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7/24/2019 Fundamentos Da Gestao Escolar
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FUNDAMENTOS DA GESTO ESCOLAR
Braslia-DF
7/24/2019 Fundamentos Da Gestao Escolar
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Elaborao
Sandra Mara Bessa Ferreira
Produo
Equipe Tcnica de Avaliao, Reviso Lingustica e Editorao
odos os direitos reservados.
W Educacional Editora e Cursos Ltda.
Av. L2 Sul Quadra 603 Conjunto CCEP 70200-630Braslia-DF
el.: (61) 3218-8314 Fax: (61) 3218-8320www.ceteb.com.br
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SUMRIO
APRESENTAO ..................................................................................................................................... 5
ORGANIZAO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA................................................................................. 6
INTRODUO......................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
A FUNO SOCIAL DA ESCOLA NO MUNDO CONTEMPORNEO......................................................................... 11
CAPTULO 1
HISTRICO DA GESTO ESCOLAR NO BRASIL.................................................................................. 13
CAPTULO 2
A FUNO SOCIAL DA ESCOLA.................................................................................................... 15
CAPTULO 3
REFERNCIAS LEGAIS................................................................................................................ 21
CAPTULO 4
ESCOLA, DEMOCRACIA E CIDADANIA: ESCOLA PBLICA E EDUCAO PARA DEMOCRACIA.........................34
CAPTULO 5
A ESCOLA COMO ORGANIZAO APRENDENTE: ESCOLA E CULTURA..................................................... 40
CAPTULO 6
CONCEITUAO: GESTO E QUALIDADE......................................................................................... 46
CAPTULO 7QUALIDADE NA ESCOLA COMO CONSTRUO COLETIVA................................................................... 51
CAPTULO 8
CONCEPES E CARACTERSTICAS DA GESTO DEMOCRTICA NA ESCOLA........................................... 55
CAPTULO 9
O GESTOR ESCOLAR DE UMA ESCOLA EM MUDANA........................................................................ 62
UNIDADE II
A CONSTRUO DA AUTONOMIA NO CONTEXTO ESCOLAR.............................................................................. 71CAPTULO 10
CONCEITO DE AUTONOMIA........................................................................................................ 73
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CAPTULO 11
DESAFIOS E POSSIBILIDADES NA CONSTRUO DA AUTONOMIA DA ESCOLA.......................................... 76
CAPTULO 12
O PROJETO POLTICO-PEDAGGICO E A ORGANIZAO DO TRABALHO ESCOLAR:
UMA CONSTRUO COLETIVA..................................................................................................... 80
CAPTULO 13
RGOS COLEGIADOS NA GESTO DEMOCRTICA: ELEIO DE DIRETORES, COLEGIADOS DA ESCOLA,
ORAMENTO PARTICIPATIVO....................................................................................................... 83
PARA (NO) FINALIZAR......................................................................................................................... 88REFERNCIAS ..................................................................................................................................... 90
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APRESENTAO
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa rene elementos que se entendem necessrios
para o desenvolvimento do estudo com segurana e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinmica
e pertinncia de seu contedo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura ormal,
adequadas metodologia da Educao a Distncia EaD.
Pretende-se, com este material, lev-lo reflexo e compreenso da pluralidade dos conhecimentos a
serem oerecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos especficos da rea e atuar de orma competente
e conscienciosa, como convm ao profissional que busca a ormao continuada para vencer os desafios
que a evoluo cientfico-tecnolgica impe ao mundo contemporneo.
Elaborou-se a presente publicao com a inteno de torn-la subsdio valioso, de modo a acilitar sua
caminhada na trajetria a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como
instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
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ORGANIZAO DO CADERNODE ESTUDOS E PESQUISA
Para acilitar seu estudo, os contedos so organizados em unidades, subdivididas em captulos, de orma
didtica, objetiva e coerente. Eles sero abordados por meio de textos bsicos, com questes para reflexo,
entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradvel. Ao final, sero indicadas,
tambm, ontes de consulta, para aproundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrio dos cones utilizados na organizao dos Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocao
Pensamentos inseridos no Caderno, para provocar a reflexo sobre a prtica
da disciplina.
Para refletir
Questes inseridas para estimul-lo a pensar a respeito do assunto proposto. Registre
sua viso sem se preocupar com o contedo do texto. O importante verificar
seus conhecimentos, suas experincias e seus sentimentos. fundamental que voc
reflita sobre as questes propostas. Elas so o ponto de partida de nosso trabalho.
Textos para leitura complementar
Novos textos, trechos de textos referenciais, conceitos de dicionrios, exemplos esugestes, para lhe apresentar novas vises sobre o tema abordado no texto bsico.
abc
Sintetizando e enriquecendo nossas informaes
Espao para voc, aluno, fazer uma sntese dos textos e enriquec-los com suacontribuio pessoal.
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Sugesto de leituras, filmes, sitese pesquisas
Aprofundamento das discusses.
Praticando
Atividades sugeridas, no decorrer das leituras, com o objetivo pedaggico defortalecer o processo de aprendizagem.
Para (no) finalizar
Texto, ao final do Caderno, com a inteno de instig-lo a prosseguir com a reflexo.
Referncias
Bibliografia consultada na elaborao do Caderno.
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INTRODUO
A gesto escolar tem tomado rumos bastante interessantes nos ltimos anos na medida em que se
considera a participao coletiva como princpio para o alcance dos objetivos da comunidade escolar. al
prtica no era comum at bem pouco tempo e continua distante de muitas de nossas escolas. Repensar
continuamente a sua prtica undamental ao gestor, pois essa postura investigativa que lhe dar as
condies necessrias de, a partir dessa avaliao, modificar sua ao, tanto no que se reere a aspectos
pedaggicos como a administrativos e, assim, responder plenamente grande responsabilidade socialque lhe oi atribuda.
No obstante a constatao de que tal participao seja um princpio que determina a qualidade da
educao oerecida em nossas escolas, no raro encontrar gestores que ainda no sabem como colocar
em prtica tais proposies, nem como compatibilizar a realidade da escola com as teorias disponibilizadas
nos livros. Da a necessidade de se recorrer aos cursos de ormao continuada. Nesse sentido, que
destacamos o mrito daqueles que aqui chegaram em busca de conhecer melhor quais os parmetros para
uma gesto nos moldes da contemporaneidade, o que abre a possibilidade de reflexo sobre os desafios e
as possibilidades de uma gesto assim delineada.
A preocupao com a qualidade da educao oerecida em nossas escolas no recente e, como sabemos,
o impacto da ao do gestor nesse contexto undamental para a preservao de estruturas j adotadas
ou mesmo para a promoo de mudanas que se aam necessrias para a tomada de novos rumos.
Desta eita, a gesto ganha status nesse momento em que tanto se questiona a escola e sua uno social,
especialmente no que diz respeito ormao de cidados crticos e conscientes.
H, portanto, no bojo das discusses empreendidas sobre tal tema, duas rentes especficas: uma relativa
gesto propriamente dita e a outra relativa importncia que se d a todos os atores sociais envolvidos
nesse processo de educar. Como centro das questes discutidas est a autonomia dada s escolas, inclusiveem termos de legislao. No se concebe atualmente discutir gesto sem consider-la a partir de um
contexto social que no se restringe escola, mas que ultrapassa seus muros. Portanto, as possibilidades
de parcerias e participao comunitria so hoje uma necessidade e no apenas uma recomendao.
Muitas vezes, as reflexes sobre a gesto, o que consideramos correto ou no, advm das inquietaes
vividas em nossa prtica escolar ou se findam nelas. Como colocar em prtica teorias que no consideram
nossa realidade? Como gerir uma escola na perspectiva de quem no enrenta os alunos reais, aqueles
com quem convivemos todos os dias e no aqueles alunos ideais que se engajam conosco nos projetos?
Quantos obstculos! Quanta dificuldade! Mas quem disse que seria cil?
Nesse sentido, nosso curso prope uma reflexo sobre a necessidade de se observar que a melhoria na
qualidade do ensino e a transormao da prpria identidade da educao brasileira esto intimamente
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ligadas dimenso da gesto nas unidades escolares, capazes de sustentar e dinamizar aes conjuntas,
associadas e articuladas s condies materiais e humanas disponveis no contexto escolar, de modo aatingir a aprendizagem eetiva e significativa dos alunos. Para tanto, necessria a compreenso mais
acurada do profissional em gesto escolar acerca dos desafios e das possibilidades da inovao educacional,
de modo que possa estabelecer direcionamentos adequados para a construo de uma escola de boa
qualidade.
Para alcanar nosso intuito, apresentamos o contedo deste curso em trs unidades. Na primeira,
trataremos da uno social da escola no mundo contemporneo; na segunda, da gesto de qualidade na
escola; na ltima, refletiremos sobre a construo da autonomia no contexto escolar. O convite j oi eito:
venha aproundar seus conhecimentos e associar o que discutirmos com a sua prtica. Agora com voc!
Objetivos
Ampliar o conhecimento dos undamentos educacionais que avorecem umagesto de qualidade, como a promoo da participao coletiva e a autonomia dos
atores sociais na escola.
Compreender a gesto escolar como ao coletiva a ser construda de orma
integrada e participativa.
Reconhecer a importncia do conhecimento proundo das reerncias legaisnecessrias a uma gesto escolar consciente, intencional e de qualidade.
Ampliar os conhecimentos sobre gesto escolar democrtica propiciando o odesenvolvimento de as habilidades para a construo de projetos pedaggicos
construdos coletivamente.
Fortalecer uma atitude avorvel em relao participao em colegiados ourgos similares.
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UNIDADE
IA FUNO SOCIAL DA ESCOLANO MUNDO CONTEMPORNEO
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CAPTULO 1Histrico da Gesto Escolar no Brasil
A gesto escolar visa promover a organizao, a mobilizao e a articulao de todas as condies materiais
e humanas necessrias para garantir o avano dos processos socioeducacionais dos estabelecimentos de
ensino. O objetivo final da gesto a aprendizagem eetiva e significativa dos alunos (SOUZA, 2006).
O pensamento clssico da gesto escolar no Brasil (dcadas de 1930 a 1970) teve suas origens na baseterica da administrao cientfica. Nesse perodo, a centralizao de poder e as concepes tcnicas de
gesto escolar predominavam. Com esse enoque, administrar corresponderia a comandar e controlar,
mediante uma viso objetiva de quem atua sobre a unidade e nela intervm de maneira distanciada,
visando a objetividade e a autoridade, centrada na figura do diretor.
Leo (1939), um dos primeiros autores brasileiros a tratar do tema gesto escolar, explicitou as unes,
deveres e relaes hierrquicas entre as figuras do diretor e demais atores educacionais. Argumentava
que a hierarquia do servio pblico, vigente no incio do sculo XX, precedia a constituio de aes
educacionais democrticas, com consequncias nos vrios aspectos relacionados concepo das
tareas do dirigente escolar e da administrao escolar. De acordo com Leo (1939), havia uma aparente
contradio entre as unes administrativas e as unes pedaggicas de diretores. Embora a uno
do diretor escolar tivesse base nas aes pedaggicas, para atender aos objetivos educacionais, o diretor
operava no campo administrativo e de representao poltica do poder institudo. Em outras palavras, o
papel pedaggico do diretor seria o de desenvolver aes administrativas voltadas a garantir as condies
para o uncionamento das aes pedaggicas.
A teoria de gesto escolar apresentada por Ribeiro (1952) se sustenta na viso de que os princpios e
os mtodos da administrao cientfica so aplicveis escola. Para Ribeiro (1952), a administrao
escolar possua uma ace predominantemente tcnica; a compreenso e o domnio do conhecimentosobre a especificidade escolar, com o suporte tcnico da administrao geral e escolar, permitiriam,
inevitavelmente, a soluo dos problemas escolares. Segundo esse autor, a gesto escolar tem a tarea
de organizar e coordenar os trabalhos escolares, a partir de inormaes coletadas na prpria onte dos
problemas educacionais. Para tanto, necessrio um clima de ao coletiva na escola, superando-se as
tradicionais ormas hierrquicas da organizao escolar.
Destaca-se, ainda, o trabalho de Ansio eixeira (1961) para o qual no h administrao sem poder
e que a pessoa que administra aquela que detm esse poder e os demais meios e recursos para
alcanar os resultados desejados. Para esse autor, a administrao escolar uma erramenta a servio do
desenvolvimento pedaggico da escola e no possui uma razo prpria, alheia ao trabalho docente e uno educativa da instituio. eixeira (1961) argumenta que a escola seria vtima de um pensamento
aparentemente cientfico da administrao, segundo o qual a administrao poderia ser aplicada
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linearmente a todos os campos indistintamente. O pensamento de Ansio eixeira sobre a gesto escolar
mostra uma tendncia crtica ao modelo centralizador do Estado brasileiro decorrente do perodo
ditatorial.
Est associada administrao por comando e controle, centrada na autoridade, a hierarquizao e averticalizao dos sistemas de ensino e das escolas, a desconsiderao aos processos sociais vigentes, a
burocratizao, a ragmentao de aes e, como consequncia, a desresponsabilizao de pessoas em
qualquer nvel de ao pelos resultados finais.
Principalmente a partir do fim da dcada de 1970, autores como Miguel Arroyo, entre outros,
explicitamente comearam a tecer severas crticas atribuio de unes da escola sendo definida pela
sociedade capitalista por meio do Estado. A gesto escolar passa a ter um carter mais poltico e a viso de
administrao escolar do perodo anterior rotulada como um enmeno essencialmente tecnocrtico. A
direo escolar, reconhecida anteriormente como uma uno de gerente em uma empresa produtiva, cuja
tarea era garantir a produtividade, ou o controle dos trabalhadores da educao passa a ser entendido
como um processo de equipe, associado a uma ampla demanda social por participao. Conceitos como
uno social da escola, autonomia, descentralizao e democratizao ganharam campo de discusso
e so considerados basilares na gesto escolar moderna. Esses temas sero detalhados nos captulos
seguintes. Por ora, aremos uma pausa para reflexo:
Agora que voc j conhece um pouquinho da histria da gesto escolar no Brasil,o que pensa sobre essas concepes de administrao centralizada visando a
eficincia da educao? possvel administrar a educao como um todo nicopromovendo, no em cada escola, mas em todo o Estado as aes adequadas paraa formao do povo brasileiro? Por que hoje h tendncia descentralizao?
UNIDADE I |A FUNO SOCIAL DA ESCOLA NO MUNDO CONTEMPORNEO
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CAPTULO 2A Funo Social da Escola
Para saber mais:
.
Se antes a terra e depois o capital eram os fatores decisivos da produo [...] hoje o
fator decisivo , cada vez mais, o homem em si, ou seja, seu conhecimento.
(Papa Joo Paulo II, encclica Centesimus Annus, 1991)
Considerando o trecho dessa encclica e os debates mais frequentes em educao
sobre qual a funo da escola contempornea, reflita em que medida a escolaocupa hoje uma funo social de grande relevncia e qual seria sua funo primordial.
Falar sobre a uno da escola alar sobre o que a escola representa para a sociedade e quais as expectativasque se tem sobre ela. A princpio, deveramos refletir sobre a expectativa maior em relao escola, qual
seja, ensinar. Essa reflexo traz outras tantas: O que ensinar? Como ensinar? Por que ensinar? A quem
ensinar?
Vivemos uma crise social sem antecedentes: a violncia, o desemprego e tantos outros males. E a
resposta que a sociedade nos indica como soluo para muitos deles est na educao. E a escola no
poder se urtar a cumprir o seu papel que nada tem a ver com a salvao incondicional da lavoura, mas
se relaciona com a preparao de toda a massa de crianas, jovens e adultos que precisam compreender
as dificuldades e as possibilidades da realidade atual. No h como agir sobre um contexto que nos
incompreensvel.
Por isso que, apesar do descrdito social por que passa a escola brasileira na atualidade, os pais insistem
em enviar seus filhos para serem educados. Sua esperana a de que a escola lhes permita alguma ascenso
social ou mesmo que lhes transmita conhecimentos e valores que eles, como pais se sentem incapazes de
ensinar. Enfim, cabe escola educar.
Muitas das atividades realizadas na escola dizem respeito sua uno basilar, sua atividade-fim: o
processo educativo propriamente dito. Outras tantas aes dizem respeito a aspectos indiretamente
relacionados educao, mas contribuem eetivamente para que a escola cumpra esse papel. o que
costumamos considerar como currculo oculto, aquilo que ensinamos e nossas crianas aprendem sem
que tenhamos pensado em ensinar.
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Pode-se perceber que a ideia de que o currculo escolar se concretiza tanto de maneira explcita e ormal,
quanto implcita e inormal, no recente. Apesar disso, a delimitao precisa do que constituiria esse
currculo implcito ou oculto ainda uma tarea que merece maior cuidado e reflexo por parte de
proessores e, especialmente, de gestores.
Embora, normalmente, ao currculo oculto sejam associadas as mensagens de natureza aetiva as
relativas a atitudes, valores e outros aspectos no possvel separar os eeitos desse tipo de mensagem
daqueles ligados aos aspectos de natureza cognitiva. Por esse motivo, o currculo oculto pode incluir desde
as mensagens reerentes a normas de comportamento social at concepes de culturais vivenciadas nas
experincias cotidianas da escola.
Exemplificando, de nada adianta apresentar o conceito de democracia e cidadania se na escola no so
oerecidas as condies de participao requeridas a um estado democrtico de direito. A prpria orma
como a instituio escolar e o ensino propriamente dito esto estruturados veicula certas mensagens
que constituem, em seu conjunto, uma espcie de currculo paralelo, no oficial, mas igualmente ou
at mesmo mais eficaz na transmisso de certos contedos. E esses contedos, ainda que no sejam
normalmente considerados como tais, integram, juntamente com os contedos normais das disciplinas,
a totalidade dos conhecimentos aprendidos na escola.
Nesse sentido, uno da escola cuidar para que tais conhecimentos sejam coerentes e caminhem na
mesma direo, seja no mbito do discurso ou da prtica. Ao gestor, cabe enorme sensibilidade para
perceber como esse aprendizado tem acontecido, como se est estabelecendo o conjunto do que se
aprende na escola. So dimenses a serem observadas quando pensamos em agir para que a escola de ato
cumpra sua uno:
A dimenso pedaggica: envolve a gesto do currculo (oficial, real e oculto); recursosdidticos; metodologias e projetos adotados; ormao continuada de proessores e
avaliao do desempenho do aluno e do docente.
A dimenso administrativa: envolve a gesto dos processos financeiros, de pessoal,bem como os cuidados com a conservao, ampliao e ocupao adequadas do
espao sico e dos recursos materiais da escola.
A dimenso poltica: envolve a articulao da escola com a comunidade; da escolacom o sistema de ensino; da escola com parceiros; bem como a organizao dosdierentes segmentos na construo de um projeto poltico-pedaggico coerente
com as necessidades da escola.
No dia a dia da escola, essas dimenses no so administradas de orma compartimentada, ao contrrio,
so organizadas de maneira interligada. preciso que o gestor compreenda, com muita clareza, a natureza
das atividades que se constituem o cerne do planejamento e da avaliao escolar.
Como dissemos, h que se lembrar ainda que o planejamento e a avaliao devem ser realizados em
fina sintonia com os preceitos da gesto democrtica. Para tanto, primordial que se conhea a culturaorganizacional da unidade escolar, constituda do conjunto de valores, princpios, crenas e ideologias a
partir do que todo o trabalho educativo est constitudo. Apenas estando ciente das ormas como a escola
UNIDADE I |A FUNO SOCIAL DA ESCOLA NO MUNDO CONTEMPORNEO
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e seus componentes pensam e reagem ser possvel organizar um planejamento que contribua de ato
para que a escola cumpra seu papel.
Como podemos ver, pensar na uno social da escola pensar tambm nas aes que daro as condies
para que essa seja alcanada. E o desafio no pequeno! Leia o texto a seguir que nos permite refletirsobre a escola pblica que temos e o que esperamos dela.
Qual a funo social da escola pblica?
O Brasil enfrenta profundas desigualdades sociais, econmicas e culturais,configurando-se na sociedade capitalista como pas dependente. Em decorrncia,vive um processo histrico de disputa de vrios interesses sociais, por vezesinteiramente opostos. Nesse processo, homens e mulheres, organizando-se em
vrias instituies, fazem, a todo o momento, a histria dessa sociedade.
Passamos por vrias fases do processo capitalista, incluindo perodos ditatoriais, emque aprendemos o valor de lutar pela reconquista e pela garantia da democracia.Construmos, assim, a democracia representativa, em que todos os dirigentes so
eleitos por votos dos cidados (presidente da Repblica, governadores, prefeitos,senadores, deputados e vereadores). As conquistas histricas trazidas por essademocracia representativa sero ampliadas e novos avanos reais para a grandemaioria da populao sero conquistados quando a democracia for se tornando,
cada vez mais, uma democracia participativa. Esta amplia e aprofunda a perspectivado horizonte poltico emancipador da democracia. Isto : uma democracia em quetodos os cidados, como sujeitos histricos conscientes, lutam pelos seus direitoslegais, tentam ampliar esses direitos, acompanham e controlam socialmente a
execuo desses direitos, sem deixar de cumprir, em contrapartida, os deveresconstitucionais de todo cidado.
Esse cidado no apenas sabe escolher bem os governantes, mas assume suacondio de sujeito, exercendo seu papel dirigente na definio do seu destino,dos destinos de sua educao e da sua sociedade. Nessa perspectiva, ser cidado,
como dizia Paulo Freire, o ser poltico, capaz de questionar, criticar, reivindicar,participar, ser militante e engajado, contribuindo para a transformao de umaordem social injusta e excludente.
Em nossa sociedade, a escola pblica, em todos os nveis e modalidades da Educao
Bsica (Educao Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Mdio), tem como funosocial formar o cidado, isto , construir conhecimentos, atitudes e valores quetornem o estudante solidrio, crtico, tico e participativo.
Para isso, indispensvel socializar o saber sistematizado, historicamenteacumulado, como patrimnio universal da humanidade, fazendo com que esse
saber seja criticamente apropriado pelos estudantes, que j trazem consigo o
A FUNO SOCIAL DA ESCOLA NO MUNDO CONTEMPORNEO | UNIDADE I
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saber popular, o saber da comunidade em que vivem e atuam. A interligao e a
apropriao desses saberes pelos estudantes e pela comunidade local representam,certamente, um elemento decisivo para o processo de democratizao da prpriasociedade.
A escola pblica poder, dessa forma, no apenas contribuir significativamente
para a democratizao da sociedade, como tambm ser um lugar privilegiadopara o exerccio da democracia participativa, para o exerccio de uma cidadaniaconsciente e comprometida com os interesses da maioria socialmente excluda oudos grupos sociais privados dos bens culturais e materiais produzidos pelo trabalho
dessa mesma maioria.
A contribuio significativa da escola para a democratizao da sociedade e parao exerccio da democracia participativa fundamenta e exige a gesto democrticana escola. Nesse sentido, a forma de escolha dos dirigentes, a organizao dos
Conselhos Escolares e de toda a comunidade escolar para participar e fazer valer osseus direitos e deveres, democraticamente discutidos e definidos, um exercciode democracia participativa. Assim, a escola pblica contribuir efetivamente paraafirmar os interesses coletivos e construir um Brasil como um pas de todos, com
igualdade, humanidade e justia social.
No Brasil, a criao e a atuao de rgos de apoio, deciso e controle pblico dasociedade civil na administrao pblica tem um significado histrico relevante.
Nesse sentido, chama-se a ateno para o fato de que a reivindicao deampliao de espaos institucionais de participao e deliberao junto aos rgos
governamentais fazia parte das lutas polticas pela democratizao da sociedade.
Na educao, essa organizao de espaos colegiados se realiza em diferentesinstncias de poder, que vo do Conselho Nacional aos Conselhos Estaduais eMunicipais, e Escolares. Esses espaos e organizaes so fundamentais para a
definio de polticas educacionais que orientem a prtica educativa e os processosde participao, segundo diretrizes e princpios definidos nessas vrias instncias.A construo de uma escola pblica democrtica, plural e com qualidade social
demanda a consolidao e o inter-relacionamento dos diferentes rgos colegiados.
O Conselho Escolar tem papel decisivo na democratizao da educao e da escola.
Ele um importante espao no processo de democratizao, na medida em querene diretores, professores, funcionrios, estudantes, pais e outros representantesda comunidade para discutir, definir e acompanhar o desenvolvimento do projetopoltico pedaggico da escola, que deve ser visto, debatido e analisado dentro do
contexto nacional e internacional em que vivemos.
Fonte: .
UNIDADE I |A FUNO SOCIAL DA ESCOLA NO MUNDO CONTEMPORNEO
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Como o prprio texto nos indica, uno da escola ormar o cidado. Mas que cidado esse? Aquele
capaz de promover mudanas, de intererir no mundo em que vive. E como podemos azer isso?
Participando dos dierentes espaos possveis, que intererem diretamente na qualidade de sociedade que
temos. Mais rente trataremos especificamente desses espaos de participao na escola.
Quando pensamos na uno da escola, possvel refletir que, desde sua origem, h um pressuposto
de que os adultos so responsveis por oerecer s crianas uma educao que contribua para o seu
engajamento social. Essa responsabilidade, independente do momento scio-histrico e econmico
vivido num determinado contexto, pressupe a oerta de todas as condies para que esse direito social
bsico seja atendido da melhor maneira possvel. Dessa orma, a escola assume para si muitas unes
para alm da uno precpua de educar, pois nela que o Estado encontra mais acilmente as crianas e
seus pais.
No que diz respeito a tais aes, a escola tambm assume para si, por meio da ingerncia do Estado, as
mais diversas polticas, sejam elas assistencialistas (como o Bolsa Escola) ou de suplementao alimentar
(como a merenda escolar e projetos de alimentao alternativa para comunidades de baixa renda), de
divulgao de hbitos de higiene (como programas odontolgicos), de campanhas de sade (como
vacinao), de campanhas de conscientizao (como trnsito). Ou seja, a escola assume para si unes
que dizem respeito educao como instruo e educao como moldadora de costumes e hbitos
sociais.
A escola , portanto, uma organizao social, em geral estabelecida pelo poder pblico ou inspecionada
por ele, e sua principal uno garantir a realizao do ensino ormal, principalmente a ormao bsica
do indivduo. Como organizao, apresenta caractersticas comuns a outras organizaes humanas.Primeiramente, composta de seres humanos e seu fim ltimo servir a esses. Est undada em um
complexo sistema de trocas e interdependncia com o meio social. claro que existem organizaes
echadas, que interagem minimamente com o seu meio ambiente; existem outras que interagem com seu
meio, mas no se deixam aetar com essa interao e, por fim, outras organizaes que esto em constante
troca com seu meio ambiente, recebendo e ornecendo experincias e modificando sua estrutura nessa
interao.
A escola no mais a detentora do conhecimento que est disponvel e acessvel a todos pelo vrios
instrumentos da era da inormao. As relaes sociais se tornaram mais complexas e o perfil do aluno
mudou bastante. A sociedade reclama da escola uma srie de aes que vo muito alm da simples prtica
de ensino, e espera que ela d conta da educao integral de seus filhos, garanta condies de sade,
alimentao e proteo. Por outro lado, nunca a instituio escolar oi to desacreditada pela populao,
reflexo do descrdito para com o poder pblico e sua capacidade de responder s demandas sociais.
J se oi o tempo em que a escola era tida como detentora e guardi da sabedoria e do conhecimento, que
se echava para a realidade ao seu redor por ser a ilha de excelncia para a ormao das uturas geraes.
Ora, a inormao est disponvel hoje numa velocidade extraordinria; basta um clicar para obtermos
milhes de respostas para temas simples como a gua ou outros tantos assuntos, sejam eles pertencentes
ou no ao currculo escolar. al contexto exige que a educao ressignifique seu papel e uno, e a escola,como agente por excelncia da ao pedaggica ormal e local de materializao das garantias e direitos
da sociedade, repense sua orma de se entender e de compreender o mundo que a cerca.
A FUNO SOCIAL DA ESCOLA NO MUNDO CONTEMPORNEO | UNIDADE I
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Retomando a reflexo proposta inicialmente, reafirmamos a importncia de oertar uma educao
de qualidade, tendo em vista que o maior capital a ser gerenciado agora e no uturo o cultural. O
conhecimento , sem dvida, a grande erramenta para insero a do indivduo em um mundo letrado,
cujas tecnologias so superadas com muita rapidez e com ronteiras comunicacionais praticamente
inexistentes. Diante desse contexto, espera-se da escola um salto qualitativo e isso s poder acontecer a
partir de uma gesto sria, comprometida e, acima de tudo, preparada para esse enorme desafio.
A escola tem cumprido sua funo social na sociedade contempornea?
Em que medida, como gestores, podemos contribuir para a construo de um
mundo melhor?
Para se aprofundar mais sobre o assunto, leia:
ABRAMOVAY, M. et al. Escolas inovadoras: experincias bem-sucedidas em escolas
pblicas. Braslia, DF: UNESCO, 2003.
undamental, portanto, que se tenha como objetivo na gesto escolar o acesso e a permanncia dos
alunos em uma escola de qualidade social para todos. Nesse sentido, a escola deve avaliar como tm sido
desenvolvidas as suas prticas e como elas tm contribudo de maneira eetiva para aquilo que de ato
importa para o aluno e para a sociedade, ou seja, a aprendizagem. Para tanto, undamental assegurar
a participao eetiva da comunidade escolar nos projetos desenvolvidos na escola, de orma que seja
possvel criar uma cultura de esoro coletivo, em que as responsabilidades sejam eetivamente partilhadase compartilhadas.
Deixe aqui suas reflexes sobre o tema. Faa perguntas, anotaes. Sintetize asideias provocadas pela leitura deste Captulo. Isso o ajudar a compreender melhoro contedo deste Caderno.
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CAPTULO 3Referncias Legais
A legislao no pode permanecer margem das mudanas sociais.
(William J. Brennan)
O que voc pensa a esse respeito? Podemos empreender mudanas na escola
revelia da legislao? Voc se preocupa em conhecer a legislao que organiza aeducao nacional?
Ao finalizar o captulo anterior, salientamos a importncia de o gestor estar preparado para uma gesto que
requer inmeros conhecimentos tcnicos, alm de comprometimento e de qualidades como a liderana.
A compreenso de como se do as relaes polticas, sociais e legais so requisitos para esse preparo.
Para conhecer as leis que regem a educao nacional, as mudanas que se processam
e as novas propostas do Estado, fundamental que o gestor se mantenha atualizado.Para isso, recomendamos a consulta sistemtica ao site do Ministrio da Educao:
.
Nesse sentido, o estudo dos undamentos legais da educao brasileira requer maior dedicao do que
se tem visto na atualidade, tendo em vista que muitas vezes eles so pouco compreendidos ou pouco
conhecidos por boa parte de nossos educadores. No raro encontrarmos profissionais da educao que
sequer sabem que a Constituio Federal de 1988 tem um captulo exclusivo sobre a educao nacional
ou mesmo que no tm conscincia da importncia das leis para a organizao e o uncionamento da
educao ormal no pas.De acordo com Cury (2002):
Hoje, praticamente, no h pas no mundo que no garanta, em seus textos legais, o
acesso de seus cidados educao bsica. Afinal, a educao escolar uma dimenso
undante da cidadania, e tal princpio indispensvel para polticas que visam
participao de todos nos espaos sociais e polticos e, mesmo, para reinsero no
mundo profissional. No so poucos os documentos de carter internacional, assinados
por pases da Organizao das Naes Unidas, que reconhecem e garantem esse acesso
a seus cidados. al o caso do art. XXVI da Declarao Universal dos Direitos do
Homem, de 1948. Do mesmo assunto ocupam-se a Conveno Relativa Luta contraa Discriminao no Campo do Ensino, de 1960, e o art. 13 do Pacto Internacional dos
Direitos Econmicos, Sociais e Culturais, de 1966.
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Ainda segundo Cury (2002):
como se trata de um direito reconhecido, preciso que ele seja garantido e, para isso, a
primeira garantia que ele esteja inscrito em lei de carter nacional. O contorno legal
indica os direitos, os deveres, as proibies, as possibilidades e os limites de atuao,enfim: regras. udo isso possui enorme impacto no cotidiano das pessoas, mesmo que
nem sempre elas estejam conscientes de todas as suas implicaes e consequncias.
Um exemplo claro desse impacto est na prpria concepo atual da educao bsica como direito do
cidado e dever do Estado, o que traz implicaes undamentais para a vida dos brasileiros que tm
garantido o Ensino Fundamental e Mdio e sua consequente gratuidade. Outro exemplo est na recente
ampliao do Ensino Fundamental que passou de 8 para 9 anos, o que d acesso a crianas escola a
partir dos 6 anos de idade.
Sabemos, no entanto, que no bastam que as leis existam, preciso mais do que isso para que elas sejamcolocadas em prtica. O reconhecimento legal de um direito , assim, apenas o primeiro passo de uma
longa trilha a ser percorrida, principalmente em pases subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. A
aplicao eetiva das leis proporcional ao nvel de cidadania de um povo e sua consequente capacidade
de cobrar das autoridades competentes o que lhe de direito.
Nesse sentido, a educao tem uno primordial na garantia de sua prpria aplicao: se a educao
no cumpre seu papel na ormao de cidados, como poderemos lutar por sua qualidade? Nesse caso
especfico, cria-se um crculo vicioso.
Em todo o caso, a ligao entre o direito educao escolar e a democracia ter a legislao como um de seussuportes e invocar o Estado como provedor desse bem, seja para garantir a igualdade de oportunidades,
seja para, uma vez mantido esse objetivo, intervir no domnio das desigualdades, que nascem do conflito
da distribuio capitalista da riqueza, e, progressivamente reduzir as desigualdades. A interveno tornar-
se- mais concreta quando da associao entre gratuidade e obrigatoriedade, j que a obrigatoriedade
um modo de sobrepor uma uno social relevante e imprescindvel de uma democracia a um direito
civil. Essa interveno, posteriormente, se ar no mbito da liberdade de presena da iniciativa privada
na educao escolar, de modo a autorizar seu uncionamento e p-la sub lege. (CURY, 2002)
Assim, a criao de normas e preceitos legais relativos educao, em especial educao escolar, avorece
a garantia para a populao da oerta do ensino pblico, permite que um padro mnimo de qualidadeseja garantido em sua oerta seja na escola pblica ou na privada , obriga os governantes a aplicarem,
nessa rea, percentuais pr-definidos de recursos financeiros das receitas pblicas das trs eseras (Unio,
estados e municpios), evitando assim a descontinuidade das aes educativas. As leis tambm indicam
os princpios e objetivos que a nao deseja alcanar com a educao desenvolvida no pas, bem como
servem para determinar quem so os responsveis por esse trabalho.
Embora o processo educativo se d de muitas ormas e em diversos espaos, a educao ormal, por
ser direito de todos e dever do Estado, precisa ser regulada legalmente. Atualmente, temos uma gama
considervel de leis relacionadas educao e que impactam diretamente o dia a dia de nossas escolas.A principal lei do Pas a Constituio Federal, outorgada em 1988. Sua uno primordial regular
as relaes de poder estabelecidas para o exerccio dos direitos, dos deveres e da cidadania. Como
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vimos, a educao tem sido historicamente concebida como um direito e mecanismo capaz de ormar
cidados e garantir a organizao e continuidade da sociedade humana e essa a razo de sua insero
na Constituio.
Portanto, um gestor comprometido com uma escola cidad, democrtica e capaz de cooperar com odesenvolvimento das pessoas em particular, e do pas em geral, no pode prescindir do conhecimento da
legislao educacional para exercer de maneira consciente seu trabalho pedaggico.
Vamos conhecer um pouco da legislao educacional de nosso pas?
Em primeiro lugar, preciso saber que existem diversos tipos de leis, com objetivos e ormas de produo
dierenciadas. Entre elas, estabelecida uma ordem hierrquica e de importncia. Portanto, uma norma
hierarquicamente inerior nunca deve entrar em conflito com a que lhe superior. Observe, a seguir, a
hierarquia das leis:
1. Constituio Federal.
2. Emendas Constitucionais.
3. Leis Complementares.
4. Leis Ordinrias.
5. Leis Delegadas.
6. Medidas Provisrias.
7. Decretos Legislativos.
8. Resolues.
A Educao Bsica composta pela Educao Inantil, Ensino Fundamental e Ensino Mdio. A Educao
Bsica se undamenta principalmente em dois documentos norteadores: a Lei de Diretrizes e Bases da
Educao Nacional LDB, Lei no9.394, de 20 de dezembro de 1996 e o Plano Nacional de Educao
PNE, Lei no10.172/2001, regidos, naturalmente, pela Constituio da Repblica Federativa do Brasil.
De acordo com a LDBEN, em seus artigos 21 e 22, o objetivo da Educao Bsica assegurar a todos osbrasileiros a ormao comum indispensvel para o exerccio da cidadania e ornecer-lhes os meios para
progredir no trabalho e em estudos posteriores.
Vejamos o que diz inicialmente a Constituio brasileira, em seu Art. 6o: So direitos sociais a educao,
a sade, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurana, a previdncia social, a proteo maternidade e
inncia, a assistncia aos desamparados, na orma desta Constituio.
Destacamos alguns pontos do Captulo que trata da educao. Veja como undamental conhecer a
legislao. A gesto democrtica, por exemplo, est prevista na Constituio, no se tratando, portanto,
de uma opo, mas de uma obrigatoriedade.
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CAPTULO III DA EDUCAO, DA CULTURA E DO DESPORTO
Seo I DA EDUCAO
Art. 205. A educao, direito de todos e dever do Estado e da famlia, ser promovidae incentivada com a colaborao da sociedade, visando ao pleno desenvolvimentoda pessoa, seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualificao para otrabalho.
Art. 206. O ensino ser ministrado com base nos seguintes princpios:
I igualdade de condies para o acesso e permanncia na escola;
II liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o
saber;
III pluralismo de ideias e de concepes pedaggicas, e coexistncia de instituiespblicas e privadas de ensino;
IV gratuidade do ensino pblico em estabelecimentos oficiais;
V valorizao dos profissionais da educao escolar, garantidos, na forma da lei,planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso pblico de provas e
ttulos, aos das redes pblicas;
VI gesto democrtica do ensino pblico, na forma da lei;
VII garantia de padro de qualidade.
VIII piso salarial profissional nacional para os profissionais da educao escolarpblica, nos termos de lei federal.
Pargrafo nico. A lei dispor sobre as categorias de trabalhadores considerados
profissionais da educao bsica e sobre a fixao de prazo para a elaborao ouadequao de seus planos de carreira, no mbito da Unio, dos Estados, do DistritoFederal e dos Municpios. [...]
Art. 208. O dever do Estado com a educao ser efetivado mediante a garantia
de:
I ensino fundamental, obrigatrio e gratuito, assegurada, inclusive, sua ofertagratuita para todos os que a ele no tiveram acesso na idade prpria;
II progressiva universalizao do ensino mdio gratuito;
III atendimento educacional especializado aos portadores de deficincia,preferencialmente na rede regular de ensino;
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IV educao infantil, em creche e pr-escola, s crianas at 5 (cinco) anos de
idade;
V acesso aos nveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criao artstica,
segundo a capacidade de cada um;
VI oferta de ensino noturno regular, adequado s condies do educando;
VII atendimento ao educando, no ensino fundamental, atravs de programas
suplementares de material didtico-escolar, transporte, alimentao e assistncia sade.
Art. 209. O ensino livre iniciativa privada, atendidas as seguintes condies:
I cumprimento das normas gerais da educao nacional;
II autorizao e avaliao de qualidade pelo Poder Pblico.
Art. 210. Sero fixados contedos mnimos para o ensino fundamental, de maneiraa assegurar formao bsica comum e respeito aos valores culturais e artsticos,
nacionais e regionais. [...]
Art. 211. A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios organizaro emregime de colaborao seus sistemas de ensino. [...]
Art. 212. A Unio aplicar, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados,o Distrito Federal e os Municpios vinte e cinco por cento, no mnimo, da receita
resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferncias, namanuteno e desenvolvimento do ensino. [...]
Art. 214. A lei estabelecer o Plano Nacional de Educao, de durao plurianual,visando articulao e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos nveis e
integrao das aes do Poder Pblico que conduzam :
I erradicao do analfabetismo;
II universalizao do atendimento escolar;
III melhoria da qualidade do ensino;
IV formao para o trabalho;
V promoo humanstica, cientfica e tecnolgica do Pas.
Fonte: .
Desde a sua promulgao, o texto constitucional j soreu algumas modificaes, eetuadas por meio deEmendas Constitucionais. O objetivo dessas emendas oi o de adequar a norma bsica legal do pas s
mudanas na sociedade; ruto de amadurecimento das relaes polticas, trazendo maior clareza para
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determinados assuntos. Isso um ato importante, pois mostra que possvel sempre modificar a norma
legal quando ela no or mais condizente com a realidade.
Como vimos, a Constituio Federal a mais importante de todas as leis do pas. ela quem determina e
organiza de modo geral, mas de maneira sinttica, os princpios e undamentos da educao nacional. odalegislao subsequente deve se reportar a ela sobre a sua pertinncia e alcance. Outra lei de undamental
importncia para a educao nacional a Lei no 9.394/1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educao
Nacional, conhecida entre ns por LDB ou LDBEN. uma Lei Ordinria e sua uno determinar, a
partir dos preceitos constitucionais, as diretrizes e bases para o desenvolvimento da educao escolar no
Brasil. Ela trata com mais especificidade e detalhamento as bases educacionais postuladas na Constituio,
razo pela qual repete textualmente diversos pontos da constituio.
A LDB regulariza, entre outras coisas, em mbito nacional, a base comum do currculo, a carga horria
e presena mnima em aula e as ormas de promoo de srie, cabendo aos estados, aos municpios e at
mesmo s escolas a normatizao das peculiaridades regionais e locais, curriculares e de calendrio, de
promoo de srie e a expedio da documentao escolar de cada aluno da educao bsica.
As discusses entre os avanos e as limitaes da LDB so inmeras e constantes. Vamos destacar algumas
delas?
Entre os avanos, discutem-se sobre:
a introduo do conceito de Educao Bsica, integrando a Educao Inantil, oEnsino Fundamental e o Ensino Mdio;
a previso de que o Ensino Fundamental ser ministrado progressivamente emtempo integral, a critrio dos sistemas de ensino;
a previso de apereioamento profissional continuado do magistrio, incluindo apossibilidade de licenciamento remunerado;
o estabelecimento do que e do que no despesa com manuteno e desenvolvimentodo ensino;
a incorporao da Educao Especial; a delegao de competncias para escolas e docentes participarem mais ativamente
na organizao e conduo das aes pedaggicas;
a autonomia das instituies na organizao da proposta pedaggica.
Entre as limitaes, as discusses se relacionam:
no reafirmao da educao como direito;
no indicao da Educao Inantil como gratuita e obrigatria;
ao poder dado ao Estado no que diz respeito avaliao das instituies.
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Alm da LDB, undamental ainda conhecer o Plano Nacional de Educao PNE, Lei Complementar,
prevista na Constituio Federal, que traa diretrizes e metas decenais para a Educao no Brasil. Para
que tais diretrizes e metas sejam atendidas, o governo sancionou o PNE, no dia 9 de janeiro de 2001. Entre
as principais metas esto a melhoria da qualidade do ensino e a erradicao do analabetismo.
Conorme apontado por Didonet (2000), o PNE tem sua estrutura montada em trs eixos: educao como
direito, educao como ator de desenvolvimento pessoal e social e educao como ator de incluso
social. Dez anos de um processo planejado de educao, articulado entre as trs eseras da administrao
e com a sociedade civil, podem mudar o quadro social das desigualdades. Se esse PNE conseguir isso,
sua entrada na histria da educao brasileira ter outra caracterstica alm daquelas seis enumeradas
no incio deste texto: o de ter sido um instrumento de interveno poltica na educao e na sociedade.
Para saber mais sobre o Plano Nacional de Educao PNE, Lei no10.172/2001 e
o Plano de Desenvolvimento da Educao, consulte ossites:
PNE: .
Programa Nacional de Acompanhamento e Avaliao do Plano Nacional deEducao e dos Planos Decenais Correspondentes: .
Plano de Desenvolvimento de Educao: razes, princpios e programas (livro
disponvel on-line)
Alm da legislao aqui apresentada, imprescindvel estarmos atentos aos decretos, resolues, pareceres
que trazem implicaes para a vida da escola. Alm disso, undamental estarmos atentos legislao
de nosso estado e municpio, que normatiza mais detalhadamente o que a legislao nacional nos indica.
Normalmente, esses reerenciais legais esto disponveis nos sites do MEC (nvel nacional) e nos sites das
secretarias de educao estaduais e municipais.
No site do MEC, por exemplo, encontramos, conorme indicado abaixo, as atuais polticas e programas da
Secretaria de Educao Bsica. Ao acess-lo, podemos nos inormar detalhadamente sobre cada um deles
e verificar se esto chegando ao nosso municpio e nossa escola.
Atuais Polticas e Programas da SEB
O Plano de Metas Compromisso Todos pela Educao, lanado em 24 de abril de2007, pela Unio Federal, em regime de colaborao com Municpios, Distrito
Federal e Estados, conta com a participao das famlias e da comunidade, medianteprogramas e aes de assistncia tcnica e financeira, visando a mobilizao socialpela melhoria da qualidade da educao bsica. O Plano foi lanado por meio doDecreto no6.094, publicado no Dirio Oficial da Unio em 25 de abril de 2007.
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O Plano de Desenvolvimento da Educao PDE. Educao Bsica de Qualidade.
Essa a prioridade do Plano de Desenvolvimento da Educao. Investir na educaobsica significa envolver todos, pais, alunos, professores e gestores, em iniciativasque busquem o sucesso e a permanncia do aluno na escola. Significa tambm
investir na educao profissional e na Educao Superior, porque elas esto ligadas,direta ou indiretamente.
Plano de Desenvolvimento da Educao
O Compromisso Todos pela Educao
O Termo de Adeso ao Plano de Metas Compromisso Todos pelaEducao
O ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica
Outros.
Fonte: .
No tocante s indicaes curriculares, contamos, ainda, com as Diretrizes Curriculares Nacionais,
elaboradas pelo Conselho Nacional de Educao CNE, rgo colegiado integrante da estrutura de
administrao direta do MEC, criado nos termos da Lei no9.131, de 24 de novembro de 1995. As normas
de uncionamento do Conselho Nacional de Educao constam de seu Regimento Interno aprovado peloSenhor Ministro da Educao, nos termos da Portaria MEC no1.306, de 2 de setembro de 1999, que teve
por base o Parecer CNE/CP no99/1999.
As atribuies do Conselho so normativas, deliberativas e de assessoramento ao Ministro de Estado da
Educao, no desempenho das unes e atribuies do poder pblico ederal em matria de educao,
cabendo-lhe ormular e avaliar a poltica nacional de educao, zelar pela qualidade do ensino, velar pelo
cumprimento da legislao educacional e assegurar a participao da sociedade no aprimoramento da
educao brasileira.
Compete ao Conselho e s Cmaras exercerem as atribuies coneridas pela Lei no
9.131/95, emitindopareceres e decidindo privativa e autonomamente sobre os assuntos que lhe so pertinentes, cabendo, no
caso de decises das Cmaras, recurso ao Conselho Pleno.
Para saber mais sobre o CNE, consulte o site:
.
As Diretrizes Curriculares Nacionais so instrumentos normativos, elaborados com base nos princpios
emanados pela constituio e pela LDB. Elas esto organizadas de acordo com o nvel e a modalidadede ensino. Dessa orma, temos as diretrizes curriculares para: Educao Inantil, Ensino Fundamental,
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Ensino Mdio, Educao de Jovens e Adultos, Ensino Especial, Ensino Indgena, Educao a Distncia e
Ensino Superior (com diretrizes especficas de ormao por curso e rea do conhecimento).
O seu objetivo principal estabelecer diretrizes e princpios para a organizao curricular e para a prtica
pedaggica do nvel/modalidade de ensino a que se reere, de maneira a assegurar ormao bsicacomum e respeito aos valores culturais e artsticos, nacionais e regionais. com base nessas diretrizes
que as secretarias de educao, as universidades e aculdades organizam seus currculos e orientam suas
prticas pedaggicas. Elas tambm servem de parmetro para a realizao das diversas modalidades de
avaliaes promovidas pelo Ministrio da Educao (Prova Brasil, ENCCEJA, ENEM, ENADE etc.).
Os Parmetros Curriculares Nacionais PCNs, por sua vez, oram elaborados peloMinistrio da Educao. Dizem respeito a princpios e orientaes para a prtica
pedaggica, com ntida dierena das diretrizes, conorme apontado por Bonamimo
e Martinez (2001, p. 374):
Quem conhece os PCNs pode perceber claramente a distncia existente entre o
que poderia ser um conjunto de contedos mnimos e obrigatrios para o Ensino
Fundamental, ou uma proposta de diretrizes curriculares, e uma complexa proposta
curricular, que contm diretrizes axiolgicas, orientaes metodolgicas, critrios
de avaliao, contedos especficos de todas as reas de ensino e contedos a serem
trabalhados de modo transversal na escola.
A utilizao dos PCNs requer do proessor uma postura crtica, tendo em vista que no existem receitas
prontas para o desenvolvimento de um processo educativo de qualidade. undamental, por exemplo,
que, como gestores, observemos as especificidades da realidade social em que se desenvolve a prticaeducativa. Os parmetros so apenas orientaes curriculares, a partir das quais o educador poder
construir sua prtica pedaggica. Leia o que os autores dos PCNs de 1aa 4asries dizem a respeito deles,
em suas consideraes preliminares:
O que so os Parmetros CurricularesNacionais
Os Parmetros Curriculares Nacionais constituem um referencial de qualidade
para a educao no Ensino Fundamental em todo o Pas. Sua funo orientare garantir a coerncia dos investimentos no sistema educacional, socializando
discusses, pesquisas e recomendaes, subsidiando a participao de tcnicos eprofessores brasileiros, principalmente daqueles que se encontram mais isolados,com menor contato com a produo pedaggica atual.
Por sua natureza aberta, configuram uma proposta flexvel, a ser concretizada nasdecises regionais e locais sobre currculos e sobre programas de transformao
da realidade educacional, empreendidos pelas autoridades governamentais, pelasescolas e pelos professores. No configuram, portanto, um modelo curricular
homogneo e impositivo, que se sobreporia competncia poltico-executiva dosEstados e Municpios, diversidade sociocultural das diferentes regies do Pas ou
autonomia de professores e equipes pedaggicas.
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O conjunto das proposies aqui expressas responde necessidade de referenciais
a partir dos quais o sistema educacional do Pas se organize, a fim de garantir que,respeitadas as diversidades culturais, regionais, tnicas, religiosas e polticas queatravessam uma sociedade mltipla, estratificada e complexa, a educao possa
atuar, decisivamente, no processo de construo da cidadania, tendo comometa o ideal de uma crescente igualdade de direitos entre os cidados, baseadonos princpios democrticos. Essa igualdade implica necessariamente o acesso totalidade dos bens pblicos, entre os quais o conjunto dos conhecimentos
socialmente relevantes.
Entretanto, se esses Parmetros Curriculares Nacionais podem funcionar comoelemento catalisador de aes na busca de uma melhoria da qualidade da educaobrasileira, de modo algum pretendem resolver todos os problemas que afetam
a qualidade do ensino e da aprendizagem no Pas. A busca da qualidade impe anecessidade de investimentos em diferentes frentes, como a formao inicial econtinuada de professores, uma poltica de salrios dignos, um plano de carreira, aqualidade do livro didtico, de recursos televisivos e de multimdia, a disponibilidadede materiais didticos. Mas essa qualificao almejada implica colocar tambm, no
centro do debate, as atividades escolares de ensino e aprendizagem e a questocurricular como de inegvel importncia para a poltica educacional da naobrasileira.
Fonte: .
O conhecimento proundo, tanto das Diretrizes quanto dos Parmetros Curriculares Nacionais, por parte
dos gestores e de todos os educadores da escola, imprescindvel, pois so orientaes que nos permitem
refletir sobre nossas prticas e a possibilidade de aplicao do que ali est sugerido (PCN) ou normatizado
(DCN).
Todos os volumes dos PCN esto disponveis on-line nosite do MEC.
Referenciais legais para o Ensino Fundamental de 9(nove) anos de durao
Leis federais:
Lei no9.394/1996, de 20 de dezembro de 1996 Estabelece as Diretrizes e Bases da Educao Nacional.
Lei no11.114/2005, de 16 de maio de 2005 Altera os art. 6 o, 30, 32 e 87 da Lei no9.394/1996, de 20 de
dezembro de 1996, com o objetivo de tornar obrigatrio o incio do Ensino Fundamental aos 6 (seis) anosde idade.
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Lei no11.274/2006, de 06 de evereiro de 2006 Altera a redao dos art. 29, 30, 32 e 87 da Lei n o9.394,
de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educao Nacional, dispondo sobre
a durao de 9 (nove) anos para o Ensino Fundamental, com matrcula obrigatria a partir dos 6 (seis)
anos de idade.
Lei n 11.161/2005, de 5 de agosto de 2005 Dispe sobre o ensino da Lngua Espanhola.
Leis estaduais:
Lei no16.049/2009, de 19 evereiro de 2009 Dispe que ter direito matrcula no 1 oAno do Ensino
Fundamental de Nove Anos, a criana que completar 6 anos at o dia 31 de dezembro do ano em curso.
Pareceres e resolues do Conselho Nacional deEducao
CMARA DE EDUCAO BSICA:
Parecer no20/1998, de 02 de dezembro de 1998 Consulta relativa ao Ensino Fundamental de nove anos.
Parecer no24/2004, de 15 de setembro de 2004 Estudos visando ao estabelecimento de normas nacionais
para a ampliao do Ensino Fundamental de 9 anos de durao.
*(Vide Parecer CNE/CEB no06/05 e Resoluo CNE/CEB no3/05)
Parecer no 6/2005, de 8 de junho de 2005 Reexame do Parecer CNE/CEB no 24/2004, que visa o
estabelecimento de normas nacionais para a ampliao do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos de
durao. * (Vide Resoluo CNE/CEB no3/2005)
RESOLUO no 3/2005, de 3 de agosto de 2005 Define normas nacionais para a ampliao do Ensino
Fundamental para 9 (nove) anos de durao.
Parecer no18/2005, de 15 de setembro de 2005 Orientaes para a matrcula das crianas de 6 (seis)
anos de idade no Ensino Fundamental obrigatrio, em atendimento Lei no11.114, de 16 de maio de
2005, que altera os arts. 6o, 32 e 87 da Lei no9.394/1996.
Parecer no24/2005, de 5 de outubro de 2005 Consulta reerente ao disposto nos arts. 3o, III e IX, e 23
da LDB sobre o agrupamento de alunos da Educao Inantil, de 0 a 3 anos e de 3 a 6 anos e Ensino
Fundamental. *(Vide Parecer CNE/CEB no22/2007).
Parecer no39/2006, de 8 de agosto de 2006 Consulta sobre situaes relativas matricula de crianas de
seis anos no Ensino Fundamental.
Parecer no 41/2006, de 9 de agosto de 2006 Consulta sobre a interpretao correta das alteraes
promovidas na Lei no9.394/96 pelas recentes Leis no11.114/2005 e no11.274/2006.
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Parecer no45/2006, de 7 de dezembro de 2006 Consulta reerente interpretao da Lei Federal no
11.274, de 6/2/2006, que amplia a durao do Ensino Fundamental para 9 (nove) anos, e quanto orma
de trabalhar nas sries iniciais do Ensino Fundamental.
Parecer no5/2007, de 1 de evereiro de 2007 Consulta com base nas Leis no11.274/2006, que tratamdo Ensino undamental de nove anos e da matrcula obrigatria de crianas de 6 (seis) anos no Ensino
Fundamental. *(Vide Parecer CNE/CEB no7/2007).
Parecer no7/2007, de 19 de abril de 2007 Reexame do Parecer CNE/CEB no5/2007, que trata da consulta
com base nas Leis no11.114/2005 e no11.274/2006, que se reerem ao Ensino Fundamental de 9 (nove)
anos e matrcula obrigatria de crianas de 6 (seis) anos no Ensino Fundamental.
Parecer no15/2007, de 9 de maio de 2007 Orientaes nos termos do artigo 24 da Lei de Diretrizes e
Bases da Educao Nacional LDB. *(Vide Parecer CNE/CEB no21/2007).
Parecer no21/2007, de 8 de agosto de 2007 Solicita esclarecimentos sobre o inciso VI do art. 24, reerente
requncia escolar, e inciso I do art. 87, reerente s matrcula de crianas de 6 (seis) anos no Ensino
Fundamental, ambos da LDB.
Parecer no22/2007, de 12 de setembro de 2007 Reexame do Parecer CNE/CEB n 24/2005, que respondeu
consulta reerente ao disposto nos artigos 3, III e IX, e 23 da LDB, sobre o agrupamento de alunos da
Educao Inantil, de 0 a 3 anos e de 3 a 6 anos e Ensino Fundamental.
Parecer no2/2008, de 30 de janeiro de 2008 Solicitao de Parecer sobre ormao e atuao de docentes
na organizao pedaggica do Ensino Fundamental, considerando a lgica dos ciclos de ormaohumana.
Parecer no4/2008, de 20 de evereiro de 2008 Orientao sobre os 3 (trs) anos iniciais do Ensino
Fundamental de 9 (nove) anos.
Parecer no5/2008, de 12 de maro de 2008 Proposta de oerta de curso de Capacitao de Proessores
da Educao Inantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental na rea da surdez.
Parecer no22/2009, de 9 de dezembro de 2009 Diretrizes Operacionais para a implantao do Ensino
Fundamental de 9 (nove) anos.* (Vide Resoluo CNE/CEB no
1/10)
Resoluo no1/2010, de 14 de janeiro de 2010 Define Diretrizes Operacionais para a implantao do
Ensino Fundamental de 9 (nove) anos.
Parecer no7/10, de 7 de abril de 2010 Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educao Bsica.*
(Vide Resoluo CNE/CEB no4/10)
Parecer no11/2010, de 7 de julho de 2010 Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental
de 9 (nove) anos.
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Resoluo no4/2010, de 13 de julho de 2010 Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a
Educao Bsica.
Parecer no 12/2010, de 8 de julho de 2010 Diretrizes Operacionais para a matrcula no Ensino
Fundamental e na Educao Inantil.
Foram muitas as informaes neste Captulo, no ? Embora parea uma leitura
rdua, conhecer a legislao nos instiga a aprofundar cada vez mais de forma a us--la em favor de uma gesto inteligente e bem fundamentada. Reflita agora:
Qual de fato a importncia de se conhecer a legislao educacional?
Esse um requisito apenas para os gestores?
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CAPTULO 4Escola, Democracia e Cidadania:Escola Pblica e Educao para Democracia
A democracia no um fim em si mesma; uma poderosa e indispensvelferramenta para a construo contnua da cidadania, da justia social e da liberdadecompartilhada. Ela a garantia do princpio da igualdade irrestrita entre todas e
todos...
(CORTELA, 2005)
De que forma os princpios democrticos podem impactar na forma como se d a
gesto na escola?
A gesto democrtica da educao ormal est associada ao estabelecimento de mecanismos legais e
institucionais e organizao de aes que desencadeiem a participao social: na ormulao de polticas
educacionais; no planejamento; na tomada de decises; na definio do uso de recursos e necessidades deinvestimento; na execuo das deliberaes coletivas; nos momentos de avaliao da escola e da poltica
educacional. ambm a democratizao do acesso e estratgias que garantam a permanncia na escola,
tendo como horizonte a universalizao do ensino para toda a populao, bem como o debate sobre a
qualidade social dessa educao universalizada, so questes que esto relacionadas a esse debate. Esses
processos devem garantir e mobilizar a presena dos dierentes atores envolvidos, que participam no nvel
dos sistemas de ensino e no nvel da escola (MEDEIROS, 2003).
Na busca desse ideal, cabe ao gestor promover a articulao dos dierentes atores em torno de um objetivo
comum: a busca de uma educao de qualidade para todos. al ao exige habilidades e competncias,
como liderana, interao com todos os segmentos da comunidade escolar, comunicao eficiente e
autntica, entre outras. Dessa orma, o intuito mobilizar os dierentes atores sociais em torno de uma
mesma causa. Isso implica a reorganizao dos modelos at ento existentes no sentido de que se quer
de ato exercitar a escuta do outro, a escuta de suas expectativas e de suas necessidades. De acordo com
Cury (2005):
A gesto implica um ou mais interlocutores com os quais se dialoga pela arte de
interrogar e pela pacincia em buscar respostas que possam auxiliar no governo da
educao, segundo a justia. Nessa perspectiva, a gesto implica o dilogo como orma
superior de encontro das pessoas e soluo dos conflitos. [...] A gesto, dentro de tais
parmetros, a gerao de um novo modo de administrar uma realidade e , em si
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mesma, democrtica, j que se traduz pela comunicao, pelo envolvimento coletivo
e pelo dilogo.
A melhor maneira de se garantir a eetivao de uma gesto democrtica da escola possibilitando o
envolvimento de profissionais e de toda a comunidade nos processos de tomada de decises sobre ouncionamento da organizao escolar (nas trs dimenses que j vimos pedaggica, administrativa e
poltica), ou seja, por meio da participao que a gesto democrtica se constitui.
Da a concepo de muitos autores de que a escola precisa contar com a liderana de um gestor
comprometido com a qualidade da educao e com as transormaes sociais necessrias para a ormao
do aluno nos mais variados aspectos: social, poltico, intelectual e humano. A gesto da escola requer o
enrentamento das contradies advindas dos diversos contextos que se encontram numa escola pblica,
da a necessidade de a escola educar para a democracia.
No az muito tempo que o paradigma de gesto escolar se undava na ao de um diretor autoritrio,cujas aes se submetiam e se restringiam administrao burocrtica das determinaes estabelecidas
pelos rgos superiores. O processo de autonomia da escola se deu a partir da dcada de 1980 quando
tomaram posse os primeiros governantes eleitos pelo voto direto. A partir da, a luta por uma educao
democrtica, por uma escola participativa, autnoma e de qualidade ganhou cada vez mais amplitude.
Nesse mesmo perodo, a Constituio Brasileira de 1988 j prev em seu texto a gesto democrtica. O
undamental percebermos que vinte anos aps tal indicativo legal ainda temos muito a trilhar para
alcanar uma educao de qualidade, especialmente na escola pblica, bem como na instituio da gesto
democrtica na escola. Nesse sentido, preciso reafirmar que no bastam as leis para que nossos objetivos
se concretizem. A esse respeito, leia o texto a seguir e reflita sobre a importncia do gestor nesse contexto:
Normas Instituidoras
Qual a funo, a finalidade e o significado da norma instituda, da lei? Vimos que alei se fundamenta em valores, por ela formalizados e legitimados, que traduzem assignificaes de nossa identidade cultural e poltica, da cidadania que queremos.
A lei define objetivos comuns e regulamenta comportamentos e aes paraalcan-los. No sentido estrito, a lei define objetivos, e as demais regras atos e
normas (decretos, portarias, resolues, estatutos, regimentos, regulamentos) estabelecem critrios e processos de ao para alcan-los.
A nossa identidade cultural e poltica, que radica em nossa histria, incorporaramuma tendncia excessiva regulamentao das aes, especialmente na rea deeducao. Frequentemente, leis assumem a feio de regulamentos minuciosos.O professor Cndido Gomes, no estudo Conselhos de Educao: luzes e sombras
(2003), nos lembra que o Estado brasileiro, de feitio napolenico, precedeu Nao, ou seja: a norma precedeu a identidade poltica. Da deriva nossa tendncia
hipernormatizadora, que erige a norma como panaceia para resolver quasetodos os problemas, na crena de que normas podem gerar tica, participao,
cidadania, democracia e tantas outras virtudes polticas. Gomes lembra que Ansio
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Teixeira (1962) nos alertou sobre a ambivalncia da vida brasileira, em sua dupla
personalidade, oficial e real, em que a lei era tida como algo mgico, capaz demudar a face das coisas, de modo que leis perfeitas seriam uma ponte para mudara realidade. E afirma adiante:
Esta tendncia de o Estado construir, nos menores detalhes, o Brasil oficial no
poderia deixar de estender-se educao, gerando o que Abreu (1967) chamoude jurisdicismo pedaggico.
Esse legado histrico depositou no inconsciente coletivo a crena de que valorespodem ser criados por decreto. Percebe-se uma certa tendncia, diante do novovalor da gesto democrtica da educao pblica, institudo pela Constituio
como resultado de ampla mobilizao popular, de garantir a sua efetivao pormeio de leis e decretos.
A lei vem para instituir e consolidar objetivos previamente criados pelo imaginriocoletivo, pelas aspiraes da cidadania. A gesto democrtica da escola representa
um valor a ser cultivado? A resposta bvia sim. Por isso, a Constituio e a LDBo garantiram como objetivo a ser alcanado. As normas complementares definemprocessos e aes para a efetivao desses objetivos. Nesse sentido, a sociedade instituinte e, por um processo histrico, induz a mudana do institudo. Aqui reside
a funo essencial do legislador: captar, perceber a convergncia dos objetivosda cidadania para institu-los na lei. Esse o significado e o papel da democracia
representativa.
Assim, no a lei que institui novos valores ou transforma a realidade, mas o cotidiano
da prtica social. A lei vem para estatuir, consolidar o j criado pela ao socialinstituinte. Nesse sentido, as leis so sempre conservadoras, estabilizadoras, emcerto sentido engessadoras dos objetivos. Por isso a necessidade de reformulaesperidicas.
A questo central que as leis firmam valores, no criam cultura. A efetivao do
novo princpio da gesto democrtica requer um processo instituinte de uma nova
cultura de gesto escolar. Gesto que no se confunde mais com o gestor, coma centralizao nas mos do diretor, mas que passa a ser vista como um projetocoletivo, que institui uma organizao colegiada. Trata-se da constituio de um
novo paradigma de gesto escolar. E paradigmas no nascem da lei. Nascem dasideias, das concepes mais radicais de pensamento e das prticas que arrunam ovelho para instituir o novo.
Assim, para que as leis no sejam engessadoras do instituinte social preciso que
sejam flexveis, sucintas e definam somente as questes centrais, essenciais. Asnormas complementares, reguladoras da ao para o alcance dos objetivos dalei, so importantes para a definio dos limites necessrios, mas no para imporcaminhos nicos e estreitos. No caso da gesto democrtica, especialmente, toda
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a excessiva regulao corre o risco de negar o que pretende garantir, afirmar:
o exerccio da autonomia e da democracia. As formas no podem contrariar osobjetivos.
A essncia da gesto democrtica o espao de autonomia. H uma impossibilidadereal de se outorgar por decreto autonomia e democracia. Ao decretada ser
sempre ao heteronmica, que nasce da vontade da lei. As leis e normas nopegam quando nascem de vontades que no correspondem aos valores institudos,eleitos pelos desejos da cidadania, ou que no permitem, pela presuno do saberdo legislador, espaos para o instituinte da prtica social.
Ao democrtica exerccio de poder, autocriao, auto instituio, autogesto.
Gesto democrtica se constri no cotidiano escolar, no espao do exerccio daautonomia, instituda pela vontade e segundo os valores e objetivos coletivos. Paraque a gesto da escola pblica seja efetivamente democrtica fundamental que
ela tenha seu espao de autonomia, inclusive para decidir que tipo de exercciodemocrtico deseja praticar.
Para garantir o espao de autonomia da escola preciso que a lei da gestodemocrtica afirme diretrizes e princpios, como estratgias do alcance dosobjetivos legais. Garantidos os princpios, a norma deve ser sucinta o suficiente
para no invadir rotinas e prticas do cotidiano escolar e padronizar o diferente,matando no nascedouro a possibilidade de singulares e ricas experincias. Nesse
sentido, importante que a escola possa regulamentar em seu regimento normasrelativas a seu conselho e gesto democrtica que concebe e deseja praticar.
Fonte: .
Precisamos, ento, refletir sobre quais instrumentos nos ajudariam a concretizar a gesto democrtica em
nossas escolas; entre elas, esto, sem dvida, a eleio de diretores das escolas, a constituio de conselhos
escolares e a descentralizao financeira. Alguns governos j tm tomado tal iniciativa como, por exemplo,
no Distrito Federal, em que o governo repassa para as unidades de ensino recursos pblicos a serem
gerenciados, conorme as deliberaes de cada comunidade escolar. Esses aspectos esto conormados nalegislao local, nos regimentos escolares e nos regimentos internos dos rgos da prpria escola, como
o Conselho Escolar.
al iniciativa do Governo do Distrito Federal vem ratificar os preceitos legais previstos na Lei de Diretrizes
e Bases da Educao Nacional, Lei no. 9.394/1996 que, em seu art. 14, reerindo-se autonomia dos entes
ederados, diz:
Art. 14 Os sistemas de ensino definiro as normas da gesto democrtica do ensino
pblico na educao bsica, de acordo com as peculiaridades e conorme os seguintes
princpios:
I participao dos profissionais da educao na elaborao do projeto pedaggico da
escola;
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II participao das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
Para Cury (2005), a regra legal abre espao para a autonomia dos entes ederados encaminharem a gesto
democrtica para alm do que est definido na Constituio e na LDB. Mas preciso considerar, como
sendo pertencentes gesto democrtica, os artigos 12, 13 e 15, que implicam um trabalho em equipe detoda a comunidade escolar.
em seu projeto poltico-pedaggico, construdo por meio do planejamento participativo, desde os
momentos de diagnstico, passando pelo estabelecimento de diretrizes, objetivos e metas, execuo e
avaliao, que a escola pode desenvolver projetos especficos de interesse da comunidade escolar, que
devem ser sistematicamente avaliados e revitalizados. A gesto democrtica da escola significa, portanto,
a conjuno entre instrumentos ormais eleio de direo, conselho escolar, descentralizao financeira
e prticas eetivas de participao, que conerem a cada escola sua singularidade, articuladas em um
sistema de ensino que igualmente promova a participao nas polticas educacionais mais amplas. (LUCE
e MEDEIROS, 2004)
A partir das consideraes feitas at aqui, propomos a voc as seguintes reflexes:
Em seu municpio, h efetiva participao da comunidade na gesto
escolar, nos conselhos escolares e no provimento do cargo de direo?
A gesto dos recursos financeiros no mbito da escola contribui de fatopara a efetivao da gesto democrtica? Por qu?
A gesto de projetos inovadores confere identidade escola?
Que relaes podemos reconhecer entre a gesto democrtica da escolae a gesto democrtica dos sistemas?
Finalizamos este Captulo com as palavras de Cury (2005), que evidenciam, sem dvida, a importncia
do gestor na construo de uma escola mais cidad e mais democrtica:
Nascem da os desafios, nascem da as perspectivas de uma democratizao da
escola brasileira, seja como desconstruo de desigualdades, de discriminaes, de
posturas autoritrias, seja como construo de um espao de criao de igualdade de
oportunidades e de tratamento igualitrio de cidados entre si.
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Nesse sentido, mais do que Unio e aos seus governantes, mais do que aos Estados
e Municpios e aos governantes, cabe s comunidades educacionais, lideradas por
seus dirigentes oficiais, ao conjunto dos docentes no exerccio do magistrio e s
associaes docentes dos sistemas de ensino, ampliar a conscincia da relevncia
desse princpio. Dessa conscincia, mais e mais ampliada, ser possvel pressionar poruma explicitao da gesto democrtica que aa avanar a educao escolar como
instituio republicana aberta representatividade e participao e voltada para um
processo mais rico de ensino/aprendizagem que aa jus educao como ormadora
da cidadania e qualificadora para o trabalho.
Para saber mais sobre Escola e Gesto Democrtica, leia os textos disponibilizadosna Srie Gesto Democrtica da Educao, Salto para o Futuro, da TVE Brasil:
.
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CAPTULO 5A Escola como Organizao Aprendente:Escola e Cultura
Grandes equipes so organizaes que aprendem, conjuntos de indivduos queaprimoram, constantemente, sua capacidade de criar, e a verdadeira aprendizagemest intimamente relacionada com o que significa ser humano
Peter Senge
Voc v a escola como uma organizao aprendente? De que forma as pessoasfazem a diferena na construo de equipes que dialogam, refletem e aprendem
juntas?
O contexto atual reflete proundas mudanas, que esto associadas rapidez com que as inormaes
so divulgadas e ao seu carter emero advindo do desenvolvimento do potencial humano de criar e
produzir conhecimento. Dessa maneira, interrelacionam-se, num movimento dinmico, a inormao e acomunicao. Os resultados de tal combinao para a sociedade em que vivemos so inesperados. Como
ento ormar cidados para esse novo contexto? Como lidar com o desconhecido?
Eis o grande desafio da educao atual: educar os agentes de mudanas, cujo papel diere bastante do
modelo tradicional de observador passivo, sem a preocupao direta com a gerao de saber. A humanidade
requer que cada povo domine conhecimentos numa perspectiva crtica. Isso necessariamente implica
uma postura pr-ativa que amplia a cosmoviso de cada um e, por conseguinte, da coletividade.
Dessa orma, a escola deveria estar preparando crianas e jovens para um novo contexto que muito
provavelmente ser distinto do que temos hoje e que, consequentemente, exigir outras tantascompetncias, como a flexibilidade e capacidade de criao e de adaptao a realidades talvez inusitadas.
De acordo com Medina (2002), eis uma imagem das condies do aprender:
As classes existentes no sero mais constitudas por alunos de acordo com a idade.Elas se constituiro de acordo com as modalidades de aprendizagem, em termos de
ritmos, contedos ou perfil.
O proessor no ser um transmissor de conhecimentos especficos, mas um
mediador, aquele que possibilita a criao de situaes de aprendizagem com relaoaos saberes mais diversos. Ele ser como uma correia de transmisso entre saberes,
colocando o aprendente em contato com as provas autoavaliativas e avaliadas
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progressivamente. O aprendente ar uma operao de validao dos saberes
adquiridos e saber inclu-los num projeto de aprendizagem.
O proessor colabora com o aprendente com os contedos a trabalhar e que nosero fixados anteriormente. A inteno da colaborao ortificar as tareas deaprendizagem e a descobrir outras, produzindo saberes e utilizando-os.
O proessor trabalha com os alunos sobre os conhecimentos, ormulando hipteses,provas, argumentao. O proessor dever saber manipular saberes e explicitar os
passos utilizados para aprender.
Por isso mesmo os alunos sero grupados por centros de interesse ou passos deaprendizagem, e no por idade: um trabalho de equipe entre ensinantes (podem
tambm ser vrios) e aprendentes.
As carteiras dos alunos sero computadores com as inormaes bsicas necessrias(contedos, manuais, atlas, dicionrios etc.) para a tarea. Os lugares de aprendizagem
podero ser dispersos. As escolas estaro abertas vida social. Qualquer um,
aceitando as condies definidas, poder ter acesso e se inscrever na escola. As salas
sero anfiteatros, salas modulveis em uno das atividades e salas virtuais. A gesto
ter de ser democrtica. Pais e alunos participando com o diretor. Neste momento,
as NCI conseguiram invadir a escola. um outro mundo.
Como vemos, a rapidez das inormaes e a sobreposio de conhecimentos, num ciclo cada vez mais
dinmico, alteram radicalmente a valorizao que se d ao acmulo de inormaes para a valorizao
de competncias. Nesse contexto, j no interessaro os profissionais que acham que tudo sabem, mas
profissionais capazes de pesquisar, atualizando, assim, seus conhecimentos, adaptando-os sua realidade.
A escola, ento, para atender a essa nova realidade precisa mudar. Como organizao, precisa aprender.
Precisa definir como deve ser. Para Medina (2002), no uturo vai haver muita idealizao, por deixar em
silncio dificuldades concretas atuais. Ela ter muito do que deve ser, por no dispor de elementos para
dizer, com segurana, como construir esse dever ser. Se considerarmos os dados da realidade disponveis
no Brasil, certamente nos derontaremos com um quadro escolar precrio e deficiente: nem todas as
crianas esto na escola; nem todos os que esto terminam o percurso escolar, nem todas as escolasdispem dos recursos humanos e materiais necessrios para uma boa educao, sendo uma instituio
em que o peso dos seus custos est em pessoal, esse mal remunerado e, se proessor, exercendo uma
profisso no valorizada socialmente. Isso se reflete no possvel desinteresse da escolha por exercer essa
profisso por parte das novas geraes de ormandos.
Ainda segundo Medina (2002), h no ar uma percepo da obsolescncia das ormas tradicionais da
educao e que agravada pela rapidez e aproundamento das mudanas em curso, todas em avor do
esoro de implementao das novas tecnologias e da inovao cientfica. Essas ideias aetam a misso
tradicional da escola, a da reproduo, conservao e transmisso de saberes. A escola, hoje e amanh,
para sobreviver como instituio educativa, tem de ser um lugar de inovao, oerecendo um quadrode ormao capaz de responder aos novos desafios da economia e da sociedade. E dispe das novas
tecnologias de comunicao e de inormao para exercer o servio de diuso dos saberes e competncias.
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Deixando de lado esse pequeno exerccio de uturologia, podemos pensar no que se prope desde j para
a nossa escola... As mudanas so inmeras e no podemos azer de conta que elas no existem. Estamos
preparados para as novas exigncias que se colocam cotidianamente a cada um de ns educadores?
nesse sentido que devemos pensar a escola como organizao que aprende a partir da concepo deum educador reflexivo. A escola chamada ao exercido da reflexo, estabelecendo uma relao dialtica
com a realidade, ou seja, ela chamada a repensar todas as suas concepes e princpios, conrontando-os
com a dinmica das mudanas sociais e, a partir da sntese dessa relao, a estabelecer novos paradigmas
de ao. A esse movimento chamamos de Escola reflexiva, que assim conceituada no Dicionrio
Interativo da Educao Brasileira:
Expresso utilizada pela educadora portuguesa Isabel Alarco em analogia ao conceito
de proessor reflexivo. Para ela, a escola reflexiva seria concebida como aquela que se
pensa e se avalia em relao ao projeto pedaggico e sua misso social, constituindo-se
uma organizao aprendente, que qualifica no s os que nela aprendem, mas tambmos que nela ensinam, alm de todos que apoiam proessores e alunos. Alm disso, a
implicao prtica do conceito considera que a escola tem a uno de preparar os
cidados, mas no pode ser pensada apenas como tempo de preparao para a vida.
Dessa orma, a escola a prpria vida, um local de vivncia da cidadania. (MENEZES;
SANOS, s/d).
possvel construir ambientes aprendentes de trabalho dignos da abulosa complexidade humana. A
sociedade do conhecimento nos conclama, como lderes educacionais, a desvendarmos os mistrios
cerebrais e emocionais do ser humano. hora de visualizar e investir no poder de mudana e
desenvolvimento do ser humano que reflete e az refletir o que essa organizao. Est