Direito Administrativo Direito Material Aulas 1 a 20

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  • CURSO CERS 2 FASE X EXAME DE ORDEM DIREITO ADMINISTRATIVO PROF. MATHEUS CARVALHO- AULA 1

    Direito Administrativo

    Bibliografia:

    Para concursos pesados: Marcel Justem Filho

    Para cursos intermedirios: Fernanda Marinela

    Para cursos mais leves: Coleo Tribunais Matheus Carvalho

    1. Regime jurdico administrativo: se baseia na Supremacia do Interesse Pblico sobre o Privado

    (prerrogativas) e na Indisponibilidade do Interesse Pblico (limitaes). A supremacia se baseia nas

    prerrogativas do Estado devido ao Poder Pblico. O limite dessa supremacia a indisponibilidade que no

    permite que o administrador abra mo do interesse pblico pelo prprio. Ao mesmo tempo em que o Estado

    detm das prerrogativas ele possui limitaes.

    2. Princpios: os princpios do DA decorrem da CF. Uns so constitucionais expressos, outros implcitos,

    mas todos decorrentes da CF.

    Supremacia do Interesse Pblico: PRERROGATIVAS. Havendo necessidade o Estado pode restringir

    direitos e garantias individuais na busca do interesse pblico, limitando direitos individuais. Ex.: interveno

    do Estado na propriedade, contratos administrativos, etc.

    Indisponibilidade do Interesse Pblico: LIMITAES. O interesse pblico indisponvel e para evitar o

    desvio do interesse a AP sofre limitaes.

    Legalidade, art.37, CF/88: versa sobre a subordinao lei. O administrador s poder atuar conforme

    disposio da lei. Diferente da legalidade do direito privado que permite que o cidado atue como bem quiser

    desde que, no contrarie a lei.

  • Impessoalidade, art.37, CF/88: significa no discriminao e tambm deve ser enxergada sobre a tica

    do agente pblico, pois este no atua em sua imagem e sim com a imagem do Poder Pblico. tambm

    chamada como Teoria do rgo ou Teoria da Imputao, a conduta do agente no se atribui a sua pessoa e

    sim ao Estado (pensamento da Maria Sylvia Zanela de Pietro). Uma atuao impessoal aquela que no

    discrimina as pessoas que esto sendo atingidas pelo ato. No relevante ao administrador saber a pessoa

    que ser beneficiada ou prejudicada com o ato. a chamada atuao objetiva.

    Moralidade, art.37, CF/88: honestidade, lealdade e no corrupo com as instituies de Estado. a

    chamada moralidade jurdica, ou seja, boa f de conduta diante do poder pblico, atrelada a atividade do

    Estado.

    Publicidade, art.37, CF/88: transparncia. Publicidade dos atos administrativos para controle pelo

    cidado e eficcia dos atos, por ser um requisito para produzir efeitos. No se trata de uma publicidade

    absoluta, h restries publicidade da intimidade, vida privada, honra e segurana nacional.

    Eficincia, EC 19/98: a buscar por resultados positivos com o mnimo de gastos possveis. A doutrina

    antiga entendia que a norma da eficincia instituda pela EC tratava-se de uma norma de eficcia limitada, se

    dizia que a eficincia era um princpio fluido e que no teria como ser aplicado enquanto no houvesse uma lei

    que regulamentasse. Hoje, entende-se que se trata de uma norma de aplicabilidade imediata, ou seja, uma

    norma de eficcia plena sendo imposta a toda AP.

    Contraditrio e Ampla defesa, art. 5, CF/88: trata-se do direito de se manter informado sobre o que

    acontece dentro do processo e desta forma se manifestar. Um princpio no vive sem o outro. A prpria CF

    permite que este princpio seja aplicado no processo administrativo. Embora a ampla defesa normalmente

    abranja a defesa prvia, defesa tcnica (advogado) e o direito ao duplo grau de julgamento, no DA, em

    virtude da supremacia do interesse pblico e de situaes emergenci ais, possvel que no haja defesa

    prvia. O Estado atende o interesse pblico e depois abre vista para sua defesa. o chamado contraditrio

    diferido, que excepcional (ex.: seu carro esta estacionado no caminho da ambulncia. O Estado vai l reboca

    o seu carro, aplica o interesse pblico e depois te da o direito da ampla defesa). A defesa tcnica admitida no

    processo administrativo, no entanto, a ausncia de advogado no iria gerar nulidade do processo, no h

    violao ampla defesa e admitido o jus postulandi, S.V. 5. Tambm permitida garantia ao duplo grau

    de julgamento, segundo S.V.21, que diz ser inconstitucional lei que exija depsito prvio ou garantia para

    acesso ao recurso, se fosse constitucional restringiria o acesso ao duplo grau.

  • Razoabilidade e proporcionalidade: atuar na interpretao legal dentro da razoabilidade na margem

    de escolha do Estado, respeitando o padro do homem mdio. Para a doutrina a proporcionalidade

    inerente razoabilidade, e nada mais que a adequao entre fins e meios, sendo que o ato no pode ser

    nem mais extenso nem mais intenso do que o motivo que deu ensejo prtica deste ato.

    Continuidade, lei 8987/97: atuao ininterrupta do Estado. A atuao administrativa no pode parar.

    No entanto, h direitos:

    H direito de greve do poder pblico? Depende. Servidor pblico militar no pode fazer greve e

    tambm no h direito sindicalizao. J os servidores civis tm, segundo art. 37 da CF/88, diz que o

    servidor pblico tem direito de greve nos termos de lei especfica. No entanto, no h lei especfica que

    regulamenta o direito de greve, assim a jurisprudncia do STF pacificou que o direito de greve uma norma

    de aplicabilidade limitada, pois falta uma lei que regulamente. No entanto, em 2008 foi impetrado um

    Mandado de Injuno no STF que decidiu que enquanto no houver uma lei especfica ao direito de greve

    ser aplicada a lei geral de greve, Lei n7783/89. Esta lei no supri a lei especfica que ainda ir regulamentar

    a greve dos servidores, ela apenas ir orientar o direito que ainda no foi regulamentado. A regra do servidor

    considerada lcita greve nos moldes da lei geral, sendo que os dias parados no so contados para

    remunerao. Entretanto o servidor no pode sofrer corte de remunerao diante a gre ve lcita, pois este

    seria um meio de coero diante do seu direito a greve. O STF pacificou o entendimento que o servidor dever

    ser remunerado e APS a greve ele deve fazer a compensao dos dias parados, sendo indispensvel.

    Exceo de contrato no cumprido (exceptio non adiplention contratos)? H o direito, mas no

    automaticamente, art. 78, XV, Lei 8666, quando a AP no cumprir seus deveres por mais de 90 dias. O

    particular deve aguentar o inadimplemento por at 90 dias.

    Interrupo por inadimplemento do usurio? Art. 6, 3, lei 8987, diz que no fere o principio da

    continuidade a interrupo do servio por inadimplemento ou por ordem tcnica, desde que haja urgncia

    ou aviso prvio, respeitados os interesses da coletividade. H discusso quanto inadimplncia. Essa

    interrupo no pode acontecer se for interromper um servio da coletividade. (ex.: no possvel cortar a

    energia eltrica de um hospital.).

    Autotutela / Sindicabilidade: garantia que o Estado possui para se controlar seus prprios atos

    independentemente de provocao, seja revogando-os, por motivo de interesse pblico, ou anulando-os, por

  • motivo de ilegalidade. direito expresso na S. 473 do STF, que prev que a AP pode rever seus atos para

    anula-los por motivo de ilegalidade e revog-los por motivo de interesse pblico. A autotutela no afasta o

    controle jurisdicional.

    Motivao: expresso no art.50 da lei 9784/99, estabelece que a AP dever fundamentar/motivar seus

    atos. Carvalho Filho, como doutrina isolada, entende que a Motivao no princpio. O direito brasileiro

    admite a motivao aliunde, art. 50, 1 da lei 9784/99, ou seja, a motivao de um ato administrativo pode

    ser remetida a outro ato (ex.: suspenso de uma licitao diante de um parecer.).

    Segurana jurdica: probe a retroao de normas que prejudique a coletividade. (FOI DADO COMO

    PRINCPIO NA AULA DE 1 FASE DA OAB)

    Ateno!!! Deve haver uma grande preocupao em diferenciar a moralidade social com a moralidade

    jurdica. Ex.: fazer sexo dentro de uma repartio pblica fere a moralidade social e no a jurdica.

    3. Poderes administrativos: os poderes administrativos so ao mesmo tempo poderes e deveres. O Estado

    s pode atuar quando deve atuar, buscando o interesse coletivo. o poder-dever, e gozam de

    instrumentalidade, pois so instrumentos para alcanar o interesse pblico e s existem diante da busca pelo

    bem da coletividade. Pode haver abuso de poder referente ao:

    Desvio de poder: prtica do desvio da finalidade do ato. O agente pratica os atos desviando a finalidade

    estabelecida em lei para o ato.

    Excesso de poder: quando h vcio de competncia. O agente pblico extrapola esses limites dado pela

    lei.

    Poder discricionrio x poder vinculado: so formas de exerccio dos poderes e no poderes

    propriamente ditos. H a atuao discricionria e atuao vinculada. Os atos vinculados so aqueles

    estabelecidos pela lei de forma objetiva sem da ao agente pblico nenhuma margem de escolha ou

  • interpretao. O poder discricionrio a margem de escolha, nos limites da lei, conferida ao agente para

    agir de determinada forma ou de outra, agindo dentro dos limites de oportunidade e convenincia. o

    chamado mrito administrativo, definido com base na oportunidade e convenincia. A doutrina entende que

    exige discricionariedade diante dos conceitos jurdicos indeterminados, ou seja, naqueles conceitos que

    exigem uma valorao. Diante da discricionariedade admitida ao agente, se h abuso ou excesso o Poder

    judicirio pode interferir, controlando os limites do mrito do ato discricionrio. Quando se tratar de

    discricionariedade diante dos conceitos jurdicos indeterminados os limites so permeados pelo princpio da

    razoabilidade. A anlise da razoabilidade no mrito administrativo pelo judicirio possvel.

    Ateno!!! O Poder Judicirio no pode decidir/controlar sobre o mrito de um poder discricionrio,

    somente nos aspectos da legalidade, afinal todo ato discricionrio deve ter base legal. O juiz no pode

    substituir a oportunidade e convenincia do administrador pela dele, se ele substituir ele est julgando e no

    administrando, havendo ento a violao a separao de poderes. Ex.: o juiz pode julgar sobre um ato que

    viola o princpio da razoabilidade, no aqui um controle de mrito e sim da legalidade.

    Poder normativo/ Regulamentar: o poder da AP para edio de normas gerais abstratas inferiores a

    lei. Antes se dizia que o poder normativo era o mesmo que poder regulamentar, hoje pacificado que o poder

    regulamentar aquele que cria regulamentos e pode tambm ser privativo do poder executivo.

    Regulamento / decreto: uma espcie de poder normativo. Regulamento feito por meio de um

    decreto. ato privativo somente do Chefe do Poder executivo, ou seja, Presidente, Governador ou Prefeito.

    A doutrina comparada divide os regulamentos em duas espcies:

    Executivos: aquele editado para fiel execuo da lei, para minudenciar o texto legal.

    Autnomos: o regulamento autnomo no depende de lei e editado para substituir a lei. No Brasil

    no possvel um regulamento autnomo, pois ningum pode fazer ou deixar de fazer alguma coisa se no

    em virtude de lei. No entanto, por uma EC foi inserida o art. 84, CF/88, permitindo que o Presidente possa

    extinguir por meio de decretos extinguir cargo pblico, deste que esteja vago, e tratar de matria de

    organizao administrativa, desde que no haja custos e no crie ou extingue rgo. Se fossemos aplicar o

    Princpio da Simetria tanto extino de cargos quando a matria administrativa seriam substitudos por

  • SUB

    OR

    DIN

    A

    O

    outra lei, j que por lei especfica foram criados. No entendimento majoritrio a regra so os regulamentos

    executivos, mas excepcionalmente pode haver os regulamentos autnomos para as espcies discriminadas

    no art. 84 da CF/88.

    Ateno!!! Poder normativo no poder legislativo. So normas dentro dos limites da lei.

    Poder Hierrquico: antes de tudo um poder de distribuio de competncia interna, para

    organizao e estruturao. S existe hierarquia entre agentes das pessoas jurdicas, e no entre pessoas

    jurdicas. A hierarquia pode se manifestar por atos de:

    Coordenao: hierarquia horizontal. Criao de rgo de mesmo nvel entre eles para que a

    competncia seja dividida. a coordenao de atividades.

    Subordinao: hierarquia vertical. Subordinao entre rgos subordinadamente inferiores.

    COORDENAO

  • Em virtude desta hierarquia admite-se a anulao de atos pelo prprio Estado feito por rgos inferiores. Da

    hierarquia tambm decorre a delegao (extenso da competncia para outro agente de mesma hierarquia ou

    de inferior) e a avocao (buscar para si a competncia de agente de hierarquia inferior).

    Ateno!!! No pode haver delegao de competncia para: edio de atos normativos, deciso de recursos

    hierrquicos e competncia definida em lei como exclusiva, segundo lei 9784/99.

    Poder disciplinar: um poder sancionatrio, punitivo, aplicados quelas pessoas que esto sujeitos a

    disciplina administrativa, ou seja, que te vnculo especial com o poder pblico. (ex.: alunos de escola pblica

    serem suspensos pela diretora uso do poder disciplinar.) No entanto, nem toda sano configura um poder

    disciplinar. Pode decorrer, segundo a doutrina:

    Da hierarquia

    De contratos administrativos

    Ateno!!! Qualquer sano do poder disciplinar deve respeitar o devido processo legal.

    CURSO CERS 2 FASE X EXAME DE ORDEM DIREITO ADMINISTRATIVO PROF. MATHEUS CARVALHO AULA 2

    Poder de Polcia: um poder de restrio externa, ou seja, se aplica as pessoas externas AP. Decorre

    da supremacia geral que gera uma preponderncia do poder pblico. No pode ser cofundida com a Polcia

    Judiciria, esta diz respeito aos ilcitos penais. A polcia administrativa esta prevista no art. 78 do CTN, dizendo

    que o poder de polcia o poder que a AP tem de restrio ao exerccio de liberdades individuais e o uso da

    propriedade privada na busca do interesse coletivo, ou seja, a supremacia do interesse pblico sobre o

    privado. A polcia administrativa incide sobre bens e direitos. (Ex.: Voc pinta o seu muro e a prefeitura coloca

    duas placas nele. permitido? um poder de restrio de polcia. Ex.2: Semforo uma imposio do poder

  • de polcia. H restrio momentnea do direito de ir e vir do cidado na busca do interesse pblico.) O poder

    de polcia pode ser ato:

    Preventivo

    Repressivo

    Vinculado

    Discricionrio: a regra, uma caracterstica do poder de polcia. No entanto , no sempre

    discricionrio.

    So atributos do poder de polcia:

    Discricionariedade

    Imperatividade: ideia de que os atos de polcia impem obrigaes ao particular unilateralmente . No

    h um acordo e sim uma imposio unilateral do Estado. (Ex.: no estacione. Se voc estaciona aplicado

    uma multa.).

    Coercibilidade / Exigibilidade: o no cumprimento das obrigaes impostas faz com que o Estado faa

    uso dos meios indiretos de coero. O Estado consegue fazer com que o particular cumpra as imposies.

    decorrente da Imperatividade. (ex.: multa de trnsito)

    Auto-Executoriedade / Executoriedade: a utilizao dos meios diretos de execuo, o poder

    conferido ao Estado de aplicar o meio imediatamente, antes de mesmo de ir ao judicirio dando ao

    particular direito de contraditrio e ampla-defesa (ex.: voc estaciona o carro no caminho da ambulncia, o

    Estado vai l e reboca o seu carro.). O entendimento majoritrio que a auto-executoriedade no esta

    presente em todos os atos. Ser determinado ou pela lei ou pela situao emergencial.

  • A lei 9649 regulamenta os Conselhos Profissionais como um todo, definindo-os como particulares que

    prestam um servio pblico por delegao. Esta lei foi submetida ADIN 1717/2003, que declarou que os

    conselhos no exercem servio pblico, e sim executa o poder de polcia restringindo a liberdade

    profissional para fins de interesse coletivo em virtude da natureza de autarquia conferido aos conselhos.

    Ateno!!!! O poder de polcia no pode ser delegado aos particulares, ou seja, a particulares e pessoas de

    direito privado mesmo da Administrao Pblica Indireta. O poder de polcia s poder ser exercido pelas

    pessoas jurdicas de direito pblico. (ex.: a BHTRANS de BH no pode aplicar multa de trnsito, visto que se

    trata de uma Sociedade de Economia mista e no pode receber por delegao o exerccio do poder de polcia).

    Porm, os atos de execuo do poder de polcia, ou seja, os aspectos materiais do poder de polcia podem

    ser delegados a terceiros. (ex.: a prpria BHTRANS pode fiscalizar as avenidas de BH quanto velocidade, por

    exemplo, e repassar ao Estado para que ele aplique a multa, ou seja, exera o poder de polcia).

    A doutrina tradicional diz que o poder de polcia um poder negativo, ou seja, imposies de absteno do

    particular. Embora a regra seja o poder negativo, hoje se entende que em situaes previstas em lei o poder

    de polcia pode criar obrigaes de fazer, ou seja, admite-se que o poder de polcia seja positivo. (ex.: A Lei

    10257/01- Estatuto das Cidades- prev que o Estado pode notificar o proprietrio de um terreno para que

    para que o imvel urbano cumpra sua funo social previsto no estatuto da cidade, loteando-o, parcelando-o

    ou construindo algum imvel. o Estado impondo o particular uma obrigao de fazer.).

    4. Organizao administrativa: conhecimento das pessoas que compe a estrutura do Estado.

  • CENTRALIZAO

    Prestao centralizada dos servios: os servios so prestados diretamente pelos entes federativos (U,

    E, DF, M). Esses entes so chamados de entes da administrao direta ou entes da administrao

    centralizados. (ex.: servios como sade, segurana pblica, etc.).

    Desconcentrao: mesmo que o Estado no delegue suas funes, a prestao dos servios deve

    sempre ser eficiente. Por isto, o Estado internamente organiza sua competncia, distribuindo-a internamente.

    A desconcentrao ocorre tanto na administrao direta como na indireta.

    Ateno!!! rgo pblico nada mais do que um centro especializado de competncia, e por isso no goza de

    personalidade jurdica, MAS, em alguns casos, possuem autonomia administrativa e financeira. So partes

    integrantes de uma pessoa jurdica, assim tambm no possui representante, patrimnio, etc. embora no

    tenham personalidade jurdica, se a lei permitir, alguns rgos gozam de capacidade processual e nesses

    casos possuiro representantes. (ex.: dentro de uma escola municipal seu filho se machuca e voc resolve

    propor uma ao de indenizao, o polo passivo ser o municpio, pois a escola municipal figura como um

    rgo do municpio).

    Os rgos so classificados:

    Quanto posio estatal:

    U, E, DF, M

    SADE, SEGURANA PBLICA, ETC.

    DESCONCENTRAO Distribuio interna de

    competncias

    DESCENTRALIZAO

    AUTARQUIAS

    SOCIEDADES DE ECONOMIA

    MISTA

    FUNDAES PBLICAS

    PBLICAS

    PBLICAS

    EMPRESAS PBLICAS

    PARTICULARES: CONTRATOS DE CONCESSO E

    PERMISSO

  • Independentes: o topo da hierarquia, representam o poder. No so pessoas jurdicas, apesar de

    serem independentes por no possurem subordinao hierrquica a ningum. Gozam de capacidade

    processual ativa. (Ex.: Presidncia da Repblica, Governadoria, etc.).

    Autnomos: so os rgos imediatamente abaixo dos independentes. Possuem autonomia financeira e

    administrativa. Gozam de capacidade processual ativa. (Ex.: Ministrios, Secretarias, etc.)

    Superiores: so aqueles subordinados aos rgos autnomos. No possuem independncia nem

    autonomia, mas possuem poder de deciso. (Ex.: Secretaria da Receita Federal, Procuradoria da Fazenda

    Nacional, etc.).

    Subalternos: so rgos de mera execuo da atividade, obedecendo aos rgos superiores. No

    possuem nenhum poder de deciso. (Ex.: almoxarifados, etc.)

    Quanto esfera:

    Central: aquele que tem competncia em toda a extenso da pessoa jurdica que ele integra. (Ex.:

    Secretaria de Segurana Pblica da Bahia.).

    Local: competncia restrita a determinado ponto da pessoa jurdica que ele integra. (Ex.: Delegacia de

    Itapu, Tribunal Regional do Trabalho da 3 Regio.).

    Quanto estrutura:

    Simples: no possui mais de um rgo para se compor. (Ex.: Presidncia da Repblica, Assembleia

    Legislativa de MG.).

    Composto: Estrutura geral composta por mais de um rgo, e este tambm pode atuar separadamente.

    (Ex.: Congresso Nacional (Cmara dos Deputados e Senado Federal))

  • Quanto atuao funcional:

    Singular: aquele que manifesta vontade pela manifestao de vontade de um agente. (Ex.: Presidncia

    da Repblica)

    Colegiado: aquele que manifesta sua vontade atravs da manifestao de vontade de mais de um

    agente. (Ex.: Assembleia Legislativa de MG, Congresso Nacional.).

    Quanto s funes:

    Ativo: aquele que atua executando a atividade pblica. (ex.: Procuradoria da Fazenda Pblica)

    Consultivo: aqueles que emitem pareceres e opinies. (ex.: Procuradoria da Fazenda Pblica)

    De controle: por meio do qual a Administrao Pblica manifesta o controle administrativo interno ou

    externo. (ex.: Controladoria Geral da Unio, TCU). O controle exercido por estes rgos no significa que cada

    rgo no possa se auto-controlar, isso continua sendo permitida.

    Descentralizar: como forma de alcanar uma maior eficincia na prestao dos servios o Estado

    transfere a prestao daquele servio a outro ente, visto que assim o servio ser prestado de forma mais

    eficiente. (A ANOTAO DE DESCONCENTRAO ESTA L EMBAIXO! APS A CLASSIFICAO DA

    ADMINISTRAO PBLICA DIRETA.) A descentralizao pode ser feita:

    particulares: mediantes contratos;

    s pessoas criadas pelo prprio Estado: so os entes da administrao direta ou indireta.

    Estas pessoas criadas pela AP e possuem quatro regras que so aplicadas a todos os entes da API:

    Gozam de personalidade jurdica: possuem patrimnio, receita, autonomia administrativa, pessoal

    prprio, responsabilidade por seus atos, etc. No se confunde com nenhum ente da APD que o criou. (ex.:

  • Seu filho foi expulso de universidade. Em uma possvel ao, esta ser proposta contra a universidade pela sua

    natureza autrquica).

    So criados e extintos por lei especfica, assim como a determinao de sua finalidade: a lei especfica

    (ordinria) cria as autarquias, e leia especfica autoriza a criao das fundaes, das empresas pblicas e das

    sociedades de economia mista, art. 37, XIX, CF. Quando a lei especfica cria no precisa haver registro dos

    atos constitutivos, desnecessria a publicidade. J quando a lei especfica autoriza a criao deve haver o

    registro, que quando se efetiva a criao. No caso das Fundaes pblicas, alm da lei especfica autorizar a

    criao, uma lei complementar genrica ir definir as reas de atuaes possveis.

    Fins pblicos: so determinados pela lei especfica da entidade, tanto a que cria como a que autoriza.

    Sujeitos ao controle: controle finalstico/ tutela administrativa/ superviso ministerial/ vinculao

    realizado pela Administrao Direta. um controle limitado a finalidade da lei. diferente de hierarquia e

    subordinao, estes no existe entre os entes da administrao direta e indireta, ou seja, hierarquia externa.

    A hierarquia e subordinao s existiro entre agentes do mesmo ente.

    Ateno!!! Ex.: Um pedido feito h um agente do INSS foi indeferido, desta deciso cabe recurso hierrquico

    ao superintendente do INSS. Da deciso do superintendente tambm cabe recurso ao Ministrio da

    Previdncia, e apesar de ser um recurso para um ente diferente tambm ser chamado de recurso

    hierrquico. No entanto, o primeiro ser recurso hierrquico prprio e o segundo recurso hierrquico

    imprprio, pois este decorre da vinculao e do controle finalstico.

    Quanto ao cargo de dirigente de um ente da API, este ser preenchido por nomeao por parte da APD.

    Entes da API:

    Autarquias:

    Pessoas jurdicas de direito pblico: significa dizer que ela segue o mesmo regime aplicvel ao Estado,

    ou seja, o regime de Fazenda Pblica ou regime jurdico administrativo, com todas as prerrogativas e

    limitaes.

  • Sujeitam-se ao controle do TCU;

    Seus atos so administrativos,

    Seus contratos so administrativos e, portanto, dependem de licitao;

    A responsabilidade civil o mesmo da APD, ou seja, responsabilidade civil objetiva;

    Possuem bens pblicos: seus dbitos so pagos atravs de uma ordem cronolgica de precatrio;

    Gozam de todos os privilgios processuais da Fazenda Pblica: prazos diferenciados (qudruplo para

    contestar e em dobro para recorrer), benefcios da execuo fiscal, duplo grau de julgamento obrigatrio (a S.

    620 do STF que diz que o duplo grau de jurisdio no se aplica as autarquias esta superada), etc.;

    Exerce a atividade tpica de Estado;

    No possuem poder poltico;

    Gozam da imunidade tributria (referente aos tributos) atribuda ao Estado: a imunidade recproca e

    estendem-se as autarquias, art.150, 2 da CF;

    Regime de pessoal estatutrio.

  • Espcies:

    Autarquias de controle/ Autarquias coorporativas: so os conselhos de classe ou profissionais que

    exercem poder de polcia e gozam de parafiscalidade (poder de cobrar tributos). Segundo o STF a OAB no

    autarquia.

    Autarquias em regime especial: so antes de tudo autarquias. As escolhas de seus dirigentes so

    nomeados pela APD competente, mas so indicados pelos prprios membros da autarquia. No h livre

    exonerao, h mandato certo e assim o dirigente s pode perder seu cargo antes do prazo aps processo

    administrativo. Assim, possuem maior liberdade de atuao.

    o Universidades pblicas (dmod): gozam de autonomia pedaggica liberdade na metodologia de

    ensino utilizada que no pode ser controlada no que diz respeito aos meios pela APD.

    o Agncias Reguladoras, Lei 9986: so criadas para regulamentar e fiscalizar a prestao de servios

    pblicos e outras atividades de interesse pblico pelos particulares. A AR possui poder normativo limitado

    fiscalizao e normatizao da atividade exercida pelos particulares que executam os servios controlados

    por ela, se limitando somente ao prestador de servio, nunca ao particular usurio do servio pblico.

    Possuem maior liberdade de autonomia e seus dirigentes so escolhidos pelo Chefe do Executivo com

    aprovao do Legislativo, de cada mbito (U, E, DF e M). Os dirigentes possuem mandato fixo e no podem

    ser exonerados ad nutum. Aps o dirigente sair da agncia, este ir passar por uma quarentena que ser

    definida por lei, em regra e no silencio da lei especfica, 4 meses segundo a lei 9986/00. Durante este perodo

    o ex-dirigente fica impedido de exercer atividade em qualquer uma das empresas sujeitas Agncia

    Reguladora que ele era vinculado. Apesar de ter essa restrio, ele se mantm recebendo a remunerao

    integral do cargo de dirigente durante a quarentena. O regime jurdico das AR's estatutrio de pessoal

    conforme entendimento do STF em 2005, apesar da lei 9986/00 dizer que o pessoal seguiria o regime

    celetista. (Ex.: ANAC, ANEEL, ANATEL, ANCINE, etc.).

    Agncia Executiva: no pode ser confundida com uma agncia reguladora. uma autarquia comum que

    no esta conseguindo cumprir suas metas de eficincia e por isso esta autarquia chamada pelo ente da

    APD a que esto vinculadas e celebra com ele um contrato de gesto. O contrato de gesto quem classifica

    uma autarquia comum em Agncia Executiva, ou seja, uma natureza temporria que dura somente

    enquanto durar o contrato. Sendo uma AE a autarquia passa a ter mais autonomia, maior liberdade de gesto,

  • oramento, prerrogativas em licitaes, etc. em contrapartida dever cumprir um Plano Estratgico de

    Reestruturao para que ela volte a ser eficiente. H duas grandes crticas em relao s AE, a primeira critica

    estar transferindo por contrato aquilo que deveria ser transferido por lei especfica, o contrato de gesto

    extrapolaria o limite contratual. A segunda crtica diz que o contrato de gesto beneficia uma autarquia

    ineficiente, sendo que a obrigao seria ser eficiente.

    Ateno!!!! Questo de prova 1: Agncia Reguladora e Agncia Executiva no se confundem. As AR's so

    autarquias em regime especial criadas para regular a prestao de servios. As AR's, por sua vez, so

    autarquias comuns que celebraram contrato de gesto com o Ministrio a que esto subordinadas?

    ERRADO!!! No h subordinao e sim vinculao!! (EXEMPLO DADO NAS AULAS DE 1 FASE)

    Questo de prova 2: H uma resoluo da ANEEL dizendo que, at 24horas sem energia eltrica no gera dano

    indenizvel. Ela pode fazer isso? No! Pois ela esta saindo do limite de poder normativo passando ordens a

    particulares.

    Fundaes pblicas

    Formadas pela destinao de um patrimnio pblico: o montante que deu origem a Fundao Pblica

    deve ser pblico. Ex.: FUNAI, FUNASA, etc.

    Depende de lei especifica e ir integrar a API;

    Possui natureza jurdica: o que ir definir a natureza jurdica a lei especfica que cria ou autoriza a

    criao.

    o De direito pblico: Sendo uma FP de direito pblico ela ser uma autarquia e seguir o regime jurdico

    destinado a ela, ou seja, ser uma autarquia fundacional e ser criada por lei, no autorizada. Neste caso,

    tudo que foi aprendido para autarquias ser aplicada para as fundaes pblicas de direito pblico.

  • o De direito privado: segue um regime similar ao regime de empresa estatal, ou seja, ser um regime

    misto/hbrido, pois ela integra a API e dever se submeter s limitaes do Estado, como licitaes, concursos

    para empregados, etc.

    Lei complementar genrica ir definir as reas de atuao possveis para as FP: a atuao de uma

    finalidade especfica de determinada FP definir sua finalidade dentro das finalidades previstas na lei

    complementar. Essa exigncia s existe para as Fundaes pblicas.

    CURSO CERS 2 FASE X EXAME DE ORDEM DIREITO ADMINISTRATIVO PROF. MATHEUS CARVALHO AULA 3

    Sociedades de Economia Mista e Empresas Pblicas: so as chamadas empresas estatais.

    Entretanto existem trs diferenas entre elas:

    Capital: na EP o capital 100% pblico (no sendo necessrio ser do mesmo ente da AP direta ou

    indireta), enquanto na SEM a maioria do capital pblico, mas possui capital privado.

    Forma societria: as SEM necessariamente sero sociedades annimas, j as EP admitem qualquer

    formas societrias previstas em direito, inclusive SA.

    Deslocamento de competncia (somente no mbito federal), art.109, I, CF/88: a competncia

    jurisdicional definida em razo da pessoa. No entanto, as aes propostas contra as empresas pblicas

    federal sero propostas perante a Justia Federal, j as aes propostas em face das SEM, ainda que

    federais, sero julgadas perante a Justia Estadual. Salvo se tratar de matria de justia especializada.

    Somente as EP deslocam a competncia para a justia federal.

  • Quanto falncia e recuperao judicial: a lei de falncia diz expressamente que no se aplica a EP e

    SEM. No entanto, a CF em seu art. 173, diz que as empresas estatais que exploram atividade econmica

    necessariamente sero aplicadas as regras de direito privado no que diz respeito s obrigaes civis e

    comerciais. Assim h uma interpretao conforme, a lei de falncia diz que no se aplica as EP e SEM quando

    estas forem exploradoras de atividade econmica.

    Ateno!!! Questo de prova: Uma empresa estatal criada com capital na seguinte porcentagem 60% da

    Unio, 40% do capital de uma autarquia federal, na forma de sociedade annima e um servidor resolve propor

    uma ao contra essa empresa? Ser EP ou SEM? EP, pois se trata de um capital 100% pblico, mesmo sendo

    de entes diferentes. E se tratar de uma ao trabalhista, onde ser proposta? Na justia do trabalho!

    Possuem como caractersticas comuns:

    Possuem regime de pessoa jurdica de direito privado: significa dizer que no gozam de nenhuma das

    prerrogativas pblicas.

    No gozam de nenhum privilgio fiscal/tributrio que no sejam extensveis ao setor privado.

    Seguem o mesmo regime das empresas privadas nas obrigaes trabalhistas: possui regime celetista

    com todas as prerrogativas estipuladas pela CLT.

    No possuem privilgio processual: o entendimento moderno que, apesar de algumas exercerem

    servios pblicos elas no seguem regime de precatrio para pagamento.

    Regime hbrido/misto: embora no gozem de nenhuma prerrogativa do Estado, obedecem ao regime

    aplicado ao Estado, inclusive aos princpios por serem entes da API. Devem ainda respeitar as garantias do

    cidado.

  • Criadas por uma lei autorizadora: a criao s efetiva com o registro dos atos constitutivos

    Sujeitas ao controle finalstico: possuem finalidade pblica sempre. Podem ter lucro, mas no so

    criadas com essa finalidade.

    Podem ser criadas para: sempre haver finalidade pblica

    Prestao de servio pblico: possuem responsabilidade civil regido pelo direito pblico, art. 37, 6,

    CF. Neste caso h responsabilidade subsidiria do Estado. O regime da prestadora de servio pblico se

    aproxima ao direito pblico.

    Explorao de atividade econmica: Art.173, CF/88, diz que o Estado s pode explorar a atividade

    econmica quando for relativo aos imperativos da segurana nacional e quando for de relevante interesse

    coletivo. Quando o estado intervm no mercado ele no tem por finalidade de lucro, mas o lucro pode ser

    consequncia da atividade que elas exercem. Assim, o regime da exploradora de atividade econmica o

    regime fica mais prxima ao regime privado.

    As gradaes dos regimes das empresas estatais acontecem de acordo com sua atividade, que poder ser

    econmica ou prestadora do servio pblico. H dois setores bsicos na economia: o 1 o Estado, o ente

    bsico, a prestao de servios estatais. O 2 o mercado, explorador de atividade econmica e livre. Toda

    vez que um sai do seu setor para exercer atividade em outro setor acaba respeitando as normas deste novo

    setor. Assim acontece tanto com o Estado quanto com o particular. por isso quando a empresa estatal

    explora atividade estatal ela ir se aproximar ao regime econmico da sua atividade.

    Ateno!!! De acordo com a jurisprudncia do STF a Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos pratica

    servio exclusivo de Estado e que no admite delegao, gozando assim de Regime de Fazenda Pblica, com

    todas as prerrogativas e limitaes.

    5. Responsabilidade Civil do Estado

  • Diz respeito responsabilidade extracontratual, ou seja, a responsabilidade do Estado pelos danos causados

    a terceiros que no Brasil, como regra, objetiva.

    Histrico:

    1 Fase: Irresponsabilidade: em primeiro momento o Estado no respondia pelos praticados por ele.

    poca do Estado absolutista. (ex.: menininha na frana passou por uma fenda e foi atropelada por um trem do

    Estado, o chamado Caso Blanco.).

    2 fase: Decorrente de previso legal: h responsabilidade estatal, mas s se uma lei especfica

    previsse aquela situao como um caso de responsabilidade. Foi revolucionrio, pois cria o Estado de Direito,

    onde o Estado tambm se regula por leis que ele mesmo criou.

    3 fase, responsabilidade subjetiva:

    Civilista: se baseia na demonstrao do dolo e da culpa do agente.

    Culpa do servio/ Culpa Annima / Foute Du service: aqui basta a demonstrao da m eficincia, m

    prestao ou omisso de um servio estatal. No precisa demonstrar a culpa do agente e sim na culpa do

    servio como um todo. Em alguns momentos vlida no Brasil (SER TRATADA POSTERIORMENTE).

    4 fase, Responsabilidade objetiva: se baseia na responsabilidade objetiva estatal que no depende da

    demonstrao de dolo do agente preciso demonstrar a conduta, o dano e o nexo de causalidade.

    No Brasil, a responsabilidade estatal objetiva desde a constituio de 1946. E aqui no houve a 1 fase, ou

    seja, fase da irresponsabilidade. Art. 37, 6, CF/88, estabelece todas as regras aplicadas responsabilidade

    civil do Estado, como na sua extenso do art. 43, CC.

  • Art. 37, 6, CF/88 - As pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de servios

    pblicos respondero objetivamente pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,

    assegurado o direito de regresso contra o responsvel nos casos de dolo ou culpa.

    Nota-se a responsabilidade objetiva do estado e a responsabilidade subjetiva do agente.

    O conceito das pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de servios pblicos

    responsabilizadas pelo art.37 extensiva, uma responsabilidade pblica que extrapola os limites pblicos.

    As empresas pblicas que prestam servios pblicos possuem responsabilidade civil objetiva, ou seja, regida

    pelo direito pblico. (Ex.: Dentro de um nibus tem uma idosa. O nibus freia e a idosa cai no meio da rua e

    morre. A vtima usuria do servio pblico. A responsabilidade objetiva da empresa de nibus, pessoa

    jurdica de direito privado prestadora de servio pblico. O Estado tambm responde objetivamente. A

    diferena que a responsabilidade da empresa primria e a do Estado subsidiria.).

    Ateno!!! Todas as vezes que um dano for causado por um prestador de servio a responsabilidade do

    prestador de servio objetiva primria e a do Estado objetiva subsidiria.

    O entendimento jurisprudencial de que a responsabilidade da empresa objetiva seja a vtima usuria ou

    no do servio pblico. Pois, quando a CF diz terceiros no especifica se so terceiros usurios do servio

    ou no.

    Ex.: A idosa esta atravessando a rua e o nibus passa por cima dela e matando-a. A vtima no usuria do

    servio pblico. A responsabilidade da empresa de nibus e do Estado objeti va.

    As empresas estatais que exploram atividade econmica devem ter sua responsabilidade civil de direito

    privado, que pode at ser objetiva diante das atividades exercidas.

  • Responsabilidade objetiva: pertence ao Estado. aquela que para se configurar depende da

    demonstrao de trs elementos objetivos:

    Conduta do agente: deve ser a conduta de um agente pblico que esteja se valendo da qualidade de

    agente, podendo ser fora do horrio de trabalho. Na responsabilidade objetiva do Estado se abre mo dos

    elementos subjetivos e ocorrncia de responsabilidade independente de serem atos lcitos ou ilcitos. Quando

    a responsabilidade civil decorre de um ato ilcito tem base no princpio da legalidade. Quando decorre de um

    ato lcito tem por base o princpio da isonomia, ou seja, se um terceiro prejudicado no benefcio de toda a

    coletividade gera o direito de ser indenizado. No entanto, a responsabilidade do Estado pela prtica de atos

    lcitos depende da demonstrao de um dano anormal ou especfico. (Ex.: Greg abre um hotel em frente

    pracinha da cidade em Morro do Chapu, e o hotel faz muito sucesso. No entanto, o municpio resolve

    transformar essa pracinha em um cemitrio. lcito? Sim. uma conduta que visa benefcio coletivo. No

    entanto, prejudicou o Greg. Greg ento prova o seu prejuzo especial em relao ao resto da coletividade e

    isso o d o direito de indenizao). A demonstrao do dano anormal ou especfico decorre da Teoria do

    Duplo Efeito do Ato Administrativo, ou seja, um ato pode causar efeitos diferentes em cada pessoa atingida.

    Ateno!!! A vida em sociedade d a cada um de ns o chamado Risco Social, ou seja, devem-se suportar as

    restries da vida em sociedade e essas restries no gera direito indenizao.

    Dano causado a um particular: deve ser um dano jurdico, ou seja, a um bem protegido pelo direito

    ainda que seja somente um dano moral.

    Nexo de causalidade entre a conduta e o dano: Teoria da Causalidade Adequada significa que a

    responsabilidade do Estado dependente somente da demonstrao que a conduta do agente foi suficiente

    por si s para ensejar o dano. Se h uma conduta alheia a do agente para causar o dano h interrupo da

    causalidade. (ex.: sujeito foge da priso, vai casa de sua me e depois reencontra trs amigos de infncia e

    resolve montar uma quadrilha. Resolvem ento fazer um assalto a um banco, contratam algum para dirigir o

    carro, marcam a data do assalto depois subornam o segurana, assaltam o banco e matam o caixa. A famlia

    do caixa resolve pedir uma indenizao do estado por ter deixado o preso fugir. correto? No! Pois houve

    vrios eventos posteriores fuga e estes eventos interromperam o nexo causal. O que enseja o dano no foi

    suficiente para causar o dano.).

    A excluso que qualquer um desses elementos acima exclui a responsabilidade.

    So trs excludentes principais (que interrompem o nexo causal) da responsabilidade objetiva do Estado:

    Caso fortuito

    Fora maior

  • Culpa exclusiva da vtima: neste caso, enxerga-se a conduta do agente e do dano, mas no h nexo

    entre os dois. (ex.: se uma pessoa pula em frente a um carro de polcia e ela fica tetraplgica h dano, h

    conduta do agente, mas no h nexo de causalidade. O que tira do Estado responsabilidade objetiva).

    Toda a responsabilidade do Estado decorre da Teoria do Risco Administrativo, a atividade de administrar a

    coletividade arriscada, mas o estado se responsabilidade objetivamente por todos os danos. Essa Teoria

    encontra-se um contraponto. Existe uma doutrina que no acompanha essa teoria dizendo que Estado adota

    a Teoria do Risco Integral, ou seja, no admite os critrios de excludente de responsabilidade. Essa corrente

    enxerga o Estado como um garantidor universal. As duas doutrinas adotam a responsabilidade objetiva, mas

    a CF adota a Teoria do Risco Administrativo.

    H algumas situaes especficas em que o direito brasileiro adota a Teoria do Risco integral :

    Dano decorrente de atividade nuclear: gera responsabilidade objetiva, pois extrapola a situao

    ordinria, por ser muito prejudicial coletividade.

    Dano ambiental: em 2012 o STJ proferiu deciso dizendo que se o dano decorrer de ato omisso a

    responsabilidade ser integral e de execuo subsidiria, ou seja, o Estado responsvel, mas s ser

    executado se o poluidor direto no pagar.

    Crimes ocorridos a bordo de aeronaves que estejam sobrevoando o espao areo brasileiro / atos

    terroristas que causem danos.

    Toda a Responsabilidade objetiva se baseia na conduta do agente . Mas e nos casos de omisso, como a

    responsabilidade ser configurada?Neste caso, quando o dano decorre da omisso a responsabilidade

    omissiva do Estado subjetiva. No entanto, no decorre da demonstrao de dolo, culpa etc. Decorre da

    Teoria da culpa do servio, ou seja, de uma responsabilidade annima, o servio pode no ter sido prestado

    ou foi, mas de forma ineficiente. (Ex.: se voc assaltado no meio da rua o Estado no responde, pois no

    garantidor universal. Agora, se voc for assaltado em frente de delegacia, h como demonstrar a m

    prestao de servio.).

    O Brasil adotou a Teoria do Risco Criado ou Risco Suscitado, nessa teoria quando o risco decorre de uma

    situao em que se cria o risco para algum a responsabilidade se torna objetiva, mesmo que no decorra de

    uma conduta direta do agente. (Ex.: Um preso mata o outro na priso ou ento um preso foge do presdio e

    assalta a casa ao lado. Houve conduta de agente? No, mas a situao presdio uma situao de risco criado

    pelo Estado mesmo que seja lcito. Se criou a situao de risco ele se responsabiliza objetivamente pelos

    riscos.) A doutrina brasileira entende que essa situao de risco sempre criada quando o Estado possui

    algum ou alguma coisa sobre sua custdia, chamado pelo STF de omisso especfica, e por isso a

    responsabilidade objetiva. (Ex.: Duas crianas em uma escola pblica brigam e uma fica cega. O Estado

    responde? Sim, objetivamente, pois assumiu o risco de coloca-las juntas.) O STF entende que at mesmo se

    um preso se suicidar na priso a responsabilidade do Estado objetiva, pois o preso esta sobre custdia do

  • Estado. (Ex.: se um preso sai para visitar o pai no dia dos pais e nessa sada pratica um crime o Estado

    responde objetivamente. Porque no momento que o Estado permite que o sujeito que esta sob sua custdia

    passe o dia dos pais com seu pai, ele cria uma situao de risco sociedade.) Nas situaes de custdia por

    parte do Estado, h a aplicao Teoria da Condicio Sine Qua, para que haja responsabilizao do Estado em

    situaes de custdia deve ser demonstrado que se no fosse situao de custdia criada, o risco no iria

    ocorrer.

    As situaes fortuitas presentes no caso concreto sero divididas em:

    Fortuito interno / Caso Fortuito: aquele fortuito que decorre logicamente da situao de custdia

    gerando ao Estado responsabilidade objetiva. (ex.: mulher feita refm em uma rebelio em um presdio. Se

    no houvesse presdio no haveria rebelio, ento apesar de situao fortuita o Estado responde

    objetivamente).

    Fortuito externo / Fora Maior: uma situao fortuita absolutamente alheia situao de custdia, o

    que exclui a responsabilidade do Estado. A situao fortuita externa no decorre nem pelo Estado nem pela

    vtima. (ex.: um raio cai na cabea de um preso e o mata)

    Prescrio: Segundo o Dec. 20910/32, e a Lei 9494/98, prescreve em 5 anos a reparao contra atos de

    pessoa jurdica de direito pblico, e em 3 anos a reparao contra atos de pessoa jurdica de direito privado,

    art. 206, CC/02. Por ser maior o prazo para a pessoa privado, e por se tratar de lei posterior mais benfica, a

    doutrina diz que se aplica o CC na reparao civil contra o Estado. O STJ diz que a lei civil lei geral e o

    decreto e a lei citada anteriormente especfica, que, portanto no poder ser aplicada reparao civil

    contra o Estado o prazo de 3 anos. (obs.: as bancas da FCC e do Cesp vm seguindo o entendimento da lei

    especfica, ou seja, prazo de 5 anos para prescrio. Em uma prova subjetiva deve se explicar TODA a

    situao.).

    Responsabilidade por ato judicial: como regra o Estado irresponsvel por ato judicial, em virtude da

    soberania do judicirio e pela recorribilidade da deciso. O art. 5, LXXV, CF/88, estabelece que o Estado

    indenizar aquele que ficar preso por erro judicirio ou aquele que ficar preso alm do prazo fixado em

    sentena (alm do prazo fixado em sentena ato administrativo, mas o Estado responde). A responsabilidade

    ser objetiva, pois o Estado assumiu o risco de privar as pessoas da liberdade. No se aplica em casos de

    priso cautelar, em flagrante, temporria, preventiva, etc., pois estas possuem requisitos prprios dados pelo

    Direito Penal, mesmo se o terceiro for absolvido no final da deciso. O juiz, figurando como agente pblico em

    uma ao de regresso proposta pelo Estado, s ir responder na comprovao de dolo.

    CURSO CERS 2 FASE X EXAME DE ORDEM DIREITO ADMINISTRATIVO PROF. MATHEUS CARVALHO AULA 4

  • Responsabilidade decorrente de obra: no se trata do dano causado pela m execuo da obra, neste

    caso quem responde o executor da obra com base no direito privado. A responsabilidade estatal na m

    execuo da obra ser sempre subjetiva, pois decorre da omisso deste no dever de fiscalizar a obra. Se

    houver fiscalizao adequada e decorrer um dano o Estado no responde , nem subsidiariamente. No

    entanto, a responsabilidade decorrente de obra trata-se das situaes em que a existncia da obra em si

    causa o dano, nesses casos h a responsabilidade pelo simples fato da obra ou responsabilidade decorrente

    de obra, aqui a responsabilidade ser objetiva desinteressando quem a executou. (ex.: o cemitrio

    construdo em frente ao hotel do Greg.).

    Ateno!!!! Obra no pode ser confundida com a prestao de servios, porque aquela decorre da prestao

    de servio.

    Responsabilidade do estado por ato legislativo (em relao s leis em sentido formal e material): no

    enseja a responsabilidade civil do estado. A lei em si geral e abstrata, e em regra geral o estado

    irresponsvel por atos legislativos tpicos. A doutrina costuma dizer que se a lei for inconstitucional E se

    causar um dano direto a algum (requisitos cumulativos), neste caso o Estado possui responsabilidade. (Ex.:

    lei diminui a remunerao dos servidores pblicos. Ela inconstitucional, pois a remunerao irredutvel, e

    causa um dano a esses servidores. Aqui h uma responsabilidade pelo ato legislativo, a responsabilidade

    objetiva.).

    Ateno!! A expresso lei de efeitos concretos, presente no direito administrativo, estas so leis em sentido

    formal por terem sido sancionadas pelo Executivo depois de elaboradas pelo executivo trata-se, mas que em

    sentido material no so gerais e abstratas (ex.: declarao de um bem pblico). Nestes casos as leis de

    sentido concreto seguem a mesma regra de responsabilizao como os atos.

    A ao de regresso que poder ser proposta pelo Estado em face do agente com demonstrao de

    dolo ou culpa, uma garantia da vtima de ser indenizada sem a discusso de elementos subjetivos.

    possvel que a vtima cobre diretamente do agente? No, apesar de algumas doutrinas entenderem que sim. O

    STF diz que a cobrana ao Estado decorre da Teoria da Dupla Garantia, ou seja, garantia da vtima cobrar do

    Estado e do agente s ser cobrado do Estado so duas garantias do terceiro e do agente. Essa teoria decorre

    do princpio da impessoalidade.

    O art. 70 do CPC, diz que toda vez que algum tiver direito de regresso obrigatria denunciao lide, ou

    seja, forma de interveno de terceiro que gera economia processual. Pelo direito privado o Estado poderia

    chamar o agente para participar do processo. No entanto, no direito administrativo h a discusso se

    possvel denunciao a lide, pois se h a denunciao juntamente com o agente vem para ao principal

    discusso de dolo e culpa ocorrendo ampliao subjetiva do mrito, quebrando a garantia da vtima de

    somente discutir elementos objetivos. A doutrina entende que pela quebra da garantia da vtima no

    possvel denunciao lide, mas o STJ diz que possvel. Para a prova da OAB deve-se manter o

    entendimento doutrinrio por ser mais atual.

  • Ateno!!! Em algumas situaes a anlise do dolo e da culpa do agente inerente responsabilizao do

    prprio Estado, sendo indispensvel (ex.: quando um terceiro consegue demonstrar que o motorista de uma

    ambulncia ligou o giroflex para chegar mais rpido em casa, no havendo emergncia, e bateu em um carro.

    Essa demonstrao que no houve nenhuma emergncia responsabiliza o Estado objetivamente. Para uma

    possvel defesa do Estado, mesmo que no seja aceita pelos juzes, o terceiro deve parar para uma ambulncia

    com sirene ligada em todos os casos, pois no h como o terceiro saber na hora se uma fraude do motorista

    ou no.). Nestes casos a denunciao a lide possvel, pois no processo j esta sendo discutidos os elementos

    subjetivos.

    6. Interveno do Estado na Propriedade

    ATENO!!! O PROFESSOR INDICA A LEITURA DA MATRIA EM UM LIVRO BOM LIVRO PARA FIXAO

    Nada mais do que uma grande demonstrao da supremacia do interesse pblico sobre o privado, intervindo

    na propriedade privada do particular objetivando um bem maior.

    Divide-se em:

    DA INTERVENO SUPRESSIVA:

    Situao na qual o Estado suprime o direito constitucional do direito de propriedade do particular, fazendo -o

    perder o bem para o Estado.

    No Brasil a nica interveno supressiva a desapropriao:

    Minoritariamente h a ideia de que desapropriao espcie do gnero expropriao. Para alguns

    doutrinadores a expropriao a interveno supressiva. A desapropriao seria uma espcie de expropriao

    e aconteceria quando o Estado toma o bem do particular mediante uma indenizao, seja em dinheiro ou

    ttulos. Para esses doutrinadores minoritrios a expropriao seria indenizada excepcionalmente. O

    entendimento majoritrio que desapropriao sinnimo de expropriao.

    Desapropriao:

    A desapropriao forma originria de aquisio de propriedade, pois chega s mos do Estado como

    se nunca houvesse pertencido a ningum, sem nenhum nus incidente sobre esse bem. Qualquer direito que

    recaia sobre o bem fica sub-rogado no valor da indenizao, art. 5, XXIV, CF.

    Desapropriao comum, art. 5, XXIV, CF: a desapropriao aconteceria por utilidade ou necessidade

    pblica e por interesse social, mediante indenizao prvia e justa em dinheiro por qualquer ente da APD. A

  • indenizao justa deve ser calculada por percia e dever abarcar no s o valor de mercado do bem, como

    tambm todos os danos decorrentes da perda mesmo bem.

    Por utilidade / necessidade pblica: feito com base no DEC-LEI 3365/41, onde so estabelecidas as

    situaes de utilidade pblica para utilizao pblica, pelo prprio estado. Na utilidade no h urgncia e na

    necessidade h.

    Por interesse social: com base na lei 4132/62 e esta lei estabelecem as situaes onde o Estado poder

    desapropriar para dar funo social a este bem, no o destinando necessariamente a utilidade pblica.

    Desapropriao especial: A prpria CF estabelece situaes onde a desapropriao no segue suas

    regras gerais. So elas:

    Desapropriao Especial Urbana, Art. 182, CF e regulamentada pela Lei 10257: se o imvel urbano no

    estiver cumprindo a funo social prevista no plano diretor da cidade este imvel ir sofrer algumas

    restries que sero tomadas exclusivamente pelos Municpios. O Municpio tomar trs medidas

    gradativamente:

    Notificao para que o proprietrio faa o parcelamento ou edificao do terreno, ambos

    compulsrios. Depois de notificado o proprietrio tem prazo de 1 ano para apresentar seu projeto e depois

    de apresentado o projeto mais 2 anos para dar incio s obras. Passado esse prazo sem providncia passa-se

    para a segunda medida.

    IPTU progressivo: alquota do IPTU sobre o imvel aumentar gradativamente , a cada ano, como

    forma de coero, a ideia de extrafiscalidade. O IPTU tem mais funo de coero do que a funo originria.

    O IPTU progressivo deve durar no mximo 5 anos desde que a alquota no ultrapasse 15%, mais que 15%

    considerado confisco. H ainda a limitao anual, onde a lei diz que o IPTU pode ser aumente em no mximo o

    dobro (ex.: Em um ano 1%, no segundo 2%, no terceiro 4%, no quarto 8% e no quinto 15%, pois 15% o

    mximo.). Passados os 5 anos o Municpio pode manter a alquota no Maximo at ser executada a terceira

    medida, a alquota no retorna.

    Desapropriao: aqui a desapropriao sancionatria, punitiva. Por isso no paga em dinheiro e

    sim em ttulos da dvida pblica integralmente, resgatveis em at 10 anos.

    Desapropriao Especial Rural: segue a mesma lgica que a da urbana, sendo possvel para o

    cumprimento da funo social, sendo de competncia exclusiva da Unio. A funo social, no art.186, CF,

    define os requisitos cumulativos para que a propriedade rural esteja cumprindo sua funo social . Os fins

    dessa desapropriao a reforma agrria, ou seja, a destinao vinculada no prprio texto constitucional.

    Aqui no h gradao de medidas. Se no cumpre funo social j desapropriado, e pago mediantes ttulos

  • da dvida agrria, resgatados em at 20 anos A PARTIR DO 2 ANO. No entanto, a indenizao no paga

    integralmente em ttulos, pois as benfeitorias teis e necessrias sero pagas em dinheiro. O art. 185, CF diz

    que no ser desapropriada para fins de reforma agrria a propriedade produtiva e a pequena e mdia

    propriedade que seja a nica do proprietrio, mesmo produtiva. Esses requisitos apresentados so

    alternativos e s podem ser aplicados na desapropriao especial rural.

    Desapropriao confisco: competncia exclusiva da Unio. Tambm chamada de expropriao, pois

    esta no indenizada, art.243, CF. So os bens imveis utilizados para plantao de psicotrpicos, ou seja,

    todas as glebas utilizadas para a plantao e os bens mveis utilizados para o trfico de drogas. O

    proprietrio perde o bem sem direito a nada. H destinao vinculada para estes bens. Os bens mveis sero

    utilizados para operaes de combate ao trfico ou na recuperao de viciados e os bens imveis sero

    utilizados para assentamentos de colonos para plantao de gneros alimentcios e medicamentosos. (ex.:

    voc tem seu terreno e mora com sua famlia em uma parte dele, na outra voc pl anta coca e a AP descobre.

    O que ser desapropriado o terreno inteiro ou s a gleba? Tudo! O STF diz que gleba deve ser interpretada

    como propriedade de forma ampla.).

    Procedimento expropriatrio na Desapropriao Comum:

    Primeiro o Estado declara a utilidade pblica ou o interesse social, depois paga a indenizao para entrar no

    bem.

    Fase declaratria: competncia exclusiva dos entes federativos (U, E, DF, M), como regra geral.

    Ateno!!!! H excees na competncia da fase declaratria: a primeira a ANEEL, agncia reguladora, que

    em sua lei conferida a competncia declaratria para fazer instalao de concessionrias de energia eltrica,

    e a segunda o DNIT, autarquia federal comum, que tem competncia declaratria para regulamentao de

    melhorias no trnsito.

    A declarao feita:

    Por decreto/ Decreto Desapropriatrio: ato privativo do Chefe do Executivo

    Por lei de efeitos concretos: Lei em sentido formal expedida pelo legislativo.

  • Ateno!!! Antes do bem ser transferido para o Estado ele deve ser indenizado.

    Consequncias da declarao de interesse/necessidade pblica:

    Sujeio do bem fora expropriatria do Estado: embora o particular ainda no tenha perdido o bem

    ele esta sujeito a muitas restries impostas pelo Estado. Assim essa declarao tem um prazo de caducidade

    variante de acordo com a declarao (para utilidade/necessidade pblica prazo de 5 anos; para interesse

    social prazo de 2 anos), para que o Estado exera a desapropriao sob pena de decair e no poder ser mais

    declarada, dentro de o perodo de um ano de carncia entre uma declarao e outra, mesmo que a

    declarao seja feita por outro ente. Esse o entendimento majoritrio de que esse ano de carncia uma

    garantia do cidado e no uma punio do Estado.

    A declarao permite que o Estado penetre no bem para fazer medies, avaliaes, etc. sempre da

    forma menos gravosa possvel ao proprietrio.

    Forma a fixao do Estado do bem: o Poder pblico define que o bem o interessa no estado em que ele

    se encontra, sem nenhuma melhoria, benfeitoria no indenizveis posteriormente, salvo benfeitorias

    necessrias e teis, desde que estas ltimas tenham sido autorizadas. (ex.: municpio te concede uma licena

    para construir na beira da praia. Antes de voc comear a construir foi declarada a utilizada pblica do seu

    bem. Posso construir? Sim, o bem ainda seu. A construo ser indenizada? No! Pois as construes feitas

    aps a declarao de utilidade pblica no sero indenizadas, segundo S.23,STF).

    Fase executria: quando o estado PROMOVE a desapropriao, ou seja, indeniza o proprietrio e

    adquire o bem. Diferente da fase declaratria, a fase executria pode ser feita por quem declarou ou

    possvel delegar a competncia executria a entes da API ou para concessionrias de servios, neste ultimo

    caso desde que prevista a possibilidade no contrato de concesso e a declarao de desapropriao seja

    feito por um dos entes da APD.

    Ateno!!! Entes da API e concessionrias de servio podem sim PROMOVER A DESAPROPRIAO, o que no

    podem DECLARAR A DESAPROPRIAO,

    A execuo pode ser feita de duas maneiras:

  • Por acordo: Diante do fato que o bem ser da AP de qualquer jeito o proprietrio concorda com o valor

    de indenizao oferecida pelo Estado. Desta maneira ser feita por via administrativa. A execuo j se

    efetiva.

    Por via judicial: No havendo acordo, seja porque o proprietrio no concordou com o valor oferecido,

    ou por que no se sabe quem o proprietrio a desapropriao se dar na via judicial por meio da ao de

    desapropriao. Esta ao proposta pelo ente expropriante e no pelo particular, requerendo ao juzo que

    proceda a indenizao mediante um valor indenizatrio justo. de rito especial, que segue o rito do

    DL3365/41, e deve ser acompanhada pelo MP, necessariamente como fiscal da lei para garantir a legalidade

    e a regularidade do procedimento. O rito seguir da seguinte maneira:

    o A ao proposta e o particular ser chamado para contestar. A lei diz que a matria de defesa de

    mrito restrita ao valor indenizatrio. possvel judicialmente vcio no ato de desapropriao? Sim,

    permitido, mas isso no poder ser admitido na ao de desapropriao. Vcios no ato de desapropriao

    sero discutidos em ao direta.

    o Se na ao de desapropriao o mrito o valor indenizatrio, se o particular ganhar a ao o que ele

    ganha? Dinheiro, pois o bem no ser discutido o bem.

    o por isso que o rito do DL prev a possibilidade a imisso provisria na posse do bem em sede de

    liminar. como se, grosseiramente, fosse dito ao juiz No vamos discutir somente o valor do que eu vou

    pagar? Ento me d o bem de uma vez, que a gente continua discutindo aqui na ao de desapropriao!. No

    entanto, a imisso provisria ser deferida diante de dois requisitos: o Estado dever fazer uma declarao de

    urgncia em ingressar no bem (o que normalmente feito no prprio decreto expropriatrio) e ainda fazer

    um depsito judicial do valor incontroverso (que o valor inicial oferecido pelo Estado e no foi aceito).

    Segundo a lei, declarada a urgncia o Estado tem 120 dias para propor a imisso provisria da posse e para

    fazer o depsito judicial, sob pena de a urgncia decair e no poder ser renovada.

    o Feito o depsito e emitida posse o particular tem direito de levantar 80% do valor depositado, os

    outros 20% ficam garantindo o juzo. Se o proprietrio levantar 100% do valor depositado h uma presuno

    legal de que ele tenha concordado com o valor, assim o juiz ir homologar o acordo e a ao termina.

    o Tendo o processo transitado em julgado inicia-se a transferncia da propriedade. Se for determinado

    pelo Juiz que o valor inicialmente ofertado pelo Estado no est correto e ele decidir aumentar o valor, o

    proprietrio poder levantar os 20% que estavam garantindo em juzo no depsito judicial , mas o restante

    ser pago por uma ordem cronolgica de pagamento de precatrio, no haver mais uma prvia indenizao.

    Para ser justa, sobre esse valor que ser pago por precatrio iro incidir valores acessrios: correo

    monetria, juros compensatrios, juros moratrios e honorrios advocatcios. O complexo que cada valor

    acessrio incide sobre um valor determinado, a partir de um momento determinado e de uma forma

    diferente. Ento deve ser cuidadoso com essa questo dos valores acessrios.

  • Vamos RACIOCINAR os valores acessrios:

    Correo monetria: o valor simplesmente o valor de atualizao da moeda, e deve incidir a partir

    do transito em julgado. A CF garante a incidncia a partir do transito em julgado, art. 100, CF, mas isso no

    significa que a correo monetria no poder ser incidida anteriormente. A doutrina e a jurisprudncia

    entende que a correo monetria deve comear a incidir desde a percia efetivada em juzo. A correo

    monetria ser definida pelo valor excedente determinado em juzo. De acordo com o prprio art.100, CF o

    ndice utilizado o mesmo utilizado para a correo da caderneta de poupana.

    Juros compensatrios: estes existem para compensar o fato do proprietrio esta perdendo o bem

    antes de receber o valor indenizatrio justo. Na desapropriao judicial os juros compensatrios iro incidir

    sobre os 20% obrigatrios para garantir o juzo no depsito judicial e sobre o valor excedente determinado

    pelo juiz, ou seja, sobre todo o valor que o proprietrio no pode levantar imediatamente quando perdeu a

    posse do bem. Por esse motivo, os juros compensatrios iro incidir a partir da imisso da posse . O

    percentual dos juros compensatrios, segundo S. 618, STF, de 12% ao ano.

    Juros moratrios: pagos pela demora do cumprimento da deciso (juros de mora so pagos pela

    demora). Iro incidir sobre o valor excedente que ser pago por precatrio com percentual de 6% ao ano,

    segundo a jurisprudncia. Segundo entendimento do STF, S.V. 17, em anlise CF, se os o precatrio

    apresentados em um ano devem ser pagos at o final do exerccio seguinte (ano seguinte), os juros

    moratrios s iro incidir a partir do final do prazo constitucional, ou seja, a partir de 1 de janeiro do ano

    seguinte quele que o precatrio deveria ter sido pago e no foi.

    CURSO CERS 2 FASE X EXAME DE ORDEM DIREITO ADMINISTRATIVO PROF. MATHEUS CARVALHO AULA 5

    Honorrios advocatcios: tambm chamados de sucumbnciais (perda) e iro incidir sobre os 100 mil, S.

    617, STF. Incidir sobre o valor da sentena menos o valor depositado. A novidade dos honorrios

    advocatcios diz respeito ao percentual baixo dado pelo DL 3365, que iro variar entre 0,5% a 5% do valor da

    sucumbncia e ainda sero limitados a 151 mil reais, no entanto este teto foi suspenso pelo STF. Hoje no h

    mais teto de valor, os honorrios s iro variar de 0,5% a 5%.

    Ateno!!! Ex.: imagine que o Estado considera justo pagar a voc por um bem 100mil reais. Automaticamente

    voc pode levantar 80mil e 20mil garantem o juzo. No final do processo, o juiz considera que justo seria o

    pagamento de 200 mil reais pelo bem, ou seja, 100 mil a mais do que o valor depositado. Quando o juiz

  • determina 200 mil, 80 mil voc j havia levantado, ou outros 20 mil voc j pode levanta-los

    automaticamente, mas e os outros 100 mil a mais determinado pelo juiz? No se trata de indenizao prvia e

    justa em dinheiro mais, pois decorre de sentena. Os outros 100 mil, no exemplo sero pagos por uma ordem

    cronolgica de pagamento de precatrio, ou seja, prvia a sua indenizao no ser mais. Para que ela seja

    pelo menos justa iro incidir os valores acessrios. Neste caso a correo monetria ir incidir sobre o valor

    excedente, ou seja, 100 mil reais a partir do transito em julgado e sobre o ndice de correo monetria

    utilizada na caderneta de poupana. Os juros compensatrios incidiro sobre 120 mil a partir da imisso da

    posse, com percentual de 12% ao ano, pois voc levantou os 80% que lhe eram garantidos, mas teve que

    deixar 20% para garantir o juzo e ainda dever esperar para receber o restante por precatrio. Se voc no

    levantou 80% do depsito o juros compensatrios no iro incidir sobre eles, pois estes se encontravam a sua

    disposio. Os juros moratrios iro incidir sobre o valor excedente da deciso, ou seja, 100 mil reais com

    percentual de 6% ao ano e s comearo a incidir a partir de 1 de janeiro do ano seguinte quele ano em que

    o precatrio deveria ter sido pago. Os honorrios advocatcios sero incididos sobre 100 mil, ou seja, 200 mil

    foram a deciso judicial menos 100 mil que foi o valor depositado e iro variar de 0,5% 5% do valor da

    sucumbncia.

    Pode haver desapropriao de bens pblicos? O DL diz que sim, desde que respeitada hierarquia federativa,

    ou seja, o ente federativo mais abrangente pode desapropriar dos entes menos abrangentes (Unio

    desapropria do Estado e do Municpio e o Estado desapropria do Municpio). H muitas discusses de

    doutrina entendendo que este entendimento do decreto no foi recepcionado pela independncia dos entes

    federativos. A S.479 do STF diz que os bens que ficam as margens de rios navegveis so de domnio pblico e

    por isso insuscetveis de desapropriao, ou seja, ela trata dos bens da Unio, pois estes bens so de domnio

    pblico federal.

    Em um julgado de 2012 a respeito da promessa de compra e venda o promissrio comprador que no

    registrou a promessa de compra e venda (teoricamente ele no proprietrio) deve receber a indenizao

    paga pelo Poder Pblico se apresentando como tal? O STJ entende que sim. Ainda que no haja registro o

    contrato de promessa de compra e venda confere ao promissrio comprador o direito de receber a

    indenizao referente desapropriao efetivada, visto que ele j pagou ao promissrio vendedor o valor

    referente ao bem e dever ser ressarcido deste valor por meio da indenizao. No h como exigir do Estado o

    conhecimento de contratos no registrados.

    Comece a vislumbrar que todas as vezes que h uma indenizao do Estado for paga ao particular ela pode

    decorrer de trs situaes diferentes: por relao contratual, diante de um desequilbrio causado pelo Estado

  • gera indenizao (SER TRATADO POSTERIORMENTE); por responsabilidade civil do Estado; por sacrifcio de

    direito, ou seja, hipteses de interveno de propriedade. Estas indenizaes no se confundem, por terem

    regras diferentes. Conforme um julgado no STF, um terreno desapropriado parcialmente. Na parte

    desapropriada o Estado monta uma estao de esgoto e na outra o proprietrio monta uma plantao de

    laranjas. Posteriormente o particular discute judicialmente que, a estao de tratamento de esgoto

    implantada pelo Estado est atrapalhando sua plantao de laranjas e requereu tanto a indenizao pela

    desapropriao (com todos os valores devidos) assim como os lucros cessantes referentes rea

    remanesceste. O Ministro Gilmar Mendes entendeu que os lucros cessantes deveriam abarcar a rea

    remanescente o que um absurdo. Deve haver uma indenizao pela diminuio da produo de laranjas,

    mas no uma indenizao pela desapropriao e sim uma indenizao pela responsabilidade civil do Estado.

    No h como indenizar por indenizao uma rea que no fosse desapropriada. Aqui houve um grande

    equvoco no STF e em uma prova objetiva no poderia ser considerada como regra geral. No entanto, se for

    colocado como entendimento do STF, a indenizao dos lucros cessantes de uma desapropriao parcial deve

    abarcar os lucros cessantes da rea remanescente. No o entendimento geral, do STF.

    Direito de extenso: pode ocorrer em casos de desapropriao parcial. O Estado no desapropria o

    bem inteiro deixando uma rea remanescente que isoladamente inaproveitvel. O proprietrio poder

    requerer que o Estado desaproprie o bem inteiro e o indenize pelo bem total . A inutilidade da rea

    remanescente dever ser provada no caso concreto pelo proprietrio. O STJ diz que no mbito rural o

    parmetro rural ser de que qualquer rea remanescente inferior a um mdulo fiscal (definido pelo direito

    tributrio) presumidamente inaproveitvel ser indenizada pelo direito de extenso.

    Desapropriao por zona: ocorre todas as vezes que o Estado desapropria a rea vizinha a uma rea

    que foi desapropriada para uma obra. A lei estabelece que no prprio decreto deva ficar delimitado qual

    pedao para a obra e qual pedao desapropriao por zona. Dever haver essa desapropriao quando: o

    Estado justificar uma necessidade de posterior extenso da obra; ou quando o Estado enxerga que em

    virtude da obra a ser executada a rea vizinha ir sofrer uma supervalorizao, assim o Estado desapropria

    por zona para vender depois (o valor excedente supervalorizao o Estado utiliza para os gastos com a

    prpria obra). Quando se fala da supervalorizao dos terrenos vizinhos os doutrinadores dizem que esta

    no foi recepcionada pela CF, e por isso foi criada a contribuio de melhoria como forma de remunerar o

    Estado todas as vezes que uma obra pblica supervalorizar os terrenos vizinhos, e com essa contribuio o

    Estado seria ressarcido. O entendimento do STF de que, todas as vezes que uma obra gerar uma valorizao

    de terrenos vizinhos esta valorizao pode ser ordinria (quando todos os terrenos vizinhos variam na mesma

    proporo, ordinariamente) ou extraordinria (h uma variao na supervalorizao), e que quando a

    supervalorizao for ordinria o Estado deve se valer necessariamente da contribuio de melhoria, j na

    supervalorizao extraordinria dever haver a desapropriao por zona.

  • Desapropriao indireta: ocorre quando o Estado invade o bem do particular sem respeitar as regras

    da desapropriao, trata-se de um esbulho. uma invaso, pois no se realiza nenhum procedimento.

    Apesar o Estado invadir ilicitamente o bem, a partir do momento que o Estado d destinao pblica ao seu

    bem incide sobre este a supremacia do interesse pblico sobre o privado. No h como o particular reaver o

    seu bem, mas ter direito indenizao atravs de procedimento judicial, a chamada indenizao por

    desapropriao indireta ou ao de indenizao por apossamento administrativo. uma ao indenizatria

    como outra qualquer. comum a desapropriao indireta quando o Estado disfara a desapropriao de

    interveno restritiva, se valendo de fazer uma interveno restritiva o Estado impede o uso do bem pelo

    particular. (ex.: o Estado coloca um poste de luz dentro do seu terreno (servido) depois o Estado coloca mais

    5 postes no mesmo terreno impedindo totalmente o uso do bem. Ex.2: o Estado coloca uma torre de celular

    em uma pequena parte do seu terreno, mas diz que em um vai de 2 km no pode ter moradia por causa da

    radiao, ou seja, no uma servido e sim uma desapropriao indireta). Na desapropriao incide juros

    compensatrios desde perda da posse do bem para o Estado sobre tudo que o proprietrio deveria ter

    recebido, mas no recebeu, segundo art. 15-A, 3 do DL3365/41. H uma grande discusso em relao

    prescrio, diz o decreto que prescreve em 5 anos o direito de pleitear indenizao por atos de constrio do

    poder pblico. Comeou-se a entender que a desapropriao indireta no ato de constrio e sim situao

    ftica. A S.119 do STJ de 1998 passou a estabelecer que a desapropriao indireta prescreve em 20 anos,

    tendo como base o prazo para usucapio extraordinria da poca. A discusso se mantm pela mudana do

    prazo da usucapio extraordinria pelo CC/02. Portanto, a smula passou a ter uma releitura pela doutrina,

    dizendo que ento o prazo para prescrio seria de 15 anos.

    Ateno!!!! Tredestinao: significa alterao de finalidade. Quando o Estado, por motivo de interesse

    pblico superveniente devidamente justificado, muda a finalidade originria e especfica do ato

    expropriatrio, mas se manteve a finalidade genrica que a busca pelo interesse pblico. Nesses casos h

    um desvio de finalidade dentro dos limites da lei, a chamada tredestinao lcita. (ex.: seu terreno

    desapropriado para construir uma escola com procedimento desapropriatrio devidamente regular. Depois

    disso por motivo de interesse pblico superveniente devidamente justificado pelo Estado, ao invs de

    construir uma escolha o Estado construir um hospital. Isso desvio de finalidade? Sim, pois houve alterao da

    finalidade originria do ato.). Se o Estado desapropria o bem e no d finalidade pblica, e nem genrica ao

    bem expropriado, a chamada tredestinao ilcita ou a chamada adestinao. (ex.: seu terreno

    desapropriado para construir uma escola com procedimento desapropriatrio devidamente regular, mas o

    Estado no faz nada. Isso lcito? No!).

  • Retrocesso: o direito que surge ao expropriado quando h uma tredestinao ilcita com bem

    expropriado pelo Estado. Nesses casos o expropriado pode pedir a devoluo do bem mediante pagamento

    justo de indenizao. Quando ao direito de retrocesso de bens que j esto nas mos de terceiros a doutrina

    se diverge. Parte da doutrina v a retrocesso como direito real que tem sequela, e ela seria um reflexo de

    direito real de propriedade. Outra parte entende que o direito de retrocesso um direito pessoal e que no

    poder ser exposto ao terceiro, s cabendo ao expropriado perdas e danos contra o Estado. Embora no seja

    pacfica pela doutrina, em prova, pelo entendimento do art. 519 do CC, a retrocesso passou a ser um direito

    pessoal tendo o expropriado direito de preferncia na deciso de alienao do bem expropriado e

    tredestinado ilicitamente. (ex.: seu terreno desapropriado para construir uma escola com procedimento

    desapropriatrio devidamente regular, mas o Estado no faz nada e ainda por cima aliena o seu bem

    expropriado. H direito de retrocesso no bem alienado pelo Estado? No h entendimento majoritrio.).

    DA INTERVENO RESTRITIVA DO ESTADO NA PROPRIEDADE

    aquela interveno de restringe o exerccio do direito de propriedade. O Estado no toma o bem das mos

    do particular, mas cria limitaes, restries mantendo o bem com o particular. (ex.: tombamento, servido,

    etc.)

    Limitao administrativa

    Nada mais que uma interveno de carter geral e abstrata e afeta o carter absoluto da

    propriedade.

    No imposta a um determinado bem e sim a todos os bens que estejam na mesma situao (ex.: voc

    mora em salvador e a norma municipal que no pode construir prdios a beira-mar com mais de 8 metros.

    uma restrio para todos). Por no causar dano especfico, a princpio no indenizvel. A possibilidade de

    ser indenizvel provando que aquela limitao causa a uma determinada pessoa um dano maior que

    coletividade. Como qualquer norma geral os efeitos no so retroativos, ou seja, sero ex nunc. decorrente

    do poder de polcia.

    Em 2001 a Lei 10257/01 em seu art. 25, Estatuto das Cidades, criou o direito de preempo pblico, ou

    preferncia pblica, estabelecendo que determinadas reas municipais possam ser declaradas (por meio de

    decreto) de preempo. Assim, suportando uma declarao de preempo, em caso de alienao, o bem

    deve ser primeiro oferecido ao Estado. O direito de preempo, de acordo com a doutrina, nada mais que

    uma espcie de limitao administrativa, pois uma norma geral e abstrata, no impedindo o uso do bem. A

    lei estabelece que o decreto declaratrio de preempo, que ser feito pelo chefe do executivo municipal,

    pode declara-la assim por at 5 anos, sendo que passados o prazo estipulado no decreto, uma nova

    declarao s poder ser feita depois de respeitadas o limite de 1 ano de carncia. Declarada a preempo

  • do terreno, sempre haver o carter de direito real, ou seja, com o decreto se o particular quiser vender o

    bem dever primeiramente oferecer ao poder pblico (no caso o municpio), que ter at 30 dias para

    exercer o direito. Se o Estado aceitar o valor proposto pelo particular, pois uma venda. Se o Municpio no

    se manifestar em ate 30 dias h a presuno tcita de recusa e o particular fica livre para fazer a venda para

    quem quiser no mesmo valor ofertado ao municpio. Se o particular no respeitar o direito de preferncia o

    Poder pblico pode anular a venda e buscar o bem para si ou pelo valor da venda ou pelo valor venal do

    imvel, o que for menor.

    Servido administrativa

    No geral e abstrata, incide sobre um bem especfico e afeta o carter exclusivo da propriedade.

    sempre um direito real que reai sobre bens imveis.

    parecida com a servido civil, onde se tem a figura de um prdio dominante e um prdio serviente. O

    prdio serviente o serviente e o dominante o servio pblico. A ideia da servido colocar um bem

    privado serviente a um servio de interesse pblico. (ex.: colocar um posto em um terreno).

    decorrente do poder de polcia.

    Se houver a demonstrao de que haver dano h indenizao prvia.

    A servido parecida com a desapropriao pelo seu procedimento.

    Pode ser instituda por acordo, por deciso judicial ou por lei.

    Tem carter perptuo, o que no significa que ser eterno. Poder ser extinta: por motivo de interesse

    pblico, pelo desaparecimento do bem, pela consolidao. A consolidao acontece quando o Estado adquire

    o a propriedade do bem, tornando-se o proprietrio.

    Ateno!!! RACIOCINE! Costuma-se dizer que a propriedade tem carter absoluto e exclusivo erga omnes,

    ou seja, o proprietrio pode dar ao bem a utilidade que o convm desde que permitido e no prejudicial a

    terceiro e a utilizao da propriedade do proprietrio, inegavelmente, e isto deve ser respeitado. Quando o

    Estado d ao seu bem uma limitao ele atinge o carter absoluto da sua propriedade (ex.: se o estado

    estabelece que o seu prdio s possa ter 8 andares. A propriedade continua sendo sua, mas a destinao no

    livre.). Na servido o carter atingido o exclusivo (ex.: o Estado coloca uma placa com o nome da rua no

    seu muro. Voc pode fazer o que voc quer com o seu bem, mas no esta o utilizando sozinho).

    Tombamento

    Forma de proteo ao meio ambiente no que diz respeito aos aspectos histricos, artsticos e culturais

    de um patrimnio. As restries impostas so para evitar que o bem perca estes aspectos.

  • direito real imposto que pode incidir sobre bens mveis ou imveis desde que corpreos. Alguns

    doutrinadores consideram o tombamento como espcie de servido, mas entendimento minoritrio. O que

    no verdade pelo carter autnomo do tombamento. Assim como a ideia de que os bens podero ser

    incorpreos (Maria Sylvia). Aos bens incorpreos h o registro ambiental (ex.: registro ambiental do acaraj)

    registrado no livro do tombo de cada ente federativo (ex.: IFHAN, no mbito federal). Os bens

    imveis esto sujeitos ao duplo registro, ou seja, registra no livro do tombo e tambm no cartrio de registro

    de imveis para que haja conhecimento erga omnes.

    Um nico bem pode ser tombado vrias vezes, pois um no interfere no outro. Se tratando de interesse

    local pode haver tombamento Municipal, se de interesse regional h tombamento Estadual e se tratando de

    interesse nacional ele ser tombado pela Unio.

    Tem carter perptuo. Apesar de existir o tombamento provisrio que aplicado como cautelar

    administrativa para evitar que o possuidor destrua o bem antes do processo do tombamento definitivo se

    concretizar.

    Gera obrigaes

    Fazer: impondo ao particular o dever de conservao do bem, garantindo todas as benfeitorias

    necessrias para a conservao do bem tombado. Se no houver meios do particular arcar com as

    benfeitorias, ele pode requerer ao poder pblico, mediante justificao, a conservao do bem. Pode haver

    alienao, no entanto, no caso de alienao o bem deve ser oferecido com preferncia ao poder pblico.

    De no fazer: o proprietrio no pode destruir e nem modificar o bem. Qualquer reforma depende de

    autorizao especial do poder pblico, o Estado ir verificar o interesse pblico naquela reforma. O

    proprietrio do bem tombado no pode sair do pas, tratando-se do bem tombado mvel, salvo por um curto

    perodo de tempo com autorizao do poder pblico.

    De tolerar: o proprietrio deve tolerar a fiscalizao das regras do ato de tombamento.

    Ateno!!!! H uma regra que define que o tombamento estabelece uma servido automtica aos terrenos

    vizinhos, para que eles no impeam a visualizao ou o acesso ao bem tombado. (ex.: no pode construir

    um prdio de 50 andares ao lado de uma igreja tombada.) Esta diante de uma clara e indiscutvel servido

    administrativa. O prdio tombado um prdio dominante e o prdio vizinho um prdio serviente. a

    chamada servido instituda por lei.

    Requisio administrativa:

    Tem base no art. 5, XXV, CF, incide em casos de iminente perigo pblico o Estado pode requerer o bem

    do particular para resolver a situao de perigo, assegurada a indenizao ulterior se houver dano.

  • provisria, somente para resolver a situao de perigo. (ex.: requer o seu galpo para colocar

    desabrigados da chuva).

    Pode recair sobre bens mveis, imveis e at mesmo sobre os servios (ex.: requisio dos homens

    para serem integrantes do exercito).

    Ateno!!! possvel a requisio de bens consumveis (aquele que exaure sua utilizao no primeiro uso)? A

    doutrina diz que sim desde que os bens sejam fungveis (ex.: requisio de agasalhos de uma loja)

    Ocupao temporria: nada mais do que a utilizao de uma propriedade por determinado tempo

    por motivo de necessidade pblica. (Ex. ocupao de terrenos vizinhos a uma obra)

    CURSO CERS 2 FASE X EXAME DE ORDEM DIREITO ADMINISTRATIVO PROF. MATHEUS CARVALHO

    AULA 6 e 7

    7. Licitaes

    Trata-se de um procedimento administrativo prvio s contrataes do Estado, buscando 3 finalidades:

    Seleo da proposta mais vantajosa: indisponibilidade do interesse pblico;

    Garantia de isonomia nas contrataes: o sair vencedor dentro de critrios objetivamente postos pelo

    Poder Pblico.

    Ateno!!! A seleo da melhor proposta no pode abrir mo da isonomia nas contrataes.

    Busca pelo desenvolvimento nacional, art.3, Lei 8666: cria mais benefcios para microempresas,

    produtos manufaturados, etc.

  • A competncia para legislar a licitao diante de suas normas gerais pertence Unio, cabendo aos

    Estados legislar sobre normas especficas, ou seja, apesar da CF tratar como competncia especfica

    concorrente.

    As normas gerais hoje presentes no Brasil so: a Lei 8666/93 e a Lei 10520/02.

    Principiologia:

    Alm de todos os princpios bsicos da administrao pblica, existem ainda os princpios especficos

    licitao:

    Princpio da publicidade: diferente da publicao, que uma forma de publicidade, o princpio trata do

    no sigilo pelos atos praticados pelo poder pblico no procedimento licitatrio. No entanto, nem sempre h

    publicao do edital, apesar desta ser a regra.

    Princpio da vinculao ao instrumento convocatrio: o instrumento como regra o edital, que

    estabelece todas as normas do procedimento licitatrio que devero ser obedecidas. O edital no lei, um

    ato administrativo obediente lei, que dentro dos limites da lei estabelece as normas pertinentes, que

    obrigam tanto o licitante quanto prpria AP.

    Princpio do julgamento objetivo: o critrio de julgamento utilizado ser definido previa e

    objetivamente no edital. Os critrios de julgamento formam os tipos de licitao que dizem respeito ao

    critrio de julgamento:

    Menor preo

    Melhor tcnica

    Tcnica e preo

    Maior lance

    Outros tipos especficos.

    A regra geral, segundo a Lei 8666/93, de que as licitaes sero o tipo menor preo. A exigncia de tcnica

    ficaria restrita a contratos de natureza intelectual ou de programas e equipamentos de informtica, sendo

  • que a definio de melhor tcnica deve estar estabelecida no edital objetivamente. A melhor tcnica no

    um conceito discricionrio.

    Quanto ao desempate, foram estabelecidos critrios objetivos pela lei, art. 3, 2, Lei 8666/93, que sero

    aplicados sucessivamente:

    Bens produzidos no pas;

    Empresa brasileira, sendo irrelevante o capital;

    Investimento em tecnologia ou pesquisa