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I ANNO DOMINGO, 28 DE JULHO DE 1901 iV.u SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERARIO E AGRÍCOLA Assignatura ij Anno, 1S000 réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. i- Na cobrança pelo correio, accresce o premio do vale. ^ Avulso, no dia da publicação, 20 réis, EDITOR — José Augusto Saloio p Pjiblicaçócs h Annuncios— i.a publicação. 40 réis a linha, nas seguintes, ^20 réis. Annuncios na 4.3 pagina, contracto espeiial. auto- Á RUA DE JOSÉ MARIA DOS SANTOS s-^pb03 «st.tuem que. sejam°u não pubfecadôs. * U PROPRIETÁRIO José Augusto Saloio A L D E ÍiA LLK G A e x p e d ie n t e Agradecemos aos nos sos estimáveis leitores a benevolencia com qne o nosso jornal foi rece bido e a procura inespe rada que elle teve, ven do-nos forçados a fazer nova edição. Havemos de fazer to dos os esforços, quanto em nosso alcance caiba, para bem merecer a sym- pathla geral de todos, in troduzindo no nosso se- manario os melhoramen tos possíveis, e a nossa boa vontade, crem o s, que será coroada de bom exíto. Acceitam-se com grati dão quaesquer noticias «ji* sojam *lc Iníeresse (t tuII 1*0. ÍLDEC i ALLEGA no r: d( ive occasião de visitar passado domingo esta >nha e encantadora villa Ribatejo. Vestia ella as suis melhores galas e os seis habitantes estavam em feita. Havia em todos os roitos uma alegria sincera e communicativa, a ale- gi a que mostra a imma- cd ada pureza da conscien- cii. Captivou-me realmen te a bondade singela e lha na daquelles laboriosos commerciantes que tem acima de todas as religiões a religião do trabalho. O trajecto de Lisboa a Aldegallega é realmente piltoresco. O nosso formo so 1ej o apre sentava u m as pecto admiravel, batido por um bello sol de julho que reflectia os seus raios no dorso das vagas. Está-se desenrolando aos meus olhos um soberbo panora ma que tentaria realmente um pintor. A villa é bonita e de mui to commercio. Não ha ali ociosos; todos vão pedir ao trabalho honesto a se renidade do espirito e a paz da consciência Sente-se a gente bem naquelle meio honrado, vè-se envolvido numa atmosphera de deli cioso carinho. Sae-se d’ali com pena de não poder go- sar por mais tempo o con- vivio de tão boa gente. São de uma attrahente delicadeza, de um tracto realmente encantador. O mais rude dos seus habi tantes sabe comprehender os seus deveres de homem e cumpre-os com a mais rigorosa pureza. As commissões que or- ganisaram as festas envida ram os maiores esforços pa ra que ellas tivessem um desusado brilhantismo. E conseguiram-n’o. A força de tenacidade, fizeram mui to, muito mais do que ha via a esperar-se. Um bravo aos illuslres cavalheiros que delias fizeram parte. Tenho a certeza que estas minhas palavras são o íiel pensamento de todo o po vo da villa. Ao proprietário do jor nal 0 Domingo, que por es pecial deferencia me con vidou para a redacção do seu bem elaborado perio- dico, agradeço as provas de estima e consideração que se dignou dar-me e fa ço votos para que a em- preza a que metteu hom- bros seja fertil em bons e prosperos resultados. J oaquim dos A njos . Retirou para Lisboa bas tante incommodado de saú de, o exm.° sr. dr. José An- tonio de Sousa Azevedo, digníssimo Delegado do Procurador Regio, d'esta Comarca. Desejamos-lhe o prom- pto restabelecimento e que em breve retome o seu hon roso logar. Fica fazendo as vezes do exm.°sr. dr. Sousa Azeve do, durante a sua doença, o exm.° sr. dr. Luciano Ta vares Móra, digníssimo De legado substituto d’esta Comarca. Tem estado perigosa- ]mente enferma a exm.1sr.a D. Anna Salgado, e tam bem tem passado 'bastante incommodado seu marido o sr. José Cypriano Sal gado. Fazemos votos pelas ra- pidas melhoras de ambos. Pedimos a todas as re dacções de jornaes e outras publicações, ás quaes re- mettemos o nosso sema- nario, a fineza da troca, bem como uma noticia res pectiva, pois que, de con trario, nos vemos obriga dos a suspender-lhes a re messa. Igualmente sollicitamos das diversas casas editoras, a permutação com algu mas das suas obras. A RKDÁCÇÁO ' Continua, infelizmente, enfermo, o nosso amigo o sr. Sezinando Celestino Pi- mentel. O prompto restabeleci mento é o que lhe deseja mos. Terminaram terça-feira as festas em Aldegallega. Felicitamos as commis sões pelo zelo que mostra ram no cumprimento do programma, que foi rigo rosamente executado. Vamos tentar expôr cm poucas palavras o que fo ram os festejos e as impres sões que nos deixaram. No dia 21, de manhã, realisou-se a procissão de creanças que foram tomar a Sagrada Communhão, pela primeira vez. A seguir missa a grande instrumen tal, na Egreja Matriz, can tada pelo reverendo paro- cho desta freguezia, e ser mão prégado pelo sr. dr. Garcia Diniz que mais uma vez mostrou quanto vale como orador sagrado. Ter minado o sermão começou a commovente cerimonia da Communhão, que sen- sibilisouprofundamente to dos que a ella assistiram, seguindo-se o almoço ás creanças, executando a banda da Guarda Munici pal, durante este acto, va rias peças do seu vasto re- pertorio. A tarde sahiu com gran de pompa da Egreja Ma triz a procissão, acompa nhada por muito povo. A' noute com difficulda- de se transitava pelas ruas e Praça, profusamente il- luminadas. Nos dias 22 e 23, reali- saram-se duas esplendidas touradas que muito nos agradaram, não só pelo va lioso trabalho dos artistas que n’ellas tomaram parte, mas tambem pela qualida de do gado que sahiu muito regular. Durante as tres noutes reinou sempre o maior en- thusiasmo provocado pelos bellos trechos musicaes com que as phylarmonicas i ,r‘ de Dezembro, União Sei- xalense, União Setubalense e Labor e Trabalho; e as bandas de Marinha , Infan tevia 16 e Guavda Muni cipal, nos mimosearam e tambem pelas surprehen- dentes illuminações que aformoseavam os princi- paes logares da villa. Em conclusão. Acredi tamos que as commissões dos festejos, os habitan tes de Aldegallega e os forasteiros que nos visita ram, todos ficaram satisfei tos. Os primeiros, por darem fim á sua missão com geral agrado de todos; os segun dos, por verem a sua terra visitada por tantos illustres hospedes e ouvirem as pa lavras de expontâneo lou vor a respeito das festas; e os terceiros por não darem por mal empregado o seu tempo. Alguns cavalheiros d es ta villa, animados dos mais elevados sentimentos al truístas, organisaram um jantar aos presos, que em outro logar resumidamen te descrevemos. Aos nossos collegas da capital agradecemos as li sonjeiras palavras que lhe^ mereceram as festas do Di vino Espirito Santo em Al degallega. 1 Í I1ESÍIS Uma commissão presidi da pelo exm.1 ’ sr. dr. Dele gado, José Antonio Maria de Sousa Azevedo, e com posta de vários rapazes da hautegomme da nossa bella e laboriosa Aldegallega, of- fereceu na terça feira pas sada, pela hora e. meia da tarde, um jantar aos pre sos da cadeia da comarca. Esta tão sympathica festa teve o concurso das pes soas mais gradas da villa. O jantar, que se compu nha de: sopa de massa, co sido, hortaliça, peixe frito, salada, carne assada com batatas, fruetas, vinhos tin to e branco e arroz dòce, foi amavelmente servido por todos os membros da commissão. A phylarmonica i.° de Dezembro abrilhantou o acto, tocando durante a re feição. As damas, em gran de numero, mais uma vez deram uma nota brilhante a esta festa. Todos os ca valheiros que Aldegallega tem por mais distinctos fo ram honrar a commissão com a sua presença e abri lhantar a solemnidade do mesmo acto. Entre elles esteve o exm.0 sr. dr. João Antonio de Sousa, meretissimo Juiz de Direito de Montemór-No- vo. A festa a todos deixou bem impressionados, sendo para notar a limpeza e ac- ceio que se notaram na ca deia. Um bravo, pois, á commissão. Naproxima terça feira,3o do corrente, terminará o julgamento dos reus Ca lhaus e Ferrões que, são defendidos pelos distinctos advogados drs. Arriaga e Gorjão. RAIVA No dia 25 do corrente mez, ás seis horas da tarde, no becco da Cerca, d’esta villa, foi mordido por um gato raivoso, o menor de quatorze annos de edade, filho de Bernardino Aranha e de Marianna Gertrudes. Seguiu rio dia seguinte para Lisboa, a fim de ser curado. Desejamos um prompto restabele cimento ao infeliz rapai.

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I ANNO DOMINGO, 28 DE JULHO DE 1901 iV.u

S E M A N A R IO N O T IC IO S O , L IT T E R A R IO E A G R ÍC O L A

A ss ig n a tu r a ijAnno, 1S000 réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. i- Na cobrança pelo correio, accresce o premio do vale. ^Avulso, no dia da publicação, 20 réis,

EDITOR— José Augusto Saloio

p P j ib l ic a ç ó c sh Annuncios— i. a publicação. 40 réis a linha, nas seguintes, ^ 2 0 réis. Annuncios na 4.3 pagina, contracto espeiial. auto-

Á RUA DE JOSÉ MARIA DOS SANTOS s-^pb03 «st.tuem que. sejam °u não pubfecadôs. * U PROPRIETÁRIO — José Augusto SaloioA L D E Í i A L L K G A

e x p e d i e n t e

A g ra d ecem o s a o s n o s ­s o s e s t im á v e is l e i t o r e s a b e n e v o le n c ia co m q n e o n o sso jo r n a l fo i r e c e ­b id o e a p r o c u r a in e s p e ­rada q u e e l le te v e , v e n ­d o -n os fo r ç a d o s a fa z e r n o v a e d iç ã o .

H a v e m o s d e fa z e r t o ­d o s o s e s fo r ç o s , q u a n to em n o s s o a lc a n c e ca ib a , para b em m e r e c e r a sym - p a th la g e r a l d e to d o s , in ­tr o d u z in d o n o n o s s o se - m a n a r io o s m e lh o r a m e n ­to s p o s s ív e i s , e a n o s s a boa v o n ta d e , c r e m o s , q u e será co ro a d a d e b o m e x íto .

A c c e ita m -se com g r a t i­d ão q u a e sq u e r n o t ic ia s «ji* sojam *lc Iníeresse (t tu II 1*0.

ÍLDECiALLEGA

nor:d(

ive occasião de visitar passado domingo esta

>nha e encantadora villa Ribatejo. Vestia ella as

suis melhores galas e os seis habitantes estavam em feita. Havia em todos os roitos uma alegria sincera e communicativa, a ale- gi a que mostra a imma- cd ada pureza da conscien- cii. Captivou-me realmen­te a bondade singela e lha­na daquelles laboriosos commerciantes que tem acima de todas as religiões a religião do trabalho.

O trajecto de Lisboa a Aldegallega é realmente piltoresco. O nosso formo­so 1 ej o a p re se n tava u m as­pecto admiravel, batido por um bello sol de julho que reflectia os seus raios no dorso das vagas. Está-se desenrolando aos meus olhos um soberbo panora­ma que tentaria realmente um pintor.

A villa é bonita e de mui­to commercio. Não ha ali ociosos; todos vão pedir ao trabalho honesto a se­renidade do espirito e a paz da consciência Sente-se a gente bem naquelle meio

honrado, vè-se envolvido numa atmosphera de deli­cioso carinho. Sae-se d’ali com pena de não poder go- sar por mais tempo o con- vivio de tão boa gente.

São de uma attrahente delicadeza, de um tracto realmente encantador. O mais rude dos seus habi­tantes sabe comprehender os seus deveres de homem e cumpre-os com a mais rigorosa pureza.

As commissões que or- ganisaram as festas envida­ram os maiores esforços pa­ra que ellas tivessem um desusado brilhantismo. E conseguiram-n’o. A força de tenacidade, fizeram mui­to, muito mais do que ha­via a esperar-se. Um bravo aos illuslres cavalheiros que delias fizeram parte. Tenho a certeza que estas minhas palavras são o íiel pensamento de todo o po­vo da villa.

Ao proprietário do jor­nal 0 Domingo, que por es­pecial deferencia me con­vidou para a redacção do seu bem elaborado perio- dico, agradeço as provas de estima e consideração que se dignou dar-me e fa­ço votos para que a em- preza a que metteu hom- bros seja fertil em bons e prosperos resultados.

J o a q u im d o s A n jo s .

Retirou para Lisboa bas­tante incommodado de saú­de, o exm.° sr. dr. José An- tonio de Sousa Azevedo, digníssimo Delegado do Procurador Regio, d'esta Comarca.

Desejamos-lhe o prom- pto restabelecimento e que em breve retome o seu hon­roso logar.

Fica fazendo as vezes do exm.°sr. dr. Sousa Azeve­do, durante a sua doença, o exm.° sr. dr. Luciano Ta­vares Móra, digníssimo De­legado substituto d’esta Comarca.

Tem estado perigosa- ]mente enferma a exm.1 sr.a

D. Anna Salgado, e tam­bem tem passado 'bastante incommodado seu marido o sr. José Cypriano Sal­gado.

Fazemos votos pelas ra- pidas melhoras de ambos.

Pedimos a todas as re­dacções de jornaes e outras publicações, ás quaes re- mettemos o nosso sema- nario, a fineza da troca, bem como uma noticia res­pectiva, pois que, de con­trario, nos vemos obriga­dos a suspender-lhes a re­messa.

Igualmente sollicitamos das diversas casas editoras, a permutação com algu­mas das suas obras.

A RKDÁCÇÁO

' Continua, infelizmente, enfermo, o nosso amigo o sr. Sezinando Celestino Pi- mentel.

O prompto restabeleci­mento é o que lhe deseja­mos.

Terminaram terça-feira as festas em Aldegallega.

Felicitamos as commis­sões pelo zelo que mostra­ram no cumprimento do programma, que foi rigo­rosamente executado.

Vamos tentar expôr cm poucas palavras o que fo­ram os festejos e as impres­sões que nos deixaram.

No dia 21, de manhã, realisou-se a procissão de creanças que foram tomar a Sagrada Communhão, pela primeira vez. A seguir missa a grande instrumen­tal, na Egreja Matriz, can­tada pelo reverendo paro- cho desta freguezia, e ser­mão prégado pelo sr. dr. Garcia Diniz que mais uma vez mostrou quanto vale como orador sagrado. Ter­minado o sermão começou a commovente cerimonia da Communhão, que sen- sibilisouprofundamente to

dos que a ella assistiram, seguindo-se o almoço ás creanças, executando a banda da Guarda Munici­pal, durante este acto, va­rias peças do seu vasto re- pertorio.

A tarde sahiu com gran­de pompa da Egreja Ma­triz a procissão, acompa­nhada por muito povo.

A' noute com difficulda- de se transitava pelas ruas e Praça, profusamente il- luminadas.

Nos dias 22 e 23, reali- saram-se duas esplendidas touradas que muito nos agradaram, não só pelo va­lioso trabalho dos artistas que n’ellas tomaram parte, mas tambem pela qualida­de do gado que sahiu muito regular.

Durante as tres noutes reinou sempre o maior en- thusiasmo provocado pelos bellos trechos musicaes com que as phylarmonicasi ,r‘ de Dezembro, União Sei- xalense, União Setubalense e Labor e Trabalho; e as bandas de Marinha, Infan­tevia 16 e Guavda Muni­cipal, nos mimosearam e tambem pelas surprehen- dentes illuminações que aformoseavam os princi- paes logares da villa.

Em conclusão. Acredi­tamos que as commissões dos festejos, os habitan­tes de Aldegallega e os forasteiros que nos visita­ram, todos ficaram satisfei­tos.

Os primeiros, por darem fim á sua missão com geral agrado de todos; os segun­dos, por verem a sua terra visitada por tantos illustres hospedes e ouvirem as pa­lavras de expontâneo lou­vor a respeito das festas; e os terceiros por não darem por mal empregado o seu tempo.

Alguns cavalheiros d es­ta villa, animados dos mais elevados sentimentos al­truístas, organisaram um jantar aos presos, que em outro logar resumidamen­te descrevemos.

Aos nossos collegas da capital agradecemos as li­sonjeiras palavras que lhe mereceram as festas do Di­vino Espirito Santo em Al­degallega.

1 Í I 1 E S Í I SUma commissão presidi­

da pelo exm.1’ sr. dr. Dele­gado, José Antonio Maria de Sousa Azevedo, e com­posta de vários rapazes da hautegomme da nossa bella e laboriosa Aldegallega, of- fereceu na terça feira pas­sada, pela hora e. meia da tarde, um jantar aos pre­sos da cadeia da comarca. Esta tão sympathica festa teve o concurso das pes­soas mais gradas da villa.

O jantar, que se compu­nha de: sopa de massa, co­sido, hortaliça, peixe frito, salada, carne assada com batatas, fruetas, vinhos tin­to e branco e arroz dòce, foi amavelmente servido por todos os membros da commissão.

A phylarmonica i.° de Dezembro abrilhantou o acto, tocando durante a re­feição. As damas, em gran­de numero, mais uma vez deram uma nota brilhante a esta festa. Todos os ca­valheiros que Aldegallega tem por mais distinctos fo­ram honrar a commissão com a sua presença e abri­lhantar a solemnidade do mesmo acto.

Entre elles esteve o exm.0 sr. dr. João Antonio de Sousa, meretissimo Juiz de Direito de Montemór-No- vo. A festa a todos deixou bem impressionados, sendo para notar a limpeza e ac- ceio que se notaram na ca­deia. Um bravo, pois, á commissão.

Naproxima terça feira,3o do corrente, terminará o julgamento dos reus Ca­lhaus e Ferrões que, são defendidos pelos distinctos advogados drs. Arriaga e Gorjão.

R A IV A

No dia 25 do corrente mez, ás seis horas da tarde, no becco da Cerca, d’esta villa, foi mordido por um gato raivoso, o menor de quatorze annos de edade, filho de Bernardino Aranha e de Marianna Gertrudes.

Seguiu rio dia seguinte para Lisboa, a fim de ser curado.

Desejamos um prompto restabele­cimento ao infeliz rapai.

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o O D O M I N G O

A n n o le c t iv o d e 1 9 0 0 a 1 9 0 1 . — líx a m e s f e i t o s n o L j c e i i C en tra l d e L isb o a , em J u lh o d e 1 9 0 1 . — A lu in n o s ap- p r o v a d o s .—C u rso tran- s i t o r io . — E x a m e s d e c la s s e .

Latim i.a parte, mathe- mathica 5.° anno e physica 2.a parte — José Maria Mó- ra Júnior.

H xam cs s in g u la r e s

Desenho i.° e 2." anno—■ Antonio L u i\ Nepomuceno

da Silva, José Maria Vas­concellos, José Viegas Ven­tura Junior, Manoel Maria de Vasconcellos.

Francez. — Carlos Au - gusto Leite Nogueira, João Baptista Nunes da Silva.

Geograph ia :— João Ba­ptista Nunes da Silva, José Dias da Silva, José Maria Vasconcellos, José ViegasI enlura Junior, Manoel Maria de Vasconcellos.

Physica i." parte — An­tonio LuÍ7y Nepomuceno da Silva, João Baptista N u­nes da Silva, José Augusto Simões da Cunha, José Dias da Silva c Raul Nepomu­ceno da Silva,

P e r ío d o o r d in á r io

i.® anno. — Portuguez, latim, mathematica, geo- graphia, historia, botanica, zoologia, e desenho. Prova­ram nestas disciplinas a sua frequencia, passando ao 2." anno:

Antonio Raphael Pinto, Domingos Zacharias Avil­te- da Silva Coelho, Eduar­do V ai da Fonseca Costa, Henrique Móra, João Qua­resma da Silva, Manoel Paulino Gomes.

Fizeram exame para se matricularem no Lyceu, no2." anno, ficando'approva- dos:

Antonio Raphael Pinto, bom, distincto; Domingos Zacharias Aville~ da Silva

W d n^eller

Coelho, bom, distincto; Eduardo Va? da Fonseca e Costa, Henrique Móra, muito bom, distincto e lou­vor; Manoel Paulino Go­mes, bom, distincto.

2.° anno. — Portuguez, latim, francez, mathemati­ca, geographia, historia, botanica, zoologia e dese­nho. Provou nestas disci­plinas a sua frequencia, pas­sando ao 3.° anno:

Fernando Pessoa, bom.

Fez exame para se ma­tricular no Lyceu, 3.° anno, sahindo approvado:

Fernando W a n ^el le r Pessoa.

( ‘u r s o c o in n ic r c ia l

Exames feitos na Escola, sendo as respectivas certi­dões passadas na Secreta­ria da Camara.

P ortuguez, ía n n o . — Arthur de Deus A~eda, 14 valores, Domingos Aquino Marques, 14 valores, Hei­tor Conslantino de Carva­lho, i 5 valores, distineção, Joaquim Ferreira de Sousa hniior, \5 valores, distin­eção, Jesus Maria de Ma­cedo, i 3 valores, Antonio Manoel da Silva Leite, 12 valores, Diogo Rodrigues de Mendonça Junior, i 5 valores, distineção, Fran­cisco Antonio Sampaio Ju­nior, i 3 valores, José Jo<7- qmm dos Santos Junior, 12 valores, I.ui" Maria No­gueira, 17 valores, distin­eção.

Francez i,° anno. — A r- l/uir de Deus A~eda, 15 va­lores, distineção. Domingos Aquino Marques, 14 valo­res, Heitor Constanlino de Carvalho, -19 valores, dis­tineção, Joaquim Ferreira de Sousa Junior, 17 valo­res, distineção, Jesus Maria de Macedo, 14 valores, Dio­go Rodrigues de Mendonça Junior, 14. Valores, Fran­cisco Antonio Sampaio Ju­nior, 11 valores, Francisco Bivar d'Almeida IHmenlel, 10 valores, José Joaquim dos Santos Junior, 11 va­lores, Lui~ Maria Noguei­ra, 19 valores, distineção.

Mathematfca 1,° anno. — Arthur de Deus A-eda, 12 valores, Domingos Aquino Marques, 10 valores, Hei­tor Constantino de Carva­lho, 10 valores, Joaquim Ferreira de Sousa Junior,14 valores, Jesus M ar ia de Macedo, 10 valores. Anto­nio Christiano Saloio Ju­nior, 15 valores, distineção, Diogo Rodrigues de Men­donça Junior, 12 valores, José Maria de Vasconcel­los, 11 valores, Lui-M aria Nogueira, 17 valores, dis­tineção, Manoel Maria de Vasconcellos, 10 valores.

C u rso e sp e c ia l

Desenho dornato, figu- ra, paysagem, etc. —Anto­nio Christiano Saloio Jí/- nior, 18 valores, distineção.

Aldegallega do Ribatejo, 27 de julho de 1901.

0 DirectorH a n o e l A e v e s X u n c s de

A lm eid a .

O ju ry que funccionou na Escola Municipal Secun­daria desta villa, foi cons­tituído pelos Ex.m"s Sr.s: Dr. LucianoTavares Móra, pre­sidente, Manoel Neves Nu­nes d’Almeida e Julio Mo­reira de Sà, vogaes.

D o m in g o s T a v a res

Acha-se completamen­te restabelecido da grave enfermidade quj o fizera guardar o leito por alguns dias, o Ex.T Sr. Domingos Tavares, mui digno presi­dente da Camara Munici­pal desta villa.

Os nossos sinceros pa­rabéns.

A in d a o g « to !

No dia immediato ao do rapaz de que nos referimos na i : 1 pagina deste jornal, foi tambem mordido num dedo, pelo mesmo gato, o sr. Augusto Daniel Fernan­des, com officina de carpin­teiro de carros, na rua de José Maria dos Santos de esta villa.

Desejamos-lhe promptas melhoras.

UM SONHOA

Sonhei que em lago formoso, A lu\ da lua brilhante,Ia vogando comtigo N ’wna barquinha elegante.

Emquanto a lua brilhava Das aguas no vasto espelho, E u ia depor meu beijo Sobre 0 teu labio vermelho.

Sorriste . . . depois coraste, No auge da commoção. Traria o vento de longe As notas duma canção.

Quiseste cantar tambem. Ouvindo-te a doce vo~,Do lago as lindas andinas Tinham ciumes de nós.

E ra uma noite formosa,De meigo encanto sem fim . . Se ha noites no paraiso,Só deve havel-as assim.

Que triste desillusão,Na hora do despertar!. . Nos campos da phantasia Quem déra sempre voar!

J o a q u im d o s A n j o s .

A CARIDADE

Cada esmola que retine,Ca/lindo na argêntea salva,Desenvolve, educa e salva,D um abysmo—a perdição.

Que essa virgem milagrosa, ^Esse archanjo vaporoso Que enxuga com véo formoso Os prantos da humanidade.

— Mora nas almas de todos —Filha de Deus verdadeiro,Por patria tem — ò mundo inteiro —P o r nome tem — a caridade!

D. A m k l i a J.vnY

N ’U M L E Q U E

Como o bordão é luz para o ceguinho, Como a luz é bordão para o que pensa. T u és o meu bordão no meu caminho, T u és a minha luz na minha crença.

A . S errano

FOLHETIM

Tradikção de J. DOS ANJOS

A U L T I M A C R U Z A D A1

0 marido não lhe* recusava nada. E ra fraco ao pé d’ella como um na- mo-ado ingénuo de vinte annos. Obe­decia-lhe com ternuras de mulher. l ’unha-se de joelhos, com os olhos .tile is nos cabellos louros do seu ído­lo, e não sentia a lama subir por alie \ agárosamente.

Os fornecedores, cançaJos de pro­messas, já mostravam os dentes. A sr.1 de Taiilemaure foi procurar as pessoas de familia, pedindo-lhes di­nheiro. mas em toda a parle foi mal

'feeebida.

Mas não resolvia a mudar ce vida. Pensou nos numerosos decahidos cjue exploravam o jogo. depois de lá dei­xarem o ultimo dinheiro que tinham.

Não seria essa a taboa de salva­ção? Depois era caminhar para o des­conhecido, p c seguir a sorte que fu­gia. Isso devia attrah l-o. agradar-lhe. Em uma noite de dezembro em que, pi-esentindo a uesnonra p-oxima. as dividas por pagar, desorientado, do­minado por um desespero sombrio que naò podia occultar, o marquez batia machinalmente com os dedos nos vidros de uma jfmella, ella grilou- lhe com voz imperiosa de com.nando;

— Por que não joga. meu caro?Elle obedeceu. Ficou preso a essa

cadeia fatal. Não abandona o club, ganhando, perdendo alternativamen­te, envelhecendo dez annos em dois m zes pelas intermináveis noites de jogatina. Quando ganha,1 tudo vae bem no palácio de Taiilemaure. Mas quando o infeliz entra em casa sem dinheiro, embrutecido, espremido como um limão a que n f os vigoro-1

sas tivessem tirado o succo, a mar- queza c hicoteia o com o seu desprezo altaneiro. Trata o como o ultimo cios miseráveis e expulsa-o do seu quarto com palavras más e brutaes que fé- rem o coração mortalmente. .

— Não vae mal. disse lord Shellev.Ao fundo do salão, a voz cançada e

ro u'a do marquez murmurava ainda, como um versículo de psalmo fúne­bre:

— Façam o seu jogo, meus senho­res.

E o ; oito e os nove seguiam-se; elle perdia sempre.

Parou a final, desanimado, não se atrevendo mais a luetar. D’esta vez o desastre era tão completo, tão irre- paravel. que não foi senhor das suas sensações e com um tremor de todo o corpo, abalado pela colera, rasgou e a machucou as cartas, corno se ti­vesse nos dedos alguma coisa viva.

Ninguém tornou a jogar.Taiilemaure levantou-se. Camba­

leava. O sr. IvrObstein approxiinára- se obsequiosamente, tossindo como

um actor que prepara o elleito de uma scena decisiva.

— Realmente, marquez, disse elle, não é feliz ao jogo, e se me fo ;se per- mittido dar-lho um conselho de ami­go, c re ia .. .

O marquez pareceu não ouvir. Vol­ta, am-lhe as idéas negras, augmenta- das pelo medo de voltar para casa, de se e, contrai- cm frente da espo a, de confessar o que lhe ôccultára, as perdas de uma semana, o inverosímil azar de sete noites consecutivas, e a dcrrocad 1 final que levava tudo,—• o palácio, as ultimas migalhas da he­rança materna, os cavallos e a mobí­lia. E esta perspectiva sombria de desmoronamento, este pesadelo, fa- zia-o ideota, dava-lhe o ultimo golpe ao corpo cheio de fadiga.

Krúbstein sorriu-se. A indifTerença de Taiilemaure não o desnorteou.

Estava habituado a não prégar no deserto. E i -sistiu n u m tom pater­nal, como se se interessasse realmen­te pela sorte do marquez. Falou da Bolsa, das' fórtjri^s rmlagrosas que

a!li se realisavam de um dia para o outro, quando se tinha audada e se seguiam conselhos intelligentes. Em nenhuma épocha — nem mesmo no tempo de Saw — o dinheiro fura tão facil de recolher. Bem tolo seria quem não aproveitasse tão magnifica occa- sião.

Animava-se com esta evocação des­lumbrante de milhões, acordava 1 ail- lemaure. embriagava-o como se lhe désse um vinho falsificado. E depois, certo de obter o que desejava, o ban­queiro expoz as suas vastas conce- rções.

J— Para que serve, atlirmava elle. seguir os hábitos antigos, a rotina commum? Hoje para se alcançar bom resultado é preciso ser bom jogador, talhar na alta.

E desenvolveu a idéa grandiosa do Credito Continental, do novo banco que havia de englobar em breve os capitaes de todos os catholicos e ra­mificar-se através dos dois mundos.

/Contínua;.

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ANN1VERSARI0S

Fez hontem annos o nos­so amigo Durval Monteiro Lopes de Macedo, dignís­simo sollicitador forense e professor de ensino livre n esta terra.

Os nossos sinceros pa­rabéns.

SUPPLICAO abaixo assignado, não

tendo apparecido, nem se descoberto ou paradeiro da corôa e de algumas joias de Nossa Senhora d’Ata- laya, facto succedido em 29 de agosto do anno de 1900 pelas seis horas da manhã, apezar de aífecto ao poder judicial comar­cão, vem humildemente, perante os devotos da mes­ma Senhora, declarar, que está aberta uma subscri- pção para a compra duma nova coròa de prata, e de mais objectos sagrados; e recebe qualquer donativo para esse fim.

Atalaya de Aldegallega do Ribatejo, 26 de julho de19o 1 •

O Capelláo

Padre Manoel Frederico Ri­beiro da Costa.

A G R I C U L T U R 1.U r i^ id liia «la v in h a pnr

in v e r sã o .

Esta póde ser utilisada, quer na substituição de uma cepa morta, quer na con­versão de uma cepa ame­ricana em pé fraco, isto é, 11a emancipação de um sar­mento de vide americana enxertado sòbre cepa eu- ropèa.

Para enxertar esta mer- gulhia faz-se o seguinte: di­rige-se um sarmento de di­mensão e situação conve­nientes para 0 ponto onde se deseje estabelecer o no­vo pé; em seguida verga- se e curva-se uma extremi­dade livre até enterrál-a a urna profundidade de 20 a 25 centímetros em uma co­va previamente adaptada.

Com excepção dos dois olhos maisproximos da ter­ra,'todos os outros, a.con­tar daquelles até ao ponto de origem do sarmento, devem ser cuidadosamente cortados.

No decurso do anno tem logar o enraizamento, e a separação da mãe ou eman­cipação da nova planta pó­de vè ri ficar-se a co ntar do inverno .seguinte, mesmo que o sói o não seja da me­lhor qualidade.

As plantas produzidas por este systema são geral­mente robustas e bem cons­truída-.. e dão frequente­

mente fruetono mesmo an­no da operação.

Em resumo, este proces­so póde ser considerado co­mo superior á mergulhia poralporque ordinário, tan­to sob o ponto de vista da substituição ou repovoa­mento, como sob o da pro- ducção de barbados para permanecerem no logar.

Tem, porém, inconveni­ente de embaraçar os labo­res durante todo o tempo em que a nova planta está ligada á cepa mãe, e trazer um largo dispêndio de sar­mentos.

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I |KMjiicua B e l la e o jo- v e u S e u h o r .

Quando a pequena Bel­la, tão loira e tão linda, nos seus dezeseis annos, che­gou á grande cidade, com a expressão do rosto, as­tuciosa e ingénua ao mes­mo tempo, sob o lenço de seda escarlate do toucado camponez, qual era o seu dono? D’onde vinha? E’ o que lhes não direi porque tambem o ignoro.

Quando a pequena Bella chegou á grande cidade, ficou logo muito admirada por ver tantas casas e tanta gente, e disse comsigo mui­to embaraçada:

— Ora pois, que farei para descobrir entre todas estas moradas, aquellas on­de tenho que fazer?

Pouco depois viu, não longe de si, vestido de oiro e pedrarias— como tinha uma aljava ao hombro de­via ser um caçador real,— que a olhava e lhe sorria de modo que parecia que­rer obse quial-a. Ainda que muito timida:

— Joven Senhor, lhe dis­se ella, diga-me por íávor: é desta cidade?

— Pequena Bella, res­pondeu elle, sou de todas as cidades.

— E nesta em que esta­mos, conhece muita gente?

— Aqui, como em toda a parte, conheço toda a gente.

— Póde ensinar-me a habitação das pessoas ás quaes a minha madrinha, muito boa conselheira e um pouco láda, me reçom- mendou visitasse primeiro?

— Certamente que posso.— Diga-me então, joven

Senhor, onde habita o So­nho ?

O joven Senhor disse:— Em minha casa.— Ah! qne feliz encon­

tro eu tive, exclamou a pe­quena Bella, batendo as pal­mas. E a Esperança?

— Na minha casa.

— A’s mil maravilhas! E a Delicia ?

— Na minha casa.— Cada vez melhor! E

a Felicidade Perfeita?— Na minha casa.— E admiravel!E não cabendo em si de

contente, quiz ir immedia- tamente á habitação do jo­ven Senhor, que devia pos­suir um palacio muito illus- tre, pois que abrigava taes hospedes.

Emquanto caminhava, e menos alegre:

— Ai de mim! disse a pe­quena Bella. Aquelles para quem me guia não são os unicos a quem minha ma­drinha me recommendou que visitasse. Ella falou-me doutros personagens, me­nos amaveis, mas parece que ninguém neste mundo póde dispensar-se de os co­nhecer. Póde tambem en- sinar-me a sua morada?

— Certamente que sim.— Muito bem, joven Se­

nhor. Diga-me, se faz íá­vor, onde móra a Inquieta­ção?

— Na minha casa.— A h! como o acaso me

dirigiu bem! exclamou a pequena Bella, mas d esta vez sem bater palmas. E a Melancolia onde habita?

— Na minha casa.— E a Angustia?— Na minha casa.— E a Raiva?— Na minha casa.

E a irremediável De­solação ?

Considerando então com um ar de surpreza inquieto aquelle que assim fallava:

E extraordinario que vivam em sua casa hospe­des tão diversos! disse a pequena Bella.

Mas o joven Senhor res­pondeu:

Oh! de modo algum, pois eu sou o Amor.

O D O M I N G O

V a n ta g e » s d as m u lh e r e s

Haller pretende que as mulheres pódem supportar melhor a fome do que os homens.

P lutarco diz que são mais difficeis de embriagar.

Huzer, que tèem a vida mais longa.

De la Porte, que enjoam com menor facilidade, e que não perdem o cabello tão cedo.

Agrippa, que se conser­vam mais tempo á super­fície da agua.

Finalmente Plinio asse­vera que são mais respei­tadas pelas feras do que os homens, e que mesmo os raios costumam poupal-as.

seu neto antes de nascer: elle quiz que sua filha, Joan- na de Albret, corresse a França de um a outro pó­lo, durante o tempo da sua gravidez, e tendo chegado ao termo, conduziu-a de Compiégne, onde se aclv,i- va, a dar á luz em Pau no Béarn).

Ex«igiu e obteve delia que durante as dôres do parto cantasse um cantigo béar- nez, de que lhe tinha ensi­nado a musica e a letra; recebeu a creança que aca­bava de nascer, sem cho­rar, levou-a em uma dobra do seu roupão, e exclamou com o enthusiasmo de um propheta:

— A minha abelha pariu um leão.

Elle tinha feito preparar ie antemão um berço pa­ra o recem-nascido,que não tinha nada de commum com estes berços, primores da arte, onde os filhos dos reis acham, ao nascer, um se- ptro para joguete, e rece­bem primeiro as mais risí­veis homenagens: o de Hen­rique 4.11 era a concha de uma enorme tartaruga; e é o unico berço de que se faz mencão na historia.

ANECDOTÂS

I t e s p o s ía s a cer ta d a s

Perguntando-se a um

« e r ç o d e H e u r iq iie IVHenrique de Navarra

principiou a educação de

phylosopho, qual era a me­lhor coisa? a liberdade, res­pondeu elle; a mais agra- davel? o ganho; a mais desconhecida? a fortuna; e a peior? a morte.

Dizia tambem que o ho­mem mais feliz do mundo era o sabio com saude; o mais infeliz, o velho sem di­nheiro ; o mais importuno, o fallador; o mais perigo­so, o medico ignorante ; e o mais digno de compai­xão, o mentiroso, porque ninguém o acredita.

Entre casados:— João, nós temos doze

pessoas para o jantar e pa­rece-me que a comida não chega.

--H a, não te apoquen­tes, eu vou buscar mais um.

— Mais um ? !— Sim, faz treze e depois

tira a vontade aos outros!

Numa loja de barbeiro : — O ’ mestre; porque se­

rá que quando venho cor­tar o cabello vocè me conta sempre historias pavoro­sas ?!

— Muitosimples... Põem- se-lhe os cabellos em pé, e a operação torna-se mais facil.

ANNUNCIOS

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O D O M I N G O

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MERCEARIA

JOSE ANTONIO NUNESig , L A R G O D A E G R E JA , ,g-x

N’este estabelecimento encontra-se á venda pelos preços mais convidativos, um variado e amplo sortimento de genetos pro- prios do seu ramo de commercio, podendo por isso oflerecer as maiores garantias aos seus estimáveis freguezes e ao respei- t ivel publico em geral.

Visite pois o publico esta casa.

D E P O S I T OI D E

VINHOS, V INAGRES E AGUARDENTESE FABRICA. DE LICORES

G R A N D E D E P O S I T O D l A C R E D I T A D A F A B R I C A D EJANSEN & C / — LISBOA

DE

CERVEJAS, GAZOZAS, PIROLITOSVENDIDOS PELO PREÇO DA FABRICA

— LUCAS & C/ --L A R G O D A C A L D E IR A — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO

V in h o sVinho tinto de pasto de i . a, litro

» » » » 2.a, » branco » » i.», »verde, tinto___ » »abafado, branco » »de Collares, tinto » garrafa Carcavellos br.CJ » »de Palm ella.. . . » »do Porto, superior »da M adeira............ »

V in a g r e sVinagre tn to de i.*, litro...........

» » 2.a? » .......branco » i . a,

» 2.a,»

»

C A S A C O M M E R C I A LDE

J U S T I N O S I M Õ E SR U A D A F A B R IC A — Aldegallega

Especialidade em chá, café, rfssucar. mantéigas nacionaes e estrangeires, massai; dôces, semeas, arroz, legumes, azeite, j etroleo, sabão de tod: s as qualidades; artigos ce fanqueiro e retrozeiro, louças, carne de porco, taba cos, etc., etc.

O proprietário d’esta casa vende tudo por preços convidativos, e além d’isso todo o freguez tem direito a uma senha quando crfmpre a importân­cia de 200 réis para cima, e quando juntar 5o senhas terá ‘ d.reito a ,’um brinde bonito e valioso.

J O S l D i ROCHA BARBOSACom ofO cina

D E

CORREEIRO E SELLEIRO 18, RUA DO FORNO, 18

WPOGHAPIfiDE

JOSE’ AUGUSTO SALOIOEncarrega-se de todos os

trabalhos typographicos.R. DE JOSÉ M A R IA DOS SAN TO S

COMPANHIA FABRIL SINGERP o r Soo réis semanaes se adquirem as cele­

bres machinas SINGER para coser.

Pedidos a AURÉLIO JO Ã O DA CRUZ, cobrador da casa *& c .a e concessionário em Portu­gal para a venda das ditas machinas.

Envia catalogos a quem os desejar, 70, rua do Rato. 70 — Alcochete.

L ico r de ginja de i.a, litro..» » ániz » » »» » c anella.r ....................» » rosa...... ...................» » hortelã pimenta

G ranito.....................................Com a garrafa mais 60 réis.

5o rs. 40 » 70 »

100 » i 5o » 160 » 240 » 240 » 400 » 5oo »

60 rs.5o » 80 » 60 »

200 d 180 « 180 » 1S0 » 180 » 280 »

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A g u a r d e n te s................... .litro

c e prova 3o*. »ginja.............. »de -bagaço 20o » i . 3 » » 20J » 2.; » » 18°. »» fig O 2 0 o. »» Evora i8 *.»

K Parati..........« Cabo Verde2 Cognac.......1 »' . . . .

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320 rs. 320 » 240 » 160 i>15o » 140 )>120 » 140 »

700 rs. 600 »

1S200 » iSpoo »

36o »

r “oMo>r-<r -wo

1 CERYEJAS, GAZOZAS E PIROLITOSPosto em casa do corísumidor

' Cerveja de Março, duzia........ 480 rs.720 » 75o » 420 »

Pilcener,' » da pipa. meio barril

. Gazozas, duzia................... ...! Pirolitos, caixa, 24 garrafas. . 36 o

C ap ilé , l i t r o 3 8 0 r é is . co m g arra fa i l íO r é isE M A IS B E B ID A S D E D IF F E R E N T E S Q U A L ID A D E S

V E N D A S A D I N H E I R O PEDIDOS A L U C A S & C,A - ALDEGALLEGA

A N T I G A M E R C E A R I A DO POVODE

D O M I N G O S A N T O N I O S A L O I O;V e s te e s ta b e le c im e n to e n c o n tr a -s e á v e n d a p e lo s p r e ç o s m a is couvi-

d a tiv o s . u m v a r ia d o s o r t im e n to d e g e n e r o s p r o p r io s d o s e u ram o d e com- m e r c io . o íf c r e c e a d o p o r i s s o as m a io r e s garaiEtias aos s e u s e s t im á v e is tre- g u e z e s e ao r e s p e itá v e l p u b lic o .

R X J A D O C A E S — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO

D O P O Y O

A L D E G A L L E G A D O R I B A T E J OGrande estabelecimento de fazendas por preços limitadíssimos, pois que vende

todos os seus artigos pelos preços das principaes casas de Lisboa, e alguns A I N D A M A I S B A R A T O S

Grande collecção d artigos de Retroseiro.Bom sortimento d artigos de F A N Q U E IR O .

Setins pretos e de cor parafórros de fatos para homem, assim como todos os accessorios para os mesmos.

Esta casa abriu uma SECÇÃO E S P E C IA L que muito util é aos habitantesdesta villa, e que ea C Q M P 8A ÉM L IS B O A de todos e quaesquer artigos ainda mesmo os que não são do seu ramo de negocio; garantindo o \êlo na escolha, e o preço porque vendem a retalho as primeiras casas da capital.

B O A C O L L E C Ç Ã O de meias pretas para senhora e piuguinhas para crean­ças de todas as edades.

A CO R PRETA D’ESTE ARTIG O E GARANTIDA A clima Sesta casa é GANHAR POUCO PARA VENDER MUITO.

J O Ã O B E N T O & N I N E S B E C A R V A L H O88, R, DIREITA, 90 - 2, R, DO CONDE, 2