24
VALENÇA 1 INTRODUçãO 3 HISTóRIA E PATRIMóNIO 4 CULTURA E TRADIçõES 22 NATUREZA E ACTIVIDADES DE LAZER 30 MAPAS E ROTEIROS 38

Introdução 3 HIstórIa e PatrImónIo 4 Cultura e tradIções ...jf-vcca.pt/documentos/Valenca_Guia_Turistico.pdf · a oeste por vila nova de Cerveira e a norte pela vizinha Galiza

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1 Roteiros Vale do Minho VALENÇA 1

Introdução 3

HIstórIa e PatrImónIo 4

Cultura e tradIções 22

natureza e aCtIvIdades de lazer 30

maPas e roteIros 38

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2 Roteiros Vale do Minho3 Roteiros Vale do Minho

valença é uma cidade minhota do distrito de viana do Castelo,

limitada a leste pelo concelho de monção, a sul por Paredes de Coura,

a oeste por vila nova de Cerveira e a norte pela vizinha Galiza (espanha),

com uma área total aproximada de 117 km2, dividida em 16 freguesias

e onde habitam cerca de 15 mil pessoas (2001). localizada na margem

esquerda do rio minho, o desenvolvimento histórico de valença do

minho encontra-se intimamente associado à sua situação geográfica,

um ponto estratégico na fronteira entre o norte de Portugal e a Galiza.

a fortaleza de valença – o mais emblemático dos seus ícones - impõe

a sua presença no alto de uma colina, assinalando a grandeza de uma

das mais antigas povoações portuguesas, cuja imponência será, talvez,

a responsável pela primeira impressão que se tem ao chegar.

devido à sua condição de povoação de fronteira, a imagem de

valença é indissociável das suas muralhas e de um fabuloso imaginário

de conquistas, de tradições e lendas que vão fazendo história… Conta a

lenda das Portas do sol, que por ter morto duas jovens e belas princesas,

um terrível príncipe mouro acabou transformado em rio, tentando até

hoje, sem sucesso,

obter o seu perdão por tão cruéis investidas! mas não foram somen-

te os mouros quem se encantou por estas terras. diversos povos aqui

habitaram, tentando conquistar e proteger o território, refugiando-se

num espaço que hoje, não sendo já um elemento defensivo, se man-

tém fortemente imbuído de todo o espírito de quem por aqui passou

e deixou as suas marcas.

valença foi crescendo para além das suas muralhas, mas a sua

Praça-forte, considerada a fortificação mais importante da região norte,

mantém-se vibrante, hoje quase exclusivamente dedicada ao turismo

e ao comércio, rico, vasto e diversificado, com centenas de estabeleci-

mentos intra e extra-muros. visite os tesouros patrimoniais de valença

e percorra as estreitas ruas empedradas, pontilhadas de inúmeras lojas,

bares, cafés e restaurantes.

INTRODUÇÃO | VALENÇA 3

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4 Roteiros Vale do Minho5 Roteiros Vale do Minho HISTÓRIA E PATRIMÓNIO | VALENÇA 5

As origens da ocupação

humana em Valença do Minho

as origens de valença são mui-

to antigas, admitindo-se como

provável a presença de comunida-

des humanas neste território des-

de a pré-história. efectivamente, os

diversos vestígios arqueológicos

aqui descobertos revelam-nos

como este sempre foi, desde a

alta antiguidade, um local propício

HISTÓRIA E PATRIMÓNIOà fixação humana – em grande medida devido aos diversos recursos

naturais que aqui se encontram disponíveis.

as gravuras rupestres da tapada de ozão e do monte da lage,

e as gravuras próximas do monte dos Fortes, executadas durante o

período da Idade do Bronze, são especialmente interessantes deste

ponto de vista, ao revelarem a importância da actividade pastorícia

na zona da serra.

embora não existam certezas, nem um consenso científico

quanto ao significado destas gravuras, supõe-se que possam estar

associadas a um significado simbólico-religioso. estes dois sítios ar-

queológicos encontram-se desde 1980 e 1984, respectivamente,

valença

Marco Miliário

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6 Roteiros Vale do Minho7 Roteiros Vale do Minho

classificados como Imóvel de

Interesse Público. nas ime-

diações das estações arqueo-

lógicas da tapada de ozão e

do monte da lage podem ser

encontrados vestígios de povo

dos fortificados erguidos duran-

te a Idade do Ferro, bem como

de um notável conjunto mega-

lítico – todos estes diferentes

elementos reforçam a convicção

de que a riqueza cinegética da

região terá certamente contri-

buído para a atracção e fixação

de comunidades humanas em

valença ao longo dos séculos e

dos milénios.

mais tarde, encontramos

em valença diversos vestígios

que remontam ao tempo do

império romano. o facto de

este constituir um importan-

te local de atravessamento do

l

l

Sepulturas Antropomórficas do Adro Velho

HISTÓRIA E PATRIMÓNIO | VALENÇA 7

Porta da Coroada

rio minho, através da via romana que ligava Bracara (hoje Braga) a

Lucus (actualmente, lugo) certamente ajuda a explicar a fixa-

ção humana neste local, já nesta época. em 137 a.C. pensa-se que

o Cônsul romano Júlio Bruto terá acampado nestas paragens. Com o

Imperador augusto começaram a definir-se pequenas fortalezas,

então designados por Castelli, de localização estratégica sobre a via

de comunicação – um deles terá sido o Castellum de valença.

ao domínio romano sucederam-se, posteriormente, os suevos

e os Godos. a localização junto ao rio minho revelou-se, uma

vez mais, estratégica, tendo mesmo chegado a existir uma residência

real em tui durante este período. ainda, hoje, existem em valença

vestígios desta época, testemunhando o domínio suevo-visigótico.

o aglomerado viria posteriormente a sofrer de forte esvazia-

mento populacional em consequência da ocupação árabe

(a primeirainvasão terá ocorrido por cerca do ano de 716) que

obrigou os seus habitantes a dispersarem-se pelos núcleos

de resistência cristã no norte da Península Ibérica. a mais poderosa

invasão árabe foi a de almansor em 997, que se esten-

deu até santiago de Compostela e arrasou Ganfei (valença),

de que só ficou a memória da sua fundação.

Com a reconquista Cristã, esta região foi recuperada, tendo sido

posteriormente integrada no Condado Portucalense e, mais tarde, no

reino de Portugal.

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8 Roteiros Vale do Minho9 Roteiros Vale do Minho HISTÓRIA E PATRIMÓNIO | VALENÇA 9

Praça-Forte de Valença

A Praça-Forte: elemento

marcante para o desenvolvi-

mento de Valença

a história e as origens mais eviden-

tes do desenvolvimento de valença do

minho encontram-se estreitamente

ligadas à presença do rei d. sancho I, no

entre lima e minho, em finais do sé-

culo XII. em consequência da anu-

lação do casamento entre afonso

IX de leão e a infanta teresa, filha de

sancho I, este monarca português

decide dar inicio a uma série de

tentativas de ocupação das locali-

dades de tui e Pontevedra, na Ga-

liza. estas manobras militares vão

inevitavelmente reacender velhos

conflitos e tendências expansionis-

tas portuguesas sobre o território

galego.

É no quadro destes confli-

tos entre Portugal e espanha

que valença, à época conhecida Porta da Gabiarra

Assembleia Valenciana

por Contrasta, e até então uma “terra erma”, ganha por volta de 1200

um protagonismo inédito. Por um lado, graças à sua posição estraté-

gica, entre o rio minho e a velha estrada romana, Contrasta constituía

o local ideal para vigiar os ataques galegos e para planear as investi-

das sobre Pontevedra e tui. Por outro lado, devido à importância que a

antiga via romana ganha enquanto local de peregrinação rumo ao túmulo

de santiago, para a qual confluíam peregrinos e viajantes de toda a

Península Ibérica.

terá sido provavelmente esta conjugação de factores que levou o rei

d. sancho I a outorgar a sua primeira carta de foral e a aqui decidir erguer

uma construção defensiva de carácter permanente – afirmando uma

linha de fronteira natural que o rio já estabelecia.

de acordo com relatos da época, a delimitação do Couto de valen-

ça teve um forte impacto, revestindo-se de certa solenidade e significa-

do. marca, ainda, dois ritmos de desenvolvimento distintos – intra-

-muros (abrangido pelo foral) e extra-muros – com modelos de relações

sócio-económicas e políticas próprias: o interior da muralha poderia

caracterizar-se como sendo um espaço com um cariz mais urbano,

onde se localizam os mais importantes edifícios e serviços e onde estava

sedeado o poder político e militar. Fora das muralhas ficavam as terras chãs,

de vocação eminentemente rural e agrícola.

saliente-se ainda que, à semelhança de outras comunidades

instaladas em zonas fronteiriças (especialmente arriscadas devido à sua

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10 Roteiros Vale do Minho11 Roteiros Vale do Minho HISTÓRIA E PATRIMÓNIO | VALENÇA 11

perigosidade militar e, portanto,

pouco atractivas à ocupação hu-

mana), d. afonso II concedeu o

foral, em 15 de agosto de 1217,

contemplando um conjunto de re-

galias e privilégios aos habitantes

de Contrasta – tais como a depen-

dência exclusiva do rei, a isenção

de pagamento de portagem em

todo o reino, algumas vantagens

judiciais, protecção do domicílio,

entre outros. deste modo, pre-

tendeu-se estimular o desenvol-

vimento de Contrasta, que nesta

época assume, do ponto de vista

geoestratégico, um estatuto refor-

çado no contexto das relações do

minho com a Galiza, tornando-se no

principal ponto de passagem entre

as duas regiões.

em consequência das guerras

com leão, o núcleo de Contrasta

ficou parcialmente destruído

no século XIII (1211/1212), tendo de ser reconstruído. Com o intuito

de reforçar o desenvolvimento do aglomerado, d. afonso II atribui um

novo foral a Contrasta, renovado os privilégios que tinham sido

atribuídos por d. sancho I.

em 1262, Contrasta muda de nome para valença, por decisão de

d. afonso III, procurando simbolicamente reavivar o dinamismo deste

aglomerado na rede urbana do reino. Para além da mudança de nome,

o monarca ordena, ainda, uma profunda reforma do sistema militar

da vila, passando as muralhas a abarcar toda a povoação. apesar de se

desconhecer, em grande parte, a sua configuração exacta (devido às

múltiplas transformações posteriormente introduzidas), ainda hoje é

possível detectar alguns vestígios da fortaleza medieval de valença.

Por exemplo, na Porta do açougue, virada a Poente, persiste um

escudo medieval na pedra de fecho, ainda sem orla dos castelos.

Por último, valença passa então a dispor de um alcaide e de uma guar-

nição militar (besteiros do conto) fixa, que tinham a seu cargo a defesa

da vila e da região das incursões leonesas.

ao longo das décadas e séculos seguintes, a praça-forte da vila

de Valença continuou a beneficiar de uma atenção privilegiada,

por parte das autoridades políticas e militares, devido à importância

geoestratégica que nunca perdeu.

no entanto, será somente em finais da década de 50 do século

XvII, durante os anos críticos da Guerra da restauração, que se dão as

Praca-Forte de ValençaPraca-Forte de Valença

1

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12 Roteiros Vale do Minho13 Roteiros Vale do Minho HISTÓRIA E PATRIMÓNIO | VALENÇA 13

ça dividia-se em duas áreas distintas, interligadas pela Porta do meio: a

“vila”, a norte, abrangendo o velho núcleo medieval, mais densamen-

te povoado e onde se reuniam os principais equipamentos sociais;

com menor dimensão e praticamente desimpedida de construções,

a “Coroada” , a sul. a rodear os dois espaços, uma densa malha

de baluartes, revelins e fossos que garantiam o isolamento de toda

esta área e permitiam uma ampla área de visibilidade e de fogo. ainda,

hoje, é possível, quando percorremos o intra-murados da Fortaleza

de valença, identificar claramente estas duas áreas. Com cerca de

3,5 km de perímetro amuralhado, o sistema defensivo abaluarta-

do de valença é composto por 10 baluartes e dois meios baluartes.

são nesta altura criados os baluartes da lapa, da esperança e do Faro,

o chamado Paiol do açougue (antigo armazém da Pólvora), edificado

em 1715 no lado Poente da Praça, e o Paiol do Campo de Marte ,

onde, hoje, está instalado o Posto de turismo de valença, valendo

certamente a pena a sua visita, atendendo às características únicas

do seu interior.

esta obra militar foi considerada de grande inovação para a época,

recorrendo à técnica de fortificação abaluartada.

no início do século XvIII valença era a mais importante Praça-Forte

do minho e uma das mais importantes de toda a linha fronteiriça de

Portugal. residia em permanência, na Fortaleza, um governador em

graduação de Brigadeiro que tinha a seu cargo uma numerosa guarnição

primeiras tentativas para reforçar a

muralha de valença, uma das mais

expostas a ataques espanhóis – em

1657 e 1660, chegaram mesmo a

haver tentativas sérias para tomar

esta fortaleza afonsina.

a obra da fortaleza de valença

ficou a cargo do francês miguel

lescole, que procurou robuste-

cer esta enfraquecida estrutura

defensiva. o projecto original de

lescole, encomendado em 1668

e entregue em 1683, acaba, con-

tudo, por nunca ser aprovado pelo

Conselho de Guerra. será manuel

Pinto vilalobos, um discípulo do

engenheiro militar francês, que,

aproveitando em grande parte as

plantas do mestre, dará início à ta-

refa, em finais de 1691. a obra es-

tará, em grande medida, concluída

em 1700.

a nova Fortaleza de valen-

Igreja da Misericórdia Paiol do Campo de Marte

Porta da Coroada

2

3

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14 Roteiros Vale do Minho15 Roteiros Vale do Minho HISTÓRIA E PATRIMÓNIO | VALENÇA 15

tadas de diferentes períodos históricos, que atestam a relevância da For-

taleza enquanto pólo central da vila de valença. vale a pena visitar estes

diversos monumentos religiosos que, por diferentes razões, constituem

exemplares notáveis da arquitectura religiosa portuguesa. Construídas

durante o século XIII, as igrejas de Santa Maria dos Anjos (conhecida

por Igreja matriz de valença e que se destaca pela sua arquitectura românica

e gótica) e a Igreja de Santo Estevão , sede da Colegiada. vale particular-

mente a pena visitar a Igreja da Colegiada, onde se podem observar elementos

posteriores à arquitectura românica no seu interior: os cadeirais confrontan-

tes na capela-mor e os retábulos em talha policroma, datados do século XvI,

e a cadeira episcopal, ao estilo gótico-mudéjar, datada do século Xv.

esta Igreja viria, ainda, a sofrer obras de reconstrução em 1792, agora ao es-

tilo neo-clássico. Já a Igreja da Misericórdia (que partilha o mesmo adro

da Igreja santa maria dos anjos), a Capela Militar do Bom Jesus e a Ca-

pela do senhor do encontro, por outro lado, foram construídas mais tarde

(respectivamente, nos séculos XvI, XvII e XvIII), revelam-nos uma arquitectu-

ra distinta, com características essencialmente barrocas e neoclássicas. vale

a pena observar a pequena imagem de nossa senhora do Carmo, no inte-

rior de uma redoma depositada na Capela do Bom Jesus (que, durante os

séculos XvIII a XX, funcionou exclusivamente como capela militar) que, como

refere alberto Pereira de Castro, era “padroeira do Regimento de Infantaria nº 21,

e que durante as Campanhas Peninsulares acompanhou as nossas tropas sendo

sempre transportada na mochila de um soldado” (Castro, 2006: 308).

militar fixa, responsável pela de-

fesa não só de valença, como

de toda a região envolvente.

Quando, hoje, percorremos o in-

terior das muralhas, ainda, é pos-

sível encontrar e visitar muitos dos

edifícios que testemunham a rele-

vância política e militar de valença,

como é o caso do antigo Palácio

do Governador militar da Praça

(construído no século XvIII e que,

hoje, alberga alguns serviços

públicos), dos Antigos Paços do

Concelho (datado do século XIv,

este edifício foi posteriormente

utilizado como cadeia e casa do

Concelho. actualmente alberga o

interessante Núcleo Museológico

de Valença , dedicado à evolução

histórica do concelho.

no interior das muralhas exis-

te, também, um conjunto muito

relevante de igrejas e capelas, da-

Igreja da Misericórdia e Igreja de Santa Maria dos AnjosAntigos Paços do Concelho

Igreja de Santa Maria dos Anjos

5

11

13

7

11

4

Page 9: Introdução 3 HIstórIa e PatrImónIo 4 Cultura e tradIções ...jf-vcca.pt/documentos/Valenca_Guia_Turistico.pdf · a oeste por vila nova de Cerveira e a norte pela vizinha Galiza

16 Roteiros Vale do Minho17 Roteiros Vale do Minho HISTÓRIA E PATRIMÓNIO | VALENÇA 17

Com características arquitec-

tónicas mais modernas, a Pousada

de são teotónio, que, também,

se encontra localizada no interior

das muralhas de valença (junto

ao Baluarte do Socorro , no

extremo norte da Praça-Forte) é

um notável exemplar que vale

a pena conhecer, revelando-

-se particularmente interessante

devido a uma bem sucedida con-

jugação com o entorno, marcado

por enorme riqueza histórico-

patrimonial. o projecto desta Pou-

sada esteve a cargo de um arqui-

tecto assumidamente moderno,

João andresen, que o desenvolveu

entre 1954 e 1962 (ano em que foi,

por fim, inaugurada).

o edifício da Pousada de são

teotónio possui diversos elemen-

tos merecedores de destaque.

utilizando o granito e o betão,

a sua estrutura de espessos pilares, assentes na muralha de valença,

desenvolve-se em patamares. apesar da vocação moderna da ar-

quitectura da Pousada, o edifício apresenta alguns elementos da

arquitectura regional minhota, por exemplo, através da utilização

de “…pequenas tramas de madeira, [que] nos sugere os espigueiros

minhotos expostos ao vento e olhando sobranceiramente a paisagem

do alto dos seus pilares” (alçada e Grilo, 1999: 108). note-se, ainda,

que todo o mobiliário foi desenhado propositadamente pelo

arquitecto João andresen. Finalmente, e a somar à qualidade

do projecto e da construção, saliente-se ainda a magnífi-

ca vista da Pousada sobre as muralhas da Fortaleza de valen-

ça, o rio minho e, na outra margem, tui (Galiza), possibilita-

da pelos espaços exteriores (com varandas, terraços e jardins)

e pelas generosas janelas que “rasgam” o betão do piso térreo.

a obra da Pousada de são teotónio é certamente uma das poucas

– e certamente a mais relevante – intervenções modernas realizadas

no interior da Praça-Forte que, desde as profundas intervenções

do século XvIII, tem sido objecto essencialmente de algumas obras

de manutenção, conservação e restauro.

em 14 de março de 1928, a Fortaleza de valença havia sido

classificada como monumento nacional, consagrando assim este

notável conjunto patrimonial que conjuga traços da arquitectura

militar medieval e moderna, constituindo um dos mais

Capela Militar do Bom JesusIgreja de Santo Estevão

12

Muralhas de Valença

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18 Roteiros Vale do Minho19 Roteiros Vale do Minho HISTÓRIA E PATRIMÓNIO | VALENÇA 19

Convento de Ganfei Igreja Românica do Convento de Sanfins

importantes monumentos mi-

litares existentes em Portugal.

mais recentemente, o município

de valença e o ayuntamiento

de tui têm vindo a desenvol-

ver um esforço conjunto para

a classificação pela unes-

Co da Fortaleza de valença,

da Ponte Internacional e da Cate-

dral de tui como Património de

Interesse Cultural para a Huma-

nidade.

O notável património reli-

gioso extra-muros de Valença do

Minho

mas o património construído

de valença não se reduz aos limites

da sua Fortaleza, existindo no con-

celho muitos outros elementos de

significativo valor histórico e arqui-

tectónico.

as excelentes condições natu-

rais e a riqueza cinegética desta região têm, desde há milénios, contribuí-

do para a atracção e fixação de comunidades humanas em valença. mas,

este era também, por outro lado, um território de grande centralidade no

contexto das relações minho – Galiza, sobretudo graças à proximidade de

tui e santiago de Compostela, dois dos mais importantes pólos religiosos

da Península Ibérica que, pelo menos desde o Império romano, possuem

uma ligação viária que passa por valença.

destacam-se os Conventos de Ganfei e sanfins de Friestas e o

Convento de nª sr.ª de mosteiró dos mais importantes monumentos

religiosos de valença, todos eles localizados já fora da Fortaleza, benefi-

ciando de amplos espaços naturais que permitiam tanto o isolamento

e recolhimento, como o desenvolvimento das actividades agrícolas

fundamentais à sobrevivência destas comunidades religiosas.

Classificado como Imóvel de Interesse Público, em 13 de Julho

de 1956, o Convento de Ganfei foi um convento importante da

ordem Beneditina, do ponto de vista religioso e político, contribuindo

para a afirmação da nacionalidade ao longo dos séculos. está localizado

a cerca de 5 km de valença, situando-se num local estratégico, a cota alta,

e beneficiando de uma magnífica vista para a Galiza.

o Convento de Sanfins de Friestas é outro belíssimo exemplar

de arquitectura religiosa românico. localizado a cerca de 12 km de

valença, este conjunto monástico beneficia de um belíssimo enqua-

dramento natural. desde 1927 que a Igreja de sanfins de Friestas se Pormenor do Convento

Beneditino de Ganfei

3

8

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20 Roteiros Vale do Minho21 Roteiros Vale do Minho HISTÓRIA E PATRIMÓNIO | VALENÇA 21

encontra classificada como

monumento nacional, sendo

considerado “um dos nossos

monumentos românicos mais im-

portantes e um daqueles em que

se evidencia, de forma mais cla-

ra, a longa duração da influência

galega” (IPPar). na sequência des-

ta classificação, desenvolvem-se,

entre 1930 e 90, intervenções de

restauro e requalificação da Igreja

de sanfins de Friestas.

um último destaque para o

Convento Capucho de Nª Sr.ª

de Mosteiró , que se localiza

na freguesia do Cerdal, localiza-

da num local isolado, em meio

montanhoso, e beneficiando

de uma ampla vista sobre o rio

minho e a Galiza. destaca-se da

arquitectura do conjunto da Igre-

ja e Convento de nª sr.ª de mos-

teiró o interior do templo, onde

predomina a talha dourada ao estilo barroco e outra já mais tardia,

ao estilo neoclássico.

O desenvolvimento de Valença nos tempos modernos

a Ponte Rodo-Ferroviária Internacional (ou Ponte metálica sobre o rio

minho) , que liga valença a tui, constitui um importante sinal de progresso

e modernidade deste concelho que, durante alguns anos, viu o comboio ter-

minar em segadães. só em 1879 é que os governos de Portugal e espanha

chegam a acordo para a construção desta importante via de ligação bifuncio-

nal (ferroviária e rodoviária). Inaugurada em 25 de março de 1886, aproxima-

damente cinco anos após o anúncio público do concurso da obra (lançado

conjuntamente pelos dois governos nacionais), este é um projecto do enge-

nheiro espanhol d. Pelayo mancebo Y agreda. Constituída por dois tabuleiros

metálicos sobrepostos, com 400 metros de comprimento, assentes em quatro

pilares de granito, o caminho-de-ferro circula no tabuleiro superior da ponte,

estando o piso inferior reservado ao tráfego rodoviário e pedonal.

espaço de fronteira e de confluência, durante décadas, esta Ponte

metálica simbolizou um importantíssimo elo de ligação (histórica,

económica e social) entre o norte de Portugal e a Galiza que vai ser, deste

modo, reforçado a partir de finais do século XIX. ainda, hoje, se mantém as

ligações ferroviárias internacionais diárias desde o Porto até à cidade espanho-

la de vigo. Por outro lado, a Ponte Internacional vai, ainda, assumir um papel

muito relevante no desenvolvimento de valença ao longo do século XX.

Convento de Ganfei Ponte Metálica sobre o rio Minho

Igreja de Nossa Senhora do Mosteiró

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1

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22 Roteiros Vale do Minho23 Roteiros Vale do Minho CULTURA E TRADIÇÕES | VALENÇA 23

a cultura e tradições de valença

estão fortemente associadas à pre-

sença do rio minho e à imponência

e riqueza histórico patrimonial da sua

fortaleza. espaço de refúgio e salva-

guarda, palco de histórias de amores,

conquistas e cumplicidades, a Forta-

leza, desde sempre, reflectiu as vivên-

cias das gentes de valença.

efectivamente, com o passar do

tempo, as funções de defesa associadas

CULTURA E TRADIÇÕESvalença

à Fortaleza foram deixando de ser essenciais transformando, gradual mas deci-

sivamente, a composição e as características urbanas, económicas e sociais de

valença. simultaneamente, o desenvolvimento de valença manteve-se ligado

ao rio minho, ao ambiente fronteiriço e às actividades económicas que lhes

são inerentes. Hoje, é possível encontrar em valença duas zonas claramente

distintas: por um lado, a zona exterior à Fortaleza, com um povoamento mais

disperso, que tem a sua origem nas modernas e mais importantes vias de

comunicação; e, por outro lado, a zona intramuros, com o seu casario de dois

e até três pisos de planta simplificada e com os arruamentos estreitos que

formam uma malha poligonal definida pelos quarteirões, continua a

assumir-se como o centro cívico de valença.

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24 Roteiros Vale do Minho25 Roteiros Vale do Minho CULTURA E TRADIÇÕES | VALENÇA 25

actualmente, quase todos

estes edifícios do centro históri-

co da cidade estão ocupados por

comércio (maioritariamente asso-

ciados ao têxtil-lar), restauração e

ainda por alguns edifícios públicos

e culturais (o município, o Posto de

turismo, o núcleo museológico e o

museu do Bombeiro, por exemplo).

a maioria dos edifícios mantém a sua

traça antiga muito bem preservada.

nas últimas décadas, o Centro

Histórico de valença tem-se afirmado

como um importante espaço de pe-

regrinação comercial de dimensão

transfronteiriça. tal como no passa-

do, a Fortaleza de valença continua

a ser, hoje, um local privilegiado para

todos os que aqui vivem e visitam,

permitindo o contacto com a Histó-

ria e o património (não só do conce-

lho, mas do país e da região), bem

Rua Mouzinho de Albuquerque

Centro de Valença

A VISITAR: MUSEU RURAL DE TAIÃOO Museu Rural do Taião, localizado na aldeia de Taião, revela caracterís-ticas essencialmente etnográficas, centrando-se na cultura e tradições populares e nos “saber-fazer“ tradi-cionais ligados à tecelagem e aos trajes tradicionais de Taião, entre outros.Horário: Todos os dias das 13:00 às 17:00 (excepto às terças-feiras).Tel.: 251 825 322

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26 Roteiros Vale do Minho27 Roteiros Vale do Minho HISTÓRIA E PATRIMÓNIO | VALENÇA 27

A VISITAR: NÚCLEO MUSEOLÓGICO MUNICIPAL O Núcleo Museológico Municipal, localizado nos antigos Paços de Concelho, em plena Praça-Forte, aborda diferentes aspectos rela-cionados com a memória histórica e a identidade de Valença: desde a presença milenar de comunidade humanas, que inclui uma réplica da gravura rupestre da Tapada de Ozão, até a diferentes vestígios da presença romana em Valença; pas-sando pela formação e desenvolvi-mento da Fortaleza de Valença du-rante o período medieval.Horário: Terça a Sexta-feira das 9:00 às 17:00; Sábados das 10:00 às 12:00 e das 14:30 às 17:30; Domingos das 14:00 às 17:00Tel.: 251 806 020; Fax: 251 806 [email protected]

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como para a fruição paisagística.

Considerada como uma das

maiores áreas comerciais ao ar livre

de Portugal, a zona interior das mura-

lhas de valença está recheada de pe-

quenas lojas de comércio tradicional

que valem certamente a sua visita!

Integrada na rota do artesanato

dos Caminhos de santiago, valença

é, também, rica nesta arte, uma das

mais importantes manifestações da

sua cultura popular, e daqueles que

foram outrora os ofícios tradicionais

das gentes do vale do minho, o seu

modo de vida, os seus valores, hábi-

tos e costumes.

durante a sua estadia não perca,

ainda, a oportunidade de se deliciar

com os pratos típicos da região, no-

meadamente com o Cabrito à san-

fins, a lampreia ou o anho no Forno.

À sobremesa recomendam-se os

Lampreia

Valença

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28 Roteiros Vale do Minho29 Roteiros Vale do Minho

A VISITAR: MUSEU DO BOMBEIRO

O Museu do Bombeiro, localiza-do num dos edifícios históricos da Fortaleza de Valença – a antiga Hospedaria Militar que, mais tarde, foi também quartel dos bombeiros – presta homenagem aos “soldados da paz”.Horário: Terça a Sexta-feira das 10:00 às 12:00 e das 14:00 às 17:30 e Sábado das 14:00 às 17:30. Tel.: 251 809 000

16

CULTURA E TRADIÇÕES | VALENÇA 29

Borrachinhos de valença ou as sopas

secas, doce à base de pão, açúcar e

carnes de porco e carneiro, tradicio-

nalmente confeccionado em forno

de lenha e servido nos dias festivos.

Considerando que as artes da

mesa e do bom manjar traduzem,

também, a riqueza dos costumes

dos povos, esta é, sem dúvida, uma

experiência que ficará para sempre

guardada na sua memória!

valença celebra o seu feriado

municipal a 18 de Fevereiro, data

evocativa do nascimento de s. teotó-

nio, primeiro santo português, natu-

ral da freguesia de Ganfei.

motivos não faltam, quer seja

um viajante apreciador das mara-

vilhas da natureza, quer seja um

admirador da nossa cultura e da

História que fez Portugal. valença

é um lugar que vale a pena visitar

e que certamente o fará voltar!

Porta do Sol

Valença

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30 Roteiros Vale do Minho NATUREZA E ACTIVIDADES DE LAZER | VALENÇA 31

Falar de valença, da sua natu-

reza e beleza paisagística, é falar

obrigatoriamente do rio minho,

elemento indissociável da sua his-

tória, das suas tradições e um dos

responsáveis por muitos dos seus

atractivos turísticos, seja pela rica

gastronomia que aqui se pode sa-

borear, ou pela beleza indiscutível

das suas paisagens ribeirinhas!

a riqueza ambiental do rio

minho justificou a sua integração na rede natura 2000, uma rede

ecológica para o espaço da união europeia, que pretende contribuir para a

protecção da biodiversidade através da preservação dos habitats naturais

e da fauna e flora selvagens.

Classificado como sítio de Importância Comunitária (s.I.C.), quer pela

presença de um conjunto de habitats de elevado interesse ecológico, quer

pela sua importância para a conservação de espécies piscícolas migrado-

ras e de algumas espécies de mamíferos associados ao meio aquático

e à vegetação ribeirinha, como a lontra ou a toupeira de água, o rio minho

é um dos poucos em Portugal onde, ainda, é possível encontrar salmão,

e também lampreia ou sável, espécies muito apreciadas e cuja pesca se

NATUREZA E ACTIVIDADES DE LAZER

valença

Miradouro do Castelo da Furna

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32 Roteiros Vale do Minho NATUREZA E ACTIVIDADES DE LAZER | VALENÇA 33

faz, ainda, de forma artesanal.

as pesqueiras do Rio Minho---

constituem um dos legados

históricos mais significativos de

valença, um valioso acervo de

construções populares que tes-

temunham o engenho e as artes

da pesca fluvial artesanal que

aqui se praticava e a que, ainda,

hoje se pode assistir.

Constituindo uma área for-

temente dependente dos seus

recursos naturais e, consequen-

temente, sempre muito ligada à

exploração agrícola, à pastorícia

e à silvicultura, era também a

partir do rio que se obtinha parte

do sustento das gentes de valen-

ça, induzindo não apenas o seu

desenvolvimento económico

mas, também, a partilha de sa-

beres entre os mais hábeis ‘enge-

nheiros’ dos rios.

Habilidosos sistemas de muros construídos a partir das margens,

as pesqueiras assumiam-se como barreiras à passagem do peixe, que

se via assim obrigado a fugir pelas pequenas aberturas através das

quais, coagido pela força da corrente, acabava por ser apanhado em

engenhosas armadilhas!

as primeiras referências escritas às pesqueiras do rio minho da-

tam do século XI, e aparecem em documentos relativos às doações a

mosteiros da ribeira do minho, sendo possível, através dos diferentes

escritos, traçar o rumo da sua evolução, quer ao nível da propriedade

e gestão, quer ao nível do processo de construção.

de acordo com um inquérito lançado pela Capitania do Porto de

Caminha, em 1995 era possível identificar 565 corpos de pesqueiras,

dos quais 42% se encontrava, ainda, em utilização. são Pedro da torre e

Cristelo-Covo são os locais recomendados se desejar observar de perto

as pesqueiras e assistir à faina dos pescadores, que em barco ou à cana

continuam a preservar esta arte da pesca artesanal.

efectivamente, este é um dos muitos exemplos que podemos encon-

trar da vontade dos homens e da sua estreita ligação com o rio, de uma

relação profícua que foi subsistindo ao longo dos tempos, e da qual resulta

muito do que, hoje, enriquece o património cultural valenciano.

Para além do rio, embora a ele associadas, existem no concelho várias

áreas naturais classificadas, que para além da sua riqueza paisagística e

biológica lhe poderão proporcionar momentos de excelente relaxamento

Pesqueiras do Rio Minho Miradouro do Monte do Faro

Miradouro da Capela de São Lourenço

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34 Roteiros Vale do Minho NATUREZA E ACTIVIDADES DE LAZER | VALENÇA 35

onde se pode deleitar com a contemplação da paisagem, podendo mes-

mo ir a banhos, sendo que não faltam em redor bons locais para um pi-

quenique, principalmente se viajar com crianças, que se irão deliciar nestes

espaços.

o biótipo da veiga da mira, uma das zonas húmidas e reservas de

fauna e flora mais importantes do rio minho, é outra das áreas que

não poderá deixar de visitar, sendo que a forma mais interessante de

o fazer será eventualmente percorrendo o trilho Pedestre da veiga da

mira, percurso com 4,6 quilómetros que privilegia o contacto com as

margens do rio, permitindo ainda contemplar a Ponte Medieval de

Veiga da Mira , importante ponto da via romana Per Loca Maritima

que ligava viana a valença.

outro trilho muito interessante é o trilho da Ínsua do Crasto, per-

curso complementar à Ecopista do Rio Minho , corredor verde

que liga valença a monção, numa linha paralela ao rio e que resultou

do aproveitamento da antiga linha do caminho-de-ferro. Premiada

a nível europeu, esta ecopista tem actualmente uma extensão de

17 km, e conta com um Centro de Interpretação instalado na anti-

ga Casa da vigia da linha, onde poderá ficar a saber um pouco mais

sobre este percurso, para além dos dados apresentados nos diversos

painéis informativos disponíveis ao longo do trajecto.

Para além dos trilhos da veiga da mira e da Ínsua do Crasto, exis-

tem ainda outros trilhos convenientemente demarcados e sinalizados

Ecopista do Rio Minho

em contacto com a natureza, e

onde pode encontrar um conjun-

to de equipamentos turísticos que

tornarão mais agradável a sua visita.

a área de lazer da Nossa

Senhora da Cabeça , próxima

do Porto de Recreio de Cristelo-

-Covo , é um dos locais onde

poderá contemplar, para além de

outros atractivos, os cerimoniais da

pesca. se for adepto de um contacto

mais aguerrido com tão inspirado-

ra paisagem, poderá até praticar

alguns desportos náuticos e deli-

ciar-se em seguida com um bom

prato de lampreia ou sável. mas se

por aqui estiver por altura da Pás-

coa, não poderá deixar de assistir

à romaria da senhora da Cabeça,

e ao ‘lanço da Cruz’, uma das mais

antigas tradições de valença!

a Área de Lazer de Friestas ,

é outra das zonas mais aprazíveis,

Área de Lazer de Friestas

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5

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2

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36 Roteiros Vale do Minho NATUREZA E ACTIVIDADES DE LAZER | VALENÇA 37

que lhe permitirão usufruir das

belíssimas paisagens ao mesmo

tempo que poderá aproveitar

pequenas paragens para visitar

alguns dos monumentos que se

situam nas imediações. sempre

associando a riqueza natural e

cultural de valença, estes tri-

lhos permitem contemplar de

perto os principais pontos de

interesse turístico localizados

fora do centro urbano. Para mais

informações, pode contactar o

município de valença ou o turis-

mo, onde poderá obter mapas e

outras recomendações relativa-

mente aos percursos.

sendo este, também, um

território de montanha, com pe-

quenas colinas que rompem a

plenitude do rio, é possível visitar

diversos miradouros (Castelo da

Furna , Capela de Sant’ Ana

Miradouro do Castelo da Furna

Rio Minho

/ Monte do Faro ) a partir dos

quais se podem contemplar fantás-

ticas vistas (cortar) panorâmicas so-

bre toda a região do vale do minho.

o Miradouro da Capela de

S. Lourenço poderá ser o pon-

to de partida para mais uma incur-

são na cultura histórica de valença,

através da qual poderá contemplar

os vestígios de alguns relógios de

sol, começando em taião, e pros-

seguindo depois até à freguesia

de Cerdal. aqui poderá apreciar os

relógios de sol de Bogim e Bacelar

originários do século XIX. através

do município de valença ou do

turismo poderá obter informações

mais precisas sobre a localização

de estes e de outros relógios de sol

existentes no concelho.

Como vê, motivos não faltam

para visitar valença do minho! de

que está à espera?7

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Rua

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R. de S. José

R. Gaviarra

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Rua da O

liveira

Lg. doBom Jesus

Avenida de Espanha

Lg. 7 deJulho 1912

Lg. de Dr.Alfredo Magalhães

Lg. de Sta.Mª dos Anjos

Lg. S.Teotónio

Lg. GovernoMilitar

Lg. Veríssimode Moraes

Lg. Viscondeda Guaratiba

Praça daRepública

Rua D

outor José Maria R

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R. São FranciscoR. D

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Avenida dos Com

batentes da G

rande GuerraRio Minho

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60 030 m

38 Roteiros Vale do Minho MAPAS | VALENÇA 39

ValençaArão

Taião

Silva

Ganfei

Gandra

Cerdal

Boivão

Sanfins

Verdoejo

Gondomil

Friestas

Fontoura

S. Julião

S. Pedroda Torre

CristeloCovo

Rio Minho

EN101

A3

EN201

EN13

EN13

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2 01 km

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40 Roteiros Vale do Minho41 Roteiros Vale do Minho PONTOS DE INTERESSE | VALENÇA 41

1 Praça de Valença do Minho

42º 1’ 49,88’’ n, 8º 38’ 41,52’’ W

2 Portas da Coroada

42º 1’ 38,41’’ n, 8º 38’ 44,51’’ W

3 Paiol de Marte / Turismo

42º 1’ 40,12’’ n, 8º 38’ 45,6’’ W

4 Capela Militar do Bom Jesus

42º 1’ 42,45’’ n, 8º 38’ 43,62’’ W

5 Paços do Concelho de Valença

42º 1’ 49,71’’ n, 8º 38’ 40,33’’ W

6 Fonte da Vila

42º 1’ 49,57’’ n, 8º 38’ 43,74’’ W

7 Moradia Régia / Núcleo Museológico Municipal

42º 1’ 52,81’’ n, 8º 38’ 41,09’’ W

8 Casa dos Cadaval

42º 1’ 53,49’’ n, 8º 38’ 42,62’’ W

9 Portal Marechal Champalimaud de Nussane

42º 1’ 54,11’’ n, 8º 38’ 43,11’’ W

10 Assembleia Valenciana

42º 1’ 55,8’’ n, 8º 38’ 42,93’’ W

11 Igreja Matriz de Santa Maria dos Anjos / Capela da Misericórdia

42º 1’ 57,79’’ n, 8º 38’ 43,92’’ W

12 Baluarte do Socorro / Portas da Gaviarra

42º 1’ 59,69’’ n, 8º 38’ 41,96’’ W

13 Igreja da Colegiada de Santo Estêvão

42º 1’ 54,02’’ n, 8º 38’ 41,49’’ W

14 Marco Miliário

42º 1’ 54,4’’ n, 8º 38’ 41,34’’ W

15 Casa do Eirado

42º 1’ 51,3’’ n, 8º 38’ 40,45’’ W

16 Museu do Bombeiro (Manuel Valdez Sobral)

42º 1’ 48,73’’ n, 8º 38’ 39,07’’ W

17 Porta do Sol

42º 1’ 48,36’’ n, 8º 38’ 38,31’’ W

AUDIO

VIDEO

VISITA VIRUAL

MODELAÇÃO 3D

Utilize o leitor de MP4, o software de navegação ou CD-ROM intera-tivo para obter mais informação sobre estes pontos de interesse

LEGENDA

ROTEIRO 1valença

Casa do EiradoPortal Marechal Champalimaud de Nussane

Praça-Forte de Valença

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42 Roteiros Vale do Minho43 Roteiros Vale do Minho PONTOS DE INTERESSE | VALENÇA 43

1 Ponte Metálica sobre o Rio Minho

42º 2’ 9,85’’ n, 8º 38’ 48,47’’ W

2 Ecopista do Rio Minho

42º 1’ 43,33’’ n, 8º 38’ 13,61’’ W

3 Convento Beneditino de Ganfei

42º 2’ 23,46’’ n, 8º 37’ 21,86’’ W

4 Adro Velho

42º 2’ 57,49’’ n, 8º 35’ 11,36’’ W

5 Área de Lazer Fluvial de Friestas

42º 3’ 6,7’’ n, 8º 33’ 47,11’’ W

6 Portal da Quinta do Crasto / Lindberg

42º 2’ 53,44’’ n, 8º 33’ 28,85’’ W

7 Miradouro do Castelo da Furna

41º 59’ 22,83’’ n, 8º 33’ 2,47’’ W

8 Igreja Românica do Convento de Sanfins

42º 1’ 51,98’’ n, 8º 34’ 56,42’’ W

9 Miradouro da Capela de Sant’Ana / Monte do Faro

42º 1’ 5,06’’ n, 8º 35’ 57,54’’ W

10 Museu Rural de Taião

41º 59’ 54,52’’ n, 8º 35’ 28’’ W

11 Miradouro da Capela de São Lourenço (Taião)

41º 53’ 9.11’’ n, 8º 41’ 48.99’’ W

12 Igreja e Convento de Nossa Senhora do Mosteiró

41º 58’ 38,19’’ n, 8º 35’ 31,06’’ W

13 Torre de Silva

41º 56’ 53,73’’ n, 8º 39’ 20,29’’ W

14 Pesqueiras de São Pedro da Torre

41º 59’ 46,78’’ n, 8º 40’ 18,73’’ W

15 Ponte Medieval da Veiga da Mira / Veiga da Mira - Biótipo

42º 0’ 7,13’’ n, 8º 39’ 26,84’’ W

16 Porto de Recreio de Cristelo-Covo

42º 1’ 26,44’’ n, 8º 39’ 26’’ W

17 Área de Lazer de Nossa Senhora da Cabeça

42º 1’ 27,8’’ n, 8º 39’ 23,21’’ W

São Teotónio Portal da Quinta de CastroEscultura a Lindberg

ROTEIRO 2valença

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44 Roteiros Vale do Minho BIBLIOGRAFIA | VALENÇA 45

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46 Roteiros Vale do Minho

Ficha técnica_

© 2010 - associação de municípios do vale do minhowww.valedominho.pt

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tiragem: 1.000 exemplares