Farmacologia15 Anestsicos Medresumosdez 2011

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    Arlindo Ugulino Netto FARMACOLOGIA MEDICINA P3 2008 .2

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    MED RESUMOS 2012NETTO, Arlindo Ugulino.

    FARMACOLOGIA

    ANESTSICOS(Professora Edilene Bega)

    Anestesi olog ia a especialidade mdica que estuda os meios possveis de proporcionar a ausncia ou alvio

    da dor e/ou outras modalidades sensitivas ao paciente que necessita ser submetido a procedimentos mdicos, comocirurgias ou exames diagnsticos, identificando e tratando eventuais alteraes das funes vitais.A anestesia o procedimento mdico que tem por finalidade promover um bloqueio das modalidades sensitivas

    de um modo geral. Para realizar tal funo, ela pode agir de duas maneiras: com integridade da conscincia (anestesialocal ou regional) ou ocorrendo inconscincia (anestesia geral).

    ANESTSICOS LOCAISOs anestsicos locais so um grupo de frmacos utilizados para induzir a anestesia em nvel local, sem

    produzir inconscincia. Sua utilizao baseia-se na infiltrao de substncias anestsicas nas proximidades da rea aser operada, usualmente empregada em cirurgias de superfcie de pequeno ou mdio porte.

    Auxiliam no tratamento da dor ps-operatria quando utilizada sozinha ou em associao com outras tcnicasanestsicas. Para isso, eles bloqueiam a conduo nervosa de impulsos sensitivos da periferia para o SNC, bloqueandocanais de sdios de nervos segmentares. So indicados para anestesia de mucosa, anestesia infiltrativa e anestesia

    regional (como a raquianestesia), quando no necessria a perda da conscincia.Os anestsicos locais podem ser classificados em dois grupos: Am ino-s teres: so biotransformados por pseudocolinesterases plasmticas, e podem competir com outras

    drogas que sejam biotransformadas por estas mesmas enzimas (fenmeno que faz com que este anestsicodure mais tempo no organismo, e a anestesia se torne mais demorada). Seus principais representantes so:

    o Benzocana: atua bloqueando a conduo de impulsos nervosos e diminuindo a permeabilidade damembrana neuronal ao iodeto de sdio. absorvido de forma rpida atravs das mucosas. quaseinsolvel em gua e tem indicaes tpicas e orotraqueal. O comeo da ao evidencia-seinstantaneamente e prolonga-se por 15 a 20 minutos. Se forem absorvidas grandes quantidades atravsda mucosa, as aes no sistema nervoso central podem produzir estimulao ou depresso. As aessobre o sistema cardiovascular produzem depresso, excitao e conduo cardaca.

    o Cocana: de uso tpico, pode ser aplicada tambm na mucosa nasal, para intubao e cirurgias. A dosemxima no pode exceder 3mg/dia. Sensibiliza o miocrdio s catecolaminas e podendo causarhipertenso.

    o

    Procana (Novocain): apresenta baixa potncia, incio rpido e curta durao. Pode ser utilizada nasinfiltraes de pele e bloqueios espinhais. usada principalmente para reduzir a dor da injeo intra-muscular da penicilina, e tambm na odontologia.

    o Tetracana: um frmaco popular na anestesia subaracnidea, apresentando uma potncia 10 a 15vezes maior que a procana. Tem incio de ao rpido (com bloqueio motor intenso, maior que osensitivo) e de durao prolongada quando administrado com epinefrina.

    o Cloroprocana: apresenta uma baixa toxicidade e rpido incio de ao.

    Am ino-am idas: so biotransformadas por peroxidases hepticas e, com isso, indivduos portadores deinsuficincia heptica podem apresentar um tempo prolongado e indesejado de anestesia. Seus principaisrepresentantes so:

    o Lidocana (Xilocana): bastante difundido por sua versatilidade, potncia e moderada durao de ao.Pode ser usada para infiltrao perifrica ou para bloqueio do neuroeixo. Em raquianestesias, produzbloqueio motor e sensitivo bem acentuado. A Xilocana 2% , inclusive, o anestsico de escolha parabloqueios locais para a realizao de suturas simples.

    o Prilocana: age bloqueando o impulso nervoso, ao diminuir a permeabilidade da membrana neuronalaos ons sdio.

    o Mepivacana: aplicao semelhante lidocana, apresentando uma durao maior quando usada noespao peridural.

    o Etidocana: tem incio da ao mais rpido que a bupivacana, devido sua alta lipossolubilidade.o Bupivacana: seu tempo de ao mais prolongado.o Ropivacana: apresenta como peculiaridade por ser comercializada na forma de ismero puro.

    responsvel por excelente analgesia no ps-operatrio, quando utilizada no espao peridural e parainfiltrao em bloqueios perifricos.

    o Levobupivacana: ao analgsica semelhante da bupivacana racmica, com vantagem ser menostxica.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Cirurgiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cirurgiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A1rmacohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Localhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Localhttp://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A1rmacohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cirurgiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dor
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    INDICAES DA ANESTESIA LOCALBasicamente, a utilizao de anestsicos locais indicada para anestesia de mucosa, anestesia infiltrativa e

    anestesia regional (raquianestesias e anestesias peridurais).

    ESTRUTURA E PROPRIEDADES QUMICASOs anestsicos locais so bases fracas com pKa acima de 7,4, razo pela qual so parcialmente ionizados em

    pH fisiolgico, apresentando uma boa capacidade de penetrao na membrana axnica e bainha nervosa. Em soluo,os anestsicos locais esto em equilbrio na forma ionizada e no-ionizada.

    Todo o mecanismo de ao dos anestsicos locais, assim como as diferenas farmacolgicas observadas entreos diferentes agentes, esto intimamente relacionados sua estrutura qumica. Reconhece-se na frmula geral dosanestsicos locais trs partes fundamentais: Radical Aromtico Hidrofbico + Cadeia Intermediria + Grupo AminaTerciria Hidro flca.

    MECANISMO DE AOAnestsicos locais so substncias que em concentraes apropriadas bloqueiam, de forma totalmente

    reversvel, a gerao e a propagao de impulsos eltricos em tecidos excitveis, bloqueando, inicialmente, ocomponente sensitivo e, logo depois, o motor. Os anestsicos locais so bases fracas poucos solveis e instveis.Apresentados como sais cidos (cloridratos), tornam-se mais solveis, com maior estabilidade em soluo com pH de 5a 6. Existem trs caractersticas que interessam para uso clnico: ao, a potncia e a durao.

    A literatura diverge quanto ao mecanismo especfico de ao dos anestsicos locais. Contudo, abordaremosaqui as quatro principais e mais aceitas teorias:

    1 Teoria: os anestsicos locais agem inibindo a conduo nervosa dos nervos perifricos, diminuindo apermeabilidade do Na+ e, deste modo, impedindo a despolarizao da membrana.2 Teoria: a frao lipossolvel do anestsico local expande a membrana celular, interferindo com a condutnciaeltrica dependente das concentraes de Na+.3 Teoria: os anestsicos locais geram alteraes das cargas na superfcie da membrana, em especial, nosndulos de Ranvier.4 Teoria: os anestsicos locais, em uma segunda fase, causariam uma deslocao dos ons clcio, diminuindo acondutncia ao Na+ e a propagao do potencial de ao.

    PROPRIEDADES FSICO-QUMICAS DOS ANESTSICOS LOCAIS Potncia: guarda relao direta com a lipossolubilidade do frmaco. Eventualmente, a alta lipossolubilidade de

    um agente pode diminuir sua potncia in vivo devido perda de anestsico para stios inespecficos, diminuindoa quantidade de frmaco disponvel para exercer o bloqueio neural.

    Peso molecular: est relacionado com a movimentao dos anestsicos locais no canal de sdio da membrana

    nervosa e apresenta influncia na taxa de dissociao dos anestsicos locais de seus stios receptores. Grau de lipossolubilidade: o principal determinante da potncia anestsica intrnseca. Quanto maior a

    lipossolubilidade, maior a toxicidade e menor a margem de segurana do anestsico local. Grau de ionizao (pKa): a velocidade de ao dos anestsicos locais guarda relao inversa com seu grau de

    ionizao que, por sua vez, depende do pKa do frmaco e do pH do meio em que dissolvida. Por exemplo, aLidocana, cujo pKa 7,7, tem, no pH fisiolgico, maior concentrao de forma no-ionizada (sem ons H+) quea Bupivacana, cujo pH 8,1. Isso acontece porque a Bupivacana uma base mais forte que a Lidocana e seioniza (recebe ons H+) mais facilmente. Assim sendo, a instalao do bloqueio com a Lidocana mais rpida.

    Incio e Durao: tem relao direta com o grau de ligao protena plasmtica. Quanto mais afinidade porprotenas tem o frmaco, menor ser a sua frao livre no plasma, o que diminui a sua ao. Quanto ao inciode ao dos frmacos, temos:

    o Incio rpido: lidocana, mepivacana, prilocana e etidocana.o Incio intermedirio: bupivacana, levobupivacana e ropivacana.o Incio lento: procana e tetracana.

    CARACTERSTICAS DOS ANESTSICOS LOCAIS Bloqueiam a conduo nervosa de impulsos sensitivos da periferia para o SNC. Por esta razo, pode ser

    utilizados para a realizao de anestesia regional com o uso da raquianestesia e anestesia peridural. Bloqueiam os canais de sdio No produzem inconscincia Efeitos adversos resultam da absoro: um efeito sistmico que acontece quando o anestsico ganha a

    corrente sangunea, podendo causar convulso e arritmias.

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    ANESTSICOS GERAISOs anestsicos gerais tm como objetivo gerar uma depresso do total do SNC, sem a manuteno da

    conscincia. Os principais objetivos da anestesia geral so: Bloqueio ou insensibilidade dor; Promover a inconscincia; Bloquear e evitar reflexos autonmicos (neurovegetativos) indesejveis; Promover amnsia antergrada, isto , fazer com que tudo que acontece aps a anestesia seja esquecido pelo

    paciente; Promover o relaxamento muscular.

    Para promover todos esses efeitos, os anestsicos gerais contam com o auxlio de diversas classes de frmacoscoadjuvantes (para construir a chamada anestesia balanceada), tais como:

    Coadjuvantes pr-anestsicos :o An ti co li nrgi cos (At ropina, Copolami na): usam-se bloqueadores muscarnicos para proteger o corao de

    uma eventual parada durante a induo anestsica (o Halotano, por exemplo, um anestsico inalatrio quepode levar a uma parada cardaca muito facilmente).

    o An ti emti cos: para inibir nusea e vmito durante a anestesia (efeito que pode ser desencadeado poranalgsicos opides).

    o An ti -hi st amni cos: para evitar a reao alrgica e, principalmente, cooperar na sedao (ajudando aminimizar a quantidade de anestsico a ser administrado).

    o Barbitricos: tanto ajudam na sedao, quanto na velocidade desta sedao. O Tiopental, por exemplo, um anestsico geral que atua de maneira to veloz que pula um dos estgios da anestesia (fase excitatria).

    o Benzodiazepnicos: utilizados para tratar a ansiedade, sendo, por muitas vezes administrados 24h antes daanestesia. Apresenta um efeito excelente para amnsia antergrada.

    o Opiides: apresentam um satisfatrio efeito anestsico ( vlido lembrar que os anestsicos, basicamente,no apresentam efeitos analgsicos da a necessidade da coao de opiides).

    Relaxantes musculares:o Succinilcolina: relaxante muscular despolarizante utilizado em anestesias para a realizao de intubao,

    apresentando efeito de 1 a 3 minutos.o At racr io e Vicurn io : relaxantes musculares no-despolarizantes cuja ao inibida pela anti-AChE.

    A administrao de drogas pr-anestsicas tem a finalidade de: abolir a dor, produzir a sedao, potencializarvias areas, bloquear o vago e reduzir o metabolismo. Os ansiolticos (como os benzodiazepnicos) so amplamenteutilizados na pr-anestesia para o combate da ansiedade. Os benzodiazepnicos, melhor que qualquer outra droga, tmum efeito capaz de promover amnsia antergrada muito efetivo e interessante para as anestesias.

    OBS1: necessrio diferenciar a ansiedade fisiolgica da ansiedade patolgica, realizando uma boa anamnese pr-operatria com o paciente e seus familiares. Os sinais do SNA em resposta ansiedade patolgica so: diarreias,tonturas, hiperidroses, hipertenso, taquicardias em repouso, midrase pupilar, inquietao, atividade centralexacerbada, tremores, urgncias urinrias, formigamentos e fobias.OBS2: Ansiedade x Medo: A ansiedade decorre de um estmulo desconhecido, imaginrio, vago e conflituoso. J omedo um sinal de alerta como resposta a um estmulo conhecido, definido e no-conflituoso.OBS3: necessrio, tambm, diferenciar duas classes de psicofrmacos muito parecidas, que so os hipnticos e osansiolticos. A diferenciao entre esses dois tipos de drogas no fcil, do ponto de vista prtico. Drogas ansiolticasso drogas que buscam aliviar a ansiedade e dar tranquilidade (alm de sedao, em alguns casos), enquanto drogashipnticas buscam apenas induzir o sono. No entanto, drogas sedativas, dependendo da dosagem, tambm soindutoras do sono, enquanto drogas que visam induzir o sono tambm apresentam efeitos tranquilizantes. De um modogeral, temos:

    Hipnticos so utilizados no estmulo do sono (casos de insnia). Diferentemente dos sedativos, os hipnticos

    buscam apenas induzir ao sono. Os principais representantes so: Ansiol ti cos so frmacos que atuam na diminuio da atividade do SNC, so, por sua vez, hipnticos e

    redutores da ansiedade. Administradas em grandes quantidades, os ansiolticos provocam morte por paradacardiorrespiratria. O grupo dos Benzodiazepnicos constitui a categoria de drogas mais expressivas no usoclnico atual. No se utiliza barbitricos como ansiolticos por serem muito txicos, servindo apenas paraanestsicos gerais endovenosos e anticonvulsivantes.

    No que diz respeito, necessariamente, aos anestsicos gerais, podemos citar duas grandes classes: osanestsicos inalatrios e os anestsicos venosos. Ambas, promovem um estado de inconscincia reversvel,imobilidade, analgesia e bloqueio dos reflexos autonmicos obtidos pela administrao de frmacos especficosadjuvantes.

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    ANESTSICOS INALATRIOSOs anestsicos inalatrios desenvolvem suas aes farmacolgicas principais no sistema nervoso central, onde

    inibem a percepo da sensibilidade. J as aes secundrias, colaterais, so exercidas sobre os outros sistemas doorganismo. Seu mecanismo de ao consiste na expanso das membranas celulares, desarranjo dos canais inicos esensibilizao de enzimas superficiais.

    Basicamente, os anestsicos inalatrios so utilizados quando se deseja uma anestesia de maior durao,possibilitando o controle regulao da profundidade da anestesia.

    Os principais representantes so: Halotano: um hidrocarboneto halogenado coadministrado com xido nitroso (pois este pouco solvel no

    sangue), opiceos e/ou anestsicos locais. Ao contrrio dos outros agentes anestsicos usados atualmente, queso derivados do ter, o halotano um derivado alcano. No causa irritao, bem tolerado e um potentehipntico. O Halotano parece influenciar menos a resistncia vascular coronariana do que o Isoflurano.Diferentemente dos demais anestsicos inalatrios, a frequncia cardaca diminui em parte porque as respostassimpticas esto deprimidas (efeito central do anestsico) e em parte por efeito direto sobre o ndulo sinoatrial eo sistema de conduo, levando reduo da velocidade de gerao e conduo de impulsos. Suas principaiscaractersticas so: Vagomimtico Capaz de causar arritmias cardacas Hipercapnia Promove aumento plasmtico de catecolaminas

    Hipotenso (Fenilefrina) Produz metablitos txicos (que causam febre,

    nuseas, vmitos, anorexia, sinais de hepatite) No-hepatotxico em pacientes peditricos.

    Enflurano: um hidrocarboneto halogenado responsvel por realizar induo e recuperao rpida. Aestabilidade do ritmo cardaco na presena de epinefrina circulante (endgena ou exgena) maior com oisoflurano e menor com o halotano, ocupando o enflurano uma posio intermediria. Suas principaiscaractersticas so: Menor ocorrncia de arritmias Efeito curare-simile (ou seja, no necessita a

    utilizao de Atracrio para relaxamentomuscular, pois o Enflurano j possui estapropriedade)

    Excitao do SNC nefrotxico Contraindicado em pacientes com distrbios

    convulsivos

    Isoflurano: tambm um hidrocarboneto halogenado, mas foi recentemente estuado. Ele produz menoralterao do dbito cardaco, em funo do menor efeito inotrpico negativo quando comparado ao halotano eao enflurano. Gera aumento da freqncia cardaca e este efeito parece ter mediao central. Causa a maiorreduo da resistncia vascular sistmica quando comparado ao halotano e ao enflurano. O ritmo cardaco notavelmente estvel, constituindo uma vantagem definida sobre o halotano e, em menor extenso enflurano.Em nveis mais profundos de anestesia, o isoflurano aumenta fluxo sangneo cerebral e, consequentemente, apresso craniana, mas ainda assim em menor extenso do que a com o halotano. Esta caracterstica doisoflurano de grande importncia em anestesia para neurocirurgia. Suas principais caractersticas so: Baixa toxicidade, pouco biotransformado Hipotenso No induz arritmias

    No provoca atividade convulsivante bastante indicado nas neurocirurgias

    Metoxiflurano: o mais potente por ser muito lipossolvel. Suas principais caractersticas so: muitoempregado na obstetrcia (no relaxa o tero); nefrotxico.

    Sevoflurano: um agente inalatrio que no irrita as vias areas. O dbito cardaco preservado emconcentraes de uso clnico. No altera significativamente a frequncia cardaca, o que benfico para oportador de doena isqumica do miocrdio, uma vez que no h aumento do consumo de oxignio pelo rgonem diminuio do tempo disponvel para o enchimento coronariano durante a perfuso. Suas principaiscaractersticas so:

    Conveniente para induo com emprego de mscara em crianas til para anestesia de pacientes coronariopatas Captao e eliminao rpidas

    xido nitroso: um analgsico potente, mas um fraco anestsico geral, sendo, portanto, necessria a suaadministrao em associao a outros frmacos adjuvantes. o mais seguro dos anestsicos gerais, desde queadministrado com pelo menos 20% de oxignio (retarda a captao de O2 no perodo de recuperao). Afreqncia cardaca no se altera ou diminui ligeiramente, a resistncia vascular sistmica eleva-se e no halterao da presso arterial mdia. Suas principais caractersticas so: Efeitos mnimos sobre o sistemacardiovascular e fluxo sangneos cerebral; Menos hepatotxico.

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    escassas propriedades como analgsico e relaxante muscular. Doses baixas tm-se mostradoanalgsicas, reduzindo o limiar da dor.

    Frmacos com atividade dissociativa: a anestesia dissociativa um tipo de anestesia que favorece a ativaodos sistemas psicolgicos e, com isso, o paciente pode apresentar algumas alteraes comportamentais,fazendo com que o paciente, muito frequentemente, passe por experincias como iluses ou pesadelos. Oprincipal representante desta classe a Cetamina (Clortamina, Ketamin S).

    o Cetamina (Ketamina): anestsico de curta ao que induz um estado de dissociao (parece estaracordado, mas est inconsciente e no sente dor). Fornece sedao, amnsia e imobilidade. Indicadaquando no se deseja depresso circulatria (estimula o tnus simptico). contraindicada emhipertensos ou vtimas de AVC. Produz alucinaes no perodo ps-anestsico.

    PRINCIPAIS ADJUVANTES DA ANESTESIA VENOSA Agonistas 2: os receptores 2 da membrana pr-sinptica, ao serem ativados, como vimos em captulos

    anteriores, inibem a secreo de noradrenalina e, deste modo, inibem o fluxo simptico em nvel central,aliviando toda a cadeia hipertensiva caracterstica do sistema nervoso simptico. Os principais representantesagonistas 2 so a Dexmedetomidina e Clonidina. A Clonidina um agonista adrenrgico de ao direta doreceptor adrenrgico 2, prescrito antigamente como agente anti-hipertensivo. Foram encontrados novosusos,incluindo o tratamento de alguns tipos de dor neuroptica, desintoxicao por opiides, hiperidrose do sono eusos fora de indicao, para neutralizar os efeitos secundrios dos medicamentos estimulantes como ometilfenidato ou as anfetaminas.

    Opiides: so derivados sintticos da morfina e que devem ser includos como componentes da tcnica daanestesia venosa, merecendo destaque os de uso corrente como Fentanil (muito potente, com cerca de 100vezes da potncia da morfina), Sufentanil (mais potente dos opiides, com cerca de 10 vezes da potncia doFentanil), Alfentanil (opiide de pequena potncia, com cerca de 1/15 da potncia da morfina) e, maisrecentemente, o Remifentanil (tambm tem baixa potencia). Essas drogas oferecem uma boa estabilidadehemodinmica durante a anestesia.De fato, os opiides so potentes analgsicos (o que interessante para diminuir as doses dos anestsicos,que so extremamente txicos), porm no fornecem boa amnsia (da a necessidade de associar drogasansiolticas, como os Benzodiazepnicos). Podem causar hipotenso, depresso respiratria e rigidez muscular,nuseas e vmito. Fentanila mais freqente do que a morfina. Podem ser antagonizados pela Naloxona.

    Droperidol com fentanila (Innovar): antipsicticos que causam neuroleptoanalgesia por bloqueioadrenrgico. Possuem as seguintes propriedades: so sedativas, antiemticas e anticonvulsivnates. Podemcausar movimentos musculares extrapiramidais (contra-indicado no Parkinson). Quando associado a umanestsico (como o xido nitroso) produz neuroleptoanestesia.

    FASES E ESTGIOS DA ANESTESIAA seleo de um anestsico tem como finalidade fornecer um regime anestsico seguro e eficiente, com base

    na natureza da interveno cirrgica, no estado atual da fisiologia do paciente e na farmacologia.Todas as drogas administradas na anestesia geral tem o intuito de promover vrios fenmenos, sendo a

    inconscincia o principal deles, e que caracteriza a anestesia geral. As fases da anestesia geral so, portanto, asseguintes.

    1. Induo: inconscincia, com o uso dos anestsicos, e intubao, por meio do uso dos coadjuvantes (como osbloqueadores neuromusculares). Os anestsicos endovenosos (como o Tiopental) so utilizados para induziranestesias de cirurgias pequenas, enquanto os anestsicos inalatrios so utilizados para processosprolongados, de modo que seja possvel controlar a profundidade dessa anestesia.

    2. Manuteno: ajuste da quantidade de droga inalada e/ou infundida, minuto a minuto, baseando-se emparmetros clnicos e dados fornecidos atravs da monitorizao do paciente.

    3. Recuperao: Retorno a conscincia com a retirada do anestsico.

    OBS4: Estgios da anestesia profunda. Estgio I (Analgesia): paciente com inibio da transmisso sensorial, mas desperto e responsivo. Estgio II (Excitao): fase caracterizada por delrios e comportamento agressivo/violento. um estgio

    indesejado, sendo prevenido pelo uso de pentobarbital (intermedirio do Tiopental) endovenoso. Estgio III (Anestesia Cirrgica): fase de respirao regular e relaxamento da musculatura. O reflexo pupilar

    diminui e movimentos oculares cessam at a pupila ficar fixa. Estgio IV (Paralisia Bulbar): grave depresso dos centros respiratrio e vasomotor. Pode ocorrer morte

    abruptamente, se o paciente no estiver bem assistido e devidamente ventilado.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Opi%C3%B3idehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hiperidrosehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sonohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Opi%C3%B3idehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hiperidrosehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sonohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Metilfenidatohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Anfetaminahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Anfetaminahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Metilfenidatohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sonohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hiperidrosehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Opi%C3%B3ide
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    FUNDAMENTOS DA ANESTESIA GERALEm resumo, os componentes de uma anestesia geral so a analgesia, hipnose, controle dos reflexos

    autonmicos e relaxamento muscular. Obviamente, todos estes fenmenos no so obtidos utilizando-se apenas umfrmaco; na atualidade, para realizao de uma anestesia geral e todas essas propriedades, utiliza-se comumente:

    Hipnticos e/ou Ansiolticos visando inconscincia, amnsia Opiides visando analgesia e proteo contra os reflexos autonmicos Bloqueadores neuromusculares visando imobilidade e maior facilidade de intubao Bloqueios regionais associados visando analgesia e proteo autonmica Frmacos adjuvantes visando efeitos diversos como controle da presso arterial, frequncia cardaca,

    tratamento de intercorrncias tais como alergias entre outras funes

    Um esquema bsico, porm bastante prtico, para a realizao da anestesia geral se baseia na seguintesequncia: (1) Induo com Tiopental, Propofol ou Midazolam (vide OBS5); (2) Bloqueio neuromuscular comSuccinilcolina e, posteriormente, Rancurnio para manuteno (a cada 40min, basicamente) para facilitar a intubaoorotraqueal; (3) Manuteno anestsica com anestesia inalatria (com Sevoflurano ou Isoflurano) ou doses repetidasde Midazolam/Lorazepam + Opiides (como o Fentanil), para garantir a analgesia. Outros frmacos adjuvantes (como osanticolinrgicos, antiespasmdicos, antiemticos) podem ser administrados ao longo do processo anestsico, adepender dos dados obtidos atravs da monitorizao do paciente.

    OBS5: A induo anestsica pode ser obtida atravs do uso de qualquer sedativo/hipntico. Entretanto, a escolha develevar em considerao algumas propriedades e caractersticas de cada um dos frmacos:

    O Tioptenal pode ser interessante para burlar a fase excitatria Midazolam ou diazepam devem ser usados para rpida sedao de pacientes agudamente agitados. Propofol o sedativo preferido quando o acordar rpido (Ex: avaliao neurolgica) importante. Midazolam recomendado somente para uso em curto prazo, j que produz tempo de despertar e de extubao

    imprevisveis com infuses mais longas que 48-72 horas. Lorazepam recomendado para sedao em muitos pacientes, intermitente ou continuamente.

    OBS6: A inconscincia pode no ocorrer nos casos em que se deseje algum grau de proteo ao paciente ou emsituaes de extremo risco de morte, como: gravidez, traumatizado multisistmico, idosos e pacientes com algum graude choque, seja ele hipovolmico, sptico ou cardiognico. Quanto maior a profundidade da anestesia, maior o grau deinconscincia.