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www.dhv.pt EIA da Linha de Tratamentos Especiais da Unidade Fabril de Évora Relatório DHV, S.A. Rua Dr. António Loureiro Borges, nº 5, 4º andar Arquiparque - Miraflores 1495-131 Algés - PORTUGAL T +351 214 127 400 F +351 214 127 490 E [email protected] Julho | 2009 E25409 Técnico

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Relatório

DHV, S.A.Rua Dr. António Loureiro Borges, nº 5, 4º andarArquiparque - Miraflores1495-131 Algés - PORTUGALT +351 214 127 400F +351 214 127 490E [email protected]

Julho | 2009

E25409

Técnico

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Estudo de Impacte Ambiental da Unidade de Tratamentos Especiais da Embraer Portugal Estruturas Metálicas, S.A. em Évora

25409_Proj_Amb_EIA_INDICE_0000 | i

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1

1.1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJECTO, DA FASE EM QUE SE ENCONTRA E DO PROPONENTE............................................................................................................................1

1.2. IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE LICENCIADORA..................................................................2

1.3. IDENTIFICAÇÃO DOS RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO EIA...............................2

2. METODOLOGIA GERAL E ESTRUTURA DO EIA ...................................................... 3

2.1. METODOLOGIA GERAL............................................................................................................3

2.2. ESTRUTURA DO EIA .................................................................................................................4

3. OBJECTIVOS E JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO ..................................................... 5

3.1. OBJECTIVOS DO EIA ................................................................................................................5

3.2. DESCRIÇÃO DOS ANTECEDENTES, OBJECTIVOS E DA NECESSIDADE DO PROJECTO.....................................................................................................................................................5

3.3. CONFORMIDADE COM OS INSTRUMENTOS DE GESTÃO TERRITORIAL..........................6

4. DESCRIÇÃO DO PROJECTO ..................................................................................... 9

4.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS......................................................................................................9

4.2. LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO ...............................................................................................9

4.2.1. Localização espacial e administrativa do Projecto.................................................................................. 9

4.2.2. Indicação de áreas sensíveis.................................................................................................................. 9

4.2.3. Instrumentos de Gestão Territorial em vigor ......................................................................................... 10

4.2.4. Condicionantes, Servidões e Restrições de Utilidade Pública .............................................................. 10

4.2.5. Equipamentos e Infra-estruturas relevantes potencialmente afectadas................................................ 10

4.3. DESCRIÇÃO GERAL DO PROJECTO ....................................................................................13

4.3.1. Considerações iniciais .......................................................................................................................... 13

4.3.2. Lay-out geral da unidade industrial ....................................................................................................... 13

4.4. DESCRIÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO...........................................................................15

4.4.1. Maquinação .......................................................................................................................................... 15

4.4.2. Linha de inspecção por Líquido Penetrante.......................................................................................... 16

4.4.3. Shot Peening ........................................................................................................................................ 16

4.4.4. Linha de tratamento de superfície de alumínio ..................................................................................... 17

4.5. MONTAGEM DAS ESTRUTURAS...........................................................................................18

4.6. PROCESSO DE PINTURA .......................................................................................................19

4.7. INFRA-ESTRUTURAS ASSOCIADAS.....................................................................................20

4.7.1. Sistemas eléctricos ............................................................................................................................... 20

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ii | 25409_Proj_Amb_EIA_INDICE_0000

4.7.2. Rede de abastecimento de água .......................................................................................................... 21

4.7.3. Rede de abastecimento de gás natural................................................................................................. 21

4.7.4. Sistema de drenagem de águas pluviais .............................................................................................. 21

4.7.5. Caldeiras............................................................................................................................................... 21

4.7.6. Rede de saneamento e ETEI................................................................................................................ 21

4.7.7. Torres de Refrigeração ......................................................................................................................... 23

4.8. DESCRIÇÃO GERAL DA FASE DE CONSTRUÇÃO .............................................................23

4.8.1. Actividades previstas na fase de construção ........................................................................................ 23

4.8.2. Materiais e energia utilizados e produzidos .......................................................................................... 24

4.8.3. Efluentes, resíduos e emissões previsíveis .......................................................................................... 24

4.9. DESCRIÇÃO GERAL DA FASE DE EXPLORAÇÃO..............................................................25

4.9.1. Actividades da fase de exploração........................................................................................................ 25

4.9.2. Mão-de-obra envolvida ......................................................................................................................... 26

4.9.3. Materiais e energia utilizados e produzidos .......................................................................................... 26

4.9.4. Efluentes, resíduos e emissões previsíveis .......................................................................................... 30

4.9.5. Prevenção e controlo integrado da poluição ......................................................................................... 39

5. CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO PROJECTO..................... 43

5.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS....................................................................................................43

5.2. CLIMA .......................................................................................................................................43

5.2.1. Introdução ............................................................................................................................................. 43

5.2.2. Temperatura ......................................................................................................................................... 44

5.2.3. Precipitação .......................................................................................................................................... 45

5.2.4. Vento..................................................................................................................................................... 46

5.2.5. Evaporação e insolação........................................................................................................................ 46

5.2.6. Humidade Relativa................................................................................................................................ 47

5.2.7. Nebulosidade, nevoeiro e geada........................................................................................................... 47

5.3. GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA..........................................................................................48

5.3.1. Considerações iniciais .......................................................................................................................... 48

5.3.2. Caracterização geomorfológica ............................................................................................................ 48

5.3.3. Caracterização geológica...................................................................................................................... 50

5.3.4. Tectónica .............................................................................................................................................. 51

5.3.5. Análise sísmica ..................................................................................................................................... 52

5.3.6. Recursos geológicos............................................................................................................................. 53

5.3.7. Valores Patrimoniais ............................................................................................................................. 53

5.4. HIDROGEOLOGIA....................................................................................................................54

5.4.1. Considerações iniciais .......................................................................................................................... 54

5.4.2. Enquadramento hidrogeológico ............................................................................................................ 54

5.4.3. Aspectos hidráulicos e qualitativos ....................................................................................................... 54

5.4.4. Pontos de água..................................................................................................................................... 56

5.4.5. Vulnerabilidade ..................................................................................................................................... 58

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Estudo de Impacte Ambiental da Unidade de Tratamentos Especiais da Embraer Portugal Estruturas Metálicas, S.A. em Évora

25409_Proj_Amb_EIA_INDICE_0000 | iii

5.5. SOLOS E CAPACIDADE DE USO DOS SOLOS ....................................................................59

5.5.1. Considerações iniciais .......................................................................................................................... 59

5.5.2. Solos..................................................................................................................................................... 60

5.5.3. Capacidade de uso dos solos ............................................................................................................... 66

5.6. OCUPAÇÃO ACTUAL DO SOLO ............................................................................................68

5.6.1. Considerações iniciais .......................................................................................................................... 68

5.6.2. Classes de Ocupação do Solo.............................................................................................................. 68

5.7. RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS .................................................................................77

5.7.1. Enquadramento regional....................................................................................................................... 77

5.7.2. Condições hidrológicas locais............................................................................................................... 78

5.7.3. Usos da água e fontes de poluição....................................................................................................... 83

5.7.4. Qualidade da água................................................................................................................................ 84

5.8. ECOLOGIA................................................................................................................................85

5.8.1. Considerações iniciais .......................................................................................................................... 85

5.8.2. Identificação de Grandes Condicionantes............................................................................................. 96

5.8.3. Flora e Vegetação................................................................................................................................. 96

5.8.4. Fauna.................................................................................................................................................... 98

5.8.5. Biótopos e habitats.............................................................................................................................. 108

5.9. PAISAGEM..............................................................................................................................116

5.9.1. Características gerais da paisagem.................................................................................................... 116

5.9.2. Unidades de Paisagem....................................................................................................................... 118

5.9.3. Acessibilidade Visual da área de implantação do Projecto ................................................................. 124

5.10.ASPECTOS SÓCIO-ECONÓMICOS......................................................................................129

5.10.1. Considerações iniciais ........................................................................................................................ 129

5.10.2. Enquadramento regional..................................................................................................................... 130

5.10.3. Demografia ......................................................................................................................................... 134

5.10.4. Quadro Social e Recursos Humanos.................................................................................................. 138

5.10.5. Dinâmica Económica .......................................................................................................................... 148

5.10.6. O Aeródromo de Évora ....................................................................................................................... 161

5.10.7. Tecnologia, Investigação e Desenvolvimento ..................................................................................... 163

5.10.8. Acessibilidades e Mobilidade .............................................................................................................. 164

5.11.AMBIENTE SONORO ............................................................................................................168

5.11.1. Considerações iniciais ........................................................................................................................ 168

5.11.2. Caracterização do ambiente acústico de referência ........................................................................... 172

5.12.QUALIDADE DO AR ..............................................................................................................180

5.12.1. Considerações iniciais ........................................................................................................................ 180

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iv | 25409_Proj_Amb_EIA_INDICE_0000

5.12.2. Análise dos dados de qualidade do ar ................................................................................................ 180

5.12.3. Emissões no concelho de Évora......................................................................................................... 181

5.12.4. Principais fontes emissoras situadas na proximidade da área de intervenção do Projecto ................ 182

5.13.PATRIMÓNIO ARQUITECTÓNICO, ARQUEOLÓGICO E ETNOGRÁFICO........................184

5.13.1. Considerações iniciais ........................................................................................................................ 184

5.13.2. Fisiografia ........................................................................................................................................... 187

5.13.3. Toponímia ........................................................................................................................................... 187

5.13.4. Pesquisa documental.......................................................................................................................... 189

5.14.ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E PLANEAMENTO MUNICIPAL ................................204

5.14.1. Considerações iniciais ........................................................................................................................ 204

5.14.2. Programa Nacional da Politica de Ordenamento do Território............................................................ 204

5.14.3. Plano de Bacia Hidrográfica do Rio Sado........................................................................................... 208

5.14.4. PROT Alentejo .................................................................................................................................... 209

5.14.5. Plano Regional de Ordenamento Florestal do Alentejo Central.......................................................... 215

5.14.6. Plano Director Municipal de Évora...................................................................................................... 218

6.PROJECÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA ..................................................... 223

7.ANÁLISE DE IMPACTES AMBIENTAIS ................................................................... 224

7.1.CONSIDERAÇÕES INICIAIS ...................................................................................................224

7.2.CLIMA.......................................................................................................................................227

7.3.GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA..........................................................................................227

7.3.1. Fase de Construção............................................................................................................................ 227

7.3.2. Fase de Exploração ............................................................................................................................ 227

7.4.HIDROGEOLOGIA ...................................................................................................................228

7.4.1. Fase de Construção............................................................................................................................ 228

7.4.2. Fase de Exploração ............................................................................................................................ 228

7.5.SOLOS E CAPACIDADE DE USO DOS SOLOS....................................................................228

7.5.1. Considerações iniciais ........................................................................................................................ 228

7.5.2. Fase de Construção............................................................................................................................ 229

7.5.3. Fase de exploração............................................................................................................................. 229

7.6.OCUPAÇÃO ACTUAL DO SOLO............................................................................................230

7.6.1. Fase de Construção............................................................................................................................ 230

7.6.2. Fase de Exploração ............................................................................................................................ 230

7.7.RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS.................................................................................230

7.7.1. Fase de construção............................................................................................................................. 230

7.7.2. Fase de exploração............................................................................................................................. 233

7.8.ECOLOGIA ...............................................................................................................................235

7.8.1. Metodologia ........................................................................................................................................ 235

7.8.2. Fase de construção............................................................................................................................. 237

7.8.3. Fase de exploração............................................................................................................................. 237

7.9.PAISAGEM ...............................................................................................................................240

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Estudo de Impacte Ambiental da Unidade de Tratamentos Especiais da Embraer Portugal Estruturas Metálicas, S.A. em Évora

25409_Proj_Amb_EIA_INDICE_0000 | v

7.9.1. Considerações iniciais ........................................................................................................................ 240

7.9.2. Fase de Construção............................................................................................................................ 240

7.9.3. Fase de Exploração ............................................................................................................................ 241

7.10.ASPECTOS SOCIO-ECONÓMICOS......................................................................................242

7.10.1. Considerações Iniciais ........................................................................................................................ 242

7.10.2. Fase de Construção............................................................................................................................ 242

7.10.3. Fase da Exploração ............................................................................................................................ 243

7.11.AMBIENTE SONORO ............................................................................................................246

7.11.1. Considerações iniciais ........................................................................................................................ 246

7.11.2. Fase de Construção............................................................................................................................ 254

7.11.3. Fase de Exploração ............................................................................................................................ 256

7.12.QUALIDADE DO AR ..............................................................................................................261

7.12.1. Fase de construção............................................................................................................................. 261

7.12.2. Fase de exploração............................................................................................................................. 266

7.13.PATRIMÓNIO ARQUITECTÓNICO, ARQUEOLÓGICO E ETNOGRÁFICO........................274

7.13.1. Considerações iniciais ........................................................................................................................ 274

7.13.2. Diagnóstico de Impactes..................................................................................................................... 278

7.14.ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO......................................................................................279

7.14.1. Considerações Iniciais ........................................................................................................................ 279

7.14.2. Impactes prospectivados .................................................................................................................... 279

8. ANÁLISE DE RISCO................................................................................................ 281

8.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS..................................................................................................281

8.2. METODOLOGIA DE ANÁLISE DE RISCO – FMEA..............................................................281

8.3. IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES DE INFORMAÇÃO DISPONÍVEIS....................................282

8.4. IDENTIFICAÇÃO DOS FACTORES DE RISCO ....................................................................282

8.4.1. Fase de construção............................................................................................................................. 282

8.4.2. Fase de exploração............................................................................................................................. 283

8.5. IDENTIFICAÇÃO DOS MEIOS DE DETECÇÃO E PREVENÇÃO ........................................286

8.5.1. Fase de construção............................................................................................................................. 286

8.5.2. Fase de exploração............................................................................................................................. 286

8.6. CLASSIFICAÇÃO DOS FACTORES DE RISCO IDENTIFICADOS......................................288

8.7. AVALIAÇÃO DO NPR E IDENTIFICAÇÃO DOS FACTORES DE RISCO CRÍTICOS.........293

8.8. RECOMENDAÇÕES...............................................................................................................294

9. MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO DE IMPACTES E DE GESTÃO AMBIENTAL .......... 295

9.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS..................................................................................................295

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vi | 25409_Proj_Amb_EIA_INDICE_0000

9.2. MEDIDAS A IMPLEMENTAR PREVIAMENTE À FASE DE CONSTRUÇÃO ......................295

9.3. MEDIDAS DE GESTÃO AMBIENTAL APLICÁVEIS À FASE DE CONSTRUÇÃO .............296

9.3.1. Considerações Iniciais ........................................................................................................................ 296

9.3.2. Fase de pré-obra................................................................................................................................. 296

9.3.3. Fase de execução da obra.................................................................................................................. 296

9.4. MEDIDAS DE GESTÃO AMBIENTAL APLICÁVEIS À FASE DE EXPLORAÇÃO..............300

10.MONITORIZAÇÃO................................................................................................... 303

10.1.CONSIDERAÇÕES INICIAIS .................................................................................................303

10.2 EFLUENTES LÍQUIDOS.........................................................................................................303

10.3.ÁGUAS PLUVIAIS..................................................................................................................305

10.4 EFLUENTES GASOSOS ........................................................................................................307

10.5.EMISSÕES DE RUÍDO...........................................................................................................308

11.LACUNAS DE CONHECIMENTO............................................................................ 311

12.CONCLUSÕES........................................................................................................ 312

13.BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................... 314

FIGURAS

Figura 4.2.1 – Enquadramento da área de implantação do Projecto ............................................................... 11

Figura 4.33.1 – Lay-out da Unidade Industrial da “EMBRAER Portugal Estruturas Metálicas, S.A.” ............... 14

Figura 4.7.1 – Distribuição de tensões na Unidade Industrial da EMBRAER................................................... 20

Figura 4.7.2 – diagrama representativo do processo de tratamento de efluentes industriais........................... 22

Figura 4.9.1 – Produtos a fabricar na Unidade Industrial da EMBRAER.......................................................... 30

Figura 4.9.2 – Perspectiva dos elementos a construir e localização das principais chaminés......................... 33

Figura 5.2.1 – Normais da temperatura mínima e máxima do ar de Évora, 1951-1980................................... 44

Figura 5.2.2 – Normais dos valores de precipitação diária de Évora, 1951-1980 ............................................ 45

Figura 5.2.3 -Rosa-dos-ventos referente às normais dos valores médios anuais de velocidade e frequência do vento de Évora, 1951-1980 .............................................................................................................................. 46

Figura 5.3.1 – Extracto da Carta Geológica para a área de estudo ................................................................. 49

Figura 5.4.1 – Pontos de água identificados na área em estudo ..................................................................... 57

Figura 5.5.1 – Implantação do Projecto sobre a Carta de Solos ...................................................................... 61

Figura 5.5.2 – Implantação do Projecto sobre a Carta de Capacidade de Uso dos Solos ............................... 62

Figura 5.6.1 – Carta de uso do solo ................................................................................................................. 71

Figura 5.7.1 – Inserção do Projecto nas bacias hidrográficas do rio Sado e do rio Xarrama........................... 79

Figura 5.7.2 – Localização de linhas de água na área em estudo e respectivas bacias hidrográficas............. 80

Figura 5.7.3 – Configuração da rede de drenagem de águas pluviais geradas no PIAE, após execução da rede de drenagem de águas pluviais projectada.............................................................................................. 82

Figura 5.8.1 – Locais de amostragem de Flora e Fauna.................................................................................. 87

Figura 5.8.2 – Abundância relativa de aves observadas num raio de 100m nos pontos de amostragem realizados na área de estudo ......................................................................................................................... 103

Figura 5.8.3 – Riqueza específica de aves observadas num raio de 100m nos pontos de amostragem realizados na área de estudo ......................................................................................................................... 104

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Estudo de Impacte Ambiental da Unidade de Tratamentos Especiais da Embraer Portugal Estruturas Metálicas, S.A. em Évora

25409_Proj_Amb_EIA_INDICE_0000 | vii

Figura 5.8.4 – Densidade de aves observadas num raio de 50 m nos pontos de amostragem realizados na área de estudo ............................................................................................................................................... 104

Figura 5.8.5 – Diversidade de Shannon-Wienner para as aves observadas num raio de 100m nos pontos de amostragem realizados na área de estudo .................................................................................................... 105

Figura 5.8.6 – Carta de Biótopos.................................................................................................................... 111

Figura 5.9.1 – Unidades de Paisagem ........................................................................................................... 121

Figura 5.9.2 – Carta de acessibilidade visual................................................................................................. 127

Figura 5.10.1 – Síntese do Sistema Urbano Regional ................................................................................... 131

Figura 5.10.2 - Taxa de Analfabetismo, 1991-2001 ....................................................................................... 139

Figura 5.10.3 – Taxa de Desemprego no 1º Trimestre de 2009..................................................................... 141

Figura 5.10.4 - Poder de Compra da População Residente, 2005................................................................. 147

Figura 5.10.5 - Dinamismo relativo ao Poder de Compra da População Residente, 2005............................. 147

Figura 5.10.6 – Representatividade regional e sub-regional do comércio internacional operado no concelho de Évora.............................................................................................................................................................. 149

Figura 5.10.7 – Proporção de Hóspedes Estrangeiros, 2007......................................................................... 156

Figura 5.10.8 – Principais Origens dos Hóspedes nos Estabelecimentos Hoteleiros do concelho de Évora, 2007 ............................................................................................................................................................... 157

Figura 5.10.9 – Evolução do Movimento de Aeronaves no Aeródromo de Évora, 2003-2006 ....................... 162

Figura 5.10.10 – Proporção de VAB em sectores de alta e média-alta tecnologia......................................... 163

Figura 5.10.11– Acessibilidades da Cidade de Évora.................................................................................... 166

Figura 5.11.1 – Identificação das Situações Acústicas e localização dos pontos de medição de ruído......... 175

Figura 5.13.1 - Património Arqueológico, Arquitectónico e Etnográfico ......................................................... 188

Figura 5.14.1 - Sistema urbano e acessibilidades em Portugal Continental .................................................. 207

Figura 5.14.2 - Âmbito territorial do Plano de Bacia Hidrográfica do Sado .................................................... 208

Figura 5.14.3 – Modelo Territorial definido no PROT Alentejo ....................................................................... 211

Figura 5.14.4 - PROT – Sistema de base económica regional ..................................................................... 214

Figura 5.14.5 - Integração do concelho de Évora nas sub-regiões homogéneas delimitadas pelo PROF AC217

Figura 7.11.1 – Mapas do Ruído Particular (estimado) associado à fase de exploração do Projecto............ 259

Figura 7.12.1 – Receptores sensíveis potencialmente afectados pela execução das obras – Qualidade do ar....................................................................................................................................................................... 263

Figura 7.12.2 – Padrão de distribuição das concentrações médias anuais (µg/m3) de COV ao nível do solo....................................................................................................................................................................... 273

FOTOGRAFIAS

Fotografia 5.7.1 - Aspecto das linhas de águas existentes na área de implantação do PIAE, previamente à execução das obras do loteamento industrial (1) FONTE: EIA do PIAE, DHV, 2009....................................... 81

Fotografias 5.7.2 – Aspecto das linhas de águas existentes na área de implantação do PIAE, previamente à execução das obras do loteamento industrial (2) FONTE: EIA do PIAE, DHV, 2009....................................... 81

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Fotografia 5.7.3 – Charca existente na propriedade adjacente à área de implantação do Projecto, alimentada pelo afluente 3.................................................................................................................................................. 83

Fotografia 5.9.1 – Linha de água recortada no relevo suave da área de estudo ........................................... 116

Fotografia 5.9.2 – Vista da área envolvente Projecto, com o Bairro de Almeirim ao fundo............................ 117

Fotografia 5.9.3 – Quinta do século XVII situada na envolvente à área de implantação do Projecto (“Monte da Serralheira”) ................................................................................................................................................... 117

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Estudo de Impacte Ambiental da Unidade de Tratamentos Especiais da Embraer Portugal Estruturas Metálicas, S.A. em Évora

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Fotografia 5.9.4 – Área de expansão urbana ................................................................................................. 119

Fotografia 5.9.5 – Aeródromo de Évora ......................................................................................................... 123

Fotografia 5.9.6 – Área agrícola com a cidade de Évora ao fundo................................................................. 124

Fotografia 5.13.1 – Área de afectação do projecto previamente às obras do Loteamento Municipal do Parque de Indústria Aeronáutica de Évora ................................................................................................................. 194

Fotografia 5.13.2 – Arruamentos e valas que delimitam o Lote A – II, Unidade de Tratamentos Especiais da Embraer Portugal Estruturas Metálicas, S.A.. ................................................................................................ 194

Fotografia 5.13.3 – Processo de deposição de sedimentos, terraplanagem e compactação para anular declive natural do terreno. .......................................................................................................................................... 195

Fotografia 5.13.4 – Aspecto geral da calçada em fase de escavação e registo............................................. 196

Fotografia 5.13.5 – A orientação sudeste/noroeste do troço de calçada conservado orienta-a no sentido da Ponte sobre a Ribeira de Xarrama. ................................................................................................................ 196

QUADROS

Quadro 4.9.1 – Consumo inicial e mensal de produtos químicos na linha de tratamentos especiais e na linha de inspecção por líquidos penetrantes............................................................................................................. 27

Quadro 4.9.2 – Consumo mensal de produtos químicos no processo de montagem e pintura ....................... 27

Quadro 4.9.3 – Quantidades máximas armazenadas dos diversos produtos químicos utilizados ................... 28

Quadro 4.9.4 – Factores de emissão para tráfego rodoviário .......................................................................... 35

Quadro 4.9.5 – Emissões anuais por km percorrido ........................................................................................ 35

Quadro 4.9.6 – Emissões de poluentes a partir das caldeiras a gás................................................................ 36

Quadro 4.9.7 – Emissões de poluentes da linha de tratamento de superfície ................................................. 37

Quadro 4.9.8 – Emissões de poluentes a partir das chaminés das cabines de pintura ................................... 37

Quadro 4.9.9 – Descrição dos resíduos gerados, quantidades geradas e destino adequado ......................... 38

Quadro 5.2.1 – Rosa-dos-ventos referente às normais dos valores médios anuais de velocidade e frequência do vento de Évora, 1951-1980 ......................................................................................................................... 46

Quadro 5.2.2 – Normais dos valores médios mensais de Evaporação e Insolação em Évora, 1951-1980 ..... 47

Quadro 5.2.3 – Normais dos valores de humidade relativa do ar (%) em Évora, 1951-1980........................... 47

Quadro 5.2.4 – Normais de Nebulosidade referentes à estação de Évora, 1951-1980 ................................... 48

Quadro 5.4.1 – Dados estatísticos de produtividade (em termos de caudais instantâneos) para o sector pouco produtivo das Rochas da ZOM (SAPPRIMZOM)................................................................................... 55

Quadro 5.4.2 – Estatísticas de alguns parâmetros físico-químicos das águas subterrâneas no sector pouco produtivo da ZOM (SAPPRIMZOM) –rochas ígneas........................................................................................ 56

Quadro 5.4.3 – Ponderadores atribuídos aos parâmetros dos índices DRASTIC............................................ 58

Quadro 5.4.4 – Características da Vulnerabilidade DRASTIC-Padrão para na área em estudo...................... 59

Quadro 5.4.5 – Características da Vulnerabilidade DRASTIC-Pesticidas na área em estudo ......................... 59

Quadro 5.5.1 – Tipos de solos ocorrentes na área de estudo.......................................................................... 65

Quadro 5.5.2 – Unidades de solos presentes na área em estudo, áreas ocupadas e respectivas importâncias relativas............................................................................................................................................................ 66

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x | 25409_Proj_Amb_EIA_INDICE_0000

Quadro 5.5.3 – Importância relativa das diferentes Capacidades de Uso do Solo na área em estudo............ 67

Quadro 5.6.1 – Ocupação do Solo na área de estudo ..................................................................................... 69

Quadro 5.6.2 – Descrição dos usos actuais do solo presentes na área de estudo.......................................... 73

Quadro 5.8.1 – Trabalhos bibliográficos consultados sobre a flora e vegetação da região em estudo............ 86

Quadro 5.8.2 – Critérios de definição dos tipos de ocorrência considerados para as espécies inventariadas para a área de estudo ...................................................................................................................................... 89

Quadro 5.8.3 – Localização dos transectos de amostragem por biótopo, para a caracterização da herpetofauna e mamofauna que ocorre na área de estudo ............................................................................. 90

Quadro 5.8.4 – Localização dos pontos de amostragem por biótopo, para a caracterização do grupo dos anfíbios que ocorre na área de estudo............................................................................................................. 90

Quadro 5.8.5 – Localização dos pontos de amostragem por biótopo, para a caracterização da avifauna que ocorre na área de estudo. ................................................................................................................................ 90

Quadro 5.8.6 – Localização dos pontos de amostragem por biótopo, para a caracterização da comunidade de quirópteros com ocorrência na área de estudo ................................................................................................ 92

Quadro 5.8.7 – Principais trabalhos consultados para a caracterização da área de estudo. ........................... 93

Quadro 5.8.8 – Resumo das entidades contactadas e informação recebida ................................................... 93

Quadro 5.8.9 – Lista de espécies de flora inventariadas para a área de estudo.............................................. 97

Quadro 5.8.10 - Número de espécies dos grupos faunísticos considerados que foram inventariadas para a área de estudo e respectivas categorias de ocorrência ................................................................................... 99

Quadro 5.8.11 – Espécies e número de indivíduos observados para cada ponto de amostragem considerado....................................................................................................................................................................... 100

Quadro 5.8.12 – Valores de densidade para cada espécie (nº médio de indivíduos/ha) para cada ponto de amostragem considerado............................................................................................................................... 102

Quadro 5.8.13 – Grupo e/ou espécies de quirópteros identificados por ponto de amostragem..................... 106

Quadro 5.8.14 – Lista das espécies com IVF superior a 5,0, tipo de ocorrência na área de estudo e biótopos presentes na área onde podem ocorrer ......................................................................................................... 107

Quadro 5.8.15 – Lista de espécies com interesse cinegético confirmadas para a área de estudo ................ 108

Quadro 5.8.16 – Área (ha) dos biótopos presentes na área de estudo e respectiva importância (%) relativa de cada um face ao total cartografado................................................................................................................ 109

Quadro 5.8.17 – Área (ha) dos biótopos presentes na área de estudo e respectiva percentagem face ao total de cada uma das áreas consideradas............................................................................................................ 113

Quadro 5.9.1 - Sensibilidade paisagística em função da qualidade e fragilidade visual ................................ 119

Quadro 5.10.1 - Enquadramento Regional da Área de Estudo ...................................................................... 133

Quadro 5.10.2 - Variação da População Residente, 1991-2001 .................................................................... 134

Quadro 5.10.3 - Densidade Populacional, 1991-2001.................................................................................... 135

Quadro 5.10.4 – Distribuição da População Residente pela Dimensão Populacional dos Lugares Censitários, 2001 ............................................................................................................................................................... 135

Quadro 5.10.5 – Movimento Natural e Migratório da População Residente, quinquénio 2003-2007 ............. 136

Quadro 5.10.6 - Representatividade dos Grupos Etários, 1991 e 2001......................................................... 137

Quadro 5.10.7 - Índice de Envelhecimento, 1991 e 2001 .............................................................................. 138

Quadro 5.10.8 – Nível de Escolaridade da população, 2001 ......................................................................... 140

Quadro 5.10.9 - Taxa de Actividade e Desemprego, 1991 e 2001................................................................. 140

Quadro 5.10.10 – Caracterização do desemprego no concelho de Évora, Maio de 2009 ............................. 142

Quadro 5.10.11 - População Empregada por Sectores de Actividade, 2001 ................................................. 143

Quadro 5.10.12 – Índice de Desenvolvimento Social..................................................................................... 148

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Estudo de Impacte Ambiental da Unidade de Tratamentos Especiais da Embraer Portugal Estruturas Metálicas, S.A. em Évora

25409_Proj_Amb_EIA_INDICE_0000 | xi

Quadro 5.10.13 – Produto Interno Bruto a Preços Correntes (Base 2000) e Taxa de Variação Anual, em 2005....................................................................................................................................................................... 148

Quadro 5.10.14 – Comércio Internacional declarado, 2007 ........................................................................... 149

Quadro 5.10.15 – Proporção das saídas de bens de alta tecnologia no total das saídas, 2007 .................... 150

Quadro 5.10.16 - Estrutura Empresarial, 2007............................................................................................... 151

Quadro 5.10.17 - Natureza jurídica do produtor, em 1999............................................................................. 153

Quadro 5.10.18 – Principais culturas temporárias e permanentes................................................................. 154

Quadro 5.10.19 – Produção vinícola expressa em mosto, 2008.................................................................... 155

Quadro 5.10.20 - Estabelecimentos Hoteleiros, 2007 .................................................................................... 155

Quadro 5.10.21 – Capacidade de Alojamento em Estabelecimentos Hoteleiros, 2007 ................................. 155

Quadro 5.10.22 – Dormidas e Hóspedes em Estabelecimentos Hoteleiros, 2007......................................... 156

Quadro 5.10.23– Estrutura Industrial, 2006 ................................................................................................... 159

Quadro 5.10.24 – Investigação e Desenvolvimento, 2005 ............................................................................. 163

Quadro 5.10.25 – Níveis de serviço para vias rodoviárias (de acordo com HCM, 2000) ............................... 167

Quadro 5.10.26 – Determinação do nível de serviço da EN254 .................................................................... 168

Quadro 5.11.1 – Limites legais de Ruído Ambiente ...................................................................................... 170

Quadro 5.11.2 – Descrição das situações associadas a cada Ponto de Medição, respectivo apontamento fotográfico e níveis sonoros obtidos nos Pontos de Medição [dB(A)] considerados ...................................... 177

Quadro 5.12.1- Níveis de qualidade do ar medidos na estação de monitorização de Terena (2007)............ 181

Quadro 5.12.2 – Factores de emissão para tráfego rodoviário ...................................................................... 183

Quadro 5.13.1 – Inventário do Património Arqueológico, Arquitectónico e Etnográfico ................................. 193

Quadro 5.13.2 – Descrição da Ponte da Ribeira de Xarrama ........................................................................ 197

Quadro 5.13.3 – Descrição de Casa Branca 1............................................................................................... 198

Quadro 5.13.4 – Descrição de Monte da Serralheira 1 .................................................................................. 199

Quadro 5.13.5 – Descrição de Monte da Serralheira ..................................................................................... 200

Quadro 5.13.6 – Descrição do Poço de Serralheira ....................................................................................... 201

Quadro 5.13.7 – Descrição de Monte da Serralheira 3 .................................................................................. 202

Quadro 5.13.8 – Descrição de Casa Branca 2............................................................................................... 203

Quadro 7.7.1 – Características do loteamento: n.º de lotes e índices............................................................ 231

Quadro 7.8.1 - Critérios e pontuações relativas à tipologia dos impactes...................................................... 236

Quadro 7.8.2 – Impactes na flora esperados na fase de construção ............................................................. 238

Quadro 7.8.3 – Impactes na fauna esperados na fase de construção ........................................................... 238

Quadro 7.8.4 – Impactes na flora esperados na fase de exploração ............................................................. 239

Quadro 7.8.5 – Impactes na fauna esperados na fase de exploração ........................................................... 239

Quadro 7.11.1 – Requisitos de emissão sonora para a fase de construção .................................................. 248

Quadro 7.11.2 – Requisitos do RGR para a fase de exploração.................................................................... 253

Quadro 7.11.3 – Distâncias correspondentes a LAeq de 65 dB(A), 55 dB(A) e 45 dB(A) (fase de construção)....................................................................................................................................................................... 255

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xii | 25409_Proj_Amb_EIA_INDICE_0000

Quadro 7.11.4 – Níveis sonoros prospectivados de Ruído Particular (Indústria + vias de acesso rodoviário) e de Ruído Ambiente e Magnitude de Impacte ................................................................................................. 261

Quadro 7.12.1 – Factores de emissão de CO, COV, NOX, partículas e consumo de combustível ............... 265

Quadro 7.12.2 – Factores de emissão de CO, COV, NOX, partículas e consumo de combustível ............... 266

Quadro 7.12.3 – Factores de emissão para tráfego rodoviário ...................................................................... 268

Quadro 7.12.4 – Emissões anuais por km percorrido .................................................................................... 268

Quadro 7.12.5 – Emissões de poluentes a partir das caldeiras a gás............................................................ 268

Quadro 7.12.6 – Emissões de poluentes da linha de tratamento de superfície ............................................. 269

Quadro 7.12.7 – Emissões de poluentes a partir das chaminés das cabines de pintura ............................... 269

Quadro 7.12.8 – Emissões anuais associadas ao funcionamento da Unidade Industrial, Emissões do concelho de Évora e emissões totais nacionais............................................................................................. 270

Quadro 7.12.9 – Categorias de estabilidade atmosférica de Pasquill- Gifford ............................................... 271

Quadro 7.12.10 – Síntese dos resultados obtidos nas simulações................................................................ 272

Quadro 7.13.1 - Parâmetros qualitativos e quantitativos para aferição do valor patrimonial.......................... 275

Quadro 8.4.1 – Quantidades máximas armazenadas dos diversos produtos químicos utilizados ................. 284

Quadro 8.6.1 - Escala de probabilidade ......................................................................................................... 288

Quadro 8.6.2 - Escala de detectabilidade ...................................................................................................... 288

Quadro 8.6.3 - Escala de gravidade............................................................................................................... 289

Quadro 8.6.4 - Análise dos riscos ambientais do Projecto – Fase de Construção......................................... 290

Quadro 8.6.5 - Análise dos riscos ambientais do Projecto – Fase de Exploração ......................................... 291

Quadro 8.7.1 - Escala do Número de Prioridade de Risco............................................................................. 293

Quadro 10.4.1 – Poluentes a monitorizar nas chaminés associadas a cada um dos processos de produção....................................................................................................................................................................... 308

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Estudo de Impacte Ambiental da Unidade de Tratamentos Especiais da Embraer Portugal Estruturas Metálicas, S.A. em Évora

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1. INTRODUÇÃO

1.1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJECTO, DA FASE EM QUE SE ENCONTRA E DO PROPONENTE

O presente documento constitui o Relatório Técnico do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) da Alteração da Unidade Industrial da “EMBRAER Portugal Estruturas Metálicas, S.A.”, doravante, abreviadamente designado por Projecto.

O Projecto a que respeita o presente EIA consiste na alteração de uma unidade dedicada à indústria aeronáutica destinada ao fabrico de peças metálicas de grandes dimensões e montagem das estruturas metálicas, por introdução de uma linha de tratamentos especiais – Tratamento de Superfície – cujos tanques de tratamento apresentam um volume de cerca de 65 m3.

O Projecto localiza-se no município de Évora, a Sul da cidade de Évora e a Sul do Bairro de Almeirim ocupando uma área de cerca de 9 ha, correspondente ao lote A-II incluído no Loteamento Municipal do Parque da Indústria Aeronáutica de Évora, já previamente licenciado e sujeito a procedimento de AIA.

A necessidade da elaboração de um EIA para o presente Projecto resulta da aplicação do exposto no número 13 do Anexo II do Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei nº 197/2005 de 8 de Novembro, que determina que “qualquer alteração, modificação ou ampliação de projectos não incluídos no anexo I e incluídos no anexo II já autorizados e executados ou em execução que possam ter impactes negativos importantes no ambiente”, sendo a alteração ao Projecto por si só enquadrável na alínea e) do número 4 do Anexo II do referido diploma legal, que determina que “os projectos de unidades de tratamento de superfície de metais e matérias plásticas, que utilizem processo electrolítico ou químico, não localizadas em áreas sensíveis, cujas cubas de tratamento tenham volume igual ou superior a 30 m3” são sujeitos a processo de Avaliação de Impacte Ambiental, com obtenção de Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável ou favorável condicionada, como condição essencial para o seu licenciamento.

O presente EIA efectua-se em fase de Projecto de Licenciamento, equiparável à fase de Projecto de Execução, dispensando a realização posterior de RECAPE (Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução), após a obtenção da correspondente DIA (Declaração de Impacte Ambiental).

O proponente e o Promotor do Projecto é a EMBRAER Portugal Estruturas Metálicas, S.A, sociedade de direito português, pessoa colectiva e matricula na Conservatória de Registo Comercial de Évora no 508622727, com sede em Évora, por intermédio do Administrador nomeado Izilda de Fátima Victor, com NIF - 263707873

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1.2. IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE LICENCIADORA

A entidade licenciadora ou competente para autorização deste Projecto em estudo é a Direcção Regional da Economia do Alentejo.

A autoridade de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) será a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDR-A).

1.3. IDENTIFICAÇÃO DOS RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO EIA

O Estudo de Impacte Ambiental do Projecto em estudo foi elaborado pela DHV S.A. no decorrer dos meses de Maio a Julho de 2009, tendo sido mobilizada uma equipa multidisciplinar, coordenada pela Eng.ª Catarina Sequeira, cuja constituição se apresenta na tabela seguinte.

Especialidade Técnicos

Geologia, Geomorfologia e Hidrogeologia Jorge Duque (Geólogo, Hidrogeólogo)

Clima, Solos e Capacidade de uso dos solos Sara Lemos (Engª do Ambiente)

Ocupação Actual do Solo e Ordenamento do Território

Ana Rita Marina (Geógrafa)

Recursos Hídricos Superficiais, Análise de Risco Inês Dias (Engª do Ambiente)

Ecologia Teresa Marques (Bióloga)

Hugo Costa (Biólogo)

Ambiente Sonoro Vitor Rosão (Eng. Físico)

Património Arqueológico, Arquitectónico e Etnográfico

Carla Fernandes (Arqueóloga)

Cristóvão Fonseca (Arqueólogo)

Paisagem Rui Costa (Arqº Paisagista)

Qualidade do Ar Sara Lemos (Engª do Ambiente)

Aspectos Socio-económicos Ana Rita Marina (Geógrafa)

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Estudo de Impacte Ambiental da Unidade de Tratamentos Especiais da Embraer Portugal Estruturas Metálicas, S.A. em Évora

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2. METODOLOGIA GERAL E ESTRUTURA DO EIA

2.1. METODOLOGIA GERAL

A metodologia utilizada na elaboração do EIA foi definida de forma a permitir identificar, caracterizar e avaliar os aspectos biofísicos, socio-económicos e culturais da área de estudo e avaliar os impactes resultantes da sua execução em obediência ao estipulado no Decreto-Lei nº 69/2000, de 3 de Maio, alterado pelo Decreto-Lei nº 197/2005 de 8 de Novembro, compreendendo o seguinte:

– a descrição do Projecto e o seu enquadramento relativamente a instrumentos de gestão territorial;

– a caracterização do ambiente afectado pelo Projecto e da área envolvente susceptível de ser afectada pela sua execução;

– a previsão da evolução da situação ambiental actual na ausência de Projecto;

– a identificação, a previsão e a avaliação dos impactes ambientais positivos e negativos susceptíveis de serem provocados durante as fases de construção e de exploração do Projecto;

– a definição de medidas cautelares, minimizadoras e/ou compensatórias dos impactes negativos mais significativos identificados;

– a definição dos critérios e medidas a adoptar com vista à monitorização e controlo dos impactes negativos residuais gerados pelo Projecto, bem como à gestão ambiental dos mesmos.

O trabalho desenvolvido para os vários factores ambientais que integram o presente EIA reflecte a utilização de metodologias específicas que se encontram descritas nos capítulos próprios.

A elaboração do EIA contemplou uma etapa de recolha de dados de base e de informações relevantes relativas às características do Projecto e da área a intervencionar. As informações obtidas permitiram suportar a caracterização do estado actual do ambiente na zona onde se localizará o Projecto e nas áreas envolventes consideradas necessárias, assim como fundamentar os impactes ambientais que lhes estarão associados.

No âmbito da recolha de informação pertinente para a elaboração do EIA, destacam-se os contactos efectuados com as seguintes entidades oficiais:

•••• Câmara Municipal de Évora;

•••• Direcção Regional de Economia do Alentejo (DRE-A);

•••• Instituto de Gestão do Património Arqueológico e Arquitectónico (IGESPAR);

•••• Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDR-A).

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Os dados obtidos na fase de pesquisa de informação foram complementados com o reconhecimento do local a intervencionar e respectiva área envolvente e a realização de trabalho de campo específico.

2.2. ESTRUTURA DO EIA

A estrutura do presente EIA obedece às normas técnicas regulamentadas pela Portaria nº 330/2001, de 2 de Abril.

O EIA é constituído pelo presente Relatório Técnico, no qual é efectuada uma análise técnica pormenorizada de todas as matérias contempladas pelo estudo. Este relatório encontra-se organizado num único volume, que contém, para além do capítulo introdutório e do presente capítulo (que descreve a metodologia e estrutura do EIA) os seguintes capítulos:

3. Objectivos e Justificação do Projecto

4. Descrição do Projecto.

5. Caracterização do Ambiente afectado pelo Projecto

6. Projecção da Situação de Referência

7. Análise de Impactes Ambientais

8. Análise de Risco

9. Medidas de Minimização de Impactes

10. Monitorização

11. Lacunas de conhecimento

12. Conclusões

13. Bibliografia

O Relatório Técnico do EIA contém ainda os Anexos Técnicos necessários à análise e compreensão das matérias contempladas.

O EIA integra ainda um tomo separado, relativo ao resumo não técnico (RNT) do Relatório Técnico, elaborado em conformidade com os “Critérios de boa prática para a elaboração e a avaliação de Resumos Não Técnicos” publicados pela APA em Abril de 2008. O RNT apresenta, de forma concisa e com linguagem acessível ao público em geral, as principais informações, recomendações e conclusões do Relatório Técnico, destinando-se a uma divulgação alargada do EIA.

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Estudo de Impacte Ambiental da Unidade de Tratamentos Especiais da Embraer Portugal Estruturas Metálicas, S.A. em Évora

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3. OBJECTIVOS E JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO

3.1. OBJECTIVOS DO EIA

Embora o Projecto a submeter a AIA respeite à Alteração da Unidade Industrial da “EMBRAER Portugal Estruturas Metálicas, S.A.”, o presente Estudo de Impacte Ambiental tem como objectivo principal identificar e avaliar os impactes ambientais associados à construção e exploração da unidade industrial no seu conjunto uma vez que o projecto inicial e a alteração preconizada são indissociáveis entre si, tendo em vista a concretização do produto final a ser produzido – estruturas aeronáuticas metálicas de grande porte, tais como estruturas de asa de aviões. Assim, serão avaliados neste estudo os impactes cumulativos de toda a unidade industrial mediante a consideração de critérios de avaliação rigorosos e objectivos e a adopção das medidas de minimização, compensação e potenciação de impactes que, razoavelmente, tenham que ser consideradas.

3.2. DESCRIÇÃO DOS ANTECEDENTES, OBJECTIVOS E DA NECESSIDADE DO PROJECTO

A EMBRAER - Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. foi fundada em 1969, como empresa de capital misto, tendo posteriormente sido privatizada em 1994. Com mais de 39 anos de experiência, em Projecto, Fabricação, Comercialização e Pós-venda de aeronaves, a EMBRAER é uma das maiores empresas aeroespaciais do mundo, tendo produzido, ao longo do tempo, cerca de 5 000 aviões que operam em 78 países, distribuídos pelos 5 continentes.

No seu percurso, no sentido de uma internacionalização plena, é tomada a decisão de instalar, fora do território brasileiro (para além da unidade produtiva já existente na China) uma nova unidade industrial produtiva dedicada ao fabrico de estruturas metálicas complexas, reforçando assim a capacidade industrial do grupo.

Enquadrado na estratégia de internacionalização da EMBRAER para a Europa, foi seleccionado o território português para a instalação desta nova unidade, tendo em conta a sua posição geográfica no contexto internacional e a facilidade de comunicação pela existência de língua oficial comum entre os dois países.

Em termos regionais e locais, a localização escolhida foi a envolvente à cidade de Évora, mais propriamente no Parque de Indústria Aeronáutica de Évora, por um conjunto de características que a seguir se referem:

•••• O PIAE está à partida vocacionado para acolher projectos com as características da unidade industrial em causa;

•••• Presença na proximidade imediata do aeródromo de Évora;

•••• As infra-estruturas rodoviárias presentes na envolvente ao PIAE permitem um rápido acesso a Lisboa, a portos e a ligações com regiões vizinhas, incluindo o território Espanhol;

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•••• A integração da estação de Évora na futura linha de comboio de alta velocidade que ligará Portugal a Espanha;

•••• A presença da Universidade de Évora e outras entidades de formação profissional que poderão estar envolvidas no suporte à formação de pessoal técnico qualificado necessário para o funcionamento da unidade industrial.

Assim, o Projecto da Unidade Industrial da Embraer Portugal Estruturas Metálicas S.A., a instalar no PIAE, consiste na criação de raiz de uma unidade dedicada à indústria aeronáutica destinada ao fabrico de peças de grandes dimensões e a sua montagem em estruturas de semi-asas, compostas de lado esquerdo e direito que posteriormente formarão as asas das aeronaves.

Para início da actividade, o projecto da unidade industrial contemplava o fabrico de peças, a sua pintura e a sua montagem, tendo o mesma sido sujeito a pedido de autorização de instalação de estabelecimento industrial, com aprovação por parte Direcção Regional da Economia do Alentejo. Na sequência dos investimentos e durante a fase de implantação, tendo em vista a independência técnica total da unidade para a produção final das semi-asas, constatou-se ser necessário desenvolver uma alteração ao plano de instalação inicial para incluir também, de imediato, a instalação de uma linha de Tratamento de Superfície, razão pela qual o Projecto terá de ser submetido a procedimento de AIA para licenciamento da alteração preconizada.

A instalação desta unidade industrial no seio do Parque de Indústria Aeronáutica de Évora enquadra-se na ocupação deste por unidades inseridas na fileira aeronáutica e actividades associadas, considerada como linha estratégica a desenvolver no futuro, para a afirmação do concelho de Évora, no palco das regiões inovadoras e geradoras de desenvolvimento.

A concretização deste Projecto foi considerada de interesse estratégico para a Economia Portuguesa em Agosto de 2008, tal como constante da Resolução do Conselho de Ministros nº 127/2008, de 26 de Agosto de 2008, uma vez que o mesmo “representa um elevado contributo para a economia nacional pela sua importância no desenvolvimento e dinamização de um cluster aeronáutico na região de Évora, com impactes na diminuição das assimetrias regionais, quer através da criação de postos de trabalho directos altamente qualificados, quer pelos efeitos de arrastamento a montante e a jusante, nomeadamente em pequenas e médias empresas, decorrentes da aquisição de matérias-primas, subsidiárias e serviços, com a consequente criação de postos de trabalho indirectos.”

3.3. CONFORMIDADE COM OS INSTRUMENTOS DE GESTÃO TERRITORIAL

O sistema de gestão territorial contempla instrumentos de planeamento sectoriais e territoriais, assim como diferentes âmbitos de aplicação e níveis hierárquicos.

O Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro – regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial, na redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 46/2009, de 20 de Fevereiro, estabelece as bases da política de ordenamento do território e de urbanismo, definindo o regime de coordenação dos âmbitos nacional, regional e municipal do sistema de gestão territorial.

O âmbito nacional concretiza-se através do Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território, dos planos sectoriais com incidência territorial e dos planos especiais de ordenamento do território, compreendendo estes últimos os planos de ordenamento de áreas protegidas, os planos de ordenamento de albufeiras de águas públicas, os planos de ordenamento de orla costeira e os planos de ordenamento dos estuários.

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O âmbito regional concretiza-se pelos planos regionais de ordenamento do território.

O âmbito municipal concretiza-se através dos planos intermunicipais de ordenamento do território e pelos planos municipais de ordenamento do território, compreendendo estes últimos os planos directores municipais, os planos de urbanização e os planos de pormenor.

Em termos jurídicos, o Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território, os planos sectoriais com incidência territorial, os planos regionais de ordenamento do território e os planos intermunicipais de ordenamento do território vinculam as entidades públicas, enquanto os planos especiais de ordenamento do território e os planos municipais de ordenamento do território vinculam as entidades públicas e ainda directa e imediatamente os particulares.

Dos instrumentos do sistema de gestão territorial com incidência na área de estudo do Projecto destacam-se os seguintes em vigor e em elaboração:

– O Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT), aprovado pela Lei n.º 58/2007, de 4 de Setembro;

– O Plano de Bacia Hidrográfica do Sado (PBH Sado), aprovado pelo Decreto Regulamentar n.º 6/2002, de 2 de Fevereiro;

– O Plano Regional de Ordenamento Florestal do Alentejo Central (PROF AC), aprovado pelo Decreto Regulamentar n.º 36/2007, de 2 de Abril;

– O Plano Regional de Ordenamento do Território do Alentejo (PROT-Alentejo), em elaboração.

– O Plano Director Municipal (PDM) de Évora, Regulamento n.º 47/2008 da Câmara Municipal de Évora, publicado em Diário da República, 2ª Série, de 25 de Janeiro de 2008, aprovado pela Resolução de Conselho de Ministros n.º 26/94, de 4 de Maio.

Na análise dos documentos de âmbito nacional e regional, em particular o PNPOT e o PROT –Alentejo (na versão apresentada para Discussão Pública), transcreve-se na afirmação do sector aeronáutico ancorado designadamente na cidade de Évora.

Da análise dos instrumentos de âmbito municipal constata-se que o Projecto se insere totalmente num Espaço afecto a actividades industriais, cujas condicionantes e edificabilidade são cumpridas face ao disposto no Projecto do Loteamento do Parque da Indústria Aeronáutica.

Neste contexto, importa referir que posteriormente à conclusão do procedimento de AIA do projecto do Loteamento do PIAE, este último foi objecto de aditamento referente à definição das áreas úteis dos lotes no seu interior, na sequência de um pedido subscrito pelas empresas do Grupo EMBRAER, solicitando a alteração das especificações dos lotes A-I, A-II, A-III e A-V, objecto dos Contratos de Promessa de Compra e Venda assinados em 28/6/2008.

As alterações pretendidas incidem apenas na variação da área dos lotes por efeito de acerto de estremas e de permutas de área entre os lotes referidos, com excepção do lote A-II, cujo aumento de área solicitado implica a redução do lote A-VI e o acerto na via projectada (Rua - C) que separa esses dois lotes. O lote A-V é suprimido, sendo a área respectiva totalmente integrada no lote A-I, assim como parte do lote A-III.

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As alterações em apreço não implicam nova consulta pública nos termos e para os efeitos do disposto nos n.º 2 e 3 do artigo 27º do RJUE, nem carecem de novas consultas a entidades externas uma vez que se conformam com os pressupostos de facto e de direito dos pareceres e autorizações emitidos durante o procedimento de aprovação da operação de loteamento, incluindo os das entidades que se pronunciaram no âmbito da Declaração de Impacte Ambiental.

A avaliação do Projecto face aos diversos instrumentos de planeamento será desenvolvida no capítulo do EIA referente ao factor ambiental do Ordenamento do Território. Sem prejuízo da consulta do conteúdo apresentado no descritor Ordenamento do Território considera-se que o Projecto em análise está em conformidade com o Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território, contribuindo inequivocamente para a concretização do modelo territorial preconizado por este instrumento, que constitui o referencial cimeiro do sistema de gestão territorial nacional, a que os restantes instrumentos de planeamento deverão atender.

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4. DESCRIÇÃO DO PROJECTO

4.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Conforme referido anteriormente, o Projecto em análise respeita à Alteração no plano de instalação da Unidade Industrial que a EMBRAER pretende executar no Lote A-II inserido no Loteamento Municipal do Parque da Indústria Aeronáutica de Évora, localizado na freguesia de Horta das Figueiras, a Sul do centro da cidade de Évora.

Tratando-se de uma alteração ao projecto industrial inicial já com pedido de autorização de instalação de estabelecimento industrial aprovado, centrada em tecnologia patenteada pela EMBRAER, desenvolvido em fase de Projecto de Licenciamento como resultado final de um processo de concepção, ao longo do qual terão sido equacionadas alternativas que redundaram na concepção final optimizada da solução técnica adoptada, e cuja localização se insere numa área previamente destinada a acolher indústrias da fileira aeronáutica, não são apresentadas alternativas ao projecto descrito.

4.2. LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO

4.2.1. Localização espacial e administrativa do Projecto

O Projecto localiza-se no distrito e concelho de Évora, freguesia de Horta das Figueiras, a Sul da cidade de Évora. A área de intervenção, que totaliza cerca de 9,0 ha, correspondente ao Lote A-II do PIAE, insere-se numa faixa de território limitada a Norte por um acesso que efectua a ligação entre a ER 254 e o CM 1094, a Este e a Sul por lotes afectos ao PIAE (Lote A-I e A-VI, respectivamente) e Oeste por vedação de propriedade. A inserção do Projecto a nível nacional, regional e local é apresentada na Figura 4.2.1.

Em termos de acessibilidades, a área em que o Projecto se insere é servida pela ER 254, permitindo um fácil acesso ao IP2 e posteriormente à EN 114 com ligação directa à A6, ligação rodoviária preferencial na ligação entre Lisboa e o território Espanhol, passando por Évora.

Na envolvente próxima ao Projecto destaca-se a presença a Noroeste do Bairro de Almeirim, com ocupação habitacional, e do Parque Industrial de Évora e a Este do aeródromo de Évora.

4.2.2. Indicação de áreas sensíveis

Nos termos do Decreto-lei nº 69/2000 de 3 de Maio, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei nº 197/2005, as Áreas Sensíveis englobam:

•••• Áreas protegidas, classificadas ao abrigo do Decreto-Lei nº 19/93, de 23 de Janeiro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei nº 227/98 de 17 de Julho;

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•••• Sítios da Rede Natura 2000, zonas especiais de conservação e zonas de protecção especial, classificadas nos termos do Decreto-Lei nº 140/99, de 24 de Abril, no âmbito das Directivas nºs 79/409/CEE e 92/43/CEE;

•••• Áreas de protecção dos monumentos nacionais e dos imóveis de interesse público definidas nos termos da Lei nº 13/85, de 6 de Julho.

A área de estudo não se encontra inserida em nenhuma área sensível, sendo que as áreas classificadas (Áreas Protegidas, Sítios da Rede Natura 2000, ZPE mais próximas são as ZPE Évora Sul e Évora Norte (PTZPE055), a cerca de 2,2 km a Norte e 5,6 km a Oeste, respectivamente e o Sítio Rede Natura 2000 PTCON0031 (Monfurado), a cerca de 14 km a Sudeste. De referir ainda a existência de uma IBA (Important Bird Área) a cerca de 1 km a Norte da área de implantação do Projecto (IBA PT025 - Planície Évora).

A localização destas áreas com interesse para a conservação da natureza relativamente ao Projecto é apresentada também na Figura 4.2.1.

O Concelho de Évora é também rico em património classificado, nomeadamente em elementos de pré-históricos, tais como Antas, Cromeleques e Menires, porém, nenhum se localiza na área de implantação do Projecto ou envolvente (num raio inferior a 5-6 km).

4.2.3. Instrumentos de Gestão Territorial em vigor

A relação dos principais instrumentos de gestão territorial em vigor e em elaboração na área do Projecto, encontra-se pormenorizada no descritor Ordenamento do Território, nomeadamente no que respeita à identificação, definição e quantificação das classes de espaço envolvidas.

4.2.4. Condicionantes, Servidões e Restrições de Utilidade Pública

Tendo em consideração a abrangência espacial do Projecto, remete-se a análise das correspondentes condicionantes, servidões e restrições de utilidade pública para o descritor ordenamento do território, nos quais estes temas são objecto de análise detalhada.

4.2.5. Equipamentos e Infra-estruturas relevantes potencialmente afectadas

No que respeita a equipamentos e infra-estruturas afectadas é de destacar que o limite Este da área de implantação do Projecto é praticamente contíguo ao limite de servidão aeronáutica associada ao aeródromo de Évora, não interferindo, em termos de implantação, com outras infra-estruturas ou equipamentos existentes na área de estudo.

Na avaliação de impactes relativa ao ordenamento do território e sócio-economia serão devidamente enquadradas as possíveis inter-relações com outras infra-estruturas ou serviços afectados.

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Figura 4.2.1 – Enquadramento da área de implantação do Projecto

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4.3. DESCRIÇÃO GERAL DO PROJECTO

4.3.1. Considerações iniciais

Tal como anteriormente referido, a Unidade Industrial da “EMBRAER Portugal Estruturas Metálicas, S.A.” localizar-se-á no Lote A-II do Parque de Indústria Aeronáutica de Évora, estando já o terreno infra-estruturado, permitindo a conectividade às redes de abastecimento de água, saneamento, eléctrica, telecomunicações e servido pela rede viária de apoio ao loteamento industrial.

Para a caracterização do Projecto foram utilizados os elementos constantes da Memória Descritiva e Justificativa do Projecto de Licenciamento, bem como das Peças Desenhadas relativas à implantação geral dos elementos que compõem a unidade industrial, lay-out da mesma e respectivos cortes, elementos esses fornecidos pelo Promotor do Projecto.

4.3.2. Lay-out geral da unidade industrial

A Unidade Industrial em avaliação será instalada na área reservada ao Lote A-II do PIAE ocupando no total cerca de 9,0 ha.

Esta unidade englobará um conjunto de edifícios, onde se inclui a nave industrial (edifício principal), edifícios de apoio industrial, vias de circulação interna, áreas verdes, áreas de estacionamento, áreas previstas para futura expansão e a Estação de Tratamento de Efluentes Industriais (ETEI).

A Planta geral da unidade, com referência às principais edificações, é apresentada na Planta de Implantação da Unidade constante do Anexo I e esquematizada na Figura 4.3.1.

4.3.2.1. Características da nave industrial

A nave industrial a implantar terá 290,40 metros de comprimento, 105 metros de largura e cerca de 14,2 metros de altura ocupando uma área total de 2,46 ha.

Este edifício incluirá as diversas linhas de produção, tratamento, acabamento e montagem das peças a fabricar – semi-asas direita e esquerda – distribuídas espacialmente de acordo com o representado na Figura 4.3.2 e Desenhos de Projecto constantes do Anexo I (planta e cortes do edifício industrial).

A solução construtiva a adoptar contempla uma estrutura em betão armado, com fundação directa com as sapatas a cerca de 3,00 m de profundidade e largura aproximada de 1,80 m. As paredes laterais serão em betão até uma altura de cerca de 2,0 m a partir da qual serão aplicados painéis metálicos com isolamento térmico. A cobertura do edifício será em painéis de chapas tipo “sandwich”, com iluminação natural indirecta através de lanternins. No Anexo I são apresentados diversos cortes do edifício industrial.

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Toda a nave industrial será implantada à cota constante de 234,5 permitindo a fácil movimentação de materiais e equipamentos ao longo das diversas áreas do edifício e linhas de produção, tratamento, acabamento e montagem.

Figura 4.33.1 – Lay-out da Unidade Industrial da “EMBRAER Portugal Estruturas Metálicas, S.A.”

Figura 4.33.2 – Lay-out da nave industrial da “EMBRAER Portugal Estruturas Metálicas, S.A.”

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4.3.2.2. Instalações de carácter social

Para além da nave principal, a Unidade Industrial incluirá também um conjunto de edifícios com dois pisos com altura entre 5 e 7 m, onde ficarão sediadas as instalações de carácter social, nomeadamente vestiários e balneários, posto médico, escritórios para apoio produtivo e cantina.

Estes edifícios serão construídos recorrendo a estruturas de betão armado, paredes em alvenaria e cobertura metálica com isolamento térmico.

4.4. DESCRIÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO

4.4.1. Maquinação

Nesta fase do processo produtivo são elaboradas as peças em alumínio que compõem as semi-asas, recorrendo á utilização de máquinas de precisão encapsuladas comandadas por controlo numérico, equipadas com ferramentas de corte como fresas e brocas.

Neste processo, as placas de alumínio que constituem a matéria matéria-prima das peças a construir, são transportadas por meio de pontes-grua e colocadas e fixadas (recorrendo ao uso de dispositivos de vácuo) na mesa de corte, procedendo-se em seguida à sua maquinação segundo 5 eixos pré-estabelecidos. Durante o processo de maquinação é utilizado óleo de corte funcionando em circuito fechado.

Após a maquinação propriamente dita as peças maquinadas são limpas e inspecionadas por líquido penetrante e sujeitas a uma operação de “shot peening” de modo a aumentar a sua resistência à fadiga.

No final deste processo as peças passam pelo tratamento de superfície para protecção das peças contra a corrosão (processos detalhados nos pontos seguintes).

As aparas de alumínio que são geradas neste processo são removidas e depositadas em contentores, sendo posteriormente transportadas ao depósito central de aparas.

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Neste depósito central as aparas de alumínio são dispostas sobre uma bacia de retenção, onde será acumulado o óleo de corte ainda presente nas aparas, em resultado das operações de maquinação. O óleo assim recolhido será então colocado em bidões de armazenamento e enviado para reciclagem.

4.4.2. Linha de inspecção por Líquido Penetrante

Após o processo de maquinação as peças são limpas e inspeccionadas recorrendo à utilização de líquidos penetrantes. A inspecção por líquidos penetrantes é um método que utiliza um líquido corante capaz de evidenciar através da sua cor ou fluorescência a existência de falhas superficiais.

Esta técnica baseia-se na absorção de um líquido, por capilaridade, pelas descontinuidades superficiais dos elementos a inspeccionar. Algum tempo depois de se espalhar o líquido sobre a superfície a inspeccionar o excesso do mesmo é removido. Em seguida, é aplicado um revelador que tem a capacidade de puxar o líquido para fora das falhas revelando assim a presença das mesmas.

O processo de inspecção por líquidos penetrantes a utilizar na Unidade Industrial em estudo é constituído pelas quatro etapas que a seguir se descrevem:

1. Aplicação do líquido penetrante – nesta fase as peças a inspeccionar são envoltas no líquido penetrante fluorescente pós emulsificável hidrofílico RC-50, que é bombeado a partir de um tambor com 0,21 m3 de capacidade.

2. Em seguida as peças são lavadas com água corrente num tanque com 20 m de comprimento, 1,2 m de largura e 2,7 m de altura livre fabricado em aço inoxidável.

3. Posteriormente as peças seguem para o tanque de emulsificador, sendo aí imersas num líquido emulsificante – RE-83A.

4. Após a etapa anterior é aplicado o líquido revelador sobre as peças – D113G-1 em solução aquosa.

5. Segue-se a etapa de secagem das peças a 71 ºC.

6. Após a secagem as peças são inspeccionadas na cabine de inspecção (câmara escura pintada a negro fosco), utilizando para o efeito luz branca ambiente com iluminância inferior a 20 lux.

4.4.3. Shot Peening

Após a inspecção por líquido penetrante algumas peças passam pelo processo de shot peening. Neste processo as peças de alumínio sofrem jateamento por esferas de aço com o objectivo de: (i) aumentar sua resistência a esforços cíclicos (fadiga) e (ii) reduzir a possibilidade de corrosão sub-tensão.

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4.4.4. Linha de tratamento de superfície de alumínio

Após o término do Processo de Shot Peening segue-se o tratamento de superfície às peças produzidas com vista a promover a protecção contra corrosão.

Nesta linha de tratamento as peças produzidas vão sendo imersas ao longo de um conjunto sequencial de banhos com determinadas características específicas.

As diversas etapas processuais desta linha de tratamento de superfície são as que em seguida se explicitam:

1. O sistema de tratamento inicia-se com a introdução das peças no tanque de desengorduramento alcalino, construído em aço inoxidável, com capacidade para 65 m3, utilizando uma solução de Turco 6849 (desengordurante alcalino aquoso), a 15 % em volume, a uma temperatura entre 55 a 70 ºC. As peças a tratar são mergulhadas neste banho, num tanque com 20 m de comprimento e 1,2 m de largura útil que estará equipado com um sistema separador de óleo e tem associado um sistema de exaustão de gases.

2. Após o tratamento no banho de desengorduramento alcalino com turco 6849, as peças são lavadas com água desionizada num tanque de lavagem por spray construído em aço e revestido com dupla camada de PVC.

3. Posteriormente as peças são imersas numa solução de Turco 4215 NC-LT, a uma temperatura entre 49 e 60 ºC, continuando o processo de desengorduramento alcalino. Este tanque é análogo ao tanque 1, possuindo as mesmas dimensões e estando igualmente equipado com um sistema de separador de óleo e sistema de exaustão.

4. Segue-se novamente uma etapa de lavagem das peças com água desionizada, num tanque de lavagem por spray construído em aço e revestido com dupla camada de PVC.

5. Após a lavagem as peças são submetidas a um banho ácido preparado com 25 % em volume de ácido nítrico concentrado (42º Bé), num tanque em aço revestido com dupla camada de PVC, com 65 m3 de capacidade. Este tanque possuirá também sistema de exaustão comum com o tanque de desoxidação.

6. Segue-se nova lavagem das peças com água desionizada em tanque semelhante aos tanques 2 e 4.

7. Em seguida as peças são imersas num tanque de redução (desoxidação) onde ocorrerá o processo de desoxidação 6/16. Este banho é preparado utilizando desoxidante 6 de preparação e desoxidante 16 de recarga, em solução acidificada com ácido nítrico. Tal como os tanques anteriores a capacidade disponível é de 65 m3, construído em aço revestido com dupla camada de PVC e com sistema de exaustão comum com o tanque referido na etapa 5.

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8. Segue-se nova lavagem das peças com água desionizada.

9. Após a lavagem o material é mergulhado numa solução de CrO3, HF e HNO3. Este tanque de triácido, com cerca de 65 m3 de capacidade útil, será produzido em aço, revestido com dupla camada de PVC e tendo associado um sistema de exaustão de gases.

10. Segue-se o tanque de anodização crómica, com cerca de 65 m3 de capacidade, construído em aço inoxidável e equipado lateralmente com arejadores. As peças são imersas neste banho constituído por uma solução de CrO3 ao qual é aplicada uma corrente nominal de 1 A/dm2, com vista à formação superficial de um revestimento de óxido de alumínio. Este tanque tem associado um sistema próprio de exaustão de gases.

11. Posteriormente à anodização crómica, as peças são novamente lavadas, em tanque próprio para o efeito semelhante aos anteriormente descritos para as operações de lavagem.

12. Segue-se a operação de selagem em que as peças são imersas numa solução de CrO3 a 50 ppm e a uma temperatura de cerca de 90 ºC, num tanque de aço inoxidável com cerca de 65 m3 de capacidade útil.

13. Finalmente, após a operação de selagem proceder-se-á à operação de secagem das peças a uma temperatura de 71 ºC.

Tal como já referido, os tanques correspondentes aos banhos terão associados sistemas de exaustão de gases. Nestes sistemas o ar proveniente dos tanques, contaminado com os produtos químicos utilizados nos banhos (essencialmente compostos ácidos e crómio), é encaminhado para um lavador de gases, sendo aí sujeito a uma primeira etapa de tratamento por chuveiro contendo neutralizadores, passando em seguida pelos separadores de gotas e depois por um ventilador-exaustor, sendo o efluente gasoso tratado lançado então para a atmosfera pelas chaminés. De acordo com o Projecto desenvolvido está prevista a instalação de 6 sistemas de exaustão, sendo 5 com lavagem de gases e 1 apenas com exaustão de ar.

4.5. MONTAGEM DAS ESTRUTURAS

Posteriormente à fase de produção das peças em alumínio, estas serão unidas a outras peças compradas a terceiros, de modo a concluir a estrutura das semi-asas.

Na montagem das peças serão executadas operações de furação e rebitagem, tanto manuais como automatizadas, recorrendo neste caso a robôs e máquinas especiais de rebitagem. Grande parte das uniões previstas entre peças das asas será objecto de selagem e vedação.

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O processo de selagem resume-se pela preparação do selante constituido por uma mistura dos produtos PR-1776M B-2, Pro-Seal 870 C-12 e Pro-Seal 870 B-1/2 em cabine de mistura equipada com exaustão específica. Em seguida, o selante é aplicado com pistola pneumática, seja sobre a superfície de contacto entre peças, seja sobre o furo a ser preenchido com fixadores (rebites, pinos e parafusos), previamente à união das peças. Esta operação será realizada isoladamente de outras operações, decorrendo normalmente em horário noturno uma vez que requer um tempo de cura sem que outras actividades sejam realizadas nas peças já seladas. Esse tempo é variável em função da temperatura ambiente podendo demorar até 10 horas.

A movimentação dos materiais ao longo da linha de montagem será efectuada recorrendo a equipamentos de transporte no solo, nomeadamente pontes-grua e para suporte e posicionamento adequado das peças a juntar serão utilizados gabaritos metálicos.

4.6. PROCESSO DE PINTURA

De acordo com o lay-out do edifício industrial afecto à Unidade Industrial da “EMBRAER Portugal Estruturas Metálicas, S.A.”, estão previstas duas zonas onde ficarão instaladas cabines de pintura.

As duas cabines de pintura estarão equipadas com um sistema de fluxo de ar do tipo Down Draft, garantindo uma velocidade superior a 0,3 m/s na zona de aplicação.

De igual modo, estas cabines estarão dotadas de um sistema de renovação de ar que garante a sua renovação total de forma a evitar por um lado o risco de explosão e por outro garantir a exaustão de gases com concentrações de COV da ordem dos 20 mg/Nm3, valores estes compatíveis com os limites ligais em vigor.

O sistema de exaustão de ar a partir das cabines estará equipado com filtros secos para remoção de partículas. Após a filtragem por via seca o efluente gasoso é então encaminhado para 3 ou 4 chaminés com cerca de 1,4 m de diâmetro e 17 m de altura (dependendo da cabine de pintura considerada), a partir das quais são libertadas as emissões para a atmosfera. No total está prevista a instalação de 7 chaminés de exaustão de gases a partir das cabines de pintura.

O processo de pintura das peças será realizado segundo 8 etapas sequenciais, tal como a seguir se descrevem:

1. Isolamento – nesta fase é efectuado o isolamento das zonas a não pintar protegendo-as com papel neutro, fita crepe e plástico;

2. Lixagem – nesta etapa toda a superfície externa do revestimento será lixada, utilizando lixadeiras orbitais equipadas com lixas de granulometria entre 180 e 320.

3. Limpeza com solventes – após a lixagem, procede-se manualmente à limpeza de toda a superfície externa do revestimento utilizando para tal solvente de tinta para marcação.

4. Aplicação de filler – Utilizando pistolas electroestáticas procede-se nesta fase à aplicação do filler na face externa do revestimento das peças.

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5. Lixagem – após a aplicação do filler procede-se novamente à operação de lixagem da superfície externa do revestimento.

6. Pintura base – tal como no caso da aplicação de filler, nesta fase serão utilizadas pistolas electroestáticas para aplicação da tinta na face externa do revestimento das peças.

7. Remoção do isolamento – após a fase de pintura, é retirado o isolamento das zonas não pintadas e são efectuadas pequenas correcções que venham a ser necessárias. Esta etapa decorre já fora da zona de pintura.

8. Acabamento – fase final do processo de pintura em que se procede à embalagem das peças acabadas para posterior transporte.

4.7. INFRA-ESTRUTURAS ASSOCIADAS

4.7.1. Sistemas eléctricos

Na entrada da unidade industrial será instalada uma sub-estação de medição em média tensão considerando como potência energética máxima necessária ao funcionamento da unidade os 6,5 MW.

Para além da sub-estação de entrada está prevista a construção de um conjunto de sub-estações de transformação de tensão tendo em conta as necessidades energéticas de cada uma das áreas produtivas, tendo em conta os valores de tensão apresentados na Figura 4.7.1, sendo executadas de acordo com as especificações do concessionário responsável pela distribuição de energia em média tensão.

Figura 4.7.1 – Distribuição de tensões na Unidade Industrial da EMBRAER

A partir destas sub-estações será efectuada a distribuição de energia em média tensão para as diversas zonas do Edifício industrial, considerando que a rede a implementar será subterrânea utilizando cabos com camada de isolamento em composto termofixo de borracha etileno-propileno (EPR).

Para a iluminação externa e alimentação de energia aos restantes edifícios da Unidade Industrial será construída uma rede de distribuição em Baixa Tensão, também ela enterrada.

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300kVA 500kVA

200kVA 250kVA

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Subsolo50 x 50m

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4.7.2. Rede de abastecimento de água

O abastecimento de água à Unidade Industrial será efectuado a partir da rede pública,. A partir do ponto de entrega da rede pública, a água será encaminhada para um sistema do tipo reservatórios enterrado e elevado (torre de pressão) a partir do qual se fará a distribuição de água pelos diversos edifícios e hidrantes, considerando um consumo de água de cerca de 15 m3/h ou 10.800 m3/mês. A rede externa será enterrada, circundando todo o edifício principal.

4.7.3. Rede de abastecimento de gás natural

Tendo em conta que existem, na proximidade do PIAE, infra-estruturas de distribuição de gás natural, prevê-se que seja instalada na unidade industrial uma central de gás, ligada à rede de distribuição existente. As infra-estruturas de distribuição de gás no interior da unidade industrial serão compostas por reservatório, evaporadores e acessórios e rede de distribuição até ao ponto de consumo com cavaletes de entrada.

O gás será utilizado em duas caldeiras e na cantina, com um consumo previsto de 80 m3/h e na linha de tratamento de superfície, com consumo previsto de 270 m3/h.

4.7.4. Sistema de drenagem de águas pluviais

O sistema de drenagem de águas pluviais previsto será composto por bocas de leão e bocas de lobo, caixas de passagem e rede de colectores com ligação à rede pública de drenagem de águas pluviais. Antes da ligação ao sistema público de drenagem de águas pluviais estará disponível um sistema de recolha destas águas para posterior reutilização no sistema de produção e rega. Assim, as águas pluviais serão encaminhadas para um tanque de contenção sendo aí sujeitas a operações de decantação e filtração. Posteriormente far-se-á o controle e averiguação para possivel reutilização desta água.

4.7.5. Caldeiras

Para a manutenção da temperatura dos banhos da linha de tratamento de superfície, das cabines de pintura e das estufas de secagem, será necessário instalar duas caldeiras de vapor com capacidade de processamento de 7 ton vapor/h.

A cada caldeira estará associada uma chaminé com 17,6 m de altura e um diâmetro de 0,5 m para permitir a exaustão dos gases de escape, a uma taxa de cerca de 6.500 m3/h.

4.7.6. Rede de saneamento e ETEI

No Projecto em avaliação está prevista a instalação de uma rede de saneamento para recolha de todos os efluentes gerados durante a fase de exploração da unidade, quer de origem doméstica, quer de origem industrial.

Os efluentes domésticos proveniente das actividades de restauração (preparação de alimentos e lavagem de talheres e utensílios) passarão primeiramente por caixas de separação de gordura localizadas na proximidade da cantina e restaurante, e os efluentes domésticos provenientes de

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sanitários e vestiários passarão por caixas de contenção equipadas com sistema de gradagem e serão imediatamente encaminhados para a Rede Pública, prevendo-se que o caudal de descarga destes efluentes na rede pública seja de cerca de 3,5 m3/h, com níveis de CBO5 e CQO da ordem dos 88 e 320 mg/l, respectivamente, valores esses compatíveis com a descarga de efluentes na rede pública de saneamento (que admite valores máximos de 600 e 1000 mg/l de CBO5 e CQO, respectivamente).

No caso dos efluentes industriais gerados nas operações da maquinação, da linha de inspecção de líquidos penetrantes, da linha de tratamento de superfície e das caldeiras, estes serão recolhidos em reservatórios especiais para posteriormente serem encaminhados para a ETEI.

Na ETEI (Estação de Tratamento de Efluentes Industriais) para os banhos concentrados será utilizado um sistema de tratamento em regime “batch” e para as águas de lavagem, sistema de tratamento contínuo, assente em processos de tratamento físico-químicos, nomeadamente Neutralização com redução dos contaminantes.

Tratando-se de um projecto associado, a ETEI encontra-se ainda em fase de concepção, sendo no entanto garantido que o sistema de tratamento a preconizar terá uma eficiência suficiente para garantir que as concentrações do efluente tratado serão compatíveis com as especificações exigidas para descarga de efluentes industriais na rede pública de saneamento afecta à Câmara Municipal de Évora, prevendo-se que o caudal de efluente tratado a descarregar na rede seja de cerca de 8,5 m3/h. Sempre que os níveis de controle permitirem, haverá a reutilização de águas para uso em rega ou no processo produtivo. Na Figura 4.7.2 apresenta-se um esquema simplificado do processo de tratamento dos efluentes industriais.

Figura 4.7.2 – diagrama representativo do processo de tratamento de efluentes industriais

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4.7.7. Torres de Refrigeração

As áreas de tratamento de superfície e máquinas da área de maquinação estarão ligadas a um sistema de refrigeração de modo a permitir manter uma temperatura normal de funcionamento, contrariando o aumento da mesma por geração de calor associado ao funcionamento dos motores. Assim será utilizado um sistema de serpentinas e permutadores de calor que em associação com uma torre de refrigeração permitem a promoção desta troca térmica através da circulação de água, admitindo um diferencial de temperatura da água no sistema de aproximadamente 6 °C.

4.8. DESCRIÇÃO GERAL DA FASE DE CONSTRUÇÃO

4.8.1. Actividades previstas na fase de construção

Tendo em consideração o tipo de Projecto em avaliação, a fase de construção a que respeita o presente EIA corresponde, no essencial, à fase de execução das redes internas de infra-estruturas e ligação às redes de infra-estruturas do loteamento, da plataforma industrial e dos diversos edifícios afectos à unidade industrial, à instalação dos diversos equipamentos industriais necessários ao funcionamento da unidade e à execução dos arranjos exteriores.

Tendo em conta que a Unidade Industrial a construir será implantada num lote do PIAE, cujo terreno foi já objecto de modelação para criação de uma plataforma de cota regularizada, a execução das estruturas previstas integrará, tipicamente, as seguintes actividades:

•••• Implantação do estaleiro de apoio à obra, dentro do perímetro do lote reservado para a implantação da unidade industrial, compreendendo instalações sociais, áreas de armazenamento e preparação de materiais, parque de equipamentos e veículos, para além do armazenamento temporário de resíduos e materiais sobrantes.

•••• Execução das infra-estruturas no interior do lote afecto à Unidade Industrial, incluindo execução da rede de abastecimento de água, das redes de drenagem de águas residuais e pluviais, da rede eléctrica e da rede de telecomunicações, com as inerentes operações de escavação de valas, colocação de tubagens e acessórios e recobrimento.

•••• Execução das fundações dos edifícios e construção dos mesmos (envolvendo alguma escavação para execução de sapatas, betonagens, construção em alvenaria e em chapa metálica, etc).

•••• Execução de pintura final e acabamentos nos edifícios.

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•••• Instalação dos diversos equipamentos e execução das ligações às redes de infra-estruturas.

•••• Execução dos arranjos exteriores incluindo arruamentos para circulação interna, parques de estacionamento e zonas verdes.

•••• Instalação de sinalização rodoviária.

4.8.2. Materiais e energia utilizados e produzidos

Para a execução das infra-estruturas e edifícios previstos para a Unidade Industrial, serão utilizados materiais comummente utilizados em obras de construção civil, nomeadamente, betão, ferro, manilhas e blocos de betão pré-fabricados, tubagens em materiais diversos, tout-venant, betuminoso, sinalização rodoviária, chapa metálica, tijolos, vidro, caixilharias, etc.

No que se refere à energia a utilizar na fase de construção, pode referir-se que os consumos energéticos estão fundamentalmente relacionados com a utilização de electricidade para iluminação e funcionamento de equipamentos diversos e com o consumo de combustíveis nos veículos e maquinaria afecta à obra.

4.8.3. Efluentes, resíduos e emissões previsíveis

4.8.3.1. Efluentes

Na fase de construção, é previsível que sejam produzidos os seguintes tipos de efluentes:

– Águas residuais domésticas do estaleiro, que deverão ser encaminhadas para sanitários estanques ou para rede pública com ligação à ETAR de Évora;

– Eventualmente, águas residuais resultantes da lavagem de equipamentos e máquinas (que poderão, eventualmente, conter pequenas quantidades de óleos lubrificantes), que deverão também ser encaminhadas para a rede pública de águas residuais domésticas;

– Águas de lavagem de auto-betoneiras a utilizar na construção dos edifícios.

4.8.3.2. Resíduos

Os diversos resíduos que serão previsivelmente produzidos durante a fase de obra foram inventariados e classificados de acordo com o que se encontra estabelecido na Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março, segundo os respectivos códigos LER (Lista Europeia de Resíduos). Assim, prevê-se a produção de:

– Resíduos sólidos urbanos produzidos no estaleiro que serão previsivelmente depositados e recolhidos de modo diferenciado, entre recicláveis, nomeadamente, papel e vidro (códigos LER 20 01 01 e 20 01 02, respectivamente e RSU (código LER 20 03 01).

– Resíduos de construção e demolição, nomeadamente betões, madeira, tubagens, pedra, ferro, betuminosos, etc (códigos LER: 17 01 01, 17 02 01, 17 02 03, 17 05 04, 10 04 05, 17 03 02, etc.

– Eventualmente, terras excedentes de escavação (código LER 17 05 04), resultantes de escavações a efectuar para a execução das fundações dos edifícios. Neste caso a quantidade de terras de escavação será reduzida.

– Óleos, combustíveis e lubrificantes usados na manutenção/funcionamento da maquinaria e equipamentos afectos à obra (Código LER 13 02 – óleos de motores, transmissões e lubrificação).

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4.8.3.3. Emissões gasosas

– Emissão difusa de poeiras resultantes das operações de movimentação de terras e da circulação de veículos e máquinas em superfícies não pavimentadas.

– Gases de combustão emitidos pelos veículos e maquinaria pesada afectos à obra.

4.8.3.4. Emissões de ruído

Incremento dos níveis sonoros contínuos e pontuais devido utilização de maquinaria pesada e tráfego de veículos para transporte de materiais e equipamentos.

4.9. DESCRIÇÃO GERAL DA FASE DE EXPLORAÇÃO

4.9.1. Actividades da fase de exploração

Durante o período de funcionamento da Unidade Industrial da “EMBRAER Portugal Estruturas Metálicas, S.A.” serão essencialmente produzidas peças maquinadas que constituirão partes das semi-asas de aviões e a sua montagem e acabamento em estruturas de metálicas de dimensão considerável.

Neste âmbito, a concretização do processo produtivo das peças que constituirão as semi-asas envolverá um conjunto de etapas sequenciais, tal com a seguir se referem:

•••• Recepção e inspecção de matéria-prima

•••• Corte e preparação (maquinação de faceamento) das placas de alumínio para abastecer as máquinas 5 eixos;

•••• Preparação de ferramentas

•••• Maquinação em 5 eixos com capacidade de maquinação a seco e com refrigeração por óleo solúvel recirculado;

•••• Acabamento, por lixamento manual e com auxílio de lixadeiras pneumáticas;

•••• Recolha de aparas de alumínio resultantes da maquinação, por meio do sistema integrado aos centros de maquinação e depósito em contentores específicos. Envio deste material até o centro de triagem de resíduos sólidos;

•••• Limpeza das peças

•••• Inspecção por líquidos penetrantes,

•••• Em seguida será realizada a operação de shot peening, com vista a aumentar a resistência à fadiga das peças maquinadas;

•••• Após a maquinagem as peças são inspeccionadas em máquina tridimensional

•••• Tratamento de superfície com protecção contra corrosão (imersão das peças maquinadas num conjunto sequencial de banhos), centrada no processo de anodização crómica.

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Uma vez produzidas as peças maquinadas estas serão montadas em estruturas de dimensões consideráveis, juntamente com outras peças compradas a terceiros e recepcionadas na Unidade Industrial em estudo. Este processo é constituido também por um conjunto de etapas que a seguir se referem:

•••• Recepção, inspecção e armazenamento de materiais de montagem (peças)

•••• Posicionamento das peças em gabaritos de furação

•••• Furação com máquinas pneumáticas portáteis

•••• Posicionamento das peças em gabaritos de montagem

•••• Rebitagem manual, com máquinas pneumáticas portáteis

•••• Rebitagem mecanizada

•••• Junção de peças por aparafusamento, instalação de buchas e pinos;

•••• Selagem das junções;

•••• Instalação de fios e cabos

•••• Instalação de tubos e equipamentos

•••• Testes de estanquecidade, com ar comprimido ou gás inerte

•••• Pintura

•••• Inspecção

•••• Embalagem

•••• Expedição

4.9.2. Mão-de-obra envolvida

Em termos de mão-de-obra, a concretização da Unidade Industrial da “EMBRAER Portugal Estruturas Metálicas, S.A.”, envolverá a criação de cerca de 440 postos de trabalho directos e entre cerca de 1320 a 2640 postos de trabalho indirectos.

4.9.3. Materiais e energia utilizados e produzidos

4.9.3.1. Materiais utilizados

Para o funcionamento da Unidade Industrial será necessário dispor de um conjunto de materiais e produtos químicos que em seguida se referem.

A Matéria-prima a utilizar no processo de maquinação corresponde a placas de alumínio aeronáutico - ligas 7000, prevendo-se o processamento de 1.800 ton por ano desta matéria prima. Menos de 10% em peso desse material será transformado em peças acabadas, sendo o restante removido para reciclagem na forma de cavacos. Para o transporte desta matéria prima até à unidade serão necessários cerca de 8 camiões por mês.

Para além da matéria prima necessária para a produção de peças maquinadas serão utlizadas fundamentalmente no processo de montagem peças compradas (maquinadas e estampadas em alumínio, ou em materiais compósitos), prevendo-se a utilização de cerca de 200 ton/ano destas peças. O transporte destas peças será previsivelmente efectuado por via rodoviária, a que corresponderá um volume de tráfego de veículos pesados de 6 veículos por mês.

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No processo de maquinação, para além da matéria prima propriamente dita será ainda necessário dispor de líquidos lubrificantes (óleos de corte), necessários ao correcto funcionamento das máquinas utilizadas. Assim, neste processo prevê-se a utilização de 10 litros por mês de Óleo Solúvel Yushiro AL-51 e 50 litros por mês de Óleo Solúvel Blaser Vasco 1000.

No processo de inspecção das peças por líquidos penetrantes e na linha de tratamento de superfície será necessário utilizar um conjunto de produtos químicos nas quantidades que se apresentam no Quadro 4.9.1.

No processo de montagem e pintura são utilizados diversos produtos, nomeadamente lubrificantes, tintas, solventes e selantes, cujas quantidades a consumir se apresentam no Quadro 4.9.2.

Quadro 4.9.1 – Consumo inicial e mensal de produtos químicos na linha de tratamentos especiais e na linha de inspecção por líquidos penetrantes

Produto Consumo inicial Consumo mensal

Turco 6849 10000 kg 2500 kg

Turco 4215 NC-LT 2800 kg 500 kg

CrO3 6000 kg 1000 kg

HF 1000 kg 300 kg

HNO3 20.000 kg 2000 kg

Deoxidizer 6/16 4000 kg 300 kg

RC-50 - Líquido Penetrante 3 tambores de 200 litros 416 litros / mês

ER-83A – Emulsificador 13000 litros 2500 litros / mês

D113G-1 Revelador Forma B 4 caixas de 13 kg 52 kg / mês

Quadro 4.9.2 – Consumo mensal de produtos químicos no processo de montagem e pintura

NOME DO PRODUTO Consumo mensal

Lubrificantes

Óleo Accu Lube 10 l

Óleo Protetivo Anticorit 20 l

Óleo Solúvel Yushiro AL-51 10 l

Òleo Solúvel Blaser Vasco 1000 50 l

Químicos (solventes e tratamento final)

Solvente Rhodiasolve E23 7.300 l

Solvente MEK 10 l

Solvente Finelli REV-245 500 l

Álcool Isopropílico 170 l

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NOME DO PRODUTO Consumo mensal

Alodine 1132 (caneta p/ aplicação manual) 50 canetas

Composto Inibidor de Corrosão ( Ardrox AV-8) 200 l

Tintas

Primer Epoxi LOW VOC ( MEP 10-059) 450 l

Tinta Poliuretano High Solids, Cinza BAC 707 5 l

ECL-G-16061 Snow White – tinta poliuretano high solids 300 l

Tinta Poliuretano High Solids, Branco FS595-17875 200 l

Primer para Tanque de Combustível 30 l

Primer Epóxi High Solids 210 l

Primer Epóxi Surface sem cromatos (Filler) 350 l

Tinta para Marcação de peças 10 l

Solvente para Tinta de Marcação 10 l

Selantes

PR-1776M B-2 600 cx

PR-2050 cura rápida 30 cx

PR 1422 B-2 15 cx

PR 1422 B-1/2 15 cx

Pro-Seal 870 C-12 60 cx

Pro-Seal 870 B-1/2 15 cx

O transporte destes materiais de consumo será efectuado por rodovia prevendo-se um volume de tráfego associado de cerca de 7 camiões por mês.

Para garantir a disponibilidade necessária dos materiais a utilizar ao longo de todo o processo produtivo prevê-se que venham a ser armazenadas as quantidades máximas dos diversos produtos tal como se apresentam no Quadro 4.9.3.

Quadro 4.9.3 – Quantidades máximas armazenadas dos diversos produtos químicos utilizados

NOME DO PRODUTO Quantidade máxima

armazenada

Óleo Solúvel Yushiro AL-51 4 l

Óleo Solúvel Blaser Vasco 1000 20 l

Óleo Accu Lube ( Furação) 4 l

Óleo Protetivo Anticorit ( MEP08-022) 8 l

Solvente Rhodiasolve E23 .3.400 l

Solvente MEK 4 l

Solvente Finelli REV-245 200 l

Álcool Isopropílico 70 l

Alodine 1132 20 canetas

Composto Inibidor de Corrosão 80 l

Desengraxante alcalino turco 6849 1000 kg

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NOME DO PRODUTO Quantidade máxima

armazenada

Desengraxante alcalino turco 4215 NC-LT 200 kg

CRO3 (Crômica) 400kg

HF ( Acido Fluorídrico ) 120 kg

HNO3 ( Acido Nítrico ) 800 kg

Deoxidizer 6/16 120 kg

RC – 50 Liquido Penetrante 170 l

ER83A Emulsificador 1000 l

D113G-1 Revelador forma B 20 kg

Primer Epoxi LOW VOC ( MEP 10-059) 180 l

Tinta Poliuretano High Solids, Cinza BAC 707 2 l

ECL-G-16061 Snow White 120 l

Tinta Poliuretano High Solids, Branco FS595- 80 l

Primer para Tanque de CombustÍvel 12 l

Primer Epóxi High Solids (MEP 10-068) 90 l

Primer Epóxi Surface sem cromatos (Filler) 140 l

Tinta para Marcação de peças 4 l

Solvente para Tinta de Marcação 4 l

PR-1776M B-2 250 cx

PR-2050 cura rápida 12 cx

PR 1422 B-2 6 cx

PR 1422 B-1/2 6 cx

Pro-Seal 870 C-12 25 cx

Pro-Seal 870 B-1/2 6 cx

4.9.3.2. Consumo energético

No que repeita ao consumo de energia eléctrica está prevista a necessidade de dispor de 4,5 MW de potência, considerando no entanto a possibilidade de dispor de uma potência instalada de 6,5 MW.

4.9.3.3. Consumo de água

Relativamente ao consumo de água prevê-se um consumo mensal total de cerca de 10.800 m3 de água com fornecimento a partir da rede pública.

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4.9.3.4. Produtos a fabricar

Tal como já anteriormente referido, na Unidade Industrial em apreço serão produzidas estruturas aeronáuticas metálicas, tais como as semi-asas, compostas de lado esquerdo e direito que posteriormente formarão a asa das aeronaves (Figura 4.9.1).

A capacidade a ser instalada está dimensionada para a produção máxima de 180 unidades de asas por ano, compondo 15 pares por mês de estruturas.

Figura 4.9.1 – Produtos a fabricar na Unidade Industrial da EMBRAER

4.9.4. Efluentes, resíduos e emissões previsíveis

4.9.4.1. Efluentes líquidos

Durante o processo produtivo são gerados diversos tipos de efluentes que serão tratados em ETEI e posteriormente descarregados na rede pública de saneamento e encaminhados, para afinação final de qualidade, para a ETAR de Évora.

Os efluentes domésticos passarão por caixas de contenção e serão descarregados na rede pública, estimando-se como caudal de descarga ceca de 3,5 m3/h, com níveis de CBO5 e CQO da ordem dos 88 e 320 mg/l, respectivamente.

Na linha de tratamento de superfície são produzidos periodicamente efluentes correspondentes ao envaziamento dos tanques, quando os banhos se encontram já saturados (produção em regime “batch”), e às etapas de lavagem (produção em contínuo).

Semi-asa direita

Semi-asa esquerda

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A produção de efluentes resultante do esvaziamento dos tanques com banhos saturados é a seguinte:

•••• Tanques de desengorduramento alcalino (Turco 6849 e Turco 4215 NC-LT) – 2 x 65 m3 de 6 em 6 meses;

•••• Tanque de lavagem ácida - 65 m3 de 3 em 3 meses;

•••• Tanque de Deoxidizer - 65 m3 de 3 em 3 meses;

•••• Tanque de tri-ácido - 65 m3 de 4 em 4 meses;

•••• Tanque de anodização crómica - 65 m3 de 6 em 6 meses.

Estes efluentes são recolhidos em contentores apropriados para o efeito e encaminhados para a ETEI para tratamento, onde é efectuada a neutralização do efluente e a remoção de crómio.

As águas de lavagem são encaminhadas para a ETEI, por rede interna de drenagem de águas residuais industriais, em regime contínuo.

Também na linha de inspecção por líquidos penetrantes são produzidos periodicamente efluentes. De acordo com as informações técnicas constantes da memória descritiva do Projecto, serão periodicamente produzidos os seguintes efluentes no decurso do esvaziamento dos tanques com as soluções e produtos utilizados no processo:

•••• Tambores de líquido penetrante – esvaziamento mensal de 3 tambores a que correspondem 0,63 m3 de líquido penetrante RC-50;

•••• Tanque de emulsão – 43 m3 de solução ER-83A a descartar de 6 em 6 meses;

•••• Revelador – esvaziamento do tanque de armazenamento de revelador D113G-1, em solução aquosa, forma B com produção de 1,5 m3 mensais deste efluente.

Tal como sucede na linha de tratamento de superfície, também estes efluentes são recolhidos em contentores apropriados para o efeito e encaminhados para a ETEI para tratamento. Após tratamento na ETEI o efluente será descarregado na rede pública de saneamento.

Para além dos efluentes já referidos, também serão produzidos efluentes com origem nas caldeiras e no sistema de refrigeração, efluente alcalino contendo sais dissolvidos e efluentes com sais dissolvidos, respectivamente, que serão também encaminhados para tratamento na ETEI.

Tendo em conta as quantidades de efluentes que serão produzidas ao longo do processo produtivo a implementar prevê-se que a ETEI a instalar tenha uma capacidade nominal de operação de cerca de 1.920 m3/dia, prevendo-se uma descarga de efluente tratado na rede de saneamento de cerca de 8,5 m3/h e com concentração de crómio hexavalente inferior a 0,01 mg/l, de sólidos suspensos totais inferior a 0,1 mg/l e valor de pH da ordem dos 7,5.

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4.9.4.2. Efluentes gasosos

As emissões gasosas associadas à Unidade Industrial em estudo terão origem em 4 tipos de fontes emissoras distintas, nomeadamente as seguintes:

•••• Tráfego de veículos ligeiros associado à movimentação de trabalhadores de e para as instalações fabris e de veículos pesados para transporte de materiais necessários à laboração da unidade e para transporte dos produtos finais fabricados;

•••• Chaminés para exaustão dos gases provenientes da queima de gás natural em duas caldeiras (localização apresentada nos Desenhos de Projecto constantes do Anexo I e Figura 4.9.2);

•••• Chaminés para exaustão dos vapores tratados provenientes dos banhos do tratamento de superfície (localização apresentada nos Desenhos de Projecto constantes do Anexo I e Figura 4.9.2);

•••• Chaminés de exaustão dos gases tratados originados nas cabines de pintura (localização apresentada na Planta de Implantação da Unidade Industrial constante do Anexo I e Figura 4.9.2).

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Figura 4.9.2 – Perspectiva dos elementos a construir e localização das principais chaminés

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Relativamente ao tráfego rodoviário, tendo em conta os quantitativos de tráfego de veículos pesados e o número previsível de trabalhadores que estará envolvido, prevêem-se os seguintes movimentos pendulares, entre a envolvente à cidade de Évora e a unidade fabril:

•••• Cerca de 293 movimentos de ida e volta associados ao tráfego de veículos ligeiros, considerando uma taxa de ocupação por veículo de 1,5 (equivalente à comunmente utilizada neste tipo de estimativas);

•••• Cerca de 44 movimentos de ida e volta mensais associados ao tráfego de veículos pesados para transporte de materiais, produtos e resíduos de e para a unidade fabril.

Nestas circunstâncias, considerando os valores de tráfego apresentados e os factores de emissão associados ao tráfego rodoviário de veículos ligeiros e pesados propostos no âmbito do Projecto Europeu EMEP/CORINAIR (Quadro 4.9.4), para uma velocidade de circulação de 50 km/h, verifica-se que as emissões anuais de poluentes atmosféricos por km percorrido são as que se apresentam no Quadro 4.9.5, considerando que no caso do tráfego de ligeiros, cerca de 60 % dos veículos utilizam gasóleo como combustível (distribuição usualmente utilizada em estudos desta natureza).

Quadro 4.9.4 – Factores de emissão para tráfego rodoviário

Emissões (g/ veículo x km) Tipo de Veículo

CO COV NOx Partículas CO2

Ligeiros - gasolina 0,558 0,014 0,071 0,001 0,17

Ligeiros - gasóleo 0,076 0,015 0,684 0,028 0,144

Pesados 1,918 0,346 8,141 0,166 0,94

Quadro 4.9.5 – Emissões anuais por km percorrido

Emissões (kg/km) Tipo de Veículo

CO COV NOx Partículas CO2

Ligeiros - gasolina 23,87 0,60 3,04 0,04 7,27

Ligeiros - gasóleo 4,88 0,96 43,89 1,80 9,24

Pesados 1,01 0,18 4,30 0,09 0,50

Total 29,76 1,74 51,23 1,93 17,01

Admitindo como distância média a percorrer, na envolvente à cidade de Évora, cerca de 20 km (percurso de ida e volta), as emissões anuais estimadas para a movimentação de veículos rodoviários serão as seguintes: 595,2 kg de CO, 34,9 kg de COV, 1024,5 kg de NOX, 38,5 kg de partículas e 340,2 kg de CO2.

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Relativamente às duas caldeiras a gás que irão providenciar o vapor necessário ao processo fabril, importa referir que a cada uma delas estará associada uma chaminé com 17,6 m de altura e 0,5 m de diâmetro, permitindo a exaustão de um caudal de gases de queima de cerca de 6.500 m3/h a uma temperatura de 200 ºC.

Tendo em conta o tipo de caldeiras a utilizar, prevê-se que a emissão de poluentes para a atmosfera em resultado destas fontes pontuais corresponda aos valores apresentados no Quadro 4.9.6.

Quadro 4.9.6 – Emissões de poluentes a partir das caldeiras a gás

Poluente Emissão (mg/Nm3)

Valor limite de emissão (mg/Nm3)

(Portaria nº 677/2009, de 23 de Junho)

Emissão mássica anual considerando as duas

caldeiras (kg/ano)

NOX 90 300 5.916

PM 2 50 131

SOX 4 35 263

CO 30 500 1.972

CO2 56,152 kgCO2e/GJ - 1.239 tCO2e

Nota: A emissão anual de CO2 foi estimada considerando um consumo anual de gás natural de cerca de 600.000 m3 e um

poder calorífico para o gás natural de 0,036768 GJ/m3.

No que respeita às fontes pontuais associadas à linha de tratamento de superfície, o Projecto prevê a construção de 6 chaminés, localizadas a jusante de lavadores de gases, uma das quais apenas serve para exaustão do ar interior, não sendo por isso considerada, no âmbito deste estudo, como fonte emissora de poluentes gasosos. Cada uma destas chaminés terá cerca de 19 m de altura e 1,5 m de diâmetro interno, permitindo escoar um caudal de gás tratado de cerca de 75.000 m3/h a uma temperatura da ordem dos 35 ºC. Os lavadores de gases situados entre os exaustores associados aos diversos banhos e as chaminés permitem recolher da corrente gasosa os diversos contaminantes, nomeadamente compostos ácidos e crómio, fazendo com que à saída das chaminés o efluente seja composto, na sua quase totalidade, por vapor de água, embora possa apresentar traços vestigiais de partículas, compostos ácidos e crómio.

Tendo em conta os elementos disponíveis no Projecto, apresentam-se no Quadro 4.9.7 as emissões de poluentes atmosféricos previstas para as chaminés associadas à linha de tratamento de superfície.

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Quadro 4.9.7 – Emissões de poluentes da linha de tratamento de superfície

Poluente Emissão (mg/Nm3)

Valor limite de emissão (mg/Nm3)

(Portaria nº 677/2009, de 23 de Junho)

Emissão mássica anual considerando as 5 chaminés

(ton/ano)

PM 3 150 8,74

SOX 4,5 500 13,10

Crómio 0,008 5 0,02

Finalmente, no que concerne às fontes pontuais associadas às duas cabines de pintura previstas para a Unidade Industrial, o Projecto desenvolvido considera, no global, a instalação de 7 chaminés, três das quais com 18 m de altura e 1,4 m de diâmetro, a que se associará um caudal de exaustão de gases de 60.000 m3/h e uma temperatura média de 35 ºC para o efluente gasoso.

As restantes 4 chaminés terão 17 m de altura e 1,5 m de diâmetro a que se associa um caudal de saída de gases de 80.000 m3/h, também a 35 ºC de temperatura.

Tendo em conta os dados apresentados na memória descritiva do Projecto, as emissões associadas a estas fontes pontuais são previsivelmente as que se apresentam no Quadro 4.9.8.

Quadro 4.9.8 – Emissões de poluentes a partir das chaminés das cabines de pintura

Poluente Emissão (mg/Nm3)

Valor limite de emissão (mg/Nm3)

Emissão mássica anual considerando as 7

chaminés (ton / ano)

PM 10 4 150 (PTS) (1) 16

COV 20 50/75 (secagem / pintura) (2) 78

NOTA: (1) - Portaria nº 677/2009, de 23 de Junho; (2) - Decreto-Lei nº 242/2001, de 31 de Agosto.

4.9.4.3. Resíduos sólidos

Em resultado da laboração da Unidade Industrial serão produzidos diversos tipos de resíduos, em quantidades diversas e que a seguir se referem no Quadro 4.9.9. Para além da referência à tipologia e quantidades de resíduos produzidas, apresenta-se também no referido quadro o destino que será dado aos resíduos produzidos.

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Quadro 4.9.9 – Descrição dos resíduos gerados, quantidades geradas e destino adequado

Descrição/origem do resíduo Código LER

Quantidade produzida

mensalmente

Composição aproximada Destino

Papel, papelão 20 01 01 2 (ton) Papel, papelão Reciclagem

Madeira 20 01 38 6 (ton) Madeira Reciclagem

Lixo orgânico 20 03 01 2 (ton) Lixo orgânico Aterro sanitário

Cartuchos de impressora 08 03 18 30 (un.) Cartucho de impressora com resto de tinta

Reciclagem

Lâmpadas Fluorescentes 20 01 21 150 (un.) Lâmpadas fluorescentes Coprocessamento

Plásticos 20 01 39 0,3 (ton) Plásticos Reciclagem

Sucata metálica 20 01 40 3 (ton) Aço Reciclagem

Latas de metil-etil-cetona 15 01 10 100 (kg) Aço com resíduo de metil-etil-cetona

Reciclagem

Tubos de tampas plásticas

20 01 04

20 01 39 1000 (un.) Tubos metálicos com

tampas plásticas Coprocessamento

Isopor - restos de embalagens

20 01 21 50 (kg) Isopor Reciclagem

Latas de selantes 15 01 04 730 (un.) Aço com resíduo de selante

Coprocessamento

Resíduo de selante 08 04 11 20 (kg) Borra de selante Coprocessamento

Cavaco de Alumínio 20 01 04 135 (ton) Alumínio Reciclagem

Resíduo de Alodine 11 01 98 20 (dm3) Contém ácido crômico Reciclagem

Óleo Mineral + Sintético (Motor)

20 01 26 30 (dm3) Óleo Reciclagem

Latas de tintas 15 01 10 80 (un.) Aço com resíduos de tintas

Coprocessamento

Ferramentas danificadas 20 01 04 100 (kg) Aço Reciclagem

Panos, estopas contaminadas com óleo solúvel e graxas

15 02 02 90 (kg)

Panos, estopas contaminadas com óleo

solúvel e graxas

Coprocessamento

Resíduos de varrição 20 03 01 5 (ton) Resíduos orgânicos diversos

Reciclagem

Equipamentos de Proteção Individual (EPI) usados

20 03 01 20 (kg)

Produtos Diversos Controlados

Reciclagem

Panos, estopas contaminadas com tintas e solventes

15 02 02 90 (kg)

Panos, estopas contaminadas com tintas

e solventes

Coprocessamento

Material filtrante da exaustão das cabines de pintura

15 02 02 300 (Kg)

Fibras Sintéticas e Pigmentos de Tinta

Coprocessamento

Esferas de aço 1090 (pós com pedaços de granalha)

12 01 02 1500(kg)

Pós com pedaços de granalha de aço

Reciclagem

Lamas de ETEI 19 08 13 15 (ton)

Resíduo contendo CaSO4, Cr(OH)3,

Al2(OH)3 / Fe(OH)2

Reciclagem

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Importa referir que o Projecto prevê que as operações de gestão de resíduos terão

necessariamente que respeitar a legislação aplicável.

4.9.4.4. Ruído

No que respeita à emissão de ruído destaca-se que a maior fonte emissora de ruído que estará

presente no interior dom Edifício industrial corresponderá à cravação metálica das peças na

operação de montagem, podendo aí atingir os 106 dBA, sendo necessário a utilização, por parte

dos trabalhadores desta área, de equipamentos de protecção individual.

Relativamente ao sistema de exaustão de ar associados às cabines de pintura, o nível de ruído

global deverá ser inferior a 80 dBA a 1 m das fontes emissoras de ruído.

4.9.5. Prevenção e controlo integrado da poluição

Na União Europeia a temática da prevenção e controlo da poluição é objecto da Directiva do

Conselho 96/61/CE, de 24 de Setembro (“Integrated Prevention and Pollution Control”, conhecida

como “Directiva IPPC”,) que incide sobre determinadas instalações que, pela natureza da

respectiva actividade ou pela sua dimensão, devem promover a implementação das Melhores

Tecnologias Disponíveis (“Best Available Technologies” ou BAT) relativamente a todos os factores

ambientais para prevenção da poluição (água, atmosfera, resíduos), para utilização eficaz da

energia e para prevenção de acidentes e minimização dos seus efeitos.

Para determinados sectores industriais, a Comissão Europeia organiza o intercâmbio de

informação entre especialistas dos Estados-Membros, representantes da indústria e organizações

ambientais, através do “European IPPC Bureau”, com sede em Sevilha, para produção dos

BREF’s (“BAT Reference Documents”), destinados a apoiar as autoridades licenciadoras na

determinação das Melhores Tecnologias Disponíveis e na definição dos valores–limite de emissão

a incluir na licença ambiental.

A nível nacional, e no âmbito do Plano Nacional de Prevenção dos Resíduos Industriais (PNAPRI),

foram publicados Guias Técnicos Sectoriais tendo em vista o apoio às empresas na adopção das

melhores práticas, medidas e tecnologias disponíveis, que contribuam para a prevenção da

poluição, tendo em conta os aspectos técnicos e de natureza ambiental.

No caso concreto do Projecto da EMBRAER, foram consultados os seguintes Guias Técnicos

Sectoriais, elaborados pelo extinto Instituto Nacional de Energia, Tecnologia e Inovação (INETI),

actual Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG):

•••• Guia Técnico - Sector da Metalurgia e Metalomecânica;

•••• Guia Técnico - Sector dos Tratamentos de Superfície.

O sector da Metalurgia e Metalomecânica pode ser considerado um sector poluente, sendo a

maior parte dos resíduos gerados inerentes aos processos de fabrico. No entanto, o potencial de

prevenção é elevado.

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Verifica-se que, da lista de tecnologias de prevenção identificadas para o sector da Metalurgia e

Metalomecânica, constante do respectivo Guia, o Projecto em estudo contempla a seguinte

medida:

Tecnologia / medida de prevenção Operação Resíduo que previne

Instalação de um sistema de separação e recolha selectiva de óleos em vez da recolha num depósito central

Maquinagem Emulsão e óleos

Por seu lado, os tratamentos de superfície constituem uma actividade de carácter horizontal,

incluída praticamente em todos os sectores da indústria transformadora que utilizem metais (mas

não só) no seu processo de fabrico.

Os tratamentos de superfície têm especial relevância no sector da Metalurgia e Metalomecânica,

constituindo mesmo a actividade principal de algumas das empresas nele incluídas.

O Projecto em estudo contempla as seguintes tecnologias de prevenção, elencadas no Guia

supracitado:

Tecnologia / medida de prevenção Operação Resíduo que previne

Desengorduramento químico com soluções aquosas alcalinas

Desengorduramento com solventes

Solventes usados contaminados com óleos, gorduras e partículas

abrasivas; lamas contendo solventes

Pintura com tinta em pó, com equipamento para recolha de poeiras com possibilidade de recuperação de matéria-prima

Pintura com tinta líquida

Resíduos de tintas de base aquosa

Resíduos de tintas com solventes

Lamas da remoção de tintas

Pintura à pistola com sistema HVLP (elevado volume / baixa pressão)

Pintura com tinta líquida

Resíduos de tintas de base aquosa

Resíduos de tintas com solventes

Lamas da remoção de tintas

A actividade industrial a instalar aproxima-se de uma operação tradicional dentro do sector

metalomecânico, mas respondendo aos altos padrões de qualidade característicos da indústria

aeronáutica. A empresa adoptará uma política ambiental que atenda os requisitos mínimos dos

regulamentos e legislações vigentes, destacando a prevenção de poluição e melhoria contínua,

dentro do que estabelece o Sistema de Gestão do Meio Ambiente (ISO 14001:2004) e pela

identificação dos processos indutores de impactes ambientais significativos e aplicação de

medidas de minimização.

As actividades/operações a desenvolver na EMBRAER terão, assim, em consideração a adopção

de boas práticas ambientais, tais como:

•••• colocação de torneiras e válvulas de fecho automático;

•••• encaminhamento de todos os efluentes e resíduos provenientes da pintura, lavagem de piso e

preparação para uma Estação de Tratamento de Efluentes Industriais (ETEI), com possível

reutilização no processo;

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•••• reaproveitamento e reutilização da água, nomeadamente nos sistemas industriais, de acordo

com os estudos feitos e as melhores técnicas de tratamento disponíveis;

•••• implantação de um sistema de reutilização de caudais, constituído pelos seguintes órgãos

hidráulicos: encaminhamento das águas pluviais para tanque/bacia de amortecimento, com

câmara de entrada, decantação e filtração; central de tratamento e bombagem das águas

pluviais, para consumo dos sistemas na produção, rega, entre outros;

•••• encaminhamento do efluente industrial proveniente de torre de refrigeração, tratamento de

superfícies, pintura, caldeira e, provavelmente, do sistema central de ar condicionado, para a

ETEI;

•••• encaminhamento do efluente doméstico proveniente das actividades de restauração para

caixas de separação de gorduras, localizadas na proximidade da cantina e restaurante, para

posterior descarga na rede pública;

•••• encaminhamento do efluente doméstico proveniente de sanitários e vestiários para caixas de

contenção equipadas com sistema de gradagem, para posterior descarga na rede pública;

•••• utilização de máquinas dotadas de sistemas de proteção do meio ambiente, obedecendo

obrigatoriamente às normas aplicáveis;

•••• implementação de um Sistema de Gestão para o Meio Ambiente, Segurança e Saúde no

Trabalho.

Importa, ainda, salientar que a EMBRAER possui a certificação da ABS Quality Evaluation para os

seus Sistemas de Gestão do Meio Ambiente (ISO 14001:2004) e Sistema de Gestão de Saúde e

Segurança do Trabalho (OHSAS 18001:1999), Sistema Integrado de Gestão para o Meio

Ambiente, Segurança e Saúde no Trabalho e Qualidade.

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