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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Escolhemos o gênero textual poema para ser trabalhado em forma de SD (sequências didáticas), com o objetivo de levar o aluno ao prazer de

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

APARECIDA SEBASTINA CASELATO

CADERNO PEDAGÓGICO

EM BUSCA DE UM NOVO OLHAR EM RELAÇÃO AO MUNDO A PARTIR

DA LEITURA DE TEXTOS POÉTICOS

GRANDES RIOS

2010

APARECIDA SEBASTIANA CASELATO

EM BUSCA DE UM NOVO OLHAR EM RELAÇÃO AO MUNDO A PARTIR DA LEITURA DE TEXTOS POÉTICOS

Caderno pedagógico apresentado à Secretaria Estadual da Educação do Paraná – SEED, como requisito parcial de participação no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, área de Português na Universidade Estadual de Londrina.

Orientadora Profª Ms. Célia Dias dos Santos – Universidade Estadual de Londrina/UEL.

Grandes Rios

2010

Ficha para Catálogo de Produção Didático-Pedagógica

Professor PDE/2009

TítuloEm busca de um novo olhar em relação ao mundo a partir da leitura de textos poéticos

Autor Aparecida Sebastiana CaselatoEscola de Atuação Colégio Estadual Comendador Geremias

Lunardelli – Ensino Fundamental e MédioMunicípio da escola Grandes RiosNúcleo Regional de Educação IvaiporãOrientador Célia Dias dos SantosInstituição de Ensino Superior Universidade Estadual de LondrinaÁrea do Conhecimento PortuguêsProdução Didático-Pedagógica

Caderno Pedagógico

Relação Interdisciplinar ArtesPúblico alvo Séries Finais do Ensino Fundamental

Localização Colégio Estadual Comendador Geremias Lunardelli – Ensino Fundamental e MédioAv. Brasil, 974 - centroCEP 86845-000

Apresentação: A leitura é de fundamental importância para a formação social e cultural do indivíduo. Através dela passamos a ocupar um lugar autêntico na sociedade. Um mesmo texto permite diferentes leituras, de acordo com a intenção do sujeito-leitor e este se caracteriza pelas leituras que faz. Cabe ao professor motivar o aluno a fazer as mais diversas leituras de um mesmo texto para que possa repensar sua forma de encarar o mundo e assim, sentir o prazer de vê-lo com outros olhos. A escolha do gênero textual poema se deu pelo fato do texto poético ser extremamente importante para o desenvolvimento da sensibilidade e da criatividade do aluno e objetiva ressignificar, assim, suas leituras levando-o a um estado de encantamento, o que poderíamos chamar de

prazer de ler. Para isso, o trabalho será desenvolvido sob a forma de SD (seqüência didática), metodologia que possibilita ao aluno melhor compreensão do assunto, nas diferentes etapas ou procedimentos adotados para a realização da presente proposta de trabalho.

Palavras-chave Leitura, poema, seqüência didática.

Sumário

Introdução ................................................................................................................................................................. 6 MUITAS VOZES (Ferreira Gullar) ...................................................................................................................... 8 TECENDO A MANHÃ (João Cabral de Melo Neto) ......................................................................................... 10 A NAMORADA (Manoel de Barros) ................................................................................................................. 12 A ESFINGE (Adélia Prado) ............................................................................................................................... 14 ENSINAMENTO (Adélia Prado) ....................................................................................................................... 17 TEM TUDO A VER (Elias José) ........................................................................................................................ 19 INFÂNCIA (Carlos Drummond) ........................................................................................................................ 22 FAMÍLIA (Carlos Drummond de Andrade) ........................................................................................................ 26 IRENE NO CÉU (Manuel Bandeira) .................................................................................................................. 29 NAMORO DESMANCHADO (Pedro Bandeira) .............................................................................................. 31 A SERRA DO ROLA-MOÇA (Mário de Andrade) ............................................................................................ 33 PORQUINHO-DA-ÍNDIA (Manuel Bandeira) .................................................................................................. 35 O ÚNICO ANIMAL (Luís Fernando Veríssimo) ................................................................................................ 37 SEM BARRA (José Paulo Paes) ......................................................................................................................... 39 NAMORADOS (Manuel Bandeira) .................................................................................................................... 42 QUADRILHA (Carlos Drummond de Andrade) ................................................................................................ 44 Trecho de NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI (De Eduardo Alves da Costa - Atribuído a Bertolt Brecht e Vladimir Maiakovski) ......................................................................................................................................... 46

Conclusão ................................................................................................................................................................ 49 Referências Bibliográficas ...................................................................................................................................... 50

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Introdução

A leitura é um constante diálogo entre autor e leitor. Através dela acumulam-se conhecimentos e transforma-se a realidade. A partir da leitura, o indivíduo passa a ocupar seu lugar de cidadão crítico, de agente questionador do mundo que o cerca. O sujeito-leitor caracteriza-se pelas leituras que faz.

Um mesmo texto permite várias leituras, tantas quantas forem seus sujeitos-leitores, pois cada um lê acionando seu conhecimento de mundo. Kleiman (2007), considera a leitura um processo interativo, mediante esta interação que o leitor constrói o sentido do texto.

Partindo do pressuposto de que através da leitura podem ocorrer mudanças significativas no desenvolvimento do ensino-aprendizagem, buscamos na elaboração desse caderno pedagógico facilitar o trabalho em sala e o despertar do prazer de ler. Escolhemos o gênero textual poema para ser trabalhado em forma de SD (sequências didáticas), com o objetivo de levar o aluno ao prazer de ler e construir ou perceber significados.

Para Yunes (2002), é função da escola propor ao aluno uma leitura significativa do texto literário, em especial do texto poético, pelo fato de que toda história leva-nos a uma história já contada, sendo assim o prazer de ler pode advir desta releitura que fazemos a cada momento, o que nos leva a antigos conceitos, aguçando então a curiosidade, a imaginação, a criatividade, a fantasia, a invenção e a sensibilidade, elementos essenciais que vão redimensionar e influenciar a sua forma de pensar e encarar o mundo.

A poesia, por ser indispensável no desenvolvimento da sensibilidade e da criatividade do aluno, deveria estar no espaço escolar desde a alfabetização, porém percebe-se que este gênero é contemplado de forma tão acanhada e esporádica que não chega a formar o gosto por esta modalidade textual.

Já nas séries finais do Ensino Fundamental, 7ª e 8ª séries principalmente, o aluno adquiriu maior conhecimento sobre este gênero, mesmo que não tão profundamente quanto poderia e, às vezes, esta aquisição não se deu somente no âmbito escolar.

Mas, afinal, o que são gêneros textuais?De forma prática, podemos dizer que gêneros textuais são os textos que

circulam na sociedade, presentes no cotidiano, ou seja: em casa, na escola, no trabalho, na igreja, no mercado, enfim, em toda parte. Onde estivermos, sempre haverá textos nos informando, instruindo, persuadindo, ensinando, entre outras tantas funções sociais que exercem.

Para Marcuschi (2003), os gêneros são os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica.

Os gêneros textuais valorizam a natureza social da linguagem e o caráter da língua. Isto significa reconhecê-los como a materialização da interatividade entre os sujeitos. Segundo Bakhtin (1997), os gêneros revelam a esfera social à qual pertencem. Cada esfera social (jurídica, familiar, literária, jornalística, científica, entre outras) tem um discurso e características que lhe lhes são próprios e que são representativos nas diferentes situações discursivas. Esses discursos, por sua vez,

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caracterizam-se em textos socialmente construídos, denominados por Bakhtin (1992) de gêneros do discurso e por Bronckart (2003) de gêneros textuais.

Partindo destas considerações, buscamos desenvolver um trabalho focado na leitura de poemas, por ser este um gênero ainda pouco contemplado nos livros didáticos e, consequentemente, nas escolas, apesar de ser um gênero amplo, de ter boa aceitação e apreciação do aluno e, de forma geral, possibilitar ao leitor outras leituras e releituras de uma mesma realidade.

A poesia está incutida em nossas vidas desde a mais tenra idade, presente nas canções de ninar ouvidas, muitas vezes, desde o ventre da mãe, por isso, esse material objetiva a exploração do gênero e a ressignificação da leitura e, para facilitar o desenvolvimento da proposta, ela está assim organizada: apresentação do poema, sugestão de atividades elaboradas em forma de sequências didáticas e questões de interpretação textual.

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MUITAS VOZES (Ferreira Gullar)Meu poemaé um tumulto:a fala que nele falaoutras vozesarrasta em alarido.

(estamos todos nóscheios de vozesque o mais das vezesmal cabem em nossa voz: [...]

tudo isso em tise depositae cala.Até que de repenteum sustoou uma ventania(que o poema dispara)chamaesses fósseis à fala.

[...]

ObjetivosLer o texto, dando-lhe a devida entonação.Refletir sobre as muitas vozes que compõem cada ser humano.

ConteúdoA leitura poética como fonte de reflexão.

Público alvoSéries finais do Ensino Fundamental.

Tempo estimado02 aulas

MaterialTexto impresso, TV Pen-Drive, recortes.

Desenvolvimento1ª etapaFaça uma leitura significativa do poema em voz alta para os alunos. Organize com a classe um jogral para a leitura do poema. Pode ser feito por estrofes ou, se você achar melhor, de outra forma. Não deixe o mesmo número de alunos por

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verso(s). Em números diferentes, a sonorização ficará diferente e muito melhor.

2ª etapaOriente os alunos a consultarem o dicionário para descobrirem o significado de palavras eventualmente desconhecidas.Proponha questões de interpretação textual.

3ª etapaLeve-os a assistirem ao vídeo do poema e peça-lhes para compararem as imagens apresentadas com as imagens imaginadas por eles.

AvaliaçãoObserve a participação dos alunos no jogral e sua capacidade de ler em grupo.

Exploração textual1 – Analise a 1ª estrofe do poema. A partir dela, produza uma justificativa para o título do texto:

2 – A que vozes o autor se refere nos versos “estamos todos nós/cheios de vozes”, na 2ª estrofe?

3 – No decorrer do poema, o autor nos convida ao exercício de recordar coisas esquecidas, vozes que estão no nosso inconsciente e que, por algum motivo, vêm à tona.Que coisas do passado você se lembra a partir das seguintes palavras? (relate resumidamente)Chinelo:Água:Brinquedo:

4 – “Chama/esses fósseis à fala”. O que são os fósseis, neste verso?

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TECENDO A MANHÃ (João Cabral de Melo Neto)Um galo sozinho não tece uma manhã:ele precisará sempre de outros galos.De um que apanhe esse grito que elee o lance a outro; de um outro galoque apanhe o grito que um galo antese o lance a outro; e de outros galosque com muitos outros galos se cruzemos fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue,se vá tecendo, entre todos os galos.[...]

ObjetivosPromover o prazer de ler um poema, percebendo as vozes que se cruzam dentro dele.Discutir a idéia de que o ser humano não se realiza sozinho, ele precisa do outro.

ConteúdoA leitura do texto poético como fonte de reflexão.

Público alvoSéries finais do Ensino Fundamental.

Tempo estimado03 aulas

MaterialTextos impressos, sulfite, computadores.

Desenvolvimento1ª etapaFaça a leitura do texto para os alunos, dando a devida entonação.Leve-os a perceber as diversas vozes presentes no texto.Proponha a eles o desafio de ouvir o cantar de galos.Leve-os a refletir na beleza desse ato tão natural que passa, às vezes, despercebido, embora aconteça tão próximo de nós.

2ª etapaProponha a leitura de outros textos, como “O açúcar“, de Ferreira Gullar, que dialoguem com este.

3ª etapaLeve-os a resolver questões de compreensão textual.

4ª etapaOriente-os a pesquisarem a bibliografia do autor e a riqueza de sua obra.Comente sobre o seu poema-mestre “Morte e vida Severina”.

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5ª etapaOriente os alunos a fazerem um retrato falado e escrito desse autor tão representativo para a literatura brasileira.

AvaliaçãoAcompanhe o desenvolvimento das atividades e a participação de cada aluno, observando o interesse que possam demonstrar.

Exploração textual1 – Converse com seus colegas (grupos de três) a respeito do 1º verso do poema, interpretando-o e elaborem um parágrafo conclusivo sobre as considerações do grupo:

2 – Qual dos provérbios abaixo tem o mesmo sentido de “Um galo sozinho não tece uma manhã”?a) Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.b) Antes só do que mal acompanhado.c) Uma andorinha só não faz verão.

3 – Qual palavra o poeta deixou de usar no início do 3º verso, evitando a repetição?

4 – A partir do verso “Um galo sozinho não tece uma manhã:”, crie um novo verso, substituindo o substantivo galo pelo substantivo homem ou por outro, à sua escolha. Faça as alterações necessárias. É possível mudar o verso todo.

5 – O texto fala de ‘gritos’ que vão se juntando para construir o amanhecer de cada dia. Como interpretar esse texto trazendo-o para a realidade humana? (Pense em como a voz do povo é ouvida).

6 – Leia o texto “O açúcar”, de Ferreira Gullar. Procure refletir na rede de pessoas necessária para a produção do açúcar, desde a preparação da terra, o plantio, o cultivo, a colheita, o transporte, a usina, os vários processos da industrialização, o comércio, até chegar ao açucareiro.Com seu grupo, monte o processo de produção de um outro alimento que faça parte do café da manhã da maioria das pessoas:

7 – Utilize elementos da questão anterior para elaborar uma paródia do texto “O açúcar” para apresentar à turma:

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A NAMORADA (Manoel de Barros)Havia um muro alto entre nossas casas.Difícil de mandar recado para ela.Não havia e-mail.O pai era uma onça.A gente mandava o bilhete numa pedra presa por um cordãoE pinchava a pedra no quintal da casa dela.[...]No tempo do onça era assim.

ObjetivosPromover momentos de encantamento através da leitura do texto poético.Reconhecer na poesia diferentes caminhos para narrar episódios da vida real.Comparar aspectos dos meios de comunicação antigos e atuais.

ConteúdoO texto poético como fonte informativa.

Público alvoSéries finais do Ensino Fundamental.

Tempo estimado03 Aulas

Material Textos impressos

Desenvolvimento1ª etapaProponha a leitura individual e silenciosa do texto.A seguir, leia o texto para a turma.Leve-os a perceber a situação longínqua de que fala o texto.Chame à atenção para os recursos utilizados na construção do texto: a metáfora no verso “O pai era uma onça”; os tempos verbais; os elementos da natureza, próprios do universo do autor; a linguagem empregada.

2ª etapaProponha uma discussão a respeito dos meios de comunicação, fazendo um paralelo entre tempos atuais e antigos.Leve-os a uma reflexão sobre mudanças sofridas pela sociedade. Um bom exemplo é se pautar na geração dos avós e comparar com a geração atual.Escreva em tiras a expressão “No tempo do onça era assim”. Após discutir o que conota essa expressão, peça-lhes para completar a tira com coisas ou situações que se diferem dos tempos atuais.

3ª etapaProponha uma discussão a respeito do trabalho de ilustração do texto.Em duplas, os alunos deverão resolver qual a melhor forma de ilustrar o texto (em

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forma de quadrinhos, imagens soltas, teatrinho) e qual material a ser usado (recortes de figuras, de textos, imagens aleatórias).Monte com os alunos um mural com as ilustrações.

4ª etapaApresente questões de compreensão do texto.

5ª etapaSolicite uma pesquisa de outros gêneros (música, poema, memórias) que dialoguem com esse texto.

AvaliaçãoObserve e acompanhe a participação de cada aluno nas atividades.Valorize todas as possibilidades de leitura que possam surgir, através dos intertextos e das ilustrações.

Exploração textual1 – O eu-poético é feminino ou masculino? Transcreva o verso que confirma sua resposta:

2 – “Havia um muro alto entre nossas casas.” A quem se refere o pronome nossas?3 – Segundo o eu-poético, não havia e-mail no seu tempo. Como era feita a comunicação entre os apaixonados de então?

4 – Compare os meios de comunicação antigos e atuais. O que mudou?

4 – Explique a expressão “O pai era uma onça.” Se for necessário, consulte pessoas mais velhas que possam ajudá-lo a elaborar a resposta:

5 – Compare versos “o pai era uma onça.” e “No tempo do onça era assim.” A palavra onça tem o mesmo significado nos dois versos?

6 – Converse com pessoas mais velhas (avós, pais) para saber como foi o processo de namoro. Em seguida, produza um texto registrando suas descobertas:

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A ESFINGE (Adélia Prado)Ofélia tem os cabelos tão pretos como quando casou.Teve nove filhos, sendo que tirante um que é homossexual e outro que mexe com drogas, os outros vão levando no normal.Só mudou o penteado e botou dentes.Não perdeu a cintura, nem aquele ar de ainda serei feliz,[...] Ainda hoje passou de calça compridaa caminho da cidade.Os manacás cheiravamComo se o mundo não fosse o que é.[...]Queria dizer-lhes é que somos eternos,eu, Ofélia e os manacás.

ObjetivosPerceber a riqueza das narrativas literárias através do gênero textual poema.Fazer da leitura um momento único, agradável, que pode transpor todos os obstáculos.

ConteúdoA leitura e apreciação do texto literário.

Público alvoSéries finais do Ensino Fundamental

Tempo estimado03 aulas

MaterialTextos impressos, cartolinas, sulfite, pincéis, recortes, computadores.

Desenvolvimento1ª etapaApresente o texto aos alunos e faça leitura em voz alta.Leve-os a refletirem sobre aspectos do texto: o nome da personagem,as memórias, o eu-lírico,Instigue-os a suporem em que época se passa o enredo.

2ª etapaAponte os tipos de problemas enfrentados pela personagem e pelas pessoas da época. Questione o que se espera de pessoas que vivam esses problemas.Observe o uso do vocábulo “homossexual” no poema.

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Atente para a questão das drogas. Problema que preocupa a sociedade há muito tempo.Discuta a influência das drogas na violência e criminalidade cotidianas.

3ª etapaSugira pesquisa sobre os “manacás” de que fala o texto (livros, internet, revistas, panfletos). Onde e em eu época encontrá-los?Faça um mural para expor os resultados da pesquisa.Peça aos alunos que ilustrem os versos que falam da beleza física de Ofélia. Proponha a montagem de um painel com recortes representativos desses versos.

4ª etapaProponha resolução das questões escritas para melhor compreensão do texto.

5ª etapaElabore uma pesquisa de aspectos significativos da bibliografia de Adélia Prado e proponha-a aos alunos. Esta atividade pode ser feita em grupos ou individualmente.

6ª etapaFaça a apresentação da pesquisa em sala e leve-os a perceber as releituras que a autora faz de Carlos Drummond.Deixe-os falarem sobre a intertextualidade (o diálogo) entre os textos desses dois grandes escritores.Sugira a leitura e ilustração de outros poemas dessas duas figuras de destaque na literatura brasileira.

AvaliaçãoAnalise o desempenho e o entusiasmo com que a turma desenvolve e participa das atividades propostas.

Exploração textual1 – O texto apresenta Ofélia em dois momentos de sua história. Que momentos são estes?

2 - Compare a Ofélia atual com a de quando se casou. Quais semelhanças e diferenças há entre as duas Ofélias?

3 – Analise o verso “Os manacás cheiravam como se o mundo não fosse o que é.” A que a autora pode estar se referindo?

4 – O eu-poético se considera eterno, assim como são Ofélia e os manacás. Em que medida estes seres são eternos?

5 – Como é a vida de mãe para Ofélia?

6 – Muitas vezes, pessoas que passam muito trabalho com os filhos, se tornam depressivas, desesperançadas. Ofélia enfrenta esse tipo de problema. Como ela encara a vida?

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7 – Procure no dicionário o significado da palavra manacás. Depois, consulte na internet imagens do manacá. Pesquise sobre sua origem, em que regiões se encontra, qual é seu perfume. Colabore na montagem de um painel a respeito

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ENSINAMENTO (Adélia Prado)Minha mãe achava estudoa coisa mais fina do mundo.[...]“Coitado, até essa hora no serviço pesado.”Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.Não me falou em amor.[...]

ObjetivosPromover uma leitura para além do texto.Ver na leitura do texto pórtico as diferentes formas de compreender o mundo à sua volta.

ConteúdoA leitura de textos poéticos e literários como instrumento transformador de realidades.

Público alvoSéries finais do Ensino Fundamental.

Tempo estimado03 aulas

MaterialTextos impressos, sulfite, papel Kraft, cartolina, pincéis, cola, fita adesiva, recortes.

Desenvolvimento1ª etapaApresente o texto ao aluno.Leia o texto com os alunos promova uma discussão a respeito do que é ensinar.Deixe-os falar e observe o conceito deles sobre ensino.Leve-os a refletirem sobre as diferentes funções e esferas de ensino pelas quais passamos desde a 1ª infância.Reflita com eles sobre a questão de que o ser humano aprende durante toda a sua vida. Permita que eles falem a respeito.

2ª etapaProponha questões de compreensão textual.

3ª etapaFaça com a turma a leitura do conto “A palmatória e os 36 bolos”, de Cora Coralina.Leve os alunos a refletirem sobre diferentes formas de aprender impostas ao ser humano.Procure sensibilizá-los para a beleza do aprender e para as dificuldades existentes na aquisição do conhecimento.Deixe-os falar sobre as mudanças na educação.Leve-os a perceberem a valorização do aluno nas atuais políticas educacionais.

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4ª etapaProponha uma entrevista a pessoas da família (três pessoas ou mais) sobre formas de aprender, procurando saber de forma outras gerações foram educadas. As respostas deverão ser trazidas para a sala de aula para posterior discussão.

5ª etapaProponha à turma que liste as principais instituições responsáveis pelo ato de ensinar, em sua cidade, município, Estado, país. Elabore com os alunos um painel com fotos e propagandas de instituições, lugares e momentos que possam estar ensinando algo.

AvaliaçãoObserve o desempenho e a participação de cada aluno na realização das atividades.Observe se há uma interação maior no crescente da discussão do que no início dela, por parte dos alunos.

Sugestões de leituraA escola da vovó, de Roberto Barros de Carvalho.A escola, de José Paulo Paes.

Exploração textual1 – Consulte o dicionário e conceitue as palavras ensinamento e estudo.

2 – Justifique o título do poema, com suas palavras, baseando-se no conteúdo do texto:

3 – Para a autora, “A coisa mais fina do mundo é o sentimento.” De que sentimentos o texto trata?

4 – A mãe não fala em amor, mas este sentimento está implícito no texto. Transcreva os versos em que transparece o amor que a mãe sente pelo esposo:

5 – Cite formas de demonstrar amor por alguém de quem se gosta:

6 – Que ensinamento traduz melhor o que a autora aprende com a mãe:a) É preciso amar as pessoas, indistintamente.b) Nossos cuidados com uma pessoa demonstram o tipo de sentimento que nutrimos por ela.c) Amor é palavra de luxo; não deve ser pronunciada com frequência.

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TEM TUDO A VER (Elias José)A poesia Tem tudo a verCom tuas dores e alegrias,Com as cores, as formas, os cheiros,Os sabores e a músicaDo mundo.

[...]

A poesia - é só abrir os olhos e ver –Tem tudo a verCom tudo.

ObjetivosReconhecer a leitura como fonte essencial para o desenvolvimento cultural.Reconhecer aspectos relevantes da cultura e da inserção de si mesmo na sociedade.

ConteúdoLeitura e exploração do texto “Tem tudo a ver”, de Elias José.

Público alvoSéries finais do Ensino Fundamental.

Tempo estimado04 aulas

MaterialTextos impressos (ou o livro Palavras de Encantamento).Barbante, lápis de cor, CD, DVD ou TV Pen-Drive.

Desenvolvimento1ª etapaLevar os alunos a perceberem que a leitura de poemas apresenta desafios para o leitor. É preciso buscar significados, sentidos. Neste poema, por exemplo, descobrir como o poeta “brincou com as palavras”.Levar o aluno a se familiarizar com esse tipo de leitura, que busca ditos e não-ditos (as entrelinhas). Faça com os alunos uma leitura em voz alta e leve-os a refletirem sobre o que é poesia.Depois, coloque uma música relaxante e proponha o seguinte exercício:“Fechem os olhos. Ouçam o poema. Sintam as palavras. Procurem absorver o que elas sugerem. Percebam como as palavras encantam, o que elas lembram.”

2ª etapaAnalise com a turma os sentidos presentes nos versos, as figuras de linguagem que

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compõem o poema, a relação com os sentimentos sugeridos no texto.Leve os alunos a perceberem como a poesia está sempre presente em nossas vidas.

3ª etapaPeça para que releiam a 2ª estrofe e busque sensibilizá-los para circunstâncias em que nos deparamos com situações semelhantes em nossas vidas.Leve-os a perceberem que, para sentir a poesia, é preciso ver com os olhos da alma.Instigue-os a falarem sobre situações, fatos em que as pessoas ficam mais vulneráveis a esses detalhes.

4ª etapaProponha aos alunos que pesquisem outros poemas que falem da própria poesia, ou seja, poemas metalingüísticos.Montem um mural da poesia metalingüística.

5ª etapaAssistam ao filme “A sociedade dos poetas mortos”, ou apenas cenas do filme em que se contempla o tema: a definição de poesia.

6ª etapaProponha a ilustração do poema ou partes dele e a transcrição de versos significativos em sulfite para serem afixados no mural.Releiam juntos, mais uma vez o poema, para fechar o trabalho.

AvaliaçãoObserve o interesse e a participação da turma.Atente para pequenas mudanças de comportamento em relação à leitura.

Sugestão de leituraAula de leitura, de Ricardo Azevedo.

Compreensão textual 1 – Para Elias José, a poesia tem tudo a ver com tudo. Como ele define a poesia?

2 – Destaque, na 2ª estrofe, o verso que representa maior grau de ternura:

3 – Na 1ª estrofe, o poeta trabalha com uma figura de linguagem bastante utilizada nos textos poéticos. Qual é esta figura?

4 – Para o poeta, basta abrir os olhos e ver o quanto a poesia está presente em tudo. É preciso considerar, porém, uma característica essencial no leitor para que ele possa sentir essa poesia constante. Assinale-a:( ) alegria ( ) compreensão( ) sensibilidade ( ) irreverência

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5 – A poesia está presente em nossas vidas desde muito cedo, através das canções de ninar. Quais canções desse tipo você conhece?

6 – Ilustre a 2ª e a 3ª estrofes utilizando colagem de recortes ou outro material viável.

Sugestão de leitura (Textos que apresentam esta sensibilidade de que nos lembra o poema, esta ternura diante da vida):O Último poema - Manuel BandeiraA última crônica - Fernando Sabino.

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INFÂNCIA (Carlos Drummond)Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.Minha mãe ficava sentada cosendo.Meu irmão pequeno dormia.Eu sozinho menino entre mangueiraslia a história de Robinson Crusoé,comprida história que não acaba mais.

[...]

E eu não sabia que minha históriaera mais bonita que a de Robinson Crusoé.

ObjetivosIncentivar a leitura de textos poéticos de autores clássicos.Estabelecer relações entre os diversos textos sugeridos.

ConteúdoA leitura como instrumento de compreensão e transformação do mundo à nossa volta.

Público alvoSéries finais do Ensino Fundamental.

Tempo estimado05 Aulas

Material Textos impressos.

Desenvolvimento (Propomos aqui duas seqüências didáticas para o mesmo poema. O professor pode aplicar ambas ou apenas uma delas.)1 - 1ª etapaConverse com os alunos os diferentes propósitos da leitura (informação, orientação, entretenimento, etc).Mencione alguns tipos de leitura (capítulo de livro didático, verbete de dicionário, bula de remédio, receita, conto, anedota, notícia, poema).Questione sobre o que os leva a ler, se para entreter ou buscar informações e/ou emoções).Estimule-os a falarem sobre canções, poemas e passagens narrativas de que eles gostem.Observe se eles percebem a intertextualidade e as diversas vozes que compõem o texto.Leve-os a refletir sobre essas vozes.Faça-os perceber que nenhum texto é algo inédito, pois todo texto está pautado em algo anterior.

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Peça aos alunos uma leitura silenciosa do texto.Reflita com eles os pontos que acharem mais interessantes.

2ª etapaLeia para a turma o texto dando a ele a devida entonação.Sensibilize-os a respeito de algumas peculiaridades do texto:A pureza do menino, a ausência do pai, a presença constante da mãe junto aos filhos, o papel que a mãe desempenha na família, a atenção da figura negra para com a sinhá e os filhos, a intertextualidade histórica presente no poema.Chame à atenção para o verso em que o poeta cita a beleza da história de vida de cada um e que geralmente passa despercebida.Aponte e reflita com os alunos o papel secundário do negro, observando a presença do preconceito racial.Atente para as diferentes vozes que compõem o poema.

3ª etapaReflita sobre a beleza do texto escrito em 1ª pessoa.Chame à atenção para o entendimento sobre o tempo para o menino (ex. 6º e antepenúltimo versos) - para ele, o tempo demora a passar.Releia as falas do menino e comente sobre o seu modo de ver as coisas em sua infância.Compare a forma de ver do menino e do adulto.Observe a forma poética como a serviçal utiliza a linguagem para chamá-los para o café da tarde.Compare a infância do menino à infância das crianças, hoje.

4ª etapaPeça aos alunos que ilustrem uma estrofe do poema. Essa atividade pode ser feita em grupo e extraclasse.

5ª etapaMonte com a turma um painel com as ilustrações.Proponha composição textual a partir das ilustrações feitas.

2 - 1ª etapaProponha a análise de questões de compreensão textual.

2ª etapaProponha a leitura do poema “Infância”, de José Paulo Paes.Chame à atenção dos alunos para o diálogo intertextual.Sugira a leitura de outros textos que dialoguem com o poema de Drummond.

3ª etapaDivida a turma em dois grupos e proponha a leitura dos livros “Robinson Crusoé” e “A ilha perdida”.Aproveite para ampliar o trabalho com o gênero textual resumo, iniciado anteriormente.

Avaliação

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Observe se as atividades propostas despertaram no aluno/grupo o prazer de ler.Analise a oralidade do aluno ao longo das atividades propostas, bem como sua capacidade leitora.Valorize as possíveis intenções de leitura que venham a surgir.Esteja atento(a) em relação às leituras que estejam fazendo.Aproveite sempre as oportunidades de novas indicações, afinal é preciso que haja farta e variada gama de opções para que o aluno sinta vontade e prazer de ler.

Exploração textual1 - “Minha mãe ficava sentada cosendo.” Qual o significado da palavra grifada?

2 - Homônimas são palavras diferentes no sentido, mas idênticas na escrita e/ou na pronúncia. Pesquise qual seria o homônimo de coser e qual o significado deste vocábulo:

3 - “Eu sozinho menino entre mangueiras”I - Marque X na alternativa em que a palavra mangueira tenha sido empregada com o mesmo sentido do texto:a) Minha mãe usava a mangueira para regar o jardim.b) Papai campeava os bois e os prendia na mangueira.c) Gostaria de desfilar na Mangueira no próximo carnaval.

II- “Eu sozinho menino entre mangueiras”Leia com atenção este verso do poema. O que ele nos revela?

4 - Qual a idade provável do eu-lírico? Justifique com elementos do texto:

5 - Como era composta a família do sujeito-poético?

6 - Compare a vida do pai e da mãe do sujeito-lírico:

7 - O que fazia o menino para se distrair?

8 - “- Psiu... Não acorde o menino.”Esta frase proferida pela mãe se destina:a) ao mosquito que teima em inquietar o menino no berço.b) ao menino para que ele faça silêncio e não acorde o irmão.c) ao berço onde pousou um mosquito.

9 - “lia a história de Robinson Crusoé comprida história que não acaba mais.” “Lá longe meu pai campeava no mato sem fim da fazenda.”Compare os dois fragmentos. O que há de comum, na visão do menino, entre a história lida e o mato da fazenda?

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10 - O poema Infância lembra fatos vividos na meninice do garoto, por isso ele pode ser classificado como um texto de memórias, que lembra acontecimentos de determinada época.A última estrofe do texto, no entanto, é uma reflexão do homem sobre seu tempo de menino. A que conclusão ele chega?

11 - Todas as fases da nossa vida são marcadas por acontecimentos que serão muito lembrados. Faça uma pequena viagem interior para relembrar alguns deles. (Professor, aqui pode ser feita uma atividade em que se coloque uma música suave para que os alunos possam relaxar. Você pode orientá-los a exercitar a memória através de frases como: Pense em você bem pequeno./ Quais eram as coisas que você mais gostava de fazer./ Um pouquinho maior, quais eram seus brinquedos preferidos?/ Que lugares costumava frequentar?/ Quais eram os amiguinhos prediletos? Lembra de suas traquinagens?/ As maiores broncas?/ ...)Após fazer este exercício, peça para que escrevam um fato (ou fatos) que tenha(m) marcado sua infância:

12 - O texto nos sugere uma leitura. Que tal procurar a biblioteca para ler a história de Robinson Crusoé? É importante conhecer esta personagem da literatura. Depois, você poderá comparar sua própria história a dele, como fez o poeta:

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FAMÍLIA (Carlos Drummond de Andrade)Três meninos e duas meninas,sendo uma ainda de colo.A cozinheira preta, a copeira mulata,o papagaio, o gato, o cachorro,as galinhas gordas no palmo de horta.e a mulher que trata de tudo.

[...]

O agiota, o leiteiro, o turco,o médico uma vez por mês,o bilhete todas as semanasbranco! mas a esperança sempre verde.A mulher que trata de tudoe a felicidade.

ObjetivosReconhecer grandes poetas brasileiros através da leitura de seus poemas.Observar o poema narrativo (poema que conta história).Proporcionar ao aluno reflexões sobre as diversas histórias contadas nos poemas e a relação com sua própria história.

ConteúdoLeitura do poema narrativo “Família”, de Drummond e observação do uso de classes gramaticais em sua construção (substantivos e adjetivos).

Público alvoSéries finais do Ensino Fundamental.

Tempo estimado04 aulas

Desenvolvimento1ª etapaLeve para a sala o texto impresso e convide os alunos a fazerem um passeio visual pelo texto.Peça a eles que imaginem as personagens e todas as coisas que compõem o poema. Faça os alunos observarem as sequências organizadas em cada estrofe.Instigue a percepção dos alunos para o verso que se repete em cada estrofe.

2ª etapaLeia o poema em voz alta para a turma, observando a entonação.Leve os alunos a perceberem a sequência da história contida no poema.Reflita com eles sobre a ação da mulher dentro do contexto.Instigue a turma a descobrir onde se passa a história.Dê dicas (como os costumes, o tipo de sobremesa, o tipo de reza).

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Leve-os a perceberem que tipo de família era essa, a que classe social pertencia.Releia com eles a 3ª estrofe do poema e faça-os perceberem a crise que provavelmente a família estaria enfrentando.Proponha que eles descubram de que bilhete o poeta fala.Deixe-os falar. Isso ajuda muito na expressão oral.

3ª etapaProponha a montagem visual do poema.Sugira a leitura do livro “O olho de vidro do meu avô”, de Bartolomeu Campos Queiroz. (Se houver possibilidade, leia para a turma).Peça a eles que pesquisem outros textos que dialoguem com o poema lido.

4ª etapaPromova interpretação textual oral e escrita.Aborde as classes gramaticais mais repetidas (substantivos, artigos, adjetivos).Proponha uma pesquisa sobre a importância da mulher na família e na sociedade.

5ª etapaMonte, com os alunos, uma listagem contendo as principais profissões e trabalhos disponíveis em sua cidade.Leve-os a refletir a visão atual sobre a mulher, do ponto de vista cultural, religioso, social, profissional.

6ª etapaAssista, com os alunos, ao filme “O poeta de sete faces”.Peça que montem uma biografia de Drummond. Os alunos podem se basear no filme, mas também pesquisar outras fontes, acrescentando informações e peculiaridades.

AvaliaçãoObserve o desempenho e o interesse do aluno.Registre avanços obtidos no decorrer das atividades.Observe, nos textos montados, se eles apresentam traços biográficos do autor.Observe se as propostas de trabalho têm incentivado o aluno a desenvolver o gosto pela leitura.

Compreensão textual1 - O texto revela a estrutura familiar de uma época. Defina, com suas palavras, esta família:

2 – Marque X na alternativa que melhor traduz a idéia contida no verso “e a mulher que trata de tudo”:a) a beleza e inteligência da mulher.b) a importância e as responsabilidades da mulher.c) a intolerância e a falta de amor da mulher.

3 – O verso “a goiabada na sobremesa de domingo”, faz referência a uma região brasileira. Releia o poema e discuta com seus colegas para descobrirem em que

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Estado se passa a história:

4 – Nas duas primeiras estrofes, o poema apresenta uma rotina normal de família. Já na terceira, aparecem elementos que vêm desestruturar essa aparente tranqüilidade familiar. Cite versos que justifiquem esta afirmativa:

5 – Nos versos “o bilhete todas as semanas/branco! mas a esperança sempre verde”. A que tipo de bilhete o poeta se refere?

6 – O que representam, no poema, as cores branco e verde?

7 – “A espreguiçadeira, a cama, a gangorra/o cigarro, o trabalho, a reza”. A que classe gramatical se referem as palavras destacadas?

8 – A partir dos elementos do texto, identifique em que espaço se passa o enredo?

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IRENE NO CÉU (Manuel Bandeira)Irene pretaIrene boa[...]- Entra, Irene, você não precisa pedir licença.

ObjetivosPerceber a questão do preconceito presente no texto e implícito em nossos costumes.Estabelecer relações com outros textos (como crônicas e romances).

ConteúdoLeitura de poemas, contos e crônicas que tratem do preconceito racial.

Público alvoSéries finais do Ensino Fundamental.

Tempo estimado06 aulas

MaterialTextos impressos, livros, revistas, cartazes.

Desenvolvimento1ª etapaApresente o texto para a turma.Leia o texto com os alunos.Peça para que observem como o preconceito é algo intrínseco em nossa cultura.Leve-os a pensarem ou a levantarem hipóteses sobre onde se passa o enredo do poema.Fale-lhes da figura do autor, contando a história de vida deste escritor, tão representativo para a cultura brasileira.Apresente-lhes curiosidades sobre a vida do poeta: seu medo da morte, nunca se casou, amizades, seus temas preferidos, quando e como o poeta morreu, e outras.

2ª etapaApresente questões de compreensão textual que explorem o contexto social em o texto foi produzido e a classe social a que pertencem as personagens.

3ª etapaLeia para os alunos o conto “Negrinha”, de Monteiro Lobato, dando especial atenção à entonação.Permita-lhes que interajam sobre a leitura.Leve-os a refletirem sobre as atitudes de D. Inácia e como ela era vista pela sociedade.Instigue-os a observarem sobre a forma dissimulada de caridade praticada por esta senhora, o seu discurso perante o padre, os crimes que comente contra a mãe e, depois, contra a menina. A forma austera como trata a criança, os castigos que lhe são impostos o todo o tempo.

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Observe a delicadeza da cena em que a menina vê a boneca pela primeira vez; a diferença que D. Inácia faz no trato com as outras meninas, suas visitantes e especule com os alunos, e o que leva Negrinha à morte.

4ª etapaProponha uma pesquisa de textos que dialoguem com o poema e com os textos apresentados.

5ª etapaApresentação da pesquisa em sala. Esta atividade pode ser feita em grupo.AvaliaçãoObserve o envolvimento da turma na realização das atividades.Observe o comportamento em relação ao assunto abordado.Observe valores cultivados pelo aluno e ajude-o a ampliar/reforçar com outros valores apresentados.

Compreensão textual1 – O autor utiliza vários adjetivos na composição do texto. Transcreva-os:

2 – Um recurso muito utilizado na construção de poemas é a antítese. Cite os versos que compõem uma antítese neste poema de Bandeira:

3 – Quem é Irene (sua profissão, sua classe social)?

4 – Através do verso “– Licença, meu branco!” é possível perceber o tipo de relação que Irene tem com as pessoas com quem convive. Comente esta relação:

5 – “Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.” Por que Irene não precisa pedir licença?

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NAMORO DESMANCHADO (Pedro Bandeira)Já não tenho namoradae nem ligo para isso.É melhor ficar sozinho,namorar só dá enguiço.

[...]

E eu ali, sentado e quieto,no recreio lá da escola,de mãos dadas feito um bobo,vendo a turma jogar bola!

[...]

ObjetivosPerceber a beleza da poesia presente no poema.Reconhecer a narrativa poética como recurso da linguagem.

ConteúdoLeitura do poema como fonte de entretenimento e ressignificação do texto.

Público alvoSéries finais do Ensino Fundamental.

Tempo estimado04 aulas

Material Textos impressos, barbante, cartolina, cola, recortes.

Desenvolvimento1ª etapaApresente o texto à turma e faça a leitura com a devida entonação.Leve os alunos a perceberem as intenções do menino.Deixe-os chegarem a conclusões sobre o verdadeiro motivo pelo qual o menino não quer namorar.Proponha uma discussão a respeito de quem mais se entrega numa relação: o homem ou a mulher.

2ª etapaDivida a turma em grupos, para que ilustrem o poema.Cada grupo poderá ilustrar uma estrofe. Depois, faz-se a montagem do poema num painel.Juntos, os alunos deverão analisar os elementos que compõem o texto e depois falarem sobre suas conclusões.

3ª etapa

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Leve os alunos a resolverem questões escritas para melhor compreensão do texto.

4ª etapaSugira uma pesquisa de textos que dialoguem com o poema. Pode ser música ou gênero, à escolha do aluno.

5ª etapaSugira a leitura de outros textos de Pedro Bandeira (poemas, romances).Oriente os alunos a fazerem um levantamento na biblioteca da escola das obras existentes e que estejam disponíveis para empréstimo.

AvaliaçãoObserve o interesse e a participação dos alunos nas atividades propostas.Observe quais obras chamam mais a atenção dos alunos e por quê.

Compreensão textual1 – A partir da leitura do texto levante hipóteses: qual a provável idade do eu-poético?

2 – Qual é o argumento utilizado pelos colegas do eu-lírico para o namoro precoce?

3 – Quais eram os interesses do eu-poético? Seus interesses eram os mesmos da garota com quem ele estava “namorando”?

4 – “Mas a outra só gostava/de conversa e de passeio”. Por que o menino se refere à garota como “a outra”?

5 – Converse com seus familiares sobre o que é namoro e qual a melhor idade para iniciá-lo. Você partilha da mesma opinião que eles? Produza um texto conceituando o que é namoro, levando em conta suas opiniões e as de sua família, de forma comparativa.

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A SERRA DO ROLA-MOÇA (Mário de Andrade)A serra do Rola-MoçaNão tinha esse nome não...Eles eram do outro lado,Vieram na vila casar.E atravessaram a serra,O noivo com a noiva deleCada qual no seu cavalo.

[...]

Ah, Fortuna inviolável!O casco pisara em falso.Dão noivo e cavalo um saltoPrecipitados no abismo.Nem o baque se escutou.Faz um silêncio de morte.Na altura tudo era paz...Chicoteando seu cavalo,No vão do despenhadeiroO noivo se despenhou.

E a serra do Rola-MoçaRola-Moça se chamou.

Objetivos Incentivar o aluno a uma leitura significativa do texto poético.Perceber a narrativa através da poesia.Promover uma leitura para além do texto.

ConteúdoLeitura do poema narrativo para uma maior sensibilização para o texto.

Público alvoSéries finais do Ensino Fundamental.

Tempo estimado03 aulas

MaterialTextos impressos, sulfite, computadores.

Desenvolvimento1ª etapaApresente o texto aos alunos.Faça com eles a leitura do poema de forma tranqüila para possam apreciar cada verso.Leve-os a perceber os costumes de uma época, como o meio de transporte utilizado

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pelos noivos.

2ª etapaExplore possibilidades de compreensão textual.Proponha aos alunos que conversem com pessoas de outras gerações como avós, vizinhos, para descobrirem as formas como os casais se locomoviam para as solenidades de casamento.Compare as respostas da pesquisa com o contexto atual.

3ª etapaTrabalhe questões escritas para melhor compreensão do texto.

4ª etapaPeça aos alunos que façam uma pesquisa sobre poemas narrativos, inclusive de Mário de Andrade.

5ª etapaDiscuta com a turma os resultados da pesquisa.Peça a eles que pesquisem a biografia de Mário de Andrade.Sugira a leitura de sua obra consagrada “Macunaíma”.Leia para a turma fragmentos significativos do livro “Macunaíma” para motivar a leitura da obra.Utilize a TV Pen-Drive para apresentar fragmentos do filme “Macunaíma” (disponíveis no Domínio Público).Discuta com eles a questão do preconceito presente num dos fragmentos, fazendo intertexto com o poema “Irene no céu”, trabalhado anteriormente.

AvaliaçãoObserve a participação e o envolvimento dos alunos nas atividades propostas.Valorize as pesquisas feitas pelos alunos junto a pessoas mais velhas.Analise a compreensão textual através das respostas dadas às questões propostas e da participação nas discussões propostas.

Compreensão textual1 – O que sugere o título do poema?

2 - A partir da leitura do texto podemos perceber os costumes de uma época. Cite em que espaço se passa a história, comentando esses costumes.

3 – Na primeira estrofe aparece o meio de transporte utilizado pelos noivos. Converse com seus avós como foi o casamento deles e como eles faziam para irem aos casamentos. Produza um texto relatando essas memórias:

4 – O poema narra uma tragédia. Em duplas, produza dois textos:a) Reconte a história em forma de um pequeno conto.b) Transforme o texto em notícia de jornal. Capriche na manchete.

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PORQUINHO-DA-ÍNDIA (Manuel Bandeira)Quando eu tinha seis anosGanhei um porquinho-da-índia.[...]Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas.

- O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada.

ObjetivosMotivar para leitura de outros gêneros textuais além do poema (contos, crônicas, etc.).Estabelecer relações entre um poema e um conto, uma crônica, um romance, etc. Ler com prazer textos escolhidos ou indicados.

ConteúdoA leitura como instrumento de compreensão do mundo.

Público AlvoSéries finais do Ensino Fundamental.

Tempo Estimado05 Aulas.

MaterialTextos impressos, computadores, cópias do conto “Uns Braços”, para a representação teatral.

Desenvolvimento1ªetapaApresente o poema e deixe-os fazerem uma leitura rápida. Convide-os a falarem sobre o texto.Procure estar bem atento às inferências feitas pelos alunos.

2ª etapaLeia o poema em voz alta para a turma e leve os alunos a refletirem sobre o tema do texto. Deixe-os falar sobre animais de estimação e encaminhe a discussão para tipos de paixões, nas diferentes fases da vida do ser humano. Peça aos alunos que façam a silhueta do poema.

3ª etapaProponha a resolução de questões escritas que levem à compreensão do texto.Peça aos alunos que ilustrem o poema, em grupos de três.Procure ouvir cada grupo, as opiniões de cada um a respeito do trabalho proposto.

4ª etapaSugira a pesquisa do conto de Machado “Uns Braços”.Leia com eles em sala.Divida a turma em grupos para que montem uma dramatização do texto para ser

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apresentada à turma.

5ª etapaFale para a turma sobre o romance do mesmo autor “Dom Casmurro”.Comente a história, enfocando como se inicia o namoro entre Capitu e Bentinho.

AvaliaçãoObserve a capacidade de expressar-se oralmente perante os colegas.Observe o envolvimento dos alunos na encenação do texto.

Compreensão textual1 – O eu-poético apresenta um acontecimento de quando ele tinha seis anos. Que fato da infância marcou o menino?

2 – Por mais que o sujeito-lírico tentasse agradar o porquinho-da-índia, não conseguia. Justifique essa afirmativa usando elementos do texto:

4 – Qual era o lugar preferido do porquinho-da-índia? Na sua opinião, por que ele preferia este lugar?

5 – “ – O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada.” Interprete e explique esta afirmativa do eu-lírico. Se precisar, discuta o sentido deste verso com seu professor:

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O ÚNICO ANIMAL (Luís Fernando Veríssimo)O homem é o único animal...[...]... que passa pelos outros e finge que não vê[...]... que esfola os outros e vende a pele[...]... que leva meses aprendendo a andar[...]

ObjetivosLer e refletir sobre a importância do ser humano em diversos aspectos de sua existência.Discutir em que aspectos o homem se difere dos demais animais.

ConteúdoLeitura do texto O Único Animal, de Luís Fernando Veríssimo.

Público AlvoSéries finais do Ensino Fundamental.

Tempo estimado03 aulas

Material Cópias dos poemas, internet.

Desenvolvimento1ª etapaDistribua os textos e peça aos alunos que façam uma breve leitura dos mesmos. Peça aos alunos que apontem os versos que mais chamaram sua atenção. Deixe-os falar, sobre coisas relevantes no contexto.

2ª etapaFaça a leitura do poema em voz alta para a turma e explore cada verso quanto ao seu significado, valorize a participação de cada um.Torne este um momento agradável para todos.

3ª etapaLeia com os alunos o poema “Formas do nu”, de João Cabral de Melo Neto.Leve os alunos a refletirem na ação do homem sobre a natureza.Chame à atenção para a inteligência do homem, o que o leva a fazer melhorias significativas para si próprio, mas muitas vezes, agredindo o meio ambiente.Deixe os alunos apontarem, discutirem, defenderem seus pontos de vista. Procure valorizar a fala de cada um e esclarecer, se necessário, possíveis dúvidas.

4ª etapaProponha um trabalho de ilustração do poema.

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Oriente-os para elaborarem uma montagem criativa.A seguir, sugira uma pesquisa de grandes acontecimentos ao longo da história, montando uma linha do tempo para ser exposta na parede da escola.

5ª etapaTrabalhe com questões de compreensão do texto.Leve-os a perceberem como a leitura de um poema pode nos levar a diferentes lugares e situações. Proponha uma pesquisa de outros poemas que tratem do mesmo tema.Recolha todos os poemas trazidos para o trabalho de pesquisa e monte um varal.Faça junto com a turma um trabalho de catalogação dos poemas. (Orientá-los como fazer essa atividade.) Selecione pelo menos 3 autores e peça que pesquisem em grupo a sua biografia. Novamente exponha, isso faz com que o aluno sinta valorizado seu trabalho e os anime a prosseguir.

AvaliaçãoObserve a participação de cada um, o entusiasmo do aluno, ou alguma possível apatia.Esteja sempre aberto(a) a conversar particularmente, se necessário. Demonstre sempre o seu prazer de ler. Interesse-se por aquilo que for novo também para você, afinal o bom professor é aquele que não só ensina, mas que também aprende com o momento, o aluno precisa sentir-se parte integrante no processo de ensino-aprendizagem.

Compreensão textual1 – Após a leitura do texto, justifique com suas palavras, o título dado a ele:

2 – O texto apresenta várias ações próprias do ser humano. Cite outras, também próprias unicamente do homem:

3 – Explique o verso “[O homem é o único animal] que fala mais do que papagaio”:

4 – O texto fala em chantagem emocional. Escreva o que você sabe sobre esse assunto (se não souber, pesquise ou converse com outras pessoas a esse respeito):

5 – A partir da leitura do poema “Formas do nu”, de João Cabral de Mel Neto, produza um texto dissertativo sobre a relação do homem com a natureza.

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SEM BARRA (José Paulo Paes)Enquanto a formigacarrega comidapara o formigueiro,a cigarra canta,canta o dia inteiro.

[...]

ObjetivosEstimular o gosto pela leitura do texto poético.Observar que um texto pode gerar outro(s).

ConteúdoLeitura do texto poético “Sem barra”, de José Paulo Paes.

Público AlvoSéries finais do Ensino Fundamental.

Tempo estimado02 aulas

MaterialCópias do poema, diferentes versões da fábula “A cigarra e a formiga”.

Desenvolvimento1ª etapaPeça que os alunos tragam a fábula “A cigarra e a formiga” para a sala de aula, contendo dados bibliográficos como autor e data da publicação.Elabore uma seqüência cronológica dos textos trazidos.Peça que os alunos leiam as versões, na ordem de publicação.Observe o tipo de gênero textual usado (conto, poema ou outro).Discuta com eles como é vista a música nas diferentes versões (diversão, trabalho, profissão...)

2ª etapa Leia com os alunos o texto poético em voz alta.Peça aos alunos uma releitura, de forma individual e silenciosa.A seguir, peça-lhes que releiam a versão em prosa trazida para a etapa anterior, observando as diferenças na composição (parágrafos, versos, recursos literários, pontuação).Passe para eles a silhueta do poema.Procure sempre lembrar com eles diferenças entre prosa e poesia.

3ª etapaSensibilize os alunos para as peculiaridades do texto.Leve-os a perceberem a importância do trabalho para a realização pessoal individual.

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Peça aos alunos que façam uma descrição psicológica das personagens.Proponha a ilustração do poema em forma de HQ para posterior exposição.

4ª etapaElabore com os alunos em grupo um guia das profissões disponíveis na sua região.Em seguida, façam a leitura do texto “Criança não trabalha”, de Paulo Talit e Arnaldo Antunes, e depois ouça esta música com os alunos.

5ª etapaSugira a leitura do texto “A árvore que dava dinheiro”, de Domingos Pellegrini.Esta leitura pode ser feita com a turma em sala, dividindo o texto em capítulos que poderão ser lidos em grupos e representados, segundo a criatividade da turma.

AvaliaçãoObserve o desenvolvimento das atividades segundo a participação e o interesse de cada um, ao longo da leitura e da discussão.Acompanhe as possíveis mudanças e fique atento aos relatos de leitura que os alunos façam ou comentem em sala.Procure dispor de bons títulos para sugerir, o professor é sempre referência para o aluno.

Compreensão textual1 – O poema fala de música e trabalho. Observe a 2ª estrofe: “A formiga é só trabalho./A cigarra é só cantiga.”a) Como o texto apresenta trabalho e cantiga?b) Hoje, como é vista a música pela sociedade?

2 – Relacione a afirmação da 3ª estrofe com o papel da música em nossas vidas:

3 – O poema é uma releitura da fábula “A cigarra e a formiga”. Quando você conheceu esta fábula? Você se lembra em que situação se deu esse conhecimento? Relate esse momento de sua vida.

4 – Existem várias versões desta fábula. Cite as que você conhece:

5 – Esta fábula, de La Fontaine foi escrita numa época a música não considerada uma atividade séria. Hoje, há uma maior valorização dos músicos. Qual sua opinião a respeito dessa mudança?

6 – Desenhe a silhueta deste poema:

7 – Utilizando recortes ou desenho livre, desenhe a silhueta do poema numa folha de sulfite.

8 – Sendo este poema uma releitura da fábula “A cigarra e a formiga”, responda qual é a característica que mais evidencia uma fábula:

9 – A rima é uma das características próprias do poema. Identifique quais as rimas

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do poema “Sem barra” e descreva que tipo de rimas são essas:

10 – Reconte o poema em forma de HQ. Você poderá usar quantos quadrinhos forem necessários.

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NAMORADOS (Manuel Bandeira)O rapaz chegou-se para junto da moça e disse:- Antônia, ainda não me acostumei com o seu corpo, com sua cara.[...]O rapaz prosseguiu com muita doçura:- Antônia, você parece uma lagarta listrada.A moça arregalou os olhos, fez exclamações.[...]

ObjetivosPromover uma leitura significativa do texto poético.Refletir sobre modos de falar e ser entendido.

ConteúdoA leitura como forma de reflexão e análise das entrelinhas.

Público alvoSéries finais do Ensino Fundamental.

Tempo estimado02 aulas

Desenvolvimento1ª etapa Leia o texto com os alunos.Leve-os perceber a intimidade existente entre as personagens.Procure fazer com que o aluno observe os detalhes, por exemplo, a forma como dialogam e o que sugerem as reticências.

2ª etapaProponha uma releitura, visando perceber a que fases da vida das personagens o texto se refere.Leve-os a analisar os elementos que reiteram essa informação.

3ª etapaPeça aos alunos que destaquem as falas das personagens, pintando cada uma de cor diferente. Incentive a turma a dramatizar o texto, aos pares (se quiserem utilizar a figura do narrador, poderão fazê-lo).

4ª etapaSugira uma pesquisa de textos que dialoguem com este (ex. “Namoro desmanchado”, de Pero Bandeira, “A namorada”, de Manoel de Barros, etc.).

5ª etapaExponha os textos trazidos em um mural.Selecione dois ou três (através de sorteio ou outra forma) para serem lidos em sala de aula.

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AvaliaçãoObserve a participação do aluno.Analise se os textos trazidos dialogam com o poema apresentado.

Compreensão textual 1 – O poema “Namorados” não apresenta rimas nem estrofes, sendo considerado também como conto poético. Podemos classificá-lo, então, como:a) poema narrativo. b) poema descritivo.c) poema dissertativo.

2 - O texto não diz a idade das personagens, por isso podemos levantar hipóteses. Que palavras que nos permitem imaginar a idade do casal?

3 - O que o rapaz quis dizer com “ainda não me acostumei com o seu corpo, com sua cara?

4 - Ao lembrar-se da lagarta listrada, a meninice brincou nos olhos da moça. O que essa expressão revela?

5 - Ao comparar Antônia a uma lagarta listrada, a moça arregalou os olhos, fez exclamações. Por quê?

6 - Quais teriam sido as exclamações feitas por Antônia?

7 – Ao comparar Antônia a uma lagarta, o rapaz quis ofendê-la?

8 - Por que o rapaz acha Antônia engraçada, louca?

9 - A comunicação foi eficaz entre os dois?

10 - Faça uma ilustração referente ao texto em folha sulfite, para entregar ao professor. Ela fará parte de uma exposição de desenhos:

11 - Converse com algumas pessoas sobre início de namoro. Observe como elas se conheceram e o que chama atenção na história de cada uma. Faça o relato escrito de, pelo menos, dois casos.

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QUADRILHA (Carlos Drummond de Andrade)João amava Teresa que amava Raimundoque amava Maria que amava Joaquim que amava Lilique não amava ninguém.[...]

ObjetivosMotivar a leitura do texto poético.Refletir sobre os rumos que a vida pode tomar, diferente do que previmos inicialmente.

ConteúdoO texto poético como fonte de interação com o cotidiano das pessoas.

Público alvoSéries finais do Ensino Fundamental.

Tempo estimado02 aulas

MaterialCópias do texto, filme “O poeta de sete faces”.

Desenvolvimento1ª etapaLeia o texto com a turma.Proponha aos alunos uma leitura dramatizada do texto.Leve-os a perceber a beleza e a complexidade dos relacionamentos amorosos.Faça-os observar a dimensão com que se tece a história de cada um.

2ª etapaReflita com os alunos sobre as fases da vida em que são mais comuns estes relacionamentos.

3ª etapaAssistam à cena do filme “O poeta de sete faces”, em que este poema é encenado, para posterior discussão sobre a forma como o poema é apresentado.Peça aos alunos que conversem com pessoas mais velhas para saberem de seus relacionamentos amorosos.

4ª etapaPromova uma roda de conversa para que os alunos contem histórias trazidas a partir da conversa que tiveram, proposta na etapa anterior.

5ª etapaProponha compreensão textual através de questões escritas.

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Compreensão textual1 - O que leva o autor a repetir seis vezes a forma verbal ‘amava’ no início do texto?

2 - O tempo verbal usado no poema é o passado. O que justifica o uso deste tempo verbal?

3 - Reescreva o poema usando o tempo presente. O que você nota no último verso?4 - Reescreva o texto substituindo os nomes das personagens e criando outros fins para cada uma delas:

5 - Elabore um cartaz ilustrativo (ou maquete) para este poema.Você poderá usar recortes de revistas ou jornais, barbante, materiais recicláveis, etc. Seja criativo.

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Trecho de NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI (De Eduardo Alves da Costa - Atribuído a Bertolt Brecht e Vladimir Maiakovski)

Na primeira noite eles se aproximame roubam uma flordo nosso jardim.E não dizemos nada.Na segunda noite, já não se escondem;pisam as flores,matam nosso cão,e não dizemos nada.Até que um dia,o mais frágil delesentra sozinho em nossa casa,rouba-nos a luz, e,conhecendo nosso medo,arranca-nos a voz da garganta.E já não podemos dizer nada.

ObjetivosLer e refletir aspectos significativos do texto.Atualizar o conteúdo do poema, relacionando-o à realidade.

ConteúdoA leitura como forma de refletir a realidade do mundo que nos cerca.

Público alvoSéries finais do Ensino Fundamental.

Tempo estimado02 aulas

MaterialCópias do texto.

Desenvolvimento1ª etapaFaça uma leitura do poema para a turma, dando-lhe boa entonação.Leve os alunos a perceberem a sutileza com que o autor fala sobre a manipulação presente na sociedade.

2ª etapaDiscuta com os alunos em que aspectos o texto tem relação com a realidade cotidiana, social e política.

3ª etapaProponha questões escritas que permitam ao aluno a melhor compreensão do texto.

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4ª etapaChame à atenção para o fato de que o texto foi produzido por Eduardo Alves da Costa, mas é, com frequência, atribuído a Bertolt Brecht e Vladimir Maiakóvski.

Oriente os alunos a fazerem uma pesquisa em livros ou na Internet sobre quem são esses dois autores. Depois conclua com porque atribuem a estes autores a autoria do poema.

5ª etapa

Explique-lhes que esse poema é um trecho, um fragmento.

Peça-lhes que pesquisem e copiem o poema completo. Além de conhecê-lo, poderão discuti-lo em sala.

Avaliação

Observe a capacidade do aluno de relacionar o conteúdo do poema à realidade.

Observe se a pesquisa feita por eles contempla os objetivos da mesma.

Compreensão textual1 - Por que o autor faz uso da 1ª pessoa plural e não singular (nosso, nossa, dizemos, arranca-nos, rouba-nos, podemos)?

2 - Observe o 1º verso: “Na primeira noite eles se aproximam”. Reflita sobre quem pode ser “eles”. Substitua o pronome por um substantivo (ladrões, políticos, pedófilos, aproveitadores, alunos, notas vermelhas, professores, filhos, problemas, obstáculos, doença, amor...)

3 - Por que o autor repete a expressão “E não dizemos nada.” e encerra o poema dizendo “E já não podemos dizer nada.”?

4 - As ações, no início do poema, são realizadas por muitos (ou vários, ou alguns) e no final, por apenas um elemento. O que essa mudança de número nos revela?

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5 - Reflita sobre o conteúdo do texto. O autor se utiliza de metáforas para a transmissão da mensagem. (por exemplo, a flor pode ser nossa coragem de gritar contra injustiças; o cão, nossa esperança de mudança). Produza um texto dissertativo, apresentando seu ponto de vista a respeito das ideias do autor.

6 - Escolha um dos provérbios a seguir e produza um texto que o ilustre. Você pode escolher produzir texto narrativo ou dissertativo-argumentativo.

“Antes que o mal cresça, corte-lhe fora a cabeça.”

“É de pequenino que se torce o pepino.”

7 - Produza uma paródia do poema, substituindo o pronome “eles”, na primeira estrofe, por um substantivo. Você pode escolher um dos que já foram citados ou outro que lhe ocorra.

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Conclusão

A poesia é um tipo especial de comunicação, pois traduz em poucas palavras aquilo que, num outro gênero textual (prosa) usaríamos muitas páginas. Em poucos versos conta-se uma história, uma narrativa. O professor deve levar o aluno à descoberta da poesia contida nos textos e nas diferentes situações vividas, a verem com outros olhos aquilo que sempre viram e que nunca perceberam o quanto é belo e encantador.

Por ser a sequência didática um conjunto de atividades ligadas entre si, planejadas para ensinar um conteúdo, etapa por etapa, organizadas de acordo com os objetivos que o professor quer alcançar para a aprendizagem do aluno, propusemos o uso dessa metodologia para ampliar o gosto pela leitura do gênero textual poema e, a partir dele, de outros gêneros.

Cabe, ao professor, a partir desta proposta, elaborar suas próprias sequências didáticas, utilizando poemas que considere relevantes para alcançar seus objetivos.

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