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CÓDIGO COMERCIAL Os parcos efeitos da transparência ESTUDO Famílias felizes. Em casa e no trabalho METRO Gabinete em busca da eficácia perdida GLOBO ESPORTE Com a total cobertura pela rede 4G do território em 2016 é previsível que o número de crimes via internet venha a aumentar substancialmente tal como aconteceu no resto do mundo. Os mais jovens são o elo mais fraco nesta cadeia de perigos que espreitam a alta velocidade. Especialistas pedem que o Executivo invista em mais recursos humanos para combater os perigos que se avizinham. hojemacau 4G ESPECIALISTAS PEDEM INTERVENÇÃO DO GOVERNO PARA PREVENIR CRIMES Cuidado com o que vem à rede PÁGINA 7 KA I REFORÇA-SE Novo guarda-redes chega a Macau DESPORTO PÁGINA 11 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 QUARTA-FEIRA 21 DE JANEIRO DE 2015 ANO XIV Nº3256 PUB AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB PUB SOCIEDADE PÁGINA 6 GRANDE PLANO PÁGINA 3 POLÍTICA PÁGINA 4

Hoje Macau 21 JAN 2015 #3256

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Hoje Macau N.º3256 de 21 de Janeiro de 2015

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Page 1: Hoje Macau 21 JAN 2015 #3256

CÓDIGO COMERCIAL Os parcos efeitosda transparência

ESTUDO Famílias felizes. Em casae no trabalho

METRO Gabineteem busca da eficácia perdida

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Com a total cobertura pela rede 4G do território em 2016 é previsívelque o número de crimes via internet venha a aumentar substancialmente tal como aconteceu

no resto do mundo. Os mais jovens são o elo mais fraco nesta cadeia de perigos que espreitama alta velocidade. Especialistas pedem que o Executivo invista em mais recursos

humanos para combater os perigos que se avizinham.

hojemacau4G ESPECIALISTAS PEDEM INTERVENÇÃO DO GOVERNO PARA PREVENIR CRIMES

Cuidado com o que vem à rede

PÁGINA 7

KA I REFORÇA-SENovo guarda-redeschega a Macau

DESPORTO PÁGINA 11

D IRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 Q UA R TA - F E I R A 2 1 D E J A N E I R O D E 2 0 1 5 • A N O X I V • N º 3 2 5 6PU

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AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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SOCIEDADE PÁGINA 6

GRANDE PLANO PÁGINA 3

POLÍTICA PÁGINA 4

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“São textos escritospor alguém que nunca quis envelhecer, no sentido quixotesco. Achei que tinha um papel muito modestoa desempenhar e que era meu dever fazê-lo”ANTÓNIO CONCEIÇÃO JÚNIOR• Sobre o mais recente livro“Escritos do Amor e do Desafecto – Crónicas de Cidadania”

“Os participantesda reunião expressaram a sua determinação na luta contra a utilização de Macau para as actividades de lavagem de dinheiro no exterior e fuga de capitais”AMCM• Sobre a aplicação de medidaspara vigiar as transferências atravésda Union Pay

“Com o traçado da linha de Macau por definir, o GIT, desde Setembro de 2012,não tem vindo proceder a actualizaçõesda estimativa global do metro ligeiro. Considera que semuma previsão do início das obras e dasua duração não é possível fazer uma estimativa realista”COMISSARIADO DE AUDITORIA

2 hoje macau quarta-feira 21.1.2015

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L I G U E - S E • PA R T I L H E • V I C I E - S E

POR CARLOS MORAIS JOSÉ

www.hojemacau.

com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong (estagiária); Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; David Chan; Fernando Eloy; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

DIÁRIODE

BORDO

horahUM PROFISSIONAL de saúde do Paquistão aplica uma vacina contra a poliomielite a uma criança, em Karachi. O Paquistão confirmou no dia 18 de Janeiro o primeiro caso da doença este ano, depois de mais de 300 crianças terem sido afectadas pela doença em 2014, naquele que foi um ano recorde

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“O GIT garantiu, há meio ano, que o traçado da Taipa podiacomeçar a circulação em 2016, porém, agora é possível registar-se

um novo atraso na obra. O gabinete deve aprender com o relatório do CAe melhorar os problemas, explicando-se à Comissão de Acompanhamento

para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas da AL e ao público”Ho Ion Sang, presidente da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras

e Concessões Públicas da AL,sobre a questão do metro ligeiro | P. 4

ADIVINHA-SE hercúlea a tarefa do novo Secretário para as Obras Públicas e Transpor-tes. Como se não bastassem os meios de locomoção públicos, área na qual não existe sector, dos táxis aos autocarros pas-sando pelos riquexós, que não tenha problemas, sobram-lhe as obras que, a julgar pelo relatório do Comissariado de Auditoria, se assemelham a um nó górdio. Terá Raimundo do Rosário que fazer como Alexandre Magno e cortar a eito, ao invés de tentar deslindar um baraço com décadas de problemas, incluindo colocar na prisão Ao Man Long? Decisão que só a ele (espera-se) cabe.Facto é que a população se apercebe das trapalhadas que en-xameiam os transportes, porque lidam com eles todos os dias. Já as questões relacionadas com as obras públicas são mais silencio-sas e invisíveis. O que o público sabe é que demoram 10 vezes mais que as dos casinos. E não consegue saber muito mais por-que eis-nos perante um sector do Governo com o qual não tem sido fácil a comunicação e muito menos pode ser gabado pela sua transparência, por abrir os livros ao escrutínio da imprensa. É assim preciso esperar pelos relatórios do Comissariado de Auditoria, eventualmente pelos do CCAC, para que as pessoas se apercebam da confusão que para ali vai.São milhões para frente, nunca para trás, o erário público a sangrar patacas com uma ve-locidade que o próprio metro ligeiro nunca atingirá. Ainda por cima, a velocidade dos gas-tos não corresponde à rapidez de execução das obras. Existem entidades competentes em Ma-cau, a quem cabe examinar este relatório e extrair conclusões, senão pedir responsabilidades, independentemente dessas pessoas fazerem ou não parte do actual Governo.Na verdade, não se percebe o que falta a este relatório do CA. Mas, como provavelmente não serão apuradas responsabilida-des, nem se seguirá a trilha do dinheiro, fica a batata quente, todinha, nas mãos do novo Secretário. Dele espera-se al-guma ilustração, cultura, saber cívico, que seja um homem do Livro, que nos proporcione outra cidade. No entanto, se quiser realmente resolver os problemas das obras públicas em Macau terá, muito prova-velmente, de quando em vez, de empunhar uma Espada.

Raimundo do Livro e da

Espada

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3GRANDE PLANOhoje macau quarta-feira 21.1.2015

FIL IPA ARAÚ[email protected]

P ARA Albano Martins não há dúvidas: tendo em conta o número reduzido de em-presas locais com acções

ao portador, pouco se irá reflectir em termos práticos a obrigação de alterar estas acções para acções nominativas. A questão prende--se com as recentes alterações ao Código Comercial, aprovadas na generalidade na Assembleia Legislativa (AL) no dia 12 de Ja-neiro, que obriga a que as acções ao portador – anónimas – passem para acções identificadas.

A ideia é fazer com que Macau corresponda aos padrões do Fórum Global sobre troca de informações fiscais no que ao branqueamento de capitais e lavagem de dinheiro diz respeito, trazendo mais transparên-cia. Especialistas ouvidos pelo HM acreditam que essa transparência vai ser implementada, mas dizem que esta mudança pouco vai afectar o mercado de Macau, ao contrário do que se possa pensar.

“Grande parte das empresas, aqui em Macau, têm acções no-minativas, poucas são as que têm acções ao portador. Ou seja, é um universo muito pequenino para o número de empresas que existem em Macau”, afirmou o economista Albano Martins ao HM, sublinhan-do que estas acções ao portador até “não são uma prática muito comum em Macau, ao contrário do que se pensa”.

De acordo com um representan-te dos Serviços de Finanças, que falou do assunto na AL aquando da aprovação das alterações ao Código Comercial, são apenas 12 as empresas com acções ao por-tador, sendo que seis já não estão em actividade ou já eliminaram mesmo essas acções.

PASSO NECESSÁRIO Albano Martins defende que estas alterações são um passo necessário para que o Governo se adapte às legislações do exterior, “que obri-gam a que nos espaços nacionais se tenha um controlo mais apertado às fugas ao fisco, o que obriga as-sim a que se saibam quem são os accionistas das empresas”, como esclarece.

Numa breve análise, também o economista José Morgado se mostra defensor desta alteração. “Sou sempre apologista de acções nominativas por ter uma base de transparência”, defende.

Albano Martins adianta ainda que esta acção vem reforçar o con-trolo no branqueamento de capitais, no sentido de saber quem são os investidores – “se são indivíduos da máfia” – e quem são os indivíduos que detêm as empresas, “fazendo o acompanhamento dos fundos que ili-citamente fogem ao fisco, ou também de forma ilícita entram num espaço nacional para branquear capitais”.

A obrigatoriedade de passar as acções ao portador para acções nominativas traz mais transparência, mas não é algo que vá afectar o mercado de Macau e muito menos a indústria do Jogo. É o que dizem especialistas ouvidos pelo HM, que adiantam ainda que as alterações ao Código Comercial vão fazer Macau adaptar-se às leis de fora

CÓDIGO COMERCIAL OBRIGAÇÃO DE NOMEAR ACÇÕES NÃO VAI AFECTAR MACAU

A transparência necessária

“O processo de transmissão das acções nominativas é mais complexo do que o de transmissão das acções ao portador. Em contrapartida, do ponto de vista da sociedade e dos poderes públicos, assegura uma maior transparência: a sociedade sabe sempre quemé quem”AUGUSTO TEIXEIRA GARCIAVice-director da Faculdadede Direito da UM

Para o economista, esta é uma “legislação normal em qualquer sociedade ocidental”, portanto, é natural que o Governo esteja a mudar as coisas.

Até porque Macau tem de estar de acordo com os padrões exigidos pelo Fórum Global sobre Transparência e Troca de Informações para fins fiscais. Para passar na avaliação, Macau terá de eliminar a permissão de emissão de acções ao portador. A decisão está tomada e a lei aprovada, sendo que, assim que for aprovada na especialidade, os portadores destas acções têm seis meses para as converter.

UM PEQUENO ALERTAMas que mudanças vai isto trazer? Augusto Teixeira Garcia, “o pai”

do Código Comercial de Macau e vice-director da Faculdade de Direito da Universidade de Macau (UM), clarifica ao HM que a trans-missão de acções ao portador faz-se sem a necessidade de intervenção da sociedade que as emite, pelo que esta “deixa de poder controlar a composição, e, logo, a identidade dos seus accionistas”.

Com a implementação desta alteração e transformando todas as acções em nominativas, “isto não se verifica”: a sociedade poderá intervir no acto “aver-bando no seu livro de registo de acções a nova titularidade”. A transparência está, também na visão do académico, assegurada desta forma.

“O processo de transmissão das acções nominativas é mais complexo do que o de transmis-são das acções ao portador. Em contrapartida, do ponto de vista da sociedade e dos poderes públicos, assegura uma maior transparência: a sociedade sabe sempre quem é quem”, sublinha o docente, que deixa, contudo, um alerta: deixa de ser possível impedir que a titularidade nominal das acções não corresponda a um titularida-

de material, ou seja, o accionista é, para a sociedade, aquele que como tal está identificado no seu livro de registo de acções, mas o accionista real pode ser outro. Em termos mais claros, esclarece o docente, “o accionista nominal pode ser apenas um testa de ferro do verdadeiro titular”.

E O EXTERIOR?Numa intervenção na AL, o depu-tado Leonel Alves pediu “maior clarificação” quanto às acções existentes fora de Macau. “Parece--me que o objectivo é apenas o de dizer que as sociedades anónimas criadas em Macau não poderão ter acções ao portador, mas nada regula sobre os estatutos dos sócios das sociedades anónimas com ac-ções no exterior. Este ponto carece de clarificação”, disse em sessão plenária.

Ao HM, o deputado esclarece o que pretendia com a intervenção. “Houve um deputado que evocou um exemplo recente de Hong Kong, de um empresário se ter deslocado da sua empresa para o exterior e o que eu defendo é que este assunto não está relacionado com o objecto desta lei. Porque esta

“Sou sempre apologista de acções nominativas por ter uma base de transparência”JOSÉ MORGADO Economista

lei visa apenas proibir a emissão, pelas sociedades de Macau, de ac-ções ao portador. Esta lei não visa regular o estatuto dos accionistas das sociedades incorporadas em Macau”.

De forma prática, Leonel Alves afirma que é possível “constituir em Macau uma so-ciedade anónima, cujos sócios são todos eles sociedades com sede no exterior”.

Por exemplo, se for “uma so-ciedade francesa, uma luxembur-guesa, outra das BVI [Ilhas Virgens Britânicas], essas sociedades são reguladas pelas respectivas juris-dições e não por esta lei”.

Já na visão do economista Albano Martins, “a mesma lógi-ca aplica-se quando Macau tem acções no exterior”, porque os organismos do exterior e os países estrangeiros obrigam a que de facto as acções passem a ser todas nomi-nativas. “Portanto, a sociedade de Macau aparece no livros de acções dessas sociedades do exterior”, argumenta, sublinhando que no caso de empresas estrangeiras comprarem acções a empresas locais o processo será o mesmo.

“As empresas do exterior terão que ficar no livro de acções da empresa local com o seu nome”, afirma.

JOGO LIMPO Muito se tem falado da aprovação, na generalidade, do hemiciclo so-bre o fim das acções ao portador, por parte das sociedade anónimas criadas em Macau e a sua recon-versão para acções nominativas. A então mudança ao Código Comer-cial pretende combater os crimes de evasão fiscal e branqueamento de capitais.

A transparência vai, então, estar na ordem do dia, e vai haver impacto no mercado local. Nem sequer na indústria de que Macau está dependente, como o próprio Governo confirma.

Com seis meses para alterar o tipo de acções, prazo criticado pelo deputado Chui Sai Cheong por ser um “curto tempo”, do Governo surge uma garantia: no sector do Jogo, todas as acções são nominativas, pelo que “não haverá qualquer impacto junto do sector”.

TIAG

O AL

CÂNT

ARA

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4 hoje macau quarta-feira 21.1.2015POLÍTICA

JOANA [email protected]

O Gabinete de Infra--Estruturas de Trans-portes (GIT) ainda tem dúvidas sobre se

a introdução de uma cláusula penal compensatória poderá aumentar a capacidade da supervisão contra-tual. Num comunicado emitido pelo gabinete, em resposta ao relatório do Comissariado de Au-ditoria (CA) que critica a gestão do gabinete face às derrapagens do metro, o GIT diz que ainda se deve estudar a necessidade de introdução desta cláusula.

FLORA FONG [email protected]

O presidente da Comissão de Acompa-nhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas da Assembleia

Legislativa (AL), Ho Ion Sang, criticou o Ga-binete de Infra-Estruturas de Transportes (GIT) por este “esconder” problemas sobre o metro ligeiro. Por isso mesmo, o presidente apela à autoridade para que explique o actual processo das obras à Comissão em causa, esperando ainda a revisão das leis relacionadas com as obras.

O Governo insistiu no ano passado que o orçamento total do metro era de 11 mil milhões de patacas, no entanto, o recente relatório do Comissariado de Auditoria (CA) mostrou que o orçamento aumentou para mais de 14 mil milhões de patacas. O também deputado referiu ao jornal Ou Mun que a Comissão teve duas

reuniões com o GIT no ano passado, porém, a autoridade não mencionou nada sobre o excesso de orçamento, nem sobre os atrasos.

“O GIT garantiu, há meio ano, que o traçado da Taipa podia começar a circulação em 2016, porém, agora é possível registar-se um novo atraso na obra. O gabinete deve aprender com o relatório do CA e melhorar os problemas, explicando-se à Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públi-cas da AL e ao público”, argumentou.

SEMPRE ATRASADOSOs atrasos não se verificam apenas no metro, relembra, mas também nas habitações públicas, no Terminal Marítimo do Pac On e noutras obras, que têm sido alvo de consecutivos atra-sos e, por isso também de um aumento nos orçamentos iniciais.

Ho Ion Sang considera que isto não é apenas

um problema do departamento, mas sim devido ao atraso de vários regimes jurídicos, incluindo os relacionados com o concurso público, a su-pervisão e orçamento que, defende o deputado, não são apropriados para os tempos actuais, influenciando os próprios interesses públicos.

“Actualmente o montante de orçamento de projectos pode ser ajustado de forma muito fácil. Quanto ao concurso público, a companhia que oferece o preço mais baixo pode ganhar a con-cessão da construção de projecto, ignorando-se a qualificação da companhia. Isto pode trazer problema quanto à qualidade”, defendeu.

Além disso, Ho considera que como o Governo não supervisiona as construtoras, o cofre público necessita de pagar excessos de orçamento, tornando-se assim “a parte que mais perde”. O deputado apela, uma vez mais, a que o Governo assuma uma posição determinada na revisão das respectivas lei.

CE vai rever prorrogação de prazos e aumento de gastos O Chefe do Executivo, Chui Sai On, prometeu ontem que vai rever as alíneas da Lei de Enquadramento Orçamental – respeitantes à prorrogação de prazo e aumento orçamentais de obras públicas. As conclusões dessa revisão serão publicadas depois de uma análise cuidada, assegurou. As declarações tiveram lugar ontem, à margem da inauguração do novo edifício da Federação das Associações de Operários de Macau. Questionado sobre a eventual revisão do Regime de Concurso Público de Projectos de Grande Dimensão e sua entrega à Assembleia Legislativa, o Chefe do Executivo disse que tal será discutido depois da finda a revisão da Lei de Enquadramento Orçamental.

HO ION SANG CRITICA GIT POR “ESCONDER” PROBLEMAS E FALTA DE REVISÃO DE LEIS

Quando o silêncio fala mais alto

“Devido à complexidade dos motivos quelevam ao atraso das obras, deve-se aindaestudar se esta proposta (cláusula compensatória) poderá, de facto, promover efectivamentea boa concretização das empreitadas”COMUNICADO DO GIT

O Comissariado de Auditoria aconselhou o GIT a colocar nos contratos com as empresas ligadas ao metro uma cláusula que permita ao Governo receber compensações em casos de falha. O gabinete responde ter ainda dúvidas de que isso seja realmente eficaz, porque as obras do metro “são complexas”

METRO GIT DIZ QUE AINDA TEM DE ESTUDAR EFICÁCIA DE CLÁUSULA COMPENSATÓRIA

Empecilhos e complexidades

“No que diz respeito à proposta apresentada no relatório de audito-ria sobre o estabelecimento de uma ‘cláusula penal compensatória’ nos contratos para aumentar a capaci-dade de supervisão contratual, o GIT considera que, devido à com-plexidade dos motivos que levam ao atraso das obras, deve-se ainda estudar se esta proposta poderá, de facto, promover efectivamente a boa concretização das empreita-das”, começa por dizer o gabinete. “[É] necessário estabelecer-se um equilíbrio entre as medidas a intro-duzir, destinadas à supervisão dos trabalhos dos empreiteiros, e a boa aplicação do erário público, pelo que deve ser feita uma avaliação integral de forma prudente.”

Na mesma nota, o GIT avança

que está a implementar as me-lhorias sugeridas pelo CA, mas continua a frisar que, no que às estimativas dos custos do projecto diz respeito, não é possível ter o custo global.

OUTRAS DIFICULDADES“O cálculo dessa estimativa só é possível com alguns dados que

são essenciais, nomeadamente o trajecto do metro ligeiro já definido, o ano previsto para o início das respectivas obras e o seu prazo de execução, por forma a permitir uma projecção e pre-visão da situação dos preços do mercado nesse mesmo período. Na actual situação do projecto do metro ligeiro em concreto,

uma vez que, até ao presente momento, o trajecto da linha de Macau não se encontra definido na totalidade, a actualização e o cálculo da estimativa de custos do projecto torna-se difícil”, aponta o gabinete.

Esta foi uma das maiores críti-cas apontadas pelo CA, que aponta que o facto de ter já havido uma derrapagem de mais de 47% e isto apenas relativamente à linha da Taipa, pode significar um excesso de orçamento em mil milhões de patacas anualmente.

O GIT compromete-se a que “logo que estejam disponíveis os dados para o cálculo da estimati-va de custos, com a definição do trajecto da península de Macau”, vai actualizar a estimativa do or-çamento global do projecto.

O gabinete assegura ainda que tem dado prioridade à supervisão das empresas contratadas “procu-rando o seu aperfeiçoamento” e as-segura que “nos contratos das em-preitadas de construção civil foram introduzidas cláusulas relativas aos prazos parcelares vinculativos e às sanções correspondentes, com vista a intensificar a supervisão dos trabalhos da responsabilidade dos empreiteiros”.

A adição de uma cláusula pe-nal aos contratos, como sugerido pelo CA, iria permitir ao Governo receber indemnizações em caso de atraso de forma mais rápida e também dar a entender às empresas contratadas que há consequên-cias de maior quando se falham prazos.

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5 políticahoje macau quarta-feira 21.1.2015

MARIA DA IMACULADA CONCEIÇÃO EUSÉBIOMissa de 1º Aniversário

FLORA FONG* [email protected]

O presidente da Associação dos Empresários do Sector Imobi-

liário de Macau, Ung Choi Kun, disse querer uma lei independente em relação ao arrendamento, bem como uma entidade de gestão do mercado.

No programa do canal chi-nês de Rádio Macau “Macau Talk”, onde Ung Choi Kun foi convidado, o presidente apontou que actualmente os problemas de arrendamento são apenas regulamentados de acordo com o Código Civil, sendo que os artigos nunca foram revistos depois do estabelecimento da RAEM. O também ex-deputado argu-mentou ainda que não existe uma entidade de gestão rela-tiva ao mercado, tornando-o cada vez pior. Considera o presidente que os regulamen-tos já são inadequados para a realidade actual de Macau e, assim, devem ser elaboradas novas leis independentes em relação ao mercado do arren-damento.

AUTENTICAÇÃO DE ASSINATURASNo mesmo programa, o ex--deputado sugere que esta nova lei dê atenção a dois aspectos. Uma delas é que deve obrigar à autenticação das assinaturas nos contratos de arrendamento, fazendo com que tenham efeito jurí-dico autêntico e a respectiva comprovação. Contudo, Ung frisou primeiro de tudo, o Governo deve ajustar a contribuição predial para um nível racional.

“Se houver autenticação das assinaturas em contratos, quando se encontrarem pro-blemas ou conflitos entre se-nhorios e inquilinos, podem

não os resolver nos tribunais. É uma vantagem”, afirmou.

Como segundo ponto, o presidente defendeu que existe um problema quanto aos inquilinos que sistema-ticamente não cumprem as regras, considerando inclusive este um dos graves proble-mas de Macau. Por isso, o ex-deputado espera que o Governo defina uma entidade

para execução mais feliz e produtiva das respectivas leis.

Quando questionado se Macau pode ter como referên-cia as medidas do imobiliário de Hong Kong para controlar o aumento das rendas, o pre-sidente disse discordar em utilizar o regime de imposto para gerir o mercado.

“O Governo ajustou recen-temente o limite máximo de

rendimento de candidatos para habitação social. Acho que isso não vai resolver o verdadeiro problema, mas sim aumentar as ofertas de fracções em Macau, bem como executar melhor o regime de proibição de especulação”, rematou.

A PASSO DE CARACOL Recorde-se que em 2013, o deputado Pereira Coutinho

entregou um projecto de lei sobre o arrendamento de imobiliário privado destinado à habitação. O deputado considerou ser urgente travar o aumento exagerado das rendas e impedir que os senhorios possam aumentar os valores nos dois primeiros anos de contrato. Em 2014, em Fevereiro, o deputado no-

meado Gabriel Tong falou ao HM e explicou que um grupo de deputados iria levar um projecto de lei sobre a questão das rendas, mas que antes de o fazer o grupo iria levar a cabo uma “investigação” antes da redacção da proposta de lei.

“Estamos a fazer uma investigação sobre as ques-tões existentes e depois vamos ver qual a situação jurídica. Já estamos a reunir um conjunto de pessoas para esse projecto de investiga-ção, mas ainda não temos resultados. Vamos analisar a possibilidade de alterar a lei do arrendamento e só depois é que vão surgir as conclusões”, afirmou então o deputado.

Meses depois ainda não há fumo branco. A elaboração continua a decorrer e não exis-te data oficial para apresentar a proposta, a única coisa que se sabe, é que, segundo disse o deputado será “uma lei ami-ga”. - *com Filipa Araújo

O deputado Si Ka Lon entregou uma interpelação escrita ao Governo

onde pede a criação de um mecanismo de formação de talentos locais a longo prazo, afirmando que ainda existem “obstáculos” ao desenvolvimento dessa plataforma. O deputado, que é número dois de Chan Meng Kam na Assembleia Legislativa (AL), lembrou que já foi implementada a Comissão para o Desen-volvimento de Talentos o ano passado, que já levou a cabo trabalhos relativos à avaliação do planeamento, formação, introdução e transferência de talentos.

“Quando as entidades elaboraram os regi-mes de qualificação profissional, a formação de licenciados com cursos que correspondem ao trabalho tem como requisito a participação

nos regimes de qualificação profissional. De certa forma, exclui as pessoas que tiraram mestrados ou doutoramentos em áreas dife-rentes da licenciatura”, explicou o deputado.

Si Ka Lon questiona assim a comissão de talentos se vai considerar alargar os requisitos de acesso aos regimes de qualificação profis-sional, através da formação e examinação das qualificações, para avaliar a capacidade dos indivíduos em causa.

O deputado eleito pela via directa per-gunta ainda se os responsáveis têm vindo a elaborar estudos “especializados” sobre os problemas citados, bem como a análise de formas para enfrentar os “obstáculos” do regime de talentos. Si Ka Lon exige que o Governo apresente “soluções e estratégias” para a questão. - F.F.

Si Ka Lon aponta obstáculos ao desenvolvimento de talentos

UNG CHOI KUN APELO A UMA LEI INDEPENDENTE DE ARRENDAMENTO

Casas com amorUma associação do sector imobiliário apela à elaboração de umalei independente que vise facilitar o processo de arrendamento,criando ainda um grupo de gestão de mercado. Enquanto isso, o projecto de Lei do Arrendamento a ser elaborado por um grupode deputados não dá sinais de vida

“Se houver autenticação das assinaturas em contratos, quando se encontrarem problemas ou conflitos entre senhorios e inquilinos, podem não os resolver nos tribunais. Éuma vantagem”

A família enlutada manda rezar uma missa para assinalar o 1º An-iversário do falecimento seu ente querido. A cerimónia terá lugar amanhã, 22 de Janeiro, de 2015, na Sé Catedral, pelas 18:00 horas. Antecipadamente se agradece a todos quantos queiram associar-se ao piedoso acto.

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6 hoje macau quarta-feira 21.1.2015SOCIEDADE

LEONOR SÁ [email protected]

O Gabinete de Estu-do das Políticas do Governo da RAEM (GEP) encomendou

um estudo à Universidade de Ma-cau (UM) sobre a implementação de políticas pró-família nas empre-

TRABALHADOR MORRE NO COTAI DEVIDO AO EXCESSO DE CARGA

Tragédia antes da magia

Turismo Novo representanteda DST na ÍndiaA Direcção dos Serviços de Turismo (DST) nomeou a empresa VFS Global para fazer a promoção da região na Índia. O contrato foi assinado ontem pela directora da DST, Maria Helena de Senna Fernandes, e Arzan Khambatta, director-geral representativo do Turismo de Macau na Índia. A VFS Global posiciona-se como uma “empresa líder de mercado na indústria de vistos” e outras questões consulares, operando em 118 países. Actualmente, a empresa criada em 2001 e com base no Reino Unido, é presidida por Zubin Karkaria. A celebração do contrato será oficializada com um evento em Nova Deli para anunciar aos operadores turísticos e media indianos qual é a nova representante de Macau no país. A representação da DST na Índia acontece desde 2002 e uma larga percentagem dos turistas da RAEM são hoje em dia provenientes do país asiático. Os dados da DST avançam, até agora e desde o início de 2014, mais de 160 mil visitantes eram indianos.

U M trabalhador local, de 29 anos, morreu ontem ao cair de um aparelho de elevação a dez

metros de altura do solo, onde estava a trabalhar no projecto de alargamento do casino City of Dreams, no Cotai. Segundo a imprensa chinesa, o acidente aconteceu ontem por volta das 10h00 e, segundo a investigação preliminar da Polícia Judiciária (PJ), o trabalhador esteve a operar o apa-relho num segundo andar do edifício em construção, tendo caído e batido com a cabeça no chão. A morte deu-se por ferimentos graves.

Entretanto, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) já emitiu um comunicado onde expressa condolências pela morte do trabalhador, prometendo “acompanhamento da matéria re-lativa à indemnização por acidente de trabalho”.

“Das investigações prelimi-nares suspeita-se de que a vítima encontrava a operar um aparelho elevatório situado no alto de uma obra e devido ao excesso de carga que transportava ocorreu a queda do aparelho conjuntamente com a

vítima para o chão, tendo depois confirmada a morte da vítima”, pode ler-se.

PÁRA TUDOPara já, a DSAL afirma ter ordena-do a “suspensão imediata de todas as obras do estaleiro que envolvem a utilização de aparelhos elevató-rios ao empreiteiro, tendo também exigido a revisão e reorganização dos procedimentos e equipamen-tos relativos à elevação de cargas e o reforço da sensibilização dos trabalhadores sobre a segurança”.

O caso vai continuar a ser investigado, prometendo a DSAL actuar segundo a lei e os resultados da investigação. A entidade pede ainda aos empreiteiros que dêem as devidas instruções aos seus tra-balhadores para manusearem apa-relhos elevatórios, afirmando que “tem organizado regularmente” cursos sobre a matéria. - F.F.\A.S.S.

O Governo está a ponderar a implementação de políticas Pró- -Família no trabalho, que incluem flexibilidade de horários, licenças de maternidade e paternidade e férias obrigatórias. Os benefícios disso mesmo estão a ser alvo de um estudo levado a cabopela Universidadede Macau. A harmonia familiare eficácia laboralsão os principais objectivos

UM GOVERNO ENCOMENDA ESTUDO SOBRE POLÍTICAS PRÓ-FAMÍLIA NAS EMPRESAS

Família feliz, produção em barda

sas locais. Existe a possibilidade do Governo criar, futuramente, uma política que beneficie tanto as famílias dos funcionários como as empresas onde estes trabalham.

O intuito é, de acordo com uma das responsáveis pelo estudo, perceber que medidas são actual-mente empregues pelas empresas no sentido de facilitar a relação

familiar que, por sua vez, melhora o ambiente, produtividade e eficácia do trabalho. “O objectivo deste estudo é, perguntando às empresas, perceber que políticas é que estas usam com os seus funcionários e se estas melhoram ou pioram o desempenho de cada um e da empresa em termos colectivos”, explicou a responsável ao HM.

De acordo com a equipa do estudo, a implementação de po-líticas como a obrigatoriedade de férias, já prevista na Lei Laboral, ou a flexibilidade de horários pode potenciar a eficiência das empresas e fortalecer o sentido de pertença entre o colectivo de funcionários.

“A implementação da política

Pró-Família refere-se a várias áreas, incluindo infra-estrutura comunitária, políticas empre-sariais e apoio governamental e privado”, esclarece o grupo da UM. “Aparentemente, o nível de envolvimento da mulher e o emprego dos dois membros de um casal está a aumentar na sociedade, fazendo com que o equilíbrio entre trabalho e família se torne num assunto importan-te”, lê-se no documento da equipa de trabalho.

AGREGADO E EFICIÊNCIAO trabalho, que não tem ainda prazo de entrega ao Governo, será feito através de entrevista e questionário a entidades do sector patronal e laboral e o conteúdo do estudo contém, de acordo com a organização, “vá-rios aspectos que são parte da política Pró-Família, a vontade de a implementar e as dificulda-des dessa implementação”.

Dia 20 de Fevereiro é o prazo máximo para o preenchimento do inquérito, tendo a sessão de entrevistas findado ontem. A informação será então analisada pela equipa responsável e poste-riormente entregue ao Governo, no sentido de criar medidas para facilitar a relação familiar onde os dois membros de um casal tra-balhem. O HM tentou contactar o GEP, mas não foi possível obter esclarecimento até ao fecho da presente edição.

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7 sociedadehoje macau quarta-feira 21.1.2015

A LEXIS Tam vai ten- tar disponibilizar mais espaços e ins-

talações para os serviços sociais. O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura assumiu que vai procurar mais espaços disponíveis, mas diz que estes podem vir a ser encontrados através da reconstrução e reutilização de edifícios e também do arrendamento de fracções em edifícios industriais.

De acordo com um co-municado do Gabinete do Secretário, o anúncio de Alexis Tam surge após uma visita a associações de cariz social, onde o responsável

ASSOCIAÇÕES GOVERNO PROMETE RECONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS E FRACÇÕES INDUSTRIAIS

Ajudar quem também ajuda

“A rede 4G é mais rápida do que a rede 3G que temos actualmente, o que vai fazer com que seja mais fácil para qualquer pessoa partilhar dados, incluindo as crianças. Penso que a rede 4G, só por aumentar a velocidade o tráfico da informação, tem potencial para aumentar a prática de muitos crimes”SPENCER LI Vice-presidente da Sociedade de Criminologia de Macau

O Governo já prometeu que até 2016 o território ficará coberto pela rede 4G, mas o académico Spencer Li, da Universidade de Macau, acredita que os crimes praticados na internet podem aumentar, pedindo maior prevenção para as vítimas menores.A mesma opinião tem um agenteda PJ que lidacom este tipode crimes

REDE 4G CRIMES ONLINE PODEM AUMENTAR. GOVERNO DEVE INVESTIR EM PREVENÇÃO, DIZEM ESPECIALISTAS

Todos os perigos à distância de um clique

foi alertado pelas dificulda-des: faltam recursos huma-nos e faltam espaços.

“Relativamente à ques-tão de insuficiência de espaço e instalações dos

serviços sociais, o Secre-tário disse que irá prestar mais atenção a esta situação e procurar mais espaços disponíveis através de uma coordenação activa entre

os serviços competentes do Governo e outros sectores da sociedade, assim como mediante a reconstrução e reutilização de edifícios”, avança o comunicado.

Citado pela Rádio Ma-cau, Alexis Tam comprome-teu-se ainda a apoiar mais as associações que se dedicam a ajudar deficientes mentais.

UMA QUESTÃO DE TEMPO“O Governo poderá adquirir algumas instalações, algu-mas fracções em edifícios industriais, para transformar em oficinas para os portado-res de deficiências mentais. Nós temos meios, porque não fazemos? Daqui para a frente vamos fazer”, afir-mou, destacando porém que precisa de tempo. “Tomei posse só há um mês. Um ano se calhar não chega.

De certeza absoluta que nos próximos dois ou três anos poderemos ver uma situação melhor.”

Alexis Tam ouviu das associações, como a União Geral dos Moradores de Macau, que visitou também, que é difícil obter apoios periódicos do Governo em alguns centros juvenis, o que limita o desenvolvi-mento dos seus serviços, mas também que há falta de mão-de-obra.

Relativamente à escas-sez de recursos humanos nas instituições que prestam serviço social, o Secretário afirmou que irá procurar “implementar o recrutamen-to no exterior no mais curto espaço de tempo possível” e que vai ser reforçado o traba-lho de formação de quadros qualificados locais.

ANDREIA SOFIA [email protected]

H Á muito que o Governo promete a chegada da rede 4G a Macau, mas quais serão as consequências da

utilização da internet mais rápida? Spencer Li, vice-presidente da So-ciedade de Criminologia de Macau e coordenador do departamento de Sociologia da Universidade de Macau (UM), acredita que os crimes online podem aumentar.

“A rede 4G é mais rápida do que a rede 3G que temos actualmente, o que vai fazer com que seja mais fácil para qualquer pessoa partilhar dados, incluindo as crianças. Penso que a rede 4G, só por aumentar a velocidade o tráfico da informação, tem potencial para aumentar a prática de muitos crimes”, apontou ao HM.

“Com a rede mais rápida vamos provavelmente ver mais crimes en-volvidos, é algo que tem acontecido em todo o mundo e que também vai acontecer em Macau. O que aconteceu noutros países podem servir como orientação. O Governo pode fazer um melhor trabalho para investigar estes casos”, defendeu Spencer Li.

Semelhante opinião tem Long Hon Wai, da chefia funcional da Secção de Investigação de Crimes Informáticos da Polícia Judiciária (PJ), que escreveu, num artigo de opinião publicado no boletim men-sal da PJ, sobre os perigos do 4G.

“Está previsto que, com a che-gada da rede móvel 4G, o tráfego de dados aumente ainda mais e isso significa que, num futuro próximo, mais aplicações poderão integrar os smartphones e o número de ‘tro-jans’ presentes em smartphones irá subir. Teremos que ter em atenção e estudar todos juntos a prevenção, detecção e eliminação dos trojans nos smartphones”, pode ler-se.

Long Hon Wai lembrou ainda que “os governos devem elaborar políticas urgentes para convencer a indústria de rede e melhorar a gestão de riscos (...) construindo

com o público uma plataforma de rede mais segura”.

PROTEGER OS MAIS EXPOSTOSSpencer Li vai mais longe e pede novas especialidades ao depar-tamento da PJ que combate o crime informático. “Já foi criado um departamento focado no cri-me informático, mas está muito ligada aos crimes que envolvem adultos. Não foi desenvolvida a atenção para os crimes que visam as crianças, como crimes de na-tureza sexual ou o cyberbulling. Aqui o Governo tem de investir mais recursos humanos”, garantiu.

O académico acredita ainda na via educacional para levar os me-

nores a compreenderem os perigos da internet nos smarphones, quando a velocidade de ligação for maior. “Precisamos de ensinar as crianças a utilizar a internet de forma segura e isso pode ser feito através dos pais, com uma maior supervisão. Esta é uma grande dificuldade em Macau uma vez que descobrimos num estudo que muitas crianças passam muito tempo em casa sozinhas sem qualquer supervisão, já que os pais estão a trabalhar. Também podemos ensinar as crianças nas escolas, com aulas próprias sobre este assunto, sobre o que é seguro e não é. O Governo também pode ensinar as crianças através da criação de pro-gramas especializados”, concluiu.

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hoje macau quarta-feira 21.1.20158 EVENTOS

O realizador de cinema Michael Mann e a actriz norte--americana Naomi Watts fazem parte da lista de

vencedores dos prémios Huading, que tiveram lugar no passado domingo no Venetian. Watts recebeu o galardão de Melhor Actriz Internacional, enquanto o cineasta dos EUA foi nomeado como Melhor Realizador Internacional.

A lista continua com nomes como Super Júnior, pre-miado como o Melhor Ídolo de Grupo, Kim Soo Hyun, a vencer o prémio de Melhor Actor de Séries Televisivas e Han Ye Seul como Melhor Actriz. Como Melhor Actor Internacional está Chris Hemsworth, protagonista das sagas ‘Thor’ e ‘Avengers’, sem esquecer o filme ‘Rush’, que conta a história de James Hunt, automobilista de Fór-mula 1. A actriz de Hong Kong Charmaine Sheh venceu o prémio de Melhor Actriz Chinesa de Séries Televisivas. O norte-americano Hom Lee, actualmente a residir em Taiwan, recebeu o galardão de Melhor Cantor Internacional.

Os prémios Huading acontecem todos os anos no ter-ritório e são conhecidos por trazer nomes internacionais à esfera regional.

Prémios Huading Michael Manne Naomi Watts na lista de vencedores

ANDREIA SOFIA [email protected]

É mais uma obra que pre-tende retratar o milagre económico chinês. Chama-se “Metamor-

foses no poder – rumo à hege-monia do dragão” e é o mais recente livro do investigador Paulo Duarte, lançado esta segunda-feira em Lisboa, com a chancela da Chiado Editora. Marcelo Rebelo de Sousa e Armando Marques Guedes prefaciam o projecto.

O autor é actualmente investigador no Instituto do Oriente, em Lisboa, estando a realizar o doutoramento em relações internacionais na Universidade Católica de

Lovaina, na Bélgica. “Entre outras questões, investigo os contornos da presença chinesa, por exemplo, em África ou na Ásia Central (onde tive ocasião de realizar pesquisa doutoral

no Cazaquistão, Tajiquistão e Quirguistão), mas também as estratégias de poder no Índico ou ainda a relação com o Hege-mon norte-americano. O meu objectivo é no fundo desmisti-

ficar a tese da ‘ameaça’ chinesa neste novo século”, disse Paulo Duarte num comunicado.

Para o académico, “a ascensão da China é um tema quente nas relações

internacionais e que é fun-damental dar a conhecer um pouco mais acerca das reais intenções da China a um público vasto, ansioso por saber quem é afinal o gigante

chinês e o que pretende ele neste novo século”.

QUE FUTURO?Os traços gerais da obra são desvendados na sinopse. “O

Paulo Duarte, investigador do Instituto do Oriente, lançou esta semana a obra “Metamorfoses no poder – rumo à hegemonia do dragão”, um livro que retrata o crescimento económico da China. O prefácio é do professor Marcelo Rebelo de Sousa

LIVRO SOBRE ASCENSÃO DA CHINA APRESENTADO EM LISBOA

Uma nova visão da hegemonia

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hoje macau quarta-feira 21.1.2015

HISTÓRIA DE ESPANHA • Vários autoresPoucos países terão tido uma influência tão vasta, abrangente e duradoura como a Espanha, seja nos destinos do continente europeu, seja na evolução dos muitos países que Castela descobriu e colonizou. E os vestígios dessa influência estão ainda hoje bem patentes por todo o mundo hispânico, seja pela língua, a cultura ou a religião. História de Espanha traça o percurso do país, começando na Alta Idade Média e culminando no século XXI, com um posfácio a relatar a abdicação do rei Juan Carlos

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

O CRIME EM LISBOA 1850-1910 • Maria João VazEm meados do século XIX o crime - a par da industrialização e da urbanização - não só aumenta exponencialmente como se torna tema constante das parangonas. É na cidade de Lisboa que se verifica a sua maior incidência, e é também aí que mais se sentem os receios da população. O crime é sentido como um problema social preocupante, gerando constantes debates e produção jurídica. Os jornais da época, entre outros documentos, demonstram que os crimes eram acontecimentos chocantes que suscitavam a curiosidade de todos os leitores. A partir das imagens e das informações coligidas para o período entre 1850 e 1910, O Crime em Lisboa procura esclarecer as dinâmicas do crime na cidade de Lisboa.

9 eventos

Reggae Hot Rod acolhe artistas lusos e locaisO restaurante e bar Hot Rod – situado na zona da Barra – vai organizar o espectáculo Reggae Session III já este sábado. A festa conta com os djs Jahni, Duballistic, Mukaya e Siun. Este é o terceiro evento exclusivamente dedicado ao reggae organizado pelo espaço. Esta é uma sessão de música com quatro artistas, dos quais dois são locais e dois são portugueses. O evento tem início a partir das 22h00 e tem entrada livre.

Poesia Agricultora de Hubei é nova Emily DickinsonYu Xiuhua é uma cidadã do continente com paralisia cerebral que viu parte dos seus poemas publicados na internet, sendo já considerada a Emily Dickinson – poetisa norte-americana – da China. Yu é natural de Hengdian, na província de Hubei, e dedica-se à agricultura. A história da cidadã tornou-se viral no meio digital e a CCTV conta que Yu começou a escrever em 2009 nos tempos livres, nunca com a ideia de um dia vir a ser reconhecida. Embora haja apenas uma fraca versão traduzida dos poemas, um dos mais recentes intitula-se “Meia China percorrida para dormir contigo” e é já um grande êxito. Foi a académica feminista Shen Rui quem caracterizou Yu como a “Emily Dickinson da China”, depois de ter lido a sua obra. O trabalho escrito da agricultora tem sido homenageado um pouco por todo o meio online. “O facto de sofrer de paralisia cerebral não afectou a sua capacidade de pensar de forma clara”, referiu um dos comentadores.

HÁ um cinema português entre os 25 mais bonitos do mundo.

O complexo Cinema City de Leiria foi eleito um dos mais belos a nível internacional, figurando numa lista compilada pelo site especializado Architecture & Design que reúne salas onde assistir a um filme é “uma verdadeira aventura”.

O cinema leiriense distingue-se pela decoração do interior das suas salas, cada uma delas inspirada por um diferente género cinematográfi-co, desde o romance ao suspense e terror, passando por uma animação para os mais novos.

Para ilustrar, no artigo, o carácter único deste complexo, o Architecture & Design escolheu, precisamente, a sala destinada ao cinema infantil, em cujos assentos está impressa a cara do rato Mickey e cujas paredes

estão adornadas com personagens da Disney como o Bambi ou o Nemo, o mais famoso dos peixes-palhaço.

“Alguns destes cinemas têm uma história interessante, (...) outros são muito modernos e têm interiores exclusivos”, escreve o Architecture & Design, explicando que os 25 cine-mas da lista foram reconhecidos “não apenas pelo seu significado cultural, mas pelo seu valor arquitectónico”.

Desta compilação fazem parte outros cinemas invulgares, como o Olympia Theater, na Grécia, onde os espectadores podem assistir a um filme recostados confortavel-mente em camas que substituem as cadeiras tradicionais, ou o Hot Tube Cinema, na capital inglesa, Londres, que dá aos cinéfilos a hipótese de desfrutar das películas dentro de banheiras de ‘jacuzzi’.

Leiria tem um dos mais belos cinemas mundiais

ponto de não-retorno foi atingido, pelo que a ascen-são da China é irreversível e incontornável. O que nos espera então? Uma mudan-ça do equilíbrio no poder mundial susceptível de des-tronar o Hégemon e coroar o dragão? Perguntas possí-veis, respostas incertas num presente volátil recheado de horizontes tão ou mais im-previsíveis. Como advertia Sun Tzu, “A suprema arte da guerra consiste em derrotar

o inimigo sem lutar”. Ora, o Dragão não luta mas discreta e subtilmente ganha terreno. Mas será o chamado ‘perigo amarelo’ uma real ameaça ou apenas um mito? A resposta não é evidente, sendo que a presente obra pretende tão somente ser um farol para ajudar a discernir com mais clareza os desafios e tempos que se avizinham.”

Paulo Duarte começou por se licenciar em Comu-nicação Social e Cultural

“Entre outras questões, investigoos contornos da presença chinesa, por exemplo, em África ou na Ásia Central, mas também as estratégias de poderno Índico ou ainda a relação como Hegemon norte-americano”

LIVRO SOBRE ASCENSÃO DA CHINA APRESENTADO EM LISBOA

Uma nova visão da hegemonia

pela Universidade Católica Portuguesa. Posteriormente fez um mestrado também pela Universidade Católica de Lovaina, tendo sido ainda bolseiro da Fundação Calous-

te Gulbenkian. É ainda autor e revisor de artigos científi-cos em revistas nacionais e internacionais, tendo como interesses de investigação a China e a Ásia Central.

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10 CHINA hoje macau quarta-feira 21.1.2015

O crescimento da econo-mia chinesa em 2014 abrandou para 7,4%, registando o valor mais

baixo em quase um quarto de século, mas continua “firme” e “correspon-deu as expectativas do mercado”, anunciou ontem o Gabinete Nacional das Estatísticas da China.

Aquele valor ficou ligeiramente abaixo da meta de “cerca de 7,5%” preconizada este ano pelo governo chinês e que traduz um abranda-mento de 0,3 pontos percentuais em relação a 2013 e 2012.

“A economia está a manter um firme desempenho dentro da nova normalidade, com positivas tendên-cias de estável crescimento, estrutura optimizada, qualidade aperfeiçoada e melhor apoio social”, disse o director do Gabinete Nacional de Estatísticas da China, Ma Jiantang.

No quarto trimestre de 2014, o Produto Interno Bruto chinês cres-ceu 7,3%, igualando o crescimento do trimestre anterior, e ficando 0,1 pontos percentuais abaixo da média do primeiro semestre do ano.

O salário mensal do Presi-dente chinês, Xi Jinping, subirá este ano 60%, para

11.385 yuan, no primeiro aumento salarial da função pública chinesa em quase uma década, divulgou ontem a imprensa oficial.

O aumento beneficiará também os outros seis membros do Comité Permanente do Politburo do Par-tido Comunista Chinês (PCC), de acordo com o plano de actualização salarial dos funcionários públicos da China, divulgado pelo Minis-tério dos Recursos Humanos e Segurança Social.

Aquele comité, constituído por sete elementos, entre os quais o primeiro-ministro, é a cúpula do poder na China.

Os salários dos funcionários públicos chineses estavam conge-lados desde 2006.

Alem do salário, todos os fun-cionários, incluindo o Presidente da República, recebem mensalmente

População da China continental atingiu 1.370 milhões A população da China continental atingiu os 1.370 milhões em 2014, aumentando 0,52% em relação ao ano anterior, anunciou ontem o Gabinete Nacional de Estatísticas do país. Aquele número não inclui as Regiões Administrativas Especiais de Hong Kong e Macau, que têm cerca de 7,2 milhões e 640.000 habitantes, respectivamente. A população urbana do continente chinês também continuou a crescer, para 749,16 milhões, constituindo no final do ano passado 54,77% do total do país, uma subida de 1,04 pontos percentuais em relação a 2013, indicou a mesma fonte.

Fronteira com países do sudeste asiático usada por jihadistas

“A economiaestá a manter um firme desempenho dentro da nova normalidade, com positivas tendências de estável crescimento”MA JIANTANGDirector do Gabinete Nacionalde Estatísticas da China

VENCIMENTO DO PRESIDENTE VAI SUBIR 60%, PARA 11.385 YUAN

Salários descongelados

CRESCIMENTO ECONÓMICO ABRANDOU MAS SEGUE ACIMA DOS 7%

A nova normalidadeConsumo e inovação serão, segundo as previsões das autoridades, os grandes motores para o crescimento da economia chinesa nos próximos anos

“A economia chinesa cresceu 7,4% em 2014, correspondendo às expectativas do mercado e regis-tando o mais baixo crescimento em 24 anos”, assinalou o Gabinete Nacional de Estatísticas do país.

Em 2012 e 2013, o crescimento do PIB chinês foi de 7,7%, mais de o dobro da média mundial.

Segundo os dados divulgados ontem, a produção industrial da China cresceu 8,3% em 2014, menos 1,4 pontos percentuais do que ano anterior.

RETALHO EM ALTAAs vendas a retalho, um dos prin-cipais indicadores do consumo interno, aumentaram 12% e os investimentos em activos fixos, nomeadamente grandes infra--estruturas, 15,7%.

No sector imobiliário, o inves-timento abrandou de 19,8% para 10,5%. A economia chinesa, a segunda maior do mundo, a seguir aos Estados Unidos da América,

cresceu em média 9,1% ao ano ao longo do último quarto de século e entre 2003 e 2007, chegou a 11,5%, num “milagre” sem precedentes na História.

Para 2015, o Fundo Monetário Internacional prevê um abranda-mento ainda maior da economia chinesa, para 6,8%.

Projecções divulgadas na im-prensa oficial chinesa estimam que o crescimento económico da China abrande este ano para 7,1%.

Mas os líderes chineses mostram--se confiantes e, em vez de abranda-mento, preferem falar em “reequilí-brio” e de uma “nova normalidade”.

Dentro da “nova normalida-de”, o crescimento será “impul-sionado sobretudo pelo consumo e a inovação” e não tanto pelos grandes investimentos em obras públicas e as exportações, adian-tou o presidente chinês, Xi Jin-ping, numa recente conferência em Pequim.

Um estudo do banco central chinês prevê que a partir de 2015, o consumo represente, pela primeira vez, 50,9% do Produto Interno Bru-to, numa subida de cinco pontos percentuais em apenas dois anos.

O “novo tipo de crescimento” será também “mais sustentado”, sem os enormes custos ambientais que a acelerada industrialização causou no país.

um montante não especificado de subsídios, atribuídos em função do cargo que exercem e das exigências que lhes estão associadas.

AJUSTAMENTOSSegundo o referido plano, o salário mais baixo dentro do funcionalis-mo público chinês, que actualmen-te é de 630 yuan por mês, mais do que duplicará este ano, para 1.320 yuan.

O Governo chinês prometeu igualmente “ajustar” os salários todos os anos ou de dois em dois anos.

Os baixos salários dos fun-cionários públicos chineses são considerados um dos factores que contribuem para a elevada corrup-ção no país.

Em 2012, o salário anual médio na função pública chinesa era de 46.207 yuan por ano, indica um estudo da Academia Chinesa de Ciências Sociais citado ontem por um jornal do PCC.

Constitucionalmente, a China “é um Estado socialista, liderado pela classe trabalhadora e assente na aliança operário-camponesa”.

A fronteira entre a China e os países do sudeste asiático,

como o Vietname, Laos e Myan-mar, está a ser usada por redes jihadistas para que os cidadãos chineses se desloquem para a Síria e outros países do Médio Oriente.

As deslocações visam que os cidadãos chineses recebam treino armado, segundo a imprensa oficial chinesa.

De acordo com o diário Glo-bal Times, ligado ao Partido Co-munista, a fronteira converteu-se num canal de saída de grupos violentos coordenados pelo Mo-vimento Islâmico do Turquestão Oriental, que reivindica a inde-pendência da região de Xinjiang.

O caso chega à imprensa oficial um dia depois de ser co-nhecida a morte de dois uigures - oriundos de Xinjiang - e a de-tenção de outros três na fronteira entre a China e o Vietname.

Apesar da região de Xinjiang ter fronteira com outros países,

como o Afeganistão ou o Paquis-tão, a forte vigilância militar e policial leva à utilização de ou-tros pontos para a saída da China.

Desde Maio de 2014 que a po-lícia já desmantelou 30 redes de imigrantes ilegais alegadamente ligadas a actividades terroristas, que, em último caso e se não conseguirem sair do país, apelam à execução de um último ataque na China.

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[hoje] é que vou começar a treinar. Serei feliz se tiver oportunidade para jogar.”

AMIGOS E POUCO MAISDe Macau conhece pouco mas por cá tem amigos. “Conheço bem o Timba Éder com quem joguei no Santa Cruz. Conheço o Alex Sam-paio, meu conterrâneo, e conheço também o Roni Silva, avançado e meu colega do Ka I. Joguei com ele também no Coruripe.”

Batista assume que a saída do Coruripe o deixou “triste e feliz”. “Triste porque deixei muitos ami-

GONÇALO LOBO [email protected]

T EM 27 anos, é brasileiro e é guarda-redes. Batista é a mais recente contratação do Windsor Arch Ka I para

a época futebolística que acaba de começar.

A revolução continua no Ka I. Depois da entrada de diversos jo-gadores, chega mais um atleta para ocupar uma das vagas na baliza. Jhonata da Fonseca, conhecido por Batista, também seu sobrenome, actuou nos últimos dois anos no Campeonato Alagoano ao serviço do Coruripe onde foi campeão no ano passado.

Igualmente campeão esta-dual pernambucano em 2006 pelo Santa Cruz e da 2.ª divisão mineira pelo Minas Boca em 2012, Batista chega a Macau com renovadas expectativas e vontade de vencer. “Venho para acrescentar no grupo e participar do espírito de família que se vive no Ka I. Quero fazer um bom campeonato e, acima de tudo, dedicar-me a quem me deu esta oportunidade”, disse o atleta ao Hoje Macau.

O brasileiro, que chegou on-tem a Macau, ainda não treinou mas acalenta ter oportunidade de jogar já no próximo embate da equipa. “Cheguei e apenas fui apresentado à equipa. Quero agradecer a recepção dos meus colegas e dirigentes. Amanhã

GLOB

O ES

PORT

E

PERFIL

HISTORIAL

11DESPORTOhoje macau quarta-feira 21.1.2015

PUB

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 19/AI/2015-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor 葉鵬飛(portador do passaporte da RPC n.° E04658xxx), que na sequência do Auto de Notícia n.° 111/DI-AI/2013 de 29.09.2013, levantado pela DST, por prestação ilegal de alojamento da fracção autónoma situada na Avenida da Amizade, n.° 1163-C, La Oceania, 15.° andar A, bem como por despacho da signatária de 14.01.2015, exarado no Relatório n.° 14/DI/2015, de 05.01.2015, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas), e ordenada a cessação imediata da prestação ilegal de alojamento no prédio ou da fracção autónoma em causa, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e n.° 1 do artigo 15.°, todos da Lei n.° 3/2010. --------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma. --------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe reclamação para o autor do acto, no prazo de 15 dias e sem efeito suspensivo conforme o prescrito no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo, a interpor no prazo de 60 dias, conforme estipulado na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro e no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada. ---------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. ----------------

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 14 de Janeiro de 2015.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

Sociedade de Investimento Imobiliário Optos Limitadacom sede na Avenida Sir Anders Ljungstedt, n.ºs 316 a 362, Edifício Hot Line,

21.º andar A, Macauregistada na CRCBM sob o Nº 17570, capital social: MOP$27.000,00

Para os efeitos tidos por convenientes, anuncia-se que, por deliberação da Assembleia Geral extraordinária realizada em 10 de Dezembro de 2014, foi decidido, por unanimidade dos sócios, dissolver e liquidar, a partir da referida data, a sociedade comercial por quotas denominada “Sociedade de Investimento Imobiliário Optos Limitada”, com sede em Macau, na Avenida Sir Anders Ljungstedt, n.ºs 316 a 362, Edifício Hot Line, 21.º andar A, registada na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis de Macau sob o n.º 17570, com o capital social de MOP$27.000,00, tendo o respectivo registo sido requerido em 19 de Dezembro de 2014.

Macau, aos 21 de Janeiro de 2015.

Judo Campeão olímpico morreaos 54 anosO antigo judoca japonês e seleccionador nacional Hitoshi Saito, bicampeão nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, e Seul, em 1988, morreu ontem, aos 54 anos, vítima de cancro. Além das duas medalhas de ouro olímpicas, na categoria de +95 kg, e de um título mundial em 1983, em Moscovo, Saito também desempenhou as funções de seleccionador japonês nos Jogos Olímpicos de 2004, em Atenas, e 2008, em Pequim. Apesar dos títulos olímpicos, Saito viveu sempre na sombra de Yasuhiro Yamashita, nove vezes campeão japonês, tendo perdido os três combates que efectuou com o seu grande rival.

2004 – Sport Recife (BRA)2005 – Sport Recife (BRA)2006 – Sport Recife (BRA)2007 – Sport Recife (BRA)2008 – Sport Recife (BRA)2009 – CSE (BRA)2010 – Olinda (BRA)2011 – Coruripe (BRA)2011 – Esportiva Patrocinense (BRA)2012 – Esportiva Patrocinense (BRA)2012 – Minas Boca (BRA)2013 – Santa Cruz – RN (BRA)2013 – Coruripe (BRA)2014 – Coruripe (BRA)2015 – Windsor Arch Ka I (MAC)

Campeão alagoano em 2014, Batista sai pela primeira vez do Brasil. Chega ao Ka I de Josecler Filho com vontade de se “dedicar “e “acrescentar algo”

LIGA DE ELITE KA I CONTRATA GUARDA-REDES BRASILEIRO DE 27 ANOS

Sob o signo de Batista

gos e uma história para trás. Feliz porque tenho a oportunidade de me mostrar fora do Brasil. Aqui em Macau vou conhecer novos horizontes. Aqui quero deixar uma marca e esperar que um dia alguém se lembre do trabalho que fiz.”

JOSECLER SATISFEITO,MAS QUER MAISO treinador do Ka I está contente com a chegada do guarda-redes. “Acredito que é uma mais valia para nós. Acho que o Batista vem para acrescentar muito. Nos jogos vai, com certeza, a diferença.”

Para Josecler, o atleta até pode entrar de caras na equipa, mas deve poupá-lo no próximo jogo. “Ele estava a treinar e tem condição física. Por isso, pode entrar a qualquer momento. Tudo depende. É possível que o poupe no próximo jogo.”

Nos próximos dias também deve chegar um jogador para o meio-campo. Não querendo adian-tar nomes, Josecler Filho garantiu ao HM que está em negociações com um “condutor de jogo” que “tanto é preciso”. “Vai haver novi-dades em breve com toda a certeza.

Estamos em fase final de negocia-ções e, a qualquer momento, está a chegar um médio.”

Médio esse que vem suprir a ausência do jogador do Botswana, Samuel Ramosoeu, em parte incer-ta. “Contava com o Samuel mas ele não apareceu e não disse nada. A partir de agora essa questão é da responsabilidade da direcção.”

Nome: Jhonata Ladislau Batista da FonsecaData de Nascimento: 08-07-1987 (27 anos)Naturalidade: Arapiraca (AL) - BrasilPosição: Guarda-redesAltura: 183 cmPeso: 83 kg

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12 hoje macau quarta-feira 21.1.2015

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WANG CHONG 王充 OS DISCURSOS PONDERADOS DE WANG CHONG

Invenções sobre a morte – 2

A isto respondo que o homem nasce entre as outras criaturas e que estas, uma vez mortas, não podem transformar-se em fantasmas. Porque seria o homem o único a poder transformar-se de tal modo? Será por ser uma criatura mais nobre do que as outras? Mas então todos os mortos deveriam poder transformar-se em fantasmas [não somente Du Bo e Zhuangzi Yi]? Ou será que só se transformam em fantasmas aqueles que perecem de forma injusta? Mas os servos vítimas inocentes [de seus amos], como por exemplo Bigan e Zixu [personagens da dinastia Shang], são inúmeros e, todavia, não se transformaram todos em fantasmas.Por outro lado, Du Bo e Zhuangzi Yi teriam agido de forma completamente imoral ao matarem os seus soberanos por vingança e cólera, dado não haver maior crime do que assassinar o seu soberano; para mais, teriam incorrido o risco de se fazerem punir uma segunda vez [pelas suas vítimas] tornadas seus superiores entre os fantasmas: isto é, decerto não se terão atrevido a matar o seu príncipe.Quando um homem ataca outro é porque não suporta mais vê-lo vivo, porque não suporta mais a sua presença: mata-o para dele se desembaraçar. O assassino detesta mesmo frequentar a família da vítima, que leva o caso às autoridades. Os mortos e os vivos seguem por caminhos diferentes, os homens e os fantasmas não andam pelos mesmos lugares; se Du Bo e Zhuanzi Yi quisessem bem ao Rei Xuan e ao Duque Jian não deveriam tê-los matado, pois estes últimos se teriam por sua vez transformado em fantasmas e todos acabariam por se encontrar na mesma situação.É pelo poder que os príncipes dominam os seus súbditos, beneficiando da ajuda de numerosos soldados e homens de mão: se Du Bo e Zhuangzi Yi tivessem morto os seus príncipes, uma vez mortos, aqueles se teriam facilmente vingado. Os dois ministros teriam sido pouco sábios em assassinar seu soberano possuídos pela cólera. Se, ao morrer, passassem a ter poderes sobrenaturais teriam compreendido que os dois príncipes se vingariam; se não o compreendessem é porque não teriam poderes sobrenaturais e, sem estes, como poderiam ter-se vingado?No mundo, observamos muitas ilusões que se assemelham à realidade, muitas coisas que têm uma aparência de verdade mas são falsas, o que explica por que se espalham com tanta facilidade histórias como as de Du Bo e Zhuanzi Yi.

Tradução de Rui CascaisIlustração de Rui Rasquinho

Wang Chong (王充), nasceu em Shangyu (actual Shaoxing, província de Zhejiang) no ano 27 da Era Comum e terá falecido por volta do ano 100, tendo vivido no período correspondente à Dinastia Han do Leste. A sua obra principal, Lùnhéng (論衡), ou Discursos Ponderados, oferece uma visão racional, secular e naturalista do mundo e do homem, constituindo uma reacção crítica àquilo que Wang entendia ser uma época dominada pela superstição e ritualismo. Segundo a sinóloga Anne Cheng, Wang terá sido “um espírito crítico particularmente audacioso”, um pensador independente situado nas margens do poder central. A versão portuguesa aqui apresentada baseia-se na tradução francesa em Wang Chong, Discussions Critiques, Gallimard: Paris, 1997.

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13 artes, letras e ideiashoje macau quarta-feira 21.1.2015

No mundo, observamos muitas ilusões que se assemelham à realidade, muitas coisas que têm uma aparência de verdade mas são falsas.

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TEMPO POUCO NUBLADO MIN 14 MAX 20 HUM 40-75% • EURO 9 .3 BAHT 0 .2 YUAN 1 .3

C I N E M ACineteatro

ACONTECEU HOJE 21 DE JANEIRO

H O J E H Á F I L M E

João Corvo

Não gostas dos meu insultos? Pior será que te descreva!

fonte da inveja

O QUE FAZER ESTA SEMANA?14 (F)UTILIDADES hoje macau quarta-feira 21.1.2015

SALA 1INTO THE WOODS [B]Um filme de: Rob MarshallCom: James Corden, Emily Blunt, Meryl Streep14.30, 16.45, 19.15, 21.30

SALA 2CLOUDS OF SILS MARIA [C]Um filme de: Oliver AssayasCom: Juliette Binoche, Kristen Stewart,

Chloe Grace Moretz14.30, 16.45, 19.15, 21.30

SALA 3WOMEN WHO FLIRT [B](FALADO EM MANDARIM COM LEGENDA EM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de: Pang Ho-CheungCom: Zhou Xun, Huang Xiao Ming14.30, 16.30, 19.30, 21.30

INTO THE WOODS

Morre Lenine, líder russo e influente personalidade do século XX• Hoje assinala-se a morte de Vladimir Ilitch, conhecido como Lenine, um revolucionário e chefe de Estado russo, conside-rado uma das mais importantes personalidades mundiais.Vladimir Ilitch nasceu em Simbirsk, a 22 de Abril de 1870. Além de revolucionário e chefe de Estado, que esteve na origem da Revolução Russa de 1917, Lenine liderou o Partido Comunista do seu país e foi o primeiro presidente do Conselho dos Comissários do Povo da URSS.Foi um teórico que inspirou os partidos comunistas de todo o mundo, como defensor da Ética de Estado, uma corrente teórica chamada ‘leninismo’. A história da Rússia assenta em Lenine, visto por diversos historiadores como a personalidade mais influente do século XX. Lenine morreu em Gorki, a 21 de Janeiro de 1924. Neste dia, em 1790, a Assembleia Constituinte francesa proclama o princípio da igualdade dos cidadãos perante a lei. Também a 21 de Janeiro, no ano de 1899, nasce a Opel, três anos antes de ser fundado o Partido Comunista Italiano.O primeiro voo comercial do histórico Concorde ocorre neste dia, em 1976, e Baracko Obama toma posse como Presidente dos EUA, para o primeiro mandato, em 2009, após oito anos de liderança de George W. Bush.Nasceram neste dia Francisco Ferreira Drummond, historiador português (1796), Christian Dior, estilista francês (1905), Benny Hill, actor e humorista inglês (1924), Plácido Domingo, tenor espanhol (1941), Marco Paulo, cantor português (1945), Paul Allen, um dos fundadores da Microsoft (1953), e Kim Sch-mitz, empresário alemão, fundador do Megaupload (1974).Morreram neste dia Vasco Núñez de Balboa, explorador espanhol (1519), Luís XVI de França (1793), Jean Chalgrin, arquitecto francês (1811), e George Orwell, escritor e autor inglês (1950).

“PERSONA”(INGMAR BERGMAN, 1966)

Uma actriz tem uma crise emocional a meio de um espectáculo, sendo assolada por um silêncio e apatia que se prolongam durante meses. Uma enfermeira vai cuidar dela numa casa isolada à beira-mar. Depressa a paciente se transforma em ouvinte, sendo que o mar de desabafos se traduz numa torrente de emoções fortes, difícil de controlar por ambas as mulheres. Que máscaras temos afinal, que erros cometemos e que emoções e acções escondemos uns dos outros? Um filme brilhante tanto no enredo como na estética, com a assinatura de um dos maiores cineastas europeus. - Andreia Sofia Silva

• HojeEXPOSIÇÃO DE ESCULTURA ‘METAMORFOSE’,DE TODI KONG DE SOUSA Casa Garden, 18h30Entrada livre

• Sexta-feiraBUFFET DE VINHO E CERVEJA E ESPECTÁCULOS AO VIVOSoho, City of Dreams, a partir das 19h00Bilhetes a 150 patacas

DJ SASHA IN HONG KONG Club 18, 21h00Bilhetes a 588 a 688 HKD

• DiariamenteEXPOSIÇÃO “PONTO DE PARTIDA: PINTURAS DE DENNIS MURRELE DOS SEUS ARTISTAS”(ATÉ 31/01)Fundação Rui Cunha, 18h30Entrada livre

EXPOSIÇÃO DE SÂNDALO VERMELHO (ATÉ 22/03)MGM ResortEntrada livre

EXPOSIÇÃO DE PINTURA “KOREAN ART”, COM OH YOUNG SOOK E KIM YEON OK (ATÉ 15/02)Galeria Iao HinEntrada livre

EXPOSIÇÃO DE DESIGN DE CARTAZES “V•X•XV:” (OBRAS DE 1999, 2004 E 2009) [ATÉ 15/03]Museu da Transferência da Soberania de Macau, 10h00 às 19h00Entrada livre

EXPOSIÇÃO “TRANSMUTATION” E “FOAM TIP”(PINTURA E PORCELANA, POR CAROL KWOK E ARLINDA FROTA) Signum Living Store, 18h30 (até 31/01)Entrada livre

“SELF/UNSELF” – EXPOSIÇÃO DE TRABALHOS DE ARTISTAS HOLANDESES (ATÉ 15 DE MARÇO)Centro de Design de MacauEntrada livre

EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA DE TAM KAI HON “BRILHANTE”Centro UNESCO de Macau, 18h30Entrada livre

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15hoje macau quarta-feira 21.1.2015 ócios / negócios

ANDREIA SOFIA [email protected]

H Á um novo espaço no rés-do-chão da Torre de Macau que cheira a Portugal na sua plenitude. O buffet

serve-se à hora do almoço e do jantar e quem lá vai pode esperar os melhores pratos da cozinha portuguesa, com uma vista sobre o Delta do Rio das Pérolas. O proprietário faz questão de se apresen-tar em cada mesa e de fazer os clientes sentirem-se como em casa. É assim o restaurante Tromba Rija, um dos espaços mais carismáticos em Portugal, que veio instalar-se de armas e bagagens em Macau.

Fernando Real e a esposa, Elisabete, são, há 42 anos, os mentores por detrás da marca e aqueles que agora recebem de braços abertos os clientes portugueses e chineses. O negócio foi feito com uma das empresas que gere a Torre de Macau.

“Embora não seja considerado um franchising, a minha missão aqui é re-sultante de um contrato e vou ter de ficar aqui durante o tempo que entenderem necessário para que o restaurante corra como deve ser. É o nosso filho e estamos a tentar tratar dele o melhor possível aqui”, conta Fernando Real ao HM.

O espaço está aberto há cerca de três semanas e até agora clientes não têm fal-tado. “O feedback tem sido muito bom, não fizemos propaganda nenhuma e já estamos com dias completamente cheios. Isso para mim é uma alegria muito grande. Julgo que todos têm ficado agradado com o que viram”, acrescenta.

Fernando Real não gosta da palavra “buffet” e prefere chamar-lhe degustação. À hora do almoço e jantar, podem ser provados pratos como carne de porco à alentejana, salada de polvo, enchidos e queijos, sem esquecer a doçaria tradicional portuguesa.

“Ainda estamos a 30% do nosso buffet completo, andamos agora a pôr as pedras todas no sítio. Para quem não gosta de se levantar, pode ter o [menu] e aí pode comer o que quiser”, explica Fernando Real, que pretende vir a usufruir do espaço da melhor forma possível. Assim que o tempo quente chegar, o Tromba Rija terá também uma esplanada.

TROMBA RIJA, RESTAURANTE FERNANDO REAL, CO-FUNDADOR

“VIMOS PARA TRAZER A COZINHA PORTUGUESA”

“A nossa missão é, de facto, a degusta-ção. No intervalo vamos ter uma espécie de taberna onde as pessoas podem vir informalmente beber um copo e comerem o que quiserem, para se sentirem mais na nossa terra. Vamos abrir isso daqui a dois meses”, apontou.

HONG KONG E CHINA ESTE ANO Fernando Real deixa bem claro que, no Tromba Rija, os pratos são tal e qual como aquilo que se come nos restaurantes da marca em Portugal. Por forma a manter esse lado genuíno, muitos produtos são importados, incluindo o sal.

“Vimos aqui para trazer a cozinha portuguesa. Se não fosse assim não valia a pena estar aqui. Não queria fazer uma má imitação, nem vamos fazer. Talvez faça algumas inovações em Pequim. Mas vimos com uma indicação total de ser 100% português e de não fazermos nada que não seja à nossa maneira. Por isso é que eu gostei do projecto”, adiantou.

Quanto à chegada dos espaços Tromba Rija na vizinha Hong Kong e na capital chinesa, deverá acontecer ainda este ano. “De Macau estão a ser feitos alguns pro-jectos, gostaria de lá estar e as pessoas da Torre [de Macau] que estão envolvidas no projecto estão a lutar por isso. Acho que durante este ano já se verá alguma coisa.”

Macau representa uma porta de entrada do restaurante na grande China e só agora Fernando Real e a esposa estão a apostar na internacionalização, algo que, acredita, está a surgir na hora certa.

“O Brasil tem-nos chamado muitas vezes. Mas nunca pensei sequer em ir e quando me falaram de vir para cá gostei. Achei que era mais aliciante para mim, pela minha forma de ser e de fazer as coisas. Eventualmente sei que no Brasil não ia fazer muito, eles iriam pôr e dispor de todas as coisas e eu seria só mais um número”, acredita o proprietário do res-taurante que tem presença também nas cidades portuguesas de Lisboa e Porto.

“Não é fácil deslocar um restaurante para Lisboa ou Porto porque estamos perto e há sempre alguma diferença entre as casas. A visão que as pessoas têm do Tromba Rija às vezes não é exactamente igual. Aqui deste lado será mais fácil as pessoas sentirem-se bem pela falta natural que têm destas coisas em Macau. Este primeiro passo na internacionalização, quem sabe se não é o princípio de outras coisas. Mas não quero avançar porque as coisas podem sofrer alterações”, conclui.

O Tromba Rija serve buffets ao almoço por 218 patacas e ao jantar por 318, sen-do que, durante a tarde, tem também um período dedicado às tapas.

Em Portugal não há quem não conheça o restaurante Tromba Rija, situado em Leiria, centro do país, há 42 anos. Uma das empresas gestoras da Torre de Macau propôs a Fernando Real e à sua esposa trazerem os paladares bem portugueses para a RAEM, Hong Kong e China. Sem falsas imitações

“Não queria fazer uma má imitação, nem vamos fazer. (...) Vimos com uma indicação total de ser 100% português e de não fazermos nada que não seja à nossa maneira”

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hoje macau quarta-feira 21.1.2015

Estado Islâmico divulga vídeo com reféns japonesesOs extremistas do Estado Islâmico terão divulgado um vídeo onde ameaçam matar dois reféns japoneses, caso o governo nipónico não pague um resgate de cerca de 172 milhões de euros. De acordo com notícia avançada pela BBC, o jihadista que aparece no vídeo critica o Japão por apoiar, de forma indirecta, os países que combatem o Estado Islâmico. A autenticidade do vídeo ainda não pôde ser confirmada, contudo. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, está nesta altura em Jerusalém, numa visita que se insere numa digressão de seis dias no Médio Oriente. No sábado, Abe disponibilizou mais de dois mil milhões de euros em ajudas não-militares à região, com uma fatia considerável a ser dirigida a países que combatem o grupo extremista.

ONU pede a África Central que crie força multinacional contra Boko HaramO Conselho de Segurança da ONU apelou na segunda-feira aos países da África Central para que avancem para uma força militar multinacional que combata a organização terrorista Boko Haram, com quartel-general na Nigéria. Num comunicado de 13 pontos, o órgão condena os ataques perpetrados pelo Boko Haram, envolvendo crianças usadas como “bombas-suicidas”, e exigiu o fim da violência. Na véspera de um encontro-chave de líderes, no Níger, os 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas instaram os países vizinhos da Nigéria a avançarem para uma “efectiva, viável e sustentável operacionalização” de uma força multinacional, que derrube a organização islâmica. O Chade está pronto a contribuir com um contingente militar para a força militar, tal como os Camarões, o Níger, a Nigéria e o Benim.

Coreia do Sul Activistas voltama lançar balõespara o Norte

ACTIVISTAS sul-coreanos voltaram ontem a lançar

balões com panfletos e outras mensagens criticas do regime da Coreia do Norte, uma acção que poderá suscitar represálias de Pyongyang e impedir o diálogo entre ambos os países.

A campanha dos panfletos lançados a partir de balões de território sul-coreano é um dos principais pontos da tensão entre os dois países vizinhos com Pyon-gyang, muitas vezes, a usar fogo real para tentar impedir que os balões cheguem ao seu território.

A acção foi desencadeada pela organização “Lutadores por uma Coreia do Norte Livre” e envolveu o lançamento de cerca de 100.000 panfletos, segundo um despacho da agência Yo-nhap, da Coreia do Sul.

No início deste ano, as duas Coreias manifestaram sinais de aproximação muito embora as condições impostas para um diálogo sejam em quase todos os processos impeditivos de fazer avançar contactos mais estreitos.

A Presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, tem apelado a esforços que permitam uma apro-ximação entre Seul e Pyongyang e apelou aos activistas para que não fossem enviadas cópias do filme “The Interview”, uma sátira da Sony sobre o líder da Coreia do Norte, o que foi acatado.

O envio do filme não está, con-tudo, colocado de lado, apesar do regime controlado por Kim Jong--un considerar a película como uma “declaração de guerra”.

N UMA altura em que há registo de mais mil mortes (por todas as causas) do que era

esperado para esta altura do ano, as autoridades decidiram avançar e prolongar os horários de meia centena de unidades e centros de saúde da região de Lisboa e Vale do Tejo, até ao final de Fevereiro.

“Em duas semanas, o excesso de mortalidade já ultrapassa os mil óbitos em relação ao espe-rado”, precisou ao PÚBLICO a subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas, notando este fenómeno coincidiu com a diminuição das temperaturas e com início da gripe sazonal. É, frisa, uma conjugação de “cir-cunstâncias adversas”: além do frio, que este ano chegou numa fase precoce, há doentes cada vez mais idosos e em estado mais grave nos serviços de urgência. A agravar, há duas semanas,

PORTUGAL MAIS MIL MORTES DO QUE O ESPERADO

As leis do caosAs últimas duas semanas registaram um aumentoinusitado de óbitos face ao mesmo período do ano passado.Ao mesmo tempo, os casos de mortes nas urgências hospitalares continuam a multiplicar-se

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começou o período epidémico da gripe sazonal. “A terceira semana vai ser fundamental para se perceber o que vai acontecer, mas por enquanto há uma boa notícia: os vírus em circulação são predominantemente da es-tirpe B”, que afecta menos as pessoas mais idosas - que são justamente aquelas que mais recorrem às urgências hospita-lares, com descompensações de doenças crónicas.

As notícias sobre mortes nas urgências por alegada espera ex-cessiva continuam a multiplicar--se e há já quem peça a demissão do ministro da Saúde. É o caso da Plataforma Lisboa em Defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que segunda-feira entre-gou uma carta no Ministério da Saúde, em que defende que Paulo Macedo é o responsável “pela situação caótica nas urgências e mortes por alegada falta de assis-

tência” e que por isso mesmo se deve demitir.

Admitindo que “não há sis-temas perfeitos”, o secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, assegurou, citado pela Lusa, que as mortes denunciadas na comu-nicação social (sete casos, desde o Natal) estão a ser avaliadas para se apurar se estão ou não relacionadas com o tempo de atendimento.

PARA PIOR JÁ BASTA ASSIMPara o bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Germano Couto, se é verdade que quase todos os anos por esta altura há situações de ruptura nas urgências hospitalares, a situação “tenderá a ser cada vez pior, se nada for feito, porque a população portuguesa está cada vez mais envelhecida e não há uma articulação entre os ministérios da Saúde e o da Segurança Social para adequar os cuidados à terceira idade”. O que está a acontecer este ano “é um reflexo da falta de organização no SNS” e da falta de recursos (só enfermeiros “seriam necessários mais 600”), mas por vezes as mortes acontecem por-que “os doentes não tiveram os cuidados adequados antes mesmo de chegarem aos hospitais”, diz. Germano Couto dá o exemplo dos mais de três mil lares de terceira idade legalizados em Portugal que, na sua maior parte, “não têm os devidos cuidados de saúde”, com apoio médico e enfermeiros em número suficiente. - Público

Macau Fong ChiKeong admite ter“falado demais”Vários dias depois da polémica em torno do discurso de Fong Chi Keong sobre violência doméstica, o deputado nomeado declarou ao jornal All About Macau que “tinha falado demais”. Fong Chi Keong frisou que “não tenciona prejudicar ninguém e que se é “ estúpido quando se bate em mulheres e filhos”. O deputado diz ainda ter vontade em “recuperar a ideia de bater é sinónimo de amar”. Apesar disso, salientou que ainda não concorda em aplicar “tolerância zero” e tornar a violência doméstica em crime público. Fong considera que a intervenção judiciária não é a melhor medida melhor para isso.