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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTOS E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A INDISCIPLINA NO CONTEXTO ESCOLAR DANIELA MONSERRAT OLIVEIRA PIMENTA ORIENTADOR (A): PROF: MARIA DA CONCEIÇÃO MAGGIOINI POPPE BELO HORIZONTE DEZEMBRO/ 2008 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO …...Metodologia Este trabalho monográfico busca a partir de uma revisão bibliográfica de obras de autores como Abud e Romeu (1989), Vasconcellos

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Page 1: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO …...Metodologia Este trabalho monográfico busca a partir de uma revisão bibliográfica de obras de autores como Abud e Romeu (1989), Vasconcellos

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTOS E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A INDISCIPLINA NO CONTEXTO ESCOLAR

DANIELA MONSERRAT OLIVEIRA PIMENTA

ORIENTADOR (A):

PROF: MARIA DA CONCEIÇÃO

MAGGIOINI POPPE

BELO HORIZONTE

DEZEMBRO/ 2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTOS E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A INDISCIPLINA NO CONTEXTO ESCOLAR

DANIELA MONSERRAT OLIVEIRA PIMENTA

Trabalho monográfico apresentado como

requisito parcial para a obtenção do Grau

de Especialista em Supervisão Escolar

BELO HORIZONTE

DEZEMBRO / 2008

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus que marcou sua presença conduzindo meus pensamentos

e que me propiciou mais esta conquista. A todas as pessoas que

demonstraram sua amizade, colaborando direta ou indiretamente com o meu

trabalho e principalmente aos meus pais, marido e filhos que tiveram

paciência e respeitaram os meus momentos de ausência.

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A Deus que me deu a vida. Ao meu marido Fernando que

tanto me incentivou, aos meus filhos Júlio e Nathália, e em

especial aos meus pais e irmãos pelo apoio e compreensão,

meu respeito e carinho.

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Resumo

PIMENTA, D.M.O. A indisciplina no contexto escolar. 2008. 30 f. Monografia

(pós-graduação em supervisão escolar) – Universidade Candido Mendes,

Belo Horizonte, 2008.

Esta monografia aborda a indisciplina no contexto escolar e os critérios que

definem alunos como indisciplinados nas instituições escolares, no sentido

de assegurar a prática pedagógica e a aprendizagem adequada à realidade

do aluno. A pesquisa ainda aborda o papel do supervisor escolar na escola

frente à indisciplina dos alunos da sociedade atual. Além de evidenciar

também o papel do professor frente à indisciplina escolar. A pesquisa foi

realizada a partir de fundamentos teóricos, de trabalho de campo com

questionários aplicados a 2 professoras e 3 supervisoras da Escola Municipal

Emília de Lima. Os testemunhos coletados demonstram que não há uma

fórmula única para lidar com a indisciplina, ou seja, uma receita pronta e

acabada. Cada educador tem sua característica própria para manter o

ambiente escolar organizado e disciplinado coerente com as normas e regras

da instituição objetivando manter o ensino/aprendizagem de qualidade.

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Metodologia

Este trabalho monográfico busca a partir de uma revisão bibliográfica

de obras de autores como Abud e Romeu (1989), Vasconcellos (2003) La

Taille (1996), Vinha (2000), Foucault (1979, 987), Lajonquière (1996),

D’Antola (1989), dentre outros, abordar a indisciplina no contexto escolar.

Este trabalho motiva-se pela necessidade de definir os critérios de

indisciplina nas séries iniciais do ensino fundamental da Escola Municipal

Emília de Lima, que se localize na parte central da cidade Nova Lima, região

metropolitana de Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais, com crianças

entre 8 a 10 anos, do 4º ano do ensino fundamental. Por ser uma escola

central tem crianças de vários bairros do município citado que apresentam

condições sócio-econômicas variadas.

No momento a Escola Municipal Emilia de Lima está passando por um

momento crítico, principalmente na questão da indisciplina que vem se

agravando a cada dia e deixando os funcionários irritados, desmotivados e

sem saber como reagir em diversas situações de indisciplina. Um dos

principais agravantes visíveis são os pais que estão transferindo o papel de

educar dos filhos para a escola. Além de culpar a escola pública pela má

educação dos filhos, não considerando que as crianças já trazem de casa

uma experiência de vida esquecendo-se de que os filhos ficam mais tempo

do seu dia fora da escola do que realmente na escola.

Desde o início optou-se por uma pesquisa qualitativa, considerando a

indisciplina como objeto de estudo, que melhor pode ser compreendida e

explicada pelos envolvidos, no caso os professores das séries iniciais do

ensino fundamental e supervisores, pois o depoimento destes é de extrema

necessidade para se chegar aos objetivos e conclusões finais desta

pesquisa.

Foram entregues aos professores e supervisores questionários que

tiveram como tema central analisar quais são os principais critérios para se

considerar um aluno indisciplinado; qual o conceito de indisciplina; quais as

estratégias que os educadores poderiam aplicar na sala e no ambiente

escolar para solucionar os problemas acarretados pela indisciplina. Os dados

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foram coletados com questionários a dois professores do ensino fundamental

e três supervisores pedagógicos da Escola Municipal Emilia de Lima, não

houve delimitação de faixa etária e sexo. Foi considerado o tempo de serviço

(experiência profissional) e a formação acadêmica de cada pessoa e o ciclo

em que atua, no caso, o 2º ciclo.

Portanto as questões foram transcritas em quadros comparativos tendo como

referência a rede municipal de ensino, a idade, a formação acadêmica e a

experiência profissional.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................1

CAPÍTULO I – A ESCOLA COMO AMBIENTE SÓCIO-MORAL E O

CONCEITO DE INDISCIPLINA ......................................................................5

1.1 – Regras e Limites......................................................................................7

1.2 – Indisciplina “O Mal da Educação Atual”.................................................10

CAPÍTULO II – A INDISCIPLINA NA VISÃO DO SUPERVISOR

ESCOLAR.....................................................................................................15

2.1 – Os desafios do supervisor escolar frente à indisciplina........................17

CAPÍTULO III – PESQUISA DE CAMPO......................................................20

3.1 –Análise de Dados...................................................................................29

3.2 – Conclusão.............................................................................................31

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................33

ANEXOS........................................................................................................36

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Introdução

A instituição escolar sempre diagnosticou comportamentos

inadequados dos alunos que prejudicam o bom andamento das atividades de

ensino/aprendizagem e a organização do ambiente social.

Pode-se perceber que atualmente inúmeros são os problemas

relacionados com a indisciplina, que todas as escolas enfrentam diariamente,

qualquer seja a faixa etária da clientela. Isso leva a um desgaste da imagem

da escola e da sociedade atual. Diante das diversas mudanças na

sociedade, educadores têm enfrentado grandes problemas de

comportamento e limites dentro e fora da sala de aula. Esse sem duvida é

um grande desafio para os professores, supervisores e educadores em geral.

Segundo Abud e Romeu (1989, p.80):

Em sentido amplo, disciplina significa ordem, respeito, organização e obediência (...) Sujeito disciplinado é aquele capaz de adequar o seu comportamento a determinadas regras, estabelecidas por ele próprio ou por outro, mas assumidas por ele, de modo a conseguir a organização necessária da ação para que os resultados esperados sejam atingidos.

De acordo com esses mesmos autores, a supervalorização do

conceito de liberdade nas sociedades ocidentais modernas, principalmente

na camada mais jovem, traz certos abusos e um clima de confusão onde a

imposição autoritária não apresenta mais resultados satisfatórios. Eles

enfatizam a importância de se considerar o conhecimento de experiências

externas, sociais e históricas, no qual alternativas variadas para o controle

dos alunos podem ser encontradas.

Nas escolas atuais o comportamento tradicional se expressa pelo

silêncio, submissão e passividade, pois estes são alguns atributos

necessários para que o aluno seja considerado “disciplinado”. O clima da

aula é caracterizado, pela quietude, pela criação de um grupo de estudantes

passivos, que participam da aula apenas como ouvinte, pois muitos

educadores acreditam que tudo isto beneficia a rapidez do ato pedagógico.

Entretanto há um grande questionamento por parte dos jovens que vêm

exigindo uma nova contextualização de conceitos como liberdade e

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disciplina. É fundamental que o educador perceba que seu aluno é um ser

em desenvolvimento, integrante de seu meio específico e de sua época.

A cada época aparecem novas tendências e novas exigências para a

escola, fazendo com que os profissionais da educação se deparem com

situações conflituosas de indisciplina. Muitos educadores não estão

preparados para enfrentar esta situação, visto que a indisciplina no contexto

escolar pode trazer grande perda no processo pedagógico.

Para melhor compreender a estrutura escolar, deve-se considerar a

realidade socialmente construída, pois nesse sentido a indisciplina é cercada

de regras e normas a serem seguidas para integrar o aluno aos padrões da

sociedade.

Com a evolução das condições gerais de vida, em todos os meios, as

crianças tornaram-se mais independentes, menos dispostas a obedecer à

autoridade dos adultos. Segundo Abud e Romeu (1989 p.81) o problema se

torna crucial quando a cultura escolar é diferente da cultura de origem dos

alunos. A forma como agem as crianças das classes desfavorecidas, por

exemplo, pode ser percebida como “grosseiras”, “agressivas”, “rebeldes” em

suma sem modos. Muitas vezes o modo como essas crianças interagem

entre si faz com que a escola entenda esse fato como indisciplina. O

permanecer em silêncio, calado o tempo todo, tornam os alunos meros

receptores do conhecimento.

Ainda segundo Abud e Romeu: (1989, p.81):

Normas estabelecidas pela escola, apesar de recomendáveis e necessárias não podem ser rígidas e absolutas, mas adequada ao tipo de clientela, (...). Para tanto, é necessário que o educador seja capaz de extrapolar a sua própria perspectiva do mundo e das relações sociais e adentrar o mundo da criança, compreendendo o seu ser e sua realidade.

Percebe-se que há um constante questionamento dos educadores

quando se fala de indisciplina, pois a maior duvida é como diferencias um

aluno indisciplinado de um aluno critico, criativo e autônomo. Atributos

apontados pelos PCN’s (2000) para a conquista dos objetivos propostos para

o ensino fundamental em um pratica educativa que tenha como eixo à

formação de cidadãos autônomos e participativos. Tais atributos entram em

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conflito com o comportamento tradicional ainda presente no imaginário de

muitos educadores, que tem dificuldade em distinguir de forma clara o

significado de certas atitudes e comportamentos dos seus alunos, e

consequentemente pode tomar medidas errôneas.

O modo como diferentes instituições abordam a indisciplina pode

acarretar problemas quanto à prática pedagógica, pois pode vir a interferir na

interação entre os alunos e nos critérios de desempenho. A indisciplina pode

ter diferentes origens, tais como, problemas familiares, inadequação do

currículo utilizado pela instituição, desinteresse e inquietude do aluno, aulas

mal elaboradas e professores despreparados. Para muitos professores a

indisciplina é conseqüência da desestruturação familiar, dificuldade na

aprendizagem, inquietação, apatia, agressividade, incapacidade de atender

limites, hiperatividade, falta de controle emocional, problemas psicológicos,

déficit intelectual entre outros.

Cada educador tem uma estratégia própria para lidar com a

indisciplina no contexto escolar, tais como: postura do educador, afetividade,

respeito, inovação das aulas, parceria com os familiares, etc.

Muitos educadores no sentido de assegurar a aprendizagem

adequada à realidade do aluno baseiam-se em diferentes critérios para

definir um aluno como indisciplinado ou não nas instituições escolares.

Nesse aspecto, entra o supervisor pedagógico que desempenha o papel de

observador, mediador e colaborador no processo educativo, já que, muitos

professores acreditam que a alunos participativos, críticos e autônomos são

indisciplinados, pois não deixam os professores darem aulas planejadas.

Muitos educadores não conseguem ter a visão pedagógica, ou seja, não

conseguem levar o aluno que aparentemente é indisciplinado para um

processo críticos e renovador, transformando-os em cidadãos que podem e

devem extrapolar o conteúdo estudado e aproveitar da situação de

“indisciplina” para a construção do conhecimento. O supervisor como

observador e mediador pode estimular o crescimento do professor e do aluno

buscando desafios e participação no processo ensino-aprendizagem

levando-os à resolução dos problemas acarretados dentro da sala de aula.

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No entanto o supervisor deve propor ao professor trabalhar em sala de aula

conteúdos significativos para o aluno estabelecendo uma comunicação

básica para que ocorra a aprendizagem.

De acordo com Vasconcellos (2003, p.58):

O professor desempenha neste processo o papel de modelo, guia, referência (seja para ser seguido ou contestado); mas os alunos podem aprender a lidar com o conhecimento também com os colegas. Uma coisa é o conhecimento “pronto”, sistematizado, outro, bem diferente, é este conhecimento em movimento, tencionado pelas questões da existência, sendo montado e desmontado (engenharia conceitual). Aprende-se a pensar, ou, se quiserem, aprende-se a aprender.

Ao longo desse estudo, serão discutidos conceitos, importâncias e

conseqüências da indisciplina no contexto escolar na visão do supervisor,

analisando possíveis formas de como professores caracterizam seus alunos

como indisciplinados ou não.

É importante ressaltar que não existe uma fórmula pronta e acabada

para lidar com a indisciplina, cada aluno é único, assim como professor. O

importante é que cada instituição junto com os funcionários e comunidade

escolar procure envolver os alunos em busca de uma educação de

qualidade, participativa, dinâmica e democrática visando um futuro cidadão

disciplinado, justo e coerente com a realidade em que vive.

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CAPITULO I – A ESCOLA COMO AMBIENTE SÓCIO-MORAL

E O CONCEITO DE INDISCIPLINA.

Ao iniciar reflexões sobre valores e disciplina na escola, ressalta-se

que ao se referir aos valores morais, deve-se relacioná-los com a formação

humana e associá-lo ao ambiente social em que estão inseridos. Todo ser

humano nasce e se desenvolve em um ambiente marcado por processos

históricos.

O período escolar ocupa um papel muito importante na vida da

criança. Isto porque o processo de aprendizado é uma questão basicamente

relacional nascida da interação professor-aluno-escola. Família e escola são

espaços de referência que sustentam a construção da pessoa. A família

como um espaço de aprendizagem de valores para a estrutura das relações

interpessoais; a escola no processo educativo ampliando a visão de mundo

que leva formação do ser. Estes têm funções diferentes e exercem papéis

sociais complementares.

No processo educativo, somos construtores de valores que buscam a

ética, o respeito às diferenças de crenças, etnias e costumes. Não se devem

ignorar certos princípios que dão base para uma boa convivência. Conforme

as propostas dos Parâmetros Nacionais Curriculares (1998), a importância

do diálogo na construção do conhecimento é aconselhável como uma ação

que favoreça descobertas, devido à interação e cooperação que proporciona.

A escola pode aproveitar essas situações de cooperação para desenvolver

projetos em grupos, favorecendo a construção conjunta de regras para

ordenara execução das tarefas. As regras, segundo De Vries (1998),

representam oportunidades para que as crianças exercitem a autonomia. Na

visão construtivista, as regras criadas pelas crianças servem além de

adquirira organização da sala de aula para satisfazer objetivos

comportamentais. As crianças devem entender a necessidade da elaboração

das regras como uma maneira de resolver alguns problemas que surgem no

decorrer das relações na sala de aula como atitudes em brincadeiras, ordem

na fila, trabalho em grupo, divisão de tarefas etc. O cumprimento dessas

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regras, mesmo não sendo elaborada pelo adulto, mas com o seu auxílio,

mais do que impor limites às ações das crianças, auxiliá-las a desempenhar

papéis, organizar significações, conhecimentos e valores da sociedade, que

por mais que venha se evoluindo, não deixa de lado a cobrança dos limites

sociais, que por sua vez vão construir a dimensão do espaço social que a

criança ocupa com suas atitudes e sua conduta na relação com o outro,

estimulando assim a autodisciplina.

O ambiente escolar desejável é aquele que promove na criança o

desenvolvimento social, moral, afetivo e intelectual. Segundo Araújo

(1996),”para se mencionar um ambiente sócio-moral parte-se de

pressupostos baseados na cooperação e respeito estabelecidos entre

crianças e adultos”. A escola não convive apenas com pessoas de mesma

idade. Através dessa diferença com a criança agindo ativamente,

participando de estabelecimento de regras e decisões, favorecendo um

resultado verdadeiramente democrático. Segundo de Vries (1998), as regras

criadas pelas crianças devem tornar parte da cultura da classe e elas são

criadas à medida que se desenvolvem e fundamentam a conclusão de

moralidade além de apresentar melhor resultado que regras prontas e

entregues sem discussão. Tendo como exemplo os combinados que depois

de criados são afixados em lugar visível para serem ressaltados sempre que

necessário. As crianças devem construir seu entendimento moral a partir das

interações cotidianas, em situações diversas, com uma educação construtiva

envolvendo mais do que atitudes, materiais e organização das salas de aula,

favorecendo o desenvolvimento da criança para a sua integridade.

As crianças estão em fase de construção de idéias e valores, estas

devem ter o espaço escolar, principalmente a sala de aula organizada de

modo a assumir responsabilidade pelo ambiente social. Deve ficar claro, no

e4ntanto que dependendo do ambiente sócio-moral onde está inserida, a

criança vai também aprender a forma que é o mundo. Através de várias

ações e reações vão envolvendo em descobertas sobre o mundo.

Ressalta-se no Guia nº6 de estudos do Veredas (2004) que na

tentativa de preservação do ambiente sócio-moral, o professor recorrerá

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também às regras necessárias, as não negociáveis como por exemplo não

bater, não humilhar, preservar o patrimônio etc. diante disso, o professor

deverá reafirmá-las com coerência e lógica. Colocar limites é importante, pois

a sua falta poderá levar as crianças a uma crise de valores que vão

prejudicar o bom andamento do ambiente social na medida em que não haja

respeito às diferenças de classe social, cor, opiniões à individualidade,

igualdade de direitos etc. Essa crise de valores se dá no descumprimento de

regras que são comuns e determinados grupos e que possibilitam as

relações entre eles. Portanto, concordando com De Vries (1998) acredita-se

que as alternativas construtivas centradas em estratégias de apoio ao

relacionamento cooperativo podem gerar autonomia para o desenvolvimento

infantil.

1.1 – Regras e limites

As nossas escolas estão passando por um momento crítico,

principalmente na questão da disciplina. Tal situação já persiste, e vem se

agravando. Vários dispositivos legais são criados para fazer funcionar regras

e leis como garantia de tranqüilidade ao desenvolvimento da criança. No

entanto, a escola não esta conseguindo dar conta dessa demanda como

deveria. Isso esta causando um mal estar nos professores que se sentem

impotentes frente a estas demandas, pois tem que preparar alunos críticos,

criativos e autônomos, tornando este um grande desafio para a classe

docente.

Um exemplo claro aconteceu em São Paulo, como relata a reportagem

de Tiago Ornaghi da Agência Folha publicada em 17 de novembro de 2006:

“Colocado de castigo pela professora atrás da porta da sala de aula, um

garoto de sete anos acabou sendo esquecido no local e lá ficou por mais de

quatro horas até ser encontrado pela mãe, ás 19 horas e 20 minutos, quando

a escola já estava fechada. O garoto, que estuda na Escola Municipal de

Educação Fundamental Saline Abdo, na periferia de Nova Odessa (126 km a

noroeste de São Paulo), foi punido pela professora opor não devolver um

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livro emprestado da biblioteca. O menino recebeu o castigo logo depois de

voltar do período do recreio por volta das 15 horas. A educadora, que não

teve o seu nome divulgado pela Prefeitura de Nova Odessa, o colocou atrás

da porta e disse para lá permanecer até que fosse liberado do castigo. Mas a

professora esqueceu do garoto de lá depois que a aula acabou. Uma hora e

meia depois de a escola já fechada, a mãe conseguiu entrar no colégio. O

menino foi encontrado às 19h e 20 min, ainda atrás da aporta. Depois de ser

resgatado pela mãe, o estudante foi levado ao posto de saúde do bairro para

ser medicado com calmantes. A mãe fez um boletim de ocorrência sobre o

caso na Policia Civil. A Prefeitura de Nova Odessa que administra a escola

de Ensino Fundamental Saline Abdo afirmou, por meio de sua assessoria de

imprensa, que o castigo aplicado ao menino de sete anos será alvo de uma

sindicância. A investigação tem prazo de 30 dias para ser concluída, afirma a

prefeitura. Durante esse período a professora será afastada, mas continuará

recebendo seu salário. A sindicância irá apurar o que de fato aconteceu e

sob quais circunstâncias a professora deixou o menino atrás da porta da sala

de aula”.

Claramente percebe-se que as medidas adotadas não vêm atingindo a

essência da questão, agindo mais como expectativa, para acalmar os ânimos

no momento das ocorrências de indisciplina. O exemplo dado através da

reportagem atinge a seguinte questão abordada neste trabalho: “Quais foram

os critérios que a professora utilizou para considerar um aluno de sete anos

como um ato indisciplinado para ser castigado?” No entanto um aluno

esquecer um livro não demonstra indisciplina e sim uma falha no processo da

criança de se tornar um sujeito autônomo, isto é, responsável pelos seus

próprios atos.

É essencial para o professor compreender que regras devem auxiliar

na construção de um ambiente agradável propício para o bom andamento do

trabalho pedagógico e necessário para uma boa disciplina.

De acordo com as indicações dos parâmetros curriculares Nacionais

(1998) é necessária a formação de um cidadão autônomo e participativo. O

aluno é sujeito de seu processo de aprendizagem, enquanto o professor é

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mediador na interação dos alunos com o objeto de conhecimento; o processo

de aprendizagem compreende também a interação dos alunos entre si,

essencialmente a socialização. É a partir dessa referência que podemos

repensar o conceito de disciplina, pois se buscam alunos que interajam entre

si. Apesar de que muitas vezes esta interação é considerada indisciplina por

muitos professores que não estão preparados para intervir adequadamente

nessas situações.

De acordo com La Taille (1994 p.14), as crianças, por serem

diferentes, precisam de regras vindas de seus educadores, que não podem

se excluir da tarefa de colocar os limites necessários para que elas se

desenvolvam bem e consigam se situar no mundo. É importante ressaltar

não ver esses limites como algo “que não pode ser feito”, mas serem

interpretados com um sentido positivo, que situa individuo em suas relações

sociais, que o auxilia na tomada de consciência “de qual a sua posição”

ocupada na família, na escola, enfim, na sociedade.

Segundo Vinha (2000, p.16):

Para estabelecer os limites em sala de aula (ou escola), o educador vale-se de regras, que visam contribuir para a organização do ambiente de trabalho, promover a justiça, fomentar a responsabilidade por aquilo que ocorre na classe e o comprometimento de todos com os procedimentos e decisões referentes à sala de aula.

De acordo com a autora acima o ambiente na sala de aula deve ser de

liberdade e de tolerância, de modo a permitir que os alunos tomem

consciência dos seus valores e ajam em sintonia com eles. A autonomia leva

à autodisciplina, não significando que o professor tenha uma atitude de

indiferença ou de apatia perante aos alunos. Pelo contrário, as suas atitudes,

embora democráticas, devem ser firmes.

Schimitdt. Ribas e Carvalho (1989. p.36) afirmam que:

A disciplina pode ser um dos mecanismos que colabora para a melhor organização escolar e, em conseqüência, para a apropriação do saber, agindo como um dos elementos de transformação que proporcionará ao sujeito maior autonomia, liberdade e senso crítico. Assim fazendo, estará, de forma muito pequena, mas estará provocando um princípio de modificações também na sociedade, já que a sociedade e escola estão em contínua interação.

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No entanto a escola não pode abrir mão da sua responsabilidade quanto à

disciplina, que realmente é um problema bastante complexo, pois envolve a

formação da consciência do sujeito, de seu caráter e da cidadania. A indisciplina do

aluno pode ser conseqüência de diversas situações e cada uma tem suas razões de

existirem e devem ser sempre revistas pelos educadores (pais e professores).

Quando a criança chega à escola, se depara com um conjunto de regras já

formadas. Elas muitas vezes, não compreendem essa cultura escolar e apresentam

comportamentos que são classificados por muitos educadores como indisciplina. O

professor precisa compreender que as regras devem auxiliar na construção de um

ambiente agradável propício para o bom trabalho pedagógico apoiado no

comportamento disciplinar.

Para De La Taille (1996, p.9), “ se desde cedo a criança aprende que há

limites a serem respeitados, aos poucos ela própria vai compreendendo que as

regras são como contratos estipulados para que todas as partes sejam

beneficiadas!”.

De acordo com Vinha (2000, p.17) “geralmente, as regras são elaboradas

pelos integrantes da classe junto com professores que beneficiam a todos,

ordenando as relações”. Esses acordos não são rígidos, estáticos ou pré-

estabelecidos, nem privilegiam alguns em detrimentos dos outros. Quando uma das

partes sente-se prejudicada, o acordo é novamente analisado, revisto e, se

necessário, são elaboradas outras regras. Essa flexibilidade à adequação às

necessidades particulares de cada grupo; a participação ativa dos integrantes do

mesmo na sua elaboração; a regularidade e o seu cumprimento por parte de todos

que integram, são alguns dos princípios que regem as regras. As regras, em

qualquer situação, têm que preservar e propiciar ao sujeito o respeito por si próprio

e pelo outro.

Assim fala Mielnik (1982, p. 60):

Crianças excessivamente inquietas, agitadas, com tendências à agressividade, se destacam no grupo pela dificuldade de aceitar a cumprir as normas, às vezes, não conseguindo produzir o esperado para sua idade. Estas crianças representam um desafio para suas famílias e escola, cabendo a estes estabelecer os métodos de orientação mais condizentes a cada situação e estabelecer os níveis de regimes necessários para obtenção da disciplina.

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Precisamos e queremos alunos que sintam que é preciso aprender a se

comportar, respeitando seus companheiros, e que reconheçam que há

momentos em que são necessários concentração e esforço para aprender.

1.2 – Indisciplina “O Mal da educação Atual”

Foucault (1979, p.19) ao analisar o poder na esfera social deixa claro

que:

A disciplina se constitui ainda no século XVIII em um dos objetivos das instituições escolares: para ele a disciplina é um tipo de organização do espaço. É uma técnica de distribuição dos indivíduos, através da inserção dos corpos em um espaço individualizado, classificatório, combinatório. Em segundo lugar, e mais importante, a disciplina é um controle do tempo. Isto é, ela estabelece uma sujeição do corpo ao tempo, com o objetivo de produzir o máximo de rapidez e o máximo de eficácia. Em terceiro lugar, a vigilância é um dos principais instrumentos de controle. Não uma vigilância que reconhecidamente se exerce de modo fragmentado e descontínuo; mas que é ou precisa ser vista pelos indivíduos que a ela estão expostos como contínua, perpétua, permanente. Finalmente, a disciplina implica um registro contínuo de conhecimento. Ao mesmo tempo em que exerce um poder, produz um saber. Estas características estão inter-relacionadas entre si.

Em Luft (2000, p.386) encontra-se o significado para o verbete

indisciplina: “falta de disciplina; desordem; anarquia”. De acordo com a

mesma fonte disciplina significa: “Procedimento conveniente ou ordem

requerida para o bom funcionamento de uma organização. Regra; método.

Submissão a um regulamento”.

Tomando-se os significados como referência, a palavra disciplina pode

ser entendida no contexto escolar como um pré-requisito para o bom

funcionamento da sala de aula e a boa disciplina dos alunos. Mas o que é

esse “bom funcionamento”?

Ainda de acordo com Foucault (1987, p.177):

A disciplina não pode se identificar com uma instituição nem com um aparelho; ela é um tipo de poder, uma modalidade para exercê-lo, que comporta todo um conjunto de instrumentos, de técnicas, de procedimentos, de níveis de aplicação, de alvo; ela é uma “física” ou uma “anatomia” do poder, uma tecnologia.

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A problemática da indisciplina no contexto escolar é sem dúvida um

dos maiores inimigos dos educadores, pois falta de limite, bagunça, falta de

respeito às autoridades da escola e o mau comportamento está sendo um

dos maiores obstáculos pedagógicos atuais.

Para Lajonquière (1996, p.25): “o mal da educação atual não seria

apenas um, mas dois, pois acrescenta aos problemas de aprendizagem a

denominada indisciplina escolar”.

Ainda para Lajonquière (1996, p.25):

O limite entre os problemas de aprendizagem e os de indisciplina torna-se um tanto difuso – alguns comportamentos infantis ora são considerados sob uma rubrica, ora sob outra (...) (afirmando que) embora de forma não manifesta, há de fato no imaginário escolar uma almágama entre aprendizagem, disciplina e maturação psicológica. Mais ainda, lembrando a tese freudiana a propósito da eficácia do recalcado, talvez possamos dizer que essa trilogia produz efeitos no interior do campo pedagógico, na medica em que opera implicitamente.

Vários são os problemas de indisciplina relacionados com a

aprendizagem. Existe forte relação entre estes dois fatores principalmente no

que diz respeito à falta de atenção, inquietude, agressividade a

hiperatividade dentro da escola por parte do aluno. De acordo com Lopes

(1998, p.65) “(...) estima-se que as crianças com diagnóstico de perturbação

comportamental apresentam dificuldades de aprendizagem em 10% a 15%

dos casos”. Então se vale repensar: até onde a indisciplina está prejudicando

aprendizagem dentro da sala de aula? Esta é atualmente uma das grandes

perguntas que os educadores fazem, pois nossos alunos estão esquecendo

da aprendizagem dentro da sala de aula para muitas vezes criar situações de

indisciplina, como por exemplo, conversar outros assuntos com colegas de

classe, demonstrar agressividade e rebeldia para chamar atenção do

professor entre tantas outras atitudes que podem levar o aluno a ter

dificuldade na aprendizagem.

Um aluno disciplinado muitas vezes é aquele que se acomoda, que

obedece, que se sujeita, de modo passivo e calado, não questiona e aceita

as situações impostas por outros ou por necessidade do ambiente. Já um

aluno que é considerado indisciplinado tem atitudes opostas, pois este

questiona, não se submete, fala muito. Muitas vezes este aluno é chamado

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de rebelde, mal educado e apresenta um comportamento inadequado. Será

que este aluno considerado indisciplinado para muitos docentes não é aquele

aluno crítico, criativo, autônomo e participativo que os PCN’s sugerem aos

professores do ensino fundamental?

Por outro, o professor se depara com alunos indisciplinados e tem a

tarefa árdua de ensinar e a manter a ordem na sala de aula. De acordo com

Schmit, Ribas e Carvalho (1989, p.38) “o professor não pode ignorar que os

alunos têm diferenças, para poder situar o seu trabalho pedagógico nas

condições reais de cada grupo”. A interação entre professores e alunos é de

fundamental importância para que ocorra a troca de conhecimentos.

No entanto os professores são muitas vezes desvalorizados pelos pais

que mandam os filhos para a escola e se esquecem da importância

na educação e formação deles. Estes por sua vez estão transferindo a tarefa

de educar para a escola, pois não estabelecem limites para os filhos.

Rego (1996, p.98) faz o seguinte comentário:

Os traços que caracterização a criança e o jovem ao longo de seu desenvolvimento não dependerão exclusivamente das experiências vivenciadas no interior da família, mas das inúmeras aprendizagens que o individuo realizará em diferentes contextos socializadores, como a escola.

Para Rego (1996, p.89) uma outra forma de justificar a indisciplina na

escola está relacionada aos adolescentes que são revoltados, e as crianças

que são egocêntricas e tem dificuldades de aceitar as regras estabelecidas

pelas instituições educacionais.

Arlete D’Antola (1989, p.49) afirma que “numa democracia ninguém

deve ser educado para obedecer, mas para colaborar e respeitar os direitos

alheios”. Assim, a indisciplina tem várias maneiras de ser interpretada, visto

que, para uma boa aprendizagem escolar são necessários: motivação,

questionamentos, participação, autonomia, criatividade, democracia,

interesse e uma constante integração entre alunos e professores ao mesmo

tempo em que é necessária a concentração na sala de aula.

É preciso que a escola cumpra seu papel de formadora e

disciplinadora, que seus referenciais estimulem o jovem a não ir para a

indisciplina, que ele se sinta respeitado e apoiado para retribuir com respeito

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e adesão. É necessário procurar recuperar o papel da escola e a autoridade

do professor em um ambiente de sala de aula como um espaço sócio-moral

de construção coletiva. A disciplina é importante para a formação intelectual

do aluno, pois este interage constantemente com diferentes meios sociais

que se modificam no decorrer de sua vida. Almejando assim um cidadão com

possibilidades de muitas conquistas com um futuro de sucesso.

A escola inserida na sociedade recebe, mas também contribui para que ocorram modificações nessa sociedade, pois, por mais negativas que sejam as criticas feitas a ela, ainda é o principal agente de educação formal, ainda ensina e proporciona pequenas aberturas de horizontes que podem ampliar-se pela disciplina. (SCHIMIDT; RIBAS E CARVALHO, 1989, P.36).

No cotidiano da escola há uma desigualdade na educação, pois os alunos

vêm com uma carga de conhecimentos diferentes. Também há questões da

natureza econômicas e sociais: uns tem bens culturais como livros, música, cinema.

Outros nunca viram computadores, internet, MP3 e outros. Essa desigualdade

educacional acarreta na escola tanto a disciplina quanto à indisciplina, pois os

alunos que tem acesso à tecnologia do século XXI demonstram mais

conhecimentos por falarem muito demonstrando excesso de conhecimento, às

vezes tumultuando a sala de aula com tantas informações. Nesse sentido alguns

professores pulam etapas de conteúdos por acharem que todos os alunos sabem

todo o conteúdo. Os alunos que participam pouco das aulas são considerados

disciplinados, não expressam seus conhecimentos e apresentam dificuldade no

ensino aprendizagem.

Enfim, o professor deve proporcionar a criança oportunidade de construção

gradativa das próprias convicções nas relações com o outro, onde ela siga suas

regras sociais e morais, podendo através de suas interações juntamente com sua

experiência pessoal fazer o julgamento moral de suas ações.

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CAPÍTULO II - A INDISCIPLINA NA VISÃO DO SUPERVISOR

ESCOLAR

Levando em consideração a dimensão educativa do trabalho na escola,

é importante considerar que há décadas atrás o supervisor era visto como

mero fiscalizador ou inspetor dentro do sistema educacional. No entanto

alguns estudiosos estão conseguindo mudar o rótulo de supervisor

fiscalizador.

De acordo com Kimball Wiles (2007, p.6) os supervisores são os

mediadores. Ajudam a estabelecer a comunicação. Ajudam os indivíduos a

ouvirem uns aos outros e tentam resolver os problemas sugerindo novos

recursos para a busca de soluções. Portanto o supervisor necessita ter

criatividade e sensatez para liderar o grupo estimulando o trabalho de

cooperação mútua e a interação entre os membros envolvidos no sistema

educacional. A busca de estratégias para auxiliar os educadores é um

trabalho constante do supervisor escolar, que se deparam todos os dias com

diversos problemas sociais, afetivos e econômicos de seus alunos no âmbito

escolar.

Pode-se considerar o supervisor escolar como um agente pedagógico

mediador que tem a função de auxiliar e apoiar os professores, orientadores,

gestores escolares, enfim todos os educadores que atuam no ambiente

escolar, visando à qualidade do ensino/aprendizagem. O supervisor deve

manter sua posição, respeitando o professor, o aluno e a individualidade e

diferenças de cada um, procurando criar um ambiente agradável e de

respeito mútuo.

De acordo com Rangel (1997;147):

“Supervisor o que procura a ‘visão sobre’ no interesse da função coordenadora e articuladora de ações é também quem estimula oportunidades de discussão coletiva, critica e contextualizada do trabalho. Esta discussão, na América Latina, se faz especialmente necessária, considerando a importância do movimento de emancipação social. E o ‘especialista’ supervisor, como educador e profissional, tem o seu papel estreitamente vinculado e comprometido com este movimento”.

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O supervisor escolar tem a função de propiciar a revisão da proposta

pedagógica junto à comunidade para serem elaborados ações articuladoras

com o intuito de manter a ordem, organização, regras e condutas dentro do

ambiente escolar visando elevar o nível de qualidade de ensino nas escolas.

Uma das características principais do supervisor é ser flexível, aceitar e estar

aberto às mudanças que ocorrem frequentemente na sociedade.

Com a globalização, excesso de informações, tecnologia avançada,

diversas mudanças vem ocorrendo constantemente no mundo. Frente a esta

realidade desafiadora, a escola necessita rever as suas práticas

pedagógicas, adaptar-se e manter um contínuo crescimento pedagógico.

Portanto o supervisor e demais educadores precisam acompanhar o

desenvolvimento da sociedade com o objetivo de visar o aperfeiçoamento

constante dos profissionais da educação além de contribuir para o

crescimento integral da escola.

Há décadas atrás o trabalho do supervisor era centrado na

fiscalização e controle do professor. Este quadro vem se modificando, pois o

foco principal na escola é o aluno e suas necessidades. Uma das funções do

supervisor junto com o professor é criar situações reais que atuam no

processo educativo com o intuito de desenvolver e alcançar os objetivos da

escola.

Medina (2004, p. 32) ressalta essa questão ao afirmar que:

[...] é o trabalho do professor [...] que dá sentido ao trabalho do supervisor no interior da escola. O trabalho do professor abre o espaço e indica o objeto da ação/reflexão, ou de reflexão/ação para o desenvolvimento da ação supervisora.

Pode-se perceber que o supervisor não é mais um controlador de

professores, pois atua nos bastidores dando suporte ao trabalho do

professor. É um agente que viabiliza troca de experiências e informações

com professores, além de dinamizar a relação entre direção, pais, alunos e

professores (AMAE p.32 1999). Dessa forma o supervisor escolar não

apresenta uma função mecanizada e controladora com acontecia há décadas

atrás. Atualmente o supervisor tem o papel de proporcionar aos professores

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uma reflexão constante da sua prática pedagógica objetivando evidenciar

ações concretas para a busca de qualidade no processo ensino

aprendizagem. O supervisor deve ser um problematizador frente ao trabalho

desenvolvido pelo professor, pois este deve refletir as suas ações na escola.

O supervisor em parceria com o professor busca criar soluções para os

problemas na escola que afetam o desenvolvimento escolar do aluno,

buscando assim sanar as possíveis dificuldades de aprendizagem que

ocorrem na sala de aula. Nesse caso o supervisor ao acompanhar a

desempenho do aluno e prestar assistência às atividades ligadas ao seu

desenvolvimento, analisa o rendimento da produtividade do processo

ensino/aprendizagem com possibilidades de detectar possíveis desvios e

tentar resolver os problemas encontrados. Os supervisores ao estimular o

aperfeiçoamento do professor através de cursos, trabalham em equipe e

reuniões pedagógicas, valoriza o trabalho e ajuda o aluno a garantir o

sucesso da aprendizagem.

2.1- O desafio do supervisor frente à indisciplina escolar

Diante de tantas funções, o supervisor está assumindo um novo papel

diante da educação dos discentes. Casos de indisciplina estão sendo

desafios constantes dentro e fora da sala de aula. Fica claro que o

supervisor tem que repensar novas estratégias pedagógicas para propor aos

professores que muitas vezes ficam perdidos na sala de aula sem saber se

dá aulas criativas ou se impõe limites às crianças. Tanto o papel do

supervisor escolar quando a indisciplina estão mudando na escola. Pode-se

considerar que a indisciplina está tomando a maior parte do tempo dos

educadores principalmente os supervisores que fora de sala dão suporte aos

professores resolvendo problemas de indisciplina constantemente na escola.

Os supervisores muitas vezes deixam de lado o pedagógico para resolver

brigas entre alunos, desrespeito com professores e funcionários da escola. A

indisciplina que há décadas atrás era resolvida com a presença dos pais na

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escola ou com outras sanções como uma simples ocorrência já não está

assustando mais os alunos indisciplinados.

A indisciplina dos dias atuais está acarretando conseqüências bruscas

na vida social, assustando pais, professores, orientadores educacionais,

diretores, dentre outros e tomando rumos surpreendentes, tais como

agressividade, falta de paciência, falta de concentração, desinteresse nos

estudos, desrespeito, distúrbios neurológicos dentre outros. As crianças só

se importam com o seu bem estar, o seu querer, o seu prazer, tornando-se

jovens egocêntricos. Tendo também como conseqüências alguns distúrbios

de conduta, desrespeito aos pais, colegas e autoridades, sendo incapaz de

concluir tarefas tendo muitas vezes um baixo rendimento escolar.

O supervisor frente ao caos da indisciplina tende a ter um olhar crítico

em relação às soluções dos problemas. Nota-se através da prática

profissional em escolas de educação básica que a preocupação por parte do

professor com a indisciplina escolar vem aumentando cada vez mais. A

principal queixa dos professores é a indisciplina que se torna responsável

pelo estresse e pelo insucesso muitas vezes constatado no processo de

ensino-aprendizagem.

[...] a indisciplina no contexto das condutas dos alunos, dentro ou fora da sala de aula, nas diversas atividades pedagógicas, a dimensão dos processos de socialização e relacionamentos que os alunos exercem na escola e também considerar a indisciplina contextualizada o desenvolvimento cognitivo desses alunos. (Garcia, 1999 p. 102).

Pode-se perceber através do relato do autor que a indisciplina está

afetando o cognitivo do aluno, ficando restringidas as suas possibilidades de

aprendizagem.

No entanto o supervisor não pode abrir mão da sua responsabilidade

quanto à disciplina, que realmente é um problema bastante complexo, pois

envolve formação da consciência do sujeito, de seu caráter e da cidadania. A

indisciplina do aluno pode ser conseqüência de diversas situações, cada uma

tem suas razões de existirem e devem ser sempre revistas pelos educadores

porém o processo pedagógico também não pode ser esquecido. A ajuda ao

professor, à valorização do conhecimento, a realidade escolar são

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responsabilidades do supervisor para garantir a organização, disciplina,

respeito e a qualidade do ensino aprendizagem.

Cabe ao supervisor escolar analisar em ação conjunta com os

professores, os desvios existentes entre o fazer pedagógico e a proposta

pedagógica da escola. Quando se trata de indisciplina na escola são

necessárias ações voltadas para a prevenção. Os educadores ao criarem

ações preventivas alinhadas à proposta pedagógica da escola, voltada para

a comunidade escolar tentarão reduzir na escola situações constrangedoras

de indisciplina e evitando o desvio da função supervisora, o cansaço,

estresse e o desinteresse e falta de motivação do professor na sala de aula.

Nesse aspecto o supervisor tem um papel fundamental, pois a partir da

sua observação pode programar ações com o intuito de incentivar à

participação dos alunos, comunidade escolar e dar suporte ao trabalho

pedagógico desenvolvido na escola, evitando possíveis indisciplinas dentro e

fora da escola.

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CAPITULO III - A PESQUISA DE CAMPO E RESULTADOS

Os resultados obtidos foram dispostos em quadros comparativos

seguidos às questões aplicadas de cada questionário. As respostas dos

questionários foram analisadas minuciosamente, chegando a conclusões

referentes a cada uma das questões aplicadas. Para melhor visualização dos

resultados cada quadro foi disposto em uma página. Dados que foram

analisados:

1- Tempo e experiência profissional

2- Formação acadêmica

3- Idade dos entrevistados

Foi analisado ainda:

• Conceito de indisciplina

• Principais tipos de indisciplina

• Origem da indisciplina na escola

• Problemas de indisciplina

• Estratégias para lidar com a indisciplina e punições

• O desempenho do aluno indisciplinado

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TABELA 1

Identificação dos pesquisadores

Entrevistados Idade TeTempo de atuação Formação acadêmica

1

2

3

4

5

30

42

37

46

49

11 anos

18 anos

16 anos

20 anos

25 anos

Normal superior

Normal superior

Pedagogia

Pedagogia

Pedagogia

Fonte: Questionário aplicado aos professores e supervisores da Escola Municipal Emília de Lima

Analisando o quadro acima se podem estabelecer algumas informações

importantes para a análise da pesquisa, tais como: a idade média

aproximada dos entrevistados é de 40 anos e o tempo de atuação

profissional é em torno de 18 anos. Outro aspecto considerado é a formação

acadêmica, todos os entrevistados têm curso superior e atuam na área de

educação, uma exigência da lei 9394/96, que regulamenta o Sistema

Educacional.

Portanto, a partir das considerações referente ao quadro acima pode-se

fazer uma análise dos conceitos mais importantes dessa pesquisa que

possui uma abordagem qualitativa.

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TABELA 2

CONCEITO DE INDISCIPLINA NA ESCOLA

Entrevistados Conceito de indisciplina

1

2 3 4 5

É quando a pessoa não conhece as regras

combinadas, aí ela está transgredindo.

Comportamento que infringe as regras estabelecidas

para a convivência saudável

Falta de respeito com colegas e professores;

desorganização. Comportamento contrário às normas

pré-estabelecidas por um grupo ou classe social.

É aquele aluno hiperativo que não consegue ficar

quieto, atrapalha, ou melhor, desestrutura toda a

classe, com conversa, convocações, muitas vezes

tirando os colegas e até a professora do “sério”.

Comportamento e atitude atribuídos ao indivíduo que

não atende ás normas e regras existentes em

determinado local, ou seja, a sala ou a instituição em

que se insere.

Fonte: Questionário aplicado aos professores e supervisores da Escola Municipal Emília de Lima

A análise das respostas acima, mostra que o conceito de indisciplina,

apresenta variações. Nos aspectos morais é definido como falta de respeito

pelos colegas, pelo professor e pelas regras; quanto ao comportamento, é

associado ao aluno hiperativo ou àquele que possui comportamentos

diferenciados do restante do grupo. Ainda é possível perceber que o conceito

de indisciplina para os profissionais referidos, a transgressão das regras,

pode ser ocasionada por atos contrários ou pelo desconhecimento das

mesmas.

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TABELA 3

PRINCIPAIS TIPOS DE INDISCIPLINA NA ESCOLA

Entrevistados Principais tipos de indisciplina na escola

1

2 3 4 5

Agressividade e descumprimento dos combinados.

Não esperar a vez para falar. Responder pelo colega ou dar

opiniões na fala do outro. Esbarrar no outro por querer e

revidar alguma coisa ( agressividade).

Conversar fora de hora, agressão ao colega, inquietude e

falta de concentração. Falta de limite.

Respostas ríspidas, agressividade verbal e física e

desobediência às ordens dadas.

Atitudes frenéticas geradas por alguns alunos inquietos,

chegando a ponto de prejudicar a aprendizagem de

aprendizagem dentro da sala de aula.

Fonte: Questionário aplicado aos professores e supervisores da Escola Municipal Emília de Lima

A maior parte dos entrevistados considera a agressividade como o

principal tipo de indisciplina na escola. Outro tipo mais apontado é a

inquietude que prejudica a aula, seguido pela desobediência das

regras/combinados e falta de limite.

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TABELA 4

ORIGEM DA INDISCIPLINA NA ESCOLA

Entrevistados O que origina a indisciplina na escola?

1

2

3

4

5

Disfunções ambientais na escola (currículo inadequado,

gestão etc).

Falta de diálogo da família. Falta de componentes na família

(pai, mãe, filhos); pouco afeto entre estes, relações

extraconjugais.

A inquietude do próprio aluno e pela falta de interesse do

mesmo. Dificuldade de aprendizagem.

Por parte do aluno, creio que problemas afetivos, sociais,

físicos e até mesmo uma defasagem em relação à turma em

que está inserido. Por parte da escola, pode ser falta de

manejo do professor, falta de adequação do currículo.

Infelizmente a falta de estrutura familiar colabora para que

esse problema se agrave. Família cheia de problemas:

moral, social, financeiro e principalmente aquela família em

que existe o envolvimento com drogas.

Fonte: Questionário aplicado aos professores e supervisores da Escola Municipal Emília de Lima

Através dos depoimentos, percebe-se que a origem da indisciplina ocorre

principalmente por desestruturação familiar entre a falta de membros

familiares (pai, mãe e filhos), faltado elementos. Ainda há famílias com

problemas conjugais, sociais, financeiros e com dependência química. Outro

aspecto agravante é a inadequação do currículo e finalmente o aluno que

muitas vezes por dificuldade de aprendizagem torna-se um aluno

indisciplinado.

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TABELA 5

PROBLEMAS DE INDISCIPLINA

Entrevistados Problemas de indisciplina na escola

1

2 3 4 5

Falta de limite; falta de princípios; desencontros dos valores

da família e da escola; timidez, agressão.

Agitação, agressividade, atitudes para chamar a atenção do

grupo e do professor. Inquietude falta de concentração falta

de limites.

Aluno hiperativo, agitado, atrapalha as aulas. Agressividade,

incapacidade de atender limites, burlar regras, inquietação.

Desrespeito, agressão, falta de controle emocional.

Conversas paralelas no momento da explicação; falta de

educação que vem de “berço”; diferenciação entre o que se

pede na escola e o que se vive fora dela principalmente na

família.

Fonte: Questionário aplicado aos professores e supervisores da Escola Municipal Emília de Lima

Os depoimentos demonstram que os problemas de indisciplina se configuram

através das seguintes manifestações: timidez, agressividade, agitação,

inquietude, falta de limites, hiperatividade, falta de controle emocional,

comprometimentos psicológicos e incapacidade de atender limites.

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TABELA 6

ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM A INDISCIPLINA E PUNIÇÕES

Entrevistados Estratégias para lidar com a indisciplina Punições

1

2

3

4

5

Construção de regras no grupo;

colocação de limites; aulas mais

dinâmicas e interessantes, diálogo;

planejamento feito com os alunos.

Diálogo demonstrando amizade, afeto,

apego, carinho; estabelecer limites;

construção de regras de convivência;

reflexão.

Manter a tranqüilidade, um tom de voz

firme sem precisar gritar, conversar

bastante com a turma expondo o

prejuízo do aluno indisciplinado. Cobrar

um bom comportamento, mantendo um

bom relacionamento.

Estabelecer limites; combinar regras

coletivamente. Alunos com problemas

psicológicos devem ser encaminhados

para especialistas

Diálogo, afetividade, observação para

diagnosticar a causa do problema.

Conversar com os pais

Advertências orais;

advertências por

escrito.

Advertência oral,

conversa com o aluno,

chamamos a família.

Advertências,

ocorrências,

comunicamos a família

e até ao conselho

tutelar.

Não podemos fazer

nada, pois a razão

está sempre com o

“menor” que está

protegida pela lei da

infância e juventude.

Registro no livro de

ocorrência; chamar os

pais; suspensão.

Fonte: Questionário aplicado aos professores e supervisores da Escola Municipal Emília de Lima

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As intervenções mais utilizadas pelos entrevistados para lidar com a

indisciplina são: construções de regras coletivamente, aulas dinâmicas,

estabelecer limites, diálogo; encaminhamento a especialistas. Alguns dos

entrevistados consideram que na escola existem punições para alunos

indisciplinados. A maioria afirma que há ocorrências, advertências, chamar a

família e até suspensão. Pode-se notar que apenas um entrevistado declarou

em seu depoimento que não há punições para os alunos indisciplinados, pois

os alunos estão protegidos pela lei da infância e juventude.

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TABELA 7

A INTERFERÊNCIA DA INDISCIPLINA NO DESEMPENHO DO ALUNO

Entrevistado A interferência da indisciplina no desempenho do aluno

1

2 3 4 5

A aprendizagem depende de um ambiente tranqüilo e

organizado.

Muitas vezes o indisciplinado aprende, mas perturba quem

tem dificuldade que às vezes fica apático pelo

comportamento do outro.

Muitas vezes o aluno aprende, mas a sua inquietude e

indisciplina faz com que tenha um desempenho abaixo do

normal por causa da falta de atenção.

Pela falta de atenção, o aluno não apresenta um bom

desempenho e a aprendizagem não acontece.

A indisciplina atrapalha o andamento das aulas levando não

só o aluno indisciplinado, mas também o resto da turma a

não ter o desempenho desejável quanto à aprendizagem.

Fonte: Questionário aplicado aos professores e supervisores da Escola Municipal Emília de Lima

A análise das respostas acima mostra que a indisciplina não favorece a

aprendizagem, pois o desempenho do aluno fica comprometido, assim como

da turma. A inquietude é outro aspecto que gera a falta de atenção e com

isso um baixo desempenho nos conteúdos estudados. Outro dado importante

citado pelo entrevistado 5 é como a indisciplina atrapalha as aulas e interfere

na aprendizagem como um todo.

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3.1 - Análise dos dados

Tomando como referência o tempo de experiência profissional de cada

entrevistado nota-se a partir das comparações das respostas que a maioria

tem problemas de indisciplina no contexto escolar. As questões da formação

acadêmica também aparentemente não influenciaram nas respostas, pois

todos os entrevistados apresentaram um mesmo nível de respostas.

De acordo com o conceito de indisciplina apresentado pelos

entrevistados pode-se perceber que é possível remeter às abordagens de

Abud e Romeu 1989, pois estes atribuem à disciplina como um

comportamento fundamental para a conformidade da sociedade.

Diante das questões respondidas, os entrevistados consideram que o

diálogo é uma das principais estratégias para se conseguir uma disciplina

favorável na escola. Nesta perspectiva Schimidt, Ribas e Carvalho (1989)

consideram que a disciplina deve ter força estratégica a começar pela

reorganização da escola e pelo desenvolvimento competente do trabalho

pedagógico.

Para todos os entrevistados a interação entre alunos e professore é

uma maneira de se ter uma melhor aquisição da aprendizagem. Schmidt,

Ribas e Carvalho (1989 p.38) concluíram que na interação é que o professor

tem condições concretas de compreender os limites do próprio saber. O

professor tem a obrigação de não somente transmitir mais de junto com seus

alunos acrescentando algo de novo ao já conhecido, que vai se modificando

quantitativamente.

Os profissionais da educação ao analisar as possíveis causas da

indisciplina na escola, tende a atribuir a responsabilidade ao professor,

alegando à falta de autoridade, pois acreditam que alguns professores têm

mais “pulso” que os outros. Os entrevistados em geral associam a

indisciplina a passividade, a agressividade, intransigência, incapacidade de

cooperação, etc.

Ser criança disciplinada ou indisciplinada não depende do aluno, pois

essa não é uma característica inata. Os alunos têm influência do meio em

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que vive, pois há TV, agressividade dos colegas, falta de autoridade do

professor sem considerar que a família é o primeiro contexto de socialização,

que influência o aluno no decorrer de sua infância.

Podemos perceber que não há uma fórmula única, ou seja, uma receita

pronta e acabada para lidar com a indisciplina na escola, cada profissional da

educação tem sua característica para manter o ambiente escolar com uma

disciplinar coerente com cada instituição escolar.

Enfim, comportamento, atitudes incoerentes e falta de limites são alguns

dos critérios que os entrevistados definiram para alunos indisciplinados, pois

consideram que todos estes aspectos contribuem para a produção da

indisciplina, assim como, a desobediência, a desordem e o desrespeito na

sala de aula segundo abordam Abud e Romeu (1989).

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3.2 – CONCLUSÃO

Considerando a pesquisa realizada, baseando em textos bibliográficos,

nos objetivos propostos, a organização e análise de dados, foi possível

constatar que professores e supervisores afirmam ter problemas de

indisciplina dentro da sala de aula.

De maneira geral os supervisores e professores consideram que a

indisciplina pode ter diferentes origens, tais como, problemas familiares,

inadequação do currículo utilizado pela instituição, desinteresse e inquietude

do aluno, considerando as questões dispostas nos quadros apresentados

pelos pesquisados.

Pode-se constatar que professores e supervisores da escola Municipal

Emília de Lima definem como critérios para considerar um aluno

indisciplinado: o seu comportamento, suas atitudes, o descumprimento das

normas da instituição e a falta de limite e valores morais. A indisciplina

segundo eles, traz danos ao convívio escolar e especialmente à

aprendizagem do próprio aluno e turma.

Desse modo, os professores e supervisores afirmam que ao lidar com a

indisciplina no contexto escolar usam estratégias como a afetividade e o

diálogo. Pode-se ainda, constatar que os entrevistados sempre buscam

ajuda da família, em casos extremos ocorrências, fazem advertências e em

último caso a suspensão. Estes aspectos citados são também considerados

como punições para o aluno indisciplinado.

No entanto não há uma fórmula pronta e acabada para lidar com a

indisciplina, porém é necessário que o processo ensino aprendizagem tenha

um espaço para dar enfoque aos valores morais como: o respeito, a

honestidade, a ética, o companheirismo entre outros que possibilitam o

desenvolvimento da autonomia moral, objetivando a formação do cidadão.

Sabe-se que a tarefa de disciplinar é árdua e exige um grande esforço

da equipe pedagógica, (professor, supervisor, orientador, diretor), pois esta

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encontra obstáculos ao longo de sua jornada. Em suma, o supervisor tem um

papel importante na escola, pois ajuda a manter o equilíbrio entre professor-

aluno-familia, cria estratégias para manter a ordem na escola, onde se faz

presente constantes avaliações em busca de um processo educativo real e

de qualidade.

Enfim, espera-se realizar uma educação de qualidade, participativa,

dinâmica e democrática, que envolva o aluno, a escola, os familiares e a

comunidade em função de um futuro cidadão disciplinado, justo e coerente

com a realidade em que vive.

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Anexos

Questionário para professores

Indisciplina no contexto escolar

Data: ___/___/___

Hora inicial: ______________Hora Final: _____________

Formação acadêmica: ____________________________

Tempo de experiência profissional: __________________

Idade__________________________

Sexo ( ) masculino ( ) Feminino

Local da entrevista: _____________________________

Escola em que trabalha: __________________________

Série que leciona: _______________________________

1- O que é indisciplina para você?

2- Quais são os principais tipos de indisciplina que você observa na sala de

aula?

3- Em sua opinião, qual é a origem da indisciplina na escola?

4- A postura do professor influencia na produção da indisciplina?

5- Na sua escola existem critérios que previamente definem o aluno como

indisciplinado? Cite-os.

6- Quais as estratégias que você usa para lidar com casos de indisciplina na

sala de aula?

7- Na escola que você trabalha há punições para alunos indisciplinados? Se

sua resposta for sim, cite exemplos.

8- Em sua opinião a indisciplina na sala de aula está prejudicando o

desempenho do aluno?

9- Um aluno indisciplinado na sala de aula pode intervir na sua prática

pedagógica?

10- Em sua opinião a interação entre alunos Pode vir a ser considerada

indisciplina?

Page 45: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO …...Metodologia Este trabalho monográfico busca a partir de uma revisão bibliográfica de obras de autores como Abud e Romeu (1989), Vasconcellos

11- A interação entre alunos e professor pode vir a acarretar indisciplina na

sala de aula?

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Anexos

Questionário para supervisores

Indisciplina no contexto escolar

Data: ___/___/___

Hora inicial:______________Hora Final:_____________

Formação acadêmica:____________________________

Tempo de experiência profissional:__________________

Idade__________________________

Sexo ( ) masculino ( ) Feminino

Local da entrevista:_____________________________

Escola em que trabalha:__________________________

Série que leciona:_______________________________

1- O que é indisciplina para você?

2- Quais são os principais tipos de indisciplina que você observa na escola?

3- Para você quais são os maiores problemas causados pela indisciplina na

escola?

4- Em sua opinião, qual é a origem da indisciplina na escola?

5- A postura do professor influencia na produção da indisciplina?

6- Na sua escola existem critérios que previamente definem o aluno como

indisciplinado? Cite-os.

7- Quais as estratégias que você usa para lidar com casos de indisciplina na

escola?

8- Na escola que você trabalha há punições para alunos indisciplinados? Se

sua resposta for sim, cite exemplos.

9- Em sua opinião a indisciplina na sala de aula está prejudicando o

desempenho do aluno?

10- Em sua opinião a interação entre alunos Pode vir a ser considerada

indisciplina?

Page 47: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO …...Metodologia Este trabalho monográfico busca a partir de uma revisão bibliográfica de obras de autores como Abud e Romeu (1989), Vasconcellos

11- A interação entre alunos e professores pode vir a acarretar indisciplina na

sala de aula?

12- Como você orienta seus professores para lidar com casos de indisciplina

na sala de aula?