View
30
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Primeiro capítulo de o conceito de direito segundo Alexy
CONCEITO E VALIDADE DO DIREITO
Robert Alexy
OrganizaoERNESTO GARZN VALDS, HARTMUT KLIEMT,
LOTHAR KUHLEN E RUTH ZIMMERLING
TraduoGERCLIA BATISTA DE OLIVEIRA MENDES
Reviso da traduo KARINA JANNINI
itu w / m a r tin s fo n te s
SO PAULO 201 I
Esta obra foi publicada originalmente em alemo com o ttulo BEGRIFF UND GELTUNG DES RECHTS, 2a EDIO, 2005
por Verlag Karl Alber, Freiburg im Breisgau Robert Alexy, Begriff und Geltung des Rechts Verlag Karl Alber, Freiburg im Breisga
A traduo desta obra foi apoiada pelo Goethe-Institut, financiado pelo Ministrio das Relaes Exteriores da Alemanha."
Copyright 2009, Editora WMF Martins Fontes Ltda.,So Paulo, para a presente edio.
1? edio 2009 2? tiragem 2011
TraduoGERCLIA BATISTA DE OLIVEIRA MENDES
Reviso da traduoKarina Jannini
Acompanhamento editorialLuzia Aparecida dos Santos
Revises grficas Andra Stahel M. da Silva
Ivani Aparecida Martins Cazarim Produo grfica
Geraldo Alves Paginao/Fotolitos
Studio 3 Desenvolvimento Editorial
Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Alexy, RobertConceito e validade do direito / Robert Alexy ; Organiza
o Ernesto Garzn Valds... [et al]. ; traduo Gerclia Batista de Oliveira Mendes. - So Paulo : Editora WMF Martins Fontes, 2009. - (Biblioteca jurdica WMF)
Ttulo original: Begriff und Geltung des Rechts Outros organizadores: Hartmut Kliemt, Lothar Kuhlen e
Ruth Zimmerling.ISBN 978-85-7827-163-3
1. Eficcia e validade da lei 2. Positivismo jurdico I. Gar - zn Valds, Ernesto. II. Kliemt, Hartmut. III. Kuhlen, Lothar.IV. Zimmerling, Ruth. V. ltulo. VI. Srie.
09-06338 CDU-340.12
ndices para catlogo sistemtico:1. Conceito e validade do direito 340.12
Todos os direitos desta edio reservados Editora WMF Martins Fontes Ltda.
Rua Conselheiro Ramalho, 330 01325.000 So Paulo SP Brasil Tel. (11) 3293.8150 Fax (11) 3101.1042
e-mail: info@wmfmartinsfontes.com.br http://www.wmfmartinsfontes.com
%SUMRIO
Captulo 1O problema do positivismo jurdico
I. As posies fundamentais.................................. .......3II. A relevncia prtica da polmica acerca do
positivismo jurdico ............................................. ...... 61. A injustia le g a l ............................................... ...... 62. A formao do direito .................................... ...... 9
Captulo 2O conceito de direito
I. Principais elementos............................................ .....15II. Conceitos positivistas de direito ..........................17
1. Conceitos de direito primariamente orientados para a eficcia............................................ 171.1. Aspecto externo............................................ ..... 181.2. Aspecto interno............................................. ..... 19
2. Conceitos de direito primariamente orientados para a norm atizao................................. 20
III. Crtica dos conceitos positivistas de direito.. 241. A tese da separao e a tese da vinculao .. 24
2. Um quadro conceituai .....282.1. Conceitos de direito isentos de validade
e conceitos de direito no isentos de validade ..................................................................28
2.2. Sistemas jurdicos como sistemas normativos e como sistemas de procedimentos .. 29
2.3 A perspectiva do observador e a perspectiva do participante............................................30
2.4. Conexes classificadoras e conexes qua- lificadoras...........................................................31
2.5. Combinaes................................................ .....323. A perspectiva do observador .....33
3.1. Normas individuais.................................... .....343.2. Sistemas jurdicos.............................................37
4. A perspectiva do participante .....424.1. O argumento da correo.................................434.2. O argumento da injustia................................48
4.2.1. Normas individuais......................... .....484.2.1.1. O argumento lingstico......................494.2.1.2. O argumento da clareza.......................524.2.1.3. O argumento da efetividade.......... .....554.2.4. O argumento da segurana jurdica.... 624.2.1.5. O argumento do relativismo.......... .....644.2.1.6. O argumento da democracia.......... .....684.2.1.7. O argumento da inutilidade.......... .....684.2.1.8. O argumento da honestidade..............714.2.1.9. Concluso..............................................754.2.2. Sistemas jurdicos..................................764.2.2.1. A tese da irradiao........................ .....774.2.2.2. A tese do colapso...................................80
4.3. O argumento dos princpios...................... .....834.3.1. A tese da incorporao.........................864.3.2. A tese da moral................................. .....904.3.3. A tese da correo.................................92
Captulo 3A validade do direito
I. Conceitos de validade.......................................... ...1011. O conceito sociolgico de validade........... ...1012. O conceito tico de validade........................ ...1033. O conceito jurdico de validade.....................103
II. Colises de validade ............................................ ...1051. Validade jurdica e so cia l............................... ...105
1.1. Sistemas normativos................................... ...1051.2. Normas individuais.................................... ...107
2. Validade jurdica e m oral............................... ...1082.1. Sistemas normativos................................... ...1092.2. Normas individuais.................................... ...110
III. A norma fundam ental.......................................... ...1131. A norma fundamental analtica (K elsen). 114
1.1. O conceito de norma fundamental.......... ...1141.2. A necessidade de uma norma funda
mental ...............................................................1171.3. A possibilidade de uma norma funda
mental ...............................................................1221.4. O contedo da norma fundamental......... ...1251.5. Status e funes da norma fundamental.. 126
1.5.1. Funes.............................................. ...1261.5.1.1. Transformao das categorias........ ...1261.5.1.2. Estabelecimento de critrios........... ...1261.5.1.3. Instituio da unidade.................... ...1271.5.2. Status................................... ..................1281.5.2.1. Pressuposto necessrio.................... ...1291.5.2.2. Pressuposto possvel....................... ...1301.5.2.3. Norma pensada............................... ...1311.5.2.4. Insuscetibilidade de fundamentao.. 135
2. A norma fundamental normativa (K ant).. 1393. A norma fundamental emprica (H art).... 145
Captulo 4Definio............................................................................149
Traduo das citaes....................................................... ... 157Referncias bibliogrficas....................................................161ndice onomstico.............................................................. 165
1KBPCIO
liste livro surgiu durante um semestre de pesquisa, no mbito de um projeto realizado em conjunto com K.il Dreier, visando a uma exposio global concisa da teoria do direito. Como ele superou em muito, por sua extenso, um captulo da obra planejada em comum, dent li me por uma publicao separada. Agradeo o incentivo a Ernesto Garzn Valds e Meinolf Wewel. Meu .igradecimento especial a Ralf Dreier, cuja influncia de .inos pode ser reconhecida em cada linha. Contudo, assumo sozinho a responsabilidade por eventuais erros. Ademais, agradeo senhora Heinke Dietmair sua incansvel pacincia e seu cuidado na preparao do manuscrito, bem como aos senhores Martin Borowski, C arsten Heidemann e Marius Raabe o auxlio na leitura das correes.
Kiel, janeiro de 1992 Robert Alexy
I Vs posies fundamentais
( ) principal problema na polmica acerca do concei-lo de direito a relao entre direito e moral. Apesar de uma discusso de mais de dois mil anos1, duas posies Inndamentais continuam se contrapondo: a positivista e .1 no positivista.
Todas as teorias positivistas defendem a tese da separao. Esta determina que o conceito de direito deve ser definido de modo que no inclua elementos morais. A tese da separao postula que no existe nenhuma conexo conceitualmente necessria entre o direito e a moral, entre aquilo que o direito ordena e aquilo que a justia exige, ou entre o direito como ele e como ele deve ser. O grande positivista jurdico Hans Kelsen resumiu essa ideia na seguinte frmula: "Por isso, todo e qualquer contedo pode ser direito."2*
1. Assim, apenas para citar um exemplo, at hoje so distintas as respostas que se do pergunta, relatada por Xenofonte, feita por Alcibiades a Pri- cles: "Ento, quando um tirano apodera-se de um Estado e impe aos cidados o que eles devem fazer, isso tambm uma lei?" (Xenofonte 1917, p. 16), se entendemos por "lei" uma lei juridicamente vlida.
2. Kelsen, I960, p. 201.* Todos os trechos de outros autores citados nesta obra foram traduzi
dos diretamente a partir do original alemo de Robert Alexy. [N. da T.]
4 CONCEITO E VALIDADE DO DIREITO
Assim, ao conceito positivista de direito restam apenas dois elementos de definio: o da legalidade conforme o ordenamento ou dotada de autoridade3 e o da eficcia social. As numerosas variantes do positivismo jurdico4 resultam das distintas interpretaes e ponderaes desses dois elementos de definio5. Todas elas tm em comum o fato de considerarem que o que