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MUITO NUBLADO MIN 15 MAX 21 HUM 65-90% EURO 10.4 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEGUNDA-FEIRA 21 DE JANEIRO DE 2013 ANO XII Nº 2776 PUB PUB PUB Ter para ler LEI DO PATRIMÓNIO Governo explica ao pormenor a sua estratégia à UNESCO PÁGINA 4 E EDITORIAL CONSTRUÇÃO ILEGAL Arquitectos pedem inspecções obrigatórias às habitações PÁGINA 6 SUSANA CHOU Excesso de educação de nível superior preocupa PÁGINA 2 Acesso prioritário precisa-se Leite em pó escasseia para os pais de Macau O leite em pó nas farmácias e supermercados de Macau desaparece num ápice. Na hora dos pais locais adquirirem o produto para os seus filhos este evapora. Turistas vindos da China continental, desconfiando da qualidade do leite em pó aqui ao lado e atraidos pelo preço do produto na RAEM, acabam por levar carregamentos na hora em que deixam o território. Ouvidos pelo Hoje Macau, fornecedores, farmacêuticos e famílias pedem que o Governo faça alguma coisa, que pode passar pelo acesso prioritário ao produto por parte dos residentes de Macau. PÁGINA 5 VENHAM MAIS CINCO (SÉCULOS) TERCEIRA IDADE FALTAM ESPAÇOS PARA QUEM ENVELHECE PÁGINA 3 AMÍLCAR CABRAL O “SANTO” MORREU HÁ 40 ANOS CENTRAIS

Hoje Macau 21 JAN 2013 #2776

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Edição do Hoje Macau de 21 de Janeiro de 2013 • Ano X • N.º 2776

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Page 1: Hoje Macau 21 JAN 2013 #2776

MUITO NUBLADO MIN 15 MAX 21 HUM 65-90% • EURO 10.4 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006 MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEGUNDA-FEIRA 21 DE JANEIRO DE 2013 • ANO XII • Nº 2776

PUB PUB

PUB

Ter para ler

LEI DO PATRIMÓNIO

Governo explica ao pormenor a sua estratégia à UNESCO

PÁGINA 4 E EDITORIAL

CONSTRUÇÃO ILEGAL

Arquitectos pedeminspecções obrigatórias às habitações

PÁGINA 6

SUSANA CHOU

Excesso de educação de nível superior preocupa

PÁGINA 2

Acesso prioritário precisa-se

Leite em pó escasseia para os pais de Macau

O leite em pó nas farmácias e supermercados de Macau desaparece num ápice. Na hora dos pais locais adquirirem o produto para os seus filhos este evapora. Turistas vindos da China continental, desconfiando da qualidade do leite em pó aqui ao lado e atraidos pelo preço do produto na RAEM, acabam por levar carregamentos na hora em que deixam o território. Ouvidos pelo Hoje Macau, fornecedores, farmacêuticos e famílias pedem que o Governo faça alguma coisa, que pode passar pelo acesso prioritário ao produto por parte dos residentes de Macau. PÁGINA 5

VENHAM MAIS CINCO (SÉCULOS)

TERCEIRA IDADE

FALTAM ESPAÇOS PARA QUEM ENVELHECE

PÁGINA 3

AMÍLCAR CABRAL

O “SANTO” MORREU

HÁ 40 ANOS CENTRAIS

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segunda-feira 21.1.2013política2 www.hojemacau.com.mo

Cecília [email protected]

A ex-presidente da Assembleia Le-gislativa (AL) Su-sana Chou disse

sexta-feira no seu blogue que se preocupa com a es-trutura do emprego, porque

TAL como tinha anunciado há uma sema-na, a Associação Novo Macau (ANM)

realizou a sua versão do programa “Fórum Macau” este domingo de manhã no parque de Hac Sá, em Coloane. Os três deputados eleitos pela associação estiveram presentes e Au Kam San disse mesmo que o cance-lamento do programa semanal por parte da TDM é “um limite à liberdade de expressão”, tendo dito que há possibilidade do programa poder regressar ao ar. Alexis Tam e Leong Kam Kun terão sido convidados, mas não compareceram. “Alexis Tam (porta-voz do gabinete do Chefe do Executivo) e Leong Kam Kun (administrador da TDM) pensam que o programa é bom, e apenas existe falta de recursos humanos. O cancelamento do programa não é aceitável”. Já Paul Chan Wai

Chi disse que a TDM, enquanto empresa pública de comunicação, tem a responsabi-lidade de proteger a liberdade de expressão, e o fim do programa “não pode representar o fim disso”. “O presidente da TDM falou com os departamentos relevantes para saber se é possível voltar a colocar o programa no ar. Alexis Tam ligou para mim e disse que o Governo vai dar total abertura para que o programa regresse, porque a TDM reivindi-cou a falta de recursos humanos. Espero que isto não passe de um discurso vazio, e assim a reabertura do programa é uma possibilidade”, acrescentou Au Kam San.

Outro convidado, o comentador Antony Wong, revelou que foi despedido do seu programa de comentários do canal chinês da TDM porque falou de assuntos “proibidos” e que já não pode ser entrevistado pelos jorna-listas da TDM. Andrew Cheong, um cidadão presente no debate, disse que o programa de notícias da manhã correu também o risco de ser cancelado, dado que no período da reforma política foi realizado um vídeo critico sobre o assunto. Segundo Cheong, o director não terá ficado satisfeito e proibiu os programas de passar o referido vídeo. – C.L.

Andreia Sofia [email protected]

Cecília Lincecí[email protected]

A Federação das Associa-ções dos Operários de

Macau (FAOM) está a levar a cabo uma acção de rua para recolher assinaturas que suportem a ideia de-fendida pelos operários de que as contribuições para o Fundo de Segurança Social (FSS) não devem ser iguais para patrões e empregados. A iniciativa começou na passada sexta-feira e como frisou Lei Ching Yee, as-sistente da FAOM, deverá prolongar-se por mais uma semana. “Não aceitamos que os trabalhadores e patrões paguem o mesmo valor nas contribuições para o FSS. O FSS não é apenas para as pensões de

Restaurante-bar

COMIDA ÀPORTUGUESA

Tel 28594643

Travessada Praia, 17 r/c

Fórum Macau pode regressar, diz Au Kam San

Novo Macau realizou programa alternativo

Fundo Segurança Social Assinaturas para Chui

Operários na rua

Susana Chou preocupa-se com a estrutura do emprego na sociedade actual

Áreas técnico-profissionais são preteridasa educação de nível superior sobrepõem-se às áreas pro-fissionalizantes.

Depois de ler um artigo num jornal de Hong Kong, que revela que há escassez no território vizinho de 70 mil trabalhadores em trabalhos manuais, como electricistas, canalizadores,

pedreiros, entre outras. Pro-fissões a que os estudantes universitários não mostram interesse. “Tanto quanto eu sei é diferente entre Hong Kong e Macau que, a pro-porção de jovens em idade de frequentar a Universidade em Hong Kong está longe de ser igual à dos jovens em

Macau, cuja proporção é de 85% ou mais.”

Susana Chou refere que os últimos três anos têm conhecido um grande desen-volvimento económico em Macau, tendo o Governo in-vestido substancialmente no sector da educação, com cin-co mil milhões patacas. Por essa razão, indica, “Macau já se tornou na primeira região da Ásia para implementar 15 anos de educação gratuita.” “Na minha opinião, uma das razões principais para impedir o desenvolvimento económico de Macau é a grave falta de talento nas últimas décadas. Portanto, a promoção da educação tem sido o meu desejo de

longo prazo para Macau. Eu sempre penso que o talento é determinante para o futuro desenvolvimento da cidade.”

Mas a ex-presidente da AL também salientou outro aspecto negativo já muito ba-dalado. “A sociedade de Ma-cau depende há muito tempo aos trabalhadores estrangeiros mas as restrições relativamen-te estritas das políticas do Go-verno para a entrada de mão de obra qualificada em Macau, fazem com que haja carência de trabalhadores técnicos. Se o nível da educação no futuro for cada vez mais elevado, Macau também vai ter mesmo problema que Hong Kong porque os licenciados não

querem investir nas indústrias manuais.”

Em seu entender, a es-trutura do emprego em Ma-cau é única e estreita, nao haverá sempre lugares para os graduados no sector do jogo e turismo bem como no Governo. “Considero ainda que seja positivo estudar na universidade mas diferente-mente de há uns anos, acho que hoje é dada muita ênfase na sua importância”, revela. “O Governo deve conside-rar compreensivamente um planeamento de longo prazo. Se o Governo não lidar com este problema, já que uma vez que surja a escalada de desemprego, já é muito tarde para enfrentar o problema.”

velhice, mas tem também outras garantias, tal como o subsídio de desemprego ou indemnizações. Isso significa que os patrões têm mais responsabilidade. Aumentar também o valor pago pelos trabalhadores é sinónimo de reduzir disfarçadamente essa res-ponsabilidade dos patrões. O Governo não está a olhar para a pouca capacidade de contribuição dos salários mais baixos”, disse ao Hoje Macau, enquanto decorria a acção junto às Portas do Cerco. “Ainda não calcu-lámos quantas assinaturas. Se calhar vamos andar por mais pontos da cidade, o que queremos é dar a conhecer ao público as grandes mo-dificações do FSS. Quando acabar a actividade vamos entregar as assinaturas ao Governo. Temos algumas

propostas para o Governo e precisamos do apoio dos cidadãos”, acrescentou.

OLHAR AS CAPACIDADESOs operários consideram que a igualdade de contribuições vai trazer desvantagens para os que ganham pouco no final do mês, e apontam que o Exe-cutivo tem que ter em conta as capacidades financeiras dos empregados. Esta acção acontece dias depois do en-contro entre o vice-presidente da FAOM e deputado, Lam Heong Sang, e o presidente do FSS, Ip Peng King.

Em Dezembro, foi avan-çada em sede de Concerta-ção Social a proposta de que os patrões iriam contribuir com 60 patacas e os em-pregados 40, mas a ideia é que, de forma gradual, essas contribuições passem a ser semelhantes.

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3políticasegunda-feira 21.1.2013 www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

O Governo cumpriu par-cialmente a promessa de abrir mais vagas para idosos e pessoas com

deficiências, feita em 2011 pelo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Cheong U.

Ainda assim, o número de pessoas em lista de espera continua alto. Segundo dados fornecidos pelo Instituto de Acção Social (IAS) ao Hoje Macau, “cerca de 300 pessoas ainda estão à espera de serviços residenciais” em lares.

No ano passado, o Governo ini-ciou obras de ampliação em dois lares de Macau, tendo aumentado para 60 o número de camas. Um deles ainda se mantém em fase de ampliação e espera-se que as obras terminem no primeiro trimestre de 2013.

Em Dezembro de 2011, Cheong U comprometeu-se na Assembleia Legislativa a abrir mais espaços para a população mais idosa do território, bem como para as pessoas com de-ficiência. A intenção do Executivo é abrir lares nas zonas de habitação pública, algo que garante estar a ser feito. “Nós temos reservado lugares nos locais de habitação pública tanto para idosos, como para serviços de reabilitação”, frisa o IAS. “Quere-mos não só melhorar as instalações de alojamento, como instalar outro tipo de serviços, ampliar o número de camas e melhorar o atendimento.”

O Executivo compromete-se a continuar a construção de lares de idosos este ano, garantindo que “vai abrir um lar com cerca de 300 vagas” ainda em 2013. O número pode satisfazer a actual lista de es-pera de Macau, mas enquanto isso não acontece, o IAS assegura que estão a ser feitos esforços noutro sentido. “Para aqueles idosos que precisam de ser internados de ur-gência, organiza-se um plano que

A Lei de Bases e Garantias dos Idosos chega “ainda

este actual mandato” à As-sembleia Legislativa (AL). A confirmação foi dada ao Hoje Macau pelo Instituto de Acção Social (IAS), que afirmou estar a ser “intensi-ficado o processo legislativo da proposta a ser submetida aos deputados”.

A ideia de criar uma Lei de

Bases e Garantias dos Idosos surgiu em 2011 e o objectivo do diploma é garantir a protecção social na terceira idade, com o apoio ao domicílio a ser um dos trabalhos prioritários da lei, a par do envelhecimento em família.

Além de acesso privile-giado às habitações públicas, cuidados de saúde mais baratos e fiscalização melho-

rada nos lares são algumas das promessas da lei, que esteve já em duas consultas públicas, a garantia de que os idosos sejam sustentados e tenham sentido de pertença a algum lugar.

No texto de consulta defen-dia-se que a família, a socie-dade e o Governo devem ser os responsáveis pelos idosos, sendo que um dos problemas

era definir precisamente a par-tir de que idade seria alguém considerado idoso.

O IAS disse ao Hoje Ma-cau ter recebido 370 opiniões durante as consultas públi-cas, sendo que grande parte concorda com o projecto de lei. “A maioria dos comentá-rios apoia as recomendações, concorda com o propósito do projecto, a finalidade e

a orientação, incluindo a construção de uma sociedade inclusiva com sentimento de segurança, de pertença e da dignidade”, frisa o IAS. “O cuidado familiar, o en-velhecimento no lugar onde sempre viveu é tido como um dos princípios básicos e a população concorda que a proteção dos direitos dos idosos é responsabilidade

comum dos membros da fa-mília, do Governo da RAEM e de toda a sociedade.”

A proposta deveria ter ficado concluída no primeiro semestre de 2012, tendo sido adiada depois para os últimos seis meses desse mesmo ano. Era suposto ser aprovada até ao final do ano passado, mas parece que só agora será entregue à AL. - J.F.

Lei de Bases dos Idosos chega à Assembleia Legislativa esta legislatura depois de duas consultas públicas

Maioria concorda com envelhecimento em família

Três centenas de idosos esperam vagas em lares, mesmo com Governo a fornecer mais camas

Não há espaço numa Macau a envelhecerDeficientescom lugarJá para os serviços de reabilitação para pessoas portadoras de deficiência, no final de 2011, um lar mudou de local para que se pudessem acrescentar mais 27 camas às instalações. O IAS garante que 2012 também adicionou instalações do alojamento para deficientes mentais, oferecendo 36 lares residenciais. Mais cinco alojamentos são esperados durante o período de 2013 a 2015, um aumento de aproximadamente 460 lugares residenciais para pessoas com deficiência.

os coloca a viver em lares particu-lares. Neste momento, cem pessoas estão a beneficiar deste serviço.”

De 2014 a 2017, o Governo da RAEM pretende construir seis lares residenciais para os idosos, o que vai aumentar em cerca de 740 as vagas disponíveis.

Recorde-se que as projecções da população de Macau 2011-2036 indicam que a população idosa aumentará de 8,5% actual para os 23,7%, mais de 157 mil idosos. Além disso, a esperança média de vida vai também aumentar em Macau, o que indica que mais pessoas viverão durante mais tempo. Consequente-mente, a necessidade de camas e lares residenciais pode também aumentar.

Até agora, e em respostas sobre o assunto, o Governo perspectivou disponibilizar apenas um número total de 2200 vagas em lares.

O IAS admitiu o ano passado a hipótese de vir a construir lares para idosos no outro lado da fronteira, uma ideia que entretanto foi deixada cair, porque o Executivo considera que “nos próximos dez anos, poderá ser alcançado o número necessário de vagas dos lares de idosos em Macau, através da concessão de terrenos”.

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4 política segunda-feira 21.1.2013www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

O relatório que o Instituto Cultural (IC) entregou

ao gabinete da Administração Estadual do Património Cul-tural chinês, conforme notícia avançada pelo Hoje Macau na semana passada, inclui “estraté-gias de trabalho e metodologias de conservação”.

De acordo com uma porta--voz do IC, “o relatório reporta de forma detalhada e precisa es-tratégias de trabalho relacionadas com o estado de conservação do Centro Histórico de Macau, bem como o que já têm sido desenvol-vido ao longo dos anos”.

Ao Hoje Macau, o IC ex-plicou ainda que o relatório dá conta do actual processo legis-lativo da Lei de Salvaguarda do Património. “Explica os conceitos do projecto de lei. Também descreve os trabalhos de promoção de protecção do pa-trimónio cultural que o Governo de Macau tem desenvolvido ao

CABO Verde e Macau vão reforçar a cooperação bilateral e mobilizar

investimentos para financiamento de projectos no domínio económico e empresarial no arquipélago.

A informação foi prestada pelo secretário do Estado de Negócios Estrangeiros cabo-verdiano, José Luís Rocha, no âmbito de uma visita de trabalho de uma delegação China/Macau, chefiada pela Adjunta do Ga-binete de Ligação do Governo Central na Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), Gao Yan.

José Luís Rocha explicou que a intenção é criar uma plataforma para apresentar pedidos de financiamento no quadro do fundo sustentado pelo Banco Chinês de Desenvolvimento. “No encontro, planificamos o futuro das nossas relações de cooperação, focados em três pontos essenciais: reforço da cooperação bilateral do comércio e investimento mútuo, bem como em recursos humanos e também a exploração de novos domínios da cooperação”, enumerou.

Segundo o secretário do Estado dos Negócios Estrangeiros cabo-ver-diano, no encontro foi reforçada a im-portância das parcerias económicas, com particular acesso ao financiamen-to, mercados, internacionalização das empresas e investimentos directos.

Cabo Verde prometeu à delegação China/Macau assumir o compromisso

de se tornar membro activo do fórum e participar nas actividades de balan-ço e preparação da IV Conferência Ministerial.

Para a Adjunta do Gabinete de Li-gação do Governo Central na Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), Gao Yan, a deslocação tem como objectivo trocar impressões e potenciar o papel de Macau como plataforma de promoção da coopera-ção económica e comercial bilateral. “Apesar de estarmos geograficamente longe, vamos envidar esforços para tornar os nossos países mais próxi-mos”, justificou.

Gao Yan é acompanhada pelo se-cretário para a Economia e Finanças do Governo da RAEM, Tam Pak Yuen, e o secretário-geral do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países da Língua Portuguesa.

Além do encontro no Ministério das Relações Exteriores de Cabo Verde, a delegação China/Macau reuniu-se também com uma equipa do Ministério do Turismo, Industria e Energia e avistou-se ainda com o primeiro-ministro, José Maria Neves.

A vista da delegação China/Macau termina sábado na ilha do Sal, onde manterá um encontro com o presidente da câmara local, Jorge Figueiredo. - Lusa

Relatório sobre o património históricode Macau contém estratégias de trabalho

Explicar a lei à UNESCOCabo Verde e Macau reforçam cooperação

longo dos anos”, diz a porta--voz do IC.

Recorde-se que, na semana passada, o organismo assegurou ao Hoje Macau ter submetido o relatório ao gabinete da Admi-nistração Estadual do Património Cultural da China, que é quem deverá entregá-lo à UNESCO.

De acordo com a porta-voz do instituto, não se sabe quando será isso feito, mas Macau tem até dia 1 de Fevereiro para o fazer.

As exigências da UNESCO

começaram depois de Macau ter sido avisado por continuar a utilizar um sistema desa-dequado da manutenção da zona tampão do território e as disposições legais para proteger efectivamente a ligação visual e funcional entre o monumento inscrito e a paisagem de Macau. O Hoje Macau tentou contactar o gabinete da Administração Estadual do Património Cul-tural, mas sem sucesso. Já a UNESCO diz ainda não ter recebido o documento.

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5segunda-feira 21.1.2013 www.hojemacau.com.mo sociedade

Andreia Sofia [email protected]

A fila está grande para comprar embala-gens de leite em pó para bebés, numa

feira do Venetian, mas o senhor Mak não se importa. Aquela constitui uma das poucas oportunidades para adquirir um produto que desaparece das prateleiras dos supermer-cados ou das farmácias a um ritmo alucinante. “Estamos a fazer compras, porque nos dias normais é muito difícil comprar, temos de pedir a familiares para procurarem por todo o lado. Aqui uma pessoa pode apenas comprar duas latas, então eu e a minha mulher só podemos comprar quatro para a nossa filha mais nova.”

As preocupações do se-nhor Mak são um exemplo do que muitos pais de Macau têm de lidar diariamente para conseguir comprar alimentos para os seus fi-lhos. Tudo porque muitos turistas do Continente vêm a Macau comprar leite em pó, e não apenas porque é mais barato – não confiam no produto que é vendido na China, depois das notícias da existência de leite em pó contaminado.

Segundo o jornal Ou Mun, há mesmo casos de pessoas que vêm ao território comprar pequenas quantida-des para vender na fronteira, contudo, existem receios. Os vendedores disseram ao diário de língua chinesa que os serviços de alfândega

Todos os dias são muitas as latas de leite em pó para bebé que desaparecem rapidamente das farmácias e supermercados. Os grandes compradores são os turistas do Continente que não confiam na qualidade do produto do seu país, além do preço na RAEM ser mais atractivo. Falámos com farmacêuticos, famílias e um fornecedor, que consideram fundamental o acesso prioritário ao produto por parte dos pais de Macau

Caso situação piore, Governo deve proteger residentes, diz fornecedor

O leite em pó para bebésque desaparece num ápice

“são muito rigorosos” na investigação. “Se os bens forem confiscados, temos de pagar imposto e aí não vale a pena.”

No meio das idas e vindas nas Portas do Cerco, é co-mum ver pais com crianças pequenas a carregar latas de leite em pó ou mesmo fral-das. Apesar daquele não ser um dia destinado para isso, a senhora Choi conta ao Hoje Macau que já veio à RAEM apenas para se abastecer, mas que não vende. “É uma marca muito difícil de com-prar, e também não temos confiança com o produto que há na China”. Chan, oriundo de Zhuhai, leva três latas para o seu rebento. “Aqui é mais barato e não confio no leite que se vende na China.” Enquanto isso, duas idosas levam mais sacos consigo e afirmam, com uma postura desconfiada, que não vão vender os produtos que car-

regam. “É mentira, é para os nossos netos.”

VENDAS PODEM ATINGIR 20 MIL POR MÊSMesmo depois dos Serviços de Saúde (SSM) terem dito que não há falta de leite em pó no mercado, a deputada Kwan Tsui Hang não ficou satisfeita e já veio pedir maior fiscalização em todo o processo. O senhor Fong, funcionário de uma farmá-cia junto à fronteira, diz que dão sempre prioridade aos residentes, mas que é “difícil”. Vende em media oito mil latas de leite em pó, mas pode atingir 20 mil se forem de uma marca conhe-cida e publicitada na China. E aponta para um papel que avisa o cliente sobre a falta do produto naquele momento. “A política desta farmácia é vender primeiro aos residentes, mas muitas vezes não conseguimos. Há

turistas que vêm e chegam a pagar 1000 patacas por uma lata, mas ainda assim não podemos porque não temos suficiente. Aqui se houver algum problema pode trocar-se o produto, mas na China ninguém é responsabilizado”, conta ao Hoje Macau. E aponta que o Governo “não tem nenhuma responsabilidade” neste caso, ao contrário das empresas.

Na farmácia ao lado, a senhora Chan diz que “no geral há leite em pó sufi-ciente para os residentes, mas se os turistas quiserem comprar uma caixa ou duas, já não temos produ-tos suficientes”, diz, sem estimar quanto vende por dia. Quanto a responsabili-dades, partilha da opinião de Fong. “Não tem nada a ver com o Governo ou com os fornecedores, porque são os turistas que compra. Talvez se os serviços de alfândega

não os deixassem levar tanto leite em pó, não compravam tanto. Se cada um dos 2 milhões de residentes de Zhuhai comprar uma lata, já não vão haver mais latas para os residentes.” “Este mês o hospital Kiang Wu já começou a comprar o leite na nossa farmácia, e os bebés do São Januário também vão precisar. Muitos pais costumam comprar no Ano Novo Chinês”, acrescenta.

E SE A SITUAÇÃO PIORAR?Adriano Pinto Marques é um dos sócios da empresa Golden Fern, exportadora de leite em pó da Nova Zelândia para a China. Embora não exporte directamente para a RAEM, muitas farmácias contém produtos da sua marca. Ao Hoje Macau, o fornecedor considera que “é possível” existir falta das marcas mais conhecidas na China, mas chama a atenção para um

ponto. “É possível aumentar a quantidade de importação directa da Nova Zelândia ou Austrália para Macau, mas há riscos, pois esses produtos têm um prazo de 3 anos e os comerciantes têm de ser muito cautelosos para não acumular stock nos armazéns.”

Defende que não deve haver maior controlo nas fronteiras, mas diz que se as quantidades não dimi-nuírem, “o Governo deve formular um programa para proteger os residen-tes”. “Simplesmente esses produtos são comprados de forma legítima em pequenas quantidades (duas latas de 900 gramas por pessoa). “Imagine-se que as pessoas do Continente estão inte-ressadas em vinhos e cada uma compra uma garrafa. Multiplique-se por 60 mil pessoas diariamente, este significa mais do que cinco contendores por dia!”

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6 sociedade segunda-feira 21.1.2013www.hojemacau.com.mo

Rita Marques [email protected]

NA segunda ronda da nova auscultação pú-blica sobre o mercado nocturno projectado

para o lago Sai Van, as opiniões foram manifestamente contra o novo complexo gastronómico e recreativo. No entanto, o grupo Consciência de Macau, a Juven-tude Dinâmica de Macau e outros cidadãos simpatizantes destes dois movimentos juntaram-se em primeira fila frente ao grupo inter-departamental presidido por Raimundo Tam, presidente do Conselho de Administração do Instituto para os Assuntos Cívicos Municipais (IACM), e dominaram a opinião pública na audiência do Centro Cultural de Macau.

Bill Chou foi o primeiro a ter a pa-lavra no auditório. Falou de conluios entre o Governo e os empresários do sector gastronómico e da falta de transparência do Governo, tópico já antes anunciado. Jason Chao foi o sexto da linha da frente e evidenciou um projecto feito exclusivamente a

NÃO será tarefa fácil mas a ins-pecção obrigatória, tal como

anunciada pelo Governo através do novo regime geral da construção urbana, agora “na fase final legislati-va”, vai ter de ser feita. Existem 200 mil prédios em Macau, estima Ben Leong, 30 mil dos quais tem mais de 30 e 40 anos e “passo-a-passo tem de se verificar quais os edifícios que não apresentam uma qualidade assim tão boa”, explica o presidente da As-sociação dos Arquitectos de Macau. “Este é um problema. Primeiro têm de fazer uma pesquisa destes edifícios e depois entrar em contacto com os donos para se inspeccionar. Todos os anos não será possível mas de três em três ou em cada cinco tem de ser feito”, indica. Para tal, acredita tem de ser produzida a actual regulamen-tação, ainda nas mãos do Executivo, para dar lugar depois a demolições sem piedade. “As construções ilegais são muito populares em Macau, a maioria dos prédios tem mas para esses casos ao longo dos anos tem de se demolir este tipo de estruturas. Num dia não será possível. Mas passo a passo, analisando primeiro os casos mais graves, que representam perigo iminente para a segurança dos moradores. É preciso proteger esses edifícios primeiro”, enfatiza o arquitecto. O problema, refere também, não passa tanto por aplicar medidas sancionatórias mais graves

mas “ não deve haver hesitação a demolir as estruturas ilegais e fazê-lo o quanto antes”.

Em sua opinião, deve ser ela-borado também “um calendário” e uma “lista sobre os edifícios que não são seguros e têm estruturas ilegais e têm de ser tratados”.

Por outro lado, num encontro na sexta-feira no Centro de Ciência e Tecnologia de Macau, o laboratório de engenharia civil diz não se sentir capaz de responder às inspecções em massa. “Parece-me que é di-fícil fazer inspecções quando há proprietário espalhados, que não estão organizados em condomínios. Também podem surgir dificuldades técnicas, no que toca por exemplo aos pequenos edifícios antigos típicos”, explicou à TDM Ao Peng Kong, membro do laboratório. Por sua vez, o engenheiro Lau Chi--Wan de Hong Kong, seguindo o exemplo do território vizinho que implementou o mesmo regime em Junho do ano passado, revelou no mesmo encontro que, para colmatar este potencial problema, devem ser enviados primeiro “avisos para os prédios” com três meses de antecedência para que os donos se preparem para a visita.

REVER LISTA DO PATRIMÓNIOBen Leong indicou ainda que um dos sete pareceres na consulta pú-

blica que a Assembleia Legislativa promoveu sobre a proposta de lei de salvaguarda do património, entre Novembro e Dezembro passado, foi entregue pela Associação dos Arqui-tectos de Macau. “O Governo tem de rever a lista existente dos prédios considerados património de Macau e também em vez de se concentrar nos próprios edifícios, deve proteger o ambiente circundante aos bens móveis históricos e patrimoniais”, explica o presidente da Associação, que revela estes como os tópicos principais do parecer do organismo.

Para Leong, a expropriação de bens imóveis privados e respectiva indemnização dos proprietários é um problema que deveria ser enca-rado de outra forma. “O Governo pode sugerir um troca de terras em vez de tirar estes bens imobiliários privados. Não deve forçar os pro-prietários a cederem os bens imóveis mas antes entrar em acordo para trocar por uma área de terreno de valor equivalente à terra onde está o bem considerado património.” Por essa razão, evidencia, o Governo deve enfatizar a comunicação com os proprietários para melhorar a qualidade dos prédios patrimoniais constantes na lista. Quanto à exe-cução final da lei, “o Governo deve esperar pela resposta da UNESCO e rever então a legislação final”, revela Ben Leong. – R.M.R

“PENSO que o [novo] hospital já devia existir ontem, mas

agora só daqui a sete anos. Vamos entrar em ruptura iminente”, afir-mou Fernando Gomes, médico da unidade hospitalar Conde de São Januário, em entrevista à Rádio Macau. “O hospital fornece um bom serviço a quem tem acesso a ele. O problema é que não temos espaço físico para ter mais pessoas – tanto doentes, como pessoal para trabalhar”, evidenciou. Por outro lado, acredita que o novo serviço de urgência pode colmatar alguns problemas mas não o essencial, pelo que será “um sorvedouro de muitos recursos”.

A saúde “continua doente”, acrescenta o médico. “Já saiu dos cuidados intensivos mas se hou-ver um pequeno descuido pode voltar para lá.” O especialista não hesita em dizer que a qualidade de vida em Macau é hoje pior. “A qualidade de vida é boa para quem tem mais de 35, 40 anos. Entraram no mercado de trabalho e que tiveram o seu pé-de-meia, compraram a sua casa. Agora, a juventude pode ser licenciada, diferenciada, mas tem uma qua-lidade de vida muito pior do que a que tínhamos há 20 anos.”

CONSULADO DE CANTÃOPODE ABRIR ESTE ANOO consulado de Portugal em Cantão pode abrir ainda este

ano, avançou à Rádio Macau o presidente do Conselho Perma-nente das Comunidades Portu-guesas, Fernando Gomes. “A ideia era ter esse consulado ain-da este ano porque o relaciona-mento entre Portugal e a China faz 500 anos. Está programado, vamos ver se diplomaticamente é possível, em termos de agenda, a visita do Chefe de Estado à China”, disse, acrescentando que a deslocação de Cavaco Silva e a possibilidade de o Presidente da República poder inaugurar o consulado na capital provincial de Guangdong “seria juntar o útil ao agradável”. So-bre a actividade da diplomacia portuguesa, deixou críticas à actuação do cônsul de Portugal em Macau. “O papel do cônsul poderia ser mais de interface, de aproximação. Somos todos portugueses, acima de tudo”, de-fendeu. “Cabe ao cônsul tentar com que haja uma aproximação à pátria, ao país. Esse é o papel do cônsul, porque defende de uma forma isenta Portugal”. Para Fernando Gomes, este papel tem sido desempenhado de forma “insuficiente”. “Espero que o próximo cônsul possa tra-zer um acrescento. Penso que foi insuficiente”, sublinhou, sobre a prestação de Manuel Cansado de Carvalho, que deixa Macau no próximo mês.

Fernando Gomes acredita que o novo hospital público já vem muito atrasado

Ruptura iminenteAssociação dos Arquitectos Inspecções devem ser obrigatórias

“Não deve haver hesitaçãoa demolir as estruturas ilegais”

Mercado nocturno de Sai Van vai ser um “fracasso”

Frente de oposição

pensar em turistas, tal como o pró-prio nome indica, e não para locais como “proclamado pelo Governo”. “Observei que quando foi na altura da construção da praça do Tap Seac, usa-ram as mesmas razões para atrair os turistas, estabelecendo alguns cafés e restaurantes lá. Tiveram um argu-

mento muito semelhante mas como se pode ver agora, está desocupado e tem sido gerido pelo IACM. Porque não pensam em usar este espaço?”, indica o membro da Consciência de Macau. “As similaridades também são visíveis entre a Doca dos Pesca-dores e o novo projecto de Sai Van.

E é visível o fracasso no primeiro projecto”, enfatizou.

Manifestamente opositor ao “Projecto do Complexo Turístico da Praça do Lago Sai Van”, prefere não ponderar a sua relocalização embora defenda que “há instalações abando-nadas que devem ser melhoradas e reconvertidas em espaços recreati-vos”, por agora prefere enfatizar “a valorização do único espaço natural que foi deixado em Macau”.

DESISTIR OU NÃO DESISTIR?Embora o Governo pareça irredu-tível em matéria de desistência do projecto, a esperança mantém-se para os dois membros do grupo Macau Consciência. “É difícil dizer de momento, temos de ver as futuras respostas a isso. Mas neste momento tentamos apertar com o Governo”, indica Chao.

Chou fala num movimento de massas maior. “Não sei se desis-tirão do projecto. Mas o que vejo é que há cada vez mais pontos de vista contra o projecto porque cada vez mais o público percebe melhor as fraquezas e fraca visão disto”, indica o também académico.

Para Bill Chou a relocalização está completamente fora de ques-tão, num projecto sem transparên-cia alguma. “Por exemplo, a Feira de Gastronomia gasta um dinheiro público de 700 000 patacas, o que é bastante caro, e mais operações semelhantes a isso vão fazer com que se gaste 100 milhões de patacas todos os anos. O Governo também nunca fala do custo de construção, por isso não há demasiada infor-mação para dizer se é um projecto acessível”, esclarece. Apenas a essa acusação Raimundo Tam não deixou de responder. “Contra ou pró, estudamos o assunto de forma aberta. Somos transparentes”, ga-rantiu. Quaisquer outras respostas vindas do presidente da mesa, a frente unida onde constavam os dois activistas preferiu virar costas e sair, de forma pouco democrática.

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7sociedadesegunda-feira 21.1.2013 www.hojemacau.com.mo

LONGE do reboliço da ci- dade, perdem-se entre o bambu e demoradas sestas. O casal de pandas que

Pequim ofereceu a Macau está a ‘crescer’ e com ele a expectativa de que um dia possa dar crias.

Hoi Hoi (macho) e Sam Sam (fêmea) vivem separados há me-ses, etapa que faz parte da fase de preparação para o período que antecede a reprodução, mas ainda são imaturos para acasalar: têm apenas quatro anos de idade. “Para o ano, vamos ver se têm interesse um pelo outro”, disse o tratador Seng Choi. “No próximo ano, vamos ver se já consentem o período de cio e avaliar se os po-demos juntar”, explicou o jovem, um dos 12 membros da equipa que cuida do casal, que inclui um trio de veterinários, realçando ainda assim que, numa primeira etapa, os pandas vão estar mesmo assim apartados por uma barreira física, já que podem “não se tratar bem um ao outro”.

A Companhia do Aeroporto de Macau (CAM) registou lucros, pela primeira

vez na sua história, em 2012, anunciou na quinta-feira à noite o presidente da empresa, Ma Iao Hang.

A CAM obteve, no ano passado, lucros líquidos na ordem dos 14,4 milhões de patacas, o que sucedeu pela primeira vez desde o arranque das operações no aero-porto, em 1995.

O Aeroporto Internacional de Macau registou, em 2012, 4,49 milhões de passa-geiros, mais 11% do que no ano anterior.

Entre Janeiro e Dezembro de 2012, foram ainda transportadas 27 mil toneladas de carga e realizados 42.000 movimentos de aviões no aeroporto, entre aterragens e descolagens.

No início de Dezembro, depois de uma assembleia-geral extraordinária, a CAM já tinha anunciado que esperava registar lucros pela primeira vez na ordem dos 13 milhões de patacas, pelo que os resultados estão acima das previsões.

Segundo o mesmo comunicado, no total, as receitas da companhia excederam os 750 milhões de patacas em 2012.

A empresa atribui os lucros designada-mente à operação de aumento de capital por parte dos accionistas que lhe permitiu saldar dívidas antigas.

Este ano, a CAM salienta que pretende promover o desenvolvimento do aeroporto em coordenação efectiva com o progresso económico de Macau e da sua rede de transportes, bem como melhorar continu-amente as instalações da infra-estrutura e a qualidade do serviço.

A CAM, proprietária e gestora do Ae-roporto Internacional de Macau, tem como accionista principal o Governo com um capital social de 55%, seguido da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM) com cerca de 33%.

Entre os accionistas de referência figura ainda o empresário Ng Fok (através das suas empresas) que detém uma quota de cerca de 2% e o magnata do jogo Stanley Ho com 1%.

O Aeroporto Internacional de Macau foi inaugurado em Dezembro de 1995, quatro anos antes do final da Administração Portuguesa de Macau. - Lusa

O Instituto de Patologia e Imunologia Molecular

da Universidade do Porto (IPATIMUP) e a Universi-dade de Ciência e Tecno-logia de Macau (MUST) assinaram um protocolo para a formação de médicos e investigação de doenças do estômago e tiróide. “É um protocolo sobretudo ao nível da pós-graduação, ou seja, nós comprometemo-nos a treinar, no Porto, técnicos e médicos que estejam inte-ressados em fazer os estudos que nós fazemos em termos de patologia molecular e, em contrapartida, estamos interessados, por exemplo, em estudar os doentes do hospital [da MUST]”, disse o presidente do IPATIMUP, Manuel Sobrinho Simões.

O memorando de en-tendimento foi assinado à margem do Fórum Médico Internacional Sino-Luso, realizado em Macau, e visa a formação de quatro mé-dicos e técnicos de Macau por cada trimestre. Não foi

estabelecida data para o início do programa. “A ideia era seleccionar pessoas que, de facto, estivessem muito interessadas, e depois serem elas a treinar os outros” colegas em Macau, expli-cou o cientista português galardoado com o Prémio Pessoa em 2002.

O protocolo entre as duas entidades surge na se-quência de outros acordos com instituições de outras partes do mundo, - incluin-do o Brasil, apontado como o país que mais recorre ao instituto do Porto - e também de contactos es-tabelecidos anteriormente com o hospital público de Macau: o Centro Hospita-lar Conde de São Januário. “Trata-se de replicar para o hospital da Faculdade de Ciências da Saúde da MUST a mesma tentativa que fizemos e vamos conti-nuar a fazer com o hospital Conde de São Januário, que é estudar doentes com patologia digestiva,

sobretudo, e patologia da tiróide, se for caso disso, numa tentativa de ver até a que ponto os factores genéticos e ambientais tornam ou não as doenças diferentes”, acrescentou.

A componente de inves-tigação incidirá em estudos sobre a genética populacio-nal de Macau, marcada pela passagem pelo território de vários povos, incluindo portugueses, da Índia e do norte de África, mas o seu arranque depende de financiamentos, segundo explicou Manuel Sobrinho Simões. “Este protocolo permite-nos concorrer [às verbas] para a investiga-ção”, disse, referindo que o objectivo é candidatar o programa ao financiamento de agências internacionais, incluindo europeias.

O Fórum Médico Inter-nacional Sino-Luso reuniu especialistas de Portugal, França, Suíça, interior da China e Hong Kong em Macau. - Lusa

Pandas e a expectativa de poderem dar crias a Macau

Casal a “crescer”

CAM amealhou 14 milhões de patacas

Lucros pela primeira vez

um pouco mais à frente. Sam Sam entrava no recinto a céu aberto para petiscar. Andou, subiu e desceu, rebolou na relva e desfrutou do seu bambu.

Desde a abertura do pavilhão dos pandas gigantes, a 18 de Janei-ro de 2011, já passaram 393.206 pessoas pela bilheteira, de acordo com os dados facultados pelo Ins-tituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM).

Cada entrada custa 10 patacas (90 cêntimos), mas crianças com idade igual ou inferior a 12 anos e idosos não pagam.

Contudo, num dia de semana comum, mesmo com a tarde so-alheira a convidar a um passeio, não são muitos os visitantes. Há pais que vão cruzando o parque com filhos pela mão ou ao colo e que pelo linguajar são turistas, na sua maioria do continente asiático.

Os pandas comem biscoitos e frutas frescas, como maçã, mas a dieta é à base de bambu. Da vizinha província de Guangdong chegam dois carregamentos por semana, cada um de 300 quilogramas. Afinal, segundo Seng Choi, o par mediático ‘dá conta’ de 80 a 90 quilogramas de comida por dia.

O pequeno-almoço é servido pelas 8h30, conta Seng Choi, sintonizado desde o início com a

rotina do casal. Seguem-se mais três repastos. Hoi Hoi e Sam Sam pesam hoje 80 e 100 quilogramas, respectivamente.

O pavilhão dos pandas-gi-gantes, com uma área global de aproximadamente 3.000 metros quadrados, dispõe de dois espaços interiores, de um pátio ao ar livre e de uma área de exposição.

Além dos pandas, oferecidos por Pequim pelo 10.º aniversário da transferência do exercício de soberania de Portugal para a China, o parque conta ainda com outras espécies, como macacos, flamin-gos ou avestruzes.

Naturais da província chinesa de Sichuan, Hoi Hoi e Sam Sam foram baptizados na sequência de uma auscultação pública pro-movida pelo Governo, em que participaram 56.700 residentes.

O espaço que abriga os pandas foi um investimento na ordem dos 90 milhões de patacas.

A chegada do casal a Macau, no final de 2010, gerou uma ver-dadeira ‘pandamania’ no território, sendo que, ainda hoje, a “agenda” dos pandas pode ser acompanhada através de um portal electrónico concebido especificamente para o efeito, o qual disponibiliza in-formações em chinês, português e em inglês.

Mas daí até à efectiva repro-dução, vai um passo de gigante: além de terem um período fértil limitado, os pandas são conheci-dos pela baixa libido. No entanto, o pavilhão está preparado para acolher possíveis filhotes.

Enquanto o tratador explica a rotina do par, é ‘atropelado’ por um grupo de crianças que invadem o

espaço e se ‘colam’ literalmente ao vidro que separa os pandas e o público. E se umas não escondem o entusiasmo que um primeiro contacto visual com a vasta pela-gem preta e branca lhes causa, já outras não ocultam a desilusão de ver que, apesar de o sol já ir alto, Hoi Hoi ainda dormia.

A ‘surpresa’ estaria guardada

IPATIMUP celebrara protocolo com UMAC

Contra as doenças do estômago e tiróide

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segunda-feira 21.1.2013nacional8 www.hojemacau.com.mo

O vice-ministro Yi Junqing, 54 anos, dirigia o gabinete cen-tral de tradução e compilação, um organismo encarregue

de centralizar as traduções e pesquisas do pensamento marxista, um trabalho obscuro mas importante para fortalecer a teoria do “socialismo chinês.”

Alguns dos artigos deste gabinete eram publicados na revista teórica do Partido Comunista Chinês, (PCC), Quiushi (PCC) (Procura da verdade). Recentemente, um texto um pouco longo, (120.000 caracteres em chinês) e nada teórico, apareceu na internet, mostrando outra face do especialista em Marx. Uma jovem investigadora, , Chang Yan, que já tinha publicado a sua tese sobre “ a teoria do desenvolvimento, segundo Engels, no fim da sua vida”, e que tentava entrar no Bureau político, conta o sua relação com o “professor Yi”, de forma cronológica, chegando mesmo a publicar os SMS trocados entre ambos, que revelam todos os detalhes dos seus 17 encontros num hotel de Pequim.

Chang Yan não se esquece também

A China declarou-se ontem “muito insatis-feita” com as declarações da Secretária de

Estado norte-americana, Hillary Clinton, de apoio ao Japão na defesa da gestão das ilhas do Mar da China Oriental, disputadas com Pequim. A China está “muito insatisfeita” e manifesta-se contra as declarações da chefe da diplomacia norte-americana, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, citado em comunicado divulgado ontem no portal do organismo. “Exortamos os Estados Unidos a considerarem a questão das ilhas Diaoyu de forma responsável”, acrescentou.

O porta-voz chinês reage, assim, às decla-

rações proferidas por Clinton na sexta-feira, quando recebeu em Washington o homólogo japonês, Fumio Kishida. “Mesmo se os Esta-dos Unidos não tomarem uma posição sobre a soberania das ilhas, reconhecemos que elas são administradas por Tóquio e opomo-nos a qualquer acção que possa prejudicar a gestão pelo Japão”, disse Clinton na ocasião.

No sábado três navios do Governo chinês entraram nas águas territoriais japonesas do arquipélago Diaoyu, informou a guarda costeira nipónica.

Os navios entraram em águas japonesas cerca das 9h indicou a guarda costeira ja-ponesa citada pela agência AFP.

UM esquadrão anti-bomba foi sexta--feira enviado para uma zona de

trilhos em Hong Kong, após ter sido detectado um alegado engenho da II Guerra Mundial, perto de uma pousada, informou a polícia da antiga colónia britânica.

As autoridades procederam, por pre-caução, à retirada de 22 pessoas que se encontravam no hostel da zona e isolou a área, depois da descoberta do objecto da artilharia japonesa, por explodir, em Mount Davis Road, na zona ocidental da ilha de Hong Kong, explicou uma porta-voz da polícia. “As investigações preliminares levam-nos a crer que se trata de uma bomba do tempo da II Guerra Mundial (…), por isso, vamos providenciar pessoal para que a possam detonar”, disse, considerando o engenho “perigoso”.

Imagens transmitidas pela televisão mostraram um objecto metálico, verde--escuro, que estava enlameado no meio da densa vegetação, refere a agência noticiosa francesa AFP.

No ano passado, já tinha sido desco-berto um outro objecto de artilharia em Hong Kong, mas de origem britânica, o que se explica pelo facto de o território ter sido palco de violentos combates entre os japoneses e as forças dos aliados em 1941.

População activa da China diminuiu, “pela primeira vez em muito tempo”A população activa chinesa diminuiu 3,45 milhões em 2012, “pela primeira vez em muito tempo”, para 937,27 milhões, alertou sexta-feira o Gabinete Nacional de Estatísticas da China. “Temos de prestar séria atenção a isto”, disse o comissário daquele Gabinete, Ma Jiantang, ao apresentar o desempenho económico da China em 2012. A população activa da China diz respeito às pessoas entre os 15 e 59 anos. No ano passado representavam 69,2 por cento do país, uma descida de 0,6 pontos percentuais em relação a 2011. A China continua a ser o país mais populoso do mundo, com cerca de 1.350 milhões de habitantes. Contudo, o ritmo de crescimento tem vindo a abrandar muito devido ao drástico controlo da natalidade imposta há três décadas nas zonas urbanas (“um casal, um filho”). Sem aquela política, a população chinesa já teria ultrapassado os 1.700 milhões, argumentam as autoridades.

Morreu tibetano que se imolou pelo fogo na ChinaUm tibetano de 28 anos morreu este fim-de-semana na região de Aba, na província chinesa de Sichuan, depois de se ter imolado pelo fogo, reivindicando a independência do Tibete, informou a organização Free Tibet. Este foi o segundo protesto do género registado na semana passada na China. Desde 2009 que 97 tibetanos se tentaram imolar pelo fogo pela mesma razão, dos quais pelo menos 82 morreram. Desde Dezembro que a lei chinesa prevê que os suspeitos de incitarem à imolação são acusados de assassinato.

Vice-ministro demitido após escândalo sexual

A triste sina do “professor Yi”

AnúncioNos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, vem por este meio, notificar o ex-guarda Sher Bahadur Limbu do seguinte:

1) Deve devolver a quantia devida ao Governo da RAEM, causada pelas faltas injustificadas. 2) Pode pedir junto do EPM a devolução das contribuições indevidamente descontadas para os efeitos do Regime de

Previdência.

Nos termos do n.º 3 do artigo 39º do Regulamento Administrativo n.º 6/2006, com as alterações introduzidas pelo Regulamentos Administrativo n.º 28/2009 e republicado pelo Despacho do Chefe de Executivo n.º 426/2009, e alínea b) do artigo n.º 75 do Código do Procedimento Administrativo, no prazo de 35 dias, contado a partir da publicação do presente anúncio. Caso o EPM não consiga recuperar a quantia devida a ser devolvida por V. Exa., a respectiva dívida será transferida para a Repartição das Execuções Fiscais da Direcção dos Serviços de Finanças para cobrança coerciva.

Para qualquer esclarecimento, é favor contactar com a Sra. Uny Che (tel: 881211 ext. 315) da Divisão Financeira e Patrimonial deste Estabelecimento.

O Director do EPMLee Kam Cheong

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China “muito insatisfeita” com declarações de Clinton

Vozes ao altoEncontrada alegada bomba

da II Guerra Mundial num trilho em Hong Kong

Palco de combates entre japoneses e aliados

de mencionar os presentes e o dinheiro oferecido, para além da esperança alimen-tada de uma entrada no seio do Bureau político e dum visto de residência em Pe-quim. Face às promessas não cumpridas e à descoberta de outras amantes de Yi Junqing, a jovem investigadora decidiu contar toda a verdade. Pouco depois de ter publicado a história na internet, Chang

Yan arrependeu-se, afirmando tratar-se de uma novela, mas o mal já estava feito.

No dia 17 de Janeiro a agência Nova China anunciou a destituição de Yi Junqing por “problemas com o seu estilo de vida”. No seu microblogue no Sina Weibo, a agência oficial chinesa classifica esta des-tituição como “um sinal da determinação das autoridades na luta contra a corrupção.”

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9segunda-feira 21.1.2013 www.hojemacau.com.mo região

O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, lançou quin-ta-feira oficialmente a

nova operadora de telecomunica-ções móveis do país, a Telkomcel, subsidiária da empresa Telkom Indonésia.

O lançamento oficial da em-presa, que começa as operações comerciais em Fevereiro, contou também com a presença do ministro de Estado para o Investimento Pri-vado indonésio, Pak Dahlan Iskan.

Para o primeiro-ministro ti-morense, a entrada de uma nova operadora no mercado do país é uma vantagem para a descentrali-zação da administração de Estado e para o sector económico. “No processo de desenvolvimento do país, a vantagem será muito maior para as questões relacionadas com os negócios e em áreas onde as telecomunicações vão ter um papel muito importante, nomeadamente

A Sony anunciou sexta--feira que vendeu a sua

sede norte-americana em Manhattan, Nova Iorque, a um consórcio imobiliário liderado pelo grupo Chetrit por cerca de 8,2 mil milhões

de patacas. Em comunicado, a filial da empresa nipónica nos Estados Unidos, a Sony Corporation of America, indicou que o negócio estará fechado em Março e que acordou com o comprador

que vai continuar a utilizar o edifício, onde também se encontram as suas filiais Sony Music Entertainment e Sony Pictures Entertainment, em regime de arrendamento durante os próximos três anos.

Com a venda da sua sede norte-americana, a Sony espera encaixar cerca de 5 mil milhões de patacas e melhorar a sua situação financeira, já que as suas contas têm estado no ver-

melho nos últimos quatro anos. Segundo a imprensa nipónica, a Sony também planeia vender o seu edifício “Sony City Osaki”, em Tó-quio, onde trabalham cerca de 5.000 funcionários.

DEZ japoneses continuam desaparecidos horas de-

pois do fim da crise de reféns numa exploração de gás no sul da Argélia, informou ontem a empresa nipónica para a qual trabalhavam. “Temos a con-firmação de que 41 dos nossos funcionários estão sãos e salvos, mas o destino de 10 japoneses e de outros sete estrangeiros continua por determinar”, de-clarou Takeshi Endo, porta-voz da empresa JGC Corp, que tinha 78 trabalhadores na exploração de gás argelina.

A crise de reféns na Argé-lia terminou com a morte de 23 estrangeiros e argelinos e de 32 islamitas que tomaram a exploração de gás na quarta--feira, segundo um balanço provisório das autoridades da Argélia. Na operação levada a cabo pelo exército argelino fo-ram libertados 685 argelinos e 107 estrangeiros e abatidos 32 terroristas, indicou no sábado o Ministério do Interior da Argélia em comunicado.

Honda vai rever 777.000 veículosnos EUA e CanadáA japonesa Honda Motor informou sábado que vai chamar às suas oficinas 777.000 veículos dos modelos Pilot e Odyssey nos Estados Unidos e Canadá, depois de ter detectado um possível defeito no sistema de airbag. Em concreto, 748.000 veículos serão revistos nos Estados Unidos e 29.000 no Canadá, sendo os modelos a rever da gama desportiva Pilot, fabricados entre 2009 e 2013, e do monovolume Odyssey produzido entre 2011 e 2013. O problema está centrado no airbag do assento do condutor, dado ter sido detectada a ausência de peças no sistema, o que poderá fazer com que o airbag não funcione correctamente, aumentando os riscos de lesão em caso de acidente. Até agora, garante o construtor japonês, não há casos de acidente devido ao problema na produção.

Incêndio de naviosul-coreano no Marda China Oriental Pelo menos três pessoas morreram e outras cinco estão desaparecidas na sequência de um incêndio que deflagrou num navio de pesca sul-coreano no Mar da China Oriental, informou a guarda costeira japonesa. “Fomos informados por responsáveis sul-coreanos que três pessoas morreram e cinco faltam a bordo do navio que se incendiou nas águas perto da ilha Uotsuri”, no arquipélago de Senkaku, reivindicado pela China, indicou um porta-voz da guarda costeira japonesa citado pela agência AFP, sem adiantar mais detalhes.

Timor-Leste lança nova operadora de telecomunicações móveis

Investimento indonésiona saúde e educação”, afirmou Xanana Gusmão.

O primeiro-ministro falava aos jornalistas no final de uma cerimónia que durou cerca de duas horas, durante a qual telefonou para Jacarta, e que culminou com um espectáculo de fogo-de-artifício.

Para o ministro dos Transportes e Comunicações de Timor-Leste, Pedro Lay, as telecomunicações são necessárias para o progresso do país e por isso o “governo apoia o desenvolvimento daquele sector”.

A Telkomcel será a segunda empresa de telecomunicações móveis a operar no país, tendo apresentado uma proposta em

Sony vende sede norte-americana por oito mil milhões de patacas

De dono a inquilino

Desaparecidos na Argélia depois do fim da crise de reféns

Desconhecido paradeiro de japoneses

Junho na sequência da reforma daquele sector em Timor-Leste.

O processo de reforma do sector de telecomunicações em Timor-Leste começou em Março de 2012 com a adopção do novo decreto-lei para regular o sector e com a assinatura de um acordo en-tre o Governo timorense e a Timor Telecom, que pôs fim à concessão exclusiva por parte desta operado-ra, detida maioritariamente pela Portugal Telecom.

A Telkomcel é subsidiária da Telkom Indonésia, a maior empresa de telecomunicações da Indonésia, com cerca de 125 milhões de clientes.

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segunda-feira 21.1.2013www.hojemacau.com.mo10 efeméride

Andreia Sofia Silva*[email protected]

AOS 49 anos, a 20 de Janeiro de 1973, a sua vida haveria de ser ceifada por dois

colegas do próprio partido que fundou, na clandestinidade, em 1959. Contudo, Amílcar Cabral, nascido em 1924 na Guiné-Bissau, teve tempo para deixar uma forte marca no percurso de Cabo Verde e Guiné-Bissau, nos idos tem-pos da guerra colonial com a metrópole portuguesa e na luta pela independência.

Numa altura em que se assinala os 40 anos da morte do fundador do Partido Afri-cano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), a agência Lusa falou com diversas personalidades polí-ticas, historiadores e amigos próximos, que falaram não apenas do Amílcar Cabral politico e homem.

O académico cabo-verdiano Corsino Tolentino fala de “um grande líder africano”. “É um pensador de que nos podemos orgulhar em África e pelo lugar que conquistou no mundo.”

Já o jornalista Carlos Veiga Pereira recorda o amigo como “uma pessoa que vestia muito bem, estava sempre impeca-velmente vestido e penteado e era muito simpático.” “Era muito inteligente, tinha uma cultura muito vasta e muito diversificada e tinha uma gran-de capacidade de persuasão”.

“Juntava - o que era raro - uma grande competência profissional como engenheiro agrónomo com uma actividade política muito importante. Muita gente o considera uma das personalidades africanas

Antigo líder do PAIGC foi assassinado a 20 de Janeiro de 1973

“E errado rotular Amílcar Cabral de santo”Egocêntrico, pensado, um homem culto. No mesmo patamar que Nelson Mandela, segundo alguns. É desta forma que é recordado Amílcar Cabral, fundador do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, falecido há 40 anos. Contudo, o historiador Mário Cissoko aponta o dedo de quem levou o seu egocentrismo longe de mais, escolhendo métodos “pouco claros” para atingir os objectivos

A morte de Amílcar Cabral inte-ressava a todas as partes envol-

vidas nas independências das então províncias portuguesas da Guiné e Cabo Verde, disse à agência Lusa o secretário-geral adjunto das Nações Unidas e secretário executivo da Comissão Económica para África (CEA) da ONU, Carlos Lopes. “Os autores físicos do assassínio são conhecidos e as várias justificações que podem estar por trás dos autores físicos têm a sua validade. Não vale a pena estarmos a fazer uma análise

Dirigente da ONU levanta o véu sobre o mistério

O interesse na morte de Cabral

´

mais importantes, não só das colónias portuguesas, mas da África em geral.”

O jornalista, que nasceu em Angola e chegou a Portugal nos anos 1940 para estudar ciências na Universidade de Coimbra, conheceu Amílcar Cabral quando ambos ocupa-vam cargos dirigentes da Casa dos Estudantes do Império, um em Coimbra, o outro em Lisboa. A amizade que nasce nessa altura prolonga-se ao longo da vida e reforça-se na década de 1950, quando ambos vivem em Lisboa e convivem com regularidade.

É nessa altura que Amílcar Cabral decide, juntamente com outros dirigentes africanos como Agostinho Neto e Mário de Andrade, criar um centro de estudos africanos, recorda Veiga Pereira.

Cabral, que depois de acabar o curso de Agrono-mia tinha estado na Guiné a trabalhar para o Ministério do Ultramar, tinha feito o recenseamento agrícola do país e estudado a agricultura tradicional. “Ao contrário de outros dirigentes africanos, ele tinha um conhecimento muito grande da realidade, dos problemas africanos, no-meadamente da agricultura”, lembra o jornalista.

“Havia uma certa tendên-cia para ligar os problemas das colónias ao problema portu-guês e fazer depender o futuro das colónias da evolução da situação em Portugal. Ele foi dos primeiros a ter consciência de que os dois problemas eram complementares, mas não idênticos e que teriam uma evolução separada”, lembra.

Já o historiador guineense Mário Cissoko frisa que “Amí-lcar Cabral era uma pessoa inteligente. Fez o seu percurso

para chegar onde chegou, era egocêntrico e por vezes injusto nas suas decisões, isso poderá ser o motivo da sua morte.”

DÚVIDAS SOBRE A MORTE Patrick Cabral, sobrinho do fundador do PAIGC, recorda--o também como um grande homem, como “uma pessoa que impressionava”. “Sou dos poucos sobrinhos que conviveu com ele, em Conacri, vivi em casa dele no princípio dos anos 60. Sempre o vi como uma pessoa que impressionava, a mim sempre me impressionou. Era o tipo de pessoa que entrava

numa sala e, apesar de ser baixo, a sala parava para ver quem entrou”, refere.

Patrick Cabral estava num internato na União Soviética quando o tio foi assassinado, a 20 de Janeiro de 1973. Foi informado por outro rapaz.

Recorda que havia uma certa confusão. “Diziam que foi morto em Bissau e eu dizia que era impossível porque ele não iria a Bissau. Depois confirmou--se que tinha sido em Conacri”.

E SE CABRALESTIVESSE AINDA VIVO?Quarenta anos depois, Patrick Cabral refere que não sabe dizer se o destino do país seria diferente se Cabral tivesse sobrevivido. “Duvido que a presença dele tivesse evitado o golpe de Estado de 1980 e seria morto ali”, afirma, em alusão ao golpe militar que afastou do po-der Luís Cabral, meio-irmão de Amílcar e o primeiro Presidente da Guiné-Bissau.

José Maria Neves diz que se Cabral ressuscitasse ficaria “satisfeito” com os resultados alcançados por Cabo Verde após a independência, mas “angustiado” com todo o per-curso da Guiné-Bissau. “Acho

que Cabral estaria satisfeito com o percurso de Cabo Verde. Hoje, transformámos um país improvável num país possível e ultrapassámos e construímos a ideia da independência e da dig-nidade. Há mais prosperidade e temos de continuar nesta linha a trabalhar para debelarmos de-finitivamente a pobreza.” José Maria Neves, salvaguardando não querer intrometer-se nos assuntos internos da Guiné--Bissau, afirmou, porém, que, globalmente, Cabral estaria “angustiado” com o país.

Sobre se Cabral foi “ingé-nuo” ao acreditar na unidade Guiné/Cabo Verde, Neves afirmou peremptoriamente ter--se tratado de uma “estratégia da luta” pela independência. “Acreditava genuinamente na unidade entre os dois povos para construir a dignidade e o futuro. Não diria que fosse ingénuo, embora tenhamos to-das as dissensões que vieram a acontecer entre cabo-verdianos e guineenses no palco da luta.”

Para o chefe do Governo, Cabral está ao nível das grandes personalidades africanas que lutaram pelo renascimento e libertação de África. “Coloco Cabral junto a Jomo Kennyata

mais detalhada para saber a quem interessava a morte de Cabral. “In-teressava a todas as conglomerações de interesses que estão por trás da sua morte.”

Segundo Carlos Lopes, após o assassínio de Cabral, abatido a tiro em Conacri a 20 de Janeiro de 1973 e cujos contornos nunca foram devidamente apurados, todos os dirigentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) pen-savam que tinha morrido apenas “a

personagem” e que muitos outros poderiam continuar o trabalho. “Isso foi, de certa forma, verda-de, porque conseguiu-se atingir as independências. Mas já não é verdade porque a profundidade do pensamento de Cabral não foi substituída até hoje. Não se deve deixar que se responsabilize Ca-bral pelo que se passou (na Guiné--Bissau e em Cabo Verde) após a sua morte”, frisou.

“São as pessoas que utilizam o seu pensamento da forma que mais lhes interessa: uns para dizer algo negativo e outros para dizer algo positivo. Todas as grandes personagens são sujeitas a um escrutínio muito mais apurado”, sustentou.

Questionado pela Lusa sobre se Cabral foi “ingénuo” ao acreditar ser possível a unidade entre Cabo Verde e Guiné-Bissau, Carlos Lo-pes lembrou o então muito em voga pan-africanismo, cujo conceito foi

expressado de várias formas pelo líder do PAIGC. “No fundo, se acreditarmos no pan-africanismo como utopia mobilizadora, pode--se concluir que valeu a pena, pois levou os dois países à independên-cia. Mas tudo o que se passou após a sua morte é da responsabilidade dos protagonistas pós-Cabral”, frisou, aludindo ao corte de rela-ções entre os dois países após o golpe de Estado guineense de 14 de Novembro de 1980. No entanto, para Carlos Lopes, há o facto de Cabral ter sido capaz de vislum-brar que a luta de interesses e entre elites dentro do próprio PAIGC ia ser o grande problema depois das independências. “Era preciso construir o Estado e os princípios da igualdade como os principais motores que poderiam evitar certas contradições. E Cabral, na forma como analisou os factores, previu que seria uma luta muito difícil ou mesmo inglória”, concluiu.

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11segunda-feira 21.1.2013 www.hojemacau.com.mo efeméride

As conversações com Spínola O general Spínola e o líder do PAIGC prontificaram-se antes de 1973 para um encontro sobre a Guiné-Bissau, que, sendo travado por Lisboa, acelerou o movimento contra o Estado Novo, afirma Otelo Saraiva de Carvalho. O “capitão de Abril”, que serviu no início da década de 1970 como oficial no quartel-general do comandante-chefe das Forças Armadas Portuguesas em Bissau, António de Spínola, afirma que o encontro foi proposto por Leopold Senghor, presidente do Senegal, e aceite por ambos. Spínola “chegou a propor o encontro ao próprio Marcelo Caetano”, presidente do Conselho, que “recusou completamente com qualquer contacto com a direcção de movimentos terroristas”, disse Otelo. O encontro “podia ter sido muito importante” e mesmo “uma solução para o problema das colónias”, numa altura em que os “militares não viam possibilidade de por termo à guerra, que durava há mais de 12 anos”. A solução poderia ter passado por “uma proposta a apresentar a Caetano que fosse no sentido de criar uma espécie de autonomia” para a Guiné-Bissau, com um Governo local “ainda sob a égide do centro político de Lisboa” e que para o PAIGC seria um primeiro passo no sentido da independência. A rejeição da proposta de encontro, uma “afronta ao poder colonial em Lisboa”, esteve por trás da decisão de Spínola pedir para regressar a Lisboa em 1973, antes do termo do seu mandato, e “um dos motivos de aceleração a constituição do Movimento dos Capitães, do Movimento das Forças Armadas e do 25 de Abril”.

Antigo líder do PAIGC foi assassinado a 20 de Janeiro de 1973

“E errado rotular Amílcar Cabral de santo”

(Quénia), Kwane N’Krumah (Gana), Leopold Senghor (Se-negal), Julius Nyerere (Tanzâ-nia), Patrice Lumumba (antigo Congo Belga, atual RDCongo), Jomo Kenyatta (Quénia) e Nelson Mandela (África do Sul), entre outros, que deram tudo para que hoje houvesse uma África livre da subjugação colonial”, concluiu.

Otelo Saraiva de Carva-lho não poupa nos elogios. “Considero-o no mesmo pa-ralelo de um Nelson Mandela. Um homem brilhante. Quando funda o PAIGC, a sua orientação é no sentido da luta contra o colonialismo, o fascismo, nunca contra o povo português.”

UM LADO DE “MAU DA FITA”Quem tem uma posição menos positiva quanto ao fundador do PAIGC é Mário Cissoko. Para o académico, Cabral era uma pessoa egocêntrica e que “fez tudo para chegar onde chegou”, às vezes por métodos “pouco claros”. O historiador, que conviveu com o líder his-tórico na Guiné-Conacri, nos tempos da clandestinidade, diz: “é errado rotular Amílcar Cabral de santo”. “Há um culto de personalidade exagerado de Amílcar Cabral, mas ele não era um homem perfeito. Eis o meu ponto de vista, o que me tem trazido muita contradição, diferendo, com muita gente neste país.” “Cabral geriu

mal as contradições com os seus colegas da luta. Com os combatentes guineenses isso era visível. Era o único a pensar e ditar as regras. Com os cabo-verdia-nos também. Várias vezes ouvi discus-sões entre Cabral e Abílio Duarte sobre quem de facto dirigia a luta.”

Se Cabral voltasse hoje aos espaços onde dei-xou a sua marca politica, teria muitas contas a dar. “Se fosse vivo aquando da inde-pendência e viesse para Bissau teria que justificar a morte de vários destacados combatentes guineenses. Mesmo que isso não fosse fala-do, seria os rumores de Bissau. Isso iria irrigar o povo.”

Sem certezas, o historia-dor admite que já no final da vida de Amílcar Cabral este percebeu que a sua maneira de ser não era apreciado pelos combatentes. Daí, afirma, a cé-lebre frase do antigo dirigente: “duas cabeças pensam melhor que uma e três pensam ainda muito melhor do que duas”. “Fico a pensar que quando ele diz isso compreendeu que as pessoas já não suportavam o facto de ser ele o único que fala e pensa.” - *com agência Lusa

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HOJE NA CHÁVENA

Ginseng

Paula BichoNaturopata e Fitoterapeuta • [email protected]

Nome botânico: Panax ginseng C.A.Mey.Família: Araliaceae.

O Ginseng é uma planta herbácea com cerca de meio metro de altura; as suas raízes, antropomórficas, estão na origem da palavra chinesa ginseng que significa raízes humanas. A planta é originária do Nordeste da China, Leste da Rússia e Co-reia do Norte, atualmente muito cultivada por ser rara a planta espontânea.É uma das plantas mais investigadas e comercializadas e também uma das mais antigas. Utilizado pela medicina tradicional chinesa há mais de 2000 anos, o Ginseng foi durante muito tempo reservado aos imperadores, sendo con-siderado como planta da longevidade. Aliás, o seu nome botânico Panax, é uma alusão a Panaceia, a deusa da mitologia grega que tudo cura. As suas excelentes propriedades encontram-se nas raízes de plantas com pelo menos 4 anos de idade.

COMPOSIÇÃOSaponósidos triterpénicos (ginsenósidos), hidratos de carbono, fitosterois, vitaminas do complexo B (B1, B2, B5, B6, biotina), minerais (cálcio enxofre magnésio), oligoelementos (germânio, manganésio, zinco), óleo essencial, colina, flavonoides, enzimas.

AÇÃO TERAPÊUTICAO Ginseng tem uma ação adaptogénica, ou seja, aumenta a capacidade de resis-tência do organismo à doença e ao stress, diminuindo a produção de adrenalina e cortisol, aumentando a energia do organismo (o Chi ou Qi segundo os chi-neses) e melhorando o rendimento físico e intelectual. O stress pode ter origem emocional, mas o seu sentido é muito mais lato e inclui qualquer esforço que exija uma adaptação do organismo (fome, temperaturas extremas, ruídos fortes ou permanentes, sobrecarga de trabalho físico ou intelectual, etc.). Como tónico e revigorante é muito utilizado na fadiga, astenia, falta de vitalidade, anemia e para aumentar a performance desportiva.Esta erva aumenta a concentração de serotonina no cérebro auxiliando no combate à depressão e acalma a an-siedade; favorece as funções cognitivas aumentando a memória, a concentração e a capacidade de trabalho. É útil em estados depressivos, ansiedade e in-

sónia, esgotamento psíquico, doenças psicossomáticas, estudantes em épocas de exames, envelhecimento precoce, senilidade e demência.O Ginseng estimula igualmente o sistema imunológico fortalecendo as defesas contra as infeções; é antioxidante, anti--inflamatório e reduz a prevalência de alguns tipos de cancro (pulmões, estô-mago). É usado como preventivo e em caso de debilidade imunitária, infeções crónicas e convalescença; ingerido durante a quimioterapia diminui os seus efeitos adversos.

OUTRAS PROPRIEDADESEsta planta tonifica o coração, normaliza a pressão arterial, inibe a agregação das plaquetas prevenindo a formação de trombos e impede e oxidação do coles-terol LDL (mau) protegendo das doenças cardiovasculares; regulariza os níveis de açúcar no sangue.Mais do que um afrodisíaco, o Ginseng é um tónico sexual estimulando as glândulas, aumentando a produção de hormonas e melhorando a vitalidade e o desempenho, quer nos homens quer nas mulheres, inclusive durante a menopausa. É muito usado na disfunção erétil, frigidez e ain-da na infertilidade já que tem atividade estrogénica e aumenta o número e a mobilidade dos espermatozoides.

COMO CONSUMIR• Em decocção: 1 a 2 gramas de raiz por chávena de água, ferver uns minutos e coar. Tomar 1 ou 2 chávenas por dia.• Na forma de ampolas, gotas, xarope ou cápsulas de acordo com a dosagem indicada.• Como forma de tratamento convém tomá-lo durante 2 ou 3 meses no máximo, seguindo-se uma pausa de 1 ou 2 meses antes de iniciar um novo ciclo. O seu efeito pode demorar 2 ou 3 semanas a fazer-se sentir. É mais eficaz tomado a longo prazo e em doses mais pequenas.

PRECAUÇÕESNão deve ser tomado durante a gravidez e lactação. Doses excessivas ou trata-mentos prolongados podem provocar nervosismo, insónia e hipertensão. Não deve ser associado ao Café, Chá ou a outros estimulantes. Não associar a me-dicamentos ansiolíticos, antidepressivos IMAO ou antiagregantes plaquetários. Em caso de dúvida, consulte o seu médico.

O chefe da representa- ção da Comissão Europeia para Hong Kong e Macau, Vin-

cent Piket, disse hoje que a União Europeia (UE) vai aprofundar a cooperação ambiental com o Go-verno e empresas de Macau este ano. “Estamos muito interessados em trabalhar na área do ambien-te, em promover a cooperação ambiental, que é uma prioridade recente também para o Governo de Macau”, disse Vincent Piket, à margem de uma conferência na Universidade de Macau.

No cargo desde Setembro, o novo chefe da representação da Comissão Europeia para as duas regiões administrativas especiais chinesas destacou a experiência ambiental como uma mais-valia para o trabalho a desenvolver com Macau. “Na Europa, temos muita experi-ência em políticas ambientais e em tornar a nossa economia mais verde e sustentável, atra-vés das energias renováveis e da aposta no crescimento eco-nómico livre de emissões de carbono, e essa é uma área onde estamos muito interessados em trabalhar com o Governo e com o sector empresarial”, sublinhou.

Vincent Piket salientou também “a relação bastante especial entre a UE e Macau”,

graças ao Acordo de Comércio e Cooperação bilateral assinado há 20 anos. “O acordo funciona bem e tem levado a muitas acti-vidades que vão ao encontro dos interesses de ambas as partes, na economia ou no ambiente”, salientou.

Entre os exemplos do que descreveu como uma “relação harmoniosa”, Vincent Piket destacou os intercâmbios aca-démicos, a cooperação “bastan-te dinâmica na área do direito”, e a mais-valia do programa de troca de informações de negócios que, na sua opinião, ajudou a trazer novas empresas da Europa para Macau. “O nosso programa académico, que é gerido por um consórcio liderado pela Universidade de Macau, tem como objectivo colocar a União Europeia no mapa desta região. E esperamos que novas parcerias, não só académicas, sejam formadas entre organizações de Macau e da Europa, nas diferentes áreas de cooperação, como o ambiente, o direito e outras. É nisso que vamos trabalhar este ano”, resumiu.

O chefe da representação da Comissão Europeia para Hong Kong e Macau salien-tou ainda a importância do aprofundamento das relações para a recuperação europeia.

“A Europa está agora a sair da crise, o que significa que precisamos de reforçar a nossa relação com as áreas do mundo onde há um grande dinamismo económico, e isso acontece definitivamente na Ásia, e em particular na China, incluindo Macau e Hong Kong. Esse é um dos meus objectivos para este ano”, disse.

Instado a comentar a saída de duas empresas europeias - a Portugal Telecom e a britânica Cable & Wireless Communications (C&W) - do negócio da Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM), em consequência da compra das suas participações pela chinesa CITIC Telecom, Vincent Phiket optou por fazer um comentário geral por “não conhecer esse investimento em particular”. “A economia chinesa está a crescer muito rapidamente. Em segundo lugar, o centro de gravidade do mundo económico está a mover-se gradualmente do ocidente para o oriente, e isso é uma tendência natural”, disse.

Não obstante, sublinhou: “De certeza que os investidores vão continuar a olhar para as áreas do global onde há mais dinamismo e, definitivamente, Macau está muito bem posi-cionado nesse aspecto”. - Lusa

UE quer reforçar cooperação com Macau

Negócio algemado ao ambiente

13segunda-feira 21.1.2013 www.hojemacau.com.mo vida

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Diana do MarAgência Lusa

O bandolim é o mais fiel companheiro Luís Pinto, 22 anos, deixou tudo para trás há seis meses e deci-

diu viajar “à boleia” pelo mundo. A aventura ainda vai a meio. “Deixei todas as moedinhas em casa, com o meu bandolim, com a minha mochila, saí a pé, parti à aventura [e] comecei a apanhar boleia. Levei merenda para os primeiros dias, mas toquei na rua para conseguir começar a ganhar dinheiro”, descreve o estudante de engenharia mecânica da Universi-dade do Porto, à agência Lusa em Macau, onde chegou há uns dias.

Desde que saiu de Portugal, em Julho, Luís Pinto atravessou as fronteiras da Europa e entrou na Ásia, numa ampla rota que conta já com uma dezena de países e de territórios. A aventura tem o fim previsto para Setembro, com o re-gresso a Portugal, mas antes ainda há outras paragens para explorar. “Parti primeiro pelo sul da Europa, entrei na Ásia na Turquia, fiz o Irão e o Paquistão, desci para o Dubai, Omã, depois voei para o Sri Lanka, Índia, Nepal e agora Hong Kong e Macau”, conta Luís Pinto.

“Estava um pouco desconcentra-do no meu curso, então decidi que precisava de quebrar a minha rotina e explorar algo mais por mim próprio”, explica o aspirante a engenheiro.

Sem dinheiro, Luís Pinto tra-balha nos locais por onde passa, angariando verbas com a música que toca e vivendo da boa vontade e generosidade daqueles que com ele se vão cruzando: “A música deu-me confiança para acreditar que conseguia desenrascar-me sozinho”. “Ganho sempre dinheiro no país anterior para conseguir arranjar o visto e a forma de subsis-tência no país seguinte e assim irá continuar enquanto estou em Ma-cau para poder ir para a Tailândia até chegar à Austrália”, partilhou.

Morreu o investigador Stephen Reckert,especialista em literatura portuguesaO catedrático de Literatura Stephen Reckert, 89 anos, faleceu quinta-feira, em Lisboa, informou sexta-feira o Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Reckert foi um investigador da literatura portuguesa e espanhola, tendo dedicado especial atenção ao período medieval e a autores como os portugueses Gil Vicente e Cesário Verde. Em 1980, participou na criação do Gabinete de Estudos de Simbologia da Universidade Nova de Lisboa. Stephen Reckert foi recentemente homenageado pela Academia das Ciências, através do lançamento do livro Por s’entender bem a letra - Homenagem a Stephen Reckert, publicado pela Imprensa Nacional - Casa da Moeda. Natural do Estado norte-americano de Indiana, Stephen Reckert estudou na Universidade de Yale e na de Cambridge, e pós-graduou-se no Trinity College.

Jovem português é protagonista de uma aventura que já leva meio ano

“À boleia” pelo mundoTudo tem seguido ao ritmo das

oportunidades: “Nunca paguei para dormir, mas também nunca fui dormir de barriga vazia”. Ficou um mês sem “único cêntimo no bolso”, mas estava com “o grupo de amigos certo”, que lhe oferecia dormida e comida, pois houve alturas em que não foi possível arranjar trabalho. “No Sri Lanka

estive um mês preso na ilha porque não conseguia arranjar dinheiro para voar nem para a Índia”, já que era a época das monções e não havia turistas e, portanto, “não havia negócio”.

A SORTE OU O AZARA diversidade dos países, povos e culturas que conheceu é tanta como

as histórias que deles extraiu. Tan-to que planeia contá-las “de uma forma muito característica” em livro, a publicar à chegada. Ainda não tem editora, estando “aberto” às possibilidades. “Existem tantos episódios”, sublinha Luís Pinto, apontando que se foi apercebendo de que “tudo tem um sentido, uma razão de ser”.

Quando estava em Valência, por exemplo, a procurar apanhar boleia para norte, rumo a França, nem um único carro parou em oito horas. Sentia-se “frustrado” e, como se não bastasse, um po-lícia disse-lhe que não poderia ali permanecer. Voltou para o centro da cidade, mas não desistiu. Re-gressou, levantou o braço e ergueu o dedo e um carro parou imedia-tamente. “Entrei, tinham latas de cerveja - valeu a pena. Era malta jovem e, por acaso, iam para um concerto e tinham um bilhete de

borla. Acabei aquela noite a ver Guns N’ Roses”, conta.

Em Bombaim, a sorte também esteve do seu lado. “Uma produ-tora de Bollywood interessou-se pela minha história e decidiu patrocinar-me com a uma viagem para eu gravar vídeos (…). Foi-me oferecida uma câmara e gravo uma vez por semana um vídeo que é publicado na minha página no Youtube, que se chama ‘Life Travel World’”.

“Intitulo-me como ‘Life Tra-veller’, não me interesso tanto pelos locais que visito, mas pelas vidas que vivo”, explica.

Luís Pinto confessa ter os seus “sonhos e planos”, mas não se importa de seguir “um caminho diferente”. “O meu objectivo é, em Setembro, chegar a Portugal. Que caminho tomo? Isso vai ser ditado pela boa disposição dos outros e pela minha força de vontade”, diz.

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15culturasegunda-feira 21.1.2013 www.hojemacau.com.mo

José C. [email protected]

DEPOIS de ter passado por Guimarães, integrado no programa da capital da cultura, o último filme

de Ivo Ferreira, “Na Escama do Dragão” viaja agora até à Holanda. Pela primeira vez, o festival de Ro-terdão dedica uma secção especial da sua programação a uma Capital Europeia da Cultura e vai ser assim com Guimarães, de 23 de Janeiro a 3 de Fevereiro.

Rocking Cradle, assim se chama o programa especial na

Holanda, que para além de “Na Escama do Dragão”, de Ivo Fer-reira, mostra ainda “Luís”, de João Lopes, “Cachéu”, filme de Filipa César e, “Birds”, de Gabriel Abrantes.

Em “Na Escama do Dragão”, Ivo Ferreira acompanha uma jor-nalista e um operador de câmara ao sul da China, abordando os naufrágios de D. Fuas Roupinho e o de uma embarcação chinesa, ambos no mesmo período (século XII).

Rodado o ano passado em Macau e protagonizado por Mar-garida Vila-Nova e Siun Chong,

o filme que contou com o apoio do Instituto Cultural Macau – Indústrias Criativas, Fundação Oriente e Fundação Macau, vai estar representado em Roterdão pelo realizador que assistirá à sua projecção no primeiro dia do festival no dia 24 de Janeiro. “Macau não constava sequer no ‘application form’, entre todos os territórios do mundo, incluindo Hong Kong. Mas vai passar a estar no mapa,” disse Ivo Ferreira ao Hoje Macau. “Na Escama do Dragão” terá uma segunda exibição no festival no dia 30 de Janeiro.

A recuperação do director do Ballet Bolshoi será longa mas,

ao contrário do que se temia, Sergei Filin não corre o risco de perder a visão. Enquanto a polícia mosco-vita dirige as investigações desde o interior do teatro, funcionários e bailarinos reagem chocados ao ataque. A mãe do director afirma saber quem é o responsável.

Foi um Sergei Filin de rosto coberto de ligaduras que recordou na sua cama de hospital o ataque de que foi alvo na noite de quinta-

-feira, quando regressava a casa, em Moscovo. “Vi alguém com um capuz. Vi a sua mão e assustei--me. Pensei que iria disparar sobre mim”, contou à Ren TV na sexta--feira, citado pelo jornal britânico The Guardian. Como sabemos, o atacante não disparou. Atirou ácido à cara do director do Ballett Bolshoi e fugiu. “Isto está ligado ao meu trabalho. Alguém não gosta que eu esteja a dirigir com sucesso o Bolshoi”, disse.

O incidente, desfecho de um

crescendo, intensificado nas últi-mas semanas, de ameaças telefóni-cas e intimidações (pneus furados, ameaças aos filhos, divulgação de mails privados), iniciado quando Sergei Filin, 42 anos, antigo bai-larino principal do Bolshoi, foi nomeado em 2011 seu director, está a ser investigado pela polícia moscovita desde o interior do próprio teatro, adiantou no sábado ao canal televisivo Rossia 24 o director-geral do teatro, Anatoli Iksanov, citado pela AFP.

O Albergue SCM apresenta a partir da próxima quarta-feira,

dia 23, a exposição de escultura “ Debaixo Destas Asas Me Acon-chego”, de Maria Leal da Costa.

As esculturas que Maria Leal da Costa agora expõe em Macau são chapas e pontas que rasgam as águas e os céus juntando-os nos mesmos sulcos, riscando com as escumas os caneiros dos peixes e das aves, fazendo sua a corredura dos ventos, seduzindo as tágides para as marés se inclinarem de feição, que os olhos, as mãos e os sonhos dos navegantes perse-guem, amarejados pelo desejo da fusão do sal e do mel na quimera do outro lado, as margens do infinito, diz o comunicado de imprensa da organização.

Ang Lee admite realizar Cleopatracom Angelina Jolie como protagonistaO realizador Ang Lee admitiu no sábado que “provavelmente” irá aceitar dirigir nova versão do filme Cleópatra depois da actriz Angelina Jolie lhe ter pedido para se juntar ao projecto. Com 11 nomeações para os Óscares com o seu mais recente filme, a Vida de Pi, Ang Lee disse que primeiro vai ler o argumento sobre a vida da rainha egípcia antes de tomar uma decisão. Porém, o realizador referiu já ser um projecto “muito atractivo”. “Sony (o estúdio) pediu-me para filmar o filme e Angelina Jolie escreveu-me a manifestar o desejo de eu colaborar. Nós admiramo-nos e o projecto é muito atractivo”, afirmou o realizador aos jornalistas, em Taipei, a sua terra natal. A viver em Nova Iorque, Lee foi o primeiro asiático a vencer o Óscar para melhor realizador, em 2007, com o filme sobre uma relação homossexual, “Brokeback Mountain”.

Jovem português é protagonista de uma aventura que já leva meio ano

“À boleia” pelo mundo

Macau no Festival de Roterdão pela mão de Ivo Ferreira

“Na Escama do Dragão”

Director do Ballet Bolshoi atacado por questões profissionais

Investigação internaEsculturas de Maria Leal da Costano Albergue a partir de quarta-feira

A pedracomo palavra

Maria Leal da Costa nasceu em 1964 e estudou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, tendo posteriormente trabalhado com o pintor e escultor José de Guimarães. As suas primeiras esculturas com carácter figurativo, foram inspi-radas nas esculturas romenas de Brancusi. O seu trabalho tem sido exibido em vários países, com os EUA, China, Espanha, Bélgica ou Lituânia, entre outros.

Nas palavras da artista “A pedra voa, flutua, corre, fala...é como as palavras!”

A mostra vai estar no Alber-gue até 24 de Março, e pode ser vista todos os dias, excepto às segundas-feiras, entre as 12 e as 20h, excepto às segundas-feiras, das 15:00 e as 20:00 horas. - J.C.M.

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RESULTADOS

CLASSIFICAÇÃO

segunda-feira 21.1.2013desporto16 www.hojemacau.com.mo

Marco [email protected]

A Casa do Sport Lisboa e Benfica de Macau somou no sábado o seu segundo triunfo consecutivo na

edição de 2013 da Liga de Elite, num desafio em que a estratégia de contenção do Grupo Desportivo da Polícia de Segurança Pública só não deu frutos porque Bruno Martinho conseguiu desbravar a senda da baliza de Leong Chon Kit aos 24 minutos.

Frente às águias do território, o onze das forças de segurança voltou a fazer a apologia de que a defesa é o melhor ataque. Com uma única incursão ao último reduto adversário, os homens da PSP procuraram desde o primeiro minuto bloquear o acesso da linha ofensiva encarnada à baliza à guarda de Leong Chon Kit mas não conseguiram, ainda assim, evitar que o experiente guardião tivesse uma tarde atarefada.

Uma semana depois de se ter estreado com dois golos na principal prova do desporto-rei de Macau, o dianteiro Jardel voltou a mostrar boas indicações na frente de ataque do Benfica e foram dele as primeiras grandes oportunidades de perigo do desafio. À passagem do primeiro quarto de hora do encontro, quase colocou a formação encarnada na liderança do marcador. O antigo avançado do Alcochetense cabe-ceou sem oposição no coração da área adversária, falhando por pouco o enquadramento com a área da Polícia.

Com um ataque muito dinâmi-co, o Benfica voltou a visar o último

II Divisão Equipas lusófonas naufragamSe a epopeia do Sport Lisboa e Benfica na Liga de Elite segue de vento em popa, a sorte das equipas de matriz portuguesa que disputam o Campeonato da II Divisão não podia ser mais distinta. Casa de Portugal e Sporting Clube de Macau entraram na nova temporada com o pé esquerdo e inciaram ambas a árdua caminhada por um lugar na Liga de Elite com uma derrota pela margem mínima. Os leões do território foram os primeiros a entrar em campo ao início da noite de sexta-feira, num desafio muito equilibrado frente ao Lai Chi. O Sporting Clube de Macau não conseguiu evitar um golo madrugador do adversário e apesar de ter estado por várias ocasiões perto do golo do empate acabou por não conseguir evitar o triunfo do onze de matriz chinesa. A Casa de Portugal repetiu a performance dos leões ao início da tarde de domingo, perdendo pela margem mínima frente ao Hong Ngai, equipa que disputou na última temporada a Liga de Elite.

Liga de Elite Favoritos vencem e repartem liderança

Benfica passa teste policial

reduto adversário por várias ocasi-ões antes de conseguir, finalmente, romper a muralha de contenção adversária. O único golo do desafio nasce de um cruzamento tenso do lado esquerdo do ataque encarnado a que Pio Júnior responde com um bom cabeceamento. Atento, Leong Chon Kit ainda consegue travar o remate do camisola 19 do Benfica mas nada pode fazer para impedir a recarga de Bruno Martinho, outro dos reforços das águias do território para a nova temporada.

Muito activo na frente de ata-que, Pio Júnior vê Leong Chon Kit negar-lhe de novo o golo minutos depois, na resposta a um remate forte, desferido de fora da área do Grupo Desportivo da Polícia de Segurança Pública. Logo após, é novamente a vez de Jardel mostrar credenciais. O avançado recebeu a bola no lado esquerdo do ataque do Benfica, tirou um adversário do caminho e rematou forte para uma defesa à queima-roupa do guarda--redes das forças de segurança.

A partida seguiu para intervalo com o Macau e Benfica na lideran-ça merecida do placard. A segunda metade não trouxe novidades de relevo, com a equipa orientada por Bruno Álvares a continuar a visar o último reduto adversário e o Grupo Desportivo da Polícia de Segurança Pública a fazer muito pouco para contrariar o maior ascendente da formação de matriz portuguesa. A perder, o onze das forças de segurança terminou o desafio reduzido a dez unidades, depois de Leong Lap San ter visto o segundo cartão amarelo já em período de descontos.

MONTE CARLO GOLEIA KUAN TAIVolvidas que estão duas jornadas, o equílibrio continua a ser a nota do-minante na recta inicial da principal

prova do futebol do território com os principais candidatos ao título a não deixarem créditos por mãos alheias. Depois de ter entrado na nova temporada com uma tímida vitória pela margem mínima, o Monte Carlo goleu sem apelo nem agravo o Kuan Tai por cinco bolas a uma. Os vice-campeões do território viram ainda assim o adversário inaugurar o marcador. Aos 28 minutos, Kuong Ka Weng recuperou uma bola junto à linha final e serviu Yang Xi Chang para o primeiro golo da partida.

O golo do empate do Monte Carlo surgiu já na segunda parte, aos 51 minutos, com Choi Chan In a marcar, numa jogada em que o guarda-redes Ieong Fong Meng poderia ter feito bem melhor. O guarda-redes do Kuan Tai voltou a ficar mal na fotografia no lance que valeu ao Monte Carlo o segundo golo, ao permitir o remate vitorioso de Chao Wai Fong. O jovem extremo da formação orientada por Tam Iao San foi a grande figura da partida, ao apontar aos 63 minutos o terceiro

Kuan Tai 1 – 5 Monte Carlo

Chao Pak Kei 0 – 5 Ka I

Kei Lun 1 – 4 Lam Ieng

Benfica 1 – 0 Polícia

Sub-23 0 – 4 Lam Pak

golo do desafio, num remate cruzado desferido de fora da área do Kuan Tai. Os novos reforços dos vice--campeões do território também quiseram mostrar trabalho e a oito minutos do fim o brasileiro Fran-cisco Rafael inscreveu o nome nos anais da partida ao apontar o quarto golo do Monte Carlo num remate de meia distância. O derradeiro golo do desafio teve a assinatura de outro brasileiro, Paulo César, e surgiu já em período de descontos.

NIKI TORRÃO DE LUXOO Windsor Arch Ka I respondeu à ousadia dos vice-campeões do

EQUIPA J V E D GM-GS PONTOS

Ka I 2 2 0 0 7-0 6

Benfica 2 2 0 0 6-0 6

Lam Pak 2 2 0 0 5-0 6

Monte Carlo 2 2 0 0 6-1 6

Lam Ieng 2 1 0 1 4-6 3

Polícia 2 0 1 1 1-2 1

Chao Pak Kei 2 0 1 1 1-6 1

Kei Lun 2 0 0 2 1-5 0

Kuan Tai 2 0 0 2 1-6 0

Sub-23 2 0 0 2 0-6 0

território com uma vitória escla-recedora sobre o neoprimodivi-sionário Chao Pak Kei. A grande figura da partida foi o avançado Nicholas Torrão, autor de qua-tro dos cinco golos com que os campeões da RAEM brindaram o adversário. O internacional do território inaugurou o marcador aos dezoito minutos e duplicou a vantagem do grupo de traba-lho orientado por Joseclér onze minutos depois. O terceiro tento do desafio surge já na segunda metade do encontro, antes do cabo-verdeano Alison Brito se estrear a marcar com a camisola do Ka I aos 70 minutos. Quatro minutos depois, Nicholas Torrão coroou uma tarde em cheio ao apontar o quinto e último golo do desafio, confirmando a se-gunda vitória dos campeões do território no Campeonato.

Em ronda de goleadas, o Lam Pak também cumpriu. A forma-ção orientada por Chan Man Kin venceu a Selecção de Sub-23 da Associação de Futebol de Macau por sólidas quatro bolas a zero. O onze azul e branco saltou para a frente do marcador aos catorze minutos, numa iniciativa concluída por Sio Ka Un. Hou Man Hou dilatou a vantagem do Lam Pak em cima do intervalo e confirmou o maior ascendente do conjunto azul e branco aos 71 minutos, antes de William Gomes rematar a goleada, com o seu segundo golo na edição de 2013 da Liga de Elite. Em destaque na segunda ronda do principal campeonato do fute-bol de Macau esteve também o Lam Ieng, ao vingar a goleada sofrida às mãos do Benfica na ronda inaugural da competição. No sábado, o clube satélite do Lam Pak derrotou o Kei Lun por quatro bolas a uma.

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SALA 1THE IMPOSSIBLE [C]Um filme de: Issara Nadee, Patchanon Thumjira, Kirati NakintanonCom: Apinya Sakuljaroensuk, Peter Knight, Ray Macdonald14.30, 16.30, 21:30

LES MISÉRABLES [B]Um filme de: Tom HooperCom: Hugh Jackman, Anne Hathaway, Russel Crowe, Amanda Seyfried, Eddie Redmayne, Aaron Tveit, Samantha Barks,Helena

segunda-feira 21.1.2013 17www.hojemacau.com.mo futilidades

[Tele]visão

Sudoku [ ] Cruzadas

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h RTPi14:45 RTPi Directo17:30 Liga Sagres: Porto – Paços de Ferreira (Repetição)18:30 Contraponto (Repetição)19:30 Resistirei20:30 Telejornal21:00 TDM Desporto22:10 Escrito nas Estrelas23:00 TDM News23:30 História Essencial de Portugal00:00 Telejornal - Repetição00:30 RTPi Directo

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Só Energia15:00 Layout 15:30 Ingrediente Secreto16:00 Bom Dia Portugal17:00 Decisão Final17:45 Vingança18:30 Portugal Selvagem19:00 Trio D’Ataque20:00 Jornal Da Tarde 21:15 O Preço Certo22:15 Portugal no Coração

30 - ESPN13:00 (Delay) Peru-Argentina-Chile Dakar Rally 201314:00 Southern Classic 2012 9-Ball16:00 World of Gymnastics 201316:30 Peru-Argentina-Chile Dakar Rally 2013 - Highlights17:30 Big Ten Conference Basketball 2012/13 Indiana vs. Northwestern19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 201320:00 Peru-Argentina-Chile Dakar Rally 2013 - Highlights21:00 Bwf Copenhagen Masters 2012 - Highlights 22:00 Sportscenter Asia 2013 22:30 AFF Suzuki Cup 2012 Semifinal, Leg 1 Malaysia vs. Thailand

31 - STAR Sports08:00 (LIVE) Australian Open 2013 Men’s / Women’s 4th Round14:30 Sabah Masters15:30 International Motorsport News 201316:30 (LIVE) Australian Open 2013 Men’s / Women’s 4th Round20:00 The Verdict20:30 Ultimate Football21:30 (LIVE) Score Tonight 201322:00 Motorsports@petronas 201222:30 (Delay) Australian Open 2013 Day #8 Highlights23:30 Score Tonight 2013

40 - FOX Movies11:20 Water For Elephants13:20 World Without End (Part 3 Of 4)15:00 Julie & Julia17:05 Gulliver’S Travels18:35 Hook21:00 Covenant, The22:40 Glee: The Concert Movie00:05 Shark Night

41 - HBO12:00 Footloose14:00 Johnny English Reborn15:50 Kicking And Screaming17:30 Vanilla Sky19:40 Bad Boys Ii22:00 Boss23:00 Strike Back00:30 Boardwalk Empire

42 - Cinemax12:40 The Reunion14:15 Falling Down16:00 The Silencers17:45 Superman/Batman: Public Enemies19:00 Vanishing On 7Th Street20:30 D.C. Sniper22:00 Dracula23:50 Interview With The Vampire

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SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Fruto do abacateiro. Nome de mulher. 2-O m. q. balar. Diz-se da batalha entre navios. 3-Folhas de certas palmeiras em que se escrevia. Prurido. 4-Botequim. Balsa da lagarada. 5-Indivíduo de grande valor e notoriedade. Unguento preparado com a parte mucilaginosa da raiz de alteia. 6-Discurso laudatório. Nome de homem. 7-Inclinado (o navio). Deus-Sol, no antigo Egipto. 8-Isola como em ilha (Fig.). Transita. 9-Causara a morte. Contemplam. 10-Suprimi, anulei. Insígnia eclesiástica que os bispos, arcebispos e cardeais poem na cabeça. 11-Multidão. Caçar com o furão.

VERTICAIS: 1-Superfície côncava. Oceano. 2-Projécteis. Contrariedade, ravia (Interj.). 3-Que serve de asa. Lentura. 4-Partícula empregada nos nomes geográficos, e que significa para cá ou aquém. Relativo ao dorso. 5-Postura. Emissão de urinas azuladas. 6-Para (Red.). Anda! 7-Enganada (Fig.). Serra do Algarve. 8-Vento do Sul, suão. Dirigir-se para cá. 9-Adverti. Proibição, recusa. 10-Flutuai. Puxara com o rodo. 11-Para o lado de onde sopra o vento (Náut.). Prender com açaime.

HORIZONTAIS: 1-ABACATE. ANA. 2-BALIR. NAVAL. 3-OLAS. PRUIDO. 4-BAR. CROSSA. 5-AS. DIALTEIA. 6-D. LOA. ARI. Ç. 7-ADERNADO. RA. 8-INSULA. VAI. 9-MATARA. VEEM. 10-ABOLI. MITRA. 11-ROR. AFUROAR.

VERTICAIS: 1-ABOBADA. MAR. 2-BALAS. DIABO. 3-ALAR. LENTOR. 4-CIS. DORSAL. 5-AR. CIANURIA. 6-T. PRA. ALA. F. 7-ENROLADA. MU. 8-AUSTRO. VIR. 9-AVISEI. VETO. 10-NADAI. RAERA. 11-ALO. AÇAIMAR.

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

Aqui há gatoDISPUTAENTRE QUATROA Liga de Elite começou este mês sem grandes surpresas. As quatro equipas do costume são aquelas que lideram a tabela classificativa. Ao contrário do que sucedeu no ano passado, nem o Kuan Tai está intrometido nos lugares cimeiros. O quinto classificado, o Lam Ieng, já está a três pontos dos primeiros – o que pode parecer pouco, mas não é – os três últimos classificados, ainda com zero pontos, estão a seis.Na verdade, o título de campeão vai decidir-se em pequenos pormenores e nos jogos entre as equipas candidatas. Ka I, Benfica, Lam Pak e Monte Carlo, irão esgrimir entre si quem é que tem mais pedalada para, no fim, erguer o caneco.Até ao fecho das inscrições qualquer clube pode contratar mais um craque para fazer a diferença. Os mais “pobres” podem tentá-lo mas os mais ricos, à excepção de Lam Pak e Ka I que têm os seus planteis fechados, ainda podem contratar mais um ou dois jogadores.Ao Benfica pode faltar muito pouco. Tem boa defesa, bom meio-campo, bom ataque. Possivelmente a entrar, podia ser um médio com características de avançado, um misto das duas posições. Pelo contrário, ao Monte Carlo pode faltar mais um avançado com poder de fogo, um matador, e também um defesa-central de indiscutível qualidade como era Márcio Luiz o ano passado.Vamos aguardar como irá correr o campeonato. Este ano espera-se mais espectáculo. Há jogadores com currículo. Com provas dadas. Continua a haver Filipe Duarte, o melhor defesa-central do território. Há a novidade Valença, que passou pelo Corinthians. Há o regresso de William, jogador de grande qualidade. Há Jorge Tavares, médio/avançado que chegou a jogar no Belenenses. Mas também há surpresas. Jardel, jogador que passou pelo Barreirense, Alcochetense, entre outros, está demonstrar ser bom de bola. Rafael Medeiros, no Monte Carlo, também me parece ser bom jogador. Vamos ver o que nos mostram as próximas jornadas.

CASA DE BONECAS • Jemima PipeBem-vindo à Alameda das Acácias n.º 51, a casa da família Castro. Porque é que no século XIX se costumava tomar banho apenas uma vez por semana? Que objecto era feito com cerdas de porco? Porque demorava três horas a limpar uma sala de estar? Descobre como era viver nesta época, entrando nesta encantadora casa. Depois abre as janelas para aprenderes tudo sobre os utensílios que se usavam neste tempo, desvendares o mistério da família e encontrares tesouros perdidos!

NOITE SOBRE AS ÁGUAS • Ken FollettEm 1939, com a guerra a acabar de ser declarada, um grupo de pessoas privilegiadas embarca no mais luxuoso avião de sempre, o Pan American Clipper, com destino a Nova Iorque: um aristocrata britânico, um cientista alemão, um assassino e a sua escolta, uma jovem em fuga do marido e um ladrão encantador, mas sem escrúpulos. Durante trinta horas, não há escapatória possível desse palácio voador. Sobre o Atlântico, a tensão vai crescendo até finalmente explodir num clímax dramático e perigoso. Pu Yi

LES MISERÁBLES

Bonham Carter, Sacha Baron Cohen18.45SALA 2THE GRAND MASTER [B](FALADO EM CANTONÊS E MANDARIM LEGENDADO EM CHINÊS)Um filme de: Kar Wai WongCom: Tony Leung Chiu Wai, Ziyi Zhang, Chen Chang14.30, 16.45, 19:15, 21:30SALA 3THE LAST STAND [C]Um filme de: Kim Jee-WoonCom: Arnold Schwarzenegger, Zach Gilford, Forest Whitaker14.15, 16.05, 19:50, 21:45

THE IMPOSSIBLE [C]Um filme de: Issara Nadee, Patchanon Thumjira, Kirati NakintanonCom: Apinya Sakuljaroensuk, Peter Knight, Ray Macdonald17.55

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A imprensa da semana passada relata que o Governo enviou para Pequim o rela-tório sobre o Património que, seguidamente, deverá ser enviado para a UNESCO. É esse o procedimento normal deste e doutros relatórios que são regularmente enviados para instituições internacionais. Mas o pior é que os documentos preparados pela RAEM começam a ser uma dor de cabeça para os ho-mens da capital que, certamente, esperariam outros conteúdos, nas mais diversas áreas.

Muito em breve será a vez da violência doméstica, uma questão que vai embaraçar a RAEM nos fóruns internacionais. Mas para já trata-se de outro caso, de algo que poderia constituir um prato forte na relação com Pe-quim, na medida em que não parece difícil de confeccionar. Afinal, Macau detém todos os ingredientes necessários para fazer boa figura, incluindo o que muitos países onde também existem monumentos ou conjuntos de monu-mentos classificados não têm: dinheiro.

Contudo, quando chega o momento de preparar esta refeição, o Governo parece estar, basicamente, de mãos atadas e na sua cozinha as facas são rombas. Com efeito, tudo indica que Chui Sai On e os seus pares não sabem como hão-de expulsar da cozinha as ambições dos barões locais (e não só) quando chega o momento de cozinhar uma lei que proteja o Património e desenvolva a sua relação com a população.

Assim, o relatório que seguiu para Pequim vai coxo, na medida em que a referida lei não foi aprovada e (pior ainda) acredita-se que quando o for não terá uma eficácia mínima, na medida em que pouco protegerá o Património histórico e cultural de tão preocupada há-de estar com o património privado dos ditos barões.

Tratando-se de um assunto com uma dimensão que ultrapassa a própria RAEM e que terá uma projecção óbvia nas gerações futuras, seria bom que Pequim pressionasse o nosso Governo no sentido de ser aprovada uma lei que não apenas protegesse o Património mas, sobretudo, criasse condições para uma outra relação da cidade e dos cidadãos com esse mesmo Património.

Talvez aqui por Macau ainda não se tenha percebido que se trata de uma oportunidade singular para promover algo que Pequim anda há vários anos a clamar, ou seja: a diversificação económica. Já que o Secre-tário Francis Tam confessa não vislumbrar como fazer a maldita coisa, seria bom que se aproveitasse esta riqueza para estimular o que o Governo admite não ser capaz de fazer.

De facto, basta passear por cidades que também são património da Humanidade para

compreender como esse facto pode estimular a economia e constituir um meio alternativo de criação de empregos e de diversificação das actividades económicas. De facto, a História e a Cultura são também meios de gerar riqueza e emprego, sobretudo através de actividades com elas relacionadas, em oposição ao que se desenrola dentro e à volta dos casinos.

O jogo, aliás, tem que ser visto, como aconteceu em Singapura, por exemplo, como um meio de potenciar culturalmente uma cidade e atribuir aos seus cidadãos mais espaços culturais, desportivos, etc.. Mas este facto continua a parecer estar longe das vistas de quem por aqui detém as rédeas do poder. E não me refiro unicamente ao Governo.

Se depender só de Macau e dos seus mandarins o Património bem poderá ter os seus dias contados. Ainda que os prédios se mantenham de pé, o facto é que ficarão submergidos pela febre de construção e as áreas mais interessantes da cidade tenderão a definhar e morrer. Ou, então, a ser invadidas, como a Rua da Palha por aquela insanidade de carne seca e bolos de amêndoa.

Num momento em que Pequim aprecia o relatório de Macau sobre o assunto, seria bom que do norte chegasse um vento de bom senso e esta questão fosse também entendida como um meio real de diversificar esta economia, afinal o desiderato que o Governo Central in-sistentemente tem apontado. Se tudo depender exclusivamente de “Macau e das suas gentes”, teme-se mesmo o pior e o património local terá um futuro negro pela frente.

KIM GANG NAMpor antónio conceição júnior

Num momento em que Pequim aprecia o relatório de Macau sobre o assunto, seria bom que do norte chegasse um vento de bom senso e esta questão fosse também entendida como um meio real de diversificar esta economia, afinal o desiderato que o Governo Central insistentemente tem apontado. Se tudo depender exclusivamente de “Macau e das suas gentes”, teme-se mesmo o pior e o património local terá um futuro negro pela frente.

Património e diversificação económica

segunda-feira 21.1.2013opinião18

edi tor ia lCarlos Morais José

www.hojemacau.com.mo

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19opiniãosegunda-feira 21.1.2013 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; David Chan; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Leocardo; Maria Alberta Meireles; Mica Costa-grande; Paul Chan Wai Chi; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

A semana passada abordámos a questão dos nomes dos escritó-rios de advogados em Macau. Assinalámos que a tradução chinesa de “solicitor” “律師” e “barrister” “大律師” indica dois

tipos de advogados em Macau, embora sejam ambos advogados. Esta matéria é provavelmente regulada pela Associação dos Advogados de Macau que determina as regras de conduta dos profissionais do sector. Hoje vamos continuar a abordar este tema.

Os problemas anteriormente mencio-nados existem em relação aos nomes dos escritórios de advogados, o que não acontece no website da Associação dos Advogados de Macau. Neste website, a tradução chinesa de “Advogado” é “solicitor” “律師”, e não “barrister” “大律師”. A tradução para chinês de “solicitor” “律師”e “barrister” “大律師” indica à população de Macau dois tipos de advogados. O último i.e. “barrister” “大律師” parece estar acima de “律師” porque o caractere chinês “大”, significa “superior”.

Será o carácter “大” um problema? A res-posta é sim. Em Hong Kong, “barrister” “大律師” e “solicitor” “律師”, têm significados muito diferentes. Enquanto “barrister” pode representar clientes em todos os tribunais, “solicitor” apenas pode representar clientes no “District Court” e no “Magistrate Court”. Só em casos excepcionais é que o “solicitor” pode representar clientes noutros tribunais. Para além disto, enquanto o “solicitor” pode exercer todo o tipo de tarefas legais, o “barrister” apenas pode litigar pelos clientes. Mais, se um “barrister” cometer um erro durante a defesa de um cliente, não pode ser processado. Esta “imunidade” deve-se ao facto de que se um cliente intentar uma acção contra um “barrister”, o melhor que tem a fazer é pedir um novo julgamento. Se

macau v is to de hong kongDavid Chan*

*Professor Associadono Instituto Politécnico de Macau

Reunificação de Macau 2013Segunda tema – Prática privada de advogados e a Associação dos Advogados de Macau (continuação)

todos os clientes usarem este expediente e pedirem novos julgamentos os casos podem nunca chegar ao fim. Uma vez que a lin-guagem para comunicar entre Hong Kong e Macau é o chinês, e visto que a maioria das pessoas não tem formação legal, os “barris-ter” “大律師” e “solicitor” “律師” podem confundir a população. A actual legislação de Macau é bilingue. Deveríamos implementar algumas regras para evitar os problemas de comunicação. Em Hong Kong as regras que regulam o sector profissional dos advogados Hong Kong, estão à disposição do público em legislação secundária. Parte desses regu-lamentos diz respeito aos nomes das firmas. Os termos “barrister” “大律師” e “solicitor” “律師” não são permutáveis.

ADVOGADOS ESTRANGEIROSAté ao momento não tenho conhecimento de qualquer restrição que impeça os advogados portugueses de abraçar a prática legal em Ma-cau. Esta política levanta, pelo menos, duas questões. Primeiro, será que os advogados portugueses receberam a formação adequada em relação à Lei Básica de Macau? Será que os advogados portugueses receberam a formação adequada em relação às várias legislações específicas de Macau? Se assim não for, como pode a população de Macau confiar nos advogados portugueses?

Em Hong Kong, a “Law Society of Hong Kong” já estabeleceu critérios para “advoga-dos estrangeiros”. Permite uma prática legal limitada, mesmo que os “ solicitors” venham do direito comum. Para além disto, há já muito tempo que a “Law Society of Hong Kong” estabeleceu os “Exames de advogados estrangeiros.” Os advogados têm actualmente de fazer este exame se quiserem exercer de forma completa em Hong Kong, mesmo que venham do direito comum de Inglaterra. Sem

N

este tipo de sistema, as fontes de advogados em Macau são apenas as universidades de Macau e de Portugal, o que faz com que o contacto do território com o exterior seja bastante limitado. Se um caso envolver um elemento estrangeiro pode tornar-se bastante complicado. Esta práti-ca representa também um problema quando se tem de lidar com alguns acordos internacionais, como arbitragem, entre Macau e outras regiões ou países nos campos civil ou comercial.

Alguém pode argumentar que existem acordos de arbitragem assinados por Hong Kong e Macau no dia 7 de Janeiro de 2013, e eu penso que isto é apenas um caso ex-

cepcional, porque tanto Macau como Hong Kong são regiões administrativas especiais da China. O desejo de estabelecer mecanis-mos para resolver as disputas entre as duas regiões, com jurisdições completamente di-ferentes, não é apenas dos cidadãos dos dois territórios mas também do governo chinês.

Em segundo lugar a “política de não restri-ção” faz com que não haja limites para a impor-tação de advogados portugueses. Os advogados portugueses vêm para Macau imbuídos das normas, do espírito e dos valores de Portugal, o que tem como consequência a contínua im-plementação desses valores e leis em Macau. Será que isto é positivo para o sistema legal de Macau e será que a a Lei Básica proporciona isto a todos os cidadãos do território?

Como referi anteriormente em Hong Kong existem exames para advogados es-trangeiros, os quais se quiserem exercer, têm de passar nestes exames para obter a licença de Hong Kong. Para se prepararem para os exames, os advogados estrangeiros, não estudam apenas as leis do território, mas re-cebem também os padrões, espírito e valores das leis Hong Kong. Depois de adquirirem a licença para exercer estes valores ganham vida pela prática diária destes advogados.

Desta forma Hong Kong cria o seu pró-prio sistema legal que acompanha as tendên-cias mundiais. Enquanto o sistema legal de Macau for basicamente influenciado pelos advogados portugueses as suas alterações continuarão a ser um reflexo das normas, do espírito e dos valores das leis de Portugal.

Na próximo semana, continuaremos a abordar a questão dos advogados estrangei-ros e a formação legal em Macau.

Desta forma Hong Kong cria o seu próprio sistema legal que acompanha as tendências mundiais. Enquanto o sistema legal de Macau for basicamente influenciado pelos advogados portugueses as suas alterações continuarão a ser um reflexo das normas, do espírito e dos valores das leis de Portugal

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segunda-feira 21.1.2013www.hojemacau.com.mo

Rita Marques [email protected]

VINTE anos a pedalar em provas oficiais. Sete títulos na Volta à França entre 1999 e

2005, mesmo depois de um cancro vencido. Lance Armstrong, com 41 anos, era um ídolo do ciclismo para muitos mas não mais do que puro mito. “Era uma história perfeita, mítica. E não era ver-dadeira”, disse numa entrevista à apresentadora Oprah Winfrey na última sexta-feira, onde pela primeira vez se confessou cul-pado nas acusações sobre uso de ‘doping’ nas competições.

As acusações somavam-se há dez anos, às quais sempre reagiu como inocente, mas a investigação levada a cabo pela USADA, a agência anti-dopagem dos Estados Unidos da América, não deixava margens para dúvidas no seu relatório final revelando que o ciclista tinha levado a cabo “o mais sofisticado, profissional

Lance Armstrong confessou uso de doping

Pernas (in)vencíveise bem-sucedido programa de ‘doping’ da história do desporto”. Em entrevista a Oprah, reconhe-ceu ter usado EPO - uma droga que simula o efeito da Testoste-rona no organismo -, transfusões sanguíneas e testosterona para melhorar a sua performance.

Em Agosto passado, foram--lhe retirados os títulos. Lance Armstrong desistiu à época de lutar em tribunal (com recursos contra a agência) contra a incri-minação de que era alvo o que o fez perder os títulos ganhos na mais importante prova de ciclismo mundial. Por essa razão, foi também banido permanen-temente da modalidade e de quaisquer competições oficiais - tais como triatlo e corridas, nos quais também competia com regularidade.

Armstrong disse ainda assim ao canal televisivo americano Oprah Winfrey Network (OWN) não concordar com a severidade do castigo imposto. “Eu mereço ser castigado, mas não tenho a

certeza se mereço a pena de mor-te”, afirmou na segunda parte da entrevista na passada sexta-feira. Armstrong disse ainda que gosta-va que fosse repensada a sentença mas mostrou-se resignado, sem esperanças de que tal venha a suceder. “Eu adoraria ter a opor-tunidade de voltar a competir mas não é por isso que estou a fazer isto”, revela Armstrong na altura da confissão. “Se me pergunta se quero voltar à competição, a resposta é: ‘Claro que sim, eu sou competitivo’ É o que tenho feito durante toda a minha vida. Quero competir, quero treinar.”

Depois de provas dadas pela USADA sobre a sua falta de “fair-play”, as rescisões de con-tratos publicitários somaram-se. “A Nike ligou e disse que eles estavam fora. Depois os telefo-nemas começaram a chegar”, descreve Armstrong, citado pela BBC, revelando que em dois dias perdeu cerca de 75 milhões de dólares (56 milhões de euros) em patrocínios, valor que jamais deverá recuperar.

Em Novembro do ano passa-do, o ex-ciclista viu-se obrigado a demitir-se da qualidade de pre-sidente da Fundação Livestrong, que criou para ajudar na luta contra o cancro, momento que referiu como dos “mais humilhantes” da sua vida. Recorde-se que em 1996, aos 25 anos, foi-lhe diagnosticado um cancro no testículo, que deu por vencido depois de iniciar o tratamento com quimioterapia. Depois desta luta mediatizada, Ar-mstrong anunciou o seu regresso à estrada a duas rodas, ganhando no período subsequente, entre 1999 e 2005, sagrou-se campeão em sete provas da Volta à França.

Temporal causou o caos em PortugalO último balanço da Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC) dá conta das consequências do mau tempo que se fez sentir desde a noite de sexta-feira. Um homem morreu devido a ferimentos numa queda devido à força do vento, em Abrantes. Em todo o País, 21 pessoas sofreram ferimentos, incluindo seis bombeiros durante o serviço operacional. Os casos mais graves ocorreram em Sintra, onde duas pessoas ficaram feridas com gravidade devido à queda de uma árvore. Pelo menos quarenta e seis pessoas ficaram temporariamente desalojadas na sequência dos danos em habitações. Estradas cortadas, queda de árvores e estragos em viaturas foram consequência das rajadas de vento superiores, em alguns casos, a mais de 120 km/hora. Cerca de oito mil pedidos de ajuda chegaram à ANPC até às 20 horas de sábado, com os distritos mais afectados a serem Leiria, Coimbra, Santarém, Lisboa, Setúbal e Porto.

Homem invade palco e aponta arma a políticoAhmed Dogan, líder histórico do partido da minoria turca da Bulgária, foi este sábado alvo de uma aparente tentativa de assassinato. Um homem armado subiu ao palco onde o político discursava e, perante toda a assistência, apontou-lhe uma arma à cabeça. O homem não conseguiu disparar e foi rapidamente imobilizado. O político travou o homem antes que este tivesse tempo de disparar, e depressa um grupo de pessoas se precipitou para o palco, deitando-o ao chão e agredindo-o com murros e pontapés. As câmaras de televisão filmaram tudo. O incidente teve lugar durante o congresso do Movimento para os Direitos e Liberdades, quando Ahmed Dogan discursava para a audiência de delegados do partido. O atacante foi detido pela polícia e levado para o hospital. Permanece por explicar como passou pelo controlo de segurança e chegou ao palco do evento onde se encontravam quase três mil pessoas. O homem foi identificado como Oktai Enimehmedov, um búlgaro de etnia turca de 25 anos, natural da cidade de Burgas. Além da pistola a gás, levava consigo também duas facas. As armas deste tipo são geralmente usadas para defesa individual, mas especialistas afirmam que pode causar ferimentos fatais se for disparada de muito perto. O congresso destinava-se a oficializar a demissão de Dogan da liderança do partido e a nomear um sucessor. O político de 58 anos - um dos mais influentes políticos dos Balcãs - tem estado na direcção desde o dia em que o partido foi fundado, em 1990

car toon DREAMLINERS EM TERRApor Steff

Reféns executados no assalto final do exércitoOs terroristas que tomaram um campo de exploração de gás de assalto em In Amenas mataram sete reféns no assalto do exército argelino que terminou com o impasse. Dezasseis reféns foram resgatados mas antes dos islamitas serem abatidos executaram sete reféns estrangeiros. Durante os quatro dias que durou o sequestro 55 pessoas morreram. 23 reféns foram mortos, a que acrescem os 32 terroristas, mortos pelo exército argelino. O presidente francês François Hollande elogiou a acção do exército, destacando que não se negoceia com terroristas. Recorde-se que entre as reivindicações dos sequestradores estava a retirada das tropas francesas do Mali, onde estão a ajudar o exército maliano a combater os grupos armados que controlam o norte do país.

Adelaide Ferreira indiciada em caso de abortoA cantora Adelaide Ferreira foi indiciada num caso de aborto no Brasil, que envolve, alegadamente, uma filha menor da cantora, de 15 anos. O caso foi publicado no jornal de Mato Grosso A Gazeta, e divulgado este domingo por Correio da Manhã e Jornal de Notícias. De acordo com A Gazeta, Adelaide Ferreira “foi indiciada pela Polícia Civil de Mato Grosso por ter ajudado a filha, uma adolescente de 15 anos que morava em Cuiabá, a praticar um aborto”, com recurso a um medicamento comprado através da Internet. Algo correu mal e o caso foi descoberto quando a rapariga deu entrada num hospital local com uma hemorragia. Além de Adelaide Ferreira, foram indicados a adolescente, o namorado da jovem, Jean Carlo, de 21 anos, e a mãe do rapaz, Graziela de Lima. O remédio, especifica o jornal brasileiro, foi comprado, via Internet, de um site sediado na Holanda e enviado da Índia e terá custado 50 dólares. O aborto, continua a peça, foi descoberto no dia 4 de Janeiro, quando a mãe do namorado levou a jovem ao Hospital Universitário Júlio Müller. Aí, a adolescente contou que tinha tomado quatro comprimidos de um abortivo e que havia expelido o feto em casa da sogra.