constitucionalismo

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CONSTITUCIONALISMO

CONCEITO

Teoria que ergue o PRINCPIO DO GOVERNO LIMITADO indispensvel a garantia dos direitos. Tcnica especfica garantsticos. de limitao do poder com fins

uma TEORIA NORMATIVA DA POLTICA. ANDR RAMOS TAVARES identifica quatro sentidos para o constitucionalismo: 1. Movimento poltico ARBITRRIO social que LIMITA O PODER

2. Existncia de cartas constitucionais escritas 3. Funo e posio das constituies nas diversas sociedades 4. Evoluo histrico constitucional de um determinado Estado. EVOLUO HISTRICA A Histria da Europa pode ser dividida em quatro grandes eras. Idade Antiga at o sculo V tomada do Imprio Romano do Ocidente pelos povos brbaros 476 d.C. Idade Mdia sculo V at o fim do Imprio Romano do Oriente, com a queda de Constantinopla no sculo XV 1453; Idade Moderna 1453-1789 REVOLUO FRANCESA

Idade Contempornea 1789 at os dias atuais. 1, Constitucionalismo durante a Antiguidade Analisando a ANTIGUIDADE CLSSICA, Karl Loewestein identificou entre os HEBREUS o surgimento do Constitucionalismo. Estabeleceu-se no Estado Teocrtico limitaes ao poder poltico ao assegurar os profetas a legitimidade para fiscalizar os atos governamentais. No sculo V a.C., as CIDADES-ESTADO gregas como importante exemplo de democracia constitucional, na medida em que a DEMOCRACIA DIRETA consagrava a distribuio do PODER POLTICO. 2. Constitucionalismo durante a Idade Mdia: Magna Carta de 1215. 3. Constitucionalismo durante a Idade Moderna: Petition of Rights de 1628 Habeas Corpus Act, de 1679 Bill of Rights, de 1689 Act os Settlement, de 1701

Tanto a MAGNA CARTA de 1215, como o PETITION OF RIGHTS, so exemplos dos denominados PACTOS firmados durante a histria constitucional inglesa. So convenes entre o Monarca e os sditos concernentes ao modo de governo e s garantias dos direitos individuais. 4. Constitucionalismo norte-americano CONTRATOS DE COLONIZAO

Chegados Amrica, os peregrinos puritanos, imbudos de igualitarismo, no encontrando na nova terra poder estabelecido, fixaram por MTUO CONSENSO as regras porque haveriam de governar-se. Firma-se assim pelos chefes de famlia a bordo do Mayflower, o clebre COMPACT 1620. Desse modo se estabelecem as Fundamental Orders os Connecticut 1639. Transparece a a idia de estabelecimento e organizao do governo pelos prprios governados, que outro dos pilares da idia de Constituio. 5. Constitucionalismo Contempornea moderno durante a Idade

Destacam-se as CONSTITUIES ESCRITAS como documentos para conter o arbtrio decorrente do poder. Dois so os marcos histricos: a Constituio norte-americana de 1787 e a francesa de 1791 que teve como prembulo a DECLARAO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADO de 1789. Movimento deflagrado durante o Iluminismo e concretizado como uma contraposio ao absolutismo reinante, por meio do qual se elegeu o POVO COMO O TITULAR LEGTIMO DO PODER. Na concepo do CONSTITUCIONALISMO LIBERAL podemos destacar os seguintes valores: Individualismo Absentesmo estatal Valorizao da propriedade privada Proteo do indivduo

Esta perspectiva influenciou as Constituies brasileiras de 1824 e 1891. A concepo LIBERAL gerar concentrao de renda e excluso social. O Estado chamado para evitar abusos. Evidencia-se o que a doutrina chamou de SEGUNDA GERAO DE DIREITOS que teve como documentos marcantes a Constituio do Mxico de 1917 e a de Weimar de 1919 influenciando diretamente a Constituio brasileira de 1934 ESTADO SOCIAL DE DIREITO. 6. Constitucionalismo contemporneo TOTALITARISMO CONSTITUCIONAL Idia de constituio programtica, que tem como exemplo a CONSTITUIO DE 1988. Destaca-se a idia de Constituio Dirigente defendida por CANOTILHO. Os textos sedimentam CONTEDO SOCIAL, estabelecendo NORMAS PROGRAMTICAS metas a serem atingidas pelo Estado, programas de governo. DIRIGISMO ESTATAL (o texto fixa regras para dirigir as aes governamentais) ==> DIRIGISMO COMUNITRIO=> CONSTITUCIONALISMO GLOBALIZADO (proteo aos Direitos Humanos). Surgimento da idia de proteo aos direitos de FRATERNIDADE ou SOLIDARIEDADE => DIREITOS DE TERCEIRA GERAO OU DIMENSO. Perspectiva consagrada na CF/88.

CONSTITUIO: CONCEITO, CLASSIFICAES, HISTRICO CONCEITO Existem vrias concepes ou acepes a serem tomadas para definir o termo CONSTITUIO. 1. Sentido sociolgico: FERNDINAND LASSALE, em seu livro O que uma Constituio?, defendeu que uma Constituio s seria legtima se representasse o EFETIVO PODER SOCIAL, refletindo as foras sociais que constituem o poder. Caso isto no ocorresse ela seria apenas uma FOLHA DE PAPEL. Segundo LASSALE, a Constituio a somatria dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade. 2. Sentido poltico: Constituio s se refere a deciso poltica fundamental estrutura e rgos do Estado, direitos individuais, vida democrtica. Na viso de Carl Schimitt, em razo de ser a CONSTITUIO produto de uma certa DECISO POLTICA, seria a deciso poltica do titular do poder constituinte. 3. Sentido material e formal. Do ponto de vista material, o que vai importar pra definirmos se uma norma tem carter constitucional ou no ser o seu CONTEDO, pouco importando a forma que a norma foi introduzida no ordenamento.

Assim, constitucional ser aquela norma que defina e trate das REGRAS ESTRUTURAIS DA SOCIEDADE, de seus alicerces fundamentais: formas de Estado, governo, seus rgos. Quando nos valemos do critrio FORMAL, no mais nos interessa o contedo da norma, mas sim a forma como ela foi introduzida no ordenamento jurdico. Nesse sentido, as normas constitucionais ser aquelas introduzidas pelo poder soberano, por meio de um processo legislativo mais dificultoso, diferenciado e mais solene. 4. Sentido jurdico. HANS KELSEN o representante. Coloca a Constituio no mundo do DEVER SER e no no mundo do SER. Caracteriza-a como fruto da vontade racional do homem. Constituio considerada norma pura, puro dever-ser, sem qualquer pretenso a fundamentao sociolgica, poltica ou fiolosfica. CLASSIFICAO 1. Quanto a origem: distino entre Constituio e Carta Eles podem ser OUTORGADAS, PROMULGADAS, CESARISTAS. Outorgadas: So as constituies impostas de maneira unilateral pelo agente revolucionrio (grupo ou governante) que no recebeu do povo a legitimidade.

No Brasil as Constituio outorgadas foram as de 1824, 1937 (inspirada em modelo fascista, autoritria), 1967. As constituies outorgadas recebem o apelido de CARTAS CONSTITUCIONAIS. Promulgada: DEMOCRTICA, VOTADA ou POPULAR. fruto do trabalho de uma ASSEMBLIA NACIONAL CONSTITUINTE, eleita diretamente pelo povo, para em nome dele atuar. Exs. 1891, 1934, 1946, 1988. Cesarista: No outorgada mas tampouco democrtica. Formada por plebiscito popular sobre um projeto elaborado por um Imperador (plebiscitos napolenicos) ou um Ditador (plebiscito de Pinochet no Chile). A participao popular no democrtica pois visa ratificar a VONTADE DO DETENTOR DO PODER. 2. Quanto forma: Podem ser escritas ou costumeiras. ESCRITA Constituio formada por um conjunto de regras sistematizadas e organizadas em um nico documento. Ex. a brasileira de 1988.

COSTUMEIRA No escrita e consuetudinria. No traz as regras em um nico texto solene e codificado. formada por textos esparsos, reconhecidos pela sociedade como fundamentais, baseia-se nos usos, costumes, jurispurdncia, convenes. Ex.: Constituio da Inglaterra. 3. Quanto extenso Podem ser SINTTICAS (concisas, breves, sumrias, sucintas, bsicas) ou ANALTICAS (amplas, extensas, largas, prolixas, longa). SINTTICAS: Seriam aquelas enxutas, veiculadoras apenas dos princpios fundamentais e estruturais do Estado. No descem as mincias, motivo pelo qual so mais duradouras. Ex.: Constituio americana. Claro que tem emendas e interpretada pela Suprema Corte. PAULO BONAVIDES observa que as Constituies concisas resultam numa maior ESTABILIDADE do arcabouo constitucional. ANALTICAS Abordam todos os assuntos que os representantes do povo entendem como importantes. Art. 242, 2, da CF. 4. Quanto ao contedo.

Material e Formal. MATERIAL: Materialmente constitucional aquele texto que contm as normas fundamentais e estruturais do Estado, a organizao de seus rgos, os direitos e garantias fundamentais FORMAL: aquela Constituio que elege como critrio o processo de sua formao e no o contedo de suas normas. Qualquer regra nela contida ter o carter de constitucional. A brasileira de 1988 FORMAL. NEOCONSTITUCIONALISMO A doutrina passa a desenvolver a partir do incio do sculo XXI uma nova perspectiva denominada de NEOCONSTITUCIONALISMO. Busca-se dentro dessa nova realidade no apenas atrelar o constitucionalismo idia de limitao do poder poltico, mas buscar a eficcia da Constituio. Ao constitucionalismo social deve ser incorporado constitucionalismo fraternal e de solidariedade. o

O neoconstitucionalismo tem como uma de suas marcas a concretizao das prestaes materiais prometidas pela sociedade, servindo de ferramenta para a implementao de um Estado Democrtico de Direito. Principais caractersticas: Positivao de um catlogo de direitos fundamentais; Onipresena dos princpios e das regras Inovaes hermenuticas Densificao da fora nomrativa do Estado Desenvolvimento de Justia Distributiva.

Constituio como valor em si. Concretizao de direitos fundamentais. CONSTITUCIONALISMO MODERNO Hierarquia entre as normas Limitao do poder NEOCONSTITUCIONALISMO Hierarquia entre as normas no apenas formal, mas axiolgica valor Concretizao dos direitos fundamentais

Pontos marcantes do NEOCONSTITUCIONALISMO: CONSTITUIO: Centro do sistema Norma jurdica imperatividade e superioridade Carga valorativa: axiolgica DIGINIDADE DA PESSOA HUMANA E DIREITOS FUNDAMENTAIS Eficcia irradiante em relao aos poderes e aos particulares Concretizao dos valores constitucionalizados Garantia de condies dignas mnimas ESTADO CONSTITUCIONAL DE DIREITO Supera-se a idia de Estado Legislativa de Direito, passando a Constituio a ser o centro do sistema, marcada por uma intensa CARGA VALORATIVA. A lei e os poderes pblicos devem estar em consonncia com o esprito da Constituio, com os seus valores.

CONTEDO AXIOLGICO DA CONSTITUIO A incorporao explcita de VALORES e opes polticas nos textos constitucionais, sobretudo no que diz respeito promoo da DIGNIDADE HUMANA e dos DIREITOS FUNDAMENTAIS. Opes polticas gerais: reduo de desigualdades sociais art. 3, III; e especficas: servios de educao arts. 23, V e 205. ORDENAMENTO JURDICO E HIERARQUIA DAS LEIS QUESTO: 1. De que forma a soberania popular se manifesta?