Donatti Et Al 2011 Aspectos Socio Economicos Produtores Farinha Juliao

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    1 Ramon Nantes DONATTI

    e-mail: [email protected] 

    2  Veridiana V. SCUDELLER

    e-mail: [email protected] 

    Edinaldo Nelson dos SANTOS-SILVAe-mail: [email protected] 

    *Trabalho Apresentado no VIII Congresso Latino Americano de Sociologia Rural, Porto deGalinhas, 2010.

    1 Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUC-Campinas

    2 Instituto de Ciências Biológica – ICB, Universidade Federal do Amazonas – UFAM.3 Laboratório de Plâncton, Coordenação de Biodiversidade - CBIO, Instituto Nacional de

    Pesquisas da Amazônia-INPA

    Aspectos sócioeconômicos dos produtores defarinha da comunidade Julião, zona rural deManaus-AM*

    Resumo: Na comunidade Julião inserida na Reserva de DesenvolvimentoSustentável do Tupé, notou-se que algumas famílias além de cultivar hortaliças,árvores frutíferas, plantas medicinais e criar alguns animais em seus quintais,também possuem roçados de mandioca. Considerando principalmente o papelque o cultivo da mandioca desempenha na vida dos caboclos da Amazôniaforam propostas algumas perguntas a serem respondidas neste estudo: Quemainda faz roçado no Julião? Como são feitos os roçados e quem está envolvidonesta atividade? Qual o investimento monetário para fazer um roçado? Qual é o

    Meio FísicoCapítulo 28 Diversidade Sociocultural

    BioTupé: Meio Físico, Diversidade Biológica e Sociocultural do Baixo Rio Negro,Amazônia Central - Vol. 03.

    Edinaldo Nelson SANTOS-SILVA, Mauro José CAVALCANTI, Veridiana Vizoni SCUDELLER (Organizadores). Manaus, 2011.

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    rendimento monetário desses roçados? Porque ainda fazem roçados e plantammandioca? O levantamento das famílias que possuem roçados foi feito através derelatos orais, onde as famílias apontadas pelo levantamento foram questionadassobre o conhecimento de outras famílias produtoras, desse modo, através dessemétodo “bola de neve”, o levantamento ocorreu até o momento em que as

    citações das famílias começaram a se repetir. Entrevistas semi-estruturadas comas temáticas “família e cultivo”, contendo variáveis tanto de caráter quantitativoquanto qualitativo foram aplicadas. Para complementar as informações colhidasnas entrevistas foram realizadas também visitas aos roçados e as casas de farinha.O estudo foi realizado de junho a novembro de 2009, tendo como foco a safra damandioca de 2008/2009. Foram realizadas sete entrevistas semi-estruturadas deum total de 11 agricultores identificados. O manejo dos roçados (corte, queimae limpeza da área) é considerado a atividade mais exaustiva na implantação do

    roçado. Além dessas três etapas para a implantação do roçado, outra atividadeque demanda tempo é a capina, que se insere na principal fonte de renda quesão as diárias na roça, gerando uma despesa média total de R$3.500,00 por ciclode produção. Muitos dos agricultores do Julião não realizam a contabilidadede sua produção e não tem noção dos custos e dos lucros da mesma. Sem essecontrole é comum a produção acarretar em prejuízos ao agricultor. Apesar desseprejuízo, a produção de farinha se mantém caracterizando um laço ancestralbastante vivo, principalmente na casa de farinha onde o aspecto ritualístico

    se sobressai mantendo uma forte resistência cultural. Nota-se também que osistema de cultivo tradicional, apesar de seus valores culturais, pode interferir naqualidade ambiental, principalmente em relação às queimadas. Portanto, técnicasagroecológicas e permaculturais somadas a uma organização comunitáriae financeira podem ajudar tanto no aumento da eficiência dos roçados, comocontribuir para a sustentabilidade ambiental e socioeconômica da comunidadeJulião.

    Palavras-chave: agroecologia, roçados, farinha de mandioca, cadeia produtiva.

    Introdução

      A agricultura familiar no Brasilexerce um papel importantíssimo naeconomia, contribuindo na produção

    de alimentos, no valor total de produtosagrícolas e na geração de renda. Porém,a retribuição a essa contribuição vem

    ocorrendo de maneira desproporcionalrelacionado aos benefícios geradospara essas famílias rurais (Silva, 2004).

      As características básicas daagricultura familiar são a utilização damão-de-obra familiar e a integração

    Donatti et al.

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      Os cultivos em quintais,geralmente são para o consumo daprópria família, já nos roçados, alémde atender a subsistência, podemdesempenhar papel importantíssimo

    na geração da renda familiar. SegundoMenezes (2002), boa parte da produçãodo cultivo de subsistência não aparecenas estatísticas oficiais da economialocal, apesar de comprovadamenteo autoconsumo e a mão-de-obrafamiliar representarem importanteinvestimento na economia doméstica.

      Para que as famílias ruraispossam manter uma boa qualidade devida e produtividade nos cultivos semultrapassar a capacidade de suportedo ambiente, é necessário que hajatambém a sustentabilidade econômica.  Diante do observado nacomunidade do Julião e considerando

    principalmente o papel que o cultivoda mandioca desempenha na vidados caboclos da Amazônia forampropostas algumas perguntas a seremrespondidas por este estudo: Quemainda faz roçados no Julião? Como sãofeitos os roçados e quem está envolvidonesta atividade? Qual o investimentomonetário para fazer um roçado?Qual é o rendimento monetário dessesroçado? Porque ainda fazem roçados eplantam mandioca?

    Materiais e Métodos

      O presente estudo foidesenvolvido na comunidade Juliãosituada na Reserva de Desenvolvimento

    Sustentável (RDS) do Tupé, Manaus-AM. A reserva localiza-se na margemesquerda do rio Negro, a Oeste deManaus distante, aproximadamente,25 km do centro da cidade. Nos limites

    da RDS do Tupé, há seis comunidadesrurais, que podem usufruir dos recursosnaturais de acordo com as leis queregem esta categoria de unidade deconservação.  A comunidade Julião ficaà margem direita do Tarumã-Mirim, um dos limites da RDS. São

    aproximadamente 70 famílias, que seespalham em habitações ao longo dosigarapés e também em um pequenoaglomerado de casas, onde fica umaescola municipal com turmas deprimeira a quarta série, uma igrejaevangélica, o barracão sede daAssociação Comunitária e que aloja a

    cozinha do grupo de beneficiamentodo cupuaçu. Não existe água encanada,sistema de coleta e tratamento deesgoto, posto de saúde ou outro serviçopúblico qualquer. Existe transporte,mas com periodicidade irregular ecusto elevado. Existe também umtelefone público que geralmente estácom defeito e não funciona. Cerca de50% daqueles que possuem lotes oucasa na vila tem residência principalem Manaus, passando apenas finais desemana na comunidade. A populaçãodesta comunidade também temrenda familiar baixa e, baixo nívelde instrução formal. É constituída,principalmente por adultos/idosos ecrianças. O número de jovens que

    Donatti et al.

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    residem na comunidade é muito baixo(Mariosa et al ., neste volume).  Para este estudo, foi realizadoum levantamento das famílias quepossuem roçados na comunidade. O

    levantamento foi feito através de relatosorais por meio de conversas com oscomunitários. As famílias apontadaspelo levantamento foram questionadassobre o conhecimento de outras famíliasprodutoras, desse modo, através do uso dométodo “bola de neve”, o levantamentoocorreu até o momento em que as

    citações das famílias começaram a serepetir com alta frequência.  As famílias foram visitadaspara serem informadas sobre odesenvolvimento do estudo e,convidadas para participar da entrevistasemi-estruturada. As entrevistas foramdivididas em duas dimensões, sendo

    uma de caráter quantitativo e outraqualitativo. Cada dimensão foi divididaem duas áreas temáticas, denominadasde Família e Cultivo, a fim de organizartodas as variáveis (Tab. 1).  O estudo foi realizado noperíodo de junho a novembro de 2009,tendo como foco a safra da mandiocareferente ao período 2008/2009.

    Para complementar asinformações colhidas nas entrevistasforam realizadas visitas aos roçadospara averiguações dos dados referentesao sistema de cultivo, e também umaanálise subjetiva do bem estar doprodutor rural e sua relação social coma família e a comunidade através daobservação direta e da história de vida.

      Para a observação direta foramrealizadas diversas visitas à comunidadee a maneira informal de destinar asperguntas da entrevista, ajudaramna aproximação entre pesquisador e

    agricultor, mantendo a naturalidade ea confiança do entrevistado.

    Para melhor organizaçãodos resultados, foi estabelecido umvalor para os dados subjetivos e umadenominação (unidade rural) geral paracada família rural ou agricultor.

    Resultados e Discussão

      A partir da aplicaçãodos métodos deste estudo, foramconstatados que 11 agricultores erampossuidores de roça de mandioca eque o fazem com o principal intuitoda produção de farinha. No entanto,

    participaram deste estudo apenas seteprodutores rurais.  Todas as unidades rurais (UR)possuem apenas um roçado (Tab. 2),porém, durante o inicio da colheita,a maioria das unidades rurais (todas,exceto UR 2) prepara outra roça para quenão fique sem produção. Por se tratarde uma Reserva de DesenvolvimentoSustentável, todos os interessadosprecisam de licenças do orgão ambientaldo município (Secretaria Municipalde Meio Ambiente e Sustentabilidade– SEMMAS) para fazer os roçados.No entanto, segundo os agricultores,às vezes, isso não é possível devido àdemora e a burocracia do processo deautorização.

    Aspectos sócioeconômicos dos produtores de farinha da comunidade Julião, zona rural de Manaus-AM.

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    Tabela 1: Variáveis levantadas durante as entrevistas semi-estruturadas aplicada aos produtoresde mandioca da comunidade Julião – RDS Tupé.

    Tabela 2: Análise do sistema de cultivo de sete agricultores da mandioca na comunidade Julião –RDS Tupé – Manaus - AM.

    QUANTITATIVO QUALITATIVO

    FAMÍLIA CULTIVO FAMÍLIA CULTIVO

    membros dafamília

    número de áreas cultivadas pluriatividade tipologia do localdo roçado

    renda familiar tamanho dos roçados e quantidadede mão-de-obra

    recebe algumauxílio

    histórico da roça

    gasto mensal custo monetário do roçado e valorda mão-de-obra

    participação deorganizações

    manejo

    força de trabalho dias para implantação do roçado escolaridade valor pessoal

    valor de venda da farinha e

    quantidade produzida

    outros cultivos

    outros recursos vegetais cultivados

    Unid.Rural

    Área doroçado

    Espéciesconsorciadas

    Externo Históricoda área

    Espaçamento(fileiraxplanta)

    Épocaplantio

    Épocacolheita

    UR 1 123x83m feijão-favo venenoformiga capoeiraalta 80x80cm nov/08 out/09

    UR 2 20x35m - - roçado demandioca

    1,0x0,5m out/08 nov/09

    UR 3 100x100m macaxeira - capoeiraalta

    aleatório abr/08 abr/09

    UR 4 100x100m macaxeira,cana, tomate,entre outros.

    - capoeiraalta

    aleatório jul/09 jul/10

    UR 5 100x100m - - capoeirabaixa

    aleatório set/08 out/09

    UR 6 50x50m - venenoformiga

    capoeirabaixa

    1,0x1,0m ago/08 out/09

    UR 7 50x50m - - capoeiraalta

    aleatório nov/08 dez/09

    Donatti et al.

    renda familiar tamanho dos roçados e quantidadede mão-de-obra

    recebe algumauxílio

    histórico da roça

    força de trabalho dias para implantação do roçado escolaridade alor pessoal

    valor de venda da farinha e

    quantidade produzida

    outros cultivos

    outros recursos vegetais cultivados

    UR 2 20x35m - - roçado demandioca

    ,0x0,5m out/08 nov/09

    UR 4 100x100m macaxeira,cana, tomate,entre outros.

    - capoeiraalta

    aleatório jul/09 ul/10

    UR 6 50x50m - venenoformiga

    capoeiraaixa

    ,0x1,0m ago/08 out/09

      A UR 2, além de apresentar a

    menor área plantada, já apresentavaum solo desgastado, resultandonuma menor produtividade, porque

    outros roçados já haviam sido feitos

    previamente neste local. Ficou evidentenesta unidade que o responsávelpelo roçado não consegue suprir a

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    quantidade necessária de farinha parasua família, com isso, muitas vezes oagricultor vende sua força de trabalhoem troca de farinha.  Por meio dos relatos orais pode-

    se observar que os agricultores preferemusar áreas já degradadas (florestassecundárias – capoeira baixa e alta) paraabrir novos roçados. Além disso, relatamque devem manter a mata ao redor para apreservação do ambiente.  O manejo dos roçados ésemelhante em todas as unidades

    rurais, caracterizados pelo corte, queimae limpeza da área. Tal manejo exigemuito esforço e tempo dos agricultores,principalmente no corte, denominadopelos agricultores de “broca”. Alémdessas três etapas para a implantaçãodo roçado, outra atividade que demandatempo é a limpeza da área (capina), quesegundo alguns agricultores é essencialpara o desenvolvimento dos tubérculosda mandioca e deve ser realizadaconstantemente.  A produção da farinha é a partemais trabalhosa do processo, e se caso opróprio agricultor não puder realizar esteserviço e tiver que contratar mão-de-obra externa para isso dispenderá o maiorvolume de recursos de todas as fasesdo processo. Esta fase leva mais tempopara ser concluída e uma vez iniciadatem que ser finalizada não podendo terintervalos longos entre as diversas etapasdo processo propriamente dito de fazerfarinha ou farinhada.  O processo para abrir novoroçado na capoeira consiste no corte

    das árvores maiores – denominadode “broca” e queima. Porém antes dequeimar a área, os agricultores fazemum aceiro de 2 a 3m ao redor da áreaonde será feita a roça para impedir que

    o fogo se alastre para outras áreas.No entanto, há muitos relatos deproliferação do fogo para outras áreas,prejudicando a floresta, ou às vezes até aprópria residência, e consequentementeo agricultor. As principais causas dofogo se alastrar são aceiros mal feitos, ovento e a intensidade da estiagem, que

    predomina no segundo semestre do ano,época que a maioria realiza o manejodo roçado para o plantio das manivas(propágulo da mandioca). Segundo osagricultores a seca favorece o cultivo damandioca, apesar de algumas unidadesrurais plantarem no mês de abril e

     julho, período das chuvas. Outro fatorrelatado foi que a queimada é essencialpara o desenvolvimento da mandioca,sendo as cinzas um adubo para ocultivo (100% dos entrevistados).

    Todas as unidades ruraisrealizam a colheita aos poucos, deacordo com a necessidade alimentíciae/ou financeira do agricultor.

    Em relação ao espaçamento(fileira x planta - Tab. 2), nota-se que amaioria não tem o costume de realizarmedições, plantando a mandiocade maneira aleatória. Através dasobservações de campo e da entrevistasemi-estruturada, notou-se umamelhor organização dos cultivaresplantado em fileiras, pois facilitaa quantificação, o trabalho dentro

    Aspectos sócioeconômicos dos produtores de farinha da comunidade Julião, zona rural de Manaus-AM.

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    da roça e segundo os agricultores adistância entre as plantas é necessáriatambém para o desenvolvimento dostubérculos. As unidades rurais querealizaram o plantio aleatório (URs 3,

    4, 5 e 7), também distribuem as plantasde uma maneira que não fiquemmuito próximas umas das outras, equantificam a produtividade da roçapela quantidade da farinha e não pelaprodução do tubérculo.  Todos mencionaram quea formiga é uma praga e o único

    produto externo utilizado nos roçadosé o veneno de formiga Mix’s, conhecidopopularmente como “isca pica-pau”(apenas nas URs 1 e 6). Além doseu efeito sobre as formigas podecausar malefícios diretos à saúde doscomunitários e ao meio ambiente.  Todas as unidades ruraisapresentam cultivos diversos em seusquintais agroflorestais ou até mesmonos próprios roçados. Os roçadosgeralmente são instalados maisdistantes das residências.

    É comum encontrar algumasfruteiras no meio do roçado, como éo caso do caju, ingá, tucumã, buritie do açaí. A ocorrência em geral éespontânea, sendo assim o consumodestes assumem uma identidade maisextrativista do que cultivo, apesar demesmo assim ocorrer o cultivo empoucas propriedades.  As sete unidades ruraistambém apresentaram o cultivo demacaxeira, sendo que em duas unidades(URs 3 e 4) se encontra consorciado

    com a mandioca. Além da macaxeira,observou-se outros consórcios na UR4, como o maxixe, tomate, cana-de-açúcar, banana, abacate, entre outros,podendo ser classificado como um

    Sistema Agroflorestal (SAF), manejoimportante para a conservação dosolo e diversidade alimentícia. NaUR 1, o roçado está consorciado como feijão-fava, uma leguminosa quepossibilita fixação de nitrogênio nosolo, auxiliando possivelmente naprodutividade da mandioca (Cap. 2). As

    URs 1, 3, 4, 5 e 7, apresentam cultivode cupuaçu. A banana foi observadanas unidades 1, 4 e 5. O limão foiencontrado nas URs 1, 3 e 5. Apenasas unidades 3 e 5 apresentam laranjae manga. Outros vegetais tambémforam observados como araçá-boi,coco, azeitona, rambutã, abacaxi,café, pimenta-do-reino, cebolinha,manjericão, mamão, maxixe, milho,cana-de-açucar, tomate, entre outros.Além dos vegetais, algumas unidades(URs 3, 4, 5 e 7) criam galinhas,tendo assim uma importante fonte deproteína, controle biológico e ótimoesterco, ou seja, possibilitando umsistema mais integrado e diverso.Outra fonte protéica muito importanteadquirida pelos comunitários em geral,através da pesca e da caça.  Esses dados evidenciam umagrande diversidade de alimentospresentes nas unidades rurais, porém, essadiversidade é diretamente proporcionalà área da propriedade (tamanho).Exceção encontrada nas URs 1 e 2, que

    Donatti et al.

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    apesar de pequenas, apresentam grandediversidade, basicamente por vontadedo agricultor, apresentando um espaçopara hortaliças e em volta da residênciahá muitas frutíferas. Já as URs 3, 4, 5

    e 6, estão localizadas em uma árearodeada por muitas espécies vegetaismuito utilizadas no extrativismo, comoé o caso do jambo, açaí, buriti, pupunhae tucumã. Apesar desta alta diversidadepresente em toda a RDS, as famíliasextraem só aquilo que é necessário parao consumo próprio, e cultivam outros

    vegetais que não são tão presentes namata. Porém, a área plantada é pequenae a produção menor ainda, o que nãosupre suas necessidades alimentares,sendo ainda muito dependentes domercado externo para poderem sealimentar.

      Em todas as unidades ruraisé cultivada a mandioca para aprodução da farinha e outros derivadoscomo tucupi, pé-de-moleque, bolo,farinha de tapioca e goma. A maior

    parte da produção da farinha é parasubsistência, se houver necessidade oudisponibilidade do produto, ocorre avenda. Mas a principal função das roçasé a satisfação pessoal, visto que é umalimento tradicional desta região e ofeitio de uma farinha de qualidade parao consumo dos próprios agricultores

    e familiares é muito importante eprazeroso.  Para implantar um roçado énecessário força de trabalho e tempo,porém em alguns casos se contratamão-de-obra, com isso é necessáriodinheiro. A seguir, uma síntese dos

    UR Força de

    trabalho

    Mão-de-obra Tempo Gastos (R$) Área (m)

    1 0 67 67 1.675,00 123x83

    2 1 0 57 0,00 20x35

    3 1 44 62 1.350,00 100x100

    4 2 19 45 325,00 100x100

    5 1 0 69 0,00 100x100

    6 1 4 47 100,00 50x50

    7 2 2 66 50,00 50x50

    Tabela 3: Análise dos aspectos socioeconômicos da atividade nos roçados na comunidade Julião –RDS Tupé – Manaus - AM. Unidade rural = no. da unidade rural; Força de trabalho = quantidade demembros da unidade rural que participa das atividades no roçado; mão-de-obra = no. de força dediárias contratada durante o ano; tempo = quantidade de dias para implantação e manutenção doroçado incluindo todas as atividades durante um ano (corte, queima, limpeza, plantio, capinadas,colheita e produção da farinha); Gastos R$ = gasto monetário com as atividades no total; Área =tamanho da área do roçado.

    2 0 57 0,00 20x35

    4 19 45 325,00 00x100

    4 47 100,00 50x50

    Aspectos sócioeconômicos dos produtores de farinha da comunidade Julião, zona rural de Manaus-AM.

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    Tabela 4: Tempo de dedicação às atividades do roçado, expresso em quantidade de dias paraimplantação e manutenção do roçado durante um ano 2008/2009, segregado por tipo de atividade.

    resultados em relação aos aspectossocioeconômicos dos roçados (Tab. 3),lembrando que os resultados foramobtidos através de uma entrevista semi-estruturada, e a maioria das unidades

    rurais não realiza a contabilidade deseus gastos. Consequentemente osvalores a seguir são aproximados. Paramelhor esclarecimento sobre o tempo detrabalho no roçado, segue a tabela 4.  Os dados apresentadospertencem às diferentes unidades ruraiscompostas de pessoas com diferentes

    faixas etárias e condições financeiras,incluindo também outras atividadesdesenvolvidas por estas unidades(pluriatividade) que podem influenciarna quantidade dos dias.

    Geralmente, na comunidadeJulião o valor da diária no campo éde R$25,00 (vinte e cinco reais), ou

    se o trabalho for extenso, realizam adenominada “empeleita” (= empreita ouempreitada), ou seja, cobram o serviçocomo um todo. A UR 1 teve uma gasto

    UR Corte“broca” Queima e

    limpezaCapinadas Plantio Colheita Produção

    da farinhaTotal

    1 8 1 48 2 4 4 67

    2 3 1 48 1 2 2 57

    3 7 2 36 1 8 8 62

    4 7 9 24 1 2 2 45

    5 7 7 24 15 8 8 69

    6 10 3 24 2 4 4 47

    7 2 1 48 7 4 4 66

    de implantação e manutenção do roçadode R$1.675,00, isso se explica devidoao grande número de mão-de-obra enenhuma força de trabalho familiar.Esta unidade se caracteriza por ter um

    proprietário que vive em Manaus e temuma propriedade na comunidade, ondereside um agricultor que recebe diáriaspara cuidar da propriedade, incluindoo quintal agroflorestal e o roçado.Devido a este fato, o número de mão-de-obra é igual à quantidade de dias detrabalho na roça, portanto, em 67 dias

    no ano (vide detalhamento na Tab. 4).Lembrando que a colheita ocorre aospoucos durante o ano, tendo um valoraproximado de 4 dias nesta unidaderural. Quando se colhe a mandioca, logose faz o procedimento para a produçãoda farinha e seus derivados tiradosdurante o processo (goma e tucupi), por

    isso a quantidade de dias da produçãoda farinha é igual ao da colheita.

    Na UR 3 também foi gastoum alto valor monetário devido a

    Donatti et al.

    2 3 48 2 2 57

    4 7 9 24 2 2 45

    6 10 3 24 4 4 47

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    grande quantidade de mão-de-obracontratada. Porém, o custo foi menordo que a UR 1 porque o proprietáriousa sua própria força de trabalho paraalgumas capinas, diferenciando a mão-

    de-obra do tempo, e também porqueestas capinas ocorreram 3 vezes ao mês(36 dias), enquanto na UR 1 ocorreram4 vezes ao mês (Tabs. 3 e 4).  Nas URs 2 e 5 não houvenenhum gasto monetário com aimplantação do roçado, porém, a forçade trabalho foi de 57 e 69 dias no ano,

    respectivamente, um grande esforço,principalmente em relação ao corte,queima e limpeza da área. Na UR 2 foiutilizado um tempo de trabalho maiordevido ao tamanho do roçado, apesardo número menor de capinas por mês.  Na UR 4, o gasto com oroçado foi de R$325,00 devido à

    mão-de-obra ter sido contratada em“empeleita” e diária, barateando oserviço. As atividades de corte (7 dias)custaram R$100,00, queima e limpeza(9 dias) R$150,00, e o plantio (1 dia)e a colheita (2 dias), foram através dediárias (R$75,00). Ainda mais realizando2 vezes ao mês as capinadas e contandocom dois membros da família com forçade trabalho. Esta unidade economizouR$600,00 com as capinas e R$150,00contratando mão-de-obra em“empeleita”. Notou-se também, nestaunidade, a menor quantidade de diaspara implantação e manutenção doroçado, isto se deve ao fato das capinasocorrerem apenas 2 vezes por mês etambém por ter sido realizada umarápida colheita e produção da farinha.

      A UR 6 contratou mão-de-obra apenas para a colheita (4 dias),somando um gasto de R$100,00. Agrande quantidade de dias para o cortefoi devido ao emprego da força de

    trabalho de apenas uma pessoa numaárea de 50x50m, sendo esta atividade,segundo os agricultores uma das maiscansativas.  Na UR 7 foram utilizadas duasforças de trabalho, mais uma mãode obra contratada durante o cortee gastou-se apenas R$50,00, para

    realizar esta atividade exaustiva (corte)em apenas 2 dias.

    Diante dessas análises,percebe-se que uma das principaisfontes de renda dos comunitários doJulião são as diárias na roça, gerandoum total entre as unidades rurais deR$3.500,00 em um ano. Outro fator

    importante que deve ser mencionado,é que, além do principal gasto que éa mão-de-obra, às vezes pode havergastos com veneno para formigas,compra de manivas, etc.  Em relação à força detrabalho empregada em determinadasatividades, nota-se que apesar dascapinas ocorrerem muitas vezes aoano, segundo a observação direta, oprocesso de corte da mata é a atividademais exaustiva, seguido da queimada eda limpeza. Em relação ao prazer docultivo da mandioca, se sobressaiu ofeitio da farinha.

    Apesar da tradição e do prazerno feitio da farinha de mandioca, quandose implanta um roçado isto torna-seum investimento, no qual observou-se

    Aspectos sócioeconômicos dos produtores de farinha da comunidade Julião, zona rural de Manaus-AM.

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    que não é muito bem organizado nemcontabilizado. Tal fato pode estar ligadoao baixo nível de escolaridade, sendoque apenas o proprietário residente emManaus (UR 1) possui ensino médio

    completo, enquanto em duas unidadesrurais os moradores possuem ensinofundamental incompleto e o restantenunca estudou, ou também por umaquestão de cultura regional.  A tabela 5 sintetiza os valoresobtido com a venda da farinha, lembrandoque as unidades rurais têm como principal

    objetivo a própria alimentação, porém,muitas vezes há excedente gerando umprovável lucro.  Um saco de farinha nacomunidade Julião tem aproximadamente60 Kg, valendo em torno de R$120,00.Nos mercados da cidade de Manaus eda comunidade Julião, o quilograma dafarinha na época deste estudo custavaR$2,50, ou seja, R$0,50 acima do valorda farinha produzida e comercializada nacomunidade.  A quantidade de farinhaproduzida é influenciada pelodesenvolvimento dos tubérculos damandioca, quando o solo está rico emnutrientes, melhor será o desenvolvimentoda mandioca, ocasionando elevadaprodução de farinha. Quando se plantaa mandioca em uma área já cultivada, aprodução é menor devido a carência denutrientes no solo. Tal fato ocorreu na UR2, onde o local do cultivo já havia sidoutilizado previamente.  De acordo com os dadoscolhidos, a UR 5 foi onde ocorreu omelhor retorno financeiro, pois nesta

    não houve gastos financeiros e sua roçateve uma boa produtividade durante asafra. Porém, quando contabilizados osdias de trabalho deste agricultor no valorda diária paga na comunidade, o gasto

    financeiro seria de R$1.725, gerando umvalor líquido de R$675,00 em apenasuma safra.  Como já mencionado acima, naUR 1 ocorreu uma perda financeira deR$1.195,00 (Tab. 5) devido a pequenaprodutividade da roça e a intensacontratação de mão-de-obra. Nas outras

    unidades os valores foram aproximados,havendo diferenças ora na contrataçãode mão-de-obra ora na força de trabalho.Fica evidente, que quando a força detrabalho é dividida, melhora a satisfaçãona realização da atividade, diminuindo osgastos financeiros e o tempo de serviço.  Outras formas de renda também

    foram observadas na comunidade,verificando se ocorre pluriatividade,auxílios financeiros de familiares e/ouaposentadoria e pensão.Para uma visão da situação financeiradas famílias rurais segue a tabela 6.  Devido o responsável da UR1 residir em Manaus, não foi possívellevantar os dados referentes a renda,ao gasto e a quantidade de membros dafamília, porém, sabe-se que o proprietárioexerce sua profissão em Manaus, alémde financiar o roçado na comunidade,ocorrendo a pluriatividade

    A maior renda mensal foi obtidana unidade 4 (R$1.600,00) devidoao auxílio de parentes residentes emManaus e o recebimento de pensão. A UR3 também teve uma alta renda, também

    Donatti et al.

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    UR Área (m) Produção dafarinha (Kg)

     Valor Bruto(R$)

     Valor Líquido(R$)

    1 123x83 240 480 -1.1952 20x35 120 240 240

    3 100x100 900 1.800 450

    4 100x100 600 1.200 875

    5 100x100 1.200 2.400 2400

    6 50x50 300 600 500

    7 50x50 300 600 550

    Tabela 5: Quantidade de farinha produzida por unidade rural e os valores (líquido e bruto) daprodução durante a safra 2008/2009 na comunidade Julião – RDS Tupé.

    Tabela 6: Renda mensal, gasto mensal, auxílios financeiros, outra forma de renda além da agricultura(pluriatividade) e quantidade de membros da família da unidade rural.

    UR Renda Mensal(R$)

    Gasto Mensal(R$)

    Auxílios Pluriatividade Membros dafamília

    1 x x não sim X

    2 R$ 400 R$ 300 não sim 8

    3 R$ 1.460 x sim sim 2

    4 R$ 1.600 R$ 350 sim não 25 R$ 470 R$ 50 sim não 1

    6 R$ 500 x sim não 1

    7 R$ 600 R$ 200 sim sim 6

    por auxílio de parentes, aposentadoria,mais o mercado de vendas que a família

    possui na comunidade assumindo apluriatividade. A menor renda ocorreuna UR 2, pois a única fonte de rendada família com oito membros vemdas diárias na roça e do artesanatoconfeccionado pela mãe da família.Nas URs 5, 6 e 7 houve recebimento deaposentadoria e apenas na UR 7 ocorreu

    pluriatividade, onde a família vendedoces na comunidade e em Manaus.  Em relação aos gastosmensais, nas URs 1, 2, 3, 4, 6 e 7,

    ocorreram gastos com energia elétrica,alimentação, manutenção da roça,diárias e pagamento para associaçãode moradores (no valor de R$10,00 pormês). A família da UR 5 é a única quenão paga a associação e nem energiaelétrica.  A associação dos moradoresda comunidade Julião realiza reuniõesmensais em prol de melhorias da

    comunidade, porém, em relação aorganização, os comunitários sãopouco participativos. Nenhum dosmoradores das unidades rurais participa

    2 20x35 120 240 240

    4 100x100 600 .200 875

    6 50x50 300 600 500

    R$ 400 R$ 300 não sim 8

    4 R$ 1.600 R$ 350 sim não 2

    R$ 500 x sim não

    Aspectos sócioeconômicos dos produtores de farinha da comunidade Julião, zona rural de Manaus-AM.

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    do sindicato rural, implicando naimpossibilidade de uma aposentadoriapor tempo de trabalho, e tambémdesconhecem as políticas vigentesrelacionadas a RDS e a agricultura

    familiar que poderiam auxiliar naqualidade de vida dos produtores.

    Conclusões

      O valor monetário que seriaauferido com a venda da farinha nãogera lucro ao agricultor na escala em

    que a atividade é realizada no Julião,portanto, nesta escala, fazer farinhapara venda não se constitui numaatividade lucrativa que poderia serutilizada como geradora de renda.  Apesar disso, a produçãoda farinha tem grande importânciacultural.  Na comunidade do Julião afarinha ainda é um importante item nadieta das famílias.  Nota-se também que osistema de cultivo tem característicastradicionais, podendo este interferir naqualidade ambiental.  A força de trabalho utilizadapara produzir a roça de mandioca égrande, e o investimento também,porém, o valor adquirido com a venda émínimo e muito inferior ao investido.  Técnicas modernas e maisapropriadas, como aquelas baseadasem princípios da agroecologia,poderiam ajudar tanto para aumentara eficiência dos roçados, como paracontribuir para a sustentabilidadeambiental e social. Tais técnicas devem

    ser incentivadas para que sua adoçãoocorra no menor tempo possível.

    Agradecimentos

      Os autores agradecemimensamente aos comunitários queparticiparam desta pesquisa, nosrecebendo em suas casas com carinhoe respeito. Também gostaríamos deagradecer ao projeto Saberes Locais(CNPQ 551988/2007) que proporcionoucondições ideológicas e recursos

    financeiros para o desenvolvimentodeste. Aos amigos do treinamentorealizado pelo dr. Edinaldo Nelson pelasimensas sugestões e apoio.

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    Donatti et al.

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    Aspectos sócioeconômicos dos produtores de farinha da comunidade Julião, zona rural de Manaus-AM.