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& Direito Justiça FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL. Quinta-feira, 25 de setembro de 2014 n [email protected] Taxa de corretagem não pode ser cobrada em imóveis na planta Pág. 8

Direito e Justiça - Edição 22350 - 25 de setembro de 2014

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Jornal O Estado (Ceará)

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&Direito JustiçaFORTALEZA - CEARÁ - BRASIL. Quinta-feira, 25 de setembro de 2014 n [email protected]

Taxa de corretagem não pode ser cobrada em imóveis na planta

Pág. 8

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[expediente]

Muitas vezes ações ilegais são praticadas por comerciantes ou em-presas para obterem vantagens e lucros diante do desconhecimento do cidadão de seus direitos. Taxas, juros, vendas casadas, aumentos de mensalidades são cobrados indevidamente no dia á dia do brasileiro.

Pagar comissão de corretagem para o profissional plantonista que está no stand de vendas é ilegal, esta obrigação é da construtora que o contratou. “As construtoras embutem essa comissão dentro dos contratos para aumentar seus lucros”, denuncia o advogado Luiz Guilherme. Ex-plica ainda em matéria na página 08, que a cobrança só não é ilegal se o interessado tiver ido ao ponto de vendas acompanhado de um corretor.

Já tornou-se um costume colocar em lojas que estão em liquidação a placa informando a não troca de mercadoria, acontece que pelo direito do consumidor se o produto estiver com defeito é obrigado haver a

troca. Eduardo Cazari especialista em direito do consumidor fala sobre o tema na página 07.

O deputado Romário preocupado com o desconhecimento do brasileiro de seus direitos apresentou um projeto de lei que inclui na grade escolar a disciplina de direito constitucional. A propositura aguarda a apreciação da Comissão e Constituição e Cidadania da Câmara dos Deputados. Conforme o autor é importante também expandir noções cívicas e morais aos estudantes, tendo como fi-nalidade de formar cidadãos e futuros eleitores mais conscientes, detalhes sobre o projeto na página 04.

Claudio Silva da Cruz, auditor federal do Tribunal de Contas da União afirma em entrevista na página 03, que a ineficiência da máquina pública custa muito mais caro do que a fraude.

PRÁTICAS ILEGAISEDITORIAL CONSEQUÊNCIAS

DO ÁLCOOL

Platão lecionava em seu famigerado “Mito da Caverna” que o homem vive baseado em reflexos deturpados da verdadeira realidade

que existe fora do claus-tro. Em outras palavras, ele adverte para sairmos dessa vida nublada e opa-ca e busquemos inces-santemente a cor da vida. Oscar Wilde proclamava: “Viver é a coisa mais rara do mundo, a maioria das pessoas apenas existem”. É isso mesmo meus caros leitores, viver uma vida plenamente é cada vez mais difícil, pois muitos de nossos concidadãos estão apenas existindo. O reflexo que vemos na

parede da caverna não é nada iluminado. O Estado não consegue mais ser a matriz enérgica da organização social. O Estado encontra-se na fila de transplante há um certo tempo e todos os especialistas que ocupam suas chefias ultimamente só tem piorado a patogenia social. E agora o que fazemos? Devemos falar em Estado mínimo? Muitos gritam: não! Pergunto-vos: será que já não estamos vivendo um Estado mínimo velado?

Um Estado que se preze deve se nortear por

um trinômio basilar, ou seja, uma viga com três sustentáculos chamados: saúde, educação e segurança. Vejamos: atualmente o número de pessoas contempladas com plano de saúde ultrapassa a faixa dos 67%, isto quer dizer, o cidadão prefere “fazer das tripas coração” para pagar um plano de saúde do que cogitar a possibilidade de precisar do SUS e das UPAS. Não é raro encontrar cidadãos que investem pesado na qualificação educacional de seus filhos. Não é à toa que as escolas privadas es-tão abarrotadas de alunos. O ensino superior deixou a muito de ser sonho e hoje é realidade. As instituições de Ensino Superior privadas estão com seus assentos completos e a cada semestre o número de alunos aumenta. O que vislumbramos com isso? O cidadão está pagando por saúde e educação. E a segurança? O jornalista Aristodemos Braga assevera: “Em 9 de maio deste ano, o estudante universitário V. H. D., de 19 anos, foi morto por ladrões em frente ao condomínio onde morava, na Zona Leste de São Paulo. Esse estudante tinha aces-so à saúde privada [...], além de educação su-perior, porém isto de nada adiantou, já que ele não teve segurança PÚBLICA”(grifo nosso).

O cidadão corre atrás e tenta preencher a lacuna estatal de doar saúde e educação, mas quanto à segurança? Nada se pode fazer. Parece que assistimos a um Estado mínimo. Nos Estados Unidos ou o cidadão trabalha

para ter condições de se “bancar” ou ele fica numa linha considerada de baixa produção. Lá a teoria que vinga é o Estado mínimo. No Brasil isso é uma aberração. Não podemos fazer isso com nossos cidadãos.

Ano passado, portanto 2013, quando todos falavam sobre o valor de importância do pré--sal, o governo já acenava com a repartição dos valores recebidos por essa bacia de pe-tróleo para a educação e a saúde. Excelente. Se for realmente canalizado totalmente para isso. Excelente. Mas e a segurança? Lembro--me bem, em certa ocasião, um amigo me contar que fazia cooper quando escutou um tiroteio na região e, por isso, procurou o primeiro estabelecimento comercial por perto e foi se refugiar no banheiro. Quando lá chegou veio a surpresa: dois policias estavam também se escondendo. Quando o mesmo os interpelou acerca do tiroteio e o que eles estavam fazendo escondidos, um quase chorando disse: “doutor, olha aqui nossas armas (um revólver calibre 38 enferrujado), veja quantas balas tenho: duas, e ainda estão resfriadas. Se formos lá para fora seremos o primeiro alvo e estamos sem comunicação, nossos rádios estão sem bateria.” É essa a nossa segurança! Devemos ou não clamar por ela? Há quanto tempo não caminhamos tranquilos pelas nossas ruas citadinas? Basta dessa ausência total.

Adolescência traz suas próprias característi-cas para novas experiências, encontrar novos parceiros, a sua identidade própria, longe da influência dos pais ou figuras parentais. Dentro desta proposta adoles-cência desvio padrão, as drogas são uma repetição que ocorre dentro dos círculos na adolescência em movimento.

Em primeira instância, deve-se notar que o uso casual ou aleatória de uma droga, qualquer que seja, não gera dificuldades imediatas ou importante. No entanto, o repetitivo, repetitivo, se o consumo vai levar a dificuldades. O rapé e álcool, tanto drogas lícitas social e as drogas são substâncias comuns na adolescência.

Ser parte do grupo de pares, divertimento, se sentir melhor, evitar problemas familiares ou problemas pessoais são todas as razões possíveis para o uso repetido de álcool.

Formas de alcoolismo:Definir o alcoolismo pode ser caracterizado

de uma forma, e é ter a constante necessidade de consumir. No entanto, existem maneiras de se iniciar, ou formas menos graves do alcoolismo, que são aqueles que ocorrem na adolescência. Consumir um alcoólico estabe-lecido a cada dia. Em vez disso, o formulário de entrada para o alcoolismo, e na verdade uma forma de alcoolismo, podem ocorrer com o consumo de todos os fim de semana, com a necessidade de fazer e irritabilidade se não estiver presente.Estas podem ser as primeiras formas de alcoolismo ou o próprio álcool. A necessidade de álcool para ser bem, para se divertir, é um sintoma do alcoolismo. Tratar esses sintomas desde a adolescência é uma opção segura, enquanto o adolescente para apresentar estes sintomas. A droga é um problema social da preocupação mundial que envolve a todos, independentemente da idade, sexo ou origem social. Não se esqueça que a droga pode afetar qualquer pessoa. Muitas vezes, aqueles que o usam para fazê-lo livre de dor ou de sensações que não quero ter o tédio ou estresse. Muitas vezes, aqueles que o usam para fazê-lo livre de dor ou de sensações que não quero ter o tédio ou estresse.

Todos nós, muitas vezes passamos por momentos difíceis em que nos sentimos vulneráveis por causa da perda de uma situação estressante no trabalho ou proble-mas na vida privada, e é justamente nesses momentos de fraqueza que muitas vezes tende a encontrar um atalho, um remédio que parece aliviar o desconforto em nosso rápido e fácil. Recentes e abrangentes estudos científicos mostram que não há diferenças substanciais entre “drogas leves” e “pesado”. Todos, de facto, alterar a cons-ciência do indivíduo e da relação que tem consigo mesmo e com o mundo ao seu redor. Também foi observado que a dependência de haxixe e maconha fisicamente e psicolo-gicamente. Quanto tempo a droga per-manece no corpo? Quase todas as drogas são depositados na gordura corporal e pode ficar lá por anos. Veja como isso acontece: as drogas estão facilmente misturado na gordura corporal. A gordura é perto da veia e quando as drogas saem da gordura das veias é um ímã. Pode acontecer de modo que, mais tarde no tempo, quando ele está funcionando ou vai fazer uma academia ou talvez você seja apenas andar vai queimar a gordura e os montantes mínimos de drogas de volta para as veias. Isto lhe dará ainda uma pequena amostra dessa droga. Este é susceptível de causar até mesmo um desejo para essa substância, apesar de anos desde a última dose. As drogas melhorar o ato sexu-al? As drogas dormente no sistema nervoso e, portanto, bloqueando temporariamente todos os sentimentos e sensações. No final, qualquer tipo de sentimento se torna mais difícil de provar, incluindo a sexual e a pes-soa se sente menos vivo e provavelmente agem como se ele não me importo com nada do que está acontecendo. Ao longo do tempo tornam-se mais desajeitado, lento a pensar, movendo-se e responder a estímulos. Além disso, quem usa drogas pode causar um acidente ou uma situação de perigo para si mesmo e aos outros.

Violência familiar, de acordo com estatís-ticas diferentes, repetidamente, encontra raízes no alcoolismo de um membro da família. Embora nem todos são necessaria-mente também alcoólatra violento, isso é agravado pelo abuso de álcool. Em primeira instância, o consumo de qualquer bebida alcoólica pode ser bom e agradável, pode responder a uma festa ou uma celebração, no entanto, juntamente com a dependência do álcool, estas características desapare-cem, para dar conta efeitos negativos.

EDITORA: Solange Palhano - REPÓRTER: Anatália Batista - EXECUTIVA DE NEGÓCIOS: Marta Barbosa - DIRETOR DE ARTE: Wevertghom B. Bastos - FOTOS: Tiago Stille - Anderson Santiago - Iratuã Freitas

2 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILQuinta-feira, 25 de setembro de 2014

DIREITO & JUSTIÇA

AUSÊNCIA TOTAL

DIREITO À VIDA E AO PATRIMÔNIOA preservação da ordem pública não deve

ser feita apenas com a polícia fardada. Esta apenas serve para prender os delinquentes

e afastar da área onde estão os indivíduos pro-pensos a praticar crimes de diversos matizes, principalmente contra o patrimônio. Só teria bom resultado para que cada pessoa estivesse segura se houvessem dois policiais armados para cada cidadão.

Pode sentir maior efei-to se ao invés de dois policiais fardados, fos-sem colocados dois à paisana, armados e com celulares cada um além de um revólver ou pisto-

la, bem como uma daquelas armas elétricas que imobilizam um perigoso indivíduo a uma distância de até 15 metros. Uma vez

indo para o chão, deveria ser imediata-mente algemado, comunicando o fato à central de busca e apreensão, logo chega-ria um carro com policiais armados para levá-lo à presença do delegado designado para iniciar o inquérito policial cabível na espécie. Este lavrará o flagrante, ou se não for o caso, o manterá preso, pedindo ao juiz competente a prisão temporária de 30 dias, cabendo a dita autoridade judiciária decidir se a decreta e, se for caso de maior gravidade, a preventiva.

Ressaltemos aqui o emprego do policial à paisana, pelo fato de os delinquentes estarem no meio do povo, conscientes de que não há policial na sua área.

Agora, a verdadeira segurança de maior alcance deve ser feita com leis penais rígidas, cumprimento de penas em penitenciárias agrícolas que devem ser instaladas em cada Estado em parceria com a União, nelas os de-tentos passarão a trabalhar para se alimenta-rem e se vestirem, a sobra em favor do erário.

Acabar com regime semiaberto, ou solta-

-presos, para voltarem ao mundo do crime, acabar com a Bolsa-detenção, que só serve para aumentar o índice de criminalidade, por-quanto, o vagabundo como está sem ganhar nada passa para o mundo do crime para poder recebê-la. Esta foi dada para apenas os filhos dos presos, mas das vítimas de suas ações nefastas, ficam a morrer de forma. E o direito à igualdade previsto no artigo 5o CF/88.

Na realidade, o que nos leva ao país do 3o mundo, é exatamente o fato de o governo atual, tendo à frente a sra. Dilma, não se preocupar com a segurança do povo. Talvez porque passou também fora da lei no tempo da ditadura militar.

Caberão aos advogados e juízes a iniciativa de pelo menos na casa da Bolsa-detenção estendê-la dos filhos das vítimas em face do dispositivo constitucional.

Não sabemos por que nosso País, com tanta gente formada não dispõe de políticos sérios e capazes de dirigi-lo com eficiência. E o pior, o melhor que tínhamos era Eduardo Campos, que imprevisivelmente se foi para a eternidade.

Rodrigo Cavalcante

SERVIDOR DO TRE/CE

RobertoVictor

ADVOGADO

Rossana Brasil KopfPSICANALISTAE ADVOGADA

Edgar Carlos de Amorim

DESEMBARGADOR

PRINCÍPIOS PROCESSUAIS ELEITORAIS IIIEm continuidade ao estudo dos princípios,

um importante corolário aplicável às lides eleitorais é o da irrecorribilidade das decisões interlocutórias. Ovídio Baptista, ao vincular o princípio da oralidade processual ao da ci-tada não recorribilidade, ressalta que “contra tais decisões, não se concede recurso algum – ficando a matéria aí imune à preclusão, de modo a ser apreciada eventualmente pelo Tribunal do recurso interposto na sentença final...”(Teoria Geral do Processo Civil. 6a edi-ção. 2011. Revista dos Tribunais. São Paulo, p. 49). Na demanda eleitoral, por seu caráter “sui generis”, ligado à necessidade de se ter a prestação jurisdicional final quanto antes, sob pena de ineficácia da decisão, inadmite-se a interposição de recurso contra interlocutória, sendo este o entendimento do Tribunal Supe-rior Eleitoral: “As decisões interlocutórias ou não definitivas proferidas nos feitos eleitorais não são, de imediato, impugnáveis median-te recurso.” (Ac. de 8.10.2013 no AgRAI no 13586, Min. Dias Toffoli).

Outro motor originariamente do processo civil e aplicável ao eleitoral é o princípio da igualdade, também conhecido como instituto da isonomia, paridade, igualizador ou jurídi-co. Advindo da Constituição Federal, art. 5º, tal corolário “tem dupla significação: teórico, como repulsa a privilégios injustificados;

e prático – como igualizador – ajudando a aplicação da norma em caso de insuficiência ou inadequada igualdade diante das peculia-ridades de um caso concreto.”(Rui Portanova. Princípios do Processo Civil. 8a edição. 2013. Editora Livraria do Advogado. Porto Alegre, p. 37). Destaque-se, nesse ponto, s.m.j., a im-possibilidade de incidência, na lide eleitoral, do chamado princípio da parcialidade positiva do juiz, este que se consubstancia na “ética material, isto é, no sentido de que o juiz, du-rante a relação jurídica processual, reconheça as diferenças sociais, econômicas e culturais das partes e paute sua decisão com base nessas diferenças, humanizando o processo civil ou penal.”[A decisão da ADI 3330 à luz do princípio da parcialidade positiva do juiz. Artur César de Souza. Publicado no site http://www.stj.jus.br/publicacaoseriada/index.php/boletimdaenfam/article/viewFile/1579/1574].

Recursos Eleitorais e Outros Temas. 2013. Editora Atlas. São Paulo, p. 63). Destaque, to-davia, para a regra contida no § 7o do art. 267 do Código Eleitoral, em que é possibilitado ao juiz eleitoral “reformar a decisão recorrida...”.

Atenção, ainda, para um outro (princípio) ainda não reconhecido no processo eleitoral, denominado princípio político, consubstan-ciado no fato de o cidadão ter “a seu dispor instrumento capaz de prover os direitos

privados de máxima garantia social com mínimo sacrifício das liberdades individuais e coletivas.” (Portanova, p. 31). É que na omissão da CF de 88 (art. 14, § 10), quando trata da ação de impugnação de mandato eletivo, o TSE pacificou entendimen-to no sentido de que na “ausência de regramento próprio, tratando-se de ação de impugnação de mandato eletivo, são “le-gitimadas para a causa as figuras elencadas no art. 22 da Lei de Inelegi-bilidade”, excluindo-se o cidadão (Ag. no 1.863-SE, rel. Min. Nelson Jobim, DJ 7.4.2000).

Exatamente nesse contexto, o art. 22 da lei das inelegibilidades, preceitua serem legiti-mados qualquer partido político, candidato, Ministério Público e coligação (para coligação: TSE, Ac. no 4.410, de 16-9-2003). Nesse ponto, a Resolução do TSE nº 23.610/2007, tratante do “processo de perda de cargo eletivo, bem como de justificação de desfiliação partidária”, também impede o cidadão ao exercício do direito de ação eleitoral.

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O entrevistado deste mês, Cláudio Silva da Cruz, fala ao caderno Direito & Justiça, sobre o tra-

balho da Auditoria Federal do Controle Externo do Tribunal de Contas da União (TCU). Bem como, comenta da parceria da Corte com os estados brasileiros para sistematização de informações sobre Governança Pública e das Aquisições nas Organizações Estaduais. Segundo ele, o objetivo é diagnosticar, através de um questionário, os principais problemas na governança e apontar artifícios para melhorar a gestão. Além disso, fala, ainda, sobre os fatores que levam à ineficiência da máquina e defende como positivas as discussões para eleições di-retas dos ministros do TCU.

Cláudio é auditor federal de Controle Externo do TCU, com foco em gover-nança corporativa no setor público. Graduado em Agronomia, é especia-lista em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação e mestre em Gestão do Conhecimento e da Tecnolo-gia da Informação.

[Direito & Justiça]: O Tribunal de Con-tas da União (TCU) está com uma ação junto aos estados brasileiros que visa à sistematização de informações sobre Governança Pública e das Aquisições nas Organizações Públicas Estaduais. Qual o objetivo dessa parceria?

[Cláudio Silva]: É uma parceria com quase todos os Tribunais de Contas do Brasil, onde no total são 34 e já temos 30 participando, mas ainda estamos dando um jeito de trazê--los pra dentro se for possível. O TCU já vem realizando isso desde 2007, e vimos um resul-tado tão promissor e interessante que agora percebemos a oportunidade de trazer para as esfera municipal e estadual. Sabemos que os principais Tribunais de Contas já vêm fazen-do algum tipo de trabalho nesse sentido, mas nunca nos coordenamos para fazer alguma coisa tão grande.

Estamos fazendo um mapeamento de mais de 10 mil entes públicos através de um questionário com mais de 230 ques-tões [para avaliar a gestão] e isso é um diferencial, pois estamos levando ao Brasil como um todo, que é a primeira grande vantagem. A segun-da, é que vamos de-volver para os gesto-res, um diagnóstico individualizado, sem divulgação das infor-mações dos demais, que vai permitir ao gestor público en-tender como está. É uma diagnose da situação dele para comparar com a mé-dia dos demais da administração , onde poderá compreen-der com que meca-nismos ou ações ele poderia tomar e cau-saria melhores resultados em curto prazo. Essa é a ideia, orientar o esforço de todo mundo.

[D&J]: A análise dos resultados irá melhorar a gestão?

[C.S.]: Isto. O que estamos trazendo de no-vidade não é gestão, e sim governança, que é a responsabilidade de vários atores, inclusive o dirigente máximo das organizações, mas não somente ele, no sentido de controlar como a máquina pública se comporta. A gente entende necessário trazer melhorias no comporta-mento dos conselhos municipais e estaduais, do papel do Legislativo, do controle interno e externo, das ONG´s, das organizações civis, porque todos esses atores são importantes e contribuem na gestão. O objetivo é analisar como podemos potencializar esses mecanis-mos e percebemos que quando melhoram há um progresso da gestão pública.

[D&J]: E como será essa análise dos questionários respondidos pelos TCE´s?

[C.S.]: A ideia é ir a campo, para verificar a realidade do que foi mostrado nos questioná-rios. Parece um pouco policialesco, mas não é. Queremos levar todos os gestores a olhar para a realidade de forma mais madura, e de

repente descobrir que colocou uma nota di-ferente do que a realidade manifesta. Depois que a auditoria federal começou a fazer esse

trabalho, a relação de conversas entre gestores e o TCU aumentou tremen-damente, e todos crescem. O TCU passou a enxergar de uma forma me-lhor. É um trabalho muito importante de ajudar o gestor a ver novas possibili-dades, pois quando conversamos ele diz: eu nunca tinha pensado assim an-tes, porque a gente não analisa somente um caso, mas todos.

[D&J]: Qual o pa-pel da auditoria na governança pública?

[C.S.]: A auditoria é como se fosse, fazendo comparação com a Medicina, um médico que existe para dizer aos dirigentes máximos onde estão as doenças mais importantes, o que deveria ser tratado primeiro. A auditoria identifica onde estão os riscos que aquela organiza-ção tem e verifica se os controles inter-nos, se os mecanis-mos que os gestores implementaram são suficientes pra dimi-nuir esse risco. Se o auditor descobre que o risco não está adequadamente tra-tado, é ele quem soa o alarme e avisa aos dirigentes máximos que existe uma prio-ridade de tratamento. Então o dirigente máxi-mo pode colocar forças, recursos e prioridade na resolução daquele problema.

É muito comum percebermos em auditorias

que os dirigentes máximos, muitas vezes, nave-gam às cegas sem estar cientes que há doenças na organização em que dirige, que ele mesmo não sabe, e quando explode uma bomba não tinha consci-ência de que aquilo estava se desenvol-vendo. Por isso, o papel da auditoria é fundamental, é o médico das organi-zações. É o auditor quem vai dizer onde deve ser investido mais e mais rápido, e até o caso de dizer que alguns contro-les implementados pelos próprios ges-tores podem ser excessivos, ou seja, cuidando de um pro-blema que talvez não existe, tornando o sistema mais burocrático desnecessariamente, e a própria lei diz que não pode haver controle em excesso.

[D&J]: A auditoria federal é indepen-dente ou também são recomenda-ções?

[C.S.]: A audito-ria chamada controle interno não é consi-derada tão indepen-dente assim, tanto que existe o controle externo. Mas toda au-ditoria tem o caráter de independência, mesmo que seja in-terna. Dentro da or-ganização, o dirigente máximo tem que ga-rantir que os audito-res tenham bastante independência. É cla-

ro que essa independência não será absoluta, e é por isso que, também, é necessário que exista a auditoria externa, totalmente independente, feita pelos Tribunais de Contas, tanto dos es-

tados como dos municípios e o TCU. Os Tribunais de Contas têm que devolver

as informações para todos da governança de forma a ajudar a redirecionar a direção de uma organização pública com um ponto doente. Por exemplo, aqui no Ceará, o TCM e o TCE podem devolver à Assembleia Legislativa e às Câmaras de Vereadores informações para que elas reali-zem de maneira mais adequada o processo de fiscalização e votem em leis direcionadas aos problemas que realmente acontecem.

[D&J]: Que tipo de serviços federais o senhor pode destacar como de maiores ir-regularidades e má aplicação de recursos?

[C.S.]: Neste assunto pode-se falar em frau-des ou ineficiências. As fraudes existem, não são incomuns, mas o que nos preocupa ainda mais é a ineficiência da máquina pública, que custa muito mais caro que a própria fraude. Imagina todo mundo sendo ineficiente, o quanto de dinheiro que se perde e vai para o ralo e ninguém deu alerta sobre isso? Nesse sentido, encontramos muitos problemas sis-têmicos e vou citar algumas das causas funda-mentais: a falta de planejamento estratégico institucional consistente em boa parte das organizações públicas ou de um planejamento maduro é um exemplo de má aplicação do dinheiro público – você coloca esse dinheiro em uma alternativa que não vai trazer tanto benefício quanto poderia se tivesse planejado melhor e isto é muito comum; outra situação é estabelecer uma boa meta, no entanto, a organização pública em questão não tem os recursos humanos ou financeiros necessários para tornar a meta uma realidade e isso fica nas costas de algum gestor intermediário que não vai dar conta de fazer aquilo acontecer. É muito comum, por exemplo, na esfera federal, que o dinheiro só seja liberado no final do ano por conta do contingenciamento orçamentá-rio. Assim, é impossível cumprir as metas, esse é um dos fatores que leva a ineficiência da máquina pública.

[D&J]: E como tem sido no combate à corrupção através dessa parceria de au-ditoria do TCU com os TCE´s?

[C.S.]: A gente precisa iluminar mais o ambiente da gestão pública, favorecer os bons gestores para recompensá-los e honrá-los por ter lutado em fazer uma boa gestão, tirando o espaço e conforto daqueles que não são com-prometidos. Existe um conjunto de processos estratégicos para lidar com ineficiência e outro

em tirar o espaço do administrador ruim. Mas, existe um con-junto de ferramentas para lidar com quem é efetivamente mal intencionado, de uma natureza mais policial.

[D&J]: Quanto ao cidadão, ele está mais fiscalizador no controle de ges-tão?

[C.S.]: Sim e não. Entendo que a popu-lação brasileira está começando a perce-ber que, se ela não participar, o País vai para o ralo. A gen-

te teve aquela mostra no ano passado, das manifestações nas ruas, e agora as pesquisas apontando que há um desejo muito grande de mudança. Mas, é fato que a maioria da pessoas, incluindo a mim mesmo, não sabe muito bem como fazer. Estamos estudando, tentando aprender como se faz esse tipo de contribuição.

[D&J]: Os auditores federais externos estão lutando por uma nova forma de eleição dos ministros do TCU, o senhor concorda com a indicação direta?

[C.S.]: Esse é claramente um mecanismo de governança. É muito importante lembrar que os mecanismos de governança -- as or-ganizações públicas ou outras organizações, não precisam adotar os mesmos, não há uma receita infalível que funcione pra todo mundo. Cada organização deve fazer as escolhas das maneiras mais adequadas para si mesmo. Diria que hoje há um movimento no sentido de haver maior participação de outros atores que possam ajudar a garantir que a direção de uma organização vai ao rumo certo, isso está acontecendo em conselhos, em votação de listas tríplices e assim por diante. Não diria que necessariamente a escolha direta vá ser melhor, posso dizer que a discussão desse mecanismo é que nos amadurece.

CLÁUDIO SILVA DA CRUZ

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“A auditoria identifica onde estão

os riscos que a organização

tem”

“Os brasileiros perceberam que se não

participarem o País vai

para o ralo”

“Não existe independência absoluta em

uma auditória de controle

interno”

DIREITO & JUSTIÇA

3FORTALEZA - CEARÁ - BRASILQuinta-feira, 25 de setembro de 2014

“Ineficiência da máquina pública custa muito mais caro que a própria fraude”

FOTO: NAYANA MELO

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Afonso Arinos de Melo Franco foi um jurista, político, histo-riador e professor. Nasceu em Belo Horizonte (MG) em 27 de novembro de 1905 e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 27 de agosto de 1990. Filho de Afrânio de Melo Franco e Sylvia Alvim de Melo Franco, era descendente de uma família ilustre.

O avô materno, Cesário Alvim, havia sido um importante políti-co no Império e na República. Já seu pai um grande representante na primeira e segunda República, e seu irmão contribuiu para vitória da Revolução de 1930. Atualmente, os filhos de Afonso destacam-se na vida pública também, Afonso Arinos (terceiro) e Francisco Manoel.

Ele formou-se em direito, em 1927, pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Sua carreira pública deu início como promo-tor de Justiça em Belo Horizonte, de 1927 a 1928. Passou um período estudando no exterior, em Genebra, e, ao retornar ao Brasil, ingressou no magistério superior onde lecionou História da Civilização Brasileira, em 1936 e 1937, na Universidade do Distrito Federal. No ano seguinte, ministrou História Econômica na Universidade da Constituição de 1988.

Em 23 de janeiro de 1958, foi eleito o quinto ocupante da Cadeira 25 da Academia Brasileira de Letras para suceder José Lins do Rego, onde recebeu título em 19 de julho do mesmo ano. Obteve o mais alto posto de hierarquia do ma-gistério de Direito Constitucional na Universidade do Estado do Rio de Janeiro e na Universidade do Brasil, atual UFRJ. Ocupou, também, cargos de deputado federal, senador, chanceler no governo de Jânio Quadros como ministro das Relações Exteriores. Afonso Arinos fora, ainda, o nomeado para presidir a Comissão Provisória de Estudos Constitucio-nais que preparou o anteprojeto de Constituição.

Em 1988, novamente como senador, preparou o projeto da Constituição Federal sendo presidente da Comissão de Siste-matização Constitucional. Também exerceu outras atividades como membro do Instituto dos Advogados Brasileiros, membro do Conselho Federal de Cultura, sócio do Instituto Histórico e Geógrafo Brasileiro e professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 7115/14, do deputado Arthur Oliveira Maia (SD-BA), que determina, com base no princípio da reciprocidade, a aplicação de medidas res-tritivas a empresas de países que adotarem postura discrimina-tória ou arbitrária contra companhias brasileiras que atuam no exterior. O objetivo da proposta é assegurar a proteção de em-presas nacionais e suas filiais, controladas ou subsidiárias con-tra atos, leis ou regulamentos praticados por outros países que, direta ou indiretamente, prejudiquem sua atuação no exterior. O autor afirma que o comércio e os investimentos internacionais são fundamentais para o desenvolvimento das empresas bra-sileiras. “Regras e medidas editadas por qualquer Estado que restrinjam a expansão e o desenvolvimento de empresas bra-sileiras devem ser desestimuladas e combatidas pelo Estado brasileiro”, defendeu Oliveira Maia. O projeto será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional; de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Agência Câmara

Erradicação da pobreza pode virar princípio constitucional

Projeto altera data para empregador depositar FGTS

O procurador-geral de Justiça e presidente do Colégio de Procuradores de Justiça, Ricardo Machado, realizou, na terça--feira (23), a sessão solene de posse aos 84 novos promoto-res de Justiça aprovados no concurso para ingresso à carreira do Ministério Público do Estado do Ceará, no Pavilhão A do Centro de Eventos do Ceará, na avenida Washington Soares, 999 - Edson Queiroz. Os novos membros do Ministério Público do Estado do Ceará finalizaram, no dia 22, o II Curso de Pre-paração para o Ingresso na Carreira do MPCE, promovido pela Escola Superior do MP (ESMP). Eles foram apresentados às mais diversas atividades desempenhadas pelo MPCE e já têm conhecimento de qual comarca deverão atuar inicialmente. Em sua saudação aos promotores de Justiça, Ricardo Macha-do afirmou não ter dúvidas de que, depois de passarem pelo concurso de tão alto nível, eles estavam intelectualmente pre-parados. Mas alertou que, talvez, ainda careçam de subjetivi-dade e de sensibilidade necessários para atenderem ao mais humilde cidadão. “Quem mora numa casa de taipa, no mais longínquo rincão do estado, também contribui para pagar o nosso salário. Somos fiscais da lei e defensores da sociedade em busca da paz social. Parabéns a todos”, declarou.

Fonte: Ascom MPCE

A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 7582/14, da deputada Maria do Rosário (PT-RS), que define crimes de ódio e intolerância. O objetivo é punir a discriminação basea-da em classe e origem social, orientação sexual, identidade de gênero, idade, religião, situação de rua, deficiência, condição de migrante, refugiado ou pessoas deslocadas de sua região por catástrofes e conflitos. Quem agredir, matar ou violar a in-tegridade de uma pessoa baseado nesses tipos de preconceito será condenado por crime de ódio e terá a pena do crime princi-pal aumentada em no mínimo 1/6 e no máximo 1/2.

Fonte: Agência Câmara

Está pronta para ser votada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) a PEC 94/2011, do ex-senador Sérgio Souza (PMDB-PR), que inclui entre os princípios da ordem eco-nômica listados pela Constituição a erradicação da pobreza. O objetivo da proposta é promover a mobilização social para a exigência de políticas públicas eficientes por parte dos órgãos governamentais. Sergio Souza acredita que, embora a atual Constituição já represente avanço na edição de princípios para garantir a todos uma existência digna, é preciso tornar o esfor-ço para pôr fim à pobreza norma constitucional. “A importân-cia desse objetivo precisa saltar dos simples discursos para o real combate às iniquidades sociais que marcam a realidade brasileira”, afirma. O senador elogia o Plano de Erradicação da Pobreza, que possibilitou implantar uma política de distribuição de renda mais eficaz, posteriormente aprimorada com o lança-mento do Plano Brasil sem Miséria, do governo federal.

Fonte: Agência Senado

A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 7324/14, do deputado Toninho Pinheiro (PP-MG), que altera a data para o empregador fazer o depósito no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) do trabalhador. De acordo com a proposta, os empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 15 de cada mês, na conta bancária vinculada do trabalhador no FGTS, o valor correspondente a 8% da remuneração do mês anterior. Hoje, a data prevista para o depósito é dia 7. “Esse prazo é muito exíguo para os empregadores, que, nessa época do mês, são obrigados também a efetuar o pagamento de salários, o qual deve ser feito, o mais tardar, até o 5º dia útil do mês sub-sequente ao vencido”, diz Pinheiro. “Trata-se de um acúmulo de pagamentos que acaba por sobrecarregar o empregador.”

Fonte: Agência Câmara

MPCE empossa 84 novos promotores de justiça

Preconceito poderá render pena de até seis anos de prisão

Projeto defende empresas com restrições no exterior

Afonso Arinos de Melo - 1905 | 1990+GRANDES NOMES DO DIREITO

JURISTA, PROFESSOR E POLÍTICO

4 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILQuinta-feira, 25 de setembro de 2014

DIREITO & JUSTIÇA

Escolas brasileiras, de ensino fundamental e médio, poderão ter,

obrigatoriamente, em seus currículos, a inclusão da disciplina de Direito Cons-titucional. Essa é a proposta de um projeto de lei do depu-tado Romário (PSB/RJ) que ainda aguarda apreciação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, da Câmara dos Deputados.

Além da disciplina deno-minada Constitucional, as aulas de Sociologia e Filosofia também passariam a ser obri-gatórias. A proposta, apresen-tada em 2013, altera o texto dos artigos 32 e 36 da Lei de Diretrizes e Bases da Edu-cação Nacional (LDB) para inserir as novas doutrinas.

As aulas, no entanto, devem ser de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e com materiais didá-ticos adequados.

Conforme o autor do pro-jeto, o principal objetivo é ensinar sobre os direitos e os deveres constitucionais, as-sim como expandir noções cí-vicas e morais aos estudantes, tendo como finalidade formar cidadãos e futuros eleitores mais conscientes. “O objetivo desse projeto é expandir a noção cívica aos nossos estu-dantes, ensinando-lhes sobre seus direitos constitucionais, como cidadão consciente e as consequências geradas à gestão pública ao escolher um candidato despreparado ou ficha suja”, afirma.

Para Romário, as manifes-tações levantadas em todo o Brasil, em junho de 2014, foi ponto decisivo para criação de um projeto como este. Segundo ele, percebe-se uma necessidade maior de atenção aos jovens.

SISTEMA EDUCACIONALBRASILEIRO

Atualmente o sistema edu-cacional brasileiro é regula-mentado pelo Ministério da Educação (MEC), órgão do governo federal, o qual orga-niza e orienta os programas educacionais em níveis esta-dual e municipal. A LDB é a Lei que disciplina a educação sobre o calendário escolar, recursos, e, sobretudo, as aulas obrigatórias.

MINISTRO PROPÕE MUDANÇAS

De acordo com informações de matéria publicada pela Agência Brasil, o ministro da Educação, Henrique Paim, anunciou, no início deste mês, que, ainda esse ano, será reali-zada a primeira audiência pú-blica com o objetivo de discutir mudanças na grade curricular do ensino médio. A proposta deverá ser analisada junto às redes de ensino de todo o País. O ministro defende que alterar a grade torna-se importante para resolver a questão da eva-são escolar. ”É preciso que haja mais flexibilidade do currículo, de modo que o estudante não precise repetir o ano toda a vez que é reprovado em uma ou duas disciplinas”, disse Paim.

Escolas poderão ter aulade Direito Constitucional

MUDANÇA CURRICULAR

ireito em Ação

Romário defende que objetivo é formar os estudantes como cidadão e futuro eleitor

Fora, ainda, eleito o intelectual do ano, em 1973, recebendo o prêmio Juca Pato, da Sociedade Paulista de Escritores.

FONTE: Academia Brasileira de Letras

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Page 5: Direito e Justiça - Edição 22350 - 25 de setembro de 2014

“Devo e não nego” ou “pago como posso” são máxi-

mas bem comuns na vida de milhares de brasileiros que en-frentam uma crise financeira. Porém, pensar assim pode, na verdade, aumentar ainda mais o endividamento. Estender a dívida implica em novos e mais altos juros e multas, o melhor é educar-se financeira-mente e renegociar as dívidas o quanto antes, conforme al-gumas das dicas do presidente da Associação Brasileira de Educação Financeira (Abef), Reinaldo Domingos.

A oferta de crédito fácil, um feirão de imóveis, a realiza-ção da compra de automóvel facilitada, cheque especial e pequenas taxas para emprés-timos são alguns dos casos que levam o consumidor ao endivi-damento, se não estiver dentro do orçamento planejado.

De acordo com Reinaldo Domingos, o País passa por um momento de uma recessão técnica – repetição de resul-tados negativos do Produto Interno Bruto (PIB) que gera retração na atividade econô-mica e implica aumento de desemprego, queda da renda familiar e de produção – por-tanto, o brasileiro precisa aliar a educação financeira ao seu estilo de vida para garantir um futuro com mais qualidade sem tornar-se inadimplente.

Para a crise no mercado não comprometer o orçamento e planos familiares, o presiden-te da Abef dá cinco dicas de orientação, tendo como base a educação financeira:

1) Criar uma reserva finan-ceira – estabelecer priorida-des e não gastar mais do que ganha para sobrar dinheiro em casos de eventualidades.

2) Organizar a vida finan-ceira – fazer um levanta-mento de todos os gastos durante o mês, eliminar os excessos e definir estratégias para atingir sonhos pessoais e familiares.

3) Fugir do ciclo de dívidas – evitar a compra parcelada em cartão, cheque ou crediá-rio, pois não planejar a dívida pode levar a não condição de arcar com o pagamento e a tendência é recorrer a cheque especial ou parcela mínima, gerando uma dívida maior e a contração de uma nova caso precise de um empréstimo.

4) Alfabetizar-se financei-ramente – mudar hábitos na administração do dinheiro, priorizando os sonhos e não consumo, tornando-se pessoas equilibradas financeiramente.

5) Estabelecer sonhos e objetivos – entrar em pânico no momento da crise piora a situação e muitos deixam os sonhos de lado. Deve-se, po-rém, estabelecer objetivos de curto, médio e longo prazos.

Segundo Reinaldo Domin-gos, a partir dessas orienta-ções é possível sobreviver a períodos de recessão e ga-rantir a realização de sonhos. “Em momentos de crise, é imprescindível mostrar à po-pulação os caminhos para não cair nas armadilhas do crédito fácil e o elevado estímulo ao consumo. É preciso imple-mentar ações consistentes para conscientizar as pessoas de diferentes faixas etárias e todos os níveis econômicos a lidar corretamente com dinheiro”, ressaltou.

NEGOCIANDO DÍVIDAS Quem já saiu do controle e

não consegue quitar a dívida atual, também há orientações. O advogado Otávio Farias cita três maneiras diferentes para liquidar débitos com bancos, cartões, financeiras, entre

outros: diretamente com o credor, através dos órgãos de proteção do consumidor ou com medida judicial.

• Diretamente com o credor (banco ou gerência)Após analisar a situação

financeira, deve determinar o quanto pode ser destinado ao pagamento da dívida e en-trar em contato com o credor com a intenção de negociar o débito conforme o que poderá pagar. Em uma nova propos-ta, deve-se analisar cautelosa-mente se é possível cumprir, evitando futura inadimplên-cia. No entanto, conforme Otávio Farias, essa margem de negociação é considerada baixa. “A taxa de sucesso é bem relativa e depende muito do histórico com o cliente -- a relação entre eles, o valor da dívida, se é interesse da ge-rência fidelizar esse cliente. Neste caso, é uma negociação limitada porque o gerente só pode ir até certo ponto”.

• Nos órgãos de proteção ao consumidorAs dívidas podem ser re-

negociadas nos Procon´s ou Decon. Conforme o advoga-do, esse tipo de negociação é considerado margem média. “A margem é média. Não tão fraca como a gerência, mas nem tão ideal quanto a medida judicial seria. Nor-

malmente, eles [mediadores] propõem a compensação de fato – vai renegociar o contrato de uma forma que o consumidor acredite que ele não está tendo prejuízos com essa negociação, porém compensação financeira é bem raro nesse tipo de caso”, explica. No entanto, Otávio adverte que situações mais graves, onde posteriormente poderão ser renegociadas na Justiça, os consumidores de-vem procurar solução junto ao Decon por se tratar de um órgão ligado ao Ministério Público, cuja decisão terá mais respaldo por ser de um promotor de Justiça.

• Medida judicialOutra alternativa é recorrer

aos tribunais para diminuir os valores dos juros. Neste caso, o advogado informa que, antes de optar pela ação revisional na Justiça, deve analisar se realmente existem valores exorbitantes sendo cobrados. É uma negociação considerada de margem alta. O devedor tem uma liberdade maior em negociar na presen-ça do juiz. “Alguns escritórios vêm divulgando de forma ostensiva a renegociação de dívida, mas hoje em dia o que acontece é que essas negociações são limitadas à taxa média de mercado do juros, não existe essa revisão

mágica de que a pessoa vai ficar totalmente livre de juros pactuados”, esclarece.

Segundo ele, o Judiciário vem entendendo que não tem como livrar os juros, mas reduzir ao patamar em que considera justo tanto para a instituição financeira quanto ao consumidor. Ele também salienta que, para quem está com ação revisional, é impor-tante realizar o depósito em juízo das parcelas para evitar a cobrança de juros e multa sobre o valor total. “A consig-nação é rápida, o juiz autoriza e o depósito fica sendo em uma conta da justiça”, destaca.

PORTABILIDADE DE CRÉDITO

A portabilidade de crédito também é outra forma de renegociar dívidas. Conven-cionada pelo Banco Central, segue o modelo de portabili-dade de planos de telefonia e objetiva que o livre mercado financeiro leve ao consumidor opções de juros e condições de pagamento mais facilita-das. Contudo, é uma alterna-tiva que merece um estudo aprofundado para verificar se é vantagem ou não. Conforme Otávio Farias, o melhor seria renegociar com o próprio banco, pois ao optar pela por-tabilidade estará estendendo a dívida por mais tempo e arcando com alguns impostos momentaneamente, como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Nesse tipo de operação, o advogado destaca que o banco tem a obrigação de aceitar a portabilidade, não podendo negar; e toda negociação é realizada somente entre as instituições, o cliente só tem como obrigação ficar atento em analisar o novo contrato. “As diferenças de juros tem que ser muito significativas porque quando pede a renegociação vai estar estendendo a dívida. A melhor opção em problema financeiro é renegociar com o próprio banco e não decidir por uma portabilidade”, ressalta.

PRESCRIÇÃO DE DÍVIDASDever não é crime, portanto

o devedor não pode ser preso. O prazo para prescrição de dívidas líquidas, constantes de instrumento público ou particular – cobrada por protesto ou ação judicial, é de cinco anos, assim como é o prazo máximo de cadastros em órgãos como SPC e Serasa.

DIREITO & JUSTIÇA

5FORTALEZA - CEARÁ - BRASILQuinta-feira, 25 de setembro de 2014

CAACE - Rua D. Sebastião Leme, 1033 - Bairro de Fátima- (85) 3272.3412 – www.caace.org.br. Notícias paracoluna - [email protected]

CAACE estende Campanha de Vacinação aos escritórios

de advocacia

Na sexta-feira (19), com o apoio da Qualicorp, foi realizado na cidade de Aracati o VIII Colégio de Delegados da CAACE, com o intuito de debater propostas de relevância para a ad-vocacia e novos projetos para o ano de 2015.

O presidente da CAACE, Júlio Ponte, deu início ao evento parabenizando a participação dos delegados frente à CAA-CE. “Com o apoio de vocês estamos a cada dia oferecendo melhorias para a realidade do advogado em todo o estado.

Além disso, a CAACE promoveu na quinta-feira (18) o curso de Processo Judicial Eletrônico (PJe), com o professor Luiz Gui-lherme Eliano Pinto, na sede da subseccional da OAB na região.

Campanha de Vacinação imuniza 316 advogados

e servidores

Delegados da CAACE debatem propostas e novos

projetos para 2015

A CAACE está promovendo a Campanha de Vacinação, com o intuito de cuidar da saúde dos advogados e servidores da OAB-CE, Fesac, CAACE, Fóruns Clóvis Beviláqua e Autran Nunes. Somente em quatro dias de Campanha, foi obtido o total de 482 advogados e servidores vacinados contra a Influenza Trivalente.

Os advogados imunizados aprovaram mais esta grande iniciativa da CAACE. “Quero ressaltar a importância da Cam-panha no que diz respeito a manter o sistema imunológico dos advogados sempre forte e combativo. Tendo em vista que advogado saudável é justiça saudável.”, disse o advo-gado, Dr. Julielson Furtado.

Para imunizar o maior número de advogados e servidores com a vacina da Influenza Trivalente, a CAACE está estenden-do a Campanha de Vacinação aos escritórios de advocacia.

O presidente da CAACE, Júlio Ponte, destaca que o intuito é ir sempre ao encontro do advogado, oferecendo serviços de qualidade e que valorizam a saúde. “Porque servir é realmente a nossa palavra de ordem”.

A ação já esteve presente nos escritórios Andrade e Goiana; Cleto Gomes; Siqueira e Castro; e Paulo Quezado. Além disso, será realizada a Campanha de Vacinação nas Subseções da OAB-CE até o final do presente ano.

Veja a melhor forma de negociar suas dívidas

ENDIVIDAMENTO

CALCULADORA DO CIDADÃO

Disponível, também, em smartphones e tablets, a Calcu-ladora do Cidadão é um aplicativo desenvolvido pelo Banco Central do Brasil, cuja finalidade é possibilitar simulação de cálculos para cartão de créditos, financiamentos com presta-ções fixas, valor futuro de um capital, aplicação de depósitos e correção de valores. No entanto, os resultados devem au-xiliar o cidadão apenas como referência e não valores reais.

Otávio Farias informa que o depósito em juízo na ação revisional evita de pagar juros e multa sobre o valor total

BETH DREHER

Page 6: Direito e Justiça - Edição 22350 - 25 de setembro de 2014

INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

FOTOS: IRATUÃ FREITAS

Novo Código Florestal Comentado

O presidente do Tribunal de Justiça do Ceará, desembargador Luís Gerardo de Pontes Brígido (governador em exercício no dia do evento) ao lado do general Marco Antônio Freire, comandou o tradicional desfile de 7 de Setembro, esse ano comemorando os 192 anos da independência do Brasil, que aconteceu na Avenida Beira Mar.

6 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILQuinta-feira, 25 de setembro de 2014

DIREITO & JUSTIÇA

Raquel Chaves e Nestor Chaves com Sofia e Isabel

Graziela Almendra, Margarida Borges de Carvalho e Adélia Almendra

Eveline e Pedro Jorge Medeiros

Rharyma Melo e Pérpetua Pinto Comandante Mario Luis Machado Brandão e Capitão dos Portos Marcelo Campbell

Águeda Muniz e Ana Juaçaba

Ronald Bezerra Aguiar e Comandante João Carlos Araujo Gurgel

Raimundo Gomes de Matos e Cel. AustregésiloCel. Viana e General Julio Lima VerdeCapitão dos Portos Marcelo Campbell, Cel. Aviador Fco. Cláudio Gomes, Margarida Borges de Carvalho, Gen. Marco Antonio Freire e Des. Luís Gerardo de Pontes Brigido, Águeda Muniz

Prof. Ednilo Soarez conduz alunos

Gen Manoel Theophilo, Belarmino Maia e Cel Adyr Sampaio Cel. Aviador Francisco Cláudio Gomes Sampaio e Capitão dos Portos Marcelo Campbell

Fogo Simbólico

Esta obra expõe de modo detalhado e or-ganizado o atual Código Florestal - Lei 12.651/12. Diversas foram as alterações

introduzidas no ordenamento jurídico com o adven-to desta lei, criando-se novos institutos e alterando alguns já existentes. Cada artigo foi analisado de modo individual, porém, integrado à sistemática do Código e do ordenamento constitucional e legal vigente. Sempre que possível e necessário, estabe-leceu-se a integração da disposição trazida pela norma com os demais artigos do Código, buscando também destacar como o assunto foi tratado pelo ordenamento anterior. Também foram indicados aspectos práticos relevantes à compreensão de institutos previstos no diploma normativo.

Autor: Thiago Lacerda Nobre Editora: JuruáPáginas: 338Preço: R$ 89,90

Eleições Não São Para Principiantes - Interpretando Eventos Eleitorais no Brasil

A interpretação dos eventos eleitorais re-quer empiria e teoria. Eleitores estão a percorrer uma trajetória. Na trajetória,

os sufragistas podem fazer diversas escolhas em vários instantes. Eleitores sentem emoções e têm sentimentos por competidores. É possível prever resultados eleitorais quando a análise de conjuntura ocorre. A interpretação do com-portamento do eleitor não requer determinismo. Tais premissas são apresentadas nesta obra que reúne artigos construídos por diversos au-tores das áreas de Ciência Política, Economia e Estatística. Através do diálogo entre teoria e empiria, eventos recentes ocorridos no contexto eleitoral brasileiro são interpretados.

Autor: Adriano Oliveira Editora: JuruáPáginas: 286Preço: R$ 69.90

Page 7: Direito e Justiça - Edição 22350 - 25 de setembro de 2014

Fumar em ambientes fe-chados, de uso coletivo, em transporte público

ou aeronave é proibido, por Lei, no Brasil. Agora, o uso de produtos fumígenos, de-rivados ou não do tabaco, poderá ser restrito, também, em parques infantis e áreas de práticas esportivas. Essa é a determinação do Projeto de Lei do Senado (344/2013) que se encontra na pauta de vota-ção da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado.

A proposta altera a atual Lei Antifumo destinada a proteger a saúde de não fumantes que acabam tornando-se fuman-tes passivos, que segundo a pneumologista Penha Uchoa, do Hospital de Messejana, o tabagismo passivo é a inalação involuntária da fumaça por pessoas que não fumam. No entanto, lugares propensos à presença de crianças ou desti-nados a atividades físicas não são contemplados e a medida tem a finalidade de proteger a saúde das crianças contra a fumaça, assim como evitar que, futuramente, elas possam adquirir o hábito dos adultos.

Conforme o senador Paulo Davim, as pessoas que fre-quentam estádios ou ginásios esportivos também merecem atenção. “Crianças, gestan-tes, idosos e pessoas porta-doras de doenças causadas ou agravadas por poluentes do ar, também merecem proteção contra as várias substâncias que formam a fumaça oriunda da queima de produtos derivados do tabaco”, afirmou.

COMPROMISSO NO CONTROLE DO TABACO

Davim defende que seu proje-to, além de caráter preventivo à saúde dos não fumantes, é ainda uma medida para

efetivar compromisso do País acordado com a Organização Mundial de Saúde (OMS), atra-vés da Comissão-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), reconhecendo que a exposição

ao fumo causa morte, incapa-cidade e doenças. De acordo com ele, “impor dificuldades à assimilação do hábito de fumar e, em consequência, reduzir a possibilidade de desenvolvi-

mento de dependência das subs-tâncias psicoativas presentes na fumaça dos produtos fumígenos significa melhorar a saúde da população. Significa, também, reduzir, em longo prazo, os gas-tos públicos e privados com o tratamento das várias doenças tabaco-relacionadas”.

Para o parlamentar, é fa-lacioso argumentar que a indústria fumageira é um im-portante meio de arrecada-ção de impostos. E alega que empregos e impostos gerados pela produção dos cigarros, cigarrilhas, charutos, ca-chimbos e outros derivados do fumo não compensam os malefícios provocados.

“A prevenção de doenças ta-baco-relacionadas é benéfica para a população em geral e para vários setores da econo-mia, entre eles o erário, a saúde pública, a saúde suplementar e os sistemas previdenciários. Até mesmo as empresas não fuma-geiras serão beneficiadas com a redução do absenteísmo ao trabalho provocado por doenças tabaco-relacionadas”, defende.

MALEFÍCIOS DO FUMOA pneumologista Penha

Uchoa também concorda que fumar em áreas esportivas e em parques infantis deve ser proibido. De acordo com ela, a criança tem grande tendência a imitar os com-portamentos dos adultos, principalmente dos pais; “este fato pode estimular a criança à experimentação e uso contí-nuo do cigarro, fato que pode-rá estar associado a enorme variedade de doenças”.

Segundo Penha, as doenças associadas ao tabagismo passivo podem se instalar de forma crônica ou aguda durante a infância. “O pior exemplo de tabagismo passi-vo é o da gestante, que acar-reta consigo malefícios para alguém que, definitivamente, não possui o direito de escolha e sequer nasceu. Pode elevar o risco de aborto espontâneo, provocar partos prematuros, baixo peso ao nascimento e a morte súbita do bebê”.

RISCOSA inalação involuntária da

fumaça de tabaco em crian-ças pode provocar: irritação ocular, dor na garganta, tosse, incidência de asma, infecções respiratórias de repetição e morte súbita. “Quanto ao tabagismo ativo na infância, sabe-se que o tabaco é a segunda droga mais consumida entre os jo-vens. Importante salientar, também, que o tabagismo como dependência represen-ta uma ponte para o uso de drogas mais pesadas, além de produzir uma gama de malefícios para o organismo. Quanto mais jovem o indiví-duo começa a fumar, maiores são os riscos de desenvolver doenças, inclusive com maior gravidade”, afirma Penha.

A pneumologista ressalta ainda que os jovens são presas fáceis da indústria tabaquei-ra, e alerta sobre a escolha inteligente em optar por uma vida saudável, protegendo a si mesmo e as próximas gerações de morte precoce.

DIREITO & JUSTIÇA

7FORTALEZA - CEARÁ - BRASILQuinta-feira, 25 de setembro de 2014

Mudança de coleção e pou-cas vendas impulsionam os lojistas a realizarem pro-moções ou descontos como incentivo às compras. São óti-mas oportunidades para obter algo que tanto-se desejava, mas não cabia no orçamento. Porém, temporada de liqui-dações e queima de estoques podem apresentar suas arma-dilhas, e o consumidor deve estar atento, principalmente, em caso de trocas.

Além de analisar a real necessidade em adquirir os produtos para não agir por impulso e comprometer as finanças, também é impor-tante saber de seus direitos e evitar ser ludibriado pe-las ofertas do mercado. Em período de liquidações, os estabelecimentos comerciais informam a seus clientes que peças em promoções não podem ser trocadas. No entanto, a troca é um direito do consumidor independen-temente da pechincha.

Segundo o advogado es-pecialista em direito do con-sumidor, Eduardo Cazari, quando o produto apresenta defeito e não houve infor-mação, “qualquer promoção, saldão ou liquidação entra nas mesmas regras do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Para produtos não duráveis, o prazo de trocas é de 30 dias, e duráveis – roupas, eletro-domésticos – até 90 dias. Independentemente de ser liquidação ou saldão, a regra de troca é a mesma”, afirma.

Conforme Cazari, é dever

do estabelecimento comercial informar de qualquer forma sobre produtos com defeitos e especificá-los. O ideal seria, ainda, constar a observação na nota fiscal, assim o consu-midor estaria devidamente ciente do não direito à troca. Contudo, não sendo avisado, a loja deve trocar a mercado-ria em questão, como também caso o produto apresente algum tipo de vício.

Outro destaque é sobre infor-mações do estoque. Segundo o advogado, o estabelecimento tem que informar tanto o perí-odo em que irá durar as ofertas como o número de produtos em estoque. “Pode ocorrer de o cliente fazer uma compra de quantidade “x” e a loja não pos-suir tudo em estoque. De acor-do com o CDC, o consumidor tem direito ao ressarcimento dos valores pagos ou a troca da mercadoria por uma similar ou de melhor qualidade. Tanto em estabelecimento presencial ou na internet, se fez a compra e não recebeu a quantidade, tem direito de receber os valores da compra”, explica.

HÁ DIFERENÇASEm promoção, liquidação

e saldão, há diferenças. A promoção é quando o esta-belecimento quer promover algo, podendo ser um novo produto ou departamento, ou até lançar algum tipo de sorteio para determinado valor de compra. Na liquida-ção, a finalidade é reduzir o estoque. “Quando sobra uma certa quantidade de itens, os lojistas usam a liquidação para reduzir o estoque e até mesmo renovar a coleção”, salientou Cazari. Já o saldão, também chamado de pon-ta de estoque ou queima, o objetivo é vender produtos que sobraram em pequenas quantidades, e, normalmente, é onde há mercadorias com vícios ou defeitos.

DESCONTO FALSOMuito corriqueiro em tempo-

rada de liquidações é o desconto falso. O advogado lembra que essa prática é bem comum quando ocorre a Black Friday, em novembro. Lojas de vá-rios departamentos em todo o Brasil garantem grandes descontos, podendo chegar a até 80%, porém os preços, geralmente, apresentam pega-dinhas e aparecem disfarçados. A orientação do especialista é a de o consumidor realizar, com antecedência, uma pesquisa do produto que pretende adquirir para saber se no dia, realmente, estará ou não com superdescon-to. Ele aconselha ainda, fazer buscas em sites que denunciam esse tipo de maquiagem.

Lei pode proibir fumo em áreas de lazer e esporte para proteger crianças e não fumantes

SAÚDE DA CRIANÇA

Paulo Davim defende que a medida protege a saude das crianças e evita que futuramente possam adquirir o hábito dos adultos

LIQUIDAÇÃOTrocar produto em promoção com defeito é direito do consumidor

BETH DREHER

Eduardo Cazari alerta que o estabelecimento é obrigado a informar o defeito do produto vendido em liquidação

DIVULGAÇÃO

“Qualquer promoção, saldão

ou liquidação entra nas mesmas regras do Código

de Defesa do Consumidor”

Page 8: Direito e Justiça - Edição 22350 - 25 de setembro de 2014

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL – SEÇÃO DO CEARÁ

Rua Lívio Barreto, 668 - Joaquim Távora - (85) 3216.1624Coordenadoria de Comunicação - Maurício Vieira

Assessoria de Imprensa - Estagiária - Fernanda Cavalli

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Atualização Cadastral

OAB-CE aprova Plano de Cargos, Carreiras e Salários

Clube de Iguatu

Todos os(as) advogado(as) e estagiário(as), regularmen-te inscritos na Ordem, conforme os termos da Resolução 02/2014, deverão atualizar o seus dados cadastrais até 30 de setembro. O cadastro poderá ser realizado no site pessoalmente no Setor de Protocolo da OAB-CE, nas Salas do Advogado localizadas no Fórum Clóvis Beviláqua, Justiça Fe-deral, Justiça do Trabalho, Juizado Especial Federal, Tribunal Regional Eleitoral, Tribunal Regional do Fórum das Turmas Recursais, nas sedes das Subseções ou pelo site (dataged.oabce.org.br). Caso o(a) advogado(a) ou estagiário(a) não possua senha de acesso, deverá solicitar no Dataged no momento da atualização cadastral.

A Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Ceará (OAB-CE) aprovou, por unanimidade, o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS). Este é o primeiro plano, em 81 anos desde a fundação da instituição, com o objetivo de estabelecer uma correção e progressão salarial aliados às competências e res-ponsabilidades dos funcionários. O PCCS foi aprovado durante Sessão Extraordinária do Conselho Seccional na noite desta quinta-feira (11). De acordo com o presidente Valdetário An-drade Monteiro, esta é uma vitória histórica para a instituição. Em duas semanas de trabalho, foram aprovados o Regimento Interno do Tribunal de Ética e Disciplina (TED) e, agora, o Plano de Cargos, Carreiras e Salários. “São poucas OAB’s no Brasil que possuem um plano como este e, mais uma vez, saímos na frente. Além de conseguirmos a informatização da instituição, passamos agora a oferecer também mais qualidade de vida aos servidores da casa”, disse.

A Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Ceará (OAB-CE) iniciou a construção do Clube da OAB de Iguatu. A obra será concluída em 75 dias e será o local de lazer para advogados que atuam nas 16 cidades da Região Centro Sul do Ceará. O projeto da obra, apresentada pelo presidente da OAB-CE, Valdetário Andrade Monteiro, e o secretário geral Jardson Cruz. O Clube da OAB de Iguatu terá uma área total construída de 345 metros quadrados e terá campo de futebol, área verde para eventos e estrutura coberta para festas. De acordo com o presidente da OAB-CE, Valdetário Andrade Monteiro, a obra será mais uma conquista da gestão que tem priorizado a interiorização das ações institucionais. “No mesmo sentido em que inauguramos novos prédios de subseções, o clube para o advogado é o ponto de encontro para o lazer dos advogados e suas famílias”, disse.

Protocolo postal possibilitará celeridade processual

O Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) instituiu o Serviço de Protocolo Postal que permite o envio de petições, recursos e documentos para as unidades judiciá-rias de 1o e 2o Graus. A medida é resultado de uma proposta idealizada pela OAB-CE durante as reuniões do Grupo de Interlocução entre o TJ e a OAB Ceará. O serviço está sendo disponibilizado por meio de convênio firmado entre o TJCE e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. A iniciativa tem como objetivo facilitar o acesso à Justiça e oferecer meios que possibilitem maior celeridade e eficiência à prestação jurisdicional. A utilização do serviço, no entanto, é facultati-vo, podendo o usuário encaminhar diretamente as petições, recursos e documentos às comarcas em que tramitam os respectivos processos e, em caso de recurso ou processo de competência originária, ao Tribunal de Justiça.

8 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILQuinta-feira, 25 de setembro de 2014

DIREITO & JUSTIÇA

Construtoras não podem cobrar por taxa de cor-retagem em imóveis

na planta quando o compra-dor vai sozinho ao stand de vendas, sem intermédio do corretor. Segundo ele, a taxa aplicada é de 6% sobre o valor total do bem, e apesar da ile-galidade, muitos comprado-res ainda não sabem e pagam pelo serviço que não teve.

A compra de um imóvel nor-malmente exige bastante cau-tela. Durante a transação mui-tos problemas podem surgir e há situações desconhecidas ao futuro proprietário. Por isso, o auxílio de um corretor de imó-veis acaba sendo fundamental, que além de orientações nas burocracias, é quem busca o produto dentro do que o cliente almeja. Por lei, o corretor é um profissional habilitado a resolver as dificuldades para ambas as partes interessadas e tem direito a sua comissão.

No entanto, mais um cuida-do que os compradores devem ter é o de analisar se a taxa de comissão está sendo cobrada indevidamente. O advogado explica que, em stands de vendas de imóveis na planta, é comum o cliente ir sozinho fechar negócio. Neste caso é proibido a construtora cobrar comissão. “Ela [taxa] é indevi-da porque, na maioria dos ca-sos, o pagamento está dentro de um contrato de adesão sem possibilidade de o consumidor debater essas cláusulas. A par-tir do momento em que você compra um imóvel e dentro disso tem que pagar por outro serviço, na verdade, chama-se venda casada, proibida por lei”, ressaltou Luiz Guilherme.

A cobrança só não é ilegal se o proprietário tiver ido ao ponto de vendas acom-panhado do corretor. “Mas muitas pessoas ainda não sa-bem que essa prática é ilegal, acham que estão comprando e precisam pagar. Quem deve essa comissão é quem contrata o serviço de corre-tor. As construtoras embu-tem essa comissão dentro dos contratos para aumentar seus lucros”, afirma.

COMO AGIRDe acordo com o advoga-

do, a orientação é a de que o cliente que pagou a taxa

entre com ação judicial. Na Justiça, ele terá os valores ressarcidos em dobro. Se-gundo Luiz Guilherme, “se, no stand, o comprador disser logo que não vai pagar, talvez o negócio nem se concretize”.

ABUSIVIDADE JÁ É RECONHECIDA PELO STJ

Em jurisprudência publi-cada ano passado, o ministro Sidnei Beneti, relator do Superior Tribunal de Justiça (STJ), entendeu ser de má-fé, as tentativas de as construto-ras impor aos consumidores um pagamento indevido,

caracterizando venda casada, com o objetivo de obter van-tagem. Conforme ele, per-cebida a boa-fé contratual, é possível a repetição do in-débito em dobro. E afirmou: “O pagamento de comis-são de corretagem imposto ao consumidor, quando da aquisição de imóvel direta-mente com incorporadoras imobiliárias, sem a prévia negociação entre as partes, configura cláusula abusiva, não podendo ser de respon-sabilidade daquele” - (AResp 350052, Relator: Ministro SIDNEI BENETI; Data da Publicação: 08/08/2013).

Taxa de corretagem não podeser cobrada em stand de vendas

ILEGAL

A promulgação da Propos-ta de Emenda à Constituição (66/2012), ou PEC das Do-mésticas, em abril de 2013, foi comemorada pela classe trabalhista que, enfim, te-riam seus direitos protegidos por lei. Entretanto, passado mais de um ano, algumas ga-rantias ainda não foram re-gulamentadas, entre elas, a obrigação ou não do recolhi-mento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) que ainda gera dúvidas.

C o m a a p r o v a ç ã o d a Emenda, o recolhimento do FGTS passou a ser um di-reito às empregadas domés-ticas. Porém, ainda sem a regulamentação, fica sendo facultativo ao empregador. É o que afirma Richard Domingos, diretor executi-vo da Confirp Consultoria Contábil. Ele lembra que, “ao se iniciar o recolhimen-to facultativo, se tornará obrigatório em relação aos pagamentos dos meses se-guintes. O FGTS tem por objetivo proteger a empre-gada doméstica, sendo uma reserva financeira que pode ser utilizada em momentos importantes da sua vida, como nos casos de despedi-das sem justa causa, aquisi-ção ou construção da casa própria, e outras situações previstas por lei”.

De acordo com Domingos, o recolhimento do FGTS não é retroativo à data de contra-tação do empregado domés-tico, “passa a ser necessário depositar esses recursos na conta vinculada da sua em-

pregada após a regulamen-tação da Emenda”.

RECOLHIMENTO Segundo o que ficou esta-

belecido em lei, o percentual do FGTS é de 8% sobre a remuneração, que além do salário, inclui férias, 13o sa-lário, aviso-prévio, trabalho noturno e horas extras. Para o recolhimento do benefício, faz-se necessário o patrão preencher e assinar a Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social GFIP, e posterior-mente encaminhar até uma agência bancária ou à Cai-

xa Federal. “A empregada doméstica é identificada no sistema do FGTS pelo núme-ro de inscrição no PIS-PASEP ou pelo Número de Inscrição do Trabalhador no INSS (NIT). Já do empregador são necessários os seguintes dados: Número da Matrícula CEI, Nome, Endereço e dados referentes à remuneração do empregado, bem como infor-mação do número de inscri-ção PIS/NIS/NIT, Admissão, CTPS e Data de Nascimento”, informa Domingos.

EMPREGADORES ATENTOS Além do FGTS, o seguro-

-desemprego, o salário-fa-mília, o adicional noturno, o auxílio-creche e indenização por justa causa também es-peram regulamento. Como ônus aos patrões, já é esta-belecido o salário mínimo, jornada de trabalho de 44 horas/semanais, pagamento de hora extra e mais recen-temente, a obrigatoriedade da assinatura de carteira de trabalho. Isso implica na necessidade dos emprega-dores atentarem-se ao cum-primento de suas obrigações para evitar o ingresso de ação na Justiça do Traba-lho, pelo empregado. O juiz Lúcio Flávio Apoliano, do Tribunal Regional do Tra-balho (TRT), ressalta que os contratantes devem voltar atenção aos comprovantes de pagamentos efetuados em relação aos salários, férias e décimo-terceiro, como tam-bém guardar os pagamentos das contribuições para o INSS, para, eventualmente, ser utilizados como provas documentais em sua defesa na justiça trabalhista.

Apoliano aponta que, “questões como ônus da pro-va; obrigatoriedade de paga-mentos de custas processuais e emolumentos; necessidade de depósito recursal para o processamento dos recursos, e arquivamento X revelia, em caso de não comparecimen-to à audiência inaugural, podem ser apontadas como maiores facilidades proces-suais para os empregados (inclusive domésticos) em relação aos patrões”.

Richard Domingos afirma que o recolhimento do benefício ainda é facultativo aos empregadores

Luiz Guilherme Ferreira afirma que, sem a presença dos corretores, a taxa não pode ser embutida nos contratos de vendas

Falta regulamentação para as domésticas terem seus direitos

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