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Resumos de Direito FACILITANDO A VIDA ACADÊMICA DOS FUTUROS OPERADORES DO DIREITO. 30 NOV Estrutura da Administração Pública Direta e Indireta Publicado novembro 30, 2012 por Larissa Rapozo em Direito Administrativo. Taggeado:Autarquias, Centralizado, Descentralizado, Desconcentrado, Empresa Pública, Fundação, Por delegação, Por outorga, Sociedade de Economia Mista, Terceiro Setor. Deixe um comentário Conceito de serviço público: Serviço público é todo aquele prestado pela Administração ou por quem lhe faça às vezes, debaixo de regras de direito público, para preservação dos interesses da coletividade. O serviço público é prestado debaixo de regras de direito público, independentemente de quem esteja à frente da execução, pois tais regras são as únicas capazes de preservar o interesse da coletividade. Segundo o princípio da continuidade da prestação do serviço público, a execução do serviço público, em regra, não pode ser interrompida. Assim, a greve dos servidores públicos não pode implicar em paralisação total da atividade, caso contrário será inconstitucional (art. 37, VII da CF). Quem pode prestar o serviço público: Tanto a Administração como quem lhe faça às vezes podem prestar o serviço público. A titularidade na prestação de um serviço público é intransferível, isto é, nunca sai das mãos da Administração. O que pode ser transferido aos particulares é a execução do serviço público, mas nunca a titularidade. Sendo o Poder Público titular do serviço público, pode estabelecer regras para a execução do serviço público, ou seja, pode aplicar sanções; pode retomar o serviço por interesse público; pode retomar quando mal utilizado e etc. Formas de prestação do serviço público: A execução do serviço público pode ser realizada de forma direta (centralizada) ou de forma indireta (descentralizada) Execução Direta ou Centralizada: Ocorre quando a execução do serviço público for realizada pela Administração direta, isto é, pelo próprio titular do serviço público.

Estrutura da Administração Pública Direta e Indireta

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Resumos de Direito FACILITANDO A VIDAACADÊMICA DOS FUTUROS OPERADORESDO DIREITO.

30 NOV

Estrutura da Administração Pública Direta e Indireta

Publicado novembro 30, 2012 por Larissa Rapozo em Direito Administrativo. Taggeado:Autarquias,

Centralizado, Descentralizado, Desconcentrado, Empresa Pública, Fundação, Por delegação, Poroutorga, Sociedade de Economia Mista, Terceiro Setor. Deixe um comentário

Conceito de serviço público: Serviço público é todo aquele prestado pela Administração ou porquem lhe faça às vezes, debaixo de regras de direito público, para preservação dos interesses dacoletividade.

O serviço público é prestado debaixo de regras de direito público, independentemente de quemesteja à frente da execução, pois tais regras são as únicas capazes de preservar o interesse dacoletividade.

Segundo o princípio da continuidade da prestação do serviço público, a execução do serviço público,em regra, não pode ser interrompida. Assim, a greve dos servidores públicos não pode implicar emparalisação total da atividade, caso contrário será inconstitucional (art. 37, VII da CF).

Quem pode prestar o serviço público: Tanto a Administração como quem lhe faça às vezespodem prestar o serviço público.

A titularidade na prestação de um serviço público é intransferível, isto é, nunca sai das mãos daAdministração. O que pode ser transferido aos particulares é a execução do serviço público, masnunca a titularidade.

Sendo o Poder Público titular do serviço público, pode estabelecer regras para a execução do serviçopúblico, ou seja, pode aplicar sanções; pode retomar o serviço por interesse público; pode retomarquando mal utilizado e etc.

Formas de prestação do serviço público: A execução do serviço público pode ser realizada deforma direta (centralizada) ou de forma indireta (descentralizada)

Execução Direta ou Centralizada: Ocorre quando a execução do serviço público for realizada pelaAdministração direta, isto é, pelo próprio titular do serviço público.

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Execução Indireta ou Descentralizada: Ocorre quando a execução do serviço público forrealizada por terceiro que não se confunde com o titular do serviço público. Descentralizar significatirar do centro, tirar a execução da Administração Direta.

A execução descentralizada pode ser feita por terceiros que se encontrem dentro ou fora daAdministração: Terceiros que estão dentro da Administração: Administração Indireta:Autarquias, Fundações, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e ainda asAgências reguladoras e Executivas.

“A administração pública, direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, doDistrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade,moralidade, publicidade e eficiência…”(art. 37 da CF).

Terceiros que estão fora da Administração: Particulares. A descentralização do serviço públicopara particulares só pode ser feito através de Concessão, Permissão e Autorização (formas de sepromover uma descentralização de serviço público a particulares).

Descentralização por outorga e por delegação:

Descentralização por outorga: Transfere-se a titularidade e a execução do serviço público paraterceiros.Há dois requisitos para que a descentralização seja por outorga: Que a pessoa esteja dentro daAdministração indireta e que esta pessoa tenha personalidade jurídica de direito público. Assim,só há descentralização por outorga para as Autarquias e para as Fundações Públicas que tenhampersonalidade jurídica de direito público.

Descentralização por delegação: Transfere-se a execução do serviço público para terceiros.A descentralização para particulares é sempre por delegação, pois a titularidade jamais sai das mãosda Administração.

A descentralização para Empresa Pública e para a Sociedade de Economia Mista também se faz pordelegação, pois, embora esteja dentro da Administração Indireta, não tem personalidade jurídica dedireito público.

Diferença entre descentralização e desconcentração:

A descentralização é uma forma de transferir a execução de um serviço público para terceiros, quese encontram dentro ou fora da Administração. Já a desconcentração é uma forma de se transferir aexecução de um serviço público de um órgão para outro dentro da Administração direta (tambémpode ocorrer transferência de competência dentro do mesmo órgão). Assim, a diferença está naamplitude da transferência.

Exemplo de desconcentração: Serviço Público executado pela Secretaria se Segurança Públicatransferido para a Administração Penitenciária.

2 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

As pessoas da Administração indireta podem ser criadas para a prestação de serviço público ou paraa exploração de atividade econômica.

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Prestação de serviço público: Com relação ao serviço público, criam-se pessoas na Administraçãoindireta para que existam especialistas e, assim, o serviço público seja prestado com maior eficiência(princípio da eficiência e especialidade).

Atividade econômica: Quando o Poder Público explora atividade econômica, o faz como exceção,pois como regra geral diz que cabe a iniciativa privada a exploração da atividade econômica. Assim,estas pessoas só exploraram atividade econômica nas hipóteses previstas na Constituição.“Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta da atividade econômica peloEstado só será permitida quando necessária aos imperativos de segurança nacional ou relevanteinteresse coletivo, conforme definido em lei” (art. 173 da CF).

Estas pessoas, quando exploraram atividade econômica, não poderão ter privilégios que a iniciativaprivada tem. Ex: O regime dos seus servidores será o celetista. “A lei estabelecerá o estatuto jurídicodas empresas públicas, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, que explorematividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondosobre: I -sua função social às formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; II- a sujeição aoregime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis,comerciais, trabalhistas e tributarias; III- licitação e contratação de obras, serviços, compras ealienações, observado os princípios da administração pública; IV- a constituição e o funcionamentodos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários; V- osmandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores” (art. 173, §1º, I, II,III, IV e V da CF).

Para competir com a iniciativa privada, estas pessoas terão que obedecer aos princípios da ordemeconômica. “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames de justiça social, observados osprincípios: I- soberania nacional; II- propriedade privada; III- função social da propriedade; IV- livreconcorrência; V- defesa do consumidor; VI- defesa do meio ambiente, VII- redução dasdesigualdades regionais e sociais; VIII- busca do pleno emprego; IX – tratamento favorecido paraempresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede eadministração no País” (art. 170, I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX da CF).

2.1 AUTARQUIAS

Conceito: Autarquias são pessoas jurídicas de direito público criadas para prestação de serviçopúblico contando com um capital exclusivamente público.

Com a criação da Autarquia, há uma descentralização por outorga (transferência da titularidade eexecução do serviço público). A Autarquia surge como um “longa manus” da atuação do Estado,pois tem a mesma personalidade jurídica da Administração direta por se criada para prestação deserviço público.

Ex: INSS (Instituto Nacional do Seguro Social); INCRA (Instituto Nacional de Colonização eReforma Agrária); IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos NaturaisRenováveis); INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial); Banco Central (fiscaliza as demaisinstituições financeiras); CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica que tem por

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finalidade fiscalizar as atividades desenvolvidas pela iniciativa privada, nelas interferindo se foremcontrárias à Constituição, em particular às regras da ordem econômica: da livre concorrência e livreiniciativa. Irá combater a formação de monopólio).

Características

Autonomia administrativa: A autarquia tem liberdade para gerir as suas atividades. Ex: Autarquiatem liberdade para contratar pessoas, mas com concurso público; para contratar serviços, mas porlicitação e etc.

Autonomia financeira: A Autarquia tem verbas próprias que, em regra, vem do orçamento, masnada impede que venha dos serviços por ela prestados.

Patrimônio próprio.

Controle: Só pode existir um controle quanto à legalidade dos atos praticados pelas Autarquias.Assim, a Administração direta não poderá interferir no mérito dos seus atos, tendo que respeitar aautonomia que elas receberam ao serem criadas.

Criação: As Autarquias só podem ser criadas e extintas por meio de lei específica. Assim, para cadaAutarquia deve existir uma lei.

“Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresapública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo a lei complementar, neste últimocaso, definir as áreas de atuação” (art. 37, XIX da CF).

A lei ordinária que criará a Autarquia será de iniciativa do Presidente da República, por força doartigo 61, §1º, II e da CF. “São de iniciativa do Presidente da República leis que disponham sobrecriação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84,VI da CF”.

Privilégios: Como a Autarquia tem personalidade jurídica de direito público e presta serviçopúblico, terá os mesmos privilégios da Administração direta.

Privilégios processuais (art. 188 do CPC): As autarquias têm prazo em quádruplo para contestar eem dobro para recorrer, visto que estão incluídas na expressão “Fazenda Pública”. A expressão“contestar” foi utilizada num sentido amplo, isto é, no sentido de responder.

Privilégios tributários (art. 150, §2º da CF): As autarquias são imunes a impostos sobre patrimônio,renda ou serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou delas decorrentes. Não são imunes àstaxas e contribuições de melhoria.

Responsabilidade: As próprias Autarquias respondem por obrigações, compromissos e prejuízosque causarem a terceiros, por conseqüência lógica da sua autonomia.

A Administração direta pode ser chamada a responder pelas obrigações contraídas pelas Autarquiasapenas em caráter subsidiário (depois de esgotadas as forças das autarquias) e não solidário.

Falência: As Autarquias não se submetem ao regime falimentar, pois são prestadoras de serviçopúblico.

2.1.1 AGÊNCIAS REGULADORAS (AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL)

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Conceito de Agências Reguladoras: As Agências Reguladoras são espécies do gênero Autarquias,assim possuem as mesmas características, exceto pelo fato de se submeterem a um regime especial.Têm por finalidade a regulamentação, controle e fiscalização da execução dos serviços públicostransferidos ao setor privado.

São dotadas de poder normativo: Podem estabelecer unilateral e previamente as regras através dasquais um serviço público será executado por terceiro. Não têm autonomia política (poder de fazerleis).

Fiscalizam o cumprimento das regras de execução e aplicam penalidades quando as regras foremmal executadas.

Conferem estabilidade aos seus dirigentes, ainda que não tenham entrado através de concursopúblico “Compete privativamente ao Senado Federal aprovar previamente, por voto secreto, apósargüição pública, a escolha de titulares de outros cargos que a lei determinar” (art. 52, III, “f” daCF).

São dotadas de maior autonomia financeira: Podem cobrar taxas pelos serviços que fiscalizamatravés de lei que as criou.

Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL): ANEEL é uma agência reguladora vinculada(não subordinada) ao Ministério das Minas e Energia. Foi criada pela lei 9427/96, tendo por objetivoa fiscalização da execução do serviço de energia elétrica transferido a terceiros.O serviço de energiaelétrica é um serviço público que pode ser explorado diretamente pela União ou transferido aterceiros. “Compete à União explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão oupermissão os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos deágua, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidronergéticos” (art. 21, XII, “b”da CF).

Agência Nacional de Telecomunicação (ANATEL): ANATEL é uma agência reguladoravinculada (não subordinada) ao Ministério das Comunicações. Foi criada pela lei 9472/97, tendo porobjetivo a fiscalização das execuções de serviços de telecomunicação transferidas a terceiros.

“Compete a União explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão osserviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, acriação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais” (art. 21, IX da CF).

Agência Nacional de Petróleo (ANP): ANP é uma agência reguladora vinculada (nãosubordinada) ao Ministério das Minas e Energia. Foi criada pela lei 9478/97, tendo por objetivo afiscalização da execução de serviço público relacionado à área de petróleo. Ex: Fiscaliza a qualidadee o preço do combustível.

“Constituem monopólio da União: I- A pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e gás natural eoutros hidrocarbonetos fluidos; II- A refinação do petróleo nacional ou estrangeiro; III- A importaçãoe exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas nos incisosanteriores; IV- O transporte marítimo de petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicosde petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto,seus derivados e gás natural de qualquer origem; V- a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, oreprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados”(art. 177, I, II, III, IV e V da CF). As quatro primeiras hipóteses não são mais monopólio da União,

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por força do §1º do mesmo artigo que dispõe da seguinte forma “A União poderá contratar comempresas estatais ou privadas a realização das atividades previstas nos inciso I a IV deste artigo,observadas as condições estabelecidas em lei” (art. 177, §1º da CF).

Agência Nacional de Saúde (ANS): ANS é uma agência reguladora vinculada (não subordinada)ao Ministério da Saúde. Foi criada pela lei 9961/00, tendo por objetivo a fiscalização da execução doserviço público de saúde transferido aos particulares.

A ANS fiscaliza as Seguradoras de saúde. Ex: O prazo de carência de emergência ou urgência é de24 horas; Se o Hospital for descredenciado, o segurado tem que ser informado e deve ser creditadooutro.

“São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nostermos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também por pessoa física ou jurídica de direito privado” (art.197 da CF).

Agência nacional de vigilância sanitária (ANVISA): ANVISA é uma agência reguladoravinculada (não subordinada) ao Ministério da Saúde. Foi criada pela lei 9782/99, tendo por objetivoa fiscalização dos procedimentos e substâncias de interesse para a saúde. Ex: fiscalização dealimentos e determinação de recolhimento de medicamentos e dos produtos com prazo vencido.

2.1.2AGÊNCIAS EXECUTIVAS

Conceito: É o qualificativo atribuído a certas Autarquias e Fundações por iniciativa daAdministração Direta, através de um contrato de gestão, para o atingimento, durante um prazocerto e determinado, de novas metas em troca de uma ampliação da sua autonomia financeira,gerencial e orçamentária (Princípio da eficiência).

Não estamos falando na criação de novas pessoas jurídicas, mas sim de qualificativo atribuído àspessoas que já existem.

Quem atribui esse qualificativo:

É a Administração Direta que irá atribuí-lo, mais especificamente o Ministério ao qual as Autarquiasou Fundações estão vinculadas.

Finalidade da atribuição:

É atribuído um qualificativo às Autarquias e Fundações para o alcance de novas metas que nãoestavam previstas inicialmente, conferindo, em troca, uma ampliação da sua autonomia financeira,gerencial e orçamentária.

Tendo em vista que a autonomia dessas pessoas foi estabelecida por meio de lei só poderiam serampliadas da mesma forma e não por meio de um contrato de gestão, como determina aConstituição. Entretanto, deve prevalecer a determinação da Constituição.

Instrumento para atribuição:

O qualificativo é atribuído através de um contrato de gestão.

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“A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta edireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o PoderPúblico, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendoà lei dispor sobre: o prazo de duração do contrato; os controles e critérios de avaliação dedesempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; a remuneração do pessoal” (art.37, §8º da CF).

Característica desse qualificativo:

Tendo em vista que o qualificativo tem caráter temporário, assim que as metas forem cumpridas asagências executivas voltam a ser Autarquias e Fundações. Caberá à lei dispor sobre o prazo deduração do contrato.

2.2 FUNDAÇÃO

Conceito: Fundações são pessoas jurídicas de direito público ou de direito privado criadas somentepara a prestação de serviço público, contando com um capital inteiramente público e patrimôniopróprio personalizado.

Se for dotada de personalidade jurídica de direito público, o serviço público será transferido poroutorga (99% das fundações que integram o Estado são de personalidade jurídica de direitopúblico). Se for dotada de personalidade jurídica de direito privado, o serviço público serátransferido por delegação.

É relevante não confundi-las com as Fundações particulares, pois embora esta também tenhapatrimônio personalizado, submete-se a regime jurídico diferente. Nas Fundações particulares, osbens são particulares; Não há um controle pelo Tribunal de Contas; Os seus dirigentes não sesubmetem a mandado de segurança, a ação popular e nem a Ação Civil Pública.

Ex: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e estatística); FUNAI (Fundação Nacional do Índio);FEBEM (Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor); Hospital das Clínicas; BibliotecaNacional; Fundação Memorial da América Latina; Fundação Zoológico; Fundação Butantã;PROCON (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor), Fundação Padre Anchieta Rádio e TVCultura (esta última é a única Fundação com personalidade jurídica de direito privado).

As fundações que tiverem personalidade de direito público serão também chamadas de AutarquiasFundacionais, pois vão se assemelhar às autarquias, com exceção do patrimônio personificado.

Características:

Autonomia administrativa: Tem liberdade para tomar suas decisões nesse setor, sem necessitar deconcordância da Administração Direta. Ex: Pode contratar pessoas através de concurso, Adquirirbens através de licitação; Gerir as suas atividades.

Autonomia financeira: Tem verbas próprias para gerir suas atividades. A principal fonte de verbasvem do orçamento, mas não impede que possam cobrar pelos serviços que prestam.

Patrimônio próprio personalizado: O patrimônio é personalizado, personificado, diferenciando-se das demais.

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As pessoas jurídicas de base associativa têm como aspecto principal as pessoas que as integram, já aspessoas jurídicas de base fundacional têm como aspecto peculiar o patrimônio, pois ele vai beneficiaras pessoas que se encontram na Administração e as que estão fora dela.

Controle: Há apenas um controle quanto à legalidade dos atos praticados pelas Fundações. Assim,a Administração direta não poderá interferir no mérito dos seus atos, tendo que respeitar aautonomia que elas receberam ao serem criadas.

Criação: Se for pessoa jurídica de direito público: A lei específica cria.

Se for pessoa jurídica de direito privado: A lei específica autoriza a sua criação. Assim, sóadquiriram personalidade jurídica após aprovação e registro dos Estatutos.

A lei deve ser específica, assim para cada Fundação deve existir uma lei. “Somente por lei específicapoderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade deeconomia mista e de fundação, cabendo a lei complementar, neste ultimo caso, definir as áreas deatuação” (art. 37, XIX da CF).

A lei ordinária que criará a Fundação será de iniciativa do Presidente da República, por força doartigo 61, §1º, II e da CF. “São de iniciativa do Presidente da República leis que disponham sobrecriação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84,VI da CF”.

2.2.1 Privilégios

Privilégios processuais (art. 188 do CPC):

Se for pessoa jurídica de direito público: Tem os mesmos privilégios da Administração Direta, isto é,prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer, visto que estão incluídas na expressão“Fazenda Pública”. A expressão “contestar” foi utilizada num sentido amplo, isto é no sentido deresponder.

Se for pessoa jurídica de direito privado: Não tem privilégios, pois não integra o conceito de“Fazenda Pública”.

Privilégios tributários (art. 150, §2º da CF): As Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Públicosão imunes a impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, vinculados a suas finalidades essenciaisou delas decorrentes. – Não são imunes às taxas e contribuições de melhoria.

Responsabilidade: As próprias Fundações respondem por obrigações, compromissos e prejuízosque causarem a terceiros, por conseqüência lógica da sua autonomia e patrimônio.

A Administração direta pode ser chamada a responder pelas obrigações contraídas pelas Fundaçõesapenas em caráter subsidiário (depois de esgotadas as forças das autarquias) e não solidário.

Falência: Não se submetem a regime falimentar, pois são prestadoras de serviço público.

2.3 EMPRESAS PÚBLICAS

Conceito: Empresas Públicas são pessoas jurídicas de direito privado criadas para a prestação de

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Conceito: Empresas Públicas são pessoas jurídicas de direito privado criadas para a prestação deserviço público ou para a exploração de atividade econômica, contando com um capitalexclusivamente público e constituídas sob qualquer modalidade empresarial.

A descentralização do serviço público só se faz por delegação (só transfere a execução do serviçopúblico). Com relação à exploração de atividade econômica devem se submeter aos princípios daordem econômica (art. 170 e 173, §1º da CF).

Ex: BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social: financia projetos de natureza social –presta serviço público); Caixa Econômica Federal (explora atividade econômica); Radio Brás(responsável pela voz do Brasil: presta serviço público).

Características:

Autonomia administrativa: Tem liberdade para gerir as suas atividades, tomar decisões. Ex: Podecontratar pessoas por concurso público; pode contratar serviços por meio de licitação.

Autonomia financeira: Tem verbas próprias e verbas que vêm do orçamento.

Patrimônio próprio: A Administração Direta transferiu parte de seu patrimônio a elas. Não pode-se falar em execução do direito privado contra a Empresa Pública, pois o patrimônio é público,dando-se o pagamento por meio de precatórios.

Controle da Empresa Pública: Há apenas um controle quanto à legalidade dos atos praticadospelas Empresas Públicas. Assim, a Administração direta não poderá interferir no mérito dos seusatos, tendo que respeitar a autonomia que elas receberam ao serem criadas.

Criação: Sendo a Empresa Pública pessoa jurídica de direito privado, a lei autoriza a sua criação.Adquirirão personalidade jurídica com o registro de seus estatutos no órgão competente.

A lei deve ser específica, assim para cada Empresa Pública deve existir uma lei. “Somente por leiespecífica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade deeconomia mista e de fundação, cabendo a lei complementar, neste último caso, definir as áreas deatuação” (art. 37, XIX da CF).

Privilégios: Privilégios processuais (art. 188 do CPC): As Empresas Públicas não têm privilégiosprocessuais, pois estes só são conferidos à Fazenda Pública, expressão esta que só abrange as pessoasjurídicas de direito público.

Privilégios tributários (art. 150, §3º da CF):

Quando explorarem atividade econômica: Não terão privilégios tributários. Não serão imunes aimpostos.

Quando prestarem serviços públicos: Não terão privilégios, salvo se não cobrarem tarifas dosusuários.

“As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscaisnão extensivos às do setor privado” (art. 173, §2º da CF).

Responsabilidade: As próprias Empresas Públicas respondem por obrigações, compromissos eprejuízos que causarem a terceiros, por conseqüência lógica das suas características.

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Se a Empresa Pública for prestadora de serviço público, a Administração Direta pode ser chamada aresponder em caráter subsidiário (depois de esgotadas as forças da empresa publica) e não solidário.Entretanto, se for exploradora de atividade econômica, a Administração direta não poderá seracionada, pois ela estará regulada pelo mesmo regime da iniciativa privada.

Falência: Se a Empresa Pública for prestadora de serviço público não se submete a regimefalimentar. Mas, se explorar atividade econômica pode falir, pois está competindo com a iniciativaprivada.

A Empresa Pública não será extinta pela falência, pois só pode ser extinta por meio de lei.

2.4 SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA

Conceito: Sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado criadas paraprestação de serviço público ou exploração de atividade econômica, contando com um capital mistoe constituídas sob a modalidade de sociedade anônima.

A descentralização do serviço público só se faz por delegação (só transfere a execução do serviçopúblico). Com relação a exploração de atividade econômica, assim como as Empresas Públicas,também estão submetidas aos princípios da ordem econômica (art. 170 e 173, §1º da CF).

Diferem-se da empresa pública, pois contam com um capital misto (participação da iniciativaprivada) e são constituídas sob a modalidade de sociedade anônima.

Ex: Banco do Brasil (exerce atividade econômica); Petrobrás (presta serviço público); Sabesp (prestaserviço público); Metrô (presta serviços públicos); Cetesb (presta serviços públicos); Dersa (prestaserviços públicos); Anhembi Turismo (presta serviços públicos); CET (presta serviços públicos).

Características

Autonomia administrativa: Tem liberdade para gerir as suas atividades, tomar decisões. Ex: Podecontratar pessoas por concurso público; pode contratar serviços por meio de licitação.

Autonomia financeira: Tem verbas próprias e verbas que vêm do orçamento.

Patrimônio próprio: A Administração Direta transferiu parte de seu patrimônio a elas. Não pode-se falar em execução do direito privado contra a Sociedade de economia Mista, pois o patrimônio épúblico, dando-se o pagamento por meio de precatórios.

Controle: Há apenas um controle quanto à legalidade dos atos praticados pelas Sociedades deEconomia Mista. Assim, a Administração direta não poderá interferir no mérito dos seus atos, tendoque respeitar a autonomia que elas receberam ao serem criadas.

Criação: Sendo a Sociedade de Economia Mista pessoa jurídica de direito privado, a lei autoriza a

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Criação: Sendo a Sociedade de Economia Mista pessoa jurídica de direito privado, a lei autoriza asua criação. A personalidade jurídica será adquirida com o registro dos Estatutos no órgãocompetente.

A lei deve ser específica, assim para cada Sociedade de Economia Mista deve existir uma lei.“Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresapública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo a lei complementar, neste últimocaso, definir as áreas de atuação” (art. 37, XIX da CF).

Privilégios: Privilégios processuais (art. 188 do CPC): As Sociedades de Economia Mista não têmprivilégios processuais, pois estes só são conferidos à Fazenda Pública, expressão esta que só abrangeas pessoas jurídicas de direito público.

Privilégios tributários (art. 150, §3º da CF): Quando explorarem atividade econômica: Não terãoprivilégios tributários. Não serão imunes a impostos.

Quando prestarem serviços públicos: Não terão privilégios, salvo se não cobrarem tarifas dosusuários.

“As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscaisnão extensivos às do setor privado” (art. 173, §2º da CF).

Responsabilidade: As próprias Sociedades de Economia Mista respondem por obrigações,compromissos e prejuízos que causarem a terceiros, por conseqüência lógica das suascaracterísticas. Se a sociedade de economia Mista for prestadora de serviço público, a AdministraçãoDireta pode ser chamada a responder em caráter subsidiário (depois de esgotadas as forças daempresa publica) e não solidário. Entretanto, se for exploradora de atividade econômica, aAdministração direta não poderá ser acionada, pois ela estará regulada pelo mesmo regime dainiciativa privada.

Falência: Se a Sociedade de Economia Mista for prestadora de serviço público, não se submete aregime falimentar. Mas, se explorar atividade econômica pode falir, pois está competindo com ainiciativa privada.

3 TERCEIRO SETOR

As pessoas que integram o terceiro setor não estão dentro da Administração Pública, mas atuam aolado do Estado, cooperam com o Estado. São entidades particulares (pessoas jurídicas de direitoprivado) que estabelecem parcerias com o Estado, tendo por objetivo a preservação do interessepúblico.

Organizações Sociais / Serviços Sociais autônomos.

Organizações sociais: São pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, que prestamserviços públicos não exclusivos do Estado, tais como ensino, pesquisa científica, meio ambiente,incentivo à cultura, programas de saúde.

As organizações sociais receberão em troca da execução de serviços públicos não exclusivos, umasérie de incentivos, como verbas públicas, bens públicos, servidores e etc.

A Parceria é estabelecida através de um contrato de gestão, sem necessidade de licitação (art. 24,

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A Parceria é estabelecida através de um contrato de gestão, sem necessidade de licitação (art. 24,XXIV da Lei 8666/93). A dispensa de licitação abrange tão somente as atividades contempladas nocontrato de gestão. É relevante ressaltar que esse contrato de gestão não tem qualquer relação comaquele das agências executivas (art. 37, §8º da CF).

Serviços sociais autônomos: São pessoas jurídicas de direito privado, criadas por lei, sem finslucrativos, para exercer atividades de assistência ou ensino a certas categorias sociais ou gruposprofissionais. Não prestam serviço público delegado, mas atuam ao lado do Estado. Ex: SENAI,SESC, SEBRAI, SENAC.

Os serviços sociais autônomos receberão em troca das atividades de auxílio a certas categorias,verbas públicas e a possibilidade de ficar com o produto das contribuições fiscais cobradas. O Estadotem interesse em apoiar esta atividade.

Fiscalização pelo Tribunal de Contas: Tribunal de Contas é o órgão auxiliar do Poder Legislativoque zela pela moralidade dos atos administrativos.

As organizações sociais e os serviços sociais autônomos são fiscalizados pelo Tribunal de Contas, poistrabalham com verbas públicas. “Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ouprivada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos oupelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária”(art. 70, parágrafo único da CF).

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