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É UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS UFMG ESCOLA DE ENFERMAGEM CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA ENFERMAGEM DO TRABALHO Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do trabalhador rural: uma revisão integrativa - período de 2000 a 2009 Belo Horizonte 2011

Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

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Page 1: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

É UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS UFMG

ESCOLA DE ENFERMAGEM

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA – ENFERMAGEM DO

TRABALHO

Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do trabalhador

rural: uma revisão integrativa - período de 2000 a 2009

Belo Horizonte

2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS UFMG

ESCOLA DE ENFERMAGEM

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA – ENFERMAGEM DO

TRABALHO

Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do trabalhador

rural: uma revisão integrativa - período de 2000 a 2009

Larissa Silva Braulio

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Saúde Coletiva Área de Concentração – Enfermagem do Trabalho, da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, como requisito parcial para a obtenção de título de especialista em saúde coletiva. Professora Orientadora: Kátia R. Gonçalves

Belo Horizonte-MG

2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS UFMG

ESCOLA DE ENFERMAGEM

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA – ENFERMAGEM DO

TRABALHO

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Saúde Coletiva Área de Concentração – Enfermagem do Trabalho, da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, como requisito parcial para a obtenção de título de especialista em saúde coletiva.

Comissão Examinadora:

Orientadora: Kátia R Gonçalves

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Page 4: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Síntese do resultado da busca da revisão integrativa, segundo a titulação

do autor, período 2000 a 2010.....................................................................25

Gráfico 2: Síntese do resultado da busca da revisão integrativa, segundo o ano de

publicação, período 2000 a 2010..................................................................25

Gráfico 3: Síntese do resultado da busca da revisão integrativa, segundo o ano de

publicação, período 2000 a 2010..................................................................26

Gráfico 4: Síntese do resultado da busca da revisão integrativa, segundo a base de

dados, período 2000 a 2010..........................................................................26

Page 5: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

LISTA DE QUADROS E FIGURAS

Quadro 1 – Classificação dos agrotóxicos em relação à sua toxidade............16

Quadro 2 - Os organofosforados produzidos para o mercado e sua classe

toxicológica........................................................................................................18

Quadro 3 - Características dos autores e publicações.....................................24 Quadro 4 - Síntese da amostra dos estudos: Danos e consequências que a exposição aos organofosforados pode causar..................................................27 Figura 1 – Estrutura química básica de inseticidas organofosforados.............17

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DDT - Dicloro – Difenil – Tricloroetano

LILACS - Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde

OMS- Organização Mundial de Saúde

PND - Plano Nacional de Desenvolvimento

SciELO - Scientific Eletronic Lybrali On Line

TEM - Ministério do Trabalho e Emprego

Page 7: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

RESUMO

A agricultura moderna vem utilizando novas tecnologias e novos insumos que têm colaborado decididamente para o seu desenvolvimento. Porém, a falta de racionalidade e compromisso político no estabelecimento das técnicas de produção, com uso irracional de agrotóxicos, numa busca incessante por maior produtividade, tem provocado erros e exageros no manejo das culturas e causado danos sobre a saúde dos trabalhadores e impactos ambientais irreversíveis. De acordo com a Agencia de Proteção ao Meio Ambiente americana, agrotóxico é uma substancia ou composto que tem a função de prevenir, destruir, matar ou repelir qualquer peste. No mercado mundial de agrotóxicos, os países em desenvolvimento são responsáveis pelo consumo de 20% desses produtos. O Brasil é destacado com o maior mercado individual, representando 35% do consumo, o equivalente a 1,1 bilhão de dólares americanos. O uso indiscriminado de agrotóxico ocasiona em um significativo número de intoxicações, agudas e/ou crônicas. A elevada aplicação de agentes tóxicos, sem o emprego dos cuidados necessários, tem colaborado para a degradação ambiental e para o aumento das intoxicações ocupacionais, configurando-se em um dos principais problemas de saúde pública no meio rural. Este estudo trata-se de uma revisão bibliográfica integrativa que teve como objetivo analisar quais os principais danos causados por agrotóxicos organofosforados em trabalhadores rurais, contribuindo para as ações de vigilância em saúde destes trabalhadores. A pesquisa realizada identificou no banco de dados LILACS 74 artigos e no banco de dados SciELO 22 artigos, porém, os artigos encontrados eram compatíveis com os encontrados no banco de dados LILACS. Após análise crítica dos resumos das publicações, foram consideradas as publicações em português, disponíveis para acesso on line e que respondiam a temática em questão. Resultando em 9 artigos que constituíram a amostra do estudo. Os principais danos identificados neste estudo estão relacionados aos sistemas nervoso, cardiovascular, gastrintestinal, epitelial, vestibular, auditivo e respiratório. Em relação ao sistema auditivo, o contato prolongado com esses químicos pode desencadear surdez. Os sinais e sintomas de intoxicação por esses produtos são muitos, mas os principais são: cefaléia, vomito, náuseas, fraqueza, tontura, dificuldades respiratórias, convulsões e nervosismo. Cabe ao enfermeiro responsável pela saúde do trabalhador criar métodos de intervenção, prevenção e atendimento para os trabalhadores rurais que lidam com agrotóxicos, proporcionando a essas pessoas melhor assistência e qualidade de vida.

Palavras Chaves: Saúde, organofosforados

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 09

2 OBJETIVO............................................................................................. 12

3 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................... 13

4 METODOLOGIA..................................................................................... 21

5 RESULTADOS e DISCUSSÃO.............................................................. 24

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 31

REFERÊNCIAS....................................................................................... 33

ANEXO ou APENDICE........................................................................... 36

Page 9: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

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1. Introdução

A agricultura moderna vem utilizando novas tecnologias e novos insumos que

têm colaborado decididamente para o seu desenvolvimento. Porém, a falta de

racionalidade e compromisso político no estabelecimento das técnicas de produção,

com uso irracional de agrotóxicos, numa busca incessante por maior produtividade,

tem provocado erros e exageros no manejo das culturas e causados danos sobre a

saúde dos trabalhadores e impactos ambientais irreversíveis.

Os agrotóxicos apresentam riscos ao homem e ao meio ambiente devido à

sua estrutura química e sua ação na natureza. Estudos relatam que as intoxicações

por esses produtos são problemas no mundo todo (OLIVEIRA; BURIOLA, 2009).

De acordo com a Agencia de Proteção ao Meio Ambiente americana,

agrotóxico é uma substancia ou composto que tem a função de prevenir, destruir,

matar ou repelir qualquer peste (HOSHINO et al., 2008). São divididos em

herbicidas, fungicidas, acaricidas, algicidas, larvicidas e inseticidas. Esses químicos

têm a função de elevar a produção, aumentando a produtividade e melhorando a

qualidade dos produtos, reduzindo o trabalho e os custos com energia (COUTINHO

et al., 2005).

O uso extensivo desses produtos químicos representa um grave problema de

saúde publica para os países em desenvolvimento, principalmente no Brasil, onde a

ausência de noções de higiene, informação ou controle proporciona péssimas

condições de trabalho (OLIVEIRA; BURIOLA, 2009). Dos países da América Latina

o Brasil é considerado o maior consumidor de produtos agrotóxicos, sendo de 50% o

consumo em relação à quantidade comercializada na região (OLIVEIRA-SILVA et

al., 2001).

Entre 1997 e 2001 foram notificados no Brasil, 26.164 casos de intoxicação

por agrotóxicos no campo (OLIVEIRA; BURIOLA, 2009, PIRES; CALDAS; RECENA,

2005). Apesar destes países representarem 25% do consumo mundial de

inseticidas, 99% dos casos de morte está relacionado a eles (OLIVEIRA; BURIOLA,

2009).

No Brasil, o uso de produtos agrotóxicos em grande escala ocorreu a partir da

década de 70, quando os pesticidas foram incluídos juntamente com outros produtos

no financiamento agrícola. Nesta época, o composto organofosforado consolidou-se

Page 10: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

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no mercado tornando-se o mais usado nas propriedades agrícolas (ARAUJO et al.,

2007).

O consumo de agrotóxicos tem aumentado rapidamente no mundo. Na

maioria dos casos não existe um controle adequado em relação à venda e o ao uso

destes produtos (DELGADO; PAUMGARTTEN, 2004). A falta de legislação,

acompanhamento e informações adequadas aos trabalhadores rurais são os fatores

que levam as intoxicações por agrotóxicos (PIRES; CALDAS; RECENA, 2005).

O uso indiscriminado de agrotóxico ocasiona um significativo número de

intoxicações, agudas e/ou crônicas. A elevada aplicação de agentes tóxicos, sem o

emprego dos cuidados necessários, tem colaborado para a degradação ambiental e

para o aumento das intoxicações ocupacionais, configurando-se em um dos

principais problemas de saúde pública no meio rural. (MORAES, 1999)

Os riscos ocupacionais relacionados ao uso de agrotóxicos estão diretamente

ligados ao produto e suas características, tais como: tipo de formulação, forma de

aplicação e nível de toxidade. Existem outros fatores que influenciam no uso desses

produtos, como, difícil acesso às informações técnicas; falta de informação às

técnicas de segurança do trabalho; máquinas e equipamentos em estado precário;

pouca disponibilidade de equipamentos de proteção; condições climáticas

inadequadas; longas jornadas de trabalho que potencializam a exposição ao

produto; não realização de higiene pessoal após exposição ao agrotóxico; condições

sanitárias precárias; condições orgânicas do trabalhador (SZNITOWSK, 2009).

Soares, Almeida e Moro (2006) relatam o risco que os trabalhadores rurais

estão expostos ao utilizar inadequadamente os agrotóxicos. Evidenciando a

importância da orientação da população e da criação de políticas publicas sobre o

uso e a prevenção dos riscos a saúde que estes produtos causam.

No Brasil, a ocorrência de intoxicações por pesticidas do grupo dos

organofosforados continua sendo alta, apesar da diminuição no seu uso em relação

as duas últimas décadas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que

ocorram aproximadamente três milhões de envenenamentos humanos por

pesticidas em todo o mundo ao longo de um ano, com mais de 220.000 mortes

relatadas.

Este estudo foi realizado na perspectiva de contribuir com os conhecimentos

nesta área, pois apesar da grande produção científica publicada e farto arcabouço

legal a este respeito, muito pouco tem sido feito de forma a intervir sobre o

Page 11: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

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problema. Precisa-se não só fomentar pesquisas, mas ampliar a visão sobre o

processo histórico, que teve repercussões importantes sobre a saúde do trabalhador

rural e buscar alternativas de eliminar o impacto dos agrotóxicos sobre a saúde.

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2. Objetivos

Analisar, na literatura nacional, no período de 2000 a 2010, a produção

científica sobre os principais danos causados por agrotóxicos organofosforados na

saúde dos trabalhadores rurais, com o propósito de contribuir para o

desenvolvimento de ações de vigilância em saúde para esta categoria de

trabalhadores.

Page 13: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

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3. Referencial Teórico

No mercado mundial de agrotóxicos, os países em desenvolvimento são

responsáveis pelo consumo de 20% desses produtos. O Brasil é destacado com o

maior mercado individual, representando 35% do consumo, o equivalente a 1,1

bilhão de dólares americanos (PERES et al., 2001).

Entre 1983 e 1998 os custos mundiais nesse segmento passaram de 20

bilhões de dólares para 34 bilhões de dólares, aumentando de 3% para 4,4% o

crescimento do consumo anual de agrotóxicos. Já em 2001 houve uma queda do

comercio desses produtos. Os herbicidas constituem os mais vendidos entre os

agroquímicos, representando 46.6% do total vendido (MIRANDA et al., 2007).

No Brasil são produzidos em torno de 250 mil toneladas e vendidos cerca de

2,5 bilhões de dólares por ano de produtos agrotóxicos (SILVA et al., 2005). De

acordo com a Anvisa, o país é o 7º consumidor (CASTRO; CONFALONIERI, 2005).

Os agrotóxicos são definidos como produtos químicos ou biológicos

utilizados, entre outras finalidades, para exterminar pragas ou patógenos que

ataquem as culturas. Estima-se que na atualidade cerca de 2,5 a 3 milhões de

toneladas de agrotóxicos sejam utilizados anualmente na agricultura em todo o

mundo (MEYER et al., 2003).

De acordo com o Artigo 2º da Lei N° 7.802, de 11 de julho de 1989 são

considerados agrotóxicos:

1. Os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos; 2. Substâncias e produtos, empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).

Os agrotóxicos são formados por uma série de compostos químicos ou

biológicos, criados para exterminar ou controlar e regular o crescimento de

determinados seres vivos. (PERES et al., 2005).

Costumam ter ação sobre a composição física e a saúde do ser humano,

além de contaminarem o meio ambiente (PERES et al., 2005). Esses produtos

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contém substancias que podem oferecer perigo ao homem, de acordo com a

toxicidade, do grau de contaminação e do tempo de exposição durante o uso. O

contato com os agrotóxicos por longo tempo em homens, animais e plantas tem

efeitos nocivos e indesejáveis (CASTRO; CONFALONIERI, 2005).

Surgimento dos agrotóxicos no mundo

A mecanização do setor agrícola que surgiu com a Revolução Industrial, deu

início à produção de produtos agrícolas, tais como fertilizantes artificiais. Com isso

foram criados extensos terrenos de monoculturas, que é a plantação de áreas

relativamente grandes com um só tipo de cultura, idealizando as condições para as

pragas (COROMOTO, 2004).

Devido a essa modificação no setor agrícola, e ao aumento da produtividade

para atender a população, ocorreu a mecanização de várias atividades do campo,

substituindo a mão de obra pelas máquinas. Em meados de 1930 ocorreu outra

mudança, a inserção dos agroquímicos (em especial os agrotóxicos) no trabalho

agrícola (SILVA et al., 2005).

Antes da Segunda Guerra Mundial já se usava alguns elementos naturais

como praguicidas, tais como enxofre, cobre, arsênico e fósforo. Apesar de tóxicos,

alguns ainda são utilizados. Mais tarde, foi produzido o primeiro agrotóxico sintético

e comercializado na Alemanha. Em 1932 deu-se início ao comércio de produtos para

o combate de pragas domésticas (COROMOTO, 2004).

O uso de químicos para combater pragas e doenças vem de civilizações

antigas, que utilizavam enxofre, arsênico, calcário e a nicotina. Com o

desenvolvimento industrial, foram criados os agrotóxicos (SILVA et al., 2005).

De acordo com Sznitowsk (2009) no século XIX já se usavam, na Europa

compostos a base de cobre enxofre e mercúrio para combater fungos. No início do

século XX houve um crescimento do uso de metais tóxicos, os produtos utilizados

eram a base de flúor, arsênico, mercúrio selênio, chumbo, bórax e sais de cobre de

zinco.

Em meados de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial com o surgimento

de tecnologias inéditas, foi descobertos o DDT (Dicloro – Difenil – Tricloroetano), por

Paul Muller e acreditava-se que essa fórmula erradicaria todas as pragas

(COROMOTO, 2004). De acordo com Sznitowsk (2009) o DDT também foi utilizado

Page 15: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

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para combater o mosquito da malária. Nessa época também desenvolveram-se

produtos de compostos organossintéticos, e são em maior parte organofosforados e

organoclorados (COROMOTO, 2004).

Em vários países o uso do DDT foi banido, visto que esse produto era

cancerígeno, teratogênico (que pode causar malformação fetal) e mutagênico (que

pode causar mutação celular) (SZNITOWSK, 2009).

A partir do século XX o trabalho agrícola deixou de ser o meio de vida dos

agricultores e suas famílias e se tornou uma atividade comercial. Nessa época

ocorreram grandes mudanças tecnológicas e organizacionais no processo produtivo,

o que modificou os processos e as relações de trabalho. (SILVA et al., 2005).

Em 1960 houve a inserção do uso dos agrotóxicos no Brasil, aumentando os

riscos de doença e morte dos trabalhadores rurais (SILVA et al., 2005).

Em 1975 foi criado o Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), esse plano

foi responsável pela abertura do Brasil ao comércio internacional de agrotóxicos.

Nos termos do PND para que o agricultor obtivesse recursos do crédito rural, era

incluída obrigatoriamente uma cota definida de consumo de produtos agrotóxicos.

Essa obrigatoriedade juntamente com as propagandas dos agrotóxicos,

incrementaram e disseminaram o uso dos mesmos no Brasil (SILVA et al., 2005).

Para Sznitowsk (2009) a ausência de assistência técnica e a difusão da

agricultura moderna fez com que os agricultores utilizassem de novas tecnologias

sem levar em consideração os critérios e condições adequadas para o trabalho.

Tipos de agrotóxicos

De acordo com as normas internacionais os agrotóxicos são classificados de

várias maneiras: de acordo com os organismos que controlam, sua concentração,

sua ação, sua composição química, de acordo com a apresentação de suas

fórmulas comerciais e ao uso em que são destinados (COROMOTO, 2004).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu a classificação de

acordo com a periculosidade do produto, devendo obrigatoriamente ser descritas na

embalagem dos produtos. O grau de perigo é classificado de acordo com a Dose

Letal Média, ou seja, a dose que mata em média a metade da população exposta ao

produto (COROMOTO, 2004).

Page 16: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

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Coromoto (2004) subdivide os agrotóxicos em:

1. Quanto aos organismos que controlam: Inseticidas: controlam insetos; Fungicidas: controlam fungos; Herbicidas: controlam plantas ou arvenses; Acaricidas: controlam ácaros; Rodenticidas: controlam roedores. 2. Quanto à composição química: Inseticidas: organoclorados, organofosforados, carbamatos, piretróides e outros; Herbicidas: dinitrofenoles, triazinas, ácidos tricloroacéticos e outros; Fungicidas: compostos de cobre e enxofre, fenoles e outros. (COROMOTO, 2004, p.29-30).

De acordo com a legislação brasileira, os agrotóxicos apresentam uma faixa

colorida no rótulo, que determina a sua toxicidade e são classificados em vários

níveis, como representado no quadro abaixo (quadro 1).

Quadro 1 – Classificação dos agrotóxicos em relação à sua toxidade.

Classe Cor Toxidade

I Vermelha Extremamente tóxico

II Amarela Altamente tóxico

III Azul Medianamente tóxico

IV Verde Pouco tóxico

Fonte: MINETTO, Adelice Sznitowsk. Fatores que podem contribuir para a ocorrência de acidentes de trabalho

pelo uso de agrotóxicos entre os agricultores familiares no assentamento Guapirama em Campo Novo do

Parecis- MT. Universidade Federal de São Carlos, 2009.

Considerada a terceira geração dos agrotóxicos, considerados menos tóxicos,

os carbamatos e os componentes organofosforados são mais solúveis em água o

que os torna menos persistentes, porém, mais poluentes das águas subterrâneas e

superficiais (COROMOTO, 2004).

Organofosforados – Os inseticidas

Os primeiros compostos organofosforados foram desenvolvidos na Idade

Média por alquimistas, porém foram estudados por Lassaigne em 1820, no início do

século XIX. Em 1930 foram descobertas as propriedades tóxicas e inseticidas de

Page 17: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

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certos compostos de fósforo, dando origem aos organofosforados (SANTOS et al.,

2007).

Os organofosforados são compostos de um átomo central de fósforo

pentavalente, ligado à um átomo de oxigênio ou enxofre, por ligação dupla (figura 1).

Os produtos procedentes desses químicos têm maior toxidade para o ser humano e

outros mamíferos, quando comparados com os organoclorados (COUTINHO et al.,

2005).

O uso dos organofosforados em maior quantidade se dá devido a sua forte

ação biológica e a sua instabilidade na biosfera, tendo uma meia vida em plantas de

2 a 10 dias. São muito utilizados também por terem baixa toxidade e custo

(SANTOS et al., 2007).

Os organofosforados são utilizados como inseticidas, atuando na inibição da

enzima acetilcolinerase no sistema nervoso de vertebrados e invertebrados

(SANTOS et al., 2007). Ao inibir as enzimas colinesterases no sistema nervoso

central do inseto, inativa essas enzimas, causando o acúmulo de acetilcolina, o que

provoca o descontrole do sistema nervoso levando o inseto à morte (COUTINHO et

al., 2005). O principal sítio de atuação desse inseticida é a junção neuromuscular do

sistema nervoso, impedindo a transmissão das sinapses dos neurônios colinérgicos

dos sistemas nervosos central e periférico (SANTOS et al., 2007).

Figura 1 – Estrutura química básica de inseticidas organofosforados

Fonte: SANTOS, Viviane Martins Rebello dos et al . Compostos organofosforados pentavalentes: histórico,

métodos sintéticos de preparação e aplicações como inseticidas e agentes antitumorais. Quím. Nova, São

Paulo, v.30, n.1, Fev. 2007.

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Esse pesticida tem sido usado no combate às pragas em vários tipos de

plantações, em domicílio contra moscas e mosquitos e também utilizado por órgãos

de saúde pública no combate ao Aedes Aegypti, o mosquito da dengue.

Na agricultura, é utilizado nas plantações de alho, cebola, trigo, arroz, milho, frutos

(exceto nozes), hortaliças, feijão, batata, algodão, amendoim, soja, cacau, café e

centeio (COUTINHO et al., 2005).

Em seu estudo Sznitowsk (2009) constatou que dentre os agrotóxicos

estudados os organofosforados são os que tem maior índice de toxidade.

Sznitowsk (2009) define alguns tipos de organofosforados de acordo com sua

toxidade (quadro 2).

Quadro 2 - Os organofosforados produzidos para o mercado e sua classe

toxicológica.

Nome comercial Ingrediente ativo Classe toxicológica

Cefanol Acefato Mediamente tóxico (III)

Curyon 550 CE Lufenuron + Profenofós Altamente tóxico (II)

Stron Metamidofós Extremamente tóxico (I)

Fonte: SZNITOWSK, Adelice MinettoSznitowsk. Fatores que podem contribuir para a ocorrência de acidentes

de trabalho pelo uso de agrotóxicos entre os agricultores familiares no assentamento Guapirama em

Campo Novo do Parecis- MT. Universidade Federal de São Carlos, 2009.

Trabalho agrícola e os riscos à saúde do trabalhador rural

Em todo o mundo, em média 3 milhões de pessoas são contaminadas

anualmente por agrotóxicos. Setenta entre cada cem dos casos estão concentrados

nos países em desenvolvimento, em que a dificuldade de acesso às informações e à

educação e o baixo controle sobre a produção, distribuição e uso desses produtos

são os fatores determinantes dessa situação (PERES et al., 2001).

De acordo com o Serviço Integrado de Informação Toxico-Farmacológica do

Ministério da Saúde foram registrados em 2001 5.384 casos de intoxicação por

agrotóxicos no país, o que corresponde a 7,1% do total das intoxicações (PIRES;

CALDAS; RECENA, 2005).

Page 19: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

19

De acordo com Coromoto (2004) no último século, tem-se substituído a noção

de perigo, com seu foco nas estratégias medicas de prevenção, pela noção de risco.

Quando se separa essas duas noções, inicia-se um processo de modificação no

papel do profissional de saúde. Neste contexto o risco não provém de um perigo

objetivo, em um grupo ou indivíduo concreto, mas sim da conseqüência da união de

fatores abstratos que proporcionam a ocorrência de comportamentos indesejáveis.

Peres et al. (2005) afirma que grande parte da população está exposta as

conseqüências dos efeitos dos agrotóxicos, e que a contaminação dessas pessoas

está relacionada principalmente à forma como elas se lidam com os riscos a que

estão expostas. Conhecer os riscos é muito importante para a construção de

estratégias de intervenção.

A "invisibilidade" dos riscos relacionados ao uso de agrotóxicos acaba por determinar uma maior exposição a estes produtos, por parte dos trabalhadores rurais, assim como contribui para a degradação do ambiente (PERES et al., 2005).

Considera-se que o uso inadequado é a causa atribuída aos riscos envolvidos

no seu uso. Concepção que fortalece a idéia de “auto-responsabilidade” do

trabalhador no manuseio correto do produto (COROMOTO, 2004).

Os fatores de risco que levam à contaminação estão ligados à maneira com a

qual a população se relaciona com os perigos existentes, onde essas relações são

influenciadas por ordens sociais, culturais e econômicas (PERES et al., 2005).

O uso não discriminado de agrotóxicos no campo pode originar intoxicações

de diversos graus de severidade nos trabalhadores desse meio, realidade que

constitui um grave problema de saúde pública (PIRES; CALDAS; RECENA, 2005).

Em geral, os danos causados à saúde do trabalhador agrícola são

condicionados por fatores intrinsecamente relacionados, tais como: o uso

inadequado dessas substâncias, a pressão exercida pela indústria e o comércio para

esta utilização, a alta toxicidade de certos produtos, a ausência de informações

sobre saúde e segurança de fácil apropriação por parte deste grupo de

trabalhadores e a precariedade dos mecanismos de vigilância. Esse quadro é

agravado por uma série de determinantes de ordens cultural, social e econômica

(PERES et al., 2005, SZNITOWSK, 2009 e OLIVEIRA-SILVA et al., 2001).

Page 20: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

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Esses produtos podem afetar diretamente a saúde humana, através do

contato com eles ou com um ambiente por eles contaminado. E indiretamente,

podem afetar através da contaminação de áreas próximas a plantações agrícolas,

que causam desequilíbrio ao ecossistema local, provocando diversas injúrias aos

moradores da região (PERES et al., 2005).

A ausência de assistência no uso dessas substancia e a falta de

conhecimento da população a respeito dos riscos á saúde, resultam em taxas de

intoxicação elevadas, embora as estatísticas sejam baixas. De acordo com a ONU

para cada notificação, 50 casos deixam de ser relatados. Baseando nesse fator o

número de casos notificados em 2006 que é de 9.585 é 50 vezes maior. O Ministério

da Saúde afirma que mais de 400 mil pessoas são contaminadas por agrotóxicos no

Brasil (SZNITOWSK, 2009).

Existem uma série de complicadores, de ordem metodológica, analítica e estrutural, que contribuem para a imprecisão dos dados disponíveis sobre intoxicações, em todo o mundo, acarretando na consolidação de verdadeiras barreiras às iniciativas de intervenção e ao processo de formulação e implementação de políticas públicas específicas (PERES et al., 2001, p.2).

É importante educar e treinar os trabalhadores agrícolas, limitar o uso de

produtos altamente tóxicos, monitorar a população mais exposta aos agrotóxicos e

inspecionar os produtos utilizados. Visando a redução dos riscos da utilização

dessas substâncias (CASTRO; CONFALONIERI, 2005). É importante também

informar as mulheres, que mesmo não tendo o contato direto com os produtos,

correm risco de contaminação pelo mesmo (PERES et al., 2005).

A Norma Regulamentadora (NR) 31 do Ministério do Trabalho e Emprego

(MTE) dispõe sobre a segurança e saúde no trabalho rural. Esta norma regulamenta

a utilização de agrotóxicos, adjuvantes e afins. De acordo com essa norma cabe ao

MTE fiscalizar os ambientes e as condições de uso desses produtos. Porém, na

prática cotidiana são reconhecidas apenas a cobertura de parte do trabalho rural, o

que resulta em baixa eficácia das ações de fiscalização do MTE (SILVA et al., 2005).

Page 21: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

21

4. Metodologia

Este estudo trata-se de uma revisão bibliográfica integrativa que teve como

objetivo analisar quais os principais danos causados por agrotóxicos

organofosforados em trabalhadores rurais, contribuindo para as ações de vigilância

em saúde destes trabalhadores.

A proposta de se fazer uma revisão da literatura é a compreensão de um

fenômeno através da busca do conhecimento já produzido e demonstrado na

literatura. Esse método é importante, pois promove a construção do conhecimento e

a confirmação das limitações existentes sobre este e das questões que permanecem

pouco esclarecidas. Aponta para a realização de estudos complementares

(BROOME, 2000).

Este é ainda, um método valioso para área das ciências da saúde, pois

muitas vezes os profissionais não conseguem acessar toda a literatura científica

produzida devido ao volume alto, além de dificuldade de realizar uma análise crítica

de seu conteúdo.

Para a revisão integrativa da literatura percorreu-se as seguintes etapas:

identificação do problema de estudo e objetivos da revisão; levantamento da

literatura com estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão de artigos

(seleção da amostra); leitura/avaliação crítica dos estudos definindo as informações

a serem buscadas; análise dos resultados, apresentação, discussão dos resultados,

redação e apresentação da revisão.

4.1 Identificação do problema de estudo

Para guiar a revisão integrativa, formulou-se a seguinte questão: quais são os

principais danos causados a saúde dos trabalhadores rurais expostos a agrotóxicos

e em especial aos expostos a agrotóxicos organofosforados?

4.2 Levantamento da literatura

4.2.1 População e Amostra

População

Toda a literatura indexada ou catalogada, relacionada à saúde dos

trabalhadores rurais expostos a agrotóxicos organofosforados. A base de dados

eletrônicos considerada: LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Page 22: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

22

Ciência da Saúde) e SciELO (Scientific Eletronic Lybrali On Line), no período de

2000 a 2010.

Amostra

Após a análise da literatura, a amostra foi constituída por toda a produção

científica brasileira, que atendeu aos critérios de inclusão definidos neste estudo e

que estava disponível para acesso on line.

4.2.2 Descritores utilizados

Foram utilizados os seguintes descritores: saúde e organofosforados

(integrados).

4.2.3 Critérios de inclusão e exclusão dos artigos

Os critérios de inclusão dos artigos definidos, inicialmente para a presente

revisão integrativa foram: artigos publicados em português, com resumos e

disponíveis nas bases selecionadas, compreendidas entre o período de 2000 a

2010, artigos com fortes evidências de registro de danos causados a exposição por

agrotóxicos organofosforados e com acesso disponível on line, na integra.

4.2.4 Seleção dos artigos

Os artigos para revisão foram buscados nas bases de dados eletrônicos,

LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciência da Saúde) e SciELO

(Scientific Eletronic Lybrali On Line), no período de 2000 a 2010. A busca foi

realizada nos meses de dezembro de 2010 a janeiro de 2011.

Após análise crítica dos resumos das publicações, foram consideradas as

publicações em português, disponíveis para acesso on line e que respondiam a

temática em questão. Observou-se o objetivo proposto e os critérios de inclusão e

exclusão pré-estabelecidos. Foi realizada por uma análise dos títulos e leitura dos

resumos.

Page 23: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

23

4.3 Avaliação crítica dos estudos e análise dos dados

4.3.1 Variáveis de interesse

Trabalho com exposição a agrotóxicos organofosforados e as repercussões

para a saúde dos trabalhadores.

Outras variáveis estudadas Foram analisadas as características dos autores (titulação e profissão),

características do estudo (ano de publicação e base de dados em que está

indexado) e os delineamentos que respondem á questão em estudo.

4.3.2 Instrumento de coleta de dados

Para maior compreensão dos estudos, foram utilizados formulários de coleta

de dados, individuais, que puderam dar visibilidade a exposição a agrotóxicos

organofosforados por trabalhadores rurais. (APÊNDICE 1).

4.3.3 Síntese dos estudos alcançados

Após a busca e análise dos estudos, realizou-se uma síntese dos estudos

alcançados, sendo apresentado o resultado de forma descritiva, sintética e

organizada, qualitativamente, possibilitando avaliação da aplicabilidade da revisão

elaborada, de forma a atingir o objetivo deste estudo.

Page 24: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

24

5. Resultados e discussões

A pesquisa realizada identificou no banco de dados LILACS 74 artigos e no

banco de dados SciELO 22 artigos, porém, os artigos encontrados eram

combinantes com os encontrados no banco de dados LILACS.

Após análise crítica dos resumos das publicações, foram consideradas as

publicações em português, disponíveis para acesso on line e que respondiam a

temática em questão. Resultando em 9 artigos finais. Portanto a amostra deste

estudo foi definida em nove publicações que respondiam o tema proposto (Quadro

3).

Quadro 3 - Síntese do resultado da busca da revisão integrativa, segundo o autor, a titulação, área de atuação, ano e base de dados, período 2000 a 2010

Autor(es)

Titulação do autor

Área de atuação

Ano de publicação

Base de dados

ARAUJO et al., Não identificados Ciências da Saúde 2007 Scielo e Medline

AZEVEDO; WAISSMANN

Mestre (autor principal)

Ciências da Saúde 2004 Medline

BEDOR et al. Não identificados Ciências da Saúde 2009 Scielo e Medline

DELGADO; PAUMGARTTEN

Não identificados Ciências da Saúde 2004 Scielo e Medline

HOSHINO et al. 1 mestre, 3 doutores e 1 não identificado

Ciências da Saúde 2008 Scielo e Medline

OLIVEIRA; BURIOLA

1 mestre e 1 doutor Ciências da Saúde 2009 Scielo e Medline

PIRES; CALDAS; RECENA

Não identificados Ciências da Saúde 2005 Scielo e Medline

SOARES; ALMEIDA; MORO

Não identificados Ciências da Saúde 2003 Scielo e Medline

TEIXEIRA; AUGUSTO; MORATA

Mestre (autor Principal)

Ciências da Saúde 2003 Scielo e Medline

5.2 Contorno da amostra do estudo

Em questão à titulação dos autores, 10,5% são mestres, 7,9% são doutores e

81,6 não foram especificados e identificados (gráfico 1).

Gráfico 1: Síntese do resultado da busca da revisão integrativa, segundo a titulação

do autor, período 2000 a 2010.

Page 25: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

25

Mestres

Doutores

Não identificados

Em relação à profissão dos autores, dentre os 38 autores presentes nos 9

artigos que compõem este estudo, 100% eram da área de ciências da saúde. Foi

possível identificar somente um autor com registro de profissão, fonoaudiólogo

(Gráfico 2).

Gráfico 2: Síntese do resultado da busca da revisão integrativa, segundo a

profissão do autor, período 2000 a 2010.

Médicos

Enfermeiros

Fonoaudiólogos

Não identificados

Outros

Quanto ao ano de publicação dos 9 estudos utilizados na amostra, 2 são de

2003, 2 de 2004, 1 de 2005, 1 de 2007, 1 de 2008 e 2 de 2009. Portanto entre 2000

e 2010, nos anos de 2000, 2001, 2002, 2006 e 2010 não foram identificados estudos

que atendessem aos critérios de inclusão do tema proposto (gráfico 3).

Gráfico 3: Síntese do resultado da busca da revisão integrativa, segundo o ano de

publicação, período 2000 a 2010.

Page 26: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

26

Dos 9 artigos que respondiam às questões em estudo desta revisão, 100%

eram indexados nas bases de dados Lilacs e 89% no Scielo e Lilacs (gráfico 4).

Gráfico 4: Síntese do resultado da busca da revisão integrativa, segundo a base de

dados, período 2000 a 2010.

5.3 Síntese dos principais resultados encontrados

Dos nove artigos que fazem parte da população deste estudo, três citam as

alterações muscarínicas e nicotínicas que os produtos agrotóxicos causam no

organismo (ARAUJO et al,. 2007, OLIVEIRA; BURIOLA, 2009 e HOSHINO et al.,

2008).

Em relação às alterações neurológicas que enfatizam a fraqueza muscular e a

confusão mental, três estudos citam essas alterações causadas pelo uso de

organofosforados. (OLIVEIRA; BURIOLA, 2009, PIRES; CALDAS; RECENA, 2005 e

SOARES; ALMEIDA; MORO, 2003).

Page 27: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

27

Dos nove artigos que constituem esse estudo, sete relatam sobre os sinais e

sintomas causados por intoxicação por organofosforados no Sistema Nervoso

Central. Os principais são: cefaléia, vômito, náuseas, fraqueza, tontura, dificuldades

respiratórias, convulsões, nervosismo e entre outras alterações relacionadas aos

sistemas nervoso, respiratório, cardiovascular gastrintestinal e epitelial (ARAUJO et

al., 2007, BEDOR et al., 2009, OLIVEIRA; BURIOLA, 2009, DELGADO;

PAUMGARTTEN, 2004, HOSHINO et al, 2008, PIRES; CALDAS; RECENA, 2005 e

SOARES; ALMEIDA; MORO, 2003).

No entanto dois estudos falam sobre as alterações no sistema auditivo,

podendo levar ate a perda auditiva, devido ao contato com inseticidas

organofosforados (AZEVEDO; WAISSMANN, 2004 e TEIXEIRA; AUGUSTO;

MORATA, 2003).

Quadro 4 - Síntese da amostra dos estudos: Danos e consequências que a exposição aos organofosforados pode causar.

Autor(es)

Variável de interesse – Danos e consequências que a exposição aos organofosforados pode causar.

ARAUJO et al., Sinais e sintomas de acordo com Araujo et al. (2007): cefaléia, visão turva, vertigem, fadiga, fraquezas, câimbras, parestesias e distúrbios cognitivos. A exposição a longo prazo pode causar neuropatia tardia.

AZEVEDO; WAISSMANN

Pode comprometer a audição em nível periférico e central. Que ocorre independente da exposição ao ruído, porem a interação desse agente com o agrotóxico pode potencializar a perda auditiva em nível periférico

BEDOR et al. Pode desencadear efeitos parassimpaticomimetricos, levando a neurotoxicidades e neuropatias periféricas tardias. Sinais de intoxicação: tontura, dor de cabeça, fraqueza, vômitos, náuseas, convulsões.

DELGADO; PAUMGARTTEN

As conseqüências causadas por agrotóxicos a saúde humana dependem do perfil toxicológico do produto, do tipo e da intensidade da exposição e da susceptibilidade da população exposta. Em seu estudo entrevistou vários trabalhadores que manipulavam agrotóxicos de todos os tipo, incluindo os organofosforados. Destes relatos foram citados os sintomas de dor de cabeça, enjoo, diminuição da visão, tonteira, irritação cutânea, perda de apetite, tremores, vômitos, crise alérgica, diarreia, dores no peito, secura na garganta e nervosismo.

HOSHINO et al. Sinais de toxicidade: estimulação de receptores muscarínicos do sistema parassimpático do sistema nervoso autonômico. Os organofosforados tem ação neurológica, e provocam sintomas como dor de cabeça e tonteira.

OLIVEIRA; BURIOLA

Desencadeia sinais e sintomas muscarínicos e nicotínicos. As manifestações musacarínicas são perceptíveis no sistema respiratório, gatrointestinal, cardiovascular, urinário, através das glândulas exócrinas e sintomas oculares. As alterações nicotínicas surgem com efeitos na musculatura estriada e nos gânglios simpáticos.

Page 28: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

28

Manifestações clinicas no SNC: cefaléia, ansiedade, agitação, tremores, sonolência, dificuldade de fala, labilidade emocional, coma, convulsões. Sinais e sintomas tardios e intermediários: Síndrome neurotóxica (fraqueza muscular dos membros superiores e inferiores, seguida por hipertonia e anormalidades dos reflexos) Sinais indicadores para o diagnostico de intoxicação: vomito, náusea, salivação, miose e fasciculação. *Freqüência varia de acordo com a intensidade da exposição ao produto.

PIRES; CALDAS; RECENA

Sintomas de intoxicação aguda são: suor, salivação, lacrimejamento, fraqueza, tontura, dores e cólicas abdominais, vômitos, dificuldade respiratória, colapso, tremores musculares, convulsão e morte. Os organofosforados causam retardos neurológicos, como confusão mental e fraqueza muscular. A exposição crônica pode desencadear depressão, o que leva muitos trabalhadores ao suicídio.

SOARES; ALMEIDA; MORO

O contato direto com agrotóxicos do tipo organofosforados pode causar distúrbios musculares, debilidade motora e fraqueza. A literatura medica enfatiza que as conseqüências do contato com essas substancias são problemas no sistemas respiratório, cardiovascular, neurológico, gastrintestinais e efeitos cutâneos. O acumulo de acetilcolina no sangue, que se da pela inibição da acetilcolinesterase provocado pela intoxicação por organofosforados, causa alterações muscarinicas, nicotínicos e centrais. Em sua pesquisa, os autores relatam que metade dos trabalhadores estudados se encontravam moderadamente intoxicados (dados identificados através do estudo da atividade colinesterase de cada individuo).

TEIXEIRA; AUGUSTO; MORATA

Utilização de inseticidas organofosforados e piretroides pode ocasionar perda auditiva periférica.

5.4 Características da exposição a agrotóxicos organofosforados e sua

relação com a saúde dos trabalhadores rurais.

A partir da análise dos resultados, foi possível sintetizar e destacar os

principais danos e conseqüências causados aos trabalhadores rurais em relação à

exposição a agrotóxicos organofosforados.

A exposição a inseticidas pode causar danos à saúde, muitas vezes

irreversíveis. (ARAUJO et al., 2007). Para Delgado e Paumgartten (2004) as

conseqüências causadas por agrotóxicos à saúde humana dependem do perfil

toxicológico do produto, do tipo e da intensidade da exposição e da susceptibilidade

da população exposta.

De acordo com Soares, Almeida e Moro (2003) a literatura medica enfatiza

que as conseqüências do contato com essas substâncias estão relacionadas a

Page 29: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

29

problemas nos sistemas respiratório, cardiovascular, neurológico, gastrintestinal e

epitelial.

Devido a sua ação no organismo, os organofosforados podem desencadear

efeitos parassimpaticomimetricos, levando a neurotoxicidades e neuropatias

periféricas tardias (BEDOR, et al., 2009). Em seu estudo, Araujo et al. (2007)

diagnosticou quadros de neuropatia tardia, síndrome neurocomportamental e

distúrbios neuropsiquiátricos associados ao uso crônico desse tipo de agrotóxico.

Para Oliveira e Buriola (2009) e Pires, Caldas e Recena (2005) a síndrome

neurotóxica (caracterizada por fraqueza muscular dos membros superiores e

inferiores, seguida por hipertonia e anormalidades dos reflexos é considerada

consequencia tardia ou intermediaria da exposição e intoxicação por inseticidas).

O uso intenso de organofosforados juntamente com a falta de uso de

equipamentos de proteção individual contribui para um risco maior de intoxicação

(DELGADO; PAUMGARTTEN, 2004).

Em sua pesquisa, Soares, Almeida e Moro (2003) relatam que metade dos

trabalhadores estudados se encontrava moderadamente intoxicados (dados

identificados através do estudo da atividade colinesterase de cada individuo).

Soares, Almeida e Moro (2003) citam alguns fatores que podem influenciar na

intoxicação:

O trabalhador agrícola que não se proteje tem 72% a mais de chance de se

intoxicar, quando comparado com o que usa o material de proteção individual;

Quando o vendedor orienta a compra e o uso destes produtos, o usuário tem

73% a mais de chance de se intoxicar, comparados com os que não seguem

as orientações do vendedor;

Os indivíduos que utilizam produtos organofosforados ou carbamatos como

principais - tem 115% a mais de chance de intoxicação, quando comparados

com os que não utilizam esses químicos como principais.

Os organofosforados são os principais produtos envolvidos nos casos

de intoxicação. Essa classe de inseticidas atua no sistema nervoso central,

inativando as enzimas acetilcolinesterase, o que causa aumento dos níveis de

acetilcolina. Devido a esse fato, ocorre uma síndrome colinérgica aguda, que

desencadeia os sinais e sintomas de infecção (OLIVEIRA; BURIOLA, 2009 e

SOARES; ALMEIDA; MORO, 2003).

Page 30: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

30

De acordo com Hoshino et al. (2008) os sinais de toxicidade estão

relacionados à estimulação de receptores muscarínicos do sistema parassimpático

nervoso autonômico. Araujo et al. (2007) acrescentam que as intoxicações por

organofosforados podem causar também alterações nicotínicas, distúrbios cognitivos

e neurocomportamentais, efeitos motores e neurosenssoriais

Alterações muscarínicas são perceptíveis no sistema respiratório,

gatrointestinal, cardiovascular, urinário, através das glândulas exócrinas e sintomas

oculares. As alterações nicotínicas surgem com efeitos na musculatura estriada e

nos gânglios simpáticos (OLIVEIRA; BURIOLA, 2009).

Oliveira e Buriola (2009), Araujo et al. (2007), Bedor et al. (2009), Delgado e

Paumgarten (2004), Hoshino et al. (2008), Pires, Caldas e Recena (2005) e Soares,

Almeira e Moro (2003) citam alguns dos principais sinais e sintomas causados no

sistema nervoso central (SNC) do ser humano quando intoxicados por

organofosforados: cefaléia, vômitos, náuseas, fraqueza, tontura, convulsões e

nervosismo. Oliveira e Buriola (2009) afirmam que existem mais sinais como

ansiedade, tremores, sonolência, dificuldade na fala e coma.

Para Teixeira, Augusto e Morata (2000) salivação, miose e fasciculação

também são considerados indícios de intoxicação. Porem acrescenta que a

freqüência do aparecimento dos mesmos varia de acordo com a intensidade da

exposição ao produto.

A exposição a esse tipo de agrotóxico também pode causar alterações do

sistema vestibular e aditivo, comprometendo a audição em nível periférico e central.

Ocorrendo independente da exposição aos ruídos presentes no dia a dia do

trabalhador rural. Porem a interação desse agente com os agrotóxicos pode

potencializar a perda auditiva em nível periférico (AZEVEDO; WAISSMANN, 2004,

HOSHINO et al., 2008 e TEIXEIRA; AUGUSTO; MORATA, 2000). Esse tipo de

agrotóxico e capaz de induzir alterações do sistema vestibular e auditivo.

Portanto deve-se monitorar a exposição a esses produtos em busca de

prevenção enfocando o sistema auditivo (TEIXEIRA; AUGUSTO; MORATA, 2000).

Page 31: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

31

2.6. Considerações finais

Os agrotóxicos são compostos químicos desenvolvidos para exterminar

qualquer tipo de vertebrado e invertebrado. Esses produtos foram criados para que

as plantações não fossem afetadas por algum tipo de ser vivo capaz de destruí-las.

Esses compostos são divididos de acordo com a composição, toxicidade e

com o tipo de animais que são capazes de exterminar ou afetar. Os

organofosforados são agrotóxicos do tipo inseticidas, considerados uns dos mais

utilizados nas colheitas agrícolas.

Esses produtos afetam também a saúde do homem e a natureza. O contato

direto e a longo prazo com os organofosforados podem causar vários danos à saúde

dos trabalhadores rurais que os utilizam.

Os principais danos identificados neste estudo estão relacionados aos

sistemas nervoso, cardiovascular, gastrintestinal, epitelial, vestibular, auditivo e

respiratório. Em relação ao sistema auditivo, o contato prolongado com esses

químicos podem desencadear surdez.

Os sinais e sintomas de intoxicação por esses produtos são muitos, mas os

principais são: cefaléia, vomito, náuseas, fraqueza, tontura, dificuldades

respiratórias, convulsões e nervosismo.

E muito importante que os profissionais de saúde estejam informados a

respeito dos danos à saúde que esses produtos podem causar aos trabalhadores

agrícolas, podendo assim, orientá-los em relação ao uso, riscos e toxicidade dos

agrotóxicos.

Como medida preventiva é necessário que os trabalhadores sejam

previamente treinados quanto ao uso e exposição de agrotóxicos agrícolas, e

principalmente ao uso dos equipamentos de proteção individual.

Cabe ao enfermeiro responsável pela saúde do trabalhador criar métodos de

intervenção, prevenção e atendimento para os trabalhadores rurais que lidam com

agrotóxicos, proporcionando a essas pessoas melhor assistência e qualidade de

vida. Para tanto, deverá ser considerado os diferentes níveis de complexidade da

rede SUS: atenção primária em saúde, centros regionais de referência em saúde do

trabalhador (Cerest), rede de especialidades, urgência/emergência, centros de

informações toxicológicas, rede hospitalar e vigilância em saúde.

Page 32: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

32

A atuação a Vigilância em Saúde do Trabalhador das populações expostas

constitui-se em uma rede de notificação de intoxicações por agrotóxicos, através de

Unidades Sentinelas, que notifica e registra as notificações e ainda, pode

desencadear juntamente com outros serviços de níveis de complexidade diferentes

ações de vigilância na investigação de eventos ou situações notificadas nos

ambientes de trabalho. As intervenções deverão ser articuladas com outros setores

da sociedade civil (intersetorialidade).

Compete ainda, a Vigilância em Saúde do Trabalhador buscar a integração

com os demais componentes da Vigilância em Saúde: epidemiológica, sanitária e

saúde ambiental para coordenação dos processo de vigilância em saúde de

populações expostas a agrotóxicos, implementar a atenção integral de populações

expostas a agrotóxicos; buscar os casos notificados de intoxicação por agrotóxicos,

em conjunto com a atenção primária e para a análise da situação de saúde.

O estabelecimento de diretrizes para ações de vigilância de riscos e agravos,

além de medidas preventivas e de controle do uso de agrotóxicos, contribui para a

construção e efetivação de um sistema de vigilância integrado permitindo ao SUS o

monitoramento e controle de situações de riscos à saúde humana relacionados aos

agrotóxicos.

Page 33: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

33

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Page 36: Danos causados por agrotóxicos organofosforados a saúde do

36

APÊNDICE I

Formulário individual para coleta de dados dos estudos que compuseram a

amostra 1-Identificação do pesquisador principal

Autores:

Titulação:

Área de atuação:

Origem:

2-Informações da publicação

Título: Ano de publicação:

Fonte:

3-Veículo de divulgação

( ) LILACS

( ) SCIELO

4- Objetivo do estudo: 5- Descritores/palavras-chave: 6 - Resumo: 7- Conclusões: