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CURSO DE FORMAÇÃO
DE OFICIAIS – CFO 2017
Disciplina:
Administração Financeira e Orçamentária
Docente:
Danilo Eugênio Rosa Peres – 2º Tenente PM
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
- Carga Horária: 30h/aulas;
- Verificação Única;
- Prova Objetiva (Conteúdo dos slides e
textos);
- Aprovação: Média 5,0
- Proibido uso do celular, notebook e
aparelhos similares.
DESCRIÇÃO DA DISCIPLINA
A administração financeira e
orçamentária é uma área que trata dos
assuntos relacionados às operações
financeiras das organizações, tais como
as operações de fluxo de caixa,
transações financeiras, operações de
crédito, pagamentos, etc.
CONTEÚDO
UNIDADE I – ORÇAMENTO PÚBLICO
1) História, Origem e Tipos de Orçamento Público;
2) Natureza Jurídica do Orçamento Público e Legislação;
3) Princípios do Orçamento Público;
4) Ciclo Orçamentário;
5) Leis Orçamentárias;
6) Créditos Adicionais;
CONTEÚDO
UNIDADE II – GESTÃO FINANCEIRA DO ESTADO
1) Receita Pública:
a. Orçamentária;
b. Extra orçamentária;
c. Fases da Receita.
2) Despesa Pública:
a. Orçamentária: efetiva, por mutações, fases da despesa, suprimento
de fundos, fundos rotativos e fundos especiais;
b. Extra Orçamentária;
c) Fases da Despesa.
CONTEÚDO
UNIDADE III – CONTROLE DA GESTÃO GOVERNAMENTAL
1) 1) Controle Interno:
a. Auditoria Interna;
b. Prestação de contas.
2) Controle Externo:
a. Auditoria Externa;
b. Tomada de contas;
c. Cortes de contas.
Orçamento Público
É uma lei anual que prevê as quantias de moeda
que, num período determinado (normalmente um
ano), devem entrar e sair dos cofres públicos
(receitas e despesas públicas), com especificação
de suas principais fontes de financiamento e das
categorias de despesa mais relevantes. É
formalizado por meio de Lei, proposta pelo Poder
Executivo, apreciada e ajustada pelo Poder
Legislativo na forma definida pela Constituição.
Orçamento Público
Para João Fortes, “o orçamento é uma prévia
autorização do legislativo para que se realizem
receitas e despesas de um ente público,
obedecendo a um determinado período de tempo”.
Orçamento Público
Conforme o professor Aliomar Baleeiro,
o orçamento é um ato pelo qual o Poder Legislativo
autoriza o Poder Executivo, por um certo período e
em pormenor, a realização das despesas
destinadas ao funcionamento dos serviços públicos
e outros fins adotados pela política econômica e
geral do país, assim como a arrecadação das
receitas criadas em lei.
Orçamento Público
1.1 Iniciativa
É ato de iniciativa do chefe do Poder Executivo.
Assim, cada um dos poderes elaborará sua
proposta orçamentária e encaminhará ao Poder
Executivo para consolidação e posterior envio de
uma proposta consolidada de orçamento da
unidade da federação envolvida ao Legislativo.
Orçamento Público
Assim, por exemplo, no caso da União, os Poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário, Ministério
Público e Tribunal de Contas da União elaboram
suas propostas orçamentárias e encaminham para
a consolidação para o Poder Executivo. Uma vez
consolidada, a proposta de orçamento da União
segue para o Legislativo.
Orçamento Público
O Poder Legislativo, assim como todos os demais,
tem que enviar sua proposta orçamentária para
consolidação pelo Poder Executivo, para posterior
envio ao Congresso (no caso da União).
Portanto, a iniciativa da lei orçamentária é de
competência do Poder Executivo, não podendo
ser suprida por outro órgão, ainda que do
Poder Legislativo.
Orçamento Público
O Poder Legislativo, assim como todos os demais,
tem que enviar sua proposta orçamentária para
consolidação pelo Poder Executivo, para posterior
envio ao Congresso (no caso da União).
Portanto, a iniciativa da lei orçamentária é de
competência do Poder Executivo, não podendo
ser suprida por outro órgão, ainda que do
Poder Legislativo.
Orçamento Público
1.2 Orçamento autorizativo
Os orçamentos públicos podem ser classificados
em duas categorias. Os orçamentos de natureza
impositiva e de natureza autorizativa. Os
orçamentos de natureza impositiva são aqueles em
que, uma vez consignada uma despesa no
orçamento, ela deve ser necessariamente
executada, por se tratar o orçamento de uma lei, e
como tal deve ser cumprida.
Orçamento Público
Entretanto, o STF, ao ser instado a se manifestar
sobre o assunto, entendeu que, no Brasil, o
orçamento não é impositivo, mas sim,
autorizativo. Isso quer dizer que não existe
obrigatoriedade de execução das despesas
consignadas no orçamento público, já que a
avaliação do que deve ou não ser executado está a
cargo da discricionariedade do gestor.
Orçamento Público
1) existe grande discussão na sociedade
atualmente em relação à necessidade de se
estabelecer um orçamento impositivo;
2) os que defendem o orçamento impositivo
entendem que o governo é obrigado a seguir o
planejamento estabelecido nas leis orçamentárias
e não deveria ter liberdade para decidir o que
executar.
Orçamento Público
A natureza jurídica do orçamento público também é
fruto de debates. Todos sabem que o orçamento é
uma peça legislativa formalmente aprovada pelo
Poder Legislativo. Tem formato de lei e é aprovada
como tal. Mas sendo o orçamento um ato-condição
e não ato-regra (ou seja, não é obrigatório, mas
autorizativo), qual seria a natureza jurídica do
orçamento?
Orçamento Público
A natureza jurídica do orçamento público também é
fruto de debates. Todos sabem que o orçamento é
uma peça legislativa formalmente aprovada pelo
Poder Legislativo. Tem formato de lei e é aprovada
como tal. Mas sendo o orçamento um ato-condição
e não ato-regra (ou seja, não é obrigatório, mas
autorizativo), qual seria a natureza jurídica do
orçamento?
Orçamento Público
O STF já foi instado a se manifestar sobre o
assunto e decidiu que o orçamento público, no
Brasil, é lei apenas no sentido formal.
Orçamento Público
As leis podem ser classificadas em leis materiais
ou em leis formais. Lei formal é aquela que tem
“cara” de lei, ou seja, é formalmente aprovada pelo
Poder Legislativo. As leis que são aprovadas pelo
Poder Legislativo são leis formais.
Entretanto, nem todas as normas aprovadas pelo
Poder Legislativo são leis materiais. Lei material é
aquela norma que tem abstração e é genérica, não
tendo destinatário certo. É um conjunto de
hipóteses normativas abstratas.
Orçamento Público
As leis podem ser classificadas em leis materiais
ou em leis formais. Lei formal é aquela que tem
“cara” de lei, ou seja, é formalmente aprovada pelo
Poder Legislativo. As leis que são aprovadas pelo
Poder Legislativo são leis formais.
Entretanto, nem todas as normas aprovadas pelo
Poder Legislativo são leis materiais. Lei material é
aquela norma que tem abstração e é genérica, não
tendo destinatário certo. É um conjunto de
hipóteses normativas abstratas.
Orçamento Público
Nesse sentido, o orçamento público é considerado
um “ato administrativo” revestido de lei formal, não
sendo, portanto, lei material, mas sim, lei de efeitos
concretos.
Orçamento Público
1.4 Outros aspectos do orçamento público
b) por um certo período
As autorizações legislativas devem ser feitas por
períodos definidos de tempo. Como será visto mais
à frente, é chamado de princípio da anualidade.
Orçamento Público
c) e em pormenor
O Poder Legislativo deve ter conhecimento
pormenorizado do que está autorizando, evitando a
autorização de gastos de modo global.
Orçamento Público
d) a realização das despesas destinadas ao
funcionamento dos serviços públicos e outros fins
adotados pela política econômica e geral do país
Orçamento Público
O Poder Legislativo deve autorizar a realização das
despesas, de modo que elas não podem ser
superiores às receitas previstas, em função do
princípio do equilíbrio, que também será visto
adiante. Entretanto, é bom ressaltar que a despesa
pública tem grande influência na economia.
Segundo a visão keynesiana da economia, o
aumento dos gastos públicos tem influência
positiva sobre o Produto Interno Bruto e, portanto,
sobre a renda das famílias.
Legislação
O ordenamento orçamentário está previsto nos
arts. 165 a 169 da Constituição Federal de 1988.
Legislação
O ordenamento orçamentário está previsto nos
arts. 165 a 169 da Constituição Federal de 1988.
Outra fonte para o Direito Orçamentário é a Lei nº
4.320/1964, Lei de Normas Gerais de Orçamento e
Contabilidade Pública.
Legislação
A Lei nº 4.320/1964, que se aplica à Administração
Pública das três esferas e dos três poderes, foi
publicada originalmente como lei ordinária,
entretanto, em face de a atual Constituição exigir
para as matérias que ela regulamenta lei
complementar, a Lei nº 4.320/1964 foi
recepcionada no novo ordenamento jurídico da
CF de 1988 como lei complementar.
Legislação
Senão vejamos:
Art. 165, § 9º, CF/88 - Cabe à lei complementar
dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os
prazos, a elaboração e a organização do PPA, LDO
e da LOA. (Grifo nosso)
Legislação
A Lei nº 4.320/1964 não se aplica às empresas
estatais que não recebam recursos da União para
a sua manutenção ou para investimentos, que
estão submetidas à Lei nº 6.404/1976 (Lei das
Sociedades Anônimas – S.A.), como o Banco do
Brasil ou a Petrobras S.A., por exemplo.
Legislação
Cumpre ressaltar que as leis orçamentárias (Lei
Orçamentária Anual, Lei de Diretrizes
Orçamentárias e Plano Plurianual) são leis
ordinárias, mas possuem rito processual de
tramitação e aprovação no Poder Legislativo
diverso daquele das demais leis ordinárias.
Legislação
Além disso, é preciso lembrar que a CF/1988 veda
a edição de medida provisória sobre planos
plurianuais (PPA), diretrizes orçamentárias (LDO),
orçamentos anuais (LOA) e créditos adicionais
especiais e suplementares (art. 62, § 1o, I, d).
Legislação
Assim, matérias orçamentárias não podem ser
regulamentadas por medida provisória, exceto a
abertura de créditos extraordinários para
atender a despesas imprevisíveis e urgentes,
como as decorrentes de guerra, comoção interna
ou calamidade pública.
Princípios do Orçamento Público
Existem princípios básicos que devem ser
seguidos para elaboração e controle do
Orçamento, que estão definidos na Constituição,
na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, no Plano
Plurianual e na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Princípios do Orçamento Público
A Lei 4.320/64 estabeleceu em seu artigo 2º,
alguns dos mais importantes princípios
orçamentários, quais sejam, os princípios da
unidade, universalidade e anualidade.
Princípios do Orçamento Público
“Art. 2º A lei de orçamento conterá a discriminação
da receita e despesa de forma a evidenciar a
política econômica financeira e o programa de
trabalho do governo, obedecidos os princípios da
unidade, universalidade e anualidade”. (grifo
nosso)”
Princípio da Unidade
Deve existir apenas uma única peça orçamentária
para cada exercício financeiro (art. 2º da Lei
4320/64), traduzindo o que chamamos de princípio
da unidade orçamentária: o orçamento deve ser
uno, ou seja, não se admite orçamentos paralelos.
Princípio da Unidade
Um órgão envolvido com pesquisa agrícola pode
lecionar cursos para agricultores ou fazendeiros de
determinada região. Se o curso for cobrado, é
necessário que a receita seja incluída no
orçamento do órgão para que a despesa posterior
também seja contabilizada. Mas isso, muitas vezes
não ocorre, o que infringe o princípio da unidade.
Princípio da Unidade
Por outro lado, alguns entendem que o princípio da
unidade poderia ter sido relativizado ou mesmo
extinto em razão do fato de a Constituição Federal,
em seu artigo 165, prever três leis orçamentárias
(PPA, LDO E LOA) e três esferas orçamentárias:
orçamento fiscal, orçamento de investimento e
orçamentos da seguridade social (art. 165 §5º).
Princípio da Universalidade
A lei do orçamento compreenderá todas as
receitas, inclusive de operações de crédito
autorizadas em lei, bem como todas as despesas
próprias dos órgãos do governo e da Administração
centralizada, ou que, por intermédio deles se
devam realizar (art. 2º, 3º e 4º da Lei 4320/64).
Princípio da Universalidade
O objetivo deste princípio é manter controle sobre
tudo o que se arrecada e se gasta pelo Governo.
Se alguma receita ou despesa não estivesse
incluída no orçamento, estaríamos diante não só
de uma infração ao princípio da universalidade,
mas também ao princípio da unidade, pela criação
de um orçamento paralelo.
Princípio da Anualidade ou Periodicidade
A lei orçamentária é, na verdade, uma autorização
concedida pelo Poder Legislativo (que representa o
povo) ao Executivo para a realização de despesas
e a arrecadação de receitas. No entanto, essa
autorização não pode ser concedida por prazo
indefinido, uma vez que, nesse caso, o povo
perderia o controle sobre o que o Governo faz com
os seus recursos. Por outro lado, a autorização não
pode ser feita por um período muito curto, sob
pena de se inviabilizar a Administração.
Princípio da Anualidade ou Periodicidade
Possibilita que os planos sejam revistos
anualmente, de forma a aperfeiçoá-los. Como o
prazo dessa renovação atualmente é de um ano,
nos termos do art. 165, III da Constituição Federal,
o princípio da periodicidade também é conhecido
como princípio da anualidade.
Princípio da Anualidade ou Periodicidade
O princípio da anualidade, previsto no artigo 2º da
Lei 4320/64, estabelece que a cada ano financeiro
(período de 12 meses) seja elaborada uma nova lei
orçamentária.
Princípio da Anualidade ou Periodicidade
No Brasil, por força do artigo 34 da mesma lei,
definiu que o exercício financeiro coincidirá com o
ano civil, este período vai de 01 de janeiro a 31 de
dezembro.
Princípio da Anualidade ou Periodicidade
É possível, no Brasil, a adoção de ano fiscal com
termo de início e fim diversos?
Princípio da Anualidade ou Periodicidade
SIM! Basta para tanto, a edição de lei
complementar alterando a Lei 4320/64, conforme
art. 165, § 9º da Constituição Federal.
Princípio da Anualidade ou Periodicidade
EXCEÇÃO
A exceção a este princípio da anualidade ocorre
em relação aos créditos adicionais especiais e
extraordinários, que poderão ser reabertos, nos
limites dos seus saldos, e incorporados ao
orçamento do exercício seguinte, conforme
previsto no § 2º do artigo 167 da CF.
Princípio da Anualidade ou Periodicidade
Art. 167. [...]
§2º Os créditos especiais e extraordinários terão
vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for
promulgado nos últimos quatro meses daquele
exercício, caso em que, reabertos nos limites de
seus saldos, serão incorporados ao orçamento do
exercício financeiro subsequente.
Princípio da Exclusividade
A lei orçamentária deverá conter somente matéria
de natureza orçamentária, não podendo constar
dispositivo estranho à previsão da receita e a
fixação da despesa.
Princípio da Exclusividade
EXCEÇÃO
O princípio da exclusividade, no entanto, possui
exceções. É permitida a inclusão na lei
orçamentária de autorização para abertura de
créditos suplementares e a contratação de
operações de crédito, ainda que por antecipação
da receita.
Princípio da Exclusividade
Nesse ponto, é interessante fazer distinção entre
as operações de crédito e as operações de crédito
por antecipação de receita orçamentária. Embora
ambas as operações tratem de empréstimos feitos
pelo Governo, no segundo caso temos uma
operação cuja garantia é o recebimento futuro das
receitas orçamentárias que ainda não se
realizaram, mas que estão previstas para ocorrer.
Princípio da Exclusividade
Para evitar que despesas deixem de ser pagas em
razão da inconstância da receita, o Governo pode
lançar mão de operações de crédito por
antecipação de receita orçamentária (ARO), onde a
garantia do empréstimo é a própria receita
orçamentária que ainda vai ser arrecadada.
Princípio da Exclusividade
Portanto, as exceções ao princípio da
exclusividade são para:
a) autorização para abertura de créditos
suplementares;
b) operações de crédito de longo prazo (prazo de
liquidação superior a doze meses);
c) operações de crédito de curto prazo
(insuficiências de caixa ou ARO, prazo de
liquidação inferior a doze meses).
Princípio da Especificação
O princípio da especificação, também conhecido
como princípio da discriminação ou da
especialização, visa a impedir a inclusão de
dotações globais na lei orçamentária para atender
as despesas. Assim, toda a despesa deve ser
identificada no mínimo por elemento, quarto nível
de classificação da despesa, permitindo um maior
controle da execução orçamentária.
Princípio da Publicidade
Mais do que um princípio orçamentário, a
publicidade é um princípio constitucional previsto
no artigo 37 da CF, que deve nortear todos os atos
da administração pública. O maior objetivo deste
princípio é proporcionar publicidade aos atos
públicos na busca da tão difundida transparência
dos gastos públicos.
Princípio do Equilíbrio
O princípio do equilíbrio estabelece que o total da
despesa orçamentária não deve ultrapassar o total
da receita orçamentária prevista para cada
exercício financeiro, de modo a evitar
desequilíbrios orçamentário, representando uma
ferramenta útil no controle dos gastos públicos.
Princípio do Equilíbrio
No entanto, nos dias de hoje o princípio vem sendo
bastante relativizado. É que no Brasil, a
Contabilidade Pública classifica como receitas,
aquelas entradas de caixa oriundas de operações
de crédito.
Princípio do Equilíbrio
Assim, atualmente, o princípio do equilíbrio não
passa de uma simples questão de técnica contábil
visto que possíveis excessos de gastos podem ser
cobertos por operações de crédito, oferecendo
assim o “equilíbrio”, escondendo um déficit
econômico.
Princípio do Equilíbrio
Há duas formas de se apurar o equilíbrio: o
econômico e o contábil. Do ponto de vista contábil,
o princípio do equilíbrio é sempre respeitado, dado
que os orçamentos públicos não podem ser
aprovados se as despesas fixadas superarem as
receitas previstas. No entanto, não há garantia de
que o equilíbrio “real” ou “econômico” seja
alcançado, uma vez que, como visto acima,
algumas receitas contabilizadas são, na verdade,
empréstimos.
Princípio da Não Vinculação da Receita
O princípio da não vinculação da receita, também
conhecido como não afetação da receita, previsto
no art. 167, IV, da CF, defende que nenhuma
receita de impostos poderá ser vinculada com
determinada despesa pelo legislador, ressalvados
os casos previstos no próprio texto constitucional.
Princípio da Não Vinculação da Receita
Art. 167. São vedados:
[...]
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
despesa, ressalvadas a repartição do produto da
arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e
159, a destinação de recursos para as ações e serviços
públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do
ensino e para realização de atividades da administração
tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts.
198, §2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às
operações de crédito por antecipação de receita, previstas
no art. 165, §8º, bem como o disposto no §4º deste artigo.
Princípio da Não Vinculação da Receita
No entanto, a ressalva constitucional diz respeito
tão somente à receita de impostos que não é
sinônimo de tributos. Imposto é espécie do gênero
tributos. Além dos impostos, são também tributos,
as taxas, as contribuições de melhoria, as
contribuições (sociais e parafiscais) e os
empréstimos compulsórios.
Princípio da Não Vinculação da Receita
Exceções que permitem a vinculação da receita de
impostos a despesas com:
1. ações e serviços públicos de saúde;
2. manutenção e desenvolvimento do ensino;
3. atividades da administração tributária;
4. prestação de garantia às operações de crédito
por antecipação de receita orçamentária (ARO);
5. prestação de garantia e contra-garantia à
União;
6. transferências constitucionais tributárias.
Princípio da Legalidade
O princípio da legalidade, conforme definido no
caput do art. 37 da CF, é um princípio aplicável a
toda a administração pública. Aplicado ao
orçamento, o princípio indica que as autorizações
orçamentárias para arrecadação e realização das
despesas devem ser feitas por meio de lei,
aprovada formalmente pelo Poder Legislativo.
Princípio da Legalidade
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo
estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
Princípio da Legalidade
É por este motivo que não só o PPA, a LDO e a
LOA devem ser aprovadas por lei, mas também
qualquer plano, programa, operação de abertura
de crédito, transposição, remanejamento ou
transferência de recursos de uma programação
para outra ou de um órgão para outro e a
instituição de fundos (CF, arts. 48, II e IV; 166; 167,
I, III, V, VI e IX).
Princípio da Uniformidade
O orçamento público é um instrumento técnico
composto de um rol de receitas e despesas
classificado em diversos critérios, tais como: por
órgão (classificação institucional), por natureza de
despesa, por categoria econômica, por programa
de trabalho, entre outros.
Princípio da Uniformidade
Se os critérios de organização e classificação dos
elementos da receita e da despesa se
modificassem com muita rapidez, de ano em ano,
ou em um intervalo curto de tempo, seria difícil ou
praticamente impossível comparar resultados de
modo a melhor administrar e gerenciar o
orçamento público.
Princípio da Uniformidade
Desse modo, o princípio da uniformidade diz que a
organização do orçamento público deve manter
aspectos de perenidade e de padronização que
permitam a comparação ao longo dos vários
exercícios em que é executado.
Princípio da Unidade de
Tesouraria ou de Caixa
Segundo o princípio da unidade de tesouraria ou
caixa, previsto no artigo 56 da Lei 4.320/64, todos
os recursos arrecadados pelo Estado devem ser
centralizados numa única conta bancária
(tesouraria), de modo que o recolhimento de todas
as receitas será feito em estrita observância ao
princípio de unidade de tesouraria, vedada
qualquer fragmentação para criação de caixas
especiais.
Princípio da Unidade de
Tesouraria ou de Caixa
O Governo Federal, por exemplo, dispõe de
diversas contas-corrente, em razão de facilidade
operacional, já que seria praticamente impossível
uma estrutura administrativa gigantesca ter apenas
uma conta-corrente em uma única agência
bancária. No entanto, isso não significa desrespeito
ao princípio da unidade de tesouraria, porquanto
todas as contas são contabilizadas como se
fossem uma só.
Tipos de Orçamento
1. Orçamento Tradicional;
2. Orçamento Moderno;
2.1 Orçamento de Desempenho;
2.2 Orçamento-Programa
3. Orçamento Participativo;
4. Orçamento Incremental.
Orçamento Tradicional
Na fase do orçamento tradicional, a peça
orçamentária existente era conhecida como
orçamento clássico ou tradicional, este orçamento
caracterizava-se por ser um documento onde
apenas constava a previsão da receita e a
autorização da despesa, classificando estas
últimas por objeto do gasto e distribuídas pelos
diversos órgãos, para o período de um ano.
Orçamento Tradicional
Neste tipo de orçamento não havia nenhuma
preocupação com as reais necessidades da
administração ou da população e não se
consideravam objetivos econômicos e sociais. É
um planejamento dissociado do planejamento.
Além disso, era corrigido monetariamente de
acordo com o que se gastava no exercício anterior.
Sua principal característica: dar ênfase aos objetos
de gastos.
Orçamento Tradicional
Antes do advento da Lei 4.320/64, o orçamento
utilizado pelo Governo era o orçamento tradicional.
Orçamento Moderno
Na fase do orçamento moderno, destacam-se dois
tipos de orçamento: orçamento de desempenho e
orçamento-programa.
Orçamento de Desempenho
O orçamento tradicional evoluiu para o orçamento
de desempenho, também conhecido como
orçamento de realizações. Neste tipo de
orçamento, o gestor começa a se preocupar com o
que o governo realiza e não com o que compra, ou
seja, preocupa-se agora em saber “as coisas que o
governo faz e não as coisas que o governo
compra”.
Orçamento de Desempenho
O orçamento de desempenho é o processo
orçamentário que se caracteriza por apresentar
duas dimensões do orçamento: o objeto de gasto e
um programa de trabalho, contendo as ações
desenvolvidas.
Orçamento de Desempenho
Apesar de ser um passo importante, o orçamento
de desempenho ainda se encontra desvinculado de
um planejamento central das ações do governo, ou
seja, embora já interligue os objetos de gastos aos
objetivos, não poderia, ainda, ser considerado um
orçamento-programa, visto que lhe faltava uma
característica essencial: a vinculação ao Sistema
de Planejamento.
Orçamento-Programa
Como o orçamento de desempenho ainda era
falho, faltando-lhe a vinculação com o
planejamento governamental, partiu-se para uma
técnica mais elaborada, que foi o orçamento-
programa, introduzido nos Estados Unidos da
América, no final da década de 50, sob a
denominação de PPBS (Planning Programning
Budgeting System). Este orçamento foi introduzido
no Brasil através da Lei 4320/64 e do Decreto-Lei
200/67.
Orçamento-Programa
Atenção: O orçamento-programa foi instituído no
Brasil em 1964, pela Lei 4320/64. O Decreto
200/67 também trouxe várias inovações que
visavam à descentralização administrativa, com
vários reflexos na legislação orçamentária. No
entanto, o orçamento-programa só ganhou
efetividade em 1998, com a edição de várias
normativas do Ministério do Planejamento. No
entanto, a Lei n. 4.320/64 é ainda o marco do
orçamento-programa no Brasil.
Orçamento-Programa
O orçamento–programa pode ser entendido como
um plano de trabalho, um instrumento de
planejamento da ação do governo, através da
identificação dos seus programas de trabalho,
projetos e atividades, além do estabelecimento de
objetivos e metas a serem implementados, bem
como a previsão dos custos relacionados.
Orçamento-Programa
A Constituição Federal (CF) de 1988 pela primeira
vez constitucionalizou o orçamento-programa no
Brasil (que estava regrado apenas em leis
infraconstitucionais, desde 1964) ao estabelecer a
normatização da matéria orçamentária através do
Plano Plurianual (PPA), da Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual
(LOA), ficando evidente o extremo zelo do
constituinte para com o planejamento das ações do
governo.
Orçamento-Programa
As principais características do orçamento-
programa são: integração, planejamento,
orçamento; quantificação de objetivos e fixação de
metas; relações insumo-produto; alternativas
programáticas; acompanhamento físico-financeiro;
avaliação de resultados; e gerência por objetivos.
Orçamento Participativo
O orçamento participativo não é um tipo de
orçamento, mas uma técnica para elaboração de
orçamentos. Nela, o governante escuta a
sociedade quando da elaboração do orçamento
público, tentando verificar a possibilidade de
entender e atender às demandas da população.
Orçamento Participativo
No entanto, no Brasil, boa parte das despesas
públicas estão vinculadas por lei a determinado
tipo de gasto. Segundo os críticos do orçamento
participativo brasileiro, os governos podem apenas
dispor de cerca de 10% do orçamento, o que
tornaria a participação popular uma ilusão ou um
factóide político.
Orçamento Participativo
Atualmente, a Lei de Responsabilidade Fiscal
(LRF) determina que a população deva ser ouvida
na elaboração das leis orçamentárias. Embora haja
obrigatoriedade de ouvir a população, o governante
não é obrigado a seguir as propostas da
sociedade, conquanto o Chefe do Poder Executivo
de cada uma das esferas da federação detém
competência exclusiva para iniciar o processo
legislativo orçamentário.
Orçamento Participativo
No Brasil, há alguma experiências positivas de
orçamento participativo, como por exemplo, na
elaboração do orçamento do município de Porto
Alegre, no Rio Grande do Sul.
Orçamento Incremental
Orçamento incremental também não é um tipo de
orçamento, mas uma técnica de elaboração
orçamentária em que os itens da receita e da
despesa sofrem um ajuste marginal a cada ano,
corrigindo o valor monetário da moeda.
Orçamento Incremental
Tecnicamente falando, o orçamento incremental se
opõe à técnica do Orçamento Base Zero, em que o
gestor precisa justificar, a cada ano, os gastos a
ser orçados. Por esse motivo, a técnica do
Orçamento Base Zero está mais comumente
associada aos orçamentos-programa, enquanto
que o orçamento tradicional geralmente é
elaborado com base na técnica incremental.
Ciclo Orçamentário
A Constituição Federal estabelece três
instrumentos legais de planejamento, em seu art.
165:
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo
estabelecerão:
I – o Plano Plurianual - PPA;
II – as diretrizes orçamentárias - LDO;
III – os orçamentos anuais - LOA.
Observação: O PPA e a LDO são inovações da
CF/1988
Ciclo Orçamentário
Os projetos de lei desses instrumentos de
planejamento são de iniciativa do chefe do Poder
Executivo, ou seja, somente o Presidente da
República, no caso da União, os governadores e
os prefeitos, nos casos dos Estados e Municípios
respectivamente, podem encaminhá-los ao
Legislativo.
Ciclo Orçamentário
Os projetos de PPA, LDO e LOA de iniciativa do
chefe do Poder Executivo, são aprovados por
maioria simples pelo Poder Legislativo, posto que
são leis ordinárias.
Plano Plurianual - PPA
O Plano Plurianual é a lei que estabelece o
planejamento de médio prazo da administração. É
no PPA que as grandes metas estratégicas de
governo são pensadas para um prazo de quatro
anos, traduzidas em metas e quantitativos. É por
isso que a Constituição fala que a lei que instituir o
Plano Plurianual deverá estabelecer, de forma
regionalizada:
Plano Plurianual - PPA
a) as Diretrizes;
b) os Objetivos; e
c) as Metas da Administração Pública federal para
as despesas de capital e outras delas decorrentes
e para as relativas aos programas de duração
continuada.
Plano Plurianual - PPA
O PPA é doutrinariamente conhecido como o
planejamento estratégico de médio prazo da
administração pública brasileira. Nele são incluídas
as metas despesas de capital e outras delas
decorrentes que ultrapassam o período de um
exercício financeiro e as despesas relacionadas
aos programas de duração continuada, como por
exemplo, a construção de 200 hospitais no período
de quatro anos.
Plano Plurianual - PPA
Além das metas, são incluídas no PPA as diretrizes
e os objetivos da Administração Pública para o
período de quatro anos. Essas diretrizes e
objetivos são, na verdade, as intenções do
Governo, do ponto de vista macroscópico, sem
detalhes. O detalhamento será feito, ano a ano, por
meio da LDO e da LOA.
Plano Plurianual - PPA
É bom ressaltar que nenhum investimento cuja
execução ultrapasse um exercício financeiro
poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano
plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob
pena de crime de responsabilidade. Por outro lado,
investimentos cuja execução leve menos de um
exercício poderão ser executados sem a sua
inclusão no PPA, fazendo a consignação
diretamente nos orçamentos anuais.
Plano Plurianual - PPA
No caso da União, o projeto do PPA será
encaminhado, pelo presidente ao Legislativo, até
quatro meses antes do encerramento do primeiro
exercício financeiro do mandato presidencial, ou
seja, até 31 de agosto do primeiro ano de
mandato.
O Poder Legislativo deverá devolver o PPA
aprovado para sanção até o encerramento da
sessão legislativa, dia 22 de dezembro, conforme
art. 57, da CF/1988 (no caso da União).
Plano Plurianual - PPA
Os Estados, o Distrito Federal e os municípios
poderão fixar, nas suas constituições e leis
orgânicas, respectivamente, prazo diverso do
estabelecido na Constituição Federal; em caso
omisso deverá ser obedecido o prazo
estabelecido na CF/1988.
Plano Plurianual - PPA
No Estado de Goiás, o projeto do PPA será enviado
até 31 de agosto à Assembléia Legislativa e
devolvido até 15 de dezembro do primeiro ano do
mandato do Governador (art. 110-A, I, Constituição
do Estado de Goiás).
Plano Plurianual - PPA
Na União:
Legislatura: Período de 04 anos (parágrafo único,
art. 44, CF);
Sessão Legislativa: 02 de fevereiro a 22 de
dezembro (art. 57, CF);
Período Legislativo: 1º Período: 02 de fevereiro a
17 de julho (art. 57, CF)
2º Período: 01 de agosto a 22
de dezembro (art. 57, CF)
Plano Plurianual - PPA
No Estado de Goiás:
Legislatura: Período de 04 anos (art. 8º, §2º,
Constituição Estadual);
Sessão Legislativa: 15 de fevereiro a 15 de
dezembro (art. 16, Constituição Estadual);
Período Legislativo: 1º Período: 15 de fevereiro a
30 de junho (art. 16, CEstadual)
2º Período: 01 de
agosto a 15 de dezembro (art. 16, CEstadual)
Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO
A lei de diretrizes orçamentárias constituiu-se em
um detalhamento anual das metas do PPA, além
de conter, segundo o art. 165 da CF:
a. as metas e prioridades (MP) da administração pública
federal, incluindo as despesas de capital para o
exercício financeiro subsequente;
b. orientará a elaboração da lei orçamentária anual;
c. disporá sobre as alterações na legislação tributária; e
d. estabelecerá a política de aplicação das agências
financeiras oficiais de fomento.
Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO
A LDO, inovação da CF de 1988, é o instrumento
norteador da LOA, responsável pela conexão entre
o plano estratégico das ações governamentais
(plano plurianual) e o plano operacional (orçamento
anual).
Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO
Na União, o encaminhamento da LDO, pelo chefe
do Poder executivo, ocorrerá até oito meses e meio
antes do encerramento do exercício financeiro, ou
seja, até o dia 15/04, e será devolvido para sanção
até o encerramento do primeiro período da sessão
legislativa, que ocorre no dia 17/07, que não será
encerrada sem a aprovação do projeto.
Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO
No Estado de Goiás, o encaminhamento da LDO,
pelo chefe do Poder executivo, ocorrerá até o dia
30/04, e será devolvido para sanção até o dia
30/06, que não será encerrada sem a aprovação
do projeto.
Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO
No Congresso Nacional, o projeto da LDO poderá
receber emendas dos parlamentares, desde que
compatíveis com o PPA. As emendas serão
apresentadas na Comissão Mista de Planos,
Orçamentos Públicos e Fiscalização – CMPOF,
onde receberão parecer prévio para serem
submetidas ao plenário do congresso, na forma de
regimento comum, a exemplo do que ocorre com o
PPA e a LOA.
Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO
O Presidente da República também poderá enviar
mensagem ao Congresso Nacional para propor
modificações no projeto da LDO, enquanto não
iniciada a votação na Comissão Mista, da parte
cuja alteração é proposta.
Lei Orçamentária Anual - LOA
A lei orçamentária anual compreende a
programação das ações a serem executadas,
visando, entre seus objetivos principais, atingir as
diretrizes, objetivos e metas estabelecidas no plano
plurianual (em relação aos projetos cuja execução
ultrapasse um exercício), contendo todas as
receitas e despesas administradas pela União.
Lei Orçamentária Anual - LOA
É interessante notar que todos os programas
incluídos no PPA devem estar, necessariamente,
incluídos na Lei Orçamentária Anual, mas o
contrário não é verdadeiro. Aqueles programas que
não têm duração plurianual estarão apenas
consignados na LOA. Tanto em um caso, como em
outro, é vedado o início de programas ou projetos
não incluídos na lei orçamentária anual.
Lei Orçamentária Anual - LOA
A Lei Orçamentária Anual é a tradução financeira,
ano a ano, das etapas previstas no PPA, em
consonância com a LDO e com a Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF), O orçamento
anual, em atendimento ao próprio princípio da
anualidade, possui vigência anual, período também
chamado de exercício financeiro, e que por força
do artigo 34 da lei 4320/64, coincide com o ano
civil.
Lei Orçamentária Anual - LOA
No caso da União, o projeto da LOA será
encaminhado, pelo presidente ao Legislativo, até
quatro meses antes do encerramento do exercício
financeiro, ou seja, até 31 de agosto.
O Poder Legislativo deverá devolver a LOA
aprovado para sanção até o encerramento da
sessão legislativa, dia 22 de dezembro, conforme
art. 57, da CF/1988 (no caso da União).
Lei Orçamentária Anual - LOA
No Estado de Goiás, o projeto da LOA será
enviado até 30 de setembro à Assembléia
Legislativa e devolvido até 15 de dezembro - cada
exercício financeiro (art. 110-A, I, Constituição do
Estado de Goiás).
Suborçamentos
A Constituição Federal trata dos orçamentos
públicos anuais estabelecendo que a lei
orçamentária compreenderá:
orçamento fiscal;
orçamento de investimento;
orçamento da seguridade social.
Suborçamentos
Nos termos da Constituição Federal, as leis
orçamentárias anuais (LOA) deverão ter suas
receitas e despesas consignadas em três esferas
de orçamento, também chamados de
suborçamentos: esfera fiscal, de investimentos das
empresas estatais e da seguridade social.
Suborçamentos
O objetivo dessa sistemática é evitar que o
orçamento de empresas do Poder Público ou o
dinheiro destinado a seguridade social
(principalmente previdência) sejam desviados para
cobrir déficits da execução fiscal do governo. Isso
aconteceu muito, em anos anteriores à
Constituição atual, causando rombos em empresas
estatais e na previdência.
Orçamento Fiscal
Referente aos Poderes da União, seus fundos,
órgãos e entidades da administração direta e
indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público.
Orçamento Fiscal
Contempla as receitas e despesas com a execução
das atividades mais comuns do Governo:
construção de obras públicas, pagamento de
serviços, pagamento de juros da dívida,
contratação de empresas de limpeza, enfim, refere-
se às receitas e despesas relativas “aos Poderes
da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público”.
Orçamento de Investimento
Empresas em que a União, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a
voto.
Orçamento de Investimento
A esfera chamada de “investimento das empresas
estatais” contempla as despesas (e não receitas)
dessa natureza (investimento) das empresas em
que o Poder Público detenha a maioria do capital
com direito a voto.
Orçamento de Investimento
Por exemplo, quando a Petrobrás vai construir uma
plataforma de petróleo, isso é considerado um
investimento de empresas estatais para fins
orçamentários e, portanto, deve constar no
Orçamento da União nessa esfera. O mesmo
ocorre quando o Banco do Brasil adquire um
imóvel para servir de sede ou quando a Caixa
Econômica Federal adquire uma nova empresa,
apenas como exemplo.
Orçamento de Investimento
O importante é notar que não é todo o tipo de
despesas dessas empresas que estará consignado
no Orçamento de Investimento de Empresas
Estatais. Entram nessa esfera apenas as despesas
com investimentos. Despesas correntes, tais como
pagamento de funcionários ou juros, não são nem
consignadas no Orçamento da União, em nenhuma
esfera, nem mesmo na fiscal, porque essas
empresas são estatais independentes.
Orçamento de Investimento
No entanto, caso haja empresa estatal
dependente, ou seja, aquela que recebe recursos
do Orçamento da União para o pagamento de
despesas correntes (salários, funcionários, juros) e
de capital (investimentos), neste caso, todas as
suas receitas e despesas deverão constar do
Orçamento da União.
Orçamento da Seguridade Social
Abrange todas as entidades e órgãos a ela
vinculados, da administração direta ou indireta,
bem como os fundos e fundações instituídos e
mantidos pelo Poder Público.
Orçamento da Seguridade Social
O orçamento da seguridade social diz respeito às
despesas relativas à previdência social, saúde e
assistência social. O importante, nesse ponto, é
destacar que as despesas são consignadas nessa
esfera (da seguridade social) em razão da sua
natureza e não em função do órgão que exerce,
preponderantemente, este tipo de despesa.
Orçamento da Seguridade Social
As despesas com pagamento de aposentados do
Tribunal de Contas da União, por exemplo,
ocorrem à custa do Orçamento da Seguridade
Social, tendo em vista que essa é uma despesa de
previdência. Portanto, o TCU, que não é um órgão
de previdência, pode ter despesas alocadas no
Orçamento da Seguridade Social.
Orçamento da Seguridade Social
É comum questionamento, alegando, por exemplo,
que apenas o Ministério da Previdência Social ou o
INSS administraria as despesas com Orçamento
da Seguridade Social, o que não é verdade.
Qualquer órgão que administre receitas e
despesas de natureza relativa à seguridade social,
estará administrando o Orçamento da Seguridade
Social.
Suborçamentos
Quanto ao assunto é ainda importante destacar
que o orçamento fiscal e o orçamento de
investimento das empresas estatais,
compatibilizados com o plano plurianual, terão
entre suas funções a de reduzir desigualdades
inter-regionais, segundo critério populacional. É
bom notar que apenas o orçamento fiscal e o de
investimento das empresas estatais têm esse
objetivo, do qual foi excluído o orçamento da
seguridade social.
Créditos Adicionais
As leis orçamentárias fixam o limite máximo que pode ser
gasto pela Administração Pública em cada dotação. Podem
ocorrer, entretanto, omissões de ações necessárias, falhas
na previsão de gastos, fatos posteriores que exijam
mudanças de prioridades, ou mesmo arrecadação superior
à prevista, que requeiram do Governo ações rápidas, tanto
para adequar a fixação da despesa a ações e valores que
permitam a consecução dos objetivos e metas almejados,
quanto para dar destino às receitas públicas cuja
arrecadação supere a previsão inicial. As adequações das
dotações orçamentárias constantes da lei orçamentária
anual são feitas por meio dos créditos adicionais.
Créditos Adicionais
São créditos adicionais as despesas não
computadas ou insuficiente dotadas na lei de
orçamento. Classificam-se em suplementares,
especiais e extraordinárias.
Créditos Adicionais
As emendas ao projeto de lei do orçamento anual
ou aos projetos que o modifiquem (créditos
adicionais) somente podem ser aprovadas caso:
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e
com a lei de diretrizes orçamentárias;
II – indiquem os recursos necessários;
III – sejam relacionadas:
a) com a correção de erros e omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
Créditos Adicionais
O ato que abrir crédito adicional indicará a
importância, a espécie do mesmo a classificação
da despesa, até onde for possível.
Crédito Suplementar
Os créditos suplementares são destinados ao
reforço de dotação orçamentária existente.
Crédito Especial
Os créditos especiais são destinados a despesas
para as quais não haja dotação orçamentária
específica.
Créditos Adicionais
Os créditos suplementares e especiais serão
autorizados por lei e abertos por decreto executivo.
É vedada a abertura de crédito suplementar ou
especial sem prévia autorização legislativa e sem
indicação dos recursos correspondentes. A
abertura dos créditos suplementares e especiais
depende da existência de recursos disponíveis
para ocorrer à despesa e será precedida de
exposição justificativa.
Créditos Adicionais
Consideram-se recursos, desde que não comprometidos:
I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do
exercício anterior;
II - os provenientes de excesso de arrecadação;
III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações
orçamentárias ou de créditos adicionais,autorizados em Lei;
IV - o produto de operações de crédito autorizadas, em
forma que juridicamente possibilite ao poder executivo
realizá-las.
Créditos Adicionais
Os créditos adicionais terão vigência no exercício
financeiro em que forem autorizados. No caso dos
créditos especiais e extraordinários, se o ato de
autorização for promulgado nos últimos quatro
meses daquele exercício, serão reabertos nos
limites de seus saldos, e incorporados ao
orçamento do exercício financeiro subseqüente.
Crédito Extraordinário
Destinam-se a atender a despesas imprevisíveis e
urgentes, como as decorrentes de guerra,
comoção interna ou calamidade pública. Saliente-
se que despesas imprevisíveis não são despesas
imprevistas. Estas poderiam constar do orçamento,
mas foram omitidas por uma falha humana;
aquelas estão acima da capacidade humana de
prever e, portanto, não poderiam constar da lei
orçamentária anual.
Crédito Extraordinário
Para atender às despesas urgentes e que
estivessem acima da capacidade humana de
prever é que o legislador permitiu a adoção de
créditos extraordinários, sem necessidade de
indicação dos recursos necessários. O fato de não
ser obrigatória a indicação do cancelamento
compensatório não significa que o princípio do
equilíbrio possa deixar de ser observado no
caso de abertura de créditos extraordinários.
Crédito Extraordinário
A remissão ao art. 62 da Lei Maior, contida no
dispositivo em tela, tem sido interpretada pelo
Poder Executivo como autorização para a adoção
de medidas provisórias para a abertura de créditos
extraordinários. Nesse caso, além dos
pressupostos de imprevisibilidade e urgência,
aplica-se o de relevância, exigível para a adoção
de medidas provisórias. Pelo exposto, a abertura
de créditos extraordinários por meio de medidas
provisórias deve se restringir às situações
imprevisíveis, urgentes e relevantes.
Crédito Extraordinário
A Lei n° 4.320/64, adotada pela Constituição de
1988, dispõe que os créditos extraordinários serão
abertos por decreto do Poder Executivo, que deles
dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo.
Receita Pública - Conceito
“Receita Pública é um conjunto de ingressos
financeiros, com fontes e fatos geradores
próprios e permanentes, oriundos da ação e de
atributos inerentes à instituição, e que,
integrando o patrimônio na qualidade de
elemento novo, lhe produz acréscimos, sem
contudo gerar obrigações, reservas ou
reivindicações de terceiros.”- J. Teixeira
Machado Jr.
Receita Pública - Conceito
Existem três tipos básicos de receitas públicas:
prestação de serviços, venda de materiais e
cobrança de tributos.
Receita Pública - Conceito
As receitas de prestação de serviços não devem
ser confundidas com as taxas pela prestação de
serviços, que já estão incluídas nas receitas
provenientes da tributação. Tanto as receitas
oriundas da prestação de serviços, quanto as da
venda de materiais são relacionadas com
atividades próprias da iniciativa privada, como, por
exemplo, fornecimento de energia elétrica,
telefonia, venda de petróleo e derivados, etc.
Estágios da Receita - Previsão
O Decreto Federal n° 15.783, de 08/11/1922, que
regulamentou o Código de Contabilidade Pública,
instituído pelo Decreto Legislativo n° 4.536, de
28/01/1922, definiu, em seu art. 139, três estágios
para a receita: fixação, arrecadação e
recolhimento. No entanto, a receita não pode ser
fixada, mas prevista, uma vez que não há certeza,
antecipadamente, do volume de ingressos
financeiros ao longo do exercício.
Estágios da Receita - Previsão
Dessa forma, a Lei 4.320/64, em seu art. 51, institui
a previsão da receita. A própria Constituição
Federal proíbe a cobrança de tributos, que
constituem parte das receitas públicas, no mesmo
exercício financeiro em que haja sido publicada a
lei que os instituiu ou aumentou, o que corrobora
com a necessidade de previsão da receita pública.
Estágios da Receita - Lançamento
Logo adiante, os arts. 52 e 53 da Lei 4.320/64
definem o lançamento como o segundo estágio da
receita, representando “o ato da repartição
competente, que verifica a procedência do
crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e
inscreve o débito desta.”
Estágios da Receita - Lançamento
No caso das receitas públicas de origem tributária,
o lançamento deve observar o disposto no art. 142
da Lei n° 5.172/66 (Código Tributário Nacional) que
o define como procedimento privativo da
autoridade administrativa tendente a verificar a
ocorrência do fato gerador, determinar a matéria
tributável, calcular o montante do tributo devido,
identificar o sujeito passivo e, se for o caso, propor
a aplicação da penalidade cabível.
Estágios da Receita - Lançamento
São objeto de lançamento os impostos diretos e
quaisquer outras rendas com vencimento
determinado em lei, regulamento ou contrato.
Estágios da Receita - Arrecadação
A arrecadação da receita se dá no momento em
que o contribuinte recolhe, ao agente arrecadador,
o valor do seu débito. Relaciona-se, diretamente,
com o princípio contábil da Unidade de
Tesouraria, uma vez que as receitas arrecadadas
devem ser depositadas na Conta Única do Tesouro
Nacional.
Estágios da Receita - Arrecadação
Arrecadação de receitas públicas pode ocorrer,
muitas vezes, mediante o pagamento de
compromissos por meio de depositários, quando
estes retêm ou descontam de outras pessoas
tributos e contribuições devidos. É o caso, por
exemplo, da retenção do imposto de renda em
folha de pagamento.
Estágios da Receita - Recolhimento
O recolhimento da receita acontece no momento
em que o agente arrecadador repassa o produto
arrecadado ao Tesouro Nacional, Estadual ou
Municipal.
Estágios da Receita - Recolhimento
Somente após o recolhimento, pode-se dizer que
os recursos estão efetivamente disponíveis para a
utilização pelos gestores financeiros, de acordo
com a programação financeira estabelecida.
Receitas Orçamentárias
São aquelas que podem ser previstas na lei
orçamentária anual e que constituem fonte de
recursos para fazer frente às despesas
orçamentárias.
Receitas Orçamentárias
Constituem receitas orçamentárias os aumentos no
Ativo em decorrência de ingresso financeiro, uma
vez que a receita orçamentária é registrada pelo
regime de caixa. São exemplos de receitas
orçamentárias as receitas correntes (tributária,
serviços, dívida ativa, etc) e de capital (alienação
de bens, operações de crédito, amortização de
empréstimos concedidos, etc).
Receitas Extra-Orçamentárias
Receitas extra-orçamentárias são aquelas que não
estão previstas no orçamento, que correspondem a
fatos de natureza estritamente financeira,
decorrentes da própria gestão das entidades.
Receitas Extra-Orçamentárias
Sua realização não se vincula à execução do
orçamento, nem constitui renda do Estado, que
émero depositário desses valores. É classificada
em contas financeiras adequadas, existentes no
Plano de Contas da União.
Receitas Extra-Orçamentárias
As receitas extra-orçamentárias poderão converter-
se em receitas orçamentárias quando o Estado
beneficia-se das prescrições, insubsistências e
decisões administrativas ou judiciais favoráveis. É
o caso, por exemplo, de uma caução perdida, em
favor do Poder Público, em razão de uma
inadimplência contratual.
Constituem receitas extra-orçamentárias:
a) valores em poder de agentes financeiros e outras
entidades;
b) salários de servidores não reclamados;
c) consignações e outras retenções não pagas ou
recolhidas no período;
d) valores recebidos de bens de ausentes;
e) valores registrados em depósitos de diversas origens,
que reúnem os depósitos administrativos e judiciais
(cauções, fianças, depósitos para garantia de instância,
etc), bem como as provisões para cheques não resgatados
no exercício;
Constituem receitas extra-orçamentárias:
f) inscrições de Restos a Pagar do exercício, para
compensar sua inclusão na despesa orçamentária, e do
Serviço da Dívida a Pagar;
g) saldos em poder dos Fundos Especiais.
Receita Originária
Receitas Originárias são aquelas que têm origem
no próprio patrimônio público. O Estado é o
produtor de bens e serviços, praticando atividades
típicas do setor privado.
Receita Originária
São receitas provenientes do capital das empresas
estatais, que recebem recursos financeiros pela
venda de bens e serviços por elas produzidos, sem
exercer seu poder coercitivo. São bilaterais, ou
seja, de livre vontade do Estado e dos particulares.
Receita Originária
São exemplos de receitas originárias, a percepção
de aluguéis, venda de combustíveis, etc.
Receita Derivada
Receitas Derivadas, por outro lado, são obtidas do
patrimônio particular, por meio de atividade
coercitiva do Estado sobre os particulares.
Receita Derivada
São receitas provenientes do capital das pessoas e
das empresas privadas, às quais são impostos
pagamentos de tributos, confiscos, apreensões,
penalidades pecuniárias, etc. São unilaterais,
dependendo do jus imperii do Estado.
Classificação por Categoria Econômica
O objetivo da classificação por categorias
econômicas da receita é identificar as receitas de
caráter continuado, que são as correntes, das
receitas eventuais, que são as de capital.
Receitas Correntes
São receitas das quais não resulta contraprestação
financeira, em qualquer momento, por parte do
Estado. São Receitas Correntes as receitas
tributária, patrimonial, industrial e diversas e, ainda
as provenientes de recursos financeiros recebidos
de outras pessoas de direito público ou privado,
quando destinadas a atender despesas
classificáveis em Despesas Correntes.
Receitas de Capital
São Receitas de Capital as provenientes da
realização de recursos financeiros oriundos de
constituição de dívidas; da conversão em espécie,
de bens e direitos; os recursos recebidos de outras
pessoas de direito público ou privado destinados a
atender despesas classificáveis em Despesas de
Capital e, ainda, o superávit do Orçamento
Corrente.
Receitas de Capital
O superávit do Orçamento Corrente resultante do
balanceamento dos totais das receitas e despesas
correntes não constituirá item da receita
orçamentária.
Receitas de Correntes
Receita Tributária- Envolve apenas os tributos na
conceituação da legislação tributária:
impostos, taxas e contribuições de melhoria. É, por
conseguinte, uma receita privativa da União,
Estados e Municípios, entidades revestidas do
poder de tributar.
Receitas de Correntes
Receita de Contribuições - Engloba as do tipo
social (contribuições previdenciárias, salário
educação, etc) e econômico (cotas de
contribuições sobre exportações, etc). No plano
econômico, essas contribuições confundem-se
com tributos, mas, legalmente, são consideradas
encargos parafiscais.
Receitas de Correntes
Receita Agropecuária - Decorre da exploração
econômica de atividades agropecuárias:
agricultura, pecuária, silvicultura, etc, além do
beneficiamento de produtos agropecuários em
níveis não considerados industriais.
Receitas de Correntes
Receita Industrial - Derivada de atividades
industriais: extrativa mineral, de transformação, de
construção e de serviços industriais de utilidade
pública (energia elétrica, água e esgoto, limpeza
pública e remoção de lixo).
Receitas de Correntes
Receita de Serviços - Decorre de atividades
como: comércio, transporte, comunicação, serviços
hospitalares, armazenagem, serviços
educacionais, culturais, recreativos, etc.
Receitas de Correntes
Transferências Correntes - São os recursos
financeiros recebidos de pessoas jurídicas ou
físicas e que serão aplicados no atendimento de
Despesas Correntes. O que deve determinar a
classificação da receita é, em primeiro lugar, a
origem da receita, e, em segundo lugar, a sua
destinação. Assim, a transferência é corrente se
atender a despesas correntes e é de capital se
atender a despesas de capital.
Receitas de Correntes
Outras Receitas Correntes - Envolvem diversas
outras receitas não enquadradas nas
classificações anteriores: multas, juros de mora,
indenizações, cobranças da dívida ativa e receitas
diversas (rendas de loterias, receitas de cemitérios,
etc).
Receitas de Capital
Operações de Crédito - Envolvem captação de
recursos para atender desequilíbrios orçamentários
ou, ainda, financiar empreendimentos públicos. É
através dessa conta de receita que são cobertos os
déficits orçamentários que ensejam a formação da
Dívida Pública.
Receitas de Capital
Alienação de Bens - Envolve o resultado obtido
com a alienação de bens patrimoniais: ações,
títulos, bens imóveis e móveis, etc.
Receitas de Capital
Amortização de Empréstimos - Nos casos em
que a entidade concede empréstimos, o ingresso
proveniente da amortização destes caracteriza
uma receita de capital.
Receitas de Capital
Transferências de Capital - Similar às
Transferências Correntes, as receitas de
Transferências de Capital têm como critério básico
de classificação a destinação, isto é, devem ser
aplicadas em Despesas de Capital.
Receitas de Capital
Outras Receitas de Capital – Envolvem as
Receitas de Capital não classificáveis nas outras
fontes, como, por exemplo, a indenização que a
Petrobrás para aos Estados e Municípios pela
extração de petróleo, xisto e gás.
Despesa Pública - Conceito
É o conjunto de dispêndios efetuados pelo Estado,
em dinheiro, que financiam o funcionamento dos
serviços públicos. Está contida no orçamento e
compreende as autorizações para gastos com as
várias atribuições governamentais.
Empenho - Conceito
O empenho é o primeiro estágio da despesa. Nos
termos do disposto no art. 58 da Lei n° 4.320, de
17/03/64, “o empenho de despesa é o ato
emanado de autoridade competente que cria
para o Estado obrigação de pagamento,
pendente ou não de implemento de condição”.
Não cria obrigação jurídica de pagar, mas destaca,
das dotações orçamentárias destinadas à
satisfação da despesa, a quantia necessária ao
resgate do débito.
Empenho - Modalidades
Ordinário - acudir despesas com montante
previamente conhecido e cujo pagamento deva
ocorrer de uma só vez
Empenho - Modalidades
Global - atende às despesas com montante
previamente conhecido, mas cujo pagamento seja
parcelado.
Empenho - Características
O empenho reserva parte dos créditos
disponíveis. Dispositivo do art. 60 da Lei 4.320/64
veda a realização de despesa sem prévio
empenho;
O art. 59 da Lei 4.320/64 determinou que os
empenhos não ultrapassem o limite dos créditos
concedidos. Dessa forma, evita-se a criação de
obrigação de pagamento além da capacidade do
Estado.
Liquidação - Conceito
A liquidação é o segundo estágio da despesa e é
caracterizada pela entrega dos bens e serviços
contratados. Nos termos do disposto no art. 63 da
Lei n° 4.320, de 17/03/64, “A liquidação da
despesa consiste na verificação do direito
adquirido pelo credor tendo por base os títulos
e documentos comprobatórios do respectivo
crédito.”
Liquidação - Objetivos
Verificar a correção da execução do contrato pelo
fornecedor.
Essa verificação tem por fim apurar:
I - a origem e o objeto do que se deve pagar;
II - a importância exata a pagar;
III - a quem se deve pagar a importância, para
extinguir a obrigação.
Pagamento - Conceito
O pagamento é o terceiro e último estágio da
despesa. Dispositivo constante do art. 64 da Lei
4.320/64 define: “a ordem de pagamento é o
despacho exarado por autoridade competente,
determinando que a despesa seja paga.”
Pagamento - Características
O pagamento da despesa só pode ser efetuado
quando ordenado após sua regular liquidação.
Verificado o direito adquirido do credor, no estágio
da liquidação, o pagamento será efetuado por meio
de ordem bancária, precedida da autorização do
titular da Unidade Gestora ou seu preposto.
Despesas Orçamentárias
As despesas orçamentárias são aquelas que
podem ser previstas na lei orçamentária anual e
que financiam o funcionamento dos serviços
públicos. Sua realização depende de autorização
legislativa.
Despesas Orçamentárias
Constituem despesas orçamentárias a redução do
Ativo em decorrência de desembolso financeiro
pela execução da despesa à vista ou aumento do
Passivo em decorrência da despesa a prazo, posto
que a despesa orçamentária deve seguir o regime
da competência.
Despesas Extra-Orçamentárias
São despesas extra-orçamentárias as que não
podem ser previstas na lei orçamentária anual e
têm caráter transitório. Sua realização não se
vincula à execução orçamentária.
Despesas Extra-Orçamentárias
Correspondem à restituição ou à entrega de
valores arrecadados sob o título de receitas extra-
orçamentárias.
São exemplos de despesas extra-orçamentárias:
devoluções de cauções, fianças, salários e
vencimentos não reclamados; pagamentos de
restos a pagar, restituições a pagar e consignações
em folha de pagamento.
Classificação Por Categoria Econômica
A classificação por categoria econômica é dividida
em duas categorias: Despesa Corrente e
Despesa de Capital. As Despesas Correntes são
as que não contribuem diretamente para a
formação ou aquisição de um bem de capital. As
Despesas de Capital, ao contrário, contribuem
para a formação ou aquisição de um bem de
capital, implicando em aumento patrimonial.
Despesas de Capital
Investimento - são as dotações para o
planejamento e a execução de obras, inclusive as
destinadas à aquisição de imóveis
considerados necessários a sua realização, bem
como para os programas especiais de trabalho,
aquisição de instalações, equipamentos e material
permanente e constituição ou aumento do
capital de empresas industriais ou agrícolas.
Despesas de Capital
Inversões Financeiras - são as dotações
destinadas à aquisição de imóveis, ou de bens de
capital já em utilização, aquisição de títulos
representativos do capital de empresas ou
entidades de qualquer espécie, já constituídas,
quando a operação não importe aumento do
capital, e a constituição ou aumento do capital de
entidades ou empresas que visem a objetivos
comerciais ou financeiros, inclusive operações
bancárias ou de seguros.
Despesas de Capital
A construção de um prédio, portanto, constitui
investimento, enquanto a aquisição de um prédio já
em utilização consiste em inversão financeira. A
aquisição de um imóvel novo para ser utilizado
especificamente no fim a que se destina o
órgão público é classificada como
investimento.
Despesas de Capital
Transferências de Capital - são as dotações para
investimentos ou inversões financeiras que outras
pessoas de direito público ou privado devam
realizar, independentemente de contraprestação
direta em bens ou serviços, constituindo essas
transferências auxílios ou contribuições, segundo
derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei
especial anterior, bem como as dotações para
amortização da dívida pública.
CONTROLE EXTERNO e INTERNO
Constituição do Estado de Goiás
Art. 25 - A fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial do Estado
e das entidades da administração direta e indireta,
no que se refere à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e
renúncia de receitas, será exercida pela
Assembleia Legislativa mediante controle
externo e pelo sistema de controle interno de
cada Poder.
CONTROLE EXTERNO
Constituição do Estado de Goiás
§ 1º - O controle externo, a cargo da Assembleia,
será exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas do Estado.
§ 2º Prestará contas qualquer pessoa física ou
jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade,
guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e
valores públicos ou pelos quais o Estado responda,
ou que, em nome deste, assuma obrigações de
natureza pecuniária.
CONTROLE INTERNO
Constituição do Estado de Goiás
Art. 29 - Os Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de
controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no
plano plurianual e a execução dos programas de
governo e dos orçamentos do Estado;
CONTROLE INTERNO
Constituição do Estado de Goiás
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados,
quanto à eficácia e eficiência da gestão orçamentária,
financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da
administração estadual, bem como da aplicação de
recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais
e garantias, bem como dos direitos e haveres do
Estado;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua
missão institucional.
CONTROLE DA GESTÃO GOVERNAMENTAL
No estado de Goiás, no âmbito do
Poder Executivo, o Controle Interno é
exercido pela Controladoria Geral do
Estado de Goiás através da
Superintendência Central do Controle
Interno, sendo o órgão fiscalizador das
contas públicas.
CONTROLE DA GESTÃO GOVERNAMENTAL
Todos os processos inerentes a
execução orçamentária e financeira,
estão afetos a fiscalização e controle.
Em alguns casos, a despesa só será
concluída (ordem de pagamento
emitida), quando validada pelo controle
interno.
CONTROLE DA GESTÃO GOVERNAMENTAL
Serão levados à consideração do
Controle Interno, os relatórios contábeis
bem como os balanços e tomadas de
contas anuais.
CONTABILIDADE E PRESTAÇÃO DE CONTAS
Todos os processos inerentes a aquisição de
bens ou serviços, após os procedimentos
orçamentários e financeiros, deverão ter
suas respectivas prestações de contas. Os
dados inseridos em cada procedimento
serão destacados e convertidos em dados
contábeis, com fito na confecção dos
demonstrativos contábeis exigidos em lei.