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1 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e você? Hugo Goes – Direito Previdenciário– [Aula 001 até 050] EMPRESA (Lei 8.212/91, art. 15) É a firma individual ou a sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e as entidades da administração pública direta, indireta e fundacional. EQUIPARAM-SE A EMPRESA: I - o contribuinte individual, em relação a segurado que lhe presta serviço; II - a cooperativa, a associação ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclusive a missão diplomática e a repartição consular de carreiras estrangeiras; III - o operador portuário e o OGMO; e IV - o proprietário ou dono de obra de construção civil, quando pessoa física, em relação a segurado que lhe presta serviço. EMPREGADOR DOMÉSTICO Aquele que admite a seu serviço, mediante remuneração, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico. Financiamento da Seguridade Social

Direito Previdenciário - Hugo Goes - Modulo 03 - 001

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Direito Previdenciário - Hugo Goes

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  • 1 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e voc?

    Hugo Goes Direito Previdencirio [Aula 001 at 050]

    EMPRESA (Lei 8.212/91, art. 15)

    a firma individual ou a sociedade que assume o risco de atividade econmica urbana ou rural, com fins lucrativos ou no, bem como os rgos e as entidades da administrao pblica direta, indireta e fundacional.

    EQUIPARAM-SE A EMPRESA:

    I - o contribuinte individual, em relao a segurado que lhe presta servio;

    II - a cooperativa, a associao ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclusive a misso diplomtica e a repartio consular de carreiras estrangeiras;

    III - o operador porturio e o OGMO; e

    IV - o proprietrio ou dono de obra de construo civil, quando pessoa fsica, em relao a segurado que lhe presta servio.

    EMPREGADOR DOMSTICO

    Aquele que admite a seu servio, mediante remunerao, sem finalidade lucrativa, empregado domstico.

    Financiamento da Seguridade Social

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    CONSTITUIO FEDERAL

    Art. 167. So vedados:

    (...)

    XI a utilizao dos recursos provenientes das contribuies sociais de que trata o art. 195, I, a e II, para a realizao de despesas distintas do pagamento de benefcios do regime geral de previdncia social de que trata o art. 201.

    CONTRIBUIO DA UNIO

    Lei 8.212/91

    Art. 16. A contribuio da Unio constituda de recursos adicionais do Oramento Fiscal, fixados obrigatoriamente na Lei Oramentria anual.

    Pargrafo nico. A Unio responsvel pela cobertura de eventuais insuficincias financeiras da seguridade social, quando decorrentes do pagamento de benefcios de prestao continuada da previdncia social, na forma da Lei Oramentria anual.

    BASE DE CLCULO

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    EMPREGADO, TRABALHADOR AVULSO E EMPREGADO DOMSTICO (Lei 8.212/91, art. 20)

    Contribuinte individual e segurado facultativo

    Art. 21. A alquota de contribuio dos segurados contribuinte individual e facultativo ser de 20% sobre o respectivo salrio-de-contribuio. (...)

    2o No caso de opo pela excluso do direito ao benefcio de aposentadoria por tempo de contribuio ...

    I 11% p/ CI sem relao de trabalho com empresas e p/ segurado facultativo;

    II 5% p/ MEI e para segurado facultativo sem renda prpria que se dedique exclusivamente ao trabalho domstico no mbito de sua residncia, desde que pertencente a famlia de baixa renda.

    Art. 30, 4o - Na hiptese de o CI prestar servio a uma ou mais empresas, poder deduzir, da sua contribuio mensal, 45% da contribuio da empresa, efetivamente recolhida ou declarada, incidente sobre a remunerao que esta lhe tenha pago ou creditado, limitada a deduo a 9%do respectivo SC.

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    Facultativo

    20% X SC

    B) 11% X SM

    C) 5% x SM

    (C) sem renda prpria que se dedique exclusivamente ao trabalho domstico no mbito de sua residncia, desde que pertencente a famlia de baixa renda.

    2. CI que trabalhe por conta prpria, sem relao de trabalho com empresa

    A) 20% X SC

    B) 11% X SM

    C) 5% X SM

    (C) Se for MEI

    3. CI com relao de trabalho com empresa

    (20% X SC) - deduo

    A deduo igual a 45% da contribuio da empresa, limitada a 9%do SC.

    SEGURADO ESPECIAL (Lei 8.212/91, art. 25)

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    Contribuio da empresa (Lei 8.212/91, art. 22) I 20% (ou 22,5%) sobre remunerao II 1%, 2% ou 3% sobre remunerao III - 20% (ou 22,5%) sobre remunerao de IV 15% sobre o valor bruto da NFS prestados por cooperados por intermdio de cooperativas de trabalho. Aposentadoria Especial II: RAT + 12%, 9% ou 6%. III: + 12%, 9% ou 6% (cooperativa de produo). IV: + 9%, 7% ou 5%. Contribuio da empresa (Lei 8.212/91, art. 22)

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    Contribuio da empresa (Lei 8.212/91, art. 22)

    Contribuio da empresa (Lei 8.212/91, art. 22)

  • 7 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e voc?

    Contribuio da empresa (Lei 8.212/91, art. 22)

  • 8 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e voc?

    Contribuio da empresa (Lei 12.546/2011, art. 7)

    Contribuio da empresa (Lei 12.546/2011, art. 8)

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    Contribuio da empresa (Lei 8.212/91, art. 22)

    CONTRIBUIO DO EMPREGADOR DOMSTICO (Lei 8.212/91, art. 24)

    OUTRAS CONTRIBUIES PARA A SEGURIDADE SOCIAL

    COFINS

    PIS/PASEP

    CSLL

    Incidente s/ concursos de prognsticos

    COFINS Importao

    PIS/PASEP - Importao

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    RECEITAS DE OUTRAS FONTES

    as multas, a atualizao monetria e os juros moratrios;

    remunerao recebida pela prestao de servios de arrecadao, fiscalizao e cobrana prestados a terceiros (3,5%);

    as receitas provenientes de prestao de outros servios e de fornecimento ou arrendamento de bens;

    as demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras;

    as doaes, legados, subvenes e outras receitas eventuais;

    RECEITAS DE OUTRAS FONTES

    50% da receita obtida na forma do pargrafo nico do art. 243 da CF, repassados pelo INSS aos rgos responsveis pelas aes de proteo sade e a ser aplicada no tratamento e recuperao de viciados em entorpecentes e drogas afins;

    Nota: Constituio Federal, art. 243, pargrafo nico:

    Todo e qualquer bem de valor econmico apreendido em decorrncia do trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins ser confiscado e reverter em benefcio de instituies e pessoal especializado no tratamento e recuperao de viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalizao, controle, preveno e represso do crime de trfico dessas substncias.

    40% do resultado dos leiles dos bens apreendidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil;

    50% do valor total do prmio recolhido pelas companhias seguradoras que mantm o seguro obrigatrio de danos pessoais causados por veculos automotores de vias terrestres. Este valor deve ser destinado ao SUS para o custeio da assistncia mdico-hospitalar aos segurados vitimados em acidentes de trnsito;

    outras receitas previstas em legislao especfica.

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    SALRIO-DE-CONTRIBUIO (Lei 8.212, art. 28)

    SALRIO-DE-CONTRIBUIO

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    SALRIO-DE-CONTRIBUIO

    REAJUSTAMENTO

    O limite mximo do salrio-de-contribuio reajustado na mesma poca e com os mesmos ndices que os do reajustamento dos benefcios de prestao continuada da Previdncia Social (Lei 8.212/91, art. 28, 5).

    PARCELAS INTEGRANTES E NO-INTEGRANTES DO SC

    As parcelas relativas a indenizao e a ressarcimento, em geral, no esto includas nos conceitos de salrio-de-contribuio e de remunerao. Indenizao a reparao de danos causados a uma pessoa. Ressarcimento a compensao de despesas que o trabalhador tenha efetuado em decorrncia da execuo do trabalho. Remunerao a retribuio pelos servios prestados. Os valores pagos pelo trabalho integram o salrio-de-contribuio. Os valores pagos para o trabalho no integram o salrio-de-contribuio.

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    PARCELAS INTEGRANTES DO SC (exemplos)

    I Salrio II - Saldo de salrio pago na resciso do contrato de trabalho III - Salrio-maternidade IV - Frias gozadas V - 1/3 de frias gozadas (CF, art. 7, XVII) VI - 13 salrio VII - Horas extras VIII - O valor total das dirias para viagem, quando excederem a 50% da remunerao mensal do empregado. PARCELAS INTEGRANTES DO SC (exemplos)

    IX Gorjetas (espontneas ou compulsrias) X - Comisses e percentagens XI - Salrio pago sob a forma de utilidades (salrio in natura) XII - Remunerao do aposentado que retornar ao trabalho XIII Aviso prvio. PARCELAS NO-INTEGRANTES DO SC

    Lei 8.212/91, art. 28...............................

    9 No integram o salrio-de-contribuio, exclusivamente:

    a) os benefcios do RGPS, nos termos e limites legais, com exceo do salrio-materinidade;

    b) a ajuda de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta, nos termos da Lei 5.929/73;

    Nota: LEI N 5.929/73

    Na transferncia provisria: um adicional mensal, nunca inferior a 25% do salrio recebido na base.

    Na transferncia permanente: ajuda de custo, nunca inferior ao valor de 4 meses de salrio, para indenizao de despesas de mudana e instalao na nova base.

    c) a parcela in natura recebida de acordo com o PAT, nos termos da Lei n 6.321/76;

    d) Frias indenizadas e respectivo 1/3 constitucional, pagos na resciso, inclusive a dobra de frias de que trata o art. 137 da CLT;

    e) as importncias:

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    1. previstas no inciso I do art. 10 do ADCT (indenizao de 40% do montante depositado no FGTS, nos casos de despedida sem justa causa);

    2. relativas indenizao por tempo de servio, anterior a 5/10/88, do empregado no optante pelo FGTS;

    3. recebidas a ttulo da indenizao de que trata o art. 479 da CLT (indenizao por despedida sem justa causa do empregado nos contratos por prazo determinado);

    4. recebidas a ttulo da indenizao de que trata o art. 14 da Lei 5.889/73 (indenizao do tempo de servio do safrista, quando da expirao normal do contrato);

    5. recebidas a ttulo de incentivo demisso;

    6. recebidas a ttulo de abono de frias na forma dos arts. 143 e 144 da CLT;

    7. recebidas a ttulo de ganhos eventuais e os abonos expressamente desvinculados do salrio;

    Ganhos eventuais = liberalidade + sem habitualidade

    8. recebidas a ttulo de licena-prmio indenizada;

    9. recebidas a ttulo da indenizao de que trata o art. 9 da Lei n 7.238/84 (indenizao por dispensa sem justa causa no perodo de 30 dias que antecede a correo salarial);

    f) a parcela recebida a ttulo de vale-transporte, na forma da legislao prpria;

    g) a ajuda de custo, em parcela nica, recebida exclusivamente em decorrncia de mudana de local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT;

    h) as dirias para viagens, desde que no excedam a 50% da remunerao mensal;

    i) a importncia recebida a ttulo de bolsa de complementao educacional de estagirio, quando paga nos termos da Lei n 11.788/08;

    j) a participao nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei especfica; (Lei 10.101/2000)

    l) o abono do PIS e do PASEP;

    Obs.: 1 sal. min. para quem recebe at 2 sal. min. (CF, art. 239, 3)

    m) os valores correspondentes a transporte, alimentao e habitao fornecidos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em localidade distante da de sua residncia, em canteiro de obras ou local que, por fora da atividade, exija deslocamento e estada;

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    n) a importncia paga ao empregado a ttulo de complementao ao valor do auxlio-doena, desde que este direito seja extensivo totalidade dos empregados da empresa;

    o) as parcelas destinadas assistncia ao trabalhador da agroindstria canavieira, de que trata o art. 36 da Lei n 4.870/65; (1% s/ saco de acar de 60 kg; 1% s/ tonelada de cana; 1% s/ litro de lcool)

    p) o valor das contribuies efetivamente pago pela pessoa jurdica relativo a programa de previdncia complementar, aberto ou fechado, desde que disponvel totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9 e 468 da CLT;

    q) o valor relativo assistncia prestada por servio mdico ou odontolgico, prprio da empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, culos, aparelhos ortopdicos, despesas mdico-hospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa;

    r) o valor correspondente a vesturios, equipamentos e outros acessrios fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho para prestao dos respectivos servios;

    s) o ressarcimento de despesas pelo uso de veculo do empregado e o reembolso creche pago em conformidade com a legislao trabalhista, observado o limite mximo de seis anos de idade, quando devidamente comprovadas as despesas realizadas;

    t) o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que vise educao bsica de empregados e seus dependentes e, desde que vinculada s atividades desenvolvidas pela empresa, educao profissional e tecnolgica de empregados, nos termos da Lei n 9.394/96 (LDB), e:

    1. no seja utilizado em substituio de parcela salarial; e

    2. o valor mensal do plano educacional ou bolsa de estudo, considerado individualmente, no ultrapasse 5% da remunerao do segurado a que se destina ou o valor correspondente a uma vez e meia o valor do limite mnimo mensal do salrio-de-contribuio, o que for maior;

    u) Revogado.

    v) os valores recebidos em decorrncia da cesso de direitos autorais;

    x) o valor da multa prevista no 8 do art. 477 da CLT (multa paga ao empregado em decorrncia da mora no pagamento das parcelas constantes do instrumento de resciso do contrato de trabalho).

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    Observao:

    As parcelas definidas como no-integrantes do salrio-de-contribuio, quando pagas ou creditadas em desacordo com a legislao pertinente, passam a integr-lo para todos os fins e efeitos, sem prejuzo da aplicao das cominaes legais cabveis (RPS, art. 214, 10).

    EXEMPLO PRTICO

    PROPORCIONALIDADE DO SC

    Quando a admisso, a dispensa, o afastamento ou a falta do empregado, inclusive o domstico, ocorrer no curso do ms, o salrio-de-contribuio ser proporcional ao nmero de dias efetivamente trabalhados (RPS, art. 214, 1).

    Arrecadao e recolhimento das contribuies dos segurados

  • 17 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e voc?

    Quem arrecada e recolhe as contribuies do CI ?

    A empresa, inclusive a optante pelo Simples Nacional e a EBAS em gozo de iseno.

    A cooperativa de trabalho, em relao aos cooperados que prestam servio por seu intermdio.

    O prprio segurado, quando o contribuinte individual:

    a) exercer atividade econmica por conta prpria;

    b) prestar servio a pessoa fsica ou a outro contribuinte individual, produtor rural pessoa fsica, misso diplomtica ou repartio consular de carreira estrangeiras; ou

    c) quando se tratar de brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil seja membro efetivo.

    Quem arrecada e recolhe as contribuies do Segurado Especial ?

    O adquirente da produo rural:

    a) Se for pessoa jurdica; ou

    b) Pessoa fsica, no produtor rural, que adquire a produo para venda, no varejo, pessoas fsicas.

    O prprio segurado, se vender:

    a) A adquirente domiciliado no exterior;

    b) Diretamente, no varejo, a consumidor pessoa fsica;

    c) A produtor rural pessoa fsica;

    d) A outro segurado especial.

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    PRAZO DE RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIES

    Prazo de recolhimento das contribuies

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    PRAZO DE RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIES

    RECOLHIMENTO FORA DO PRAZO

    Os dbitos com a Unio decorrentes das contribuies sociais previdencirias, no pagos nos prazos previstos em legislao, sero acrescidos de multa de mora e juros de mora (Lei n 8.212/91, art. 35).

    JUROS DE MORA E MULTA DE MORA Lei n 9.430/96, art. 61

    1. Juros de Mora

    taxa SELIC, acumulada mensalmente, a partir do primeiro dia do ms subseqente ao vencimento do prazo at o ms anterior ao do pagamento; e

    um por cento no ms de pagamento.

    2. Multa de mora

    0,33% por dia de atraso, limitado a 20%.

  • 20 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e voc?

    MULTA DE LANAMENTO DE OFCIO Lei n 9.430/96, art. 44

    75% calculada sobre a totalidade ou diferena de contribuio.

    Aplicao em dobro (150%):

    (a) Na hiptese de compensao indevida, quando se comprove falsidade da declarao apresentada pelo sujeito passivo, tendo como base de clculo o valor total do dbito indevidamente compensado (Lei 8.212/91, art. 89, 10).

    (b) nos casos de evidente intuito de fraude, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabveis (Lei 9.430/96, art. 44, 1).

    Agravamento da multa de ofcio Lei n 9.430/96, art. 44, art. 44, 2

    Os percentuais de multa de ofcio (de 75% e de 150%) sero aumentados de metade (passando para 112,5% e 225%), nos casos de no atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimao para:

    prestar esclarecimentos;

    quando usurio de sistema de processamento eletrnico de dados, apresentar os arquivos digitais ou sistemas e a documentao tcnica completa e atualizada do sistema, suficiente para possibilitar a sua auditoria.

    Reduo da multa de ofcio Art. 6 da Lei 8.218/91

  • 21 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e voc?

    RETENO DE 11%

    A reteno de 11%, em vigor desde fevereiro/1999, adotada quando uma empresa (contratada) presta servio a outra empresa (contratante) mediante empreitada ou cesso de mo-de-obra.

    Cesso de mo-de-obra: colocao a disposio do contratante, em suas dependncias ou na de terceiros, de segurados que realizem servios contnuos, relacionados ou no com a atividade fim da empresa.

    Empreitada: a execuo, contratualmente estabelecida, de tarefa, de obra ou de servio, por preo ajustado, com ou sem fornecimento de material ou uso de equipamentos, realizados nas dependncias da empresa contratante, nas de terceiros ou nas da empresa contratada, tendo como objetivo um resultado pretendido.

    A EMPRESA CONTRATANTE DEVER:

    Reter 11% do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestao de servios emitido pela contratada, a ttulo de contribuio para a seguridade social;

    Recolher a importncia retida em nome da empresa contratada at o dia 20 do ms seguinte ao da emisso da nota fiscal.

    Notas:

    a) Quem recolhe a reteno a contratante, mas no campo 5 da GPS (identificador) deve ser identificado o CNPJ ou CEI da empresa contratada.

    b) A reteno se presumir feita. A empresa contratante no pode alegar omisso para se eximir do recolhimento.

    A EMPRESA CONTRATATADA DEVER:

    Destacar na nota fiscal o valor da reteno para a seguridade social.

    Elaborar folha de pagamento e GFIP distintas para cada obra ou estabelecimento das empresas que contratarem seus servios.

    Compensar o valor retido pela contratante, quando do recolhimento de suas contribuies para a seguridade social, incidentes sobre a folha de pagamento dos segurados a seu servio.

    OBSERVAES

    1. O percentual de 11% ser acrescido de 4%, 3% ou 2%, se o segurado fizer jus a aposentadoria especial, aps 15, 20 ou 25 anos de contribuio.

  • 22 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e voc?

    2. Quando a contratada se obriga a fornecer material ou dispor de equipamentos, a reteno de 11% incidir somente sobre o valor dos servios.

    3. A compensao no pode ser feita com valores de outras entidades (terceiros). Somente pode compensar com os valores do campo 6 da GPS (contribuies previdencirias).

    4. Na impossibilidade de haver compensao integral na prpria competncia, o saldo remanescente poder ser compensado nas competncias subseqentes, inclusive na relativa gratificao natalina, ou ser objeto de pedido de restituio.

    H RETENO NOS SEGUINTES SERVIOS QUANDO CONTRATADOS MEDIANTE CESSO DE MDO:

    limpeza, conservao e zeladoria; vigilncia e segurana; construo civil; servios rurais; digitao e preparao de dados para processamento; acabamento, embalagem e acondicionamento de produtos; cobrana; coleta e reciclagem de lixo e resduos; copa e hotelaria; corte e ligao de servios pblicos; distribuio; treinamento e ensino; entrega de contas e documentos; ligao e leitura de medidores; manuteno de instalaes, de mquinas e de equipamentos; montagem; operao de mquinas, equipamentos e veculos; operao de pedgio e de terminais de transporte; operao de transporte de passageiros, inclusive nos casos de concesso e sub-concesso; portaria, recepo e ascensorista; recepo, triagem e movimentao de materiais; promoo de vendas e eventos; secretaria e expediente; sade; e telefonia, inclusive telemarketing.

  • 23 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e voc?

    H RETENO NOS SEGUINTES SERVIOS QUANDO CONTRATADOS MEDIANTE EMPREITADA: limpeza, conservao e zeladoria; vigilncia e segurana; construo civil; servios rurais; digitao e preparao de dados para processamento; EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES E COOPERATIVAS DE TRABALHO As ME e EPP optantes pelo Simples Nacional que prestarem servios mediante cesso de mo de obra ou empreitada no esto sujeitas reteno de 11% sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestao de servios emitido. Como exceo regra, as empresas optantes pelo Simples Nacional que exeram as atividades de construo civil, vigilncia, limpeza e conservao continuam sujeitas reteno de 11% (IN RFB 971/2009, art. 191, II). No haver reteno de 11% sobre o valor bruto da nota fiscal emitida por cooperativa de trabalho. Empresas beneficiadas pela desonerao da folha de pagamento Quando a empresa prestadora de servio beneficiada pela desonerao da folha de pagamento prevista nos artigos 7 e 8 da Lei 12.546/2011, a empresa contratante dever reter 3,5% do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestao de servios (Lei 12.546/2011, art. 7, 6 e art. 8, 5). Aqui, em vez de 11%, a reteno de apenas 3,5%, porque a empresa prestadora no recolhe as contribuies previstas nos incisos I e III do art. 22 da Lei 8.212/91. RESPONSABILIDADE SOLIDRIA Na responsabilidade solidria, cada um dos devedores solidrios responde pela dvida inteira, como se fosse o nico devedor; O credor (a Unio) pode escolher qualquer deles e compeli-lo a pagar a dvida toda. O credor tambm pode cobrar de todos solidrios ao mesmo tempo; A responsabilidade solidria no comporta o benefcio de ordem.

  • 24 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e voc?

    H RESPONSABILIDADE SOLIDRIA: Entre o contratante e o contratado nos servios de construo civil, quando o contrato no envolva cesso de mo-de-obra (Lei 8.212/91, art. 30, VI); Entre empresas que integram grupo econmico (Lei 8.212/91, art. 30, IX); Produtores rurais integrantes de consrcio simplificado (Lei 8.212/91, art. 25-A, 3); O operador porturio e o OGMO so solidariamente responsveis pelas contribuies previdencirias relativamente requisio de mo-de-obra de trabalhador avulso (Lei 9.719/98, art. 2, 4); H RESPONSABILIDADE SOLIDRIA: Os administradores de autarquias, fundaes pblicas, empresas pblicas e de sociedades de economia mista, em atraso por mais de 30 dias, no recolhimento das contribuies para a seguridade social, so solidariamente responsveis pelo seu pagamento (Lei 8.212/91, art. 42). O ato para o qual a lei exige a exibio de CND (ou de CPD-EN), quando praticado com violao a esse requisito, acarretar a responsabilidade solidria dos contratantes e do oficial cartorrio que lavrar ou registrar o instrumento, sem prejuzo da multa e da responsabilizao penal e administrativa cabveis, sendo o ato nulo para todos os efeitos (Lei 8.212/91, art. 48). CONSTRUO CIVIL

  • 25 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e voc?

    NO H RESPONSABILIDADE SOLIDRIA:

    Nos casos de contratao de servios por intermdio de cooperativa de trabalho.

    Nos casos em que haja a previso legal de reteno de 11% do valor bruto da nota fiscal fatura ou recibo de servios prestados mediante cesso de mo-de-obra ou empreitada.

    OBRIGAES ACESSRIAS

    Alm da obrigao principal, que diz respeito ao recolhimento das contribuies sociais, a empresa tambm obrigada a:

    a) Preparar folha de pagamento da remunerao paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu servio, devendo manter, em cada estabelecimento, uma via da respectiva folha e recibos de pagamentos;

    b) Lanar mensalmente em ttulos prprios de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuies, o montante das quantias descontadas, as contribuies da empresa e os totais recolhidos;

    c) Prestar RFB todas as informaes cadastrais, financeiras e contbeis de seu interesse, na forma por ela estabelecida, bem como os esclarecimentos necessrios fiscalizao;

    d) Declarar RFB e ao Conselho Curador do FGTS, na forma, prazo e condies estabelecidos por esses rgos, dados relacionados a fatos geradores, base de clculo e valores devidos da contribuio previdenciria e outras informaes de interesse do INSS ou do Conselho Curador do FGTS;

    e) Encaminhar ao sindicato representativo da categoria profissional mais numerosa entre seus empregados, at o dia 10 de cada ms, cpia da GPS relativamente competncia anterior; e

    f) Afixar cpia da GPS, relativamente competncia anterior, durante o perodo de um ms, no quadro de horrio de que trata o art. 74 da CLT.

    g) Informar, anualmente, RFB, na forma por ela estabelecida, o nome, o nmero de inscrio na previdncia social e o endereo completo dos comerciantes ambulantes por ela utilizados no perodo, a qualquer ttulo, para distribuio ou comercializao de seus produtos, sejam eles de fabricao prpria ou de terceiros, sempre que se tratar de empresa que realize vendas diretas (RPS, art. 225, VII).

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    GFIP

    A declarao dada atravs da GFIP constitui confisso de dvida e instrumento hbil e suficiente para a exigncia do crdito tributrio, e suas informaes comporo a base de dados para fins de clculo e concesso dos benefcios previdencirios (Lei n 8.212/91, art. 32, 2).

    Sero inscritas como dvida ativa da Unio as contribuies previdencirias que no tenham sido recolhidas ou parceladas resultantes das informaes prestadas na GFIP (Lei n 8.212/91, art. 39, 3).

    FOLHA DE PAGAMENTO

    Uma folha para cada estabelecimento (filial), obra de construo civil e para cada tomador de servio.

    Requisitos da folha de pagamento:

    a) Discriminar o nome dos segurados, indicando cargo, funo ou servio prestado;

    b) Agrupar os segurados por categoria, assim entendido: segurado empregado, trabalhador avulso, contribuinte individual;

    c) Destacar o nome das seguradas em gozo de salrio-maternidade;

    d) Destacar as parcelas integrantes e no integrantes da remunerao e os descontos legais; e

    e) Indicar o nmero de quotas de salrio-famlia atribudas a cada segurado empregado ou trabalhador avulso.

    CONTABILIDADE

    Os livros Dirio e Razo sero exigidos pela fiscalizao aps 90 dias da ocorrncia do fatos geradores das contribuies.

    Requisitos da contabilidade:

    Regime de competncia;

    Registrar, em contas individualizadas, todos os fatos geradores de contribuies previdencirias de forma a identificar, clara e precisamente, as rubricas integrantes e no integrantes do salrio-de-contribuio, bem como as contribuies descontadas do segurado, as da empresa e os totais recolhidos, por estabelecimento da empresa, por obra de construo civil e por tomador de servios.

    A empresa dever manter disposio da fiscalizao os cdigos ou abreviaturas que identifiquem as respectivas rubricas utilizadas na escriturao contbil (plano de contas).

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    ISENO DE CONTRIBUIES

    CF, art. 195, 7 - So isentas de contribuio para a seguridade social as entidades beneficentes de assistncia social que atendam s exigncias estabelecidas em lei.

    Iseno ou imunidade?

    Exigncias estabelecidas em lei.

    Ordinria ou complementar?

    CF, art. 146, II cabe lei complementar regular as limitaes constitucionais ao poder de tributar.

    CF, art. 149 Compete exclusivamente Unio instituir contribuies sociais, de interveno no domnio econmico e de interesse das categorias profissionais ou econmicas, como instrumento de sua atuao nas respectivas reas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuzo do previsto no art. 195, 6, relativamente s contribuies a que alude o dispositivo.

    Lei n 12.101/2009.

    Certificao das EBAS

    Para gozar a iseno, indispensvel que a entidade obtenha a certificao de Entidade Beneficente de Assistncia Social (EBAS).

    O direito iseno das contribuies sociais poder ser exercido pela entidade a contar da data da publicao da concesso de sua certificao, desde que atendidos os requisitos previstos no art. 29 da Lei n 12.101/09.

    A certificao ser concedida s pessoas jurdicas de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecidas como EBAS com a finalidade de prestao de servios nas reas de assistncia social, sade ou educao, e que atendam aos requisitos previstos na Lei n 12.101/2009.

    As EBAS devero obedecer ao princpio da universalidade do atendimento, sendo vedado dirigir suas atividades exclusivamente a seus associados ou a categoria profissional.

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    Certificao de entidade de sade

    Para ser considerada beneficente e fazer jus certificao, a entidade de sade dever:

    I - comprovar o cumprimento das metas estabelecidas em convnio ou instrumento congnere celebrado com o gestor local do SUS;

    II - ofertar a prestao de seus servios ao SUS no percentual mnimo de 60% (sessenta por cento);

    III - comprovar, anualmente, a prestao dos servios de que trata o inciso II, com base no somatrio das internaes realizadas e dos atendimentos ambulatoriais prestados.

    Certificao de entidade de sade

    No havendo interesse de contratao pelo Gestor local do SUS dos servios de sade ofertados pela entidade no percentual mnimo de 60%, a entidade dever comprovar a aplicao de percentual da sua receita em gratuidade na rea da sade, da seguinte forma:

    I - 20%, se o percentual de atendimento ao SUS for inferior a 30%;

    II - 10%, se o percentual de atendimento ao SUS for igual ou superior a 30% e inferior a 50%; ou

    III - 5%, se o percentual de atendimento ao SUS for igual ou superior a 50% ou se completar o quantitativo das internaes hospitalares e atendimentos ambulatoriais, com atendimentos gratuitos devidamente informados, no financiados pelo SUS ou por qualquer outra fonte.

    Certificao de entidade de educao

    Para ser considerada beneficente e fazer jus certificao, a entidade de educao dever aplicar anualmente em gratuidade, pelo menos 20% da receita anual efetivamente recebida. Para cumprir esta exigncia, a entidade dever:

    I - demonstrar adequao s diretrizes e metas estabelecidas no Plano Nacional de Educao - PNE, na forma do art. 214 da Constituio Federal;

    II - atender a padres mnimos de qualidade, aferidos pelos processos de avaliao conduzidos pelo Ministrio da Educao; e

    III - oferecer bolsas de estudo nas seguintes propores: (a) no mnimo, uma bolsa de estudo integral para cada nove alunos pagantes da educao bsica; (b) bolsas parciais de 50%, quando necessrio para o alcance do nmero mnimo exigido.

  • 29 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e voc?

    Certificao de entidade de educao

    A bolsa de estudo integral ser concedida a aluno cuja renda familiar mensal per capita no exceda o valor de 1,5 (um e meio) salrio mnimo. A bolsa de estudo parcial ser concedida a aluno cuja renda familiar mensal per capita no exceda o valor de trs salrios mnimos.

    Certificao de entidade de assistncia social

    A certificao ou sua renovao ser concedida entidade de assistncia social que presta servios ou realiza aes assistenciais, de forma gratuita, continuada e planejada, para os usurios e a quem deles necessitar, sem qualquer discriminao.

    As entidades que prestam servios com objetivo de habilitao e reabilitao de pessoa com deficincia e de promoo da sua integrao vida comunitria podero ser certificadas, desde que comprovem a oferta de, no mnimo, 60% de sua capacidade de atendimento ao sistema de assistncia social.

    Constituem ainda requisitos para a certificao de uma entidade de assistncia social: (I) estar inscrita no respectivo Conselho Municipal de Assistncia Social ou no Conselho de Assistncia Social do Distrito Federal, conforme o caso; e (II) integrar o cadastro nacional de entidades e organizaes de assistncia social.

    Quando no houver Conselho de Assistncia Social no Municpio, as entidades de assistncia social dever-se-o inscrever nos respectivos Conselhos Estaduais.

    A comprovao do vnculo da entidade de assistncia social rede socioassistencial privada no mbito do SUAS condio suficiente para a concesso da certificao (Lei n 12.101/09, art. 20).

    Competncia para concesso da certificao

    A anlise e deciso dos requerimentos de concesso ou de renovao dos certificados das EBAS sero apreciadas no mbito dos seguintes Ministrios:

    (I) da Sade, quanto s entidades da rea de sade;

    (II) da Educao, quanto s entidades educacionais; e

    (III) do Desenvolvimento Social e Combate Fome, quanto s entidades de assistncia social.

    A entidade que atue em mais de uma rea dever requerer a certificao e sua renovao no Ministrio responsvel pela rea de atuao preponderante da entidade.

    Considera-se rea de atuao preponderante aquela definida como atividade econmica principal no Cadastro Nacional da Pessoa Jurdica do Ministrio da Fazenda.

  • 30 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e voc?

    Cancelamento da certificao

    Verificado prtica de irregularidade na entidade certificada, so competentes para representar, motivadamente, ao Ministrio responsvel pela sua rea de atuao, sem prejuzo das atribuies do Ministrio Pblico:

    I - o gestor municipal ou estadual do SUS ou do SUAS, de acordo com a sua condio de gesto, bem como o gestor da educao municipal, distrital ou estadual;

    II - a Secretaria da Receita Federal do Brasil;

    III - os conselhos de acompanhamento e controle social e os Conselhos de Assistncia Social e de Sade; e

    IV - o Tribunal de Contas da Unio.

    A representao ser dirigida ao Ministrio que concedeu a certificao e conter a qualificao do representante, a descrio dos fatos a serem apurados e, sempre que possvel, a documentao pertinente e demais informaes relevantes para o esclarecimento do seu objeto.

    Caber ao Ministrio competente:

    (I) dar cincia da representao entidade, que ter o prazo de 30 dias para apresentao de defesa; e

    (II) decidir sobre a representao, no prazo de 30 dias a contar da apresentao da defesa.

    Se improcedente a representao, o processo ser arquivado. Se procedente, aps deciso final ou transcorrido o prazo para interposio de recurso, a autoridade responsvel dever cancelar a certificao e dar cincia do fato Secretaria da Receita Federal do Brasil.

    Da deciso que cancelar a certificao caber recurso por parte da entidade interessada, assegurados o contraditrio, a ampla defesa e a participao da sociedade civil, na forma definida em regulamento, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da publicao da deciso.

  • 31 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e voc?

    Requisitos para a concesso da iseno

    De acordo com o art. 29 da Lei n 12.101/09, a entidade beneficente devidamente certificada far jus iseno do pagamento das contribuies para a seguridade social, desde que atenda, cumulativamente, aos seguintes requisitos:

    I - no percebam seus diretores, conselheiros, scios, instituidores ou benfeitores, remunerao, vantagens ou benefcios, direta ou indiretamente, por qualquer forma ou ttulo, em razo das competncias, funes ou atividades que lhes sejam atribudas pelos respectivos atos constitutivos;

    II - aplique suas rendas, seus recursos e eventual supervit integralmente no territrio nacional, na manuteno e desenvolvimento de seus objetivos institucionais;

    III - apresente certido negativa ou certido positiva com efeito de negativa de dbitos relativos aos tributos administrados pela RFB e certificado de regularidade do FGTS;

    IV - mantenha escriturao contbil regular que registre as receitas e despesas, bem como a aplicao em gratuidade de forma segregada, em consonncia com as normas emanadas do Conselho Federal de Contabilidade;

    V - no distribua resultados, dividendos, bonificaes, participaes ou parcelas do seu patrimnio, sob qualquer forma ou pretexto;

    VI - conserve em boa ordem, pelo prazo de 10 anos, contado da data da emisso, os documentos que comprovem a origem e a aplicao de seus recursos e os relativos a atos ou operaes realizados que impliquem modificao da situao patrimonial;

    VII - cumpra as obrigaes acessrias estabelecidas na legislao tributria;

    VIII - apresente as demonstraes contbeis e financeiras devidamente auditadas por auditor independente legalmente habilitado nos Conselhos Regionais de Contabilidade quando a receita bruta anual auferida for superior ao limite fixado pela Lei Complementar no 123/06.

    Obs.: A iseno no se estende a entidade com personalidade jurdica prpria constituda e mantida pela entidade qual a iseno foi concedida.

    Constatado o descumprimento pela entidade dos requisitos indicados no art. 29 da Lei n 12.101/09, a fiscalizao da RFB lavrar o auto de infrao relativo ao perodo correspondente e relatar os fatos que demonstram o no atendimento de tais requisitos para o gozo da iseno.

    Considerar-se- automaticamente suspenso o direito iseno das contribuies para a seguridade social durante o perodo em que se constatar o descumprimento dos referidos requisitos, devendo o lanamento correspondente ter como termo inicial a data da ocorrncia da infrao que lhe deu causa.

  • 32 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e voc?

    CONSTITUIO DO CRDITO PREVIDENCIRIO

    Lei 8.212/91, art. 33, 7:

    O crdito da seguridade social constitudo por meio de notificao de lanamento, de auto de infrao e de confisso de valores devidos e no recolhidos pelo contribuinte.

    CONSTITUIO DO CRDITO PREVIDENCIRIO

    I - por meio de lanamento por homologao expressa ou tcita, quando o sujeito passivo antecipar o recolhimento da importncia devida, nos termos da legislao aplicvel;

    II - por meio de confisso de valores devidos e no recolhidos, quando o sujeito passivo :

    a) apresentar a GFIP e no efetuar o pagamento integral do valor confessado;

    b) reconhecer espontaneamente a obrigao tributria;

    III - de ofcio, quando constatado o no-recolhimento total ou parcial das contribuies previdencirias, no declaradas em GFIP, a falta de pagamento de benefcio reembolsado ou o descumprimento de obrigao acessria.

    RESTITUIO, COMPENSAO E REEMBOLSO

    Restituio o procedimento administrativo mediante o qual o sujeito passivo ressarcido pela RFB, de valores recolhidos indevidamente Previdncia Social ou a outras entidades ou fundos.

    Compensao o procedimento facultativo pelo qual o sujeito passivo se ressarce de valores pagos indevidamente, deduzindo-os das contribuies devidas Previdncia Social.

    Reembolso - o procedimento pelo qual a RFB ressarce a empresa de valores de cotas de salrio-famlia e salrio-maternidade pagos a segurados.

    Caso haja pagamento de valores indevidos Previdncia Social, facultado ao sujeito passivo optar pela compensao ou pela formalizao do pedido de restituio (RPS, art. 251, 3).

  • 33 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e voc?

    COMPENSAO

    o procedimento facultativo pelo qual o sujeito passivo se ressarce de valores pagos indevidamente, deduzindo-os das contribuies devidas Previdncia Social.

    A compensao independe de requerimento, podendo ser efetuada diretamente pelo sujeito passivo, ficando sujeita a posterior conferncia pela fiscalizao previdenciria.

    A compensao somente poder ser efetuada com parcelas de contribuio da mesma espcie (RPS, art. 251, 2).

    Assim, a compensao dever ser realizada com contribuies sociais arrecadadas pela RFB para a Previdncia Social (contribuies previdencirias), sendo excludas as destinadas para outras entidades ou fundos.

    RESTITUIO

    o procedimento administrativo mediante o qual o sujeito passivo ressarcido pela RFB, de valores recolhidos indevidamente Previdncia Social ou a outras entidades ou fundos.

    Cabe ao sujeito passivo credor requerer sua restituio junto RFB.

    A restituio de contribuio indevidamente descontada do segurado somente poder ser feita ao prprio segurado, ou ao seu procurador, salvo se comprovado que o responsvel pelo recolhimento j lhe fez a devoluo (RPS, art. 249, nico).

    RESTITUIO DE CONTRIBUIES PARA TECEIROS

    No caso de restituio de contribuies para terceiros, vinculada restituio de contribuies previdencirias, ser o pedido recebido e decidido pela RFB, que providenciar a restituio, descontando-a obrigatoriamente do valor do repasse financeiro seguinte ao da restituio, comunicando o fato respectiva entidade (RPS, art. 250, 1).

    O pedido de restituio de contribuies que envolver somente importncias relativas a terceiros ser formulado diretamente entidade respectiva e por esta decidido, cabendo RFB prestar as informaes e realizar as diligncias solicitadas (RPS, art. 250, 2).

  • 34 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e voc?

    REGRAS APLICADAS COMPESAO E RESTITUIO

    Verificada a existncia de dbito em nome do sujeito passivo, o valor da restituio ser utilizado para extingui-lo, total ou parcialmente, mediante compensao (Lei 8.212/91, art. 89, 8).

    Somente permitida a compensao ou a restituio de valores que no tenham sido alcanados pela prescrio (CTN, art. 168).

    ATUALIZAO E ACRSCIMOS LEGAIS

    Os valores a serem compensados ou restitudos sero acrescidos de juros, calculados da seguinte forma:

    taxa SELIC, acumulada mensalmente, a partir do ms subsequente ao do pagamento indevido at o ms anterior ao da efetiva restituio ou compensao; e

    1% relativamente ao ms em que estiver sendo efetuada a mencionada compensao ou restituio.

    REEMBOLSO

    Reembolso o procedimento pelo qual a RFB ressarce a empresa de valores de cotas de salrio-famlia e salrio-maternidade pagos a segurados.

    O reembolso poder ser efetuado mediante deduo no ato do recolhimento das contribuies previdencirias correspondentes ao ms de pagamento do benefcio.

    Quando o valor a deduzir for superior s contribuies previdencirias devidas no ms do pagamento do benefcio, o sujeito passivo poder deduzir o saldo a seu favor no recolhimento das contribuies dos meses subsequentes, ou poder requerer o seu reembolso RFB.

    Caso o sujeito passivo no efetue a deduo na poca prpria, essas importncias podero ser compensadas, ou serem objeto de requerimento de restituio.

    O valor das cotas de salrio-famlia ou do salrio-maternidade s poder ser deduzido das contribuies previdencirias. No pode deduzir das contrib. para terceiros.

  • 35 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e voc?

    Prova de inexistncia de dbito

    CF, art. 195, 3 - A pessoa jurdica em dbito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, no poder contratar com o Poder Pblico nem dele receber benefcios ou incentivos fiscais ou creditcios.

    O documento comprobatrio de regularidade do contribuinte na Previdncia Social a CND (RPS, art. 257, 7).

    Todavia, caso haja crditos no vencidos, ou crditos em curso de cobrana executiva para os quais tenha sido efetivada a penhora regular e suficiente sua cobertura, ou crditos cuja exigibilidade esteja suspensa, ser expedida CPD-EN (CTN, art. 206).

    A CND no isenta o contribuinte da responsabilidade por dvidas posteriormente apuradas pela fiscalizao.

    Competncia para expedio da CND

    O documento comprobatrio de inexistncia de dbito ser fornecido pelos rgos locais competentes da RFB (Lei n 11.457/2007, art. 2).

    Exigncia da CND (ou da CPD-EN)

    1. DA EMPRESA (RPS, art. 257, I):

    a) na licitao, na contratao com o poder pblico e no recebimento de benefcios ou incentivo fiscal ou creditcio concedidos por ele;

    b) na alienao ou onerao, a qualquer ttulo, de bem imvel ou direito a ele relativo;

    c) na alienao ou onerao, a qualquer ttulo, de bem mvel de valor superior ao estabelecido periodicamente mediante Portaria do MPS/MF, incorporado ao ativo permanente da empresa.

    Nota: valor atualizado pela Portaria MPS/MF 19/2014: R$45.320,71.

    d) no registro ou arquivamento, no rgo prprio, de ato relativo a baixa ou reduo de capital de firma individual, reduo de capital social, ciso total ou parcial, transformao ou extino de entidade ou sociedade comercial ou civil e transferncia de controle de cotas de sociedade limitada.

  • 36 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e voc?

    CND (ou CPD-EN) das ME e EPP

    Nas licitaes pblicas, a comprovao de regularidade fiscal das ME e EPP somente ser exigida para efeito de assinatura do contrato (LC 123/2006, art. 42).

    As ME e EPP no necessitam de CND para o arquivamento, na junta comercial, de seus atos relativos a constituio, alterao e extino (LC 123/06, art. 9). No caso de extino (baixa) de ME e EPP, os titulares, scios e administradores so solidariamente responsveis pelos tributos ou contribuies que no tenham sido recolhidos.

    CND (ou CPD-EN) das empresas

    A prova de inexistncia de dbito deve ser exigida da empresa em relao a todas as suas dependncias, estabelecimentos e obras de construo civil (Lei 8.212, art. 47, 1).

    Exigncia da CND (ou da CPD-EN) do proprietrio de obra de construo civil

    A CND (ou a CPD-EN) ser exigida do proprietrio, pessoa fsica ou jurdica, de obra de construo civil, quando de sua averbao da obra no Registro de Imveis (Lei 8.212/91, art. 47, II). CND especfica.

    Quando a construo for residencial e unifamiliar, com rea total no superior a 70 m2, destinada a uso prprio, do tipo econmico e tiver sido executada sem a utilizao de mo-de-obra assalariada, no ser exigida a CND (nem CPD-EN), pois, neste caso, nenhuma contribuio devida seguridade social (RPS, art. 278).

    Tambm independe de prova de inexistncia de dbito a averbao da construo civil localizada em rea objeto de regularizao fundiria de interesse social.

    Exigncia da CND (ou da CPD-EN) do incorporador

    A CND (ou a CPD-EN) ser exigida do incorporador, na ocasio da inscrio de memorial de incorporao no Registro de Imveis (RPS, art. 257, III).

    Memorial de incorporao um projeto de construo civil e, para registr-lo, a CND ser exigida da empresa incorporadora, em relao a todas suas dependncias, estabelecimentos e obras de construo civil.

    Concluda a obra, para possibilitar sua averbao no registro de imveis, o incorporador deve requerer CND (ou CPD-EN) especfica da obra.

  • 37 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e voc?

    Exigncia da CND do produtor rural pessoa fsica e do segurado especial

    A CND (ou a CPD-EN) ser exigida do produtor rural pessoa fsica e do segurado especial quando da constituio de garantia para concesso de crdito rural e qualquer de suas modalidades, por instituio de crditos pblica ou privada, desde que comercializem a sua produo com o adquirente domiciliado no exterior ou diretamente no varejo a consumidor pessoa fsica, a outro produtor rural pessoa fsica ou a outro segurado especial (RPS, art. 257, IV).

    Exigncia da CND (ou da CPD-EN) na contratao de operaes de crdito com instituies financeiras

    (RPS, art. 257, V) - A CND ou a CPD-EN ser exigida na contratao, com instituies financeiras, de operaes de crdito que envolvam:

    Recursos pblicos, inclusive os provenientes de fundos constitucionais e de incentivo ao desenvolvimento regional;

    Recursos do FGTS, FAT e do FNDE; ou

    Recursos captados atravs de Caderneta de Poupana;

    Se a liberao destes crditos for efetuada em parcelas, a CND ou a CPD-EN tambm ser exigida no ato de liberao de cada parcela (RPS, art. 257, VI).

    Prazo de validade

    O prazo de validade da CND (e da CPD-EN) de 60 dias, contados da sua emisso, podendo ser ampliado por regulamento para at 180 dias (Lei 8.212/91, art. 47, 5).

    Atualmente, de acordo com o 7 do art. 257 do RPS, o documento comprobatrio de inexistncia de dbito, quanto s contribuies sociais previdencirias e s contribuies devidas, por lei, a terceiros, tem o prazo de validade de at 180 dias, contado da data de sua emisso.

    Verificao da autenticidade

    A prova de inexistncia de dbito perante a previdncia social ser fornecida por certido emitida por meio de sistema eletrnico, ficando a sua aceitao condicionada verificao de sua autenticidade pela Internet, em endereo especfico, ou junto RFB (RPS, art. 257, 15).

    Fica dispensada a guarda do documento comprobatrio de inexistncia de dbito, cuja autenticidade tenha sido comprovada pela Internet (RPS, art. 257, 16).

  • 38 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e voc?

    Falta de apresentao de GFIP

    A falta da informao mensal da GFIP impede a expedio da CND e da CPD-EN, mesmo que tenham sido cumpridas as demais exigncias (Lei 8.212/91, art. 32, 10).

    Estados, Distrito Federal e Municpios

    Lei 8.212/91, art. 56. A inexistncia de dbito em relao s contribuies previdencirias condio necessria para que os Estados, o DF e os Municpios possam:

    Receber as transferncias dos recursos do FPE e do FPM;

    Celebrar acordo, contrato, convnio ou ajuste com rgo ou entidade da administrao direta e indireta da Unio;

    Receber emprstimo, financiamento, aval ou subveno em geral de rgo ou entidade da administrao direta e indireta da Unio.

    Obs.: Independe de prova de inexistncia de dbito o recebimento pelos Municpios de transferncia de recursos destinados a aes de assistncia social, educao, sade e em caso de calamidade pblica (Lei 8.212/91, art. 47, 6, d).