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Edição 288 Ano XXII Abril de 2013 Viçosa-MG Qualidade do leite: Qualidade da Água e a sua importância na qualidade do leite Momento do Produtor: Sérgio Maciel Fazenda Oásis Desvendando as oscilações e tendências dos preços de insumos Dicas do Agrônomo: Descarte e devolução de embalagens de agrotóxicos Palestras: Qualidade do leite Discussão de análise de Indicadores Técnico- Econômicos p. 4 p. 3 p. 2 p. 2 p. 4 Christiano Nascif Coordenador Técnico do PDPL-RV e o PCEPL É válido ressaltar que as oportunidades de empre- go para os profissionais egressos dos nossos Pro- gramas, não são exclu- sivamente para a cadeia produtiva do leite, e sim, em todas as cadeias do agronegócio. As empresas estão procurando profis- sionais com o perfil de vanguarda que é desen- volvido durante a 3ª Fase do Programa. Disciplina; postura; sen- tido de hierarquia; boa comunicação; liderança; capacidade de trabalhar em equipe; saber se ex- pressar tanto através da escrita e como oralmente; conhecimento técnico e, principalmente gerencial, além de conhecimento em trabalhar com novas Empregabilidade do PDPL-RV/PCEPL Em maio deste ano (2013), mais um grande número de profissionais de agronomia, medicina veteriná- ria e zootecnia, foram ofertados pela Universidade Federal de Viçosa para atuarem na cadeia do agronegócio brasileiro. Com o pífio resultado econômico do Brasil em 2012, que conseguiu um “pibinho”em torno de 1%, com tendência à alta inflacionária e a eco- nomia internacional permeada por incertezas e ainda de “ressaca” devido às últimas crises mundiais, podemos prever um 2013 mais difícil no que tange a empregabilidade de profissio- nais especializados quando compa- rarmos com 2012. Diversas empresas do setor de lác- teo têm revisto os seus planejamentos para 2013, com o objetivo de enxugar seus custos, passando por readequa- ção e redimensionamento de suas equipes de trabalho. Esta necessidade é potencializada pela tendência das empresas em remunerar melhor o lei- te pago ao produtor, devido à menor oferta de leite no mercado. Esta me- nor oferta é uma resposta às altas de insumos e secas prolongadas, fazendo com que haja menor oferta de alimen- tos ao rebanho, refletindo nos índices reprodutivos, resultando em menor número de partos, por consequência, num baixo volume de leite produzido. Com menor volume, diminui a oferta e o custo com a captação de leite pe- las empresas aumenta. Portanto, para fechar a conta, as empresas terão que rever seus custos operacionais. Felizmente, para os estudantes/es- tagiários egressos no PDPL-RV e o PCEPL, esta não é a realidade. Em 2013, continuamos com o índice de empregabilidade acima de 90%, no período de no máximo 6 meses após a colação de grau dos profissionais que passaram pelos nossos Programas. Em maio de 2013, quando se en- cerrou o segundo semestre letivo de 2012, formaram-se cinco profissio- nais, perfazendo um total de dezeno- ve, quando somamos os formandos dos dois semestres de 2012. Do total de dezenove profissionais egressos dos Programas ofertados no mercado de trabalho, dezesseis já es- tão trabalhando, ou seja, 85% de em- pregabilidade. André Oliveira - VET Educampo/COOPA Fernanda Gomes - ZOO Pablyo Silva - VET Educampo/COOLVAM Bruno Moura - ZOO Marangatú Gustavo Rollo - VET Educampo/Danone Lucas Borges - AGRO Dow AgroSciences Rafael Gasparoni - AGRO IHARA/Grupo Agro Bruno Vilarino - AGRO Dow AgroSciences Leandro Swerts - VET Educampo/Vigor Leonardo Amaral - AGRO Empresa própria de consultoria Lidiane Finoti - VET Mariana Maciel - VET Renata Dantas - VET Educampo/Embaré Emilio Fonseca - AGRO CPDEducampo Rodrigo Pires - ZOO Empresa própria de consultoria Expedito Netto - AGRO Itambé Luiz Ricardo - ZOO CPDEducampo Marcelo Bianco - ZOO CPDEducampo Silvio Quintão - VET Educampo/DPA tecnologias, compõe o perfil do profissional que o mercado demanda. O sucesso profissional do agrônomo, veterinário ou zootecnista é mais fácil quando os mesmos além do conhecimen- to teórico, têm vivência prática e não ficaram todo seu período de gra- duação e pós-graduação dentro das salas de aulas e laboratórios; quando do- minam outros idiomas, que têm bom conheci- mento em informática e se possível, com vivência em outros países. Todos estes pré-requi- sitos compõem a grade de treinamento e ca- pacitação da 3ª fase do PDPL-RV e do PCEPL, tanto é que as principais contratantes dos nossos profissionais são as pró- prias empresas parceiras: Nestlé, DPA, Itambé e SEBRAE-MG. Este fato se constitui num bom indicador, sinalizando que a UFV através dos Programas (PDPL-RV e PCEPL) está no caminho certo, oferecendo espe- cialistas para a cadeia do agronegócio brasileiro em sintonia com o que o mercado necessita. Enfim, desta forma ganha o PDPL-RV e o PCEPL, e também a nos- sa expoente UFV, pois consegue aumentar o ín- dice de empregabilidade dos profissionais que por aqui se graduam.

Edição 288 • Ano XXII • Abril de 2013 • Viçosa-MG ... · teo têm revisto os seus planejamentos para 2013, com o objetivo de enxugar seus custos, passando por readequa-

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Edição 288 • Ano XXII • Abril de 2013 • Viçosa-MG

Qualidade do leite: Qualidade da Água e a sua importância na

qualidade do leite

Momento do Produtor: Sérgio Maciel Fazenda Oásis

Desvendando as oscilações e tendências dos preços de insumos

Dicas do Agrônomo:Descarte e devolução

de embalagens de agrotóxicos

Palestras: Qualidade do leite

Discussão de análise de Indicadores Técnico-

Econômicosp. 4p. 3p. 2p. 2 p. 4

Christiano NascifCoordenador Técnico do PDPL-RV e o PCEPL

É válido ressaltar que as oportunidades de empre-go para os profissionais egressos dos nossos Pro-gramas, não são exclu-sivamente para a cadeia produtiva do leite, e sim, em todas as cadeias do agronegócio. As empresas estão procurando profis-sionais com o perfil de vanguarda que é desen-volvido durante a 3ª Fase do Programa.

Disciplina; postura; sen-tido de hierarquia; boa comunicação; liderança; capacidade de trabalhar em equipe; saber se ex-pressar tanto através da escrita e como oralmente; conhecimento técnico e, principalmente gerencial, além de conhecimento em trabalhar com novas

Empregabilidade do PDPL-RV/PCEPL

Em maio deste ano (2013), mais um grande número de profissionais de agronomia, medicina veteriná-ria e zootecnia, foram ofertados pela Universidade Federal de Viçosa para atuarem na cadeia do agronegócio brasileiro.

Com o pífio resultado econômico do Brasil em 2012, que conseguiu um “pibinho”em torno de 1%, com tendência à alta inflacionária e a eco-nomia internacional permeada por incertezas e ainda de “ressaca” devido às últimas crises mundiais, podemos prever um 2013 mais difícil no que tange a empregabilidade de profissio-nais especializados quando compa-rarmos com 2012.

Diversas empresas do setor de lác-teo têm revisto os seus planejamentos para 2013, com o objetivo de enxugar seus custos, passando por readequa-ção e redimensionamento de suas equipes de trabalho. Esta necessidade é potencializada pela tendência das empresas em remunerar melhor o lei-te pago ao produtor, devido à menor oferta de leite no mercado. Esta me-nor oferta é uma resposta às altas de insumos e secas prolongadas, fazendo com que haja menor oferta de alimen-tos ao rebanho, refletindo nos índices reprodutivos, resultando em menor número de partos, por consequência, num baixo volume de leite produzido. Com menor volume, diminui a oferta e o custo com a captação de leite pe-las empresas aumenta. Portanto, para fechar a conta, as empresas terão que rever seus custos operacionais.

Felizmente, para os estudantes/es-tagiários egressos no PDPL-RV e o PCEPL, esta não é a realidade. Em 2013, continuamos com o índice de empregabilidade acima de 90%, no período de no máximo 6 meses após a colação de grau dos profissionais que passaram pelos nossos Programas.

Em maio de 2013, quando se en-cerrou o segundo semestre letivo de 2012, formaram-se cinco profissio-nais, perfazendo um total de dezeno-ve, quando somamos os formandos dos dois semestres de 2012.

Do total de dezenove profissionais egressos dos Programas ofertados no mercado de trabalho, dezesseis já es-tão trabalhando, ou seja, 85% de em-pregabilidade.

André Oliveira - VET Educampo/COOPA

Fernanda Gomes - ZOO

Pablyo Silva - VET Educampo/COOLVAM

Bruno Moura - ZOO Marangatú

Gustavo Rollo - VET Educampo/Danone

Lucas Borges - AGRO Dow AgroSciences

Rafael Gasparoni - AGRO IHARA/Grupo Agro

Bruno Vilarino - AGRO Dow AgroSciences

Leandro Swerts - VET Educampo/Vigor

Leonardo Amaral - AGROEmpresa própria de consultoria

Lidiane Finoti - VET

Mariana Maciel - VET

Renata Dantas - VET Educampo/Embaré

Emilio Fonseca - AGRO CPDEducampo

Rodrigo Pires - ZOOEmpresa própria de consultoria

Expedito Netto - AGRO Itambé

Luiz Ricardo - ZOO CPDEducampo

Marcelo Bianco - ZOO CPDEducampo

Silvio Quintão - VET Educampo/DPA

tecnologias, compõe o perfil do profissional que o mercado demanda. O sucesso profissional do agrônomo, veterinário ou zootecnista é mais fácil quando os mesmos além do conhecimen-to teórico, têm vivência prática e não ficaram todo seu período de gra-duação e pós-graduação

dentro das salas de aulas e laboratórios; quando do-minam outros idiomas, que têm bom conheci-mento em informática e se possível, com vivência em outros países.

Todos estes pré-requi-sitos compõem a grade de treinamento e ca-pacitação da 3ª fase do PDPL-RV e do PCEPL,

tanto é que as principais contratantes dos nossos profissionais são as pró-prias empresas parceiras: Nestlé, DPA, Itambé e SEBRAE-MG. Este fato se constitui num bom indicador, sinalizando que a UFV através dos Programas (PDPL-RV e PCEPL) está no caminho certo, oferecendo espe-

cialistas para a cadeia do agronegócio brasileiro em sintonia com o que o mercado necessita.

Enfim, desta forma ganha o PDPL-RV e o PCEPL, e também a nos-sa expoente UFV, pois consegue aumentar o ín-dice de empregabilidade dos profissionais que por aqui se graduam.

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PDPL-RV Programa de

Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa

PCEPL Programa de Capacitação

de Especialistas em Pecuária Leiteira

Publicação editada sob a responsabilidade do

Coordenador do PDPL-RV:Adriano Provezano

Gomes

Jornalista Responsável:José Paulo Martins

(MG-02333-JP)

Redação:Christiano Nascif

Zootecnista

Marcus Vinícius C. MoreiraMédico Veterinário

André Navarro LobatoMédico Veterinário

Thiago Camacho RodriguesEngenheiro Agrônomo

Diagramação e coordenação gráfica:

João Jacob Neide de Assis

Endereço do PDPL-RV:Ed. Arthur Bernardes

Subsolo/Campus da UFVCep: 36570-000

Viçosa - MG

Telefax: (31) 3899 5250E-mail: [email protected]: www.pdpl.ufv.br

Facebook: Pdpl Minas Gerais

Jornal da Produção de Leite

Dicas do Agrônomo:

A crescente preocupação com o meio ambiente e a criação de leis que obrigam os produtores a devolverem as embalagens de agrotóxicos induziu a cria-ção de mais canais de captação destes produtos descartados. Para melhor controle, o Minis-terio de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) criou um orgão regulamentado jun-to ao governo para administrar com eficiência a destinação fi-nal dessas embalagens, o InpEV (Instituto Nacional de Processa-

Descarte e devolução de embalagens de agrotóxicosJéssica Gonçalves de OliveiraEstudante de Medicina Veterinária

mento de Embalagens Vazias), exigindo o comprometimento de todas as áreas envolvidas. Estas embalagens devem ser en-tregues nos postos de captação com prazo de até 1 ano após a aquisição do produto,antes dis-so o produtor pode guarda-lás na propriedade até que um vo-lume considerável seja formado.

A ANDREVE, Associação dos Revendedores de Defensi-vos Agrícolas da Região de Vi-çosa, e a Prefeitura Municipal de Coimbra construíram uma unidade de recebimento de em-balagens vazias de agrotóxicos, localizada na BR 120 – Km 330 – trevo Coimbra/Ervália, que recebe nas segundas e terças--feiras as embalagens vazias da nossa região.

No momento da compra, na nota fiscal, vem carimbado o endereço mais próximo para o produtor devolver as embala-gens, no entanto, caso o produ-tor não consiga ir ao posto por

algum motivo, algumas prefei-turas dos municípios próximos a Viçosa-MG estão fazendo uma coleta seletiva nas zonas rurais. Esta coleta é feita em determinados períodos, marca-dos com antecedência, e tem a duração de 1 semana,quando o caminhão passa por locais estra-tégicos fazendo a coletado ma-terial e entregando no posto de Coimbra.

Algumas práticas são obriga-tórias para entregar as embala-gens, de acordo com a formula-ção do produto:• EmbalagemLavável: São em-

balagens rígidas que acondi-cionam formulações líquidas de defensivos agrícolas para serem diluídas em água. Há dois processos de tratamento: A tríplice lavagem e a lavagem sob pressão.

O Brasil é líder em reciclagem de embalagens de defensivos agrícolas, a reciclagem foi 9%

maior em 2012 em relação a 2011, chegando a um número de 37.379 toneladas e em 2013 a expectativa é de reciclar em tor-no 40 mil toneladas. Esta evolu-ção é vista no gráfico a baixo.

A divulgação pelos órgãos pú-blicos das práticas a serem rea-

lizadas, a ação das prefeituras com a coleta seletiva no campo e a aceitação da idéia pelos produ-tores, tem surtido grande efeito no aumento da coleta, mostran-do que a cada ano os números de embalagens recolhidas vêm crescendo consideravelmente.

Fonte: InpEV

Marcelo Carvalho de SouzaEstudante de Zootecnia

Desvendando as oscilações e tendências dos preços de insumos

Nota-se ao passar dos anos, que a pecuária leiteira tem cada vez mais suas margens reduzidas, sendo influenciada dentre outros fatores pelo au-mento dos preços de alguns insumos necessários à produ-ção, evidenciando ainda mais a importância de uma gestão eficiente dos recursos utili-zados na propriedade. Nesse contexto, é possível destacar a necessidade de se conhecer a variação das cotações dos principais componentes das formulações de concentrados para vacas leiteiras, já que o fa-tor consome a maior parte das receitas do produtor.

Absorvendo-se a tendência do mercado e obtendo-se es-timativas das oscilações des-ses insumos, torna-se possível nortear a atividade de modo a ser possível maximizar a renda do produtor seja, pela redu-ção de custos ou pelo aumento de produção,ou mesmo pelas duas ações.

Assim, em 2012 verificou-se um grande aumento do preço de milho e soja, devido prin-cipalmente a alterações climá-ticas em grandes centros de produção agrícola e demanda do mercado externo, fazendo com que os preços de alguns subprodutos como o caroço de

algodão também se elevasse graças a uma maior procura pelos produtores de leite.

Contudo, 2013 tende a tomar um rumo diferente, em que uma boa safra de produção de milho e queda nas exportações de soja causaram uma retra-ção nos preços, propiciando uma maior intensificação do uso desses insumos e assim elevando a produção em uma época com preço do leite em alta, isto devido pelo alto con-sumo de lácteos no mercado chinês e queda de produção da Nova Zelândia.

Vale lembrar que, quem de-termina o preço dessas com-modities como soja e milho é o mercado externo, havendo as-sim vários fatores que podem influenciar a composição dos seus preços: como a demanda internacional, concorrência com outras atividades como a suinocultura e a avicultura, alterações climáticas, utiliza-ção para outros fins (etanol de milho, por exemplo) pois o conjunto destes fatores pro-voca alterações no mercado mundial.

Portanto, o mercado sinaliza favoravelmente para os pro-dutores de leite em relação aos valores a serem pagos pelo milho e soja. A seguir, uma estimativa dos preços desses insumos para os próximos me-ses, referenciados pela BM&F Bovespa.

Nesse contexto é sempre vi-ável aos produtores a compra estratégica desses insumos, conseguindo estocar esses produtos nas épocas em que

são vendidos a preços reduzi-dos, favorecendo os custos de produção e promovendo assim um maior retorno econômico da atividade leiteira.

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3Lote de produção

Sérgio Henrique Viana Maciel

Lote de novilhas em reprodução

Vista parcial da propriedade

A fazenda Oásis de proprieda-de do Dr. Sérgio Henrique Viana Maciel está situada no município de Coimbra, com área total de 205 hectares, tendo como atividades, a produção de leite e de café, sendo a área destinada para o leite 52ha. Esta é dividida em 40 ha de pasta-gens, 10 ha destinados ao plantio de milho na safra, safrinha e aze-vém na entressafra, 0.8 ha de cana de açúcar, 1 ha de capineira e 92 ha de reserva legal.

O Sr. Sérgio iniciou como pro-dutor de leite em 1994, está junto com o PDPL-RV desde agosto de 1996 e o produtor credita o suces-so na pecuária de leite à parceria feita com o Programa, ao qual ele é muito grato pelo desenvolvimento obtido em sua fazenda. No quadro que se segue, há um comparativo entre os resultados da proprieda-

Momento do Produtor: Sérgio Maciel - Fazenda Oásis

Sidney MenezesEstudante de Medicina Veterinária

Henrique VasconcellosEstudante de Agronomia

Vitor MourãoEstudante de Agronomia

de antes e depois de participar do PDPL-RV.

No momento o rebanho encon-tra-se com 121 animais sendo 58 vacas, 55 novilhas, 6 bezerras, 2 rufiões, com um grau de sangue variando entre, 15/16HZ e PC. A propriedade utiliza sêmen ho-landês mantendo o padrão racial para alta produção leiteira e tam-bém realiza cruzamentos com a raça Jersey visando a precocidade do rebanho.

O sistema de produção é inten-sivo, com a presença de animais semi-confinados, onde os 7 lo-tes são mantidos no cocho entre ordenhas, e a noite vai ao pasto. A dieta das vacas em lactação é composta de silagem de milho e concentrado durante todo o ano,

e a do restante do rebanho, é cons-tituída por pasto, concentrado, capineira e cana-de-açúcar corri-gida. Durante o inverno a proprie-dade conta com 7 ha de azevém onde os animais em lactação têm a oportunidade de pastejar sobre 28 piquetes de 2500m², entre as ordenhas e durante a noite. No pastejo é seguida a premissa do sistema pastejadores/raspadores, onde ocorre a passagem dos lotes de maior produção primeiro, e em seguida vêm os lotes de menor produção. Desta forma podemos obter uma maximização do uso da terra, tendo em vista que a área é utilizada durante todo ano, produzindo 135ton/ha de matéria natural, quando somados a pro-dução da safra, safrinha e cultura

de inverno. Esse tipo de manejo empregado no solo tem como vantagem: controle da erosão, o uso mais eficiente dos recursos ambientais, quebra dos ciclos de doenças e pragas, controle de plantas daninhas, manutenção da umidade do solo, além das melho-rias nas propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, pois há um menor revolvimento e maior diversidade de resíduos para re-compor a sua matéria orgânica.

Abaixo algumas perguntas feitas ao produtor sobre o panorama da pecuária leiteira, questionando-o sobre os maiores desafios na ati-vidade e quais suas metas para os próximos anos:1. De onde surgiu o interesse

pela pecuária leiteira?R. O interesse pela atividade sur-

giu quando eu era novo com a Fazenda do meu avô, que era produtor de leite, suíno e café em Pedra do Anta-MG, onde ia passar as férias. Desde então veio crescendo o gosto por ser produtor, até que em 1994 in-gressei na atividade.

2. Quais os maiores desafios na atividade leiteira?

R. Adequar-se ao preço instável do leite, negociar o preço dos insumos, encontrar mão de

obra qualificada e ir contra po-líticas governamentais que não ajudam o produtor.

3. Como é feito o gerenciamento da sua propriedade, mesmo não estando nela todo dia?

R. Hoje em dia com a presença do sinal de celular fica mais fácil. O controle é feito com duas visitas na semana, onde é observado o funcionamento da fazenda, e discutido com os funcionários os cenários encontrados ao longo da sema-na. Em caso de emergência, os funcionários tem total liberda-de de me ligar independente do horário, além do apoio do PDPL-RV, que é de extrema importância para a manuten-ção e progresso da fazenda. Sem o programa seria uma ta-refa difícil.

4. Quais suas metas para os pró-ximos anos?

R. Aumentar a produção visando retornar á média de1200 L/dia, diminuir e diluir os custos de produção , melhorar o plantel, equilibrando a sanidade e o reprodutivo, e claro, aumen-tar a rentabilidade da empresa aperfeiçoando cada vez mais os métodos de gestão da minha propriedade.

Indicadores Unidade Ago96/Jul 97 Abr12/Mar13Área Usada para Pecuária ha 73 52Produção Média de Leite L/DIA 90,35 1034Vacas Lactação(Média Mensal) Cab/mês 15,25 49,17Vacas Lactação/ Total de Vacas % 66,91 80,77Vacas Lactação/Total do Rebanho % 19,38 39,43Vacas Lactação/Área para Pecuária Cab 0,21 0,94Produção/Vaca Lactação L/DIA 5,92 21,04Produção/MDO Permanente L/d/h 54,78 324Produção/Área para Pecuária L/HA/ANO 451,74 7193,12Gasto com MDO/RBdo Leite % 45,93 14,26

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Qualidade do leite

4

As 10 maiores produções do mês de março de 2013

Ord Produtor Município Produção

1 Antônio Maria da Silva Araújo Cajuri 105.322

2 Hermann Muller Visc. Rio B 53.294

3 José Afonso Frederico Coimbra 52.502

4 Marco Túlio Kfuri Araújo Oratórios 36.064

5 Paulo Frederico Araponga 33.000

6 Joaquim Campos Júnior Ubari 24.783

7 Cristiano José Lana Piranga 22.630

8 Luciano Sampaio Teixeiras 21.492

9 Sérgio H. V. Maciel Coimbra 18.861

10 Ozanan Moreira Ubá 16.006

AS 10 maiores produtividades do mês de março de 2013 Ord Produtor Município Produtividade por Produtividade por vaca em lactação vaca total 1 Antônio Maria da Silva Araújo Cajuri 22,65 18,46 2 Rogério Barbosa Teixeiras 19,3 16,41 3 José Afonso Frederico Coimbra 18,41 15,40 4 Davi C. F. de Carvalho Senador Firmino 21,33 14,43 5 Ozanan Moreira Ubá 17,80 13,59 6 Áureo de Alcântara Ferreira Guaraciaba 15,54 13,47 7 Paulo Bitarães Viçosa 15,0 13,33 8 Antônio Saraiva da Silva Porto Firme 23,06 11,53 9 José Francisco Gomide Cajuri 13,66 11,06 10 José Maria de Barros Presidente Bernardes 14,04 10,80

Qualidade da Água e a sua importância na qualidade do leite

A água é de extrema importância para a pecuária leiteira, tanto para a nutrição como para a limpeza dos equipamentos da ordenha e arma-zenamento de leite. Cada proprie-dade possui sua fonte hídrica sendo de extrema importância realizar a análise da água, a fim de determi-nar: ajustes nas concentrações de detergentes utilizados, necessidade de cloração da água ou ainda alterar o ponto de captação da mesma.

A análise consiste na coleta da água num recipiente estéril, conser-vado sob baixas temperaturas até o envio, e se a análise for realizada no mesmo dia da coleta, mais confiável será o resultado. O custo médio gira em torno de R$50,00 por amostra.

Sendo a água o componente mais utilizado na limpeza, sua qualidade e características significam muito para o correto processo de higie-nização dos equipamentos, sendo as características físico-químicas de maior importância, a dureza e o pH. A dureza da água, que cor-responde ao teor de carbonato de cálcio e magnésio, tem papel im-portante na concentração dos de-tergentes, assim como o pH da água

Sendo assim, devemos sempre ter a preocupação de conhecer se a água que estamos utilizando tem qualidade para ser utiliza-da na limpeza e higienização dos equipamentos de ordenha, pois

suas características influenciam diretamente nas concentrações dos detergentes que utilizamos, assegurando se ela não está sendo uma fonte de contaminação do nosso leite.

Ingryd Lanna Lopes Estudante de Medicina Veterinária

Classificação da água Dureza (ppm de CaCO3/L)Mole Menor 160Levemente dura 160 a 320Dura 320 a 460Muito dura Maior 460

Produtos a base de cloro Dose/1000 litros (1 ppm)Hipoclorito de sódio:20 a 30% de Cl (líquido) 30 a 50 mLÁgua sanitária a 2% (líquido) 50 mLHipoclorito de cálcio a 10% (pó) 10 gramasCloro granulado a 65% (pó) 1,54 gramasCloro estabilizado em tabletes:65 a 90% de cloro Seguir instrução do fabricante

que interfere no pH final da solução de limpeza, seja a alcalina ou a áci-da, resultando em um processo ine-ficiente de higienização dos equipa-mentos de ordenha, o que favorece o crescimento de microrganismos. A carga bacteriana presente na água é de suma importância, uma

Palestra: Discussão de análise de Indicadores Técnico-Econômicos

Joana Fortes ToledoEstudante de Medicina Veterinária

No dia 26 de março foi reali-zada pelo Zootecnista e coor-denador Técnico do PDPL-RV e PCEPL, Christiano Nascif, uma palestra para os estagiá-rios. Como tema principal, fo-ram discutidos os indicadores zootécnicos e econômicos das propriedades conveniadas aos Programas, bem como a análise desses dados e o planejamento a ser feito com base nesses re-sultados.

É de suma importância o di-álogo dos estagiários com seus produtores. Para isso ocorrer da melhor maneira, os estagi-ários têm que dominar e ter

Palestra: Qualidade do leite

Vasconcélio EgydioEstudante de Zootecnia

O PDPL-RV/PCEPL promoveu no dia 12 de abril de 2013 uma palestra e no dia seguinte um dia de campo sobre qualidade do lei-te, na propriedade Nô da Silva, do senhor Antonio Maria situada em Cajuri-MG.

A palestra e o dia de campo foram ministrados pelo médico veterinário Fernando Ferreira Pinheiro, coordenador de Qua-lidade do Leite da CCPR/Itambé e colunista do Informativo da Qualidade da Revista Produtor Itambé.

O palestrante abordou diversos assuntos relacionados à qualida-de do leite: manejo de ordenha, limpeza de equipamentos, Ins-trução Normativa 62 e destacou a importância no controle eficiente

da mastite. De acordo com ele, o teste CMT e as análises de CBT e CCS do tanque e individual, são ferramentas extremante eficien-tes, mas pouco utilizadas pelos produtores e técnicos ligados à atividade leitera, pois ainda é vis-ta como onerosa. Outra técnica apresentada pelo Sr. Fernando foi o antibiograma, que traz muitos benefícios à saúde animal, pois o medicamento administrado é direcionado a um tipo específico de bactéria. Desta forma o medi-camento impede a sua dissemi-nação.

Os estudantes da terceira fase do PDPL-RV tiveram uma opor-tunidade ímpar de conciliar os ensinamentos teóricos da pales-tra aliados à prática no dia de campo. Este curso veio no mo-mento oportuno, já que o merca-do de trabalho está exigindo cada vez mais profissionais com amplo conhecimento nesta área.

segurança para abordar o tema a respeito da gestão técnica e econômica das propriedades, principalmente o último, que gera muita preocupação para os produtores, e seus resultados indicam o rumo a ser tomado na fazenda.

Durante a palestra, anali-sando cada item, observou-se que o que mais afetou negati-vamente a rentabilidade dos produtores foi o custo total de produção, seguido de gas-to e produtividade da mão--de-obra, escala e estoque de capital. Sabendo disso, o novo planejamento tem que se ba-sear na melhoria desses fato-res, levando em consideração as particularidades de cada propriedade, para se tornarem mais eficientes e produtivas.

vez que pode se tornar uma fonte de contaminação e potencializar a proliferação de bactérias elevando a contagem bacteriana total do lei-te produzido na propriedade. Uma alternativa é a cloração da água, vi-sando teores de cloro de no mínimo 0,2mg/L de água.

Fernando Pinheiro ministrando a palestra

Chistiano Nascif ministrando a palestra