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AFRFB 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 14 1 Olá, concurseiros! Vamos à nossa aula 14 para o concurso de AFRFB 2012. Hoje falaremos sobre improbidade administrativa. 1. Dever de Probidade Vamos inicialmente definir o conceito de probidade. Probidade é sinônimo de honestidade. O dever de probidade está intimamente ligado à conduta do administrador público como elemento essencial à legitimidade de seus atos. Os atos de improbidade administrativa acarretam várias sanções, como a suspensão dos direitos políticos e a perda da função pública, além do dever de realizar o ressarcimento do dano ao Erário, sem prejuízo da ação penal cabível (artigo 37, § 4.º, CF/88). O agente ímprobo pode ainda ter decretada a indisponibilidade dos seus bens, que não é penalidade, mas medida cautelar que objetiva assegurar o cumprimento das sanções de caráter pecuniário. A lei que regula os atos de improbidade administrativa é a Lei 8.429/1992. Analisemos seus principais pontos. 2. Agente Passivo O artigo 1.º da Lei de Improbidade Administrativa (LIA) apresenta aqueles que podem sofrer os efeitos de um ato de improbidade. São os chamados agentes passivos, porque são atingidos pela conduta ímproba. Segundo o dispositivo, os atos de improbidade administrativa podem ser cometidos contra: - qualquer órgão ou entidade da Administração Direta ou Indireta de qualquer esfera de Governo ou Poder, inclusive Territórios; - empresa incorporada ao patrimônio público; - entidade para cuja criação ou custeio o Erário participe com mais de 50% do patrimônio ou receita anual;

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Olá, concurseiros! Vamos à nossa aula 14 para o concurso de AFRFB 2012. Hoje falaremos sobre improbidade administrativa. 1. Dever de Probidade

Vamos inicialmente definir o conceito de probidade. Probidade é sinônimo de honestidade. O dever de probidade está intimamente ligado à conduta do administrador público como elemento essencial à legitimidade de seus atos.

Os atos de improbidade administrativa acarretam várias sanções, como a suspensão dos direitos políticos e a perda da função pública, além do dever de realizar o ressarcimento do dano ao Erário, sem prejuízo da ação penal cabível (artigo 37, § 4.º, CF/88).

O agente ímprobo pode ainda ter decretada a indisponibilidade dos seus bens, que não é penalidade, mas medida cautelar que objetiva assegurar o cumprimento das sanções de caráter pecuniário.

A lei que regula os atos de improbidade administrativa é a Lei 8.429/1992. Analisemos seus principais pontos. 2. Agente Passivo

O artigo 1.º da Lei de Improbidade Administrativa (LIA) apresenta aqueles que podem sofrer os efeitos de um ato de improbidade. São os chamados agentes passivos, porque são atingidos pela conduta ímproba.

Segundo o dispositivo, os atos de improbidade administrativa

podem ser cometidos contra:

- qualquer órgão ou entidade da Administração Direta ou Indireta de qualquer esfera de Governo ou Poder, inclusive Territórios;

- empresa incorporada ao patrimônio público; - entidade para cuja criação ou custeio o Erário participe com

mais de 50% do patrimônio ou receita anual;

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- entidade que receba subvenção ou incentivo público; (*) - entidade para cuja criação ou custeio o Erário participe com

menos de 50% do patrimônio ou receita anual; (*)

* Nestes casos, a sanção patrimonial será limitada à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

3. Agente Ativo

As pessoas que cometem os atos de improbidade são os agentes ativos dessas condutas. Segundo os arts. 1.º e 3.º da LIA, podem cometer atos de improbidade administrativa:

- qualquer agente público, servidor ou não; - os que, mesmo sem serem agentes públicos, induzam ou

concorram para a prática do ato ou dele se beneficie.

O art. 2.º define agente público, para os efeitos dessa Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades acima mencionadas (as que podem ser agentes passivos). Ou seja, é um conceito bastante amplo, como vocês podem perceber.

É importante citar que atualmente a jurisprudência admite a prática de atos de improbidade administrativa por agentes políticos (hipótese que chegou a ser negada durante certo tempo por nossos Tribunais, alegando a incidência apenas das normas sobre crime de responsabilidade). De acordo com o STJ, é perfeitamente possível a aplicação da Lei de Improbidade Administrativa aos agentes políticos. A Corte afirma que, excetuada a hipótese de atos de improbidade praticados pelo Presidente da República, que, por força da Constituição Federal, se sujeita a regime especial (art. 85, V, CF/88), cujo julgamento se dá em regime especial pelo Senado Federal (art. 86), não há norma constitucional que exclua os agentes políticos sujeitos a crime de responsabilidade de qualquer das sanções por ato de improbidade previstas no artigo 37, § 4.º, da Carta Magna.

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Importante destacar que, nesta hipótese, a Corte, em consonância com decisão do STF (Questão de Ordem na Pet. 3.211/2008), entende que o foro privilegiado do agente político, previsto expressamente na CF/88 para as ações criminais, também deve ser aplicado à ações civis públicas por ato de improbidade administrativa, quando houver a possibilidade de a autoridade investigada perder o cargo ou o mandato.

Segundo o STF, a prerrogativa de foro, em tais casos, decorre diretamente do sistema de competências estabelecido na Constituição, que assegura a seus Ministros foro por prerrogativa de função, tanto em crimes comuns, na própria Corte, quanto em crimes de responsabilidade, no Senado Federal. O STJ já tem aplicado tal entendimento aos atos de improbidade praticados por governador de Estado e membros de Tribunais inferiores.

4. Classificação dos Atos de Improbidade

A Lei 8.429/1992 trata dos atos de improbidade administrativa, definindo três tipos de atos de improbidade:

- Atos que importam enriquecimento ilícito (artigo 9.º); - Atos que causam prejuízo ao erário (artigo 10); - Atos que atentam contra os princípios da Administração

Pública (artigo 11).

� Atos que importam enriquecimento ilícito: atos que impliquem auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego nos órgãos e entidades que podem ser agentes passivos.

� Atos que causam prejuízo ao Erário: qualquer ação ou omissão (dolosa ou culposa) que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres dos citados órgãos e entidades.

� Atos que atentam contra os princípios da Administração Pública: qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições.

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Após cada definição, a Lei apresenta (artigos 9.º, 10 e 11) uma

lista de atos de improbidade, meramente exemplificativa. Vale destacar que, segundo o STJ, não se pode confundir

improbidade com simples ilegalidade. A improbidade é ilegalidade tipificada e qualificada pelo elemento subjetivo da conduta do agente (dolo ou culpa). De acordo com o Tribunal, para se caracterizar o ato de improbidade, deve obrigatoriamente estar presente na conduta o dolo (ainda que eventual ou genérico), nos atos que importam enriquecimento ilícito e nos que atentam contra os princípios da Administração Pública, e o dolo ou a culpa grave, nos atos que causam prejuízo ao Erário. Neste último caso, a admissão da culpa (negligência, imperícia ou imprudência) se deve à própria redação do caput do art. 10 da Lei 8.429/1992.

Segundo a Corte, o dolo eventual ou genérico de realizar conduta

que atente contra os princípios da Administração Pública é suficiente para caracterizar a improbidade, não se exigindo a presença de intenção específica, pois a atuação deliberada em desrespeito às normas legais, cujo desconhecimento é inescusável, evidencia a presença do dolo.

5. Penalidades

As penas cominadas pela Lei 8.429/1992 são previstas no art. 12 dessa norma. Segundo o dispositivo, elas independem da aplicação de outras sanções penais, civis e administrativas, quando for o caso, e podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato. As penas previstas na Lei são: I – nos casos de enriquecimento ilícito:

- perda dos valores acrescidos ilicitamente; - ressarcimento integral do dano (se houver); - perda da função pública; - suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos;

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- pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial; - proibição de contratar com o Poder Público por dez anos; - proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios por dez anos.

II – nos casos de prejuízo ao Erário:

- ressarcimento integral do dano; - perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente (se houver); - perda da função pública; - suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos; - pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano; - proibição de contratar com o Poder Público por cinco anos; - proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios por cinco anos.

III – nos casos de violação dos princípios da Administração Pública:

- ressarcimento integral do dano (se houver); - perda da função pública; - suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos; - pagamento de multa civil de até cem vezes a remuneração do agente; - proibição de contratar com o Poder Público por três anos; - proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios por três anos.

Na fixação dessas penas, o juiz levará em conta a extensão do

dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.

Observe que, pela análise das penas, há uma gradação entre os tipos de atos de improbidade, sendo considerados os mais graves os que importam enriquecimento ilícito e os menos graves, os que violam os princípios da Administração.

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Para se classificar um ato de improbidade adequadamente, deve-

se tentar enquadrá-lo, inicialmente, na modalidade mais grave (enriquecimento ilícito). Não sendo possível, tenta-se encaixá-lo na hipótese de prejuízo ao Erário. Finalmente, não se adaptando o fato a nenhum dos casos anteriores, ele será classificado como ato violador dos princípios administrativos.

De acordo com o art. 5.° da LIA, ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. Já o art. 6.° reza que, no caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.

Além disso, quando o ato de improbidade causar lesão ao

patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado (art. 7.º). Tal indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. Destaque-se ainda que o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações da LIA até o limite do valor da herança recebida (art. 8.º).

Ressalte-se também que as penas de perda da função pública e

de suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. No entanto, a autoridade judicial ou administrativa competente pode determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual da ação de improbidade.

Finalmente, destacamos que a aplicação das sanções independe:

- da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo

quanto à pena de ressarcimento;

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- da aprovação ou rejeição das contas pelo controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.

Quanto à primeira hipótese, trata-se da desnecessidade de

ocorrência de dano material (econômico) à Administração Pública, bastando que haja o enriquecimento ilícito ou o desrespeito aos princípios administrativos. A ocorrência de dano material é requisito indispensável apenas nos atos que causam prejuízo ao Erário, bastando o desrespeito à lei ou a ofensa aos princípios, nos demais casos.

O segundo item é de fácil entendimento. As decisões dos órgãos de controle interno e dos Tribunais de Contas são de caráter administrativo, não fazem coisa julgada, podendo ser apreciadas pelo Poder Judiciário, em certos casos. Assim, comprovado o ato de improbidade na respectiva ação judicial, será perfeita a aplicação da penalidade ao agente, ainda que o órgão de contas tenha entendido como regular a gestão do agente.

Finalmente, conforme o art. 23 da LIA, as ações judiciais de

improbidade administrativa podem ser propostas: - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança;

- dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.

Estes são os chamados prazos de prescrição das ações judiciais

de improbidade administrativa.

Muito bem, concurseiros! Vista a teoria, vamos agora aos exercícios comentados da nossa gloriosa Esaf! Tentem resolver a lista seca, ao final, antes de lerem os comentários!

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6. Exercícios 1) (Esaf/Sefaz-CE/Auditor Fiscal/2006) São consequências da prática de ato de improbidade pelo agente público infrator, exceto: a) a perda da função pública, após sentença condenatória transitada em julgado. b) a perda dos direitos políticos, após sentença condenatória transitada em julgado. c) ressarcimento integral do dano, se houver. d) pagamento de multa civil. e) proibição de contratar com o Poder Público. Conforme o art. 12 da Lei 8.429/1992, as penalidades a que o agente ímprobo está sujeito são: perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio; ressarcimento integral do dano; perda da função pública; suspensão (e não perda) dos direitos políticos; pagamento de multa civil; e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. Já o art. 20 reza que a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. Assim, o gabarito é a letra B.

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2) (Esaf/TCE-PR/Auditor/2003) Em relação à Lei de Improbidade (Lei n.º 8.429/92) pode-se afirmar que: a) os agentes públicos de qualquer nível não são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no tratamento de assuntos que lhes são afetos. b) o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público está sujeito às cominações dessa Lei, ainda que além do limite do valor da herança. c) reputa-se agente público, para efeitos dessa Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, ou contratação, mandato, cargo, emprego ou função na administração direta ou indireta dos Poderes da União. d) ocorrendo lesão ao patrimônio por omissão, dolosa ou culposa, do agente, o ressarcimento do dano não se dará integral. e) não se considera ato de improbidade administrativa o recebimento de vantagem econômica indireta, para facilitar a aquisição de bem móvel ou imóvel por preço superior ao de mercado. Letra A: errada, pois o art. 4.° da Lei 8.429/1992 reza que os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos. Letra B: falsa, porque o art. 8.° da Lei de Improbidade Administrativa (LIA) prevê que o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança. Letra C: certa (gabarito), conforme o art. 2.º da citada Lei. Letra D: incorreta, porque o art. 5.° da LIA dispõe que, ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. Letra E: errada, pois, segundo o art. 9.°, II, da LIA, constitui ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição,

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permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades da Administração Pública por preço superior ao valor de mercado. 3) (Esaf/Fortaleza/Auditor do Tesouro Municipal/2003) Das condutas relacionadas a seguir, indique aquelas que configuram ato de improbidade administrativa do Auditor do Tesouro Municipal: I. possuir bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à sua evolução patrimonial ou cuja origem não possa ser comprovada por suas rendas lícitas e declaradas. II. agir negligentemente na cobrança do ISS devido por uma empresa, dando causa à prescrição da dívida. III. usar o carro oficial em viagem particular em fim de semana. IV. violar o sigilo fiscal de contribuinte. a) I e III b) I, III e IV c) I e IV d) I e II e) I, II, III e IV Conduta I: constitui ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito, de acordo com o art. 9.º, VII, da Lei de Improbidade. Conduta II: é ato de improbidade que causa lesão ao erário, nos termos do art. 10, X, da Lei 8.429/1992. Conduta III: configura ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito, segundo o art. 9.º, XII, da Lei de Improbidade. Conduta IV: é ato de improbidade que atenta contra os princípios da administração pública, conforme o art. 11, III, da LIA. Gabarito: letra E.

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4) (Esaf/Fortaleza/Auditor do Tesouro Municipal/2003) Assinale a assertiva correta. a) Servidor de autarquia não está sujeito às disposições da Lei da Improbidade Administrativa. b) O terceiro, não servidor, que se beneficia do ato de improbidade administrativa, não pode ser condenado a restituir o benefício indevido. c) Não está sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa aquele que não seja agente público, mesmo que tenha concorrido para a prática do ato ímprobo. d) O herdeiro do servidor que se enriqueceu ilicitamente no exercício da função não está sujeito a perder o quinhão da herança que seja fruto do enriquecimento ilícito. e) A perda da função pública é uma das sanções cominadas na Lei da Improbidade Administrativa. Letra A: errada, pois o art. 1.º da Lei 8.429/1992 dispõe que os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a Administração Direta e Indireta de todas as esferas de governo serão punidos na forma dessa Lei. E o art. 2.º reza que se reputa agente público, para os efeitos dessa Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função pública. Letra B: incorreta, pois o art. 3.º da LIA prevê que as suas disposições são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Letra C: falsa. Ver comentário à letra B. Letra D: errada, porque o art. 8.º da Lei 8.429/1992 estabelece que o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações dessa lei até o limite do valor da herança. Letra E: verdadeira, conforme previsão do art. 12 da Lei.

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5) (Esaf/Fortaleza/Auditor do Tesouro Municipal/2003) Um Auditor do Tesouro Municipal de Fortaleza que presta assessoria a uma empresa contribuinte do ISS, sediada nesse Município, a) não comete ato de improbidade administrativa se a atividade de assessoria não for de natureza tributária. b) comete ato de improbidade administrativa somente se a empresa tiver sido por ele fiscalizada. c) não comete ato de improbidade administrativa se a atividade de assessoria for fora do horário de expediente. d) comete ato de improbidade administrativa. e) não comete ato de improbidade administrativa. O art. 9.°, VIII, da Lei 8.429/1992 estabelece que o agente público que aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade comete ato de improbidade administrativo na modalidade enriquecimento ilícito. Desse modo, a conduta do agente representa improbidade administrativa. A resposta não é a letra B, porque a improbidade ocorre, ainda que a empresa não tenha sido por ele fiscalizada, pois o dispositivo legal citado não exige essa condição. Portanto, o gabarito é a letra D. 6) (Esaf/CGU/AFC/2004) Assinale, no rol abaixo, a conduta considerada como improbidade administrativa que está sujeita a pena mais branda do que as demais. a) Frustrar a licitude de processo licitatório. b) Permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente. c) Permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao do mercado. d) Frustrar a licitude de concurso público. e) Ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento.

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Antes de comentarmos as alternativas, cabe um esclarecimento preliminar. A Lei 8.429/1992 dispõe sobre os atos de improbidade administrativa, classificando-os em três grupos: atos que importam enriquecimento ilícito (artigo 9.º): atos que causam prejuízo ao erário (artigo 10); e atos que atentam contra os princípios da administração pública (artigo 11). A Lei 8.429/1992 instituiu uma espécie de hierarquia entre esses três grupos no que se refere à gravidade do ato para a sociedade. Os atos do primeiro grupo (art. 9.º) são os mais lesivos e juridicamente reprováveis; os do segundo grupo (artigo 10) ocupam uma posição de gravidade intermediária; por fim, os atos do terceiro grupo (artigo 11) são considerados menos graves. Vejamos agora as opções do enunciado. Letra A: incorreta, pois frustrar a licitude de processo licitatório está previsto no art. 10, VIII, da Lei 8.429/1992, portanto, é ato de improbidade de gravidade intermediária. Letra B: errada. Permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente é conduta prevista no art. 10, XII, da Lei 8.429/1992, ato de improbidade de gravidade mediana. Letra C: falsa, porque o ato de permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao do mercado está previsto no art. 10, V, logo, trata-se também de ato de improbidade de gravidade intermediária. Letra D: correta (gabarito). Frustrar a licitude de concurso público tem previsão no art. 11, V, da Lei, que trata dos atos que atentam contra os princípios da administração pública, considerados menos graves para a administração pública. Letra E: errada. Ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento é ato de improbidade previsto no art. 10, IX, da Lei 8.429/1992, sendo ato de improbidade de gravidade mediana.

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7) (Esaf/CGU/AFC/2004) A sentença decorrente de ato de improbidade administrativa que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, a favor a) da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. b) do Ministério Público que atuou na ação. c) de fundo especialmente constituído para esta finalidade. d) de qualquer pessoa jurídica de fins filantrópicos designada pelo Juiz. e) do autor da ação, quando pessoa física. Reza o art. 18 da lei de improbidade administrativa que a sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. É correta, desse modo, a assertiva A. 8) (Esaf/PGFN/PFN/2006) Sobre improbidade administrativa, na forma como disciplinada em legislação federal, é correto dizer que a) é possível se falar em improbidade administrativa para atos que não importem enriquecimento ilícito e não tenham causado prejuízo ao erário. b) a obrigação de ressarcimento do dano se restringe aos atos de lesão ao patrimônio público dolosos, sejam omissivos ou comissivos. c) a regra de que o sucessor responde por dívidas do sucedido não se aplica em hipóteses de improbidade administrativa, dada a natureza personalíssima da responsabilidade pelos atos envolvidos. d) em vista da gravidade dos atos de improbidade administrativa, o legislador federal optou por tornar as ações respectivas imprescritíveis, o que deu azo a duras críticas pela doutrina e jurisprudência pátrias. e) tecnicamente, somente o servidor público pode praticar atos de improbidade administrativa.

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Letra A: correta, porque, para que fique configurado o ato de improbidade administrativa, não existe obrigação de ocorrência de lesão financeira para o erário. Destaque-se que o art. 11 da Lei de Improbidade Administrativa (LIA) assevera que constitui ato de improbidade que apenas atente contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade para com a máquina pública. Letra B: incorreta. O art. 5.° da Lei de Improbidade Administrativa estabelece que ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. Letra C: errada. De acordo com o art. 8.° da Lei 8.429/1992, o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança. Letra D: incorreta, pois o art. 23 da LIA determina que as ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nessa Lei podem ser propostas: até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança; ou dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. Nota-se, assim, que as ações não são imprescritíveis, pois a Lei estabelece os prazos de prescrição, nos casos acima citados. Letra E: errada, porque a Lei 8.429/1992, em seu art. 3.º, afirma que seus dispositivos são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

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9) (Esaf/CGU/AFC/2006) As sanções previstas na Lei da Improbidade Administrativa: I. dependem, para aplicação, da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público. II. não se aplicam, se as contas do responsável tiverem sido aprovadas pelo Tribunal de Contas. III. prescrevem em cinco anos, contados da data da prática do ato, nos casos de agente público que não seja titular de cargo ou emprego efetivo. IV. prescrevem em cinco anos, contados da data da prática do ato, em qualquer hipótese. V. podem ser graduadas pelo juiz, em face da extensão do dano ou do proveito patrimonial obtido pelo agente. Assinale a opção correta. a) Apenas a afirmativa V está correta. b) Todas as afirmativas estão erradas. c) Estão corretas apenas as afirmativas III, IV e V. d) Estão corretas apenas as afirmativas I e V. e) Todas as afirmativas estão corretas. Item I: falso, pois o art. 21, I, da Lei 8.429/1992 estabelece que a aplicação das sanções previstas nessa lei independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento. Item II: errado. O inciso II do art. 21 da Lei de Improbidade Administrativa prevê que a aplicação das sanções previstas nessa lei independe da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. Item III: incorreto. O art. 23 da LIA determina que as ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança; ou dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. Assim, o prazo prescricional inicia não na data da

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prática do ato, mas após o término do exercício da função. Quanto ao servidor efetivo, o art. 142, I, da Lei 8.112/1990 institui que a ação disciplinar prescreverá em cinco anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão. Item IV: errado. Ver comentário ao item III. Item V: correto, pois o item está de acordo com o parágrafo único do art. 12 da LIA, que diz que, na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente. 10) (Esaf/MTE/AFT/2006) Incorre em ato de improbidade administrativa, definido como enriquecimento ilícito no exercício da função pública, o Auditor-Fiscal do Trabalho que: I. deixa de autuar uma empresa, que cometeu infração à legislação do trabalho, porque o proprietário da mesma é seu amigo pessoal. II. presta serviços de consultoria, durante o período de férias, para empresa sediada no município onde exerce as suas funções. III. adquire, no exercício do cargo, bens de valor incompatível com sua renda, caso não consiga comprovar a origem lícita dos recursos. IV. doa, a pessoa física ou jurídica, bens pertencentes ao órgão em que exerce as suas funções, sem observância das formalidades legais. V. age negligentemente no cumprimento de suas obrigações funcionais. Estão corretas: a) as afirmativas I, II, III, IV e V. b) apenas as afirmativas I, II e III. c) apenas as afirmativas II, III e V. d) apenas as afirmativas II e III. e) apenas as afirmativas I, IV e V.

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Item I: incorreto, pois o art. 9.º, da LIA estabelece que o ato de improbidade administrativa, definido como de enriquecimento ilícito, é aquele que importa em auferir vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade pública. O Auditor-Fiscal do Trabalho não recebeu nenhuma vantagem patrimonial para deixar de autuar a referida empresa. Item II: certo, porque o inciso VIII do art. 9.º da Lei 8.429/1992 estabelece que ocorre improbidade administrativa definida como de enriquecimento ilícito quando o agente público aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade. Item III: verdadeiro, pois, no caso apresentado, fica configurada a improbidade administrativa, na modalidade de enriquecimento ilícito, uma vez que o art. 9.º, VII, da LIA estabelece que adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público. Item IV: incorreto, porque a Lei 8.429/1992, em seu art. 10, III, diz que doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades públicas é ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário. Item V: falso, pois agir negligentemente no cumprimento de suas obrigações funcionais configura ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública. O inciso II do art. 12 da Lei prevê como ato de improbidade dessa natureza retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício.

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11) (Esaf/CGU/AFC/2006) Sobre a Lei da Improbidade Administrativa é correto afirmar: I. as sanções nela previstas aplicam-se, também, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade. II. a indisponibilidade dos bens, para fins de garantir o ressarcimento do dano, pode ser requerida antes de transitar em julgado a sentença condenatória. III. reputa-se agente público a pessoa que exercer um cargo público, ainda que sem remuneração. IV. o Ministério Público deve ser informado da existência de procedimento administrativo instaurado para apurar a prática de ato de improbidade, antes mesmo da sua conclusão. V. havendo fundados indícios de enriquecimento ilícito, pode ser requerido o sequestro dos bens do beneficiário, antes mesmo de concluído o procedimento administrativo. Estão corretas a) apenas as afirmativas I, II, III e IV. b) as afirmativas I, II, III, IV e V. c) apenas as afirmativas I, II, IV e V. d) apenas as afirmativas II, III, IV e V. e) apenas as afirmativas I, II, III e V. Afirmativa I: correta. As sanções previstas na lei de improbidade administrativa são dirigidas precipuamente aos agentes públicos. Porém o art. 3.° da Lei prevê que suas disposições são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Afirmativa II: verdadeira, pois a indisponibilidade dos bens, para fins de garantir o ressarcimento do dano, pode ser requerida antes de transitar em julgado a sentença condenatória, por meio das medidas cautelares de indisponibilidade e sequestro. Ver artigos 7.º e 16 da LIA. Afirmativa III: correta, porque se apresenta em conformidade com o art. 2.° da LIA, que reputa agente público todo aquele que exerce,

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ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função pública. Afirmativa IV: certa. Conforme o art. 15 da LIA, a comissão que investiga a ocorrência de improbidade dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade. Afirmativa V: verdadeira, pois, nos termos do art. 16 da Lei, havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público. Gabarito: letra B. 12) (Esaf/CGU/AFC/2006) Configura ato de improbidade administrativa no exercício da função pública: I. o servidor adquirir bens cujo montante seja incompatível com a sua renda se não conseguir comprovar a origem lícita dos mesmos. II. o funcionário do Ministério da Saúde que, fora do horário normal de expediente, presta serviços de informática a uma empresa que não é fornecedora de bens ou serviços para esse Ministério. III. o servidor do setor de fiscalização de uma agência reguladora que, nos períodos de férias, presta consultoria para empresa da área de regulação dessa agência. IV. o servidor que, por negligência, atesta a realização de serviço que não foi realizado. V. o chefe do setor de compras que recebe passagem aérea e estadia em hotel, pagas por um fornecedor interessado em fazer demonstração de novos produtos. Estão corretas a) as afirmativas I, II, III, IV e V. b) apenas as afirmativas II, IV e V. c) apenas as afirmativas I, III, IV e V. d) apenas as afirmativas I, IV e V. e) apenas as afirmativas I, III e V.

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Afirmativa I: certa, pois o agente público que adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda comete improbidade administrativa que importa em enriquecimento ilícito (inciso VII do art. 9.º da Lei 8.429/1992). Afirmativa II: incorreta. Note que o art. 9.º, VIII, da LIA elenca como ato de improbidade que importa em enriquecimento ilícito aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade. Como a assertiva diz que o agente público presta os serviços de informática fora do horário normal de expediente e, além disso, a uma empresa que não é fornecedora de bens ou serviços para esse Ministério, não restou configurada a improbidade. Afirmativa III: correta. A hipótese se enquadra no inciso VIII do art. 9.º da Lei 8.429/1992, acima citado. Afirmativa IV: verdadeira, pois de acordo com o art. 11 da Lei, constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições. Afirmativa V: certa. O art. 9.º, I, da Lei 8.429/1992 prevê como ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente, de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público. Gabarito: letra C

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13) (Esaf/TCE-GO/Procurador do Ministério Público/2007) Com respeito à Lei n. 8.429, de 1992, que, regulamentando o art. 37, § 4.º, da Constituição Federal, dispõe sobre os atos de improbidade administrativa e sua penalização, assinale a opção correta no que se refere ao prazo de preclusão para a propositura da ação de improbidade administrativa no serviço público federal. a) 1 ano após o cometimento do ato ímprobo. b) 5 anos após o término do exercício do mandato. c) 2 anos após a exoneração de cargo em comissão. d) 10 anos após a aposentadoria no cargo. e) 3 anos após a exoneração de função de confiança. Inicialmente registre-se que o prazo é de prescrição, não de preclusão. O art. 23, I, da LIA determina que as ações destinadas à aplicação das sanções previstas nessa lei prescrevem em até cinco anos após o término do exercício de mandato, cargo em comissão ou função de confiança. Gabarito: letra B. Já no caso de exercício de cargo efetivo ou emprego, o art. 23, II, reza que a ação pode ser proposta dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público. 14) (Esaf/TCE-GO/Auditor/2007) Com respeito à Lei n. 8.429, de 1992, que, regulamentando o art. 37, § 4.º, da Constituição Federal, dispõe sobre os atos de improbidade administrativa e sua penalização, assinale a opção incorreta no que se refere à legitimidade para a propositura da ação de improbidade administrativa. a) Brasileiro com título de eleitor. b) O Município de Goiânia. c) O Estado de Goiás. d) Empresa com participação do erário. e) O Ministério Público. São legitimados para propor a ação de improbidade administrativa o Ministério Público e a pessoa jurídica interessada (art. 17, caput). A

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cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público é considerado ato de improbidade administrativa que importa em enriquecimento ilícito (art. 9.º, VII). Letra C: verdadeira. A situação pode ser enquadrada tanto no inciso IV com o no inciso XII do art. 9.º da Lei 8.429/1992. O primeiro dispositivo reza que constitui ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades públicas, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades. Já o segundo inciso dispõe que constitui improbidade da mesma natureza usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades públicas. Letra D: correta. O art. 9.°, VIII, da Lei estabelece que o agente público que aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade, comete ato de improbidade administrativa na modalidade de enriquecimento ilícito. Letra E: certa. É o que prevê o inciso II do art. 11 da LIA. A situação configura ato de improbidade que atenta contra os princípios da administração pública.

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16) (Esaf/ANA/Analista Administrativo/2009) O dirigente de um órgão público sediado em Brasília e os servidores responsáveis pelas licitações e compras desse órgão compareceram a um evento de demonstração de um novo produto de informática que estava sendo lançado no mercado e que poderia interessar ao órgão adquiri-lo. O evento ocorreu em um hotel resort situado no Nordeste e as despesas de transporte, hospedagem e alimentação desses agentes públicos foram custeadas pela empresa fornecedora do produto porque o órgão público não dispunha de verba para tanto. Esse tipo de conduta dos agentes públicos: a) é lícita porque o órgão não dispunha de verba para pagar as diárias que são devidas nos deslocamentos no interesse do serviço. b) configura ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário. c) configura ato de improbidade administrativa somente na hipótese de o produto vir a ser adquirido pelo órgão, por preço superior ao de mercado. d) não configura ato de improbidade administrativa porque agiram no interesse do órgão e não no interesse pessoal deles. e) configura ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito no exercício da função. A obrigação de probidade administrativa está intimamente ligada ao comportamento do administrador público como elemento essencial à legitimidade de seus atos. O ato de receber qualquer vantagem econômica, direta ou indireta, de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público é ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito (art. 9.º, I, da LIA). O gabarito é a letra E.

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LISTA DE QUESTÕES DESTA AULA

1) (Esaf/Sefaz-CE/Auditor Fiscal/2006) São consequências da prática de ato de improbidade pelo agente público infrator, exceto: a) a perda da função pública, após sentença condenatória transitada em julgado. b) a perda dos direitos políticos, após sentença condenatória transitada em julgado. c) ressarcimento integral do dano, se houver. d) pagamento de multa civil. e) proibição de contratar com o Poder Público. 2) (Esaf/TCE-PR/Auditor/2003) Em relação à Lei de Improbidade (Lei n.º 8.429/92) pode-se afirmar que: a) os agentes públicos de qualquer nível não são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no tratamento de assuntos que lhes são afetos. b) o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público está sujeito às cominações dessa Lei, ainda que além do limite do valor da herança. c) reputa-se agente público, para efeitos dessa Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, ou contratação, mandato, cargo, emprego ou função na administração direta ou indireta dos Poderes da União. d) ocorrendo lesão ao patrimônio por omissão, dolosa ou culposa, do agente, o ressarcimento do dano não se dará integral. e) não se considera ato de improbidade administrativa o recebimento de vantagem econômica indireta, para facilitar a aquisição de bem móvel ou imóvel por preço superior ao de mercado. 3) (Esaf/Fortaleza/Auditor do Tesouro Municipal/2003) Das condutas relacionadas a seguir, indique aquelas que configuram ato de improbidade administrativa do Auditor do Tesouro Municipal:

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I. possuir bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à sua evolução patrimonial ou cuja origem não possa ser comprovada por suas rendas lícitas e declaradas. II. agir negligentemente na cobrança do ISS devido por uma empresa, dando causa à prescrição da dívida. III. usar o carro oficial em viagem particular em fim de semana. IV. violar o sigilo fiscal de contribuinte. a) I e III b) I, III e IV c) I e IV d) I e II e) I, II, III e IV 4) (Esaf/Fortaleza/Auditor do Tesouro Municipal/2003) Assinale a assertiva correta. a) Servidor de autarquia não está sujeito às disposições da Lei da Improbidade Administrativa. b) O terceiro, não servidor, que se beneficia do ato de improbidade administrativa, não pode ser condenado a restituir o benefício indevido. c) Não está sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa aquele que não seja agente público, mesmo que tenha concorrido para a prática do ato ímprobo. d) O herdeiro do servidor que se enriqueceu ilicitamente no exercício da função não está sujeito a perder o quinhão da herança que seja fruto do enriquecimento ilícito. e) A perda da função pública é uma das sanções cominadas na Lei da Improbidade Administrativa. 5) (Esaf/Fortaleza/Auditor do Tesouro Municipal/2003) Um Auditor do Tesouro Municipal de Fortaleza que presta assessoria a uma empresa contribuinte do ISS, sediada nesse Município, a) não comete ato de improbidade administrativa se a atividade de assessoria não for de natureza tributária. b) comete ato de improbidade administrativa somente se a empresa tiver sido por ele fiscalizada.

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c) não comete ato de improbidade administrativa se a atividade de assessoria for fora do horário de expediente. d) comete ato de improbidade administrativa. e) não comete ato de improbidade administrativa. 6) (Esaf/CGU/AFC/2004) Assinale, no rol abaixo, a conduta considerada como improbidade administrativa que está sujeita a pena mais branda do que as demais. a) Frustrar a licitude de processo licitatório. b) Permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente. c) Permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao do mercado. d) Frustrar a licitude de concurso público. e) Ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento. 7) (Esaf/CGU/AFC/2004) A sentença decorrente de ato de improbidade administrativa que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, a favor a) da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. b) do Ministério Público que atuou na ação. c) de fundo especialmente constituído para esta finalidade. d) de qualquer pessoa jurídica de fins filantrópicos designada pelo Juiz. e) do autor da ação, quando pessoa física. 8) (Esaf/PGFN/PFN/2006) Sobre improbidade administrativa, na forma como disciplinada em legislação federal, é correto dizer que a) é possível se falar em improbidade administrativa para atos que não importem enriquecimento ilícito e não tenham causado prejuízo ao erário. b) a obrigação de ressarcimento do dano se restringe aos atos de lesão ao patrimônio público dolosos, sejam omissivos ou comissivos.

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c) a regra de que o sucessor responde por dívidas do sucedido não se aplica em hipóteses de improbidade administrativa, dada a natureza personalíssima da responsabilidade pelos atos envolvidos. d) em vista da gravidade dos atos de improbidade administrativa, o legislador federal optou por tornar as ações respectivas imprescritíveis, o que deu azo a duras críticas pela doutrina e jurisprudência pátrias. e) tecnicamente, somente o servidor público pode praticar atos de improbidade administrativa. 9) (Esaf/CGU/AFC/2006) As sanções previstas na Lei da Improbidade Administrativa: I. dependem, para aplicação, da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público. II. não se aplicam, se as contas do responsável tiverem sido aprovadas pelo Tribunal de Contas. III. prescrevem em cinco anos, contados da data da prática do ato, nos casos de agente público que não seja titular de cargo ou emprego efetivo. IV. prescrevem em cinco anos, contados da data da prática do ato, em qualquer hipótese. V. podem ser graduadas pelo juiz, em face da extensão do dano ou do proveito patrimonial obtido pelo agente. Assinale a opção correta. a) Apenas a afirmativa V está correta. b) Todas as afirmativas estão erradas. c) Estão corretas apenas as afirmativas III, IV e V. d) Estão corretas apenas as afirmativas I e V. e) Todas as afirmativas estão corretas. 10) (Esaf/MTE/AFT/2006) Incorre em ato de improbidade administrativa, definido como enriquecimento ilícito no exercício da função pública, o Auditor-Fiscal do Trabalho que: I. deixa de autuar uma empresa, que cometeu infração à legislação do trabalho, porque o proprietário da mesma é seu amigo pessoal.

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II. presta serviços de consultoria, durante o período de férias, para empresa sediada no município onde exerce as suas funções. III. adquire, no exercício do cargo, bens de valor incompatível com sua renda, caso não consiga comprovar a origem lícita dos recursos. IV. doa, a pessoa física ou jurídica, bens pertencentes ao órgão em que exerce as suas funções, sem observância das formalidades legais. V. age negligentemente no cumprimento de suas obrigações funcionais. Estão corretas: a) as afirmativas I, II, III, IV e V. b) apenas as afirmativas I, II e III. c) apenas as afirmativas II, III e V. d) apenas as afirmativas II e III. e) apenas as afirmativas I, IV e V. 11) (Esaf/CGU/AFC/2006) Sobre a Lei da Improbidade Administrativa é correto afirmar: I. as sanções nela previstas aplicam-se, também, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade. II. a indisponibilidade dos bens, para fins de garantir o ressarcimento do dano, pode ser requerida antes de transitar em julgado a sentença condenatória. III. reputa-se agente público a pessoa que exercer um cargo público, ainda que sem remuneração. IV. o Ministério Público deve ser informado da existência de procedimento administrativo instaurado para apurar a prática de ato de improbidade, antes mesmo da sua conclusão. V. havendo fundados indícios de enriquecimento ilícito, pode ser requerido o sequestro dos bens do beneficiário, antes mesmo de concluído o procedimento administrativo. Estão corretas a) apenas as afirmativas I, II, III e IV. b) as afirmativas I, II, III, IV e V.

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c) apenas as afirmativas I, II, IV e V. d) apenas as afirmativas II, III, IV e V. e) apenas as afirmativas I, II, III e V. 12) (Esaf/CGU/AFC/2006) Configura ato de improbidade administrativa no exercício da função pública: I. o servidor adquirir bens cujo montante seja incompatível com a sua renda se não conseguir comprovar a origem lícita dos mesmos. II. o funcionário do Ministério da Saúde que, fora do horário normal de expediente, presta serviços de informática a uma empresa que não é fornecedora de bens ou serviços para esse Ministério. III. o servidor do setor de fiscalização de uma agência reguladora que, nos períodos de férias, presta consultoria para empresa da área de regulação dessa agência. IV. o servidor que, por negligência, atesta a realização de serviço que não foi realizado. V. o chefe do setor de compras que recebe passagem aérea e estadia em hotel, pagas por um fornecedor interessado em fazer demonstração de novos produtos. Estão corretas a) as afirmativas I, II, III, IV e V. b) apenas as afirmativas II, IV e V. c) apenas as afirmativas I, III, IV e V. d) apenas as afirmativas I, IV e V. e) apenas as afirmativas I, III e V. 13) (Esaf/TCE-GO/Procurador do Ministério Público/2007) Com respeito à Lei n. 8.429, de 1992, que, regulamentando o art. 37, § 4.º, da Constituição Federal, dispõe sobre os atos de improbidade administrativa e sua penalização, assinale a opção correta no que se refere ao prazo de preclusão para a propositura da ação de improbidade administrativa no serviço público federal. a) 1 ano após o cometimento do ato ímprobo. b) 5 anos após o término do exercício do mandato.

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c) 2 anos após a exoneração de cargo em comissão. d) 10 anos após a aposentadoria no cargo. e) 3 anos após a exoneração de função de confiança. 14) (Esaf/TCE-GO/Auditor/2007) Com respeito à Lei n. 8.429, de 1992, que, regulamentando o art. 37, § 4.º, da Constituição Federal, dispõe sobre os atos de improbidade administrativa e sua penalização, assinale a opção incorreta no que se refere à legitimidade para a propositura da ação de improbidade administrativa. a) Brasileiro com título de eleitor. b) O Município de Goiânia. c) O Estado de Goiás. d) Empresa com participação do erário. e) O Ministério Público. 15) (Esaf/CGU/AFC/2008) A respeito da improbidade administrativa de que trata a Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992, é incorreto afirmar que: a) caracteriza-se como ilícito disciplinar, mas não constitui ato de improbidade administrativa, deixar de prestar contas quando estiver obrigado a fazê-lo. b) se constitui pela aquisição, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público. c) caracteriza ato de improbidade administrativa utilizar-se o agente público de veículo oficial para realizar compras para sua família, mesmo quando autorizado por superior hierárquico. d) agente público que exerce atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica, que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente de suas atribuições, durante a atividade, incorre em ato de improbidade administrativa. e) retardar ou deixar de praticar indevidamente ato de ofício configura improbidade administrativa.

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16) (Esaf/ANA/Analista Administrativo/2009) O dirigente de um órgão público sediado em Brasília e os servidores responsáveis pelas licitações e compras desse órgão compareceram a um evento de demonstração de um novo produto de informática que estava sendo lançado no mercado e que poderia interessar ao órgão adquiri-lo. O evento ocorreu em um hotel resort situado no Nordeste e as despesas de transporte, hospedagem e alimentação desses agentes públicos foram custeadas pela empresa fornecedora do produto porque o órgão público não dispunha de verba para tanto. Esse tipo de conduta dos agentes públicos: a) é lícita porque o órgão não dispunha de verba para pagar as diárias que são devidas nos deslocamentos no interesse do serviço. b) configura ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário. c) configura ato de improbidade administrativa somente na hipótese de o produto vir a ser adquirido pelo órgão, por preço superior ao de mercado. d) não configura ato de improbidade administrativa porque agiram no interesse do órgão e não no interesse pessoal deles. e) configura ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito no exercício da função. Gabarito 1B 2C 3E 4E 5D 6D 7A 8A 9A 10D 11B 12C 13B 14A 15A 16E