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~~~~----======-=-=-=-=====================AP~OVADO ~.IoEx.mo ISr. Procurador-Gerl', do DF _em ~ Obd~~e peloEX.mo Sr. Governador doDF em 1---1
. 'o,:::::: I,'----- r
·'v "'I!.~,---------PROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERAL
PROCURADORIA ADMINISTRA TIV A
PROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERAL
PARECER N° 466/2012 ~ PROCURADORIA ADMINISTRATIVA - PROCAD
PROCESSO n. 410.003.179/2008
INTERESSADA: POLITEC TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO S/A
ASSUNTO: ALTERAÇÃO DE POLO ATIVOIRECONIlECIMENTO DE DÍVIDA
(EMENTA: LICITAÇÃO E CONTRATO ADMINISTRATIVO.
CONTRATO N. 044/2008-SEPLAN. CELEBRADO COM A EMPRESA
POLITEC TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO S/A. EMPRESA
MENCIONADA NO INQUÉRITO 650ffiF (OPERAÇÃO CAIXA DE
PANDORA). RETOMADA DOS PAGAMENTOS CONTRATUAIS.
NECESSIDADE DE OBSERVÃNCIA DAS DISPOSIÇÕES CONTIDAS NO
DECRETO N. 31.795/2010.
I - Reconhece-se a competência da Secretaria de Estado de Administração
Pública para a gestão do contrato em tela, tendo em vista a segregação das
competências da Secretaria de Estado de Planejamento e Orçamento levada a
efeito pelo Decreto n. 32.716/2011 e pela Lei Distrital n. 4.563/2011.
( 11 - A retomada dos pagamentos de valores contratuais devidos a empresas
mencionadas da denominada "Operação Caixa de Pandora" deve ocorrer, em
regra, somente após ultimados os procedimentos administrativos de que cuidam
os arts. 10 e 20 do Decreto n. 31.795/20 IO. Apenas excepcionalmente, e mediante
justificativa específica do gestor público, é que se admitem pagamentos no curso
das investigações, atendidas as exigências do art. 8° do aludido Decreto. Instrução
processual que não permite concluir pelo enquadramento da hipótese na exceção
apontada.
111 - Aplicáveis, ainda, as orientações desta Casa quanto aos processos de
reconhecimento de dívidas em geral, incluindo a de não se promover o
pagamento na via administrativa quando houver indícios de improbidade
administrativa ou ilícito penal atribuíveis ao particular.
F.Ih. N_. j~01 i~ •• c eese N''llilonàHoJaK
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PROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERALPROCURADORIA ADMINISTRA TIV A
Senhor Procurador-Chefe da Procuradoria Administrativa - PROCAD:
I-RELATÓRIO
cCuida-se de procedimento administrativo proveniente da Secretaria
de Estado de Administração Pública do Distrito Federal, versando sobre o Contrato n.
044/2008, celebrado entre o Distrito Federal e a empresa POLITEC TECNOLOGIA DA
INFORMAÇÃO S/A, cujo objeto é a prestação de serviços especializados de sustentação de
sistema de informação e de administração de banco de dados do Sistema Único de Gestão de
Recursos Humanos - SIGRH.
Os pagamentos contratuais foram suspensos por tempo
indeterminado, haja vista o envolvimento da referida empresa no Inquérito 650IDF
(Operação Caixa de Pandora), em trâmite no Superior Tribunal de Justiça.
(
Com a reestruturação administrativa levada a efeito pela edição do
Decreto n. 32.716, de 10 de janeiro de 2011, houve a segregação de competências entre a
Secretaria de Estado de Planejamento e Orçamento - SEPLAN (contratante originária) e a
Secretaria de Estado de Administração Pública - SEAP, que passou a ser responsável pelo
contrato em tela.
A disponibilização de orçamento próprio da SEAP deu-se por meio
da Lei Distrital n. 4.563, de 25 de abril de 2011, data a partir da qual, no entendimento da
SEPLAN, o acompanhamento da execução contratual deveria ser de competência da SEAP
(vide, neste sentido, fls. 1.56211.563).
A SEAP, por sua vez, assevera que o contrato foi firmado pela
SEPLAN e não teve o polo ativo formalmente alterado, razão pela qual não poderia ser
~ ..
· . _._----
PROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERALPROCURADORIA ADMINISTRATIVA
considerada a gestora do contrato e, como tal, responsabilizada pelo pagamento das faturas
remanescentes, no valor de R$ 223.700,57 e R$ 46.349,62, respectivamente (fls.
1.643/1.645).
Em face dessa controvérsia, a AJUSEAP formula a seguinte consulta
a esta Procuradoria, in verbis:
("1) Tendo em vista que não houve a alteração do polo
Contratante, esta Secretaria de Estado de Administração Pública
será responsável pelo pagamento das faturas n. 002176 e 112177,
nos valores de R$ 22.700,57 e R$ 46.349,62, referentes ao
Contrato n. 044/2008-SEPLANIDF, fls. 1.592 e 1.611?
2) Qual o procedimento para a regularização ou não do
reconhecimento da dívida e o pagamento?"
Distribuídos os autos à ilustre Procuradora do Distrito Federal Dr".
Márcia Carvalho Gazeta, foi exarado despacho solicitando esclarecimentos ao órgão
consulente (fls. 1.654/1.655), os quais foram prestados à fi. 1.658.
Retornam os autos a esta Casa para análise e parecer, tendo sido
distribuídos a este Procurador por meio do despacho de fl 1.660.
É o relatório.
11- FUNDAMENTAÇÃO
Cuida-se de processo administrativo que versa sobre o Contrato
044/2008, celebrado com a empresa POLlTEC TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO S/A,
cujo objeto é a prestação de serviços especializados de sustentação de sistema de informação
, '
PROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERALPROCURADORIA ADMINISTRATIVA
e de administração de banco de dados do Sistema Único de Gestão de Recursos Humanos-
SIGRH.
Duas são as dúvidas jurídicas suscitadas pelo órgão consulente: a)
qual o órgão responsável pela gestão do referido contrato, considerando que, embora a SEAP
tenha absorvido parte das competências da SEPLAN (contratante originário), não houve
ainda a alteração do polo ativo do contrato? b) qual o procedimento para reconhecimento (ou
não) da dívida em favor da aludida empresa?
No que tange ao primeiro ponto, entendo que a competência seja da
Secretaria de Estado de Administração Pública, conforme expressamente previsto no Decreto
n. 32.71612011 e reconhecido pelo próprio órgão consuJente à fl. 1.658. Com a edição da Lei
Distrital n. 4.563120 11, a SEAP passou a dispor de orçamento próprio, atraindo, portanto, a
responsabilidade pela execução do referido contrato.
Aliás, como bem salientado pela ilustre Procuradora do Distrito
Federal Dr". Márcia Carvalho Gazeta às fls. 1.654/1.655, "do que se apreende, o contrato já
vem sendo acompanhado pela Coordenação de Acompanhamento do Cadastro e Folha de
Pagamento, unidade componente da Secretaria de Estado de Administração Pública (cf fls.
( 1.586, 1.588).«
Assim, o fato de não ter havido a formalização da alteração do pala
ativo do contrato não é óbice para que se reconheça a competência do órgão consulente,
notadamente porque, segundo esclarecido à fl. 1.658, tal formalização não se efetivou por
questões meramente burocráticas (iminência de expiração do prazo de vigência do contrato e
carência de pessoal para a adoção daquele procedimento).
Destarte, revela-se incontroversa a competência da SEAP, nos
estritos termos dos arts. 26, 27 e 46, parágrafo único do Decreto n. 32.716/2011 c/c a Lei
Distrital n. 4.563/2011.
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PROCURADORIA ADMINISTRATIVA
F.lh. N '_ , lbli__p"ç" , '" l{j01X!3Jl!lh)~M,j,· lhr~_,Jb,iWO~
**.
No que tange aos procedimentos para pagamento, ou não, da dívida
com a Contratada, o tema é tratado pelo Decreto n. 31.795/2010, que traça os requisitos para
a retomada de pagamentos a empresas investigadas no bojo da Operação Caixa de Pandora.
Confira-se o disposto nos arts. 10 e 2° do Decreto em testilha:
(
Art. l" Os pagamentos indicados no artigo 1 <> do Decreto na 31.355, de 26
de fevereiro de 20JO, continuam suspensos até que se demonstrem as
condições especificadas nos incisos abaixo:
I - a regularidade das contratações e, em especial, dos procedimentos que
as antecederam. sejam de licitação, de dispensa desta ou de
reconhecimento de sua inexigibilidade;
II - que a qualidade e a quantidade das obras, serviços e compras
contratados atendem ao interesse público, e, em especial, que não foram
superdimensionados em relação à necessidade pública de sua
contratação:
111 - que os preços contratados e a serem pagos são compativeis com os
praticados no mercado;
IV - que as obras, serviços e compras foram realmente realizadas,
efetivamente prestados ou verdadeiramente fornecidos em qualidade e
quantidade indicadas nos contratos e atestadas nos documentos de
eventual liquidação.
Parágrafo único: Compete aos Ordenadores de Despesas dos Órgãos e
das Entidades da Administração Direta e Indireta do Distrito Federal, no
âmbito de suas respectivas áreas de atuação, reconhecer os casos de
exceção à suspensão nos termos do artigo 80 deste Decreto.
Art. r As apurações previstas no artigo I" deste Decreto devem ser
realizadas pelos próprios órgãos e entidades contratantes, que, para esse
fim, devem instaurar processo administrativo sumário especifico para
cada contrato administrativo, documentando todos os atos de apuração e,
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PROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERALPROCURADORIA ADMINISTRATIVA
c
caso seja detectada alguma irregularidade, intimando-se o contratado
para, querendo, defender a licitude da contratação, a adequação de seu
objeto, a justeza dos preços ou a regularidade da execução.
Parágrafo único. Para subsidiar as apurações previstas no artigo l° deste
Decreto. os órgãos e as entidades contratantes devem buscar asinformações colhidas pela Polícia Federal, no curso do inquérito autuado
no Superior Tribunal de Justiça sob o nQ 650, e pelo Tribunal de Contas do
Distrito Federal, no curso do procedimento de fiscalização especial
autuado sob o n° 41.100/2009. (com a redação dada pelo Decreto n.()
3I.8Il, de 17 de junho de 2010) - grifos nossos.
As exceções à regra de suspensão dos pagamentos foram
disciplinadas no art. 8° do Decreto n. 31.795/2010, in verbis:
(
Art. 8° Os ordenadores de despesas podem, mediante decisão
fundamentada, autorizar parcialmente. sem prejuízos de futuras
compensações, os pagamentos indicados no artigo r do Decreto n°
31.355, de 26 de fevereiro de 2010 sejam realizados antes de concluídas as
apurações, desde que, cumulativamente:
I - demonstrada a inequívoca necessidade de realização do pagamento
para a continuidade de serviço público relevante e essencial ao bem-estar
da população;
II - não haja decisão do Poder Judiciário ou de Tribunal de Contas
determinando ou recomendando a anulação ou rescisão do contrato, ou a
suspensão de sua execução;
III - seja verificado que as obras, serviços e compras foram realmente
realizadas, efetivamente prestados ou verdadeiramente fornecidas em
qualidade e quantidade indicadas nos contratos e atestadas nos
documentos de eventual liquidação.
Parágrafo único. Os pagamentos realizados nos termos deste artigo devem
ser imediatamente comunicados à Corregedoria-Geral do Distrito Federal
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e ao Tribunal de Contas do Distrito Federal. (com a redação dada pelo
Decreto n. G 31.811, de 17 de junho de 2010)
Como se vê, a retomada dos pagamentos contratuais no curso das
investigações é medida excepcional e está atrelada ao efetivo atendimento dos requisitos
constantes do supratranscrito art. 8°.
(
Situação análoga foi enfrentada no bojo do Parecer n. 939/2010-
PROCAD/PGDF, da lavra do ilustre Procurador Dr. Luciano Araújo de Castro. Por sua total
aplicabilidade ao caso presente, reproduzo o seguinte trecho, verbís:
"2.2 Possibilidade de retomada de pagamento a empresa
cilada no Inquérito STJ 650IDF - Operação Caixa de Pandora
Passa-se ao deslinde da consulta.
Questiona o titular da SEPLAG se procedente o pleito da
empresa CTIS de serem-lhe normalizados os pagamentos pela prestação
dos serviços do Contrato SEPLAG 46/2008.
(.)
(
Portanto, a normalização dos pagamentos pode ler dois
fundamentos: o art. r, que reclama uma apuração completa do contrato,
e o art. 8<>, para a excepcionalíssima situação de não ser possível essa
apuração.
(.)
Em resumo, se o pedido da empresa for apreciado à luz do
art. JO, do Decreto n 31.795/2010, falta instruir os autos com as
demonstrações requeridas por seus incisos 1 e 11,fora a sugestão, em
relação ao inciso lI!, de complementação da pesquisa de mercado com
atas de registro de preços com objetos similares ao do Contrato SEPLAG
». 46/2008.
Por outro lado. se não houver tempo hábil para tindar a
apuracão reclamada pelo art. r. a primeira providência a ser reita pelo
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órgão consulente é consignar nos autos essa circunstância. Na
percepção deste Procurador. a aplicação do art. 8° demanda situação
excepcionalíssima e. por isso mesmo. deve estar ius/i(icada nos aulos. o
que não ocorre na espécie.
Porém, supondo ser hipótese de aplicação do art. 8°, a
documentação acostada parece atender aos requisitos dos incisos II e lI!.
Com efeito, o Executor do Contrato, na manifestação de fls. 21/23, afirma
desconhecer impugnação do contrato e da licitação no Judiciário ou no
TCDF (lI) e a UAGISEPLAG, às fls. 106/109, diz que os serviços foram
efetivamente prestados (III).
Contudo. a despeito da ameaca da empresa. julga-se
necessário que o órgão consulente se pronuncie acerca da inequívocanecessidade de realização do pagamento para a continuidade do serviço
público (I). Primeiro, porque tratativas com a CTIS podem ter
dissuadido-a de paralisar os serviços, mesmo com a manutenção da
suspensão. Depois. porque sequer se sabe se o contrato SEPLAG n.
46/2008 ainda está vigente. Ora. se não estiver. não há que se (alar em
aplicação do art. 8°. que pressupõe risco de paralisação do serviço.
Em arremate, se o pedido da empresa for apreciado à luz do
art. 8° do Decreto n. 31. 795/2010,falta instruir os autos com justificativa
da impossibilidade de aguardar O desfecho da apuração do art 1°e com
a demonstração da inequívoca necessidade de realização do pagamento
para a continuidade do serviço. " - grifas não constam do original.
No caso dos autos, já há manifestações dos executores do
contrato contrárias ao pagamento pretendido (vide fls. 1569/1575 e 1.588), o que, por si
só, já impede a adoção desse procedimento.
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Destarte, vê-se que os pagamentos fundados no art. 8° do Decreto n.
31.795/2010 demandam justificativa específica do órgão consulente, o que, à vista da
instrução processual ora existente, afasta a sua aplicação no caso concreto.
(
Entendo aplicáveis, ademais, as orientações desta Casa relativas a
reconhecimento de dívidas em geral, que pressupõem o cumprimento de diversos requisitos,
incluindo o de não promover ao pagamento na via administrativa quando houver
indícios de ato de improbidade ou ilícito penal atribuível ao particular. Tais requisitos
encontram-se devidamente sistematizados no bojo do Parecer n. 192/2012-
PROCADIPGDF, da lavra do ilustre Procurador do Distrito Federal Dr. Luciano Araújo de
Castro, assim ementado, in verbís:
ooADMINISTRATIVo. - AUSÉNCIA DE Co.BERTURA Co.NTRATUAL E
RECo.NHECIMENTO DE DÍVIDA - Lo.CAÇÃo. DE VEÍCULo.S -
SECRETARIA DE ESTADO. DA CRIANÇA - REQUISITOS PARA
PAGAMENTO.
(
1. A Lei n. 8.666/93, no seu art. 60, parágrafo único, textualmente imputa
nulidade aos contratos verbais celebrados pelo Poder Público,
ressalvadas as pequenas aquisições de pronto pagamento.
2. Excepcionalmente, porém, mesmo não havendo cobertura contratual,
tolera-se a indenização do particular com esteio no princípio da vedação
do enriquecimento sem causa (Código Civil, art. 884) e, ainda, no disposto
no art. 59, parágrafo único, da Lei n.8.666/93.
3, Esta PGDF vinha condicionando o pagamento em casos tais: m à
demonstração de boa-fé do particular,' (U) à anuência do Poder Público
quanto à situação irregular; (Ui) à efetiva comprovação da prestaçdo dos
servicos e sua quantidade; (iv) à avaliação quanto à regularidade do
custo da atividade; (v) à aferição de disponibilidade orcamentária
específica,' (vi) à apuracão de responsabilidade pela irregularidade; (vii)
F.'" N" _~1Q I>,,,,,," 'L' 4JQ.(x)3mlof,.,,';dtl ~ ,li:à..G.\Q'-;'
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à comprovação da compatibilidade com os preços praticados no
mercado.
(
4. Sobreveio, porém, decisão do TCDF, que entendeu pela viabilidade de
pagamento do particular, ainda que de má-fé; nesses casos, porém,
somente pelos custos que teve, excluídos lucros e demais ganhos (Decisão
n. 437/2011). Segundo a Corte de Contas. não poderá alegar boa-fé o
particular que fornece bens, obras ou serviços sem respeitar disposição
legal vigente, em especial o art. 60, parágrafo único, da Lei n. 8,666/93
(Decisão TCDF n. 437/2011, item /1, alínea c).
5. Relativamente à questão da boa-fé do particular. após a Decisão
TCDP n. 43712007, firmou-se o entendimento nesta PROCAD no sentido
de recomendar ao gestor público não efetuar o pagamento, acaso se
depare com conduta que indique ato de improbidade ou ilícito penal
atribuível ao particular. em homenagem ao dever geral de cautela.
6. Fora a questão da boa-fé do particular, os demais requisitos que
vinham sendo arrolados pelos precedentes desta PGDF são totalmente
compatíveis com a Decisão TCOF n. 437/2001 e, por isso, deverão se fazer
presentes em processos de reconhecimento de dívida.
7. No processo de reconhecimento de dívida. deve o gestor seguir. ainda.
a recente disciplina estabelecida pelo Decreto Distrital n. 33.522. de 08
( de fevereiro de 2012." - grifas nossos.
m CONCLUSÃO
Em face do exposto, conclui-se pela competência da Secretaria de
Estado de Administração Pública para a gestão do contrato em tela. No que tange aos
pagamentos contratuais, deve-se seguir rigorosamente o disposto no Decreto n. 31.795/2010
e a orientação desta Casa sobre processos de reconhecimento de dívida, ressaltando-se que, à
CillO
._._---_._.-- ---~._._---===================;-F.", N.. 16tl.0"""'0 N.·4júOO31W/o!i'
! '",,·,,·&Aa t.\.h3&JQ~
PROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERALPROCURADORIA ADMINISTRATIVA
vista da instrução ora existente, revela-se inviável o pagamento antes de ultimadas as
investigações a que alude o supracitado diploma normativo.
(, Procurador do Distrito
11
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o
o
DISTRITO FEDERALPROCURADORIA GERAL DO DISTRlTO FEDERAL
PROCURADORIA ADMINISTRATIVA
Processo n'':Interessada:
410.003.179/2008Secretaria de Estado de Administração Pública do Distrito Federal ePOLITEC TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO S/AReconhecimento de Dívida. Alteração de Polo AtivoAssunto:
Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral,
Cuida-se de consulta proveniente da Secretaria de Estado de Administração
Pública do Distrito Federal, por meio da qual solicita análise e parecer acerca do Órgão
responsável pela gestão do Contrato n° 44/2008 - SEPLANIDF, celebrado com a empresa
POLITEC TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO SI A., cujo objeto é a prestação de serviços
especializados de sustentação de sistema de informação e de administração 'de banco de
dados do Sistema Único de Gestão de Recursos Humanos - SIGRH, bem como o
procedimento para reconhecimento (ou não) da dívida em favor da aludida empresa.
Instado a se manifestar, o 11. Procurador do Distrito, Federal Dr, Rodrigo'. ;o'. '."
Alves Chaves, após minuciosa análise dos autos, concluiu "pela competência da Secretaria
de Estado de Administração Pública para a gestão do contrato em tela. No que tange aos
pagamentos contratuais, deve-se seguir rigorosamente o disposto no Decreto n" 31. 795/2010
e a orientação desta Casa sobre processos de reconhecimento de dívida, ressaltando-se que,
à vista da instrução ora existente, revela-se inviável o pagamento antes de
investigações a que alude o supracitado diploma normativo!'.
ultimadas as
Por concordar com as conclusões alcançadas pelo i. Procurador, submeto à.' " ~, .' "
elevada apreciação de Vossa Excelência o Parecer n" 466/2012-PROCADIPGDF, O qual, " ; '. ',' ", ",'.'
aprovo por seus próprios e jurídicos fundamentos.
À superior consideração. I " "'1' n ',~n ,F.lht N.- , 6 ·r·" _. _
Fernand Z netti Stauber ._,.~ ••.•..~.Pr ur dor-Chefe
Procur do a AdministrativaCR~Tlo\.,",,"
DISTRITO FEDERALPROCURADORIA-GERAL
GABINETE DO PROCURADOR-GERAL~~
GDFPROCESSO N°:INTERESSADO:ASSUNTO:
410.003.179/2008Politec Tecnologia da Informação S/APagamento de Fatura.
APROVO O PARECER N° 0466/2012
PROCAD/PGDF, de lavra do ilustre Procurador do Distrito Federal
RODRIGO ALVES CHAVES, bem como a cota de fI. 1672, subscrita
pelo eminente Procurador-Chefe da Procuradoria Administrativa -
PROCAD, FERNANDO ZANETTI STAUBER.
Ressalto que a autoridade administrativa deverá zelar
pela correta condução do processo administrativo submetido a exame,
sendo de sua inteira responsabilidade a observância às normas legais
de regência e às recomendações constantes do opinativo.
Considerando ainda o teor do pronunciamento desta
Procuradoria, recomenda-se que, após a implementação das
observações apontadas, haja manifestação da respectiva Assessoria
Jurídico-Legislativa, em despacho no qual deva versar, exclusivamente,
sobre o atendimento, ou não, da manifestação desta Casa, ressalvando-
se, em todo caso, a possibilidade de nova manifestação do órgão central
do Sistema Jurídico do Distrito Federal, caso subsista dúvida jurídica
especifica. \ ~\ .
LX_AAN
"Brasflla - Patrimônio Cultural da Humanidade"
Restituam-se os autos à Secretaria de Estado de
Administração Pública do Distrito Federal para conhecimento e adoção
das providências pertinentes,
Em _( b /.s /2012,
\j\ \ '\',-. -, ,'-- ~. -r=", ~.
LEANDROZANNO POLINARIO DE ALENCARProcurador-Geral junto do Distrito Federal
2"Brasllia ~ Patrimônio Cultural da Humanidade"