Direito Penal Para o MP_Método Concursos

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Direito Penal Para o MP_Método Concursos

Citation preview

  • Aula 00

    - Direito Penal para o MP/PB

    - Teoria e exerccios.

    - Professor: Rafael Augusto

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 2 de 37 CPF: 000.000.000-00

    AULA 00: Princpios de Direito Penal

    Sumrio

    1. Apresentao. ........................................................................................................................ 3

    1.1.A Banca. ............................................................................................................................... 4

    1.2.Metodologia das aulas. ........................................................................................................ 5

    1.3.Observaes finais. .............................................................................................................. 6

    2.Contedo programtico. ......................................................................................................... 6

    3. Princpios de Direito Penal .................................................................................................... 8

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 3 de 37 CPF: 000.000.000-00

    1. Apresentao:

    Ol futuros servidores pblicos!

    Nesta aula demonstrativa me permitirei falar um pouco sobre mim, de forma objetiva

    e sem delongas, uma apresentao necessria para termos um maior alinhamento e

    podermos desenvolver este trabalho juntos rumo aprovao.

    Sou o professor Rafael Augusto, servidor pblico do Distrito Federal h 15 anos,

    atualmente, Auditor Fiscal de Trnsito. Formado em Letras pela Universidade de Braslia

    (2003) e Direito pela Unieuro (2011), ps-graduado em Gesto Processual pela Faculdade

    Fortium.

    Eterno estudante, pesquisador, concurseiro, sou vido pelo conhecimento. Tenho

    uma relao umbilical com concursos pblicos, sei bem como essa rdua batalha diria, de

    inmeros sacrifcios, renncias, dores, desesperanas. Conheo o que contar o dia por, me

    perdoem o termo, horas bunda de estudos! Sem dor, sem ganho! Minha marca, a

    perseverana e a f! Sei o que o xito, a bonana depois da tempestade!

    Nesse caminhar fui aprovado em alguns concursos, dentre eles, Departamento

    Metropolitano de Transportes Urbanos do Distrito Federal, Corpo de Bombeiros do Distrito

    Federal, Caixa Econmica Federal, Secretaria de Estado de Sade, Tribunal Superior do

    Trabalho, Departamento de Trnsito do Distrito Federal e Exame da Ordem dos Advogados

    do Brasil.Tenho como foco as disciplinas de Direito Penal e Processo Penal.

    Vamos caminhar juntos rumo aprovao, e mais do que isso, em direo

    materializao de sonhos! Lute, persevere!

    FORA, FOCO E F!

    Professor Rafael Augusto.

    ...tudo posso naquele que me fortalece

    (Filipenses 4.13).

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 4 de 37 CPF: 000.000.000-00

    1.1. A Banca.

    O preliminar estudo da banca examinadora fator imprescindvel para o sucesso do

    candidato! Os especialistas em preparao para concursos so unnimes em afirmar que as

    melhores estratgias para conquistar a aprovao incluem o conhecimento dos critrios e

    metodologias da banca responsvel pela organizao do certame, visto que muitas das

    bancas organizadoras mais importantes so vinculadas a instituies de ensino que contam

    com quadros permanentes de professores responsveis pela abordagem do contedo e

    elaborao das questes propostas nas provas. Conhecer o perfil de cada banca

    indispensvel!

    Para a sua prova do MP/PB interessante verificar que as provas da FCC so compostas

    por questes de mltipla escolha de cinco alternativas, nas quais devem-se identificar o item

    correto ou o item errado, de acordo com o que pedido no comando da questo, por isso,

    ao resolver provas da FCC, aconselhvel estar atento se o enunciado pede para que seja

    marcada a questo correta ou a questo errada. A FCC costuma pedir mais que se aponte a

    alternativa errada do que as outras bancas.

    Uma das caractersticas mais marcantes da FCC que as provas se utilizam de parte maior

    do edital, o que significa que o contedo programtico mais diludo na prova. Alm disso, a

    FCC utiliza formas e frmulas repetitivas.

    O conhecimento explcito do edital e o treinamento pelas questes da FCC costumam ter

    um resultado interessante, pois voc vai se sentir mais familiarizado com o contedo das

    questes.

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 5 de 37 CPF: 000.000.000-00

    1.2. Metodologia das aulas.

    a) Nosso curso ser composto por aulas expositivas, descritivas e com aproximadamente

    40 pginas por aula, as quais podero variar em quantidade, dependendo do assunto

    tratado e da abordagem oferecida. Todas as aulas tero uma abordagem inicial terica

    conceitual exemplificada e com seu conhecimento aplicado descrito no decorrer da

    resoluo dos exerccios, demonstrando assim o formato como a matria tratada

    cobrada nas provas, por esse processo o candidato desenvolve o raciocnio necessrio

    para a resoluo das questes.

    b) Diferentes nveis de conhecimento sero tratados nas aulas, desde o bsico at o

    avanado, de tal sorte que o aluno iniciante tenha conhecimento e contato inicial com

    os tpicos tratados, bem como o aluno que j o conhece possa aprofundar seu

    conhecimento aplicvel resoluo de questes. A aplicao dos exerccios poder

    variar de aula pra aula, de acordo com o fechamento ou no do assunto tratado.

    c) Para efeito didtico, facilitando a transmisso do contedo, sero utilizados grficos,

    tabelas e recursos mnemnicos aplicveis ao assunto de modo que os alunos possam

    realmente entender o que est sendo apresentado.

    1.3. Observaes finais.

    Algumas informaes finais so pertinentes agora:

    a) As aulas textuais se caracterizam pela a informalidade, praticidade, eficcia. A

    linguagem ser rebuscada apenas nos momentos em que autores forem citados. A

    comedida descontrao ir fazer parte delas para que tenhamos o maior nvel de

    integrao possvel entre ns, lembrem-se que a nica coisa que mudou aqui foi a

    interface entre professor e alunos e se os senhores quisessem livros cheios de

    formalidade e teorias aplicveis ao Direito, comprariam em livrarias, ento vamos

    abusar desta nossa interface e da comunicao no Frum.

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 6 de 37 CPF: 000.000.000-00

    b) Aconselho que planejem seus estudos e cumpram os seus horrios de forma

    adequada, leio bons livros, filtrem informaes, fiquem atentos s novidades.

    c) Sejam perseverantes e disciplinados e tenham ritmo e continuidade nos estudos.

    Afinal, deve-se fazer prova at passar, no para passar!

    2. Contedo programtico e planejamento das aulas (Cronograma).

    O Contedo programtico est distribudo de forma que os alunos, mesmo que nunca

    tenham tido contato com o assunto, possam compreender o contexto da disciplina e tambm

    a forma com que ela se encaixa dentro das instituies e que pode ser cobrada na prova,

    com base no Edital em vigor, caso tenha sado, ou em edital anterior do mesmo certame.

    Cada aula tem caractersticas peculiares, um contedo diverso, mas tudo dentro de um

    limite imposto pelo programa da banca, nada alm, nada aqum, pois a objetividade faz parte

    deste modelo de aulas.

    Aula Contedo a ser trabalhado

    Aula Demonstrativa

    08/05/2015

    Princpios de Direito Penal

    Aula 1 15/05/2015

    Da aplicao da lei penal

    Aula 2 22/05/2015

    Do Crime

    Aula 3 29/05/2015

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 7 de 37 CPF: 000.000.000-00

    Da Imputabilidade penal

    Aula 4 01/06/2015

    Do concurso das pessoas. Das penas. Das medidas de segurana

    Aula 5 05/06/2015

    Da ao penal. Da extino da punibilidade

    Aula 6 12/06/2015

    Dos crimes contra a honra. Dos crimes contra a f pblica. Dos crimes contra a administrao em geral (praticados por funcionrio pblico ou por particular). Dos crimes contra a administrao da justia. Crimes hediondos. Abuso de autoridade (Lei n 4898/1965). Crimes ambientais

    Seguiremos na prxima pgina com a nossa aula de demonstrao, ao final exerccios

    comentados. Bons estudos!

    Vamos caminhar juntos rumo aprovao, e mais do que isso, em direo materializao de sonhos! Lute, persevere!

    FORA, FOCO E F!

    Professor Rafael Augusto.

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 8 de 37 CPF: 000.000.000-00

    3. Princpios de Direito Penal.

    O vocbulo princpio, derivado do latim: principium significa: origem, comeo. Em

    sentido geral ou vulgar empregado para exprimir o comeo, ou o primeiro instante em que

    as pessoas ou coisas comeam a existir. E em definio, aquele momento em que se faz

    alguma coisa pela primeira vez ou se tem origem.

    A palavra princpio mesmo j tendo sido utilizada por Plato, porm, foi introduzida

    na filosofia por Anaximandro com o sentido de fundamento do raciocnio. Para Aristteles

    tratava-se da premissa maior de uma demonstrao. Nesta mesma linha, Kant deixou

    consignado que princpio toda proposio geral que pode servir como premissa maior num

    silogismo.

    Entendendo princpios como critrios introdutrios na interpretao e aplicao

    inerentes a qualquer norma, pode-se conceitu-los conforme doutrina Nucci, como: (...) uma

    ordenao, que se irradia e imanta os sistemas de normas, servindo de base para a

    interpretao, integrao, conhecimento e aplicao do direito positivo. , denotando,

    portanto, como regras interpretativas que norteiam a aplicao das normas, os quais sero

    apresentados nos tpicos seguintes.

    as normas elementares, ou osrequisitos primordiais institudoscomo base, como alicerce dealguma coisa.

    princpios:

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 9 de 37 CPF: 000.000.000-00

    Enquanto que, para Jos Afonso da Silva: "os princpios so ordenaes que irradiam

    e imantam os sistemas de normas". Complementando, Celso Antnio Bandeira de Melo diz

    que "o princpio exprime a noo de mandamento nuclear de um sistema".

    J Bulos reconhecendo a importncia dos princpios, os descreve da seguinte forma:

    Princpios fundamentais so diretrizes imprescindveis configurao do Estado,

    determinam-lhe o modo e a forma de ser. Refletem os valores abrigados pelo ordenamento

    jurdico, espelhando a ideologia do constituinte, os postulados bsicos e os fins da sociedade.

    [...] So qualificados de fundamentais, porquanto constituem o alicerce, a base, o suporte, a

    pedra de toque do suntuoso edifcio constitucional.

    3.1.Princpio da legalidade:

    O princpio da legalidade ou da reserva legal um princpio que tem base

    constitucional, art. 5, XXXIX, CF. Este princpio o que melhor atende aos interesses do

    Estado. Neste princpio o delito surge conjuntamente com o dever de atuar de forma a

    reprimir a conduta delituosa.

    O Direito Penal moderno se assenta em determinados princpios fundamentais,

    prprios do Estado de Direito democrtico, entre os quais sobreleva o da legalidade dos

    XXXIX - no h crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem

    prvia cominao legal;

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 10 de 37 CPF: 000.000.000-00

    delitos e das penas, da reserva legal ou da interveno legalizada, que tem base constitucional

    expressa. A sua dico legal tem sentido amplo: no h crime (infrao penal), nem pena ou

    medida de segurana (sano penal) sem prvia lei (stricto sensu).

    Assim, o princpio da legalidade tem quatro funes fundamentais:

    a) Proibir a retroatividade da lei penal (nullum crimen nulla poena sine lege praevia);

    b) Proibir a criao de crimes e penas pelo costume (nullum crimen nulla poena sine lege

    scripta);

    c) Proibir o emprego da analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar penas (nullum

    crimen nulla poena sine lege stricta);

    d) Proibir incriminaes vagas e indeterminadas (nullum crimen nulla poena sine lege certa);

    s ser considerada como Infraopenal a conduta prevista como tal naLei. Se determinada conduta praticadapelo agente no estiver prevista comoilegal pela Lei, ela necessariamenteser lcita, livre e impunvel por partedo Estado.

    legalidade:

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 11 de 37 CPF: 000.000.000-00

    3.1.1. Irretroatividade da lei penal:

    Consagra-se aqui o princpio da irretroatividade da lei penal, ressalvada a

    retroatividade favorvel ao acusado. Fundamentam-se a regra geral nos princpios da reserva

    legal, da taxatividade e da segurana jurdica - princpio do favor libertatis -, e a hiptese

    excepcional em razes de poltica criminal (justia). Trata-se de restringir o arbtrio legislativo

    e judicial na elaborao e aplicao de lei retroativa prejudicial.

    A regra constitucional (art. 5, XL) no sentido da irretroatividade da lei penal; a

    exceo a retroatividade, desde que seja para beneficiar o ru. Com essa vertente do

    princpio da legalidade tem-se a certeza de que ningum ser punido por um fato que, ao

    tempo da ao ou omisso, era tido como um indiferente penal, haja vista a inexistncia de

    qualquer lei penal incriminando-o.

    3.1.2. Taxatividade ou da determinao (nullum crimen sine lege scripta

    et stricta):

    Diz respeito tcnica de elaborao da lei penal, que deve ser suficientemente clara

    e precisa na formulao do contedo do tipo legal e no estabelecimento da sano para que

    exista real segurana jurdica. Tal assertiva constitui postulado indeclinvel do Estado de

    direito material - democrtico e social.

    O princpio da reserva legal implica a mxima determinao e taxatividade dos tipos

    penais, impondo-se ao Poder Legislativo, na elaborao das leis, que redija tipo penais com a

    mxima preciso de seus elementos, bem como ao Judicirio que as interprete

    restritivamente, de modo a preservar a efetividade do princpio.

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 12 de 37 CPF: 000.000.000-00

    NO H CRIME:

    1) Sem lei (admite-se somente lei em sentido estrito);

    2) anterior (veda-se retroatividade

    malfica da lei penal.);

    3) escrita (veda-se o costume

    incriminador);

    4) estrita (veda-se a analogia

    incriminadora);

    5) certa (veda-se o tipo penal indeterminado);

    6) necessria (interveno mnima).

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 13 de 37 CPF: 000.000.000-00

    3.2.Princpio da Insignificncia ou Princpio da Bagatela:

    Tem sua origem no Direito Romano e tem por base a mxima "minimis non curat

    praetor", isto , "o pretor (no caso o magistrado, responsvel pela aplicao da lei ao caso

    concreto), no cuida de minudncias (questes insignificantes)".

    Foi introduzido no sistema penal por Claus Roxin, na dcada de 60, tendo em vista

    questes sociais.

    tem o sentido de excluir ou de afastara prpria tipicidade penal, ou seja, noconsidera o ato praticado como umcrime, por isso, sua aplicao resultana absolvio do ru e no apenas nadiminuio e substituio da pena ouno sua no aplicao.

    princpio da insignificncia :

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 14 de 37 CPF: 000.000.000-00

    Para ser utilizado, faz-se necessria a presena de certos requisitos, tais como:

    Sua aplicao decorre no sentido de que o direito penal no se deve ocupar de

    condutas que produzam resultado cujo desvalor - por no importar em leso significativa a

    bens jurdicos relevantes - no represente, por isso mesmo, prejuzo importante, seja ao

    titular do bem jurdico tutelado, seja integridade da prpria ordem social.

    De acordo com Fernando Capez, "Segundo tal preceito, no cabe ao Direito Penal

    preocupar-se com bagatelas, do mesmo modo que no podem ser admitidos tipos

    incriminadores que descrevam condutas totalmente inofensivas ou incapazes de lesar o bem

    jurdico." Ainda segundo o autor, o princpio no pode ser considerado em termos abstratos

    e exemplifica: "Desse modo, o referido preceito dever ser verificado em cada caso concreto,

    de acordo com as suas especificidades. O furto, abstratamente, no uma bagatela, mas a

    subtrao de um chiclete pode ser."

    Aplica-se tambm o Princpio da Insignificncia ou bagatela, por exemplo, nos casos

    de leso corporal, quando a leso provocada na vtima, no suficientemente grave a ponto

    mnima ofensividade da conduta do agente

    nenhuma periculosidade social

    da ao

    reduzidssimo grau de reprovabilidade do

    comportamento

    inexpressividade da leso jurdica

    provocada

    Princpio da Insignificncia:

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 15 de 37 CPF: 000.000.000-00

    de no haver necessidade de punir o agente nem de se recorrer aos meios judiciais, por

    exemplo, um leve belisco, ou uma palmada.

    3.3. Princpio da fragmentariedade:

    A funo maior de proteo dos bens jurdicos atribuda lei penal no absoluta. O

    que faz com que s devem eles ser defendidos penalmente frente a certas formas de

    agresso, consideradas socialmente intolerveis. Isto quer dizer que apenas as aes ou

    omisses mais graves endereadas contra bens valiosos podem ser objeto de criminalizao.

    O carter fragmentrio do Direito Penal aparece sob uma trplice forma nas atuais

    legislaes penais: a) defendendo o bem jurdico somente contra ataques de especial

    gravidade, exigindo determinadas intenes e tendncias, excluindo a punibilidade da ao

    culposa em alguns casos etc; b) tipificando somente uma parte do que nos demais ramos do

    ordenamento jurdico se estima como antijurdico; c) deixando, em princpio, sem castigo, as

    aes meramente imorais, como a homossexualidade e a mentira.

    O estado s protege os bens jurdicos mais importantes, assim intervm s nos casos de maior gravidade.

    Princpio da fragmentariedade:

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 16 de 37 CPF: 000.000.000-00

    O direito penal s deve se ocupar com ofensas realmente graves aos bens jurdicos

    protegidos. Tem-se, aqui, como variante, a interveno mnima, que nasce o princpio da

    insignificncia desenvolvido por Claus Roxin. Entende-se que devem ser tidas como atpicas

    as ofensas mnimas ao bem jurdico. No h tipicidade material. H, apenas, tipicidade formal.

    Se a conduta for insignificante, a exemplo de quem furta um clipe de metal, deve ser

    tida como atpica, inexistindo tipicidade material. A doutrina majoritria inclina-se no sentido

    de que o referido princpio (insignificncia) causa de excluso de tipicidade material.

    Ilcito em geral

    ilcito penal

    fragmentariedade

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 17 de 37 CPF: 000.000.000-00

    3.4. Princpio da subsidiariedade:

    .

    Em relao ao princpio da subsidiariedade, verifica-se que a atuao do Direito Penal

    cabvel unicamente quando os outros ramos do Direito e os demais meios estatais de

    controle social tiverem se revelado impotentes para o controle da ordem pblica.

    Ou seja, o Direito Penal funciona como um executor de reserva, entrando em cena

    somente quando outros meios estatais de proteo mais brandos, e, portanto, menos

    invasivos da liberdade individual no forem suficientes para a proteo do bem jurdico

    tutelado. Caso no seja necessrio dele lanar mo, ficar de prontido, aguardando ser

    chamado pelo operador do Direito para, a sim, enfrentar uma conduta que coloca em risco

    a estrutura da sociedade.

    aquela norma que descreve um graus menorde violao do mesmo bem jurdico, isto , umfato menos amplo e menos grave, o qual,embora definido como delito autnomo,encontra-se tambm compreendido em outrotipo como fase normal de execuo do crimemais grave. Define, portanto, como delitoindependente, conduta que funciona comoparte de um crime maior

    Subsidiria:

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 18 de 37 CPF: 000.000.000-00

    3.5. Princpio da proporcionalidade:

    Deve existir sempre uma medida de justo equilbrio entre a gravidade do fato

    praticado e a sano imposta. A pena deve ser proporcionada ou adequada magnitude da

    leso ao bem jurdico representada pelo delito e a medida de segurana periculosidade

    criminal do agente.

    O princpio da proporcionalidade rechaa, portanto, o estabelecimento de

    cominaes legais (proporcionalidade em abstrato) e a imposio de penas

    (proporcionalidade em concreto) que caream de relao valorativa com o fato cometido

    considerado em seu significado global.

    Tem assim duplo destinatrio: o poder legislativo (que tem de estabelecer penas

    proporcionadas, em abstrato, gravidade do delito) e o juiz (as penas que os juizes impem

    ao autor do delito tem de ser proporcionais sua concreta gravidade).

    O princpio da proporcionalidade um princpio implcito, que no se encontra

    expresso na Carta Magna, cuja atuao consiste em limitar a atuao do Poder Pblico frente

    aos direitos fundamentais do indivduo.

    Como bem assinala BITENCOURT: o princpio da proporcionalidade uma

    consagrao do constitucionalismo moderno.

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 19 de 37 CPF: 000.000.000-00

    Vale destacar que, modernamente, o princpio da proporcionalidade deve ser

    analisado sobre uma dupla tica:

    3.6. Princpio da ofensividade ou da lesividade:

    O Princpio da Lesividade ou da Ofensividade (nullum crimen sine iniuria) no Direito

    Penal exige que do fato praticado ocorra leso ou perigo de leso ao bem jurdico tutelado.

    princpio da proporcionalidade

    proteo insuficiente de bens jurdicos,

    pois no tolera a punio abaixo da medida correta

    proibio ao excesso,

    pois vedada a cominao e aplicao de penas em dose exagerada e desnecessria

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 20 de 37 CPF: 000.000.000-00

    Da decorre que, no direito brasileiro, no se pune quem pratica a autoleso, como o

    sobrevivente da tentativa de Suicdio.

    Tambm surge deste princpio a ideia de que, toda leso consciente a bem jurdico

    protegido de terceiro crime, ainda que seja ocasionada mediante autoleso, pois no se

    pune nesse caso a autoleso, mas a leso secundria e consciente a terceiro. Um exemplo

    clssico o exemplo da mulher grvida, que, consciente de seu estado, tenta o suicdio, no

    tendo como objetivo aniquilar a vida do feto, mas apenas a sua prpria, sabendo, no entanto,

    que o matar tambm necessariamente. Sobrevivendo tentativa, porm ocasionando

    morte do feto, ela no responder pela autoleso (tentativa de suicdio), mas responder pelo

    aborto consumado. Ainda que isso aparentemente contrarie a Teoria finalista da ao pois o

    aborto nunca foi seu objetivo, na verdade, sua ao foi plenamente consciente de seu estado

    e resultado colateral certo, portanto agindo com Dolo eventual, em acordo com a Teoria

    Finalista.

    em obedincia a este princpio que o Direito Penal brasileiro s pune o iter-criminis

    a partir da execuo deste, no punindo o planejamento e a preparao. Acontece que, como

    s h crime a partir do momento em que bem efetivamente lesionado, ou, ao menos, ocorre

    a efetiva tentativa de leso, no possvel se punir fases e atos incapazes de provocar leso.

    No h infrao penal quando a conduta no tiver oferecido ao menos perigo de leso ao bem jurdico.

    Princpio da Lesividade:

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 21 de 37 CPF: 000.000.000-00

    Parte da doutrina afirma que h excees, os Crimes Autnomos, como os crimes de Posse

    de petrechos para falsificao de moeda e de Formao de Quadrilha, pois haveria a

    consumao do tipo penal com um mero ato preparatrio, isto , a mera posse de petrechos

    de falsificao, sem que necessariamente o a gente tenha praticado a falsificao; e o conluio

    de agentes visando futura prtica de crime, o qual no foi ainda executado. Porm, parte da

    doutrina diverge, afirmando que o tipo penal da Formao de Quadrilha no busca prevenir

    potencial crime futuro, mas que o tipo penal considera o conluio organizado de criminosos

    uma grande ameaa sociedade e um grande crime em si, e portanto, no se est abrindo

    uma exceo ao Princpio da Lesividade, punindo mera preparao, mas que o conluio para

    fins criminosos j um crime.

    3.7. Princpio da responsabilidade pelo fato:

    O direito penal no se presta a punir pensamentos, ideias, ideologias, nem o modo de

    ser das pessoas, mas, ao contrrio, fatos devidamente exteriorizados no mundo concreto e

    objetivamente descritos e identificados em tipos legais.

    Ainda, ningum pode ser punido exclusivamente por questes pessoais. Ao contrrio,

    a pena se destina ao agente culpvel condenado, aps o devido processo legal, pela prtica

    de um fato tpico e ilcito.

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 22 de 37 CPF: 000.000.000-00

    3.8. Princpio do ne bis in idem:

    O Princpio do Non Bis In Idem, embora no esteja expressamente previsto

    constitucionalmente, tem sua presena garantida no sistema jurdico-penal de um Estado

    Democrtico de Direito. Certamente se avolumou com o incremento do respeito dignidade

    da pessoa humana e com a consolidao de um Direito Penal que se ocupa precipuamente

    do fato delituoso, ao invs de concentrar-se na obstinada perseguio, rotulao e

    segregao do indivduo ao qual se aps o rtulo de criminoso. a prevalncia do "Direito

    Penal do fato" sobre o "Direito Penal do autor".

    O princpio em comento estabelece, em primeiro plano, que ningum poder ser

    punido mais de uma vez por uma mesma infrao penal. Mas no s. A partir de uma

    compreenso mais ampla deste princpio, desenvolveu-se o gradativo aumento da sua

    importncia. Hodiernamente, uma das suas mais relevantes funes a de balizar a operao

    de dosimetria (clculo) da pena, realizada pelo magistrado.

    No se admite, em hiptese alguma, a dupla punio pelo mesmo fato.

    Princpio do ne bis in idem:

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 23 de 37 CPF: 000.000.000-00

    3.9. Princpio da isonomia:

    O princpio da igualdade (ou da isonomia) est previsto de maneira expressa no caput

    do artigo 5o da CF/88, o qual dispe:

    Essa garantia se estende aos estrangeiros, mesmo que no residentes no pais. A

    igualdade, entretanto, no deve ser considerada sob o seu aspecto meramente formal, mas

    substancial, demandando tratamento anlogo apenas aos iguais, mas desigual aos desiguais,

    na medida de suas desigualdades. Ensina o jurista portugus J.J. Gomes Canotilho, ser igual

    perante a lei no significa apenas aplicao igual da lei. Significa igualdade na aplicao do

    direito. O princpio da igualdade pressupe na o somente a igualdade formal, mas tambm

    a igualdade material, ou seja, para todos os indivduos com as mesmas caractersticas devem

    prever-se, atravs da lei, iguais situaes ou resultados jurdicos ou, ainda, deve-se tratar de

    forma igual o que igual e desigualmente o que desigual

    Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza [...].

    princpio da igualdade :

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 24 de 37 CPF: 000.000.000-00

    Consagrado expressamente na Magna Carta, o princpio da isonomia representa um

    dos postulados fundamentais do princpio republicano e da democracia, pois h de ser

    respeitado tanto pelo legislador ordinrio na edio de atos normativos (igualdade na lei),

    como tambm pelo intrprete/aplicador do direito (igualdade perante a lei) e pelo particular,

    configurando a trplice finalidade limitadora do princpio da igualdade.

    O princpio da igualdade consagra serem todos iguais perante a lei, sem distino de

    qualquer natureza, porm, deve-se, contudo, buscar no somente essa aparente igualdade

    formal, mas principalmente, a igualdade material, na medida em que a lei dever tratar

    igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de suas desigualdades, como

    observava Aristteles.

    3.10. Princpio da presuno de inocncia (ou aa no culpa):

    O princpio da presuno da inocncia (ou princpio da no-culpabilidade, segundo

    parte da doutrina jurdica) um princpio jurdico de ordem constitucional, aplicado ao direito

    penal, que estabelece o estado de inocncia como regra em relao ao acusado da prtica de

    infrao penal. Est previsto expressamento pelo artigo 5, inciso LVII, da Constituio

    Federal, que preceitua que:

    "ningum ser considerado culpado at o trnsito em julgado de sentena penal condenatria".

    princpio da presuno da inocncia :

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 25 de 37 CPF: 000.000.000-00

    Isso significa dizer que somente aps um processo concludo (aquele de cuja deciso

    condenatria no mais caiba recurso) em que se demonstre a culpabilidade do ru que o

    Estado poder aplicar uma pena ou sano ao indivduo condenado.

    Em termos jurdicos, esse princpio se desdobra em duas vertentes: como regra de

    tratamento (no sentido de que o acusado deve ser tratado como inocente durante todo o

    decorrer do processo, do incio ao trnsito em julgado da deciso final) e como regra

    probatria (no sentido de que o encargo de provar as acusaes que pesarem sobre o acusado

    inteiramente do acusador, no se admitindo que recaia sobre o indivduo acusado o nus

    de "provar a sua inocncia", pois essa a regra). Trata-se de uma garantia individual

    fundamental e inafastvel, corolrio lgico do Estado Democrtico de Direito.

    O princpio pode ser encontrado na Digesta, em latim: ei incumbit probatio, qui dicit,

    non qui negatO princpio do Estado de Inocncia, tambm conhecido como Presuno de

    Inocncia, ou Presuno da no culpabilidade consagrado por diversos diplomas

    internacionais e foi positivado no Direito Brasileiro com a Constituio de 1988. A Declarao

    Universal dos Direitos Humanos de 1948 em seu artigo XI, 1, dispe: Toda pessoa acusada

    de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente at que a sua culpabilidade tenha

    sido provada de acordo com a lei, em julgamento pblico no qual lhe tenham sido asseguradas

    todas as garantias necessrias sua defesa. A Conveno Americana Sobre os Direitos

    Humanos, conhecida como Pacto de San Jos da Costa Rica, em seu artigo 8, 2, diz: Toda

    pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocncia enquanto no se

    comprove legalmente sua culpa, e a Constituio Federal (CF) no inciso LVII do artigo 5 diz

    que ningum ser considerado culpado at o trnsito em julgado de sentena penal

    condenatria, portanto vemos que a CF trouxe uma garantia ainda maior ao direito da no

    culpabilidade, pois o garante at o transito em julgado da sentena penal, e no apenas at

    quando se comprove a culpa do acusado, como posto na Declarao Universal e no Pacto de

    San Jos da Costa Rica.

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 26 de 37 CPF: 000.000.000-00

    QUESTES:

    1. (Promotor de Justia MP/MG) O princpio da insignificncia atua como instrumento de:

    (A) diminuio da pena.

    (B) extino da punibilidade.

    (C) interpretao restritiva do tipo penal.

    (D) limitao da culpabilidade do agente.

    (E) mensurao da ilicitude da conduta.

    Gabarito: C

    2.Promotor de Justia MP/SP) Em relao ao princpio da insignificncia ou de bagatela,

    assinale a alternativa incorreta:

    (A) seu reconhecimento exclui a tipicidade, constituindo-se em instrumento de interpretao

    restritiva do tipo penal.

    (B) somente pode ser invocado em relao a fatos que geraram mnima perturbao social.

    (C) sua aplicao no prevista no Cdigo Penal, mas amplamente admitida pela doutrina

    e jurisprudncia.

    (D) somente tem aplicabilidade em crimes contra o patrimnio.

    (E) exige, para seu reconhecimento, que as consequncias da conduta tenham sido de

    pequena relevncia.

    Gabarito: D

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 27 de 37 CPF: 000.000.000-00

    3. (MAGISTRATURA/MS FCC) O princpio de interveno mnima do Direito Penal encontra

    expresso

    (A) no princpio da fragmentariedade e na proposta funcionalista.

    (B) na teoria da imputao objetiva e no princpio da subsidiariedade.

    (C) no princpio da subsidiariedade e na proposta funcionalista.

    (D) nos princpios da fragmentariedade e da subsidiariedade.

    (E) na teoria da imputao objetiva e no princpio da fragmentariedade.

    Gabarito: D

    4. (MAGISTRATURA/ES) Acerca dos princpios aplicveis ao direito penal, assinale a opo

    correta.

    (A) O princpio da adequao social, dirigido ao julgador, e no ao legislador, objetiva

    restringir a abrangncia do tipo penal, limitando sua interpretao e dele excluindo as

    condutas consideradas socialmente adequadas e aceitas pela sociedade.

    (B) Dada a necessidade de observncia do princpio da legalidade, a tipicidade penal resume-

    se ao mero exerccio de adequao do fato concreto norma abstrata.

    (C) O princpio da lesividade busca evitar a incriminao de condutas desviadas que no

    afetem qualquer bem jurdico, no cuidando de condutas que no excedam o mbito do

    prprio autor.

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 28 de 37 CPF: 000.000.000-00

    (D) A jurisprudncia do STJ firme no sentido da aplicabilidade do princpio da insignificncia

    ao delito de moeda falsa, caso o valor das cdulas falsificadas no ultrapasse a quantia

    correspondente a um salrio mnimo.

    (E) A aplicao do princpio da insignificncia, que deve ser analisado em conexo com os

    postulados da fragmentariedade e da interveno mnima do Estado, objetiva excluir ou

    afastar a prpria tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu carter material.

    Gabarito: E

    5. (Juiz de Direito TJ/SP) Assinale a alternativa correta:

    (A) O princpio da reserva legal pressupe a existncia de lei anterior, emanada do Poder

    Legislativo, definindo o crime e a pena, sendo lcito afirmar, ento, que as medidas provisrias

    no podem definir crimes e impor penas.

    (B) A analogia, como forma de autointegrao da lei, pode ser amplamente aplicada no

    mbito do direito penal.

    (C) O princpio da legalidade admite, por exceo, a revogao da lei pelo direito

    consuetudinrio.

    (D) O postulado da taxatividade, consequncia do princpio da legalidade, que expressa a

    exigncia de que a lei penal incriminadora seja clara, certa e precisa, torna ilegtimas as

    normas penais em branco.

    Gabarito: A

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 29 de 37 CPF: 000.000.000-00

    6. (Defensoria Pblica/PI) Em relao aplicao do princpio da insignificncia no direito

    penal, assinale a opo correta.

    (A) Segundo entendimento do STF, tal princpio qualifica-se como fator de descaracterizao

    material da tipicidade penal. Segundo entendimento do STJ, possvel a aplicao de tal

    princpio s condutas regidas pelo ECA.

    (B) No se aplica tal princpio quando o prejuzo financeiro provocado pela conduta delituosa

    tiver valor considervel, como, por exemplo, a quantia de R$ 10.000,00, qualquer que seja o

    crime.

    (C) Para se aferir a insignificncia de uma conduta, em tese delituosa, a anlise do fato limita-

    se ao aspecto patrimonial, sendo vedado ao aplicador do direito a considerao de outros

    elementos.

    (D) Tratando-se da conduta de posse de substncia entorpecente, ainda que em pequena

    quantidade, no se admite aplicao desse princpio, segundo a jurisprudncia do STF.

    (E) O agente que rouba uma nota de dois reais deve-se beneficiar da aplicao de tal princpio.

    Gabarito: A

    7. (MP/GO ) Considere as seguintes proposies:

    I O princpio da interveno mnima estabelece que o direito penal s deve atuar na defesa

    dos bens jurdicos imprescindveis coexistncia pacfica dos homens.

    II Pelo princpio da adequao social tem-se que apesar de uma conduta se subsumir

    formalmente ao modelo legal, no ser considerada tpica se for socialmente adequada ou

    reconhecida.

    III - O princpio do ne bis in idem veda a incidncia de mais de uma punio individual pelo

    mesmo fato (trplice identidade entre sujeito, fato e fundamento).

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 30 de 37 CPF: 000.000.000-00

    IV Segundo o princpio da fragmentariedade s devem ser tidas como atpicas as aes ou

    omisses que afetem infimamente um bem jurdico-penal.

    (A) Apenas uma proposio est correta.

    (B) Apenas duas proposies esto corretas.

    (C) Apenas trs proposies esto corretas.

    (D) As quatro proposies esto corretas.

    Gabarito: C

    8. (PGE/PE) A respeito dos princpios constitucionais penais, assinale a opo correta.

    (A) Fere o princpio da legalidade, tambm conhecido por princpio da reserva legal, a criao

    de crimes e penas por meio de medida provisria.

    (B) A lei penal mais favorvel ao ru tem efeito extrativo relativo, pois, apesar de ser aplicada

    a crimes ocorridos antes de sua vigncia, no se aplica a crimes ocorridos durante a sua

    vigncia caso seja posteriormente revogada.

    (C) A responsabilidade pela indenizao do prejuzo que foi causado pelo condenado ao

    cometer o crime no pode ser estendida aos seus herdeiros, sem que, com isso, seja violado

    o principio da personalidade da pena.

    (D) Em razo do princpio da presuno de inocncia, no possvel haver priso antes da

    sentena condenatria transitada em julgado.

    (E) No Brasil vige, de forma absoluta, o princpio da vedao pena de morte, inexistindo

    excees.

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 31 de 37 CPF: 000.000.000-00

    Gabarito: A

    9. (PROCURADOR DO MP )O princpio constitucional da legalidade em matria penal

    (A) no vigora na fase de execuo penal.

    (B) impede que se afaste o carter criminoso do fato em razo de causa supralegal de excluso

    da ilicitude.

    (C) no atinge as medidas de segurana.

    (D) obsta que se reconhea a atipicidade de conduta em funo de sua adequao social.

    (E) exige a taxatividade da lei incriminadora, admitindo, em certas situaes, o emprego da

    analogia.

    Gabarito: E

    10. (Promotor de Justia/MPDFT) Examine os itens seguintes, indicando o CORRETO:

    (A) O princpio da culpabilidade limita-se impossibilidade de declarao de culpa sem o

    trnsito em julgado de sentena penal condenatria.

    (B) O princpio da legalidade impede a aplicao de lei penal ao fato ocorrido antes do incio

    de sua vigncia.

    (C) Integram o ncleo do princpio da estrita legalidade os seguintes postulados: reserva legal,

    proibio de aplicao de pena em hiptese de leses irrelevantes, proibio de analogia in

    malam partem.

    (D) A aplicao de pena aos inimputveis, dada a sua incapacidade de sensibilizao pela

    norma penal, viola o princpio da culpabilidade.

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 32 de 37 CPF: 000.000.000-00

    (E) Os princpios da insignificncia penal e da adequao social se identificam, ambos

    caracterizados pela ausncia de preenchimento formal do tipo penal.

    Gabarito: D

    11. (Defensor Pblico/DPE-TO) Com relao aos princpios da insignificncia e da

    irrelevncia penal do fato, assinale a opo correta.

    (A) Os princpios da insignificncia e da irrelevncia penal do fato no contam com previso

    expressa no direito penal brasileiro.

    (B) O reconhecimento do princpio da irrelevncia penal do fato implica a atipicidade da

    conduta do agente.

    (C) A aplicao do princpio da insignificncia de modo a tornar a ao atpica exige a

    satisfao, de forma concomitante, de certos requisitos estabelecidos pelo STF, os quais tm

    relao, apenas, com o desvalor da conduta do agente, e no com o resultado por ele

    ocasionado.

    (D) A existncia de condenaes criminais pretritas imputadas a um indivduo impede a

    posterior aplicao do princpio da insignificncia, consoante a jurisprudncia do STF.

    (E) Infrao bagatelar imprpria a que surge sem nenhuma relevncia penal, porque no h

    desvalor da ao ou um relevante desvalor do resultado que merea a incidncia do direito

    penal.

    Gabarito: D

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 33 de 37 CPF: 000.000.000-00

    12. (Analista Judicirio - TRE - BA ) Para a doutrina e jurisprudncia majoritria, o princpio

    da insignificncia, quando possvel sua aplicao, exclui o crime, afastando a

    antijuridicidade.

    Errado.

    O princpio da insignificncia ou da bagatela, conforme vm admitindo a doutrina e a

    jurisprudncia majoritria, exclui a tipicidade penal e no a antijuridicidade.

    13.(OAB ) O princpio da interveno mnima, que estabelece a atuao do direito penal

    como ultima ratio, orienta e limita o poder incriminador do Estado, preconizando que a

    criminalizao de uma conduta s se legitima se constituir meio necessrio para a proteo

    de determinado bem jurdico.

    Correto.

    O princpio da interveno mnima afirma que o Direito Penal deve intervir o menos possvel

    na sociedade, atuando como ultima ratio, ou seja, somente quando as outras formas de

    sano ou controle social forem insuficientes para a sua proteo.

    14.(OAB ) De acordo com o princpio da fragmentariedade, o poder punitivo estatal no

    pode aplicar sanes que atinjam a dignidade da pessoa humana ou que lesionem a

    constituio fsico-psquica dos condenados por sentena transitada em julgado.

    Errado.

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 34 de 37 CPF: 000.000.000-00

    A questo faz meno ao princpio da humanidade, preconizado pela Lei Maior, em seu art.

    1, III, que um dos fundamentos do Estado Democrtico de Direito. O princpio da

    fragmentariedade mostra que apenas uma pequena parcela de bens jurdicos, aqueles mais

    importantes e necessrios ao convvio em sociedade, ser protegida pelo Direito Penal. A

    aparece o carter fragmentrio da interveno penal, tutelando apenas os casos de leses de

    maior gravidade.

    15. (Juiz - TRF 1 Regio ) Ainda que seja a nota falsificada de pequeno valor, descabe, em

    princpio, aplicar ao crime de moeda falsa o princpio da insignificncia, pois, tratando-se

    de delito contra a f pblica, invivel a afirmao do desinteresse estatal na sua represso.

    Correto.

    A preocupao do legislador neste tipo penal a confiana que a sociedade deposita na

    moeda. Mesmo que a menor quantidade ou o menor valor das notas represente, de forma

    matemtica, um menor prejuzo, no se pode quantificar o dano causado sociedade. Assim,

    sendo o crime de moeda falsa um crime contra a f pblica, no se admite a aplicao do

    princpio da insignificncia.

    16. (OAB ) Segundo o princpio da ofensividade, no direito penal somente se consideram

    tpicas as condutas que tenham certa relevncia social, pois as consideradas socialmente

    adequadas no podem constituir delitos e, por isso, no se revestem de tipicidade.

    Errado.

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 35 de 37 CPF: 000.000.000-00

    A questo mostra o princpio da adequao social. Concebida por Hans Welzel, ela aduz que

    no pode ser considerada criminosa a conduta socialmente adequada ou reconhecida, ainda

    que tipificada na lei. o caso, por exemplo, dos trotes acadmicos. O princpio da

    ofensividade ou lesividade estabelece que no existe crime quando no h, ao menos, perigo

    de leso ao bem jurdico.

    17. Estagirio - Defensoria - SP ) O princpio da especialidade consiste na aplicao da lei

    genrica em prejuzo da lei especfica.

    Errado.

    Contrariamente, o princpio da especialidade consiste na aplicao da norma penal mais

    especfica em relao norma penal mais genrica. O infanticdio (art. 123 do CP), por

    exemplo, norma especial em relao ao homicdio (art. 121 do CP), pois acrescenta vrios

    requisitos norma geral.

    18. (Estagirio - Defensoria - SP) O princpio da subsidiariedade consiste na aplicao da

    norma penal secundria em prejuzo da norma penal principal aplicvel ao caso concreto.

    Errado.

    O princpio da subsidiariedade preceitua que o direito penal deve atuar quando os outros

    ramos do direito ou outras formas de controle social forem insuficientes para a proteo do

    bem jurdico. Ele deve ser o ltimo recurso a ser utilizado na falta de outros menos lesivos.

    Ele decorrente do princpio da interveno mnima, e projeta-se na atuao prtica do

    direito penal.

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 36 de 37 CPF: 000.000.000-00

    19. (Juiz - TJ AC ) Uma das vertentes do princpio da lesividade tem por objetivo impedir a

    aplicao do direito penal do autor, isto , impedir que o agente seja punido pelo que , e

    no pela conduta que praticou.

    Correto.

    O princpio da lesividade norteia o legislador para proibir a incriminao de uma atitude

    interna, uma conduta que no exceda o mbito do prprio autor. Em outras palavras,

    ningum pode ser punido por aquilo que pensa ou pelo que , apenas pelo que fez caso tenha

    afetado bem jurdico de terceiro. Embora reprovvel socialmente, o direito penal no pode,

    por exemplo, punir cidado que no tome banho regularmente, pois se trata de esfera

    pessoal, no lesando bem de terceiro.

    20. (Juiz - TJ AC ) Exemplo de aplicao do princpio da lesividade foi a entrada em vigor

    da lei que aboliu o crime de adultrio do ordenamento jurdico-penal.

    Errado.

    A entrada em vigor da lei que aboliu o crime de adultrio do ordenamento jurdico-penal

    exemplo da aplicao do princpio da interveno mnima. Ele responsvel pelo

    apontamento dos bens jurdicos mais importantes de uma sociedade, bem como

    responsvel pela retirada de certas condutas que no possuem mais relevncia face s

    mudanas sociais, ensejando a descriminalizao. o caso do adultrio, j satisfatoriamente

    protegido por outros ramos do direito.

  • Direito Penal - Aula 00

    Teoria e exerccios

    Rafael Augusto

    www.metodoconcursos.com.br Pgina 37 de 37 CPF: 000.000.000-00

    21. (Fiscal Sanitrio - PM - Rio Branco) O direito constitucional, por meio de suas regras e

    princpios, deve reger os fatos incriminados pela lei penal e as consequncias jurdicas deles

    decorrentes, norteando o sistema jurdico penal vigente.

    Correto.

    O direito penal deve estar em sintonia com os valores albergados pela Constituio, tais como

    liberdade, igualdade, justia, segurana, norteando o legislador na escolha do sistema jurdico

    penal vigente. As regras e princpios constitucionais, por um lado, orientam o legislador e, por

    outro, conforme a concepo garantista do direito penal, delimitam o mbito de sua

    aplicao.

    22. (Juiz - TJ TO / 2007). No que diz respeito ao entendimento do STJ acerca do princpio

    da insignificncia e sua aplicao ao direito penal. O pequeno valor da res furtiva, por si s,

    autoriza a aplicao do princpio da insignificncia.

    Errado.

    H de se fazer diferena entre o pequeno valor da res furtiva e a importncia do objeto

    material para a vtima. Segundo o Superior Tribunal de Justia, para a aplicao do princpio

    da insignificncia, tambm deve ser levada em considerao a condio econmica da vtima,

    o valor sentimental do bem, as circunstncias e o resultado do crime para determinar se

    houve leso relevante.

    1.1. A Banca.1.2. Metodologia das aulas.1.3. Observaes finais.3. Princpios de Direito Penal.