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CURSO CERS 2 FASE X EXAME DE ORDEM DIREITO ADMINISTRATIVO PROF. MATHEUS CARVALHO- AULA 1
Direito Administrativo
Bibliografia:
Para concursos pesados: Marcel Justem Filho
Para cursos intermedirios: Fernanda Marinela
Para cursos mais leves: Coleo Tribunais Matheus Carvalho
1. Regime jurdico administrativo: se baseia na Supremacia do Interesse Pblico sobre o Privado
(prerrogativas) e na Indisponibilidade do Interesse Pblico (limitaes). A supremacia se baseia nas
prerrogativas do Estado devido ao Poder Pblico. O limite dessa supremacia a indisponibilidade que no
permite que o administrador abra mo do interesse pblico pelo prprio. Ao mesmo tempo em que o Estado
detm das prerrogativas ele possui limitaes.
2. Princpios: os princpios do DA decorrem da CF. Uns so constitucionais expressos, outros implcitos,
mas todos decorrentes da CF.
Supremacia do Interesse Pblico: PRERROGATIVAS. Havendo necessidade o Estado pode restringir
direitos e garantias individuais na busca do interesse pblico, limitando direitos individuais. Ex.: interveno
do Estado na propriedade, contratos administrativos, etc.
Indisponibilidade do Interesse Pblico: LIMITAES. O interesse pblico indisponvel e para evitar o
desvio do interesse a AP sofre limitaes.
Legalidade, art.37, CF/88: versa sobre a subordinao lei. O administrador s poder atuar conforme
disposio da lei. Diferente da legalidade do direito privado que permite que o cidado atue como bem quiser
desde que, no contrarie a lei.
Impessoalidade, art.37, CF/88: significa no discriminao e tambm deve ser enxergada sobre a tica
do agente pblico, pois este no atua em sua imagem e sim com a imagem do Poder Pblico. tambm
chamada como Teoria do rgo ou Teoria da Imputao, a conduta do agente no se atribui a sua pessoa e
sim ao Estado (pensamento da Maria Sylvia Zanela de Pietro). Uma atuao impessoal aquela que no
discrimina as pessoas que esto sendo atingidas pelo ato. No relevante ao administrador saber a pessoa
que ser beneficiada ou prejudicada com o ato. a chamada atuao objetiva.
Moralidade, art.37, CF/88: honestidade, lealdade e no corrupo com as instituies de Estado. a
chamada moralidade jurdica, ou seja, boa f de conduta diante do poder pblico, atrelada a atividade do
Estado.
Publicidade, art.37, CF/88: transparncia. Publicidade dos atos administrativos para controle pelo
cidado e eficcia dos atos, por ser um requisito para produzir efeitos. No se trata de uma publicidade
absoluta, h restries publicidade da intimidade, vida privada, honra e segurana nacional.
Eficincia, EC 19/98: a buscar por resultados positivos com o mnimo de gastos possveis. A doutrina
antiga entendia que a norma da eficincia instituda pela EC tratava-se de uma norma de eficcia limitada, se
dizia que a eficincia era um princpio fluido e que no teria como ser aplicado enquanto no houvesse uma lei
que regulamentasse. Hoje, entende-se que se trata de uma norma de aplicabilidade imediata, ou seja, uma
norma de eficcia plena sendo imposta a toda AP.
Contraditrio e Ampla defesa, art. 5, CF/88: trata-se do direito de se manter informado sobre o que
acontece dentro do processo e desta forma se manifestar. Um princpio no vive sem o outro. A prpria CF
permite que este princpio seja aplicado no processo administrativo. Embora a ampla defesa normalmente
abranja a defesa prvia, defesa tcnica (advogado) e o direito ao duplo grau de julgamento, no DA, em
virtude da supremacia do interesse pblico e de situaes emergenci ais, possvel que no haja defesa
prvia. O Estado atende o interesse pblico e depois abre vista para sua defesa. o chamado contraditrio
diferido, que excepcional (ex.: seu carro esta estacionado no caminho da ambulncia. O Estado vai l reboca
o seu carro, aplica o interesse pblico e depois te da o direito da ampla defesa). A defesa tcnica admitida no
processo administrativo, no entanto, a ausncia de advogado no iria gerar nulidade do processo, no h
violao ampla defesa e admitido o jus postulandi, S.V. 5. Tambm permitida garantia ao duplo grau
de julgamento, segundo S.V.21, que diz ser inconstitucional lei que exija depsito prvio ou garantia para
acesso ao recurso, se fosse constitucional restringiria o acesso ao duplo grau.
Razoabilidade e proporcionalidade: atuar na interpretao legal dentro da razoabilidade na margem
de escolha do Estado, respeitando o padro do homem mdio. Para a doutrina a proporcionalidade
inerente razoabilidade, e nada mais que a adequao entre fins e meios, sendo que o ato no pode ser
nem mais extenso nem mais intenso do que o motivo que deu ensejo prtica deste ato.
Continuidade, lei 8987/97: atuao ininterrupta do Estado. A atuao administrativa no pode parar.
No entanto, h direitos:
H direito de greve do poder pblico? Depende. Servidor pblico militar no pode fazer greve e
tambm no h direito sindicalizao. J os servidores civis tm, segundo art. 37 da CF/88, diz que o
servidor pblico tem direito de greve nos termos de lei especfica. No entanto, no h lei especfica que
regulamenta o direito de greve, assim a jurisprudncia do STF pacificou que o direito de greve uma norma
de aplicabilidade limitada, pois falta uma lei que regulamente. No entanto, em 2008 foi impetrado um
Mandado de Injuno no STF que decidiu que enquanto no houver uma lei especfica ao direito de greve
ser aplicada a lei geral de greve, Lei n7783/89. Esta lei no supri a lei especfica que ainda ir regulamentar
a greve dos servidores, ela apenas ir orientar o direito que ainda no foi regulamentado. A regra do servidor
considerada lcita greve nos moldes da lei geral, sendo que os dias parados no so contados para
remunerao. Entretanto o servidor no pode sofrer corte de remunerao diante a gre ve lcita, pois este
seria um meio de coero diante do seu direito a greve. O STF pacificou o entendimento que o servidor dever
ser remunerado e APS a greve ele deve fazer a compensao dos dias parados, sendo indispensvel.
Exceo de contrato no cumprido (exceptio non adiplention contratos)? H o direito, mas no
automaticamente, art. 78, XV, Lei 8666, quando a AP no cumprir seus deveres por mais de 90 dias. O
particular deve aguentar o inadimplemento por at 90 dias.
Interrupo por inadimplemento do usurio? Art. 6, 3, lei 8987, diz que no fere o principio da
continuidade a interrupo do servio por inadimplemento ou por ordem tcnica, desde que haja urgncia
ou aviso prvio, respeitados os interesses da coletividade. H discusso quanto inadimplncia. Essa
interrupo no pode acontecer se for interromper um servio da coletividade. (ex.: no possvel cortar a
energia eltrica de um hospital.).
Autotutela / Sindicabilidade: garantia que o Estado possui para se controlar seus prprios atos
independentemente de provocao, seja revogando-os, por motivo de interesse pblico, ou anulando-os, por
motivo de ilegalidade. direito expresso na S. 473 do STF, que prev que a AP pode rever seus atos para
anula-los por motivo de ilegalidade e revog-los por motivo de interesse pblico. A autotutela no afasta o
controle jurisdicional.
Motivao: expresso no art.50 da lei 9784/99, estabelece que a AP dever fundamentar/motivar seus
atos. Carvalho Filho, como doutrina isolada, entende que a Motivao no princpio. O direito brasileiro
admite a motivao aliunde, art. 50, 1 da lei 9784/99, ou seja, a motivao de um ato administrativo pode
ser remetida a outro ato (ex.: suspenso de uma licitao diante de um parecer.).
Segurana jurdica: probe a retroao de normas que prejudique a coletividade. (FOI DADO COMO
PRINCPIO NA AULA DE 1 FASE DA OAB)
Ateno!!! Deve haver uma grande preocupao em diferenciar a moralidade social com a moralidade
jurdica. Ex.: fazer sexo dentro de uma repartio pblica fere a moralidade social e no a jurdica.
3. Poderes administrativos: os poderes administrativos so ao mesmo tempo poderes e deveres. O Estado
s pode atuar quando deve atuar, buscando o interesse coletivo. o poder-dever, e gozam de
instrumentalidade, pois so instrumentos para alcanar o interesse pblico e s existem diante da busca pelo
bem da coletividade. Pode haver abuso de poder referente ao:
Desvio de poder: prtica do desvio da finalidade do ato. O agente pratica os atos desviando a finalidade
estabelecida em lei para o ato.
Excesso de poder: quando h vcio de competncia. O agente pblico extrapola esses limites dado pela
lei.
Poder discricionrio x poder vinculado: so formas de exerccio dos poderes e no poderes
propriamente ditos. H a atuao discricionria e atuao vinculada. Os atos vinculados so aqueles
estabelecidos pela lei de forma objetiva sem da ao agente pblico nenhuma margem de escolha ou
interpretao. O poder discricionrio a margem de escolha, nos limites da lei, conferida ao agente para
agir de determinada forma ou de outra, agindo dentro dos limites de oportunidade e convenincia. o
chamado mrito administrativo, definido com base na oportunidade e convenincia. A doutrina entende que
exige discricionariedade diante dos conceitos jurdicos indeterminados, ou seja, naqueles conceitos que
exigem uma valorao. Diante da discricionariedade admitida ao agente, se h abuso ou excesso o Poder
judicirio pode interferir, controlando os limites do mrito do ato discricionrio. Quando se tratar de
discricionariedade diante dos conceitos jurdicos indeterminados os limites so permeados pelo princpio da
razoabilidade. A anlise da razoabilidade no mrito administrativo pelo judicirio possvel.
Ateno!!! O Poder Judicirio no pode decidir/controlar sobre o mrito de um poder discricionrio,
somente nos aspectos da legalidade, afinal todo ato discricionrio deve ter base legal. O juiz no pode
substituir a oportunidade e convenincia do administrador pela dele, se ele substituir ele est julgando e no
administrando, havendo ento a violao a separao de poderes. Ex.: o juiz pode julgar sobre um ato que
viola o princpio da razoabilidade, no aqui um controle de mrito e sim da legalidade.
Poder normativo/ Regulamentar: o poder da AP para edio de normas gerais abstratas inferiores a
lei. Antes se dizia que o poder normativo era o mesmo que poder regulamentar, hoje pacificado que o poder
regulamentar aquele que cria regulamentos e pode tambm ser privativo do poder executivo.
Regulamento / decreto: uma espcie de poder normativo. Regulamento feito por meio de um
decreto. ato privativo somente do Chefe do Poder executivo, ou seja, Presidente, Governador ou Prefeito.
A doutrina comparada divide os regulamentos em duas espcies:
Executivos: aquele editado para fiel execuo da lei, para minudenciar o texto legal.
Autnomos: o regulamento autnomo no depende de lei e editado para substituir a lei. No Brasil
no possvel um regulamento autnomo, pois ningum pode fazer ou deixar de fazer alguma coisa se no
em virtude de lei. No entanto, por uma EC foi inserida o art. 84, CF/88, permitindo que o Presidente possa
extinguir por meio de decretos extinguir cargo pblico, deste que esteja vago, e tratar de matria de
organizao administrativa, desde que no haja custos e no crie ou extingue rgo. Se fossemos aplicar o
Princpio da Simetria tanto extino de cargos quando a matria administrativa seriam substitudos por
SUB
OR
DIN
A
O
outra lei, j que por lei especfica foram criados. No entendimento majoritrio a regra so os regulamentos
executivos, mas excepcionalmente pode haver os regulamentos autnomos para as espcies discriminadas
no art. 84 da CF/88.
Ateno!!! Poder normativo no poder legislativo. So normas dentro dos limites da lei.
Poder Hierrquico: antes de tudo um poder de distribuio de competncia interna, para
organizao e estruturao. S existe hierarquia entre agentes das pessoas jurdicas, e no entre pessoas
jurdicas. A hierarquia pode se manifestar por atos de:
Coordenao: hierarquia horizontal. Criao de rgo de mesmo nvel entre eles para que a
competncia seja dividida. a coordenao de atividades.
Subordinao: hierarquia vertical. Subordinao entre rgos subordinadamente inferiores.
COORDENAO
Em virtude desta hierarquia admite-se a anulao de atos pelo prprio Estado feito por rgos inferiores. Da
hierarquia tambm decorre a delegao (extenso da competncia para outro agente de mesma hierarquia ou
de inferior) e a avocao (buscar para si a competncia de agente de hierarquia inferior).
Ateno!!! No pode haver delegao de competncia para: edio de atos normativos, deciso de recursos
hierrquicos e competncia definida em lei como exclusiva, segundo lei 9784/99.
Poder disciplinar: um poder sancionatrio, punitivo, aplicados quelas pessoas que esto sujeitos a
disciplina administrativa, ou seja, que te vnculo especial com o poder pblico. (ex.: alunos de escola pblica
serem suspensos pela diretora uso do poder disciplinar.) No entanto, nem toda sano configura um poder
disciplinar. Pode decorrer, segundo a doutrina:
Da hierarquia
De contratos administrativos
Ateno!!! Qualquer sano do poder disciplinar deve respeitar o devido processo legal.
CURSO CERS 2 FASE X EXAME DE ORDEM DIREITO ADMINISTRATIVO PROF. MATHEUS CARVALHO AULA 2
Poder de Polcia: um poder de restrio externa, ou seja, se aplica as pessoas externas AP. Decorre
da supremacia geral que gera uma preponderncia do poder pblico. No pode ser cofundida com a Polcia
Judiciria, esta diz respeito aos ilcitos penais. A polcia administrativa esta prevista no art. 78 do CTN, dizendo
que o poder de polcia o poder que a AP tem de restrio ao exerccio de liberdades individuais e o uso da
propriedade privada na busca do interesse coletivo, ou seja, a supremacia do interesse pblico sobre o
privado. A polcia administrativa incide sobre bens e direitos. (Ex.: Voc pinta o seu muro e a prefeitura coloca
duas placas nele. permitido? um poder de restrio de polcia. Ex.2: Semforo uma imposio do poder
de polcia. H restrio momentnea do direito de ir e vir do cidado na busca do interesse pblico.) O poder
de polcia pode ser ato:
Preventivo
Repressivo
Vinculado
Discricionrio: a regra, uma caracterstica do poder de polcia. No entanto , no sempre
discricionrio.
So atributos do poder de polcia:
Discricionariedade
Imperatividade: ideia de que os atos de polcia impem obrigaes ao particular unilateralmente . No
h um acordo e sim uma imposio unilateral do Estado. (Ex.: no estacione. Se voc estaciona aplicado
uma multa.).
Coercibilidade / Exigibilidade: o no cumprimento das obrigaes impostas faz com que o Estado faa
uso dos meios indiretos de coero. O Estado consegue fazer com que o particular cumpra as imposies.
decorrente da Imperatividade. (ex.: multa de trnsito)
Auto-Executoriedade / Executoriedade: a utilizao dos meios diretos de execuo, o poder
conferido ao Estado de aplicar o meio imediatamente, antes de mesmo de ir ao judicirio dando ao
particular direito de contraditrio e ampla-defesa (ex.: voc estaciona o carro no caminho da ambulncia, o
Estado vai l e reboca o seu carro.). O entendimento majoritrio que a auto-executoriedade no esta
presente em todos os atos. Ser determinado ou pela lei ou pela situao emergencial.
A lei 9649 regulamenta os Conselhos Profissionais como um todo, definindo-os como particulares que
prestam um servio pblico por delegao. Esta lei foi submetida ADIN 1717/2003, que declarou que os
conselhos no exercem servio pblico, e sim executa o poder de polcia restringindo a liberdade
profissional para fins de interesse coletivo em virtude da natureza de autarquia conferido aos conselhos.
Ateno!!!! O poder de polcia no pode ser delegado aos particulares, ou seja, a particulares e pessoas de
direito privado mesmo da Administrao Pblica Indireta. O poder de polcia s poder ser exercido pelas
pessoas jurdicas de direito pblico. (ex.: a BHTRANS de BH no pode aplicar multa de trnsito, visto que se
trata de uma Sociedade de Economia mista e no pode receber por delegao o exerccio do poder de polcia).
Porm, os atos de execuo do poder de polcia, ou seja, os aspectos materiais do poder de polcia podem
ser delegados a terceiros. (ex.: a prpria BHTRANS pode fiscalizar as avenidas de BH quanto velocidade, por
exemplo, e repassar ao Estado para que ele aplique a multa, ou seja, exera o poder de polcia).
A doutrina tradicional diz que o poder de polcia um poder negativo, ou seja, imposies de absteno do
particular. Embora a regra seja o poder negativo, hoje se entende que em situaes previstas em lei o poder
de polcia pode criar obrigaes de fazer, ou seja, admite-se que o poder de polcia seja positivo. (ex.: A Lei
10257/01- Estatuto das Cidades- prev que o Estado pode notificar o proprietrio de um terreno para que
para que o imvel urbano cumpra sua funo social previsto no estatuto da cidade, loteando-o, parcelando-o
ou construindo algum imvel. o Estado impondo o particular uma obrigao de fazer.).
4. Organizao administrativa: conhecimento das pessoas que compe a estrutura do Estado.
CENTRALIZAO
Prestao centralizada dos servios: os servios so prestados diretamente pelos entes federativos (U,
E, DF, M). Esses entes so chamados de entes da administrao direta ou entes da administrao
centralizados. (ex.: servios como sade, segurana pblica, etc.).
Desconcentrao: mesmo que o Estado no delegue suas funes, a prestao dos servios deve
sempre ser eficiente. Por isto, o Estado internamente organiza sua competncia, distribuindo-a internamente.
A desconcentrao ocorre tanto na administrao direta como na indireta.
Ateno!!! rgo pblico nada mais do que um centro especializado de competncia, e por isso no goza de
personalidade jurdica, MAS, em alguns casos, possuem autonomia administrativa e financeira. So partes
integrantes de uma pessoa jurdica, assim tambm no possui representante, patrimnio, etc. embora no
tenham personalidade jurdica, se a lei permitir, alguns rgos gozam de capacidade processual e nesses
casos possuiro representantes. (ex.: dentro de uma escola municipal seu filho se machuca e voc resolve
propor uma ao de indenizao, o polo passivo ser o municpio, pois a escola municipal figura como um
rgo do municpio).
Os rgos so classificados:
Quanto posio estatal:
U, E, DF, M
SADE, SEGURANA PBLICA, ETC.
DESCONCENTRAO Distribuio interna de
competncias
DESCENTRALIZAO
AUTARQUIAS
SOCIEDADES DE ECONOMIA
MISTA
FUNDAES PBLICAS
PBLICAS
PBLICAS
EMPRESAS PBLICAS
PARTICULARES: CONTRATOS DE CONCESSO E
PERMISSO
Independentes: o topo da hierarquia, representam o poder. No so pessoas jurdicas, apesar de
serem independentes por no possurem subordinao hierrquica a ningum. Gozam de capacidade
processual ativa. (Ex.: Presidncia da Repblica, Governadoria, etc.).
Autnomos: so os rgos imediatamente abaixo dos independentes. Possuem autonomia financeira e
administrativa. Gozam de capacidade processual ativa. (Ex.: Ministrios, Secretarias, etc.)
Superiores: so aqueles subordinados aos rgos autnomos. No possuem independncia nem
autonomia, mas possuem poder de deciso. (Ex.: Secretaria da Receita Federal, Procuradoria da Fazenda
Nacional, etc.).
Subalternos: so rgos de mera execuo da atividade, obedecendo aos rgos superiores. No
possuem nenhum poder de deciso. (Ex.: almoxarifados, etc.)
Quanto esfera:
Central: aquele que tem competncia em toda a extenso da pessoa jurdica que ele integra. (Ex.:
Secretaria de Segurana Pblica da Bahia.).
Local: competncia restrita a determinado ponto da pessoa jurdica que ele integra. (Ex.: Delegacia de
Itapu, Tribunal Regional do Trabalho da 3 Regio.).
Quanto estrutura:
Simples: no possui mais de um rgo para se compor. (Ex.: Presidncia da Repblica, Assembleia
Legislativa de MG.).
Composto: Estrutura geral composta por mais de um rgo, e este tambm pode atuar separadamente.
(Ex.: Congresso Nacional (Cmara dos Deputados e Senado Federal))
Quanto atuao funcional:
Singular: aquele que manifesta vontade pela manifestao de vontade de um agente. (Ex.: Presidncia
da Repblica)
Colegiado: aquele que manifesta sua vontade atravs da manifestao de vontade de mais de um
agente. (Ex.: Assembleia Legislativa de MG, Congresso Nacional.).
Quanto s funes:
Ativo: aquele que atua executando a atividade pblica. (ex.: Procuradoria da Fazenda Pblica)
Consultivo: aqueles que emitem pareceres e opinies. (ex.: Procuradoria da Fazenda Pblica)
De controle: por meio do qual a Administrao Pblica manifesta o controle administrativo interno ou
externo. (ex.: Controladoria Geral da Unio, TCU). O controle exercido por estes rgos no significa que cada
rgo no possa se auto-controlar, isso continua sendo permitida.
Descentralizar: como forma de alcanar uma maior eficincia na prestao dos servios o Estado
transfere a prestao daquele servio a outro ente, visto que assim o servio ser prestado de forma mais
eficiente. (A ANOTAO DE DESCONCENTRAO ESTA L EMBAIXO! APS A CLASSIFICAO DA
ADMINISTRAO PBLICA DIRETA.) A descentralizao pode ser feita:
particulares: mediantes contratos;
s pessoas criadas pelo prprio Estado: so os entes da administrao direta ou indireta.
Estas pessoas criadas pela AP e possuem quatro regras que so aplicadas a todos os entes da API:
Gozam de personalidade jurdica: possuem patrimnio, receita, autonomia administrativa, pessoal
prprio, responsabilidade por seus atos, etc. No se confunde com nenhum ente da APD que o criou. (ex.:
Seu filho foi expulso de universidade. Em uma possvel ao, esta ser proposta contra a universidade pela sua
natureza autrquica).
So criados e extintos por lei especfica, assim como a determinao de sua finalidade: a lei especfica
(ordinria) cria as autarquias, e leia especfica autoriza a criao das fundaes, das empresas pblicas e das
sociedades de economia mista, art. 37, XIX, CF. Quando a lei especfica cria no precisa haver registro dos
atos constitutivos, desnecessria a publicidade. J quando a lei especfica autoriza a criao deve haver o
registro, que quando se efetiva a criao. No caso das Fundaes pblicas, alm da lei especfica autorizar a
criao, uma lei complementar genrica ir definir as reas de atuaes possveis.
Fins pblicos: so determinados pela lei especfica da entidade, tanto a que cria como a que autoriza.
Sujeitos ao controle: controle finalstico/ tutela administrativa/ superviso ministerial/ vinculao
realizado pela Administrao Direta. um controle limitado a finalidade da lei. diferente de hierarquia e
subordinao, estes no existe entre os entes da administrao direta e indireta, ou seja, hierarquia externa.
A hierarquia e subordinao s existiro entre agentes do mesmo ente.
Ateno!!! Ex.: Um pedido feito h um agente do INSS foi indeferido, desta deciso cabe recurso hierrquico
ao superintendente do INSS. Da deciso do superintendente tambm cabe recurso ao Ministrio da
Previdncia, e apesar de ser um recurso para um ente diferente tambm ser chamado de recurso
hierrquico. No entanto, o primeiro ser recurso hierrquico prprio e o segundo recurso hierrquico
imprprio, pois este decorre da vinculao e do controle finalstico.
Quanto ao cargo de dirigente de um ente da API, este ser preenchido por nomeao por parte da APD.
Entes da API:
Autarquias:
Pessoas jurdicas de direito pblico: significa dizer que ela segue o mesmo regime aplicvel ao Estado,
ou seja, o regime de Fazenda Pblica ou regime jurdico administrativo, com todas as prerrogativas e
limitaes.
Sujeitam-se ao controle do TCU;
Seus atos so administrativos,
Seus contratos so administrativos e, portanto, dependem de licitao;
A responsabilidade civil o mesmo da APD, ou seja, responsabilidade civil objetiva;
Possuem bens pblicos: seus dbitos so pagos atravs de uma ordem cronolgica de precatrio;
Gozam de todos os privilgios processuais da Fazenda Pblica: prazos diferenciados (qudruplo para
contestar e em dobro para recorrer), benefcios da execuo fiscal, duplo grau de julgamento obrigatrio (a S.
620 do STF que diz que o duplo grau de jurisdio no se aplica as autarquias esta superada), etc.;
Exerce a atividade tpica de Estado;
No possuem poder poltico;
Gozam da imunidade tributria (referente aos tributos) atribuda ao Estado: a imunidade recproca e
estendem-se as autarquias, art.150, 2 da CF;
Regime de pessoal estatutrio.
Espcies:
Autarquias de controle/ Autarquias coorporativas: so os conselhos de classe ou profissionais que
exercem poder de polcia e gozam de parafiscalidade (poder de cobrar tributos). Segundo o STF a OAB no
autarquia.
Autarquias em regime especial: so antes de tudo autarquias. As escolhas de seus dirigentes so
nomeados pela APD competente, mas so indicados pelos prprios membros da autarquia. No h livre
exonerao, h mandato certo e assim o dirigente s pode perder seu cargo antes do prazo aps processo
administrativo. Assim, possuem maior liberdade de atuao.
o Universidades pblicas (dmod): gozam de autonomia pedaggica liberdade na metodologia de
ensino utilizada que no pode ser controlada no que diz respeito aos meios pela APD.
o Agncias Reguladoras, Lei 9986: so criadas para regulamentar e fiscalizar a prestao de servios
pblicos e outras atividades de interesse pblico pelos particulares. A AR possui poder normativo limitado
fiscalizao e normatizao da atividade exercida pelos particulares que executam os servios controlados
por ela, se limitando somente ao prestador de servio, nunca ao particular usurio do servio pblico.
Possuem maior liberdade de autonomia e seus dirigentes so escolhidos pelo Chefe do Executivo com
aprovao do Legislativo, de cada mbito (U, E, DF e M). Os dirigentes possuem mandato fixo e no podem
ser exonerados ad nutum. Aps o dirigente sair da agncia, este ir passar por uma quarentena que ser
definida por lei, em regra e no silencio da lei especfica, 4 meses segundo a lei 9986/00. Durante este perodo
o ex-dirigente fica impedido de exercer atividade em qualquer uma das empresas sujeitas Agncia
Reguladora que ele era vinculado. Apesar de ter essa restrio, ele se mantm recebendo a remunerao
integral do cargo de dirigente durante a quarentena. O regime jurdico das AR's estatutrio de pessoal
conforme entendimento do STF em 2005, apesar da lei 9986/00 dizer que o pessoal seguiria o regime
celetista. (Ex.: ANAC, ANEEL, ANATEL, ANCINE, etc.).
Agncia Executiva: no pode ser confundida com uma agncia reguladora. uma autarquia comum que
no esta conseguindo cumprir suas metas de eficincia e por isso esta autarquia chamada pelo ente da
APD a que esto vinculadas e celebra com ele um contrato de gesto. O contrato de gesto quem classifica
uma autarquia comum em Agncia Executiva, ou seja, uma natureza temporria que dura somente
enquanto durar o contrato. Sendo uma AE a autarquia passa a ter mais autonomia, maior liberdade de gesto,
oramento, prerrogativas em licitaes, etc. em contrapartida dever cumprir um Plano Estratgico de
Reestruturao para que ela volte a ser eficiente. H duas grandes crticas em relao s AE, a primeira critica
estar transferindo por contrato aquilo que deveria ser transferido por lei especfica, o contrato de gesto
extrapolaria o limite contratual. A segunda crtica diz que o contrato de gesto beneficia uma autarquia
ineficiente, sendo que a obrigao seria ser eficiente.
Ateno!!!! Questo de prova 1: Agncia Reguladora e Agncia Executiva no se confundem. As AR's so
autarquias em regime especial criadas para regular a prestao de servios. As AR's, por sua vez, so
autarquias comuns que celebraram contrato de gesto com o Ministrio a que esto subordinadas?
ERRADO!!! No h subordinao e sim vinculao!! (EXEMPLO DADO NAS AULAS DE 1 FASE)
Questo de prova 2: H uma resoluo da ANEEL dizendo que, at 24horas sem energia eltrica no gera dano
indenizvel. Ela pode fazer isso? No! Pois ela esta saindo do limite de poder normativo passando ordens a
particulares.
Fundaes pblicas
Formadas pela destinao de um patrimnio pblico: o montante que deu origem a Fundao Pblica
deve ser pblico. Ex.: FUNAI, FUNASA, etc.
Depende de lei especifica e ir integrar a API;
Possui natureza jurdica: o que ir definir a natureza jurdica a lei especfica que cria ou autoriza a
criao.
o De direito pblico: Sendo uma FP de direito pblico ela ser uma autarquia e seguir o regime jurdico
destinado a ela, ou seja, ser uma autarquia fundacional e ser criada por lei, no autorizada. Neste caso,
tudo que foi aprendido para autarquias ser aplicada para as fundaes pblicas de direito pblico.
o De direito privado: segue um regime similar ao regime de empresa estatal, ou seja, ser um regime
misto/hbrido, pois ela integra a API e dever se submeter s limitaes do Estado, como licitaes, concursos
para empregados, etc.
Lei complementar genrica ir definir as reas de atuao possveis para as FP: a atuao de uma
finalidade especfica de determinada FP definir sua finalidade dentro das finalidades previstas na lei
complementar. Essa exigncia s existe para as Fundaes pblicas.
CURSO CERS 2 FASE X EXAME DE ORDEM DIREITO ADMINISTRATIVO PROF. MATHEUS CARVALHO AULA 3
Sociedades de Economia Mista e Empresas Pblicas: so as chamadas empresas estatais.
Entretanto existem trs diferenas entre elas:
Capital: na EP o capital 100% pblico (no sendo necessrio ser do mesmo ente da AP direta ou
indireta), enquanto na SEM a maioria do capital pblico, mas possui capital privado.
Forma societria: as SEM necessariamente sero sociedades annimas, j as EP admitem qualquer
formas societrias previstas em direito, inclusive SA.
Deslocamento de competncia (somente no mbito federal), art.109, I, CF/88: a competncia
jurisdicional definida em razo da pessoa. No entanto, as aes propostas contra as empresas pblicas
federal sero propostas perante a Justia Federal, j as aes propostas em face das SEM, ainda que
federais, sero julgadas perante a Justia Estadual. Salvo se tratar de matria de justia especializada.
Somente as EP deslocam a competncia para a justia federal.
Quanto falncia e recuperao judicial: a lei de falncia diz expressamente que no se aplica a EP e
SEM. No entanto, a CF em seu art. 173, diz que as empresas estatais que exploram atividade econmica
necessariamente sero aplicadas as regras de direito privado no que diz respeito s obrigaes civis e
comerciais. Assim h uma interpretao conforme, a lei de falncia diz que no se aplica as EP e SEM quando
estas forem exploradoras de atividade econmica.
Ateno!!! Questo de prova: Uma empresa estatal criada com capital na seguinte porcentagem 60% da
Unio, 40% do capital de uma autarquia federal, na forma de sociedade annima e um servidor resolve propor
uma ao contra essa empresa? Ser EP ou SEM? EP, pois se trata de um capital 100% pblico, mesmo sendo
de entes diferentes. E se tratar de uma ao trabalhista, onde ser proposta? Na justia do trabalho!
Possuem como caractersticas comuns:
Possuem regime de pessoa jurdica de direito privado: significa dizer que no gozam de nenhuma das
prerrogativas pblicas.
No gozam de nenhum privilgio fiscal/tributrio que no sejam extensveis ao setor privado.
Seguem o mesmo regime das empresas privadas nas obrigaes trabalhistas: possui regime celetista
com todas as prerrogativas estipuladas pela CLT.
No possuem privilgio processual: o entendimento moderno que, apesar de algumas exercerem
servios pblicos elas no seguem regime de precatrio para pagamento.
Regime hbrido/misto: embora no gozem de nenhuma prerrogativa do Estado, obedecem ao regime
aplicado ao Estado, inclusive aos princpios por serem entes da API. Devem ainda respeitar as garantias do
cidado.
Criadas por uma lei autorizadora: a criao s efetiva com o registro dos atos constitutivos
Sujeitas ao controle finalstico: possuem finalidade pblica sempre. Podem ter lucro, mas no so
criadas com essa finalidade.
Podem ser criadas para: sempre haver finalidade pblica
Prestao de servio pblico: possuem responsabilidade civil regido pelo direito pblico, art. 37, 6,
CF. Neste caso h responsabilidade subsidiria do Estado. O regime da prestadora de servio pblico se
aproxima ao direito pblico.
Explorao de atividade econmica: Art.173, CF/88, diz que o Estado s pode explorar a atividade
econmica quando for relativo aos imperativos da segurana nacional e quando for de relevante interesse
coletivo. Quando o estado intervm no mercado ele no tem por finalidade de lucro, mas o lucro pode ser
consequncia da atividade que elas exercem. Assim, o regime da exploradora de atividade econmica o
regime fica mais prxima ao regime privado.
As gradaes dos regimes das empresas estatais acontecem de acordo com sua atividade, que poder ser
econmica ou prestadora do servio pblico. H dois setores bsicos na economia: o 1 o Estado, o ente
bsico, a prestao de servios estatais. O 2 o mercado, explorador de atividade econmica e livre. Toda
vez que um sai do seu setor para exercer atividade em outro setor acaba respeitando as normas deste novo
setor. Assim acontece tanto com o Estado quanto com o particular. por isso quando a empresa estatal
explora atividade estatal ela ir se aproximar ao regime econmico da sua atividade.
Ateno!!! De acordo com a jurisprudncia do STF a Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos pratica
servio exclusivo de Estado e que no admite delegao, gozando assim de Regime de Fazenda Pblica, com
todas as prerrogativas e limitaes.
5. Responsabilidade Civil do Estado
Diz respeito responsabilidade extracontratual, ou seja, a responsabilidade do Estado pelos danos causados
a terceiros que no Brasil, como regra, objetiva.
Histrico:
1 Fase: Irresponsabilidade: em primeiro momento o Estado no respondia pelos praticados por ele.
poca do Estado absolutista. (ex.: menininha na frana passou por uma fenda e foi atropelada por um trem do
Estado, o chamado Caso Blanco.).
2 fase: Decorrente de previso legal: h responsabilidade estatal, mas s se uma lei especfica
previsse aquela situao como um caso de responsabilidade. Foi revolucionrio, pois cria o Estado de Direito,
onde o Estado tambm se regula por leis que ele mesmo criou.
3 fase, responsabilidade subjetiva:
Civilista: se baseia na demonstrao do dolo e da culpa do agente.
Culpa do servio/ Culpa Annima / Foute Du service: aqui basta a demonstrao da m eficincia, m
prestao ou omisso de um servio estatal. No precisa demonstrar a culpa do agente e sim na culpa do
servio como um todo. Em alguns momentos vlida no Brasil (SER TRATADA POSTERIORMENTE).
4 fase, Responsabilidade objetiva: se baseia na responsabilidade objetiva estatal que no depende da
demonstrao de dolo do agente preciso demonstrar a conduta, o dano e o nexo de causalidade.
No Brasil, a responsabilidade estatal objetiva desde a constituio de 1946. E aqui no houve a 1 fase, ou
seja, fase da irresponsabilidade. Art. 37, 6, CF/88, estabelece todas as regras aplicadas responsabilidade
civil do Estado, como na sua extenso do art. 43, CC.
Art. 37, 6, CF/88 - As pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de servios
pblicos respondero objetivamente pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsvel nos casos de dolo ou culpa.
Nota-se a responsabilidade objetiva do estado e a responsabilidade subjetiva do agente.
O conceito das pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de servios pblicos
responsabilizadas pelo art.37 extensiva, uma responsabilidade pblica que extrapola os limites pblicos.
As empresas pblicas que prestam servios pblicos possuem responsabilidade civil objetiva, ou seja, regida
pelo direito pblico. (Ex.: Dentro de um nibus tem uma idosa. O nibus freia e a idosa cai no meio da rua e
morre. A vtima usuria do servio pblico. A responsabilidade objetiva da empresa de nibus, pessoa
jurdica de direito privado prestadora de servio pblico. O Estado tambm responde objetivamente. A
diferena que a responsabilidade da empresa primria e a do Estado subsidiria.).
Ateno!!! Todas as vezes que um dano for causado por um prestador de servio a responsabilidade do
prestador de servio objetiva primria e a do Estado objetiva subsidiria.
O entendimento jurisprudencial de que a responsabilidade da empresa objetiva seja a vtima usuria ou
no do servio pblico. Pois, quando a CF diz terceiros no especifica se so terceiros usurios do servio
ou no.
Ex.: A idosa esta atravessando a rua e o nibus passa por cima dela e matando-a. A vtima no usuria do
servio pblico. A responsabilidade da empresa de nibus e do Estado objeti va.
As empresas estatais que exploram atividade econmica devem ter sua responsabilidade civil de direito
privado, que pode at ser objetiva diante das atividades exercidas.
Responsabilidade objetiva: pertence ao Estado. aquela que para se configurar depende da
demonstrao de trs elementos objetivos:
Conduta do agente: deve ser a conduta de um agente pblico que esteja se valendo da qualidade de
agente, podendo ser fora do horrio de trabalho. Na responsabilidade objetiva do Estado se abre mo dos
elementos subjetivos e ocorrncia de responsabilidade independente de serem atos lcitos ou ilcitos. Quando
a responsabilidade civil decorre de um ato ilcito tem base no princpio da legalidade. Quando decorre de um
ato lcito tem por base o princpio da isonomia, ou seja, se um terceiro prejudicado no benefcio de toda a
coletividade gera o direito de ser indenizado. No entanto, a responsabilidade do Estado pela prtica de atos
lcitos depende da demonstrao de um dano anormal ou especfico. (Ex.: Greg abre um hotel em frente
pracinha da cidade em Morro do Chapu, e o hotel faz muito sucesso. No entanto, o municpio resolve
transformar essa pracinha em um cemitrio. lcito? Sim. uma conduta que visa benefcio coletivo. No
entanto, prejudicou o Greg. Greg ento prova o seu prejuzo especial em relao ao resto da coletividade e
isso o d o direito de indenizao). A demonstrao do dano anormal ou especfico decorre da Teoria do
Duplo Efeito do Ato Administrativo, ou seja, um ato pode causar efeitos diferentes em cada pessoa atingida.
Ateno!!! A vida em sociedade d a cada um de ns o chamado Risco Social, ou seja, devem-se suportar as
restries da vida em sociedade e essas restries no gera direito indenizao.
Dano causado a um particular: deve ser um dano jurdico, ou seja, a um bem protegido pelo direito
ainda que seja somente um dano moral.
Nexo de causalidade entre a conduta e o dano: Teoria da Causalidade Adequada significa que a
responsabilidade do Estado dependente somente da demonstrao que a conduta do agente foi suficiente
por si s para ensejar o dano. Se h uma conduta alheia a do agente para causar o dano h interrupo da
causalidade. (ex.: sujeito foge da priso, vai casa de sua me e depois reencontra trs amigos de infncia e
resolve montar uma quadrilha. Resolvem ento fazer um assalto a um banco, contratam algum para dirigir o
carro, marcam a data do assalto depois subornam o segurana, assaltam o banco e matam o caixa. A famlia
do caixa resolve pedir uma indenizao do estado por ter deixado o preso fugir. correto? No! Pois houve
vrios eventos posteriores fuga e estes eventos interromperam o nexo causal. O que enseja o dano no foi
suficiente para causar o dano.).
A excluso que qualquer um desses elementos acima exclui a responsabilidade.
So trs excludentes principais (que interrompem o nexo causal) da responsabilidade objetiva do Estado:
Caso fortuito
Fora maior
Culpa exclusiva da vtima: neste caso, enxerga-se a conduta do agente e do dano, mas no h nexo
entre os dois. (ex.: se uma pessoa pula em frente a um carro de polcia e ela fica tetraplgica h dano, h
conduta do agente, mas no h nexo de causalidade. O que tira do Estado responsabilidade objetiva).
Toda a responsabilidade do Estado decorre da Teoria do Risco Administrativo, a atividade de administrar a
coletividade arriscada, mas o estado se responsabilidade objetivamente por todos os danos. Essa Teoria
encontra-se um contraponto. Existe uma doutrina que no acompanha essa teoria dizendo que Estado adota
a Teoria do Risco Integral, ou seja, no admite os critrios de excludente de responsabilidade. Essa corrente
enxerga o Estado como um garantidor universal. As duas doutrinas adotam a responsabilidade objetiva, mas
a CF adota a Teoria do Risco Administrativo.
H algumas situaes especficas em que o direito brasileiro adota a Teoria do Risco integral :
Dano decorrente de atividade nuclear: gera responsabilidade objetiva, pois extrapola a situao
ordinria, por ser muito prejudicial coletividade.
Dano ambiental: em 2012 o STJ proferiu deciso dizendo que se o dano decorrer de ato omisso a
responsabilidade ser integral e de execuo subsidiria, ou seja, o Estado responsvel, mas s ser
executado se o poluidor direto no pagar.
Crimes ocorridos a bordo de aeronaves que estejam sobrevoando o espao areo brasileiro / atos
terroristas que causem danos.
Toda a Responsabilidade objetiva se baseia na conduta do agente . Mas e nos casos de omisso, como a
responsabilidade ser configurada?Neste caso, quando o dano decorre da omisso a responsabilidade
omissiva do Estado subjetiva. No entanto, no decorre da demonstrao de dolo, culpa etc. Decorre da
Teoria da culpa do servio, ou seja, de uma responsabilidade annima, o servio pode no ter sido prestado
ou foi, mas de forma ineficiente. (Ex.: se voc assaltado no meio da rua o Estado no responde, pois no
garantidor universal. Agora, se voc for assaltado em frente de delegacia, h como demonstrar a m
prestao de servio.).
O Brasil adotou a Teoria do Risco Criado ou Risco Suscitado, nessa teoria quando o risco decorre de uma
situao em que se cria o risco para algum a responsabilidade se torna objetiva, mesmo que no decorra de
uma conduta direta do agente. (Ex.: Um preso mata o outro na priso ou ento um preso foge do presdio e
assalta a casa ao lado. Houve conduta de agente? No, mas a situao presdio uma situao de risco criado
pelo Estado mesmo que seja lcito. Se criou a situao de risco ele se responsabiliza objetivamente pelos
riscos.) A doutrina brasileira entende que essa situao de risco sempre criada quando o Estado possui
algum ou alguma coisa sobre sua custdia, chamado pelo STF de omisso especfica, e por isso a
responsabilidade objetiva. (Ex.: Duas crianas em uma escola pblica brigam e uma fica cega. O Estado
responde? Sim, objetivamente, pois assumiu o risco de coloca-las juntas.) O STF entende que at mesmo se
um preso se suicidar na priso a responsabilidade do Estado objetiva, pois o preso esta sobre custdia do
Estado. (Ex.: se um preso sai para visitar o pai no dia dos pais e nessa sada pratica um crime o Estado
responde objetivamente. Porque no momento que o Estado permite que o sujeito que esta sob sua custdia
passe o dia dos pais com seu pai, ele cria uma situao de risco sociedade.) Nas situaes de custdia por
parte do Estado, h a aplicao Teoria da Condicio Sine Qua, para que haja responsabilizao do Estado em
situaes de custdia deve ser demonstrado que se no fosse situao de custdia criada, o risco no iria
ocorrer.
As situaes fortuitas presentes no caso concreto sero divididas em:
Fortuito interno / Caso Fortuito: aquele fortuito que decorre logicamente da situao de custdia
gerando ao Estado responsabilidade objetiva. (ex.: mulher feita refm em uma rebelio em um presdio. Se
no houvesse presdio no haveria rebelio, ento apesar de situao fortuita o Estado responde
objetivamente).
Fortuito externo / Fora Maior: uma situao fortuita absolutamente alheia situao de custdia, o
que exclui a responsabilidade do Estado. A situao fortuita externa no decorre nem pelo Estado nem pela
vtima. (ex.: um raio cai na cabea de um preso e o mata)
Prescrio: Segundo o Dec. 20910/32, e a Lei 9494/98, prescreve em 5 anos a reparao contra atos de
pessoa jurdica de direito pblico, e em 3 anos a reparao contra atos de pessoa jurdica de direito privado,
art. 206, CC/02. Por ser maior o prazo para a pessoa privado, e por se tratar de lei posterior mais benfica, a
doutrina diz que se aplica o CC na reparao civil contra o Estado. O STJ diz que a lei civil lei geral e o
decreto e a lei citada anteriormente especfica, que, portanto no poder ser aplicada reparao civil
contra o Estado o prazo de 3 anos. (obs.: as bancas da FCC e do Cesp vm seguindo o entendimento da lei
especfica, ou seja, prazo de 5 anos para prescrio. Em uma prova subjetiva deve se explicar TODA a
situao.).
Responsabilidade por ato judicial: como regra o Estado irresponsvel por ato judicial, em virtude da
soberania do judicirio e pela recorribilidade da deciso. O art. 5, LXXV, CF/88, estabelece que o Estado
indenizar aquele que ficar preso por erro judicirio ou aquele que ficar preso alm do prazo fixado em
sentena (alm do prazo fixado em sentena ato administrativo, mas o Estado responde). A responsabilidade
ser objetiva, pois o Estado assumiu o risco de privar as pessoas da liberdade. No se aplica em casos de
priso cautelar, em flagrante, temporria, preventiva, etc., pois estas possuem requisitos prprios dados pelo
Direito Penal, mesmo se o terceiro for absolvido no final da deciso. O juiz, figurando como agente pblico em
uma ao de regresso proposta pelo Estado, s ir responder na comprovao de dolo.
CURSO CERS 2 FASE X EXAME DE ORDEM DIREITO ADMINISTRATIVO PROF. MATHEUS CARVALHO AULA 4
Responsabilidade decorrente de obra: no se trata do dano causado pela m execuo da obra, neste
caso quem responde o executor da obra com base no direito privado. A responsabilidade estatal na m
execuo da obra ser sempre subjetiva, pois decorre da omisso deste no dever de fiscalizar a obra. Se
houver fiscalizao adequada e decorrer um dano o Estado no responde , nem subsidiariamente. No
entanto, a responsabilidade decorrente de obra trata-se das situaes em que a existncia da obra em si
causa o dano, nesses casos h a responsabilidade pelo simples fato da obra ou responsabilidade decorrente
de obra, aqui a responsabilidade ser objetiva desinteressando quem a executou. (ex.: o cemitrio
construdo em frente ao hotel do Greg.).
Ateno!!!! Obra no pode ser confundida com a prestao de servios, porque aquela decorre da prestao
de servio.
Responsabilidade do estado por ato legislativo (em relao s leis em sentido formal e material): no
enseja a responsabilidade civil do estado. A lei em si geral e abstrata, e em regra geral o estado
irresponsvel por atos legislativos tpicos. A doutrina costuma dizer que se a lei for inconstitucional E se
causar um dano direto a algum (requisitos cumulativos), neste caso o Estado possui responsabilidade. (Ex.:
lei diminui a remunerao dos servidores pblicos. Ela inconstitucional, pois a remunerao irredutvel, e
causa um dano a esses servidores. Aqui h uma responsabilidade pelo ato legislativo, a responsabilidade
objetiva.).
Ateno!! A expresso lei de efeitos concretos, presente no direito administrativo, estas so leis em sentido
formal por terem sido sancionadas pelo Executivo depois de elaboradas pelo executivo trata-se, mas que em
sentido material no so gerais e abstratas (ex.: declarao de um bem pblico). Nestes casos as leis de
sentido concreto seguem a mesma regra de responsabilizao como os atos.
A ao de regresso que poder ser proposta pelo Estado em face do agente com demonstrao de
dolo ou culpa, uma garantia da vtima de ser indenizada sem a discusso de elementos subjetivos.
possvel que a vtima cobre diretamente do agente? No, apesar de algumas doutrinas entenderem que sim. O
STF diz que a cobrana ao Estado decorre da Teoria da Dupla Garantia, ou seja, garantia da vtima cobrar do
Estado e do agente s ser cobrado do Estado so duas garantias do terceiro e do agente. Essa teoria decorre
do princpio da impessoalidade.
O art. 70 do CPC, diz que toda vez que algum tiver direito de regresso obrigatria denunciao lide, ou
seja, forma de interveno de terceiro que gera economia processual. Pelo direito privado o Estado poderia
chamar o agente para participar do processo. No entanto, no direito administrativo h a discusso se
possvel denunciao a lide, pois se h a denunciao juntamente com o agente vem para ao principal
discusso de dolo e culpa ocorrendo ampliao subjetiva do mrito, quebrando a garantia da vtima de
somente discutir elementos objetivos. A doutrina entende que pela quebra da garantia da vtima no
possvel denunciao lide, mas o STJ diz que possvel. Para a prova da OAB deve-se manter o
entendimento doutrinrio por ser mais atual.
Ateno!!! Em algumas situaes a anlise do dolo e da culpa do agente inerente responsabilizao do
prprio Estado, sendo indispensvel (ex.: quando um terceiro consegue demonstrar que o motorista de uma
ambulncia ligou o giroflex para chegar mais rpido em casa, no havendo emergncia, e bateu em um carro.
Essa demonstrao que no houve nenhuma emergncia responsabiliza o Estado objetivamente. Para uma
possvel defesa do Estado, mesmo que no seja aceita pelos juzes, o terceiro deve parar para uma ambulncia
com sirene ligada em todos os casos, pois no h como o terceiro saber na hora se uma fraude do motorista
ou no.). Nestes casos a denunciao a lide possvel, pois no processo j esta sendo discutidos os elementos
subjetivos.
6. Interveno do Estado na Propriedade
ATENO!!! O PROFESSOR INDICA A LEITURA DA MATRIA EM UM LIVRO BOM LIVRO PARA FIXAO
Nada mais do que uma grande demonstrao da supremacia do interesse pblico sobre o privado, intervindo
na propriedade privada do particular objetivando um bem maior.
Divide-se em:
DA INTERVENO SUPRESSIVA:
Situao na qual o Estado suprime o direito constitucional do direito de propriedade do particular, fazendo -o
perder o bem para o Estado.
No Brasil a nica interveno supressiva a desapropriao:
Minoritariamente h a ideia de que desapropriao espcie do gnero expropriao. Para alguns
doutrinadores a expropriao a interveno supressiva. A desapropriao seria uma espcie de expropriao
e aconteceria quando o Estado toma o bem do particular mediante uma indenizao, seja em dinheiro ou
ttulos. Para esses doutrinadores minoritrios a expropriao seria indenizada excepcionalmente. O
entendimento majoritrio que desapropriao sinnimo de expropriao.
Desapropriao:
A desapropriao forma originria de aquisio de propriedade, pois chega s mos do Estado como
se nunca houvesse pertencido a ningum, sem nenhum nus incidente sobre esse bem. Qualquer direito que
recaia sobre o bem fica sub-rogado no valor da indenizao, art. 5, XXIV, CF.
Desapropriao comum, art. 5, XXIV, CF: a desapropriao aconteceria por utilidade ou necessidade
pblica e por interesse social, mediante indenizao prvia e justa em dinheiro por qualquer ente da APD. A
indenizao justa deve ser calculada por percia e dever abarcar no s o valor de mercado do bem, como
tambm todos os danos decorrentes da perda mesmo bem.
Por utilidade / necessidade pblica: feito com base no DEC-LEI 3365/41, onde so estabelecidas as
situaes de utilidade pblica para utilizao pblica, pelo prprio estado. Na utilidade no h urgncia e na
necessidade h.
Por interesse social: com base na lei 4132/62 e esta lei estabelecem as situaes onde o Estado poder
desapropriar para dar funo social a este bem, no o destinando necessariamente a utilidade pblica.
Desapropriao especial: A prpria CF estabelece situaes onde a desapropriao no segue suas
regras gerais. So elas:
Desapropriao Especial Urbana, Art. 182, CF e regulamentada pela Lei 10257: se o imvel urbano no
estiver cumprindo a funo social prevista no plano diretor da cidade este imvel ir sofrer algumas
restries que sero tomadas exclusivamente pelos Municpios. O Municpio tomar trs medidas
gradativamente:
Notificao para que o proprietrio faa o parcelamento ou edificao do terreno, ambos
compulsrios. Depois de notificado o proprietrio tem prazo de 1 ano para apresentar seu projeto e depois
de apresentado o projeto mais 2 anos para dar incio s obras. Passado esse prazo sem providncia passa-se
para a segunda medida.
IPTU progressivo: alquota do IPTU sobre o imvel aumentar gradativamente , a cada ano, como
forma de coero, a ideia de extrafiscalidade. O IPTU tem mais funo de coero do que a funo originria.
O IPTU progressivo deve durar no mximo 5 anos desde que a alquota no ultrapasse 15%, mais que 15%
considerado confisco. H ainda a limitao anual, onde a lei diz que o IPTU pode ser aumente em no mximo o
dobro (ex.: Em um ano 1%, no segundo 2%, no terceiro 4%, no quarto 8% e no quinto 15%, pois 15% o
mximo.). Passados os 5 anos o Municpio pode manter a alquota no Maximo at ser executada a terceira
medida, a alquota no retorna.
Desapropriao: aqui a desapropriao sancionatria, punitiva. Por isso no paga em dinheiro e
sim em ttulos da dvida pblica integralmente, resgatveis em at 10 anos.
Desapropriao Especial Rural: segue a mesma lgica que a da urbana, sendo possvel para o
cumprimento da funo social, sendo de competncia exclusiva da Unio. A funo social, no art.186, CF,
define os requisitos cumulativos para que a propriedade rural esteja cumprindo sua funo social . Os fins
dessa desapropriao a reforma agrria, ou seja, a destinao vinculada no prprio texto constitucional.
Aqui no h gradao de medidas. Se no cumpre funo social j desapropriado, e pago mediantes ttulos
da dvida agrria, resgatados em at 20 anos A PARTIR DO 2 ANO. No entanto, a indenizao no paga
integralmente em ttulos, pois as benfeitorias teis e necessrias sero pagas em dinheiro. O art. 185, CF diz
que no ser desapropriada para fins de reforma agrria a propriedade produtiva e a pequena e mdia
propriedade que seja a nica do proprietrio, mesmo produtiva. Esses requisitos apresentados so
alternativos e s podem ser aplicados na desapropriao especial rural.
Desapropriao confisco: competncia exclusiva da Unio. Tambm chamada de expropriao, pois
esta no indenizada, art.243, CF. So os bens imveis utilizados para plantao de psicotrpicos, ou seja,
todas as glebas utilizadas para a plantao e os bens mveis utilizados para o trfico de drogas. O
proprietrio perde o bem sem direito a nada. H destinao vinculada para estes bens. Os bens mveis sero
utilizados para operaes de combate ao trfico ou na recuperao de viciados e os bens imveis sero
utilizados para assentamentos de colonos para plantao de gneros alimentcios e medicamentosos. (ex.:
voc tem seu terreno e mora com sua famlia em uma parte dele, na outra voc pl anta coca e a AP descobre.
O que ser desapropriado o terreno inteiro ou s a gleba? Tudo! O STF diz que gleba deve ser interpretada
como propriedade de forma ampla.).
Procedimento expropriatrio na Desapropriao Comum:
Primeiro o Estado declara a utilidade pblica ou o interesse social, depois paga a indenizao para entrar no
bem.
Fase declaratria: competncia exclusiva dos entes federativos (U, E, DF, M), como regra geral.
Ateno!!!! H excees na competncia da fase declaratria: a primeira a ANEEL, agncia reguladora, que
em sua lei conferida a competncia declaratria para fazer instalao de concessionrias de energia eltrica,
e a segunda o DNIT, autarquia federal comum, que tem competncia declaratria para regulamentao de
melhorias no trnsito.
A declarao feita:
Por decreto/ Decreto Desapropriatrio: ato privativo do Chefe do Executivo
Por lei de efeitos concretos: Lei em sentido formal expedida pelo legislativo.
Ateno!!! Antes do bem ser transferido para o Estado ele deve ser indenizado.
Consequncias da declarao de interesse/necessidade pblica:
Sujeio do bem fora expropriatria do Estado: embora o particular ainda no tenha perdido o bem
ele esta sujeito a muitas restries impostas pelo Estado. Assim essa declarao tem um prazo de caducidade
variante de acordo com a declarao (para utilidade/necessidade pblica prazo de 5 anos; para interesse
social prazo de 2 anos), para que o Estado exera a desapropriao sob pena de decair e no poder ser mais
declarada, dentro de o perodo de um ano de carncia entre uma declarao e outra, mesmo que a
declarao seja feita por outro ente. Esse o entendimento majoritrio de que esse ano de carncia uma
garantia do cidado e no uma punio do Estado.
A declarao permite que o Estado penetre no bem para fazer medies, avaliaes, etc. sempre da
forma menos gravosa possvel ao proprietrio.
Forma a fixao do Estado do bem: o Poder pblico define que o bem o interessa no estado em que ele
se encontra, sem nenhuma melhoria, benfeitoria no indenizveis posteriormente, salvo benfeitorias
necessrias e teis, desde que estas ltimas tenham sido autorizadas. (ex.: municpio te concede uma licena
para construir na beira da praia. Antes de voc comear a construir foi declarada a utilizada pblica do seu
bem. Posso construir? Sim, o bem ainda seu. A construo ser indenizada? No! Pois as construes feitas
aps a declarao de utilidade pblica no sero indenizadas, segundo S.23,STF).
Fase executria: quando o estado PROMOVE a desapropriao, ou seja, indeniza o proprietrio e
adquire o bem. Diferente da fase declaratria, a fase executria pode ser feita por quem declarou ou
possvel delegar a competncia executria a entes da API ou para concessionrias de servios, neste ultimo
caso desde que prevista a possibilidade no contrato de concesso e a declarao de desapropriao seja
feito por um dos entes da APD.
Ateno!!! Entes da API e concessionrias de servio podem sim PROMOVER A DESAPROPRIAO, o que no
podem DECLARAR A DESAPROPRIAO,
A execuo pode ser feita de duas maneiras:
Por acordo: Diante do fato que o bem ser da AP de qualquer jeito o proprietrio concorda com o valor
de indenizao oferecida pelo Estado. Desta maneira ser feita por via administrativa. A execuo j se
efetiva.
Por via judicial: No havendo acordo, seja porque o proprietrio no concordou com o valor oferecido,
ou por que no se sabe quem o proprietrio a desapropriao se dar na via judicial por meio da ao de
desapropriao. Esta ao proposta pelo ente expropriante e no pelo particular, requerendo ao juzo que
proceda a indenizao mediante um valor indenizatrio justo. de rito especial, que segue o rito do
DL3365/41, e deve ser acompanhada pelo MP, necessariamente como fiscal da lei para garantir a legalidade
e a regularidade do procedimento. O rito seguir da seguinte maneira:
o A ao proposta e o particular ser chamado para contestar. A lei diz que a matria de defesa de
mrito restrita ao valor indenizatrio. possvel judicialmente vcio no ato de desapropriao? Sim,
permitido, mas isso no poder ser admitido na ao de desapropriao. Vcios no ato de desapropriao
sero discutidos em ao direta.
o Se na ao de desapropriao o mrito o valor indenizatrio, se o particular ganhar a ao o que ele
ganha? Dinheiro, pois o bem no ser discutido o bem.
o por isso que o rito do DL prev a possibilidade a imisso provisria na posse do bem em sede de
liminar. como se, grosseiramente, fosse dito ao juiz No vamos discutir somente o valor do que eu vou
pagar? Ento me d o bem de uma vez, que a gente continua discutindo aqui na ao de desapropriao!. No
entanto, a imisso provisria ser deferida diante de dois requisitos: o Estado dever fazer uma declarao de
urgncia em ingressar no bem (o que normalmente feito no prprio decreto expropriatrio) e ainda fazer
um depsito judicial do valor incontroverso (que o valor inicial oferecido pelo Estado e no foi aceito).
Segundo a lei, declarada a urgncia o Estado tem 120 dias para propor a imisso provisria da posse e para
fazer o depsito judicial, sob pena de a urgncia decair e no poder ser renovada.
o Feito o depsito e emitida posse o particular tem direito de levantar 80% do valor depositado, os
outros 20% ficam garantindo o juzo. Se o proprietrio levantar 100% do valor depositado h uma presuno
legal de que ele tenha concordado com o valor, assim o juiz ir homologar o acordo e a ao termina.
o Tendo o processo transitado em julgado inicia-se a transferncia da propriedade. Se for determinado
pelo Juiz que o valor inicialmente ofertado pelo Estado no est correto e ele decidir aumentar o valor, o
proprietrio poder levantar os 20% que estavam garantindo em juzo no depsito judicial , mas o restante
ser pago por uma ordem cronolgica de pagamento de precatrio, no haver mais uma prvia indenizao.
Para ser justa, sobre esse valor que ser pago por precatrio iro incidir valores acessrios: correo
monetria, juros compensatrios, juros moratrios e honorrios advocatcios. O complexo que cada valor
acessrio incide sobre um valor determinado, a partir de um momento determinado e de uma forma
diferente. Ento deve ser cuidadoso com essa questo dos valores acessrios.
Vamos RACIOCINAR os valores acessrios:
Correo monetria: o valor simplesmente o valor de atualizao da moeda, e deve incidir a partir
do transito em julgado. A CF garante a incidncia a partir do transito em julgado, art. 100, CF, mas isso no
significa que a correo monetria no poder ser incidida anteriormente. A doutrina e a jurisprudncia
entende que a correo monetria deve comear a incidir desde a percia efetivada em juzo. A correo
monetria ser definida pelo valor excedente determinado em juzo. De acordo com o prprio art.100, CF o
ndice utilizado o mesmo utilizado para a correo da caderneta de poupana.
Juros compensatrios: estes existem para compensar o fato do proprietrio esta perdendo o bem
antes de receber o valor indenizatrio justo. Na desapropriao judicial os juros compensatrios iro incidir
sobre os 20% obrigatrios para garantir o juzo no depsito judicial e sobre o valor excedente determinado
pelo juiz, ou seja, sobre todo o valor que o proprietrio no pode levantar imediatamente quando perdeu a
posse do bem. Por esse motivo, os juros compensatrios iro incidir a partir da imisso da posse . O
percentual dos juros compensatrios, segundo S. 618, STF, de 12% ao ano.
Juros moratrios: pagos pela demora do cumprimento da deciso (juros de mora so pagos pela
demora). Iro incidir sobre o valor excedente que ser pago por precatrio com percentual de 6% ao ano,
segundo a jurisprudncia. Segundo entendimento do STF, S.V. 17, em anlise CF, se os o precatrio
apresentados em um ano devem ser pagos at o final do exerccio seguinte (ano seguinte), os juros
moratrios s iro incidir a partir do final do prazo constitucional, ou seja, a partir de 1 de janeiro do ano
seguinte quele que o precatrio deveria ter sido pago e no foi.
CURSO CERS 2 FASE X EXAME DE ORDEM DIREITO ADMINISTRATIVO PROF. MATHEUS CARVALHO AULA 5
Honorrios advocatcios: tambm chamados de sucumbnciais (perda) e iro incidir sobre os 100 mil, S.
617, STF. Incidir sobre o valor da sentena menos o valor depositado. A novidade dos honorrios
advocatcios diz respeito ao percentual baixo dado pelo DL 3365, que iro variar entre 0,5% a 5% do valor da
sucumbncia e ainda sero limitados a 151 mil reais, no entanto este teto foi suspenso pelo STF. Hoje no h
mais teto de valor, os honorrios s iro variar de 0,5% a 5%.
Ateno!!! Ex.: imagine que o Estado considera justo pagar a voc por um bem 100mil reais. Automaticamente
voc pode levantar 80mil e 20mil garantem o juzo. No final do processo, o juiz considera que justo seria o
pagamento de 200 mil reais pelo bem, ou seja, 100 mil a mais do que o valor depositado. Quando o juiz
determina 200 mil, 80 mil voc j havia levantado, ou outros 20 mil voc j pode levanta-los
automaticamente, mas e os outros 100 mil a mais determinado pelo juiz? No se trata de indenizao prvia e
justa em dinheiro mais, pois decorre de sentena. Os outros 100 mil, no exemplo sero pagos por uma ordem
cronolgica de pagamento de precatrio, ou seja, prvia a sua indenizao no ser mais. Para que ela seja
pelo menos justa iro incidir os valores acessrios. Neste caso a correo monetria ir incidir sobre o valor
excedente, ou seja, 100 mil reais a partir do transito em julgado e sobre o ndice de correo monetria
utilizada na caderneta de poupana. Os juros compensatrios incidiro sobre 120 mil a partir da imisso da
posse, com percentual de 12% ao ano, pois voc levantou os 80% que lhe eram garantidos, mas teve que
deixar 20% para garantir o juzo e ainda dever esperar para receber o restante por precatrio. Se voc no
levantou 80% do depsito o juros compensatrios no iro incidir sobre eles, pois estes se encontravam a sua
disposio. Os juros moratrios iro incidir sobre o valor excedente da deciso, ou seja, 100 mil reais com
percentual de 6% ao ano e s comearo a incidir a partir de 1 de janeiro do ano seguinte quele ano em que
o precatrio deveria ter sido pago. Os honorrios advocatcios sero incididos sobre 100 mil, ou seja, 200 mil
foram a deciso judicial menos 100 mil que foi o valor depositado e iro variar de 0,5% 5% do valor da
sucumbncia.
Pode haver desapropriao de bens pblicos? O DL diz que sim, desde que respeitada hierarquia federativa,
ou seja, o ente federativo mais abrangente pode desapropriar dos entes menos abrangentes (Unio
desapropria do Estado e do Municpio e o Estado desapropria do Municpio). H muitas discusses de
doutrina entendendo que este entendimento do decreto no foi recepcionado pela independncia dos entes
federativos. A S.479 do STF diz que os bens que ficam as margens de rios navegveis so de domnio pblico e
por isso insuscetveis de desapropriao, ou seja, ela trata dos bens da Unio, pois estes bens so de domnio
pblico federal.
Em um julgado de 2012 a respeito da promessa de compra e venda o promissrio comprador que no
registrou a promessa de compra e venda (teoricamente ele no proprietrio) deve receber a indenizao
paga pelo Poder Pblico se apresentando como tal? O STJ entende que sim. Ainda que no haja registro o
contrato de promessa de compra e venda confere ao promissrio comprador o direito de receber a
indenizao referente desapropriao efetivada, visto que ele j pagou ao promissrio vendedor o valor
referente ao bem e dever ser ressarcido deste valor por meio da indenizao. No h como exigir do Estado o
conhecimento de contratos no registrados.
Comece a vislumbrar que todas as vezes que h uma indenizao do Estado for paga ao particular ela pode
decorrer de trs situaes diferentes: por relao contratual, diante de um desequilbrio causado pelo Estado
gera indenizao (SER TRATADO POSTERIORMENTE); por responsabilidade civil do Estado; por sacrifcio de
direito, ou seja, hipteses de interveno de propriedade. Estas indenizaes no se confundem, por terem
regras diferentes. Conforme um julgado no STF, um terreno desapropriado parcialmente. Na parte
desapropriada o Estado monta uma estao de esgoto e na outra o proprietrio monta uma plantao de
laranjas. Posteriormente o particular discute judicialmente que, a estao de tratamento de esgoto
implantada pelo Estado est atrapalhando sua plantao de laranjas e requereu tanto a indenizao pela
desapropriao (com todos os valores devidos) assim como os lucros cessantes referentes rea
remanesceste. O Ministro Gilmar Mendes entendeu que os lucros cessantes deveriam abarcar a rea
remanescente o que um absurdo. Deve haver uma indenizao pela diminuio da produo de laranjas,
mas no uma indenizao pela desapropriao e sim uma indenizao pela responsabilidade civil do Estado.
No h como indenizar por indenizao uma rea que no fosse desapropriada. Aqui houve um grande
equvoco no STF e em uma prova objetiva no poderia ser considerada como regra geral. No entanto, se for
colocado como entendimento do STF, a indenizao dos lucros cessantes de uma desapropriao parcial deve
abarcar os lucros cessantes da rea remanescente. No o entendimento geral, do STF.
Direito de extenso: pode ocorrer em casos de desapropriao parcial. O Estado no desapropria o
bem inteiro deixando uma rea remanescente que isoladamente inaproveitvel. O proprietrio poder
requerer que o Estado desaproprie o bem inteiro e o indenize pelo bem total . A inutilidade da rea
remanescente dever ser provada no caso concreto pelo proprietrio. O STJ diz que no mbito rural o
parmetro rural ser de que qualquer rea remanescente inferior a um mdulo fiscal (definido pelo direito
tributrio) presumidamente inaproveitvel ser indenizada pelo direito de extenso.
Desapropriao por zona: ocorre todas as vezes que o Estado desapropria a rea vizinha a uma rea
que foi desapropriada para uma obra. A lei estabelece que no prprio decreto deva ficar delimitado qual
pedao para a obra e qual pedao desapropriao por zona. Dever haver essa desapropriao quando: o
Estado justificar uma necessidade de posterior extenso da obra; ou quando o Estado enxerga que em
virtude da obra a ser executada a rea vizinha ir sofrer uma supervalorizao, assim o Estado desapropria
por zona para vender depois (o valor excedente supervalorizao o Estado utiliza para os gastos com a
prpria obra). Quando se fala da supervalorizao dos terrenos vizinhos os doutrinadores dizem que esta
no foi recepcionada pela CF, e por isso foi criada a contribuio de melhoria como forma de remunerar o
Estado todas as vezes que uma obra pblica supervalorizar os terrenos vizinhos, e com essa contribuio o
Estado seria ressarcido. O entendimento do STF de que, todas as vezes que uma obra gerar uma valorizao
de terrenos vizinhos esta valorizao pode ser ordinria (quando todos os terrenos vizinhos variam na mesma
proporo, ordinariamente) ou extraordinria (h uma variao na supervalorizao), e que quando a
supervalorizao for ordinria o Estado deve se valer necessariamente da contribuio de melhoria, j na
supervalorizao extraordinria dever haver a desapropriao por zona.
Desapropriao indireta: ocorre quando o Estado invade o bem do particular sem respeitar as regras
da desapropriao, trata-se de um esbulho. uma invaso, pois no se realiza nenhum procedimento.
Apesar o Estado invadir ilicitamente o bem, a partir do momento que o Estado d destinao pblica ao seu
bem incide sobre este a supremacia do interesse pblico sobre o privado. No h como o particular reaver o
seu bem, mas ter direito indenizao atravs de procedimento judicial, a chamada indenizao por
desapropriao indireta ou ao de indenizao por apossamento administrativo. uma ao indenizatria
como outra qualquer. comum a desapropriao indireta quando o Estado disfara a desapropriao de
interveno restritiva, se valendo de fazer uma interveno restritiva o Estado impede o uso do bem pelo
particular. (ex.: o Estado coloca um poste de luz dentro do seu terreno (servido) depois o Estado coloca mais
5 postes no mesmo terreno impedindo totalmente o uso do bem. Ex.2: o Estado coloca uma torre de celular
em uma pequena parte do seu terreno, mas diz que em um vai de 2 km no pode ter moradia por causa da
radiao, ou seja, no uma servido e sim uma desapropriao indireta). Na desapropriao incide juros
compensatrios desde perda da posse do bem para o Estado sobre tudo que o proprietrio deveria ter
recebido, mas no recebeu, segundo art. 15-A, 3 do DL3365/41. H uma grande discusso em relao
prescrio, diz o decreto que prescreve em 5 anos o direito de pleitear indenizao por atos de constrio do
poder pblico. Comeou-se a entender que a desapropriao indireta no ato de constrio e sim situao
ftica. A S.119 do STJ de 1998 passou a estabelecer que a desapropriao indireta prescreve em 20 anos,
tendo como base o prazo para usucapio extraordinria da poca. A discusso se mantm pela mudana do
prazo da usucapio extraordinria pelo CC/02. Portanto, a smula passou a ter uma releitura pela doutrina,
dizendo que ento o prazo para prescrio seria de 15 anos.
Ateno!!!! Tredestinao: significa alterao de finalidade. Quando o Estado, por motivo de interesse
pblico superveniente devidamente justificado, muda a finalidade originria e especfica do ato
expropriatrio, mas se manteve a finalidade genrica que a busca pelo interesse pblico. Nesses casos h
um desvio de finalidade dentro dos limites da lei, a chamada tredestinao lcita. (ex.: seu terreno
desapropriado para construir uma escola com procedimento desapropriatrio devidamente regular. Depois
disso por motivo de interesse pblico superveniente devidamente justificado pelo Estado, ao invs de
construir uma escolha o Estado construir um hospital. Isso desvio de finalidade? Sim, pois houve alterao da
finalidade originria do ato.). Se o Estado desapropria o bem e no d finalidade pblica, e nem genrica ao
bem expropriado, a chamada tredestinao ilcita ou a chamada adestinao. (ex.: seu terreno
desapropriado para construir uma escola com procedimento desapropriatrio devidamente regular, mas o
Estado no faz nada. Isso lcito? No!).
Retrocesso: o direito que surge ao expropriado quando h uma tredestinao ilcita com bem
expropriado pelo Estado. Nesses casos o expropriado pode pedir a devoluo do bem mediante pagamento
justo de indenizao. Quando ao direito de retrocesso de bens que j esto nas mos de terceiros a doutrina
se diverge. Parte da doutrina v a retrocesso como direito real que tem sequela, e ela seria um reflexo de
direito real de propriedade. Outra parte entende que o direito de retrocesso um direito pessoal e que no
poder ser exposto ao terceiro, s cabendo ao expropriado perdas e danos contra o Estado. Embora no seja
pacfica pela doutrina, em prova, pelo entendimento do art. 519 do CC, a retrocesso passou a ser um direito
pessoal tendo o expropriado direito de preferncia na deciso de alienao do bem expropriado e
tredestinado ilicitamente. (ex.: seu terreno desapropriado para construir uma escola com procedimento
desapropriatrio devidamente regular, mas o Estado no faz nada e ainda por cima aliena o seu bem
expropriado. H direito de retrocesso no bem alienado pelo Estado? No h entendimento majoritrio.).
DA INTERVENO RESTRITIVA DO ESTADO NA PROPRIEDADE
aquela interveno de restringe o exerccio do direito de propriedade. O Estado no toma o bem das mos
do particular, mas cria limitaes, restries mantendo o bem com o particular. (ex.: tombamento, servido,
etc.)
Limitao administrativa
Nada mais que uma interveno de carter geral e abstrata e afeta o carter absoluto da
propriedade.
No imposta a um determinado bem e sim a todos os bens que estejam na mesma situao (ex.: voc
mora em salvador e a norma municipal que no pode construir prdios a beira-mar com mais de 8 metros.
uma restrio para todos). Por no causar dano especfico, a princpio no indenizvel. A possibilidade de
ser indenizvel provando que aquela limitao causa a uma determinada pessoa um dano maior que
coletividade. Como qualquer norma geral os efeitos no so retroativos, ou seja, sero ex nunc. decorrente
do poder de polcia.
Em 2001 a Lei 10257/01 em seu art. 25, Estatuto das Cidades, criou o direito de preempo pblico, ou
preferncia pblica, estabelecendo que determinadas reas municipais possam ser declaradas (por meio de
decreto) de preempo. Assim, suportando uma declarao de preempo, em caso de alienao, o bem
deve ser primeiro oferecido ao Estado. O direito de preempo, de acordo com a doutrina, nada mais que
uma espcie de limitao administrativa, pois uma norma geral e abstrata, no impedindo o uso do bem. A
lei estabelece que o decreto declaratrio de preempo, que ser feito pelo chefe do executivo municipal,
pode declara-la assim por at 5 anos, sendo que passados o prazo estipulado no decreto, uma nova
declarao s poder ser feita depois de respeitadas o limite de 1 ano de carncia. Declarada a preempo
do terreno, sempre haver o carter de direito real, ou seja, com o decreto se o particular quiser vender o
bem dever primeiramente oferecer ao poder pblico (no caso o municpio), que ter at 30 dias para
exercer o direito. Se o Estado aceitar o valor proposto pelo particular, pois uma venda. Se o Municpio no
se manifestar em ate 30 dias h a presuno tcita de recusa e o particular fica livre para fazer a venda para
quem quiser no mesmo valor ofertado ao municpio. Se o particular no respeitar o direito de preferncia o
Poder pblico pode anular a venda e buscar o bem para si ou pelo valor da venda ou pelo valor venal do
imvel, o que for menor.
Servido administrativa
No geral e abstrata, incide sobre um bem especfico e afeta o carter exclusivo da propriedade.
sempre um direito real que reai sobre bens imveis.
parecida com a servido civil, onde se tem a figura de um prdio dominante e um prdio serviente. O
prdio serviente o serviente e o dominante o servio pblico. A ideia da servido colocar um bem
privado serviente a um servio de interesse pblico. (ex.: colocar um posto em um terreno).
decorrente do poder de polcia.
Se houver a demonstrao de que haver dano h indenizao prvia.
A servido parecida com a desapropriao pelo seu procedimento.
Pode ser instituda por acordo, por deciso judicial ou por lei.
Tem carter perptuo, o que no significa que ser eterno. Poder ser extinta: por motivo de interesse
pblico, pelo desaparecimento do bem, pela consolidao. A consolidao acontece quando o Estado adquire
o a propriedade do bem, tornando-se o proprietrio.
Ateno!!! RACIOCINE! Costuma-se dizer que a propriedade tem carter absoluto e exclusivo erga omnes,
ou seja, o proprietrio pode dar ao bem a utilidade que o convm desde que permitido e no prejudicial a
terceiro e a utilizao da propriedade do proprietrio, inegavelmente, e isto deve ser respeitado. Quando o
Estado d ao seu bem uma limitao ele atinge o carter absoluto da sua propriedade (ex.: se o estado
estabelece que o seu prdio s possa ter 8 andares. A propriedade continua sendo sua, mas a destinao no
livre.). Na servido o carter atingido o exclusivo (ex.: o Estado coloca uma placa com o nome da rua no
seu muro. Voc pode fazer o que voc quer com o seu bem, mas no esta o utilizando sozinho).
Tombamento
Forma de proteo ao meio ambiente no que diz respeito aos aspectos histricos, artsticos e culturais
de um patrimnio. As restries impostas so para evitar que o bem perca estes aspectos.
direito real imposto que pode incidir sobre bens mveis ou imveis desde que corpreos. Alguns
doutrinadores consideram o tombamento como espcie de servido, mas entendimento minoritrio. O que
no verdade pelo carter autnomo do tombamento. Assim como a ideia de que os bens podero ser
incorpreos (Maria Sylvia). Aos bens incorpreos h o registro ambiental (ex.: registro ambiental do acaraj)
registrado no livro do tombo de cada ente federativo (ex.: IFHAN, no mbito federal). Os bens
imveis esto sujeitos ao duplo registro, ou seja, registra no livro do tombo e tambm no cartrio de registro
de imveis para que haja conhecimento erga omnes.
Um nico bem pode ser tombado vrias vezes, pois um no interfere no outro. Se tratando de interesse
local pode haver tombamento Municipal, se de interesse regional h tombamento Estadual e se tratando de
interesse nacional ele ser tombado pela Unio.
Tem carter perptuo. Apesar de existir o tombamento provisrio que aplicado como cautelar
administrativa para evitar que o possuidor destrua o bem antes do processo do tombamento definitivo se
concretizar.
Gera obrigaes
Fazer: impondo ao particular o dever de conservao do bem, garantindo todas as benfeitorias
necessrias para a conservao do bem tombado. Se no houver meios do particular arcar com as
benfeitorias, ele pode requerer ao poder pblico, mediante justificao, a conservao do bem. Pode haver
alienao, no entanto, no caso de alienao o bem deve ser oferecido com preferncia ao poder pblico.
De no fazer: o proprietrio no pode destruir e nem modificar o bem. Qualquer reforma depende de
autorizao especial do poder pblico, o Estado ir verificar o interesse pblico naquela reforma. O
proprietrio do bem tombado no pode sair do pas, tratando-se do bem tombado mvel, salvo por um curto
perodo de tempo com autorizao do poder pblico.
De tolerar: o proprietrio deve tolerar a fiscalizao das regras do ato de tombamento.
Ateno!!!! H uma regra que define que o tombamento estabelece uma servido automtica aos terrenos
vizinhos, para que eles no impeam a visualizao ou o acesso ao bem tombado. (ex.: no pode construir
um prdio de 50 andares ao lado de uma igreja tombada.) Esta diante de uma clara e indiscutvel servido
administrativa. O prdio tombado um prdio dominante e o prdio vizinho um prdio serviente. a
chamada servido instituda por lei.
Requisio administrativa:
Tem base no art. 5, XXV, CF, incide em casos de iminente perigo pblico o Estado pode requerer o bem
do particular para resolver a situao de perigo, assegurada a indenizao ulterior se houver dano.
provisria, somente para resolver a situao de perigo. (ex.: requer o seu galpo para colocar
desabrigados da chuva).
Pode recair sobre bens mveis, imveis e at mesmo sobre os servios (ex.: requisio dos homens
para serem integrantes do exercito).
Ateno!!! possvel a requisio de bens consumveis (aquele que exaure sua utilizao no primeiro uso)? A
doutrina diz que sim desde que os bens sejam fungveis (ex.: requisio de agasalhos de uma loja)
Ocupao temporria: nada mais do que a utilizao de uma propriedade por determinado tempo
por motivo de necessidade pblica. (Ex. ocupao de terrenos vizinhos a uma obra)
CURSO CERS 2 FASE X EXAME DE ORDEM DIREITO ADMINISTRATIVO PROF. MATHEUS CARVALHO
AULA 6 e 7
7. Licitaes
Trata-se de um procedimento administrativo prvio s contrataes do Estado, buscando 3 finalidades:
Seleo da proposta mais vantajosa: indisponibilidade do interesse pblico;
Garantia de isonomia nas contrataes: o sair vencedor dentro de critrios objetivamente postos pelo
Poder Pblico.
Ateno!!! A seleo da melhor proposta no pode abrir mo da isonomia nas contrataes.
Busca pelo desenvolvimento nacional, art.3, Lei 8666: cria mais benefcios para microempresas,
produtos manufaturados, etc.
A competncia para legislar a licitao diante de suas normas gerais pertence Unio, cabendo aos
Estados legislar sobre normas especficas, ou seja, apesar da CF tratar como competncia especfica
concorrente.
As normas gerais hoje presentes no Brasil so: a Lei 8666/93 e a Lei 10520/02.
Principiologia:
Alm de todos os princpios bsicos da administrao pblica, existem ainda os princpios especficos
licitao:
Princpio da publicidade: diferente da publicao, que uma forma de publicidade, o princpio trata do
no sigilo pelos atos praticados pelo poder pblico no procedimento licitatrio. No entanto, nem sempre h
publicao do edital, apesar desta ser a regra.
Princpio da vinculao ao instrumento convocatrio: o instrumento como regra o edital, que
estabelece todas as normas do procedimento licitatrio que devero ser obedecidas. O edital no lei, um
ato administrativo obediente lei, que dentro dos limites da lei estabelece as normas pertinentes, que
obrigam tanto o licitante quanto prpria AP.
Princpio do julgamento objetivo: o critrio de julgamento utilizado ser definido previa e
objetivamente no edital. Os critrios de julgamento formam os tipos de licitao que dizem respeito ao
critrio de julgamento:
Menor preo
Melhor tcnica
Tcnica e preo
Maior lance
Outros tipos especficos.
A regra geral, segundo a Lei 8666/93, de que as licitaes sero o tipo menor preo. A exigncia de tcnica
ficaria restrita a contratos de natureza intelectual ou de programas e equipamentos de informtica, sendo
que a definio de melhor tcnica deve estar estabelecida no edital objetivamente. A melhor tcnica no
um conceito discricionrio.
Quanto ao desempate, foram estabelecidos critrios objetivos pela lei, art. 3, 2, Lei 8666/93, que sero
aplicados sucessivamente:
Bens produzidos no pas;
Empresa brasileira, sendo irrelevante o capital;
Investimento em tecnologia ou pesquisa