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7/23/2019 EIA Agrossistemas Parte 1 http://slidepdf.com/reader/full/eia-agrossistemas-parte-1 1/17  T55422-VOL1-REL-R1.doc CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA 273 EMPRESA DE DESENVOLVIMENTO E INFRA-ESTRUTURAS DO ALQUEVA, S.A. CIRCUITO HIDRÁULICO DE B  ALEIZÃO-QUINTOS E RESPECTIVO BLOCO DE REGA ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DO PROJECTO DE EXECUÇÃO VOLUME 1 - RELATÓRIO - 1ª função: Silvo pastorícia, caça e pesca nas águas interiores; - 2ª função: Produção; e - 3ª função: Protecção. 6.10.8. Síntese O subsistema de Rega do Pedrógão, do qual o Circuito Hidráulico de Baleizão-Quintos e Respectivo Bloco de Rega, encontrava-se previsto no âmbito do plano de ordenamento e desenvolvimento regional, nomeadamente no Programa Específico de Desenvolvimento Integrado da Zona do Alqueva (PEDIZA). Pela leitura das Plantas de ordenamento do PDM de Beja verifica-se que a área de estudo encontra-se incluída maioritariamente na classe de Espaços Agrícolas – Culturas Agrícolas.  A área a beneficiar pelo Bloco de Rega de Baleizão-Quintos encontra-se classificada quase na totalidade como RAN, existindo também várias áreas classificadas como REN, principalmente como Cabeceiras das linhas de água.  Apesar das restrições impostas, o Decreto-lei n.º 21-A/98, de 6 de Fevereiro cria um regime especial às expropriações necessárias à realização do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, onde o projecto em análise se integra, aos bens e ao domínio a afectar a este Empreendimento e ás acções específicas de execução do projecto. Assim, são autorizadas acções relacionadas com a execução de empreendimento, nomeadamente acessos, aterros, escavações, entre outras, incluindo nas áreas de RAN e REN. 6.11. Agrossistemas 6.11.1. Considerações Gerais  A importância do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, do qual o Circuito Hidráulico de Baleizão-Quintos e Respectivo Blocos de Rega é parte integrante, determina uma apresentação dos aspectos mais pertinentes que caracterizam os agrossistemas nele representados. O projecto em apreço irá desenvolver-se na região do Baixo Alentejo, no distrito de Beja, concelho de Beja (freguesias de Baleizão, Cabeça Gorda, Nossa Senhora das Neves, Quintos, Salvada, Salvador, São João Baptista e Santa Clara de Louredo), que se inserem na sub-região do Baixo Alentejo (NUT III) e na região Alentejo (NUT II).  A informação de base utilizada na caracterização da componente de Agrossistemas, é proveniente de informação disponibilizada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em particular no que respeita aos dados compilados nos Anuários Estatísticos Regionais, nos Recenseamentos Gerais da População e da Habitação e no Recenseamento Geral Agrícola, assim como no levantamento de campo efectuado.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DO PROJECTO DE EXECUÇÃO 

VOLUME 1 - RELATÓRIO 

- 1ª função: Silvo pastorícia, caça e pesca nas águas interiores;

- 2ª função: Produção; e

- 3ª função: Protecção.

6.10.8. Síntese

O subsistema de Rega do Pedrógão, do qual o Circuito Hidráulico de Baleizão-Quintos e Respectivo

Bloco de Rega, encontrava-se previsto no âmbito do plano de ordenamento e desenvolvimento regional,

nomeadamente no Programa Específico de Desenvolvimento Integrado da Zona do Alqueva (PEDIZA).

Pela leitura das Plantas de ordenamento do PDM de Beja verifica-se que a área de estudo encontra-se

incluída maioritariamente na classe de Espaços Agrícolas – Culturas Agrícolas.

 A área a beneficiar pelo Bloco de Rega de Baleizão-Quintos encontra-se classificada quase na

totalidade como RAN, existindo também várias áreas classificadas como REN, principalmente como

Cabeceiras das linhas de água.

 Apesar das restrições impostas, o Decreto-lei n.º 21-A/98, de 6 de Fevereiro cria um regime especial às

expropriações necessárias à realização do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, onde o projecto

em análise se integra, aos bens e ao domínio a afectar a este Empreendimento e ás acções específicas de

execução do projecto. Assim, são autorizadas acções relacionadas com a execução de empreendimento,nomeadamente acessos, aterros, escavações, entre outras, incluindo nas áreas de RAN e REN.

6.11. Agrossistemas

6.11.1. Considerações Gerais

 A importância do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, do qual o Circuito Hidráulico de

Baleizão-Quintos e Respectivo Blocos de Rega é parte integrante, determina uma apresentação dos

aspectos mais pertinentes que caracterizam os agrossistemas nele representados.

O projecto em apreço irá desenvolver-se na região do Baixo Alentejo, no distrito de Beja, concelho de

Beja (freguesias de Baleizão, Cabeça Gorda, Nossa Senhora das Neves, Quintos, Salvada, Salvador, São

João Baptista e Santa Clara de Louredo), que se inserem na sub-região do Baixo Alentejo (NUT III) e na

região Alentejo (NUT II).

 A informação de base utilizada na caracterização da componente de Agrossistemas, é proveniente de

informação disponibilizada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em particular no que respeita aos

dados compilados nos Anuários Estatísticos Regionais, nos Recenseamentos Gerais da População e da

Habitação e no Recenseamento Geral Agrícola, assim como no levantamento de campo efectuado.

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VOLUME 1 - RELATÓRIO 

O estudo foi ainda complementado com os elementos disponibilizados pelo Instituto de Financiamento à

 Agricultura e Pescas, para o ano 2009.

Refere-se ainda que, a principal fonte bibliográfica consultada para a elaboração do descritor

 Agrossistemas foi o “Estudo de Avaliação de Impacte Sócio-Económico da Componente Hidroagrícola do

 Alqueva” realizado pela Agrogés (2004).

6.11.2. Caracterização do sector agrícola

 A existência de aproveitamentos hidroagrícolas constitui um factor importante para o desenvolvimento

da base económica regional e local, pois vem minorar um importante estrangulamento ao desenvolvimento

do modelo agrícola regional e possibilita uma maior flexibilidade para dar resposta ao mercado, através da

diversificação dos sistemas culturais e do aumento das produtividades agrícolas.

 A afirmação da fileira estratégica do olival, que assenta numa cultura bem adaptada às condições

edafoclimáticas locais, garantindo desta forma a utilização racional dos recursos disponíveis, permitirá a

criação de dinâmicas específicas que terão efeitos em termos de ocupação cultural, sendo previsível o

aumento e consolidação das áreas ocupadas com o olival, bem como a melhoria da produções pecuária

em regime extensivo (pastagens de cobertura). A estas dinâmicas contrapõe-se a variação da superfície

ocupada por culturas cerealíferas de sequeiro/regadio em resposta às oscilações do mercado e à

alteração de políticas.

 Assim, do ponto de vista sócio-cultural, a receptividade de um projecto desta natureza assume particular

importância pela possibilidade de introdução de novas actividades que poderão desencadear conflitos de

interesses e indução de novos quadros de relações sociais, pelo que deverão ser consideradas medidas

de sensibilização para os benefícios sociais dos projectos hidroagrícolas.

No “Estudo de Avaliação de Impacte Sócio-Económico da Componente Hidroagrícola do Alqueva” foram

considerados como indicadores de caracterização social das explorações agrícolas:

  O indicador de envelhecimento do tecido empresarial agrícola;

  O indicador de qualificação do tecido empresarial agrícola;

  O indicador de pluriactividade do tecido empresarial agrícola;

  O indicador de plurrirendimento do tecido empresarial agrícola.

Verificou-se que:

  o envelhecimento dos produtores na área beneficiada pelo EFMA é inferior à do Alentejo, mas

bastante superior à média do Continente, o que demonstra a idade avançada da estrutura

empresarial da região (em média, existem 7,2 vezes mais produtores com mais de 65 anos do quecom menos de 34 anos);

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VOLUME 1 - RELATÓRIO 

  o grau de qualificação dos produtores agrícolas é ligeiramente superior ao valor apresentado para a

região do Alentejo e para o Continente;

  os produtores agrícolas na zona beneficiada estão bastante mais dependentes da actividade

agrícola do que na região do Alentejo e Continente; embora o número de produtores com

pluriactividade na zona beneficiada seja equivalente ao da zona do Alentejo, apresenta valores

bastante inferiores aos dos Continente; relativamente ao indicador de plurirrendimento, este é

inferior para os produtores da zona beneficiada.

 A agricultura continua a ter um papel muito importante na economia alentejana, com valores próximos

aos da indústria, especialmente devido à tradição agrícola desta região.

De acordo com os dados do Recenseamento Geral Agrícola (RGA) de 1999 no concelho de Bejaexistiam cerca de 1217 explorações (Quadro 6-85), das quais 602 encontravam-se na área geográfica das

freguesias em estudo, como se pode observar no quadro seguinte.

O Concelho de Beja possui 90 764 ha da superfície Agrícola Utilizada, da qual 14,42% localiza-se na

freguesia de Baleizão, onde a prática agrícola é intensiva, graças à área de terra arável, 9 292 ha do total

de 13 090 ha de SAU daquela freguesia.

Quadro 6-85 – Explorações segundo a utilização da terra (INE, RGA-1999).

Região/Concelho Unidades Explorações

Superfície

 Agrícola Utilizada

(SAU)

Matas e florestas

sem culturas sob-

coberto

Superfície

agrícola não

utilizada

Outrassuperfícies

BAIXO ALENTEJOExpl. (N.º)  9846 9467 943 403 6980

Área (ha)  673362 612540 47932 4242 8653

BEJAExpl. (N.º)  1217 1184 66 80 834

Área (ha)  97291 90764 3633 894 2001

BaleizãoExpl. (N.º)  84 82 6 5 67

Área (ha)  13549 13090 207 14 239

Cabeça Gorda

Expl. (N.º)  102 99 5 - 49

Área (ha)  6892 6616 198 - 78

Nossa Srª das NevesExpl. (N.º)  140 137 5 16 131

Área (ha)  5449 5025 288 74 62

QuintosExpl. (N.º)  68 65 10 7 62

Área (ha)  9508 8478 747 76 207

SalvadaExpl. (N.º)  109 106 4 2 53

Área (ha)  5069 4767 187 - 97

Beja (Salvador)Expl. (N.º)  34 33 2 3 30

Área (ha)  510 405 - 35 15

Santa Clara de Expl. (N.º)  36 35 4 1 32

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VOLUME 1 - RELATÓRIO 

Região/Concelho Unidades Explorações

Superfície

 Agrícola Utilizada

(SAU)

Matas e florestas

sem culturas sob-

coberto

Superfície

agrícola não

utilizada

Outras

superfícies

Louredo Área (ha)  6011 5497 373 - 133

Beja (São João

Baptista)

Expl. (N.º)  29 28 2 - 17

Área (ha)  1744 1174 - - 149

 A maior parte da superfície destas explorações corresponde a Superfície Agrícola Utilizada (SAU) cerca

de 91,0% e 93,3%, respectivamente para o Baixo Alentejo e concelho de Beja. Os dados do

Recenseamento Geral Agrícola (RGA) de 1999, referem que as explorações com 100 ou mais hectares de

SAU representam 1,4% do total, das quais 76,8% se situam na região do Alentejo, e detêm 52,7% da SAU

total.

Verifica-se que, a área total média das explorações no concelho de Beja é superior à área da região

onde se encontra inserida, o Baixo Alentejo (68,4 ha). Ao contrário do que se passa ao nível das outras

freguesias do concelho de Beja, a área média das exploração na freguesia de Baleizão é muito superior à

do concelho em que se encontra inserida, cerca de 161,3 ha.

 Analisando a estrutura das explorações agrícolas, nomeadamente no que se refere ao número de

blocos que compõem a exploração, pode-se verificar através dos valores apresentados no quadro

seguinte, que o número médio de blocos que compunham as explorações no concelho de Beja era de

3,61.

Quadro 6-86 – Superfície Agrícola Utilizada (INE, RGA-1999).

Parâmetro BAIXO ALENTEJO  BEJA

SAU por exploração (ha/exploração) 62,21 74,6

Blocos de SAU por exploração (n.º/exploração) 3,37 3,61

 Ao nível da Região do Baixo Alentejo a ocupação cultural incide sobretudo nas pastagens permanentes

(Quadro 6-87), já no concelho de Beja a ocupação cultural mais significativa são os cereais para grão,

principalmente o Trigo.

No concelho de Beja, das culturas permanentes que preenchem uma área de 4 311ha, 89,8%

constituem olival (Quadro 6-87). A predominância desta cultura generaliza-se em cerca de 90%,

percentagem que abrange todas as freguesias do concelho.

Quadro 6-87 – Uso e Ocupação do Solo (INE, RGA-1999).

CulturaBaixo Alentejo BEJA

Expl. (N.º) Área (ha) Expl. (N.º) Área (ha)

Culturas Temporárias 5 745 228 345 1 031 58 919

Cereais para grão 4 347 150 304 880 38 998

Leguminosas secas para grão 383 3 283 45 572

Prados temporários 110 4 353 18 859

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VOLUME 1 - RELATÓRIO 

CulturaBaixo Alentejo BEJA

Expl. (N.º) Área (ha) Expl. (N.º) Área (ha)

Culturas Forrageiras 1 602 27 203 141 2 463Batata 39 28 7 4

Beterraba Sacarina 46 964 25 318

Culturas industriais 1 629 38 425 496 15 162

Culturas hortícolas 836 3 785 144 543

Flores e plantas ornamentais 10 3 4 2

Sementes de culturas forrageiras 1 - - -

Sementes e propágulos de outras culturas

não lenhosas1 - - -

Outras culturas temporárias 1 - 1 -

Culturas Permanentes 6 087 57 332 630 4 311Frutos Frescos 427 1015 28 8

Citrinos 705 615 176 111

Frutos sub-tropicais 2 - - -

Frutos secos 174 1086 16 60

Olival 5 715 50 389 528 3 870

Vinha 812 4214 63 255

Viveiros 8 15 2 -

Pastagens Permanentes  2 546 192 818 157 18 038

Nos quadros seguintes apresenta-se os dados declarativos referentes ao concelho de Beja no âmbito

dos pedidos de ajuda, publicados no sítio do IFAP (www.ifap.pt), por grupo de cultura (Quadro 6-88) e portipo de cereal (Quadro 6-89).

Quadro 6-88 – Área declarada por Grupo Cultura (2009)

BEJA (1091 PRODUTORES INSCRITOS)

REGADIO  SEQUEIRO  SUBTOTAL 

Cereais 1 715 22 924 24 640

Oleaginosas 1 100 6924 8 025

Proteaginosas 36 1 211 1 247

Arroz 0 0 0

Olival 7 817 1 622 9 439

Superfícies Forrageiras 290 33 538 33 828

Outras Utilizações 848 11 646 12 494

Total 11 807 77 866 89 673

Fonte: IFAP - Instituto de Financiamento de Agricultura e Pescas, I.P. GPRC-APLE - Gabinete de Planeamento de Relações

Comunitárias.Regime de Pagamento Único (dados actualizados em Setembro de 2009).

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VOLUME 1 - RELATÓRIO 

Quadro 6-89 – Área declarada de cereais (2009)

BEJA (601 PRODUTORES INSCRITOS)

REGADIO  SEQUEIRO  SUBTOTAL 

Trigo Mole 410 6 677 7 087

Trigo Duro 425 1 894 2 319

Centeio 0 5 5

Cevada 716 7 572 8 288

Aveia para Grão 51 5 113 5 164

Milho 31 0 31

Sorgo 29 4 33

Triticale 53 1 660 1 713

Milho Silagem 0 0 0

Outros 0 0 0

Total 1 715 22 926 24 641

Fonte: IFAP - Instituto de Financiamento de Agricultura e Pescas, I.P. GPRC-APLE - Gabinete de Planeamento de Relações

Comunitárias.Regime de Pagamento Único (dados actualizados em Setembro de 2009). 

 Apesar das alterações verificadas no panorama agrícola desta região, uma das ocupações culturais

mais significativa, no concelho de Beja, continua a ser os cereais para grão, principalmente o Trigo.

Segundo os dados do Recenseamento Geral da Agricultura (RGA) de 1999, em termos regionais, a

forma de exploração por arrendamento fixo ou de campanha é mais utilizada na região do Alentejo, com

cerca de 17%.

No quadro seguinte, podemos verificar um predomínio das terras exploradas por conta própria, quer a

nível da região quer a nível do concelho em estudo (Quadro 6-90). No entanto a área da SAU arrendada

ronda os 23,6% no concelho de Beja.

Quadro 6-90 – Superfície Agrícola Utilizada por Forma de Exploração (INE, RGA-1999).

Região/Concelho Unidades

Superfície

agrícola

utilizada

(SAU)

Superfície

agrícola utilizada

(SAU) - Por conta

própria

Superfície

agrícola utilizada

(SAU) -

 Arrendamento

Superfície

agrícola utilizada

(SAU) - Outras

formas

Baixo AlentejoExpl. (N.º)  9467 8457 2119 589

Área (ha)  612535 406395 184388 21748

BEJAExpl. (N.º)  1184 1059 280 96

Área (ha)  90764 67111 21437 2217

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DO PROJECTO DE EXECUÇÃO 

VOLUME 1 - RELATÓRIO 

 A nível da repartição das explorações segundo a natureza jurídica do produtor, os valores apresentados

no quadro seguinte revelam existir um forte predomínio das explorações familiares (produtor singular

autónomo), representando cerca de 85,2% e 72,2% respectivamente para a Região do Baixo Alentejo econcelho de Beja.

 As explorações empresariais (produtor singular empresário) representam cerca de 11% na Região do

Baixo Alentejo representando as sociedades 3,5%, apresentando os restantes tipos de exploração

expressão quase nula (0,1%). Já a nível do concelho de Beja as explorações empresariais representam

cerca de 20,6% e as sociedades cerca de 6,3%, valores superiores ao da Região onde se encontra

inserida.

Quadro 6-91 – Repartição das Explorações Segundo a Natureza Jurídica (INE, RGA-1999).

Região/Concelho Unidades ExploraçõesProdutor singular

autónomo

Produtor singular

empresárioSociedades

Estado e pessoas

públicasOutras

Baixo AlentejoExpl. (N.º) 9846 8389 1082 342 19 14

Área (ha)  673362 272839 216006 111302 8793 3607

BEJAExpl. (N.º) 1217 879 251 77 5 5

Área (ha)  97291 22047 44355 22252 761 1352

6.11.3. População Agrícola

Como se pode observar no quadro seguinte a maior parte dos produtores agrícolas individuais são do

sexo masculino e concentram-se no escalão etário de 65 anos ou mais na região do Baixo Alentejo (cerca

de 38,7%) e no concelho de Beja (cerca de 38,2%). Verifica-se, mais uma vez, que o envelhecimento da

população, e no caso em análise, da população agrícola é um aspecto marcante da região em estudo.

Só uma percentagem reduzida dos produtores se encontra no escalão etário dos mais de 25 anos e

menos de 44 anos, cerca de 17,9% e 18,6% respectivamente para a região do Baixo Alentejo e concelho

de Beja.

Quadro 6-92 – Produtor Agrícola Singular (INE, RGA-1999).

ParâmetroBAIXO ALENTEJO

N.º de indivíduos

BEJA

N.º de indivíduos

Produtores 9471 1130

Sexo: Homens 8005 938

Sexo: Mulheres 1466 192

Idade: 15-24 anos 47 6

Idade: 25-34 anos 476 65

Idade: 35-44 anos 1170 139

Idade: 45-54 anos 1669 185

Idade: 55-64 anos 2446 304

Idade:≥65 anos 3663 431

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DO PROJECTO DE EXECUÇÃO 

VOLUME 1 - RELATÓRIO 

Relativamente ao nível de instrução do produtor agrícola singular verifica-se um predomínio dos graus

de escolaridade mais baixos como se pode observar no Quadro 6-93. Assim, verifica-se que cerca de

86,3% dos produtores agrícolas, no concelho de Beja, não têm nenhum grau de ensino ou só possuem oensino básico.

Pela análise do Quadro 6-93 verifica-se que a maior parte dos produtores agrícolas singulares

trabalham a tempo parcial na exploração, dedicando-lhes menos de metade do tempo de trabalho.

Cerca de 33,8% dos produtores no concelho de Beja têm actividade remunerada exterior à exploração,

sendo este número inferior ao nível da Região do Baixo Alentejo (cerca de 30,1%).

Só uma percentagem pequena dos agricultores se dedicam a tempo inteiro ao trabalho agrícola, cerca

de 19,3% na Região do Baixo Alentejo e cerca de 26,8% no concelho de Beja.

Verifica-se, ainda, que a maior parte dos produtores agrícolas singulares têm formação profissional

agrícola exclusivamente prática (cerca de 90,0% no concelho de Beja).

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DO PROJECTO DE EXECUÇÃO 

VOLUME 1 - RELATÓRIO 

Quadro 6-93 – Principais Indicadores considerados para caracterização do Produtor AgrícolaSingular (INE, RGA-1999).

Baixo Alentejo Beja

Homem / Mulher (nº indivíduos)

Produtor singular 9 471 1 130

 Autónomo  8 389 879

Empresário  1 082 251

Nível de instrução

Não sabe ler nem escrever   1 699 157

Sabe ler e escrever   1 305 108

Básico - 1º ciclo  4 378 489

Básico - 2º ciclo   706 92

Básico - 3º ciclo   590 129

Secundário agrícola   66 12

Secundário não agrícola   286 50

Politécnico / Superior agrícola   166 43

Politécnico / Superior não agrícola   275 50

Formação profissional agrícola

Exclusivamente prática  8 669 1 018

Curta duração   144 2

Longa duração   297 45

Longa e curta duração   129 10

Completa   232 55

Tempo de actividade agrícola

Tempo parcial  7 641 827

> 0 - < 25%  4 449 39025 - < 50%  1 458 242

50 - < 75%   716 112

75 - < 100%  1 018 83

Tempo completo  1 830 303

 Actividades remuneradas exterior à exploração

Principal  2 665 330

Sector primário   772 62

Sector secundário   492 50

Sector terciário  1 401 218

Secundária   193 52

Sector primário   88 30

Sector secundário   22 1

Sector terciário   83 21

Situação na profissão exterior à exploração

Patrão/empregador    295 62

Trabalhador por conta própria   629 84

Trabalhador por conta de outrem  1 864 206

Trabalhador familiar remunerado   10 4

Outra situação   60 26

Produtor singular dirigente  9 292 1 087

PRINCIPAIS INDICADORES

 

6.11.4. Efectivos Pecuários

No Quadro 6-94 apresenta-se a distribuição do número de efectivos pecuários e do número deexplorações pelo concelho e região em estudo.

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VOLUME 1 - RELATÓRIO 

Com base nos valores apresentados no quadro seguinte verifica-se que a espécie pecuária com um

maior número de explorações é a avícola, no concelho de Beja, e a ovina, na região do Baixo Alentejo.

 A produção ovina é objecto de Indicação Geográfica (Borrego do Baixo Alentejo) ou de Denominação de

Origem Protegida, no caso da produção bovina, particularmente da Carne Mertolenga e Alentejana.

Quadro 6-94 – Efectivos Pecuários (INE, RGA-1999).

Baixo Alentejo Beja

Expl (nº) Efectivo (nº) Expl (nº) Efectivo (nº)

BOVINOS 982 81 610 79 7 116

Bovinos com menos de 1 ano 728 18 518 62 1 842

Vitelos de carne (para abate < 1 ano)   2 ... - -

Outros vitelos   728 17 515 62 1 842

Machos   644 8 938 56 983Fêmeas   606 8 577 51 859

Bovinos de 1 a menos de 2 anos 485 12 430 43 662

Machos   198 3 323 21 106

Fêmeas reprodutoras   407 5 450 36 520

Fêmeas não reprodutoras   22 3 657 1 ...

Bovinos de 2 anos e mais 937 50 662 70 4 612

Machos   684 2 326 51 128

Novilhas reprodutoras   163 2 176 7 89

Novilhas não reprodutoras   8 45 - -

Vacas leiteiras   64 2 650 6 258

Outras vacas   871 43 465 62 4 137

SUÍNOS 1 654 77 053 104 8 274

Suínos com menos de 20 kg de PV   644 24 749 33 2 363

Fêmeas reprodutoras de 50 kg de PV e m   986 13 923 49 1 161

Outros suínos   1 472 38 381 93 4 750

OVINOS 3 097 511 038 273 52 569

Fêmeas reprodutoras   3 066 407 922 266 43 751

Outros ovinos   2 794 103 116 230 8 818

CAPRINOS 942 36 693 73 4 973

Fêmeas reprodutoras   932 31 289 71 4 365

Outros caprinos   660 5 404 54 608

EQUÍDEOS 1 300 3 291 107 411

Gado equino   521 2 294 85 376

Fêmeas reprodutoras   413 1 211 70 224

Outros equinos   323 1 083 50 152Gado asinino   389 454 14 21

Gado muar    511 543 14 14

COELHAS reprodutoras 221 1 205 23 691

AVES

Frangos de carne (inclui galos)   2 119 116 299 208 2 558

Galinhas poedeiras e reprodutoras   2 799 141 111 338 105 366

Perús   545 4 227 86 749

Patos, Gansos e Pintadas   932 9 780 135 1 658

ABELHAS

Número de colmeias povoadas   287 16 611 4 28

Número de cortiços povoados   208 3 490 4 28

PRINCIPAIS INDICADORES

 

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VOLUME 1 - RELATÓRIO 

No Quadro 6-95 apresentam-se os Pagamentos Complementares efectuados à comercialização de

Bovinos, Ovinos e Caprinos no concelho de Beja e na Região do baixo Alentejo.

Quadro 6-95 – Pagamentos Complementares Comercialização de Bovinos, Ovinos e Caprinos(IFAP, 2009).

BEJA 33 3 023 1 174 34 3 197

BAIXO ALENTEJO 68 4 538 9 708 77 5 246

Produtores

Inscritos (nº)Concelho/Região

BOVINOS

Animais

Declarados

(nº)

OVINOS E CAPRINOS TOTAL

Produtores

Inscritos

(nº)

Animais

Declarados

(nº)

Produtores

Inscritos

(nº)

Animais

Declarados

(nº)

 

6.11.5. Equipamentos Agrícolas

De acordo com os dados do RGA de 1999, o número médio de tractores por exploração era de 1,7% e

2,0%, respectivamente para a região do Baixo Alentejo e concelho de Beja (Quadro 6-96).

O número médio de Pulverizadores e polvilhadores por exploração era de cerca de 1,1% na região do

Baixo Alentejo e no concelho de Beja.

O número médio de semeadores por exploração era de cerca de 1,3% na região do Baixo Alentejo e de

1,4% no concelho em estudo.

Quadro 6-96 – Equipamentos Agrícolas (INE, RGA-1999).

EquipamentoBaixo Alentejo BEJA

Expl. (N.º) N.º Expl. (N.º) N.º

Tractores 4222 7058 606 1209

Tractores <55 CV 845 899 143 150

Tractores >55 CV 3646 6159 739 1059

Motocultivadores 226 231 43 44

Motoenxadas 106 106 19 19

Motoceifeiras 61 63 6 6Distribuidores de adubos e correctivos 2355 2673 411 477

Semeadores 1535 1990 333 474

Gadanheiras 843 934 109 119

Enfardadeiras 856 947 149 162

Ceifeiras debulhadoras 901 996 208 240

Pulverizadores e polvilhadores 1252 1435 282 320

6.11.6. Estrutura da Propriedade

 A estrutura da propriedade da área a beneficiar é típica do povoamento transtagano, onde se distinguem

grupos de grande e de pequena propriedade. Estes últimos localizam-se entre as freguesias de Salvada eCabeça Gorda.

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VOLUME 1 - RELATÓRIO 

Esta arquitectura tem reflexos ao nível da ocupação do solo e dos sistemas de produção agrícola. Com

os elementos disponíveis pode referir-se que na pequena propriedade predomina o olival e as culturas

hortícolas regadas a partir de poços e de pequenas searas de cereais praganosos.

Na grande propriedade predominante, nestes blocos de rega, o olival, a vinha, e a cultura cerealífera de

sequeiro são predominantes. Na zona mais junto ao rio Guadiana, nota-se uma predominância de

pastagens anuais e plurianuais, com vista à alimentação do gado (ovino e bovino de carne,

predominantemente).

Nos últimos anos tem-se assistido ao aumento da área beneficiada com regadio. No interior dos blocos

de rega podem observar-se manchas regadas com máquinas de rega do tipo “center-pivot” e de rega gota-

a-gota a partir de pequenas charcas/barragens.

No que se refere às infra estruturas de rega da área em estudo, destacam se as instalações do tipo

“Pivot” e gota a gota, que representam, conjuntamente, a maioria das infra estruturas de rega instaladas.

 As origens de água superficiais na área em estudo são efectuadas através de captações que se

localizam predominantemente ao longo de ribeiras, sendo a água armazenada em charcas e pequenas

barragens. Em alguns locais, mais próximos do rio, a água é bombada directamente do mesmo.

 A caracterização da estrutura da propriedade foi efectuada com base no cadastro fornecido pela EDIA.

Na figura seguinte apresenta-se a estrutura predial na área do Circuito Hidráulico de Baleizão-Quintos eRespectivo Bloco de Rega podendo visualizar-se alguns dos aspectos anteriormente referidos,

nomeadamente o predomínio da média propriedade na maior parte da área de estudo, à excepção da

zona envolvente da povoação de Salvada e a extremidade norte da área em estudo, a norte de N. Sr.ª Das

Neves, onde predomina a pequena propriedade.

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Figura 6-83 – Estrutura da propriedade na área do Projecto do Circuito Hidráulico de Baleizão-Quintos.

6.11.7. Desenvolvimento da Actividade Agrícola na Região

 As profundas transformações (ameaças e oportunidades) com que hoje se confrontam a agricultura e o

mundo rural em geral, impõem a necessidade de repensar a vocação, a funcionalidade e o próprio arranjo

espacial do território.

 A agricultura da zona, sob influência do EFMA tem viabilidade e sustentabilidade futura, e irá

previsivelmente sofrer profundas transformações. No geral, os sistemas tradicionais arvenses de sequeiro,

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hoje largamente dominantes na zona, tenderão a desaparecer por via da sua falta de competitividade. Os

únicos sistemas de sequeiro que revelam alguma sustentabilidade, no futuro, são os agro-pecuários e os

agro-silvo-pastoris extensivos.

 As actividades com possibilidade de expansão são: viticultura, olivicultura, fruticultura, horticultura,

culturas energéticas, forrageiras, actividades pecuárias (bovinos e ovinos) e floresta (montado de sobro).

Podemos então distinguir 2 grandes grupos de expansão ou de desenvolvimento agrícola da zona: o

primeiro composto por actividades já hoje com significado e tradição na região (vinha e vinho, olival e

azeite, produção animal extensiva e floresta); e, o segundo, incluindo novas actividades ou objectivos de

produção (leite, hortícolas, frutas e culturas energéticas).

Com o desenvolvimento e alargamento das áreas de regadio, e em particular na área do presenteprojecto, podemos considerar as seguintes potencialidades:

- a afirmação e penetração nos mercados interno e externo dos produtos com competitividade

assegurada, resultantes das actividades de produção hortícola, frutícola, vinho e azeite, e de

algumas actividades de produção de carne e leite de bovinos considerados como utilizadores das

áreas forrageiras de regadio previstas;

- a valorização no produtor dos produtos resultantes das culturas energéticas consideradas, da

qual irá depender, em última análise, a sua competitividade no futuro contexto de preços e

políticas agrícolas.

Por outro lado, estas potencialidades esbarram em alguns condicionalismos estruturais existentes,

principalmente no que diz respeito à fileira horto-frutícola (que mercados? que infra-estruturas?). Os

sectores da horticultura e da fruticultura deverão vir a assumir uma relevância económica muito importante

no futuro, sendo no entanto, difícil identificar um conjunto representativo e significativo de produtores de

hortícolas e de frutas.

Por outro lado não existe uma linha de produção até à comercialização, sendo necessário criar uma

eficiente rede de recolha, concentração, armazenagem, conservação, processamento, embalamento elogística de distribuição da produção, o que implica elevados investimentos e a não existência de tradição

na região neste tipo de produtos.

Os sumos e polpas são outras das saídas possíveis, embora este mercado esteja saturado.

Das entrevistas que foram efectuadas no âmbito deste trabalho, junto de agricultores que irão beneficiar

com a instalação do Circuito Hidráulico de Baleizão–Quintos, constatou-se que, actualmente e num

passado recente, foram/são as culturas cerealíferas de sequeiro e a beterraba de regadio as culturas com

mais sucesso na zona. No entanto, com a implantação do projecto, constata-se que há um desejo bastante

acentuado de passar as culturas cerealíferas de sequeiro para regadio (trigo duro de regadio), bem como a

implantação de olival, vinha, e a obtenção de melhores pastagens para o gado (em particular, ovinos e

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VOLUME 1 - RELATÓRIO 

bovinos, por esta ordem). O girassol de regadio, que já tem expressão na região (embora não esteja

espelhada nos dados do gráfico, uma vez que os agricultores entrevistados não mencionaram a cultura

como sendo uma das realizadas por eles próprios) irá sofrer também um aumento em termos de área acultivar, não sendo alheio a este facto a procura deste tipo de culturas para a indústria do biodiesel.

Figura 6-84 – Culturas actuais/passado recente e culturas expectadas para o futuro em função da %de agricultores entrevistados.

Salienta-se o facto de a maioria dos agricultores, senão todos, terem bastantes dúvidas quanto à

produção de culturas hortícolas na região. Os factos para tal resistência prendem-se com a falta de

formação específica nesta área, com os grandes investimentos necessários e com a dificuldade em

garantir o escoamento dos produtos.

Os resultados obtidos pelas entrevistas de campo e as preocupações manifestadas pelos agricultores,

acabam por estar de acordo com o Estudo de Avaliação de Impacte Sócio-Económico da Componente

Hidroagrícola (EAISECH) do EFMA, em particular com o diagrama síntese das recomendações, o qual

chama a atenção para três tipos de decisões fundamentais, que envolvem a definição de mercados alvo,

políticas de marketing a desenvolver (produto, preço, distribuição e comunicação) e investimentos a

realizar. Este diagrama é apresentado na página seguinte.

0

5

10

15

20

25

30     %

Hoje

Futuro

Hoje   18 24 12 6 6 6 6 6 12 6 0

Futuro   7 7 14 7 0 0 29 0 0 29 7

Cereais

Sequeiro

Beterraba

Regadio

Pastagens

melhorada

  Vinha Algodão  Girassol

Sequeiro

Cereais

Regadio

  Melão Cebolas Olival  Girassol

Regadio

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Figura 6-85 – Diagrama síntese das recomendações do EAISECH

Estudo de Avaliação do Impacte Sócio-Económico da Componente Hidroagrícola (EAISECH) do EFMA

1º Nível

Estudo DetalhadoSoluções ou de

 Alternativas de Projectode Rega

(Finalidades da água? Formae modo de distribuição?)

Estudo de OrdenamentoCultural – cartas depotencial agrícola

(o quê? Onde?)

Estudo Prospectivo doInteresse de Intervençãona Estrutura Fundiária(Em que situações? Onde?) 

2º Nível

Plano/programa de formaçãotécnico-profissional

(Conteúdos? Programação?) 

Estudo da fileiravitivinícola

(Que mercados?Políticas deMarketing)

Estudo da fileirahorto-frutícola

(Que mercados?Políticas deMarketing)

Estudo da fileiraoleícola

(Que mercados?Políticas deMarketing)

Estudo da fileiraenergética

(Que mercados?Políticas deMarketing)

Estudo da fileirada carne e do

leite(Que mercados?

Políticas deMarketing)

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6.11.8. Síntese

O reconhecimento de campo permitiu constatar um interesse generalizado no regadio, através do

número de parcelas com sistemas de rega instalados. A beneficiação destes regadios é actualmente

efectuada a partir de charcas/ reservatórios e/ou a partir de furos.

 A estrutura da propriedade da área a beneficiar é típica do povoamento transtagano, onde se distinguem

grupos de grande e de pequena propriedade. Estes últimos localizam-se entre as freguesias de Salvada e

Cabeça Gorda.

Em relação à ocupação do solo no concelho de Beja incide sobretudo nos cereais para grão,

principalmente o Trigo, o mesmo se verificando na área abrangida pelos Blocos de Rega de Baleizão-

Quintos.

Verifica-se que a espécie pecuária com um maior número de explorações é a avícola, no concelho de

Beja, logo seguida da ovina. Na área abrangida pelos Blocos de Rega de Baleizão-Quintos foram

observadas algumas explorações de ovinos em regime extensivo e suiniculturas (extensivo e intensivo).

Em relação à população agrícola, os produtores agrícolas são maioritariamente homens (cerca de 83%)

e a classe está bastante envelhecida (65% tem mais de 55 anos). O nível de instrução é, na maior parte

dos casos (86%), básico ou nenhum, sendo este último caso ainda bastante elevado.

6.12. Sócio-economia

6.12.1. Considerações Gerais

O Alentejo dispõe de uma população residente que corresponde a cerca de 5% da população de

Portugal, distribuída por uma área equivalente a um terço do território nacional, consequentemente, é a

região portuguesa de menor densidade populacional. Esta situação é o efeito de um ordenamento

territorial proveniente de especificidades históricas como a agricultura extensiva, pouco propícia à

concentração populacional e, num passado mais recente, pelo despovoamento derivado do êxodo rural

que, apesar de ter ocorrido em todo o país, assumiu particular destaque no Alentejo (Relatório Ambiental

 Avaliação Ambiental Estratégica do PROT Alentejo, 2008).

O efectivo demográfico tem registado um continuado decréscimo, motivado pelo agravamento do saldo

natural, generalizado a toda a região, mas afectando, com maior intensidade, algumas sub-regiões, em

consequência dos baixos níveis da fecundidade, que caíram para valores muito abaixo dos limites de

substituição das gerações. A mortalidade, condicionada pela concentração de efectivos populacionais nos

escalões etários mais idosos, regista valores significativamente superiores à média nacional (Relatório

 Ambiental Avaliação Ambiental Estratégica do PROT Alentejo, 2008).

 A estrutura populacional é marcada por altos índices de envelhecimento, juntamente com um padrão deníveis baixos de habilitação escolar, que conferem à população activa níveis baixos de formação e de