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FÓRUM PERMANENTE DE DESENVOLVIMENTO ESTRATÉGICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
TEMA: COMPRAS PÚBLICAS SUSTENTÁVEISLOCAL: ALERJDATA: 02/09/2013
Preâmbulo da reunião: “O Decreto Estadual 43.629/12 determina que o critério da sustentabilidade seja levado em consideração na aquisição de produtos pelo poder público. Com a internçao de fomentar o debate sobre o assunto e esclarecer esses critérios para servidores, técnicos e fornecedores o Fórum Permanente de Desenvolvimento do Estado do Rio promoverá nesta segunda-feira (02/09) o evento "Compras Públicas Sustentáveis: mecanismos legais e análise do ciclo de vida dos produtos". O evento acontecerá a partir das 09h30 na Sala 311 do Palácio Tiradentes, e contará com as presenças do procurador do estado Rodrigo Mascarenhas e do presidente do Instituto Brasil Pnuma, Haroldo Mattos de Lemos, que falarão sobre o decreto e as novas regras que consideram não mais apenas o menor preço, mas também o menor impacto ao meio ambiente no processo produtivo desses itens. "Esta iniciativa é um desdobramento do evento 'Compras Públicas Sustentáveis no Estado do Rio: Fazendo Acontecer', e tem como foco a coordenação de ações que viabilizem as compras públicas sustentáveis. Isso exige um esforço conjunto de governos, das empresas e de toda a sociedade", explica a secretária geral do Fórum, Geiza Rocha.
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1ª PALESTRA: AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA E GREENWASHINGHAROLDO MATTOS DE LEMOSPresidente do PNUMA
- Alerta para o crescimento populacional. - Poder de compra: imperativo a adoção de critérios sustentáveis nas contratações públicas.- Abordagem de aspectos ambientais: escassez de água, alterações climáticas, queima de combustíveis fósseis, etc.- Lançamento de resíduos na biosfera mais do que ela pode absorver;- Três grande desafios: (i) garantir a disponibilidade de recursos naturais; (ii) não ultrapassar os limites da biosfera para assimilar resíduos e poluição; (iii) Reduzir a pobreza no mundo: Questão social.- Empresas e os dois primeiros desafios para o Desenvolvimento Sustentável:Primeira fase: Melhoria nos processos de produção: produção mais limpa, Eficiência, sistema de Gestão Ambiental (ISO 14001), Auditorias Ambientais (ISO 19011), Avaliação de Desempenho Ambiental (ISO 14031).Segunda fase: Melhorias no projeto e desenvolvimento de produtos: - Ampliação do Ciclo de Vida (Série ISO 14040); ecodesing e rotulagem ambiental (série ISO 14020)Terceira fase: responsabilidade social.
- Avaliação do Ciclo de Vida:Suécia: rótulos indicam quantidade de CO2 em alimentos: vendas de produtos que agridem menos do meio ambiente aumentaram em 20%.
Ciclo de Vida do Produto: é o conjunto de avaliação de todas as etapas, desde a fabricação até o adequado descarte.
Desempenho Ambiental de um Produto: para saber, deve-se verificar toda a cadeia produtiva: a) da logística da produção; b) esforços para a eficiência energética; c) maximização do uso da água; d) aproveitamento dos resíduos (vide Bolsa de resíduos – Feema); e) da otimização do uso (fazer mais com menos. Ex: Holanda – reaproveitamento do espaço).
ACV – Objetivos:- Identificação de oportunidades de melhoria de desempenho ambiental de produtos e serviços (Ex: Suécia – geladeira: em qual parte do ciclo estava o maior impacto? Constatou-se que é no uso da geladeira – 365 dias/ano. Ecodesign da geladeira, de tal forma que ela passou a gastar 25% menos energia;- Comparação de produtos que exercem a mesma função;- Ecodesign;- Rotulagem ambiental Tipo III.
- ACV: Comprar dois produtos usados para a mesma função: xícara de louça versus xícara de porcelana: Primeiro passo: unidade funcional: base de
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cálculo – unidade de referencia de estudo; Segundo passo: fluxo de referência; Terceiro Passo: qual o maior impacto ambiental? (fabricar, transportar, usar e descartar 1.000 xícaras de plástico? B) fabricar, transportar, usar, lavar 500 vezes com água e detergente – e descartar 2 xícaras de louça?).
ISO/TC 207 SC 5: Normas internacionais de Avaliação do Ciclo de Vida.
ACV: Etapas de execução Normas ABNT NBR 14040.
Definição do Objetivo e EscopoEtapa de planejamento de estudo. Responder a perguntas como: 1) Objetivo do estudo: conhecer desempenho ambiental? Comparar alternativas? Quais os pontos críticos para melhoria? 2) Para quem é o estudo? Uso interno? Divulgação a clientes e comunidade?3) Quais as fronteiras do estudo. Exemplo dado: produção de óleo de soja. Há limites necessários/simplificação. Deve divulgar qual a fronteira.
Fases da ACV: fonte: adaptado de UNEP/SETAC, 2011.
União Européia: criou em 1999 Declaração Ambiental do Produto (ISO 14000), descrevendo a empresa e sua política ambiental, o processo de produção e o impacto ambiental do produto. Essa avaliação é certificada por empresas autorizadas.
Ex. De Declaração Ambiental do Produto - Água de uma fabricante na Itália: ver na Internet. Acqua...
A Declaração Ambiental do Produto é neutra, apenas fala sobre seu produto. O uso da ACV é um pré-requisito para a concessão de uma declaração ambiental. Requer uma classe de consumidor bem informada para entender as declarações.
“Greenwashing”: empresas que fazem propaganda mascarando. Seis pecados”:a) malefícios esquecidos: o produto destaca apenas um benefício ambiental e esquece” os outros. Ex: meu produto é reciclável;b) falta de provas: produtos que anunciam benefícios ambientais sem comprovação cient’ficca ou certificaçãoo. Na Noruega não existe Ecosport (carro não faz bem ao meio ambiente);c) Promessa vaga: produtos “livre de químicos); 100% natural (arsênio outros venenos são naturais);d) Irrelevância: destaca um benefçio que pode ser verdadeiro, mas nào é relevante (CFC foi proibido nos EUA: desinfetantes são anunciados livres de CFC);d) Mentira: encontrado em 1% dos produtos, é simplesmente uma mentira deslavada (ex: edifícios);e) Pecados dos dois demônios: benefícios são verdadeiros, mas os produtos tem sua exigência questionada (cigarros orgânicos). Fonte: Atila Veloso
AVALIAÇÃO SOCIAL DO CICLO DE VIDA – ASCV
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V. Relatório no Paraná (Universidade técnica do Paraná) Cassia Maria Lie Uguaya: “A importância da ACV Social na ACV de Sistemas Energéticos”.
4. Avaliação de Sustentabilidade de Ciclo de Vida – ACV Sust. Início deste tipo de Avaliação pelo PNUMA.
Mensagem Final: “Acabou a era da abundância e estamos entrando na era da escassez”.
Haroldo Mattos de Lemos – [email protected]; www.brasilpnuma.org.br
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ROGRIGO MASCARENHAS – PROCURADOR DO ESTADOPALESTRA SOBRE O DECRETO ESTADUAL 43.629/2012
Marco inicial: alteração do art. 170, CRFB/88 – “desenvolvimento sustentável.”
Alteração do art. 3. – “desenvolvimento sustentável”TCU – V. Decisão que esvazia a possibilidade prática das licitações sustentáveis.
No Estado do Rio de Janeiro, em 2010, foi alterada a Lei Estadual de Mudanças Climáticas, com dispositivo prevendo que observar-se-á a adoção de critérios ambientais nas especificações dos produtos.
Ano passado: Rio +20. Duas iniciativas do RJ: Mercado de carbono (abortada) e CPS (aprovação do Decreto 43.629/2012): diretrizes ambientais em 3 momentos diferentes: a) nas especificações; b) novidade: na fixação de critério de julgamento; c) na gestão e fiscalização dos contratos.
Art. 2º - Consideram-se critérios de sustentabilidade ambiental, dentre outros:
I - economia no consumo de água e energia;
II - minimização da geração de resíduos e destinação final ambientalmente adequada dos que forem gerados;
III - racionalização do uso de matérias-primas;
IV - redução da emissão de poluentes;
V - adoção de tecnologias menos agressivas ao meio ambiente;
VI - implementação de medidas que reduzam as emissões de gases de efeito estufa e aumentem os sumidouros;
VII - utilização de produtos de baixa toxicidade;
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VIII - utilização de produtos com a origem ambiental sustentável comprovada, quando existir certificação para o produto.
DAS REGRAS GERAIS DO DECRETO:
“I - que até 25% do quantitativo da mão de obra seja composta de pessoas residentes no local de execução; (aspecto ambiental e social).
II - que parte dos insumos necessários à execução do contrato seja contratada no respectivo local de execução (região metropolitana, principalmente. Parágrafo único define)”.
Outro aspecto importante do Decreto: nos Critérios de Julgamento (arts. 8º e ss.).
O Decreto incorpora o princípio do poluidor pagador: levar em consideração a produção de externalidades negativas e internalizar este custo. (art. 8. Parágrafo único do Decreto). O Decreto pode colocar não apenas o menor preço, mas também o critério sustentável, desde que mensurado objetivamente (Inmetro).
“Art. 8º................................................................................................
Parágrafo Único - Os custos indiretos, relacionados com as despesas de manutenção, utilização, reposição, depreciação e impacto ambiental, entre outros fatores, poderão ser considerados para a definição do menor dispêndio, sempre que objetivamente mensuráveis”.
A segunda inovação: nas licitações técnica e preço, classificação das propostas: Art. 9º do Decreto 43.629/2012.
“Art. 9º - Os instrumentos convocatórios das licitações do tipo melhor técnica ou técnica e preço estabelecerão, sempre que tecnicamente possível, critérios objetivos de sustentabilidade ambiental para a avaliação e classificação das propostas técnicas.
Parágrafo Único - Dentre os critérios objetivos de sustentabilidade ambiental exigir-se-á a comprovação de que o licitante tenha implementado, ou esteja implementando, planos e programas voluntários de gestão ambiental, visando à melhoria contínua e o aprimoramento ambiental, segundo diretrizes formuladas por entidades certificadoras reconhecidas no Brasil”.
Grande inovação: impacto ficto desempatado em prol do meio ambiente. Diferença de até 3% no preço pode ser considerado impacto ficto, desempatado em prol do meio ambiente. Foram fixados inicialmente 4 critérios (v. Art. 10), sem prejuízos de outros:
“Art. 10 - O edital poderá fixar critérios ambientais objetivos para o desempate de propostas, mediante a atribuição de pontos aos licitantes que atendam os seguintes requisitos:
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I - ter promovido ou estar promovendo programas de educação ambiental em conformidade com a política estadual de educação ambiental;
II - ter implementado, ou estar implementando, planos e programas voluntários de gestão ambiental, visando à melhoria contínua e o aprimoramento ambiental, segundo diretrizes formuladas por entidades certificadoras reconhecidas no Brasil (série ISO 14000);
III - ter implementado, ou estar implementando, planos e programas voluntários, em conformidade com a Política Estadual sobre Mudança do Clima;
IV - não ter praticado infração administrativa ambiental estadual;
V - outros requisitos fixados por ato conjunto da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão - SEPLAG e da Secretaria de Estado do Ambiente – SEA”.
Instrumento eficaz de privilegiar as ações em prol ao meio ambiente.
A Legislação do Estado do Rio de Janeiro já previa (Lei 3.467), desde 2000, a proibição de contratar com a Administração Pública estadual quando cometia infração ambiental. (nunca foi aplicado na prática). Cabe ao INEA aplicar esta penalidade.
Na prática, ainda não há licitação sustentável: a depender da Resolução da SEPLAG e Meio Ambiente.
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