Upload
vuongkhanh
View
213
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
VIVIANE BORBA DA SILVA
AUDITORIA SOBRE OS CONHECIMENTOS DE UM ESTOQUE
Rio de Janeiro
2013
DOCU
MENTO
PRO
TEGID
O PEL
A LE
I DE D
IREIT
O AUTO
RAL
VIVIANE BORBA DA SILVA
AUDITORIA SOBRE OS CONHECIMENTOS DE UM ESTOQUE
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Auditoria e Controladoria.
Professora Orientadora: Luciana Madeira
Rio de Janeiro
2013
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu noivo que em muitas
vezes me entendeu que não poderia estar ao seu
lado, pois tinha que estudar, a minha mãe que me
ajudou financeiramente e ao meu pai que todo final
de aula estava a minha espera no ponto do ônibus,
aos irmãos que sempre me apoiaram no estudo,
para encontrar o melhor na vida.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por me proporcionar um
estudo e pelo carinho de colegas de sala como;
a Rita Santos; que me ajudou me apoiando nos
momentos que precisei.
RESUMO
As empresas nos dias de hoje buscam a melhoria de um controle para em um setor de suma
importância, ou seja, o diferencial para que se tenha baixo custo na organização; é este setor é conhecido como o estoque.
Portanto este trabalho visará conceitos sobre estoques e auditoria, tendo objetivo de explicar esses conceitos para melhor controle e avaliação de estoques. Sendo assim, a auditoria de estoques é de extrema necessidade nas empresas, pois os estoques representam uma variação que pode distorcer o resultado apurado no final do exercício. O desenvolvimento da auditoria visa planejar e ordenar os trabalhos realizados pelo auditor nos estoques e seus respectivos controles internos evitando a subvalidação e subavaliação, que se dá na maioria dos casos, pela a omissão de receita.
Palavras-chaves: Auditoria e estoque
METODOLOGIA
Inicialmente foram desenvolvidos por meio de estudo e pesquisa,
instrumentos, no qual foram abordadas as principais ações de Auditoria e Estoque com
o objetivo único de identificar a ação proposta.
Para a classificação da pesquisa, toma-se como base à proposta apresentada
por Vergara (1998), que a qualifica em relação a dois aspectos: quanto aos fins e quanto
aos meios. Quanto aos fins, a pesquisa foi descritiva e explicativa. Descritiva porque,
buscou expor as características dos resultados obtidos pelo estudo, como exemplo
ilustrativo. Explicativa, porque teve por objetivo esclarecer como a Auditoria impacta, de
forma positiva na cultura das Organizações. Quanto aos meios, a pesquisa foi, ao
mesmo tempo, bibliográfica e documental. Bibliográfica, porque buscou desenvolver seu
estudo através de material acessível ao público em geral como livros, artigos, revistas e
sites da Internet. Documental porque, foram pesquisados documentos internos de
determinadas empresas, utilizadas como exemplo ilustrativo, que digam respeito ao
objeto de estudo.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 07
CAPÍTULO 1 – AUDITORIA E ESTOQUE....................................................................... 08
CAPÍTULO 2 – CONHECENDO O ESTOQUE................................................................ 17
CAPÍTULO 3 – PROCEDIMENTO DE AUDITORIA.........................................................
25
CONCLUSÃO................................................................................................................... 31
REFERÊNCIAS................................................................................................................. 32
7
INTRODUÇÃO
A Auditoria de Estoque é uma das áreas de maior importância numa
organização, sendo assim de maior relevância dentro da área da contabilidade, desta
forma tendo assim um papel fundamental no resultado final; onde o objetivo é o exame
do controle interno e das demonstrações financeiras e patrimoniais da empresa.
Ao final o auditor expressa o que foi visto através de parecer e outros
documentos.
Segundo Sá (1998), “Auditoria é uma técnica aplicada ao sistemático exame dos
registros, demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de consideração
contábil, visando apresentação de opiniões, conclusões, críticas e orientações sobre
situações ou fenômenos patrimoniais da riqueza aziendal, pública ou privada, quer
ocorridos, quer por ocorrer ou prospectados e diagnosticados.”
A distorção de qualquer item do estoque, ou a subtração de qualquer item e/ou a
permanência do mesmo se torna obsoleto no estoque, gerando assim subavaliação ou
superavaliação deste, levando a resultados distorcidos no resultado final financeiro.
Devido à importância na Auditoria sobre o Estoque é que este trabalho trará o
papel da ampla clareza sobre os conceitos e procedimentos da empresa como: controle
de inventário de estoques que objetiva a execução desta auditoria dos maiores índices
de confiabilidade.
Tomando assim como base de estudo este assunto Auditoria sobre o Estoque,
onde terá uma proposta de utilizar métodos qualitativos visando uma melhor
compreensão dos conceitos utilizados em uma Auditoria de Estoque.
Onde poderemos no final deste trabalho identificar se é realmente necessário e
de grande importância a figura de um Auditor no setor de estoque de uma empresa?
Desta forma no capítulo I será abordado sobre a Auditoria e o Estoque; no
capítulo II sobre o conhecimentos do Estoque e já no capítulo III o procedimento de
Auditoria.
8
1. CAPÍTULO l – AUDITORIA E ESTOQUE
1.1 Auditoria
Auditoria é uma técnica contábil, através da qual são examinados os registros
contábeis e documentos da entidade sobre os quais é emitido parecer expressando se
as Demonstrações Financeiras representam ou não, a verdadeira situação patrimonial,
econômica e financeira da entidade, na data em que as mesmas foram elaboradas.
A auditoria não se limita apenas em verificações de fatos passados, o seu
conceito atual é dinâmico, atribuindo – se a outras importantes funções, abrangendo
todo o organismo da empresa e da sua administração, como: interpretação, previsão de
fatos, exames e crítica como consequência das suas interpretações. É necessário que o
exame seja sistemático, racional e técnico; formado por um conjunto harmônico de
procedimentos que concorram para uma conclusão exata.
A auditoria é uma prática antiga, mas, como ocorreu com a Contabilidade, a
auditoria desenvolve-se mais acentualmente durante o século XIX e por se tratar de um
campo da ciência contábil aplicada, esse desenvolvimento foi mais intenso na Inglaterra
e nos ESTADOS Unidos, locais onde a contabilidade sempre foi encerrada com maior
pragmatismo.
Entretanto foi somente no século XX que passou a ser utilizada em larga escala.
No Brasil, a técnica da auditoria começou a se desenvolver após o advento da Lei 4.728
de 1965, com a normatização do Mercado de Capitais e tornou-se mais intensa após a
publicação da Lei 6.404/76, a Leis das Sociedades Anônimas.
A partir dessas normatizações, a auditoria contábil é a tecnologia que utilizando
da revisão, da pesquisa, para fins de opinião e orientação sobre situações patrimoniais
de empresas e instituições (Sá, 1998).
E durante toda a história, sofrendo, obviamente, pequenas adaptações ao
ambiente social em que estava inserida, a auditoria manteve seus objetivos básicos. No
qual, permitiam julgar se os registros contábeis foram efetuados de acordo com aos
9
princípios de contabilidade geralmente aceitos e se as demonstrações contábeis deles
decorrentes refletem adequadamente a situação econômico - financeira do patrimônio,
os resultados do período administrativo examinados e as demais situações nelas
demonstradas.
Sendo assim, o levantamento, o estudo e a avaliação sistemática de transações,
procedimentos, rotinas e demonstrações contábeis de uma entidade, tem como objetivo
de fornecer a seus usuários uma opinião imparcial e fundamentada em normas e
princípios sobre a sua adequação (PERES JUNIRO, 1995).
Pode-se então, a partir das definições dos diversos autores, resumirem o conceito
de auditoria é uma técnica contábil, através da qual são examinados os registros
contábeis e documentos da entidade sobre os quais é emitido parecer expressando se
as Demonstrações Financeiras representam ou não, as verdadeiras situações
patrimoniais, econômicas e financeiras da entidade, na data em que as mesmas foram
elaboradas.
O trabalho de auditoria não se limita apenas em verificações de fatos passados, o
seu conceito atual é dinâmico, atribuindo-se outras importantes funções, abrangendo
todo o organismo da empresa e da sua administração, como: interpretações. É
necessário que o exame seja sistemático, racional e técnico; formando por um conjunto
harmônico de procedimentos que concorram para uma conclusão exata.
A auditoria está subordinada ás normas e procedimentos, dos postulados da
contabilidade e comportamentos éticos. O seu conceito vinculados basicamente na
observação sistemática para obtenção de elementos comprobatórios para emissão do
parecer sobre evidências relacionadas com os fenômenos da riqueza patrimonial; na
aplicação de metodologia própria à avaliação das observações sistemáticas e conclusão
as avaliações. Ela pode ser classificada em: Externa, Interna, Sintética, Analítica e
Fiscal.
Portanto uma auditoria, se faz necessário para definir o real valor deste estoque.
O objetivo da auditoria de estoque consiste basicamente em verificar se os valores
demonstrados como estoque estão representados por existência física de mercadorias,
e por qual medida as empresas tomaram como base para a determinação dessa
existência.
10
A verificação dos estoques nos trabalhos de auditoria é ponto de vital importância,
pois os estoques já não são mais relegados ao segundo plano no contexto empresarial.
1.2 Estoque
Os estoques são bens destinados à venda ou produção, ligados com os objetivos
e atividades da empresa. Representam um dos ativos mais importantes do capital
circulante e da posição financeira da maioria das companhias industriais e comerciais.
Na visão de Ludícibus (2000, p.101), “estoques são bens adquiridos ou produzidos pela
empresa com o objetivo de venda, ou utilização própria no curso normal de suas
atividades”. Na mesma Gitman define da seguinte forma:
(...) Os estoques, ou bens em mãos, são ativos circulantes
necessários que possibilitam o funcionamento dos processos
de produção e vendas com um mínimo de distúrbio e, como as
duplicatas a receber, representam em investimento
significativos por parte da maioria das empresas. Para o
empresário médio, respondem por cerca de 42% dos ativos
circulantes e aproximadamente 18% doa ativos totais (2002,
p.713)
Segundo a Lei das Sociedades por Ações – S.A. (Lei 6.404/76), estoques “são
direitos que tiverem por objetivo mercadorias e produtos do comércio da companhia,
assim como matérias-primas, produtos em fabricação e Bend em almoxarifado”. Os
estoques merecem uma atenção especial, por parte dos administradores auditores e
profissionais destinados(as) ao exercício desta função, pois exerce um papel de
elemento regulador dentro da empresa, tanto no fluxo de produção como de venda.
Outro fator que releva a importância dos estoques é por parte do(a) auditor(a),
pois a sua avaliação no início e no fim do período contábil, reflete diretamente na
apuração do Lucro Líquido de cada exercício. O controle da conta de estoque é
determinante para medir de cada o resultado da empresa, ou seja, uma empresa pode
determinar seu resultado controlando o seu custo. Se aumentarmos o valor do estoque,
o resultado será maior. Nestes termos, percebemos claramente, que no sistema
contábil, há grande possibilidade de haver estes ajustes, que podem ser benéfico ou
11
ruim para empresa. É por isso que a legislação do imposto de renda das pessoas
jurídicas estabelece normas de critérios de avaliação de estoques, que devem ser
adotados pelas empresas, que tem o critério de Lucro Real.
1.3 Auditoria dos Estoques
Durante a última década, economistas, empresários e até mesmo contadores,
tem se tornado cada vez mais consciente do impacto que as alterações nos estoques
podem ocasionar as empresas com reflexos na economia nacional.
Os empresários têm-se mostrado crescente interesse durante os últimos anos por
métodos aperfeiçoados de controle de estoque. Algumas das razões para este crescente
interesse podem ser descritos como:
• As pressões competitivas sobre os preços e lucros, como nova
ênfase em se extrair toda e qualquer vantagem do capital investido nas
empresas, incluindo os investimentos em estoque.
• O desenvolvimento tecnológico no campo do processamento de
dados, especialmente no que concerne aos computadores eletrônicos, que
possibilita a administração de melhores informações, com menos possibilidade de
erros ou fraudes e uma abordagem mais eficaz nas decisões sobre administração
de estoques.
Esses fatores aumentam a necessidade por desempenho mais aperfeiçoados em
matéria de estoques, através de uma melhor compreensão da aplicação de conceitos
modernos técnicas analíticas e computadores.
Do ponto de vista financeiro, os estoques representam um investimento de
capital, e devem competir com os demais ativos da firma. Em consequência, os
investimentos em estoques devem ser compatíveis com o seu giro, ou seja, deve ser
aplicar somente o que for possível colocar no mercado consumidor.
12
A abordagem sobre controles internos é de suma importância, pois o bom
desempenho de controles de estoque está relacionado a um bom sistema de controle de
compras. Um bom sistema de compras existe quando há um serviço destinado ao seu
controle que protejam a empresa contra maus investimentos em compras ou desvios.
Geralmente a seção de compras deve receber as requisições de compra das seções
que necessitam dos materiais.Deve possuir um registro de fornecedores, por ramo,
contendo todos os dados necessários, tais como: natureza, produtos, distribuidor,
revendedor atacadista ou varejista, entre outras.
O (A) auditor (a) necessita conhecer, portanto como funcionam estes
departamentos. Precisa ainda, observar se todas as compras foram aprovadas e se as
recepções e as faturas com as respectivas notas fiscais se harmonizam.
1.4 Política do Estoque
Conforme o enfoque dado por Viana (2002), o mesmo diz que, entende-se por
política de estoques o conjunto de atos diretivos que estabelecem, de forma global e
específica, princípios, diretrizes e normas relacionadas ao gerenciamento de materiais
nas empresas, para a escolha da otimização dos recursos materiais e do capital
investidos.
Desta forma, pode-se dizer que em função da especificidade de cada empresa, a
mesma poderá se utilizar de várias formas de melhor gerenciar seus estoques, nas
quais evidenciam-se alguns tipos de políticas de estoques mais comumente utilizadas.
A administração geral da empresa deverá determinar ao departamento de
controle de estoque, o programa de objetivos a serem atingidos, isto é, estabelecer
certos padrões que sirvam de guias aos programadores e controladores e também de
critérios para medir o desenvolvimento do departamento.
13
Estas políticas são metas que a empresa está disposta a atingir, por acreditar que
desta forma estará cumprindo sua razão de existir, atendendo a sociedade em geral de
forma satisfatória e gerando riquezas.
1.5 Controle de Estoque
Os controles internos de estoques estão diretamente relacionados com as
atividades de compras, produção, armazenamento e registro contábil. Um adequado
sistema de controles internos exige que as mercadorias sejam: adquiridas, requisitadas,
recebidas controladas, segregadas, distribuídas internamente por meio de requisição e ,
aquelas que venham a permanecerem estocadas, que sejam regulamente inventariadas
e auditadas.
O controle de estoques tem por objetivo apurar a responsabilidade das pessoas
que têm a custódia de bens da empresa. É efetuado através da contagem física dos
bens e confrontando o resultado apurado com os registros contábeis de estoques. A
primeira etapa no inventário consiste no levantamento dos bens, posteriormente
confrontar os itens inventariados com os registros perpétuos fiquem compatíveis entre si.
Os Inventários de estoques podem ser Periódicos e Permanentes:
• Inventário Periódico
É um sistema de inventário adotado por empresas que não mantêm controle das
quantidades e valores das mercadorias ou produtos existentes em seu estoque.
Desta forma, a contabilidade não dispõe de informações suficientes para a
apuração do resultado, sendo necessário o levantamento físico dos estoques e
correspondente avaliação, sempre que se apurar o resultado e levantar o Balanço,
motivo pelo qual, é denominado “Inventário Periódico”.
• Inventário Permanente
É um sistema que possibilita permanentemente a obtenção de informações quanto
aos estoques e os custos das mercadorias ou produtos vendidos. O fato de estas
informações estarem sempre disponíveis é que se convencionou denominar
“Inventário Permanente”.
14
A manutenção de um adequado controle de movimentação em quantidades e
valor dos estoques é essencial. No caso de matérias-primas e contas similares de
estoques de mercadorias para revenda de empresas de comerciais, é importante a
manutenção de um Registro Permanente desses estoques, item por item. O registro
permanente é também exigido pela legislação do imposto de renda, como instrumento
necessário de controle para apuração mensal dos estoques conforme determina o
Parecer Normativo nº06, de 26 de janeiro de 1979.
O registro permanente de estoques pode ser feito em fichas, mantidas para cada
item, com seu movimento em quantidade, preço unitário e valor total, bem como em livro
ou formulários contínuos por sistema de processamento eletrônico de dados. O parecer
que se referimos, afirma que o saldo final do exercício, apurados no registro permanente
após os ajustes decorrentes do confronto com contagens físicas, serão os utilizados
para transcrição no livro oficial de Inventário.
Diante desse cenário, alguns aspectos relacionados ao inventário físico são
necessários se elucidado para a execução da auditoria. No encerramento do exercício
o(a) auditor(a) tem que observar a contagem de estoques conforme estatuem as normas
profissionais. O(A) auditor(a) deve sempre ter em mente os objetivos que o levam a
acompanhar as contagens físicas dos estoques: constatar a efetiva existência do
estoque e observar como a contagem está se processando e se todos os detalhes
inerentes estão sendo adequadamente registrados.
Existem certas peculiaridades para certos tipos de matérias que merecem
cuidados especiais, por exemplo: pilhas de metal, sucata de metal, produtos químicos
armazenados em dornas, etc., por sua natureza podem representar dificuldade para a
realização da contagem física. Nesses casos talvez, o(a) auditor(a) considere apropriado
colher amostras dos tanques para serem analisados por técnicos independentes e
especializado.
Há casos em que os clientes utilizam pesquisa fotográfica, estudos de engenharia
e outras técnicas similares para o levantamento físico dos estoques, e o(a) auditor(a)
podem observar o cuidado com que estes (tais) procedimentos considerados inusitados
são empregados. Nessas situações, o(a) auditor(a) deve considerar a possibilidade de
contar com a assistência de um especialista para avaliar o conteúdo do estoque em
15
prazo, preço e especificações com as datas constantes da aprovação estabelecidas na
ordem de compra.
O sistema de compras também deve a emissão de pedidos de compra, assinados
pela pessoa autorizada, fazendo-se confrontam com a nota fiscal de entrada e a
existência física da mercadoria comprada. A auditoria de estoques compreende também
a realização do inventário físico, para contagem e inspeção de todos os estoques
existentes, essa pode ser uma tarefa das mais árduas e demoradas, dependendo da
quantidade e da natureza dos estoques que serão contados.
Por ser um dos maiores itens do ativo no balanço, os estoques, quando
constituídos de grande variedade de itens, exigirá um trabalho de extrema organização e
atenção para o bom êxito do serviço. O auditor deve inteirar-se antecipadamente do
programa de realização do inventário, não só para compreendê-lo, mas, principalmente,
para verificar se o programa é satisfatório às necessidades da empresa.
A auditoria de estoque é um importante instrumento para as empresas industriais
e comerciais na verificação da exatidão dos processos de controle interno para estoques
e compras.
A tarefa do auditor do auditor, nos estoques, é essencial, pois os mesmos
constituem um ativo da empresa, significando valor monetário no balanço, e ainda,
financeiramente, representando investimentos de capital. Deve, portanto, o profissional
de auditoria, nos trabalhos de verificação dos estoques, cingirem-se de seriedade,
competência e consciência de que está contribuindo para o progresso de uma empresa
ou até mesmo de uma nação.
A auditoria dos estoques requer muito da atenção do (a) auditor(a), pois se trata
de dados que constituem importante item do ativo circulante para as empresas.
O (A) auditor (a) deve, portanto, estar atento quanto aos valores constantes dos
controles internos dos estoques, tendo em vista os princípios e as normas brasileiras de
contabilidade.
16
1.6 Livro Registro de Inventário
O Livro de Registro de Inventário é obrigatório, segundo a legislação tributária
brasileira.
No fim de cada exercício nele devem constar transcritos todos os componentes
do inventário final do exercício. Por seu poder de comprovação legal é que o auditor
deve partir dele para a realização de seus exames, procurando fazer, pelo processo de
amostragem ou testes, e um confronto com as contas de controle do Razão relativas a
estoques.
As mercadorias em poder de terceiros, enviadas para vendas e, consignações,
mesmo estando nas dependências do estabelecimento do consignatário que exerce o
papel de representante, devem constar no inventário do proprietário, ou seja, o
consignante.
A Legislação do ICMS/PB, prevê os casos em que as empresas poderão efetuar
os lançamentos das notas fiscais de entradas de mercadorias sem que as mesmas
tenham efetivamente entrado no estabelecimento do adquirente, são os casos de:
importação, e operações triangular, como é o caso das mercadorias adquiridas mas
entregues ao industrializado. Devendo assim, constarem no inventário do proprietário.
Portando, a inclusão no inventário deve basear-se, como regra geral, no critério
da propriedade e não da posse.
17
CAPÍTULO II
2.0 Conhecendo o Estoque
2.1 Tipos de Estoque
Existem alguns aspectos que devem ser especificados para montar um sistema
de controle de estoque. Segundo Moura (2004), o primeiro passo é conhecer os
diferentes tipos de estoque existente ativo e passivo.
2.1.1 Estoque Ativo
De acordo com Malagoni (2005), é todo estoque resultante de um planejamento
prévio e destinado a uma utilização em:
• Produção: constituído por matérias-primas e componentes que integram o produto
final;
• Produtos em processo: constituídos por matérias em diferentes estágios da
produção;
• Manutenção, reparo e operação: formado por peças e componentes empregados
no processo produtivo, sem integrar o produto final;
• Produtos acabados: compreendemos os materiais e/ou produtos em condições de
serem vendidos;
• Materiais administrativos: formado por matérias de aplicação em geral na
empresa, sem vinculação com o processo produtivo.
2.1.2 Estoque Inativo
O estoque inutilizado é decorrente de alteração de programas, mudanças nas
políticas de estoque ou eventuais falhas de planejamento, que engloba as seguintes
categorias:
18
• Estoque disponível: constituído pelos materiais sem perspectiva de utilização,
sem destinação, total ou parcialmente;
• Estoque alienável: constituído de material disponível, inservível, obsoleto e
sucatas destinadas à venda.
2.2 Avaliação dos Estoques
O valor contábil dos estoques deve agregar todos os custos, quer seja diretos,
quer seja indiretos, que concorreram para a sua formação.
A avaliação dos estoques ao custo histórico de aquisição ou de produção foi
adotada pelos profissionais de contabilidade e consagrada pelos Princípios
Fundamentais de Contabilidade.
Nas empresas que utilizam o sistema de inventario permanente, os estoques são
controlados através de fichas, que contém as seguintes escriturações:
• Compras: devem ser escrituras pelo valor de aquisição ou produção, diminuídos
dos impostos recuperáveis e com adição do frete e do seguro.
• Vendas: serão escriturados pelo custo correspondente, conforme o critério
adotado.
• Devolução de compras: (na contabilidade do adquirente) devem ser escrituradas
com sinal negativo (indicado entre parêntese) na própria coluna das entradas.
• Devolução de vendas: (na contabilidade do alienante), serão escriturados com
sinal negativo (indicadas entre parênteses) na própria coluna das saídas.
19
• Abatimentos sobre compras: (na contabilidade do comprador) devem ser
escriturados com sinal negativo (indicados entre parênteses), apenas na coluna
“total” em R$ referente às entradas.
• Abatimentos sobre vendas: (na contabilidade do vendedor) não serão
escrituradas na ficha de estoque.
2.3 Custos de Estoques
O processo de desenvolvimento industrial, intensificando a concorrência das
empresas em todas as áreas, faz com que o empresário ataque decididamente o
problema da minimização de custos. Entre os tipos de custos que afetam de perto a
rentabilidade da empresa, o custo da estocagem ou armazenamento dos materiais é,
sem dúvida nenhuma, o que está merecendo uma grande atenção do empresário.
Usualmente, na tomada de decisão de quando comprar, os gerentes de produção
primeiro tentam identificar os custos que serão afetados por sua decisão.
Alguns custos são relevantes, conforme afirma Slack; Chambers; Johnston
(2002).
a) Custos de colocação do pedido: cada vez que um pedido é colocado para reabastecer
estoque, são necessárias algumas transações que representam custos para a empresa.
Estas incluem as tarefas de escritório de preparo do pedido e toda a documentação
associada com isso, o arranjo para que se faça a entrega, o arranjo de pagar o
fornecedor pela entrega e os custos gerais de manter todas as informações para fazer
isso. Se estivermos colando um pedido em parte de nossa própria operação, a
probabilidade é que se trate dos mesmos tipos de transação relativos à manutenção
interna de registros, mas também pode haver custos de “troca” (preparação) incorridos
pela parte da operação que deve fornecer os itens, causados pela necessidade de
mudar da produção de um item para a produção de outro.
b) Custos de descontos de preços: em muitas indústrias, os fornecedores oferecem
descontos sobre o preço normal de compra para grandes quantidades; alternativamente,
eles podem impor custos extras para pequenos pedidos.
20
c) Custos da falta de estoque: se erramos a decisão de quantidade de pedido e ficamos
sem estoque, haverá custos incorridos por nós, pela falha no fornecimento a nossos
consumidores. Se os consumidores forem externos, poderão trocar de fornecedor; se
internos, a falta de estoque pode levar a tempo ocioso no processo seguinte,
ineficiências e, fatalmente, outra vez consumidores externos insatisfeitos.
d) Custos de capital de giro: logo que colocamos um pedido de reabastecimento, os
fornecedores vão demandar pagamento por seus bens. Quando fornecemos para
nossos próprios consumidores vamos, por nossa vez, demandar pagamento.
Todavia, haverá provavelmente um lapso de tempo entre pagar os nossos fornecedores
e receber pagamento de nossos consumidores. Durante esse tempo, temos que ter os
fundos para manter os estoques. Isso é chamado capital de giro, que precisamos fazer
para “girar” o estoque. Os custos associados a ele são os juros, que pagamos ao banco
por empréstimos, ou os custos de oportunidade, de não investirmos em outros lugares.
e) Custos de armazenagem: esses são os custos associados à armazenagem física dos
bens. Locação, climatização e iluminação do armazém podem ser caras, especialmente
quando são requeridas condições especiais, como baixa temperatura ou armazenagem
de alta segurança.
f) Custos de obsolescência: se escolhermos uma política de pedidos que envolva
pedidos de quantidades muito grandes, que significará que os itens estocados
permanecerão longo tempo armazenado, existe o risco de que esses itens possam
tornar-se obsoletos (no caso de uma mudança de loja, por exemplo) ou deteriorar-se
com a idade (no caso da maioria dos alimentos, por exemplo).
g) Custos de ineficiência da produção: de acordo com as filosofias do just in time, altos
níveis de estoque impedem-nos de ver a completa extensão de problemas dentro da
produção. Pode - se dividir todos esses custos associados com estoques em dois
grupos. As primeiras três categorias são custos que usualmente decrescem à medida
que o tamanho do pedido é aumentado. As outras categorias de custos usualmente
crescem à medida que o tamanho do pedido é aumentado.
21
2.4 Previsões para o Estoques
Conforme a abordagem de Viana (2002), todo o início do estudo dos estoques
está pautado na previsão do consumo de material. As previsões de consumo ou da
demanda estabelecem esta estimativa futura dos materiais adquiridos pela empresa e
pode ser classificadas em três grupos.
a) Projeção: São aquelas que admitem que o futuro seja repetição do passado, segundo
a mesma lei observada no passado, este grupo de técnicas é de natureza quantitativa;
b) Explicação: procura – se explicar o consumo do passado mediante leis que
relacionam os mesmos com outras variáveis cuja evolução é conhecida ou previsível;
c) Predileção: a experiência das pessoas envolvidas e conhecedores de fatores
influentes no consumo e no mercado estabelecem a evolução dos consumos futuros. A
previsão de consumo determina estas estimativas futuras dos produtos que a empresa
comercializa. Assim, determina quais produtos, quanto e quando serão vendidos.
Há informações básicas na previsão dos estoques que se dividem em duas
categorias: quantitativas, que vão desde fluxo de vendas em período anterior até
influência exercida pela divulgação de uma nova propaganda, e qualitativas, que estão
ligadas diretamente às opiniões das pessoas envolvidas na cadeia, como gerentes,
vendedores, compradores e outros.
Para Martins (2006), os estoques devem funcionar como elemento regulador do
fluxo de materiais nas empresas, isto é, como a velocidade com que chegam à empresa
é diferente da velocidade com que saem, ou são consumidos, há a necessidade de certa
quantidade de materiais, que ora aumenta, ora diminui, amortecendo as variações.
No comportamento dinâmico do processo, existem as técnicas de previsão do
consumo que se classificam em grupos.
O primeiro grupo denomina-se como projeção, ou seja, é o grupo em que se
admite que as vendas no futuro possuam ligação direta com as vendas que acontecem
no passado.
22
O segundo grupo, chamado de explicação, procura explicar as vendas do
passado mediante leis que relacionem as mesmas com outras variáveis, cuja evolução é
conhecida ou previsível. São aplicações de técnicas de regressão e correlação.
O terceiro e último grupo, é o grupo de predileção, ou seja, mediante apoio de
funcionários e conhecedores de fatores influentes nas vendas e no mercado, é
estabelecido evolução das vendas futuras.
Existem ainda diversos fatores que podem alterar o comportamento do consumo
e influenciar na previsão para os estoques, tais como: influências políticas, influências
conjunturais, influências sazonais, alterações no comportamento dos clientes, inovações
técnicas, preços competitivos dos concorrentes e outros fatores que sofrem variações de
acordo com o seguimento de mercado da empresa.
2.5 Tempo de Reposição
Segundo Dias (1993), umas das informações básicas de que se necessita para.
Calcular o estoque mínimo e o tempo de reposição, isto é, o tempo gasto desde.
A verificação de que o estoque precisa ser reposto ate a chegada efetiva do
material no almoxarifado das empresa. Este tempo pode ser desmembrado em três
partes:
a) Emissão do pedido: tempo que leva desde a emissão do pedido de compra até
chegar ao fornecedor;
b) Preparação do pedido: tempo que leva o fornecedor para fabricar os produtos até
deixá-los em condições de serem transportados;
c) Transporte: tempo que leva da saída do fornecedor até o recebimento dos materiais
pela empresa.
Em relação a sua importância, o tempo de reposição deve ser determinado do
modo mais realista possível, pois as variações podem alterar toda a estrutura dos
sistemas de estoques.
23
2.6 Custo ou Mercado, dos Dois o Menor
O Custo é a base da avaliação dos estoques, assim sendo, as matérias-primas e
as mercadorias para revenda serão avaliadas ao custo de aquisição e os produtos
acabados e em elaboração ao custo de produção.
Porém quando houver a perda de utilidade ou a redução no preço de venda ou
reposição de um item que reduza o seu valor de mercado, abaixo d custo, deve-se
ajustar ao valor de mercado mediante constituição de provisão, mantendo-se controles
de estoques ao valor original de custo.
O método do custo ou mercado, dos dois o menores, tem como finalidade,
eliminar dos estoques a parcela dos custos que provavelmente não é recuperável. A
aplicação desse critério deve ser na avaliação dos inventários de final de cada ano, no
sentido de que as perdas resultantes de estragos, deterioração, obsoletismo, redução do
exercício em que tais perdas ocorrem e não no exercício em que a mercadoria é
vendida, resposta ou transformada em sucata.
2.7 Identificação Específica ou Preço Específico
Por este método é identificado o custo incorrido individualmente de cada unidade.
É usado somente quando é possível fazer a determinação do preço específico de cada
unidade em estoque, mediante identificação física. Ele é utilizado principalmente em
empresas que trabalham sob o regime de encomenda.
A maioria dos casos é economicamente inviável o emprego desse método.
Exemplo: Consideramos um Estoque inicial, dez automóveis adquiridos por $
11.000 a unidade, e logo depois são vendidos três, por $ 15.000 cada, porém sabendo-
se que dois pertencem ao lote inicial e ou outro foi adquirido no período. Daremos neste
caso baixa, como Custo de Mercadorias Vendidas, do valor específico da compra de
cada um $ 11.000e $ 13.000.
Conforme figura abaixo, será desta forma que ficará no registro de estoque:
24
2.7.1 NIFO “In , First Out” ou avaliação a custo de reposição
Próximo que entrar, primeiro a sair): não admitimos pela legislação tributária, por
razões semelhantes às do critérios UEPS, e muito pouco utilizado pela contabilidade
geral, por contrariar, o princípio do custo histórico como base de valor. É entretanto,
muito útil para a contabilidade gerencial.
2.7.2 UEPS ou LIFO “Last-First-Out”
Nesse método, as quantidades que ficam em estoques são valorizadas pelos
primeiros custos unitários e as que saem são valorizadas pelos últimos custos unitários.
2.7.3 PEPS ou FIFO “First-In-First-Out”
Por esse método as quantidades que ficam em estoques são valorizadas pelos
últimos custos unitários e as que saem, são valorizadas pelos primeiros custos unitários.
Portanto por esse método, daremos baixa no custo da seguintes forma: o primeiro
que entra é o primeiro que sai. Assim à medida que ocorrerem as vendas, vamos dando
baixa a partir das primeiras compras, o que equivaleria ao raciocínio de que as primeiras
unidades compradas seriam as primeiras a serem vendidas.
25
CAPÍTULO III
3.0 Procedimento de Auditoria
“Procedimento de Auditoria são os conjuntos de técnicas que
permitem ao auditor evidências ou provas suficientes e
adequadas para fundamentar sua opinião sobre as
Demonstrações Contábeis auditadas, e abrangem testes de
observância e testes substantivos.” (Resolução CFC nº 700/91)
(CFC, 1991 P.58)
Os testes de observância, objetivam à obtenção de uma margem de segurança
de que estão em pleno funcionamento os procedimentos de controle interno adotados
pela administração da empresa auditada. Já os testes substantivos, objetivam à
obtenção de evidência quanto à suficiência, precisão e validade das informações
geradas pelo sistema de contabilidades da entidade, dividindo-se em duas partes:
Testes de transformações e saldos e Procedimentos de revisão analítica.
3.1 Procedimento de Auditoria dos Estoques
• O procedimento inicial a ser executado pelo auditor, é o confronto entre o saldo
apresentado no Balanço e o saldo declarado no Livro de Registro de Inventário.
As diferenças a maior verificadas na contabilidade caracteriza a supervaliação
dos estoques, podendo o auditor acusar a empresa de omissão de receitas.
• A comprovação física dos estoques também é indispensável. A verificação pode
ser realizada através de testes estatísticos, mas, é recomendável que se esteja
atento à medida ou extensão.
A verificação deve ser o mais rigoroso possível, examinando os detalhes de cada
material, pois normalmente existem muitos de grande semelhança.
Quando houver dificuldades para contagem ou medição do material, como cercais
em silos, combustíveis em tonéis, pequenas peças em grande quantidades, etc., o
26
auditor deve também apelar para o sentido prático, usando de cubagens, etc., a fim de
facilitar o trabalho e não torná-lo demasiadamente lento quanto a verificação. Deve ser
procedida a avaliação do controle interno dos estoques, antecedendo a verificação do
inventário de modo a ter-se consciência sobre os limites de alcance dos estoques em
sua evidenciação e exatidão.
Quando os levantamentos físicos de estoques são feitos fora da data do
inventário que serve de base para o balanço, são necessárias “reconciliações”, que
visam alcançar o saldo de balanço, como por exemplo:
O saldo encontrado indica que na data do encerramento do balanço, o saldo
deveria ser de 90 unidades. Tal saldo teve o auditor conferi-lo com aquele registrado no
livro de inventário , e que serviu de base para o balanço.
• O auditor deve proceder obrigatoriamente, ao exame da avaliação dos estoques,
pois está correlacionado à comprovação física, analisando os procedimentos da
formação dos custos bem como os critérios de avaliação dos estoques.
Quando a fixação do valor exigir o conhecimento do preço de mercado ou de
reposição, necessário se faz certificar-se das fontes fornecedoras de dados sobre a
realidade dos números como também se o critério adotado respeitou o critério do
custo ou mercado, dos dois o menor.
• A veracidade da expressão contábil dos estoques deve ser verificada através do
mais amplo exame dos registros, da realidade física, da exatidão aritmética e do
27
valor, em consonância com a legislação fiscal e os princípios fundamentais de
contabilidade.
O objetivo é que o auditor certifique-se de que a cifra constante do Balanço, bem
como as apropriações aos custos dos bens de venda que se converteram em
receitas, representam de forma adequada a posição e a circulação dos estoques.
A analise deve envolver o manuseio da documentação julgada necessária e
conveniente e relativa a entradas e saídas. O auditor deve apelar para todos os
meios técnicos auxiliares que lhe permitem garantir a realização do levantamento e
o exame documental.
A verificação de registros de estoques deve compreender :
- observação da autenticidade dos documentos da saída (requisição)
- confronto com as notas de entradas e saídas a fim de constatar se as quantidades
lançadas estão corretas.
- verificação aritmética para comprovar se o saldo está corretamente calculado, e a
verificação dos transportes de saldos.
• A abrangência das provas é um critério pessoal do auditor, assim como o método de
amostragem, mas, será sempre conveniente que se atribua maior atenção aos bens
de maior valor e de maior volume de giro.
• Quando houver a impossibilidade de verificação dos estoques em armazenagens
gerais ou consignados a terceiros ou de pouca relevância, bem como aqueles
gravados por ônus, o auditor pode recorrer a circularizações de correspondências,
onde se solicitam dados analíticos sobre as mercadorias, tais como: quantidade,
qualidade, especificação completa, codificação, tipo de embalagem, obsoletos,
danificados ou incompletos; ou a solicitações de depósitos ou ônus, solicitando
sejam assinados por elementos credenciados dos informantes.
• O auditor deve atentar para a avaliação dos itens dos estoques que por natureza
deve ter seus minimizados, como: resíduos, retalhos, refugos, obsoletos avariados e
semelhantes. Se a eles foram atribuídos valores equivalentes ou aproximados dos
demais itens do estoque.
28
• É recomendável que exista uma correlação entre a auditoria dos estoques, e os
custos dos produtos vendidos ou mercadorias vendidas e as vendas, através de
integrado critério de exame.
• Devolução de venda – verificar pelas fichas de estoques, casos de devolução pelos
clientes, examinar se as devoluções se processaram com documentos fiscal e
devidamente lançadas nos livros de entrada de mercadorias; verificar no livro diário
e identificar lançamentos contábeis de devoluções. O objetivos é identificar a
regularidade das devoluções e se os lançamentos contábeis dessa operações não
escondem alguma situação irregular.
3.2 Levantamento Específico de Mercadorias
O levantamento especifico de mercadorias é um instrumento valioso, utilizado na
auditoria, que envolve não apenas as mercadorias existentes nos estoques mas também
o fluxo de entradas e saídas. Segundo LIMA, (1988, p.29) é “a formula que consiste no
acompanhamento físico da circulação de mercadorias, criteriosamente especificados, a
fim de que o fisco possa concluir pela regularidade ou não do lançamento tributário. ”
Para a aplicação deste procedimento, se faz necessário que o contribuinte
auditado, esteja obrigado a cumpri a obrigação acessória de emitir notas fiscais sempre
que promover saídas de mercadorias, a qualquer titulo. Para facilitar a comprovação
legal e o próprio levantamento, se faz necessário, também, que as mercadorias
adquiridas, não sofram alterações em suas especificações.
3.3 De Balanço a Balanço dentro de um Exercício Social
O passo inicial a ser dado pelo auditor, para proceder ao levantamento especifico
de Balanço a Balanço, será eleger as mercadorias que serão objetos do levantamento.
Nesta escolha deve ser levado em consideração os itens de valor mais expressivo e que
possua algum indício de irregularidade deve o auditor também, optar por um ou dois
itens de menor relevância, pois as vezes, na verificação dos itens de pouca relevância,
podem ser elucidados grandes somas de evasão de tributos, quando acumulados em
um ano, e são esses pequenos itens que muitas vezes a empresa escolhe para a pratica
do ilícito fiscal.
29
A documentação a ser utilizada pelo auditor, será o Livro de Registro de
Inventário, onde constam arroladas as mercadorias existentes no estoque inicial e
estoque final; e todas as Notas Fiscais de entradas de mercadorias, bem como todas as
Notas Fiscais de Saídas.
Totalizadas todas as aquisições e todas as saídas, será armada a seguinte
equação:
Estoque Inicial + Entradas – (Saídas + Estoque Final) = 0
O resultado desta deverá ser igual a zero. Quando porém, resultado em um valor
superior a zero, indica que houve uma diferença para menos; que deve ser interpretada
como indicação de faltas de faturamento de mercadorias. Devendo o auditor proceder a
autuação para a cobrança do imposto devido. Quando, entretanto, resultar em um
número negativo, este por sua vez, indicará uma diferença para mais, ou seja, denuncia
aquisição de mercadorias sem o correspondente documento fiscal. Neste caso o auditor
não poderá acusar a empresa de possuir estoques a descoberto, pois a empresa não
dispõe mais daquele estoque, ou se o possuísse seria muito difícil identificá-lo entre as
demais mercadorias. Neste caso, a diferença para mais alcança o fato pretérito da
aquisição da mercadoria com receita de origem não comprovada, ou seja, venda sem
emissão de nota fiscal, “caixa dois”.
O preço a ser considerado para a determinação da base de cálculo do imposto a
ser cobrado referente a falta de faturamento, deverá ser o preço médio das vendas.
Já o preço a ser considerado no computo da base de cálculo do imposto a ser
cobrado referente a omissão de receitas, “caixa dois” utilizada para a aquisição das
mercadorias será o preço médio das aquisições.
O levantamento realizado pelo auditor deverá está respaldado em um
demonstrativo constando o número de totais as Notas Fiscais com as quantidades das
aquisições e das saídas, o preço unitário, e uma outra coluna evidenciando as
diferenças apuradas.
30
3.4 De Balanço Inicial a um Balanço apresentado no Inicio da
Fiscalização
A eficácia deste levantamento consiste no fato de que, quase sempre o
contribuinte é surpreendido pela fiscalização. O auditor ao notificar o contribuinte, elege
as mercadorias para proceder ao levantamento quantitativo, que deve ser acompanhado
pelo representante legal da empresa ou pessoa que ele comprovadamente designar.
Enquanto no levantamento de Balanço a Balanço, o auditor toma por base o
estoque inicial e final declarado através do livro de registro de inventário, no
levantamento realizado no exercício em curso, o contribuinte terá mais dificuldade para
proceder ao ajuste no estoque, através de compra ou venda desacompanhada de
documento fiscal, e a emissão de notas fiscais, quando houver estoque a descoberto.
Para inibir tal procedimento o auditor deve visar todos os talonários de Notas Fiscais em
uso, colocando a data e a hora do início da fiscalização.
3.5 Levantamento Especifico Envolvendo as Últimas Aquisições
O levantamento específico, pode alcançar grandes resultados, também, se feito
envolvendo apenas as últimas aquisições do ano ou do mês. O auditor deve analisar as
notas fiscais de entradas e verificar as maiores aquisições do final do período; últimos
quinze dias, por exemplo; e compará-la com as quantidades declaradas no livro registro
de inventário. Se estas apresentarem quantidades muito pequenas em relação às
aquisições, há indícios de irregularidades, devendo o auditor proceder ao levantamento
específico, administrando melhor assim o seu tempo.
31
CONCLUSÃO
Através deste estudo podemos ter a conclusão da grande importância do que é a
Auditoria sobre o Estoque.
Onde uma empresa não sabendo administrar, não tendo o conhecimento de
procedimentos e técnicas, poderá causar grandes prejuízos no momento do resultado
final de um balanço.
Portanto, nos dias de hoje a finalidade de uma Auditoria sobre um Estoque é um
importante instrumento para as empresas industriais e comerciais na verificação da
exatidão dos processos de controle interno para estoques e compras.
Assim podemos observar através deste estudo que a tarefa do auditor, nos
estoques, é essencial, pois os mesmos constituem um ativo da empresa, significando
valor monetário no balanço, e ainda, financeiro, representando investimentos de capital.
Deve, portanto, o profissional de auditoria, nos trabalhos de verificação dos estoques,
cingirem-se de seriedade, competência e consciência de que está contribuindo para o
progresso de uma empresa ou até mesmo de uma nação.
Desta forma através deste estudo que teve como base o conhecimento de
procedimentos e técnicas no setor de estoque podemos verificar a importância do
auditor no setor de estoque.
Sendo assim a minha reposta para este trabalho é positiva, sim; é fundamental o
conhecimento de um profissional da auditoria no setor de estoque para a finalidade de
obter um resultado final positivo para uma empresa, onde terá o resultado para a
sobrevivência da mesma.
Assim finalizando este assunto é de grande importância e necessidade de um
Auditor para uma empresa, onde possa obter procedimentos e técnicas para o
conhecimento de um estoque.
32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
DIAS, M.A.P.; Administração de Materiais : Uma Abordagem Logística. 4 São Paulo:
Atlas, 1993.
GITMAN Lawrence J. Principio de Administração Financeira. São Paulo: Harbra,
2002.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de
Contabilidade das Sociedades por Ações. Revisada e Atualizada. São Paulo: Atlas,
2000.
MALAGOLI, J.G. Controle de Estoque. Monografia (Graduação em Administração ) –
Centro Universitário Salesiano Auxilium de Lins, 2005.
MARTINS, P.G.; ALT, P.R.C. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais.
2ed. Saraiva, 2006.
PEREZ JUNIOR, José Hernandez. Auditoria de Demonstrações Contábeis: Normas e
Procedimento. São Paulo: Atlas, 1995.
SÁ, Antonio Lopes de. Curso de Auditoria. 8ªed. – ver.ampl. e atual – São Paulo: Atlas,
1998. 533p.
SLACK, N.; CHAMBERS, S; JOHNSTON, R. Administração da Produção. 2 ed. Atlas,
2002.
VIANA, J.J. Administração de Materiais : Um Enfoque Prático. São Paulo: Atlas,
2002.