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DANAISE LOPES SOARES RAQUEL APARECIDA FREITAS MANCILHA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS NO DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS Monografia de Conclusão do CEAI - Curso de Especialização em Administração Industrial da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo São Paulo 2008 1º Quadrimestre

IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE …‡ÃO DE UM SISTEMA DE... · 4 ANÁLISE CRÍTICA DOS PROCESSOS DO PROJETO.....63 4.1 Planejamento do Projeto ... PMBOK ® Guide-

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DANAISE LOPES SOARES

RAQUEL APARECIDA FREITAS MANCILHA

IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE

GERENCIAMENTO DE PROJETOS NO

DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS

FARMACÊUTICOS

Monografia de Conclusão do CEAI - Curso de

Especialização em Administração Industrial da Escola

Politécnica da Universidade de São Paulo

São Paulo

2008

1º Quadrimestre

DANAISE LOPES SOARES

RAQUEL APARECIDA FREITAS MANCILHA

IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE

GERENCIAMENTO DE PROJETOS NO

DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS

FARMACÊUTICOS

Monografia de Conclusão do CEAI - Curso de

Especialização em Administração Industrial da Escola

Politécnica da Universidade de São Paulo

Área de Concentração: Planejamento e Desenvolvimento

de Produtos

Orientador: Prof. Dr. Mauro Zilbovicius

São Paulo

2008

1º Quadrimestre

ii

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por nos guiar sempre e iluminar os nossos pensamentos e

caminhos.

Ao nosso orientador Prof. Dr. Mauro Zilbovicius pelo incentivo e ajuda na organização

das idéias.

Agradecemos também aos demais professores da Fundação Vanzolini que contribuíram

de alguma forma para a realização deste trabalho. Gostaríamos de agradecer de uma forma

carinhosa ao Professor Omar Madureira que nos mostrou como podemos exercer nossa

profissão de uma forma aperfeiçoada e estruturada.

Aos colegas de classe pela amizade, troca de informações e materiais durante todo o

curso.

Aos que contribuíram diretamente e indiretamente para a realização deste trabalho. E,

finalmente pela oportunidade que tivemos em adquirir e compartilhar experiências com

pessoas de diversas áreas, tornando-nos melhores como pessoas e profissionais.

iii

RESUMO

Este trabalho visa estudar o sistema de gerenciamento de projetos aplicado ao

desenvolvimento de produtos em uma indústria farmacêutica.

Diante dos problemas em atingir as metas de lançamento e crescimento da empresa

Femina Industrial Ltda., e utilizando o desenvolvimento do produto Libmax®, que apresentou

falhas no processo de desenvolvimento por falta de gerenciamento, foi realizado um estudo

teórico de como gerenciar um projeto e a partir deste estudo, fez-se um comparativo com a

realidade vivenciada nas atividades exercidas pelo Departamento de Pesquisa e

Desenvolvimento de produtos. Desta forma, foi possível realizar uma análise crítica da

situação e propor melhorias aplicáveis à realidade da empresa..

Foram utilizadas ferramentas que auxiliam as etapas que compõe um projeto e também

foi proposta a implantação de um software consagrado, o MS-Project, para controlar as fases

e vincular organizadamente as complexas atividades do gerenciamento de projetos.

Por fim, esse trabalho irá propor mudanças estruturais e sistemática na forma de

conduzir um projeto nesta empresa.

iv

SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. vii

LISTA DE TABELAS ........................................................................................................... viii

LISTA DE SIGLAS .................................................................................................................. x

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................11

1.1 A Empresa ...............................................................................................................11

1.2 Missão......................................................................................................................13

1.3 Visão........................................................................................................................13

1.4 Ousadia ....................................................................................................................13

1.5 Simplicidade ............................................................................................................13

1.6 Excelência................................................................................................................14

1.7 Responsabilidade .....................................................................................................14

1.8 Posicionamento da Empresa / Faturamento.............................................................14

1.9 Produtos ...................................................................................................................14

1.10 Apresentação do Problema ......................................................................................15

1.11 Objetivo do Trabalho...............................................................................................16

1.12 Relevância do Tema ................................................................................................16

1.13 Estrutura do Trabalho ..............................................................................................16

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................................18

2.1 Evolução do Gerenciamento de Projetos.................................................................18

2.2 Gerenciamento de projetos ......................................................................................19

2.3 Definindo Projeto ....................................................................................................21

2.4 O PMI® - PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE..............................................23

2.5 O MS-Project™ - MicroSoft-Project.......................................................................28

3 AS FASES DO PROJETO .................................................................................................31

3.1 Planejamento do Projeto..........................................................................................31

3.1.1 Como deve ser o planejamento de um projeto .................................................31

3.1.2 Como foi realizado o planejamento do projeto Libmax...................................31

3.2 Estudo da Viabilidade..............................................................................................36

3.2.1 Como deve ser o estudo de viabilidade de um projeto .....................................36

3.2.2 Como foi realizado o estudo de viabilidade do projeto Libmax.......................37

3.3 Projeto Básico..........................................................................................................37

3.3.1 Como deve ser o projeto básico de um projeto ................................................37

3.3.2 Como foi realizado o projeto básico do projeto Libmax ..................................38

3.4 Projeto Executivo ....................................................................................................47

3.4.1 Como deve ser o projeto executivo de um projeto ...........................................47

3.4.2 Como foi realizado o projeto executivo do projeto Libmax.............................47

3.5 Implantação da Fabricação ......................................................................................62

4 ANÁLISE CRÍTICA DOS PROCESSOS DO PROJETO .................................................63

4.1 Planejamento do Projeto..........................................................................................63

4.2 Estudo da Viabilidade..............................................................................................64

4.3 Projeto Básico..........................................................................................................65

4.4 Projeto Executivo ....................................................................................................66

4.5 Implantação da Fabricação ......................................................................................67

5 PROPOSTAS DE SOLUÇÃO............................................................................................68

5.1 Planejamento do Projeto Libmax ® ........................................................................68

5.2 Estudo da Viabilidade..............................................................................................71

5.3 Projeto Básico e Projeto Executivo .........................................................................83

6 CONCLUSÃO....................................................................................................................89

7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:...................................................................................90

vi

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 - Organograma da empresa Femina Industrial Ltda...............................................12

Figura 3.1 - Foto da planta Tribullus terrestris L....................................................................39

Figura 3.2 - Estrutura Química da Protodioscina (princípio ativo do Tribulus terrestris L.)..39

Figura 3.3 - Síntese Química dos hormônios...........................................................................40

Figura 3.4 - Mecanismo de ação do Tribulus terrestris L.......................................................41

Figura 3.5 - Libmax Comprimido Revestido...........................................................................45

Figura 3.6 - Estrutura de composição do Libmax....................................................................51

Figura 3.7- Composição do sub sistema dos comprimidos revestidos....................................52

Figura 3.8 - Composição do sub sistema da embalagem do produto Libmax®......................53

Figura 3.9 - Composição do núcleo produto Libmax®...........................................................57

Figura 3.10 - Composição do revestimento do produto Libmax®..........................................58

vii

LISTA DE TABELAS Tabela 1.1 – Linha de produtos, distribuição porcentual (%) em unidades e valor de

vendas.....................................................................................................................................15

Tabela 3.1– Caracterização do mercado para o produto Libmax®........................................33

Tabela 3.2 – Cronograma Geral – Fases do projeto..............................................................36

Tabela 3.3 – Análise de Sensibilidade do Desempenho.......................................................43

Tabela 3.4 – Especificação de material de embalagem primário alumínio...........................44

Tabela 3.5 – Especificação de material de embalagem primário PVDC..............................44

Tabela 3.6 – Especificação de material de embalagem secundária Cartucho.......................45

Tabela 3.7 – Especificação de material de embalagem secundária Bula..............................46

Tabela 3.8 – Fórmula padrão para manipulação de 10.000 comprimidos............................48

Tabela 3.9 – Especificação matérias-primas que compõe o núcleo do produto Libmax®...57

Tabela 3.10 – Especificação matérias-primas que compõe o revestimento do produto

Libmax®................................................................................................................................58

Tabela 3.11 – Estudo de estabilidade de longa duração: 30ºC / 75% UR.............................60

Tabela 3.12 – Estudo de estabilidade de acelerada: 40ºC / 75% UR....................................61

Tabela 5.1– Estimativa do ciclo de vida do produto Libmax ®...........................................69

Tabela 5.2–Investimentos de projeto e desenvolvimento.....................................................69

Tabela 5.3 – Investimentos na implantação da fabricação....................................................70

Tabela 5.4– Investimentos na comercialização do produto..................................................70

Tabela 5.5 – Ponto de equilíbrio na produção.......................................................................71

Tabela 5.6 – Estudo Soluções e Análises Técnicas da composição do produto Libmax®...72

Tabela 5.7 – Estudo Soluções e Análises Técnicas da embalagem do produto Libmax®....73

Tabela 5.8 – Conclusão da Análise Técnica - Resumo das soluções tecnicamente viáveis..74

Tabela 5.9– Análise de viabilidade econômica do produto Libmax®..................................76

Tabela 5.10 – Análise Financeira das soluções 2 e 6............................................................77

Tabela 5.11 – Análise Financeira das soluções 11 e 12........................................................78

Tabela 5.12 – Fluxo de caixa da solução 2...........................................................................79

Tabela 5.13 – Fluxo de caixa da solução 6...........................................................................79

Tabela 5.14 – Fluxo de caixa da solução 11.........................................................................80

Tabela 5.15 – Fluxo de caixa da solução 12.........................................................................80

Tabela 5.16 – Ponto de equilíbrio da solução 02..................................................................81

Tabela 5.17 – Ponto de equilíbrio da solução 06..................................................................81

viii

Tabela 5.18 – Ponto de equilíbrio da solução 11..................................................................82

Tabela 5.19 – Ponto de equilíbrio da solução 12..................................................................82

Tabela 5.20 – Matriz de escolha da Solução.........................................................................83

Tabela 5.21 – Cronograma de programação do projeto Libmax®.......................................85

ix

LISTA DE SIGLAS

ANS - American National Standard

ANSI - American National Standard Institute

ANVISA - Agência nacional de Vigilância Sanitária

BPF – Boas Práticas de Fabricação

CNPJ – Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica

CPM - Critical Path Method

FSH - Hormônio Folículo Estimulante

MS-PROJECT – Microsoft Project

NASA - National Aeronautics and Space Administration

OTC - Over-the-counter (medicamentos de venda livre)

PDP - Professional Development Program

PERT-Program Evaluation and Review Technique

PMBOK® Guide- A Guide of the Project Management Body of Knowledge.

PMI® - Project Management Institute

PMJ - Project Management Journal

PMP - Project Management Professional

PMQ - Management Quarterly

PVDC - Copolímero de cloreto de vinila e vinilideno

REP - Registered Education Provider

x

1 INTRODUÇÃO

1.1 A Empresa

A Femina Industrial Ltda.1 é uma indústria farmacêutica genuinamente brasileira,

fundada em 1980, na cidade de São Paulo-SP, onde está localizada sua sede administrativa e

instalações fabris.

Investindo em aprimoramento tecnológico e estrutura, a Femina Industrial Ltda. se

preocupa em produzir dentro dos mais rigorosos padrões, utilizando métodos modernos de

fabricação com equipamentos e técnicas de última geração.

Atuando principalmente nas áreas de contracepção, terapia hormonal e saúde mental, a

Empresa está voltada para os cuidados com a Saúde da Mulher, disponibilizando ao mercado

produtos para o cuidado da saúde e melhor qualidade de vida da população feminina.

Preocupada com a qualidade de seus produtos e com a segurança de seus medicamentos,

a Femina Industrial Ltda. construiu com total planejamento sua planta produtiva e

laboratorial, de forma a permitir fluxos contínuos e sucessivos de produção, evitando dessa

forma riscos de contaminação cruzada.

A Empresa divide-se basicamente nos seguintes departamentos:

Departamento de Produção que compreende o setor de Sólidos, com produção de formas

farmacêuticas comprimidos, drágeas e cápsulas. O de semi-sólidos, responsável pela

fabricação de pomadas e cremes diversos. Além desses, existem também: o setor de Líquidos

Orais, o de Injetáveis, o de Antibiótico;

Departamento de Engenharia, Manutenção e Elétrica.

Departamento de Qualidade que envolve o Laboratório de Controle da Qualidade e a

Garantia da Qualidade;

Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento nos quais estão envolvidos o

Desenvolvimento Farmacotécnico e Desenvolvimento de metodologia analítica;

Departamento de Assuntos Regulatórios, Pesquisa Científica, Recursos Humanos,

Marketing, Logística, Tecnologia e Informação, Vendas, Planejamento Econômico Financeiro

e Contabilidade. A divisão da Empresa Femina está disposta conforme organograma abaixo.

1 Femina Industrial Ltda. é uma empresa fictícia.

11

Presidência

Diretoria de Vendas e Eventos

Diretoria de Marketing

Diretoria Administrativa

Diretoria Industrial

Qualidade

Produção

Pesquisa e Desenvolvimento

Assuntos Regulatórios

Pesquisa Científica

- Sólidos orais; - Semi-sólidos;

Líquidos orais e injetáveis

- Garantia da Qualidade; - Controle Físico- químico; - Controle Microbiológico

- Des. Farmacotécnico;

- Des. Analítico;

Planej. Econômico e Financeiro

Recursos Humanos

Contabilidade e Fiscal

Tecnologia Informação

Marketing

Logística

Programação e Suporte

Inteligência de Mercado

Serviços de Marketing

Faturamento e Logística

PCP

Suprimentos

Engenharia e Manutenção

Almoxarifadoe Expedição

Gerente de Estratégia Comercial

Vendas

Treinamento

Propagandistas

Serviço de atendimento ao

consumidor SAC

Figura 1.1. Organograma da empresa Femina Industrial Ltda.

12

Por uma questão de princípio empresarial, a Femina Industrial Ltda. investe

sistematicamente na renovação de seu parque industrial e na absorção de tecnologia de ponta.

Além disso, para a Femina Industrial Ltda., a especialização, o treinamento e a reciclagem

profissional dos seus colaboradores é algo tão importante que mereceu até a criação de

núcleos de treinamento básico e avançado, dentro do próprio laboratório. Através de cursos

intensivos, os funcionários aprendem novas técnicas de trabalho e recebem referencial teórico

para acompanhar as constantes mudanças tecnológicas, adquirindo maior motivação para o

trabalho e melhorando os índices de produtividade.

Ao mesmo tempo em que investe na ampliação de suas instalações, aposta no talento de

seus recursos humanos e promove a internacionalização de seus interesses, a Femina

Industrial Ltda. também se prepara para o futuro com a imagem consolidada de um

laboratório moderno.

Além da freqüência nos grandes meios de comunicação, destina boa parte de sua verba à

criação de programas de estímulos às vendas, apoio às políticas de satisfação interna, entre

outras. Tudo dentro de uma nova ordem que impõe agilidade, qualidade e, principalmente,

respeito ao consumidor.

1.2 Missão

Contribuir significativamente e com excelência à saúde e à qualidade de vida da mulher,

disponibilizando soluções e produtos de qualidade e assumindo sua responsabilidade perante

a sociedade e o meio ambiente.

1.3 Visão

Liderar o mercado nacional e ser reconhecida como referência nacional em produtos

voltados à saúde feminina. Assim como também, ser modelo de eficiência e confiança aos

nossos colaboradores, consumidores, profissionais da saúde e sociedade.

1.4 Ousadia

Inovar e aprimorar tudo o que fazemos.

1.5 Simplicidade

Trabalhar com objetividade, agilidade e inteligência.

13

1.6 Excelência

Busca constante do mais alto grau de eficiência.

1.7 Responsabilidade

Ética e seriedade em todas as nossas atividades.

1.8 Posicionamento da Empresa / Faturamento

A Femina Industrial Ltda. tem atualmente 800 funcionários, com capacidade de

produção de 180 milhões de unidades anuais, e um faturamento anual de 100 milhões de reais.

Industrializa 100 produtos em 50 apresentações farmacêuticas diferentes.

1.9 Produtos

Por possuir um moderno complexo industrial e um centro de Pesquisa e

Desenvolvimento de última geração a Femina Industrial Ltda. é capaz de atuar, com

excelência, em diversos segmentos – prescrição médica, medicamentos de venda livre (do

inglês Over-the-counter – OTC) onde priorizamos a população feminina.

Os produtos são comercializados no mercado nacional e internacional seguindo sempre

uma linha de produtos para o mercado feminino onde está o maior faturamento da empresa e

uma linha de produtos para outros mercados que compreende o menor faturamento da

empresa conforme tabela abaixo.

14

Tabela 1.1 - Linha de produtos, distribuição porcentual (%) em unidades e valor de vendas

Distribuição (%) Linha de produtos Forma Farmacêutica Em unidades Em valor de

vendas Anticoncepcionais Comprimidos 28 32 Hormonais Comprimidos e cápsulas 15 20 Antidepressivos Comprimidos 11 18 Antibióticos Comprimidos e líquidos 15 20 Analgésicos Comprimidos 32 21 Reguladores do apetite Cápsulas 14 9

1.10 Apresentação do Problema

A empresa Femina Industrial Ltda tem uma extensa linha de produtos em fase de

desenvolvimento. O desenvolvimento de um produto requer a alocação de grandes

investimentos financeiros, em estrutura e principalmente pessoal qualificado. Sendo assim,

todas as etapas devem ser bem planejadas, para que os recursos investidos não se percam. Um

dos grandes fatores de desperdício de recursos e tempo é o mau planejamento do

desenvolvimento de um produto.

Muitos projetos não prosseguem até o seu final, ou não obtém o sucesso esperado com o

seu lançamento por falhas no seu desenvolvimento ou, por um planejamento incorreto. Em

muitos casos não é possível nem ao menos localizar a fase em que o projeto apresentou o

problema.

Atualmente a Femina Industrial Ltda. tem apresentado diversos problemas com produtos

em fase de planejamento, pré-lançamento e lançamento devido a falhas no decorrer do seu

processo de desenvolvimento. Dessa forma, surgiu a necessidade de implantação de um

sistema que tornasse este fluxo ágil, eficiente e assertivo.

O gerenciamento de um projeto deve contemplar todas as etapas desde a sua idéia inicial

até o lançamento do produto no mercado. A Femina Industrial Ltda. percebeu a necessidade

de implantar este sistema depois que vários produtos planejados não chegaram ao lançamento,

incluindo o Libmax® comprimidos, um dos seus produtos de maior investimento.

15

1.11 Objetivo do Trabalho

Implantar um sistema de Gerenciamento de Projetos aplicado ao desenvolvimento de

produtos utilizando como ferramenta o Software Microsoft Project (MS-ProjectTM).

Em primeiro momento, o projeto de desenvolvimento do produto Libmax® será

retomado utilizando esse sistema de gerenciamento de projetos de forma a tornar o processo

mais ágil e eficiente e promover a integração entre as áreas envolvidas, eliminando as lacunas

que dificultam atingir as metas da empresa.

1.12 Relevância do Tema

Os projetos são tipicamente autorizados como resultado de uma ou mais das seguintes

situações: Problemas ou Oportunidades. Atendem necessidades de demanda de mercado,

solicitação de cliente, avanço tecnológico, requisito legal e regulatório e/ou necessidade

social.

De acordo com sua visão, de liderar o mercado nacional e ser reconhecida como

referência nacional em produtos voltados à saúde feminina. A Femina Industrial Ltda. tem

demonstrado interesse em crescer aceleradamente. O lançamento de produtos novos é um dos

caminhos para aumentar sua participação no mercado e sua utilização pelo público alvo. As

metodologias de desenvolvimento utilizadas até o momento não tem se mostrado eficazes, e

pior, tem ocasionado investimentos sem controle. Mudanças organizacionais têm sido

propostas com o intuito de capacitar e permitir que a empresa participe da competição no

mercado.

Por conseguinte, os gestores precisam se adequar e contribuir para essa nova maneira de

administrar, aumentando a eficiência dos processos e otimizando os resultados. Isso pode ser

alcançado com uma gestão direcionada a projetos.

1.13 Estrutura do Trabalho

Os capítulos subseqüentes estão organizados da seguinte forma:

O Capítulo 2 traz um resumo dos aspectos teóricos referentes ao Gerenciamento de

Projetos, descrevendo os fatores importantes que devem ser observados no desenvolvimento

de um projeto.

O Capitulo 3 faz um comparativo entre como deve ser o desenvolvimento de um projeto

e como ocorreu em no projeto de desenvolvimento de um produto farmacêutico na empresa

Femina Industrial Ltda..

16

No Capítulo 4 é realizada uma análise crítica dos principais problemas observados

durante o desenvolvimento do produto Libmax®.

Já no Capítulo 5 são propostas soluções para a estruturação do projeto Libmax® e da

empresa para que a mesma consiga atingir seu objetivo de implantar um sistema de

gerenciamento de projetos.

E por fim, o Capítulo 6 trará as conclusões sobre o trabalho.

17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Evolução do Gerenciamento de Projetos

A execução de projetos não é novidade, visto que vêm sendo realizadas desde os

primórdios da civilização. A construção das Pirâmides do Egito, depois de 2780 a.C.

(VICENTINO, 1997), por exemplo, foi um grande projeto. Projetos têm sido planejados e

executados pelas organizações para criar novos produtos/serviços e introduzir mudanças e

inovações em seus processos. No entanto, para que um projeto seja realizado de forma eficaz,

é necessária a organização do trabalho demandado (MARTINS, 2003).

Com a Revolução Industrial, na última metade do século XIX, um crescente aumento na

complexidade dos novos negócios em escala mundial, deu início aos princípios da gerência de

projetos. As relações de produção foram drasticamente modificadas e iniciou-se assim, uma

cadeia de transformações, que tornou cada vez mais exigente a tarefa de gerir as novas

organizações econômicas . Conseqüentemente, a partir daí surgiu uma grande necessidade de

sistematizar e orientar a forma de gerir estas organizações. Os projetos, em grande escala do

governo, eram o ímpeto para tomar as decisões importantes que se transformaram em

decisões de gerenciamento (SISK, 1998).

Nos EUA (Estados Unidos da América), Henry Gantt (1861-1919), estudou

detalhadamente a ordem de operações no trabalho. Seus estudos de gerenciamento focaram na

construção de um navio durante a II Guerra Mundial. Gantt construiu diagramas com barras

de tarefas e marcos, que esboçam a seqüência e a duração de todas as tarefas em um processo.

(SISK, 1998)

Os diagramas de Gantt provaram ser uma ferramenta analítica tão poderosa para

gerentes que se mantiveram virtualmente inalterados por quase cem anos. Não foi realizada

alteração até antes dos anos 90, onde linhas de ligação foram adicionadas às barras de tarefa

que descrevem dependências mais precisas entre as tarefas. Taylor e Gantt, e outros

estudiosos ajudaram a desenvolver o processo de gerência como uma função distinta de

negócio que requer estudo e disciplina. (SISK, 1998)

Após a II Guerra Mundial, as estratégias de marketing, a psicologia industrial, e as

relações humanas começaram a ser partes integrantes do gerenciamento do negócio, da

administração das empresas. Desta forma, a complexidade dos projetos demandou novas

estruturas organizacionais. Complexos Diagramas de Rede, chamados de Gráficos de PERT

(Program Evaluation and Review Technique) e o método de Caminho Crítico (Critical Path

18

Method - CPM) foram introduzidos, oferecendo aos gerentes maior controle sobre os projetos.

Rapidamente, essas técnicas foram difundidas entre gerentes que procuravam novas

estratégias e ferramentas de gerenciamento, que permitissem o desenvolvimento de projetos

em um mundo competitivo e de mudanças rápidas. (SISK, 1998)

Em pouco tempo, essas técnicas espalharam-se para todos os tipos de indústria. Logo,

líderes de projeto procuraram novas estratégias e ferramentas para gerenciar seu crescimento

e o dinamismo das mudanças em um mundo competitivo. As teorias gerais do sistema da

ciência então começaram a serem aplicadas às interações do negócio. (SISK, 1998)

Os negócios começaram a serem vistos como um organismo humano, com esqueleto,

sistema muscular, circulatório, nervoso e por aí em diante. Esta visão de organismo humano

implica que para um negócio sobreviver e prosperar todas as suas partes funcionais precisam

trabalhar juntas visando metas específicas, ou projetos. (SISK, 1998)

No início dos anos 60, o gerenciamento de projetos foi formalizado como ciência. Os

negócios e outras organizações começaram a enxergar o benefício do trabalho organizado em

torno dos projetos e a entender a necessidade crítica para comunicar e integrar o trabalho

através de múltiplos departamentos e profissões. (SISK, 1998)

Em 1969, no auge dos projetos espaciais da NASA, um grupo de cinco profissionais de

gestão de projetos, da Philadelphia, Pensilvania, nos EUA, se reuniu para discutir as melhores

práticas e Jim Snyder fundou o Project Management Institute® - PMI® (EUA). O PMI® é a

maior instituição internacional dedicada à disseminação do conhecimento e ao aprimoramento

das atividades de gestão profissional de projetos atualmente.(PMI 2004; SISK 1998)

Nas décadas seguintes, o gerenciamento de projetos, começou a tomar sua forma

moderna. Enquanto vários modelos de negócio desenvolveram-se neste período, todos eles

compartilharam uma estrutura de suporte comum: projetos são liderados por um gerente de

projetos, que põe pessoas juntas em um time e assegura a integração e comunicação de fluxos

de trabalho através de diferentes departamentos. (SISK, 1998)

Hoje, o gerenciamento de projetos vem se fortalecendo cada vez mais. As organizações

sabem que precisam gerenciar projetos para obterem sucesso. O volume de projetos e as

mudanças no cenário mundial, cada vez mais competitivo, geram a necessidade de resultados

mais rápidos, com qualidade maior e custo menor. (DINSMORE & CAVALIERI, 2003)

2.2 Gerenciamento de projetos

As mudanças que ocorrem em diversos aspectos da vida humana como culturais,

tecnológicas, políticas, econômicas e sociais estão ocorrendo em velocidade cada vez maior.

19

É comum associarmos as mudanças significativas ao resultado de projetos (VIEIRA,

2002).Diante deste cenário, gerenciar projetos de forma eficiente nessa era de mudanças é um

dos grandes desafios do executivo dos tempos modernos (KERZNER, 2001). Superar este

desafio é estar preparado para o gerenciamento de forma planejada e profissional.

As organizações, para colherem os benefícios esperados, devem ter a conscientização de

adotar o gerenciamento de projetos não somente como uma profissão, mas como uma

metodologia na qual os seus gerentes devam ser devidamente treinados. Os gerentes de

projetos devem ser profissionais preparados para poder praticar e desempenhar bem o seu

papel trazendo os benefícios que as organizações desejam. Gerir projetos é algo mais amplo

do que possuir ou saber utilizar softwares. Conforme definição apresentada no Guia

PMBOK® (PMBOK® Guide, 2000) a gestão eficaz de um projeto pressupõe a aplicação de

conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas para projetar atividades que atinjam os

objetivos do projeto.

Segundo Prado (PRADO, 2000), a boa prática de gerenciamento de projetos produz

resultados expressivos para as organizações como: (1) redução no custo e prazo de

desenvolvimento de novos produtos; (2) aumento no tempo de vida dos novos produtos; (3)

aumento de vendas e receita; (4) aumento do número de clientes e de sua satisfação e (5)

aumento da chance de sucesso nos projetos.

A cultura de projetos nas organizações deve ser criada, a sua implantação deve ser

realizada de forma sistemática e os seus princípios colocados em prática da maneira mais

adequada às necessidades da empresa.

Segundo Vargas (VARGAS, 2000), o gerenciamento de projetos proporciona, entre

outros benefícios, a redução do nível de incertezas, permite desenvolver diferenciais

competitivos, a antecipação de situações adversas que poderão acontecer, a possibilidade de

se adequar os trabalhos a mudanças nas demandas do mercado, o conhecimento prévio dos

gastos envolvidos e a agilidade da tomada de decisões.

A gestão de projetos envolve criar um equilíbrio entre as demandas de escopo, tempo,

custo, qualidade e bom relacionamento com o cliente. O sucesso na gestão de um projeto está

relacionado ao alcance dos seguintes objetivos: entrega dentro do prazo previsto, dentro do

custo orçado, com nível de desempenho adequado, aceitação pelo cliente, atendimento de

forma controlada às mudanças de escopo e respeito à cultura da organização (PMBOK®

Guide, 2000).

A pessoa responsável pelo gerenciamento do projeto é o gerente de projetos, que

conseqüentemente é o responsável também pelo seu sucesso. O gerente deve ser designado

20

desde o início do projeto e deve ter o apoio visível da alta administração. Ele deve ter a sua

competência reconhecida pelos demais interessados no projeto, embora não precise ter

profundo conhecimento técnico uma vez que sua competência está mais voltada para o

entendimento geral e não para o específico (DINSMORE & CAVALIERI 2003; PMBOK®

Guide, 2000).

Segundo o Project Management Institute® – PMI (2004), um gerente de projeto deverá

estar atento a todo o contexto que dirá respeito à sua gerência, ao ciclo de vida (divisão por

fases), aos stakeholders (os envolvidos direta e indiretamente com o projeto), às influências

organizacionais e às influências sócio-econômicas. Destacam-se como habilidades gerenciais:

a liderança, a comunicação, a negociação, a resolução de problemas e a influência na

organização.

Na sua rotina diária, este profissional possui diversas atividades e responsabilidades,

como por exemplo: definir e controlar os objetivos do projeto; definir e controlar os requisitos

do produto; definir e controlar os riscos do projeto; definir e avaliar os fatores críticos de

sucesso do projeto; definir e avaliar os pontos fortes e pontos fracos do projeto; definir e

controlar o cronograma; verificar o esforço, avaliar o projeto e a equipe com métricas; alocar

e gerenciar recursos (orçamento, materiais, pessoas); definir prioridades; coordenar interações

entre os envolvidos no projeto; assegurar que os prazos e custos estão sendo mantidos dentro

do planejado; assegurar que os produtos do projeto atendam aos critérios de qualidade e que

estejam de acordo com os padrões estabelecidos; formalizar a aceitação dos artefatos

resultantes de cada fase do ciclo de vida do projeto; elaborar relatórios de avaliação e de

acompanhamento da situação do projeto; participar de reuniões de acompanhamento e de

revisão do projeto.

2.3 Definindo Projeto

Projeto é um instrumento fundamental para qualquer atividade de mudança e geração de

produtos e serviços. Eles podem envolver desde uma única pessoa a milhares de pessoas

organizadas em times e ter a duração de alguns dias ou vários anos (DINSMORE &

CAVALIERI, 2003).

Um projeto é um empreendimento único, com início e fim definidos, que utiliza

recursos limitados e é conduzido por pessoas, visando atingir metas e objetivos pré-definidos

estabelecidos dentro de parâmetros como prazo, custo e qualidade (PMBOK® Guide, 2000).

21

O projeto pode ser definido por características distintas como temporário, único e

progressivo. A característica de ser temporário é muito importante, pois todo projeto tem um

início e um fim definidos. O projeto termina quando os objetivos para o qual foi criado são

atingidos ou quando se torna claro que os objetivos do projeto não serão ou não poderão mais

ser atingidos ou a necessidade do projeto não existe mais (PMBOK® Guide, 2000).

Ser único significa que todo produto ou serviço gerado por um projeto é diferente de

outros produtos e serviços. Os projetos envolvem a realização de algo jamais realizado

anteriormente e logo é único. Um projeto é progressivo porque à medida que é mais bem

compreendido, ele é progressivamente elaborado, ou seja, maior é o detalhamento das

características peculiares que o distinguem como único (DINSMORE & CAVALIERI 2003;

PMBOK® Guide, 2000).

Um projeto para ser executado precisa ser gerenciado. Segundo KOONTZ &

O’DONNEL (1980), gerenciar consiste em executar atividades e tarefas que têm como

propósito planejar e controlar atividades de outras pessoas para atingir objetivos que não

podem ser alcançados caso as pessoas atuem por conta própria, sem o esforço sincronizado

dos subordinados.

Segundo o Project Management Institute® – PMI®, o gerenciamento de projetos é a

aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas para projetar atividades que

visem atingir os requisitos do projeto. Para facilitar o gerenciamento do projeto ele deve ser

dividido em fases que constituem seu ciclo de vida (DINSMORE & CAVALIERI 2003).

O ciclo de vida do projeto serve para definir o início e o fim do projeto e definem qual o

trabalho (atividade) deve ser realizado em cada fase (ou etapa) e quem deve estar envolvido.

Ele descreve o conjunto de processos que devem ser seguidos para que o projeto seja bem

gerenciado (DINSMORE & CAVALIERI 2003; PMBOK® Guide, 2000).

22

2.4 O PMI® - PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE

O PMI® é uma associação sem fins lucrativos, cujo principal objetivo é difundir a gestão

de projetos no mundo, de forma a promover ética e profissionalismo no exercício desta

atividade e ampliar o conhecimento existente sobre gerenciamento de projetos, assim como

melhorar o desempenho dos profissionais e organizações nesta área (MARTINS, 2003). Esta

associação ocupa uma posição de liderança global no desenvolvimento de padrões para a

prática da profissão de gerenciamento de projetos em todo o mundo.

No mesmo ano, em que foi fundado o PMI® (EUA), o primeiro seminário e simpósio,

PMI® Seminars & Symposium, ocorreu em Atlanta, Geórgia, com a participação de 83

pessoas. Nos anos 70, a primeira edição do Project Management Quarterly (PMQ) foi

publicada, e posteriormente renomeada para Project Management Journal (PMJ). O primeiro

Capítulo do PMI® foi oficializado e o primeiro Programa de Prêmios Profissionais

estabelecido. Ao final desta década, o PMI® somava mais de 2.000 associados no mundo.

Durante os anos 80, o número de associados do PMI® continuou crescendo, bem como

os programas e serviços oferecidos pela associação. Um Código de Ética foi adotado para a

profissão de gerenciamento de projetos e o primeiro profissional em gerenciamento de

projetos (Project Management Professional - PMP) foi certificado pelo PMI® em 1984.

Nesta década, as publicações do PMI® sobre produtos e serviços cresceram rapidamente.

O primeiro modelo padrão de gerenciamento de projetos foi publicado: o PMQ Special Report

on Ethics Standards and Accreditation. O primeiro livro do PMI® foi co-publicado e nasceu a

PMNetwork, revista mensal do PMI®. Em função deste crescimento foi estabelecida a Divisão

de Publicações do PMI® na Carolina do Norte, EUA.

Em 1996, foi publicado o principal documento padrão do PMI®, “A Guide to the Project

Management Body of Knowledge (PMBOK® Guide)”. O PMBOK® Guide, edição 2000,

possui 216 páginas, 12 capítulos e é dividido em 3 partes. A primeira parte é composta por 3

capítulos que reúne informações essenciais sobre a introdução, o contexto e os processos de

gerenciamento de projetos. A segunda parte, com 9 capítulos, apresenta às áreas de

conhecimento de gerenciamento de projetos e a última parte são apêndices.

O PMBOK® Guide, edição 2000, foi aprovado como um Padrão Nacional Americano

(American National Standard - ANS), norma ANSI/PMI 99-001-2000, pelo Instituto de

Padrões Nacional Americano (American National Standard Institute - ANSI). O PMBOK

Guide, edição 1996, foi aprovado como um padrão pelo Instituto de Engenheiros Elétricos e

Eletrônicos (Institute of Electrical and Electronics Engineers - IEEE), norma IEEE Std 1490-

1998 (PMI, 2004). O IEEE também adotou como padrão o PMBOK® Guide, edição 2000. O

23

PMI® está compromissado com a expansão e melhoria contínua do PMBOK® Guide, assim

como com o desenvolvimento de padrões adicionais.

Ainda nos anos 90, o PMI® Today, boletim informativo mensal do PMI®, foi impresso

pela primeira vez e o Programa de Desenvolvimento Profissional (Professional Development

Program - PDP) foi estabelecido para que os profissionais certificados como PMP mantenham

sua certificação. Os associados do PMI® são indivíduos que estão praticando e estudando o

gerenciamento de projeto nas mais diversas áreas de aplicação (por exemplo, aeroespacial,

automobilística, administração, construção, engenharia, serviços financeiros, informática,

farmacêutica e telecomunicações).

Com o passar do tempo, o PMI® se tornou, e continua sendo, a principal associação

profissional em gerenciamento de projetos. Os associados e interessados em gerenciamento de

projetos têm à sua disposição uma extensa relação de produtos e serviços oferecidos pelo

PMI®.

Desde 1984 o PMI® tem se dedicado a desenvolver e manter um rigoroso programa de

certificação profissional para promover o crescimento da profissão de gerenciamento de

projetos e reconhecer as realizações de indivíduos no tema. A certificação PMP do PMI® é a

credencial mais reconhecida mundialmente para indivíduos envolvidos com o gerenciamento

de projetos. Em 1999, o PMI® se tornou a primeira organização no mundo a ter seu Programa

de Certificação reconhecido pela ISO 90016 (PMI 2004).

O PMI® oferece muitas oportunidades para os profissionais de gerenciamento de

projetos aprimorarem seu conhecimento e suas habilidades. O “SeminarsWorld™ Program”

oferece seminários que cobrem um amplo leque de tópicos do gerenciamento de projetos,

realizados ao longo do ano em vários locais do mundo. O PMI® mantém um banco de dados

on-line de provedores qualificados de educação, treinamento e produtos de gerenciamento de

projetos (Registered Education Provider - REP).

O PMI® oferece serviço on-line de oportunidades de carreira em gerenciamento de

projetos para indivíduos e seleção de profissionais pelas empresas. Os serviços do Career

Headquarters incluem a oferta de oportunidades de trabalho, um diretório de currículos de

associados do PMI®, assim como recursos de desenvolvimento profissional.

Associados do PMI® podem comunicar-se e fazer networking com outros profissionais,

compartilhar idéias e experiências, acessar informações de outras organizações, participar de

seminários e workshops e desenvolver sua liderança participando das organizações

componentes do PMI®. Eles podem selecionar e filiar-se a quaisquer dos três tipos de

24

Organizações Componentes: (1) Chapters, (2) Grupos de Interesses Específicos (SIG’s) e (3)

Colleges.

Os processos de gerenciamento de projetos na visa do PMI®, de acordo com o PMBOK

Guide edição 2000 (PMI 2000) são agrupados em nove áreas de conhecimento descritas a

seguir.

O Gerenciamento do Escopo do Projeto descreve os processos necessários para

assegurar que o projeto contemple todo o trabalho requerido, e nada mais que o trabalho

requerido, para completar o projeto com sucesso. A preocupação fundamental neste

gerenciamento compreende definir e controlar o que está ou não, incluído no projeto. Ele é

composto pelos processos: iniciação, planejamento do escopo, detalhamento do escopo,

verificação do escopo e controle de mudanças do escopo (DINSMORE & CAVALIERI,

2003; PMI, 2000).

O Gerenciamento do Tempo do Projeto descreve os processos necessários para

assegurar que o projeto termine dentro do prazo previsto. Ele é composto pelos processos:

definição das atividades, sequenciamento das atividades, estimativa da duração das atividades,

desenvolvimento do cronograma e controle do cronograma. Kerzner (2001) cita que o

ambiente de gerenciamento do tempo é extremamente turbulento e é composto de várias

reuniões, escrita de relatórios, resolução de conflitos, planejamento e replanejamento

contínuo, comunicação com o cliente e gerenciamento de crises. O tempo gasto é tempo

perdido impossível de ser recuperado. O correto gerenciamento do tempo é de vital

importância para o sucesso do projeto (DINSMORE & CAVALIERI, 2003; PMI, 2000).

O Gerenciamento do Custo do Projeto descreve os processos necessários para assegurar

que o projeto termine dentro do orçamento aprovado. Ele é composto pelos processos:

planejamento dos recursos, estimativa dos custos, orçamento dos custos e controle dos custos.

No projeto, várias atividades afetam os custos do projeto e desta forma, o planejamento e

controle dos custos são fundamentais (DINSMORE & CAVALIERI, 2003; PMI, 2000).

O Gerenciamento da Qualidade do Projeto descreve os processos necessários para

assegurar que as necessidades que originaram o desenvolvimento do projeto serão satisfeitas.

O projeto tem qualidade quando é concluído em conformidade aos requisitos, especificações

(o projeto deve produzir o que foi definido) e adequação ao uso (deve satisfazer às reais

necessidades dos clientes). O gerenciamento da qualidade é composto pelos processos:

planejamento da qualidade, garantia da qualidade e controle da qualidade (DINSMORE &

CAVALIERI, 2003; PMI, 2000).

25

O Gerenciamento dos Recursos Humanos do Projeto descreve os processos necessários

para proporcionar a melhor utilização das pessoas envolvidas no projeto. Embora seja uma

área de conhecimento, na maioria das vezes, complexa e subjetiva exige constante pesquisa,

sensibilidade e muita vivência do dia-a-dia para saber lidar com o ser humano. Ela é composta

pelos processos: planejamento organizacional, montagem da equipe e desenvolvimento da

equipe (DINSMORE & CAVALIERI, 2003; PMI, 2000).

O Gerenciamento das Comunicações do Projeto descreve os processos necessários para

assegurar a geração, captura, distribuição, armazenamento e pronta apresentação das

informações do projeto para que sejam feitas de forma adequada e no tempo certo. A gestão

da comunicação é freqüentemente ignorada pelos gerentes de projeto, no entanto nos projetos

concluídos com sucesso o gerente gasta 90% do seu tempo envolvido com algum tipo de

comunicação (formal, informal, verbal, escrita). Este gerenciamento é composto pelos

processos: planejamento das comunicações, distribuição das informações, relato de

desempenho e encerramento administrativo (DINSMORE & CAVALIERI, 2003; PMI, 2000).

O Gerenciamento dos Riscos do Projeto descreve os processos que dizem respeito à

identificação, análise e resposta aos riscos do projeto. Segundo Gates (1999), “grandes

vitórias demandam grandes riscos”. A prática deste gerenciamento não é ainda muito comum

na maioria das organizações e alguns autores citam que gerenciar projetos é gerenciar riscos.

O gerenciamento de riscos é muito importante para o sucesso do projeto e é composto

pelos seguintes processos: Planejamento da Gerência de Risco, identificação dos riscos,

análise qualitativa de riscos, análise quantitativa de riscos, desenvolvimento das respostas aos

riscos e controle e monitoração de riscos (DINSMORE & CAVALIERI, 2003; PMI, 2000).

O Gerenciamento das Aquisições do Projeto descreve os processos necessários para a

aquisição de mercadorias e serviços fora da organização que desenvolve o projeto. Este

gerenciamento é discutido do ponto de vista do comprador na relação comprador-fornecedor.

Ele é composto pelos processos: planejamento das aquisições, preparação das aquisições,

obtenção de propostas, seleção de fornecedores, administração dos contratos e encerramento

do contrato (PMI 2000).

O Gerenciamento da Integração do Projeto descreve os processos necessários para

assegurar que os diversos elementos do projeto sejam adequadamente coordenados. A

integração envolve tomada de decisão e escolhas diretamente ligadas aos objetivos do projeto

e aos processos das etapas de desenvolvimento e execução do plano do projeto, assim como

ao processo de controle de alterações. O gerenciamento da integração é composto pelos

26

processos: desenvolvimento do plano do projeto, execução do plano do projeto e controle

integrado de mudanças (PMI 2000).

Como os projetos possuem um caráter único, a eles está associado um certo grau de

incerteza. As organizações que desenvolvem projetos usualmente dividem-nos em várias fases

visando um melhor controle gerencial e uma ligação mais adequada de cada projeto aos seus

processos operacionais contínuos (PMI 2000).

O conjunto das fases de um projeto é conhecido como ciclo de vida do projeto. O

Gerenciamento do Projeto é acompanhado através do uso de processos em cada uma das fases

formando cinco grupos de processos: iniciação, planejamento, execução, controle e

finalização. Estes grupos de processos contêm um ou mais processos (PMI 2000).

Os processos do grupo de iniciação são responsáveis por reconhecer, através de

autorização, que um projeto ou fase deve começar e se comprometer que seja feita a sua

execução. Os processos do grupo de planejamento são responsáveis por definir e refinar os

objetivos e seleção das melhores alternativas de ação para alcançar os objetivos que o projeto

se comprometeu em atender. Os processos do grupo de execução são responsáveis por

coordenar pessoas e ouros recursos implementando o plano do projeto elaborado (PMI 2000).

Os processos do grupo de controle são responsáveis por assegurar que os objetivos do

projeto estão sendo atingidos através da monitoração e da avaliação regular do seu progresso,

tomando ações corretivas e replanejando o projeto quando necessário. E finalmente, os

processos do grupo de encerramento são responsáveis por formalizar a aceitação formal do

projeto ou fase e fazer o encerramento de forma organizada (PMI 2000).

A definição do ciclo de vida do projeto também determina os procedimentos de

transição para o ambiente de operação que serão incluídos ao final do projeto, distinguindo-os

dos que não serão. Desta forma, o ciclo de vida do projeto pode ser usado para ligar o projeto

aos processos operacionais contínuos da organização executora (PMI 2000).

Os grupos de processos do ciclo de vida do projeto se ligam pelos resultados que

produzem. O resultado ou saída de um grupo torna-se entrada para outro. Entre grupos de

processos centrais, as ligações são iterativas, ou seja, o planejamento alimenta a execução, no

início, com um plano do projeto documentado, fornecendo, a seguir, atualizações ao plano, na

medida em que o projeto progride. Os grupos de processos da gerência de projetos não são

separados ou descontínuos, nem acontecem uma única vez, durante todo o projeto. Eles são

formados por atividades que se sobrepõem, ocorrendo em intensidades variáveis ao longo de

cada fase do projeto (PMI 2000).

27

Os processos interagem-se e relacionam ligados por suas entradas e saídas. Cada

processo possui 3 itens: entradas, ferramentas e técnicas, e saídas. As entradas são

documentos ou itens documentáveis que influenciarão o processo. As ferramentas e técnicas

são mecanismos aplicados às entradas para criar as saídas. As saídas são documentos ou itens

documentáveis resultantes do processo (PMI 2000).

A não execução de processos de uma área afeta negativamente o projeto, pois o projeto

é um esforço integrado. Por exemplo, uma mudança de escopo quase sempre afeta o custo do

projeto. Entretanto, ela pode ou não afetar a moral da equipe e a qualidade do produto (PMI

2000).

2.5 O MS-Project™ - MicroSoft-Project

O gerenciamento de projetos envolve muitas etapas. Um gerente de projetos deve poder

controlar todos os estágios do projeto desde o planejamento até a conclusão e a criação de

relatórios para análise. (VARGAS,1998)

O MS Project é um software da Microsoft, desenvolvido para ser uma ferramenta no

processo de gerenciamento de projetos. Sua primeira versão foi lançada em 1985. Essa

ferramenta possibilita que o gerente consiga de forma rápida e eficiente no planejamento:

organizar o plano e ajudá-lo a organizar os detalhes que devem ser feitos; agendar metas que

devem ser alcançadas; agendar as tarefas nas seqüências corretas; alocar recursos e custos e

agendá-los de forma correta sem sobre alocá-los; fazer uma sintonia fina no plano

satisfazendo o orçamento; preparar relatórios explicativos para os clientes, gerentes,

trabalhadores e fornecedores (PYRON,1998; VARGAS.1998).

Depois do planejamento, ou seja, nas demais fases de um projeto, o MS Project ajuda os

gerentes a: acompanhar o progresso e comparar o "realizado" com o "planejado" para

verificar se tudo ficará dentro do orçamento e tempo; revisar o agendamento para acomodar

mudanças não previstas; testar diversos cenários antes de mudar o plano; comunicar

automaticamente os afetados por mudanças feitas no projeto e solicitar feed-back sobre os

seus progressos; colocar atualizações instantâneas do seu projeto na Internet ou Intranet e

produzir relatórios sobre o sucesso do projeto e sobre problemas que venham afetando o

mesmo (VARGAS,1998).

Para o MS-Project um projeto típico possui três componentes básicos que definirão as

suas fases: as Tarefas, os Marcos e os Recursos (VARGAS,1998).

As Tarefas são as etapas necessárias para completar um projeto. As tarefas são

executadas em uma seqüência determinada pela natureza do projeto. Algumas tarefas ocorrem

28

seqüencialmente, uma após a outra, ao passo que outras podem ocorrer paralelamente. Ao

inserir uma tarefa você pode ser tão detalhista ou generalista quanto quiser. Isso dependerá do

nível de controle que você necessita no seu projeto. Quando você insere uma tarefa um

numero de tarefa é atribuído a ela. Após inserir uma tarefa, você pode inserir uma duração

para a tarefa em unidades de dias (d), horas (h) ou minutos (m) (VARGAS,1998).

Os Marcos representam eventos ou condições que marcam a execução de um grupo de

tarefas relacionadas ou o término de uma fase do projeto. Quando você completa um grupo de

tarefas relacionadas, alcança um marco do projeto. Um marco é um objetivo ou ponto de

verificação intermediário do seu projeto. Para inserir um marco você procede da mesma

maneira que para inserir uma tarefa, no entanto a tarefa terá duração 0 (zero)

(VARGAS,1998).

Os Recursos são necessários para que seja executada uma tarefa. Estes podem incluir

pessoas, equipamentos e instalações especiais necessárias à execução da tarefa. Como os

recursos raramente se encontram disponíveis 24 horas por dia, sete dias por semana,

freqüentemente você terá de levar em conta a sua disponibilidade. É necessário levar em conta

as variáveis, tais como programação de férias, duração da jornada de trabalho e acesso a

prédios e equipamentos (VARGAS,1998).

Importante também é definir os custos destes recursos. Os recursos no MS Project serão

alocados as atividades. Pelo cálculo da fórmula do cronograma de recursos o MS Project

utilizará o custo do recurso associado à tarefa para definir o custo da tarefa (VARGAS,1998).

O software baseia-se no modelo de Diagrama de Rede (ou diagrama de precedências)

onde as tarefas do projeto são criadas na forma de blocos interligados, formando uma rede. As

tabelas são as formas usadas para que os dados sejam inseridos no software e existe um

conjunto padrão de tabelas (VARGAS,1998).

Na seqüência é criado um gráfico, Gráfico de Gantt, que aceita relações de precedências

entre tarefas. Uma tarefa que deva começar ou finalizar antes de outra tarefa possa começar é

chamada tarefa predecessor. Uma tarefa que dependa do início ou fim de outra tarefa é

chamada tarefa sucessora. Como um projeto é mais do que apenas uma lista de tarefas

isoladas, muitas tarefas (ou todas elas) são relacionadas com outras (VARGAS,1998).

As relações estabelecidas podem ser dos tipos: Fim-para-início ou Finish-to-Start (FS)

que é a relação padrão quando você vincula tarefas. Assim que a primeira tarefa finaliza, a

próxima tarefa tem início; Fim-para-Fim ou Finish-to-Finish (FF) que é uma em que ambas as

tarefas finalizam ao mesmo tempo; Início-para-Início ou Start-to-Start (SS) quando duas

tarefas começam ao mesmo tempo e de Início-para-Fim ou Start-to-Finish (SF) que é a menos

29

comum e pode ocorrer quando o fim de uma tarefa depende do início de uma tarefa posterior.

O MS-Project por padrão vincula tarefas de fim-para-início (VARGAS,1998).

O software permite também estabelecer níveis hierárquicos através de “tarefas de

resumo”. Este aspecto é muito útil na criação da Estrutura de Decomposição do Trabalho.

Possui recursos para agrupar, filtrar e classificar tarefas e possui um conjunto padrão de

relatórios, mas o usuário pode criar seus próprios relatórios (VARGAS,1998).

30

3 AS FASES DO PROJETO

O programa de desenvolvimento do projeto é composto por fases e etapas onde são

executadas atividades específicas e na seqüência ou simultaneidade adequada.

Na concepção da empresa cada produto a ser desenvolvido é um projeto por definição,

ou seja, é um evento único, com início e fim determinados, que aplica recursos limitados e

tem um objetivo pré-definido. Portanto, cada processo de desenvolvimento de cada produto

deve seguir as fases que serão expostas a seguir.

3.1 Planejamento do Projeto

3.1.1 Como deve ser o planejamento de um projeto

Nesta primeira fase a empresa se dedica a propor um conjunto de objetivos para o

projeto ser conduzido. Por ser complexo e abranger muitas áreas da empresa, o Planejamento

do Projeto deve ser um conjunto coerente de objetivos formado a partir de um consenso entre

os envolvidos direta e indiretamente nas atividades (MADUREIRA, 2006).

O produto é definido quanto às necessidades que deve atender, às funções que deve

exercer e aos atributos que deve apresentar e quais seus correspondentes requisitos técnicos

funcionais, operacionais e dimensionais. O mercado a que esse produto se destina deve ser

muito bem caracterizado e analisado quanto a seus potenciais clientes e concorrente

(MADUREIRA, 2006).

Deve ser proposto um ciclo de vida para o produto, ser definido os investimentos a

serem feitos no desenvolvimento e na implantação, o preço de venda e os custos de

fabricação. É também nesta fase que se estabelece o prazo para a implantação do projeto

(MADUREIRA, 2006).

3.1.2 Como foi realizado o planejamento do projeto Libmax

O projeto Libmax, assim como todos os produtos novos a serem desenvolvidos na

empresa, foi proposto através do Departamento Médico-científico juntamente com o de

Marketing e o de Pesquisa e Desenvolvimento. Após proposta feita pelo Departamento

Médico-científico, o Marketing avalia o mercado quanto às chances que o produto pode ter de

venda e o determina viável ou não.

O sistema de planejamento do produto Libmax foi elaborado pela gerência de Pesquisa e

Desenvolvimento juntamente com o Departamento Médico-Científico. A empresa possui um

31

formulário padrão denominado Plano de Projeto para a determinação das características

iniciais do produto. Segue abaixo o foi estabelecido:

Produto: Libmax®

- Classe terapêutica: Estimulante sexual feminino

- Ativo: Extrato seco Tribullus terrestris ou Extrato seco de Heteropteris aphrodisíaca

ou Extrato seco de Lepidium meyenii.

- Via de Administração: Oral

- Forma farmacêutica: Comprimido ou cápsula

- Ação terapêutica: Tratamento da frigidez sexual, aumento da libido e redução dos

sintomas da menopausa, que resultam na melhora do desempenho sexual das

mulheres.

- Categoria para registro: Fitoterápico

- Medicamento Referência: Não se aplica

Que necessidades deve atender?

- Aumento da concentração de hormônios, incluindo o estradiol, com alteração ligeira

da testosterona e melhoria da função reprodutora, libido e ovulação.

- Alívio dos sintomas de menopausa como insônia, tensões em geral, irritabilidade ou

apatia.

Quais serão as suas funções?

- Tratar problemas relacionados à frigidez sexual, aumentar a libido.

- Melhorar o desempenho sexual das mulheres.

- Reduzir sintomas da menopausa.

Que atributos deve apresentar?

- Deve ser de fácil administração

- Apresentar estabilidade (capacidade de o medicamento apresentar a ação esperada

dentro do prazo de validade estipulado)

- Apresentar eficácia esperada e não apresentar efeitos colaterais.

32

Caracterização do mercado conforme tabela abaixo

Tabela 3.1 - Caracterização do mercado para o produto Libmax®

Clientes

Quem Como Onde Quantos

Eram

(10 anos)

Mulheres com idade entre 20 e

40 anos.

Mulheres casadas com relacionamento estável ou solteiras que na grande maioria trabalham

fora e possuem independência financeira.

Universidades / Ambiente de

trabalho / Em casa

27% da população feminina assumiam ter algum tipo de disfunção sexual

São (atuais)

Mulheres entre 20 e 40 anos que

apresentam algum tipo de

disfunção sexual.

Mulheres jovens e maduras, sendo em grande parte casadas que possuem um sentimento de

inferioridade. Possuem medo de ter afetada a relação com o parceiro.

São independentes financeiramente.

Universidades / Ambiente de

trabalho / Em casa

40 a 60 % da população feminina

relatam dificuldades sexuais

que não são de natureza

disfuncional

Serão

(10 anos)

Mulheres entre 18 e 59 anos que

apresentam queixas sexuais

Mulheres que buscam alternativas e conhecem bem os sintomas da

disfunção sexual. Ambas possuem poder aquisitivo para compra de medicamentos.

Escolas / Ambiente de

trabalho / Em casa

40% da população feminina

Projeto de prazo para lançamento

O prazo para lançamento deste produto é de aproximadamente 16 meses.

Definição de objetivos econômicos

Investimentos do programa Como a Femina já dispõe de infra-estrutura para produção de medicamentos, já existe

uma infra-estrutura básica no sentido de equipamentos, funcionários e logística. Novos

investimentos poderão ser avaliados caso sejam necessários ao cumprimento de novas

propostas de fabricação.

Custos do programa.

- Custo unitário na fabricação

- Custo unitário na distribuição

- Preço de venda no varejo

33

Requisitos técnicos

Funcionais

a) Desempenho

Os extratos ativos atuam de forma interessante. As saponinas aumentam o FSH em

mulheres, que por seu lado aumenta os níveis de estradiol. Este efeito ocorre

possivelmente devido à ligação fraca (oposto ao estrógeno) a receptores levando o

organismo a interpretar que os níveis de estrógenos estão baixos, o que

conseqüentemente aumenta sua produção. A ingestão das doses terapêuticas tomadas

uniformemente durante todo o tratamento deve aumentar em 30% a produção de

testosterona para conseguir o efeito desejado. A testosterona, hormônio presente em

baixas doses na mulher, modifica os níveis de neurotransmissores no cérebro,

estimulando o desejo e o bem-estar.

b) Estética, conforto e ergonomia

Os blísteres devem promover ação de barreira ao ambiente externo à bolha (ar,

umidade e contaminantes), mantendo a integridade dos comprimidos ou cápsulas.

Os comprimidos apresentam-se revestidos. O revestimento permite ao usuário uma

melhor deglutição mascarando o sabor desagradável do extrato. As cápsulas também

permitem mascaramento do sabor e ao utilizar as do tipo transparente, pode-se

empregar o marketing de produto natural.

O cartucho apresenta-se sob a cor branca com informações e detalhes em preto.

Contém uma faixa vermelha indicativa de uso sob prescrição médica.

c) Segurança Operacional

O cartucho do produto deve apresentar-se fechado com lacre de segurança inviolável.

Os blísteres devem conter todas as informações indispensáveis para a identificação do

medicamento. As instruções de uso e acondicionamento estão descritas na bula do

produto e devem ser seguidas rigorosamente.

d) Proteção Ambiental

Após o término do uso, os consumidores devem descartar todo o material de

embalagem. Tanto os cartuchos quanto as bulas do produto são constituídos por

34

materiais recicláveis. Além disso, a fábrica deve manter rigoroso tratamento de

efluentes para evitar a contaminação do ambiente.

Operacionais

a) Confiabilidade

Das pessoas tratadas com os extratos naturais escolhidos, 67% das mulheres

apresentam melhora no desejo sexual, com 62% apresentando aumento de libido.

b) Mantenabilidade

Para manutenção adequada do medicamento alguns cuidados de conservação descritos

em bula do produto devem ser adotados: “Conservar o produto na embalagem

original, em temperatura ambiente (15 a 30ºC) e protegidos da luz e umidade”.

Também constam da bula as seguintes instruções: “prazo de validade 24 meses a partir

da data de fabricação”.

c) Durabilidade

A validade é determinada de acordo com prévio estudo de estabilidade do produto. De

acordo com os resultados obtidos nestes testes de curta a longa duração, ficam

estabelecidas condições adequadas para o armazenamento e o acondicionamento do

medicamento. O produto deve se manter funcionalmente estável por 24 meses.

d) Custo Operacional

Estabelecidos de acordo com o novo produto e investimentos operacionais.

Construtivos

O Libmax® deve apresentar-se sob a forma de blíster com 30 comprimidos ou

cápsulas acondicionados em cartucho e bula adequados.

Nesta fase também foi proposto um cronograma para acompanhamento das atividades

levando-se em consideração o tempo de projeto estipulado anteriormente. Segue abaixo o

cronograma para o lançamento do Libmax® conforme tabela abaixo:

35

Tabela 3.2 - Cronograma Geral – Fases do projeto

Cronograma Geral – Fases do projeto

Etapas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

1 Planejamento AP

CS

2 Projeto básico CP

3 Projeto executivo CF

4 Implantação da fábrica

I P

5 Comercialização

AP – aprovação do projeto CS – consolidação CP – Certificação do produto CF – Certificação da fabricação IP – início da produção

3.2 Estudo da Viabilidade

3.2.1 Como deve ser o estudo de viabilidade de um projeto

Com o estabelecimento dos objetivos do projeto e dos requisitos técnicos do produto, a

próxima etapa é gerar soluções possíveis para atender as definições e dentre elas selecionar as

que são técnica, econômica e financeiramente viáveis. Podemos identificar se o projeto de

desenvolvimento do novo produto deve ser aprovado, deve ser reavaliado (voltando para fase

de planejamento) ou deve ser abandonado por demonstrar que não possui nenhuma

viabilidade de ser desenvolvido (MADUREIRA, 2006).

Nessa fase é iniciada uma engenharia simultânea. Novamente fica explícita a

importância da participação de todas as áreas da empresa desde o início e ao longo de todo o

projeto (MADUREIRA, 2006).

Na viabilidade técnica é verificada a possibilidade de se cumprir todos os requisitos

técnicos, do projeto, da fabricação, do fornecimento e da distribuição, na qualidade, volume e

prazos previstos (MADUREIRA, 2006).

A viabilidade econômica é determinada pela avaliação de custos e investimentos para

cada solução. Os dados são confrontados com os objetivos fixados no Planejamento para

assegurar o retorno apropriado a todos os envolvidos (MADUREIRA, 2006).

36

A viabilidade financeira verifica, para cada solução em função da sua previsão de

vendas, a adequabilidade da evolução do fluxo de caixa ao longo do projeto e do ciclo de vida

do produto (MADUREIRA, 2006).

O projeto do produto só deve ser iniciado se a sua viabilidade for verificada com nível

de confiança suficiente. A comprovação da viabilidade pela existência de soluções viáveis é

um marco fundamental do projeto, pois autoriza sua continuidade com a liberação de recursos

necessários à execução das fases subseqüentes (MADUREIRA, 2006).

3.2.2 Como foi realizado o estudo de viabilidade do projeto Libmax

Esta etapa foi contemplada juntamente com o Planejamento do Projeto. Não foram

realizados estudos de viabilidade financeiro, técnico e econômico. As avaliações técnicas que

foram feitas se encontram no mesmo formulário de Planejamento descrito.

3.3 Projeto Básico

3.3.1 Como deve ser o projeto básico de um projeto

O projeto básico se inicia com a escolha de uma solução dentre as viáveis. Consistem de

estudos, simulações, testes e análises específicas da melhor solução viável gerada no estudo

de viabilidade (MADUREIRA, 2006).

É o momento de rever o Planejamento e gerar um novo cronograma específico para esta

solução, com a alocação de recursos e a programação dos eventos e marcos de cada fase. Aqui

é altamente recomendado o uso de ferramentas informatizadas para a gestão de projetos, e

depois, como instrumento de controle ao longo de todo o projeto – como o MS PROJECT

(MADUREIRA, 2006).

No Projeto Básico são definidos e otimizados os principais parâmetros característicos do

produto pela aplicação efetiva da tecnologia. São utilizados para isso modelos que

representam a imagem do produto por meios gráficos permitindo o estudo da aparência, da

forma, das dimensões e do arranjo físico do produto; modelos que simulam fenômenos que

ocorrem no produto utilizando fluxogramas e equações de diferentes naturezas; e ainda

modelos físicos capazes de representar as funções do produto para efeito de ensaios e testes

em laboratório (MADUREIRA, 2006).

A partir destes modelos são realizadas análises visando determinar faixas de valores

para os parâmetros característicos como dimensões, resistências, capacidades, concentrações e

outras, que quantificam a construção do produto. Essas análises determinam como se altera a

37

função do produto frente à variação que possa ocorrer em seus parâmetros característicos;

determinam se o produto apresenta compatibilidade funcional e dimensional dos subsistemas

que o compõe; e verifica se o produto é estável (MADUREIRA, 2006).

As análises geram faixas de valores adequados para cada parâmetro do produto e limites

de variação permitidos. A escolha de valores específicos para cada um dos parâmetros, de

acordo com critérios como máximo desempenho ou mínimo custo, gera a combinação ótima

de parâmetros a qual define o produto otimizado (MADUREIRA, 2006).

O encerramento desta fase é a consolidação, indicando que as características definidas e

otimizadas não mais poderão ser alteradas (MADUREIRA, 2006).

3.3.2 Como foi realizado o projeto básico do projeto Libmax

O projeto básico se iniciou com o recebimento do Formulário de Novos Produtos que

possui um padrão utilizado na empresa. Este formulário contém dados necessários para o

desenvolvimento do produto. A partir deste ponto uma seqüência de atividades foi cumprida

de acordo com o cronograma estabelecido no planejamento do projeto.

Cada atividade possui documentação própria que gera rastreabilidade do processo de

desenvolvimento. Segue abaixo a seqüência de cada etapa e o que as contempla:

- Pesquisa bibliográfica

Levantamento de dados sobre a matéria-prima ativa como nomenclatura química da

molécula, massa molecular, fórmula química e estrutural, características físico-

químicas, farmacológicas e farmacodinâmicas; estabilidade; prováveis excipientes;

polimorfismo; concentração do ativo; local de absorção; interação com outras

substâncias; tipo de marcador (no caso de fitoterápico); estudos clínicos.

38

Modelo Simbólico conforme figuras 3.1, 3.2, 3.3 e 3.4.

Figura 3.1 - Foto da planta Tribullus terrestris L.

Tribullus terrestris L. é uma planta medicinal anual amplamente utilizada para

tratamento de deficiências sexuais. O extrato contém saponinas esteroidais

(protodioscinas), alcalóides, resina, óleos insaturados, taninos, açúcares, esteróis, óleo

essencial, potássio e nitrato. O extrato consiste num pó fino, de cor marrom amarelada.

Teor de saponinas: 45%.

Figura 3.2 - Estrutura Química da Protodioscina (princípio ativo do Tribulus terrestris

L.)

39

Figura 3.3 - Síntese Química dos hormônios.

40

Figura 3.4 - Mecanismo de ação do Tribulus terrestris L.

41

- Solicitação de compra da Matéria-prima ativa

Cálculo da matéria-prima necessária para realização dos testes iniciais e posterior

solicitação de compra conforme pesquisa de concentração do extrato e tipo de

marcador.

- Desenvolvimento analítico

Solicitação de compra de padrões, colunas e reagentes.

Análise da matéria-prima ativa comprada.

Desenvolvimento de metodologia analítica para análise do produto acabado que ocorre

em paralelo com os lotes de bancada.

- Testes iniciais com a matéria-prima ativa

Determinação de fluidez, densidade, umidade, granulometria e aspecto da matéria-

prima para confirmar se a mesma estará apta para prosseguir com os lotes

laboratoriais.

- Testes de bancada (lotes laboratoriais) para definição da fórmula

Foram realizados vários lotes laboratoriais variando de 0,5 a 5,0 kg cada para

determinação da melhor fórmula em performance e com resultados analíticos de

acordo com a especificação do produto.

Nesta etapa foram utilizados modelos icônicos e analógicos.

Modelos Icônicos

O produto tem sua forma farmacêutica definida desde o Planejamento do Produto

(cápsula ou comprimido) de acordo com os interesses do departamento de marketing,

ou baseados nos medicamentos referência do mercado para o mesmo princípio ativo,

ou ainda para adequar à realidade produtiva da empresa com menor investimento.

Foi definido que o Libmax seria um comprimido revestido com as seguintes

dimensões: Comprimento e largura – 19,0 x 9,0 mm e Altura – 4,0 mm.

42

Modelos Analógicos

• Apresentação da análise de sensibilidade do Desempenho conforme tabela abaixo:

Tabela 3.3 - Análise de Sensibilidade do Desempenho.

Componentes Limites de variação / desempenho

Tribullus terrestris 500 mg/cp

Sabe-se que o extrato seco do ativo contém no mínimo 45% de protodioscinas. Portanto, 500mg de extrato seco equivalem a no mínimo 225,0 mg de protodioscina, quantidade suficiente para promover o efeito terapêutico desejado.

Celulose microcristalina 260 mg/cp

Matéria-prima inerte. Por se tratar de um diluente, a quantidade utilizada desta matéria-prima foi calculada de acordo com o volume necessário de pó para preencher o peso médio estipulado para o comprimido.

Croscarmelose sódica 24 mg/cp

Matéria-prima inerte. Para atuar como um bom desagregante sabe-se que o a concentração ideal deve ser entre 2 e 4%. Optou-se por 3% pelo fato de ser um comprimido grande e esta função ser complementada pela celulose microcristalina.

Dióxido de silício 8 mg/cp

Matéria-prima inerte. Por ser um bom glidante (secante) a concentração ideal é de 0,5 a 1,0%. Foi utilizado 1,0% por ser um extrato hidrofílico, medicamento sensível à umidade.

Estearato de magnésio 8 mg/cp

Matéria-prima inerte. Sabe-se que a concentração ideal deste lubrificante é de 0,5 a 1,0% do volume total do comprimido. Optou-se por utilizar a segunda concentração para evitar possíveis problemas de aderência ao equipamento.

• Análises de Compatibilidade

Para que o novo produto apresente um funcionamento adequado, é necessário que a

interação dos diversos subsistemas seja compatível funcional e dimensionalmente.

Compatibilidade Funcional

Segundo análise executada mediante literatura especializada, os componentes da

formulação do Libmax foram selecionados de modo que não haja interação e

incompatibilidade química entre eles. As possíveis incompatibilidades químicas foram

definidas e excluídas durante a pesquisa bibliográfica. Também não há registros de

incompatibilidades do produto com o organismo humano, com exceção dos

consumidores que apresentem hipersensibilidade a algum dos componentes da

formulação.

43

Compatibilidade Dimensional

De acordo com as especificações dos materiais de embalagem já mencionados,

concluímos que todos os materiais foram projetados de forma a atender a

compatibilidade dimensional do produto e os comprimidos foram dimensionados de

forma a conter todos os componentes nas quantidades especificadas por unidade.

- Desenvolvimento de embalagem

Foi realizado o desenvolvimento de embalagem baseando-se no estudo de estabilidade

da matéria-prima ativa a qual é sensível a umidade, optando por um blíster de PVDC.

Embalagem primária (Blíster).

A embalagem primária deve conter as informações conforme requerimento das

legislações vigentes, tais como nome comercial do medicamento, princípio ativo,

nome do fabricante, número do lote, data de fabricação e validade, via de

administração, telefone do serviço de atendimento ao consumidor. Nas tabelas 3.4 e

3.5 estão descritos as especificações dos materiais de embalagem primários.

Tabela 3.4 – Especificação de material de embalagem primário alumínio

DESCRIÇÃO ESPECIFICAÇÃO ALUMÍNIO Aspecto Fita de alumínio com impressão

Cor Prata Largura 156 mm (155 a 157 mm)

Gramatura 68,4 a 85,7 g/m2

Tabela 3.5 – Especificação de material de embalagem primário PVDC

DESCRIÇÃO ESPECIFICAÇÃO PVDC Apresentação Filme de PVDC incolor

Espessura 0,24 a 0,26 mm Largura 167 mm +/- 1 mm

Gramatura 402 a 444 g/ m2

44

Na figura 3.5 está demonstrada a foto do produto Libmax® em sua embalagem

primária.

Figura 3.5 - Libmax

Comprimido Revestido.

Embalagem secundária (Cartucho)

A embalagem secundária deve conter as informações da legislação vigente como:

nome comercial do medicamento, princípio ativo, nome do fabricante, número do lote,

data de fabricação e validade, via de administração, telefone do serviço de

atendimento ao consumidor, endereço do fabricante, número de CNPJ, nome do

responsável técnico, registro no ministério da saúde e frases como “indicações ao

paciente, contra indicações e precauções, vide bula”, todo medicamento deve ser

mantido fora do alcance das crianças e venda sob prescrição médica. Deve apresentar

lacre de segurança inviolável e espaço “raspe aqui” com tinta reativa para garantir a

autenticidade do seu produto. O tamanho da fonte do nome do ativo no cartucho deve

ser 50% do tamanho da fonte do nome comercial. Na tabela 3.6 está descrito a

especificação do cartucho.

Tabela 3.6 – Especificação de material de embalagem secundária Cartucho

DESCRIÇÃO ESPECIFICAÇÃO Cores Pantone Vermelho 485c , verde 339c

Dimensões 55 x 55 x 115 +-0,5mm Gramatura 270-330g/m2

Sentido da Fibra Perpendicular a linha de colagem Tipo de faca 4 abas

Tipo de Material Ct de cartão duplex super 6HY-Bulky

45

Bula

A bula deve conter as informações da legislação vigente como: nome comercial do

medicamento, princípio ativo, nome do fabricante, número do lote, data de fabricação

e validade, via de administração, telefone do serviço de atendimento ao consumidor,

endereço do fabricante, número de CNPJ, nome do responsável técnico, registro no

ministério da saúde e frases como “indicações ao paciente, contra indicações e

precauções, vide bula”, todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das

crianças e venda sob prescrição médica. Deve conter todas as informações técnicas do

produto (farmacodinâmica, farmacocinética, reações adversas, interações

medicamentosas, entre outras). Na tabela 3.7 está descrito a especificação da bula.

Tabela 3.7 – Especificação de material de embalagem secundária Bula

DESCRIÇÃO ESPECIFICAÇÃO Cores Pantone preto

Dimensões 210X150 +ou - 0,5mm Gramatura 53,2 -58,8 g/m

Sentido da fibra Horizontal em relação ao texto Tipo de Material Papel sulfite branco, impresso frente e verso

- Consolidação

Neste momento, no final do projeto básico o produto foi consolidado, com todos seus

parâmetros características principais estabelecidas, definidos por valores numéricos

otimizados.

- Notificação de lote experimental

Elaboração de um documento que informe ao órgão responsável (Agência Nacional de

Vigilância Sanitária – ANVISA) sobre a data de fabricação dos lotes experimentais.

46

3.4 Projeto Executivo

3.4.1 Como deve ser o projeto executivo de um projeto

O Projeto Executivo é a fase em que o produto será completamente definido, testado e

certificado. O sistema-produto será inicialmente decomposto em sua estrutura analítica,

progressivamente, até chegar a peças elementares indivisíveis. Esta estruturação em

subsistemas, conjuntos, subconjuntos componentes e pecas obedecerá a um critério de divisão

funcional, associada a uma nomenclatura expressiva e uma codificação coerente.

O Projeto Executivo deve definir e documentar todos os níveis da estrutura do produto:

composição, formas de união, materiais, tratamentos e acabamentos. Serão a seguir

construídos protótipos representativos do projeto em escala industrial e neles executados

todos os testes de verificação dos requisitos técnicos funcionais e operacionais, conforme

procedimentos e critérios de aceitação pré-estabelecidos. É claro que isto implica em ter a

empresa a estrutura técnica compatível com a complexidade do produto.

A gestão competente desta fase é essencial pela sua extensão e complexidade.

Necessária é a programação dos eventos, das etapas e das atividades, prazos, precedências, e

simultaneidades, com a alocação mensal de recursos humanos, materiais e financeiros. Será

montado um procedimento para acompanhar e controlar o andamento do projeto.

A certificação interna do produto deve ser o fechamento do projeto executivo.

3.4.2 Como foi realizado o projeto executivo do projeto Libmax

Para representar fisicamente o produto por analogia funcional, devem ser fabricados no

mínimo três lotes em escala experimental (equivalente a 10% do tamanho do lote industrial),

os quais são essenciais para realização do estudo de estabilidade, avaliações críticas do

processo de fabricação (por meio de desafios nos parâmetros do processo), determinação de

possíveis falhas durante o processo e observação das características físicas, químicas e

microbiológicas do produto final. A tabela 3.8 descreve a formulação padrão para o produto

Libmax®.

47

Tabela 3.8 – Fórmula padrão para manipulação de 10.000 comprimidos.

Componentes mg/ cp Qtde pesada (g) Tribullus terrestris 500,00 5000,00 Celulose microcristalina 260,00 2600,00

Croscarmelose sódica 24,00 240,00

Dióxido de silício 8,00 80,00

Estearato de magnésio 8,00 80,00 PESO MÉDIO DO NÚCLEO 800,00 8000,00 HPMC 16,00 160,00 Água purificada 155,00 1550,00

Dióxido de titânio 0,84 8,40

Laca al. vermelho nº. 6 0,36 3,60 PESO MÉDIO DO COMP. REVESTIDO 817,20 9722,20

Etapas do processo de fabricação:

Pesagem:

Pesar todas as matérias primas em saco plástico. Essa operação deve ser realizada por

um auxiliar de pesagem e um conferente. Os sacos contendo a matéria-prima pesada devem

ser armazenados em barricas de polietileno devidamente identificadas, lacradas e na presença

de sílica. O lacre só poderá ser rompido dentro do local de fabricação, na sala de manipulação.

Manipulação:

Para a manipulação verificar todos os ítens de BPF (boas práticas de fabricação) e na

presença de um conferente iniciar o processo descrito na instrução de fabricação do processo,

conforme segue abaixo.

- Homogeneizar por alguns minutos o extrato seco de Tribulus terrestris L. com o

dióxido de silício.

- Tamisar em malha, alternando com celulose microcristalina e croscarmelose sódica.

Transferir para o misturador em V e misturar por 40 minutos.

- Tamisar o estearato de magnésio e adicioná-lo ao misturador.

- Misturar por mais 3 minutos.

- Descarregar o produto em barricas previamente taradas, identificadas e forradas com

saco duplo, segregar a barrica em área apropriada, aguardando a próxima fase.

48

Compressão:

- Conferir se os punções e matrizes correspondem a este produto.

- Conferir a montagem geral do equipamento antes de iniciar o processo.

- Abastecer o funil da máquina com o produto até o limite de seu visor. Reabastecer

quando necessário.

- Ajustar os parâmetros (parâmetros e variações para controle em processo):

Peso médio = 800,00mg, com variação de 3% (776,00 mg a 824,00 mg)

Dureza = 12 kgf, com variação entre 10 e 14 kgf;

Altura: 8,0 a 9,0 mm.

- Iniciar o controle em processo e efetuá-lo a cada 30 minutos.

- Enviar amostra devidamente identificada para análise no controle de qualidade físico-

químico:

Friabilidade: < 1%;

Desintegração: máximo 30 minutos.

- Recolher o produto em barricas previamente taradas, identificadas e forradas com saco

duplo, segregar a barrica em área apropriada, aguardando a próxima fase.

Revestimento:

- Preparar a solução de revestimento conforme instrução de fabricação na presença de

um conferente, conforme segue abaixo.

- Em um recipiente de inox, preparar a solução de polímero.

- Agitar até total solubilização.

- Aplicar a solução de revestimento nos comprimidos com temperatura até 38ºC. Ao

término da aplicação, resfriar os comprimidos (rolando os mesmos na revestidora).

Recolher o produto em saco plástico duplo, identificar e pesar.

- Recolher o produto em barricas previamente taradas, identificadas e forradas com saco

duplo, segregar a barrica em área apropriada, aguardando aprovação pelo Controle de

Qualidade.

Emblistagem:

- Emblistar os comprimidos em blíster de 10 comprimidos, utilizando fita de alumínio e

filme de PVDC incolor.

- A temperatura da emblistadeira deve estar entre 150 e 200ºC.

49

- Ao término do processo, colocar os blísteres em caixas plásticas, identificar e segregar

o produto em quarentena.

Equipamentos Envolvidos No Processo:

- Balança semi-analítica – Pesagem

- Misturador em V – Manipulação

- Compressora – Produção

- Durômetro – Controle em processo

- Friabilômetro – Controle em processo

- Balança analítica – Controle em Processo

- Moinho coloidal – Revestimento

Elaboração de um relatório dos lotes experimentais:

Este relatório deve conter todos os desvios que aconteceram durante o processo de

fabricação, sugestões de otimização do processo para quando for realizado o lote

industrial, avaliação crítica dos resultados físicos, químicos e microbiológicos.

50

Estrutura de composição do produto conforme figura 3.6 Sistema Produto Acabado

Libmax

Sub Sistema Comprimidos

Revestidos

Sub Sistema Embalagem

Conjunto Ingredientes Núcleo

Conjunto Ingredientes Revestimento

Tribullus terrestris

Celulose microcristalina

Estearato de magnésio

Croscarmelose sódica

Dióxido de silício

Ativo Excipientes Corante lacca al. vermelho nº6

Dióxido de titânio

HPMC Água purificada

Bula

Cartucho

Blíster

Caixa de embarque

AlumínioPVDC

Figura 3.6 - Estrutura de composição do Libmax

51

Projeto dos Sub Sistemas conforme figura 3.7

Sub Sistema Comprimidos

Revestidos

Conjunto Ingredientes Núcleo

Conjunto Ingredientes Revestimento

Tribullus terrestris

Celulose microcristalina

Estearato de magnésio

Croscarmelose sódica

Ativo Excipientes Corante lacca al. vermelho nº6

Dióxido de titânio

HPMC Água purificada

Dióxido de silício

Figura 3.7. Composição do subsistema dos comprimidos revestidos

Definição do Sub Sistema Libmax Comprimidos Revestidos

A estrutura do Sub Sistema Libmax Comprimidos Revestidos corresponde à estrutura

de um produto intermediário, que nada mais é do que um produto que deve sofrer

subseqüentes etapas de produção, como por exemplo: blistagem, acondicionamento

primário e secundário, ou seja é o produto que passou por todas as etapas de

produção, sem incluir o processo de embalagem.

O Sub Sistema Libmax Comprimidos Revestidos é composto pelo Conjunto

Ingredientes Núcleo e Conjunto Ingredientes Revestimento.

Os ingredientes do núcleo e revestimento são considerados matérias-primas, ou seja,

quaisquer substâncias ativas ou inativas, com especificação definida, utilizada na

produção de medicamentos.

52

Requisitos Técnicos do Sub Sistema Libmax Comprimidos Revestidos conforme

tabela 3.8

Tabela 3.8 – Especificação para o produto Libmax®

LIBMAX COMPRIMIDOS REVESTIDOS

TESTES ESPECIFICAÇÕES

NÚCLEO ASPECTO Comprimidos oblongos de coloração

vermelha e brilhante

PESO MÉDIO 760,00 a 840,00 mg/cp

DUREZA 10 a 14 Kgf

FRIABILIDADE Máximo 1,0%

DESINTEGRAÇÃO (em água) Máximo 30 minutos

REVESTIDO ASPECTO Comprimidos oblongos de coloração

vermelha e brilhante

DESINTEGRAÇÃO (em água) Máximo 45 minutos

PESO MÉDIO 776,00 a 858,00 mg/cp

TEOR DE PROTODIOSCINAS 213,75 a 236,25 mg/cp

UMIDADE Máximo 3,0%

Formação – Sub Sistema Embalagem Libmax Comprimidos Revestidos conforme 3.8

Bula

Cartucho

Blíster

Caixa de embarque

Sub Sistema Embalagem

AlumínioPVDC

Figura 3.8 - Composição do subsistema da embalagem do produto Libmax® 53

Definição do Sub Sistema Embalagem Libmax Comprimidos Revestidos

A estrutura do Sub Sistema Embalagem Libmax Comprimidos Revestidos

corresponde aos materiais de embalagem e suas respectivas funções.

Materiais de embalagem são quaisquer materiais empregados no processo de

embalagem de determinado produto farmacêutico.

Requisitos Gerais do Sub Sistema Embalagem Libmax Comprimidos Revestidos

A aquisição, manuseio e controle de qualidade dos materiais de embalagem primários,

secundários e de materiais impressos devem ser realizados da mesma forma que para

as matérias-primas.

Os materiais impressos devem ser estocados em condições seguras, para que a

possibilidade de acesso não autorizado seja evitada. Os rótulos e os demais materiais

impressos reprovados devem ser guardados e transportados de forma segura de

devidamente identificados antes de serem destruídos. Deve haver registro da

destruição dos materiais impressos.

Cada lote de material impresso e de material de embalagem deve receber um numero

especifico de referência ou marca de identificação.

Os materiais impressos de embalagens primárias ou secundarias desatualizados e

obsoletos devem destruídos e esse procedimento deve ser registrado.

Todos os materiais de embalagem a serem utilizados devem ser conferidos em relação

à quantidade, identidade e conformidade com as instruções de embalagem no

momento em que forem entregues.

54

Requisitos Técnicos do Sub Sistema Embalagem Libmax Comprimidos Revestidos

PVDC incolor 167mm – Testes e especificações

Identificação: Bobina com etiqueta de identificação constando o nome do material,

código, largura, espessura, peso líquido, nome do fabricante e data de fabricação.

Embalagem: Bobinas envolvidas em papel celofane ou papel Kraft.

Inspeção física: Uniformidade nas medidas das arestas paralelas e Plástico laminado

transparente isento de furos, ranhuras e sujeira.

Tipo do material: Laminado rígido de PVDC atóxico, alto impacto e espessura de

0,25mm.

Identificação do PVDC: Positiva ao Infra-red.

Impressão e cor: Isento de impressão e cor.

Gramatura: 402 a 444 g/m2.

Dimensões em mm:

Largura da bobina – 167,0 mm +/- 1

Diâmetro externo – máximo 400 mm

Diâmetro do furo – 76,2 +/- 1

Alumínio

Identificação: Bobina com etiqueta de identificação constando o nome do material,

código, largura, espessura, peso líquido, nome do fabricante e data de fabricação.

Embalagem: Bobinas acondicionadas em caixas de papelão triplex e ou revestidas por

plástico (preferencialmente plástico bolha).

Inspeção física: Isento de marcação par fotocélula e Revestimento isento de falhas ou

manchas. Identidade do texto e das cores conforme arte final aprovada ou tira de

alumínio modelo. A impressão deve ser nítida, isenta de borrões ou outros defeitos.

Tipo do material: Estrutura composta de verniz de proteção, tintas, primer, alumínio

1230 e verniz incolor termo-selante universal (PVC/PVDC) 6 g/ m2.

Impressão e cor: Rotogravura.

Gramatura: 68,4 a 85,7 g/m2.

Espessura da tira acabada: 0,026 a 0,031 mm

55

Microfuros e porosidade: O material deve ser examinado contra a luz e o laminado

não deve apresentar microfuros ou porosidade.

Dimensões em mm:

Largura da bobina – 153,0 mm +/- 1

Diâmetro externo – máximo 240 mm

Diâmetro do furo – 76,2 +/- 1

Bula Libmax Comprimidos Revestidos

Identificação: Pacotes identificados com a própria bula do produto e etiqueta de

identificação constando o nome do material, código, quantidade e data de fabricação.

Embalagem: Pacotes de 2000 bulas.

Inspeção física: Identidade do texto, da cor e da barra de diferenciação visual,

conforme arte final aprovada ou bula modelo. A impressão deve ser nítida, isenta de

borrões ou outros defeitos.

Tipo do material: Papel Sulfite branco impresso frente e verso.

Impressão e cor: Offset. Cor pantone preta.

Gramatura: 53,2 a 58,8 g/m2.

Direção da fibra: horizontal em relação ao texto.

Dimensões em mm:

Largura – 160,0 mm + 1mm

Altura – 220,0 mm + 1mm

Cartucho Libmax Comprimidos Revestidos

Identificação: Caixas identificadas com o próprio cartucho do produto e etiqueta de

identificação constando o nome do material, código, tipo do cartão, quantidade,

número de facas e data de fabricação.

Embalagem: Caixas de papelão triplex.

Inspeção física: Cartão isento de ranhuras, rebarbas e sujeira. Identidade do texto, das

cores e da barra de diferenciação visual conforme cartucho modelo.

Tipo da faca: Quatro abas.

Sentido da fibra: perpendicular à linha de colagem.

Tipo do material: Cartão duplex super 6HY-Bulky.

56

Impressão e cor: Offset. Cor pantone vermelha.

Gramatura: 270,0 a 330,0 g/m2.

Dimensões em mm:

55 x 55 x 115 +/- 0,5 mm

Projeto dos Conjuntos

Requisitos Técnicos do Conjunto Ingredientes Núcleo conforme figura 3.9 e tabela

3.9.

Tabela 3.9 – Especificação matérias-primas que compõe o núcleo do produto Libmax®

Testes Especificações

Extrato seco Tribullus terrestris

Identificação (NIRS) Positiva

pH (25ºC) 4,6 a 6,0

Perda por secagem Máximo 0,5%

Teor 98 a 102%

Celulose Microcristalina

Inspeção física Pó fino branco a quase branco

Chumbo Máximo 0,01%

pH (25ºC) 5,0 a 7,5

Perda por secagem (105 ºC por 3 horas) Máximo 7,0%

Figura 3.9 - Composição do núcleo produto Libmax®

Ativo

Tribullus terrestris

Celulose microcristalina

Estearato de magnésio

Croscarmelose sódica

Dióxido de silício

Excipientes

Conjunto Ingredientes Núcleo

57

Tabela 3.10 – Especificação matérias-primas que compõe o núcleo do produto Libmax®

(continuação)

Testes Especificações

Estearato de Magnésio

Inspeção física Pó volumoso fino branco livre de material

arenoso

Perda por secagem

(105 ºC até peso constante) Máximo 6,0%

Chumbo Máximo 0,01%

Sulfato Máximo 1%

Cloreto Máximo 0,1%

Croscarmelose sódica

Identificação (NIRS) Positiva

Resíduo por ignição Máximo 0,1%

Perda por secagem Máximo 0,5%

Densidade aparente 0,2342 g/mL

Teor 91 a 105%

Dióxido de silício

Identificação (NIRS) Positiva

Resíduo por ignição Máximo 0,1%

Perda por secagem Máximo 0,5%

Chumbo Máximo 0,002%

Cloreto Máximo 0,1%

Requisitos Técnicos do Conjunto Revestimento conforme figura 3.10 e tabela 3.10.

Conjunto Ingredientes Revestimento

Corante lacca al. vermelho nº6

Dióxido de titânio

HPMC Água purificada

Figura 3.10 - Composição do revestimento do produto Libmax®

58

Tabela 3.10 – Especificação matérias-primas que compõe o revestimento do produto

Libmax®

Testes Especificações

Hidroxipropilmetilcelulose (HPMC)

Inspeção física Pó fino branco ou levemente amarelado

pH (25ºC) 4,0 a 7,0

Umidade Máximo 14,0%

Densidade 1,478 g/mL

Substâncias oxidáveis Máximo 0,002%

Corante laca alumínio vermelho 06

Inspeção física Pó cristalino vermelho com odor

característico

Solubilidade Muito pouco solúvel em água, solúvel em

álcool, livremente solúvel em éter

Identificação Desenvolve-se cor vermelha

Ponto de fusão Entre 63 e 66 ºC

Teor 98 a 101%

Dióxido de titânio

Identificação Positiva

Inspeção Pó fino branco

Perda por secagem Máximo 0,5%

Ponto de fusão 54 e 102 ºC

Índice de refração Entre 1,435 e 1,445

Análises de Estabilidade

Para os estudos de estabilidade os três lotes experimentais foram submetidos a

diferentes condições de temperatura e umidade visando estabelecer os parâmetros de

armazenamento do produto e seu prazo de validade. O produto foi submetido às

seguintes condições:

59

Estabilidade longa duração a 30ºC / 75%UR por 24 meses ou até o prazo de validade

do produto demonstrada na tabela 3.11;

Estabilidade acelerada a 40ºC / 75%UR por 6 meses demonstrada na tabela 3.12.

Durante o tempo de estabilidade previsto, são realizados todos os testes físico-

químicos e microbiológicos no produto em questão.

Observação: A partir do estudo acelerado (6 meses), o produto já pode ser

encaminhado para registros na ANVISA (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária).

Tabelas de Estabilidade

Produto: Libmax Comprimidos Revestidos Lote: AAA

Data de início: 13/01/05 Data de término: 13/09/07

Material de Acondicionamento: Blíster de PVDC + alumínio

Tabela 3.11 – Estudo de estabilidade de longa duração: 30ºC / 75% UR

Inicial 3 meses

6 meses 9 meses

12 meses

18 meses 24 meses Testes Especificações

13/01/05 13/03/05 13/06/05 13/09/05 13/12/06 13/03/06 13/06/07

Aspecto Comprimidos oblongos, de coloração rosa,

De acordo De acordo De acordo De acordo De acordo De acordo De acordo

Peso Médio 776,0 a 858,0 mg/cp 824,5 825,4 826,8 826,8 825.2 826.3 826.8

Dureza 10 a 14 kgf 12 13 12 13 12 13 11

Desintegração Máximo 45 minutos 20 22 24 23 22 23 24

Umidade Máximo 3,0% 1,9 2,0 2,1 2,2 1.7 1.9 2.0

Teor protodioscinas

203,00 a 248,00 mg/cp 225,1 221,98 222,96 230,95 230.3 225,1 221,98

Contagem Microbiana – Bactérias

Máximo 1000 UFC/g < 10 UFC/g < 10 UFC/g < 10 UFC/g < 10 UFC/g < 10 UFC/g < 10 UFC/g < 10 UFC/g

Pesquisa de patógenos Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

Contagem Microbiana – Fungos e leveduras

Máximo 100 UFC/g < 10 UFC/g < 10 UFC/g < 10 UFC/g < 10 UFC/g < 10 UFC/g < 10 UFC/g < 10 UFC/g

60

Produto: Libmax Comprimidos Revestidos Lote: AAA

Data de início: 13/01/05 Data de término: 13/07/05

Material de Acondicionamento: Blíster de PVDC + alumínio

Tabela 3.12 – Estudo de estabilidade de acelerada: 40ºC / 75% UR

Inicial 1 mês 2 meses 3 meses 6 meses Testes Especificações

13/01/05 13/02/05 13/03/05 13/04/05 13/07/05

Aspecto

Comprimidos oblongos, de coloração rosa, superfície lisa e

brilhante

De acordo De acordo De acordo De acordo De acordo

Peso Médio 776,0 a 858,0 mg/cp 820,5 817.5 818,0 825,4 826,8

Dureza 10 a 14 kgf 12 11 14 13 12

Desintegração Máximo 45 minutos 20 30 24 22 24

Umidade Máximo 3,0% 1,9 2.3 2,0 2,0 2,1

Teor protodioscinas 203,00 a 248,00 mg/cp 225,1 226,0 225,5 221,98 222,96

Contagem Microbiana – Bactérias

Máximo 1000 UFC/g < 10 UFC/g < 10 UFC/g < 10 UFC/g < 10 UFC/g < 10 UFC/g

Pesquisa de patógenos Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

Contagem Microbiana – Fungos e leveduras

Máximo 100 UFC/g < 10 UFC/g < 10 UFC/g < 10 UFC/g < 10 UFC/g < 10 UFC/g

Estudos adicionais

Levantamento de documentações que comprovem a eficácia do produto para envio

junto com o dossiê de registro.

Elaboração de Dossiê Técnico

Após 6 meses de estabilidade acelerada (40ºC/75% UR) com resultados analíticos

satisfatórios, foi feito um relatório técnico de produção documentando todas as etapas

realizadas com o produto. Este relatório será complementar a documentação dos

assuntos regulatórios.

61

3.5 Implantação da Fabricação

A Implantação da Fabricação é geralmente iniciada na fase de planejamento e

compreende o projeto do produto, montagem e certificação de todo processo produtivo, desde

o recebimento de materiais até sua embalagem e distribuição.

Essa fase é vista para a empresa como um novo projeto, pois depende de uma serie de

liberações de autoridades competentes e aguarda a finalização de estudos longos (em média

de 12 a 24 meses) por isso não foi estabelecida na fase de Planejamento do Projeto Libmax.

62

4 ANÁLISE CRÍTICA DOS PROCESSOS DO PROJETO

4.1 Planejamento do Projeto

O Planejamento do Projeto é uma etapa crítica no desenvolvimento de qualquer

produto. Nesta fase deve ser concebida a idéia do projeto, seus objetivos e traçadas as fases

que devem ser cumpridas e quanto tempo que podem durar. A Femina apresenta fragilidades

neste processo, pois não existe uma organização focada em gerenciamento de projetos e por

isso não tem estabelecido um fluxo correto de atividades e suas permitidas durações.

Não existe um departamento que coordene e acompanhe todas as atividades durante o

desenvolvimento de um produto. A idéia de um novo produto surge de dois ou três setores

que a buscam em congressos nacionais e internacionais. É feita uma análise básica e são

avaliados os interesses do mercado, o público alvo e aspectos de atratividade para o

consumidor. Em seguida o projeto parte para execução pelo setor de Pesquisa e

Desenvolvimento até consolidação do produto.

O desenvolvimento de um produto deveria ser iniciado com a criação de uma proposta

formal. Essa proposta consta de um formulário de avaliação, criado por um comitê que é

gerenciado por um departamento de Novos Negócios, Inovação e Tecnologia ou

Departamento de Projetos, como quiser denominar. Esse comitê é composto por

representantes de várias áreas como Marketing, Médico-Científico, Comercial, Pesquisa e

Desenvolvimento e da Presidência da empresa que juntos estabelecem possíveis projetos de

interesse.

O formulário de avaliação de um novo produto segue um fluxo que permite que outros

setores como a Engenharia, o Desenvolvimento Analítico, a Produção, Custos, o

Desenvolvimento de embalagem, Assuntos Regulatórios, Jurídico (responsável por Patentes),

e outros setores dêem um parecer inicial sobre a possibilidade de continuidade do projeto e o

estabelecimento de um conjunto coerente de objetivos formado a partir de um consenso.

No Projeto Libmax, a empresa não propôs um ciclo de vida para o produto, não definiu

os investimentos a serem feitos nesse desenvolvimento, um preço de venda estimado, os

custos de fabricação e estabeleceu um prazo para o final do projeto que não tinha

confiabilidade.

63

4.2 Estudo da Viabilidade

Com o estabelecimento dos objetivos do projeto e dos requisitos técnicos do produto, a

próxima etapa deveria ser a de gerar soluções possíveis e selecionar as que são técnicas,

econômica e financeiramente viáveis. Essa fase não ocorre na maioria dos produtos por falta

de uma priorização por parte do setor de custos e pela falta de um departamento que controle

sua realização. A análise de viabilidade do projeto normalmente acontece durante a execução

deste.

A função mais importante de se cumprir essa etapa é a de determinar se o projeto de

desenvolvimento do novo produto deveria ser aprovado, ser reavaliado (voltando para fase de

planejamento) ou ser abandonado por demonstrar que não possui nenhuma viabilidade. Como

essa avaliação não ocorre, muitos projetos são abortados após alto investimento, como

compra de matéria-prima e materiais ou quando já estão consolidados para serem submetidos

a registro.

A importância da participação de todas as áreas da empresa desde o início e ao longo de

todo o projeto também é vista nesta etapa. A não avaliação de cada setor pode impactar em

uma inviabilização.

Não analisar a viabilidade técnica gera a impossibilidade de se cumprir todos os

requisitos técnicos, do projeto, da fabricação, do fornecimento e da distribuição, na

qualidade, volume e prazos previstos. Se tratando de medicamento fitoterápico, como o

Libmax, estudos comprobatórios de sua Eficácia e Testes Clínicos são fortes fatores de

inviabilidade de registro. A falta desses estudos, assim como a existência de patentes,

poderiam ser previamente avaliados para continuidade do projeto.

O mesmo vale para a viabilidade econômica. Quando não determinada pela avaliação

de custos e investimentos, pode não assegurar o retorno apropriado à empresa.

E na viabilidade financeira uma não avaliação pode gerar uma falência do produto por

inadequabilidade da evolução do fluxo de caixa ao longo do projeto e do ciclo de vida do

produto.

Na Femina, o que se observa então, é que na grande maioria das vezes, o projeto é

iniciado sem nenhuma análise de viabilidade, com a compra direta de matérias-primas e

materiais. Os custos não são levados em consideração, a quantidade de pessoal para executar

o produto não é medida e outros fatores físicos e condições da empresa deixam de ser

64

avaliados. Os resultados são uma série de projetos interrompidos por falta de recursos, de

retorno ou de infra-estrutura.

4.3 Projeto Básico

O projeto básico deveria se iniciar com a apresentação do que é viável para se alcançar

o produto desejado. Momento no qual o Planejamento é revisto e a partir daí é gerado um

novo cronograma mais específico.

Como a fase de viabilidade não é completa e ocorre em momentos aleatórios, essa etapa

de Projeto Básico se inicia logo que a proposta de produto é passada ao departamento de

Pesquisa e Desenvolvimento. A alocação de recursos e a programação dos eventos e marcos

de cada fase acontecem de acordo com o cronograma feito no Planejamento.

Uma ferramenta informatizada deveria fazer parte desta etapa controlando o fluxo do

projeto, porém o que se observa é o uso do cronograma inicial e não revisado aliado a

algumas planilhas de Excel.

O fluxo não integrado dos setores gera problemas entre partes complementares de

trabalho. Pode ser citado como exemplo, o impedimento de desenvolver uma metodologia de

análise para o produto por falta de padrão primário ou de materiais e conseqüente interrupção

no desenvolvimento do produto por não ser analisado.

O produto otimizado passa por mudanças desde seu planejamento. A forma física do

produto e suas definições iniciais podem ser mudadas mesmo que já estabelecida uma

fórmula aprovada. Isso acontece muitas vezes por ser a fase de Planejamento uma estimativa

sem dados confiáveis e que determina características que não conseguem ser fiéis à realidade

alcançada. Os modelos físicos dependem de uma boa correlação entre a fórmula delineada e

os equipamentos e ferramentais disponíveis. Torna-se crítico, então, conseguir que o custo

final do produto seja compatível com o estimado, que as características idealizadas (por

questões comerciais e regulatórias) estejam de acordo e que o produto seja adequado à

realidade, em termos de tecnologia, que a empresa apresenta. Para facilitar o entendimento

considere que: idealiza-se um produto circular, com diâmetro de 9,0mm, não revestido e que

custaria R$0,03/unidade. Ao final desta etapa o produto conseguiu a dose efetiva para efeito

farmacológico e a estabilidade necessária sendo feito na forma oblonga, com dimensões de

15,0x8,0mm, tendo um revestimento de cor vermelha e custando então R$ 0,10/unidade.

65

Outro problema comum é a não reprodutibilidade do produto aprovado. A empresa não

possui uma estrutura de documentação que possibilite que a fórmula alcançada e o processo

de obtenção desta sejam refeitos etapa a etapa e permite assim uma insuficiente avaliação

técnica que gere uma confiabilidade do produto ou processo.

O produto pode precisar de nova consolidação em função do não cumprimento de

exigências por parte do órgão regulamentador (ANVISA), tais como, estabilidade física e

química ou bioequivalência. Esse problema ocorre com freqüência e não há como ter

previsibilidade dessa ocorrência. O risco que se corre em não fazer esses estudos numa fase

intermediária, ou seja, antes da fase de término do Projeto Executivo, está sempre presente.

As decisões tomadas de se correr os riscos de uma reprovação são com o intuito de evitar

uma “perda de tempo”, de seis meses em média, que configura um estudo de estabilidade

intermediário, por exemplo.

4.4 Projeto Executivo

O Projeto Executivo deveria ser uma fase onde o produto, completamente definido,

testado e certificado, fosse transposto de uma escala laboratorial para a industrial. Ocorre

porém, que os resultados satisfatórios obtidos nos equipamentos piloto não se reproduzem

nos equipamentos industriais, pois estes são comparativamente equivalentes, com mesmo

princípio de funcionamento, mas não geram os mesmos resultados práticos. As características

aprovadas para o produto são alteradas por fatores físicos e químicos do processo.

A insuficiente documentação do processo de delineamento transfere o problema de

reprodutibilidade para esta etapa. O escalonamento do processo demonstra toda a falta de

registro dos conhecimentos obtidos no Projeto Básico e não permite que sejam evitados

muitos problemas.

A falta da programação das etapas, das atividades, dos prazos, precedências e

simultaneidades, aliada à falta de alocação de recursos humanos, materiais e financeiros para

cada atividade geram diversos problemas. A falta dos materiais necessários para a execução

dos lotes nas datas previstas, a pouca disponibilidade de equipamentos e pessoal produtivo, o

produto finalizado aguardando análises de aprovação por longos períodos são alguns dos

problemas que normalmente ocorrem. Todos esses fatores trazem conseqüências diretas para

o setor de Pesquisa e Desenvolvimento e para a empresa como um todo. O tempo de projeto é

estourado, os custos são multiplicados e não contabilizados e conseqüentemente observa-se

66

uma ineficiência dos processos de lançamento da empresa impactando sobre sua capacidade

de concorrer e melhor se posicionar no mercado.

4.5 Implantação da Fabricação

Essa fase é vista como um novo projeto, como dito anteriormente, e só ocorre após

conclusão e aprovação do projeto anterior. Dessa forma, todos os problemas que ocorrem no

desenvolvimento do produto trazem impactos para que esta ocorra. De acordo com o

objetivo de lançamento do produto, o atraso pode gerar uma inviabilidade de lançamento ou

ainda o custo de estoques tão alto que a implantação pode ser suficiente para abortar o projeto

ou trazer problemas de retorno.

67

5 PROPOSTAS DE SOLUÇÃO

Para a implantação do sistema de gerenciamento de projetos na empresa Femina

Industrial Ltda. o primeiro passo deve ser a criação de um departamento para gerar as

propostas de novos produtos, coordenar e acompanhar todas as atividades relacionadas com o

projeto. Esse departamento poderia ser chamado de Novos Negócios, ficando subordinado

diretamente à Presidência da empresa. E seguindo o conceito de que o projeto envolve uma

equipe multidisciplinar para se tornar efetivo, o Departamento de Novos Negócios é também

responsável pela criação de um comitê formado por representantes das diversas áreas da

empresa.

A introdução de uma ferramenta de gestão de projetos, como o software MS-Project™,

possibilita que o gerente do projeto consiga planejar, organizar, controlar, coordenar e

comandar de forma rápida e eficiente todos os estágios envolvidos desde o Planejamento até

a Implantação do produto.

Capacitar e desenvolver as habilidades dos gerentes de projeto possibilita que estes

exerçam suas funções com o máximo de eficiência. É possível assim padronizar a forma de

conduzir os projetos e diminuir a incidência de falhas.

5.1 Planejamento do Projeto Libmax ®

A criação do departamento de Novos Negócios permite um efetivo gerenciamento dos

projetos com o fluxo adequado das atividades e suas respectivas durações. Este departamento

deve implementar o uso do MS-Project™ como ferramenta de controle. A elaboração do

Plano do Projeto (Project Charter) é a etapa seguinte a ser cumprida.

Baseado no Plano de Projeto é escrito o Formulário de Novos Produtos que é o

documento de identidade do produto farmacêutico. Este documento deve ser avaliado e

endossado por cada integrante do comitê multidisciplinar. Dados importantes são gerados

nesta primeira avaliação como o ciclo de vida estimado para o produto, os investimentos a

serem feitos, um preço de venda estimado, os custos de fabricação e estabelecer um prazo

para o final do projeto. Nesta fase tem-se um marco onde o que foi proposto prossegue ou é

reelaborado.

68

Geralmente, o ciclo de vida de um medicamento fitoterápico é de no máximo 10 anos,

salvo algumas poucas exceções. Para o produto Libmax® poderia ser estimado conforme

tabela 5.1:

Tabela 5.1- Estimativa do ciclo de vida do produto Libmax ®

Ciclo de vida do produto

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Anos após lançamento do produto

Part

icip

ação

de

mer

cado

(%)

otimista estimado pessimista

Inicialmente, de acordo com as características que o produto deve conter e

considerando-se que a Femina Industrial Ltda. dispõe de infra-estrutura básica para produção

de medicamentos (equipamentos, funcionários e logística), os investimentos do programa

seriam relativos à rotina operacional. Novos investimentos poderão ser avaliados caso sejam

necessários ao cumprimento de novas propostas de fabricação.

Na fase de projeto e desenvolvimento o total de investimentos seria no valor de R$

780.000,00 conforme tabela 5.2.

Tabela 5.2- Investimentos de projeto e desenvolvimento Atividade Recursos Dedicação Investimento (R$)

Estudo de estabilidade Próprio 24 meses 100.000,00

Desenvolvimento de produto Próprio 3 meses 410.000,00

Registro do produto Próprio 6 meses 5.000,00

Desenvolvimento artístico Próprio 3 meses 5.000,00

Testes – validação do produto Próprios 3 meses 150.000,00

Lançamento do produto Próprio 30 dias 110.000,00

TOTAL 780.000,00

69

Na implantação da fabricação o total de investimentos seria no valor de R$ 420.000,00

conforme tabela 5.3.

Tabela 5.3- Investimentos na implantação da fabricação Atividade Recursos Dedicação Investimento (R$)

Instalações industriais Próprias 3 meses 320.000,00 Lote Piloto Próprios 30 dias 100.000,00

TOTAL 420.000,00

Na comercialização do produto o total de investimentos seria no valor de R$ 100.000,00

conforme tabela 5.4.

Tabela 5.4- Investimentos na comercialização do produto Atividade Recursos Dedicação Investimento (R$)

Despesa de viagens Próprio 1 mês 50.000,00

Publicidade Próprio 3 meses 50.000,00

TOTAL 100.000,00

Os custos do programa envolvem os custos unitários na fabricação e na distribuição.

Estima-se que na fabricação o custo unitário seja de R$ 11,00 (caixa com 30 comprimidos ou

cápsulas) levando-se em consideração matéria-prima, materiais, mão-de-obra e custos fixos.

O custo unitário na distribuição fica estimado no valor de R$ 20,00, considerando a

contratação de uma transportadora especializada em medicamentos e incluindo os impostos.

Dessa forma, o Preço de venda no varejo fica estimado em R$ 35,00.

Os resultados financeiros, expressos como a lucratividade do programa, foram baseados

numa pesquisa de mercado realizada com os possíveis futuros consumidores e usuários do

produto. A empresa poderá vender o produto ao mercado por R$ 35,00 a caixa (cartucho com

30 comprimidos ou cápsulas). Desta forma, este preço poderá ser repassado ao consumidor

final abaixo da faixa de preço apresentada pelos concorrentes, geralmente entre R$ 40,00 e

50,00. O prazo de recuperação do investimento é esperado em 10 meses após início da

comercialização, considerando uma margem de lucro de 30%.

O ponto de equilíbrio na produção fica estabelecido como uma meta de participação de

mercado de 4% com estimativa otimista, após 5 anos. Do ponto de vista pessimista, é prevista

uma fatia do mercado em torno de 1% após 5 anos. A análise do ponto de equilíbrio é

demonstrada conforme tabela 5.5.

70

Tabela 5.5 - Ponto de equilíbrio na produção

0,00,51,01,52,02,53,03,54,04,5

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Ano após lançamento do produto

Part

icip

ação

de

mer

cado

(%)

otimista pessimista novo produto novo produto

5.2 Estudo da Viabilidade

Com a criação do Departamento de Novos Negócios o estudo de viabilidade implantado

passa a ser cumprido seguindo o previsto no cronograma.

Essa fase é iniciada com a análise realizada pelo comitê utilizando o Formulário de

Novos Produtos. Chamada de Viabilidade Fase I, ela estabelece tecnicamente o que será

necessário para desenvolvimento do produto e gera dados para que possa ser realizada uma

avaliação aprofundada dos custos e investimentos envolvidos para atender a proposta. Assim,

podem-se gerar soluções possíveis e selecionar as que são técnicas, econômica e

financeiramente viáveis. No MS-Project™ essa avaliação configura um marco onde o

produto pode ser aprovado, ser reavaliado (voltando para fase de planejamento) ou ser

abandonado por demonstrar que não possui nenhuma viabilidade.

Para realizar as avaliações técnicas necessárias da Viabilidade Fase I, são utilizadas

matrizes de soluções que geram um Estudo das Soluções e Análises Técnicas. Na matriz de

síntese de soluções serão levantadas as possíveis composições para o produto Libmax® a ser

desenvolvido, onde as linhas verticais correspondem às funções do produto e as horizontais

às alternativas. Nesta fase para estimular a geração de novas idéias para as funções foi usada

a técnica “toró de palpites” conforme descrito nas tabelas 5.6 e 5.7.

71

Tabela 5.6 - Estudo das Soluções e Análises Técnicas da composição do produto Libmax®

Matriz de soluções técnicas possíveis (Matérias-primas) Funções Subsistema 1 2 3

Estimulante sexual feminino

Princípio ativo

Tribullus terrestris Heteropteris aphrodisíaca Lepidium

meyenii

Viável ou não? Sim Sim Não

Justificativa Não existe no mercado Já existe no mercado Falta de estudos científicos suficientes

Diluente Excipiente Celulose microcristalina Cellactose Lactose monoidratada

Viável ou não? Sim Sim Não

Justificativa Fluidez ideal Fluidez ideal Baixa compressibilidade

Desintegrante Excipiente Glicolato de amido sódico Crospovidona Croscarmelose sódica

Viável ou não? Sim Não Sim

Justificativa Estabilidade não afetada negativamente

Higroscópico gerando instabilidade

Estabilidade não afetada negativamente

Glidante Excipiente Dióxido de silício coloidal - -

Viável ou não? Sim - -

Justificativa Efetivo contra umidade - -

Lubrificante Excipiente Estearato de magnésio Ácido esteárico Talco

Viável ou não? Sim Não Não

Justificativa Bom antiaderente Gruda sob aumento da temperatura

Eficiente em altas quantidades

Polímero de revestimento Excipiente Hidroxipropilmetilcelulose Ácido Metacrílico Polivinilálcool

Viável ou não? Sim Não Sim

Justificativa pH independente e fácil aplicação

Difícil aplicação e utiliza solvente orgânico

pH independente e fácil aplicação

Solvente Veículo Água purificada Álcool etílico 90% -

Viável ou não? Sim Não -

Justificativa Solvente seguro Risco ao operador -

Opacificante Excipiente Dióxido de titânio - - Viável ou não? Sim - -

Justificativa Proteção ao núcleo e base para a coloração - -

Corante Excipiente Laca alumínio vermelho nº. 6 Óxido de ferro vermelho - Viável ou não? Sim Sim -

Justificativa Atrativo sensorial Atrativo sensorial -

Administração medicamento

Forma farmacêutica Comprimido Cápsula -

Viável ou não? Sim Sim -

Justificativa Fácil administração Fácil administração -

72

Tabela 5.7 - Estudo das Soluções e Análises Técnicas da embalagem do produto Libmax®

Matriz de soluções técnicas possíveis (Embalagem) Funções Subsistema

1 2 3

Acondicionamento do produto

Embalagem primária Blíster PVDC Blíster PVC cristal Frasco de vidro

Viável ou não? Sim Não Não

Justificativa Barreira física eficiente

(umidade) e química. Dose individualizada.

Barreira física ineficiente Dose múltipla com risco de contaminação

Acondicionamento da embalagem

primária

Embalagem secundária Cartucho - -

Viável ou não? Sim - -

Justificativa Única alternativa - -

Lacrar o cartucho Lacre de segurança

Selo de Segurança (plástico adesivo)

Colar o cartucho com cola quente na aba -

Viável ou não? Sim Não -

Justificativa Fácil manuseio. Eficaz

contra adulteração e falsificação

Difícil manuseio. Ineficaz contra falsificação -

Acondicionamento da embalagem

secundária

Embalagem final (Caixa

de embarque) Caixa de papelão - -

Viável ou não? Sim - -

Justificativa Única alternativa - -

Informações ao paciente

Material de embalagem Bula - -

Viável ou não? Sim - -

Justificativa Única alternativa - -

Além dessas análises acima, foram verificadas questões referentes ao processo de

produção e concluiu-se que existe área técnica que suporte essa fabricação, infra-estrutura

necessária e possibilidade de fornecimento na qualidade, volume e prazos necessários.

Após estabelecimento da matriz de soluções é gerado um resumo das soluções

tecnicamente viáveis e a partir dele é possível concluir que as soluções 2, 6, 11 e 12, são

aprovadas tecnicamente e podem ser avaliadas economicamente. A conclusão da análise

técnica pode ser vista na tabela 5.8.

73

Tabela 5.8 - Conclusão da Análise Técnica - Resumo das soluções tecnicamente viáveis.

Solução 1 Solução 2 Solução 3 Solução 4 Solução 5 Solução 6 Solução 7 Solução 8

Princípio ativo Tribullus terrestris Tribullus terrestris Tribullus terrestris Tribullus terrestris Tribullus terrestris Tribullus terrestris Tribullus terrestris Tribullus terrestris

Forma farmacêutica Comprimidos Comprimidos Comprimidos Comprimidos Comprimidos Comprimidos Comprimidos Comprimidos

Diluente Celulose

microcristalina

Celulose

microcristalina

Celulose

microcristalina

Celulose

microcristalina Cellactose Cellactose Cellactose Cellactose

Desintegrante Glicolato de amido

sódico

Croscarmelose

sódica

Glicolato de amido

sódico

Croscarmelose

sódica

Glicolato de amido

sódico

Croscarmelose

sódica

Glicolato de amido

sódico

Croscarmelose

sódica

Glidante Dióxido de silício Dióxido de silício Dióxido de silício Dióxido de silício Dióxido de silício Dióxido de silício Dióxido de silício Dióxido de silício

Lubrificante Estearato de

magnésio

Estearato de

magnésio

Estearato de

magnésio

Estearato de

magnésio

Estearato de

magnésio

Estearato de

magnésio

Estearato de

magnésio

Estearato de

magnésio

Polímero de revestimento

HPMC HPMC Polivinilálcool Polivinilálcool HPMC HPMC Polivinilálcool Polivinilálcool

Solvente Água purificada Água purificada Água purificada Água purificada Água purificada Água purificada Água purificada Água purificada

Opacificante Dióxido de titânio Dióxido de titânio Dióxido de titânio Dióxido de titânio Dióxido de titânio Dióxido de titânio Dióxido de titânio Dióxido de titânio

Corante Laca al. vermelho

nº. 6

Laca al. vermelho

nº. 6 Óx. ferro vermelho Óx. ferro vermelho

Laca al. vermelho

nº. 6

Laca al. vermelho

nº. 6 Óx. ferro vermelho Óx. ferro vermelho

Embalagem primária Blíster de PVDC Blíster de PVDC Blíster de PVDC Blíster de PVDC Blíster de PVDC Blíster de PVDC Blíster de PVDC Blíster de PVDC

Embalagem secundária

Cartucho Cartucho Cartucho Cartucho Cartucho Cartucho Cartucho Cartucho

Lacre de segurança Selo de segurança Selo de segurança Selo de segurança Selo de segurança Selo de segurança Selo de segurança Selo de segurança Selo de segurança

Caixa de embarque Caixa de papelão Caixa de papelão Caixa de papelão Caixa de papelão Caixa de papelão Caixa de papelão Caixa de papelão Caixa de papelão

Informações ao paciente

Bula Bula Bula Bula Bula Bula Bula Bula

Viável ou não? Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim

Justificativa Menor poder de desintegração

Formulação compatível

Menor poder de desintegração

Revestimento inadequado

Menor poder de desintegração

Formulação compatível

Menor poder de desintegração

Revestimento inadequado

74

Tabela 5.8 - Conclusão da Análise Técnica - Resumo das soluções tecnicamente viáveis. (continuação)

Solução 9 Solução 10 Solução 11 Solução 12

Princípio ativo Heteropteris aphrodisíaca Heteropteris aphrodisíaca Heteropteris aphrodisíaca Heteropteris aphrodisíaca Forma farmacêutica Cápsulas Cápsulas Cápsulas Cápsulas Diluente Celulose microcristalina Celulose microcristalina Cellactose Cellactose

Desintegrante Glicolato de amido sódico Croscarmelose sódica Glicolato de amido sódico Croscarmelose sódica

Glidante Dióxido de silício Dióxido de silício Dióxido de silício Dióxido de silício

Lubrificante Estearato de magnésio Estearato de magnésio Estearato de magnésio Estearato de magnésio

Polímero de revestimento - - - -

Solvente - - - -

Opacificante - - - -

Corante - - - -

Embalagem primária Blíster de PVDC Blíster de PVDC Blíster de PVDC Blíster de PVDC

Embalagem secundária Cartucho Cartucho Cartucho Cartucho

Lacre de segurança Selo de segurança Selo de segurança Selo de segurança Selo de segurança

Caixa de embarque Caixa de papelão Caixa de papelão Caixa de papelão Caixa de papelão

Informações ao paciente Bula Bula Bula Bula

Viável ou não? Não Não Sim Sim

Justificativa Difícil fluidez Difícil fluidez Formulação compatível Formulação compatível

75

A viabilidade econômica avalia os custos e investimentos para cada solução aprovada

na análise técnica, confrontando dados com os objetivos fixados no Planejamento. As

soluções foram projetadas na tabela 5.9 para melhor visualização.

Tabela 5.9 - Análise de viabilidade econômica do produto Libmax®

ANÁLISE ECONÔMICA Atividades Solução 2 Solução 6 Solução 11 Solução 12

INVESTIMENTOS Projeto e desenvolvimento

(conforme item 2.7.1) R$ 780 mil R$ 780 mil R$ 780 mil R$ 780 mil

Implementação da fabricação

(conforme item 2.7.1)

R$ 100 mil

(lote piloto)

R$ 100 mil

(lote piloto)

Aquisição de

encapsuladora

R$420 mil

Aquisição de

encapsuladora

R$ 420 mil

Comercialização

(conforme item 2.7.1) R$ 100 mil R$ 100 mil R$ 100 mil R$ 100 mil

CUSTOS FIXOS DA PRODUÇÃO (MENSAL)

Aluguel Prédio próprio Prédio próprio Prédio próprio Prédio próprio

Imposto R$ 100 mil R$ 100 mil R$ 100 mil R$ 100 mil

Seguro R$ 50 mil R$ 50 mil R$ 50 mil R$ 50 mil

Salário do farmacêutico

responsável R$ 1 mil R$ 1 mil R$ 1 mil R$ 1 mil

Salário de Supervisor R$ 5 mil R$ 5 mil R$ 5 mil R$ 5 mil

Despesas administrativas R$ 100 mil R$ 100 mil R$ 100 mil R$ 100 mil

CUSTOS VARIÁVEIS

Matéria-prima e embalagem R$ 52 mil R$ 90 mil R$ 40 mil R$ 50 mil

Hora extra R$ 20 mil R$ 20 mil R$ 30 mil R$ 30 mil

Admissão de funcionários - - R$ 3 mil R$ 3 mil

Rendimentos mensais R$ 1.34 milhões R$ 1.34 milhões R$ 938 mil R$ 938 mil

Vendas

100 mil unidades

R$ 20,00

2,0 milhões /mês

100 mil unidades

R$ 20,00

2,0 milhões/mês

70 mil unidades

R$ 20,00

1,4 milhões /mês

70 mil unidades

R$ 20,00

1,4 milhões /mês

Impostos (33%) 660 mil 660 mil 462 mil 462 mil

76

A viabilidade financeira baseia-se na previsão de vendas para verificar a adequabilidade

da evolução do fluxo de caixa ao longo do projeto e do ciclo de vida do produto.

Considerando que o prazo de recuperação dos investimentos foi definido em 10 meses, temos

as seguintes análises para cada decisão nas tabelas 5.10 e 5.11. A partir da análise financeira

são estabelecidos os fluxos de caixas para cada uma das soluções conforme tabelas 5.12,

5.13, 5.14 e 5.15.

Tabela 5.10 - Análise Financeira das soluções 2 e 6.

ANÁLISE FINANCEIRA - SOLUÇÃO 2 (Valores em milhões de reais)

Prazo de retorno de investimento : 10 meses / Investimento: 1,3 milhões de reais

Meses do projeto -16 -10 -5 0 6 10 12 24 36 60 120 INVESTIMENTO Desenvolvimento (D) 0,00 -0,14 -0,30 -0,34 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Fabricação (F) 0,00 -0,10 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Comercialização (C) 0,00 0,00 -0,01 -0,09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Total de Investimentos acumulados 0,00 -0,24 -0,55 -0,98 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Custo fixo (CF) 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,30 -0,30 -0,30 -0,30 -0,30 -0,30 -0,30 Custo variável (CV) 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,07 -0,07 -0,06 -0,06 -0,04 -0,04 -0,02 Amortização de investimentos (AI) 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,50 -0,48 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Total Custo (CF + CV + AI) 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,85 -0,84 -0,37 -0,37 -0,36 -0,34 -0,32

Faturamento (F) 0,00 0,00 0,00 0,00 2,00 2,00 1,80 1,60 1,00 1,00 0,80 Impostos (I) 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,66 -0,66 -0,59 -0,53 -0,33 -0,33 -0,26 Receita de Vendas (F - I) 0,00 0,00 0,00 0,00 1,34 1,34 1,21 1,07 0,67 0,67 0,54

Lucro Líquido (RV - Total Custo) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,49 0,50 0,84 0,70 0,31 0,33 0,22

Lucro Acumulado 0,00 -0,24 -0,55 -0,98 -0,49 0,01 0,85 1,55 1,86 2,19 2,40 Unidades vendidas (mil) 0,00 0,00 0,00 0,00 100 mil 100 mil 90 mil 80 mil 50 mil 50 mil 50 mil

ANÁLISE FINANCEIRA - SOLUÇÃO 6 (Valores em milhões de reais)

Prazo de retorno de investimento : 10 meses / Investimento: 1,3 milhões de reais

Meses do projeto -16 -10 -5 0 6 10 12 24 36 60 120 INVESTIMENTO Desenvolvimento (D) 0,00 -0,14 -0,30 -0,34 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Fabricação (F) 0,00 -0,10 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Comercialização (C) 0,00 0,00 -0,01 -0,09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Total de Investimentos acumulados 0,00 -0,24 -0,55 -0,98 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Custo fixo (CF) 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,30 -0,30 -0,30 -0,30 -0,30 -0,30 -0,30 Custo variável (CV) 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,11 -0,11 -0,10 -0,09 -0,05 -0,05 -0,05 Amortização de investimentos (AI) 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,50 -0,48 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Total Custo (CF + CV + AI) 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,91 -0,89 -0,40 -0,39 -0,35 -0,35 -0,35

Faturamento (F) 0,00 0,00 0,00 0,00 2,00 2,00 1,80 1,60 1,00 1,00 0,80 Impostos (I) 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,66 -0,66 -0,59 -0,53 -0,33 -0,33 -0,26 Receita de Vendas (F - I) 0,00 0,00 0,00 0,00 1,34 1,34 1,21 1,07 0,67 0,67 0,54

Lucro Líquido (RV - Total Custo) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,43 0,45 0,81 0,68 0,32 0,32 0,19

Lucro Acumulado 0,00 -0,24 -0,55 -0,98 -0,55 -0,10 0,71 1,39 1,71 2,03 2,21 Unidades vendidas (mil) 0,00 0,00 0,00 0,00 100 mil 100 mil 90 mil 80 mil 50 mil 50 mil 50 mil

77

Tabela 5.11 - Análise Financeira das soluções 11 e 12.

ANÁLISE FINANCEIRA - SOLUÇÃO 11 (Valores em milhões de reais)

Prazo de retorno de investimento: 10 meses/ Investimento: 1,3 milhões de reais

Meses do projeto -16 -10 -5 0 6 10 12 24 36 60 120

INVESTIMENTO

Desenvolvimento (D) 0,00 -0,14 -0,30 -0,34 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Fabricação (F) 0,00 -0,10 -0,15 -0,17 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Comercialização (C) 0,00 0,00 -0,01 -0,09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Total de Investimentos acumulados 0,00 -0,24 -0,70 -1,30 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Custo fixo (CF) 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,30 -0,30 -0,30 -0,30 -0,30 -0,30 -0,30 Custo variável (CV) 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,07 -0,07 -0,05 -0,05 -0,03 -0,03 -0,03 Amortização de investimentos (AI) 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,71 -0,59 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Total Custo (CF + CV + AI) 0,00 0,00 0,00 0,00 -1,08 -0,96 -0,35 -0,35 -0,33 -0,33 -0,33

Faturamento (F) 0,0 0,0 0,0 0,0 1,40 1,40 1,00 1,00 0,80 0,80 0,80 Impostos (I) 0,0 0,0 0,0 0,0 -0,46 -0,46 -0,33 -0,33 -0,26 -0,26 -0,26 Receita de Vendas (F - I) 0,0 0,0 0,0 0,0 0,94 0,94 0,67 0,67 0,54 0,54 0,54 Lucro Líquido (RV - Total Custo) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,32 0,44 0,65 0,65 0,47 0,47 0,47

Lucro Acumulado 0,00 -0,24 -0,70 -1,30 -0,98 -0,54 0,11 0,76 1,23 1,70 2,17 Unidades vendidas 0,0 0,0 0,0 0,0 70 mil 70 mil 50 mil 50 mil 40 mil 40 mil 40 mil

ANÁLISE FINANCEIRA - SOLUÇÃO 12 (Valores em milhões de reais)

Prazo de retorno de investimento: 10 meses / Investimento: 1,3 milhões de reais

Meses do projeto -16 -10 -5 0 6 10 12 24 36 60 120

INVESTIMENTO

Desenvolvimento (D) 0,00 -0,14 -0,30 -0,34 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Fabricação (F) 0,00 -0,10 -0,15 -0,17 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Comercialização (C) 0,00 0,00 -0,01 -0,09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Total de Investimentos acumulados 0,00 -0,24 -0,70 -1,30 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Custo fixo (CF) 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,30 -0,30 -0,30 -0,30 -0,30 -0,30 -0,30 Custo variável (CV) 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,08 -0,08 -0,05 -0,05 -0,03 -0,03 -0,03 Amortização de investimentos (AI) 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,71 -0,59 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Total Custo (CF + CV + AI) 0,00 0,00 0,00 0,00 -1,09 -0,97 -0,35 -0,35 -0,33 -0,33 -0,33

Faturamento (F) 0,0 0,0 0,0 0,0 1,40 1,40 1,00 1,00 0,80 0,80 0,80 Impostos (I) 0,0 0,0 0,0 0,0 -0,46 -0,46 -0,33 -0,33 -0,26 -0,26 -0,26 Receita de Vendas (F - I) 0,0 0,0 0,0 0,0 0,94 0,94 0,67 0,67 0,54 0,54 0,54 Lucro Líquido

(RV - Total Custo) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,31 0,43 0,65 0,65 0,47 0,47 0,47

Lucro Acumulado 0,00 -0,24 -0,70 -1,30 -0,99 -0,56 0,09 0,74 1,21 1,68 2,15 Unidades vendidas 0,0 0,0 0,0 0,0 70 mil 70 mil 50 mil 50 mil 40 mil 40 mil 40 mil

78

Tabela 5.12 - Fluxo de caixa da solução 2.

Solução 02

-1,50

-1,00

-0,50

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

-16 -10 -5 0 6 10 12 24 36 60 120

Meses

R$

(Milh

ões)

Receita de Vendas (F - I)

Lucro Acumulado

Total de Investimentos acumulados

Lucro Líquido (RV - Total Custo)

Total Custo (CF + CV + AI)

PRI

Tabela 5.13 - Fluxo de caixa da solução 6.

Solução 06

-1,50

-1,00

-0,50

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

-16 -10 -5 0 6 10 12 24 36 60 120

Meses

R$

(Milh

ões)

Receita de Vendas (F - I)Lucro AcumuladoTotal de Investimentos acumuladosLucro Líquido (RV - Total Custo)Total Custo (CF + CV + AI)

PRI

79

Tabela 5.14 - Fluxo de caixa da solução 11.

Solução 11

-1,50

-1,00

-0,50

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

-16 -10 -5 0 6 10 12 24 36 60 120

Meses

R$

(Milh

ões)

Lucro AcumuladoReceita de Vendas (F - I)Total de Investimentos acumuladosLucro Líquido (RV - Total Custo)Total Custo (CF + CV + AI)

PRI

Tabela 5.15 - Fluxo de caixa da solução 12.

Solução 12

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

-16 -10 -5 0 6 10 12 24 36 60 120

Meses

R$

(Milh

ões)

Receita de Vendas (F - I)

Lucro Acumulado

Total de Investimentos acumulados

Lucro Líquido (RV - Total Custo)

Total Custo (CF + CV + AI)

PRI

Considerando as quatro soluções de escolha baseadas nas análises de viabilidade

técnica, temos o fluxo de caixa conforme gráfico acima, onde podemos observar a previsão

de vendas, a evolução dos rendimentos, das despesas e o resultado acumulado. Nota-se que o

prazo de recuperação do investimento desejado de aproximadamente 10 meses foi alcançado

nos gráficos das soluções 02 e 06 onde o resultado acumulado torna-se nulo compatível com

80

os objetivos definidos no planejamento. As soluções 11 e 12 apresentaram prazo de

recuperação dos investimentos acima do definido no planejamento.

O comportamento econômico financeiro do produto em relação ao volume de produção

é demonstrado pelo diagrama do ponto de equilíbrio conforme tabelas 5.16, 5.17, 5.18 e 5.19.

Tabela 5.16 - Ponto de equilíbrio da solução 02.

Solução 02

-1,00

-0,50

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

%

R$

(Milh

ões)

Amortização de investimentos (AI)

Custo fixo (CF)

Lucro líquido (R - Total Custo)

Custo variável (CV)

Receita de vendas (F - I)

Ponto de equilíbrio

Tabela 5.17 - Ponto de equilíbrio da solução 06.

Solução 06

-1,00

-0,50

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

%

R$

(Milh

ões)

Amortização de investimentos (AI)

Custo fixo (CF)

Receita de vendas (F - I)

Lucro líquido (R - Total Custo)

Custo variável (CV)

Ponto de equilíbrio

81

Tabela 5.18 - Ponto de equilíbrio da solução 11.

Solução 11

-1,00

-0,50

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

%

R$

(Milh

ões)

Receita de vendas (F- I)

Lucro líquido (R - Total Custo)

Amortização de investimentos (AI)

Custo variável (CV)

Custo fixo (CF)

Ponto de equilíbrio

Tabela 5.19 Ponto de equilíbrio da solução 12.

Solução 12

-1,00

-0,50

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1

%

R$

(Milh

ões)

00

Amortização de investimentos (AI)

Custo fixo (CF)

Lucro líquido (R - Total Custo)

Custo variável (CV)

Receita de vendas (F- I)

Ponto de equilíbrio

Para as soluções 02 e 06 a capacidade produtiva máxima será de 150 mil unidades por

mês. Nota-se que o ponto de equilíbrio para elas, nível de produção em que rendimentos e

despesas se igualam, é de aproximadamente 40% a 45% da produção.

Para as soluções 11 e 12 a capacidade produtiva máxima será de 100 mil unidades por

mês. Nota-se que o ponto de equilíbrio para elas, é de aproximadamente 70% da produção.

Para efeito de simplificação admitiram-se custos variáveis proporcionais ao volume de

produção e não se considerou aumento de vendas em função de descontos ou aumento de

82

custo de propaganda, o que não é necessariamente verdade, pois é possível obter-se ganhos

de eficiência e produtividade em função do volume de produção e também aumentar as

vendas em função de descontos e propaganda.

Uma outra etapa do estudo de viabilidade acontece após consolidação do produto, ou

seja, ao final do Projeto Básico. Denominado de Estudo de Viabilidade Fase II, esta etapa

reavalia os custos, os investimentos e o retorno que foram planejados frente a dados mais

reais. Este momento configura outro marco do projeto onde novamente pode haver

continuidade ou interrupção do desenvolvimento.

5.3 Projeto Básico e Projeto Executivo

Essa fase é iniciada com as soluções possíveis apresentadas pelo estudo de viabilidade.

As soluções são analisadas por uma matriz de avaliação para que seja estabelecida qual delas

atende aos objetivos, requisitos e especificações do projeto. Esta matriz é composta por

valores de Pesos e Notas que são números arbitrários padronizados de acordo com o interesse

da empresa. A Femina Industrial Ltda. visa determinar maior peso para características como

custo de fabricação e prazo de implementação. A matriz de avaliação está demonstrada na

tabela 5.20 conforme abaixo:

Tabela 5.20 - Matriz de escolha da Solução

MATRIZ DE AVALIAÇÃO Fórmula 02 Fórmula 06 Características Peso

Nota N X P Nota N X P 1 - Desempenho 7 9 63 8 72 2 - Aparência 6 9 54 9 54 3 - Segurança 8 8 64 8 64 4 - Durabilidade 7 7 49 7 49 5 - Custos de fabricação 10 9 90 7 70 6 - Investimento 7 7 49 7 49 7 - Prazo de Implementação 9 8 72 8 72 TOTAL N X P 441 430

Conforme Matriz de Avaliação a melhor solução é a fórmula 02, pois esta apresenta 11

pontos acima da segunda colocada, o que representa uma diferença percentual de 2,5. Note

83

como a característica Custo de Fabricação foi ponderada com peso 10, indicando que a

empresa prioriza o menor custo no lançamento de um novo produto.

Com os dados gerados na matriz de avaliação de soluções, pode-se iniciar uma revisão

da programação do projeto, estabelecendo-se um novo cronograma com a programação das

atividades. Também se verifica se o plano de investimentos precisa ser ajustado para a

solução escolhida.

O Cronograma com alocação de recursos financeiros, os prazos a serem cumpridos e os

recursos financeiros alocados a cada mês do projeto estão descritos conforme tabela 5.21.

84

Tabela 5.21 - Cronograma de programação do projeto Libmax®

PROGRAMAÇÃO DO PROJETO MESES TOTAIS

FASES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 (m) ($ 000)

Prazo / INV ($) 1 m / 100,00 R.H. (p.m.) 20 2 01 - Planejamento do Projeto

DD ($ ) 5 51 1 Prazo / INV ($) 2 m / 180,00 R.H. (p.m.) 14 14 2

AP

82 – Estudo de Viabilidade

DD ($) 18 18 36 Prazo / INV ($) 5 m / 250,00 R.H. (p.m.) 16 16 16 16 16 80

CS

3 - Projeto Básico

DD ($) 15 15 15 15 15 75 Prazo / INV ($) 5 m / 250,00 R.H. (p.m.) 50 50 50 150 4 - Projeto Executivo

DD ($) 30 30 30 90 Prazo / INV ($ ) 5 m / 420,00 R.H. (p.m.) 60 60 60 60 240

CP

CF

5 - Implantação da Fábrica

DD ($) 40 40 40 40 160 Prazo / INV ($ ) 2 m / 100,00 R.H. (p.m

IP

.) 5 5 0 2 2 5 6 - Comercialização

DD ($ ) 0 0 0 2 2 4 Prazo / INV ($) 16 m / 1.300,00 R.H. (p.m.) 20 14 14 16 16 16 16 16 50 50 110 60 60 60 25 25 568,00 7 - Totais do Projeto

DD ($) 15 18 18 15 15 15 15 15 30 30 70 40 40 40 20 20 416,00 AP - Aprovação do Projeto

IP - Início de Produção

CF - Certificação de Fabricação

CS – Consolidação

CP - Certificação do Produto

85

86

Nos projetos básico e executivo, assim como nas demais etapas do projeto Libmax®, o

MS-Project™ é a ferramenta que deve controlar o fluxo das atividades. A partir dele é

possível observar as etapas que porventura possam impactar em atraso, gerando uma melhor

integração entre os setores envolvidos e interdependentes.

Para visualização e entendimento do fluxo das atividades normalmente se estabelece a

Estrutura Analítica do Projeto (EAP). Segue abaixo a EAP em forma de lista referente ao

Projeto Básico e Projeto Executivo do produto Libmax:

Ferramenta gráfica de detalhamento do escopo do projeto Libmax®

1.Aquisição de insumos

1.1 Adquirir MP

1.1.1. Adquirir ativo extrato seco de Tribullus terrestris

1.1.2. Adquirir excipientes

1.2. Adquirir materiais para o Laboratório de Controle de Qualidade

1.2.1. Adquirir padrão para o ativo

1.2.2.Adquirir coluna de HPLC

1.3. Adquirir Material de Embalagem

1.3.1. Adquirir bobina PVDC 250.120

1.3.2. Adquirir bobina PVDC 250.40

1.3.3. Adquirir Cyrel

1.3.4. Adquirir bobina de alumínio 0,021mm

1.4. Adquirir Equipamentos

1.4.1. Adquirir ferramental de formação e selagem para blistagem

2. Apreciação da Matéria-Prima

2.1. Receber Matéria-Prima

2.2. Fracionar Matéria-Prima

2.3. Enviar Matéria-Prima para Desenvolvimento Analítico

3. Desenvolvimento. Metodologia Analítica

3.1. Receber placebo

3.2. Analisar e aprovar o ativo

3.3. Aprovar o ativo/designação do projeto

4. Desenvolvimento. Farmacotécnico

4.1. Pesquisar medicamentos semelhantes

4.2. Realizar pesquisa bibliográfica

4.3. Executar pilotos

4.4. Enviar/receber pilotos do Desenvolvimento analítico

4.5. Avaliar resultados

4.6. Realizar a blistagem

4.7. Concluir a formulação

4.8. Aprovação/ Reprovação da Viabilidade fase II

5. Estudo de estabilidade: Longa duração e Acelerado

6. Aprovação Drug Master File

7. Planejamento e Produção Lote Experimental

7.1. Solicitar criação de códigos

7.2. Elaborar Relatório de Composição

7.3. Elaborar Especificação da Matéria-prima, Produto Acabado e Produto Semi-acabado

7.4. Elaborar e aprovar Fórmula Padrão

7.5. Aprovar compra insumos

7.6. Comprar e receber insumos

7.7. Analisar insumos

7.8. Notificar produção Lote-Experimental

7.9. Emitir Ordem de Produção

7.10. Produzir Lote-Experimental

7.11. Realizar estabilidade Lote-Experimental

7.12. Revisar/enviar Fórmula Padrão para Registro

8. Realização do estudo de estabilidade

8.1. Envio da amostra para estudos

8.2. Realizar estudos

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9. Aprovação da Estabilidade

10. Preparo Documentação e Protocolo de Registro

10.1. Enviar documentação para registro

10.2. Protocolar registro na ANVISA

10.3. Publicação de Registro

No projeto básico são observadas mudanças nas características idealizadas no

planejamento. O produto consolidado muitas das vezes se afasta do projeto inicial e esse risco

deve ser sempre monitorado e controlado. Esse gerenciamento dos riscos reduz a incerteza

inerente das estimativas e deve ser praticado desde o planejamento do produto.

A reprodutibilidade do produto aprovado, seja na fase de desenvolvimento e produção

depende de se criar um sistema organizado e interligado de documentações. A estruturação

dos procedimentos operacionais e das documentações de desenvolvimento é uma das formas

de minimizar esse problema e favorecer uma completa avaliação técnica que gere

confiabilidade do produto e do processo de fabricação.

No Projeto Executivo o produto definido, testado e certificado em fase laboratorial, deve

apresentar-se apto para ser transposto para a escala industrial. Muitos problemas que ocorrem

não podem ser previstos, ou seja, somente pode-se gerenciar mais esse risco. Uma alternativa

para minimizar as diferenças físicas nos equipamentos e ajustar o processo de fabricação seria

realizar um lote de tamanho industrial antes de fabricar os lotes experimentais que servirão

para registro. Como essa fase é de alto risco para perdas, importante seria que seu custo fosse

considerado na disponibilidade de recursos.

Os problemas relacionados à falta de programação das etapas, das atividades, dos

prazos, precedências e simultaneidades podem ser resolvidos com a correta utilização do MS-

Project™. A ferramenta também auxilia na disponibilidade de recursos humanos, materiais e

financeiros para cada atividade por meio da mesma programação. Dessa forma, o tempo de

projeto tende a ser cumprido ou prolongado de uma forma controlada e os custos podem ser

gerenciados e controlados.

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6 CONCLUSÃO

O objetivo deste trabalho foi apresentar os processos e as técnicas que fundamentam o

gerenciamento de projetos e traçar um estudo comparativo com a forma como é executado na

empresa Femina Industrial Ltda. para o desenvolvimento de produtos farmacêuticos.

É importante ressaltar que para obter maior produtividade nas atividades executadas,

minimizando as chances de fracasso, os gerentes de produto necessitam do devido apoio da

esfera executiva da organização.

O envolvimento da empresa como um todo é imprescindível para que o gerenciamento

funcione de forma estruturada e traga os benefícios desejados: maior agilidade e mais

eficiência com menor custo.

O sequenciamento dos eventos dos projetos na organização possibilita aos gerentes de

projeto trabalhar da mesma forma, utilizando nomenclaturas e processos padronizados,

facilitando a transferência do trabalho quando necessário.

Ou seja, para se alcançar o sucesso de um Projeto, atingindo ou superando as

expectativas de seus principais stakeholders, fica concluído que alguns fatores devem ser

buscados como atendimento dos requisitos técnicos e funcionais pré-determinados;

cumprimento do orçamento; cumprimento do cronograma; satisfação dos interessados e

benefícios para o patrocinador. Porém torna-se também explícita a necessidade de adequação

da empresa ao modelo de gerenciamento de projetos estabelecido como padrão no âmbito dos

Projetos.

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7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

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