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www.vidaeconomica.pt NEWSLETTER N.º 8 | JULHO/AGOSTO 2011 CASO EM DESTAQUE Ambidata possui taxa de fidelização superior a 95% P. 8 Índice Actualidade ............................... 1 Gestão ......................................... 2 Editorial ....................................... 2 Opinião........................................ 4 Breves .......................................... 5 Entrevista.................................... 6 Caso em destaque................... 8 O empreendedorismo é visto como um elemento chave pelo novo Governo para tirar o país da cri- se. Assim se explica a criação, pela primeira vez, de uma pasta dedicada ao empreendedorismo, junta- mente com a inovação. E são várias as medidas a tomar neste âmbito. Se- gundo o programa de Governo referente à “Ino- vação, Empreendedorismo e Internacionalização” , o objectivo central é o de “tornar Portugal um país de empresas de elevado potencial de crescimento e de in- ternacionalização” . Nesse sentido, o Governo assume como linhas de força a “criação, em articulação com o sector privado, de uma rede nacional de incubadoras de negócios de nova geração e de um pacote dirigido a start-ups, incluindo crédito de pequeno montante e micro capital de risco” . Também as linhas públicas de capital de risco (Caixa Capital, AICEP Capital e InovCapital) deverão ser con- centradas numa única entidade. Ao mesmo tempo, serão reavaliados os benefícios fis- cais atribuídos aos Business Angels, em particular “o es- tudo de um regime fiscal mais favorável e compatível empreendedorismo no centro da acção governativa ACTUALIDADE com o Fundo de Co-Investimento” já disponível. Será lançada a chancela Portugal Excellence Enterprise, a qual visa “a promoção da excelência, competências e diferenciação das empresas e produtos portugueses através da chancela junto de investidores internacio- nais” . Com isto, o Governo quer “atrair capital de risco (inicial e de desenvolvimento) junto de instituições na- cionais e internacionais” . MARC BARROS [email protected] “EmprEEndEdorismo E Estratégia dE nEgócio” PROGRAMA EMPREENDER à 5ª PROGRAMA 18h00 – Recepção dos Convidados 18h15 – Início da Sessão – Mónica Monteiro 18h20 – Empreendedorismo e Estratégia de Negócio Prof. José Luís Alvim – Licenciado pela Faculdade de Economia do Porto em 1976 (Prémio Fundação Eng. António de Almeida por ter obtido a classificação mais elevada). Foi Administrador de varias Organizações e Actualmente é docente universitário, Administrador não executivo de várias empresas e consultor de empresas 18h45 – Empreendedorismo e Estratégia de Negócio – Caso Consultor Autárquico Vitor Oliveira – Diretor Geral da Ginfoplan e Empreendedor 19h10 – Debate aberto aos participantes 19h25 – Conclusões e Encerramento – João Luís de Sousa 19h30 – Fim da Sessão NORTESHOPPING 14 DE JULHO DE 2011 INFORMAçõES/CONFIRMAçõES Patrícia Flores Telf.: 223 399 466/00 patriciafl[email protected] ENTRADA LIVRE

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www.vidaeconomica.ptnewsletter n.º 8 | Julho/Agosto 2011

Caso em destaque

Ambidatapossui taxa de fidelização superior a 95%

P. 8

Índice

Actualidade ...............................1

gestão .........................................2

editorial .......................................2

opinião........................................4

Breves ..........................................5

entrevista ....................................6

Caso em destaque ...................8

o empreendedorismo é visto como um elemento chave pelo novo governo para tirar o país da cri-se. Assim se explica a criação, pela primeira vez, de uma pasta dedicada ao empreendedorismo, junta-mente com a inovação.e são várias as medidas a tomar neste âmbito. se-gundo o programa de governo referente à “Ino-vação, empreendedorismo e Internacionalização”, o objectivo central é o de “tornar Portugal um país de empresas de elevado potencial de crescimento e de in-ternacionalização”. nesse sentido, o governo assume como linhas de força a “criação, em articulação com o sector privado, de uma rede nacional de incubadoras de negócios de nova geração e de um pacote dirigido a start-ups, incluindo crédito de pequeno montante e micro capital de risco”. também as linhas públicas de capital de risco (Caixa Capital, AICeP Capital e InovCapital) deverão ser con-centradas numa única entidade. Ao mesmo tempo, serão reavaliados os benefícios fis-cais atribuídos aos Business Angels, em particular “o es-tudo de um regime fiscal mais favorável e compatível

empreendedorismo no centro da acção governativa

aCtualidade

com o Fundo de Co-Investimento” já disponível. será lançada a chancela Portugal excellence enterprise, a qual visa “a promoção da excelência, competências e diferenciação das empresas e produtos portugueses através da chancela junto de investidores internacio-nais”. Com isto, o governo quer “atrair capital de risco (inicial e de desenvolvimento) junto de instituições na-cionais e internacionais”.

Marc [email protected]

“EmprEEndEdorismoE Estratégia dE nEgócio”

Programa emPreender à 5ª

Programa18h00 – Recepção dos Convidados18h15 – Início da Sessão – Mónica Monteiro18h20 – Empreendedorismo e Estratégia de Negócio Prof. José Luís Alvim – Licenciado pela Faculdade de Economia do

Porto em 1976 (Prémio Fundação Eng. António de Almeida por ter obtido a classificação mais elevada). Foi Administrador de varias Organizações e Actualmente é docente universitário, Administrador não executivo de várias empresas e consultor de empresas

18h45 – Empreendedorismo e Estratégia de Negócio – Caso Consultor Autárquico

Vitor Oliveira – Diretor Geral da Ginfoplan e Empreendedor19h10 – Debate aberto aos participantes19h25 – Conclusões e Encerramento – João Luís de Sousa19h30 – Fim da Sessão

NORtEShOPPING 14 DE JuLhO DE 2011

informações/ConfirmaçõesPatrícia Florestelf.: 223 399 466/[email protected]

entrada liVre

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newsletter n.º 8 | Julho/Agosto 2011

emPreendedorismo começa a ter Pasta PróPriao novo governo inclui pela primeira vez uma pasta dedicada ao empre-endedorismo, da responsabilidade do empresário conhecido por ter vendido a Mobicomp, empresa tec-nológica que fundara oito anos antes à Microsoft. esperamos que este novo governo traga um novo olhar e novos incen-tivos para os empresários e para os jovens empreendedores, o que, con-sequentemente, poderá ser um bom sinal de esperança para o estado ac-tual do país. Mais emprego, mais incentivos e so-bretudo melhores condições para os que querem e têm novas ideias e no-vos projectos para o país. Como noticiámos, para este novo go-verno, o objectivo central é o de “tor-nar Portugal um país de empresas de elevado potencial de crescimento e de internacionalização”. este objectivo poderá estar relacio-nado com uma notícia que saiu por estes dias a propósito dos resultados divulgados pelo eurobarómetro da união europeia sobre “Juventude em movimento”, um inquérito feito em todos os países da união que procu-ra compreender, entre outros, qual a predisposição dos jovens europeus em terem uma experiência de traba-lho noutros países da união. Portugal surge claramente acima da média em termos de predisposição dos jovens em terem uma experiência profissional no estrangeiro, de facto 25% admitem mudar de país numa perspectiva de longo prazo (igual à média europeia) e há ainda 32% que desejavam ter uma experiência tem-porária no estrangeiro. ou seja, 57% dos jovens portugueses predispos-tos a trabalhar fora do país um valor acima dos 53% da média europeia. Como se podia ler no documento: “os que têm mais habilitações são igualmente mais favoráveis à ideia de viver no estrangeiro que os que têm habilitações de um nível de ensino secundário inferior (55% contra 33%)”.esta notícia constituiu de facto uma boa notícia para o mercado europeu, mas poderá ser uma péssima notícia para Portugal, isto porque estamos a investir em jovens que irão trabalhar fora do país. urge apresentar solu-ções que permitam reter este talento no nosso país. o grande objectivo deverá ser criar condições para que esta geração queira ficar e alterar a situação deste país. Antes de irmos de férias, teremos ain-da um novo “empreender à 5ª” desta vez com o tema “empreendedorismo e estratégia de negócio”. Convidamos por isso todos os nossos leitores a es-tarem presentes no dia 14 de Julho, pelas 18h, na Fnac do norteshopping.

Patrícia [email protected]

editorial

Disney – Crenças que Criam!

There’s really no secret about our approach. We keep moving forward – opening up new doors and doing new things – because we’re curious. And curiosity keeps leading us down new paths. We’re always exploring and experimenting.

The whole thing here is the organization. Whatever we accomplish belongs to our entire group, a tribute to our combined effort.

walt Disney

Apenas numa cultura cooperativa as pessoas sentem que a expressão das suas ideias é valorizada e é por isso que implementar esta cultura é fundamental para desenvolver um clima organizacional criativo na sua organização.uma verdadeira cultura cooperativa é aquela na qual os colaboradores se sentem confortáveis não só a ex-pressar as suas ideias mas também a analisar, a criti-car e a agir sobre elas. usando como estudo de caso a cultura organizacional da walt Disney, seleccionei as 10 crenças que as pessoas têm neste tipo de cultura e que promovem um ambiente propício à criatividade e inovação. Quantas delas já são pensadas pelas pes-soas com quem trabalha?

1. Toda a gente é criativa.

Isto significa que toda a gente pensa que tem ideias para melhorar processos de trabalho ou criar novas possibilidades de acção. o desafio começa em criar um ambiente no qual qualquer um partilhe de facto as suas ideias. embora existam muitos obstáculos que impedem a livre expressão de ideias, o motivo latente dessas barreiras é o sentimento de incerteza ou in-segurança sobre como os outros irão reagir. e se eles não gostarem da minha ideia?

2. As minhas ideias estão separadasda minha identidade.

numa cultura cooperativa, as pessoas acreditam que todos os indivíduos na organização têm valor só por serem quem são e trazerem a sua perspectiva única para a mesa. esta cultura é reforçada quando as pes-soas compreendem que o seu valor não é medido apenas pela qualidade das suas ideias, mas que são valorizados pelo simples facto de expressarem ideias. Acreditam que as ideias, uma vez expressas, já não têm um dono. A cultura cooperativa não opera no princípio de “a minha ideia contra a tua ideia,” mas antes, “vamos escolher a melhor das nossas ideias.” A chave consiste em construir relações genuínas entre as pessoas para que as ideias possam ser expressas

criatividade

gestão

honestamente e sem medos. nesta cultura, é funda-mental compreender que as relações que as pessoas estabelecem umas com as outras são mais impor-tantes do que as conexões que estabelecem com as ideias.

3. Identifico-me com a missãodesta organização.

A identidade organizacional é integrada pelo cola-borador e envolve a identidade individual. uma iden-tidade organizacional consistente inspira e atrai as pessoas para um objectivo comum.Quando as pessoas vêm uma organização que pro-cura satisfazer um objectivo que tem um significado para si, querem fazer parte dela. ser parte dessa orga-nização traz satisfação enquanto indivíduos.Fazer parte de algo maior e mais durável do que o eu gera orgulho. Actuando sozinhos, os indivíduos estão limitados à sua habilidade para criar impacto. Mas como parte de uma organização maior, os co-laboradores podem trabalhar juntos para influen-ciarem o seu mundo e criarem um impacto dura-douro.saber que se tem a oportunidade de contribuir para um legado que irá permanecer para além de nós gera uma sensação de orgulho e auto-estima.

(Continua na página 7)

Vítor BrigaFormador de Criatividade e Comunicação

www.vitorbriga.eu

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newsletter n.º 8 | Julho/Agosto 2011

criatividade

gestao

(Continuação da página 2)

4. Tenho coragem para fazera diferença.

De tempos em tempos, as pessoas nas empre-sas ficam numa situação na qual perguntam a si próprias, ‘será que alguém notaria se eu não estivesse aqui?’.A paixão cresce quando os colaboradores acreditam que o seu trabalho e a sua opinião acrescenta valor à organização e às pessoas envolvidas.numa cultura cooperativa, as pessoas são reconhecidas pela forma como contribuem para a identidade organizacional com a sua visão única. Cada um sente que faz a diferen-ça e tem a coragem necessária para tomar a iniciativa e expressar as suas ideias indepen-dentemente da função que ocupa na orga-nização.

5. Partilhamos os mesmos valores.

os nossos valores são aquilo que é importante para nós; são demonstrados através dos com-portamentos que exibimos. os indivíduos, consciente ou inconscientemente, decidem o que querem fazer com o seu tempo cada dia. Aquilo que fazem envia uma mensagem acer-ca do que é importante para si; toda a gente inventa tempo para aquilo que valoriza. Co-lectivamente, aquilo que as pessoas fazem na organização envia mensagens para o mundo acerca daquilo que é importante para a orga-nização.Partilhar valores comuns é a base na qual cons-truímos as relações. numa organização com uma cultura cooperativa e uma bem definida identidade organizacional, os colaboradores são capazes de criar laços através dos valores que partilham com os demais.estes valores, que foram abertamente comuni-cados e se tornaram parte da linguagem diá-ria da cultura, estabelecem claras expectativas acerca do comportamento de cada um.os desacordos ocorrem regularmente num ambiente criativo. no entanto, essas diver-gências não têm de parar o processo criativo ou danificar as relações, desde que as pessoas saibam que uma certa dose de desacordo é es-perada e encorajada.As divergências aparecem, habitualmente, devido à diferença de valores. Por isso, en-fatizar a partilha de valores ajuda cada um a determinar o que é importante e minimiza conflitos.

6. Comunicamos abertamente.

os colaboradores devem ter consciência da forma como o seu trabalho contribui para os objectivos da organização.A comunicação ajuda na prossecução dos ob-jectivos. As pessoas não querem apenas ouvir coisas boas acerca do seu trabalho, precisam também de perceber como é que estão, ou po-dem, fazer a diferença.Pelo mesmo motivo, o feedback ajuda os co-laboradores a compreenderem como é que podem melhorar o seu desempenho e deve ser feito de forma a que sejam elas a se preocu-parem e se responsabilizarem pelo seu próprio desenvolvimento.

7. Mantemos a nossa palavra.

numa cultura cooperativa os colaboradores devem sentir que aqueles que os rodeiam pos-suem carácter e integridade.eles confiam que a informação pertinente é partilhada abertamente e que os pares man-têm as suas promessas. A honestidade, transpa-rência e cumprimento da palavra por parte da liderança é fundamental para estabelecer um padrão e um modelo para a equipa.

8. Somos competentes para desempenhar os nossos papéis.

Para que a organização seja bem sucedida, não só os papéis devem estar claramente de-finidos, mas também deve existir a confian-ça de que toda a gente é capaz de desem-penhar bem o seu papel. Quando esta con-fiança falta, os elementos da equipa perdem tempo a criticar o desempenho dos outros ou a fazer o trabalho por eles. A confiança na competência dos papéis pode ser desenvol-vida reconhecendo que as pessoas precisam de tempo para crescer nas suas funções e que estão a ser acompanhadas na direcção dos objectivos.

9. Ajudamo-nos mutuamentea crescer e a aprender.

numa cultura cooperativa, as relações são tão fortes que toda a gente está focada em ajudar o outro. existe a confiança de que os colabora-dores têm uma rede de segurança de pessoas à volta a cuidar dos seus melhores interesses, motivando-os para novos desafios, e enco-rajando-os no seu crescimento profissional. Quando as pessoas dentro de uma organiza-

ção confiam umas nas outras a este nível, isto propulsiona a organização para novos níveis de performance.

10. É melhor ter diferentes perspectivas na nossa equipa.

Às vezes, os colaboradores retraem-se porque se sentem desconfortáveis em exprimir uma perspectiva diferente da opinião de alguém de “peso”; na cultura cooperativa, espera-se que toda a gente expresse as suas ideias e opiniões, mesmo quando são de desacordo. o desacordo pode trazer questões ainda não consideradas ou pode forçar os outros a se-rem mais criativos na sua abordagem. tudo isto ajuda a desenvolver um produto de maior qualidade. Demasiado acordo cria um am-biente de complacência, mediocridade e de “mais do mesmo” dentro da cultura organiza-cional.A diversidade de opiniões numa equipa leva a que muito muitas ideias sejam geradas, no entanto, será a análise destas ideias, através da lente da identidade organizacional, que vai determinar quais são as que devem ser desen-volvidas e que têm mais probabilidades para conduzir ao sucesso. existem sempre ideias ex-tra que terão de ser recusadas, mas será apenas expressando todas que o grupo sentirá que teve a oportunidade de seleccionar as melho-res.numa cultura cooperativa, as pessoas discor-dam porque estão genuinamente preocupa-das com a qualidade daquilo que estão a criar. Quando todos os elementos de uma equipa confiam que estão a trabalhar juntos para al-cançar a excelência do seu produto ou serviço, as diferenças são bem vindas como oportuni-dade para aumentar o nível de desempenho. Parece-lhe impossível treinar uma equipa para que toda a gente pense assim? se quer ter uma equipa criativa, talvez seja melhor começar por mudar as suas próprias crenças acerca do seu papel enquanto lider de uma equipa criativa. Veja a resposta de walt Disney quando lhe per-guntaram qual foi o seu papel no sucesso da equipa: ‘I think if there’s any part I’ve played... the vital part is coordinating these talents, and carrying them down a certain line. It’s like pulling together a big orchestra. they’re all in-dividually very talented. I have an organization of people who are really specialists. You can’t match them anywhere in the world for what they can do. But they all need to be pulled to-gether, and that’s may job’.

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newsletter n.º 8 | Julho/Agosto 2011

nunca antes na história vivemos um momento tão instigante e ao mesmo tempo tão perigoso para se fazer negócios. estamos diante de um cenário de rara complexi-dade, onde fenómenos económi-cos, sociais e até tecnológicos são responsáveis pela reestruturação do ambiente de negócio. Para com-plicar, somamos a este cenário de grande transformação as activida-des tácticas do dia-a-dia, que con-somem toda a energia e dificultam as organizações na identificação de mudanças de longo prazo. A detecção inicial de mudanças no ambiente, entretanto, é um pré-requisito da gestão estratégica do negócio, e habilita a organização a participar do próximo ciclo de cres-cimento, gerando lucros e recom-pensas. A detecção e reacção tardia aumentam os custos de participa-ção e reduzem as oportunidades. longos períodos de estabilidade também podem piorar esta capaci-dade de observação. os concorren-tes tradicionais estão acostumados

a concentrarem-se uns nos outros, não conseguem enxergar o mo-vimento de empresas novatas ou não-tradicionais, ficando à margem do campo de visão competitivo. A detecção torna-se ainda mais difícil quando uma nova concepção de negócio surge longe do círculo de concorrentes tradicionais. É fundamental estar em sintonia com o ambiente, algumas respos-tas deveriam ser objecto de cons-tante preocupação dos executivos. Quanto vale a minha empresa hoje? Quanto valerá daqui a cinco anos? A concepção do meu negócio é ob-soleta? Como deverá ser a próxima concepção de negócio? Que atitu-des capturarão o próximo ciclo de crescimento do meu sector?o facto de os produtos passarem por ciclos, do crescimento à ob-solescência, é amplamente reco-nhecido. o que não se reconhece, entretanto, é que as concepções de negócio também passam por ciclos e chegam à obsolescência. uma concepção de negócio (business

model) é a totalidade de como uma empresa selecciona seus clientes, define e diferencia suas ofertas, de-fine as tarefas que realizará e as que terceirizará, configura seus recur-sos, entra no mercado, criar utilida-de para o cliente, define os canais de distribuição e seu modelo de relacionamento, estabelece parce-rias e captura lucros. As empresas podem oferecer produtos, podem oferecer tecnologia, solução para o cliente, mas a oferta encontra-se dentro de um abrangente sistema de actividades e relacionamentos

que representam a concepção do negócio da empresa. o valor de mercado de uma orga-nização é um indicador do poder de sua concepção do negócio no sentido de criar e capturar valor. Para vencer o este jogo, os execu-tivos devem perguntar-se: onde, em meu sector, eu poderei gerar lucros? Como isso estará mudan-do? o que está impulsionando a mudança? o que a minha empresa pode fazer a esse respeito? Por trás destas respostas está uma ques-tão fundamental: qual é o padrão da mudança? o que os clientes desejam, e estão dispostos a pa-gar e que concepção de negócio corresponde de forma mais eficaz a esse padrão de mudança. o pa-drão está claro: quando as neces-sidades estão surgindo, o cliente procura desempenho. Quando as necessidades estão maduras, o cliente busca preços baixos. essa transformação sistemática das ne-cessidades e prioridades do clien-te aplica-se a maioria dos sectores.

antecipando-se às mudanças no ambienteoPinião

luís augustoloBão Mendes

Professor da Fundação Dom Cabral

WorkshopsPessoas motivadas geram melhores resultados

OradOr/SÉrGIO aLMEIda- Vice-presidente e co-fundador da ApCoAChING -

Associação portuguesa de Coaching- Foi Director Comercial (VW, ToYoTA, opEL, ForD,

pEUGEoT)- Ganhou o “Challenge peugeot 2008” - Melhor

Director Comercial em portugal

InfOrMaçõESPatrícia FloresTelf.: 223 399 466/[email protected]@powercoaching.pt

InScrIçõESInvestimento: 140 Euros + ivaAssinantes Vida Económica: 120 Euros + ivaInscrição nos 2x Workshops: 260 Euros + ivaAssinantes Vida Económica: 220 Euros + iva

InScrIçõES LIMItadaS

20JuLhOPOrtO

26JuLhOLISbOa

horário: 14h30 - 19h30

faLar EM PúbLIcO cOM IMPactO

PrOGraMa• a artE dE faLar EM PúbLIcO• 10 SEGrEdOS dOS

cOMunIcadOrES dE SucESSO• MEdO da PLatEIa: cOMO

uLtraPaSSar?• MEnSaGEM & audIÊncIa • aPrESEntaçõES cOM IMPactO• cOachInG Para a cOMunIcaçÃO

dEStInatárIOSpúblico em geral.

5horAs

19JuLhOLISbOa

27JuLhOPOrtO

horário: 14h30 - 19h30

LIdErança E MOtIvaçÃO dE EquIPaS dE aLtO rEndIMEntO

PrOGraMa• crISE vs. OPOrtunIdadE• EquIPaS dE aLtO rEndIMEntO• cOachInG naS OrGanIZaçõES• atInGIr ObJEctIvOS• LIdErança SuStEntávEL

dEStInatárIOSEmpresários, Executivos; Directores,

Chefes de Equipa, Consultores,Coaches e Formadores.

5horAs

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newsletter n.º 8 | Julho/Agosto 2011

BreVes

ParticiPantesdo Programa eiBtnet Poderão usaresPaço de coworking

A net – novas empre-sas e tecnologias, Bu-siness and Innovation do Porto (BIC Porto), está a disponibilizar gratuitamente um es-paço de coworking nas suas instalações aos empreendedores/promotores que parti-cipem no eIBtnet, pro-

grama de apoio à criação de empresas Inova-doras e de Base tecnológica, apoiado pelo on2 – o novo norte, que decorre até 31 de Março de 2012.Como é explicado em comunicado de imprensa, “o espaço de trabalho é um open space parti-lhado, o que traz a vantagem da sinergia de co-nhecimentos, troca de experiências e criação de parcerias”. o empreendedor dispõe de um posto de trabalho onde desenvolve o seu projecto, o plano de negó-cios e todas as actividades inerentes à criação ou consolidação da empresa com o apoio de consul-toria da net, desde a pré-incubação ao arranque da empresa, conforme previsto pelo eIBtnet.o eIBtnet, cujas candidaturas deverão ser rea-lizadas através do [email protected], é um pro-grama de apoio à criação de empresas Inovado-ras e de Base tecnológica que tem por base de actuação três fases de apoio interligadas: IDeIA ð ProJeCto ð eMPresA.o eIBtnet pretende essencialmente fomentar a criação e consolidação de empresas baseadas na inovação tecnológica, favorecendo o desen-volvimento empresarial, potenciando o espíri-to empreendedor e incentivando à inovação e à diferenciação, como o melhor caminho para contribuir para o desenvolvimento económico e para a melhoria das competitividades regional e nacional.

Projecto.detalhe lança Projecto Para alunos do secundário

“Inovar em engenharia” é o novo projecto piloto apresentado pela empresa Projecto.Detalhe. tra-ta-se de um programa de Verão que tem como objectivo ajudar os jovens a desenvolver capa-cidades, a resolver problemas e a pensar como engenheiros, como se pode ler no comunicado

enviado pela em-presa de engenharia e gestão de projec-tos.esta iniciativa des-tina-se a jovens do ensino secundário e superior, que se-rão integrados em grupos distintos na empresa. A cada grupo será entregue um projecto (real) com a finalidade de estudarem e apresentarem solu-ções, debatidas em conjunto com engenheiros das áreas civil, electrotécnica, mecânica, química e instrumentação. o programa decorrerá essen-cialmente nas instalações da Projecto.Detalhe, em sintra, estando também previstas visitas de campo a obras desenvolvidas ou geridas pela empresa. “A ligação entre a empresa e a universidade é fundamental. o programa ‘Inovar em engenha-ria’ permitirá fazer uma ponte entre ambas e promover a partilha de conhecimentos entre seniores e juniores para o desenvolvimento de novas soluções. Acreditamos que este pro-jecto pode ajudar ainda a identificar jovens talentos e a estimular o seu futuro na área da engenharia. Convém ter presente este ‘detalhe’: profissionais qualificados são a chave de uma empresa, mas também de um país”, declara hel-der Martins, director de operações da Projecto.Detalhe. o programa de Verão “Inovar em engenharia” tem a duração de uma semana e realiza-se entre 4 de Julho a 30 de setembro, estando já abertas as ins-crições através do site www.projectodetalhe.pt

anje lança guiacom “os 50 Projectos mais criativos do Porto”

A AnJe lança, na edição deste mês da revista time out, um guia intitulado “os 50 Projectos Mais Criativos do Porto”. “o roteiro de Indústrias Criativas vai das galerias Miguel Bombarda ao

hard Club, passando por diversos ateliers de de-sign, lojas de moda e até pelo departamento de robótica da FeuP”, como se pode ler no site da Associação. “Através deste guia, a AnJe dá a conhecer um Porto Criativo, cujo potencial merece ser reco-nhecido. A pujança com que as Indústrias Cria-tivas emergem na invicta sente-se ao dobrar de cada esquina e necessita de ser canalizada en-quanto driving force do crescimento económi-co”, afirma o presidente da Comissão executiva da AnJe, Manuel teixeira. Acrescentando que “ao sistematizar ‘os 50 Projectos Mais Criativos do Porto’ num guia bilingue, a AnJe aposta no estímulo do turismo Criativo, traçando surpre-endentes itinerários, que têm como pontos de paragem obrigatória espaços onde a arte, a tecnologia e o negócio se fundem de um modo inovador”.

concurso Premeia melhores ideias de negócio

Até ao final de Julho a Anje recebe as melhores ideias de negócio no âmbito da iniciativa Idea-Move: da Ideia ao negócio. A competição pre-meia as 18 melhores ideias com um Campo de treino de empreendedores, iniciando-se a partir de então um processo composto por diferentes fases de selecção. os 12 melhores projectos re-sultantes do campo de treino transitam para a etapa de Pré-Incubação e, durante um semestre, beneficiam de 150 horas de consultoria para elaborarem o plano de negócios. na fase final - Incubação – só há lugar para seis equipas, galar-doadas com um programa de apoio à constitui-ção do negócio. tecnologia e moda são as áreas temáticas do IdeaMove. As candidaturas estão abertas a todos os jovens com idades iguais ou superiores a 18 anos, que apenas necessitam de aceder ao site da AnJe ou através do e-mail [email protected].

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newsletter n.º 8 | Julho/Agosto 2011

Empreender – A EGP – UPBS é uma escola que conta com mais de 20 anos de experiência. Pode dizer-se que foi um projecto empreendedor à data da sua constituição?Nuno de Sousa Pereira – tendo na sua génese algumas das em-presas e dos empresários mais bem sucedidos de Portugal, a egP – university of Porto Busi-ness school foi um projecto ino-vador. A tendência recente é para que as novas escolas de negócios surjam do mundo empresarial, por melhor reflectirem as neces-sidades e prioridades das empre-sas e seus quadros. A egP-uPBs antecipou essa tendência, com o mérito de lhe adicionar o rigor e conhecimento científico da maior e mais prestigiada universidade de Portugal, sendo um exemplo de sucesso de uma parceria entre o mundo académico e o mun-do empresarial, que depende exclusivamente de receitas pró-prias, não recebendo um euro de fundos públicos. Podemos, sem qualquer dúvida, afirmar que a egP-uPBs foi e é um projecto em-preendedor.

E – Como classificaria o balanço destes anos de actividade?NSP – Como muito positivo, não só pelo crescimento da activi-dade ao longo de 20 anos, mas sobretudo pelo impacto que a escola tem tido em empresas, organizações e executivos. Actu-almente, passam pela egP-uPBs nos seus diferentes programas de formação perto de dois mil executivos, alunos de 10 nacio-nalidades diferentes, quadros com as mais diferentes forma-ções. Muitos mudam de carrei-ra, tornam-se empreendedores, transformam as empresas em que trabalham.

E – Fala-se que Portugal tem baixos índices de empreendedorismo. Que impactos terá a crise que agora atravessamos no desenvolvimento do mesmo?NSP – A crise terá impactos dis-tintos. Por um lado, o aumento do desemprego, a redução da atrac-tividade do desempenho de fun-ções no sector público e o menor crescimento de salários no sector privado fará com que o custo de oportunidade de se iniciar um projecto próprio seja menor. Por outro, o aumento do custo de fi-nanciamento e a mais débil dinâ-mica da procura interna faz com que a rendibilidade dos investi-mentos seja menor e o risco asso-ciado maior. no entanto, noto um crescente interesse por parte dos mais jovens em iniciarem as suas próprias empresas.

E - Que medidas poderiam ser tomadas para que se verificasse uma mudança nesta situação?NSP – Para além da simplificação administrativa, o importante é do-tar os potenciais empreendedores de competências básicas de gestão e criar instrumentos financeiros que facilitem a criação de novas empresas e que estejam adaptados aos seus diferentes estágios de de-senvolvimento.

E – Na sua opinião,qual deverá ser o contributo das escolas de negócio para o desenvolvimento de uma maior atitude empreendedora, dentro e fora das empresas?NSP – um aspecto fundamental é dotar as estruturas superiores e intermédias das empresas de competências de gestão. Mas den-tro das próprias empresas deverá existir uma cultura de inovação, de abertura à criatividade e à mu-

dança. o empreendedorismo não terá de ser incentivado apenas no que diz respeito à criação de novas empresas, mas também ao desen-volvimento de novas iniciativas no interior das empresas já existen-tes, promovendo-se uma cultura de intraempreendedorismo. As escolas de negócios são elemento essencial na promoção desta cul-tura. Finalmente, são um veículo privilegiado de ligação entre uni-versidade e empresas, entre quem gera novas ideias e produtos e quem os pode transformar em ne-gócios, entre quem tem experiên-cia empresarial e quem tem novas competências no domínio científi-co e tecnológico. A possibilidade de criar e fomentar toda esta rede é um elemento diferenciador de

uma escola de negócios com as características da egP-uPBs.

E – Em que medida uma forte cultura de gestão e uma elevada abertura a mudança podem ser determinantes para o desenvolvimento do empreendedorismo?NSP – são fundamentais. A criação de novas empresas é, em si mesmo, um processo com elevadas taxas de insucesso. sem princípios de gestão sólidos e sem capacidade de adaptação a um ambiente in-certo e em mudança permanente, torna-se ainda mais difícil que o de-senvolvimento de novas empresas seja bem sucedido.

(Continua na página seguinte)

escola de gestão do Porto recebe perto de dois mil empresários

“há um crescente interesse por parte dos jovens em iniciarem as suas próprias empresas”

entreVista

“Esta simbiose perfeita entre conhecimento científico e saber de experiência vivida é algo que nos distingue”, refere o professor da Escola de Gestão do Porto, Nuno de Sousa Pereira.

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newsletter n.º 8 | Julho/Agosto 2011

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E – Um dos valores defendidos pela EGP-UBS é a parceria e a inovação. Como é vivido este valor no dia-a-dia da escola?NSP – A inovação e a parceria são vividos no modo como ensinamos, nos programas que concebemos, mas também no modo como inte-ragimos com todos os stakeholders da egP-uPBs. temos consciência que só pela inovação podemos surpreender os nossos clientes, propondo-lhes soluções de forma-ção que têm a flexibilidade para se ajustarem às suas necessidades es-pecíficas, mas que têm também um elemento diferenciador pelo facto de cada solução concebida e exe-cutada é, em si mesmo, um proces-so de aprendizagem. Como temos a consciência que temos muito a ensinar, mas também algo a apren-der, até porque não podemos ter competências de eleição em todas as áreas, procuramos estabelecer parcerias permanentes com quem pode complementar e reforçar os nossos atributos.

E – As parcerias estabelecidas potenciam uma forte rede de Networking. Esta vantagem é entendida como valor acrescentado pelos seus clientes?NSP – A egP-uPBs possui uma rede de antigos alunos e de empresas as-sociadas verdadeiramente notável, pelo que já alcançaram, pela expe-riência e conhecimentos acumu-lados, mas também pelo futuro de afirmação nacional e internacional que se perspectiva. nesse sentido, os nossos clientes percepcionam que têm acesso a uma rede de con-tactos e oportunidades única, que facilitam o desenvolvimento de ini-ciativas e projectos próprios. recor-do, por exemplo, que temos o mais antigo programa de mentoring de

qualquer escola de negócios em Portugal, que envolve muitos gesto-res de méritos reconhecidos.

E – Actualmente, verifica-se um forte dinamismo e concorrência no sector das escolas de negócio. Como se posiciona a EGP-UPBS?NSP – A egP-uPBs oferece valor e é um catalisador da mudança e da melhoria nas organizações e nos seus quadros. Queremos ser avalia-dos pelos impactos que causamos. nessa perspectiva, temos o melhor rácio valor/custo. As empresas que valorizam a formação como um fac-tor de reforço de competitividade e de criação de riqueza reconhecem a egP-uPBs como um parceiro pri-vilegiado. o nosso papel é garantir que a egP-uPBs é conhecida por cada vez mais empresas e quadros qualificados, para que a concretiza-ção da nossa missão tenha uma di-mensão ainda mais significativa.

E – Nota-se que existe uma forte ligação dos alunos à Escola, e da Escola às empresas. Podemos identificar isso como uma vantagem competitiva da EGP?NSP – sem dúvida. Quem procura formação numa escola de negócios, procura rigor científico, conheci-mento avançado, mas também uma

partilha e um confronto de experi-ências. todos os que frequentam a egP-uPBs têm acesso a docentes de topo, nacionais e internacionais, académicos e executivos que tra-zem para sala de aula um conheci-mento adquirido na gestão quoti-diana de empresas. esta simbiose perfeita entre conhecimento cientí-fico e saber de experiência vivida é algo que nos distingue.

E – Em tempo de crise é provável que as empresas cortem nas verbas destinadas à formação dos seus quadros. Que implicações poderá ter esta situação na estratégia de EGP-UPBS?NSP – em tempos de crise as em-presas são mais selectivas nos in-vestimentos que efectuam. Porque oferece a melhor relação valor/custo, a egP-uPBs poderá benefi-ciar dessa tendência. Para além do mais, empresas cujos responsáveis não reconhecem que a valorização do capital humano é um requisito fundamental para um processo de crescimento sustentado têm um problema grave de liderança.

E – Face às dificuldadesque se vive actualmente no mercado de trabalho em Portugal, uma possível saída para os jovens será o mercado externo. Na sua opinião,que consequências terá esta situação no desenvolvimento da economia do pais?NSP – Certamente que Portugal perderá porque esses jovens teriam o potencial para ajudar a transfor-mar a estrutura da economia e criar valor em Portugal, até por terem um espírito de maior abertura à globa-lização de mercados e a novas cul-turas. Mas, por outro lado, ao saírem para o mercado externo é porque terão à partida melhores condições para rentabilizarem todas as suas potencialidades. Cristiano ronaldo

nunca teria sido o jogador que é se se tivesse mantido na liga portu-guesa, não deixando, por isso, de ser um dos pilares da afirmação de Por-tugal no mundo. teremos é de saber tirar o devido proveito do conjunto enorme de oportunidades que se podem abrir por termos quadros portugueses nos centros de decisão de empresas internacionais.

E – Que novos projectos podemos esperar ver ainda desenvolvidos pela escola?NSP – A egP-uPBs promoverá sempre a mudança, a inovação, a criatividade, tanto ao nível da trans-missão como da produção de co-nhecimento. Por isso, iremos criar centros de excelência nas áreas em que a escola tem conhecimento e competências superiores, enfatizan-do uma estratégia de diferenciação face a outras escolas de negócios. Iremos também prosseguir a nossa estratégia de estabelecimento de parcerias com escolas de negócios internacionais, de que são exemplo dois protocolos recentes assinados com a mais antiga universidade da China e a mais prestigiada escola de negócios da tailândia.

E – Que conselhos daria aos empreendedores de Portugal, neste momento?NSP – há duas áreas que me pare-cem óbvias. Primeiro, que procurem sempre reforçar as suas compe-tências, porque o conhecimento é cada vez mais perene. segundo, que pensem sempre numa perspectiva global, porque as oportunidades no mercado externo são incomen-suravelmente superiores às que se apresentam no mercado interno. Adicionalmente, terão que ter a consciência de que vivemos num contexto de elevada incerteza e de mudança permanente, o que, sendo um desafio, é também o ensejo para que os mais competentes assumam a sua posição de liderança.

escola de gestão do Porto recebe perto de dois mil empresários

“há um crescente interesse por parte dos jovens em iniciarem as suas próprias empresas”

“O empreendedorismo não terá de ser incentivado apenasno que diz respeito à criação de novas empresas, mas tambémao desenvolvimento de novas iniciativasno interior das empresas já existentes, promovendo- -se uma cultura de intra--empreendedorismo”

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newsletter n.º 8 | Julho/Agosto 2011

amBidata Possui taxa de fidelização suPerior a 95%A Ambidata fechou o ano de 2009 com um volume de negócios de 501 mil euros. A em-presa é líder de mercado em Portugal no for-necimento de soluções digitais para labora-tórios de ensaios. A organização desenvolve também soluções especificas de tratamento de água aos seus clientes, assumindo a res-ponsabilidade integral do processo de trata-mento de água, desde a fase de diagnóstico do problema e concepção da solução até à fase de implementação do processo de tratamento de água, arranque e assistência técnica periódica. Líder no mercado nacional, a empresa foi criada em 1999 com apenas dois colabora-dores. O seu sócio fundador, Paulo Rego, com uma larga experiência numa empresa internacional ligada ao sector do tratamento de águas, detectou que no mercado nacio-nal não existia nenhum produto de software especifico para a área da gestão e controlo dos resultados analíticos da qualidade da água. Foi perante esta constatação, que quando saiu dessa empresa, e pela verifica-ção que haveria um nicho de mercado por explorar que decidiu criar uma empresa para desenvolver uma solução nesta área. Num primeiro momento, em colaboração com um colega que mais tarde viria a tornar-se também sócio, Pedro Coutinho iniciou-se o desenvolvimento de uma solução de softwa-re que tem vindo a crescer ao longo destes últimos 10 anos tornando-se a aplicação principal o LabWay-LIMS.Com dois sócios principais que, depois de vários anos a trabalhar em empresas na-cionais e internacionais, decidem que é chegada a hora de tornar os seus sonhos e ambições em algo mais palpável. Passaram à prática criando uma empresa que fosse capaz de juntar tudo o que de bom faziam nas empresas onde estavam a trabalhar, mas em simultâneo colocaram em prática algumas das suas ideias de gestão e organização que não eram exequíveis nos locais onde estavam a trabalhar. No início, a Ambidata tinha dois departa-mentos; a Unidade de Ambiente e a Unidade de Software, sendo que nos primeiros três anos a Unidade de Software teve apenas a actividade de criação e desenvolvimento

das soluções de software que apresentam hoje no mercado. Nesta altura, a Unidade de ambiente foi claramente o motor que permitiu colocar a empresa a funcionar e que gerava os proveitos necessários para financiar a Unidade de Software que estava ainda em fase embrionária. Hoje em dia, a empresa trabalha com mais de 100 clientes em quatro países diferentes (Portugal; Ango-la; Espanha e Cabo Verde). Estão também presentes em feiras internacionais a compe-tir com os concorrentes mundiais. Segundo os responsáveis da empresa, o principal factor diferenciador é o enfoque na realidade de cada cliente e a concentração exclusiva neste nicho de mercado. “Cada Cliente é visto como projecto único e onde todos os seus processos e procedimen-tos são analisados exaustivamente para se identificar uma forma de os optimizar e adequar a uma realidade digital”, explicam. Para isso, a organização possui uma equi-pa pluridisciplinar e altamente qualificada que permite apresentar a cada cliente os recursos mais adequados em cada fase de implementação.Tendo a Ambidata a característica muito par-ticular de estar orientada para um “nicho de nicho” de negócio, que são os laboratórios de análises, desde muito cedo compreendeu que o seu mercado tinha de ser global e não nacional. Como explicam os responsáveis, desde os primeiros momentos que as suas soluções foram desenvolvidas para três línguas base o português, o espanhol e o inglês. Mas sabiam que era necessário criar experiência nacional antes de iniciar o pro-cesso de internacionalização.

Em 2007, com a abertura do escritório na Corunha iniciam o processo de internacio-nalização. Os dois primeiros anos foram de estudo e preparação do mercado culminan-do em 2008 com a abertura do escritório em Madrid e o desenvolvimento de actividade comercial. Além de estar em Espanha, fo-ram também aos Estados Unidos, Chicago, a uma das maiores feiras mundiais da área dos laboratórios – Pittcon, para analisar os concorrentes internacionais e o estado a arte dos laboratórios de outros países.Neste momento, têm cinco clientes e uma par-ceria em Espanha que representou em 2009 um volume de facturação de cerca de 7%.Além do mercado espanhol, possuem tam-bém clientes em Angola e Cabo Verde onde mesmo sem desenvolver um trabalho co-mercial muito intenso, e devido ao reconhe-cimento nacional da Ambidata e a ligação de Portugal com estes PALOP conseguiram iniciar projectos, representando a totalidade do mercado internacional 9% da facturação.Depois disso, desenvolveu um projecto de internacionalização que submeteu para apoio do QREN. Os fundos neste processo foram importantes mas não determinan-

tes. Os responsáveis da empresa afirmam que este objectivo seria concretizado de qualquer forma, a grande vantagem é que permitiu ter uma maior velocidade na sua concretização. Em Portugal, têm uma taxa de fidelização superior a 95%. Apenas os clientes que por razões de conjuntura deixam de pres-tar serviços deixaram de ser clientes. Têm uma taxa de satisfação de clientes muito elevada devido á concentração nas neces-sidades dos seus clientes. A Ambidata tem neste momento uma quota de mercado em Portugal superior a 80% para os clientes que possuem sistemas digitais. A empresa incentiva todos os seus colabo-radores a fazerem formação contínua. Os responsáveis da empresa querem que todos estejam sempre a aprender, tendo uma equi-pa pequena, a formação é a ferramenta que permite um elevado nível de competências técnicas e pessoais. As necessidades de formação são sempre analisadas durante o processo de avaliação pessoal e de de-sempenho de forma que a empresa possa durante o ano fornecer as condições neces-sárias a que cada colaborador atinja os seus objectivos.Um dos aspectos que mais distinguem esta empresa é a obsessão pela visão de futuro e pela comunicação organizativa, reconhe-cem-se como uma empresa de organização horizontal, não existindo qualquer tipo de hierarquização entre os diversos colabora-dores. A informação está disponível e aces-sível a todos os colaboradores não existindo filtros.Nos últimos 10 anos, em média, 70% dos lucros foram sempre investidos na empresa, para a capitalizar, de forma a possibilitar a definição de objectivos cada vez mais am-biciosos. A Ambidata tem um documento interno que define objectivos estratégicos globais da empresa até 2020, realizado em conjunto com a envolvência de todos colaboradores. O importante para a empresa criar recursos para que seja capaz de atingir essas metas, não perdendo o enfoque no que realmente interessa que é a equipa, os clientes e os parceiros no negócio.

Ficha técnica:coordenadora: Mónica Monteirocoordenadora-adjunto: Patrícia Florescolaboraram neste número: Carlos Brito; Luís Lobão; Marc Barros;Mónica Monteiro; Patrícia Flores; Susana Sbreu; Tomasz TunguzPaginação: José Barbosacontacto: [email protected] aqui outras newsletters do Grupo

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“70% dos lucrosforam sempre investidos na empresa, para a capitalizar, de formaa possibilitar a definição de objectivos cada vez mais ambiciosos”