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VII ESOCITE.BR tecsoc - ISSN 1808-8716 Medeiros, Costa. Anais VII Esocite.br/tecsoc 2017; 1(gt13):1-13 DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA NAS REDES SOCIAIS: Estudos sobre o uso de redes sociais na C&T GT 13 - Tecnologia e mediações Jean Maicon Rickes Medeiros Maria Conceição da Costa Resumo: O trabalho visa estudar e discutir as possibilidades do impacto social da ciência dentro do ambiente virtual das redes sociais. Desse modo, pretende-se analisar, por exemplo, quais são os temas principais das páginas de revistas científicas mais acessadas, análise de comentários entre os posts sobre estudos científicos, e outras análises mais quantitativas entre elas: número de likes, quantidade de comentários, de posts, etc. A pertinência encontrada neste trabalho é de agregar valor ao campo relativamente novo dentro da comunicação social, cientometria e dos Estudos Sociais de Ciência e Tecnologia (ESCT), a altmetria (PIERRO, 2016). E assim, entrar em uma área que vai além da divulgação científica e que pretende analisar o contexto social dos impactos científicos (Bornmann, 2013) feitos através das redes sociais. Este paper se constrói teoricamente a partir da origem dos Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia, analisando bibliografias que passam por Merton (1979) e discutindo a relação entre os modos de produção do conhecimento científico e o social com base em autores e nos princípios da sociologia da ciência pós-Merton em Bloor (2008) e Gibbons (1994). Ainda de cunho teórico, discorre-se pela Sociologia das Associações se referenciando em Latour (2012). Dentre os métodos utilizados lista-se a Teoria Ator-Rede, para se referenciar no que tange uma sociologia de atores plurais e heterogêneos, o que se é perceptível dentro do âmbito das redes sociais. Definido um recorte empírico, pretende-se que sejam utilizadas ferramentas de extração de dados de redes sociais, processamento de dados e, por fim, ferramentas de apoio à análise desses dados como de grafos (redes), gráficos, tabelas, nuvem de palavras, etc. Este artigo pretende construir uma interessante e pertinente relação entre as origens da ESCT, a Teoria Ator-Rede, a divulgação científica e o impacto científico e social da C&T nas redes sociais. No campo metodológico e empírico, espera-se encontrar resultados convincentes sobre como, quais e onde estão inseridos os impactos sociais, e até científicos, consequentes das interações feitas via redes sociais, principalmente nas que tangem os usuários- atores cientistas, jornalistas e leigos.

DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA NAS REDES SOCIAIS: Estudos …esocite2017.com.br/anais/beta/trabalhoscompletos/gt/13/esocite2017... · exemplo disso é que com um passar de olhos em uma

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VII ESOCITE.BR tecsoc - ISSN∕ 1808-8716 Medeiros, Costa. Anais VII Esocite.br/tecsoc 2017; 1(gt13):1-13

DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA NAS REDES SOCIAIS:

Estudos sobre o uso de redes sociais na C&T

GT 13 - Tecnologia e mediações

Jean Maicon Rickes MedeirosMaria Conceição da Costa

Resumo: O trabalho visa estudar e discutir as possibilidades do impacto social da ciência dentro doambiente virtual das redes sociais. Desse modo, pretende-se analisar, por exemplo, quais são os temasprincipais das páginas de revistas científicas mais acessadas, análise de comentários entre os postssobre estudos científicos, e outras análises mais quantitativas entre elas: número de likes, quantidadede comentários, de posts, etc. A pertinência encontrada neste trabalho é de agregar valor ao camporelativamente novo dentro da comunicação social, cientometria e dos Estudos Sociais de Ciência eTecnologia (ESCT), a altmetria (PIERRO, 2016). E assim, entrar em uma área que vai além da divulgaçãocientífica e que pretende analisar o contexto social dos impactos científicos (Bornmann, 2013) feitosatravés das redes sociais. Este paper se constrói teoricamente a partir da origem dos Estudos Sociaisda Ciência e Tecnologia, analisando bibliografias que passam por Merton (1979) e discutindo a relaçãoentre os modos de produção do conhecimento científico e o social com base em autores e nosprincípios da sociologia da ciência pós-Merton em Bloor (2008) e Gibbons (1994). Ainda de cunhoteórico, discorre-se pela Sociologia das Associações se referenciando em Latour (2012). Dentre osmétodos utilizados lista-se a Teoria Ator-Rede, para se referenciar no que tange uma sociologia deatores plurais e heterogêneos, o que se é perceptível dentro do âmbito das redes sociais. Definido umrecorte empírico, pretende-se que sejam utilizadas ferramentas de extração de dados de redes sociais,processamento de dados e, por fim, ferramentas de apoio à análise desses dados como de grafos(redes), gráficos, tabelas, nuvem de palavras, etc. Este artigo pretende construir uma interessante epertinente relação entre as origens da ESCT, a Teoria Ator-Rede, a divulgação científica e o impactocientífico e social da C&T nas redes sociais. No campo metodológico e empírico, espera-se encontrarresultados convincentes sobre como, quais e onde estão inseridos os impactos sociais, e até científicos,consequentes das interações feitas via redes sociais, principalmente nas que tangem os usuários-atores cientistas, jornalistas e leigos.

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Introdução

Com os diversos avanços comunicacionais das últimas décadas, vê-se um crescente fluxo informacionalentre as pessoas. O acesso a informações e a prática de se comunicar se tornou mais corriqueira. Um bomexemplo disso é que com um passar de olhos em uma timeline de Facebook, Twitter, entre outras redessociais, cria-se a possibilidade de acesso a informações sobre assuntos que nem ao menos chegam aosjornais mais comuns. Além disso, pequenos jornais, ou até mesmo blogs, podem noticiar pela internetassuntos mais específicos, como pesquisas científicas e pequenos avanços tecnológicos. Nessa massivatroca de dados muito conhecimento é transmitido entre usuários, e é essa troca que possibilita contatoentre atores sem que eles tenham nenhuma relação direta entre si.

A ciência e o impacto imediato causado por suas pesquisas não se resumem mais apenas à comunidadecientífica e acadêmica. Segundo Bornmann (2013), a avaliação de impacto científico tinha como interessejustamente a área acadêmica e conhecimento científico, porém, desde os anos 90, isso tem mudado. Aavaliação científica, vista em um contexto mais ‘social’, vem alcançando níveis de importância e relevânciacada vez mais altos. As finalidades da avaliação de pesquisas vem se tornando mais abrangentes na medidaem que os resultados, os usos e os benefícios se tornam cada vez mais integrantes do social. Além disso,esta avaliação se torna real principalmente na medida em que os estudos de mais sucessos vêm a se tornarprodutos de mercado ou serviços diretamente utilizáveis pela sociedade.

Este trabalho aproxima as teorias sobre os modos de produção do conhecimento e salientar como essesmodos de produção se tornaram parte de uma sociedade cada vez mais conectada. A visão é que isso sedeu por meio da divulgação científica e os impactos que a ciência vem causando nas redes sociais. Ainda,conecta os processos de avaliação de progresso científico e seus novos indicadores sociais.

Em um primeiro momento, aponta-se a relação entre os modos de produção do conhecimento científico e osocial com base em autores e nos princípios da sociologia da ciência pós-Merton. Em seguida, a partir daTeoria Ator-Rede (TAR), explora-se como os processos de inovação tecnológica, ou até mesmo o alcance daspesquisas científicas, se inserem em uma sociedade cada vez mais conectada por ferramentas e artefatoscomunicacionais. Ainda, coloca-se em questão as redes sociais e os processos de divulgação científica,compartilhamentos e impactos sociais feitos por estudos da ciência e tecnologia e emplacados atravésdesses espaços. Por fim, evidencia-se os processos de avaliação de progresso científico causado pelosavanços na divulgação científica, e com isso, criando novos indicadores e métricas.

A sociologia da ciência e suas teorias.

Merton (1979) ao avaliar o ethos da ciência e seu ethos se desenvolve os imperativos institucionais:universalismo, comunismo, desinteresse e ceticismo organizado. Em uma retomada aos princípios daSociologia da Ciência em uma era pós-Merton, o professor e antigo diretor da Unidade de Estudos daCiência da Universidade de Edimburgo, David Bloor (1976), debate sobre a sociologia da ciência e as formasde como o conhecimento é transmitido. Bloor (1976, p.18) nos diz que “o conhecimento é tudo aquilo queas pessoas consideram conhecimento”. Ou seja, ele é conhecimento antes de ser uma crença verdadeira ouverdadeira justificada. Ele são crenças assumidas como certas, institucionalizadas ou, por sua vez, investidaspela autoridade de um grupo de pessoas. Em um outro ponto, Gibbons (1994), ao falar dos modos deprodução do conhecimento na sociedade contemporânea, traz dois tipos, sendo que um não é excludentedo outro e existem de forma paralela: Modo 1 e o Modo 2.

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Percebe-se que essas teorias, de certa forma, quando foram criadas eram voltadas diretamente àacademia e aos pesquisadores da ciência, de forma que suas pesquisas poderiam, e em muitos doscasos assim o fizeram, impactar de forma direta ou indireta a sociedade, mas não incluir de formamais participativa atores leigos. E dessa maneira, a forma como a ciência era vista ou produzida, a suasociologia, era crucial para os impactos causados pelos seus resultados ou produtos finais. Hoje, tem-se isso de forma muito mais clara, pois com a ampla discussão e a (quase) transparência nos modosde produção científica, a partir da divulgação dela, possibilita-se o (re)conhecimento de sua existênciaaté mesmo antes de atingir resultados finais ou de se ter um produto final pronto para a sociedade. Eé sobre esta divulgação massiva, suas nuances e seus vieses que se discute na próxima seção.

A análise da divulgação científica das redes sociais a partir da TAR

A Teoria Ator-Rede, ou de forma abreviada TAR, nasceu nos Science and Technology Studies (Estudosde Ciência e Tecnologia) nos anos 90, principalmente originada dos sociólogos Bruno Latour e MichelCallon. Inicialmente, ela propunha compreender como o conhecimento e a inovação são formados etransformam a sociedade.

Com a Teoria Ator-Rede, Latour (2012) reivindica a redefinição em uma nova sociologia, secontrapondo ao que se chama de sociologia do social. Isso porque na TAR as associações entre atoreshíbridos e heterogêneos, ou seja, atores humanos e não-humanos, são o eixo principal. A ideia é dereagregar o social, desdobrar as controvérsias e tratar dos elementos heterogêneos que seaglomeram nas redes. Latour (2012, p. 17-18) combate ao fato dos cientistas terem agregado oadjetivo “social” a situações quaisquer, aludindo a um estado de coisas estável, em que existe umconjunto de associações que são mobilizadas e servem para explicar outras situações ou fenômenos.Sendo assim, o autor demonstra que o social não se é construído como domínio, como matéria e nãopode assumir a incumbência de fornecer uma “explicação social” de qualquer estado de coisa.

Michel Callon (1986), em um dos seus textos fundadores, define três conceitos iniciais: (a) "Actor-World", como sendo o contexto que dá a cada entidade seu significado e define suas limitações; (b)"Tradução", no qual o tradutor é uma espécie de "porta-voz" das entidades ou individualidades.Expressa os desejos, os pensamentos, as intenções, os mecanismos de operação das entidadeshumanas e não humanas em sua própria linguagem. Callon reconhece que seja necessário algumvínculo anterior para que a tradução seja aceita pelas entidades; e (c) "Ator-Rede", entidade que sóexiste no contexto, em conexão com outras entidades, de tal forma que, se for removido um dessesatores, a estrutura inteira se transforma. Provido da capacidade de auto definição eautotransformação, sublinhada pelo fato das duas palavras “ator” e “rede” estarem vinculadas emum único termo, o Ator-rede diferencia-se de um simples ator pela sua estrutura. (Kaufman, 2015, p.102-103)

Na citação retirada de Kaufman (2015), Callon demonstra, dentro da teoria exposta, como secomporta os atores presentes em cada contexto em que são inseridos. Em um exemplo no qual o

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contexto gira em volta de uma discussão sobre um estudo científico, primeiro, em (a) Callon define oque rege o contexto em questão. Em um segundo momento, (b), Callon expressa as formas como asmensagens são expressadas. A tradução leva esse nome por carregar junto a mensagem transmitidaas características do ator em questão, assim, toda sua subjetividade. E, por fim, em (c), as formascomo essas mensagens se comportam na rede e entre seus atores, que por definição da própriateoria, são atores-rede. Ou seja, cada ator é, por si próprio, uma rede heterogênea e híbrida deatores. E é assim que surgem as controvérsias. Elas derivam do Actor-World, da tradução e sealastram pelos atores-rede, se baseando em incertezas definidas pela própria teoria.

Latour (2012) demonstra as cinco principais incertezas para se desdobrar controvérsias com a TAR e oque a teoria deve seguir para se manter fiel a si mesma. Ele as chama de fontes de incerteza. Elas sãoas seguintes: (1) Em relação aos grupos, afirma-se que não há grupos, apenas a formação de grupos;(2) Em relação às ações: a ação é ultrapassada; (3) Em relação aos objetos, afirma-se que os objetostambém agem, ou seja, ele atribui as ações à humanos e não humanos; (4) Em relação aos fatos,contrapõe os fatos e o interesse, argumentando com os vínculos existentes na sociedade e o quãocontroversos são; e (5) em relação a escrita de relatos de risco e como o texto é mediador, age etransforma os actantes que o tangem.

A primeira fonte de incerteza revela que não há grupos, mas sim, a formação de grupos. Essasformações são as associações e agregações de elementos heterogêneos, que ao se movimentarem,vão fazendo e desfazendo os grupos. E os rastros vão sendo deixados com a construção edesconstrução de tais grupos. Latour separa os meios em que o social é produzido. Existem osmediadores e intermediários. Os mediadores são atores que modificam os significados,transformando-os, traduzindo, distorcendo. Ou seja, o que entra neles não exatamente define o quesai. Já os intermediários somente transportam significado, sem mexer neles, sem transformá-los.Tem-se bem definido que o que entra, o que determina e o que sai. (Latour, 2012)

O alto fluxo de assuntos que permeiam as redes sociais podem ser vistos nessa incerteza. Asdiscussões são efêmeras e tendem a se transformar com a adição ou a exclusão, por vezes por simesmo ou por administradores do ambiente virtual, de atores. Pode-se enxergar como intermediárioaqueles que somente compartilham as mensagens e nada comentam sobre elas. Os mediadores, porsua vez, compartilham e comentam as postagens, modificando, transformando, traduzindo e, emalguns momentos (o que é bastante comum na internet), distorcendo as mensagens. Em muitos doscasos, expondo sua subjetividade de forma bastante expositiva.

A segunda fonte de incerteza afirma que a ação é ultrapassada. Latour diz que as ações nunca sãofeitas somente pelo ator e para o ator. O ator nunca está sozinho em suas ações, elas sãoinfluenciadas por outros atores e/ou ultrapassadas por eles. Ao se analisar tais ações, entre atores deuma rede assume-se que a mesma foi feita por um intermediário ou um mediador, e assim, há adiversificação dos relatos a serem feitos sobre a rede de ações formadas. Latour reforça a opacidadedas ações e diz que elas são bem visíveis. Não existe ações invisíveis, que não transformam ou deixem

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traços, para Latour isso não se enquadra em ação. Ou seja, “não existe forças estranhas ou mãoinvisível que leva os atores a agirem de tal forma”. (Gonzalez e Baum, 2013, p. 152)

Em relação as redes sociais, tem-se diversas possibilidades de ações possíveis e que podemdesencadear controvérsias ou serem inseridas em controvérsias já existentes, como comentários,likes e compartilhamentos. Estes levam consigo, se não de forma explícita, toda a subjetividade doator em questão, quem é, de onde veio, o que faz, quais perfis segue, ou quem o segue, qual é oconteúdo que geralmente o perfil compartilha. Isso influi até mesmo na confiabilidade para com operfil sobre o tema em questão que seus seguidores ou os demais usuários terão ao terem acesso aoconteúdo.

A terceira fonte de incerteza é sobre a sustentação que diz que objetos também agem e sãoconectados na rede. O autor reivindica a importância dos objetos nas redes e os põe em um mesmopatamar hierárquico que os humanos. Caso o objeto não-humano transforme algo ou alguém atravésde uma associação, então é um ator nessa rede. Latour (2012) insiste em partir das controvérsiascriadas pelos atores e seus atos, ou seja, qualquer coisa que modifique o curso das ações fazdiferença e se denomina como actante.

Ao se falar de atores não-humanos se abrange uma imensidão de possibilidades para se determinar oque são tais atores. No contexto em que se discute pode-se, dentro dessa imensidão, enxergar, porexemplo, os dispositivos utilizados para se acessar as redes sociais e as situações em que os atoreshumanos se encontram. Seguindo neste exemplo, um ator humano, em seu tempo de descanso,sentado em frente à um computador, tem muito mais tempo para argumentar e discutir em umapostagem, ou seja, ser um mediador de fato, do que o mesmo ator, já em um segundo momento,checando mensagens durante um almoço em um dia de trabalho, no qual não teria tempo osuficiente para se ingressar na discussão, tendo assim um grande potencial de ser um intermediário,apenas compartilhar uma mensagem sem alguma alteração mais pertinente desta. Pode-se perceberdiversos atores actantes no exemplo. Só no primeiro momento, tem-se o ator humano, o timing dele,que é seu tempo de descanso, a cadeira na qual está sentado, o computador que está utilizando, arede social em questão, a postagem em que ele está sendo um mediador, dentre muitos outros nãomencionados no exemplo como a temperatura do ambiente, o estado emocional do ator humano, ascondições da internet que ele se utiliza, etc. O impacto social da C&T nas redes sociais, em umexemplo particular como o relatado, é definido por todos esses atores actantes, mesmo que o relatoexemplifica uma pequena nuance neste impacto, mas é justamente neste viés que este trabalho seapoia.

A quarta fonte de incerteza se baseia nas construções dos fatos em relação aos interesses envolvidos.O autor discute as origens da sociologia das associações. Ele sugere esclarecer os motivos para se daratenção e importância para os estudos em ciência sociais ao indicar a dificuldade de se envolver apalavra “construção”. Ao se viabilizar algo como construído, tem-se algo que teve início, meio e fim,algo visível e interessante. Assim, ao se constatar os processos dessa construção dos fatos, tem-se umponto de observação. Tais observações, segundo o autor, teriam por local, laboratórios científicos

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instituições de pesquisa, projetos acadêmicos, entre outros. Um mundo feito de questões de fato nãoseria o mesmo se constituído por questões de interesse. Questões de fato pode ser silenciadas,porém para as questões de interesse, a imensidão de dados expostos é percebida pelos rastrosdeixados pelas associações entre os actantes. Ou seja, para se entender a ciência como parte da redetecida pela sociedade, não faz sentido olhar somente para fatos instituídos, mas sim, as controvérsiascriadas pelas tensões entre atores.

Percebe-se que, Latour (2012), vê fortemente as questões de interesse como as que se alastram pelasredes, pois elas são construídas e discutidas antes, durante e depois desta construção pelos atores, eprincipalmente pelos atores interessados na mesma. Na avaliação do impacto de pesquisas científicaspode-se perceber isso de forma clara. Pierro (2016) consta isso em sua matéria para a revista daFapesp sobre o impacto de pesquisas para além da academia. Pierro, em seus estudos, analisa oimpacto de um artigo do físico e Biólogo Uri Alon, que apesar deste mesmo artigo ter sido citadosomente em 14 outros trabalhos (de acordo com a Web of Science), foi baixado por mais de 130 milvezes na rede social acadêmica Mendeley. Ou seja, percebe-se aí, neste artigo, uma questão deinteresse, um certo capital social é inserido de alguma forma neste trabalho.

A quinta fonte de incerteza é a qual Latour sustenta o caminho para se desdobrar as controvérsias.Nesta fonte o autor propõe “trazer para o primeiro plano o próprio ato de compor relatos”. (Latour,2012, p.180) Esse ato, ou seja, o texto criado a partir dele, é um mediador por si só. Ele transforma ospróprios actantes descritos ali e age sobre suas ações. Assim, tal texto deve compor misturas entre ateoria e o empirismo, ao tecer a rede ali analisada, fazendo conexões entre os actantes ali expostos.Tal texto deve ir ao encontro de uma objetividade, porém uma objetividade que segue a construçãodo assunto controverso e vivo. O autor argumenta isso ao reconhecer as subjetividades que sãoexpostas nos processos de relato. Tais controvérsias, criadas pelas entidades mobilizadas na redetecida por humanos e não humanos, devem ser abordadas com perícia e habilidade de escrita,segundo o autor.

A incerteza em questão se insere aqui quase que em forma de metalinguagem, pois descrevebasicamente o estudo exposto neste trabalho. Ele explicita basicamente que a maneira como sedescreve as nuances e os vieses da divulgação científica e o impacto dela nas redes sociais deve serde forma objetiva, não muito baseada nos conhecimentos tácitos envolvidos nesta questão, mas simnas teorias expostas e nos estudos de casos provindos delas.

Latour define que o relato deve ser uma narrativa, uma descrição ou proposição, em que os atoresexpostos comprovem suas ações, e que ali existam mediadores evidenciados em suas ações. Sendoassim, os relatos sobre os estudos científicos e seus impactos sociais devem conter toda a narrativaem torno destes, afim de expor de forma abrangente os atores inseridos no contexto e as açõespresentes nas associações e mediações feitas no processo. Dessa forma, fazer o esforço de excluir omáximo possível a subjetividade, inserir as teorias e intermediar as informações expostas nos dadostransmitidos, a fim de não distorcê-los.

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Avaliação de pesquisas científicas a partir do seu impacto na sociedade

Com o aumento dessa divulgação e do impacto científico gerado na sociedade se possibilita entrar nadiscussão sobre a criação de indicadores e a avaliação do impacto social alcançado pelas pesquisas.Segundo Bornmann (2013), a avaliação das pesquisas em C&T tem se expandido de tal forma queabrange a sociedade, entre outras, das seguintes formas: (i) social, (ii) cultural, (iii) no meio ambientee no (iv) retorno econômico sobre resultados ou produtos gerados por tais pesquisas.

Segundo o autor, o primeiro deles, a avaliação social, é determinado a partir da contribuição feitapara o capital social de um país, benefícios sociais diretos. O segundo, que caracteriza uma avaliaçãocultural, remete à contribuição cultural feita à nação em questão, ao entendimento de uma relaçãoentre sociedade e a sua cultura, e ao enriquecimento e a preservação cultural. O terceiro remete aoquão benéfico ao meio ambiente é a pesquisa, se ajuda a diminuir a poluição ou auxilia em processosde reciclagem e otimiza processos para que se gaste menos recursos naturais. O quarto, e último tipode avaliação mencionado por Bornmann, é sobre o retorno econômico da pesquisa. Esta avaliação ésobre otimizações em produtividade, inovações e invenções e o seus retornos financeiros.

O impacto social das pesquisas científicas tem ganhado lugar nos indicadores de cientometria. Asavaliações de impacto social tem se agregado aos progressos científicos e seus indicadores. Porém,Bornmann indica a importância do cruzamento dos indicadores, e não o descarte dos mesmos, comoa contagem de menções.

Mesmo com abordagens extremamente simples, como a medição da contagem de citações, o fato deque um método sofisticado de avaliação estatística é necessário não deve ser negligenciado. Ascontagens de citação devem ser padronizadas para torná-las comparáveis, as médias aritméticas nãodevem ser calculadas porque os dados de citação são geralmente distorcidos, e há uma série defatores que influenciam a contagem de citações e devem ser levados em consideração em umaavaliação. Se muitos indicadores diferentes forem utilizados na avaliação de impacto social, requisitosequivalentes de similaridade com as contagens de citação devem ser levados em consideração comcada indicador. (2013, p. 229)

O impacto social das pesquisas está se tornando algo cada vez mais notável e indicado para se avaliarseu alcance, inclusive sua importância tem sido um fator auxiliador na obtenção de financiamentopúblico. As pesquisas que tem trabalhado para o aumento dessa avaliação no impacto social temalcançado um avanço considerável na coleção de dados indicativos, tanto qualitativos quantoquantitativos e isso pode servir de fator decisório para agências de fomento e políticos (Bornmann,

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2012). Porém, o autor alerta que tais avaliações devem se desviar de pesquisas em ciência básica,pois a chance de se avaliar corretamente o impacto delas na sociedade é quase impossível e para quefosse possível, isso poderia demorar anos.

Análise de três importantes revistas científicas brasileiras e suas páginas de facebook.

As três páginas escolhidas para uma breve análise de seus posts foram as seguintes: Ciência Rural1,Archives of Clinical Psychiatry e Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. Elas foram selecionadas a partirde ranking SciELO das dez revistas com mais acessos entre setembro de 2015 e agosto de 2016, feitopelo blog Ciência em Revista (Medeiros, 2016). O ranking é composto por 10 das principais revistascientíficas brasileiras. Em uma busca simples por suas páginas de Facebook, só foram achadas quatro,as três analisadas neste artigo e a da revista Food, Science and Technology. Entretanto, desta última,só foi encontrado um post de 2014 com a lista dos participantes da revista, portanto foi descartada daanálise.

A metodologia consistiu em coletar posts das três páginas selecionadas. Em detrimento dasdiferenças na quantidade e frequência nas postagens foi necessário definir um recorte. Sendo assim,a coleta foi feita no período de um ano anterior ao último post feito em cada uma das páginas. Comisso, pode-se comparar as atividades de cada página em um período de 1 ano, porém sem que seja omesmo ano. A coleta foi feita através de um algoritmo de mineração de dados criado pelo Labic2.

A primeira revista analisada é a Memórias do Instituto Oswaldo Cruz3. Esta revista é voltada parapublicação de contribuições originais de pesquisadores em todo o mundo, nos campos deparasitologia, microbiologia, medicina tropical, bem como estudos básicos em imunologia de biologiamolecular e celular relacionados à esses campos. Ela se encontra em sétimo no ranking SciELO(Medeiros, 2016). A página tem um total de 889 likes4. Foram coletados 174 posts. Analisando osposts coletados, caracterizados no período de 12 de setembro de 2016 e 08 de setembro de 2017,pode-se concluir que a interação feita entre os usuários do facebook e a página resultaram em umamédia de 5.2 likes por post, 0.2 comentários por post e 1.4 compartilhamentos. Númerosrelativamente baixos comparados à quantidade de posts coletados no período em questão.

1 http://coral.ufsm.br/ccrrevista/ 2 Laboratório de estudos sobre Imagem e Cibercultura, presente na Universidade Federal do Espírito Santo.3 http://memorias.ioc.fiocruz.br/ 4 Última verificação no dia 12 de setembro de 2017.

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Gráfico 1: Interações feitas nos posts coletados da Revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz

A partir do Gráfico 1 retira-se para análise três picos de interação. O primeiro deles é de um post dodia 04/01/17. Ele é um post com um vídeo no qual autores de um artigo publicado na revistadiscursam sobre o trabalho. Ele obteve um total de 35 likes e 17 compartilhamentos. O segundo picotrata de um post com 39 likes. Ele é a atualização da capa da página com o tema da edição de junhode 2017. Sendo assim, não há texto, somente a imagem em questão. O terceiro pico, já tem uma taxade interação de 30 likes e 23 compartilhamentos. O post, como o primeiro mencionado, é um vídeode autores de um dos estudos publicados. Esse tipo de post conta com o compartilhamento destespesquisadores presentes nos vídeos, o que aumenta a interação com o post e os usuários dofacebook. Isso se dá pois a rede pela qual o post se espalha se amplia com esses compartilhamentos.

Dentre os posts com mais atividade pode-se perceber que a revista tem uma rede de seguidores ativae que curte as postagens com o conteúdo publicado nela. Sua frequência de atividade pode ser vistatambém na quantidade de posts coletados, sendo que em um ano obteve uma média de quase umpost a cada dois dias. Os demais posts contém, além de conteúdo da revista, artigos e publicações deblogs sobre ciência, conferências e assuntos relevantes sobre o seu tema de publicação.

A segunda delas, a Ciência Rural, é uma revista voltada para as Ciências Agrárias e existe desde 1971.Ela compunha o quinto lugar no Ranking SciELO (Medeiros, 2016). Ela tem 4.328 likes5. Foramcoletados um total de 43 posts. Ao se analisar os dados coletados da página, encontra-se as seguintesinformações no quesito interação com a página: os posts obtiveram uma média de 15.3 likes por post,0.3 comentários por post e 4 compartilhamentos por post. O período coletado foi entre 02 de marçoe 30 de dezembro de 2016.

5 Última verificação no dia 12 de setembro de 2017.

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O Gráfico 2 nos mostra um gráfico das interações feitas por post. Pode-se reconhecer três picos deinterações. O primeiro pico aconteceu no post do dia 26/05/2016. Ele se caracteriza por ser um post“link”, ou seja, é um texto seguido de uma url indicando algum site. O conteúdo do post é sobre oOrcid6 (e o seu link) e como ele facilita no cadastro de autores, avaliadores e editores da revista. Estepost obteve 79 likes, 2 comentários e 35 compatilhamentos. O segundo pico é um post feito no dia09/09/2016 e é sobre um link com o passo-a-passo de como adicionar seu número de Orcid no seucurrículo lattes. Este post teve 51 likes e 52 compartilhamentos. O terceiro pico analisado é de umpost do dia 01/11/2016. Ele é composto pela notícia que a revista integrou o ranking SciELO(Medeiros, 2016). Este obteve o maior número de likes dos posts coletados, um total de 106 curtidas.

Gráfico 2: Interações feitas nos posts coletados da Revista Ciência Rural

Pode-se perceber que dentre os posts analisados, os que obtiveram mais interações, apenas um, dostrês expostos, era algo relacionado a revista de fato, apesar de não ser sobre seu próprio conteúdo.Isto reflete nos interesses dos usuários em interagir com a página, tendo em vista que grande partedos demais posts eram em relação ao lançamento de uma edição ou sobre os artigos da revista. Estesinteresses se basearam nas informações gerais que a revista postou no período em questão.

A terceira e última revista analisada se intitula Archives of Clinical Psychiatry7 e tem um total de 164curtidas8. A revista Archives of Clinical Psychiatry engloba Ciências Humanas, Neurociências Básicas eClínicas e Psiquiatria Clínica. A revista é mantida pela Universidade de São Paulo. A coleta de posts

6 O ORCID é um cadastro internacional que fornece uma identidade digital única a pesquisadores. http://www.orcid.org/ 7 http://www.archivespsy.com/ 8 Última verificação no dia 12 de setembro de 2017.

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publicados durante um ano anterior ao último post demonstrou que a página do facebook não é tãoativa quando as demais analisadas neste trabalho. Foram apenas cinco posts coletados, totalizandoseis curtidas, um comentário e zero compartilhamentos, como se pode ver no Gráfico 3 a seguir.

Gráfico 3: Interações feitas nos posts coletados da Revista Archives of Clinical Psychiatry

Pode-se perceber que o uso da página para comunicação entre seus leitores não é um meio muitoutilizado pela revista. O único post que possui quatro curtidas é sobre uma de suas edições de 2015.

Sendo assim, foi possível perceber que a primeira revista analisada, Memórias do Instituto OswaldoCruz, apesar de se utilizar muito da rede social Facebook para se comunicar entre seus seguidores,não possui tantos quanto a segunda revista Ciência Rural. Isso, inclusive, pode ser verificado atravésdas escalas dos gráficos. A segunda, por sua vez, não faz tanto sucesso entre seus curtidores, sendoque os posts os quais tem maior ibope são sobre informações gerais. E a terceira, pode-se perceberque não tem um uso ativo de sua página como forma de comunicação.

Conclusão

O crescimento da divulgação científica, junto aos avanços das tecnologias de comunicação tem sidoconsiderável. Com isso, a participação social na ciência, e principalmente no impacto dela nasociedade tem sido cada vez mais visível e alcançável. Os estudos nessa área tem avançado junto comos estudos em cientometria e seus indicadores de progresso científico.

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O impacto social da C&T nas redes sociais é definido por todos os atores actantes presentes nasredes, como cientistas, stakeholders, universidades, instituições, publicitários, pessoas leigas, etc,mesmo que a divulgação feita exemplifique uma pequena nuance neste impacto, mas é justamenteneste viés que este trabalho se apoia. As formas como essa divulgação é feita vai depender de todosos atores participantes, tendo em vista a força que todos os atores podem ter nas redes sociais.

O sucesso dessa divulgação e o feedback das pessoas fora da academia, que vem sendo cada vez maispossível, tem sido essencial para a criação de indicadores alternativos para se avaliar o progressocientífico. Embora existam diversos indicadores, a criação destes, sociais, não substituem os jáexistentes, mas, sim, agregam valor. Com isso, aumentando exponencialmente o número possível demétricas capazes de avaliar o progresso científico.

O trabalho empírico imposto neste artigo nos demonstra uma análise do uso das redes sociais paradivulgação científica entre as revistas de ciência mais importantes do brasil. Pode-se perceber pelabusca de suas páginas que o Facebook não é uma ferramenta tão utilizada por elas no quesitodivulgação. Somente o fato de dentre as 10 revistas pesquisadas, apenas quatro possuírem páginasfacilmente encontradas em uma das maiores redes sociais utilizadas do mundo, já demonstra aescassez no uso desta mídia. A análise feita a partir da coleta de dados das páginas de Facebook detrês destas revistas só reforçou esta hipótese. Apesar de se utilizarem desta ferramenta decomunicação, a atividade e/ou a interação com os demais usuários da rede ficaram a desejar.

O estudo exposto neste artigo deixa como trabalho futuro, uma análise mais aprofundada entreoutras revistas e demais redes sociais. O uso de análise de redes sociais para medir o impacto deestudos científicos é uma área em crescimento. A Altmetria, um novo conceito da cientometria, visaestudar e medir o impacto, a difusão e a produção da ciência, além da forma como ela é divulgadaaos indivíduos.

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