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FI-144 TEORIA DE GRUPOS Lista # 6 Guillermo Cabrera Entrega: 05 de julho de 2016 1 Efeitos de Campo Cristalino nos multipletos de Ions de Terras Raras A Teoria de Grupos permite um tratamento qualitativo de muitos problemas de Mec^ anica Qu^ antica onde a simetria joga um papel importante. Na solu c~ ao deste problema, al em de discutir a parte qualitativa, voc^ e ter a que calcular expl citamente as propriedades do multipleto fundamental. Tente resolver o problema proposto usando exclusivamente os conhecimentos acumulados ao longo do semestre, e n~ ao perca muito tempo familiarizando- se com os c alculos das refer^ encias. Estas s~ ao fornecidas apenas como material ilustrativo, que pode ser util no futuro. 2 O on Sm 3+ Nos ons de Terras Raras, os efeitos de campo cristalino devem ser considerados como uma perturba c~ ao em cima dos multipletos determinados pelo acoplamento spin- orbita. Consideremos aqui o caso do Sm 3+ , onde a congura c~ ao eletr^ onica importante e Sm 3+ : [Xe] 4f 5 ; que corresponde a uma camada f incompleta com 5 el etrons. Este on e submetido a um campo cristalino com simetria c ubica completa (grupo O h ). Para as RI’s de spin de O h , utilize a nota c~ ao de Bethe (ver anexo). a) A Teoria de Grupos nada arma sobre a ordem do espectro. Por em existem regras fenomenol ogicas, conhecidas como Regras de Hund, que permitem ordenar os n veis at^ omicos [1]. Determine o multipleto fundamental resultante no esquema de acopla- mento L S e posteriormente considere a intera c~ ao spin- orbita. Use as tabelas do livro de Hamermesh (pag. 420). 1

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FI-144 TEORIA DE GRUPOSLista # 6

Guillermo Cabrera

Entrega: 05 de julho de 2016

1 Efeitos de Campo Cristalino nos multipletos de

Ions de Terras Raras

A Teoria de Grupos permite um tratamento qualitativo de muitos problemas de MecanicaQuantica onde a simetria joga um papel importante. Na solu�c~ao deste problema, al�emde discutir a parte qualitativa, voce ter�a que calcular expl��citamente as propriedades domultipleto fundamental. Tente resolver o problema proposto usando exclusivamente osconhecimentos acumulados ao longo do semestre, e n~ao perca muito tempo familiarizando-se com os c�alculos das referencias. Estas s~ao fornecidas apenas como material ilustrativo,que pode ser �util no futuro.

2 O ��on Sm3+

Nos ��ons de Terras Raras, os efeitos de campo cristalino devem ser considerados comouma perturba�c~ao em cima dos multipletos determinados pelo acoplamento spin-�orbita.Consideremos aqui o caso do Sm3+, onde a con�gura�c~ao eletronica importante �e

Sm3+ : [Xe] 4f 5;

que corresponde a uma camada f incompleta com 5 el�etrons. Este ��on �e submetido a umcampo cristalino com simetria c�ubica completa (grupo Oh). Para as RI's de spin de Oh ,utilize a nota�c~ao de Bethe (ver anexo).

a) A Teoria de Grupos nada a�rma sobre a ordem do espectro. Por�em existem regrasfenomenol�ogicas, conhecidas como Regras de Hund, que permitem ordenar os n��veisatomicos [1]. Determine o multipleto fundamental resultante no esquema de acopla-mento L� S e posteriormente considere a intera�c~ao spin-�orbita. Use as tabelas dolivro de Hamermesh (pag. 420).

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b) considere agora o potencial cristalino com simetria Oh como uma perturba�c~ao e en-contre o splitting produzido para o estado fundamental fundamental e o primeiroestado excitado. Lembre que o momentum angular total �e semi-inteiro devido �apresen�ca de um n�umero ��mpar de el�etrons (Grupo Dobrado). Veri�que a possibili-dade de degenerescencia extra por simetria de invers~ao temporal. Como se aplicaneste caso o Teorema de Kramers ?

c) Todos os n��veis encontrados tem a mesma paridade pois derivam do mesmo orbital f .Desta maneira, as transi�c~oes dipolares el�etricas est~ao proibidas. Em ordem maisalta, podemos ter transi�c~oes dipolares magn�eticas. Encontre para estas �ultimas asregras de sele�c~ao para todos os n��veis de campo cristalino do multipleto fundamentale o primeiro multipleto excitado.

3 C�alculo expl��cito das energias

Queremos calcular agora expl��citamente as energias de campo cristalino para o multipletofundamental. A teoria de perturba�c~oes para o n��vel fundamental �e degenerada e temos quecalcular elementos de matriz do potencial cristalino entre estados com o J fundamental.No caso de simetria c�ubica, na ordem mais baixa, o campo cristalino tem a forma (istosim pode ser deduzido da Teoria de Grupos):

Vc(r) =XF (r)

x4

r4+y4

r4+z4

r4� 35

!;

onde (x; y; z) s~ao as coordenadas dos el�etrons. Podemos veri�car que o potencial acima �eum invariante do grupo Oh (primeiro invariante n~ao trivial). O c�alculo pode ser simpli�-cado com a ajuda do Teorema de Wigner-Eckart. Para um multipleto dado (estados como mesmo J), os elementos de matriz de operadores tensoriais da mesma ordem s~ao pro-porcionais. Da�� que os elementos de matriz do operador posi�c~ao r podem ser calculadosa partir dos elementos de matriz de J, o momentum angular total. Reescrevemos ent~ao opotencial cristalino na forma:

Vc(r) = A�J4x + J

4y + J

4z �

3

5J4�; (1)

onde A �e o �unico parametro da teoria. Este m�etodo �e chamado dos operadores equivalentes,e est�a exposto em [2].

i) Calcule agora a separa�c~ao dos n��veis na presen�ca do campo cristalino (1) para omultipleto fundamental. Use as vantagens fornecidas pela Teoria de Grupos noc�alculo das energias. Em fun�c~ao de A, diga qual �e o estado fundamental. Usepara o multipleto a representa�c~ao jJM > que diagonaliza (J2; Jz), e re-escreva opotencial (1) em termos dos operadores escada do momentum angular

J+ = Jx + iJy;

J� = Jx � iJy :

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Ordene os estados do multipleto de maneira que tenha que diagonalizar submatrizesdo menor tamanho poss��vel.

ii) Encontre tamb�em express~oes expl��citas para as fun�c~oes de onda dos n��veis de campocristalino no caso do multipleto fundamental e compare com a referencia [3].

References

[1] E.U. Condon e G. H. Shortley, em The Theory of Atomic Spectra, Cambridge Univer-sity Press, 1970.

[2] K. W. H. Stevens, Proc. Phys. Soc. Lond. A65, 209 (1952).

[3] K. R. Lea, M. J. Leask e W. P. Wolf, J. Phys. Chem. Solids 23, 1381 (1962).

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