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EPISTOLAS GERAIS/UNIVERSAIS/CATÓLICAS Introdução Tanto no Oriente como no Ocidente, prevaleceu o uso de qualificar de "Católicas "todas as Epístolas não Paulinas do Novo Testamento, possivelmente porque elas não se destinavam a uma Igreja particular, mas ao conjunto de todas as Igrejas. Esta hipótese seria parcialmente justificada pela 1 a Epístola de São Pedro e pela 1 a de, São Tiago, contudo para a 3 ª Epístola de São João esta possibilidade não se verifica, uma vez que a Epístola se dirige a um homem de nome Gaius. Todavia, esta apelação de "Católicas " é cômoda e por tal razão freqüentemente utilizada. Nas edições gregas da Sagrada Escritura, à semelhança de alguns documentos antigos (Alef, B), as Epístolas Católicas estão colocadas a seguir ao livro dos Atos dos Apóstolos, antes das Epístolas Paulinas. A ordem da Vulgata adotada no Ocidente é mais lógica, uma vez que as Epístolas Paulinas são de composição mais antiga EPÍSTOLA DE TIAGO 1. Introdução Tiago é um dos livros do Novo Testamento conhecido como livros disputados. Geralmente ele não era reconhecido como canônico até o Concílio de Cartago (397 AD). Orígenes é o primeiro pai da igreja que menciona o livro como “Escritura” e o reconhece como sendo escrito por Tiago. Em geral pode se dizer que as igrejas de Roma e de Cartago questionaram o livro, enquanto que as igrejas de Jerusalém e da Síria a aceitaram desde o início. Possivelmente era porque a Epístola foi provavelmente escrita em Jerusalém e endereçada aos judeus dispersos do Oriente”. Ela foi aceita com sendo de Tiago nos escritos de Atanásio (298-373), Jerônimo (340- 420) e Agostinho (354-430) 2. Autoria O livro se diz escrito por “Tiago, um servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo”(1:1:) A questão é, “que é Tiago?. O Novo Testamento menciona quatro pessoas pelo mesmo nome; Filho de Zebedeu, irmãos de João (Mt:4:21); Filho de Alfeu, chamado “Tiago o Menor”. Pai de Judas, o apóstolo (não o Iscariotes) Lc;6:16 e o “meio irmão de Jesus (irmão por parte de mãe) Mc:6:3, Jd:1). Os vários tiagos do novo testamento 1

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EPISTOLAS GERAIS/UNIVERSAIS/CATÓLICAS

Introdução

Tanto no Oriente como no Ocidente, prevaleceu o uso de qualificar de "Católicas "todas as Epístolas não Paulinas do Novo Testamento, possivelmente porque elas não se destinavam a uma Igreja particular, mas ao conjunto de todas as Igrejas. Esta hipótese seria parcialmente justificada pela 1a Epístola de São Pedro e pela 1a de, São Tiago, contudo para a 3 ª Epístola de São João esta possibilidade não se verifica, uma vez que a Epístola se dirige a um homem de nome Gaius. Todavia, esta apelação de "Católicas " é cômoda e por tal razão freqüentemente utilizada. Nas edições gregas da Sagrada Escritura, à semelhança de alguns documentos antigos (Alef, B), as Epístolas Católicas estão colocadas a seguir ao livro dos Atos dos Apóstolos, antes das Epístolas Paulinas. A ordem da Vulgata adotada no Ocidente é mais lógica, uma vez que as Epístolas Paulinas são de composição mais antiga

EPÍSTOLA DE TIAGO

1. Introdução

Tiago é um dos livros do Novo Testamento conhecido como livros disputados. Geralmente ele não era reconhecido como canônico até o Concílio de Cartago (397 AD). Orígenes é o primeiro pai da igreja que menciona o livro como “Escritura” e o reconhece como sendo escrito por Tiago. Em geral pode se dizer que as igrejas de Roma e de Cartago questionaram o livro, enquanto que as igrejas de Jerusalém e da Síria a aceitaram desde o início. Possivelmente era porque a Epístola foi provavelmente escrita em Jerusalém e endereçada aos judeus dispersos do Oriente”. Ela foi aceita com sendo de Tiago nos escritos de Atanásio (298-373), Jerônimo (340-420) e Agostinho (354-430)

2. Autoria

  O livro se diz escrito por “Tiago, um servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo”(1:1:) A questão é, “que é Tiago?. O Novo Testamento menciona quatro pessoas pelo mesmo nome; Filho de Zebedeu, irmãos de João (Mt:4:21); Filho de Alfeu, chamado “Tiago o Menor”. Pai de Judas, o apóstolo (não o Iscariotes) Lc;6:16 e o “meio irmão de Jesus (irmão por parte de mãe) Mc:6:3, Jd:1).

Os vários tiagos do novo testamento

1. Tiago, filho de Zebedeu, irmão de João, incluído em todas as quatro listas sobre os doze apóstolos . Foi decapitado a mando de Herodes Agripa I, em 44 d.C. (At.12.2

2. Tiago filho de Alfeu, um dos doze apóstolos (Mt.10.3; Mar.3.18; Lc.6.15; At.l.13)

3. Tiago, irmão do Senhor. (Gl.1.19; 2.9,12; 1 Cor. 15.7; At.12.17; 15.13; 21.18). Ficou convicto do caráter messiânico de Jesus, evidentemente através de aparição pessoal a ele, após a ressurreição de Cristo. Subseqüentemente, tornou-se líder espiritual da igreja de Jerusalém, uma figura de estatura sacerdotal, muito respeitado entre judeus e cristãos igualmente.

4. Tiago, o menor (uma alusão a sua pequena estatura, a fim de distingui-lo de personagens de mesmo nome). (Mc. 15.40; Mt.27.56; Lc. 24.10). Muitos identificam esse Tiago como filho de Alfeu.

5. Tiago, pai ou irmão de Judas, um dos doze apóstolos (Luc.6.16; At. L.13). Em vez desse Judas (não o Iscariotes), nas listas do evangelho de Marcos (capitulo terceiro) e Mateus (capitulo decimo), aparece o nome de Tadeu, o Labeu.

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6.Tiago, autor da epistola, que possivelmente pode ser identificado com um outro dos Tiagos mencionados acima.

7. Tiago, irmão de Judas (Jd. 1), por meio de quem a epistola de judas teria sido escrita.

Dentre esses Tiagos, o primeiro, o terceiro e o sétimo têm sido identificados como autor da epístola.Há argumentos contra a idéia de que qualquer Tiago do N.T. tenha escrito essa epistola entre elas estão:

1. É uma provação de fé e não um ponto de fé, supormos que qualquer figura importante, e até mesmo apostolo de Cristo, pudesse Ter escrito alguma coisas e isso ficasse inteiramente desconhecido na igreja cristã, até os tempos de Orígenes, isto é, já nos meados do século III d.C.

2. Seria impossível a qualquer um dos apóstolos, aldeões e pescadores galileus como eram , Ter produzido uma obra em grego dotada de tal linguagem e estilo. Os aldeões Galileus não poderiam Ter conhecido e usado o grego dessa maneira. Poder-se-ia argumentar que escreveram em aramaico, e que alguém, ato continuo, traduziu a obra. Mas as traduções sempre trazem sinais de serem traduções. Não há qualquer indicio que temos aqui qualquer tradução . Trata-se aqui de uma escrita original com grego de tão alto naipe que só perde para a epistola aos Hebreus, em todo o N.T. Também poderia argumentar que o Espirito Santo ajudou esse Tiago a escrever com um grego impecável. Mas esse mesmo Espirito não ajudou a Marcos nem o autor de Apocalipse a escrever em grego superior ao grego de rua, o que explica seus barbarismos. É um argumento eivado de preconceitos aquele que afirma que, neste único caso, o autor foi ajudado pela inspiração do para escrever acima de sua capacidade no idioma.

Acresça a isso o fato que o autor estava familiarizado com minúcias do estilo helenista, com artifícios retóricos, com alterações, com diatribes e com terminologia dos filósofos éticos, estóicos e cinicos daquela época, o que dificilmente poderia fazer parte dos judeus da Galiléia. O que queremos asseverar é que o autor sagrado exibe sinais de Ter sido homem bem educado na tradição helenista. A família imediata de Jesus e seus discípulos, dificilmente teriam recebido educação tão formal.

3. Ademais, note-se ao fato que Tiago é o menos cristão e o mais judaico de todos os livros do N.T. Há quase total ausência das doutrinas distintivamente cristãs, e o próprio Jesus é mencionado apenas duas vezes (Tg. 1.1; 2.1). É impossível crermos que qualquer apóstolo que tivesse passado tanto tempo com Jesus, e especialmente um irmão seu, pudesse Ter escrito tão pouco sobre sua pessoa.

4. A data da epistola certamente deve ser assimilada depois do tempo de Tiago, filho de Zebedeu, que foi martirizado depois de 44 d.C. Assim esse Tiago fica eliminado ao menos devido a essa consideração.

5. Qualquer declaração em prol da autoria de qualquer desses três personagens é pura conjectura. A própria epistola não identifica o Tiago. Qualquer identificação deve residir na tradição; e, nesse caso, a tradição é distintivamente contrária a idéia de que qualquer deles tenha sido o autor, a menos que admitamos aquela tradição iniciados em meados do século III d.C. Todavia, a tradição do próprio século III em diante contradiz consigo mesma. Aqueles que conjecturam que Tiago, o irmão do Senhor, é quem escreveu essa epistola, meramente conjecturam, e isso é verdade no tocante as demais identificações especificas. Não há qualquer evidência que qualquer deles escreveu o livro.

A observação de que há algum acordo verbal entre está epistola e os discurso de Tiago, no decimo quinto capítulo do livro de Atos—(At.15.23 com Tiago l1.1 ; At. 15.17 com Tiago 2.7; ; At. 15.14,16 com Tg. 2.7 e 5.10,14; At. 15.14 com Tiago 1.27 e At. 15.19 com Tg. 5.19,20)—

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não é mais convincente do que dizer que o mesmo autor que escreveu a epistola de Pedro, por causa de uma lista similar de semelhanças que possa traçar entre esse dois livros.

O Tiago desconhecido. Ë possível que um Tiago inteiramente desconhecido tenha sido o autor da epistola. Contra tal opinião, porém, talvez mais corretamente se possa dizer que o simples titulo, Tiago, tinha por intuito ser reconhecido como autoritário. Isso está de acordo com os costumes da época, quando alguém poderia escrever um livro no nome de outrem, a fim de garantir tanto o prestigio quanto divulgação de sua obra. Pode-se supor que o autor sagrado queria que seus leitores pensassem em uma figura apostólica ao lerem sua carta, como se tivesse sido escrito sob a autoridade de tal personagem.

Embora a epistola não seja de origem apostólica nem por isso deixa de Ter o seu valor no cânon do N.T., somente por causa dos problemas de critica que se levanta, antes merece tal posição devido ao fato de ser uma digna composição literária. Evidentemente foi escrita por um homem espiritual que discernimento suficiente para merecer nossa atenção, mesmo que possuísse uma revelação inferior aquilo que, de modo geral, fora revelado pelo apostolo Paulo.

 Existem argumentos em favor do caráter genuíno de Tiago, isto é, o livro foi escrito pelo apostolo Tiago, ou por Tiago, irmão do Senhor, o que significa que tem autoridade apostólica e deve ser considerado como canônico. Os argumentos são:

1. A antiga versão síríaco Peshita contem esta epistola. Clemente de Alexandria a conhecia, conforme Eusébio, Historia Eclesiástica . Ele também alude a Tiago em Stromat. Orígenes menciona a epistola de Tiago em Rm. 19 sobre João, e ocasionalmente a chama divina Jacobi Apostoli Epistola. Dionísio de Alexandria escreveu um comentário a seu respeito. Cirilo da Alexandria e Jerônimo, consideram-na genuína. (Após descrever duvidas antigas e modernas sobre Tiago, o citado comentário procura escrever de modo favorável, respondendo em parte, as duvidas levantadas).

A circunstancia da epistola não ser genuinamente conhecida pela igreja antiga em qualquer data remota, pode ser explicada pelas seguintes considerações:

1. Foi dirigida a judeus cristãos, pelo que já figura a versão Peshita, porque na síria, em particular havia muitos judeus cristãos.

2. A epistola em sua tendência apresentava, apenas poucos pontos dogmáticos, ao passo que a igreja antiga reverteu especialmente para pontos dogmáticos.

3. A ausência da designação apostólica no titulo e coisas similares, devido a suposta "humildade do autor".

Concluindo, já que o livro não identifica o Tiago, e já que não é possível descobrir que Tiago está em pauta, para todos os propósito práticos devemos considerar a epistola como anônima. Nenhuma prova contra ou a favor pode ser oferecida.

2.A Data do livro.

Ele dá evidências de ser o primeiro livro do Novo Testamento - escrito entre os anos 45-49. Pelo fato do ensino de Tiago a respeito da fé e obras (2:14-26), seria, sem dúvidas, apresentado de maneira diferente, se escrito depois da conferência de Jerusalém em 49 segundo Atos: 15. O uso do termo “sinagoga”em Tg:2:2 indica uma data muito remota na história da igreja. A semelhança com o ensino de Jesus indica um conhecimento pessoal do autor com o Senhor Jesus. O fato de não haver aqui qualquer referência as acusações contra os gentios, dentro do quadro de um igreja completamente judia, nos primeiros dias da sua historia.

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3.Os destinatários:

Foi escrita, esta epístola, aos judeus da Dispersão (1:1). Aos judeus cristão (1:2; 2:1). Pode ser que Tiago escreveu para os judeus deportados do Velho Testamento (721 e 586 AC). Alguns acreditam que foi escrita aos judeus salvos no dia o Pentecostes. É muito provável que tenha sido escrita aos judeus que foram dispersos de Jerusalém quando da morte de Estevão. Esse podiam ser os primeiro membros da igreja em Jerusalém da qual Tiago era o líder. É sugerido Jerusalém como o lugar em que foi é escrita.

4.Propósito:

Para encorajar os cristãos nas provações e nas perseguições (cap.1). Para corrigir erros entre os cristãos judeus: Parcialidade (2:1-13) Fé sem obras (2:14-26) Maledicência (cap.3) Mundanismo (cap.4)

5. Peculiaridades:

É o primeiro livro do Novo Testamento, escrito entre 45 e 50. Ele tem alguma semelhança muito definida com o Sermão do Monte. Escrito num estilo vivo e poderoso(1:6,8,9). Contêm muitas referências à natureza (1:10,6,11,17,21; 3:3-5,7,11; 5:7). Jesus é mencionado duas vezes em todo o livro (1:1; 2:1). Em outras passagens quando há referência à sua pessoa é chamado de “Senhor”

(5:7-8). O livro é caracterizado por um padrão ético muito elevado. Isto é compatível com a

crença de que o autor era chamado “Tiago o Justo”. É o livro com mais características judaicas: é provável que foi escrito para judeus

cristãos que ainda estavam apegados à lei de Moisés; observe os termos como Lei (1;25; 2:8-12; 4:11); Sinagoga (2:2).Se as duas referências a Jesus fossem eliminadas o livro poderia muito bem ser incluído no cânon do Antigo Testamento.

As epístolas não contêm nenhuma referência a encarnação ou à ressurreição. Lutero a chamou “uma verdadeira literatura de palha” e ele não aceitava sua total inspiração. Ele a colocou no apêndice de sua Bíblia. Lutero disse que Paulo ensinou que a fé justifica enquanto que Tiago ensina que fé não justifica. Esta epístola é nosso melhor testemunho dos crentes da igreja primitiva.

5. PAULO E TIAGO 

É apropriado alistarmos como os escritos e as idéias de Paulo tem sido tentativamente reconciliado com Tiago.Obviamente as palavras são contraditórias. Comparar Rm. 4.1-5 com Tia. 2.14,21. Os interpretes supõem que Paulo e Tiago possuem diferentes definições sobre as palavras chaves de justificação, obras, fé e várias outras.

1. Segundo nos dizem, a justificação, na epistola de Tiago incluiria o processo inteiro da salvação, ao passo que Paulo, indica somente a retidão inicial imputada. A justificação é de vida (Rm. 5.18 o que certamente inclui mais do que mera declaração forense de retidão. Tanto Tiago como Paulo se preocupam com a correta posição diante de Deus, o que resulta em salvação. A justificação é uma declaração de uma correta condição diante de Deus em Cristo, mas essa correta posição também outorga ao crente a santidade que ratifica aquela posição e a torna eternamente válida).

2.Segundo nos dizem a fé é um termo que indicam coisas diferentes para Paulo e Tiago. Para esse ultimo seria o mero monoteísmo (Tg.2.19). Mas os interpretes que assim fazem não observam que o resto do estudo sobre a fé não se limita a isso. A fé é um principio ativa computada as obras que produzem justificação. Certamente não é fé que

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existe apenas um único Deus. É verdade porém que Tiago não focaliza a fé na expiação feita por Cristo, ou não focaliza a fé como uma dotação divina, mediante o Espírito Santo (Rm. 5.11; Gl. 5.22 e Ef. 2.8). Paulo tinha uma visão mais ampla de fé do que Tiago, mas para Tiago a fé era uma outorga ativa às mãos de Deus, como um principio espiritual. Tiago simplesmente ensina que a fé é ligada as obras..

3.Alguns dizem que Paulo e Tiago usaram diferentes palavras para obras. Novamente Paulo tinha um discernimento mais profundo sobre a natureza das obras, mas tanto ele como Tiago usavam o termo normalmente. Tiago insiste que isso faz parte da salvação; mas Paulo afirma o contrário. Tiago assume a posição judaica de mérito adquirido pelas obras. Paulo já havia abandonado tal posição, quando receber suas revelações superiores através de Cristo, mas ambos usam o vocábulo obras da mesma maneira.

4. .Alguns afirmam que a contradição era apenas aparente porque Tiago não tinha conhecimento dos ensinos paulinos. Isso faz supor que Paulo aceitava a posição de Tiago, de que a obediência a lei obtém favor diante de Deus, o que é um absurdo. Não tenhamos duvidas que essa era a posição tomada por Tiago nesta epistola. Supostamente incorporada na fé de Paulo, havia o principio das obras; e isso é verdade mesmo que façamos alusão a atuação mística do Espírito. Porém, será algo totalmente falso se aludirmos a fé se expressa, levando a pessoa a agradar a Deus mediante obras legalistas, que era a posição de Tiago.

Antes, a contradição é real, porque as posições teológicas são diferentes entre si, tal como Paulo, em contraste com o judaísmo normal, era diferente. Nem pode ser isso ser explicado com base de Tiago contra as "perversões" feitas nos ensinamentos paulinos, uma espécie de liberalismo ou antinomianismo exagerados, e não a verdadeira doutrina paulina.A questão é claramente delineada. Ou Paulo estava com a razão, ou razão estava com Tiago. A salvação inclui ou não a observância de ritos legalistas da lei mosaica. Nisto é que consistia toda a disputa.

De alguma maneira tanto Tiago como Paulo estariam com a razão. A salvação é pela fé somente, mediante a graça de Deus, Segundo ela é demonstrada em Cristo. Contudo as obras são essenciais a elas, e como esses pensamentos podem ser reconciliados entre si, não sabemos dizer. As grandes tradições religiosas têm representado a ambos os lados.

¨6. Conteúdo e Esboço

Epístola de Tiago é um corretivo dos erros que os irmãos praticavam em sua conduta cristã. Mas os crentes precisavam de carinho: sofriam castigos e eram vítimas de opressão. O autor exorta-os mansamente e reconhece-lhes o sofrimento moral por que passavam. A carta é para os encorajar. Começa com a saudação costumeira(1.1); disserta sobre o valor da vitória sobre a tentação(1.24); frisa a origem do pecado(1.12-18) e finaliza o capítulo com uma exortação à prática da palavra de Deus. Aconselha os cristãos a como se conduzirem entre os estranhos, o modo de recebê-los e considerá-los(2.1-6). Insta a que a fé seja acompanhada de boas obras e termina o escrito com matéria variada, de cunho prático. Os principais temas teológicos da carta são: Deus, escatologia, fé, obras e justificação, a Lei, vida cristã, a sabedoria, a pobreza e a riqueza.

Cristãos Maduros“Eu, Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, envio saudações a todo o

povo de Deus espalhado pelo mundo inteiro. Meus irmãos e minhas irmãs, sintam-se felizes quando passarem por todo tipo de aflições. Pois vocês sabem que, quando a sua fé vence essas provações, ela produz perseverança.Que essa perseverança seja perfeita a fim de que vocês sejam maduros e corretos, não falhando em nada”(Tiago 1.1-4).

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Um cristão maduro é um servo de Deus e de Jesus Cristo. Como entender um cristão que quer ser maduro sem colocar-se na posição de servo? Esta é uma questão visceral e a partir dela todas as demais se desenvolvem. Assim é necessário que nos submetamos ao senhorio de Deus diariamente se de fato queremos ser cristãos maduros. Isto implica dizer que o cristão maduro está em posição de obediência a Palavra de Deus.

Um cristão maduro é um servo de Deus que mantém comunhão com a igreja. Uma outra falácia que temos encontrado em nosso tempo é á de que alguém pode ser um cristão tão maduro que não precisa de envolvimento com a igreja local. Eu refuto esta idéia porque ela é antibíblica, pois se é que alguém já atingiu a maturidade é exatamente no envolvimento com a igreja local que sua maturidade tem razão de ser e utilidade. Como é que você encara seu relacionamento com sua comunidade de fé?

Um cristão maduro é um servo de Deus que aprendeu a ser feliz mesmo quando enfrenta todo tipo de aflição. Como tenho encontrado cristãos imaturos que vivem resmungando e reclamando das dificuldades. Seus dias se tornam muitos piores do que já são na medida em que você vive reclamando. A felicidade passa por esse aprendizado e o aprendizado é marca constante num cristão maduro. As aflições tem trazido alegria ou tristeza para você? Se sua vida está repleta de aflições então sorria se você já é maduro!

Um cristão maduro é um servo de Deus que possui uma fé que vence às provações. Sua fé é vencedora ou perdedora? Pois é meus irmãos a fé de um cristão maduro vence as batalhas. Eu e você que aceitamos a Jesus como Salvador pessoal já recebemos dele a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Ela é um dom de Deus e nós devemos exercitá-la diariamente. E como é que alguém pode exercitar a sua fé? É lógico que tal exercício ocorre na medida em que sofremos e experimentamos provações.

Um cristão maduro é um servo de Deus que persevera enquanto não chega a bênção. A demora em receber uma bênção ou livramento não pode conduzir o cristão maduro ao desânimo. Você é assim? Sabe esperar com paciência e persevera na súplica e confiança em Deus? Fica ansioso, roendo às unhas, alimentando úlceras e gastrites? Seu coração consegue descansar enquanto o tempo de Deus não se concretiza?

Um cristão maduro é um servo de Deus que busca a perfeição(santidade). A cada etapa vencida o cristão maduro vai sendo aperfeiçoado por Deus e por sua Palavra e assim com a ajuda do Espírito Santo sua vida se assemelha ao padrão de santidade estabelecido por Deus. O cristão maduro reconhece que a santidade é um processo no qual ele está envolvido e que deve consumir todos os seus esforços e desejos. Em que nível você está nesse processo?

Um cristão maduro é um servo de Deus que mantém uma vida correta. Os maduros e os imaturos se distinguem também nesta questão de vida justa. A pessoa que está envolvida neste processo de maturidade reconhece a necessidade ímpar de ser correta em suas relações com Deus e com a sociedade. Nem seria necessário mas quero dizer que o cristão maduro precisa revelar honestidade, transparência, fidelidade e caráter. Seus atos precisam traduzir a justiça divina em gestos e linguagem humana.

Cristãos SábiosMas, se alguém tem falta de sabedoria, peça a Deus, e ele a dará porque é

generoso e dá com bondade a todos. Porém peçam com fé e não duvidem de modo nenhum, pois quem duvida é como as ondas do mar, que o vento leva de um lado para o outro. Quem é assim não pense que vai receber alguma coisa do Senhor, pois não tem firmeza e nunca sabe o que deve fazer”(Tiago1.5-8).

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Um cristão sábio reconhece quando a sabedoria lhe falta e a busca em Deus que é a fonte. O que é sabedoria? Os dicionários dizem que ela é: ”grande conhecimento, saber ciência”; “qualidade de sábio”, “prudência”, “sensatez”. O cristão que tem uma exata noção de suas limitações reconhece-se sábio na medida em que busca tal sabedoria em Deus. O tolo por sua vez pensa que é sábio e não sua ignorância não pede sabedoria ao Senhor.

Um cristão sábio pede sabedoria a Deus porque sabe que ele é generoso e bondoso. Eu não pediria nada a Deus se não tivesse certeza de que ele é bom e generoso. Nem tudo o que pedirmos a Deus e nos dará. Não estou afirmando que ele não pode todas as coisas só quero realçar que ele não nos dá aquilo que contra a sua vontade e prejudicial às nossas vidas. Em relação a sabedoria podemos pedir ao Senhor uma vez que ela nos é muito útil.

Um cristão sábio pede sabedoria com fé e não duvida de modo nenhum. Não basta somente pedir é necessário que peçamos com fé sem duvidar. O grande impedimento para fé e exatamente a dúvida. Ela cheira incredulidade e com certeza onde houver incredulidade anulada está a chance da operação divina. Pedir todos nós pedimos. Pedir sem duvidar os cristãos sábios o fazem. É assim que você pede sabedoria?

Um cristão sábio pede sabedoria, crê na resposta e não é vacilante. Neste processo entre pedir, crer e receber pode haver um intervalo de tempo que conduza o intercessor a um vacilo. Satanás e a nossa própria humanidade às vezes nos conduzem à duvida e quem duvida é tão volúvel e variável com as ondas do mar que são sujeitas à força e direção dos ventos. Se você não vacilar o Senhor te abençoará.

Um cristão sábio pede sabedoria e sabe muito bem o que deve fazer porque o Senhor lhe orienta. O cristão sábio não fica desorientado porque o Senhor mostra o caminho. Creio que os dias em que vivemos são maus e exigem de cada um de nós muita sabedoria. Sabedoria divina, do alto, da Palavra, discernimento espiritual para que sejamos fiéis ao Pai e úteis para esta sociedade de insanos.

Cristãos Submissos à Vontade de Deus“O irmão pobre deve ficar contente quando Deus o faz melhorar de vida; e o rico

deve sentir o mesmo quando Deus o faz piorar de vida. Pois o rico desaparecerá como a flor da erva do campo. Quando o sol brilha forte, e o seu calor queima a planta, aí a flor cai, e a sua beleza é destruída. Do mesmo modo, o rico será destruído no meio dos seus negócios”(Tiago 1.9-11).

Em nossos dias tem sido muito comum encontramos cristãos que pensam que vida cristã é sinônimo de prosperidade econômica. Mesmo que não é adepto da teologia da prosperidade acaba sendo envolvido com o sonho ou desejo de possuir cada vez mais riquezas. E na maioria da vezes somos testemunhas de pessoas que são consumidas pelo desejo de ter e acabam tomando atitudes que desagradam a Deus a aos homens.

Também temos percebido que muitos há que pensam que Deus é alguém que pode ser comprado ou que aceita barganhas. Quantos são os que dizimam ou fazem doações financeiras às suas igrejas só porque a Bíblia promete prosperidade aos que assim fazem? Quantos são os que participam de “desafios de fé” dando até aquilo que não poderiam porque em seus corações foi semeada a cobiça. Na fertilidade deste momento gostaria se desafiá-los a olhar para os conceitos existentes nestes versos de Tiago e oro para que Deus o ajude a compreender sua vontade.

O texto nos ensina que o cristão pobre submisso à vontade de Deus fica feliz quando Deus o faz melhorar de vida. Sim queridos irmãos o Senhor pode mudar a nossa condição sócio-econômica e no caso disso ocorrer além da felicidade devemos reconhecer

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e agradecer a Deus pela bênção. Tenho ouvido pessoas que prosperam financeiramente e que darem seu “testemunho pessoal” falam de si mesmas, de sua igreja ou ministério, de seus esforços e sacrifícios e infelizmente deixam de glorificar o autor da boa obra que é Deus. Ola irmão você prosperou? Então louve ao Senhor com alegria!

O texto nos ensina que o cristão rico submisso à vontade de Deus fica feliz quando Deus o faz piorar de vida. Por outro lado é necessário que reconheçamos que o mesmo Senhor que dá pode tirar. E no caso disso ocorrer também devemos manter o coração alegre na presença dos homens e de Deus. Será que o rico fica feliz quando perde suas riquezas e sabe viver como pobre? No caso de um rico que se submete a vontade de Deus isso é possível porque ele reconhece que a sua maior riqueza é indestrutível: a vida eterna que dinheiro não pode comprar, nem inflação nem ladrões podem roubar. Olá irmão você perdeu e fracassou? Então louve ao Senhor com alegria!

O texto nos ensina que os cristãos ricos e pobres submissos à vontade de Deus devem reconhecer a brevidade da vida. Ambos ricos e pobres precisam reconhecer sua insignificância e fragilidade. Nossa vida é comparada a uma flor do campo que tem um tempo de existência muito curto. O que é que temos feito de nossa vida? Será que não estamos perdendo tempo colocando toda a nossa confiança nos recursos financeiros? Amados não podemos basear nossa felicidade naquilo que é transitório e que pode ser perdido ou roubado: os bens deste mundo. Confiemos em Deus durante a nossa caminhada é Ele que nos sustenta, alimenta, salva e nos torna felizes.

O texto nos ensina que os ricos que não se submetem à vontade de Deus serão destruídos por seus próprios negócios. Os que deixam de considerar as orientações de Deus estão fadados ao fracasso. Quantos têm sido literalmente exterminados pelos seus próprios negócios? Seja pela corrupção e pela cobiça que os levam à morte e ao mundo do crime. Seja pela falência. Seja pela ilegalidade. Você está deixando de se submeter à vontade divina em função de suas atividades comerciais? Saia desta vida meu amado enquanto você ainda está vivo. Considere os caminhos do Senhor e confie nele!

Cristãos Fiéis“Feliz é aquele que nas aflições continua fiel! Porque, depois de sair aprovado

dessas aflições, receberá como prêmio a vida que Deus promete aos que o amam. Quando alguém for tentado, não diga: "Esta tentação vem de Deus." Pois Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo não tenta ninguém. Mas as pessoas são tentadas quando são atraídas e enganadas pelos seus próprios maus desejos. Então esses desejos fazem com que o pecado nasça, e o pecado, quando já está maduro, produz a morte”(Tiago 1.12-15).

O cristão fiel é aquele que mesmo apesar das aflições continua feliz. Você é feliz? Você é fiel? Note que eu não perguntei se você não tem problemas e a razão é bem simples: os problemas e as aflições não podem impedir que sejamos felizes e fiéis ao Senhor. Ocorre que em muitos casos ficamos tristes e até falamos que não somos pessoas felizes exatamente porque apoiamos nossa felicidade naquilo que é falível e destrutível. Também uma razão que nos impede de experimentar a felicidade em meio as aflições é o desconhecimento da verdade bíblica de que todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus.

O cristão fiel é aquele que é aprovado diante das aflições. As aflições funcionam em nossa vida como testes onde nossa fé e ou fidelidade vai sendo provada. Estas provam variam de pessoa para pessoa e têm como objetivo fortalecer os nossos laços de dependência com o Senhor. Abandonar a confiança, dar as costas para o Senhor, pensar que Ele nos abandonou exatamente porque estamos sofrendo é ser reprovado e perder a condição de fiel. Como é que Deus está provando sua fé atualmente? Será que você está entendendo assim ou está achando que Deus não te ama mais? Olá fiel tenha fé!

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O cristão fiel é aquele que receberá de Deus o prometido prêmio da vida eterna. O cristão fiel precisa manter sua condição de fidelidade ao Senhor a todo custo para que se cumpra em sua vida a promessa do Eterno: “sejam fiéis, mesmo que tenham de morrer; e, como prêmio da vitória, eu lhes darei a vida”(Apocalipse 2.10). Ontem conversei com uma pessoa que em face das dificuldades diversas que tem passado disse-me que tinha abandonado o Senhor, não conseguia mais orar, havia voltado a fumar e sentia-se num verdadeiro inferno. Ao ouvir aquela pessoa fiquei muito triste. Porque isso acontece? Exatamente porque cada um de nós tem a potencialidade para deixar de ser fiel

O cristão fiel é aquele que é amado por Deus. Na maioria das vezes as pessoas confundem o fato de passarem por provações e aflições com o descaso ou ódio de Deus. Amado não caia na besteira de pensar que Deus deixou de te amar se você está enfrentando lutas em sua vida. O que me dá segurança quando estou enfrentando dificuldades é a certeza de que Deus me ama e que está ao meu lado sempre. Os cristãos fiéis não podem ser crianças mimadas que ficam emburradas quando não recebem de Deus aquilo que gostariam. O cristão fiel sabe que Deus o ama e sente-se protegido por este amor.

O cristão fiel é aquele que reconhece a origem das tentações. De onde vêm as tentações? Quem é o responsável pelo fato de sermos tentados? Uma coisa é certa elas não vêm do Senhor nosso Deus uma vez que ele não pode ser tentado pelo mal e nem tenta ninguém. A Bíblia nos afirma que existe um tentador chamado Satanás e que sua maior meta é procurar derrubar os cristãos fiéis. Se as tentações quiserem te derrubar lembre-se do exemplo de Jesus ao ser tentado no deserto: ele venceu Satanás e as tentações através do conhecimento que tinha da Palavra de Deus.

O cristão fiel é aquele que não cede a atração e ao engano dos seus maus desejos. Uma área que Satanás atua enquanto nos tenta é em nossos desejos. Existem bons e maus desejos e ele explora com muita habilidade e de diversas formas tais desejos. Eu e você somos uma guerra civil ambulante e a cada momento inicia-se um combate interior. Carecemos a ajuda divina através do seu Santo Espírito para nos convencer dos pecados e nos ajudar a vencê-los. Ser tentado não é pecado. Ceder à tentação é que é pecado. Como você lida com as tentações? Ao ser tentado clame pela ajuda do Senhor Jesus que sabe muito bem como vencer as tentações e nos dará o livramento.

O cristão fiel é aquele que luta diuturnamente para que o pecado não nasça em seu coração. Por que devemos ser vigilantes nesta questão? Por uma questão de vida ou morte. Sim veja bem a seqüência: desejos maus = pecado = morte. Não podemos permitir que o pecado nasça em nossos corações porque com certeza ele produzirá morte. Mas e se ele nascer o que fazer? A Bíblia diz que “se confessarmos os nossos pecados a Deus, ele cumprirá a sua promessa e fará o que é correto: ele perdoará os nossos pecados e nos limpará de toda maldade”(1 João 1.9). Esta é a solução a nossa única alternativa. É assim que você age quando o pecado nasce em seu coração?

Cristãos Atentos“ Não se enganem, meus queridos irmãos e irmãs. Tudo de bom que recebemos e

tudo o que é perfeito vêm do céu, vêm de Deus, o Criador das luzes do céu. Ele não muda, nem varia de posição, o que causaria a escuridão. Pela sua própria vontade ele fez com que nós nascêssemos, por meio da palavra da verdade, a fim de ocuparmos o primeiro lugar entre todas as suas criaturas”(Tiago 1.16-18).

O cristão atento é aquele que não se deixa enganar. Se continuarmos o raciocínio dos versos anteriores percebemos que o 16 é uma transição entre os assuntos. Assim devemos manter a atenção e vigilância para não cairmos no engano de pensar que Deus é

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o autor do mal. E como cristãos atentos precisamos com clareza definir esta linha divisória entre o bem e o mal: Deus é luz e não há nele trevas nenhuma.

O cristão atento é aquele que reconhece em Deus a origem de todas as bênçãos. Se por um lado afirmamos que Deus não é o autor do mal com toda confiança podemos declarar em alto e bom som e testemunhar acerca dEle como autor de toda boa obra. As bênçãos que recebemos vêm de Deus. O seu amor é a força geratriz que o faz agir em nosso favor cuidando de nossas necessidades. O cristão atento atribuiu e agradece a Deus pelas bênçãos recebidas até porque sabe que não possui mérito algum.

O cristão atento é aquele que reconhece que tudo o que Deus cria ou faz é bom e perfeito. Deus em função de sua perfeição moral e essencial cria e faz todas as coisas perfeitas. Note na linguagem da criação em Gênesis que após cria ele avaliou a sua obra e conforme o registro que temos “viu Deus que tudo era perfeitamente bom”. Não precisamos duvidar das habilidades do criador então creio que devemos exaltar a sua perfeição bem como a sua grandeza.

O cristão atento é aquele que reconhece que o Senhor nosso Deus é imutável. Ainda que nós sejamos mutáveis e inseguros ele permanece estável. O nosso Deus é singular e não há quem possa ser comparado com ele. Ele é o que é. Eterno é um atributo que cabe com perfeição e propriedade e precisamos reconhecer isso diariamente. Devemos declarar a eternidade desse Deus a quem amamos e que nos ama também.

O cristão atento é aquele que reconhece a vontade divina que é soberana e geradora de vida. Há um perigo iminente quando deixamos de reconhecer a soberania de Deus: começamos a fazer e a pensar o que der na mente. Você e eu como cristãos atentos não podemos vacilar porque sabemos que Ele é a fonte de vida. Fazer a vontade de Deus exige atenção e submissão de nossa parte. Como podemos ser felizes se não nos submetermos à vontade soberana do Senhor? Isso é impossível e quem já tentou andar por conta própria e não depender do Senhor sabe muito bem o que eu estou tentando dizer.

O cristão atento é aquele que considera a Palavra divina e a tem com a verdade. Preste atenção no que vou dizer: a única verdade que nos conduz com segurança em meio a todas as turbulências desta vida é a Bíblia. Não existem outras verdades confiáveis, nem as minhas, nem as tuas. Deus deixou-nos uma bússola perfeita e quem deixa de se orientar por ela está desatento e perdido. Quando foi que você deu uma olhada honesta e reflexiva nesta “bússola”? É ela quem define o norte de sua caminhada?

O cristão atento é aquele que ocupa um lugar de destaque entre todas as criaturas divinas. Se mantivermos a atenção e a vigilância seremos bem diferentes das demais criaturas. Onde reside esta diferença? Seremos bem-aventurados porque de fato estaremos agradando a Deus e ele por sua vez cumprirá em nossas vidas todas as suas maravilhosas promessas. Como dizem os adolescentes em nossa comunidade: “cê tá ligado mano”.

Cristãos Comunicativos“Lembrem disto, minhas queridas irmãs e irmãos: Cada um esteja pronto para

ouvir, mas demore para falar e ficar com raiva. Porque a raiva humana não produz o que Deus aprova. Portanto, deixem todo costume imoral e toda má conduta. Aceitem com humildade a mensagem que Deus planta no coração de vocês, a qual pode salvá-los”(Tiago 1.19-21).

O cristão como qualquer um outro ser humano é alguém que vive em sociedade e necessita de comunicar-se com outras pessoas. De todas as formas de comunicação que temos disponíveis em nosso tempo nenhuma delas substituem o bom e velho bate-papo. Neste ambiente de diálogo existem algumas regras básicas para que a comunicação se

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estabeleça com possibilidades de ser bem sucedida. Nesta passagem Tiago nos desafia a construirmos uma comunicação entre nós que seja produtiva e abençoada desde que estejamos dispostos a praticá-la.

O cristão comunicativo é aquele que está pronto para ouvir. Ás vezes somos sufocados pelos problemas e até mesmo pela solidão e quando encontramos alguém para conversar somos tão egoístas que não damos a chance de que a outra pessoa fale. Uma regra básica para uma boa comunicação é: esteja pronto para ouvir. Se você quer ser ouvido por alguém aprenda a ouvir os outros. Dê atenção, seja paciente, ouça o que seu amigo ou irmão tem para dizer. Ouça com interesse e com amor aqueles com quem você se comunica. Como somos carentes de pessoas que saibam ouvir. Você está pronto para ouvir?

O cristão comunicativo é aquele que sabe a hora certa de falar. Se por um lado precisamos saber ouvir por outro precisamos aprender a falar no momento certo. Uma palavra colocada no momento errado é tão prejudicial e nós sabemos muito bem disso até porque já fomos magoados. Seja delicado e espere uma oportunidade para dizer, opinar, sugerir aquilo que seja edificante e construtivo. Não tenha pressa em falar, pense antes, não aja impulsivamente. Tome cuidado com as suas palavras elas tanto podem abençoar como ferir. Como é a sua fala? Você é como uma metralhadora? Não tem controle de sua língua? Não estou nem falando de maledicência e sim de inconveniência.

O cristão comunicativo é aquele que evita a todo custo ficar com raiva. Quando alguém tenta estabelecer uma comunicação e ela não se estabelece um sentimento que via de regra insiste em nos atingir é a raiva. O cristão já aprendeu com o Senhor que não deve dar lugar à ira ou a raiva. E precisamos conscientemente lutar contra esta emoção que faz mal ao nosso íntimo e dificulta a possibilidade de se estabelecer uma boa comunicação. A razão é simples: quando estamos com raiva de alguém a primeira coisa que acontece é que não querermos ver, falar, ou ouvir tal pessoa.

O cristão comunicativo é aquele que busca a aprovação divina. Na medida em que nos posicionamos em nossa comunicação utilizando a três regrinhas anteriores começamos a construir relacionamentos maduros e sadios e agradamos ao nosso Deus. Esta deve ser a nossa meta em tudo o que fazemos e falamos. O cristão que vive buscando a aprovação do Pai Celeste tem um alvo nobre de vida e com certeza é abençoado em tudo o que faz. Você tem buscado tal aprovação? Como é que você avalia seu comportamento nesta área da comunicação interpessoal?

O cristão comunicativo é aquele que abandona todo costume imoral e toda má conduta. Quantas são as pessoas que possuem uma linguagem imoral e que desonram a Deus com os seus lábios. O cristão deve ter uma comunicação sadia para não ser reprovado por Deus e por seus contemporâneos. Quantos são os que falam e fazem coisas imorais em nosso tempo? Eu e você temos que ser diferentes e nossa fala como nossa conduta precisam distinguir-se da maioria. Eu sei das dificuldades de mantermos uma boa comunicação com os incrédulos e imorais e nós podemos fazer isso sem comprometer-nos com os seus pecados.

O cristão comunicativo é aquele que aceita com humildade a mensagem de Deus e que abre seu coração para que ela seja plantada nele. Assim como nos comunicamos com os seres humanos(cristãos ou não) também nos comunicamos com o Senhor e mesmas regras anteriores se aplicam. Se Deus nos fala através de sua Palavra e estamos atentos à sua voz uma conseqüência direta deste processo deveria ser internalizarmos os seus princípios e vontade. Deveria mas infelizmente não é e eu e você sabemos muito bem a razão: nem sempre estamos dispostos a obedecer nem tão pouco a ouvir. Por isso preste atenção no que diz o Senhor e abra seu coração para Ele.

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O cristão comunicativo é aquele que reconhece o poder salvador da Palavra de Deus. A Palavra de Deus é poderosa e perfeita. Nos abençoa porque corrige os nossos passos e orienta o caminhar. Se eu e você estamos ouvindo a voz de Deus com certeza estamos recebendo dele conselhos que nos ajudarão a viver de modo seguro e produtivo. Deus nos fala pela sua Palavra e nós falamos com ele através da oração. Quando oramos compartilhamos com Ele necessidades, alegrias, desejos e sonhos. Como é bom sermos cristãos comunicativos!

Cristãos Cumpridores da Palavra“Não se enganem; não sejam apenas ouvintes dessa mensagem, mas a ponham

em prática. Porque aquele que ouve a mensagem e não a põe em prática é como uma pessoa que olha no espelho e vê como é. Dá uma boa olhada, depois vai embora e logo esquece a sua aparência”(Tiago 1.22-24).

O cristão cumpridor da Palavra de Deus é aquele que não se engana. Por mais trágico que seja existem muitas pessoas enganadas em nossas igrejas. Enganadas por si mesmas na medida em que pensam que podem agradar a Deus sem que tenham compromisso de obediência aos preceitos estabelecidos pelo Senhor. Não permita que o adversário iluda a sua mente fazendo-a pensar que não há necessidade de obediência a Deus. Não admita distorções do conteúdo claro e cristalino da Palavra de Deus.

O cristão cumpridor da Palavra de Deus é aquele que a ouve com atenção. Há uma diferença entre escutar e ouvir? Eu e você quando pequenos recebemos muitas ordens de nossos pais e depois de algum tempo eles se aproximavam de nós e bravos diziam: “menino(a) você não me ouviu”. Quantas vezes eu dizia: “eu ouvi mãe” e ela então perguntava: “por que você não me obedeceu ou fez o que eu mandei”. O cristão cumpridor da Palavra presta bem atenção no que Deus lhe fala e disponibiliza todo o seu ser para atender as diretrizes do Senhor. Estamos escutando ou ouvindo o Senhor atualmente?

O cristão cumpridor da Palavra de Deus é aquele que a coloca em prática. Aquele que ouve via de regra obedece. Obedecer é o passo objetivo de quem prestou atenção em tudo o que ouviu especialmente se aquilo que lhe foi dito é para o bem. Deus por sua Palavra tem as direções corretas e benéficas de nossa caminhada. Se o amamos obedecemos os seus mandamentos. E na medida em que os obedecemos saímos da condição de ouvintes e nos tornamos praticantes da Palavra de Deus. Li recentemente uma frase que se aplica a esta reflexão: “você só conhece a parte da Bíblia que você pratica”(Dr. Rick Warren).

O cristão que não cumpre a Palavra de Deus é comparado a alguém que não é capaz de lembrar nem mesmo de sua aparência. A pergunta que se sugere é: quem fica pensando no seu rosto, nos detalhes de sua face após deixar de lado o espelho? Nos esquecemos logo não é? Assim também é aquela pessoa que não tem consistência na sua maneira de examinar a Bíblia. Por alguns instantes a sua mente se detém nas verdades eternas, mas tais verdades não descem ao coração e logo se desvanecem. De que adianta ler ou ouvir a Palavra se não estamos dispostos a cumprí-la? Você é assim? Vai permanecer assim?

Cristãos Religiosos“ O evangelho é a lei perfeita que dá liberdade às pessoas. Se alguém examina

bem essa lei e não a esquece, mas a põe em prática, Deus vai abençoar tudo o que essa pessoa fizer. Alguém está pensando que é religioso? Se não souber controlar a língua, a sua religião não vale nada, e ele está enganando a si mesmo. Para Deus, o Pai, a religião pura e verdadeira é esta: Ajudar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e não se manchar com as coisas más deste mundo”(Tiago 1.25-27).

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Não podemos negar que vivemos numa nação marcada pela religiosidade. Basta olharmos à nossa volta e perceberemos os traços vivos de uma religiosidade bem diversificada. A religiosidade em si mesmo não é algo errado o problema ocorre quando ela se distancia dos propósitos divinos. Nestes versos Tiago nos ajuda a compreender como deve ser a vida de um cristão religioso....

O cristão religioso é aquele que reconhece no evangelho a lei perfeita. Quantas são as religiões existentes no Brasil? Quantas são as seitas e novos grupos criados em nossa pátria? Apesar desta diversidade há um problema: a maioria delas ignora o Evangelho de Jesus Cristo e não dá valor a Palavra de Deus. O cristão religioso é aquele que assume a perfeição da Bíblia e a tem como base de suas crenças, convicções e atitudes. Você é religos(a)? A Bíblia é a sua base?

O cristão religioso é aquele que desfruta da liberdade que o evangelho proporciona. Na sua experiência religiosa você é livre ou sente-se aprisionado por algum valor ou voto? Na maioria dos cultos religiosos(que não se baseiam na Bíblia) as pessoas são escravizadas, dominadas e não podem e nem sabem viver em liberdade. Desfrutar da liberdade do pecado, das trevas, de Satanás, da idolatria, das drogas, da cobiça, etc, é um privilégio de um cristão religioso: “e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”(João 8.32). Você só não é livre para pecar mas mesmo que isso ocorra pode arrependido buscar em Jesus o perdão para os seus pecados e tenha a certeza de que ele nos perdoa e nos purifica.

O cristão religioso é aquele que examina bem a Palavra de Deus. Já percebemos que é imprescindível para um cristão religioso ter e crer na Palavra de Deus. Mas por outro lado temos percebido que muitos religiosos que existem em nossa época cometem erros gravíssimos, como a idolatria por exemplo, exatamente porque não conhecem aquilo que a Bíblia diz sobre este “ato religioso” que é proibido por Deus. Uma religiosidade verdadeira é resultado de um exame bem detalhado das orientações contidas na Bíblia e da obediência a tais normas.

O cristão religioso é aquele que não se esquece da Palavra de Deus. O esquecimento me parece um mal que ataca a cada um de nós seres humanos. Infelizmente até construímos uma triste frase para registrar essa realidade no que diz respeito ao povo brasileiro: “o povo brasileiro tem memória curta”. Será que esse é um problema somente do povo brasileiro? É claro que não. Os cristãos que se preocupam em construir uma religiosidade que agrada a Deus não podem esquecer-se de sua Palavra. Como evitar o esquecimento? O Salmo 1 nos desafia a meditar nela dia e noite a afirma que quem faz isso é uma pessoa feliz.

O cristão religioso é aquele que põe em prática os ensinos da Palavra de Deus. Se eu não leio atentamente, logo eu esqueço e se me esqueço logo não obedeço os seus ensinos. Assim construímos uma seqüência que pode ser boa ou má em seu resultados. O individuo que quer agradar a Deus completa a seqüência com atitudes práticas e produtivas à luz dos ensinos da Palavra de Deus. O cristão cumpridor da Palavra é o religioso que agrada a Deus. Você é assim?

O cristão religioso é aquele que é abençoado por Deus em suas ações. Na medida em que nossas ações são compatíveis e coordenadas pela Palavra de Deus temos como resultado o cumprimento das promessas de Deus em nossas vidas. E como suas promessas nesta questão específica são de bênçãos sem par cada um de nós tem a satisfação de ser abençoado pelo Pai de Amor. Faça uma avaliação rápida em sua vida e veja a estreita relação que há entre ser abençoado e cumprir aquilo que a Palavra de Deus

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nos ensina. É possível que um cristão que desobedece a Palavra de Deus ser abençoado? Como? Por que?

O cristão religioso é aquele que controla sua língua evitando a difamação. Uma outra conseqüência na vida do cristão religioso é que ele é moderado e controla sua língua evitando assim falar mal dos outros seres humanos. A maledicência, a fofoca, as intrigas que ocorrem dentro dos ambientes chamados de “igreja” depõe contra a religião verdadeira e conduzem sobre nós terríveis males dentre eles e o pior deles a ira de Deus. Você tem uma língua controlada ou ela tem anulado a sua religiosidade?

O cristão religioso é aquele que se preocupa em praticar uma religião pura e verdadeira. Eu sei e você também sabe que não basta ser religioso é necessário praticar uma religião genuína, santa e agradável a Deus e aos homens. Os que praticam uma religiosidade mentirosa são chamados na Bíblia de hipócritas e é nisso que nos tornamos quando não temos como preocupação maior agradar a Deus e aos homens através de nossa religião. É essa a sua preocupação?

O cristão religioso é aquele que é solidário às necessidades das viúvas e dos órfãos. Como conseqüência direta desta preocupação anterior surge um envolvimento solidário com as necessidades dos nossos semelhantes. O texto apresenta dois grupos específicos que devemos cuidar: órfãos e viúvas. Será que somente eles devem ser alvos das nossas ações práticas de amor? É claro que não e assim a nossa religiosidade nos impulsiona pelo amor de Cristo a trabalhar em prol dos necessitados porque isso é o que agrada o Senhor.

O cristão religioso é aquele que procura e alcança uma vida de santidade. Ser santo e ser separado para o uso exclusivo de Deus. Esse deve ser o seu e o meu lema. Que as nossas atividades religiosas nos conduzam a procurar e alcançar com a ajuda de Deus a sermos santos vivendo num mundo corrupto e perdido. Que o Santo Espírito de Deus e a sua Sagrada Palavra nos ajudem a renunciar o pecado e a vivermos de modo agradável ao Senhor.

Cristãos JustosMeus irmãos e minhas irmãs, vocês que crêem no nosso glorioso Senhor Jesus

Cristo, nunca tratem as pessoas de modo diferente por causa da aparência delas. Por exemplo, entra na reunião de vocês um homem com anéis de ouro e bem vestido, e entra também outro, pobre e vestindo roupas velhas. Digamos que vocês tratam melhor o que está bem vestido e dizem: "Este é o melhor lugar; sente-se aqui", mas dizem ao pobre: "Fique de pé" ou "Sente-se aí no chão, perto dos meus pés." Nesse caso vocês estão fazendo diferença entre vocês mesmos e estão se baseando em maus motivos para julgar o valor dos outros. Escutem, meus queridos irmãos e irmãs! Deus escolheu os pobres deste mundo para serem ricos na fé e para possuírem o Reino que ele prometeu aos que o amam.

No entanto, vocês desprezam os pobres. Por acaso, não são os ricos que exploram vocês e os arrastam para serem julgados nos tribunais? São eles que falam mal do bom nome que Deus deu a vocês. Se vocês obedecerem à lei do Reino, estarão fazendo o que devem, pois nas Escrituras Sagradas está escrito: "Ame os outros como você ama a você mesmo." Mas, se vocês tratam as pessoas pela aparência, estão pecando, e a Lei os condena como culpados. Porque quem quebra um só mandamento da Lei é culpado de quebrar todos. Pois o mesmo que disse: "Não cometa adultério" também disse: "Não mate". Mesmo que você não cometa adultério, será culpado de quebrar a Lei se matar. Falem e vivam como pessoas que serão julgadas pela lei que nos dá a liberdade. Quando Deus julgar, não terá misericórdia dos que não tiveram misericórdia dos outros. Mas os que tiveram misericórdia dos outros não serão condenados no Dia do Juízo Final”(Tiago 2.1-13).

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O cristão justo é aquele que pela fé em Jesus Cristo já foi justificado pelo sangue derramado na cruz. Justiça posicional é o nome que os teólogos dão a nossa condição diante de Deus hoje. Quando recebemos pela fé Jesus como nosso Salvador recebemos a justificação e esta por sua vez permite que Deus olhe para nós sem que nos consuma por causa dos nossos pecados. Assim o que devemos fazer é renunciar o pecado em todas as suas manifestações para que a nossa justiça posicional influencie a santidade prática(nossas atitudes).

O cristão justo é aquele que reconhece em sua vida o senhorio de Cristo. Dificilmente alguém conseguirá unir a justiça posicional com a santidade prática se não reconhecer o senhorio de Cristo sobre sua vida. E esse então é o desafio desta hora: permitirmos que a vontade de Jesus prevaleça sobre as nossas vontades. Este é um ato voluntário e livre que cada um de nós precisa conscientemente tomar. Assim caminharemos neste mundo contaminado e perdido conduzidos por aquele que venceu o pecado e nos ajuda a sermos vitoriosos também.

O cristão justo é aquele que trata as pessoas com igualdade. Ao justo pressupõe-se o tratamento igualitário como marca registrada. Infelizmente nem sempre isto acontece porque temos uma tendência carnal e humana de dar preferências àqueles que julgamos mais importantes. Você já foi tratado de forma diferente por alguém? Já deixaram de te dar atenção? Como foi que você se sentiu? Na medida em que todos somos seres humanos também somos todos iguais e muito bem faz ao nosso coração quando alguém nos trata bem independente de quem sejamos ou de como estejamos. Não devemos fazer com outras pessoas aquilo que não gostamos que outros nos façam.

O cristão justo é aquele que não faz acepção de pessoas nem discrimina o seu semelhante. A palavra que mais caracteriza esta situação, e o texto nos dão esta base, chama-se preconceito. Preconceito de qualquer natureza ou origem é crime previsto em nossa legislação e pecado detestável. O cristão justo não tem o seu coração movido pelo preconceito porque já foi lavado e remido pelo sangue de Jesus que não possuía nem possuí preconceitos. O senhor nos ensina a amarmos a todas as pessoas independente de sua condição social, moral, racial e espiritual. Você é assim? O seu coração abriga algum tipo de preconceito? Peça a Deus que tire este sentimento que não combina com um cristão.

O cristão justo é aquele que baseia suas avaliações e julgamentos em bons valores e motivos. Uma das razões que nos conduzem a agir com preconceito e a fazermos discriminações é o fato de que nem sempre temos condições de avaliar e julgar as pessoas e situações de modo correto. Somos seres humanos falíveis e erramos em nossos julgamentos mais o pior de tudo isto é que nem damos chance à pessoa discriminada de provar o contrário. O que pode impedir que tenhamos tais atitudes? Devemos sempre preservar em nossos corações uma disposição por esperar sempre o melhor dos outros e assim os nossos valores e motivações positivos nos impedirão de agir com acepção e nos conduzirá a aceitação.

O cristão justo é aquele que obedece a lei do reino de Deus. No reino de Deus as leis são bem diferentes das nossas. Ele surpreende a cada um de nós com paradoxos como: “o maior deve ser o menor”, “o primeiro seja o último”, “quem quiser ser servido que sirva primeiro”. Assim devemos como justificados que já fomos aprender a viver de modo a agradar e cumprir as leis de Deus. A Bíblia estabelece então uma nova proposta de vida com valores diferentes e até antagônicos aos que fomos ensinados. Se queremos fazer diferença em nossa sociedade precisamos implantar nela os valores do reino. Somos ou não estes agentes de transformação?

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O cristão justo é aquele que ama o seu semelhante. Quanta coisa eu poderia falar sobre o amar o semelhante. Quantas vezes sofremos por não termos sido amado por alguém? Apelo então ao seu coração transformado por Jesus a fim de que você não meça esforços para amar o seu próximo. Oro para que Deus através do seu Santo Espírito conduza a sua vida para o vínculo da perfeição que é o amor. E lembro-me nesta hora do desafio do Senhor Jesus que nos amou de tal maneira que deu a sua própria vida para resgatar-nos dos nossos pecados. Como é bom ser amado! Como é bom podermos amar! Porque o amor nos assemelha a Deus que é amor.

O cristão justo é aquele que age com misericórdia. Atitudes de misericórdia caracterizam o cristão justo e estas por sua vez podem ser resumidas pelos desafio de Paulo ao Romanos: “se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer”. A pena maior impacto pode causar ao inimigo é receber das mãos de alguém que, antes, era por ele combatido. Só o amor pode levar os maus à convicção dos seus pecados e ao arrependimento. Você é misericordioso? Como é que podemos aprender a sermos misericordiosos? Olhemos com atenção para os exemplos de Jesus. Por que será que as pessoas suplicavam a ele pedindo misericórdia? É claro que elas sabiam que ele podia agir com misericórdia.

O cristão justo é aquele que não será condenado no dia do juízo final. Justos, justiça, juízo, condenação são palavras que andam próximas uma das outras exatamente porque refletem uma realidade. Cada um de nós prestaremos contas de nossas ações e seremos julgados pelo Senhor Deus o Justo Juiz. O cristão que vive uma vida justa não precisa ter medo porque o Senhor garante que não haverá condenação para aqueles que fazem o que é justo. Então tenhamos alegria em viver uma vida de justiça mesmo que ela signifique renunciar muitas coisas porque a vitória será nossa!

Cristãos Equilibrados

“Minhas irmãs e meus irmãos, que adianta alguém dizer que tem fé se ela não vier acompanhada de ações? Será que essa fé pode salvá-lo? Por exemplo, pode haver irmãos ou irmãs que precisam de roupa e que não têm nada para comer. Se vocês não lhes dão o que eles precisam para viverem, não adianta nada dizer: "Que Deus os abençoe! Vistam agasalhos e comam bem." Portanto, a fé é assim: Se não vier acompanhada de ações, é coisa morta. Mas alguém poderá dizer: "Você tem fé, e eu tenho ações." E eu respondo: "Então me mostre como é possível ter fé sem que ela seja acompanhada de ações. Eu vou lhe mostrar a minha fé por meio das minhas ações." Você crê que há somente um Deus? Ótimo! Os demônios também crêem e tremem de medo. Seu tolo! Vou provar-lhe que a fé sem ações não vale nada. Como é que o nosso antepassado Abraão foi aceito por Deus? Foi pelo que fez quando ofereceu o seu filho Isaque sobre o altar.Veja como a sua fé e as suas ações agiram juntas. Por meio das suas ações, a sua fé se tornou completa. Assim aconteceu o que as Escrituras Sagradas dizem: "Abraão creu em Deus, e por isso Deus o aceitou." E Abraão foi chamado de "amigo de Deus". Assim, vocês vêem que a pessoa é aceita por Deus por meio das suas ações e não somente pela fé. Foi o que aconteceu com a prostituta Raabe, quando hospedou os espiões israelitas e os ajudou a sair da cidade por outro caminho. Deus a aceitou pelo que ela fez.Portanto, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem ações está morta”(Tiago 2.14-26).

O cristão equilibrado é aquele que reconhece que fé e obras devem andar juntas. Tenho acompanhado com tristeza durante muitos anos uma situação que caracterizou os evangélicos no Brasil de uma forma geral: por muito tempo ficamos distante das boas obras e ainda justificamos essa inércia acusando outros grupos religiosos que faziam de estarem envolvidos em tais obras somente porque criam que a salvação se alcança através delas. Muito embora saibamos que as obras não salvam não podemos negar que elas devem ser a prova visível de que somos salvos.

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O cristão equilibrado é aquele que possui uma fé salvadora. Se eu possuo fé em Jesus e confio somente nele para a salvação logo minha fé salvadora. Ele é minha porque recebi do Senhor como um maravilhoso presente. Diferente de ouros tipos de fé esta é que nos dá equilíbrio e uma vez equilibrados estamos em condições de agir de modo correto e abençoado. Você já é salvo por Jesus Cristo? Você é uma pessoa equilibrada? O que está faltando?

O cristão equilibrado é aquele que possui uma fé viva. A fé viva é aquela que nos conduz a agir em favor do nosso semelhante na busca de solucionar as suas dificuldades. Isto nos é possível porque temos o Senhor Jesus a nos ajudar e podemos contar com os recursos que ele coloca à nossa disposição. Um fé viva me impulsiona a agir ao passo que uma fé morta me distancia das boas obras. Sua fé é viva ou morta? Como o Senhor avalia a sua fé?

O cristão equilibrado é aquele que procura sanar as necessidades de seus irmãos na fé. Com o crescimento da pobreza e o aumento da recessão econômica teremos necessidade de muitos cristãos equilibrados em ação. Você e eu somos agentes de Deus neste mundo e podemos com certeza minorar as necessidades dos nossos irmãos na fé e também dos incrédulos. Sua igreja com certeza possui membros que passam por dificuldades e sua responsabilidade cristã implica em ajudá-los. Não dá mais para continuar ignorando esta situação.

O cristão equilibrado é aquele que está atento aos exemplos ensinados na Bíblia. A Bíblia está repleta de exemplos de pessoas que souberam equilibrar fé e ações. Seja Abraão, seja eu ou você todos devemos buscar tal equilíbrio. O grande problema que temos é que a cada dia temos encontrado menos cristãos comprometidos com o estudo sério da Palavra e assim os exemplos a serem seguidos acabam sendo as atitudes das pessoas que vivem ao nosso redor, nem sempre os melhores e os mais seguros.

O cristão equilibrado é aquele que por meios das ações complementa sua fé. Parece que estou sendo repetitivo mas faz sentido repetir porque a repetição faz parte do processo de aprendizagem. O cristão equilibrado é aquele que pode ser chamado “amigo de Deus”. Que elogio poder ser chamado, como Abraão, de amigo de Deus. Quem é o amigo de Deus?Para Tiago é aquele que equilibra bem as obras e a fé e especialmente age em favor dos necessitados. O cristão equilibrado é aquele que é aceito por Deus. Se chegarmos diante do Senhor somente com a nossa fé sem as boas obras ele nos rejeitará. Você quer ser aceito por Deus? Então seja equilibrado.

Cristãos Moderados “Meus irmãos e irmãs, somente poucos de vocês deveriam se tornar mestres na

Igreja, pois vocês sabem que nós, os que ensinamos, seremos julgados com mais rigor do que os outros. Todos nós sempre cometemos erros. Quem não comete nenhum erro no que diz é uma pessoa madura, capaz de controlar todo o seu corpo. Até na boca dos cavalos nós pomos um freio para que nos obedeçam e assim os fazemos ir aonde queremos. Pensem no navio: Grande como é, empurrado por ventos fortes, ele é guiado por um pequeno leme e vai aonde o piloto quer.É isto o que acontece com a língua: Mesmo pequena, ela se gaba de grandes coisas. Vejam como uma grande floresta pode ser incendiada por uma pequena chama! A língua é um fogo. Ela é um mundo de maldade, ocupa o seu lugar no nosso corpo e espalha o mal em todo o nosso ser. Com o fogo que vem do próprio inferno, ela põe toda a nossa vida em chamas.O ser humano é capaz de dominar todas as criaturas e tem dominado os animais selvagens, os pássaros, os animais que se arrastam pelo chão e os peixes. Mas ninguém ainda foi capaz de dominar a língua. Ela é má, cheia de veneno mortal, e ninguém a pode controlar. Usamos a língua tanto para agradecer ao Senhor e Pai como para amaldiçoar as pessoas, que foram criadas parecidas com Deus. Da mesma boca saem palavras tanto de agradecimento como de maldição.

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Meus irmãos e irmãs, isso não deve ser assim. Por acaso pode a mesma fonte jorrar água doce e água amarga? Minhas irmãs e meus irmãos, por acaso pode uma figueira dar azeitonas ou um pé de uva dar figos? Assim, também, uma fonte de água salgada não pode dar água doce. Existe entre vocês alguém que seja sábio e inteligente? Pois então que prove isso pelo seu bom comportamento e pelas suas ações, praticadas com humildade e sabedoria. Mas, se no coração de vocês existe inveja, amargura e egoísmo, então não mintam contra a verdade, gabando-se de serem sábios. Essa espécie de sabedoria não vem do céu; ela é deste mundo, é da nossa natureza humana e é diabólica. Pois, onde há inveja e egoísmo, há também confusão e todo tipo de coisas más. A sabedoria que vem do céu é antes de tudo pura; e é também pacífica, bondosa e amigável. Ela é cheia de misericórdia, produz uma colheita de boas ações, não trata os outros pela sua aparência e é livre de fingimento.Pois a bondade é a colheita produzida pelas sementes que foram plantadas pelos que trabalham em favor da paz”(Tiago 3.1-18).

O cristão moderado é aquele que sabe que nem todos são aptos para ensinar na igreja(mestres). Quantas são as pessoas que se metem a besta e tentam ensinar sem que tenham a aptidão ou a coerência necessárias para ensinar? Na vida cristã isso também ocorre e nós devemos ter o discernimento necessário para que não tentemos fazer aquilo para o qual não fomos chamados e nem somos capacitados. Os mestres são pessoas-dons que o Espírito Santo concede as igrejas a fim de que estas sejam capacitadas(ensinadas) a servirem a Deus.

O cristão moderado é aquele que sabe que os mestres recebem cobrança dobrada da parte de Deus. Os mestres além de serem chamados por Deus e capacitados pelo Espírito Santo também precisam ser conscientes de que as suas ações serão julgadas a partir de um padrão bem mais elevado. Se você e eu tivermos isso bem claro em nossas mentes e corações e se o Senhor nos convida para ensinar outros então devemos com seriedade e honestidade ensinar a Palavra de Deus aqueles que nos reconhecem como mestres. Ensinar é muito mais do que uma atividade profissional é uma vocação e nós prestaremos contas a Deus.

O cristão moderado é aquele que reconhece que todos cometemos erros. Como são infelizes as pessoas que não admitem seus erros! Quando sustentamos uma posição de que somos infalíveis acabamos ficando sozinhos porque na medida em que erramos não temos com quem repartir a dor e a frustração oriundas e conseqüentes dos erros. Admitamos pois que todos somos pecadores e vigiemos para que não caiamos, mas se porventura cairmos confessemos prontamente ao Senhor a fim de que sejamos perdoados e consolados pelo Pai de amor. Aprendamos a dividir com os demais irmãos as nossas cargas. Está tudo bem como você hoje?

O cristão moderado é aquele que já aprendeu a controlar a sua língua e pode ser considerado maduro. De modo bem honesto Tiago diz que a pessoa que é capaz de afirmar que nunca diz coisas erradas pode considerar-se perfeito. Você controla ou é controlado pela língua? O cristão moderado é aquele que também pode controlar qualquer outra parte do seu corpo. Na medida em que alguém é capaz de controlar a língua tem condições de controlar as demais parte do corpo e da personalidade que também nos fazem pecar. Quem tem o controle em sua vida?

O cristão moderado é aquele que aprende as lições das ilustrações contidas nesta passagem. Com os cavalos aprendamos a lição do freio preso a boca que as rédeas e o cavaleiro lhe impõem. Sua boca tem um freio? Com os navios aprendamos a lição do leme que quando bem conduzido pelo timoneiro leva a embarcação para a direção escolhida. Quem está no leme da sua vida? Das florestas aprendamos a lição do perigo que representa uma pequena fagulha. A sua língua é fogo e pode incendiar todo o corpo. Dos animais aprendamos a lição da possibilidade de serem domesticados. Mas quem pode

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domar a sua língua? Das fontes aprendamos a lição das águas que ou são doce ou salgada. Assim nossas línguas não podem bendizer e maldizer ao mesmo tempo.

O cristão moderado é aquele que renuncia a sabedoria humana e diabólica. Quantos são os “sábios” de nosso tempo que tem ensinado besteiras e bobagens? Quantos são os “entendidos” de nossa época que tem conduzido inúmeras pessoas a destruição porque acabam desobedecendo a Deus e sua Palavra. Onde está a sabedoria em ser assim? De fato não existe sabedoria porque os especialistas não sabem como resolver a maior parte dos problemas que enfrentamos em nosso tempo como: drogas, violência, lares destruídos, etc. Sabe por que a maioria dos conselhos e ensinos são egoístas, contrários a vontade de Deus e diabólicos.

O cristão moderado é aquele que revela em sua vida a sabedoria divina Por outro lado aqueles que experimentado a sabedoria divina tem feito diferença em nossa sociedade. Isto porque tal sabedoria tem nos conduzido a uma vida de pureza, de paz, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia. Estas virtudes se encontram em sua vida? Então saia das quatro paredes de se sua igreja e seja visível para as pessoas de nosso tempo que precisam de bons referenciais. Deixe de lado a timidez e a vergonha e fale da sabedoria divina àqueles que estão sendo enganados e iludidos com as promessas deste mundo.

Cristãos Apaixonados“De onde vêm as lutas e as brigas entre vocês? Elas vêm dos maus desejos que

estão sempre lutando dentro de vocês. Vocês querem muitas coisas; mas, como não podem tê-las, estão prontos até para matar a fim de consegui-las. Vocês as desejam ardentemente; mas, como não conseguem possuí-las, brigam e lutam. Não conseguem o que querem porque não pedem a Deus. E, quando pedem, não recebem porque os seus motivos são maus. Vocês pedem coisas a fim de usá-las para os seus próprios prazeres. Gente infiel! Será que vocês não sabem que ser amigo do mundo é ser inimigo de Deus? Quem quiser ser amigo do mundo se torna inimigo de Deus. Não pensem que não quer dizer nada esta passagem das Escrituras Sagradas: "O espírito que Deus pôs em nós está cheio de desejos violentos." Porém a graça que Deus dá é ainda mais forte, pois as Escrituras Sagradas dizem: "Deus é contra os orgulhosos, mas dá graça aos humildes." Portanto, obedeçam a Deus e enfrentem o Diabo, que ele fugirá de vocês. Cheguem perto de Deus, e ele chegará perto de vocês. Lavem as mãos, pecadores! Limpem o coração, hipócritas! Fiquem tristes, gritem e chorem. Mudem as suas risadas em choro e a sua alegria em tristeza. Humilhem-se diante do Senhor, e ele os colocará numa posição de honra.Meus irmãos e minhas irmãs, não falem mal uns dos outros. Quem fala mal do seu irmão em Cristo ou o julga está falando mal da Lei e julgando-a. Pois, se você julga a Lei, então já não é uma pessoa que obedece à Lei, mas é alguém que a julga. Deus é o único que faz as leis e o único juiz. Só ele pode salvar ou destruir. Quem você pensa que é, para julgar os outros?”(Tiago 4.1-12).

O cristão apaixonado por Deus é aquele que não alimenta os desejos ou paixões carnais. O cristão apaixonado por Deus é aquele que já aprendeu a pedir bem em suas orações. O que significa pedir bem? Pedir bem é orar sem orgulho.O cristão apaixonado por Deus é aquele que é inimigo do mundo e das contendas. O cristão apaixonado por Deus é aquele que é amigo de Deus. O cristão apaixonado por Deus é aquele que derrota Satanás. O cristão apaixonado por Deus é aquele que vive de modo humilde.

Naturalmente o cristão, ou a pessoa, que é amigo deste "mundo" é alguém que estabelece contendas. Vive em pé de guerra ou como dizemos "é chegado numa confusão". Tais contendas ou guerras nascem na cobiça que é pecado. O cristão é uma nova criatura e para que cresça de modo sadio não pode manter esta relação de amizade com o mundo pois ela têm produzido efeitos terríveis em nossas vidas.

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O primeiro efeito da amizade com o mundo na vida do homem é que somos controlados pelos prazeres. As mazelas sociais, os vícios e toda sorte de prazer carnal revelam um sem número de pessoas impotentes e escravizadas. É assim que ocorre com aquelas pessoas que dizem "eu não consigo deixar de fumar", "eu não consigo abandonar a bebida", "eu sou um escravo do sexo", "não dá para ficar de boca fechada", etc. Estes prazeres travam verdadeira guerra em nosso interior e o campo onde eles têm mais poder é em nossa "carne"(inclinação natural e pecaminosa para a realização daquilo que não é correto). Assim a nossa carne(dominada pelo prazeres) luta contra o nosso espírito(que deve ser dominado pela vontade de Deus). Amizade com o mundo fortalece nossa carnalidade e proporciona uma vida derrotada.

O segundo efeito da amizade com o mundo na vida do homem é que somos conduzidos a uma vida marcada cobiça. Cobiçar é desejar aquilo que não nos pertence. Seja porque não podemos em função de ser contrário à vontade de Deus ou inviável na perspectiva moral, espiritual ou financeira. Quando somos muito influenciados neste relacionamento com o mundo nossa mente e coração acabam por querer aquilo que a maioria das pessoas que não amam nem respeitam a Deus querem. Os valores ou a ausência deles nos caracterizam como pessoas sem escrúpulos que por causa da cobiça invejam e matam e estão sempre limitadas e incapacitadas de obter os objetos ou coisas para saciar sua sede de consumo. De fato a vida de quem pensa, sente e age assim é uma guerra especialmente contra Deus e sua vontade mas que reflete nas dimensões do seu relacionamento com o próximo(e seus bens) e consigo mesmo.

O terceiro efeito da amizade com o mundo na vida do homem é que nossas orações deixam de ser atendidas por Deus. Se por um lado tal amizade nos conduz á cobiça por outro ela nos impede de recebermos aquilo que pedimos a Deus em oração. Até porque às orações de quem vive neste estreito relacionamento com o mundo tornam-se tentativas de alimentar ainda mais os desejos e prazeres carnais. O autor sagrado chama esta iniciativa de "pedir mal" e quem pede mal não recebe nada de Deus. Quando pedimos a Deus algo que seja para gastar ou usar nos prazeres deste mundo ele não atende. Quantas vezes estamos suplicando e clamando a Deus de modo inadequado? Deus espera que aprendamos a ter prioridades corretas e por isso já deixou bem claro que devemos buscar primeiro seu reino e a sua justiça e assim todas as demais coisas que necessitamos nos serão acrescentadas.

O quarto efeito da amizade com o mundo na vida do homem é que nos tornamos infiéis. Sim a fidelidade deixa de ser uma marca do cristão e a infidelidade assume um lugar em nossas vidas. Deus nos adverte que isso se dá pela incompreensão de uma simples fórmula: amizade com o mundo = inimizade com Deus. Assim a Palavra nos desafia a amarmos a Deus e a odiarmos o mundo. Esta atitude de infidelidade provoca ciúmes em nosso Deus que requer de cada um de nós fidelidade. O que é que temos feito de nossas vidas? Nesta manhã o Senhor nos chama para uma confrontação de valores e perspectivas. Você é fiel ao Senhor? Você ama ao Senhor? O mundo é amado ou odiado por você?

O quinto efeito da amizade com o mundo na vida do homem é que nos tornamos soberbos. Sim a amizade com este mundo faz com que pensemos que não precisamos de Deus e de ninguém e nos conduz ao pecado da soberba. Porém, vale a pena lembrar que Deus resiste ao soberbos. Isto significa dizer que ele se coloca numa posição contrária aos soberbos e que estes não têm muitas chances de sobrevivência neste combate contra o Senhor Todo-Poderoso. Satanás cujo coração foi dominado pela soberba tem procurado contaminar, através desta amizade com o mundo, os nossos corações com a soberba. É preciso uma atitude de vigilância e de separação com este mundo e seus valores.

Como então vencer estas fraquezas e viver de modo agradável a Deus? Em primeiro lugar devemos praticar a virtude da sujeição a Deus. Isto implica em andar no

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caminho da obediência à vontade de Deus. Isto implica em sermos amigos de Deus. Em segundo lugar devemos praticar a tática da resistência ao Diabo. Isto implica em romper com aquilo que alimenta nossa carne(áreas onde ele mais ataca) e através da oração, obediência e em nome de Jesus exercermos autoridade sobre o inimigo porque ele fugirá de nós. Em terceiro lugar devemos nos aproximar de Deus. Isto implica em estreitarmos os laços de comunhão com o Senhor através da devoção. Em quarto lugar devemos experimentar a santificação prática. Isto significa que as nossas mãos e coração devem ser limpas. Esta é uma obra realizada pelo Espírito Santo e que devemos cooperar com ele.

A partir então do verso 9 percebemos que o cristão apaixonado por Deus é aquele deve aprender a lamentar pelos pecados cometidos. Os teus pecados produzem tristeza, lamento, pesar, lágrimas em você? Não há condições de estarmos apaixonados sem que rejeitemos o pecado em nossas vidas. O cristão apaixonado por Deus é aquele que após humilhar-se diante do Senhor experimenta a exaltação. Quem é que te exalta? Você mesmo? Cuidado com o orgulho. O cristão deve ser exaltado sim mas somente pelo Senhor e este na medida em que nos humilhamos cumpre o que nos promete.O cristão apaixonado por Deus é aquele que deixa o julgamento do seu semelhante por conta do Senhor. Na medida em que não respeitamos esta tarefa de Deus e nos colocamos na condição de juízes o que ocorre? Bom conseguimos arrasar as pessoas com as nossas palavras e pecamos por querermos ser deuses.

Cristãos Projetistas“Agora escutem, vocês que dizem: "Hoje ou amanhã iremos a tal cidade e ali

ficaremos um ano fazendo negócios e ganhando muito dinheiro!" Vocês não sabem como será a sua vida amanhã, pois vocês são como uma neblina passageira, que aparece por algum tempo e logo depois desaparece. O que vocês deveriam dizer é isto: "Se Deus quiser, estaremos vivos e faremos isto ou aquilo." Porém vocês são orgulhosos e vivem se gabando. Todo esse orgulho é mau. Portanto, comete pecado a pessoa que sabe fazer o bem e não faz”(Tiago 4.13-17).

O cristão projetista é aquele que reconhece que os projetos humanos por mais científicos e corretos que sejam são passíveis de falhas e de erros exatamente porque são humanos. Quantos projetos nossos têm sido verdadeiros fracassos? Isso não significa que somos fracassados, talvez não calculamos bem, ou quem sabe não estudamos o suficiente a situação. Uma coisa fica bem clara: nós até podemos sonhar e projetar um futuro melhor mas não temos nenhuma segurança sobre a realização de sonhos e projetos humanos.

O cristão projetista é aquele que aprende a viver o seu dia-a-dia na presença de Deus. Nesta incerteza que é a vida precisamos aprender a fazer duas coisas básicas: primeiro, devemos viver a cada dia buscando a presença de Deus que é Eterno e Senhor Soberano de todas as coisas. Segundo, devemos consulta-lo em oração pedindo sua orientação e sabedoria para que façamos projetos de acordo com a sua vontade. Vivemos num tempo em que muitas pessoas em face da incerteza do amanhã tentam saber ou manipular o futuro através de consultas a magos, bruxos, futurólogos, etc. O cristão não deve agir assim!

O cristão projetista é aquele que coloca na mãos de Deus os seu projetos. Que maravilhoso é poder dizer ao Senhor com paz e tranqüilidade:ó Deus, aí está o que eu gostaria de fazer, mas coloco tudo sob a tua direção. Se der certo, conforme pensei fazer, ficarei feliz porque sei que é o melhor; se não for de acordo com a minha idéia, vou ficar tranqüilo, também, e feliz porque eu tenho por certo que todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus(Romanos 8.28). É assim que você age? Os seus projetos estão nas mãos de Deus? Você fica feliz também quando eles não se concretizam?

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O cristão projetista é aquele que aprende a rejeitar o orgulho. O orgulho é o pecado que nos conduz a independência de Deus. Hoje em meio aos cristãos tem sido comum ver e ouvir pessoas que em atitudes bem arrogantes e desrespeitosas ensinam que o crente não pode orar a Deus pedido “se for da tua vontade Senhor faça isso ou aquilo”. Ensinam estes que você deve “decretar”, “ordenar”, “exigir”, “declarar”. Amados isso não é demonstração de fé e o que eu sinto e creio é que estas atitudes são ofensivas ao Senhor e tem muita gente agindo com orgulho e arrogância e os seus projetos bem assim como suas vidas são verdadeiros fracassos.

O cristão projetista é aquele que faz o bem. Quando eu e você deixamos de fazer o bem cometemos pecado. O que é fazer o bem? Basicamente fazer o bem é obedecer a vontade de Deus expressa na Bíblia. Os pecados de omissão são tão sérios como os pecados de comissão. Deixar de fazer o que é certo é tão ruim como fazer o que errado. Você sabia disso? Então façamos bem para que não cometamos os pecados de omissão?

Cristãos Opressores e Oprimidos

“Agora, ricos, escutem! Chorem e gritem pelas desgraças que vocês vão sofrer! As suas riquezas estão podres, e as suas roupas finas estão comidas pelas traças. O seu ouro e a sua prata estão cobertos de ferrugem, e essa ferrugem será testemunha contra vocês e, como fogo, comerá o corpo de vocês. Nestes últimos tempos vocês têm amontoado riquezas e não têm pago os salários das pessoas que trabalham nos seus campos. Escutem as suas reclamações! Os gritos dos que trabalham nas colheitas têm chegado até os ouvidos de Deus, o Senhor Todo-Poderoso. Vocês têm tido uma vida de luxo e prazeres aqui na terra e estão gordos como gado pronto para o matadouro. Vocês têm condenado e matado os inocentes, e eles não podem fazer nada contra vocês”(Tiago 5.1-6).

Cristãos opressores são aqueles que enriqueceram ilicitamente. Muito se tem questionado sobre quem são os ricos mencionados aqui por Tiago. Creio que sejam cristãos pois e a carta fora endereçada a este grupo humano. Nesta direção então podemos perceber que a acusação do Senhor se torna mais grave ainda: pois se eles eram cristãos e estavam enriquecendo às custas da ganância, do roubo e do latrocínio é porque já haviam perdido a noção de certo e errado. Como é que você lida com esta questão das riquezas? Se você tem empregados como é que os trata? Lembre-se o Senhor adverte os opressores e promete destruí-los.

Cristãos opressores são aqueles que utilizam erroneamente a suas riquezas. Uma outra acusação do Senhor aos cristãos é a do uso inadequado dos bens materiais. Basicamente usavam suas riquezas para a manutenção do luxo e dos prazeres carnais e tudo isto à custa da opressão dos seus empregados que nem salários recebiam. Aqui temos um princípio: somos responsáveis diante de Deus pela maneira como conseguimos os bens materiais e como os usamos também. Como é que você tem usado os recursos financeiros? Deus aprova ou reprova o seu modo de usar o dinheiro? Seu dinheiro é legal?

Cristãos opressores serão oprimidos pelo Senhor que já tem ouvido o clamor dos explorados e visto o sofrimento dos pobres. Quantas vezes reclamamos da péssima distribuição de renda do nosso país e até criticamos as autoridades. Deus que nos criou também se interessa por estas questões sócio-econômicas e promete defender a causa dos oprimidos. De que lado você está? Amados as riquezas deste mundo não têm valor permanente e não podem tornar uma pessoa realmente feliz. Não negocie seus valores morais nem espirituais por causa delas. As riquezas conquistadas ilicitamente trazem prejuízos incalculáveis para o seu possuidor até porque Deus o condena. O dinheiro precisa ser um fator de aproximação de Deus e do nosso semelhante para que o utilizemos na adoração e no serviço ao próximo.

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Cristãos Pacientes“Por isso, irmãs e irmãos, tenham paciência até que o Senhor venha. Vejam como

o lavrador espera com paciência que a sua terra dê colheitas preciosas. Ele espera pacientemente pelas chuvas do outono e da primavera. Vocês também precisam ter paciência. Não desanimem, pois o Senhor virá logo”(Tiago 5.7-8).

O cristão paciente é aquele que tem uma certeza inabalável. Que certeza é essa? A certeza de o Senhor Jesus vem buscar a sua igreja é que estamos salvos da condenação eterna em função do derramamento do seu sangue na cruz. Você tem essa certeza? Ela produz paciência em sua vida?

O cristão paciente é aquele que sabe que há um tempo determinado para a Vinda do Senhor e assim como de todas as coisas. Não adianta ficarmos ansiosos porque a ansiedade não trará o Senhor mais cedo. Tudo tem um tempo certo de acordo com a vontade de Deus e assim com paciência saibamos aproveitar o tempo fazendo aquilo que é correto.

O cristão paciente é aquele que aprende, à semelhança do lavrador, a esperar. Que lição preciosa o lavrador nos ensina: a terra tem um tempo certo para que a colheita seja possível. O lavrador já tendo feito a sua parte: semear e regar. Espera que Deus dê o crescimento e que a terra em resposta a ações anteriores produza os preciosos frutos. Você não sabe esperar? Então aprenda.

O cristão paciente é aquele que não desanima em face às demoras. Esperar por algo ou alguém é terrível não é? O Senhor nos desafia em sua palavra a não desanimarmos porque ainda que a Vinda de Jesus possa parecer demorada podemos crer que ele vem. O que fazer enquanto esperamos? Falemos de cristo àqueles que não o conhecem e nem o esperam.

Cristãos Reclamadores“Irmãos e irmãs, não se queixem uns dos outros para não serem julgados por

Deus. O Juiz está perto, pronto para vir. Lembrem dos profetas que falaram em nome do Senhor e os tomem como exemplo de paciência nos momentos de sofrimento. E nós achamos que eles foram felizes por terem suportado o sofrimento. Vocês têm ouvido a respeito da paciência de Jó e sabem como no final Deus o abençoou. Porque o Senhor é cheio de bondade e de misericórdia”(Tiago 5.9-11).

O cristão reclamador é aquele que vive queixando-se dos seus irmãos na fé e desconhece ou não crê no julgamento divino. As queixas e reclamações são tentações que nos acompanham nos momentos difíceis. As pressões e as derrotas nos impulsionam a reclamarmos sempre de algo ou de alguém. Infelizmente, tem sido comum lançarmos nossas frustrações sobre as pessoas mais próximas como familiares, amigos e os irmãos em Cristo que não escapam desta nossa incapacidade de lidar com as dificuldades e limitações. Por outro lado percebemos que as queixas servem como um escudo para justificarem as nossas faltas pessoais. Isto não está certo.

Aliás quem garante que ao reclamar de alguém você está efetivamente certo. Quem de nós tem condições de apontar, acusar ou estabelecer julgamento? A atitude correta neste relacionamento comunitário é que devemos assumir as nossas próprias faltas e não ficarmos colocando a culpa nos irmãos. Ao invés de queixar-se pela ausência ou falta de cooperação nas atividades e reuniões devemos assumir que falhamos em liderar, planejar e divulgar. Isto é mais honesto e com certeza evitará que os irmãos nos tratem com antipatia. De fato é muito difícil relacionar-se com uma pessoa que só vive reclamando, murmurando.

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Evitar tais reclamações ou queixas é exercer de modo prático a paciência. Assim não devemos nos queixar das dificuldades dos outros irmãos e nem devemos acusá-los por causa de nossas dificuldades. Tiago declara que as críticas ou as reclamações mútuas põem as pessoas em perigo de julgamento. Devemos sempre recordar que o Senhor que julgará a todos nós está próximo e que nós não temos o direito de julgarmos mutuamente uns aos outros. Esta é uma prerrogativa de Deus e que não podemos tomá-la para nós. Ei rabugento deixe de ser chato! Assuma as suas próprias fraquezas e não fique descontando nos irmãos.

O cristão reclamador é aquele que não percebe que a Vinda do Senhor está bem próxima e que o Juiz chegará. O cristão reclamador é aquele que não conhece ou se esqueceu dos exemplos bíblicos e das lições que ensinam como deve comportar-se diante dos sofrimentos. O cristão reclamador é aquele que não aprendeu a ser feliz mediante os sofrimentos e lutas. O cristão reclamador é aquele que não aprender a ser paciente e não desfruta da bênção de Deus. O cristão reclamador é aquele que não reconhece a bondade e a misericórdia divina.

Cristãos que Juram????!!!!“Acima de tudo, meus irmãos e irmãs, quando vocês prometerem alguma coisa,

não jurem pelo céu, nem pela terra, nem por nada mais. Digam somente "sim", quando for sim, e "não", quando for não, para que Deus não os condene”(Tiago 5.12).

O cristão que jura é aquele que não está de acordo com a vontade de Deus porque sua palavra não tem crédito. Note que aqui Tiago não está proibindo os juramentos e sim dizendo que nós não devemos utilizar inadequadamente o nome de Deus para auferir juramentos que visam dar garantias à nossa palavra. Tiago reproduz os mesmos conceitos utilizados por Jesus em Mateus 5.34-37 que afirmam esta mesma questão: os que precisam de juramentos para que sua palavra tenha crédito estão longe de agradar a Deus. “Mas eu lhes digo: Não jurem de jeito nenhum. Não jurem pelo céu, pois é o trono de Deus; nem pela terra, pois é o estrado onde ele descansa os seus pés; nem por Jerusalém, pois é a cidade do grande Rei. Não jurem nem mesmo pela sua cabeça, pois vocês não podem fazer um só fio dos seus cabelos ficar branco ou preto. Que o "sim" de vocês seja sim, e o "não", não, pois qualquer coisa a mais que disserem vem do Maligno”.

O cristão que jura é aquele que precisa do testemunho do céu, da terra e de algo mais para cumprir suas promessas. Quando eu e você lançamos mão de um juramento isto indica que alguém desconfia de que cumpriremos as promessas feitas. Por que isto acontece? Porque não levamos a sério as pessoas com quem nos relacionamos e porque via de regra mentimos. O mentiroso freqüentemente precisa jurar em razão da dificuldade das pessoas confiarem nele. O cristão que jura é aquele que em face as suas mentiras é alvo da condenação de Deus. O problema aqui é mais grave porque os mentirosos são condenados por Deus. Daí o desafio de vivermos uma vida coerente marcada pelo “sim” ou pelo “não”.

Cristãos Problemáticos“ Se algum de vocês está sofrendo, ore. Se alguém está contente, cante hinos de

agradecimento. Se algum de vocês estiver doente, que ele chame os presbíteros da igreja, para que façam oração e ponham azeite na cabeça dele em nome do Senhor. Essa oração, feita com fé, salvará o doente. O Senhor lhe dará saúde e perdoará os pecados que tiver cometido”(Tiago 5.13-15).

O cristão problemático é aquele para quem a provisão divina indica oração nos momentos de sofrimento. Por outro lado esta mesma passagem aponta para a necessidade de sermos solidários com os que sofrem. Não se trata então de orar somente pelos meus problemas, como também os dos meus irmãos na fé. O cristão problemático é aquele para

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quem a provisão divina indica louvor nos momentos de alegria. De igual modo devemos ser solidários com os que se alegram e assim devemos unidos agradecer pelas vitórias uns dos outros.

O cristão problemático é aquele para quem a provisão divina indica intercessão nos casos de enfermidades. Quantos são os crentes enfermos atualmente? Todas as enfermidades são causadas por pecados encobertos? Não. Mas algumas são e nesses casos os presbíteros(ou pastores) devem ser chamados e em nome de Jesus orarão pelos enfermos. Cabe salientar que nem todas as nossas comunidades praticam a unção com óleo e quem a fizer deve lembrar-se de que é em nome de Jesus e que a unção deve ser feita na cabeça do enfermo á seu pedido.

O cristão problemático é aquele para quem a provisão divina indica o perdão de pecados mediante à confissão. Como sofremos em função dos nossos pecados! Deus tem garantido em sua Palavra que perdoa os nossos pecados na medida em que os confessamos. Alguns dos sofrimentos que estamos experimentando hoje são oriundos de pecados ainda não confessados nem abandonados. O que é que você está esperando? O Senhor quer restaurar a sua saúde e perdoar os seus pecados.

Cristãos Confidentes“Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e façam oração uns pelos outros, para que vocês sejam curados. A oração de uma pessoa obediente a Deus tem muito poder”(Tiago 5.16).

A mútua confissão de pecados, que o autor bíblico estimula como um hábito, é altamente positiva e benéfica para a saúde da igreja. O corpo de Cristo que somos nós fica enfermo quando deixamos de confessar os pecados que cometemos. Preste bem atenção no conjunto de palavras: Confissão + Oração = Cura. O que ele sugere? Como estamos lidando com os pecados que temos cometido? Onde, quando e como devemos confessar os nossos pecados? Eu sei que esta passagem ainda pode levantar outras questões mas gostaria que voltássemos nossa atenção para a confissão de pecados.

Não temos um confessionário onde as pessoas de forma oculta revelem os seus erros e recebam as penitências(punições). Cremos que cada cristão deve exercer o sacerdócio e assim cada um de nós é apto para ouvir e orar pelos pecados uns dos outros afim de que Deus os perdoe. Se porventura tais pecados têm produzido(e eles produzem) enfermidades físicas e espirituais também devemos orar pela cura. O fato é que temos uma imensa dificuldade de confiar aos nossos irmãos os erros e pecados pois tememos o julgamento, a discriminação e até alguma punição. É preciso que superemos esta dificuldade aprendendo a confiar nos irmãos e sendo confiáveis para que eles também compartilhem e confessem seus pecados a nós também.

É claro que não há um local ou ocasião clássica de se fazer esta confissão. Eu creio que ela pode ser feita tanto individualmente ao procurar-se alguém para confessar e orar pelos pecados quanto coletivamente, seja numa reunião de oração, num grupo pequeno ou até mesmo num culto público. Esteja sensível a liderança do Espírito Santo e não continue mais tentando esconder os pecados como quem esconde o lixo debaixo do tapete. Reconheça que os seus pecados afetam tanto a sua vida como a de cada irmão que faz parte do mesmo corpo de Cristo que é a Igreja. Tome ainda hoje uma atitude. Creiamos que o Senhor nos perdoa, confessemos mutuamente e uns aos outros os nossos pecados e oremos pedindo ao Pai Celeste que nos cure de todas as nossas enfermidades.

No enfoque anterior observamos nesta mesma passagem o aspecto da confissão mútua de pecados que constitui-se elemento vital inclusive para que as nossas orações sejam ouvidas pelo Senhor nosso Deus. Agora pensaremos sobre nossa responsabilidade

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de orarmos mutuamente uns pelos outros. Nos versos anteriores vemos o autor falando que a oração é uma ótima arma a disposição dos cristãos para que vençamos as batalhas e os obstáculos do dia-a-dia. O crente responsável não deixa de interceder pelos seus irmãos em Cristo Jesus além dos outros motivos e necessidades que porventura estejam em sua agenda de oração.

Creio que cada um de nós deve ser um(a) guerreiro(a) do Senhor(Efésios 6.10-20). Os dias são maus, difíceis e problemáticos. Em meio à tantas dificuldades, o inimigo de nossas almas trabalha, batalha, seduz, derruba, confunde e vence muitas pessoas. Para tristeza nossa muitos desses que caem pertencem ao exército de Deus; fazem parte daquilo que chamo de time de vencedores ou da igreja do Senhor. Será que satanás esta ficando mais forte? Gostaria de responder a esta pergunta com um não bem redondo mas o que posso dizer é que o problema não é do inimigo, já que ele faz exatamente aquilo para o qual ele existe(matar, roubar, destruir), e sim dos guerreiros do Senhor que não cumprem os objetivos dados pelo nosso general que é Cristo.

que falta aos soldados de Cristo é combater o bom combate da fé. O que falta aos guerreiros do Senhor é vestir a armadura de Deus . O que falta aos membros de nossas igrejas é vida com o Senhor dos Exércitos. Caros irmãos guerreiros do Senhor são guerreiros de oração. Homens, mulheres, jovens, adolescentes e crianças que além de estarem revestidos da armadura de Deus obedecem a estratégia militar espiritual: “em todas as suas súplicas, façam todo tipo de oração espiritual, mantendo-se alertas e persistentes enquanto pedem em favor de todos os homens e mulheres de Cristo” (Efésios 6.19). Os que assim fizerem estarão fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Seja um (a) guerreiro (a) do Senhor! Ore diariamente pelos seus irmãos!

Cristãos Intercessores“O profeta Elias era um ser humano como nós. Ele orou com fervor para que não

chovesse, e durante três anos e meio não choveu sobre a terra. Depois orou outra vez, e então choveu, e a terra deu a sua colheita”(Tiago 5.17-18).

O cristão intercessor é aquele que ora mesmo apesar de suas fraquezas e limitações(17). Uma das estratégias de satanás é procurar fazer com que nos sintamos incapazes de orar. Quando ele nos acusa de nossos pecados e fraquezas o faz para que não sejamos encorajados a orar. Por mais fraco na fé que você seja o inimigo não o resistirá se você se puser na posição de intercessor. Veja o exemplo de Elias um ser humano sujeito as mesmas paixões que nós mas que dedicou-se à oração. Não se deixe enganar: seja um intercessor.

O cristão intercessor é aquele que ora com fervor(17). O fervor deve ser uma característica e diferencial entre os que oram e os que intercedem. Fervor tem a ver com a confiança de que Deus vai atender a oração e assim o intercessor a cada dia intensifica sua confiança e petição diante do trono da graça. Note que Elias orou com fervor e sua vida de oração é uma inspiração para a nossa.

O cristão intercessor é aquele que ora suplicando por milagres(18). Você precisa de um milagre em sua vida? Então interceda por este milagre e persista em pedir até que Deus tenha respondido a sua intercessão. Lembre-se porém que Deus tem três maneiras distintas de responder quando oramos:a) ele responde sim e nos concede o que pedimos. b) ele responde não e não nos concede o que estamos pedindo. c) ele responde espera e nos dá a paciência para esperarmos pela bênção.

Assim como o profeta orou nós também devemos interceder e eis algumas situações onde devemos atuar e agir: a) o cristão intercessor é aquele que ora quando existe aflição(v.12). b) cristão intercessor é aquele que ora quando está alegre(v.13). c) o

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cristão intercessor é aquele que ora quando há doença(v.14). d) o cristão intercessor é aquele que ora quando há tristeza pelo pecado(v.16)

Cristãos Restauradores“Minhas irmãs e meus irmãos, se algum de vocês se desviar da verdade, e outro o

fizer voltar para o bom caminho, lembrem disto: Quem fizer um pecador voltar do seu mau caminho salvará da morte esse pecador e fará com que muitos pecados sejam perdoados”(Tiago 5.19-20).

O cristão restaurador é aquele que mantêm-se firmado na verdade da Palavra de Deus. Deus espera que cada um de nós sejamos fortalecidos e que corramos com fidelidade e amor a carreira da vida cristã. Ocorre que alguns se desviam do alvo e deixam de lado o Senhor e a sua vontade. O que fazer diante desta situação? É aí que entra em campo a equipe de restauração. Quem pode atuar no ministério da restauração? Via de regra alguém que tem uma vida modelar que em função de sua coerência tenha autoridade espiritual para exortar e amor o suficiente para buscar o afastado onde ele estiver.

O cristão restaurador é aquele que tem como meta trabalhar na recuperação dos cristãos afastados. Como pastor sinto na pele as cobranças do rebanho que espera que eu sozinho atue na reconciliação e na busca dos crentes afastados. Eu sei que posso atuar nesta área mas também sei que outros membros da igreja deveriam envolver-se na recuperação dos afastados. Você pensa assim também? Quantos membros estão ausentes de sua comunidade? Se o seu pastor se dedicar sozinho a esta tarefa quanto tempo levará para alcançar todos os afastados? Será que a demora não pode piorar a condição do afastado? Por que não ajudá-lo? Procure visitar alguém de sua igreja que esteja afastado ainda esta semana. Experimente ser um cristão restaurador.

O cristão restaurador é aquele que atua e consegue com a ajuda de Deus reintegrar os cristãos afastados. Na prática da busca da “ovelha perdida” o coração de um cristão restaurador(seja ele pastor ou não) fica bem pequeno porque sabe que depende somente da graça de Deus. O que falar? Como agir? Minha sugestão é que você apenas ouça com atenção o que o membro afastado tem a dizer. Permita que o Senhor através do Espírito Santo lidere o seu coração e compartilhe com ele as suas expectativas quanto ao seu retorno a casa do Pai, a família, o corpo de Cristo. Ore com ele e por ele e se houver oportunidade de confissão de pecados e arrependimento proceda junto a igreja a reintegração do afastado.

O cristão restaurador é aquele que em função de sua tarefa experimenta o perdão dos pecados. Tiago aborda um conceito interessante acerca do perdão de pecados. Os pecados de quem são perdoados quando ocorre a restauração? A palavra usada aqui em Tiago nos permite pensar que os pecados de ambos são perdoados. Tanto o restaurador quanto o restaurado têm os seus pecados perdoados. Isso não é uma bênção?

EPÍSTOLA AOS HEBREUS

INTRODUÇÃO1. Em grau de importância Hebreus fica em segundo lugar ou até mesmo no pé de igualdade com Romanos.

2. “um livro grandioso e maciço”.1. Em nenhuma parte no NT encontramos linguagem com sua euforia e ritmo.2. Ele o compara com a segunda parte de Isaías.

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3. “mais profunda epístola do N.T.”

AUTORIA

Evidência Interna.

1. Favorecendo Paulo

a. Passagens paulinas em Hebreus:Hebreus 1:04 - Filipenses 2:9

2:2 - Gálatas 3:192:10 - Romanos 11:567:18 - Romanos 8:37:27 - Efésios 5:2

b. O zelo sem par que Paulo nutria para com os judeus (Rm 9:3; 10:1)c. Paulo teria razão em não se identificar sendo que os judeus em quase sua

totalidade o suspeitaram de traição sendo antagônicos contra ele.d. A profundidade e amplitude da epístola não cabe tão bem para outro senão a

Paulo.e. É possível que Pedro tivesse Hebreus em mente em 2 Pe 3:15, 16.f. Encerra-se a epístola com uma bênção de Paulo.g. A referência a Timóteo em Heb. 13:23 parece ser Paulina.h. Muitos acham em Hebreus pensamentos Paulinos.

2. CONTRÁRIA – Autoria Paulina:

a. Todos concordam que o livro apareceu pela primeira vez sem nome.1) É estranho sendo que Paulo normalmente assina suas cartas com a marca de sua

genuinidade (2 Ts 3:17).2) O pensamento de que Paulo teria sido o autor se baseia puramente em evidência

interna.b. Hb 2:3 indica que o autor era dependente sobre aqueles que ouviram ao Senhor, o que

não parece concordar com Gl 1:11, 12.c. As citações do N.T. não concordam com o padrão de Paulo.

1) Elas são exclusivamente da septuaginte – Paulo às vezes traduz do N.T. hebraico.2) Hebreus não utiliza a fórmula que Paulo usa quando cita:

(a) Paulo normalmente usa a “gregrapta” – “está escrito”(b) Hebreus usa fórmulas tais como “ele diz” (8:8).(c)“O Espírito Santo diz” (3:7) e “alguém em certo”

d. É possível explicar a (referência a Timóteo pressupondo que ele veio até Roma a pedido de Paulo, foi preso junto com ele e finalmente foi solto depois da morte do Apóstolo).e. O estilo e vocabulário não podem ser de Paulo:

1) A diferença é tão radical que nenhuma mudança de assunto, tempo ou situação, poderia explicá-la!

2) Paulo escreveu cartas cheias de aberturas, digres. Sem quebras abruptas, etc (cf Gl 1:6-9), enquanto que Hebreus foi composta com um grego quase clássico.

1) Paulo agoniza com sua linguagem, enquanto que hebreus indica controle perfeito de expressão.

2) Hebreus tem algumas sentenças periódicas enquanto Paulo tinha o costume de estender suas sentenças por frases preposicionais e participais (cf Ef 1:3-14)

3) Não há hebraísmos paulinos em Hebreus.f. Reas no I.S.B.E. “Sabemos o suficiente de Paulo para ter certeza que ele não podia ter escrito aos Hebreus; isto é tudo que se pode afirmar com confiança a respeito da autoria de Hebreus”.

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3. Outros autores sugeridos:

a. Barnabé b. Lucas c. Clemente tem sido sugerido como autor e também tradutor.e. Desde Lutero, muitos tem seguido a teoria da autoria de Apolo (Alford, Moulton,

Farrar, Robertson, Mantey, Lenski, Spico, Tenney) 1) Esta sugestão se baseia em At. 18:24-19:12) O autor parece ter sido marcado com as seguintes características:

a. Um judeu que falava grego; b. Um homem culto;c. Treinado no que era do melhor das escolas e grego; d. Bem familiar com o A.T. e com a septuaginta; e. Bem inteirado no pensamento de Paulo; f. Familiar com o estilo e argumentação de

Alexandria.3) Torna-se óbvio que Apolo cabe dentro destas características.4) Rees (ISBE) pensa que teria sido um homem pelo menos semelhante a

Apolo.5) Podemos concordar com este ponto de vista e ao mesmo tempo aceitar a

opinião de Orígenes: “Quem escreveu Hebreus só Deus sabe.”

DESTINATÁRIO1.O título mais primitivo, o único que a igreja primitiva conheceu era “Aos Hebreus” 2.O autor pressupõe um ponto de vista exclusivamente judaico como premissa:

1. Não há referências a gentios nem a seus problemas2. Os pais dos endereçados são os pais da raça hebréia (1:1)3. Um dos propósitos de Hebreus é demonstrar que a nova aliança é superior à

velha.4. Concluímos portanto que os recipientes eram judeus.5. Spice pensa que eram sacerdotes convertidos mencionados em At 6:7.

3.. Duas localidades tem sido sugeridas:1. Os cristãos podem ter sido Judeus na vizinhança de Jerusalém.

a. Nota-se que o templo ainda está de pé (8:4; 10:11; 13:10, 11)b. Pensa-se que foram localizados num lugar específico (13:23)

2. Outros tem sugerido que viviam em Roma (13:24).

DATA

1. A evidência interna indica que Hebreus não foi escrita cedo na época apostólica.1. Os recipientes já foram crentes professos durante bastante tempo (5:12; 11:32ss)2. É até possível que foram crentes da segunda geração (2:3)3. Hb 13:7 parece indicar que alguns dos seus líderes tinham morrido.4. A libertação de Timóteo (13:23) pode indicar uma data depois do martírio de Paulo

(67, 68 d.c.)

2.. Outra evidência indica que Hebreus foi escrita antes do ano 70, quanto o templo em Jerusalém foi destruído.

1. Os sacerdotes são representados como ainda oferecendo sacrifícios (8:4; 10:11; 13:10, 11).

2. O fato que os crentes não tinham ainda sofrido até a morte indica uma data antes de 70.

3.. Se estas deduções são corretas, então a data de origem de Hebreus deve ser entre a morte de Paulo (67, 68), e 70 d.C. – data da destruição de Jerusalém.

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4. Hebreus possivelmente foi escrita de Roma (13:24)

OCASIÃO, PROPÓSITO E MÉTODOS

Ocasião1. Havia perseguição de crentes judeus (10:32s)2. Houve sempre a lembrança da glória do templo.3. Alguns deles começaram a duvidar das vantagens ganhas aceitando o evangelho.4. Sentindo a tentação de voltar ao judaísmo produziu uma atitude de indecisão e

estagnação espiritual (2:1; 5:11-14)

Propósito1. A ocasião acima revelada fornece o propósito do livro.2. Hebreus foi escrito para advertir contra a apostasia.3. O autor quer conseguir com que esses crentes se afastem definitivamente do judaísmo.4. Além disto o propósito é de encorajar os crentes a um avanço na fé até chegar a plena

maturidade.

Método1. Seu método é doutrinário2. Hebreus mostra que a nova aliança com seu Ministro são superiores à velha aliança

com seus ministros.3. As partes doutrinárias têm a intenção de incentivar os leitores a seguir as exortações

práticas.

PECULIARIDADES

A. Hebreu é o único livro do N.T. que expressamente destacara que Cristo é o Sumo Sacerdote.

B. Alguns têm visto em Hebreus um comentário inspirado sobre Levíticos.C. É notável pelas alterações entre discussões doutrinárias e exortações.D. Hebreus falta uma saudação introdutória mas encerra com a conclusão típica epistolar.

“Hebreus começa como ensaio, progride como sermão e acaba como carta”.E. O problema da autoria é único no N.T.F. Hebreus tem 30 citações do A.T., todas tiradas da Septuaginta.

A PRIMEIRA EPÍSTOLA DE PEDRO

AUTORIAEvidências Internas.1. Reivindica que foi escrita por Pedro.2. Mostra muita familiaridade com os ensinamentos de Jesus3. Em pensamento e linguagem está intimamente ligada aos discursos de Pedro em Atos:

3.1.Cf 1 Pe 1:17 com At 10:343.2.Cf 1 Pe 1:21 com At 2:32-36; 1:40s, etc.

4. Foi escrita por testemunha ocular (1:8; 2:20-25; 5:1)5. Seu estilo polido pode ser explicado de duas formas:

5.1.Passados sem dúvida uns trinta anos desde que deixou a vida de pescador, Pedro poderia ter aprendido bem a falar e a escrever a língua grega.

5.2.1 Pe 5:12 sugere que Pedro utilizou-se de Silas como seu amanuense.

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DESTINATÁRIOS

1. Foi escrita para s igrejas da Ásia Menor (1:1)

2. Alguns tem a idéia que os leitores deveriam ter sido todos judeus2.1. Mas deve-se considerar 1:14, 2:9s; 4:3s.)2.2. Estas passagens certamente indicam uma audiência gentílica.

2.3.A Ásia menor era em grande parte composta de gentios.

3.. Outros escritores como Thiessen insistiram que principalmente foram gentios que Pedro tinha em mente ao escrever 1 Pedro.

3.1. Mas, 1:1; 1:10-12; 1:18s parecem indicar judeus leitores.3.2. Ainda mais, sabemos que na Ásia Menor havia muitas colônias judaicas.

4.. Conclui-se que 1 Pedro foi escrita para audiência mista.

LUGAR DE ESCRITA

1. Essa localização revelada no livro é Babilônia (5:13)

2.. Muitos acham que esta seria uma referência a Roma tal como encontramos em Apocalipse caps. 17, 18.

2.1. Foi uma maneira de encobrir o lugar de origem.2.3.Até pelo início do 2º século a tradição favorecida esta opinião (cf. Papaias)

3. Alguns interpretam esta referência a Babilônia literalmente. 3.1. Ainda que a grande capital de Babilônia já há muito foi destruída, ainda persistiu uma pequena cidade com esse nome.

3.2.Não há evidência mais cedo que o Apocalipse que Babilônia foi usada para se referir a Roma.

3.3. A passagem nada tem a indicar que o nome não seja literal.

DATA A. a doutrina e eclesiologia são características duma data bastante cedo, não muito depois do ano 60.B. A atividade conciliatória de Pedro quanto ao estado (2:13-17) deve ser uma indicação de que a carta precede a perseguição de Nero que começou em 64.C. Há alguma indicação que Pedro conhecia as Epístolas da Prisão de Paulo.

1. Cf 1 Pe 2:18 com Cl 3:221 Pe 1:1-3 com Ef 1:1-31 Pe 3:1-6 com Ef 5:22-24

2. Exigiria uma data depois de 60/61D. Pedro foi martirizado durante o reinado de Nero, portanto, exige uma data anterior a 68.E. Entre as datas 61-68 é provável que 1 Pe foi escrita entre 61-64.

TEMAS-CHAVE DA EPÍSTOLAA. A primeira das idéias-chave é a de sofrimento e perseguição (1:6; 2:19; 3:14; 4:1, 12, 13,15; 5:10)B. A segunda idéia é a de esperança (1:1-9, 21; 4:13; 3:15)C. Juntando as duas idéias temos, “Esperança” no meio do sofrimento.D. Estes dois elementos se percebem na vida e obra de Jesus Cristo.

1. Sofrimento – Calvário (4:1)2. Glória – A Segunda Vinda (4:13)

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PROPÓSITO DA ESCRITAA. Deve ser principalmente para exortação.B. Pedro apela para a constância, uma vida condigna com a esperança.

PECULIARIDADESA. A ênfase sobre sofrimento e esperança.B. A natureza exortativa da epístola.C. Evidência que Pedro estava familiarizado com a vida e ensinamentos de Jesus.

1. Sua descrição da mansidão de Cristo em sofrimento (2:21-25). Uma indicação de que Pedro estava com Êle durante a apreensão e sofrimento.2. Uso da palavra grega egkombosasthe (5:5) exortando seus leitores a amarrar a humildade e cingir-se com ela como um escravo cinge-se com um avental (cf Jô 13:1-17).3. Sua exortação aos bispos para alimentarem o rebanho (5:2) lembra-nos de conversa de Jesus com Pedro em Jô 21:1-17.

D.Não transparece nenhuma indicação da primazia de Pedro.1. As palavras “bispo”, “sacerdote” e “igreja” não aparecem nesta epístola com relação aos homens.2. Cristo é o Bispo e Ele é o Supremo Pastor (2:25 e 5:4)

A SEGUNDA EPÍSTOLA DE PEDRO

AUTORIAEvidências Internas.

1. Reivindica que foi escrita por Pedro (1:1).2. As referências históricas são corretas e específicas (1:16-18)

DESTINATÁRIOA. Nenhuma igreja ou pessoa específica é nomeada, mas lembremos que Pedro diz que esta é a segunda carta que ele escreve indicando que foi escrita para os mesmos recipientes.B. Eles foram os crentes de toda a Ásia menor, menos a costa sul.

DATA1. Deve-se colocá-la entre os dois pontos terminais – não antes de 1 Pe que no mais cedo seria 61 e não depois da morte de Pedro que no máximo se deu em 67, 68.2. Sugerimos uma data em volta de 66.

IV. PROPÓSITOA. Para estimular crescimento cristão (Cap 1).B. Para combater ensino falso (Cap. 2).C. Para encorajar vigilância em vista da segunda vinda de Cristo (3).

V. A CHAVE DA EPÍSTOLAA. Enquanto 1 Pe a idéia chave é de “Esperança no meio do sofrimento”.B. Em 2 Pedro a palavra-chave é “conhecimento”

1. Nota-se a ênfase sobre os propagandistas do erro.2. “O combate contra o ensino falso é o conhecimento verdadeiro espiritual”.3. A palavra “conhecimento” ocorre 16 vezes em suas variadas formas em 2 Pedro. (Seis dessas ocorrências são de epignosis, “conhecimento completo”).

VI. PECULIARIDADESA. Os estilos distintos entre 1 e 2 Pedro.B. A citação de Judas por Pedro e vice-versa.C. A passagem clássica sobre a inspiração das Escrituras (2 Pe 2:20-21)D. A referência às escritas de Paulo como Escrituras (cf 3:15, 16)

EPÍSTOLA DE JUDAS

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AUTORIAEvidências Internas.

O autor reivindica que ele é Judas, irmão de Tiago (v1). Parece significativo que Jesus teve dois irmãos (meio-irmãos) chamados Tiago e Judas (Mt 13:55) O nome era de tão pouca importância que não se esperaria que fosse usado numa pseudo epigrafia. Ambos, Tiago e Judas se chamam de “servos de Jesus Cristo” (Tiago 1:1; Jd 1).

DATAParece trazer menos dificuldade datar a epístola antes da escrita de 2a. Pedro, i.e. antes de 67 d.C.PROPÓSITO

A. Apelar para uma defesa mais urgente do Evangelho (v 3)B. Descrever e condenar o erro (vv 19).C. Exortar os fiéis a continuarem servindo a Cristo com fidelidade (vv 20-23)

IV. PECULIARIDADESA. A citação aparente de Pedro em sua 2a Epístola.B. A relação tão de perto com CristoC. O uso de escritas pseudo epigráficas.

3. Isto tem levantado alguma dúvida quanto à sua inspiração4. Mas tais citações não garantem a inspiração do livro donde foi tirada a citação.5. Notamos que Paulo igualmente citou de autores não inspirados:

1 Cor 15:33; Tt 1:12 a At 17:28

APOCALIPSEI. TÍTULO

A. O título mais antigo que conhecemos é “Apocalipse de João”. O 1º verso é mais certo chamando o livro de “O Apocalipse de Jesus Cristo”. Ele não somente é que revela como também quem é revelado. Apocalipse significa “revelação” do grego apokalupsis.

B. Apocalipse pertence à categoria de escritos “apocalípticos”. Dentro dessa categoria existiam livros compostos de “visões e revelações” do futuro, freqüentemente e em forma simbólica. Na literatura apocalíptica normalmente o povo de Deus aparece sofrendo injustamente nas mãos dos iníquos. Mas o drama apocalíptico sempre termina com a intervenção divina na qual Deus livra seu povo dos seus opressores: Muitas vezes esta libertação está vinculada a um futuro escatológico. Apocalipse é o único livro apocalíptico no N.T. mas no A.T. temos livros como Daniel, Ezequiel e Zacarias. Entre os livros não canônicos destacam-se livros como Enoque, Assunção de Moisés, o Apocalipse de Pedro e o Apocalipse de Paulo, etc.

AUTORIA3.4. 1. “Há poucos livros no N.T. que tem atestação mais forte do que o

Apocalipse” (

B. Evidência Interna:3.4.1.1. O nome do autor é João como se vê em 1:1,4,9

e 22:8.3.4.1.2. O autor foi exilado à ilha de Patmos (1:9) fato

esse que concorda com os pensamentos dos antigos pais da Igreja que afirmavam que João

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o Apóstolo foi mandado para Patmos. (Clemente, Eusébio, Irineu)

3.4.1.3. Há similaridade entre Apocalipse e outros escritos de João:

a. O nome “Logos” dado a Jesus Cristo (Ap 19:13; cf Jô 1:1).b. (Cristo é também o “Cordeiro” “Ap 5:6; cf Jo 1:35)c. João usa em ambos a expressão “água da Vida” (Ap 22:1; Jô 4:10 s e 7:38)d. O uso do termo “vencer” é similar: (Ap. 2:7,11,17, etc, cf 1 Jo 4:4ss)e. Baseados em comparações tais como estas, Godet e Alfor insistem que as

semelhanças são de maior peso que as diferenças.

DATAFavorecendo uma data anterior de 95,96, d.C.

Esta data situa o livro durante o reinado de Domiciano (81-96).

Argumentos favorecendo esta data:

3.5. Eusébio nos informa que João foi exilado para Patmos durante os últimos anos de Domiciano.

3.6. Outros pais da Igreja como Irineu, Clemente de Alexandria, Vitorino e Jerônimo opinam em favor desta última data.

3.7. O exílio de João concorda com a política conhecida de Domiciano de punir por intermédio de exílio.

3.8. Os pais da Igreja indicam que João tinha 90 anos quando foi exilado.3.9. As condições das Igrejas correspondem com a conhecida decadência das

igrejas no fim do primeiro século.3.10. A perseguição que Domiciano instituiu para punir quem não adorasse o

imperador se reflete também no Apocalipse.IV. DESTINATÁRIO

A. O livro é endereçado as sete igrejas da Ásia (1:4; caps 2,3).B. Deve-se notar que o livro inteiro então é uma epístola. Começa com uma saudação epistolar e conclui da mesma forma.C. Estas sete igrejas devem ser representativas de todas as Igrejas da Ásia sob a influência de João.

V. A NATUREZA DA EPÍSTOLAA. É um livro de símbolos (1:1)3. Isto se nota pela palavra “significou” ou “assinalou” (esemanen) “dar sinais”.4. As visões não existem para revelar a aparência das pessoas ou objetos

mencionados mas para ensinar certas verdades concernentes às pessoas ou eventos tratados (cf 1:20, por exemplo).

a. É um livro de profecias1. João era um profeta na tradição do A.T.2. Conseqüentemente devemos voltar para A.T. para entender o ambiente da

linguagem e simbolismo do Apocalipse.

MÉTODOS DE INTERPRETAR O APOCALIPSEA. Há quatro métodos distintos de interpretar o livro.1. Preterista – profecias cumpridas em maior parte na destruição de Jerusalém e os

eventos do 1º século.2. Histórico – continuo – é uma previsão da história do mundo tal como ela se

relaciona com a História da Igreja.3. Espiritual – somente seria simbolismo mostrando como o bem triunfa sobre o

mal.4. Futurista – vê em 1:4 até o fim do livro predição de eventos futuros.

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