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JC MAGAZINE NÚMERO 17

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JC MAGAZINE

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ViVendo a melhor fase da

especial

vida!

aNO 9 - eDiÇÃO Nº 17 – seMesTRal – JUNHO De 2012 a NOVeMBRO De 2012 Grupo Jc de comunicação – Jc MaGaZiNe

página 74 página 18 página 46 página 70 página 89

ÁGUAcomo nos preparamos para o futuro

SAÚDEHora de desmistificaro câncer

CALVÍCIEas mulheres preferem os carecas?

EXÓTICASas aves que sãoum luxo

SOCIALOs acontecimentos da cidade

Luciana Araújo

Ana Lucia Carvalho

Ana Paula Tissiano

Ana Lucia Branco

Flavia Albuquerque

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ÍND

ICE 92 Jerdes andrade

98 Damaris Bortolozi100 Noriel e Jane spadari106 Rodolfo almeida118 silvana Oliveira124 cris serrano130 Giba Jr.180 pra pavan

SOCIAL

PopUpMarcelo lapola- 26

AleatóriasFabíola cunha- 62Sabor Malagueta

ludmar Gonzalez- 144Pela Cidade

carla Hummel- 172Cultura

letícia Tonon- 186Almanaque

José R. sant´ana-190 Última Linha

Jaime leitão- 194

COLUNAS

Revitalizado, o Mercado Municipal não é só mais um centro de compras e

sim de diversão. Página 112

com as atenções voltadas para o pré-sal, cresce o interesse pela Geologia na Unesp de Rio claro.

Página 30

carecas assumem sua condição “sem medo de ser feliz”.

Página 46

musa

89

EntrevistaRio-clarense no Google:

alessandro Belgamo- 12

Superaçãoenfrentando o câncer- 18

Esportesatletas olímpicos- 36

SaúdeBate, coração- 54

Veículospaixão pelos jipes- 56

EleiçõesHora da decisão- 66

Mundo animalaves exóticas- 70

Meio ambienteÁgua para todos- 74

E MAIS:

148ESPEC

IAL 40 A

NO

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turismo

yes

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Fotos: Giba JrBeleza: Jerdes andradeSapatos: pulo do Gato

Produção: Helena GuimarãesDireção de Arte: Du.scatolin

agência de ideiasTratamento de imagem:

edilson Gusson

Flavia Albuquerque, Ana Paula Tissiano, Ana Lucia Carvalho , Ana

Lucia Branco e Luciana Araújo

NOSSA CAPA

Dani Maule, a musa

de Jerdes andrade

Orlando, capital da diversão e compras

nos ‘ENTA’?

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Editorial

chegamos a mais uma edição da JC Magazine em período de expectativa em relação aos rumos da nossa querida Rio claro. No mesmo mês em que faz aniversário, o município assiste às

definições do quadro político para a disputa das eleições que acontecem em outubro. É o momento de exercício da cidadania, oportunidade para que o eleitor analise nomes e propostas e defina qual o melhor administrador para a cidade.

É também um momento de mudanças, tema do especial desta edi-ção. Até há alguns anos, chegar à casa dos chamados “entas” significava que a maior parte da vida já tinha sido vivida. era a hora de pensar na aposentadoria. Hoje, homens e mulheres de 40, 50 e muitos outros anos estão em plena fase produtiva no trabalho, recomeçando relacionamen-tos, cuidando da saúde do corpo e da mente com a perspectiva de vi-ver, e viver intensamente, por ainda muitos e muitos anos. as mudanças também acontecem em relação aos obstáculos enfrentados diariamente em nosso cotidiano. É o caso do câncer, doença que atinge um grande número de cidadãos, mas que hoje é enfrentada com tratamentos mais evoluídos, apoio familiar e profissional e muita coragem.

É tempo ainda de torcer por nossos atletas que estarão nas Olim-píadas de londres. são representantes de Rio claro que enfrentaram muitas dificuldades e, com muito empenho, conseguiram as tão dispu-tadas vagas para integrar a delegação brasileira. Histórias que servem de inspiração para outras batalhas. esta nova edição da JC Magazine também traz os eventos e personalidades de destaque de nossa socie-dade por meio de coberturas sociais dos nossos colunistas. O melhor da moda, decoração, turismo e gastronomia também pode ser conferido em nossas páginas. Fatos curiosos e muitas vezes desconhecidos pela população de Rio claro e da região também marcam presença nesta 17ª JC Magazine. Boa leitura!

REDATOR CHEFEludmar Gonzalez

COORDENADORA DE PAUTA carla Hummel

REDAÇÃOMarcelo lapola, carla Hummel, Janyne

de Godoy, ludmar Gonzalez, Matheus pezzotti, sidney Navas, adriel arvolea,

Fabíola cunha, lourenço Favari, antonio archangelo

PROJETO GRÁFICO:alexssandro Gomes de Oliveira

PRODUÇÃO EXECUTIVAevandro prates Ferreira, Neto Fabris,

alexssandro Gomes de Oliveira, patricia cristina Rigo e Gilberto Muniz Fairbanks

FOTOGRAFIAS:aliança Foto e Vídeo, studio Diga Xis, Foccus Fotografia, Gilberto Jr. e Foto

studio Brasil

COLUNISTAS E COLABORADORES:silvia pezzotti Magalhães, Jane e Noriel

spadari, Ângela Hilsdorf e Joaquim pereira, cristiane serrano, Rodolfo almeida, Jaime leitão, Gilberto Jr.,

prazeres pavan, José Roberto sant’ana, letícia Tonon, Jerdes andrade, silvana

Oliveira e Damaris Bortolozi

GERENTE COMERCIAL:Maria angela Tavares de lima

EXECUTIVAS DE NEGÓCIOS:adria Boim, Jandira de Oliveira Barbosa, aline lautenschalaeger, Mayra Kleiner,

Damaris Bortolozi, Josiane Queiroz e Miriam Marinovic R. costa

PRÉ-IMPRESSÃO:

Humberto de angelis carnahyba

REVISÃO:paulina a. c. Rissatto e Jesus eduardo

Mendonça

IMPRESSÃO:Gráfica Bandeirantes

TIRAGEM:23.000 exemplares

CIRCULAÇÃO:Rio claro, santa Gertrudes, cordeirópolis,

corumbataí, analândia, limeira, piracicaba, ipeúna, leme, itirapina e

araras

CONTATOS PUBLICITÁRIOS:(19) 3526.1024

Departamento comercial

HOME PAGE: www.jornalcidade.net

E-MAILS:[email protected]

[email protected]

Uma publicação do:GRUpO Jc De cOMUNicaÇÃO

avenida 5, 283Telefone: (19) 3526.1000

Rio claro - sp - cep 13500-380

DIRETORA ADMINISTRATIVA:aline de Magalhães ceron

DIRETOR EXECUTIVO:luis augusto pezzotti de Magalhães

DIRETOR GERAL: luis eduardo pezzotti de Magalhães

Novas e boas perspectivas

Marcelo Ribeiro, Alexssandro Gomes de Oliveira, Jerdes Andrade, Adriel Arvolea, Carla Hummel, Josiane Queiróz e Patricia Cristina Rigo representam a equipe de profissionais responsável pela JC Magazine

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GooGlE

Alessandro Belgamo na sede do Google em São Paulo: “Muito estudo,

trabalho e dedicação. Muitas vezes dividia meu tempo entre a

universidade e um trabalho noturno”

Um rio-clarense no

O garoto sentado numa das carteiras tem o ar compe-netrado e presta atenção

à aula. Meados da década de 70, na escola estadual de primeiro Grau “indaiá”, hoje escola “professora carolina augusta seraphim”, na Vila indaiá, em Rio claro. O menino que resolve os problemas de matemáti-ca propostos pela professora nem faz ideia, nessa época, da existência de um outro jovem, um pouco mais

velho que ele, morador da cidade de seattle, nos estados Unidos, que já havia dado os primeiros passos, na garagem de sua casa, para uma re-volução sem precedentes na tecno-logia de informação e na criação de uma das maiores empresas do mun-do. enquanto Bill Gates e seu amigo paul allen cuidavam da recém-fun-dada Microsoft, o jovem Alessandro Belgamo dividia seu tempo entre os estudos na escola indaiá e as brin-

cadeiras com os amigos de infância, bem como os jogos memoráveis do Velo clube, clube da cidade.

alessandro jamais poderia ima-ginar naquela época que um dia iria trabalhar para aquele jovem de se-attle e cuidar, aqui no Brasil, de um dos produtos mais importantes en-tre os mais importantes: O Windows.

a história de alessandro com a Microsoft começou em 2003. e, desde então, foram várias as

marcelo Lapola

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ocasiões em que esteve com Bill Gates. contratado em 2003 como gerente de marketing de produtos Office da Microsoft Brasil, Belgamo conta que a caminhada até a realização deste sonho foi longa até cursar a Unimep em piracicaba.

“Muito estudo, trabalho e dedica-ção. Muitas vezes dividia meu tempo entre a universidade e um trabalho noturno”, relata alessandro, que já teve vários convites para trabalhar na matriz da Microsoft nos Estados

Unidos. “Trabalhar na Microsoft foi uma experiência única. somente quem passa por lá pode sentir e vi-ver isso.”

Desde o início deste ano, alessandro trabalha no comando de desenvolvimento de outro gigante da era da informação, um sonho para qualquer garoto que gosta de tecnologia: o Google. Após quase nove anos na Microsoft, alessandro Belgamo ocupa o cargo que vai dirigir os negócios do Google

no segmento enterprise na américa latina, com foco na computação em nuvem. “Uma excelente empresa, sem dúvida. a proposta do Google foi superinteressante, pois a companhia está em busca de alinhar as oportunidades de ‘cloud computing’ no mercado, e eu entendi que desenvolver essa área seria extremamente interessante, é o momento do Google e a hora da nuvem”, conta Belgamo em entrevista à JC Magazine.

JC Magazine - Depois de con-cluir os estudos primários, onde mais estudou em Rio Claro?

Alessandro Belgamo - Quando estava na 8ª série, prestei concurso para uma bolsa de estudo do colé-gio Universitário integrado e ocupei o 1º lugar, estudando lá até 1987. Ao final do 3º ano do colegial, optei

por prestar Matemática na Unesp e análise de sistemas na Unimep, sendo aprovado em ambas univer-sidades. Tive que tomar a primeira decisão importante em minha vida e, mesmo sendo uma universidade particular, optei pela Unimep, pois prevaleceu a paixão pela tecnologia desde aquela época.

JC Mag - Chegou a trabalhar no Jornal Cidade por um período também, não?

AB - em 1991, o Jornal cidade também veio fazer parte de minha vida. como era meu penúltimo ano de universidade e meu curso era diurno, das 19 horas até o horário de fechamento da edição eu atuava como digitador para ajudar nas des-pesas. Já, no último ano de universi-dade, surgiu mais um desafio: buscar um estágio. Foi quando concorri com muitos candidatos a uma vaga para o estágio na área de Tecnologia da informação na Rockwell Fumagalli,

em limeira, e fui um dos três es-colhidos. em 1992, fazia o estágio em limeira, o último ano do curso em piracicaba e à noite morava, ou melhor, dormia em Rio claro (risos). Mas tudo valeu muito a pena. Foi quando novamente tive que tomar uma decisão importante em minha vida e optei por vir para são paulo e iniciar minha carreira profissional.

JC Mag - Em São Paulo deu continuidade a seus estudos?

AB - comecei na Datasul, uma empresa de soluções de gestão empresarial, como consultor de negócios atuando na implementação da solução eRp para diversos clientes. após 2 anos, em 1995, juntamente com mais 2 amigos, montamos nosso próprio negócio, tornando-se um parceiro da própria Datasul na comercialização e implementação de suas soluções. em 1998, já como o responsável pelo marketing e pelos negócios

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ONZE ENTRE DEZ SONHAM EM UM DIA TRABALHAR NO GOOGLE. CONTRATADO NO INÍCIO DESTE ANO, O RIO-CLARENSE ALESSANDRO BELGAMO CONTA UM

POUCO SOBRE OS NOVE ANOS EM QUE TRABALHOU NA MICROSOFT E OS NOVOS DESAFIOS NA EMPRESA MAIS DESEJADA DO MUNDO

CONFIRA:

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ta de minha empresa, cursei minha

primeira pós-graduação na área de marketing na Unimep. No final de 2000, fui aprovado no processo seletivo para o MBa em Marketing de serviços da Usp, o qual cursei durante o ano de 2001. Já, em 2002, realizei uma extensão do MBa da Usp na california state University (csU), em Fresno, califórnia.

JC Mag - Como começou sua carreira na Microsoft?

AB - em 2003, fui contratado para ser o gerente de marketing de produtos Office da Microsoft Brasil, logo após o lançamento do Microsoft Office 2003. Após aproximadamente 3 anos nesta posição e tendo lança-do no Brasil o 2007 Microsoft Office system, assumi a gerência geral des-ta divisão no Brasil por um período de aproximadamente um ano e meio, quando fui então convidado a assu-mir a gerência-geral da divisão Win-dows para empresas da Microsoft Brasil. Fui o responsável pelo lança-mento do Windows 7 no país.

JC Mag - E como surgiu o con-

vite para trabalhar no Google?AB - a proposta do Google foi

superinteressante, pois a companhia está em busca de alinhar as oportu-nidades de cloud computing (compu-tação em nuvem) no mercado, e eu entendi que desenvolver essa área seria extremamente interessante, é o momento do Google e a hora da nuvem. eu já trabalho com esses ca-nais há mais de 15 anos, sendo que, mesmo quando cuidava de produtos na Microsoft, também tinha relacio-namento com parceiros. Já fui pro-prietário de um canal e conto com experiência para atuar em grandes contas, que é o foco do meu traba-lho no Google, desenvolvendo proje-tos no segmento enterprise.

JC Mag - De que maneira hoje se lembra de Rio Claro?

AB - Quando vivia em Rio claro, sempre morei no bairro cidade Nova e, apesar de estar há mais de 18 anos vivendo fora da cidade azul, os laços com minha terra ainda existem. Não consigo deixar de acompanhar o meu time de coração da cidade: o Velo clube. apesar da fase não ser

boa, jamais o abandonarei. sou ve-lista de coração e aprendi isso com meu pai. Tenho boas lembranças de jogos históricos da época dos gran-des clássicos regionais e principal-mente dos dérbis. Jamais esquecerei os 11 a 2 contra o Rio claro no dia 30 de março de 1983. Outras gran-des lembranças da cidade são andar de bicicleta, a discoteca do Ginástico aos domingos à noite, o carnaval de salão do GG e Grêmio, o carnaval de rua, os churrascos com os amigos, o Bar do Kühl, e por aí vai.

JC Mag - Nessa vida de executivo, de tantos compromissos, viagens, como conciliar a vida profissional à vida pessoal?

AB - esta é uma pergunta inte-ressante. Você necessita ser bastan-te disciplinado para poder conciliar a sua vida profissional e pessoal, pois, no final do dia, não dá para separar o alessandro executivo do Google do alessandro marido, pai de família, etc. as nossas próprias tecnologias oferecem o poder de trabalhar em casa em determinadas circunstân-cias.

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carla Hummel

da

se esta reportagem fos-se escrita há alguns anos, certamente a

palavra câncer não apareceria no texto. Durante décadas, as pessoas evitavam pronunciar o nome da doença que atinge milhões de pessoas em todo o mundo. Quando alguém co-mentava “fulano está com a doença ruim” ou com “aquela doença”, já se subentendia que se tratava de mais um caso de câncer. era como se apenas o ato de pronunciar a palavra já aumentasse as chances de se tornar mais uma vítima do mal. O tempo passou, os tratamen-tos evoluíram e hoje o câncer é encarado de uma maneira diferente pelos pacientes, por suas famílias e por toda a so-ciedade. Não há como ignorar esta doença. Na maioria das famílias, sempre há um de seus integrantes que já enfrentaram, estão enfrentando ou ainda en-

frentarão um dia este inimigo. O câncer faz parte da vida.

Outro fato que ajuda a des-mistificar a doença é o posicio-namento de artistas, políticos e “celebridades” que são vitima-dos pelo câncer e decidem assu-mir publicamente que enfrentam a doença. Nos últimos anos, os brasileiros acompanharam pela imprensa casos como a da pre-sidente Dilma Rousseff, do ex-presidente luiz inácio lula da silva, da apresentadora Hebe camargo e dos atores Reynal-do Gianechinni e Drica Moraes. a exposição na mídia também mostra que fama e dinheiro não garantem vitória contra a doença. Vários talentos não conseguiram vencer a batalha, como o ator patrick swayze e os cantores Dona summer e Robin Gibb, dos Bee Gees. No Brasil, causou comoção a luta do vice-presidente José alencar para vencer a doença. Foram anos en-

Faz partevidA

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frentando cirurgias e tratamentos. O vice-presidente acabou morrendo em virtude da doença, mas, por meio de sua obstinação, conseguiu prolongar e muito seu tempo de vida, além de deixar um exemplo de perseverança. Muitos ainda não conseguem vencer a doença, mas a qualidade de vida durante a batalha melhorou muito. steve Jobs, empresário norte-ameri-cano criador da apple, que morreu em decorrência de um câncer no fígado, continuou trabalhando e produzindo invenções na área da informática en-quanto passava pelo tratamento.

as estatísticas mostram que, in-felizmente, nem todos vencerão a ba-talha contra o câncer. Mas, sem dúvi-da alguma, as condições para que os pacientes enfrentem todo o processo

do tratamento melhoraram muito nos últimos anos, assim como a qua-lidade de vida durante esse período. se antes os pacientes se tornavam reclusos, hoje é comum encontrar os portadores de câncer nos shoppings, supermercados e eventos. Tanto pa-cientes como seus familiares já se sentem mais à vontade para falar sobre o câncer com outras pessoas.

Quando as “celebridades” ex-põem sua luta contra o câncer na mídia, de certa forma contribuem para desmistificar a doença. É o que constata a psicóloga clínica Maristela Marinho Marcondes Fer-reira antonio, que há anos trabalha no apoio aos portadores da doença nos centros de apoio existentes em Rio claro, principalmente nos casos

de câncer de mama, tipo que pode afetar diretamente a feminilidade. “a circulação de mais informações, reportagens, relatos, campanhas sobre o câncer de mama ajuda, e muito, na desmistificação da doença e no enfrentamento da mesma, ala-vancando a prevenção como fator primordial de cura, e não de busca da doença. as mulheres já enfren-tam as perdas da mama e dos cabe-los como consequência da busca de cura, e a vida se torna maior do que tudo”, destaca a psicóloga.

Evolução nos tratamentos e novos posicionamentos diante da doença mudam a forma como o câncer é

visto na sociedade

O fortalecimento emocional é considerado um fator muito impor-tante para enfrentar o ainda muito sofrido tratamento contra o câncer. É nesse campo que atua a psicóloga Maristela. “Os grupos de apoio e a psicoterapia são auxiliares podero-sos na reativação da autoestima e na reconstrução da feminilidade - que continua a existir -, ou seja, as pacientes aprendem a valorizar ou-tros aspectos que não só o estético. se fortalecem e os resultados são ótimos! Nem peruca muitas delas já não usam. com as campanhas de

prevenção e o aumento na sua procura, aliados

aos avanços na medicina, as

chances de cura após o diagnósti-co precoce do câncer de mama podem ul-

trapassar os 90%. Nos outros tipos de câncer, as chances também au-mentaram muito.”

Durante os longos e dolorosos tratamentos contra o câncer, tudo que os pacientes não querem é re-ceber o olhar de piedade da socie-dade. “Fiquei por nove meses careca. entrava num banco, por exemplo, e todo mundo me olhava. Muitas pes-soas são solidárias, mas o olhar de pena de outras não ajuda em nada”, conta Marta Nalin (veja depoimento abaixo). Mas, como proceder quan-do temos um amigo ou parente que descobre ser portador de câncer? “apesar do preconceito ainda exis-tir, quem está de fora deve agir e enxergar o diagnóstico não mais como uma sentença de morte, mas como uma doença a ser combatida. O paciente precisa direcionar todas as suas forças e positividade ao combate e ao tratamento, que cos-tuma ser intenso e desgastante. Vão acontecer momentos de depressão,

de revolta, de negação. e precisam ficar sozinhos nesses momentos! Muitos pacientes ainda me relatam que os olhares de pena acontecem, como se as pessoas já os enxergas-sem no caixão. Têm histórias até engraçadas”, comenta Maristela. a psicóloga destaca que o importante é não mudar o tratamento em re-lação ao doente. “a melhor postura dos familiares e amigos é continu-ar tratando o paciente como um ser humano normal, que está passando por uma etapa difícil e complicada na vida, mas que continua sendo a mesma pessoa que admiram e amam. Ter paciência com as altera-ções de humor, que podem ocorrer, e se mostrar disposto a ajudar, se ne-cessário. sempre com palavras po-sitivas e acreditar na cura sempre! lembrar-se de que é um parênteses que se abriu na vida dessa pessoa e que tudo tem que ser feito para que a normalidade volte”, orienta Maris-tela.

Equilíbrio emocional é aliado fundamental

Dilma Rousseff, Drica Moraes e Hebe Camargo: de volta à ativa após enfrentar o tratamento contra a doença

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O avanço da medicina nos tra-tamentos também contribui para desmistificar o câncer como uma doença fatal. Mas, devido às con-dições socioeconômicas do país, muitos brasileiros ainda não têm acesso a toda estrutura necessária para combater a doença. O alerta é do presidente da sociedade Brasilei-

ra de clínica Médica, antonio carlos lopes. “Hospitais de ponta, equipa-mentos modernos, medicamentos de última geração e profissionais qualificados existem no país, mas o difícil é permitirem o acesso dos pa-cientes mais necessitados. para se ter uma ideia, o Hospital de câncer de Barretos (HCB) e sua filial, em Ja-

les (sp), são referências no país e no exterior, porém sofrem com a fragi-lidade de nossas políticas públicas de saúde. Diariamente, deixam de atender um total de 450 pacientes por falta de mão de obra especiali-zada, fato que foi amplamente noti-ciado pela imprensa”, alerta o presi-dente da sociedade.

a professora angela Mônaco pe-rin aily levava uma vida tranquila até 2005, quando, aos 47 anos, foi fazer exames de rotina e surgiu uma alte-ração em seu hemograma. a notícia que recebeu não era nada boa e se tornou ainda pior devido à forma como o médico comunicou a Ângela que ela era portadora de mielofibro-se, um tipo raro e muito agressivo de câncer na medula. saiu arrasada do consultório. “Há várias formas de enfrentar a doença, e também várias formas de dar essa notícia para um paciente. Não fui poupada, ele deixou claro logo na primeira conversa que não havia cura, e que eu teria só mais alguns meses de vida. acho que falta humanização a muitos profissionais da área da saúde.” Na época em que angela descobriu a doença, ainda não eram realizados transplantes de me-dula óssea em adultos, somente em crianças e jovens. a professora man-teve sua rotina, mas conta que não foi fácil. “É um processo de aprendizado, autoconhecimento, controle e acei-tação. se você tira a esperança, tira os planos do ser humano, ele perde a razão de viver. sempre pensava em quanto tempo eu ainda teria de vida.” Os sintomas foram aparecendo aos poucos, fadiga, fraqueza, até chegar a uma anemia profunda que exigia que todas as semanas Ângela fosse internada para receber transfusão de sangue. Nesse momento crítico, ela foi informada sobre os avanços na medicina que passaram a permitir que os adultos também recebessem medula de um doador. De início, po-

rém, rejeitou a ideia, temendo morrer já durante o processo do transplante. Mas chegou a um estágio de saúde tão debilitado, que já não havia outra saída. No momento mais crítico, ela começaria a descobrir que era uma privilegiada. a chance de encontrar um doador de medula compatível é de uma em 100 mil. além disso, o transplante é arriscado, com índice de 20% a 25% de sucesso. para piorar, é um processo caríssimo, com filas de pacientes a sua espera no sistema público de saúde. Ângela saiu vitorio-sa em todas as probabilidades, supe-rando as estatísticas desanimadoras. conseguiu um doador compatível, um jovem morador do Rio Grande do sul; conseguiu vaga para fazer o trans-plante no Hospital albert einstein, em são paulo, e enfrentou o período crí-tico de possível rejeição. atualmente, passados oito meses da cirurgia, é uma outra pessoa. “Me acho escolhi-da, privilegiada.” em toda a jornada, a professora contou com o apoio da família, o que considera fundamental. Marido, filhos, pais, irmãos, amigos, todos se mobilizaram. Junto com a mãe, lícia Mônaco perin, que há 30 anos também enfrentou o câncer, Ângela ajuda a organizar campanhas de cadastro de doadores de medula óssea e de doação de sangue. sabe que ainda não venceu totalmente a batalha, pois os riscos de complica-ções ainda existem. Mas, para quem saiu do consultório em 2005 com a perspectiva de apenas alguns meses de vida, já tem a certeza de que é uma vencedora.

Avanços para todos

privilegiada”“sou outra pessoa, hoje me acho escolhida,

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Num exame de rotina, a funcio-nária pública aposentada Marta cristina Nalin recebeu um resultado inesperado. apesar de não apresen-tar nenhum sintoma, descobriu que era portadora do câncer de mama. “chorei muito, o médico me deu a notícia de uma forma muito direta, sem qualquer cuidado.” assustada com a doença, Marta reuniu a famí-lia para contar sobre seu problema e decidiu que não queria fazer tra-tamento. “eu só chorava, não sa-bia o que ia ser da minha vida.” Foi aí que sua mãe, suas irmãs e seu marido entraram em cena para

convencê-la a lutar contra a doen-ça. assim como muitas outras mulhe-

res que recebem o mesmo diagnóstico, Marta temia que fosse preciso pas-sar por uma cirurgia para retirada da mama. “Mas nesse momento comecei a fazer tratamento com outro médico, e este profissional era completamente diferente, compreensivo, atencioso, me tranquilizou.” O apoio da família tam-

bém foi muito importante. “Minha mãe, que tem 82 anos, me acom-panhava às sessões de quimiote-rapia.” a outra parte do tratamen-

to, com sessões de radioterapia, Marta teve que fazer em piracicaba. Foi nesse momento que começou uma etapa de aprendizado em plena batalha contra o câncer. “eu viajava com o transpor-te mantido pela prefeitura, e nessas viagens fui conhecendo pessoas em si-tuação muito mais grave que a minha, alguns não sobreviveram. como a van buscava as pessoas em casa, também passei a conhecer lugares de Rio claro que eu nem imaginava que existiam, pessoas muito carentes. Me tornei uma pessoa melhor, eu antes me importava com problemas pequenos, hoje penso, ‘bom, isso dá para resolver’.” Foram 38 sessões de radioterapia. Hoje Mar-ta já terminou o tratamento e está na fase de acompanhamento da doença, tomando remédios e fazendo exames regularmente. Mas não se esquece do período em que lutava contra o câncer. “Hoje procuro ajudar quem enfrenta o mesmo problema. e acho que é impres-cindível trazer para Rio claro o serviço de radioterapia. são muitos doentes, e uma cidade com quase 200 mil habi-tantes já deveria oferecer esse trata-mento. acho que falta vontade políti-ca.”

“Me tornei uma pessoa

melhor”

“É uma doença terrível, e para enfrentá-la

não podemos desanimar”

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aos 83 anos, o aposentado an-gelo spatti enfrenta pela segunda vez a batalha contra o câncer. Há 11 anos, passou por tratamento e saiu vitorioso na luta contra a doença na garganta. Há três anos, recebeu o diagnóstico de que o câncer voltou, agora na bexiga. apesar da dor e dos transtornos enfrentados no do-loroso tratamento, Ângelo está oti-mista. “É uma doença terrível e, para enfrentá-la, não podemos desani-mar.” Fumante durante 40 anos, Ân-gelo atribui ao cigarro os problemas de saúde que vem enfrentando. “an-tigamente ninguém falava sobre as

doenças que o cigarro pode causar. Hoje há mais informação.” acostu-mado a viajar por vários países du-rante décadas, em virtude de traba-lhar com o treinamento de cavalos de corrida, o aposentado conta que percebeu mudanças significativas na forma como as pessoas enfren-tam ou enxergam a doença. “Hoje não há mais tanto medo do câncer. a medicina também evoluiu. a gente passa por cirurgias, tratamentos e, quando volta para casa, as pesso-as nem acreditam que enfrentamos tanta coisa. a vida continua normal-mente.”

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• • • Depois do “Veta Dilma!”, políticos pegam carona e lançam o “caduca mensalão!”

• • • Quem diria! capitão Nascimento ataca de Renato Russo e agrada geral!

• • • enriquecimento ilícito dá cadeia, mas a pessoa continua a ser tratada como rica.

• • • Quem não tem vida interior é refém daquilo que está em volta.

• • • Final de junho é sempre igual. Querendo desacelerar comentamos como o ano está passando depressa.

• • • Já notou que em toda academia sempre tem alguém que se ocupa de malhar muito? a reputação alheia...

• • • Novos tempos começa a enxergar o fim dos tempos. Ou não.

• • • cuidado! Muitas vezes a luz

no fim do túnel pode ser um trem na contramão.

• • • pesquisa de adversário de prefeito é um verdadeiro ventilador já carregado com munição.

• • • Quieta non Movere. povo rio-clarense é tão pacífico que só vai para protesto no cartório.

• • • O ruim de envelhecer não é ver o mundo perder a graça. são as piadas repetidas.

• • • Vai começar o inverno. Agora dá pra ficar em forma para o verão.

• • • prefeito pensa em como seria bom se na prefeitura tivesse um botão “restart”.

• • • Mal informado é aquele que tem uma ideia e nem imagina que alguém já pensou naquilo antes.

• • • Na campanha eleitoral, desculpas esfarrapadas se disfarçarão com roupas novinhas.

PoPUPBlog: www.bloglog.com.br/marcelolapola

twitter: @marlapola e-mail: [email protected]

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EM TEMPoS dE ElEiÇÃo PRoMESSA É dÚvidA!

EM PolÍTiCA NiNGUÉM ANdA dE MÃoS dAdAS.

SÓ EMPRESTAdAS.

- Slogan da Copa é “juntos num só ritmo”.

será que é o mesmo da

construção dos estádios?

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ARRiSCAR o

iMPoSSÍvEl

Getúlio Vargas esta-va no governo e a

aliança Nacional libertado-ra, que luiz carlos prestes assumira, tentou fazer uma insurreição comunista. com o fracasso dessa tentativa prestes foi preso, em 1936, e viu sua mulher, Olga Be-nário prestes, ser entregue ao governo alemão por or-dem expressa de Getúlio. Depois de nove anos preso, prestes subiu ao palanque ao lado de Vargas.

aí está talvez o exemplo maior de como bons políti-cos, não em ideologia mas no modo de fazer política, desempenham seus papéis na vida pública. a habilida-de de compor, de chamar o adversário para si e anu-lar importantes forças de oposição pode determinar o sucesso de um governo bem como o sucesso de um político que almeje galgar postos mais altos na políti-ca nacional.

O que se vê, em muitos casos, é bem o contrário. prática comum de alguns governos, o ato de silenciar diante do ataque de um ad-versário, por exemplo, pode representar numa primei-ra análise a intenção de não querer polemizar, não querer dar voz ao inimigo. Mas é aí que pode estar o engano. silenciar diante do ataque pode soar aos ou-vidos dos eleitores como um consentimento, um re-cuo obsequioso diante dos argumentos. É o popular

“quem cala, consente”.Há milênios sun Tzu,

com seu célebre livro a arte da Guerra, ensina que, se conhecemos e respeitamos o inimigo e a nós mesmos, não precisamos temer o resultado. “se nos conhe-cemos, mas não ao inimigo, para cada vitória sofremos uma derrota. se não nos co-nhecemos nem ao inimigo, sucumbiremos em todas as batalhas.”

por essas e outras, para se fazer política é preciso estômago forte. para muitas vezes compor com potenciais adversários e jogar no ponto futuro. Diferente das outras relações sociais, em nossa política, pragmática e fisio-logista por definição, muitas vezes a pessoa que você me-nos suporta é que tem a cha-ve para o seu sucesso.

e saber chamá-la para si, ou ao menos silenciá-la é uma arte conhecida por poucos. a estratégia é bem diferente de cooptação por dinheiro ou interesses. É ter a habilidade de contagiar a todos com seu ideal e minar as ações da oposição. para isso talvez seja preciso al-gumas qualidades raras no nosso universo, como lei-tura, boa oratória e muita capacidade de enxergar a todos sem preconceitos. porque a derrota nas urnas começa quando se subesti-ma a capacidade de quem critica. em política ganha

quem arrisca o impos-sível.

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popUp - marcelo Lapola

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PETRÓlEoDescoberta do pré-sal aquece mercado para

geólogos e atrai investimentos para Rio Claro

a exploração do chamado pré-sal brasileiro, que segundo as pesquisas tem uma imen-

sa capacidade de produção de petróleo, atrai a atenção das mídias e da opinião pública brasilei-ra para um novo tipo de riqueza que antes nem era cogitado no país. O sonho do petróleo jor-rando em grandes quantidades ainda não está concretizado mas, indiretamente, atrai riquezas para Rio claro na forma de investimentos em educação. É o que vem acontecendo no cam-pus da Universidade estadual paulista - Unesp no bairro Bela Vista, mais precisamente no cur-so de Geologia, que forma os profissionais que atuarão nesse setor. Os benefícios não ficam somente entre os muros da universidade. Os alu-nos da graduação e pesquisadores que aqui de-senvolvem sua carreira acadêmica movimentam a economia do município. isso sem contar com a projeção de Rio claro dentro das otimistas pers-pectivas na área de exploração do petróleo.

O curso de Geologia da Unesp de Rio claro foi implantado em 1970. Os primeiros cursos brasileiros foram criados no início da década de 1960. segundo o coordenador do curso de gra-duação em Geologia da Unesp de Rio claro, pro-fessor doutor José eduardo Zaine, “é um curso que pode ser considerado tradicional e bem es-truturado no universo acadêmico. em avaliações não tão formais, foi classificado como “4 estre-las” no Guia do estudante da abril e no portal do estudante está em 1° lugar dentre os cursos de Geologia do Brasil. Recentemente, foram criados vários cursos no nosso país, totalizando cerca de 30 cursos”.

Uma das mais indiscutíveis provas do aumen-to do interesse pela Geologia está na relação candidato/vaga do vestibular da Unesp. segundo o anuário estatístico da universidade de 2005, no ano de 1993 a relação foi de 4,7 candidatos para cada vaga. No último vestibular, essa dis-puta já aumentou para 22 candidatos por vaga.

A profissão hoje oferece boas perspectivas, mas é preciso ter vocação para abraçar a car-reira, assim também como em outras áreas, não se deixando levar pela onda de otimismo trazi-da pelo pré-sal. Do Guia de Profissões da Unesp (disponível em www.unesp.br) consta que o can-didato à profissão deve ter perfil misto, ou seja, gostar de atividades ao ar livre, ter espírito ob-servador e crítico na coleta de dados, mas tam-bém gostar das atividades em laboratório e es-critório, onde deve ser criterioso e meticuloso no tratamento dos dados coletados. estima-se que o salário inicial seja de R$ 3.060,00 em média”.

carla Hummel

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JC Magazine - Nos últimos anos, o curso de Geologia ganhou atenção da mídia devido ao pré-sal e ao crescimento dessa área no Brasil. Isso aumentou a procu-ra pelas vagas? E quais os outros benefícios para o curso?

Zaine - É verdade, a área de geologia de petróleo teve um gran-de desenvolvimento por conta das descobertas do pré-sal, o que ge-rou uma demanda no mercado. com isso, houve maior procura pelo cur-so de Geologia que, neste ano, teve concorrência de 22 candidatos por vaga. Outras áreas da Geologia têm crescido, como o setor de minera-ção, que emprega muitos geólogos de Rio claro. Também os setores de meio ambiente e geologia de en-genharia têm uma certa demanda, ainda um pouco discreta, mas acre-dito que devam ter um crescimento considerável, principalmente pela

necessidade de geólogos em mape-amentos e estudos de áreas de ris-co. com o aquecimento do mercado, há um incremento nos projetos de pesquisa e extensão e, automatica-mente, a universidade fica mais bem equipada e capacitada para melho-rar o nível do profissional geólogo formado.

JC Magazine - Os pesquisado-res de Rio Claro tiveram partici-pação na evolução das descober-tas sobre petróleo no Brasil?

Zaine - a história do curso de Geologia de Rio claro tem uma re-lação muito próxima com a pesquisa de petróleo. as antigas pesquisas de petróleo na nossa região, sem dúvi-da, foram um forte argumento para a criação do curso de Geologia da antiga Faculdade de Filosofia (FAFI), depois Unesp. essa proximidade é explicada por muitos geólogos aqui formados ingressarem na petrobras e também em outras empresas de petróleo. por outro lado, temos vá-rios docentes que já foram da petro-bras.

JC Magazine - O que é o la-boratório que foi construído em parceria com a Petrobras aqui no campus de Rio Claro? Qual é o tra-balho desenvolvido?

Zaine - O UNespetro, centro de Geociências aplicadas ao petróleo, é um centro de pesquisa e de for-mação de recursos humanos vincu-lado ao instituto de Geociências e ciências exatas da Unesp - iGce. Os trabalhos estão focados em pesqui-sas (laboratórios de rochas carbo-náticas e de interpretação de dados geológicos) e cursos de treinamento aos geólogos da petrobras, além de curso de Geo-engenharia em parce-ria com a Universidade de aveiros, de portugal. atrelado ao UNespetro

está o programa de Formação de Recursos Humanos da aNp, o pRH-05 que, há mais de 10 anos, oferece bolsas a graduandos e pós-gradu-andos que desenvolvem pesquisas e estudos na área de petróleo e gás, assim como estudos na área de Ge-ociências e Meio ambiente.

JC Magazine - E quanto à em-pregabilidade dos formandos da Geologia? Mudou também nos últimos anos? É verdade que as empresas procuram a universida-de para disputar os futuros pro-fissionais?

Zaine - Os geólogos formados na Unesp têm conseguido empre-gos em diferentes setores, princi-palmente nas áreas de mineração e petróleo. De fato, o mercado está aquecido para o geólogo e a procu-ra tem aumentado nos últimos anos. É verdade sim, há procura, não sei se seria uma disputa, mas muitas empresas ligam e mandam e-mails à procura de geólogos. como coor-denador do curso, faço a divulgação aos formandos e ex-alunos.

JC Magazine - Há excesso de otimismo por parte do governo federal e da mídia ou realmente o Brasil dispõe de grande reserva de petróleo? Diante dessa reser-va, quais as perspectivas para o curso de Geologia nos próximos anos?

Zaine - Realmente, os novos campos descobertos são reser-vas espetaculares. as perspectivas são muito boas, sem dúvida. como uma área nova, ainda há muito por desenvolver, isso deverá refletir na formação de mais geólogos, na ne-cessidade de pesquisas e de cursos de especialização. O nosso curso de Geologia pretende acompanhar esse crescimento do setor.

Futuro PRoMiSSoR

coordenador do curso de gradu-ação em Geologia da Unesp de Rio claro, o professor doutor José edu-ardo Zaine assiste ao aumento da disputa pelas vagas oferecidas no vestibular e do interesse das empre-

sas pelos jovens recém-formados. Graduado pela mesma universida-de na década de 70, Zaine vê novas perspectivas para o futuro da profis-são nos próximos anos. Mas não é só a descoberta do pré-sal que voltou

os olhos do mercado para os geólo-gos. Há também o empenho da uni-versidade em aprimorar e atualizar o curso, além das outras áreas que também aumentam o número de em-pregos para os futuros profissionais.

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No campus da Unesp em Rio claro, na Bela Vista, está instalado um dos mais importantes laboratórios do país na área do petróleo. inaugurado no dia 23 de novembro de 2010, o UNespetro é um polo de formação de especialistas e de desenvolvimento de pesquisas com ênfa-se em rochas carbonáticas, que formam a camada pré-sal e outros importantes reservatórios petrolíferos brasileiros. O complexo, nascido da parceria da Unesp com a petrobras, tem 2 mil metros qua-drados de área útil e envolveu a aplicação inicial de R$ 10,5 milhões para constru-ção do prédio e compra de equipamentos e mobiliário. Desse total, cerca de R$ 9,2

milhões são investimentos vinculados à Rede Tecnológica da petrobras e R$ 1,3 milhão corresponde à contrapartida da universidade, que responde também pela contratação de professores e servidores técnico-administrativos.O centro é uma das principais iniciativas para o desen-volvimento do sistema de capacitação, ciência e Tecnologia em carbonatos (scTc). esse sistema é fruto de um acor-do firmado em fevereiro de 2010 entre a petrobras, a Unesp e as universidades estadual de campinas (Unicamp), esta-dual do Norte Fluminense (Uenf), Federal Fluminense (UFF) e Federal do Rio de Ja-neiro (UFRJ).

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sp O que é o pré-sal

Investimento de R$ 10 milhões em Rio Claro

Denomina-se de pré-sal o conjunto de rochas localizadas em águas mari-nhas ao longo do litoral brasileiro, numa faixa que vai do espírito santo a santa catarina. as pesquisas apontam para um enorme potencial de geração e acúmulo de petróleo no intervalo de rochas que se estende por baixo de uma extensa camada de sal. a profundidade dessas reservas pode chegar a 7 mil metros. Na Bacia de Santos, o óleo já identificado tem características de petróleo de alta qualidade e maior valor de mercado. O volume também impressiona. só na acu-

mulação de Tupi, na Bacia de santos, existiriam volumes recuperáveis estima-dos entre 5 e 8 bilhões de barris de óleo e gás.

segundo a petrobras, “as descobertas no pré-sal nos elevam a um novo pata-mar de reservas e produção de petróleo, com posição de destaque no ranking das grandes empresas de energia.a meta é alcançar, em 2017, produção diária su-perior a 1 milhão de barris de óleo nas áreas do pré-sal em que operamos” (mais informações podem ser obtidas no site da empresa, o www.petrobras.com.br).

UNESPetro: parceria entre a Unesp e a Petrobras para formação de profissionais e

desenvolvimento de pesquisas

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nas olimpíadas

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A Cidade Azul

entre os meses de julho e agosto deste ano, com aber-

tura marcada para o dia 27 de julho, acontecem, em londres, na inglater-ra, os XXX Jogos Olímpicos. ao todo serão disputadas 29 modalidades de 26 esportes e Rio claro estará re-presentado em três.

No Hipismo, Jesper Martendal briga por uma das três vagas entre os titulares da equipe no concurso completo de equitação (cce). atu-almente, o rio-clarense possui índi-ce técnico e treina com a delegação sob o comando do técnico britânico Nick Turner.

Medalha de bronze nos 16º Jo-gos pan-americanos, Jesper supe-rou uma fratura na tíbia e fíbula da perna direita, lesão considera-da grave pelos médicos e, contra-riando os diagnósticos, retornou às atividades em menos de três meses.

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Outro representante de Rio cla-ro, Filipe Fuzaro, no Tiro esportivo, buscará mais uma medalha para o país na modalidade em que conquis-tamos nossas primeiras medalhas olímpicas, em 1920, na sexta edição das Olimpíadas da era Moderna, disputada na Bélgica.

Na primeira participação brasi-leira em Jogos Olímpicos, o país con-quistou as três únicas medalhas da modalidade. Guilherme Paraense fi-cou com a medalha de ouro na prova de tiro rápido (25 metros), afrânio costa levou a prata na pistola livre e o bronze foi conquistado pela equipe de pistola livre formada por afrâ-nio costa, Dario Barbosa, Fernando soledade, Guilherme paraense e se-bastião Wolf.

a preparação de Filipe Fuzaro mudou radicalmente desde que ele assegurou a vaga nas Olimpíadas de 2012, no campeonato das américas de Tiro esportivo, disputado no Rio

de Janeiro, no final de 2010. Na oca-sião, superou, por apenas um tiro, o norte-americano ian Ruppert, que era apontado como favorito. agora, treinando cinco vezes por semana e com equipamento de alto nível, o atleta brasileiro já traçou os planos para londres.

“O objetivo é ir para a final. Nas Olimpíadas tudo é possível, dá para sonhar com uma medalha. estou preparado psicologicamente para as disputas e espero representar o Bra-sil da melhor maneira possível”, diz.

O recorde brasileiro pertence a Fuzaro, que acertou 144 pratos dos 150 possíveis em uma etapa do campeonato Brasileiro de 2011, em são paulo. Nos treinamentos, ele já conseguiu 145. O atual recor-de olímpico é do russo Vitaly Foke-ev, com 148 acertos, que superou o norte-americano Walton eller, ouro em pequim em 2008, que havia feito 147 acertos. Vale lembrar que es-

ses números são referentes à fase classificatória, quando 150 pratos são lançados em três séries de 50, sendo que dois pratos saem da máquina de cada vez de forma si-multânea a uma velocidade de 60 quilômetros por hora.

em londres, as provas de tiro se-rão disputadas do dia 28 de julho ao dia 6 de agosto, em uma estrutura provisória montada no Royal artil-lery Barracks, em Woolwich, sudeste da capital britânica.

a modalidade fossa double é muito semelhante à fossa olímpi-ca, por ser derivada da mesma. são lançados dois pratos simultâneos de uma fossa a 15 metros do atirador, que deve dar um disparo para cada alvo. Os pratos são lançados a uma velocidade de aproximadamente 60 quilômetros por hora com um ân-gulo de 10° entre si, dentro de um intervalo de 0 a 1 segundo após o comando do atirador.

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No Taekwondo, a técnica carmen silva pigozzi vai utilizar sua experiên-cia olímpica para auxiliar os atletas Diogo silva, na categoria até 68 kg, e Natália Falavigna, da categoria aci-ma de 67 kg. Natália já conquistou o bronze nas Olimpíadas de pequim em 2008. a técnica utiliza sua experiên-cia como coordenadora da delegação brasileira.

Natural de londrina, carmen veio para Rio Claro em 2008 a fim de co-ordenar e competir com a equipe nos Jogos Regionais dos quais a cidade azul foi sede. com a conquista da medalha de ouro em sua categoria, até 56 kg, o título de campeão nas categorias masculina e feminina e também na classificação geral sob sua coordenação, a treinadora se mantém na equipe rio-clarense des-de então.

carmen disputou as Olimpíadas como atleta, em 2000, em sydney, na Austrália, ficando em oitavo lugar na primeira vez que a modalidade foi inserida nos Jogos Olímpicos.

“estou nesta função pela minha experiência em competições. conhe-ço a logística a ser utilizada e estou

preparada para fazer um bom traba-lho. Estamos confiantes em resulta-dos positivos. Nossos atletas estão entre os 10 melhores no ranking mundial em suas categorias e trei-nam para buscar medalhas”, afirma.

Os Jogos Olímpi-cos de 2016 serão

realizados no Rio de Janeiro e essa

rotina de participa-ções rio-clarenses po-

derá ser mantida ou, quem sabe, aumentada, ao menos para car-men silva pigozzi.

“Rio claro tem potencial para levar atletas para 2016, pelo me-nos no Taekwondo. Todos os atle-tas lideram o ranking nacional em suas categorias e treinam com dedicação e propósito. acredito ser uma questão de tempo termos rio-clarenses competindo nos Jo-gos Olímpicos no Taekwondo”, diz.

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Jesper Martendal - HipismoData de Nascimento: 05 de

fevereiro de 1982Local: Rio claro

Carmen Silva Pigozzi - Taekwondo

Data de Nascimento: 12 de outubro de 1979Local: londrina

Filipe Fuzaro - Tiro EsportivoData de nascimento: 05 de

dezembro de 1982Local: Rio claro

FICHA TÉCNICA

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esta não será a pri-meira vez que Rio

claro estará presente nas Olimpíadas. João Gonçalves Filho, o “peixinho”, partici-pou de cinco edições dos Jo-gos Olímpicos como atleta. Na natação, em 1952, em Helsinque, na Finlândia, e em 1956, em Melbourne, na austrália. No polo aquático marcou presença em 1960, em Roma, na itália; em 1964, em Tóquio, no Japão; e em 1968, na cidade do México. se fez presente ainda em duas oportunidades como treinador no judô. em 1992, em Barcelona, na espanha, e em 1996, em atlanta, nos estados Unidos. ao lado do nadador norte-americano Johnny Weissmuller, famoso por interpretar Tarzan nos cinemas, foi o único atleta a disputar dois esportes aquá-ticos em uma mesma edição dos jogos. Nunca chegou a subir no pódio, mas estava lá quando seus pupilos Dou-glas Vieira e aurélio Miguel o fizeram por ele, no judô. O ex-atleta olímpico teve seu trabalho reconhecido e, em 2002, recebeu o Troféu adhemar Ferreira da silva durante cerimônia do prê-

mio Brasil Olímpico, sendo o primeiro esportista a rece-ber esse prêmio concedido aos destaques olímpicos.

João Gonçalves iniciou no esporte por meio de um convite de Herta Koelle, que o viu nadar nas águas do Ribeirão claro em 1947. Na década de 50, ao lado de Uadi Mubarac, amigo e parceiro, criou a associação Gonçalves Mubarac de Judô, um dos maiores celeiros de judocas do interior de são paulo. em suas participa-ções em Jogos Olímpicos, foi em 1968 que recebeu a maior homenagem que um atleta olímpico pode rece-ber: ser porta-bandeira da delegação brasileira. Neste, que considera o momen-to máximo de sua carreira como atleta, deixa definiti-vamente a natação e passa a se dedicar exclusivamente ao polo aquático.

Na natação e no polo aquático foi 26 vezes cam-peão no sul-americano e colecionou seis medalhas no pan-americano. como trei-nador de judô, revolucionou a mentalidade do esporte, criando toda uma geração de campeões olímpicos, in-

cluindo Douglas Vieira, au-rélio Miguel, Thiago camilo e leandro Guilheiro. Filho de um funcionário da compa-nhia paulista de estradas de Ferro e de uma costureira, cresceu de forma humilde e foi “descoberto” como na-dador quando entrou “de pe-netra” na piscina do colégio Koelle. a diretora da época foi falar com o intruso que nadava mais rápido que os matriculados e, quando o menino já se preparava para um sermão, ganhou uma bolsa de estudo para com-petir pela escola.

peixinho, como era cha-mado na época, venceu três campeonatos brasileiros consecutivos e foi para o clube Fluminense, mudan-do-se para o Rio de Janeiro. Foi lá que conheceu Wilma, com quem foi casado por 50 anos. Na faculdade de edu-cação física da escola do exército, adhemar Ferrei-ra da silva, atleta de salto triplo e primeiro bicampeão olímpico brasileiro, era seu colega de classe.

em um dos treinamen-tos, eles eram jogados em alto-mar e tinham de voltar nadando para a praia da

Peixinho foi o primeiro representante de Rio Claro nos Jogos Olímpicos. Como

atleta, treinador e dirigente, defendeu com classe o esporte nacional

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João Gonçalves

Filho, o “Peixinho”, foi mestre

no Judô

Vava Ribeiro

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Urca, sem perder o unifor-me nem o coturno. Já com duas Olimpíadas na baga-gem, João voltou a são pau-lo para ser atleta do clube pinheiros, onde permane-ceu até o dia de sua morte, no dia 27 de junho de 2010.

Outros dois atletas não naturais de Rio claro - mas com passagens pela cidade azul - se destacaram em Jogos Olímpicos. em Roma, em 1960, Rio claro foi re-presentada em uma con-quista de medalha. Manoel dos santos, nascido em Guararapes, em 1939, ga-rantiu o bronze nos 100 me-tros livres com o tempo de 55 segundos e quatro déci-mos. Na infância, o atleta residiu na cidade azul, onde iniciou no esporte aquático também no colégio Koel-le. No dia 20 de setembro de 1961, diante de três mil pessoas reunidas na pisci-na do Flamengo, quebrou, nadando sozinho, o recor-

de mundial dos 100 metros livres com a marca de 53 segundos e seis décimos. a marca só foi quebrada três anos depois.

em 1964, nas Olimpí-adas do Japão, o ala/pivô carioca Friedrich Wilhelm Braun, o “Fritz”, conquis-tou a medalha de bronze com a seleção brasileira, marcando 11 pontos em seis jogos. Nascido no Rio de Janeiro em 18 de julho de 1941, começou a jo-gar basquete no Grêmio Recreativo de Rio claro, passando pelo Fluminense, onde foi campeão carioca, Ginástico de são paulo, ec sírio, onde conquistou o campeonato paulista, Taça Brasil e sul-ameri-cano, e encerrou a carrei-ra no XV de piracicaba em 1972. Fritz foi campeão do Mundial de 1963 no Brasil e medalha de prata nos Jogos pan-americanos em são paulo, no mesmo ano.

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Peixinho no Clube Pinheiros em SP João e Wilma na abertura do Pan-Americano de 59, em Chicago

Peixinho porta-bandeira no México em 1968 O time campeão de polo no Pan-Americano de 63, no Brasil

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Na contramão da Medicina, as crendices são muitas e as promessas milagrosas, também, contra a calvície, além de outros mitos que associam o problema ao uso de acessórios e pro-dutos. Confira:

- cleópatra receitava para seu amado Júlio césar, que era calvo, uma fórmula caseira com rato doméstico;

- Hipócrates – pai da Medicina - in-dicava massagens com olivas verdes e até urtigas;

- Fazer uso de gel não contribui para a queda dos cabelos. possivel-mente, pode ocorrer a quebra de fios quando se dorme com o produto no ca-belo, tornando-o endurecido;

- pode interferir em pessoas que o usam exageradamente, mas o boné não faz cair os cabelos. O que acontece é o agravo de doenças capilares, como a dermatite seborreica, que pode ser um fator associado à queda.

Observação: em qualquer indício que aponte a calvície, procure um mé-dico especialista.

certa vez, disse o Rei Roberto carlos sobre os seus principais temores: “O primeiro é a calvície. O segundo é a velhice. O terceiro? imagine o que vocês quiserem. Deus me livre e guarde”. assim como o ídolo

nacional, a perda de cabelo é temida por grande parte dos seres do sexo masculino, situação que expõe a vaidade masculina frente à ação do tem-po e aos fatores comportamentais e genéticos.

A fim de fugir de apelidos constrangedores como ‘Pouca telha’, ‘Boi lambeu’, ‘Nenhum de Nós’, ‘Tobogã de piolho’, ‘aeroporto de mosqui-to’, entre outros títulos, o mais indicado é prestar atenção aos in-dicadores do problema e iniciar o tratamento capilar antes que as famosas ‘entradas’ se tornem ‘saídas’. No entanto, quais os sinais que indicam a calvície? a Dra. simone corat, dermatologista, diz que no homem caracteriza-se por afinamento dos fios e queda de cabelo na região frontal - as famosas entradas - e coroa. Já na mulher, a diminuição dos fios aparece no alto da cabeça, com uma diminuição difusa e afinamento. Ela percebe diminuição do calibre do rabo de cavalo, além de queda intensa - maior que 110 fios por dia.

Em termos médicos, a profissional explica que a calvície, ou alopecia, é uma doença genética, ou seja, está progra-mado no nosso código genético se seremos susceptíveis à calvície ou não. “Geralmente, inicia-se na adolescência, junto com o amadurecimento hormonal e evolui progressivamente ao longo dos anos. Na mulher, pode piorar após a menopau-sa, visto que o hormônio feminino pode desempenhar alguma proteção”, comenta. a alopecia torna-se perceptível depois da perda de 30% dos fios.

porém, há casos em que, somada à calvície, a pessoa de-senvolve um eflúvio telógeno, que consiste numa queda abrupta de grande quantidade de fios causada por problemas orgâni-cos, como doenças de tiroide e anemia, ou procedimentos de cirurgia e incidência de infecções. “isso deve ser avaliado e investigado pelo médico”, reforça.

Vale ressaltar que, normalmente, perdemos de 100 a 110 fios por dia, tratando-se de uma fase biológica do cabelo. Todo fio tem um ciclo de crescimento, manu-

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alimentos podem ser fa-tores de piora para a queda de cabelo quando a pessoa tem ane-mia associada, por ingerir pouca ou nenhuma carne ou por carência de vitaminas, principalmente a a. Uma alimentação adequada gera um equilíbrio que vai se refletir na saúde dos fios. Por se tratar de uma doença genética, a alimentação não é a causa da queda, e sim a herança (possuir genes predisponen-tes à alopecia). O uso de capacetes e bonés, também, pode ser fator negativo, uma vez que causa transpiração excessiva e, conse-quentemente, caspa e dermatites no couro cabeludo. a água quente pode provocar o

mesmo problema. Já a necessida-

de de lavar o cabelo é muito individual, mas, normalmen-te, devemos lavá-lo quando o percebe-mos oleoso e sujo. Quem tem cabelo oleoso deve fazer a lavagem diária.

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tenção e queda. “O que importa saber é que na calvície ocorre uma minia-turização - diminuição do tamanho do folículo piloso - e encurtamento da

fase de crescimento, ou seja, o cabelo que nasce é mais fino, de menor comprimento e, após algum tempo, há dificuldade de reposição dos fios

perdidos.”conforme orienta a Dra. simone, o tratamento contra a calvície

consiste em bloquear o receptor de testosterona (hormônio masculi-no) por meio do medicamento Finasteride, pois, assim, bloqueia-se o processo de queda. “esse medicamento é usado em homens e mu-lheres pós-menopausa ou que não têm risco de gravidez”, esclarece. podem ser usadas, ainda, loções capilares com Minoxidil para es-timular o crescimento capilar e shampoos para controle da caspa e oleosidade, quando estas estão presentes. É possível, também, fazer aplicações com agulha (intradermoterapia) com os medica-mentos Finasteride e Minoxidil. “como é um processo genético, o tratamento é por toda vida, com pausas curtas”, completa. Outro recurso disponível no mercado é o implante capilar, uma alternativa para casos em que grande área capilar foi perdida, onde estão presentes as áreas peladas, com raros fios. “O pro-cedimento deve ser feito fio a fio e o resultado estético é muito bom depois de, pelo menos, duas sessões.”

apesar da medicação disponível, estudos comprovam que o Finasteride pode diminuir a libido em 1,8% dos ho-mens e disfunção erétil em 1,3%, porém ressalta-se que as mesmas taxas ocorreram em pacientes que tomaram placebo - comprimidos sem o princípio ativo, feitos de fari-nha para pesquisa clínica. Já o Minoxidil pode causar aler-gia em pessoas susceptíveis e, ainda, causar aumento de pelos na face, principalmente em mulheres com tendência ou por uso inadequado. Quanto ao transplante de cabelos, a médica alerta para que deva ser feito por equipe especializa-da e com muita prática. “a técnica requer habilidade e, pelo

menos, três profissionais em cada procedimento, o que o torna dispendioso. cirurgiões plásticos ou dermatologis-tas podem fazê-lo, mas devem possuir treinamento em transplante capilar”, orienta.

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que elas gostam mais?

É dos carecas que elas gostam mais? essa é uma marchinha

de carnaval que surgiu para nos di-vertir e, também, parece dar vanta-gem sexual aos homens. e é a essa pergunta que a psicóloga clínica Rosane Rodrigues Marques irá nos responder.

Na avaliação da profissional, fe-lizmente, para os homens, os danos do tempo são chamados de: char-me. “está grisalho, com barrigui-nha, careca? É charme”, comenta. Nesse sentido, faz menção a um careca precoce e raro como, por

exemplo, o príncipe William, que pode ser beneficiado por parecer mais velho, mais sábio e mais se-xualmente maduro.

porém, observa que muitos ho-mens encaram sua calvície com negatividade, sofrendo e se lamen-tando com relação a sua aparência. “Nestes casos, não devemos subes-timar a intensidade da compulsão do ego para se vingar de tudo o que acham de ruim em seu corpo. então, o que pode ser feito?”, questiona.

“Há sempre dois objetivos distin-tos em qualquer negociação: sentir-

se bem e feliz com a sua aparência e fortalecer o seu relacionamento com as pessoas que lhe são caras. igno-rar qualquer um desses objetivos pode ser desastroso. Dessa forma, é bem provável que alimentam uma tendência a confundir os limites da vaidade com a autoestima. Tudo que a vaidade quer é o culto à perfeição, enquanto que a autoestima nos en-sina que a perfeição contém a im-perfeição, ou seja, nossa perfeição está na aceitação e no reconheci-mento de tudo o que é considerado imperfeito em nós”, conclui.

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antes e depois

Da cabeleira com luzes à cabeça raspada (tenista Andre Agassi)

‘Coroado’ pela calvície (príncipe William)

Calvo assumido (ator Kadu Moliterno)

Desarmado pela genética e tempo (ator Sean Connery)

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carecas famososOs atores Vin Die-

sel, bem como o lu-tador anderson silva e o apresentador Marcelo Tas são alguns exemplos de carecas que assumiram sua condição, seja por força da profissão ou da natu-reza, e adotaram o look da cabeça ras-pada. No auge de seus 60 anos, o ator Marcos caruso é um dos que não se

incomoda com a calvície, uma vez que a assume sem medo e preconceitos. Já o modelo e ator paulo Zulu mantém o corte de cabelo baixo, adequando-o às suas entradas, tornando-se um refe-rencial na área em que atua. cada qual com suas particularidades, compõem um estilo que é sucesso na dramatur-gia, televisão, moda e artes marciais.

Estilosos!

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Quem conhece William Nagib Filho, advogado

e músico, talvez desconhe-ça o seu passado um tan-to ‘cabeludo’. Não é nada sério, só o fato de que ele tinha cabelo de roqueiro, desses que dá até para prender atrás. segundo conta, foi cabeludo por uns quatro anos, até voltar a cortá-lo dentro da moda da época, com grande franja. com a calvície se acentu-ando, começou a raspar com máquina 3, depois 2, 1 até a zero. “O cabelo ficava esquisito com chumaços nas laterais e poucos fios no meio”, justifica.

Os primeiros sinais da calvície começaram a apa-recer, ainda, na adolescên-cia, sendo uma pequena entrada, tornando-se mais acentuada mesmo após os 20 anos, já na faculda-de. apesar de ter vivencia-do um período de precon-ceito contra os carecas, conta que, hoje, passou a ser um estilo adaptado a um corte da moda, princi-palmente entre jogadores,

artistas, lutadores, entre outros. encara a questão naturalmente, até porque é hereditária. “Não há como ser diferente, e não acho viável implante ou trata-mento para tentar reverter o quadro. acostumei-me bem e vai ser assim até o fim”, revela. Quanto à per-gunta que não quer calar, sua esposa, ariane Ros-setti Nagib, faz questão de respondê-la. “se é dos carecas que elas gostam mais? acredito que pode-mos dizer isso, sim, pois não conheço nenhum care-ca que esteja sozinho. acho charmoso e gosto das pes-soas que assumem sua identidade. posso dizer que meu marido careca é su-perpaquerado”, orgulha-se.

Mas, frente ao atual es-tilo, Nagib revela um único problema. “só meu barbei-ro é que anda chateado. Depois que ganhei uma máquina de cortar, dessas do paraguai, raspo sema-nalmente em casa mesmo, limitando as poucas idas ao salão para ajustes mais detalhados”, conclui.

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pai, marido, bom filho, pes-soa de boa-fé e que acre-dita na vida. esse é Marcos

Rogério Joaquim ou, melhor, o Dr. Marcos Rogério Joaquim, respeitado cirurgião cardiovascular de Rio cla-ro. aos 40 anos de idade, com gra-duação em Medicina pela Famerp - Faculdade de Medicina de são José do Rio preto e especialização em cirurgia cardíaca, é hoje referência na área em que atua.

Dr. Marcos sempre estudou em escolas públicas da cidade. Na ado-lescência, mudou-se para são carlos a fim de cursar ensino técnico em eletrônica. posteriormente, fez cur-sinho preparatório para o vestibular e cogitou ingressar em engenharia Elétrica. Ao final do Ensino Médio, os bons ventos o levaram para ou-tro caminho: a Medicina. Mas, como passar da área de ciências exatas para Humanas? “certa vez, em con-versa com um amigo que cursava

Bate forte, coraçã ...adriel arvolea

Medicina, acabei me interessando pela profissão e senti que era aquilo que queria. No entanto, quando se nasce médico, você será médico, não importando os caminhos até então percorridos”, justifica o Dr. Marcos.

De família simples, é filho único de antonio Joaquim (in memoriam) e luíza aparecida Tonin Joaquim. Dis-putou vaga no vestibular de Medici-na, o mais concorrido do país, com os melhores alunos, mantendo os pés no chão e o seu ideal vivo sem pensar em desistir frente às dificul-dades. “sempre tive para mim o se-guinte pensamento: não tem como dar errado”, comenta.

Diante de tantas virtudes e quali-dades, talvez nem tudo seja tão per-feito assim: Dr. Marcos é corintiano. Brincadeiras à parte, só um coração alvinegro para aguentar tantas e for-tes emoções. chora quando fala da família, principalmente das filhas – laura, 4, e eduarda, 8. se tivesse que

agradecer a uma única pessoa nesta vida, esta seria a sua mãe. “ela foi a base para que eu me formasse. Deu os ombros para que eu pudesse cres-cer.” Dentre as demais pessoas que o inspiram, cita Dr. Domingo Marcolino Braile, chefe de cirurgia cardíaca da Faculdade de Medicina de são José do Rio preto. “Dr. Braile é inspirador; motiva a todos sem precisar dizer uma só palavra”, comenta.

Em seu dia a dia profissional, ci-rurgias cardiovasculares são agen-dadas para o período da manhã. À tarde, dedica-se aos pacientes em seu consultório. com os horários definidos e organizados, diz que consegue se dar ao luxo de almoçar durante a semana em família. “con-sigo conciliar meus compromissos profissionais com os pessoais. No começo da noite, já estou em casa com a minha esposa adriana, que é magnífica em todos os aspectos, e filhas”, orgulha-se.

Durante uma cirurgia cardíaca, por exemplo, o órgão vital do nosso corpo – o coração – fica parado por até uma hora e meia, e a responsa-bilidade do cirurgião é fazê-lo bater novamente, sendo que uma escolha errada pode ser prejudicial ao pa-ciente sob os seus cuidados. Dessa forma, mantém um ritual do trajeto de sua casa até o hospital. “antes de sair de casa, faço uma oração agradecendo e pedindo a proteção de Deus, a qual se estende durante o procedimento cirúrgico”, revela. Nesse momento, mantém-se cen-trado, buscando estar em paz com a própria consciência.

considera-se um homem reali-zado, ainda mais por ter conduzido o primeiro implante de marcapasso em Rio claro (particular) na santa casa de Misericórdia - além de ter integrado o corpo clínico da insti-tuição -, que foi registrado por duas grandes coincidências: a primeira é que a cirurgia ocorreu em 08 de março de 2012, Dia internacional da Mulher, cuja paciente era mulher; e a outra é que a paciente era sua pró-pria tia.

“A felicidade é quando o que

você PENSA, o que você DIZ e o que

você FAZ estão em harmonia”

(Gandhi)

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Vera Luiza Martins Joaquim, 57 anos, recebeu o primeiro implante de marcapasso

em Rio Claro, cujo procedimento foi conduzido por seu sobrinho, Dr. Marcos Joaquim.

Uma semana depois, realizou ou-tro implante (pelo sUs). Mais recen-temente, em 20 de maio de 2012, realizou o primeiro transplante de coração da região de piracicaba e, também, do Hospital dos Fornece-dores de cana de piracicaba. O re-ceptor, um homem de 56 anos, natu-ral de piracicaba, recebeu o coração de um jovem de 27 anos, de Jaú. O transplante durou quatro horas e foi um sucesso.

comemora, ainda, o feito de a santa casa ter inaugurado a Uni-dade ii do Hospital são Rafael com uma Unidade de car-diologia completa, equipada com eco-cardiograma com

Fluxo em cores, ergometria, UTi e centro de Hemodinâmica. além dis-so, está ampliando o centro cirúrgi-co, que possibilitará a realização de cirurgias cardíacas mais complexas, como de válvulas e revascularização do miocárdio.

“O Dr. Marco aurélio Mestrinel e a sua equipe de cardiologistas da santa casa, junto ao provedor da instituição, José carlos cardoso, têm construído uma base sólida para ini-ciar, ainda neste ano, procedimen-tos de alta complexidade em cardio-logia e cirurgia cardíaca – o sUs não é credenciado. Rio claro ganha com isso e a santa casa passa a prestar

um serviço essencial e até refe-rencial”, avalia o cardiologista.

Dessa forma, poderá operar em Rio claro – uma de suas realizações – e ampliar sua atuação na cidade onde nasceu, pois, atualmente, trabalha no Hospital dos Fornecedores de cana de piracicaba.

apesar dos louros e méritos conquistados, bem como de todo o reconhecimento, mantém a hu-mildade que o torna, ainda mais, um profissional humano e atento às necessidades alheias. esse é o Dr. Marcos Rogério Joaquim, ou simplesmente Marcos Rogério Jo-aquim: médico, caseiro, cinéfilo, viajante, família e que tem na vida a chance de fazer bater forte o co-ração de quem venha a precisar da sua ajuda.

“ Numa quarta-feira, 7 de março de 2012, por volta

das 7h, estava fazendo minha caminhada rotinei-ra quando passei mal,

sentindo canseira, com o coração acelerado e a visão escura. cheguei

em casa, liguei para a minha filha, que conta-

tou o meu cardiologista. No mesmo dia, fui encaminhada ao hospital direto para a

Unidade de Terapia intensiva (UTi). Tive um bloqueio no coração, sendo que, em 2010, passei por um procedimento de angioplas-

tia. Em momento nenhum fiquei nervosa com a situação, pois sou calma até demais. Quando soube que seria o Dr. Marcos

Joaquim que me operaria, fiquei mais tranquila. Durante a cirur-gia, conversamos, batemos papo, contamos até piada. Tudo

isso porque recebi anestesia local. são uma bênção as mãos dele. Hoje em dia, faço minha faxina, caminho normalmente e tudo o mais. Quem me vê, não acredita que tenho marca-

passo. e costumo brincar que tenho dois corações: se um falhar, tenho outro reserva.”

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projetado para fins militares, o Jeep respondeu com êxito aos

esforços americanos durante a se-gunda Guerra Mundial. O exército dos estados Unidos decidiu então com-prar mais de 15 mil deles e a Willys venceu a concorrência, apresentando um chassi forte e motor superior se comparado ao dos outros dois rivais. seu desempenho não desapontava mesmo com 200 kg a mais e ainda lhe sobrava fôlego para rebocar carretas ou canhões. como suportava as mais resistentes missões, logo os militares apelidarem de “Jeep” toda e qualquer máquina invencível e salvadora. Qual-quer coisa mesmo, de trator a avião.

Outra façanha que o tornou ain-da mais popular por sua mobilidade e raça se deu no começo da déca-da de 40, quando o piloto de testes da Willys-Overland subiu com seu novo modelo as escadas do capi-tólio. Depois da inédita façanha, perguntaram-lhe qual era o nome do formidável veículo: – isto é um Jeep, respondeu, orgulhoso. O que era ape-nas para ser um projeto militar, após o fim dos conflitos, ganhou as ruas e hoje é comum encontrá-los por todos os cantos.

a vida em cima de um Jeep é sem-pre mais divertida. “Uso na rotina diária, como ir ao banco, levar e bus-

Resistsidney navas

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“Adoro meu Jeep. É um carro excelente para quem quer sair do convencional

e gosta de adrenalina. Você

passa a ver o mundo de outra forma em cima de um Jeep”, - Zilda Ferreira,

coordenadora de vendas

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car minha filha na escola e, é claro, principalmente aos finais de sema-na com toda a família. É realmen-te perfeito. pronto pra tudo. adoro o meu”, conta a coordenadora de vendas Zilda Ferreira, feliz proprie-tária de um Jeep Willys ano 75. ela destaca ainda que há cerca de dois anos tentou comprar seu primeiro modelo, um legítimo 1957. “Foi em são João da Grama. pretendia refor-má-lo mas, antes de fechar negócio, acabei comprando este que tenho hoje, um modelo mais novo. Tínha-mos dois carros e uma motocicleta. eram muitos custos com seguros, impostos, combustíveis e manuten-ção. Decidimos trocar um deles pelo Jeep.”

escolha certeira para quem busca aventuras. “em uma delas, voltáva-mos acompanhados de alguns ami-gos na trilha da serra do cantagalo. Era final de tarde. No total, seguiam quatro Jeeps e um Troller. Um passeio inesquecível. O caminho de volta, for-mado por muitas cachoeiras, vegeta-

ção e um cenário pintado caprichosa-mente pela natureza, impressionava de tão lindo. Me fez esquecer o es-tresse diário e a loucura da selva de pedra. encontramos muitos trilheiros com gaiolas e motocicletas. livres e alegres como crianças. comecei a enxergar a vida por outro ângulo. O Jeep é um grande companheiro, sem-pre a postos”, defende.

“Mas é preciso atenção ao vo-lante”, alerta a coordenadora de vendas. “por ser um carro que ofe-rece segurança em qualquer tipo de terreno, mas que ao mesmo tempo intimida, é necessária a devida pru-dência no trânsito e muito cuidado na direção”, observa.

O farmacêutico arnaldo Degea também foi hipnotizado, deixou-se levar pelo fascínio deste universo e ostenta com orgulho o título de ‘ji-peiro’. sempre que pode não perde tempo e viaja com seu Jeep Willys, ano 67, parrudo, restaurado por ele e a mulher madrugadas a fio na garagem da residência do casal. “É

algo inexplicável. O poder de atra-ção é realmente incrível. lembro até hoje. eu e minha esposa, que também adora Jeep, passávamos madrugada adentro trabalhando na restauração. só paguei para fa-zer a parte elétrica e a pintura. O resto foi fruto de muita dedicação. Foram 40 dias, ou melhor, noites de muito esforço, mas valeu a pena”, comemora.

e como valeu. para se ter uma ideia de tanto esmero, Degea fez questão absoluta de restaurar o motor somente com peças origi-nais. Hoje vale cerca de R$ 20 mil. “comprei o meu por R$ 12 mil, mas depois gastei outros sete mil para restaurá-lo. ele já foi avaliado no mercado por mais de R$ 19 mil. Mas o meu Jeep não tem preço. É único. eu e minha esposa cuidamos dos mínimos detalhes desde o início”, diz, eufórico como qualquer garoto feliz ao lado de sua primeira bici-cleta ou pai ansioso pela espera do nascimento do filho.

“Meu Jeep não tem preço. O ideal é mantê-lo o mais original possível. Tem

gente que mexe numa coisa aqui e outra lá descaracterizando o modelo,

assim perde a graça”, - Arnaldo Degéa, farmacêutico

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Quando comecei a matéria, conheci e tro-quei e-mails com vários jipeiros, como são or-gulhosamente chama-dos. Foi com Fernanda Mol, presidente pelo 2º ano consecutivo do Jeep Gaiola clube da pacata santa Gertrudes, que re-solvi quebrar a rotina de um sábado ensolarado, porém um pouco úmido e frio, típico desta épo-ca do ano. ela me convi-dou para um passeio. a simpática turma de ma-lucos formada por co-

merciantes, contadores, enfermeiras, advogados, donas de casa, cera-mistas e trabalhadores em geral se concentrou logo depois do almoço na sede da associação, próximo ao centro.

‘passageiro’ de pri-meira viagem, cheguei um pouco antes e, de cara, já encontrei Fer-nanda. com um sorriso largo e simpática por natureza, foi logo me ex-plicando qual seria nosso trajeto. com quase uma hora de atraso, enfim

partimos. Não demorou muito, nosso garboso comboio rapidamente alcançou a zona rural. eram quinze Jeeps, qua-tro gaiolas, três Ford Ru-ral, além de uma Blazer e duas picapes como car-ros de apoio. impossível não ser notado.

Não demorou muito chegamos à nossa pri-meira parada: a pedreira abandonada. Um lugar realmente incrível. Tal como adolescentes, os jipeiros se esbaldaram numa pequena área inun-

Uma Ford Rural atolou. Diversão garantida para os jipeiros, que se esbaldaram...

Diário de bordo, por Sidney Navas

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NA TRilHA

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CoM ElES...dada. Foi uma festa no meio de tanta lama. Uma Ford Rural acabou atola-da. ela foi rebocada por um Troller com uma faci-lidade jamais vista: pelo menos eu nunca havia assistido a nada igual.

Trinta minutos de-pois avistamos os arre-dores da Fazenda Dom pedro. passamos perto de uma das entradas. O cenário é empolgante. além de guardar muita história e ser um símbolo de status, a propriedade é linda, mesmo admira-

da só pelas beiradas. Na sequência chegamos ao Bar do Jucá. É uma mes-cla de armazém e boteco que vende cerveja gelada e uma famosa e genero-sa porção de mortadela, digna dos deuses. lá os mais inquietos e ousados também provam uma mistura alcoólica apeli-dada como ‘na concha’. O nome sugestivo vem porque você bebe o ‘tro-ço’ direto de uma concha daquelas de sopa.

antes de cair a noite, o comboio já preparava

seu caminho de volta. só dava pra ver aquela fileira de faróis e muita, mas muita poeira mes-mo antes de chegar até a rodovia Washington luís. isso quase perto de onde tudo começou. De lá para a sede do Jeep Gaiola clube de santa Gertrudes foi um pulo. assim que me fez o con-vite, Fernandinha - como é carinhosamente cha-mada - me avisou desde cedo: - Vem com a gente. Você vai adorar. Não é que ela tinha razão...

É no meio da poeira e da lama que os jipeiros se sentem bem.

Quanto mais acidentado for o terreno, melhor

pra eles...

Todo final de semana é assim

para os membros do Jeep Gaiola Clube de Santa Gertrudes. Eles comem muita

poeira, se emporcalham no lamaçal e voltam felizes pra casa...

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Aleatórias Fabíola cunha [email protected]

Vim, vi e cansei a.le.a.tó.rioadj (lataleatoriu) 1 Que depende de acontecimentos incertos,

favoráveis ou não a um determinado evento. 2 Eventual, fortuito, incerto. sm Sala ou casa especialmente consagrada, entre os ro-manos, aos jogos de azar. (dicionário Michaelis)

ao preparar uma ração noturna, a pessoa que mora sozinha tem alguns alimentos e itens culinários como in-dispensáveis à vida. Quando você sai de casa e se tor-na uma ovelha desgarrada da família (ou simplesmente toma vergonha na cara porque já está com 30 anos e tem que cuidar da própria existência), perde a oferta e varie-dade de comida à disposição (e de roupa lavada). então você descobre que, a menos que sua mãe seja a cruela de Vil e você um dálmata, é muito mais confortável ser alimentado e aquecido no lar materno que levar uma vida loka sustentada pelos itens abaixo.

Pão: primeiro item indispensável à vida do morador de pequeno apartamento. seja francês, caseiro, sovado ou de fôrma, ele sempre tapa aquele buraco dolorido que surge no estômago no meio da tarde de sábado. Mesmo que não haja nada para rechear ou untar o pão, ele vai fazer a função de um balãozinho gástrico inflado: vai te dar condições de esperar o delivery do china abrir às 18 horas.

Miojo: Todos conhecem, o que dizer? É o fundo do poço, o crack alimentício dos moradores de repúblicas e /ou quarto-e-sala. Naquela noite chuvosa e gelada, quando você só lembra de comer depois que os caixas eletrôni-cos fecharam e não tem trocados suficientes nem para 1

Mas que encheção essa história de que os trinta são os novos vinte! Trinta são trinta, vinte são vinte. e que encheção essa história de que fazer aniversário muda alguma coisa. Fazer vinte, fazer 30, só servem para piadi-nhas em almoço de família. a vovó aconselha, o papai franze o cenho. Nada (de) mais. eu re-clamo muito de tudo, menos de fazer idades. a mudança é a conta-gotas, no dia a dia. O que muda, o que nos mudam são fatos. Uma grande tristeza, uma grande alegria. e isso não tem data para acontecer. Nem bola de cristal para prever. então não me venham com churumelas. Os 30, os 40 e os 60 só mudam a conta bancária de escritor de autoajuda, que enche o picuá de dinheiro, lambendo os beiços com a insegurança trouxa de gente frouxa.

(uma) esfirra do Habibs, então o miojo torna-se o manjar que os deuses enviaram para um sem-noção como você. ps: ignore que alguns delivery têm máquinas de cartão de crédito/débito para não gerar faturas impossíveis de pagar.

Legumes: se você se tornou pessoa preocupada com a alimentação nos últimos anos, mesmo com recaídas, procure então conservar uma cenourinha ou um tomati-nho na geladeira. Quando tudo está perdido, lembrar que há uma cenourinha para petiscar faz bem ao coração. e ao culote. ps: culote é sua bunda deixando de ser par-ceira e querendo te abandonar pela lateral. Quanto mais amendoim com cerveja você come, mais a bunda tenta fugir e maior fica o seu culote. Então corte o amendoim.

Telefone: este é com certeza o item culinário mais importante na vida de uma ovelha desgarrada e preguiço-sa. com a desculpa de ser sexta-feira, sábado ou domin-go, você disca os números mágicos da vida e digdindigdin, uma embalagem de isopor ou papelão fumegante chega a sua casa com a salvação para seu infortúnio. claro que isso exige que você tenha dinheiro, mas o que não exige, não é, minha gente? e é para isso que existe o acordar cedo e ir trabalhar: para garantir o leitinho das crianças, trocando “leitinho” por “pizza” e “crianças” por “você”.

Delivery, meu amor

Idades

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a Revista Veja é igual rodeio: fez parte da minha in-fância, mas cresci, li, me informei e hoje desprezo não só os dois, mas quem gosta.

aproveitando a campanha “Veta, Dilma!” quero criar a campanha “seta, Dilma!”. Nossa presidente poderia lan-çar uma medida provisória para tirar a cNH de quem não liga a seta e ameaça a vida de pedestres irritadas como eu.

eu tenho muito medo de duas coisas: barata e ho-mem misógino (também conhecido como estuprador em potencial). eles têm similaridades: estão em qualquer lu-gar e podem atacar a qualquer momento.

Vocês não adoram quando eva Mendes ou Olivia Wil-de começam a discorrer sobre como temos que valorizar a beleza interior em cada uma de nós? eu adoro, acho supercoerente.

”Odeio morar em sobrado. subir escada acaba comi-go”. Dona, o que acaba com a senhora é ter 800 kg e 495 cm de quadril.

A Forbes noticiou em maio que Dilma Rousseff é a segunda mãe mais poderosa do mundo, atrás apenas de Hilary clinton. e nosso Brasil não para aí: na lista de ma-mães mais espertas, luciana Gimenez é hours concours, com dois rebentos bilionários como renda per capita. Va-leu, lu!

a Fundação Biblioteca Nacional (FBN) anunciou em 2012 R$ 373 milhões em incentivos à leitura. só queria saber como isso é convertido em qualidade, porque lei-tor da saga crepúsculo, Harry potter e paulo coelho tem bastante até.

e se a melhor série televisiva de todos os tempos, Breaking Bad, se chamasse Baking Bread e contasse a história de um padeiro que resolve traficar filãozi-nho?

li (ou ouvi) em algum lugar, há algum tempo, que você sabe que está cercado de pessoas inteligentes quando nenhuma delas cita falas dos cQcs para tentar parecer engraçado.

Não lembro o que almocei ontem, mas guardo uma mágoa como ninguém, viu?

Jornalista recebendo e-mail no trabalho com uma linha de texto mal escrito, uma foto desfocada e no campo “as-sunto” “Matéria jornalística c/ texto e fotos” é igual a você mandar um desenho de uma casinha e um solzinho feito por uma criança de 6 anos para um arquiteto com o título: “projeto da minha casa”.

listras horizontais engordam? Não, nhoque engorda.

Nada explica a felicidade que senti ao ler uma discus-são via Facebook em que uma dondoca afetada criticava uma pessoa pobre por escrever “pobrema”. a conclusão a que ela chegou? “Infelismente a educação no Brasil é assim”.

complexo de princesa da Disney só é aceitável até os 12 anos. Mesmo assim, evite.

Dica para as decepcionadas com o gênero masculino: ler livro sobre como colocar um homem a seus pés não é tão legal quanto fazer aula de muay-thai e nocautear um pra valer.

Aleatórias Fabíola [email protected], vi e cansei

a dedicação da TV Globo ao Neymar é tão intensa e desesperada que é de se pensar que a mãe dele assumiu o Departamento de Jorna-lismo da emissora. E que Neymar é filho único. Mas aí nos lembramos de Ronaldo Fenômeno e o meaculpa feito no Fantástico após o “mal- entendido” com travestis e lembramos que a TV Globo é uma grande mãe adotiva, mãe-cora-gem desses heróis nacionais fabricados. e mãe coruja também, porque ô rapaziada mal diagra-mada! Fiquem com Malvino salvador, da Globo mesmo, para manter o nível alto.

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eu nunca fui muito de moda, porque a moda cria uns monstros que ora causam risos, ora compaixão, ora desprezo. Mas os itens abaixo merecem (des) atenção, mesmo que não este-jam tão “na moda” hoje em dia. Tem gente que acha aceitável desfilá-los por aí, fazendo dos meus olhos penico, porque, sei lá, entraram no cheque especial para adquiri-los. atentem e evitem:

Bota pata de bode: quando papai viu numa vitrine, perguntou se era para pessoas com uma perna mais curta que a outra. Res-pondi que não, ele riu. preciso dizer algo mais?

Chinelo plataforma: encurta sua perna, encurta sua moral, encurta sua possibilidade de conversar comigo. O que pode ser excelen-te, já que sou muito chata.

Batom rosa-b****a: se eu tiver uma bota pata de bode por perto, taco na sua cara.

Sutiã com alça de silicone: eu já tive um. Não cometa o mesmo erro que eu.

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Moda com quem entende de

E lembrem-se: Audrey Hepburn os despreza

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Não é por acaso que muitas cidades con-

sideradas de pequeno porte são vistas como se tivessem ‘donos’. assim como o per-sonagem Odorico paraguaçu era o político que não dei-xava o cargo de prefeito na cidade fictícia de Sucupira, na novela O Bem amado, no Brasil “real” existem nomes que são considerados como lendas nas urnas. conseguem permanecer no cargo por lon-gos anos e fazem da política algo muito próximo de uma

profissão. Falta de opção, o velho coronelismo regional ou competência política? a verdade é que poucos sabem ou se arriscam a explicar. O que se percebe de forma cla-ra é que nem sempre o que é bom para uns, ou no caso a maioria - de outra forma não seriam eleitos -, é bom para todos. isso gera indignação a quem está do outro lado. a derrota e a vitória fazem parte do jogo, pois na políti-ca não se permite o empate. este é o papel da democra-

cia, pela qual, entre bons ou ruins, é feita a opção do elei-tor. pedir, vender, comprar votos, tudo pode acontecer, até que o eleitor se encontre na cabine do voto. e, nesse momento, só a consciência vale. longe de querer pro-vocar uma discussão, fazer campanha, criticar ou mes-mo sugerir que esse tempo já passou, expomos aqui personagens, até mais que políticos, que de uma forma ou de outra são bons no que fazem: conquistar votos.

PODER E DO VOTOOs homens do

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Desde que a cidade passou a ter prefeito, ele atua junto ao poder executivo. ildebran prata começou a trabalhar na prefeitura de ipeúna em 1965 como escriturário, depois passou a contador e, em 1977, já era prefeito. ildebran também exer-ceu a função de secretário para ou-tros prefeitos e só esteve fora do paço Municipal por um período de 4 anos, na administração anterior. eleito cinco vezes para ocupar o car-go (1977-1983, 1989-1992, 1997-2000, 2001–2004 e 2009-2012), vai completar 22 anos à frente do vizinho município. “Meu primeiro mandato foi prorrogado por mais dois anos, porque na época as da-tas das eleições não coincidiam em muitos municípios e essa alteração foi feita para se igualar. assim, to-das as cidades passaram a ter início de mandato na mesma data”, conta. “Fui eleito na primeira vez com 813 votos. Era final da década de 70 e, na época, era pouco mais de 1 mil eleitores. a curiosidade é que eu era candidato único, mas existia oposi-ção e, caso meus votos não ultra-passem os 50%, poderia perder as eleições.” ildebran conta que a cam-panha era de porta em porta e que não existiam recursos financeiros

como hoje. atualmente a cidade tem cerca de 6 mil habitantes. “Quando venci pela primeira vez, a prefeitura tinha 17 funcionários, hoje são cerca de 350.” para ildebran, a legislação mudou muito. “Naquela época não se pedia muita coisa, mas era difí-cil de trabalhar, porque a cidade não tinha recursos. Não havia verbas da União e do estado. assim mesmo hoje é mais difícil de governar”, sa-lienta. O político fala que teve que se adaptar ao desenvolvimento do município e conseguiu. segundo il-debran, para ter sucesso é preciso ter conhecimento de administração pública, caso contrário não consegue trabalhar. “administrar uma cidade é mais complexo do que uma empre-sa, porque são várias áreas bem di-ferentes”, salienta.

Não muito diferente de outras pequenas cidades, corumbataí - com cerca de 4 mil habitantes - vi-vencia um cenário político em que poucos se arriscam à disputa elei-toral, principalmente quando a con-corrência tem sucesso nas urnas. O atual prefeito ivanir Franchin está prestes a finalizar seu quarto man-dato como prefeito (1989-1992,

1997-2000, 2005-2008 e 2009-2012), o que significa que 25% da vida política do município foi co-mandada por ele. ivanir não teve 100% de aproveitamento, registrou uma única derrota. por outro lado, na última eleição, apenas Franchin foi reeleito na região. a cidade, que recicla quase 100% do seu lixo, foi emancipada em 1948 e a maior parte dos habitantes reside na área rural. Quando reeleito, Vani - como o prefeito é conhecido - observou que a cidade tinha dificuldades para atrair empregos, já que indústrias poluentes não têm vez no municí-pio, mas que o turismo poderia ser melhor explorado. ao melhor estilo mineiro, o prefeito de corumbataí não gosta de dar entrevistas, em-bora sempre receba com simpatia a imprensa. segundo seus aliados, esta é talvez sua grande caracterís-tica. Dizem que é o único prefeito eleito que não pede votos.

22 anos à frente do Executivo

Um padeiro de sucesso

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ao contrário de Ribeirão, a ou-tra linha vitoriosa de santa Ger-trudes adota outro discurso. João carlos Vitte já foi eleito três vezes (1997-2000, 2000-2004 e 2009-2012) e, para ele, a alternância no poder não se dá por falta de opção, haja vista que nas últimas eleições a cidade registrou cinco candidatos, número maior por exemplo que Rio claro. “acho que isso representa a confiança do povo no trabalho que vem sendo realizado”, diz. para o atual prefei-to, o conhecimento do cidadão em torno do candidato e a profissio-nalização do político são fatores essenciais para o sucesso de uma administração. “Hoje a prefeitura é uma empresa e o prefeito, seu gestor. ele precisa saber reduzir

as despesas para trabalhar com a receita que tem”, afirma. Para ele, já se foi o tempo da velha política, do assistencialismo. “Mas ainda existem políticos que trabalham dessa maneira, pois vejo que muitos não se atualizaram.” so-bre a receita para o sucesso nas urnas, a primeira resposta passa pelo trabalho. e vale para todos. ele descarta a existência do que chamam coronelismo naquele município, mas sabe que o fato existe na política nacional. “em santa Gertrudes, por exemplo, só o fato de termos cinco candidatos já mostra que existe democracia. Mas sei que existe a expressão (coronéis), porém isso não existe aqui e está mais do que claro”, finaliza.

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O outro lado

Na vizinha cidade de santa Gertrudes, com pouco mais de 22 mil habitantes e 16 mil eleitores, há 20 anos duas pessoas se alter-nam no posto de prefeito: Valtimir Ribeirão e João carlos Vitte.

Valtimir Ribeirão foi eleito pela primeira vez em 1973. Já esteve à frente do executivo gertruden-se por quatro mandatos (1973-1977, 1983-1988, 1993-1996 e 2005-2008). entre o passado e o presente, diz que a diferença fica por conta do perfil do eleitor. “antigamente as eleições eram bem diferentes. O vencedor era eleito praticamente por seus fa-miliares e conhecidos. Hoje, com as mudanças na legislação, isso não basta e é preciso uma equi-

pe de apoio.” segundo Ribeirão, não existia publicidade e a dis-puta era mais amadora, apenas com carro de som e o trabalho de porta em porta. “sou o primeiro político da família que deu conti-nuidade à vida pública, e o maior desafio é ter consciência de que você tem que dar o melhor de si e que este melhor seja realmente o melhor para a população”, fala. para Valtimir, o fato de ser eleito por quatro vezes se deve a vários fatores, entre eles a dificuldade de ascensão de novos líderes. Tal-vez por conta desse quesito é que, nos últimos anos, tenham surgido novos nomes em santa Gertrudes de olho nesse revezamento dos últimos anos. seria em 2012?

Santa Gertrudes: 20 anos de alternância

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com 4 mil habitantes, a es-tância climática de analândia já contou com José Roberto perin por três vezes à frente do exe-cutivo (1993-1996, 2001-2004 e 2005-2008). para perin, sua his-tória é de uma força jovem que veio para ficar. “Analândia era governada por antigos coronéis que cerceavam o crescimento da cidade ao impedirem a criação de empregos e o desenvolvimento socioeconômico. a cidade era vis-ta como uma grande fazenda cer-cada por famílias tradicionais que tinham medo do progresso, medo de ter contato com outras pesso-as e outros moradores”, fala.

Mas o que estranha é que, para seus adversários, o cenário ainda é o mesmo, mas isso não abala Beto perin. “Hoje consegui-mos projetar analândia na área turística. Nosso carnaval chega a reunir 35 mil pessoas e isso mostra que estamos no caminho certo.” para ele, ainda existem po-líticos que são egoístas e que não enxergam a força das pessoas humildes. segundo Beto perin, o político que trabalha e se dedica ao seu povo colhe a coisa mais saborosa em uma eleição, que é

a vitória, e essa sede pelo poder fica evidente nos comentários. “Não me chamo candidato copa do Mundo, não apareço de quatro em quatro anos, estou sempre à disposição do cidadão e do povo.” O sucesso nas urnas passa por fases complicadas na vida, se-gundo nosso entrevistado. “sou de família humilde, já vendi muita verdura, fiz minha faculdade sua-da de administração, mas investi na minha vida e me especializei em política.” perin também se mostra exigente em relação a colegas que buscam a carreira pública. “Todo político deveria ter um nível mínimo de formação e capacitação, pois precisa saber criar e analisar as leis.” Na sua opinião, só assim os mais jovens, principalmente, não seriam in-duzidos ao erro por outros mais experientes. Talvez esse tenha sido um recado a seus adversá-rios políticos, e aqui vale lembrar um fato interessante: da mesma forma que crescem seus aliados e cabos eleitorais, também aumen-tam os adversários. Um fato que pode explicar o número de eleito-res em analândia ser maior que o de moradores.

A polêmica e turística Analândia

Odorico Paraguaçu, personagem de Paulo Gracindo na década de 70, era o político que não

deixava o cargo de prefeito na cidade fictícia de Sucupira, na novela O Bem Amado.

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Aves exóticas

paixão. É assim que os pro-prietários de pássaros exóticos definem o moti-

vo para manter a criação. e não é de se espantar com a afirmação, pois a variedade de cores, entona-ção vocálica e até mesmo a forma desses animais impressionam até os leigos no assunto. somente da família dos psitacídeos figuram cerca de 360 espécies cataloga-das, e as mais conhecidas são as araras, papagaios, cacatuas, ara-

tingas, lóris, calopsitas, roselas e periquitos.

as principais características destas espécies é possuir cabeça larga e robusta, bico forte, alto, curvo e especializado em quebrar e descascar sementes. para ajudar na manipulação dessas sementes possuem uma musculatura na man-díbula e na língua muito desenvol-vida. Os pés curtos são articuláveis e, além de sustentar o corpo dos animais, auxiliam na manipulação

dos alimentos que consomem. Os psitacídeos também são

considerados as aves mais inteli-gentes e que possuem o cérebro mais desenvolvido, podendo imi-tar com exatidão diversos tipos de sons, inclusive palavras. O valor dessas aves pode chegar a até R$ 80.000,00 e as espécies de grande porte atingem entre 60 e 80 anos de idade. estima-se que as espé-cies menores alcancem 40 anos em boas condições de cativeiro.

encantamLourenço Favari

até os leigos no assunto

Empresário rio-clarense mantém um plantel com

diversas aves exóticas, entre elas cacatuas, papagaios do

Congo e os psicodélicos loris

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em Rio claro, o empresário eduardo Fricelli, 50 anos, é um apaixonado pela linhagem e mantém uma área de 200 metros quadrados com dezenas de papagaios, roselas e lóris ornamentando o am-biente, construído para atender às necessidades dos animais. De acordo com ele, todos foram com-prados legalmente, possuem nota fiscal e a anilha (anel inviolável preso à pata) que identifica e ca-dastra o animal junto ao ibama.

Fricelli conta que seu interesse por aves se deu em função de influência do pai. “Meu pai ti-nha muitos passarinhos, mas eram de espécies comuns, como coleirinha, pintassilgo, periquito australiano, canário do reino”, frisa, ao comentar que criou essas espécies até os 24 anos de ida-de, mas que se desfez dos bichos devido à falta de um lugar adequado para acomodá-los.

No ano de 2003, o empresário adquiriu um espaço maior e construiu uma área de lazer, para reiniciar a criação de periquitos, que em breve se tornaria um grande recanto dos pássaros exóticos. “Um criador de corumbataí me levou para ver de perto algumas aves exóticas. eu já conhecia atra-vés da literatura especializada e por meio de fotos, mas quando se tem contato com o bicho você fica encantado”, argumentou.

Depois da paixão consumada, ele comprou os primeiros exemplares e deu início à formação do plantel. “esse tipo de animal é muito amigável e fica muito manso. Existe uma grande facilidade para criá-lo na mão”, diz.

PAiXÃo

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com o conhecimento adquirido ao longo dos anos junto a criadores da região e pela própria expe-riência, o empresário afirmou que pretende em bre-ve montar um criadouro de compra e venda de aves exóticas e mergulhar de vez nesse universo de cores, sons e muita paixão. “Já dei entrada na documenta-ção junto aos órgãos responsáveis de fiscalização e estou aguardando pela liberação para iniciar a cria-ção com esse objetivo”, finalizou.

“ Um criador de Corumbataí me levou para ver de perto

algumas aves exóticas. Eu já

conhecia através da literatura

especializada e por meio de fotos,

mas quando se tem contato com o bicho você fica

encantado”

O proprietário explica que os viveiros dos papa-gaios são os únicos que têm três metros de compri-mento por um e meio de altura e largura. “Os outros viveiros são menores porque as aves são menores, diferentes dos papagaios, que precisam de um espa-ço maior para se movimentar”, acrescenta.

em média, ele passa três horas por dia para tra-tar dos pássaros, dividindo o tempo no início da ma-nhã, almoço e final da tarde para alimentar, trocar a água, realizar a limpeza, entre outras tarefas. “Já, nos fins de semana, depois de tratar, eu passo o dia todo curtindo os bichos. Minha família também gos-ta da criação”, acentuou.

Fricelli tem um gasto mensal de aproximadamen-te R$ 50,00 para a manutenção de cada ave. Ques-tionado sobre o segredo para ter um desses bichos em casa, foi enfático: “Tratamento adequado e hi-giene. Com esses dois cuidados dificilmente eles fi-carão doentes e as pessoas terão um bom animal de estimação”.

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AGRAdECER

Dia 11 de setembro de 2008, Gabinete da pre-sidência da República

em Brasília. Dada a importância do fato e de como o governo fe-deral vinha conduzindo a ques-tão de perto, o então presidente luiz inácio lula da silva fez ques-tão de marcar uma solenidade. lula, ao lado da então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento econômico e social (BNDes), luciano coutinho,

assinou os dois primeiros contratos do Brasil de parceria público-priva-da para o saneamento básico.

Os projetos faziam parte do programa de aceleração do cres-cimento com objetivo de ampliar e modernizar a rede de esgoto dos municípios de Rio claro (sp) e Rio das Ostras (RJ).

anunciado na ocasião para Rio claro, o investimento total foi de R$ 80,6 milhões, com R$ 50,3 milhões financiados pela instituição estatal e a empresa contratada pela recém-

criada saneamento de Rio claro s/a, controlada pelos grupos Ode-brecht e safdié.

após a assinatura, lula, Dilma e os demais presentes comemo-raram. “esta foi uma ocasião his-tórica para o país. esta data será lembrada como um momento em que o Brasil passa a um novo pa-tamar de preservação de seu meio ambiente”, disse lula na ocasião. O tempo passou, e a ppp do Daae foi tema de embates políticos, principal assunto de campanha,

por antonio archangelo e marcelo Lapola

o futuro vai

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críticas e elogios. enquanto isso, a empresa Foz do Brasil foi traba-lhando, e muito.

CIDADE-MODELO Quase quatro anos depois da

assinatura da ppp do Daae, Rio claro se tornou cidade-modelo no tratamento de esgoto. seja pelo modelo pioneiro, ou pelos índices de eficiência na ordem de 90% atingidos pelas estações de trata-mento de esgoto, que juntas já tra-tam 55% dos resíduos domésticos. para o diretor da Foz do Brasil em Rio claro e região, sandro stroiek, o município tem contratado mon-tante suficiente para a universaliza-ção do esgoto em um curto prazo. Nos próximos 26 anos, período de vigência do contrato, a empresa promete deixar a cida-de com 100% de esgoto tratado. É como conser-tar um avião em pleno voo, já que, nesse tem-po todo, a cidade deve-rá quase que dobrar seu número de habitantes. “isso envolve a opera-ção de todo o sistema de coleta, afastamento e tratamento de esgoto, serviço esse essencial para o desenvolvimento e a melhoria da qualida-de de vida da população rio-clarense”, comenta. “esse ganho ambiental beneficia diretamente o rio-clarense e indireta-mente a população de piracicaba, que depende do Rio corumbataí para o abastecimento públi-co”, concluiu stroiek.

RUMO AOS 100%O foco inicial tratou

da operação e da recuperação dos sistemas existentes. para isso, fo-ram investidos recursos na aquisi-ção de equipamentos, reforma das instalações, construção de novas elevatórias e interceptores de es-goto. stroiek cita que, em junho de 2011, a Foz concluiu parte desse trabalho, inaugurando uma estação de tratamento no Jardim conduta, a maior de Rio claro, que atende a região leste. No total são perto de 70 mil pessoas beneficiadas com a obra, ou seja, mais de 1/3 da po-pulação que reside nos bairros Vila Bela Vista, Vila alemã, Vila indaiá, Jardim Bandeirantes, cidade Nova,

Vila paulista, Jardim conduta, entre outros. com essa etapa do projeto, o município retirou todo o esgoto doméstico que antes era despejado no Ribeirão claro e no córrego la-vapés.

a obra do conduta se junta às demais estações, totalizando oito unidades, localizadas no Jardim das Flores e no Jardim das palmeiras, além dos distritos do município. Jun-tas, essas estações tratam o esgoto de mais da metade da população, mais precisamente de 55%.

O ganho ambiental com a insta-lação do subsistema conduta pode ser sentido no córrego lavapés e no Ribeirão claro, que não recebem

mais despejo de matéria orgânica. a despoluição desses corpos hídri-cos representa muito para a cida-de, porque devolve aos moradores a oportunidade de voltar a praticar o lazer nas águas que antes estavam contaminadas. Os peixes já estão retornando ao rio, para a alegria dos pescadores.

com a implantação do subsiste-ma conduta, o Ribeirão claro deixou de receber, desde o funcionamen-to da eTe em dezembro de 2010, 1.390 toneladas de carga orgânica. “além de coletar 100% do esgoto doméstico, o foco é a despoluição do córrego lavapés e do Ribeirão

claro”, pontua.atualmente a Foz trabalha na

implantação do sistema de esgota-mento sanitário Jardim Novo. Todo ele conta com aproximadamente 21 quilômetros de interceptores, emis-sários, estações elevatórias e uma estação de tratamento de esgoto com capacidade de 224,6 l/s em sua primeira fase. O esgoto que chega-rá até essa estação virá das regiões localizadas na Bacia 7 (área central, avenida Visconde do Rio claro, ave-nida Brasil, avenida Tancredo Neves, avenida dos costas e região do ino-coop) e de todos os bairros que es-tão próximos.

a Foz já implantou 2.200 metros

de interceptores e emissários simul-taneamente às obras de drenagem da prefeitura Municipal no Jardim inocoop e preparou a área onde será construída a nova eTe, já totalmen-te demarcada a partir de estudos topográficos e arqueológicos. A Es-tação de Tratamento de esgoto do Jardim Novo será a maior a entrar em operação. “a eTe do Jardim Novo será a maior de Rio claro, e com ela a cidade caminhará para tratar todo o esgoto”, comenta o diretor.

“O Brasil tem 40% de seu esgo-to coletado e pouco esgoto tratado. Rio claro, hoje, se destaca no cená-rio nacional”, comemora.

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com reticências insinuadas por polêmica ou não, o nome de Nevoeiro Junior ficará marcado na história do Brasil no momento em que assinou a primeira parceria público-privada do país, e o objetivo era um só: impedir que uma tarifa alta de água se trans-formasse numa barreira que pudesse impedir a instalação de indústrias na cidade – como o fatídico episódio que resultou na saída da cervejaria skol de Rio claro na década de 70.

“O tratamento de esgoto através de uma parceria com a iniciativa pri-vada levou Rio claro a outro patamar.

com 100% dos resíduos tratados, a cidade conquistará o chamado issO-9001. a ppp proporcionou uma tarifa barata, condições para a vinda de in-dústrias e o recolhimento dos respec-tivos impostos”, conta o sociólogo e ex-prefeito.

a iniciativa anterior de propor-cionar o tratamento com recursos próprios não se mostrava eficiente na visão de Nevoeiro. apesar de ter condições para tratar até 30% dos resíduos, a estrutura efetivamente não tratava nem 10% do esgoto. “O grande problema da máquina pública

é a burocracia. O problema nunca foi em relação aos servidores do Daae, e sim o formalismo. com a ppp, a cida-de conseguiu uma tarifa baixa e um serviço de qualidade. se continuásse-mos o serviço com a autarquia, o con-tribuinte pagaria mais, e a qualidade talvez não fosse a mesma. O contri-buinte busca eficiência, haja vista a grande carga tributária,” pontua.

“a água é o bem que mais vale-rá daqui para frente. e, com a ppp, garantimos o tratamento do esgoto, sem dívida, e com tarifa mais em conta”, conclui.

No terceiro mandato como pre-feito de santa Gertrudes, João Vitte (DeM) nunca imaginaria a mudan-ça ocasionada pela necessidade da preservação ambiental no planeta.

Questões emergenciais, como o investimento em saneamento, pas-savam longe dos planos de governos e das ações governamentais, princi-palmente em cidades interioranas. O crescente apelo ambiental cobrou “caro” dos administradores públicos, que tiveram que rever as prioridades e inaugurar um novo pensamento, pleiteando o bem-estar de sua popu-lação.

“anos atrás as questões ambien-tais eram ignoradas. eu mesmo tive que modernizar meu pensamento e, até por questões legais, focar as ações. Desde 1997, por exemplo, co-mecei a confeccionar um plano para o tratamento de 100% do esgoto de santa Gertrudes”, cita Vitte.

De lá para cá foram 15 anos e pelo menos dois anos do atual man-dato focados na questão da água. Em maio, finalmente, a cidade inau-gurou oficialmente a sua primeira estação de Tratamento de esgoto - eTe, construída com recursos da própria cidade e de outras esferas governamentais. “Tratar 100% do esgoto é um ganho, vai despoluir o rio e entregar água limpa para Rio claro. a cada real investido em sane-amento estimo que serão economi-zados R$ 4 em saúde pública, decor-rentes da diminuição de internações

por conta de doenças de veiculação hídrica, como a diarreia”, cita.

Na cidade de santa Gertrudes, a água é captada do córrego são Joa-quim e o despejo do esgoto domés-tico acontecia no final do leito do riacho com o Ribeirão claro. com as medidas em prol do meio ambien-te, santa Gertrudes se juntou aos 400 municípios do país com 100% de água encanada e tratada e com 100% do esgoto doméstico tratado.

apesar dos avanços, Vitte reco-nhece que muito ainda precisa ser

feito para resguardar 0,3% da água potável para consumo humano dis-ponível na Terra. Um dos entraves é a questão das prefeituras ainda não estarem capacitadas para lidar com a questão. “O poder público tem uma legislação para tocar essa questão, por meio de autarquia ou concessão. santa Gertrudes, por exemplo, não teria condição de re-solver essa questão sozinha, por isso optamos pela concessão com a iniciativa privada”, comenta, sem ‘papas na língua’. “esta parceria com a Foz do Brasil diminuiu a perda de água, que caiu de mais de 50% para abaixo dos 20%, e isso representa uma quantidade valiosa de água que deixou de ser desperdiçada”, elenca.

“É bom ressaltar que a burocra-cia atrapalha a otimização do ser-viço público com qualidade, por isso é viável a parceria com a iniciativa privada para resguardar os recursos hídricos do município”, diz. “Todo mundo sabia o que era preciso ser feito, mas ninguém teve coragem de encarar a questão. É mais fácil, por vezes, você enganar o contribuinte, prometendo água barata e a resolu-ção deste problema”, crítica.

para ele, o próximo passo é manter a fiscalização e combater o desperdício de água. “Teremos que incentivar uma mudança na menta-lidade do munícipe, que pensa: ‘tô pagando, então posso gastar o que quiser’, e este será o desafio de se compreender a seriedade do tema.”

Santa Gertrudes: Mudança de Mentalidade

solução à frente: a ppp

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privilegiada pela sua posição ge-ográfica, que traz às suas margens urbanas a água do Rio corumbataí, do Ribeirão claro, do Rio cabeça e do passa cinco, a cidade azul carre-ga a responsabilidade de zelar pelas centenas de nascentes que afloram em sua região. Desde nascentes fora de suas divisas a riachos e córregos que cruzam a zona rural, a cidade é peça fundamental na manutenção da qualidade da água que abastece a bacia do Rio corumbataí.

para mapear a quantidade de nascentes, o município se prepara para realizar um estudo – já apro-vado e com recursos liberados – que mapeará a rede hidrológica para intensificar ações que garantam a proteção dos recursos hídricos para as próximas gerações. “precisamos saber precisamente quantas mudas de árvores e outras quais ações ne-cessitam ser feitas para preservar e melhorar as reservas de água”, co-menta o prefeito de Rio claro, pal-mínio altimari Filho – Du altimari.

Caça ao desperdícioalém de garantir a produção de

água, o município percebeu que a principal batalha a ser travada seria a luta contra o desperdício de água tratada. para isso, o Departamento autônomo de Água e esgoto (Daae) identificou que o desperdício aconte-cia na captação, no tratamento, na distribuição e no uso final da água.

só no tratamento, a estimativa era de que as eTas i e ii (estações de Tratamento de Água) e a central de Distribuição de Água desperdiça-vam quase cinco milhões de litros todos os dias, devido a vazamentos e à precariedade dos equipamentos utilizados desde a inauguração do sistema na década de 80. O sistema atual produz cerca de 44 milhões de litros de água tratada por dia.

através de programa de troca, manutenção e recuperação de tan-ques e equipamentos, o superinten-dente Geraldo Gonçalves demonstra a redução de 90% no desperdício pelas eTas i e ii, e espera reduzir a 99% a perda de água na central após conclusão da reforma realiza-da na divisão.

Na distribuição, a opção esco-lhida foi a troca da antiga da tubu-lação, iniciada na gestão anterior e estendida na atual. ao todo, a esti-mativa é de que a cidade necessite trocar 130 km de redes, e deste total está em andamento ou entrará em licitação a troca de 90 km – 47 km já foram substituídos. com a ação, espera-se a diminuição de rompi-mentos e vazamentos, reduzindo-se a perda silenciosa de água.

No uso final, o secretário de Pla-nejamento, Desenvolvimento e Meio ambiente, Milton Machado Hussni luz, visa às ações de conscientiza-ção que ocorrem anualmente na se-mana do Meio ambiente com alunos

da rede estadual, pois a ideia é que os munícipes usem conscientemente a água. algumas leis municipais já incentivam o uso racional da água, proibindo, por exemplo, a lavagem de calçadas e afins no período de es-tiagem. a ideia é que aconteça uma atualização da política Municipal de Meio ambiente, para reforçar outras frentes que garantam a proteção dos recursos hídricos.

O prefeito Du altimari ressalta R$ 46 milhões – 90% a fundo per-dido – de investimentos realizados pelo Daae. “em 42 anos de história, esta é a primeira vez que o Daae recebe investimentos deste porte. com eles, afastamos de vez a ques-tão da privatização”, pontuou.

dobrada do produtor A RESPoNSAbilidAdE

o custo da água limpaa conta é simples: quanto mais

poluída a água, mais cara a tarifa. a questão é importante e reflete que, a cada ano que passa, a captação, o tratamento e a distribuição da água custam mais caro.

esta é a conclusão da pesquisa-dora sâmia Maria Tauk-Tornisielo, do centro de estudos ambientais da Unesp de Rio claro. para ela, há uma realidade que não pode ser despreza-da: quanto maior a poluição dos re-cursos hídricos, maior a necessidade de aumentar o gasto com tratamen-

to da água. “com este aumento no custo do tratamento de água devido ao maior adensamento populacional, maior quantidade de esgoto deverá ser tratada, e certamente o custo será repassado para nossos ‘bolsos’, ou seja, dos consumidores”, aponta.

a pesquisadora ressalta que as regiões sul e sudeste, com relati-va abundância de recursos hídricos comprometidos pela poluição de origem doméstica (generalizada) e industrial (bacias mais industrializa-das), apresentam áreas de escassez,

como a região metropolitana de são paulo. “com esta análise, o gerencia-mento dos recursos hídricos deve ser feito de forma integrada, tendo como unidade de gestão a bacia hidrográ-fica, compreendendo também o solo e a cobertura vegetal. a gestão deve considerar o princípio do usuário-pa-gador e do poluidor-pagador, permi-tindo integrar os custos ambientais aos diversos usos da água”, sugere.

a iniciativa de cidades da região que focaram o investimento em sa-neamento é vista com bons olhos.

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Município Tipo de Serviço Tarifas

Água Esgoto Tarifa Água (R$/M³)Tarifa Esgoto

(R$/M³)Tarifa Média

Americana DAE - Departamento de Água e Esgoto de Americana DAE - Departamento de Água e Esgoto de Americana R$ 1,35 R$ 1,17 R$ 1,25

Araras Saema - Serviço de Água e Esgoto do Município de Araras Saema R$ 0,86 R$ 0,86 R$ 0,86

Ipeúna Prefeitura Municipal Prefeitura Municipal R$ 1,83 R$ 0,00 R$ 1,83

Leme Saecil - Superintendência de Água e Esgotos da Cidade de Leme Saecil - Superintendência de Agua e esgotos da Cidade de Leme R$ 1,61 R$ 1,00 R$ 1,34

Limeira Foz do Brasil Foz do Brasil R$ 1,55 R$ 1,70 R$ 1,63

Piracicaba Semae - Serviço Municipal de Água e Esgoto Semae - Serviço Municipal de Água e Esgoto R$ 1,32 R$ 1,30 R$ 1,31

Rio Claro Daae - Departamento Autônomo de Água e Esgoto Foz do Brasil R$ 1,78 R$ 1,28 R$ 1,56

Santa Gertrudes Foz do Brasil Foz do Brasil R$ 1,35 R$ 1,07 R$ 1,21

CUSTO DA ÁGUA

“investir no saneamento do municí-pio, sem dúvida, melhora a qualida-de de vida da população, bem como atua na proteção ao meio ambiente urbano. Quando associado a políticas de saúde e habitação, o saneamen-to ambiental diminui a incidência de doenças e internações hospitalares. por evitar comprometer os recursos hídricos disponíveis na região, o sa-neamento ambiental garante o abas-tecimento e a qualidade da água. além disso, melhorando a qualidade ambiental, o município torna-se atra-tivo para investimentos externos, podendo inclusive desenvolver sua vocação”, lembra.

Na equação ambiental, a con-ta reflete no bolso do contribuinte. Um levantamento realizado pela Jc Magazine evidencia que na região (piracicaba, Rio claro, santa Ger-trudes, americana, araras, ipeúna e leme) a tarifa mínima por m³ de água e esgoto tratado não sai por menos de R$ 0,86. a tarifa média (água e esgoto) é de R$ 1,37 e en-globa o valor estabelecido por servi-ços autônomos de água e esgoto e concessionárias após aprovação da agência Reguladora do consórcio pcJ. Os dados foram fornecidos pelo sistema Nacional de informações sobre saneamento – sNis 2009 – formulado pela secretaria Nacional de saneamento ambiental do Minis-tério das cidades.

“sabe-se que qualquer nível de cobrança tende a induzir a melho-rias na qualidade da água, seja por mudanças de comportamento por parte do usuário na busca por re-dução de custos, seja porque gera recursos financeiros que podem ser reaplicados em controle, proteção e tratamento do recurso. É necessária a adoção de tarifas para os serviços de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto que permitam a recuperação dos custos de pro-visão e de ampliação dos serviços.

O usuário doméstico individual só é induzido pela cobrança a reduzir seu uso quantitativo, pois ele não tem controle sobre o uso qualitativo, já que não está sob seu controle a decisão de tratar ou não o efluen-te ou sobre o nível de tratamento a ser aplicado. ao usuário somente são apresentadas as faturas com base em tarifas oneradas pelo re-passe, de modo geral, integral, sem qualquer possibilidade de opção de serviços. a capacidade da cobrança de reduzir o consumo doméstico é limitada, já que, a partir de um pa-tamar mínimo de uso definido pelos hábitos pessoais, o usuário domés-tico passa a privilegiar o conforto em detrimento da economia. até mesmo porque as próprias políticas macroeconômicas de cada país im-pedem que as despesas com água/esgoto venham a representar um percentual elevado nas despesas de cada família. Quanto aos prestado-res dos serviços urbanos de água e esgoto, desde que possam repassar integralmente para as tarifas a co-brança pelo uso qualitativo e quan-titativo da água, não são induzidos pela cobrança em si a reduzir a cap-tação ou carga poluente”, esclarece.

em alguns países europeus, a cobrança por captação varia entre Us$ 0,01 e Us$ 0,05/m3, podendo, no limite, para fontes subterrâne-as como na alemanha, atingir Us$ 0,18/m3. estes valores representam entre 1% e 10% das tarifas de água praticadas nesse país. No setor do-méstico, nos países mais ricos, o uso só se reduz substancialmente quan-do as tarifas de água e esgoto saem de Us$ 1 a Us$ 2/m3 para Us$ 3 a Us$ 4/m3. “Ou seja, supõe-se que, mesmo que a cobrança por capta-ção seja totalmente repassada para as tarifas, os aumentos de até 10% nelas introduzidos tendem a não sensibilizar o consumidor domésti-co”, conclui.

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A tarifa média é suficiente para universalizar o saneamento básico entre 10 e 15 anos, mas falta efi-ciência às empresas públicas.

O efeito cascata do aumento tarifário tende a se tornar uma “bolha” para custear empresas públicas que vinculam o reajuste tarifário ao seu aumento de custo operacional sem busca de eficiên-cia e sem fiscalização e regulação adequada destes custos opera-cionais. O check-up é emitido por Yves Besse - presidente da caB ambiental.

“as empresas públicas que prestam serviços à maior parte da população brasileira seguirão a mesma política adotada por elas hoje, de vincular o reajuste tarifá-rio ao seu aumento de custo ope-racional sem busca de eficiência e sem fiscalização e regulação ade-quada destes custos operacionais. como essas empresas não inves-tem em eficiência operacional e nem em melhoria de gestão, quan-do elas só pensam em investir em expansão, teremos cada vez mais sistemas ineficientes com altos custos operacionais que deverão ser repassados às tarifas”, alerta.

De acordo com Besse, na maioria das regiões, o contribuin-te paga duas vezes pelo mesmo serviço. “Como existe ineficiên-cia operacional e de expansão, o brasileiro paga muito pelo ser-viço que recebe. em são paulo, por exemplo, pagamos pelo tra-tamento de esgoto, mas convive-mos com dois canais de esgoto a

céu aberto, os rios Tietê e pinhei-ros, e com o cheiro insuportável de esgoto. porém, o pior é quando a empresa concessionária, além de receber pelas tarifas, recebe recursos não onerosos dos gover-nos. Neste caso, pagamos duas vezes pelo mesmo serviço, uma vez como usuários pela conta de água e de esgoto e outra vez como contribuintes pelo imposto que gerou o recurso não oneroso”, pontua.

Yves alerta que o desafio é planejar o tratamento de água e esgoto, executar o planejamento com eficiência e eficácia, e fisca-lizar e regular o que foi planejado com o que está sendo executado. “com relação à tarifa média, eu diria que é suficiente, sim, para universalizar o saneamento bási-co entre 10 e 15 anos, desde que se tenha planejamento adequado, operador eficiente, e regulador e fiscalizador competentes”, comen-ta Yves à Jc Magazine.

Besse conclui afirmando que o termo “saneamento” ainda não ganhou notoriedade suficien-te para que o tema seja incluído como uma prioridade política de governo ligada à saúde, vida e morte, e como direito humano, so-cial, ambiental e econômico. ”a so-lução é simples: cumprir o marco regulatório brasileiro que obriga a planejar adequadamente, execu-tar com eficiência e eficácia o pla-nejamento, e regular e fiscalizar o que se planejou com o que se está fazendo”, conclui.

Município Tipo de Serviço Tarifas

Água Esgoto Tarifa Água (R$/m³)Tarifa Esgoto

(R$/m³)Tarifa Média

Americana DAE - Departamento de Água e Esgoto de Americana DAE - Departamento de Água e Esgoto de Americana R$ 1,35 R$ 1,17 R$ 1,25

Araras Saema - Serviço de Água e Esgoto do Município de Araras Saema R$ 0,86 R$ 0,86 R$ 0,86

Ipeúna Prefeitura Municipal Prefeitura Municipal R$ 1,83 R$ 0,00 R$ 1,83

Leme Saecil - Superintendência de Agua e esgotos da Cidade de Leme Saecil - Superintendência de Água e Esgotos da Cidade de Leme R$ 1,61 R$ 1,00 R$ 1,34

Limeira Foz do Brasil Foz do Brasil R$ 1,55 R$ 1,70 R$ 1,63

Piracicaba Semae - Serviço Municipal de Água e Esgoto Semae - Serviço Municipal de Água e Esgoto R$ 1,32 R$ 1,30 R$ 1,31

Rio Claro Daae - Departamento Autonomo de Agua e Esgoto Foz do Brasil R$ 1,78 R$ 1,28 R$ 1,56

Santa Gertrudes Foz do Brasil Foz do Brasil R$ 1,35 R$ 1,07 R$ 1,21

Em busca daEFiCiêNCiA

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as cidades brasileiras sofrem um impacto cada vez maior

em seu crescimento, resultado de políticas desordenadas, pois na ver-dade o debate sustentável só se es-cancarou há cerca de uns 10 anos e ainda está em processo de amadu-recimento.

Mesmo na europa esse debate, apesar de já ser antigo, ainda enga-tinha, pois mudar pensamento, com-portamento e ações demanda um bom espaço de preparação cultural e espacial.

a europa tem suas cidades an-tigas – é o Velho Mundo – que se contrastam com a pujança do cres-cimento global tanto em tecnologia, quanto em população. a preocu-pação chegou e, com ela, a gestão urbanística, uma espécie de pensa-mento estrutural para as cidades.

O crescimento gerou inchaços urbanos de comunidades e, com eles, a demanda por transporte,

trânsito, infraestrutura e condições de sobrevivência. O debate europeu se ampliou, surgindo os projetos de políticas urbanas concentradas em quatro eixos: exclusão social, enve-lhecimento populacional, alterações climáticas e mobilidade. Resumindo: nascia o binômio ambiente-qualida-de de vida.

em Rio claro isso não tem sido diferente. Não dá mais para pen-sar em um quarteirão, mas nele e em todo o seu entorno e o que isso vai provocar na comunidade de uma forma geral. Tudo está interligado, tudo está em movimento, tudo exi-ge planejamento para fazer valer de fato o que por hoje o mundo grita: sustentabilidade.

Há três anos Rio claro vem so-frendo impactos dessa filosofia na sua área central. a prefeitura tem desenvolvido projetos com a mesma linha de raciocínio das velhas cida-des europeias, e o casamento do

antigo com a era moderna caminha para um final feliz.

projeto de grande envergadura viária começa a sair do papel e vai mexer com um dos pontos mais ne-vrálgicos do centro da cidade: o pon-tilhão da avenida 7.

este irá desaparecer, literalmen-te, e em seu lugar entrarão em cena duas grandes avenidas interligando toda a área central ao shopping center, Horto, avenida 29 e san-ta Gertrudes. a transformação do pontilhão da avenida 7 será a maior intervenção viária do centro, com um custo de quatro milhões de reais conseguidos a fundo perdido (sem precisar devolver) em Brasília.

O projeto do pontilhão é gigante. envolve preservação de patrimônio, no caso a área da estação; desapro-priação, pois o casarão amarelo in-tegra a área de lazer; e todo o entor-no que hoje está abandonado, cheio de mato, desprotegido.

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O complexo viário terá avenidas com pista dupla e a fonte em homenagem à família ferroviária

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A área de lazer será ampla, proporcionando bem estar e tranquilidade

“este é um sonho de todos os rio-clarenses, com certeza. essa área do pontilhão sempre foi um problema para o centro de Rio claro e agora pretendemos resolver e transformá-la numa grande praça de acessibi-lidade”, confirma o prefeito Du Alti-mari.

De fato, o projeto é bem arroja-do. Duas avenidas com duas faixas de fluxo de trânsito na mesma dire-ção, indo do centro para o shopping e vice-versa. ao lado, uma ampla área com arena jovem, praça, fon-te dos ferroviários, academia ao ar livre e praça do pergolado. em dire-ção à Rua 1, o café estação, na casa amarela devidamente restaurada sem perder os aspectos antigos, dará o arremate final a um projeto que vai mexer com a sensibilidade do rio-clarense.

“a prefeitura elaborou um pro-jeto consistente que ampara duas correntes do urbanismo: o velho e o novo. estamos contemplando o cen-tro da cidade com a valorização de seu aspecto histórico, transforman-do um local tombado em área mo-derna, como nas grandes cidades”, informa o arquiteto Marcos pisconti, atual secretário de Governo da pre-feitura.

Outra intervenção em espaço central - sem perder a conotação

de seus valores históricos patrimo-niais - é a retirada dos trilhos, proje-to que teve aval de Dilma Rousseff, então ministra-chefe da casa civil. Ninguém acreditava nessa possibili-dade, mas os trilhos foram retirados para dar lugar a uma avenida que in-terligará, em breve futuro, todo cen-tro a partir da avenida 24 até o Dis-trito de Batovi, passando por toda Vila Martins, cervezão e Nosso Teto.

É MUITO CARRO

sistema viário fortalecido, vias de fluxo rápido, modificações e uma política urbanística correta. essa é a meta da prefeitura visando ao pla-nejamento e ao desafogo do centro da cidade. a realidade é crua quando se têm em mãos os dados da secre-taria de Mobilidade Urbana apon-tando para 132 mil carros transitan-do em Rio claro.

“Torna-se extremamente neces-sário que políticas de mobilidade, acessibilidade e escoamento no trânsito sejam desenvolvidas para acabar com gargalos, congestiona-mentos e concentrações que colo-cam em risco o movimento da po-pulação. isso é caos”, argumenta o secretário de Mobilidade Urbana, José Maria chiossi.

a sua pasta já prepara uma série de intervenções também importan-

tes para o conceito de meio ambien-te e qualidade de vida. as mudanças no trânsito serão visíveis dentro de mais algum tempo. Um quadrilátero formado pelas Ruas 1 a 9 com ave-nidas 7 a 14 passará a ter somen-te estacionamento do lado esquer-do, com tráfego liberado em duas pistas. Também os corredores de transporte coletivo da Rua 8 e Rua 9 da avenida 29 até a avenida 40 passarão a ter o mesmo sistema. Toda essa intervenção também vai exigir a reposição de mil placas de trânsito, e aplicação de sinalização e instalação de faixas elevadas em trechos devidamente estudados.

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o Silvia Pezzotti Magalhães

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Normalmente, quando se fala em viajar e ir a um parque

de diversões, a primeira lembrança é a Disney. Dizer que se vai à Dis-ney quando na verdade se vai a Or-lando é comum, mas errado. Afinal a cidade de Orlando se tornou uma potência quando se fala e pensa em turismo. e, principalmente, turismo para todas as idades e gostos.

Orlando é conhecida como a ca-pital mundial da diversão e oferece inúmeras opções de entretenimento para todas as idades, com parques

temáticos e aquáticos, bares e res-taurantes, danceterias, uma rede hoteleira gigantesca e muitas lojas concentradas, principalmente nos grandes outlets.

a permanência ideal para conhe-cer muito, não tudo em Orlando, é aproximadamente de dez a quinze dias, adiantando que quanto menos tempo, mais corrida será a viagem e menos tempo para os parques ou para as compras infelizmente se terá.

Melhores períodos são a prima-vera e o outono do Hemisfério Nor-

te, que tem temperatura mais ame-na, e preço também mais em conta, pois se trata de baixa temporada. Já no verão ou seja, julho e agosto, os parques ficam lotados, com filas in-termináveis e bastante demoradas, sendo que o calor torna tudo mais difícil. Outro período que para nós, brasileiros, é muito procurado e que para os americanos é considerado de baixa temporada é o final do ano, aproveitando que o frio da Flórida é bem menos intenso que no Norte dos eUa.

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conglomerado de quatro par-ques temáticos: Magic Kingdom, epcot, Disney’s Hollywood studios e Disney’s animal Kingdom; dois parques aquáticos: Blizzard Beach

e Typhoon lagoon, e dois fantásti-cos centros de diversão, que são o Downtown Disney - onde fica o La Nouba, um espetáculo de circo fas-cinante, extraordinário e vanguar-

dista, realizado pelo cirque du so-leil - e Disney’s Boardwalk. Já para os apreciadores dos esportes vale a pena conhecer o Disney’s Wide World.

MAGIC KINGDOMTalvez, o mais famoso e que

tem o castelo da cinderela na en-trada, dando boas-vindas aos visi-tantes.

Principais atrações são:• Space Mountain• Piratas do Caribe• Splash Mountain• Montanha-Russa Grande Trovão• Voo de Peter Pan• Filme 3-D “Mickey’s Philharmagic”• Bibbidi Bobbidi Boutique, onde

meninas se transformam em ver-dadeiras princesas dentro do cas-telo da cinderela.

EPCOTTem o dobro da área do Magic

Kingdom e é dividido em duas partes:

• a primeira delas, o Future World dedicado à ciência e às inova-ções tecnológicas, que tem como principais atrações: *O interior da Geosfera da spaceship earth

• Soarin• Test Track• Mission: Space em dois níveis,

sendo o mais intenso, intenso demais.

• A segunda parte, o World Show-case, construído em torno de um lago artificial, destaca a cultura de 11 países em pavilhões que oferecem bons restaurantes e atrações diversas.

DISNEY HOLLYWOOD STUDIOSOferece shows de dublês, filmes

em muitas dimensões e desfiles de personagens da pixar fantásticos.

Maiores atrações:• a montanha-russa

Rock’n’Rollercoaster • o elevador The Twilight Zone Tower

of Terror / • Toy Story Mania, em 3-D• o emocionante Fantasmic!, show

de fogos de artifício e água, es-trelado por Mickey e sua turma

ANIMAL KINGDOMÉ o maior parque da Disney e em

área no mundo. Bem ao centro do parque tem a Árvore da Vida.

Maiores atrações são:• a montanha-russa Everest Expedition• Kilimanjaro Safari, onde os visi-

tantes observam de perto leões, elefantes, girafas e outras espécies

• Show “Festival do Rei Leão”• Musical “Procurando Nemo”

paRQUesWalT DisNeY WORlD

IMPERDÍVEIS, NA MAIORIA DOS PARQUES DISNEY, SÃO OS FANTÁSTICOS SHOWS PIROTÉCNICOS E MARAVILHOSAS PARADAS APRESENTADAS DIARIAMENTE.

“Hoje não durmo para descansar...

simplesmente durmo para

sonhar”. Walt Disney

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UNIVERSAL STUDIOSA atração inspirada no filme Tu-

barão, uma das mais tradicionais e antigas, foi encerrada no início des-te ano.

Atrações mais visitadas:• Twister• Men In Black / •Terminator• The Mummy• E.T. / • Monstros S.A.• Simpsons• a montanha-russa Hollywood Rip

Ride Rockit / • a mais nova Meu Malvado Favorito em 3-D

ISLANDS OF ADVENTUREÉ o segundo parque da Universal

e conta com atrações de alta tecno-logia, em que se destacam:

• Jurassic Park River Adventure• Popeye & Brutus Bilge-Rat Bar-

ges• Montanha Russa indoor e em 3-D

do Homem-aranha• Incrível Hulk montanha- russa, que

logo no início coloca a adrenalina a mil

• A queda do Dr. Doom, que o lança a 46 metros de altura e o empur-ra de volta à Terra mais rápido do que a gravidade

• E talvez uma das visitas mais esperadas seja às salas de aula e corredores do castelo de Ho-gwarts™ até as lojas pitorescas de Hogsmeade™, onde o visitan-te vai se sentir como se tivesse entrado nas próprias páginas das histórias de Harry potter™.

O citywalk da Universal, é mais movimentado a noite e oferece inúme-ras lojas, cinemas, restaurantes muitos

deles ligados ao esporte e fica no ca-minho das entradas dos parques Uni-versal studios e islands of adventure.

paRQUesDa UNiVeRsal

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É um parque temático no qual você poderá, além de apreciar inú-meras espécies marinhas, descobrir a importância da sua preservação.

Atrações imperdíveis:• espetáculos com baleias orcas e

golfinhos, caso do Believe e do Blue Horizons

• montanha-russa Kraken• montanha-russa Viagem para

atlântida com queda na água• a mais nova montanha-russa

Manta, bastante radical, imitando uma raia gigante em mergulhos alucinantes

• um aquário enorme que deixa qual-quer um apaixonado

AquaticaFazendo parte do seaWorld, o

aquatica concorre com outros par-ques aquáticos, mas o diferencial fica por conta da presença dos gol-finhos de commerson, além de ani-mas silvestres, muitos toboáguas, piscinas, rios e lagoas e mais de 7.000 metros quadrados de praias de areias brancas. Destaque para o Dolphin plunge, escorregador que transporta os visitantes por tubos transparentes submersos na

piscina dos golfinhos.

Discovery Covelindo, o local tem lagoas, reci-

fe de corais, rios tropicais e praias com capacidade diária limitada a mil pessoas - mediante reser-va. Destaque especial para a rara oportunidade de interagir com um dos 40 golfinhos. Assim como a água das piscinas, o preço do in-gresso pode ser meio salgado. Mas inclui alimentação, bebidas, equi-pamento de snorkel, protetor solar especial e uso de armários durante todo o dia.

aproximadamente a noventa quilômetros de Orlan-do, em Tampa, está localizado outro parque temático fantástico com 2.000 espécimes de bichos e atrações eletrizantes, esse parque é querido por adolescentes e adultos.

atrações escolhidas pelos viciados em adrenalina são:• Montanha-russa Sheikra, com duas quedas, uma de-

las o carrinho fica pendurado a quase 90 graus• Montanha-russa Kumba, num incrível emaranhado

de loopings e espirais• montanha-russa Montu, em que o carrinho anda pen-

durado nos trilhos• montanha-russa Gwazi, feita de madeira• montanha-russa Cheetah Hunt, a mais nova que dis-

para como um guepardo na natureza • os radicais e encharcados - Stanley Falls, Tanganyika

Tidal Wave e congo River Rapids

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DICASl Quando for estacionar o seu ve-

ículo nos parques, não se esqueça de anotar o local exato onde o deixou.l logo ao entrar nos parques,

adquira o seu mapa e planeje quais atrações quer ver. existem mapas em português em todos os parques, com horários e disponibilidade da programação, com duração de cada evento e se há disponibilidade do Fastpass que pode ser adquirido gratuitamente nas entradas dos brinquedos mais concorridos e evita que se fique nas filas, determinando um horário para retornar ao brin-quedo e entrar direto sem demora. Na Universal, os passes rápidos são vendidos individualmente ou em pa-cotes.l Combine com os filhos um lugar

para se encontrar, caso se percam.

l leve para os parques garra-finhas com água, pois nos parques elas custam caro. l se você vai viajar com os seus

filhos, dê uma olhada nas restrições de altura existentes em algumas das atrações dos parques de Orlando.l atente também para a data

dos feriados americanos, pois os parques ficam muito cheios durante toda a semana. l procure comprar em lojas com

boas referências e preços não muito mais baixos que os da concorrên-cia. Às vezes uma grande promoção pode se tornar uma grande desilu-são.l Tanto em excursões como por

conta, o que vale mesmo é apro-veitar todas as oportunidades, lem-brando que ao estar com seu próprio

veículo, a liberdade com horários e escolhas de atrações pode se tornar muito mais interessante e vantajo-sa.l Habilite seu celular para usar

fora do Brasil ou leve o via rádio, tipo Nextel tem e também a possi-bilidade de se alugar um telefone celular ou rádio em Orlando mesmo.l Dentro do parque tente apro-

veitar ao máximo, podendo ser até mesmo o último a sair, pois existem lojas em Orlando que ficam abertas 24 horas e uma comprinha no final do dia ou da noite pode ser boa pe-dida.l consulte sempre um agente de

viagens credenciado que o auxiliará nos melhores períodos e nos par-ques mais interessantes para o tipo de viagem que pretende fazer.

em Orlando e dentro dos parques, comer não é problema. lá se encontram muitas opções já conheci-das aqui no Brasil, como restaurantes típicos dos mais diversos países do mundo, e temáticos como Rainflorest que parece

uma verdadeira floresta e o T-Rex que te remete ao mundo cheio de dinossau-ros. para quem não dis-pensa arroz e feijão muitos restaurantes brasileiros, principalmente na interna-tional Drive, podem ser en-contrados.

HOTÉISa rede hoteleira de Or-

lando é imensa e pode-se escolher entre ficar nos mais variados hotéis nos bairros turísticos, como as proximi-dades da international Drive, nos Resorts da Universal e da Disney com transporte direto e gratuito aos parques.. e optar por ficar em ho-téis ou casas alugadas em Kissimmee ou lake Buena Vista.

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Sonho que se sonha junto:

DISNEYWORLD!por claudia cristina Fiorio guilhermemãe de giovanna guilherme

era uma vez um sonho de um ho-mem chamado Walt Disney, no sonho havia princesas, castelos, bruxas e príncipes dos mais famosos contos de fadas, e também foram criados para participar do sonho ratinhos, cães e muitos outros bichinhos en-cantados... O resultado: o sonho des-te grande homem abrigava o incons-ciente de todos os seres humanos, ou seja, o desejo de que a fantasia pudesse se tornar realidade!

a mágica Disney já dura muitas décadas e repete em diversas famí-lias o mesmo milagre diariamente: viver num mundo perfeito de alegria, diversão e fortes emoções.

Já ouvi muitos adultos céticos di-zerem que não gostam de parque de diversões e muito menos, de fanta-sias. esta opinião permanece até o

momento que se têm filhos e estes co-meçam a adentrar no mundo Disney, especialmente pelos filmes e pela TV. Há uma invasão deliciosa deste mun-do maravilhoso que traz ao adulto, à criança que ainda habita dentro dele!

Foi exatamente assim que ocor-reu pelas mãozinhas de minha filha Giovanna, pois fui levada a rever Branca de Neve, pinóquio, a Bela adormecida, dentre tantos outros. passamos a compartilhar destas mesmas fantasias.

Neste ano de 2012, deixamos de lado todo o racionalismo da vida co-tidiana e embarcamos para a viagem que todas as famílias deveriam fazer: Disney, na Flórida!

ao entrar no primeiro parque, a música foi nos envolvendo, cada detalhe nos fez pensar que, de fato,

estávamos vivendo um sONHO, en-tramos nos filmes de Walt Disney! Não adiantava beliscar, pois a cada passo, a cada emoção, o sonho pas-sava a ser mais real e palpável! Muita adrenalina, muitos risos, muitos de-safios, mãe e filha, pai e filha, enfim, todos com a mesma idade! isso só é possível lá...

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Vale lembrar que todas as com-pras possuem taxas que devem ser embutidas no preço final, logica-mente na conversão dólar-real.

Lojas que ficam abertas 24 ho-ras e que têm de tudo são o Wall-mart e o Walgreens, que podem ser encontradas em muitos lugares pela cidade.

Os outlets mais conhecidos são: Orlando premium Outlets, um em cada extremo da international Drive e na Vineland ave; The Mall at Millenia, na conroy Road; The Flori-

da Mall, na south Orange Blossom; st. John Outlet, na international Drive; Outlet Marketplace, na inter-national Drive; Festival Bay Mall, na international Drive, entre muitos outros.

Nos outlets ou nas lojas de rua existe uma infinidade de lojas de marcas específicas, com preços bas-tante interessantes, como abercrom-bie & Fitch, Banana Republic, Burber-ry, calvin Klein, chanel, Diesel, Dior, DKNY, Dolce & Gabbana, Fendi, GAP, Giorgio Armani, Gucci, Guess, H&M

butique, Kiplling, a loja do chocolate M&M, Macy’s, Neiman Marcus, New Balance, Nike, Oakley, prada, Ray Ban, Reebok, Ron Jon surf, salvatore Ferragamo, samsonite, sephora, TaG Heuer, Tommy Hilfiger, Tharoo & Co., Valentino, Versaces, Victoria’s secret, calvin Klein.

Existem lojas específicas tam-bém para a venda dos produtos Disney, a maior na Dowtown Dis-ney, com megaloja da lego e Harley Davidson capaz de enlouquecer os apaixonados pelas marcas.

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O DICIONÁRIO aurélio assim define o glamour: quali-dade da mulher fascinante.

O GLAMOUR está de volta, e nisso somos especialis-tas... Distribuímos sonhos, for-mamos opiniões, e já que esta-mos no social, e não no policial, o resgate do melhor da nossa sociedade se torna automáti-co, necessário, e já começa a tirar o fôlego das elegantes, despertar desejos de moda, o

Di

Troque a sombra preta pela marrom é mais chic. Sombra Eye Shadow MAC.

Esfume bem para misturar os tons. Um traço preciso de delineador, e uma poderosa

máscara para cílios completam o look. Delianador Eyeko e rimel Size Queen.

Ilumine o glamour é imediato. Diorskin Nude.

Sou do princípio que não é necessário ter uma “Saks” na penteadeira, mas o básico como um belo jogo de pinceis, makes de qualidade e um

bom demaquilante é fundamental.

tônico, não Fontoura, das finas de plantão.

Luxo, postura, finesse, rou-pas caras... Não basta ser chic tem que participar... este pen-samento ganhou força e já está sendo feita a lista da “Dez Mais” da cidade, com direito a noite de gala no fim do ano... As elei-tas? Quem viver verá!

e não basta falar tem que mostrar o caminho... então, vamos ao passo a passo do Glamour.

casÉ PORQUE usar uma

boa maquiagem, creme ou perfume é como ter uma boa roupa. e o melhor, um prazer para você mesma, pode fa-zer um rombo no bolso, mas é fato... Funciona... e salve Nossa senhora do Make-up.

A COSMÉTICA É A NOVA MODA, SABIA?

CABELOS DE CAPA DE REVISTA, SABE COMO?

by jerdes andrade

O truque das ondas perfeitas com movimento é fazer o babyliss pela metade, deixando as pontas soltas para evitar o cacho, que cá entre nós é bem cafoninha.

Uma ajeitadinha desembaraçando as mechas com os dedos...

e “voilá”... Nossa Glamour Girl está pronta.

Kit básico: Base HD Foundation Make-up

Forever com cobertura perfeita, sombras MAC com

alta fixação,batom MAC, máscara para cílios Size

Queen com efeito de cílios postiços, delineador Eyeko para traços precisos e jogo de pincéis Sigma tudo da

Inove produtos importados... Não tem como errar.

Let’s Glam!JC

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a BelDaDe cresceu em todos os

sentidos, menos na balança, e assume posto de uma das

“ Dez Mais” da cidade.... eleita a primeira da lista,

Moniquinha Rocco nasceu com DNa fashionista e tem

faro fino para tudo que é bom, trend setter legítima ela desfila com

desenvoltura dentro do estilo da nova

elegância e o mais importante, sabe se

divertir com isso.

Glamour

Mônica Rocco

Foto: studio Diga Xis.Make-up: inove produtos importados.Figurino: laliqueProdução e beleza: Jerdes team.

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Girl

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A BOLA DA VEZ

conheço muita gente que se sente desconfor-tável usando uma mini depois dos 20 anos e conheço muita mulher gatérrima de mini e ca-belão aos cinquentinha...

DEPOIS DO sucesso profissional não se tem mais idade... A nova mu-lher compete de igual para igual no mercado de trabalho, com direito a happy hour e partidinha de sinuca no fim do dia... Detalhe: ela ganha o jogo!

MUITO ME perguntam o que pode, o que não pode depois do 30, dos 40, dos 50... e eu digo: depende de você. Depende de como você se sente bem e de como você segura o look...

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claro que com a tecnologia ao seu favor e uma boa genética facilita e muito. por isso, as regras mudaram, novas carreiras surgiram, como personal stylist, consul-tor de imagem, visagista, etc... se você chegou aos 40 e não sabe o que adotar, chegou a hora de ter um bom profissional para chamar de seu. Se pararmos pra pen-sar bem, 40 anos é muito pouco diante da expectativa de vida hoje em dia, então abrir mão de um comporta-mento jovem tão cedo não faz sentido algum.

“Roubado do guarda- roupa masculino, o terninho é item fundamental da

mulher inteligente... acessórios poderosos imprimem respeito”.

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idade está na mente não no corpo, claro que dependendo do lugar é melhor deixar o shortinho para praia... para a cida-de fica um pouco demais, mas, se está um calorão com clima de praia e o “corpitcho” ajuda por que não?... Vestidos curtos são permitidos e pode deixar você lindíssima, só não ultrapasse um palmo acima do joelho, mais que isso pode parecer muito “mocinha” ...Vale a mesma regra da elegân-cia para qualquer idade: descobriu embaixo cobre em cima e vice-versa.

E os comprimentos?

“Tecidos nobres da alfaitaria masculina é a bola da vez para o inverno 2012”.

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by jerdes andrade

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E o Cabelão?Uma regra equi-

vocada que maturi-dade combina com

cabelos curtos... Combina mais com

o tipo físico, se você tem cabelo lindo e

bem cuidado fica na sua e arrasa darling.

Modelos: Carina Caetano e José Chinelato.

Figurino: ela veste Simulassão ele

veste Mr Kitsch Alta bijuterias, óculos,

relógios e bolsas: Inove produtos importados

Calçados: Pulo do Gato Produção e beleza:

JerdesTeam.Cabelos: Duda Araujo.

Fotos: Foccus fotografia.Agradecimentos: Clube do

Taco.

“Invista em clássicos, como um vestido tubinho em cor neutra, são eternos, combinam com tudo e são sinônimo de elegância”.

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Uma pesquisa publicada em 2010, sugeriu que o efeito causado pelas curvas das

mulheres no cérebro dos homens, é similar ao causado pelo consumo de álcool ou drogas. De

acordo com o estudo, quando um homem olha uma mulher com formas exube-

rantes, é ativada uma área no cé-rebro, associada ao sentimen-

to de recompensa, mesmo local de quando submetido à ação de substâncias quí-micas.

segundo os cientistas, as curvas das mulheres estão diretamente asso-ciadas à fertilidade, à ge-ração de filhos saudáveis e a menor incidência de doenças. “Os resultados indicam que a figura da

mulher com o “corpo de violão” ativa áreas ce-rebrais, que dirigem a atenção do homem a garotas com poten-cial de serem boas parceiras de repro-dução”, publicaram os pesquisadores na revista espe-cializada plos.

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UNiVeRsO plUs siZe e aFiNs ESSêNCIA

Damaris Bortolozi [email protected]

bElEzAem

curvas

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Os cientistas também disseram, que as mudanças no índice de massa corpórea somente ativam áreas asso-ciadas à apreciação visual. isso signi-fica que para o cérebro masculino, as gordurinhas extras, eterna preocupa-ção das mulheres, nada têm a ver com

a sensualidade. as mulheres plus size têm sim seu lugar cativo no olhar e preferência masculina, para eles, “te-rem onde pegar”, volúpia e aconchego são qualidades bastante valorizadas. sem esquecer a parceria gastronômi-ca e a tranquilidade em relação à apa-

rência. Mulheres gordinhas, de forma geral, são mais sossegadas em rela-ção à aparência, sem neuras.

e vamos combinar... que uma mu-lher gostosa, de bem com a vida e ainda parceira, é sonho de consumo, certo?

a diferença entre a sacarose e a sacarina; entre um almoço e um lanchinho,

Mas, principalmente, aprenda a diferenciar,...”amor, vamos comer uma coisinha?”

Do “querido, vamos fazer uma boquinha?”e, procure não misturar;

O ato com o prato;O teso com o peso;

O come com a fomee trate de viver feliz e em paz!

PARA AMAR UMA GORDINHA, TRATE DE APRENDER ALGUMAS COISAS:

Roupasevolution Modas

Calçadosstyle calçados

Via UnoAcessórios

alternativa Bijuterias

Maquiagem Karina Rozin

CabeloThéo lopesFotógrafa

angela amaral

Produção ExecutivaDamaris Bortolozi

ModelosJuliana Dagnone

Taciana Dagnonecarol peixotoadriana pires

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acontecênciasJane e norieL spadari 15meus

anos

Quem é?empresário, casado com luciana e tem dois filhos Lucas e Leonardo.Aos 15 anos...“aos quinze anos, vivia junto à natureza porque nasci no interior do Mato Grosso e só pensava em pescar e andar a ca-valo.”Melhores lembranças...“as lembranças da escola são as me-lhores. sempre fui muito brincalhão, um verdadeiro palhaço. Junto com meus amigos gostava sempre de cantar”.Características do menino de ontem e do homem de hoje...“era sonhador na juventude e nunca dei-xei de sonhar. Hoje sou um homem rea-lizado, tenho uma linda família, sempre tive o apoio dos meus pais e sou muito agradecido a Deus, acima de tudo”.

Osiel Ferreira

Quem é?casada com luiz Freitas Jardim, mãe de luiz carlos, luciana e leo-nardo e avó de Verônica e Joaquim.Aos 15 anos... “aos 15 anos vivia com meus pais em são paulo, sonhava ser aeromo-ça para conhecer o mundo inteiro. sempre fui muito feliz, muito sor-ridente e muito alegre”.Melhores lembranças... “estudei no colégio santa

amália e pegava o bonde para ir à escola. Mi-nha prima, ana Maria e eu riamos muito, dançávamos elvis, sinatra e Rock and Roll. Tinha também duas grandes ami-gas, Bete e Therezinha”.Características da menina de ontem e da mulher de hoje... “Minhas características de quando era meni-na não mudaram, sempre fui muito reservada, muito romântica, sonhadora e muito família. continuo sendo a mesma pessoa”.

Maria Luiza Jardim

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Quem é? esteticista e empresária, casada com

ademir, mãe da carolina, aninha e Marina e avó de lucas e da Beatriz e em breve

do Theo.Aos 15 anos...

“Vivia em itirapina. Fazia cabelo e unhas das amigas, era bem moleca, já tinha

uma paixão secreta pelo meu vizinho ade-mir, e sonhava em casar e ter oito filhos”.

Melhores lembranças... “passeios por itirapina, o macarrão com

carne de panela da minha mãe e o cheiro do cigarro de palha que meu pai enrolava com tanto capricho. era apaixonada pelo

meu vizinho ademir, que se tornou meu marido”.

Características da menina de ontem e da mulher de hoje...

“continuo na área de estética, minha paixão se concretizou em minha família

através das filhas, genros e netos. Conti-nuo sonhando e correndo em busca deles

para torná-los realidade”.

Maria Célia Colin de Mattos

Luiz Antonio Barsotti

Quem é?Médico dermatologista, casado com silvia e pai de Isabella e Sofia. Aos 15 anos... “aos 15 anos vivia segundo a frase do Zeca pagodinho: “deixa a vida me levar”, pois minha responsabilidade era somente com o estudo. aos 16, tive meu primeiro emprego”.Melhores lembranças: “Dos professores do Bayeux e das risadas com o professor esclair Freitas, saudade da comuni-dade da igreja santa cruz, em especial, o coral do meu pai prof. cherubim Barsotti, da minha mãe, Maria e do irmão, José luiz”.Características do menino de ontem e do homem de hoje... “Continuo confiante e crente a Deus; mantendo os

risos, os amigos, minhas viagens, a roda de samba, desfile na sapucaí pela Unidos de Vila isabel e o contato e atenção com mi-nha família e meus pa-cientes”.

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Quem é? Dentista, casado com Telma e pai de Tel-ma Blanca e Felipe Neto. Aos 15 anos... “acreditava que a única obrigação que tinha, era estudar e passar de ano, ado-rava reuniões de grupo de estudo, sem-pre na casa de alguma menina, cujo ob-jetivo principal nem sempre era estudar e sim paquerar”. Melhores lembranças:“Gostava de jogar basquete no Batista leme, treinar judô com o Uadi Mubarac. inesquecível, a vaca-preta, na pauliber, o Hambúrguer da Rainha e as brincadeiras dançantes no GG”.Características do menino de ontem e do homem de hoje... “Trago de lição o que meus pais me ensi-naram: caráter, honestidade, o prazer de fazer o bem, o gosto pela vida. Enfim... posso dizer que sou uma pessoa feliz e realizada, e com muita fé em Deus”.

Quem é?engenheiro, casado com Maria itamara e pai de Nayara e dos gêmeos Guilherme e leopoldo. Aos 15 anos: “eu vivia “na boa”, amava os Beatles, Bee Gees e Roling stones. Tinha muitos sonhos, gostava de tocar guitarra, ir ao clube de campo, GG e phila. era muito tímido, mas com muitos ami-gos”.Melhores lembranças: “são tantas... Os estudos, em especial os pro-fessores Denizar F. Machado e liselote palota. lembro-me quando paulo leone e eu canta-mos e vencemos o colégio encontra colégio, com a música cabocla Tereza. Dos amigos Ri-cardo penteado, paulo Dikertse, castro, Neto e Marco spadari, Rubens Tadeu, paulinho Maria-no entre outros.” Características do menino de ontem e do homem de hoje...“continuo sendo um “sonhador”, porque o dia que parar de sonhar, com certeza, não estarei mais aqui. Vivo, hoje, com muito mais respon-sabilidade, e dedicação total à minha família, continuo sendo tímido e com muitos amigos”.

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anos

Felipe Bedran

Filho

Coaracy Oliveira

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Quem é?Médico ginecologista casado com Mirtes e pai de Dunaway e Daphni.Aos 15 anos... “Vivia como toda pessoa da classe média baixa, alternava meu tempo com o trabalho e o estudo. sonhava em ter uma profissão que me realizasse para ajudar a melhorar a comu-nidade em que vivia”.Melhores lembranças... “Na escola, bons tempos do colégio Joaquim Ribeiro, com amizades que mantenho até hoje. em diversão, cine excel-sior, bailes do GG, na paróquia Bom Jesus, e futebol no bairro são Benedito.”Características do menino de ontem e do homem de hoje...“O jovem idealista e sonhador amadureceu, tornei-me um adulto comprometido comigo mesmo, com meu trabalho e as pessoas com quem convivo e estão ao meu redor”.

Luiz Eduardo Volpato

Quem é? comerciante, é casado com Roseli e pai

de Diego e carla. Aos 15 anos...

“era uma pessoa estudiosa, adorava esporte, em especial, o futebol, pensava em ser engenheiro eletrônico e empre-

sário.”Melhores lembranças...

“Da escola, gosto de lembrar dos ami-gos e das festas. Nos relacionamentos,

eu era temperamental e gostava de ser o líder da turma, principalmente, na

área esportiva.Características do menino de ontem

e do homem hoje... “eu era alto, magro, cabelos castanhos,

atleta e sonhador. Hoje sou alto, forte, cabelos grisalhos, sedentário e... conti-

nuo sonhador”.

Marcos Roberto Iamonti

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Quem é?comerciante, é casada com

sinésio José Degaspari e mãe de Guilherme, Gabriel e Théo.

Aos 15 anos... “aos quinze anos vivia rodeada

de amigos e, preocupando-me com o futuro, pensava em ser

uma mulher independente e bem-sucedida”.

Melhores lembranças... “ia aos clubes e a reuniões na

casa dos amigos, adorava estu-dar na querida escola puríssimo coração de Maria, onde cultivo

as amizades até hoje”. Características da menina de

ontem e da mulher de hoje... “a menina de ontem se trans-formou na mulher comunicati-va, de bem com a vida, amiga,

batalhadora e ciente de todas as obrigações”.

Quem é?casada com José Roberto, é mãe de Roberta, Marcela e Giovana e avó do Túlio, sua maior paixão. Aos 15 anos... “era alegre, extrovertida, sonha-dora e muito bem orientada, o que construiu o alicerce de uma pessoa feliz e preparada para a adoles-cência e consequentemente para a vida adulta”.Melhores lembranças... “O Baile de Debutantes, as tardes com as amigas. as reuniões fami-liares muito frequentes na época e lembranças das tranquilidades oriundas dessa etapa da vida”.Características da menina de ontem e da mulher de hoje... “Hoje, com os sonhos realizados, com uma linda família formada, considero-me muito feliz ao lado do meu marido, minhas filhas e genros e em especial ao meu neto encantador Túlio”.

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anosThatiana Cristina

Spiller

Maria Luiza Chiavari

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rodolfo almeida

Fazer boas escolhas, vestir-se apropria-damente para as

mais variadas ocasiões, pro-duz efeito e traz resultados positivos.

Ousado, casual, glamou-roso, social, rock, étnico, mi-nimalista, street wear, urban

wear, entre outros, são esti-los muito escolhidos e explo-rados, no entanto, uns fazem boas escolhas, outros não acertam e acabam sendo exagerados e demodês, pe-cando e gerando uma visão negativa e destorcida da sua personalidade.

Moda + Personalidade

= Estilo

“Acerte nas escolhas”

Confira alguns looks perfeitos, uns para o dia a dia, outros para ocasiões especiais.

As t-shirts estão com tudo, estampadas ou básicas, são

perfeitas com shorts, adquira o famoso e desejado sneaker

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Estampa animal-print não pode faltar, regatas com

sobreposições são perfeitas para cair na balada

Esti

lo

Bermudas em look dia, caem muito bem, combinadas com botinhas meio cano, estilo equilibrado e jovial

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Mod

aJaquetas de

couro, muito usadas por

homens, continuam

sendo peça fundamental,

escolha um belo tricô e some

pontos em seu visual

O tradicional e indispensável

jeans pode ser a escolha

certa para qualquer

ocasião, ouse na parte

superior do look

Camisetas polo para ela, isso mesmo, sem dúvida, estará bem-vestida, enriqueça o make e o hair

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iaL rodolfo almeida

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iloRomantismo em alta dose, saia longa belíssima, mas cuidado: ter baixa estatura pode ser um problema, o salto alto é indispensável, seja charmosa

O clima mudou? As jaquetinhas são ideais,

capriche na produção, este vestido de cobra acrescenta

ousadia total no estilo

Est

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Pura ousadia e sensualidade em alta, quer ser notada? Abuse da criatividade: saltos mega-altos e peças bordadas em paetês remetem à beleza da mulher fashion e elegante

O estilo casual chic é perfeito,

camisas listradas,

estampadas e bem elaboradas

podem remeter à limpeza no look,

babe!

ModaJC

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rodolfo almeida

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Black total, sempre em alta! Maxicasaco de rica textura e a maxibota superalta deixam este look galante e cobiçado

Na dúvida, escolha o fundamental: vestido pretinho básico, sapatos altos e acessórios finos são preciosos, complementam o visual glam

Estilo

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Agradecimentos - aliança Foto e Vídeo, la Vita Boutique, s.a Feet, Make-up Rogerio Guiaro, Hair elder espoladorModelos - Juliane louback, Nathalia Felizatti, Maria Gabriela Zanghettin, ewerton locatelli

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atualmente, o Mercado Muni-cipal conta com 13 salas ocu-

padas, nas quais pode-se encontrar, ainda, um pouco das atividades desti-nadas na sua criação, em 1885.

Um verdureiro, ervas e condimen-tos, comida chinesa e japonesa, pei-xaria, alfaiataria, passanderia, arte-sanato, produtos naturais, açougue e quatro locais de refeições e bebidas

fazem parte do dia a dia do Merca-do Municipal. se em sua origem fora construído para atendimento da popu-lação apenas durante o dia, hoje, seu destino é também de uma vida notur-na intensa e de muita descontração.

Numa breve visita ao Mercado Mu-nicipal, pode-se ver famílias em pas-seio, realizando suas compras em lo-cal seguro e de muito espaço para as

YesJOAQUIM PEREIRA &ÂNGELA HILSDORF

Entrada pela Rua 9 continua dando acesso ao Mercado

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O prédio do Mercado Muni-cipal foi construído a partir de 1885, em área de 6.500m² loca-lizada na margem direita do cór-rego da servidão.

Foi inaugurado em 15 de ju-lho de 1897. O pátio central, com chafariz de água potável, que hoje não existe mais, era rodeado por salas que comer-cializavam “secos e molhados”, hortaliças, verduras, aves e ani-mais para abate. Havia também açougues e “botequins”.

as Forças da União (exército Brasileiro) usaram o prédio como quartel, alojando a sexta compa-nhia de Metralhadoras (6ª c.M).

(Fonte: Anselmo Ap. Selingardi Jr. - Arqueólogo-

Pesquisador)His

tóri

co

crianças. percebe-se que ali, formou-se uma clientela fiel aos departamen-tos existentes, muito deles há mais de meio século, pontos passados de avós para filhos, e hoje, até netos.

Nos bares, os petiscos atraem crianças, jovens e não jovens, princi-palmente, aos sábados e domingos pela manhã, quando pais, mães, filhos, avós e netos passeiam, sentam-se às

mesas colocadas nos corredores inter-nos e apreciam deliciosos salgados e comidas de botequins (pastéis, coxi-nhas, quibe, bolinhos de arroz, espe-tinhos, sushi, sashimi, moelas...), sem contar com as mais geladas bebidas, importadas ou não. as crianças, devi-do ao espaço interno do Mercado, po-dem brincar à vontade, enquanto seus pais realizam suas compras.

HojEMercado Municipal

Antigo chafariz, que hoje está remodelado

Luci

ano

Calli

garis

Júni

or

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Um brinde ao Mercado e aos amigos Reunir amigos... bate-papo e descontração

O Mercado Municipal oferece amplo espaço para bate-papo

Diogo Contato e Dayany Garnica. “Aqui encontramos amigos e é lugar de muita

“moçada” bonita. A música ao vivo atrai bastante gente. Passamos muitos momentos descontraídos e colocamos o

papo em dia”.

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JOAQUIM PEREIRA &ÂNGELA HILSDORF

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Hoje, a grande con-centração de pes-soas no Mercado

Municipal acontece à noite e aos sábados à tarde. Devido ao atendimento diferenciado de seus bares e botequins, o Mercado Municipal recebe um grande número de jovens, que após um dia de intenso tra-balho, reúnem-se para des-contração, bate-papo, comer iguarias, tomar refrigerante ou chopp gelado.

com música ao vivo, pode-

se perceber muita alegria e di-versão. casais de namorados, amigos, famílias, solteirões e solteironas fazem do Mercado Municipal um ponto de encon-tro que, a cada dia, cresce e torna-se um local agradável para passar algumas horas.

além de tudo, de dentro do Mercado Municipal, todos po-dem apreciar finais de tardes maravilhosos.que o proprie-tários conquistaram. Tudo é muito agradável. Nós fazemos parte do Mercado”.

Noite

Stephanie Sewell, Luciana Freitas e Priscila Rampim... ex-colegas de colégio e amigas,

atualmente morando fora de Rio Claro. Sempre que estão na cidade frequentam o Mercado.

“Fazia falta para Rio Claro um espaço para as tardes de sábado. São muitas opções aqui”.

Paulo Teixeira com Gabriel e Solange com Maria Tereza H. Teixeira. “Aqui tem também muito

espaço para o lazer das crianças. Nossos filhos se divertem muito no Mercado e nós aproveitamos

juntos. Comemos um lanche e realizamos compras nas lojas daqui”.

Janaína Janei Secco e Rodrigo César Camargo...” O mercado é uma atração à parte. Muito bonito e bem frequentado. Aos sábado e à tarde, então, é o lugar

que todos deveriam frequentar”.

Diego Meleiro e Murilo Brande... frequentam o “Mercadão” há mais de 6 anos. “Antes não havia a

estrutura que tem hoje. Acompanhamos as mudanças”

Alia

nça

Foto

e V

ídeo

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Municipal

Quem faz parte do

MERCADO01 02

03 04

05 06

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09 11

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Box 1 Metílio cestari: há 6 anos no Mer-cado Municipal. alfaiate que confecciona calças sob medida e efetua reformas e con-sertos.

Box 2 Gilberto e Diego de Oliveira: lan-ches do Mercado de são paulo para Rio cla-ro - lanche de mortadela e pastel de baca-lhau e carne seca

Box 3 Dulcina de carvalho: prestação de serviço especializado, oferece serviço de passadeira por quilo ou peças.

Box 4 Renata Queiroz: traz variedades de artesanato de qualidade e bebidas espe-ciais, e também reserva espaço para obje-tos de artesanato da Rede de combate ao câncer.

Box 5 Rafael de Oliveira e a atendente lú oferecem comidinhas de botequim.

Box 6 Daniel Gonzalez: há mais de 30 anos servindo produtos diferenciados e di-versificados na Casa Oriente.

Box 7 O funcionário sandro comanda a casa de carnes carioca, de luci e Wilson Xavier.

Box 8 pérsio simões traz sempre um grupo musical aos sábados à tarde. e se tornou conhecido pelo seu famoso baca-lhau.

Box 9 Josué Bueno de Oliveira no co-mando da empresa fundada pelo seu pai Jorge, há mais de 50 anos, oferece produtos orgânicos com certificado de qualidade no sabor da Terra.

Box 11 Os sócios Geraldo silva e Braz Neto: servem porções diferenciadas de bo-teco e, uma vez por mês, servem a deliciosa paella caipira no santo-Mé Botequim.

Box 12 cláudio e edna sueli de Fátima são pedro oferecem no empório Dom Vito uma grande variedade de temperos e cere-ais.

Box 13 isabel soave, sebastião Genero-so Neto e priscila Missono são especialistas em refeições rápidas deliciosas, além das encomendas de assados aos domingos, e a conhecida feijoada no inverno do Generoso Bar.

Box 14 Márcia e Marcelo Yukio Miiji são os campeões de venda em sushi e sashimi, além dos famosos sorvetes Melona do Ja-pão e cia.

Boxe 15 Roseli cóstola Romero e Nelson Romero abastecem a cidade inteira com peixes frescos e frutos do mar que são lim-pos na hora.

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siLvana oLiveira

conheci Janaína ainda em sua adolescência, quando

fazia o programa iN FOcO, e en-contrava-me com a bela e sim-pática Janaina. ela tem veia ar-tística, pois é filha de Virlei Cais que integrava a dupla sertaneja com Valtinho e Virlei.

Janaina é formada em propa-ganda e Marketing e arte cênica, e, além de cantar, compõe e as-socia a música ao teatro!

atuou na Novela cristal no sBT, teve uma música de sua composição na Novela paraíso da Rede Globo, gravou uma mú-sica, também composta por ela, com o cantor Rick sollo e está no teatro com espetáculos de gran-de repercussão.

e dessa vez, dá uma paradi-nha e conversa com a gente num bate- papo muito gostoso e des-contraído.

IN FOCO: Pensei que segui-ria apenas a carreira de mo-delo! (risos) Quando descobriu que a música era presente em você?

Janaína Kais: ah, sim, é de pensar mesmo, já que na ado-lescência desfilava muito, né! (risos)... eu comecei a cantar ain-da criança no culto da igreja, na escola e em festinhas. comecei a compor com 17 anos e aos 18, gravei minha primeira música “acha que é certo”?

IN FOCO: Mas percebi que você não gosta de associar be-

leza ao talento. Janaína Kais: acho que be-

leza ajuda sim, claro, seria até injusto dizer que não, mas sem-pre quis construir minha carreira embasada no talento, por isso recusei um convite da playboy e outra da Sexy, afinal, não queria usar o nu apenas como escada. Fui para o Rio e fiz muitos cur-sos de interpretação, voltei para são paulo e especializei-me ain-da mais. No ano passado, criei e produzi o meu primeiro espe-táculo “Já que lá tá deixa que lá teje”, uma comédia musical.

IN FOCO: E compor suas próprias canções? Alguns com-positores dizem que a inspira-ção vem através de sonhos. E com você?

Janaína Kais: sonhos? ah não, vem muito de experiências minhas vivenciadas, às vezes uma história contada, outras um belo filme de amor, enfim, de vá-rias maneiras. Há dois meses, eu compus a pedido, com um tema específico, foi a primeira vez!! Fiz uma composição falando do meio ambiente, Mata verde – Céu Azul, que ficou lindíssima.

IN FOCO: A batalha por um lugar no meio musical é gran-de, já que tantos outros estilos têm tido grande receptividade do público, o que representou a entrada de Rick Sollo em sua vida e como aconteceu?

Janaína Kais: costumo falar

ela é linda, charmosa, talentosa, cantora,

compositora, atriz... e rio-clarense!

KaisJanaína

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que o cantor Rick sollo foi um presente de Deus na minha vida, ele entrou num momento muito difícil e Deus me abençoou com esse encontro, foi como um avi-so: siga em frente, filha, erga a cabeça, não desista, que o mun-do é seu (trecho de uma canção minha). Frequentamos o mesmo estúdio e compomos a canção a MiNHa pele e a sUa, gravamos e acredito que ela fará todo o su-cesso que merece.

IN FOCO: Falando em mú-sica, qual sua visão dos esti-los de músicas que vêm sendo aceitos pelo público?

Janaína Kais: ah, eu não consigo ter hoje, uma visão exata sobre isso, acho que o mercado mudou, a vida mudou, a criação das crianças mudou, as mulhe-res mudaram, tudo hoje é muito efêmero, e consequentemente a música também mudou. Mas ain-da acredito que há espaço para as músicas que contam histórias, que retratam o cotidiano, que aproximam a arte do humano ou um grande amor.

IN FOCO: E como foi ter uma música sua, em uma novela da Globo?

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iaL Janaína Kais: ah, sim, isso

foi uma dádiva, uma bênção na minha vida, porque era meu pri-meiro cD e a música também era composição minha. chorei quan-do ouvi minha música na novela. Deus foi muito generoso comigo, sinto-me abençoada e sei que é merecimento.

IN FOCO: E atuar? O que significa para você?

Janaína Kais: ah! amor, de-voção, entrega, junção de espíri-to, corpo e alma! e aproveitando o gancho, quero dizer que can-tar para mim é o encontro disso tudo, junto com o espírito santo de Deus.

IN FOCO: E esse monólo-go que você produziu, atuou e cantou? Ousada você, hein!

Janaína Kais: Ousei mesmo! Joguei-me no trabalho sem medo de ser feliz, e tive presença no espetáculo cheio logo de início. Ninguém acreditava naquilo, de repente eu escrevo uma peça e monto no Brigadeiro! as pessoas queriam saber quem era aquela moça doida e corajosa, que cantava e atuava.

Tenho muita gratidão à minha produtora do espetáculo e amiga patrícia Rigotti. atualmente, meu produtor é o Hércules Marcos que se tornou um grande amigo e organizou comigo a abertura do show da paula Fernandes, no final de 2011 no Grupo Ginástico.

IN FOCO: Conte pra gente os nomes dos espetáculos que você já fez.

Janaína Kais: Oba, vamos lá! Atuando, já fiz: Morte e vida Se-verina, Álbum de família, sonho de uma noite de verão, Tribos e farras, Dois Maridos para uma esposa, Que Mãe que eu arranjei, super Neco, as Filhas da Mãe, a vida secreta de Batman e Robin, as garotas do 111 e atualmente, Me engana que eu gosto!

IN FOCO: O espetáculo “Me

engana que eu gosto!“ que está em cartaz em São Paulo, como surgiu pra você?

Janaína Kais - a loló Ne-vves, autora e diretora do espe-táculo, foi me assistir e gostou de mim. ela disse que foi amor à primeira vista, que ficou muito satisfeita com o que viu, adorou

siLvana oLiveira

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meu trabalho e me convidou!

IN FOCO: Dizem que o artis-ta representa qualquer papel, mas você percebe que tem um perfil para comédia?

Janaína Kais – No tablado no Rio, encenei salomé de Oscar Wilde e foi muito emocionante, lembro-me que fui aplaudida de pé e lembro-me também do Ri-cardo Kosóvisk me dizer que eu tinha uma veia dramática mara-vilhosa. Já em São Paulo, só fiz comédia e as pessoas me acham engraçada.

IN FOCO: O que falta acon-tecer profissionalmente na sua vida?

Janaína Kais: Garanto que se eu fizer uma novela na Globo e se eu for reconhecida na músi-ca nacionalmente, não vou achar ruim não! Mas acredito que um DVD é o que falta hoje, para mi-nha carreira de cantora, depois disso, segura peoa! amém.

IN FOCO: Sei que você está solteira. E o seu príncipe, já chegou ou está a caminho?

Janaína Kais: ai meu Deus, 121

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sabia que vinha bomba! kkkk, a curiosidade matou o gato! Sabia? Eu estou solteira defi-nitivamente solteira há oito meses, terminei uma relação de sete anos... então estou tran-quila agora... sei que meu príncipe virá, talvez até já esteja bem perto, ou não. Mas como dizia Nitchze “case-se com quem você tenha assunto para o resto da vida!” Meu príncipe está bem próximo eu posso senti-lo, e eu sou toda dele e ele já é todo meu.

IN FOCO: Qual a frase que mais usa?Janaína Kais: “Já que lá tá deixa que lá

teje”.

IN FOCO: O que deixaria como dica aos leitores desta edição da JC Magazine, pela experiência de vida?

Janaína Kais: ah! ame, ame e ame! ame tudo a sua volta, apaixone-se por você, pela vida!

IN FOCO: Quer agradecer alguém?Janaína Kais: ah! Quero agradecer em

primeiro lugar a Deus e minha família que-rida, principalmente minha mãe que me deu tudo e me ensinou o mais importante, a ter Dignidade. Quero agradecer a todos os meus fãs, a toda imprensa e todos que me apoiam e me valorizam aqui em Rio claro, porque nada que eu fale, poderá expressar minha gratidão a eles!

siLvana oLiveira

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cris [email protected]

pets

love Não é novidade que a “onda” pet

está crescendo cada vez mais, graças a esse novo comporta-

mento, as pessoas estão se preocupando com o cuidado e a proteção dos animais. engana-se quem pensa que esse mundo de amor, cuidados e mimos, refere-se apenas aos animais de raça e com pedigree, pois quem é realmente apaixonado por animais, não se importa com a raça, cor e até mes-

mo se é ou não perfeito. Hoje, muitas pes-soas adotam animais de rua e os tornam literalmente membros da família, levantan-do a questão de quem precisa realmente de quem. Afinal, a cumplicidade, o vínculo e o convívio acabam tornando seus donos mui-to mais dependentes dos bichinhos de esti-mação do que o contrário. e nesta edição, dirigimos todos os holofotes para nossos astros e estrelas.

casado com sandra Maria Fegadolli palazzo

e pai da caroline e Mariana, ama animais

desde a infância, incentivado por seu tio

anésio Marques.

Quem precisade quem?

“O amor de um animal é incondicional

e sincero”.

O ASTRO: AIRON ANTONIO PALAZZORaça: são Bernardo

Idade: 6 anosMembro da família desde: 2006

Comida preferida: ração e pão francês

Mania: assistir TV, enroscado no pé do dono

Frescurinha: todas as manhãs espera a Fátima chegar, para ganhar

carinho e depois a puxa pelo braço para levá-lo até a porta, para

ver o movimento da rua.Jeito de ser: companheiro, amoroso,

adora tomar banho de mangueira e quando dorme ronca muito.

Antonio Carlos Marques Palazzo,

Bela Foto: silvia penatiProdução e Edição: angélica lunardi

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Blog: aironpalazzo.blogspot.com.br

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casada com Ricardo Bruzdzensky Garcia, mãe de Maiara, sempre teve

loucura por animais. Tem cinco cães e uma gata.

Silvia Turolla Miléo Garcia,

O ASTRO E AS ESTRELAS: CIÇA, TALITA E BELOIdade e raça: ciÇa, 10 aNOs, TaliTa, +ou- 4 aNOs e BelO, +ou- 3 ANOS, todos sem raça definida.Comida preferida: ração e adoram miolo de pão molhado no leiteMania: cada um tem a sua, mas destaco a mania da ciça, que gosta de brincar com o grão da ração antes de comê-lo, joga para o alto, rola em cima, faz careta e depois come. Frescurinha: Talita adora sua bolinha “Fik Fik”, gosta que jogue para trazer de volta e dorme com a bolinha.Jeito de ser: cada um tem um jeito de ser, ciça é carinhosa e gulosa. Talita é um grude e Belo é brincalhão.

“Animais também foram criados por Deus, que requer

de nós atitudes de amor. Coloque-se no lugar deles e ajude-os, afinal,

bicho é vida!”

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ESTRELA e ASTROS : Madonna, Jesus Luz e Boy IIRaça e idade: Madonna(poodle), 4 anos, Jesus luz (exotic shorthair), 3 anos e Boy ii (shitzu), 4 mesesMembros da família desde: Madonna e Jesus luz desde 2009 e Boy ii desde abril de 2012Comida preferida: ração e patas de caranguejo (gato)Mania: adoram subir em minha cama e ficar me lambendoFrescurinha: disputam minha atenção e choram se eu ignorar esse “ciuminho”Jeito de ser: são todos muito amáveis e carinhosos

mãe de Neto, sempre teve muito carinho por animais e sentia vontade de abraçar,

brincar e fazer cócegas neles, desde criança.

Marcia Marques,

“Os animais são puros, sinceros e têm muitos sentimentos. Como toda criatura de Deus, merecem

respeito e cuidados, e eu simplesmente

amo, portanto, faço um apelo: ame os animais, preserve-

os e Deus lhe recompensará”.

“Temos muito que aprender com os animais! Basta

prestarmos mais atenção para saber

como é viver em harmonia com a

natureza...“

CATIA CILENE DEGASPERI VITTI e RODRIGO DEBONI VITTI,

casados, são apaixonados por animais desde sempre. cuidam da Toula, assim chamada

carinhosamente como uma filha.

A ESTRELA: FOTOULA – apelido TOULAIdade: 7 anosRaça: lhasa apso.Membro da família: desde que nasceu Comida preferida: palitos caninos de carneMania: gosta de cavoucar os cantos do banheiro e as portas da casaFrescurinha: se uma comida dela cai no chão, ela não pega! Temos que pegar e lhe dar na bocaJeito de ser: extremamente companheira, inteligente (ela entende tudo o que a gente fala, às vezes, temos que disfarçar ao falar algo perto dela!) é dominadora e bem dona de si.

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1. Nathalia Moraes2. ana carolina

Murari,Karol leonhardt

3. aline Gurgel , Marina Gracioli

4. ana Beatriz almeida5. Flavia pedroso,

poliana pedrosa

6. Natália Guedes7. anelise Whitehead8. Bruna De Oliveira

Bercelli9. carol souza10. Thais leticia11. Dani Jacovetti12. Merylin Zen ,paula

Haddad sanches

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1. lígia inforsato2. Heveline Fernandes3. lucas carvalho,Tatiana

Franco4. cassiano Ricardo

Geromel,cassiano Ricardo Geromel

5. agda Bocato6. Giovanna Bellagamba

7. alessandro casella, Daiane casella

8. aline Barbieri9. Natalia codo10. Vanessa Trentini11. Mariana Vieira

catista12. Thais Figueiredo13. Tatiana Franco

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Basta olhar para peças de mobiliário feitas com os mais diversos tipos de ma-

teriais que o nome irmãos campa-na vem à mente. Fios entrelaçados, cordas, lascas de madeira, couro, guarda-chuvas, papelão, garrafas pet, retalhos, ralos de banheiro e até bichinhos de pelúcia estão entre os itens usados pelos irmãos que mos-tram que a imaginação não tem li-mite.

Humberto campana é nascido em Rio claro em 17 de março de 1953 e Fernando em 19 de maio de 1961 na cidade de Brotas, onde os

irmãos viveram a infância e come-çaram a dar os primeiros sinais de que a criatividade ia além do imagi-nário comum. Humberto queria ser índio e Fernando, astronauta e, com isso, faziam a partir da fusão entre o caipira e o urbano seus próprios brinquedos.

além de mobiliários, os irmãos também criam luminárias, joias, vestuários e objetos domésticos com as mais variadas influências da dupla, como o surrealismo, a cultura indígena, a utilização de material reciclável, o próprio cotidiano popular, além é claro do tropicalismo

irmãosCampanaDo interior de São Paulo para o reconhecimento mundial na arte do designer

Janyne godoy

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brasileiro, que pode ser percebido nas formas e nas cores de muitas obras dos campana.

Foi em 1994 que os irmãos foram reconhecidos internacio-nalmente, após se tornarem os primeiros designers brasileiros a expor no Museu de arte Moderna de Nova York (MOMa), onde mes-claram criatividade, inovação e contemporaneidade.

Muito além da beleza, as peças dos irmãos campana trazem exclu-sividade e, com um ar artesanal, as peças são verdadeiras obras de arte. com técnica e ao mesmo tempo sofisticação, o design de-senvolvido pelos irmãos deixa a todos maravilhados pela sua sim-plicidade, ao usarem materiais comuns mas ao mesmo tempo de forma inovadora e única.

Nesses 20 anos, os irmãos já viajaram o mundo realizando expo-sições, palestras, cursos e recebe-ram diversos prêmios. além disso,

parcerias fizeram sucesso, entre elas podemos citar a coleção Me-lissa campana, lançada no verão de 2005, quando as sandálias fo-ram inspiradas pela famosa cadei-ra Zig-Zag.

e a habilidade da dupla não para por aí, eles são procurados por marcas do mundo todo para criar e reinventar a identidade de grifes famosas, como a camper em Berlim, Barcelona, Zaragoza, Flo-rença, londres e Nova York.

Os irmãos, que contam com uma equipe na hora de desenvol-ver os projetos, conseguem mate-rializar ideias que são destinadas a linhas de produção de empresas nacionais e internacionais, como edra, alessi, artecnica, Bernardaud, corsi Design, Kreo, Magis, Grende-ne, entre outras.

Nos dias de hoje, os irmãos são reconhecidos pela crítica especializa-da como os designers de maior cria-tividade deste início do século XXi.

Fernando e Humberto Campana queriam criar

um móvel com um conceito diferente, em que o material

desse não só a estrutura, mas também o estofamento.

Com 500 metros de corda em mãos, começaram

a entrelaçar a poltrona Vermelha – e a construir um

futuro internacional.

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Conhecidos internacionalmente como Irmãos Campana, Fernando e Humberto nasceram em

Rio Claro e Brotas e são prestigiados pelas suas obras, que, ao contrário dos processos de industrialização, os dois buscaram resga-tar das mãos dos artesãos, tecendo novas e

exuberantes superfícies e dando outro rumo à expressão contemporânea chamada design.

Lacoste por Campana: Os Campana criaram

uma pólo que tem mais de mil jacarezinhos

bordados – ou melhor, crocodilos -, que podem

ser encontrados na cor original (verde),

vermelho ou dourado, formando como se fosse

uma renda do nosso nordeste.

O sofá “Kaiman Jacaré”, inspirado em jacarés da região amazônica, produzido em 2006

foi feito com pedaços de couro sintético no formato do animal e já esteve presente em

diversas exposições dos irmãos

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Os irmãos, que faziam os próprios brinquedos desde criança, continuaram a criar e a inspirar-se na natureza e a transformar cores e formas de objetos que poderiam estar no lixo em verdadeiras obras de arte.

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oO projeto Shaping Silestone é uma inovadora peça modular

que reflete a ideia de um canivete suíço, transformando

uma multifuncional peça de mobília numa cozinha dinâmica e

versátil, um espaço vivo.

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PrêmiosJC

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1992 - Prêmio Aquisi-ção, Museu de Arte Brasi-leira FAAP (Fundação Ar-mando Alvares Penteado) São Paulo. Biombo Cerca.

1996 - Primeiro Prêmio Categoria Design (1º lu-gar) XXI Salão de Arte de Ribeirão Preto, SP. Cadei-ra de Papelão.

1997 - Primeiro Prêmio Categoria Móveis Resi-denciais (1º lugar) Abimó-vel (Associação Brasileira de Indústria de Móveis) São Paulo. Mesa Inflável.

1998 - Segundo Prêmio Categoria Móveis Resi-denciais (2º lugar) Museu

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da duplada Casa Brasileira, São Paulo. Estante Labirinto.

1999 - Prêmio George Nelson Design Award, Re-vista Interiors, EUA.

2001 - Prêmio Especial, Museu da Casa Brasileira, São Paulo, Brasil, H.Stern coleção de joias.

2005 - Le Prix du Nom-bre d’Or, Salon du Meuble de Paris, França, para Fer-nando e Humberto Cam-pana.

2005 - Primeiro lugar na cDim award da Feira Internacional de Móveis de Valencia pela cadeira Corallo.

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malagueta LUDMAR GONZALEZ

Que estamos próximos de uma guerra civil con-tra a criminalidade não tenho dúvida. Mas, enquanto não chega este enfrentamento,

questiono qual a melhor forma de continuarmos vivos. Qual seria a melhor maneira de nos enganarmos de que tudo caminha às mil maravilhas quando falamos no tema segurança? e talvez nem tudo esteja perdido. existe sempre uma saída, diriam os mais otimistas. po-deríamos adotar um trabalho em prol do coletivo. Uma ação em conjunto e em benefício de todos. e este movi-mento está muito próximo. aliás, está ao lado, ou ainda à sua frente. Falo sobre o vizinho. isto mesmo, seu vi-zinho. Hoje, sem dúvida, seu melhor porto de seguran-ça, seu cão de guarda. Na verdade, seria recíproco, pois este também é o seu papel quando visto pelo outro lado. Quando saímos ou chegamos em casa, quando preci-samos de ajuda, quando escutamos algo de estranho, enfim, uma parceria que tem tudo para dar certo. Um protegendo o outro, mas aqui é preciso confiar e passar confiança. Defender e ser defendido, isto é fato. Não devemos ver nossos vizinhos apenas como a solução para a falta de açúcar, do sal e quem sabe de um limão para a salada. Se não podemos confiar nas autorida-des, vamos confiar em nossos vizinhos. Uma saída real e barata.

pedra

Selvade

E-mail: [email protected]

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se a vida começa aos 40, chegamos a uma explicação sobre por que tantos deixam de existir ainda na adoles-cência.

a tradução mais simples da lei da Ficha limpa é o eleitor saber escolher um honesto entre tantos candida-tos.

O sonho da mulher de 40 é manter o corpinho de 20. Já o homem se contenta com a virilidade dos 39.

estar de bem com a vida é acreditar que mulher adora um homem careca e barriguinha de chopp pode ser sexy.

Quando homem diz que sexo não é tudo, podemos in-terpretar que já passou dos 40 e sinceridade deixou de ser seu forte.

se as preliminares substituem o jogo de fundo é por-que o homem deixa de ser um atacante nato e passa a atuar na defesa.

O homem destrói o mundo, torna um animal em figura rara e ainda lucra com essa situação. isso sim é fantás-tico.

Trocar voto por cerveja, churrasco e bola de futebol é garantia na certa de quatro anos de ressaca.

Depois da denúncia de “cartel do combustível”, Rio claro encara agora o “cartel da coxinha”.

independente da qualidade e tamanho, salgados da cidade estão sendo vendidos quase tudo a R$ 3,50.

Depois de quatro anos em crescente, carnaval da ci-dade liga o sinal de alerta de olho em outubro.

Dependente do poder executivo, sucesso do Reinado de Momo também passa pelo resultado nas urnas.

Ou os carnavalescos criam independência para or-ganizar carnaval ou fantasma vai rondar a cada quatro anos.

expectativa de mudança na política local passa pela Ficha limpa ou informe de necrologia.

aliás, a cada nome conhecido na necrologia é que per-cebemos o quanto estamos envelhecendo.

Ficha limpa não deveria impedir a candidatura de corruptos, mas sim obrigá-los a devolver o que não lhes pertence.

papai Noel, coelhinho da páscoa ou concurso público? entre os três, acredito mais no bom e velho homem de vermelho.

as eleições municipais de ou-tubro prometem ser das mais

acirradas. pela primeira vez a lei da Ficha limpa deve estar valendo para os candidatos envolvidos em escândalos e denunciados por irre-gularidades. Mesmo que não seja colocada em prática da forma ideal e em sua totalidade, serve para cha-mar a atenção do eleitor. para “ter peso”, a Ficha limpa precisa de uma soma de fatores que passa por uma Justiça eficiente e às vezes difícil de ser localizada. Mas seu sucesso

passa também pelas mãos do elei-tor, este sim o “fiel da balança”. Não precisamos de uma lei para saber do que precisamos para o país. a coisa é muito mais simples.

Basta votar com a cabeça, com o coração, e não com o estômago ou com a carteira. sabendo escolher os candidatos corretos, estaremos fa-zendo uma faxina na cultura do voto comprado ou trocado por favores. Não precisamos esperar que a Jus-tiça diga quem pode ser candidato ou não. Hoje, a informação corre e,

de forma rápida, a ela todos temos acesso. Dizer que todos são iguais é aceitar o jogo de quem engana e lucra com isso.

Faça sua própria ‘ficha limpa’. pergunte, questione, troque infor-mações sobre os candidatos. Veja quem pode ajudar seu município, seu estado, a União. Veja quem vive da política e quem tem a carreira marcada pelos desmandos. Na urna, para um país melhor, vote no que há de melhor. Na urna teclamos núme-ros, não puxamos a descarga.

De olho nas

urnas

políticos e prostitutas conju-gam o mesmo verbo. e nos dois casos o eleitor paga e acaba achando ter sido enganado.

a vantagem da prostituta é que o programa dura no máxi-mo duas horas, não quatro anos e com reeleição.

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Quando nos reunimos para discutir mais uma edição da Jc Ma-gazine, estamos sempre abertos a temas novos e que possam agregar valores à comunidade. Nesta edição, no que chamamos de “especial”, de-cidimos retratar a fase que marca os 40 anos. No meu caso, já atrope-lando os quarentinhas, sempre tive a tranquilidade de trabalhar a cabeça em relação aos vários janeiros, mas fiquei curioso com a abrangência do tema.

Venho de uma família em que a média de idade em vida não é das mais vantajosas. O que salva é que ainda não atingi essa média, então acho que ainda posso esperar por alguns ‘parabéns a você’ no porvir, e que venham muitos. Mas também não podemos acreditar na imortali-dade, embora este seja o sonho de alguns.

De uma coisa não posso recla-mar. O “corpinho”, embora não seja de 20, pouco sofreu de transforma-ções. e aquela história, “lembra da

minha voz, mas meus cabelos...”. aqui também não há muito que se lamentar ou comemorar. Há muito tenho deixado de dar lucro aos bar-beiros. isso mesmo: barbeiro, pois cabeleireiro é coisa para os mais novos.

sempre fui educado a tratar os mais velhos como senhor e senho-ra, daí não ter preconceito quando assim me chamam. Melhor que tio, putz!, isto sim é horrível. primeiro que o/a infeliz não é teu parente, de-pois que existe um certo ar de ironia. e nada de sukita, pois nos dias de hoje tem muito tiozinho confundindo as coisas. Beiram o ridículo e suge-rem um ar de tarados.

ainda em relação à história de tiozão, tem muita quarentona que perdeu a vergonha na cara. e repete a história do chapeuzinho Vermelho. só que, nesse caso, o lobo mau é que acaba comido pela vovozinha.

aliás, em relação à forma ca-rinhosa como as pessoas se tratam,

sempre tive amigos pelos quais criei admiração e tentei ampliar o laço de relacionamento, quase familiar. a muitos chamei de irmão. Hoje, com o avanço tecnológico, viraram manos. Nesse caso prefiro os bons e velhos tempos.

No desenho da vida nunca fui um grande artista. sempre contava chegar à casa dos 40 pensando na contagem regressiva para a apo-sentadoria. “Tirar o pé”, como dizem. Não deu muito certo. Hoje, quando caminhamos para os 50, sentimos que trabalhamos mais que aos 30. Não fui um bom estudante em edu-cação artística ou economia.

Uma das maiores faltas nos tempos de juventude fica por conta dos efeitos da ressaca. incrível, éra-mos capazes de grandes noitadas e acordávamos no outro dia prontos para outro. Hoje, uma noite mais longa nos leva ao dia seguinte de co-quetéis e uma baita dor de cabeça. Já entre quatro paredes deixamos de ser exigentes para sermos exigidos.

o tempo não passa, voaJC

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(O autor é editor do grupo JC de Comunicação.E-mail: [email protected])

Quando indicou Dilma Rousse-

ff como sua candidata à presidência da República, luiz inácio lula da silva comprou uma grande dor de cabeça. enfrentou alia-dos e manteve o nome da ex-ministra da casa civil na disputa. aos primeiros nú-meros das pesquisas eleito-rais, o ex-presidente se man-teve firme. E deu certo. Dilma foi eleita a primeira mulher a ocupar o cargo mais importante no país. e assim mesmo paira-va sobre o palácio do planalto um certo temor, criava-se um questionamento sobre as reais condições da presidenta elei-ta. passado o primeiro ano de administração e Dilma seguiu em sua decolagem. enfrentou preconceitos e acabou se tor-nando uma pedra no sapato para aliados corruptos. até com

banqueiros mediu forças. se exigiu ou pediu não importa, mas a economia mudou no Brasil, e para melhor. Foi mais corajosa que lula e inteligente que collor ao tratar da pou-pança. Hoje, Dilma é uma realidade. a criatura criou vida e ameaça o criador. para quem acreditava no

retorno de lula em 2014, as chances são remotas. e,

para os adversários, fica a preocupação. para seus críti-

cos, entre os quais me incluo, Dilma mostra que o sexo frágil sabe ser forte, principalmente onde ronda a sacanagem e os desmandos com dinheiro público. se o criador não sabia de nada, a criatura também pode ter sido enganada, mas neste caso não existiu uma segunda chance. Dilma não passa a mão na ca-beça, prefere a foice.

LUDMAR GONZALEZ

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Viver nos

a adolescência era uma fase em que a pessoa dava conta

do mundo. Meio perdidos ainda, ía-mos tentando localizar e encontrar nosso lugar.

aí chegavam os 20 e poucos anos. e, com eles, os ensinamentos e cobranças para terminar os estudos, arranjar trabalho, casar, constituir uma família, entre outras coisas. as-sim, entre o trabalho e as férias, os anos iam passando. chegava-se ao auge, profissional e emocional, aos 45-50 anos. aos 60 se aposentava, para ficar em casa brincando com os netos, assistindo a televisão ou mesmo dedicando-se a algum ho-bby. e, aos 70-75 anos, no máximo, se morria.

Hoje, tudo mudou. Os avanços

da ciência aumentaram nossa ex-pectativa de vida e a expectativa de se viver mais com mais qualidade. Hoje, aos 40 anos, é possível pensar na hipótese de haver ainda mais 50 anos pela frente. É esse o desafio que o mundo, acelerado, nos lança nas mãos. como assim?

assim vemos cada vez mais pes-soas com mais de uma profissão, por exemplo. Também, para alguns, a palavra aposentadoria é algo re-moto, palavra quase fora do vocabu-lário. Mesmo porque, na ativa, é pos-sível ganhar mais e, o que é melhor, estar sempre ativo.

Não é surpresa nenhuma que, nesse ponto, depois dos quarenta anos, surjam novamente as ques-tões sobre o amor, o trabalho, a vida

em si e de como se reinventar diante desse novo mundo globalizado, sem padrões a serem seguidos. Vive-se então uma nova adolescência. Mas isso pode ser muito bom.

Mais do que se assustar diante das escolhas, é preciso enfrentar os desafios de peito aberto e com mui-ta coragem.

porque fazer quarenta anos hoje pode ser como fazer trinta. e, aos cinquenta, é possível se sentir como se ainda tivesse quarenta. Basta sa-ber identificar as oportunidades.

De olho em todas essas mudan-ças, a Jc Magazine traz este especial para quem ainda tem dúvida e para quem já tem a certeza de que a vida começa após os 40, de novo...

Boa leitura!

por marcelo Lapola

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na meia-idade

marcelo Lapola

Um novoFilHo

Hoje a idade não é mais um impedimento para muitas coisas que antes eram apenas para os

mais jovens. Ter um filho, por exemplo. Quem foi que disse que para se ter um filho é preciso ser jovem? avanços na medicina, na tecnologia e principalmente nos cuidados com a saúde permitem à mulher engra-vidar mesmo após os 40 anos.

segundo os médicos, a idade não é um impediti-vo para a mulher ser mãe. enquanto estiver ovulando, seu corpo tem condições de gerar um bebê. a medi-cina evoluiu, criou tecnologias que auxiliam a concep-ção e aumentou a expectativa de vida do ser humano.

por outro lado, as pessoas trataram de se dedicar mais ao corpo e se preocupar com os excessos. essa combinação vem surtindo efeitos. segundo o iBGe, o número de mulheres que engravidaram com 40 anos ou mais aumentou 27% nos últimos 10 anos.

para silvana Grieco, ginecologista e obstetra, até a menopausa, a idade não é um fator que impede a mu-lher de ter filhos. “O histórico é o que determina se ela poderá ser mãe aos 35-40 anos.” a maior parte das que cuidam da alimentação, controlam o peso e que fazem acompanhamento ginecológico tem condições de ter filhos tranquilamente.

a gravidez tardia ainda traz mais condições para a mulher adaptar seu estilo de vida e estar mais per-to da criança. Com carreira profissional garantida e união estabilizada, essa mãe é capaz de optar de ma-neira consciente por diminuir a carga de trabalho ou alterar seu ritmo profissional.

“enquanto a mulher menstruar, a idade não é o fator que determina se ela consegue engravidar. Há-bitos saudáveis e cuidados profiláticos influenciam di-retamente se elas podem gerar bebês aos 20, 30 ou 40 anos”, salienta.

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Mas, e no caso do ho-mem? ser pai depois dos quarenta também tem suas grandes alegrias. Mas ain-da há algumas informações desencontradas que as pes-soas dão por aí.

Tomar a decisão não foi nada fácil para o eco-nomista que viveu de perto o preconceito dos colegas. “Diziam que eu estava lou-co. Que, quando meu filho completasse 15 anos, eu já estaria na casa dos 60 sem condições de aguentar o ritmo de um adolescente.” Renato Ribeiro chegou a re-pensar seu desejo, mas aos poucos conseguiu romper o preconceito e levar com

bom humor as brincadeiras. “Hoje acredito que a idade seja um ponto positivo na minha relação com meu filho. Tenho maturidade e vivências suficientes para lhe ensinar e dar bons con-selhos. e ele me ouve sem-pre”, argumenta.

para Heloísa Garbuglio, psicóloga especialista em relações familiares, a idade não é um complicador para o desenvolvimento infantil: “Nós nos preocupamos com a tese de que pessoas mais velhas têm menos tempo de vida e vigor, mas acre-ditar que um pai mais velho morrerá primeiro é ironia do destino. Não sabemos o

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zÃo?que o futuro nos reserva e quanto tempo teremos. O melhor é aproveitar o pre-sente da vida”, aconselha.

“existem inúmeras ma-neiras de se estar junto. O importante é o pai aceitar suas limitações e conversar com o filho”, acrescenta a profissional.

assumir a paternida-de tardiamente pode tra-zer inúmeros benefícios a ambos, pai e filho. “A ma-turidade advinda de mais experiências e vivências beneficia a paternidade, que pode ser vivenciada em plenitude quando o homem já se encontra em uma ida-de avançada”, constata He-

loísa. aos pais de segunda ordem, pode ser uma forma de amenizar a culpa por ter sido ausente num primeiro relacionamento. “Quando jovem, este pai muitas ve-zes não esteve disponível para acompanhar o de-senvolvimento dos filhos. agora se dará o direito de levá-los à escola, participar de reuniões pedagógicas, jogar bola e estar mais pre-sente no crescimento deles. poderíamos até arriscar dizer que, em relação à pa-ternidade, será talvez a pri-meira experiência deste pai, embora tenha outros filhos de casamentos anteriores”, arrisca Heloísa.

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marcelo Lapola

É uma arte, sem dúvida ne-nhuma. Ou até mesmo uma

ciência. exige muita disciplina. Basi-camente, essa difícil missão de todo mês guardar em uma aplicação ban-cária uma parcela do salário é um ato de heroísmo em muitos casos.

É promessa de Réveillon que muita gente faz. “Neste ano vou co-meçar a poupar”, muita gente pro-mete. porém, muitas vezes, entre a promessa e a prática há um abismo que parece ser intransponível.

Mas não há mistério. Nas pala-vras do psicoterapeuta paulo Gau-dêncio, juntar dinheiro é como fa-zer dieta. “eu me imponho algumas frustrações a curto prazo para obter ganhos a médio e longo prazo. No caso da dieta, você deixa de comer a segunda fatia do bolo de chocolate ou outras guloseimas para a médio ou longo prazo emagrecer. para o caso do dinheiro poupado, você dei-xa de gastar com algumas coisas hoje e fica um pouco mais rico ama-nhã”, analisa Gaudêncio.

Mesmo que você ainda esteja muito longe de se aposentar, vale a pena pensar no assunto e avaliar se os seus investimentos serão sufi-cientes para garantir uma vida con-fortável no futuro. Um bom planeja-mento, de acordo com consultores de finanças pessoais, não pode se limitar ao cálculo de quanto dinheiro será necessário para a sua aposen-tadoria. É preciso considerar os pro-jetos e expectativas que você tem para essa fase. Quem pretende pas-sar a metade do ano viajando cer-tamente precisará poupar mais do que quem sonha em se mudar para o campo. Quanto mais específico for o planejamento, menor será a pro-babilidade de subestimar os custos da aposentadoria.

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parar de trabalhar e ter mais de 1 milhão de reais rendendo no banco é o sonho de muita gente. e, segundo al-guns especialistas, pode se tornar rea-lidade se você começar a poupar cedo e com regularidade.

Quanto mais cedo, melhor.as seguradoras que administram

planos de previdência complementar estimam que uma renda equivalente a 70% do último salário líquido baste para manter o mesmo padrão de vida. Há quem discorde desse cálculo. as des-pesas não diminuem, elas mudam. por isso, detalhar como será seu estilo de vida e projetar os gastos para concreti-zá-lo fará você ter mais (ou menos) su-cesso na sua estratégia de investimen-to de longo prazo. O ponto de partida é definir a idade em que você quer se aposentar. Você vai saber quantos anos de despesas terá de custear.

Ou seja, se quer se aposentar aos 65 anos e trabalha com uma expecta-tiva de vida de 90, seu planejamento deve considerar 25 anos de gastos.

Uma boa dica, em qualquer idade, para não ser pego de surpresa por um

imprevisto é ter sempre uma poupança com o valor de, pelo menos, três meses de suas despesas. Mantenha o dinheiro em um fundo de renda fixa ou na pou-pança. Se você tem filhos ou despesas maiores, aumente o valor para o equi-valente a seis meses ou um ano dos seus gastos.

Mas o mais importante é que não haja neurose nesse ato de guardar di-nheiro. em todo lugar vemos muitas receitas de como ficar rico. Algumas nos fazem descobrir, por exemplo, que deixar de tomar aquele cafezinho diário e poupar o seu valor durante quarenta anos pode levar a ter uma quantia con-siderável. e o mesmo vale para as com-pras de roupas mais caras, as pizzas semanais, viagens e outros gastos com pequenos prazeres. Tudo isso para se chegar aos 50-60 anos com um mon-te de dinheiro e a certeza de que não se viveu o suficiente. “Por isso, pou-par deve ser um ato espontâneo, sem grandes sacrifícios. Dá muito bem para conciliar as boas coisas que o dinheiro proporciona com uma boa poupança”, salienta Gaudêncio.

R$ 1 MilHÃo

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como conciliar a carreira com o quanto precisa guardar para a

aposentadoria:

Aos 20 anos1. Gaste menos do que

ganha: quanto mais cedo você cultivar a disciplina de poupar, menores serão os riscos de tomar decisões fi-nanceiras equivocadas e de atrasar a sua aposentadoria.

2. poupe pelo menos 20% de sua renda bruta: aprovei-te que as suas responsabili-dades ainda não envolvem filhos e família para poupar mais. se 20% for muito, com-pense guardando parcelas do 13º salário ou do bônus, se você receber um.

3. contenha-se ao escolher o carro: o erro mais comum nesta idade é comprometer a renda com o financiamento de um carro caro. O preço do automóvel influencia o valor do seguro, que já é mais alto para pessoas jovens.

4. compre a primeira casa à vista: diga não àquele amigo que propôs alugar um apartamento e fuja do finan-ciamento. Quanto mais você guardar, mais cedo colocará as mãos nas chaves da pri-meira casa.

5. invista de maneira ar-rojada: esse é o melhor mo-mento para fazer investimen-tos de maior risco, aplicando diretamente em ações ou em fundos de renda variável. se ocorrerem perdas, ainda ha-verá tempo para recuperá-las.

6. crie um fundo de emer-gência: guarde dinheiro sufi-ciente para cobrir dois anos de despesas básicas. assim, você não mexe nos seus in-vestimentos caso ocorra um imprevisto.

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Aos 30 anos1. priorize sua carreira:

essa é a melhor hora para investir no seu desenvolvi-mento. Faça especialização e planeje um MBa, guardando dinheiro para pagá-lo à vista.

2. Tire proveito das van-tagens tributárias: com uma renda maior, é bem provável que você passe a pagar mais imposto de Renda. conheça as possibilidades de abati-mento das quais você pode usufruir.

3. Trate seu portfólio como uma empresa: os cus-tos de seus investimentos devem ser avaliados e redu-zidos. evite as taxas de admi-nistração ou de performance altas.

4. Diversifique seus inves-timentos: ainda não é hora de buscar segurança, mas é importante arriscar menos,

especialmente se você já es-tiver casado.

5. Continue longe dos fi-nanciamentos: trocar de carro ou de apartamento não precisa ser sinônimo de endividamen-to. Faça aplicações separadas para cada objetivo e só aja quando puder pagá-los à vista.

6. some as rendas, divi-da os custos: quando se tem uma família, unir os planeja-mentos é fundamental. com-partilhe as metas e evite que a falta de disciplina de um atrapalhe os planos do outro.

7. Considere os filhos como projetos: na hora de es-timar os custos de cada filho, considere 25 anos. entre es-cola, cuidados médicos, rou-pas e faculdade, os pais gas-tarão ao longo desse período o equivalente a 1 milhão de reais com cada um.

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Aos 40 anos1. Turbine sua previdên-

cia: esse é o momento certo para poupar mais, conside-rando que sua carreira está próxima do auge. Direcione a maior parte de sua remune-ração variável para a previ-dência e os investimentos de longo prazo que serão usados quando você não tiver mais a renda do seu salário.

2. poupe para a saúde: escolha um fundo de inves-timento ou mesmo um pla-no de previdência específi-co para questões de saúde, seja para custear o seu pla-no após os 60 anos ou para uma emergência eventual. as seguradoras estimam que 65% dos gastos com saúde que uma pessoa tem na vida ocorrerão após os 60 anos.

3. cuidado com a casa na praia: quando os filhos deci-dem morar sozinhos, o sonho da casa na praia ou no cam-po pode se tornar um tiro no pé. Muitas vezes é difícil con-seguir vender o imóvel sem ter prejuízo.

4. invista no networking: aproxime-se das pessoas mais jovens, como um chefe bem relacionado, e reforce os laços com os amigos da gra-duação e do MBa. com um bom networking você pode embarcar num processo de aposentadoria gradual, atu-ando como consultor num primeiro momento, garan-tindo mais anos de geração de renda antes de passar a depender exclusivamente das reservas acumuladas durante toda a vida.

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Aos 50 anos1. Reavalie sua mora-

dia: em poucos anos seus fi-lhos vão comprar o primeiro apartamento e ingressar no mercado de trabalho. con-sidere mudar para um lugar menor, com boas condições de acessibilidade. e adicione os lucros obtidos na troca do imóvel aos seus investimen-tos feitos para quando você se aposentar.

2. Revise o planejamento tributário: as deduções que você obtinha com os depen-dentes poderão ser compensa-das pelo aumento nos custos de saúde. avalie com um ad-vogado se vale a pena adian-tar parte da herança que você deixaria a seus dependentes ou se é melhor doar parte de seu patrimônio em vida para diminuir a tributação.

3. atualize seus planos: à medida que a idade que você pensa em se aposentar se aproxima, é importante rea-valiar as metas. será que você quer mesmo parar de traba-lhar agora? Ou prefere man-ter suas atividades? É impor-tante que você trace cenários alternativos e se mantenha flexível, tendo em mente sua expectativa de vida.

4. Resista à tentação do negócio próprio: boa parte das pessoas acaba arriscan-do os investimentos de déca-das ou o pacote de aposenta-doria em empreendimentos com grande risco de darem errado. será que você quer mesmo ser dono de uma pou-sada e trabalhar todos os fins de semana e feriados? anali-se tudo com cuidado.

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marcelo Lapola

Toda época é marcada pelos acontecimentos históricos, sem dúvida. lembra-se, por exemplo, dos anos oitenta

como o auge da Guerra Fria entre estados Unidos e União soviética, do Brasil tentando se democratizar depois de mais de 20 anos de ditadura militar, e de muitas e muitas outras coisas, algumas boas, outras nem tanto.

Como que num filme, toda época também tem suas muitas trilhas sonoras. e quem viveu intensamente os anos 80 sabe muito bem disso.

O fim da era industrial, início da era da informação foi marcado por intensas transformações ao som de bandas e artistas supercriativos, do Brasil e do mundo.

isso sem contar a moda, que explodiu em cores e novos materiais.

Quem aí com olhos nesta matéria, hoje com um pou-quinho mais de quarenta anos, não se apertou dentro de uma bela calça semibag, com um par de canadians nos pés e camisas estampadas bufantes? ah, sem contar nas belas carteiras de velcro quase estouran-do os bolsos das calças. calças, ou camisas, de pre-ferência brancas, para poder brilhar sob a luz negra do Ginástico, do Grêmio, ou qualquer outra discote-ca por este país afora.

Na década que começou com o 3 em 1 e aca-bou no cD ouvimos de tudo. a herança do punk, uma música eletrônica emergente, e a ascensão comercial da canção pop foram os ingredientes que levaram a uma diversidade de estilos inédita na história da música jovem.

No rock, a fase pós-punk trouxe a moderni-dade da new wave, um dançante rock eletrônico, e novas variações do he-avy metal, que iam do melódico aos rápidos riffs de guitarras do trash metal.

PERdidAA década

que fez muita gente se encontrarJC17

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No estilo pop, uma ver-são mais adocicada e suave do rock, Michael Jackson e Madonna reinaram absolu-tos. seus sucessos traziam a influência da black music, da nascente cultura hip hop, ecos da disco music do final dos anos 70 e uma pitada de rock também. aliás, a aproxi-mação entre pop e rock ficou evidente em vários estilos de sucesso nos anos 80.

a new wave (lembra do gel de cabelo com glitter?), apesar de ser uma descen-dente direta do movimento punk, mostrou-se uma ver-são mais palatável comer-cialmente.

Bandas como Talking Heads, B-52’s, Blondie, The police e Devo misturaram elementos essenciais do punk com influências de es-tilos mais sofisticados e dan-çantes, como reggae, disco music e música eletrônica. Além da new wave, as influ-ências da música eletrônica alcançaram grupos que fize-ram um rock mais dançante, como as canções românticas

do Duran Duran e culture club ou o pop-rock eletrônico de Soft Cell, Depeche Mode e New Order.

No Brasil, a renovação da música jovem ocupou o es-paço da MpB e dos herdeiros da Tropicália, gêneros que há tempos não faziam canções que expressassem a realida-de e os sentimentos de boa parte da juventude. Novos grupos inspirados pelas esté-ticas do pop-rock que faziam sucesso lá fora surgiram em são paulo, Rio, Brasília, por-to alegre e salvador. O clima de redemocratização ajudou nesse processo. com mais li-berdade de expressão e uma atmosfera de renovação cul-tural, nasceram bandas como legião Urbana, Titãs, Os paralamas do sucesso, Ba-rão Vermelho, capital inicial e ira!, que revelaram novos e talentosos compositores do pop-rock bra-sileiro como cazuza, Renato Russo e arnaldo antunes.

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da música em o REi

RIO CLARO

Quem tem mais de trinta anos e morou em Rio claro nesse perío-

do pode procurar na estante, onde guar-da ainda com carinho seus discos de vinil, que irá encontrar por lá muitos deles com o adesivo da loja Big Dário Discos e Fi-tas. Quem dessa geração não se lembra da imensa loja com as estantes divididas por gênero, abarrotadas de grandes novi-dades em vinil e, mais tarde, em cD?

“Gerações de clientes passaram por ali, onde nasceram também grandes amizades. a loja existiu de 1972 ao ano 2000”, comenta Big, que mora já há 11 anos com sua família em Okland, na cali-fórnia (eUa).

No início da década de 1980, Big Dário foi um dos pioneiros na locução de rádio FM em Rio claro. Uma era de ouro na ci-dade.

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Bob Dylan O radialista, produtor e músico, Irineo André Dário Junior, o Big Dário

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Big faz uma comparação com o que temos hoje em matéria de música. se an-tes a música estava associada a um ob-jeto, como o disco de vinil e o cD, suas capas e encartes, hoje ela está nos bits e bytes do computador. essa transforma-ção da música consumida pelas pessoas em algo imaterial contribui, na análise de Big Dário, para torná-la mais descartável.

“a música que se ouve hoje no mundo é totalmente descartável. a indústria fo-nográfica faliu, não soube pensar em um modelo de negócio que acompanhasse a evolução da tecnologia. com essa dis-sociação da música do meio físico, me parece que os novos artistas estão desa-prendendo o que velhos músicos aperfei-çoaram”, afirma.

segundo Big, é uma era sem grandes ídolos.

“Não se pode falar em um ícone da mú-sica hoje, como na califórnia têm eagles, creedence, como o Michael Jackson. Mas essa geração nova já não tem mais ídolos. compare Bob Dylan com a lady Gaga, por exemplo. ela é totalmente produzida pela gravadora e pelo marketing, ele é talento puro”, exemplifica.

1º de janeiro de 1980 a 31 de dezem-bro de 1989. Uma década. Quanto se vive em uma década? Quanto você viveu nessa década? Muitos historiadores a chamam de década perdida. Mas pense em quanta gente se encontrou nos anos oitenta.

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Nos anos 80, a calça bag ou semibag era o es-tilo da década. pantalonas coloridas também. e cores cítricas alegravam a com-binação das meninas.

apesar de existirem desde os primórdios da canção pop, foi nos anos 80 que houve uma explosão de boy bands, grupos vocais com visual

caprichado, canções grudentas e ta-lento discutível. Na safra oitentista estavam Menudos, New Kids on The Block, polegar e Dominó.

BOY BANDS

NEW WAVE:

CALÇA SEMIBAG

O gênero nasceu no final dos anos 70 como uma versão mais pala-tável musical e visual-mente do punk. Mas é no começo dos anos 80 que a moda “new wave” toma conta do gosto de parte dos jovens brasi-leiros. as primeiras ban-das do novo pop-rock

nacional exploraram os fundamentos estéticos da new wave tanto em suas canções, como em suas performances. Bandas como Blitz, Ti-tãs, Gang 90 e absur-dettes, Magazine e Kid Abelha & Os Abóboras selvagens, entre outros, foram exemplos disso.

O QUE TINHA DE MELHOR

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Um dos videogames pioneiros chegou ofi-cialmente ao Brasil em 1983, seis anos após ser lançado nos estados Unidos. com seus jogos “clássicos” como “space invaders”, “Donkey Kong”, “Defender”, “River Raid”, “pacMan” e “Mario Bros”, virou uma mania e é um dos itens mais cultuados pelos saudosos dos anos 80.

ATARI

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DECADA PERDIDA

De VOlTa paRa O FUTUROa trilogia que tornou Michael J. Fox num astro, no papel do ado-

lescente Marty McFly, que viaja para o passado e para o futuro na tentativa de melhorar sua família, é uma coletânea de símbolos dos anos 80: da moda dos tênis Nike ao carro Delorean DMc-12, da onda do skate ao sucesso da canção “power of love”, de Huey lewis and The News.

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O grupo, tendo o compo-sitor e vocalista Renato Rus-so à frente, foi uma das me-lhores bandas do pop-rock brasileiro dos anos 80 e dei-xou como legado uma série de canções que viraram clás-sicos para várias gerações. O poder de expressar os sen-timentos da juventude está presente em sucessos como “será”, “Tempo perdido”, “eu sei”, “Há Tempos”, “pais e Fi-lhos” e “Meninos e Meninas”, entre outros.

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SolTEiRodepois dos 40.

o QUE FAzER?

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a vida é feita de escolhas. Já nos cansamos de ouvir isso.

Mas, com a revolução fantástica pela qual o mundo passou, nos-so poder de escolha aumentou na mesma medida da nossa liberdade.

Hoje ninguém mais consegue dar, por muito tempo, desculpas como “estamos juntos apenas pe-los nossos filhos” ou porque pro-meteu diante de um altar, para os pais, para Deus. com isso, há muita gente vivendo sozinha com mais de 40 anos. Uns lidando bem com sua solidão, outros tentando recomeçar uma vida a dois com outra pessoa. e o que deixa mui-ta gente madura insegura é que, diante de tantas escolhas, quando se faz uma, a única certeza que tem é de que perdeu as outras.

Um relacionamento, um novo trabalho, que roupa usar, o que fa-lar, como continuar, e tudo mais.

estar além dos 40 anos de ida-de não parece ser uma garantia de acomodação para muita gente. Muitas vezes a zona de conforto é vista como uma trincheira aperta-da. e é quando o homem e a mu-lher enfrentam um novo desafio: solteiros de novo, com filhos, e

com mais de 40 anos.algumas angústias de estar

nessa condição são muito pareci-das quando se é adolescente. Ou-tras incertezas já são melhor ad-ministradas por conta dos anos de experiência.

Hoje em dia, com o rompimen-to de todos os padrões, pobre de quem ainda torce o nariz para uma pessoa que optou por não se ca-sar. É absolutamente normal.

e quem opte com muita ale-gria. É o caso de silvia Álvares. ela reforça a tese de que as mu-lheres estão mais interessadas em manter a própria liberdade do que em se envolver numa re-lação insatisfatória. aos 40 anos, ela nunca se casou e diz não ter vontade de ser mãe. “Não tenho vocação, nem paciência. Filhos representam um novo pacote de obrigações, e as minhas já são suficientes”, afirma. Ela conta que se diverte com amizades colori-das e não pretende dividir a casa com um companheiro. “Gosto da minha vida como está atualmen-te, com liberdade de ir e vir. e não tenho medo da solidão, pois vivo bem comigo mesma.”

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Do outro lado, há quem viva espe-rando pela reconstrução de uma nova família após uma separação. Jorge al-berto, aos 43 anos, atualmente soltei-ro, conta que deseja ter filhos antes de completar 50. “Meu sonho é ser pai”, diz. ele já foi casado durante quatro anos, dos 22 aos 26, mas a relação não durou. Mesmo depois de enfrentar uma separação, ele garante que não perdeu a confiança no amor e no casamento. agora, busca uma mulher para se casar. “só falta encontrar a pessoa certa”, diz.

Mas esse dilema, se é melhor ca-sar ou permanecer solteiro, está longe

de ser resolvido. Muita gente também adora a vida de casado sem sentir sua individualidade ferida.

e, seja homem ou mulher, há uma pressão no ar para que viva com al-guém, além da autocobrança. “O que se precisa saber, no entanto, é que não há necessidade alguma de divi-dir o dia com a cara-metade para ser plenamente feliz. Muito da felicidade, mesmo a dois, começa com autos-suficiência que, quando solteiros, as mulheres e os homens têm chance de desenvolver com maestria. É só se permitir”, analisa.

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SOZINHOSNo Brasil, cerca de 9% dos lares já

são compostos de pessoas que mo-ram sozinhas. elas formam um merca-do respeitável e se dizem felizes. Mas ninguém gosta de se imaginar solitá-rio para sempre. a tendência de viver sozinho é mundial. alguns dos países campeões de domicílios ocupados por uma só pessoa são: suécia, com 40%; Dinamarca, 36%; inglaterra, 35%; alemanha, 30%; França, 30%; estados Unidos, 26%. No Brasil já são 9%.

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peLa cidadecarla Hummel

Nos embalos

à noiteDE RIO CLARO

Houve uma época em que a vida noturna de Rio Claro estava totalmente concentrada no Centro. Bares, lanchonetes e bo-ates instalados na região deles eram os pontos de encontro

dos jovens. A geração que hoje vive ou está chegando ao chamado “enta” foi a última a desfrutar das noites em que as ruas ficavam cheias de jovens, numa época em que ainda era seguro caminhar pela cidade em plena madrugada. Nomes como Paraíso, Nevada, Xodó, Água na Boca, Big Dog, Dju, Jou Jou Balangandans, Kühl, Stonage, PHD by Night e Excelsior, e as famosas discotecas nas noites de do-mingo no Grupo Ginástico e no Grêmio Recreativo da Cia. Paulista estão guardados para sempre na memória de quem um dia passou por esses lugares.

as noites de domingo nunca foram de descanso para quem viveu a adolescência na década de 80. era a hora de ir para as famosas discotecas no Grupo Ginástico Rioclarense e no Grêmio Recreativo da cia. paulista de estradas de Ferro. salões lotados de jovens vestidos com roupas coloridas, ao som das músicas de Madon-na, cindy lauper e a banda a-Ha, as discotecas aconte-ciam das oito às onze horas da noite. começavam com músicas agitadas e havia também a “sessão das len-tas”, em que os garotos tiravam as moças para dançar. era a época da cuba libre e do auge do rock brasileiro com legião Urbana, Titãs e capital inicial, entre outros. Às vezes aconteciam shows, como o da banda Metrô no Ginástico, sucesso nas rádios da época (quem não se lembra da loirinha vocalista Virginia cantando “coração ligado, beat acelerado...”?).

discotecasAs inesquecíveis

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a jorna-lista Bea-triz altimari Olivatti, que hoje mora na itália,

lembra-se com saudade da época de ouro da vida no-turna no centro de Rio cla-ro. “eu acredito que cada geração defende a sua!! a minha mãe ama os anos 60 e suas músicas, e tem sau-dade da sua época. eu mor-ro de saudade da minha, nos anos 80. as melhores músicas e os melhores em-

balos de sábado à noite. existiam inúmeras opções em bares. Você queria es-cutar MpB, você ia ao Jou Jou Balangandans; se gos-tava de New Wave, ia dan-çar no Bar do Dju, tinha também o Brutus; se queria dançar orquestradas, tinha baile no Ginástico e no Grê-mio; queria namorar, ia no chega Mais da philarmô-nica; discoteca, stonage, Toca 2, phd e outros que nem me lembro dos nomes. Saudade infinita de todos os amigos.”

O DJ léo Ribeiro Jr. tam-bém viveu a adolescência durante a época de ouro das casas noturnas e lan-chonetes no centro de Rio claro. Já adulto, de maneira informal, começou a orga-nizar festas para matar a saudade dessa época atra-vés das músicas. No início era apenas para os ami-gos, mas o sucesso acabou levando os eventos para clubes e grandes públicos. Hoje a festa stonage já faz

parte do calendário da vida noturna de Rio claro e de outras cidades da região. Quarentões e muitos jovens se divertem ao som dos su-cessos das décadas de 70, 80 e 90. para léo, o traba-lho se mistura com o prazer de reviver a adolescência. “as festas unem gerações. Pais e filhos se divertem, e os jovens conhecem as mú-sicas antigas. É só come-çar a tocar que a pista fica cheia.”

a administradora de empre-sas andresa camargo Vivan pas-sou a adolescência frequentando lugares como a lanchonete Big Dog, a sorveteria Xodó e a dis-coteca pHD by Night juntamente com seus amigos. ”Ficava lotado de jovens, tudo muito tranquilo, época da lambada na phd e no

Ginástico, os passinhos no meio do salão no Grêmio, foi uma épo-ca muito boa, pois havia mais respeito entre os jovens, músicas mais bonitas, amizades sinceras. a tranquilidade da cidade tam-bém deixa saudade. lembro que a gente saía de casa a pé, à noite, e não havia tanta violência.”

para matar a saudade

adolescência livre e segura

Bia Altimari Olivatti e as amigas no Chega Mais, que funcionava dentro da

Sociedade Philarmônica

Bia Altimari Olivatti, (1ª à direita)

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para os que já não eram mais tão garotos assim nas décadas de 80 e 90, a área central de Rio claro também reservava opções de lazer. era o caso do café excelsior, que funcionava na Rua 4, ao lado do tradicional cinema que marcou época em Rio claro. Quem relembra com saudade os momentos pas-sados no café é Renata sta-belini Zanotti, que comandou a casa de 91 a 97. “era um bar mais para o pessoal na faixa dos 30 anos para cima, mais para a meia-idade. era um pessoal mais sossega-do, mas cheio de energia e alegria. Tínhamos músi-ca ao vivo, na quinta era a noite mais frequentada ia até umas quatro horas da madrugada. chegava uma

determinada hora a gen-te baixava as portas, mas os clientes continuavam lá, cantando, dançando. Muitos casais que se conheceram ali acabaram se casando e estão juntos até hoje.” Quem passou pela casa certamente

se lembra do delicioso caldi-nho de feijão que era servido como cortesia. “até hoje en-contro pessoas que se lem-bram do caldinho de feijão, e perguntam quando vou fazer de novo para poder recordar aqueles bons tempos.”

Boemia no café excelsior

Um dos pontos mais badalados da juventude nos anos 80 foi a sor-veteria e lanchonete Xodó. instalada na Rua 5 esquina com a avenida 3, a sorveteria era ponto de encontro dos adolescentes. Quem relata a história da Xodó é Carol Palma, fi-lha do proprietário. “Minha família inaugurou a sorveteria em 79, ini-cialmente na Rua 7 com a avenida 4, em frente à antiga skol. em 85 foi criada a segunda unidade, na Rua 5, que era o point dos jovens. Duran-te o dia a casa era frequentada por muitas famílias, e à noite os jovens se encontravam lá para comer um lanche, tomar sucos, conversar.” Hoje, a Xodó é lanchonete e restau-rante instalados na Rua 6.

Xodó, a sorveteria-balada

Nas noites de sexta e sábado, era muito difícil passar com os car-ros pela avenida 2 no trecho da Rua 5. era naquela esquina que funcio-nava a famosa lanchonete Água na Boca. O número de frequentadores era muito maior que o espaço exis-tente na lanchonete. Os grupos fica-vam espalhados pela calçada e até no asfalto. Numa época em que não existiam unidades das grandes ca-deias de fast-food na cidade, o Água na Boca era a versão rio-clarense desse tipo de lanchonete. a casa foi inaugurada em 1984 pelo empresá-rio eduardo Mônaco de Melo, sua

esposa célia e seu irmão Guilher-me. “a primeira máquina ‘postmix’ de refrigerante da coca-cola foi instalada na Água na Boca, como também fomos os primeiros a servir pães de hambúrguer com gergelim em sua superfície, pois nessa épo-ca não era usual a utilização deste item na panificação, e isso foi possí-vel em razão da padaria Gaib ser de propriedade da familia da célia, que fabricava com exclusividade nossos pães. como fato pitoresco a respei-to do gergelim, muitas vezes nos perguntavam se aquela sementinha era alpiste”, relembra eduardo.

Água na Boca, sempre lotada

Renata com os músicos e frequentadores do Excelsior174

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40 anos, advogada, natural de Rio Claro, casada com Luciano Mendonça,

preza por uma vida saudável, e hoje, junto ao seu grande amor, curte a

chegada de Maria Eduarda. A gravidez quase aos 40 anos, a fez realizar o grande sonho de ser mãe. Embora

algumas pessoas acreditem que a idade impõe limites, Sandra declara que a maturidade é a chave principal para

bons resultados, considera-se cheia de vida e com disposição para trabalhar

e curtir bons momentos ao lado da família e amigos.

cris [email protected]

antigamente, as pessoas com quarenta anos eram consideradas “de idade”,

afinal, casavam-se cedo, tinham fi-lhos cedo e aos quarenta anos, já estavam curtindo os netos. com a evolução do mundo, a busca por qua-

lidade de vida e a valorização pelo corpo físico e mental, os conceitos mudaram. Hoje, os quarenta anos abrem uma porta cheia de possibi-lidades e por que não, realizações que talvez com menos tempo não se conquistassem. escolher os convida-

dos desta matéria foi realmente um grande presente, pois aprendi que o limite está na cabeça e não no tem-po. a cada segundo, abre-se uma nova janela de oportunidades. Basta querer, persistir para vencer barrei-ras, preconceitos e paradigmas.

40ANoS a porta das

POSSIBILIDADES

Sandra Mariados Santos Mendonça,

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41 anos, natural de Carapicuíba (SP), casada com José Luis Ruiz Pessenda, mãe de Mateus e Tiago, formada em Educação

Física pela UNESP, é proprietária e professora da Academia Patrícia Pessenda.

Adora curtir a família. Cuida da sua alimentação, equilibrando com exercícios

físicos, acupuntura e claro que, com tempo para lazer e descanso. E adianta que não

existem limites e regras, basta cuidar do corpo e da mente, sempre buscando

ser feliz, vivendo intensamente todos os instantes e fazendo de cada problema um

degrau para o aprimoramento.

Patricia Helena

Golfieri Pessenda,

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ambos com 40 anos, casados, pais do Nicolas. Segundo eles,

são almas gêmeas. Sempre foram apaixonados por esportes, cuidam

do corpo e da mente. Adoram se exercitar, e além de cuidarem

do corpo, buscam qualidade de vida com alimentação saudável e agregam à maneira de viver, uma enorme preocupação com a preservação do planeta. Aos

quarenta anos de idade, demonstram imensa gratidão por todas as etapas da vida que passaram. Fabio finaliza dizendo: “espero, já querendo muito,

que Deus nos permita chegar ao final da jornada do “enta”, com saúde e lucidez suficientes para colher tudo o que plantamos. E

desejo a todos, muita saúde e para o resto, equilíbrio”.

Daniela e Fábio

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Serrano,

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40 anos, natural de Rio Claro (SP), solteira, formada em Direito, hoje, administra

os bens da família, vê a possibilidade de inovar, criar e reinventar-se, todos os dias.

Além de sua paixão por Busily (sua poodle), adora se produzir e garante que fazer

compras é muito “terapêutico” (risos). Com bom humor, de forma leve e otimista, a bela

conserva seu “entusiasmo Infantil”.Seu lema é: “agradecer e fazer o bem

sempre, não esperar o momento certo para ser feliz, pois o amanhã é incerto”.

Telles,Martha

Foto Brasil – Marcelo ZanelattoProdução e Make - Jéssica leonardoEdição - Kamilla Bertollozi

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- Vamos, vamos... Me ajude a levantar... Escuta...

E um ensurdecedor silêncio tomou conta do quarto.

- O povo tá chegando! Va-mos!!! Tô atrasada...

Contrariada, gritava: -Por que você não me aju-

da??? Tenho que abrir a bilhe-teria! Vamos!!! Meu pai vai ficar bravo comigo...

Eram as palavras desespera-das da minha avó. Na realidade, estávamos no quarto do hospi-tal, durante sua internação. Tudo não passava do efeito Alzheimer do final da vida. Não havia ne-nhum barulho. Não havia nin-guém. A não ser eu e ela.

Depois vim a saber que minha avó se referia ao cinema da Fa-zenda Santa Gertrudes (funda-

do em 1912), no qual trabalhou com seu pai e meu bisavô Luiz Moffato durante tantos anos. Meu bisa veio imigrante da Itá-lia diretamente para a Fazenda Santa Gertrudes. Durante o dia trabalhava nas máquinas de beneficiamento do café. E, nas noites de sábado, era projecio-nista dos filmes em película no cinema. Minha avó, aos 10 anos,

LetÍcia tonon

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e reencontroCinema, café

ajudava na bilheteria. Uma se-nhora, vizinha da casa dos meus pais, comentou que era menina e lembra que havia uma placa na janela da casa do “seu Moffato” com a divulgação do filme em cartaz.

A instalação do cinema no Brasil, isto é, o início da exibi-ção de filmes em salas de cinema está ligada à chegada da energia

elétrica. Sem energia era impos-sível haver cinema.

Hoje minha avó não está mais entre nós. Essa história conti-nua me instigando e às vezes me pego viajando por esse cinema da fazenda. Acordei numa manhã e decidi pesquisar e escrever so-bre o assunto. Liguei para o Luis Filipe, um dos proprietários da fazenda, e perguntei se podia ir

até lá para fazer algumas fotos.Dia e hora marcados, pego o

carro e percorro a estrada de ter-ra rumo ao passado. Aperto o in-terfone e o grande e antigo por-tão com as iniciais de “Eduardo Prates” se abre como um portal para outro tempo. Sigo em dire-ção ao escritório. Passo em fren-te à colônia - casa nº 12 - onde minha avó nasceu.

FAZENDA SANTA GERTRUDES

Fachada do Cinema187

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Respiro em meio à poeira do tempo um pouco de suas células.

Os rolos de película, a antiga máquina de projeção, os pedaços de carvão ... eis o meu cine-paradiso. somente agora, depois de realizar alguns filmes, reencontro meu ante-passado e descubro uma paixão em comum que nos une indelevelmente: o cinema.

Respiro fundo e dou uma pausa para um cafezinho... O café da fa-zenda. Troco algumas palavras com a Nádia e mergulho no ano de 1912, com a instalação do primeiro apare-lho cinematográfico dentro da tulha de café. Dois anos depois, em 1914, numa instalação própria, foi inau-gurado o primeiro cinema popular da região, frequentado pelas famí-lias dos funcionários, proprietários e moradores das cidades vizinhas. Meu bisa continuou com o trabalho no beneficiamento de café e a pro-jeção dos filmes no cinema – a sua grande paixão.

por incrível que pareça, o que alimentava a projeção do cinema

na Fazenda santa Gertrudes era a energia produzida por uma roda d’água que corria do grande lago nos fundos da casa-sede. Às vezes caía a energia e o cinema apagava devido à baixa correnteza da água. Então, seu filho e aprendiz Mário Moffato corria até a engrenagem e aumentava a abertura da água.

esse passeio de volta a um tem-po remoto me faz ter ainda mais convicção sobre a necessidade da revitalização e restauração do pa-trimônio histórico. a necessidade de conhecer a tradição oral e registrar um pouco da nossa história para evitar que falemos tantas besteiras por falta de conhecimento.

Um povo sem memória é como uma célula morta, não serve pra nada. a Fazenda santa Gertrudes – mãe da cidade de santa Gertrudes – sozinha nos salva da vergonha de negligen-ciar o nosso patrimônio. Não é difícil perceber que a solução muitas vezes está no novo olhar da juventude, que tem a possibilidade de conhecer o passado e possui energia de sobra

Na parte superior - a Sala de Projeção

Latas e película de 35 mm

Carvão – dos antigos projetores

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para trilhar o que está por vir. Diante de tanto desprezo pelo

patrimônio do município e do esta-do, a Fazenda santa Gertrudes é co-lírio diante dos meus olhos.

Felizmente não foi demolida, graças à atitude de um jovem desta família quatrocentona. a iniciativa de revitalizar e rentabilizar a fazen-da veio de luis Filipe, tataraneto do conde eduardo prates, que, depois de rodar pelo mundo, voltou para salvar suas raízes - a Fazenda santa Gertrudes.

Vó Adélia, Tio Mário, Bisa Moffa-to, conde prates... estão mortos e en-terrados. a memória? Vive, por meio da atitude de quem ainda respira.

www.fazendasantagertrudes.com.br/

Conheça a fazenda:

Tulha de café, local provisório para exibição do cinema

Detalhe da fachada do Cinema

A torneira com água na sala de projeção era uma medida de segurança. Os filmes antigos eram altamente inflamáveis

Letícia Tonon é cidadã santagertrudense, cineasta,

produtora e educadora.

Espaço reservado aos proprietários da fazenda. Uma espécie de camarote

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Cerqueira CésarRio Claro no núcleo duro que derrubou o Império

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em seus quase vinte anos de militância como advogado e antimonarquista no municí-

pio, ele integrou a liderança paulista na proclamação da República ao lado de prudente de Moraes (piracicaba), cam-pos salles (campinas), Rangel pesta-na, Francisco Glicério, Martinho prado, Bernardino de campos, Rodrigues al-ves, alfredo ellis e demais formadores do núcleo duro no novo regime.

sua trajetória na política começou em Rio claro. Vereador por três manda-tos a partir de 1870, foi eleito deputa-do. Governou são paulo na transição do regime em seu momento mais crítico. Depois foi senador estadual, quando assumiu a presidência da instituição que deixaria de existir em 1930. eleito senador federal, não assumiu o cargo, provavelmente por questão de saúde. Morreu em 1911. sua sepultura encon-tra-se no cemitério da consolação. Um bairro da capital e um município pau-lista trazem o seu nome. a galeria de advogados ilustres da OaB local tem seu retrato a óleo.

casado com Maria, irmã de cam-pos salles (depois presidente da Repú-blica) e pai de lucila, mulher de Júlio de Mesquita, cerqueira césar foi jornalis-ta fundador do O estado de s. paulo (1875), inicialmente dirigido por Ran-gel pestana. Naquela sociedade que viria a definir os padrões da moderna imprensa brasileira destacou-se ainda cândido Valle, também vereador em Rio claro e republicano histórico. Os nomes de ambos estão no expediente da edição número um do jornal.

apesar dos ideais republicanos ha-verem sido cogitados no Rio de Janeiro desde a independência (1822), e antes disso no Nordeste, sua consolidação política e econômica é original do in-terior de são paulo. O republicanismo carioca era teórico, nutrido por profis-sionais liberais e intelectuais. O de são paulo foi prático, desencadeado pelos fazendeiros que sustentavam a econo-mia nacional e queriam direcioná-la.

No chamado Velho Oeste é que tudo aconteceu. a capital era uma ci-dade provinciana, pobre, com menos de 30 mil habitantes. Rio claro tinha 15 mil habitantes, contando os distri-tos. O processo industrial estava por acontecer, bem como a chegada dos imigrantes. a maior expressão paulis-tana vinha da Faculdade de Direito do largo são Francisco. O Vale do paraíba era conservador pela proximidade da corte. O litoral era santos, porto para

escoação das riquezas que vinham do interior.

Os donos do poder econômico es-tavam instalados em suas fazendas na área distribuída entre itu, campinas, piracicaba e Rio claro, região localiza-da como Oeste porque mais além não havia praticamente nada. Rio claro era a boca do sertão. Os jornais locais eram eco do povo, estrela do Oeste, correio do sertão e O Rio-clarense.

Historicamente o declínio do im-pério data de 1873, quando em itu foi fundado o partido Republicano paulista que proclamaria a República (1889) e se manteria único no poder nacional até 1930. a conhecida convenção de itu nutriu-se de raízes existentes em Rio claro.

Registros da crônica local apontam que já em 1865 havia no município uma agremiação republicana alinhada às ideias precursoras de Rangel pesta-na. em 1870 Rio claro divulgava apoio ao lançado Manifesto Republicano ca-

rioca daquele mesmo ano. a imprensa nacional registra que

em 1872 foi fundado no Teatro Fênix o clube Republicano Rio-clarense por cerqueira césar e com a presença de campos salles, cuja família morava em Rio claro, sua mãe, o irmão Joaquim entre outros. a família salles ocupou todos os cargos eletivos da República, no que se inclui a presidência.

Os registros das atas da câma-ra Municipal revelam de José alves de Cerqueira César um perfil de pessoa culta, dinâmica, imersa em responsabi-lidades e de visão que transcende a do fazendeiro comum. Um político convic-to de suas opiniões.

sem disposição demagógica ou oportunista, era admirado pela popula-ção, que fez abaixo-assinado para ten-tar evitar sua mudança para a capital (1880), onde ele logo assumiria a pre-

sidência do partido Republicano pau-lista e conviveria com uma política em conflitos. Entre 1881 e 1886, a atual Rua Um chamava-se Doutor césar. seu sepultamento em são paulo ganhou di-mensões cívicas com honras de chefe de estado e manchetes dos jornais, em especial de O estado em s. paulo.

Na câmara Municipal de Rio claro ele mobilizara a campanha pela cons-trução da ferrovia (1876), por estradas e pelo novo cemitério (1875), além de haver participado ativamente das de-cisões administrativas. Os vereadores geriam a execução dos serviços públi-cos. Não havia o poder executivo.

Membro de comissões permanen-tes e temporárias, seus conhecimentos eram solicitados em todo assunto de maior complexidade, como elaboração e atualização do código de posturas, o equivalente à atual lei Orgânica e ao plano Diretor. Foi presidente da Ordem dos advogados local e presidente fun-dador da Filarmônica.

Duas votações por ele definidas acentuam seu perfil antimonarquista e republicano. em 1871 fez ser rejeita-da moção de pesar à Família Real pelo falecimento de uma das filhas do im-perador D. pedro ii, a princesa leopol-dina. em 1874, conseguiu ver aprovada propositura defendendo a separação entre estado e igreja, que se efetivaria apenas com a República, incluindo-se, então, o casamento civil, a seculariza-ção dos cemitérios e o fim da educação religiosa nas escolas públicas.

sobre a segunda propositura, ca-bem observações. Na época, as elites políticas do país se dividiam no que se convencionou chamar de Questão Maçônica. Conflitos originais do Rio de Janeiro indispunham nacionalmente lideranças católicas e maçônicas em processo que culminou na campanha pela separação entre igreja e estado. cerqueira césar liderou o movimento no município.

segundo Oscar de arruda pentea-do (Miscelânea, 1984), cerqueira césar foi signatário da manifestação local por um estado laico. O cronista repro-duz documento aprovado pela câmara Municipal datando-o de 16 de abril de 1874. sobre aquela data, no entanto, verifica-se no registro de atas que a sessão legislativa deixou de ser rea-lizada por falta de quórum. O detalhe fica em aberto para futuras pesquisas.

Naquele momento, em Rio claro havia a loja maçônica Fraternidade iii, instituição atuante que mantinha

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hospital para atendimento das vítimas da epidemia de varíola que assolava a cidade. a câmara Muni-cipal mudava-se da esquina da ave-nida 2 com Rua 5 para novo prédio, depois demolido para dar lugar ao Fórum, na praça da liberdade. O ce-mitério atual era inaugurado e pros-seguiram as obras de construção de uma nova matriz no hoje Jardim pú-blico, projeto que acabou desativado e a construção, demolida.

a posse de cerqueira césar como governador estadual (1891) marca um dos maiores conflitos da trama republicana e está diretamente vin-culada à figura de outro herói que de Rio claro seguiu para as páginas da história nacional. Trata-se de alfre-do ellis.

logo nos primeiros momentos da República, o marechal Deodo-ro da Fonseca fechou o congresso. Foi a primeira ditadura, em seguida derrubada por seu vice, também mi-litar, Floriano peixoto. Uma e outra constituem a chamada República da

espada. em são paulo, o governador américo Brasiliense foi igualmente deposto por haver defendido De-odoro. Vice-governador, cerqueira césar assumiu como símbolo da re-tomada dos princípios republicanos.

a deposição de américo Brasi-liense não foi simples. Foi conquis-tada às armas. O episódio aconteceu da seguinte maneira: a cúpula da política paulista, com destaque para campos salles, decidiu por um levan-te armado que, por questão estraté-gica, deveria eclodir a partir do inte-rior do estado. Rio claro foi a cidade escolhida para deflagrar o levante sob comando do médico, fazendeiro e depois senador alfredo ellis.

com bloqueio da ferrovia para evitar a chegada de tropas da capi-tal e organização de homens arma-dos do município, alfredo ellis con-seguiu a rendição das forças locais. Diante da disposição de outras for-ças do interior em seguirem para a capital, américo Brasiliense deixou o governo para cerqueira césar.

a rendição de armas dos defen-sores de américo Brasiliense no mu-nicípio acabou concentrada na pra-ça da liberdade. em memória, no local foi construído o obelisco que existe em frente ao Fórum. Trata-se de homenagem ao conhecido Bata-lhão alfredo ellis. a guarnição atuou em outras frentes, em santos, por exemplo, quando remanescentes da Marinha monarquista tentaram em vão depor Floriano peixoto.

a primeira fase da República, em seus quase quarenta anos, foi um extenuante fracasso que custou muito sangue e dinheiro aos brasi-leiros. De comum com o regime que substituíra o império, consolidou o mérito de manter a integridade ter-ritorial de um país com dimensões continentais, enquanto o restante da américa latina se viu transfor-mado em uma colcha de retalhos te-cida com repúblicas de bananas. No Brasil, a primeira República foi do café. Mas isto é uma outra história, que fica para uma outra vez.

Velho Oeste paulista - Entre 1881 e 1886, a rua do Largo da Estação tinha nome de Doutor César.

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Jaime Leitão

é brincadeira

votar não

Tem gente que encara o ato de votar como uma brincadeira e há os que o encarem com o máximo

deboche ou até como um negócio. Não, votar significa exercer o sagrado direito de escolher os nossos repre-sentantes pelos próximos quatro anos. essa deveria ser a regra desde sempre, mas infelizmente não é.

essa consciência da importância de votar bem não representa pouco, mas muito. Tanto é importante o voto que, quando ele é mal direcionado, retorna a todos nós em forma de péssimos serviços, corrupção e os mais va-riados desmandos.

a responsabilidade deve existir de ambos os lados, mas cabe a nós distinguir o político maroto, que está só se candidatando para melhorar a sua condição financei-ra, daquele que pretende administrar e legislar de forma séria, com ideias inovadoras e exequíveis.

Todo político tem uma história, seja na política ou na profissão que exerce fora dela. É fácil saber se o seu currículo o abona ou o desabona. Temos que pesquisar, analisar, e não votar na base do “tanto faz”, que pode significar eleger um político que “não faz nada” ou que só “irá fazer para si e a sua turma”. Fazer, todos fazem, mas certas ações são tão devastadoras, que podem arruinar uma cidade, um estado ou um país por um longo período de tempo.

O significado de política e democracia transcende os concha-vos, os acertos secre-tos, o conluio para en-ganar a população com promessas que nunca sairão do papel porque foram criadas só para convencer o eleitor na hora da eleição.

em vez de repetirmos os velhos clichês de que “todo político é safado”, por que não procuramos escolher um que não seja? existe? Vamos acreditar que sim. e caso, depois da eleição, percebamos que aquele político em quem votamos está pisando na bola em vez de chutá-la para o gol da maioria, vamos denunciar, reagir, buscar sa-ídas dentro da lei para que esse político nada sério seja afastado e outra eleição seja marcada antes do prazo.

Temos poder. E exercê-lo significa, por exemplo, exi-gir que a lei da Ficha limpa se cumpra em sua totalida-de e que a transparência seja cada vez maior nos sites do executivo e legislativo, para que possamos nos in-formar diariamente sobre licitações, obras e tudo o que está sendo projetado e feito.

O nosso papel é passar a limpo a velha política vicia-da e viciosa. O voto é o início do processo; acompanhar os próximos quatro anos após a eleição representa estar atento e não aceitar que práticas danosas prosperem como erva daninha. Queremos colher bons frutos. e disso não podemos abrir mão.

se nos abstivermos de assumir o nosso papel de ci-dadãos, com certeza os não cidadãos tomarão conta da cena e exercerão o poder com a maior desfaçatez. Não queremos isso. Já estamos na segunda década do século

XXi e não faz sentido ser conivente com práticas ar-caicas, que não combinam com o novo que desejamos aconteça da melhor ma-neira.

(O autor é cronista, poeta, autor teatral e professor de redação. jaimeleitao@linkway.

com.br)

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