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FICHA PARA CATÁLOGO · FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA Título: A CONSTRUÇÃO DE LEITORES ATRAVÉS DO GÊNERO POESIA Autor Rosangela Aparecida Basso

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FICHA PARA CATÁLOGO

PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: A CONSTRUÇÃO DE LEITORES ATRAVÉS DO GÊNERO POESIA

Autor Rosangela Aparecida Basso

Escola de Atuação Colégio Estadual Papa Paulo VI –EFM

Município da escola Nova América da Colina - Pr

Núcleo Regional de Educação Cornélio Procópio

Orientador Miguel Heitor Braga Vieira

Instituição de Ensino Superior UENP ( Cornélio Procópio )

Disciplina/Área (entrada no PDE) Letras/Língua Portuguesa

Produção Didático-pedagógica Unidade Didática

Público Alvo

(indicar o grupo com o qual o

professor PDE desenvolveu o

trabalho: professores, alunos,

comunidade...)

Alunos da 7ª série do Ensino Fundamental

Localização

(identificar nome e endereço da

escola de implementação)

Colégio Estadual Papa Paulo VI – EFM

Nova América da Colina – Pr

Rua Ivai, 360

Apresentação:

(descrever a justificativa,

objetivos e metodologia utilizada.

A informação deverá conter no

máximo 1300 caracteres, ou 200

palavras, fonte Arial ou Times

New Roman, tamanho 12 e

espaçamento simples.

Através da Unidade Didática buscarei proporcionar ao alunos

oportunidades para que os mesmos adquiram gosto pelos textos do

Gênero Poesia. Com leituras, jograis incentivaremos os mesmos para

que percebam a importância da poesia e de seus escritores em nosso

dia a dia considerando que a leitura é compreendida como um ato

dialógico, interlocutivo que envolve demandas sociais, históricas,

políticas, econômicas, pedagógicas e ideológicas. Proporcionaremos

atividades sensibilizantes, preparatórias aproximando o textos da

realidade psicológica e social do aluno.

Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Proporcionar. Compreender. Interpretar.

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Objetivos Gerais e Específicos

Objetivos Gerais:

Proporcionar aos alunos oportunidades para que os mesmo adquiram gosto e o

hábito de ler.

Incentivar os alunos a perceberem a importância da leitura usando o Gênero

Poesia.

Objetivos Específicos:

Instigar no aluno a compreensão de textos de diferentes gêneros orais e escritos,

considerando que a leitura é compreendida como um ato dialógico, interlocutivo

que envolve demandas sociais, históricas, políticas, econômicas, pedagógica e

ideológica.

Estimular atividades sensibilizantes, preparatórias.

Aproximar o texto da realidade psicológica e social do aluno.

Desenvolvimento Teórico

É responsabilidade da escola desenvolver tarefas que possibilitem ao aluno sua

formação na leitura e escrita proporcionando também a participação com as demais

disciplinas para o desenvolvimento destas habilidades, uma vez que as mesmas serão

exigidas em diversas práticas da vida dando-lhes oportunidades e conhecimentos

capazes, participativos na sociedade em que vivem e no ambiente de trabalho.

Hoje com o apoio das tecnologias professores e alunos possuem diversos

recursos para uma aprendizagem pautada no sucesso que é o processo que evidencia as

novas mudanças na Educação.

Sabendo do desenvolvimento da leitura em práticas sociais cabe a nós

professores oportunizar aos nossos alunos textos criativos de poetas consagrados que

contribuíram e contribuem com nossa literatura brasileira.

O que dizem os Documentos do Governo

Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica: entende-se por

conteúdos básicos os conhecimentos fundamentais para cada série da etapa final do

Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, considerados imprescindíveis para a

formação conceitual dos estudantes nas diversas disciplinas da Educação Básica. O

acesso a esses conhecimentos é direito do aluno na fase de escolarização em que se

encontra e o trabalho pedagógico com tais conteúdos é responsabilidade do professor.

No caso de leitura de textos do Gênero poético, o professor deve estimular, nos

alunos a sensibilidade estéticas, fazendo uso, sem dúvida, eficaz: a leitura expressiva. O

modo como o docente proceder à leitura do texto poético poderá tanto despertar o gosto

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pelo poema como a falta de interesse pelo mesmo. Assim, antes de apresentá-lo para os

educando, o professor deve estudar, apreciar, interpretar, enfim, fruir o poema.

Há poemas em que desconsiderar a leitura do ritmo significa comprometer a

interpretação e a compreensão, assim como há poemas em que este recurso não é tão

relevante. Há poemas em que a escolha lexical é o que faz a diferença, outros, ainda, em

que a pontuação é carregada de significação. Há poemas em que informações como as

condições de produção, o contexto histórico – cultural fariam falta para sua

compreensão, outros nem tanto, o poema responde por si só. Cabe ao professor,

portanto, observar quais recursos de construção do poema devem ser considerados para

a leitura e , como mediador do processo, contribuir para que os discentes sejam capazes

de identificá-los e, sobretudo, permitir a eles que efetivem, de fato a experiência de ler o

texto do gênero poético em toda a sua gama de possibilidades. Diretrizes Curriculares

da Educação Básica (2008, p.76).

Atividades- Unidade Didática

O trabalho preparado e desenvolvido pelo professor PDE 2010/2011, será

iniciado em sala de aula, um ambiente favorável e agradável aos alunos da 7ª série para

leitura de textos do Gênero Poético.

As atividades apresentadas nesta Unidade Didática estarão de acordo com os

pressupostos teóricos e o Método Criativo de Bordini e Aguiar.

Unidade I

1. Apresentar aos alunos textos do Gênero Poesia de autores diversos.

2. Reconhecer o Gênero Poesia.

3. Ler oralmente algumas poesias em sala de aula juntamente com os alunos para

melhor reconhecimento da entonação e rimas.

Nota do Professor: Pedir aos alunos que tragam poesias para lermos em voz alta em sala

de aula.

Atividade Escrita – Sondagem

1. Você já leu alguma poesia? De quais autores(as)?

2. Escreva alguns tipos de sentimento de que tratam as poesias.

3. Você é leitor assíduo de poesias? Justifique.

Nota do Professor: Para que a atividade satisfaça aluno e professor, o questionário será

lido antecipadamente pelo professor.

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Comentário: Por ordem de seu pai, Jacó viajou para as terras de seu tio Labão,

irmão de sua mãe,a fim de escolher uma moça para ser sua esposa. Chegando

próximo ás terras de seu tio, conheceu uma pastora chamada Raquel,por quem se

apaixonou. Ficou sabendo depois que ela era sua prima, filha mais nova de Labão.

Depois de morar e trabalhar um mês na casa do tio, este lhe perguntou quanto

queria ganhar para continuar lá. Leia no texto o que aconteceu a seguir.

OS DOIS CASAMENTOS DE JACÓ

Então Labão disse a Jacó: ― Por seres meu parente, irás servir-me de graça?

Indica-me qual deve ser teu salário.‖ Ora, Labão tinha duas filhas: a mais velha se

chamava Lia e a mais nova, Raquel. Os olhos de Lia eram baços, mas Raquel tinha um

belo porte e belo rosto e Jacó amou Raquel. Ele respondeu: ―Eu te servirei sete anos por

Raquel, tua filha mais nova.‖ Labão disse: ―Melhor dá-la a ti do que a um estrangeiro;

fica comigo.‖

Jacó serviu então, por Raquel, durante sete anos, que lhe pareceram alguns dias,

de tal modo que ele a amava. Depois Jacó disse a Labão: ―Dá-me minha mulher, pois

venceu o prazo, e que eu viva com ela!‖ Labão reuniu todos os homens do lugar e deu

um banquete.

Mas eis que de noite ele tomou sua filha Lia e a conduziu a Jacó; e este uniu-se a

ela! Labão deu sua serva Zelfa como serva à sua filha Lia. Chegou a manhã, e eis que

era Lia! Jacó disse a Labão: ―Que me fizeste? Não foi por Raquel que eu servi em tua

casa? Por que me enganastes?‖. Labão respondeu: ― Não é uso em nossa região casar-se

a mais nova antes da mais velha. Mas acaba esta semana de núpcias e te darei também a

outra como prêmio pelo serviço que farás em minha casa durante ,mais sete outros

anos.‖ Jacó fez assim: acabou essa semana de núpcias e Labão lhe deu sua filha Raquel

como mulher. – Labão deu sua serva Bala como serva à sua filha Raquel.

– Jacó uniu-se também a Raquel e amou Raquel mais do que a Lia; ele serviu

na casa de seu tio ainda outros sete anos.

(“Gênesis”, cap. 29 vers. 15 a 30, em A Bíblia de

Jerusalém. São Paulo, Paulinas, 1981)

Compreensão

1. O texto foi extraído do livro de Gênesis,o primeiro da Bíblia. A Bíblia é

composta de livros, que estão divididos em ―antigo testamento‖ e ―novo

testamento‖. Procure saber por que há essa divisão e o conteúdo do livro de

Gênesis.

2. Pela leitura do texto, podemos perceber muitas diferenças em relação aos

nossos costumes. Copie as frases, separando em duas colunas.costumes

mostrados pelo texto e os nossos costumes.

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a) Casamento monogâmico (o homem pode ter somente uma esposa);

b) Poligamia (o homem pode ter várias esposas ao mesmo tempo);

c) A mulher escolhe com quem quer se casar;

d) A mulher não participa da decisão sobre seu casamento;

e) Há uma cerimônia de casamento, de que participam familiares e amigos;

3. Veja : ―os olhos de Lia eram baços, mas Raquel tinha belo porte e belo rosto‖.

Copie a alternativa que melhor substitui a palavra baço nessa frase.

a) Bonitos; c) Sem brilho;

b) Brilhantes; d) Claros;

Comentário: O texto anterior mostrou a história do amor de Jacó por Raquel, contada

na Bíblia. Veja agora como essa história foi recontada por Luís Vaz de Camões, um

grande poeta português, nascido provavelmente em 1524.

Sete anos de pastor Jacó servia

Labão, pai de Raquel, serrana bela;

Mas não servia ao pai, servia a ela,

E a ela só por prêmio pretendia.

Os dias na esperança de um só dia,

Passava, contentando-se com vê-la;

Porém o pai, usando de cautela,

Em lugar de Raquel lhe dava Lia.

Vendo triste pastor com que com enganos

Lhe fora assim negada a sua pastora,

Como se a não tivera merecida,

Começa de servir outros sete anos,

Dizendo: – Mais servira, se não fora

Para tão longo amor tão curta vida!

(Camões, Luís Vaz de. Obra Completa. Rio de Janeiro. José Aguilar, 1975)

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Compreensão

1. Comente o terceiro verso: ― Mas não servia ao pai, servia a ela‖.

2. O que significa ―os dias na esperança de um só dia passava‖?

3. Pudemos perceber, pelo texto bíblico, que Lia era feia, comparada a Raquel.

Baseado nisso, copie a alternativa que melhor substitui a palavra cautela nos

versos: ―Porém o pai, usando de cautela, / Em lugar de Raquel lhe dava Lia.‖

a) Maldade, egoísmo;

b) Cuidado, precaução;

c) Amor, carinho;

d) Raiva, ira.

(Ponto e Contraponto Português: homem-ser social/ Alfredina Nery, Márcia Regina

Choueri Vieira, Suely Aparecida Amaral. São Paulo: editora do Brasil, 1990.)

Unidade II

Neste módulo dividiremos a sala de aula em grupos de quatro ou cinco alunos

para lerem e estudarem textos poéticos selecionados pelo professor, incluindo textos

poéticos escritos pelo próprio professor.

Nota do Professor: Chamar a atenção dos alunos para as estrofes, rimas e a forma

do texto poético, inclusive o uso da concordância.

Metodologia

Oralidade (conhecimento da estrutura de uma poesia).

1. Que características este Gênero apresenta para considerarmos poesia?

2. De que sentimentos tratam as poesias que lemos? Esses sentimentos são ainda

marcantes no coração humano? Por quê?

Comentário: O poema a seguir foi escrito em julho de 1843, por Gonçalves Dias,

poeta brasileiro que na época cursava a faculdade de Direito em Coimbra.

CANÇÃO DO EXÍLIO

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.

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Nosso céu tem mais estrelas,

Nossas várzeas têm mais flores,

Nossos bosques tem mais vida,

Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, á noite,

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem mais palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,

Que tais não encontro eu cá;

Em cismar – sozinho, à noite –

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,

Sem que eu volte para lá;

Sem que desfrute os primores

Que não encontro por cá;

Sem qu’inda aviste as palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

(Gonçalves Dias, Antônio. Obras Poéticas de Antônio G.

Dias. São Paulo, Nacional, 1944)

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Compreensão

1. Procure no dicionário o sentido da palavra exílio.

2. Explique o significado das palavras aqui e lá, na primeira estrofe do poema.

3. Essa oposição dos dois lugares aparece também em outras estrofes. Quais são as

palavras que indicam o exílio e a pátria?

4. O ―eu‖ do poema menciona vários elementos naturais de seu país. Quais?

5. O poeta menciona também características do local onde se encontra?

Comentário: O poema a seguir foi escrito por Oswald de Andrade, poeta paulistano,

no início do nosso século(década de 1920).

CANTO DO REGRESSO À PÁTRIA

Minha terra tem palmares

Onde gorjeia o mar

Os passarinho daqui

Não cantam como os de lá

Minha terra tem mais rosas

E quase que mais amores

Minha terra tem mais ouro

Minha terra tem mais terra

Ouro terra amor e rosas

Eu quero tudo de lá

Não permita Deus que eu morra

Sem que volte para lá

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Não permita Deus que eu morra

Sem que volte pra São Paulo

Sem que veja a rua 15

E o progresso de São Paulo

( Oswald de Andrade. Poesias reunidas. Rio de Janeiro.

Civilização Brasileira. 5ª Ed. 1978)

Compreensão

1. Segundo o ―Novo dicionário Aurélio de língua portuguesa‖, palmares é uma

das regiões botânicas do Brasil setentrional, a qual abrange vastas zonas

onde a vegetação predominante são palmeiras, quilombo dos Palmares;

negro que habitavam esse quilombo.

Que outros elementos de seu país o ―eu‖ do poema menciona?

2. Veja no dicionário o sentido da palavra gorjear. Depois responda: o mar

gorjeia?

3. Nesse poema também há oposição entre dois lugares. Como eles são

designados?

4. Releia a última estrofe. O que o ―eu‖ do poema deseja rever?

Linguagem

O poema de Oswald de Andrade só pode ser compreendido perfeitamente por

quem conhece a ―CANÇÃO DO EXÍLIO‖ de Gonçalves Dias. É uma paródia, ou seja,

um texto escrito a partir de outro, mas opondo-se ao sentido do original, de forma crítica

e bem- humorada.

1. A oposição já começa no título. O que Oswald de Andrade opõe a exílio?

2. Que sentido podemos atribuir, então, ao segundo verso do ―Canto de regresso à

pátria‖, que, visto isoladamente, é absurdo, já que mar não gorjeia?

3. A segunda estrofe é bastante semelhante à da ―Canção do Exílio‖. Quais são as

diferenças e qual seu efeito sobre o leitor?

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(Ponto e Contraponto Português: homem-ser s2ocial/ Alfredina Nery, Márcia Regina

Choueri Vieira, Suely Aparecida Amaral. São Paulo: editora do Brasil, 1990.)

Unidade III

Atividade escrita- poesias criadas pelos grupos de alunos divididos no módulo II .

Após a criação da primeira produção de poesias os grupos farão trocas de textos

para que todos conheçam as criações dos companheiros.

A medida que as trocas forem feitas os textos serão lidos oralmente por um

representante do grupo para o conhecimento de todos.

Nota do Professor: Essa criação deverá acontecer no mês de agosto e setembro com a

participação de todos os alunos da 7ª série participante.

CANÇÃO DO EXÍLIO

( fragmento)

Casimiro de Abreu

Se eu tenho medo de morrer na flor dos anos,

Meu Deus! não seja já;

Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,

Cantar o sabiá!

Meu Deus, eu sinto e tu bem vês que eu morro

Respirando este ar;

Faz que eu viva, Senhor! Dá-me de novo

Os gozos do meu lar!

O país estrangeiro mais belezas

Do que a pátria não tem;

E este mundo não val um só dos beijos

Tão doces duma mãe!

Dá-me os sítios gentis onde eu brincava

Lá na quadra infantil;

Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,

O céu do meu Brasil!

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Se eu tenho de morrer na flor dos anos

Meu Deus! não seja já!

Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,

Cantar o sabiá!

( Casimiro de Abreu. Obras completas de C. de Abreu. Rio

de Janeiro, Zílio Valverde, 1943)

CANÇÃO DO EXÍLIO

Murilo Mendes

Minha terra tem macieiras da Califórnia

onde cantam gaturamos de Veneza

Os poetas da minha terra

são pretos que vivem em torres de ametista,

os sargentos do exército são monistas, cubistas,

os filósofos são polacos vendendo a prestações.

A gente não pode dormir

com os oradores e os pernilongos.

Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.

Eu morro sufocado

em terra estrangeira.

Nossas flores são mais bonitas

nossas frutas mais gostosas

mas custam cem mil réis a dúzia.

Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade

e ouvir um sabiá com certidão de idade!

(Mendes, Murilo. O menino experimental. 2ª Ed.

São Paulo, Summus, 1975).

1. Compare a Canção do Exílio de Casimiro de Abreu à de Gonçalves Dias e diga

se você considera que é uma paráfrase ou uma paródia. Justifique.

2. Faça o mesmo com a de Murilo Mendes.

3. Analise os poemas de Casimiro de Abreu e Murilo Mendes e diga qual pertence

ao Romantismo e qual, ao Modernismo.

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BALADA DO REI DAS SEREIAS

( Manuel Bandeira)

O rei atirou

Seu anel ao mar

E disse às sereias:

- Ide-o lá buscar,

Que se o não trouxerdes

Virareis espuma

Das ondas do mar!

Foram as sereias,

Não tardou, voltaram

Com o perdido anel

Maldito o capricho

De rei tão cruel!

O rei atirou

Grãos de arroz ao mar

E disse às sereias:

- Ide-os lá buscar,

Que se os não trouxerdes

Virareis espuma

Das ondas do mar!

Foram as sereias

Não tardou, voltaram,

Não faltava um grão.

Maldito capricho

Do mau coração!

O rei atirou

Sua filha ao mar

E disse às sereias:

- Ide-a lá buscar,

Que se a não trouxerdes

Virareis espuma

Das ondas do mar!

Foram as sereias...

Quem as viu voltar?...

Não voltaram nunca!

Viraram espuma

Das ondas do mar.

(Bandeira, Manuel. Estrela da Vida Inteira. Rio

de Janeiro, José Olympio, 1976)

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VOCABULÁRIO

Plagiar: assinar ou apresentar, como sua, obra artística ou cientifica de outrem.

Plágio: ato ou efeito de plagiar.

(Ponto e Contraponto Português: homem-ser social/ Alfredina Nery, Márcia Regina

Choueri Vieira, Suely Aparecida Amaral. São Paulo: editora do Brasil, 1990.)

Unidade IV

Este módulo dará ênfase do gênero Poético, no qual os alunos farão seus

próprios texto os quais faremos exposição e pretendemos contar com a participação dos

pais e comunidade escolar.

A escola, como instituição portadora e responsável pela formação de pessoas

capazes de integrarem à sociedade deve preocupar-se com a formação de leitores

críticos e ativos permitindo aos mesmo a participação nas questões que envolvem a

comunidade em que vivemos.

A cada dia que passa as escolas estão mostrando uma grande preocupação com a

formação de seus professores e alunos e o conhecimento claro dos objetivos a serem

trabalhados torna o ensino e as aulas mais prazerosas tanto para alunos quanto para

professores.

Segundo as Diretrizes Curriculares na concepção de linguagens por elas

assumidas a leitura é vista como um ato dialógico interlocutivo.

A prática de leitura é um princípio de cidadania, ou seja, o leitor cidadão, pelas

diferentes práticas de leitura, pode ficar sabendo quais são suas obrigações e também

pode defender seus direitos necessários para uma sociedade justa, democrática e feliz.

(Diretrizes Curriculares da Educação Básica, p.57), Silva 2005.

A poesia não é uma linguagem muito predileta entre os alunos, e entre os

professores o ensino um tanto apequenado, não que a linguagem deva ser privilegiada,

mas diria que, apresentada, deliciada entre nossos educandos. A poesia desperta

sentimentos nobres entre as pessoas, sentimentos estes tão longe de serem praticados ,

por muitos, dentro de seus lares.

A declamação de poesias é uma atividade que deve ser considerada, pois em

muitos casos ―desconsiderar a leitura do ritmo significa comprometer a interpretação e a

compreensão‖. ( Diretrizes Curriculares do Paraná, 2008). Cada poema vem carregado

de sutilezas as quais nos levam a sua compreensão, muitas vezes a pontuação vem cheia

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de significados que o leitor (aluno) lendo com fluência e declamando estará, naquele

momento, buscando formas de interpretá-lo, dando assim um toque especial na

oralidade.

QUESTIONÁRIO

a) Identifique o gênero textual.

b) Onde este gênero é veiculado?

c) Com que freqüência você lê poesias?

d) Cite o nome de autores(as) de poesias que você tem um breve ou amplo

conhecimento?

Seus Olhos

Seus olhos, tão negros, tão belos, tão puros,

De vivo luzir,

Estrelas incertas, que as águas dormentes

Do mar vão ferir;

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,

De meiga expressão

Mais doce que a brisa, — mais doce que a frauta

Quebrando a solidão.

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,

De vivo luzir,

São meigos infantes, gentis, engraçados

Brincando a sorrir.

São meigos infantes, brincando, saltando

Em jogo infantil,

Inquietos, travessos; - causando tormento,

Com beijos nos pagam a dor de um momento,

Com modo gentil.

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,

Assim é que são;

Eu amo esses olhos que falam de amores

Com tanta paixão.

(Gonçalves Dias. Primeiros cantos. Belo Horizonte : Itatiaia, 2002.)

Nesse poema, o eu lírico exaltou a beleza dos olhos negros da mulher amada,

caracterizando-os. Observe que:

Há versos que rimam? Copie-os.

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A linguagem é subjetiva e figurada; fala-se de sentimentos mais íntimos

recorrendo a comparações. Comprove sua afirmação, copiando as frases

comparativas.

(Sarmento, Leila Lauar. Português: Leitura, produção, gramática.

2. Ed. São Paulo. Moderna ,2006 )

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REFERÊNCIA:

SARMENTO, Leila Lauar. Português: leitura, produção, gramática – 2. ed.

São Paulo: Moderna 2006.

NERY, Alfredina. Ponto e Contraponto, português: homem- ser social/

Alfredina Nery, Márcia Regina Choueri Vieira, Suely Aparecida Amaral. São

Paulo: Editora do Brasil, 1990.

LEITURAS:

O Currículo uma reflexão sobre a prática- J. Gimeno Sacristán

Secretaria de Estado da Educação do Paraná- Diretrizes Curriculares da

Educação Básica.

A produção da leitura na escola: pesquisa x proposta. 2 ed. São Paulo:

ática: 2002

Brasil Parâmetros Curriculares Nacional. Linguagens, códigos e suas

tecnologias. Brasília: Ministério da Educação/ Secretaria de Educação Média

e Tecnologia, 1998.

Estética da Criação Verbal- Mikhail Bakhtin. Martins Fontes- São Paulo 1997,

p.246

Gêneros do Discurso (Bakhtin, M 1992:277)

Leitura em Crise- Soares, Magda- 7° edição- Porto Alegre- RS- 1986

Letramento- Soares Magda -3° edição Belo Horizonte: Autêntica Editora,

2009.

O Professor, a Escola e a Leitura: Fregonezi E. Durvali: Edições

Humanidades : 2003.

Oficina de Leitura: Kleiman Ângela.

Escola e Leitura: Zilberman Regina.

Gêneros Textuais 1: definição e funcionalidade: Marcuschi A. Luiz.