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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO FINACEIRA GOVERNAMENTAL GEORGE WANDER DE ALBUQUERQUE RODRIGUES CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS BANCÁRIOS: CONTRIBUIÇÕES PARA O PODER EXECUTIVO DO ESTADO DA BAHIA Salvador 2011

CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS BANCÁRIOS: CONTRIBUIÇÕES PARA O PODER EXECUTIVO DO ESTADO DA BAHIA

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Trabalho apresentado ao Núcleo de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal da Bahia NPGA/UFBA, como requisito parcial para a obtenção do grau de Especialista em Administração Financeira Governamental.

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE ADMINISTRAO

    NCLEO DE PS-GRADUAO EM ADMINISTRAO ESPECIALIZAO EM ADMINISTRAO FINACEIRA GOVERNAMENTAL

    GEORGE WANDER DE ALBUQUERQUE RODRIGUES

    CONTRATAO DE SERVIOS BANCRIOS: CONTRIBUIES PARA O PODER EXECUTIVO DO ESTADO DA

    BAHIA

    Salvador 2011

  • GEORGE WANDER DE ALBUQUERQUE RODRIGUES

    CONTRATAO DE SERVIOS BANCRIOS: CONTRIBUIES PARA O PODER EXECUTIVO DO ESTADO DA

    BAHIA

    Trabalho apresentado ao Ncleo de Ps-Graduao em Administrao da Universidade Federal da Bahia NPGA/UFBA, como requisito parcial para a obteno do grau de Especialista em Administrao Financeira Governamental.

    Orientador: Ernani Coelho Co-orientador: Jos Carlos Sales

    Salvador 2011

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    SUMRIO

    1 APRESENTAO...................................................................................................... 4

    2 DIAGNSTICO ......................................................................................................... 7 2.1 CONTEXTO DO PROBLEMA ..................................................................... 7

    2.2 ANLISE DE DADOS .................................................................................. 11 2.3 DEFINIO DO PROBLEMA.................................................................. 29

    3 MARCO TCNICO/TERICO............................................................................... 31

    4 PROGNSTICO........................................................................................................ 33

    5 CRONOGRAMA E RECURSOS............................................................................ 37

    6 CONSIDERAES FINAIS.................................................................................... 38

    7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS................................................................... 40

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    1. APRESENTAO

    O presente estudo pretende contribuir na criao de parmetros a serem utilizados nas contrataes de servios bancrios utilizados pelo Poder Executivo do Estado da Bahia. Apresentado sob a forma de Projeto de Interveno Organizacional PIO, este trabalho analisa os elementos relevantes no processo decisrio na contratao da instituio financeira que ir efetuar o pagamento da folha e centralizar o caixa do Estado.

    O projeto de interveno organizacional claramente se insere na rea de concentrao administrao financeira governamental, na linha de pesquisa princpios oramentrios e administrao financeira governamental.

    O interesse do autor sobre o tema tem dupla motivao. A primeira advm do dever-fazer, pois na condio de servidor pblico que trabalha na Diretoria do Tesouro da Secretaria da Fazenda, o autor tem o dever de ser um agente de transformao e contribuir com misso da Secretaria de prover e administrar os recursos financeiros para viabilizar as polticas pblicas do Estado da Bahia.

    A segunda razo pessoal, porque o autor tem grande interesse pelo tema em questo e porque conhece o negcio bancrio, j que trabalhou no Banco do Brasil durante dez anos. Contudo, deve-se esclarecer que foi a participao no curso de Especializao em Administrao Financeira Governamental da Escola de Administrao da UFBA a razo do despertar da vontade de realizar este trabalho, que seguramente trar bons resultados para a administrao pblica e por conseqncia, para a sociedade.

    A justificativa da proposta de interveno organizacional est diretamente relacionada com uma das atribuies da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia, que por intermdio da sua Superintendncia de Administrao Financeira - SAF tem a competncia de coordenar as aes relativas poltica financeira e gesto das finanas do Estado da Bahia, bem como gerir a poltica de investimentos e financiamentos do Estado.

    O objetivo geral da interveno propor ao governo da Bahia a utilizao de critrios de avaliao das propostas recebidas das instituies bancrias interessadas em administrar o seu caixa.

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    O estudo, que foi realizado a partir do ganho financeiro que instituio bancria aufere ao pagar a folha dos servidores estaduais, cobranas de tarifas sobre a arrecadao de tributos e sobre os pagamentos a fornecedores, bem como ganhos com floats1 e spread2 sobre os recursos do Tesouro, servir de parmetro para o futuro contrato a ser firmado em maio de 2015 e contratos subseqentes.

    Para tanto necessrio estabelecer os objetivos especficos que resultam (1) na compreenso da dinmica histrica de transformao do sistema financeiro nacional; (2) no entendimento do processo de contratao de servios bancrios, a partir da extino do banco oficial do Estado da Bahia; (3) na avaliao do resultado econmico da instituio financeira referente ao contrato firmado com o Estado da Bahia e (4) identificar os fatores externos que influenciam o governo na contratao servios bancrio.

    O caminho percorrido na elaborao deste trabalho foi (1) estudo do processo de mudana ocorrido na utilizao de servios bancrios, que at o ano de 1999, era prestado pelo Banco do Estado da Bahia BANEB; (2) anlise do atual contrato de prestao de servios bancrios firmado pelo Governo baiano; (3) realizao de cinco entrevistas com gestores e ex-gestores financeiros da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia; (4) coleta e anlise de informaes no Sistema de Finanas e Contabilidade do Estado da Bahia SICOF; (5) coleta e anlise de informaes sobre a Gesto Fiscal de outras unidades da Federao; (6) busca de informaes sobre contratos de servios bancrios firmados por outras unidades da federao; (7) busca de informaes sobre operaes bancrias realizadas por servidores pblicos da Bahia; (8) anlise dos produtos financeiros utilizados pelo Poder Executivo do Estado da Bahia.

    O documento inicia com a contextualizao do processo de privatizao dos bancos estaduais e sua relao com os atuais contratos de prestao de servios bancrios prestados por instituies financeiras ao Estado da Bahia. Logo segue levantamento das informaes sobre a situao que se deseja mudar.

    ___________________________

    1 Tempo em que um banco ou instituio financeira retm uma quantia recebida e no a capitaliza em favor de terceiros. (Banco Central do Brasil, 2002) 2 Diferena entre as taxas de juros bsicas (de captao) e as taxas finais (custo ao tomador) . (Banco Central do Brasil, 2002)

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    Em seguida apresentada a definio do problema que est centrada em quatro grandes questes. No marco terico esto registradas as contribuies obtidas por meio da observao do que foi feito em outras unidades da federao, bem como o registro das contribuies tericas e legais.

    O prognstico resume as contribuies para a soluo que seguem em estreita correspondncia com a definio dos problemas. Nas consideraes finais do trabalho esto resumidos os achados e anlises efetuadas e sugerem as estratgias de implantao do proposto no prognstico.

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    2. DIAGNSTICO

    2.1 Contexto do Problema

    O processo de privatizao do setor bancrio, iniciado no Brasil na dcada de 80, trouxe um novo desafio para a maioria dos governos estaduais. Estes entes possuam um banco estatal que sempre atendia aos interesses dos Estados, que por sua vez ofereciam aos seus bancos vantagens que os bancos privados no possuam, inclusive no que tange a exclusividade para gerir as disponibilidades financeiras do Estado. Aps o aludido processo de privatizao, os governos estaduais tiveram a necessidade de buscar um novo modelo para gerir as suas finanas.

    Para Aloysio Biondi, autor do livro O Brasil privatizado - Um balano do desmonte do Estado, as polticas adotadas a partir dos anos 80 para reduzir a presena do Estado no setor financeiro atravs do processo de privatizao de bancos pblicos faziam parte de um projeto maior da poltica neoliberal de reduo do Estado. Tal viso um contraponto ao argumento estatal da poca que dizia que o real objetivo do processo era eliminar do sistema as instituies financeiras com problemas em seus balanos e assim salvaguardar do setor bancrio brasileiro.

    No obstante a busca de resposta sobre se motivao era ideolgica ou no, os principais argumentos para a privatizao dos bancos estaduais apontavam para problemas estruturais, devido excessiva concentrao de crditos, com elevado grau de inadimplncia e ao grande volume de emisso de ttulos pblicos estaduais, o que os torna altamente dependentes de recursos no mercado financeiro, a taxa que, geralmente se situam bem acima daquelas regularmente praticadas (VAZ, 2009)

    Como a legislao em vigor poca no dava a necessria flexibilidade para a interveno nos bancos oficiais estaduais, a soluo encontrada foi a criao do Regime de Administrao Especial Temporria RAET, uma figura jurdica mais branda de interveno do Banco Central do Brasil - BACEN, que autorizava a utilizao das reservas monetrias para o auxlio de alguns bancos estaduais, dentre eles o do Rio de Janeiro (BANERJ), Bahia (BANEB), Cear e o Crdito Real de Minas Gerais.

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    Porm, a decretao do RAET nos bancos estaduais no foi suficiente para enfrentar a crise bancria que se apresentava haja vista os recorrentes problemas dessas instituies e, sobretudo a partir da interveno no Banco Econmico em 11 de agosto de 1995.

    Com isso, o governo brasileiro foi obrigado a tomar um conjunto de medidas mais fortes para combater a instabilidade gerada no mercado financeiro. Dentre este conjunto o destaque foi a criao, em novembro de 1995, do Programa de Estmulo Reestruturao e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (PROER), que era uma linha transitria de financiamento do Banco Central para facilitar a absoro das instituies menos eficientes pelas mais eficientes e capitalizadas.

    Foi neste contexto que aconteceu a privatizao do Banco do Estado da Bahia S. A. , que foi vendido em 22/06/1999 ao preo de R$ 267,8 milhes ao nico ofertante, o BRADESCO, com gio de 6,26% sobre o preo mnimo. poca o BANEB possua patrimnio lquido de R$ 121 milhes, ativos da ordem de R$ 2.4 bilhes, 169 agncias e 4.193 funcionrios. O quadro 1 lista os bancos privatizados durante 1997 e 2002.

    QUADRO 1: Privatizao dos Bancos Estaduais (1997/2002) Instituio Data do

    Leilo Comprador Valor

    (em R$ milhes) gio

    BANERJ 26/06/1997 Ita 311,10 0,6 % CREDIREAL 07/08/1997 BCN * 134,20 10,90% BEMGE 14/09/1998 Ita 603,06 92,05% BANDEPE 17/11/1998 ABN-Amro 182,90 0% BANEB 22/06/1999 Bradesco 267,80 6,26% BANESTADO 17/10/2000 Ita 1.799,26 346,46% BANESPA 20/11/2000 Santander 7.160,92 287,07% PARAIBAN 08/11/2001 ABN-Amro 79,14 57,71% BEG 04/12/2001 Ita 680,84 126,40% BEA 21/01/2002 Bradesco 192,54 5,26%

    * Posteriormente adquirido pelo Bradesco. Fonte: Banco Central do Brasil, 2003.

    O direito a exclusividade de prestar servio bancrio ao Governo do Estado da Bahia foi repassado ao Banco Bradesco por meio de termo aditivo ao contrato 07/SF/99, de 04/01/1999 originalmente firmado entre o Estado da Bahia e o Banco do Estado da Bahia BANEB.

    Da mesma forma que aconteceu com outras unidades da federao que tiveram seus bancos privatizados, a venda do BANEB foi um marco para o Estado da Bahia no que tange a utilizao de servios bancrios, porque a partir deste momento a contratao aconteceria com uma instituio bancria no-oficial.

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    Foi justamente com foco nos contratos de prestao de servios bancrios firmados pela pessoa jurdica de direito pblico Estado da Bahia que aconteceu a delimitao do trabalho que ora se prope. Vale salientar que o estudo estar restrito ao Poder Executivo do Estado da Bahia.

    Assim, quando se utiliza a expresso Estado, deve-se entender o Poder Executivo do Estado da Bahia, includos todos os rgos e entidades da Administrao Direta, Indireta e Defensoria Pblica do Estado da Bahia.

    Aspecto importante a se observar que este trabalho est restrito aos itens dos contratos que dizem respeito ao carter de exclusividade nos servios bancrios relativos ao Sistema de Caixa nico e aos demais servios que se enquadrem no carter de exclusividade.

    O trabalho est baseado na centralizao das disponibilidades de caixa do Poder Executivo em uma instituio bancria para que esta realize as movimentaes financeiras de pagamento a credor, movimentao de recursos provenientes de transferncias legais e constitucionais, centralizao dos recebimentos em favor do Estado e processamento da folha de pagamento de salrios.

    Importante dizer sobre a existncia de questionamentos jurdicos sobre a legalidade de instituies bancrias privadas visando transferncia de disponibilidades pblicas a tais instituies, com o argumento de afrontar o texto constitucional que veda a transferncia de recursos pblicos s instituies financeiras no-oficiais, tendo em conta o disposto no mencionado artigo 164, 3, da Constituio Federal.

    Artigo 164, 3, da Constituio Federal da Repblica:

    Art. 164.(...)

    3 - As disponibilidades de caixa da Unio sero depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municpios e dos rgos ou entidades do Poder Pblico e das empresas por ele controladas, em instituies financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.

    Desde logo h de se dizer que este trabalho no se debruar nos aspectos legais ou jurdicos dos processos licitatrios relativo a contratos de prestao de servios bancrios firmados pelo Governo da Bahia e as Instituies Financeiras - IF. O contexto do estudo sero os paramentos que devem ser utilizados para mensurar o valor justo de venda do direito de prestar servio ao Estado da Bahia.

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    Uma Instituio Financeira ao comprar o direito de pagar a folha de um ente pblico, est tambm comprando o acesso a uma clientela numerosa, cativa, com boa remunerao e estabilidade na renda, logo esta consegue rapidamente conceder emprstimos com baixo risco de perdas, vender seguros, planos de previdncia, capitalizao e vrios outros produtos.

    De fato, as IFs esto dispostas a pagar elevados valores para ter o direito de exclusividade para prestar servios bancrios a estados e municpios devido aos altos lucros envolvidos. Segundo o jornal Folha de So Paulo3, o emprstimo consignado, crdito com desconto em folha de pagamento, representa 60% dos emprstimos diretos ao consumidor, com cerca de R$ 119 bilhes emprestados durante o ano de 2010.

    justamente o emprstimo consignado um dos principais focos de disputa entre bancos pblicos e privados para administrar a folha de pagamento de servidores e empregados pblicos, que aliado a centralizao das disponibilidades financeiras do ente se mostra um negcio lucrativo.

    Do outro lado desta negociao esto os governos estaduais, no mais possuidores bancos estatais e despreparados para avaliar qual o preo justo a ser cobrado a uma instituio financeira para que esta tenha o direito de centralizar os seus recursos financeiros e pagara a folha de pessoal.

    justamente neste contexto que o trabalho em pauta buscar analisar as questes atinentes matria e propor adoo de medidas que possibilitem melhores vantagens ao interesse pblico.

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    3.http://www1.folha.uol.com.br/mercado/746524-credito-consignado-vira-foco-de-disputa-entre-bancos-publicos-e-privados.shtml acesso em 20.03.2011.

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    2.2 Anlise de Dados

    O planejamento deste projeto de interveno organizacional previu que a anlise dos dados devem trilhar as cinco vertentes abaixo listadas, com o fim de avaliar o resultado econmico da instituio financeira referente ao atual contrato de prestao de servio bancrio firmado pelo Estado da Bahia:

    Anlise do atual contrato de prestao de servios bancrios;

    Levantamento das tarifas pagas;

    Ganho financeiro com float e spread;

    Resultado econmico com a venda de produtos aos servidores estaduais;

    Negociaes feitas por outras unidades da federao

    Com isso espera-se atingir objetivo principal do estudo de contribuir na criao de parmetros nas futuras contrataes de servios bancrios pelo Estado da Bahia.

    Anlise do atual contrato de prestao de servios bancrios

    A anlise iniciou pelo Contrato n. 02/2007, firmado entre o Banco do Brasil e o Estado da Bahia em 18 de outubro de 2007, que tinha como objeto a transferncia da movimentao financeira do Estado para aquele banco. O pacto dizia respeito a prestao de servios bancrios prestados em carter de exclusividade, a exemplo da centralizao e processamento da folha de pagamento gerada pelo Estado e servios sem carter de exclusividade, como no caso de contratao e liquidao de operaes de compra e venda de moedas estrangeiras.

    O contrato estabeleceu a remunerao do Estado no valor de R$ 485 milhes, dentro de uma vigncia de sessenta meses. Durante a vigncia do pacto surgiu a necessidade de utilizao de novos servios bancrios no previstos no contrato 02/2007, que ensejou durante o ano de 2009 a ocorrncia de dois Termos aditivos de Re-Ratificao para promover alteraes em clusulas e nos Anexos Operacionais e adaptar o contrato s necessidade da administrao pblica.

    Em 2011 o Banco do Brasil e o Estado da Bahia decidiram repactuar as condies do negcio e, de forma amigvel, rescindir o Contrato n 02/2007 e consolidar todos os servios necessrios ao Estado no Contrato de n 01/2011, firmado em 04 de junho de 2010.

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    O atual contrato (n 011/2010) estabeleceu a remunerao do Estado no valor de R$ 493.561.509,00 (quatrocentos e noventa e trs milhes, quinhentos e sessenta e um mil e quinhentos e nove reais), dentro de uma vigncia de sessenta meses, que equivale a R$ 292.561.509,00 relativos ao distrato antecipado do Contrato 02/2007 somando a R$ 201.000.000,00 relativos ao novo contrato.

    Nos termos ajustados, o Estado assumiu a obrigao de manter no Banco do Brasil as suas disponibilidades financeiras e sua movimentao, bem como autorizou ao banco, em carter de exclusividade, a instalar pontos de atendimento nos diversos rgos de administrao direta, entidades da administrao indireta e Defensoria Pblica.

    O Banco do Brasil ficou obrigado a prestar todos os servios bancrios nas condies e prazos acordados, cumprir os pagamentos confirmados pelo Estado e manter os sistemas de informtica sempre capazes de bem operacionalizar os servios contratados.

    Importante citar o inciso IV da clusula terceira - das obrigaes do Banco, que obriga o Banco do Brasil a destinar recursos da ordem de R$ 8 bilhes a serem alocados em operaes de crdito voltadas para o desenvolvimento de atividades em regies priorizadas, conforme os programas de Governo. Este tipo de contrapartida, apesar de no ser uma entrada efetiva de recursos nos cofres pblicos, representa importante incentivo para dinamizar a economia baiana, que ao fim ocasiona incrementos na arrecadas de tributos estaduais.

    Informaes do Banco do Brasil, que fazem parte da prestao de contas do terceiro ano de parceria com o Governo do Estado da Bahia, que foram entregues ao Secretrio da Fazenda da Bahia, revelam que foram destinados valores da seguinte forma:

    Agricultura Familiar: investidos R$ 556,5 milhes em 104.936 contratos (de jul/2007 a dez/2010)

    Agricultura Empresarial: investidos R$ 2,54 bilhes em 10.765 contratos (de jul/2007 a dez/2010)

    Micro, Pequenas e Mdias Empresas: investidos R$ 4,2 bilhes apenas em 2010, em linhas de Capital de Giro.

    Grandes Empresas: investido R$ 1,7 bilho apenas em 2010

    Mesmo sem considerar os valores relativos Micro, Pequenas e Mdias e Grandes Empresas no perodo de 2007 a 2009, observa-se que o valor investido ultrapassa R$ 7,5 bilhes.

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    Ressalva-se a necessidade de anlise sobre quais seriam os valores investidos pelo Banco do Brasil caso no tivesse este firmado contrato com Estado da Bahia. Levantamento histrico de valores investidos nos anos anteriores ao contato serviria de base comparativa, pois seria incorreto pensar que o banco somente fez e faz os investimentos por fora contratual.

    Levantamento das tarifas pagas

    A segunda vertente de anlise, que se revelou como um dos importantes elementos de anlise deste trabalho foi o levantamento dos valores que o Estado pagou ao Banco do Brasil relativo a tarifas. Entrevistas realizadas com o atual gerente financeiro do Tesouro e com o seu antecessor foram esclarecedoras no sentido de apontar sobre a importncia de segregar as tarifas segundo o tipo de negcio.

    Seguindo a sugesto de separao do pagamento de tarifas segundo sua origem, o desafio seria o levantamento das informaes abaixo listadas e sua interpretao no sentido de obter o ganho prximo auferido pelo Banco do Brasil relativos a:

    a) Tarifas pagas sobre pagamento da folha; b) Tarifas pagas sobre pagamento a fornecedores; c) Tarifas pagas sobre arrecadao de tributos.

    O controle das tarifas e seu pagamento relativos a folha de pessoal e a fornecedores so realizados pela Gerncia de Programao da Diretoria do Tesouro da SEFAZ, que utiliza recursos da unidade 3.80.002 Encargos Gerais. A Tabela 1 demonstra os valores pagos no perodo 2007-2010. Em 2007 os valores tm baixa representatividade devido o contrato com o Bando do Brasil ter iniciado em outubro daquele ano.

    Observa-se que o valor pago relativo a tarifas sobre a folha de pagamento muito superior em comparao s tarifas relativas a pagamento de fornecedores. Isso devido a maior quantidade de lanamentos relativos a folha em comparao a pagamento de fornecedores. A ttulo explicativo, durante todo o ano de 2010 foram realizados 640.537 lanamentos para diversos pagamentos (OBE Transmitidas, SICOF, 2010), enquanto a quantidade de lanamentos para pagamento da folha de pessoal e em torno de 250.000/ms.

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    valor em R$1,00SERVIO TARIFADOS 2007 2008 2009 2010 TOTAL

    FOLHA DE PAGAMENTO -CRDITO EM C/C 277.046,00 1.705.577,42 1.966.599,83 1.862.975,04 5.812.198,29

    FOLHA DE PAGAMENTO - CONTRA RECIBO 387,00 4.119,64 1.533,82 424,13 6.464,59

    FOLHA DE PAGAMENTO - DOC/TED 24.343,67 355.665,48 230.279,77 213.535,99 823.824,91

    DEPSITO IDENTIFICADO - 18.832,72 33.309,29 33.851,62 85.993,63

    TOTAL FOLHA DE PAGAMENTO 301.776,67 2.084.195,26 2.231.722,71 2.110.786,78 6.728.481,42FORNECEDORES - CRDITO EM C/C E CONTRA RECIBO - 101.267,24 246.753,24 264.979,46 612.999,94

    FORNECEDORES - DOC/TED - 220.047,78 411.128,65 388.676,16 1.019.852,59

    TOTAL FORNECEDORES 0,00 321.315,02 657.881,89 653.655,62 1.632.852,53

    CUSTO TOTAL 301.776,67 2.405.510,28 2.889.604,60 2.764.442,40 8.361.333,95Fonte: SEFAZ/DEPAT

    Tabela 1 - DEMONSTRATIVO DE TARIFAS BANCO DO BRASIL

    Os valores das tarifas esto de acordo com a tabela de custos dos servios descritos em clusula contratual, custos estes que vm sofrendo correo anual e de forma automtica utilizando o ndice Nacional de Preo ao Consumidor - INPC ou ndice Nacional de Preos ao Consumidor Amplo IPCA, sempre o que for menor.

    Em uma tentativa de estabelecer uma relao entre as tarifas pagas no perodo 2008 a 2010 (o ano de 2007 foi deixado de fora do clculo porque o contrato no vigorava desde o incio daquele ano), temos:

    Tabela 2 - Tarifas Folha e Fornecedores valor em R$1,00Tarifas pagas durante 2008 a 2010 (A) R$ 8.361.333,95 Valor total do contrato R$ 493.561.509,00 Valor do contrato anualizado R$ 98.712.301,80 Valor do contrato em trs anos (B) R$ 296.136.905,40 Relao ( A / B ) 2,82%Fonte: SEFAZ/DEPAT

    A tabela 2 demonstra que do valor que o Banco do Brasil pagou ao Estado da Bahia a ttulo de remunerao, cerca 2,82% retornam a seu cofre na forma de tarifas recebidas sobre o pagamento da folha de pessoal e a fornecedores.

    A tabela 2B lista os pagamentos de tarifas relativos arrecadao de tributos feita pelo Banco do Brasil durante o exerccio de 2010. O valor pago de R$ 1.216.682,46 representa 1,23% do valor anualizado do contrato.

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    Tabela 2B - Tarifas Arrecadao valor em R$1,00MESES TIPO DE DOCUMENTO B. DO BRASIL

    JANEIRO DAE 64.054,20GNRE 23.680,69

    FEVEREIRO DAE 68.148,90 GNRE 22.973,33

    MARO DAE 86.026,40GNRE 29.899,15

    ABRIL DAE 73.761,40GNRE 24.918,06

    MAIO DAE 79.541,70GNRE 26.737,95

    JUNHO DAE 64.879,80GNRE 23.681,28

    JULHO DAE 73.456,80GNRE 25.333,52

    AGOSTO DAE 82.754,10 GNRE 27.969,27

    SETEMBRO DAE 85.524,30 GNRE 25.931,55

    OUTUBRO DAE 70.659,90GNRE 23.747,19

    NOVEMBRO DAE 78.641,50 GNRE 26.659,87

    DEZEMBRO DAE 82.775,00GNRE 24.926,60TOTAL 1.216.682,46

    Fonte: SEFAZ/DARC/GEARC

    Ganho financeiro com spread e float

    Existem vrios trabalhos que tentam explicar de forma emprica os determinantes do spread bancrio4. A maior parte desses trabalhos utiliza a metodologia de estimao do "spread puro" desenvolvida pioneiramente por Ho e Saunders. Essa metodologia parte do pressuposto de que o spread efetivo composto pelo spread puro ajustado para cima ou para baixo pelo pagamento implcito de juros (iseno de tarifas para certas classes de clientes), pelo custo de oportunidade de reteno das reservas e pelas exigncias de capital prprio advindas das normas de regulao e de superviso bancria. Nesse contexto, o spread puro estimado por intermdio de um processo em duas etapas. Na primeira etapa roda-se uma regresso cross-section da margem lquida de intermediao de cada banco do pas selecionado em um determinado ano (SAUNDERS & SCHUMACHER, 2000).

    _______________________________

    4. Definio do Banco Central segundo o qual "o spread bancrio definido como sendo a diferena entre a taxa de emprstimo e a taxa de captao de CDB [certificado de depsito bancrio]. A taxa mdia de CDB para o conjunto das instituies financeiras foi calculada a partir de uma mdia das taxas individuais ponderada pela captao lquida de cada instituio." (Banco Central do Brasil, 2002, p. 50).

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    O fato que o clculo do spread algo complexo de mensurar sem o devido aprofundamento de todos os componentes envolvidos. No o objetivo deste trabalho o aprofundamento sobre critrios de clculo de spread, mas to somente estimar o valor auferido pelo banco da Brasil relativo ganho financeiro com spread.

    Segundo o estudo5 Determinantes macroeconmicos do spread bancrio no Brasil: teoria e evidncia recente, realizado em 2006. O spread bancrio no Brasil ainda se mantm em patamares elevadssimos em termos internacionais, situando-se ao redor de 40% nos ltimos anos.

    Em 2009, o spread bancrio, diferena entre o custo de captao de recursos e a taxa cobrada dos clientes nos emprstimos, foi responsvel pela maior do lucro dos bancos. O Relatrio de Economia Bancria de 2009 do Banco Central do Brasil BACEN divulgou que a chamada Margem Bruta, Erros e Omisses corresponderam a 46,65% do spread prefixado. Descontados os impostos diretos, tem-se a margem lquida de 27,97%.

    A base de clculo para quantificao do spread deve ser o recurso aplicado junto ao Banco do Brasil. No ano de 2010 o Estado possua essencialmente dois tipos de aplicaes: BB TESOURO CP FIC FI e BB TESOURO II LP que so fundos exclusivos criados para o Estado da Bahia com gesto realizada BB Gesto de Recursos - Distribuidora de Ttulos e Valores Mobilirios.

    Durante o exerccio de 2010 o saldo mdio da aplicao do curto prazo (TESOURO CP FIC FI) foi de R$ 169 milhes enquanto o valor do longo prazo foi de R$ 402 milhes. Estes valores foram capitados pelo BB e remunerados pela a taxa bsica de juros aplicados em ttulos do governo, e ficaram disponveis para emprstimos ao setor privado.

    No caso do float bancrio existe uma varivel adicional no item de clculo, visto que o BACEN considera os recolhimentos compulsrios sobre depsitos vista e o float bancrio como um tradicional instrumento de poltica monetria6. Assim, o BACEN, como autoridade monetria, obriga as instituies financeiras a recolher a seu cofre parte dos depsitos vista e float como forma de controlar o meio circulante e a oferta de crdito de acordo a poltica de cada perodo.

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    5. Oreiro et al. Economia Aplicada. vol.10 no.4 Ribeiro Preto Oct./Dec. 2006 6 http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2002nt12mercadotitulopublicop.pdf acesso em 13.02.2011

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    O levantamento do resultado econmico no Banco do Brasil relativo ao float deve recair sobre o pagamento de salrio, fornecedores e outros pagamentos efetuados pelo Estado da Bahia durante a vigncia do Contrato.

    A tabela 3 demonstra os valores pagos durante o ano de 2010 relativos aos salrios do Poder Executivo. O pagamento realizado pela Gerncia Financeira da DEPAT e utiliza recursos da unidade 3.98.002 - DEPAT - GEFIN SEORC.

    Tabela 3 - Folha de Pagamento 2010Ms Valor em R$janeiro 680.404.421 fevereiro 620.677.118 maro 572.855.014 abril 627.310.644 maio 613.969.902junho 610.282.330 julho 643.249.374 agosto 620.167.414 setembro 646.348.534outubro 662.101.415 novembro 659.119.244 dezembro 868.043.888 Total 7.824.529.298 Fonte: SEFAZ/DEPAT/GEFIN

    Apesar de conhecer uma das bases de clculo do float (R$ 7.8 bilhes) e conhecer o valor mdio que serviria de base para clculo do spread (R$ 402 milhes) ambos os clculos ficam prejudicados de se realizar neste estudo devido a falta de outros elementos que somente o banco possui.

    Tais elementos so as informaes de negcio do banco. Entendemos que so informaes de carter estratgico e sigiloso do negcio bancrio e por isso no se pode compartilhar. Ao mesmo tempo acreditamos que o banco realiza estudos sobre custos e rentabilidade de cada rea de negcio ao negociar com o Estado sabe o tamanho de suas possibilidades de ganho.

    Pensou-se, de modo alternativo, buscar informaes disponibilizadas pelo Banco Central sobre o spread mdio de operaes de financiamento. Contudo a anlise no seria correta, visto que necessrio se faria saber para que tipo de operaes (emprstimo consignado, crdito direto ao consumidor CDC, CDC Veculos, etc.) o banco destinou o recurso.

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    Somente assim se poderia fazer algum clculo do ganho sobre os recursos do Estado depositados ou aplicados no Banco do Brasil.

    Contudo, mesmo sem possibilidade de confirmao dos nmeros e a ttulo ilustrativo, se utilizarmos as informaes de que o Banco do Brasil faz gesto de valor mdio em torno de R$ 400 milhes o que durante um exerccio gira em torno de R$ 4.8 bilhes. Se ainda utilizarmos a taxa mdia de juros para operaes de crdito do ano de 2010 que foi 40,73%a.a7 e se arbitrssemos que o spread do banco foi 27,97% (mdia divulgada pelo BACEN), tem-se um spread de 11,38%a.a.

    Este spread sobre o valor total aplicado pelo Estado da Bahia no Banco do Brasil que totaliza R$ 4.8 bilhes rende ao banco algo em torno de R$ 54 milhes/ano que ao longo de 5 anos se eleva a R$ 274 milhes.

    Se compararmos este valor com o valor contrato firmado entre o BB e Estado (R$ 493 milhes), significa que algo em torno de 55,5% do valor pago pelo BB retorna a seu cofre na forma de lucro sobre spread.

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    7 . Relatrio Banco Central do Brasil. Indicadores Econmicos de 27 de abril de 2011. II.32 - Operaes de crdito referenciais para taxa de juros

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    Resultado econmico com a venda de produtos aos servidores estaduais

    O resultado econmico do Banco do Brasil com servidores pblicos da Bahia um reflexo do resultado dos bancos brasileiros com todos os seguimentos da sociedade. No se pode dissociar um do outro, visto o perfil dos servidores pblicos baianos, pernambucanos, mineiros ou paulistas se inserem e ajuda a formar o pblico consumidor de produtos bancrios.

    Especificidade marcante relativa a servidor pblico a estabilidade no emprego que, nas operaes de crdito, diminuem substancialmente o risco e tornam as operaes ainda mais lucrativas para o banco.

    No ano de 2010, conforme balano do Banco do Brasil, o aumento das receitas obtidas com emprstimos foi o principal responsvel pelo lucro foi de R$ 11,7 bilhes, 15,3% a mais do que em 2009. As operaes de crdito que em 2009 representava R$ 41,7 bilhes passaram para R$ 54,2 bilhes em 2010.

    Destaque para os emprstimos para pessoas fsicas que passou de R$ 91,8 bilhes para R$ 113,1 bilhes, um crescimento de 23,2% de 2009 para 2010. Desse total, 78% so justamente os emprstimos considerados de baixo risco de inadimplncia: emprstimos consignados e financiamento de veculos, de imveis e crdito para clientes que recebem salrio em contas do Banco do Brasil.

    Aliado a este grande incremento nas operaes de crdito, a prestao de servios de operacionalizao de folha de pagamento traz vantagens indiretas a instituio financeira com a venda de outros produtos e servios, tais como carto de crdito, ttulo de capitalizao, seguro vida, seguro auto, dentre outros.

    Mensurar o tamanho do ganho econmico que tm as instituies financeiras em tais operaes algo complexo e somente a prpria IF pode realizar, pois somente esta tem acesso aos dados das operaes.

    Apenas como forma de exemplificao, a tabela 4 demonstra o valor recebido pelo Banco do Brasil - BB relativo a emprstimos consignados (principal e juros) folha de pagamento de servidores estaduais. Somente com dados relativos ao valor recebido pelo BB no possvel

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    mensurar a lucro, visto que outros elementos como prazo das operaes, taxas pactuadas e valor do principal so importantes para efetuar tal clculo.

    Tabela 4 - Valor consignao BB - 2010 valor em R$1,00MS VALOR

    janeiro 7.312.677,22 fevereiro 7.452.246,38

    maro 7.647.221,88

    abril 7.886.849,68

    maio 8.095.815,74

    junho 8.387.430,46 julho 8.578.205,75 agosto 8.836.898,83

    setembro 9.086.906,49

    outubro 9.287.057,59

    novembro 9.509.584,99

    dezembro 9.986.442,01

    Total 102.067.337,02

    Fonte: SEFAZ/DEPAT

    Considerando a existncia de emprstimos com 60 meses para pagamento, pode-se imaginar a possibilidade desse valor de R$ 102 milhes se repetirem por mais 4 anos, ou seja chegar ao patamar de R$ 510 milhes.

    Ainda operando dentro do campo das possibilidades e considerando que a cada ano x quantidade de operaes so liquidadas e novas operaes realizadas, podemos dizer que no ltimo ano de contrato do Banco do Brasil, as operaes ali realizadas seguiro dando lucro pelos quatro anos seguintes, mesmo na possibilidade de o Banco do Brasil no mais ser o banco contratado pelo Estado da Bahia.

    Se fosse possvel estender a anlise do resultado econmico do Banco do Brasil para as demais operaes de financiamento que o banco possui com os servidores pblicos baianos, ou mesmo saber quais os produtos como carto de crdito, cheque especial, seguros, aplicaes e renda fixa ou varivel, etc. estes servidores so cliente, seguramente chegaria a nmeros expressivos que justificam o interesse na folha de pagamento dos servidores.

  • 21

    Negociaes feitas por outras unidades da federao

    Um ponto muito relevante para anlise do contrato firmado entre o Estado da Bahia e o Banco do Brasil a comparao com contratos firmados por outras unidades da federao. A seleo dos estados que serviram de base comparativa do estudo aconteceu seguindo dois critrios.

    O primeiro critrio foi a quantidade de servidores ativos, inativos e pensionistas de cada ente, pois este nmero define a quantidade de lanamentos a serem pagos ao banco, alm da quantidade de potenciais compradores de servios bancrios. A Tabela 5 discrimina os nmeros no Poder Executivo do Estado da Bahia.

    Tabela 5 - Servidores do Estado da Bahia Base: Dez/2010Poder Executivo quantidade

    Servidores Ativos (1) 162.256

    Servidores Aposentados (1) 72.314

    Pensionistas (2) 18.758 Total 253.328 Fonte: (1) SAEB/Sistema OLAP (2) SAEB/FUNPREV

    O segundo critrio de anlise foi a utilizao da Receita Corrente Lquida RCL8 porque esta se constitui numa base uniforme de apurao das receitas de um ente estatal, recebe a avaliao do Tesouro Nacional que analisa as informaes, as consolidam e disponibiliza para consulta, alm de ser a RCL o indicador que melhor reflete a receita da atividade estatal em determinado perodo.

    O passo seguinte foi pesquisar as informaes da Receita Corrente Lquida - RCL e a despesa total com pessoal paga pelos entes da federao. Tal escolha foi feita porque os gastos com pessoal so mais representativos em quase todos os estados e porque so justamente os pagamentos de tais valores aos servidores pblicos o grande objeto de interesse dos bancos.

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    8. A Receita Corrente Lquida Estadual: o somatrio das receitas tributrias, de contribuies patrimoniais, industriais, agropecurias e de servios e outras receitas correntes, com as transferncias correntes, destas excludas as transferncias intragovernamentais, deduzidas as reparties constitucionais e legais de sua receita tributria para Municpios, (Lei Complementar 101/2001).

  • 22

    A tabela 6 foi organizada com informaes de entes que possuem algum grau de similaridade com o Estado da Bahia atinente ao valor da receita corrente lquida e sua relao com a despesa total com pessoal.

    valores em R$ 1.000

    Poder ExecutivoReceita Corrente Lquida - RCL

    Despesa Total com Pessoal - DTP(2)

    % da DTP sobre a RCL

    Bahia 17.372.551 7.500.814 43,18%

    Distrito Federal 11.485.148 4.984.005 43,40%

    Minas Gerais 33.179.152 16.127.660 48,61%

    Paran 16.968.377 7.806.301 46,00%

    Pernambuco 12.435.719 5.427.984 43,65%

    Rio de Janeiro 34.534.905 9.266.194 26,83%

    Rio Grande do Sul 20.297.847 7.825.737 38,55%

    Santa catarina 11.857.684 4.958.010 41,81%

    So Paulo 99.914.614 39.367.607 39,40%Fonte: SISTN.

    (2) Conforme o art. 18 da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF a Despesa Total com Pessoal compreende o somatrio dos gastos do ente da Federao com os ativos, inativos e os pensionistas com quaisquer espcies remuneratrias.

    Tabela 6 - Receita Corrente Lquida e Despesa com pessoal - 2010

    As informaes foram extradas do Sistema de Coleta de Dados Contbeis do Tesouro Nacional, utilizando o Relatrio de Gesto Fiscal - RGF - 3 Quadrimestre, perodo de referncia janeiro a dezembro de 2010 - Oramentos Fiscal e da Seguridade Social Poder Executivo.

    Feita a seleo das oito unidades federativas que seriam utilizadas no estudo, o prximo passo foi enviar questionrio para as secretarias de fazenda de tais unidades na tentativa de obter as seguintes informaes:

    Banco que Administra o Caixa nico. Banco que administra a folha de pagamento.

    Data assinatura do atual contrato.

    Valor do Contrato.

    Prazo do Contrato.

    Total de servidores ativos, inativos e pensionistas.

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    A solicitao das informaes foi realizada pelo representante da Secretaria da Fazenda do estado da Bahia do grupo GEFIN9, que enviou o questionrio a seus pares dos sete estados selecionados mais o Distrito Federal. Contudo, no se obteve sucesso no recebimento de tais informaes.

    Arriscado seria o julgamento ou a tentativa de tirar alguma concluso sobre o no envio das informaes solicitadas. Diante do fato, restou efetuar pesquisas em sites disponveis ao pblico em geral. O texto seguinte, extrado do site do Governo do Estado de Pernambuco, revela a negociao daquele Estado com o Banco Bradesco para administrar o seu caixa:

    Banco que vai administrar a folha de pagamentos do Governo de Pernambuco a partir de fevereiro de 2011, o Bradesco ir ampliar a sua rede de agncias para melhor atender os servidores pblicos do Estado. O plano de expanso do banco prev a abertura de 30 novas agncias dentro de 60 dias, elevando o total de unidades para 99. Sero 13 novas agncias espalhadas pelo interior do Estado e outras 17 no Recife.

    A notcia foi dada pelo presidente executivo do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, durante audincia com o governador Eduardo Campos no Palcio do Campo das Princesas nesta sexta-feira (3/12). O encontro marcou as boas vindas ao banco por parte do Governo do Estado e serviu para que a diretoria do Bradesco reforasse o compromisso assumido de prestar um servio de qualidade aos servidores pblicos. Ns no compramos um direito, compramos a obrigao de atender bem, disse Trabuco.

    O presidente mostrou bastante entusiasmo como o momento econmico positivo que Pernambuco atravessa. Pernambuco um estado com um ciclo de crescimento espetacular, com uma gesto pblica reconhecida. formidvel! O Brasil mudou de patamar e Pernambuco tem uma projeo impressionante, ressaltou.

    De acordo com o contrato assinado no ltimo dia 18, o Bradesco vai desembolsar, de uma s vez, R$ 700 milhes para administrar a folha de pagamentos do Estado pelos prximos quatro anos. O prazo pode ser prorrogado por mais um ano. A folha administrada pelo Banco Santander h seis anos e rene 215 mil contracheques de servidores da ativa, aposentados e pensionistas que juntos somam R$ 495 milhes por ms e cerca de R$ 6,2 bilhes ao ano.

    http://www2.pe.gov.br/web/portal-pe/exibir-noticia?groupId=199430&articleId=463763&templateId=206875 Acesso em 12/01/2011

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    9. GEFIN - Grupo de Gestores das Finanas Estaduais, rgo de assessoramento ao Conselho de Poltica Fazendria (Confaz), criado em 2004, e tem por finalidade discutir assuntos relativos s polticas financeiras e promover uma maior integrao entre os gestores de cada Estado e a Unio.

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    A tabela 7 faz uma comparao das negociaes feitas pela Bahia e Pernambuco no tocante aos itens Receita Corrente Lquida - RCL, quantidade de servidores e valor da folha de pagamento.

    Tabela 7 - Comparativo Bahia x Pernambuco Valores em R$ 1.000,00

    Estado RCL Desp. PessoalQtd. de Servidor Valor Contrato

    Data assinatura

    Tempo Contrato

    Bahia 17.372.551 7.500.814 253.328 495.561 out-10 60 meses

    Pernambuco 12.435.719 5.427.984 215.000 700.000 jun-10 48 meses

    Observa-se que a negociao do governo pernambucano resultou em maior ganho para os cofres daquele Estado, mesmo tendo Pernambuco uma menor RCL e menor quantidade de servidores em comparao a Bahia. Vale destacar que o prazo do contrato de Pernambuco de 48 meses enquanto o contrato baiano de 60 meses.

    Outra anlise possvel a determinao do valor por servidor, ou seja, dividir o valor do contrato pelo nmero de servidores, durante o prazo do contrato. Em Pernambuco tem-se R$ 67,82 por servidor/ms, enquanto na Bahia o valor R$ 32,60 por servidor/ms.

    Notcia sobre o tema foi encontrada no site do governo do Estado de Minas Gerais revela os nmeros que envolveram a negociao daquele governo na venda de sua folha de pessoal, conforme se segue:

    Acio Neves assina contrato com o Banco do Brasil para administrao da folha de pagamento do Estado

    A partir de dezembro, todos os pagamentos ao funcionalismo pblico estadual sero feitos por meio do Banco do Brasil. Medida trar benefcios para os servidores e ganho financeiro ao Estado

    O governador Acio Neves assinou na quarta-feira 17/10 contrato com o Banco do Brasil para o pagamento da folha dos servidores ativos, inativos e pensionistas do Estado, a vigorar a partir de 1 de novembro prximo. O primeiro recebimento via Banco do Brasil acontecer em dezembro, quando a folha de pagamento de novembro ser paga. A medida vale para todos os 541,8 mil servidores pblicos estaduais, incluindo os funcionrios do Executivo, Legislativo, Tribunal de Contas, Ministrio Pblico, e a maioria das empresas vinculadas ao Estado.

    Com essa medida, o Governo de Minas sustenta sua poltica de identificao de novas fontes de receita para o Estado e garante ao servidor pblico uma srie de benefcios, como a iseno de tarifa para manuteno de conta corrente, consultas ilimitadas de saldo bancrio, dois extratos impressos por ms sem custo, at cinco saques por evento de crdito e talo de cheques, dentre outras.

    O Banco do Brasil pagar ao Estado R$ 1,23 bilho para concentrar todos os pagamentos da folha de pessoal, cujo volume mensal gira em torno de R$ 800 milhes. O contrato com o BB tem prazo de 60 meses (cinco anos), a contar a desta data de assinatura. Como o contrato com o Ita havia sido prorrogado em 2002 e teria vigncia at 31 de dezembro de 2010, o Governo do Estado fez um

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    acordo rescisrio com a instituio. O Ita continuar a centralizar os recebimentos do Estado e o pagamento a parte dos fornecedores....

    Em maro deste ano, aps identificar que os servios relacionados ao pagamento da folha salarial dos servidores pblicos estaduais, no contexto do ambiente financeiro no Pas, representavam oportunidade de ganhos financeiros para o Estado e mais benefcios aos servidores, o Governo de Minas iniciou conversa com os bancos pagadores (Ita, Banco do Brasil e Bradesco), buscando rever a situao vigente.

    Alm de ter oferecido o melhor pacote de benefcios aos servidores, a proposta do Banco do Brasil, de R$ 1,23 bilho pela administrao da folha de pagamento dos servidores pblicos, foi a oferta econmica mais vantajosa ao Estado.

    O processo de contratao direta do Banco do Brasil est fundamentada juridicamente no inciso VII do artigo 24 da Lei Federal 8.666/93, que dispensa o processo licitatrio na contratao de instituio oficial. A Advocacia-Geral do Estado foi consultada formalmente sobre a possibilidade jurdica de o Estado realizar receitas a partir da alienao do direito de administrar o pagamento da folha salarial e tambm sobre a contratao direta do Banco do Brasil, sob o mbito da Lei 8.666/93. Os dois pareceres da AGE foram favorveis operao.

    A partir de novas normas voltadas regulamentao dos servios bancrios tratando do pagamento de folha salarial no Brasil, editadas pelo Banco Central no final do exerccio de 2006, vrios outros estados vm promovendo a reviso dos contratos de prestao de servios mantidos pelos bancos. As prefeituras das cidades de So Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, e os governos dos estados de Gois, So Paulo e Rio de Janeiro, j concluram negociao nesse sentido.

    Nesse mesmo sentido, a SEF/MG realizou trabalhos orientados qualificao e mensurao da folha salarial dos rgos e entidades vinculados ao Executivo e contratou os servios de consultoria especializada da Fundao de Pesquisas Contbeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI) para precificao da folha de pagamento.

    Este trabalho promoveu levantamento junto a outras unidades da federao que firmaram contratos de prestao de servios com a rede bancria e concluiu que os benefcios obtidos variaram entre R$ 31,58 e R$ 45,83 por servidor/ms. Essa variao explicada pelo fato de que em grande parte dos estados e prefeituras pesquisados foram includos, alm da folha de pagamento, outros servios bancrios, como pagamento de fornecedores, centralizao de receita e arrecadao de tributos e taxas.

    No caso de Minas Gerais, o estudo da FIPECAFI concluiu que o valor de mercado de sua folha de pagamento variava entre R$ 27,94 e R$ 38,63 por servidor/ms.

    Fonte: http://www.fazenda.mg.gov.br/noticias/bb_folha_pagamento.html Acesso em 04/02/2011

    Comentrio importante acerca do caso Minas o fato da negociao para venda da folha envolver o Poder Executivo, Legislativo, Tribunal de Contas, Ministrio Pblico, e a maioria das empresas vinculadas ao Estado. Isso certamente deu maior poder negocial ao governo juntos s Instituies Financeiras.

    Outro importante ponto a ser observado foi a encomenda feita pelo Governo de Minas Fundao de Pesquisas Contbeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI) para efetuar estudo com vista a precificar da folha de pagamento daquele ente.

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    A tabela 8 compara os dados dos contratos firmados pela Bahia e Minas Gerais, com a ressalva que no caso mineiro o contrato est restrito ao pagamento da folha, ou seja,

    Tabela 8 - Comparativo Bahia x Minas Gerais Valores em R$ 1.000,00

    Estado RCL Desp. PessoalQtd. de Servidor Valor Contrato

    Data assinatura

    Tempo Contrato

    Bahia 17.372.551 7.500.814 253.328 495.561 out-10 60 meses

    Minas Gerais 33.179.152 16.127.660 541.800(a) 1.230.000 out-07 60 meses(a) Incudo o Poder Executivo, Legislativo, Tribunal de Contas, Ministrio Pblico, e a maioria das empresas vinculadas ao Estado

    Se dividir o valor recebido pelo governo mineiro por sessenta meses e logo dividirmos pelo nmero de servidores chega-se ao valor de R$ 37,84 por servidor/ms.

    Notcia vinculada sobre a venda de folha do Governo do Distrito Federal GDF indica aporte de R$ 800 milhes aos cofres pblicos em uma negociao como Banco de Braslia para que este continue a pagar a folha do GDF.

    BRB oferece R$ 800 milhes pela conta do GDF

    Em proposta assinada por todos os diretores, apresentada nesta quinta-feira (31) ao governador em exerccio Paulo Octvio, o Banco de Braslia (BRB) ofereceu o pagamento de R$ 800 milhes para continuar administrando a folha de pagamento do GDF, que gira em torno de R$ 3 bilhes mensais. Todos os 180 mil servidores do governo local recebem pelo BRB e representam 40% dos atuais clientes do banco.

    O valor seria repassado em oito parcelas semestrais de R$ 100 milhes, sendo a primeira cota com vencimento no dia 30 de junho deste ano. De acordo com o governador em exerccio, a proposta agora ser analisada pela Cmara Legislativa, pela Secretaria da Fazenda e pela Procuradoria-Geral do DF.

    A resposta final ao banco ser dada no dia 11 de fevereiro. Segundo Paulo Octvio, o GDF sero avaliadas a sade financeira do banco, sua capacidade de endividamento e a possibilidade de se fazer o negcio sem licitao. No ano passado, o lucro lquido do BRB alcanou R$ 100 milhes, apesar das dificuldades polticas vividas pelo banco.

    O governo vinha estudando a transferncia da gesto do BRB e j havia iniciado negociaes com o Banco do Brasil. Outra medida que vinha sendo avaliada a privatizao da instituio, que chegou a abrir licitao para contratar uma empresa que possa definir seu valor. Agora, o clima de otimismo entre as duas partes. "Assinado este documento, acabou qualquer onda de privatizao e encerramos as negociaes com o Banco do Brasil", afirmou o governador.

    Caso o negcio seja fechado com o BRB, o dinheiro dever ser inteiramente aplicado na implantao do ensino integral na rede pblica. Um dos maiores gastos do programa ser com alimentao dos alunos, que passam a almoar na escola. Para alimentar cerca de 320 mil alunos, o governo estima que dever gastar R$ 192 milhes por ano.

    Fonte: http://www.sde.df.gov.br/003/00301009.asp?ttCD_CHAVE=58381 Acesso em 01/03/2011

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    A confirmao da negociao entre o GDF e o Banco de Braslia (BRB) foi localizada no site do Sindicato dos Bancrios do Distrito Federal, conforme abaixo, que considera-se adequado aceitar a matria como algo verdadeiro e seguro.

    BRB compra folha de pagamento e GDF descarta privatizao.

    O governador em exerccio do DF, Paulo Octvio, afirmou nesta quinta-feira 31 de janeiro que acabou qualquer onda de privatizao do BRB e que esto encerradas as negociaes com o Banco do Brasil sobre uma possvel transferncia de gesto. A declarao foi feita aps assinatura da proposta apresentada ao GDF da compra, pelo BRB, da folha de pagamento dos servidores do governo no valor de R$ 800 milhes.

    Assinado este documento, acabou qualquer onda de privatizao e encerramos as negociaes com o Banco do Brasil, disse o governador. A proposta foi assinada por todos os diretores do banco. De acordo com informaes divulgadas no site do GDF, atualmente a folha de pagamentos do governo local gira em torno de R$ 3 bilhes mensais. Todos os 180 mil servidores do governo local recebem pelo BRB e representam 40% dos atuais clientes do banco.

    O valor seria repassado em oito parcelas semestrais de R$ 100 milhes, sendo a primeira cota com vencimento no dia 30 de junho deste ano. De acordo com o governador em exerccio, a proposta agora ser analisada pela Cmara Legislativa, pela Secretaria da Fazenda e pela Procuradoria-Geral do DF. A resposta final ao banco ser dada no dia 11 de fevereiro.

    Fonte: http://www.bancariosdf.com.br/ Acesso em 02/03/2011

    Tabela 9 - Comparativo Bahia x Distrito Federal Valores em R$ 1.000,00

    Estado RCL Desp. PessoalQtd. de Servidor Valor Contrato

    Data assinatura

    Tempo Contrato

    Bahia 17.372.551 7.500.814 253.328 495.561 out-10 60 meses

    Distrito Federal 11.485.148 4.984.005 180.000 800.000 no informado no informado

    Seguindo o mesmo critrio de clculo do valor do contrato por servidor utilizado na anlise de Minas, Bahia e Pernambuco e arbitrando-se que o contrato do GDF seja de 60 meses, tem-se o valor de R$ 74,07 por servidor/ms.

    Observao necessria a ser feita sobre a negociao entre GDF e BRB diz respeito ao valor ser muito superior ao encontrado nos demais casos. Pelo menos duas hipteses podem ser levantadas para justificar o fato. A primeira diz respeito a mdia salarial do GDF ser superior a mdias de servidores pblicos estaduais por haver equiparao de salrio de servidores do GDF com os servidores da Unio, o que torna muito atrativo ter tais servidores como clientes. A segunda hiptese diz respeito atual condio do BRB ter cerca de 40% dos seus atuais clientes so servidores do GDF e manter tais clientes seria algo estratgico e importante para o banco.

  • 28

    Apesar de no estar contido no escopo inicial da anlise deste trabalho, vale a pena relatar o achado relativo ao Municpio de So Paulo que negociou com o Banco do Brasil em janeiro de 2010 a venda da folha de pagamento dos servidores municipais. Segundo relato obtido do site R7, conforme abaixo. O valor contratado de R$ 726 milhes para pagamento a 202 mil servidores por cinco anos equivale a R$ 59,90 por servidor/ms.

    Banco do Brasil assume folha de pagamento da Prefeitura de So Paulo

    Prefeito diz que recurso pago pelo banco ser usado para obras do metr

    O prefeito Gilberto Kassab (DEM) anunciou nesta sexta-feira (15) que, a partir deste ms, o Banco do Brasil cuidar de todas as operaes e servios bancrios da Prefeitura de So Paulo. O banco administrar as contas de 202 mil servidores municipais ativos e aposentados, alm do pagamento de fornecedores. O valor do acordo de R$ 726 milhes e o contrato vlido por cinco anos.

    Desde 2005, Ita e Bradesco, escolhidos por meio de licitao, prestavam o servio prefeitura. Os contratos valeriam at setembro de 2010. Pela resciso desses contratos, a administrao municipal pagar multa de R$ 120 milhes.

    Descontada a multa, a negociao render aos cofres municipais R$ 606 milhes. Kassab afirmou que esses recursos sero integralmente destinados s obras do Metr.

    - Nossa meta investir R$ 2 bilhes em oito anos.

    Fonte:http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/banco-do-brasil-assume-folha-de-pagamento-da-prefeitura-de-sao-paulo-20100115.html Acesso em 02.03.2011

    Tal relato revela-se interessante quando se observa que aquele governo observou uma oportunidade de ganho em contratar com outra IF e optou por rescindir o contrato vigente, mesmo tendo que pagar a multa contratual.

  • 29

    2.3 Definio do Problema

    A definio do problema est centrada em quatro grandes questes que esto interligadas entre si e indica que o encaminhamento das solues deve acontecer em um mesmo momento, sob risco de no obteno do resultado esperado. No item 4 Prognostico sero listadas possveis alternativas de soluo aos seguintes pontos:

    Falta de Estudo para avaliar o ativo intangvel da entidade

    A no realizao de estudo especfico para a qualificao e mensurao da folha salarial dos rgos e entidades vinculados ao Executivo, a exemplo que do que foi feito pelo governo de Minas Gerais que contratou os servios de consultoria especializada da Fundao de Pesquisas Contbeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI) para precificao da folha de pagamento.

    No caso da Bahia o estudo deveria incluir outros servios bancrios, como pagamento de fornecedores, centralizao de receita e arrecadao de tributos e taxas, j que este o escopo do atual contrato do governo baiano.

    Deciso poltica, com vis ideolgico

    Possibilidade de existir inclinao ideolgica ou partidria para favorecer determina Instituio Financeira na contratao de servios bancrios. Esta hiptese seria facilmente afastada caso existisse o estudo de precificao e a escolha fosse feita por meio de prego.

    Alm da deciso poltica, existe a possibilidade de alguns entes federativos terem optado pela contratao de um banco pblico com objetivo de evitar longo processo licitatrio ou at para evitar questionamento de Tribunais de Contas, Ministrios Pblicos e outros sobre a escolha de banco no oficial como prev o artigo 164, 3, da Constituio Federal.

    Negociaes em separado

    A Constituio Federal prev a independncia e harmonia entre os Poderes, para assegurar tal princpio que se garante autonomia financeira e administrativa aos Poderes Legislativo e Judicirio.

  • 30

    Contudo, tal independncia no impede que os poderes possam se colocar de acordo para efetuar negociao em conjunto com uma Instituio Financeira para gesto da folha de pagamento e centralizao de seus caixas.

    Na Bahia cada ente negocia diretamente com uma instituio financeira, o que gera reduo do poder de negociar e certamente diminui os ganhos econmicos destes entes.

    Mudana de cenrio

    A Resoluo n 3.424 e Resoluo n 3.402, do Conselho Monetrio Nacional prevm que a partir de janeiro de 2012 o servidor poder, seu livre critrio, escolher a IFs para receber seus vencimentos. A partir desta data o banco contratado pelo Estado dever, a critrio do servidor, transferir sem custo o seu salrio para outro banco.

    Este novo cenrio provocar reduo do valor ofertado pelos bancos pela folha de pagamento com a justificativa de possvel reduo do numero de servidores que optaro por receber seus vencimentos por aquela instituio.

  • 31

    3 MARCO TCNICO/TERICO

    Esclarecimento importante sobre os contratos junto a Instituies Financeiras para a explorao econmica da Folha de Pagamento das Entidades Pblica foi definido pela Secretaria do Tesouro Nacional STN quando diz que tais contratos devem ser reconhecidos como um ativo intangvel de tais entidades.

    A classificao de tais contratos como ativo intangvel justificada pela dificuldade de reconhecimento em virtude das incertezas associadas sua mensurao, definio e capacidade de gerao de benefcios econmicos futuros, conforme ditam as Normas Brasileiras Aplicadas ao Setor Pblico NBCASP.

    Para a STN a essncia do negcio est definida como:

    Fato gerador da receita: contratos de terceirizao do pagamento da folha de salrios e outros benefcios dos servidores e pensionistas;

    Administrao pblica, por meio de ato de gesto discricionrio, tem capacidade de contratao de IFs para gesto da folha (controle);

    Receita: associao da explorao econmica do contrato de prestao de servios com o ato de gesto discricionrio;

    - Limitao temporal do contrato (aparte de eventuais renovaes); Possibilidade de resciso (controle); Necessidade de separao entre a folha ativo intangvel do ente pblico gerado

    internamente e o direito de explor-la ativo intangvel da IF, amortizado pro rata tempore ao contrato.

    Sobre a classificao oramentria da aludida receita a Secretaria do Tesouro Nacional STN e a SOF - Secretaria de Oramento Federal se posicionam:

    Nota Tcnica n 1777/2007/CCONT/STN

    a receita auferida com a terceirizao do pagamento da folha de salrios e outros benefcios dos servidores ou pensionistas resulta do potencial econmico associado ao ato de gesto discricionrio do ente pblico devendo ser classificada na categoria econmica Receita Corrente, gerando impacto no patrimnio do ente proporcionalmente ao perodo de vigncia do contrato classificao oramentria: 1990.99.00 - Outras Receitas Correntes

  • 32

    Portaria SOF n 39, de 11 de Agosto de 2008 Inclui a Classificao por NR denominada 1990.22.00 - Receita da Terceirizao da Folha de Pagamento dos Agentes Pblicos. Funo: Registra a receita contratual decorrente da terceirizao da folha de pagamento dos agentes pblicos como contrapartida da prestao de servios de disponibilizao de crditos em contas correntes e da concesso de emprstimos e financiamentos com amortizao consignada em folha de pagamento.

    Outro marco terico importante foi a realizao de estudo realizado pela da Fundao de Pesquisas Contbeis, Atuariais e Financeiras - FIPECAFI que apoiou os Estados de So Paulo e de Minas Gerais em suas negociaes para a alienao dos direitos de administrao da folha de pagamento dos servidores.

    Outras entidades j contrataram a FIPECAFI para a mesma finalidade a exemplo do Ministrio da Defesa, como revela notcia veiculada no site da Fundao:

    Ministrio da Defesa Exrcito Brasileiro Servios tcnicos especializados de consultoria, consistentes na avaliao do ativo folha de pagamento dos militares da ativa, na inatividade e pensionistas militares vinculados ao Comando do Exrcito, em conformidade com as novas premissas e cenrios estabelecidos pelo Exrcito Brasileiro, para efeito de remunerao, por conta da manuteno da cesso, s instituies financeiras, do direito de manter a execuo da referida folha de pagamento. http://www.fipecafi.org/downloads/relatorio-de-atividades-2009.pdf Acesso em 10.04.2011

    O pagamento de salrios atravs de instituies financeiras esta regulamentado pelas seguintes resolues do Conselho Monetrio Nacional:

    Resoluo n 3.402 de 06.09.2006 - Dispe sobre a prestao de servios de pagamento de salrios, aposentadorias e similares sem cobrana de tarifas.

    RESOLUCAO n 3.424 de 21.12.2006 - Prorroga o prazo estabelecido no art. 1 da Resoluo 3.402 / 2006, e dispe sobre a aplicao do contido naquele normativo prestao dos servios objeto de convnios ou contratos efetivamente implementados pelas instituies financeiras at 5 de setembro de 2006.

  • 33

    4 PROGNSTICO

    As solues aqui apresentadas para resolver o problema esto segmentadas de acordo cada problema apontado e vista centralizar esforos para, aps serem colocadas em prtica, possam modificar a forma de contratao, dando maior transparncia ao processo, com igualdade de oportunidade de participao de todos os interessados, com maior grau de certeza sobre o valor que mais se aproxima do valor considerado timo ou vivel para efetivao da contratao.

    Recomendaes

    Utilizao de Estudo para avaliar o ativo intangvel da entidade

    Utilizao do estudo realizado pela Fundao de Pesquisas Contbeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI) para a qualificao e precificao da folha de pagamento do Estado da Bahia. Incluindo todos os poderes e seus rgos e entidades.

    Vale dizer em cada negociao existem condies a serem observadas na formao de preo, tais como dimenso geogrfica do Estado, quantidade de municpios para instalao de postos de atendimento e estrutura de agncias j existente no Estado.

    Sugere-se que a Superintendncia da Administrao Financeira da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia obtenha o estudo j realizado pela FIPECAFI ou faa a encomenda de estudo que leve em considerao as especificidades da Bahia.

    Contratao por meio de Processo Licitatrio

    Uma vez precificada o valor justo para a folha de pagamento, o passo seguinte e realizar prego presencial para venda de tal direito. Tal procedimento cria um ambiente de transparncia, oferece o mesmo grau de igualdade aos interessados em competir pela folha do Estado e com isso poder resultar melhores ofertas para o Estado.

    Tal deciso anula a possibilidade de existncia ou at mesmo da hiptese da existncia, de inclinao ideolgica ou partidria para favorecer determina Instituio Financeira na contratao de servios bancrios.

  • 34

    A obrigatoriedade de depositar as disponibilidades de caixa de ente pblico em banco oficial conforme previsto no artigo 164 da Constituio Federal tem gerado vrios questionamentos sobre a interpretao dada ao termo banco oficial.

    Parecer dado pela Superintendncia Financeira da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia, conforme abaixo, diz sobre a interpretao quanto ao termo banco oficial descrito na Constituio Federal de 1998.

    Temos conhecimento de uma interpretao que vem sendo dada pelo mercado, ao que parece at com algum respaldo em decises judiciais, no sentido de que toda instituio financeira legalmente autorizada a funcionar pelo Banco Central umas instituies financeiras oficial, procurando dar a essa expresso o sentido de oposio a no oficial, oficiosa, ou irregular.

    Se analisarmos, porm, outro dispositivo da Constituio Federal, constante do Captulo IV, que trata do Sistema Financeiro Nacional, no inciso I do artigo 192 veremos:

    Art. 192 ...

    I a autorizao para funcionamento das instituies financeiras, assegurado s instituies bancrias oficiais e privadas acesso a todos os instrumentos do mercado financeiro bancrio, sendo vedada a essas instituies a participao em atividades no previstas na autorizao de que trata esse artigo (o grifo nosso)

    No parece haver dvida que o oficial a foi empregado como sinnimo de pblico em contraposio ao privado. SEFAZ/SAF, 2007.

    Estudo conclui que o Estado somente pode operar com bancos pblicos no depsito de suas disponibilidades, contudo a legislao no impede que a folha de pessoal possa ser paga por qualquer instituio financeira, visto que no pagamento da folha os recursos deixam de ser do Estado e passam titularidade de cada servidor.

    Assim, baseado neste parecer, que carece de validao a ser feita pela Procuradoria Geral do Estado da Bahia PGE, sugere-se que seja segregado o negcio Caixa do Estado do negcio Folha de Pagamento para realizao de prego em separado, sendo que no primeiro caso a participao fica restrita a banco pblico.

  • 35

    Assim, a Secretaria da Fazenda deve realizar consulta formal Procuradoria Geral do Estado da Bahia para que esta opine sobre a legalidade do processo e sobre procedimento necessrios para a concretizao.

    Mudana de cenrio

    A Resoluo n 3.424 e Resoluo n 3.402, de 06.09.2006 ambas do Conselho Monetrio Nacional, que dispem sobre a prestao de servios de pagamento de salrios, aposentadorias e similares sem cobrana de tarifas, determinam que os servidores pblicos podero, a partir de 01 de janeiro de 2012, podero solicitar a transferncia de crditos oriundo de seus vencimentos para uma a instituio financeira a seu critrio.

    Caso a Resoluo n 3.424 no seja alterada no que tange a este quesito, isso significa que a instituio financeira contratada pelo Estado deve assegurar a faculdade de transferncia, com disponibilidade no mesmo dia, dos crditos para conta de depsitos de titularidade dos beneficirios em outras instituies e nada cobrar pelo servio.

    Com este fato a instituio financeira poder argumentar nas futuras negociaes possvel perda de em funo da diminuio de servidores que faro parte da carteira do banco. Este argumento pode ser em parte factvel de ocorrer. Contudo existem aes que podem mitigar tal efeito.

    O Estado na condio de empregador pode, a seu critrio e respeitando a legislao vigente, criar diferencial na data de pagamento da folha para os seus servidores que so clientes da mesma instituio financeira contratada pelo Estado.

    Outra possibilidade de mitigar o problema poder ser incluso de clusula no contrato a ser firmado que garanta ao servidor benefcios com iseno de tarifas e outros benefcios caso este opte por manter os seus vencimentos na mesma instituio financeira.

    Sugere-se que o representante da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia no grupo GEFIN leve o assunto para pauta de reunio com seus pares dos outros estados na busca de alterar dispositivo da Resoluo n 3.424 que trata da aludida mudana.

  • 36

    Concomitante a busca de alterar o dispositivo legal (Resoluo n 3.424), sugere-se que a Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia inicie estudos para saber da legalidade e viabilidade de alterao do calendrio de pagamento dos servidores na busca de criar diferencial atrativo para aqueles que optem por manter seus recursos no mesmo banco que recebem os seus vencimentos.

    Negociao em conjunto

    Busca de acordo entre Poder Executivo, Legislativo e Judicirio, conjuntamente com rgos e entidades e eles vinculados, com vistas a buscar contratao nica da instituio financeira para pagar os salrios dos servidores do Estado da Bahia. Ficando a negociao para a centralizao do caixa a cargo de cada poder.

    Recomenda-se que a Casa Civil do Estado da Bahia e a Secretaria de Relaes Institucionais iniciem conversa com os demais poderes a fim de mostrar possvel ganho em se negociar em conjunto a venda da folha de pagamento do Estado da Bahia.

  • 37

    5 CRONOGRAMA E RECURSOS

    Representante da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia no grupo GEFIN Indicar tema para pauta da prxima reunio do CONFAZ/GEFIN. Segundo semestre de 2011 Assunto: alterao do dispositivo da Resoluo n 3.424 que prev que a partir de janeiro de 2012 o servidor poder, seu livre critrio, escolher a instituio financeira para receber seus vencimentos.

    Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia Iniciar estudos para saber da legalidade e viabilidade de alterao do calendrio de pagamento dos servidores e implantao de vantagens para aqueles servidores que optem por manter seus recursos no mesmo banco que recebem os seus vencimentos. Inicio imediato.

    Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia Consultar a Procuradoria Geral do Estado da Bahia PGE sobre a legalidade de licitar em separado a centralizao do Caixa do Estado e o pagamento da folha Incio imediato.

    Superintendncia da Administrao Financeira da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia Consultar a FIPECAFI sobre estudo realizado pela fundao sobre a precificao da folha de pagamento de outros entes ou encomendar estudo prprio para o Estado da Bahia Incio imediato.

    Casa Civil do Estado da Bahia e Secretaria de Relaes Institucionais Iniciar conversa com os demais poderes a fim de mostrar possvel ganho em se negociar em conjunto a venda da folha de pagamento do Estado da Bahia. Incio imediato.

  • 38

    6 CONSIDERAES FINAIS

    Apesar deste estudo no ter foco na anlise do contrato j firmado, mas sim trazer contribuies para os futuros contratos, ficou evidenciado que os contratos firmados pelo Estado de Pernambuco, Minas Gerais, Distrito Federal e Municpio de So Paulo foram mais vantajosos em comparao ao contrato firmado pela Bahia.

    O Estudo conclui que o valor pago pelo Estado ao Banco do Brasil relativo a tarifas sobre pagamento de salrios de servidores, pagamento de fornecedores e outros pagamentos, bem como tarifas pagas sobre a arrecadao de tributos representam menos que 5% do valor recebido pelo banco (R$ 493 milhes) relativo contratao de servios bancrios.

    Esta constatao afasta a hiptese inicial que parte significativa do valor pago pelo banco ao Estado pela centralizao do caixa e pagamento da folha retornava aos cofres do banco na forma de tarifas.

    Tambm ficou constatado que algo em torno de 55,5% dos R$ 493 milhes pagos ao BB ao Estado da Bahia devem, durante a vigncia do contrato, retornar aos cofres do banco sobre a forma de lucro sobre spread. Vale reafirmar que os clculos foram efetuados em uma anlise hipottica da margem mdia de lucro sobre Spread relativo ao ano de 2010, bem como reafirmar que foi utilizada a taxa mdia de juros para operaes de crdito do ano de 2010. (ver forma de clculos no item 2.2 Anlise de Dados)

    Os ganhos econmicos do Banco do Brasil com os possveis negcios realizados com os servidores baianos se convertem em alvo principal de interesse em negociar a compra da exclusividade de pagar a folha do Estado da Bahia.

    Porm, h de se pontuar que centralizar o caixa do Estado, de igual forma, traz retornos econmicos substanciais ao banco, o que refora a tese de que negociar em separado a centralizao do caixa e pagamento da folha trar maiores ganhos para o errio.

    O estudo tambm sugere que existe uma oportunidade de ganho caso a negociao do pagamento dos servidores de todos os poderes do Estado da Bahia, includo a, seus rgos e entidades, seja feito em conjunto.

  • 39

    Descortina-se um novo desafio a administrao estadual devido mudana de cenrio trazida pela Resoluo n 3.424 do Conselho Monetrio Nacional prev que a partir de janeiro de 2012 o servidor poder seu livre critrio, escolher a instituio financeira para receber seus vencimentos. Tal desafio poder ser mitigado com as sugestes feita neste trabalho e com outras de acordo com a legalidade e convenincia da administrao.

  • 40

    7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    Salviano, Cleofas. Bancos Estaduais: dos problemas crnicos ao Proes. Braslia. Banco Central do Brasil. 2004.

    Biondi, A. O Brasil privatizado - Um balano do desmonte do Estado, So Paulo : Editora Fundao Perseu Abramo, 2003

    Constituio da Repblica Federativa do Brasil 1988. http://www.planalto.gov.br

    Contrato de Prestao de Servio n 02/2007 de 18 de outubro de 2007. Firmado com o Banco do Brasil.

    Contrato de Prestao de Servio n 11/2010 de 08 de junho de 2010. Firmado com o Banco do Brasil.

    Luz, Ivor. Vudeira, Sandra. A privatizao dos Bancos Estaduais no Brasil. Resumo. www.egal2009.easyplanners.info/area01/1078_Luz_Ivoir_da.pdf.

    Estudo sobre a apurao do spread da indstria bancria. FIPECAFI. 2005 http://www.febraban.org.br

    Indicadores econmicos consolidados. Captulo III Mercados financeiro e de capitais. Banco Central do Brasil, 2011.

    Luz, Ivoir da. Vudeira, Sandra. A privatizao dos Bancos Estaduais no Brasil

    Nota Tcnica n 1777/2007/CCONT/STN - Classificao contbil da receita de contratos de terceirizao do pagamento da folha de salrios e outros benefcios dos servidores ou pensionistas de ente pblico.

    Nota tcnica 12, 2002 - Banco Central do Brasil http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas /port/2002nt12mercadotitulopublicop.pdf

    Negociao do Governo de Minas Gerais na venda de sua folha de pagamento. http://www.fazenda.mg.gov.br/noticias/bb_folha_pagamento.html Acessado em 04 de fevereiro de 2011

    Negociao do Governo de Minas Gerais na venda de sua folha de pagamento http://www2.pe.gov.br/web/portal-pe/exibir-noticia?groupId=199430&articleId=463763&templateId=206875 Acessado em 30 de janeiro de 2011

    Negociao do Governo do Distrito Federal na venda de sua folha de pagamento http://www.sde.df.gov.br/003/00301009.asp?ttCD_CHAVE=58381 Acessado em 01 de fevereiro de 2011

    Negociao do Governo do Municpio de So Paulo na venda de sua folha de pagamento. http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/banco-do-brasil-assume-folha-de-pagamento-da-prefeitura-de-sao-paulo-20100115.html Acessado em 06 de fevereiro de 2011

    Lei Complementar N 101, de 4 de Maio de 2000. Estabelece normas de finanas pblicas voltadas para a responsabilidade na gesto fiscal e d outras providncias.

  • 41

    Portaria SOF n 39, de 11 de Agosto de 2008 Dispe sobre a classificao oramentria por natureza de receita para aplicao no mbito da Unio.

    Resoluo CMN n 3.402 de 06.09.2006 - Dispe sobre a prestao de servios de pagamento de salrios, aposentadorias e similares sem cobrana de tarifas.

    Resoluo CMN n 3.424 de 21.12.2006 - Prorroga o prazo estabelecido no art. 1 da Resoluo 3.402 / 2006, e dispe sobre a aplicao do contido naquele normativo prestao dos servios objeto de convnios ou contratos efetivamente implementados pelas instituies financeiras at 5 de setembro de 2006

    Oreiro, J. Determinantes macroeconmicos do spread bancrio no Brasil: teoria e evidncia recente. Disponvel em: http://www.scielo.br/scielo.php . Acessado em: 18 de maro de 2011.

    Todos Contra o BB. Artigo. Revista Exame. Ed. 979, de 03 de novembro de 2010