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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DOUTORADO EM ODONTOLOGIA E SAÚDE Isaac Vieira Queiroz AVALIAÇÃO DIMENSIONAL E DO COEFICIENTE DE ATENUAÇÃO DE TUMORES ODONTOGÊNICOS BENIGNOS POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Salvador BA 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

DOUTORADO EM ODONTOLOGIA E SAÚDE

Isaac Vieira Queiroz

AVALIAÇÃO DIMENSIONAL E DO COEFICIENTE DE

ATENUAÇÃO DE TUMORES ODONTOGÊNICOS

BENIGNOS POR TOMOGRAFIA

COMPUTADORIZADA

Salvador – BA

2015

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Isaac Vieira Queiroz

AVALIAÇÃO DIMENSIONAL E DO COEFICIENTE DE ATENUAÇÃO DE TUMORES

ODONTOGÊNICOS BENIGNOS POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

Pesquisa apresentada à Banca Examinadora em processo de Defesa de Tese de Doutorado do programa de Pós-graduação em Odontologia e Saúde da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia, como requisito para obtenção do título de Doutor. Área de Concentração: Radiologia Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ieda Margarida Crusoé Rebello

Salvador – BA

2015

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BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Ieda Margarida Crusoé Rebello (Orientadora) Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia

Prof. Dr. Jair Carneiro Leão

Faculdade de Odontologia de Universidade Federal de Pernambuco

Prof. Dr. Roberto Almeida Azevedo Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia

Profa. Dra. Manoela Carrera M. C. Pereira

Universidade do Estado da Bahia

Prof. Dr. Frederico Sampaio Neves Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia

Salvador, 11 de Novembro de 2015

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DEDICATÓRIA

À minha esposa, Thais, meu grande amor; pelo

apoio incondicional e dedicação.

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AGRADECIMENTOS

À minha amada esposa, Thaís, pelo amor verdadeiro, companheirismo e

por torcer pelo meu sucesso. Sempre me incentivando a seguir em busca dos

meus ideais, mesmo diante de todos os obstáculos que enfrentamos.

Agradeço pela paciência e amor dedicados a mim e à minha tese, em todos

esses anos. Agradeço por sua capacidade de trazer-me paz na correria de

cada semestre. Valeu а pena toda distância, todas as renúncias... Hoje

estamos colhendo, juntos, os frutos do nosso empenho! Esta vitória é nossa!!!

Aos meus pais, Cezar e Kátia, е à toda minha família que, com muito

carinho е apoio, não mediram esforços para qυе еυ chegasse аté esta etapa

da minha vida. Mãe, sеυ cuidado е dedicação fоі o que me deu, еm alguns

momentos, а esperança pаrа seguir. Pai, sυа presença significou segurança е

a certeza dе qυе não estou sozinho nessa caminhada.

Não posso deixar de agradecer aos meus primos, Levy e Rízia. Nunca

esquecerei o apoio que me deram no inicio da minha jornada acadêmica. A

participação de vocês também foi fundamental nessa conquista.

À Prof.ª Dr.ª Iêda Crusoé-Rebello, minha eterna orientadora, por ter me

acolhido, em mais essa etapa. Agradeço pelo estímulo, paciência, carinho.

Agradeço muito também pela confiança depositada, ao entregar-me esse

projeto tão importante.

À Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia, por me

oferecer a oportunidade de conviver com grandes mestres e manter o meu

aprendizado constante.

Aos professores, monitores, estagiários, bolsistas de iniciação científica

e funcionários da Faculdade, por tornarem todos os dias de trabalho sempre

muito especiais. Especialmente aos bolsistas pela fundamental parcela de

participação no trabalho.

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Aos colegas do Doutorado, pela amizade nesse período intenso de

convivência, de muito companheirismo e aprendizado. Realmente foi um

grande prazer conviver com essas pessoas especiais.

Ao Prof. Dr. Roberto Azevedo, pela condução cirúrgica de muitos casos

desse estudo e principalmente por ter me acolhido no serviço de Cirurgia

Buco-Maxilo-Facial. Obrigado pelo exemplo enquanto docente e profissional.

É mais uma vez um grande prazer tê-lo em minha banca.

À clínica de Imaginologia Delfin, pelo incentivo à pesquisa através da

parceria para a realização dos exames de Tomografia Computadorizada.

À Antônio Porto Maia, não só pela competente análise estatística desse

trabalho, mas, antes de tudo, pela enorme paciência com que sempre me

recebeu.

À Tatiana Alvisi, pelo apoio na formatação e revisão da tese, sempre

disposta a contribuir.

Agradeço a Deus, que me dá forças e proteção para trilhar os caminhos

da vida.

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“Os que se encantam com a prática sem a ciência são como os timoneiros que

entram no navio sem timão nem bússola, nunca tendo certeza do seu destino”.

Leonardo da Vinci

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RESUMO

O estudo visou a avaliar as características dimensionais e do coeficiente de

atenuação (CoA) em Ameloblastomas, Tumor Odontogênico Ceratocístico (TOC) e

Mixoma Odontogênico (MO). Foram selecionadas regiões de interesse (ROI) de

imagens axiais por Tomografia computadorizada (TC) de feixe em leque de

indivíduos portadores de Ameloblastomas, TOC e MO; representando a maior área

de cada corte sem incluir tecido ósseo e/ou dentário. Avaliou-se o CoA (UHROI), a

heterogeneidade (HTGROI) e a presença de áreas de alta densidade (AAD) intra-

lesionais; além das medidas lineares no sentido mésio-distal, vestíbulo-lingual e

súpero-inferior. As aferições foram realizadas por profissional previamente calibrado

em ambiente de luz controlada, em monitor de alta resolução utilizando o software

Osirix. A amostra foi composta por 43 lesões, sendo 60,5% do gênero feminino,

95,3% acometeram a mandíbula e 72,1% na região posterior. A média do CoA, em

ordem decrescente em cada grupo de lesão foi: o MO (41,14UH+/-13,67UH),

Ameloblastoma (36,52UH +/- 12,32UH) e TOC (31,03UH+/-7,64UH). Os valores

referentes à HTGROI dos tumores são representados na seguinte ordem: TOC

(110,87+/-71,27), AM (99,98+/-60,78), MO (84,86+/-30,23) e AU (82,42+/-40,08).

Com relação às AAD também foi o MO que apresentou a maior prevalência 1,5%

dos cortes, seguido pelo AM (1%), TOC (0,7%) e o AU não apresentou nenhuma.

Com base nos resultados encontrados pode-se concluir que o MO foi o tumor que

apresentou a maior densidade e maior prevalência de áreas de alta densidade. As

regiões inferiores dos tumores concentraram os maiores valores de CoA e as

regiões superiores mostraram-se as mais heterogêneas. O TOC foi a lesão mais

heterogênea.

Palavras-chave: Tomografia Computadorizada, Tumores Odontogênicos

Ameloblastoma, Tumor Odontogênico Ceratocístico, Mixoma.

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ABSTRACT

This study aimed to evaluate the dimensional characteristics and the Coefficient of

Attenuation (CoA) in Ameloblastomas, Keratocystic Odontogenic Tumors (KOT) and

Odontogenic Myxoma (OM). Regions of interest (ROI) were selected from axial

images by Computed Tomography (CT) in a range of individuals with

ameloblastomas, KOT and OM; it represents the largest area of each slice not

including bone and/or dental tissues. It was evaluated the CoA (UHROI),

heterogeneity (HTGROI) and the presence of intra-lesional high-density areas (HDA);

additionally, we performed linear measurements in mesiodistal, buccolingual and

superoinferior directions. The measurements were performed by professional

previously calibrated under a light-controlled room, making use of a high-resolution

display and OsiriX software. The sample consisted of 43 lesions, 60.5% female,

95.3% occurred in the mandible and 72.1% in the posterior region. The average CoA

in descending order in each lesion group was: OM (41.14UH +/- 13.67UH),

Ameloblastoma (36.52UH +/- 12.32UH) and KOT (31.03UH +/- 7.64UH). The

amounts related to HTGROI tumors are represented in the following order: KOT

(110.87 +/- 71.27), AM (99.98 +/- 60.78), OM (84.86 +/- 30.23) and UA (82.42 +/-

40.08). Regarding the HDA, OM also presented the highest prevalence in 1.5% of

the cuts, followed by AM (1%), KOT (0.7%) and the AU did not present HDA. Based

on these results, it was concluded that OM was the tumor presenting the highest

density and a higher prevalence of HDA. The lower regions of tumors concentrated

the highest CoA and the upper regions were the most heterogeneous ones. KOT was

the most heterogeneous lesion.

Keywords: Computed Tomography, Odontogenic Tumors, Ameloblastoma,

keratocystic odontogenic tumor, Myxoma.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Coeficientes de atenuação médios, para diversos tecidos e fluidos corporais

37

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Imagem tomográfica, (A) corte axial apresentando área hipodensa multilocular, relativa a um AM em mandibula posterior esquerda. Observa-se delimitação da ROI. Média (UHROI – 42.591) e desvio-padrão (DPROI – 40.140). (B) Imagem Tomográfica, corte axial apresentando área hipodensa unilocular relativa a um TOC em mandibula posterior esquerda. Observa-se delimitação da ROI Média (UHROI – 20.710) e desvio-padrão (DPROI – 14.947).

51

Figura 2 Desenho esquemático, cedido por Oliveira-Santos (2008), representando a distribuição espacial dos cortes em cada lesão, demonstrando o agrupamento das medidas centrais e periféricas.

52

Figura 3 (A) Imagem Tomográfica, corte axial apresentando área hipodensa multilocular, relativa a um AM em mandíbula posterior esquerda. Avaliação dimensional deste corte do AM mandibular: maior distância mésio-distal (27,10mm) e vestíbulo lingual (23,50mm). (B) Mensurações lineares em reformatação sagital de Mixoma Mandibular. Maior comprimento supero-inferior (SI) 28,97mm.

53

Figura 4 Gráfico do Coeficiente de Concordância de Lin. Utilizado para verificar a reprodutibilidade das avaliações, comparando-se a avaliação do CoA na avaliação 1 e 2.

57

Figura 5 Gráfico do Coeficiente de Concordância de Lin. Utilizado para verificar a reprodutibilidade das avaliações, comparando-se a avaliação do Desvio padrão (DP) na avaliação 1 e 2.

58

Figura 6 Gráfico do Coeficiente de Concordância de Lin. Utilizado para verificar a reprodutibilidade das avaliações, comparando-se a avaliação dimensional – comprimento mésio-distal (md) na avaliação 1 e 2.

58

Figura 7 Gráfico do Coeficiente de Concordância de Lin. Utilizado para verificar a reprodutibilidade das avaliações, comparando-se a avaliação dimensional – comprimento vestíbulo-lingual (vl) na avaliação 1 e 2.

59

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Resultados dos exames histopatológicos dos pacientes incluídos na pesquisa, avaliados entre janeiro de 2004 e junho de 2015. n = número de casos.

49

Tabela 2 Força de concordância para o Teste de Lin 54

Tabela 3 Proporção dos TO entre as arcadas. 60

Tabela 4 Proporção de TO entre a região anterior e a posterior. 60

Tabela 5 Proporção de TO entre o gênero feminino e o masculino 61

Tabela 6 Média, mediana, desvio padrão (DP), valores máximos (Max) e mínimos (Min) de UHROI por grupo

61

Tabela 7 Média, mediana, desvio padrão (DP), valores máximos (Max) e mínimos (Min) de UHROI por grupos – categorizado por local intra-lesional

62

Tabela 8 Associação entre o CoA médio e os tipos histopatológicos de Ameloblastoma (Sólido e Unicístico)

63

Tabela 9 Associação entre o CoA médio do AM e os tipos histopatológicos de Ameloblastoma (Sólido e Unicístico), categorizado por área intra-lesional

64

Tabela 10 Associação entre o CoA médio do AU e os tipos histopatológicos de Ameloblastoma (Sólido e Unicístico), categorizado por área intra-lesional

65

Tabela 11 Associação dos grupos de tumores com áreas de alta densidade por número de cortes

66

Tabela 12 Associação das áreas intra-lesionais de cada grupo de tumor com as áreas de alta densidade por número de cortes

67

Tabela 13 Média, mediana, desvio padrão (DP), valores máximos (Max) e mínimos (Min) da HTGROI por grupo.

68

Tabela 14 Média, mediana, desvio padrão (DP), valores máximos (Max) e mínimos (Min) da HTGROI por grupo – estratificado por área intra-lesional.

69

Tabela 15 Associação das medidas lineares no sentido mésio-distal com cada grupo de tumor

70

Tabela 16 Associação das medidas lineares no sentido vestíbulo-lingual com cada grupo de tumor

71

Tabela 17 Associação das medidas lineares no sentido súpero-inferior com cada grupo de tumor

72

Tabela 18 Associação das medidas lineares (MD, VL e SI) com a região óssea afetada pelo tumor.

73

Tabela 19 Descrição geral, da razão MD/VL de todas as lesões estudadas.

74

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Tabela 20 Associação da razão MD/VL com as lesões estudadas

74

Tabela 21 Associação da razão MD/VL com o osso acometido pelas lesões

74

Tabela 22 Tabela 22. Associação da razão MD/VL com a região óssea afetada pelas lesões estudadas

75

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LISTA DE SÍMBOLOS, ABREVIATURAS E SIGLAS

% Por cento; percentual de

< Menor que

> Maior que

± Desvio-padrão

3D Tridimensional

AAD Área de Alta densidade

AM Ameloblastoma Multilocular

ANOVA Análise de Variância

AS Ameloblastoma Sólido

AU Ameloblastoma Unilocular

BIC FOUFBA Banco de Imagens Computadorizadas da FOUFBA

CAAE Certificado de Apresentação para Apreciação Ética

CEP Comitê de Ética em Pesquisa

Cm Centímetros CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico

CoA Coeficiente de atenuação

cox-2 Cicloxigenase-2

CV Coeficiente de Variação

DICOM Digital Imaging and Communications in Medicine

DP Desvio padrão

DPROI Desvio padrão por ROI

EUA Estados Unidos da América

F.O.V. Campo de visão (field of view)

FOUFBA Faculdade de Odontologia da UFBA

G Grama

HTG Heterogeneidade

HTGROI Heterogeneidade por ROI

IL Interleucina

Inc. Incorporated

IPS In-Plane Switching

Ki-67 Tipo de marcador da proliferação celular

kVp Kilovoltagem-pico

LED Light Emitting Diode

mA Miliamperagem

MD Mésio-distal

Mm Milímetros

mm2 Milímetros quadrados

MO Mixoma Odontogênico

nCORTES Número de cortes na lesão

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nLESÕES Número de lesões por grupo

OMS Organização Mundial de Saúde

p Probabilidade de erro

p53 Proteína citoplasmática, de massa molecular 53 kDa

PACS Picture Archiving and Communication System

pc Rô

PCNA Antígeno nuclear de proliferação celular

pixel Elemento de figura (picture element)

QO Queratocisto Odontogênico

RM Ressonância Magnética

ROI Região de interesse

SCNB Síndrome dos Carcinomas Nevoídes Basocelulares

SI Súpero-inferior ou crânio-caudal

Software Programa de computador

SPSS Statistical Package for the Social Sciences

TC Tomografia Computadorizada

TO Tumor Odontogênico

TOC Tumor Odontogênico Ceratocístico

UFBA Universidade Federal da Bahia

UH Unidades Hounsfield

UHROI - Coeficiente de atenuação por ROI

VL Vestíbulo-lingual

voxel Volume elemento

Workstation Estação de trabalho da TC

Σ Somatório

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 16

2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 18

2.1 TUMORES ODONTOGÊNICOS .................................................................. 18

2.1.1 Ameloblastoma.......................................................................................... 20

2.1.1.1 Características Radiográficas ................................................................ 21

2.1.1.2 Características Histopatológicas ............................................................ 23

2.1.2 Tumor Odontogênico Ceratocístico ........................................................... 24

2.1.2.1 Características Radiográficas ................................................................ 26

2.1.2.2 Características Histológicas ................................................................... 29

2.1.3 Mixoma Odontogênico .............................................................................. 30

2.1.3.1 Características Radiográficas .............................................................. 311

2.1.3.2 Características Histológicas ................................................................... 35

2.2 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA ...................................................... 355

2.2.1 Aplicação do CoA na Área Médica ............................................................ 38

2.2.2 Aplicação do CoA no Diagnóstico dos TO Benignos............................... 400

3 OBJETIVOS .................................................................................................... 45

3.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................... 45

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 45

4 METODOLOGIA ..................................................................................................... 46

4.1 ASPECTOS ÉTICOS ................................................................................... 46

4.2 LOCALIZAÇÃO DO ESTUDO ...................................................................... 46

4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO ........................................................................ 47

4.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO ....................................................................... 47

4.5 POPULAÇÃO E AMOSTRA ......................................................................... 48

4.6 OBTENÇÃO DAS IMAGENS POR TC ......................................................... 49

4.6.1 Avaliação do Coeficiente de Atenuação .................................................... 50

4.6.2 Avaliação Dimensional .............................................................................. 53

5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ........................................................................................ 54

5.1 COEFICIENTE DE CONCORDÂNCIA INTRA-EXAMINADOR .................... 54

5.2 COEFICIENTE DE ATENUAÇÃO ................................................................ 55

5.3 AVALIAÇÃO DIMENSIONAL ....................................................................... 56

6 RESULTADOS ....................................................................................................... 57

6.1 COEFICIENTE DE CONCORDÂNCIA INTRA-EXAMINADOR .................... 57

6.2 ASSOCIAÇÃO DOS TO COM AS VARIÁVEIS NOMINAIS ......................... 59

6.3 AVALIAÇÃO DO COEFICIENTE DE ATENUAÇÃO .................................... 61

6.3.1 ASSOCIAÇÃO COM ÁREAS DE ALTA DENSIDADE .............................. 66

6.3.2 HETEROGENEIDADE .............................................................................. 68

6.4 AVALIAÇÃO DIMENSIONAL ....................................................................... 69

7 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 76

8 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 85

9 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 86

APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO ................................................... 101

APÊNDICE B – FICHA CLÍNICA ............................................................................. 102

ANEXO A – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP ....................................... 103

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16

1 INTRODUÇÃO

Os tumores que envolvem a região maxilo-facial, especialmente os Tumores

Odontogênicos (TO), sempre despertaram muito interesse da comunidade científica;

particularmente devido ao fato de a área acometida avizinhar-se de estruturas

nobres, além do comprometimento estético e funcional que a evolução dessas

patologias pode desencadear.

Muitos desses tumores podem assumir grandes dimensões, devido ao

potencial assintomático de destruição tecidual. Deste grupo, destacam-se o

Ameloblastoma, Tumor Odontogênico Ceratocístico (TOC) e Mixoma Odontogênico

(MO) como lesões maxilo-mandibulares de alta importância, devido à alta

prevalência e agressividade local. Esses tumores compartilham muitas

características clínico-radiográficas, dificultando o diagnóstico clínico diferencial

entre elas. (BARNES et al., 2005; ARIJI et al., 2011; ZECHA et al., 2010; KOÇAK-

BERBEROĞLU et al., 2012)

O diagnóstico precoce é fundamental no manejo dos TO no sentido de evitar

perdas teciduais durante tratamentos cirúrgicos mutiladores, muitas vezes

necessários em lesões de grandes dimensões. Os exames radiográficos

bidimensionais, particularmente a radiografia panorâmica, caracterizam-se como o

exame imaginológico de rotina na avaliação das afecções que envolvam o complexo

maxilo-facial. Porém, devido ao seu potencial limitado em caracterizar os TO, sua

aplicação, para essa função, deve ser complementada com a Tomografia

Computadorizada (TC).

A TC é capaz de eliminar a sobreposição de imagens, determinar com

precisão o conteúdo e as margens das lesões, evidenciar o grau de expansão óssea

e a relação com as estruturas adjacentes, além de possibilitar reformatações

multiplanares. Outra importante característica da TC é a possibilidade de determinar

o Coeficiente de Atenuação (CoA) dos tecidos estudados através de uma escala,

medida em UH (Unidades Hounsfield). O CoA relaciona-se ao número atômico das

estruturas anatômicas e representa a quantidade de radiação absorvida pelos

tecidos (WEGENER,1993; HAAGA et al., 1996).

Os CoA de diversos tecidos e fluidos do corpo humano já foram tema de

muitos estudos, na tentativa de caracterizar diferentes patologias de acordo com sua

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17

densidade (IKEDA et al., 2007; GOK et al., 2015; WILLMANN et al., 2002; ZAMORA,

LIN, 2015; EMOHARE et al., 2015; WEGENER, 1993; HAAGA et al., 1996). Porém,

estudos direcionados ao diagnóstico dos TO, baseados no CoA intra-lesional, ainda

são escassos na literatura.

Sendo assim, faz-se imperativo o seguimento de mais estudos nessa área, no

sentido de se obter uma maior compreensão da apresentação das lesões em

relação aos seus CoA, especialmente quanto a da locularidade e o tipo

histopatológico do Ameloblastoma. Essas informações auxiliariam em um

diagnóstico mais precoce dos TO, implicando em um tratamento com maior

preservação das estruturas anatômicas envolvidas.

O objetivo desse estudo foi contribuir com um maior conhecimento acerca do

CoA, heterogeneidade e dimensões lineares de Ameloblastoma Multiloculares (AM),

Ameloblastomas Uniloculares (AU), TOC e MO através de imagens por Tomografia

Computadorizada.

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18

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 TUMORES ODONTOGÊNICOS

Os tumores odontogênicos são um grupo heterogêneo de lesões, com

características clínico-radiográficas e histopatológicas variadas. Podem ser de

origem epitelial, ectomesenquimal ou mista. O aspecto e o comportamento biológico

dessas lesões incluem: proliferações hamartomatosas, agressivas e não agressivas,

além de raros casos de tumores malignos (BARNES et al., 2005; LEDESMA-

MONTES et al., 2007; JING et al., 2007; AHMET-ERCAN et al., 2015; AVELAR et

al., 2011; LUO, LI, 2009).

O primeiro sistema de classificação internacionalmente aceito pela

comunidade científica para os TO foi publicado em 1971 pela Organização Mundial

de Saúde (OMS). A revisão mais atual desta classificação foi publicada em 2005.

Este estudo agrupa os TO benignos de acordo com o tipo de tecido do qual se

originam: epitélio odontogênico sem a participação do ectomesênquima

(Ameloblastoma e TOC), epitélio odontogênico com participação do

ectomesênquima, e tumores de origem do mesênquima/ectomesênquima

odontogênico, com ou sem participação do epitélio odontogênico (MO) (BARNES et

al., 2005).

A maioria dos TO é de natureza benigna, contudo cerca de 3% pode

apresentar aspectos histopatológicos de malignidade (AHMET-ERCAN et al., 2015;

MOSQUEDA-TAYLOR, 2008; JING et al., 2007). Em seres humanos, os tumores

dos tecidos odontogênicos são comparativamente raros, compreendendo cerca de

1% de todos os tumores do corpo (AHMET-ERCAN et al., 2015; LAWAL, ADISA,

OLUSANYA, 2013). Em estudos desenvolvidos ao redor do mundo a prevalência

dos TO corresponde à taxas que variam de 3,9% a 9,6% de todas as lesões orais

(MOSQUEDA-TAYLOR et al., 1997; BUCHNER, MERRELL, CARPENTER, 2006;

OSTERNE et al., 2011; AVELAR et al., 2008; FERNANDES et al., 2005; SANTOS et

al., 2001; TAMME et al., 2004; GAITAN-CEPEDA et al., 2010; LUO, LI, 2009;

SRIRAM, SHETTY, 2008; LADEINDE et al., 2005).

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19

Avelar et al. (2011) desenvolveram um estudo no sentido de evidenciar a

frequência dos TO na população mundial. Os autores selecionaram 195 artigos: um

total de 8.544 TO foi encontrado. Os resultados do estudo mostraram que o

Ameloblastoma foi o mais prevalente (39,6%), seguido pelo Odontoma (20,1%) e

pelo TOC (13,8%).

No estudo de Johnson et al. (2014) os autores investigaram o perfil

epidemiológico das lesões intra-ósseas odontogênicas e não odontogênicas. Os TO

ocorreram mais comumente na mandíbula que na maxila (2,3: 1). As idades médias

globais foram semelhantes entre os cistos (43,4 anos) e tumores (43,5 anos). Os

Ameloblastomas foram localizados exclusivamente na mandíbula. O cisto radicular

foi a lesão mais frequente (247/540, 45,7%). A incidência total de tumores

odontogênicos foi 20,4/milhão de pessoas. Destes, o TOC apresentou a maior

prevalência (69/93, 74,2%) (15,1/milhão), seguido do Ameloblastoma (11/93, 11,8%)

(2,41/milhões) e do Odontoma (5/93, 5,4%) (1,1/milhões). A conclusão do estudo

revela que os TO são cinco vezes menos comuns que os cistos.

Serverato et al. (2013) descreveram a epidemiologia e apresentação clínica

dos TO, em uma parcela da população brasileira. O estudo avaliou

retrospectivamente 240 casos. A idade média dos pacientes acometidos foi de 29

anos, relação masculino: feminino (1: 1,1), mais da metade dos casos foi

diagnosticado entre a segunda e a terceira década de vida. As lesões benignas

representaram 97,9% dos casos, principalmente, TOC (31,7%), Odontomas (31,7%),

Ameloblastomas (20%) e MO (4,6%); os demais tumores corresponderam a menos

de 5% da amostra. O Odontoma foi mais frequente em crianças e na região anterior

da maxila. O MO foi mais comum na maxila que na mandíbula. Já o Ameloblastoma

raramente ocorreu na maxila.

Conhecer a prevalência e as características clínicas dos TO é muito

importante, já que permite determinar mais precisamente a expressão destas lesões,

identificar os grupos de risco e possíveis fatores associados ao seu

desenvolvimento, bem como a desenvolver um diagnóstico diferencial mais preciso

e precoce (MOSQUEDA-TAYLOR, 2008). Entretanto, a distribuição geográfica

destas lesões é muito variável, principalmente devido à alta diversidade genética e

cultural (AVELAR et al., 2008). Mais estudos são importantes, pois permitem

estabelecer com maior precisão a ocorrência dos TO em diferentes populações,

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20

auxiliando no manejo e diagnóstico adequado, com base nas características clínicas

e imaginológicas (EBENEZER, RAMALINGAM, 2010).

Os TO apresentam curso assintomático em sua grande maioria, fato este que

motiva muitos autores a afirmarem que essa característica é uma das principais

responsáveis por tais patologias atingirem grandes dimensões nos maxilares

(TAWFIK, ZYADA, 2010). Apesar de benignos, o Ameloblastoma, TOC e o MO são

neoplasias odontogênicas que podem apresentar comportamento agressivo, com

invasão tecidual, eventualmente culminando em mutilações extensas quando

diagnosticados tardiamente (CHAPELLE et al., 2004; MORGAN et al., 2005; JUNG

et al., 2005; CARLSON, MARX, 2006; HONG et al., 2007). Tais condições

fundamentam a importância de mais estudos que proporcionem métodos de

diagnóstico precoce, devido à grande relevância clínica apresentada por esses

tumores.

2.1.1 Ameloblastoma

Apresenta-se em quatro situações clínico-radiográficas: sólido/multicístico,

unicístico, periférico e desmoplásico (YI, LONG-JIANG, 2012; BARNES et al., 2005;

ZEMANN et al., 2007; LEDESMA-MONTES et al., 2007; ADEBIYI et al., 2006;

GILIJAMSE et al., 2007; HONG et al., 2007).

Pode ocorrer em pacientes de qualquer idade, entretanto, as faixas mais

acometidas são a terceira e quarta décadas (SANTOS et al., 2001; ADEBIYI et al.,

2006; JING et al., 2007). O Ameloblastoma Unicístico apresenta uma predileção por

pacientes mais jovens que o Multicístico (HONG et al., 2007; LEDESMA-MONTES et

al., 2007).

Não há uma predileção por gênero para os casos de Ameloblastoma. A

maioria dos estudos afirma que a região posterior da mandíbula é a área mais

acometida (BANSAL et al., 2015; SINGH et al., 2015; SANTOS et al., 2001;

CHAPELLE et al., 2004; JING et al., 2007; ADEBIYI et al., 2006; LEDESMA-

MONTES et al., 2007; HONG et al., 2007). Entretanto, quando acometem a maxila,

requerem mais cuidado por parte do cirurgião, já que se encontram próximos de

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estruturas anatômicas nobres como a órbita, cavidade nasal e fossa craniana

(KAWAI et al., 1998).

O Ameloblastoma é um tumor de evolução lenta e assintomático na maioria

dos casos. Dessa forma, muitas vezes mostra-se como achado radiográfico em

exames de rotina (KAWAI et al., 1998; CHAPELLE et al., 2004; ZEMANN et al.,

2007; LEDESMA-MONTES et al., 2007, INGLE et al., 2013). Uma característica

clínica marcante é a expansão da cortical óssea, podendo envolver a parede lingual

ou vestibular. Quando o tumor atinge grandes dimensões pode-se notar: dor,

mobilidade dentária, ulceração da mucosa e deslocamento dentário (KAWAI et al.,

1998; CHAPELLE et al., 2004; ZEMANN et al., 2007; LEDESMA-MONTES et al.,

2007).

2.1.1.1 Características Radiográficas

O Ameloblastoma mostra-se como uma área multilocular ou unilocular. Porém,

o aspecto mais característico da lesão é a radiotransparência multilocular, muitas

vezes descrita como “bolhas de sabão”, quando as loculações são grandes, e como

“favos de mel”, quando as loculações são pequenas. O tumor pode ainda mostrar-se

como uma área radiolúcida bem definida, assemelhando-se às cavidades císticas.

(PAIKKATT et al., 2007; LEDESMA-MONTES et al., 2007; MANUEL et al., 2002;

HIROTA et al., 2005; INGLE et al., 2013).

É importante salientar que a classificação do tumor em unicístico ou

multicístico não está diretamente relacionada ao aspecto radiográfico. Dessa

maneira, é possível notar uma área radiolúcida multilocular com diagnóstico

histopatológico de Ameloblastoma Unicístico. Da mesma forma que a histopatologia

pode caracterizar a lesão como Ameloblastoma Multicístico, e os aspectos

radiográficos serem de unilocularidade. No estudo de Ledesma-Montes et al. (2007)

os autores demostraram claramente essa característica, comparando as variantes

multicística e unicística. Os sólidos/Multicísticos apresentaram aspecto unilocular em

66,7% dos casos. Os Unicísticos mostraram aspecto multilocular em 30,9% dos

casos. Entretanto, de acordo com Philipsen e Reichart (1998) o padrão unilocular é

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mais comum na variante unicística que na multilocular, especialmente nos casos

onde há dentes associados à lesão.

More et al. (2012) avaliaram características tomográficas em 14 casos de

Ameloblastoma. A mandíbula foi o osso mais comumente afetado (78,57%). Os tipos

multiloculares foram os mais prevalentes (85,72%). O aspecto de “bolhas de sabão”

foi notado em 50% dos casos multiloculares.

Nos estudos de Fregnani at al. (2010) e Santos et al. (2001) observou-se na

população brasileira uma maior predominância do padrão multilocular,

caracterizando-se por imagens radiográficas semelhantes a “favos de mel” ou

“bolhas de sabão”. A observação de que a aparência radiográfica mais comum foi do

tipo multilocular também é consistente com outros estudos (GHANDHI et al., 2006;

ADEBIYI et al., 2006; ADEBAYO, AJIKE, ADEKEYE, 2005).

As margens do tumor frequentemente mostram-se bem definidas,

particularmente nas lesões uniloculares. Porém, o potencial infiltrativo do tumor pode

mascarar a margem radiográfica com a verdadeira margem histológica. No estudo

conduzido por Silveira e Barbachan (2000) os autores afirmaram que, na maioria dos

casos, o limite microscópico encontra-se alguns milímetros além da margem

radiográfica e, dos casos estudados, aqueles mais distantes da margem radiográfica

alcançaram 1,4 cm. Marx et al. (1993) descreveram a extensão média que o

ameloblastoma pode atingir no osso esponjoso (4,5 mm, com todos os resultados

entre 2.3-8 mm), além das margens definidas pelos exames radiográficos.

Frequentemente estão presentes expansão e perfuração das corticais ósseas,

lingual e/ou vestibular, além de reabsorção dos dentes adjacentes ao tumor

(CHAPELLE et al., 2004; OGUNSALU et al., 2006; LEDESMA-MONTES et al., 2007;

MANUEL et al., 2002; HIROTA et al., 2005; INGLE et al., 2013). No estudo de

Chapelle et al. (2004) os autores descreveram o potencial expansivo da lesão como

responsável pelo deslocamento do canal mandibular de seu curso habitual. Em

muitos casos um dente incluso, na maioria das vezes um terceiro molar inferior,

pode estar associado à lesão (PAIKKATT et al., 2007; LEDESMA-MONTES et al.,

2007; MANUEL et al., 2002; HIROTA et al., 2005; INGLE, 2013; VICKERS, 1970).

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2.1.1.2 Características Histopatológicas

Os Ameloblastomas Sólidos/Multicísticos são classificados de acordo com

seus padrões histológicos, em: folicular, plexiforme, acantomatoso, de células

granulares e, de células basais. Os tipos folicular e plexiforme são os mais

prevalentes na população (SLOOTWEG, 2006; LEDESMA-MONTES et al., 2007;

BARNES et al., 2005; BATAINEH, 2000). Em análise realizada por Adebiyi et al.

(2006) de 77 casos de Ameloblastomas, o tipo histológico do Ameloblastoma sólido

(AS) mais comum foi o folicular, representando 64,9% dos casos, seguido pelo

plexiforme (13,0%).

O padrão folicular apresenta ilhas e ninhos, dentro de um estroma fibroso

(BARNES et al., 2005), as células basais destas ilhas são colunares,

hipercromáticas, semelhantes a pré-ameloblastos, que circunscrevem parcialmente

o centro de um tecido semelhante ao retículo estrelado, conferindo ao conjunto o

aspecto semelhante ao do órgão do esmalte; pode-se notar ainda o citoplasma

vacuolado. Em alguns casos extensas áreas de metaplasia escamosa podem ser

exibidas (padrão Acantomatoso) (BARNES et al., 2005). No tipo plexiforme é

possível notar cordões de células epiteliais anastomosadas (BARNES et al., 2005).

Para ambos os padrões histológicos, atividade mitótica e pleomorfismo celular são

raramente observados.

No padrão de células granulares o componente epitelial neoplásico, em

quantidade variada, apresenta células de citoplasma finamente granulado (BURKES;

WALLACE, 1976; NASU, TAKAGI, YAMAMOTO, 1984).

O ameloblastoma unicístico é uma variante distinta do Ameloblastoma Sólido,

com comportamento clínico menos agressivo. Apresenta três subtipos histológicos:

luminal (cavidade cística delimitada por epitélio ameloblastomatoso), intraluminal (as

células epiteliais projetam-se para o lúmen do cisto, formando nódulos intra-

luminais) e o subtipo mural (as células invadem a cápsula fibrosa do cisto)

(SLOOTWEG, 2006; LEDESMA-MONTES et al., 2007; BARNES et al., 2005;

ACKERMAN et al., 1988).

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2.1.2 Tumor Odontogênico Ceratocístico

O Tumor Odontogênico Ceratocístico foi primeiramente descrito em 1876, e

nomeado, por Phillipsen, em 1956. Desde então, a base de dados continua a

aumentar com influência para a patogênese, comportamento e tratamento da lesão.

(NARWAL et al., 2013; JANARDHAN, PRAKASH, PRABHAKAR, 2013). A partir da

mais recente classificação da OMS, em 2005, a lesão deixou o grupo dos Cistos

Odontogênicos (onde eram conhecidos como Queratocistos Odontogênicos) e

passou a compor a família dos TO, passando a ser denominado de Tumor

Odontogênico Ceratocístico. Esta mudança ocorreu devido ao fato de o

comportamento biológico desta lesão ser semelhante a uma neoplasia. Existem

alguns fatores possivelmente associados ao comportamento agressivo do tumor:

aumento da atividade mitótica epitelial, potencial de brotamento epitelial da camada

basal, formação de lesões satélites, presença de anormalidades cromossômicas e a

mutação no gene PTCH (NARWAL et al., 2013; HABIBI et al., 2007; REICHART et

al., 2006; BARNES et al., 2005).

É uma lesão reconhecida por seu rápido crescimento e a sua tendência para

invadir o tecido ósseo adjacente (NARWAL et al., 2013; JANARDHAN, PRAKASH,

PRABHAKAR, 2013; BARNES et al., 2005). Normalmente, mostra apresentação

solitária, porém a presença de múltiplos TOC pode ser um dos sinais da Síndrome

do Carcinoma Nevoide Basocelular (SCNBC).

O local mais comum de ocorrência é a região posterior da mandíbula. Outros

sítios também podem ser afetados, tais como: a porção anterior da maxila, o seio

maxilar e a região do terceiro molar superior. O TOC apresenta uma discreta

predileção pelo gênero masculino e acomete, principalmente, indivíduos na terceira

e quarta décadas de vida (JUNG-HYUN et al., 2013; JANARDHAN, PRAKASH,

PRABHAKAR, 2013; JING et al., 2007; BARNES et al., 2005).

Burgos et al. (2014) avaliaram 55 pacientes em seu estudo. Os autores

relataram uma idade média de 42 anos, com picos na segunda e quinta décadas de

vida, com uma discreta predominância em homens (56%). Apresentaram ainda uma

ocorrência maior em mandíbula, (5:1) em relação à maxila. Na mandíbula, o sítio

mais frequente foi o corpo, seguido pelo ângulo e ramo ascendente. Na maxila, o

sítio mais frequente foi a região posterior.

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O TOC mostra-se assintomático, na grande maioria dos casos, representando

um achado em exames radiográficos de rotina (LAI, LI, 2014; GÜLER, SENÇIFT,

DEMIRKOL, 2012; CHIRAPATHOMSAKUL, SASTRAVAHA, JANSISYANONT, 2006;

MORGAN, BURTON, QIAN, 2005; MORGAN et al., 2005; HABIBI et al., 2007).

Dessa forma, podem atingir grandes proporções antes do seu diagnóstico. Essa

característica deve-se ao seu potencial de crescimento anteroposterior através do

osso medular, sem causar expansão óssea importante. (BARNES et al., 2005)

Os sinais e sintomas, quando presentes, mais comumente observados são:

tumefação, infecção, dor, parestesia, trismo e deslocamento dental. Estas

manifestações são mais comuns em lesões que atingem grandes proporções

(HABIBI et al., 2007; OMURA et al., 1997; YONETSU et al., 2001). No estudo de

Burgos et al. (2014), os autores encontraram 62% de lesões assintomáticas; os 38%

restantes apresentaram sintomatologia, incluindo dor, tumefação e drenagem.

No estudo de Simiyu et al. (2013), os autores avaliaram as características

clínico-patológicas em 22 casos de TOC. Os resultados mostraram 15 casos (68,2%)

na mandíbula, dos quais oito (53,3%) acometeram a região do corpo mandibular, e

cinco (33,4%) o ângulo e ramo. Seis (27,3%) ocorreram na maxila, e um (4,5%) foi

em ambos os maxilares, associado com a SCNBC. O sintoma mais comum foi a

tumefação facial em 54,6% dos casos, enquanto que dor foi relatada em apenas três

(13,6%) casos. Em 18,2% dos casos, o tumor foi encontrado em exames

radiográficos de rotina. Radiolucidez multilocular foi o aspecto radiográfico mais

comum encontrado, em 13 dos pacientes (59,1%), enquanto radiolucidez unilocular

ocorreu em 9 casos (40,9%).

Devido ao potencial de invasão óssea, o TOC apresenta elevada taxa de

recidiva (LOPES et al., 2004; JING et al., 2007), com índices variando entre 13% e

58% (MYOUNG et al., 2001; ZHAO, WEI, WANG, 2002; MORGAN, BURTON, QIAN,

2005; GONZÁLEZ-ALVA et al., 2008). Essa alta taxa de recidiva pode estar

associada à sua ativa proliferação epitelial, à reabsorção óssea induzida por

prostaglandina através de interleucinas (IL) e fator de necrose tumoral, além da

atividade das colagenases na parede cística fibrosa (KOLOKYTHAS et al., 2007;

GIULIANI et al., 2006; VERED et al., 2009)

Numa revisão sistemática desenvolvida por Sansare et al. (2013), os autores

avaliaram os achados clínicos e imaginológicos do TOC. As publicações foram

divididas em quatro grupos globais para análise (Grupo americano: 19 relatos,

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Grupo caucasiano: 22 relatos, Grupo Africano: 5 relatos e Grupo da Ásia Oriental: 19

relatos). Tumefação foi o sinal mais frequente nos grupos asiático e caucasiano,

enquanto TOC, sem tumefação, foi mais frequente nos relatos americanos. A

mandíbula foi o local mais comum para todos os grupos. O aspecto unilocular foi

mais prevalente, com exceção do grupo africano. Na mandíbula, 28 TOC eram

uniloculares e 18 multiloculares; na maxila, 10 TOC eram uniloculares e 04 foram

multiloculares. Os autores concluíram que TOC apresenta-se como uma lesão

indolor, que acomete mais comumente a região posterior da mandíbula e a

tumefação pode ser um achado ocasional em certas populações. A variedade

unilocular é a mais predominante.

2.1.2.1 Características Radiográficas

Os TOC podem apresentar imagem unilocular ou multilocular com limites bem

definidos. Inicialmente, mostram-se como uma pequena radiolucidez, arredondada

ou ovóide, podendo atingir grandes proporções com margens festonadas. A

radiolucidez mandibular pode envolver corpo, ângulo e ramo ascendente; tende a

possuir margens escleróticas bem demarcadas, entretanto podem haver, também,

áreas difusas. Deslocamento dental e reabsorção radicular também podem estar

associados ao desenvolvimento da lesão (GÜLER, SENÇIFT, DEMIRKOL, 2012;

BARNES et al., 2005; HABIBI et al., 2007).

A presença de dentes inclusos associados à lesão é outra característica

bastante marcante no TOC. Essa associação pode variar entre 20%-67% (SANTOS,

YURGE, 1999; NEVILLE, DAMM, BROCK, 2009; GONZÁLEZ-ALVA et al., 2008;

TSUKAMOTO et al., 2001).

A principal característica radiográfica do TOC é a radiolucidez; todavia, esse

aspecto pode manifestar-se de forma diminuída, evidenciando-se, em alguns casos,

uma imagem “embaçada” ou “leitosa”. Os autores Moody et al. (1997); Yonetsu et al.

(2001) e Theodorou et al. (2007) afirmam que esse aspecto se deve à grande

quantidade de ceratina apresentada por esses tumores.

O TOC apresenta um mecanismo de crescimento diferente das demais

lesões, o qual se relaciona a fatores inerentes ao próprio epitélio, ainda não

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totalmente elucidados; ou à atividade enzimática na cápsula fibrosa (LI et al., 1996).

Para Theodorou et al. (2007), existe uma predileção de crescimento do tumor por

entre os espaços medulares, com mínima ou nenhuma expansão de cortical. Esses

autores afirmam ainda que os aspectos de multilocularidade, expansão e perfuração

de cortical são observados nas lesões de comportamento mais agressivo.

O TOC apresenta características radiográficas inespecíficas, impossibilitando

diferenciá-lo de outras afecções radiolúcidas que afetam os maxilares (MENDES,

CARVALHO, WAAL, 2010; BROWNE, 1994; NOHL, GUALABILAVA, 1996; OMURA

et al., 1997; TSUKAMOTO et al., 2001; FETTER et al., 2004). Estes mesmos autores

relatam que o diagnóstico radiográfico diferencial, para áreas radiolúcidas

patológicas nos maxilares, deve ser feito entre: Cisto Dentígero, Ameloblastoma,

Cisto Residual, Cisto Periodontal Lateral e, até mesmo, Cistos Radiculares. Quando

as lesões não apresentam dentes inclusos associados, deve-se incluir, ainda, no

diagnóstico diferencial: o Cisto Ósseo Simples, Granuloma Central de Células

Gigantes, Cistos Fissurais e Lesões não odontogênicas, como má formações

vasculares intra-ósseas, tumores ósseos benignos e o Plasmocitoma (LOPES et al.,

2004).

Nohl, Gualabivala (1996) e Santos et al. (2014) relataram casos de TOC que

se apresentaram como radiolucências perirradiculares, onde a suspeita diagnóstica

inicial foi de lesões inflamatórias. Omura et al. (1997) relatam casos de TOC com

aspecto multilocular que se assemelhavam muito a Ameloblastomas. Os autores

afirmam que o aspecto radiográfico do TOC é inespecífico e indistinguível de outras

lesões dos maxilares.

No estudo de Sánchez-Burgos et al. (2014) foram avaliados 55 pacientes

portadores de TOC. Em 62% dos casos as lesões foram assintomáticas,

diagnosticadas incidentalmente durante o exame odontológico de rotina e, em 38%

dos casos, notou-se aumento de volume regional. Radiograficamente, 71% dos

tumores foram identificados como lesões uniloculares, enquanto 29% tinham uma

aparência multilocular. Os TOC localizados na mandíbula apresentaram uma taxa de

recidiva maior do que aqueles na maxila (29% e 11%, respectivamente).

Numa revisão sistemática, MacDonald-Jankowski (2011) avaliou

características clínicas e radiográficas de TOC. O grupo asiático apresentou bordas

corticalizadas bem definidas, multiloculares e com expansão vestíbulo-lingual. No

grupo ocidental, notou-se uma significativa associação com dentes não

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erupcionados. O autor concluiu que o TOC apresenta diferenças entre os grupos

globais e, portanto, a origem étnica do paciente deve ser criteriosamente avaliada.

Aqueles de origem asiática podem apresentar sinais e sintomas mais precocemente,

enquanto o TOC em uma comunidade ocidental pode ser encontrado como um

achado radiográfico em uma etapa mais tardia.

No estudo de Apajalahti et al. (2011), os autores avaliaram as características

tomográficas do TOC em 46 pacientes. Os resultados demonstraram uma mínima

expansão de cortical dos TOC que acometeram a mandíbula, apresentando formato

ovalado. Quando ocorreram na maxila, apresentaram uma forma mais arredondada.

A avaliação tomográfica também evidenciou densidade aumentada no interior da

cavidade lesional em 30% dos casos. Os autores concluíram que, diante de áreas

de alta atenuação na parte interna da lesão, expansão mínima no corpo da

mandíbula, devem-se lançar fortes suspeitas para o TOC. A importância da TC

nesse acompanhamento é reforçada, especialmente na maxila, devido à sua

complexa anatomia tridimensional.

A análise dimensional dos TO é outro critério bastante importante para o

diagnóstico das patologias ósseas maxilo-mandibulares. Nesse sentido, Yoshiura et

al. (1994) avaliaram imagens tomográficas de 92 casos, distribuídos em três grupos:

Cistos Dentígeros, Cistos Radiculares e TOC. Os resultados evidenciaram uma

diferença morfológica entre as lesões que acometeram a maxila e a mandíbula, a

primeira mostrando-se de forma mais circular e, a segunda, de forma elíptica no

sentido mésio-distal. Das lesões estudadas, o TOC foi a que apresentou as maiores

dimensões. Os autores concluíram que o diferente padrão de crescimento das

lesões deve-se à maior espessura das corticais, o que faz com que as lesões

mandibulares tenham maior crescimento no sentido mésio-distal, fato que também

explicou a maior frequência de perfuração de cortical nas lesões maxilares (já que

estas podem expandir-se mais no sentido vestíbulo-lingual, devido às corticais

delgadas da maxila); o crescimento do TOC foi atribuído ao grau de ceratinização e

ao seu comportamento biológico mais invasivo.

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29

2.1.2.2 Características Histológicas

O TOC exibe comportamento variável, podendo apresentar características

clínico-patológicas de um cisto ou de uma neoplasia benigna agressiva (IDE; SAITO,

2003). A lesão apresenta uma cápsula delgada de tecido conjuntivo, revestimento

epitelial escamoso estratificado, uma camada de células espinhosas com 8 a 10

células em espessura, e camadas de paraqueratina de aspecto corrugado. No lúmen

nota-se, ainda, quantidades variáveis de queratina descamadas (BARNES et al.,

2005; MEARA et al., 1998; KAKARANTZA-ANGELOPOULOU, NICOLATOU, 1990;

BRANNON, 1977). Existe também uma camada basal bem definida composta por

células cilíndricas ou cúbicas, muitas vezes hipercromáticas e dispostas em

paliçada. Pode-se notar ainda a junção epitélio-conjuntivo, frequentemente plana

(GÜLER, SENÇIFT, DEMIRKOL, 2012; BARNES et al., 2005).

Alguns estudos já apontavam para a natureza neoplásica do TOC mesmo

antes da sua reclassificação em 2005. No estudo de Browne (1994) foi observada

uma perda alélica semelhante ao que ocorre no carcinoma escamocelular. Os

resultados apresentados por Shear em seus três estudos publicados em 2002

também conferiram um padrão de neoplasia para o, até então, Queratocisto

Odontogênico. Thosaporn et al. (2004) compararam o índice de proliferação de

células epiteliais entre cistos e tumores odontogênicos como um indicador do

comportamento biológico destas lesões. O TOC apresentou índice semelhante ao

Ameloblastoma e, relativamente, muito maior do que os cistos, reforçando a

necessidade de enquadrar a lesão efetivamente como um tumor. Henly et al. (2005)

avaliaram o DNA de pacientes portadores de TOC e também sugeriram a natureza

neoplásica da lesão, devido às anormalidades cromossômicas evidenciadas nesses

casos.

Investigação genética e molecular, recentemente, levou a importantes

avanços quanto à fisiopatologia do TOC. Alguns marcadores de proliferação (PCNA,

p53 e Ki-67) já são reconhecidos pela associação com este tumor. Outros

marcadores conhecidos por serem rapidamente induzidos em resposta a fatores de

crescimento, promotores de tumores, citocinas, endotoxinas bacterianas,

oncogenes, hormônios e COX-2, também podem lançar alguma luz sobre os

mecanismos biológicos envolvidos no desenvolvimento dessa neoplasia. No futuro,

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o elemento-chave para o tratamento do TOC provavelmente dependerá de

conhecimentos aprofundados sobre a base biológica deste tumor, permitindo, assim,

uma abordagem personalizada (MENDES, CARVALHO, WAAL, 2010).

2.1.3 Mixoma Odontogênico

O MO trata-se de uma neoplasia benigna de origem Ectomesenquimal

relativamente incomum (EFFIOM, ADEWOLE, ODUKOYA, 2011; CIDEL,

RODRIGUEZ, TAYLOR, 2011; ALTUG, GULSES, SENCIMEN, 2011; SIVAKUMAR

et al., 2008; BARKER, 1999; DUCIC et al., 2003; LEISER, ABU-EL-NAAJ, PELED,

2009; BARNES et al., 2005; DEFATTA et al., 2006). Apesar de benigno e com

crescimento lento, mostra-se clinicamente agressivo, com uma alta taxa de recidiva

(SIVAKUMAR et al., 2008; DUCIC et al., 2003; STUDART-SOARES et al., 2003;

MACDONALD-JANKOWSKI et al., 2002; AZEVEDO et al., 2000).

Analisando-se estudos de diversas regiões do planeta, nota-se que a

prevalência do MO entre os TO pode variar de 2,2% a 17,8% (OCHSENIUS et al.,

2002; MOSQUEDA-TAYLOR et al., 1997; ADEBAYO, AJIKE, ADEKEYE, 2005;

BUCHNER, MERRELL, CARPENTER, 2006; BARNES et al., 2005; STUDART-

SOARES et al., 2003; HARRISON et al., 1997). Alguns estudos consideram o MO

como o terceiro TO mais prevalente (ADEBAYO, AJIKE, ADEKEYE, 2005;

BUCHNER, MERRELL, CARPENTER, 2006; OCHSENIUS et al., 2002;

MOSQUEDA-TAYLOR et al., 1997).

Brannon (2004) relatou que uma característica relevante do MO é a alta taxa

de prevalência em indivíduos jovens, em que 60% dos casos ocorrem entre a

segunda e terceira décadas de vida. O MO apresenta predileção pelo gênero

feminino (BUCHNER, MERRELL, CARPENTER, 2006; ADEBAYO, AJIKE,

ADEKEYE, 2005; MOSQUEDA-TAYLOR et al., 1997; FERNANDES et al., 2005).

Simon et al. (2004), num estudo prospectivo de 33 casos de MO, descreveram que a

faixa etária mais atingida foi aquela entre 10 e 39 anos, tendo havido predileção pelo

gênero feminino na razão (1:2). Kheir et al. (2013) também avaliaram 33 casos de

MO e, desta amostra, 23 (69,7%) casos foram notificados em mulheres.

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Os MO podem ocorrer em qualquer região da cavidade bucal, com predileção

para mandíbula e regiões de molares e pré-molares. Lesões que acometem a maxila

podem expandir-se para o interior do seio maxilar, sendo diagnosticadas

tardiamente, somente após terem atingido grandes dimensões. Podem ainda

acometer o palato, a órbita e cavidade nasal, ocasionando sintomas relacionados a

essas estruturas (HALFPENNY, VEREY, BARDSLEY, 2000; GOLDMAN, 2000;

SINGARAJU, WANJARI, PARWANI, 2010).

O tumor desenvolve-se silenciosamente, muitas vezes de maneira indolor e,

nesses casos, só é identificado nos exames radiográficos de rotina. Após esta fase

silenciosa, o tumor é notado quando ocorre aumento de volume e expansão óssea,

provocando dor, assimetria facial, má oclusão, reabsorção radicular, mobilidade

dentária, parestesia do nervo mandibular (quando acomete a mandíbula) e

deslocamentos dentários (SINGARAJU, WANJARI, PARWANI, 2010; ASSIS et al.,

2010; SIMON et al., 2004). Em algumas ocasiões, o crescimento do tumor pode ser

rápido, o que provavelmente relaciona-se ao acúmulo de substância fundamental

mixoide do tumor (EFFIOM, ADEWOLE, ODUKOYA, 2011; CIDEL, RODRIGUEZ,

TAYLOR, 2011; HALFPENNY, VEREY, BARDSLEY, 2000; GOLDMAN, 2000;

STUDART-SOARES et al., 2003; HARRISON et al., 1997).

Em estudo de 62 casos de MO, Martínez-Mata et al. (2008) relataram que os

achados clínicos mais comuns foram tumefação, acompanhado de expansão óssea

(58%), os autores relataram sintomatologia dolorosa em 25,8% dos casos,

deslocamento dentário foi observado em 19,3% dos casos, 8% desses casos foram

descobertos em exames radiográficos de rotina; constatou-se também uma maior

prevalência em porções posteriores de maxila e mandíbula, sendo a mandíbula mais

acometida.

2.1.3.1 Características Radiográficas

O MO apresenta-se como uma lesão radiotransparente unilocular ou

multilocular (KOSEKI et al., 2003; BARNES et al., 2005; SINGARAJU et al., 2010; LI,

SUN, LUO, 2006; SANDEEP, RAJEEV, 2006; ALTUG, GULSES, SENCIMEN, 2011;

SIVAKUMAR et al., 2008; CORREIA et al., 2008; STUDART-SOARES et al., 2003),

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exibindo menor tamanho no primeiro caso, e atingindo grandes proporções no

último. Segundo Halfpenny et al. (2000), a apresentação radiográfica mais típica é a

multilocular. Geralmente apresentam bordas bem definidas (AZEVEDO et al., 2000).

As lesões uniloculares são mais observadas em crianças e na região anterior dos

maxilares. Quando se apresenta multilocular, em áreas dentadas, o tumor

frequentemente infiltra-se nas raízes, apresentando-se como múltiplas áreas

radiolúcidas de diferentes tamanhos (KOSEKI et al., 2003).

Sua radiolucidez é permeada por quantidade variável de septos ou trabéculas

ósseas retilíneas ou curvilíneas, o que lhes conferem um aspecto característico

semelhante a “bolhas de sabão” (espaços intra-lesionais maiores, delimitados por

septos delgados e curvos), “favos de mel” (espaços loculares pequenos) ou “raquete

de tênis” (padrões septais com quadrangular ou triangular) (BARNES et al., 2005;

SINGARAJU et al., 2010; LI; SUN; LUO, 2006; SANDEEP et al., 2006; ALTUG;

GULSES; SENCIMEN, 2011; SIVAKUMAR et al., 2008; CORREIA et al., 2008;

STUDART-SOARES et al., 2003; MARTÍNEZ-MATA et al., 2008).

O aspecto radiográfico do MO é mais variado do que tem sido geralmente

apresentado pela literatura (PELTOLA et al., 1994). De fato, existe uma considerável

controvérsia em relação à locularidade do tumor. Alguns autores têm afirmado que a

presença ou ausência de loculação descreve o estágio de desenvolvimento do tumor

(BRANNON, 2004; BARROS, DOMINGUEZ, CABRINI, 1969). Estes autores

acreditam que o tumor inicia seu desenvolvimento com características multiloculares,

enquanto à medida que o mesmo se desenvolve, há uma reabsorção contínua das

trabéculas e subsequente conversão para um aspecto unilocular. Este conceito

parece lógico e explica o aparecimento de um tumor com padrões combinados: “favo

de mel” associado à radiolucidez com trabeculado delgado. Por outro lado, o estudo

de Kheir E. et al. (2013) mostrou, através de imagens por TC, que algumas

trabéculas intra-lesionais mostram-se na verdade como fibras colágenas, sugerindo

que estas trabéculas se desenvolvem no interior do tumor e que estas duas formas

ocorrerem independentemente.

O aspecto radiográfico multilocular com aparência de “bolhas de sabão” e

“favos de mel” são padrões também encontrados em outros tipos de lesões, como o

Ameloblastoma e o TOC, levando à dificuldade no diagnóstico diferencial, sendo

necessária a interação entre radiologista, cirurgião e patologista, além da associação

com a história clínica-radiográfica para obter diagnóstico com o exame

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33

histopatológico (ALTUG, GULSES, SENCIMEN, 2011; KUMAR, SHYAMA, GUPTA,

2002).

Estas características são difíceis de diferenciar de outros tumores benignos

odontogênicos ou não-odontogênicos que acometem a mandíbula. Ocasionalmente,

esses aspectos podem ainda ser confundidos com tumores malignos. Um número

de lesões deve ser incluído no diagnóstico diferencial clínico-radiográfico do MO,

incluindo Hemangioma Intraósseo, Cisto Ósseo Aneurismático, Lesão Central de

Células Gigantes e Tumor Metastático, Querubismo, Displasia Fibrosa, TOC, Cisto

Ósseo Traumático e Cistos Odontogênicos (radicular, periodontal lateral e

dentígero), sendo muito difícil diferenciá-lo, clínica e radiograficamente, de um

Ameloblastoma (SIMOM et al., 2004; PELTOLA et al., 1994; CHUCHURRU et al.,

1985; COHEN, HERTZANU, 1986; ZACHARIADES, PAPANICOLAOU, 1987).

Zhang et al. (2014) classificaram o MO em 6 grupos, baseados em suas

características em Radiografias: Tipo I – unilocular, com bordas bem definidas e de

menores tamanhos; Tipo II – multilocular, com septos formando espaços distintos e

de diferentes formatos (“favos de mel”, “raquete de tênis” e “bolhas de sabão”); Tipo

III – que envolvem osso alveolar, unilocular, de pequenas dimensões onde, na

região de reabsorção alveolar, observa-se o aspecto de “monte de areia”, sem que

haja reabsorção radicular; Tipo IV – Tumor invadindo o seio maxilar; Tipo V – área

osteolítica caracterizada como grande área radiolúcida com bordas irregulares,

acompanhada de erosão cortical, com significativa destruição mandibular, onde

podem ser observados finos septos, e a região osteolítica cuja aparência é de “roído

de traças”, facilmente confundida com carcinoma gengival; e Tipo VI – combinação

de área osteolítica e osteogênica, aparência de “casca de cebola” ou “halo solar”,

tamanho grande, bordas difusas, de densidades diferentes, osso expandido e

esclerótico, semelhante ao Fibroma Ossificante ou Displasia Fibrosa. Os autores

observaram que, quanto maior o diâmetro da lesão, menor a definição das margens.

No estudo de Kheir et al. (2013) os autores dividiram os MO em cinco

categorias, com base na sua estrutura interna: (I) área radiolúcida unilocular sem

trabeculação interna (6.7%), (II) área radiolúcida com pouco trabeculado intratumoral

(50%), (III) área radiolúcida com trabeculado reto e angular (aparência “raquete de

ténis”) (3.3%), (IV) área radiolúcida arredondada com compartimentos formados por

trabeculado curvo (aparência de “favo de mel”) (10%) e (V) tumores que mostraram

uma combinação de dois ou mais dos anteriores (30%). Os autores avaliaram ainda

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a densidade tumoral, inferindo CoA semelhante ao dos músculos adjacentes,

categorizando o MO como hipodenso ou isodenso.

Nas imagens por TC o MO apresenta um padrão esférico ou ovóide,

delimitado pela cortical óssea ou pelo tecido mole, quando a cortical é perfurada

(MACDONALD-JANKOWSKI et al., 2004). Em alguns casos, a aparência multilocular

somente pode ser notada quando o tumor é avaliado por TC, pois os exames

bidimensionais mostram apenas imagem unilocular. A avaliação multiplanar é

determinante no diagnóstico do MO e planejamento cirúrgico, verificando as

dimensões reais do tumor, além de evidenciar a densidade tumoral (KUMAR,

SHYAMA, GUPTA, 2002).

No estudo desenvolvido por Koseki et al. (2003) os autores avaliaram

características tomográficas de 17 pacientes portadores de MO. Os autores

descreveram dez casos com densidade mais baixa do que a dos músculos, e três

mostraram densidade equivalente aos músculos. A análise tomográfica evidenciou

dois casos verdadeiramente multiloculares, onde as delgadas trabéculas ósseas não

formavam compartimentos verdadeiramente separados. Em exames imaginológicos

bidimensionais, trabéculas intralesionais podem ser projetadas de modo a simular,

erroneamente, múltiplos compartimentos. Análise com base em características TC

pode permitir um consenso sobre interpretação e expressão dos achados em MO.

O estudo de MacDonald-Jankowski et al. (2004) visou a determinar a

apresentação de 10 casos de MO por TC. A maioria apresentava formato

arredondado. Todos os casos tinham perfuração de cortical, com extensão da lesão

para o tecido mole em dois casos. TC foi mais eficiente em identificar perfuração de

cortical e caracterizar os septos ósseos, revelando que a maioria dos septos

estavam situados na periferia, apresentando-se como espículas ósseas. O CoA foi

avaliado em seis casos, cinco deles variaram entre 9-82 UH, um dos casos

apresentou medidas maiores (96-122 UH). Os autores concluíram que a avaliação

da perfuração da cortical e dos septos ósseos é melhor realizada pela TC.

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35

2.1.3.2 Características Histológicas

A OMS define o MO como uma neoplasia benigna dos ossos maxilares de

origem mesenquimal ou ectomesenquimal (EFFIOM, ADEWOLE, ODUKOYA, 2011;

CIDEL, RODRIGUEZ, TAYLOR, 2011; STUDART-SOARES et al., 2003; AZEVEDO

et al., 2000). Constitui-se por tecido difuso, frouxamente disposto por células

esféricas e fusiformes com arranjo estrelado, dispostas em estroma mixoide, com

núcleos hipercromáticos ovóides e citoplasma escasso, contém poucos fibroblastos

benignos e miofibroblastos com quantidades variáveis de colágeno. A substância

fundamental do MO é de natureza mucinosa, com minúsculos capilares (DEFATTA

et al., 2006; LI, SUN, LUO, 2006; REGEZI, CIUBBA, JORDAN, 2008). Pleomorfismo,

nucléolo proeminente, figuras mitóticas e multinucleação (células binucleadas ou

núcleos atípicos) também podem ser vistos nesses tumores (SIMON, et al., 2004; LI,

SUN, LUO, 2006). É considerado como uma neoplasia incomum, mas se assemelha

bastante aos tecidos da polpa dental e do ligamento periodontal (BARNES et al.,

2005).

Embora a origem do MO seja atribuída ao mesênquima de um dente em

desenvolvimento ou ao ligamento periodontal, tipicamente há ausência de restos

epiteliais odontogênicos nesses tumores e, caso haja, não se apresentam como um

requisito para o diagnóstico. Sua similaridade histológica com o retículo estrelado de

dentes em desenvolvimento, sua ocorrência nas proximidades das irrupções

dentárias, ocasional associação com um dente retido, a presença, em alguns casos,

de epitélio odontogênico, e o fato de raramente aparecer em outras partes do

esqueleto reforçam a teoria de sua origem odontogênica (SIMON et al., 2004).

2.2 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

A TC consolidou-se como uma técnica de alta sensibilidade e acurácia a partir

da década de 70, com o desenvolvimento dos estudos de Golldfrey Hounsfield e

Allan Cormack. Os pesquisadores, ao descreverem o novo sistema de imagem, já

vislumbravam a possibilidade desta tecnologia constituir uma revolução no

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diagnóstico por imagem. Enfatizou-se ainda que os tecidos humanos poderiam ser

diferenciados mesmo que apresentassem mínima diferença de densidade.

A TC fundamenta-se na aplicação de radiação ionizante sobre o paciente. Os

raios-X produzem imagens transversais, bidimensionais do corpo. As imagens são

adquiridas por rotação 360° do tubo de raios-X em torno do paciente. A radiação

transmitida é, então, medida por um anel de sensores sensíveis à radiação,

localizados em um ponto contra-lateral à fonte emissora. Uma parcela dessa energia

é absorvida pelos tecidos e o remanescente é captado pelos sensores do aparelho,

mensurado e transformado em imagens, que correspondem às secções transversas

(fatias/cortes) do corpo humano, exibindo diferentes tonalidades de cinza. Cada tom

é representado por um Voxel, ao qual é atribuído um valor numérico e este, por sua

vez, é capaz de expressar a densidade (Coeficiente de Atenuação – CoA) do tecido

estudado, referente à média de todos os valores de atenuação contidos dentro do

Voxel correspondente (WILLIAMS, MEALEY, HALLMON, 1992; HAAGA et al., 1996).

O Voxel é a representação tridimensional, o elemento básico da imagem da

TC; trata-se do um conjunto de pixels naquela área da fatia. A mensuração da

densidade tecidual é calculada em UH (Unidade Hounsfield), em homenagem a um

dos pesquisadores que desenvolveram essa tecnologia. Cada fatia adquirida é

subdividida em uma matriz de até 1024 × 1024 (Voxels). Cada Voxel foi percorrido

durante a varredura por numerosos Fótons de raio-X. A partir dessas leituras de

intensidade, o valor do CoA em cada ponto da secção transversal (fatia/corte) do

corpo humano, pode ser calculado.

Baseado na densidade dos tecidos humanos foi possível construir uma escala

de UH, onde a água possui valor zero, o ar -1000 (preto – imagem hipodensa) e o

osso cortical +1000 (branco – imagem hiperdensa) (WEGENER, 1993; HAAGA et

al., 1996). A gama de valores de TC é ampla, variando normalmente em 2000 UH,

embora alguns aparelhos modernos tenham uma gama maior de valores, variando

em até 4000UH.

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QUADRO 1 – Coeficientes de atenuação médios, para diversos tecidos e fluidos corporais

Fonte: Wegener (1993)

Os dados obtidos com aquisição de imagens por TC são interpretados pelo

sistema computacional do aparelho, podendo desenvolver reformatações

multiplanares, gerando imagens nos mais diversos planos anatômicos, reconstruir

imagens tridimensionais de qualquer órgão humano e ainda servir de base para

confecção de biomodelos tridimensionais.

Tradicionalmente, avaliações eram realizadas em estações de trabalho dos

próprios tomógrafos, restritos à radiologistas especializados. Recentemente o

profissional dispõe de algumas alternativas para visualização das afecções

maxilares em seus pacientes. O software OsiriX mostra-se como uma dessas

ferramentas multidimensionais de navegação e visualização em computadores

pessoais, possibilitando a interpretação rotineira em estudos diagnósticos (ROSSET,

SPADOLA, RATIB, 2004).

Como os exames radiográficos são projeções bidimensionais de estruturas

tridimensionais, elas têm um valor limitado para a avaliação das condições

patológicas que acometem os maxilares. Características imaginológicas, como

tamanho e margens da lesão, assim como o comprometimento das estruturas

anatômicas adjacentes ou tecidos moles, devem ser avaliados por exames também

tridimensionais, como a TC (AVRIL et al., 2014).

Com relação às vantagens da TC, pode-se citar ainda a visualização de dados

em ambos os tecidos (janela para tecido ósseo e tecido mole), facilidade de

reformatação de dados volumétricos em múltiplos planos bidimensionais, bem como

Tecido / Fluido UH UH

Osso compacto >250

Osso esponjoso 130 ± 100

Músculo 45 ± 5

Fígado 65 ± 5

Rim 30 ± 10

Pâncreas 40 ± 10

Gordura -65 ± 10

Sangue (coagulado) 80 ± 10

Sangue (venoso) 55 ± 5

Plasma 27 ± 2

Exsudato (>30g de proteína / l) >18 ± 2

Transudato (<30g de proteína / l) <18 ± 2

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reconstruções 3D e facilidade de transferência de dados usando algoritmos DICOM

(WHITE, PHAROAH, 2014; BENSON et al., 2014).

Como já citado, a TC apresenta uma série de vantagens sobre os exames

radiográficos bidimensionais. Entretanto, este método apresenta algumas

desvantagens, entre elas: o custo elevado dos exames, maior dose de radiação,

formação de artefatos na imagem e limitada acessibilidade (exceto em hospitais ou

centros de imaginologia médica).

2.2.1 Aplicação do CoA na Área Médica

A aplicação da TC como ferramenta diagnóstica vem sendo de extrema

importância para os Radiologistas, Clínicos e Cirurgiões que atuam nas mais

diversas áreas da medicina, tanto no diagnóstico inicial, como tratamento de

inúmeras doenças. A possibilidade de aferição da densidade tecidual gerou uma

enorme quantidade de informações, com aplicações e possibilidades muito otimistas

com as bioimagens tomográficas.

No estudo de Ikeda et al. (2007) o CoA foi utilizado no sentido de avaliar

nódulos pulmonares, buscando diferenciar Hiperplasia Adenomatosa Atípica,

Carcinoma Brônquio-alveolar e o Adenocarcinoma. Os autores apontaram que a

partir dos valores do UH é possível estabelecer critérios seguros, capazes de

diferenciar estes nódulos entre si.

Gok et al. (2015) estudaram a importância do CoA no manejo de pacientes

portadores de cálculo renal. Os autores selecionaram 83 pacientes portadores de

cálculos renais, com aspectos semelhantes quanto à localização e radiopacidade.

Todos os pacientes foram submetidos à nefrolitotripsia. A amostra foi dividida em

dois grupos baseados na densidade do cálculo: (grupo I) cálculo renal de baixa

densidade (UH<1000), e (grupo II) cálculo renal de alta densidade (UH>1000). Os

autores notaram que a duração da cirurgia e o decréscimo médio do hematócrito

foram maiores no grupo II (p <0,001). A taxa de sucesso da cirurgia e a taxa de

complicação pós-operatória não diferiram significativamente entre os grupos (p>

0,05). Os autores afirmam que a TC é comumente utilizada no planejamento

cirúrgico, previamente à nefrolitotomia. Baseado nestes resultados, concluíram que

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o CoA dos cálculos renais pode prever os casos que terão maior duração da cirurgia

e maior decréscimo nos níveis de hematócrito. Porém, estes valores não estão

relacionados com a taxa de sucesso do procedimento.

Dois casos de pacientes portadores de aneurisma cerebral, submetidos à

angiografia para embolização das lesões, foram apresentados por Zamora e Lin

(2015). Esses pacientes evoluíram, no trans-operatório imediato, com áreas

hiperdensas no espaço subdural, visualmente sugestivas de hemorragia subdural

aguda. Os autores descreveram o CoA desta área nos casos (91-274 UH, média

155 HU). Segundo Willmann et al. (2002), esta média é compatível com o material

de contraste iodado utilizado durante a angiografia, já que a densidade do sangue

fresco é sabidamente menor (28-82 UH, média 54 UH). No entanto, essas

diferenças são dificilmente notadas visualmente e poderiam ser mal interpretadas

pelo neurocirurgião, submetendo o paciente a uma craniotomia desnecessária. Os

autores concluíram que a ocorrência de efusões subdurais de material de contraste,

após procedimentos angiográficos, está documentada em dois pacientes com

aneurismas cerebrais rotos. Estas efusões podem imitar hematomas subdurais,

resultando, potencialmente, em intervenção cirúrgica injustificada. Sendo assim,

deve ser dada atenção especial ao CoA desse tipo de imagem, no sentido de

distinguir estas duas condições.

Emohare et al. (2015) utilizaram o CoA no sentido de determinar a densidade

óssea dos corpos vertebrais e a presença de osteoporose nestes pacientes. Os

autores selecionaram 91 pacientes que tiveram fratura da vertebra cervical C-2 e

que foram submetidos à TC abdominal. Os autores selecionaram como ROI o corpo

vertebral de L-1. Os grupos de estratificação etária também foram comparados. Os

valores médios globais do CoA, estratificados de acordo com idade foram: 193,85

HU para a coorte <65 anos (densidade óssea normal) e 117,39 HU (densidade

óssea abaixo do normal) para a coorte >65 anos. Os autores demonstram uma

frequência relativamente alta de osteoporose em fraturas da coluna cervical.

Afirmam também uma relação inversamente proporcional entre fratura de C-2 e a

densidade óssea no corpo de L-1 em pacientes idosos. Esta técnica beneficia-se de

uma tomografia oportunista do abdômen, que reduz potencialmente o tempo e o

custo da realização de exames de imagem específicos para o diagnóstico da

osteoporose.

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Uma parcela da população indiana foi estudada por Aggarwal et al. (2015). Os

autores compararam a densidade óssea cortical e medular do côndilo mandibular

em dentados e desdentados, utilizando imagens por TC de 40 côndilos

mandibulares, sem sinais clínicos de desordens temporomandibular. A amostra foi

dividida em dois grupos: grupo I, dentados com oclusão mantida, e grupo II,

pacientes completamente desdentados. A densidade média do osso medular dos

côndilos direito e esquerdo foi maior nos indivíduos do grupo I (429,69+/-102,62 UH

e 486,62+/-108,60 UH, respectivamente) que nos indivíduos do grupo II (214,89+/-

104,37 UH e 205,36+/-90,91 UH, respectivamente) (p<0,001). Dentro das limitações

deste estudo, pode-se concluir que a densidades das regiões corticais e medulares

do côndilo mandibular são maiores nos pacientes dentados que nas mandíbulas

desdentadas.

2.2.2 Aplicação do CoA no Diagnóstico dos TO Benignos

A maioria das lesões patológicas dos maxilares são inicialmente visualizadas

através de exames radiográficos bidimensionais. Radiografia periapicais e

panorâmicas são exame de rotina nos ambientes odontológicos. Entretanto, outras

modalidades, especialmente a TC, têm sido utilizadas na etapa diagnóstica de

condições patológicas dos maxilares, com mais efetividade (BENSON et al., 2014).

Estudos mais antigos indicam que alguns achados radiológicos são úteis para

fazer um diagnóstico diferencial dos TO, tais como a expansão vestíbulo-lingual e

número de lóculos (TANIMOTO et al., 1982; MCIVOR, 1974). A expansão das

corticais, provocada pelos Ameloblastomas, e sua relação com as estruturas

adjacentes é tema de diversos estudos descritos na literatura (BARNES et al., 2005;

EVERSOLE, ROVIN, 1972; MCIVOR, 1974). Desde 1984, Hertzanu et al. já

demonstraram a eficácia da TC em expor a relação do Ameloblastoma com as

demais estruturas anatômicas adjacentes. Já no estudo de Ariji et al. (2011), os

autores conseguiram definir a importância da expansão da cortical no diagnóstico

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41

dos TO a partir de imagens por TC. Os resultados encontrados mostram que a

expansão da cortical óssea observada nos TOC foi menor quando comparada à dos

Ameloblastomas.

Harmon et al. (2015) desenvolveram um estudo que visou a estreitar as

possibilidades no diagnóstico diferencial para as lesões mandibulares. Os autores

afirmam que a maioria dos processos patológicos que afetam a mandíbula

manifesta-se como lesões radiolúcidas. As lesões foram agrupadas em radiolúcidas,

radiopacas e mistas, analisando a localização dentro da mandíbula, relação ao

dente, margens da lesão, o tamanho da lesão e a natureza da lesão em sólida ou

cística. O TOC foi classificado como lesão radiolúcida, sua avaliação tomográfica

exibiu CoA superior ao da água devido ao conteúdo ceratinizado, o que explica a

aparência caseosa da cavidade. O AS subtipo Desmoplásico, no entanto, tem mais

características distintivas: calcificações internas e bordas mal definidas. Isso resulta,

algumas vezes, em uma aparência radiográfica mista e pode ser diagnosticado,

erroneamente, como uma lesão fibro-óssea. Os autores concluíram que existe um

largo espectro de processos patológicos que afetam a mandíbula e sobreposição

considerável de aspectos imaginológicos entre elas; sendo assim, a biópsia é

sempre necessária para fazer o diagnóstico final.

No estudo de Avril et al. (2014) foi avaliado uma amostra de 11.725 imagens

dos maxilares, buscando abordagem prática para a interpretação radiológica de

lesões radiolúcidas da mandíbula. Os resultados revelaram o TOC como uma lesão

contendo material semelhante a queijo, com densidade de tecido mole (<50UH). Os

autores concluíram que o conhecimento das características de imagem de lesões

radiolúcidas mandibulares estreita o diagnóstico diferencial e é crucial para a

identificação das lesões, em que a análise histopatológica é indicada para

diagnóstico definitivo.

As informações obtidas com as imagens da TC podem ainda ser utilizadas

como critérios importantes na caracterização entre as lesões malignas e benignas.

Kurabayashi et al. (1998) aplicaram esses conceitos na avaliação de tumores

maxilo-faciais em crianças. Os resultados demostraram que a TC é útil na

caracterização das lesões, mostrando-se bastante benéfica ao tratamento cirúrgico.

Entretanto, durante o desenvolvimento do estudo, algumas lesões benignas foram

categorizadas, erroneamente, como malignas. Dessa forma, os autores alertam para

o cuidado durante a diferenciação de lesões malignas e benignas, baseado apenas

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em imagens por TC. Já no estudo de Kurabayashi et al. (1997), o foco foram os

tumores que acometem o espaço bucal. Os autores também encontraram resultados

limitados nesta diferenciação, porém afirmaram que a TC foi importante ao

evidenciar a presença e a localização dos tumores, auxiliando no diagnóstico e

tratamento. A densidade dos tumores foi aferida e ajudou na diferenciação entre

hemangiomas e lipomas, expondo os diferentes valores de UH do sangue e da

gordura, respectivamente.

Kakimoto et al. (2013) conduziram um estudo com o objetivo de investigar a

utilidade da TC na diferenciação entre cistos e tumores uniloculares que

acometeram os maxilares. Analisando retrospectivamente imagens de TC com

contraste de 90 pacientes – 30 cistos radiculares (CR), 27 cistos foliculares (CF), 29

TOC, e 04 Ameloblastomas –, o TOC apresentou as maiores dimensões (209 mm2),

seguido pelo Ameloblastoma (186 mm2), cisto radicular (86 mm2) e cisto folicular (62

mm2). O CF apresentou a maior média de CoA (38UH), seguido pelo Ameloblastoma

(34UH), CR (30UH) e o TOC foi aquele com menor média (25UH). Os autores

concluíram que a TC fornece informações importantes para diagnóstico diferencial,

especialmente sobre as dimensões e o CoA das lesões.

No estudo desenvolvido por Crusoé-Rebello et al. (2009), os autores

avaliaram a densidade e heterogeneidade intra-lesional em 25 casos de TO (9

ameloblastomas e 16 TOC). A amostra foi dividida em quatro grupos: AS (n=5),

ameloblastoma Unicístico (n=4), TOC solitário (n=8) e TOC múltiplos (n=8). Os

resultados mostraram que não houve diferença estatisticamente significante entre a

densidade do AS e do Unicístico, nem entre o TOC solitário e o TOC múltiplo. No

geral, os valores de densidade do TOC foram inferiores aos do Ameloblastoma (p<

0,05). Os valores referentes à heterogeneidade não apresentaram diferença

estatisticamente significante entre TOC solitário e múltiplo. Contudo, encontrou-se

diferença entre os demais grupos (p< 0,05). Na amostra estudada, o AS foi a lesão

que apresentou a menor heterogeneidade. Os autores inferiram que, embora muitas

vezes negligenciado, o CoA é prontamente apresentado pelos sistemas

computacionais, e é muito útil na estimativa da densidade e heterogeneidade

lesional, contribuindo para uma melhor compreensão de sua apresentação em

imagens de TC.

Os espaços císticos em Ameloblastomas geralmente contêm fluidos

ligeiramente proteicos, ocasionalmente associado com materiais coloidais (BARNES

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43

et al., 2005), enquanto aqueles em TOC geralmente contêm fluidos com baixa

concentração de proteína solúvel (KAWAI et al., 1998; VAN RENSBURG, NORTJE,

THOMPSON, 1997). Portanto, TOC normalmente tem um CoA mais baixo que

Ameloblastomas (CRUSOÉ-REBELLO et al., 2009).

Alguns casos de TOC podem, reconhecidamente, apresentar áreas

hiperdensas em seu interior. Yoshiura et al. (1994) desenvolveram um estudo

buscando elucidar o significado clínico dessas áreas. Os autores avaliaram a

presença de áreas hiperdensas em 26 casos de TOC. Os resultados mostraram que

as lesões que apresentaram áreas hiperdensas eram multiloculares, estavam

associadas também à inflamação subepitelial e não se mostraram mais agressivos.

A média do CoA nas áreas hiperdensas foi 228.6±186,8 UH e a média do restante

da lesão foi 81,8±65,0 UH. Aquelas lesões que não apresentaram áreas hiperdensas

tiveram 29,6±13,4 UH de média de CoA. Suspeitando que a apresentação dessas

áreas fosse devido à alta concentração de ceratina, os autores analisaram a UH de

uma mecha de fios de cabelo em água e encontraram CoA muito semelhante ao das

áreas hiperdensas de alguns TOC. No estudo de Yonetsu et al. (2001), os autores

descreveram um caso de TOC unilocular com áreas intra-lesionais hiperdensas (225

UH) e afirmaram que a presença dessas áreas está associada às secreções

proteináceas concentradas, como densos fragmentos de queratina, presentes no

TOC.

Ariji et al. (2011) desenvolveram um estudo randomizado, no sentido de

esclarecer as características de imagem que podem ser usadas para diferenciar

Ameloblastomas do TOC. Foram utilizados 10 casos de Ameloblastomas e 10 casos

de TOC. 60 observadores (39 especialistas em Radiologia Odontologica e 21 não-

especialistas), cada um deles avaliou 40 imagens (Radiografias panorâmicas e TC).

Os critérios de avaliação das imagens foram: localização, tamanho, número de

locos, expansão óssea, perfuração de cortical e densidade interna. A taxa média de

resposta correta foi de 61,3% para o diagnóstico dos tumores. TC produziu maior

índices de acertos para o diagnóstico de TOC por especialistas. A diferença mais

marcante nas imagens entre Ameloblastomas e TOC foi o grau de expansão do

osso e a presença de áreas de alta densidade. Notaram-se áreas de alta densidade

em seis casos de TOC, ao passo que não foram notadas tais áreas em qualquer

Ameloblastoma. O TOC apresentou menor expansão óssea. Notou-se também

diferença estatística com relação à média da densidade dos tipos de

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Ameloblastoma: 23,8 UH para AS foliculares e 37,7 UH para AS plexiformes. Os

autores concluíram que a presença de áreas de alta densidade é o recurso mais útil

do diagnóstico diferencial de Ameloblastomas e TOC e que os TOCs com longa

história evolutiva apresentavam coeficientes de atenuação mais elevados, quando

comparados aos TOCs com evolução mais curta.

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar o CoA e parâmetros dimensionais do Ameloblastoma, TOC e MO

através de imagens por Tomografia Computadorizada.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) determinar o CoA médio dos AM, AU, TOC e MO, por grupo;

b) comparar o CoA médio entre as variantes Sólida e Unicística, do

Ameloblastoma;

c) comparar o CoA médio e a heterogeneidade entre os grupos de lesões e entre

as áreas intra-lesionais;

d) avaliar localização, forma e dimensões dos tumores;

e) correlacionar áreas de alta densidade no interior dos tumores, por grupo e por

área intra-lesional;

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4 METODOLOGIA

4.1 ASPECTOS ÉTICOS

Este estudo foi aprovado pelo comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital

Santo Antônio/Obras Sociais de Irmã Dulce em 07 de agosto de 2013, sob o parecer

CAAE: 13396313000000047 (ANEXO A).

Os pacientes envolvidos na pesquisa forneceram o consentimento, por

escrito, após serem orientados sobre a pesquisa, leitura de documento informativo

(Termo de Consentimento Livre e Esclarecido), e explicação do procedimento

(APÊNDICE A), permitindo que esses dados fossem utilizados para fins científicos.

Esta pesquisa foi desenvolvida de acordo com a resolução de número 466/12

do Conselho Nacional de Saúde e a Declaração de Helsinki VI, promulgada em

2000, em Estocolmo, referentes à ética em pesquisa envolvendo seres humanos.

Foi vedado ao sujeito, individual ou coletivamente, de caráter voluntário,

qualquer forma de remuneração pela participação na pesquisa.

4.2 LOCALIZAÇÃO DO ESTUDO

Trata-se de um estudo do tipo analítico, retrospectivo e transversal.

Desenvolvido baseando-se em imagens por TC dos maxilares de pacientes

portadores de lesões intra-ósseas benignas, do Banco de Imagens

Computadorizadas da Faculdade de Odontologia da UFBA (BIC-FOUFBA). Os

exames foram, em sua totalidade, realizados em clínica de imaginologia médica-

odontológica privada, na cidade de Salvador, Bahia – Brasil, com a qual foi firmado

dois convênios, inicialmente (FAPESB-UFBA 0076/2002) e posteriormente o Edital

Universal 14/2014 – CNPq/Universal, processo nº 458665/2014-2.

Os pacientes incluídos no estudo, após a realização dos exames

tomográficos, foram submetidos ao tratamento cirúrgico no serviço de Residência

em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial do Hospital Santo Antônio/Obras

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Sociais Irmã Dulce/UFBA. Cada caso foi avaliado individualmente e o tratamento

cirúrgico instituído foi baseado no comportamento biológico do tumor, grau de

invasão e destruição tecidual, variando de enucleação e curetagem à ressecção

parcial com margem de segurança do osso envolvido. Cirurgias subsequentes,

enxerto ósseo livre ou microvascularizado, implantes dentários para reabilitação oral

também foram realizados no sentido de reconstruir os defeitos e restabelecer as

funções oral e estética facial destes pacientes.

4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Foram incluídas nesse estudo as imagens de pacientes portadores de lesões

osteolíticas que, após o exame histopatológico, tiveram o diagnóstico final de

Ameloblastoma, TOC e MO.

4.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Como critérios de exclusão foram empregados: presença de infecção intra-

lesional, ou qualquer intervenção na região da lesão antes da aquisição das imagens

por TC. Foram excluídos, também, aqueles pacientes que apresentaram

comunicação direta da lesão com meio bucal e os casos de TOC associados a

SCNBC. Foram excluídas ainda os casos onde mais de 50% dos cortes

tomográficos foram comprometidos por artefatos de imagem.

Sendo assim, seis casos de Ameloblastoma, seis casos de TOC e um caso de

MO, da amostra global, não puderam ser aproveitados para este estudo.

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4.5 POPULAÇÃO E AMOSTRA

No período de janeiro de 2004 a junho de 2015 foram adquiridas imagens

tomográficas de lesões intra-ósseas benignas dos maxilares de 117 pacientes de

ambos os gêneros e de diferentes faixas etárias. Os diagnósticos histopatológicos

são demonstrados na Tabela 1, todos fornecidos por um único patologista bucal.

Depois de aplicados os critérios de inclusão e exclusão, foram selecionadas,

para este estudo, imagens axiais por TC de 43 pacientes portadores de Tumores

Benignos dos maxilares, assim subdivididos: 22 Ameloblastomas (14 AU, 8 AM), 15

TOC e 6 MO.

A amostra foi composta por imagens de lesões que tiveram seu diagnóstico

conclusivo a partir da análise histopatológica realizada pelo Serviço de Patologia

Bucal da UFBA. Dentro da amostra, dez casos foram definidos histopatologicamente

como “Cistos Odontogênicos” por falta de enquadramento histológico específico ou

correlação clinico-radiográfica.

Informações do exame clínico, perfil epidemiológico e acompanhamento

cirúrgico foram obtidos a partir de ficha clínica própria dos pacientes em

acompanhamento (APÊNDICE B).

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TABELA 1 – RESULTADOS DOS EXAMES HISTOPATOLÓGICOS DOS PACIENTES INCLUÍDOS NA PESQUISA, AVALIADOS ENTRE JANEIRO DE 2004 E JUNHO DE 2015.

Lesões N1

Ameloblastoma 28 Tumor Odontogênico Ceratocístico 21 Cisto Odontogênico 10 Cisto Dentígero 10 Cisto Ósseo simples 6 Fibroma Ossificante Central 9 Mixoma 6 Cisto radicular 8 Tumor de Pindborg 4 Lesão Central de Células Gigantes 3 Cisto Odontogênico Calcificante 2 Cisto Ósseo Aneurismático 1 Cisto Periodontal Lateral 2 Cisto Odontogênico Ortoceratinizado 2 Cisto Naso-Labial 1 Cementoblastoma 1 Displasia Fibrosa 2

Total 117 Fonte: Elaborado pelo Autor

4.6 OBTENÇÃO DAS IMAGENS POR TC

Os exames foram realizados em aparelho de TC (Multi-slice de 64 canais –

Light speed, General Eletric, EUA), conforme protocolo (espessura: 0,6 mm,

incremento: 0,6 mm, F.O.V.: 15.8, matriz 512 x 512, filtro: bone, kVp:120, mA: 200).

O tomógrafo recebe manutenção periódica e sistemática do fabricante.

Todas as imagens foram avaliadas fazendo uso das ferramentas disponíveis

no software OsiriX v5.8.5 (Software de processamento de imagem em 3D com

suporte DICOM/PACS), tais como: alteração de janela, reconstruções multiplanares,

ampliação da imagem, medições lineares, demarcação de regiões de interesse para

CoA, entre outras que auxiliam na identificação dos aspectos abordados no estudo.

As imagens foram analisadas por um único avaliador, previamente calibrado e

com experiência no manejo dos tumores maxilares, através do software OsiriX, com

monitor iMac de alta resolução (21,5 polegadas, retroiluminada por LED, com

1 N = Número de casos.

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tecnologia IPS, resolução de 2560x1440), em ambiente de luz controlada, onde foi

realizada a demarcação da região de interesse (ROI) para as mensurações do CoA

e as avaliações dimensionais de cada lesão.

4.6.1 Avaliação do Coeficiente de Atenuação

As ROI consistiram em áreas geométricas poligonais, representando a maior

área intra-lesional, ou maior loja intra-lesional (no caso das lesões multiloculares),

sem incluir tecido ósseo e/ou dentário adjacente, conforme a Figura 1.

O software (OsiriX) forneceu automaticamente a média do CoA da área

selecionada (UHROI), em unidades Hounsfield (UH), bem como o desvio-padrão

(DPROI), também conforme a Figura 1.

Adicionalmente foram calculados os coeficientes de variação (CV) para cada

ROI, representando a heterogeneidade dos coeficientes de atenuação naquela área

(HTGROI).

HTGROI = (DPROI / UHROI) x 100, onde

HTGROI – coeficiente de variação da área delimitada no corte;

UHROI – média do CoA da área delimitada, em unidades Hounsfield (UH);

DPROI – desvio-padrão do CoA da área delimitada, fornecido pela ferramenta

do software.

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FIGURA 1 – IMAGEM TOMOGRÁFICA

Fonte: Elaborado pelo Autor

* (A) corte axial de TC apresentando área hipodensa multilocular, relativa a um AM em

mandíbula posterior esquerda. Observa-se delimitação da ROI. Média (UHROI – 42.591) e

desvio-padrão (DPROI – 40.140);

** (B) corte axial de TC apresentando área hipodensa unilocular relativa a um TOC em

mandíbula posterior esquerda. Observa-se delimitação da ROI Média (UHROI – 20.710) e

desvio-padrão (DPROI – 14.947).

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Os valores registrados de cada corte também foram agrupados de acordo com

a região lesional analisada em: inferiores, centrais e superiores. O número de

observações foi determinado dividindo-se o total de cortes de cada tumor por três.

Os dois cortes mais periféricos, superiores e inferiores, foram excluídos para evitar a

inclusão de tecido ósseo nas medidas, conforme a Figura 2.

FIGURA 2 – DESENHO ESQUEMÁTICO REPRESENTANDO A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS

CORTES EM CADA LESÃO, DEMONSTRANDO O AGRUPAMENTO DAS MEDIDAS CENTRAIS E

PERIFÉRICAS

Fonte: Oliveira-Santos (2008, p.55)

Seguindo critério descrito no estudo de Ariji et al. (2011), também foram

avaliadas as Áreas de Alta Densidade (AAD) intralesionais (áreas com valores

variando entre 90 UH e 220 UH). Foram avaliados os cortes de toda a amostra,

buscando aqueles que apresentassem AAD.

As lesões foram categorizadas de acordo com a região de acometimento.

Foram definidas como acometendo a região posterior, aquelas lesões que

envolvessem a região de pré-molares e molares, além do ângulo e ramo quando

presentes na mandíbula. Foram consideradas “anteriores” aquelas lesões que

envolvessem a região de canino a canino.

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4.6.2 Avaliação Dimensional

Mensurações lineares foram realizadas através de ferramenta específica no

software (OsiriX). Foram registradas, em milímetros (mm), a maior distância mésio-

distal (MD) e a maior distância vestíbulo-lingual (VL) para cada corte axial, conforme

Figura 3. A distância súpero-inferior (SI) foi avaliada a partir de reformatação sagital,

seguindo sua maior dimensão, também conforme Figura 3.

FIGURA 3 – IMAGEM TOMOGRÁFICA

Fonte: Elaborado pelo Autor

* (A) corte axial de TC apresentando área hipodensa multilocular relativa a um AM em

mandíbula posterior esquerda. Avaliação dimensional deste corte do AM mandibular:

maior distância mésio-distal (27,10mm) e vestíbulo lingual (23,50mm);

** (B) mensurações lineares em reformatação sagital de Mixoma Mandibular. Maior

comprimento supero-inferior (SI) 28,97mm.

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5 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para análise estatística dos dados foram utilizados os programas SPSS 16 e

R, versão 3.2.0.(SPSS Inc. Chicago, EUA). Foram considerados estatisticamente

significativos os testes que apresentaram p valor <0,05.

Para as medidas que apresentaram distribuição normal, utilizou-se como

referência a média da amostra, aplicando-se testes paramétricos. A distribuição

normal, conhecida também como distribuição gaussiana, é, sem dúvida, a mais

importante distribuição contínua. Nela, os valores centrais são mais frequentes e os

valores extremos são raros. Nos casos em que a amostra apresentou distribuição

não normal, optou-se pela utilização da mediana, já que a média poderia ser

influenciada por valores extremos; nesta situação, foram aplicados testes não

paramétricos.

5.1 COEFICIENTE DE CONCORDÂNCIA INTRA-EXAMINADOR

Foi aplicado o coeficiente de concordância de Lin, no sentido de avaliar a

reprodutibilidade das aferições. Esse teste sugere a seguinte escala descritiva para

os valores do coeficiente de correlação de concordância (para variáveis contínuas),

conforme Tabela 2.

TABELA 2 – FORÇA DE CONCORDÂNCIA PARA O TESTE DE LIN

Valor de ρc Força de concordância

< 0.90 Pobre

0.90 - 0.95 Moderada

0.95 - 0.99 Substancial

>0.99 Quase perfeita Fonte: (Lin, 1989)

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Da amostra global (Avaliação 1), foram reavaliados pelo examinador 20% dos

casos (Avaliação 2), de forma randomizada, englobando todos os tipos de TOs

envolvidos no estudo.

5.2 COEFICIENTE DE ATENUAÇÃO

Os valores de UHROI, DPROI e HTGROI dos cortes foram agrupados por tipo de

lesão. Adicionalmente, foram selecionados todos os cortes tomográficos da lesão

que representavam os terços inferior, central e superior. Tais medidas foram

agrupadas por região intra-lesional / tipo de lesão. As medidas inferiores, centrais e

superiores foram utilizadas para comparação dos padrões de CoA dentro de uma

mesma lesão.

As médias de UHROI dos grupos de tumores foram calculadas. Inicialmente,

foram obtidas médias individuais para cada lesão. Em seguida, calculou-se a média

do grupo e, posteriormente, de cada região intra-lesional, conforme representado

abaixo:

UHROI (LESÃO) =Σ UHROI / nCORTES → UHROI GRUPO =Σ UHROI (LESÃO) / nLESÕES

Em que:

nCORTES = número de cortes na lesão;

nLESÕES = número de lesões por grupo;

Σ = somatório.

Na correlação entre os 04 grupos (AM, AU, TOC e MO) e as variáveis

categóricas (osso acometido, região óssea acometida e gênero), foi utilizado o teste

Qui-quadrado. Na correlação dos TO com osso acometido e região óssea

acometida, foi utilizado o Teste Exato de Fisher.

O teste de Mann-Whitney foi aplicado na comparação das medidas

relacionadas ao CoA entre os tipos histopatológicos do Ameloblastoma: Sólido e

Unicístico. Este mesmo teste foi utilizado na comparação pareada entre as porções

inferiores, centrais e superiores, desses tipos histopatológicos.

Para comparação das medidas relacionadas ao CoA (UHROI, DPROI e HTGROI)

para cada grupo de lesão, foi aplicada análise de variância (ANOVA) para o AM e,

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para os demais grupos (AU, TOC e MO), foi aplicado o Teste de Friedman. Para

comparação entre as regiões intra-lesionais (cortes inferiores, centrais e superiores),

utilizou-se o ANOVA para avaliação dos cortes inferiores e o Kruskal-Wallis para

correlação nos cortes centrais e superiores.

Na associação do CoA e HTGROI geral, e nos cortes inferiores com os tipos de

lesão, utilizou-se o teste ANOVA. Já na associação do CoA e HTGROI nos cortes

centrais e superiores com os tipos de lesão utilizou-se o teste Kruskal-Wallis.

O teste, a posteriori, de comparação múltipla de Dunn foi aplicado para

comparar os grupos entre si. O teste de Mann-Whitney foi aplicado na comparação

pareada entre as porções inferiores, centrais e superiores do AM, AU e MO; já para

o TOC, foi necessário aplicar o teste de Friedman.

Foram consideradas AAD aquelas variando entre 90 UH e 220 UH. Conforme

metodologia descrita anteriormente por Ariji et al. (2011), para análise dos dados, as

lesões que apresentaram pelo menos um corte com AAD foram definidas como

“presentes”, e aquelas com ausência de AAD foram definidas como “ausentes”.

5.3 AVALIAÇÃO DIMENSIONAL

Para cada lesão foram registrados os maiores valores das dimensões MD, VL

e SI. A partir destes registros foram calculadas as médias para cada grupo de

lesões. Adicionalmente, foram calculadas médias para os tumores localizados em

mandíbula e na maxila.

Os valores das médias obtidas a partir das mensurações lineares (MD, VL, SI)

foram comparados entre os grupos estudados através de ANOVA. Adicionalmente,

foram comparados os tumores localizados em maxila e mandíbula, bem como na

região anterior e posterior dos maxilares, aplicando-se o Teste de Mann-Whitney.

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57

6 RESULTADOS

6.1 COEFICIENTE DE CONCORDÂNCIA INTRA-EXAMINADOR

Aplicando o Coeficiente de Concordância de Lin, no sentido de verificar a

reprodutibilidade das aferições, quando o CoA e o desvio padrão são estudados,

encontrou-se, respectivamente ρc = 0,9337 e 0,9065; o que caracteriza a

reprodutibilidade como de força moderada para o CoA e para o desvio padrão

(Figuras 4 e 5). Já a reprodutibilidade das aferições, referente à avaliação

dimensional mésio-distal e vestíbulo-lingual, são respectivamente ρc = 0,9958 e

0,9840 o que caracteriza a reprodutibilidade como de força substancial para estes

últimos critérios, conforme as Figuras 6 e7.

FIGURA 4 – GRÁFICO DO COEFICIENTE DE CONCORDÂNCIA DE LIN. UTILIZADO PARA

VERIFICAR A REPRODUTIBILIDADE DAS AVALIAÇÕES, COMPARANDO-SE À AVALIAÇÃO DO

COA NAS AVALIAÇÕES 1 E 2

Fonte: Elaborado pelo Autor

0 10 20 30 40 50 60

0

10

20

30

40

50

60

Avaliação 2 CoA

Avalia

ção 1

CoA

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58

FIGURA 5 – GRÁFICO DO COEFICIENTE DE CONCORDÂNCIA DE LIN. UTILIZADO PARA

VERIFICAR A REPRODUTIBILIDADE DAS AVALIAÇÕES, COMPARANDO-SE A AVALIAÇÃO DO

DESVIO PADRÃO (DP) NAS AVALIAÇÕES 1 E 2

Fonte: Elaborado pelo Autor

FIGURA 6 – GRÁFICO DO COEFICIENTE DE CONCORDÂNCIA DE LIN. UTILIZADO PARA

VERIFICAR A REPRODUTIBILIDADE DAS AVALIAÇÕES, COMPARANDO-SE A AVALIAÇÃO

DIMENSIONAL – COMPRIMENTO MÉSIO-DISTAL (MD) NAS AVALIAÇÕES 1 E 2

Fonte: Elaborado pelo Autor

5 10 15 20 25 30 35 40 45

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Avaliação 2_DP

Ava

liaçã

o 1

_D

P

0 10 20 30 40 50

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Avaliação 2_md

Avalia

ção 1

_m

d

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59

FIGURA 7 – GRÁFICO DO COEFICIENTE DE CONCORDÂNCIA DE LIN. UTILIZADO PARA

VERIFICAR A REPRODUTIBILIDADE DAS AVALIAÇÕES, COMPARANDO-SE A AVALIAÇÃO

DIMENSIONAL – COMPRIMENTO VESTÍBULO-LINGUAL (VL) NAS AVALIAÇÕES 1 E 2

Fonte: Elaborado pelo Autor

6.2 ASSOCIAÇÃO DOS TO COM AS VARIÁVEIS NOMINAIS

Aplicados os critérios de inclusão e exclusão, a amostra foi composta por um

total de 43 lesões, sendo, a maioria do gênero feminino. A idade variou de 03 a 65

anos, com média de 29,5 anos. Todos os TO estudados acometeram principalmente

a região posterior da mandíbula (Tabelas 3, 4 e 5). Porém, essa diferença, na

predileção pela região posterior da mandíbula, apresentada pelos TO, não foi

estatisticamente significante (p=0,193 – mandíbula e p=0,463 – região posterior).

5 10 15 20 25

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

Avaliação 2_vl

Ava

liaçã

o 1

_vl

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60

TABELA 3 – PROPORÇÃO DOS TO ENTRE AS ARCADAS

Maxila Mandíbula Total

Lesão

AM 0 8 8

0,00% 100,00% 100,00%

AU 1 13 14

7,10% 92,90% 100,00%

TOC 0 15 15

0,00% 100,00% 100,00%

MO 1 5 6

16,70% 83,30% 100,00%

Total 2 41 43

4,70% 95,30% 100,00% Fonte: Elaborado pelo Autor

TABELA 4 – PROPORÇÃO DE TO ENTRE A REGIÃO ANTERIOR E A POSTERIOR

Região Anterior

Região Posterior

Total

Lesão

AM 3 5 8

37,50% 62,50% 100,00%

AU 5 9 14

35,70% 64,30% 100,00%

TOC 2 13 15

13,30% 86,70% 100,00%

MO 2 4 6

33,30% 66,70% 100,00%

Total 12 31 43

27,90% 72,10% 100,00% Fonte: Elaborado pelo Autor

O Ameloblastoma foi mais prevalente nos pacientes do gênero feminino, já o

TOC e o MO apresentaram uma ocorrência maior em pacientes de gênero

masculino (Tabela 5). Entretanto essa diferença não foi estatisticamente significante

(p=0,142).

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TABELA 5 – PROPORÇÃO DE TO ENTRE O GÊNERO FEMININO E O MASCULINO

Gênero Total

Masculino Feminino

Lesão

AM 2 6 8

11,80% 23,10% 18,60%

AU 3 11 14

17,60% 42,30% 32,60%

TOC 8 7 15

47,10% 26,90% 34,90%

MO 4 2 6 23,50% 7,70% 14,00%

Total 17 26 43

100,00% 100,00% 100,00% Fonte: Elaborado pelo Autor

6.3 AVALIAÇÃO DO COEFICIENTE DE ATENUAÇÃO

Comparando o CoA geral em cada grupo de lesão, o MO foi aquele que

apresentou maiores medidas, seguido pelo AU e pelo AM, já o TOC foi o que

apresentou menores medidas (Tabela 6), porém, essa diferença encontrada não foi

estatisticamente significante (p=0,808).

TABELA 6 – MÉDIA, MEDIANA, DESVIO PADRÃO (DP), VALORES MÁXIMOS (MAX) E MÍNIMOS

(MIN) DE UHROI POR GRUPO DE TO

Média Mediana DP Min Max

AM 37,86 35,86 19,14 14,77 67,35

AU 40,57 33,98 10,66 19,21 52,07

TOC 31,03 29,15 7,64 19,45 47,85

MO 41,14 39,82 13,67 25,95 59,55

Fonte: Elaborado pelo Autor

Comparando o CoA nos cortes inferiores entre os tumores, o AM foi aquele

que apresentou a maior média, já o TOC foi o que apresentou a menor média

(Tabela 7), porém, essa diferença não foi estatisticamente significante (p=0,419).

Nos cortes centrais, o MO foi o TO que apresentou a maior mediana, já o TOC

foi aquele com menor mediana. Na análise do CoA para os cortes superiores,

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também foi o MO aquele que apresentou os maiores valores, seguido pelo AU. O TO

que apresentou a menor mediana foi AM (Tabela 7). Todavia, para essa diferença

de densidade entre os TO, não foi estatisticamente significante (p=0,142/CoA central

e p=0,317/CoA superior).

Analisando-se individualmente cada TO, os cortes inferiores foram os que

apresentaram maiores CoA para três grupos de lesão (AM, AU e TOC), já no grupo

dos MO foram os cortes centrais que apresentaram maiores CoA. No AM os cortes

inferiores foram aqueles com maiores médias de CoA, com diferença

estatisticamente significante quando comparados aos cortes superiores (p=0,018).

Na associação entre os cortes inferiores e os centrais e dos centrais com os

superiores, não foi encontrada diferença estatisticamente significante (p=0,072 e

p=1,000, respectivamente).

As demais lesões (AU, TOC e MO) quando foram analisadas individualmente

e feitas as comparações pareadas entre os cortes inferiores, centrais e periféricos

não demonstraram diferença estatisticamente significante – AU (p=0,215), MO

(p=0,646) e o TOC (p=0,292).

TABELA 7 – MÉDIA, MEDIANA, DESVIO PADRÃO (DP), VALORES MÁXIMOS (MAX) E MÍNIMOS

(MIN) DE UHROI POR GRUPOS – CATEGORIZADO POR LOCAL INTRA-LESIONAL

Média Mediana DP Min Max

AM

Superiores 33,53* 26,32 18,55 14,87 68,53

Centrais 36,27 36,35 17,75 14,41 58

Inferiores 43,76* 44,9 22,38 15,04 78,59

AU

Superiores 36,11 34,49 12,41 19,47 61,24

Centrais 32,06 31,02 10,26 21,8 56,72

Inferiores 35,07 37,87 12,57 15,25 51,8

TOC

Superiores 31,45 27 11,45 17,58 60,23

Centrais 27,58 25,15 8,79 18,64 50,64

Inferiores 31,99 33,31 9,84 15,05 52,64

MO

Superiores 43,34 36,4 18,83 27,17 74,71

Centrais 40,63 41,91 12,11 24,95 55,03

Inferiores 39,45 41,13 12,79 25,47 54,33 Fonte: Elaborado pelo Autor.

* Diferença estatisticamente significante entre os cortes superiores e inferiores (p=0,018).

Dos 22 Ameloblastomas avaliados 68,2% (n=15) foram do tipo Sólido e 31,8%

(n=7) do tipo Unicístico. Dentre os AM, 87,5% foram diagnosticados

histopatologicamente com AS e apenas um caso como Ameloblastoma Unicístico.

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63

Já o AU mostrou características histopatológicas de Sólido em 57,2% (n=8) dos

casos e Unicístico em 42,8% (n=6) dos casos.

O AS mostrou CoA maiores tanto na variante multilocular quanto na variante

unilocular (Tabela 8), porém essa diferença não foi estatisticamente significante

(p=0,500 e p=0,228).

TABELA 8 – ASSOCIAÇÃO ENTRE O COA MÉDIO E OS TIPOS HISTOPATOLÓGICOS DE

AMELOBLASTOMA (SÓLIDO E UNICÍSTICO)

Ameloblastoma CoA

Multilocular

Sólido

Média 42,49

Mediana 46,57

Desvio Padrão 18,80

Mínimo 14,77

Máximo 67,35

Unicístico

Média 27,76

Mediana 27,07

Desvio Padrão 7.99

Mínimo 19,21

Máximo 45,38

Unilocular

Sólido

Média 38,34

Mediana 39,76

Desvio Padrão 10,72

Mínimo 22,27

Máximo 52,07

Unicístico

Média 29,18

Mediana 28,10

Desvio Padrão 8,78

Mínimo 19,21

Máximo 45,38 Fonte: Elaborado pelo Autor

O AM mostrou a variante Sólida com CoA maiores nos cortes inferiores.

Notou-se uma tendência de diminuição do CoA à medida que os cortes foram

ascendendo no sentido crânial. A variante Unicística mostrou maiores CoA nos

cortes superiores, notou-se uma tendência de diminuição do CoA à medida que os

cortes foram descendendo no sentido caudal (Tabela 9). Porém essa diferença não

foi estatisticamente significante (p=0,500).

O AU também mostrou maiores valores de CoA nos cortes inferiores, para o

AS e, nos cortes superiores, para o Unicístico (Tabela 10). Notou-se uma diferença

estatisticamente significante na diferença de densidade entre o AS e o Unicístico,

nos cortes inferiores dos tumores (p=0,029). Nos demais cortes não houve diferença

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64

estatisticamente significante (p=0,228 para os cortes centrais e p=0,345 para os

cortes superiores).

TABELA 9 – ASSOCIAÇÃO ENTRE O COA MÉDIO DO AM E OS TIPOS HISTOPATOLÓGICOS DE

AMELOBLASTOMA (SÓLIDO E UNICÍSTICO), CATEGORIZADO POR ÁREA INTRA-LESIONAL

Ameloblastoma Multilocular

Região Tipo CoA

Inferior

Sólido

Média 47,11

Mediana 49,59

Desvio Padrão 21,91

Mínimo 15,04

Máximo 78,59

Unicístico

Média 26,18

Mediana 20,38

Desvio Padrão 8,72

Mínimo 15,25

Máximo 41,58

Central

Sólido

Média 38,86

Mediana 39,34

Desvio Padrão 17,46

Mínimo 14,41

Máximo 58,00

Unicístico

Média 25,63

Mediana 24,00

Desvio Padrão 4,94

Mínimo 18,16

Máximo 33,32

Superior

Sólido

Média 35,55

Mediana 28,06

Desvio Padrão 19,06

Mínimo 14,87

Máximo 68,53

Unicístico

Média 27,38

Mediana 28,79

Desvio Padrão 13,11

Mínimo 19,47

Máximo 61,24 Fonte: Elaborado pelo Autor

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TABELA 10 – ASSOCIAÇÃO ENTRE O COA MÉDIO DO AU E OS TIPOS HISTOPATOLÓGICOS

DE AMELOBLASTOMA (SÓLIDO E UNICÍSTICO), CATEGORIZADO POR ÁREA INTRA-LESIONAL

Ameloblastoma Unilocular

Região Tipo CoA

Inferior

Sólido

Média 41,01*

Mediana 44,61

Desvio Padrão 11,36

Mínimo 23,43

Máximo 51,80

Unicístico

Média 27,16*

Mediana 25,32

Desvio Padrão 9,93

Mínimo 15,25

Máximo 41,59

Central

Sólido

Média 35,95

Mediana 36,38

Desvio Padrão 11,83

Mínimo 21,80

Máximo 56,72

Unicístico

Média 26,88

Mediana 25,31

Desvio Padrão 4,61

Mínimo 22,71

Máximo 33,32

Superior

Sólido

Média 38,08

Mediana 38,19

Desvio Padrão 11,34

Mínimo 20,94

Máximo 51,82

Unicístico

Média 33,50

Mediana 30,32

Desvio Padrão 14,35

Mínimo 19,47

Máximo 61,24 Fonte: Elaborado pelo Autor.

* Diferença estatisticamente significante entre o AS e o Unicístico nos cortes inferiores

(p=0,029).

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66

6.3.1 ASSOCIAÇÃO COM ÁREAS DE ALTA DENSIDADE

A avalição das áreas intra-lesionais dos cortes de todos os grupos de lesão

evidenciou que em 0,6% dos cortes valores acima de 90UH foram encontrados.

Avaliando-se cada lesão individualmente, notou-se que todos os casos de AU

evidenciaram valores inferiores à 90UH. O MO foi o TO com maior prevalência de

AAD, seguido do AM e TOC (Tabela 11). Essa diferença encontrada foi

estatisticamente significante (p=0,027).

TABELA 11 – ASSOCIAÇÃO DOS GRUPOS DE TUMORES COM ÁREAS DE ALTA DENSIDADE –

CATEGORIZADO POR NÚMERO DE CORTES

Abaixo de

90UH Acima de

90UH Total

Lesão

AM 396 4 400

99,00% 1,00% 100,00%

AU 615 0 615

100,00% 0,00% 100,00%

TOC 446 3 449

99,30% 0,70% 100,00%

MO 204 3 207

98,50% 1,50% 100,00%

Total 1661 10 1671

99,40% 0,60% 100,00% Fonte: Elaborado pelo Autor

Das lesões que apresentaram AAD, notou-se que em nenhuma das regiões

centrais foi notada tal característica. No AM os cortes inferiores tiveram a maior

prevalência de AAD, já o MO e o TOC apresentaram maior prevalência nos cortes

superiores (Tabela 12). Porém, essa diferença não foi estatisticamente significante

(AM p=0,273 - TOC p=0,293 - MO p=0,294).

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TABELA 12 – ASSOCIAÇÃO DAS ÁREAS INTRA-LESIONAIS DE CADA GRUPO DE TUMOR COM

AS ÁREAS DE ALTA DENSIDADE – CATEGORIZADO POR NÚMERO DE CORTES

Lesão Abaixo

de 90 UH Acima de

90 UH Total

AM

Cortes

Inferiores 134 3 137

97,80% 2,20% 100,00%

Centrais 133 0 133

100,00% 0,00% 100,00%

Superiores 129 1 130

99,20% 0,80% 100,00%

Total 396 4 400

99,00% 1,00% 100,00%

AU

Cortes

Inferiores 205 0 205

100,00% 0,00% 100,00%

Centrais 205 0 205

100,00% 0,00% 100,00%

Superiores 205 0 205

100,00% 0,00% 100,00%

Total 615 0 615

100,00% 0,00% 100,00%

TOC

Cortes

Inferiores 147 1 148

99,30% 0,70% 100,00%

Centrais 150 0 150

100,00% 0,00% 100,00%

Superiores 146 2 148

98,60% 1,40% 100,00%

Total 443 3 446

99,30% 0,70% 100,00%

MO

Cortes

Inferiores 68 0 68

100,00% 0,00% 100,00%

Centrais 68 0 68

100,00% 0,00% 100,00%

Superiores 65 3 68

95,50% 4,50% 100,00%

Total 201 3 204

98,50% 1,50% 100,00% Fonte: Elaborado pelo Autor

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68

6.3.2 HETEROGENEIDADE

Ao analisar-se o grupo de lesões como um todo, o TOC foi o TO de maior

heterogeneidade, já o AU foi aquele menos heterogêneo entre os tumores

estudados (Tabela 13). Porém, não foi encontrada diferença estatisticamente

significante na associação entre a HTGROI e o grupo de distintos padrões

tomográficos (p=0,808).

TABELA 13 – MÉDIA, MEDIANA, DESVIO PADRÃO (DP), VALORES MÁXIMOS (MAX) E MÍNIMOS

(MIN) DA HTGROI POR GRUPO

Média Mediana DP Min Max

AM 99,98 81,79 60,78 33,76 219,92

AU 82,42 74,39 40,08 26,36 159,71

TOC 110,87 109,31 71,27 27,56 282,42

MO 84,86 68,91 30,23 60,5 133,21

Fonte: Elaborado pelo Autor

Todos os tumores estudados apresentaram menores medianas nos cortes

inferiores, demonstrando que esses cortes apresentam menor heterogeneidade. Os

cortes superiores foram aqueles que apresentaram maiores medianas, em todos os

tumores, evidenciando que a região mais cranial dessas lesões existe maior

heterogeneidade no CoA (Tabela 14). Entretanto, não foi encontrada diferença

estatisticamente significante na associação entre a HTGROI e as regiões intra-

lesionais, cortes inferiores, centrais e superiores, respectivamente: p=0,836, p=790,

p=714).

Analisando-se individualmente cada TO com relação à sua heterogeneidade,

inversamente do padrão encontrado na avaliação do CoA, foram os cortes

superiores do AM que apresentaram maiores médias, à medida que os cortes foram

descendendo em direção caudal, mostravam valores menores (Tabela 14). Foi

encontrada uma diferença estatisticamente significante nesta associação entre os

cortes inferiores e os superiores (p=0,001). Na associação entre os cortes inferiores

e os centrais e entre os centrais com os superiores, não foi encontrada diferença

estatisticamente significante, respectivamente (p=0,074 e p=0,854 ).

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69

As demais lesões (AU, TOC e MO) quando foram analisadas individualmente,

com relação à heterogeneidade e feitas as comparações pareadas entre os cortes

inferiores, centrais e superiores não demonstraram diferença estatisticamente

significante – AU (p=0,607), MO (p=0,115) e o TOC (p=0,397).

TABELA 14 – MÉDIA, MEDIANA, DESVIO PADRÃO (DP), VALORES MÁXIMOS (MAX) E MÍNIMOS

(MIN) DA HTGROI POR GRUPO – ESTRATIFICADO POR ÁREA INTRA-LESIONAL

Média Mediana DP Min Max

AM

Superiores 115,55* 104,91 60,73 50,55 233,99

Centrais 105,55 90,22 70,26 29,25 235,98

Inferiores 78,85* 63,54 54,11 21,49 189,8

AU

Superiores 83,48 78,71 45,64 26,4 165,23

Centrais 89,52 83,86 46,87 25,17 192,66

Inferiores 74,27 69,04 37,77 27,5 183,02

TOC

Superiores 113,15 104,69 74,16 21,69 266,39

Centrais 121,47 103,64 81,25 27,95 286,76

Inferiores 107,55 76,23 97,79 30,84 364,98

MO

Superiores 90,96 80,45 33,46 65,45 155,36

Centrais 81,19 64,4 32,37 56,18 131,77

Inferiores 82,43 66,67 33,97 54,42 136,85 Fonte: Elaborado pelo Autor.

* Diferença estatisticamente significante entre os cortes superiores e inferiores (p=0,001).

6.4 AVALIAÇÃO DIMENSIONAL

Durante a avaliação dimensional dos grupos de lesões, notou-se que o AM e

o MO foram os tumores de maiores dimensões no sentido MD e VL (Tabelas 15 e

16). Encontrou-se diferença estatisticamente significante na associação das

dimensões VL, evidenciando maiores dimensões para o AU com relação ao TOC

(p=0,039).

Aferindo-se as dimensões supero-inferiores de cada grupo de lesão, notou-se:

maior média no AU, o MO foi quem apresentou os menores valores dimensionais

(Tabela 17).

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70

TABELA 15 – ASSOCIAÇÃO DAS MEDIDAS LINEARES NO SENTIDO MÉSIO-DISTAL COM CADA

GRUPO DE TUMOR

Lesão Estatística

(mm)

MD

AM

Média 46,79

Mediana 38,33

Devio Padrão 32

Mínimo

11,28

Máximo 108,99

AU

Média 43,84

Mediana 44,57

Devio Padrão 18,67

Mínimo 15,53

Máximo 79,87

TOC

Média 39,62

Mediana 33,15

Devio Padrão 35,48

Mínimo 14,4

Máximo 163,99

MO

Média 45,58

Mediana 45,84

Devio Padrão 19,8

Mínimo 18,65

Máximo 73,72 Fonte: Elaborado pelo Autor

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71

TABELA 16 – ASSOCIAÇÃO DAS MEDIDAS LINEARES NO SENTIDO VESTÍBULO-LINGUAL COM

CADA GRUPO DE TUMOR

Lesão Estatística

(mm)

VL

AM

Média 31,5

Mediana 25,73

Devio Padrão 19,09

Mínimo 11,66

Máximo 65,63

AU

Média 25,19*

Mediana 22,37

Devio Padrão 11,2

Mínimo 9,11

Máximo 45,45

TOC

Média 15,30*

Mediana 13,95

Devio Padrão 6,07

Mínimo 7,52

Máximo 28,39

MO

Média 20,96

Mediana 17,56

Devio Padrão 8,01

Mínimo 12,4

Máximo 31,72 Fonte: Elaborado pelo Autor.

* Diferença estatisticamente significante entre os cortes superiores e inferiores

(p=0,039).

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TABELA 17 – ASSOCIAÇÃO DAS MEDIDAS LINEARES NO SENTIDO SÚPERO-INFERIOR COM

CADA GRUPO DE TUMOR

Lesão Estatística

(mm)

SI

AM

Média 33,47

Mediana 31,06

Devio Padrão 17,22

Mínimo 7,7

Máximo 59,77

AU

Média 39,61

Mediana 33,48

Devio Padrão 26,62

Mínimo 13

Máximo 120

TOC

Média 35,6

Mediana 38

Devio Padrão 15,3

Mínimo 10

Máximo 61

MO

Média 33,33

Mediana 27,49

Devio Padrão 16,43

Mínimo 21

Máximo 64 Fonte: Elaborado pelo Autor

A região posterior dos maxilares foi a que apresentou as maiores medidas

dimensionais. O mesmo padrão manteve-se para a distância SI, com diferença

estatisticamente significante mostrando maior prevalência na região posterior

(p=0,019). Para a distância VL a diferença dimensional entre a região anterior e

posterior foi menor (Tabela 18). Para as dimensões MD e VL não foi encontrada

diferença estatisticamente significante, respectivamente p=0,076 e p=0,565.

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73

TABELA 18 – ASSOCIAÇÃO DAS MEDIDAS LINEARES (MD, VL E SI) COM A REGIÃO ÓSSEA

ACOMETIDA PELO TUMOR

Região Estatística

(mm)

MD

Anterior

Média 35,7

Mediana 29,5

Desvio Padrão 25,8

Mínimo 11,3

Máximo 109,0

Posterior

Média 46,0

Mediana 39,6

Desvio Padrão 27,9

Mínimo 14,4

Máximo 164,0

VL

Anterior

Média 21,9

Mediana 17,7

Desvio Padrão 15,5

Mínimo 9,1

Máximo 65,6

Posterior

Média 22,5

Mediana 19,0

Desvio Padrão 11,4

Mínimo 7,5

Máximo 56,1

SI

Anterior

Média 27,4

Mediana 25,5

Desvio Padrão 11,1

Mínimo 13,0

Máximo 57,0

Posterior

Média 39,6

Mediana 38,0

Desvio Padrão 21,3

Mínimo 7,7

Máximo 120,0 Fonte: Elaborado pelo Autor

Ao aplicar-se a razão entre as dimensões tumorais mésio-distal e vestíbulo-

lingual, identificou-se que a maioria das lesões apresentou formato elíptico no

sentido MD; enquanto que apenas 2,3% da amostra, apresentou-se elíptica no

sentido VL, tratando-se de um caso de AM na região anterior da mandibular

(Tabelas 19, 20, 21 e 22).

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TABELA 19 – DESCRIÇÃO GERAL, DA RAZÃO MD/VL DE TODAS AS LESÕES ESTUDADAS

Razão MD/VL Frequência Percentual

Elíptica no sentido VL 1 2,3 Elíptica no sentido MD 42 97,7

Total 43 100 Fonte: Elaborado pelo Autor

TABELA 20 – ASSOCIAÇÃO DA RAZÃO MD/VL COM AS LESÕES ESTUDADAS

Elíptica no sentido VL

Elíptica no sentido MD

Total

Lesão

AM 1 7 8

12,50% 87,50% 100,00%

AU 0 14 14

0,00% 100,00% 100,00%

TOC 0 15 15

0,00% 100,00% 100,00%

MO 0 6 6

0,00% 100,00% 100,00%

Total 1 42 43

2,30% 97,70% 100,00% Fonte: Elaborado pelo Autor

TABELA 21 – ASSOCIAÇÃO DA RAZÃO MD/VL COM O OSSO ACOMETIDO PELAS LESÕES

Elíptica no

sentido VL Elíptica no sentido MD

Total

Osso

Mandíbula 1 40 41

2,40% 97,60% 100,00%

Maxila 0 2 2

0,00% 100,00% 100,00%

Total 1 42 43

2,30% 97,70% 100,00% Fonte: Elaborado pelo Autor

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TABELA 22 – ASSOCIAÇÃO DA RAZÃO MD/VL COM A REGIÃO ÓSSEA AFETADA PELAS

LESÕES ESTUDADAS

Elíptica no sentido VL

Elíptica no sentido MD

Total

Região

Anterior 1 11 12

8,30% 91,70% 100,00%

Posterior 0 31 31

0,00% 100,00% 100,00%

Total 1 42 43

2,30% 97,70% 100,00%

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76

7 DISCUSSÃO

Os tumores Odontogênicos apresentam grande relevância clínica,

particularmente o Ameloblastoma, TOC e MO. O diagnóstico precoce fundamenta-se

como umas das principais chaves para o sucesso do tratamento. Muitos estudos tem

sugerido a superioridade da TC sobre exames radiográficos bidimensionais na

detecção e delimitação de TO e o seu impacto nos tecidos adjacentes (KAWAI et al.,

1998; RENSBURG, NORTJÉ, THOMPSON, 1997; YOSHIURA et al., 1994;

YONETSU et al., 2001; HERTZANU, MENDELSOHM, COHEN, 1984). Contudo, o

CoA não é enfatizado, muitas vezes, sendo descrito subjetivamente como áreas

hipodensas, sem especificar os valores de UH. Essa avaliação pode direcionar os

profissionais quanto às diferentes densidades intralesionais, muitas vezes

imperceptíveis ao olho humano (KAWAI et al., 1998; YOSHIURA et al., 1994;

YONETSU et al., 2001; HERTZANU, MENDELSOHM, COHEN, 1984).

Buscando uma ferramenta mais acessível aos profissionais envolvidos no

manejo dos pacientes portadores de TO, no presente estudo utilizou-se o software

Osirix para a avaliação dimensional e do CoA do Ameloblastoma, TOC e MO. Outros

autores também aplicaram essa tecnologia com resultados fidedignos aos da

workstation do tomógrafo (TANAKA et al., 2015; MATSUMOTOA et al., 2012; KIM et

al., 2012).

O Ameloblastoma acomete indivíduos em todas as faixas etárias, geralmente

com picos de incidência na terceira e quarta décadas de vida (SANTOS et al., 2001;

ADEBIYI et al., 2006 JING et al., 2007). A média de idade da nossa amostra para o

Ameloblastoma foi de 35,5 anos, corroborando com a literatura citada. Essa média é

mais compatível com a dos países industrializados, segundo Reichart et al. (2006).

Encontramos média de idade maior para o AS (36,4 anos), quando

comparado ao Unicístico (33,7 anos), esses resultados são consonantes aos

apresentados por Hong et al. (2007) e Ledesma-Montes et al. (2007); os autores

afirmam que o AS tende a apresentar pico de incidência em uma faixa etária mais

avançada que o Unicístico.

A idade do diagnóstico é um fator importante para o manejo dos pacientes

portadores de Ameloblastomas. Quando o diagnóstico é feito em pacientes mais

jovens, normalmente, favorece a um tratamento menos mutilador. No presente

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77

estudo foi encontrado 43,2% da amostra de pacientes menores de 18 anos, uma

prevalência relativamente alta quando comparados a outros estudos. Zhang et al.

(2014); Bansal et al. (2015); Keszler, Dominguez (1986) e Huang et al. (2007)

encontraram uma frequência variando de 6,7% a 15,2%.

Referente à idade dos pacientes portadores de TOC, encontrou-se uma

média de 23 anos, com um pico de incidência entre a segunda e a terceira décadas

de vida. Essa prevalência em pacientes relativamente jovens, corrobora com os

resultados apresentados nos estudos de Jones, Craig, Franklin (2006); González-

Alva et al. (2008); Grossman et al. (2007) e Jing et al. (2007). Por outro lado, alguns

estudos evidenciaram uma ocorrência em pacientes com idade mais avançada.

Jung-Hyun M. et al. (2013) encontraram uma média 36,8 anos e Güler, Sençift,

Demirkol (2012) relataram uma média de 40,59 anos. Acreditamos que a baixa

média de idade da nossa amostra pode ser devido ao maior acesso a exames de

imagem, já que possuímos na FOUFBA serviços tradicionais de referência em

Imaginologia e Cirurgia Buco-Maxilo-Facial, que recebem pacientes de todas as

regiões do estado da Bahia.

Uma característica relevante do MO é a alta prevalência em indivíduos

jovens, ocorrendo entre a segunda e terceira décadas de vida (ETEMAD-

MOGHADAM et al., 2014; SIMON et al., 2004; MARTÍNEZ-MATA et al., 2008;

BRANNON, 2004). Nossos resultados corroboram com os autores citados acima,

uma vez que encontramos uma média de idade de 23,8 anos para os pacientes

portadores de MO.

O gênero dos pacientes acometidos pelo Ameloblastoma é um tema bastante

controverso na literatura, fatores étnicos podem estar associados ao

desenvolvimento do tumor. Muitos estudos afirmam não haver prevalência de

gêneros (BANSAL et al., 2015; SINGH T. et al., 2015; HERTOG et al., 2012; HONG

et al., 2007; LEDESMA-MONTES et al., 2007), outros autores relatam predileção

pelo gênero masculino (BANSAL et al., 2015; SIAR, LAU, NG, 2012; ADEBIYI et al.,

2006 JING et al., 2007). Entretanto, os resultados do nosso estudo mostraram uma

predileção por pacientes do gênero feminino (77,3%). Esses dados são semelhantes

aos descritos por Simon et al. (2005); Santos et al. (2001); Chae et al. (2015) e

Crusoé-Rebello et al. (2009), que também relataram uma predileção pelo gênero

feminino.

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78

Nossa amostra revelou uma distribuição semelhante entre ter o gênero

masculino e feminino, com uma discreta prevalência para o gênero masculino

(53,3%). Esses resultados são consonantes com os apresentados por Jung-Hyun et

al., 2013; Güler, Sençift, Demirkol (2012) e Simiyu et al. (2013).

Alguns estudos evidenciaram igual prevalência de gênero entre os pacientes

portadores de MO (LI, SUN, LUO, 2006; WHITE et al., 1975; LU et al.,1998). Outros

autores encontraram uma predominância de pacientes do gênero feminino

(ETEMAD-MOGHADAM et al., 2014; KHEIR E. et al., 2013; MARTÍNEZ-MATA et al.,

2008; KAFFE et al., 1997; PELTOLA et al., 1994). Entretanto os resultados

encontrados, no presente estudo, mostram que o MO foi mais comum nos pacientes

do gênero masculino (66,6%), que corroboram com os apresentados por Van

Rensburg et al. (1994) e Brannon (2004).

A localização anatômica acometida pelos tumores estudados (AM, AU, TOC e

MO) de maior predominância foi a mandíbula, na região posterior. Esses resultados

são semelhantes à maioria dos estudos descritos na literatura (AHMET-ERCAN et

al., 2015; ETEMAD-MOGHADAM et al., 2014; JOHNSON et al., 2014; Jung-Hyun et

al., 2013; GÜLER, SENÇIFT, DEMIRKOL, 2012; BARNES et al., 2005; EL-HAJI,

ANNEROTH et al., 1996; SANTOS et al., 2001; CHAPELLE et al., 2004; ADEBIYI et

al., 2006; GROSSMAN et al., 2007; JING et al., 2007; LEDESMA-MONTES et al.,

2007). Esses resultados podem ser explicados pelos estudos de Azevedo et al.

(2009) e Damante, Fleury (2001), os autores inferem que o epitélio reduzido do

esmalte dos terceiros molares inferiores pode ser mais facilmente desgarrado da

coroa dentária em relação àquele dos terceiros molares superiores. Essa menor

aderência do epitélio reduzido do esmalte provocaria migração de células epiteliais

para a superfície interna da cápsula conjuntiva e (ou) mucosa bucal, o que poderia

levar ao desenvolvimento dos tumores odontogênicos na mandíbula, tendo em vista

estímulos crônicos.

O aspecto radiográfico mais característico do Ameloblastoma é a

radiotransparência multilocular (PAIKKATT et al., 2007; LEDESMA-MONTES et al.,

2007; MANUEL et al., 2002; HIROTA et al., 2005; INGLE et al.,, 2013). Entretanto,

os resultados da nossa mostraram uma maior ocorrência de AU (63,7%),

corroborando com os estudos de relatados por Bansal et al. (2015) e Kim et al.

(2001).

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79

A prevalência do Ameloblastoma e dos seus subtipos é variável, de acordo

com a população estudada. Encontramos uma predominância do AS (68,2%) com

relação ao Ameloblastoma Unicístico (31,8%). Esses resultados corroboram aos

descritos por Ledesma-Montes et al. (2007), Singh T. et al. (2015) e Siar, Lau, NG.

(2012).

O padrão histopatológico unicístico é mais comum na variante unilocular do

que na multilocular (PHILIPSEN, REICHART, 1998). Entretanto, nossa amostra

revelou o tipo Sólido em 57,8% dos Ameloblastomas Uniloculares. Esses resultados

são compatíveis aos relatados por Ledesma-Montes et al. (2007), os autores

relataram o tipo Sólido com aspecto unilocular em 66,7% dos casos. Esse aspecto

pode ser explicado devido elevada faixa etária e das grandes dimensões lineares da

nossa amostra de Ameloblastoma. Os tumores sólidos multiloculares de longo curso

podem sofrer lise de suas trabéculas intra-lesionais e mostrarem-se uniloculares

após vários anos de evolução.

Pensando em protocolos para avaliação da densidade do conteúdo tumoral,

utilizamos como critérios para seleção das regiões de interesse dos tumores

estudados, aqueles descritos em estudos publicados previamente (KURABAYASHI

et al.,1997; CRUSOÉ-REBELLO et al., 2009; ARIJI et al., 2011; KAKIMOTO et al.,

2013), nos quais foram avaliadas o CoA e as dimensões de lesões odontogênicas.

Comparando o CoA geral em cada grupo de lesão, o MO foi aquele que

apresentou maiores valores (41,14UH), seguido pelo Ameloblastoma (36,52UH), já o

TOC foi aquele com menor CoA (31,03UH). Esses resultados mostrando CoA do

Ameloblastoma maior que o CoA do TOC são comparáveis aos encontrados por

Crusoé-Rebello et al. (2009). Ariji et al. (2011), também relataram valores

equivalentes aos encontrados no presente estudo, evidenciando o CoA do

Ameloblastoma (30.8UH +/- 11.1UH) maior que o CoA do TOC (29.7UH +/- 13.9UH).

Já Kakimoto et al. (2013) descrevem médias um pouco menores para

Ameloblastoma (34UH) e TOC (25UH). É importante salientar que apesar dos

valores de CoA entre os estudos serem um pouco diferentes, eles seguem uma

escala de apresentação bastante semelhante. Isso pode ocorrer devido ao diferente

domínio dos softwares apresentado pelos avaliadores, utilizados nos estudos, bem

como ao tamanho das lesões, que poderiam exercer influência na média do CoA.

Embora tenhamos registrado um CoA discretamente maior para o AU

(40,57UH) quando comparado ao AM (37,86UH), acreditamos que a locularidade

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80

exerça pouca influência sobre o CoA do Ameloblastoma, quando as avaliações

tomográficas são feitas desconsiderando os septos ósseos.

A diferente concentração de proteínas no conteúdo intra-lesional pode ser um

fator capaz de explicar o maior CoA apresentado pelo Ameloblastoma quando

comparado ao TOC. Quanto maior a concentração de proteínas (peso molecular),

maior a densidade tecidual (WEGENER, 1993). Segundo Barnes et al. (2005) os

espaços císticos em Ameloblastomas geralmente contêm fluidos ligeiramente

proteicos, ocasionalmente associados a materiais coloidais, enquanto que aqueles

do TOC geralmente contêm cavidades cheias de fluidos com baixa concentração de

proteína solúvel (KAWAI T. et al., 1998; VAN RENSBURG, NORTJE, THOMPSON,

1997).

Ao analisarmos o CoA dos tipos histopatológicos do Ameloblastoma,

encontramos média maior para o AS (40,27UH) quando comparado ao Unicístico

(27,76UH). Notamos também que o AS apresentou maiores valores para o CoA em

todos os cortes, quando comparados ao Unicístico; porém essa diferença tem uma

representatividade mais importante nos cortes inferiores. Os resultados de Crusoé-

Rebello et al. (2009) mostram CoA semelhantes, no que tange à densidade dos tipos

de Ameloblastoma, AS (35.9UH +/- 12.6UH) e Unicístico (31.0UH +/- 6.0UH). Uma

teoria que poderia elucidar essa diferença de CoA entre AS e Unicístico é descrita

nos estudos de Hisatomi et al. (2003) e Weissman et al. (1993), nos quais os autores

afirmam que o AS geralmente mostra estrutura celular sólida com reforço

envolvendo toda a lesão, em contrapartida os Unicísticos podem ter sua celularidade

restrita apenas à periferia, no caso dos subtipos Mural e luminal, com o lumém

cístico. A maioria dos nossos casos de AM/AS apresentou CoA acima de 30 UH, o

único caso que encontramos de AM/unicístico apresentou CoA que destoa da

maioria, com CoA de 19,30UH; o que reforça ainda mais a teoria dos autores

citados.

O TOC foi classificado por Harmon et al. (2015) como lesão radiolúcida e sua

avaliação tomográfica exibiu CoA superior ao da água. Avril et al. (2014) avaliaram o

tumor como uma lesão contendo material semelhante ao queijo, com densidade de

tecido mole (<50UH). No estudo de Apajalahti et al., 2011, os autores notaram o

CoA dos TOC com densidade semelhante ao tecido renal (Wegener 30UH+/-10UH).

Do mesmo modo, Crusoé-Rebello et al. (2009) mostraram a média do CoA do TOC

de 28.4UH +/- 10.5UH. Esses resultados corroboram com os apresentados no

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81

presente estudo, já que encontramos a menor média de CoA entre todos os TO

estudados para o TOC (31,03UH +/- 7,64UH).

Analisando-se as áreas intra-lesionais de todos os TO, os cortes inferiores

foram os que apresentaram maiores CoA para 03 grupos de lesão (AM, AU e TOC),

já no grupo dos MO foram os cortes centrais que apresentaram maiores CoA. No

AM, os cortes mostravam valores menores, à medida que ascendiam no sentido

cranial (p=0,006). É possível que exista algum efeito da gravidade sobre o conteúdo

dos TO, fazendo com que os componentes mais densos sejam depositados nas

regiões mais inferiores dos tumores. Acreditamos também que a natureza do tumor

esteja mais preservada nos cortes inferiores, já que essa região sofreria menor

influência do meio bucal.

A média do CoA da nossa amostra de MO foi 41,14 UH +/- 13,67UH, com

variação entre 12,5-96,16UH. Esse valor aproxima-se da densidade do tecido

muscular, caracterizado por Wegener (1993) e Morgan (1983) com 45UH+/-5UH.

Esse dado enquadra nossa amostra como isodensa em relação ao tecido muscular.

Alguns estudos também se referem à densidade do MO, como os apresentados por

Kheir et al. (2013); Koseki et al. (2003); Park et al. (1996); Cohen, Hertzanu, (1986);

porém, esses autores apenas descrevem a lesão subjetivamente como isodensas

em relação ao tecido muscular. Já Kheir et al. (2013) e MacDonald-Jankowski et al.

(2004) avançaram um pouco mais na avaliação do CoA do MO, entretanto os

autores descreveram apenas a variação do CoA dos tumores (10-121UH e 9-82 UH,

respectivamente) em pequenas séries de casos, sem uma metodologia específica.

Por outro lado, nossos resultados mostram uma varredura analítica completa do

CoA de uma amostra MO, avaliando todos os cortes do tumor no sentido crânio-

caudal e seguindo rigorosamente a metodologia respaldada.

Um fator que pode servir como explicação para o MO ter apresentado o maior

CoA entre os tumores estudados é a grande concentração de proteoglicanos e

glicosaminoglicanos encontrados no estroma do tecido mixoide. Segundo Wegener

(1993), o nível proteico dos fluidos está diretamente relacionado com os seus

coeficientes de atenuação; os exsudatos inflamatórios, por exemplo, (alta

concentração proteica) possuem densidades superiores ao transudato (baixa

concentração proteica).

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82

Notadamente alguns cortes dos tumores analisados apresentaram CoA acima

da média para a lesão. Essas AAD têm sido relatadas na literatura com valores

variando entre 90-228 UH (ARIJI et al., 2011; YOSHIURA et al., 1994). No estudo de

Crusoé-Rebello et al. (2009) os autores notaram maior presença de AAD no TOC,

quando comparadas ao Ameloblastoma. Já Ariji et al. (2011) também avaliaram

imagens de Ameloblastoma e TOC, relatando que a maior presença de AAD no TOC

é o recurso mais útil no diagnóstico diferencial entre esses tumores. Logo ao

avaliarmos o MO e compararmos com o Ameloblastoma e o TOC notamos que o MO

apresentou maior prevalência de AAD, seguido pelo AM; o TOC foi apenas o terceiro

mais prevalente, já o AU não apresentou nenhuma AAD. Acreditamos que essa

diferença entre AM e TOC se deve ao fato de termos excluído os cortes

tomográficos afetados por artefatos e também devido à nossa amostra ter

apresentado uma alta prevalência de AS (68,2%) quando comparada aos estudos

citados.

Adicionalmente também podemos citar a variável consistência e quantidade

de queratina descamada no TOC. Ariji et al. (2011) afirmaram que os TOC com

longa história evolutiva apresentavam CoA mais elevados quando comparados aos

TOC com evolução mais curta. Nossa média de idade dos TOC foi menor que a dos

autores citados, isso poderia explicar a menor prevalência de AAD no TOC.

Salienta-se ainda que a rica vascularização do Ameloblastoma pode

influenciar na maior formação de AAD (TOZAKI et al., 2001; HAYASHI et al., 2002).

Segundo Wegener (1993), o sangue é um fluído corpóreo com densidade

tomográfica relativamente alta. Outra característica do Ameloblastoma que

supostamente poderia levar à maior formação de AAD é a possibilidade de

metaplasia escamosa em algumas lesões. Essa característica de Acantomatose foi

encontrada em 15% da nossa amostra de AS, o que levaria à formação de ceratina

intra-lesional.

A inclusão do MO neste estudo revelou este tumor como o de maior

prevalência em AAD. Um fator de pode elucidar esse aspecto é a maior

concentração irregular de proteínas no interior do MO, levando a uma alta

heterogeneidade e maior presença de AAD. Em contrapartida o AU não apresentou

AAD supostamente devido à natureza do conteúdo intra-lesional homogênea dessa

amostra, sem expressar picos de UH.

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Ao analisar-se o grupo de lesões da nossa amostra, o TOC mostrou-se a

lesão com maior heterogeneidade no CoA. No estudo de Crusoé-Rebello et al.

(2009) os autores também notaram maior mediana de heterogeneidade no TOC

(193,9UH). A alta heterogeneidade encontrada nos TOC pode ser explicada devido

à quantidade de ceratina depositada de forma irregular no interior do tumor.

Segundo Yoshiura et al. (1994); Yonetsu et al. (2001) e Crusoé-Rebello et al. (2009),

a ceratina concentrada pode apresentar densidade superior 100UH, acumulando-se

num padrão não homogêneo no interior do fluido de baixa densidade da cavidade

cística; isso faz com que haja alta heterogeneidade do TOC em TC.

No presente estudo o AU apresentou menor heterogeneidade entre os

tumores estudados, entretanto 57,2% dessa amostra apresentavam características

histopatológicas de AS. Neste subtipo de Ameloblastoma, frequentemente são

encontrados edema intercelular e degeneração cística do estroma, resultando em

eventual fusão entre os cistos microscópicos e formação de cavidades cheias de

líquido (SLOOTWEG, 2006). Isso poderia explicar a baixa heterogeneidade da

nossa amostra de AU.

Nossos resultados revelaram menor heterogeneidade nos cortes inferiores

dos tumores estudados, já os cortes superiores foram aqueles que apresentaram

maior heterogeneidade. Analisando-se individualmente cada TO com relação à sua

heterogeneidade, inversamente ao padrão encontrado na avaliação do CoA, notou-

se uma tendência de diminuição da heterogeneidade à medida que os cortes foram

descendendo em direção crânio-caudal. Como a nossa amostra foi composta por

apenas dois representantes de TO na maxila é possível inferir que os cortes

superiores apresentam maior proximidade com o meio bucal. Sendo assim, uma

maior troca com o meio externo e tal condição pode apresentar implicações sobre o

CoA e a heterogeneidade do tumor, logo, sobre a própria natureza da lesão. Essa

característica poderia auxiliar o cirurgião e o patologista na obtenção de uma

amostra mais fiel à natureza da lesão, no momento da escolha do local para biopsia

incisional dos tumores mandibulares, buscando regiões mais heterogêneas e com

AAD. Semelhante à técnica descrita por Jelinek et al. (2002) onde os autores

utilizaram biopsia percutânea guiada por TC como um método mesmo invasivo para

o diagnóstico de tumores dos maxilares.

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A análise dimensional dos TO é outro critério bastante importante para o

diagnóstico das patologias ósseas maxilo-mandibulares. MacDonald-Jankowski et

al., 2004, afirmaram que geralmente tumores benignos assumem um formato mais

esférico, devido ao padrão de crescimento concêntrico. Entretanto, Yoshiura et al.

(1997) notaram que as lesões maxilares apresentam formato mais circular e as

mandibulares formato elíptico no sentido mésio-distal. Nossos resultados convergem

com o apresentado acima e os descritos por MacDonald-Jankowski (2011);

Apajalahti et al. (2011) e Shear, Speight (2007). Notamos que o diâmetro VL é

menor, dessa forma, evidenciamos um formato mais elíptico no sentido MD e SI,

para os tumores estudados. O padrão de crescimento das lesões pode ser explicado

devido à maior espessura das corticais, o que faz com que as lesões tenham

padrões de crescimento diferentes. Na mandíbula, as tábuas ósseas, vestibular e

lingual, limitam a expansão VL da lesão, permitindo um crescimento maior no

sentido MD e SI, enquanto que as lesões maxilares apresentam crescimento livre

em todos os sentidos.

Os Ameloblastomas apresentaram as maiores dimensões lineares entre os

tumores estudados. Destes, o AM apresentou dimensões relativamente maiores que

o AU, em contrapartida o primeiro mostrou CoA menor do que o segundo.

Acreditamos que os Ameloblastomas mais extensos possam apresentar maior

prevalência de áreas de necrose intra-lesional, exteriorização do conteúdo celular,

liquefação tecidual e desnaturação proteica; o que poderia levar a uma diminuição

do CoA.

O diagnóstico diferencial entre Ameloblastoma, TOC e MO não pode ser feito

por radiografia bidimensional ou TC, uma vez que apresentam muitas características

semelhantes entre si e a outros cistos e TO (BARNES et al., 2005). Nesse sentido,

uma análise histopatológica é fundamental para o diagnóstico definitivo. Entretanto,

a busca por ferramentas auxiliares no diagnóstico desses processos patológicos

norteou o desenvolvimento deste estudo, demonstrando características sobre o CoA

e heterogeneidade dos TO, contribuindo para uma maior compreensão da

apresentação destas lesões em imagens por TC.

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8 CONCLUSÃO

Com base nos resultados apresentados, conclui-se que:

O Mixoma foi o TO que apresentou maior CoA, seguido pelo AU, AM e o TOC

foi aquele com menor CoA;

No Ameloblastoma Multilocular os cortes inferiores foram aqueles com

maiores médias de CoA;

Notou-se maior CoA nos cortes inferiores do Ameloblastoma Sólido, quando

comparados ao Ameloblastoma Unicístico;

O Mixoma foi o TO com maior prevalência de AAD, seguido do AM e TOC;

Analisando-se individualmente todos os TO com relação à sua

heterogeneidade, os cortes superiores do AM apresentaram maiores médias

quando comparados aos seus cortes inferiores;

O AU apresentou maiores dimensões vestíbulo-linguais em relação ao TOC

A região posterior dos maxilares foi a que apresentou as maiores medidas

dimensionais.

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APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO

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APÊNDICE B – FICHA CLÍNICA

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ANEXO A – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP