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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA André Pinheiro de Souza Nathália Rodrigues Duarte Ferramentas da qualidade aplicadas à melhoria de Operações Logísticas: Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação BELÉM 2013

Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

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CONTROLE DE QUALIDADE

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

André Pinheiro de Souza

Nathália Rodrigues Duarte

Ferramentas da qualidade aplicadas à melhoria de Operações

Logísticas: Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

BELÉM

2013

Page 2: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

André Pinheiro de Souza

Nathália Rodrigues Duarte

Ferramentas da qualidade aplicadas à melhoria de Operações

Logísticas: Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

Trabalho de Conclusão de Curso de

Graduação apresentado a Universidade da

Amazônia como requisito para obtenção

do grau de Bacharel em Engenharia de

Produção.

Orientador: Prof°. D. Sc. André Cristiano

Silva Melo.

BELÉM

2013

Page 3: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

André Pinheiro de Souza

Nathália Rodrigues Duarte

Ferramentas da Qualidade Aplicadas à Melhoria de

Operações Logísticas: Um estudo Orientado a Farmácias de

Manipulação

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade da Amazônia como

requisito avaliativo parcial para obtenção do grau de Engenheiro de Produção.

Banca Examinadora:

________________________________________________

Prof. D. Sc. André Cristiano Silva Melo

Orientador

________________________________________________

Prof. M. Sc. Murilo Ribeiro Cardoso

Membro Avaliador

________________________________________________

Prof. M. Sc. Victor Martins

Membro Avaliador

Apresentado em: 10 / 12 / 2013

Conceito: APROVADO

BELÉM

2013

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AGRADECIMENTOS

A Deus pelo Dom da vida e por iluminar meus caminhos.

A meus pais, Antônio Jorge e Glaudérita, por sempre acreditarem no meu

sucesso e pelos ensinamentos que através dos quais pauto minha vida .

A meus irmãos, pela confiança, força e apoio.

A minha parceira Nathália, pela amizade, compreensão, ensinamentos,

paciência, carinho e apoio.

A meus amigos pelo apoio e momentos de descontração

A meus companheiros de curso pela construção de um conhecimento sólido.

Ao meu Orientador André Melo pela amizade, confiança e compreensão com os

pormenores manifestados nos textos e contextos.

A meus chefes e colegas de trabalho, pela amizade, confiança e compreensão.

Aos professores e funcionários da UNAMA pelos ensinamentos, atenção e

carinho

Page 5: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, centro e fundamento de tudo em minha vida, por renovar a

cada dia a minha força e pela proteção ao longo desses anos para que eu conseguisse

alcançar o fim dessa jornada com saúde.

Aos meus amados pais, Geraldo e Karina, razão da minha vida, por toda a força,

apoio, carinho e palavras que me faziam ter sempre coragem de enfrentar o que quer

que atravesse meu caminho. Por todo amor e paciência que vocês tiveram comigo, me

fazendo entender que tudo acontece por um motivo maior. Sem esse amor eu não estaria

aqui conquistando tudo isso, portanto, essa vitória é de vocês. Amo vocês mais que tudo

e espero um dia ser ao menos metade do que vocês são como profissionais.

Aos meus irmãos, Paula e Bruno, que agradeço todos os dias por existirem.

Pelos momentos de descontração quando o cansaço batia e de força quando precisei.

Aos meus avós, Orlando e Antônia, e em especial, Roberto e Francerose, pelo

carinho incondicional e por todo amor e apoio em todos os dias dessa jornada, quero

vocês do meu lado, sempre.

Ao meu parceiro de TCC, André Pinheiro, que se mostrou muito mais do que

isso, um irmão. Por todos os puxões de orelha, conselhos, carinho, preocupação e por

ser meu enfermeiro quando foi preciso. Obrigada por se mostrar a melhor dupla.

Ao meu namorado, Felipe Ribeiro, que apesar da distância sempre acreditou no

meu potencial e acompanhou toda a minha jornada, apostando no meu sucesso e me

dando todo amor e apoio que eu precisei.

Ao nosso orientador e coordenador, André Melo, por acreditar no nosso

potencial e aceitar fazer parte desse desafio. Agradeço também por toda atenção,

disposição e compreensão quando eu precisei de ajuda.

Agradeço a todos os meus amigos que estiveram presentes no meu dia a dia, em

especial, Fernanda Acatauassú, Rafaela Palmieri, Eduardo Santos, Romulo Neto, Paula

Ribeiro e Lara Rodrigues por nunca largarem da minha mão nos momentos difíceis e

por todo o apoio que eu recebo, sempre.

Meu reconhecimento e admiração a todos os professores, por compartilharem seu

conhecimento e pela dedicação.

Page 6: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

“A amizade é um amor que nunca morre.

A amizade é uma virtude que muitos sabem

que existe,

alguns descobrem, mas poucos reconhecem.

A amizade quando é sincerao esquecimento

é impossível.

A confiança, tal como uma arte, não deriva

de termos resposta para tudo, mas,

de estarmos abertos a todas as perguntas”

Érico Veríssimo

Page 7: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

RESUMO

Este trabalho, desenvolvido em uma rede de farmácias de manipulação, abordou

conceitos referentes à logística e ferramentas de qualidade no processo produtivo dos

medicamentos manipulados, da entrada de matéria prima até a entrega ao consumidor

final. O estudo objetivou um diagnostico para a identificação dos problemas que

ocasionavam atrasos nas entregas dos produtos ao consumidor final, bem como a

proposição de melhorias. Realizou-se um levantamento do histórico de problemas que

ocorriam no processo produtivo através de relatórios gerenciais da empresa, o que

possibilitou identificar as causas e efeitos destas falhas por meio das ferramentas

Diagrama de Ishikawa e Diagrama de Pareto. Em seguida, propostas de melhorias

contínuas e o planejamento de ações corretivas para as falhas foram baseadas de acordo

com o ciclo PDCA, auxiliado pelas ferramentas 5W1H, PDCP e na análise dos

componentes logísticos operacionais envolvidos no processo.

Page 8: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

ABSTRACT

This work, developed a network of pharmacies, discussed concepts relating to

logistics and quality tools in the production process of compounded drugs, the entry of

raw materials to delivery to the final consumer. The study aimed to identify a diagnosis

of the problems for causing delays in deliveries of products to the final consumer, as

well as proposing improvements. We conducted a survey of the history of problems that

occurred in the production process through management reports of the company, which

enabled us to identify the causes and effects of these failures through the tools ishikawa

diagram and Pareto diagram. Then proposals for continuous improvement and

corrective action planning for failures were based according to the PDCA cycle, aided

by tools 5W1H, PDCP and analysis of operational logistics components involved.

Page 9: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

Sumário

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 14 1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS.......................................................................... 14

1.2 JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 15

1.3 OBJETIVO ................................................................................................... 16

1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................ 16

1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................. 16

1.4 METODOLOGIA DA PESQUISA ............................................................... 16

1.4.1 Caracterização e Delineamento da Pesquisa ....................................... 17

1.4.2 Etapas de Concepção do Estudo .......................................................... 17

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ............................................................. 17

2. REFERENCIAL TEORICO ............................................................................ 18 2.1 LOGÍSTICA ................................................................................................. 18

2.1.1 Diversidade das atividades operacionais ..................................................... 19

2.2 CADEIA DE SUPRIMENTOS ......................................................................... 20

2.3 COMPONENTES DE DESEMPENHO LOGÍSTICOS................................. 21

2.4 QUALIDADE ................................................................................................... 22

2.5 QUALIDADE EM SERVIÇOS .................................................................... 23

2.6 FERRAMENTAS DA QUALIDADE ........................................................... 24

2.6.1 Diagrama de causa e efeito .................................................................. 24

2.6.2 Ciclo PDCA .......................................................................................... 26

2.6.3 5 POR QUÊS ........................................................................................ 28

2.6.4 Matriz GUT ................................................................................................ 29

2.6.5 5W1H ................................................................................................... 30

2.6.6 Diagrama de Pareto. ................................................................................... 31

2.6.7 PDCP (Carta Programa de Processo de Decisão) ............................... 32

3. ESTUDO DE CASO ........................................................................................... 33 3.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA .................................................................. 33

3.2 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA ................................................................ 34

3.3 DESAFIOS ....................................................................................................... 34

3.4 PROCESSO PRODUTIVO ........................................................................... 35

3.5 HISTÓRICO DO PROBLEMA .................................................................... 36

3.6 IDENTIFICAÇÃO DOS MOTIVOS PARA ATRASOS ............................... 38

3.7 IDENTIFICAÇÃO DAS ORIGENS DOS PROBLEMAS OS ATRASOS NAS

ENTREGAS ........................................................................................................... 39

3.8 IDENTIFICAÇÃO DE PROBLEMAS POUCOS “VITAIS” E MUITOS

“TRIVIAIS”. ........................................................................................................... 45

Page 10: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

3.9 IDENTIFICAÇÃO DE PRIORIDADES E PROPOSIÇÃO DE MELHORIAS

46

3.10 PLANEJAMENTO DAS PROPOSIÇÕES DE MELHORIAS ................... 47

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 49 4.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS QUANTO AO ALCANCE DOS OBJETIVOS

............................................................................................................................... 49

4.2 PROPOSTAS DE ESTUDOS FUTUROS ......................................................... 50

Page 11: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

Lista de Figuras

Figura 1: Exemplo do Diagrama de Ishikawa .............................................................. 25

Figura 2: Exemplo do ciclo PDCA .............................................................................. 28

Figura 3: Exemplo de Diagrama de Pareto .................................................................. 32

Figura 4: Localização da Loja ..................................................................................... 34

Figura 5: Fluxo de Informações e Produtos ................................................................. 36

Figura 6: Gráfico de Frequência de atrasos .................................................................. 37

Figura 7: Diagrama de Ishkawa ................................................................................... 39

Figura 8: Ferramenta 5 Por quês, etapa Inclusão .......................................................... 40

Figura 9: Ferramenta 5 Por quês, etapa Pesagem ......................................................... 41

Figura 10: Ferramenta 5 Por quês, etapa Manipulação ................................................. 42

Figura 11: Ferramenta 5 Por quês, etapa Peso- Médio ................................................. 42

Figura 12: Ferramenta 5 Por quês, etapa Conferência de Sólidos ................................. 43

Figura 13: Ferramenta 5 Por quês, etapa Semi- Sólidos ............................................... 44

Figura 14: Diagrama de Pareto .................................................................................... 46

Page 12: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

Lista de Tabelas

Tabela 1: Histórico de Atrasos .................................................................................... 37

Tabela 2: Diagrama de Pareto ..................................................................................... 45

Page 13: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

Lista de Quadros

Quadro 1: Exemplo de Matriz GUT ............................................................................ 30

Quadro 2: Motivos de atraso nas etapas do processo ................................................... 38

Quadro 3: Relação entre Causas e Efeitos dos problemas com os Componentes de

Desempenho Logísticos .............................................................................................. 45

Quadro 4: Matriz GUT para os problemas identificados .............................................. 47

Quadro 5: Ferramenta 5W2H ...................................................................................... 48

Quadro 6: Ferramenta PDCP ( Carta Programa de Processo de Decisão) ..................... 49

Page 14: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

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1. INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Empresas, fornecedores e consumidores estão dispersos geograficamente,

necessitando criar meios mais competitivos para distribuição de produtos e serviços. A

satisfação do cliente compreende aspectos relacionados à qualidade em geral,

englobando o estado físico do produto, disponibilidade do produto, rapidez e eficiência

na entrega, atendimento pelos funcionários que prestam o serviço, entre outros

elementos, fazendo com que as empresas busquem meios de melhorar e reduzir os

custos dos processos logísticos, a fim de conquistarem novos clientes e tornarem-se

referência no ramo.

Wood et al. (1999) descrevem que o serviço ao cliente é o conjunto de

atividades desenvolvidas pela empresa na busca da satisfação dos clientes,

proporcionando, ao mesmo tempo, uma percepção de que a empresa pode ser um ótimo

parceiro comercial.

Em tempos de desenvolvimento e adaptações na forma de fazer negócios, as

empresas vêm procurando diferenciais, seja pela alteração dos modelos de gestão

adotados, seja pelo uso intensivo de tecnologia no aprimoramento de processos,

produtos ou serviços. Neste contexto, a logística tem sido estudada nos últimos anos,

sendo reconhecida como uma forma de melhorar a competitividade, à medida que seus

conceitos e práticas vêm sendo adotados nas empresas (Asteggiano, 2003).

As organizações vêm investindo cada vez mais nas atividades logísticas. Pois, de

acordo com Figueiredo (2009), é por meio do serviço logístico, entendido como o

conjunto de atividades que devem ser realizadas para atender às necessidades de clientes

cada vez mais exigentes, perseguindo o cumprimento de prazos, entregas sem erros,

pedidos perfeitos e um amplo leque de atributos de serviço que vão além dos

convencionais requisitos ligados a prazos e quantidades atendidas.

Os benefícios gerados por meio de processos de Gerenciamento da Cadeia de

Suprimentos (Supply Chain Management - SCM), segundo MENTZER (1998) apud

GOMES et al. (2010), consistem em uma redução de estoques em 50%, redução do

custo total da cadeia em 20%, redução do lead time em até 27%, aumento em 40% de

entregas corretas e aumento do faturamento em 17%.

Page 15: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

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Mais especificamente no mercado de farmácias de manipulação, a logística tem

um enfoque não apenas funcional, de armazenamento e distribuição, mas também de

manutenção da qualidade, pois muitos produtos requerem rápido giro do estoque, em

virtude de seus prazos de validade e acondicionamento adequado durante o processo de

fabricação e distribuição.

Diante deste cenário, a identificação das falhas que ocorrem no processo

produtivo dos medicamentos, desde a entrada de matéria prima até a entrega do produto

ao consumidor final, torna-se fundamental para que a empresa possa traçar planos de

ações focados em reduzir a ocorrências destas falhas, reduzindo custos com

desperdícios de matéria prima, melhorando a qualidade dos produtos e,

consequentemente, atendendo as expectativas dos clientes de forma satisfatória.

Diante do exposto, este trabalho pretende responder aos seguintes questionamentos:

Como a análise dos componentes de desempenho logísticos operacionais pode auxiliar a

identificação de pontos de melhorias logísticas nos processos de uma franquia de

farmácias de manipulação, desde a entrada de matéria prima até a entrega do produto

final ao cliente? A aplicação de ferramentas da qualidade pode apresentar resultados

satisfatórios na proposição de soluções aos problemas logísticos da empresa em estudo?

1.2 JUSTIFICATIVA

Segundo Silva (2008), Logística é o processo de planejar, implementar, controlar

e analisar criticamente a movimentação e o armazenamento de matéria-prima, estoque

em processo e produtos acabados, de forma eficiente, eficaz e efetiva.

Com o auxílio da logística pode-se compreender o impacto das ações de cada elo

nas cadeias produtivas e, assim, alcançar a eficiência no processo de tomada de decisões

(ROSA; LUKES, 2006).

Feigenbaum (1994) acredita que a qualidade de um produto pode ser definida

como o composto de características de engenharia e de manufatura que determinam o

grau com que o produto em uso satisfará às expectativas do usuário. De acordo com

Prune e Jorge (2010), com o uso das ferramentas adequadas, é possível identificar o

problema e as lacunas de um processo e, a partir destas informações, criar um plano de

ação para eliminar o problema e estabelecer metas desejáveis a serem atingidas.

A Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrais - Anfarmag (2012) afirma

que, nos últimos cinco anos, houve um aumento de 73% desse segmento, passando de

Page 16: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

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3,1 mil farmácias para mais de 5,3 mil, somando cerca de 9% de todo o mercado de

remédios brasileiros.

Dado o crescimento do setor e os riscos potenciais de redução dos níveis de

serviços provocados por questões logísticas associadas a tal crescimento, torna- se

importante identificar procedimentos capazes de prevenir ou reduzir os impactos

negativos em função desse crescimento, a fim de manter o nível de serviço logístico

para a manutenção da satisfação do cliente.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Identificar e propor soluções de melhorias contínuas, por meio de ferramentas da

qualidade e da análise dos componentes de desempenho logísticos operacionais, aos

problemas que causam atrasos recorrentes na entrega do produto ao consumidor final

em uma franquia de farmácia de manipulação.

1.3.2 Objetivos Específicos

Identificar as falhas existentes nas etapas do processo que interferem na

capacidade logística da empresa, por meio da análise dos componentes de

desempenho logístico;

Identificar e avaliar a frequência de ocorrência destes problemas;

Buscar a causa dos problemas identificados, por meio da aplicação de

ferramentas da qualidade.

Propor um conjunto de procedimentos capazes de potencializar melhorias nas

operações envolvidas no estudo, no sentido de minimizar ou eliminar as causas

identificadas.

1.4 METODOLOGIA DA PESQUISA

Neste tópico, é feita a caracterização da pesquisa, classificando-a quanto à sua

natureza, à forma de abordagem do problema, aos seus objetivos e aos seus

procedimentos técnicos. São abordadas, também, as etapas de concepção do estudo,

com destaque às fases e às atividades desenvolvidas.

Page 17: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

17

1.4.1 Caracterização e Delineamento da Pesquisa

Esta pesquisa, de acordo com Silva e Menezes (2001), é classificada, quanto a

natureza, como Aplicada, pois busca aplicar ferramentas da qualidade para resolver

problemas de Logística.

Quanto à abordagem, trata-se de uma pesquisa qualitativa, pois, para a análise

das ocorrências dos problemas, utilizou-se recursos estatísticos, como médias,

porcentagens e gráficos de tendência.

Do ponto de vista dos objetivos da pesquisa, classifica- se como Exploratória,

uma vez que foi baseada na coleta de dados, por meio de entrevistas, buscando garantir

a confiança dos resultados, as respostas foram coletadas com atenção cuidadosa à

conceitualização do estudo, conforme recomenda (MERRIAN, 1998).

Por fim, quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa é classificada como

Estudo de Caso, pois envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos,

de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento.

1.4.2 Etapas de Concepção do Estudo

O trabalho foi desenvolvido no período de 10 (dez) meses, de fevereiro a

dezembro do ano de 2013. Foram executadas tarefas que seguem os objetivos

específicos do projeto, buscando identificar e avaliar as falhas e a frequência em que

elas ocorrem na empresa em estudo, mensurando a interferência no nível de serviço

proposto e buscando suas causas, por meio de ferramentas da qualidade e da análise dos

componentes de desempenho.

Assim, foi possível propor procedimentos capazes de potencializar melhorias

nas operações, minimizando ou eliminando as causas identificadas.

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

O trabalho está dividido em quatro capítulos. O Capítulo I é constituído pelas

considerações iniciais, contendo uma abordagem geral dos temas envolvidos no

trabalho, justificativa, objetivos, geral e específicos, questões de pesquisa e

procedimentos metodológicos. O Capítulo II apresenta um levantamento bibliográfico,

referente aos principais temas abordados no trabalho, como: logística, cadeia de

suprimentos, qualidade, e componentes de desempenho operacionais. No Capítulo III é

apresentada a empresa e o estudo da sua situação atual. O estudo foi desenvolvido por

meio da elaboração de uma análise dos atrasos de medicamentos nas etapas do processo,

Page 18: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

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juntamente com suas causas e frequências. Para cumprir esse objetivo, foram utilizadas

ferramentas da qualidade, com a finalidade de buscar a raiz dos problemas e buscar

elaborar propostas de melhoria para a solução dos problemas identificados.Por fim, o

Capítulo IV apresenta as considerações finais do trabalho, relacionando os resultados

alcançados com o alcance do objetivo geral e com o questionamentos levantados, e

sugere trabalhos futuros, com vistas a dar continuidade a pesquisa aqui desenvolvida.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Esse tópico trata de temas relacionados à logística, a cadeia de suprimentos e seu

gerenciamento, qualidade e suas ferramentas, abordando também, conceitos

relacionados aos componentes de desempenho logísticos operacionais e estratégicos.

2.1 LOGÍSTICA

“Diversas mudanças tecnológicas e econômicas começaram a

caracterizar a logística como uma atividade de grande

importância. Deve-se destacar que as mudanças de ordem

econômica criam novas exigências e competição, enquanto as

mudanças tecnológicas propiciam maior facilidade para o

gerenciamento das atividades logísticas cada vez mais

complexas” (MORETTI, 2005).

Ballou (1993) ainda conceitua Logística Empresarial como o objetivo de prover

o cliente com os níveis de serviços desejados. A meta de nível do serviço logístico é

providenciar bens ou serviços corretos, no lugar certo, no tempo exato e na condição

desejada, ao menor custo possível. Apesar de ser um conceito genérico, reflete de forma

clara a abrangência e o objetivo da logística.

Tendo em vista esse pensamento, Reaes (2003) afirma que existem os cinco

“certos” de um sistema de logística: Suprir o produto certo, no lugar, na hora, na

condição e ao custo certo para os consumidores do produto. Ao atingir esses itens, a

empresa obtém vantagem competitiva, ou seja, promove a criação, para seus

compradores, de um valor que ultrapassa o custo de fabricação.

Ballou (VIANA (2008), p.45) se manifesta a cerca da Logística dando a seguinte

definição:

A Logística empresarial trata de todas as atividades de

movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de

produtos, desde o ponto de aquisição de matéria-prima até o

ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação

Page 19: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

19

que colocam os produtos em movimento, com o propósito de

providenciar níveis de serviços adequados aos clientes a um

custo razoável

A importância da logística pode, também, ser entendida por meio de suas

modernas definições, uma das quais, conforme Silva (2008), é o processo de planejar,

implementar, controlar e analisar criticamente a movimentação e o armazenamento de

matéria-prima, estoque em processo e produtos acabados, de forma eficiente, eficaz e

efetiva, com os custos razoáveis, através dos fluxos de materiais, informações,

financeiros e reversos, desde o ponto de origem (fornecedores) até o ponto de consumo

(clientes), com propósito de atender aos níveis estratégicos de serviços estabelecidos,

inclusive o pós-venda, levando em consideração os aspectos de responsabilidade ética,

social e ambiental.

Com auxílio da logística pode-se compreender o impacto das

ações de cada elo nas cadeias produtivas e, assim, alcançar a

eficiência no processo de tomada de decisões. Compreendendo

o impacto de cada elo e atuando neles, pode-se obter vantagem

competitiva e também melhorar o desempenho empresarial.

(ROSA; LUKES, 2006)

Dessa forma, a integração de toda a cadeia produtiva, por meio da gestão

logística, auxilia aos empreendimentos a obter maior eficiência, eficácia e economia nas

operações.

2.1.1 Diversidade das atividades operacionais

Existem diversas atividades que são realizadas por meio da logística. Estas

abrangem todo o sistema de compras, vendas, armazenagem e a movimentação dos

produtos para, mais tarde, serem entregues aos clientes. Para Fleury (2003), a logística

constitui-se em uma diversidade de operações que podem ser realizadas em uma

empresa, podendo ser visualizadas num conjunto de sete atividades:

Gestão de Estoques;

Armazenamento;

Transporte de distribuição;

Desenvolvimento de projetos/ soluções logísticas;

Transporte de suprimentos;

Transporte de Transferência;

Page 20: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

20

Gerenciamento de Transporte multimodal;

Para que estas atividades sejam bem executadas e surtam o resultado esperado,

será necessário trabalhar um sistema de logística integrada.

2.2 CADEIA DE SUPRIMENTOS

O conceito de cadeia de suprimento representa uma filosofia de gerenciamento

do fluxo dos materiais, desde o fornecedor até o cliente final (Cooper e Elram, 1993).

Neste caso, entende-se o conceito como a adoção de uma estratégia de trabalho conjunto

entre os participantes de uma cadeia, incluindo planejamento, gerenciamento e

monitoramento de informações.

As relações das empresas que formam uma cadeia de suprimento ocorrem não

somente no plano operacional, mas também no plano estratégico e tático. Ou seja, as

empresas compartilham informações e trabalham em conjunto não somente visando à

complementaridade produtiva, mas também objetivando o desenvolvimento conjunto de

estratégias (Cooper e Elram, 1993).

A Cadeia de Suprimentos é um conjunto de atividades

funcionais (transportes, controle de estoques etc.) que se

repetem inúmeras vezes ao longo do canal pelo qual matérias-

primas vão sendo convertidas em produtos acabados, aos quais

se agrega valor ao consumidor. (Ballou, 2006, p. 29)

Também foi definida por Lambert, Stock e Vantino (1999), como a integração

dos processos de negócios desde o usuário final até os fornecedores originais que

proporcionam os produtos, serviços e informações que agregam valor para o cliente.

Podemos, então, afirmar que a gestão da cadeia como um todo pode

proporcionar uma série de maneiras pelas quais torna-se possível aumentar a

produtividade e, consequentemente, contribuir significativamente para a redução de

custos, assim como identificar formas de agregar valor aos produtos.

Uma das ideias fundamentais é de que o gerenciamento da cadeia de

suprimentos pode agregar valor de várias maneiras importantes. Segundo FRANCIS

(2000), estas incluem:

Page 21: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

21

a) Crescimento lucrativo, garantindo uma execução quase perfeita do fluxo da

cadeia de suprimentos, participando, de modo proativo, na estratégia e na

execução da inserção de produtos no mercado;

b) Maximização da Qualidade, elevando a qualidade do produto, dos processos e

dos serviços, acelerando o tempo do ciclo nos canais do mercado;

c) Redução de capital de giro, aumentando o giro dos inventários, minimizando os

dias de suprimento necessários aos inventários;

d) Eficiência do capital fixo, determinando com exatidão o número, o tamanho e a

localização dos pontos de embarque; utilizando produtiva e efetivamente o

investimento em ativos fixos;

e) Otimização do custo globalizado, alavancando alternativas de encargos

alfandegários; alavancando alternativas de cotas.

O objetivo da gestão da cadeia de suprimentos é atender aos

requisitos dos consumidores finais, ao fornecer produtos e

serviços adequados, quando necessários, a preços competitivos.

Fazer isso significa fazer com que a cadeia de suprimentos

alcance níveis adequados de desempenho (Slack, Nigel, 2009,

p.391).

2.3 COMPONENTES DE DESEMPENHO LOGÍSTICOS

Para que uma empresa possa obter sucesso em seus negócios,

ela deve traçar uma estratégia competitiva visando a um

equilíbrio entre responsividade e eficiência. Para que se

alcance este objetivo, devem-se analisar os quatro principais

fatores de desempenho logístico da cadeia, que são: estoques,

transportes, instalações e informação (MENTZER, GOMES,

2010).

Para Ballou (2006), o planejamento logístico pode ser considerado, ainda, como

um triângulo de decisões em torno de três componentes de desempenho logísticos:

Estratégia de instalações, estratégia de transporte e estratégia de localização. Esses três

aspectos são a alicerce do resultado dos outros componentes.

De modo particular, Chopra e Meindl (2003) apud Melo e Alencar (2010)

ressaltam aspectos logísticos condicionantes ao desempenho de uma cadeia de

suprimentos, os quais podem ser concebidos pelos fatores-chave expressos a seguir:

Page 22: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

22

a) Estoques: Elementos reguladores entre transporte, fabricação e

processamento, que são espalhados por toda cadeia de suprimentos, passando de

matérias-primas para bens em processamento e, finalmente, para bens acabados

mantidos por fornecedores, fabricantes distribuidores e varejistas;

b) Transporte: Significa movimento de estoques de um ponto a outro na

cadeia de suprimentos, podendo ser feito de várias combinações de meios e rotas, cada

uma com características particulares de desempenho;

c) Instalações: São locais na rede da cadeia de suprimentos onde materiais,

bens em processamento e bens acabados são fabricados, finalizados, estocados,

manuseados, montados, fracionados, consolidados, embalados, entre outros;

d) Informação: Consistem em dados ou análises a respeito de estoques,

transporte, instalações, fornecedores, clientes, parceiros e concorrentes. Sistemas e

Tecnologias de Informação constituem as principais estruturas da cadeia de suprimentos

a serem organizadas e integradas, considerando recursos humanos, tecnológicos e

organizacionais que agregam valor de qualidade e desempenho.

Conforme a proposta de Chopra e Meindl (2011), é possível conceber

responsividade como capacidade de resposta do sistema logístico às demandas dos

clientes (nível de serviço ao cliente). A eficiência, sob esta perspectiva, relaciona-se à

obtenção de menores custos, ou custos razoáveis, associados aos fatores-chave de

desempenho do sistema, para o estabelecimento de determinado nível de serviço. Por

serem mais palpáveis aos clientes, uma vez que influenciam decisivamente suas

percepções de valor, satisfação e, consequentemente, fidelização (sustentabilidade do

empreendimento), custos e nível de serviço constituem os componentes de desempenho

logísticos estratégicos, sendo diretamente influenciados pela melhor relação ou arranjo

entre os componentes de desempenho logísticos operacionais (MELO; ALENCAR,

2010).

2.4 QUALIDADE

Perosa (1998) apud Pigatto, Silva e Souza (1999, p. 201) mostra que nas

iniciativas relacionadas às alianças mercadológicas está presente um conceito amplo de

qualidade, que envolve outros aspectos, além de, simplesmente, atender às exigências

do consumidor final, a partir de uma análise de tendências de mercado e nichos de

consumo. Estes outros aspectos estão relacionados ao ambiente que cerca a cadeia

produtiva: aspectos tecnológicos, demográficos, econômicos e culturais.

Page 23: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

23

Além disso, ao se falar de alianças estratégicas e comerciais ao longo de toda a

cadeia produtiva, está se falando de uma postura de coordenação, buscando adquirir-se

competitividade em longo prazo para a cadeia, na medida em que um maior número de

agentes participe do processo. Porém, antes de tudo, é importante se fazer algumas

observações quanto à Qualidade. Primeiramente, a respeito de seu conceito e outra de

que ela não é uma determinação da área de marketing, do engenheiro projetista ou da

gerência geral, mas sim do consumidor final do produto ou serviço.

Há uma variedade de conceitos e definições na literatura especializada quanto à

Qualidade. Pela definição de Campos (1992), pode-se entendê-la como um produto ou

serviço que atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma

segura e no tempo certo às necessidades do cliente.

O seu conceito juntamente com o seu controle era uma

atividade antiga já conhecida há milênios, no entanto, só

recentemente ela surgiu como função da gerência e sofrendo

transformações ao longo dos anos, devido ao desenvolvimento

da indústria mundial. (MARSHALL JÚNIOR et al. 2008;

OLIVEIRA, 2006).

Planejar a qualidade, estabelecendo metas e desenvolvendo produtos e

processos, necessários à realização dessas metas é extremamente importante. JURAN

(1992) afirma que este planejamento é necessário para numerosos produtos, não apenas

para bens e serviços vendidos aos clientes, mas também para muitos produtos internos,

como pedidos de compras, faturas e relatórios. Assim como também mostra-se

necessário para vários processos, muitos dos quais são processos internos da empresa,

por exemplo, o recrutamento de novos funcionários, a preparação da previsão de vendas

e a preparação de faturas.

2.5 QUALIDADE EM SERVIÇOS

A qualidade em serviços pode ser definida como o índice de satisfação do cliente

com relação a qualquer serviço, podendo esta satisfação ser medida por qualquer

critério (SATOLLO et al., 2005).

Nos serviços, a qualidade proporciona um fator competitivo na continuidade do

consumo, principalmente quando são estreitadas as relações de intangibilidade entre a

qualidade e os serviços. A responsabilidade e a confiança, duas das dimensões da

qualidade de serviços agrupadas por Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985), geradas

Page 24: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

24

pelas experiências anteriores, são fatores importantes para a determinação da qualidade

percebida pelos clientes (ZANELLA, LIMA e LOPES, 2006).

2.6 FERRAMENTAS DA QUALIDADE

As indústrias e os setores de serviços, há muito tempo, estão adotando

programas de gerenciamento que visam a oferecer ao consumidor produtos e serviços de

qualidade, com custos acessíveis e de produção ambientalmente correta. Essa condição

de produção foi conseguida com a adoção de programas de qualidade, os quais se

baseavam em ferramentas da qualidade para o planejamento, a execução e a mensuração

da atividade (WERKEMA, 1995; LEVINE et al., 2000).

Segundo Miguel (2006), as ferramentas da Qualidade são frequentemente usadas

como suporte ao desenvolvimento da qualidade ou ao apoio à decisão na análise de

determinado problema. Mata-Lima (1999) completa afirmando que o grande potencial

delas, es tá quando são utilizadas para a identificação das causas raízes dos

problemas e para a solução destes.

Contudo, Mata-Lima (2007) ainda afirma que a aplicação das ferramentas de

identificação da causa dos problemas exige que haja um debate entre as partes

interessadas e que a decisão se fundamente em resultados da análise dos registros de

informação.

2.6.1 Diagrama de causa e efeito

Miguel (2006) afirma que o Diagrama de Causa e Efeito constitui uma

ferramenta que consiste em uma forma gráfica usada como metodologia de análise para

representar fatores de influência (causas) sobre um determinado problema (efeito).

Também é denominada de Diagrama de Ishikawa, devido ao seu criador, ou Diagrama

Espinha de Peixe, devido à sua forma.

Para classificar as causas de um problema, é utilizado um desenho em forma de

“espinha-de-peixe”, onde se define, primeiramente, o “efeito” , que deverá ser anotado à

direita e traçando, à esquerda, uma larga seta, apontando para o efeito. Em seguida,

descrevem-se as ramificações, que são os fatores detalhados que podem ser considerados

como causas secundárias. Outros fatores mais particularizados serão, por sua vez, descritos

em ramificações menores e assim por diante (SILINGOVSCHI, 2001).

Page 25: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

25

Basicamente, o resultado do diagrama é fruto de um

brainstorming (significa tempestade de ideias), ou seja,

pensamentos e ideias que cada membro de um grupo de

discussão expõe sem restrições e democraticamente. Sendo o

diagrama, o elemento de registro e representação de dados e

informação (MIGUEL, 2006).

Figura 1: Exemplo do Diagrama de Ishikawa

Fonte: Software Xmind 2012.

Kaoru Ishkawa propôs oito passos para a confecção desse diagrama (TOLEDO;

JOSÉ, 2013):

1. Identificar o resultado insatisfatório que queremos eliminar, ou seja, o

problema;

2. Colocar o efeito na parte direita do diagrama, da forma mais clara possível, e

desenhar uma seta horizontal que aponte para ele;

3. Determinar todos os fatores ou causas principais que contribuem para que se

produza o efeito indesejado. Para os processos produtivos, é comum utilizar alguns

fatores principais genéricos chamados de 6 m: materiais, mão de obra, métodos de

trabalho, maquinaria, meio ambiente e medição. Em problemas típicos de organizações

do setor de serviços, são frequentemente utilizados: pessoal, insumos, procedimentos,

postos de trabalho e clientes. Esses fatores principais não constituem um elemento

imutável e podem ser modificados de acordo com cada caso;

Page 26: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

26

4. Colocar os fatores principais como galhos principais ou espinhas da seta

horizontal;

5. Identificar as causas secundárias (subcausas ou, ainda, causas de segundo

nível), que são aquelas que estimulam cada uma das causas ou fatores principais;

6. Escrever as causas secundárias em “galhos” do galho principal que lhes

correspondam. O processo continua descendo a níveis inferiores (terceiro nível, quarto

nível, quinto nível etc.), até que se encontrem todas as causas mais prováveis;

7. Analisar a consistência do diagrama, avaliando se foram identificadas todas as

causas (sobretudo se relevantes), e submete-lo à consideração das pessoas envolvidadas

quanto às possíveis mudanças e melhorias que forem necessárias;

8. Selecionar as causas mais prováveis e valorar o grau de incidência global que

tem sobre o efeito, o que permitirá obter conclusões finais e soluções para resolver e

controlar o efeito estudado.

Seguindo os passos mencionados, observa- se que essa ferramenta da qualidade

nos proporciona uma representação gráfica organizada de forma lógica, e em ordem de

importância, as causas potenciais que contribuem para um efeito ou problema

determinado.

2.6.2 Ciclo PDCA

O PDCA é um método de gerenciamento de processos ou de sistemas. É o

caminho para se atingirem as metas atribuídas aos produtos dos sistemas empresariais

(CAMPOS, 1991). Portanto, torna- se necessário determinar uma meta para que essa

metodologia seja aplicada.

De acordo com Andrade (2003), o ciclo PDCA é projetado para ser usado como

um modelo dinâmico em que a conclusão de um ciclo irá fluir no começo do próximo

ciclo, e assim sucessivamente. Além disso, o mesmo afirma que, o processo sempre

pode ter uma nova análise, o que implica em novo processo de mudança.

Essa metodologia que tem como função básica o auxílio no

diagnóstico, análise e prognóstico de problemas

organizacionais, sendo extremamente útil para a solução de

problemas. Poucos instrumentos se mostram tão efetivos para a

busca do aperfeiçoamento quanto este método de melhoria

contínua, tendo em vista que ele conduz a ações sistemáticas

que agilizam a obtenção de melhores resultados com a

Page 27: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

27

finalidade de garantir a sobrevivência e o crescimento das

organizações (QUINQUIOLO, 2002).

O ciclo PDCA é uma das ferramentas da qualidade, que busca facilitar a tomada

de decisões, buscando a melhoria de processos (SEBRAE, 2012).

Susuki (2000), em seus estudos, define a utilização do PDCA como a forma de

“embutir” qualidade no produto final, por meio da execução dos quatro módulos

inerentes ao método, conforme detalhados a seguir:

P (Plan - planejar): visa a estabelecer todos os processos e objetivos

necessários para fornecer resultados, de acordo com os requisitos do cliente e

políticas da organização (ABNT, 2001). Por ser o início, pode-se dizer que se

trata da parte mais importante de todo o processo;

D (Do – fazer): fase de se colocar o plano de ação elaborado em execução,

comunicando a todos os funcionários para que possa ser feito o treinamento

necessário com os mesmos. Ou seja, significa implementar os processos

planejados (ABNT, 2001);

C (Check – checar): fase de avaliação, checagem e verificação se os

resultados obtidos foram atingidos, possibilitando a tomada de decisão;

A (Act – agir): executar ações para promover, continuamente, a melhoria do

desempenho do processo (ABNT, 2001). Fase na qual será feita a

padronização dos procedimentos implantados na fase do DO, para comprovar

a eficácia das decisões tomadas. Deve-se revisar todas as atividades e

planejamentos de possíveis trabalhos futuros.

A ferramenta da qualidade PDCA, utiliza conceitos de administração, de modo

que, torne bem simples sua estrutura e que as organizações consigam gerenciá-la.

Após o término de um ciclo, outro se inicia, e assim vai continuamente. Segundo

Slack (1996), a natureza repetida e cíclica do melhoramento contínuo pode ser resumida

no ciclo PDCA, definido como uma sequência de atividades que são percorridas de

maneira cíclica para melhorá-las.

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28

Figura 2: Exemplo do ciclo PDCA

Fonte: Ishikawa, p. 57

2.6.3 5 POR QUÊS

Segundo Araújo (2011. P.15) o método dos “5 Por quês?” é uma ferramenta de

análise de problemas baseada na condução sequenciada de perguntas, o que permite em

no máximo 5 passos obter as causas primárias, possibilitando alto potencial de retorno,

em termos de detecção das causas.

Essa simples metodologia foi desenvolvida no sistema Toyota

de Produção também conhecido como Lean Manufacturing ou

ainda Produção Enxuta na década de 80, na fábrica de

automóveis da Toyota. Esse modelo e as constantes revoluções

tecnológicas e filosóficas fizeram da Toyota uma líder nesse

segmento de mercado. A técnica consiste em perguntar 5 vezes

o motivo pelo acontecimento de algum problema (RIGONI,

2010).

Sasdelli (2012, p.23) afirma que trata- se de uma técnica simples, porém efetiva

para ajudar a entender as razões (ou causas) da ocorrência de problemas. A técnica

começa com o estabelecimento do problema e a pergunta "por que o problema

Page 29: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

29

ocorreu?". Uma vez que as primeiras causas da ocorrência do problema tenham sido

identificadas, é feita novamente a pergunta "Por que essas causas ocorreram?” E assim

sucessivamente. Esse procedimento é repetido por 5 vezes, até que as causas raízes do

problema analisado sejam identificadas.

Somente então é feita a pergunta "Como fazer para resolver este problema?"

para que as causas raízes do problema sejam eliminadas ou controladas. (Slack et al.,

1997; Shingo, 1988).

2.6.4 Matriz GUT

O sistema GUT, é uma ferramenta de qualidade a qual originalmente foi

desenvolvida para se estabelecer a prioridade no tratamento de problemas e que pode

ser usada para determinação da criticidade de equipamentos. A sigla GUT apresenta o

seguinte significado:

- Gravidade, fator que está relacionado aos efeitos possíveis de surgirem no

médio e/ou longo prazo no caso da ocorrência de uma falha e qual o impacto sobre

coisas, pessoas e resultados;

- Urgência, a qual está relacionada diretamente ao tempo disponível para solução

de uma falha;

- Tendência, que é relacionada à possibilidade de um problema agravar-se ou

diminuir.

Segundo Paris (2003, p. 51), a técnica GUT foi desenvolvida com o objetivo de

orientar decisões mais complexas, que envolvem muitas questões. O grande número de

variáveis gera confusão e nesse caso é preciso analisar individualmente cada conjunto

envolvido. Após isso, é necessário determinar qual a prioridade será dada em cada caso,

a partir de três perguntas fundamentais:

- Qual a gravidade gerada pelo desvio?;

- Qual a urgência de se eliminar o problema?;

- Qual a tendência do desvio e do seu potencial de crescimento?

O nível de criticidade do equipamento é obtido por meio da multiplicação dos

fatores gravidade, urgência e tendência, os quais são classificados qualitativamente com

pesos de 1 a 5.

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30

Quadro 1: Exemplo de Matriz GUT

FONTE: Adaptado de Grimaldi e Mancuso (1994)

2.6.5 5W1H

Em um estudo sobre as causas de um problema em determinado processo, após

identificar e relacionar as possíveis causas do problema através de ferramentas como

Brainstorming e Diagrama de Ishikawa, já é possível conhecer as causas mais

impactantes do problema em questão, a partir daí, deve-se iniciar o processo de

elaboração de um plano de ações corretivas através de outra ferramenta da qualidade

5W1H.

Pontes et al. (2005), define a ferramenta 5W1H sendo um documento de forma

organizada que identifica as ações e as responsabilidades de quem irá executar, através

de um questionamento, capaz de orientar as diversas ações que deverão ser

implementadas.

De acordo com Oliveira apud Pontes et al. (2005), A lista de verificação 5W1H

deve ser estruturada para permitir uma rápida identificação dos elementos necessários à

implantação do projeto.

Segundo Pontes et al. (2005), a ferramenta 5W1H é utilizada para identificar as

ações e responsabilidades de cada integrante na execução das atividades e planejar as

diversas ações que serão desenvolvidas no decorrer do trabalho. Para a elaboração plano

de ação, deve-se seguir uma metodologia. A mais indicada, segundo Campos (2004), é a

metodologia conhecida como 5W1H. A mesma consiste em elaborar o plano de ação

baseado em seis perguntas que irão definir a estrutura do plano. Essas perguntas,

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31

compostas no idioma inglês, se apresentam, segundo definição de Melo (2001), da

seguinte maneira:

• WHAT (O QUE) – define o que será executado, contendo a explicação da ação

a ser tomada (utilizam-se geralmente verbos no infinitivo, de maneira sucinta, a fim de

demandar uma ação);

• WHEN (QUANDO) – define quando será executada a ação (prazo de inicio e

termino da ação);

• WHO (QUEM) – define o responsável pela ação (nesse caso, aconselha-se que

haja apenas um responsável por ação, a fim de manter a credibilidade da execução da

ação);

• WHERE (ONDE) – define onde será executada a ação (pode ser um local

físico especificado, como um setor da organização); • WHY (POR QUE) – define a

justificativa para a ação em questão (esse campo apresenta a finalidade imediata da ação

a ser tomada);

• HOW (COMO) – define o detalhamento de como será executada a ação (este

campo é um complemento para o primeiro campo – WHAT – detalhando a ação

estipulada neste último).

2.6.6 Diagrama de Pareto.

Essa ferramenta auxilia o gestor a identificar o local onde existe o maior número

de ocorrências de situações problemáticas e priorizar suas ações. Como exemplo desta

ferramenta, apresentamos Vergueiro (2002, p. 56).

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32

Figura 3: Exemplo de Diagrama de Pareto

Fonte: Nancy R. Tague (2004).

2.6.7 PDCP (Carta Programa de Processo de Decisão)

Essa ferramenta é usada para planejar cada possível sequência/encadeamento de

eventos que precisam ocorrer quando o problema ou objetivo a ser atingido não é

familiar ou plenamente conhecido (VILAÇA; NALASCO; DOMINGUES, 2010).

Para Vilaça, Nalasco e Domingues (2010, p. 23) a finalidade do PDCP é:

• Identificar, a priori, todas as variações e incertezas inerentes ao meio ambiente

que possam afetar a busca / o caminho em direção aos objetivos e metas;

• O Diagrama PDPC procura não apenas antecipar possíveis desvios de rota, mas

também desenvolver medidas alternativas que: Previnam a ocorrência de desvios;

Atuem satisfatoriamente caso ocorram desvios de rota;

• Desenvolver planos de contingências / planos alternativos para lidar com as

incertezas.

Vilaça, Nalasco e Domingues (2010, p. 24) ainda recomendam para a construção

do PDPC o acompanhamento das seguintes etapas:

• Levantamento dos caminhos possíveis: primeiro é necessário definir os pontos

de partida e de chegada, com estas informações traçar possíveis fluxos contendo

atividades básicas de maneira a chegar ao ponto desejado;

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33

• Levantamento das possíveis dificuldades: de acordo com as atividades

propostas nos diversos caminhos, levantar possíveis problemas, dificuldades e

preocupações que possam surgir, com o objetivo de prevenir resultados indesejáveis;

• Avaliação dos problemas: nesta etapa são avaliadas as probabilidades de que

cada um dos problemas possa ocorrer, bem como, seu efeito e influência sobre os

resultados;

• Levantamento de alternativas: tentar propor alternativas que neutralizem os

problemas;

• Priorização dos caminhos: os caminhos mais eficientes que levarem ao

resultado desejado com uma maior contabilidade e com os recursos disponíveis são

selecionados;

• Estabelecimento de uma data para revisão: conscientes das mudanças

constantes nos objetivos e da diversidade das situações são estabelecidas datas para

reavaliação periódica dos caminhos.

3. ESTUDO DE CASO

Este capítulo apresenta uma aplicação dos conceitos e teorias, abordadas no

capítulo anterior, para o alcance dos objetivos traçados para o trabalho. A problemática

definida no estudo foi tratada com intuito de identificar e propor ações para a resolução

do problema. Neste capítulo, são descritas a apresentação geral da empresa, bem como

as atividades que compõem o ciclo do pedido. Ainda neste, são apresentados os

diagnósticos das atividades analisadas, baseados nas ferramentas da qualidade e nos

componentes de desempenho logístico operacionais, que deram suporte para a

identificação das falhas e melhorias propostas.

3.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

A empresa, objeto de estudo, constitui uma instalação de uma rede de farmácias

de manipulação, situada na cidade de Belém. Atua há nove anos no mercado de

medicamentos personalizados e cosméticos de tratamento no Estado do Pará e emprega

cerca de 75 colaboradores. Dentre as unidades da rede na região, a unidade em estudo é

considerada a matriz, responsável pela produção e fornecimento de medicamentos

controlados às outras quatro filiais.

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34

3.2 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA

A instalação considerada matriz da empresa, representada pelo ponto A no mapa

da Figura 4, recebe pedidos/orçamentos de medicamentos controlados provenientes das

filiais, representadas pelos pontos B, C e D, uma vez que estas não têm a estrutura

requerida para a manipulação dos mesmos. Os pedidos/orçamentos de medicamentos

controlados são encaminhados para a matriz, por meio de malotes, transportados por

motoboys. Após serem manipulados na matriz, os medicamentos voltam para as filiais,

também por malotes transportados pelos motoboys. A seguir, apresenta-se, na Figura 4,

o mapa que representa a localização e rotas feitas pelos motoboys no transporte dos

malotes.

Figura 4: Localização da Loja

Fonte: Adaptado de Google Maps (2013)

3.3 DESAFIOS

Atualmente, os principais desafios para perpetuar a empresa, garantindo-lhe

estabilidade operacional e provendo-lhe investimentos que assegurem crescimento e

rentabilidade adequados são: Investimentos na modernização do processo, com a

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35

compra de máquinas, capacitação da mão de obra, ampliação do espaço físico das

unidades e redução de custos com transporte de matéria-prima.

A modernização do processo, assim como o investimento na capacitação dos

funcionários resultarão na maior padronização dos produtos manipulados, aumento na

capacidade produtiva, redução de custos com mão de obra e retrabalhos. A ampliação

do espaço físico, por sua vez, é necessária para que a área destinada à produção seja

adequada, conforme a recomendação da ANVISA (Art. 10 da Portaria SVS/MS

n°06/199), dessa forma, melhorando as condições de trabalho e satisfação dos

funcionários. Os custos elevados com transporte de matéria-prima vêm se tornando um

grande desafio para a empresa, pois são derivados de um gerenciamento de compras

ineficientes. Portanto, a redução destes custos pode resultar em uma melhora na saúde

financeira da empresa e aumenta a possibilidade de investimentos em prol da mesma.

3.4 PROCESSO PRODUTIVO

A farmácia de manipulação analisada para o estudo apresenta um mix de

produtos muito diversificado, pois os produtos variam de acordo com a receita médica,

entregue pelo cliente.

A farmácia também oferece produtos de revenda à pronta entrega que variam de

protetor solar, shampoos, sabonetes, hidratantes, perfumes até capsulas de beleza. São

oferecidos ao cliente dois formatos de entrega: A que o cliente retira na loja, no horário

estipulado no orçamento, entregue a ele para retirar o produto, ou a entrega a domicílio

que pode ser realizada em toda a região metropolitana de Belém, até o município de

Marituba. No entanto, o setor de entregas ao cliente não contempla todos os produtos

ofertados na loja, pois os medicamentos classificados como controlados só podem ser

retirados na loja matriz.

O foco deste trabalho é o processo produtivo desde a elaboração do orçamento,

até a entrega do medicamento, tanto na frente de loja quanto a domicílio. De forma

geral, o processo produtivo (ciclo do pedido), desenvolvido pela instalação objeto de

análise, encontra-se dividido em dois fluxos: Fluxo de informações e fluxo de produtos.

O ciclo de pedido se inicia quando o cliente se dirige a loja, com a receita

médica, para fazer o Orçamento do medicamento e depois segue para a etapa de

Inclusão, onde o orçamento é analisado, para que se possa imprimir a ficha de pesagem.

Em seguida, a ficha de pesagem é encaminhada para a etapa de Pesagem, em que todas

as embalagens e substâncias, descritas na ficha de pesagem, são devidamente separadas

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36

e pesadas, de acordo com a especificação da receita médica. A próxima etapa é a

Manipulação, na qual substâncias, já pesadas e separadas, são manipuladas, para então

serem encaminhadas, no caso de substâncias sólidas, para a etapa de Conferência de

sólidos, onde é efetuada a conferência final da quantidade de cápsulas, as demais

substâncias, denominadas de semi- sólidos seguem para a próxima etapa. Depois de

conferidos, os medicamentos passam para a etapa de Liberação, em que serão

analisados por farmacêuticos para enfim, serem liberados para a entrega ao cliente, ou

na frente de loja, ou em seus domicílios. A Figura 5 ilustra o fluxo de informações e de

produtos em todas as etapas do processo produtivo.

Figura 5: Fluxo de Informações e Produtos Fonte: Autores (2013)

3.5 HISTÓRICO DO PROBLEMA

No período de 01 de Março de 2013 a 31 de Agosto de 2013, realizou-se a

análise do processo produtivo, buscando identificar a frequência dos atrasos e as etapas

do processo em que estes ocorreram. Analisando o total das ocorrências, identificou-se

que o mês de Março foi o que registrou mais ocorrências, 90 (noventa) no total. No

entanto, a etapa que apresentou, durante os seis meses analisados, um maior número de

ocorrências, foi a de Semi-sólidos, com cento e treze no total. A Tabela 1 ilustra, com

base nos dados coletados, a frequência dos atrasos ocorridos em cada etapa do processo,

durante o período pesquisado.

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Tabela 1: Histórico de Atrasos

Etapas Mar/13 Abr/13 Mai/13 Jun/13 Jul/13 Ago/13 Total

Inclusão 38 6 3 2 2 5 56

Pesagem 3 1 0 1 2 1 8

Manipulação 2 2 0 0 0 0 4

Peso-médio 0 2 1 0 2 0 5

Conferência de

sólidos 20 27 13 10 17 22

107

Semi-Sólidos 27 28 8 8 22 20 113

Total/mês 90 66 25 21 45 48 293

Fonte: Dados da pesquisa

A Figura 6 ilustra através do gráfico de tendência a frequência dos atrasos

durante o período analisado.

Figura 6: Gráfico de Frequência de atrasos

Fontes: Dados da Pesquisa

Para cada etapa analisada, foram identificados motivos diferentes para os atrasos

ocorridos. Contudo, existem motivos que se repetem em diferentes etapas. O Quadro 2

demonstra o somatório dos atrasos nos seis meses analisados e seus motivos nas

diferentes etapas do processo.

mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 jul/13 ago/13

Page 38: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

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Quadro 2: Motivos de atraso nas etapas do processo

Etapas Motivos Quantidade

Inclusão

Atraso nas requisições envidas pelas filiais 20

Falta de Substancias 25

Atraso e falta de funcionários 3

Orçamento Errado 8

Pesagem

Atraso nas requisições envidas pelas filiais 3

Falta de Substancias 3

Atraso e falta de funcionários 1

Orçamento Errado 1

Manipulação Agilidade e conhecimento dos funcionários 3

Retrabalho 1

Peso-médio Agilidade e conhecimento dos funcionários 5

Conferência de sólidos Agilidade e conhecimento dos funcionários 109

Semi-Sólidos

Atraso nas requisições envidas pelas filiais 51

Orçamento Errado 34

Falta de Substancias 22

Atraso e falta de funcionários 6

Fonte: Dados da pesquisa

3.6 IDENTIFICAÇÃO DOS MOTIVOS PARA ATRASOS

Como é constatado no Quadro 2, existem diversas causas que acarretam os

constantes atrasos nas entregas dos medicamentos aos clientes. Sendo assim, foi

proposto neste estudo de caso, identificar e estruturar as possíveis causas que possam

contribuir para esses atrasos e, consequentemente, reduzir o nível de serviço, resultando

na insatisfação dos clientes. Utilizou-se, então, o Diagrama de Ishikawa (Causa e

Efeito), uma vez que possibilita a identificação das causas dos atrasos. A Figura 7

ilustra a identificação das causas dos atrasos nas entregas, segundo o Diagrama de

Ishikawa.

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39

Figura 7: Diagrama de Ishkawa

Fonte: Autores 2013

3.7 IDENTIFICAÇÃO DAS ORIGENS DOS PROBLEMAS OS ATRASOS NAS

ENTREGAS

Baseando- se nos dados levantados no Diagrama de Ishikawa, a partir da

observação do processo e da experiência da equipe atuante no processo operacional da

empresa, foram identificadas as possíveis causas para os atrasos dos medicamentos

identificados, aplicando a metodologia dos 5 Por Quês. As Figuras 8, 9, 10, 11, 12 e 13,

ilustram a aplicação desta ferramenta em todas as etapas do processo produtivo,

consideradas.

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40

Figura 8: Ferramenta 5 Por quês, etapa Inclusão

Fonte: Autores 2013

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41

Figura 9: Ferramenta 5 Por quês, etapa Pesagem

Fonte: Autores 2013

Page 42: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

42

Figura 10: Ferramenta 5 Por quês, etapa Manipulação

Fonte: Autores 2013

Figura 11: Ferramenta 5 Por quês, etapa Peso- Médio

Fonte: Autores 2013

Page 43: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

43

Figura 12: Ferramenta 5 Por quês, etapa Conferência de Sólidos

Fonte: Autores 2013

Page 44: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

44

Figura 13: Ferramenta 5 Por quês, etapa Semi- Sólidos

Fonte: Autores 2013

Page 45: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

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Com a identificação das causas e efeitos dos atrasos nas entregas, foi possível

fazer uma relação das causas e efeitos com os componentes de desempenho logísticos

operacionais. O Quadro 3 ilustra a relação entre as causas e efeitos dos problemas com

os Componentes de Desempenho Logísticos.

Quadro 3: Relação entre Causas e Efeitos dos problemas com os Componentes de Desempenho

Logísticos

Efeitos Componentes de

desempenho Logísticos Causas

Atrasos das requisições enviadas Transporte/Informação Engarrafamento/Falta de

planejamento

Falta de substancia Estoque/informação/Transporte Irregularidade fiscal/atraso

de fornecedor/erro do calculo de estoque

Falta/atraso de funcionário Instalações -

Orçamento Errado Informação Falta de treinamento

Agilidade/ Conhecimento do funcionário Informação Falta de treinamento

Retrabalho Informação Falta de treinamento

Fonte: Autores 2013

3.8 IDENTIFICAÇÃO DE PROBLEMAS POUCOS “VITAIS” E MUITOS

“TRIVIAIS”.

Após identificar as possíveis causas que podem contribuir para os atrasos nas

entregas de produtos aos clientes, estas foram separadas conforme as suas

representatividades no total da frequência de atrasos. A ferramenta utilizada foi o

Diagrama de Pareto, que permitiu separar os problemas em poucos “vitais” e muitos

“triviais”, uma vez que facilitou a identificação dos aspectos prioritários e que devem

ser o foco dos esforços de melhoria. A Tabela 2 descreve os motivos dos atrasos, a

frequência que eles ocorreram e o percentual de cada motivo perante o total das

ocorrências.

Tabela 2: Diagrama de Pareto

Motivos de Atrasos Total % %

Acum

1 Agilidade e conhecimento dos funcionários 117 39,70% 40%

2 Atraso nas requisições enviadas pelas filiais 74 25,10% 65%

3 Falta de Substâncias 50 16,90% 82%

4 Erro no Orçamento 43 14,60% 96%

5 Atraso e falta de funcionários 10 3,40% 100%

6 Retrabalho 1 0,30% 100%

Fonte: Autores 2013

Page 46: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

46

A Figura 14 ilustra as informações descritas na Tabela 2, a partir do gráfico de

barras.

Figura 14: Diagrama de Pareto

Fonte: Autores 2013

3.9 IDENTIFICAÇÃO DE PRIORIDADES E PROPOSIÇÃO DE

MELHORIAS

Com os problemas poucos “vitais” e muitos “triviais” definidos, o próximo

passo foi realizar a seleção de prioridades para a correção das causas que precisam ser

atacadas, levando em consideração a gravidade, urgência e a tendência, de acordo com o

conceito da Matriz GUT. Desta forma, foram propostas ações visando reduzir os

constantes atrasos das entregas. O Quadro 4 apresenta a aplicação da Matriz GUT para

os problemas identificados e faz a proposição de ações corretivas para os mesmos.

Page 47: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

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Quadro 4: Matriz GUT para os problemas identificados

Problema Gravidade Urgência Tendência Prioridade

Propostas de Melhorias/ Ações corretivas

Atraso nas requisições envidas pelas filiais

3 2 3 18 Planejamento de rotas; Criar controle individual dos motoboys; planejamento da rotina dos gerentes

Falta de Substancias 5 5 2 50

Adaptar o software para melhor gerenciamento de entoque e previsão de demanda; criar planejamento no setor financeiro para que não hajam irregularidades fiscais; investir em treinamento dos funcionários

Atraso e falta de funcionários

2 3 2 12 Criar políticas motivacionais;

Erro no Orçamento 3 2 2 12 Investir em treinamento de funcionários

Agilidade e conhecimento dos funcionários

4 5 4 80 Investir em treinamento de funcionários;

Retrabalho 3 2 3 18 Investir em treinamento de funcionários;

Gravidade: de 1 (não é grave) até 5 (extremamente grave) Urgência: de 1 (não tem urgência) até 5 (extremamente urgente) Tendência: de 1 (não tende a piorar) até 5 (tende a piorar de forma extrema e rápida)

Prioridade: calculado a partir dos três valores acima. Os problemas de maior prioridade devem ser resolvidos primeiro

Fonte: Autores 2013

O Quadro 4 reflete e reforça o problema de atrasos identificado no Quadro 2,

pois o problema de maior urgência é também o de maior frequência de atrasos.

3.10 PLANEJAMENTO DAS PROPOSIÇÕES DE MELHORIAS

Baseando-se nos diagnósticos feitos anteriormente, foram identificadas as

prioridades e propostas as ações corretivas para as falhas, Estas ações, além dos

impactos gerados nas atividades onde ocorrem falhas, também influenciam os

componentes de desempenho logísticos estratégicos, custo e nível de serviço, pois estas

ações estão voltadas para a redução dos custos no processo e para a melhoria do nível de

serviço.

Considerando as propostas de melhoria, foi elaborado um plano de ação que

constituirá a etapa de planejamento do ciclo PDCA. Este plano utiliza a metodologia

5W1H, destacando quais ações devem ser feitas, como serão feitas, por que, onde, quem

são os responsáveis e onde serão feitas. O Quadro 5 mostra o desenvolvimento da

ferramenta 5W1H.

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Quadro 5: Ferramenta 5W1H

What How Who When Where Why

Planejamento de rotas

Software Gerente Diariamente Dep.

Logística Otimizar o tempo

de entrega

Controle individual de

motoboys

Planilhas eletrônicas

Setor de Liberação

Entrada e saída dos motoboys

nas filiais

Dep. Logística

Ter maior controle sobre os motoboys

reduzindo a ociosidade

Planejamento de rotina dos gerentes

Planilhas eletrônicas

Gerencia Semanalmente Gerencia Melhor

organização da empresa

Adaptar o software de G.E

Personalizar módulo de G.E

Assistente de TI

Assim que possível

Almoxarifado Maior precisão nos

pedidos

Planejamento do setor financeiro

Crongrama de recebimento de

mercadorias

Gerente Financeiro

Semanalmente Dep.

Financeiro

Para a redução de embargos fiscais das mercadorias

Investir em treinamento

Cursos profissionalizantes

Gerente RH

Periodicamente e quando houver

contratação

Todos os setores

Para ter uma mão de obra

qualificada, eliminando assim os atrasos e erros

Criar políticas motivacionais

Premiações por metas

alcançadas, maiores

benefícios, maiores

comissões

Gerente RH

Mensalmente Todos os setores

Para aumentar o rendimento da

equipe

Fonte: Autores 2013

Para tornar o planejamento das propostas de ações para melhorias mais consistentes,

buscou-se, por meio da ferramenta PDCP (Carta programa de processo de decisão),

identificar as possíveis variações e incertezas inerentes, capazes de afetar o andamento das

ações corretivas propostas. Nesta ferramenta, procurou-se não apenas antecipar possíveis

desvios no planejamento, mas também desenvolver medidas alternativas que atuem

satisfatoriamente na ocorrência destes desvios. O Quadro 6 ilustra a aplicação da ferramenta

PDCP.

Page 49: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

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Quadro 6: Ferramenta PDCP ( Carta Programa de Processo de Decisão)

Atividade Planejada Possíveis

barreiras/problemas Ações/planos alternativos

Responsabilidade pela execução e

recursos

Planejamento de rotas

Não haver na empresa profissional

capacitado

Contratar profissionais capacitados e com experiência

Dep. De logística

Controle individual de motoboys

Não haver um funcionário

capacitado para ser o encarregado do

controle

Contratar profissionais capacitados e com experiência

Dep. De logística

Planejamento de rotina dos gerentes

Sobrecarga dos gerentes

Reservar tempo durante o mês para fazer o planejamento

Gerencia

Adaptar o software de G.E

Limitações financeiras

Procurar outras ferramentas para fazer o gerenciamento, por

exemplo, o excel Direção

Planejamento do setor financeiro

Falta de organização do setor, resistência

por parte dos funcionários

Marcar reuniões semanais para que a equipe faça o planejamento

Direção

Investir em treinamento

Limitações financeiras

Procurar convênios com instituições de ensino, priorizar o treinamento para setores críticos

RH

Criar políticas motivacionais

Não fazer parte da cultura da empresa

Inserir esta prática na cultura da empresa

Gerencia

Fonte: Autores 2013

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

4.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS QUANTO AO ALCANCE DOS OBJETIVOS

A aplicação das ferramentas da qualidade proporcionou a identificação dos motivos

das falhas que ocorrem no processo operacional da empresa, as ferramentas utilizadas para

isto foram o Diagrama de Ishikawa e 5 Por Quês. A frequência com que essas falhas

ocorreram foi representada pela Tabela 1 e o Gráfico de Frequência. As falhas mais e

menos relevantes foram identificadas por meio do Diagrama de Pareto. A aplicação da

Matriz GUT foi fundamental para apontar quais destas falhas demandam a maior urgência

de resolução e permitiu também a elaboração de propostas de procedimentos capazes de

potencializar melhorias nas operações envolvidas no estudo. Por fim, para planejar a

implantação destas propostas de melhorias, utilizou-se as ferramentas 5W1H e PDCP.

Desta forma, pode-se atender todos os objetivos definidos para este trabalho.

O estudo desenvolvido apresentou de forma satisfatória os resultados obtidos por

meio da aplicação de ferramentas da qualidade na resolução de problemas logísticos. A

análise dos componentes de desempenho logísticos operacionais, relacionados com as

causas e motivos das falhas, auxiliou na identificação de pontos de melhoria logística

Page 50: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

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nos processos da rede de farmácias de manipulação. Nota-se que a empresa em questão

apresenta falhas de gerenciamento e organização em todas as etapas que compõem o seu

processo produtivo até a entrega dos produtos ao consumidor final. Estas falhas

influenciam diretamente todos os Componentes de Desempenho Logísticos

Operacionais, como ilustrado no Quadro 4.

Os resultados do estudo apontou uma grande necessidade de investimento em

tecnologia, instalações, capacitação de funcionários, planejamento estratégico e

políticas motivacionais. Estes fatores são fundamentais para que uma empresa se

mantenha competitiva no mercado atual e aumente sua rentabilidade, como

consequência da redução de custos e aumento do faturamento.

4.2 PROPOSTAS DE ESTUDOS FUTUROS

A partir do que foi apresentado neste trabalho, uma série de desdobramentos de

pesquisas futuras são possíveis, como apresentado a seguir:

Estudos relacionados a estatísticas para a análise do volume de vendas da

empresa. Desta forma será possível avaliar, no gerenciamento do estoque da

empresa, se a quantidade nos pedidos de compra é condizente a demanda real,

considerando se há faltas ou se há excessos de estoques na imobilização de

capital;

Pesquisas relacionadas à estrutura física das unidades, considerando estudar a

viabilidade de ampliação dos laboratórios e investimento em equipamentos para

aumentar a capacidade de produção;

Dar continuidade ao estudo verificando o custo de aplicação das medidas

propostas para analisar a relação custo/ benefício.

Page 51: Ferramentas Da Qualidade Aplicadas à Melhoria de Operações Logísticas Um Estudo Orientado a Farmácias de Manipulação

51

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