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Ivana Maria de Luna Ramos
Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em
pacientes com endometriose pélvica
São Paulo
2010
Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo para obtenção
do título de Mestre em Ciências
Programa de Obstetrícia e Ginecologia
Orientador: Prof. Dr. Sérgio Podgaec
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Preparada pela Biblioteca da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
reprodução autorizada pelo autor
Ramos. Ivana Maria de Luna Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica / Ivana Maria de Luna Ramos. -- São Paulo, 2010.
Dissertação(mestrado)--Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Programa de Obstetrícia e Ginecologia.
Orientador: Sérgio Podgaec.
Descritores: 1.Endometriose 2.Marcadores biológicos 3.CA-125 4.CD-23 solúvel 5.Receptores de IgE
USP/FM/DBD-491/10
Ivana Maria de Luna Ramos
Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em
pacientes com endometriose pélvica
São Paulo
2010
Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo para obtenção
do título de Mestre em Ciências
Programa de Obstetrícia e Ginecologia
Orientador: Prof. Dr. Sérgio Podgaec
Aos meus pais Ivan e Mariluce, meus eternos amigos.
Ao meu companheiro Eduardo, meu amor eterno.
AGRADECIMENTOS
Ao Dr. Ricardo Oliveira, mentor desta tese e meu grande incentivador.
Ao Prof Dr. Edmund Chada Baracat, pelo incentivo para que alcançasse
meu objetivo.
Ao Prof. Dr. Maurício Simões Abrão, pela paciência e dedicação em me
iniciar no caminho.
Ao Dr. Sérgio Podgaec, pela abnegação com que se dedicou ao processo
de aprimoramento deste trabalho que se pode chamar de demonstração de
amizade.
À Profª. MD Mércia Maria Pereira da Costa Albuquerque,
anatomopatologista, pela dedicação e esmero com que realizou os exames
de minhas pacientes.
À minha equipe cirúrgica nas pessoas de meu assistente, Dr. Manuel de
Andrade Lira Filho, de minha anestesista, Drª. Patrícia Fernanda Suassuna
de Farias, e de minha instrumentadora, Edmilza Feitoza.
Às minhas secretárias na pessoa de Jaqueline Santos da Silva.
Às minhas pacientes, sem as quais esse resultado não teria sido possível.
À Drª. Laís Guimarães Vieira, que me ajudou na redação desta tese.
A diferença entre o homem comum e o sábio é que um vê
o cotidiano como rotina
e o outro nota todas as suas modificações, classifica-as
e termina por descobrir seu valor
Auden Morden (1817)
NORMALIZAÇÃO ADOTADA
Esta dissertação está de acordo com as seguintes normas, em vigor no momento desta publicação: Referências: adaptado de International Committee of Medical Journals Editors (Vancouver) Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Serviço de Biblioteca e Documentação. Guia de apresentação de dissertações, teses e monografias. Elaborado por Anneliese Carneiro da Cunha, Maria Julia de A. L. Freddi, Maria F. Crestana, Marinalva de Souza Aragão, Suely Campos Cardoso, Valéria Vilhena. 2a ed. São Paulo: Serviço de Biblioteca e Documentação; 2005. Abreviaturas dos títulos dos periódicos de acordo com List of Journals Indexed in Index Medicus.
RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Resumo
SUMÁRIO
Lista de Figuras
Lista de Tabelas
Lista de Quadros
Lista de Gráficos
Lista de Abreviaturas e Siglas
Lista de Símbolos
Resumo
Summary
1 ..... INTRODUÇÃO ...................................................................................... 17
2 ..... OBJETIVOS .......................................................................................... 42
2.1 Objetivo principal ................................................................................. 43
2.2 Objetivo secundário ............................................................................. 43
3 ..... PACIENTES E MÉTODOS .................................................................... 44
3.1 Pacientes ............................................................................................. 45
3.2 Dinâmica do estudo ............................................................................. 48
3.3 Avaliação laboratorial .......................................................................... 55
3.4 Método Estatístico ............................................................................... 57
4 ..... RESULTADOS ...................................................................................... 59
5 ..... DISCUSSÃO ......................................................................................... 81
6 ..... CONCLUSÕES ..................................................................................... 93
7 ..... ANEXOS ................................................................................................ 96
8 ..... REFERÊNCIAS ................................................................................... 115
Lista de Figuras
Figura 1 - Classificação da endometriose proposta pela American Society for Reproductive Medicine (revisada em 1997) ................................................. 50
Figura 2 – Endometriose peritoneal ............................................................. 51
Figura 3 – Endometriose ovariana ............................................................... 52
Figura 4 – Endometriose profunda ............................................................... 52
Figura 5 – Endometriose com padrão estromal. HE. Aumento de 400 X ..... 53
Figura 6 – Endometriose com padrão glandular bem diferenciado. HE. Aumento de 400 X ....................................................................................... 54
Figura 7 – Endometriose com padrão glandular indiferenciado. HE. Aumento de 400 X....................................................................................................... 54
Figura 8 – Endometriose com padrão glandular misto. HE. Aumento de 400 X .................................................................................................................. 55
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Distribuição das queixas clínicas entre as pacientes com e sem endometriose ............................................................................................... 61
Tabela 2 – Distribuição dos achados ao exame ginecológico das pacientes com e sem endometriose ............................................................................. 61
Tabela 3 – Distribuição de médias do CA-125, do CD-23 solúvel e da razão CA-125/CD-23 solúvel para pacientes com e sem endometriose pélvica .... 64
Tabela 4 – Distribuição de médias do CA-125, do CD-23 solúvel e da razão CA-125/CD-23 solúvel segundo queixa de dor pélvica crônica, para pacientes com e sem endometriose pélvica ................................................ 66
Tabela 5 – Distribuição de médias do CA-125, do CD-23 solúvel e da razão CA-125/CD-23 solúvel segundo queixa de dispareunia de profundidade, para pacientes com e sem endometriose pélvica ................................................ 67
Tabela 6 – Distribuição de médias do CA-125, do CD-23 solúvel e da razão CA-125/CD-23 solúvel segundo queixa de dismenorréia, para pacientes com e sem endometriose pélvica ........................................................................ 68
Tabela 7 – Distribuição de médias do CA-125, do CD-23 solúvel e da razão CA-125/CD-23 solúvel segundo queixa de infertilidade, para pacientes com e sem endometriose pélvica ........................................................................... 70
Tabela 8 – Distribuição de médias do CA-125, do CD-23 solúvel e da razão CA-125/CD-23 solúvel segundo queixa de sintomas intestinais, para pacientes com e sem endometriose pélvica ................................................ 72
Tabela 9 – Distribuição de médias do CA-125, do CD-23 solúvel e da razão CA-125/CD-23 solúvel segundo ausência de queixa de sintomas urinários, para pacientes com e sem endometriose pélvica ........................................ 73
Tabela 10 – Distribuição de médias do CA-125, do CD-23 solúvel e da razão CA-125/CD-23 solúvel segundo classificação da endometriose pélvica por localização ................................................................................................... 75
Tabela 11 – Distribuição de médias do CA-125, do CD-23 solúvel e da razão CA-125/CD-23 solúvel segundo classificação da endometriose pela ASRM77
Tabela 12 – Distribuição de médias do CA-125, do CD-23 solúvel e da razão CA-125/CD-23 solúvel segundo classificação histológica da endometriose pélvica .......................................................................................................... 79
Lista de Quadros
Quadro 1 – Marcadores biológicos previamente avaliados na endometriose ..................................................................................................................... 25
Quadro 2 – Doenças ginecológicas benignas e malignas associadas ao aumento da concentração do CA125 ........................................................... 26
Quadro 3 – Distribuição da acurácia da concentração do CA125 sérico para diagnóstico de endometriose segundo pontos de corte ............................... 33
Quadro 4 – Doenças associadas ao aumento da concentração do CD-23 solúvel .......................................................................................................... 35
Lista de Gráficos
Gráfico 1 – Classificação da endometriose segundo a American Society for Reproductive Medicine ................................................................................ 62
Gráfico 2 – Localização e infiltração da endometriose diagnosticada por videolaparoscopia ........................................................................................ 63
Gráfico 3 – Classificação histopatológica da endometriose ......................... 63
Lista de Abreviaturas e Siglas
AA – Auto-antígenos
ASMR – American Society for Reproductive Medicine
EGF – Fator de crescimento epidérmico
EPM – Erro padrão da média
FGF - Fator de crescimento fibroblástico
FSH – Hormônio folículo estimulante
GnRH – Hormônio de liberação de gonadotrofinas
HLA – Antígeno leucocitário humano
HRP – Horsebish Peroxidase
IFN – Interferona
Ig – Imunoglobulina
IL – Interleucina
iNOS – Síntese indutora de óxido nítrico
KIR – Receptores de células NK
MCP – Proteína quimiotáxica de monócitos
M-CSF – Fator estimulador de colônias de macrófagos
MHC – Complexo maior de histocompatibilidade
MMP – Matriz Metaloproteinase
NK – Natural Killer
OR – Odds Ratio
PAR – Receptores protease ativados
PG – Prostaglandina
ROC – Receiver Operation Characteristic
SCF – Concentração de fator de células tronco
TGF - Fator de crescimento tecidual
TH – Linfócito T Helper
TNF – Fator de necrose tumoral
VEGF – Fator de crescimento endotelial vascular
Lista de Símbolos
± - mais ou menos
≥ - maior ou igual
® - Marca Registrada
°C – grau Celsius
kDa - kilodalton
m - metro
mg – miligrama
mL - mililitro
mUI/mL – mili unidade internacional por mililitro
nm - nanômetro
nmol/kg – nanomol por kilograma
ns – não significante
rpm – rotações por minuto
s - significante
U/mL – unidade por mililitro
vs – versus
α – alfa
β – beta
μL – microlitro
RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Resumo
Resumo
Ramos IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica. [Dissertação] São Paulo: “Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo”; 2010. 127p.
Objetivo: Avaliar as concentrações séricas do CA-125 e do CD-23 solúvel,
durante dois períodos do ciclo menstrual (primeiro, segundo ou terceiro dia e o sétimo, oitavo ou nono dia), correlacionando-as a queixas clínicas, local de doença, estadiamento pela American Society for Reproductive Medicine e classificação histológica da endometriose pélvica. Pacientes e Métodos: No
período de junho de 2007 a outubro de 2009, em estudo transversal, 102 mulheres, com queixas de infertilidade, dor pélvica refratária às terapêuticas clínicas, ou desejando laqueadura tubária, foram avaliadas por videolaparoscopia e divididas em um grupo caso, com endometriose (n=44), e outro controle, sem endometriose (n=58). Todas as pacientes foram submetidas a anamnese para investigação dos sintomas associados a endometriose e, antecedendo em até três meses da videolaparoscopia, a duas coletas de sangue venoso periférico para determinação da concentração do CA-125 e do CD-23 solúvel, por enzima-imunoensaio. Foram empregados os testes de Qui quadrado ou exato de Fisher para comparação de variáveis qualitativas. O teste t de Student, com análise de variância de Levene para amostras independentes, foi usado para diferença das médias de idade, intensidade dolorosa aferida pela escala visual analógica e concentrações dos marcadores, admitindo-se nível de significância igual a 0,05, para todos os testes. Resultados: Observamos que as concentrações médias do CA-125 foram significantemente maiores no grupo caso do que no grupo controle, em ambas as coletas na presença de dismenorréia severa e na ausência de infertilidade e de queixas urinárias cíclicas, mas apenas na segunda coleta naquelas com queixa de dor pélvica crônica e dispareunia de profundidade, permitindo diferenciação quando da presença de endometriose ovariana, grau III ou IV e padrões histológicos estromal ou glandular bem diferenciado. O CD-23 solúvel apresentou concentrações médias menores em pacientes com endometriose quando comparadas a mulheres sem a doença, porém sem atingir significância estatística, bem como essas concentrações foram menores na segunda coleta em pacientes sem endometriose com queixa de alterações intestinais cíclicas. Conclusões: Maiores concentrações do CA-125 em pacientes com endometriose reforçaram a afirmação de que esse marcador pode ser útil no diagnóstico e no manejo dessa doença. No entanto não se identificaram diferenças significantes na concentração desse marcador, em ambas as fases do ciclo menstrual, entre pacientes com endometriose em estádio inicial ou avançado, assim como entre aquelas com lesões histologicamente classificadas como diferenciadas ou indiferenciadas. O presente estudo trouxe uma análise diferenciada das concentrações médias do CD-23 solúvel e de suas associações com sintomas e local de doença.
Descritores: Endometriose. Marcadores biológicos. CA-125. CD-23 solúvel.
Receptores de IgE
RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica Summary
Summary
Ramos IML. Evaluation of CA-125 and soluble CD-23 in patients with pelvic endometriosis. [Dissertation] São Paulo: “Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo”; 2010. 127p.
Objective: To evaluate serum concentrations of CA-125 and soluble CD-23, during two periods of the menstrual cycle (first, second or third day and the seventh, eighth or ninth day), correlating them to clinical complaints, site of disease, staging by the American Society for Reproductive Medicine and histological classification of pelvic endometriosis. Patients and Methods:
From June 2007 to October 2009, within a cross-sectional study, 102 women with complaints of infertility, pelvic pain refractory to clinical therapies, or desiring for tubal ligation, were evaluated by videolaparoscopy and were divided into a case group, with endometriosis (n = 44), and a control group without endometriosis (n = 58). All patients underwent anamnesis for investigation of symptoms associated with endometriosis and, prior to three months to videolaparoscopy, they were submitted to two peripheral venous blood samples to measure CA-125 and soluble CD-23 concentrations by enzyme-linked immunosorbent assay. We utilized Chi square or Fisher exact test to compare qualitative variables. The t Student test, with Levene's variance analysis for independent samples, was used for mean difference in age, pain intensity measured by visual analogue scale and concentrations of markers, assuming a significance level of 0.05, for all tests. Results: We observed that average concentrations of CA-125 were significantly higher in case group than in control group in both samples, in the presence of severe dysmenorrhea and absence of infertility and cyclical urinary complaints, but only in the second collection, for women with chronic pelvic pain and deep dyspareunia, enabling differentiation in the presence of ovarian endometriosis grade III or IV and stromal or glandular well differentiated histological patterns. The soluble CD-23 showed lower average concentrations in patients with endometriosis compared to women without this disease, without statistical significance, and these concentrations were lower in the second collection for patients without endometriosis with complains of cyclical intestinal disorders. Conclusions: Higher
concentrations of CA-125 in patients with endometriosis have reinforced the statement that this marker may be useful in the diagnosis and management of this disease. However we did not identify significant differences in concentration of this marker, in both phases of the menstrual cycle, between patients with endometriosis in early or advanced stage, and between those with lesions histologically classified as differentiated or undifferentiated. This study brought a differentiated analysis of the average concentrations of soluble CD-23, and of their associations with symptoms and site of disease.
Descriptors: Endometriosis. Biological markers. CA-125. Soluble CD-23.IgE receptors
RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica Introdução
1 INTRODUÇÃO
18 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Introdução
A endometriose é uma doença inflamatória estrogênio
dependente, definida como a presença de depósitos ectópicos de glândula
e/ou estroma endometrial fora da cavidade uterina (Othman et al., 2008;
Bulun, 2009).
Acredita-se que se manifeste sob três formas. A endometriose
peritoneal caracteriza-se pela presença de implantes endometriais na
superfície do peritônio pélvico e dos ovários. Os endometriomas consistem
em cistos ovarianos formados por tecido endometrial (Brosens, 2004). A
endometriose profunda é a presença de tecido endometrial que se estende
por mais de 5 mm da superfície peritoneal nas estruturas adjacentes, as
regiões retro-cervical e para-cervical, o septo reto-vaginal, o reto-sigmóide,
ureteres e bexiga, e se associa a fibrose e hiperplasia muscular (Cornillie et
al., 1990; Koninckx e Martin, 1992).
A prevalência da endometriose ainda é desconhecida devido a
diferenças metodológicas dos estudos relativas a: tamanho amostral, faixa
etária das pacientes, presença de infertilidade, características e motivo da
investigação da endometriose (Ozkan et al., 2008). Em média, essa doença
afeta 5% a 10% das mulheres em idade fértil e 68% das pacientes inférteis
(Tariverdian et al., 2007). Nos Estados Unidos, em 2002, o tratamento
cirúrgico onerava o sistema de saúde em 800,6 milhões de dólares,
correspondendo a 72,8% dos custos diretos, aos quais se adicionavam 14,7
milhões de dólares de custos indiretos, devidos ao afastamento das
atividades laborais (Gao et al., 2006).
19 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Introdução
Na maior parte dos casos, a endometriose se manifesta
clinicamente na idade fértil, quando as lesões são estimuladas pelos
esteróides sexuais. Caracteriza-se por sintomas como: dismenorréia e dor
pélvica crônica, possivelmente derivadas da estimulação das terminações
nervosas da pélvis pelo processo inflamatório, presente em 70% das
pacientes, com intensidade que pode ser incapacitante (Barnhart et al.,
2002); dispareunia de profundidade, relatada por 44% das pacientes
(Kuohung et al., 2002); e infertilidade, relacionada a diversas causas como
comprometimento da função das trompas de Falópio, redução da
receptividade endometrial e falha do desenvolvimento do oócito e do
embrião (Montgomery et al., 2008).
Podem também estar presentes sintomas intestinais, como
disquésia (dor à defecação) e sangramento nas fezes, e sintomas urinários,
como disúria e hematúria, que ocorrem durante o período menstrual
(Kuohung et al., 2002).
A endometriose continua sendo um desafio diagnóstico e
terapêutico, embora os dados clínicos ofereçam indicativos para a suspeita
da doença (Randall et al., 2007). Estudo do European Endometriosis
Alliance, em 2006, envolvendo 7025 mulheres com endometriose,
demonstrou que 65% delas tiveram, como primeiro diagnóstico, outra
doença; 46% consultaram cinco médicos ou mais antes de serem
corretamente diagnosticadas e a maioria vivenciou um retardo médio de oito
anos entre o início dos sintomas e o diagnóstico de endometriose (Ballard et
al., 2006).
20 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Introdução
No Brasil, um estudo realizado na Universidade de Campinas,
envolvendo 200 mulheres com endometriose, indicou que o tempo mediano
para diagnóstico firmado cirurgicamente igualou-se a sete anos, variando
com a idade da paciente ao início dos sintomas. Assim, para aquelas com
manifestações clínicas de endometriose até os 19 anos de idade, houve
demora de 8 a 17,2 anos, enquanto que, para as mulheres com queixa após
os 30 anos de idade, o diagnóstico foi firmado após dois a seis anos (Arruda
et al., 2003).
Panel e Renouvel (2007), em revisão sistemática sobre
avaliação clínica e biológica de pacientes com endometriose, alertam que
uma anamnese bem elaborada pode permitir a classificação do tipo de
endometriose por localização, pelo fato de as queixas sinalizarem as
estruturas comprometidas. Apesar disso, as pacientes inférteis podem
apresentar queixas não relacionadas diretamente à endometriose, que
podem ser fruto da ansiedade que a própria infertilidade desencadeia,
roubando-lhes a qualidade de vida e dificultando o diagnóstico (Chêne et al.,
2008).
Ao exame especular podem estar presentes lesões na parte
posterior do fundo de saco vaginal, em 5% a 17% das pacientes (Panel e
Renouvel, 2007). Ao toque vaginal, o principal sinal é a existência de lesões
nodulares ou espessamentos, situados nos ligamentos útero-sacros e na
parte posterior do fundo de saco de Douglas (Panel e Renouvel, 2007).
Um dos principais desafios no diagnóstico da endometriose é a
determinação da localização das lesões, que permitirá o planejamento da
21 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Introdução
melhor estratégia cirúrgica (Abrão et al., 2007), do que deriva a importância
dos exames complementares por imagem, incluindo imagem por
ressonância magnética e ultrassonografia, especialmente nos casos de
endometriose profunda (Chamié et al., 2009; Gonçalves et al., 2010).
A imagem por ressonância magnética é bom método de
detecção da endometriose infiltrativa em fundo de saco de Douglas e nos
ligamentos útero sacros, mas perde em sensibilidade na detecção do
envolvimento retal (Kafali et al., 2004). Estudo comparando a sensibilidade e
a especificidade do exame clínico, da ultrassonografia transvaginal e da
imagem por ressonância magnética para detecção de endometriose
retrocervical e de retossigmóide, identificou que o exame ultrassonográfico
se mostrava mais acurado para firmar esses diagnósticos. Para
endometriose retrocervical, as acurácias se igualaram a 63%, 99% e 90%
respectivamente no toque vaginal, na ultrassonografia e na imagem por
ressonância magnética, passando a 55%, 97% e 71%, para a endometriose
retossigmoidea (Abrão et al., 2007).
Estudo mais recente demonstrou que a acurácia da imagem
por ressonância magnética é comparável à da laparoscopia e dos achados
histopatológicos, especialmente na endometriose retrocervical (sensibilidade
de 89,4% e especificidade de 92,3%) e retossigmóide (sensibilidade de 86%
e especificidade de 92,9%). Nas endometrioses em bexiga e ureteres, a
especificidade iguala-se a 100%, mas a sensibilidade é mais baixa (Chamié
et al., 2009). A adição do preparo intestinal prévio ao ultra-som transvaginal
aumentou ainda mais a acurácia desse exame. Estudo prospectivo,
22 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Introdução
envolvendo 194 pacientes com endometriose profunda, demonstrou que
nessas condições é um exame adequado para avaliação da presença de
nódulos retossigmóides e da infiltração das camadas submucosa e mucosa
porque apresenta sensibilidade maior que 81% e especificidade maior que
94% (Gonçalves et al., 2010).
Atualmente, a laparoscopia integra o arsenal diagnóstico e
constitui o padrão-ouro para isto (Guo e Wang, 2006; Randall et al., 2007;
Maytham et al., 2009; Minelli et al., 2009). O diagnóstico laparoscópico
baseado apenas na visualização das lesões peritoneais ou ovarianas tem
baixo valor preditivo positivo quando comparado com o exame histológico e
pode levar com freqüência a conclusões imprecisas (Winkel, 2003);
especialmente nos casos com envolvimento retal (Kafali et al., 2004). Por
outro lado, questionam-se as vantagens de instituir tratamento para os casos
de endometriose em estádio inicial (Vercellini et al., 2009). Por esse motivo,
diversos estudos têm sido desenvolvidos com o objetivo de possibilitar o
diagnóstico mais seguro e menos invasivo, incluindo o uso de
biomarcadores (Abrão et al., 1997; Abrão et al., 1999; Matalliotakis et al.,
2000; Kafali et al., 2004; O’Callaghan, 2006; Othman et al., 2008).
As pesquisas sobre a participação de alterações no sistema
imunológico no desenvolvimento da endometriose (Berkkanoglu e Arici,
2003; Podgaec e Abrão, 2005) permitiram a descoberta de diversas
substâncias que poderiam ser marcadores biológicos, quando considerados
isolada ou associadamente (Bedaiwy e Falcone, 2004).
23 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Introdução
Localmente, parece haver uma reação inflamatória na cavidade
peritoneal de pacientes com endometriose, na qual células imunes ativadas
e dos implantes endometriais produzem altas concentrações de citocinas,
fatores de crescimento e substâncias angiogênicas (Harada et al., 2001).
Essas citocinas atraem e recrutam mais células do sistema imune,
promovem implantação e crescimento das células endometriais ectópicas
pela indução de proliferação e angiogênese (Steff et al., 2004; Bourlev et al.,
2006), contribuindo para sua adesão na superfície peritoneal e auxiliando a
invasão do mesotélio (Berkkanoglu e Arici, 2003).
Nesse processo, estão envolvidos fatores de crescimento,
citocinas, hormônios, enzimas proteolíticas, auto-anticorpos, glicoproteínas e
moléculas solúveis de adesão, os quais têm sido investigados como
possíveis marcadores para diagnóstico e prognóstico da endometriose
(Abrão et al., 1997; Abrão et al., 1999; O’Callaghan, 2006; Othman et al.,
2008). Além deles, tem-se estudado a possibilidade de a dioxina e seus
derivados polialogenados interferirem na progressão da endometriose pela
supressão da progesterona, e consequente expressão das moléculas de
adesão (Eskenazi et al., 2002).
Essa diversidade de substâncias pesquisadas na busca do
melhor biomarcador se explica devido às características da endometriose,
dentre as quais estão a heterogeneidade de suas apresentações clínicas
(Bedaiwy e Falcone, 2004) e a alta complexidade de fatores atuantes na
migração, fixação, angiogênese e reprodução celular do endométrio ectópico
(Steff et al., 2004), que dificultam a identificação do marcador ideal.
24 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Introdução
Além disso, grande parte desses marcadores está alterada em
processos inflamatórios, enfermidades pélvicas ou mesmo em condições
fisiológicas normais, constituindo-se em fatores de confusão para a
determinação do biomarcador para endometriose (Tsao et al., 2007). Para
propósitos clínicos, o teste diagnóstico deve ter alta sensibilidade, em
condições ideais igual a 100%, mesmo que a especificidade seja de 50%,
porém, na endometriose um teste com essas características ainda não foi
identificado (Simsa et al., 2007).
No Quadro 1, observam-se alguns dos marcadores
previamente avaliados para diagnóstico e seguimento da endometriose,
presentes em soro, fluído peritoneal, tecido endometrial ectópico, urina ou
células sanguíneas.
25 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Introdução
Quadro 1 – Marcadores biológicos previamente avaliados na endometriose
Categorias de marcadores biológicos
Marcadores biológicos
Glicoproteínas
CA-125 CA-19.9 CA-72 CA-15-3 CD-23 solúvel Folistatina Transferrina
2-microglobulina
Fatores de crescimento
Glicodelina-A Fatores de crescimento de hepatócitos (HGF) Fator de crescimento de fibroblastos (FGF-2) Fator de crescimento endotelial vascular (VEGF-A) Haptoglobina Metaloproteinases Inibidores de metaloproteinases
Moléculas de adesão solúveis
Formas solúveis da molécula de adesão 1 (sICAM-1) Antígenos leucocitários humanos da classe I ou II (sHLA-I, sHLA-II) E-caderina solúvel
Integrina E-selectina Osteopontina
Citocinas
Interleucinas 2,4,6,8,10,12,13,15,16,18 Proteína quimioatrativa de monócitos (NCP-1)
Interferona
Fator de necrose tumoral Receptor-1 do fator de necrose tumoral Angiogenina Fator de crescimento insulina-like
Auto-anticorpos
Anti-endometriais Anti-marcadores de stress oxidativo (proteínas de choque térmico,
tiorredoxina, albumina modificadora de isquemia) Anti-laminina 1 Anti-transferrina Anti-LDL (low density lipoprotein) Anti-cardiolipina
Enzimas proteolíticas
Metaloproteinases de matriz (MMP) (MMP-1, MMP-2, MMP-3, MMP-9) Inibidores teciduais das metaloproteinases (TIMP) (TIMP-1 e TIMP-2) Amilóide A Urocortina
Hormônios
Hormônio luteinizante Progesterona Leptina Prolactina Adiponectina Hormônio tireo-estimulante
FONTE: Adaptado de Abrão et al. (1997, 1999), Gagné et al. (2003); Bedaiwy e Falcone (2004); Potlog-Nahari et al. (2004); Yang et al. (2004); Steff et al. (2004); Bourlev et al. (2006); Tsao et al. (2007); Florio et al. (2009); Lambrinoudaki et al. (2009); Amălinei et al. (2010), Hsu et al. (2010), May et al. (2010)
26 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Introdução
Dentre todos os marcadores, priorizaremos dois, para atender
ao objetivo desta pesquisa: o CA-125, por se constituir no biomarcador mais
estudado para o diagnóstico da endometriose, e o CD-23, porque as
alterações de sua concentração parecem refletir a competência imunológica
e a função dos macrófagos, células envolvidas no desenvolvimento e na
manutenção da endometriose.
CA-125
O CA-125 sérico, uma glicoproteína antigênica de 200 kDa
presente em diversos tecidos normais incluindo epitélio da endocérvice,
endométrio, trompa de Falópio, peritônio pélvico, tecidos placentários e
endotélio, é o biomarcador mais estudado (Colacurci et al., 1996; Gagné et
al., 2003).
O aumento de sua concentração está associado a diversas
doenças ginecológicas, incluindo a endometriose (Quadro 2).
Quadro 2 – Doenças ginecológicas benignas e malignas associadas ao aumento da concentração do CA125
Doenças benignas Doenças malignas
Endometriose Adenocarcinoma seroso ovariano
Adenomiose Adenocarcinoma mucinoso ovariano
Leiomioma uterino Adenocarcinoma indiferenciado
Pólipos cervicais Adenocarcinoma endometróide
Doença inflamatória pélvica Carcinoma papilar de ovário
Gravidez ectópica Disgerminoma
Cistos ovarianos Carcinoma de células claras
Teratomas benignos císticos Carcinoma cervical
Tecoma Carcinoma endometrial
Adenomas Carcinoma tubário
FONTE: Adaptado de Bedaiwy e Falcone (2004); Ghaemmaghami et al. (2007); Ataseven et al. (2009)
27 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Introdução
Antes de 1986, o uso clínico do CA-125 estava restrito ao
diagnóstico e ao prognóstico de câncer avançado de endométrio e ovário
(Pittaway e Fayez, 1986; Koninckx et al., 1992). As pesquisas subseqüentes
mostraram que as concentrações séricas do CA-125 em mulheres eram
variáveis durante o ciclo menstrual, com um pico durante a menstruação,
mas também se alteravam em outras enfermidades incluindo a
endometriose. Iniciaram-se as pesquisas para determinação de CA-125 em
liquido peritoneal e soro de mulheres com endometriose (Pittaway e Fayez,
1986; Eisermann e Collins, 1989; Koninckx et al., 1992), empregando como
ponto de corte o valor de 35 U/mL, o qual possibilita maior sensibilidade e
maior especificidade para o teste biológico, assim como para diagnóstico de
recorrência da endometriose e avaliação do sucesso do tratamento
(Pittaway et al., 1995).
No entanto o emprego do CA-125 para diagnóstico de
endometriose requer alguns cuidados. Concentrações muito altas têm sido
relatadas em mulheres com endometriose, abscesso tubo-ovariano e
tuberculose multivisceral, o que exige um diagnóstico diferencial bem
elaborado, especialmente em países em desenvolvimento, com alta
prevalência de tuberculose (Barbati et al., 1994).
Também deve ser considerado que as concentrações podem
se alterar com o estádio da endometriose. Pacientes com estádios
avançados da doença podem ter níveis semelhantes ao de mulheres com
câncer de ovário (Mol et al., 1998), porém esses autores alertam que é
fundamental considerar a história clínica das pacientes, assim como os
28 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Introdução
resultados dos exames físicos, o que poderia aumentar a acurácia do teste.
Por outro lado, a presença de lesões endometrióticas em peritônio de
pacientes férteis reforça a hipótese de que achados acidentais de
endometriose mínima e leve podem não ter significância clínica e que é
provável que a progressão da doença ocorra como resultado de alterações
genéticas e imunológicas (Barbosa et al., 2009).
Durante a menstruação, pode haver aumento da concentração
de CA-125, possivelmente devido ao refluxo endometrial para a cavidade
abdominal, constatação que valida a recomendação de realizar a
determinação do CA-125 nesse período (Pittaway e Fayez, 1987; Abrão et
al., 1997). O aumento da concentração do CA-125 no período menstrual
pode também ser explicado pela inflamação que ocorre em volta do foco
ectópico endometrial (Abrão et al., 1997).
Kafali et al. (2004) realizaram um estudo prospectivo
envolvendo 28 pacientes submetidas a laparoscopia diagnóstica para
investigação de causas de infertilidade, com o objetivo de determinar as
variações da concentração do CA-125 durante o ciclo menstrual,
comparadas a um grupo normal. As avaliações foram realizadas em dois
momentos: entre o segundo e quarto dia ciclo menstrual e entre o décimo e
o décimo quinto dia do ciclo. Os autores concluíram que as diferenças de
concentração do CA-125 são um importante recurso para diagnóstico de
endometriose, porque os níveis do marcador são muito maiores durante a
menstruação nas pacientes com endometriose, do que no grupo controle.
Empregando um ponto de corte de 83% para a variação entre as duas
29 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Introdução
dosagens, os autores conseguiram sensibilidade de 93% e especificidade de
92%.
Colacurci et al. (1996) comparando 26 mulheres inférteis com
endometriose diagnosticada por laparoscopia a 14 pacientes com pelve
normal tomadas como grupo controle, comprovaram que no fluido peritoneal
as concentrações de CA-125 eram maiores do que as do soro e
significantemente mais altas do que as do grupo controle, tanto em mulheres
com endometriose nos estádios I e II como nos estádios III e IV.
Recomendaram que a dosagem devesse ser feita em fluido peritoneal para
permitir o diagnóstico da endometriose em estádios precoces e alertaram
para necessidade da determinação do ponto de corte para diagnóstico.
No entanto é importante ressaltar a possibilidade de baixas
concentrações desse marcador na endometriose associada a adenomiose
ou leiomioma uterino (Kitawaki et al., 2005). Na endometriose superficial, há
maior aumento desse marcador no fluido peritoneal do que no soro,
enquanto que, na doença profunda, os níveis séricos se tornam maiores
(Koninckx e Martin, 1992).
As altas concentrações de CA-125 na corrente sanguínea na
presença de endometriose de ovário ou endometriose com infiltração
profunda sugerem que o antígeno pode passar das células endometriais
para vasos sangüíneos e linfáticos pela via peritoneal. Esse processo pode
ter início pela menstruação retrógrada que desencadeia as alterações
inflamatórias locais e libera CA-125 celômico. Pode também ocorrer refluxo
tubário para a cavidade abdominal resultando na absorção pelos vasos
30 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Introdução
linfáticos peritoneais. No entanto estas são hipóteses para explicar a
liberação do CA-125 na circulação já que seu aumento está relacionado a
outros processos como o período pós-menopausa e o câncer de ovário (Bon
et al., 1999).
Apesar de o CA-125 detectar endometriose com alta
especificidade, a baixa sensibilidade reduz o valor preditivo positivo.
Adicionalmente, admite-se hoje que as alterações do CA-125 isoladamente
não são adequadas para diagnóstico de pacientes com endometriose em
estádios I e II, apesar deste biomarcador poder auxiliar no monitoramento da
recorrência da doença após tratamento (Gagné et al., 2003). Essa
constatação fez com que as pesquisas investigassem o emprego do CA-125
em associação com outros marcadores na tentativa de melhorar sua
acurácia (Abrão et al., 1997; Abrão et al., 1999; Harada et al., 2002;
Kurdoglu et al., 2009; Zhang et al., 2009).
A utilização de vários marcadores permite uma taxa mais alta
de coincidência quando comparada ao marcador simples, por duas razões: a
ocorrência e desenvolvimento de qualquer doença podem ser causados por
diversas proteínas e não apenas por uma. Assim, pela comparação de
padrões protéicos de pacientes e pessoas normais, é possível identificar
uma única combinação de biomarcadores, reduzindo o risco de usar um
único marcador para uma doença. Em segundo lugar uma doença pode ter
diferentes apresentações e o único marcador poderá não ser capaz de
identificar todos os pacientes (Zhang et al., 2009).
31 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Introdução
Abrão et al. (1997) associaram a dosagem do CA-125 à de
proteína C reativa, proteína amilóide A e anticorpos anticardiolipina durante
a fase menstrual e no meio da fase folicular e concluíram que o CA-125 era
o marcador que apresentava concentrações mais altas em pacientes com
endometriose avançada, avaliado durante a fase menstrual.
Outra associação é do CA-125 com CA-19-9, uma
glicoproteína cuja concentração está aumentada em pacientes com tumores
ovarianos malignos ou benignos, assim como de acordo com a evolução do
estádio clinico da endometriose (Abrão et al., 1999; Harada et al., 2002),
mas os resultados da associação são discrepantes. Kurdoglu et al. (2009)
demonstraram alta sensibilidade (86%) e baixa especificidade (61%) para
detecção de endometriose, permitindo o diagnóstico apenas das formas
severas. Harada et al. (2002) relataram sensibilidade igual a 49% para o CA-
125 e 34%, para o CA-19-9, com especificidade de 100% para ambos os
marcadores. Xavier et al. (2005) informaram sensibilidade de 72%,
empregando ponto de corte de 22,6 UI/mL, e de 48%, para o ponto de corte
de 35 UI/mL para o CA-125, com especificidade de 92,3% em ambos os
casos, enquanto que, para o CA-19-9, esses valores foram 80% e 8% para
sensibilidade, assim como 53,9% no primeiro ponto de corte, aumentando
para 100%, no segundo ponto. Para explicar essa discrepância, Kurdoglu et
al. (2009) excluíram pacientes com mioma uterino, adenomiose ou doença
inflamatória pélvica, pois essas doenças podem promover aumento dos
níveis de ambos os marcadores.
32 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Introdução
Na tentativa de melhorar a acurácia da associação dos
marcadores CA-125 e CA-19-9, Somigliana et al. (2004) acrescentaram a
eles a dosagem de Interleucina-6 que anteriormente tinha sido comprovada
como bom marcador por mediar reação de fase aguda, inflamação,
angiogênese, foliculogênese e formação da decídua (Tsudo et al., 2000).
Abrão et al. (1999) associaram aos marcadores CA-125 e CA-19-9, as
dosagens de antígeno carcinoembriogênico, alfa-fetoproteína, CA-15-3 e
beta-2-microglobulina. No entanto Abrão et al. (1999) e Somigliana et al.
(2004) concluíram que essa associação não adicionava informação
significante quando comparada à concentração do CA-125 isolado.
Com o aprimoramento do método de dosagem do CA-125,
outras comprovações foram possíveis. Amaral et al., em 2006, identificaram
que as concentrações séricas e em fluído peritoneal do CA-125
aumentavam com a severidade da endometriose. Comprovaram também
que havia uma correlação positiva entre as concentrações séricas e no fluido
peritoneal, o que permitia supor que a monitorização da concentração sérica
do CA-125 podia permitir a avaliação da doença na cavidade abdominal.
Com base nesse comportamento próprio da endometriose,
Barbosa et al. (2009) partiram da premissa de que o CA-125, sendo uma
glicoproteína, poderia ser antigênica. Empregaram anticorpos monoclonais
OC-125, sintetizados por ratas imunizadas com células de
cistoadenocarcinoma, porque tais anticorpos reagem com células epiteliais
de câncer ovariano, doença na qual o CA-125 também se mostra alterado,
mas não o fazem com células epiteliais normais ou de outros tumores.
33 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Introdução
Comprovaram que em 52,38% das pacientes com doença leve e
sintomáticas e 81,25% daquelas com doença moderada e grave, também
sintomáticas, o OC-125 estava presente no tecido endometrial ectópico,
indicando ativação da doença. A positividade do OC-125, exclusivamente
em pacientes sintomáticas, permitiu aventar a hipótese de que a
imunorreatividade nas lesões endometrióticas provavelmente reflete a
atividade proliferativa das células epiteliais e, consequentemente a
progressão da doença (Barbosa et al., 2010).
Mesmo após o aumento da acurácia das determinações de CA-
125 para diagnóstico de endometriose, persiste a controvérsia importante
relativa ao ponto de corte ideal, como demonstrado no Quadro 3.
Quadro 3 – Distribuição da acurácia da concentração do CA125 sérico para diagnóstico de endometriose segundo pontos de corte
Autor Ponto de
corte Sensibilidade Especificidade
Valor
preditivo
positivo
Valor
preditivo
negativo
Xavier et al.
(2005)
22,6 UI/mL
35,0 UI/mL
72,0
48,0
92,3
92,3
94,7
92,3
63,2
48,0
Kitawaki et al.
(2005)
20 UI/mL
30 UI/mL
72,7
44,3
84,2
97,0
80,0
92,9
78,0
66,7
Rosa e Silva
et al. (2006)
10 UI/mL
20 UI/mL
64,2
30,4
81,1
98,0
91,3
97,8
45,3
33,5
Martinez et al.
(2009)
35 UI/mL
(associado a
IL-6)
47,2 97,5 89,0 81,1
34 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Introdução
É importante ressaltar que os pontos de corte para diagnóstico
com CA-125, empregados para diferenciar doenças malignas e benignas,
podem não ser os mais adequados para detectar a endometriose,
possivelmente pelo comportamento particular que a doença apresenta
(Xavier et al., 2005).
CD-23 solúvel
Outro biomarcador de interesse do presente estudo é o CD-23
solúvel, uma proteína que se expressa na superfície da membrana celular
(Kijimoto-Ochiai, 2002; Getahun et al., 2005), comumente identificada como
receptor de baixa afinidade para IgE em células B, eosinófilos, monócitos,
células dendríticas, epiteliais, células de Langerhans e plaquetas (Hassa et
al., 2009; Rambert et al., 2009). O interesse no CD-23 iniciou-se pela
possibilidade de o CD-23 solúvel ser empregado no auxílio diagnóstico de
várias doenças, conforme demonstrado no Quadro 4, e por ser alvo
terapêutico para algumas afecções inflamatórias, do que resultou o
desenvolvimento de anticorpo monoclonal no tratamento da leucemia
linfóide crônica (Rambert et al., 2009; Rosenwasser e Meng, 2005).
35 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Introdução
Quadro 4 – Doenças associadas ao aumento da concentração do CD-23 solúvel
Autor(es) Resultado de estudos com dosagem de CD-23 solúvel
Bossolasco et al. (2001)
Aumento da concentração de CD-23 solúvel em fluído cefalorraquiano de pacientes com linfoma não-Hodgkin cerebral relacionado à síndrome da imuno deficiência adquirida, linfomas cerebrais primários, neurotoxoplasmose e demência
Nacher et al.
(2002)
A estimulação aguda do CD-23 solúvel atua no desencadeamento da malária cerebral devido ao aumento das concentrações dos intermediários nitrogênio-altamente-reativos
Thornton et al.
(2002)
Aumento da concentração de CD-23 solúvel em cordão umbilical com a idade gestacional, igualando-se à concentração do adulto nos neonatos a termo
Wagner e Cwynarski (2004)
Aumento relacionado ao diagnóstico de leucemia linfocítica crônica de células B
Chang et al. (2005)
Aumento relacionado ao herpes vírus associado ao sarcoma de Kaposi, podendo ser marcador de diagnóstico e de prognóstico
Li et al. (2006) Aumento relacionado à fisiopatologia do trato gastrintestinal na alergia alimentar
Fu et al. (2008) CD-23 solúvel, associado à dosagem de IgE, serve como marcador para diagnóstico e prognóstico de adenocarcinoma pancreático
Shin et al.
(2009a)
Correlação entre o aumento do CD-23 solúvel e as concentrações da metaloproteína-2 para explicar a relação entre rinossinusite crônica e inflamação adenóide em crianças
Shin et al.
(2009b)
Aumento da concentração de CD-23 solúvel em crianças atópicas com enterotoxinas estafilocócicas em tecido adenóide, comparadas a pacientes sem essas enterotoxinas
Rambert et al.
(2009)
O aumento de CD-23 solúvel em líquido sinovial é um marcador da ativação da resposta inflamatória e da destruição óssea na artrite
Yamada et al.
(2009)
Emprego do CD-23 como marcador histopatológico para diagnóstico de sarcoma de células dendríticas foliculares de intestino delgado
Mwinzi et al.
(2009) Aumento do CD-23 solúvel na esquistossomose e correlação positiva com o desenvolvimento de resistência à reinfestação
Martinez et al. (2009)
Em pacientes com evolução lenta de doença relacionada à infecção por HIV, o desenvolvimento de autoanticorpos anticardiolipina correlaciona-se com o aumento da ativação de células B, avaliada pela concentração do CD-23 solúvel, independente do estádio da doença e da deficiência de células CD4+
Matsuno et al. (2010)
A concentração de CD-23 solúvel se correlaciona com a concentração de desintegrina da metaloproteinase-8 na pneumonia eosinofílica induzida por droga, no soro
36 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Introdução
O CD-23 tem uma função crítica durante a resposta imune que
inclui atuação na síntese de IgE, diferenciação de células T e B e secreção
de mediadores inflamatórios (Hjelm et al., 2006). Ele se distingue
estruturalmente da maioria dos receptores de imunoglobulinas porque
pertence à superfamília lectina-cálcio-dependente. A forma CD-23 solúvel
contém o trímero de lectina e a forma CD-23 insolúvel apresenta o
monômero de lectina. O CD-23 solúvel se diferencia em duas isoformas,
segundo a constituição da porção terminal da haste helicoidal. A isoforma
CD-23a solúvel se expressa por células B ativadas por antígenos, antes de
sua diferenciação em células plasmáticas secretoras de anticorpos,
enquanto que a expressão da isoforma CD-23b solúvel é induzida pelas
interleucinas 4 e 13 em células B e em diversas células inflamatórias,
incluindo as epiteliais. Enquanto o CD-23a nas células B parece mediar a
endocitose, o CD-23b media a fagocitose (Gould e Sutton, 2008).
A atuação do CD-23 na apresentação de antígenos inclui a
ligação dos complexos antígenos específicos-IgE, a internalização desses
complexos, o transporte para os compartimentos do sistema endossomal
contendo enzimas proteolíticas, a interação com antígenos classe II do
complexo maior de histocompatibilidade e a interação com o CD-21 nos
pontos de contato da superfície das células B, células dendríticas foliculares,
linfócitos T ativados e basófilos (Karagiannis et al., 2001).
Em 1990, foi comprovado in vitro que complexos antígeno-IgE,
ligados a receptores de IgE de baixa afinidade (CD-23) na superfície de
células B podiam ser internalizados e apresentados eficientemente às
37 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Introdução
células T helper (Pirron et al., 1990). Essas observações levantaram a
hipótese de que a função fisiológica da IgE in vivo poderia ser a captura de
antígenos, com consequente ativação da células T helper. Posteriormente,
comprovou-se que a ativação das células T exigia a expressão do CD-23
nas células B, capazes de apresentar o complexo antígeno-IgE a células T
específicas, levando à síntese de anticorpos (Hjelm et al., 2006).
A influência direta do CD-23 na ativação e diferenciação das
células B pode ocorrer por ligação do CD-23 de membrana, do CD-23
solúvel e da ligação CD-23 a CD-23. O CD-23 solúvel pode agir como um
fator de crescimento autócrino das células B, assim como atua como fator de
diferenciação em sinergia com a interleucina-1 (Mossalayi et al., 1990).
Também influencia efetivamente as células T e a diferenciação das células
para linhagem Th2, por meio da regulação da IgE (Rosenwasser e Meng,
2005).
O CD-23 solúvel liberado das células B, sob estímulo da
resposta imune, pode inicialmente regular a síntese de IgE, favorecendo a
ligação da IgE de membrana ao CD-21. À medida que a concentração de
IgE atinge níveis nos quais a ligação do CD-23 de membrana se torna
importante, a síntese de IgE pode ser encerrada, evitando o acúmulo de IgE.
(Hibbert et al., 2005). A regulação da síntese de IgE pelo CD-23 está bem
documentada, porém outros anticorpos podem participar dessa modulação.
Foi descrito aumento da produção de citocinas, como a IL-4, seguido por
quebra do CD-23 de membrana, atuando como moléculas-chave na
potencialização da síntese espontânea de IgE. (Paul-Eugene et al., 1992).
38 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Introdução
Antes da diferenciação das células B em células plasmáticas
secretoras de IgE, o CD-23 pode regular a síntese de IgE ao ser lisado por
enzimas de membrana. Considerando que o CD-23 ligado a imunoglobulinas
de superfície induz a apoptose de células B, os complexos antígenos IgE
são capazes de regular a população de células B produtoras de IgE
específico (Hibbert et al., 2005).
Odukoya et al. (1995), partindo do raciocínio de que a
endometriose é um processo inflamatório, testaram a concentração sérica
de CD-23 em pacientes com a doença, demonstrando ser maior que em
mulheres sem endometriose. Em 1996, os mesmos autores dosaram CD-23
em fluído peritoneal de mulheres com endometriose, encontrando uma
diferença significante entre casos e controles, para todos os graus da
doença. Concluíram que a doença ativa células B, as quais irão liberar uma
concentração maior da fração solúvel de CD-23. No entanto, não
encontrando correlação entre a concentração de CD-23 solúvel, a fase do
ciclo menstrual e a severidade da endometriose, sugeriram que o fato
poderia advir da inadequação da classificação de severidade da American
Fertility Society, voltada mais para o diagnóstico de infertilidade do que da
dor pélvica ou ainda pela existência de outros fatores autócrinos ou
parácrinos moduladores da expressão do CD-23 solúvel no fluido peritoneal
(Odukoya et al., 1996a).
Para confirmar essa hipótese, Matalliotakis et al. (2000)
determinaram o nível de CD-23 sérico solúvel de 20 mulheres com
endometriose. Dividiram-nas em dois grupos: o grupo intervenção foi
39 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Introdução
submetido a tratamento com 200 mg de danazol, três vezes ao dia, durante
seis meses, e o grupo controle, em tratamento com leuprolide 3,75 mg, a
cada 28 dias, por seis meses. Foi identificada uma redução maior na
concentração de CD-23 do grupo de intervenção, tratado com danazol, do
que no grupo tratado com leuprolide, levantando a hipótese de que o
danazol suprimiria as respostas imunológicas humorais e mediadas por
células, assim como poderia alterar a função de macrófagos.
Em 2001, Matalliotakis et al. repetiram o desenho de estudo de
2000 e comprovaram que, durante o tratamento com danazol, havia
aumento significante do antígeno solúvel leucocitário classes I e II (HLA-I e
HLA-II), possivelmente pela liberação dos estoques intracelulares desses
antígenos, o que não acontecia com o grupo tratado com leuprolide.
Concluíram que os mecanismos de ação dessas drogas são distintos. O
leuprolide atua no tratamento da endometriose como agonista do GNRH,
reduzindo as concentrações de estrógenos e, portanto, a proliferação do
endométrio ectópico. O danazol tem dois mecanismos de ação. Liga-se aos
receptores estrogênicos, progestogênicos e de glicocorticóides, reduzindo a
ação hormonal, assim como interfere na resposta imunológica.
Partindo da comprovação do aumento da HLA classe II na
gravidez normal, o qual participa da tolerância imunológica que permite o
desenvolvimento embrionário, e de sua redução nos abortamentos de
primeiro trimestre e na endometriose, Mattaliotakis et al. (2001) afirmaram
que o aumento da HLA classes I e II, promovido pelo danazol, atuaria
reduzindo o processo inflamatório na endometriose pela ativação de
40 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Introdução
citocinas antiinflamatórias, semelhante ao que ocorre na gravidez normal,
criando um ambiente inóspito para a fixação do endométrio ectópico. A partir
disso, lançaram a hipótese de que as alterações dos níveis da HLA pelo
danazol podem refletir a competência imunológica e a função dos
macrófagos na endometriose. Dessa forma, reforçaram a hipótese de
Odukoya et al. (1996a) de que o CD-23 solúvel pode estar envolvido no
desenvolvimento e na manutenção da endometriose, podendo servir como
possível marcador biológico.
As lesões endometriais contêm um número maior de
mastócitos quando comparadas ao endométrio proliferativo e peritônio
normal, com distribuição heterogênea e diferentes graus de ativação
(Kempuraj et al., 2004). Os mastócitos são necessários para o
desenvolvimento de reações alérgicas e inflamatórias devido à presença de
receptores de IgE em sua superfície, levando à desgranulação e à liberação
de mediadores vasoativos pró-inflamatórios e nociceptivos que incluem
citocinas (especialmente interleucina 6) e enzimas proteolíticas, por simples
ativação (Galli et al., 2002; Theoharides e Cochrane, 2004).
Pacientes com altos níveis de imunoglobulina E podem ter
maior liberação de mastócitos (Kashiwakura et al., 2009). A produção
específica de anticorpos por células B requer tanto a interação delas com
células, como sua exposição a diversas citocinas, respondendo a sinais de
retroalimentação positivos e negativos. Estes sinais são predominantemente
produzidos por macrófagos, monócitos e mastócitos (Odukoya et al., 1996a).
Em particular, a liberação de interleucina 4 pela subpopulação de linfócitos T
41 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Introdução
CD4+, ligada a receptores de células B, desencadeia a produção de
imunoglobulinas, enquanto que a interferona gama produzida pelo subgrupo
Th1 tem efeito oposto. Por outro lado, células T ativadas expressam CD-23
de membrana que promove a interação célula-célula na produção de
imunoglobulinas (Nambu et al., 1995).
Com a orientação dos resultados apresentados nesses
estudos, a verificação da presença do CD-23 solúvel em pacientes com
endometriose se baseia na seguinte hipótese: as células endometriais, que
por refluxo atingem a cavidade peritoneal, são apresentadas por macrófagos
e outras células apresentadoras de antígeno a linfócitos T CD4+ que se
tornam ativados via citocinas, dentre as quais a IL-4 e a IL-10. Em pesquisa
anteriormente publicada por nosso grupo (Podgaec et al., 2007), estas
citocinas apresentavam-se aumentadas em pacientes com endometriose e
estas mesmas citocinas promovem liberação de CD-23 nas células B e em
monócitos. Assim, o CD-23 poderia também estar elevado como
conseqüência do aumento da concentração das citocinas que a estimulam.
Baseado nesses dados, a realização deste estudo foi motivada
pela relação do CA-125 e do CD-23 a processos imunológicos e
inflamatórios comuns à endometriose, e pela inexistência de marcadores
bioquímicos com alta sensibilidade e especificidade para o diagnóstico da
doença. A associação de dois testes biológicos pode aumentar a acurácia
do diagnóstico da endometriose, por método menos invasivo do que a
laparoscopia e com complicações mais raras e menos graves.
42 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Objetivos
2 OBJETIVOS
43 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Objetivos
2.1 Objetivo principal
O presente estudo se propôs a avaliar as concentrações
séricas do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com e sem
endometriose em duas fases do ciclo menstrual: 1o, 2o ou 3o dia e 8o, 9o ou
10o dia.
2.2 Objetivo secundário
Correlacionar as dosagens de CA-125 e CD-23 solúvel com as
queixas clínicas, locais da doença, estadiamento e classificação histológica
da endometriose pélvica em mulheres submetidas a laparoscopia,
comparando-as a um grupo sem essa doença.
44 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Pacientes e Métodos
3 PACIENTES E MÉTODOS
45 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Pacientes e Métodos
3.1 Pacientes
Para 1.920 pacientes consecutivas, atendidas no período de
junho de 2007 a outubro de 2009, com queixa de infertilidade, dor pélvica ou
desejo de planejamento familiar por meio de laqueadura tubária, foram
aplicados os critérios de inclusão:
· idade maior que 18 anos e menor ou igual a 45 anos;
· não utilização de terapêutica hormonal nos três meses que antecederam
a consulta, incluindo análogos do hormônio liberador de gonadotrofina,
progestágenos e contraceptivos hormonais;
· ausência de doenças auto-imunes, confirmada por anamnese e exames
laboratoriais, quando necessário;
· comprovação de função ovariana pela concentração de hormônio
folículo-estimulante (FSH), menor que 10 mUI/mL;
· ter indicação de laparoscopia:
o para investigação de infertilidade ou dor pélvica refratária às
terapêuticas clínicas, baseada nas queixas e nos achados de
exame físico ou por imagem, compatíveis com endometriose;
o para laqueadura tubária.
46 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Pacientes e Métodos
Cento e quatro pacientes preencheram os critérios de inclusão
e foram convidadas a participar do estudo pela assinatura do Termo de
Consentimento Livre Esclarecido (Anexo A), após terem recebido
explicações sobre os objetivos da pesquisa.
No cálculo do tamanho amostral, admitiram-se nível de
significância de 0,05, poder de prova igual a 0,90, proporção caso:controle
igual a 1:1,2; risco relativo igual a 0,06, uma probabilidade de 2% dos
controles poderem apresentar endometriose subclínica, obtendo-se um total
de 110 pacientes, divididas em 50 casos e 60 controles (Schlesselman,
1982).
Após a laparoscopia, as pacientes foram divididas em dois
grupos. O primeiro grupo, denominado caso, foi constituído por 45 pacientes
com diagnóstico de endometriose confirmado por exame anatomopatológico
de biópsia laparoscópica. O segundo, denominado controle, foi constituído
por 59 mulheres sem endometriose.
Uma paciente do grupo caso e outra do grupo controle foram
excluídas por terem deixado a pesquisa. Dessa forma, o grupo caso foi
composto por 44 pacientes e o grupo controle, por 58 pacientes.
Para constatação dos critérios de inclusão, foram empregados:
· dosagens hormonais de hormônio folículo-estimulante, prolactina,
estradiol e progesterona, realizadas no aparelho ADVIA Centaur® XP,
marca Bayer Health Care (Bayer Diagnostic, Dublin, Ireland), com
controle térmico a 37±1ºC, dotado de duplo processador Sun
47 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Pacientes e Métodos
Microsystem SPARC II, empregando quimioluminescência direta, com
éster de acridina como marcador quimioluminescente para dosagem
imunoenzimática (Wu et al., 2005);
· ultra-sonografia pélvica endovaginal realizada em ultra-sonógrafo marca
Sonoace, modelo X4, equipado com Doppler Spectral, possibilitando
medida rápida e precisa do fluxo sanguíneo, e sistema Dynamic Range,
para facilitar a visualização dos tecidos, conectado a transdutor de 3,5
MHz;
· exames de ressonância magnética realizados em aparelho marca
General Electric, modelo Signa (Milwaukee, Wi, USA), de 1,5 Tesla,
usando gel ultrassonográfico no canal vaginal para distender o fórnice
vaginal. As imagens pós-contraste foram obtidas após injeção
endovenosa de gadolínio na dose de 0,2 mmol/kg, documentadas em
filme radiográfico e em arquivos digitais (DICOM 3), sendo analisadas em
estação de trabalho AWS4, marca General Electric (Milwaukee, Wi,
USA);
· videolaparoscopia, com insuflador Endoflator Electronic, modelo
26430520, câmera marca Endovision XL, modelo 280020, fonte de luz
Xenon, modelo 20131520, e óptica marca Karl Storz, de 0ºC e 10 mm.
Nessas cirurgias foram usadas, também, pinças e tesoura Karl Storz;
· análise histopatológica dos tecidos ressecados por videolaparoscopia.
O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em
Pesquisa do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
48 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Pacientes e Métodos
Universidade de São Paulo, sendo aprovado (Anexo B e Anexo C) e todas
as pacientes assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido
(Anexo A).
3.2 Dinâmica do estudo
No período de junho de 2007 a outubro de 2009, as pacientes
com queixa de infertilidade, dor pélvica ou desejo de planejamento familiar
por meio de laqueadura tubária, foram submetidas a anamnese, para
investigação da presença dos seis sintomas mais comumente associados à
endometriose: dor pélvica crônica, dispareunia de profundidade,
dismenorréia, infertilidade, sintomas urinários cíclicos e sintomas intestinais
cíclicos. A intensidade da dor pélvica crônica e da dispareunia foi avaliada
empregando escala visual analógica de 10 pontos, que era apresentada à
paciente, solicitando-lhe que indicasse o ponto que melhor representava sua
dor. Em seguida, procedeu-se ao exame físico ginecológico na busca de
nódulos retro-uterinos, espessamento do ligamento útero-sacro ou de
massas pélvicas, sendo solicitados, então, os exames de imagem.
Para 104 pacientes, houve indicação de laparoscopia para
investigação diagnóstica de endometriose ou para laqueadura tubária,
motivo pelo qual foram convidadas a participar do estudo após receberem
informações detalhadas sobre o objetivo, os riscos e os benefícios nele
envolvidos, tendo todas aceitado e assinado o Termo de Consentimento
Livro Esclarecido (Anexo A).
49 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Pacientes e Métodos
Até três meses antes da laparoscopia, todas as pacientes
foram submetidas a duas coletas de 5 mL sangue por punção venosa na
prega do cotovelo, pela manhã, após jejum de oito horas, em tubo seco,
para dosagem do CA-125 e do CD-23 solúvel. A primeira coleta ocorreu
entre o 1o, 2o ou 3o dia do ciclo menstrual e, a segunda, no 8o, 9o ou 10o dia
do ciclo. As amostras, identificadas apenas por número de registro segundo
relação em poder da pesquisadora, foram centrifugadas a 1200 rpm por
quatro minutos para separação de soro, que foi congelado a -80°C em
botijão de nitrogênio líquido.
As amostras de soro das duas coletas foram acondicionadas
em gelo seco e enviadas ao Laboratório RDO Diagnósticos Médicos (Anexo
D), via aérea pela TAM, respeitando as normas da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária para transporte de material biológico. No Laboratório
RDO, as amostras foram descongeladas, aliquotizadas em volumes de 1 mL
e congeladas a –80°C em freezer para laboratório. Uma alíquota de cada
paciente foi processada para as dosagens de CA-125 e CD-23 solúvel,
armazenando-se as demais para eventual dosagem em duplicata, se
necessário.
Após a coleta de sangue venoso periférico, todas as pacientes
foram submetidas a laparoscopia, realizada pela pesquisadora.
No grupo caso, a doença foi classificada de acordo com o
estadiamento da American Society for Reproductive Medicine (ASRM, 1997)
em estádios variando de I a IV (Figura 1). Como a ausência da endometriose
50 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Pacientes e Métodos
não é contemplada nessa classificação, neste estudo ela foi denominada
ausente.
Os estádios foram classificados em: I, correspondendo à
endometriose mínima, com soma de pontos de um a cinco; II, classificando a
endometriose leve, com seis a 15 pontos; III, que indica endometriose
moderada, com soma de pontos de 16 a 40 e IV, que classifica a
endometriose severa, com soma de pontos maior que 40.
Peritônio
Endometriose <1 cm 1-3 cm >3 cm
Superficial 1 2 4
Profunda 2 4 6
Ovário
Direito superficial 1 2 4
profunda 4 16 20
Esquerdo superficial 1 2 4
profunda 4 16 20
Obliteração do fundo de saco posterior Parcial Completa
4 40
Ovário
Aderências <1/3
envolvido 1/3 a 2/3envolvidos >2/3 envolvidos
Direito velamentosa 1 2 4
densa 4 8 16
Esquerdo velamentosa 1 2 4
densa 4 8 16
Trompa
Direito velamentosa 1 2 4
densa 4* 8* 16
Esquerdo velamentosa 1 2 4
densa 4* 8* 16
NOTA* Se as fímbrias tubárias estiverem totalmente envolvidas por aderências, mudar a pontuação
para 16.
Figura 1 - Classificação da endometriose proposta pela American Society for Reproductive Medicine (revisada em 1997)
51 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Pacientes e Métodos
Quanto à localização da doença, avaliou-se a presença de
focos em peritônio (Figura 2), ovário (Figura 3) ou em localização infiltrativa
profunda (Figura 4). Com essas informações, a endometriose foi classificada
como peritoneal, quando os focos localizavam-se exclusivamente em
peritônio; ovariana, quando a doença acometia este anexo, independente de
sua presença em peritônio e em ausência de doença profunda, e profunda,
quando estavam presentes focos nas regiões retrocervical, paracervical,
septo reto-vaginal, reto-sigmóide, além de ureteres e bexiga, podendo
também haver comprometimento ovariano e peritoneal. No grupo controle,
para este estudo, considerou-se endometriose ausente.
Figura 2 – Endometriose peritoneal
52 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Pacientes e Métodos
Figura 3 – Endometriose ovariana
Figura 4 – Endometriose profunda
Quanto à análise histológica dos tecidos excisados, foram
obedecidos os padrões da classificação que dividem a doença em (Abrão et
al., 2003):
· Padrão estromal: presença de estroma morfologicamente similar ao
do endométrio tópico, em qualquer fase do ciclo (Figura 5);
53 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Pacientes e Métodos
· Padrão glandular bem diferenciado: quando o epitélio glandular era
composto por células epiteliais com morfologia indistinguível dos
endométrios tópicos, nas diferentes fases do ciclo menstrual (Figura
6);
· Padrão glandular indiferenciado: presença de epitélio glandular sem
as características morfológicas vistas no epitélio endometrial tópico
(Figura 7);
· Padrão glandular misto de diferenciação: presença de epitélios de
padrão bem diferenciado e indiferenciado, na mesma localização
(Figura 8).
Figura 5 – Endometriose com padrão estromal. HE. Aumento de 400 X
54 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Pacientes e Métodos
Figura 6 – Endometriose com padrão glandular bem diferenciado. HE. Aumento de 400 X
Figura 7 – Endometriose com padrão glandular indiferenciado. HE. Aumento de 400 X
55 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Pacientes e Métodos
Figura 8 – Endometriose com padrão glandular misto. HE. Aumento de 400 X
3.3 Avaliação laboratorial
A dosagem do CA-125 foi realizada com o kit comercial de
enzima-imunoensaio por eletroquimioluminescência, marca Elecsys®, pela
técnica sandwich, em analisador Elecsys® 2010, marca Roche (NY, USA).
Inicialmente, 40 L da amostra foram adicionados a um anticorpo
monoclonal específico de CA-125 biotinilado e um anticorpo monoclonal
específico de CA-125 marcado com complexo tris (2,2’-bipiridil)-rutênio (II),
mistura que promove a formação de um complexo sandwich. Após
incubação a 25ºC, o complexo foi adicionado a micropartículas revestidas de
estreptavidina, para que ele se fixasse à fase sólida pela interação da biotina
com a estreptavidina, sendo as partículas submetidas à corrente elétrica que
induziu uma emissão quimioluminescente, medida por um fotomultiplicador.
A concentração da amostra foi calculada automaticamente pelo analisador e
56 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Pacientes e Métodos
os resultados foram expressos em U/mL. A calibração da reação foi
realizada no aparelho através de uma curva de dois pontos.
A dosagem do CD-23 solúvel foi realizada pelo método de
enzima-imunoensaio (ELISA) eletroquimioluminimétrico, conforme instruções
do fabricante, com kit comercial, marca Bender MedSystems (Vienna,
Austria), empregando um leitor de teste ELISA a 620 nm e
espectrofotômetro com comprimento de onda primário de 450 nm para
leitura de microplaca de 32 poços. Em microplaca de 32 poços (8x4),
recobertos com um conjugado de peroxidase de rábano (Horserabish
peroxidase - HRP) com anticorpos monoclonais murínicos anti CD-23
solúvel humano liofilizado, foram pipetados 100 μL de água destilada aos 16
poços (A1 até H2) e 50 μL da amostra, em duplicata nos poços A3 a H4. Os
poços A1 a H2 receberam em duplicata padrões com concentração variando
de 6,3 U/mL a 400 U/mL, diluídos na razão de 1:2 em água destilada. Após
incubação à temperatura ambiente por 3 h, com agitação a 100 rpm, os
poços foram lavados três vezes com 400 μL de solução tampão de lavagem,
por poço e esgotados por inversão.
Essa mistura permitiu a captura do CD-23 solúvel humano pelo
conjugado presente no poço, sendo o excedente retirado por lavagem. A
cada poço foram acrescentados 100 μL de substrato marcado com
tetrametil-benzidina, cuja ligação com o complexo acarretou, após incubação
por 10 min, no desenvolvimento de cor azul, cuja intensidade foi avaliada em
leitor ELISA a 620 nm, até que a densidade óptica do padrão mais
concentrado alcançasse leitura de 0,60 a 0,65. Foram então acrescentados
57 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Pacientes e Métodos
100 μL de solução de bloqueio constituída por ácido fosfórico 1 M,
promovendo inativação completa da HRP. A absorbância de cada poço foi
lida a 450 nm em espectrofotômetro. A concentração das amostras foi
determinada com base na curva de calibração de oito pontos e expressa em
U/mL.
3.4 Método Estatístico
Os dados registrados no protocolo de pesquisa (Anexo E)
foram organizados em planilha Excell® (Anexos F e G) e submetidos à
análise de consistência para identificação de falhas de digitação. A análise
estatística foi realizada comparando as características dos grupos caso e
controle quanto à presença e intensidade das queixas clínicas relacionadas
à endometriose, local da doença, estadiamento segundo a ASRM e análise
histopatológica.
Para as variáveis em escala nominal ou ordinal, empregaram-
se distribuição de freqüências absolutas e relativas e os testes de Qui
quadrado, com ou sem correção de Yates, e exato de Fisher, conforme
fossem obedecidas as regras de Cochran, mantendo o mesmo nível de
significância e considerando dois grupos inicialmente para comparação:
grupo controle (sem endometriose) e grupo caso (com endometriose).
Para as variáveis quantitativas idade, avaliação de
dismenorréia e dispareunia e concentrações dos marcadores, foi realizada a
58 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Pacientes e Métodos
comparação das médias pelo teste t de Student com análise de variância de
Levene para amostras independentes. Ambos os testes foram realizados
admitindo nível de significância de 5%, categorizando as pacientes com
endometriose de acordo com sintomas relacionados à doença, localização
da endometriose, estádio da doença pelos critérios da ASRM e classificação
histológica.
Visando a garantir número razoável de pacientes em cada
subgrupo sem comprometimento dos resultados, foram agrupados os
estádios iniciais I e II e os estádios avançados III e IV.
Buscou-se relacionar as razões das concentrações dos
marcadores CA-125 e CD-23 solúvel da primeira coleta em relação à
segunda com o grau histológico da endometriose, determinando a curva
ROC (Receiver Operating Characteristics). Também foram determinadas as
associações entre as razões CA-125/CD-23, as somas e as diferenças das
concentrações desses marcadores com os sintomas relacionados à
endometriose, estádio, grau histopatológico e localização da doença,
empregando os mesmos testes estatísticos, resultados não apresentados
neste estudo pelo fato de não terem alcançado significância estatística.
59 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Resultados
4 RESULTADOS
60 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Resultados
As pacientes do grupo caso apresentavam média etária de
28,7±0,9 anos (variando de 18 a 41 anos), não diferindo significantemente
daquelas do grupo controle, cuja média etária foi 30,4 ± 0,8 anos (com
variação de 20 a 45 anos).
Quanto às queixas relacionadas à endometriose, observou-se
predomínio de presença de dismenorréia no grupo caso quando comparado
ao grupo controle (p<0,001), com maior intensidade avaliada pela escala
visual analógica. Considerando 10 pontos de variação nessa escala, a
pontuação média igualou-se a 7,4±0,4 no grupo caso e a 4,9±0,5, no grupo
controle (p<0,001) (Tabela 1).
Também foi mais freqüente no grupo caso a queixa de
dispareunia de profundidade, com diferença significante em relação ao
grupo controle (p=0,004) (Tabela 1).
As queixas de dor pélvica crônica, infertilidade, sintomas
intestinais cíclicos foram igualmente mais frequentes no grupo caso do que
no controle, diferenças essas sem significância estatística. Os sintomas
urinários cíclicos foram pouco frequentes em ambos os grupos e as
diferenças não tiveram significância estatística (Tabela 1).
61 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Resultados
Tabela 1 – Distribuição das queixas clínicas entre as pacientes com e sem endometriose
Queixas relacionadas à presença de endometriose
caso (n=44) controle (n=58) n % n % p
Dismenorréia 42 95,4 40 69,0 <0,001 1 – 5 5 11,4 11 19,0
6 – 10 37 84,1 29 50,0 Dispareunia de profundidade
25 56,8 18 31,0 0,004
Dor pélvica crônica 29 65,9 30 51,7 0,082 1 – 5 11 25,0 18 31,0
6 – 10 18 40,9 12 20,7 Infertilidade
16 36,4 17 29,3 0,555
Nunca tentou 10 22,7 11 19,0 Sintomas intestinais cíclicos 18 40,9 23 39,6 0,898 Sintomas urinários cíclicos 1 2,3 4 6,9 0,100
Ao exame físico, as pacientes do grupo caso mais
frequentemente apresentaram dor em fundo de saco de Douglas e de maior
intensidade, presença de aumento anexial, espessamento de ligamento
útero-sacro e nódulos retrouterinos do que aquelas do grupo controle. Todas
essas diferenças foram significantes (Tabela 2).
Tabela 2 – Distribuição dos achados ao exame ginecológico das pacientes com e sem endometriose
Achados ao exame físico caso (n=44) controle (n=58)
p n % n %
Dor em fundo de saco de Douglas† < 0,001
‡
1 – 5 32 72,8 31 53,4
6 – 10 6 13,6 0 0 Aumento anexial
17 38,6 12 20,7 0,046
Espessamento do ligamento útero-sacro‡
17 38,6 0 0 < 0,001
Nódulos retrouterinos‡
8 18,2 0 0 < 0,001
† - Variável dicotomizada em dor zero e diferente de zero
‡ - Teste exato de Fisher
Empregando os critérios da American Society for Reproductive
Medicine (1997), foram diagnosticadas 18 (40,9%) pacientes com
62 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Resultados
endometriose mínima, mas para a maioria a doença variou de moderada
(15/44; 34,1%) a severa (10/44; 22,7%) (Gráfico 1).
Gráfico 1 – Classificação da endometriose segundo a American Society for Reproductive Medicine
endometriose
leve - estadio II
2,3%
endometriose
moderada -
estadio III
34,1%
endometriose
mínima -
estadio I
40,9%
endometriose
severa -
estadio IV
22,7%
Quanto aos locais de doença, constatou-se que 45,5% (20/44)
das pacientes apresentavam-na em peritônio (com focos peritoneais
superficiais, sem doença ovariana ou profunda), 20,4% (9/44) em ovário
(com endometriomas ovarianos, sem doença profunda, independente da
presença de focos peritoneais) e 34,1% (15/44) tinham endometriose
profunda (incluindo focos associados em ovário e peritônio) (Gráfico 2).
63 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Resultados
Gráfico 2 – Localização e infiltração da endometriose diagnosticada por videolaparoscopia
20,4
34,1
45,5
0 10 20 30 40 50
Endometriose
peritoneal
Endometriose
de ovário
Endometriose
profunda
percentual
A análise histopatológica dos espécimes obtidos por
videolaparoscopia permitiu diagnosticar predomínio do padrão glandular
bem diferenciado em 27 (61,4%) mulheres, seguindo-se em freqüência o
padrão estromal, em 11 (25%) pacientes. Seis pacientes apresentaram
alterações mais severas, das quais 2 (4,5%) tinham padrão glandular
indiferenciado e 4 (9,1%) tiveram diagnóstico de padrão glandular misto
(Gráfico 3).
Gráfico 3 – Classificação histopatológica da endometriose
padrão
glandular bem
diferenciado
61,4%
padrão
glandular
indiferenciado
4,5%padrão
glandular misto
9,1%
padrão estromal
25,0%
Os valores das médias nas duas coletas, além das médias das
64 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Resultados
razões dos marcadores em cada coleta estão expressos nas Tabelas 3 a 12.
Ao se compararem os grupos de estudo, observou-se que as
concentrações médias do CA-125 foram estatisticamente maiores nos casos
que nos controles, tanto na primeira quanto na segunda coleta, e foram
significantes, permitindo diferenciar casos e controles. Para o CD-23 solúvel,
as concentrações médias dos casos foram menores do que as dos
controles, mas não atingiram significância estatística (Tabela 3).
Na maior parte dos casos, as concentrações do CD-23 solúvel
foram menores que as do marcador CA-125, de tal forma que houve
predomínio de razões CA-125 / CD-23 solúvel maiores que a unidade, no
que diferiu dos controles para quem essas razões foram menores que a
unidade. Comparando as médias das razões CA-125/CD-23 solúvel entre os
grupos de estudo, observou-se que foram maiores para os casos que para
os controles, tanto na primeira quanto na segunda coleta, e alcançaram
significância estatística (Tabela 3).
Tabela 3 – Distribuição de médias do CA-125, do CD-23 solúvel e da razão CA-125/CD-23 solúvel para pacientes com e sem endometriose pélvica
Marcadores caso (n=44) controle (n=58) p
CA-125 - 1ª coleta* Média (dp) 51,98 (7,88) 29,19 (5,65) 0,018
CA-125 - 2ª coleta** Média (dp) 42,23 (5,66) 21,20 (2,78) 0,001
CD-23 solúvel - 1ª coleta* Média (dp) 42,85 (3,93) 54,47 (7,21) 0,132
CD-23 solúvel - 2ª coleta** Média (dp) 52,98 (10,58) 58,08 (8,09) 0,697
Razão CA-125/CD-23 solúvel - 1ª coleta* Média (dp) 1,64 (0,29) 0,99 (0,18) 0,048
Razão CA-125/CD-23 solúvel - 2ª coleta** Média (dp) 1,32 (0,22) 0,75 (0,12) 0,017
Valores em negrito e sublinhados indicam significância estatística * - 1
o, 2
o ou 3
o dia do ciclo menstrual; **- 8
o, 9
o ou 10
o dia do ciclo menstrual.
65 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Resultados
Nas Tabelas 4 a 8, apresentam-se as associações entre as
queixas clínicas relacionadas à endometriose e as concentrações médias
dos marcadores, assim como as médias das razões CA-125/CD-23 solúvel.
Identificou-se que as médias dos marcadores, assim como da
razão CA-125/CD-23 solúvel, na primeira e na segunda coleta, não
possibilitaram diferenciar casos e controles com dor pélvica crônica ausente
ou presente, com pontuação até cinco, quando avaliada pela escala visual
analógica. No entanto essa diferenciação foi possível na segunda coleta
pela concentração média do CA-125 e pela razão dos marcadores, para as
pacientes com dor pélvica crônica pontuada em seis ou mais (Tabela 4).
66 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Resultados
Tabela 4 – Distribuição de médias do CA-125, do CD-23 solúvel e da razão CA-125/CD-23 solúvel segundo queixa de dor pélvica crônica, para pacientes com e sem endometriose pélvica
Marcadores
Dor pélvica crônica
ausente 1 a 5 6 a 10
caso (n=15) controle (n=28) p caso (n=11) controle (n=18) p caso (n=18) controle (n=12) p
CA-125 - 1ª coleta *
Média (dp) 47,01 (15,18) 21,28 (3,00) 0,117 78,83 (19,40) 38,82 (16,29) 0,132 39,72 (7,40) 33,21 (10,28) 0,602
CA-125 - 2ª coleta **
Média (dp) 39,15 (10,80) 19,09 (2,89) 0,092 54,58 (12,01) 27,21 (7,62) 0,053 37,26 (7,69) 17,10 (2,03) 0,020
CD-23 solúvel - 1ª coleta *
Média (dp) 47,43 (6,31) 58,36 (11,33) 0,504 39,27 (10,21) 59,28 (13,85) 0,314 41,23 (5,39) 47,88 (10,67) 0,547
CD-23 solúvel - 2ª coleta **
Média (dp) 79,01 (28,48) 54,37 (9,28) 0,315 34,75 (7,74) 68,42 (19,61) 0,125 42,43 (7,86) 51,26 (15,25) 0,578
Razão CA-125/CD-23 solúvel - 1ª coleta*
Média (dp) 0,98 (0,27) 0,93 (0,25) 0,902 2,70 (0,80) 1,07 (0,40) 0,053 1,54 (0,41) 1,00 (0,28) 0,339
Razão CA-125/CD-23 solúvel - 2ª coleta**
Média (dp) 0,80 (0,22) 0,76 (0,17) 0,897 2,04 (0,60) 0,87 (0,28) 0,058 1,32 (0,33) 0,53 (0,11) 0,033
Valores em negrito e sublinhados indicam significância estatística * - 1
o, 2
o ou 3
o dia do ciclo menstrual; **- 8
o, 9
o ou 10
o dia do ciclo menstrual
67 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Resultados
Em relação à dispareunia de profundidade, a média do CA-125
na segunda coleta permitiu a diferenciação entre casos e controles quando
esta queixa estava presente. Para os demais parâmetros avaliados não
houve significância estatística (Tabela 5).
Tabela 5 – Distribuição de médias do CA-125, do CD-23 solúvel e da razão CA-125/CD-23 solúvel segundo queixa de dispareunia de profundidade, para pacientes com e sem endometriose pélvica
Marcadores
Dispareunia de profundidade
ausente presente
caso (n=19) controle (n=30)
p caso (n=25) controle (n=18)
p
CA-125 - 1ª coleta*
Média (dp) 54,74 (14,40) 32,95 (8,56) 0,186 41,80 (6,92) 24,24 (4,47) 0,058
CA-125 - 2ª coleta**
Média (dp) 37,78 (8,20) 21,81 (3,86) 0,051 37,84 (5,83) 21,28 (4,19) 0,039
CD-23 solúvel - 1ª coleta*
Média (dp) 48,22 (8,36) 52,70 (8,99) 0,768 37,17 (4,23) 56,04 (10,75) 0,116
CD-23 solúvel - 2ª coleta**
Média (dp) 52,87 (8,82) 54,86 (11,06) 0,914 51,45 (17,65) 59,59 (12,02) 0,728
Razão CA-125/CD-23 solúvel - 1ª coleta*
Média (dp) 1,27 (0,31) 1,10 (0,25) 0,698 1,86 (0,45) 0,90 (0,26) 0,078
Razão CA-125/CD-23 solúvel - 2ª coleta**
Média (dp) 0,84 (0,14) 0,78 (0,16) 0,845 1,59 (0,36) 0,75 (0,21) 0,050
Valores em negrito e sublinhados indicam significância estatística * - 1
o, 2
o ou 3
o dia do ciclo menstrual; **- 8
o, 9
o ou 10
o dia do ciclo menstrual
Quanto à dismenorréia, constatou-se que a média das
concentrações do CA-125 em primeira e segunda coleta possibilitou
diferenciar casos e controles quando a intensidade da queixa foi pontuada
como seis ou mais pela escala visual analógica (Tabela 6).
Observou-se, também, que para as pacientes com
dismenorréia ausente ou acentuada, variando de seis a 10 na escala visual
analógica, a razão entre os marcadores, na segunda coleta, permitiu
diferenciar casos e controles (Tabela 6).
68 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Resultados
Tabela 6 – Distribuição de médias do CA-125, do CD-23 solúvel e da razão CA-125/CD-23 solúvel segundo queixa de dismenorréia, para pacientes com e sem endometriose pélvica
Marcadores
Dismenorréia
ausente 1 a 5 6 a 10
caso (n=2) controle (n=18) p caso (n=5) controle (n=11) p caso (n=37) controle (n=29) p
CA-125 - 1ª coleta*
Média (dp) 135,55 (102,45) 18,22 (2,52) 0,457 66,24 (39,15) 59,76 (28,00) 0,897 45,54 (6,09) 24,40 (2,30) 0,002
CA-125 - 2ª coleta**
Média (dp) 103,35 (69,85) 16,25 (2,37) 0,430 35,34 (10,26) 34,03 (13,02) 0,950 39,86 (5,54) 19,41 (1,89) 0,001
CD-23 solúvel - 1ª coleta*
Média (dp) 41,20 (12,60) 59,06 (14,09) 0,686 37,56 (6,29) 53,70 (19,85) 0,538 43,66 (4,58) 54,79 (9,13) 0,250
CD-23 solúvel - 2ª coleta**
Média (dp) 37,95 (9,05) 52,26 (12,15) 0,706 39,62 (5,65) 69,97 (22,23) 0,212 55,60 (12,53) 57,19 (11,88) 0,928
Razão CA-125/CD-23 solúvel - 1ª coleta*
Média (dp) 2,79 (1,63) 0,65 (0,16) 0,414 1,74 (0,91) 1,51 (0,64) 0,842 1,57 (0,32) 1,00 (0,25) 0,184
Razão CA-125/CD-23 solúvel - 2ª coleta**
Média (dp) 2,4 (1,26) 0,38 (0,18) 0,013 0,89 (0,21) 1,15 (0,48) 0,726 1,32 (0,26) 0,63 (0,11) 0,017
Valores em negrito e sublinhados indicam significância estatística * - 1
o, 2
o ou 3
o dia do ciclo menstrual; **- 8
o, 9
o ou 10
o dia do ciclo menstrual.
69 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Resultados
Para as pacientes sem queixa de infertilidade, observou-se que
a média da concentração do CA-125 e da razão entre os marcadores, tanto
na primeira quanto na segunda coleta, permitiu diferenciar casos de
controles, o mesmo não se verificando para a média das concentrações do
CD-23 solúvel em primeira e segunda coletas (Tabela 7).
70 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Resultados
Tabela 7 – Distribuição de médias do CA-125, do CD-23 solúvel e da razão CA-125/CD-23 solúvel segundo queixa de infertilidade, para pacientes com e sem endometriose pélvica
Marcadores
Infertilidade
ausente presente Nunca tentou engravidar
caso (n=18) controle (n=30) p caso (n=16) controle (n=17) p caso (n=10) controle (n=11) p
CA-125 - 1ª coleta*
Média (dp) 45,67 (8,07) 21,89 (2,11) 0,010 46,10 (13,59) 29,91 (8,15) 0,308 72,78 (23,03) 47,97 (26,65) 0,494
CA-125 - 2ª coleta**
Média (dp) 44,04 (7,51) 17,93 (1,83) 0,003 30,63 (7,64) 21,10 (4,39) 0,281 57,53 (16,61) 30,26 (12,14) 0,195
CD-23 solúvel - 1ª coleta*
Média (dp) 43,80 (5,40) 53,94 (10,09) 0,464 40,38 (7,87) 58,18 (12,97) 0,257 45,10 (7,65) 60,75 (18,37) 0,457
CD-23 solúvel - 2ª coleta**
Média (dp) 42,05 (5,75) 54,73 (12,92) 0,444 65,68 (27,41) 66,94 (15,92) 0,968 52,34 (13,54) 53,54 (12,10) 0,948
Razão CA-125/CD-23 solúvel - 1ª coleta*
Média (dp) 1,40 (0,30) 0,76 (0,15) 0,035 1,55 (0,47) 1,14 (0,39) 0,503 20,21 (0,89) 1,40 (0,64) 0,463
Razão CA-125/CD-23 solúvel - 2ª coleta**
Média (dp) 1,42 (0,30) 0,64 (0,12) 0,028 0,80 (0,17) 0,74 (0,21) 0,813 1,99 (0,74) 1,04 (0,44) 0,275
Valores em negrito e sublinhados indicam significância estatística * - 1
o, 2
o ou 3
o dia do ciclo menstrual; **- 8
o, 9
o ou 10
o dia do ciclo menstrual
71 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Resultados
Para pacientes com ausência de queixas intestinais, as médias
das concentrações do CA-125, na primeira e segunda coleta, foram maiores
nos casos do que nos controles, alcançando significância apenas na
segunda coleta.
Em relação à presença de sintomas intestinais, casos e
controles foram diferenciados pelas médias das concentrações do CA-125,
do CD-23 solúvel e das razões CA-125/CD-23 solúvel, apenas na segunda
coleta (Tabela 8).
72 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Resultados
Tabela 8 – Distribuição de médias do CA-125, do CD-23 solúvel e da razão CA-125/CD-23 solúvel segundo queixa de sintomas intestinais, para pacientes com e sem endometriose pélvica
Marcadores
Sintomas intestinais
ausente presente
caso (n=26) controle (n=35) p caso (n=18) controle (n=23) p
CA-125 - 1ª coleta*
Média (dp) 56,71 (11,60) 31,32 (8,65) 0,078 45,16 (9,67) 25,94 (5,65) 0,079
CA-125 - 2ª coleta**
Média (dp) 43,55 (7,66) 23,87 (4,38) 0,031 40,33 (8,57) 17,14 (2,09) 0,017
CD-23 solúvel - 1ª coleta*
Média (dp) 47,56 (4,63) 52,72 (9,33) 0,657 36,04 (6,74) 62,19 (11,52) 0,058
CD-23 solúvel - 2ª coleta**
Média (dp) 64,69 (17,03) 47,50 (7,40) 0,315 36,07 (6,88) 74,19 (16,70) 0,044
Razão CA-125/CD-23 solúvel - 1ª coleta*
Média (dp) 1,39 (0,27) 1,06 (0,24) 0,365 2,00 (0,59) 0,89 (0,29) 0,098
Razão CA-125/CD-23 solúvel - 2ª coleta**
Média (dp) 1,00 (0,16) 0,93 (0,18) 0,790 1,79 (0,48) 0,46 (0,10) 0,014
Valores em negrito e sublinhados indicam significância estatística * - 1
o, 2
o ou 3
o dia do ciclo menstrual; **- 8
o, 9
o ou 10
o dia do ciclo menstrual
73 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Resultados
Na ausência de sintomas urinários, as pacientes com
endometriose apresentaram médias das concentrações de CA-125, na
primeira e segunda coleta, maiores que as dos controles, com diferença
estatisticamente significante, tal como ocorreu em relação à média da razão
CA-125/CD-23 solúvel, restrita à segunda coleta, conforme se observa na
Tabela 9.
As médias das concentrações do CD-23 solúvel dos casos
foram menores que as dos controles, nas duas coletas, porém não
alcançaram significância estatística (Tabela 9).
Tabela 9 – Distribuição de médias do CA-125, do CD-23 solúvel e da razão CA-125/CD-23 solúvel segundo ausência de queixa de sintomas urinários, para pacientes com e sem endometriose pélvica
Marcadores Ausência de sintomas urinários
caso (n=44) controle (n=54) p CA-125 - 1ª coleta*
Média (dp) 51,98 (7,88) 30,19 (6,04) 0,031 CA-125 - 2ª coleta**
Média (dp) 42,23 (5,66) 21,82 (2,97) 0,002 CD-23 solúvel - 1ª coleta*
Média (dp) 42,85 (3,93) 54,12 (7,20) 0,173 CD-23 solúvel - 2ª coleta**
Média (dp) 52,98 (10,57) 56,32 (8,34) 0,802 Razão CA-125/CD-23 solúvel - 1ª coleta*
Média (dp) 1,64 (0,29) 1,02 (0,19) 0,065 Razão CA-125/CD-23 solúvel - 2ª coleta**
Média (dp) 1,32 (0,22) 0,77 (0,13) 0,034 Valores em negrito e sublinhados indicam significância estatística * - 1
o, 2
o ou 3
o dia do ciclo menstrual; **- 8
o, 9
o ou 10
o dia do ciclo menstrual.
Quanto à classificação da endometriose por localização, ao
comparar as mulheres sem endometriose àquelas do grupo caso, assim
como as diferentes localizações entre si, observou-se que, quando houve
acometimento ovariano, as médias das concentrações do CA-125 foram
maiores do que as do grupo controle, em ausência de endometriose, e as
74 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Resultados
das localizações peritoneal e profunda, nas duas coletas, o mesmo não se
verificando em relação às médias das concentrações do CD-23 solúvel
(Tabela 10).
Apenas a média da concentração do CA-125 permitiu a
diferenciação da localização da endometriose, pois mostrou significância
estatística, quando comparada a localização ovariana aos controles, na
primeira e segunda coleta, e as localizações entre si, também na primeira
coleta (Tabela 10).
A razão entre os marcadores, na segunda coleta, também
possibilitou a diferenciação entre os casos com endometriose ovariana e os
controles (Tabela 10).
75 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Resultados
Tabela 10 – Distribuição de médias do CA-125, do CD-23 solúvel e da razão CA-125/CD-23 solúvel segundo classificação da endometriose pélvica por localização
Marcadores
Classificação da endometriose segundo localização
ausente (n=58)
ovariana (n=9)
p (ausente x ovariana)
peritoneal (n=20)
p (ausente x peritoneal)
profunda (n=15)
p (ausente x
profunda)
p (inter-localizações)
CA-125 - 1ª coleta* Média (dp) 29,19 (5,65) 92,37 (26,88) 0,048 41,04 (8,52) 0,278 42,34 (9,62) 0,283 0,030
CA-125 - 2ª coleta** Média (dp) 21,20 (2,78) 64,86 (15,40) 0,022 32,09 (6,67) 0,144 42,18 (9,77) 0,055 0,092
CD-23 solúvel - 1ª coleta* Média (dp) 56,48 (7,21) 44,71 (5,30) 0,528 38,02 (6,77) 0,158 48,18 (6,50) 0,572 0,518
CD-23 solúvel - 2ª coleta** Média (dp) 58,08 (8,09) 46,31 (4,49) 0,208 59,04 (22,50) 0,960 48,91 (8,83) 0,582 0,874
Razão CA-125/CD-23 solúvel - 1ª coleta* Média (dp) 0,99 (0,18) 2,28 (0,63) 0,079 1,82 (0,53) 0,148 1,02 (0,25) 0,939 0,256
Razão CA-125/CD-23 solúvel - 2ª coleta** Média (dp) 0,75 (0,12) 1,50 (0,35) 0,029 1,48 (0,44) 0,121 1,02 (0,23) 0,306 0,628
Valores em negrito e sublinhados indicam significância estatística * - 1
o, 2
o ou 3
o dia do ciclo menstrual; **- 8
o, 9
o ou 10
o dia do ciclo menstrual.
76 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Resultados
Na Tabela 11, observou-se que, na endometriose avançada
(grau III ou IV), as médias das concentrações do CA-125, nas duas coletas,
foram maiores do que na endometriose inicial (grau I ou II) e na ausência de
endometriose, alcançando significância estatística para diferenciar pacientes
com endometriose avançada daquelas sem endometriose, nas duas coletas
Em relação ao CD-23 solúvel, a média das concentrações de
pacientes com endometriose avançada, na primeira coleta, foi maior do que
na doença inicial, porém menor do que na ausência de endometriose,
invertendo-se esta relação nas duas condições, na segunda coleta, contudo
não alcançando significância estatística (Tabela 11).
77 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Resultados
Tabela 11 – Distribuição de médias do CA-125, do CD-23 solúvel e da razão CA-125/CD-23 solúvel segundo classificação da endometriose pela ASRM
Marcadores
Classificação da endometriose pela ASRM
ausente (n=58)
inicial (I ou II) (n=19)
p (ausente x inicial)
avançada (III ou IV) (n=25)
p (ausente x avançada)
p (inicial x avançada)
CA-125 - 1ª coleta*
Média (dp) 29,19 (5,65) 41,79 (8,94) 0,261 59,73 (12,02) 0,028 0,265
CA-125 - 2ª coleta**
Média (dp) 21,20 (2,78) 32,59 (7,01) 0,144 49,56 (8,24) 0,003 0,140
CD-23 solúvel - 1ª coleta*
Média (dp) 56,48 (7,21) 37,86 (7,13) 0,072 46,64 (4,28) 0,244 0,274
CD-23 solúvel - 2ª coleta**
Média (dp) 58,08 (8,09) 60,16 (23,69) 0,916 47,53 (5,47) 0,283 0,560
Razão CA-125/CD-23 solúvel - 1ª coleta*
Média (dp) 0,99 (0,18) 1,89 (0,55) 0,138 1,46 (0,29) 0,167 0,468
Razão CA-125/CD-23 solúvel - 2ª coleta**
Média (dp) 0,75 (0,12) 1,52 (0,46) 0,115 1,18 (0,19) 0,058 0,446
Valores em negrito e sublinhados indicam significância estatística * - 1
o, 2
o ou 3
o dia do ciclo menstrual; **- 8
o, 9
o ou 10
o dia do ciclo menstrual.
78 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Resultados
Na Tabela 12, estão apresentadas as médias das
concentrações do CA-125 e do CD-23 solúvel, nas duas coletas, segundo a
classificação histológica da endometriose.
Para o CA-125, constatou-se que as médias das
concentrações de todos os tipos histológicos, nas duas coletas, foram
maiores do que a média em ausência de endometriose, possibilitando
diferenciar, na segunda coleta, os tipos estromal e glandular bem
diferenciado da ausência de endometriose. As concentrações do CA-125,
nas duas coletas, não permitiram diferenciar os tipos histológicos de
endometriose, embora o padrão glandular misto tenha apresentado
concentrações altas, em relação aos demais padrões (Tabela 12).
Para o CD-23 solúvel, as concentrações médias, em ausência
de endometriose, foram maiores que aquelas das demais classificações,
exceção feita ao padrão glandular misto, na segunda coleta, mas, mesmo
assim não alcançou significância estatística. Ao se comparar os padrões
histológicos dos casos, o estromal correspondeu à maior média da
concentração, na primeira coleta, enquanto que, na segunda coleta, a maior
média foi a do padrão glandular misto. No entanto em nem uma dessas
diferenças houve significância estatística (Tabela 12).
Observou-se que a razão entre os marcadores possibilitou
diferenciar pacientes com endometriose de padrão glandular bem
diferenciado daquelas sem endometriose (Tabela 12).
79 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Resultados
Tabela 12 – Distribuição de médias do CA-125, do CD-23 solúvel e da razão CA-125/CD-23 solúvel segundo classificação histológica da endometriose pélvica
Marcadores
Classificação histológica da endometriose
ausente (n=58)
estromal (n=11)
p (ausente x estromal)
glandular bem
diferenciado (n=27)
p (ausente x bem
diferenciado)
glandular indiferenciado
(n=2)
p (ausente x indiferenciado)
glandular misto (n=4)
p (ausente x misto)
p (padrões histológicos)
CA-125 - 1ª coleta*
Média (dp) 29,19 (5,65) 55,22 (17,94) 0,089 48,66 (7,84) 0,052 35,90 (6,80) 0,828 73,58 (54,84) 0,479 0,807
CA-125 - 2ª coleta**
Média (dp) 21,20 (2,78) 38,60 (7,09) 0,017 41,22 (7,11) 0,013 33,30 (10,00) 0,428 63,52 (37,98) 0,347 0,692
CD-23 solúvel - 1ª coleta*
Média (dp) 56,48 (7,21) 46,72 (3,06) 0,217 42,42 (6,18) 0,221 39,05 (12,35) 0,658 37,02 (7,70) 0,486 0,926
CD-23 solúvel - 2ª coleta**
Média (dp) 58,08 (8,09) 47,65 (3,36) 0,238 43,73 (6,89) 0,264 32,65 (10,85) 0,565 140,25 (109,12) 0,507 0,070
Razão CA-125/CD-23 solúvel - 1ª coleta*
Média (dp) 0,99 (0,18) 1,21 (0,42) 0,645 1,87 (0,42) 0,060 1,08 (0,52) 0,927 1,57 (0,95) 0,427 0,780
Razão CA-125/CD-23 solúvel - 2ª coleta**
Média (dp) 0,75 (0,12) 0,82 (0,14) 0,793 1,48 (0,33) 0,047 1,26 (0,72) 0,442 1,69 (0,84) 0,344 0,627
Valores em negrito e sublinhados indicam significância estatística * - 1
o, 2
o ou 3
o dia do ciclo menstrual; **- 8
o, 9
o ou 10
o dia do ciclo menstrual.
80 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Resultados
Considerando exclusivamente as dosagens de CA-125,
associadas às queixas relacionadas à endometriose, observou-se que as
médias das concentrações dos casos, tanto na primeira quanto na segunda
coleta, foram maiores que as dos controles, independente do tipo, da
presença e da intensidade da queixa. Para o CD-23 solúvel, essa
regularidade não foi observada (Tabelas 4 a 9).
81 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Discussão
5 DISCUSSÃO
82 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Discussão
O CA-125 tem sido bastante estudado na literatura e é
considerado um exame útil para o diagnóstico clínico da endometriose
(Abrão et al., 1997; Kafali et al., 2004; Ghaemmaghami et al., 2007; Hassa et
al., 2009). O CD-23, menos avaliado, mostrou ter concentrações elevadas
em fluído peritoneal de mulheres com endometriose, fato sugestivo da
ativação de células B e indicativo de possível desbalanço do sistema imune
humoral, como ocorre nessa doença (Odukoya et al., 1996a; Matalliotakis et
al., 2000; Matalliotakis et al., 2001).
A decisão de avaliar esses marcadores em dois momentos foi
tomada a partir de estudos que demonstraram oscilações de suas
concentrações, especialmente do CA-125 durante o ciclo menstrual. Kafali et
al. (2004), estudando 28 pacientes submetidas à laparoscopia para
investigação de causas pélvicas de infertilidade, identificaram, nas mulheres
sem endometriose, aumento médio da concentração de CA-125 de 22%,
durante a menstruação, em comparação com os demais dias do ciclo,
percentual que chegou a 198,3%, naquelas com endometriose. Abrão et al.
(1997), avaliando as concentrações do CA-125, da proteína C reativa, do
amilóide A sérico e do anticorpo anticardiolipina para diagnóstico de
endometriose pélvica, demonstraram que, durante os primeiros três dias do
ciclo menstrual, as concentrações do CA-125 eram maiores do que entre o
oitavo e o décimo dia do ciclo.
No presente estudo, as concentrações médias do CA-125,
maiores no grupo caso do que no grupo controle, confirmaram os achados
83 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Discussão
de outros autores (Abrão et al., 1997; Kafali et al., 2004; Hassa et al., 2009;
Mihalyi et al., 2010), reforçando a afirmação de que esse marcador pode ser
útil no diagnóstico e no manejo da endometriose. Da análise dos resultados,
constatou-se que as concentrações médias do CA-125 da primeira coleta
(primeiro, segundo ou terceiro dia do ciclo menstrual) foram sempre maiores
do que os da segunda (oitavo, nono ou décimo dia do ciclo), tanto nos casos
quanto nos controles. A explicação desse fenômeno, nos casos, pode
derivar do aumento do processo inflamatório, que estaria ocorrendo nos três
primeiros dias da menstruação, quando também ocorreria reprodução
celular dos implantes. Na segunda coleta, talvez devido à resolução do
processo menstrual, a replicação celular pode ter sofrido redução,
explicando também a diminuição da concentração do CA-125. Nos
controles, concentração maior do CA-125 na primeira coleta, pode estar
relacionada à menstruação retrógrada, que geraria um processo inflamatório
autolimitado pela competência imunológica da paciente, cuja redução teria
ocorrido na segunda coleta.
Para o CD-23 solúvel, a comparação das concentrações
médias entre casos e controles não permitiu distinguir presença ou ausência
de endometriose, dado que foram identificados tanto reduções quanto
aumentos desses parâmetros, o que impossibilitou outras inferências. O
mesmo se observou na comparação entre a primeira e a segunda coleta, o
que não pareceu trazer contribuição capaz de permitir uma discussão,
Embora a média da razão CA-125/CD-23 solúvel tenha
possibilitado a diferenciação entre casos e controles, apresentado
84 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Discussão
significância estatística, é preciso ressaltar que se acompanhou de
coeficiente de variação maior que 10% e, portanto, da redução da
significância estatística, porque indicou dispersão alta e a possibilidade de
obtenção de resultados distintos em amostras maiores. Essa afirmação
pareceu-nos plausível ao se observar que, na análise da relação entre as
concentrações médias e os sintomas associados à endometriose pélvica,
não foi rara a ocorrência de probabilidades no intervalo entre 0,05 e 1,00.
Uma explicação para esse fato pode ser o comportamento diverso das
concentrações médias do CA-125 em relação ao CD-23 solúvel nas duas
coletas, visto que elas variaram em sentido oposto. Da primeira para a
segunda coleta, houve redução da média da concentração do CA-125,
enquanto, na do CD-23 solúvel, houve variação sem regularidade.
Cumpre ressaltar que se procurou analisar as relações entre a
concentração do CA-125 e a do CD-23 solúvel como soma, diferença e
mesmo determinando a curva ROC, sem contudo obtermos significância em
qualquer desses cálculos.
Da análise das tabelas 4 a 9, identificou-se que a média da
concentração do CA-125 permitiu diferenciar casos e controles, na segunda
coleta, quando da presença de dor pélvica crônica e de dismenorréia
graduadas de seis a 10 pela escala visual analógica, da presença de
dispareunia de profundidade e sintomas intestinais, bem como na
dismenorréia intensa, na primeira coleta. Esses achados são concordantes
com os de Barbosa et al. (2009), de que a existência de lesões
85 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Discussão
endometrióticas em pacientes sintomáticas mantém correlação com a
expressão do CA-125, identificada pela coloração do OC-125.
Alguns autores sugerem correlação entre os níveis de CA-125
e a atividade proliferativa das células epiteliais nas lesões da endometriose,
porque a doença é um processo inflamatório associado à alteração das
funções das células imunológicas (Agic et al., 2006; Cho et al., 2008).
Nossos resultados parecem sugerir que a presença de sintomas poderia
estar relacionada à menor atividade proliferativa de lesões que já
desenvolveram maior infiltração por nervos, com um suprimento nervoso
simpático e sensorial capaz de exacerbar a dor relacionada a esses
mecanismos neurais e determinar menor concentração de CA-125.
Essa suposição encontra respaldo no estudo de Wang et al.
(2009), que comprovaram aumento da densidade de fibras nervosas em
lesões mais profundas, nas quais também há maior número de mastócitos
localizados perto dessas fibras, liberando pois maior concentração de
citocinas. O desenvolvimento de um processo inflamatório mais intenso
atuaria aumentando os estímulos nociceptivos para as fibras nervosas e
desencadeando dor de maior intensidade, associada à maior concentração
de interleucina-6. No entanto, nos estádios III e IV, embora haja aumento da
concentração de interleucina-6, há também redução dos receptores nos
leucócitos, o que contribuiria para a grande variabilidade da intensidade dos
sintomas dolorosos nesses estádios (Velasco et al., 2010).
Nossos resultados não invalidam o alerta de que para algumas
pacientes o exame ginecológico pode estar normal, assim como os sintomas
86 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Discussão
podem estar ausentes, especialmente para aquelas com doença peritoneal
superficial (Abrão et al., 2007). Além disso, o encontro de valores de p
próximos ao nível de significância permite-nos supor que, com uma amostra
maior, associações não identificadas neste estudo poderão estar presentes.
Ao analisar a relação entre o sintoma da endometriose e as
concentrações médias de CD-23 solúvel, constatou-se significância
exclusivamente para diferenciar casos e controles com sintomas intestinais
presentes, na segunda coleta. Essa associação sugere que o CD-23 solúvel
pode apresentar poder discriminatório nos casos de doença profunda, cujas
lesões acometeriam reto e bexiga, levando a sintomas relacionados a essas
localizações (BERBEL et al., 2008).
Ao se proceder à análise dos resultados das concentrações
médias do CD-23 solúvel, comparando a primeira coleta à segunda, pode-se
identificar o que pareceu serem dois comportamentos distintos, dependentes
da presença ou ausência dos sintomas de endometriose. Na ausência deles,
as concentrações na primeira coleta foram menores do que as da segunda,
apenas nos casos, invertendo-se essa relação quando da presença de dor
pélvica crônica graduada de um a cinco pela escala visual analógica.
Tomando por base a afirmação de Barnhart et al. (2002) e de
Kuohung et al. (2002), de que a estimulação das terminações nervosas da
pelve pelo processo inflamatório determina os sintomas dolorosos, parece
plausível supor que, na presença de dor pélvica crônica leve a moderada, o
processo inflamatório intenso nos primeiros dias do ciclo menstrual
promoveria grande síntese de IgE pelo afluxo de macrófagos na lesão, com
87 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Discussão
consequente aumento da liberação de CD-23 solúvel e maior diferenciação
de células B. Na segunda coleta, quando esse processo inflamatório
estivesse mais atenuado, então poderia haver a autorregulação da IgE, cuja
concentração elevada, por si só, inibiria o processo, reduzindo a
concentração de CD-23 solúvel. Essa hipótese, apesar de parecer manter
uma lógica fisiológica, merece cautela, posto que, no que se refere ao CD-
23 solúvel, a discussão dos resultados ficou prejudicada dada a escassez de
estudos tanto na literatura nacional quanto na internacional.
Apesar disso, os resultados do presente estudo diferiram
daqueles relatados por Matalliotakis et al. (2000), mas essa comparação não
pareceu muito pertinente, porque esses autores procuraram determinar a
redução das concentrações de CD-23 solúvel no tratamento da
endometriose com danazol e acetato de leuprolide, não empregando um
desenho tipo caso controle. O estudo de Odukoya et al. (1996b) comprovou
aumento do CD-23 solúvel em fluído peritoneal, comparando pacientes com
endometriose a controles, mas não dosou o marcador no sangue periférico,
o que impossibilita a comparação com os nossos resultados.
Provavelmente devido à grande variação das concentrações
médias de CD-23 solúvel, tanto nos casos quanto nos controles, registrou-se
que a concentração dos casos foi menor que a dos controles, exceto na
ausência de sintomas intestinais na segunda coleta, concordando com os
achados de Odukoya et al. (1995). No entanto não se encontraram outras
evidências que pudessem explicar esses achados.
88 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Discussão
A partir da comparação dos resultados entre pacientes sem
endometriose e aquelas com endometriose classificada segundo a
localização dos implantes, foi possível desvelar que as concentrações do
CA-125 diferenciaram apenas os casos com endometriose ovariana, o que
talvez possa ser atribuído a um maior suprimento sanguíneo nessa
localização, o que determinaria maior expressão do marcador pelos
epiteliócitos (Mikhaleva et al., 2006).
Comparando os controles aos casos, classificados segundo o
grau da endometriose pela ASRM, observou-se que as concentrações do
CA-125 diferenciaram pacientes com endometriose avançada (graus III ou
IV) daquelas sem doença, corroborando os achados de Barbosa et al.
(2009), que identificaram positividade mais frequente do OC-125 nas
endometrioses avançadas de Abrão et al. (1997) e Abrão et al. (1999),
relatando concentrações médias maiores do CA-125 nesses casos, o que
sugere uma correlação entre os níveis séricos de CA-125 e a atividade
proliferativa das células epiteliais nas lesões endometrióticas.
Foi possível constatar também que as concentrações médias
do CA-125 diferenciaram pacientes com padrão estromal ou glandular bem
diferenciado daquelas sem doença, exclusivamente na segunda coleta,
embora os valores de p para a primeira coleta estivessem abaixo do nível de
significância de 0,10. Este detalhamento de análise das concentrações
médias do CA-125 em relação à classificação histológica da endometriose
pélvica, não foi localizado em outros trabalhos nacionais ou internacionais, o
que inviabilizou a discussão de nossos achados.
89 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Discussão
Restringindo a análise dos resultados às pacientes com
endometriose, menor diferença da concentração média do CA-125 da
segunda coleta em relação à primeira ocorreu nos casos de endometriose
peritoneal ou profunda, e aquelas com padrão histológico glandular bem
diferenciado ou indiferenciado. Esses achados podem indicar que a
intensidade do dano tecidual foi de tal ordem que inviabilizou uma
proliferação celular capaz de estimular aumento da liberação de maiores
concentrações de CA-125. Apesar disso, esta hipótese deve ser
considerada com cautela, porque não se identificaram significâncias
estatísticas desse marcador, em ambas as coletas, entre endometriose em
estádio inicial e avançado, assim como entre as lesões classificadas
histologicamente.
Abrão et al. (1997) referiram resultados semelhantes e
justificaram o fato afirmando que, além das alterações da concentração do
CA-125, são necessárias outras informações para o diagnóstico de
endometriose, tais como dados clínicos e de imagem. Apesar disso, esses
autores ressaltaram que o CA-125 poderia ser útil no acompanhamento das
pacientes em tratamento.
Hassa et al. (2009), ao compararem 60 mulheres com
endometriose histologicamente comprovada a 37 mulheres sem a doença,
também não encontraram diferenças entre esses grupos e para os casos de
endometriose inicial e avançada, testando citocinas e contagem de células T
helper, natural killer e células B. Cho et al. (2008) referiram diferenças
significantes da concentração de CA-125 entre casos e controles, mas
90 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Discussão
reiteraram a baixa sensibilidade do método para diferenciar entre
endometriose inicial e avançada, recomendando a associação de
leucometria específica em sangue periférico a essa dosagem, para melhorar
a acurácia do método.
No entanto Mihalyi et al., em 2010, diferentemente desses
autores, tanto encontraram diferenças da concentração do CA-125 entre
casos e controles, como puderam diferenciar os estádios da endometriose.
Cabe ressaltar que esses autores fizeram tal assertiva empregando não
apenas o CA-125 como biomarcador diagnóstico, mas associaram-no ao
CA-19-9, IL-6, IL-8, proteína C reativa de alta sensibilidade e fator de
necrose tumoral alfa, o que parece justificar a maior sensibilidade e
especificidade.
A associação entre as concentrações séricas de CA-125 e a
localização da endometriose tem sido referida por outros autores (Koninckx
e Martin, 1992; Pittaway et al., 1995), especialmente nos implantes
peritoneais, mas não se encontrou referência a altas concentrações quando
o implante localizava-se no ovário em comparação com as localizações
peritoneal ou profunda, como comprovamos no presente estudo, com
diferenças significantes na primeira coleta (Tabela 10). Esse achado reforça
a persistência de dúvidas sobre o real mecanismo de liberação do CA-125
na circulação. Uma hipótese para explicar nossos achados pode ser o fato
de que a endometriose superficial causaria aumento das concentrações de
CA-125 no sangue, ao passo que a doença profunda promoveria sua
elevação no fluido peritoneal (Koninckx e Martin, 1992).
91 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Discussão
Apesar de não termos identificado associação entre a
classificação da endometriose pela ASRM e pela histologia, assim como
segundo a localização e as concentrações médias do CD-23 solúvel, o fato
em si não invalida a presente pesquisa, mas, sim, soma-se aos esforços
para a identificação de biomarcadores no diagnóstico não invasivo e
acurado da endometriose (Yang et al., 2004; Mihalyi et al., 2010).
Na tentativa de enriquecer o conhecimento da associação entre
CA-125, CD-23 solúvel e endometriose, foram analisadas as relações das
concentrações dos marcadores, determinando-se sua razão, já que estes
marcadores estão envolvidos em processos fisiológicos distintos, um
relacionado à proliferação celular epitelial e o outro, à reação inflamatória
(Tabelas 4 a 12).
Ainda assim, poucas foram as diferenças significantes
identificadas para a associação dessas relações com a localização e a
classificação da endometriose, diferindo do que se verificou da análise
dessas relações com os sintomas característicos da endometriose. A razão
entre os marcadores permitiu diferenciar casos e controles com dor pélvica
crônica acentuada (variando de seis a 10 pela EVA), presença de
dismenorréia severa, ausência de infertilidade, presença de sintomas
intestinais e ausência de sintomas urinários.
Os achados mais importantes do presente estudo foram a
confirmação do CA-125 como marcador biológico capaz de diferenciar casos
e controles, associando-se a queixas de dor pélvica crônica, dismenorréia,
dispareunia de profundidade, sintomas intestinais e contribuir para o
92 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Discussão
diagnóstico da endometriose ovariana. Além disso, foi possível identificar
associação entre a presença de sintomas intestinais e a concentração média
de CD-23 solúvel na segunda coleta. Desta forma, este estudo confirma que
o diagnóstico não invasivo da endometriose continua sendo ainda um
desafio, apesar do aumento das possibilidades diagnósticas, representadas
pela dosagem do CA-125 e do CD-23 solúvel, o que reforça a importância
das pesquisas com esse objetivo, evitando que mulheres com suspeita de
endometriose sejam submetidas a procedimento invasivo desnecessário e
não isento de risco.
93 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Conclusões
6 CONCLUSÕES
94 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Conclusões
A avaliação sérica do CA-125 e do CD-23 solúvel, em
pacientes com endometriose pélvica durante os três primeiros dias do ciclo
menstrual (1ª coleta) e durante o oitavo, nono ou décimo dia (2ª coleta),
permitiu-nos concluir que:
o As concentrações médias do CA-125 foram maiores em pacientes
com endometriose quando comparadas às de mulheres sem a
doença, sendo que seus níveis médios foram mais elevados na 1ª
coleta nas portadoras da doença;
o em relação ao quadro clínico, as concentrações médias do CA-
125 foram mais elevadas nas pacientes com endometriose
quando comparadas às pacientes sem a doença, nas seguintes
situações:
- na segunda coleta em pacientes com queixa de dor
pélvica crônica e dispareunia de profundidade;
- em ambas as coletas em pacientes com queixa de
dismenorréia severa;
- em ambas as coletas em pacientes sem queixa de
infertilidade;
- na segunda coleta em pacientes com e sem queixa de
alterações intestinais cíclicas;
- em ambas as coletas em pacientes sem queixa de
alterações urinárias cíclicas;
95 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Conclusões
o em relação ao local de acometimento da endometriose, à
classificação da endometriose pela ASRM e à classificação
histológica, as concentrações médias do CA-125 foram mais
elevadas nas pacientes com endometriose, quando comparadas
às pacientes sem a doença, permitindo a diferenciação de
endometriose ovariana, endometriose no grau III ou IV e os
padrões histológicos estromal ou glandular bem diferenciado;
o as concentrações médias do CD-23 solúvel foram menores em
pacientes com endometriose quando comparadas às das
mulheres sem a doença, porém não houve significância
estatística;
o as concentrações médias do CD-23 solúvel foram menores na
segunda coleta em pacientes sem endometriose com queixa de
alterações intestinais cíclicas, quando comparadas às de mulheres
com a doença.
96 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Anexos
7 ANEXOS
97 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Anexos
ANEXO A – Termo de Consentimento Livre Esclarecido
Título: Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em duas fases do ciclo em pacientes com endometriose pélvica
Investigadora Principal: Drª. Ivana Maria de Luna Ramos
Orientador: Prof. Dr. Maurício Simões Abrão
Unidade: – Recife, PE
Pesquisador: Dra. Ivana Maria de Luna Ramos - CRM 11301 PE
Avaliação do risco da pesquisa: sem risco (x) risco mínimo ( ) risco baixo ( ) risco médio ( ) risco maior ( )
Duração da pesquisa: 2 anos
Você está sendo convidada para participar de um estudo clínico, pois é portadora
de endometriose pélvica (uma doença inflamatória na qual há glândulas e tecido
endometrial fora das camadas de tecidos que compõem o útero).
Através deste documento, você será informada, em detalhes, sobre esse estudo.
Sua participação é totalmente voluntária e, caso decida não participar após a leitura deste
documento e tendo recebido as explicações sobre o estudo, não haverá qualquer prejuízo
para o seu tratamento neste hospital ou em qualquer outro. Caso decida participar,
solicitamos que assine este documento no local indicado, para confirmar que recebeu todas
as informações necessárias.
Como o tratamento da endometriose exige um diagnóstico minucioso, é preciso
que você concorde em ser submetida a: 1) investigação detalhada de suas queixas
respondendo a algumas perguntas de sua Médica Assistente, Drª. Ivana Maria de Luna
Ramos; 2) exame físico e ginecológico minucioso, em período próximo a sua menstruação;
3) ultrassonografia pélvica, 4) imagem por ressonância magnética pélvica e 5) um exame
denominado videolaparoscopia, que consiste na introdução em sua vagina de uma fibra
flexível, dotada de uma câmara óptica na extremidade, que permite à Médica examinar seu
aparelho reprodutor internamente, para seu diagnóstico por biópsia e tratamento.
Além desses exames, que fazem parte da rotina ginecológica para diagnóstico e
tratamento da endometriose, neste estudo, você também deverá ter a coleta de 8 mL de
seu sangue, por meio de punção de veia no seu antebraço, em dois momentos: a) entre o
primeiro e o terceiro dia de seu ciclo menstrual; 2) entre o oitavo e décimo dia de seu ciclo
menstrual, para determinar a presença e a quantidade de substâncias denominadas
biomarcadores. O biomarcador CA-125 presta-se a indicar a gravidade da endometriose e
já é considerado útil para guiar qual a melhor conduta no tratamento de sua doença.
O objetivo deste estudo é identificar a relação entre a quantidade do CA-125, das
queixas que a senhora apresenta e dos resultados dos exames de imagem
(ultrassonografia e imagem por ressonância magnética) com um novo biomarcador de
endometriose, denominado CD-23 solúvel.
98 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Anexos
Este estudo se justifica porque o diagnóstico da endometriose inicial oferece
dificuldade e pode ser que o CD-23 solúvel auxilie no diagnóstico desses casos iniciais,
diminuindo assim os resultados falso-negativos (pessoas que têm a doença, mas o
resultado dos outros testes não é um indicativo seguro da necessidade da
videolaparoscopia).
Para participar, será necessário que você compareça a três consultas. Na
primeira consulta, será realizada uma entrevista, para preenchimento de um questionário
com perguntas sobre seu histórico (incluindo queixas) e exame físico e ginecológico
minucioso. Na segunda consulta, será feita a coleta de seu sangue para determinação de
hormônios, do CA-125 e do CD-23 solúvel. Na terceira consulta, em função dos resultados
dos exames, a senhora será submetida à videolaparoscopia e a nova coleta de sangue para
determinação dos dois biomarcadores.
A coleta de 8 mL de sangue (o equivalente a uma colher de sobremesa) será feita
por um profissional capacitado, através de punção de uma veia no seu braço, utilizando
seringa estéril e agulha descartável. No sangue coletado, será realizada a determinação
dos hormônios, do CA-125 e do CD-23 solúvel. Esta amostra de sangue será utilizada única
e exclusivamente para este estudo e não poderá ser utilizada para pesquisas futuras.
O estudo em si não lhe trará qualquer risco de vida. Os riscos que podem existir
são os de uma coleta comum de sangue, como hematoma (mancha roxa) e dor no local da
punção, e mais raramente, tromboflebite, que é uma infecção no vaso em que foi realizada
a coleta. Caso ocorram, você deve comunicar imediatamente à médica responsável por
esta pesquisa para que seja feito o tratamento adequado.
A principal vantagem da participação no estudo será que seu diagnóstico de
endometriose poderá ser mais seguro. Além disso, caso fique provado que o CD-23 solúvel
é um bom biomarcador para diagnóstico de endometriose inicial, isto irá beneficiar outras
pessoas que necessitam tratamento de endometriose, permitindo iniciar o tratamento mais
precocemente.
Você será informado de qualquer alteração no estudo ou qualquer nova
observação pertencente ao mesmo. Os seus dados, gerados na sua participação neste
estudo, serão registrados no seu prontuário e mantidos em sigilo, sendo disponível apenas
para você, as autoridades de saúde e a pesquisadora responsável. Solicitamos também a
sua autorização para publicar os resultados deste estudo em congressos e revistas
científicas, sem que o seu nome apareça.
Esclarecemos também que você pode abandonar o estudo a qualquer momento,
se assim desejar, sem que isso resulte em qualquer penalidade ou perda de seus direitos
de assistência nesta instituição. Você não receberá compensação financeira por sua
participação neste estudo. Se eventuais danos decorrentes deste estudo ocorrerem, seus
direitos legais estarão preservados, como também não terá qualquer gasto. Se você ainda
tiver qualquer dúvida ou outras perguntas relativas a este estudo ou aos seus direitos, no
99 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Anexos
que diz respeito a sua participação, ou ainda para comunicar eventos adversos, pode entrar
em contato com Drª. Ivana Maria de Luna Ramos pelos telefones (81) 3474-3555 ou (81)
9975-4979, podendo ligar a cobrar. Pode também entrar em contato com o Comitê de Ética
em Pesquisa do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, situado na
Avenida Professor Moraes Rego, sn, Cidade Universitária, ou pelo telefone (81) 2120-8588,
ou ainda pelo endereço eletrônico [email protected].
Este documento consta de duas vias, que serão igualmente assinadas, ficando
uma com você e outra de posse do investigador. Assinando este documento, você concorda
em seguir as instruções das pessoas que estão conduzindo e monitorizando este estudo, de
forma a obter o máximo de benefícios da atenção médica oferecida por esta pesquisa. Você
declara também ter esclarecido suas dúvidas com Drª. Ivana Maria de Luna Ramos; declara
que concorda em participar da pesquisa e que foi esclarecido sobre seus direitos.
1 – Nome da Paciente: ________________________________________________________
Documento de Identidade Número: ________________________ Data de Nascimento: .___/____/______
Endereço: _________________________________ Bairro: _____________________
Cidade: ________________ CEP: ______________ Telefone: (___) _________________
2 – Responsável Legal: ____________________________________________
Natureza (grau de parentesco, tutor, curador, etc.) _______________________
Documento de Identidade Número: _______________________ Data de Nascimento: ___/____/_____
Endereço: ________________________________ Bairro: __________________
Cidade: _________________ CEP: _____________ Telefone: (___) ____________
___/___/_____
Assinatura do Paciente ou de seu Representante Legal
Pesquisadora: Drª. Ivana Maria Luna Ramos – CRM 11301 PE
__________________________________ __________________________________ Testemunha 1: Nome: Testemunha 2: Nome:
Obs: Em caso de dúvidas ou alguma reação referente à coleta fazer contato com:
Drª. Ivana Maria de Luna Ramos Telefones: 81-34743555 e 81-99754979 Endereço: Av. Barreto de Menezes, 800, Lj. 14-A, Piedade - Jaboatão dos Guararapes - PE, CEP: 54.350-000 e-mail: [email protected]
ANEXO B – Aprovação do Comitê de Ética para Análise de
Projetos de Pesquisa da Diretoria Clínica do Hospital das Clínicas e da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo – USP
101 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Anexos
ANEXO C – Solicitação de autorização àComissão de Pós-Graduação para mudança de título da dissertação de
Mestrado
102 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Anexos
ANEXO D – Carta de Anuência do Laboratório RDO
103 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Anexos
ANEXO E – Protocolo de Pesquisa 1. Registro: ________ 2. Nome: _____________________________3. Idade:_______4. G___ P___ A___
5. Indicação cirúrgica: ________________________ 6. Data de ingresso na pesquisa:____/____/______
ANAMNESE:QUEIXAS PRINCIPAIS:
7. Dismenorréia – Escala VAS (Visual analogic scale) escolher um número de 0 a 10.
0 1 2 3 4 sem dor leve moderada severa incapacitante
8. Dispareunia profunda: Sim Não Virgem
9. Algia pélvica acíclica: Escala VAS (Visual analogic scale) - escolher um número de 0 a 10.
10. Infertilidade: Sim Não Nunca tentou
11. Sintomas intestinais: Sim Não
11A. Dor intestinal cíclica: Escala (VAS) escolher um número de 0 a 10
11B. Diarréia cíclica: Sim Não 11C. Sangramento intestinal cíclico: Sim Não
12. Sintomas urinários: Sim Não
104 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Anexos
12A. Dor urinária cíclica: Escala (VAS) escolher um número de 0 a 10
12B. Disúria cíclica: sim não 12C. Polaciúria cíclica: sim não 12D. Hematúria: sim não
EXAME FÍSICO: ACHADOS AO TOQUE
13. Dor em fundo de saco de Douglas: Escala (VAS) escolher um número de 0 a 10
14. Aumento anexial: sim não 15. Espessamento do ligamento útero-sacro: sim não
16. Nódulos retro-uterinos: sim não
EXAMES COMPLEMENTARES: EXAMES DE IMAGENS
17. Ultrassonografia transvaginal ou pélvica:________________________
18. Ressonância magnética da pelve:______________________________
EXAMES COMPLEMENTARES: EXAMES LABORATORIAIS
19. Hormônios: FSH____ E2____ PRL____ PROG____ LH (opcional)____ TSH (opcional)____
20. Ca125: 1º d/ciclo___ 2º d/ciclo___ 3º d/ciclo___ 8º d/ciclo____ 9º d/ciclo___ 10º d/ciclo ___
21. CD23: 1º d/ciclo___ 2º d/ciclo___ 3º d/ciclo___ 8º d/ciclo___ 9º d/ciclo___ 10º d/ciclo ___
22. Fluído peritoneal: 1º d/ciclo__ 2º d/ciclo__ 3º d/ciclo__ 8º d/ciclo__ 9º d/ciclo__ 10º d/ciclo __
23. CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA
23A. Padrão estromal: 23B. Padrão glandular bem diferenciado:
23C. Padrão glandular indiferenciado: 23D. Padrão glandular misto:
24. Estadiamento cirúrgico segundo ASRM: Estádio:___________________________________
25. Estadiamento cirúrgico segundo profundidade:_____________________________________
Presença de endometriose em:
25A. Ovário: sim não 25B. Peritônio: sim não 25C. Profunda: sim não
ANEXO F – Distribuição dos dados de pesquisa relativos aos sintomas relacionados à endometriose e achados ao exame ginecológico
grupos Iniciais idade intensidade de dismenorréia
dispareunia profunda
dor pélvica
infertilidade sintomas intestinais
sintomas urinários
dor em fundo de saco de
Douglas
aumento anexial
espessamento do ligamento útero-
sacro
nódulo retrouterino
1 caso FSV 30 1 a 5 sim 10 sim sim não 4 não não não
2 caso VODS 30 6 a 10 sim 0 sim sim não 3 não não não
3 caso PDO 30 6 a 10 sim 8 sim sim não 4 não não não
4 caso POVB 30 6 a 10 não 1 sim sim não 2 não não não
5 caso RAFM 31 6 a 10 não 6 sim sim não 4 não sim sim
6 caso ABG 32 6 a 10 não 7 sim sim não 6 sim sim sim
7 caso PCCS 26 6 a 10 sim 0 não sim não 5 não sim sim
8 caso ALS 26 6 a 10 sim 4 não sim não 4 sim sim não
9 caso GAAL 26 6 a 10 sim 7 não sim não 4 não não não
10 caso LKCFS 23 6 a 10 sim 6 não sim não 5 não sim não
11 caso AVA 31 6 a 10 sim 6 não sim não 2 não sim não
12 caso SFD 37 6 a 10 sim 6 não sim não 6 sim não não
13 caso ACNT 24 1 a 5 não 2 nunca tentou
sim não 4 sim não não
14 caso PRG 18 6 a 10 . 0 nunca tentou
sim não . sim sim não
15 caso LCL 28 6 a 10 sim 5 nunca tentou
sim não 2 não não não
16 caso MRP 18 6 a 10 sim 7 nunca
tentou sim não 4 não sim não
17 caso NCLR 34 6 a 10 sim 10 nunca tentou
sim não 0 não não não
18 caso MALV 20 6 a 10 não 10 nunca tentou
sim não 5 não não não
19 caso MJGM 30 1 a 5 sim 0 sim não não 3 sim sim não
20 caso RSV 40 1 a 5 sim 0 sim não não 4 sim sim sim
continua
106 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Anexos
grupos Iniciais idade intensidade de dismenorréia
dispareunia profunda
dor pélvica
infertilidade sintomas intestinais
sintomas urinários
dor em fundo de saco de
Douglas
aumento anexial
espessamento do ligamento útero-
sacro
nódulo retrouterino
21 caso DSPC 30 1 a 5 não 1 sim não não 1 sim não não
22 caso RVSN 21 6 a 10 sim 0 sim não não 2 não não não
23 caso JF 25 6 a 10 sim 0 sim não não 4 sim sim não
24 caso SFMF 32 6 a 10 sim 5 sim não não 4 não sim sim
25 caso RNR 35 6 a 10 sim 8 sim não não 6 sim não não
26 caso MJGL 30 6 a 10 sim 8 sim não não 8 sim sim sim
27 caso NMNSR 29 6 a 10 não 5 sim não não 0 não não não
28 caso CKRA 27 6 a 10 não 7 sim não não 6 não sim não
29 caso LFST 27 . não 0 não não não 1 sim não não
30 caso KSCC 29 6 a 10 sim 0 não não não 3 não não não
31 caso ALGS 36 6 a 10 sim 0 não não não 3 não sim sim
32 caso MJL 34 6 a 10 sim 5 não não não 2 não não não
33 caso CSM 27 6 a 10 sim 7 não não não 5 sim não não
34 caso MBDSS 32 6 a 10 sim 9 não não não 4 sim não não
35 caso VSA 25 6 a 10 sim 10 não não não 5 não não não
36 caso APRV 41 6 a 10 não 0 não não não 4 sim não não
37 caso MGN 40 6 a 10 não 0 não não não 3 sim sim não
38 caso KMOA 35 6 a 10 não 0 não não não 8 sim sim sim
39 caso CDRM 21 6 a 10 não 4 não não não 4 não sim não
40 caso MLS 40 6 a 10 não 5 não não não 4 não não não
41 caso PRCA 21 . . 0 nunca tentou
não não . . . .
42 caso TMN 18 6 a 10 . 1 nunca
tentou não não . . . .
43 caso AAB 23 6 a 10 . 10 nunca tentou
não não . . . .
44 caso BGSM 22 6 a 10 não 0 nunca tentou
não não 4 sim não não
45 controle GCS 39 1 a 5 não 0 sim sim sim 1 não não não
continuação
continua
107 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Anexos
grupos Iniciais idade intensidade de dismenorréia
dispareunia profunda
dor pélvica
infertilidade sintomas intestinais
sintomas urinários
dor em fundo de saco de
Douglas
aumento anexial
espessamento do ligamento útero-
sacro
nódulo retrouterino
46 controle NAL 0 20 6 a 10 sim 0 sim sim sim 2 sim não não
47 controle MBS 35 6 a 10 sim 5 sim sim sim 3 não não não
48 controle MRMFV 31 6 a 10 não 5 não não sim 2 não não não
49 controle GSS 29 . não 0 sim sim não 0 não não não
50 controle APSM 26 1 a 5 sim 4 sim sim não 2 não não não
51 controle SSFS 25 1 a 5 não 9 sim sim não 0 não não não
52 controle SAL 28 6 a 10 não 0 sim sim não 2 não não não
53 controle SSBP 27 1 a 5 sim 0 não sim não 2 não não não
54 controle ASL 35 6 a 10 sim 5 não sim não 4 não não não
55 controle BCS 36 6 a 10 sim 5 não sim não 5 não não não
56 controle IFB 32 6 a 10 sim 7 não sim não 3 não não não
57 controle SSA 27 6 a 10 sim 8 não sim não 2 não não não
58 controle AAA 32 6 a 10 sim 8 não sim não 3 sim não não
59 controle VCA 22 6 a 10 sim 9 não sim não 4 não não não
60 controle FAM 35 6 a 10 não 0 não sim não 3 não não não
61 controle MRA 37 6 a 10 não 0 não sim não 1 sim não não
62 controle AMA 22 6 a 10 não 0 não sim não 2 sim não não
63 controle IFS 30 6 a 10 não 4 não sim não 3 não não não
64 controle JMS 35 6 a 10 não 4 não sim não 4 não não não
65 controle MFSN 36 6 a 10 não 6 não sim não 0 não não não
66 controle EFD 30 6 a 10 não 9 não sim não 1 sim não não
67 controle MTSM 22 6 a 10 sim 7 nunca tentou
sim não 2 não não não
68 controle SGL 30 6 a 10 não 9 nunca
tentou sim não 0 não não não
69 controle EPP 30 . não 0 sim não não 0 não não não
70 controle ADCS 27 . não 0 sim não não 0 não não não
71 controle AML 26 . não 0 sim não não 0 não não não
continuação
continua
108 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Anexos
grupos Iniciais idade intensidade de dismenorréia
dispareunia profunda
dor pélvica
infertilidade sintomas intestinais
sintomas urinários
dor em fundo de saco de
Douglas
aumento anexial
espessamento do ligamento útero-
sacro
nódulo retrouterino
72 controle MML 31 . não 0 sim não não 0 não não não
73 controle FOF 35 . não 0 sim não não 3 não não não
74 controle CAFM 25 . não 0 sim não não 0 não não não
75 controle VCM 32 . não 1 sim não não 0 não não não
76 controle NMSB 32 1 a 5 sim 0 sim não não 0 não não não
77 controle ZES 31 1 a 5 sim 4 sim não não 1 sim não não
78 controle MAFS 36 1 a 5 não 0 sim não não 0 não não não
79 controle MCBSE 33 . não 0 não não não 0 não não não
80 controle CRSF 27 . não 0 não não não 0 não não não
81 controle RMS 26 . não 0 não não não 0 sim não não
82 controle OFSM 34 . não 0 não não não 0 não não não
83 controle DPS 26 . não 0 não não não 0 não não não
84 controle ILT 25 . não 0 não não não 0 não não não
85 controle JSR 36 . não 0 não não não 0 não não não
86 controle EFA 27 . não 0 não não não 0 sim não não
87 controle LMP 44 . não 0 não não não 0 não não não
88 controle EBM 40 . não 2 não não não 0 não não não
89 controle LMBF 33 1 a 5 não 4 não não não 2 sim não não
90 controle AMC 45 6 a 10 sim 3 não não não 4 não não não
91 controle LEML 23 6 a 10 sim 4 não não não 2 sim não não
92 controle RES 27 6 a 10 sim 5 não não não 2 não não não
93 controle RJS 30 6 a 10 não 0 não não não 2 não não não
94 controle JCSA 20 1 a 5 . 0 nunca tentou
não não . . . não
95 controle RSC 42 1 a 5 não 2 nunca
tentou não não 1 não não não
96 controle MRA 44 1 a 5 não 6 nunca tentou
não não 0 não não não
continuação
continua
109 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Anexos
grupos Iniciais idade intensidade de dismenorréia
dispareunia profunda
dor pélvica
infertilidade sintomas intestinais
sintomas urinários
dor em fundo de saco de
Douglas
aumento anexial
espessamento do ligamento útero-
sacro
nódulo retrouterino
97 controle HCA 24 6 a 10 . 0 nunca tentou
não não . . .
.
98 controle MSS 34 6 a 10 . 3 nunca
tentou não não . . . .
99 controle MGNS 20 6 a 10 sim 3 nunca
tentou não não 2 sim não não
100 controle EDS 24 6 a 10 sim 4 nunca tentou
não não 0 não não não
101 controle EMM 21 6 a 10 não 8 nunca tentou
não não 3 sim não não
102 controle EMM 30 6 a 10 não 10 nunca
tentou não não 3 não não não
conclusão
110 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Anexos
ANEXO G– Distribuição dos dados de pesquisa relativos à classificação da endometriose pela ASRM, pelo código histológico, pela localização e concentrações do CA-125, do CD-23 solúvel e
da razão CA-125/CD-23 solúvel nas duas coletas
grupo Iniciais Idade Estadiamento
ASRM codigo histologia
Endometriose ovariana
Endometriose peritoneal
Endometriose profunda
Endometriose superficial
CA125
1ª coleta
CA125
2ª coleta
CD 23
solúvel 1ª coleta
CD23
solúvel 2ª coleta
1 caso FSV 30 1 23b glandular bem
diferenciado não sim não não 26,70 22,60 41,00 37,80
2 caso VODS 30 1 23b glandular bem
diferenciado não sim não sim 5,50 5,60 13,90 14,90
3 caso PDO 30 1 23b glandular bem
diferenciado não sim não sim 43,50 23,90 7,10 11,80
4 caso POVB 30 1 23b glandular bem
diferenciado não sim não sim 115,90 117,90 134,10 103,80
5 caso RAFM 31 4 23b glandular bem
diferenciado não sim sim sim 22,50 17,20 20,10 24,30
6 caso ABG 32 4 23b glandular bem
diferenciado sim sim sim sim 25,30 11,30 28,20 17,50
7 caso PCCS 26 4 23a estromal não sim sim sim 27,60 25,30 37,90 43,80
8 caso ALS 26 3 23b glandular bem
diferenciado sim sim sim sim 134,60 135,70 32,20 36,70
9 caso GAAL 26 1 23a estromal não sim não sim 21,20 19,00 39,50 40,90
10 caso LKCFS 23 1 23b glandular bem
diferenciado não sim não sim 41,30 41,00 42,70 50,40
11 caso AVA 31 1 23b glandular bem
diferenciado não sim não sim 63,60 61,60 13,60 11,80
12 caso SFD 37 4 23d glandular misto sim sim sim sim 24,40 55,90 46,20 23,10
13 caso ACNT 24 3 23b glandular bem
diferenciado sim sim não sim 40,50 41,00 25,90 32,80
14 caso PRG 18 1 23b glandular bem
diferenciado não sim não sim 6,90 6,90 33,90 29,80
15 caso LCL 28 1 23b glandular bem
diferenciado não sim não não 136,40 59,40 14,60 7,90
16 caso MRP 18 2 23a estromal não sim não sim 22,70 21,90 36,70 36,10
17 caso NCLR 34 1 23b glandular bem
diferenciado não sim não sim 36,70 49,50 14,90 12,70
18 caso MALV 20 1 23b glandular bem
diferenciado não sim não sim 17,60 10,20
66,30 113,10
continua
111 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Anexos
grupo Iniciais Idade Estadiamento
ASRM codigo histologia
Endometriose ovariana
Endometriose peritoneal
Endometriose profunda
Endometriose superficial
CA125 1ª
coleta
CA125 2ª
coleta
CD 23 solúvel 1ª
coleta
CD23 solúvel 2ª
coleta
19 caso MJGM 30 3 23a estromal sim sim sim sim 25,50 25,50 57,00 56,00
20 caso RSV 40 4 23d glandular misto sim sim sim sim 16,40 14,90 21,90 23,70
21 caso DSPC 30 3 23a estromal sim sim não sim 222,10 72,70 42,00 47,80
22 caso RVSN 21 1 23d glandular misto não sim não não 15,50 10,10 26,20 467,20
23 caso JF 25 4 23b glandular bem
diferenciado sim sim sim sim 37,50 35,40 85,80 73,50
24 caso SFMF 32 3 23a estromal não sim sim sim 48,50 34,00 40,50 34,80
25 caso RNR 35 3 23b glandular bem
diferenciado sim sim não sim 75,40 66,80 16,80 27,20
26 caso MJGL 30 3 23a estromal sim sim sim sim 13,60 19,50 47,80 46,30
27 caso NMNSR 29 1 23b glandular bem
diferenciado não sim não sim 17,90 9,30 25,20 28,30
28 caso CKRA 27 1 23b glandular bem
diferenciado não sim não não 25,80 3,50 38,50 36,00
29 caso LFST 27 3 23b glandular bem
diferenciado sim não sim sim 33,10 33,50 28,60 28,90
30 caso KSCC 29 4 23b glandular bem
diferenciado não sim sim sim 38,40 27,60 28,40 23,10
31 caso ALGS 36 4 23b glandular bem
diferenciado não sim sim sim 31,40 46,80 61,00 57,40
32 caso MJL 34 1 23b glandular bem
diferenciado não sim não sim 32,40 22,80 10,80 13,40
33 caso CSM 27 3 23a estromal sim sim não sim 92,20 91,30 62,70 51,40
34 caso MBDSS 32 3 23c glandular indiferenciado sim não não não 29,10 23,30 51,40 43,50
35 caso VSA 25 1 23b glandular bem
diferenciado não sim não sim 4,90 6,50 78,60 40,80
36 caso APRV 41 3 23a estromal sim sim não sim 33,50 27,90 34,90 62,20
37 caso MGN 40 1 23b glandular bem
diferenciado não sim não sim 115,20 82,50 71,40 83,30
38 caso KMOA 35 4 23b glandular bem
diferenciado sim sim sim sim 27,90 24,40 97,10 105,40
39 caso CDRM 21 1 23b glandular bem
diferenciado não sim não sim 28,40 24,40 24,70 19,00
40 caso MLS 40 1 23c glandular indiferenciado não sim não não 42,70 43,30 26,70 21,80
41 caso PRCA 21 3 23d glandular misto sim sim não sim 238,00 173,20 53,80 47,00
continuação
continua
112 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Anexos
grupo Iniciais Idade Estadiamento
ASRM codigo histologia
Endometriose ovariana
Endometriose peritoneal
Endometriose profunda
Endometriose superficial
CA125 1ª
coleta
CA125 2ª
coleta
CD 23 solúvel 1ª
coleta
CD23 solúvel 2ª
coleta
42 caso TMN 18 3 23a estromal sim sim não sim 47,80 39,90 55,30 36,00
43 caso AAB 23 4 23b glandular bem
diferenciado sim sim sim sim 128,50 125,70 90,00 139,10
44 caso BGSM 22 3 23a estromal sim sim não sim 52,70 47,60 59,60 68,90
45 controle GCS 39 0 . não não não não 26,10 20,90 13,60 17,30
46 controle NAL 0 20 0 . não não não não 5,90 6,10 141,30 151,10
47 controle MBS 35 0 . não não não não 16,00 13,40 172,50 133,60
48 controle MRMFV 31 0 . não não não não 14,50 11,00 25,50 25,60
49 controle GSS 29 0 . não não não não 10,40 14,30 80,70 21,60
50 controle APSM 26 0 . não não não não 9,10 9,40 22,60 191,70
51 controle SSFS 25 0 . não não não não 138,90 29,40 142,00 211,00
52 controle SAL 28 0 . não não não não 32,80 26,60 5,20 12,40
53 controle SSBP 27 0 . não não não não 4,50 10,80 38,50 41,10
54 controle ASL 35 0 . não não não não 16,00 16,20 14,80 35,10
55 controle BCS 36 0 . não não não não 40,90 43,80 52,40 57,00
56 controle IFB 32 0 . não não não não 2,80 2,70 70,90 61,20
57 controle SSA 27 0 . não não não não 18,40 14,40 31,90 27,80
58 controle AAA 32 0 . não não não não 34,60 15,40 12,80 18,50
59 controle VCA 22 0 . não não não não 31,40 16,80 66,90 39,10
60 controle FAM 35 0 . não não não não 5,50 5,00 33,90 47,80
61 controle MRA 37 0 . não não não não 25,10 19,00 36,00 43,70
62 controle AMA 22 0 . não não não não 23,40 12,20 52,70 42,60
63 controle IFS 30 0 . não não não não 35,00 10,10 29,60 32,40
64 controle JMS 35 0 . não não não não 34,10 39,10 217,40 340,80
65 controle MFSN 36 0 . não não não não 19,40 21,60 39,60 39,60
66 controle EFD 30 0 . não não não não 28,80 17,50 44,30 34,90
67 controle MTSM 22 0 . não não não não 10,70 10,30 76,10 71,40
continuação
continua
113 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Anexos
grupo Iniciais Idade Estadiamento
ASRM codigo histologia
Endometriose ovariana
Endometriose peritoneal
Endometriose profunda
Endometriose superficial
CA125 1ª
coleta
CA125 2ª
coleta
CD 23 solúvel 1ª
coleta
CD23 solúvel 2ª
coleta
68 controle SGL 30 0 . não não não não 26,90 19,20 34,80 34,70
69 controle EPP 30 0 . não não não não 30,70 15,20 15,40 18,50
70 controle ADCS 27 0 . não não não não 10,00 11,20 24,50 34,20
71 controle AML 26 0 . não não não não 17,10 12,80 45,60 26,90
72 controle MML 31 0 . não não não não 43,40 45,10 43,20 45,50
73 controle FOF 35 0 . não não não não 10,10 10,10 14,60 16,40
74 controle CAFM 25 0 . não não não não 6,20 6,40 51,90 71,40
75 controle VCM 32 0 . não não não não 20,20 13,90 124,20 100,20
76 controle NMSB 32 0 . não não não não 78,40 77,80 23,00 23,00
77 controle ZES 31 0 . não não não não 12,40 11,00 24,30 27,60
78 controle MAFS 36 0 . não não não não 40,80 35,20 44,50 35,60
79 controle MCBSE 33 0 . não não não não 16,10 13,90 11,80 6,70
80 controle CRSF 27 0 . não não não não 34,60 24,10 21,30 17,10
81 controle RMS 26 0 . não não não não 32,30 33,00 15,10 11,50
82 controle OFSM 34 0 . não não não não 17,40 17,50 28,30 24,10
83 controle DPS 26 0 . não não não não 17,10 17,10 76,30 72,30
84 controle ILT 25 0 . não não não não 15,10 15,10 96,60 87,90
85 controle JSR 36 0 . não não não não 21,20 21,40 257,00 217,90
86 controle EFA 27 0 . não não não não 14,00 13,70 93,50 97,70
87 controle LMP 44 0 . não não não não 5,30 1,10 45,20 52,90
88 controle EBM 40 0 . não não não não 6,80 6,60 17,90 17,90
89 controle LMBF 33 0 . não não não não 10,60 10,60 20,50 13,20
90 controle AMC 45 0 . não não não não 44,30 28,60 12,90 12,90
91 controle LEML 23 0 . não não não não 35,50 27,90 72,00 48,30
92 controle RES 27 0 . não não não não 20,80 21,10 33,90 22,90
93 controle RJS 30 0 . não não não não 31,20 30,60 48,80 51,40
94 controle JCSA 20 0 . não não não não 7,60 4,80 224,10 140,80
continua
continuação
114 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
Anexos
grupo Iniciais Idade Estadiamento
ASRM codigo histologia
Endometriose ovariana
Endometriose peritoneal
Endometriose profunda
Endometriose superficial
CA125 1ª
coleta
CA125 2ª
coleta
CD 23 solúvel 1ª
coleta
CD23 solúvel 2ª
coleta
95 controle RSC 42 0 . não não não não 311,50 148,60 43,40 29,40
96 controle MRA 44 0 . não não não não 17,50 15,80 27,20 39,00
97 controle HCA 24 0 . não não não não 13,40 13,60 51,60 92,90
98 controle MSS 34 0 . não não não não 16,30 21,20 41,20 32,60
99 controle MGNS 20 0 . não não não não 15,60 17,90 110,00 91,50
100 controle EDS 24 0 . não não não não 39,10 39,40 31,90 18,80
101 controle EMM 21 0 . não não não não 52,30 27,10 17,10 19,10
102 controle EMM 30 0 . não não não não 16,80 15,00 10,90 18,80
conclusão
115 RAMOS, IML. Avaliação do CA-125 e do CD-23 solúvel em pacientes com endometriose pélvica
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