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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA ALAVANCAGEM FINANCEIRA: DA RENTABILIDADE A INSOLVÊNCIA DAS EMPRESAS. Por: Lorraine Oliveira da Silva Orientadora Prof.ª. Aleksandra Sliwowska Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

ALAVANCAGEM FINANCEIRA: DA RENTABILIDADE A

INSOLVÊNCIA DAS EMPRESAS.

Por: Lorraine Oliveira da Silva

Orientadora

Prof.ª. Aleksandra Sliwowska

Rio de Janeiro

2016

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

ALAVANCAGEM FINANCEIRA: DA RENTABILIDADE A

INSOLVÊNCIA DAS EMPRESAS.

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Finanças e Gestão

Corporativa.

Por: Lorraine Oliveira da Silva

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter conquistado

mais um objetivo em minha vida e a

minha família, por sempre ter o apoio

em meus objetivos.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todas as pessoas

que estiveram presentes para realização

desta conquista, principalmente aos meus

pais, que sempre me incentivaram ao

estudo.

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RESUMO

O presente trabalho discute as formas de estrutura de capital utilizadas

pelas empresas e sua relação com a alavancagem financeira das mesmas. A

Rentabilidade e insolvência das empresas são citados no processo de

alavancagem financeira, bem como os riscos que também são mostrados e

discutidos.

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METODOLOGIA

Este trabalho está pautado na pesquisa bibliográfica e métodos que

levam ao problema proposto; jornais, revistas, questionários e sites sobre o

assunto.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I – A alavancagem financeira 09

CAPÍTULO II – Capital de terceiros nas empresas 16

CAPÍTULO III – Retorno esperado de uma empresa com a

alavancagem 20

CAPÍTULO IV – Tipos de risco na alavancagem financeira 24

CONCLUSÃO 29

ANEXOS 32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 38

ÍNDICE 40

FOLHA DE AVALIAÇÃO 42

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INTRODUÇÃO

O estudo da contabilidade vem passando por uma mudança

acentuada, com finalidade de transforma-la num instrumento eficiente de

administração, e muito relevante atrelar seus conceitos básicos a um

desenvolvimento harmônico com as atuais condições econômicas do mundo.

Respectivamente, sem pôr em risco a concepção da técnica das partidas

dobradas, que permitiu construir uma imagem perfeita de sensatez entre

valores que integram o patrimônio de qualquer ente, são feitas pesquisas,

buscando explicação e justificação das ações que ocorrem no âmbito das

empresas e outras instituições.

A administração financeira implica um maior rendimento sobre o

investimento executado pelos sócios ou acionistas, por meio do melhor

emprego de recursos, de modo geral, escassos. Por isso, todas as

perspectivas de uma empresa estão sob a visão da administração financeira.

Quando aplicada e aproveitada de forma apropriada, a Alavancagem financeira

exerce um respeitável papel dentro do espaço empresarial, por habilitar seus

usuários a assumir decisões, aceitar o perfil do seu patrimônio e controlar suas

ações por meio dos documentos contábeis gerenciais.

Para a efetivação deste trabalho, que tem como objetivo geral:

Demonstrar a importância da alavancagem financeira no processo

rentabilidade à insolvência das empresas, pesquisar na bibliografia existente,

os diferentes conceitos e formas de mensuração da alavancagem financeira e

identificar os prováveis benefícios e problemas inerentes ao processo da

alavancagem financeira.

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CAPÍTULO I

A ALAVANCAGEM FINANCEIRA

1.1 – O que é alavancagem financeira

A alavancagem financeira no mundo dos negócios é definida como o

processo que utiliza recursos de terceiros com a intenção de estender a taxa

de lucros sobre o capital próprio, ou seja, a alavancagem é a capacidade que

uma empresa possui para utilizar ativos ou recursos externos, conseguidos á

um custo fixo, visando maximizar o lucro de seus sócios.

Sendo assim, a análise da alavancagem financeira busca demonstrar a

relevância do capital de terceiros, na estrutura de capital de uma empresa.

A complexidade das relações econômicas ultimamente existentes no

comércio torna o papel das empresas, independente de sua dimensão e

segmento de atuação, ao mesmo tempo complexas, modificando o correto

juízo das relações financeiras em uma prerrogativa concorrente e

extremamente importante. A principal finalidade de qualquer empresa é ter o

seu valor elevado ao máximo por meio da fabricação de bens ou prestação de

serviços para venda no mercado.

As despesas financeiras podem ter um forte impacto sobre o lucro das

empresas. A administração eficaz destes dispêndios incide em planejar,

controlar e analisar adequadamente, abrangendo sua natureza e seu

mecanismo, para aumentar os recursos financeiros postos a disposição da

empresa.

O programa de operações financeiras, que consiste em planejar as

despesas e receitas financeiras, bem como as fontes e as condições gerais

dos financiamentos, exige um intenso conhecimento do mercado financeiro e

da economia. A preparação da avaliação de despesas financeiras determina a

definição clara e objetiva de premissas e critérios fundamentais, analisando os

possíveis cenários econômicos do período orçamentário.

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Segundo Gitman, é "a capacidade da empresa de usar encargos

financeiros fixos para maximizar os efeitos de variações no lucro antes de juros

e imposto de renda (LAJIR) sobre o lucro por ação”. Segundo outros

pesquisadores, a alavancagem financeira é positiva quando capitais de longo

prazo de terceiros produzem efeitos positivos sobre o patrimônio líquido. E os

capitais de terceiros de longo prazo só são vantajosos para uma empresa,

quando o retorno sobre o patrimônio líquido for superior ao retorno sobre o

ativo. Não seria vantajoso se uma empresa captasse recursos a longo prazo e

se estes recursos fizessem com que o retorno sobre o patrimônio líquido

recuasse à sua posição anterior à da captação.

A alavancagem financeira é isso: a “alavanca” que esta captação

produz ou não no retorno aos acionistas.

O resultado da alavancagem financeira pode ser mais bem

interpretado pela fórmula com o seu coeficiente, denominado grau de

alavancagem financeira (GAF).

A medida do grau de alavancagem financeira (GAF) de uma empresa é

um importante indicador do grau de risco para a mesma. Se existe a presença

de capital de terceiros de longo prazo na estrutura de capital, a empresa estará

"alavancada", ou seja, corre risco financeiro.

Uma das fórmulas para calcular o GAF é: GAF = RPL/RAT, sendo

RPL= Retorno sobre o Patrimônio Líquido = Lucro líquido/Patrimônio Líquido e

RAT= Retorno sobre o Ativo Total = Lucro antes dos juros e do imposto de

renda/Ativo Total.

Se o GAF = 1,0, a alavancagem financeira será considerada nula.

Nesse caso, não há despesas financeiras, ou seja, não há capital de terceiros

(geralmente instituições financeiras) na estrutura de capital.

Se o GAF > 1,0, a alavancagem financeira será considerada favorável:

o retorno do Ativo Total (conjunto de bens e direitos da empresa, expressos em

moeda) será razoavelmente maior que a remuneração paga ao capital de

terceiros.

Se o GAF < 1,0 a alavancagem financeira será considerada

desfavorável. Neste caso, há risco financeiro. Se o RPL é menor do que o

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RAT, o capital de terceiros está consumindo parte do patrimônio líquido.

Mesmo se o Ativo Total gerar um retorno, parte desse retorno está sendo

financiada por capital de terceiro, que neste caso, é remunerado a uma taxa

superior à taxa de retorno sobre o Ativo Total. Então o capital de terceiros está

exercendo alavancagem negativa.

1.2 – Tipos de alavancagem

As alavancagens existentes nas estruturas das empresas visam

sempre elevar os seus resultados operacionais (lucro operacional) e líquidos

(lucro líquido). Neste mesmo sentido, Gitman conceitua alavancagem como

sendo o uso de ativos ou recursos com um custo fixo com o fim de aumentar

os retornos dos proprietários das empresas.

Existe uma forte relação entre o nível de alavancagem e o risco ao qual

a empresa se sujeita: quanto maior o nível de alavancagem, maior o risco e,

consequentemente, maior o lucro (ou o prejuízo, caso alavancagem seja

desfavorável).

Existem basicamente, três tipos de alavancagem: Operacional,

Financeira e Total.

Na Operacional, a empresa faz uso da sua estrutura de custo fixo para

alavancar os seus resultados operacionais, Na financeira, a empresa aumenta

a participação de recursos de terceiros (empréstimos, financiamentos e

debêntures) para obter um maior resultado líquido. Já a alavancagem total,

incorpora de forma combinada, como ensina Assaf Neto, o impacto total da

estrutura de custos de uma empresa sobre suas decisões operacionais e

financeiras, ou seja, é o efeito conjunto da alavancagem operacional e da

alavancagem financeira.

Gitman esclarece que os três tipos de alavancagem podem ser

definidos mais claramente no que diz respeito à demonstração de resultado de

exercício da empresa, conforme figura abaixo apresentada pelo autor:

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Fonte: gitman

Como já dito anteriormente, a alavancagem operacional faz uso da

estrutura de custos fixos que, por definição, são aqueles que não sofrem a

ação da variação da atividade (vendas) da empresa. Entretanto, mesmo sendo

fixo, este tipo de custo pode variar em função do tempo.

Deste modo, a partir de uma estrutura maior de custos fixos, é possível

a empresa potencializar o seu lucro operacional, tendo em vista que a margem

de contribuição (diferença entre a receita e custo variável) em empresas com

este tipo de estrutura é maior.

A efetividade do uso da alavancagem operacional sobre os lucros da

empresa é mensurada pelo Grau de Alavancagem Operacional (GAO). O GAO

calcula a variação do lucro operacional da empresa com relação à variação no

volume de atividades (vendas), podendo ser mensurado pela seguinte fórmula:

GAO = Variação do Lucro operacional / Variação no volume de

atividade.

Exemplo de Grau de Alavancagem Operacional: Duas empresas, A e

B, que possuem o mesmo resultado operacional em dado momento, conforme

dados abaixo:

A B

Receita de Vendas 100 100

Custo Variável (30) (70)

Marge de Contribuição 70 30

Custo Fixo (60) (20)

Lucro Operacional 10 10

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Com aumento de 20% no volume de vendas das duas empresas:

A B

Receita de Vendas 120 120

Custo Variável (36) (84)

Margem de Contribuição 84 36

Custo Fixo (60) (20)

Lucro Operacional 24 16

Nota-se que a empresa A, por ter uma maior estrutura de custos fixos,

passa a ter um lucro operacional maior com o aumento no volume de

atividades. Neste caso, aplicando-se a fórmula do GAO, temos que:

A B GAO 140% / 20% 60% / 20% GAO 7 3

Neste caso, para a empresa A, uma variação de 1% nas atividades

reflete em 7% de elevação no lucro operacional, ao passo que a mesma

elevação para a empresa B, impacta em uma elevação de 3% na empresa B.

No caso de uma diminuição do volume de atividade na mesma

proporção, ou seja, 20%, os valores dos GAO´s das empresas ficam

inalterados, entretanto, o impacto sobre o resultado operacional é pior para a

empresa A que possui uma maior estrutura de custos fixos e um maior risco.

Deste modo, a alavancagem operacional será boa ou ruim, de acordo

com o volume de atividade que a empresa efetivamente possua. Se a empresa

está em crescimento, com vendas crescentes, a alavancagem operacional irá

ajudar esta empresa a ter mais lucros, mas se o volume de atividades cair, a

empresa terá um prejuízo maior.

Já na Alavancagem Financeira a empresa pode financiar suas

atividades com recursos próprios (Patrimônio Líquido) ou de terceiros

(Empréstimos, Financiamentos e Debêntures). Normalmente, uma empresa

que está iniciando suas atividades faz uso apenas de recursos próprios, a

administração da empresa está praticamente toda nas mãos dos proprietários

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e os fluxos de caixa ainda são pequenos ou mesmo negativos para pleitearem

junto às instituições bancárias uma contratação de maior aborte.

Quando a empresa começa a obter mais sucesso, conquistar mercado,

as necessidades de investimento também aumentam e ela começa a fazer uso

de recursos de terceiros para poder continuar se expandindo. A existência do

capital de terceiros (também chamados de passivo oneroso) na estrutura de

capital da empresa resulta a alavancagem financeira, entretanto esta só será

favorável caso a empresa possa ter um retorno de suas atividades

operacionais, mensurado pelo Retorno sobre o investimento (ROI), maior do

que o custo de contratação do capital de terceiros.

Já na Alavancagem Operacional os custos operacionais das empresas

permanecem inalterados em determinados intervalos de produção e venda,

representando que quanto maior a produção menos e seu peso relativo e vice

versa; quando menos se produz mais se sente o peso dos custos fixos.

Quando as empresas elaboram projetos pra captar financiamentos, visando

aumentar a produção sem aumentar os custos fixos ou aumentando menor do

que o crescimento do lucro Antes das Despesas Financeiras e do Imposto de

Rendas, elas buscam obter Alavancagem Operacional. Depois de implantado o

projeto, se alcançarem seu objetivo, elas produzem “Alavancagem Positiva”; se

simplesmente mantêm o mesmo nível anterior ao projeto, elas obtêm o que o

mercado chama de “Alavancagem Travada” ou “Alavancagem Constante”; se o

resultado for inferior ao lucro anterior, têm como resultado uma “Alavancagem

Negativa”. Essa última posição, se indesejável no curto prazo, poderá ser

aceita no longo prazo, pois quando da quitação dos recursos de terceiros a

situação pode se reverter e, antão, produzir “Alavancagem Positiva”.

O Grau de Alavancagem Operacional (GAO) sempre é evidenciado

para níveis específicos de produção e venda (BRAGA, 1992, p. 204). Em

outras palavras, para cada ponto da escala de variação do nível de operações

haverá um GAO diferente, expressando o número de vezes que o ∆LAJIR

representa do ∆RTV [Receita Total das Vendas]. O GAO poderá ser calculado

através de qualquer das seguintes fórmulas:

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GAO = Variação percentual no LAJIR / Variação percentual nas vendas

(receitas ou volume) = ∆LAJIR / ∆RTV (∆quantidade) = nº de vezes

ou

GAO = Margem de contribuição total / LAJIR = MCT [Margem de

Contribuição Total] / LAJIR = nº de vezes.

Chega-se, então, a conclusão de que as empresas procuram obter

alavancagem operacional sempre que os seus custos fixos precisam ser

cobertos pela ampliação da produção e, consequentemente, das receitas

advindas das vendas. De forma geral, os projetos de alavancagem visam a

aquisição de ativos imobilizados que aumentem o volume produzido e resulte

em receitas mais do que suficientes para cobrir todos os custos fixos e

variáveis.

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CAPÍTULO II

CAPITAL DE TERCEIROS NAS EMPRESAS

2.1 – Capital de Terceiros

Uma empresa não é financiada somente por capital próprio, mas

também através de endividamento, ou seja, capital de terceiros. Esse capital

não necessariamente possui o mesmo risco do capital próprio e, por

conseguinte, sua remuneração deve ser também estimada.

Geralmente, existem duas fontes de capital em pró do crescimento de

uma empresa: o capital próprio (recursos exclusivamente de proprietário,

sócios, lucros e reservas) e o capital de terceiros.

Com a primeira opção, o crescimento da empresa será mais lento e

orgânico. O crescimento vindo do capital terceiros é atingido de diversas

formas, até mesmo, o empréstimo bancário, que é considerado capital de

terceiros, pois basicamente são recursos externos. Mas no Brasil, os juros para

financiamentos são muito altos e para pequenas e médias empresas, além de

possuírem algumas exigências que são impossíveis de serem cumpridas para

muitos empreendedores.

Por conta dessas condições, muitos empreendedores estão optando

por outro tipo de capital terceiros. Dentre esse outro tipo de capital terceiros,

estão inseridas as agências de fomento, investidores internacionais, entre

outros. Há também outro tipo de investimento de terceiros, chamado

investidores anjos, que são pessoas físicas que apostam em sua ideia, ajudam

e monitoram seu crescimento. Os fundos de investimentos normalmente fazem

o crescimento de uma empresa ser mais acessível e rápido, pois têm mais

recursos e estrutura, além de fazer com que a sua empresa abra portas para

novas oportunidades.

A estrutura de capital, as fontes de financiamento de uma empresa e a

forma com que ela se alavanca financeiramente são de grande importância

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para a organização como um todo, tendo em vista que o seu correto

planejamento e gestão influenciam fortemente na viabilidade de novos

projetos, no crescimento, no desenvolvimento e até mesmo na sobrevivência

ou não de uma organização. No que se refere à classificação do capital em

relação à sua procedência, o capital próprio como “recursos dos acionistas” e

desta forma, a expectativa de retorno destes acaba por configurar como a taxa

mínima de retorno que a empresa deve buscar na aplicação destes recursos.

Em contraste com o capital próprio, o capital de terceiros é qualquer tipo de

fundo obtido pela empresa via empréstimos, crédito junto a fornecedores e

outros recursos onerosos que sejam obtidos através de uma entidade alheia a

empresa.

O capital de terceiros é formado pelas diversas dívidas onerosas

contraídas pela empresa. A utilização de capital de terceiros e custos fixos

através da alavancagem é um instrumento da gestão financeira cujos

resultados dependem fortemente do momento vivido pela empresa. Em

situações de crescimento de receitas e lucros é favorável a existência de

custos fixos, entretanto, em momentos desfavoráveis, a existência de custos

fixos é prejudicial.

A alavancagem financeira, consiste em tomar recursos de terceiros a

um determinado custo e investir esses recursos em sua atividade a uma taxa

de retorno maior que o custo de captação deste capital, sendo que essa

diferença se apresenta como ganho do proprietário. Nesse mesmo sentido

quanto maior o nível de dívida de uma empresa em relação ao total de seu

ativo, maior será sua alavancagem financeira.

O endividamento proveniente da alavancagem financeira, apesar do

aumento dos riscos relacionados a continuidade da empresa, pode ser

encarado como um ponto forte, desde que a empresa obtenha sucesso

recursos, com retornos maiores que o custo da captação dos mesmos.

Um dos fortes atrativos ao uso da alavancagem financeira é a

possibilidade de deduzir os encargos financeiros provenientes de recursos de

terceiros da base de cálculo do IR, resultando assim na possibilidade de se

captar recursos a um custo menor. Por outro lado, a maior utilização de

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recursos de terceiros aumenta o percentual de custos fixos, eleva o nível de

endividamento e gera um maior risco financeiro, que se não for bem gerido

pode vir a se tornar um risco de falência.

A estrutura de capital de uma empresa e a forma com que ela é gerida

apresenta uma relação imediata com a composição das fontes de

financiamento de uma empresa, ou seja, o balanceamento ou a mistura entre

capital próprio e capital de terceiros, e qual percentual de cada um dentro

desta estrutura. É predominante a ideia de que a estrutura de capital se refere

somente às fontes de recursos de longo prazo.

Uma estrutura ótima de capital se obtém através da proporção de

recursos próprios e de terceiros a ser mantida por uma empresa que leva à

maximização da riqueza de seus acionistas.

Não existem respostas definitivas sobre qual seria a melhor

composição entre capitais próprios e de terceiros, considerando os diversos

tipos de organizações existentes, setores empresariais distintos, e ambientes

empresariais peculiares. Através da combinação adequada entre capital

próprio e capital de terceiros, uma empresa pode definir o nível em que o seu

custo de capital total seja um valor mínimo, ou seja, esta empresa poderá

atingir a “estrutura ótima de capital”.

A visão da estrutura de capital pelo enfoque do lucro operacional,

convencional, defende que através da combinação adequada entre próprio e

capital de terceiros uma empresa pode definir o nível em que o seu custo de

capital total seja um valor mínimo, ou seja, esta empresa poderá atingir a visão

da estrutura de capital pelo enfoque do lucro.

A elevação do retorno exigido pelos acionistas aparece como um modo

de compensar o maior endividamento da empresa e por consequência seu

maior risco financeiro.

Alguns estudos têm mostrado que em muitos casos as empresas, em

função dos custos e riscos advindos da grande utilização de recursos de

terceiros, tem priorizado o capital próprio em detrimento do capital de terceiros

em suas estruturas de capital.

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O Pecking Order (Hierarquização de Fontes de Financiamento) é um

exemplo, como a ordem de preferência dos administradores pelas principais

fontes de recursos, obedecendo a seguinte sequência: recursos gerados

internamente, captação de recursos através de novas dívidas e a captação de

recursos através do lançamento de novas ações.

O capital de terceiros tem diversas vantagens. Primeiro, os juros são

dedutíveis para fins de imposto, o que reduz o custo efetivo da dívida.

Segundo, como os portadores de títulos de dívidas obtêm um retorno fixo, os

acionistas não precisam partilhar seus lucros se os negócios forem

extremamente bem-sucedidos.

No entanto, o capital de terceiros também tem desvantagens. Primeiro

quanto mais alto for o grau de endividamento, mais alta será a taxa de juros.

Segundo, se uma empresa enfrenta tempos difíceis e o lucro operacional não é

suficiente para cobrir os pagamentos de juros, os acionistas terão de cobrir a

diferença e, se não puderem fazê-lo, a empresa irá à falência. Épocas boas

podem estar logo adiante, mas o excesso de dívidas ainda pode impedir a

empresa de chegar lá e ainda arruinar os acionistas nesse meio tempo.

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CAPÍTULO III

RETORNO ESPERADO DE UMA EMPRESA COM A

ALAVANCAGEM

3.1 - Alavancagem e Risco

A alavancagem está relacionada a um maior nível de gastos (custos e

despesas) fixos para multiplicar retornos para os proprietários da empresa.

Uma empresa ao adquirir ativos fixos alavanca a proporção de gastos fixos em

relação aos gastos variáveis da empresa que, atrelado a consequente variação

da receita, ocasiona maior variação nas receitas operacionais. Segundo

Gitman (2001, p.434), “aumentos de alavancagem resultam em elevações de

retorno e risco, ao passo que diminuições de alavancagem provocam reduções

de retorno e risco”.

A alavancagem financeira consiste na capacidade da empresa utilizar

de recursos de terceiros para aplicá-los em ativos a outra taxa de retorno, e a

diferença é direcionada para os proprietários e varia para mais ou para menos,

o retorno sobre o patrimônio líquido. Assaf Neto e Lima (2010,p.135) afirmam

que quanto maior a utilização de recursos de terceiros e, consequentemente,

maior a capacidade de alavancagem do retorno do patrimônio líquido, mais

elevado também se apresenta o risco financeiro assumido pela empresa em

suas decisões de financiamento.

Na medida em que quantifica essa capacidade do capital de terceiros

em incrementar o retorno do acionista é denominada de grau de alavancagem

financeira. A alavancagem operacional é definida por Assaf Neto e Lima (2010,

p.127) uma medida que “revela como uma alteração no volume de atividade

influi sobre o resultado operacional da empresa.” Ou seja, se as vendas

variarem em um período, como tal mudança influenciará no lucro operacional

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da empresa. Essa relação é representada pelo Grau de Alavancagem

Operacional (GAO).

A alavancagem operacional é representada por uma função dos

custos fixos e influencia a alteração nos custos de produção da organização,

substituindo os custos variáveis por fixos. Com isso, os custos variam menos

com o nível de produção.

Se as vendas aumentam, o custo aumenta menos, proporcionando um

aumento mais expressivo do LAJIR. Porém, se as vendas diminuem os custos

também diminuem menos, provocando uma queda mais expressiva do LAJIR.

Isto é, a incerteza do lucro operacional em relação à incerteza das vendas

aumenta, na medida em que aumenta a alavancagem operacional.

Toda empresa apresenta determinado nível de risco ao variar suas

atividades ou quando trabalham com a incerteza de seus resultados. Uma

unidade de produção com custos fixos elevados em relação aos custos

variáveis tem uma alavancagem operacional elevada. Alavancagem elevada

significa risco elevado.

Esse indicador é definido pelas seguintes variáveis: tipo de negócio da

empresa, a alavancagem operacional e a alavancagem financeira. Porém, há

duas principais fontes para o capital da empresa, que possuem riscos

diferentes: o capital dos sócios (patrimônio líquido) e o capital de terceiros

(dívida). A fim de avaliar o impacto da variável principal (alavancagem

operacional) no �patrimônio líquido, que é o risco sistemático para os

acionistas da empresa, será utilizada a seguinte função, composta pelas

variáveis alavancagem financeira e alavancagem operacional: �patrimônio

líquido = �0 + (�1 × ��) + (�2 × ��) + (�3 × �� × ��) + �, onde �1, �2 e �3 são

parâmetros comuns a todas as empresas, AO é a alavancagem operacional,

AF é a alavancagem financeira e � representa um desvio aleatório de fatores

não mensuráveis.

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3.2 - Risco e Retorno

O retorno é usualmente calculado como um ganho sobre o valor

investido, considerando que os dividendos recebidos são reaplicados no

próprio negócio, ou seja, são usados para recomprar ações da empresa pelo

preço de mercado.

Para Gitman (2001) o retorno é compreendido como tudo que um

determinado investimento rendeu em certo período, podendo calcular o retorno

de um ativo isoladamente ou o retorno de uma carteira de ativos. Gitman

(2001) ainda afirma que o retorno esperado é compreendido pela média

ponderada do retorno individual dos ativos em relação a sua participação na

carteira total.

O risco, por sua vez, é definido por Assaf Neto (2010, p.193) como “...

as probabilidades de ocorrência de determinados resultados em relação a um

valor médio esperado”.

O risco é na maioria das vezes estimado por medidas estatísticas,

como o desvio-padrão, ou a variância, indicando a dispersão dos possíveis

resultados em torno desse valor médio esperado. Ao trabalhar com ações de

empresas, esse “valor médio esperado” é o retorno esperado das ações.

Quanto ao risco das ações, ele pode ser estimado pela dispersão (desvio

padrão) dos retornos históricos.

Os preços representam um sinal preciso do verdadeiro valor dos ativos

e os seus retornos devem apresentar independência serial, ou seja, as

mudanças dos preços devem ser linearmente independentes, com correlação

serial igual a zero.

Equação do retorno esperado do mercado na forma da equação:

Rm = Rf + Prêmio de risco, onde Rm é a taxa média de retorno do

mercado e Rf a taxa de retorno de um investimento livre de risco.

Essa equação relaciona o risco ao retorno esperado. Em outras

palavras, o retorno esperado do mercado é igual à taxa livre de risco mais

alguma compensação pelo risco presente na carteira de mercado.

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O modelo mais conhecido para expressar o prêmio de risco é o CAPM.

O CAPM seria como um modelo de precificação de ativos cujo objetivo da

avaliação é obter um indicador de risco, definido pelo coeficiente beta, ajustado

ao projeto em avaliação, calcular a taxa de retorno exigida e, com base em seu

dimensionamento, decidir sobre a atratividade de sua aceitação. Por sua vez,

esse coeficiente beta é apresentado por Assaf Neto e Lima (2010, p.211) como

uma medida de risco do modelo CAPM, que indica o incremento necessário no

retorno de um ativo de forma a remunerar adequadamente o seu risco. É uma

medida de risco sistemático.

No CAPM o retorno esperado de um ativo está linearmente relacionado

ao seu beta que é o índice que mede a variação de um ativo em relação a uma

carteira de mercado. Quanto maior for o beta, maior é o risco do ativo e maior

seu retorno esperado.

Esse beta do CAPM é apresentado como dependente da alavancagem

financeira, mas não é dada a ênfase de que ele também depende da

alavancagem operacional. Vários fatores podem afetar o prêmio de risco, entre

eles a alavancagem, ou seja, a sensibilidade dos resultados da empresa á

variações nas vendas. A existência de um prêmio de risco depende do

investidor médio ser avesso a risco, isto é, prefere ter o valor esperado de sua

riqueza do que apostar.

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CAPÍTULO IV

TIPOS DE RISCO NA ALAVANCAGEM FINANCEIRA

4.1 – Risco

Com qualquer decisão financeira ou de investimento, há alguma

incerteza sobre o seu resultado. A incerteza é não conhecer exatamente este

resultado até quando ele acontecer no futuro. Existe incerteza na maioria das

coisas que fazemos enquanto administradores financeiros, porque ninguém

sabe precisamente que mudanças ocorrerão, tais como, leis de impostos,

demanda de consumidor, a economia ou taxa de juros. Apesar dos termos

“risco” e “incerteza” serem muitas vezes usados para significarem o mesmo, há

uma distinção entre eles. Incerteza é não saber o que irá acontecer. O risco é

como caracterizamos quanta incerteza existe: quanto maior a incerteza, maior

o risco. O risco é o grau de incerteza. Em decisões de financiamento e

investimento existem muitos tipos de riscos que devemos considerar.

Para muitos investimentos, o risco de que os fluxos de caixa não

poderem ser como o esperado, podendo ser no momento (timing), na

quantidade ou em ambos, está relacionado ao risco do negócio do

investimento na alavancagem financeira. O risco do negócio é o risco

associado aos fluxos de caixa operacionais. Os fluxos de caixa operacionais

não são certos, porque nem as receitas e nem as despesas compreendendo

estes fluxos de caixa, são. Referente às receitas: dependendo das condições

econômicas e as ações dos competidores, os preços ou quantidades vendidas

(ou ambos) podem ser diferentes daquele que é esperado. Isto é o risco de

vendas. Referente às despesas: os custos operacionais são compreendidos de

custos fixos e custos variáveis. Quanto maior o componente fixo dos custos

operacionais, menos uma companhia pode ajustar seus custos operacionais às

variações nas vendas. A mistura de custos fixos e variáveis depende

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largamente do tipo de negócio. Por exemplo, custos operacionais fixos

constituem uma grande porção dos custos operacionais de uma linha aérea:

não importa quantos passageiros estão voando, a linha aérea ainda precisa

pagar taxas de embarque, pagar um piloto e comprar combustível. Os custos

variáveis para uma linha aérea – os custos que variam dependendo do número

de passageiros – quantia um pouco pequena do combustível e o custo da

refeição. Mesmo dentro da mesma linha de negócios, podem variar os custos

fixos e variáveis das companhias. Por exemplo, uma linha aérea poderá

desenvolver um sistema que lhe permita variar o número de cabines de

comissários de bordo e de carregadores de bagagem de acordo com o tráfego

de passageiros, variando muito os seus custos operacionais com as variações

da demanda. Quanto maior os custos fixos operacionais, relativos aos custos

operacionais variáveis, maior o risco operacional.

Podemos observar quão sensível o lucro operacional de uma empresa

é ao se variar a demanda, quando medida por unidades vendidas.

Calcularemos a elasticidade do lucro operacional, a qual chamamos de grau de

alavancagem operacional (em inglês chamado como degree of operating

leverage – DOL). O grau de alavancagem operacional é a razão da variação

porcentual nos fluxos de caixa operacionais pela variação porcentual das

unidades vendidas.

4.2 – Risco Financeiro

Risco financeiro quando nos referimos ao risco de fluxo de caixa de

um título, o conceito de risco de fluxo de caixa é expandido. Um título

representa uma exigência sobre o lucro e ativos de um negócio, portanto o

risco do título não é apenas o risco dos fluxos de caixa do negócio, mas

também o risco relacionado à como estes fluxos de caixa estão distribuídos

entre os exigentes, os credores e os proprietários do negócio. Portanto, o risco

de fluxo de caixa de um título inclui ambos, o seu risco do negócio e o seu

risco financeiro.

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O risco financeiro é o risco associado a como a companhia financia

suas operações. Se uma companhia financia com dívida, ela é obrigada

legalmente a pagar as quantias compreendidas de suas dívidas quando elas

vencerem. Se uma companhia financia seu negócio com capital próprio, ou

gerado das operações (lucros retidos) ou da emissão de novas ações, ela não

incide em obrigações fixas. Quanto mais obrigações de custo fixo (dívida)

forem incorridas pela empresa, maior é o seu risco financeiro. Podemos

quantificar este risco de certa forma, da mesma maneira do risco operacional,

observando a sensibilidade dos fluxos de caixa disponíveis aos proprietários

quando variarem os fluxos de caixa operacionais. Esta sensibilidade, que

chamamos de grau de alavancagem financeira (degree of financial leverage –

DFL), é definida como:

DFL= Variação do percentual no lucro líquido Variação do percentual no lucro operacional

O lucro líquido é igual ao lucro operacional, menos juros e impostos.

4.3 - Risco Operacional

O grau de alavancagem operacional apresenta uma ideia da

sensibilidade dos fluxos de caixa operacionais contra as variações nas vendas

e o grau de alavancagem financeira, da sensibilidade dos fluxos de caixa aos

proprietários contra as variações nos fluxos de caixa operacional. Porém

frequentemente, há a combinação de ambos, da alavancagem operacional

com a alavancagem financeira.

Os proprietários estão concentrados no efeito combinado, porque

ambos contribuem ao risco associado com seus fluxos de caixa futuros. Os

administradores financeiros, para tomarem decisões para maximizar a riqueza

dos proprietários, precisam estar concentrados com decisões de investimentos

(que afetam a estrutura do custo operacional) e decisões financeiras (que

afetam a estrutura de capital) que afetam o risco dos proprietários. Dado um

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exemplo usando custos operacionais fixos de $5.000 e custos financeiros fixos

de $1.000. A sensibilidade do fluxo de caixa dos proprietários contra uma dada

variação nas unidades vendidas é afetada por ambos as alavancagens

financeiras e operacionais. Considerando as unidades vendidas aumentando

até 50 por cento. Se não existisse juros (e, portanto, nenhuma alavancagem

financeira), o fluxo de caixa dos proprietários se igualaria ao fluxo de caixa

operacional. Então um aumento de 50% nas unidades vendidas resultaria num

aumento de 100 por cento nos fluxos de caixa aos proprietários. Mas, se existir

alavancagem financeira, esta alavancagem exagera o efeito da alavancagem

operacional.

O risco do fluxo de caixa de um título de dívida é denominado como

risco default ou risco de crédito. Risco default é quando se investe em um

título, esperam-se juros a serem pagos (em geral, semestralmente) e o

principal a ser pago na data do vencimento. Mas nem todo pagamento de juros

e do principal podem ser feitos na quantia ou na data esperada: os juros ou o

principal pode ser mais tarde ou o principal pode não ser pago completamente.

Quanto mais uma empresa dificultar sua dívida (os juros exigidos e os

pagamentos do principal), mais provavelmente ela poderá ser incapaz de fazer

os pagamentos prometidos aos detentores dos títulos e mais provavelmente

poderá sobrar nada para os proprietários. Tecnicamente, o risco default sobre

um título de dívida, depende das obrigações compreendendo a dívida. O

default pode resultar de:

• Fracasso para fazer o pagamento de juros quando vencer (ou dentro

de um período específico);

• Fracasso para fazer o pagamento do principal quando vencer;

• Fracasso para fazer pagamentos de fundos para o saldo de dívidas

(sinking fund), isto é, a quantia deixada de lado para pagar as obrigações, se

estes pagamentos forem exigidos;

• Fracasso para cumprir qualquer outra condição do empréstimo;

• Falência.

Os administradores financeiros precisam se preocupar com o risco

default, pois investem seus fundos empresariais em títulos de dívidas de outras

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empresas e querem saber quanto de risco default está escondido naqueles

investimentos, como também, estão concentrados em como os investidores

percebem o risco dos títulos de dívidas de suas próprias distribuições da

empresa e quanto maior o risco dos títulos de uma empresa, maior o custo de

financiamento da empresa.

A alavancagem operacional é resultado da existência de custos fixos

operacionais no que se refere ao fluxo de lucros das empresas, ou seja, utiliza

tais custos para aumentar os efeitos de mudança das vendas sobre o lucro da

empresa antes dos juros e do importo de renda.

A alavancagem operacional, decorre da existência de custos e

despesa operacionais fixas que permanecem inalterados dentro de certos

intervalos de flutuação de produção e vendas. Ocorrendo expansão no volume

de operações haverá menor carga desses custos sobre cada unidade vendida,

provocando um acréscimo em maiores proporções no LAJIR .

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CONCLUSÃO

É indiscutível que a administração financeira, e seus componentes são

de extrema relevância para organização de maneira geral. A partir de seus

princípios, tem-se a oportunidade de gerenciar os negócios de forma a

aprimorar a pratica, expandindo táticas, compondo uma análise mais

elaborada, atingindo metas de forma fundamentada e direta chegando a

alavancagem dos lucros da organização e posteriormente a maximização da

riqueza.

A alavancagem é uma intervenção comum e sabiamente utilizada por

empresas e instituições financeiras. Nessas atmosferas, financiar-se não é

algo considerado como técnica negativa. Ao contrário, saber tirar proveito da

oportunidade e se desenvolver, ainda que com recursos de terceiros, é uma

norma básica para a sobrevivência, principalmente no Brasil. Deste modo,

fundos desta categoria nao sao produtos ruins, desde que você tenha plena

consciencia de suas caracteristicas.

A relevância não está apenas em gerenciar as entradas e saídas de

caixa, custo de oportunidade e estoque, é necessário fazer com que eles se

ajustem proporcionando elevações nos resultados para a organização, investir

ou não. As implicações demonstraram que o endividamento desempenha

influência positiva sobre o investimento, ou seja, uma organização mais

endividada realiza mais investimentos. Retorno foi uma variável que

manifestou correlação positiva e estatisticamente significativa sobre o volume

de investimento.

A procura por capitais para financiar investimentos é uma batalha

intensa para qualquer organização. As linhas de empréstimo são poucas e

onerosas, devido ao elevado custo do capital, o que dificulta a obtenção de

capital tornando-se um impedimento para as empresas, que muitas vezes

buscam recursos no exterior. Na verdade, as decisões financeiras não são

adotadas em ambiente de total certeza com relação a seus resultados. Em

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geral, por estarem essas deliberações necessariamente voltadas para o futuro,

e imperativo que se coloque a variável incerteza como um dos mais

expressivos aspectos do estudo das operações do mercado financeiro.

Nao há na verdade, um ajuste econômico em termos de elevação do

valor da organização, entre recursos próprios e de terceiros, sendo a

organizacao medida prioritariamente com referência na qualidade de suas

deliberações de investimento.

Em outras palavras, o valor de uma organização não está atrelado à

forma como ele é financiado. Sua riqueza é mensurada pela condição de seus

investimentos, obtida pela relação de equilíbrio entre rentabilidade e risco

aguardados, não sofrendo penalizações a medida que o endividamento

aumenta. Assim sendo, nenhum ativo pode se tornar mais ou menos sedutor,

do ponto de vista econômico, como reflexo de uma decisão de financiamento

tomada.

Não há uma formula especifica que possa calcular o quociente entre

capital de terceiros e capital próprio para todas as empresas. Entretanto, há

destaques de que as empresas agem como se tivessem índices de

endividamento desejado.

Contudo, como a ambição deste trabalho é a de ponderar a relação

entre alavancagem, rentabilidade e insolvência e a forma como são

gerenciadas, o que se pressupõe é uma relação direta dentro de um

determinado período. Portanto, a seleção de um período procura dar maior

força aos resultados obtidos.

Considerando a influência que o financiamento via recursos de

terceiros pode desempenhar sobre o volume de investimentos concretizados

nas empresas. Fatores como rentabilidade e risco, também foram fixados na

análise com o propósito de averiguar o impacto desses sobre a efetivação de

projetos de investimento.

Sugere-se, a realização de novos estudos, mais específicos, que

avaliem quantitativa e qualitativamente como ocorre a decisão de

financiamento de uma empresa, parecer extremamente necessária. Assim,

poderá se analisar como uma organização especifica pertencente a uma área

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de atuação definida, reage diante de uma nova oportunidade de obtenção de

capital.

Com este estudo realizado, espera-se a compreensão dos fatores

relevantes para o financiamento de investimentos organizacionais, como o

capital de terceiros, podendo demonstrar a eficiência da utilização da

alavancagem financeira como forma de gestão.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 - Internet: Endividamento e Alavancagem - O risco de não conhecer o

risco;

Anexo 2 - Internet: Alavancagem Financeira e Análise de Risco.

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ANEXO 1

INTERNET

http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/endividamento-e-alavancagem-o-risco-de-nao-conhecer-o-risco/30862/ Endividamento e Alavancagem - O risco de não conhecer o risco A estrutura de capital de uma empresa mostra claramente as proporções do capital próprio e de terceiros que financiam este capital e não é errado dizer que a estrutura de capital é o ponto de maior complexidade e atenção, pois nas tomadas de decisões, sua dependência direta com inúmeras variáveis financeiras irá determinar como os lucros poderão ser ampliados e atuará como uma poderosa ferramenta para a alavancagem financeira. A T I V O (Somatória) PASSIVO CIRCULANTE = CAPITAL CURTO PRAZO PASSIVO EXIG. A LONGO PRAZO = CAPITAL PERM. LONGO PRAZO PATRIMÔNIO LÍQUIDO = CAPITAL PROPRIO Sendo bem equilibrada, esta estrutura de capital é denominada por alguns administradores como estrutura ótima de capital, sendo que seu equilíbrio se dá entre a relação dos custos e dos benefícios de empréstimos, e ao atingirem a estrutura ótima de capital reduzirão o custo médio ponderado de capital e ampliando o valor das ações. Apesar de ser rotina nas avaliações de grandes empresas, principalmente as de capital aberto, cabe aplicar este conhecimento em empresas de pequeno e médio porte, pois estas informações balizarão ao empresário o rumo para o sucesso de seu negócio. Conhecendo o risco do próprio negócio baseado nas informações da estrutura de capital, o empresário tem como ajustar a aplicação de investimentos internos, na medida em que surja a necessidade de melhorar sua estrutura organizacional. Assim podemos citar dois riscos que interferem na estrutura de capital: O Financeiro – Este é tem sua origem pelo uso do capital de terceiros, ou seja, uso de valores financeiros que pedem uma remuneração fixa e com prioridade em relação ao valor do capital dos próprios acionistas. Constitui-se no grau de variação ou incerteza no retorno de capital para o acionista e sua estrutura estão ligadas às fontes de recursos passivos ou exigíveis.

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O Econômico – Este é determinado pela elevação da proporção do capital de terceiros, e sendo alto, não é prudente um grau de endividamento elevado, pois se incorre na situação de não ter recursos o bastante para quitar juros e amortizações. Existem algumas vantagens para as empresas assumirem determinado grau de risco para com os seus proprietários, é usando o Princípio da Alavancagem Financeira, que é “Usar recursos de terceiros a custo fixo, para multiplicar o lucro do acionista”, que se consegue financiar o ativo, os investimentos, abater em impostos com o pagamento de juros. Desta maneira aumenta-se o valor acionário uma vez que o retorno sobre o ativo total fique maior que o retorno sobre o patrimônio líquido. Não se esquecendo que a Alavancagem Financeira será benéfica quando a Economia passar por um período de expansão que seja cíclico e que será danosa quando houver uma contração cíclica. A empresa ao financiar parte de suas operações através de dividas terá como resultado uma combinação entre seu capital próprio com o de terceiros na sua estrutura de capital e sendo bem controlada permitirá aos proprietários maior flexibilidade para o crescimento e sucesso do empreendimento. Exemplo de alavancagem favorável: Na tabela abaixo estão contidos os dados fictícios de uma empresa, em que podemos visualizar o efeito favorável de uma utilização crescente de recursos de terceiros a custo fixo e, o que é muito importante, inferior ao retorno das operações, no caso medido pelo quociente (resultado operacional / investimento ou ativo total), que é o mesmo nas três alternativas de endividamento. É importante observar que os dados operacionais (até a linha “resultado operacional”) são os mesmos. (R$ mil) Situação 1 Situação 2 Situação 3 Receitas de Vendas R$ 2.000 R$ 2.000 R$ 2.000 - C P V R$ 1.000 R$ 1.000 R$ 1.000 Lucro Bruto R$ 1.000 R$ 1.000 R$ 1.000 - Outras Desp. Operac. R$ -800 R$ -800 R$ -800 Resultado Operacional R$ 200 R$ 200 R$ 200 - Custo de Endividamento R$ (0) R$ -48 R$ -80 = Lucro Líquido antes I. R. R$ 200 R$ 152 R$ 120 - Imposto de Renda (30%) R$ -70 R$ -53,2 R$ -42 = Lucro Líquido depois I. R. R$ 130 R$ 99 R$ 78 Situação 1 – sem endividamento, ou seja, 100% de capital próprio; Situação 2 – uso de 30% de recursos de terceiros, ao custo de 20% a.a. Situação 3 – uso de 50% de recursos de terceiros, ao custo de 20% a.a. Observação: Ativo total – R$ 800.000,00

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Ao comparar a situação 1 com a situação 2 e 3, verificamos que nas duas últimas o lucro líquido é inferior, porém ao usar o capital de terceiros mais barato, seu custo é inferior aos 30% de retorno sobre o ativo total, o proprietário é favorecido. Pode-se conferir esta afirmação ao analisarmos a tabela abaixo. Situação 1 Situação 2 Situação 3 (I) Resultado Operacional R$ 200 R$ 200 R$ 200 (II) Ativo Total R$ 800 R$ 800 R$ 800 (III) Tx. de retorno s/ativo (I/II) 30% 30% 30% (IV) Capital de terceiros R$ 0 R$ 240 R$ 400 (V) Capital próprio (II – IV) R$ 800 R$ 560 R$ 400 (VI) Lucro líq. depois do I.R. R$ 130 R$ 99 R$ 78 (VII) Tx de retorno s/invest. 16,25% 17,64% 19,50% do acionista (VI/V), ou seja, o capital próprio. No exemplo acima, caso os resultados operacionais tivessem uma redução, de 50%, e a taxa de retorno recebendo também este percentual redutivo, o endividamento seria maior e mais desfavorável ao proprietário e afetando o lucro. Situação 1 Situação 2 Situação 3 Receitas de Vendas R$ 1.000 R$ 1.000 R$ 1.000 - Custo Produtos Vendidos R$ 500 R$ 500 R$ 500 Lucro Bruto R$ 500 R$ 500 R$ 500 - Outras Desp. Operacionais R$ 400 R$ 400 R$ 400 Resultado Operacional R$ 100 R$ 100 R$ 100 - Custo do endividamento R$ (0) R$ -48 R$ -80 = Lucro líquido antes do I.R. R$ 100 R$ 52 R$ 20 - Imposto s/ a Renda (30%) R$ 35 R$ 18 R$ 7 = Lucro líq. depois do I.R. R$ 65 R$ 34 R$ 13 Lucro líq. depois do I.R. / 8,13% 6,04% 3,25% capital próprio. Desta maneira tem-se a ideia do risco econômico, pois quando o resultado operacional sofre uma queda e está estando associada a um certo grau de endividamento irá gerar também o risco financeiro. Saber usar o capital de terceiros e avaliando os riscos decorrentes desta estratégia, permitirá que o empreendimento seja viável sem comprometer o retorno sobre o investimento.

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ANEXO 2

INTERNET

http://www.artigos.com/artigos/4063-alavancagem-financeira-e-analise-de-risco Alavancagem Financeira e Análise de Risco Por André Augusto Locatelli. O risco é a possibilidade de incerteza devidamente relacionada aos acontecimentos futuros que podem ocasionar dificuldades financeiras em uma empresa levando-a ao não cumprimento de suas obrigações. Um importante método para mensurar o grau de risco de uma empresa é a alavancagem financeira, que somente existirá se e somente se a empresa em análise possuir capital de terceiros em sua estrutura de capital. Pode-se considerar como estrutura de capital os fundos de longo prazo originado das fontes de capital próprio e capital de terceiros que irão “financiar” o ativo permanente e parte do ativo circulante. Então, se existe a presença de capital de terceiros de longo prazo na estrutura de capital, a empresa terá inevitavelmente alavancagem financeira, ou seja, risco financeiro. A alavancagem financeira pode medir o risco financeiro de uma empresa? Em primeiro lugar o risco financeiro é originado devido a uma dívida com terceiros, no caso mais comum, os bancos. Neste caso, a empresa estará obrigada ao pagamento da remuneração do capital emprestado que são os juros, tendo que gerar receitas suficientes para conseguir cumprir com o compromisso adquirido. Em segundo lugar, quanto maior o valor dos recursos captados maior será o valor da remuneração devida à instituição financeira e consequentemente maior o risco financeiro. Este fato pode ser observado quando o investimento realizado em ativos permanentes provoca um crescimento pequeno ou nulo da receita bruta de vendas, aumentando o endividamento total e gerando poucos benefícios em termos de retorno para a empresa. Para calcular o grau de alavancagem financeira há de se compreender a demonstração do resultado do exercício em termos de análise financeira, calcular o Lucro antes dos juros e imposto de renda (LAJIR) e o Lucro antes do imposto de renda (LAIR). Definidos estes valores, basta seguir uma fórmula

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bastante simples, GAF = LAJIR ÷ LAIR. Onde, GAF = Grau de alavancagem financeira. Suponha que uma empresa apresente em um determinado período um Lajir = 20.000,00 sem dívidas com terceiros, qual o grau de alavancagem financeira? Sabendo que o Lajir = 20.000,00 e não existe despesa financeira, então o Lair = 20.000,00. O GAF = 20.000,00 ÷20.000,00; GAF = 1. Observe por este exemplo que quando há ausência de despesa financeira, ou seja, a empresa não possui em sua estrutura de capital a presença de capital de terceiros pertencente a instituições financeiras, o grau de alavancagem financeira é igual a 1 (baixo risco financeiro). Por outro lado, se esta empresa contrair financiamento e for obrigada, por exemplo, ao pagamento de $ 6.000,00 de juros, qual o GAF? O cálculo é muito simples, primeiro identificamos o LAJIR = 20.000,00 e dele subtraímos os JUROS = 6.000,00, assim temos LAIR = 14.000,00 e GAF = 1,4286 (LAJIR ÷LAIR). Observe que quanto maior for a despesa financeira sem que ocorra aumento de receita bruta de vendas, maior será o grau de alavancagem financeira e consequentemente maior será o risco financeiro. Lembre-se que este cálculo de alavancagem financeira é bastante simplificado podendo ser aplicado em algumas empresas sociedade limitada tributadas pelo lucro real. Conclui-se que todo capital advindo de terceiros ou instituições financeiras devem ser empregados de tal forma que possam contribuir para o aumento e crescimento mercadológico de uma determinada empresa. Promovendo aumento na receita bruta de vendas para que o risco financeiro possa vir a ser controlado dentro de uma estrutura de capital que proporcione o aumento do retorno esperado.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

- ASSAF NETO, A. Finanças Corporativas e Valor. São Paulo: Atlas, 2010.

- DAMODARAN, Aswath. Finanças Corporativas – Teoria e Prática. 2ª ed.

Porto Alegre: Bookman, 2004.

- Guerreiro, Reinaldo. Estruturação de Sistemas de Custos Para a Gestão da

Rentabilidade. Atlas.

- GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira – essencial. 2ª

ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

- MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Balanços – abordagem

básica e gerencial. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2007.

- Sérgio de Iudícibus. Análise da Liquidez e do Endividamento, Análise do Giro,

Rentabilidade e Alavancagem Financeira. Atlas.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A alavancagem financeira 9

1.1 – O que é alavancagem financeira 9

1.2 – Tipos de alavancagem 11

CAPÍTULO II

Capital de terceiros nas empresas 16

2.1 – Capital de Terceiros 16

CAPÍTULO III

Retorno esperado de uma empresa com a alavancagem 20

3.1 – Alavancagem e Risco 20

3.2 – Risco e Retorno 22

CAPÍTULO IV

Tipos de Risco na alavancagem financeira 24

4.1 – Risco 24

4.2 – Risco Financeiro 25

4.3 – Risco Operacional 26

CONCLUSÃO 29

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ANEXOS 32

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38

BIBLIOGRAFIA CITADA 39

ÍNDICE 40

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