Um potencial limitador que esteve sempre presente na relação dos possíveis fatores

intervenientes nos estudos realizados é o fato de o pesquisador, por estar envolvido na

elaboração do projeto de um dos trechos de obra da BR-381/MG, na Região Metropolitana de

Belo Horizonte, ainda a ser licitado, adjacente ao trecho pesquisado, influenciar os

respondentes da pesquisa, não obstante os esforços para que esse fato não ocorresse.

5.2 Sugestões para estudos futuros

O Regime Diferenciado de Contratação é um procedimento recente em relação ao momento

da realização desta pesquisa. O RDC é um organismo em evolução, que ainda não tem um

formato definitivo nem das suas regras nem da abrangência de aplicação.

Futuros estudos poderiam identificar o formato no qual o RDC foi estabilizado e mostrar as

diferenças das suas exigências quando comparadas às utilizadas na época deste estudo,

podendo também abordar os mesmos temas, contribuindo, assim, para o seu aprimoramento.

Quanto à utilização do RDC, estudos futuros podem abordar vários aspectos de sua evolução:

Verificação da abrangência na utilização do RDC em obras de infraestrutura em

relação à Lei Geral de Licitações nº 8.666/1993.

Verificação de maior agilidade nos processos de contratação de obras, comparando a

utilização do RDC e a Lei Geral de Licitações nº 8.666/1993.

Verificação de maior agilidade na conclusão de obras, comparando a utilização do

RDC e a Lei Geral de Licitações nº 8.666/1993.

Eficácia na obtenção de preço abaixo do limite máximo estabelecido pelo órgão

contratante.

Em relação à obra pesquisada, as limitações temporais do corte transversal na fase inicial da

produção da obra abrem oportunidade para estudos em futuras fases do mesmo objeto ou em

objetos a serem produzidos em contratações futuras.

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REFERÊNCIAS

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São Paulo, v. 45, n. 4. p. 66-72, out. 2007.

WERNERFELT, B; KARNANI, A. Competitive Strategy Under Uncertainty. Strategic

Management Journal, Sussex, UK, v. 8, n. 2, p. 187-194, mar. 1987.

WIRAHADIKUSUMAH, R.; ABDUH, M. Reinforcing the role of owners in the supply

chains of highway construction projects. In: The First Makassar International Conference

on Civil Engineering (MICCE), 1, 2010. Proceedings, Makassar, Indonésia, 2010. p.1321-

1328.

WIRTZ, B. W.; SCHILKE, O.; ULLRICH, S. Strategic Development of Business Models

Implications of the Web 2.0 for Creating Value on the Internet. Long Range Planning, v. 43,

n. 2, p. 272-290, abr. 2010.

YIN, R. K. Estudo de caso: Planejamento e métodos. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010.

248 p.

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181

APÊNDICE A- ROTEIRO DO QUESTIONÁRIO

O questionário foi estruturado e dividido por categoria de análise da seguinte maneira: (i)

Caracterização e Formação de Rede de Empresa; (ii) Sistema de Licitação; (iii) Cadeia de

Suprimentos e; (iv) Modelo de Recursos e Atores de Rede de Construção Civil.

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

Estamos realizando uma pesquisa para descrever os tipos de redes empresariais formadas para

atender às exigências estabelecidas pelo Regime Diferenciado de Contratação (RDC)

integrado, o seu efeito na de Cadeia de Suprimentos e o seu desenho esquemático e a

construção da representação de atores e recursos em um modelo previamente estruturado. Esta

pesquisa é parte integrante da dissertação do mestrando Waldevique Franco Borges Júnior,

pelo Centro Universitário UNA, e gostaríamos de contar com a sua colaboração.

INSTRUÇÕES

Este questionário é ANÔNIMO, você não precisa se identificar.

Após o preenchimento, favor devolver o arquivo como uma resposta ao e-mail

enviado ou, se for o caso, inserir o questionário no envelope em posse do aplicador.

Qualquer dúvida enviar para o e-mail [email protected] ou o e-mail

[email protected] ou ainda consulte o aplicador, ele está treinado para responder.

Pedimos que responda com atenção a uma série de perguntas que serão realizadas. As

informações são extremamente valiosas para o sucesso desta pesquisa. Suas respostas

não serão analisadas individualmente, mas sim juntamente com as de outras pessoas

entrevistadas.

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182

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ente

7 6 5 4 3 2 1 0

REDE 1 Acredito que a inclusão dos projetistas nas redes entre empresas propicia atender ao RDC de forma mais ágil e com maior qualidade.

CS 2

Os efeitos do RDC na cadeia de suprimentos das obras, tais como a integração dos projetos técnicos e da construção em um mesmo contrato, a limitação de terceirização em no máximo 30% do valor do contrato, são atendidos pelos consórcios contratadas para a execução das obras.

CS 3

As ações dos consórcios são efetivas para a gestão da cadeia e suprimentos das obras, quanto a gerir a capacidade produtiva, os fornecedores e as expectativas do cliente contratante.

RDC- PDM

4 As empresas de projetos técnicos, participantes dos consórcios ou terceirizadas, são eficazes nas exigências do RDC.

RDC- TL

5 As empresas contratadas, em consórcio ou isoladas, atendem às exigências de preço e matriz de responsabilidades do RDC.

RDC- TL

6

Noto uma inovação na contratação pelo RDC quanto ao Tipo de Licitação (critério de seleção de empresas: menor preço global, preço e técnica), que tem apresentado resultado satisfatório.

RDC- RE

7 Ocorreu inovação no Regime de Execução (forma de pagamento: preço unitário; preço global; preço global integrado) nos contratos de obra do RDC.

RDC- PDM

8 O Método de Entrega de Projeto (contratação Integrada de projeto e construção) é atendido pela contratada, conforme as exigências do RDC.

REDE 9 As redes visam a uma aliança estratégica para as comprovações técnicas exigidas no Edital.

REDE 10 As redes visam a mais alianças estratégicas para obter atestados técnicos de exigência do Edital do que competência para execução da obra.

REDE 11 As redes (consórcios) satisfazem as necessidades dos envolvidos (contratante e contratado) sem a inclusão de novos consorciados no decorrer da obra.

RDC- TL

12 A inversão de fase durante a licitação produz a esperada redução do prazo total do processo licitatório.

REDE 13

A transferência do Estado para o particular da gestão e elaboração dos projetos técnicos foi uma opção acertada que garante agilidade nos processos de licitação e execução do contratado.

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Fatores/Questões

Não

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ecim

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C

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tota

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D

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talm

ente

7 6 5 4 3 2 1 0

RDC- PDM

14 A opção pela contratação integrada do projeto e construção em um único processo de licitação e contrato é uma inovação na forma de contratação.

RDC- PDM

15 Considerando as exigências impostas pelo RDC, o modelo de entrega design e construção tem se apresentado eficaz em obras de infraestrutura.

RDC- TL

16 O RDC criou formas ágeis, econômicas e eficientes nos processos de contratação pública de obras.

RDC- TL

17 Os objetivos do RDC são todos alcançados e atendidos quando aplicado em obras de infraestrutura.

RDC- PDM

18 Os métodos previstos na Lei nº 8.666/1993 foram inovados pelo RDC quanto à forma de contratar as empresas responsáveis pelas implantações das obras

RDC- PDM

19 Os projetos técnicos e a construção no mesmo contrato produz uma economia de prazo durante a fase interna dos órgãos públicos no processo de contratação.

RDC- PDM

20 A contratação integrada sem necessidade prévia dos projetos executivos torna o RDC eficaz e apto para ser adotado em obras de infraestrutura.

REDE 21 Nas novas parcerias para a construção da cadeia de suprimentos não são firmados contratos que obrigam a aquisição de insumos com um único fornecedor.

RDC- TL

22

A utilização do pregão eletrônico para oferta de proposta de preço melhora a eficácia do valor global proposto, abaixo do limite máximo estabelecido e não divulgado previamente pelo órgão licitante.

NOTAS: REDE: Rede de empresas em formato de consórcio. SC: Suply Chain (Cadeia de Suprimentos). RDC-PDM: Regime Diferenciado de contratação – Project Delivery Method. RDC-TL: Regime Diferenciado de contratação – Tipo de Licitação. RDC-RE: Regime Diferenciado de contratação – Regime de Execução.

OBRIGADO POR SUAS RESPOSTAS!

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184

Orientação:

As respostas deverão ser apresentadas em texto corrido. O conteúdo das “Orientações para

elaboração do texto da resposta”, apresentado na sequência de cada questão, é apenas um

direcionamento pelo qual o respondente poderá ser guiado. É uma forma de indicar as

abordagens esperadas em cada resposta e de despertar novas ideias. O respondente deverá

discorrer livremente no texto da resposta de cada questão. Para cada resposta apresentada é

esperado que o respondente aborde aspectos além dos relatados nas referidas orientações.

QUESTÕES ABERTAS

1) Quais os tipos redes empresariais formadas para atender às exigências estabelecidas pelo

RDC, na fase de licitação, no que se refere à parceria com empresas concorrentes e empresas

fornecedoras, nas obras de infraestrutura licitadas pelo poder público?

Orientações para elaboração do texto da resposta:

Existe a formação redes de empresa do tipo Consórcio com empresas que normalmente

são concorrentes em outras licitações?

Existe a formação de consórcios com projetistas na fase de licitação? (que normalmente

são fornecedores em cadeias de suprimentos tradicionais), ou então a contratação de

equipe especializada para a internalização da competência em projeto (design) para o

caso dos RDC’s integrados?

RESPOSTA -

2) Quais os tipos de redes empresariais formadas para atender às necessidades da obra em sua

fase de execução, quanto à parceria com empresas concorrentes e empresas fornecedoras, nos

contratos de obras de infraestrutura firmados com o poder público?

Orientações para elaboração do texto da resposta:

Após a assinatura do contrato são formalizadas novas parcerias?

Contratação de terceiros (subempreiteiros de qualquer natureza)?

Contratos com fornecedores exclusivos de insumos? (cimento, material betuminoso,

concretos, aço, etc.).

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RESPOSTA -

3) Quais os efeitos na Cadeia de Suprimentos causados pelo RDC nos contratos de obras de

infraestrutura firmados com o poder público?

Orientações para elaboração do texto da resposta:

O edital limita a contratação de subempreiteiros?

Existe um percentual máximo para subcontratação imposto pelas cláusulas do Edital ou

contrato?

Os itens de serviços de comprovação de capacidade técnica na fase de licitação poderão

ser subcontratados?

RESPOSTA -

4) Qual motivação ou diferencial você considera mais relevante para que o RDC seja a opção

mais adequada para os contratos de obras de infraestrutura firmados com o poder público?

Orientações para elaboração do texto da resposta:

Poderão ser considerados fatores como os riscos para as partes do contrato.

O prazo de entrega do objeto contratado.

Mais agilidade na fase de licitação, até a efetiva contratação da execução.

Maior rapidez na conclusão dos projetos (designs).

Maior facilidade de adequação dos projetos (designs) às realidades encontradas no

momento da execução das diversas fases da obra.

Menor possibilidade de aditivos por alteração de projeto (design) quando for o caso de

contratação integrada.

RESPOSTA -

5) Quais as exigências do RDC você considera relevantes em uma obra de infraestrutura?

Orientações para elaboração do texto da resposta:

Poderão ser considerados fatores como a matriz de risco bem definida.

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186

O objeto do contrato: projeto (design) e construção, no caso de contratação integrada.

A forma de pagamento por preço unitário ou global.

RESPOSTA -

6) As redes formadas por empresas, como os Consórcios, podem influenciar na qualidade e

agilidade dos serviços prestados em obras de infraestrutura firmados com o poder público?

Orientações para elaboração do texto da resposta:

A parceria de empresas aumentou as competências do consórcio formado, maiores do

que cada empresa poderia desempenhar.

Consórcio com empresas projetistas (de design) se mostra mais eficaz que a

subcontratação de empresa de projeto, ou mesmo a contratação de pessoal qualificado

para internalização de competências em projetos (design).

A formação dos Consórcios é motivada pela busca de maiores competências ou objetiva

apenas atingir as exigências de comprovação de capacidade técnica do Edital de

licitação?

RESPOSTA -

7) Identifique as inovações introduzidas pelo processo de contratação do RDC quanto ao Tipo

de Licitação (critério de seleção de empresas).

Orientações para elaboração do texto da resposta:

O Tipo de Licitação utilizado nos editais pelo RDC é o de menor preço Global, menor

preço e melhor técnica ou apenas melhor técnica. Poderá ser informado o percentual de

cada Tipo de Licitação frequentemente previsto nos editais pelo RDC.

Os tipos de Licitações previstos pelo RDC (critério de julgamento) são os mesmos

utilizados na Lei nº 8.666/1993? Houve alguma inovação (como o tipo: melhor técnica e

preço para as contratações integradas)

O RDC utiliza o processo de inversão de fase de licitação, quando primeiramente são

analisadas as propostas comerciais e depois os documentos de habilitação.

A Lei nº 8.666/1993 contemplava este tipo de inversão, ou trata-se de uma inovação?

Está sendo utilizada a modalidade de pregão para as concorrências pelo RDC? Nesta

modalidade sempre existe a inversão de fase ou pode haver uma pré-qualificação para a

seleção de empresa, ou rede de empresas, habilitadas a fazer ofertas?

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O pregão é uma inovação para obra de construção, ou já ocorria ou eram previstas nas

licitações pela Lei nº 8.666/1993?

RESPOSTA -

8) Identifique as inovações introduzidas pelo processo de contratação do RDC quanto ao

Regime de Execução (forma de pagamento).

Orientações para elaboração do texto da resposta:

Os contratos previstos nos editais do RDC são remunerados pelo Regime de Execução

por preço unitário ou por preço Global e avanço físico?

Os tipos de Regime de Execução (forma de pagamento) utilizado pelo RDC foram os

mesmo já utilizados na Lei nº 8.666/1993, ou houve alguma inovação?

RESPOSTA -

9) Identifique as inovações introduzidas no processo de contratação pelo RDC quanto ao

Método de Entrega de Projeto (escopo do projeto) integrado ou não.

Orientações para elaboração do texto da resposta:

Os contratos previstos nos editais do RDC têm como objeto de entrega o projeto (design)

e a construção?

As licitações pelo RDC têm utilizado o método tradicional de primeiramente licitar a

contratação do projeto técnico de engenharia para depois licitar a construção?

Os órgãos públicos têm realizado a gestão as obras ou têm contratado empresas

gerenciadoras para acompanhar as obras?

Neste caso, as empresas contratadas para gerenciar assumem algum risco pelo não

cumprimento por parte do construtor, dos objetivos contratados, em termos do escopo,

prazo, custo e qualidade da obra por parte do construtor, do escopo, prazo, custo e

qualidade?

RESPOSTA -

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188

10) O que influencia a gestão dos fluxos de bens e serviços da cadeia de suprimentos referente

aos contratos de obras de infraestrutura firmados com o poder público?

Orientações para elaboração do texto da resposta:

Quais aspectos da cadeia de suprimento são influenciados pelos contratos originados do

DRC:

Existe alguma vantagem na contratação ou na formação parceiras com empresas

projetistas (de design)? (contratação integrada)

O Regime de Execução por Preço Global (se for o caso) facilita ou dificulta a

contratação de subempreiteiros, ou a formação de parcerias com fornecedores?

São formalizadas autorizações junto ao contratante para subcontratações de serviços?

Dentro da cadeia de suprimento são identificados e controlados os itens da matriz de

risco, com a devida categorização dos responsáveis?

RESPOSTA -

OBRIGADO POR SUAS RESPOSTAS!

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189

APÊNDICE B- PRODUTO TÉCNICO COM DADOS DO EDITAL nº 165/2013

DOCUMENTO DE ANÁLISE DE EDITAIS

LEI : RDC

RESPONSÁVEL PELA ANÁLISE:

WALDEVIQUE FRANCO BORGES JÚNIOR

EDITAL nº: 165/2013 DATA AQUISIÇÃO

28/03/2013 D.O.U.

ÓRGÃO / CLIENTE:

Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT PÁGINA

OBJETO:

Contratação de empresas para Elaboração dos Projetos Básico e Executivo e Execução

das Obras de Adequação de Capacidade da Rodovia BR- 381/MG (Norte), incluindo

Duplicação, Melhoramentos e Ampliação de Capacidade e Segurança de segmentos do

trecho Div. ES/MG – Div. MG/SP, subtrecho Entrº BR-116/MG (Governador Valadares) –

Entrº MG-020 (Av. Cristiano Machado /Belo Horizonte), segmento Km 155,4 – Km 458,4, 11

(onze) Lotes

Lote 01

Subtrecho: Entrº. BR-116/MG (Governador Valadares) – Entrº. Acesso a Belo Oriente;

Segmento: Km 155,4 – Km 228,2; Extensão: 72,8km;

Lote 02

Subtrecho: Entrº. Acesso a Belo Oriente – Entrº MG-320 (p/Jaguaraçu); Segmento: Km

228,2 – Km 288,4; Extensão: 60,2km;

Lote 3.1

Subtrecho: Entrº. MG-320 (p/Jaguaraçu) – Ribeirão Prainha; Segmento: Km 288,4 – Km

317,0; Extensão: 28,6km;

Lote 3.2

Subtrecho: Entrº. MG-320 (p/Jaguaraçu) – Ribeirão Prainha; Segmento: Túneis Rio

Piracicaba (Pista da direita e da esquerda); Extensão: 825m;

Lote 3.3

Subtrecho: Entrº. MG-320 (p/Jaguaraçu) – Ribeirão Prainha; Segmento: Túneis Antônio

Dias e Prainha; Extensão: 1.280m;

Lote 04

Subtrecho: Ribeirão Prainha – Entrº. Acesso Sul de Nova Era; Segmento: Km 317,0 – Km

335,8; Extensão: 18,8km;

Lote 05

Subtrecho: Entrº. Acesso Sul de Nova Era – João Monlevade; Segmento: Km 335,8 – Km

356,5; Extensão: 20,7km;

Lote 06

Subtrecho: João Monlevade – Rio Una; Segmento: Km 356,5 – Km 389,5; Extensão:

33,0km;

Lote 07

Subtrecho: Rio Una – Entrº. MG-435 (Caeté); Segmento: Km 389,5 – Km 427,0; Extensão:

37,5km;

Lote 8A

Subtrecho: Entrº. MG-435 (Caeté) - Entr. MG-020; Segmento: Km 427 – Km 445; Extensão:

18,0km;

Lote 8B

Subtrecho: Entr. MG-435 (Caeté) - Entrº MG-020 (Av. Cristiano Machado/Belo Horizonte);

Segmento: Km 445 – Km 458,4; Extensão: 13,4km;

2, 43 e 44

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190

DOCUMENTO DE ANÁLISE DE EDITAIS

LEI : RDC

ORIGEM DO RECURSO:

FEDERAL 2

PRAZO DE EXECUÇÃO:

Lote 01 810 DIAS

65

Lote 02 810 DIAS

Lote 3.1 1170 DIAS

Lote 3.2 1170 DIAS

Lote 3.3 1170 DIAS

Lote 04 810 DIAS

Lote 05 810 DIAS

Lote 06 1170 DIAS

Lote 07 1170 DIAS

Lote 8A 1170 DIAS

Lote 8B 1170 DIAS

ORÇAMENTO : NÃO INFORMADO

REFERÊNCIA mai/12 45

REGIME DE EXECUÇÃO:

PREÇO GLOBAL 57

TIPO DE LICITAÇÃO:

MELHOR PREÇO E TECNICA

57

MÉTODO DE ENTREGA

CONTRATAÇÃO INTEGRAL 57

DOCUMENTOS ADQUIRIDOS

EDITAL

1 MIDIA DIGITAL SIM MÍDIA IMPRESSA

SIM

COMPROVANTE DE AQUISIÇÃO DE EDITAL:

RECIBO

ENTREGA DA PROPOSTA - DATA

ABERTURA DA PROPOSTA - DATA

3

Lote 01 04/06/2013 ÀS 09H00 Lote 01 04/06/2013 ÀS 09H00

Lote 02 04/06/2013 ÀS 11H00 Lote 02 04/06/2013 ÀS 11H00

Lote 3.1 04/06/2013 ÀS 14H00 Lote 3.1 04/06/2013 ÀS 14H00

Lote 3.2 04/06/2013 ÀS 15H30 Lote 3.2 04/06/2013 ÀS 15H30

Lote 3.3 04/06/2013 ÀS 17H00 Lote 3.3 04/06/2013 ÀS 17H00

Lote 04 05/06/2013 ÀS 09H00 Lote 04 05/06/2013 ÀS 09H00

Lote 05 05/06/2013 ÀS 11H00 Lote 05 05/06/2013 ÀS 11H00

Lote 06 05/06/2013 ÀS 15H00 Lote 06 05/06/2013 ÀS 15H00

Lote 07 05/06/2013 ÀS 17H00 Lote 07 05/06/2013 ÀS 17H00

Lote 8A 06/06/2013 ÀS 09H00 Lote 8A 06/06/2013 ÀS 09H00

Lote 8B 06/06/2013 ÀS 11H00 Lote 8B 06/06/2013 ÀS 11H00

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191

DOCUMENTO DE ANÁLISE DE EDITAIS

LEI : RDC

ENDEREÇO

SAN Q.03 Bl. A - Ed. Núcleo dos Transportes – Mezanino Sul

ENDEREÇO SAN Q.03 Bl. A - Ed. Núcleo dos Transportes – Mezanino Sul

3

CIDADE / ESTADO

Brasília / DF CIDADE / ESTADO

Brasília / DF

PROVIDÊNCIAS IMPORTANTES

VISITA TÉCNICA:

65

DATA: até 5 dias úteis antes da proposta

LOCAL Superintendência Regional do DNIT no Estado de Minas Gerais

AGENDADA COM:

(31) 3057-1501/1503

LOCAL:

QUALIFICAÇÃO TECNICA:

ENGENHEIRO

DOCUMENTOS: CREDENCIAL DA EMPRESA

GARANTIA DA PROPOSTA:

28 e 29

LOCAL: DNIT - DF

DATA LIMITE: Até 15 dias após a assinatura do contrato

VALOR: 25% do valor global

TIPO: FIANÇA BANCÁRIA

VALIDADE: Até assinatura do termo de recebimento definitivo

ESCLARECIMENTO DE DÚVIDAS - DATA

25 e 26

Até 5 dias uteis antes da proposta

RESPONSÁVEL: TELEFONE:

EMAIL: [email protected]

ENDEREÇO:

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192

DOCUMENTO DE ANÁLISE DE EDITAIS

LEI : RDC

CONDIÇÃO DE PARTICIPAÇÃO

CAPACIDADE TÉCNICA

4

ATESTADOS: DA EMPRESA E DO RESPONSÁVEL TÉCNICO

NUMERO DE ATESTADOS:

SEM LIMITAÇÃO

CONSÓRCIO: PERMITIDO

CRITÉRIO PARA CONSÓRCIO:

NÚMERO LIMITE DE EMPRESAS

4

PARTICIPAÇÃO:

FINANCEIRA: SOMATÓRIO DAS EMPRESAS CONSORCIADAS

TÉCNICA: SOMATÓRIO DAS EMPRESAS CONSORCIADAS

ATESTADO DE VISITA:

LIDER

GARANTIA DA PROPOSTA:

LIDER

OBSERVAÇÕES

CAPACIDADE FINANCEIRA

ÍNDICE FORMULA EDITAL

23

LG LG = (AC + RLP)/(PC+PNC) >= 1,00

SG SG = AT/(PC+PNC) >= 1,00

LC LC = AC/PC >= 1,00

ABREVIAÇÃO NOMENCLATURA

AC ATIVO CIRCULANTE

RLP REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

PC PASSIVO CIRCULANTE

PNC PASSIVO NÃO

CIRCULANTE

AT ATIVO TOTAL

LG ÍNDICE DE LIQUIDEZ GERAL

SG ÍNDICE DE SOLVÊNCIA GERAL

LC ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE

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193

DOCUMENTO DE ANÁLISE DE EDITAIS

LEI : RDC

HABILITADA SIM

APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA

1) HABILITAÇÃO - NÚMERO DE VIAS:

1 via 17, 18 e 19

COMPLETA

2) COMERCIAL - NÚMERO DE VIAS: 1 via 7 e 8

COMPLETA

3) TÉCNICA: SIM 1 via 14 e 15

COMPLETA

3) PLANO DE TRABALHO

APRESENTAR ANEXADO A PROPOSTA COMERCIAL

ANALISADO POR:

Gerente de Orçamentos e Custos

COMENTÁRIOS: