Cinema e Educação-Artigo

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  • 8/16/2019 Cinema e Educação-Artigo

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    CINEMA E MULHER: EXTENSÃO, ENSINO E PESQUISA.

    Lúcia LeiroUniversidade do Estado da Bahia

    Centro de Estudo [email protected] 

    Resumo:

    O artigo trata da contribuição do projeto de extensão Cinema e Mulher, apresentado noDepartamento de Educação, do Campus I, em quatro edições, para o exercício do olhare, assim, contribuir para a formação de estudantes e profissionais de diferentes áeras doconhecimento. Como é um projeto sediado no Departamento de Educação, o aspecto

     pedagógico nortearam as reflexões pautada na categoria de gênero, apontando para anecessidade de inserir o cinema (e não apenas o filme) na vida escolar, na medida em

    que as identidades de gênero são produzidas na cultura através de seus dispositivostecnológicos e artísticos.

    Palavras-chaves: cinema –  extensão –   gênero

    Eixo-temático: Ensino baseado em experiência de extensão 

    Enquanto docente, busco sempre articular as três atividades que alicerçam as

    ações no espaço acadêmico: o ensino, a pesquisa e a extensão. As desigualdades sociais

    me acompanham desde muito cedo, e elas estão marcadas no meu corpo e na minhahistória, afinal sou mulher e fui criada nos bairros da periferia de Salvador. Este trajeto

    de vida fez-me aproximar dos projetos de extensão. A prática de ensino foi se tornando

    real quando ingressei na universidade para fazer o curso de licenciatura em Letras. Já a

     pesquisa me foi apresentada sistematicamente na graduação e nos cursos de pós-

    graduação, quando pude escolher o objeto de pesquisa e uma vertente teórica dos

    estudos literários que pudesse explicar o objeto, articulado ao meu percurso de vida. As

    teorias feministas me ajudaram neste movimento e também a ver como, nós, mulheres,com todas as nossas diferenças, nos comportamos dentro dos esquemas socioculturais

    hegemônicos de gênero.

     Na prática do domínio acadêmico, após ter lecionado no Campus VI e XIX,

    iniciei em 2010, no Departamento de Educação, Campus I, um diálogo mais contínuo e

    consistente entre estes três pilares da universidade, propondo em minhas atividades uma

     prática do exercício do olhar  por meio de filmes dirigidos por mulheres. Foi por meio

    de um projeto intitulado Cinema e Mulher   que pude empregar a minha formação

    feminista à linguagem cinematográfica, entendendo que a análise fílmica não se refere

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]

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    apenas a um recorte temático e ao tratamento dado a este, mas, também, a um estudo

    sobre a sintaxe e a semântica audiovisual. Esta forma de tratar o filme coaduna com os

    estudos contemporâneos sobre as linguagens porque considera importante tanto a forma

    quanto o conteúdo na materialização do dizer. Assim como o texto linguístico, o não

    verbal também possui sintaxe e semântica, sendo que, no lugar do código linguístico, o

    texto visual possui códigos visuais encadeados que geram sentidos, efeitos.

    A ideia neste Curso de Extensão era mostrar como o cinema educa para um

    olhar de gênero e como as mulheres respondem a este olhar, uma vez que a tradição

    cinematográfica tratou de representá-las por meio de um viés distintivo e polarizado  –  

    homem x mulher. O fato dos homens terem sido, ao longo dos séculos, dirigentes,

     produtores, distribuidores, diretores, roteiristas majoritários na indústria de cinema, fez

    com que os seus interesses influenciassem na escolha dos temas e no gênero fílmico,

     bem como as temáticas e tratamento dado a elas. Com isso, por muito tempo a indústria

    do cinema educou o seu espectador para uma expectativa de gênero, ainda que a

    resposta a essa formulação representacional não significasse uma correspondência direta

    de identificação por parte do espectador, mesmo com recursos bastante persuasivos,

    como a técnica do star system, um modelo forjado pela indústria norte-americana para a

    construção das estrelas de cinema. Para se ter uma ideia de como o cinema ainda é um

    setor inóspito às mulheres, seguem os dados coletados da Ancine entre os anos de 1995

    a 2009:

    Ano Homens Mulheres Total

    1995 12 02 14

    1996 13 05 18

    1997 16 05 21

    1998 19 04 23

    1999 27 01 28

    2000 21 02 23

    2001 22 08 30

    2002 23 06 29

    2003 23 07 30

    2004 45 03 48

    2005 32 13 45

    2006 60 11 71

    2007 67 11 78

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    2008 70 09 79

    2009 70 14 84

    Total 520 101 621

    Tabela 1

    Apesar de estas informações serem de 1995 a 2009, defasada em sete anos, é

    importante salientar que se trata de uma produção cultural no intervalo de catorze anos,

    e que é possível ver a discrepância entre as realizações fílmicas, aquelas voltadas para a

    exibição em salas comerciais, de homens e mulheres no Brasil. Estudar cinema envolve

    o seu contexto, também marcado por gênero, e não apenas a análise fílmica, daí a

    importância de ser também estudo de cinema. Se levarmos em consideração a produção

    na Bahia, este número cai assustadoramente, já que existem desníveis regionais que sãorevelados nas produções culturais, além da frágil política de formação, produção,

    distribuição e exibição dos filmes. A terra de Glauber Rocha - um dos maiores

    representantes do cinema brasileiro e referência internacional - ainda anda a passos

    lentos quando o assunto é produção cinematográfica, mas, sobretudo, distribuição e

    formação do espectador para temas e tratamentos que fale de nós mesmos, baianos e

    nordestinos. É importante sinalizar que, nos últimos anos, algumas cineastas baianas

    vêm buscando mudar esses tristes dados, a exemplo de Ceci Alves, cujo filme 'Da

    Alegria, Do Mar e de Outras Coisas', conquistou menção honrosa do júri, no festival

    “Visões Periféricas” que aconteceu no Rio de Janeiro. O seu trabalho mais premiado é o

    curta-metragem Doido Lelé, de 2009, com mais de 08 premiações. É importante dizer

    que o formato curta-metragem tem sido bastante utilizado pelas diretoras por não exigir,

    a meu ver, tantos recursos e ao mesmo tempo por trazer uma linguagem mais poética,

    sugestiva.

    Esta relação entre cinema e educação me levou a outra questão: a importância

    dos estudos da linguagem cinematográfica para o professor, já que as escolhas dos

    filmes passam pela seleção prévia destes profissionais. Em sala de aula, sou questionada

    sobre como usar a categoria de gênero nas séries iniciais, ou seja: como falar de gênero

     para as crianças? Esta é uma pergunta frequente e que tenho escutado, principalmente,

    nas aulas de graduação. O projeto Cinema e Mulher visa responder às questões que

    emergem no calor das discussões em sala de aula, por isso respondo que a consciência

    das identidades de gênero deve contribuir para que o olhar do professor, o seu

     posicionamento político, possa guiá-lo na seleção do material didático, incluindo os

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    filmes. O professor precisa entender também que os temas não são em si o mais

    importante, mas há que se observar o tratamento dado a eles. É nesta hora que o docente

     precisa conhecer as categorias de análise para avaliar o material didático e interpor com

    convicção e qualidade argumentativa sobre os textos e as práticas pedagógicas usadas

    na escola. Sem esta formação, o professor prestará um desserviço à sua comunidade

    escolar e por extensão a toda a comunidade com a qual se relaciona porque os textos  –  

    fílmicos ou não –  trazem valores, ideologias, código de ética, regras sociais, padrões de

     beleza, estereótipos, que, a depender de como sejam mostrados pelo autor ou autora,

     podem contribuir para a uniformização das identidades e consequentemente para a

    exclusão.

    Antes de começar o projeto no Departamento de Educação, iniciei em 2009 uma

    atividade de catalogação, que consistia em fazer um levantamento de filmes dirigidos e

    roteirizados por mulheres, já que eu me interessava também pelo que as mulheres

    escreviam. Por uma questão de acesso, tive que, no começo, me ocupar dos filmes

    “comerciais”, já que a sua aquisição e localização eram bem mais fáceis do que aqueles

    chamados de “arte”. Foram mais de cem diretoras de diferentes nacionalidades a cujos

    filmes eu assisti. Elegi alguns indicadores elementares que considerei importantes para a

    minha análise porque poderiam me oferecer um panorama sobre o acervo coletado,

    foram eles: origem das diretoras, idade, gênero do filme, temáticas, tratamento dado às

    temáticas e ano do filme. Com estes indicadores, conclui que, em razão do acervo, 1) a

    maioria das diretoras é de origem norte-americana; 2) possui idade acima dos 40 anos;

    3) os gêneros mais filmados são o subgênero comédia-romântica ou o gênero drama e 4)

    os temas estão relacionados à condição da mulher na sociedade e como elas sobrevivem

    e enfrentam as discriminações de gênero, além de outras discriminações, como as

    étnico-raciais, sobretudo quando as diretoras são afrodescendentes ou de outra formação

    étnica, como as iranianas, indianas, além das latino-americanas, entre outras.Com estas informações, algumas perguntas surgiram: como as mulheres falam

    de si mesmas através dos filmes, principalmente das comédias românticas? Como a

    crítica feminista do cinema se posiciona diante deste subgênero fílmico? Seria possível

    as diretoras e roteiristas falarem de coisas tão sérias por meio de um subgênero tão

    “leve”? Esses questionamentos no curso de extensão Cinema e Mulher foram

    importantes porque uma parte dos filmes das diretoras mostra que as mulheres têm

    histórias de vida dramáticas, atravessadas pelo patriarcado, pelo sexismo, pelomachismo, por isso, a meu ver, as diretoras acabam recorrendo ao gênero drama; já

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    outras diretoras, optam pelos filmes mais divertidos, provavelmente, por questões

    comerciais ou por estratégia, e têm o desafio de trazer as violências de gênero para as

    comédias românticas, mostrando que é possível textualizar questões violentas e

    incômodas às mulheres em um formato mais leve e que se tornou bem aceito entre as

    mulheres em geral. Parece contraditório, mas sabemos o quanto podemos violentar as

     pessoas por meio de gags e piadas e se o riso pode ser a passagem da ideologia para a

    opressão, pode ser também a passagem para a ideologia que liberta.

     Na primeira versão do Curso, priorizei:

    a) O estudo da linguagem cinematográfica, conceituando plano, ângulo e movimento de

    câmera, levando os cursistas a identificá-los e a conhecerem as formas de uso na

    filmagem e os seus efeitos;

     b) A interdisciplinaridade,  relacionando o cinema com a literatura, a música, a

    fotografia, o teatro, a dança, as artes plásticas;

    c) A intertextualidade, identificando no texto fílmico as referências a outros textos

    marcados ou não;

    d) A interdiscursividade, revelando no enunciado discursivo feminista, outros discursos

    interditados pela ideologia.

    Com base nestes aspectos, destacamos 1) a construção das personagens e os

     papeis de gênero, 2) as desigualdades de gênero, 3) os discursos e práticas de controle e

    de subjugação; 4) os resquícios do patriarcado em algumas sociedades 5) as formas das

    mulheres subverterem e construírem seus caminhos no enfretamento da violência contra

    a sua dignidade. Com isso, os cursistas se apropriaram da linguagem e técnicas

    cinematográficas para analisar como as diretoras refratavam estereótipos,

    comportamentos, códigos socioculturais e propunham outras formas de existir, de

    representar uma mulher mais emancipada, liberta, sujeito do seu caminhar, mas sem

    deixar de evidenciar que este percurso é tomado por conflitos, incoerências, retrocessose avanços. É neste sentido que os cursos de extensão adquirem uma feição política e

    educativa, contribuindo com a formação dos sujeitos. Os debates sobre as condições das

    mulheres em nossa sociedade, vistas por diferentes diretoras, ajudaram os cursistas a

    identificarem pontos comuns e distintos entre elas.

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    Imagem 2 –  Apresentando a diretora Mira Nair, de origem indiana.

    Do ponto de vista metodológico, o curso Cinema e Mulher variava de edição

     para edição. Na  primeira edição, que visava mais o estudo da linguagemcinematográfica, a metodologia utilizada era assistir ao filme para no dia seguinte

    analisar as cenas “congeladas” (imagem estática) e explicar como o ângulo, o plano, os

    raccords,  a montagem (avanços espaciais e temporais), o movimento de câmera, a

    iluminação - entre outros recursos cinematográficos  –  eram importantes para produzir

    sentidos, provocar emoções nos espectadores, fazendo-os se transferirem para a história

    do filme (METZ).

    O curso teve mais de cem participantes, somando as quatro edições, eaconteciam aos sábados no turno matutino, ou em algum dia da semana à noite. Este

     procedimento foi necessário a fim de que pudéssemos contemplar públicos diversos,

    mas tivemos mais público à noite e aos sábados:

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     Imagem 1: Auditório Jurandir Oliveira, Departamento de Educação (UNEB), 2012.

     Na primeira edição, elegemos os filmes da feminista norte-americana Callie

    Khouri, roteirista de Thelma & Louise, 1991, vencedora do Oscar nesta categoria.

    Além deste, vimos todos os outros dirigidos ou roteirizados por ela no formato longa-

    metragem, a saber: ROTEIROS: Divinos Segredos (Divine Secrets of the Ya-YaSisterhood, 2002), O Poder do Amor  (Something to Talk About, 1995), DIREÇÃO:

    Loucas por Amor, Viciadas em Dinheiro  (Mad Money, 2008) e  Divinos Segredos 

    (Divine Secrets of the Ya-Ya Sisterhood, 2002). Após a projeção, analisamos

    cronologicamente os filmes, e percebemos que Khouri inicia as suas atividades como

    roteirista e só depois como diretora. Depois de 2002, ela só dirige um longa-metragem e

    depois disso dedica-se à TV. Este é um percurso muito recorrente entre as mulheres:

    elas muitas vezes começam na TV e depois migram para o cinema; outras começam nocinema e depois passam a atuar na televisão e ainda tem diretoras que fazem as duas

    coisas, com intervalos entre um e outro. A televisão tem sido o caminho quase

    inevitável para as diretoras porque abre possibilidades pela diversidade de projetos,

     programas e de emissoras. Pelo fato de muitas mulheres terem mais atuação como

    roteiristas, não é raro encontrar entre seus personagens mulheres trabalhando nesta

     profissão, enfocando a dificuldade delas se manterem nesta atividade, ou de como elas

    sofrem nos relacionamentos por não terem um roteiro de vida, dando aqui ao roteiro umsentido metafórico para plano, projeto de vida.

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      Outra edição muito enriquecedora foi a que realizamos com base em temas, a

    exemplo dos filmes protagonizados por crianças, tais como: Nascidos em Bordéis

    (Born Into Brothels: Calcutta's Red Light Kids, 2004), um documentário dirigido por

    Zana Briski, Ross Kauffman sobre as crianças indianas nascidas nos bordéis de Calcutá;

    O Jardim Secreto (The Secret Garden, 1993) dirigido por  Agnieszka Holland, a partir

    do romance de Frances Hodgson Burnett, escrito em 1949, com o roteiro de Caroline

    Thompson (screenplay) e, por fim, A Culpa é do Fidel  (Blame it on Fidel!, 2006),

    dirigido por Julie Gravas, a partir do romance italiano Tutta Colpa di Fidel , de

    Domitilia Calamai, com a colaboração de Arnaud Cathrine. O primeiro é um

    documentário e os dois seguintes, ficção, sendo que o segundo citado é uma adaptação

    da literatura e o terceiro uma história ambientada nos anos 70 em Paris. Estes filmes

    trazem como protagonistas crianças, com as suas angústias, carências emocionais e

    materiais, conflitos familiares e histórias de superação.

    A mudança na forma de exibir ajudou a mostrar que um filme pode ser

    trabalhado em sala de aula de diferentes maneiras, cabendo ao professor manejar com as

     possibilidades: autoria, ano, temas, gêneros, origem, discursos, intertextos, são

    exemplos de indicadores a partir dos quais os professores e alunos podem desenvolver

    um debate, mas sem perder de vista a linguagem cinematográfica, a arte de dizer e de

     persuadir através da imagem em movimento. É importante o estudo da sintaxe e

    semântica fílmica.

    Já em outra  edição, também autoral, trabalhamos apenas com as diretoras

     brasileiras e escolhemos os filmes: Sonhos Roubados  (2009), de Sandra Werneck,

    Desenrola  (2010), de Rosane Svartman, Iluminados  (2007), de Cristina Leal e

    Mulheres do Brasil  (2006), de Malu de Martino. Nesta seleção, optamos por quatro

    longas-metragens, sendo que dois do gênero drama, um documentário e um subgênero

    comédia-romântica. Destes, apenas Desenrola é explicitamente voltado para o públicoadolescente que tem recebido atenção especial dos cineastas e produtoras devido ao fato

    deste público frequentar bastante o cinema. Para o gênero documentário, que vem sendo

    também foco de interesse das diretoras, foi selecionado  Iluminados, a meu ver, um dos

    documentários mais sensíveis e inteligentes do cinema brasileiro, pela forma da diretora

    nos chamar a atenção para aqueles que estão fora da cena. Os iluminadores são

     profissionais que não aparecem para o espectador e a sua atividade, embora

    imprescindível no cinema, não é valorizada, talvez porque o seu trabalho não seja vistocomo autoral, mas Leal mostra exatamente o contrário, ao trazer cinco iluminadores

    http://www.imdb.com/name/nm1498640/?ref_=tt_ov_drhttp://www.imdb.com/name/nm1502104/?ref_=tt_ov_drhttp://www.imdb.com/name/nm0002140/?ref_=tt_ov_drhttp://www.imdb.com/name/nm0122364/?ref_=tt_ov_wrhttp://www.imdb.com/name/nm0003031/?ref_=tt_ov_wrhttp://www.imdb.com/name/nm0003031/?ref_=tt_ov_wrhttp://www.imdb.com/name/nm0003031/?ref_=tt_ov_wrhttp://www.imdb.com/name/nm0003031/?ref_=tt_ov_wrhttp://www.imdb.com/name/nm0122364/?ref_=tt_ov_wrhttp://www.imdb.com/name/nm0002140/?ref_=tt_ov_drhttp://www.imdb.com/name/nm1502104/?ref_=tt_ov_drhttp://www.imdb.com/name/nm1498640/?ref_=tt_ov_dr

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     para compor e dirigir uma mesma cena. O resultado deste trabalho mostrou que cada um

    fez uma filmagem diferente, sugerindo que o trabalho do iluminador também é autoral,

    mas que, por alguma razão, eles não gozam do mesmo status que os diretores e

    roteiristas. Esta realidade se assemelha com a de muitas mulheres que, embora as suas

    atividades sejam importantes, elas não aparecem e não são valorizadas.

    Por fim, trouxe uma edição mais recente, de 2014, mantendo o recorte autoral e

    desta vez inserindo o componente racial e étnico em nossa escolha e análise, por isso

    elegemos a diretora norte-americana Kasi Lemmons. A seleção deu-se em razão de ser

    uma das poucas diretoras negras com um número significativo de longas disponíveis em

    DVD para aquisição e pelo fato de trazer temas importantes para o debate étnico-racial

    feminista. Destes, consegui apenas três que foram exibidos durante o curso: Amores

    Divididos (Eve’s Bayou,1997), Visões de um Crime (The Caveman's Valentine, 2001)

    e Fale Comigo  (Talk to Me, 2007). Nestes três filmes, todos os protagonistas são

    negros e homens, exceto o primeiro que equilibra com as participações das mulheres,

    muito embora, ao escolher um ator (Samuel Lee Jackson) de grande projeção

    internacional para o papel masculino principal, dá-se uma relevância maior à

     personagem que ele incorpora. Apesar disto, a presença das mulheres é marcante neste

    filme, traduzindo desta forma uma inclinação inicial da diretora pelas questões

    feministas, transversalizadas por classe e raça/etnia. Já o segundo filme é construído a

     partir da visão de um artista, um músico virtuoso, considerado esquizofrênico, mas que

    ajuda a solucionar um caso de assassinato. É um filme que traz uma crítica contundente

    ao capitalismo, colocando-o como inimigo da arte que liberta, da criação artística que

    emancipa o sujeito. Por este percurso, vimos que a diretora buscou em suas referências e

    vivências a matéria prima para compor os seus filmes e, mesmo trazendo protagonistas

    homens, era para mostrá-los também frágeis, vulneráveis dentro de uma sociedade

    segregacionista de classe, raça e gênero. Por fim, o terceiro filme aborda a biografia deRalph Waldo, um comunicador e ativista negro que viveu o final dos anos 60 em

    Washington e que, durante o tempo que esteve na prisão, atuava numa rádio no próprio

     presídio, mas que, ao sair, passou a trabalhar numa rádio com problemas de audiência,

    alcançando rápida projeção entre a população negra, sendo um dos seus porta-vozes.

    É importante destacar que os projetos de extensão, assim como os projetos de

    ensino, contam com a colaboração de monitores que se inscrevem e participam dos

    cursos através de uma seleção. Alguns são remunerados por meio de bolsa, outros sãovoluntários e convertem as suas horas de dedicação ao projeto em certificação. Durante

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    as edições do Curso de Extensão Cinema e Mulher, tivemos a colaboração de algumas

    estudantes de Pedagogia, são elas: Rafaela Gomes, Najla Gama, Letícia Araújo e Nívea

     Lobo. As duas últimas fizeram os registros fotográficos de algumas edições, já Rafaela

    Gomes chegou a aplicar um questionário de sondagem que foi apresentado ao grupo

    como parte das suas atividades de monitoria. Neste sentido, a monitoria exerce um

     papel importante na formação dos estudantes da graduação, interagindo com os

     participantes e assumindo responsabilidades pertinentes à sua função mediadora. É

    oportuno destacar que na primeira edição, solicitei que cada um cursista fizessem um

    TECCEX (Trabalho de Conclusão de Curso de Extensão) que eram entregues no final

    do curso. O texto consistia em analisar um filme que fosse dirigido por uma mulher e

    depois apresentasse para o grupo de forma resumida para que todos tivessem uma

    sinopse comentada. Foi uma experiência muito enriquecedora, já que cada um teria que

     pesquisar, selecionar, fazer uma leitura e depois socializar:

    Imagem 3 –  Rafaela Gomes apresentando o seu trabalho de monitora a partir do questionário de

    sondagem

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     Imagem 4 –  Uma das perguntas do questionário.

    A educação de gênero pela linguagem cinematográfica proporciona ao sujeito

    um olhar mais crítico sobre si mesmo na relação com o outro e vice-versa, e oconhecimento da linguagem cinematográfica oferece aos críticos da cultura e das

    linguagens os elementos formais necessários que estruturam a composição fílmica.

    Educar pelo cinema significa entender a confluência entre tecnologia, narrativa e

    linguagens com seus múltiplos códigos e, sobremaneira, a sua recepção. É com

    satisfação que realizamos os cursos sobre Cinema e Mulher destacando aspectos

    semânticos e sintáticos do cinema para uma educação de gênero. O cinema pode ensinar

    os sujeitos a se comportarem como homens e mulheres, dentro de uma visão polarizadaa partir do binômio macho/fêmea, mas esses comportamentos são ao mesmo tempo

    constitutivos da identidade e performativos, e é da mesma forma que por meio do

    cinema esse paradigma pode ser questionado. É importante destacar que o cinema vem

    nos últimos anos focalizando temas relacionados à sexualidade como virgindade,

    estupro, aborto, relacionamentos homoafetivos, entre outras questões. O cinema nos

    ensina que estar no mundo é uma aprendizagem contínua e processual, com fluxos e

    refluxos, performatizada pelos sujeitos em diferentes práticas e situações sociais.

    Os cursos de extensão Cinema e Mulher continuarão a alimentar as aulas na

    graduação e a buscar novas hipóteses para as pesquisas sobre a relação cinema, mulher,

    gênero e educação, ligando os três pilares que sustentam as ações universitárias. Com

    este estudo e metodologia, damos sentido ao que realmente seja a universidade e ao que

    chamamos de educação inclusiva, orgânica, e de diálogo com as esferas da sociedade.

    Esta integração, com base nas discussões de gênero, contribui significativamente para

     pensarmos e tomarmos decisões no âmbito pedagógico e no âmbito da gestão,

    intercambiando as esferas do pessoal, do profissional e das políticas públicas.

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      Os estudos de gênero a partir do cinema nos mostram o quanto tem sido difícil

     para as mulheres se integrarem nos espaços da produção cultural, lugar fundamental

     para falar de suas experiências, ideias, valores. Esses estudos também dão visibilidade

    às intervenções das diretoras e roteiristas neste locus de formação política, nem sempre

    trilhando um caminho coerente, mas oscilante, com grandes intervalos “improdutivos”,

    mas que longe de significar incompetência, sinalizam para o árduo caminho enfrentado

     por elas na esfera da produção cultural, seja audiovisual ou outra qualquer.

    Imagem 2 –  Auditório Jurandir Oliveira, Departamento de Educação (UNEB), 2012

    Referências

    A Culpa é de Fidel  (La Faute à Fidel). 1 DVD (1h39min) Direção: Julie Gavras

    Roteiro: Arnaud Cathrine, Domitilla Calamai, Julie Gavras Elenco: Benjamin Feuillet,

    Julie Depardieu, Marie Kremer, Martine Chevallier, Nina Kervel-Bey, Olivier Perrier,

    Stefano Accorsi Produção: Sylvie Danton Fotografia: Nathalie Durand Trilha

    Sonora: Armand Amar Duração: 99 min.

    Amores Divididos (Eve’s Bayou). Direção e Roteiro: Kasi Lemmons. Elenco: Samuel

    L. Jackson, Lynn Whitefeld, Jurnee Smollett, Meagan Good. Produção: Cevin Cathell,

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    Mark Amin, Cami Winikoff, Bobby Rock, Margaret Matheson, Michael Bennett, Nick

    Wechsler, Jay Polstein, Julie Yorn, Samuel L. Jackson, Caldecot Chubb e Eli Selden.

    Trilha Sonora: Terence Blanchard. Distribuição: SND, Manga Films, Lions Gate

    Films Home Entertainment, H.R.S. Funai Co. Ltd., Verenigde Arbeiders Radio

    Amateurs (VARA), New KSM, Trimark Pictures, Lions Gate Films, Paradiso Home

    Entertainment, Aquarius TV, Trimark Home Video, British Broadcasting Corporation

    (BBC), Momentum Pictures e Dutch FilmWorks (DFW).1 VHS. 1997(109min)

    Desenrola. Direção e Roteiro: Rosane Svartman. Produção: Clélia Bessa.  Elenco: 

    Olívia Torres, Lucas Salles, Kayky Brito, Claudia Ohana, Letícia Spiller, Marcelo

     Novais. Distribuição: Downtown filmes. 2010 (1h28min).

    Divinos Segredos  (The Divine Secrets of the Ya-Ya Sisterhood). Direção e Roteiro:

    Callie Khouri. Elenco: Sandra Bulock, Ellen Burstyn, Ashley Judd, James Garner,

    Trilha Sonora:  David Mansfield. Produção: Beth Midler/Lisa Stewart. 2002 1 DVD

    (1h51min).

    Fale Comigo  (Talk to Me, 2007). Direção: Kasi Lemmons. Roteiro: Kasi Lemmons,

    Michael Genet, Rick Famuyiwa Elenco: Cedric the Entertainer, Chiwetel Ejiofor, Don

    Cheadle,  Elle Downs, Jeff Kassel, Martin Sheen, Taraji P. Henson, Vicky Lambert.

    Produção: Joe Fries, Josh McLaughlin, Mark Gordon, Sidney Kimmel

    Fotografia: Stéphane Fontaine Trilha Sonora: Terence Blanchard Ano: 2007, 1 DVD,

    (118min)

    Iluminados. Direção:  Cristina Leal, Roteiro: Cristina Leal, Reinaldo Pinheiro,

    Elenco: Dib Lutfi, Edgar Moura, Fernando Duarte, Mário Carneiro, Pedro Farkas,Walter Carvalho, Produção:  Aída Marques, Cristina Leal Fotografia: Antônio Luis

    Mendes Trilha Sonora: Erik Satie , 2007 (100min)

    Loucas por amor, viciadas em dinheiro  (Mad Money). Direção: Callie Khouri.

    Roteiro:  Callie Khouri/Terry Winsor. Elenco:  Diane Keaton, Queen Latifah, Katy

    Holmes, Ted Danson. Produção: Frank DiMartine/Avi Lerner. Trilha Sonora: Marty

    Davich/James Newton Howard. Distribuidor:  Califórnia Filmes. 2008, 1 DVD

    (1h40mim)

    http://www.adorocinema.com/personalidades/personalidade-190836/https://www.cineclick.com.br/perfil/don-cheadlehttps://www.cineclick.com.br/perfil/don-cheadlehttps://www.cineclick.com.br/perfil/don-cheadlehttps://www.cineclick.com.br/perfil/don-cheadlehttp://www.adorocinema.com/personalidades/personalidade-190836/

  • 8/16/2019 Cinema e Educação-Artigo

    14/15

    Mulheres do Brasil.  Direção: Malu de Martino. Direção: Malu De Martino,

    Roteiro:  Douglas Dwight, Melanie Dimantas, Elenco:  Ana Beatriz Nogueira, Bete

    Coelho, Camila Pitanga, Carla Daniel, Deborah Evelyn, Dira Paes, Emiliano Queiroz,

    Léa Garcia, Luana Carvalho, Luciano Szafir, Roberta Rodrigues, Stepan Nercessian,

    Tuca Andrada. Produção: Elisa Tolomelli. Fotografia: Heloísa Passos. Trilha

    Sonora: Leandro Lima, Paulo Ricardo, Zezé d'Alice. 2006 (106 min).

    Nascidos em Bordéis (Born Into Brothels: Calcutta's Red Light Kids. Direção e

    Roteiro: Zana Briski/Ross Kauffman. Elenco:  Zana Briski, Puja

    Mukerjee, Gour, Mamuni, Kochi, Manik ,Tapasi, Avijit, Suchitra, Shanti Das. 

    Produção: Zana Briski/  Ross Kauffman. Trilha Sonora: John McDowell. 

    Documentário, 1 DVD (1h23min), 2004

    O Jardim Secreto (The Secret Garden). Direção: Agnieszka Holland. Roteiro: Caroline

    Thompson. Distribuidor: Warner Bros. Intérprete: Irene Jacob, Kate Maberly. Maggie

    Smith. Trilha Sonora: Produção: Fred Fuchs, 1993, 1 DVD (1h42min)

    O Poder do Amor  (Something to talk about). Direção:  Lassie Halstrom. Roteiro: 

    Callie Khouri. Produção: Anthea Sylbert/ Paula Weinstein/Goldie Hawn. Elenco: Julia

    Roberts, Denis Quaid, Robert Duval. Trilha Sonora: Hans Zimmer. 1995, 1 DVD

    (1h46min).

    Oca/Ancine –  Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual/Agência Nacional

    de Cinema e do Audivisual. Disponível em: .

    Acesso em: 30 jun 2014.

    Sonhos Roubados  (2009), de Sandra Werneck,Direção: Sandra Werneck.

    Roteiro:  Adriana Falcão, José Joffily, Mauricio Dias, Michelle Franz, Paulo Halm,

    Sandra Werneck Elenco: Amanda Diniz, Ângelo Antônio, Daniel Dantas, Kika Farias,

    Marieta Severo, MV Bill, Nanda Costa, Nelson Xavier, Silvio Guindane

    Produção: Sandra Werneck Fotografia: Walter Carvalho Trilha Sonora: Fabio

    Mondego, Fael Mondego, Marco Tommaso Empresa Distribuidora: Europa Filmes 

    Duração: 90 min. Ano: 2009

    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  • 8/16/2019 Cinema e Educação-Artigo

    15/15

    Thelma & Louise. Direção: Ridley Scott. Roteiro: Callie Khouri. Produção: Ridley

    Scott/Callie Khouri/Dean O’Brien. Elenco:  Susan Sarandon, Geena Davis, Harvey

    Ketel. Trilha Sonora: Hans Zimmer. Distribuidor:  Fox Filmes, 1991, 1 DVD

    (2h9min).

    Visões de um Crime (The Caveman's Valentine). Direção: Kasi Lemmons. Roteiro:

    George Dawes Green .Elenco: Ann Magnuson, Anthony Michael Hall, Aunjanue Ellis,

    Colm Feore, Rodney Eastman,  Samuel L. Jackson,  Tamara Tunie. Produção: ndrew

    Stevens, Danny DeVito, Elie Samaha, Michael Shamberg, Stacey Sher. Fotografia:

    Amy Vincent. Trilha Sonora: Terence Blanchard. 1 DVD. 2001 (105min)

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