Fale! 83

PHILIP KOTLER, O GURU DO MARKETING, VOLTA AO BRASILRevista de informaçãoANO X — Nº 83OMNI EDITORAwww.revistafale.com.br

O novo Censo brasileiro mostra um país com mais renda, infraestrutura e educação, mas que segue em ritmo lento. O Brasil está mais urbano, mais

feminino, mais velho e, pela primeira vez, brancos não são maioria

A NOVA CARA DO BRASILEIRO

97715199

5309

ISSN 1519-9533 OMNI EDITORA >

R$ 12,00

0083

OS 30 CEARENSES MAIS INFLUENTESP R Ê M I O L U B B A D 2 0 1 1

OS 30 CEARENSES MAIS INFLUENTESP R Ê M I O L U B B A D 2 0 1 1P R Ê M I O O M N I 2 0 1 1


1. ObjetivosPremiar anualmente 30 Cearenses utilizando o critério de influência. No famoso Dicionário Aurélio o adjetivo influente é definido como “quem influi ou exerce influência”. Trata-se de um fato ou ação que afeta pessoas, coisas ou o curso de um evento, especialmente quando funciona sem qualquer esforço aparente direto. Influência também se traduz no poder de influenciar ou afetar, sustentado no prestígio, riqueza, habilidade ou posição. Em qualquer situação, traduz reconheci mento e credibilidade.

2. CategoriasSão cinco categorias: 1. Politicos 2. Empresários&Empreendedores 3. Artistas&Intelectuais 4. Profissionais Liberais 5. Esportes.

Você pode indicar um nome pela internet. É só entrar no site da revista Fale!.

Para indicar um nome para a lista dos

30 Cearenses Mais Influentes,

entre no site www.revistafale.com.br

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R E V I S T A D E I N F O R M A Ç Ã O

EDITOR&PUBLISHER LUÍS-SÉRGIO SANTOS

EDITOR SENIOR ISABELA MARTIN

EDITOR ASSOCIADO Luís Carlos Martins EDITOR DE ARTE Jon Romano REDAÇÃO Ed Borges, Yohanna Pinheiro COLABORADORES Fernando Maia, Roberto Martins Rodrigues e Roberto Costa

ARTE Yohanna Pinheiro, LSS JR

JURÍDICO Mauro Sales BRASÍLIA (61) 8188.8873SÃO PAULO (11) 6497.0424

IMAGEM Agência Brasil, AE, Reuters REDAÇÃO E PUBLICIDADE Omni Editora Associados Ltda. Rua Joaquim Sá, 746 n Fones: (85) 3247.6101 n CEP 60.130-050, Aldeota, Fortaleza, Ceará n e-mail: fale@revistafale.

com.br n home-page: www.revistafale.com.br Fale! é publicada pela Omni Editora Associados Ltda. Preço da assinatura anual no Brasil (12 edições): R$ 86,00 ou o preço com desconto anunciado em promoção.

Exemplar em venda avulsa: R$ 9,00, exceto em promoção com preço menor. Números anteriores podem ser solicitados pelo correio ou fax. Reprintes podem ser adquiridos pelo telefone (85) 3247.6101. Os artigos

assinados não refletem necessariamente o pensamento da revista. Fale! não se responsabiliza pela devolução de matérias editoriais não solicitadas. Sugestões e comentários sobre o conteúdo editorial de

Fale! podem ser feitos por fax, telefone ou e-mail. Cartas e mensagens devem trazer o nome e endereço do autor. Fale! é marca registrada da Omni Editora Associados Ltda. Fale! é marca registrada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Copyright © 2010 Omni Editora Associados Ltda. Todos os direitos

reservados. IMPRESSÃO Celigráfica n Impresso no Brasil/Printed in Brazil. Fale! is published monthly by Omni Editora Associados Ltda. A yearly subscription abroad costs US$ 99,00. To subscribe call

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TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 10.660 EXEMPLARES

DIRETOR EDITOR LUÍS-SÉRGIO SANTOS

ISSN 1519-9533

6 | Fale! | MAIO DE 2011 www.revistafale.com.br

ArenaPolíticaTalkingHeadsOnlinePeriscópio

EM CENABarack Obama, presidente dos Estados Unidos, em discurso à nação no dia 22 de junho, ao anunciar a retirada de 33 mil soldados norte-americanos do Afeganistão até o início do segundo semestre de 2012.

“É o início - mas não o fim - de nossos esforços para terminar esta guerra. Vamos ter a pesada tarefa de não perder o que ganhamos,

enquanto retiramos nossas forças e passamos a segurança ao governo afegã. (...) Nossa missão vai mudar de combate para apoio. Até 2014, esse processo de transição estará completo, e o povo afegão será responsável por sua própria segurança.

BARACK OBAMA, ao anuncior o cronograma que prevê a retirada das tropas americanas no Afeganistão m um ritmo mais rápido do que o esperado por analistas.

S E Ç Õ E S

30Kotler, o guru Philip Kotler, o mais

renomado especialista em marketing vivo, vem ao Brasil e inclui Fortaleza em seu roteiro. Na pauta idéias que enfetizam a necessidade de foco no cliente com o objetivo da satisfação.

26Economia criativaSetor em evidência,

a indústria criativa - que liga criatividade, arte, negócio e tecnologia - paga melhor que a indústria tradicional e tem uma força que pouca gente conhece.

CAPA: FOTO JARBAS OLIVEIRA

CHUC

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HOTO

20O Brasil perde Itamar

O ex-presidente fazia tratamento contra leucemia e estava internado desde maio. Durante sua administração que se concebeu o Plano Real, que estabilizou a economia, controlou a inflação e lançou uma nova moeda para o país, o Real.

14O perfil do brasileiro

O Censo 2010 revelou um país com mais renda, infraestrutura e educação, mas que segue em ritmo lento. O Brasil está mais urbano, mais feminino, mais velho e, pela primeira vez, brancos não são maioria.

ECONOMIA

||Pause

POLÍTICA

BRASIL

10 Talking Heads12 Online

40 Consumo43 Persona

MAIO DE 2011 | Fale! | 7www.revistafale.com.br

PRÓXIMA EDIÇÃO

A próxima edição da revista Fale! trará uma reportagem especial sobre a história da publicação, com uma entrevista com o editor Luis-Sérgio Santos, depoimentos de pessoas que fizeram parte da história da revista e uma retrospectiva das capas de cada uma das 77 edições. Edições anteriores da revista podem ser encontradas no site. O conteúdo tem acesso livre e está disponibilizado na íntegra. Acesse www.revistafale.com.br/edicoesanteriores

Navegue no site da revista Fale! e acesse reportagens, entrevistas, vídeos, blogs, edições anteriores e suas versões digitais. Todo o conteúdo é livre e na íntegra

Além de se informar, que tal ouvir uma boa música? A Fale! FM oferece músicas dos anos 1980 ao jazz, incluindo clássicos e novidades do cenário musical. O internauta pode conferir a programação em www.revistafale.com.br/falefm

Uma década de história

EDIÇÃO ESPECIAL

O Twitter invade FortalezaO Twitter, com suas mensagens de 140 caracteres, está revolucionando a Internet e se tornando uma das redes sociais mais influentes no Brasil. A

revista Fale! foi ao Marina Park Hotel conferir a terceira edição do TweetFor, o maior evento de mídias sociais do

Brasil. O encontro reuniu mais de 600 tuiteiros da cidade que, em meio a muita feijoada e shows musicais, festejaram e fortaleceram os laços virtuais criados no miniblog. A edição especial — exclusivamente digital — está disponível no site.

FALE! FM

O melhor dos anos 1980 e do jazz

Está acontecendo no site da revista Fale! a votação para a edição de 2011 do prêmio Os 30 Cearenses Mais Influentes — Prêmio Lubbad 2011. Serão premiados os 30 nomes que mais influenciaram, de forma direta ou indireta, a sociedade cearense. São cinco categorias de escolha: Políticos, Empresários&Empreendedores, Artistas&Intelectuais, Profissionais Liberais e Esportes. A lista dos nomes será escolhida através de indicação aberta que pode ser feita pelo endereço www.revistafale.com.br/30mais2011.html

INFLUENTES

Site recebe indicações para a lista de 2011

Em entrevista exclusiva à revista Fale!, Valdetário Monteiro, presidente da Ordem dos Advogados do Estado do Ceará, falou sobre o processo de virtualização dos documentos da entidade e da atualização dos advogados, que agora contam com novos recursos para exercer a profissão. A entrevista completa pode ser conferida no site. Acesse www.revistafale.com.br

ENTREVISTA

Fale! entrevista Valdetário Monteiro


revistafale.com.br||P

ause


www.combatadengue.com.br

O BRASIL CONTA COM VOCÊ.

CUIDE DASUA CASA.

FALE COMSEUS VIZINHOS.

CONVERSE COMA PREFEITURA.

Se você tiver febre alta com dor de cabeça, dor atrás dos olhos,no corpo e nas juntas, vá imediatamente a uma unidade de saúde.

TalkingHeads

A QUEDA DE PALOCCI

Não fiz tráfico de influência, não fiz atuação junto a empresas públicas representando empresas privadas.

ANTONIO PALOCCI, ex-ministro da Casa Civil, em entrevista à TV Globo, sobre as suspeitas levantadas quanto ao crescimento de seu patrimônio

Se vim para ajudar a promover o diálogo, saio agora para ajudar a preservá-lo.

IDEM, no discurso de despedida do cargo de ministro-chefe da Casa Civil

Assim como estou triste pela saída de um parceiro de luta, não posso deixar de afirmar que estou satisfeita pela solução que encontrei.

DILMA ROUSSEFF, presidente da República, na saída de Palocci

Foi aqui nesta mesma Casa Civil que a presidente mostrou sua capacidade.

GLEISI HOFFMANN, nova ministra da Casa Civil, ao tomar posse

FOTO FABIO RODRIGUES POZZEBOM /ABR

Fiquei chocado ao ver como é encantador. Parece que foi escrito ontem.

WOODY ALLEN, diretor de cinema, sobre o livro Memórias póstumas de Brás Cubas, publicado por Machado de Assis em 1881

Eternos, só Deus, Oscar Niemeyer e o sigilo dos documentos oficiais no Brasil.

PEDRO SIMON, senador (PMDB-RS), sobre a pressão que há para impedir o apoio ao projeto que acaba com a possibilidade do sigilo eterno

“Talvez esse episódio seja apenas um acidente que não devia ter acontecido na história do Brasil. Não é tão marcante.”

JOSÉ SARNEY, presidente do Congresso, sobre o impeachment de Fernando Collor em 1992, ao tentar explicar a exclusão do caso da galeria de fatos marcantes da história do Senado. Depois da repercussão, o impeachment voltou à galeria

FOTO ANTONIO CRUZ /ABRFOTO ANTONIO CRUZ /ABR

||Pau

se


Hoje, dão indenização para quem sequestrou embaixadores e crucificam os torturadores que arrancaram umas unhazinhas.

LOBÃO, cantor, numa frase infeliz sobre a tortura na ditadura militar, afirmando que há “um excesso de vitimização

Sou uma mulher comum. Demora muito para eu me produzir. Não preciso acordar todo dia como a Gisele Bündchen.

KATY PERRY, cantora, após uma foto sua sem maquiagem ter caído na rede

S E Ç Ã O

Toca o cel às 6h10, a moça diz: É da rádio tal! É o assessor de imprensa da min Gleisi? - Claro q não, minha senhora, a esta hora da manhã?

PAULO BERNARDO,ministro das Comunicações, brincando com o fato de ter sido confundido, por uma repórter de rádio, com um assessor da nova ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, pelo endereço@Paulo_Bernardo

Popularidade de Obama cai a niveis pré-Bin Laden. É a politica videogame, pra avançar tem que matar outro bandido?

MARCELO TAS, jornalista e apresentador, sobre a popularidade do presidente americano Barack Obama, que voltou a cair depois da alta que teve com a morte do terrorista Osama Bin Laden, pelo endereço @MarceloTas

Entendo os velhos de Higienópolis temerem o metrô. A última vez q chegaram perto de um vagão foram parar em Auschwitz.

DANILO GENTILI, repórter e humorista, pelo endereço @DaniloGentili. Dada a repercussão, ele se desculpou ao presidente da Conferederação Israelita do Brasil e se pôs à disposição da instituição.

Sou capitão desse barco e quero tirá-lo dessa tormenta.

JOSEPH BLATTER, reeleito presidente da Fifa, em referência às denúncias de corrupção na escolha do Catar como sede da Copa de 2022

Esse negócio de ser rico sozinho não está com nada.

EIKE BATISTA, empresário, justificando seu investimento em obras que beneficiam a cidade do Rio de Janeiro, em entrevista a Jô Soares

Não tenho nenhum preconceito em apoiar Dilma. GILBERTO KASSAB, prefeito de São Paulo, em sabatina à Folha de S.Paulo e ao UOL

Muito obrigado por tudo. Por me aceitarem do jeito

que eu sou, por terem chorado quando chorei, e sorrido quando eu sorri.

Até breve, mas dessa vez, fora dos campos. RONALDO, o “Fenômeno”, despedindo-se do futebol no estádio

do Pacaembu

A maconha pode ser tratada como é o álcool e o cigarro.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, ex-presidente da República, em entrevista à revista “Trip” de junho.

FOTO RENATO ARAÚJO /ABR

||Pause


Online

o smartphone Optimus 3D, que será lançado neste

ano no Brasil. A Sony não fica para trás com a Bloggie 3D, filmadora e reprodutora de imagens em 3D, já à venda na Amazon por US$ 249.

O QUE É NOVO

Crise no mundo do Playstation Network

Desde o dia 19 de abril, quando foi anunciada a invasão de hackers no Playstation Network (PSN), rede do videogame da Sony, a empresa vem enfrentando uma crise em sua imagem. No ciberataque, dados pessoais de 77 milhões de usuários foram acessados, não sendo registrado o roubo de informações bancárias e cartões de crédito, segundo a companhia.

Várias críticas são feitas à gestão da Sony pela demora na divulgação do ataque, uma semana depois do ocorrido. O fato gerou deescontentamento entre os usuários, que utilizavam a rede para fazerem compras e downloads de jogos e filmes. A Sony vai liberar conteúdos gratuitos aos jogadores da PSN, que será reativa gradativamente como forma de compensação.

Outros dois sites da companhia foram afetados. O Qriocity saiu do ar juntamente com o primeiro. Já o ataque à plataforma Sony Online Entertainment (SOE) só foi descoberto no dia 2 de maio, sendo desligada horas depois. Nessa última falha de segurança, houve o roubo

de informações pessoais de 24,6 milhões de contas e de dados bancários de 23,4 mil usuários. As três invasões fazem parte da mesma ofensiva, e, segundo a empresa, foi a partir da SOE que os hackers se infiltraram. O prejuízo, estimado pelo Goldman Sachs, é de cerca de 615,5 milhões de dólares.

Twitter mais verde-amareloA comScore, uma das maiores empresas na medição de dados sobre o mundo digi tal , lançou em abr i l um estudo sobre o uso das mídias sociais , como Twitter e L inkedIn. As informações, que le vam em consideração o número de internautas usuár ios, mostram os 10 países em que as duas redes sociais são mais populares. O Brasi l f igura o terceiro lugar na l ista de popular idade do Twitter, que alcança cerca de 23.7% dos internautas brasileiros. Os tops que estão acima são Holanda e Japão. Outro fato concluído pela apuração, é que, enquanto o LinkedIn é mais popular em países de língua inglesa, o Twitter espalha sua popularidade por todas as nacional idades.

Música até os ossos Já imaginou fones de ouvido capazes de transmitir a música ao corpo? A nova linha da Maxell V ibrabones pretende tornar isso possível. Os fones utilizam tecnologias de vibração para conduzir os sons aos ossos do crânio, permitindo uma maior

3D, mas sem óculos Desde o filme Avatar, a onda da

tridimensionalidade se espalhou nos meios eletrônicos. A tecnologia, que não é novidade, passou por aprimoramentos até chegar à versão atual, sempre havendo a necessidade do uso de óculos especiais para ver os efeitos. Até agora.

Novos produtos surgem, sendo capazes de reproduzir a tridimensionalidade sem a utilização dos óculos. A novidade é que os aparelhos criam a ilusão de tridimensionalidade ao sobrepor duas imagens de um mesmo objeto.

Algumas empresas já fazem uso da tecnologia sem os adereços. A pioneira é a Nintendo, que lançou nos EUA o jogo portátil Nintendo 3DS. A LG concorre com

percepção de graves e precisão sonora, segundo a empresa. O produto, lançado no mercado japonês, custa o equivalente a US$ 49.

||Pau

se


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O Censo 2010 revelou um país com mais renda, infraestrutura e educação, mas que segue em ritmo lento. O Brasil está mais urbano, mais feminino, mais velho e, pela primeira vez, brancos não são maioria. Por Yohanna Pinheiro


O BRASIL TEM MAIS DE 190,7 MILHÕES DE HABITANTES. de acordo com o Censo 2010, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população brasileira está crescendo cada vez mais devagar. Na última década, foi o menor crescimen-to desde a criação do Censo, em 1940: 1,17% ao ano.

Essa tendência já é observada nos países desenvolvidos. A inserção da mulher no mercado de trabalho, o acesso a mé-todos anticoncepcionais, o aumento da escolaridade e o pla-nejamento familiar são fatores que explicam essa queda.

O estudo revela que as regiões do país não cresceram de maneira uniforme: Norte e Centro-Oeste foram as que mais aumentaram suas populações (2,09% e 1,91%, respectivamente), em que a compo-nente migratória agrícola e a maior fecundidade contribuíram para o crescimento diferencial. As regi-ões Sudeste e Nordeste apresenta-ram taxas semelhantes, de pouco mais de 1,0% ao ano. A região Sul (0,87%), que desde o Censo de 1970 vinha apresentando crescimento anual de cerca de 1,4%, foi a que menos cresceu, influenciada pelas baixas taxas observadas no Rio Grande do Sul (0,49%) e no Paraná (0,89%).

As regiões mais populosas são: Sudeste (com 42,1% da população

brasileira), Nordeste (27,8%) e Sul (14,4%). As regiões Norte (8,3%) e Centro-Oeste (7,4%) continuam aumentando a representatividade no crescimento populacional, en-quanto as demais regiões mantêm a tendência histórica de declínio em sua participação nacional.

As seis cidades mais popu-losas do Brasil são: São Paulo (11.253.503 de habitantes), Rio de Janeiro (6.320.446), Salvador (2.675.656), Brasília (2.570.160), Fortaleza (2.452.185) e Belo Hori-zonte (2.375.151). Em 2000, a lista era diferente: Brasília era a sexta colocada, Fortaleza a quinta e Belo Horizonte a quarta. As demais ci-dades estavam na mesma posição que hoje se encontram.

Brasil




BRASIL

URBANIZAÇÃOCidades continuam crescendo

+ urbana

+ rural

88%79695949360

População, em %

CRESCIMENTO POPULACIONALMenor crescimento populacional da história

Taxa de crescimento, em %

1,8 1,2 0,8 0,4 0 -0,5 -6,5

Positiva

Negativa

UrbanizaçãoA pesquisa mostra também que

a população brasileira é cada vez mais urbana. Na análise dos da-dos referentes aos últimos dez anos, são 23 milhões de habitantes a mais em áreas urbanas no país, atingindo a taxa recorde de 84,4% de urbanização. No entanto, o rit-mo de crescimento dessa taxa deve cair ao longo dos anos, uma vez que a população rural já é pequena e não restam grandes contingentes populacionais para migrar para as cidades. De acordo com a pesquisa, a população rural no país perdeu dois milhões de pessoas entre 2000 e 2010, metade dos 4 milhões que foram para as cidades na década anterior.

A região Sudeste continua sendo a mais urbanizada do país (92,9%). As regiões Centro-Oeste e Sul têm, respectivamente, 88,8% e 84,9% de população urbana. No Norte, a concentração de pessoas que vivem nas cidades é de 76,6% e, no Nor-deste, o número chega a 73,1%.

Pirâmide etáriaQuanto à estrutura etária da po-

pulação, o Censo revela que o Brasil tem menos crianças e mais idosos. Entre 2000 e 2010, houve um de-clínio contínuo no nível de fecundi-dade e um aumento na longevidade da população. Hoje, 7,6% da popu-lação é formada por crianças com idade até cinco anos, número me-

nor que os registrados pelo levan-tamento em 2000 (9,8%) e em 1991 (11,5%).

Já a população de idosos cres-ceu. Em 1991, os idosos representa-vam 3,3% da população; em 2000, 4,3%, e agora chegam a 5,8%. Do total de 190.755.799 da população brasileira, 14.081.48 têm 65 anos ou mais. Entre os estados com mais idosos, o IBGE lista Rio Gran-de do Sul, Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo, considerados os mais “envelhecidos” do país. No meio da pirâmide, observa-se tam-bém uma redução na população com idade até 25 anos.

Quanto ao gênero, os homens começam a reverter a predominân-cia das mulheres no país. Apesar da maioria da população brasileira ser feminina, que representa 51% da população total do Brasil, os homens já são a maioria na faixa etária entre um e 19 anos. Os da-dos do Censo 2010 mostram que a população masculina é maioria em todos os estados da região Norte, tendência observada há pouco mais de dois anos. Segundo o IBGE, a ex-plicação para a maioria masculina nessa região deve-se à migração de trabalhadores que buscam empre-go na área de mineração e extração.

Nos demais estados, as mulheres são maioria, exceto Mato Grosso, no Centro-Oeste. Parte da explica-ção para a predominância feminina é a queda na fecundidade e o maior

PROPORÇÃO ENTRE HOMENS E MULHERESNa média, há 96 homens para cada100 mulheres

FONT

E: IB

GE

PIRÂMIDE ETÁRIAIdosos vivem mais e menos crianças nascemIdade (em anos)

0,0% 0,0%0,0% 0,0%0,1% 0,1%

0,2% 0,3%0,4% 0,5%

0,6% 0,8%0,9% 1,1%

1,2% 1,4%1,6% 1,8%

2,0% 2,3%2,5% 2,8%

3,0% 3,2%3,3% 3,5%

3,5% 3,7%

3,7% 3,6%

4,0% 4,2%4,4% 4,5%4,5% 4,5%4,5% 4,4%4,6% 4,4%

4,0% 3,9%

Mais de 10095 a 99 90 a 94 85 a 89 80 a 84 75 a 79 70 a 74 65 a 69 60 a 64 55 a 59 50 a 54 45 a 49 40 a 44 35 a 39 30 a 34 25 a 29 20 a 24 15 a 19 10 a 14 5 a 9 0 a 4

MulheresHomens

N° menor que 100 significa mais mulheres que homens; maior que 100, mais homens que mulheres

107 104 102 100 98 96 0

+ homens

+ mulheres


índice de mortalidade dos homens, devido ao número de “óbitos violen-tos”, que atinge majoritariamente os indivíduos do sexo masculino, segundo o IBGE. O Rio de Janeiro é o estado onde há menos homens, comparado com as mulheres, onde a razão de sexo é de 91,2 habitantes do sexo masculino para cada 100 mulheres.

RaçaO Censo 2010 revela que, pela

primeira vez, brancos representam menos da metade da população brasileira. No total, 91.051.646 ha-bitantes se declararam brancos ao Censo, enquanto outros 99.697.545 disseram ser pretos, pardos, ama-relos ou indígenas. Os brancos ainda são a maioria (47,33%), mas a estatística caiu em relação ao Censo 2000, quando foi de 53,74%. Em números absolutos, foi tam-bém a única raça que diminuiu de tamanho.

A porcentagem de habitantes que se classificam como pardos cresceu de 38,45% (65,3 milhões) para 43,13% (82,2 milhões). Já os que se consideram pretos subiram de 6,21 % (10,5 milhões) para 7,61% (14,5 milhões) da população brasi-leira. Cresceu também o número de moradores que se consideram amarelos (1,09% da população ou 2,1 milhões de pessoas). No Censo 2000, apenas 0,45% se classifica-vam assim. Nessa década, o núme-ro de amarelos superou o de indí-

genas, que subiu de 734,1 mil para 817,9 mil.

Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, o número de pardos supera o de brancos, sendo que a região Norte é a que tem, propor-cionalmente, o maior número de pardos do país, com 66,8% dos habitantes. Já a região Sul tem a maior porcentagem de brancos do Brasil, com 78,47% que se classi-ficam como sendo desta raça. No Sudeste, o número de brancos tam-bém supera o de pardos.

A Bahia é o estado que tem a maior população que se decla-ra como preta, com 3,11 milhões de pessoas. Já o Amazonas tem o maior número de habitantes que se classificam como indígena (168,6 mil), mas é Roraima que tem, pro-porcionalmente, a maior população indígena do Brasil (11%). São Paulo, que tem a maior população do Bra-sil, tem o maior número de brancos (26,3 milhões) e de pardos (12 mi-lhões). No entanto, proporcional-mente, Santa Catarina (83,97%) tem mais brancos e o Pará (69,51%) tem mais pardos dos que os outros estados.

AnafalbetismoEm dez anos, o analfabetismo

no país caiu quatro pontos per-centuais. De acordo com o Censo, existem ainda 13,9 milhões de bra-sileiros, com 15 anos ou mais, anal-fabetos. É o equivalente a 9,63% da população nessa faixa etária - no

RAÇAAumenta a participação de pretos e pardos

0 a 20 21 a 40 41 a 60 61 a 80 81 a 100

Onde estão as maiores proporções, em %

Amarelos

Indígenas

1º69,5% PA

Pardos

2º 68,9% AM

3º66,5% MA

Pretos

3º9,7% MA

2º 12,4% RJ

1º17,1% BA

Brancos

3º70,3% PR

1º84% SC

2º 83,2% RS

1º 2,1% PI 2º 1,9% AC 3º 1,6% GO

1º 11% RR 2º 4,8% AM 3º 3% MT

ANALFABETISMONo Nordeste, índice é quase o dobro da média do país

Taxa de analfabetismo das pessoas com 10 anos ou mais, em %

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste

9

15,6

10,6

12,8

24,6

17,6

7,55,1

74,7

9,7

6,6

2000 2010

Brasil

FONT

E: IB

GE


Censo de 2000, esse percentual era de 13,64%.

Apesar de ser uma das áreas do país com maior crescimento econô-mico e aumento de mercado consu-midor, o Nordeste continua sendo a região com maior número de anal-fabetos. Sozinho, concentra 53,3% (7,43 milhões) do total de brasilei-ros que não sabem ler ou escrever. Esse percentual é ainda maior do que em 2000, quando era de 51,4%. Quando considerados apenas os habitantes da região, o índice de analfabetismo é de 19,1%, maior do que o pior percentual de analfabe-tismo no Sul, das pessoas com 60 anos ou mais (16,6%). De cada dois nordestinos com 60 anos ou mais, um é analfabeto. O Nordeste tam-bém tem o estado em pior situação: em Alagoas, 24,3% dos habitantes são analfabetos.

A região Centro-Oeste tem o menor total de analfabetos dentre todos os habitantes do país (5,5%), apesar do aumento de 0,1 ponto percentual em relação a 2000. A região com menos analfabetos en-tre a própria população é a Sul, com 5,1%. O Distrito Federal é a unida-de da federação com a menor taxa: 3,5% em 2010, 5,7% em 2000.

ServiçosA maior carência do país na área

de serviços públicos e infraestrutu-ra continua a ser o saneamento bá-sico. A pesquisa mostra que pouco mais da metade (55,4%) dos 57,3 milhões de domicílios estão liga-dos à rede geral de esgoto, e 11,6% utilizam fossa séptica, considerada adequada pelo instituto. Os demais 32,9% não têm saneamento bási-co ou usam soluções alternativas (como o despejo em rios, fossas rudimentares, etc.) consideradas inapropriadas. São cerca de 18,9 milhões de domicílios brasileiros nessa situação.

Nessa categoria, os dados do IBGE também revelam a desigual-dade entre as regiões do país. En-quanto no Sudeste a rede de esgo-to alcança 81% dos lares, no Norte não chega a 13,9%, e no Nordeste, 33,9%.

Em relação à coleta de lixo, o serviço atende a 87,4% dos domicí-

lios, isto é, cerca de 50,1 milhões de lares. Quanto ao abastecimento de água, 82,9% dos domicílios es-tão ligados à rede geral de distri-buição e 10% das famílias buscam água em poços. Outros 7,1% usam soluções alternativas, como a reti-rada de água em lagos ou nascen-tes. A distribuição de água cresceu aproximadamente 22% em relação a 2000. Cerca de 12,5 milhões de residências passaram a utilizar o serviço, das quais a maioria pela rede geral de distribuição.

Em relação ao uso de energia elé-trica, a pesquisa revela que número de consumidores residenciais no Brasil passou de 40,5 milhões para mais de 56 milhões nos últimos dez anos (aproximadamente 30% de crescimento). No entanto, cerca de 730 mil brasileiros entrevistados ainda estão no escuro, dos quais quase 46,5% somente na região Nordeste.

A maior concentração está na região Sudeste, que possui mais de 25 milhões de consumidores, dos quais quase 13 milhões apenas em São Paulo. Os estados das regiões Norte e Nordeste somam mais de 590 mil (mais de 80%) brasileiros que ainda não têm acesso a ener-gia elétrica. A Bahia é o estado com maior número de pessoas sem acesso ao serviço: mais de 146 mil pessoas.

O Censo 2010 constatou ainda que, do total de 57,3 milhões de do-micílios, 73,3% são considerados próprios. Os alugados representam 18,3%, proporção que cresceu 4% em relação à pesquisa feita no ano 2000, e as residências cedidas re-duziram de 10% para 8% em 2010.

Renda per capitaO IBGE verificou que a pobre-

za diminuiu em relação à última pesquisa. Em 2000, 66% dos do-micílios brasileiros apresentavam renda per capita de até um salário mínimo – índice que caiu cerca de seis pontos percentuais nos últi-mos dez anos. O censo mostra que, hoje, 60,7% dos brasileiros vivem em residências onde a renda fami-liar per capita não ultrapassa um salário mínimo (na época R$ 510). Mais grave ainda, para 9% da po-

SERVIÇOS PÚBLICOSOferta de luz chega próximo a 100%

Número total de domicílios, em milhões

Percentual de domicílios atendidos

FONTE: IBGE * DADO NÃO PESQUISADO

34,7

44,8

57,3

70,7%

77,8%

82,9%

35,3%

47,2%

55,4%

63,8%

79%

87,4%

98,7%

94,5%

*

16,7%6,2%

*

2000 20101990 Rede de água

Coleta de lixoRede de esgoto

Energia elétrica Sem banheiro exclusivo

BRASIL


0 a 1500

1500 a 3000

3000 a 4500

4500+

pulação, a renda familiar per capita é menos de ¼ do mínimo. No li-mite extremo da pobreza, em 4,3% dos domicílios nenhum ocupante possui qualquer tipo de remune-ração, nem mesmo a proveniente de transferências governamentais, como o Bolsa Família.

Em contrapartida, em 5,1% dos domicílios, a renda de cada membro da família é maior ou igual a cinco salários mínimos. A desigualdade é também regional: entre as famí-lias nordestinas, 80,3% têm renda per capita inferior a um salário mí-nimo. No Norte, o percentual é de 75,2%. A região com o menor índice é o Sul, com 47,7% das famílias. No

Sudeste e Centro-Oeste, os índices são de 52% e 56%, respectivamente.

Florianópolis, em Santa Catari-na, é a primeira do ranking das ci-dades com renda per capita maior que cinco salários mínimos por do-micílio: 20,2% das residências. Já em Macapá, capital do Amapá, 15% dos domicílios têm renda por mo-rador menor que ¼ do salário mí-nimo. Do total, 4% vivem sem ren-dimento. É verdade que a pobreza no país diminuiu, mas a eliminação da miséria ainda é distante.

Censo 2010O Censo visitou 67,5 milhões de

domicílios em 5.565 municípios e

é a mais complexa operação esta-tística realizada por um país, so-bretudo quando tem dimensões continentais como o Brasil, com 8.515.692,27 km², e composto por 27 Unidades da Federação e 5.565 municípios. Cerca de 230 mil pes-soas trabalharam nessa operação, sendo 191 mil recenseadores. Foi investido R$ 1,2 bilhão durante o ano de 2010.

Os recenseadores visitaram os domicílios no período de 1º de agosto a 31 de outubro de 2010 e ao menos um morador forneceu infor-mações sobre todos os moradores de cada residência. n

CASAIS HOMOSSEXUAISGrupo é contabilizado pela primeira vez

Unidades federativas com maior número de casais homossexuais

Proporção de caisais homossexuais chefes de domicílio em relação ao total, em %

0,12

0,32

0,26

0,20

0,18

0,16

0,16

0,15

0,15

0,15

0,14

0,14

0,130,1

40,1

3

RJ DF SP AP CE PE RSRN Brasil ES SC MS PA GB PB

FONT

E: IB

GE

União homossexual

Pela primeira vez, o IBGE contabilizou os casais homossexuais no

Censo Demográfico 2010. A pesquisa mostra que há 60 mil casais do mesmo sexo em união estável no país, o que representa 0,16% da população brasileira - comparado aos 37.487.115 casamentos entre os heterossexuais. A região Sudeste é a que concentra o maior número de casais homossexuais (32.202), em segundo lugar está a região Nordeste, com 12.196 casais, seguida das regiões Sul (8034), Centro-oeste (4141) e Norte (3429). Entre os estados, São Paulo é o que tem a maior quantidade de casais homossexuais (16.872) e Roraima é o que tem menos, com apenas 96 casais que se declararam homossexuais.

4º3.661 RS 1º

16.872 SP

2º10.170 RJ

3º4.098 MG

5º3.029 BA

O BRASIL PERDE ITAMAR

TRES MOMENTOS. Itamar discursa no plenário do Senado em fevereuro de 2011. Com o presidente Bill Clinton e, em 10 de abril de 2005 , como embaixador do Brasil na Itália, visita a Igreja de San Pietro in Vincoli, diante da escultura de Moisés, de Michelangelo, com o presidente LulaFOTOS: RICARDO STUCKERT_PR; WALDEMIR BARRETO_AGÊNCIA SENADO E AFP_GETTY IMAGES


Política

O ex-presidente fazia tratamento contra leucemia e estava internado desde maio. Foi durante sua administração que se concebeu o Plano Real, que estabilizou a economia, controlou a inflação e lançou uma nova moeda para o país, o Real. Por Yohanna Pinheiro

O BRASIL PERDE ITAMAR

O EX-PRESIDENTE ITAMAR AUGUSTO CAUTIERO FRANCO morreu na manhã do dia 2 de julho, aos 81 anos, devido a um acidente vascular cerebral (AVC). Ele estava internado no Hospital Israelita Albert Eins-ten desde 21 de maio, quando foi diagnosticado com leucemia. Durante o tratamento, contraiu pneumo-

nia, que se agravou. Ele estava na unidade de terapia inten-siva da instituição e respirava por meio de aparelhos quando sofreu o AVC.

Itamar começou sua carreira política em Juiz de Fora, cidade a 255 quilômetros de Belo Horizonte, onde foi vereador e prefeito. Duran-te a ditadura militar, entre 1964 e 1985, sempre esteve na oposição do regime. Foi senador da República pelo MDB e apoiou Tancredo Neves ao governo de Minas Gerais. Mais tarde, foi eleito vice-presidente da República na chapa de Fernando Collor de Melo, em 1989.

Assumiu a presidência do Brasil em 1992, após o impeachment de Fernando Collor, e permaneceu no cargo por dois anos. O País vivia um dos momentos mais difíceis de sua história: recessão prolongada, inflação aguda e crônica, desem-

prego, além do escândalo do im-peachment. Para enfrentar a alta inflação, o presidente trocou o co-mando do Ministério da Fazenda diversas vezes, até que Fernando Henrique Cardoso, então ministro das Relações Exteriores, assumiu a pasta com um projeto para a im-plantação do Plano Real.

O plano criou uma unidade real de valor (URV) para todos os pro-dutos, desvinculada da moeda vi-gente na época, o Cruzeiro Real. Cada URV correspondia a US$ 1. Posteriormente a URV veio a ser denominada “Real”, a nova moeda brasileira. O Plano Real se mostrou eficiente, uma vez que atraiu capi-tais estrangeiros e proporcionou o


HISTÓRIA. Na imagem acima, o corpo do senador e ex-presidente Itamar Franco é velado por José Serra, Aécio Neves, Fernando Henrique Cardoso, Dilma Rousseff, Gleisi Hoffmann, Antonio Anastasia, Geraldo Alckmin e outros políticos no Palácio da Liberdade, antiga sede do governo de Minas Gerais. À esquerda, Itamar e Fernando Collor olham para lados opostos, durante a cerimônia de posse de ambos em 1990. Abaixo, então senador de Minas Gerais, Itamar posa ao lado do ex-presidente Tancredo Neves nas eleições de 1982. FOTOS FABIO RODRIGUES POZZEBOM_ABR

POLÍTICA

DESPEDIDA. O senador Magno Malta, o presidente do Senado, José Sarney, o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, o ex-presidente Lula, o vice-presidente da República, Michel Temer, e o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante no velório de Itamar. FOTO FABIO RODRIGUES POZZEBOM_ABR

aumento do poder de compra dos brasileiros e o controle da inflação em um curto período.

Mesmo tendo sofrido as con-seqüências das investigações da Comissão Parlamentar de Inqué-rito (CPI) do Congresso Nacional, entre 1993 e 1994, devido a de-núncias de irregularidades no de-senvolvimento do Orçamento da União, Itamar Franco terminou seu mandato com um grande índi-ce de popularidade, graças ao su-cesso do real. Como prova, Itamar elegeu Fernando Henrique Cardo-so seu sucessor em 1995.

No entanto, após sair do gover-no, o ex-presidente se tornou crí-

A contribuição de Itamar Franco foi fundamental para a construção coletiva de um país democrático, mais justo e sem pobreza. Neste momento de tristeza, prestamos solidariedade aos seus parentes e amigos.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, o ex-presidente da República, por meio de nota oficial, no dia 2 de julho

tico da política de Fernando Hen-rique. Em entrevista à Globonews, Itamar criticou a reeleição, estabe-lecida no Brasil após a Constitui-ção ser alterada no governo FHC. “Eu considero até hoje um grande mal, quebrou a ordem constitucio-nal brasileira. Na reeleição, você não distingue se é presidente, se é candidato”, disse o ex-presidente. Além disso, Itamar afirmou que, logo após deixar Brasília, ficou in-comodado com o fato de o real ser associado apenas a FHC, e não ao seu mandato.

No período até a eleição se-guinte, Itamar foi embaixador em Portugal e na Organização dos Es-

tados Americanos (OEA), nos Es-tados Unidos.

Governo em Minas GeraisAo retornar ao Brasil e ao PMDB,

Itamar tentou se lançar candidato à Presidência para as eleições de 1998, mas o partido apoiaria a ree-leição de FHC. Decidiu, então, ten-tar o governo de Minas Gerais, e venceu a disputa contra o candida-to tucano Eduardo Azeredo.

O início do governo de Itamar causou polêmica. Logo no primei-ro dia, o ex-presidente decretou a moratória para renegociar a dívida do Estado, gerando uma crise com a presidência do Banco Central. A suspensão do pagamento da dívida

durou pouco mais de um ano e ge-rou retaliação por parte do Gover-no Federal, que suspendeu repasses como o do Fundo de Participação dos Municípios.

Após a eleição de 2002, na qual apoiou Aécio Neves (PSDB) para ser seu sucessor, Itamar foi nomeado embaixador brasileiro na Itália.

Volta ao SenadoDe volta ao Brasil após deixar a

embaixada na Europa, Itamar ten-tou se candidatar novamente à pre-sidência pelo PMDB em 2006, mas desistiu para retornar ao Senado Federal. No entanto, perdeu a indi-cação do partido para Hélio Costa.

Em 2007, assumiu a presidência do Conselho do Banco do Desen-volvimento de Minas Gerais. Dois anos depois, sinalizando intenção de disputar a sucessão presidencial no ano seguinte, Itamar Franco se filiou ao PPS e declarou seu apoio a Aécio. Mais tarde, Aécio e Itamar anunciaram suas candidaturas ao Senado e foram eleitos, derrotando o petista Fernando Pimentel.

Ao voltar a Brasília, Itamar pas-sou a integrar a comissão da refor-ma política da Casa e defendeu o fim do voto obrigatório e da reelei-ção. Ele também defendeu um veto à possibilidade de retorno de um político que cumpriu dois manda-tos no Planalto.

O corpo do ex-presidente foi levado a Belo Horizonte, e velado no Palácio da Liberdade, antiga sede do governo de Minas Gerais, onde trabalhou em 1998. Após o velório, seu corpo foi cremado em cerimônia reservada a familiares e amigos próximos. n

Itamar foi bom para Minas e para o Brasil. Graças à sua luta, a Cemig e Furnas não estão privatizadas. Foi grande na luta contra a ditadura militar. Convivi com ele no Senado, onde tivemos debates duros, porém respeitosos e a favor do que entendíamos ser melhor para o país.

GLEISI HOFFMANN, ministra-chefe da Casa Civil do Governo Dilma, em 2 de julho de 2011

Estilo Itamar

Aécio Neves? Que nada! O grande nome da oposição no Senado até agora é Itamar Franco (PPS-MG). Com 80 anos, o ex-presidente mostra uma disposição juvenil para acossar o governo.

Hoje, ele foi o destaque na sessão do Senado que discutiu o salário mínimo. Acusou Sarney, presidente da Casa, de usar o regimento para “cercear” a oposição, e, usando de sua malícia, obrigou o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), a lembrar no microfone do plenário o episódio em que o então presidente João Baptista Figueiredo (1979-85) disse que daria um tiro na cabeça se ganhasse o salário mínimo. Aécio Neves, o grande líder das oposições, nada falou.

Não é a primeira vez que Itamar mostra que voltou a Brasília para fazer a diferença. Nem bem tomou assento na recém-criada comissão que estuda a Reforma Política, ele propôs o fim da reeleição — e não foram poucos que pararam para escutar suas palavras, inclusive Aécio Neves e Fernando Collor, que também fazem parte da comissão, mas que até agora nada disseram de relevante sobre o tema.

Lucas Figueiredo, jornalista, em 23 de fevereiro de 2011

FOTO JOSÉ CRUZ__ABR

POLÍTICA


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Economia

ESCRITÓRIOS CRIATIVOS. Detalhe do escritório do Google em Zurique, na Suíça


UMA INDÚSTRIA QUE NÃO DEPENDE DAS GRANDES máquinas, mas do cérebro humano, da informação e do conhecimento. Para a indústria criativa, a matéria prima são as ideias. Esse novo modelo de negócios abrange as atividades que têm como principal insumo a criatividade humana, envolvendo setores industriais e prestadores de serviços como arquitetura, moda, design, software, mercado editorial,

televisão, filme e vídeo, artes visuais, música, publicidade, expressões culturais e artes cênicas.

Hoje, a indústria criativa é a terceira maior indústria mundial, atrás apenas de petróleo e de armamentos, movimentando 380 bilhões de reais por ano no Brasil e cerca de 1,5 trilhões de dólares no mundo. De acordo com uma pesquisa da Federação das Indústrias do Es-tado do Rio de Janeiro (Firjan), o setor é responsável por 21,8% dos trabalhadores formais do Brasil, e sua renda é 42% maior do que a média nacional (R$1.666/mensais x R$1.170/mensais).

Setor em evidência, a indústria criativa — que liga criatividade, arte, negócio e tecnologia — paga melhor que a indústria tradicional e tem uma força que pouca gente conhece. As oportunidades na área estão só começando. Por Yohanna Pinheiro

Segundo a pesquisa, as oportuni-dades de emprego na indústria cria-tiva vêm incentivando milhares de pessoas a optarem por carreiras rela-cionadas à área. Em 2006, do total de 737 mil formandos em todo o Brasil, cerca de 90 mil (12,2%) estavam ins-critos em um dos 118 cursos relacio-nados ao núcleo da indústria criativa.

Mas esse mercado não vem para substituir os já existentes, pelo con-trário. A economia criativa é capaz de induzir o desenvolvimento e a acele-ração em outras áreas da economia. A criatividade proporciona o desenvol-vimento econômico da mesma forma que a tecnologia da informação faz. A presença de habilidades criativas em propaganda, marketing e “bran-ding” é parte essencial da economia moderna.

O tema chegou ao Brasil com atra-so de 17 anos. Em 1994, a Austrália foi o primeiro país a apontar a necessi-dade de desenhar políticas públicas

ECONOMIA

LUCROGERAM IDEIAS CRIATIVA

QUE


para estimular a economia movida a cultura e criatividade. Mas o termo Indústria Criativa só ganhou visibili-dade internacional em 1997, quando o governo britânico de Tony Blair tra-tou a economia criativa como priori-dade para alavancar o crescimento do país.

O termo ganhou força no Brasil quando o Ministério da Cultura criou a Secretaria da Economia Criativa, em janeiro deste ano. Ocupada pela ex-secretária de Cultura do Ceará e professora da Universidade Estadu-al do Ceará (Uece), Cláudia Leitão, a secretaria terá como atribuições as articulações da indústria cultural, com o objetivo de aumentar sua capa-cidade de gerar lucro e empregos. É, também, uma preparação para o Fó-rum Mundial de Economia Criativa, agendado para o fim de 2012, no Rio.

Trabalho e lazerA força do setor está diretamente

ligada à geração Y (veja quadro), jo-vens de 20 a 30 anos que cresceram sob a influência direta da internet. Esses jovens se opõem a planos de carreira tradicionais e a sistemas hie-rárquicos – querem, cada vez mais, unir trabalho e prazer, o que explica também a maior procura por profis-

HETERODOXOS. Escreva alguma coisa, pede o mural do Facebook. No Google, pufs coloridos, mesa de sinuca e tobogãs.

Geração Y

Também conhecida como juventude global ou geração digital, a geração

Y compreende jovens que nasceram em meados das décadas de 1980 e de 1990, que vivem uma época de grandes avanços tecnoló-gicos e prosperidade eco-nômica. Esse jovens não gostam de rotina, fazem mil coisas ao mesmo tempo e sonham em conciliar lazer e trabalho. Muito ligados à tecnologia e às novas mídias, estão conectados à internet 24 horas por dia e em qualquer lugar.

Face de uma nova eco-nomia, essa geração é o público-alvo das ofertas de novos serviços e na difusão de novas tecnologias. As empresas desses segmen-tos visam atender essa nova geração de consumidores, que constitui um públi-co exigente e ávido por inovações.

ECONOMI A& NEGÓCIOS

sões relacionadas à cultura. Dessa forma, até o ambiente de trabalho das empresas da indústria criativa são leves, sem cara de escritório.

Os gigantes da internet Google e Facebook seguem essa tendência. Fugindo dos cubículos de escritório padrão, as empresas investem no de-sign e na decoração para melhorar a produtividade de seus funcionários. Os escritórios contam com ambien-tes de descanso e descontração, com pufs, cadeiras, sofás, e até mesmo mesas de ping-pong, de sinuca e vi-deogames. De acordo com Rodrigo Schimitd, engenheiro de software da empresa Facebook (em entrevista ao Jornal da Globo no dia 18/11/2010), um ambiente mais livre é positivo para a empresa.“Você adquire uma responsabilidade maior e você se sente, tem mais autonomia em cima do que está fazendo”, afirma o enge-nheiro. Essa tendência já está che-gando ao Brasil. A secretaria terá como atribuições as articulações da indústria cultural, com o objetivo de aumentar sua capacidade de gerar lucro e empregos. É, também, uma preparação para o Fórum Mundial de Economia Criativa, agendado para o fim de 2012, no Rio. n


ANE001-11 An 25 Anos 261 X 350.indd 1 1/19/11 11:27 AM

KOTLER,O GURU

“M IOPIA EM MARKETING”, TEXTO CLÁSSICO DA Administração, de Theodor Levitt, de 1960, aponta a miopia das empresas da época ao ter foco de atenção equivocado nas vendas a curto prazo de um produto, enquanto a satisfação d os clientes era relegada a segundo plano. Mes-

mo com as mudanças no mundo atual dos negócios, essa visão distorcida ainda se faz presente, e Fortaleza não se exclui des-se cenário. Para melhor esclarecer e instruir sobre Gestão Em-presarial e Marketing, Fortaleza recebe, em 30 de setembro, o professor americano Philip Kotler, considerado o quarto maior conhecedor do ramo dos negócios pela revista Financial Times e o sexto mais influente pelo Wall Street Journal.

O evento é iniciativa da HSM, organização brasileira de trei-namento empresarial que tem 15 sedes espalhadas pela Europa e América. Antes de Fortaleza, Philip Kotler também passa por Porto Alegre. O evento será uma tarde inteira sobre Marketing 3.0, conceito que Kotler propõe para uma gestão melhor e eficaz (leia o quadro da página ao lado). O encontro, realizado no La Maison, custa a partir de R$ 750,00 e estima-se que 1500 pes-soas compareçam.

Segundo Marcos Braga, presidente da HSM, a chegada de Philip Kotler resulta da importância de Fortaleza como pólo de destaque na região Nor-te-Nordeste. “A gente percebe uma grande vocação de negócios aqui em Fortaleza. Teremos Kotler vindo ao Brasil e entendemos que é uma ótima oportunidade de aproveitar esta vinda”, explica.

A presença do acadêmico repre-senta um fato significativo para a comunidade corporativa no Brasil. Segundo dados da pesquisa Sonhos e Pesadelos dos Líderes Empresa-riais Brasileiros, feita pela HSM em 2011, 71% das empresas a nível na-cional reconhecem não ter líderes suficientes para assumir a chefia nos próximos anos. Esse “apagão” de executivos não é uma questão re-gional, restrita aos nordestinos ou aos cearenses, e se reflete por todo o país.

Na opinião de Cícero Rocha, pre-sidente do Instituto Empresariar, organização que presta serviços de consultoria há mais de 12 anos e que representa oficialmente a HSM no Nordeste, o Ceará tem outros problemas que se adicionam à falta de liderança. A ausência de plane-jamento estratégico, a não-diver-sificação dos produtos oferecidos e os conflitos familiares são os prin-cipais empecilhos que os negócios locais encontram no caminho para uma boa gestão.

Rocha acredita que o pragmatis-mo dos executivos cearenses, em detrimento do conhecimento teóri-co, ainda é predominante. Segundo ele, a cultura de gestão no estado é baixa para atender as necessida-des exigidas pelo mundo moderno. Por isso, aposta que com a vinda de Kotler e a bagagem acadêmica que traz, os empresários adquiram me-lhor condição de competitividade no mercado. “Um evento como esse da HSM não vai ensinar ao cearen-se a vender castanha de caju, mas vai ensinar a fazer gestão”, salienta.

Vice-presidente do Centro In-dustrial do Ceará (CIC) e diretor superintendente da Organização Educacional Farias Brito e profes-sor, Tales de Sá Cavalcante também acredita ser necessária a transfor-mação dessa realidade. “Há muitos empresários que acham que não têm nada a aprender, quando no mundo de hoje quem não aprende está indo para trás”, observa.

A falta de diversificação dos pro-dutos se deve, segundo Rocha, pelo fato de as empresas ainda seguirem um modelo ultrapassado de Marke-

Philip Kotler, o mais renomado especialista em marketing vivo, vem ao Brasil e inclui Fortaleza em seu roteiro. Na pauta idéias que enfetizam a necessidade de foco no cliente com o objetivo da satisfação. Por Ed Borges



Kotler, relação é mais importante

O professor americano Philip Kotler é um dos mais renomados conhecedores do mundo coorporativo. Ao todo, publicou 44 livros, traduzidos para 20 idiomas e com cinco milhões

de exemplares vendidos em 58 países, incluindo Brasil. Foi considerado o quarto maior especialista em Marketing pela revista Financial Times (2005) e o sexto pelo Wall Street Journal (2008).

No livro “Marketing 3.0: As forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano”, de 2010, Kotler defende que já não bastam produtos de boa qualidade e a preços baixos. O mais importante é a relação da empresa com seus clientes, sempre em busca da satisfação. A organização deve também ter consciência social, empregar sustentabilidade em seus negócios e investir nas redes sociais, de atual relevância no mercado.

ting, difundido nos anos 50, em que a marca de um produto específico é o foco principal e não há uma visão ampla do negócio. “Um dos proble-mas que percebemos no mundo bu-siness, a maior dificuldade de fatu-ramento, é que ela [a companhia] se mantém sobre um mesmo produto por muito tempo”, expõe.

O presidente da HSM defende que deve existir o que chama de “crescimento em forma de casca de árvore”, segundo o qual a ex-pansão dos serviços prestados pela empresa deve gravitar em torno de um cerne, que represente a identi-dade da organização. “A empresa tem uma proposta, quase uma mis-são, e os novos negócios que ela vai construindo vão ter mais chance de sucesso se girarem em torno desse córtex”, explica Braga.

No Ceará, onde há uma tradição familiar arraigada ao setor econô-mico, há casos em que o gerencia-mento é dificultado pela influência dos laços genéticos existentes den-tro das companhias. A situação se agrava quando há disputa interna pela sucessão, que pode levar a um enfraquecimento do negócio.

Na visão de Braga, as boas em-presas familiares são aquelas que conseguem aplicar com rigor as práticas profissionais de gestão. “E isso passa pelo valor de sucessão. É fundamental que os sucessores te-nham uma preparação prévia mui-to rigorosa, que eles passem por um processo de meio acadêmico, depois de prática mesmo, que real-mente os preparem para assumir”, complementa.

É dentro do contexto de aprendi-zagem dos executivos cearenses que surge como importante figura Phi-lip Kotler. Rocha comenta que “vai ficar difícil de mensurar os resul-tados que isso vai trazer para uma comunidade como a nossa do Nor-deste”. “Eu acho que os empresários vão se tornar alunos e sem dúvida irão fazer uma gestão melhor dos seus negócios”, espera o professor Tales de Sá Cavalcante. É através de acadêmicos como Kotler que os tempos de miopia podem se dissi-par, e o caminho da boa gestão se tornar mais iluminado. n

FOTO NATHAN MANDELL


Economia

Apesar do 1º quadrimestre de 2011, a construção civil apresentar uma retração no número de pro-fissionais empregados em relação ao mesmo período do ano anterior, considerado um ano fenomenal, o setor segue numa tendência estável com mais de duas mil contratações. Segundo o presidente da Sinduscon, Roberto Sérgio Ferreira, o volume de negócios na construção civil para o ano de 2011 gira em torno de 6,7%. “No ano de 2010, o segmento gerou uma contratação de 40.000 traba-lhadores, neste ano atingimos 42 mil, com projeção para contratação de 45.000 trabalhadores até o final do ano, em virtude do lançamento de novas obras”.

Neste parâmetro, de acordo com o técnico de edificações do grupo C.Rolim Engenharia, Cicero de Sou-sa, para erguer um prédio várias eta-

EM 2010, UM ANO ESPLÊNDIDO PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL NO país, e o Ceará, o estado nordestino que mais evoluiu no setor. Informações revelam que neste período 251 obras estavam em andamento ou foram concluídas, segundo pesquisa do ITCnet (Informações Técnicas da Constru-ção). De acordo com o estudo, o Ceará apresentou 120 obras no segmento residencial, no setor comercial, foram

registradas 85 empreendimentos e no segmento industrial fo-ram contabilizados 46 obras. No país, os investimentos cresce-ram 33%, cifras apontam, em 2010, investimentos de U$ 324,5 bilhões, ante 250 bilhões de dólares de 2009. No plano estadual cearense, 430 empresas da construção civil estão associadas, com cerca de 40 mil trabalhadores e mais de 500 canteiros de obras espalhados no estado, segundo dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil - (Sinduscon-CE).

O volume de negóciosna construção civil para o ano de 2011 gira em torno de 6,7% com projeção de contratação de 45 mil trabalhadores. Por Eleazar Barbosa

CONSTRUÇÃO EM ALTA



pas são programadas desde a concep-ção do projeto, a busca de um bom terreno e a construção do edíficio. Um edifício tem um período até a entrega de ciclo de vida de construção de no mínimo três anos. O empreendimen-to é construído e moldado segundo os ditames residencial e comercial.

Para execução de um edifício pa-drão multifamiliar, independente da localização do terreno, numa área de 5.998,73 m², com 64 vagas para ga-ragem, e oito pavimentos-tipo - hall de circulação, escada, elevadores e quatro apartamentos por andar, com três dormitórios, sendo uma suíte, sala de estar/jantar, banheiro social, cozinha, área de serviço com banhei-ro e varanda – hall de entrada, salão de festas, copa, banheiros, central de gás e guarita. Uma edificação desse tamanho não sai por menos de R$ 4.920.870,00 com um custo dire-to de construção aproximado de R$ 821,00/m².

A mão de obra empregada nesse tipo de empreendimento represen-ta, segundo o CUB (Custo Unitário Básico — avalizado pelo Sinduscon), até 40% do custo total da obra, com

MANHATTAN SQUARE GARDENMaquete do,empreendimento comercial à ser inaugurado na Aldeota

QUALIFICAÇÃO. Para Novaes, prioridade na qualificação profissional e aproximação política mais efetiva.

um verdadeiro exército de operários, comandados por uma equipe admi-nistrativa que é uma célula menor da administração central da empresa. Dentre os profissonais envolvidos in-clue engenheiro (gerente de obras), o técnico de edificações e de segurança do trabalho, o encarregado financeiro (compras e suprimentos) , o aponta-dor (responsável pela medição dos serviços) e o almoxarife (estoques e almoxarifado).

A equipe de produção tem operá-rios para as mais diversas disciplinas que variam em efetivo de acordo com o andamento da obra, o que torna a indústria da construção civil, uma das que tem o maior percentual de rotatividade de pessoal. O número de operários no pico da obra passa de 300, dentre eles tem o ajudante de armador, eletricista e encanador, o armador, azulejista,carpinteiro, ceramista,eletricista, encanador,gesseiro,impermeabilizador, operador de caminhão e retroescavadeira, pedrei-ro, pintor, servente e vigia.

Cícero de Sousa avalia que com o aquecimento da indústria da constru-ção no Brasil, se verifica o apelo das


Mulheres de fibra, de aço

Uma secção que está ganhando contornos cada vez mais sólidos é a inserção no mercado da construção civil de mulheres. Esta tendência está se configurando por fatores apontados

por David Melo, engenheiro mecânico da construtora Fibra Engenharia, há 16 anos no mercado, que surgiu na empresa de construção pelos resultados positivos averiguados em outras regiões do país com este tipo de mão-de-obra, “porque tem tipo de serviço no setor que exige mais refino, um trabalho mais leve como por exemplo acabamento, assentamento de cerâmica”. E um outro fator apontado pelo engenheiro é pela escassez de mão-de-obra no setor.

A Construtora está oferecendo um curso, com duração de 80 horas/aula, previsto para terminar em junho de 2011, como requisitos disciplinas como segurança no trabalho, técnica de levantar parede, reboco, assentamento de cerâmica, uma matéria básica de cálculo. David Melo explica que a contratação vai depender do desempenho das alunas na sala de aula. No momento, 10 estudantes estão inscritas, e elas são capacitadas para serem pedreiras. Na maioria são domésticas que resolveram engrenar no batente e virar operária de construção civil.

A exceção é Elizete de Sousa, 32 anos, quatro filhos, reside no Parque Genibau há 13 anos, desempregada, mantém a família com gratificações, uma pensão do pai de 180 reais e Bolsa-Família, 96 reais. Estudou até a 3ª série do ensino fundamental, sabel ler e escrever perfeitamente. O que ela quer é o mais rápido possível começar à trabalhar. Entrou no ramo avulsamente, contratada por terceirização. Após o término do curso elas ainda passam por um estágio de 90 dias para averiguar se assimilaram o que aprederam e depois efetivamente serem contratadas profissionalmente como pedreiras. “O meu sonho é ser mestre-de-obra”, vislumbra Elizete. n

MÃO DE OBRA FEMININA.Elizete coloca em prática no curso

aprendizado da teoria.

construtoras em busca de profissio-nais que estão em falta no mercado. “Com o advento da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas em 2016 e a busca dos profissionais por áreas que exigem menos esforço físico, a tendência é de um esgotamento no setor,” sinaliza o representante do grupo C.Rolim.

A Construtora Manhattan coleciona 11 empreendimentos no planejamen-to em fase de lançamento, em etapa de construção e já construídos e entregues aos clientes. O ‘Manhattan Square Gar-den’, imóvel comercial completamente vendido na fase de pré-lançamento pre-visto para ser inaugurado em maio de 2014, localizado na Aldeota, área nobre de Fortaleza, possui 18 andares, 216 es-paços comerciais, sala de convenções, sistema de entrada e segurança digitais, é um exemplo do promissor e ascendente mercado imobilário cearense.

Primeiro funcionário e ex-emprega-do da Vicunha - empresa de indústria têxtil instalada no Ceará, mais de 40 anos no mercado e com unidades espalhadas no Brasil e exterior - e um dos sócios exe-cutivos do grupo Mannhattan, o diretor--técnico da construtora, Hélio Galliza, engenheiro civil, 62 anos, 37 anos no ramo, viúvo, três filhos engenheiros, dois homens e uma mulher, todos acima de 25 anos analisa que “para o cidadão en-trar no mercado é preciso possuir capital, conhecimento técnico-comercial, enten-der de contabilidade e investir.”

Inserido nessa conjuntura, a nova diretoria da Cooperativa de Construção Civil do Estado do Ceará (Coopercon), com mandato até 2013, define como me-tas ampliar a atenção para as obras estru-turantes e a qualificação de profissionais para a Copa do Mundo de 2014, estudar métodos de apoio à fomentar a ideologia de conceitos ecológicos, trabalhar na ca-pacitação e valorização da mão-de-obra e fornecer a elevação do piso salarial.

A diretoria planeja uma missão de re-conhecimento da tecnologia empregada na China. Segundo o presidente da orga-nização, Marcos Novaes, o governo fede-ral tem tido uma postura equilibrada à priorizar o controle da inflação e prosse-guir no planejamento de auxílio das clas-ses de baixo poder aquisitivo. No entan-to, o presidente ressalva que a categoria do ramo tem pouca representatividade política, ele defende uma aproximação mais efetiva com deputados estaduais e vereadores, “é necessário planejar e dis-cutir, porque a legislação muda constan-temente ao que refere o setor.” n


Uma revista com a cara de Brasília.

www.revistafale.com.br/brasilia

(61) 8188.8873

A revista de informação de Brasília. Toda grande cidade merece uma grande revista.

Por Roberto Costa

Autos&Máquinas

UEM DISSE QUE UM SUV NÃO PODE TAM-bém ser um modelo de alto luxo? A Land Rover, fabricante da Grife Ranger Rover e fornecedora da Família Real Britânica, acaba de lançar no Brasil o Ranger Rover

Vogue TDV8, com altíssimo nível de sofisticação, conforto e tecnologia a bordo.

Este veículo mostrou ao mundo que um SUV, além de off Road, poderia ser luxuoso, versátil e tecnologicamente atual para que seus premiados usuários não sentissem a necessidade de manter em suas garagens outras máqui-nas para o dia a dia.

Já disponível na versão 5.0, a gasolina, com 510 cv, passa agora a contar com o 4.4 Diesel (TDV8) com Tur-bos Compressores paralelos sequenciais que geram 313 cv e brutais 700nm de torque o “Vogue”. Segundo dados do fabricante, o Ranger Rover Vogue na versão Diesel atinge 210 Km/h de velocidade máxima, conseguindo ir da imobilidade aos 100Km/h em 5,1 segundos e de 80 a 120 Km/h em apenas 5,1 segundos - o que lhe dá um desempenho comparável a muitos esportivos “puro san-gue”. Tanta potência chega ao solo através de um novo câmbio de oito velocidades, com trocas automáticas ou através de borboletas no volante que, aliado ao Terrain Response, oferece controle permanente de aceleração, além de garantir partidas seguras em ladeiras.

Ao entrar no Ranger Rover Vogue, nota-se que a em-presa cumpriu a promessa de oferecer um SUV, além de elegante, luxuoso, confortável e pronto para viajar por qualquer tipo de terreno. Os revestimentos em couro premium do habitáculo e dos bancos do Range Rover e um sistema atualizado de iluminação envolvem seus ocu-pantes no maior luxo e conforto. O veículo encontra-se equipado com um painel de instrumentos virtual TFT de 12 polegadas, que proporciona maior versatilidade que

RANGER ROVERVOGUE

Troca de marcha pode ser feita através de borboletas no volante.

os habituais analógicos. O sistema de navegação do Range Rover passou a incorporar armazenamento em disco rígido, o que torna desnecessária a aquisição DVDs. Em comple-mento, a “orientação no percurso” suporta o mapa de cruza-mentos/entroncamentos e informação com base em ícones com imagens dos sinais, que vão sendo visualizados duran-te o percurso. Em paralelo, uma interface para dispositivos portáteis de áudio permite a ligação de uma vasta gama de dispositivos de armazenamento de áudio, incluindo pens USB e dispositivos MP3. Inclui também uma porta de ligação especial para iPod, desenvolvida especificamente pela Land Rover, para evitar que o iPod se solte na condução nos tipos de piso mais irregulares.

Agora é esperar a resposta do mercado que inicialmente,foi de sucesso, com a venda quase imediata do primeiro lote de-sembarcado no Brasil, e esperar pelos novos lançamentos prometidos para breve pela nova gestão Land Rover, coman-dada por Flávio Padovam que promete ocupar a liderança do

mercado de SUVs no Brasil. n

Q


CONTINUANDO COM A PO-lítica de comercializar no Brasil toda a gama de mo-

delos produzidos pela Audi, a filial brasileira está colocando no mercado a nova e ousada aposta da empresa: invadir o nicho dos modelos Compacto Premium com o A1, que traz em sua essência o DNA luxuoso de seus irmãos maiores e mais caros.

Inicialmente, chegaram ao Bra-sil oitocentas unidades, de um total previsto de seis mil e quinhentas para este ano, que serão comercia-lizados a partir de R$89.900,00. O objetivo é assumir a liderança abso-luta do mercado.

Modelo com muita tecnologia e equipamentos de série, o A1 tem atributos para conquistar o consu-midor brasileiro, a começar pelo de-sign progressivo - um dos pilares da marca. O hatchback esbanja charme e modernidade, com clara personali-

A1 O COMPACTO PREMIUM DA AUDI

ABIAUTOEm assembléia realizada às vésperas do 1º Fórum Abiauto, foi reeleita por una-nimidade a diretoria da entidade que congrega jornalistas especializados no setor automobilístico de todo o Brasil. A jornalista Célia Murgel será presi-dente da Associação Brasileira da Im-prensa Automotiva por mais dois anos, com o vice-presidente Saulo Moreno e toda diretoria. Os outros membros são: Douglas Mendonça (1º Tesoureiro), Ricardo Caruso (2º Tesoureiro), Sueli Osório (1ª Secretária), Fábio Amorim (2º Secretário). Os titulares do Conse-lho Fiscal são Paulo Cruz, Roberto Nas-ser, Marcondes Viana e os suplentes Jorge Morais, João Euclides Salgado e Roberto Massignan Filho.

O FÓRUMCom a presença de aproximadamen-te 250 pessoas, o Fórum Abiauto re-fletiu sobre temas relevantes para a condução do negócio automotivo. Da sustentabilidade e energias renováveis ao design, infra-estrutura, motores e tecnologia Bluetec 5, os convidados ti-veram oportunidade de conhecer o fu-turo a partir do presente. Mais do que palestras diferenciadas para a platéia de jornalistas, executivos das monta-doras e profissionais do setor, o Fórum promoveu uma reflexão sobre o papel dos veículos e dos profissionais de co-municação. Um interessante debate reuniu jornalistas e diretores de comu-nicação e imprensa da indústria como José Carlos Secco (Secco Assessoria), Douglas Mendonça (Motorshow), Ro-berto Nasser (Carro por aí), Célio Gal-vão (Gerente de Imprensa da Ford), Pedro Dias (Diretor de Comunicação e Imprensa da General Motors) e Tarcí-sio Dias (Mecânica online).

dade esportiva. O motor é 1.4 TFSI de 122 cavalos de potência máxi-ma, com sistema de injeção direta de combustível e turbocharger com intercooler. A aceleração de 0 a 100 km/hora é feita em 8,9 segundos e a máxima é de 203 km/hora. A trans-missão de sete velocidades S-Tronic com oS controleS pode ser feita pela alavanca de transmissão ou ainda por meio de shift paddles no volante. O Audi A1 está equipado com seis air bags, interface bluetooth e Audi Mu-sic Interface, com opções de conexão e reprodução de celulares e apare-lhos portáteis de música (iPod) sen-do ainda de série lanternas traseiras com LEDs, sistema de assistência de partida em aclives, ar-condicionado, sensor de chuva e luz, sistema de alarme, computador de bordo, faróis de neblina, entre outros.

Com mais este lançamento, a Audi trabalha para consolidar seu crescimento no mercado nacional, além de manter sua liderança no mercado de luxo.


Uma festa ou evento sem músi-ca, buffet e bebida não é festa. Agora imagine um bar espe-

lhado, com rapazes e moças ale-gres, ágeis e profissionais fazendo malabares com garrafas, fogos e acessórios – interagindo sempre com os convidados e servindo co-queteis para todos os gostos. Ima-ginou? Tudo isso não funcionaria sem os “bartenders”, a nova febre nas noites.

Suas performances e ousadia fa-zem toda a diferença em uma festa, além de aumentar as vendas no se-tor de bebidas. No sul do país, mais precisamente em Santa Catarina, é comum ir a uma boate e dispu-tar o lugar mais próximo do balcão – onde os “bartenders” causam o maior “frisson”. Balneário Cambo-riú e Florianópolis são as duas ci-dades do estado mais badaladas na noite, e essas figuras são, em par-te, responsáveis por esse sucesso.

Essa febre já está se espalhan-do por todo o país. Em Fortaleza, é possível conferir o show de ma-

labarismos e coqueteis nos prin-cipais eventos, a maioria de classe A. Alguns visionários, não neces-sariamente do ramo de casas no-turnas, já colocam em prática essa oportunidade de negócio, como por exemplo, a Coktelitas.

Em 2004, em uma festa entre amigas da faculdade, a jornalista Fernanda Dantas, 29 anos, deci-diu trabalhar com coqueteis. Criou uma empresa especializada, a Coktelitas, e se aprofundou no as-sunto desde então. Fez pesquisas sobre bebidas, misturas, perfor-mances, e as parcerias surgiram. Seu irmão, Fernando Dantas, ad-vogado e jornalista, ajudou a criar um network amplo para a empresa através de sua rede de contatos e de influência.

No início, a empresa vendia o serviço apenas no varejo. No en-tanto, com o passar do tempo, Fer-nanda viu a necessidade de vender no atacado. Foram montados então pacotes com a prestação de servi-ços completa – não só os coqueteis,

mas os bartenders,

malabaristas, tequileiros e dançarinos.

“Isso facilitou meu serviço e lo-gística, pois eu pude me organizar e saber exatamente a quantidade de material e funcionários que cada evento necessitava”, conta Fernan-da, que hoje trabalha com a venda mínima de 150 coquetéis para cada evento. Sua empresa atingiu um mercado promissor, e a maioria dos eventos que atende são festas par-ticulares como casamentos, festas de 15 anos, confraternizações e etc.

O perfil dos bartenders são, na maioria, universitários, rapazes e moças de boa aparência, divertidos e ágeis. “Essas características são exigidas pelos meus clientes” diz Fernanda, que recruta candidatos pelo site www.coktelitas.com.

UM BRINDE ESPECIAL NA NOITE

A nova onda dos Bartenders


Por JULIANA DIAS [[email protected]]


Os agentes do destinoMatt Damon protagoniza o longa que

conta a história de David Norris - um jovem político que se apaixona pela bailarina Elise (Emily Blunt). No filme, David descobre uma organização que controla a vida das pessoas, e que ele e Elise são alvos dessa máxima - tudo conspira contra a união deles. No decorrer da história, os dois lutam contra essa organização e provam que são merecedores desse amor. É impossível não refletir sobre a nossa própria vida. Já disponível nas locadoras.

C I N E M A

Nicki MinajNatural de Trinidad, mudou-se

aos 5 anos para o Queens, Nova York. Nicki carrega um sotaque

notável e é a cantora de hip hop mais popular da atualidade.

A rapper de 26 anos tem fama de mal humorada e não tem papas na língua. “Não há nada de diferente entre eu e os garotos – exceto que eles têm um galhinho e um par de frutinhas”, disse a jovem à revista Rolling Stone. Acostumada com 4 horas diárias de sono e com a dura jornada com suas turnês, ela lidera o ranking na Billboard.

Nova vocalistaMARAJAZZ

A elegante banda de Fortaleza, comandada por Mimi Rocha (guitarra), Luís Miguel Caldas (contrabaixo) e Ricardo Pontes (bateria), está com uma nova vocalista, Júlia Dantas.

A ex-vocalista Nayra Costa se mudou para São Paulo recentemente, abrindo espaço para um novo talento – que, por sinal, não deixa nada a desejar.

Com muita classe, carisma e charme, Marajazz está presente nos eventos mais disputados da cidade e seu repertório varia entre jazz, bossa nova e pop.

M Ú S I C A

O astral da autoajudaOs livros de autoajuda batem recordes

de vendas e ocupam grande parte das prateleiras das livrarias. Com a publicação, nos anos 30, de “Como fazer amigos e influenciar pessoas”, do americano Dale Carnegier, essa máxima cresceu rapidamente e muitas obras do gênero foram lançadas em todo o mundo.

A autoajuda é usada em várias áreas. O sucesso de algumas igrejas está ligado a essa questão, e qualquer área que trabalhe a autoestima do ser humano é certamente um sucesso. O livro “The Secret – O Segredo” é um exemplo. Desde que foi lançado, muitas obras surgiram com a mesma linha, trabalhando a força do pensamento.

Você sabe o que é semiótica? Pelo nome até parece ser uma loja de óculos ou um consultório oftalmológico. Na verdade, semiótica é a ciência que estuda os fenômenos culturais. Podemos estudar a semiótica da mídia, da música, do cinema, do carnaval, e de qualquer outra coisa. A semiótica estuda a representação e a linguagem das coisas.

Isso significa que nunca existirá uma verdade absoluta, já que a representação de um objeto ou de um fato pode ser visto de várias formas diferentes, o que depende de quem está vendo e analisando. Se aprofundar nesse tema é se desfazer de todo o banco de dados mental que adquirimos ao longo da vida em relação a tudo, e pensar de forma livre. É pura filosofia.

O pai da semiótica, o americano

Charles Sanders Peirce, filósofo, cientista e matemático, foi quem desenvolveu essa teoria. Escreveu oitenta mil páginas avulsas sobre semiótica e deixou dentro de um baú antes de morrer, em 1914. Até agora, conseguiram juntar aproximadamente doze mil páginas para a publicação de livros de estudos sobre o assunto.

No Livro da Bruxa de Roberto Lopes — fascinante e de fácil leitura — o autor não fala sobre a semiótica, mas tem tudo a ver com o assunto. O leitor viaja nas milhões de possibilidades e questionamentos existentes em relação à vida, e das várias formas de interpretação da mesma, refletindo sobre seus paradigmas e crenças. Vale a pena!

Semiótica

L I T E R A T U R A


CONSUMO

CHANEL MADEMOISELLESMALL BOWLING ChanelUS$ 2,500A desejada marca Chanel acaba de lançar mais uma nova coleção: a Chanel Mademoiselle Handbags. Revestidas em acabamentos extremamente exóticos como pele de iguana, galuchat (pele de tubarão), karung (pele de cobra) e couro de crocodilo com acabamento matte, as bolsas da coleção são o símbolo da sofisticação do estilo francês, e também estão disponíveis com os clássicos acabamentos em cetim, jersey e couro de bezerro, nas versões envernizado [foto] e envelhecido.

ETERNITY FOR MEN Calvin Klein

US$ 56O Calvin Klein Eternity For Men é o perfume ideal para homens modernos e de personalidade.

Sua fragrância tem aroma floral amadeirado

e cobra com notas de mandarim, lavanda e notas

verdes, jasmin, gerânio e manjericão, além de

âmbar, sândalo e vetiver. Ideal para um primeiro

encontro.

SLS AMG ROADSTER Mercedes-Benz Conversível e sem as famosas asas de gaivota, o novo modelo do Mercedes-Benz SLS AMG traz como destaque principal a capota de lona, que pode vir em vermelho, bege ou preto e leva 11 segundos para abrir ou fechar. Sob o capô, a máquina leva o motor 6.2 V8, que gera até 571 cv a 6.800 rpm. São 3,8 segundos para ir da inércia aos 100 km/h, e 320 km/h de velocidade final. O câmbio é automático de sete velocidades. As vendas na Europa começam em novembro.

ATRIXMotorola R$ 1999

(desbloqueado)Munido com uma tela sensível ao toque

de quatro polegadas, processador Tegra 2 de 1Ghz, 1GB de memória RAM e sistema

operacional Android 2.2, o Atrix chega para brigar com o Galaxy S e o iPhone 4. Seu

grande diferencial é o acessório Lapdock, uma plataforma que transforma o celular em

um notebook.

Objetos de desejoNunca o mercado de luxo teve tantos lançamentos com sofisticada tecnologia, inovação e design


CHAPÉU DE RÁFIAHelen Kaminski

US$ 275A marca australiana

Helen Kaminski é líder de acessórios de moda e lifestyle. Os chapéis são

feitos por métodos artesanais a partir

de ráfia e outros produtos naturais,

que são mais confortáveis e menos sólidos do que a palha.

Esse modelo está disponível nas cores gerânio (foto), natural e carvão.

SAMSUNG 9 SERIES Samsung R$ 4,999Feito para competir com o MacBook Air, da Apple, o Samsung 9 Series possui uma tela de LED com 13 polegadas, carapaça de alumínio escovado preto e apenas 1,7 cm de espessura. Seu peso também se destaca, com somente 1,310 quilos. O notebook já vem com processador Core i5 2537M, que também é uma novidade no mercado, além da memória de 128GB e 4GB de memória RAM.

COLAR NIGHT SKY

Rachel RoyUS$120

Colar de ouro e pingentes de abalone, um molusco marinho

comestível que é usado tanto para o

consumo, como para fins decorativos.

DIOR ADDICT ULTRA-GLOSS GLOW DiorR$ 109,90 A linha Dior Addict Ultra-Gloss apresenta uma nova fórmula que promete brilho espetacular e volume extremo com absoluto conforto. São 12 tonalidades.

COLAR GRAVATA Jack VartanianR$ 3400O designersde jóias Jack Vartanian buscou no guarda-roupa masculino a inspiração pra criar um modelo de colar dedicado ao Dia dos Namorados. A tradicional gravata borboleta foi transformada em peças em ouro, ouro branco, ouro branco com ródio negro e ouro rosa, todas com diamantes.

NAVITIMER 01BreitlingUS$7,475Série de edição limitada, a Breitling Navitimer Caliber 01 se distingue pelo seu diâmetro ligeiramente maior (42 milímetros x 43 milímetros padrão) e fundo da caixa transparente (um recurso raramente utilizado pela Breitling). O preço é fixado em $ 7.475 (de aço) e 17,705 dólares (ouro vermelho).



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O Livro do Ano 2010-2011. A história é de quem faz.

Pelo sexto ano consecutivo a Omni Editora lança O Livro do Ano, que documenta os fatos marcantes de 2010, no Brasil e no mundo, e faz projeções para 2011. Por isso, quem é formador de opinião, quem é decisor ou quem está ligado nos eventos futuros

faz parte da audiência do Livro do Ano, a mais completa publicação documentada com apoio das maiores agências de notícias nacionais e internacionais.

Mais um lançamento da Omni Editora COM IMAGENS E INFORMAÇÕES DA AGÊNCIA REUTERS E DA AGÊNCIA ESTADO

Um livro para ser consultado o tempo todo. Circulação Fevereiro de 2011. Para anunciar consulte sua agência de propaganda ou entre em contato com a Omni Editora. Fone (85) 3247.6101 e-mail [email protected] www.omnieditora.com.br

Longe de Hollywood

Audrey Tautou visitou o Brasil para lançar seu novo filme, Uma Doce Mentira

A atriz francesa Audrey Tautou, conhecida pelo papel de Amélie Poulain e pela sua

participação em O Código da Vinci, esteve no Brasil, em junho, para lançar seu novo filme, Uma Doce Mentira, exibido pela primeira vez no Festival Varilux de Cinema Francês, em São Paulo.

Em entrevista ao Portal IG, no dia 8 de junho, Audrey afirmou que não deseja seguir carreira em Hollywood, e que sua experiência no filme O Código da Vinci foi “exótica”. “A indústria americana é uma grande máquina, foi

formidável trabalhar com Tom Hanks. Pontualmente sim, gostaria de fazer outros filmes, mas não tenho um desejo de seguir uma carreira em Hollywood”, disse a atriz.

Simples e pacata, Audrey afirma não buscar a fama. Ela preza pela sua liberdade, e por poder passear sem provocar alvoroço. Durante a visita, a atriz caminhou pelas ruas da cidade tranquilamente, assim como faz em Paris, onde mora. “Em Paris, eu ando a pé, de metrô, de bicicleta”, disse a atriz.

No novo filme, Uma Doce

Mentira, dirigido por Pierre Salvadori, Audrey interpreta Emilie, a dona de um salão de beleza recém-inaugurado. Ao receber uma carta de amor anônima, ela decide enviar a carta para sua mãe, uma mulher triste e isolada desde o abandono de seu marido. A carta, no entanto, havia sido escrita por Jean, um funcionário do salão de Emilie, por quem a personagem de Audrey nutria sentimentos confusos. Emilie não imaginava que seu gesto desencadearia uma série de desentendimentos, criando situações fora de controle.


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[ PERSONA ]

GLAMOUROSO DEBUT. Andréa e Raimundo Delfino anfitrionaram bonita e impecável festa, tendo como personagem sua princesa Talita, que chegava aos 15 anos FOTOS RODRIGUES

[ PERSONA | Luiz Carlos Martins ]

Graciosa aniversariante Talita soprando 15 velinhas ao lado de familiares no La Maison Coliseun

Andréia e Laurinho Rocha Letícia e Ricardo Studart

Vêronica e Hélio Perdigão Mônique e Ernani Barreira

Manuel e Mana Holanda Edilmar e Lucila Norões

Ítala e Edson Ventura

Ronaldo Otoch, Ferruccio Feitosa e Deib Otoch

Lêda Maria, Heloisa e Firmo de Castro

Talita e amigas improvisaram um show de dança no palco principal

Cantor Nando Cordel compôs uma música especialmente para a linda debutante

Thelma Regina Braga e Luiz Carlos Martins José Waldo Silva, Marta Peixe e Auricélia Queiroz



Graça e Jório da Escóssia Júnior

Debutante ao lado dos familiares: Andréia, Raimundo Delfino e filhos e do avô Raimundo Delfino

Verônica e Marcelo Gentil Ernesto e Georgia Sabóia Paulo Aragão

Regina Marshall entre Vivian e Fred Albuquerque

Mirian e Gonzaga Mota

Rita e Byron Frota

Carlos Juaçaba

Nadja e Jorge Parente


COBIÇADO TROFEU. Empresário Everardo Telles foi agraciado com o Trofeu Carnaúba, como parte das comemorações dos 145 anos da Associação Comercial do Ceará FOTOS RODRIGUES


George Teixeira Pinheiro entrega o trofeu ao homenageado Everardo Telles laureado pela esposa, filhos, nora e neto

Lagildo Brasileiro, Edilmo Cunha e Álvaro AndradePio Rodrigues e Freitas CordeiroAline Teles e Beto Studart

Raimundo Gomes de Matos

Correios lança selo comemorativo ao 145 anos da Associação Comercial do Ceará

Regina do Egypto e Esther Barbosa Fred e Valéria Caminha César e Cristina BertoziOsmar Pontes

Gláucia Mota e Edyr Rolim



Valdir Diogo e Hermeto de PaulaMirian e João Batista Holanda

Jackson Pereira e Paulo Barbosa

Diogo e Creusa Cruz e Silvia Pereira

Marta e Renato Bonfim Everardo Telles e Tatiana

João e Conceição Guimarães com os filhos Antônio Neto e João Paulo

Sérgio Aguiar, George Teixeira Pinheiro, João Guimarães e Everardo Teles João Guimarães, Luiza Lins e Jackson Pereira Júnior

Sérgio Aguiar, Arthur Silva e Herbert Aragão Érika e Assis Martins João Alberto e Fátima Sampaio


MEDALHA DA CORTE Durante sessão solene no auditório do TCE - CE, o ministro Ubiratam Aguiar foi homenageado com a medalha da Corte de Contas FOTOS RODRIGUES


Homenageado entre Todorico Menezes e Alexandre Figueiredo Ubiratan e Terezita Aguiar

Sabino Henrique Cid Marconi, Barros Pinho e Machadinho Neto

Fernando Ximenes e Arthur Silva Teodorico Meneszes e Alexandre Figuereido

Autografando obra para o senador José PimentelHomenageado emoldurado entre autoridades e convidados

Sérgio Braga Ubiratan Aguiar e João Melo


30 NO MERCADO. Deusmar Queiroz comandou festa no La Maison Coliseun para marcar os 30 anos da rede Pague Menos, atualmente, com 423 lojas no Pais FOTOS RODRIGUES


Deusmar Queiroz ao lado de diretores e familiares na hora do brinde

Jorge Parente e Deusmar Queiroz Lima Matos e Fernanda e Raimundo Padilha Ednilton Soárez e Leninha

Glaura Férrer Solange e Wilton Daher Pio e Stella Rodrigues

Fernando e Inês Rodrigues, José Pimentel, Auricélia e Deusmar Queiroz Inês Romano Andréia e Raimundo Delfino

Casal Honório Pinheiro

Mirian e Zenilo Almada


ÚltimaPágina

A sociedade brasileira tem se notabi-lizado por uma maior abertura no que concerne ao reconhecimento dos direitos dos homossexuais. É in-discutível que o aumento de casais

homossexuais aumentou exponencialmente nos últimos vinte anos. E, por conseguinte, é natural que esses casais conclamem uma proteção jurí-dica de seus interesses.

Com isso algumas soluções foram criadas, pois nossos Códigos ainda não possuem qualquer tipo de previsão legal sobre a matéria. As inserções foram feitas através de Leis de adequações a uma realidade que o legislador não pode mais ignorar.

Até a Corte maior do País, o Supremo Tribunal Federal, reconhe-ceu a união estável homossexual. Por-tanto, a realidade está aí. Antes disso, a Receita Federal do Brasil já admi-tia o abatimento de plano de saúde de parceiro na declaração de imposto de renda de pessoa física, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, no âmbito civil, passou a ser possível, apenas para citar alguns avanços.

No entanto, na seara penal, a resistência é clara e notória. O legislador não disciplinou ne-nhum tipo de proteção aos homossexuais, tal-vez, por entender que os crimes possíveis como agressão, homicídio, lesão corporal, dentre ou-tros já existem no diploma penal, logo, a ques-tão do gênero possa ser incorporada ao tipo pe-nal por extensão.

O caso é que, de fato, os crimes possíveis con-tra os homossexuais estão previstos no Código Penal, contudo, não protegem a esse gênero na velocidade ou na eficiência devida.

São cada vez mais frequentes os casos de vio-lência contra homossexuais e a prevenção penal? Segue inócua. Pessoas inocentes sendo agredidas por questões atinentes ao preconceito.

O legislador brasileiro se mostra tão sensível quanto as necessidades sociais, então,

já é chegada a hora de criar um tipo protetivo específico para

proteger os homossexuais, ou acrescer uma possibi-

lidade de aumento de pena quanto ao gêne-ro.

Não podemos mais assistir impas-síveis pais sendo agredidos por serem confundidos com homossexuais e pes-

soas andando na rua sendo espancadas sem

motivo algum. O Di-reito Penal pode e deve

reforçar esse novo viés protetivo dos novos direitos

que vem sendo criados para os homossexuais. n

Antonio Gonçalves é advogado criminalista, pós--graduado em Direito Tributário (FGV) e Direito Pe-nal Empresarial (FGV). Especialista em Direito Pe-nal Internacional e o Combate ao terrorismo - ISISC - Siracusa (Itália) - órgão conveniado com a ONU; em Direito Penal Empresarial Europeu pela Universida-de de Coimbra (Portugal); membro da Association Internationale de Droit Pénal - AIDP. Pós-graduado em Direito Penal - Teoria dos Delitos (Universidade de Salamanca - Espanha).

Criminalização da homofobiaPor Antonio Gonçalves


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Os leitores da revista Fale! são decisores, pessoas que não abrem mão de informação de qualidade. Política e Economia são os principais temas da revista de informação. Fale! Quem decide, lê.

A r e v i s t a d e i n f o r m a ç ã o d o C e a r á .

Revista de informaçãoANO VI — Nº 69OMNI EDITORAwww.revistafale.com.br

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Francisco Pinheiro, vice-governador do Ceará

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